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21 Dias Na Vida de Um Discípulo
21 Dias Na Vida de Um Discípulo
Introdução 7
1 ° Dia - Multidão, seguidor e discípulo 11
2° Dia - Objetivos do discipulado 27
3° Dia - Como formar um discípulo 39
4° Dia - Um roteiro de discipulado 47
5° Dia - Estágios do discipulado 63
6° Dia - Paulo, o discipulador de Timóteo 71
7° Dia - Elementos do discipulado 83
8° Dia - Jesus como padrão de discipulador 93
9° Dia - Qualificações que nunca nos disseram
103
10° Dia -Abusos no discipulado 113
11 ° Dia - O bom discípulo 125
12° Dia - O alvo do líder de célula é discipular
novos líderes 137
13° Dia -As microcélulas 147
14° Dia - A relação do discípulo com o
discipulador 157
15° Dia - Qualificações do discipulador 169
16° Dia - Doze diferenças entre filhos e
empregados 181
17° Dia - O valor de um discipulador 197
h18° Dia - Doze características de pais e
patrões 213
19° Dia - A mentalidade de um discípulo 227
20° Dia - O discipulador como um supervisar
241
21 ° Dia - Os resultados do discipulado 257
INTRODUÇÃO
o discipulado nos fala da aceitação do preço
da cruz. É interessante vermos que Jesus
pegou homens comuns, analfabetos, sem
formação religiosa alguma e passou a esses
homens todo o seu ministério, sua unção e
sua autoridade. Jesus passou o seu "manto".
É importante entendermos que Ele não deixou
por herança o ministério para a multidão.
Somente os discípulos receberam um
ministério.
No Velho Testamento, vemos que a formaçáo
do ministério profético era realizada através
de um vínculo de discipulado no qual o
discípulo servia e tinha uma vida em comum
com o profeta a quem estava ligado. A Palavra
diz que Eliseu deitava água nas mãos de Elias.
Em II Rs 3: 11, vemos que Eliseu havia se
disposto a se submeter, a seguir e a servir
Elias. Abdicou de viver independentemente
para ter vínculos com ele. É importante
vermos que, quando Elias foi arrebatado, o
seu "manto", que representava toda a sua
unção, o seu poder e o seu ministério
profético reconhecido nacionalmente, foi
passado apenas para Eliseu, que era o seu
único discípulo. Da mesma forma, é
necessário entender que antes de alguém ser
enviado para um lugar, ou liberado para
ocupar uma função qualquer na igreja, ou
estar à frente de qualquer obra, como líder,
como obreiro, ou como pastor é necessário
que sejam estabelecidos fortes vínculos de
discipulado.
Muitos têm priorizado o "ir" em prejuízo do
"ser", o realizar a obra de Deus em vez de
enfatizar a necessidade de vida, de formação
do caráter de Cristo como condição para isso.
Antes de dar qualquer coisa para alguém
fazer, precisamos aprovar essa pessoa através
de vínculos de discipulado, em confiança, em
amor e em sujeição.
Discipulado nos fala de pegarmos alguém no
nível do vale e o levarmos para o nível do
monte. Fala-nos de ensinar e praticarmos
juntos as disciplinas espirituais, corrigindo os
princípios de vida errados enraizados em sua
alma, as heranças familiares, as formas
erradas de responder às falácias do diabo, etc.
Só o discipulado equilibrado pode gerar líderes
de fato aprovados. Todavia é importante
ressaltarmos que não podemos levar alguém
além de onde nós mesmos já chegamos. O
discípulo não pode ser superior ao seu mestre.
Assim, o discipulado é uma visão de
reprodução, de multiplicação. Precisamos ser
cuidadosos para não permitirmos
discipuladores que possam reproduzir na vida
da igreja um padrão fraco ou diferente da
visão.
Discipulado é uma questão de apropriação. No
relacionamento de discipulado, o discipulador
vai plantar a Palavra, vai instruir nos
princípios de Deus, vai armar, vai equipar, vai
adestrar, vai tornar o discípulo íntimo das
armas, torná-Io perigoso espiritualmente
contra as trevas, e então vai enviá-Io.
Não são programas que vão instruir
discípulos. A Palavra diz que é o Espírito Santo
quem gera crescimento em nós. Na carta aos
Filipenses, lemos que ''Aquele que em vós
começou a boa obra há de aperfeiçoá-Ià'.
Assim, quando oramos pedindo a Deus que
nos forme, Ele responde nos levando a
situações que irão nos quebrar e moldar.
Devemos responder positivamente nessas
situações de tratamento.
Desta forma, num vínculo de discipulado não
existe um currículo previamente estabelecido
a ser cumprido, mas simplesmente nos
abrimos para nos relacionar, aguardando as
circunstâncias geradas pelo Espírito de Deus.
Quando tais situações vierem, simplesmente
avaliamos e corrigimos as atitudes e as
motivações erradas que virão à tona. Deus
certamente criará circunstâncias de correção,
de disciplina, que pelo mover do Espírito vão
gerar um crescer de fé em fé, de glória em
glória.
Em Mateus 4:23, a Palavra nos diz: "Percorria
Jesus toda a Galiléia ensinando nas
Sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e
curando toda sorte de doenças e
enfermidades entre o povo". O aspecto de
ensino a um público é apenas umas das
formas de ensino usadas por Jesus. Esta
forma de instruir traz resultados, mas não é
completa. Jesus era também um professor,
mas investiu mais no discipulado. Uma grande
perda é nos prendermos exclusivamente ao
ensino de sala de aula. Basicamente só
existem professores em nossas igrejas.
Precisamos desesperadamente de
discipuladores.
Finalmente, no final do Evangelho de Mateus,
fechando seu ministério, Jesus orienta a
Igreja a ir e a fazer discípulos, ensinandoos a
guardar a Palavra. Ele não disse: "Ensine-os a
entender", mas ensine-os a guardar. O ensino
de púlpito atinge tanto o visitante quanto o
frequentador, mas não faz discípulos. Jesus
não tinha o pensamento de que o ensino
impessoal praticado nas sinagogas formaria
alguém. O que levou vidas a serem
semelhantes a Ele foi um vínculo sólido e
profundo de discipulado.
O nível de ensino que precisamos praticar é o
"ensinar a guardar", e só se atinge este nível
de ensino com profundo compromisso de
relacionamento, onde eu posso ver a realidade
de vida do meu discipulador e entrar naquela
realidade.
Precisamos entender com clareza isto:
discipulado são vínculos formados em Deus,
vínculos que implicam em decisão, custos a
serem pagos e um objetivo a ser cumprido.
Para que Jesus chamou os doze? Ele não os
chamou para uma reunião de estudo bíblico,
nem para uma reunião de discipulado.
Evidentemente, Ele também não os chamou
para uma escola bíblica. Marcos 3: 14 diz que
Jesus os chamou para estarem com Ele e para
os enviar a pregar. A expressão "para estarem
com Ele" define a estratégia básica de Jesus.
Ele queria uma relação estreita com os seus
discípulos para transmitir-lhes a sua vida pelo
exemplo. Jesus era um homem de
relacionamentos e seus discípulos aprenderam
tudo, vendo.
