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Capítulo 19: A geografia dos grandes fluxos migratórios

No século XXI é notoriamente observado um maior fluxo de migrações que são


resultantes de conflitos, principalmente dos países do continente africano e asiático,
como Afeganistão, Síria. O ponto de chegada são países vizinhos ou europeus com
política de refúgio, como é o caso da Alemanha.

Os tipos de migrações

As migrações possuem diversos motivos como fenômenos naturais, guerras, questões


econômicas e/ou políticas.

Migração internacional: deslocamento entre diferentes países. Podendo ser não


temporário, quando é permanente (trabalhar, morar e/ou estudar), as pessoas nessas
condições são chamadas de imigrantes.

Migração campo-cidade: deslocamento entre campo e cidade, estimulada pela


mecanização do campo. Chamado também de êxodo rural.

Migração cidade-cidade: deslocamento entre cidades, motivado por inúmeros fatores


sociais, políticos, econômicos e ambientais.

Migração sazonal/transumância: não permanente, apenas durante alguns períodos do


ano ou estações.

Migração pendular: migração de curto espaço de tempo entre a residência e outra


cidade, diária.

Lugar: local onde existe vínculo afetivo

FATORES MIGRATÓRIOS

FATORES DE REPULSÃO: crises econômicas, desemprego, baixa remuneração,


pouca oportunidade de emprego, etc. Quando a vida da pessoa está em risco.

FATORES DE ATRAÇÃO: atrativos a região que se migra, todas as oportunidades que


o local anterior de moradia não possui.

MIGRAÇÕES NA HISTÓRIA

As grandes navegações vão ser o primeiro momento onde vai existir um fluxo
migratório, as potências europeias ampliam sua zona de troca comercial ampliando os
fluxos migratórios entre continentes diversos. (ÁSIA, ÁFRICA, EUROPA E
AMÉRICA)

Nesse sentido, também surge e cresce uma migração FORÇADA entre africanos
escravizados.

Com a Primeira Revolução Industrial e o surgimento do neocolonialismo, marca o


início de uma segunda fase dos fluxos migratórios. A parcela da população europeia que
vivia como ‘excesso’ buscam melhores condições de vida nas colônias, também nesse
sentido, com a mecanização do campo acontece um dos primeiros movimentos de
êxodo rural.

É importante compreender que o neocolonialismo e os movimentos migratórios citados


contribuíram para que a Europa estabelecesse sua influência no mundo de hoje. Por
exemplo, em todos os continentes são faladas línguas europeias. As influências
religiosa, cultural, econômica, política, jurídica, filosófica, científica, entre tantas outras
que marcam a sociedade ocidental, são resultado desse longo e intenso processo que
envolveu o domínio de novos territórios e diversos fluxos migratórios que continuaram
a ocorrer – no caso do continente americano, mesmo após a independência dos países
colonizados.

OU SEJA, ATÉ O SÉCULO XIX A EUROPA É O PRINCIPAL CONTINENTE COM


FATORES ATRATIVOS PARA OS FLUXOS MIGRATÓRIOS E QUE TAMBÉM
CAUSA OS FATORES DE REPULSÃO (COLONIZAÇÃO, GUERRAS)

SÉCULO XX

Primeira Guerra: se torna um fator de repulsão na Europa e Oriente Médio (porque os


conflitos de trincheiras não vão acontecer no território europeu).

Segunda Guerra: o novo conflito e o holocausto causam o aumento de fluxos


migratórios principalmente por conta da ideologia antissemita. É válido ressaltar o fluxo
migratório expressivo que acontece no Japão para outros países. Todos saem da Europa
para qualquer outro país.

MIGRAÇÕES RECENTES

Com a evolução dos meios de transporte se tornou ainda mais fácil as migrações, o
conflito entre EUA e URSS também marcam os movimentos migratórios, isso porque
inimigos de governo eram obrigados a fugirem.

Os regimes ditatoriais na América Latina levam muitas pessoas a fugirem e buscarem


exílio e refúgio, principalmente a países europeus.

A descolonização do continente africano gera vários conflitos e disputas territoriais,


somados à questões socioeconômicas, surgem grandes áreas de repulsão.

Na Europa, que antes era área de repulsão, se torna uma área de atração devido à
política de bem-estar social dos países europeus. Muitas pessoas oriundas de colônias
europeias seguem para as antigas metrópoles/coroas por conta da proximidade cultural e
do idioma.

Os EUA se mantém como área atrativa devido a expansão do seu AMERICAN WAY
OF LIFE, mas o governo possui grande política de impossibilidade dos imigrantes (vide
muro que o trump fez) Não só os EUA mas a Espanha também toma essas medidas
devido aos imigrantes não regularizados (refugiados)

É grande o discurso xenofóbico contra a esses imigrantes, estão embasados por teorias e
ideologias ultranacionalistas eugenistas (justificam que são terroristas, mal educados,
etc). Na Europa, países que fazem parte do Acordo de Schengen (livre circulação no
continente europeu) começaram a endurecer suas políticas de fronteira, indo contra ao
que foi acordado.

