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Todas as empresas, ao serem implementadas, devem definir a sua missão, pois será essa que
a irá colocar no mercado; e a sua visão, um lema que a marque e a lance no seu futuro.
Contudo, a empresa deve estar preparada para os imprevistos que se lhe coloquem com o
novo paradigma mundial, e deve conseguir dar resposta aos mesmos, sem com isto perder a
sua identidade e/ou objetivos. A inflação e a guerra têm sido dois fatores de
imprevisibilidade no nosso mundo atual, afetando todos os setores de atividade. O mercado
agropecuário tem vindo a decrescer, especialmente no setor dos cereais, o que faz com que
os empresários tenham que se conseguir “reinventar”. Segundo o artigo Que modelo de
comércio Internacional para a agricultura e alimentação?, da autora Clara Moura Guedes,
“É necessário “sair da caixa”, pesquisar, analisar, estudar, e aprofundar, ultrapassar barreiras
culturais e físicas e procurar, sobretudo, onde poucos se aventuram”. (Revista Cultivar N.º 6,
pp. 31).
2. Ao desenvolver um estudo de mercado dos produtos agrícolas sustentáveis em Portugal,
temos que ter sempre em conta que estes produtos fazem parte de um segmento específico e
regulado por um mercado próprio. Ou seja, são regulamentados por selos de certificação de
Produção Biológica, o que os torna produtos diferenciados, e os valoriza relativamente a
outro tipo de produtos do mesmo segmento ou equiparados. Este tipo de certificação
combina as melhores práticas ambientais, elevado nível de biodiversidade, preservação de
recursos naturais, aplicação de normas em vigor em matéria de bem estar animal e a nível de
métodos de produção. Indicações referentes à produção biológica na rotulagem e na
publicidade e o logótipo permite a identificação destes produtos com maior facilidade por
parte dos consumidores. A flor de Sal PROVIDA é uma marca algarvia de flor de sal, que
tem tentado expandir o seu negócio a nível nacional. Assim, este tipo de produtos seriam
sempre virados para um nicho de mercado específico, que goste de comprar produtos
biológicos e tenha gosto pela compra de produtos diferenciados, que não seja o típico cliente
das promoções ou que compra qualquer marca, pois nunca iria esperar para comprar um
produto certificado, ler os rótulos e perder tempo a ler as certificações.
3. O mercado da agricultura biológica ainda se encontra em expansão em Portugal. De 2009
para 2015 aumentou em cerca de 6,8% a área plantada, o que significa que existe uma
aposta forte neste sentido. As explorações biológicas em Portugal são de dimensão média,
sendo que existem mais explorações a Norte mas Alentejo e Algarve já demonstram
competir de perto por um lugar no topo. O mesmo se reflete a nível da população
portuguesa, que se tem vindo a consciencializar para os problemas ambientais e as
alterações climáticas, o que se tem traduzido num aumento do consumo de produtos
biológicos, mesmo que muito aquém do desejado. Continua ainda a ser um consumo muito
pequeno para o que os produtores destes produtos têm para oferecer. Não existe ainda uma
grande empresa que possua um produto que controle o mercado, e a venda destes produtos
continua a ser feita em mercados de fins de semana, por pequenos produtores, geralmente a
nível regional. Nestes mercados pode ter-se acesso a todo o tipo de produtos biológicos,
frutos secos, licores, frutas, legumes, hortaliças, carnes, ovos, queijos, enchidos. Estes
mercados costumam ser feitos em sítios próprios, e os seus compradores já são conhecidos
pelos consumidores, pelo que já existe uma relação de confiança entre ambos. Podemos dar
como exemplo a D. Susana que é dona do mini-mercado O Canto, e que vai todos os
Sábados ao Mercado de Loulé comprar os bolinhos de Figo à da D. Ilda para vender no seu
estabelecimento durante a semana.
