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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO PONCHE VERDE

LUCAS MAUER

PAÍSES DO MERCOSUL

A importância do bloco para o crescimento econômico

Professor: Marcelo Steiger


Turma: 91
Turno: manhã

Crissiumal 14 de março de 2022


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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

........................................................................................................................03
PAÍSES DO MERCOSUL..............................................................................04
BRASIL..........................................................................................................04
ARGENTINA..................................................................................................07

CONCLUSÃO................................................................................................XX
REFERÊNCIAS..............................................................................................XX
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa apresentar o bloco econômico chamado Mercosul, o
objetivo do bloco é criar condições políticas, econômicas e sociais para que as
populações de todos os países-membros possam ter mais qualidade de vida. Os
idiomas falados dentro do Mercosul são o Espanhol, o Português e o Guarani.
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TÍTULO PRINCIPAL DO TRABALHO


Não usamos o tempo de desenvolvimento
Países do mercusul
Omercusul é um bloco econômico idealizado com o intituto de facilitar o comercio
internacional entre os países membros do bloco. Formado inicialmente por Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai no ano de 1991 por meio de uma conversão em
assunção no Paraguai. A seguir vamos conhecer os países que fazem parte do
bloco.

BRASIL
regras para acordos de livre comércio - Governo Federal
O Brasil assumiu a presidência temporária do Mercado Comum do Sul
(Mercosul), durante a cúpula de chefes de Estado, que completa uma semana nesta
quinta-feira (15). Em seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a gestão
brasileira irá modernizar a agenda econômica do bloco, que atualmente seria um
sinônimo de “ineficiência” e “desperdício de oportunidades”.
Apesar das declarações de Bolsonaro, o Mercosul, que engloba o Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai como membros plenos e a Bolívia como membro associado, é
considerado a 5ª economia global.

Para a indústria nacional, o Mercosul é o mercado prioritário para a venda de


produtos manufaturados, tecnologia e indústria automobilística. Em 2019, o Brasil
teve um superávit de 6% na balança comercial com o bloco, representando um lucro
de US$ 48 bilhões.

“A gente percebe o quanto o Mercosul é importante para a indústria brasileira. O


Brasil não coloca muitos produtos manufaturados no exterior, nossos produtos não
são tão competitivos em geral. Então é na América Latina, sobretudo para Argentina
e demais países do Mercosul, que a gente vende nosso produtos industrializados”,
aponta a coordenadora do Grupo de Pesquisa e Extensão em Cooperação Regional
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Clarissa Franzoi Dri.

Leia também: Demitidos pela Lava Jato vivem de bicos e Uber à espera de


retomada do setor naval
No mesmo ano, o Mercosul teve uma atividade comercial equivalente a US$ 478
bilhões, com um saldo positivo de US$ 66,6 bilhões. Os principais produtos de
exportação são soja, petróleo e minério de ferro. Cerca de 48% dos produtos são
enviados para a Ásia, 20% para Europa e 16% para América do Norte. Enquanto as
importações são de diesel, reagentes para refino de petróleo e fertilizantes, sendo
que o Brasil é o principal comprador com 72% dos produtos importados.
A China é o principal fornecedor com 24% das importações, seguida dos Estados
Unidos com 18% e Alemanha com 7%.

“Entre as dez principais empresas que negociam no Mercosul, cerca de 80%


do comércio estão concentrados em multinacionais automobilísticas. Todas
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vinculadas a uma cadeia de insumos, suprimentos e de produtos já acabados que


movimentam a balança comercial do Mercosul e a torna superavitária para o Brasil
em relação aos demais países”, indica Daniel Corrêa da Silva, pesquisadora do
Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA – UFSC).

Desde o início da pandemia, as cúpulas do Mercosul passaram a ser realizadas de


maneira online / Mercosul

Na agenda de “modernização econômica” do governo Bolsonaro está a diminuição


da Tarifa Externa Comum (AEC - siglas em espanhol), que incide sobre as
exportações dos países do bloco, de 12,8% para 5,5%. Além disso, busca flexibilizar
as cláusulas que estabelecem que todos os novos tratados de livre comércio devem
ser aprovados em consenso pelos países-membro.
O Uruguai é outro país que apoia a maior liberdade para assinar acordos individuais.
A professora universitária, Clarissa Dri explica que por ser uma economia menor,
para os uruguaios é importante que se fortaleça o Mercosul ou então que sejam
abertas as portas para outros tratados que ajudem a posicionar os produtos
uruguaios em outros mercados.

