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ORDEM NATURAL: É a ordem que não se dirige ao homem, mas visa explicar os
fenómenos naturais.A ordem natural não pode ser violada: porque se reconduz a esquemas
mentais de explicação da realidade (visa explicar a realidade) o que pode
acontecer, é que esses esquemas mentais estejam errados se um aspecto factual
contraria o enunciado dessa lei. Neste caso essa lei não se mantém e procura-se
uma nova lei para explicar a realidade
ORDEM SOCIAL: é a ordem das condutas humanas. Tem por objecto regular a
actividade humana e as relações entre os membros da sociedade (ideia: não há sociedade
sem normas). Exprime-se através de normas relacionais: regras para solucionar conflitos
Dentro da ordem social pode-se separar:
a) Ordem técnica-Exprime-se por um conjunto de regras que disciplinam a actividade
humana visando a realização de certos objectivos que se querem alcançar
b) Ordem fáctica-São diferentes das leis naturais porque a convivência dos homens muda
através dos tempos, enquanto que a ordem natural (por exemplo das abelhas) é sempre
a mesma, a sua explicação é que pode mudar (mas o fenómeno é o mesmo
sempre). As leis naturais são exactas e universais, já as leis fácticas são
contingentes, isto é, variam no tempo e no espaço.
c) Ordem normativa-É a Ordem que visa orientar a conduta do homem na relação com os
outros homens. Tem um carácter intersubjectivo: visa disciplinar as suas condutas
fixando o modo como elas se devem processar
Traduz uma ordem normativa que estabelece os deveres de natureza ética visando o
aperfeiçoamento da pessoa quer perante si própria quer no seu comportamento (externo e
interno) em relação aos outros (com todos aqueles com que se relaciona). Implica um
conjunto de preceitos e concepções altamente obrigatórios para a consciência.Sanção:
peso consciência; remorsos.Caracteriza-se pela interioridade, absolutidade e
espontaneidade do dever moral
Direito
O homem é um animal social, um ser que necessita, por razões várias, da vida em
sociedade. Não parece que se possa acreditar, como tese geral, extensível a toda a
humanidade a todas as épocas, que o homem possa viver solitariamente.
sendo assim o direito pode ser defenido como um conjunto de normas que visam regular a
vida do ser humano
em sociedade harmonizando os seus interesses e resolvendo os seus conflitos
com recurso à coercibilidade.O que caracteriza o Direito não é simplesmente o
reconhecimento de determinadas normas como obrigatórias, mas o serem acompanhadas
da possibilidade de imposição da força.
O peso que se dá aos fins do Estado, variam de comunidade para comunidade (mais ou
menos democrática), todavia existem fins do Estado universais que são constantes em toda
a parte.
Justiça
Justiça é o conjunto de valores que impõem ao Estado e a todos os cidadãos a obrigação
de dar a cada um o que lhe é devido (propriedade, educação, saúde, segurança social) em
função da dignidade da pessoa humana.
1- Justiça comutativa: visa corrigir as desigualdades que possam existir nas relações
entre pessoas privadas e assegurar a equivalência de prestações ou a equivalência
entre dano e indemnização. Tem por base uma ideia de paridade de posições entre
as pessoas nas relações de coordenação (direito privado). Assenta no princípio da
igualdade e reciprocidade.
Segurança
Tem subjacente uma ideia de certeza para evitar o caos (desordem/ justiça pelas próprias
mãos) e garantir a paz e a tranquilidade.
O conceito de segurança tem sido um conceito confuso, podemos entendê-lo de três
modos:
1- Como traduzindo o estado de ordem e paz que a ordem jurídica tutela, prevendo
e reprimindo os actos de agressão contra pessoas e bens. É a segurança através do
direito que garante a nossa existência pessoal e social contra ataques e perturbações.
2- Como traduzindo uma certeza do direito: o que permite prever os efeitos
jurídicos dos nossos actos e em consequência planear a vida em bases firmes e
estáveis. Comporta a previsibilidade de condutas.
3- Como traduzindo a protecção dos particulares em relação ao Estado (poder).
Ideia de que num Estado de Direito os órgãos devem respeitar os direitos que
integram a esfera dos indivíduos. Esta segurança é tutelada pelo princípio da
legalidade que limita a acção do Estado e também pela independência dos tribunais
que decidem os recursos contra os actos da Administração.
3- Poder político: faculdade exercida por um povo de, por autoridade própria,
instituir órgãos que exerçam com relativa autonomia a jurisdição sobre um
território, nele criando e executando normas jurídicas e usando os necessários
meios de coacção.
Critica a estas doutrinas: o Direito não se confunde com o Estado, mas cabe ao Direito
limitar e legitimar o Estado.
O Direito visa realizar a Justiça. Ao Estado incumbe instituir e garantir a ordem jurídica
que lhe deve obediência. Logo o Estado só pode ser de Direito.
Costume
Jurisprudência
Lei
Enquanto fonte de Direito, o art. 1 no2 do CC, considera a lei como “todas as
disposições genéricas provindas dos órgãos estaduais competentes.
Lei formal: é o diploma emanado por um órgão legislativo, que reveste uma forma
pré-determinada e cujo conteúdo pode abranger normas jurídicas ou comandos
individuais.
Norma jurídica
É o conjunto organizado de normas, harmonizadas e relacionadas
entre si que constitui a ordem jurídica ou sistema jurídico
• As normas têm por função orientar a conduta do ser humano – no
respeito dos valores e interesses que a ordem jurídica pretende
proteger, contribuindo para a coexistência pacífica das pessoas em
sociedade
Previsão
Representação de um acontecimento ou situação da vida
Estatuição
Estabelecimento consequente da necessidade de uma
conduta. Em face da previsão, determina um dever/obrigação
de ação ou omissão
Sanção
Define as consequências do incumprimento da estatuição.
