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E.E.E.M.

PROF ANTÔNIO GONDIM LINS


PROFESSOR(A): ANA CLÁUDIA BARBOSA DISCIPLINA: LÍNGUA PORTU- Turma:
GUESA

SÉRIE:
Aluna(o):__________________________________________________
2.ª SÉRIE- MANHÃ (201 M/ 202 M/ 203 M) – 3.º BIMESTRE Data: / / 22

REALISMO ( SÉCULO XIX)

A Revolução Industrial promoveu transformações profun- Realismo: a sociedade no centro da


das em todos os aspectos da vida na Europa. O realismo obra literária
surgiu como uma estética cujo objetivo era analisar e criti-
car essa nova sociedade sem o subjetivismo e a emoção
◙ A realidade das transformações porque passava a Eu-
que haviam caracterizado o Romantismo.
ropa fez com que o subjetivismo e a emoção românticos
dessem lugar a uma postura mais objetiva e crítica, com o
A Revolução Industrial muda a face da Europa
intuito de analisar e denunciar as mazelas da sociedade.
◙ O século XIX ,na Europa, foi marcado pela Revolução
Industrial, que provocou profundas alterações na socieda- O projeto literário do Realismo
de. A industrialização, porém, acarretou um efeito social
contrário ao esperado: acentuou a distinção entre a bur-
◙ Os escritores realistas adotaram a razão e a objetivida-
guesia e a classe trabalhadora (proletariado). Os trabalha-
de como lentes através das quais observam a realidade.
dores, agora assalariados, foram empurrados em direção
O quer revelam é uma burguesia hipócrita e fútil.
à pobreza.
◙ Madame Bovary, de Gustave Flaubert, foi a primeira
◙ Durante o século XIX, a população europeia mais que
narrativa realista a surgir na história. O romance conta a
dobrou. Com a mecanização da agricultura, muitos cam-
história de Emma Bovary, mulher educada segundo os
poneses foram para as cidades em busca de emprego
ideais burgueses românticos que, enfadada com o próprio
nas indústrias e fábricas. Mesmo os grandes centros não-
casamento, comete adultério. O destino de Emma é a
-contavam com a infraestrutura adequada para absorver
morte. Dessa forma, Flaubert aponta a morte a visão ro-
um crescimento populacional tão grande, o que tornou a
mântica, ao mesmo tempo em que critica ,de modo impie-
pobreza um fato crescente.
doso, a falsidade da sociedade burguesa.

Um mundo menor Os agentes do discurso


◙ As alterações trazidas pelo avanço tecnológico tiveram
um efeito imediato na vida dos europeus: o mundo ficou As condições de produção e de circulação dos romances
menor. realistas são essencialmente as mesmas das narrativas
românticas. Os folhetins continuam sendo o principal veí-
◙ Invençõescomootelégrafoeotremencurtaramasdistân- culo de divulgação.
ciasentreoslocaisefacilitaramacomunicaçãoentreaspesso- O público das obras realistas
as. mostrava reações conflitantes. Por um lado, os leitores
◙ Novas doutrinas sociais surgiram para explicar o funci- desejavam encontrar um enfoque mais racional da reali-
onamento do capitalismo. dade, que os levasse a compreender as transformações
sociais da época; por outro lado, aborreciam-se com as
severas críticas ao seu modo de vida e com a abordagem
► Adam Smith: um dos principais defensores do libera- de temas incômodos, como o adultério.
lismo, apoiava a livre iniciativa, com a mínima intervenção •Machado de Assis lidou com essa ambiguidade do públi-
do Estado na economia. co procurando conquistá-lo por meio de um diálogo cons-
tante entre narrador e leitor.
► Thomas Malthus: defendia que a população crescia a
taxas mais altas que a produção de alimentos, perpetuan- CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO REALISTA
do a pobreza e quantidade de pessoas famintas.
►Racionalismo e objetividade
► Karl Marx: elaborou uma crítica ao sistema capitalista
e defendeu a ideia de que a estruturadas sociedade serão • Na literatura realista, o subjetivismo é substituído
resultado de suas relações de trabalho e produção. Em por um olhar mais objetivo.
parceria com Friedrich Engels, escreveu O manifesto co-
munista, em que conclamava os trabalhadores a se revol- •O interesse pelo funcionamento e pela organiza-
tarem contra o capitalismo. ção da sociedade leva os escritores realistas a
abordarem as necessidades materiais humanas e a
discutirem as condições econômicas necessárias
para satisfazer tais necessidades.
para o surgimento de uma literatura calcada na crítica e
• O olhar do leitor é dirigido pelo narrador realista, na denúncia da sociedade.
sem que isso seja feito de modo declarado ou ex-
plícito, como aconteceria nos romances românti- ► Um início movimentado e polêmico…
cos.
• Embora Portugal fosse um país atrasado, jovens como
► Contemporaneidade Antero de Quental e Eça de Queirós discutiam entusias-
madamente, na Universidade de Coimbra, os textos pro-
• Assim como ocorria no Romantismo, as obras realistas gressistas e inovadores provenientes de países mais de-
também fazem referências a eventos da época. A dife- senvolvidos da Europa. Esses jovens deram origem à Ge-
rença é que, no Realismo, elas aparecem acompanhadas ração de 70 e à crença de que a situação portuguesa po-
de um olhar crítico. deria e deveria ser transformada.