Os discípulos viam como Jesus se relacionava
com os pobres, o que dizia para os ricos,
como tratava os enfermos, como respondia
aos hipócritas, como expulsava os demônios,
o que fazia quando estava cansado, como
reagia a uma tempestade no mar, como tra-
tava as prostitutas, como reagia às mentiras e
calúnias, como amava a Israel, como orava ao
Pai, quando ria, quando chorava, quando
esbravejava e derrubava mesas, quando era
preso e até como morreu.
Quando Jesus mandou fazer discípulos
(Mateus 28: 18-20), o que os discípulos
entenderam? O que passou pela mente deles
quando ouviram a ordem de Jesus?
Certamente, para eles era como se Jesus
estivesse dizendo: "O que eu fiz com vocês,
façam com outros". Esta comissão incluía
pregar a muitos como Jesus pregou mas, es-
sencialmente, se referia a relações de
discipulado.
Isso não é um método a mais. É a prática de
Jesus. É o que sustenta, edifica e ajusta ao
corpo cada membro. Assim, ninguém fica só.
Todos têm um "pai" ou uma "mãe" espiritual.
Em II Timóteo 2:2, vemos que Paulo fala de
várias gerações de discípulos. Este texto
mostra como estas relações de discipulado
prosseguem para a formação de vários níveis
de ministérios. É neste desenvolvimento que
vão surgir líderes de célula, discipuladores e
até pastores.
10 DIA
CARACTERÍSTICAS DA MULTIDÃO
❖ Relacionamento distante e impessoal.
❖ Diálogos sempre muito superficiais,
conversas frívolas e fúteis .
❖ Fraca resposta ao desafio da Palavra de
Deus.
❖ Não aceitam ser cobrados ou confrontados
em sua conduta.
❖ Não se deixam tratar por ninguém.
❖ Possuem motivação desconhecida,
portanto não são confiáveis para qualquer
obra ou posição de responsabilidade e
liderança.
❖ O nível de crescimento é baixo.
❖ São totalmente independentes.
❖ São infantis, confusos, religiosos e
materialistas.
❖ Nada herdam espiritualmente de seus
líderes.
❖ Fogem de tomar a cruz, pois não toleram
o desprazer.
❖ Possuem uma vida egocêntrica.
❖ Vivem de aparência.
2- JESUS E OS SEGUIDORES
3- JESUS E OS DISCÍPULOS
O terceiro nível de relacionamento que Jesus
construiu foi com seus discípulos. Neste nível,
a proximidade é total, a intimidade e a
liberdade com as quais se expressam
pensamentos e sentimentos são completas; o
compromisso e a renúncia também são totais.
As motivações dos discípulos e o potencial de
resposta de cada um são intimamente
conhecidos e sobre essas bases os desafios
são realizados.
O discipulado nos fala da aceitação do preço
da cruz. É inte-ressante vermos que Jesus
pegou homens comuns, analfabetos, sem
formação religiosa alguma e passou a esses
homens todo o seu ministério, sua unção e
sua autoridade. Jesus passou o seu "manto".
É importante entendermos que Ele não deixou
por herança o ministério para a multidão.
Somente os discípulos receberam um
ministério.
No Velho Testamento, vemos que a formação
do ministério profético era realizada através
de um vínculo de discipulado no qual o
discípulo servia e tinha uma vida em comum
com o profeta a quem estava ligado. A Palavra
diz que Eliseu deitava água nas mãos de Elias.
Em IIRs 3: 11, vemos que Eliseu havia se
disposto a se submeter, a seguir e a servir
Elias. Abdicou de viver independentemente
para ter vínculos com ele. É importante
vermos que, quando Elias foi arrebatado, o
seu "manto", que representava toda a sua
unção, o seu poder e o seu ministério
profético reconhecido nacionalmente, foi
passado apenas para Eliseu, que era o seu
único discípulo. Da mesma forma, é
necessário entender que antes de alguém ser
enviado para um lugar, ou liberado para
ocupar uma função qualquer na igreja, ou
estar à frente de qualquer obra, como líder,
como obreiro, ou como pastor é necessário
que sejam estabelecidos fortes vínculos de
discipulado.
Muitos têm priorizado o "ir" em detrimento do
"ser", o realizar a obra de Deus em vez de
enfatizar a necessidade de vida, de formação
do caráter de Cristo como condição para isso.
Antes de dar qualquer coisa, para alguém
fazer, precisamos aprovar essa pessoa através
de vínculos de discipulado, em confiança, em
amor e em sujeição.
Discipulado nos fala de pegarmos alguém no
nível do vale e o levarmos para o nível do
monte. Fala-nos de ensinar e praticarmos
juntos as disciplinas espirituais, corrigindo os
princípios de vida errados enraizados em sua
alma, as heranças familiares, as formas
erradas de responder às falácias do diabo, etc.
Só o discipulado equilibrado pode gerar líderes
de fato aprovados. Todavia, é importante
ressaltar que não podemos levar alguém além
de onde nós mesmos já chegamos. O discípulo
não pode ser superior ao seu mestre. Assim, o
discipulado é uma visão de reprodução, de
multiplicação. Precisamos ser cuidadosos para
não permitirmos discipuladores que possam
reproduzir na vida igreja um padrão fraco ou
diferente da visão.
Discipulado é uma questão de apropriação. No
relacionamento de discipulado, o discipulador
vai plantar a Palavra, vai instruir nos
princípios de Deus, vai armar, vai equipar, vai
adestrar, vai tornar o discípulo íntimo das
armas, torná-lo perigoso espiritualmente
contra as trevas, e então vai enviá-lo.
Não são programas que vão instruir
discípulos. A Palavra diz que é o Espírito Santo
quem gera crescimento em nós. Na carta aos
Filipenses, lemos que "Aquele que em vós
começou a boa obra há de aperfeiçoá-la".
Assim, quando oramos pedindo a Deus que
nos forme, Ele nos responde nos levando a
situações que irão nos quebrar e moldar. Deus
é prático. Devemos responder positivamente
nessas situações de tratamento. Desta forma,
num vínculo de discipulado não existe um
currículo previamente estabelecido a ser
cumprido, mas simplesmente nos abrimos
para nos relacionar, aguardando as
circunstâncias geradas pelo Espírito de Deus.
Quando tais situações vierem, simplesmente
avaliaremos e corrigiremos as atitudes e as
motivações erradas que virão à tona. Deus
certamente criará circunstâncias de correção,
de disciplina, que pelo mover do Espírito vão
gerar um crescer de fé em fé, de glória em
glória.
Em Mateus 4:23, a Palavra nos diz: "Percorria
Jesus toda a Galiléia ensinando nas
Sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e
curando toda sorte de doenças e
enfermidades entre o povo". O aspecto de
ensino a um público é apenas umas das
formas de ensino usadas por Jesus. Esta
forma de instruir traz resultados, mas não é
completa. Jesus era também um professor,
mas investiu mais no discipulado. Uma grande
perda é nos prendermos exclusivamente ao
ensino de sala de aula. Basicamente só
existem professores em nossas igrejas.
Precisamos desesperadamente de
discipuladores.
Finalmente, no final do Evangelho de Mateus,
fechando seu ministério, Jesus orienta a
Igreja a ir e a fazer discípulos, ensinando-os a
guardar a Palavra. Ele não disse: "ensine-os a
entender", mas, ensine-os a guardar. O
ensino de púlpito atinge tanto a multidão
quanto o seguidor ocasional, mas não faz
discípulos. Jesus não tinha pensamento de
que o ensino impessoal praticado nas
sinagogas formaria alguém. O que levou vidas
a serem semelhantes a Ele foi um vínculo
sólido e profundo de discipulado.
