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INTRODUÇÃO
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Sumário
Introdução......................................................................................................... 4
§ 1. Concito e Objeto da Teologia.................................................................................4
1. Conceito............................................................................................................. 4
2. Objeto................................................................................................................ 4
§ 2. A Teologia como Ciência....................................................................................... 5
1. O Caráter Científico da Teologia........................................................................5
2. Uma Ciência da Fé............................................................................................ 6
3. Classificação...................................................................................................... 7
§ 3. Conceito e Método da Teologia Dogmática...........................................................7
1. Conceito............................................................................................................. 7
2. Método.............................................................................................................. 8
§ 4. Conceito e Classificação do Dogma......................................................................8
1. Conceito............................................................................................................. 8
2. Concepção Protestante e Modernista..............................................................10
3. Classificação..................................................................................................... 11
a) De acordo com o seu conteúdo como:.......................................................11
b) De acordo com sua relação com a Razão como:........................................11
c) Segundo o modo como a Igreja as propõe, como:.....................................11
§ 5. O Desenvolvimento do Dogma............................................................................12
1. Noção herética de desenvolvimento dogmático...............................................12
2. Desenvolvimento de Dogmas no Sentido Católico..........................................13
§ 6. As Verdades Católicas.........................................................................................16
1. Conclusões Teológicas (conclusiones theologicae)..........................................17
2. Fatos Dogmáticos (facta dogmatica)..............................................................17
3. Verdades da Razão........................................................................................... 17
§ 7. Opiniões Teológicas.............................................................................................18
§ 8. Os Graus Teológicos de Certeza..........................................................................18
1. Fides Divina – Fides Catholica – de Fide Definita..........................................18
2. Fides Ecclesiastica...........................................................................................18
3. Sententia Fides Proxima.................................................................................18
4. Sententia ad Fidem Pertinens – Theologice Certa..........................................19
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5. Sententia Communis.......................................................................................19
6. Sententia Probabilis, Probabilior, Bene Fundata............................................19
7. Sententia Pia.................................................................................................... 19
9. Opinio Tolerata................................................................................................ 19
§ 9. Censuras Teológicas...........................................................................................20
1. Propositio Haeretica........................................................................................ 20
2. Propositio Haeresi Proxima............................................................................20
3. Propositio Haeresim Sapiens ou de Haeresi Suspecta....................................20
4. Propositio Erronea.......................................................................................... 20
5. Propositio Falsa.............................................................................................. 20
6. Propositio Temeraria......................................................................................20
7. Propositio Piarum Aurium Offensiva..............................................................21
8. Propositio Male Sonans...................................................................................21
9. Propositio Captiosa.........................................................................................21
10. Propositio Scandalosa.................................................................................... 21
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INTRODUÇÃO
§ 1. Concito e Objeto da Teologia
1. Conceito
A palavra teologia, de acordo com sua etimologia, significa “ensinar sobre
Deus” (λόγος περί θεοῦ, de divinitate ratio sive sermo). [1] Assim, a teologia é a
ciência ou estudo de Deus.
2. Objeto
O objeto material da teologia é primeiramente Deus e, em segundo lugar,
as coisas criadas sob o aspecto de sua relação com Deus: Omnia
pertractantur in sacra doctrina sub ratione Dei, vel quia Sunt ipse Deus, vel
quia habent ordinem ad Deum ut ad principium et finem. Na ciência
sagrada todas as coisas são consideradas sob o aspecto de Deus, seja porque
são o próprio Deus ou porque se referem a Deus como seu princípio e fim. [2]
No que diz respeito ao Objeto Formal, deve ser feita uma distinção entre
teologia natural e sobrenatural. A teologia natural foi exposta pela primeira
vez por Platão. É chamada por SANTO AGOSTINHO, de acordo com Varrão, [3]
Theologia Naturalis, e desde o século XIX também é chamada de teodiceia.
É a exposição científica das verdades concernentes a Deus, na medida em
que estas podem ser conhecidas pela razão natural e, portanto, podem ser
consideradas como a culminação da filosofia. A teologia sobrenatural é a
exposição científica das verdades sobre Deus à luz da Revelação Divina. O
objeto formal da teologia natural é Deus, como Ele é conhecido pela razão
natural desde a criação; o objeto formal da teologia sobrenatural é Deus,
como é conhecido pela fé da revelação. [4]
A Teologia natural e a sobrenatural diferem entre si:
(a) em seus princípios de cognição, razão humana sem ajuda (ratio naturalis),
razão iluminada pela fé (ratio fide illuminata);
[1] SÃO AGOSTINHO. De civitate Dei contra paganos. Liber VIII, Cap. 1. PL 41,298. ed.
