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GESTÃO COMPARTILHADA
E GOVERNO RETO,
EM VITÓRIA-ES
LUCIANO REZENDE - 2013-2020
1ª Edição
BRASÍLIA-DF | 2019
Copyright © 2019 Fundação Astrojildo Pereira
Todos os direitos reservados pela Fundação Astrojildo Pereira. Nenhuma parte desta
publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos,
seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.
D754g
G216g Doyle, Fábio Márcio de Proença; Garcia, João Carlos Vitor
Inclui fotos
ISBN: 978-85-89216-64-7
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
CAPÍTULO 1
Encontros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
CAPÍTULO 2
Disputa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
CAPÍTULO 3
Onde está o interesse público? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
CAPÍTULO 4
Primeiras medidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
CAPÍTULO 5
Instrumentos de governança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
CAPÍTULO 6
Governança na prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
CAPÍTULO 7
Para o futuro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
CAPÍTULO 8
Um pouco de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
POSFÁCIO
Governo tem que ser RETO! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
APRESENTAÇÃO
5
Luciano Rezende ousou ultrapassar a chamada “gestão profissional”,
que propõe administrar uma cidade, com todas as suas especificidades,
como uma empresa. São parâmetros insuficientes para os tempos atuais,
impensáveis para o futuro, uma vez que não basta mais às prefeituras
o papel de provedoras de serviço ao cidadão. Desta forma, ele propôs,
e Vitória abraçou, que a cidade decidisse seu futuro.
Tudo isso foi feito num dos momentos mais difíceis da história da
cidade. Com uma drástica redução na arrecadação, o município teve
que ser refundado para buscar alternativas e vencer as dificuldades.
Um árduo trabalho de reorganização da estrutura foi iniciado, para
que se chegasse ao novo modelo de gestão.
Apresentação 7
partilhada, a prefeitura vai além do modelo de representação popular
a partir de lideranças comunitárias; antenada com a nova realidade
mundial, cada cidadão é transformado em um líder.
Paulo Pestana
Jornalista
Governança democrática
CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA
DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
9
A proposta soava bastante desafiante e inovadora. Significava
colocar em prática um novo modo de governar Vitória, caracteriza-
do pelo maior protagonismo para os diferentes setores da sociedade
e pela ampliação das iniciativas de desenvolvimento de estratégias
e políticas públicas compartilhadas entre o setor público, as orga-
nizações sociais e o setor privado. Ou seja, tratava-se de uma aposta
no aumento da capacidade de organização e ação coesa da cidade
para enfrentar seus velhos e novos desafios e preparar o futuro.
o0o
Introdução 11
empresas. Isso não indica que as infraestruturas deixam de ser
importantes, mas, sim, que são insuficientes diante da relevância
atual do que chamamos capital cultural ou intelectual, gerado
e fortalecido a partir da qualidade e intensidade das interações
humanas e empresariais.
Enxergar a amplitude dos fatores que geram o desenvolvimento
na sociedade do conhecimento significa, em especial, compreender
que ele depende da qualidade da organização das redes de pessoas e
empresas ou que ele só é alcançado tendo por base o capital social,
entendido como a capacidade de organização e ação de uma socie-
dade. Em outras palavras, hoje é fundamental articular o potencial
humano e o capital físico para promover o desenvolvimento que,
segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud), deve ser visto como desenvolvimento humano, porque deve
compreender não somente o desenvolvimento econômico, mas tam-
bém a redução das desigualdades sociais, a sustentabilidade ambien-
tal e o fortalecimento da democracia.
Na área social, a transição atual não só trouxe a exigência de
inovar permanentemente, como impôs novas formas de relaciona-
mento. Se, por um lado, a autonomia dos indivíduos aumenta em
relação à família e às instituições sociais e políticas, por outro, suas
necessidades são cada vez mais crescentes e complexas e, para satis-
fazê-las, precisam de grande amplitude de redes sociais. Das empresas
são igualmente demandados reposicionamentos horizontais em re-
lação aos seus clientes, fornecedores e empregados, estes com maior
autonomia no processo produtivo e de formação. Sociedade e econo-
mia se configuram, portanto, de modo acentuadamente progressivo,
como uma construção coletiva assentada em redes.
