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RESENHA

Mizaél de Lima Vilela

STROBEL, Lee. Em defesa de Cristo: a investigação pessoal de um jornalista

sobre as provas a favor da existência de Jesus. Traduzido por Maurício Bezerra

Santos Silva. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019.

Lee Strobel possui o título de Mestre de Estudo em Direito pela Faculdade

de Yale e de jornalismo pela Universidade de Missouri. É também autor de vários

livros, os quais le deram prestígio de um autor renomado. Sua formação em

jornalismo proporcionou-lhe ser, durante certo tempo, editor do Jornal Chicago

Tribune, local onde recebeu diversos prêmios por suas reportagens investigativas.

Após sua caminhada do ateísmo para o cristianismo, em 2007, se tornou doutor em

Teologia pelo Seminário Teológico do Sul, vindo a atuar como professor de

Pensamento Cristão na Universidade Batista de Houston e pastor mestre na

Woodlands Church. Ele é também marido de Leslie e pai da Alison e do Kyle.

Sua família tem um papel importante em sua conversão. Afinal, Lee

procurou, após a conversão de sua esposa ao cristianismo, de várias formas provar

que a fé cristã não é verdadeira. Para autenticar sua crença de que o cristianismo é

falso, ele tenta ir na jugular, no apice da fé cristã, ou seja, a ressurreição de Cristo.

Essa obra trata da tentava de Strobel de provar que o cristianismo é uma falsidade,

para tanto ele passará nas várias áreas do saber para comprovar sua tese.

Todavia, o final dessa investigação se torna surpreendente. A edição brasileira

produzida pela editora Thomas Nelson tem como título “Em Defesa de Cristo: A
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investigação pessoal de um jornalista sobre as provas a favor da existência da

Jesus”, dividido em três partes, ou quatrorze capítulos a obra relata a caminhada de

Strobel do ateísmo para a fé cristã.

A obra está recheada de provas. Na primeira parte (p. 25-168), se é

examinado os registros, as biografias de Cristo, em seus vários ambitos, tais como:

testemunhas oculáres, documentais, corroborativas, científicas e as provas de

contestação. Na segunda parte (p. 171-242) continua em análise a pessoa de

Cristo e sua identidade messianica. Cristo estava fora de si quando afirmou ser o

Filho de Deus? Ele apresenta alguma característica, atributo divino? O perfil de

Cristo se enquadra na do Messias esperado e prometido no Antigo Testamento?

Por fim, na terceira parte (p. 245-366) inclui desde a pesquisa sobre a ressurreição

de Cristo, passando pelas provas médias, as provas do desaparecimento do corpo,

das aparições de Cristo ressurreto e demais fatos secundários que apontam para a

ressurreição, até a conclusão de Strobel, o qual dá um veredito final sobre todas as

provas que juntou em sua pesquisa.

Em Defesa de Cristo nada mais é do que uma excelente obra de apologética

evidencialista. Logo na introdução o autor destaca a importancia da ótica sobre as

provas. No caso em questão trata-se de alguém que foi incriminado pela polícia,

todavia, não era culpado. Lee como reporter investigativo, não olhou direito para as

provas e já deu seu veredicto de culpado para James Dixon. Porém, ao olhar

novamente para o que estava diante dos olhos, mudou sua sentença sobre Dixon e

o auxiliou a ser inocentado. É interessante como Strobel faz links de personagens

como Dixon para Jesus. Todo sua narrativa está entrelaçada entre suas

experiencias e Cristo.

A primeira parte do livro examina os registros. É interessante como o autor


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discorre, cheios de perguntas pertinentes, suas dúvidas aos Doutores de

determinadas áreas do saber. Em sua conversa com o Dr. Craig Blomberg, Lee

tenta apontar que o testemunho de uma época distante, como a de Cristo, não é

confiável. O Dr. Craig responde a Lee com muita sabedoria ao apontar o valor das

testemunhas, principalmente no que tange as questões centrais do discurso. Essa

parte é muito interessante pois enfatiza o valor do discurso bíblico ao salientar que

até hoje os métodos de investigação levam em consideração aquilo que é o ponto

central dos discursos de testemunhas. Acerca das provas testemunhais, segundo

capítulo, o autor descreve que a postura do Dr. Craig foi de abrir a bíblia e mostrar

a coerência de seus relatos. As vezes alguns apologétas ficam tão vidrados com

provas extra-bíblicas que se esquecem de usar as Escrituras. Esse é um ponto que

me chamou a atenção, um doutor usando as Escrituras, apologeticamente

apresentando sua crença baseada em fatos para um cético jornalista.