A diminuição dos impostos para exportação foi criticada pela Confederação Nacional


de Indústrias (CNI) e por sindicatos, já que enfraquece a capacidade de arrecadação
do setor e o reinvestimento em estrutura e pessoal.
“A eficiência ou ineficiência do bloco deve vir seguida de uma pergunta: para quem?
O que ele [Bolsonaro] quer, na verdade, é uma política muito limitada no que tange a
integração regional, mas não significa uma negação da integração regional. É uma
integração com interesses muito específicos, com essa eficiência vinculada à
burguesia brasileira”, defende o economista Daniel Corrêa da Silva.

Acordo com União Europeia

A expectativa é de que nos próximos seis meses o Brasil tenha uma postura pouco
propositiva dentro do bloco, no entanto um dos carros-chefes de Bolsonaro e de
Guedes é a consolidação do Acordo de Livre Comércio com a União Europeia.
O pacto foi assinado em 2019, mas precisa ser aprovado por todos os parlamentos
dos países do Mercosul e da UE. A Argentina já declarou que irá revisar a proposta,
que considera desfavorável para as economias latino-americanas.

:: Artigo | O acordo Mercosul-UE tem o mesmo perfil que a ALCA, enterrada em


2005 :: 
“A ideia é aumentar a capacidade de se integrar cada vez mais com os centros do
sistema capitalista. A parte agrário exportadora primária vai cada vez buscar mais
espaços dentro do mercado europeu, que é extremamente competitivo.  E ainda
deixa de bandeja pra União Europeia a possibilidade de impor embargos ao Brasil
diante da nossa política ambiental e trabalhista”, analisa o economista.
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Para Clarissa Dri, embora economicamente interesse à Europa, é improvável que o


acordo se concretize ainda em 2021.

“A má vontade da União Europeia com o governo brasileiro aumentou,


principalmente da Alemanha e da França. Vai pegar mal para os presidentes
europeus assinarem um acordo com o governo Bolsonaro que é extremista,
fundamentalista”, analisa a professora universitária.

Agenda econômica bolsonarista

O Brasil atravessa um processo de industrialização do campo, com o fomento


do agronegócio, enquanto encolhe sua indústria de transformação – aquela
responsável por produzir novos materiais com valor agregado. O caso mais evidente
foi o fechamento da Ford e outras empresas do setor automotriz, considerado um
dos mais dinâmicos da economia brasileira.
As exportações de produtos industrializados no primeiro trimestre de 2021 caíram de
46% para 42% em relação a 2020. Por outro lado, houve uma alta de 40% nas
exportações da indústria extrativa, de 13% na agricultura e de 14% na
agroindústria, segundo dados da CNI.
:: Dos investimentos bilionários ao fechamento de fábricas: por que a Ford está de
saída :: 
“O Brasil quer se incorporar às cadeias globais de valor. Quer fazer parte da festa,
mas sem qualquer ambição de ser protagonista. Quer participar dessa cadeia global
ainda que seja para fazer um parafuso para alguma empresa chinesa,
estadunidense ou europeia. O Brasil quer participar desse jogo por isso quer a
flexibilização do bloco e a redução da tarifa externa comum. Para tentar acentuar e
sofisticar ainda mais os seus laços de dependência e subdesenvolvimento, em
detrimento de um projeto que realmente represente a integração da América do Sul”,
analisa Daniel Corrêa.
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ARGENTINA
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, propôs, nesta sexta-feira
(26), durante reunião do Mercosul, a criação de um observatório para monitorar as
democracias dos países que integram o bloco. Segundo ele, a intenção é criar um
esforço comum para proteger e promover, de forma permanente, os valores
democráticos.
“Proponho um esforço comum, orientado a nos comprometermos com a
proteção permanente e a promoção da democracia, da liberdade e da paz na
região”, disse o mandatário argentino.
Em seu discurso de abertura da reunião que celebrou os 30 anos do
Mercosul, ele reforçou o papel de união que o bloco desempenha e afirmou que "não
é um tempo de individualidades, é um tempo de unidade". 
Fernández também propôs a criação de um outro observatório para
prevenção da violência de gênero, “como parte fundamental dos compromissos que
assumimos para alcançar a igualdade substantiva que a nossa região precisa”.
Já o presidente da Bolívia, Luis Arce, reivindicou a integração dos países da
América do Sul para enfrentar as crises geradas pela pandemia.
“Temos certeza de que somente com a integração poderemos enfrentar os
enormes desafios que temos pela frente. Instamos os países membros e associados
a trabalharem juntos para superar a enorme crise econômica e social da pandemia
sob os princípios da dignidade, complementaridade, equilíbrio e equidade entre
nossos povos”, disse. 
Além disso, o mandatário boliviano reiterou a disposição da Bolívia em fazer
parte do Mercosul como membro pleno, por considerar que a adesão do Estado
Plurinacional representaria uma oportunidade para fortalecer o bloco. O país faz
parte do bloco há 24 anos como membro associado.
Desacordo 
Nem todos os Estados concordam com os rumos traçados pelo anfitrião da
conferência comemorativa, o argentino Alberto Fernandez.
Brasil e Uruguai pediram uma "flexibilização" no bloco e a diminuição da
Tarifa Externa Comum (TEC), que taxa produtos de fora do Mercosul. As regras da
chamada Resolução 32.00, que exige consenso entre os membros em negociações
externas, também foram motivos de divergência. 
“Não estamos satisfeitos. O Mercosul tem um peso, mas não pode ser uma
carga, um espartilho no qual nosso país não possa se mexer. Já falamos em
flexibilização, diferentes velocidades, o Uruguai precisa avançar. Vamos propor
formalmente discutir a flexibilização. Precisamos que o Mercosul tome uma decisão”,
apontou o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou.
O mandatário argentino respondeu dizendo que “não queremos ser uma
carga para ninguém, se somos uma carga, que nos deixem”. 
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Em sua breve participação, o presidente Jair Bolsonaro concordou com seu