► Materialismo ► A Questão Coimbrã

• Consequência natural da oposição ao sentimentalismo


romântico é a adoção de uma postura materialista, que • Em meados da década de 1860, Antero de Quental e
procura a verdade na realidade concreta, material, e não Teófilo Braga publicam obras imbuídas de um espírito
nos sentimentos e na imaginação. A sociedade é objeto transformador mais adequado aos novos tempos. Antô-
de interesse imediato. nio Feliciano de Castilho, um poeta romântico bastante
respeitado em Portugal, critica “a falta de bom senso e
► A “anatomia do caráter” bom gosto”desses poemas .Em resposta, Antero de
Quental publica um artigo em que relaciona o atraso por-
• Condição para compreender a sociedade era observar tuguês à valorização de abordagens literárias ultrapassa-
como se comportavam as pessoas e se havia das como a de Castilho. Essa polêmica foi chamada de
alguma relação entre esse comportamento e problemas “Questão Coimbrã”, por envolver estudantes da Univer-
sociais. sidade de Coimbra.

•O interesse pela análise das motivações psicológicas ►As Conferências Democráticas do Cassino
poderiam explicar certos comportamentos das persona- Lisbonense
gens, construídas de modo coerente como contexto soci-
al, cultural, econômico e político em que se inserem.
• Em 1871, um evento consolidou a presença do Realismo
► O interesse coletivo em pauta no cenário literário português: as Conferências Demo-
cráticas. Os debates e as palestras realizados no Cassi-
• No lugar das tradicionais histórias de amor românticas, no Lisbonense tinham como objetivo discutir a decadência
os autores do Realismo tratam, com frequência, do tema portuguesa.
do adultério. Já na dimensão social, denunciam a cor-
rupção, o universo político e a superficialidade das • Em uma dessas conferências, Antero de Quental identifi-
elites. Esse temas refletem as questões mais pungentes cou o catolicismo, o absolutismo e o colonialismo como as
da sociedade da época. principais causas da difícil situação em que se encontrava
o país.
► Linguagem: a força das descrições cruéis
• Já Eça de Queirós encarregou-se da conferência “A lite-
• No plano da linguagem, a tradução mais evidente do ratura nova (o Realismo como nova expressão da arte)”.
novo olhar adotado pelos escritores realistas é o modo Nela, ele defendeu uma literatura objetiva e calcada na re-
objetivo – e aparentemente isento de juízo de valor–com alidade, livre dos arroubos românticos.
que as descrições de cenário e as personagens são cons-
truídas. Contudo, é possível observar que o narrador con- • As conferências não puderam ser concluídas por serem
duz indiretamente o olhar do leitor às interpretações considera das uma afronta ao Estado e à religião. Mesmo
desejadas. assim, seus participantes foram bem-sucedidos, pois con-
seguiram instalar o Realismo definitivamente em Portugal.
Contudo, a longo prazo, o saldo foi negativo, já que as
transformações sociais que almejavam fracassariam.
Realismo português
►Eça de Queirós e a destruição das ilusões hu-
► Portugal: atraso e estagnação manas

• A Revolução Industrial, que transformava radicalmente


grande parte da Europa, estava longe de ser uma realida-
de em Portugal na metade do século XIX, já que o país
continuava a ser basicamente agrário. A pouca prosperi-
dade que havia era privilégio de uma pequena burguesia
rural,o que apenas ampliava a desigualdade social.

