Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
ARCHEOLOGIA NUOVA SERIE
4
Direzione
Prof. Stéphane Verger
Ecole Pratique des Hautes Etudes, Paris
Comitato Scientifico
Prof.ssa Irene Lemos, Università di Oxford
Prof.ssa Dirce Marzoli, Istituto Archeologico Germanico, Madrid
Prof.ssa Hatice Pamir, Università Mustafa Kemal, Hatay
Prof. Felix Pirson, Istituto Archeologico Germanico, Istanbul
Prof.ssa Marie Louise Stig Sørensen, Università di Cambridge
Prof. William van Andringa, Università di Lille 3
Prof. Didier Viviers, Università Libera di Bruxelles
Prof. Philippe Walter, CNRS, Paris
Prof. Andrew Wilson, Università di Oxford
ISBN 9788881675081
via appia 3/a 85029 venosa (pz) tel. 0972.35952 fax 35723
e mail: osanna@osannaedizioni.it
sito web: www.osannaedizioni.it
2
Stéphanie Adroit – Raimon Graells
Osanna Edizioni
3
4
ÍNDICE
131 Ferran Falomir Granell - Jose Luis Luján - Bibiana Agustí - Antonia Díaz - Anna
Viciach - Victoria Robledo - Mónica Galea
El Área funeraria de los Cabañiles (Zucaina, Castellón). Agrupaciones tumulares, edificios y
su articulación espacial (Siglos VII i VI aC).
195 Ana Margarida Arruda - Rui Barbosa - Francisco B. Gomes - Elisa Sousa
La nécropole de Vinha das Caliças 4 (Trigaches, Beja) : architectures et pratiques funéraires de
l’Âge du Fer dans le Sud du Portugal
129 Raquel Vilaça - Domingos Cruz - André Tomás Santos - João Nuno Marques
Encenar a morte, ritualizar o espaço. O monumento 1 da Lameira da Travessa de Lobos (Castro
Daire, Viseu, Portugal)
5
143 Martín Almagro-Gorbea
Paisaje y estructuras funerarias de la necrópolis de Medellín
175 Florent Mazière - Bernard Dedet - Xavier Carlús - Francisco Javier López Cachero
- Carme Rovira Hortalà
Se souvenir des morts du Rhône à l’Èbre, du Xe au Ve s. av. J.-C.
6
Auteurs / Autores
‘Liste_Auteurs’
7
Alberto José Lorrio Victoria Robledo
Universidad de Alicante. Arqueólogo.
alberto.lorrio@ua.es vtrobledopozo@gmail.com
8
Rui Mataloto*
1. Território e sociedade dos meados do junto dos principais cursos de água, dispon-
Iº milénio a.C. no interior alentejano do-se as serranias paralelamente aos grandes
eixos de circulação (E-W) (serra de Portel/
O
território que aqui nos ocupa, Mendro, serra d’Ossa).
o interior alentejano, ainda que A área setentrional do Baixo Alentejo,
usualmente tido como um terri- acima de Beja, caracteriza-se por uma pai-
tório uniforme, “o Alentejo”, engloba um sagem aberta levemente ondulada, de solos
verdadeiro mosaico paisagístico marcado muito férteis, com as planuras do Sado e
por longos corredores de transitabilidade a serra do Mendro como pano de fundo,
Oeste – Este e Nordeste – Sudoeste, sendo para Norte. Os “Barros de Beja” dominam
bem menos vincados os corredores Norte- uma ampla região central, situando-se nas
Sul, entrecortados pelas serranias facilmente suas margens territórios de relevo mais
vadeáveis da Serra d’Ossa ou as de Portel/ ondulado, marcado pelos xistos, de terras
Mendro. Todavia, cremos que esta última menos férteis.