Capítulo 20: O Brasil e os deslocamentos populacionais internos e externos

Ainda no tema de fluxos migratórios, no Brasil, podemos observar a vinda de


imigrantes internacionais desde o período colonial que acabaram construindo a
sociedade brasileira da forma diversa que ela é.

No primeiro momento de ocupação do território colonial, as áreas do Nordeste e


litorâneas vão ser as primeiras a serem povoadas devido ao medo da coroa em que
outras potências europeias invadissem o país. Nesse sentido, acontece a divisão das
capitanias hereditárias, onde cada nobre português tinha um pedaço de terra doado e
deveria administrar e fazer com que elas fossem rentáveis.

O principal produto cultivado será a cana-de-açúcar e os portugueses serão os primeiros


a ocuparem essa terra. Com o aumento da demanda, chegam os primeiros africanos
escravizados no regime de migração forçada.

Com o início do ciclo do outro, no século XVII, atrai uma grande quantidade de
imigrantes portugueses.

No século XIX, se diversifica a nacionalidade dos imigrantes, aparecem italianos,


alemães, franceses, holandeses, espanhóis, japoneses, etc. A vinda da família real
também influencia a chegada de novos imigrantes, com a abertura dos portos e
possibilidades que o Novo Mundo tinha.

No governos de Dom Pedro I e Dom Pedro II dá-se inicio a uma política de


desenvolvimento das regiões brasileiras e com isso a busca por mão-de-obra livre.
(popular o Brasil com brancos). Entretanto, essa política só pega a partir de 1870 e com
o fim da escravização e maior exploração do café.

Surgem as colônias italianas, franceses e alemães do país, lembrando que a Europa


nesse momento é uma área de repulsão. Os principais imigrantes são os italianos e a
região que eles vão ocupar será em São Paulo, nas lavouras de café. Tem papel
fundamental na industrialização brasileira devido o emprego de mão-de-obra livre e
assalariada e o conhecimento prévio que tinham das lavoras europeias.

SÉCULO XX ATÉ 1980

O país começa a limitar a entrada de imigrantes asiáticos e africanos (política de


branqueamento populacional). Para entrar no país deveria ter residido anteriormente no
país pelo menos por dois anos.

No século XX, a possibilidade dos asiáticos entrarem no país retorno, entretanto os


africanos continuam restringidos. Os principais imigrantes vêm do Japão e ocupam
principalmente a região metropolitana e central de São Paulo.
No governo de Vargas, essa política racista tem fim, porque ele limita a entrada de
estrangeiros no geral, buscando valorizar o trabalhador brasileiro natural. Nesse sentido,
surge a ‘Lei de Cotas’ de 1934, que legalizou o limite de estrangeiros no país.
(PERÍODO ENTREGUERRAS)

DÉCADA DE 1980 E 1990 E EMIGRAÇÕES

Durante a década de 80 aumenta o número de pessoas saindo do Brasil para outros


países. O número de emigrantes, antes, sempre fora menor que o numero de imigrantes.
Eles estão no período da década perdida, enfrentando grande recessão econômica e
inflações altíssimas, pós-ditadura.

Os principais destinos são: EUA, Europa e Japão. Atualmente são cerca de 4,5 milhões
de brasileiros vivendo fora do país. Nesse período, o fluxo maior de imigrantes
brasileiros são vindos do Paraguai, em busca de melhores condições de vida.

SÉCULO XXI: NOVOS FLUXOS IMIGRANTES

Atualmente o país recebe mais imigrantes dos países vizinhos do que de outros
continentes. Marcam presença também, África e Oriente Médio, são regiões com
profundos problemas sociais e econômicos e o Brasil é uma das opções mais
‘acessíveis’ para viver.

Outros imigrantes expressivos são os portugueses, devido a recessão que Portugal


sofreu durante as últimas décadas.

Principais imigrantes:

1 – Venezuela

2 – Haiti (missão de paz da ONU)

3 - Colômbia

MIGRAÇÕES INTERNAS

1930 – 1940: no governo Vargas, devido ao grande desenvolvimento da região Sudeste.


Entretanto, a migração vai ser dificultada devido a falta de ligação entre as regiões
brasileiras e a precária rede de transportes. Com o ciclo da borracha no país, cresce um
fluxo de migrações para a região amazônica, saindo da região Nordeste. Ouseja,
movimento Nordeste> Norte.

1950 – 1970: construção de Brasília, intensificação dos fluxos migratórios para a região
Sudeste, urbanização do campo e êxodo rural causado pela Revolução Verde.

1980 – 2020: migrações de retorno, devido a melhoria nas condições das cidades de
origem, grande fluxo do Sudeste para o Nordeste.

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