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Guias e Manuais

2010

Gestão de Benefícios
do Programa Bolsa Família
VOLUME II

Programa Bolsa Família


Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Manual de Gestão
de Benefícios
Volume II

Administração de Pagamento e Cartões,


Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família
e Integração de Programas de Transferência de Renda

Brasília, novembro 2010


Sumário

Apresentação.................................................................................................................................................................. 5

PARTE I - Administração do Pagamento de benefícios, de Cartões


e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família................................................................................................... 7
Capítulo I – O Programa Bolsa Família e a Gestão de Benefícios........................................................................ 7
1. O Programa Bolsa Família............................................................................................................................................. 7
2. A Gestão de Benefícios do Programa Bolsa Família....................................................................................................... 8
2.1 Conceitos................................................................................................................................................................ 8

Capítulo II – O Pagamento de benefícios do PROGRAMA Bolsa Família............................................................. 10


1. Administração do pagamento de benefícios do Bolsa Família.................................................................................... 10
2. O Calendário de Pagamento do Bolsa Família............................................................................................................. 11
3. Canais de Pagamento do Bolsa Família....................................................................................................................... 12
3.1 Municípios desassistidos de Canais de Pagamento............................................................................................... 15
4. Saque de Benefícios do Bolsa Família......................................................................................................................... 17
4.1 Comprovante de Saque dos benefícios.................................................................................................................. 19
5. Monitoramento dos saques dos benefícios do PBF..................................................................................................... 24

Capítulo IIi – Os cartões do Bolsa Família............................................................................................................. 27


1. Definição e funcionalidades dos Cartões Bolsa Família............................................................................................... 29
1.1 Definição dos Cartões Bolsa Família...................................................................................................................... 29
1.2 Funcionalidades dos Cartões Bolsa Família......................................................................................................... 31
2. Notificação da Concessão de Benefícios, Aviso de Remessa Postal de Cartão Social Bolsa Família.............................. 34

3. Emissão dos Cartões Bolsa Família.............................................................................................................................. 35
3.1 Emissão da 1ª via do Cartão Social Bolsa Família.................................................................................................. 35
3.2 Emissão da 2ª via do Cartão Social Bolsa Família.................................................................................................. 35 Apresentação
4. Remessa e entrega de Cartões Bolsa Família.............................................................................................................. 36
4.1 Entrega do Cartão Social Bolsa Família pelos Correios........................................................................................... 36
4.2 Articulação entre a Gerência local da Caixa e a Gestão Municipal do PBF para entrega do Cartão Social Bolsa Família......40
5. Ativação de Cartões Bolsa Família.............................................................................................................................. 42 O objetivo desta publicação é divulgar as informações relativas ao pagamento e aos cartões do Pro-
6. Monitoramento dos Cartões Bolsa Família.................................................................................................................. 43 grama Bolsa Família (PBF) e à inclusão bancária dos seus beneficiários. Também aborda sinteticamente
a integração de programas locais de transferência de renda ao Bolsa Família.
7. Cancelamento de Cartões Bolsa Família..................................................................................................................... 43
O público preferencial são os gestores municipais do Programa Bolsa Família, atores fundamentais
para que o Programa atinja seus objetivos. A gestão municipal é a principal responsável por etapas
Capítulo Iv – inclusão bancária do Bolsa Família............................................................................................... 46 importantes na gestão do PBF, da realização do cadastro das famílias ao acompanhamento da con-
1. Definição da Inclusão Bancária do Bolsa Família........................................................................................................ 46 dicionalidades de educação e saúde. Sem dúvida, o ente municipal é positivamente afetado pela ad-
2. O Projeto de Inclusão Bancária do PBF........................................................................................................................ 47 ministração eficiente de pagamentos e cartões do PBF, pois os benefícios financeiros percebidos pelas
2.1 Fases do Projeto de Inclusão Bancária................................................................................................................... 48 famílias são aplicados na economia local, favorecendo a sua dinamização e a circulação de moeda.
3. Características da conta bancária dos beneficiários do Bolsa Família.......................................................................... 51 As informações aqui contidas também são úteis para quaisquer sujeitos, individuais ou coletivos,
institucionais ou não, que requeiram informações sobre a gestão do PBF, particularmente para os Con-
4. Adesão à Inclusão Bancária do Bolsa Família.............................................................................................................. 52
selhos de Gestão do PBF, Conselhos de Controle Social, ministérios públicos, órgãos de Controle Externo,
5. Atribuições do gestor municipal na Inclusão Bancária do Bolsa Família...................................................................... 55
Gerentes locais da CAIXA, coordenadores estaduais do Programa e outras pessoas interessadas em co-
6. Monitoramento da Inclusão Bancária do Bolsa Família.............................................................................................. 56 nhecer com mais detalhes o funcionamento do Programa.
Espera-se que esta publicação contribua para o aperfeiçoamento do Programa no cumprimento
Parte II – Integração de Programas de Transferência de Renda............................................... 57 de seu objetivo maior, que é garantir à população mais pobre o acesso a uma alimentação saudável e
Capítulo V – Integração de programas locais de transferência de renda ao Bolsa Família.................... 57 adequada, à saúde e à educação – direitos estes consagrados pelo Estado Brasileiro.
1. Definição da integração de programas locais de transferência de renda ao Bolsa Família........................................... 57 Este manual está dividido em duas partes principais:
2. Administração da Integração de Programas Transferência de Renda.......................................................................... 59
Parte I – Administração do Pagamento e de Cartões do PBF e da Inclusão Bancária do Bolsa Família:
2.1 Modalidades de Integração de Programas mais usadas pelos entes federados..................................................... 59
Capítulo I – O Programa Bolsa Família e a Gestão de Benefícios
2.2 Principais vantagens da integração de programas locais de transferência de renda ao Bolsa Família................... 60 Capítulo II – O Pagamento de benefícios do Programa Bolsa Família
2.3 Celebração de Acordo de Cooperação.................................................................................................................... 62 Capítulo III – Cartões do Programa Bolsa Família
Capítulo IV – Inclusão Bancária do Bolsa Família

Parte II – Integração de programas locais de transferência de renda ao Bolsa Família:


Capítulo V – Integração de programas locais de transferência de renda ao Bolsa Família

Manual de Gestão de Benefícios - Volume 7II


Parte I – Administração do Pagamento de benefícios,
de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

CAPÍTULO I
O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
E A GESTÃO DE BENEFÍCIOS

1 - O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda direta às famílias pobres
e extremamente pobres, que vincula o recebimento do auxílio financeiro ao cumprimento de compro-
missos (condicionalidades) nas áreas de Educação e Saúde.
Instituído pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto nº 5.209, de
17 de setembro de 2004, o Programa Bolsa Família tem por objetivos:

• Promover o acesso à rede de serviços públicos, em especial, de saúde, educação e assis-


tência social;
• Combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional;
• Estimular a emancipação sustentada das famílias que vivem em situação de pobreza e
extrema pobreza;
• Combater a pobreza; e
• Promover a intersetorialidade, a complementaridade e a sinergia das ações sociais do Po-
der Público.

O Bolsa Família integra e unifica os atos e procedimentos de gestão de antigos programas de trans-
ferência de renda do Governo Federal, chamados Programas Remanescentes, a saber: Bolsa Escola,
instituído pela Lei no 10.219, de 21 de abril de 2001; Bolsa Alimentação, instituído pela MP no 2.206,

Manual de Gestão de Benefícios - Volume 9II


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

de 6 de setembro de 2001; Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto no 4.102, de 24 de janeiro de 2002; e • Folha de pagamento: listagens geradas uma vez em cada mês para pagamento dos valores
Cartão Alimentação, instituído pela Lei no 10.689, de 13 de junho de 2003. apurados junto à lista de famílias com benefícios financeiros concedidos;
• Parcelas de pagamento: é o valor financeiro a ser transferido mensalmente, calculado com base
2 - A GESTÃO DE BENEFÍCIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA nos benefícios que a família possui no momento em que é gerada a folha de pagamento do PBF;
• Contas de pagamento de benefícios: são as modalidades de contas mantidas pela CAIXA ou
O PBF possui muitos processos e atividades que garantem a transferência mensal de renda às fa- instituição financeira contratada pelo Agente Operador para disponibilização de parcelas à família,
mílias beneficiárias. A gestão de benefícios do PBF compreende as etapas necessárias à transferência tendo o Responsável pela Unidade Familiar como titular da conta. Conforme disposto no art. 2º, §
continuada dos valores referentes aos benefícios financeiros, previstos na Lei nº 10.836, de 2004, desde 12 da Lei nº 10.836, de 19 de janeiro de 2004; as contas de pagamento de benefícios podem assumir
o ingresso da família até seu desligamento do Programa, englobando as ações relativas ao pagamento as seguintes modalidades:
de benefícios. a) contas contábeis;
Os processos que compõem a Gestão de Benefícios do PBF são os seguintes: b) contas-correntes de depósito à vista; e
c) contas especiais de depósito à vista.
• Habilitação, Seleção e Concessão de benefícios financeiros; • Guia de pagamento bancário: é a guia individual para saque de benefícios exclusivamente em
• Administração de benefícios pela Senarc e pelos municípios; agências da CAIXA, em caso de perda, dano ou extravio do cartão magnético;
• Revisão Cadastral; • Cartão magnético: é o principal meio de saque das parcelas de pagamento pela família.
• Pagamento de benefícios financeiros do PBF. • Calendário operacional do PBF: é o cronograma de ações, pactuado entre a CAIXA e a Senarc,
visando à execução de processos operacionais direta ou indiretamente relacionados à geração da folha
Os três primeiros processos citados são conceituados e abordados com detalhes no Volume de pagamento e ao cumprimento do calendário de pagamento do Programa, nos termos da Portaria
I do Manual de Gestão de Benefícios. Neste Volume II será abordado apenas o processo de pagamento GM/MDS nº 532, de 3 de novembro de 2005.
de benefícios financeiros do Programa Bolsa Família. A Caixa Econômica Federal (CAIXA) realiza o paga-
mento dos benefícios financeiros do PBF, em todo o território nacional. O saque do benefício é feito por
meio do cartão Bolsa Família, cuja entrega às famílias também é de responsabilidade da CAIXA. Com
a inclusão bancária dos beneficiários do PBF, este pagamento também pode ser feito diretamente na
conta-corrente da família.
Este Manual aborda, portanto, as seguintes temáticas:

a) Administração do pagamento dos benefícios do Programa Bolsa Família;


b) Administração de cartões do Programa Bolsa Família; e
c) Projeto de Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família.

2.1 - CONCEITOS

Para melhor compreensão da gestão de benefícios do PBF, é importante conhecer alguns conceitos
importantes:
• Benefícios da família: é o conjunto de todos os benefícios financeiros específicos transferidos à
família por meio de seu respectivo Responsável pela Unidade Familiar (RF);

10 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 11


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

pagador é realizada pelo Banco de Brasília (BRB). Essa estratégia decorreu da pactuação entre o MDS e o
governo do Distrito Federal para integração do Bolsa Família ao programa de transferência de renda local.
A integração de programas de transferência de renda será tema do Capítulo V desta publicação.
Quanto à organização e à operação da logística de pagamento do Bolsa Família, o MDS possui
contrato com a CAIXA para pagamento de benefícios e distribuição do cartão Bolsa Família. Em cada
município, há uma agência CAIXA de vinculação incumbida dessas atividades e, em cada agência, o
CAPÍTULO II respectivo gerente-geral ou funcionário designado deve realizar a interlocução institucional com a
Prefeitura, estando permanentemente informado e capacitado pelo Agente Operador.
O PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS Para o MDS, a administração do pagamento de benefícios do Bolsa Família significa promover a
DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA melhor prestação de serviços para que a transferência de renda prevista no Bolsa Família ocorra regu-
larmente, com facilidades disponíveis em cada município do Brasil. Em razão disso, o MDS também
acompanha a prestação de serviços realizada pela CAIXA, buscando identificar necessidades de melho-
ria e estimular o constante aprimoramento dos processos utilizados para o pagamento dos benefícios
do PBF às famílias.
A Administração do Pagamento de Benefícios do Bolsa Família, envolve os seguintes processos:

1 - ADMINISTRAÇÃO DO PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS DO BOLSA FAMÍLIA a) Estabelecimento e divulgação do Calendário de Pagamentos do Bolsa Família;
b) Acompanhamento da situação dos canais de pagamento do Bolsa Família;
O Programa Bolsa Família atende a mais de 12 milhões de famílias, realizando pagamentos mensais c) Monitoramento dos saques de benefícios do PBF;
dos benefícios em todos os municípios. Isto demonstra a complexidade da estrutura utilizada para seu
funcionamento, cujas diretrizes e gestão estão a cargo do Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome (MDS), por meio da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc). 2 - O CALENDÁRIO DE PAGAMENTO DO BOLSA FAMÍLIA
A administração do pagamento do PBF consiste no processo de planejamento, implementação
e controle dos fluxos necessários para acionar a rede de pagamentos da CAIXA e permitir o saque Os benefícios financeiros do PBF são pagos mensalmente, seguindo um calendário nacional. Os
dos benefícios pelas famílias. Elemento primordial da proposta do PBF, a transferência de renda valores do beneficio que as famílias recebem são diferentes, em função da renda familiar por pessoa e
– caracterizada pela disponibilização de benefícios para saque pelas famílias pertencentes ao Pro- de acordo com a composição familiar, podendo variar de R$ 22,00 a R$ 200,001.
grama – fica comprometida sem uma administração de pagamento bem feita. O calendário de pagamento é elaborado com base na sequência do dígito verificador do Número
O funcionamento do PBF conta com a participação da Caixa Econômica Federal (CAIXA), legal- de Identificação Social (NIS) – último dígito numérico: de 1 até 0 – do Responsável pela Unidade Fami-
mente constituída como Agente Operador do Programa pela Lei nº 10.836, de 2004, e pelo Decreto liar que é o titular do cartão Bolsa Família.
nº 5.209, de 19 de janeiro 2004, contratada pelo MDS para: (i) fornecer infraestrutura para o Cadastro Em geral, o período de pagamento corresponde aos últimos 10 dias úteis do mês de referência
Único; (ii) desenvolver dos sistemas de processamento de dados; (iii) organizar e operar a logística (mês corrente), exceto no mês de dezembro, quando se refere aos 10 dias úteis anteriores a 31 de
de pagamento; e (iv) elaborar relatórios e fornecer bases de dados necessários ao acompanhamento, dezembro, em função das festas de final de ano.
controle, avaliação e fiscalização do PBF. O calendário de pagamentos do PBF (Figura 1) é atualizado anualmente e está sempre disponível
A CAIXA é, também, a instituição financeira responsável pela realização do pagamento de benefícios
do Bolsa Família em todo o país (agente pagador), exceto no Distrito Federal, onde a função de agente
1
Para mais informações sobre a composição e cálculo do benefício transferido às famílias pelo Programa e seus valores atuais, consulte o Volume I deste Manual
de Gestão de Benefícios.