homólogo uruguaio pela "modernização" do Mercosul. 
“O Brasil deseja contar com o apoio dos demais membros do bloco para
seguir ampliando a rede de negociações comerciais extrarregionais de modo a
contribuir para rápida retomada do crescimento e impulsionar um novo ciclo virtuoso
no Mercosul”, afirmou Bolsonaro. 
O presidente brasileiro não acompanhou a discussão do encontro e
abandonou a reunião mais cedo alegando motivos de agenda.
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URUGUAI
Neste mês, completam-se 30 anos que os presidentes do Brasil, da
Argentina, do Uruguai e do Paraguai, reunidos em Assunção, assinaram o
documento de criação do Mercosul. Desse ato, nasceu um bloco regional que hoje,
se fosse um único país, surgiria como a 9ª maior economia do planeta. Sozinho, o
Brasil é a 12ª economia mundial, pelas estatísticas do Fundo Monetário Internacional
(FMI).
Documentos guardados no Arquivo do Senado mostram que os senadores,
de Brasília, acompanharam com atenção a histórica cerimônia internacional de 26
de março de 1991, na qual Fernando Collor, Carlos Menem, Luis Lacalle e Andrés
Rodríguez firmaram o Tratado de Assunção.
— Na solenidade, o presidente Collor disse: 'Começamos a escrever nossa
própria modernidade'. De fato, o tratado tem um grande significado — discursou, no
dia seguinte, o senador Marco Maciel (PFL-PE).
— O processo de integração pode ser a chave para uma inserção mais
competitiva de nossos países no mundo. O Mercosul propiciará economias de
escala e otimizará vantagens comparativas, levando à redução dos custos de
produção. O projeto estimulará ainda os fluxos de comércio entre os quatros países
e tornará os investimentos mais atrativos na região, com consequências positivas
para o combate à inflação e a qualidade de vida da população — prosseguiu o
parlamentar.
Por força do Tratado de Assunção, gradativamente, os quatro países
eliminaram ou reduziram tributos alfandegários nas transações entre si e também
unificaram impostos de importação e exportação incidentes no comércio com outras
nações.