1864. p. 117.
[2] S. Th. I, q. 1, a. 7.
[3] Marco Terêncio Varrão, lat. Marcus Terentius Varro; * Rieti, península Itálica, 116
a.C., † 27 a.C., foi um polímata romano e um autor prolífico. Ele é considerado o maior
estudioso da Roma antiga e foi descrito por Petrarca como “a terceira grande luz de Roma”
(depois de Virgílio e Cícero). Às vezes é chamado Varro Reatinus para distingui-lo de seu
contemporâneo mais jovem Varro Atacinus.
[4] Cf. SANTO AGOSTINHO. De Civitate Dei contra Paganos libri viginti duo. Liber VI,
Cap. 5. PL 41,181. S. Th. I q. 1, a. 1, ad 2.
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(b) em seus meios de cognição, o estudo das coisas criadas (ea quae facta sunt),
revelação divina (revelatio divina);
(c) em seus objetos formais, Deus como Criador e Senhor (Deus unus, Creator et
Dominus), Deus um e três (Deus Unus et Trinus).
§ 2. A Teologia como Ciência
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mesmo da Teologia Moral é levar os homens à perfeição do conhecimento de
Deus. [1]
A escola franciscana medieval valoriza a Teologia principalmente como uma
ciência prática ou afetiva, porque o conhecimento teológico por sua própria natureza
visa mover os afetos ou a vontade. O objeto principal da teologia moral é a perfeição
moral do homem: ut boni fiamus. [2]
A razão última para as várias respostas ao problema está nas várias estimativas da
hierarquia das potências da alma humana. [3] São Tomás da Aquino e sua Escola, com
Aristóteles, reconhecem a primazia do intelecto, a Escola Franciscana com Santo
Agostinho, a da vontade.
d) A teologia é “Sabedoria”, pois seu objeto é Deus a origem última de todas as
coisas. É a sabedoria suprema, pois contempla Deus, a origem última, à luz das
verdades da revelação comunicadas ao homem pela sabedoria de Deus Ele mesmo. [4]
2. Uma Ciência da Fé
A teologia é uma ciência da fé. Trata-se da fé no sentido objetivo (fides
quae creditur) aquilo que se acredita, e no sentido subjetivo (fides qua
creditur) aquilo pelo qual acreditamos. A teologia como fé aceita, como
fontes de seu conhecimento, as Sagradas Escrituras e a Tradição (regra
remota de fé) e também as afirmações doutrinárias da Igreja (regra próxima
de fé). Mas, como ciência da fé, procura pela razão humana (com a ajuda da
graça) penetrar no conteúdo e no contexto do sistema sobrenatural da
verdade e compreendê-lo na medida do possível. SANTO AGOSTINHO expressa
este pensamento com as palavras: “Crede, ut intelligas” Creio para
compreender; [5] SANTO ANSELMO DE CANTUÁRIA, com as palavras: “Fides
quaerens intellectum” [6] Fé procura compreender e “Credo, ut intelligam”
Creio, para compreender; [7] RICARDO DE SÃO VÍTOR [8] com as palavras:
[1] S. Th. I q. 1, a. 4.
[2] Doctoris Seraphici S. Bonaventurae Opera omnia… In primum librum Sententiarum
(prima parte). Prooemium q. 3. p. 12. edita studio et cura PP. Collegii a S.
Bonaventura, Ad Claras Aquas (Quaracchi), 1882.
[3] Potencias Superiores da Alma: Inteligencia, Vontade e Memória.
[4] cf. S. Th. I q. 1, a. 6.
[5] SANTO AGOSTINHO. Sermo XLIII (43). De eo quod scriptum est in Isaia, cap. VII, 9, Nisi
credideritis, non intelligetis. Cap. VII (7), 9: PL 38,258. p. 142.
[6] SANTO ANSELMO DE CANTUÁRIA. Proslógion seu Alloquium de Dei Existentia.
Proœmium. PL 158,225A. ed 1863. p. 118.
[7] Idem; Caput Primum. PL 158,227C. ed 1863. p. 119.
[8] Ricardo de São Vitor, C.R.S.A. Teólogo mistico, natural da Escócia, mas a data e o local
de seu nascimento são desconhecidos; † 1173 e foi comemorado em 10 de março na
necrologia da abadia. Professou no mosteiro de São Vítor sob o primeiro abade Gilduin
(falecido em 1155) e foi discípulo do grande místico Hugo, cujos princípios e métodos ele
adotou e elaborou. Sua carreira foi estritamente monástica, e suas relações com o mundo
exterior eram poucas e leves. Cônegos Regulares de São Vitor.