12 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 13


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

para consulta nos locais onde é feito o saque do benefício Bolsa Família – agências e postos de aten- A Tabela 1 abaixo mostra o número de canais de pagamento, segundo a UF e de acordo com a
dimento bancário, casas lotéricas e estabelecimentos comerciais. Também é possível consultá-lo nos modalidade disponível (posição em julho de 2010).
sítios eletrônicos da CAIXA (www.caixa.gov.br) e do MDS (www.mds.gov.br/bolsafamilia).
Correspondente Caixa Pontos de Atendimento
UF Agência Lotéricos Total
Aqui Eletrônico (PAE)
Figura 1 – Calendário de Pagamento de 2011
AC 8 23 33 7 71
AL 33 128 117 42 320
AM 22 119 73 14 228
AP 6 12 19 5 42
BA 99 677 133 65 974
CE 56 296 150 22 524
DF 65 198 26 97 386
ES 61 211 59 29 360
GO 74 415 199 58 746
MA 29 265 158 17 469
MG 284 1.273 961 135 2.653
MS 33 136 35 19 223
MT 27 195 93 30 345
PA 34 213 94 12 353
3 - CANAIS DE PAGAMENTO DO BOLSA FAMÍLIA PB 32 190 159 30 411
PE 79 322 108 58 567
A rede da CAIXA é composta por canais de pagamento (ou pontos de pagamento) disponibilizados PI 23 135 213 26 397
para pagamento dos benefícios do PBF e incluem: PR 216 735 489 112 1.552
RJ 197 782 232 60 1.271
a) 2.444 agências, postos de atendimento bancários ou Postos Avançados de Atendimento RN 29 170 111 35 345
– estabelecimentos próprios da CAIXA;
RO 13 70 82 11 176
b) 10.466 unidades lotéricas - pessoa jurídica com permissão outorgada pela CAIXA para
RR 3 18 22 3 46
realização de prognósticos e serviços bancários estabelecidos em contrato;
RS 223 726 524 131 1.604
c) 5.323 correspondentes CAIXA AQUI – estabelecimentos comerciais credenciados e habi-
SC 116 458 360 69 1.003
litados pela CAIXA para prestar serviços especificados em contrato;
SE 23 116 38 17 194
d) 1.267 terminais de Autoatendimento – equipamentos de automação bancária da CAI-
XA, sob a responsabilidade de uma agência bancária. SP 644 2.485 735 149 4.013
TO 15 98 100 14 227
Por meio dessa rede de pagamentos, os benefícios do PBF podem ser sacados por qualquer família be- Total 2.444 10.466 5.323 1.267 19.500
neficiada, respeitando o calendário nacional, utilizando o cartão social ou o cartão bancário Bolsa Família. Fonte: CAIXA, julho/2010

14 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 15


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

A CAIXA, por força do contrato com o MDS, deve manter disponível, no mínimo, um canal de paga-
mento na sede de cada município, com pelo menos um estabelecimento comercial formal que atenda
Atenção: Em qualquer caso, denuncie ou reclame sobre problemas e fraudes eventu-
almente existentes, por parte de prestadores de serviço da CAIXA, como correspondentes ban-
às exigências legais para atuar como preposto da CAIXA, e cada canal de pagamento deverá possuir,
cários ou lotéricos, ou mesmo funcionários, no atendimento das famílias do Bolsa Família. Com
no mínimo, um ponto de pagamento. Entende-se por ponto de pagamento cada terminal financeiro
isso, você estará ajudando a melhorar o serviço prestado em sua cidade, por parte do Agente
disponibilizado e ativo.
Operador do Bolsa Família. Para reclamar ou denunciar, ligue para a Ouvidoria da Caixa, no
Para garantir a prestação adequada dos serviços contratados pelo MDS junto à CAIXA, para paga-
telefone 0800 725 7474, que funciona de 8h às 18h, horário de Brasília, em dias úteis. O atendi-
mento dos benefícios às famílias, as seguintes irregularidades, quando detectadas pela CAIXA – ou
mento às pessoas com deficiência auditiva é realizado pelo número 0800 726 2492. Se for iden-
constatadas pelos gestores municipais – devem ser corrigidas rapidamente, sem prejuízo de outras
tificada como primeira reclamação sobre um assunto, a demanda será encaminhada ao Serviço
ações cabíveis:
de Atendimento ao Cliente (SAC) da Caixa, que tem o prazo de cinco dias úteis para fornecer
a resposta. Em caso de denúncia ou de reclamação não solucionada no SAC, a ocorrência será
a) Recusa no pagamento de famílias beneficiárias, sem motivo justificado;
tratada pela Ouvidoria, no prazo máximo de 15 dias consecutivos.
b) Retenção de valores financeiros a título de cobrança de taxas, pela realização de serviço
de qualquer espécie;
c) Vinculação do pagamento de família beneficiária à aquisição de mercadorias ou produ-
Sempre que o gestor municipal detectar algum dos problemas acima descritos deve informar à
tos de qualquer natureza;
Senarc, anexando o maior número possível de informações, conforme estabelece o inciso IX, do artigo
d) Discriminação no pagamento de famílias beneficiárias, com a fixação de locais ou horá-
20, da Portaria GM/MDS nº 555, de 11 de novembro de 2005.
rios inadequados para atendimento;
e) Inoperância de equipamentos ou terminais eletrônicos necessários ao pagamento de
3.1 - MUNICÍPIOS DESASSISTIDOS DE CANAIS DE PAGAMENTO
famílias beneficiárias;
f) Inexistência de numerário em montante suficiente para o pagamento de famílias be-
Há uma expressiva participação de casas lotéricas e correspondentes bancários na rede de paga-
neficiárias;
mentos utilizada pelo Programa, que são usados como locais de saque pelas famílias. Essa característi-
g) Conivência do canal de pagamento na realização de pagamentos sucessivos a uma úni-
ca da rede de pagamentos do Bolsa Família, ao mesmo tempo que possibilita maior capilaridade, com
ca pessoa portadora de cartões de várias famílias beneficiárias;
presença em quase 100% dos municípios brasileiros, exige um monitoramento sistemático do proces-
h) Apropriação indevida de cartões pelos canais de pagamento;
so para identificação de cidades sem canais de pagamento em funcionamento (temporariamente ou
i) Descumprimento do calendário de pagamento aprovado pelo MDS;
não). A existência ou não de canais de pagamentos no município e também a suficiência em relação ao
j) Inexistência de canais de pagamento suficientes para o pagamento das famílias do Pro-
seu porte ou número de habitantes é um fator que tem impacto direto no pagamento dos benefícios
grama Bolsa Família;
do PBF às famílias.
k) Duração elevada do tempo de permanência das famílias nas filas de atendimento dos
Considerando-se as dimensões continentais do Brasil e a abrangência do PBF – presente hoje em
canais de pagamento.
5.565 municípios e atendendo mais de 12 milhões de famílias, é um grande desafio fazer chegar o benefí-
cio financeiro do Programa Bolsa Família a todos os beneficiários, respeitando o calendário de pagamento.
A CAIXA realizará apurações preliminares, auditoria, sindicância ou inquérito administrativo nos
Para que nenhuma cidade fique sem canais de pagamento, em 2007, o MDS iniciou o levantamento de
canais de pagamento, sempre que necessário e sem prejuízo das sanções administrativas, civis e penais
dados para identificar localidades com ineficiência da logística de pagamento do PBF, tendo por objetivo
cabíveis. Entre outras medidas possíveis, a CAIXA poderá realizar a notificação dos correspondentes
diagnosticar os problemas e desenvolver melhorias e modelos alternativos para pagamento de benefícios.
CAIXA Aqui ou unidades lotéricas para a restituição dos prejuízos causados. Caso necessário, poderá
Com essa mesma finalidade foi desenvolvida uma proposta de logística especial de pagamento, em mu-
proceder ao cancelamento da concessão do serviço.
nicípios com insuficiência de canais de pagamento, entre outras estratégias.

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Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

Esses esforços culminaram no estabelecimento de ações adicionais, por parte da CAIXA, para ga- O MDS também pode solicitar à CAIXA a ampliação do número de canais de pagamento existente
rantir, de forma regular, segura e efetiva, o pagamento às famílias do Programa, residentes em cidades nas cidades, no intuito de melhorar a qualidade dos serviços necessários ao pagamento de famílias
sem nenhum canal de pagamento. Na atualidade, por força contratual, a CAIXA está implementando beneficiárias. Nesses casos, a CAIXA analisará os aspectos legais pertinentes à viabilidade operacional
rotinas administrativas para que o pagamento de benefícios possa se realizar em cidades desassistidas e econômica do empreendimento e encaminhará sua decisão ao MDS.
de canais de pagamento. A CAIXA e o MDS estudam ainda alternativas para o pagamento dos benefícios a populações dis-
Assim, nos municípios em que, eventual e provisoriamente, os canais de pagamento estejam in- persas que residam em regiões de difícil acesso ou áreas remotas, inclusive para adequação, se consi-
disponíveis por período superior a 30 dias, a Caixa deverá efetuar, o pagamento dos benefícios por derada pertinente, de pagamento de populações tradicionais e específicas.
qualquer um dos meios descritos a seguir:2
4 - SAQUE DE BENEFÍCIOS DO BOLSA FAMÍLIA
a) Envio de funcionários da CAIXA ao município (equipe volante) para realizarem o pagamento;
b) Pagamento em município vizinho mais próximo com condições de realizar o pagamen- O MDS repassa mensalmente os recursos financeiros necessários à CAIXA, para permitir o saque
to, limitado a municípios em um raio de 30 Km; das parcelas de pagamento na rede credenciada. Com base em cada folha de pagamento, a CAIXA paga
c) Pagamento via ordem de pagamento ou vale postal; às famílias e disponibiliza mensalmente, nos comprovantes de pagamentos emitidos, informações so-
d) Custeio, pela CAIXA, do deslocamento dos beneficiários para os municípios próximos; bre as parcelas de pagamento sacadas para cada beneficiário do PBF.
e) Outros meios acordados entre as partes.

A indisponibilidade dos canais de pagamento nos municípios é avaliada rotineiramente pelo MDS, Informação importante: Nunca deve haver intermediação local da prefeitu-
conforme estabelecido no Acordo de Nível de Serviço (ANS), que integra o contrato de serviços entre o ra ou de qualquer outro órgão na entrega dos valores financeiros às famílias. O saque dos bene-
MDS e a CAIXA. Por sua vez, a CAIXA apresenta ao MDS, mensalmente, um plano de ação para atender, fícios financeiros do PBF depende da posse de um cartão magnético e de uma senha pessoal e
adequadamente, à necessidade de canais de pagamentos em municípios desassistidos, estabelecendo intransferível, cadastrada pelo Responsável pela Unidade Familiar.
o prazo para implementação dos mecanismos de pagamento e adequação da rede de pagamentos
disponível nessas cidades.
Em municípios sem pontos de pagamento, os gastos financeiros e o tempo que as famílias preci- O saque deve ser efetuado preferencialmente com a utilização de cartão magnético, cuja senha
sam para efetuar o saque dos seus benefícios são muito altos. Daí a importância da integração entre o esteja devidamente cadastrada.
gestor municipal e a agência de vinculação para resolver rapidamente problemas na operacionalização Em caráter provisório, o saque pode ser realizado pelo portador de Declaração de Substituição
do pagamento identificados nos municípios desassistidos. de Responsável Legal, emitida pelo gestor municipal do PBF, acompanhada de identificação pessoal.
O deslocamento de uma equipe volante para realizar o pagamento em um dia determinado ou Esta declaração, cujo modelo foi apresentado no Volume I deste Manual, será aceita pela agência de
a orientação dos beneficiários para procurarem os canais de pagamento nos municípios vizinhos são vinculação da CAIXA com o município até o recebimento do respectivo cartão.
alternativas possíveis para sanar mais rapidamente problemas que impedem o saque dos benefícios. O saque dos benefícios financeiros de família beneficiária do PBF poderá ser realizado pelo respec-
No entanto, não são ações que garantem o saque pelas famílias residentes nesses municípios, de forma tivo Responsável pela Unidade Familiar por uma das seguintes formas de retirada:
contínua e permanente. O ideal é que o município disponha de pelo menos um canal de pagamento
permanente. a) Saque eletrônico, realizado pelo titular do Cartão Social do Bolsa Família em quaisquer
canais de pagamento. Para que o saque possa ocorrer adequadamente, uma senha eletrô-
nica deverá ter sido previamente cadastrada.
b) Saque eletrônico, realizado pelo titular do cartão bancário do Bolsa Família, nos casos
2
Em razão da publicação deste manual ser recente em relação à assinatura do novo contrato com a Caixa, ocorrida em maio de 2010, essas ações estão sendo
discutidas entre o MDS e a Caixa, para maior detalhamento dos procedimentos necessários a sua efetivação. de famílias que optaram por receber os benefícios por depósito em conta-corrente (Conta

18 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 19


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

CAIXA Fácil Bolsa Família), de acordo com o projeto de inclusão bancária dos beneficiários Compete ainda à CAIXA monitorar e manter numerário (dinheiro em espécie) nos canais de paga-
do Bolsa Família. mento, em cada dia do calendário de pagamentos, em cada município, em quantidade adequada ao
Mais detalhes sobre a utilização e funcionalidades desses cartões podem ser vis- atendimento das famílias na cidade. Ocorrendo queixas quanto à dificuldade de numerário para suprir
tos nos Capítulos III – Cartões do Bolsa Família e IV – Projeto de Inclusão Bancária do PBF pagamentos a beneficiários, o MDS solicita à CAIXA que sejam adotadas as soluções necessárias. Também
deste manual. nesse caso, é importante que o gestor municipal esteja atento a fim de articular-se com o Agente Opera-
c) Saque, por guia de pagamento (Figura 2), realizado pelo beneficiário devidamente dor e com o MDS para evitar que esse problema se repita.
identificado ou pelo portador da Declaração de Substituição de Responsável pela Unidade
Familiar. Essa modalidade de pagamento poderá ser efetuada em caso de problemas que 4.1 - COMPROVANTE DE SAQUE DOS BENEFÍCIOS
impeçam o titular de usar o cartão social do Bolsa Família para saque dos benefícios. A
guia de pagamento pode ser obtida em qualquer agência da CAIXA. No entanto, o saque Logo após a realização do saque do benefício, é automaticamente gerado um comprovante (ou
por esse meio somente poderá ser feito em agências bancárias (atendimento pessoal nos extrato) de pagamento, que fica com o titular do cartão. Um exemplo desse comprovante é mostrado
caixas da agência) ou, ainda, em eventos programados em parceria com os municípios e na Figura 3.
não estará disponível para benefícios creditados em conta-corrente.
Figura 3 – Exemplo de comprovante de saque de benefícios

Figura 2 – Modelo de Guia de Pagamento

d) Saque especial, mediante guia de pagamento programada, é utilizado quando for pre-
ciso realizar pagamentos volantes por equipe da CAIXA, ocasião em que o pagamento é
programado para ocorrer numa determinada localidade previamente definida. O paga-
mento das famílias constantes dessa lista de saque especial somente pode ser feito pela
equipe volante designada, não podendo ser realizado na rede de pagamento da CAIXA
(isto é necessário para evitar pagamentos a uma mesma família, pela equipe volante e
pela rede de canais de pagamento da CAIXA).

