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EM SÍNTESE

OS PROFESSORES NO “OLHO DO FURACÃO”

Antigamente a figura do professor era tida como sagrada. Uma pessoa


muitas vezes austera, que dificilmente demonstrava seus sentimentos, detentor
de todo o conhecimento e formador do caráter e costumes adequados à
sociedade. Sua missão: transmitir o saber acumulado culturalmente e
historicamente pela sociedade, depositar o conhecimento acumulado na
cabeça do aluno, que numa posição totalmente submissa e dependente
precisaria absorver, passivamente, como uma esponja, toda e qualquer
informação. A sua relação com os alunos era vertical, baseada na obediência
e no medo. As famílias atribuíam a ele total confiança, uma vez que era a
escola, através do professor, que seus filhos realizariam o sonho dourado de
mudança de status e de ascensão social.
Quando se trata de uma escola que passou de certezas para incertezas,
quer dizer que, no cotidiano a escola não é mais vista como algo que você irá
até o fim. Antigamente era certo, uma pessoa entrar numa universidade e sair
formada, hoje em dia não, pois, há diversos fatores que impedem esse ato, um
deles é a falta de orçamento para manter os estudos.
Já se tratando de uma escola perpétua, é quando você desde criança
passa a está no âmbito escolar, assim sendo, desde o ensino infantil ao
doutorado, até se aposentar.

O MODELO ESCOLAR

Refere-se ao modo burocrático em que a escola se organiza


especificamente, ao conjunto de regras, como por exemplo, a condição de
matrícula, o modo de classificar os alunos e o tempo mínimo designado para
cada disciplina. Este modelo advém do século XIX marcado pela revolução
industrial que refletiu no objetivo da educação pública este, passou a ser a
formação do cidadão para o trabalho, no entanto é valido salientar que a
educação do século XIX estava longe de ser inclusiva.
Mulheres, negros, pobres e deficientes não partilhavam do mesmo
espaço, nem tinham as mesmas condições educacionais. Conforme previsto no
artigo 205 da Constituição Federal, a educação passou a ser um direito de
todos, no entanto a escola se massificou sem se adequar à individualidade de
seus frequentadores, o resultado é a exclusão de alunos, indisciplina e a
descaracterização do trabalho docente.
As tentativas de garantir uma educação de qualidade se limitam a
reformas no currículo e métodos de ensino, no entanto nenhuma apresentou
resultado positivo, pois este modelo educacional é direcionado à alunos do
século XXI, ensinados por professores que têm uma técnica do século XX que
recorrem a práticas que vêm do século XIX. É necessária uma formação de
qualidade aos docentes que devem estar preparados para lidar com a
sociedade contemporânea.

A ECOLA COMO ESPAÇO PÚBLICO COMUNITÁRIO

A escola desenvolveu-se através de dois modelos: a organização


burocrática e a corporação docente. A influência desses dois modelos fez com
que outros autores também importantes fossem excluídos desse contexto
escolar: os alunos e as famílias.
É aí que percebemos que os grandes problemas da escola estão
relacionados com a perda do sentimento de pertença, tanto dos alunos quantos
dos professores. Vários fatores contribuem para isso, como por exemplo, o
caráter uniforme e homogêneo e a desvalorização do professor no mercado de
trabalho. Em uma pesquisa sobre os liceus, na França, foi comprovado que os
alunos não viam a instituição como uma comunidade, mas como um espaço
que criava oportunidades. Devemos nos adaptar aos novos contextos e
mutações que ocorreram ao longo das décadas com relação a Educação.
Barroso propõe quatro referenciais que vão nortear o funcionamento da
escola pública: o primeiro ponto dispõe sobre o papel do Estado com o ensino,
o segundo objetiva que o professor trabalhe face a face com o seu aluno, o
terceiro é que o Estado garanta as condições necessárias para os alunos
frequentarem a escola, ou seja, dando-lhes toda a assistência econômica ou
social e por último, deve oferecer ações sociais voltadas para os interesses
individuais e coletivos dos alunos. É importante salientar que o uso desses
quatro referenciais não fará com que a Educação seja perfeita, sem defeitos ou
que seus problemas desaparecerão.

Uma breve síntese do seminário, com o respectivo tema: Os professores


e os novos modos de regulações da escola pública: das mudanças do
contexto de trabalho às mudanças da formação.

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