O nível de ensino que precisamos praticar é o
"ensinar a guardar" e só se atinge este nível
de ensino com profundo compromisso de
relacionamento, onde eu posso ver a realidade
de vida do meu disI iplllador e entrar naquela
realidade. Eu vejo a altura em Deus que ele
atingiu, vejo o monte e caminho do nível do
vale, onde estou, .lIl' chegar onde ele está.
O discipulado não é algo de tempo indefinido.
Ele eventualmente se encerrará. Quando já
tiver a prática de todo o conselho de Deus, o
discipulado se encerra, mas permanecem os
vínculos. Alguém pode ficar longos anos
tentando aprender inglês num determinado
curso, ao passo que se fosse viver num país
onde se fala essa língua, não precisaria
esperar tanto tempo. Por que tais resultados?
Por causa do nível de vínculo e de intimidade
gerados para com a língua. Precisamos vencer
nossos medos e chamar alguns discípulos para
estarem mais próximos de nós.
Precisamos entender com clareza isto:
discipulado são vínculos formados em Deus,
vínculos que implicam em decisão, custos a
serem pagos e um objetivo a ser cumprido.
Características do discípulo:
❖ Possui intimidade e transparência para
com o discipulador .
❖ Responde de forma completa à Palavra de
Deus.
❖ É submisso.
❖ Manifesta um crescimento constante e
desobstruído.
❖ É aberto e maleável o suficiente para se
deixar tratar.
❖ Suas motivações são conhecidas.
❖ É dependente de Deus.
❖ Possui uma vida de vitória.
❖ Ao final do processo alcança um ministério
reconhecido.
❖ Possui clareza dos princípios da Palavra de
Deus.
2º Dia
OBJETIVOS DO DISCIPULADO
Em nosso trabalho de formar discípulos,
devemos nos dedicar basicamente a duas
coisas. Podemos dizer que estes são os dois
objetivos do discipulado:
I - A edificação da vida do discípulo para que
tenha o caráter de Cristo.
2 - A capacitação ministerial do discípulo para
que possa fazer a obra de Deus. Quando falo
de edificar a vida e o caráter de um discípulo
não estou falando de transformação de vida. A
transformação de vidas compete a Deus.
Transformar os pecadores nascidos de Adão
em homens santos não é tarefa que nos
compete, e sim a Deus. Só Ele pode mudar,
transformar o homem orgulhoso, rebelde e
egoísta em um novo homem, manso e
humilde. Discipulado algum jamais poderia
realizar esse milagre. Isso é obra do Espírito
de Deus.
Somente pelo novo nascimento o nosso
coração de pedra pode ser retirado. É pelo
novo nascimento que nos tornamos novas
criaturas. Mas não é só o novo nascimento
que é obra do Espírito Santo, também o
crescimento e a transformação de vidas à
imagem de Cristo são operados pelo Espírito
do Senhor (I Co 3:18).
Nesse caso podemos dizer como Paulo, que
nem o que planta é alguma coisa, nem o que
rega, mas Deus que dá o crescimento (I Co
3:7).
Por isso é fundamental que cada discípulo
tenha uma forte experiência com Deus,
recebendo em sua vida, pela fé, a ação
transformadora do Espírito Santo, e seja
continuamente cheio do Espírito, pois sem isso
a relação de discipulado terá muito pouco
resultado.
I. A EDIFICAÇÁO DA VIDA DO DISCÍPULO
O primeiro objetivo de um relacionamento de
discipulado é a edificação da vida do discípulo
para que tenha o caráter de Cristo. O
propósito de Deus é que todos os seus filhos
cresçam até atingirem a estatura de Cristo. A
vontade de Deus é que nosso caráter seja de
tal forma transformado, que possamos
expressar a Cristo em todas as áreas de nossa
vida.
a- A RESPONSABILIDADE DO
DISCIPULADOR
A obra de transformação do discípulo é do
Espírito Santo, então qual é o papel do
discipulador nesse processo? Paulo afirma que
"'Somos cooperadores de Deus" (I Co 3:9). É
verdade que nem o que planta nem o que
rega é alguma coisa; todavia, ainda assim,
devemos plantar e regar. Somos cooperadores
de Deus. Existe uma parte da obra que é de
Deus, mas existe outra obra que cabe a nós
realizar. É Deus quem faz a parte misteriosa
de dar o crescimento, mas somos nós que
plantamos e regamos. Nossa ação nunca pode
substituir a ação de Deus; assim também a
ação de Deus não nos exime da nossa
responsabilidade. '
Qual é então a nossa responsabilidade na
formação de um discípulo? Creio que devemos
observar os exemplos do Senhor e de Paulo
no Novo Testamento, e então fazer o mesmo.
❖ Estar com eles.
Mc 3:14 Então, designou doze para estarem
com ele e para os enviar a pregar
❖ Ser exemplo
Sede meus imitadores, como também eu sou
de Cristo. 1Co 11:1
Ninguém despreze a tua mocidade; pelo
contrário, torna-te padrão dos fiéis, na
palavra, no procedimento, no amor, na fé, na
pureza. I Tm 4: 12
Novo mandamento vos dou: que vos ameis
uns aos outros; assim como eu vos amei, que
também vos amds uns aos outros. João 13:34
❖ Conhecê-los
Eu sou o bom pastor; conheço as minhas
ovelhas, e elas me conhecem a mim. João
10:14
❖ Ensinar-lhes a Palavra de Deus
Mantém o padrão das sãs palavras que de
mim ouviste com fé e com o amor que está
em Cristo Jesus. 11 'I In 1: I J
❖ Instruí-los
E o que de minha parte ouviste através de
muitas testemunhas, isso mesmo transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a
outros. II Tm 2:2
❖ Animá-los
Dou graças a Deus, a quem, desde os meus
antepassados, sirvo com consciência pura,
porque, sem cessar, me lembro de ti nas
minhas orações, noite e dia, Lembrando das
tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para
que eu transborde de alegria pela recordação
que guardo de tua fé sem fingimento, a
mesma que, primeiramente, habitou em tua
avó Lóide e em tua mãe Eunice, e es-tou certo
de que também, em ti. Por esta razão, pois, te
admoesto que reavives o dom de Deus que há
em ti pela imposição das minhas mãos.
Porque Deus não nos tem dado espírito de
covardia, mas de poder, de amor e de
moderação. II Tm 1 :3-7
❖ Corrigi-Ias
Dize estas coisas; exorta e repreende também
com toda a autoridade. Ninguém te despreze.
