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A semicultura é defensiva: exclui os contactos que poderiam trazer à luz algo de seu
caráter suspeito. E o que dá origem às formas psicóticas de
reação ao social não é a complexidade, e sim a alienação; a psicose em si é a alienação
objetiva de que o sujeito se apropriou até o mais íntimo. Os sistemas
delirantes coletivos da semiformação cultural conciliam o incompatível; pronunciam a
alienação e a sancionam como se fosse um obscuro mistério e compõem um
substitutivo da experiência, falso e aparentemente próximo, em lugar da experiência
destruída. O semiculto transforma, como que por encanto, tudo que é mediato
em imediato, o que inclui até o que mais distante é. Daí a tendência à personalização: as
relações objetivas se transformam em pessoas singulares e de pessoas
singulares se espera a saúde. (p. 16) Seu culto delirante avança com a despersonalização
do mundo. Por outro lado, a semiformação, enquanto consciência alienada, não
O conhecimento dos abusos sociais da semicultura confirma que não é possível mudar
isoladamente o que é produzido e reproduzido por situações objetivas dadas que
mantêm impotente a esfera da consciência. No âmbito de totalidades
contraditórias, o problema da formação cultural se vê envolvido também em uma
antinomia (p. 17)