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EMPREENDEDOR
AULA 1
CONTEXTUALIZANDO
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O autor inicia sua explanação destacando que foi a invenção da máquina
a vapor por James Watt e sua utilização junto aos processos produtivos que
levaram a uma nova concepção de trabalho. Segundo ele, esse equipamento
“modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando
profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social”
(Chiavenato, 2003, p. 33).
Essas alterações não se processaram do dia para a noite, mas foram
profundas e marcaram uma nova forma de utilização da energia, não mais à
mercê do tempo, em termos climatológicos, pois sim deu ao homem a
supremacia de poder ter à sua mão outra forma de energia, a qual podia ser
controlada, condicionada à vontade humana, e não como ocorria até então, em
que um navio se movimentava graças ao vento, que se não fosse forte o
suficiente, deixava a embarcação parada. Os moinhos sofriam do mesmo mal:
quando os rios tinham seus níveis reduzidos, as atividades eram prejudicadas.
Com o advento dessa importante máquina para a história humana, há um
controle maior sobre o fornecimento de energia.
Segundo Chiavenato (2003, p. 33), a Revolução Industrial iniciou-se na
Inglaterra e pode ser dividida em duas épocas:
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(continuação do Quadro 1)
Aceleramento dos transportes e das comunicações.
Surgimento da navegação a vapor – Robert Fulton (1807)
Início do Surgimento da Estrada de Ferro na Inglaterra (1825)
4ª século Telégrafo elétrico – Morse (1835)
XIX Telefone – Graham Bell (1876)
Aparecem os efeitos do enorme desenvolvimento econômico, social,
tecnológico e industrial.
Fonte: Chiavenato, 2003.
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1.1 Fases do capitalismo
É uma das marcas do final do século XIX e início do XX. É o momento das
grandes corporações, conglomerados e empresas. Graças às revoluções
industriais, foi possível a organização de grandes estruturas fabris. Os produtos
industrializados eram comercializados nos centros urbanos, que só cresceram
nessa época e também serviram para exportação e comercialização junto às
colônias dos países centrais, das quais provinham as matérias-primas e metais
preciosos.
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e comando presentes nas mãos de quem tem o capital ou seus representantes.
Esse momento também é marcado por novos modelos de negócios, inovadores
e diferentes, que, segundo alguns observadores de tendências, pode ser o início
de uma nova fase, do consumo consciente, do compartilhamento, dos negócios
sustentáveis, da economia criativa e também solidária, temas que veremos
posteriormente.
A seguir apresentaremos conceitos de empreendimento,
empreendedores e empreendimento.
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empreendimento seja um sucesso. As características do empreendedor e sua
forma de atuação passaram por grandes transformações nos últimos 200 anos.
E o empreendimento, o que é? É todo e qualquer projeto do empreendedor, que
possa ser a modelagem de um negócio, a elaboração de um plano de negócios,
o início de um negócio em si, a compra de uma empresa já existente, uma
viagem, a construção de uma casa, a compra de um carro. Assim, fica claro que
o empreendimento é o que move o empreendedor na direção de seus objetivos.
Os conceitos são diversos e alguns bastante amplos, mas em geral tratam de
uma figura reconhecível quando estamos diante dela, seja por seu
comportamento, seja pela sua motivação e empolgação, seja pela paixão que
demonstra por seus projetos. Mas quando conhecemos de fato os
empreendedores, vemos que, além dessas características, essas pessoas são
também racionais e com visão de longo prazo. São empreendedores, mas não
iguais em seu perfil, pois existem tipos diferentes, e é a esse tema que nos
dedicamos a seguir.
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Quadro 2 – Tipos de empreendedores
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Quadro 3 – Subtipos de empreendedores
Tipo Características
São populares e bem conhecidos. São criadores de grandes impérios.
Empreendedor São visionários e otimistas. São comprometidos em realizar seus sonhos
nato e não medem esforços para isso. Têm como referência seu pai ou mãe e
se inspiraram em grandes empreendedores.
Não planejou muito, mas se deparou com uma oportunidade de negócio e
resolveu investir. É um aproveitador de oportunidades. Vê-se obrigado a
Empreendedor
aprender a lidar com sua nova escolha e com as consequências disso.
que aprende
Pode ser aquele que está em busca de uma alternativa para sua
aposentadoria.
Apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas também pelo ato
de empreender. Vive criando novos negócios e não fica até se tornarem
Empreendedor
grandes empreendimentos. É uma pessoa de muito networking. Cria
serial
negócios, estrutura equipe e busca financiamento para suas ideias.
Motiva-se pelo novo, pois o desafio é o que o move.
Sua missão é levar à frente o legado de sua família. O desafio do
empreendedor herdeiro é multiplicar o patrimônio recebido. Isso tem sido
cada vez mais difícil. O empreendedor herdeiro aprende a arte de
Empreendedor empreender com exemplos da família, e geralmente segue seus passos.
herdeiro Mais recentemente, os próprios herdeiros e suas famílias, preocupados
com o futuro de seus negócios, têm optado por buscar mais apoio
externo, através de cursos de especialização, MBAs, programas
especiais voltados para empresas familiares.
Fonte: Dornelas, 2015.
Esses três papéis podem ser desempenhados por uma mesma pessoa,
ao mesmo tempo ou ao longo de sua carreira. Isso dependerá das suas
características pessoais, de sua formação, da carreira que desenvolveu e do
mercado em que estiver.
É considerado administrador o profissional que se sujeitou a uma
formação de nível superior, cursando todas as disciplinas ofertadas no curso que
foram baseadas nas DCNs – Diretrizes Curriculares Nacionais, que, para o curso
de Administração, se deu por meio da Resolução n. 4, de 13 de julho de 2005, a
qual descreve as seguintes competências que devem ser alcançadas:
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Art. 4º O Curso de Graduação em Administração deve possibilitar a
formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes
competências e habilidades:
I. Reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar
estrategicamente, introduzir modificações no processo produtivo, atuar
preventivamente, transferir e generalizar conhecimentos e exercer, em
diferentes graus de complexidade, o processo da tomada de decisão;
II. Desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício
profissional, inclusive nos processos de negociação e nas
comunicações interpessoais ou intergrupais;
III. refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção,
compreendendo sua posição e função na estrutura produtiva sob seu
controle e gerenciamento;
IV. Desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com
valores e formulações matemáticas presentes nas relações formais e
causais entre fenômenos produtivos, administrativos e de controle,
bem assim expressando-se de modo crítico e criativo diante dos
diferentes contextos organizacionais e sociais;
V. Ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e
administrativa, vontade de aprender, abertura às mudanças e
consciência da qualidade e das implicações éticas do seu exercício
profissional;
VI. Desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da
experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de
atuação profissional, em diferentes modelos organizacionais,
revelando-se profissional adaptável;
VII. desenvolver capacidade para elaborar, implementar e consolidar
projetos em organizações; e
VIII. desenvolver capacidade para realizar consultoria em gestão e
administração, pareceres e perícias administrativas, gerenciais,
organizacionais, estratégicos e operacionais.
Art. 5º Os cursos de graduação em Administração deverão
contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização
curricular, conteúdos que revelem inter-relações com a realidade
nacional e internacional, segundo uma perspectiva histórica e
contextualizada de sua aplicabilidade no âmbito das organizações e do
meio através da utilização de tecnologias inovadoras. (Brasil, 2005)
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mais a ver com visão e comportamentos do que com uma formação específica.
O que nos faz reconhecer um empreendedor é sua energia para o novo, para se
lançar a novos projetos, a se desafiar constantemente, ter coragem para
transformar em realidade sonhos. Sua automotivação contagia, arrasta as
pessoas em sua direção, agrega conhecimentos e novos olhares para seus
projetos.
Mas sem formação, sem capacitação e preparação, todo empreendedor
sofrerá as consequências disso, pois não obterá o mesmo sucesso em seus
projetos ou alcançará resultados pífios. Assim, nada substitui uma formação
sólida e de qualidade, a qual dará condições para ele fazer a gestão de seu
projeto de forma racional e estruturada, aumentando as chances de sucesso.
Essa formação poderá ser na área de gestou ou não, isso dependerá dos
objetivos que se pretende alcançar.
O gestor, por sua vez, é todo aquele que administra projetos e
organizações, atuando nas mais diversas áreas da administração. Ele pode ser
formado em administração ou não, mas, por força das circunstâncias, pelas
escolhas que fez ou pela busca de objetivos de sua carreira, direcionou-se para
a área de gestão, podendo ser apenas um executor das diretrizes tomadas pelo
empreendedor ou administrador do negócio ou responsável por uma ou mais
áreas dentro de uma empresa.
Para Dornelas (2008, p. 18), “existem muitos pontos em comum entre o
administrador e o empreendedor. Ou seja, o empreendedor é um administrador,
mas com diferenças consideráveis em relação aos gerentes ou executivos de
organizações tradicionais, pois os empreendedores são mais visionários que os
gerentes”.
Assim, seja qual for seu objetivo de carreira, independentemente de
aonde pretende chegar, o mais importante é a disposição para superar sempre
desafios, estando atento para novos projetos e feitos. O empreendedor sempre
estará em destaque em comparação às demais posições e cargos por suas
características que o diferenciam dos demais, e é justamente sobre elas que nos
dedicamos a seguir.
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TEMA 5 – CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR E
INTRAEMPREENDEDOR
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• São bem relacionados: ampliam constantemente sua rede de contatos
e a alimentam, procuram ampliar sua rede e estão sempre dispostos a
contribuir com os outros;
• Planejam, planejam, planejam: dedicam-se ao antes, para que, na hora
de executar, possam saber por onde caminhar, por isso usam ferramentas
disponíveis para realizar o planejamento de seus projetos;
• Possuem conhecimento: adquirido através da dedicação e esforço,
porque sabem que o conhecimento impõe respeito e os aproxima do
sucesso;
• Assumem riscos: por planejarem sempre seus passos, sabem os riscos
que correm e estão dispostos a arriscar para se diferenciarem dos demais;
• Criam valor para a sociedade: por meio dos projetos que implementam,
das suas criações e sua atuação junto ao seu meio.