Introdução 13
ideológica dessa liderança eleita ganha igualmente relevância
ao indicar a partir de que valores e prioridades sociais será or-
ganizada a articulação do interesse geral. Uma das dimensões
da qualidade democrática de sua atuação será o seu esforço para
que as necessidades e os interesses dos setores socialmente ex-
cluídos sejam levados em conta.
A governança democrática, portanto, implica de forma concreta
na reestruturação global do modo de governar. Continuam existin-
do as demais dimensões: a função legal ou normativa para regular
a atividade da sociedade civil, mas também política e a função pro-
vedora e gestora de serviços à comunidade com algum recurso eco-
nômico. Mas estas se reestruturam a partir da priorização da função
relacional do governo, isto é, da participação cidadã, da cooperação
com a sociedade civil e da colaboração intergovernamental. Por ter
esta prioridade, que resulta numa nova forma de compreensão da
política e do papel do político, a governança democrática é o modo
de governar próprio da sociedade do conhecimento.
o0o
Introdução 15
[...] a liderança representativa necessária à governança
é relacional; ela busca fortalecer as densidades de interação
entre os distintos atores. Não procura substituir a sociedade
com a sua liderança e torná-la dependente de suas propostas
e planos de ação.
Capítulo I – Encontros 21
o0o
o0o
Capítulo I – Encontros 23
O pai de Luciano, Altayr Chaves de Rezende, cursou até o ensi-
no fundamental e passou a exercer o ofício de sapateiro e marcenei-
ro. Aos 27 anos, casou-se com Luzia dos Santos Rezende, professora
da rede pública.
Luciano nasceu em 22 de março de 1962, em casa, com parteira,
no município de Cachoeiro de Itapemirim. Quando estava com um
mês, o pai mudou-se para o norte do Espírito Santo para trabalhar
na construção de estradas que, naquele tempo, paravam em Cola-
tina – cidade referência daquela região. “Lembro de fotos do meu
pai em cima de trator”. Primogênito dentre os cinco filhos do casal
– quatro homens e uma mulher Fundap –, Luciano foi o único que
nasceu em Cachoeiro. Os outros nasceram em Colatina, e o caçula,
temporão, em Vitória.
Vitória passou a fazer parte da vida de Luciano Rezende em 1973,
quando a mãe, então professora da rede estadual, foi transferida para
a capital do estado, no bairro Bento Ferreira. Contava ele, então, 11
anos de idade.
“Meu pai atuou com pequenos negócios e depois em construção
de estradas. Nós fomos criados com bastante dificuldade aqui em Vi-
tória”, acrescenta. Em Colatina, estudou na Escola Estadual Carolina
Pickler, e, em Vitória, passou por escolas públicas e privadas, dentre
elas o Polivalente de Maruípe; o Maria Ortiz, no centro da cidade; o
Fernando Duarte Rabelo, em Santa Helena; e o Colégio Salesiano
Nossa Senhora da Vitória, no Forte São João. Para este, ele foi quan-
do estava na sétima série, ficando lá até o segundo ano do ensino mé-
dio. O último ano foi cursado nos Estados Unidos, em uma pequena
cidade, Fayette, no estado de Missouri, por meio de uma bolsa ganha
em concurso, concedida pelo American Field Service (AFS).
Capítulo I – Encontros 25
Os irmãos Luciano e Lúcio Rezende
em campeonato de remo em
26 Amsterdam no Afinal
Gestão Compartilhada e Governo RETO, em Vitória-ES
do século
passado, modalidade esportiva em
que conquistaram vários prêmios
o0o
Capítulo I – Encontros 27
o0o
Capítulo I – Encontros 29
nização e tinha no Espírito Santo líderes históricos, como Antô-
nio Ribeiro Granja (hoje com 104 anos) e Dino Oliveira Gomes”.