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“Properemus de fide ad cognitionem. Satagamus, in quantum possumus, ut
intelligamus, quod credimus”. [1] Apressemo-nos da fé para o conhecimento.
Esforcemo-nos, tanto quanto pudermos, para compreender aquilo em que
cremos.
3. Classificação
A teologia é uma ciência unitária, pois tem um único objeto formal:
Deus e o mundo criado, na medida em que são objetos da Revelação Divina.
Assim como a Revelação é uma comunicação do conhecimento divino, a
teologia é, nas palavras de SANTO TOMÁS DE AQUINO, uma marca ou
impressão imposta pelo conhecimento divino, que é unitário e
absolutamente simples, sobre o espírito humano criado. [2]
A teologia é, no entanto, dividida em vários ramos e departamentos de
acordo com suas várias funções, que são todas subdivisões da única ciência
teológica:
a) Teologia Dogmática, que inclui a Teologia Fundamental, ou seja, a
base da Teologia Dogmática.
b) Teologia Bíblica-Histórica: Introdução Bíblica, Hermenêutica,
Exegese; História da Eclesiástica, História dos Dogmas, História da Liturgia,
História do Direito Canônico, Patrologia.
c) Teologia Prática: Teologia Moral, Direito Canônico, Teologia
Pastoral, incluindo Catequética e Homilética.
1. Conceito
Tendo como base as proposições e declarações de Fé da Igreja, todo o
campo da Teologia Sobrenatural poderia ser chamado de Teologia
Dogmática. Na verdade, porém, apenas as verdades teóricas da Revelação
sobre Deus e Sua atividade são tratadas na teologia dogmática (doctrina
credendorum: a ciência das coisas a serem cridas), enquanto os
ensinamentos práticos da Revelação que regulam a atividade dos homens
são objeto da Teologia Moral (doctrina faciendorum: a ciência das coisas a
serem feitas). Assim, a teologia dogmática pode com SCHEEBEN [3] ser
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definida como “a exposição científica de toda a doutrina teórica revelada por
Deus sobre o próprio Deus e Sua atividade e que aceitamos sob a autoridade
da Igreja”. [1]
2. Método
O método da teologia dogmática é tanto positivo quanto especulativo.
A teologia dogmática positiva está preocupada com doutrinas que
foram propostas à nossa crença pela Autoridade de Ensino da Igreja (fator
dogmático) e que estão contidas nas fontes da Revelação, Escritura e
Tradição (fator Bíblico-Patrístico). Na medida em que defende a doutrina da
Igreja contra falsas concepções, torna-se teologia controversa (fator
apologético ou polêmico).
A teologia dogmática especulativa, que é idêntica à chamada
teologia escolástica, esforça-se tanto quanto possível por uma compreensão
das verdades da fé pela aplicação da razão humana ao conteúdo da revelação.
Os métodos positivo e especulativo não devem ser separados um do outro. O ideal
está na fusão harmoniosa de autoridade e razão. Isto é, de fato, expressamente
prescrito pela Autoridade Eclesiástica: o PAPA PIO XI, na Instituição Apostólica “Deus
scientiarum Dominus” de 1931, orienta que a Sagrada Teologia “deve ser apresentada
de acordo com o método positivo, bem como o escolástico”. A exposição especulativa
deve proceder “de acordo com os princípios e ensinamentos de Santo Tomás de
Aquino” (artigo 29). [2]
1. Conceito
Por dogma, em sentido estrito, entende-se a verdade diretamente
(formalmente) revelada por Deus, que foi proposta pela Autoridade de
Ensino da Igreja para ser acreditada como tal pelos fiéis. O Concílio Vaticano
I explica: “Fide divina et catholica ea omnia credenda sunt, quae in verbo
Dei scripta vel tradito continente et ab Ecclesia sive solemni iudicio sive
ordinario et universali magisterio tanquam divinitus revelata credenda
proponuntur”. [3] Todas essas coisas devem ser acreditadas pela fé divina e
católica que estão contidas na Palavra de Deus escrita ou transmitida e que
são propostas para nossa crença pela Igreja em uma definição solene ou em
seu ensinamento comum e universal.
Dois fatores ou elementos podem ser distinguidos no conceito de dogma:
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a) Uma revelação divina imediata [1] particular [2] do Dogma (revelatio
immediata divina ou revelatio formalis), ou seja, o Dogma deve ser
imediatamente (diretamente) revelado por Deus, seja explicitamente
(explicite) ou inclusivamente (implicite), e, portanto, estar contido nas fontes
da Revelação (Sagradas Escrituras ou Tradição).
b) A Promulgação do Dogma pelo Magistério da Igreja (propositio
Ecclesiae). Isto implica, não apenas a promulgação da Verdade, mas também
a obrigação por parte dos Fiéis de crer na Verdade. Esta Promulgação pela
Igreja pode ser feita de forma extraordinária, por decisão solene de fé do
Papa ou de um Concílio Geral (Iudicium solemne) ou pelo poder ordinário e
geral de ensino da Igreja (Magisterium ordinarium et universale). Este
último pode ser encontrado facilmente nos catecismos publicados pelos
Bispos em suas dioceses.