Tito 2: 15
❖ Adverti-Ias e repreendê-las
Quanto aos que vivem no pecado, repreende-
os na presença de todos, para que também os
demais temam. ITm 5:20
Prega a palavra, insta, quer seja oportuno,
quer não, corrige, repreende, exorta com toda
a longanimidade e doutrina. 11 Tm 4:2
❖ Orar por eles
Dou graças a Deus, a quem, desde os meus
antepassa-dos, sirvo com consciência pura,
porque, sem cessar, me lembro de ti nas
minhas orações, noite e dia. 11 Tm 1:3
❖ Honrá-los
Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu
estou, ali estará também o meu servo. E, se
alguém me servir, o Pai o honrará. João 12:26
❖ Ser amigo
Já não vos chamo servos, porque o servo não
sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos
chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de
meu Pai vos tenho dado a conhecer. João
15:15
❖ Dar a vida por eles
Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida
pelas ovelhas. João 10: 11
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado. E eis que estou convosco todos os
dias até à consumação do século. Mt 28:19-20
Devemos discipular aqueles irmãos que estão
sob nosso cuidado com toda diligência,
responsabilidade, amor e autoridade. Precisa-
mos ter o mesmo zelo que Paulo, a fim de
apresentarmos nossos discípulos perfeitos em
Cristo.
B. A RESPONSABILIDADE DO DISCÍPULO
Devemos enfatizar que é responsabilidade do
discípulo estar sujeito, ser transparente,
tratável, fiel, sincero, servo e esforçado para
corresponder em tudo o que lhe for pedido
pelo discipulador.
2. A CAPACITAÇÃO MINISTERIAL DO
DISCÍPULO
O segundo objetivo do discipulado é a
capacitação ministerial do discípulo para que
possa fazer a obra de Deus. Mais uma vez,
precisamos ter clareza que não é função do
discipulador uma série de coisas com relação
ao trabalho ministerial do discípulo.
Há algumas coisas que são obra exclusiva de
Deus. Em primeiro lugar, precisamos lembrar
que é o Senhor quem chama homens para o
ministério (Rm 1: 1, II Co 1: 1). Também é
obra do Espírito Santo dar dons aos homens
(Ef 4:7, 8,11) e dotá-los de habilidade para o
ministério (Rrn 12:6-8). E, por fim, é obra do
Senhor enviá-los (Mt 9:38, I Co 12:28). Mais
uma vez devemos frisar qual é a parte de
Deus e qual é a nossa, na capacitação
ministerial dos obreiros do Senhor. Creio que
a parte que nos compete como discipuladores
é a mesma que se diz a respeito dos
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e
mestres: "aperfeiçoar (katartismos) aos
santos para a obra do ministério".
"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas
e outros para pastores e mestres, com vistas
ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço ... " (Ef 4:11-12)
A palavra aperfeiçoar aqui significa
simplesmente treinar, ensinar fi Ftl\wllr até
que sejam capazes de executar a obra do
ministério.
O discipulador é um treinador. Como um
discipulador pode levar o seu discípulo a ser
capacitado para a obra do ministério? Ibtl
uutl'US palavras, como fazer de forma prática
esse aperfeiçoamento, 011 Irei na I11C11tO?
Vamos entender qual é a responsabilidade de
um dlscipulador.
A- A RESPONSABILIDADE DO
DISCIPULADOR
\~ltlrl11os dizer que a responsabilidade do
discipulador envolve pflll 111f'lIo,~ quatro
aspectos:
.:. Etlllipal'
.;. 'Ih'lnar
•• I':ditkar e
•• Enviar, colocando o discípulo em funções.
!tQmlJAR os DISCÍPULOS
Ji.1Il primeiro lugar, nós equipamos nossos
discípulos com o t.'tJlthrdlllt'll\O da Palavra de
Deus.
1LnJllnundo-os a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado.
Mt lHl~W
rurqllt' jamais deixei de vos anunciar todo o
conselho de Deus.
A 1)"'7
f\tn14 ",( .~
11unhém precisamos ajudá-Ios a serem
cheios do Espírito Santo (! llrrcnderém a viver
em completa dependência de Deus. (AI' 1 :8)
f}l't'dsamos levar nossos discípulos a
conhecerem intimamente 11 [)~UH lm'diante
uma vida de oração e de estudo das
Escrituras. Nau lill Iileil para o Senhor ensinar
seus discípulos a orarem. O Itmu parecia ser
um inimigo constante. No Getsêmani eles não
conseguiram orar e dormiram (Mt 26:40); no
Monte da Transfi-: guração, estavam bêbados
de sono e, talvez por isso mesmo, Pedra
sugeriu que se fizessem três tendas (Lc 9:32).
Além disso, precisamos levá-Ios a cultivar
uma sensibilidade es-piritual para ouvir a voz
de Deus e mover-se nos dons do Espírito.
Por fim, devemos incentivar nossos discípulos
a buscarem uma formação teológica,
motivando-os também a uma superação
intelectual.
TREINAR OS DISCÍPULOS
Já dissemos que a maior lição de Jesus para
formar obreiros foi a própria obra. Não há
nada que possa superar este método. Ele é
muito simples.
Estágio 1- "Eu faço, você observa". Leve os
discípulos consigo.
Esse é o "siga-me".
Estágio 2 - "Eu faço, você ajuda". Faça diante
deles o que se pretende que eles façam
depois: ensine-os com o exemplo.
Estágio 3 - "Você faz, eu ajudo". Instrua-os
especificamente, atribuindo as tarefas que
devem fazer (Mt 10:5-15).
Estágio 4 - "Você faz, eu observo". Avaliar a
tarefa realizada para alertá-Ios e corrigi-Ios.
Isso é um círculo, voltando novamente ao
primeiro ponto cada vez que uma nova tarefa
ou desafio for colocado, e assim por dian-te.
Na medida em que vão ganhando experiência,
lhes é dada mais liberdade para o
desenvolvimento de seu talento pessoal. o.
treina-mento é uma capacitação prática para
que os discípulos aprendam a fazer a obra.
o que deve constar no treinamento do seu
discípulo? Eles devem aprender a:
.:. Evangelizar e testemunhar aos de fora;
3º Dia
COMO FORMAR UM DISCÍPULO
Certamente o fator mais importante do
trabalho de qualquer pessoa é o produto final,
o resultado obtido. A finalidade de nosso
trabalho como líderes é a formação e a
edificação de vidas. Assim, todo líder de célula
e todo discipulador de líderes deve conhecer
bem o seu trabalho e a tarefa que lhe foi
confiada.
Em nossas células nós pregamos, ensinamos,
fazemos reuni-ões, retiros, encontros,
visitamos, aconselhamos, etc. Todas essas
são atividades muito importantes, mas
nenhuma delas é um fim em si mesma. Elas
são um meio para atingirmos o nosso
objetivo. Tudo o que fazemos é com o fim de
edificar e discipular aqueles que estão sob a
nossa liderança. Paulo diz em Colossenses 1
:28, "a fim de que apresentemos todo homem
perfeito em Cristo". Essa deve ser a aspiração
de todo líder e discipulador.
Todo líder precisa ter objetivos claros,
concretos e precisos, metas a serem atingidas
nas vidas daqueles que estão sob seu cuidado
espi-ritual. Uma vez que essas metas estejam
claras, ele precisa também saber como
alcançá-Ias de maneira prática. Se um
discipulador não sabe' para onde está
conduzindo seu discípulo, ele não vai
conseguir ministrar a fé devida. Todo discípulo
precisa sentir que seu discipu-lador sabe para
onde está indo.
Creio que é útil termos um roteiro básico
daquilo que deve ser tratado na vida de um
discípulo. Evidentemente não se trata de uma
fórmula, mas apenas um sinalizador para nos
ajudar nesse processo.