Tendo sido parlamentar por quatro mandatos, Luciano vivenciou
o mecanismo de audiências públicas. “Descobri nelas que, quando
você abre um debate franco e media esse debate sem influenciar, os
dois extremos se anulam e quem está mediando constrói o equilí-
brio”, explica. Passou então a utilizar bastante as audiências públicas,
que invariavelmente levavam a um projeto de lei, a uma ação, a um
requerimento, a uma indicação. “Comecei ali a construir a noção de
que você precisa governar com diálogo, ouvindo as pessoas”. Quando
concorreu à prefeitura de Vitória, em 2012, lançou a ideia do “gabi-
nete itinerante”, que se tornaria uma marca de sua administração na
cidade. “O prefeito deveria ir às comunidades com os seus secretários
para interagir com a população. Até agora, mais de 6 mil pessoas
foram ouvidas diretamente. O mais interessante é que, quando vol-
távamos àquela comunidade para uma segunda reunião com a popu-
lação, as reivindicações mudavam, sinal de que as anteriores haviam
sido superadas”, comemora.
o0o
Capítulo I – Encontros 31
EXEMPLO DE CIDADANIA
Luciano Luiz
98.937 52,73 88.687 47,27 10,36
Rezende Paulo
o0o
Capítulo II – Disputa 37
Luiz Paulo trazia em torno de sua candidatura o apoio das princi-
pais lideranças políticas do Espírito Santo: Paulo Hartung (PMDB),
que já havia sido governador do estado (2007-2011), Ricardo Ferraço
(PMDB), Gerson Camata (PMDB), Rita Camata (PMDB), César Col-
nago (PSDB), que hoje é vice-governador, e Lelo Coimbra (PMDB).
Luiz Paulo nunca acreditou que teria Luciano como concorrente.
Apostava em Iriny Lopes, do PT, que tinha o apoio do governo fede-
ral, do então governador Renato Casagrande (PSB) e do prefeito Co-
ser. Iriny tinha sido secretária especial de Políticas para as Mulheres
(2011-2012) do governo Dilma Rousseff.
Com exceção do governador Casagrande, com quem Luciano
mantinha relação de respeito e simpatia, os aliados do adversário
tentaram descaracterizar a candidatura do PPS, como progressista e
inovadora. Diziam que, por ter o apoio dos evangélicos – o candidato
a vice na chapa, Waguinho Ito (PR), é evangélico –, se Luciano ga-
nhasse, faria um governo conservador, “de direita”.
o0o
O candidato Luciano vai às ruas em campanha com o gesto de Muda Vitória
Foto: _DSC0086
Capítulo II – Disputa 41
Outro fator positivo para Luciano, além das concepções que o
faziam portador de um novo modelo de gestão, foi o confronto de
imagem entre os dois candidatos. Luciano era e é visto como uma
pessoa honesta, trabalhadora e competente, inteiramente dedicado e
comprometido com a ideia de se tornar prefeito de uma cidade com a
qual tinha profunda relação de amor. A isso somou-se o desempenho
dele nos debates entre os candidatos, quando falava de seus planos e
ideias sobre a gestão compartilhada.
o0o
Muhammad-Ali
A luta
Para entender como foi o segundo turno daquela eleição mu-
nicipal, há uma história interessante que o jornalista Luiz
Carlos Azedo conta. Dois dias após o resultado do primeiro
turno, ele desembarcou em Vitória, trazendo na mala o vídeo
“A luta”, que mostra o enfrentamento de Muhammad Ali e
George Foreman, em 1974, no Zaire. Para ele, esse embate
foi um caso clássico de gerenciamento de crise. Ali entrou
no ringue preparado para apanhar. E é o que acontece. Ele
apanhou de Foreman até que este se cansou de bater. No
oitavo assalto surge, então, uma chance, e Ali dá um direto
em Foreman, que cai nocauteado. O vídeo foi assistido por
o0o
Capítulo II – Disputa 45
Na análise do próprio Luciano, a eleição de 2012 foi consequência
do bom desempenho obtido nas eleições de 2008 e do sentimento já
forte em todo o país e que, na época, ele acreditava ser apenas local:
o desejo de mudança. Essa vontade do novo em Vitória foi identifica-
da por meio de uma grande pesquisa encomendada pelo candidato.
“O povo já estava cansado do discurso petista e das promessas não
cumpridas do prefeito Coser, que fechava o segundo mandato com
baixíssima popularidade”, relembra o prefeito.