Nem todas as normas têm este elemento presente.
Há quem entenda que a sanção é própria do sistema jurídico, uma vez que
os meios de proteção coativa são característicos do sistema no seu todo e
não das normas.
IMPERATIVIDADE
Na sua forma tradicional a norma jurídica impõe uma determinada conduta social
através de um comando ou de uma ordem
GENERALIDADE
A norma jurídica diz-se geral porque os seus preceitos se dirigem a todos os
membros da ordem jurídica e não a um conjunto determinado e individualizável de
destinatários.
ABSTRAÇÃO
As normas jurídicas prevêem condutas, de modo abstracto – ou seja: disciplinam
um número indeterminado de casos e de situações.
Não podem ser individuais e/ou concretas senão violariam o princípio da
igualdade de todos os cidadãos perante a lei – artº 13º da CRP
Coercibilidade
Possibilidade do uso da força para impedir a violação da norma. A
norma jurídica provém de uma autoridade que tem competência para
impor condutas, exigindo o seu cumprimento e impondo sanções no
seu incumprimento.
Em rigor, é uma característica essencial do sistema jurídico, que o
distingue das demais ordens (moral, religiosa) mas não é característica
essencial da norma, pode ou não estar presente.
Violabilidade As normas dirigem-se a sujeitos livres, pelo que podem ser violadas.
Classificação
Gerais– Caráter de generalidade, válidas e aplicáveis a todos os
sujeitos, à generalidade dos factos ou das situações consideradas.
Ex.: Código Civil
Especiais– Destinam-se a um universo de sujeitos ou situações
previstas no regime. Todavia, são genéricas para aquele universo,
embora o seu campo de aplicação seja restrito às situações que regula.
Ex.: Código do trabalho
Excecionais– Estabelecem um regime contrário ao regime que vigora
IMPERATIVAS
Impõe um dever. A conduta que estatui é obrigatória, verificada a
Perceptivas: a actuação queimpõe é uma acção (facere).Ex: art. 1323º CC
Proibitivas: a actuaçao que impõe é uma omissão ou abstenção (non
facere).Ex: art. 989º CC
FACULTATIVAS (OU PERMISSIVAS)
Estatui uma permissão, uma faculdade ou possibilidade jurídica de ação ou
resultado.
Dispositivas: concedem poderes ou faculdades que podem ou não ser
exercidas pelo seu beneficiário. Ex.: art. 1450º CC
Supletivas: estabelecem um regime que colmata a falta ou insuficiência
da vontade Ex.: art. 1717º CC
Universais – Aplicam-se a todo o território do Estado
Ex: Código Civil
Gerais – Aplicam-se ao território continental Ex: Regime do IVA
Regionais – Aplicam-se a uma determinada região.Ex: Regime que concede
subsídios a determinadas regiões para fomentar a agricultura
Locais – Aplicam-se às autarquias locais Ex: Regime de utilização dos espaços
verdes
Subsidiárias– Consistem numa forma de completar um regime ou colmatar lacunas
Ex.: art. 124º CC
Proibitivas–Interditam certas condutas Ex.: 1601º CC
Injuntivas – Não estão na disponibilidade dos sujeitos (podem ser proibitivas
ou preceptivas)
Noção e estrutura da norma jurídica
Noção
A norma jurídica é um elemento fundamental do direito na sua função de ordenar a
convivência humana. Todavia o seu sentido não é unívoco, fala-se de disposição,
preceito, lei, regra jurídica.A regra normalmente é considerada como um critério de
conduta: regra pela qual se pautam as condutas humanas – diz respeito aos
comportamentos que os indivíduos devem adoptar ou não.
Estrutura da norma jurídica
A norma é composta por dois elementos:
1. Previsão
2. Estatuição
Previsão
A previsão refere uma situação típica da vida/ uma certa situação de facto/ uma
certa conduta.119. As noções que a lei vai buscar às situações típicas da vida
sofrem uma deformação teleológica ao serem incorporadas no sistema jurídico. Os
factos são jurisdicionalizar,transformando-se os seus conceitos naturalistas em
conceitos jurídicos. Assim, todos os conceitos usados pela norma jurídica dão
expressão a um específico sentido jurídico.
Estatuição
É a prescrição do efeito jurídico, no caso de a situação prevista (na previsão) se
verificar.Também a estatuição tem um carácter normativo, pois na sua
essencialidade é jurídica e não fáctica.
1.Generalidade
2. Abstracção
3. Bilateralidade
4. Hipoteticidade
5. Imperatividade
Generalidade
Traduz-se no facto de a norma jurídica ter uma indeterminabilidade de destinatários,
isto é, dirige-se não a uma pessoa concreta, mas a todas quantas se possam
encontrar na situação hipotética, à qual determinada estatuição corresponde. Dirige-
se a uma categoria de pessoas não individualmente determinadas.
Esta indeterminabilidade de destinatários é apurada no momento da feitura da lei.
Abstracção
Traduz-se, na indeterminabilidade das situações de facto a que a lei é aplicada, isto
é, a norma jurídica aplica-se não a um caso específico, mas a um número
indeterminado de situações subsumíveis à categoria prevista
Abstracto opõe-se ao concreto:O preceito abstracto disciplina um número
indeterminado de casos, uma categoria mais ou menos ampla de situações, e não
casos ou situações determinadas, concreta ou particularmente visadas.
Hipoteticidade
A norma jurídica é hipotética porque, exprimindo sempre a ordem social, os efeitos
jurídicos só se produzem se, se verificarem as situações ou factos previstos na
previsão.Assim publicada uma lei sobre lenocínio (provocação ou favorecimento de
da corrupção social de outrem) só se aplica se o lenocínio for efectivamente
praticado.