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natureza que nós, a mesma origem, é da mesma espécie. Ele é um ser comum,
que desenvolveu algumas qualidades que, se bem empregadas, lhe possibilitam
feitos por vezes de destaque.
A seguir, discutiremos intraempreendedorismo, cuja origem,
características e fatores influenciam seu desenvolvimento dentro das
organizações.
5.1 Intraempreendedor
Esse termo está presente na literatura nas últimas duas décadas e até
então não era mencionado. Ele faz referência ao empregado que tem uma visão
e atuação diferenciada. É aquele que se destaca dos demais por sua iniciativa e
disposição para pensar, planejar e executar novos projetos, pois, segundo Hirich;
Peters; Shepherd (2009, p. 38), “Na atual era da hipercompetição, a necessidade
de novos produtos e o espírito empreendedor tornaram-se tão grandes que cada
vez mais as empresas estão desenvolvendo um ambiente intraempreendedor,
frequentemente na forma de unidades estratégicas de negócios”.
Características das empresas que promovem e valorizam o
intraempreendedorismo:
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• Remuneração e benefícios: no mínimo, dentro da média de mercado,
para que talentos sejam atraídos e retidos;
• Cultura organizacional: focada na liberdade de expressão, na
valorização da criatividade, no respeito à diversidade, em lideranças
motivadoras e foco em resultados com base nas pessoas;
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
CONTEXTUALIZANDO
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TEMA 1 – IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
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Pesquisa e desenvolvimento: são fontes inesgotáveis de novas ideias,
pois levam à criação de elementos ou produtos que podem revolucionar
o mercado. O post-it é um exemplo disso, um case mundial de sucesso,
que apenas foi possível por intermédio da pesquisa e desenvolvimento
que faz parte dos investimentos da 3M e de sua cultura organizacional.
Tendências: não são uma fonte de único acesso; existem inúmeras
possibilidades de o empreendedor manter-se informado sobre as
tendências e saber para onde o mundo está indo, o que é importante para
o mercado e para o consumidor no futuro. Isso pode ser feito pelo
empreendedor observando, lendo, conversando com especialistas,
participando de feiras, congressos e eventos, não somente de sua área
de atuação, mas de todas que estiverem ao seu alcance.
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possibilidade interessante. Mas, antes disso, faz-se necessária uma
autoanálise para ver se todas as áreas da empresa serão atendidas pela
experiência do empreendedor. Caso contrário, ou ele se qualifica para tal
ou terá de contratar alguém para suprir sua deficiência, que pode ser na
área de produção, comercial, gestão de pessoas ou mesmo financeira.
Procura de outras aplicações: é colocada em prática por intermédio da
criatividade, ou seja, trata-se de olhar para um produto ou serviço e vê-lo
transposto para outra utilidade. Exemplo: utilizar a lógica de
funcionamento do plano de saúde humana para um plano de saúde pet.
Exploração de hobbies: se você gosta de pescar, pedalar, tocar
instrumentos musicais etc., você não é o(a) único(a). Aproveitar seu
hobby para transformá-lo em negócio é uma possibilidade. Mas tenha
claro que hobby é diferente de empreendimento. Deve-se tomar cuidado
para que um prazer não se transforme em um lamento.
Lançamento de moda: pensar em algo inusitado e fazer com que caia no
gosto popular é possível, mas não é fácil. Sem ajuda da mídia ou de
alguém famoso, os planos podem não se concretizar. As novelas e
programas populares geralmente dão o pontapé inicial, divulgando e
valorizando um produto ou serviço.
Imitação do sucesso alheio: o raciocínio aqui é o seguinte, se está
dando certo para fulano, pode dar certo comigo também. Mas essa análise
deve ser abrangente e cuidadosa, pois se não conhecer a trajetória do
empreendimento analisado pode deixar de considerar aspectos
importantes que fizeram o sucesso acontecer. Por exemplo, tempo de
mercado do empreendimento, capacidade financeira , entre outros fatores
que pode comprometer um novo negócio.
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No primeiro nível – pessoal –, deve-se questionar sobre seus gostos e
preferências, aproximações e distanciamentos, prazer e desprazer, satisfação e
desmotivação. Ao responder aspectos ligados à personalidade, será possível
saber quais negócios se adaptariam melhor ao seu estilo que outros.
Se a pessoa gosta de dormir até tarde, curtir o final de semana com
amigos, jogar futebol no domingo de manhã e viajar muito, tudo isso pode ser
empecilho para um negócio na área de alimentação, um restaurante por
exemplo, que exige disponibilidade de horários, finais de semana e sacrifícios
pessoais para que funcione adequadamente e tenha sucesso.
Se gosta da área técnica, de consertar coisas, de viver no meio de cabos
e ferramentas, talvez deva pensar em loja de materiais elétricos, de construção,
de consertos residenciais, entre outros.
Quando se tem uma ideia de negócio, é praticamente a mesma coisa
quando estamos apaixonados, pois diminuímos nossa percepção, analisamos
superficialmente as coisas e não colocamos a razão ao nosso serviço. E depois
do ponto alugado, será preciso trabalhar muito para transformar uma ideia bonita
em um negócio de sucesso.
Segundo Chiavenato (2012), algumas perguntas devem ser respondidas:
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Estruturar um novo negócio ou comprar um já existente: se o negócio
existente já tiver alcançado sucesso fica mais fácil a decisão, mas se está
no vermelho precisará de mais empenho por parte do futuro
empreendedor e de análises mais detalhadas e profundas para tomar a
decisão. Se for iniciar um novo negócio, não pode abrir mão de fazer a
modelagem via BMG Canvas e depois elaborar um plano de negócios.
Isso consome tempo e disposição, mas é necessário.
Se optar por uma franquia, não deixe de fazer muita pesquisa, da marca,
de franqueados de sucesso e insucesso, de ouvir quem já foi cliente, de
observar uma unidade em funcionamento. E tenha claro que, ao optar por
franquia, o sucesso não vem como brinde pelo valor pago, ele deve ser
conquistado, com muito trabalho e dedicação.
Optando por um negócio em andamento, saiba que virtudes e vícios
virão junto, e terá de trabalhar arduamente para manter e aumentar os
pontos positivos e minimizar os negativos.
Toda empresa à venda tem segredos que são descobertos só depois
da compra, por isso, seja minucioso(a) na análise de fatos e
especialmente dados.
Cuide com financiamentos e dívidas existentes; eles podem ser uma
dor de cabeça constante para o novo gestor.
A empresa pode estar desatualizada e desconectada com o mercado,
por isso, evite se apaixonar por ela e limitar seu olhar para entender seus
aspectos positivos e negativos.
Conheça o que os clientes, fornecedores e competidores pensam a
respeito da empresa que pretende adquirir.
Não abra mão de fazer uma negociação espetacular para você ter a
vantagem do seu lado. Esprema ao máximo o vendedor.
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Destrinche o segmento escolhido, estude números, dados de pesquisas,
entrevistas com especialistas, empresários do setor, pessoas do ramo.
Analise o negócio em si, fazendo um plano de negócios. Todos sabem
que dá trabalho e gasta-se tempo para elaborar um, mas é essencial para
tomada de decisão acertada.
Ao pensar em seu negócio, considere três cenários: realista, otimista e
pessimista, e se pergunte como reverter de uma situação complicada e
negativa para uma favorável e rentável. Você pode ter de colocar em
prática as respostas que obtiver na teoria.
Avalie como está estruturando seu negócio, se é a melhor forma, se
funcionará bem como parece no planejamento, e se já ouviu outras
pessoas a respeito.
Pense no segmento de clientes que pretende atingir e responda,
colocando-se no lugar deles: o que os levaria a escolher seu produto ou
serviço em detrimento da concorrência?
Reflita no mercado fornecedor, está bem estruturado? Não está nas mãos
de poucos? As políticas de comercialização e preços estão adequadas à
sua realidade?
Em relação aos competidores, analise suas forças e fraquezas, seu poder
de reação, tempo de mercado e espaço que ocupam. Você está
preparado para superá-los? Em quanto tempo? Tem capital para isso?
Se tratando de varejo, dê atenção especial ao local onde a empresa será
instalada; isso é fundamental para o sucesso do negócio. Não abra mão
de um excelente local, espere um pouco mais se for o caso.
Faça muitas contas, calcule e recalcule todos os números da empresa, do
investimento, necessidade de vendas, faturamento necessário, principais
despesas, imprevistos, mal previstos etc.
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vai pesquisando e se inteirando sobre o segmento, descartar os que não
considera viáveis para aquele momento.
Nos negócios que achar mais interessante, relevante e com potencial para
obter sucesso, deve empregar mais energia e disposição para se informar,
estudar e verificar com mais calma e de forma mais detalhada e estruturada sua
viabilidade.
Para Tajra (2014), é necessário que sejam avaliadas várias situações que
possam ter impacto positivo ou negativo no futuro negócio. São elas:
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Lucratividade: quanto você precisa ganhar, retirar de pró-labore após a
empresa alcançar o ponto de equilíbrio? Ela será viável financeiramente?
Procure ajuda de especialistas se necessário. Para ter sucesso, você
deve dominar sua empresa por meio dos números.
Mudanças no segmento: além da questão da legislação, também é
válido refletir e pesquisar como está o desenvolvimento do segmento em
que pretende atuar, em crescimento, estável ou em declínio. Na área de
estética e beleza, os números só crescem, já os produtos à base de
proteína animal, com altos teores de sódio, estão cada vez mais sendo
preteridos por produtos mais naturais e menos nocivos à saúde.
Efeitos da evolução científica e tecnológica: o produto ou serviço que
está pensando em iniciar já não está sendo feito de outra forma? Mais
automatizado, em menor tempo e com custos atrativos em relação ao que
pretende fazer? Às vezes novos insumos, elementos e componentes
inovadores podem mudar o rumo de um produto ou serviço. Os apps são
exemplo disso, eles podem substituir produtos e serviços.
Grau de imunidade à concorrência: sua ideia de negócio enfrentará
concorrência baixa, média ou alta? O mercado em que está entrando é
bem pulverizado ou está concentrado nas mãos de poucos? O tamanho
e estrutura financeira de seu empreendimento te dará fôlego para
enfrentar seus concorrentes? Por quanto tempo?
Atração pessoal: qual o seu grau de identificação com o negócio ou
segmento? Tem disponibilidade e interesse no atendimento ao público?
