REALIDADE ÉTNICA,SOCIAL E HISTÓRICA DO GOIÁS

Modernização da Economia de Goiás

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MODERNIZAÇÃO DA ECONOMIA DE GOIÁS

DIRETO DO CONCURSO
1. No que se refere ao estado de Goiás no contexto brasileiro do século XX, assinale a
opção correta.
a. A ocupação do Mato Grosso goiano, entre as décadas de 40 e 60, fez parte de um
movimento amplo de expansão da fronteira e de grandes investimentos agropecuários.
b. No começo da década de 60, o Plano de Desenvolvimento do governo de Mauro
Borges pretendia fortalecer a economia rural de Goiás.
c. Durante a ditadura militar, foram criados planos nacionais de desenvolvimento vol-
tados à superação da dependência econômica do agronegócio, os quais benefi-
ciaram Goiás.
d. A partir da Proclamação da República, o poder do governo federal se sobrepôs ao
poder das oligarquias goianas no panorama regional.
e. A fundação da Estrada de Ferro Goiás, no início do século XX, objetivava facilitar as
comunicações entre a capital da província e o Rio de Janeiro.

COMENTÁRIO
a. Mato Grosso goiano é a toda a região do centro do Centro-Sul do estado de Goiás que
leva ao Mato Grosso do Sul. Acreúna, Rio Verde, Indiara, Jataí, o território de Goiânia fa-
zem parte, na geografia, do Mato Grosso goiano. Entre as décadas de 40 e de 60, houve
um movimento amplo de expansão da fronteira, principalmente da fronteira agrícola.
b. Rural não, principalmente urbana. Mauro Borges era o homem do planejamento, ele foi o
primeiro governador do Brasil a contratar a FGV para que fizesse um estudo, uma análise,
um levantamento de dados sobre o perfil da sociedade goiana, a fim de nortear o desen-
volvimento de políticas públicas. Mauro Borges é filho de Pedro Ludovico Teixeira, nasceu
em Rio Verde e é um dos grandes nomes, um dos grandes orgulhos da política goiana. Um
homem maduro, um homem que, inclusive, foi tirado do poder pelos militares. Ele também
era militar, Coronel Mauro Borges, acabou sendo deposto do governo de Goiás, depois do
1º de abril de 1964, depois do golpe de 1964, os militares tiraram Mauro Borges do poder.
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c. Voltados à integração econômica do agronegócio. No governo dos militares foi feito o pro-
grama Polocentro e foram distribuídas muitas áreas, muitos hectares para quem quisesse
ir para Goiás, para quem quiser ir para o Mato Grosso plantar soja, milho e outras culturas.
No governo dos militares, não houve a tentativa de superar a dependência econômica do
agronegócio, pelo contrário, se intensificou uma relação econômica com o agronegócio.
d. A Proclamação da República foi em 1889. Não se sobrepôs, continuou o coronelismo,
5m
os grandes coronéis que pagavam jagunços. Às vezes, o jagunço tinha mais poder de po-
lícia do que a própria polícia. Às vezes, o coronel apitava mais na cidade do que o próprio
delegado. Getúlio Vargas, na década de 30, se viu obrigado a transferir a capital de Goiás
para Goiânia, sendo um dos motivos a redução do poder das oligarquias.
e. A estrada de Ferro Goiás queria ligar Goiás a Minas, a São Paulo, vender a carne, ven-
der os produtos produzidos no campo de Goiás para Minas Gerais, para São Paulo.

2. (Assembleia Legislativa de Goiás - GO (ALE GO/GO)/2019 (3ª edição)/Assistente Le-

gislativo/Área Policial Legislativo/ Instituto Americano de desenvolvimento - IADES) A
consolidação do espaço geográfico da capitania de Goiás, localizada na região central
do Brasil, foi marcada pela política centralizadora de ocupação colonial portuguesa do
século 18. Em relação ao exposto, assinale a alternativa que indica o processo histórico
na formação e desenvolvimento econômico da capitania de Goiás.
a. A limitação da ocupação portuguesa a Oeste do meridiano de Tordesilhas, conforme
acordo entre os governos de Espanha e Portugal no ano de 1494.
b. A adoção do sistema de sesmaria e o incentivo às atividades mineradoras e
agropastoris.
c. A proibição, por Portugal, da criação de prelazia na capitania de Goiás.
d. A restrição, pela Coroa portuguesa, da construção de aldeamentos e limitação da
entrada de imigrantes na região.
e. A legitimação e ocupação do território de Goiás com o Tratado de Tordesilhas, fir-
mado entre as coroas portuguesa e espanhola, em 1750.

