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(C) 1966 – LOU CARRIGAN
Título original: NOSSO AGENTE EM PEQUIM
Publicado no Brasil pela Editora Monterrey Digitalizado
400610
Revisado: 400723
CAPÍTULO 1
Para onde, desta vez?
Nosso homem de Pequim.
Uma mensagem em russo.
Nunca fugir a um desafio.
CAPÍTULO 2
Um rio sagrado.
O templo da deusa Kali.
Caminho difícil com os pés descalços.
As faixas de seda dos estranguladores tugues.
Nova York-Madri-Istambul-Banares... Foi esse o voo que a
CIA preparou para sua melhor agente feminina, sem um
momento de descanso. Os técnicos de viagens tinham-no
estudado de tal modo, que um avião ajustava-se ao
seguinte com poucos minutos de intervalo.Deste modo,
num dia, a agente “Baby” fez quase a metade da volta ao
mundo, e chegou a Benares. Um carro da companhia de
aviação levou-a do aeroporto ao centro da cidade, onde ela
tomou um táxi para transportar-se ao “Bengala Hotel”. Tão
logo chegou a este, percebeu que os hóspedes eram
estrangeiros, na maioria, o que inevitávelmente lhe causou
uma sensação de alívio. Além disso, estava claramente
estabelecido que Nap conhecia o hotel, pois de outro modo
não teria podido indicá-lo à CIA na sua breve mensagem
irradiada em morse. Portanto, deveria pensar que não era a
primeira vez que ele punha os pés em Benares.
O encarregado da portaria era hindu e, embora vestido à
européia, usava um imaculado turbante branco. Tinha uns
olhos negríssimos, de pálpebras um tanto obliquas, que
bateram ligeiramente quando a bela viajante parou diante
dele. Seu inglês, naturalmente, era perfeito. Parte do que a
Inglaterra tinha deixado à Índia antes de abandoná-la.
— Brigitte Montfort — anunciou ela, sorrindo.
— De Nova Iorque, foi pedida uma suíte para mim. A
dezessete. Um amigo que aqui esteve faz algum tempo a
recomendou, e ele mesmo se incumbiu de solicitá-la.
O hindu inclinou a cabeça. Abriu uma pasta vermelha e
dela sacou um telegrama.
— Recebemos o pedido, miss Montfort. Mas,
lamentavelmente, a suíte 17 está ocupada. Entretanto,
qualquer das outras oferece o maior conforto. Posso
recomendar-lhe a 12?
— Sem dúvida. Eu não compartilho as manias do meu
amigo, de modo que qualquer suíte será boa para mim.
O homem tornou a inclinar a cabeça, voltou-se, apanhou
uma chave e fez sinal a um jovem moreno, que aguardava
na ponta do balcão. Entregou-lhe a chave, e o jovem se
incumbiu das maletas de Brigitte. Esta, após entregar seu
passaporte ao hindu do turbante, para efeito de registro, foi
atrás dele.
Não havia elevador. As escadas eram de mármore
branco, suntuosas. Atrás e em baixo, foi ficando o amplo
vestíbulo com ventiladores pendentes do teto, grandes
vasos com plantas, uma fonte central e, em lugar de
destaque, um enorme tigre de bengala autêntico,
empalhado, com as fauces abertas. E como sempre, alguns
hóspedes ociosos, todos eles olhando incredulamente para
o mais maravilhoso par de pernas que tinham visto na vida.
A suíte 12 ficava no primeiro andar, num largo corredor
com outras escadas também brancas, que pareciam descer
para todos os lados. Havia janelas duplas, em arco, com
uma fina coluna repartindo-as ao meio. Por uma delas, ao
passar, Brigitte viu a alta torre vermelha de um dos
numerosos templos da cidade. Uma cidade que, por força,
tinha que ser interessante. Mas, como sempre, ela estaria
envolta em aventuras que lhe impediriam desfrutar os
prazeres de uma simples turista. Conheceria algumas
coisas, teria que lutar, fugir, esconder-se, escapar
finalmente a toda pressa... E adeus, Benares.
Qualquer dia... Qualquer dia pediria seis meses de férias.
Férias totais. E então daria a volta ao mundo, detendo-se
como verdadeira turista em todos os lugares por onde
passara precipitadamente, sempre com o perigo nos
calcanhares.