Nesta visão, que é a usual, e que é principalmente exposta pelos tomistas, a
Verdade proposta no dogma deve ser imediata e formalmente informada nas fontes
da Revelação, seja explícita ou implicitamente. De acordo com outra opinião, porém,
que é sustentada pelos escotistas, e também por vários teólogos dominicanos, [3] uma
Verdade pode ser proposta como um dogma, se for apenas mediata ou virtualmente
contido nas fontes da Revelação, isto é, de tal maneira que possa ser derivado de uma
Verdade ou Revelação com o auxílio de uma verdade conhecida pela Razão Natural. A
visão escotista permite maior espaço de jogo na ação formal da Autoridade de Ensino
e torna mais fácil provar que o Dogma está contido nas fontes da Revelação, mas sua
validade é contestada pelo fato de que a Verdade do Dogma é sustentada não apenas
pela autoridade do Deus revelador, mas também pelo conhecimento natural da razão,
enquanto a Igreja exige como dogma uma fé divina [4] (fides divina).
O dogma em sua significação estrita é objeto tanto da fé divina (Fides
Divina) quanto da fé católica (Fides Catholica); é objeto da Fé Divina (Fides
Divina) em razão de sua Revelação Divina; é objeto da fé católica (Fides
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Catholica) por causa de sua definição doutrinal infalível pela Igreja. Se uma
pessoa batizada deliberadamente nega ou duvida de um dogma
propriamente dito, é culpado do pecado de heresia, [1] e automaticamente fica
sujeito à pena de excomunhão. [2]
Se, apesar de uma Verdade não ser proposta para crer pela Igreja, alguém se
convence de que ela é imediatamente revelada por Deus, então, segundo a opinião de
muitos teólogos (Suarez, De Lugo), é obrigado a acreditar nela, com a Fé Divina (fide
divina). No entanto, a maioria dos teólogos ensina que tal Verdade anterior à sua
proposição oficial da Igreja deve ser aceita apenas com assentimento teológico
(assensus theologicus), pois o indivíduo pode estar enganado.
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b) De acordo com ALFRED LOISY [1] as concepções que a Igreja representa como
dogmas revelados não são verdades que vieram do Céu, e que foram preservadas pela
tradição religiosa na forma exata em que apareceram pela primeira vez. O historiador
vê neles “a interpretação dos fatos religiosos adquiridos pela labuta do trabalho
mental teológico”. [2] O fundamento do dogma é, segundo a visão modernista, a
experiência religiosa subjetiva, na qual Deus se revela ao homem (fator religioso). A
totalidade da experiência religiosa é penetrada pela ciência teológica e expressa por
ela em formulários definidos (fator intelectual). O PAPA PIO X condenou esta doutrina
no Decreto “Lamentabili” (1907) e na Encíclica “Pascendi Dominici Gregis” (1907). [3]
Contra o Modernismo, a Igreja Católica destaca que o dogma segundo seu
conteúdo é de origem verdadeiramente divina, ou seja, é a expressão de uma
verdade objetiva, e seu conteúdo é imutável.
3. Classificação
Os dogmas são classificados:
a) De acordo com o seu conteúdo como:
Dogmas Gerais (dogmata generalia) e Dogmas Especiais (dogmata
specialia). Ao primeiro pertencem as verdades fundamentais do
cristianismo, ao segundo as verdades individuais nele contidas.
b) De acordo com sua relação com a Razão como:
Dogmas Puros (dogmata pura) e Dogmas Mistos (dogmata mixta).
Dogmas Puros: Conhecemos apenas por meio da Revelação Divina, por
exemplo, A Santíssima Trindade (mistérios)
Dogmas Mistos: Conhecemos por meio da Revelação Divina e também
pela Razão Natural, por exemplo, A Existência de Deus.
c) Segundo o modo como a Igreja as propõe, como:
Dogmas Formais (dogmata formalia) e Dogmas Materiais (dogmata
materialia).
