Você está na página 1de 3

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

CURSO DE PSICOLOGIA

ARTUR RUSSO MATEUS


ENZO SOARES
LÍVIA MOREIRA
SARAH FERREIRA

O DESTINO DO CORPO
NOSSO ENVELHECIMENTO DE CADA DIA… “DIA APÓS DIA”
Rebeca Léa Berger

BELO HORIZONTE
2022
Introdução
O processo de envelhecimento é contínuo e inevitável. Ele é, portanto, intrínseco à condição
humana. No texto O DESTINO DO CORPO NOSSO ENVELHECIMENTO DE CADA DIA…
“DIA APÓS DIA”, a autora Rebeca Berger trata primariamente da nossa relação como sociedade
com os indivíduos de idade avançada e como agimos (ou deixamos de agir) em função dessa
parcela da população.
O envelhecimento está associado principalmente a atributos negativos em nossa sociedade:
há uma perda de força física, audição, visão, etc. Idosos são, então, vistos como defeituosos.
Dedicamos uma grande quantidade de recursos para atrasar esse processo. Buscamos evitar o que
nos torna vulneráveis e dessa forma não encaramos tal desenvolvimento de forma harmônica,
como a autora defende.
Desenvolvimento
A autora Guita Debert ressalta que existe uma tendência em ver o velho em situação de
dependência, tanto em relação aos familiares quanto à sociedade. Isso aumenta o medo de se
chegar nessa fase da vida. Contudo, ela também não descarta o fato de que muitos idosos, ao
chegar na velhice, reinventam sua vida e lidam com essa fase da melhor forma. Contudo, essa
imagem positiva pode levar a padronização do "todo velho deveria ser", estereótipo que pode
representar uma cobrança perigosa para o público.
Em uma visão antropológica da velhice, podemos considerá-la um fenômeno tanto natural
quanto cultural. Hoje em dia, já se considera, por exemplo, que verdades culturais podem
construir verdades somáticas, como já era dito por Lévi-Strauss, em 1949, que algumas crenças
têm força sobre a realidade. Exemplo disso é a senhora judia que, graças às suas crenças
religiosas, se julga merecedora de morrer, pois recebeu em seu organismo um órgão de porco
através de um transplante.
A teoria bioenergética diferencia a noção de self e falso self. O falso self, que está
desconectado da realidade corporal, direciona as necessidades e atitudes do self em relação ao
mundo e por isso, os estereótipos culturais em relação à velhice, podem ser a chave para como
essa é tratada pela sociedade.
Os estereótipos sociais afetam diretamente os egos dos indivíduos, que em um momento de
ruptura ou mudança de fases, pode acabar, por exemplo, antecipando a velhice, que é diferente
do processo de envelhecimento, segundo o autor Messy. Nesse aspecto, o público idoso entra em
desvantagem, pois na sociedade foi criada uma imagem sempre negativa relacionada ao velho e
sempre positiva relacionada ao novo.
Tanto a negação, quanto a melancolia de se envelhecer estão ligadas à uma falta de
enraizamento na nova fase em que o indivíduo se encontra, não conseguindo enxergar seu valor.
Isso, mais uma vez, muito se deve ao estereótipo cultural da velhice.
Termos como "limitações" e "perdas" sempre são relacionados à velhice. Vivemos em
tempos de culto à produção e agora, ainda mais, adentrando um período cada vez mais
digitalizado, as gerações mais velhas são vistas como improdutivas.
Conclusão
Como sociedade, perdemos ao não valorizar o suficiente a sabedoria que só pode ser
adquirida com a experiência de anos vividos, que é exclusiva do envelhecimento e também
perdemos ao tentar ignorar essa fase da vida, ao invés de buscar viver esse caminho, que é o
natural de todos nós, da melhor forma.
O envelhecimento e a velhice são questões que temidas pela nossa cultura. Ninguém quer
envelhecer. No entanto, quando comparamos com períodos passados da história humana,
estamos começando a entender a complexidade e profundidade dessa condição e como ela se
relaciona com outros aspectos do nosso cotidiano, como trabalho. É nosso dever, logo, talvez até
por interesse próprio, aprender com os erros do passado e garantir que gerações futuras entendam
realmente o que é envelhecer em sua plenitude.

REFERÊNCIA
- BERGER, Rebeca. O destino do corpo. Nosso envelhecimento de cada dia...
"dia após dia". São Paulo, 2019.

Você também pode gostar