• A decadência econômica de um país que havia sido


uma das grandes potências europeias, a perda de muitas
de suas colônias e as difíceis condições sociais e po- Eça de Queirós tinha um claro projeto literário: escrever
líticas de Portugal acabaram constituindo um terreno fértil um conjunto de romances –As cenas da vida portuguesa–
que desempenhavam um papel social. De fato, sua obra II. Entre os novos ideais defendidos pelos autores realis-
demonstra uma visão implacável da sociedade português tas, encontravam-se ideais antirromânticos, antirreligiosos
a da época. e antiburgueses.

• O escritor francês Honoré de Balzac, ator de A comédia III. A poesia realista teve representantes tão notáveis
humana, foi inspiração para Eça de Queirós realizar seu quanto a prosa, que acabou sendo suplantada apenas
arrojado projeto. Composto pelos romances realistas O pela força do Romantismo.
crime do padre Amaro, O primo Basílio e Os Maias, As
cenas da vida portuguesa traçam um retrato mordaz de a) Somente I está correta.
Portugal. b) Somente I e II estão corretas.
c) Somente I e III estão corretas.
• O crime do padre Amaro (1875) indica o foco das d) Somente II e III estão corretas.
críticas de Eça nesse seu primeiro romance: a Igreja. Pa- e) I, II e III estão corretas.
dre Amaro, que se tornou religioso por conveniência, e
não por vocação, envolve-se em um caso amoroso com a 02- Sobre o movimento realista, assinale a alternativa cor-
jovem Amélia e a engravida. Amélia morre no parto e reta.
Amaro entrega o bebê a uma “tecedeira de anjos”. Morta
também a criança, o padre prossegue descaradamente a) O Realismo teve sua origem na França e foi uma reno-
com sua carreira. O livro critica a proibição do casamento vação apenas no campo literário.
aos sacerdotes católicos e a religiosidade hipócrita dos b) O homem como indivíduo é o centro das preocupações
moradores do interior de Portugal. do autor realista.
c) O ponto mais alto da prosa de ficção, no Realismo bra-
• O primo Basílio(1878) conta a história de Luísa, jovem sileiro, encontra-se na obra de Álvares de Azevedo.
da burguesia lisboeta, casada com o engenheiro Jorge. d) O escritor realista deve estudar os indivíduos, inter-
Por sonhar com um amor romântico, deixa-se seduzir pelo rogá-los, analisar o meio e transcrever suas observações.
primo, Basílio. Consumado o adultério, Juliana, a empre- e) A prosa de ficção, no Realismo, não é uma obra de ata-
gada da casa, guarda as cartas trocadas entre os aman- que à mentalidade burguesa, à ordem social clerical e mo-
tes e passa a chantagear a patroa, até que o desenrolar nárquica.
da situação conduza um final trágico, com as mortes de
Juliana e Luísa. 03- Associe as colunas.