Consegue ficar 8 horas sentado em frente a um computador trabalhando?
Faça algo que possua identificação com o negócio, produto, segmento de
clientes e atividades, para que sejam motivadores de sua ação e não
limitadores.
Barreiras à entrada: quais obstáculos enfrentará, visíveis ou não, para
fazer o negócio acontecer? Somente pesquisas e estudos darão a
dimensão das facilidades e dificuldades que terá pela frente.
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capital aberto, as ações são negociadas na bolsa de valores. Em caso de
capital fechado, a companhia não emite ações, divide-as entre os sócios.
Sociedade simples: os sócios do empreendimento prestam o serviço
para o qual a empresa foi aberta, por exemplo, sociedade entre
profissionais da área da saúde, jurídica, artística, educacional. Não
precisa ser registrada na Junta Comercial, somente no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas.
Tipos de cooperativas:
Agropecuárias;
De consumo;
De crédito;
Educacionais;
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Habitacionais;
De infraestrutura;
De mineração;
De produção;
De saúde.
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Documentos necessários para inscrição na Junta Comercial ou
cartório de registro: se tudo estiver certo, será possível prosseguir com
o arquivamento do ato constitutivo da empresa, quando geralmente serão
necessários os documentos:
Contrato social, requerimento de empresário individual ou estatuto, em
três vias;
Cópia autenticada do RG e CPF do titular ou dos sócios;
Requerimento padrão (capa da Junta Comercial), em uma via;
FCN (Ficha de Cadastro Nacional), modelo 1 e 2, em uma via;
Pagamento de taxas por meio de DARF;
Os preços e prazos para abertura variam de estado para estado.
Registrada a empresa, será entregue ao seu proprietário o NIRE
(Número de Identificação do Registro de Empresa), que é uma
etiqueta ou um carimbo, feito pela Junta Comercial ou cartório,
contendo um número que é fixado no ato constitutivo.
CNPJ: com o NIRE em posse do empreendedor, é hora de registrar a
empresa como contribuinte, ou seja, criar o CNPJ, o qual é feito
exclusivamente por meio do site da Receita Federal.
Escolha das atividades: no momento da busca do CNPJ deve-se
informar a atividade que comporá o objetivo de trabalho da empresa. Essa
classificação visa tanto a questão tributária, como para fins de fiscalização
das atividades da empresa. Recomenda-se indicar uma atividade principal
e no máximo 14 secundárias.
Inscrição estadual: se a empresa trabalhará com produção de bens e/ou
comercialização de mercadorias, é necessário o registro na Secretaria
Estadual da Receita. Certifique-se que esse procedimento é obrigatório
para a sua empresa e busque ajuda de uma assessoria contábil, a qual
lhe passará os documentos necessários e devidos tramites e custos.
Registro municipal: empresas que atuam no segmento de prestação de
serviços precisam ser registradas na prefeitura local. Em algumas cidades
basta o registro na Junta Comercial que automaticamente o registro irá
para o órgão municipal.
Alvará corpo de bombeiros: edificações e áreas de risco de incêndio
devem possuir Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – APPCI,
expedido pelo corpo de bombeiros militar do estado. Em municípios de
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pequeno ou médio porte, esse serviço poderá estar atrelado aos
procedimentos da prefeitura.
Alvará de funcionamento: todo e qualquer empreendimento precisa
obter junto ao município o alvará para seu funcionamento. Cada cidade
tem legislação específica sobre o assunto. A depender do segmento da
empresa, esse alvará poderá ser concedido sem muita exigência, mas o
contrário também pode ser verdadeiro; se a empresa for de certos
segmentos o nível burocrático e exigências podem ser mais elevadas.
Cadastro na previdência social: após a concessão do alvará de
funcionamento, a empresa já está apta a entrar em operação, contudo, é
preciso realizar o cadastro junto à previdência social, tendo ou não
funcionários.
Aparato fiscal: concluídas as etapas anteriores, que não são poucas,
deve-se buscar junto à prefeitura autorização para impressão dos blocos
de notas e autenticação de livros fiscais. Hoje há possibilidade de emissão
de notas fiscais digitais; verifique como proceder para obter esse tipo de
ação.
TROCANDO IDEIAS
Escolher o negócio no qual investir não é uma missão fácil, mas possível
se o empreendedor gastar tempo e energia para levantar informações.
Apresente quais caminhos seguiria para buscar informações sobre uma
ideia de negócio. Discuta as vantagens e desvantagens dos meios escolhidos.
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NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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COMPORTAMENTO
EMPREENDEDOR
AULA 3
CONTEXTUALIZANDO
2
características mais marcantes, seu público-alvo, canais de relacionamento e
comercialização/ entrega, quem serão os parceiros, quais recursos serão
necessários, principais atividades, despesas e a tão sonhada receita são
aspectos que devem permear o planejamento. Mas só ficar no subjetivo e pensar
a respeito não basta. Para avançar, faz-se necessário sair do mundo das ideias
e ir para o mundo prático, objetivo, colocar no papel, em um arquivo do
computador/ celular. Assim, o planejamento fica objetivado e torna-se uma base,
referência para se consultar o que já se produziu e também serve como pontapé
inicial para transformar a ideia em realidade.
Para contribuir na transição das ideias para o concreto, existe o BMG
Canvas. Osterwalder e Pigneur (2011) criaram, em conjunto com profissionais
espalhados por todos os continentes, em uma verdadeira rede de
relacionamentos, o conceito do BMG (modelo para geração de ideias de
negócios), ou, como também é conhecido, o BMG – Canvas, ou ainda Canvas
de Modelos de Negócios. Trata-se de um formulário, de uma página com 9
(nove) quadrantes na qual se deve, por meio de palavras e termos e não texto
corrido, expressar do que se trata o negócio e todos os aspectos ligados a ele.
Para facilitar a compreensão, pense numa massa de modelar: ela não tem
forma alguma, é uma junção de várias partículas; se não for trabalhada
continuará sendo uma massa única. Modelar significa dar forma, ajustar,
transformar, montar, juntar, encaixar, trabalhar para que ganhe forma. Ao utilizar
o BMG Canvas, o futuro empreendedor(a) fará isso, dará sentido e forma à sua
ideia inicial.
Ele serve para novas ideias de negócios ou para negócios já existentes
que precisem ser renovados, repensados e inovados. Pode ser utilizado para se
pensar em modelar um novo negócio, novo produto, um conjunto de produtos/
serviços etc. Ou seja, não serve apenas para futuros negócios. Pode ser usado
inclusive para se organizar ideias inovadoras relativas a uma empresa ou
produto já existente.
Por que ganhou tanta popularidade? Porque é fácil de trabalhar com ele,
não exige recursos, somente uma folha A4, uma cartolina ou um quadro negro
etc., um espaço no qual se possa escrever os nomes dos campos do BMG e
preenchê-los.
Seu preenchimento deve ser feito com post-it ou a lápis para ficar fácil de
fazer alterações/ mudanças. Pode ser feito por meio de trabalho coletivo com a
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participação de várias pessoas, inclusive, elas estando em locais distintos,
utilizando-se os recursos audiovisuais disponíveis por meio de celulares e
notebooks.
Após seu preenchimento total, ele serve como base para desenvolvimento
de outros documentos como o Plano de Negócios, por exemplo, permitindo ao
elaborador verificar as principais características do negócio descritas no BMG,
utilizando-as para alimentar as informações solicitadas pelo Plano de Negócios.
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3) Relacionamento com clientes: quando você tem dúvida sobre algum
aspecto de uma empresa/ produto/ serviço você utiliza qual meio para
saná-la? A decisão da melhor maneira do cliente se comunicar com sua
empresa estará presente neste item quando for detalhado.
4) Canais: eles podem ser de divulgação, comercialização e/ ou entrega.
Defini-los adequadamente é importante para que se atenda de forma mais
rápida e efetiva ao seu público-alvo.
5) Atividades principais: onde está a essência de sua empresa? O que ela
faz melhor que as outras? No que ela quer ser a referência? Isso descrito
adequadamente facilita a formação da identidade da empresa para si e
para seus clientes.
6) Recursos principais: para tornar realidade as atividades principais, você
precisa de quais recursos: humanos, financeiros, tecnológicos e
materiais? Isso, claro, dá uma ideia de estrutura necessária, custos, entre
outros aspectos.
7) Parcerias principais: para transformar sua proposta de valor perceptível
e real para seus clientes, você precisa ter claro com quem precisa contar,
de quem precisará para ir adiante.
8) Estrutura de custos: saber quais são os custos, despesas que a
empresa terá mês a mês evita desilusões ou mau planejamento
financeiro.
9) Fontes de receitas: de onde virão as receitas para fazer de seu projeto
de negócio uma empresa de sucesso? Ter claro de onde e como virão é
de extrema importância para evitar ilusões e decepções.
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Para definir suas propostas de valor, é preciso conhecer para quem serão
oferecidas. Não adianta oferecer novidade se o produto ou serviço é utilizado
comumente por pessoas conservadoras, pois elas não verão diferencial, não se
sentirão atraídas pela empresa. Definir os diferenciais, os pontos de atração de
sua marca não é uma tarefa fácil, mas necessária e importante. Toda proposta
de valor deve ir na direção de satisfazer necessidades dos clientes. Assim,
Público-alvo: entenda quem é seu cliente, mas não aquele que de vez
em quando compra ou comprará seu produto ou serviço, mas aqueles que
sustentam sua empresa. São sobre esses que deve saber o que pensam,
suas necessidades, o que buscam, quais desejos têm, como se
comportam em relação ao seu produto/ serviço.
Competidores: olhe para o mercado e veja aqueles concorrentes que
brigarão com você pelo seu cliente; o que ele vende? Quais seus
diferenciais? Como entrega? Quanto cobra? Quais são suas políticas de
crédito? Só podemos superar aquilo que conhecemos.
Forças internas: quais são os pontos que ao fazer a análise SWOT1
foram destacados como os pontos de destaque da empresa? Eles podem
ser revigorados, fortalecidos, trabalhados para que virem sinônimo da
proposta de valor.
1
Para mais informações, acesse: <http://www.portal-administracao.com/2014/01/analise-swot-conceito-e-
aplicacao.html>. Acesso em 31 mar. 2019.