20 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 21


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

Quando o beneficiário não consegue sacar o benefício é exibida uma mensagem no rodapé do O Quadro 1 apresenta as mensagens que aparecem nos extratos emitidos nos canais de pagamen-
comprovante de pagamento dos benefícios. Há uma série de razões que impossibilitam o pagamento, to do Agente Operador, explicitando os respectivos motivos e as orientações de providências ao gestor
que podem ser divididas em dois grupos: municipal.
• Benefícios em situação impeditiva para o saque – quando um benefício está bloqueado,
suspenso ou cancelado, sendo impossível ao beneficiário sacar as parcelas de pagamento Quadro 1 – Relação de mensagens impressas nos comprovantes de pagamento não efetivados
sem que alguma atividade de gestão de benefícios seja previamente realizada;
• Falhas nos equipamentos de automação bancária – decorrem de falhas de comunicação ITEM MENSAGEM MOTIVO ORIENTAÇÕES AO GESTOR MUNICIPAL
entre o canal de pagamento e a rede bancária da CAIXA, ou de outros controles implemen-
Mensagem impeditiva de paga-
tados pela CAIXA (não têm relação com a situação de benefícios que impedem o saque). 1 Erro - Tente Novamente mento em decorrência de falha na Orientar o beneficiário a aguardar a regulariza-
comunicação entre o terminal de ção do sistema
pagamento e o sistema da CAIXA.
Nesses casos, é emitida uma informação ao beneficiário explicando o motivo da não realização
Ocorre quando não existem
do saque. Abaixo seguem exemplos de mensagem veiculadas nos extratos e que impedem o saque parcelas disponíveis para saque.
A última parcela disponibilizada
dos benefícios da família: para beneficiário já foi sacada e
Próximo Pagamento - Vide Informar ao beneficiário sobre o calendário de
2 Calendário de Benefícios seu período de validade ainda pagamento
não expirou. Acontece sempre
Bloqueio de benefícios: “Seu beneficio foi bloqueado. O cadastro da sua família para que o beneficiário tenta sacar o
benefício antes da data prevista no
fazer a atualização do seu cadastro e evitar o cancelamento do beneficio a esta desatuali- calendário de pagamento.
zado há mais de 2 anos. Procure a prefeitura.” Pode ocorrer nas seguintes
situações:
1º) Quando, por qualquer motivo,
Cancelamento de benefícios: “Benefício cancelado por falta de atualização cadastral o benefício não for encontrado na 1º) Entre em contato com a CAIXA para regulari-
base cadastral (sistema CAIXA); zar a situação;
há mais de 2 anos.” 2º) Quando o benefício não existe
na base de pagamento de Bene- 2º) Verificar no Sibec a existência ou não de
3 NIS/PIS INEXISTENTE fícios Sociais da CAIXA, por nunca benefícios;
ter existido benefício concedido
para essa família; 3º) Conferir se o pagamento já foi efetuado, caso
3º) Quando o NIS/Beneficiário não tenha sido, entre em contato com a CAIXA
existe na base de pagamento para regularização da situação do beneficiário.
do sistema CAIXA, porém não
existe nenhum benefício/ parcela
cadastrada a ele relacionado.

Ocorre quando não existem


parcelas disponíveis para
saque. A última parcela
disponibilizada para o be-
neficiário já foi sacada e seu Verificar no Sibec a existência ou não de
período de validade expirou. benefícios.
Fora do Prazo
4 Possivelmente, nenhuma
de Pagamento nova parcela de pagamento
vem sendo depositada para a
família, porém o responsável
legal, que já foi beneficiário de
algum programa social, tentou
realizar novo saque.

22 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 23


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

ITEM MENSAGEM MOTIVO ORIENTAÇÕES AO GESTOR MUNICIPAL ITEM MENSAGEM MOTIVO ORIENTAÇÕES AO GESTOR MUNICIPAL

1º) Entre em contato com a CAIXA para Ocorre quando existem parce-
Situação verificada quando o verificar situação do NIS (ativo, cancelado, las disponíveis para saque. A
NIS existente na tarja magné- convertido); parcela disponibilizada para
tica do cartão estiver inválido/ beneficiário somente estará
incorreto (falha sistêmica) ou 2º) Verificar , no Sibec, a existência ou Pagamento a ser liberado sendo paga quando iniciado Informar ao beneficiário sobre o calendário
5 Não é PIS/PASEP/NIS 10
quando a base do sistema de não de benefícios. Se houver, demandar em __/__/____. seu período de validade. Acon- de pagamento
cadastramento da CAIXA não reativação do NIS, junto à CAIXA, segundo tece sempre que o beneficiário
reconhece esse NIS dentro de outros procedimentos relativos à atuali- tenta sacar o benefício antes
uma faixa válida. zação cadastral que possam ser sugeridos da data prevista no calendário
pela CAIXA. de pagamento.

Mensagem exibida em tela e


Ocorre quando o Sistema da no comprovante emitido pelo
CAIXA encontra-se indisponí- Orientar o beneficiário a aguardar a regula- cash dispenser nas seguintes
6 Base Fora do Ar vel para pagamento no mo- rização do sistema situações:
mento da tentativa de saque.
• Quando o nume-
Situação verificada quando rário existente no
o benefício está bloqueado cash dispenser não
na base de pagamento do Verificar no Sibec o motivo do bloqueio e for suficiente para
7 Pagamento Bloqueado Sistema CAIXA, por qualquer providenciar a regularização ou o cancela- Não foi possível realizar pagamento, ou Orientar o beneficiário a procurar outro
11 o pagamento. Dirija-se canal para saque do benefício (agência da
motivo. No comprovante é mento do benefício.
ao caixa • Quando as cédulas CAIXA, Unidade Lotérica).
impresso também o motivo do existentes no equi-
bloqueio. pamento não são
compatíveis com o
Situação verificada quando valor pretendido para
Verificar no Sibec o motivo do cancela-
o benefício foi cancelado. saque (Ex.: beneficiário
mento. Providenciar, se cabível, a regulari-
8 Pagamento Cancelado No comprovante é impresso tem direito a R$ 45,00
zação no Cadastro Único e comandar uma
também o motivo do cance- e o equipamento só
reversão de cancelamento.
lamento. disponibiliza notas de
R$ 10,00 e R$ 50,00).
Esta mensagem pode ocorrer
por dois motivos:
1º) Como consequência do
bloqueio do município pelo
MDS. Além dessas mensagens de insucesso na execução do pagamento de benefícios, o MDS insere
2º) Em alguns municípios, a mensagens informativas nos comprovantes de pagamento sobre diversos aspectos do funcionamento
CAIXA efetua pagamento por
meio da modalidade de saque do Bolsa Família ou do Cadastro Único, entre outras de interesse dos beneficiários. O Quadro 2, abaixo,
especial. Como os pagamentos Informar ao beneficiário acerca do calendá- traz exemplos de mensagens eventualmente utilizadas. É importante que o gestor municipal oriente
CNPJ de Vinculação
9 são feitos individualmente, rio de pagamento acordado entre a CAIXA
Bloqueado o Responsável pela Unidade Familiar a ler (ou pedir que leiam, caso seja analfabeto) as mensagens no
junto à população do municí- e a prefeitura.
pio, por meio de Guia de Paga- rodapé do comprovante de pagamento.
mento, o gerente da agência
precisa comandar o bloqueio
do município e de todos os
seus beneficiários vinculados
para inibir pagamentos
on-line até a finalização dos
pagamentos na localidade.

24 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 25


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

Quadro 2 – Exemplos de mensagens informativas do MDS nos comprovantes de pagamento das famílias Em situações de força maior, como greve da CAIXA, ou calamidade em regiões do País, o MDS
pode modificar o período de validade para prazo superior a 90 dias, embora muito raramente isso seja
Mensagem impressa Significado da mensagem necessário, considerando que o período de validade das parcelas – 90 dias – é adequado para lidar com
Atenção: a posse do cartão do Bolsa Família tais situações. Casos especiais identificados pelos gestores municipais podem ser levados, a qualquer
por terceiros é proibida. Ele é de uso pessoal Alerta o titular sobre cuidados com o cartão a fim de evitar
e intransferível. Você é responsável por ele. seu uso indevido por outras pessoas. momento ao MDS, para análise e decisão do Ministério.
É importante salientar que a validade de 90 dias não se aplica aos beneficiários que possuem os
O cadastro da sua família está desatualizado. Procure Alerta o titular sobre a necessidade de atualização de seu
benefícios depositados em conta bancária, em razão de sua participação no Projeto de Inclusão Bancá-
a prefeitura para fazer a atualização do seu cadastro e
evitar o bloqueio do seu benefício em ____ (mês em que cadastro a fim de evitar o bloqueio do benefício recebido, ria do PBF. Nesse caso, os depósitos feitos permanecem disponíveis para saque a qualquer momento.
orientando-o a procurar o gestor municipal.
poderá ser bloqueado o benefício) O saque bem sucedido dos benefícios do Bolsa Família pelo Responsável Familiar é o que contribui
Seu beneficio foi bloqueado, pois Avisa o beneficiário que o benefício do PBF foi bloqueado para o alcance dos objetivos do Programa Bolsa Família. Logo, o MDS monitora mensalmente a efe-
seu cadastro precisa ser regularizado.
Procure o gestor municipal do Bolsa em função de problemas relacionados ao seu cadastro, tividade de pagamento do PBF, entendida como a relação entre o número de famílias com benefícios
orientando-o a procurar o gestor municipal para resolver
Familia o mais breve possível e evite o o problema. disponibilizados e aquelas que efetivamente sacaram seus benefícios correspondentes a cada folha
cancelamento.
de pagamento gerada. Considerando o pagamento dos benefícios do PBF, durante todo o período de
validade (90 dias), o Programa Bolsa Família possui hoje uma efetividade muito boa – acima de 96%
5 MONITORAMENTO DOS SAQUES Dos BENEFÍCIOS DO PBF – conforme a Figura 4, que mostra a evolução da efetividade de pagamento do PBF, desde o início do
Programa, em 2003.
Normalmente, os benefícios do Bolsa Família de cada folha de pagamento podem ser sacados pela fa- A CAIXA também disponibiliza ao MDS relatório sintético mensal dos benefícios sacados e não
mília em até 90 dias a partir da disponibilização da parcela, de acordo com o Calendário de Pagamentos sacados, pelas famílias beneficiárias, na sua rede de pagamento.
do Programa. Se nesse período não for efetivado o saque desses benefícios, eles são devolvidos pela Como componente do contrato entre o MDS e a CAIXA, há um Acordo de Nível de Serviço estabele-
CAIXA ao MDS, não havendo mais possibilidade de a família ter acesso a eles.

Figura 4 – Gráfico da evolução da efetividade de Pagamento do Bolsa Família


Exemplo: Titular do cartão Bolsa Família cujo Número de Identificação Social (NIS) termina em 9
• A parcela de benefício estará disponível para saque, segundo o calendário de pagamen-
tos, a partir de 28/jan/2011;

• Essa parcela poderá ser sacada até o dia 28/4/2011 (90 dias contados a partir da data em
que o benefício ficou disponível para saque – 28/jan/11);

• Caso o saque não seja efetuado até essa data, a partir de 29 de abril o titular não conse-
guirá mais sacar essa parcela de janeiro/2011;

• O valor correspondente ao benefício não sacado será devolvido pela CAIXA ao MDS, na
conta do Tesouro Nacional. Fonte: CAIXA. Relatório de efetividade de pagamento – folha de pagamentos de abril de /2010.

26 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 27


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

cendo os índices mínimos de atendimento das famílias do PBF. Caso tais índices não sejam alcançados,
a CAIXA pode ser multada por descumprimento de cláusulas contratuais. Exemplos, entre outros:

a) Garantir uma relação de, no máximo, 2.200 famílias por terminal de pagamento de
benefícios em mais de 94% dos municípios assistidos;
b) Garantir que efetividade de pagamento no Brasil seja superior a 96% para cada folha
de pagamentos do PBF. CAPÍTULO IIi
Importante: O gestor municipal pode monitorar o saque dos benefícios do Bolsa Família em Cartões do programa Bolsa Família
sua cidade, contribuindo para a melhoria do indicador de efetividade de pagamentos da localidade.

Em relação à administração de pagamento de benefícios do PBF, as seguintes funcionalidades


estão disponíveis no Sistema de Gestão de Benefícios (Sibec), para auxiliar o gestor municipal em
suas atribuições:

a) Relatório Analítico da Folha de Pagamento: gerado mensalmente, é o relatório


mais completo disponível no Sibec. Contém as principais informações cadastrais do Res- Uma das vantagens significativas do Programa Bolsa Família é que os benefícios financeiros po-
ponsável Familiar e seus dependentes (nome, endereço, NIS, código domiciliar), além de dem ser sacados diretamente pelas famílias, sem intermediários, com a utilização de um cartão mag-
trazer informações sobre todos os benefícios da família (situação de benefício, valor, com- nético e uma senha eletrônica. Um cartão magnético personalizado é emitido para o Responsável pela
petência inicial, final); Unidade Familiar (RF), para realizar o saque integral dos benefícios do PBF em toda a rede de agências
e terminais eletrônicos da CAIXA, casas lotéricas credenciadas e estabelecimentos comerciais com a
b) Relatório Analítico de Benefícios não pagos: esse relatório contém informações marca CAIXA Aqui, também denominados correspondentes bancários.
sobre as parcelas não sacadas pelos beneficiários, respeitado o prazo de validade de 90 A administração de Cartões do Bolsa Família envolve várias etapas, processos e procedimentos
dias para o saque. As informações disponíveis nesse relatório referem-se aos três meses necessários para que os beneficiários do Programa recebam o Cartão Social Bolsa Família e possam sa-
anteriores a sua geração. Exemplo: o arquivo gerado no mês de abril de 2010 mostra os car os seus benefícios financeiros. O MDS acompanha a prestação de serviços de emissão, distribuição,
benefícios não sacados nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2010. entrega e ativação de cartões sociais do Bolsa Família, pela CAIXA, buscando identificar necessidades
de melhoria e estimular o constante aprimoramento dos processos utilizados.
A Administração de Cartões do Bolsa Família abrange os seguintes processos:
a) Definição e funcionalidades dos Cartões Bolsa Família;
b) Notificação da Concessão de Benefícios e Aviso de Remessa Postal do Cartão Social Bolsa Família;
c) Emissão de Cartões Bolsa Família;
d) Remessa e entrega de Cartões Bolsa Família;
e) Ativação e registro de senha de Cartões Bolsa Família;
f) Monitoramento dos Cartões Bolsa Família;
g) Cancelamento de Cartões Bolsa Família.
Esses processos se inter-relacionam, conforme se pode observar no fluxograma apontado na Figura 5.