4. A nova PAC2023 assegura um apoio mais direcionado para as explorações agrícolas de
menor dimensão e estabelece novos objetivos, nomeadamente, preservação dos solos ricos
em carbono através da proteção das zonas húmidas e das turfeiras e a inclusão de regimes
ecológicos nos planos dos países da UE para ajudar os agricultores a aplicar práticas
agrícolas benéficas para o clima e o ambiente (https://www.consilium.europa.eu/pt/). Neste
aspeto vemos que existe uma oportunidade para novos agricultores e empresas se poderem
instalar no mercado e abrirem portas com novos nichos e oportunidades de negócio,
podendo começar com pequenas parcelas de terra, concorrendo aos incentivos e, depois,
expandindo o seu negócio em maior dimensão. Neste sentido, poderemos observar um maior
número de empresas a surgir no setor da agropecuária, graças à PAC2023 e aos incentivos
dados a empresas de pequena dimensão que surjam no setor. Esta oportunidade tende a
chamar novas empresas para o ramo, o que é bom para a concorrência mas até que ponto
para um setor em si, já saturado, devido à atual realidade em que vivemos? Assim, também
as estratégias de comercialização dos produtos terão que ser diferentes. Se os produtos em
mercado disponíveis aumentarem, também as estratégias de comercialização terão que se
alterar. A estratégia pode passar por diferenciar o produto, na maior parte das vezes,
colocando-lhe uma característica que o torne diferente dos outros que se encontram no
mercado. Essa vai ser a sua mais-valia, e o que o vai tornar mais atrativo relativamente a
todos os outros. Poderíamos cultivar aqui no Algarve as amendoeiras algarvias e certificá-
las. Depois ao vender, Certificava-se a Amêndoa do Algarve, pelada, com pele, torrada, frita
com açúcar, em várias especialidades. Vendia-se um produto diferenciado, num setor de
mercado diferente em que poucos produtores estariam a apostar. A estratégia de marketing
seria a de boca a boca. Numa altura em que uma empresa ainda se está a tentar afirmar no
mercado e não pode gastar muito dinheiro em custos de mercado, a melhor estratégia é
deixar a qualidade dos seus produtos falar por si e deixar os seus clientes passarem a palavra
uns aos outros. E neste setor que não tem muitos lucros e demora muito tempo a ter
resultados, este seria, sem dúvida, a melhor forma de marketing.
5. Para apostar num produto sustentado pela PAC 2023-2027, teria que ser num produto que se
diferenciasse dos restantes e que mostrasse algo novo, diferente, inovador, melhor do que já
existe no mercado, para poder ganhar quota de mercado ou poder diferenciar-me dos
restantes produtores. Caso contrário seria apenas mais um produtor no meio de tantos, que
com o tempo acabaria por desaparecer. A Missão e a visão da empresa seriam as primeiras
coisas a terem que ficar bem definidas, bem como a estratégia a utilizar. Assim, eu apostaria
em bolinhos de figo tradicionais do Algarve. Sendo um produto pouco visto, ou visto apenas
em mercados regionais, passar estes bolinhos para uma forma de produção e poder vendê-
los em todo o País não seria apenas uma forma de obter lucro, mas também de poder levar a
todos os pontos do país a cultura do Algarve. Numa primeira fase, este tipo de produto
necessita de promoção de marketing, quer em painéis publicitários, quer em rádio e em
televisão, para se tornar mais conhecido, pois sendo um produto completamente novo em
mercado, o consumidor irá familiarizar-se com ele através dos meios de comunicação com
que mais contacto tem. O preço do produto também deve ser atraente para que o consumir
queira experimentar o produto e se sinta confortável em experimentar o produto. Apesar de
querermos mostrar que o produto é biológico, é diferenciado e é diferente do que o cliente
está habituado, devido à atual especulação que o mercado sofre, devemos também ter em
conta os preços praticados e evitar gerar preços demasiado excessivos para o consumidor,
sob o prejuízo de não conseguirmos entrar no mercado. Mesmo tendo uma boa política de
marketing, assente em bons princípios e com um produto com muita qualidade, o preço, nos
dias que correm, é uma das principais formas de chegar ao consumidor, sendo necessário
conseguir um preço generoso para se ter uma hipótese no mercado agrícola.
6. Para a formação dos preços contribuem muitos fatores como os custos, a concorrência, o
mercado, os objetivos da empresa, a ética, a regulamentação, o valor para o cliente, a marca
e o marketing. Dentro dos custos, temos os custos fixos, que são os custos que a empresa
sabe sempre que vai ter, como sejam, a renda, as amortizações, o custo com publicidade, os
salários, etc; e temos os custos variáveis que são os custos que não são iguais todos os
meses, como as comissões, a água, a eletricidade, os custos com combustível, etc...
