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Flora da Reserva Ducke


Guia de identificação das plantas vasculares
de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central
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Flora da Reserva Ducke


Guia de identificação das plantas vasculares
de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central

José Eduardo L. da S. Ribeiro


Michael J.G. Hopkins
Alberto Vicentini
Cynthia A. Sothers
Maria Auxiliadora da S. Costa
Joneide M. de Brito
Maria Anália D. de Souza
Lúcia Helena P. Martins
Lúcia G. Lohmann
Paulo Apóstolo C.L. Assunção
Everaldo da C. Pereira
Cosmo Fernandes da Silva
Mariana R. Mesquita
Lilian C. Procópio

DFID
1999
iv Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Ciência e Tecnologia
Luiz Carlos Bresser Gonçalves Pereira
Diretor do INPA
Ozório José de Menezes Fonseca
Coordenadora Geral de Pesquisas em Botânica
Ires de Paula Miranda
Coordenadores do Projeto Flora da Reserva Ducke
Michael J.G. Hopkins
Ires de Paula Miranda
Consultoria Editorial
Fábio Martins
Marcos Roberto Pinheiro
Revisão de texto (páginas das espécies não revisadas)
Cecília Ramos
Fotografia, desenhos, e textos
Projeto Flora da Reserva Ducke (quando não citado)

Flora da Reserva Ducke: Guia de identificação das plantas


vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia
Central / José Eduardo L. da S. Ribeiro ... [et al.]. Manaus:
INPA, 1999.
816 p. il.

1. Botânica - Amazônia. 2. Plantas - Identificação 3. Reserva


Ducke. I. Ribeiro, José Eduardo L. da S.

CDD(19.ed.) 581.9811

© 1999 by INPA-DFID. Todos direitos reservados.


Impressa na China por Midas Printing Ltd.
Ordem das autores determinado principalmente por tempo involvido no projeto.

Obra financiada com recursos do Convênio Internacional de Cooperação Técnico-científica


Brasil - Reino Unido. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Department for
International Development (DFID).
Enviar pedidos para:
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA - Alameda Cosme Ferreira, 1756 - Caixa
Postal 478 - 69011-970 - Manaus, Amazonas, Brasil. (www.inpa.gov.br).

As identificações das plantas, contidas neste livro, serão atualizadas no site


http://curipira.inpa.gov.br/projetos/ducke.
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Agradecimentos
Nosso especial obrigado à Áurea Vasconcellos e à Zoraide Almeida Pinheiro, companheiras
incansáveis do dia a dia, e ao Gordon Armstrong, do Conselho Britânico de Brasília, sempre
muito ágil e diplomático na condução do projeto.
Ao Prof. Sir Ghillean T. Prance, um grande inspirador de pesquisas botânicas, o verdadeiro "pai"
do Projeto.
Agradecemos aos colegas do Departamento de Botânica do INPA, especialmente à Ires de Paula
Miranda, Maria Lúcia Absy, Bruce W. Nelson, Aldalea Sprada Tavares, Mauro Miralha, coorde-
nadores da contrapartida brasileira no projeto. Também aos pesquisadores Maria de Lourdes
Soares, Ieda do Amaral, Carlos Cid Ferreira, Maria das Graças Vieira, Carlos Alberto de Freitas
e José Augusto Coêlho. Aos botânicos Luís Coêlho, Dionízio Coêlho, Zé Ramos e Zé Lima dos
Santos, que muitas vezes conseguiram identificar o impossível. Ao amigo Zé Guedes, sempre
alegre e disposto a ajudar em qualquer trabalho. A todo o pessoal do herbário responsável
pela montagem e envio de material botânico, especialmente à Ana Lúcia Pimentel e à Regina
Alburquerque. Aos mateiros Mano, Eupídio, José Ribamar, Chico Pedrosa da Silva, Ademir e
Paulo II, que nos ajudaram no campo; ao Walnir, nosso motorista, e Alzira Lopes, também coz-
inheira durante uma grande parte do projeto. Ao pessoal de apoio da Reserva, especialmente
seu Edilson e seu Lourival.
Ao pessoal do DFID, especialmente à Fernanda Ribeiro e Magda Lambert. Obrigado também
aos consultores Harri Lorenzi, William Hawthorn, Tim Whitmore, Peter Ashton e Jos Wheatley,
que apoiaram nossas inaceitáveis decisões.
Somos gratos a todos aqueles que testaram o guia no campo, especialmente à Ellen McCallie,
Marcus Adams, Alison Way, Flávia Costa e a todos os alunos dos cursos "Ecologia da Floresta
Amazônica" de 1994/95/96/97/98.
Ao Andrew Murchie e Eric Anderson que nos socorreram nos eternos problemas de computadores.
Ao Philipp Stumpfe, com o qual aprendemos boas técnicas para subir com segurança ao dossel.
À Beatriz Matteo, Amy Litt, Cláudia Leme, Vera Lúcia Gomes-Klein, Regina Célia Viana Martins
da Silva e Gracialda Costa Ferreira que trabalharam conosco no campo, especialmente à Hiroi
Sazaki, que fez belíssimas aquarelas de algumas das plantas contidas nesse livro.
Ao Leo Junikka pelas informações sobre a morfologia e a anatomia do caule.
Boas identificações só podem ser feitas baseadas na experiência e escolaridade dos numerosos
botânicos que se dedicaram a uma melhor compreensão da imensa biodiversidade. Temos um
débito com a enorme geração de estudantes da natureza, e especialmente agradecemos todas
as contribuições de todos os especialistas que doaram seu tempo providenciando identificações
e informações. Os nomes deles são apresentados na página 12, junto com suas instituições, e
agradecemos também as administrações dessas, junto com os curadores dos herbários envolvidos.
Agradecemos a Fundação Vitória Amazônica e a Fundação Djalma Baptista pela ajuda, agilizando
a contratação do pessoal assalariado durante o projeto. Agradecemos muito o apoio financeiro
da Fundação Margaret Mee, apoiando as visitas de alguns alunos e artistas que visitaram o projeto
no campo, e especialmente a Phillip Jenkins por seu interesse.
Agradecemos o uso de fotos tiradas por outras pessoas, como marcado no texto, e adicionalmente
as fotos nas páginas 10 e 11 de Luís Cláudio Marigo. As imagens de satélite nas páginas 6 e 7
foram providenciadas por Antônio Nobre e Miro Honzak.
O desenhos de Apiaceae e as famílias de saprófitas (pp. 562, 567, 652, 726-727) são reproduzidas
de Neotropical Plant Families por P.J.M.Maas e L.Y.Th.Westra, e Saprophytas pro parte, Flora
Neotropica monographs 40, 41, 42 por P.J.M.Maas e colaboradores.
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Prefácio
Em outubro de 1960 comecei a trabalhar no INPA, integrando um grupo de apoio ao agrônomo
Rubem Vale que estava implantando um projeto de silvicultura tropical na Reserva Florestal
Adolpho Ducke. Cheguei lá pela primeira vez num dia 14 de outubro, meio espantado, meio
a contragosto, embora convicto de que estava abraçando a melhor alternativa oferecida pelo
mercado de trabalho da Manaus dos anos 60.
Para amenizar minha permanência ali, procurei saber mais sobre o local e sobre os obje-
tivos daquele trabalho. A primeira coisa que me contaram foi que a Petrobrás havia realizado ali
prospecções petrolíferas e que, graças a esse trabalho, tínhamos uma estrada ligando a AM-010
ao igarapé do Acará e várias trilhas que cruzavam a floresta a cada 1 km.
Nas conversas noturnas sob a luz do lampião, soube que aquele lugar havia sido indicado
por Adolpho Ducke, um notável botânico austríaco nascido na região de Trieste (hoje território
italiano), que nos anos 50 havia andado por ali coletando plantas para estudo taxionômico.
Entusiasmado com a riqueza da biota, ele havia recomendado a preservação daquela região,
cuja cobertura vegetal era bastante representativa da floresta da Amazônia Central. Foi isso que
levou o INPA a solicitar a doação de uma área de 100 km2, prontamente atendida pelo Governo
do Estado depois de submeter o ato à Assembléia Legislativa.
Numa daquelas noites conheci o Joaquim Chagas, um mateiro lendário que havia acom-
panhado o trabalho de Ducke, ensinando-lhe os caminhos e identificando as árvores cujo nome
vulgar conhecia como poucos. Esse processo de familiarização com o INPA e com a floresta
me revelou nomes de pesquisadores que tinham andado por ali, atraídos pelo apelo e pela
mítica do botânico austríaco. Entre eles estavam Renato Jacoud, J. G. Kuhlmann, Karl Arens e
R. Lechthaler, sendo este último o autor de um dos primeiros inventários florísticos da Reserva
Ducke publicado em 1956.
Um antecedente histórico importante para o trabalho em execução, tinha sido a passagem
do Centro de Pesquisas Florestais da SPVEA (atual SUDAM) para o INPA. Com a responsabilidade
de ativar um Centro de Pesquisa e ocupar uma área florestada, o Instituto deu início às atividades
na Reserva, implementando um projeto de silvicultura, aliás o primeiro na Amazônia Ocidental.
O projeto consistia basicamente na abertura de três roçados de 1 hectare cada, sendo um
em área de platô, um em área de encosta e um em área de baixio, para experimentos silvicul-
turais. Enquanto essa áreas iam sendo desmatadas pela ação dos machados (ainda não existiam
motosserras), uma atividade paralela voltada para a produção de mudas era incrementada. Como
pouco se conhecia sobre as espécies florestais e sobre silvicultura na Amazônia, a ordem era
plantar qualquer semente de árvore com valor econômico. Assim, além das essências nativas,
foram plantadas também algumas espécies exóticas, entre as quais uma variedade de Pinus sp.,
da qual dois ou três exemplares remanescentes ainda podem ser vistos na Reserva.
No roçado de encosta foi plantado principalmente andiroba (Carapa guianensis). No baixio
o objetivo era construir uma mata heterogênea com valor econômico mas com predominância
de angelim-pedra (Dinizia excelsa). No roçado de platô foram plantadas muitas espécies mas
pouquíssimas sobreviveram.
O grupo de mateiros era composto por alguns homens com baixa escolaridade e muita
experiência em trabalho na floresta como o Fausto Rufino da Silva, o João Aloísio da Costa Souza,
o José Macilon de Lima, o José Faustino do Nascimento e o Waldomiro Santos de Albuquerque.
À esse grupo foram incorporados três jovens com alguma escolaridade e sem nenhuma experiên-
cia em trabalho na mata: Pedro Colares, hoje economista em Manaus, Wlandemir Cavalcanti,
hoje Professor Doutor na UFPE e eu, que me tornei pesquisador, obtive o título de Doutor e
atualmente exerço o cargo de Diretor do INPA.
O alojamento era uma barraca feita de troncos, coberta por lona e localizada próximo à
margem direita do igarapé do Barro Branco. Do lado de dentro do acampamento havia uma fila
de redes, do lado de fora uma fogueira onde um bule mantinha o café sempre aquecido e, do
lado de cima, as copas de um cardeiro (Scleronema micranthum) e de um matá-matá amarelo
(Eschweilera bracteosa) com seus quase vinte metros de altura, que balançavam perigosamente
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durante os temporais, lançando sementes e medo.


O banheiro era o igarapé de águas muito frias, especialmente no final da tarde quando o
trabalho terminava e chegava a hora do banho. Para diminuir esse desconforto foi aberta uma
pequena clareira de mais ou menos 7 x 15 metros, onde uma bola e algumas caneladas serviam
para divertir a mente e aquecer o corpo antes de enfrentar a água gelada do pequeno rio.
Não raramente, nas noites de lua, onças em grupo volteavam o acampamento, festejando
uma fêmea no cio que era disputada com esturros apavorantes, evidentes práticas exibicionistas
dos machos na busca da preferência para o acasalamento.
A estrada AM-010 não era asfaltada e a vicinal de entrada da Ducke só era vencida por
um jipão Mercedez Benz – Unimog, construído para a Segunda Guerra e que era dirigido pelo
Antônio dos Santos, na época motorista no INPA e hoje Professor Doutor da Universidade do
Amazonas. Quando o trabalho era muito intenso, se podia contar com a ajuda de outro motor-
ista, o Antenor Pontes da Silva. Essa viatura tinha um motor potente e um câmbio de 8 marchas
para frente e 8 para trás, além de um poderoso guincho no pára-choque dianteiro, uma garantia
contra os atoleiros e um ajuda inestimável para movimentar troncos pesados. Toda segunda feira
o Unimog, que tinha uma cabine para duas pessoas e uma carroceria reduzida, levava homens,
rancho e ferramentas para a Reserva. A saída era aos sábados menos para os vigilantes dos finais
de semana, que permaneciam lá durante 15 dias, entregues à mais absoluta solidão. O salário
curto não pemitia a compra de um simples rádio pois o preço era muito alto antes da Zona Franca.
Nos dias chuvosos nem o Unimog conseguia vencer o trajeto e o jeito era ir a pé, levando
tudo nos ombros e cruzando a floresta por picadas que começavam na Colônia Rosa de Maio.
Muitas vezes a falta de recursos nos obrigava a caçar para comer. Nesses períodos,
qualquer animal morto ia para a panela pois a fome não faz muita diferença entre a excelente
carne de caititú (Tayassu tajacu) e a quase intragável carne de macaco-d- noite (Aotus sp.). As
refeições eram servidas sempre com farinha d’água e vinho de patauá (Oenocarpus bataua), de
bacaba (O. bacaba), de açaí (Euterpe oleracea) ou de buriti (Mauritia flexuosa). Era comum faltar
dinheiro para manutenção do local e algumas vezes até para o pagamento do salário. Problemas
de saúde eram “resolvidos” com chás, infusões e a providência de Deus.
Dos 8 mateiros e dois motoristas que trabalharam naquela época na Ducke, quatro che-
garam à Universidade e três conquistaram o título de doutor. Os outros, pelas contingências da
vida, não conseguiram ir muito além do que eram na época.
Em 1961, uma tentativa de invasão na parte sudeste da Reserva por um empresário local,
levou o Dr. Djalma Batista, então Diretor do INPA, a determinar a demarcação da área. As di-
ficuldades para abrir as picadas de 2 metros de largura ao longo dos 40 quilômetros do perímetro
foram enormes. Maruins, mosquitos e mutucas de dia, carapanãs à noite, árvores imensas para
derrubar, mata secundária para transpor, ladeiras de mais de 60 graus de inclinação, calor forte
e muita umidade foram obstáculos muito difíceis. No fim da tarde era construído um acampa-
mento, servido o jantar e logo em seguida se buscava o abrigo da rede com mosquiteiro, único
lugar onde era possível obter algum alívio contra os insetos da noite.
Enquanto ocorria a demarcação, as mudas produzidas e transplantadas para os sítios
experimentais iam crescendo, embora a maior parte tivesse morrido por erros técnicos ou pela
ação das saúvas que destruíam com desprezo o árduo trabalho.
Pouco a pouco a falta de recursos foi esmorecendo o entusiasmo. O Dr. Rubem Vale alque-
brado pelo desânimo e por problemas de saúde, perdeu o sorriso, a alegria e a vontade de fazer.
Hoje, em alguns locais da Ducke, ainda é possível ver restos do trabalho executado, destacando-
se as remanescentes andirobas (Carapa guianensis), os Pinus sp. e algumas outras árvores que
resistiram. Muito pouco, tendo em vista a enorme quantidade de experimentos iniciados.
Em fins de 1961 saí da Reserva e fui incorporado às expedições de microbiologia de solos
de mata primária, um projeto que se iniciava dentro de um convênio entre o INPA e o Instituto de
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Micologia da Universidade do Recife - IMUR. Na Ducke ficaram outras pessoas tentando manter
viva a primeira pesquisa em silvicultura nesse lado ocidental da Amazônia. Faço referência à
Jurandyr da Cruz Alencar e ao Vivaldo Campbell de Araújo, os primeiros a dar continuidade ao
trabalho pioneiro de Rubem Vale.
Hoje existe uma razoável quantidade de informação sobre a biota da Ducke, mas é pre-
ciso registrar o trabalho pioneiro de Fernando Ávila Pires com macacos e malária simiana, as
primeiras avaliações limnológicas feitas por Ernest Fittkau, e as primeiras capturas de borboletas
realizadas pela senhora Fittkau cujo nome o tempo consumiu na minha memória. Merecem
registros também as coletas feitas por Mozart Correa de Melo e Flávio Barbosa de Almeida,
da equipe de Nelson Leandro Cerqueira que inventariaram vetores e reservatórios naturais de
Leishmaniose e Doença de Chagas. É preciso lembrar também as primeiras coletas de material
vegetal contaminado por fungos, feitas pelo grupo de Augusto Chaves Batista do IMUR, sendo
esse um levantamento pioneiro na Amazônia brasileira.
De qualquer forma, não há dúvida que a maior quantidade de informação sobre a biota
da Ducke está relacionada à Taxonomia e Sistemática vegetal, onde se destacam os trabalhos
de William Rodrigues, Marlene Freitas e Byron Albuquerque. Esse conjunto de informações
acumuladas serviu de motivação para se configurar o projeto Flora da Ducke, que permitiu o
aprofundando da investigação científica e viabilizou a elaboração desse Guia da Flora da Reserva
Ducke, uma obra que disponibiliza preciosas informações sobre várias espécies vegetais existentes
nessa área tão bem escolhida por Adolpho Ducke.
Executado por um grupo de botânicos brasileiros sob a coordenação do competente pes-
quisador britânico Michael Hopkins, esse projeto teve a ajuda indispensável do povo do Reino
Unido que, através do DFID (ex ODA), garantiu os recursos para o trabalho científico e para a
edição deste guia.
Este livro portanto é uma demonstração exemplar da importância da cooperação inter-
nacional para o avanço do conhecimento científico na Amazônia, uma região que precisa ser
melhor conhecida para que suas riquezas naturais possam ser transformadas em benefícios para
a Humanidade.
Além de cientificamente correta, esteticamente belíssima, culturalmente magnífica e re-
gionalmente necessária, esta obra ainda me proporcionou a oportunidade de fazer este resgate
histórico. Por ter sido ator e testemunha dos fatos narrados, me senti na obrigação de usar este
Prefácio para relatar os acontecimentos em sua essência resumida, e para fazer o justo registro
do nome das pessoas que fizeram a história primordial da Reserva Florestal Adolpho Ducke.