28 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 29


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

1 - DEFINIÇÃO E FUNCIONALIDADES DOS CARTÕES BOLSA FAMÍLIA

1.1 - DEFINIÇÃO DOS CARTÕES BOLSA FAMÍLIA

O Programa Bolsa Família unificou vários programas sociais que tinham seus próprios cartões
magnéticos e, desde a unificação dos Programas Remanescentes,4 os cartões desses programas foram
paulatinamente substituídos pelo Cartão Bolsa Família. Inicialmente, o Cartão Bolsa Família foi emiti-
do apenas para as famílias que entravam no Programa por não terem benefício de nenhum programa
remanescente. As famílias que vinham para o Bolsa Família migrando de programas remanescentes
permaneceram com seus antigos cartões por algum tempo. Entre 2006 e 2009, houve a troca de todos
os antigos cartões que ainda estavam em operação (Figura 6). Atualmente, apenas são emitidos Car-

Para tornar mais didática a apresentação dos processos inerentes à Administração de Cartões do Bolsa Família, o fluxograma acima é apenas aplicável aos
tões do Bolsa Família.

Figura 6 – Campanha de Substituição de Cartões para Cartão Social Bolsa Família

cartões sociais do Bolsa Família, sendo ligeiramente diferente o processo para o cartão bancário do Bolsa Família.
Figura 5 – Fluxograma da Administração de Cartões do Bolsa Família

Na unificação dos programas, criou-se um cartão magnético com imagem própria para o Programa
Bolsa Família, de tal forma a permitir facilmente a identificação visual da família com o Programa. Isso
foi feito inicialmente com o Cartão Social Bolsa Família e, mais recentemente com o Cartão Bancário
Bolsa Família. Os cartões magnéticos do PBF (bancário e/ou social) são de uso pessoal e intransferível
e são os principais meios usados pelo titular para efetuar o saque dos benefícios a que a família tem
direito.
O Quadro 3, a seguir, identifica esses cartões.
3

4
Programas Remanescentes: Bolsa Escola (Ministério da Educação); Bolsa-Alimentação (Ministério da Saúde); Cartão-Alimentação (extinto Ministério Extraor-
dinário de Segurança Alimentar e Nutricional (Mesa), hoje MDS); Vale-Gás (Ministério das Minas e Energia).

30 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 31


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

Quadro 3 – Cartões Bolsa Família No caso de algum problema com o Cartão Social Bolsa Família, é possível realizar o saque dos benefí-
Cartão Imagem Observação
cios por meio da Guia de Pagamento Bancário diretamente em uma agência da CAIXA.

Observação importante: O benefício da família não está no cartão, mas nas informações
do Sistema de Gestão de Benefícios. Logo, o fato de ela ter a posse de um Cartão Bolsa Família não
significa que essa família ainda tenha benefícios financeiros, uma vez que o beneficiário pode ter sido
Lançado em 2003, é atualmente o principal desligado do Programa e ainda estar com o cartão.
cartão magnético do Bolsa Família, sendo
Cartão Social Bolsa
emitido em nome do Responsável pela
Família Unidade Familiar (RF) de toda família que
ingressa no Programa. 1.2 FUNCIONALIDADES DOS CARTÕES BOLSA FAMÍLIA

Os Cartões Bolsa Família têm funções muito importantes para a gestão do Programa, tais como:

a) É o principal instrumento para saque dos benefícios do PBF pela família, nos pontos de
pagamento da CAIXA;
b) Possibilita a identificação da família no Programa Bolsa Família, por meio de seu NIS; e
c) Dá visibilidade ao vínculo temporário da família com o Programa, estabelecido com a con-
Lançado em 2009, é emitido em nome
do RF para realizar saque dos benefícios
cessão do benefício, permitindo a autoidentificação da família com as regras de funcionamento
Cartão Bancário Bolsa
Família
financeiros do PBF diretamente de sua conta
bancária, aberta em razão de sua adesão ao
do Bolsa Família, como cumprimento de condicionalidades e atualização cadastral periódica.
Projeto de Inclusão Bancária do PBF.

Embora possuam imagens muito semelhantes, cada Cartão Bolsa Família foi criado para executar
um conjunto de funcionalidades diferentes. O Cartão Social Bolsa Família permite o saque de bene-
fícios do Bolsa Família, segundo o Calendário de Pagamentos, com a retirada de todos os benefícios
financeiros disponíveis numa única operação de saque feita pela família. Além da função saque, o
É emitido para beneficiários que participam,
ao mesmo tempo, do Programa Bolsa Cartão Social Bolsa Família dispõe de serviços de consulta sobre os direitos sociais constantes da pla-
Família e programas locais de transferência
de renda em estados, municípios ou Distrito taforma social do Governo Federal, sob a responsabilidade do agente operador (CAIXA), e apresenta as
Federal, cujos governos pactuaram Acordos
de Cooperação Técnica com o MDS para seguintes funcionalidades complementares:
complementação financeira dos benefícios
do Programa.
Cartão Social Bolsa
Família pactuado
No exemplo, é mostrado o Cartão Social a) Recebimento do Seguro-Desemprego;
Bolsa Família da pactuação em Manaus, b) Recebimento de Abono Salarial;
porém há muitos outros exemplos.

O Cartão Social Bolsa Família pactuado


c) Consulta a extratos do FGTS; e
permite o saque dos benefícios do PBF e d) Consulta a saldos e saques do PIS.
da complementação financeira do governo
local numa só operação de pagamento.
Mesmo que essas informações possam ser acessadas por todos os trabalhadores e cidadãos que
são titulares desses direitos sociais – utilizando qualquer cartão oriundo da plataforma de Programas
Sociais sob a gestão da CAIXA –, tais funcionalidades foram incorporadas ao Cartão Social Bolsa Famí-
lia, com o intuito de otimizar o seu uso.

32 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 33


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

O Cartão Social Bolsa Família pactuado funciona da mesma forma que o Cartão Social Bolsa Fa-
CARTÃO SOCIAL BOLSA FAMÍLIA CARTÃO BANCÁRIO BOLSA FAMÍLIA
mília, porém permite ainda o saque dos valores financeiros repassados á família pelo governo local
(município ou estado). Não há qualquer regra de cancelamento,
bloqueio ou suspensão de benefícios em
O Cartão Bancário Bolsa Família possibilita o saque de benefícios financeiros, depositados na conta razão de não ativação, ou não utilização do
bancária aberta no âmbito do Projeto de Inclusão Bancária do PBF. Com ele a família pode retirar o va- cartão bancário Bolsa Família.
lor integral dos benefícios que recebe do Programa ou apenas uma parte desse montante. As famílias Depois de os benefícios serem depositados na
que possuem o cartão bancário também podem sacar os benefícios dessa conta usando o cartão social. conta bancária, eles são considerados benefí-
cios pagos. Ou seja, não poderão mais ser blo-
O Quadro 4 apresenta uma síntese das principais diferenças e semelhanças entre o cartão bancário queados, suspensos ou cancelados. Em caso
Caso o Cartão Social Bolsa Família não de bloqueio ou suspensão dos benefícios,
e o cartão social. seja ativado, pode ocorrer o cancelamento apenas na próxima folha de pagamento é
Atividades de administra- dos benefícios do PBF e o desligamento da que eles deixarão de ser depositados na conta
ção de benefícios (can- família do Programa. A falta de ativação bancária, mas, serão depositados na conta
celamentos, bloqueios e do cartão é entendida como uma recusa associada ao Cartão Social Bolsa Família. Ha-
Quadro4–PrincipaisdiferençasesemelhançasentreasfuncionalidadesdoCartãoSocialBolsaFamíliaeoCartão suspensões de benefícios) tácita da família em participar do PBF. Para vendo desbloqueio dos benefícios, a parcela
Bancário Bolsa Família informações sobre os benefícios, consulte o bloqueada poderá ser sacada apenas com o
Manual de Gestão de Benefícios, Volume I. Cartão Social Bolsa Família. Mantendo-se os
benefícios liberados nos meses seguintes, as
Comparativo entre o Cartão Social e o Cartão Bancário Bolsa Família parcelas posteriores voltarão a ser normal-
mente depositadas na conta bancária.
CARTÃO SOCIAL BOLSA FAMÍLIA CARTÃO BANCÁRIO BOLSA FAMÍLIA Em caso de cancelamento dos benefícios, um
novo cartão bancário será emitido, porém
Quando a família é incluída no sem a imagem do Bolsa Família, visto que a
O titular do Cartão Social Bolsa Família decide família não integra mais o PBF, mas possui
Programa, recebe o Cartão Social Bolsa de forma voluntária abrir uma conta bancá- ainda uma relação bancária com a CAIXA.
Procedimentos para ter Família para retirar mensalmente o seu ria. Para isso, ele deve seguir os procedimen-
acesso ao cartão benefício nas casas lotéricas ou nos es- tos descritos no Projeto de Inclusão bancária Após 90 dias sem saque dos benefícios
tabelecimentos comerciais com a marca Não há possibilidade de devolução ao MDS
do PBF (veja Capítulo IV). com o Cartão Social PBF ou Guia de
CAIXA Aqui ou nas agências da CAIXA. dos benefícios creditados em conta bancá-
Recolhimento Bancário, os benefícios
Devolução dos benefícios ria, em respeito à legislação sobre o sigilo
O cartão será enviado pela CAIXA, não sacados são devolvidos aos cofres
O cartão será enviado pela não sacados bancário do Sistema Nacional Financeiro.
Recebimento do cartão via Correios ou poderá ser retirado públicos, sem possibilitar ao titular do
CAIXA, via Correios. Benefícios depositados são considerados já
na agência onde o titular abriu a conta. cartão Bolsa Família a utilização posterior pagos à família.
dessas parcelas.
No momento da abertura da conta-corrente,
O Cartão Social Bolsa Família deve ter sua o Responsável pela Unidade Familiar deve O depósito das parcelas mensais será feito na mesma data prevista
Ativação do cartão e senha eletrônica de seis dígitos cadastrada registrar uma senha de quatro dígitos. Após Calendário de pagamento no Calendário de Pagamento do PBF.
registro de senha pelo titular em uma agência da CAIXA logo esse procedimento, o beneficiário vai receber
depois de recebido. o cartão, com senha cadastrada, podendo
usá-lo imediatamente. O valor dos benefícios do Programa Bolsa Família e sua composição continuam os mesmos.
Valor dos benefícios Alterações nesse valor somente ocorrerão em função de modificação na composição ou na
O saque dos benefícios pode ser feito em até renda da família, conforme informações atualizadas constantes no Cadastro Único.
O beneficiário somente pode sacar o valor quatro parcelas mensais (sem cobrança de
total dos benefícios no mês de referência, tarifa bancária), a partir da data de depósito
Saque dos benefícios segundo o Calendário de Pagamentos. do benefício que segue o mesmo calendário
Nesses casos, o titular do benefício somen- de pagamentos. Para efetuar o saque, o
te precisa usar a sua senha de seis dígitos. titular pode usar o Cartão Bancário Bolsa
Família (com a senha de quatro dígitos + O Cartão Social Bolsa Família, comparado ao Cartão Bancário do Programa, possui uso mais limitado,
identificação positiva) ou o Cartão Social pois permite apenas o saque integral da parcela de pagamento. O Cartão Bancário Bolsa Família propiciará
Bolsa Família (com a respectiva senha de seis
dígitos numéricos). o acesso dessas famílias a outros produtos e serviços bancários e comerciais. Esse tema será abordado com
mais detalhes no Capítulo IV – Inclusão Bancária do Bolsa Família.