O jovem moreno abriu a porta, deixou Brigitte passar e
entrou em seguida. A suíte era ampla e tinha uma coloração
variada, isto devido aos vidros policrômicos das bonitas
janelas em duplo arco. Ventiladores no teto. Na primeira
peça, plantas, poltronas européias e uma reprodução, a
cores, daquele soberbo tigre que vira no vestíbulo.
Possivelmente, reprodução idêntica existiria em todas as
outras suítes, como distintivo do hotel. Claro que, se a coisa
era levada tão a sério, este devia chamar-se “Tiger of
Bengal Hotel”. Mas seria comprido demais. Então, “Tiger
Hotel”. Não. Seria um pouco assustador, pensou Brigitte. O
melhor mesmo era “Bengala Hotel”...
O jovem hindu tinha depositado as maletas e estava
esperando, com a chave na mão estendida. Ela apanhou a
chave, sorriu e deu-lhe cinco dólares, que o rapaz ficou
olhando incredulamente. Fez uma profunda inclinação de
cabeça.
— A mensahib deseja mais alguma coisa?
— Não, obrigada. Pode ir.
Outra inclinação profunda e o hinduzinho abandonou a
suíte. Levando as maletas para o quarto, Brigitte colocou-as
sobre a cama. E como sempre, por pura rotina, dedicou dez
minutos a esquadrinhar os dois aposentos. Uma tarefa que
sempre empreendia rotineiramente, mas que desta vez era
mais justificável: tinha sido chamada a Benares e não ia
confiar em nada, nem em ninguém.
Mas não encontrou microfones ou outro qualquer truque
em sua suíte. Pôs-se a desfazer as maletas e foi colocando
suas roupas no armário. O mau dos grandes hotéis
internacionais era que, no fundo, todos se pareciam: móveis
convencionais, o inglês como idioma básico, comidas que se
podiam encontrar em qualquer restaurante de Nova Iorque.
Sim, qualquer dia punha-se a dar a volta ao mundo, por sua
própria conta. Então, se hospedaria em lugares pitorescos,
comeria coisas realmente esquisitas.
Olhou para fora, através da vasta janela. Sob um céu
azul profundo, o cenário acentuadamente típico de Benares,
a cidade santa dos hindus, às margens do Ganges, o rio
sagrado. Aqui e ali, destacando-se do casario baixo, as
pontiagudas e coloridas torres dos templos.
Sobre uma mesinha, havia um jornal impresso em
caracteres desconhecidos. Bengali, marati, hinodustani?
Brigitte apanhou-o e, sentada de lado no largo peitoril da
janela, as belas pernas espetacularmente à mostra, pôs-se a
folheá-lo. Não entendia nada. Mas tanto melhor. Devia ser
maravilhoso o que ali estava escrito em letras tão lindas!
Súbito, dirigiu o olhar para a porta do quarto. Mas as
leves batidas não tinham soado ali e sim na porta da suíte,
que não era visível de onde ela estava. Abriu rapidamente a
pequena maleta vermelha, que trouxera dentro de uma das
maiores, e sacou a pistolinha de coronha de madrepérola.
Chegou à sala, olhou para a porta... e viu o papel, no
chão. Durante dois segundos aguardou diante da porta,
pistola na mão. Mas nada aconteceu. Aproximou-se do
papel, olhou-o, moveu-o com a ponta do sapato e
finalmente apanhou-o.
O conteúdo era lacônico:
TEMPLO DE KALI, HORA DA ORAÇÃO
NAP
Estava escrito em inglês, num papel comum. Brigitte leu-o
mais uma vez, voltou ao quarto, ateou fogo ao papel e, com
a chama, acendeu um cigarro. Depois, tranquilamente,
como se nada houvesse acontecido, acabou de arrumar sua
roupa no armário.
Claro que, à hora da oração, estaria no templo da deusa
Kali.
CAPÍTULO 3
Homem ruivo, de olhos verdes.
Nap não aparece.
Um mendigo original.
CAPÍTULO 4
Na praça do templo de Vixnu.
Um menino de olhos luminosos.
Mohamat Panduj conversa com os espíritos Nap negocia.
CAPÍTULO 5
Uma perigosa visita
Procura-se um microfilme
A faca na garganta
CAPITULO 7
Dois pares de olhos arregalados
“Você vai precisar de toda a sua coragem”
Uma proposta absurda
O chicote
CAPÍTULO 8
Coragem, não: insensatez
A metralhadora do agente de Pequim
Eddie, o Boa Pinta
Uma fogueira ilumina a noite
2014