Ozorio J. M. Fonseca
Diretor do INPA
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Apresentação
When I first arrived in Manaus in 1965 to carry out botanical collecting in Amazonia the
first place I was taken was to the Reserva Florestal Adolfo Ducke. At that time extensive field
work and inventory was being carried out there by Dr William Rodrigues and his associates and
a phenological study of some of the important species of trees had already begun. Even in those
early days both William Rodrigues and Marlene F da Silva were talking about the need for a Flora
of the reserve. However, all of us got diverted into many other projects at that time.
As scientific work of many types continued in the Reserva Ducke it became more important
to prepare a Flora in order to identify accurately the species of plants that were being used in so
many different experiments of both basic and applied research. I am delighted that now during
the 1990s this work has been done and that instead of a Flora we have this much more useful
field guide which has pioneered the use of computer scanning techniques. Perhaps it is a good
thing that we waited until a work of this sort could be produced.
This Field Guide is of particular use because it will enable the identification of plants
without the need for flowers or fruit. It is the result of the work of a large team of people who
have worked together enthusiastically over the last five years ably led by Dr Michael Hopkins.
The contribution of both the resident team of botanists in Manaus and of specialists both in
Brazil and abroad has made this work possible. When a specialist on a plant family exists they
have been involved in the initial identification of the species involved. I am most grateful to
the British Overseas Development Administration (ODA), now the Department for International
Development (DfID), who have supported this project throughout its existence. Without both
their financial support and advice this project would not have been possible. I especially thank
Gordon Armstrong for his help throughout the project. I am also most grateful to the Director,
Dr Osorio Fonseca, and staff of the Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia for their support
and for providing many facilities to the project.
As the city of Manaus continues to develop, the importance of the Reserva Ducke cannot
be over-emphasised. This small area of 100 km2 harbours 2200 species of Amazonian Vascular
plants. It has been the site of many important research projects and of long term observations on
phenology and regeneration. It is vital that, as the city of Manaus reaches to the boundaries of the
reserve, the Reserva Ducke be maintained intact. In future it will be one of the most important
resources of the city as well as a continuing site for many more research projects.
I am sure that this Field Guide will be a useful tool for future research both in the Reserve
and nearby, but most of all I hope that it encourages the efforts already underway to ensure that
this small tract of Amazonian forest is preserved for future generations.

Sir Ghillean T Prance FRS


Director
The Royal Botanic Gardens,
Kew
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OS NOMES USADOS

Os nomes de algumas espécies como usados neste guia não foram oficialmente publica-
dos antes da publicação deste livro. Decidimos que seria melhor usar os nomes novos,
sendo que estes nomes serão os designados para essas espécies no futuro. Além disso iria
complicar o processo de identificação se houvesse muitas entidades identificadas como sp.
1, sp. 2 etc. A ocorrência de um nome neste livro não publicado anteriormente de forma
nenhuma pode ser considerada uma publicação oficial para fins taxonômicos. Este livro é
especificamente declarado como uma não-publicação no sentido do Código Internacional
de Nomenclatura Botânica.
A atualização do texto usado no livro vai continuar, e mudanças, correções e informações
novas podem ser achadas no site http:/curupira.inpa.gov.br/projetos/ducke. Convidamos
os usuários para contribuir na atualização através de comentários remetidos para mike@
inpa.gov.br.
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Conteúdo xi

INTRODUÇÃO

Introdução........................................................................................................................... 1
Floresta Tropical Úmida ..................................................................................................... 2
Amazônia............................................................................................................................ 3
Diversidade ......................................................................................................................... 4
Distribuição geográfica ....................................................................................................... 5
Reserva Florestal Ducke ...................................................................................................... 6
Ambientes ........................................................................................................................... 8
O Projeto da Flora da Reserva ............................................................................................. 10
Metodologia da flora ........................................................................................................... 11
Os Botânicos ...................................................................................................................... 12
Identificando Plantas ........................................................................................................... 13
Publicações úteis................................................................................................................. 14
Como usar o guia ................................................................................................................ 16

GLOSSÁRIO

Taxonomia .......................................................................................................................... 20
Classificação das Angiospermas .......................................................................................... 21
Hábito ................................................................................................................................. 24
Ramificação ........................................................................................................................ 26
Tronco ................................................................................................................................ 27
Anatomia do caule .............................................................................................................. 30
Ritidoma ............................................................................................................................. 32
Casca interna ...................................................................................................................... 43
Cheiros................................................................................................................................ 47
Exsudatos ........................................................................................................................... 48
Folha ................................................................................................................................... 51
Folhas compostas ................................................................................................................ 52
Formas das folhas ................................................................................................................ 56
Estípulas, ócrea e estipelas .................................................................................................. 58
Pecíolo ................................................................................................................................ 61
Ramos ................................................................................................................................. 63
Plantas e formigas ............................................................................................................... 81
Galhas................................................................................................................................. 83

IDENTIFICANDO FAMÍLIAS

Saprófitas ............................................................................................................................ 84
Ervas terrestres..................................................................................................................... 85
Plantas dependentes de suporte........................................................................................... 86
Árvores, arvoretas e arbustos ............................................................................................... 88
Famílias difíceis com folhas simples .................................................................................... 92
Guia rápido ......................................................................................................................... 94
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IDENTIFICANDO ESPÉCIES

O guia para cada família resulta da experiência e trabalho de várias pessoas. Nessa tabela de
conteúdo estão listados, em azul os pesquisadores responsáveis pela elaboração do guia, e, em
preto, os especialistas. Esses colaboradores forneceram as identificações, e, em alguns casos, idéias
e comentários aos guias. Contribuiram também outros pesquisadores, especialistas, estudantes, e
principalmente os mateiros, com grande experiência no reconhecimento de espécies no campo.

Pteridophyta

Pteridophyta - M.A.S. Costa; J. Prado; P. Windisch (Hymenophyllaceae); C.A.A. Freitas (Dryop-


teridaceae, Cyatheaceae, e Selaginellaceae) & P. Labiak (Polypodiaceae, Vittariaceae, Lomari-
opsidaceae) .........................................................................................................................97

Gymnospermae

Zamiaceae - A. Vicentini .......................................................................................................118


Gnetaceae - A. Vicentini .......................................................................................................119

Magnoliidae

Annonaceae - J.E.L.S. Ribeiro; P.J.M. Maas; H. Maas & J.M. Miralha; biologia floral e polinização
por A. Webber ....................................................................................................................121
Myristicaceae - A. Vicentini; W.A. Rodrigues .........................................................................136
Monimiaceae & Siparunaceae ...............................................................................................C.A.
Sothers & M.A.D. de Souza; S.S. Renner .............................................................................146
Lauraceae - A. Vicentini; H. van der Werff & S. Nicolau ........................................................150
Hernandiaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito ............................................................................180
Piperaceae - M.A.S. Costa; R. Callejas ....................................................................................181
Aristolochiaceae - J.E.L.S. Ribeiro ..........................................................................................188
Menispermaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; R. Ortiz-Gentry & C. Ott...................................190
Sabiaceae - M.A.S. Costa & L.H. Martins ...............................................................................194

Hamamelidae

Ulmaceae - J.E.L.S. Ribeiro & C.C. Berg ..............................................................................195


Moraceae - J.E.L.S. Ribeiro & C.C. Berg .................................................................................196
Cecropiaceae - J.E.L.S. Ribeiro & C.C. Berg ...........................................................................210
Urticaceae - M.A.S. Costa; C.C. Berg......................................................................................218
Phytolaccaceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohman .....................................................................219
Nyctaginaceae - J.E.L.S. Ribeiro; A. Furlan .............................................................................220
Cactaceae - J.E.L.S. Ribeiro ....................................................................................................222
Amaranthaceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohmann ...................................................................223
Caryophyllaceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohmann .................................................................224
Polygonaceae - M.A.D. de Souza & J.M. Brito .......................................................................225
Dilleniidae
xiii

Dilleniaceae - C.A. Sothers & M.A.D. de Souza ....................................................................228


Ochnaceae - M.A.S. Costa; M. do C. Amaral ........................................................................233
Caryocaracea - C.A. Sothers & J.M. Brito; G.T. Prance & M.F. da Silva..................................236
Theaceae - A. Vicentini .........................................................................................................238
Marcgraviaceae - J.E.L.S. Ribeiro; G. Ferreira .........................................................................239
Quiinaceae - M.A.S. Costa; M. do C. Amaral .........................................................................241
Clusiaceae - J.E.L.S. Ribeiro; V. Bittrich ..................................................................................244
Elaeocarpaceae - A. Vicentini ................................................................................................258
Tiliaceae - A. Vicentini; G. Esteves .........................................................................................264
Sterculiaceae - A. Vicentini; J.A. da Silva................................................................................265
Bombacaceae - J.E.L.S. Ribeiro; G. Esteves .............................................................................268
Malvaceae - A. Vicentini; G. Esteves ......................................................................................272
Lecythidaceae - M.J.G. Hopkins; S. Mori ................................................................................273
Flacourtiaceae - J.M. Brito& C.A. Sothers; S. Zmartzy .............................................................288
Peridiscaceae - M.J.G. Hopkins .............................................................................................293
Lacistemataceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; M. Nee ..............................................................294
Violaceae - C.A. Sothers ........................................................................................................295
Turneraceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohmann ........................................................................298
Passifloraceae - M.J.G. Hopkins & M.A.D. de Souza .............................................................299
Cucurbitaceae - M.A.S. Costa & L.H. Martins; M. Nee ...........................................................307
Capparaceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohmann .......................................................................310
Ericaceae - J.E.L.S. Ribeiro .....................................................................................................311
Sapotaceae - J.E.L.S. Ribeiro; T.D. Pennington........................................................................312
Ebenaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito ...................................................................................332
Styracaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; R. Monteiro ..............................................................335
Theophrastaceae - M.J.G. Hopkins & M.A.D. de Souza .........................................................336
Myrsinaceae - M.A.S. Costa; J.J. Pipoly ...................................................................................337

Rosidae

Anisophyllaceae - A. Vicentini; G.T. Prance ...........................................................................340


Connaraceae - J.M. Brito .......................................................................................................341
Rosaceae - M.A.S. Costa; L.G. Lohmann ................................................................................344
Chrysobalanaceae - C.A. Sothers; G.T. Prance .......................................................................345
Rhabdodendraceae - A. Vicentini; G.T. Prance ......................................................................360
As sub-famílias de Leguminosae .............................................................................................361
Leguminosae: Mimosoideae - L.C. Procópio & M.J.G. Hopkins; T.D. Pennington, M.G.G. ....
Vieira & L. Rico ...................................................................................................................362
Leguminosae: Caesalpinioideae - L. Martins; M.F. da. Silva ...................................................382
Leguminosae: Papilionoideae - M.R. Mesquita & M.J.G. Hopkins; H.C. da Lima ....................396
Proteaceae - C. A. Sothers & J.M. Brito; V. Plana ....................................................................414
Lythraceae - L. Martins & M.A.S. Costa; T. Cavalcanti ............................................................415
xiv
Thymelaeaceae - C.A. Sothers; L. Rossi ..................................................................................416
Myrtaceae - M.A.D. de Souza; M.L. Kawasaki & B.K. Holst....................................................417
Onagraceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohmann .........................................................................437
Melastomataceae - C. A. Sothers & J.M. Brito; S.S. Renner ....................................................438
Memecylaceae - C.A. Sothers & M.A.D. de Souza; S.S. Renner ..............................................453
Combretaceae - J.E.L.S. Ribeiro; N. Marquete.........................................................................459
Rhizophoraceae - C.A. Sothers; G.T. Prance...........................................................................462
Olacaceae - A. Vicentini; L. Rossi ..........................................................................................463
Opiliaceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohmann ..........................................................................466
Loranthaceae, Eremelopidaceae, Viscaceae e Rafflesiaceae - L.C. Procópio, M.R. Mesquita &
M.J.G. Hopkins; B. Stannard................................................................................................467
Celastraceae - J.M. Brito ........................................................................................................471
Hippocrateaceae - J.E.L.S. Ribeiro .........................................................................................472
Aquifoliaceae - A. Vicentini ..................................................................................................477
Icacinaceae - J.M. Brito .........................................................................................................478
Dichapetalaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; G.T. Prance.......................................................482
Euphorbiaceae - A. Vicentini & I. Cordeiro; R. Secco .............................................................484
Rhamnaceae - L. Martins; R. Balthasar ...................................................................................498
Vitaceae - M.A.D. de Souza ..................................................................................................499
Erythroxylaceae - A. Vicentini; G. T. Prance ...........................................................................500
Humiriaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; G.T. Prance.............................................................501
Hugoniaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; R. Secco .................................................................504
Malpighiaceae - A. Vicentini; W.R. Anderson ........................................................................505
Vochysiaceae - J.E.L.S. Ribeiro; M.L. Kawasaki.......................................................................512
Polygalaceae - L. Martins; M. do C. Marques .........................................................................516
Sapindaceae - M.A.S. Costa; P. Acevedo ................................................................................520
Burseraceae - J.E.L.S. Ribeiro; D.C. Daly ................................................................................534
Anacardiaceae - J.E.L.S. Ribeiro; J.D. Mitchell ........................................................................544
Simaroubaceae - M.A.S. Costa; J.R. Pirani .............................................................................547
Meliaceae - M.A.D. de Souza; T.D. Pennington .....................................................................550
Rutaceae - M.A.S. Costa; J.R. Pirani ........................................................................................557
Oxalidaceae - M.A.S. Costa; L.G. Lohmann ...........................................................................560
Araliaceae - M.J.G. Hopkins; D.G. Frodin & L. Malta .............................................................561
Apiaceae - J.E.L.S. Ribeiro .....................................................................................................562

Asteridae

Loganiaceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; D. Zappi ..................................................................563


Gentianaceae - M.A.S. Costa; H. Maas & P.J.M. Maas ............................................................566
Apocynaceae e Asclepiadaceae - A. Vicentini & A.A. Oliveira; A.J.M. van Leeuwenberg, A.M.
Farinaccio & D. Goyder (Asclepiadaceae) ...........................................................................568
Duckeodendraceae - C.A. Sothers & J.M. Brito; M. Nee .........................................................582
Solanaceae - L. Martins & M.A.S. Costa; M. Nee ....................................................................583
Convolvulaceae - J.E.L.S. Ribeiro; R. Biachini.........................................................................588
xv
Boraginaceae - M.A.S. Costa; G.T. Prance ..............................................................................592
Verbenaceae - M.A.S. Costa; S. Atkins....................................................................................596
Lamiaceae - L. Martins & M.A.S. Costa; R. Harley ..................................................................600
Scrophulariaceae - M.A.S. Costa & L.G. Lohmann .................................................................601
Gesneriaceae - L. Martins & M.A.S. Costa; A. Chautems ........................................................602
Acanthaceae - M.A.S. Costa & M.A.D. de Souza; C. Kameyama ............................................606
Bignoniaceae - L.G. Lohmann & M.J.G. Hopkins ..................................................................608
Lentibulariaceae - M.A.S. Costa..............................................................................................624
Rubiaceae - M.T.V. do A. Campos & J.M. Brito; C. Taylor ......................................................625
Asteraceae - J.E.L.S. Ribeiro ...................................................................................................648

Monocotyledonae

Triuridaceae - M.A.S. Costa; H. Maas & P.J.M. Maas ..............................................................652


Arecaceae - H.C. Küchmeister & M.J.G. Hopkins; A. Henderson & A.Scariot ........................653
Cyclanthaceae - F.P. Gomes ..................................................................................................669
Araceae - M.L. Soares; S.M. Mayo ..........................................................................................672
Rapateaceae - M.A.S. Costa; R. Forzza ...................................................................................688
Xyridaceae - F.P. Gomes; M. das G. Wanderley .....................................................................690
Commelinaceae - M.A.S. Costa; M. do C. Amaral ..................................................................691
Eriocaulaceae - M.A.S. Costa; A.M. Giulietti ..........................................................................692
Thurniaceae - M.A.S. Costa; P.J.M. Maas & H. Maas ..............................................................693
Cyperaceae - M.A.S. Costa & J.M. Brito; D.A. Simpson ..........................................................694
Poaceae - F.P. Gomes .........................................................................................................700
Bromeliaceae - M.J.G. Hopkins & A. Katz Nara; G. Martinelli & R. Forzza.............................706
Heliconiaceae e Strelitziaceae - M.A.S. Costa; P.J.M. Maas & H. Maas ..................................710
Costaceae e Zingiberaceae - M.A.S. Costa; P.J.M. Maas & H. Maas .......................................712
Marantaceae - M.A.D. de Souza; R. Forzza ............................................................................714
Smilacaceae - M.A.S. Costa; R. Andreata................................................................................722
Dioscoreaceae - L. Martins & M.A.S. Costa; G. Pedralli..........................................................723
Burmanniaceae - M.A.S. Costa; P.J.M. Maas & H. Maas .........................................................725
Orchidaceae - J.E.L.S. Ribeiro ................................................................................................728

Lista das plantas vasculares ....................................................................................................751