A EDIFICAÇÁO PELO DISCIPULADO
Nestes dias queremos renovar o encargo pela
edificação da igreja local, mas algumas vezes
nos falta a clareza necessária para
alcançar-mos isso. Digo isso porque toleramos
situações que contradizem nosso alvo, e uma
delas é permitirmos líderes entre nós que não
são realmente discípulos. Eles até se dizem
discípulos de Jesus, mas se recusam a
aprender conosco na condição de discípulos na
igreja.
O discipulado é uma condição fundamental
para que haja edi-ficação sólida e permanente
da igreja local. Dizemos que o pratica-mos e
temos até irmãos que são chamados de
discipuladores, mas são realmente discípulos?
São discipuladores de quem? Quem os segue?
Quem os ouve? Precisamos definir melhor
nossos termos e esclarecer expectativas.
Antes de mais nada, vamos dizer o que não é
discipulado. Disci-pulado não é uma classe de
aula cheia de alunos com um professor à
frente. Salas de aulas são necessárias para se
passar uma visão, e até para formar alguns
discipuladores, mas uma reunião desse tipo
não é discipulado. Podemos dizer que é uma
boa forma de ensino, mas não é o próprio
princípio de discipulado em operação.
Outra coisa que não é discipulado: um
relacionamento de acon-selhamento
esporádico, no qual uma pessoa quando
precisa, quando tem alguma necessidade ou
problema, procura alguém mais expe-riente,
um pastor ou um líder, para receber conselho
e uma luz nova sobre determinada
circunstância. Isso pode ser um
relacionamento de aconselhamento, mas não
é discipulado.
Também não é discipulado uma mera relação
hierárquica. O líder não é necessariamente o
discipulador do liderado. O liderado
discípulos simplesmente nunca confessam coisa alguma, isso indica um coração orgulhoso e
independente.
Tiago diz para confessarmos os nossos pecados para sermos curados (Tg 5:16). Quando confessamos o
nosso pecado, torna-se mais difícil ele se repetir e somos guardados do tentador quando crescemos no
temor de Deus.
Paulo diz para não darmos lugar ao diabo e certamente uma forma de fazermos isso é trazendo segredos
de pecados ocultos que produzem acusação e culpa (Ef 4:27). O inimigo sabe tirar proveito quando há
áreas ocultas.
Quando confessamos nosso pecado para um discipulador amoroso e firme, somos exortados e corrigidos,
mas também somos ajudados no dia da luta.
A terceira base para a edificação no discipulado é o enchimento do Espírito Santo. É a ação do Espírito
Santo em nós que nos torna dóceis à sua Palavra. É Ele que nos faz ver, testificando no nosso coração que
a palavra de nosso discipulador procede de Deus.
Depois disso a pessoa está pronta para ser edificada na "sua maneira de viver" . Um disci pulado eficiente
deve estar alicerçado nessas bases. Não adianta tentar discipular uma pessoa rebelde, que não é
transparente e que nunca foi cheia do Espírito Santo.
3. A MANEIRA DE VIVER
Certamente a primeira coisa que um discipulador precisa atentar é para a maneira de viver de seu
discípulo, seu estilo de vida. Pedro diz que fomos resgatados do fútil procedimento que nossos pais nos
legaram (I Pe 1:18). Todos nós recebemos ou herdamos de nossos pais, antepassados, familiares e das
pessoas que nos rodeiam uma determinada maneira de viver.
O que é a maneira de viver? Nossa maneira de viver pode ser dividida em quatro aspectos:
4. O DISCIPULADO ATRAVÉS DO
ESTABELECIMENTO DE METAS
A melhor maneira de conduzirmos um
relacionamento de disci-pulado é identificando
as áreas que precisam ser edificadas, e então
estabelecermos metas para o discípulo.
Uma vez que essas metas foram
estabelecidas, o discípulo deve agora prestar
contas ao discipulador de como tem
avançado, e o discipulador, por sua vez, deve
prover meios e estratégias para ajudar seus
discípulos a atingi-Ias.
As metas ou alvos são objetivos estabelecidos
para a vida de um discípulo, que o ajudarão a
avançar na vida cristã e a tornar-se cada vez
mais como Jesus.
Todos nós vivemos mais ou menos movidos
por metas, o proble-ma é que muitas vezes
colocamos metas erradas e frequentemente
não temos a quem prestar contas de nossos
avanços.
Assim, o discipulador precisa ter bem claro
que edificar,a vida de um discípulo é mais que
ajudar a resolver os problemas pessoais dele,
é completar o que falta para alcançar a meta
proposta.
Orando noite e dia, com máximo empenho,
para vos ver pessoalmente e reparar as
deficiências da vossa fé? (l Ts 3: 1 O)
De maneira geral, o discipulador precisa
estabelecer metas em áreas como:
.:. Transformação do caráter e santidade -
humildade, mansi-dão, generosidade,
temperança, etc.(GI 5:22)
.:. Prosperidade financeira - trabalho, vida
digna, salário me-lhor, vida profissional .
• :. Vida familiar estável e harmoniosa - de
acordo com o pro-pósito e padrão de Deus .
• :. Relação correta com Deus - vida de fé e
orientação do Espírito Santo.
.:. Disposição para servir - ser disponível para
a expansão do reino de Deus, liderança.
Quando estabelecemos metas corretas, claras
e definidas para um discípulo, devemos logo
determinar os passos a serem dados para
alcançá-Ias. Além disso, precisamos analisar o
valor da meta e o esforço que se vai
empregar. Em alguns casos, podemos
determinar o tempo ou o prazo para se
alcançá-Ias.
Quando houver clareza sobre os objetivos que
se quer alcançar, então se devem determinar
os passos para a conclusão.
Vamos tomar o exemplo de um casal jovem
rumo ao casamento. Os dois são fiéis ao
Senhor, estão firmes na igreja, são líderes em
treinamento, têm idade suficiente e querem
se casar. Ele, porém, não tem profissão e nem
trabalho. O discipulador deve começar fixando
metas para um ano, por exemplo. O que ele
deverá ter al-cançado neste tempo?
.:. Trabalho - meta: seu próprio negócio ou
profissão definida .
:. Casa - meta: sua própria casa ou um
terreno para construir.
Se essa meta for demasiadamente alta, então
pode-se defi-nir, pelo menos, a capacidade de
pagar um aluguel digno .
:. Noivado - meta: casamento
.:. Obra do Senhor - meta: liderar uma célula.
Vamos tomar mais um exemplo: Um casal
com problemas de caráter. Eles já não
conseguem se comunicar e estão a ponto de
separar-se.
O discipulador pode fixar metas como: .:.
Fazer o curso de casais .
:. Colocar-se à disposição dos dois para
buscar a solução dos problemas .
• :. Fixar metas com respeito ao caráter. Por
exemplo, para o homem:
- Fazer uma lista das coisas em que acha que
está mal;
- Fazer outra lista com as características que
gostaria de ter;
- Conquistar o amor da esposa com atitudes
práticas.
4º Dia
UM ROTEIRO DE DISCIPULADO
o mandamento do Senhor Jesus para nós é
bastante claro: "Ide e fazei discípulos de todas
as nações". Não se trata de um ministé-rio
especial e nem de um dom extraordinário, é
simplesmente um mandamento. Não temos
outra escolha senão obedecê-Ia. Fomos
chamados para fazer discípulos.
"Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo:
Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. Ide, portan-to, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado. E eis que estou convosco todos os
dias até à consumação do século." (Mt 28:18-
20)
O QUE É O DISCIPULADO?
O discipulado é um relacionamento de vida
entre um discipu-lador e seu discípulo, onde o
discipulador procura levar o seu dis-cípulo a
se tornar como Jesus. Nesse sentido, não
temos discípulos. o discipulador é apenas uma
placa de sinalização apontando para Cristo.
O alvo do relacionamento de discipulado é
levar o discípulo a perceber a direção do
Espírito Santo em seu espírito humano e
assim fazer a vontade de Deus.
É um relacionamento entre um mestre e um
aluno, baseado no modelo que é Cristo.
Todavia, não devemos pensar no discípulo
apenas como aluno. O discípulo não somente
aprende o ensino do discipulado, mas também
se compromete com esse ensino. Uma pessoa
pode estudar os ensinos de Karl Marx e não
ser um discípulo de Karl Marx. Discípulo é
aquele que se torna um seguidor, um adepto
do ensino que lhe foi passado.
Este relacionamento liga o discípulo à cadeia
de autoridade existente na igreja. Assim, não
há discipulado a não ser que o discípulo se
disponha a liderar na casa de Deus. O
discipulado não é só apascentamento, mas um
treinamento que envolve a obra e a vida do
discípulo.
Assim, em nossa estrutura, um líder em
treinamento é discipulado pelo líder de célula.
O líder de célula é discipulado por um
discipulador de líderes, que, por sua vez, é
discipulado por um pastor ou obreiro.
Desse modo, o discípulo é acompanhado em
seu processo de crescimento e ajudado em
suas lutas e crises peculiares ao processo de
crescimento. Discipular é transmitir a vida de
Jesus. É reproduzir essa vida em outras
pessoas, ensinando-as a guardar tudo que Ele
ordenou.
2. EQUILIBRANDO A AUTORIDADE NO
DISCIPULADO
Sem submissão, não há formação ou
discipulado. O discípulo precisa ser manso e
humilde, estando sujeito aos irmãos, aos
líderes, sem rebeldia ou obstinação. Um risco
que muitos temem é o abuso da autoridade
por parte do discipulador. Mas sem submissão
não
há autoridade. O próprio discipulador precisa
ser discípulo porque o princípio básico para ter
autoridade é estar debaixo de autoridade e se
sujeitar a ela.
Ninguém tem autoridade em si mesmo. Nossa
autoridade vem do Senhor Jesus. Quando
manifestamos a unção e o caráter manso do
Senhor, buscando sinceramente em primeiro
lugar o interesse de nosso discípulo,
espontaneamente a autoridade flui. A
submissão, porém, nunca é simples, é preciso
que o discípulo se disponha a negar a si
mesmo e submeter-se.
Auroridade é diferente de autoritarismo. Cada
discipulador pre-cisa entender que ele é servo
do discípulo e não dono. Deve ensinar todo o
conselho de Deus e não os seus gostos e
preferências pessoais, porque não temos
discípulos de faro, os discípulos são de Cristo.
Nós apenas os ajudamos a seguir o Senhor.
Assim, nossos gostos e preferências devem
ser colocados de lado, em segundo plano.
Um grande problema em nossa igreja é a
rapidez com que alguns discipuladores taxam
certos discípulos de rebeldes. Isso acontece
porque se julgam donos do discípulo e
presumem que aquilo que pensam deve ser
seguido pelo discípulo cegamente. Mas isso é
um absurdo. Um discípulo pode discordar e
até debater uma ideia com seu discipulador e,
ainda assim, ter um coração correto e
submisso.
Para equilibrar essa questão, precisamos
entender que a palavra de um discipulador a
seu discípulo pode ser de três níveis
diferentes:
A PALAVRA DE DEUS
O primeiro nível é quando ele fala a Palavra
de Deus. Eviden-temente, diante da Palavra
de Deus a submissão de um discípulo deve ser
completa e absoluta. Se falarmos algo claro
da Palavra de Deus a um discípulo e ele
simplesmente ignorar, podemos então afirmar
que ele é rebelde. Quando isso acontecer,
devemos seguir a orientação do Senhor com
respeito ao irmão surpreendido no pecado, em
Mateus 18: 1520. Há situações em que um
discípulo pode ser disciplinado.
o segundo nível de palavra é quando o
discipulador dá um conselho a seu discípulo.
Mesmo sendo um bom conselho ou um
conselho realmente sensato, neste caso a
submissão é relativa.
Vamos imaginar uma situação. Suponha que
um discípulo esteja interessado em uma moça
que é incrédula. O discipulador pode falar a
Palavra de Deus, mostrando o erro do
casamento misto. Essa seria uma palavra
completamente embasada na Bíblia e, por isso
mesmo, inquestionável. O discípulo deve se
submeter completamente.
Mas suponha uma situação em que o discípulo
esteja interessado em uma irmã, mas o
discipulador resolve aconselhá-lo mostrando
que seria melhor que se relacionasse com
outra irmã, usando, para isso, motivos bem
apropriados, mas não necessariamente
bíblicos. Nesse caso é apenas um conselho.
Pode ser que o conselho seja bem sensato
porque o discipulador conhece as duas moças
e pensa saber que a outra seria melhor, mas
mesmo assim é apenas um conselho. Um
discipulador não pode obrigar o seu discípulo
a seguir cegamente seus conselhos. Neste
caso, a submissão ao discipulador é relativa.
Se o discípulo rejeitar o conselho, ele não
pode ser taxado de rebelde por causa disso.
É preciso, porém, dizer que aquele discípulo
que nunca aceita um conselho do seu
discipulador é orgulhoso e autossuficiente.
Apesar de não ser necessariamente rebelde, é
resistente ao ensino e dificilmente poderá ser
edificado.
A OPINIÃO DO DISCIPULADOR
O terceiro tipo de palavra do discipulador são
as suas opiniões.
Seguindo o exemplo, suponha que o
discipulador resolva dizer ao discípulo que ele
acha que a moça na qual o discípulo está
interessado é muito feia e que ele deveria se
casar com outra mais bonita. Nem precisamos
dizer que não é necessário nenhum tipo de
submissão às opiniões e gostos pessoais do
discipulador. O discípulo pode ignorar tal
opinião completamente.
3. O QUE CARACTERIZA UM DISCÍPULO
O Senhor deu condições para alguém se
tornar seu discípulo. Assim, alguém que hoje
foi salvo ainda precisa se tornar um discípulo.
Ser um discípulo de Cristo é caminhar no
caminho do vencedor.
A. O DIscíPULO É AQUELE COMPROMETIDO
COM A PALAVRA DE DEUS
Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam
crido nele: Se vós permanecerdes na minha
palavra, sois verdadeiramente meus
discípulos. João 8:31
Não há como discipular alguém que não
deseja se comprometer com a Palavra de
Deus.