34 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 35


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

2 - NOTIFICAÇÃO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS, AVISO DE REMESSA POSTAL DE CARTÃO SO- 3 - EMISSÃO DOS CARTÕES BOLSA FAMÍLIA
CIAL BOLSA FAMÍLIA
3.1 - EMISSÃO DA 1ª VIA DO CARTÃO SOCIAL BOLSA FAMÍLIA
A experiência acumulada na administração de cartões, desde 2003, indicou que cartões não en-
tregues pelos Correios nos municípios, muitas vezes, se devia a ausência de uma pessoa no domicílio O Cartão Social Bolsa Família é o principal meio de saque das parcelas de pagamento pela família
para recebimento do cartão e assinatura do recibo de entrega da correspondência. Como a entrega do que foi incluída no Programa. O titular do cartão é preferencialmente a mulher ou, na sua ausência ou
cartão na residência da família servia também para notificar que a família havia ingressado no Bolsa impedimento, outro Responsável pela Unidade Familiar.
Família, esse problema de residência “trancada” também significava que muitas famílias sequer fica- O Agente Operador é responsável pela emissão da primeira via do Cartão Social Bolsa Família para
vam sabendo que tinham sido incluídas no Programa. toda família que ingressa no Programa. O cartão é emitido em nome do Responsável pela Unidade Fa-
A criação da Notificação de Concessão de Benefícios5 tem como finalidade principal dar mais agi- miliar (RF) e nele constará o seu Número de Identificação Social (NIS), conforme informado no Cadas-
lidade e diminuir os custos de entrega dos cartões aos titulares, realizada pelos Correios, aumentando tro Único. A confecção do cartão físico e a sua emissão é realizado pela CAIXA, por meio de contratação
a probabilidade de sucesso na entrega dos cartões com as três tentativas de rotina adotadas pelos de empresas especializadas.
Correios. Essa correspondência é uma carta simples, que não exige confirmação de recebimento por um As regras de emissão também se aplicam quando há a integração de programas municipais ou
morador. Dessa forma, a notificação será expedida com a finalidade de comunicar antecipadamente estaduais de transferência direta de renda com o PBF. Quando uma Unidade da Federação ou um mu-
à família que ela ingressou no Programa e que em breve ela receberá seu Cartão Social Bolsa Família nicípio desenvolvem programas de transferência de renda podem integrá-lo ao PBF e, nesse caso, o
por meio de correspondência específica que exigirá a presença de alguém de maior idade no domicílio cartão magnético a ser usado pelos beneficiários também é gerado e fornecido pela CAIXA.
para efetivação da entrega pelos Correios (ou pessoa de 16 ou 17 anos, caso seja o próprio Responsável
Familiar ). 3.2 - EMISSÃO DA 2ª VIA DO CARTÃO SOCIAL BOLSA FAMÍLIA
Não havendo sucesso nas três tentativas de entrega do cartão na residência da família, o cartão
fica disponível por sete dias em uma agência dos Correios próxima ao endereço do beneficiário para ser Os motivos que justificam e requerem a emissão de segunda via do Cartão Social Bolsa Família são:
retirado. Após esse prazo, é redirecionado para uma agência da CAIXA. a) Perda ou extravio do cartão;
A CAIXA adotará também, em razão de contrato com o MDS, ações alternativas para tentar notifi- b) Furto ou roubo do cartão;
car a família de seu ingresso no Bolsa Família e informar aonde ela pode retirar seu respectivo cartão.6 c) Falha no cartão, como por exemplo, desmagnetização, não permitindo o saque do benefício;
Para tanto, está previsto o envio de mensagens SMS para aqueles beneficiários que, por ocasião do ca- d) Outros tipos de avarias no cartão (quebra, contato com água).
dastramento, informaram seus respectivos números de telefone celular no Cadastro Único ou contato
telefônico da Central de Atendimento da CAIXA com as famílias que tenham telefone fixo registrados A solicitação de cancelamento e o pedido de emissão de nova via do cartão, por algum dos motivos
no Cadastro Único. mencionados, pode ser realizada pelo titular em qualquer agência bancária da CAIXA. Nesse caso, o
titular deverá apresentar um documento de identidade com foto. Não é necessária a apresentação de
boletim de ocorrência policial ou de autorização prévia de terceiros para isso. Também poderá fazê-lo
pelo teleatendimento da CAIXA nº 0800 726 0101.
Nos dois primeiros casos, o titular do cartão deve ser orientado para ligar imediatamente para o
telefone 0800 726 0101 e solicitar o cancelamento do cartão, como também aproveitar para pedir a
emissão de um novo cartão.
As regras de reemissão do Cartão Social Bolsa Família também se aplicam aos casos em que o
Programa Bolsa Família tenha sido integrado a programas de transferência direta de renda de âmbito
5
Esse é um procedimento novo que, por ter sido inserido recentemente no contrato do MDS com a Caixa, ainda está sendo organizado, mas em breve será adotado.
6
Idem municipal ou estadual (Cartão Social Bolsa Família pactuado).

36 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 37


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

4 - REMESSA E ENTREGA DE CARTÕES BOLSA FAMÍLIA (funcionamento, calendário de pagamento, responsabilidades da família e os meios para entrar em
contato com o MDS e a CAIXA). Na entrega da primeira via do cartão também é encaminhado um
A remessa e entrega de cartões sociais do Bolsa Família é mais complexa que a dos cartões bancá- termo de responsabilidade que o titular deve preencher, assinar e entregar na agência da CAIXA mais
rios. Ela envolve três parceiros, a saber: os Correios, a gerência local da CAIXA e o gestor municipal do próxima de sua casa, quando for ativar o cartão. O termo também está disponível em qualquer agência
PBF. Inicialmente, a remessa e entrega dos cartões sociais Bolsa Família depende exclusivamente dos bancária, caso o beneficiário perca ou esqueça este documento.
Correios.
O sucesso da entrega depende fundamentalmente da qualidade das informações cadastrais sobre
a família, quando do seu cadastramento no Cadastro Único e também da sua atualização regular. Essa Figura 7 – Modelo de Berço do Cartão Social Bolsa Família
atualização deve ocorrer pelo menos a cada dois anos. No entanto, especialmente para o envio das cor-
respondências é preciso que a família seja orientada a atualizar o endereço no Cadastro Único sempre
que mudar de endereço no mesmo município ou mudar para outra cidade.
Nesse cadastramento, a atuação e o envolvimento do gestor são fundamentais, principalmente na
definição das estratégias de realização do cadastramento e da capacitação das pessoas que realizarão
o cadastramento das famílias. Um cadastro incompleto ou cujos registros de informações não sejam
confiáveis, especialmente nos campos necessários à localização de beneficiários (endereço da residên-
cia, telefones) dificultará a entrega do Cartão Social Bolsa Família, pois é para esse endereço que será
enviada a correspondência.

Atenção: Todas as famílias cadastradas, mesmo aquelas que não estão incluídas no Programa
Bolsa Família, devem ser incentivadas a manter seus cadastros atualizados, sobretudo os campos re-
lativos ao endereço residencial. Isso poderá evitar dificuldades quando da tentativa de comunicar a
família sobre um eventual ingresso em algum programa social.

A remessa e a entrega do Cartão Bancário Bolsa Família são bem mais simples, pois o endereço utiliza-
do é informado pelo titular no ato de abertura da conta bancária. Ele pode escolher entre receber o cartão
bancário diretamente em sua residência, via remessa postal, ou na agência bancária em que abriu a conta.
Os Correios possuem estratégias de logística distintas para efetuar a entrega de correspondên-
4.1 ENTREGA DO CARTÃO SOCIAL BOLSA FAMÍLIA PELOS CORREIOS cias nos diferentes municípios brasileiros que tem entre si diferentes características de infraestrutura.
São utilizadas duas modalidades para a entrega dos cartões Bolsa Família e da correspondência que o
A CAIXA contratou a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), denominada simplesmente acompanha aos respectivos titulares:
Correios, para realizar a entrega dos cartões sociais do Bolsa Família. Para isso, os Correios organizam
os cartões em lotes específicos, enviando-os para sua rede de operações, em todo o Brasil, a qual se a) Entrega domiciliar; e
encarrega da entrega dos cartões aos titulares. b) Entrega centralizada, que se subdivide em:
O Cartão Social do PBF é entregue pelos Correios, por meio de um impresso em forma de envelope i. Posta restante; ou
lacrado – denominado berço do cartão – que protege o cartão e a correspondência de violação por ii. Caixas Postais Comunitárias.
outras pessoas (Figura 7). O berço possui informações importantes sobre o Programa Bolsa Família

38 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 39


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

A entrega domiciliar é o procedimento preferencialmente adotado para a entrega do Cartão Social portanto, no mesmo município em que mora o titular do cartão ou em um município vizinho, caso a
Bolsa Família e das demais correspondências vinculadas ao PBF. É efetuada no endereço da residência cidade não disponha de uma agência dos Correios. Nessa agência, o titular poderá retirar o seu Cartão
do titular indicado no Cadastro Único, por equipe de carteiros. Para a adoção dessa modalidade, entre- Social do Bolsa Família, onde ele ficará por 20 dias. Se não for retirada nesse período, a correspondência
tanto, há algumas condições pré-estabelecidas, como: com o cartão seguirá para a agência da CAIXA de vinculação ou a mais próxima da residência do titular
do cartão (agência mais próxima ao CEP informado no cadastro da família).
a) Os endereços estejam oficializados – inclusive quanto às regras para sua numeração – Na modalidade de Caixa Postal Comunitária as correspondências e as encomendas são de respon-
junto à prefeitura municipal e possuam placas identificadoras; sabilidade de organizações comunitárias, as quais são previamente definidas, com base em critérios
b) As residências (imóveis) possuam caixas coletoras na entrada; e e normas estabelecidas pelo Ministério das Comunicações. As condições7 para a implantação desse
c) Os locais a serem atendidos pelos carteiros ofereçam condições de acesso e segurança, de serviço numa comunidade são as seguintes:
modo a garantir a integridade física do carteiro e das correspondências a serem entregues.
a) Inexistência de entrega domiciliar regular ou inexistência de regularidade nessa en-
A entrega domiciliar da primeira via do Cartão Social Bolsa Família é realizada por remessa eco- trega, motivada pela falta de estrutura urbana mínima (falta de arruamento planejado,
nômica registrada. Essa modalidade de entrega permite rastreamento, ou seja, o acompanhamento denominação de ruas ou de logradouros, ou de numeração das residências e comércio);
do trâmite da correspondência desde a postagem até a entrega. A correspondência é identificada pela b) Existência na comunidade de entidade jurídica (pública ou filantrópica, ONGs, Oscips)
aplicação de numeração específica, que possibilita acompanhar o seu trâmite por meio do Sistema de que assegure e destine um espaço físico adequado para instalar o equipamento (receptá-
Rastreamento de Objetos (SRO), disponibilizado on-line no sítio eletrônico dos Correios (www.correios. culos de correspondências) da Caixa Postal Comunitária e se responsabilize pela sua admi-
com.br). Embora a remessa econômica seja realizada sem Aviso de Recebimento (AR), é recomendável nistração e manutenção. Um termo de compromisso é então firmado pelos Correios com
que uma pessoa maior de idade a receba, pois exige assinatura para comprovar a entrega na residência essa entidade (pessoa jurídica) que assumirá tal responsabilidade.
do titular. No entanto, se o titular do cartão (Responsável pela Unidade Familiar) for menor de idade c) Existência de população superior a 500 habitantes, concentrado em um raio de 3 Km,
(entre 16 a 17 anos), ele mesmo pode receber o cartão, mediante identificação na entrega. no caso de comunidades rurais ou em um raio de 500m, no caso de comunidades urbanas.
A entrega de segunda via ou de vias subsequentes do Cartão Social Bolsa Família, é feita mediante
remessa simples, sem registro e sem AR. Os Correios instalam gratuitamente os equipamentos postais adequados ao recebimento de cor-
Os Correios finalizam a entrega da correspondência do cartão em até dez dias úteis. Nesse período, respondência aos destinatários (receptáculos individuais ou compartilhados por mais de uma pessoa).
são realizadas três tentativas consecutivas de entrega, no endereço da residência da família informado A entidade que assumir a responsabilidade frente aos Correios está obrigada a manter as caixas pos-
no Cadastro Único. Em caso de insucesso na terceira tentativa, a correspondência que encaminha o car- tais, garantir a segurança e o sigilo das correspondências recebidas e proporcionar aos usuários, gratui-
tão ficará disponível para retirada durante sete dias na agência dos Correios mais próxima da residência tamente, o direito de uso da Caixa Postal Comunitária e a respectiva chave da caixa.
do titular do Cartão Bolsa Família (modalidade posta restante; veja a seguir). Se não for retirado nesse O procedimento de recebimento do cartão via Caixa Postal Comunitária (CPC) difere daquele ado-
prazo, o cartão é enviado à agência da CAIXA mais próxima da residência do beneficiário. tado na modalidade posta restante, pois a correspondência (berço) que envia o cartão não é deposi-
A entrega domiciliar não pode ser adotada em todas as localidades do Brasil. Nas localidades ou tada na CPC, por medida de segurança. Uma notificação dos Correios é enviada para a CPC avisando o
municípios que não atendem os requisitos necessários para esse tipo de entrega, os Correios adotam destinatário – no caso o titular do Cartão Social Bolsa Família – sobre a disponibilidade do cartão e a
a modalidade de entrega centralizada. Esse tipo de modalidade se subdivide em posta restante ou agência dos Correios onde poderá ser retirado no prazo de 20 dias. Depois desse prazo, os cartões não
módulos de Caixas Postais Comunitárias. A posta restante também é utilizada em municípios onde há retirados são enviados à agência da CAIXA mais próxima da residência do beneficiário.
entrega domiciliar, porém não no endereço do destinatário (titular do cartão), por exemplo, zona rural
do município.
Na modalidade de posta-restante, as correspondências ou encomendas ficam armazenadas numa 7
Estas regras advêm da Portaria nº 141, de 28/4/1998, do Ministério das Comunicações, podendo ser alteradas por esse Ministério a qualquer momento. Para
agência postal dos Correios, tendo por base o endereço mais próximo do destinatário, podendo ser, obter informações mais precisas, consulte o próprio Ministério ou os Correios.

40 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 41


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

Importante: Vale reiterar que, qualquer que seja a modalidade de entrega adotada pelos Considerando a diversidade de realidades e de capacidade operacional que os municípios brasi-
Correios, quando não há sucesso em fazer chegar aos titulares os seus respectivos cartões, estes se- leiros apresentam, não é possível nem viável estabelecer uma única linha estratégica para aumentar
guem para a agência da CAIXA mais próxima da residência da família ou agência de vinculação. Essa a efetividade da entrega de cartões aos beneficiários. Entretanto, há alguns instrumentos e meios,
proximidade é medida por meio do CEP informado no Cadastro Único. exemplificados a seguir, que podem auxiliar os gestores municipais a definirem as estratégias que me-
lhor se encaixam a sua realidade gerencial e operacional. A título ilustrativo, com alguma frequência,
4.2 ARTICULAÇÃO ENTRE A GERÊNCIA LOCAL DA CAIXA E A GESTÃO MUNICIPAL DO PBF PARA os municípios procuram adotar as seguintes estratégias para localização de famílias, visando à entrega
ENTREGA DO CARTÃO SOCIAL BOLSA FAMÍLIA de cartões Bolsa Família armazenados em agências da CAIXA:

A articulação entre a gerência local da CAIXA e a gestão municipal do PBF é fundamental para que a) Busca das famílias com utilização de funcionários da equipe local do Bolsa Família e do
o Programa alcance os resultados esperados. Sem o cartão e sua posterior ativação, as famílias ficam Cadastro Único para visita domiciliar e aviso da chegada do Cartão Social Bolsa Família;
impedidas de ter acesso aos benefícios a que têm direito, ou pelo menos, terão mais dificuldades para b) Apoio de escolas na entrega de correspondências contendo recado aos pais sobre a
sacar o benefício. entrega do Cartão Social Bolsa Família;
Portanto, as gestões municipais precisam estabelecer uma interlocução permanente e continuada c) Apoio de profissionais de saúde (agentes comunitários de saúde) para avisar às famílias
com o gerente-geral da agência da CAIXA no município, ou à qual o município esteja vinculado, no intuito sobre a chegada do Cartão Social Bolsa Família;
de estabelecer estratégias concretas para fazer o Cartão Social Bolsa Família chegar às mãos dos titulares. d) Utilização de quadros de aviso, em locais públicos (rodoviária, fórum, prefeitura, centros
Também devem ser estabelecidas estratégias para localização dos beneficiários dos cartões não religiosos, centros ou associações comunitárias, escolas, unidades de saúde, entre outros),
entregues, a fim de diminuir o risco do cancelamento de cartões de famílias com direito aos benefícios, para listagem do nome das famílias com cartões armazenados nas agências da CAIXA;
por desconhecimento sobre a sua inclusão no Programa Bolsa Família. e) Utilização de meios de comunicação social disponíveis na cidade, como jornais, rádios,
rádios comunitárias, carros de som, TV;
Importante: Em nenhuma hipótese, os cartões Bolsa Família podem ser entregues à família f) Eventos de entrega de cartão, com apoio da CAIXA.
pelo gestor municipal ou qualquer outra pessoa que não seja funcionário da CAIXA ou de prestadores
de serviços dos Correios. A estratégia de realização de eventos para entrega de cartões, com participação da CAIXA, somen-
te é adequada em cidades distantes de agências, ou com número de cartões superior a 50 unidades
a entregar. A CAIXA é a responsável por enviar a equipe, os cartões a serem entregues e por efetuar o
Para saber quantos cartões sociais Bolsa Família ainda não foram entregues e estão armazenados cadastramento da senha eletrônica para ativação do Cartão Social Bolsa Família.
nas agências da CAIXA, o gestor municipal pode consultar relatórios do Sibec. Mas, principalmente,
pode estabelecer uma relação de parceria com a agência da CAIXA, responsável pelo município, bus- Importante: Essa ação só deve ser realizada fora do período eleitoral.
cando conhecer a lista de cartões estocados nas agências de sua cidade. Cada gerente local da CAIXA,
responsável pelo município, possui autonomia para organizar a melhor forma de armazenamento e A organização de um evento de entrega de cartões Bolsa Família exige uma participação da gestão
controle dos cartões sociais do Bolsa Família. Algumas cidades adotam uma organização geográfica municipal. São de responsabilidade da prefeitura todas as questões necessárias para uma boa organi-
dos estoques, considerando os Códigos de Endereçamento Postais (CEPs) das residências das famílias; zação de evento de atendimento à população local (local do evento, estratégias de segurança, comu-
outras, organizam os estoques de cartões por ordem alfabética. nicação, designação de funcionários locais para apoio à equipe da CAIXA).
As estratégias de localização de famílias para entrega de cartões Bolsa Família são responsabili-
dade do gestor municipal que, conhecendo sua cidade e com os instrumentos e recursos disponíveis,
pode escolher a melhor forma de localizar as famílias para a entrega dos cartões.

