Ascensão e Queda Das Grandes Potências

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Ascensão e queda das grandes potências – Paul KENNEDY

“O MILAGRE EUROPEU”

Parte ocidental da Eurásia: processo incessante de desenvolvimento econômico e inovação


tecnológica que faria dessa região o líder comercial e militar do mundo. Por quê?

GEOGRAFIA:

Estímulo do poder descentralizado- “colcha de retalhos” – paisagem fraturada (cadeias de


montanhas, grandes florestas separando cidades). Cercada por mares: construção naval,
comércio marítimo (prosperidade da Europa, centros de riqueza; crescimento das letras de
câmbio internacional), pesca em alto-mar.

Clima variado: produtos variados, transportados a granel RIOS NAVEGÁVEIS – relações de


mercados.

ESTRUTURA SOCIAL:

Antagonismo religioso somado à rivalidade tradicional dificulta a centralização de poder


(Reforma protestante). “Falta de rigidez econômica e política significaria uma falta semelhante
de ortodoxia cultural e ideológica, isto é, uma liberdade de investigar, experimentar, uma fé
nas possibilidades de aperfeiçoamento, (...) um racionalismo que desafiava (...) o dogma
religioso e o folclore nacional.”

Fragmentação política (desde sempre)- não havia como sufocar a evolução econômica do
comércio (inexistência de autoridade uniforme). Variados centros de poder econômico e
militar.

DINÂMICA:

“A Europa era diferente porque cada uma das forças vitais foi capaz de ter acesso às novas
técnicas militares, de modo que nenhum poder isolado possuiu jamais a vantagem decisiva.”.
Competição para contratações leva a melhoramentos constantes dos produtos (aumento do
poder e da mobilidade de artilharia). No Japão e China havia menos incentivos para a melhoria
de armamentos devido a autoridade dos governantes, além de não precisarem competir
externamente, pois os vizinhos não tinham muito acesso a armas.

Já na Europa, ocorria a CORRIDA ARMAMENTISTA, uma diferenciação pela organização


constante (melhoramentos), disposição de desbravar, ambiente de competição,
aperfeiçoamento constante dos armamentos em terra e de navios (inserção de canhões
menores, mais leves e mais potentes) e, dos próprios navios (maior tamanho e capacidade de
peso, mais resistente) = controle das rotas comerciais oceânicas; instalação em colônias
(exploração das riquezas e sua escoação para Europa, além de trocas dos minérios por outros
produtos estrangeiros que vinham por navio, fortalecendo o comércio transatlântico).
Colonizadores empenhados em modificar o equilíbrio da política mundial. “As vantagens
proporcionadas pela expansão da Europa foram generalizadas e duradouras e (...) ajudaram a
acelerar uma dinâmica já existente.”
ASPECTO PESSOAL: impulso, engenhosidade, espírito empreendedor, coragem. Mistura de
motivos: ganho pessoal, glória nacional, zelo religioso, sentimento de aventura. Aumentou a
quantidade e variedade de alimentos na Europa, óleos de baleia e foca (iluminação), madeira,
peles, plantas, peixes, couros, sal, cereais, ... Muitas pessoas eram empregadas no comércio,
na pesca e distribuição de produtos na Europa, o que estimulou a economia de mercado, pois
muitas pessoas tiveram interesse no comércio marítimo e foram atraídas para essa região.
Essas trocas comerciais geraram uma INTERAÇÃO CONSTANTE entre essas nações. Assim, “se
as nações imperiais consolidadas não explorassem suas posições, outras estavam dispostas a
fazê-lo”, o que, por outro lado levou a múltiplas rivalidades dos estados europeus também na
esfera transoceânica. Todas as nações queriam melhorar seus recursos e, ao mesmo tempo,
influenciados pela Reforma e Contra-reforma, converter novas almas à verdadeira fé.

“O aspecto mais positivo dessa crescente rivalidade comercial e colonial foi a espiral
ascendente do conhecimento que surgiu paralelamente – na ciência e na tecnologia” (ex:
tornar as viagens marítimas menos imprevisíveis, impressora difundia descobertas, plantas
revolucionavam botânica e agricultura, metalurgia progredia com a mineração) = EXPLOSÃO
DO CONHECIMENTO: superioridade tecnológica e militar da Europa.

“A maior vantagem da Europa era ter menos desvantagens que as outras civilizações.”

“Foi uma combinação do laissez-faire econômico, do pluralismo político e militar e da


liberdade intelectual (...) que interagiram para produzir o ‘milagre europeu’.”

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