ïndice remissivo de nomes científicos e populares .................................................................771
Errata ......................................................................................................................................792
Guia alfabético às famílias .....................................................................................................800
xvi
1
Introdução
As plantas constituem a base da pirâmide da famílias em ordens, e assim sucessivamente até
vida, usando água, dióxido de carbono e a reino. Esse sistema de classificação deve refletir
energia do sol para produzir açúcares. Todas a árvore genealógica das espécies. Sabemos que
as outras formas de vida dependem direta ou esta filogenia é o resultado de milhões de anos
indiretamente delas. Muitas espécies de insetos, de evolução e que as espécies mudam ao longo
mamíferos e aves se alimentam de folhas, flores do tempo, pois enquanto novas aparecem, outras
ou frutos, outras, como os carnívoros, se são extintas. Assim, o sistema de classificação
alimentam desses herbívoros, e ainda existem atual reflete a organização da vida do passado
fungos e insetos que se alimentam de plantas até o presente momento da história da vida.
mortas no processo de decomposição. Sem A floresta amazônica é caracterizada por
plantas quase nenhuma outra forma de vida alta diversidade biológica, mas ainda pouco se
da floresta sobreviveria. Além de fornecer sabe sobre as espécies que a compõem e suas
alimento, as plantas compõem os ambientes, relações filogenéticas. Muitas áreas nunca foram
providenciando espaço físico, superfícies onde exploradas botanicamente, espécies novas ainda
a comida pode ser procurada, locais e material estão sendo descobertas e não existem meios
para ninhos. Em todos os sentidos a vida na práticos para a identificação das espécies. Em
floresta depende das plantas. função disso a sistemática de diversos grupos
Muitos animais têm relações estreitas com taxonômicos é confusa e para muitas espécies
plantas. Espécies de borboleta, por exemplo, é necessário o apoio de um especialista, ou a
têm plantas específicas como alimento. Algumas consulta do material tipo para confirmar uma
flores podem ser polinizadas por uma ou poucas identificação. Flores e frutos são necessários para
espécies de animais. Para estes animais é utilizar as tradicionais chaves de identificação,
muitas vezes importante reconhecer as plantas mas as plantas não possuem flores e frutos
hospedeiras e eles têm órgãos sensoriais para durante todo o ano e muitas têm floração supra-
identificá-las. Ao pesquisador ou naturalista anual, ou seja, florescem de dois em dois, três
é também muito importante saber bem a em três, quatro em quatro anos ou mais.
identidade das plantas estudadas. Erros de A intenção deste livro é ajudar
identificação implicam erros de conhecimento qualquer pessoa que tenha interesse em
e confundem nosso entendimento dos processos identificar plantas em uma floresta de terra
que ocorrem na natureza. firme na Amazônia Central. Por utilizar
Segundo as idéias modernas de apenas caracteres vegetativos e de fácil
taxonomia, cada planta pertence a uma espécie reconhecimento, este guia fornece meios
e todos os indivíduos de cada espécie são mais hoje indisponíveis para a identificação das
parecidos e mais relacionados entre si do que espécies. Esperamos com isso facilitar e
com qualquer outro indivíduo de outra espécie. incentivar pesquisas na Amazônia, assim como
Num nível hierárquico mais alto as espécies contribuir para a conservação de suas florestas,
podem ser agrupadas em gêneros, compostos através de um uso racional e sua valorização,
de espécies relacionadas, gêneros em famílias, pelo melhor conhecimento.
INTRODUÇÃO

O dossel na madrugada, visto da torre de observação da Reserva.


2
Floresta Tropical Úmida

Distribuição histórica das florestas tropicais úmidas.

Floresta tropical úmida ocorre em uma faixa à destruição da floresta. A Amazônia ainda foi
entre 30 graus de latitudes Norte e Sul em pouco alterada, se comparada a outras áreas
todos os continentes. Quando a quantidade com grandes extensões de floresta, mas o futuro
de chuva é mais ou menos 1500 mm por ano, do seu clima pode mudar muito se a floresta
com uma estação seca menor que seis meses, for destruída.
a vegetação normal é floresta tropical úmida. As espécies nativas da floresta
Atualmente a maior extensão dessas florestas amazônica são ainda pouco conhecidas. Até
ocorre na bacia do rio Amazonas, enquanto as hoje aproximadamente 20 espécies são
florestas tropicais em outras partes do mundo mundialmente conhecidas e utilizadas por
estão bastante ameaçadas e já sofreram grandes madeireiros, e poucas são conhecidas como
reduções. A floresta atlântica cobre hoje 5% frutíferas ou por suas propriedades medicinais.
de sua área pré-colonização. Na Amazônia a Os caboclos e ameríndios, que moram dentro
destruição da floresta primária, cada vez mais ou perto da floresta, conhecem muito bem as
crescente, foi de aproximadamente 12% de espécies úteis, mas esse conhecimento é em
1970 a 1997. geral restrito e pouco divulgado, de forma que
A diversidade das florestas tropicais muitas outras espécies são desconhecidas da
úmidas é a maior do planeta. Em cada hectare maioria da população. Sem dúvida, muitos usos
de florestas existem aproximadamente 300 das plantas nativas permanecem desconhecidos
espécies de árvores com mais de 10 cm de e talvez continuem para sempre, com a
diâmetro à altura do peito (DAP). Isso representa diminuição das florestas e a descaracterização
um número maior do que todas as espécies de das populações tradicionais.
árvores da Europa inteira. Essas árvores e as A única possibilidade de conhecer mais
outras plantas não incluídas nesse número sobre esses recursos é através de um melhor
sustentam milhares de espécies de animais. conhecimento da floresta, e o único meio
Em geral os estudos mostram que a diversidade para conseguir isso é pela identificação das
dessas florestas é maior na Amazônia e Ásia espécies.
e relativamente menor na África. A estrutura
dessas florestas é parecida, mas floristicamente
EUA

são bem diferentes. Quase nenhuma espécie


EU

ocorre em mais de um continente e a maioria


AM
S

dos gêneros é também restrita a uma dessas


FLORESTAS TROPICAIS

IA

PAC
ÉR

BRA

áreas. O clima semelhante entre essas áreas ÍFIC


I

O
CA

AMAZ
SIL

geográficas é responsável pela similaridade AUSTRÁLIA


dessas florestas.
NIA Ô

Além de ser formada pelo clima, a


ÁSGAR

ÁSIA
própria floresta gerencia o clima. Sem a ÁFRICA
transpiração da floresta a quantidade de
MADAG

chuva seria muito menor, provocando secas e


facilitando incêndios. O crescimento histórico
e atual do deserto na África pode ser atribuído Estimativa da proporção do número de espécies
de plantas nas várias regiões do mundo.
3
Amazônia
A região amazônica pode ser geograficamente onde desembocam. Na região de Manaus
definida pelas bacias hidrográficas dos rios que a enchente é de até 10 m, sendo que os rios
desembocam no rio Amazonas e na sua foz, na ficam cheios em maio-junho e mais secos
costa leste do Brasil. Compreende uma área entre novembro-dezembro. Ao longo dos
de aproximadamente 7 milhões de km2, que rios e igarapés menores ocorrem formações
inclui todos os estados brasileiros da região vegetacionais tolerantes a inundação
Norte e grande parte dos países vizinhos entre periódica, denominadas igapó, quando em rios
as Guianas e a Bolívia. de água escura ou clara, e várzea, quando em
No Brasil, uma delimitação política rios de água branca. Essas formações cobrem
denominada Amazônia Legal inclui os aproximadamente 15% da área da Amazônia.
estados do Pará, Amazonas, Roraima, Amapá, Além do igapó e da várzea, outras unidades
Rondônia, Acre e parte dos estados do Mato da paisagem podem ser reconhecidas pela
Grosso, Tocantins e Maranhão. fisionomia: savanas, campinas e campinaranas,
florestas de bambu e a floresta de terra firme
Floristicamente, a floresta amazônica
que recobre a maior parte da região.
ocorre em terras baixas, em locais com elevada
pluviosidade, e sua extensão exata é ilustrada Historicamente a várzea é mais utilizada,
pela distribuição geográfica do gênero Hevea devido à fertilidade dos solos, renovada com
(Euphorbiaceae), que não é restrito à bacia a deposição anual de nutrientes carreados
amazônica propriamente dita. pelas enchentes, e por causa da facilidade
de acesso pelos rios. A floresta de terra firme é
A história da formação da bacia amazônica
em geral menos conhecida e menos utilizada,
começou há mais de dois bilhões de anos, quando
mas por outro lado essa formação tem maior
África e América do Sul ainda formavam um
biodiversidade e é muito mais extensa.
único continente. A depressão que corresponde
à bacia amazônica começou a se originar numa
zona fraca do escudo Pré-cambriano, do qual
são testemunhos hoje o escudo do Brasil Central
ao sul e o escudo das Guianas ao norte. Nessa
época a drenagem era o inverso de hoje, de leste
para oeste. Quando a América do Sul começou
a se separar da África, a parte oeste da Amazônia
drenava para o oceano Pacífico, mas a parte leste
já drenava para o novo oceano Atlântico. Foi Bacia amazônica.
apenas com o soerguimento dos Andes, à medida
que África e América do Sul se separavam, que a
drenagem atual da bacia começou a se formar.
Inicialmente supõe-se que houve a formação de
um grande mar interior, que rompeu na região
de Óbidos (uma área elevada e a parte mais
estreita da bacia), e o rio Amazonas achou sua
direção atual.
Os rios que drenam áreas velhas e com Amazônia Legal brasileira.
pouca variação altitudinal têm águas com
poucos sedimentos, como o rio Negro de águas
negras e ácidas e o Tapajós de águas claras. Os
rios que drenam águas andinas são barrentos,
carreando muitos sedimentos erodidos das
AMAZÔNIA

montanhas, e são denominados rios de água


branca. Todos os rios da Amazônia sofrem
grandes mudanças de nível ao longo do
ano, diretamente, pela época das chuvas, ou
indiretamente, pelo bloqueio do rio maior Distribuição do gênero Hevea.
4
Diversidade
A Amazônia é a região de maior biodiversidade Oriental-Norte da Ocidental-Norte e estas
do mundo. Algumas hipóteses relacionam da região Sul, e permitido que divergências
eventos geoclimáticos pretéritos para explicar evolutivas fossem acumuladas ao longo do
o grande número de espécies encontrado na tempo. Com a regressão do lago, as floras
região, assim como os padrões de distribuição isoladas teriam se expandido, havendo uma
das espécies, endemismos e a conseqüente confluência de distribuições geográficas
delimitação de províncias fitogeográficas distintas na Amazônia Central. Num processo
distintas. Não são eventos contraditórios, semelhante, transgressões marinhas em
mas complementares, ainda que sujeitos a períodos interglaciais teriam bloqueado a
muita discussão. vazão normal do rio Amazonas e ocasionado
A teoria dos refúgios supõe que a inundação de grandes áreas, isolando as floras
durante o Quaternário, em períodos glaciais ao norte e ao sul do rio Amazonas.
mais secos e frios, a floresta amazônica foi
fragmentada, formando refúgios em áreas de
maior pluviosidade, separados por vegetação
não florestal como o cerrado. As populações
de organismos assim fragmentadas teriam
tido processos evolutivos divergentes. Nas Área aproximada do Região inundada durante
fases interglaciais, quando o clima ficou lago Amazonas. as transgressões marinhas.

mais úmido, a floresta entrou novamente em A grande riqueza de espécies da região


contato, havendo um aumento da diversidade de Manaus concentra-se em poucos gêneros
pelas novas espécies originadas no processo com muitas espécies simpátricas. Isso fortalece
de isolamento. Se isso ocorreu diversas vezes, as hipóteses da expansão e retração da floresta,
os refúgios estariam localizados em áreas com uma vez que esses eventos geoclimáticos
grande número de espécies endêmicas. As aconteceram numa escala geológica recente
áreas não florestais, colonizadas durante a e, conseqüentemente, as diferenças produzidas
expansão da floresta por espécies oriundas pelo isolamento devem estar refletidas num
dos refúgios, congregariam espécies de regiões grande número de espécies pertencentes ao
distintas. Esse processo teria participação nos mesmo gênero.
atuais padrões de distribuição das espécies.
Além desses eventos pretéritos, fatores
A localização dos refúgios tem recebido
atuais contribuem para a diversidade da
diversas críticas, um exemplo disso é que as
floresta amazônica. Em geral as florestas da
atuais concentrações de endemismo podem
Amazônia Ocidental são consideradas mais
apenas refletir áreas de grande intensidade
de coleta. ricas em espécies que as da Amazônia Oriental,
devido à maior pluviosidade. À alta diversidade
são também correlacionados outros fatores,
como a pequena sazonalidade climática e a
alta qualidade do solo. A região de Manaus
Localização
apresenta alta riqueza de espécies, semelhante
hipotética dos a áreas da Amazônia Ocidental, no entanto
refúgios com
destaque ao da os solos são menos férteis, há uma estação
região de Manaus
(em vermelho).
seca bem definida e chove menos. Assim, a
região de Manaus corresponderia a uma área
No Pleistoceno tardio e início do de refúgio, conclusão baseada na alta taxa
Holoceno, um grande lago interior, o lago de endemismo local, mas a alta diversidade
DIVERSIDADE

Amazonas, teria inundado grande parte da estaria relacionada também à confluência


bacia amazônica devido aos movimentos de regiões fitogeográficas distintas. A alta
tectônicos que teriam provocado o bloqueio diversidade associada à presença de espécies
da vazão normal do rio Amazonas. Esse lago de diferentes províncias fitogeográficas torna a
teria separado a flora amazônica da região região de Manaus de grande importância para
conservação.
5
Distribuição geográfica
A "mata de terra-firme", fisionomicamente
única em imagens espaciais, não é florística Principais padrões de distribuição geográfica
e estruturalmente homogênea. Padrões de encontrados para as espécies da região de
distribuição geográfica, comuns a várias Manaus
espécies, definem províncias fitogeográficas
distintas. Assim, existem grandes diferenças
Amazônia
entre a composição florística da Amazônia
Central-Guianas
Oriental à Ocidental e, dentro de cada uma e
dessas áreas, entre o norte e o sul do divisor Amazônia Sul
formado pelos rios Solimões-Amazonas.
Algumas áreas, como a região de Manaus,
apresentam grande número de espécies
endêmicas.
Amazônia
Ampla
e
Amazônia
Central-Sul

Amazônia
Central-Ocidental
e
Amazônia
Central-Guianas
Sul-Ocidental Roraima Atlântica
Ocidental Manaus Jari-Trombetas
Norte-Ocidental Madeira-Xingu

Províncias fitogeográficas da Amazônia. Amazônia


Central-Norte
Algumas espécies têm ampla distribuição e
Amazônia
neotropical, da Amazônia à América Central, ou Central-Oriental
ainda em toda a América do Sul tropical. Poucas
espécies têm distribuição disjunta na Amazônia
e Mata Atlântica. A maioria das espécies ocorre
apenas na Região Amazônica. As espécies da
região de Manaus, onde há uma confluência
dessas regiões fitogeográficas, apresentam os Neotropical
seguintes padrões de distribuição: Amazônia
Ampla, Amazônia Sul ou Norte, Central-
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Oriental, Central-Ocidental, Central-Guianas


ou, ainda, endêmicas da Amazônia Central.
Devemos levar em consideração que a Amazônia
é uma região com grandes lacunas de coleta e,
conseqüentemente, a distribuição de muitas Disjunta
Amazônia-
espécies é incompleta. Mata Atlântica
Densidade de coleta do
gênero Inga na Amazônia
Legal, ilustrando as
áreas bem coletadas e as
Oliveira, A.A. & Daly, D. 1999. Geographic
grandes lacunas de coletas
distribution of tree species occurring in the
existentes na região (as
region of Manaus, Brazil: Implications
isolinhas correspondem
for regional diversity and conservation.
a áreas com 5 ou mais
Biodiversity and Conservation.
Nelson et al. 1990 Nature 345:714-716
coletas).
6
Reserva Florestal Ducke
A Reserva Florestal Ducke pertence ao
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA) desde 1963. No início da década de
50 foram feitas as primeiras coletas botânicas
no local. Até 1972 a área foi destinada a
experimentos silviculturais e foram realizados
plantios de espécies com importância
econômica, ocupando menos de 2% da área
total. Posteriormente a área foi declarada
Reserva Biológica e a cobertura vegetal
mantida intacta. Devido à proximidade
com Manaus, constitui hoje uma das áreas
da floresta amazônica melhor estudadas. As
pesquisas, no entanto, ficaram concentradas A Reserva possui um alojamento para
na porção noroeste da Reserva, numa área que pesquisadores e estudantes e uma torre de
observação, onde funciona uma estação
corresponde a aproximadamente 1/5 da área
meteorológica. As pesquisas são realizadas na
total, onde se situam os alojamentos e há um porção noroeste da Reserva, onde há um sistema de
sistema de trilhas. trilhas. A grande maioria da área continua pouco
A Reserva tem uma área de 100 km2 (10 explorada. As fotografias das plantas incluídas
neste guia foram tiradas de indivíduos fichados e
x 10 km) e está situada na periferia de Manaus.
mapeados nesse sistema de trilhas. Essas plantas
Com o crescimento da cidade, a Reserva já somam aproximadamente 5000 indivíduos e 1200
pode ser considerada uma área verde urbana, espécies. Na maioria dos casos foram coletadas férteis
mas ainda não está completamente isolada da e identificadas por especialista, estando o material
floresta contínua. depositado em diversos herbários.