Dogmas Formais: São propostos para serem acreditados pela
Autoridade Docente da Igreja como verdades da Revelação;
[1] Alfred Firmin Loisy * 28 de fevereiro de 1857, † 1º de junho de 1940. foi um padre
católico, professor e teólogo francês. É geralmente creditado como um fundador do
modernismo teológico na Igreja Católica. Ele era um crítico das visões tradicionais da
criação bíblica, e argumentava que o criticismo da Bíblia poderia ser utilizado para
interpretar as Sagradas Escrituras. As suas posições o colocavam em conflito com os
membros conservadores da igreja, incluindo os Papas Leão XIII e Pio X. Em 1893, ele foi
demitido como professor do Instituto Católico de Paris. Os seus livros foram condenados
pelo Vaticano I e, em 7 de março de 1908, ele foi excomungado. Após sua excomunhão, ele
se tornou um intelectual secular.
[2] L’Èvangile et l’Èglise, Paris, 1902, 158.
[3] Dz 2022, 2078, 2079, 2080.
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Dogmas Materiais: Não são assim propostos, razão pela qual não são
Dogmas em sentido estrito (stricto sensu).
d) De acordo com sua relação com a salvação como:
Dogmas Necessários (dogmata necessaria) e Dogmas Não Necessários
(dogmata non-necessaria).
Dogmas Necessários: Deve ser explicitamente crido por todos para
alcançar a salvação eterna; [1]
Dogmas Não Necessários: Basta a fé implícita (fides implicita). [2]
§ 5. O Desenvolvimento do Dogma
[1] Mc 16,16 Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado.
Jo 3,15 a fim de que todo aquele que crer tenha nele vida eterna. Pois Deus amou tanto o
mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha
vida eterna.
[2] Cf. Hb 11,6 Ora, sem a fé é impossível ser-lhe agradável. Pois aquele que se aproxima de
Deus deve crer que ele existe e que recompensa os que o procura.
[3] Cf. Adolf von Harnack * Dorpat, Estônia, 7 de maio de 1851, † Heidelberg, 10 de junho
de 1930, foi um teólogo alemão, além de historiador do cristianismo. Suas duas obras mais
conhecidas são o Lehrbuch der Dogmengeschichte (“Manual de história do dogma”, em três
volumes) e a série de palestras Das Wesen des Christentums (“A essência do cristianismo”),
texto clássico da teologia liberal.
[4] Cf. Alfred Firmin Loisy.
[5] Cf. Dz 2064.
[6] Autour d’un petit livre, Paris 1903, XXIV.
[7] Anton Günther * 17 de novembro de 1783 Lindenau, Bohemia (agora parte de Cvikov,
República Tcheca), † 24 de fevereiro de 1863 Viena, foi um filósofo católico romano
austríaco cujo trabalho foi condenado pela igreja como triteísmo herético. Seu trabalho foi
descrito como o catolicismo liberal e o primeiro movimento político católico de Viena.
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intellexit et intelligit Ecclesia. Se alguém diz que, em razão do progresso da
ciência, deve-se dar aos dogmas da Igreja um sentido diferente daquele que a
Igreja entendeu e os entende para que seja anátema.” [1] Na Encíclica
“Humani Generis” (1950), [2] o Papa Pio XII rejeitou esse relativismo
dogmático, que exigiria que os dogmas fossem expressos nos conceitos da
filosofia dominante em qualquer momento particular, e envoltos na corrente
do desenvolvimento filosófico: “Esta concepção”, diz ele, “faz do dogma uma
cana, que é levada de um lado para outro pelo vento”. [3]
A fundamentação para a imutabilidade dos dogmas está na origem divina
das Verdades que eles expressam. A Verdade Divina é tão imutável quanto o
próprio Deus: [4] “A verdade do Senhor permanece para sempre” (Sl 116, 2). “O
céu e a terra passarão, mas a minha palavra não passará” (Mc 13,31).
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SÃO GREGÓRIO MAGNO diz: “Com o progresso dos tempos, o
conhecimento dos Pais espirituais aumentou; pois, na Ciência de Deus,
Moisés foi mais instruído do que Abraão, os Profetas mais do que Moisés, os
Apóstolos mais do que os Profetas”. [1]
Com Cristo e os Apóstolos concluiu-se a Revelação Geral.
(Sententia certa)
O Papa Pio X rejeitou a doutrina liberal protestante e modernista da
evolução da religião através das “Novas Revelações”. Assim, ele condenou a
proposição de que: “A Revelação, que é o objeto da Fé Católica, não terminou
com os Apóstolos”. [2]
O ensinamento claro das Sagradas Escrituras e da Tradição é que depois
de Cristo e dos Apóstolos que proclamaram a mensagem de Cristo, nenhuma
outra Revelação será feita. Cristo foi o cumprimento da Lei do Antigo
Testamento, [3] e o mestre absoluto da humanidade: [4] “Um é o vosso mestre,
Cristo”. [5] Os Apóstolos viam em Cristo “a vinda da plenitude dos tempos” [6]
e consideravam como tarefa sua a preservação, integral e não falsificada, da
herança de fé que lhes foi confiada por Cristo. [7] Os Santos Padres
explicitada por completo; caberá à fé cristã captar gradualmente todo o seu alcance ao
longo dos séculos.