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Quais dores quer amenizar ou extirpar? Pense em seus clientes e
naquilo que lhe causa sofrimento, ainda que mínimo; pense em como
resolver e, mais: em surpreender para que ele se torne fiel.
Pesquise seus clientes: não faça apenas pesquisas informais, mas
procure a ajuda de um especialista em marketing para lhe auxiliar a
estruturar uma pesquisa junto ao seu público-alvo/ clientes, pois os
conhecendo terá mais possibilidades de definir adequadamente as
propostas de valor.
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TEMA 3 – SEGMENTO DE CLIENTES, RELACIONAMENTO E CANAIS
Tarefa difícil, mas necessária, pois começar pensando que todo mundo
comprará seu produto ou utilizará seu serviço é a primeira armadilha que o
empreendedor cai.
Recomenda-se que, em se tratando de empresas voltadas ao varejo,
comércio e serviços, defina-se o segmento de clientes pela classe econômica
que faz parte (Tipo Classe A, B, C, D ou E), pois isso traz uma referência de
renda e comportamentos típicos daquele grupo. Depois de definida a classe,
reflita quais são as características principais do seu público-alvo. Exemplo: Loja
de Cosméticos, público-alvo sendo mulheres da Classe C, que trabalhem ou
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estejam pelo centro, local de instalação da loja, que tenham o hábito de comprar
frequentemente produtos de beleza.
Temos alguns tipos de segmentos:
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É por meio dos canais de relacionamento que seus clientes receberão as
propostas de valor definidas anteriormente. Assim, definiu-se que uma delas é a
qualidade no atendimento, ao ligar, mandar um e-mail, uma WhatsApp, uma
mensagem via site, poderá receber, degustar ou não a proposta de valor
definida.
Os canais de relacionamento são a porta de entrada do cliente, pois, se
ao buscar informações não for atendido em suas necessidades ou for mal
atendido, pode ocorrer aí o desinteresse e abandono. Assim, definir claramente
os canais e estruturá-los adequadamente pode ser uma das causas do sucesso
empresarial.
Os canais também servem para o pós-venda como dúvidas sobre data de
entrega, horário, problemas com assistência técnica, defeitos ou funcionalidade
do produto etc. A fidelização de clientes passa pela qualidade dos serviços
prestados por meio dos canais.
Para Osterwalder e Pigneur (2011), existem diversas categorias de
Relacionamento com os Clientes, sendo elas:
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Comunidades: as empresas utilizam de comunidades de usuários para
entender o que pensam, o que querem, suas reivindicações, reclamações,
sugestões e elogios dos clientes. Exemplo: Harley Davidson, Jeep, O
Boticário.
Cocriação: as empresas estão dando maior valor, vez e voz aos seus
clientes, podendo esses participar da criação de produtos e serviços.
Redes de TVs que dão espaço aos seus telespectadores para enviarem
vídeos, fotos. Empresas de alimentos que estimulam seus clientes a
desenvolverem produtos, exemplo, a PepsiCo que criou um salgadinho
com base na sugestão de um cliente.
Qual ou quais desses tipos de canais você acha mais adequado à sua
proposta de valor, ao seu público-alvo? Essas respostas são importantes para
conectar sua empresa com os anseios, desejos e necessidades de seus clientes
para atrai-los e fidelizá-los.
3.3 Canais
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A seguir, detalhamento dos canais:
Os Canais precisam ser capazes de fazer para com que seu cliente
chegue até sua proposta de valor, avalie se deve comprar com você, realize a
compra, receba o seu produto/ serviço e continue em contato para que você
possa colher feedback e manter um relacionamento pós-venda.
Cabe ressaltar que canais de relacionamento podem se repetir nos canais
aqui descritos, porém, com funcionalidades diferentes. Exemplo: Rede Social
para apresentar o produto e funcionamento e o mesmo meio para aquisição pelo
cliente.
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Para Osterwalder e Pigneur (2011, p. 36), as atividades-chave são
“necessárias para criar e oferecer a Proposta de Valor, alcançar os Resultados
Principais e se diferenciam dependendo do tipo de Modelo de Negócios.” Logo,
faz-se necessário elencá-las de forma objetiva e clara para que sejam tratadas
com a prioridade que merecem.
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TEMA 5 – ESTRUTURA DE CUSTOS E FONTES DE RECEITAS
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Direcionadas pelo valor: nestes modelos de negócios, a preocupação
não são os custos, pois a Proposta de Valor pode ser redução de risco,
desempenho, novidade, e todas essas propostas por vezes não custam
pouco. Assim, as empresas optam por ter um modelo de negócios em que
o preço é secundário, o que vem em primeiro são os diferenciais que a
empresa oferece e que, por isso, pode cobrar mais, uma vez que há
sempre alguém disposto a comer num restaurante com estrela Michelin,2
hospedar-se em um hotel 5 estrelas, adquirir ou locar carro de luxo,
consultar-se com médico famoso, realizar compras em lojas de grife etc.
São empresas em que o luxo é cobrado em moeda corrente.
Se você não é bom com números, isso precisa ser revertido antes de
iniciar um empreendimento, pois ainda que não fique sob sua responsabilidade
a área financeira, é necessário entender o negócio por meio dos números. Faça
cursos, fale com especialistas, dedique-se a aprender conceitos e estruturas que
lhe permitam fazer essa análise objetiva e direta do negócio.
Elas são provenientes das operações realizadas pela empresa para cada
um dos seus segmentos de clientes. É a fonte de sobrevivência da empresa;
devem ser sempre superiores aos custos. Claro que, no início de todo
empreendimento, faz-se necessário se ter um montante denominado capital de
giro suficiente para a empresa “rodar” até chegar ao ponto de equilíbrio, quando
despesas e receitas se equiparam, para, na sequência, apresentar lucro.
Para Osterwalder e Pigneur (2011), há várias maneiras de se gerar Fontes
de Receitas:
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Defina qual ou quais serão as fontes de renda do seu empreendimento e
trabalhe arduamente para que os resultados levem o negócio a se tornar um
sucesso.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
19
COMPORTAMENTO
EMPREENDEDOR
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
2
Não tenho ideia por onde começar;
Já comecei e não consegui ir adiante;
Quem poderia me auxiliar na elaboração?
Já conheço bem o negócio que pretendo abrir;
Ele é complexo e pede muitos dados e informações;
Minha experiência em gestão me libera de escrever um.
Assim, fica claro que o PN serve tanto para negócios novos como para
aqueles que já existem e precisam de inovação, atualização, reestruturação.
Para tudo isso o PN pode ser útil. Cabe ao empreendedor decidir qual seu
objetivo com o PN e colocar suas ideias no papel.
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Vejamos o processo empreendedor descrito por Dornelas e onde o
Plano de Negócios se encaixa:
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Existe apenas um modelo de PN? Claro que não, hoje, há uma gama
enorme de modelos, tipos, formatos de PN. Se der um google, encontrará uma
infinidade de possibilidades. Mas considere em sua análise se o modelo
escolhido contém a maior parte das seções que citamos e descrevemos a
seguir com base em Tajra (2014, p. 124-128):
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6. Macroambiente: espaço para expor qual ambiente o empreendimento
estará enfrentando, quanto às questões econômicas, políticas, legais e
culturais.
7. Mercado e comercialização: estratégias comerciais que serão
adotadas, perfil dos clientes do empreendimento.
8. Comportamento da concorrência: apresentação das principais
características dos competidores, suas estratégias, seus pontos fortes
e fracos.
9. Aspectos organizacionais e de gestão: apresentar a estrutura
organizacional por meio de organograma, demonstrando as
hierarquias, distribuição de trabalho e comunicação, bem como as
atribuições das pessoas que trabalharão nela.
10. Diretrizes estratégicas: por meio da elaboração da missão, visão,
valores, objetivos organizacionais e estratégias para a definição do
planejamento estratégico. Apresentar a Matriz SWOT.
11. Aspectos financeiros: detalhamento do cronograma físico-financeiro,
custos críticos do empreendimento, investimentos e capital dos sócios
em caso de alguma emergência.
12. Receita bruta: para cada produto/ serviço relacionado, deve ser
informado o preço unitário e a previsão anual de vendas.
13. Custos: apresentar quais serão os custos fixos e variáveis.
14. Resultados bruto e líquido: após o levantamento da receita bruta,
devem ser lançados todos os custos. Esse resultado é chamado de
lucro operacional. Em seguida, devem ser subtraídos os impostos que
incidem diretamente sobre a receita para obter o resultado líquido, ou
seja, o lucro líquido.
15. Payback: Com base no lucro líquido, efetue o cálculo do tempo para o
retorno do capital investido.
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composição societária, certificações, licenças, regulamentações
necessárias, localização e abrangência, parcerias e terceiros.
c. Mercado e competidores: análise do setor, mercado-alvo que se
pretende atingir, análise dos competidores e vantagens competitivas.
d. Equipe de gestão: descrição dos principais executivos.
e. Produtos e serviços: descrição, diferenciais, tecnologia e ciclo de vida.
f. Estrutura operacional: organograma funcional, máquinas e
equipamentos, processos de produção, fornecedores, infraestrutura
física e tecnológica.
g. Marketing e vendas: posicionamento do produto/ serviço e 4 Ps.
h. Estratégia de crescimento: SWOT, cronograma e riscos do negócio.
i. Finanças: investimentos, composição dos custos e despesas, evolução
dos resultados financeiros, demonstrativo de resultados, fluxo de caixa,
balanço.
j. Indicadores financeiros: taxa de retorno, valor presente líquido,
breakeven e payback, necessidade de aporte e contrapartida, cenários
alternativos e plano de expansão.
k. Anexos: currículo da equipe de gestão/ sócios, dados complementares,
detalhamento das pesquisas de mercado, detalhamento das projeções
financeiras.
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PN demanda preparação, reserva de tempo, de local apropriado, de materiais
para pesquisa, de um bom computador com acesso à internet de qualidade, de
um celular para realizar contatos, um bloco de anotações para destacar tarefas
e pontos a pesquisar ou fazer posteriormente. Tudo isso providenciado, é hora
de colocar a mão na massa.