Reservas do
Projeto Dinâmica
Biológica de
Fragmentos
Florestais

Estação
Ecológica de
Anavilhanas

Reserva Ducke

N
Rio
Neg
ro Manaus
RESERVA DUCKE

s
Rio Solimõe

Imagem Landsat 1995 (Inpe)


7
RELEVO E HIDROGRAFIA FRAGMENTO FLORESTAL URBANO
O relevo é ondulado com uma variação altitudinal A cobertura vegetal dentro da Reserva é pouco
de 80 m entre os platôs originais e as partes mais alterada. Até 1991, alterações na paisagem, visíveis
baixas. O platô original (marrom-escuro no mapa) em imagens de satélite, representavam apenas 5%
permanece em poucos locais, predominando a da área total. Nos últimos anos a cidade chegou
paisagem dissecada. No sentido norte-sul, o platô aos limites sul e oeste da Reserva, hoje adjacente
central (cota de 120 m.s.n.m. no mapa) é o divisor ao bairro Cidade de Deus. Apenas no limite leste
de águas entre duas bacias hidrográficas. A oeste a Reserva continua ligada à floresta contínua, mas
desse platô drenam os afluentes do igarapé do assentamentos recentes nessa área contribuirão
Tarumã (Barro Branco, Acará e Bolívia), cuja foz para o completo isolamento, transformando a área
encontra o rio Negro nas proximidades da Ponta num grande fragmento florestal urbano. A caça e
Negra, a única praia urbana de Manaus. Para leste o extrativismo de pouco impacto são atividades
drenam os igarapés do Tinga, Uberê e Ipiranga, comuns no local, mas o principal problema está
que são afluentes do igarapé do Poraquequara. relacionado ao crescimento desordenado da
Este é afluente direto do rio Amazonas a jusante cidade de Manaus, onde é freqüente a ocorrência
de Manaus. À exceção de um pequeno igarapé de invasões em áreas verdes urbanas, com total
na porção sudoeste da Reserva, que nasce no destruição da floresta. A Reserva esteve muito
ambiente urbano e têm água poluída, os demais ameaçada durante a produção deste guia.
corpos d'água nascem dentro da área e têm água Esperamos contribuir para sua conservação e de
limpa, negra ou clara. uma forma geral para a valorização de áreas verdes
em Manaus, estimulando pessoas, pesquisadores ou
não, a conhecer melhor a flora através deste livro.
As imagens abaixo mostram a diminuição do verde
na cidade de Manaus nos últimos dez anos.

1988
1 co
o Bran
Ig. Barr
ga
Tin
Ig.

2
Ig. Acará

Ig.
Uberê
1995

Ig.
3 Bolívia

4
5
Ig. Ipir
anga

1 Alojamento
140 m.s.n.m.
Acampamento do
2 Acará
120 m.s.n.m.
1997
RESERVA DUCKE

100 m.s.n.m.
3 Base Sabiá 3
80 m.s.n.m.
4 Base Sabiá 1
60 m.s.n.m.

5 Base Sabiá 2
Rodovia Manaus-Itacoatiara (AM-10). O
acesso à base científica da Reserva fica no
km 26. Imagens Landsat fonte: INPE através do GISLAB-
INPA.
8
Ambientes
A vegetação da Reserva é floresta de terra- difícil reconhecer os diferentes ambientes, mas
firme. O termo "terra-firme" se aplica a a floresta de vertente é de difícil delimitação.
todas as florestas que não são sazonalmente Ocorrendo em solos areno-argilosos, a vertente
inundadas pela cheia dos rios, diferenciadas corresponde a um gradiente, fisionomicamente
assim das florestas de várzea e igapó. Numa mais semelhante ao platô nas partes mais altas,
escala mais detalhada, diferentes habitats onde o solo é argiloso, e à campinarana nas
podem ser reconhecidos dentro do que se partes mais baixas, onde o solo é areno-
chama terra-firme. Assim, na Reserva ocorrem argiloso.
quatro tipos de floresta de "terra firme", além da As formações abertas representam
vegetação secundária das bordas e arredores. menos de 1% da área da Reserva. Neste
A estrutura e a florística dessas formações são guia denominamos áreas alteradas os locais
definidas principalmente pelo tipo de solo e onde a vegetação é cortada freqüentemente e
relevo: platô, vertente, campinarana e baixio. onde se encontram praticamente apenas ervas
Nos platôs os solos são argilosos (latossolo ruderais. Capoeiras são áreas alteradas, mas
amarelo-álico), sedimentos mais antigos, e já com uma estrutura florestal, apresentam
nas partes mais baixas arenosos (podzóis e diferentes estágios de sucessão e variam
areias quartzosas). Alguns autores atribuem também conforme a floresta original. Algumas
os solos arenosos, situados nos vales e nas áreas de campinarana alterada são comumente
partes baixas das encostas, às antigas praias denominadas de campina, pois apresentam
e fundos de lago, possivelmente da última estrutura aberta como as campinas, mas
fase interglacial, quando o rio Negro estava a composição é tipicamente de espécies
poucos metros acima do nível atual. Não é pioneiras.

Solo argiloso

Solo arenoso

Platô Vertente Campinarana Baixio

FLORESTA DE PLATÔ

nas áreas mais altas;


solo argiloso bem drenado (latossolo amarelo-
álico), pobre em nutrientes;
dossel 35-40 m, muitas árvores emergentes
(> 45 m), como o angelim (Dinizia excelsa);
é a floresta com maior biomassa;
AMBIENTES

no sub-bosque, muitas palmeiras acaules como a


palha-branca (Attalea attaleoides) e Astrocaryum
sciophilum.
FLORESTA DE VERTENTE 9

sobre a paisagem colinosa dissecada;


solos argilosos nas partes mais altas a areno-
argilosos nas mais baixas;
dossel 25-35 m;
poucas árvores emergentes;
a vertente representa uma zona de transição.
Nas partes mais baixas é fisionomicamente mais
parecida à campinarana, sem no entanto apresentar
as espécies que a caracterizam, e nas partes mais
altas é mais semelhante ao platô. Algumas espécies
no entanto só ocorrem neste ambiente.

FLORESTA DE CAMPINARANA

nas paleo-praias, entre áreas de baixio e vertente;


solo de areia-branca (areias quartzosas);
grande acúmulo de serrapilheira;
dossel 15-25 m e poucas árvores de grande
porte;
menor biomassa e menor diversidade;
alta densidade de epífitas, principalmente sobre
indivíduos de macucu (Aldina heterophylla);
alta penetração de luz;
sub-bosque denso de arvoretas e arbustos;
palmeiras pouco importantes na fisionomia geral;
às vezes com muitas bromélias terrestres.

FLORESTA DE BAIXIO
Nas planícies aluviais ao longo dos igarapés (fundo
de paleo-lago);
solo arenoso, encharcado com as chuvas, com
acúmulo de sedimentos;
dossel 20-35 m, com poucas árvores emergentes;
muitas raízes superficiais e árvores com raízes
escoras e adventícias;
muitas palmeiras arbóreas como patauá
(Oenocarpus bataua) e buriti (Mauritia flexuosa);
sub-bosque denso: palha-vermelha (Attalea
microcarpa, palmeira acaule com pecíolos
avermelhados), muitas ervas de áreas encharcadas
como Rapateaceae, Marantaceae e Cyclanthaceae;
a fisionomia do baixio varia muito de acordo com
o nível e tempo de encharcamento. Em áreas mais
encharcadas e abertas pode ficar completamente
AMBIENTES

dominada por palmeiras arbóreas, que em locais


mais drenados não dominam a paisagem. Em
algumas áreas pode ocorrer inundação periódica e
algumas espécies típicas de igapó e várzea podem
ser encontradas.
10
O Projeto da Flora da Reserva
De 1974 a 1988 foram feitas inúmeras na confluência entre diferentes regiões
expedições botânicas por toda a Amazônia fitogeográficas (ver p. 05).
brasileira, através de uma colaboração entre o Idealizado principalmente pelos Drs.
INPA, o Jardim Botânico de Nova York (NYBG) Marlene de Freitas da Silva, Ghillean T. Prance
e o Museu Goeldi de Belém (MG), num e William Rodrigues em 1987, o projeto teve
projeto chamado Flora da Amazônia. Foram início apenas em 1993, quando foi aprovado
coletadas mais de 60 mil amostras de plantas, o financiamento pelo British Department for
contribuindo muito para o conhecimento da International Development (então Overseas
flora amazônica. Objetivando trabalhar mais Development Agency – ODA) em convênio
intensamente numa área menor, fazendo de cooperação técnica com o INPA, na
coletas sistemáticas e produzindo monografias Coordenação de Pesquisas em Botância.
dos grupos taxonômicos amostrados, nasceu a
Inicialmente o projeto tinha dois
idéia da "Flora da Reserva Ducke".
componentes com objetivos distintos e era
A Reserva foi escolhida por constituir denominado de Projeto Flora e Vegetação da
uma das áreas de floresta amazônica melhor Amazônia Central. O componente vegetação,
amostrada, pois desde a década de 50 são feitas objeto de estudo do Dr. Bruce Nelson,
coletas botânicas no local, e, principalmente, objetivava utilizar o sensoriamento remoto para
pela sua localização na Amazônia Central, a interpretação das unidades da paisagem na
Amazônia Central. Este pesquisador deu início
ao projeto em 1992, levantando as coletas
realizadas na Reserva Ducke e contratando
José Eduardo L. S. Ribeiro, que deu início às
novas coletas e fez a análise preliminar da
flora da Reserva Ducke. O componente flora
objetivava: intensificar as coletas e produzir
uma lista das espécies de plantas vasculares
(checklist); produzir as monografias para
as famílias de plantas encontradas (flórula);
elaborar chaves para famílias e gêneros
baseadas em caracteres vegetativos (guia). Em
1993, com a chegada do Dr. Mike Hopkins,
coordenador da parte britânica, a proposta
inicial de uma chave para famílias e gêneros
foi estendida para um estudo mais detalhado,
utilizando informações de material vivo em
campo, que culminou nesta publicação.

Bignoniaceae Tratamentos taxonômicos de todas as famílias


incluídas neste guia foram produzidos
pelos pesquisadores de diversas instituições
brasileiras e estrangeiras, constituindo a
"Flórula da Reserva Ducke". A publicação,
destinada principalmente a botânicos, inclui
descrições detalhadas de família, gêneros
e espécies, citações de sinônimos e discussões sobre
PROJETO FLORA

problemas taxonômicos encontrados, e ilustrações. Além


disso, inclui chaves de identificação, que permitem ter mais
certeza na escolha de nomes, especialmente entre espécies
muito parecidas, por utilizarem caracteres de flores e frutos,
Cosmo Fernandes (Toshiba) coletando uma Araceae.
que são mais conservativos (menos variáveis).
O trabalho de campo contou com o auxílio de uma
experiente equipe de mateiros, que reconhecem Ribeiro, J.E.L.S et al. 1994 Reserva Florestal
muitas plantas, inclusive famílias, gêneros e espécies, Ducke: diversidade e composição da flora
utilizando os caracteres incluídos neste guia. vascular . Acta Amazonica 24(1/2). 19-30
11
Metodologia da flora
No final de 1993 foi decidido realizar um Logo no início do programa ficou
intenso trabalho de campo, não apenas óbvio que o número de espécies registradas
para encontrar novas espécies e melhorar a na Reserva iria aumentar. Assim, um aumento
coleção já existente, mas também para coletar de aproximadamente 80% foi encontrado para
caracteres de material vivo para a elaboração todas as famílias, especialmente para formas
do guia. O objetivo inicial de produzir um guia de vida pouco amostradas, como epífitas e
no nível de gênero foi também estendido para lianas.
uma publicação ilustrada e para identificação
no nível de espécie. A nova proposta do guia
também não se restringia às árvores, incluindo
todas as plantas vasculares encontradas. Para o
guia ficou decidido também utilizar fotografias
das partes diagnósticas das plantas vivas,
com confirmações das identificações pelos
especialistas.
Através desses planos, o programa
de campo começou da seguinte maneira:
usando a listagem das espécies já depositadas
no herbário, foi preparada uma pasta com Alberto Vicentini e Lúcia Lohmann anotando
detalhes do tronco.
fotocópias das espécies de cada família, com
anotações úteis para identificação e com material
bibliográfico das espécies. Com esta pasta, Durante o processo contínuo do
mateiros e pesquisadores procuraram encontrar, trabalho de campo, cada pesquisador
fichar e marcar no campo pelo menos cinco tomou conta de um grupo de famílias. Eles
indivíduos de cada espécie. As plantas lenhosas trabalharam principalmente fazendo coletas
foram etiquetadas com um número único e de informações de várias fontes. A fonte
mapeadas com um sistema de piquetes também mais importante foi o conhecimento dos
numerados, colocados nas trilhas e plotados num assistentes técnicos do projeto, os mateiros.
mapa da área de levantamento (ver p. 06). A Após muitos anos trabalhando na floresta em
amostragem foi ao acaso, nas trilhas já existentes, várias projetos, e com vários botânicos, os
procurando-se caminhar por todos os ambientes mateiros aprenderam muito sobre as espécies
da Reserva. Aproximadamente 5000 indivíduos da floresta. Sem o conhecimento dos mateiros
e 1200 espécies de plantas foram marcadas na esse projeto não teria atingido seus objetivos.
Reserva, porém apenas na porção noroeste, Eles conhecem as características das plantas
onde fica o sistema de trilha. Informações de vivas e reconhecem famílias no campo com
campo, especialmente de hábito, tronco, casca muita facilidade, através de caracteres que
e aspectos da folha fresca, foram coletadas. As o especialista, por utilizar material seco de
plantas marcadas foram visitadas periodicamente, herbário, não tem a oportunidade de observar.
Durante o projeto muitos especialistas de
objetivando coletar todas as espécies com flores e
várias instituções brasileiras e internacionais
frutos para confirmar a identificação e ter material
realizaram visitas e acompanharam os
testemunho depositado em herbário. Todos os
pesquisadores no campo, observando as
dados foram colocados no computador usando plantas marcadas. Alguns visitantes se
um programa de banco de dados. Ao mesmo envolveram bastante na confecção dos guias
tempo, coletas aleatórias de plantas em flor ou das famílias de sua especialidade.
fruto foram feitas, e estas plantas também foram
METODOLOGIA

Esperamos que os meios de


etiquetadas. Uma amostra do material coletado
identificação usados neste livro sejam uma
foi enviada ao especialista da família para
síntese de informação. De um lado, o mais
confirmação de identificação. Coletas gerais cientificamente atualizado possível; de outro,
foram também realizadas em outras áreas, o mais prático, usando as características mais
como nos limites da Reserva junto aos igarapés úteis para a pessoa que deseja reconhecer
do Acará, Tinga, Ipiranga, Bolívia e nas três bases plantas no campo.
Sabiá (ver p. 06).
12
Os Botânicos
Equipe do Projeto INPA/DFID
Michael Hopkins Lúcia Garcéz Lohmann
José Eduardo Lahoz da S. Ribeiro Marina Theresa V. de A. Campos
Alberto Vicentini Lílian da Costa Procópio
Cynthia Anne Sothers Mariana Rabello Mesquita
Maria Auxiliadora da S. Costa Paulo Apóstolo da Costa Lima Assunção
Joneide Mouzinho de Brito Everaldo Pereira da Costa
Maria Anália Duarte de Souza Cosme Fernandes da Silva
Lúcia Helena P. Martins Zoraide Almeida Pinheiro

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Universidade Instituto de Botânica


de São Paulo de São Paulo
Ires de Paula Miranda Bruce Walker Nelson José Rubens Pirani Jefferson Prado
Maria Lúcia Absy Carlos Alberto Freitas Alexandre Oliveira Inês Cordeiro
Aldaléa Sprada Tavares Maria de Lourdes Rafaela Forzza Gerlene Esteves
José Mauro Miralha Soares Cinthia Kameyama Lúcia Rossi
Maria das Graças G. José Augusto da Silva Lílian Malta Sueli Nicolau
Vieira Fabiana Gomes Maria Lúcia Kawasaki
Alice Correa Rosângela Bianchini
Royal Botanical
University of Bergen Rita Balthasar Maria das Graças
Gardens, Kew
Cornelius C. Berg Maria Ana Farinaccio Wanderley
Ghillean Prance Maria Cândida
Simon Mayo Mamede
Terry Pennington
Lulu Rico University of Waagingen
Universidade Estadual de
Gwyllam Lewis Tun van Leeuwenberg
Campinas Jardim Botânico
Sandy Atkins Volker Bittrich do Rio de Janeiro
Brian Stannard Maria do Carmo Amaral Gustavo Martinelli
David Simpson University of Utrecht Haroldo Cavalcante
David Frodin Paul Maas de Lima
Sue Zmartzy Hiltje Maas Ângela Fonseca Vaz
Ray Harley UNESP Rio Claro Nilda Marquette
Daniella Zappi Antônio Furlan Ferreira
Vanessa Plana Reinaldo Monteiro Geisa Ferreira
Universidade de Geissen
Maria do Carmo
Heike E.C. Küchmeister
Marques
Jardin botanique Regina Andreata
Universidade Federal
Genève
University of Mainz do Paraná
Alain Chautems
Connie Ott William Rodrigues
Museu Goeldi
Ricardo Secco
Missouri Botanical
Garden New York Botanical
Universidade Técnica do
Suzanne Renner Garden
Amazonas
Randy Evans Douglas Daly
Marlene Freitas da Silva UNESP-IBILCE
Henk van der Werff Scott Mori
Paulo Windisch
Charlotte Taylor Carol Gracie
Rosa Ortiz Andrew Henderson
BOTÂNICOS DA FLORA

Michael Nee Universidade Federal


John D. Mitchell de Viçosa Fundação CETEC
University of Rita Maria Okano Gilberto Pedralli
Michigan
William R. Anderson Botanical Research
Institute of Texas
Marie Selby Botanical John Pipoly IBGE Brasília CENARGEN Brasília
Garden Tarcísio Filgueiras Taciana Cavalcanti
Bruce Holst