42 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 43


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

5 - ATIVAÇÃO DE CARTÕES BOLSA FAMÍLIA 6 MONITORAMENTO DOS CARTÕES BOLSA FAMÍLIA

O Cartão Social Bolsa Família poderá ser usado somente após a sua ativação – que requer o cadas- A CAIXA dispõe de um sistema que armazena o histórico dos Cartões Bolsa Família – o Sistema
tramento, pelo próprio titular, de uma senha pessoal e intransferível, que deve ser mantida sempre em Cartão do Cidadão (Sicid), cujas informações são repassadas mensalmente ao MDS/Senarc. Esse siste-
sigilo pelo beneficiário. A CAIXA não se responsabiliza pelo uso indevido da senha pelo beneficiário, ou ma possibilita o monitoramento do estoque de cartões não entregues, a quantidade de cartões can-
seja, que ele repasse do cartão e senha a terceiros. O cadastramento de senhas é responsabilidade da celados e de cartões ativados. Essas informações possibilitam que o MDS, e órgãos de controle como a
CAIXA, que garantirá a identificação segura do titular do cartão. Controladoria-Geral da União (CGU), realizem o monitoramento da efetividade de entrega dos cartões
O cadastramento da senha do Cartão Social Bolsa Família pode ser feita em agências da CAIXA. O Sociais Bolsa Família .
titular deve dirigir-se ao local portando seu cartão Bolsa Família e documento de identificação pessoal, Para essa atividade, é essencial a atuação dos gestores municipais e gerentes locais da CAIXA, na
com fotografia. Nessa ocasião, ele também irá assinar o termo de responsabilidade de uso do cartão identificação e realização de todas as possíveis alternativas para efetuar a entrega dos cartões e reduzir
que permanecerá arquivado pelo prazo mínimo de dez anos, à disposição de técnicos de fiscalização ou os estoques de cartões não entregues no município.
auditoria, quando necessário. A lista dos cartões não entregues está mensalmente disponível ao gestor municipal para download no
As regras para cadastramento de senha do Cartão Social Bolsa Família são: Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec). Com base nessa lista, o gestor municipal pode tentar localizar as
famílias e o titular do cartão para orientá-lo a procurar a agência da CAIXA para a retirada do cartão.
• A senha é composta de seis dígitos numéricos;
• A senha deve ser cadastrada pelo responsável familiar; 7 CANCELAMENTO DE CARTÕES BOLSA FAMÍLIA
• Não é permitido o cadastramento da senha por procuração;
• Não é permitido o cadastramento de senha formada: Situações como perda, roubo/furto, extravio, dano, falha ou avaria do cartão, ou alteração de nome
• Pela data de nascimento do titular do cartão; do titular (por exemplo, casamento, reconhecimento tardio de paternidade ou erro de digitação) po-
• Por dígitos repetidos (ex.: 111111, 222222, 333333); dem levar à necessidade de cancelamento do cartão. Nesses casos, é possível efetuar um pedido de
• Por sequenciais (ex.: 123456, 456789, 987654); reemissão do Cartão Social Bolsa Família. A solicitação de cancelamento e o pedido de emissão de
• Por sequência cujos números reproduzam a ordem de números do NIS (ex.: os seis nova via do cartão devem seguir os procedimentos já explicados anteriormente neste manual, no item
primeiros dígitos, do 2º ao 7º dígito, do 3º ao 8º dígito). emissão de Cartões Bolsa Família.
Quando ocorre mudança do Responsável pela Unidade Familiar no Cadastro Único, o cartão do
As senhas eletrônicas poderão ser recadastradas a qualquer momento, pelo titular do cartão ou antigo responsável é automaticamente cancelado pela CAIXA. O cancelamento ainda ocorre se houver
em situações em que o MDS ou a CAIXA identifiquem a necessidade de adoção de providências para uma conversão de NIS do Responsável pela Unidade Familiar. Nesses dois casos, a família recebe outra
resguardar a segurança no uso do Cartão Social Bolsa Família. via do Cartão Social do Bolsa Família automaticamente.
Para cadastramento de senha da primeira via do cartão Social Bolsa Família, a CAIXA e a prefeitura Entretanto, existem situações em que o cancelamento do Cartão Social do Bolsa Família decorre de
podem realizar eventos específicos na própria cidade, desde que haja um estoque mínimo de 50 (cin- fatores alheios à utilização do cartão ou vontade da família, como:
quenta) cartões, conforme explicado no item anterior deste Manual.
No caso do Cartão Bancário Bolsa Família, o Responsável Familiar deve registrar uma senha de quatro a) Depois de 120 dias do cancelamento dos benefícios – como consequência do desli-
dígitos no momento da abertura da conta-corrente. Após esse procedimento, o beneficiário vai receber o car- gamento da família do PBF, ocorrerá o cancelamento automático do Cartão Social Bolsa
tão, com senha já cadastrada, podendo usá-lo imediatamente.Ou seja, o processo de ativação e registro da Família, não sendo mais possível utilizá-lo em nenhum canal de pagamento; e
senha é anterior ao recebimento do cartão, sendo, portanto, bem mais seguro e simples para a família.Veja no b) Cartões que não forem entregues após o período de 180 dias, contados da data de
Quadro 4 (página 32) as diferenças entres os cartões Social e Bancário Bolsa Família. sua emissão, podem ser cancelados automaticamente, desde que existam registros que
comprovem, junto ao MDS, as tentativas de entrega do cartão, efetuadas pela Caixa com

44 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 45


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

apoio do gestor municipal. Os cartões não entregues que forem cancelados são destruídos
e reciclados pela CAIXA.

Podem ocorrer casos em que a família efetua a devolução voluntária do cartão em uma agência
da CAIXA. Essa devolução é de responsabilidade exclusiva do titular do cartão, não precisando ser mo-
tivada; basta devolver o cartão. Nessas situações, entende-se que houve um desligamento tácito da
família do PBF, e o registro de cancelamento do cartão será realizado em sequência. CAPÍTULO Iv
INCLUSÃO BANCÁRIA DO BOLSA FAMÍLIA
Importante: a devolução voluntária do cartão somente pode ser realizada a uma agência da
CAIXA. Mesmo nesse caso, o gestor municipal ou servidores públicos estão impedidos de receber os
cartões devolvidos.

As agências bancárias da CAIXA poderão reter ou cancelar o Cartão Social Bolsa Família nas seguin-
tes hipóteses:

a) Apropriação indevida ou tentativa de utilização do cartão por pessoa diversa do titular, 1 - DEFINIÇÃO DA INCLUSÃO BANCÁRIA DO BOLSA FAMÍLIA
com registro no Sicid do respectivo motivo;
b) Determinação da direção nacional da Caixa, responsável pela logística de operação do A inclusão bancária do Programa Bolsa Família constitui uma das mais importantes mudanças no
PBF, depois de autorizado pelo MDS, em casos específicos; e modelo de pagamento de benefícios do Programa Bolsa Família. Basicamente, a inclusão bancária
c) Devolução voluntária do cartão pelo titular, com registro no Sicid do motivo do cance- do PBF consiste na inserção dos beneficiários do Programa no Sistema Financeiro Nacional, por meio
lamento. do acesso a produtos e serviços bancários. Essa estratégia potencial evita que as famílias beneficiárias
recorram a agentes informais para solicitar serviços e produtos, por exemplo, empréstimos pessoais,
Quanto ao Cartão Social Bolsa Família pactuado, os motivos de cancelamento constam do instru- arcando assim, com custos elevados em razão de juros mais altos e pouca ou nenhuma condição de
mento jurídico pertinente firmado entre o Governo Federal e o governo local. segurança.
O cancelamento do Cartão Bancário Bolsa Família ocorre em razão de regras fixadas pelo Banco Essa ação vem fortalecer os esforços governamentais em direção à inclusão-cidadã das famílias
Central do Brasil e informadas pela CAIXA por ocasião da abertura da conta bancária. No entanto, está atendidas pelo Programa Bolsa Família, pertencentes aos segmentos mais pobres da população que
previsto no contrato firmado entre o MDS e a CAIXA que o Cartão Bancário Bolsa Família será cancelado nunca tiveram possibilidade de acesso ao sistema de serviços financeiros existentes no país. Logo, re-
depois de 120 dias do cancelamento dos benefícios e desligamento da família do PBF. Nesse caso, um presenta uma conquista social e de cidadania na busca da diminuição da vulnerabilidade social das
novo cartão bancário, sem a imagem do Bolsa Família, será emitido sem custos para o correntista, caso famílias.
seja de seu interesse a manutenção da conta-corrente. Mesmo em situação de pobreza, as famílias do PBF poupam, tomam crédito, muitas vezes su-
pridos por organizações e agentes informais, e improvisam serviços de seguros. Quando atendidas
por instituições financeiras formais, o que é difícil, essas famílias frequentemente têm custos de
transação mais altos. Assim sendo, como o restante da população, o público do PBF necessita de
instrumentos financeiros que salvaguardem seu restrito patrimônio e o auxilie na conquista de sua
emancipação socioeconômica.

46 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 47


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

A literatura sobre microfinanças evidencia que um fator relevante na determinação da exclusão e) Promover o acesso das famílias do PBF a produtos e serviços financeiros personalizados
social de parcelas da população é a sua exclusão dos sistemas financeiros. Nesse contexto, a falta de para as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza ;
acesso a contas bancárias e aos diversos produtos financeiros passíveis de serem utilizados por meio f) Fomentar conhecimentos de educação financeira entre as famílias do PBF, notadamen-
delas acarreta inúmeros efeitos negativos, tais como: incapacidade de proteger o valor real de recursos te aqueles que lhes permitam selecionar e adquirir serviços e produtos financeiros mais
poupados da corrosão inflacionária; impossibilidade de contratação de seguros, especialmente de vida adequados as suas necessidades e capacidade financeira.
e residencial; utilização de crédito somente por intermédio de familiares ou canais informais, como
agiotas e agentes congêneres, entre outros. Considerando tais objetivos, complementarmente ao projeto de Inclusão Bancária, em andamen-
to, o MDS estuda alternativas, junto às instituições financeiras e reguladoras, para fomentar a criação
2 - O PROJETO DE INCLUSÃO BANCÁRIA DO PBF e a oferta de serviços financeiros para o público de baixa renda que integra o Bolsa Família. Da mesma
forma, está delineando intervenções que promovam a educação e a inclusão financeira dessas famílias.
A inclusão bancária é uma ação conjunta do MDS e da CAIXA, iniciada em março de 2008, para
incentivar a inserção dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) no Sistema Financeiro Nacional 2.1 - FASES DO PROJETO DE INCLUSÃO BANCÁRIA
por meio da abertura e utilização de contas bancárias simplificadas, denominadas contas CAIXA Fácil.
Alguns dos elementos motivadores para a elaboração desse projeto – entendido como um avanço O Projeto de Inclusão Bancária foi previsto para ser desenvolvido em três fases, tendo como meta
na administração do pagamento do Bolsa Família – foram: para sua conclusão, o exercício de 2010. Na fase 1, iniciada em março de 2008, foi realizado o projeto-
-piloto em Belo Horizonte, com o crédito do benefício diretamente na conta bancária de cerca de 4.233
a) Dificuldades no acesso ao sistema financeiro que originam a exclusão bancária dos be- beneficiários que já eram correntistas da conta CAIXA FÁCIL. Por meio do serviço de telemarketing
neficiários; ativo da CAIXA, foi realizado contato com 551 titulares do Programa que tiveram seus benefícios cre-
b) Inibição natural da família ou de seus responsáveis em procurar uma agência (ou fre- ditados em conta-corrente (13% do público atendido naquela ocasião); 96,9% dos que responderam
quentá-las); aprovaram a facilidade do novo processo.
c) Dificuldade para cadastramento ou regularização do CPF junto à Receita Federal; e Na fase 2, a partir de junho de 2008, o projeto começou a ser expandido para todo o Brasil. Em
d) Dificuldades na apresentação de documentos exigidos para a abertura de contas-correntes novembro de 2009, cerca de 2 milhões de famílias já estavam, recebendo os benefícios do Programa,
como comprovação de endereço e de renda. por meio do depósito em conta-corrente, o que correspondia a 16% do público do PBF.
Finalmente, na fase 3, considerando a boa aceitação dessa iniciativa pelas famílias atendidas pelo
Os objetivos do Projeto de Inclusão Bancária das famílias atendidas pelo Bolsa Família são: Programa Bolsa Família, foi publicado o Decreto nº 7.013, de 19 novembro de 20099, lançando oficial-
mente a Inclusão Bancária do Bolsa Família.
a) Promover a inclusão bancária das famílias pobres e extremamente pobres do Brasil; Para incentivar a abertura da conta simplificada, a inclusão bancária do Bolsa Família possui estraté-
b) Reduzir a desigualdade do acesso a serviços financeiros, decorrente da má distribuição gia de comunicação diversificada. Mensagens de incentivo à abertura de conta-corrente CAIXA Fácil Bolsa
de renda brasileira; Família são emitidas por meio dos comprovantes de pagamento das famílias que sacam seus benefícios
c) Fortalecer a dimensão de cidadania que o acesso à conta bancária pode representar, na com o Cartão Social Bolsa Família. A seguir, um exemplo desse tipo de mensagem.
medida em que já existem condições regulatórias e de mercado para torná-la acessível às
famílias de baixa renda;
d) Possibilitar às famílias de mais baixa renda a utilização de serviços básicos ofertados
pelo sistema financeiro, como depósito de valores, saques periódicos, transferências, com-
pras a débito; 8
Considerando o recente lançamento da inclusão bancária do Bolsa Família, ainda estão em formulação e avaliação propostas nesse sentido.
9
Esse Decreto alterou o Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004.

