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Formação de Bancos de Germoplasma
Formação de Bancos de Germoplasma
Alexandre Rodrigues SILVA1*, Ana Liza Paz SOUZA1, Erika Aparecida Araújo
dos SANTOS1, Gabriela Liberalino LIMA1, Gislayne Christianne
Xavier PEIXOTO1, Patrícia Cunha SOUZA1, Thibério Souza CASTELO1.
1
Laboratório de Conservação de Germoplasma Animal – LCGA, Universidade Federal Rural do Semi-
Árido – UFERSA, BR 110, Km 47, Costa e Silva, 59625-900 Mossoró, RN, Brasil
*E-mail: legio2000@yahoo.com
RESUMO
ABSTRACT
Biodiversity has suffered great loss in recent decades, despite the increased number of
initiatives that aims the sustainable use of biological diversity. The creation of
germplasm banks, which are collections that conserves the broad genetic variability of
plants and animals, is an alternative to maintaining biodiversity. This paper presents
data about the legislation that regulates the use and conservation of genetic resources, as
well as the technical aspects of the formation of collections of gametes and embryos,
particularly in the preservation of wild species in Brazil.
Key words: germplasm, wildlife, conservation.
INTRODUÇÃO
Aspectos legais
Aspectos técnicos
Gametas femininos
A criopreservação de gametas femininos ainda não é uma técnica bem
estabelecida, principalmente para as espécies silvestres, mas sua relevância é
indiscutível, constituindo-se de uma interface entre os programas de conservação animal
in situ e ex situ. (Andrabi & Maxwell, 2007). Esta técnica representa uma alternativa e
um complemento à criopreservação de sêmen e, para este propósito, pode ser realizada a
estocagem do tecido ovariano, dos folículos isolados ou dos oócitos maduros ou
imaturos (Lermen et al., 2009). A obtenção destes gametas pode ser realizada através de
punções foliculares, biópsias do tecido ovariano, ovariectomia uni ou bilateral ou
colheita do ovário imediatamente após a morte do animal, independente da idade
(Domingues et al., 2007).
Como a maioria dos animais doadores de gametas encontra-se distante dos
laboratórios especializados (Lopes et al., 2009), o desenvolvimento de protocolos de
preservação do material genético por curtos períodos é necessário, no intuito de manter
sua viabilidade no período compreendido entre a coleta e o uso em técnicas de
reprodução assistida (Santos et al., 2004). No Brasil, foi demonstrada que a solução a
base de água de coco em pó (ACP®) consiste em uma alternativa viável para a
preservação de gametas femininos de catetos (Tayassu tajacu) sob refrigeração por até
36h (Lima, 2011).
Em se tratando da criopreservação de oócitos, atualmente, são relatados dois
métodos para este fim, a congelação lenta e a vitrificação (Xu et al., 2012). A
congelação lenta é considerada o método convencional de criopreservação e como seu
princípio é a redução gradual da temperatura, geralmente controlada por um freezer
Embriões
A criopreservação de embriões é uma das principais ferramentas para a
manutenção de recursos genéticos de animais domésticos e silvestres (Dinnyes et al.,
2006). A técnica sofre influencia da origem do embrião (in vivo ou in vitro), do estágio
de desenvolvimento no momento da congelação, e da espécie (Dobrinsky, 2002).
Rotineiramente, pode ser realizada por vitrificação ou criopreservação convencional
(Santin et al., 2009), permanecendo o etilenoglicol como o crioprotetor de eleição, haja
vista sua baixa toxicidade e alta permeabilidade (Sommerfeld & Niemann, 1999).
Percebe-se assim que a criopreservação de embriões está em um estágio bem
desenvolvido, no entanto se torna ainda necessário o aprimoramento das técnicas para
que haja o aumento das taxas de sobrevivência embrionária e finalmente seu uso para
animais silvestres ameaçados de extinção.
Recentemente, no Brasil, um importante passo foi dado para a tecnologia de
embriões de animais silvestres, a partir da produção in vitro do embrião de um primata
neotropical (Cebus apella – Lima et al., 2012) pelo BIOMEDAM. Acredita-se que, num
futuro próximo, a produção associada à criopreservação de embriões possam ser
também aditivos importantes na luta pela preservação de espécies silvestres no país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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