Para Dornelas (2016, p. 26), um PN é iniciado pela análise da
oportunidade, na sequência, passa-se para uma criteriosa análise do mercado,
do público-alvo e dos concorrentes. Depois disto feito, o empreendedor deve se
dedicar a:
1 Aqui você encontra modelos de PN: <www.josedornelas.com.br>. Acesso em: 31 mar. 2019.
9
Aspectos a serem considerados para o Desenvolvimento do Plano
de Negócios, segundo Dornelas (2016):
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Registros e licenças: consiste na busca junto a órgãos públicos e
privados sobre o que é necessário em termo de registros e licenças
necessárias para o tipo de negócio escolhido.
Gestão: levantamento dos aspectos mais importantes para se fazer uma
gestão profissional que traga os resultados esperados.
Equipe: levantamento dos profissionais que serão necessários para se
iniciar e fazer a gestão da empresa.
Insumos: identificação dos materiais e matérias-primas necessários
para o empreendimento.
Marca: criação de uma marca que represente a empresa
adequadamente. O ideal é contar com a ajuda de um profissional da
área de marketing.
Todos esses aspectos não são levantados do dia para a noite; o futuro
empreendedor sabe que precisará de tempo para se dedicar à elaboração do
PN. Para isso, deve organizar sua rotina para ter esse tempo para poder
elaborar com calma o PN, realizando pesquisas, indo atrás de informações,
visitando concorrentes, potenciais clientes, fornecedores, consultores.
Deve-se ter claro que elaborar um PN não é uma tarefa fácil, mas
possível, e que a maior recompensa é o resultado que se alcançará com o PN,
seja no momento do planejamento, implantação e/ ou gestão do negócio.
11
descubra e, com isso, tenha condições de utilizar essas informações na hora
de buscar e escolher seu futuro sócio.
Mas nem sempre é possível escolher, sendo o sócio alguém próximo do
empreendedor, familiar, amigo, cônjuge, colega de trabalho. Poucos
empreendedores buscam a ajuda de profissionais especializados para
identificar um sócio.
O sócio-administrador é aquele que fica responsável por todas as
atividades da empresa, executando-as ou gerenciando, tem a responsabilidade
por fazê-las. Já o sócio quotista é aquele que investe na empresa, coloca
capital para permitir que a empresa inicie suas atividades e alcance o ponto de
equilíbrio.
Existe, na atualidade, o investidor-anjo, que é caracterizado por pessoa
física ou jurídica que investe seu próprio dinheiro em empreendimentos com
alta capacidade de rentabilidade. Geralmente, investem em empresas
nascentes ou em estágio inicial, com grande potencial de retorno.
Os investidores-anjo são profissionais que têm experiência em gestão,
com seus próprios empreendimentos, e servem como apoio, mentores dos
empreendedores dos quais acabaram de se tornar sócios. A vantagem de se
ter um investidor-anjo no negócio é que ele divide com o novo empreendedor/
negócio seu know how, suas expertises, sua rede de relacionamentos, a
infraestrutura de seus negócios para fazer com que o novo negócio no qual
investiu prospere.
Mas, se analisar e decidir que a melhor forma para planejar, implementar
e gerenciar o negócio é com um ou mais sócios, atente-se para os seguintes
pontos.
Pense bem qual é o percentual que irá disponibilizar, lembrando que
alguns investidores têm claro o quanto da empresa em termos de percentuais
exigem para alocar recursos. Antes de sentar para negociar, tenha claro o
quanto de poder está afim de dividir. Lembre-se: é melhor ceder para contar
com dinheiro e know how do que ter poder total e ter problemas com o negócio,
não obtendo sucesso.
Pesquise a vida pessoal e profissional dos interessados em ser seu
sócio, isso evitará decepções futuras.
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Compreenda qual é o perfil dos interessados, formação, experiência,
vivência na gestão de negócios, estilo de gestão, objetivos de vida e
profissionais, hábitos e forma da pessoa organizar e administrar sua vida.
Liste coisas que você admira nos profissionais com quem trabalha ou já
trabalhou, pontue o que mais lhe agrada e incomoda nas pessoas com quem
se relaciona profissionalmente. Utilize esses pontos na análise do seu futuro
sócio.
Tenha claro quais são suas qualidades, defeitos, deficiências e
expertises. Procure no outro aquilo que te complemente, não caia na besteira
em acreditar que depois ajustará isso, que depois tudo se acertará, que o outro
melhorará ou se superará. Isso pode nunca ocorrer.
Veja no que o outro te complementa na área pessoal, por exemplo, se
você é calmo e o outro agitado. Na área técnica, o que você domina e o que
precisa de ajuda. Você não é tecnológico, então deve buscar alguém com perfil
que complemente essa deficiência. Intelectualmente, encontre alguém que
esteja próximo do nível, se você tem formação superior não deixe de
considerar esse fator como importante na seleção do sócio, pois isso poderá
fazer alguma diferença.
Tecnicamente, encontre alguém que complemente aquilo que você não
sabe, mas especialmente aquilo que é importante para a empresa; não
confunda seus desejos com as necessidades da empresa.
Explore quais são os objetivos dos potenciais sócios, eles pretendem
fazer o que daqui a 5 anos? Será que é algo próximo daquilo que você pensou
para a empresa? Ou será que pretendem estar aposentados ou viajando 3
meses por ano?
Compreenda como seu potencial sócio administra sua família e seus
negócios, eles trabalham com ele? Consegue e tem maturidade para separar
as coisas?
A área que ele pretende cuidar, caso seja um sócio que irá trabalhar na
empresa, é aquela que você acha mais adequada ou haverá conflito de
interesses?
Qual é o estilo de gestão e especialmente de liderança? São idênticos
ao seu? Antagônicos? Ideal para o tipo de negócio que pretende empreender?
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Tempo, será que o futuro sócio tem tempo suficiente para uma empresa
que está iniciando suas atividades? Ou você e o negócio terão de disputar as
24 horas dele com um milhão de outras atividades, afazeres, hobbies?
Enfim, não deixe seu feeling de lado, use sua percepção para sentir se é
aquela pessoa com quem quer dividir sua ideia, a oportunidade identificada, no
negócio, seus sabores e dissabores. Mas, não deixe de arriscar um pouco, pois
sociedade quando bem-feita é fácil de se desfazer, quando mal elaborada é dor
de cabeça no certo no futuro.
E, por fim, tenha claro que estará buscando um humano, o sócio é uma
pessoa comum, que tem qualidades e defeitos, ter isso claro evita no futuro
decepções com comportamentos e atitudes.
2 O objetivo das incubadoras é dar suporte estratégico aos pequenos negócios em seus
primeiros anos de vida. Cada incubadora possui suas características, como processo seletivo
14
mesmo de gestão, aumentando as chances de sucesso do empreendimento. E
mais: uma vez incubada, isso favorece para que se consiga financiamento para
transformar o negócio em algo maior, que possa sair da incubadora e andar
com suas próprias pernas. Cada incubadora tem regras específicas para
aceitar novos negócios para serem incubados. Tipos de negócios que aceitam,
tipo de suporte que oferecem, custos, assim o melhor é pesquisar e encontrar
aquela em que haverá maiores chances de ter seu negócio aceito para ser
desenvolvido.
Bancos como a Caixa e Banco do Brasil possuem taxas mais atrativas
para financiamento do que os bancos comerciais, porém, isso muda o tempo
todo, especialmente no início de novos governos. Vale a pena colocar aquele
melhor terno ou tailleur para ir a uma agência bancária falar com o gerente de
pessoa jurídica para conhecer quais as possibilidades e exigências. Isso
porque o contato pessoal e uma boa comunicação podem abrir portas, encurtar
caminhos, ter acesso a informações que não estão disponíveis para o grande
público.
O Sebrae desenvolveu um material intitulado Como obter
financiamento.3 Vale a leitura para estar preparado para esse momento
importante que é transformar a ideia em algo concreto por meio de
financiamento.
O BNDES, a Fomento Paraná, o BRDE4 são instituições que possuem
linhas de crédito, porém, cabe uma visita ao site ou à própria instituição para
conhecer o que eles oferecem e o que exigem de contrapartida. Não crie
grandes expectativas, pois pode se frustrar rapidamente, geralmente são
muitas exigências, pouca flexibilidade e muita propaganda.
A melhor forma para o empreendedor obter dinheiro para iniciar um
empreendimento é por meio da poupança com recursos próprios. Caso opte
em utilizar verbas rescisórias, provenientes de sua demissão, é bom planejar
bem antes para evitar de gastar tudo o que tem e o negócio não decolar,
ficando sem dinheiro para dar continuidade e ter que encerrar as atividades
ficando somente com as dívidas.
<https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/c30a4bc89ae4
a6ce6c8a9df7a2f0a6e5/$File/5868.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2019.
4 BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento, Fomento Paraná – Agência de crédito do
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
16
COMPORTAMENTO
EMPREENDEDOR
AULA 5
CONTEXTUALIZANDO
2
TEMA 1 – INICIANDO UM NEGÓCIO DO ZERO
3
• Mapa de empatia: leva o empreendedor a desenvolver um negócio ao se
colocar do lugar do cliente. Ele pode ver, pensar, sentir e expressar
opiniões e sentimentos do cliente em relação a aspectos do negócio;
• BMG Canvas: como já exposto anteriormente, trata-se de uma
ferramenta para modelar uma ideia de negócios. Serve para compreender
vários aspectos importantes do futuro negócio;
• Plano de negócios em pirâmide: ajuda o empreendedor a enxergar o
negócio como algo sistêmico, em que todas as áreas estão integradas,
auxiliando-o na formatação de seu plano de negócio de acordo com um
determinado objetivo.
Você já fez uma pesquisa para saber qual é o nível de burocracia para
abrir negócios de alguns ramos? Pois bem, nesse aspecto, você poderá se
surpreender tanto positiva quanto negativamente. Dependendo do tipo de
negócio, com pouco tempo e dedicação você rapidamente terá sua empresa
iniciada. Por exemplo, a abertura de uma microempresa individual (MEI) pode
ser feita pela internet, com rapidez e segurança. Mas se o seu negócio for uma
S/A, aí a conversa, os documentos, as exigências e, principalmente, o tempo
que levará para pode iniciar o negócio serão bem mais extensos, os custos serão
mais elevados e as pessoas e os processos envolvidos, bem mais complexos.