marca um limite geográfico real entre duas A primeira metade do Iº milénio a.C. no
unidades biofísicas com muitas dissemel- interior alentejano parece ter sido marcada
hanças, mas também alguns traços comuns. por um intenso processo de ruralização do
Neste trabalho iremos centrar-nos na povoamento, devendo as pequenas insta-
parte meridional do Alto Alentejo e na área lações rurais dispersas no agro constituir o
setentrional, interior baixo alentejano, es- cerne da estrutura populacional. Este fenó-
paço que temos vindo a estudar nos últimos meno tem vindo a ser particularmente bem
anos1 (fig. 1). documentado no Alentejo Central2, ainda
A região meridional do Alto Alentejo que nos últimos anos novos dados referentes
apresenta-se como um vasto corredor natu- ao Baixo Alentejo a Norte de Beja3 tenham
ral de ligação Este-Oeste, que une as planu- permitido alargar esta dinâmica a todo o
ras da bacia média do Guadiana, e o tramo interior alentejano, interligando a região de
superior do seu curso descendente, à faixa Ourique/Castro Verde, onde inicialmente
costeira atlântica, junto à foz dos rios Tejo se documentou este modelo de povoamen-
e Sado. A paisagem, aberta, caracteriza-se to4, com o Alentejo Central.
por um relevo apenas levemente ondulado, Este processo de ruralização parece des-
e pontualmente soerguido, que se encaixa enrolar-se, de modo sistemático, a partir de
109
Figura 1. As necrópoles da Tera, Hortinha e Pedrógão e o interior alentejano no Sudoeste peninsular.
meados/finais do séc. VII a.C.5, coincidindo os finais do séc. VII a.C. e os meados do
com o abandono dos grandes povoados for- milénio7.
tificados do final da Idade do Bronze, num O século VI a.C. deve ter sido marcado
movimento desencadeado, provavelmente, pela total reorganização do povoamento
ainda na centúria anterior. Na realidade, o alentejano, emergindo do desmantelamento
reforço da componente humana dispersa no das redes de grandes povoados do final da
campo surge claramente por oposição a um Idade do Bronze uma densa malha de pe-
abandono generalizado dos grandes povoa- quenas instalações rurais. Se o advento desta
dos6, sendo raras ou mesmo desconhecidas, realidade é já possível rastrear dentro do séc.
no Alentejo interior, grandes instalações VII a.C., será com o séc. VI a.C. que surgirá
humanas correspondentes ao período entre como um padrão consolidado, efectivando-
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 111
(VIII-V aC)15 ou mais curtos (VI-V aC)16, conhecidas nas proximidades de Beringel25.
enquadrando grande parte do que deve ter Mais recentemente foi parcialmente inter-
sido a diacronia sidérica, pelo menos da vencionada uma destas necrópoles a Sul de
primeira metade do I milénio aC. Beja, Quinta do Estácio 6, presentemente
Os diversos autores sustentam a convi- em estudo26.
vência de ambos rituais de tratamento e Estas necrópoles parecem desenvolver-se
deposição do corpo, a inumação e a cre- entre finais do século VII aC e meados do
mação17, cremos que mais por prudência do séc. V aC, sendo o espólio que acompanha-
que por determos dados efectivos. va e adornava os féretros bastante diverso,
Contudo, nos últimos dez anos temos demonstrando evidentes ligações com as rea-
vindo a assistir, para o Alto Alentejo, a uma lidades litorais, quer nos adornos (fíbulas,
alteração progressiva do conhecimento dos fechos de cinturão, braceletes, conjuntos de
gestos funerários durante grande parte do tocador, anéis, pendentes em prata e ouro,
Iº milénio aC, com o estudo de diversas escaravelhos, contas de colar, etc), quer mes-
necrópoles como a de Torre de Palma18 ou mo nalgumas cerâmicas, pouco frequentes,
da Tera19. e noutros amuletos, que parecem traduzir
Todavia, tem sido na planície dos Barros a partilha de um fundo cultural de matiz
de Beja que se tem assistido a uma verdadeira mediterrâneo “orientalizante”. As armas
“revolução empírica” com a identificação de ferro restringem-se a grandes pontas e
de um já extenso número de necrópoles da contos de lança, a par de facas afalcatadas.