Universidad de
Smithsonian Institution Antioquia Universidade Estadual de Feira de Santana
Pedro Acevedo Riccardo Callejas Ana Maria Giuliette
13
Identificando Plantas
O ser humano sempre deu nomes às plantas. do solo e, assim, o acesso é difícil. Profissionais
Cada cultura já teve seu próprio sistema de podem subir ou usar podão, espingarda ou
classificação e de nomenclatura, possibilitando estilingue para conseguir folhas. Normalmente
a comunicação e, conseqüentemente, o uso pode-se achar folhas caídas no chão, mas no
das plantas. A disseminação desta informação mínimo é necessário um binóculo para checar
entre culturas distintas foi sempre difícil, pois se a folha encontrada pertence à planta que
as classificações e os nomes das espécies eram se deseja identificar. Erros de identificação
diferentes. As plantas na Amazônia têm nomes podem ser muitas vezes devidos à confusão
vulgares, mas muitas vezes o mesmo nome se causada por coletas mistas. Para ver detalhes
aplica a espécies diferentes, dependendo da nas folhas, uma lupa de bolso com aumento de
região e também da pessoa que o utiliza. Hoje 10 vezes é essencial. Sem lupa é muito difícil
em dia existe um sistema internacional de distinguir glândulas e formas de pubescência,
nomenclatura, baseado em uma classificação por exemplo. Uma lupa de maior aumento
que reflete a filogenia das plantas. É muito pode ser útil, mas não é muito prática na
importante que as identificações de plantas mata.
sejam corretas e de acordo com este sistema, Para usar este guia, um outro
para que as pessoas, ao se comunicarem sobre equipamento importante é um facão ou
as espécies com que trabalham, estejam se terçado. As características da casca interna
referindo às mesmas entidades biológicas. são muito importantes na identificação,
Este livro foi elaborado para a como por exemplo a presença de exsudatos,
identificação das plantas vasculares da cores, espessuras e odores. Infelizmente,
Reserva Ducke e pode ser usado também em dessa forma a planta fica danificada,
outras florestas de terra-firme na Amazônia. aumentando a probabilidade de infecção por
Neste caso deve-se ter mais cuidado, pois microorganismos. Existem tintas especiais
muitas espécies não estarão representadas. para cobrir ferimentos em plantas, geralmente
Um novato em botânica ou um novato na utilizados por profissionais que fazem podas,
Amazônia terá dificuldades em identificar as e que recomendamos utilizar.
plantas imediatamente. Da mesma forma que O mais importante ao identificar plantas
ao aprender qualquer assunto, é essencial um é a forma de pensar. As plantas têm milhares
período de treinamento para se familiarizar de características, muitas das quais se repetem
com o material e com a terminologia utilizada. em várias espécies. Assim, a combinação de
Procuramos providenciar as informações caracteres de uma planta pode imediatamente
essenciais para a identificação de uma sugerir uma identificação ao botânico com
maneira didática e com grande flexibilidade experiência, mas pode ser muito difícil para
nos meios de se chegar à identificação correta. este explicar por que determinado nome
As primeiras tentativas de um iniciante podem apareceu na sua mente. Certas plantas, ou
ser frustrantes, mas esperamos que com um grupos de plantas, têm um "jeitão". Aprender
pouco de prática seja possível reconhecer "jeitões" é um processo pessoal que vem com
os padrões detectados na natureza, que
IDENTIFICANDO PLANTAS

a experiência prática. Neste livro procuramos


procuramos ilustrar neste livro. Pessoas que providenciar atalhos para reconhecer esses
já usaram guias de plantas em outros lugares "jeitões", mas nada substitui a experiência
terão menos dificuldade para usar este, assim individual. Às vezes é bom apenas olhar uma
como aquelas que têm experiência com guias planta, deixar sua mente assimilar o "jeitão"
de aves. e associá-lo com identificações já feitas, ou
Um pouco de equipamento é essencial procurar os caracteres que mais chamem
para o botânico. O problema mais sério é que atenção. Com a prática esse processo se torna
muitas plantas têm folhas a 30 m ou mais acima quase automático.
14
Publicações úteis
Existem várias outras publicações que ajudam Os tratamentos taxonômicos, com
a identificação de plantas na Amazônia. descrições técnicas e chaves para as espécies
Nossa intenção com este guia é providenciar de todas as famílias que ocorrem na Reserva,
uma maneira didática e fácil de identificar constituem a "Flórula da Reserva Ducke". Essa
plantas, mas as outras referências podem publicação em fascículos estará disponível
ajudar e inclusive confirmar a identificação, através do Instituto Nacional de Pesquisas da
especialmente se o usuário é bem familiarizado Amazônia.
com a terminologia técnica da botânica.

GUIAS

A Field Guide to the Families


and Genera of Woody Plants Guia de Arboles de Bolivia, editado
of Northwest South America por Timothy Killeen, Emilia Garcia
(Colombia, Ecuador, Peru) e Stephan Beck. Herbario Nacional
with supplementary notes on de Bolivia e Missouri Botanical
herbaceous taxa, por Alwyn H. Garden. 1993.
Gentry. Conservation International.
1993. Reimpresso pela University Árvores Brasileiras, Manual de
of Chicago Press em 1996. Gentry Identificação e Cultivo de Plantas
era especialista na família Bignoniaceae, tinha Arbóreas Nativas do Brasil, por
um conhecimento fantástico sobre caracteres de Harri Lorenzi. O volume 1 foi
campo para identificação. É a publicação mais útil publicado em 1992 e reimpresso
para identificar plantas no campo até o nível de várias vezes, com fotos de mais de
gênero, baseada em caracteres vegetativos. 350 espécies; o volume 2 saiu em
1998. Editora Plantarum Ltda.
FLORAS

Tratamentos taxonômicos com descrições de famílias, gêneros e espécies, ilustrações e chaves de


identificação. A Flora Brasiliensis de Martius, Urban e Eichler, publicada em 15 volumes entre 1840 e
1906, continua sendo a principal senão a única obra de referência para muitas espécies.

Flora Neotropica. Desde 1967,


Flórula de las Reservas Biológicas com aproximadamente 80 volumes
de Iquitos, Peru, por Rudolfo publicados, cada um tratando uma
Vásquez. Missouri Botanical família (ou às vezes um gênero).
Garden. 1997. New York Botanical Garden.

Guide to the Vascular Plants of


Central French Guiana. Vol. 1 Flora of Peru. Desde 1936, em
Pteridophytes, Gymnosperms and diversos volumes. Field Museum
Monocotyledons, editado por Scott of Natural History. Botanical
Mori e colaboradores. New York Series.
Botanical Garden. 1997. O vol.
2, Dicotyledons, é esperado para
Flora of Ecuador. Desde 1973 já foram publicados
PUBLICAÇÕES ÚTEIS

1999.
os tratamentos para 78 famílias de plantas
vasculares. Editado por Gunnar Harling e Lennart
Flora of the Venezuelan Guayana,
Andersson. Göteborg University. Suécia.
editado por Julian Steyermark, Paul
Berry, Kay Yatskievych e Bruce
Holst. Três volumes publicados: Flora Preliminar do Projeto
vol. 1, Introdução (1995); vol. Dinâmica de Fragmentos Florestais
2, Pteridophytes e Spermophytes, (PDBFF), por Michael Nee. New
Acanthaceae-Araceae (1995); e vol. York Botanical Garden e convênio
3, Araliaceae–Cactaceae (1997). INPA/Smithsonian (PDBFF).
Missouri Botanical Garden. 1995.
GLOSSÁRIO DE TERMOS BOTÂNICOS 15

Identification of Tropical Woody


Dicionario de Botánica, por P. Plants in the Absence of Flowers
Font Quer. Editorial Labor, S.A. and Fruits. A Field Guide, por
Barcelona. 1993. Roland Keller. Birkhäuser.

Glossário Ilustrado de Botânica, Plant Form, An Ilustrated


por Mário Ferri, Nanuza Menezes Guide to Flowering Plant
e Walkyria Monteiro. Livraria Morphology, por Adrian
Nobel S.A. 1981. Bell. Oxford University
Press. 1991.

Anatomy of the Dicotyledons,


Plant Identification Terminology,
vol. 1 Systematic Anatomy of the
An Illustrated Glossary, por James
Leaf and Stem, por C.R. Metcalfe
e Melinda Harris. Spring Lake
e L. Chalk. Oxford Science
Publishing. 1994.
Publications. 1988.

INTRODUÇÃO À SISTEMÁTICA E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FAMÍLIAS

Botânica – Introdução à Taxonomia Neotropical Plant Families,


Vegetal, por A. B. Joly, Biblioteca por P. J. M. Maas e L. Y.
Universitária, primeira edição de Th. Westra. Koeltz Scientific
1966, muitas edições posteriores. Books. 1993.

Sistemática de Angiospermas do Flowering Plants of the World, por


Brasil, por Graziela Barroso. Em V. H. Heywood, primeira edição
três volumes. Universidade de São 1978, republicado por Batsford
Paulo. 1978. em 1993.

OUTRAS FONTES

Index Kewensis. Publicação anual


do Kew Gardens, incluindo todos
PUBLICAÇÕES ÚTEIS

The Plant Book, a portable dictionary


of the higher plants, por David os nomes de plantas já publicados,
Mabberley. Cambridge University com citação da publicação onde
Press. 1987. Informações gerais sobre foi descrita. Disponível em CD-
gêneros e famílias. ROM pela Oxford University
Press.

www.mobot.org – o banco de dados Tropicos, disponível no site do Missouri Botanical Garden, contém
informações nomenclaturais, referências bibliográficas e mapas de distribuição das amostras depositadas
no herbário. Atualizado freqüentemente, o banco de dados é excelente referência.
16
Como usar o guia
A intenção do guia é permitir ao botânico e Acreditamos que o não-botânico achará este
ao não-botânico identificar qualquer planta livro mais fácil de utilizar, mas não supomos
vascular que ocorra na Reserva. Por isso, a que seja possível identificar nenhuma planta
identificação é baseada nas partes vegetativas imediatamente. Termos técnicos são utilizados
das plantas, uma vez que estas na maioria do e na maioria dos casos definidos na parte inicial
tempo se encontram sem flores ou frutos. do livro. Ao aprender como funciona este guia
A maioria dos guias, especialmente chaves e onde encontrar a informação necessária,
publicadas em tratamentos taxonômicos, usa esperamos que as pessoas possam identificar
caracteres de flores ou frutos, além de muitos plantas rapidamente e com segurança.
termos difíceis para um novato entender.

PARTES DO GUIA

Para identificação

Diagramas de família

Nas páginas com uma tarja vermelha na margem


GUIA DAS PLANTAS são apresentados diagramas para identificação da
VASCULARES DA família
RESERVA DUCKE

Páginas de famílias
(identificação no nível de espécie)

Depois da linha vermelha as famílias aparecem


em ordem filogenética, segundo o sistema de
classificação de Cronquist.

Introdução e glossário Existem ainda dois índices de busca rápida.


Um para localização alfabética das espécies,
Nas páginas iniciais sem tarjas coloridas na margem, apresentado na última página do livro. Na
são apresentados uma introdução geral à flora, ao página que antece às páginas de família, depois
guia e à Reserva Ducke (até p. 23), e um glossário dos da faixa vermelha, há um índice para localização
termos técnicos utilizados com dicas de ocorrência de espécies com características marcantes.
dos caracteres nas famílias (até p. 95).

GLOSSÁRIO

Este glossário tem a função de ajudar a entender os permitiu fugir de termos botânicos, mas em outros
termos técnicos usados no livro, fornecendo dicas isso foi impossível. Não nos preocupamos em
para decidir a qual família pode pertencer uma sempre fornecer o termo botanicamente correto.
planta que se deseja identificar. Entendemos que botânicos podem ficar irritados
O glossário dispõe de páginas com informações com essa falta de acuidade na terminologia, mas
gerais sobre taxonomia, seguidas da caracterização acreditamos que o não-profissional pode ficar mais
das várias partes das plantas, inicialmente as maiores confuso com termos difíceis. Além disso, o livro
COMO USAR O GUIA

(hábito, troncos) e depois as menores (partes das foi escrito por muitas pessoas e cada uma pode ter
folhas). Nessas páginas são explicados os termos aplicado os termos de maneira um pouco diferente,
mais usados no guia, indicando quais as famílias ou principalmente porque muitos são subjetivos por
gêneros com características particulares. definição.
Os botânicos utilizam muitos termos técnicos e Para usar o glossário consulte o índice nas páginas
existe uma literatura extensiva definindo cada iniciais. Sugerimos aos usuários que utilizem o
um. Procuramos providenciar as informações glossário para se familiarizarem com os termos
que facilitem ao não-botânico o entendimento dos técnicos e os caracteres vegetativos utilizados neste
termos utilizados e a conseqüente identificação. guia. Esperamos, assim, que o usuário não esqueça
Em alguns casos a descrição das estruturas de observar os caracteres de campo, porque na
ausência deles pode ser impossível identificar uma
17
planta. Isso acontece quando se coleta uma planta características do tronco, a presença de exsudatos
e se tenta identificá-la depois. É freqüente neste etc., limitando dessa forma as possibilidades de
caso que se esqueça, por exemplo, de verificar as identificação.

DIAGRAMAS

Os diagramas deste livro são formas de mostrar título. Esse, que corresponde ao(s) caractere(s)
agrupamentos de caracteres, segundo uma ordem que define(m) o agrupamento, fica sempre no alto
hierárquica. Todos os diagramas seguem a mesma e centralizado na caixa. Os diagramas não são
lógica. A hierarquia é definida pela posição da dicotômicos, podendo apresentar mais de uma
caixa, cor de fundo (tons mais escuros são subgrupos opção de escolha no mesmo nível hierárquico.
de tons mais claros) e pelo tamanho da letra do

Lianas
O título no alto da
caixa é a tomada de Folhas opostas simples Folhas alternas
decisão, o tamanho
da letra também
define a hierarquia. Látex branco Margem serreada
nos ramos

Sterculiaceae
Apocynaceae
Euphorbiaceae
Asclepiadaceae
Asteraceae
A cor de fundo define
a hierarquia.

DIAGRAMAS DE FAMÍLIA

Através desses diagramas pode-se rapidamente ou tente achar outras dicas úteis para diminuir
identificar no nível de família. A chave não é ainda mais o número de famílias. Para isso
conclusiva, mas reduz o número de famílias procure no glossário a página explicatória da(s)
possíveis, tornando a busca limitada a poucas característica(s) que definem, no diagrama, o grupo
famílias com características semelhantes. Depois de famílias escolhido.
de chegar em um grupo pequeno de famílias: Os diagramas de família são organizados
vá até as páginas de cada família e tente encontrar primeiramente pelo hábito.
a espécie certa; se a busca for inconclusiva, tente
na próxima família;

Diagramas de família

Hemiepífitas, Arbustos e árvores


Ervas terrestres parasitas e
hemiparasitas
Folhas compostas
COMO USAR O GUIA

Página 85
Página 86 Página 88

Folhas simples
Epífitas Lianas
Opostas Alternas

Página 86 Página 87 Página 89 Página 90


18 PÁGINAS DAS FAMÍLIAS
As páginas das famílias são organizadas conforme a aquelas muito complexas apresentam informações
ilustração abaixo: introdução, flores e frutos, guia aos adicionais. Famílias pequenas, ao contrário, têm
grupos e páginas das espécies. Esta é a seqüência páginas mais simples. Para a identificação das
padrão da informação de cada família. Existem espécies pode-se iniciar diretamente no guia aos
variações em função do tamanho de cada uma e grupos ou nas páginas das espécies.

Flores e frutos
As fotos de flores e frutos têm o objetivo apenas de ilustrar essas estruturas,
pois não há fotos para todas as espécies. Podem ajudar na identificação,
mas é necessário confirmar se uma planta identificada através dessas fotos Páginas de grupos
concorda com os caracteres vegetativos apresentados nas páginas das espécies. (identificando espécies)
Em famílias pequenas podem aparecer no meio da introdução e em famílias
grandes podem estar agrupadas em diagramas segundo caracteres de fácil
reconhecimento, como cor, tamanho etc.

Introdução Busca de características


Informações sobre diversidade, marcantes
distribuição geográfica, caracteres Retângulos coloridos na margem
importantes, ecologia e usos. das páginas ímpares funcionam
como índices de busca rápida para
localização e identificação de espécies
com caracteres menos freqüentes
Índice alfabético das famílias (exceções), e que por isso se destacam.
A tarja colorida na margem das páginas pares O índice é apresentado na página que
permite a busca alfabética das famílias, através do antece a primeira família, depois dos
índice apresentado na última página do livro. diagramas para identificar no nível de
família (p. 94).