B. O DIscíPULO É AQUELE QUE AMA A JESUS
SOBRE TODAS AS COISAS Se alguém vem a
mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e
mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a
sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
E qualquer que não tomar a sua cruz e vier
após mim não pode ser meu discípulo. Lucas
14:26-27
A primeira condição para ser útil ao Senhor é
ter um coração cheio de amor por Ele. Se
alguém não O ama, nem deveria cogitar ser
usado por Ele. Deus usa aqueles que O amam,
aqueles que têm um coração para Ele. Porque
amamos ao Senhor, expressamos paixão e
intensidade em Sua obra e sem esses
ingredientes o discipulado se torna pobre e
sem resultado.
C. O DIscíPULO É AQUELE QUE TEM A SUA
VIDA TOTALMENTE COMPROMETIDA COM O
SENHOR
Assim, pois, todo aquele que dentre vós não
renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu
discípulo. Lucas 14:33
D. O DIscíPULO É AQUELE QUE PRODUZ
FRUTO
Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito
fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.
João 15:8
Jesus também disse que a verdadeira
característica de um discípulo é que ele
produz fruto. Não é completamente o oposto
do conceito natural? Alguns pensam que
precisam se tornar discípulos para darem
frutos, mas o Senhor diz que dar fruto é uma
condição para se tornar discípulo.
Dar fruto não é uma opção. É uma
consequência inevitável quando alguém é
discípulo de Cristo. Mas, que fruto é esse que
devemos dar? Certamente não é o fruto do
Espírito, que vemos em Gálatas 5:22-23.
Muitos insistem em interpretar os frutos como
virtudes do caráter, mas há uma distinção
clara: em João 15, Jesus fala do fruto do
discípulo, e em Gálatas, Paulo fala do fruto do
Espírito.
Se lermos a parábola dos talentos, veremos
que o senhor não veio buscar aquilo que ele
mesmo deu ao servo, mas sim o lucro que o
servo obteve aplicando aquilo que recebeu do
senhor. Ora, o fruto do Espírito é aquilo que
Deus nos dá pela vida de Cristo em nós.
Amor, alegria, paz, etc. São os talentos que
Deus colocou em nossas vidas. Ele não busca
aquilo que nos deu (o fruto do Espírito). Ele
busca o lucro (o fruto do discípulo).
B.RELACIONAMENTO FAMILIAR
Para os casados:
.:. Ter relacionamento marido-mulher
saudável
.:. Desenvolver boa comunicação no
casamento
.:. Desempenhar os papéis básicos de cada
um
.:. Ter um bom relacionamento com os filhos
.:. Participar da vida dos filhos
.:. Ter um relacionamento sexual gratificante
.:. Buscar ordem e administração doméstica
.:. Encontrar equilíbrio nas finanças no lar .:.
Resolver conflitos
.:. Desenvolver uma vida devocional com a
família
Para os solteiros:
.:. Ter envolvimento com a família .:.
Obedecer e hontar aos pais
.:. Ter amizade e relacionamento com os
irmãos
.:. Desenvolver relacionamento com o sexo
oposto: corte, noivado e casamento
.:. Preparação para o vestibular .:. Ter alvos
profissionais.
C.RELACIONAMENTO COM A IGREJA
Relacionamento com o discipulador:
.:. Alcançar um nível de intimidade e
confiança para ter abertura (confissão de
pecados, sinceridade e transparência)
.:. Observar o nível de submissão (Está sujeito
aos ensinos?)
.:. Detectar se há algum problema de
relacionamento com os pastores
Relacionamento com as pessoas do
mesmo nível:
.:. Observar se o discípulo consegue ou não se
aproximar e ser amigo de pessoas do mesmo
nível
.:. Estimular e orientar o relacionamento de
companheirismo
.:. Verificar se existem barreiras ou mágoas
com outros irmãos
.:. Checar a convivência, o estar junto com
diversos irmãos na igreja e na célula
.:. Servir aos irmãos no espiritual e no natural
Participação na vida da igreja:
.:. Observar se há disposição em servir à
igreja
.:. Identificar os dons que a pessoa tem e
procurar desenvolvê-los
.:. Checar o nível de participação na célula
.:. Observar a participação em todas as
atividades e eventos
da igreja
.:. Observar e participar semanalmente do
culto de celebração
.:. Levar a liderar uma célula
.:. Levar a ter discípulos.
No trabalho:
.:. Manifestar disposição para trabalhar
.:. Pontualidade
.:. Submissão ao patrão, respeito pelos
empregados
.:. Constância no emprego
.:. Testemunho de vida e de palavras
.:. Responsabilidade do empregado e do
empregador
Na escola:
.:. Frequência
.:. Rendimento escolar (trabalhos, provas)
.:. Relacionamento com professores e colegas
.:. Testemunho
Em relação ao governo:
.:. Obediência às autoridades civis e militares
.:. Pagamento de dívidas e impostos
Vida financeira:
.:. Prosperidade financeira
.:. Negócios e empreendimentos
.:. Administração financeira
.:. Dízimos, ofertas, generosidade
.:. Sociedade com incrédulos
.:. Ter o nome limpo
Relacionamento consigo próprio:
.:. Integridade
.:. Humildade
.:. Domínio próprio
.:. Higiene, bons hábitos, modos e costumes
.:. Provações e sofrimentos
.:. Altruísmo
.:. Cuidado com o corpo
.:. Santidade
.:. Masculinidade/Feminilidade
.:. Desenvolvimento da personalidade
.:. Amor próprio
.:. Fruto do Espírito
.:. Ser guiado e andar no Espírito
.:. Exercício do corpo e da mente
.:. Iniciativa própria
.:. Vida de vitória.
5º Dia
ESTÁGIOS DO DISCIPULADO
Todo líder de célula precisa compreender que
ele é também um discipulador. Chamamos de
discipuladores em nossa igreja aqueles que
são chamados de supervisores ou
superintendentes em outros modelos
celulares. Esse é um caso em que a
terminologia pode atrapalhar a visão.
Não queremos que o discipulador seja um
mero cargo em nos-sa estrutura celular. É
muito importante que cada líder de célula
entenda que ele também é um discipulador.
Ele precisa ter junto de si líderes em
treinamento que sejam seus discípulos. O alvo
do seu discipulado é levar cada um desses
líderes em treinamento a se tornar um líder
de célula como ele.
No processo de discipulado de nossos líderes
em treinamento, inevitavelmente eles
passarão por quatro estágios. Como líder de
célula, que é também um discipulador, você
deve estar ciente de todos esses estágios.
Quer se deem conta disso ou não, eles
passarão por estágios de um processo de
crescimento pelo qual o próprio Espírito Santo
vai conduzi-Ios.
Por isso, é muito importante que cada líder
em treinamento per-ceba que está inserido
com você num relacionamento de discipulado.
Atender ao chamado para ser discípulo é, na
verdade, atender a uma convocação de
líderes. Esse relacionamento precisa estar
bem claro, o líder em treinamento precisa
saber que você é o seu discipulador.
Existe muita crítica hoje em dia sobre a
liderança e o discipulado.
Mas essas críticas vêm daqueles que não
gostam de estar submissos à autoridade.
Vamos encarar um fato: Se você é um líder e
as pessoas no seu grupo lhe disserem que
querem que você faça o que elas mandarem,
você vai rir. Líderes precisam dar a direção.
Os pais fazem isso, os professores fazem isso,
os empregadores fazem isso, não há como ser
diferente, o líder precisa também ser diretivo.
Mas nós, líderes, não devemos ser servos?
Não devemos fazer tudo que os irmãos nos
pedem? Mas de que forma Jesus foi um
modelo de líder-servo?