Idade do Ferro, emergindo um verdadeiro A necrópole do Olival dos Senhor dos
“Admirável Mundo Novo”20. Mártires, associada ao povoado de Alcácer
Estas necrópoles caracterizam-se, es- do Sal é, ainda hoje, a mais emblemática
sencialmente, pelo uso quase exclusivo da necrópole da Idade do Ferro do Sul do te-
inumação, com deposição do féretro em de- rritório actualmente português, assumindo-
cúbito lateral, em sepulturas rectangulares, se como um elemento determinante na
escavadas no substrato, por vezes com canal compreensão do imenso mosaico cultural
central, ou escalonadas, que centralizam, detectado no interior alentejano, de que Al-
ou rodeiam, recintos de fossos, de planta cácer constitui, certamente, a grande porta
rectangular, por vezes adossados. Com de entrada e saída. À falta de um estudo sis-
alguma frequência os fossos, ou mesmo os temático sobre o imenso espólio recolhido
seus preenchimentos, são utilizados como valem-nos ainda as preciosas observações
espaços sepulcrais. publicadas pelo seu escavador, V. Correia
Inicialmente concentradas na envolvente (1925; 1928), base de duas importantes
de Beringel, estas necrópoles distribuem-se revisões efectuadas recentemente, que per-
já por toda a região de Beja. Estando ainda mitiram estruturar novas perspectivas sobre
em falta a publicação de estudos monográfi- as sequências e características da necrópole
cos dispõe-se já de alguma informação sobre à luz dos novos dados27.
as necrópoles de Palhais21, Carlota22 e Vinha A cremação dos corpos manteve-se como
das Caliças 423. Além destas conhecem-se, ritual único de tratamento final do féretro,
também a Poente de Beja, as necrópoles de que poderá ter conhecido a convivência de
Monte Marquês 7, Poço da Gontinha e Cin- dois usos distintos numa fase inicial, entre
co Réis, entre outras menos documentadas24. meados do séc. VII aC e finais do seguin-
A noroeste de Beja, junto ao rio Guadiana, te, com cremações in situ e em ustrinum,
na zona de Pedrógão, foram intervencio- recolhendo-se os restos cremados em urna,
nados diversos núcleos sepulcrais, que aparentemente, na fase mais antiga e mais
partilham claramente características com as recente28. Se a organização da necrópole
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 113
Figura 2. Vista geral ao início dos trabalhos, planta de enterramentos e menires da necrópole da Tera (Pavia)
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 115
Figura 3. Conjunto artefactual recolhido na necrópole da Tera - fíbulas Alcores; fechos de cinturão de placa
romboidal; bracelete acorazonado; unguentários em cerâmica e vidro; pendente e anel em prata; cálice em cerâ-
mica cinzenta e incensário.
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 117
Figura 4. Planta e espólio da Anta 1 da Hortinha (seg. Calado et al. 2007-2008).
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 119
rio de transição entre realidades humanas a bacia de bronze, estar profundamente
diferenciadas. conotado com o papel desempenhado por
As necrópoles de Pedrógão parecem este indivíduo em putativas celebrações, o
desenvolver-se ao longo do séc. VI aC, que levou a que fossem amortizadas com
eventualmente em meados, sendo bastante ele, ou junto a ele, já num avançado estado
provável que se tenham constituído num de uso (fig. 5).
espaço de tempo não muito longo. Este indivíduo poderia ter sido o elemen-
A necrópole do Poço Novo 1, mais a to fundador e agregador da comunidade,
Nascente, era dominada por sepulturas fe- resultando a implantação da sua sepultura
mininas, dispostas em torno de um pequeno da vontade/necessidade de criar e marcar
fosso em “L”. O único indivíduo masculino um Passado identitário bem visível na
identificado surgia em posição diferenciada Paisagem, em torno do qual se estruturaria
das restantes sepulturas, ao cortar a extremi- uma pequena comunidade rural, assentada
dade Este do próprio recinto. Nas sepulturas principalmente nas áreas mais baixas, próxi-
registou-se a presença essencialmente de mas das linhas de água, mas sempre com os
elementos de indumentária, como fechos seus antepassados posicionados na linha de
de cinturão do tipo Tipo 3 e 4a de Cerdeño cumeada do seu horizonte.
(1981), uma fíbula de tipo Alcores e algumas
contas de colar, a par de escassa cerâmica.