Na verdade, Vitória estava sem liderança política. Por trás da
demanda pelo novo, estava o desejo de ter como representante
uma figura identificada com proteção, com cuidado, assemelhada
à ideia de um “pai”. Foi quando a equipe, ainda durante a campa-
nha, começou a trabalhar a proposta de oferecer à população a
alternativa real de eleger um novo líder. Firmou-se o conceito da
mudança e surgiu “Muda Vitória”: o gesto com as mãos, inspira-
do no futebol, quando é pedida a substituição de um jogador em
campo. “Foi a sensação da campanha”, lembra o prefeito. “Virou
uma febre. Eu nem conversava mais. Quando passava de carro,
todo mundo ia à janela fazendo o gesto. Junto da música da cam-
panha, inspirada na marcha ‘Mudança’, de Gilberto Gil, o entu-
siasmo emocionava”, recorda.
Vistos com a distância do tempo, os acontecimentos da disputa
eleitoral de 2012 deixam bastante claro que a qualificação e o poten-
cial do candidato vitorioso haviam sido subestimados pelos adversá-
rios. Por ele ter ocupado postos de secretário, os correligionários do
ex-prefeito Luiz Paulo chamavam Luciano de “o estagiário”, expressão
tão maliciosa e mentirosa quanto politicamente incorreta. “Eu achei
ótimo. Sabia que eles estavam atirando no próprio pé. No esporte,
Capítulo II – Disputa 47
convicto disso. Ele tem certeza que ele é o melhor e não se acanha
ao demonstrar isso”, conclui Azedo.
o0o
Capítulo II – Disputa 49
vital para o munícipio e, assim, planejar ações de baixo custo e alto
impacto, focadas nas demandas que poderiam ser atendidas. Sua
gestão teria de aprender a viver com austeridade, criatividade e foco
nas prioridades.
Seu plano de governo teve como eixo central o mote “governar
com diálogo”, ouvindo sempre o maior número de pessoas. A pri-
meira atitude dele foi operacionalizar a ideia do Gabinete Itinerante,
com visitas periódicas, em companhia do secretariado, às comunida-
des, para ouvir o que a população tinha a dizer.
A cidade mais organizada, mais segura e mais humana: esses são
os principais eixos do mandato 2013-2016 de Luciano Rezende como
prefeito de Vitória.
Capítulo II – Disputa 51
52 A Gestão Compartilhada e Governo RETO, em Vitória-ES
3
CAPÍTULO III
ONDE ESTÁ
O INTERESSE
PÚBLICO?
Montagem do governo
Prefeito eleito, Luciano Rezende, dá sua primeira entrevista à imprensa após a posse
o0o
Zona de conforto
Uma das ações visionárias de Luciano foi a instalação do Comitê
de Gestão e Inovação. A ideia era que esse colegiado funcionasse em
ligação com o gabinete da prefeitura, para tirar a administração da
“zona de conforto”.
Esse foi o primeiro projeto enviado para a Câmara de Vitória pelo
prefeito após tomar posse do cargo, ainda nos dias iniciais do manda-
to. O Comitê, de caráter consultivo, foi instituído pela Lei Municipal
no 8.417/2013, sendo composto por dez representantes da sociedade
civil com liderança reconhecida. Com mandato de dois anos, sem
remuneração e com a finalidade de impulsionar o governo, o grupo
se reúne periodicamente para propor recomendações, intervenções e
soluções para o prefeito colocar em prática.
“A função do Comitê é nos pressionar para que a gente possa
avançar, inovar e buscar mecanismos em que a gente não esteja pen-
Planejamento Estratégico
O processo de elaboração do planejamento estratégico para a ges-
tão de Luciano Rezende, cobrindo os anos de 2013 a 2016, não ape-
nas estabeleceu as metas da sua administração na prefeitura de Vi-
tória – 33 programas e 220 projetos e mais de 500 horas de trabalho
contínuo –, mas implantou a gestão compartilhada como a marca do
governo que se iniciava. O diálogo com a população, destacando-se
o Gabinete Itinerante em todas as regionais da cidade, o Gabine-
te Online e a adoção de metodologia avançada para a montagem e
o gerenciamento de programas tornaram possível a elaboração do
Mapa Estratégico de Vitória.