Diagrama de grupos

O diagrama de grupos tem por objetivo ajudar o usuário, em famílias


com muitas espécies, a escolher o grupo durante a identificação.
Famílias pequenas não têm este diagrama. Funcionam da mesma
maneira que todos os diagramas apresentados no guia. As caixas
de cores mostram a ocorrência dos caracteres, os tons mais escuros
COMO USAR O GUIA

indicam subdivisões dos mais claros. Em Chrysobalanaceae, por


exemplo, grupos 1 até 5 têm folhas com pêlos (caixas cinza); entre
eles, grupo 1 se destaca pela presença de domácea, e os outros
são diferenciados pela cor e quantidade de pubescência. Grupos
6 e 7 têm folhas glabras (caixa bege), e os dois grupos diferem no
formato do ápice da folha. O diagrama não é sempre dicotômico,
às vezes fornece mais que duas possibilidades de escolha, como
os grupos 3, 4 e 5 no exemplo. Escolher o grupo que achar mais
provável e ir para a página correspondente. Para algumas famílias,
diagramas com outros caracteres, que não aqueles utilizados nos
agrupamentos, possibilitam outra forma de identificação.
19
Páginas de grupos (identificando espécies)
Em geral os grupos têm no máximo 10 espécies, ocupando da imagem da folha ou folíolo, representam detalhes
duas páginas opostas. Nessas páginas são colocadas as como glândulas, pêlos e escamas. Tipicamente, a
informações de cada espécie, agrupadas por um ou mais escala corresponde ao aumento de uma lupa de bolso
caracteres vegetativos em comum. Em geral procuramos (2-5 x), mas procure checar nas páginas de cada família
juntar as espécies que podem ser mais confundidas entre si. as escalas utilizadas.
Cada uma ocupa um quadrado correspondente a um sexto Procure ser flexível ao interpretar fotos e textos. As
da página e as definições dos agrupamentos aparecem no imagens representam um ou poucos indivíduos e, por
centro, na caixa de cor mais escura. Os grupos são numerados isso, não incluem toda a variação existente. Para ter
certeza da identificação, faça de forma que esta não
e podem ser reconhecidos pela cor. As informações que os
possa ser rejeitada e que as imagens não sejam muito
definem aparecem na caixa central junto com o respectivo
diferentes da planta que se deseja identificar.
número. Às vezes os grupos podem ser subdivididos por
outros caracteres, e as definições destes subgrupos aparecem Caixas de tomada de decisão
em caixas menores também na parte central das páginas.
Não são numerados e são reconhecidos pela tonalidade,
mais clara ou mais escura, da cor que define o grupo todo.
Quando os subgrupos estão presentes, a tonalidade da caixa
das espécies é a mesma do subgrupo ao qual pertencem.
Assim, ao se tentar identificar uma espécie, é possível chegar
num grupo pequeno de possibilidades, como se estivesse
seguindo uma chave dicotômica. No entanto, é importante
lembrar que os agrupamentos não são exclusivos. Checar
em outros grupos se a identificação não parecer correta. Definição de Definição
O guia não precisa ser usado necessariamente segundo a subgrupo de grupo
lógica estabelecida. É possível apenas olhando as imagens
reconhecer espécies, especialmente aquelas que apresentam
algum caractere particular.
Em algumas páginas podem aparecer DICA DE CAMPO
ou informações adicionais, em caixas de borda azul no
lugar da caixa de espécies. Se a informação contida
nessas caixas for adicional ao grupo, têm a mesma cor Dica de
de fundo que define o mesmo. Se a dica aparecer numa campo
caixa de cor distinta, em fundo branco, a informação é (adicional)
adicional à família como um todo.
A caixa das espécies inclui um texto pequeno que
chama a atenção dos caracteres diagnósticos à
identificação, junto com o nome científico, nome
regional mais usado, quando houver, freqüência e
distribuição nos ambientes da Reserva. A distribuição Caixa de espécie
geográfica da espécie é a última informação do texto,
que deve ser entendida levando em consideração a falta Texto Folha seca Pecíolo
de conhecimento sobre isso (p. 05). diagnóstico digitalizada (adicional)
Para cada espécie são apresentadas também imagens, que
representam partes da planta úteis em identificação:
• venação: tirada da face inferior e central da folha, Detalhes
folíolo ou foliólulo, dependendo da família. A foto
é apresentada em tamanho real. Assim, ao se tentar
de lupa
identificar uma espécie, dobrar uma folha ao meio, de bolso
procurando complementar a outra metade da imagem, (2x do
e conferir se corresponderiam aos dois lados de uma real)
mesma folha.
• ritidoma: parte do tronco para ilustrar o aspecto da
casca externa. Corresponde a um quinto do tamanho Tamanho
real (o comprimento maior da foto corresponde a 18
COMO USAR O GUIA

da folha
cm de tamanho real). em mm
• corte: tirada de uma secção da casca cortada,
mostrando a textura, coloração e exsudatos, quando
presentes, da casca e do alburno. Corresponde a
metade do tamanho real.
• folha e/ou folíolo: imagem digitalizada de uma folha
ou folíolo seco. A escala varia com o tamanho da folha Venação em
e o número pequeno que aparece perto da imagem tamanho real
corresponde em mm ao tamanho real. A cor da folha
Ápice
seca é um caractere importante. Corte Ritidoma
do ramo
Quando necessário outras fotos mostram outros 1/2 do real 1/5 do real
(adicional)
caracteres úteis. Em geral as fotos pequenas, ao lado
20
Taxonomia
Taxonomia é o estudo das relações filogenéticas do taxonomista que nomeou a espécie também
entre as plantas. Os taxonomistas que estudam faz parte desse nome, por exemplo Lecythis
essas relações agrupam plantas em taxa. Taxa zabucajo Aubl. significa que foi "Aubl." quem
é um termo para qualquer nível hierárquico de descreveu a espécie pela primeira vez. Existe
grupos de plantas relacionadas, como espécie, um sistema oficial de abreviações para nomes
gênero, família, ordem etc. Os taxonomistas de taxonomistas: "Aubl." por exemplo é sempre
dão nomes para cada táxon seguindo regras referido ao francês Jean Baptiste Christophore
nomenclaturais, por exemplo, famílias Fusée Aublet (1720-1778), que descreveu
devem terminar em "aceae". O código de muitas plantas das Américas. Às vezes um
nomenclatura estabelece regras para o uso de outro taxonomista pode decidir que a espécie
nomes, de forma a evitar confusões e corrigir combina melhor com as características de
as muitas já estabelecidas. outro gênero. Nesse caso o primeiro autor
A unidade básica da classificação é a fica entre parênteses, e o segundo (que
espécie. Uma espécie é definida como um mudou a espécie de lugar) fica no fim, fora dos
grupo de indivíduos que podem cruzar e parênteses. Por exemplo: a espécie hoje em dia
produzir descendentes férteis. Normalmente conhecida como Eschweilera wachenheimii foi
a habilidade de reprodução não é testada, originalmente colocada no gênero Lecythis por
definindo-se espécie como um grupo de Raymond Benoist (1881-1970); mais tarde,
indivíduos morfologicamente semelhantes e que Noel Sandwith (1901-1965) trocou-a para o
provavelmente podem cruzar entre si. Existe uma gênero Eschweilera; então o nome certo hoje
variação morfológica que é aceita no ponto em é E. wachenheimii (R. Benoist) Sandwith.
que os taxonomistas decidem, subjetivamente Acontece freqüentemente que a mesma
e às vezes com opiniões divergentes, que tais espécie recebe nomes diferentes e, assim, o
indivíduos pertencem a uma outra espécie. Esses nome dado por um taxonomista pode ser
taxa podem ser considerados intra-específicos, declarado inválido por outro. Por exemplo,
em geral chamados subespécies quando existe Kostermans descreveu a espécie Aniba duckei
variação consistente entre populações de áreas em 1938, mas Kubitzki, na revisão do gênero
geográficas distintas, mas não o suficiente para de 1982, concluiu que a descrição da planta
estas serem consideradas diferentes espécies; ou e o material tipo condiziam com Aniba
variedades, quando o padrão de variação não tem rosaeodora, nome dado por Ducke oito anos
consistência. Geralmente subespécies ocorrem antes. Nesse caso, o nome A. duckei não deve
em áreas diferentes, fora da distribuição total da ser mais utilizado e se torna um sinônimo de
espécie, mas às vezes pode ocorrer mais de uma A. roseaodora Ducke. Quando existe mais de
na mesma área. É mais freqüente a ocorrência de um nome para a mesma espécie, o mais velho
variedades diferentes na mesma área geográfica. tem prioridade.
Espécies próximas entre si pertencem Gêneros próximos são agrupados em
ao mesmo gênero. O nome completo de cada famílias. A família é o nível de classificação
espécie inclui o nome do gênero e o da espécie mais usado pelos botânicos no campo. Um
(epíteto específico) e os dois são escritos em botânico, quando está tentando identificar uma
itálico. Assim, por exemplo, a sapucaia se planta, começa pela família a qual ela pertence.
chama Lecythis zabucajo. Existem outras Existe uma série de características que ajuda no
espécies no mesmo gênero, por exemplo reconhecimento das famílias e que geralmente
Lecythis prancei e Lecythis pisonis. Ás vezes não varia muito dentro desse taxon.
o nome do gênero é abreviado quando já é O próximo nível de agrupamento é a
óbvio qual gênero está sendo discutido, por ordem. Esse nível é menos usado na prática,
exemplo: L. zabucajo, L. prancei etc. Cada mas é útil para organizar as famílias de
TAXONOMIA

nome científico tem que ter uma referência na maneira linear mostrando como estão ligadas
literatura onde a descrição original da espécie evolutivamente. Existem vários sistemas de
foi publicada, contendo uma descrição latina classificação desse nível. Neste livro usamos
e um número de referência do(s) exemplar(es) o Sistema de Cronquist (para Angiospermas,
utilizado(s) como tipo(s), ou seja, ao qual o com pequenas modificações). As idéias sobre a
nome se referência, em que herbário esse(s) classificação das plantas estão sempre mudando
exemplar(es) está(ão) depositado(s). O nome e novos sistemas continuarão aparecendo.
21
Classificação das Angiospermas
A sistemática tem dois alvos principais. O genealógica (cladograma) de um grupo,
primeiro é a taxonomia, que inclui a descrição porque estes são insuficientes.
das espécies encontradas e sua classificação Mais recentemente foram desenvolvidas
no sistema. O segundo é a filogenia, que é o técnicas para ler diretamente os códigos
conhecimento das relações históricas entre as moleculares dos genes no DNA. Assim, é
espécies e os níveis hierárquicos superiores. possível usar milhares de caracteres baseados
As classificações antigas foram reconhecidas na seqüência de bases nos genes, e a perda ou
como artificiais. Com a teoria da evolução, e mudança das bases podem ser usadas como
especialmente depois da descoberta, no século dados para construir árvores filogenéticas.
passado, dos processos pelos quais a evolução Usando cladogramas e dados moleculares,
funciona, a classificação objetivou agrupar um novo sistema de classificação está sendo
os taxa segundo o parentesco natural, que feito. Um sumário das conclusões preliminares
realmente reflete a história da evolução das é apresentado na página seguinte. A posição
entidades. Historicamente os taxonomistas filogenética de algumas famílias ainda é
usaram principalmente as características incerta e, portanto, os agrupamentos não são
das partes férteis para tentar resolver esses ainda confiáveis. As diferenças gerais entre o
problemas, e muitos formularam versões de sistema de Cronquist e o molecular incluem
classificação das Angiospermas. o fato de as Monocotiledôneas não estarem
Nos anos recentes o sistema mais aceito separadas das Dicotilodôneas, mas incluídas
foi o de Cronquist. Essa classificação separou nestas, e o agrupamento "Dilleneidae" não ser
dois grandes grupos, Monocotiledôneas e natural, estando suas famílias espalhadas em
Dicotiledôneas, com várias subclasses cada. outras linhas evolutivas.
Essa classificação é mostrada na próxima No diagrama da página 23 as famílias
página, apenas para os grupos ocorrentes aparecem em ordem alfabética dentro das
na Reserva. Nesse diagrama as cores ordens, com algumas exeções, pois ainda
mostram a divisão entre Monocotiledôneas não existe um sistema molecular completo e
e Dicotiledôneas, e as diferenças de tons em amplamente aceito.
cada uma delas mostram os agrupamentos de
subclasses, ordens e famílias.
Uma ferramenta muito importante
usada por sistematas nos últimos 20 ou 30
anos é a cladística. O objetivo é providenciar A hierarquia da classificação
uma maneira de resolver a filogenia de da castanha-do-Pará
organismos de forma objetiva, usando sistemas no sistema de Cronquist
matemáticos para relacionar os caracteres CLASSIFICAÇÃO DE ANGIOSPERMAS
compartilhados, polarizando esses caracteres
entre basais (primitivos, partilhados com Classe: Magnoliopsida
outros grupos proximamente relacionados)
(Dicotiledôneas)
e derivados (originados dentro do grupo), de
Subclasse: Dilleneidae
maneira a reconstruir a história evolutiva do
táxon que se está estudando (gênero, família, Ordem: Lecythidales
ordem etc.). A polarização de caracteres é Família: Lecythidaceae
feita com comparações com grupos irmãos Gênero: Bertholletia
(unidades de mesmo nível hierárquico e mais Espécie: B. excelsa Humb. & Bonpl.
proximamente relacionadas). Quanto maior
o número de caracteres utilizados na análise,
mais precisa será a reconstrução da história
Para ver o sistema completo: The Evolution
evolutiva dos grupos. Em análises cladísticas and Classification of Flowering Plants,
utilizando apenas caracteres morfológicos é 2a edição. New York Botanical Garden.
muitas vezes impossível reconstruir a árvore 1988.
22
Subclasse I Subclasse IV SISTEMA DE
Magnoliidae Dilleniidae CRONQUIST
Dicotiledonae
MAGNOLIALES DILLENIALES
Annonaceae Dilleniaceae Monocotyledonae
Myristicaceae
THEALES Subclasse VI Subclasse I Alismatidae
Ochnaceae
LAURALES Asteridade
Caryocaraceae
Monimiaceae TRIURIDALES
Theaceae
Siparunaceae Triuridaceae
Marcgraviaceae GENTIANALES
Lauraceae
Quiinaceae Loganiaceae
Hernandiaceae
Clusiaceae Gentianaceae
Apocynaceae Subclasse II
PIPERALES MALVALES Asclepiadaceae
Piperaceae Arecidae
Elaeocarpaceae
Tiliaceae
ARISTOLOCHIALES Sterculiaceae
ARECALES
Aristolochiaceae SOLANALES Arecaceae
Bombacaceae
Malvaceae Duckeodendraceae
RANUNCULALES Solanaceae CYCLANTHALES
Menispermaceae LECYTHIDALES Convolvulaceae Cyclanthaceae
Sabiaceae Lecythidaceae
ARALES
VIOLALES Araceae
Subclasse II LAMIALES
Flacourtiaceae
Boraginaceae
Hamamelidae Peridiscaceae
Verbenaceae
Lacistemataceae
URTICALES Lamiaceae Subclasse III
Violaceae
Ulmaceae Turneraceae Commelinidae
Moraceae Passifloraceae
Cecropiaceae Cucurbitaceae SCROPHULARIALES COMMELINALES
Urticaceae Scrophulariaceae Rapateaceae
CAPPARIDALES Gesneriaceae Xyridaceae
Capparaceae Acanthaceae Commelinaceae
Subclasse III Bignoniaceae
Caryophyllidae ERICALES Lentibulariaceae
Ericaceae ERIOCAULALES
CARYOPHYLLALES Eriocaulaceae
Phytolaccaceae EBENALES
Nyctaginaceae Sapotaceae RUBIALES JUNCALES
Cactaceae Ebenaceae Rubiaceae Thurniaceae
Amaranthaceae Styracaceae
Caryophyllaceae
PRIMULALES CYPERALES
Theophrastaceae ASTERALES Cyperaceae
POLYGONALES Asteraceae
Myrsinaceae Poaceae
Polygonaceae

Subclasse V RHIZOPHORALES LINALES Subclasse IV


Rosidae Rhizophoraceae Erythroxylaceae Zingiberidae
Humiriaceae
ROSALES SANTALES Hugoniaceae BROMELIALES
Connaraceae Olacaceae Bromeliaceae
Anisophylleaceae Opiliaceae POLYGALALES
Rosaceae Loranthaceae Malpighiaceae
Eremolepidaceae ZINGIBERALES
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

Chrysobalanaceae Vochysiaceae Streliziaceae


Rhabdodendraceae Viscaceae Polygalaceae Heliconiaceae
RAFFLESIALES Zingiberaceae
FABALES Rafflesiaceae SAPINDALES Costaceae
Leguminosae Sapindaceae Marantaceae
CELASTRALES Burseraceae
PROTEALES Celastraceae Anacardiaceae
Proteaceae Hippocrateaceae Simaroubaceae Subclasse V
Aquifoliaceae Meliaceae Liliidae
Icacinaceae Rutaceae
MYRTALES Dichapetalaceae
Lythraceae LILIALES
Thymelaeaceae GERANIALES Smilacaceae
EUPHORBIALES Oxalidaceae Dioscoreaceae
Myrtaceae
Euphorbiaceae
Onagraceae
Melastomataceae RHAMNALES APIALES ORCHIDALES
Memecylaceae Rhamnaceae Araliaceae Burmanniaceae
Combretaceae Vitaceae Apiaceae Orchidaceae
23
SISTEMA Eudicotyledonae
"MOLECULAR" Posição incerta
Anisophylleaceae
Proteaceae Ranunculales Icacinaceae
Sabiaceae Menispermaceae Rafflesiaceae
Magnoliales
Annonaceae
Myristicaceae
Higher eudicots CARYOPHYLLIDAE

SANTALALES
Laurales Eremolepidaceae Polygonaceae
Hernandiaceae Dilleniaceae Loranthaceae Rhabdodendraceae
Lauraceae Vitaceae Olacaceae
Monimiaceae Opiliaceae Caryophyllales
Siparunacaee Viscaceae Amaranthaceae
Cactaceae
Nyctaginaceae
Aristolochiales Phytolaccaceae
Aristolochiaceae Eurosids I ROSIDAE