4. Paisagem e Memória: a criação do
A necrópole da Fareleira 2, situada entre
Campo no início da Idade do Ferro
o Poço Novo, a Nascente, e Fareleira 3,
a Poente, era composta por três núcleos O processo social tendente à complexifi-
dispersos, aparentando corresponder a pe- cação e hierarquização pode efectivamente
quenos núcleos sepulcrais de cariz familiar, conter momentos conjunturalmente regres-
compostos por homem-mulher e homem- sivos na sua progressão, não tendo que ser
mulher-criança. As deposições funerárias total e objectivamente linear e cumulativo52,
eram acompanhadas por espólio simples, nem um fim inexoravelmente irrefutável.
essencialmente contas de colar em vidro, Tal como aponta este autor53, geralmente
e num caso o que parece ser uma ponta de após o desmantelamento de um poder po-
lança e uma fíbula Acebuchal. lítico forte, como aparentemente existiu no
O recinto retangular de Fareleira 3, interior alentejano durante o final da Idade
aberto do lado sudoeste, enquadrava uma do Bronze54 é a solidariedade familiar que
única sepultura (v. fig 5), implantando-se emerge como elemento central e estrutura-
no limite SE, e mais elevado, do cerro apla- dor da sociedade.
nado onde se dispersavam as necrópoles Assim, creio que o início da Idade do Fe-
anteriores, detendo amplo domínio sobre a rro no interior alentejano, após o desmante-
paisagem envolvente, assumindo uma efecti- lamento total das malhas de povoamento do
va posição de destaque. O indivíduo ancião final da Idade do Bronze, será marcado por
aqui sepultado encontrava-se acompanhado uma nova realidade social, caracterizada por
por um diversificado espólio cerâmico e novas formas de entrosamento e integração
metálico, de que se destaca um “braseiro” das comunidades humanas, onde a diferen-
de tipo 2 de Jiménez Ávila51 depositado ciação social seria bem menos evidente, e
em separado do restante conjunto. À sua onde a unidade familiar sairia reforçada,
morte, o indivíduo parecia, então, deter um como base da estruturação social.
papel diferenciado junto das comunidades A exploração do território assentaria, en-
rurais da envolvente de Pedrógão, devendo tão, na instalação de uma rede diferenciada
o próprio conjunto ritual, e em particular e coordenada de ocupações rurais, do tipo
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 121
“monte”, composta por unidades produtivo- patente a partilha do espaço e a convivência
habitacionais, que poderiam oscilar entre entre indivíduos, e provavelmente famílias,
as escassas dezenas e mais de um milhar de condição económica aparentemente dis-
de metros quadrados de área edificada55. A tinta. Todavia, insisto, numa perspectiva
nível social, surge-nos relativamente simples global, e mesmo atendendo a factores de
assumir, num momento avançado, tal como distorção, como os elementos cronológicos,
para outras áreas peninsulares, a presença de não vemos diferenças abruptas, o que não
grandes senhores terra tenentes, verdadeiros significa, como fica patente no ancião de
Senhores do Campo56, a par dos quais exis- Fareleira 3, que não existissem indivíduos
tiria um grupo de pequenos proprietários diferenciados, eventualmente derivado do
rurais e uma enorme massa de camponeses. seu papel no seio da comunidade.