Tribuna da Imprensa noticia em 1991 a criação do Mercosul (imagem:


Biblioteca Nacional)
Para além dos benefícios econômicos, a criação do Mercosul permitiu que
as desconfianças e as tensões diplomáticas entre o Brasil e os países platinos, em
especial a Argentina, finalmente chegassem ao fim. Era uma situação que se iniciara
na época colonial (quando Portugal e Espanha disputavam o território sul-
americano), persistira no Império (quando se travaram as Guerras da Cisplatina e do
Paraguai e houve interferências brasileiras na política uruguaia) e se renovara logo
nos primórdios da República (quando os vizinhos do Cone Sul não viram com bons
olhos o protagonismo diplomático do Barão do Rio Branco na América do Sul).
— Mesmo a aliança entre o Brasil e a Argentina para enfrentar Solano López
[na Guerra do Paraguai] foi, ao que se sabe agora, uma aliança de emergência entre
parceiros que se olhavam com desconfiança, mas que naquela época temiam um
inimigo [em comum] que se expandia e avançava — afirmou, em 1980, o senador
Alberto Lavinas (PDS-RJ).
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No início da década de 1940, na ditadura do Estado Novo, o presidente


Getúlio Vargas ensaiou uma aproximação com os argentinos. Os planos eram
promissores, mas acabaram indo por água abaixo quando o Brasil e a Argentina
decidiram assumir posições distintas na Segunda Guerra Mundial. Enquanto os
brasileiros entraram no conflito ao lado dos aliados, os argentinos optaram pela
neutralidade.
Em 1985, numa audiência pública no Senado, o presidente da Petrobras,
Carlos Theóphilo de Souza e Mello, disse uma curta frase que revelou o tamanho da
rivalidade econômica que separava o Brasil e a Argentina:
— A Argentina tem dificuldades sérias de atingir os mercados internacionais
pelas suas águas muito rasas. Isso é muito bom para o Brasil. As águas do Rio da
Prata exigem um volume muito grande de dragagem para um calado de oito a dez
metros. Eles hoje estão estudando um porto mais fora da barra do Rio da Prata,
para ver se conseguem calados melhores, de 12 metros, de modo a chegar com
seus produtos ao mercado externo com vantagens competitivas em relação ao
Brasil.

Os presidentes Collor, Rodríguez, Menem e Lacalle na assinatura do


Tratado de Assunção (Foto: Gabinete senador Fernando Collor)
No mesmo ano, o senador José Ignacio Ferreira (PMDB-ES) tratou de uma
suposta corrida armamentista que havia no Cone Sul:
— Não faz sentido o Brasil e a Argentina lançarem-se em uma competição
tecnológica que pode conduzir às armas nucleares. Em vez disso, os países devem
juntar-se para resolverem a questão da dívida externa, do analfabetismo, do
saneamento básico, das favelas.
Em 1991, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) citou um caso quase prosaico
do histórico descompasso entre brasileiros e argentinos:
— Os dois países se davam tão mal no passado que nós fizemos no Rio
Grande do Sul uma estrada de ferro com bitola estreita, diferente da bitola larga da
Argentina, só para dificultar uma possível invasão do Brasil pelos argentinos. Havia
coisas dessa natureza.
Simon via o dedo das potências mundiais nesse afastamento. Para ele, “os
do Norte” criavam “fuxicos” que não tinham razão de existir entre o Brasil e a
Argentina. O senador Dirceu Carneiro (PSDB-SC), num pronunciamento em 1993,
reforçou essa tese:
— O Tratado de Assunção teve a extraordinária virtude de enterrar uma
história de longos anos de relações de desconfiança mútua. O setor militar sempre
alimentou a hipótese de um conflito entre o Brasil e a Argentina e, para tal, sofreu a
interferência do Primeiro Mundo, com interesses evidentemente próprios e
pragmáticos, investindo numa desunião progressiva entre os países, fazendo com
que virássemos as costas aos nossos vizinhos. Durante todo esse período, o Brasil
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não considerou a cultura nem a riqueza das trocas comerciais com os países
limítrofes. Em todo esse período, tivemos os nossos olhos votados para a Europa,
para os Estados Unidos, para o Atlântico.