[1] SÃO GREGÓRIO MAGNO. Homiliae in Ezechielem. liber 2, homilia IV (4),12. PL 76,980B.
p. 496.
[2] Dz 2021.
[3] Mt. 5,17 Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes
pleno cumprimento, 18 porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não
será omitido nem um só i, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado. 19 Aquele,
portanto, que violar um só desses menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o
mesmo, será chamado o menor no Reino dos Céus. Aquele, porém, que os praticar e os
ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus. 20 Com efeito, eu vos asseguro que se
a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus.
21
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; aquele que matar terá de responder no
tribunal. 22 Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, terá de
responder no tribunal; aquele que chamar ao seu irmão ‘Cretino!’ estará sujeito ao
julgamento do Sinédrio; aquele que lhe chamar ‘Louco’ terá de responder na geena de fogo.
[4] Mt 23,10 Nem permitais que vos chamem ‘Guias’, pois um só é o vosso guia, Cristo.
[5] cf. Mt 28,18 Jesus, aproximando-se deles, falou: “Toda a autoridade sobre o céu e sobre a
terra me foi entregue. 19 Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos,
batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo 20 e ensinando-as a observar
tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos!”
[6] Gl 4,4 Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de
uma mulher, nascido sob a Lei, 5 para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que
recebêssemos a adoção filial.
[7] 1Tm 6,14 guarda o mandamento imaculado, irrepreensível, até à Aparição de nosso Senhor
Jesus Cristo, … 20 Timóteo, guarda o depósito, evita o palavreado vão e ímpio, e as
contradições de uma falsa ciência, 21 pois alguns, professando-a, se desviaram da fé. A graça
esteja convosco!
14
repudiaram indignados a pretensão dos hereges de possuir doutrinas
secretas ou novas Revelações do Espírito Santo. SANTO IRINEU DE LIÃO, [1] e
TERTULIANO [2] enfatizam, contra os gnósticos, que a plena verdade do
Apocalipse está contida na doutrina dos Apóstolos que é preservada
infalsificável através da sucessão ininterrupta dos bispos.
b) Quanto ao lado Formal do dogma, isto é, no conhecimento e na
proposta eclesiástica da Verdade Revelada, e consequentemente também na
fé pública da Igreja, há um progresso (desenvolvimento acidental dos
dogmas) que ocorre da seguinte maneira:
1) Verdades que antes eram apenas cridas implicitamente, são propostas
expressamente para serem cridas. “quantum ad explicationem crevit
numerus articulorum (fidei), quia quaedam explicite cognita sunt a
posterioribus, quae a prioribus non cognoscebantur explicite. Houve um
aumento no número de artigos (de fé) acreditados explicitamente, uma vez
que para aqueles que viveram em tempos posteriores alguns eram
conhecidos explicitamente, que não eram conhecidos explicitamente por
aqueles que viveram antes deles.” [3]
2) Dogmas Materiais são elevados ao status de Dogmas Formais.
3) Para facilitar a compreensão geral e evitar mal-entendidos e distorções,
as antigas verdades que sempre foram acreditadas, por exemplo, a União
Hipostática (unio hypostatica), Transubstanciação, etc., são formuladas em
conceitos novos e bem definidos.
4) As questões anteriormente disputadas são explicadas e decididas, e as
proposições heréticas são condenadas. “ab adversario mota quaestio
discendi existit occasio” (uma pergunta movida por um adversário dá
ocasião para aprender). [4]
A exposição dos dogmas no sentido dado é preparada pela ciência
teológica e promulgada pelo Magistério da Igreja sob a direção do Espírito
Santo. [5] Essas novas exposições da verdade dogmática são motivadas, por
um lado, pelo esforço natural do homem por uma compreensão mais
profunda da Verdade Revelada, e por outro lado por influências externas,
2Tm 1,14 Guarda o bom depósito, por meio do Espírito Santo que habita em nós.
2Tm 2,2 O que de mim ouviste na presença de muitas testemunhas, confia-o a homens
fiéis, que sejam idôneos para ensiná-lo a outros.
2Tm 3,14 u, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como certo; tu
sabes de quem o aprendeste.
[1] SANTO IRINEU DE LIÃO. Adversus haereses. Liber III. Cap. 1; Liber IV. 35, 8
[2] TERTULIANO. De praescriptionibus adversus haereticos. 21. PL 2,33AB. ed. 1844. p.