A nível de concorrência, o preço funciona na seguinte ordem: Quanto maior for a diferenciação do
produto, menor são as limitações que a concorrência pode colocar à política de preço de uma
empresa. (apontamentos prof.ª Isabel)
Quando falamos de mercado, falamos num preço estabelecido pela lei da oferta e da procura, ou
seja, é o mercado em si, através da procura de um produto e da oferta por parte dos produtores, que
estabelece o preço desse produto, com base nas quantidades existentes desse mesmo produto, num
dado momento. Podem também ser valores éticos da empresa a regular o preço do seu
produto ou ser a legislação a regular o preço de um produto quando assim se mostra
necessário. Isto acontece em casos de inflação muito elevada, injustiça social, e crescimento
económico em que as pessoas se vêm privadas de certos bens e serviços, e o Estado precisa
intervir. Também quando a liberdade política das pessoas fica em causa o Estado pode intervir
para estabelecer preços. O cliente também está disposto a pagar mais por um bem que tem um
valor maior para si. Não é fácil determinar quais os bens a que o cliente é mais sensível mas é para
isso que se desenvolvem os estudos de mercado. Estes vão sempre tentar chegar o mais perto
possível das escolhas mais próximas que o cliente faria. Depois temos também os produtos de
marca, ou certificados que também são mais caros, precisamente porque têm essa marca, ou esse
certificado que lhe garantem esse preço. Mas, no mercado agropecuário, “A formação de preços de
commodities agrícolas vem se distanciando cada vez mais dos determinantes apontados pelo
mainstream da teoria económica traduzidos nos fundamentos do mercado. Segundo a análise aqui
desenvolvida, mesmo que mudanças de oferta e demanda sejam importantes, as oscilações de preço
desses produtos vêm se desconectando cada vez mais da complexidade produtiva e comercial das
atividades agrícolas” (Paula, Nielson et Santos, Valeria et Pereira, Wellington in “A Financeirização
das commodities agrícolas e o sistema agroalimentar”, 2015).
7. A Resolução do Conselho de Ministros n.º110/2017 inclui a maioria das atividades
estratégicas para a agropecuária, embora possa sempre vir a sofrer alterações ao longo do
tempo. No entanto, encontram-se neste plano, as principais atividades a desenvolvidas,
nomeadamente: O número de superfície ocupada por agricultura biológica é agora maior do
que se esperava, tendo atingido números expressivos no Alentejo, embora ainda não atinja
os números que se pretendem. 2015 foi o ano em que se atingiu o maior número de
produtores biológicos registados. A nível de pecuária, temos as aves como a raça em
destaque na produção biológica, seguida dos bovinos. E a nível da apicultura, tenho 55.000
colmeias ativas a produzir biologicamente no ano de 2015. Já a nível das importações houve
uma variação acentuada entre 2014 e 2016 de 125%, com um acréscimo de 732% (quadro
n.º 14, pp 4214), em que os frutos secos, cereais e leguminosas são os produtos mais
importados de Países como a China, Equador, Israel e Chile.
8.
8.1. A estratégia escolhida para a mnha empresa seria a estratégia ofensiva, pois iria entrar no
mercado com clareza sobre o que queria e sabendo que teria concorrentes diretos ao meu produto.
8.2. A estratégia de internacionalização seria a exportação de mercadorias. Entrar no mercado
externo é sempre uma boa oportunidade para uma empresa e ter clientes noutros países é uma mais-
valia que nenhuma empresa pode perder.
8.3. No início de vida do produto, este teria que apresentar um preço acessível de mercado,
pois sendo um produto novo e que pretende crescer e criar a sua quota de mercado, tem que provar
o seu valor e, após ser conhecido e reconhecido pelos seus consumidores, pode pensar em lançar um
preço mais sofisticado e mais elevado..
8.4. Teria que segmentar o mercado e dividi-lo em clusters para definir o público-alvo para o
meu produto. Depois de realizar um estudo chegaria à conclusão de quais seriam as características
dos consumidores que iriam comprar os meus produtos.
8.5. A estratégia de marketing mix compreender os 4 P's sobre os quais uma empresa se
deve preocupar e nos quais assenta uma boa estratégia de marketing, sendo eles o preço,
o produto, a distribuição e a promoção do produto. O produto éum dos itens que tem
mais peso nesta estratégia pois é o bem que vai satisfazer o consumidor. Para lançar o
produto o produtor deve ter a certeza que vai satisfazer as necessidades do seu cliente e
deve saber o que diferencia o seu produto dos outros que se encontram já no mercado.