COMENTÁRIO
a. Havia uma limitação pelo Tratado de Tordesilhas, mas depois, no próprio século 16, o
Tratado de Madri acabou corrigindo o Tratado de Tordesilhas.
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b. Em relação a Goiás, adotou-se um sistema de sesmarias no litoral e o incentivo às ativi-

dades mineradoras e agropastoris mais ao interior do Brasil.
c. Não tinha a proibição.
d. Não tinha restrição de construção de aldeamentos. Os aldeamentos indígenas fizeram
parte da estrutura da sociedade na época da exploração do ouro em Goiás.
d. Pelo Tratado de Tordesilhas, Goiás era território espanhol. Não foi o Tratado de Torde-
silhas, foi o Tratado de Madri que acabou corrigindo e trazendo mais porções territoriais
10m
para o domínio português.

3. (Tribunal de Justiça de Goiás - GO (TJ GO/GO)/2014/Analista Judiciário/Área Judiciá-

ria/Fundação Getúlio Vargas - FGV) “Em novembro de 1930, o líder civil de um movi-
mento armado de oposição, Getúlio Vargas, tornou-se presidente do Brasil em caráter
provisório”. (SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. Ed. Paz e Terra. RJ, p.
21) A Revolução de 1930 mudou inteiramente o processo histórico brasileiro, fazendo
ruir as estruturas da chamada “República Velha” ou “Primeira República” no país e deu
início a uma nova etapa histórica para o estado de Goiás, na medida em que:
a. novas classes políticas assumiram o comando do estado, com novas priorida-
des, como a higienização e o progresso, alinhadas com a política desenvolvimen-
tista nacional;
b. a oligarquia goiana se manteve no poder estadual, porém implementou um modelo
desenvolvimentista com o objetivo de inserir o estado de Goiás no mercado
internacional;
c. após a Revolução de 30, a economia goiana sofreu importantes mudanças, sendo a
base agrária gradativamente substituída pelo processo de industrialização;
d. a nova elite política goiana, na perspectiva de modernizar o estado a partir de 1930,
realizou investimentos prioritários nos municípios menores;
e. a aliança entre a burguesia e a elite rural goiana foi refletida na priorização dos inves-
timentos em educação para qualificação de mão de obra no pós-1930.

COMENTÁRIO
b. A oligarquia goiana foi enfraquecida.
c. A indústria não substituiu o agronegócio. A indústria casou e é um casamento muito bem-
-feito entre a indústria e o agronegócio.
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4. A tabela representa um período de mudança na agricultura do estado de Goiás. Essas

transformações notabilizaram-se pela
a. comprovação da deficiência do solo do Cerrado para a produção agrícola, servindo
como pastagem.
b. constituição de uma estrutura fundiária caracterizada pela pequena propriedade e
diversificação de culturas.
c. criação da Embrapa que favoreceu a redução da área cultivada total e o aumento da
produtividade.
d. formação de planos econômicos nacionais e regionais que desestimularam o cresci-
mento agrícola.
e. mecanização da produção e expansão da fronteira agrícola com a intensificação da
produção de grãos no estado.

COMENTÁRIO
Na década de 20 não havia nenhum trator, só carro de boi. Na década de 40, há 13 trato-
res; na década de 50, 89 tratores; na década de 60, 1.349 tratores; na década de 70, mais
de 5.600 tratores; na década de 80, mais de 13.634 tratores no estado de Goiás.
O solo de Goiás é um solo ácido, é um latossolo vermelho acastanhado. A calagem é a
15m
técnica que coloca calcário ao solo para corrigir a acidez.
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A agricultura nunca foi uma área de grande destaque. Primeiro, veio o ouro, depois veio a
pecuária, tendo como coadjuvante a agricultura. Um dos principais problemas para o de-
senvolvimento da agricultura em solo goiano era a acidez, principalmente na década de 60.
A calagem corrige a acidez e torna as terras agricultáveis.
b. Em Goiás não há pequenas propriedades, há grandes propriedades que, aliás, é uma
característica de grande parte do Brasil. Há culturas diversificadas, mas pouca diversifica-
ção. Goiás é um estado que produz muita soja, muito sorgo, muito arroz, milho, muita cana,
muito algodão, logo, há uma diversificação.
c. A Embrapa aumentou a área cultivada.
e. O campo goiano está mecanizado e através da mecanização, houve uma expansão da
fronteira agrícola cada vez mais intensa, voltada para a produção de grãos.

5. A partir desse gráfico e de seus conhecimentos sobre a população goiana, é possível

afirmar que
a. a taxa de urbanização do Centro-Oeste na década de 1970 era inferior à de Goiás e
superior à nacional.
b. a taxa de urbanização demonstra que a população urbana de Goiás diminuiu progres-
sivamente desde 1970.
c. a população que vive em zonas rurais no estado de Goiás quase duplicou entre a
década de 1970 e o ano de 2010.
d. as taxas de urbanização de Goiás, do Centro-Oeste e do Brasil, a partir de 1980, ten-
deram à convergência.
e. a população rural de Goiás correspondia a 19,2% em 1991, enquanto que, em 2010,
o percentual rural era de 9,7%.