Pesquisar para ter claro o que é necessário para iniciar um negócio é
importante para não se gastar tempo desnecessariamente. A ajuda de um
contador de confiança é imprescindível, pois ele está acostumado com os
trâmites, exigências e o tempo necessários para que cada processo se finalize.
Além disso, ele sabe quais serão os custos do processo e os pontos relevantes
a que se deve se ficar atento para evitar desperdícios – de tempo, de dinheiro e
de paciência.
O dinheiro que você utilizará para a abertura é próprio? Melhor que seja,
pois se algo não sair conforme o planejado você não comprometerá sua
capacidade de adquirir crédito. Mas, pense bem antes de se desfazer de seu
patrimônio pessoal para investir em um negócio; algo que levou uma vida para
ser construído pode ruir em poucos meses. O planejamento, a elaboração de um
sólido PN, pode evitar esse tipo de situação.
Juntamente com o PN, faça um planejamento de gastos e investimentos,
assim, você não corre o risco de, no terceiro mês de atividade, se dar conta de
4
que não tem dinheiro para pagar a segunda parcela daquela máquina importante
para seu faturamento.
A maior parte dos pequenos empreendedores parece desconhecer o
significado e a importância do capital de giro, especialmente quando são
iniciantes. Ele é o total de recursos financeiros necessários para bancar sua
empresa para que continue funcionando. Veja a figura a seguir:
Pensar no capital de giro tira o sono do empreendedor, pois o que lhe vêm
à mente é o seguinte: “Preciso de R$ 100.000,00 para colocar a ideia para rodar,
fazer o negócio funcionar. Precisaria de mais uns R$ 40.000,00 de capital de
giro... Bom, não tenho todo esse valor, mas depois do início do negócio irei
faturar, obter lucro, e, com isso, esse valor não será tão necessário”. Para
começar, ele gastará 20 ou até 30% a mais para finalizar a preparação do
negócio. Depois, o que pensava em vender, em faturar e lucrar acaba não se
confirmando na prática: o tempo mudou, o governo lançou uma medida, o
fornecedor atrasou a entrega dos produtos e isso tudo faz com que o dinheiro
que se esperava ter proveniente da nova empresa venha pela metade. E então:
o que acontece? Atrasos de fornecedores, de pagamentos de títulos, de salários
e benefícios fazem com que se diminua os gastos cortando despesas cruciais
para o bom funcionamento do negócio. Todos já vivenciamos o final dessa
história, ou conhecemos alguém bem próximo que já passou por essa situação,
ou já ouvimos uma triste história de fracasso nos negócios por essa razão.
5
Assim, planejar o capital de giro necessário para que a empresa tenha
tempo de andar com a próprias pernas é imprescindível para aqueles que
pretendem alcançar o sucesso.
O relato anterior lhe parece muito pessimista ou negativo? Saiba que não
é. Essa é uma realidade de empresas que são abertas e fechadas antes de um
ano de existência. Assim, é melhor começar o negócio de cara mais sisuda,
sabendo de todos os desafios que terá de enfrentar até alcançar o sucesso, do
que iniciar o projeto empolgadíssimo e meses depois perceber que a
infraestrutura é frágil e que você não conseguirá aguentar os trancos do mercado
e sucumbirá.
6
Fale com o responsável pela administração do imóvel para conhecer a
realidade, o contrato, o índice de reajustes, entre outros aspectos
relevantes;
• Armadilha nº 5: imóvel, estrutura física. Faça uma vistoria em todo o
imóvel: telhado, partes hidráulica e elétrica. Isso é essencial para evitar
surpresas desagradáveis;
• Armadilha nº 5: infraestrutura tecnológica. Se você conhece o bastante,
faça você mesmo a verificação das reais condições das máquinas e dos
softwares necessários para o bom funcionamento da empresa, além de
revisar licenças necessárias e prazos de validade. Isso pode evitar a visita
por órgãos fiscalizadores e o recebimento pesadas multas;
• Armadilha nº 6: folha de pagamento. Chame seu contador e o apresente
ao contador que atende a empresa na época da transação. Ele saberá
pesquisar e identificar irregularidades que poderão lhe custar ações
trabalhistas no futuro. Veja também se não há pagamentos por fora, além
daquilo que é registrado em carteira. Se houver, já defina uma estratégia
para resolver o caso;
• Armadilha nº 7: processos na PROCON ou em juizados especiais.
Verifique se não há nada em andamento, como uma negociação que
esteja sendo paga em parcelas. Descuidar-se disso pode, no curto prazo,
levar a empresa a ter que desembolsar valores para os quais não está
preparada;
• Armadilha nº 8: fornecedores. Conhecê-los e ver os contratos com eles
– se existirem – é essencial para saber na mão de quem você estará ao
assumir a empresa. Eles poderão ser o motor de seu sucesso ou a causa
de seu fracasso;
• Armadilha nº9: clientes. Pesquise para saber se as informações que
recebeu sobre os clientes são verdadeiras ou não. Faça você mesmo uma
pesquisa, no sistema, com os colaboradores, com os que estiverem
comprando quando estiver na empresa. Peça o contato dos clientes mais
importantes e fale com eles, visitando-os, se for o caso;
• Armadilha nº 10: faturamento. Essa é a armadilha mais comum em que
se pode cair quando se está comprando uma empresa. Duvide sempre
dos números que receber. Se não for muito bom com números, contrate
alguém que seja para fazer uma varredura, uma checagem, uma análise
7
detalhada para evitar um choque depois que o contrato de compra e
venda já estiver sacramentado. Gaste tempo e energia para entender a
empresa por meio dos números. Isso lhe garantirá maior segurança de
que está fazendo um bom negócio.
TEMA 3 – FRANQUIAS
8
aos seus franqueados de explorarem uma empresa de acordo com seu
conceito.
9
3.1 Etapas da franquia
10
3.2 Instalação da franquia
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• Canal diferenciado para seus produtos/serviços: pela expansão por
meio de franquias, o negócio chega a clientes e mercados que os
concorrentes por vezes não chegam;
• Fortalecimento da marca: com a expansão, a marca chega a um número
maior de consumidores, e isso a fortalece;
• Menos riscos trabalhistas: o franqueado tem muitas pessoas
trabalhando para a sua marca. Essas pessoas não são seus
colaboradores, são funcionários do franqueado, e isso diminui a chance
de o franqueador ter de responder por ações trabalhistas – embora ele
seja corresponsável pela empresa; caso o franqueado não pague o
trabalhador, o franqueador pode ser responsabilizado.
12
• Facilidade na instalação: isso ocorre porque o franqueador tem
experiência, já testou matérias, móveis, equipamentos e sabe aquilo que
funciona melhor para entregar adequadamente suas propostas de valor.
Geralmente as grandes marcas são assessoradas por empresas
especializadas em projetos e instalações;
• Propaganda e marketing cooperados: sozinho, talvez o franqueado não
conseguisse estruturar um plano de marketing com vistas a chegar a um
público maior; juntos, porém, os franqueados, gerenciados pelo
franqueador, podem fazer campanhas e ações que atraiam o consumidor
para a sua marca;
• Maior poder de negociação: uma coisa é comprar para uma unidade,
outra, é comprar para 50. O franqueador tem esse poder e geralmente
isso chega ao franqueado em forma de produtos de qualidade com preços
que permitirão mais competitividade;
• Desenvolvimento de novos métodos e produtos: o franqueador tem e
mantém um centro de pesquisa e desenvolvimento, e isso leva o
franqueado a poder contar com lançamentos e atualizações constantes.
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• Limitações à venda do negócio: na hora de vender, é obrigação do
fraqueado apresentar ou submeter o nome do interessado ao
franqueador. Este pode, ao final do processo de análise e avaliação, achar
que aquele investidor não atende ao perfil estipulado. Isso fará com que
o franqueado volte à estaca zero em relação ao repasse da unidade
franqueada;
• Limitações na escolha de produtos e fornecedores: tudo o que o
franqueado vende é definido pelo franqueador, bem como os
fornecedores mais relevantes são escolhidos por aquele que detém a
marca. Assim, o franqueado deve se submeter às escolhas do
franqueador.
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• Mantenha a empresa com todos os dados em dia, para que se for
negociá-la consiga com rapidez e facilidade acessar as informações que
serão solicitadas pelo comprador;
• Se a empresa começar a passar por restrições financeiras, faça um
planejamento do que e de como cortará – gastos e despesas, serviços ou
mesmo pessoal – para que suas decisões não impactem na estrutura e
no funcionamento da empresa, impedindo que continue funcionando
minimamente até aparecer um comprador;
• Comunique a todos, na hora certa, a decisão de venda, pois as pessoas
percebem as coisas, ouvem e veem movimentos e sabem aonde eles
levarão a empresa. Reúna os colaboradores e explique, dentro do que for
possível, qual é a situação da empresa e o interesse em realizar a venda.
Eles inclusive podem achar alguém interessado;
• Se a empresa for de médio porte e você não conseguir sozinho fazer uma
avaliação, procure ajuda de empresas especializadas. Assim, você não
corre o risco de supervalorizar ou subvalorizar o negócio;
• Para a venda, defina uma estratégia: onde a anunciará? Fará a venda
sozinho ou procurará uma empresa especializada? Fará somente anúncio
em sites especializados? Arrumará um corretor especializado em
negociação de empresas? As respostas a essas perguntas precisam ser
dadas ao se tomar a decisão de venda. Não se pode tentar vender
sozinho por seis meses e depois pensar em uma outra saída, perdendo
um tempo precioso;
• Compradores gostam de ver preto no branco, ou seja, tudo impresso,
documentos, faturamento, vendas, produtos e documentos legais da
empresa. Gaste um tempo para deixar a empresa organizada
burocraticamente;
• Você é um bom negociador? Se titubear para responder é sinal de que
precisa ainda se aprimorar na arte de negociar. Por isso, prepare-se para
ter domínio de técnicas de negociação no momento da venda de sua
empresa;
• Não abra mão da ajuda de especialistas. Um bom advogado e um
contador experiente podem ser de grande auxílio, seja na preparação
para a venda, seja durante a negociação;
15
• Considere, em lugar de vender, fazer uma fusão com outra empresa do
mesmo segmento, movimento que pode fortalecer ambas. O grande lance
é identificar no mercado quais empresas poderiam unir-se à sua e com
isso aumentar seu faturamento e poder no mercado;
• Se achar um interessado, mantenha a calma para poder avaliar com
serenidade se vale a pena ou não. É claro que quem está vendendo é o
elo mais fraco da relação, mas isso não significa que você deva abrir mão
de coisas essenciais, embora deva estar preparado para negociar por
valores menores do que aqueles esperados;
• Analise com tranquilidade as propostas recebidas e não pense no curto
prazo somente, mas projete para o futuro quais serão as consequências
de deixar o prédio alugado em seu nome até vencer o contrato. Você pode
estar arrumando problemas futuros desnecessários;
• Os parcelamentos devem ser registrados em contratos e cartórios. Com
isso evita-se ficar de mãos atadas em caso de inadimplência;
• Não deixe de negociar e de expressar no contrato de compra e venda
como serão as tratativas com os funcionários. Serão todos desligados e
recontratados? Parcialmente recontratados? Os salários e benefícios
serão os mesmos?