Qual o nome a dar-lhe e se esse nome é fácil de ficar na cabeça do consumidor. O preço
deveria ser sujeito a um plano estratégico de vendas, pois dar-he um preço muito baixo
só porque está a entrar no mercado dará a ideia de um produto de má qualidade, mas
colocá-lo à venda com um preço elevado também pode gerar uma crise na empresa e
gerar uma crise visto o produto vir a não se vender e acumular-se em armazém. A
distribuição deve começar a ser feita junto do público-alvo, nos mercados ou nos sítios
onde os consumidores que nós temos a certeza que irão comprar o produto tenham
acesso a ele. A logística e o transporte do produto também têm bastante peso nesta
situação. Por fim, a promoção do produto na estratégia de marketing é o que impulsiona
o produto e lhe dá viabilidade. É a publicidade que ajuda o produto a ser reconhecido
pelo público e a se tornar ainda mais conhecido. Seria esta a estratégia a utilizar na
minha empresa. Uma estratégia combinada que pudesse utilizar todos os componentes e
estar sempre em constante atualização.
9. O marketing é uma ferramenta de valor acrescentado para qualquer espaço,
especialmente em espaços sustentáveis, onde o valor de mercado está ainda em
expansão e o produto a estabelecer-se e a criar a sua quota. Num mercado exigente
onde os consumidores vivem rodeados pela incerteza do dia-a-dia da inflação e da
guerra da Ucrânia, o mais fácil é ir a um supermercado e optar pelo produto mais
barato. Os produtos que tentam emergir, para além de terem que primar pela
excelência, rigor e preço e diferenciação, também têm que estar dotados de um
estudo de mercado minucioso que lhe permita ter um público-alvo bem definido e
uma publicidade bem desenhada e atrativa para não ter custos que os possa levar a
ter uma entrada no mercado pautada pelo desastre. Temos o caso de vários produtos
sustentáveis que entraram no nosso mercado e que tiveram sucesso, como o azeite
Galo D.O.P.
10.
a) A alínea é falsa. A PAC faz a regulamentação do mercado de produtos agrícolas dentro da
UE somente.
b) A alínea é falsa. A PAC apenas inclui medidas direcionadas ao pagamento direto a
agricultores, não a consumidores.
c) A alínea é falsa, pois a PAC prevê apoios desde a agricultura de precisão até aos
métodos de produção agro-ecológica.
d) A alínea é falsa, pois a medida não prevê a produção por hectare.
e) A alínea é falsa, o comércio com países terceiros é feito através de acordos
comerciais previamente estabelecidos, evitando assim quaisquer desacatos ou
conflitos.
f) A alínea é verdadeira.
g) A alínea é falsa, a PAC é uma Política Agrícola Comum e não uma Política de
livre comércio.
h) A alínea é falsa, pois o comercio praticado entre os diferentes países do mundo é o
comércio internacional, como a sua própria definição indica.
i) A alínea é falsa, pois medidas protecionistas são medidas que o estado aplica para
ajudar as empresas a manter o dinheiro dentro do país.
j)A alínea é falsa, pois a OMC é a Organização Mundial do Comércio e tem como
objetivo e não está restrita à União Europeia, tendo como membros países de todo o
mundo.
k) A alínea está correta.
l) A alínea é falsa, pois “Na área do euro, a inflação dos preços no consumidor é
medida pelo “Índice Harmonizado de Preços no Consumidor”, muitas vezes
simplesmente designado “IHPC”. O termo “harmonizado” advém do fato de todos os
países da União Europeia seguirem a mesma metodologia, o que assegura que os
dados relativos a um país podem ser comparados com os dados referentes a outro.
Esta medida da inflação é uma boa forma de acompanhar a evolução dos preços na economia.
Funciona como um mapa, que nos ajuda, no BCE, a tomar as decisões certas.” (www.ecb.europa.eu
visitado em 11/02/2023)

Nome: Cláudia Maria de Sena Cabeleira


aluna n.º: 17 606
Universidade do Algarve
Disciplina: Mercados e Comercialização
Curso 2.º ciclo: Gestão Sustentável de Espaços Rurais

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