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ANDRÉ RIBEIRO
AULA EXTRAÍDA DA APOSTILA: “BATALHA ESPIRITUAL – TÂNIA TEREZA” COMPLEMENTADA POR ANDRÉ RIBEIRO
“E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias
da terra. Genesis 12.3”.
Entender a herança familiar é de suma importância. Ao analisarmos, vemos que em Abraão seriam benditas todas as
famílias da terra. Jeová é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O desejo do Pai é que sua obra em nossas vidas perpetue
de Geração em Geração.
A fé de Timóteo habitou primeiramente em sua avó e depois em sua mãe (2Tm 1.4-5). O nível de fé que existia em sua
vida era uma herança espiritual. Na verdade, este é o propósito de Deus, por isso o diabo procura alguma área de
iniquidade, dentro da linhagem familiar onde ele possa se instalar para perverter os pensamentos.
Se pensarmos no homem como ser integral, corpo, alma e espírito, quando falamos de herança precisamos levar em
consideração estas três dimensões. Por isso devemos analisar:
I. HERANÇA FÍSICA OU GENÉTICA - Ela é determinada pelos genes dos nossos pais e antepassados, que são
responsáveis por algumas características como a cor da pele e dos olhos, o tipo de cabelo, o formato do nariz, a
estrutura óssea, enfim, todos os traços físicos, inclusive algumas doenças hereditárias.
II. HERANÇA EMOCIONAL NATURAL - É aquela que recebemos já no ventre materno (congênita). É o nosso gênio ou
temperamento. A maioria dos especialistas define quatro temperamentos básicos: Sanguíneo, melancólico, colérico e
fleumático. O rapaz extrovertido poderá interessar-se pela moça de temperamento mais discreto, o explosivo pela
calma e assim seguem os opostos se atraindo, pois buscamos na outra pessoa aquilo que julgamos se completar em
nós mesmos. Temperamento e personalidade são os que determinam a individualidade de uma pessoa. É o traço
típico do que foi herdado. É a individualidade imutável. Caráter ou temperamento é a qualidade inerente de uma
pessoa. É o conjunto de traços psicológicos como o modo de ser, sentir e agir, e poder ser definido como “gênio
pessoal”.
Ressaltando que os temperamentos e comportamentos são herdados de duas fontes: Materna e Paterna. Fomos
construídos em um ambiente com ambivalência emocional e herdamos dois tipos de características psicológicas,
obviamente você se identificará mais com um desses temperamentos, mas observe que dois deles fazem parte da sua
realidade emocional.
Um temperamento representa seu pai e o outro sua mãe. Assim se constrói a herança emocional. Repare que você
herdou adjetivos e deficiências dos seus antepassados.
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Pense nas características comuns que passam na sua linhagem familiar. Você pode identificar qualquer padrão
geracional que foi passado por meio das gerações em sua família? Alguns exemplos saudáveis são o altruísmo e a
integridade. Os exemplos não saudáveis são os vícios e o divórcio.
Algumas coisas podem ser mudadas ao alterarmos o nosso comportamento, mas outras têm uma influência tão forte
que somente Deus pode trazer a verdadeira mudança. Como me livrar de padrões geracionais e mundanos de minha
vida?
Padrões geracionais negativos podem ser identificados como maldições geracionais. A Bíblia menciona o conceito de
maldições geracionais várias vezes (Ex 20.5 e 34.7; Nm 14.8 e Dt 5.9).
Você pode ter notado que todas essas referências às maldições se encontram no Velho Testamento. Então, isso
significa que elas não existem hoje? Não.
A diferença é que quando Cristo morreu na cruz, para nos livrar da “antiga vida”, Ele quebrou o poder dessas
maldições. O que muitos não sabem é que depende de nós, nos apropriarmos, pela fé, dessa quebra de maldição.
Você pode ter um milhão de dólares na sua conta, mas se não tirá-lo, ninguém saberá da sua fortuna.
Como reconhecer padrões geracionais em minha vida? Os sintomas de maldição são fáceis de detectar em nossa vida
diária. Aqui estão alguns sintomas de maldições geracionais, embora existam outros que não foram mencionados.
Para muitos é fácil aceitar esses sintomas como algo normal da vida. Alguns podem viver de tal forma que parece
tomá-los sobre si quando, na realidade, a maneira como vivem identifica-se com a maldição.
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Benção e maldição estão diretamente ligadas à Lei de Herança. Observando as imensas genealogias contidas na bíblia,
entendemos a importância da herança espiritual para a cultura oriental.
