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Romanos 8 – Estudo 5.

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Romanos 8:12-13 – “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne
para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis;
mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. O Apóstolo
volta a reiterar que nada devemos à carne, com isso ele está, basicamente,
reafirmando duas verdades:
1 – A salvação não vem da carne, os que nascem de Deus não são gerados
por vontade da carne: João 1:13 - “Os quais não nasceram do sangue, nem da
vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. O homem e sua
carne nada fizeram em prol do novo nascimento, assim como nenhum bebê
humano pode dizer: “Eu decide nascer quando meus pais se casaram e fui
concebido”, assim, também, nenhum cristão pode dizer: “Meu eu carnal, minha
vontade própria decidiu nascer de Deus”. Isto não vem do homem, não vem da
carne e, neste sentido, o homem espiritual, aquele que nasceu de Deus, não
possui dívida alguma com a carne, portanto, o relacionamento deve ser
definitivamente rompido.
2 – O segundo sentido em que o Apóstolo postula nossa absoluta ausência de
dívida com a carne é o fato da mesma estar em completa inimizade com o
Espírito, vejamos: Gálatas 5:16-17 – “Digo, porém: Andai em Espírito, e não
cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito,
e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais
o que quereis”. Esta inimizade não possui qualquer chance de reconciliação,
são duas naturezas opostos e concorrentes. Ninguém pode agradar a dois
senhores (Mt.6:24), o homem espiritual deve romper por completo com sua
carne; mas como isso seria possível? O Apóstolo nos dá alguns exemplos:
Romanos 13:13-14 – “Andemos honestamente, como de dia; não em
glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em
dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus
Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências”. Revesti-vos
do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne, ou seja, nada
dispomos para a carne, não a alimentamos de seus prazeres e desejos, não
incentivamos, não damos oportunidades para que se expresse, não confiamos
em nossos corações, não damos asas as suas inspirações, antes, pelo
contrário, repudiamos a glutonaria, bebedices, desonestidades.... e todos os
demais impulsos “naturais de nossa carne”. Alguém poderá dizer: “Mas minha
carne não é assim, ela é altruísta, ama os pobres e deseja fazer o bem... não
pretendo renunciar a mim mesmo, minha natureza, meu coração carnal”. O
Senhor então responde a este rebelde:
I Corintios 15:50-51 – “E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não
podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis aqui
vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados”. E porque todos seremos transformados ante a última
trombeta? Porque a carne deve ser destruída e refeita, todos seremos
transformados naquele Dia; porém esta transformação teve seu início no dia
exato de nossa conversão e se aprimora a medida que “nada disponhamos
para a carne” e que caminhamos com o Senhor. O pecado passou e
contaminou “toda carne” (Gn.6:13) e a carne não será purificada, antes, deve
ser crucificada e feita novamente; neste sentido Paulo afirma: “Vivo não mais
eu, mas Cristo vive em mim e a vida que agora tenho na carne (este invólucro
externo), vivo para a glória de Deus” (Gl.2:20), não para mim mesmo, não para
minha satisfação e realização, mas unicamente para a glória do meu Deus.
É importante percebe que o ensino errôneo sempre se dirige à vontade o
homem, tenta persuadi-lo a render-se, entregar-se, partindo do pressuposto
que tudo se resolve a partir da vontade do homem; porém o Apóstolo tece sua
argumentação focando no Espírito quando diz: “Se pelo Espírito mortificardes
as obras do corpo”, esta ´a receita da vida, se pelo Espírito, pela força e poder
do Espírito, na vontade soberana de Deus, mortificardes as obras do corpo,
vivereis.
“Obras do corpo” – Com isto entendemos que “obras do corpo”, não são
unicamente coisas moralmente ruins, ou etnicamente erradas, ou socialmente
reprovadas, não! Não são estas as obras enganosas e sutis.... fazem parte
mas não são o todo. Obras do corpo” é tudo aquilo que não nasce do Espírito
Santo; tudo aquilo que é inspirado e influenciado pelo mundo, pelos homens ou
por satanás. É preciso ter clara noção que as “obras do corpo” podem parecer
excelentes, altruístas e beneficentes, mas não são feitas em Deus, não têm
origem no Senhor, vejamos um exemplo:
Mateus 15:36 – “E, tomando os sete pães e os peixes, e dando graças, partiu-
os, e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos à multidão”. O Senhor
multiplicou enormemente a quantidade de pães a ponto de alimentar uma
grande multidão e, ainda, sobrar. Então, multiplicar pães ´algo normal no
ministério do Senhor Jesus, algo que Ele poderia fazer a qualquer momento e
de fato o faz pelo menos duas vezes (Mc. 6:38; 8:5). Porque então quando ele
mesmo teve fome, não transformou pedras em pães, antes, esperou ser
servido pelos anjos? O que diferencia estes dois eventos?
Lucas 4:3,4 – “E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra
que se transforme em pão. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que
nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus”.
Marcos 1:13 – “E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E
vivia entre as feras, e os anjos o serviam”.
Por que multiplicar pães é correto em um momento e errado em outro? Porque
não é uma questão de alimentos ou de pães e sim da fonte de inspiração, de
quem deu a ordem. O evento é o mesmo, mas a origem da ordem e da
sugestão é diferente. Uma mesma coisa pode ser correta no Espírito e errada
na carne, pois Deus deseja obediência mais do que sacrifícios. Se vem dEle é
correto, se vem da carne, é errado, ainda que seja para matar a fome ou ser
visto pelos homens.
“...se ... mortificardes...” – Como temos dito muitas vezes, ninguém é salvo por
esforço próprio ou virtude pessoal, mas quando o assunto é santificação, sem
dúvida nossa responsabilidade é elevada ao máximo e o Apóstolo enfatiza
muito este fato, vejamos:
I Corintios 9:24 – “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na
verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o
alcanceis”. A ênfase é dada no esforço contínuo pela santificação, assim como
um atleta olímpico que se alimenta, dorme e treina adequadamente para uma
competição, sendo privado de todas as distrações em prol de seu alvo maior,
ainda que seja uma medalha ou uma coroa corruptível.
II Corintios 6:14-15 – “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis;
porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a
luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem
o fiel com o infiel?” Disto entendemos que nada devemos a carne e nem aos
carnais... não devemos nos prender a eles em laços de intimidade, para que
eles não nos influenciem contra o Senhor como fez o populacho misturado ao
povo de Israel: Números 11:4 – “E o vulgo (estrangeiros, populacho), que
estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel
tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?”
II Corintios 7:1 – “ORA, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-
nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no
temor de Deus”.
Como o atleta que de tudo se abstém, assim deve ser o crente, até nas coisas
mínimas como glutonaria, companhias inadequadas, conversas frívolas e
levianas, todas as coisas que são perfeitamente aceitáveis para o mundo, mas
não para os santos do Senhor.
I Corintios 5:6 – “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de
fermento faz levedar toda a massa?”
Lucas 21:34 – “E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se
carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha
sobre vós de improviso aquele dia”.

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