Após desconfiar das provas testemunhais, das biografias descritas acerca de

Cristo, no terceiro capítulo, “as provas documentais”, Lee está cetico quanto a

credibilidade da preservação dos manuscritos. Seriam as cópias das cópias do

manuscritos orginais confiáveis? Ai entra em cena outro especialista, Dr. Bruce

Metzger. O que mais me chamou a atenção em toda argumentação é a sólida

prova, dos estudos de crítica textual, de que se possui mais provas catologadas de

cópias do Novo Testamento do que dos escritos de Tácito, Josefo. Depois dos

cinco mil manuscritos do Novo Testamento catologados, em quantidade bem

inferior aparece os manuscritos da Ilíada de Homero com cerca de 650 cópias. A

questão da credibilidade está na quantidade de cópias e também na distância entre

o manuscrito original e as primeiras cópias. Como a apologética evidencialista,

neste caso, ajuda o cristão a ter ainda mais confiança na veracidade das Escrituras.
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Outras áreas do saber também são abordadas na primeira parte, tais como

as evidência de Cristo extrabíblicas, essas são provas corroborativas porque foram

escritas por pessoas que não tinham empatia com o cristianismo, todavia

confirmam a personagem Cristo. A arqueologia também confirma grande parte dos

lugares, personagens e episódias que as Escrituras citam. No último capítulo da

primeira parte, o Ph. D Gregory A. Boyd, mostra que muitos estudiosos negam que

o Jesus bíblico foi um Jesus real, que seu feitos foram autênticos, porque possuem

a premissa naturalista, ou seja, acreditam apenas no efeito da natureza ou do

mundo físico em que há sempre uma causa natural.

A segunda parte do livro aborda mais de perto a pessoa de Cristo e suas

afirmações sobre ser o Filho de Deus, seus atributos divinos revelados em suas

ações, tais como o perdão de pecados e os muitos feitos milagrosos, bem como

seu perfil similar ao Messias prometido do Antigo Testamento. Recheado de boas

provas e de renomados estudiosos, é magnifico como o livro da várias provas de

que Cristo é o Filho de Deus. Provas essas psicológicas, Jesus não era um louco,

um doido desvairado alegando ser divino. Provas descritivas, Jesus demonstrou em

vários momentos conter atributos divinos, bem como se encaixa perfeitamente nas

professias do Antigo Testamento acerca do Messias prometido para Israel.

Por fim, a última parte do livro, trata acerca do assunto que sustenta o

cristianismo, a ressurreição de Cristo. Se for comprovado que a ressurreição não

aconteceu, é vã nossa fé, a fé cristã desmorona. Todavia, existem várias provas de

que Cristo morreu, provas médicas, provas de que o corpo de Cristo, de fato,

desapareceu do túmulo, provas de que Jesus apareceu ressureto após sua morte e

outras provas circunstanciais. Lee se propós a atacar principalmente esse ponto

para provar que a fé cristã era falsa, todavia as várias provas da ressurreição e
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principalmente o poder do Espírito o dirigiram em toda a verdade. De tal modo que

teve de ser honesto ao publicar seu veredicto sobre a defesa de Cristo. Vindo a

caminhar do ateismo para o cristianismo, pela graça de Deus.

Embora o livro seja em defesa de Cristo, acredito que ele será de grande

valia para os crentes, os cristãos que confiam que Jesus é o Filho de Deus. As

provas usadas para sustentar a defesa de Cristo auxiliam os cristãos a defenderem

o conjunto de crença que nos foi dado. Eles agregam muito para o cristão, não sei

se fará o mesmo para o não cristão, afinal sempre terá a questão dos

pressupostos. Todavia é um excelente livro, super recomendo, apesar de uma

linguagem que poderá causar ruídos, por ser técnica, natural devido a importância

do assunto, o livro também é bastante útil para aqueles que possuem dúvidas

acerca da fé, aqueles que duvidam da fé e para aqueles que já possuem fé,

poderam agregar ainda mais argumentos para sustentá-la.

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