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COMENTÁRIO
Em 2010 a região Centro-Oeste registrava, praticamente, 88% de urbanização. Em 2020,
infere-se (não teve o Censo) que a taxa é de 90% de urbanização na região Centro-Oeste.
Assim, a região Centro-Oeste é a segunda região brasileira mais urbanizada, só perde
para a região Sudeste.
a. A do Centro-Oeste era superior à de Goiás.
b. A taxa de urbanização mostra que aumentou.
c. A população vive em zonas urbanas. Não duplicou a zona rural.
20m
e. 90% Goiás urbanizado. As taxas de urbanização de Goiás já superam 90%, e a popula-
ção rural a cada década cai. A população rural está diminuindo.

6. (Assembleia Legislativa de Goiás - GO (ALE GO/GO)/2019/Analista Legislativo/Arqui-

teto/Instituto Americano de desenvolvimento - IADES) A respeito da história política de
Goiás, assinale a alternativa que analisa corretamente os fatos ocorridos durante o
período do Império e da República no estado.
a. A queda de Getúlio Vargas, em 1945, representou o fim do projeto populista de moder-
nização do Brasil; com isso, também em Goiás, a queda de Pedro Ludovico Teixeira
encerrou esse período. A retomada do poder pelas antigas oligarquias locais reto-
mou os velhos projetos de desenvolvimento da agropecuária, agora renovados pelas
ideias de modernização.
b. Durante a República Velha (1889-1930), as práticas do controle das eleições por
meio de fraudes, favores pessoais, violência física e vigilância sobre o voto, que era
aberto, foi uma constante atividade político conservadores no poder, cuja oposição
encontrava força entre os coronéis, grandes proprietários de terras que ostentavam o
antigo título da Guarda Nacional e se cercavam de jagunços para proteger os respec-
tivos domínios.
c. A Revolução de 1930, liderada por Vargas, rompeu com o poder das oligarquias pau-
listas e mineiras que dominavam a política na República Velha. Nessa perspectiva
renovadora, Pedro Ludovico Teixeira foi nomeado interventor de Goiás com a incum-
bência de afastar as oligarquias locais do poder. O projeto modernizador dele culmi-
nou na mudança da capital e na implementação de um projeto de industrialização
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que resultou na formação de uma nova elite política e de uma forte classe trabalha-
dora em Goiás.
d. Diante das incertezas políticas que culminaram no processo de independência do
Brasil em 1822, a capitania de Goiás viveu uma tentativa de deposição do governo
em 1821 e a sua efetiva derrubada em abril de 1822. Esse movimento concorreu com
o movimento separatista do Norte (Tocantins), entre 1821 e 1823, cujo desfecho se
concluiu com a política centralizadora da Constituição de 1824 e a manutenção da
unidade do território goiano.
e. Durante a Ditadura Militar (1964-1985), o estado de Goiás teve governadores eleitos
indiretamente pela Assembleia Legislativa e acompanhou o projeto nacional de rea-
lização de grandes obras (como o estádio Serra Dourada e o Autódromo Internacio-
nal), o que resultou em uma grande atração de trabalhadores da construção civil e
concorreu para manter o estado afastado da crise econômica que incorreu em queda
de salários.

COMENTÁRIO
b. Eram os próprios coronéis que faziam fraudes, favores pessoais, violência física, vigi-
lância do voto.
e. Goiás não ficou afastado da crise econômica.
Por conta do processo de independência do Brasil , a 7 de setembro de 1822, o estado do
25m
Tocantins não foi criado.O desembargador Joaquim Teotônio Segurado era um português,
um homem de posses e tinha destaque no cenário político do Norte goiano no século 19.
Como Joaquim Teotônio Segurado era amigo de Dom João VI, que era o rei de Portugal,
ele pediu para Dom João para criar o estado do Tocantins. Dom João não autorizou. Po-
rém, Joaquim insistiu e alegou que o Norte era atrasado, que não estava conseguindo se
desenvolver como o Sul, e que dividindo o Estado, seria a maneira mais correta de fomen-
tar o desenvolvimento local. Dom João VI não autorizou a divisão, mas autorizou a criação
de duas comarcas. Então, o estado de Goiás teria dois governadores. Em 1809, foi criada
a Comarca do Norte e a Comarca do Sul. Dom João VI acabou voltando para Portugal e o
pessoal goiano do Sul foi falar com Dom Pedro I, alegando que Dom João VI havia criado
as Comarcas do Norte e do Sul, que Dom João VI nem estava mais no Brasil e que eles
queriam que voltasse a juntar Goiás. Teotônio pediu para deixar separado, alegou que ele
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era amigo do rei. O pessoal falou que ninguém gostava do rei e que ele já havia voltado
para Portugal. Dom Pedro I autorizou que voltasse a unir Goiás. Quase que o estado do
Tocantins foi criado no século 19. Quando houve o movimento de independência, o pessoal
se colocou mesmo contrário ao Tocantins, porque criar o Tocantins seria dar pontos para a
Coroa portuguesa, criar a província do Tocantins seria realmente uma ideia vinda de portu-
gueses, do Teotônio, do Dom João VI. O brasileiro mesmo era a favor da união.

GABARITO
1. a
2. b
3. a
4. e
5. e
6. d

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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