48 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 49


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

Figura 8 – Peças de incentivo à inclusão bancária do Bolsa Família


VOCÊ PODE RECEBER SEU BENEFICIO EM UMA CONTA BANCÁRIA.
cartaz
É FÁCIL, SEGURO E VOCÊ PODE UTILIZÁ-LA
PARA PAGAR SUAS CONTAS E FAZER COMPRAS

ABRA A SUA NAS LOTÉRICAS E CAIXA AQUI

Nas agências bancárias, Postos de Atendimento Bancário (PAB), casas lotéricas e estabelecimentos
comerciais com a marca CAIXA Aqui haverá também a distribuição de informativos e cartazes sobre a
inclusão bancária do Bolsa Família, similar ao da Figura 8 à seguir.

50 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 51


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

filipeta Segundo norma do Banco Central do Brasil, uma conta simplificada tem as seguintes características:

a) É uma conta individual, para maior de 16 anos, brasileiros ou domiciliados no Brasil;


b) Seu titular não pode ser titular de outra conta-corrente simplificada de depósito à vista
(só pode haver uma conta simplificada em todo o Sistema Financeiro Nacional);
c) Os depósitos e o saldo diário não podem ultrapassar o valor máximo de R$ 2.000,00
durante o mês civil. No caso dessa conta registrar saldo, a qualquer tempo, ou somatório
dos depósitos, em determinado mês, superior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a conta
será bloqueada pela instituição financeira para verificação do motivo da ocorrência;
d) A conta não dá direito a talão de cheque;
e) A conta não garante empréstimos de qualquer tipo ou natureza. Nesse caso, o titular da
conta estará submetido às normas e regras gerais desse tipo de serviço exigidas pelo banco.
f) É isenta de várias tarifas bancárias, se o titular não ultrapassar, dentro do mês, os se-
guintes limites de movimentação da conta:
i. até quatro saques mensais;
ii. um extrato por semana.

A isenção tarifária da conta-corrente simplificada se aplica apenas aos limites acima especifica-
dos.11 Por isso, é importante que o titular do PBF tenha pleno conhecimento dessas restrições contra-
tuais e seja orientado a tirar todas as suas dúvidas com o gerente ou funcionário da CAIXA, antes de
assinar o contrato de abertura dessa conta-corrente no banco.

3 - CARACTERÍSTICAS DA CONTA BANCÁRIA DOS BENEFICIÁRIOS DO BOLSA FAMÍLIA 4 - ADESÃO À INCLUSÃO BANCÁRIA DO BOLSA FAMÍLIA

A conta bancária utilizada na inclusão bancária do Bolsa Família é uma modalidade de conta Se o titular do Cartão Social Bolsa Família tiver interesse em receber o benefício do Programa Bolsa
bancária especial de depósito à vista,10 criada especificamente para pessoas que têm movimentação Família, por meio da conta-corrente simplificada (Conta CAIXA Fácil), ele deve se dirigir a uma agên-
financeira pequena, mas que precisam de uma conta bancária, como é o caso do público do PBF. Por cia da CAIXA, casa lotérica ou estabelecimento com a marca CAIXA Aqui, levando um documento de
ser uma conta bancária simples de abrir e movimentar, quase sem tarifas, a conta é chamada de conta- identificação com foto e, se tiver, o CPF. Não é preciso levar documentos de comprovação de renda ou
-corrente simplificada. Essa modalidade de conta bancária pode ser oferecida por qualquer banco, mas de endereço para abrir a conta. Também, não é preciso fazer nenhum depósito na conta bancária no
a destinada ao público do PBF é oferecida pelo Agente Operador do Programa e é denominada de momento da abertura da conta.
Conta CAIXA Fácil Bolsa família.

11
Cada banco é livre para fixar as tarifas, quando a utilização excede os limites fixados na legislação. Atualmente, algumas das tarifas Conta Caixa Fácil são:
- A partir do 5º extrato solicitado no mês, R$ 0,50 por extrato,
- A partir do 5º saque mensal a cobrança varia conforme o canal onde for realizado: Presencial (no guichê de caixa), R$ 0,70; Em terminais de autoatendimento,
10
Para informações adicionais, consulte as Resoluções nº 3.211/2004 e 3.881/2010, do Banco Central do Brasil (Disponível em: www.bacen.gov.br) R$ 0,50; em Casas Lotéricas, Correspondentes CAIXA AQUI/Rede Compartilhada, R$ 0,25.

52 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 53


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

A CAIXA oferece serviços de emissão e regularização do CPF em suas agências, tais como: Figura 10 – Modelo de Berço de Cartão Bancário do Bolsa Família
a) Emissão de 1ª via do CPF;
b) Regularização de situação12;
c) Emissão de 2ª via do CPF;
d) Alteração cadastral.
Os dois primeiros serviços, em razão da Inclusão Bancária do Bolsa Família, são oferecidos gratui-
tamente pela CAIXA às famílias beneficiárias do Programa que estejam abrindo a conta simplificada.

Importante: A abertura de conta bancária é voluntária. Se, por algum motivo, o beneficiário
não quiser aderir à proposta de abertura de uma conta bancária, continuará recebendo o benefício nor-
malmente, por meio do Cartão Social Bolsa Família. Denuncie se houver intencionalmente prestação
de informação errada sobre a abertura da conta CAIXA Fácil Bolsa Família, pelos canais de pagamento,
por exemplo, mediante a alegação de que se não abrir a conta haverá a perda do benefício do PBF13.

Depois da abertura da conta bancária, o titular da conta (Responsável Familiar) receberá uma carta
informando-o que os benefícios financeiros do PBF serão doravante depositados nessa conta-corrente
simplificada (Figura 9). O Cartão Bancário Bolsa Família14, emitido em seu nome (titular), será encami-
nhado também a sua residência por meio de correspondência própria (Figura 10). Mesmo tendo aberto a conta-corrente simplificada, o beneficiário poderá optar por não receber
seus benefícios do PBF diretamente nessa conta e permanecer recebendo os benefícios, por meio do
Figura 9 – Carta informativa sobre a Inclusão bancária do Bolsa Família
Cartão Social Bolsa Família.

Importante: A qualquer tempo, o titular da conta pode manifestar o não interesse de receber
os benefícios mediante depósito em conta-corrente, mesmo que ela já os tenha recebido por esse meio
uma ou mais vezes.

Em qualquer um desses casos, ele deverá entrar em contato com o teleatendimento da CAIXA
(0800-726-0101), manifestando o desejo de que os benefícios do Bolsa Família não sejam mais depo-
sitados em sua conta bancária. Mas isso deve ser feito com pelo menos dois dias úteis de antecedência
da data prevista para o pagamento no calendário de pagamento do PBF.

12
Para ser possível a abertura de uma conta-corrente, a situação do CPF deve ser REGULAR. Durante o atendimento na agência, estando o CPF em situação de
PENDENTE ou SUSPENSO, poderá ser feita a regularização imediatamente. Outras situações dependem de ida a posto de atendimento da Receita Federal do
Brasil, para regularização.
13
Consulte o item 3 do Capítulo anterior para saber mais sobre como reclamar à Ouvidoria da Caixa ou ao MDS.
14
Para saber sobre as diferentes funcionalidades do Cartão Social Bolsa Família e do Cartão Bancário Bolsa Família, consulte o capítulo anterior.

54 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 55


Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família Parte I – Administração do Pagamento de Cartões e Inclusão Bancária do Programa Bolsa Família

Vantagens da Inclusão Bancária do Bolsa Família a abrirem conta-corrente CAIXA Aqui ou vincular o recebimento dos benefícios a compras
de bens e serviços bancários ou não;
Entre as vantagens de os beneficiários aderirem à Inclusão Bancária do Bolsa Família e optarem f) Orientar o beneficiário correntista a manter o endereço atualizado junto ao Cadastro Único,
pela abertura de uma conta-corrente para recebimento de seus benefícios, destacam-se: para o recebimento de correspondências sobre a sua conta-corrente;
g) Esclarecer o titular da conta sobre a importância de observar o limite de saques (quatro/
a) Maior comodidade e segurança, uma vez que o beneficiário poderá sacar os valores do mês) e extratos (um/semana por mês para que não lhes sejam cobradas tarifas bancárias
benefício em até quatro parcelas mensais, sem cobrança de tarifa bancária; e que essa conta não garante empréstimos de qualquer tipo ou natureza nem lhes dá
b) Isenção de tarifas para compras com cartão a débito, consulta de saldo, impressão de direito a talão de cheques;
quatro extratos no mês (um/semana), depósitos e manutenção da conta; h) Manter devidamente preenchidos e atualizados os campos do Cadastro Único necessá-
c) Possibilidade de comprar a débito em estabelecimentos que tenham a mesma marca do rios à localização do Responsável Familiar e orientar os beneficiários a manter atualizados
cartão da conta – “MAESTRO” ou “VISA ELECTRON”; o seu cadastro na agência bancária onde ele abriu a conta-corrente;
d) Possibilidade de realizar pagamentos com o cartão em estabelecimentos com a marca i) Estabelecer parcerias com órgãos e instituições municipais, governamentais e não go-
“CAIXA Aqui”, nas casas lotéricas e nos terminais de autoatendimento nas agências da CAIXA; vernamentais, para disseminação de informações sobre o Programa, bem como para defi-
e) Possibilidade de também efetuar saque na conta com o Cartão Social Bolsa Família; nição de ações e estratégias de educação financeira que contribuam para promover o uso
f) Possibilidade de acesso à conta-corrente pela internet. mais adequado dos recursos recebidos pelos beneficiários.

6 MONITORAMENTO DA INCLUSÃO BANCÁRIA DO BOLSA FAMÍLIA


5 ATRIBUIÇÕES DO GESTOR MUNICIPAL NA INCLUSÃO BANCÁRIA DO BOLSA FAMÍLIA
O gestor municipal pode acompanhar a inclusão bancária do Bolsa Família em sua cidade por meio
Além das atribuições relacionadas à gestão e à logística de cartões e de pagamentos, o gestor do Sibec. Nele é possível identificar os titulares do cartão Bolsa Família que optaram por abrir uma
municipal tem algumas funções importantes, principalmente no repasse de informação (limitações, conta-corrente simplificada na CAIXA para receber o benefício.
vantagens e responsabilidades) sobre o projeto de inclusão bancária às famílias atendidas pelo Bolsa Para isso, o gestor pode consultar a folha de pagamentos do Bolsa Família. O Quadro 5 que exibe o
Família em seu município. Veja a algumas dessas atribuições: modelo parcial de um relatório de folha de pagamento, com destaque para o campo intitulado “BANC”,
que indica se a respectiva família está tendo seus benefícios depositados na respectiva conta bancária
a) Manter o beneficiário informado sobre a inclusão bancária e esclarecer as suas dúvidas; (campo “BANC” igual a “S”).
b) Orientar os beneficiários, que tenham interesse em abrir uma conta CAIXA Fácil Bolsa
Família a dirigir-se à agência local ou de vinculação da CAIXA, lotérica ou estabelecimento Quadro 5 – Monitoramento da inclusão bancária do Bolsa Família via relatório da folha de pagamentos
CAIXA Aqui; Orgão DataNascimento Nis
Prog Posição UF Município IBGE CNPJ Folha Orgão Titular Banc
c) Orientar os beneficiários sobre a necessidade de ter CPF regular para poder abrir a conta e Gestor Titular Titular

dirigir-se à agência local ou de vinculação da CAIXA para regularizá-lo, quando necessário; 694 09/08/2010 12:40 MDS DF Brasilia 5300108 .......... ago/10 GDF Fabricia … 25/04/1960 xxxxxxxxx-x N
694 09/08/2010 12:40 MDS DF Brasilia 5300108 .......... ago/10 GDF Fátima … 15/08/1973 xxxxxxxxx-x S
d) Esclarecer os titulares do Cartão Social Bolsa Família que a decisão de abrir uma conta-
694 09/08/2010 12:40 MDS DF Brasilia 5300108 .......... ago/10 GDF João … 15/11/1961 xxxxxxxxx-x S
corrente é voluntária e estritamente pessoal/familiar e que essa opção não está relaciona-
694 09/08/2010 12:40 MDS DF Brasilia 5300108 .......... ago/10 GDF Lorena … 18/11/1972 xxxxxxxxx-x N
da a qualquer tipo de obrigação de compra de bens e serviços bancários, para continuar
694 09/08/2010 12:40 MDS DF Brasilia 5300108 .......... ago/10 GDF Marcelo … 20/02/1972 xxxxxxxxx-x S
tendo acesso ao benefício do PBF;
694 09/08/2010 12:40 MDS DF Brasilia 5300108 .......... ago/10 GDF Marcelo … 23/04/1962 xxxxxxxxx-x S
e) Denunciar e adotar as providências cabíveis para apuração de situações de irregulari-
dades adotadas por agentes dos canais de pagamento, para pressionar os titulares do PBF

56 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 57


Parte ii – Integração de Programas de Transferência de Renda Parte ii – Integração de Programas de Transferência de Renda