1. Castilho
• Além da crítica às influências da leitura de livros românti- 2. Comte
cos, a obra volta seu olhar implacável à hipocrisia do ca- 3. Darwin
samento e à superficialidade da pequena burguesia 4. Quental
portuguesa, materializadas com maestria nas figuras das 5. Taine
personagens de Conselheiro Acácio e Dona Felicidade de
Noronha. Outra questão abordada é a revolta gerada pela ( ) Defensor do Realismo.
desigualdade social, evidenciada pelas diferenças entre ( ) Defensor do Romantismo.
Juliana, a criada, e Luísa, a patroa. ( ) Teoria do ambientalismo determinante: o ser humano
como produto do meio.
• Os Maias (episódios da vida romântica)(1888) é consi- ( ) Teoria positivista: todos os fenômenos sujeitos às leis
derado um dos romances mais primorosos do conjunto de naturais.
obras de Eça de Queirós. Ele conta a história de Carlos ( ) Teoria da origem das espécies e sua evolução bioló-
da Maia e Maria Eduarda, dois irmãos separados na in- gica. 4-1-5-2-3
fância que, sem saber desse parentesco, se apaixonam.
Mas, mesmo depois de descobrir a verdade, Carlos da
Maia continua a relacionar-se com a irmã. 04- Leia o texto a seguir.

• Por meio da relação incestuosa entre os irmãos e da — A verdade, meus senhores, é que os estrangeiros inve-
crítica à ociosidade de Carlos da Maia, que exercia a jam-nos. E o que vou a dizer não é para lisonjear a vos-
profissão de médico por diletantismo (mudança constante sas senhorias: mas enquanto neste país houver sacerdo-
de gosto), Eça compõe um retrato impiedoso que ridicu- tes respeitáveis como vossas senhorias, Portugal há de
lariza a alta burguesia. manter com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a
fé, meus senhores, é a base da ordem! 
• Nem mesmo os intelectuais companheiros de geração
de Eça escapam de sua ironia ao serem representados — Sem dúvida, senhor conde, sem dúvida - disseram com
pela personagem João da Ega, um escritor frustra do e força os dois sacerdotes. 
sem convicções.
— Se não, vejam vossas senhorias isto! Que paz, que
QUESTÕES animação, que prosperidade!