Quando falamos de benção e fidelidade às promessas e à palavra de Deus, nunca encontramos resistência teológica
para tais argumentos. Mas, quando se trata de maldição, as fortalezas criadas pela cultura ocidental, comprometem o
entendimento de que podemos receber de herança as consequências dos pecados de nossos pais. A mentalidade
ocidental adota uma visão individualista da vida, ignorando as leis espirituais. É injusto para o ocidental admitir a
consequência do pecado sobre as gerações, isso não se enquadra em seu contexto cultural. Mas cultura está acima da
verdade. Se endossarmos a lei para o bem não a poderá rejeitar para o mal (Jó 2.10). A lei existe para estabelecer
ordem no caos, não apenas para beneficiar certos indivíduos privilegiados. Assim como no mundo físico, o mundo
espiritual também é regido por leis (Gl 3.13). A legalidade demoníaca sobrevive na ilegalidade humana (Ap 12.10).
“A diferença entre lei e conselho é que a lei é sancionada pela punição, caso contrário ela perderia sua força causando
o caos”. Marcos de Souza Borges (Coty)
Normalmente as raízes são partes obscuras e desconhecidas para as famílias, elas ficam enterradas, por isso é
necessária a revelação e dependência do Espírito Santo para a remissão, através da cruz. A própria ignorância dos
sintomas já é sintomática. É cegueira espiritual. A atuação de espíritos malignos que atormentam, gera uma série de
influências sobre o indivíduo, tendo base legal nos pecados praticados pelos antepassados que nunca foram
confessados.
A perspectiva oriental acerca da lei da herança é facilmente observada em Mt 27.14-25, quando Pilatos preocupado
com a inocência de Jesus vê a possível consequência espiritual de seu assassinato, lava as mãos se declarando livre do
sangue de sua morte.
Outros exemplos claros podem ser encontrados nos seguintes trechos: Parábola do credor incompassivo – Mt 18.23-
35; Geazi e os presentes de Naamã – II Rs 5.27; Joabe e Abner – II Sm 3.27-30; Dt 30.19.
Herança não se recebe por merecimento, mas por direito.
“O Ponto é que uma vez enviadas, tanto a maldição como a bênção, tendem a continuar através dos tempos até serem
revogadas e canceladas. Isto significa que pode haver forças que estejam operando, forças essas que foram
movimentadas nas gerações prévias. Consequentemente podem estar ligadas com algo nas nossas vidas, durante as
nossas vidas, mas tem uma viagem longínqua, até centenas de anos atrás”(Neuza Itioka).
Até a 3° e 4° Geração é uma expressão para ser usada dentro de uma perspectiva aritmética (Dt 23.2). Significa uma
geração após a outra. O tempo espiritual é diferente do tempo natural (Cronos). Por isso todo pecado precisa ser
remido através da confissão. Quando tratamos com sequelas de iniquidade, temos que trabalhar com libertação de
linhagem familiar. A isto chamamos concupiscência. A concupiscência é a manifestação da consequência da
iniquidade no coração. Pensamentos pecaminosos contrários à vontade de Deus. Esta é a principal porta de entrada
do diabo. A iniquidade é o lugar onde ele se apega para perpetuar suas obras.
Em Ezequiel 18 vemos essa diferença. A questão era da colheita, estavam colhendo o que semearam. Eles usavam o
provérbio “nossos pais comeram uvas verdes e nossos dentes embotaram” (Ez 18.2), para dizer que nada podia ser
feito, pois eles estavam condenados pelos pecados dos pais. Na verdade, eles estavam recebendo juízo pela
iniquidade dos pais porque estavam incorrendo nos mesmos pecados e assim, acumulando sobre si as dívidas
passadas.
Em Ezequiel, Israel queria jogar toda a culpa do seu sofrimento à desobediência dos antepassados. A culpa é pessoal,
mas a responsabilidade é coletiva. A ênfase de Ezequiel é quanto à consequência do pecado, a morte (vs 4, 13, 17,18,
21, 23, 24, 28, 31). A morte é a consequência individual do pecado, o salário do pecado é a morte (Rm 6.23), a
responsabilidade é coletiva.
No caso dos espíritos familiares, estamos considerando os efeitos do pecado, as consequências e não a culpa. Ezequiel
18 trata da culpa individual e Êxodo 20.3 da consequência nas gerações.
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• INIQUIDADE (Hb: Avon ; Gr: adikia) – é o corpo do pecado, o pensamento mau do coração do homem, a
injustiça, a maldade (Gn 4.13).
• PECADO (Hb: chatta’ah; Gr:adikia) - é a iniquidade em ação, sua inclinação carnal; errar o caminho (Gn 4.7).
• TRANSGRESSÃO (Hb: psha; Gr: parabasis) – rebelião, revolta, ação deliberada de desobediência a Deus, violar
a lei de Deus (Sl 36.1).
“Mas cada um é tentado, quando atraído é engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a
concupiscência concebida, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera morte. Não erreis, meus amados
irmãos” (Tg 1.14-16).