31.
[3] Cf. S. Th. II-II, q. 1, a. 7.
[4] Cf. SANTO AGOSTINHO, De Civitate Dei contra Paganos libri viginti duo. Liber XVI,
Cap. 2, 1. PL 41,477. ed 1845. p. 247.
[5] Jo 14,26 Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará
tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse.
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como os ataques oriundos da heresia e da incredulidade: controvérsias
teológicas, avanços no conhecimento filosófico e na pesquisa histórica, no
desenvolvimento da liturgia e na afirmação geral da Fé nela expressa.
Até mesmo os Santos Padres enfatizam a necessidade de uma pesquisa
mais profunda sobre as verdades da Revelação, de esclarecer as obscuridades
e de desenvolver os ensinamentos da Revelação. Conforme clássico
testemunho de SÃO VICENTE DE LERIN [1] “Mas talvez alguém diga: Não
haverá então progresso na religião de Cristo? Certamente deve haver, mesmo
um grande e rico progresso … apenas, deve na verdade ser um progresso na
Fé e não uma alteração da Fé. Para o progresso é necessário que algo cresça
por si mesmo, para a alteração, porém, que algo mude de uma coisa para
outra.” [2]
5) Pode haver também um progresso na confissão de fé do crente
individual através da extensão e aprofundamento de seu conhecimento
teológico. A base para a possibilidade deste progresso está na profundidade
das verdades da Fé, por um lado, e, por outro, na variada capacidade de
perfeição da razão humana.
As condições para um verdadeiro progresso no conhecimento da fé por
parte das pessoas são, segundo a declaração do Concílio Vaticano I, o zelo, a
reverência e a moderação: cum sedule, pie et sobrie quaerit. [3]
§ 6. As Verdades Católicas
Correspondendo ao propósito da Autoridade de Ensino da Igreja de
preservar infalsificáveis e de interpretar infalivelmente as Verdades da
Revelação, [4] o objeto primário (obiectum primarium) do Ofício de Ensino
da Igreja é o corpo de verdades e fatos imediatamente revelados por Deus. O
poder doutrinário infalível da Igreja se estende, no entanto,
secundariamente a todas aquelas verdades e fatos que são uma consequência
do ensino da Revelação ou uma pressuposição dele (obiectum secundarium).
Essas doutrinas e verdades definidas pela Igreja não reveladas
imediatamente, mas como intrinsecamente conectadas com as verdades da
Revelação, de modo que sua negação prejudicaria as verdades reveladas, são
chamadas Verdades Católicas (veritates catholicae) ou Ensinamentos
Eclesiásticos (doctrinae ecclesiasticae) para distingui-las das Verdades
Divinas ou Doutrinas Divinas da Revelação (veritates vel doctrinae divinae).
[1] São Vicente de Lérins. Monge galo-romano, santo e Pai da Igreja. Nasceu em Toulouse,
na Gália. A notícia da sua vida resume-se em que, depois de uma existência mundana,
entrou no mosteiro de Lérins, perto de Marselha. Genadio de Marselha escreveu que
Vicente morreu durante o reinado dos imperadores Teodósio II do Oriente e Valentiniano
III do Ocidente, então sua morte deve ter ocorrido em 450, ou pouco antes. Suas relíquias
foram preservadas em Lérins.
[2] Dz 1800.
[3] Dz 1796.
[4] Dz 1800.
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Estes são propostos para a crença em virtude da infalibilidade da Igreja em
ensinar doutrinas de fé ou moral (fides ecclesiastica).
A estas verdades católicas pertencem:
3. Verdades da Razão
Verdades da Razão, que não foram reveladas, mas que estão
intrinsecamente associadas a uma verdade revelada, por exemplo, aquelas
verdades filosóficas que são pressupostos dos atos de Fé (conhecimento do
suprassensível, possibilidade de provas de Deus, espiritualidade da alma, o
livre arbítrio), ou conceitos filosóficos, em termos dos quais se promulga o
dogma (pessoa, substância, transubstanciação, etc.). A Igreja tem o direito e
o dever, para a proteção do patrimônio da fé, de proscrever ensinamentos
filosóficos que direta ou indiretamente ponham em perigo o dogma. O
Concílio Vaticano I declara: “Ius etiam et officium divinitus habet falsi
nominis scientiam proscribendi, Ele também tem o direito e o dever divinos
de proibir o conhecimento de um nome falso. [2]
[1] Dz 1350: sensum quem verba prae se ferunt.