Resultado de oficinas de trabalho e amplas discussões com a
sociedade, o corpo técnico da prefeitura e as lideranças políticas,
o processo alinhou os rumos que a cidade deveria trilhar para
alcançar o desenvolvimento sustentável e reafirmou a orientação
de que a gestão pública em Vitória deveria ser desenvolvida de
Gabinete Online
Ampliar os instrumentos da Gestão Compartilhada.
Gabinete Itinerante
Criar um ambiente de proximidade com a população, fazendo
dela uma cogestora da cidade.
Portal da Transparência
Desenvolver mudanças no leiaute do Portal da Transparência do
município.
Vitória em Dados
Modernizar o sistema e atualizar as informações do Vitória em Dados.
Orçamento Participativo
Democratizar e controlar socialmente a gestão e o orçamento público.
EVOLUÇÃO DO ICMS
Em R$ milhões – Preços constantes - IPCA médio de 2016
218,0
194,0
176,8
140,2 150,5 150,0 138,9 139,6
54,6
39,4 28,7 18,9
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
218,0
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2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
200,00
187,18
160,00
120,00
dez/16
79,43
80,00
40,00
40,88
dez/15
0,00
mai/11
nov/11
nov/12
nov/13
nov/14
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Gabinete Itinerante
Foram 321 edições do Gabinete Itinerante até dezembro de 2016.
Tipo de reunião in loco, em formato de audiência pública, eles ocor-
rem desde o período da transição de governo, a partir de novembro
de 2012, ou seja, logo após a eleição em 2º turno. Nos primeiros
encontros, muitos moradores diziam que essas sessões não dariam em
nada, que estavam cansados de tantas promessas, que o Orçamento
Participativo não resolvia todos os pedidos, mas que, mesmo assim,
•R
esultado do grupo de prefeituras com nível de transparência
“alto”:
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Com base nessas respostas, foi atribuída uma nota, que varia de 0
a 100. As notas foram então divididas em cinco faixas iguais: de 0 a
20, de 20,01 a 40, e assim por diante.
Fonte: ESHoje e Instituto Ethos
o0o
AS CONQUISTAS RECONHECIDAS
Educação – Fim dos sorteios de vagas
Quando Luciano Rezende assumiu a prefeitura de Vitória, estava
certo de que uma de suas metas prioritárias era a educação, que de-
veria alcançar patamares cada vez melhores.
O resultado tem chegado aos poucos, cada dia com uma nova
etapa, tijolo a tijolo, com os quais são feitas as grandes conquistas.
Ainda há um longo caminho pela frente, mas já se pode dizer que a
cidade conseguiu até mais do que havia se imaginado. Por exemplo,
é citada constantemente nos meios de comunicação, regionais e na-
cionais, como a detentora da melhor cobertura educacional do país.
Uma das maiores demonstrações de que a capital capixaba tem
trilhado o caminho certo veio com a pesquisa do Tribunal de Con-
tas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS), divulgada em 2015,
mostrando que Vitória tem o melhor índice do país no ranking de
atendimento a crianças de 0 a 5 anos, em escolas da rede municipal
(ver tabela).
CIDADE %
Vitória 79,5
Florianópolis 46,1
Cuiabá 38,7
TOTAL 100,00%
SEGURANÇA
Dentre os principais desafios sociais que as cidades devem priorizar,
por serem os mais comuns, estão a política de moradia e, em especial,
a reabilitação e a revitalização dos bairros, a geração de oportunidades
de emprego e a segurança cidadã. Especificamente com relação a este
último, é importante que os governos locais contribuam para reduzir
e superar o “apartheid urbano”, a polarização social e a segregação do
espaço urbano. Esta é, muitas vezes, responsável pelo aparecimento de
“enclaves privados” protegidos por segurança própria. Como esses en-
claves são social e culturalmente homogêneos, também o são os subúr-
bios pobres. A ampliação de uns e outros significa o desaparecimento
dos espaços públicos, que são a base da cidadania.