.:. Dizendo aos seus discípulos: "Vocês ainda
não sabem como a obra deve ser feita, mas
eu sei. Então, deixem-me dizer o que vocês
devem fazer". Ele não fez uma enquete para
definir a visão nem pediu uma votação sobre
as suas estratégias .
• :. Jesus serviu, entrando na linha de fogo;
levando os tiros disparados àqueles que Ele
liderava .
• :. Serviu lavando os pés dos discípulos e,
assim, removendo a sujeira e a imundície que
fazia parte das suas vidas .
• :. Liderando de uma maneira clara e dizendo
objetivamente o seu propósito .
• :. Repreendendo a Pedro de forma severa ao
ponto de chamá-10 de "Satanás", porque
Pedro estava falando na carne e não pelo
espírito.
O tipo de liderança que Jesus demonstrou
contraria a maneira como convencionalmente
se pensa que um servo deveria agir. Mas esse
é o paradoxo da liderança na casa de Deus. Às
vezes, um pas-tor precisa usar um gancho
para agarrar uma ovelha pelo pescoço e
ESTÁGIO 4
ELES SABEM E SABEM QUE SABEM
No último estágio, os discípulos são confiantes
e também com-petentes. Eles sabem e sabem
que sabem.
O discipulador agora dá poucas instruções e
poucos exemplos.
O discípulo já tem a visão e já a praticou. O
entusiasmo é elevado e a confiança também,
porque a experiência está em um nível
ele-vado. Tudo isso leva a um alto nível de
competência para realizar o trabalho sozinho.
Em outras palavras, o discípulo está pronto
para ser um líder.
O grande entusiasmo deste estágio não é
apenas uma empolgação passageira. Ele tem
raÍzes profundas na confiança, criada por um
forte sentimento de competência e
experiência. A confiança que tinha sido
perdida agora começa a retomar.
Nesta fase o discipulador dá poucas
instruções. Ele apenas per-gunta aos
discípulos o que eles pensam, só para checar
se seguem a visão recebida. Depois de tanto
tempo juntos, os discípulos estão aptos a
contribuir para o planejamento e para a
estratégia.
Agora é a hora de delegar autoridade e
responsabilidade. Os bons líderes sempre
levam as pessoas a um estágio em que elas
estejam prontas para aceitara
responsabilidade delegada. Delegá-Ia aos
dis-cípulos antes de chegar a este estágio é
uma receita para o desastre.
Os líderes devem estar sempre procurando
entregar o seu tra-balho a pessoas que
possam executá-Io bem ou até melhor do que
eles. A delegação do trabalho passa pelos
quatro estágios de um treinamento
apropriado:
Estágio 1- "Eu faço, você observà'. Estágio 2 -
"Eu faço, você ajudà'. Estágio 3 - "Você faz,
eu ajudo". Estágio 4 - "Você faz, eu observo".
6º Dia
PAULO, O DISCIPULADOR DE TIMÓTEO
Um dos relacionamentos de discipulado mais
claros e instrutivos das Escrituras foi o que
houve entre Paulo e Timóteo.
A imagem de discipulador transparece em I e
II Timóteo, em especial no início de II
Timóteo. Leia o texto e tente enumerar nos
versículos cada palavra, frase ou conceito que
você considere expressão típica de um
discipulador.
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade
de Deus, de conformidade com a promessa da
vida que está em Cristo Jesus, ao amado filho
Timóteo, graça, misericórdia e paz, da parte
de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
Dou graças a Deus, a quem, desde os meus
antepassados, sirvo com consciência pura,
porque, sem cessar, me lembro de ti nas
minhas orações, noite e dia. Lembrado das
tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para
que eu transborde de alegria pela recordação
que
guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe
Eunice, e estou certo de que também, em ti.
Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas
mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Não te
envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo
contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus. Mantém o
padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus. Guarda o bom
depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós. Estás ciente de que todos os da Ásia me
abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes. Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em
Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a outros (IITm 1.1-8,13-15; 2.1-2).
Qualquer um que se coloque como pai espiritual, pastor ou discipulador precisa manifestar as qualidades
de Paulo descritas nessas passagens. Vamos ver algumas delas:
Em Atos lemos que Paulo serviu ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações (At 20.19). Por
três anos, noite e dia não cessou de admoestar, com lágrimas, a cada um dos irmãos (At 20.31). Quando
ele estava para deixar a igreja de Éfeso, lemos no livro de Atos que houve grande pranto entre todos, e,
abràçando afetuosamente a Paulo, o beijavam (At 20.37).
Em um verdadeiro relacionamento de discipulado, é normal deixar o coração transparecer. Temos
liberdade para chorar e para celebrar.
útil nas mãos de Deus. Precisamos acreditar em nossos discípulos e no potencial deles sob a unção do
Espírito Santo.
8. TRANSFERÊNCIA DE UNÇÃO
Em I Timóteo 4.14, Paulo diz que o dom de Timóteo lhe havia sido concedido pela imposição de mãos do
presbitério, mas, aqui no verso 6, vemos que ele também orou para que Timóteo recebesse a unção para
desempenhar o serviço apostólico. A Palavra de Deus nos diz que havia uma unção que estava sobre
Moisés e que foi transferida aos setenta anciãos de Israel. Também lemos a respeito do manto de Elias
herdado por Eliseu, que consistia numa porção dobrada da unção. Paulo é o exemplo do Novo
Testamento de que há poder na imposição de mãos e que de fato existe uma transferência de unção no
discipulado.
A unção é transferida. Em Números 11.16,17, lemos:
Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos e
superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo.
Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo
levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente.
Deus tirou do Espírito que estava sobre Moisés e O colocou sobre sua equipe. Você terá o Espírito Santo
e o espírito do seu discipulador, que está sobre você, em sua vida.
O espírito a que o texto se refere é a atitude, intensidade, como, por exemplo, ser faminto, ousado, valente
ou passivo, retraído, parado, isso é espírito. O Senhor vai transferir o espírito que está em você e
compartilhá-Io com seus discípulos, por isso discipular é compartilhar o espírito. Deus tirou do espírito de
Moisés e o colocou sobre os demais.
7º Dia
ELEMENTOS DO DISCIPULADO
A palavra discipulado tem sido distorcida por
muitas práticas manipuladoras e extremistas.
Para facilitar o entendimento do que é o
discipulado, podemos dizer que é um tipo de
mentore-amento. A palavra "mentoreamento"
vem da mitologia grega. Mentor era o nome
do conselheiro de Ulisses. Quando Ulisses saiu
para uma longa viagem, confiou o
treinamento de seu filho Telêmaco ao seu
conselheiro, Mentor. Daí então veio a palavra
"mentoreamento" .
Assim como o mentoreamento, o discipulado
descreve um rela-cionamento entre duas
pessoas, um professor e seu aluno, um
mestre e seu discípulo. Esse relacionamento
pode ser formal ou informal, intenso ou
ocasional, passivo ou ativo.
o discipulado é um relacionamento onde um
discipulador ca-pacita o discípulo,
compartilhando com ele os recursos que
recebeu de Deus. Discipular é capacitar outros
para o sucesso. O alvo do discipulador é levar
seu discípulo a desenvolver completamente o
seu potencial em Deus.