Mensagem em que o presidente Collor pede ao Congresso que ratifique o


tratado do Mercosul (imagem: Arquivo do Senado)
Os primeiros passos da aproximação entre Brasil e Argentina foram dados
em 1979, quando os países resolveram a disputa em torno de projetos hidrelétricos
na Bacia do Rio Paraná. A partir de então, só houve avanços. Em 1980, assinaram
um acordo sobre o uso pacífico da tecnologia nuclear. Em 1982, o Brasil manifestou
apoio às reivindicações argentinas na Guerra das Malvinas. 
Em 1985, os presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín aproveitaram a
cerimônia de inauguração da Ponte Tancredo Neves, entre Foz do Iguaçu e Puerto
Iguazú, para assinar a Declaração do Iguaçu, que previu a integração entre os dois
países. O Brasil e a Argentina haviam acabado de sair de ditaduras militares, e a
redemocratização facilitou a aproximação.
— Verificamos que há um avanço como nunca tinha havido — avaliou
Simon. — Se compararmos todos os presidentes da República, desde o primeiro,
Deodoro, veremos que todos juntos não visitaram a Argentina tantas vezes quanto o
presidente Sarney visitou. Havia a interrogação em relação ao presidente Collor, se
ele se dedicaria de corpo e alma à causa da integração. Afinal, ele fez uma
campanha tão dura e tão ácida contra o presidente Sarney. Justiça seja feita. Ele
assumiu no dia 15 de março [de 1990]; no dia 16, o presidente Collor e o presidente
Menem assinavam convênios no Palácio do Planalto. Os dois faziam questão de
demonstrar que defenderiam, que lutariam, que haveriam de avançar com a causa
da integração Brasil-Argentina.
A Declaração do Iguaçu é considerada o embrião do Tratado de Assunção.
O Uruguai e o Paraguai, que assistiram aos vizinhos assinando acordo atrás de
acordo a partir de 1985, perceberam que a aliança era promissora e decidiram
somar-se ao grupo. Foi assim que o degelo acelerado das relações bilaterais entre
Brasil e Argentina deu origem ao Mercosul.
— Os dois presidentes [Sarney e Alfonsín], desde a inauguração da Ponte
Tancredo Neves, estão decididos a encaminhar a economia dos dois países para
um integração com que possam chegar a um futuro marcado. A integração começa
com os dois. Depois virá o Uruguai. Depois será a vez do Chile. Foi a integração,
pelo Mercado Comum Europeu, que salvou a Europa da pobreza e da dependência.
Assim, me parece que a solução para a pobreza do nosso país e da nossa região é
a sua integração em um mercado comum — disse, em 1989, o senador Ney
Maranhão (PMB-PE).
Outro motivo que levou à criação Comunidade Econômica Europeia
(antecessora da atual União Europeia), em 1958, foi justamente uma rivalidade
histórica. A Alemanha e a França haviam protagonizado, sempre em lados opostos,
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as batalhas mais sangrentas da história da Europa, incluindo as duas guerras


mundiais. Quando ambas as economias foram umbilicalmente conectadas, a
tentativa de destruição mútua se transformou num mau negócio. Alemães e
franceses nunca mais se enfrentaram. 

Presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín, precursores da integração Brasil-


Argentina (foto: Victor Bugge)
Os papéis históricos do Arquivo do Senado indicam, no entanto, que o
Mercosul não foi unanimidade. Alguns parlamentares encararam o novo bloco com
ceticismo, ressalvas e até temores. Em 1992, o senador Gerson Camata (PDS-ES)
afirmou que fazendeiros gaúchos estavam comprando terras no Uruguai e deixando
de plantar no Brasil e que empresas como Autolatina, Cofap e Brahma estavam
passando a produzir na Argentina para exportar para o mercado brasileiro:
— Criou-se um oba-oba em torno do Mercosul, que ficou, eu diria, como a
'escola de samba campeã do ano'. Na realidade, os termos do Tratado de Assunção
são desfavoráveis aos interesses do Brasil. O que estamos ganhando no primeiro
ano? Começamos a perder bilhões de dólares nessas trocas com a Argentina, o
Uruguai e o Paraguai. Estamos abrindo mão do poder de tomar decisões, abrindo
mão do nosso mercado, em favor desses países, que são menores. Estamos
perdendo empregos, renda e impostos.
No pronunciamento, Camata avisou que o Brasil ainda tinha tempo para
abandonar o Mercosul:
— Felizmente para o Brasil, o tratado prevê que qualquer um dos seus
integrantes dele poderá se retirar desde que o denuncie. Quanto mais cedo o Brasil
denunciar esse tratado, melhor será.
Ainda em 1992, o senador Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) afirmou
que, apesar de ser partidário da integração do Brasil com os países vizinhos, o
Mercosul tinha efeitos colaterais que não poderiam ser ignorados:
— Recentemente, fui ao interior de São Paulo, a São José do Rio Pardo,
onde encontrei uma situação de desânimo. A cebola, base de riqueza da região, fora
completamente deslocada pela importação da Argentina. Ora, dentro de pouco
tempo estaremos totalmente presos pelo Tratado de Assunção. Se não tomarmos as
medidas pertinentes no tempo oportuno, a integração, que é um fato positivo, terá
um custo muito alto, capaz de destruir localmente certas bases de riqueza.