Rosaceae
ASTERIDAE
Piperales Picramniaceae
Piperaceae Rhamnales
Rhamnaceae Ericales
Ebenaceae
Ericaceae
Monocotyledonae Urticales Lecythidaceae
Moraceae (incl. Marcgraviaceae
Araceae Cecropiaceae) Myrsinaceae
Triuridaceae Ulmaceae Sapotaceae
Urticaceae Eurosids II Styracaceae
Liliales Theaceae
Smilacaceae Theophrastaceae
Fabales
Leguminosae Myrtales
Asparagales Polygalaceae Euasterids I
Combretaceae
Orchidaceae Lythraceae
Gentianales
Melastomataceae
Cucurbitales Apocynaceae (incl.
Memecylaceae
Dioscoreales Cucurbitaceae Myrtaceae
Asclepiadaceae)
Burmanniaceae Gentianaceae
Onagraceae
Dioscoreaceae Loganiaceae
Violales Vochysiaceae
Rubiaceae
Caryocaraceae
Pandanales Chrysobalanaceae
Cyclanthaceae Solanales
Clusiaceae
Boraginaceae
Dichapetalaceae
Capparidales Convolvulaceae
Erythroxylaceae
Capparaceae Solanaceae (incl.
Commelinidae Euphorbiaceae
Duckeodendraceae)
Flacourtiaceae
Arecaceae Hugoniaceae
Humiriaceae Lamiales
COMMELINALES Lacistemataceae Acanthaceae
Commelinaceae Malpighiaceae Bignoniaceae
Malvales Gesneriaceae
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

Ochnaceae
Bombacaceae Lamiaceae
BROMELIALES Passifloraceae
Malvaceae
Bromeliaceae Peridiscaceae Lentibulariaceae
Sterculiaceae Scrophulariaceae
Rapateaceae Quiinaceae
Thymelaeaceae Verbenaceae
Rhizophoraceae
Tiliaceae
ZINGIBERALES Turneraceae
Costaceae Violaceae
Heliconiaceae Euasterids II
Marantaceae
Celastrales
Streliziaceae Aquifoliaceae
Celastraceae (incl. Sapindales
Zingiberaceae
Hippocrateaceae) Anacardiaceae Apiales
Burseraceae Apiaceae (incl.
POALES Meliaceae
Cyperaceae Oxalidales Araliaceae)
Connaraceae Rutaceae
Eriocaulaceae
Elaeocarpaceae Sapindaceae Asterales
Poaceae
Oxalidaceae Simaroubaceae Asteraceae
Thurniaceae
Xyridaceae
24 1 Parasita
14 Hemi-
parasitas
Hábito
25
Saprófitas
O hábito de uma planta é a sua de vida na Reserva, totalizando 2175 espécies
forma de vida quando adulta. A de plantas vasculares. Os gráficos circulares
43
Palmeiras
barra colorida ao lado ilustra a mostram o número de espécies das famílias
represen-tatividade de cada forma mais importantes em cada forma de vida.
80
Hemi- ÁRVORES
epífitas

Plantas grandes, lenhosas, geralmente muito subjetiva. Árvores grandes podem parecer
143 com um tronco único levando a copa até arbustos ou arvoretas quando jovens, e algumas
Arbustos o dossel. As árvores formam a maioria da ficam pequenas até ter condições melhores de
biomassa da floresta. As outras formas de crescimento quando uma clareira se forma.
vida usam as árvores como suporte (cipós e
epífitas), ou seus ambientes são altamente
99 Lauraceae
168 influenciados por elas (arbustos e ervas).
Epífitas As espécies ocupam estratos diferentes na 98 Sapotaceae

floresta. A maioria das espécies atinge o


62 Annonaceae
dossel. Algumas espécies (principalmente
494
de Leguminosae) podem ser emergentes, Outras 60 Leg: Mimosoideae
219
Ervas com copas acima do dossel. Outras
57 Myrtaceae
terrestres ocupam o estrato abaixo do dossel e
51 Chrysobalanaceae
são denominadas de subdossel. Árvores 48 Burseraceae
pequenas e arvoretas formam o sub- 46 Leg: Papilionoideae
bosque no interior da floresta. Arvoretas 40 Leg: Caesalpinioideae
44 Rubiaceae
podem parecer arbustos e a distinção é 40 Lecythidaceae
41 Clusiaceae
306
Lianas ARBUSTOS
Plantas lenhosas pequenas com um alagadas próximas a igarapés, em áreas secundárias
caule principal, ramificado desde a base. e no sub-bosque da campinarana.
Arbustos, arvoretas, árvores pequenas,
1176 ervas e plantas jovens formam o sub-
Árvores 29 Rubiaceae
bosque. Os arbustos, ao contrário de
27 Outras
arvoretas e árvores pequenas que 2 Boraginaceae
apresentam um caule único com 3 Flacourtiaceae
ramificações na parte apical, apresentam 4 Apocynaceae
ramos saindo junto ao solo. Muitos 5 Myrsinaceae
26 Piperaceae
arbustos podem ser cespitosos quando 5 Verbenaceae

apresentam vários caules saindo da base. 8 Solanaceae


A densidade de arbustos é maior em áreas 9 Myrtaceae
21 Melastomataceae

ERVAS TERRESTRES
Plantas terrestres com caule não lenhoso, caíram do dossel continuam vivas no chão. Certas
geralmente pequenas. Seguindo essa ervas são saprófitas, plantas sem clorofila que retiram
definição, ervas incluem algumas nutrientes da matéria orgânica em decomposição, às
espécies grandes, como a sororoca vezes associadas a fungos. Saprófitas são visíveis
(Phenakospermum guyanense), que apenas quando com flores ou frutos.
ecologicamente parece mais com arbustos
47 Pteridophyta
ou arvoretas. Existem ervas que são
especializadas em determinados ambientes. 53
Ervas aquáticas vivem dentro d'água ou em Outras

solos muito encharcados. Ervas têm folhas 4 Rapateaceae


4 Orchidaceae 22 Poaceae
próximas ao solo, podendo ser na forma
5 Acanthaceae
de roseta, ter pecíolos compridos ou até 7 Melastomataceae
HÁBITO

ramos eretos, elevando as folhas acima 7 Euphorbiaceae 21 Cyperaceae


do chão, como no caso de Marantaceae. 7 Araceae
Ervas escandentes usam outras plantas 12 Rubiaceae
18 Marantaceae
12 Asteraceae
como suporte. Às vezes epífitas que
LIANAS (CIPÓS) 25
Plantas lenhosas que nascem no solo e sobem nas que se enrola na planta suporte. Em alguns
árvores que usam como suporte, sempre apresentando casos os cipós jovens podem parecer arbustos ou
um tronco fino no chão. Cipós (ou lianas ou arvoretas. Hemiepífitas podem parecer cipós, mas
trepadeiras) formam uma parte muito importante ao contrário destes germinam no dossel e lançam
da floresta. Em geral apresentam folhas apenas no
dossel e às vezes é difícil associar as folhas com o 46 Bignoniaceae
tronco, principalmente quando vários cipós estão
sobre a mesma árvore. Em geral cipós são muito
20 Leg: Papilionoideae
pouco coletados na Amazônia e menos conhecidos 94 Outras
que as outras formas de vida. Cipós verdadeiros
17 Menispermaceae
germinam no chão e, usando outras plantas como
suporte, crescem até o dossel, onde se espalham 17 Sapindaceae
10 Cucurbitaceae
e florescem. As espécies apresentam diferentes
11 Polygalaceae
estratégias para subir na planta hospedeira. Algumas 16 Hippocrateaceae
11 Leg: Caesalpinioideae
espécies apresentam estruturas especializadas para 11 Apocynaceae
14 Passifloraceae
se agarrar e subir, como gavinhas (p. 73), ganchos 14 Malpighiaceae
12 Convolvulaceae 13 Dilleniaceae
e espinhos, outras apresentam um caule volúvel

EPÍFITAS
Plantas principalmente herbáceas que usam outras de acordo com a fase vegetativa da planta.
plantas para sustentá-las e não têm ligação com
o solo. Epífitas germinam e crescem somente
2 Cyclanthaceae 1 Piperaceae
nos galhos ou nos troncos de árvores. É uma
2 Solanaceae 1 Rubiaceae
forma de vida bem especializada, porque elas 1 Cactaceae
têm que agüentar variações às vezes extremas de 5 Gesneriaceae

temperatura e umidade. A maioria tem adaptações


10 Araceae
especiais para sobreviver em períodos com
pouca água, como Orchidaceae, Bromeliaceae,
18 Bromeliaceae
Cactaceae e Gesneriaceae. A maioria usa a planta
hospedeira apenas para suporte, mas outras são
hemiparasitas, como Loranthaceae, que suplementa 85 Orchidaceae

seus recursos com água e nutrientes seqüestrados


da planta hospedeira. Hemiepífitas podem parecer
epífitas quando sem contato com o solo. É comum
em Araceae a alternância entre essas formas de vida

HEMIEPÍFITAS

São plantas lenhosas ou herbáceas que usam outras pau se mantém como uma árvore verdadeira. As
plantas como suporte, mas têm uma conexão com hemiepífitas lenhosas da Reserva (Ficus, Coussapoa
o solo. Hemiepífitas incluem basicamente dois e Clusiaceae) raramente matam a planta hospedeira
modos de crescimento. Algumas germinam no por estrangulamento. Hemiepífitas podem ser
dossel e emitem raízes ao solo, outras germinam confundidas com cipós, mas não apresentam um
no solo e sobem normalmente grudadas ao tronco tronco único e este é geralmente mais fino na base
das árvores. Destas, algumas mantêm a conexão que no alto.
com o solo, enquanto outras tornam-se epífitas
quando a parte basal da planta morre. Algumas 1 Gesneriaceae 1 Solanaceae

alternam a forma da vida. Algumas Araceae, por 1 Pteridophyta 1 Bignoniaceae

exemplo, iniciam o crescimento grudadas num 2 Marcgraviaceae

tronco, após um intervalo a parte apical cresce 4 Cyclanthaceae


como um cipó até alcançar o solo ou outro tronco,
onde assume novamente a fase adulta, muitas
6 Cecropiaceae 37 Araceae
vezes perdendo a conexão com a planta-mãe. Os
"mata-pau" são hemiepífitas que germinam no alto,
HÁBITO

como epífitas verdadeiras, e depois emitem raízes


ao solo. Essas raízes engrossam e podem se unir,
formando um tronco que abraça a planta hospedeira.
Em alguns casos esta morre e o tronco do mata-
26
Ramificação
O crescimento de plantas lenhosas ocorre
através de extensão e ramificação. A forma
As únicas árvores monopodiais na
completa e a aparência da planta dependem
Reserva são palmeiras e algumas
da freqüência, ritmo e posição da ramificação, Rutaceae (Hortia e Spathelia).
e da disposição e longevidade das folhas nos Spathelia também floresce apenas
ramos. Neste guia os padrões arquitetônicos uma vez na vida (monocárpica).
são pouco explorados, principalmente
porque no campo é difícil reconhecê-los. As
características aqui apresentadas são gerais e
nosso intuito é apresentar os conceitos básicos Em Cordia (Boraginaceae), sempre
sobre ramificação e incentivar o leitor a há uma folha saindo na bifurcação
observar esses caracteres no campo. dos ramos.
Durante as fases de crescimento são
formadas unidades de extensão, porções Em Lauraceae, Combretaceae
de crescimento ininterrupto dos ramos, e Sapotaceae (Manilkara),
cujo reconhecimento no campo facilita algumas espécies apresentam
a compreensão das diferentes formas de ramos horizontais por
ramificação. Você pode reconhecer uma crescimento rítmico apositivo, ou seja, cada
unidade de extensão pela presença de nós unidade de extensão cresce inicialmente na
horizontal e logo assume a posição vertical, onde
ou por uma textura diferenciada da casca em
ocorre a produção de folhas. A próxima unidade
relação à unidade precedente ou posterior. se origina de uma gema axilar na "base" da porção
Ramos jovens correspondem à unidade de vertical, que por isso parece um ramo curto.
extensão mais recente.
No nível da planta como um todo,
o caule pode ter crescimento monopodial, Na maioria das plantas as unidades de
quando o crescimento se dá pela extensão extensão nascem de gemas axilares na
da gema terminal; ou simpodial, quando a base de uma folha. Assim, os ramos
extensão se forma a partir de uma gema axilar terminais da copa, com folhas, são mais
finos. Copas de árvores são, assim,
(lateral) da unidade precedente.
geralmente esféricas ou cônicas.
A orientação dos galhos maiores é uma
importante característica em identificação.
A forma da copa pode ajudar
Algumas espécies se caracterizam por galhos
em identificação. Árvores
horizontais, ou plagiotrópicos, geralmente emergentes de Mimosoideae, por
associados a folhas dispostas no mesmo plano exemplo, especialmente Dinizia
(dísticas), como em Annonaceae, Lecythidaceae excelsa, Parkia multijuga e
e Myristicaceae. As folhas de algumas Pseudopiptadenia psilostachya,
Meliaceae são muito grandes e podem parecer têm copas irregulares com
ramos horizontais. Myristicaceae é facilmente folhagens isoladas.
reconhecida no campo pelos ramos horizontais
e verticilados e a presença de seiva vermelha
Parkia pendula tem uma copa
na casca. Em contraposição, os ramos podem
bem plana e pode ser facilmente
ser verticais, ou ortotrópicos, como na maioria reconhecida à distância por
das espécies, ou ainda pendentes, como em essa característica.
Couepia longipendula (Chrysobalanaceae).
O crescimento dos ramos pode ser
RAMIFICAÇÃO

rítmico, quando a unidade de extensão cresce


inicialmente sem produzir ramos ou folhas Em Schefflera, Araliaceae, os ramos
(gemas), que ficam restritos à porção apical são sempre verticais e sempre se
das mesmas; ou contínuo, quando gemas dividem em dois em cada módulo
são produzidas regularmente. Neste último de crescimento, dando um aspecto
caso fica mais difícil o reconhecimento das único à copa.
unidades de crescimento.
27
Tronco
É o caule lenhoso de árvores, em geral a parte diâmetro de 10 cm ou mais, pois é difícil
sem ramos ou galhos. Os caracteres de tronco e observar isso nos troncos finos de arvoretas
casca, descritos nesta e nas páginas seguintes, e arbustos.
se aplicam principalmente às árvores com um
FORMA DO TRONCO
A forma do tronco pode variar entre a base, junto
ao solo, e a primeira ramificação da copa. As Cristado
características da base, que são importantes em
identificação, são exemplificadas separadamente. O A única árvore na Reserva com
aspecto do tronco como um todo pode ser circular, tronco cristado é Ocotea olivacea
quando a secção horizontal tem forma aproximada (Lauraceae). Esta característica
ao círculo; acanalado, quando a secção é irregular, é mais freqüente em caule
com depressões e elevações longitudinais, formando de lianas, especialmente de
canais; fenestrado, do latim "o que tem janelas", Leguminosae Mimosoideae.
quando apresenta cavidades profundas formando
buracos no tronco; arestado ou cristado, quando
tem projeções longitudinais em geral agudas na
forma de cristas ou arestas; nodoso, quando com Fenestrado
nós salientes, em geral arredondados e resultantes de
Troncos fenestrados são mais raros que troncos
caulifloria; tortuoso, quando apresenta sinuosidades
acanalados, ocorrendo apenas em Apocynaceae,
longitudinais; e torcido, quando se desenvolve de
Olacaceae, Icacinaceae e Flacourtiaceae. Um tronco
maneira espiralada sobre o mesmo eixo.
fenestrado é geralmente também acanalado. Os exemplos
Em geral as plantas têm um tronco único e mais conhecidos de tronco fenestrado na Amazônia são
solitário, mas algumas espécies têm a capacidade as plantas conhecidas por acariquara, especialmente
de produzir diversos troncos e, neste caso, a planta Minquartia guianensis (Olacaceae), que é muito utilizada
é denominada cespitosa. O hábito cespitoso é nas cidades como postes de energia elétrica.
freqüente em palmeiras e arbustos, principalmente Apocynaceae Olacaceae
em áreas abertas ou alagadiças.
O caule de lianas, que também pode ser fenestrado,
acanalado, torcido etc., apresenta outras formas (p.
73).

Eugenia subterminalis,
Myrtaceae, é um arbusto
cespitoso freqüente em
áreas abertas de solo
arenoso. Geissospermum Minquartia guianensis
argenteum

Acanalado
Troncos inteiramente acanalados ocorrem em várias famílias, mas são exceções dentro delas, o que facilita o
reconhecimento das espécies. Principalmente Apocynaceae e Leguminosae (Swartzia) apresentam troncos assim,
mas também Euphorbiaceae, Melastomataceae, Rubiaceae, Sapotaceae, Myrtaceae, Moraceae, Duckeodendraceae
e Sapindaceae. A base do tronco acanalada é uma característica muito mais freqüente, mas menos importante em
identificação.
Duckeodendraceae Apocynaceae Euphorbiaceae Melastomataceae Rubiaceae
TRONCO

Duckeodendron Aspidosperma Pausandra Miconia splendens Amaioua guianensis


cestroides nitidum macropetala
28 BASE DO TRONCO
A base do tronco pode apresentar características Acanalada: com depressões longitudinais
que ajudam no reconhecimento de espécies ou até formando canais, acompanhando o diâmetro
mesmo famílias. Pode ser reta, dilatada, digitada, do tronco, sem expandir-se. Às vezes todo o
acanalada ou apresentar raízes modificadas como tronco é acanalado, não apenas na base, como
sapopemas e raízes escoras. ilustrado na página anterior.

Reta: com a mesma D i l a t a d a : Digitada: apresenta pequenas projeções em


forma do tronco, o tronco é forma de "dedo" onde as raízes superficiais se
sem expansão na mais grosso rente juntam ao tronco.
base. ao solo.