[2] Dz 1798; 1Tm 6,20 Timóteo, guarda o depósito, evita o palavreado vão e ímpio, e as
contradições de uma falsa ciência, 21 pois alguns, professando-a, se desviaram da fé. A graça
esteja convosco! Cl 2,8 Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganosas
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§ 7. Opiniões Teológicas
As opiniões teológicas são opiniões livres sobre aspectos das doutrinas
relativas à fé e à moral, que não são claramente atestadas na Revelação e
nem decididas pela Autoridade de Ensino da Igreja. Seu valor depende das
razões apresentadas em seu favor (associação com a doutrina da Revelação, a
atitude da Igreja, etc.).
Um ponto de doutrina deixa de ser objeto de livre julgamento quando o
Magistério da Igreja toma uma atitude claramente a favor de uma opinião. O
Papa Pio XII explica na Encíclica “Humani generis” (1950): “Quando os
Papas em seus Atos pronunciam intencionalmente um julgamento sobre um
ponto muito controverso, fica claro para todos que isso, de acordo com a
intenção e vontade desses Papas, não pode mais ser aberto à livre discussão
dos teólogos”. [1]
2. Fides Ecclesiastica
As verdades Católicas ou doutrinas da Igreja, sobre as quais o infalível
Magistério da Igreja finalmente decidiu, sejam aceitas com uma fé baseada
na autoridade única da Igreja (fides ecclesiastica). Essas verdades são tão
infalivelmente certas quanto os dogmas propriamente ditos.
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4. Sententia ad Fidem Pertinens – Theologice Certa
Sentença pertencente a Fé, isto é, teologicamente certa [1] é uma doutrina
sobre a qual o Magistério da Igreja ainda não se pronunciou definitivamente,
mas cuja verdade é garantida por sua intrínseca conexão com a doutrina da
revelação (conclusões teológicas).
5. Sententia Communis
A Sentença Comum (sententia communis) é a doutrina que pertence em
si mesma ao campo das opiniões livres, mas que é aceita pelos teólogos em
geral.
7. Sententia Pia
Aqueles que são considerados de acordo com a consciência da Fé da
Igreja são chamados de opiniões piedosas – sentença piedosa (sententia
pia).
9. Opinio Tolerata
O menor grau de certeza é possuído pela opinião tolerada (opinio
tolerata), que é apenas fracamente fundamentada, mas que é tolerada pela
Igreja.
No que diz respeito ao ensino doutrinário da Igreja, deve-se notar que
nem todas as afirmações do Magistério da Igreja sobre questões de fé e moral
são infalíveis e, portanto, irrevogáveis. Só são infalíveis os que emanam dos
Consílios Gerais que representam todo o episcopado e das Decisões
Pontifícias Ex Cathedra. [2] A forma ordinária e usual da atividade de ensino
papal não é infalível. Além disso, as decisões das Congregações Romanas
(Santo Ofício, Comissão Bíblica) não são infalíveis. No entanto,
normalmente eles devem ser aceitos com um consentimento interior que se
baseia na alta autoridade sobrenatural da Santa Sé (assensus internus
supernaturalis, assensus religiosus). O chamado “silentium obsequious”,
que é “silêncio reverente”, geralmente não é suficiente. Excepcionalmente, a
obrigação de acordo interno pode cessar se um perito competente, após
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renovada investigação científica de todos os fundamentos, chegar à
convicção positiva de que a decisão assenta em erro. [1]
§ 9. Censuras Teológicas
Por censura teológica entende-se o julgamento que caracteriza uma
proposição que toca a fé católica ou o ensinamento moral como contrária à fé
ou pelo menos como duvidosa. Se for proferida pela Autoridade do
Magistério da Igreja, é uma sentença de autoridade ou judicial (censura
authentica ou iudicialis). Se for pronunciado pela Ciência Teológica, é um
juízo doutrinário privado (censura doctrinalis).
As censuras usuais são as seguintes:
1. Propositio Haeretica
Uma proposição herética (propositio haeretica). Isso significa que a
proposição se opõe a um dogma formal;
4. Propositio Erronea
Uma proposição errônea (propositio erronea), isto é, oposta a uma
verdade que é proposta pela Igreja como uma verdade intrinsecamente
ligada a uma verdade revelada (error in fide ecclesiastica) ou oposta ao
ensinamento comum dos teólogos (error theologicus);
5. Propositio Falsa
Uma Proposição Falsa (propositio falsa). isto é, contradizendo um fato
dogmático;
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6. Propositio Temeraria
Uma Proposta Temerária (propositio temeraria). isto é, desviando-se
sem razão do ensino geral;
9. Propositio Captiosa
Uma proposição capciosa (propositio captiosa), ou seja, repreensível por
causa de sua ambiguidade intencional;
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