O palácio que abriga a sede do Mercosul, em Montevidéu, diante do Rio da


Prata (foto: Mercosul)
Também um ano após a cerimônia em Assunção, o senador Nelson
Wedekin (PDT-SC) criticou o fato de o tratado ser exclusivamente comercial:
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— Ao privilegiar os aspetos mercadológicos, o Tratado de Assunção


subestimou uma perspectiva que poderia ser bem mais abrangente. O conceito que
defendemos é o da integração dos povos dos quatro países. Nossos esforços se
devem somar para a busca do crescimento econômico e do progresso social, e não
só para realçar a economia na óptica do empresariado. Por enquanto, o Mercosul
está dentro desses limites estreitos. Ninguém até hoje sequer cogitou de uma
aliança dos países membros para negociar em conjunto a dívida externa. O
Mercosul poderia ser um espaço privilegiado que produzisse a reativação das
nossas economias e uma política de distribuição de renda e riqueza. Não se espere
isso, entretanto, das elites dos quatro países membros, que, quando muito, são
capazes de vislumbrar o Mercosul como mero pacto de ampliação dos seus
negócios.
Apesar das críticas de alguns senadores, o Congresso Nacional ratificou o
Tratado de Assunção em setembro de 1991, seis meses depois do encontro dos
presidentes no Paraguai.
Com o tempo, o Mercosul deixou de ser exclusivamente econômico e
passou a se dedicar também a aspectos culturais e sociais. As escolas de ensino
médio do Brasil, por exemplo, ficaram obrigadas a oferecer aulas de espanhol.
Estudantes universitários de um país puderam dar prosseguimento aos estudos em
outro país do bloco. O governo criou em Foz do Iguaçu, na fronteira com a Argentina
e o Paraguai, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), que
forma alunos dos países do Mercosul em cursos voltados para o desenvolvimento
regional.
O tempo de trabalho e contribuição previdenciária em qualquer país do bloco
passou a ser contabilizado para fins de aposentadoria. Os trâmites migratórios para
turistas do bloco foram facilitados, dispensando a apresentação do passaporte. Os
trâmites para residência temporária e permanente também ficaram menos
burocráticos. As placas de veículos foram uniformizadas, para permitir um
deslocamento mais ágil entre os países.
Fonte: Agência Senado
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PARAGUAI
O Mercosul é um dos principais blocos econômicos do mundo. Ele é formado por
Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela (suspensa), além de sete países
associados, todos localizados na América do Sul.
A origem do Mercosul está ligada ao estreitamento dos laços econômicos e
diplomáticos dos países do Cone Sul. A sua fundação ocorreu, em 1991, com a
assinatura do Tratado de Assunção. O principal objetivo do Mercosul é a integração
econômica dos países-membros por meio de políticas econômicas comuns, como a
adoção de tarifas externas e a livre circulação de mercadorias.
O Mercosul é uma união aduaneira, que resulta em vantagens competitivas para os
países-membros. O bloco possui como características a especialização na produção
de bens agrícolas, o livre trânsito de pessoas por meio de identificação e a busca
pelo desenvolvimento econômico e social da região.
Leia também: Organização dos Estados Americanos (OEA)
Origem do Mercosul
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado, em 26 de março de 1991, por meio
da assinatura de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai do Tratado de Assunção. A
origem do bloco está associada ao intuito de fomentar as relações econômicas entre
os países na América do Sul. As conversas para a fundação do bloco foram
iniciadas ao longo da década de 1980, a princípio, por meio de diálogos entre
Argentina e Brasil, os dois maiores mercados da região.
Já no início da década de 1990, Paraguai e Uruguai também estreitaram laços com
os vizinhos e se colocaram à disposição para a participação no bloco. Desse modo,
as conversas entre os quatro países deram início à formação do Mercosul.
Na atualidade, o bloco conta, ainda, com a participação da Venezuela, aceita em
2012, mas suspensa em 2017, em razão da ruptura da ordem democrática presente
no país. Já a Bolívia está em processo de passagem de membro associado para
efetivo, rito que ainda precisa ser aprovado pelos demais países do bloco. A sede
oficial do bloco está em Montevidéu (Uruguai). Os idiomas oficiais do bloco são o
espanhol, o português e o guarani.
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Quais os objetivos do Mercosul?
Os objetivos do Mercosul estão apontados no Tratado de Assunção, documento que
marca a fundação do bloco. De maneira geral, o principal objetivo do bloco está
atrelado ao estreitamento das relações econômicas entre os países-membros, assim
como do bloco com o restante dos países do globo, para fins de promoção da
geração de emprego e renda. Desse maneira, estão expressos como objetivos do
bloco:
 a livre circulação de bens e serviços mediante adoção de políticas
alfandegárias comuns;
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 o estabelecimento de uma tarifa externa comum e de uma política econômica


