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A nova realidade traz oportunidades, mas também desafios. Hoje, os europeus são
o segundo principal destino das exportações do agro brasileiro, absorvendo cerca de
18% do que vendemos ao exterior, especialmente farelo de soja, celulose, café, suco
de laranja, milho e carnes. A União Europeia é um mercado de acesso difícil e muito
protegido para os produtos agropecuários. O tratado gradativamente vai diminuir ou
eliminar certas barreiras, o que abrirá espaço para mais exportações de carne,
etanol, frutas, pescado, lácteos e tantos outros, que produzimos em condições
competitivas.
Para nos habilitarmos a esse acesso, nossos produtores terão que cuidar bem das
exigências sanitárias e ambientais que hoje interferem, às vezes de modo injusto, no
livre fluxo de mercadorias do agro. Essas exigências em si não nos causam
dificuldades, pois apesar do que às vezes se propaga, a agricultura brasileira é
ambientalmente sustentável e guarda padrões de qualidade sanitária universais. O
tratado terá mecanismos e disposições para impedir que essas questões sejam
usadas como ferramentas de pura proteção comercial.
O comércio é uma via de mão dupla e o acordo também abre o mercado brasileiro
para a produção do agro europeu. De um lado, esse é um grande ganho para o
consumidor, que se beneficiará de produtos de grande qualidade e de bom preço. Ao
mesmo tempo, será um desafio para a produção local que, até agora, tem sido
poupada da competição externa. É o caso de laticínios, dos alimentos processados,
bebidas, frutas; enfim, de uma vasta gama de produtos que os europeus desejam
nos vender e poderão fazê-lo sem o obstáculo de tarifas ou normas sanitárias
artificiais.