Superar esses enclaves de exclusão representa proporcionar se-
gurança cidadã, entendida como proteção em sentido amplo, ou
225
200 195
187 191
173 167
155
150 164 147
157
131
127
113 115
100
74
50
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
ESCOLA DA VIDA
Espaço de atendimento às pessoas em situação de rua na capital,
a Escola da Vida atua articuladamente com os demais projetos do
programa Onde anda você? Proporciona acolhimento, tratamento de
saúde, educação básica, aluguel social, atividades esportivas e cultu-
rais e atende cerca de 30 pessoas a cada seis meses, com acompanha-
mento efetivo e afetivo. Depois, realiza mais três meses de monitora-
mento, para consolidação das ações construídas.
A Escola da Vida é o espaço de retaguarda e referência para iden-
tificar, desenvolver e fortalecer as habilidades empreendedoras das
pessoas em situação de risco social com idade mínima de 14 anos –
porque já podem trabalhar como aprendizes e devido à entrada cada
vez mais cedo dos jovens no mundo das drogas –, atendidas pela rede
de serviços da Assistência Social e da Saúde.
o0o
Nos domingos e feriados as ciclofaixas de Vitória são usadas não apenas para mobilidade
como também para a prática do ciclismo esportivo
MOBILIDADE URBANA
Ciclovia Ponte
Moradores de Camburi
pedalam – Foto:
na Ciclovia Diego
Ponte Alves
de Camburi
Rotativo eletrônico
Para os que usam carros, Vitória, em parceria com a iniciativa
privada, implantou um novo sistema de estacionamento rotativo em
algumas vias públicas. Mais moderno que o utilizado em cidades bra-
sileiras mais ricas e maiores que a capital capixaba, o rotativo im-
plantado no município utiliza parquímetros eletrônicos.
o0o
Mapa de 1767, feito pelo capitão José Antônio Caldas, mostra localização de Vitória e Vila Velha
Vitoria Antiga – Planta 4 – Capitão José Antônio Caldas
<http://www.es.gov.br/EspiritoSanto/paginas/origem_do_termo_capixaba.aspx>.
Acesso em: 15/02/2016.
• Esperança de vida (em anos) ao nascer: 70,74 (4ª posição entre as capitais)
• Maior IDH entre as capitais do Sudeste e segundo maior entre as capitais (0,856)
169
Na saúde, hoje o cidadão pode marcar suas consultas online,
o que acabou com as filas de espera para as consultas médicas.
O paciente também é convidado a avaliar, via SMS, o atendimento
recebido nas unidades de saúde, o que permite à Prefeitura aperfeiçoar
os serviços oferecidos em sintonia com o que as pessoas desejam.
Na educação, os pais também dão notas para a merenda das
escolas. O modelo RETO permite ainda a desburocratização. Em
Vitória, os alvarás podem ser retirados online e de forma declaratória.
Queremos sempre ouvir a voz das pessoas. Qualquer cidadão
pode fazer queixas e agendar serviços por meio de um call center e
também através de um app disponível para iPhone e Android. São
inúmeros os serviços disponíveis no nosso aplicativo, Vitória Online.
O meu telefone pessoal, do prefeito, é divulgado publicamente,
e qualquer pessoa pode acioná-lo via Whatsapp. Os contatos online,
em tempo real, nos ajudam a responder as demandas em pouquíssimo
tempo, prevenindo e evitando crises.
O modelo inovador de gestão que adotamos na Prefeitura de
Vitória tem rendido prêmios e reconhecimento, tem aproximado
os servidores municipais dos moradores, em prol de uma cidade
mais humana e com mais qualidade de vida. Por meio da inovação
e da tecnologia temos conseguido superar, juntos, os nossos
desafios coletivos.
A cidade conta, inclusive, com amplo oferecimento de
internet gratuita. São mais de 220 pontos de wi-fi, de livre acesso.
Até 2020, serão mais de 500 pontos, cobrindo praticamente toda a
cidade, espalhados por comunidades, praças, parques, praias, escolas,
unidades de saúde e prédios públicos do município.
Acreditamos que os governos verticais analógicos não
atravessaram a fronteira do século XX. Neste século XXI, o êxito
Luciano Rezende
Prefeito de Vitória
Posfácio 171
Distribuição: