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3.

Metodologia

Neste ponto do nosso trabalho, pretendemos elucidar o leitor dos objectivos que
nos propomos alcançar, da caracterização da população em estudo, dos instrumentos e
procedimentos adoptados para a recolha de dados.
Com esta metodologia, pretendemos, dentro do possível, aprofundar o tema em
questão, ficando assim com uma noção mais clara das suas características e
problemáticas.

3.1. Objectivos

Com a realização do presente estudo é nosso objectivo analisar a forma como os


alunos encaram e utilizam a calculadora gráfica e de que modo, esta influencia a
dinâmica das aulas de Matemática. Neste sentido, questionámos a frequência com que
os alunos recorrem à calculadora gráfica e os critérios que estão na base desse uso.
Outro aspecto a explorar será o conhecimento que os alunos têm das máquinas na óptica
do utilizador, bem como o nível de aproveitamento que fazem das suas potencialidades
e respectiva interpretação dos resultados.
É também nosso objectivo, ao longo deste trabalho, investigar o potencial da
calculadora gráfica no processo de ensino-aprendizagem e os problemas inerentes à sua
utilização e de que forma essa utilização influencia a dinâmica de uma aula de
Matemática.
Pretendemos, também, perceber qual a importância do papel do professor na
promoção e utilização deste recurso.

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3.2. Caracterização da escola

Dado que no projecto, realizado no semestre anterior, trabalhamos com a mesma


escola, não consideramos pertinente referir pormenorizadamente a caracterização do
meio escolar. O nosso estudo voltou a realizar-se na Escola Secundária João de Barros,
na periferia de Lisboa, mais concretamente em Corroios.
Esta escola é constituída fisicamente por 5 pavilhões, um refeitório, um auditório
e campos desportivos. A sua área envolvente tem diversos espaços verdes e zonas de
convívio para alunos. A escola oferece, ainda, a possibilidade dos seus alunos
participarem em vários clubes. O número de estudantes no ano lectivo 2003/04 é de
aproximadamente 1000. O corpo docente é constituído por 126 professores, dos quais
16 leccionam a disciplina de Matemática.

3.3. Descrição da turma

A turma escolhida para a realização deste estudo é do 1º agrupamento e


frequenta o 10º ano de escolaridade, no presente ano lectivo. Trata-se de uma turma
constituída por 24 alunos, mais precisamente, 12 rapazes e 12 raparigas.

Gráfico 1 – Distribuição dos alunos da turma por sexos

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As suas idades estão compreendidas entre 15 e os 21 anos, conforme explícito
no gráfico 2.

Gráfico 2 – Distribuição dos alunos da turma por idades

São alunos com um aproveitamento relativamente bom, 4 dos quais têm uma
nota de 19 valores, apenas 7 negativas, e os restantes com notas compreendidas entre 11
e 16 valores.

3.4. Instrumentos de análise

Para a análise da nossa problemática – de que modo o uso da calculadora gráfica


influencia a dinâmica na aula de Matemática – optámos por utilizar como instrumentos
de recolha de dados: a observação de aulas, um questionário feito a alunos e uma
entrevista ao professor da turma em estudo.
A observação é um aspecto fulcral no nosso estudo, pois permite-nos um
contacto com a realidade. Desta forma, podemos verificar se a calculadora influencia ou
não, a dinâmica da aula de Matemática.
O questionário foi elaborado de forma a conhecermos como é que os alunos
encaram e utilizam a calculadora gráfica. Tivemos o cuidado de inserir questões
fechadas e abertas, de modo a dar oportunidade ao inquirido de se expressar.
Pensamos, também, que se justifica uma entrevista realizada ao professor, uma
vez que este é o elemento que mais influencia a dinâmica da aula.

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3.5. Procedimentos

Numa fase preliminar do nosso trabalho, no dia 4 de Março de 2004,


observámos uma aula sobre funções numa turma do 11º ano de escolaridade. Dado este
primeiro passo, discutimos em grupo e, posteriormente em aula, toda a observação feita.
Após este confronto de ideias e, dado que na aula observada não utilizaram a
calculadora gráfica, recurso este que consideramos importante para uma melhor
compreensão dos conceitos que foram trabalhados, pensamos que seria interessante e
desafiador, estudarmos o tema - a calculadora gráfica no processo de ensino-
aprendizagem das funções.
Escolhido o tema, resolvemos contactar o professor Jorge Cunha, com o intuito
de lhe pedir para assistirmos a uma segunda aula sobre funções, onde um dos recursos
utilizados fosse a calculadora gráfica. Neste contacto, o docente informou-nos que, até
ao final do ano, não iria recorrer ao uso desta ferramenta e, consequentemente, não seria
possível ajudar-nos. No entanto, aconselhou-nos a procurar o professor Fernando
Pessoa. Posto isto, e após o docente da disciplina de APOA nos ter fornecido o contacto
deste professor, estabelecemos um primeiro contacto com o mesmo. Este professor
informou-nos que no início do 3º período iria trabalhar com a calculadora gráfica numa
turma do 10º ano e, deste modo, seria possível assistirmos a uma aula. Num contacto
posterior, aquando da marcação do dia da aula que iríamos observar, o docente propôs-
nos que também participássemos na mesma. Após este convite, sentimo-nos
entusiasmadas com a ideia e resolvemos aceitá-la. Deste modo, o professor marcou uma
reunião para a planificação da mesma. Essa reunião foi marcada para o dia 23 de Abril
do ano corrente. Assim sendo e, na data marcada, dirigimo-nos à escola para
planificarmos tudo. A aula em que iríamos participar ficou agendada para o dia 27 de
Abril de 2004 às 8h15 min. da manhã.
De forma a organizarmos o nosso tempo, nesse dia, decidimos entrevistar o
professor e entregar os questionários aos alunos. Esta informação seria-nos entregue
numa aula seguinte.

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