Exemplos:
Salomão (I Rs 11.1-12) – as mulheres moabitas contaminaram suas gerações.
Abraão (Gn 20.1-5; 26.6-9) – um espírito de mentira que entra na linhagem familiar.
“Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade”. 1Jo 3-4
“Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão”. Rm 4.15
Em Lv 19.31; 20.6, 27, a palavra no original hebraico significa exatamente “espíritos familiares”. Owb – “um que tem
espírito familiar” (Is 8.19). Espíritos de demônios alojados em áreas de iniquidade, que não foram redimidas,
manifestando-se de geração em geração, pervertendo os propósitos de Deus, na linhagem familiar através da
herança.
Só existe uma forma de rompermos totalmente com esse ciclo: aplicando o Sangue de Jesus através do poder da Cruz
(Gl 3.13). É preciso apropriar-se do poder da Cruz e aplicá-lo na linhagem familiar, quebrando as maldições que
alcançaram as gerações. Para isso Deus nos fez Reino e Sacerdotes.
João Calvino disse: “Já salientei que Cristo não deixou inacabada nenhuma parte da obra da nossa salvação; mas, não
devemos inferir disto que já possuímos todos os benefícios obtidos por ele para nós, pois Paulo diz com verdade, ‘...em
esperança somos salvos, ainda não se manifestou o que havemos de ser. 1 Jo 3.3’ Nesta vida atual desfrutamos de
Cristo à medida que o abraçamos por meio das suas promessas” (Institutas – Resumo, pg. 167, 168)
Augustus Nicodemus disse: “... A igreja vai encontrar tremenda oposição desses principados e potestades, das forças
espirituais do mal, que vão atacá-la continuamente, tentando evitar que os cristãos desfrutem dos seus privilégios em
Cristo e fazendo com que se desviem da sua direção e propósito” (Guerra Espiritual, pg.15)
• GI 3.13 — "Cristo nos resgatou (Gr: exegorasen - comprou para fora de) da maldição da lei, fazendo-se ele
próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro"
• Ef 1.3 -- "Bendito o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestes em Cristo"
• Mt 18.18 -- "Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no céu, e tudo o que
desligardes na terra, terá sido desligado no céu"
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O verbo da expressão "terá sido ligado no céu" e "terá sido desligado no céu" está no particípio perfeito passivo
(WILLIAMS); então, a referência é às coisas num estado de já realizadas, isto é, já ligadas Ou desligadas no céu. Isto
nos ensina que qualquer coisa que seja ligada ou desligada pelo crente é feita na base de que essa mesma coisa já está
feita "nos céus", quer dizer, pelo próprio Senhor Jesus. "Isso indica a necessidade de sincronização entre o céu e a terra.
A sequência é: o céu toma a iniciativa; e, na terra, os crentes obedecem” (Peter Wagner).
João Calvino disse: Neste santo matrimônio importa que haja mútua fidelidade.
Deuteronômio 39.19: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti que te propus a vida e a morte, a benção
e a maldição: escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência”.
• Faça um diagnóstico acerca de sinais de maldições que tem estado presente na sua vida e na de seus
familiares (incluindo todos os parentes). Anote os “sinais mais frequentes”. (cf. Dt 28.45-46; Dn9.11-15). Ex:
prostituição, divórcio, enfermidades específicas, violência, mortes estranhas etc.
• Reconheça humildemente que sua vida e família podem estar sob o jugo de uma maldição. Daniel reconheceu
tal realidade, “... a maldição e imprecações que estão escritas na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre
nós; porque temos pecado contra ele" (9.11).
• Confessar se identificando com os pecados do toda a sua família, incluindo ancestrais. Como já falamos Daniel
(Dn 9.1-19), Neemias (Ne 1.4-11), Esdras (Ed 9.1-15), assim como todo o Israel (Ne 9.1-3), confessaram não só seus
pecados, mas também os de seu povo e também dos seus antepassados. Primeiramente, anote todos os padrões
pecaminosos da família (caso não saiba use a lista de Dt 27) e então, confesse todos os pecados ao Senhor. Será
necessário tempo para que faça isso. Em Neemias 9.3, vemos o povo de Israel passando uma quarta parte do dia só
confessando pecados. Isso nos ensina que não podemos lidar com o pecado de qualquer forma.
• Tome posse e declare conforme Gálatas 3.13, que Cristo já levou todas as suas maldições para a Cruz
• Em último lugar, comande aos espíritos familiares que saiam da sua vida e linhagem familiar. Use a sua
autoridade para ligar e desligar (Mt 16.19; Lc 10.19). De acordo com a natureza dos “sintomas familiares" (veja no
item 1), comande aos demônios que se retirem, em nome de Jesus. Ex: Se na sua família tem muita violência,
confronte o espírito de violência. Assim faça com os outros sinais de maldição.