01- Sobre o Realismo, considere as afirmações e assinale E com um grande gesto mostrava-lhes o Largo do Loreto,
a alternativa correta. que àquela hora, num fim de tarde serena, concentrava a
vida da cidade. Tipoias vazias rodavam devagar; pares de
I. Em oposição ao Romantismo, cujo idealismo favorecia o senhoras passavam, com os movimentos derreados, a
romance histórico, as obras realistas pretenderam relatar polidez clorótica duma degeneração de raça; nalguma
com objetividade seu próprio momento histórico. magra pileca, ia trotando algum moço de nome histórico,
com a face ainda esverdeada da noitada de vinho; pelos
bancos de praça gente estirava-se num torpor de vadia-
gem; um carro de bois, aos solavancos sobre suas altas b) Em oposição à idealização romântica, o escritor realista
rodas, era como o símbolo de agriculturas atrasadas de procurou descobrir a verdade de seus personagens, dis-
séculos.Eça de Queirós. O crime do padre Amaro. In Obra completa, secando-lhes o comportamento.
vol. I. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. c) O autor realista retratou com fidelidade a psicologia do
personagem, demonstrando um interesse maior pelas fra-
GLOSSÁRIO quezas humanas e pelos dramas existenciais.
derreados = cansados, desanimados
d) As preocupações psicológicas da prosa de ficção rea-
clorótica = desbotada
pileca = cavalo sem valor lista levaram o romancista a uma conscientização do pró-
prio “eu” e à manifestação de sua mais profunda interiori-
Assinale a afirmativa correta. dade.
e) O sentido de observação e análise vigente no Realismo
a) A descrição minuciosa do Largo do Loreto, feita pelo exigiu do escritor uma postura racional e crítica diante das
conde, é argumento para comprovar sua tese sobre a contradições do homem enquanto ser social.
prosperidade de Portugal.
b) O conde, os sacerdotes e o narrador, apesar de perten- 07- Leia o texto para responder à questão.
cerem a classes sociais distintas, adotam o mesmo ponto
de vista com relação ao progresso da cidade. O melro veio com efeito às três horas. Luísa estava na-
c) Ao descrever o Largo do Loreto, o narrador evita apre- sala, ao piano.
sentar juízos de valor, adotando, assim, perspectiva im- — Está ali o sujeito do costume – foi dizer Juliana.
parcial. Luísa voltou-se corada, escandalizada da expressão:
d) A descrição do Largo do Loreto feita pelo narrador é, — Ah! meu primo Basílio? Mande entrar.
no contexto, estratégia para ridicularizar as ideias do con- E chamando-a:
de e dos sacerdotes. — Ouça, se vier o Sr. Sebastião, ou alguém, que entre.
e) O conde e os sacerdotes valorizam as virtudes da na- Era o primo! O sujeito, as suas visitas perderam de
ção; o narrador, por sua vez, descreve apenas o compor- repente para ela todo o interesse picante. A sua malícia
tamento indolente da classe operária. cheia, enfunada até aí, caiu, engelhou-se como uma vela
a que falta o vento. Ora, adeus! Era o primo!Subiu à cozi-
05- Ainda sobre o texto de Eça de Queirós, assinale a al- nha, devagar,
ternativa correta. — lograda.
— Temos grande novidade, Sr.ª Joana! O tal peralta é
a) Palavras como devagar, derreados, degeneração e va- primo. Diz que é o primo Basílio.
diagem (último parágrafo) confirmam as opiniões do con- E com um risinho:
de. — É o Basílio! Ora o Basílio! Sai-nos primo à última
b) A dignidade de Portugal, segundo o conde, estaria ga- hora! O diabo tem graça!
rantida pela ação dos religiosos, que assegurariam a or- — Então que havia de o homem ser se não parente? –
dem social. observou Joana.
c) A inveja dos estrangeiros seria motivada pelo fato de Juliana não respondeu. Quis saber se estava o ferro
Portugal representar a vanguarda da prosperidade indus- pronto, que tinha uma carga de roupa para passar! E sen-
trial europeia. tou-se à janela, esperando. O céu baixo e pardo pesava,
d) A forma vossas senhorias, usada pelo conde, explicita carregado de eletricidade; às vezes uma aragem súbita e
a informalidade de tratamento dispensado  fina punha nas folhagens dos quintais um arrepio trêmulo.
aos sacerdotes. — É o primo! – refletia ela. – E só vem então quando o
e) Em "disseram com força os dois sacerdotes", com força marido se vai. Boa! E fica-se toda no ar quando ele sai;e é
disfarça a contrariedade dos sacerdotes com relação às roupa-branca e mais roupa-branca, e roupão novo, e ti-
palavras do conde. poia para o passeio, e suspiros e olheiras! Boa bêbeda!
Tudo fica na família!
Os olhos luziam-lhe. Já se não sentia tão lograda. Havia
06- Leia atentamente a proposição: ali muito “para ver e para escutar”. E o ferro estava pron-
to?Mas a campainha, embaixo, tocou.(Eça de Queirós. O pri-
O Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo mo Basílio, 1993.)
é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte
que nos pinta a nossos próprios olhos –para nos conhe- Quando é avisada de que Basílio estava em sua
cermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou fal- casa,Luísa escandaliza-se com a forma de expressão de
sos, para condenar o que houver de mau na nossa socie- sua criada Juliana. A reação de Luísa decorre
dade.(Eça de Queirós. In: PROENÇA FILHO, Domício. a) da linguagem descuidada com que a criada se refere
Estilos de época na literatura. São Paulo: Liceu, 1969. aseu primo Basílio, rapaz cortês e de família aristocrática.
p. 207) b) da intimidade que a criada revela ter com o Basílio,
oque deixa a patroa enciumada com o comentário.
O texto de Eça de Queirós reúne alguns princípios bási- c) do comentário malicioso que a criada faz à presença
cos do Realismo. Dentre as alternativas abaixo, assinale de Basílio, sugerindo à patroa que deveria envolver-se
aquela que NÃO está em conformidade com as definições com o rapaz.
do romancista português: d) da indiscrição da criada ao referir-se ao rapaz, o
qual,apesar do vínculo familiar, não era visita frequente na
a) O Realismo foi marcado por um forte espírito crítico e casa da patroa.
assumiu uma atitude mais combativa diante dos proble- e) da ambiguidade que se pode entrever nas palavras da
mas sociais contemporâneos. criada, referindo-se com ironia às frequentes visitas de
Basílio à patroa.

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