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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU – FURB

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLOGICAS


CURSO DE ENGENHARIA

ANA LUÍZA FERNANDES ALVES DOS SANTOS


LARISSA LIESCH

BOBINA DE TESLA

BLUMENAU
2022
1 BOBINA DE TESLA

A Bobina de Tesla foi inventada pelo engenheiro iugoslavo Nikola Tesla em 1891.
Tesla nasceu na Croácia em 1856 e foi contratado por Thomas Edison após se mudar para
os Estados Unidos em 1884.
A rede elétrica da cidade, a qual na época funcionava pelo uso de corrente
contínua, deixava Tesla incomodado. Seu objetivo inicial era buscar uma forma de gerar
e transmitir correntes elétricas a grandes distâncias sem as enormes perdas causadas pelo
efeito Joule associada à utilização de corrente contínua em materiais condutores.
Motivado pelo desejo de descobrir uma maneira de transmitir corrente elétrica sem a
utilização de muitos fios, o engenheiro iniciou novos estudos para inventar um sistema
de rede elétrica mais eficaz.
Assim, Nikola Tesla, junto com Geoge Westinghouse desenvolveram a corrente
alterada, através de um sistema de transmissão de eletricidade em altas voltagens
utilizando a alternância no sentido da corrente elétrica em pequenos intervalos de tempo.
Tesla também foi o responsável pela construção dos primeiros alternadores e
sempre foi desencorajado por Thomas Edison que dizia ser impossível o uso de correntes
alternadas na geração e distribuição de eletricidade em escala comercial. Após alguns
experimentos feitos por Nikola, ele criou a Bobina de Tesla, a qual acreditava poder
transmitir a energia elétrica para todo o mundo.
No início ela foi um experimento que mostrou como a corrente alternada era
versátil. A bobina nada mais é do que um transformador ressonante que em altas
frequências produz grandes tensões. Durante a criação ele precisou fazer algumas
mudanças devido à alta frequência do circuito.
O funcionamento da bobina se dá por uma elevação de
tensão da fonte com o primeiro transformador seguido
por um aumento de frequência devido ao faiscamento
(intuito do spark gap) em conjunto com o capacitor de
alta tensão. O segundo transformador transfere a energia,
com mais um aumento de tensão, para o terminal de
saída, gerando arcos voltaicos (BADUR et al., 2016)
A Bobina de Tesla é capaz de criar elevadas tensões que são capazes de romper a
rigidez dielétrica do ar, formando descargas que variam de acordo com a configuração da
bobina. Possui uma bobina primária de poucas espiras, na faixa de 2 a 35 e uma secundária
podendo passar de alguns milhares de espiras.

Figura 1 – Esquema técnico básico de uma Bobina de Tesla

Fonte: BARRETO, 2014.

Demonstrações elétricas das mais fantásticas são possíveis com uma Bobina de
Tesla. Descargas semelhantes a relâmpagos e brilhantes descargas corona proporcionam
um efeito espetacular. Devido ao campo eletromagnético formado, pode acender
lâmpadas fluorescentes e lâmpadas de néon até a dois metros de distância do aparelho.
Por causa de sua alta frequência, ela oferece um modo relativamente seguro para
demonstrar fenômenos que envolvem alta tensão.

Figura 2 – Bobina de Tesla em funcionamento

Fonte: MARQUES, 2002.


Figura 3 – Bobina de Tesla em Questacon, na Austrália

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bobina_de_Tesla

O circuito dela foi bastante comercializada em transmissores de rádio, por causa


da forma de seu funcionamento, também utilizada em experimentos de equipamentos de
iluminação, dispositivos de eletroterapia, raios-X, mas principalmente a fim de transmitir
energia elétrica sem fios. Nos dias atuais a bobina é utilizada para demonstrações e estudo
do eletromagnetismo, gerando faíscas elétricas que podem ter vários metros de
comprimento.
Para sua confecção, é necessário um transformador, capacitor, faiscador, uma
bobina primária e outra secundária, uma forma de aterramento e um terminal para bobina
secundária. Os materiais para a construção de uma Bobina de Tesla são facilmente
encontrados no mercado.

Figura 4 – Partes da Bobina

Fonte: MARQUES, 2002.