externa comum, aplicada aos países que não fazem parte do bloco;
 o comprometimento dos países do bloco em adotar políticas econômicas que
promovam o crescimento e a sustentabilidade da economia regional.
Sendo assim, os objetivos do Mercosul estão ligados aos aspectos de
desenvolvimento econômico dos países do bloco, sendo a integração regional uma
tentativa de fomentar a economia dos países-membros por meio do oferecimento de
vantagens competitivas e de acordos econômicos em nível internacional.
O Mercosul representa a integração econômica dos países da América do Sul. A
livre circulação de pessoas é uma característica desse bloco.
Participantes do Mercosul
Os países participantes do Mercosul localizam-se na América do Sul, e todos eles
participam do bloco seja como membros efetivos, seja como associados. No caso da
Guiana Francesa, ela é um território ultramarino francês, fazendo parte, assim, da
União Europeia. O bloco conta com cinco membros efetivos e sete membros
associados. Os membros efetivos são os que participam efetivamente das políticas
do bloco; já os associados participam de maneira indireta, no geral, por meio de
tratados econômicos específicos.
Além dos países sul-americanos, o Mercosul conta com dois países
observadores: México e Nova Zelândia. Eles apenas participam das reuniões do
bloco e acompanham suas discussões. Veja a seguir a distribuição dos países do
Mercosul:

Membros efetivos Membros associados

Argentina Chile Guiana

Brasil Bolívia Suriname

Paraguai Peru  

Uruguai Colômbia  

Venezuela* Equador  

*A Venezuela está suspensa do bloco desde 2017, por violação a Cláusula


Democrática do Mercosul.
Características do Mercosul
O Mercosul é um dos blocos econômicos mais importantes do mundo,
pois representa um grande mercado emergente, do qual fazem parte o Brasil, uma
das maiores economias do globo, assim como a Argentina, que, apesar das
recorrentes crises, é considerada um país industrializado. Já Paraguai e Uruguai,
apesar da pequena participação econômica regional e do pequeno mercado
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consumidor, possuem relevância produtiva para a região, em especial, no que toca à


produção de bens primários.
O Mercosul apresenta grandes disparidades regionais e, por vezes, instabilidades
políticas, como acontecido no caso da suspensão da Venezuela. No entanto, é um
agente econômico importante do globo, em razão do protagonismo no setor primário
da economia, da disponibilidade de mercado consumidor, das vantagens locacionais
e, ainda, da implementação de incentivos fiscais de produção.
O Brasil é o principal membro do Mercosul, em razão da sua economia diversificada
e do seu peso diplomático em nível mundial. [1]
O Mercosul (apesar do nome mercado comum) é uma união aduaneira, visto que
adota uma tarifa externa comum e a livre circulação parcial de mercadorias entre os
países-membros.
Já com relação à livre circulação de pessoas, o trânsito de cidadãos entre os países
do bloco é permitido por meio da apresentação de documentos oficiais de
identidade. A organização do Mercosul está centrada na adoção de grupos de
trabalho, como:
 Comissão de Comércio do Mercosul (CGM)
 Grupo Mercado Comum (GMC)
 Comissão de Comércio do Mercosul (CCM)
Na atualidade, o bloco, mediante suas características econômicas e sociais, busca
novos parceiros econômicos, como a União Europeia.
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CONCLUSÃO
Conclui-se que o Mercosul tem um papel fundamental na economia dos
países que fazem parte do bloco, facilitando a importação e exportação de produtos
fundamentais como alimentos, comodities maquinas etc.
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REFERÊNCIAS
Mercosul, Wikipedia, Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_Comum_do_Sul Acesso em: 22/03/2022
Brasil, Wikipedia, Disponível em: Acesso em:

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