Parte Ii – INTEGRAÇÃO DE PROGRAMAS acordos, que podem ser firmados tanto por municípios, quanto por estados, os entes se comprometem
DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA a destinar orçamento próprio para pagamento complementar de benefícios aos titulares do PBF. No
caso de estados, podem ser escolhidas as cidades em que haverá a complementação financeira, não
precisando se estender a todos os municípios.
Outra modalidade de acordos de cooperação é aquela destinada à oferta de programas comple-
mentares do ente federado ao público do PBF. Neste caso, busca-se o aproveitamento de políticas
CAPÍTULO v sociais locais para a intensificação da inclusão social e da emancipação sustentada das famílias be-
neficiárias do PBF, tais como ações voltadas a educação de jovens e adultos, capacitação profissional,
INTEGRAÇÃO DE PROGRAMAS LOCAIS DE microcrédito, entre outras. Tais acordos são geridos pela Coordenação-Geral de Ações Complementares
TRANSFERÊNCIA DE RENDA AO BOLSA FAMÍLIA e Controle Social, do Departamento de Condicionalidades da Senarc.
Os acordos de cooperação, voltados à complementação financeira de benefícios, visam melhorar o
nível de renda das famílias pobres na localidade, podendo concretizar dois tipos possíveis de parceria,
a depender da situação do ente:

a) complementação financeira dos benefícios originalmente pagos pelo PBF mediante


cofinanciamento do ente federado;
1 DEFINIÇÃO DA INTEGRAÇÃO DE PROGRAMAS LOCAIS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA AO b) integração do Bolsa Família a programas de transferência de renda locais.
BOLSA FAMÍLIA
Ambos os tipos de parceria envolvem processos muito parecidos de operacionalização. Na prática, o
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de âmbito nacional que envolve a conjugação que ocorre em ambos é o pagamento, pelo governo local, de complementações financeiras aos benefícios
de esforços da União, dos estados e dos municípios. Os municípios que aderiram ao Programa têm a federais ou a concessão de benefícios a um número maior de famílias naquela localidade. A diferença é
responsabilidade de identificar e cadastrar as famílias no Cadastro Único, mantendo os dados de acom- que, no primeiro caso, o ente federado apenas decide cofinanciar o Bolsa Família, com aporte extra de
panhamento das famílias e cumprimento de condicionalidades atualizados. Os estados coordenam recursos, que são transferidos periodicamente ao Agente Operador do Programa, para que este realize os
e capacitam os seus municípios. O Governo Federal, como principal responsável pelo Bolsa Família, pagamentos adicionais; enquanto, no segundo caso, o ente federado dispõe de um programa próprio de
elabora as normas do Programa e responde pelo repasse de recursos às famílias, entre outras inúmeras transferência de renda, com regras específicas, que são harmonizadas ao PBF, para que haja integração e
atribuições. pagamento conjunto de benefícios, por uma única instituição financeira.
A parceria entre as três esferas de governo é aspecto fundamental da estratégia de combate à Em ambos os casos, o estado ou município deverá estabelecer o quantitativo e os tipos de famílias
pobreza construída pelo PBF, sob a premissa de que a pobreza é um problema complexo, que envolve que pretende atender com as complementações de benefício. Busca-se, com isso, minimizar os riscos
múltiplas variáveis de diferentes naturezas e que, por isso, não pode ser reduzido, simplificado ou des- de sobreposição dos dois programas de transferência de renda – federal e local – e evitar a duplica-
contextualizado. Seu enfrentamento deve, assim, envolver um esforço interinstitucional e interseto- ção de esforços do beneficiário para saque de ambos os benefícios, com a unificação dos processos de
rial, com integração entre distintos programas sociais e econômicos de todas as unidades da federação, concessão e pagamento. A diferença, portanto, é que nos acordos de complementação financeira não
para que, de fato, produza efeitos significativos na sociedade. existe previamente nenhum programa local, o que torna mais flexíveis as formas de integração com o
Sob essa perspectiva, o MDS desenvolve, desde 2004, estratégias de intensificação da participa- Bolsa Família.
ção de estados e municípios na gestão do Programa Bolsa Família, por meio da promoção de acordos
de cooperação com os entes interessados, para a ampliação de cobertura ou aumento dos benefícios
pagos na localidade, conforme diretrizes do artigo 12, do Decreto nº 5.209, de 2004. Por meio desses

58 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 59


Parte ii – Integração de Programas de Transferência de Renda Parte ii – Integração de Programas de Transferência de Renda

2 - ADMINISTRAÇÃO DA INTEGRAÇÃO DE PROGRAMAS TRANSFERÊNCIA DE RENDA Na modalidade de piso mínimo variável, coexistem vários pisos mínimos, de acordo com as caracterís-
ticas socioeconômicas das famílias. Assim, uma família com uma determinada característica socioeconômica
A administração da integração de programas de transferência de renda é o conjunto de processos recebe uma complementação financeira diferente de outro tipo de família. Por exemplo: famílias com um
e atividades que garantem a continuidade da transferência de renda às famílias beneficiárias do PBF, filho poderiam ganhar uma complementação financeira para um piso mínimo de R$ 130,00; famílias com
sob ambos os tipos de parceria com estados, Distrito Federal e municípios descritos na seção anterior. dois filhos, R$ 150,00; e famílias com três filhos, R$ 180,00. Neste caso, a única diferença socioeconômica para
Os acordos de cooperação são construídos, não com base em modelo único, mas flexível para cada estabelecimento da complementação financeira do ente federado é o numero de filhos da família, resultando
caso. Cada acordo de cooperação é específico e considera as particularidades e objetivos de cada ente na existência de três pisos mínimos na localidade, daí o nome dessa modalidade de pactuação.
federado envolvido. Pode contemplar, em linhas gerais, aspectos como objeto da pactuação, metas, No modelo de complementação fixa, o estado ou município paga um valor fixo a cada beneficiário
responsabilidades comuns e específicas de cada parte, leiaute do cartão magnético utilizado para do PBF na localidade. Por exemplo: todas as famílias poderiam ter seus benefícios aumentados em R$
saque do benefício, entre outros. As complementações financeiras podem variar de acordo com a de- 60,00, depositados pelo ente federado pactuado. Este tipo de pactuação é bastante recomendado por es-
manda do governo local, desde que se enquadrem nas diretrizes do Programa. Os tipos mais comuns pecialistas, pois não propicia nenhuma distorção na estrutura original de benefícios pagos na localidade,
observados, desde o início do Programa, estão listados a seguir. uma vez que aumenta o benefício recebido por todas as famílias em um mesmo valor.
Nas modalidades acima, os reajustes dos benefícios do PBF, promovidos pelo Governo Federal não
2.1 - MODALIDADES DE INTEGRAÇÃO DE PROGRAMAS MAIS USADAS PELOS ENTES FEDERADOS precisam, necessariamente, se refletir no valor das complementações financeiras que os entes federa-
dos depositam aos beneficiários, visto que estes valores são definidos no acordo de cooperação com o
Considerando que os benefícios federais pagos mensalmente variam de R$ 22,00 a R$ 200,00, Governo Federal, sendo normalmente alterados quando do vencimento do acordo.
conforme a situação socioeconômica e a composição das famílias, há várias possibilidades de com- Na modalidade de Reajuste Linear o ente federado se propõe a complementar os benefícios
plementação financeira pelos estados, Distrito Federal e municípios. Hoje, os municípios e estados se pagos pelo Governo Federal em uma porcentagem específica. Por exemplo: todas as famílias da locali-
interessam mais pelos seguintes tipos básicos de acordos de cooperação: dade terão 20% de acréscimo sobre o benefício que recebem do PBF. Este tipo de pactuação é também
uma das mais recomendadas por especialistas, pois além de não gerar distorção na estrutura original
a) Piso Mínimo; de benefícios pagos na localidade, pois aumenta o valor recebido por todas as famílias em um mesmo
b) Piso Mínimo Variável; percentual, propicia linearidade dos efeitos da complementação financeira. Nesta modalidade de pac-
c) Reajuste Linear; e tuação, sempre que o Governo Federal reajustar os benefícios do PBF, o ente federado reajustará o valor
d) Complementação Fixa. das complementações financeiras que deposita aos beneficiários, visto que estes valores são definidos
por meio de cálculo percentual incidente sobre o benefício federal.
Na modalidade de Piso Mínimo, regra geral, o ente federado pretende que nenhuma família na
localidade receba valor inferior a determinado piso financeiro. A diferença entre o benefício pago pelo 2.2 PRINCIPAIS VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO DE PROGRAMAS LOCAIS DE TRANSFERÊNCIA DE
Governo Federal e o piso mínimo estabelecido será paga pelo ente federado. Por exemplo: nenhuma RENDA AO BOLSA FAMÍLIA
família receberá benefício inferior a R$ 90,00. Neste caso, uma família em situação de pobreza, com
um filho, que faria jus a R$ 22,00, receberá uma complementação no valor de R$ 68,00. A vantagem Os acordos de cooperação firmados entre a União e estados, ou municípios, para a concessão in-
dessa modalidade é que nenhuma família atendida pelo PBF estará recebendo valores abaixo do piso tegrada de benefícios sociais representam um avanço no pacto federativo e oferecem uma série de
mínimo, pois a diferença será coberta pelo ente federado. Um efeito colateral deste tipo de pactuação vantagens a cada ator envolvido e ao Programa, como um todo, conforme enumerado abaixo:
é que se altera a estrutura original de benefícios na localidade que prevê maior desembolso financeiro
para as famílias mais carentes e menores transferências para famílias menos necessitadas. Mesmo a) Possibilita a sinergia de políticas sociais federais e locais e, com isso, um melhor apro-
assim, esta é uma das modalidades de complementação mais adotada pelos municípios, talvez pela veitamento dos recursos públicos em ambas as esferas de governo com a integração dos
sua fácil comunicação e implementação local. processos de concessão e pagamento de benefícios;

60 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 61


Parte ii – Integração de Programas de Transferência de Renda Parte ii – Integração de Programas de Transferência de Renda

b) Potencializa o aprendizado institucional, decorrente da troca de experiências, entre Go- 2.3 - CELEBRAÇÃO DE ACORDO DE COOPERAÇÃO
verno Federal e governo local e do compartilhamento de informações e processos de ges-
tão das respectivas ações de transferências de renda. A integração dos programas pode A integração de programas locais de transferência de renda ao Bolsa Família é operacionalizada,
influir positivamente no desenvolvimento de competências gerenciais, na gestão local, em geral, apenas com o uso de dois instrumentos legais:
cruciais para o sucesso do processo de descentralização de políticas públicas; a) Acordo de cooperação entre a União e o estado, município ou Distrito Federal;
c) Reduz gastos e permite maior eficiência administrativa do Estado, evitando a duplica- b) Contrato para a prestação de serviços entre o ente federado (UF ou município) e o agen-
ção de esforços administrativos de gestão dos programas local e federal nas repartições/ te operador do PBF.
postos públicos dos entes federados, além de liberar o corpo de funcionários públicos para
a gestão de outras políticas; Os procedimentos de celebração desses documentos estão em fase de revisão pelo MDS, em razão da
d) Minimiza riscos de sobreposição entre os dois programas de transferência de renda, reformulação do modelo atual de integração. No entanto, como forma ilustrativa do modelo atual, apresenta-
federal e local, reduzindo o risco de duplicidade de pagamentos entre os programas locais -se no Quadro 6 apenas um exemplo das atividades básicas para a celebração de um Acordo de Cooperação
e o Bolsa Família; com um município que já possui um programa local e que deseja integrá-lo ao PBF com cofinanciamento.
e) Evita a duplicação de esforços do beneficiário para saque de ambos os benefícios, quan- Quaisquer esclarecimentos poderão ser adquiridos por meio de contato com a Coordenação-Geral de In-
do se utiliza um único cartão magnético para saque de todos os benefícios; tegração de Programas de Transferência de Renda (CGIPTR), no Departamento de Benefícios da Senarc/MDS.
f) Poupa trabalho do ente federado na identificação e seleção de famílias aptas a serem
Quadro6–Exemplodeatividadesnecessáriasàcelebraçãodaintegraçãodeprogramamunicipaldetransferênciade
beneficiadas com transferências de renda uma vez que se utiliza a lista de famílias já ca- renda ao Bolsa Família
dastradas na base do Cadastro Único e constantes da folha de pagamento do PBF para Objetivo Atividades
escolha das famílias a serem atendidas pelo programa local;
Levantamento dos programas Coleta de dados sobre os programas locais existentes.
g) Permite o aumento da média dos benefícios sociais pagos às famílias pobres de um existentes no município e das
território, melhorando, nos casos necessários, a composição dos benefícios do PBF; possibilidades de integração. Elaboração de relatórios sistematizando
os programas existentes.
h) Possibilita a adoção de iniciativas mais vigorosas de redução dos patamares de pobreza em
Contato preliminar do município com a Senarc.
localidades específicas, pois sendo os valores de benefícios do PBF fixados nacionalmente, Preparação para a forma- Discussões e reuniões visando esclarecer o interesse em
não há a previsão legal de tratamento diferenciado de territórios por parte do MDS; lização da integração de estabelecer a nova integração.
programas
i) Intensifica o acesso do ente federado a sistemas de informação consolidados, relaciona- Decisão da estratégia do Formulação de proposta de agenda para discussão
dos a cadastramento, administração de benefícios, pagamento e cartões ofertados pelo município com a Senarc sobre das possibilidades de integração.
a conveniência e oportunidade
Governo Federal; da integração. Análise das implicações legais e técnicas da proposta.
j) Demonstra credibilidade nos métodos de focalização do programa, uma vez que o Proposição de alternativas para a tomada de
decisão do município e da Senarc.
interesse dos entes federados em cofinanciar o PBF credita confiança em sua lista local
de beneficiários do PBF, constituída com base no Cadastro Único. À medida em que se Objetivo Atividades

multiplicam as propostas de estados e municípios interessados em se associar ao PBF, Adequação da minuta do Termo de
Cooperação e do contrato com o agente
ratifica-se o grau de aceitação e legitimidade do Programa, enquanto política pública de pagador à situação que se pretende estabelecer.
Formalização da Construção da proposta de
combate à pobreza. integração de integração Elaboração do plano de ação dos ajustes
programas técnicos, logísticos ou operacionais
decorrentes do Acordo de Cooperação para implan-
tação da complementação financeira.
Assinatura do Acordo Avaliação da possibilidade de evento público para
de Cooperação assinatura do acordo.

62 Manual de Gestão de Benefícios - Volume II Manual de Gestão de Benefícios - Volume II 63


O esclarecimento de dúvidas do município poderá ser realizado
por meio do telefone do MDS – 0800 707 2003 ou, ainda,
com a equipe da Coordenação de Atendimento da SENARC
ao gestor municipal por meio do telefone

(61) 3433-1500
pelo endereço eletrônico
bolsa.familia@mds.gov.br
Há, ainda, um canal EXCLUSIVO
para atendimento aos gestores municipais:
gestorpbf@mds.gov.br
A legislação do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família
pode ser obtida no sítio do MDS:
www.mds.gov.br/bolsafamilia
CONTATOS PARA MUNICÍPIOS E ESTADOS
Atendimento Bolsa Família: (61) 34331500
Central Bolsa Família (beneficiários): 0800 707 2003
E-MAIL: bolsa.familia@mds.gov.br

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

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