Abaixo seguem alguns materiais que podem ser utilizados na sua construção:
a) Base: madeira compensada, 4 rodas de nylon;
b) Bobina Primária: tubo de PVC, fio condutor número 12;
c) Bobina Secundária: tubo de PVC, fio de cobre esmaltado #22, duas tampas
plásticas para as extremidades do fio, objeto esférico encapado com papel alumínio;
d) Capacitor: placa de vidro plano comum, duas folhas de papel alumínio, quatro
cantoneiras;
e) Centelhador: fio condutor número 12 para fazer o terminal metálico, duas bases
de madeira ou plástico, isolador cerâmico;
f) Transformador: 110/220 V de entrada e 10kV, 30 mA de saída;
Pereira (2020) através de um estudo elaborou um roteiro com materiais e
procedimentos passo a passo para a construção de uma mini Bobina de Tesla, conforme
apresentado a seguir:
Figura 5 – Construção de uma mini Bobina de Tesla

Fonte: PEREIRA, 2020.

Nas figuras abaixo estão alguns exemplos de Bobinas de Tesla caseiras:


Figura 6 – Bobina de Tesla caseira

Fonte: MARQUES, 2002.

Figura 7 – Bobina de Tesla caseira

Fonte: BARRETO, 2014.


REFERÊNCIAS

BADUR, Lucas Brugnaro et al. Bobina de Tesla: História e construção didática. In:
XLIV CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA, 2016,
Campinas. Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação. Campinas:
Universidade Estadual de Campinas, 2016. f. 8. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/310480125_Bobina_de_Tesla_Historia_e_Co
nstrucao_Didatica. Acesso em: 26 jun. 2022.

BARRETO, J. R. A. Uma nova proposta de recurso didático: a bobina de tesla para


uso em temas do eletromagnetismo. 2014. 25 f. TCC (Graduação) - Curso de
Licenciatura em Ciências Naturais, Universidade de Brasília, Planaltina, 2014.
Disponível em:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/8144/1/2014_JessicaRayaneAlvesBarreto.pdf.
Acesso em: 26 jun. 2022.

CABRAL, E. B.; SOUZA, T. F.; FREITAS, J. F. L. Bobina de Tesla: “uma abordagem


prática no ensino fundamental do eletromagnetismo”. 2016. 7 f. Congresso Nacional de
Pesquisa e Ensino em Ciências, Ciências Exatas e Invocação Tecnológica, Universidade
Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2016. Disponível em:
https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conapesc/2016/TRABALHO_EV058_
MD1_SA89_ID2379_17052016170227.pdf. Acesso em: 26 jun. 2022.

MARQUES, Gustavo Pires, Bobina de Tesla: Dos Circuitos Ressonantes LC aos


Princípios das Telecomunicações. Disponível em:
https://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2
002/981298GustavoP_DavidM_Bobina.pdf. Acesso em: 26 jun. 2022.

PEREIRA, Aline Patriota. Mini Bobina de Tesla: uma proposta didática de atividade
experimental para o ensino secundário. Porto: Relatório de Estágio, 2020. 31 p.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact
=8&ved=2ahUKEwjgt6Wb-
cz4AhW2lZUCHZNNAooQFnoECAUQAQ&url=https%3A%2F%2Fdocero.com.br%2
Fdoc%2F8c0ne5c&usg=AOvVaw1ogPJEHIJ6-Ar_OTy-DZfD. Acesso em: 26 jun.
2022.

SOUZA, Rosiel Camargo et al. A Bobina de Tesla como ferramenta de ensino e


aprendizagem na disciplina de eletromagnetismo. In: XXV SEMINÁRIO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 2017, São Luiz Gonzaga. Relato de Prática Pedagógica.
São Luiz Gonzaga: Salão do Conhecimento, 2017. f. 6. Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact
=8&ved=2ahUKEwiTs7HhvMf4AhXbrpUCHTDvDGUQFnoECAUQAQ&url=https%
3A%2F%2Fpublicacoeseventos.unijui.edu.br%2Findex.php%2Fsalaoconhecimento%2
Farticle%2Fview%2F8105%2F6835&usg=AOvVaw20mCFQke0b3tBpBHnHnMuE.
Acesso em: 26 jun. 2022.

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