Por outro lado, na margem das melhores Estas sociedades rurais viveram um pro-
terras, em territórios pouco atractivos e cesso social de grande complexidade e am-
escassamente produtivos, poder-se-iam ter biguidade, dada a própria ambivalência em
desenvolvido pequenas comunidades de que se encontravam. Por um lado, surgem-
cariz aldeão, vivendo em regimes de relativa nos como comunidades fortemente rurais,
autarcia. com o atavismo típico destas comunidades,
Este quadro social tem vindo a ser procurando enraizar-se através da disposição
esboçado a partir de múltiplos trabalhos dos seus mortos junto de marcos de ancestra-
baseados na documentação de unidades lidade, principalmente antigos monumentos
habitacionais de cariz rural, que nos fazem dolménicos, como na Hortinha, ou mesmo
transparecer uma realidade camponesa com- construindo monumentos de verdadeira lin-
plexa e diversa, mas certamente muito mais guagem megalítica, como na Tera ou criando
próxima e isonómica que a patenteada para o seu próprio passado ao sepultar um ele-
o final da Idade do Bronze. Todavia, como mento socialmente destacado em posição
se viu, os dados que temos vindo a coligir sobranceira e marcante, como em Fareleira
nas necrópoles apresentadas vêm sustentar 3. Por outro, participam de um processo de
de modo mais consistente esta perspectiva. total transformação social e de ruptura com
Na realidade, as necrópoles aqui gene- o mundo anterior, assimilando novas práti-
ricamente apresentadas terão sido geradas cas, como a própria criação de necrópoles e
por pequenas comunidades camponesas, do ritual de cremação, novas arquitecturas
certamente muito relacionadas por laços domésticas e funerárias ou, mesmo, novas
de sangue, as quais, apesar da sua modéstia, linguagens transregionais de representação
conseguem estar integradas em redes de dis- e estética, através da ostentação de elemen-
tribuição de produtos de grande circulação, tos de indumentária de grande circulação
sem que para tal tenhamos qualquer indício e distribuição, caso dos fechos de cinturão
claro da existência de hierarquias bastante e fíbulas. Certamente procurar-se-ia emu-
vincadas, ou qualquer sistema de opressão lar, a nível local, modos de estar e viver
efectiva ou ideológica. Assim, em necrópo- claramente forâneos, emanados a partir do
les como a da Tera vemos que, apesar das litoral. Este processo acabaria, certamente,
diferenças nos espólios funerários, onde por gerar novas dinâmicas que se viriam a
claramente se poderá falar de diferenciação, traduzir na emergência crescente de diferen-
mas mais dificilmente de hierarquias, fica ciação inter e intra grupal.
Antunes et al. 2012: A. S. Antunes, M. Deus, A. M. Soares, F. Santos, L. Arêz, J. Dewulf, L. Baptista,
L. Oliveira, Povoados abertos do Bronze Final no Médio Guadiana. In: J. Jiménez Ávila (ed.):
Sidereum Ana II. El río Guadiana en el Bronce Final. Anejos de Archivo Español de Arqueologia.
LXII, 277-308.
Arruda et al. (neste volume): A. Arruda, R. Barbosa, F. Gomes, E. Sousa, La necrópole de Vinha das
Caliças 4 (Trigaches, Beja): architectures et pratiques funéraires dans l´Âge du Fer du Sud du
Portugal. Actas do Encontro Arquitecturas funerarias y memoria: La gestión de las necrópolis
en Europa occidental (Siglos X-III a.C.). Casa de Velázquez, Madrid, 2014.
Arruda 2001: A. M. Arruda, A Idade do Ferro pós-Orientalizante no Baixo Alentejo, Revista Portuguesa
de Arqueologia. Lisboa: Instituto Português de Arqueologia, Vol. 4, 2, 207-291.
- 1999-2000: A. M. Arruda, Los fenícios en Portugal: Fenícios y mundo indígena en el centro y sur
de Portugal. Barcelona: Cuadernos de Estudios Mediterráneos.
Beirão 1986: C. de M. Beirão, Une Civilisation Protohistorique du Sud de Portugal. Paris.
Borges et al. 2012: S. Borges, R. Mateos, J. Pereira, B. Silva, Monte do Bolor 3 - S. Brissos, Beja: Resultados
Preliminares. In: Actas do V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular. Almodôvar, 113-132
Calado / Mataloto 2008: M. Calado, R. Mataloto, O Post-Orientalizante da margem direita do regolfo
de Alqueva (Alentejo Central), In: J. Jiménez Ávila (ed.): Sidereum Ana I – El rio Guadiana en
época post-orientalizante, Anejos de Archivo Espanhol de Arqueologia XLVI, 219-249.
Calado / Mataloto / Rocha 2007: M. Calado, R. Mataloto, A. Rocha, Povoamento Proto-Histórico
na margem direita do regolfo de Alqueva (Alentejo, Portugal). In: A. Rodríguez Díaz / I. Pavón
Soldevila (ed.) Arqueologia de la Tierra. Paisajes rurales de la protohistoria peninsular. Cáceres,
129-179.