• Escolha, se isso for possível, fazer a venda quando o segmento ao qual
a sua empresa pertence estiver em alta. Isso ajuda na valorização da
empresa;
• Prepare relatórios com dados verídicos sobre os movimentos da empresa.
Isso certamente será solicitado, e dar desculpas ou maquiar números
contará negativamente na negociação;
• Prepare-se psicologicamente para conduzir o processo de venda, pois
não é um momento fácil. As contas da empresa começam a não fechar,
o dinheiro fica curto, as vendas não ficam dentro do esperado, mas você
tem que manter a cabeça fria para conduzir racionalmente o processo de
venda;
• Se tiver sócio é mais do que importante sentar e alinhar os objetivos que
pretendem alcançar com a venda, definir qual será o papel de cada um
no processo de venda/negociação, como será a transição em caso de
venda. É o momento de manter a união e não deixar que intrigas tomem
conta da relação.
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Fonte: Boyko.Pictures/Shutterstock.
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usar de seu poder de persuasão para convencer os outros sobre o que
acha importante são fatores relevantes que devem ser considerados pelo
líder na gestão de sua equipe;
• Relacionamento interpessoal: quem faz parte de uma organização,
empresa ou órgão público deve saber relacionar-se com os demais. Isso
implica ter paciência, ser empático, saber se colocar no lugar do outro,
aceitar o outro como ele é, evitar preconceitos, respeitar a posição e a
visão do outro, praticar a paciência e a calma. Esse é um fator decisivo
para aqueles que vivem e convivem com outras pessoas em um ambiente
profissional;
• Super visão: isso mesmo, duas palavras escritas separadamente. O líder
deve ter um olhar mais amplo e profundo sobre as situações, e pessoas
que sirvam de referência para sua equipe, para orientar, dar um norte
quando uma decisão precisar ser tomada, para levá-las a olhar a situação
por outro ângulo. E essa visão só é alcançada se o líder está
constantemente estudando e se capacitando; assim, conseguirá sempre
estar pronto para os desafios que o gestor público deve enfrentar em seu
dia a dia;
• Ética: o líder deve ser a referência em comportamento e em visão ética
para seus liderados e outras pessoas. Deve agir de forma que não levante
dúvidas sobre seu posicionamento ético, especialmente nos dias de hoje,
em que tanto tem se falado de corrupção. O gestor público precisa se
comprometer com valores éticos e colocá-los em prática em toda a sua
atuação;
• Capacidade de tomar decisões: é do líder a difícil tarefa de fazer
escolhas, de decidir qual caminho escolher para seguir e levar consigo
seus liderados. Para tanto, ele deve estar preparado técnica e
pessoalmente com vistas a usar isso como subsídio para tomar decisões.
Os liderados esperam que o líder sempre esteja pronto para fazer as
melhores escolhas;
• Capacidade de delegar: hoje o gestor público tem inúmeras tarefas e
responsabilidades. Ele tem que aprender a delegar para poder manter
consigo somente aquilo que for essencial. As demais tarefas devem ser
repassadas à sua equipe, e ele deve apenas acompanhar para que tudo
18
saia conforme o planejado e todos juntos consigam chegar aos resultados
esperados;
• Capacidade de avaliar e de oferecer feedback: não é uma tarefa fácil
avaliar pessoas. Todos temos dificuldades, mas o gestor público deve
aprender muito cedo que esse é um papel essencial do líder. Depois que
avaliar, ele deve escolher os melhores local, hora e forma para oferecer
feedback aos seus liderados. O feedback deve proporcionar ao liderado
um momento de reflexão sobre suas posturas e resultados produzidos, e
a partir disso ele deve se dispor a alterar comportamentos e ações para
se tornar mais integrado e produtivo naquela equipe.
• Autocrático:
Usa de comunicação direta e incisiva para com seus liderados;
É pouco empático;
Quase não dá espaço para participação dos colaboradores na gestão;
Mantém distanciamento das pessoas;
Não abre mão do poder que tem na relação com seus subordinados e
faz valer esse poder;
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Não é um profissional aberto a novas ideias, gosta de fazer do seu jeito;
Pode ser ríspido e até mal-educado em determinadas situações;
Faz uma gestão usando a pressão e o medo para que sua equipe
alcance bons resultados.
• Democrático:
Sua comunicação é fluída e sempre dá espaço para ouvir a voz e a
opinião do outro;
É bastante empático, sempre procurando ver as situações sob o ângulo
do colaborador;
Prefere que as pessoas participem da gestão;
Usa o poder que tem, mas compartilha informações e dá espaço para
opinarem nos momentos de tomada de decisões;
Está sempre próximo das pessoas;
Estimula a participação e promove o debate sobre novas ideias;
Sua gestão prima pela participação e pela colaboração.
• Liberal:
Prefere deixar as pessoas trabalharem com mais liberdade;
Reúne os colaboradores, discute os pontos importantes e depois deixa
que escolham o melhor caminho para chegar aonde se espera;
Pode não estar presente em momentos que sua equipe depende dele;
Empodera as pessoas para que tomem as próprias decisões e
escolham o melhor caminho para implementá-las.
20
Figura 3 – Estilos de liderança
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
21
FINALIZANDO
Nesta aula partimos de quais pontos devem ser considerados pelo futuro
empreendedor ao optar por iniciar um negócio do zero. Passamos a discutir
aspectos relevantes a ser analisados quando se resolve comprar um negócio já
existente, e depois apresentamos o conceito, as características, as vantagens e
as desvantagens do sistema de franquias. Em seguida, apresentamos os pontos
aos quais se deve estar atento para tentar vender um empreendimento. Por
último, trabalhamos o tema liderança, tão importante para o sucesso de um
empreendedor.
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COMPORTAMENTO
EMPREENDEDOR
AULA 6
CONTEXTUALIZANDO
Sabe aquele negócio que você conhece e reflete: “como não pensei nisso
antes?”. Esses empreendimentos surgem todos os dias, alguns sobrevivem,
outros não, alguns são realmente inovadores e diferentes e outros só são
diferentes. Aí está o segredo em se pensar nas ideias de negócios para o futuro:
2
elas têm que ser uma mistura de tudo o que temos hoje, mas com algo inovador,
seja em termos de produto, de serviço, de design, de utilidade, de funcionalidade,
de preço, de praticidade e, acima de tudo, que responda a alguma necessidade
do consumidor que talvez nem ele mesmo saiba ainda que a tem.
Para facilitar sua vida, descrevemos abaixo alguns aspectos que devem
ser considerados na criação e na implementação de modelos de negócios
inovadores:
4
Cultura e clima organizacional que primem pelo respeito, pela
valorização das pessoas (clientes e colaboradores), que incentivem
práticas éticas, que acrescentem e proporcionem um ambiente leve e
digno para as pessoas ali trabalharem e dali retirarem o fruto de sua
subsistência e existência. Mas que não se esqueça de que todo negócio
precisa produzir lucros e resultados para existir, crescer e permanecer no
mercado;
Lucro e sustentabilidade: todo negócio comercial no sistema capitalista
de produção precisa dar aos seus empreendedores ou acionistas retorno
financeiro, mas isso não deve significar que tudo vale a pena para
alcançar esse objetivo. A cada dia mais os consumidores estão atentos a
essa relação de geração de lucro e orientação para a sustentabilidade;
Diversidade de ideias, de valores, de tipos de pessoas, de credos, de
orientação sexual entre outras possibilidades. Isso não é moda, é
realidade: novos empreendimentos devem considerar a questão da
diversidade para seus quadros, para seus segmentos de clientes. Estar
preparado para contratar e manter pessoas que não sejam somente o
estereótipo da pessoa branca, magra e heterossexual deve mudar;
Saudabilidade: os negócios, sejam de produtos ou de serviços, devem
levar isso em consideração. Cada vez mais as pessoas, de diferentes
segmentos e perfis, estão em busca de algo que, se não trata algum
problema, ao menos não causa nenhum outro. Assim, trabalhar para que
o consumidor perceba esse diferencial em sua marca é essencial para o
sucesso;
Canais de relacionamento que funcionem: o cliente espera e cobra das
empresas que disponibilizem canais para esclarecer dúvidas, conhecer a
empresa, seus produtos e serviços que sejam de fácil acesso, intuitivos e
que funcionem efetivamente;
Propostas de valor impregnadas na prática da empresa e não apenas
em suas propagandas e divulgações. Os clientes querem perceber, sentir,
experimentar aquilo que sua fornecedora diz que são seus diferenciais. O
cliente quer ver isso funcionando no atendimento, na qualidade do
produto, na agilidade do atendimento, na assistência técnica, durante o
uso, ou seja, não basta apenas propagandear, é preciso disponibilizar
para percepção e uso.
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TEMA 2 – CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
6
Para melhorar a competitividade, a 3M também investiu pesadamente
em tecnologia. As mudanças na empresa se somam a outras
estratégias que a 3M mundial mantém para continuar sendo o mais
inovadora possível. Como forma de estimular a criatividade, todos os
funcionários têm 15% de seu tempo de trabalho livre para fazer o que
quiserem, sem precisar apresentar resultados. Mundialmente, a
empresa aplica cerca de 6,5% de sua renda total (US$15 bilhões) em
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. (Chiavenato, 2003, p.
