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Panorama político-econômico

A França passa por um momento de crescimento modesto do PIB, com 0,7% em 2014 e uma taxa de
desemprego de 10,2%. As deficiências na demanda interna e na competitividade da indústria francesa
contribuem para este cenário pouco animador. Para contrapor a tendência de estagnação, o governo
local adotou medidas para cortar gastos públicos e reduzir encargos trabalhistas para estimular a criação
de vagas, o que deve surtir efeito no médio prazo. Atualmente, o país ocupa o 23º lugar entre 148 países
avaliados no Relatório Global de Competitividade, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF)
2014-2015, que combina dados estatísticos nacionais e internacionais com o resultado de uma pesquisa
de opinião com executivos. Os principais fatores que destacam a economia francesa como um ambiente
de negócios favorável estão relacionados à infraestrutura, inovação e ao tamanho do mercado. Por
outro lado, são percebidas como negativas as restrições impostas pela regulamentação dos direitos
trabalhistas e os altos impostos.

Informações de mercado
A tradicional indústria têxtil francesa é a terceira maior entre os países da União Europeia enquanto que
seu setor de confecção ocupa a 4ª posição. O comércio internacional dos produtos franceses tem como
principal destino a União Europeia, mas esta participação tem se reduzido nos últimos anos por conta da
instabilidade econômica vivida pela região e por sua consequente busca pela diversificação de mercados
alvo. Atualmente está em discussão o Acordo de Parceria de Investimento e Comércio Transatlântico –
TTIP, entre a União Europeia e os Estados Unidos que deverá criar a maior zona de comércio do mundo.
O polêmico projeto tem como objetivo eliminar as barreiras para circulação de bens e serviços por meio
da negociação de barreiras não tarifárias e padrões de comércio. Críticos reclamam que a abertura
indiscriminada obrigaria a aceitar padrões de controle de qualidade e segurança inferiores dos EUA na
Europa, prejudicando empresas locais. Desde janeiro de 2014 o Brasil deixou de fazer parte do Sistema
Geral de Preferências (SGP) da União Europeia, que beneficia países menos competitivos no mercado
mundial por meio da redução de alíquotas de importação. A medida foi justificada pela conjuntura de
estabilidade econômica do Brasil na época.

Varejo
Nos últimos anos, a economia da França se viu enfraquecida pelas altas taxas de desemprego, a redução
da demanda dos parceiros comerciais da União Europeia e a queda geral da confiança dos
consumidores. Este contexto levou a maioria dos consumidores a consumirem de forma mais cautelosa,
adiando gastos com produtos que não fossem de extrema necessidade, e levando a um desempenho
melhor de redes de varejo não especializado (super e hipermercados), em detrimento de redes de
varejo especializado que tiveram sua demanda significativamente reduzida. A crescente penetração do
varejo online também afetou as operações de lojas físicas, pressionando-as em relação aos preços e à
oferta de produtos. Em 2012, mais de 50% dos celulares já tinham acesso à internet, o que mostra a
popularização dos smartfones mesmo em período de recessão econômica. Com preços reduzidos e uma
ampla diversificação de planos, os consumidores têm sido expostos a uma nova maneira de consumir
por meio dos canais online. As empresas estão respondendo esta tendência através da criação de
aplicativos e do desenvolvimento de diferentes plataformas voltadas para tablets, celulares e desktops.
A crescente disponibilidade de ferramentas para buscar e comparar produtos e preços online está
causando impacto no comércio. A conveniência vai além da barganha, ajudando o consumidor a evitar
grandes deslocamentos pelas lojas à procura de um produto. Por conta dessas facilidades, os franceses
estão se tornando menos leais a marcas específicas e mais propícios a comprarem de redes de varejo
não especializado, que conseguem oferecer preços mais competitivos.

Consumo de moda
A França é o berço e o ícone da indústria da moda mundial, onde atuam grandes estilistas, boutiques
high-end e lojas independentes, combinados com as principais feiras do segmento. O mercado de
vestuário local caracteriza-se pela fragmentação em relação às marcas e aos pontos de venda, criando
um mercado altamente competitivo, mas também de grandes oportunidades para as empresas
estrangeiras que trazem propostas atraentes para os consumidores. As 30 principais empresas atuantes
no país representam apenas 33% do comércio e os produtos estão distribuídos principalmente nos
canais de redes de varejo especializado, lojas de departamento e redes de marcas de confecção. Para os
consumidores, o preço tem sido a principal influência na hora da decisão de compra, devido ao cenário
de instabilidade econômica. Por conta disso, as marcas de fast-fashion ganharam mais destaque nos
últimos anos e vêm investindo em um posicionamento jovem, explorado por meio de parcerias com
celebridades e designers famosos. Por outro lado, a marca “made in France” ganhou cada vez mais
importância, graças à preocupação dos franceses em apoiar a economia local no período de recessão
econômica. A tendência é que este comportamento permaneça, mas que os consumidores mantenham
um equilíbrio entre as compras de produtos importados e a preferência por peças produzidas na França.

Mais informações relevantes


 A França é o 9º mercado mundial, com US$ 57 bilhões de vestuário e calçados, tendo caído
duas posições e diminuído em US$ 1 bilhão o tamanho do mercado de 2010 para 2014;
 O mercado continua em declínio a uma taxa de 1% ao ano;
 Apesar disso, o valor importado de vestuário aumentou em 6% de 2013 para 2014,
aumentando as importações de produtos mais econômicos dos países asiáticos, como pode ser
verificado na tabela apresentada acima. O valor geral importado de moda praia também
registrou evolução positiva de 3,4%. O Brasil conseguiu melhorar suas exportações para a
França em 6,9%.
 A França faz parte dos países alvo do programa TexBrasil, que já realizou várias ações de
promoção comercial, inclusive no segmento de moda praia.

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