Calado / Santos / Carvalho 2007-2008: M. Calado, J. Santos, M. Carvalho, Arqueologia do concelho
de Évora: um ponto da situação. A Cidade de Évora. II Série, nº 7, 47-71.
Cerdeño Serrano 1981: Mª. L. Cerdeño Serrano, Los broches de cinturón tartésicos. Huelva Arqueo-
lógica 5, 31-56.
Correia 1925: V. Correia, Uma Conferência sobre a Necrópole de Alcácer do Sal. Biblos 1 (7), 347-363.
- 1928: V. Correia, Escavações Realizadas na Necrópole Pré-Romana de Alcácer do Sal em 1926
e 1927. O Instituto 75, 190-201.
- 1993: V. H. Correia, As necrópoles da Idade do Ferro do Sul de Portugal: arquitectura e rituais.
Iº Congresso de Arqueologia Peninsular (Porto, 1993) - Actas II. Trabalhos de Antropologia e
Etnologia. Porto. 33 (3-4), 351-375.
Cosme 2007: S. Come, O Povoado da Atalaia da Insuínha (Pedrógão, Vidigueira). In: Actas do III
Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular. Vipasca, 2, 171-179.
Costa 1966: J. M. Costa, O tesouro fenício ou cartaginês do Gaio (Sines). Ethnos 5, 529-531
Demoule 1999: J.-P. Demoule, La société contre les Princes. Les Princes de la Protohistoire et
l’émergence de l’État. Naples-Rome: École Française de Rome, 125-134.
Deus / Correia 2005: M. Deus, J. Correia, Corte Margarida. Mais uma necrópole Orientalizante no
Baixo Alentejo. In: El Período Orientalizante, Protohistoria del Mediterraneo Occidental, Anejos
de Archivo Español de Arqueología, XXXV, I, 615-618.
Fabião 1998: C. Fabião, O Mundo Indígena e a sua Romanização na área céltica do território hoje por-
tuguês, Dissertação de Doutoramento em Arqueologia, apresentada à Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa. Lisboa. 3 Vol., policopiado.
Figueiredo / Mataloto (no prelo): M. Figueiredo, R. Mataloto, Necrópoles rurais sidéricas do Baixo
Alentejo setentrional: sociedade e mundo funerário nos Barros de Beja. Sidereum Ana III. El
río Guadiana en época tartéssica.
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 123
D. Gonçalves, V. Campanacho, T. Thompson, R. Mataloto (no prelo), The weight of the matter:
examining the potential of skeletal weight for the bioarchaeological analysis of cremation at
the Iron Age necropolis of Tera (Portugal).
Halbwachs 1997 [1950]: M. Halbwachs, La mémoire collective. Edition critique établie par Gérard
Namer. Éditions Albin Michel.
Harden 1981: D. Harden, Catalogue of Greek and Roman Glass in the British Museum. London: British
Museum.
Ingold 1993: T. Ingold, Temporality of Landscape. World Archaeology Nº 25, 152-174.
Jiménez Ávila 2001: J. Jiménez Ávila, Los Complejos monumentales Post-Orientalizantes del Gua-
diana y su integración en el panorama del Hierro Antiguo del Suroeste Peninsular. In: D. Ruiz
Mata / S. Celestino Pérez, Arquitectura Oriental y Orientalizante en la Península Ibérica. Madrid:
C.E.P.O. e CSIC, 193-226.
- 2013: J. Jiménez Ávila, “Braseros” de bronce protohistóricos en Extremadura. Viejos y nuevos
hallazgos; nuevas y viejas ideas. Revista Onoba 1, 55-78.
Le Goff 1988: J. Le Goff, Histoire et mémoire. Gallimard.
Lorrio 2008: A. J. Lorrio, Cerámica Gris. In: M. Almagro-Gorbea (ed), La necrópolis de Medellín. II –
Estudios de los hallazgos. BAH. 26-2, 673-723.
