Você está na página 1de 2

PROJETO INTEGRADOR 2020.

2 – DIREITO UNISAL

DIREITO CIVIL II

CASE 1:

Temática a ser abordada: impenhorabilidade do bem de família. Análise da legislação, da doutrina e da


jurisprudência. Estudo do disposto no artigo 833 do Código de Processo Civil. Estudo do disposto na Lei nº
8.009/1990. Estudo da posição do Tribunal de Justiça de São Paulo e do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema.

DESCRITIVO FÁTICO: JOÃO é casado há 10 anos e tem dois filhos menores. Reside com sua esposa MARIA num
imóvel urbano de sua propriedade, na cidade de Lorena, São Paulo. O casamento é celebrado pela comunhão
parcial de bens. O imóvel tem valor de mercado de R$300.000,00 e foi adquirido na constância do casamento,
inclusive, com colaboração financeira de ambos. O imóvel tem uma área total construída de 250 metros quadrados,
sendo que metade é utilizada com área construída de 95 metros quadrados e a outra metade é utilizada como
quintal e área de lazer expandida. Na cidade é possível que o imóvel urbano tenha apenas 125 metros quadrados.
Além do bem imóvel utilizado para moradia da família, eles possuem um veículo financiado mediante alienação
fiduciária e bens móveis de pequeno valor. Ambos são assalariados com vínculos trabalhistas regidos pela CLT e se
utilizam do salário para manutenção da família. JOÃO adquiriu por doação de seus pais, mantendo-se o usufruto
com estes, metade da propriedade de outro imóvel urbano cujo valor total é de R$400.000,00 e é utilizado pelos
doadores para moradia. Seu irmão JOSÉ é proprietário da outra metade, pelo mesmo motivo e com a mesma
restrição decorrente do usufruto. O imóvel que foi doado pelos pais é uma chácara; inclusive, no espaço estão
construídas duas casas de morada, uma antiga, dos pais, outra nova, do irmão que ali construiu sua residência e
mora com a família, havendo espaço para outras construções, dado que o imóvel tem 3000 metros quadrados.

JOÃO assumiu perante a instituição financeira BANCO ABISMO S. A. um empréstimo em conta corrente, sem
garantias, visando à reforma do imóvel onde reside com sua família. O valor nominal do empréstimo foi de
R$50.000,00. Infelizmente, logo após o empenho do valor na reforma, quando do vencimento da segunda parcela,
JOÃO perdeu o emprego. Sem ter condições de planejar o futuro, entre as despesas cortadas, o casal decidiu deixar
de pagar o empréstimo bancário. Tal dívida se acumulou, gerou protesto em cartório e atualmente o valor é de
R$82.000,00.

Diante desse cenário o BANCO ABISMO S. A. pretende ingressar com uma ação judicial defendendo, inclusive, para
fins de recebimento, a penhora do imóvel onde JOÃO e sua família residem, sob o argumento de que o terreno
pode ser desmembrado sem perder a finalidade de moradia e ainda que ele pode construir no imóvel doado pelos
pais, assim como fez o irmão dele, ou seja, argumentando que a penhora não prejudicaria o direito à moradia dele
e da família, e com isso não se poderia usar como defesa a suposta impenhorabilidade decorrente desse cenário.

PROBLEMÁTICA: as duplas deverão estudar o caso, estruturar os argumentos e defender as teses que lhe forem
sorteadas. Uma equipe defenderá o direito de JOÃO, no sentido de argumentar a impenhorabilidade do bem
imóvel, em seu nome e no nome de sua família, diante do quadro acima exposto. Outra equipe defenderá o
interesse do BANCO (ANTÍTESE), no sentido de que é possível penhorar o bem imóvel que a família usa como
moradia, diante do quadro acima apresentado.

CASE 2:

Temática a ser abordada: a teoria da perda de uma chance na doutrina brasileira, na visão do Tribunal de Justiça
de São Paulo e do Superior Tribunal de Justiça, sobretudo na relação jurídica "médico x paciente" e "advogado x
cliente”.