224)
7
pesquisado possa encontrar seu lugar, fazer os devidos arranjos, sejam
conscientes ou não.
O próximo momento é designado pelo autor como iluminação. Imagine,
para tanto, aquele toque, aquela sensação, aquele súbito pensar inédito, em que
tudo parece se encaixar e em que as peças caminham sozinhas para se
arrumarem, se agruparem de forma não pensada racionalmente, em que há uma
percepção de algo quase sobrenatural, somente quase.
O criador pode estar ouvindo música, praticando esporte, fumando,
descansando, dirigindo, meditando, isolado ou no meio da multidão e, de
repente, não mais que de repente, surge uma luz, vem a ideia que irá fechar,
unir, congregar dados e informações que lhe possibilitem apresentar a solução
a algo que vinha buscando uma saída. Vencida essa etapa, vem a próxima,
denominada por Kneller (1978) como a verificação.
Essa fase é o momento de deixar o inconsciente de lado e utilizar a razão,
a fim de que se possa analisar, estudar, entender, perceber qual é o problema,
qual é a solução e como elas melhor se encaixam, como se pode operacionalizar
a solução, como colocá-la em prática de forma rápida, segura e que propicie
inovação, ou seja, que produza resultados positivos à empresa.
Para que seja executada, a ideia tida durante a iluminação pode ser
revista, repensada, reelaborada para que se encontre o melhor e mais rápido
meio de vê-la colocada em prática.
O empreendedor deve estimular, como líder, que sua equipe utilize seu
potencial criativo para melhorar processos, aprimorar produtos, agilizar entregas,
enfim, fazer da empresa uma atração contínua para seus segmentos de clientes.
Se existem vários aspectos que devem ser observados para quem deseja
empreender, isso ocorre porque o consumidor já não é mais o mesmo do
passado. Ele ganhou força e poder nas últimas décadas, pois passou a entender
que ele pode, que tem poder de barganha, que é importante para as empresas.
Atentar para as características relevantes desse novo consumidor é primordial
para que a empresa tenha sucesso nesse mercado tão concorrido.
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grupos de WhatsApp, tem opinião formada, influencia e é influenciado.
Isso tem dois lados: por ter mais informações, pode fazer melhores
escolhas; de outro lado, ficou muito mais exigente, não aceitando
qualquer coisa como verdade absoluta e inquestionável;
Ele quer sua vida facilitada, não quer esperar, quer atendimento online o
tempo todo. Até começa a conversa com um robô, mas se cansa
rapidamente e busca formas mais efetivas caso não encontre o que
precisa;
On-line e presencial, ele é multipresença, está o tempo todo on-line para
pesquisar produtos e serviços, mas também se dispõe a ver o produto
fisicamente. Assim, quanto melhor e mais efetivos forem os canais de
comunicação, venda e entrega, maior a chance de aquela empresa ser
escolhida entre a variedade de opções que ele pode acessar com um
clique;
Inconformado, ele não aceita passivamente qualquer situação ou
característica de um produto ou serviço que venha a adquirir, reclama da
demora, da funcionalidade, do excesso de embalagem, da propaganda
considerada enganosa, de promessas não cumpridas, de apoio a pessoas
ou causas que considere inadequadas;
Está aberto às novas experiências, novas formas de fazer, de usar, assim
empresas tradicionais que evitam modernizar-se podem estar com seus
dias contados. O consumidor, por ter acesso a uma gama maior de
informações do que tinha no passado, se abre para o novo, mas consegue
permanecer fiel se houver uma relação construída na confiança e que
proporcione benefícios mútuos;
Faz parte de comunidades de marca, por isso tem acesso a outras
pessoas com seus mesmos gostos e comportamentos. Juntos eles são
mais fortes, conseguem mobilizar mais pessoas, conseguem pressionar
mais. Mas também é uma rica fonte para aproximar pessoas de marcas;
é uma questão de saber usar isso a favor da empresa;
Empresas comprometidas com a responsabilidade e gestão
socioambiental são preferidas e valorizadas pelo consumidor, que quer
perceber se há comprometimento, não apenas discurso ou falácias.
Valores versus preço: essa correlação tem que ser equitativa, justa. O
cliente quer que a empresa professe seus valores, suas crenças, seu
9
posicionamento frente aos grandes temas da atualidade e não se apega
apenas ao preço na hora de decidir pela opção A ou B. Missão, visão e
valores devem estar alinhados com a prática diária da organização;
Consumidor cocriador: por estar intimamente ligado à marca, pelas várias
possibilidades que existem hoje, via redes sociais, ele acaba tendo papel
importante na mudança de um produto ou serviço, na forma de oferta, de
entrega, em suas características e mesmo funcionalidade, pois ele
participa constantemente dando ideias, fazendo críticas e sugestões;
Influenciado pela opinião de outros consumidores, ele considera
importante e leva em conta o que outros consumidores estão falando de
determinada marca, de seus produtos, serviços e atuação. Assim, ao se
preocupar com o consumidor na atualidade, a empresa deve estar
preocupada em ter ciência do que seu consumidor está expressando,
especialmente via redes sociais, e agir para reparar possíveis danos para
que isso não vire uma bola de neve e que se torne um tormento para seus
gestores;
A população brasileira está envelhecendo, assim produtos, serviços,
propostas de valor e/ou canais devem estar alinhados com as novas
características desse consumidor. Saber ao que dão importância e
responder a isso adequadamente é um dos desafios na atualidade;
Smartphone, o mundo do consumidor acontece ali, da pesquisa de um
preço à compra de uma casa, o celular é o aparelho pelo qual passam
essas transações. Disponibilizar acesso a produtos e serviços que
funcionem bem por meio desse aparelho é uma exigência premente.
O omnichannel integra lojas físicas, virtuais e compradores. Esse
consumidor valoriza essa integração, essa vida de facilidades que pode
ser oferecida a ele. Assim, é missão da empresa trabalhar para integrar
canais e torná-los eficientes;
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Quadro 1 – Velhos e novos consumidores
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para seus clientes, um espelho para seus concorrentes e para ir um motivo a
mais para dormir de consciência tranquila, sabendo que está fazendo sua parte.
Para Andion (2003, p. 3)
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Difundir boas práticas de gestão e comercialização a fim de que vire um
exemplo em sua comunidade e para as futuras gerações;
Contratar e manter pessoas com contrato de trabalho dentro dos
parâmetros legais, com vistas a garantir direitos e oferecer retorno aos
que estejam contribuindo com seu empreendimento;
Usar métodos de trabalho e produção que não agridam a natureza; pelo
contrário, que a respeitem e a valorizem;
Ter políticas claras de negociação e comercialização de bens e serviços,
respeitando o consumidor por meio de produtos que não ofereçam riscos
à sua saúde;
Não ter em seu quadro e cuidar para que seus fornecedores também não
se utilizem de trabalho infantil em seu empreendimento;
Pagar salários justos que permitam aos seus colaboradores ter uma vida
justa e digna;
Oferecer condições de trabalho seguras, a fim de preservar a vida e
valorizá-la.
Contribuir com a comunidade na qual esteja instalado, seja com produtos,
serviços, auxílios ou suporte a algum projeto social;
Implementar políticas que valorizem a diversidade dentro da empresa e
que esses valores se espalhem pela comunidade, sendo reconhecida
como uma empresa que valoriza e respeita as pessoas independente de
sua religião, cor, preferência sexual, peso ou sexo;
Estimular e criar espaços para a participação dos colaboradores na
gestão do negócio com a finalidade de levar seus colaboradores a se
sentirem como parte integrantes e importantes daquela empresa e não
apenas com apenas força de trabalho necessário;
Aperfeiçoar suas práticas constantemente com vistas a se manter
atualizado em relação às políticas socialmente responsáveis.
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Essa formação de empreendedores sustentáveis é responsabilidade de
todos na sociedade, passando pelos governos, responsáveis pela educação,
pelos próprios empreendedores que devem buscar formar ou contribuir para a
formação das gerações futuras de gestores de forma que possam ter valores
como respeito e ética com integrantes de seu caráter, além da sociedade em
geral, que deve estar atenta para fazer as devidas cobranças para que essa
formação seja continuada e que não ocorra somente frente a momentos críticos
ou de necessidades extremas.
Porque pensar em um empreendimento sustentável é pensar de forma
ampla e atuar em vários fatores para se alcançar os objetivos que se propõem.
Schneider e Castelo Branco (2012, p. 105) colocam que “a sustentabilidade
compreende a atividade que respeite a diversidade cultural, e que pode ser
assim classificada: economicamente viável; socialmente justa; ambientalmente
correta”. Porque se um empreendedor deseja na atualidade ser reconhecido
como alguém de valor, alguém que está empreendendo para somar, para
contribuir, deve estar atento ao tema sustentabilidade, do planejamento à ação
que regerá seu empreendimento.
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Mas, na prática, não é isso que ocorre. A seguir, listamos alguns aspectos
que fazem do ato de empreender uma atividade de média a alta complexidade e
risco:
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de seus produtos/serviços junto ao seu público alvo – quando tem este
bem definido e claro;
13. Problemas para escolher os meios mais eficazes para fidelizar seus
clientes, o que não lhe permite manter um equilíbrio entre vendas,
despesas e faturamento;
14. Excesso de otimismo antes e durante os primeiros meses do novo
empreendimento e quando percebe a realidade, a situação, por vezes,
já é insustentável;
15. Baixo retorno financeiro ao empreendedor, o que o desestimula
rapidamente, pois percebe que tinha melhores condições financeiras
quando era apenas empregado.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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relacionamentos saudáveis, produtivos e positivos com os clientes, de onde virão
as receitas, quem serão os parceiros, entre tantas outras questões. Para de fato
se diferenciar em um mercado tão competitivo, o desafio é usar e abusar da
criatividade com vistas a apresentar diferenciais que atraiam clientes para sua
marca. Assim, fazer as reflexões com base nos conteúdos desta aula e colocá-
los em prática é a garantia que o empreendedor está atualizando e fazendo sua
parte para tornar seus empreendimentos em empresas de sucesso.
FINALIZANDO
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