Langley et al. 2007: M. Langley, R. Mataloto, R. Boaventura, D. Gonçalves, A ocupação da Idade
do Ferro de Torre de Palma: “escavando nos fundos” do Museu Nacional de Arqueologia. O
Arqueólogo Português, 4ª série, 25, 229-290.
Kurtz 2003: G. Kurtz, Los hierros de Cancho Roano. In: S. Celestino (ed.): Cancho Roano VIII, Los
Materiales Arqueológicos I. Badajoz, 293-364.
Maia / Maria Pereira 1988: Neves II e a “Facies” Cultural de Neves-Corvo. Arquivo de Beja - 1º Encontro
de Arqueologia da Região de Beja. Beja. 2ª série. 3, 3-42.
Mataloto 2004: R. Mataloto, Um “monte“ da Idade do Ferro na Herdade da Sapatoa: ruralidade e po-
voamento no Iº milénio a.C. do Alentejo Central. Lisboa: Instituto Português de Arqueologia.
Trabalhos de Arqueologia 37.
- 2009: R. Mataloto, Através dos campos: arquitectura e sociedade na Idade do Ferro alto alen-
tejana. In: C. Belarte (ed.), L’espai domèstic i l’organització de la societat a la protohistòria de la
Mediterrània occidental (Ier mil·lenni aC). Actes de la IV Reunió Internacional d’Arqueologia
de Calafell (Calafell - Tarragona, 6 al 9 de març de 2007). Arqueomediterranea, 11, 279-298.
- 2010-2011: R. Mataloto, Os Senhores da Terra: necrópoles e comunidades rurais do território
alto alentejano do sécs. VI-V aC. Arqueologia & História 62-63, 77-100.
- 2012: R. Mataloto, Os senhores e as serras: o final da Idade do Bronze no Alentejo Central. In:
J. Jiménez Ávila (ed.): Sidereum Ana II – El rio Guadiana en el Bronce Final, Anejos de Archivo
Espanhol de Arqueologia LXII, 185-213.
- 2013: R. Mataloto, Do vale à montanha, da montanha ao monte: a ocupação do final da Idade
do Bronze no Alentejo Central. Estudos Arqueológicos de Oeiras 20, 221-272.
Mataloto / Langley / Boaventura 2008: R. Mataloto, M. Langley, R. Boaventura, A necrópole sidérica
de Torre de Palma (Monforte, Portugal). In: J. Jiménez Ávila (ed.), Sidereum Ana I – El rio Gua-
diana en época post-orientalizante, Anejos de Archivo Espanhol de Arqueologia XLVI, 283-303.
Mataloto / Martins / Monge Soares (n.p.): R. Mataloto, J. Martins, Monge Soares, Cronologia
absoluta para o Bronze do Sudoeste. Periodização, Base de dados, tratamento estatístico. Estudos
Arqueológicos de Oeiras.
Mateos / Pereira 2012: R. Mateos, J. Pereira, A “Necrópole” da Carlota (São Brissos, Beja) no contexto
cultural da Iª Idade do Ferro no Baixo Alentejo: dados preliminares. In: Actas do V Encontro de
Arqueologia do Sudoeste Peninsular. Almodôvar, 317-330.
Rocha 2003: L. Rocha, O monumento megalítico da I Idade do Ferro do Monte da Tera (Pavia, Mora):
Sectores 1 e 2. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. Vol. 6, nº 1, 121-129.
- 2007: L. Rocha, Relatório da intervenção na Anta da Hortinha 1.
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 125
NOTES
Com este trabalho pretendemos ensaiar uma In this work we intend to rehearse an at-
tentativa de explicação da forma como o tempted explanation of how the past played
Passado desempenhou um papel fulcral na a key role in structuring the Identities of
estruturação das identidades das comunidades rural communities in the interior Alentejo.
rurais do interior alentejano. Neste sentido, In this sense, the necropolis, despite the
as necrópoles, apesar da diversidade ritual, ritual diversity, help to create a new land-
ajudam a criar uma nova Paisagem, alicerçada scape, rooted in the Past, creating new rural
no Passado, gerando novas Identidades rurais. Identities.
In memoriam: a criação do Passado nas necrópoles rurais do Alentejo Interior (Séc. VI-V a.C.) 127