DESCRITIVO FÁTICO: BENEMÉRITO, advogado devidamente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do
Brasil foi contratado por JOCIMARIA para disputar judicialmente um interesse sobre revisão de benefício
previdenciário cuja temática é controvertida na doutrina e até mesmo na jurisprudência, ao discutir temas
constitucionais. A ação foi devidamente ajuizada e em primeira instância houve julgamento de procedência da
ação. Inconformado, o INSS recorreu ao Tribunal Federal competente em 2ª instância, tendo obtido êxito na
reversão do julgamento e, com isso, a ação foi julgada improcedente. BENEMÉRITO, então, se programou para a
apresentação de Recurso Especial ao Superior Tribunal de Justiça. Contudo, por um equivoco no cálculo do prazo,
apresentou tal recurso intempestivamente, o que gerou sua inadmissibilidade. Tentando reverter a
inadmissibilidade, o advogado apresentou o recurso cabível, mas não juntou documentos obrigatórios, gerando
também sua inadmissibilidade e, diante disso, houve o trânsito em julgado da decisão contra o interesse da cliente.

JOCIMARA consultou outro advogado quando teve a notícia de que não obteve sucesso nos recursos e tomou
ciência de que, na verdade, os recursos ao Tribunal Superior não foram admitidos por uma falha de BENEMÉRITO.
O novo advogado consultado lhe explicou que, apesar de ser um tema controvertido, não seria fácil reverter o
julgamento na instância superior e que isso dependeria de diversos fatores, como, por exemplo, a composição dos
julgadores. Ela, entretanto, acredita que a falha do advogado foi o que prejudicou seu interesse, na medida em que
lhe retirou a possibilidade de provimento do Recurso Especial, pois que intempestivamente interposto.

PROBLEMÁTICA: as duplas deverão estudar o caso, estruturar os argumentos e defender as teses que lhe forem
sorteadas. Uma equipe representará os interesses de JOCIMARIA no sentido de defender a presença do dano
decorrente da “teoria da perda de uma chance” em virtude da falha do advogado, pois que ela teria condições de
ao menos rever o assunto na instância superior e, com isso, se revertido o julgado, poderia aumentar sua
aposentadoria. A outra equipe representará o interesse do advogado (ANTÍTESE), sustentando que a sua falha não
permite a aplicação da referida teoria e que, por isso, não há dever algum de indenizar sua cliente.

CASE 3:

Temática a ser abordada: a vedação ao enriquecimento sem causa no direito privado brasileiro enquanto princípio
e sua aplicação prática.

DESCRITIVO FÁTICO: KBT CORRETORA DE SEGUROS Ltda. é uma empresa de pequeno porte situada na região do
fundo do Vale do Paraíba paulista, na cidade de Guaratinguetá. A empresa é tradicional no ramo em que atua e
está no mercado há 10 anos. Conhecida em sua região, certa vez, seu proprietário, VERDEVALDO, lendo uma
revista de cunho empresarial da região de São José dos Campos, de grandiosa circulação e respeitabilidade,
denominada “SUCESSO EMPRESARIAL”, percebeu que havia uma matéria sobre “corretores de seguro”, que seu
nome e sua foto foram veiculados, considerando-o um efetivo profissional bem sucedido na região. A reportagem
trazia dados do setor, pesquisa de satisfação publicada pelas seguradoras e dados do site “reclame aqui”, além de
outras informações, em geral benéficas e elogiando os citados na referida reportagem. Contudo, VERDEVALDO viu
que não havia autorizado a publicação, sequer tinha conhecimento de que a reportagem fora produzida e muito
menos de que seria citado com o uso de sua imagem.

VERDEVALDO, então, procurou um advogado e disse que pretendia processar a revista por danos morais
decorrentes da violação da sua imagem, dado que não autorizou sua divulgação e a publicação tinha cunho
financeiro, mesmo que indireto. O advogado resolveu procurar a revista SUCESSO EMPRESARIAL e a partir daí
tentar uma negociação com a empresa. Diante disso a revista procurou seu advogado e, relutante, disse que
deveriam criar uma tese para não indenizar referido empresário, pois a matéria, sobretudo, o havia beneficiado,
tanto que o mesmo divulgou em seu site, bem como abriu uma filial na cidade de Taubaté após a divulgação do
conteúdo, certamente porque se aproveitou dos resultados do conteúdo publicado e que indenizar o mesmo traria
um enriquecimento indevido, injusto.

PROBLEMÁTICA: as duplas deverão estudar o caso, estruturar os argumentos e defender as teses que lhe forem
sorteadas. Uma equipe deverá defender o interesse de VERDEVALDO no sentido de que a indenização é devida. A
outra deverá sustentar o contrário (ANTÍTESE). Ambas deverão se aproveitar do conteúdo descrito no problema.

Você também pode gostar