Sapopemas
Sapopemas ou raízes tabulares são extensões achatadas (tabulares) da parte superior das raízes superficiais, que
funcionam como estruturas de sustentação das árvores. Sapopemas ajudam as árvores a resistir ao vento etc. O
termo é de origem tupi-guarani e significa "raiz chata". Sapopemas grandes são mais comuns em Elaeocarpaceae,
as três subfamílias de Leguminosae, Anacardiaceae, Vochysiaceae, Humiriaceae, Sapotaceae, Lecythidaceae. Em
Chrysobalanaceae as sapopemas são em geral pequenas ou a base é apenas dilatada. As famílias maiores que raramente
têm sapopemas incluem Apocynaceae, Clusiaceae, Olacaceae, Rubiaceae, Moraceae, Flacourtiaceae e Annonaceae.
Sapopemas podem ser caracterizadas quanto à forma da aresta, simetria, dimensões, diluição e presença de lenticelas.
Quanto às arestas, na maioria das espécies, são retas ou côncavas, sem um padrão óbvio caracterizando famílias.
Sapopemas com arestas convexas são menos freqüentes, ocorrendo principalmente em Elaeocarpaceae, Lauraceae
e Chrysobalanaceae, e raramente em outras famílias.

Características das sapopemas

Simétricas: sapopemas mais ou


Convexa: a crista apresenta uma
menos da mesma forma e tamanho
linha convexa.
a cada lado do tronco.

Assimétricas: sapopemas com formas Reta: a crista apresenta uma


ou tamanhos diferentes a cada lado linha reta.
do tronco.

Côncava: a crista apresenta uma


Ramificadas: as sapopemas se
linha côncava. É a forma mais
dividem.
comum.

Annonaceae Burseraceae Chrysobalanaceae

Xylopia nitida Xylopia Protium Licania Couepia


emarginata decandrum gracilipes longipendula
var. duckei

Elaeocarpaceae Humiriaceae Lauraceae Caesalpinioideae


BASE DO TRONCO

Sloanea nitida Sloanea rufa Sloanea Vantanea Licaria Sclerolobium


schomburgkii micrantha martiniana setiferum
29
Raízes escoras
Raízes escoras ou suportes são raízes que saem do tronco e alcançam o solo, deixando um vão.
Raízes escoras altas são encontradas em Arecaceae (Iriartella e Socratea exorrhiza), Clusiaceae
(Tovomita) e Cecropiaceae. Além desses grupos, essas raízes também ocorrem em várias outras
famílias, especialmente Annonaceae (Xylopia), Chrysobalanaceae (Licania), Myristicaceae,
Moraceae, Sapotaceae e Euphorbiaceae.

Annonaceae Arecaceae Chrysobalanaceae Clusiaceae

Xylopia spruceana Socratea exorrhiza Licania latifolia Tovomita caloneura Tovomita sp. 1

Elaeocarpaceae Euphorbiaceae Lauraceae Myristicaceae Myrtaceae

Sloanea Micrandra Pleurothyrium Virola pavonis Blepharocalyx eggersii


synandra spruceana vasquezii
(sapopemas e
raízes escoras)

Raízes adventícias
São raízes finas que saem a certa altura Arecaceae Euphorbiaceae
do tronco e não alcançam o solo, e
são muito frágeis para dar sustentação.
Ocorrem em algumas palmeiras (Mauritia)
e às vezes em Myrtaceae, Sapotaceae,
Euphorbiaceae, Melastomataceae,
Moraceae, Malpighiaceae, Caryocaraceae
e Annonaceae. Também ocorrem
perto da base em cipós, especialmente
Bignoniaceae.

Mauritia flexuosa Amanoa guianensis

Raízes superficiais
BASE DO TRONCO

São raízes grossas que ficam visíveis sobre


o solo a uma longa distância do tronco.
Ocorrem principalmente em Lecythidaceae
(Cariniana), Moraceae (Clarisia), Leguminosae
e Caryocaraceae. Em floresta de baixio Clarisia racemosa
muitas plantas apresentam raízes superficiais apresenta raízes
densamente lenticeladas, às vezes formando superficiais
pequenos "joelhos". alaranjadas muito
características.
30
Anatomia do caule
A identificação de muitas plantas é facilitada se reconhecer três camadas principais de dentro
pelas características das várias camadas do caule. para fora: madeira, casca viva e casca morta.
O caule de uma planta ereta tem duas funções: Entre estas, existem duas finas camadas de
propicia suporte às partes aéreas e nos seus células meristemáticas (ativas), que produzem
vasos são transportados nutrientes e água entre as novas células das camadas mais externas,
as raízes e a copa. Em uma secção transversal providenciando o crescimento em diâmetro do
de um caule de qualquer dicotiledônea, pode- tronco (crescimento secundário).

Tecido de dilação é um tecido Câmbio vascular é uma Cerne é a parte central do caule, formado
parênquimático depositado única camada de células por células mortas do xilema, preenchidas
pelos raios nos espaços ativas que produzem por substâncias como lignina, que provi-
criados pelo crescimento células de xilema denciam sustentação ao caule, ou
em diâmetro do tronco. internamente e de substâncias para proteção contra o ataque
Ocorre principalmente em floema externamente. de cupins e microorganismos.
árvores com casca grossa, e
está situado imediatamente
abaixo dos sulcos das
Raios são celulas Medula é um cilíndro
fissuras.
parenquimáticas, de tecido mole no
com paredes centro do tronco.
Marcas de chamas são finas. Transportam Ocorre sempre em
áreas de tecido da casca nutrientes entre o ramos jovens, e, às
viva que não funcionam centro do tronco ao vezes, também no
mais para transporte. São tecido de dilatação. tronco de árvores
freqüentemente coloridas velhas, mas em árvores
em razão do depósito de de florestas tropicais
substâncias de proteção. pode ser tão pequena
que é imperceptível.
Ritidoma, neste livro, é
usado somente para a
superfície da casca. Este
termo é aplicado também
para toda a casca morta.

Fissuras ocorrem
quando a casca velha
não se desprende.
Com o aumento da
circunferência e devido a
ausência de elasticidade
da casca morta, aparecem
essas rachaduras.
Alburno é madeira formada por
Casca morta é constituída células vivas do xilema com
ANATOMIA DO CAULE

por células produzidas função de transporte de água


pelo câmbio cortical, das raízes para a parte aérea.
ou de partes mortas da Casca viva velha é
casca viva, dependendo formada por células
do desenvolvimento do velhas do floema, Casca viva jovem é formada
câmbio. geralmente inativo. por células vivas de floema,
que funcionam na condução
de açúcares e outros
Câmbio cortical (felogênio) são células meristemáticas que produzem metabólitos produzidos nas
novas células, que imediatamente morrem e formam a casca morta. Estas folhas, ou como depósito de
podem formar uma única ou várias camadas de diferentes idades. nutrientes.
DESENVOLVIMENTO DO CÂMBIO CORTICAL 31

A forma de desprendimento do ritidoma Peridermes velhas são representadas por linhas


depende principalmente do comportamento vermelhas. Quando o câmbio cortical morre,
do câmbio cortical. Ao contrário do câmbio as camadas externas isoladas e com o tempo
vascular que é sempre vivo, o câmbio cortical se desprendem. Em plantas com ritidoma
morre à medida que novas camadas são liso, o novo câmbio é formado imediatamente
formadas em direção ao centro do tronco. O adjacentes ao anterior e a casca desprende em
esquema abaixo mostra o que acontece nos placas finas. Se forem um pouco maiores, esse
principais padrões. A linha verde representa desprendimento pode dar um aspecto rugoso
o câmbio cortical, que produz o periderme. ao ritidoma.

Se o câmbio forma camadas mais ou menos


contínuas e a distância entre os câmbios sucessivos
é pequena (são freqüentemente produzidos),
o desprendimento resultante será em placas
papiráceas grandes (como é característico em
Myrtaceae). Se os câmbios forem menos contínuos,
as placas serão menores ou mais finas.

Se a casca morre e não se desprende logo depois


que o novo câmbio é formado, o ritidoma aumenta
em espessura e a casca morta fica composta de
camadas superpostas. Isso pode resultar num
desprendimento em placas grossas laminadas, às
vezes formando fendas, como em Lecythidaceae.
As camadas superpostas ficam unidas em função
da presença de fibras radiais entre elas.

Se os novos câmbios são curtos e descontínuos,


o desprendimento será em placas pequenas. A
espessura dessa placas depende da profundidade
em que o novo câmbio se forma.

Se o câmbio cortical tem tendência a ser côncavo,


as placas de desprendimento são também côncavas,
deixando cavidades ou depressões como cicatrizes
ANATOMIA DO CAULE

no tronco. Normalmente o centro dessas depressões


são mais claros logo depois que as placas caem.

Se os novos câmbios se formam menos


freqüentemente e são mais ou menos contínuos,
a casca se desprende em placas grandes,
cuja regularidade e forma dependerão do
comportamento do câmbio.
32
Ritidoma
A classificação dos padrões de casca externa, variação existente. Os mateiros reconhecem
ou ritidoma, é difícil. Embora alguns sejam espécies ou famílias a distância apenas pelos
claros e facilmente identificáveis, a variação caracteres do tronco, mesmo para aqueles
existente entre indivíduos da mesma espécie cujos padrões não podem ser classificados
pode ser muito grande, especialmente quando como os apresentados aqui. Utilizando
comparando indivíduos de diferentes idades ou fotografias é difícil mostrar alguns padrões
em diferentes ambientes. Além disso, o ritidoma que com a experiência passa-se a reconhecer
de muitas espécies apresenta características facilmente no campo. Nas páginas seguintes
intermediárias de difícil classificação. são exemplificados os padrões mais óbvios
O aspecto do ritidoma pode ser liso, e comuns entre as espécies da Reserva. A
rugoso, escamoso, fissurado, reticulado, intenção destas páginas é também estimular o
lenticelado etc., dependendo do tipo de uso da terminologia existente e a observação
desprendimento ou de suas cicatrizes, ou dos caracteres da casca, pouco utilizados até
ainda de estruturas como lenticelas, acúleos, mesmo por botânicos experientes.
espinhos e anéis transversais proeminentes. Ao observar a casca das árvores, procure
Quando da elaboração deste guia as características principais que definem o
pretendia-se usar ao máximo os caracteres aspecto geral e não se atenha a detalhes que
da casca para identificação, mas isso não foi engordam as descrições e não ajudam na
possível para todas as famílias devido à grande identificação.

COR DO RITIDOMA

A grande maioria das árvores apresenta o ritidoma Leguminosae Caesalpinoideae


em tons de cinza ou marrom. A cor cinza é
muitas vezes definida pelos liquens que recobrem
o tronco. Algumas espécies apresentam o tronco
branco, em Myrtaceae e Bombacaceae pode
ser verde. Definir cores é, no entanto, muito
subjetivo. Depende do observador, da idade da
planta e também da umidade. Em dias chuvosos
os troncos ficam em geral mais escuros. A casca
de algumas poucas espécies, no entanto, apresenta
uma coloração de destaque na fisionomia interna
da floresta, e em função disso podem ser facilmente
reconhecidas. Cores em combinação com as
outras características do tronco e da casca ajudam
em identificação. Assim, por exemplo, Pradosia
cochlearia (Sapotaceae) é facilmente reconhecida
pela casca alaranjada com manchas (depressões)
mais claras. Ritidoma avermelhado e liso é comum
em Leguminosae. Peltogyne paniculata, conhecida
como escorrega-macaco, é uma das espécies mais
marcantes na floresta por apresentar o ritidoma liso
e completamente avermelhado. Peltogyne paniculata

Leguminosae Myrtaceae Sapotaceae


RITIDOMA

Inga alba Swartzia Vouacapoua Calyptranthes Myrcia aliena Chrysophyllum


longistipitata pallidior aff. macrophylla sanguinolentum
ssp. spurium
LISO 33

O ritidoma é liso quando não apresenta nenhuma forma assim em geral sob as lâminas de desprendimento
de desprendimento, fissuras, lenticelas, rugosidades, (veja laminado). Cascas completamente lisas são, no
cicatrizes ou outras características que definem os entanto, exceções na floresta. Exemplos de casca lisa
padrões apresentados nas páginas seguintes. Em e avermelhada são mostrados na página anterior.
espécies de Myrtaceae, por exemplo, o ritidoma
pode ser completamente liso, embora apresente-se
RUGOSO
Quando o aspecto é definido pela presença de Lauraceae
muitas dobras (anéis horizontais proeminentes,
ou "hoop-marks") que tornam a superfície
acidentada. Essas linhas horizontais aparecem
com freqüência na casca de muitas espécies e em
alguns casos podem ajudar em identificação. Em
Lauraceae, por exemplo, muitas espécies apresentam
esses anéis, mas raramente definem o ritidoma
como rugoso, por serem espaçados e irregulares. Endlicheria Licaria
Algumas espécies podem apresentar esses anéis pyriformis pachycarpa
regularmente espaçados, definindo internós, como
em Cecropiaceae. Mimosoideae Lecythidaceae

Marcas de olho são


cicatrizes de quedas de
galhos ou folhas, que podem
ser características da casca
de algumas espécies. Muito
evidente no tronco de
Cecropiaceae. Abarema Eschweilera
adenophora romeu-cardosoi

SUJO E ÁSPERO
Em muitas espécies não se pode definir o tipo de optamos por denominar de áspero ou sujo, este último
ritidoma, pois embora apresentem estruturas como termo aplicado especificamente àqueles casos em que
lenticelas, fendas ou alguma forma de desprendimento, o ritidoma apresenta fendas profundas e irregulares
essas não definem o aspecto da casca. Neste caso que dão um aspecto de desorganização à casca.

Áspero Sujo
Apocynaceae Chrysobalanaceae Mimosoideae Burseraceae Chrysobalanaceae Ebenaceae

Aspidosperma Licania impressa Enterolobium Protium altisonii Parinari Diospyros


spruceanum schomburgkii parvifolia vestita
Leguminosae Papilionoideae Euphorbiaceae Lauraceae Papilionoideae
RITIDOMA

Diplotropis Platymiscium Vatairea sericea Conceveiba Aniba Aldina


triloba duckei martiana hostmanniana heterophylla
34 COM PLACAS LENHOSAS GRANDES

Poucas espécies têm o desprendimento do ritidoma (depressões). Exemplos extremos desse tipo de casca
em placas muito grandes, grossas e lenhosas, que em ocorrem em Dinizia excelsa (Leguminosae) e Sextonia
algumas espécies atingem até 1 m de comprimento. rubra (Lauraceae), cujas placas desprendidas ficam
Em alguns casos essas placas deixam cicatrizes acumuladas ao redor da base do tronco, em plantas
impressas em sua inserção, mas o ritidoma não fica de grande porte, formando um amontoado.
manchado como nos casos apresentados abaixo

Apocynaceae Caryocaraceae Clusiaceae Leguminosae Lauraceae

Caryocar Caraipa Dinizia Parkia Sextonia rubra


villosum odorata excelsa pendula
Rubiaceae Sapotaceae

Aspidosperma schultesii Botryarrhena Henriquezia Pouteria maxima Pouteria vernicosa


pendula verticillata

COM DEPRESSÕES
Quando o ritidoma fica marcado por depressões marcante de algumas espécies, ocorrendo espe
irregulares, em geral de bordas arredondadas, cialmente em Lecythidaceae e Sapotaceae. Placas
que são cicatrizes deixadas pelas placas de grandes (ver acima) podem deixar depressões como
desprendimento. Essas cicatrizes, geralmente lisas, cicatrizes, mas estas são em geral muito grandes e
apresentam uma coloração distinta e mais viva que menos importantes que as placas na definição do
a casca envelhecida. É uma característica aspecto do tronco.

Sapotaceae Lauraceae Lecythidaceae Meliaceae Myrtaceae


RITIDOMA DEPRESSÕES

Ocotea Licaria Eschweilera Guarea cf. Eugenia sp. 2


rhynchophylla guianensis carinata cinnammomea
Leguminosae Olacaceae Sapindaceae Sapotaceae

Pradosia cochlearia Zygia Ptychopetalum Talisia vera- Pradosia Pradosia


racemosa olacoides luciana decipiens decipiens
LAMINADO 35

Quando o aspecto geral do ritidoma é marcado por papiráceas, ou rígidas e coriáceas, mas em ambos
lâminas de desprendimento. Lâminas são placas, em os casos facilmente distinguíveis das placas de
geral irregulares na forma, mas muito finas. Podem ritidoma escamoso, por enrolarem ou pelo menos
ser maleáveis e por isso chamadas de apresentarem as bordas fortemente recurvadas.

Lâminas papiráceas
Parecem pedaços de papel-velho quebradiço, em geral sob as lâminas finas formando camadas sobrepostas. Ocorrem
em poucas famílias, sendo muito evidentes em Melastomataceae.

Melastomataceae Myrtaceae

Miconia traillii Miconia dispar Eugenia omissa Calyptranthes


cuspidata

Dichapetalaceae Sapotaceae Rubiaceae

Miconia ampla Dichapetalum Pouteria hispida Chrysophyllum Alibertia


spruceanum (forma B) colombianum myrciifolia

Lâminas coriáceas
Em geral são lâminas grandes que ao desprender deixam uma superfície lisa exposta. Ocorrem principalmente em
Myrtaceae.

Myrtaceae

Calycolpus Eugenia cf. Eugenia sp. 3 Marlierea


revolutus longiracemosa umbraticola
RITIDOMA LAMINADO

Myrtaceae Sapotaceae

Calycolpus goetheanus Myrcia gigas Myrciaria Pouteria Pouteria


floribunda erythrochrysa peruviensis
36 ESCAMOSO

Quando o ritidoma é coberto por placas de tronco, as placas ficam aderidas ao tronco num
desprendimento (veja também depressões e ponto, que pode ser lateral, central ou apical, e isso
lâminas nas páginas anteriores). É comum estarem ajuda em identificação. Em alguns casos as placas
associadas a fendas verticais, mas as placas têm podem ser quadradas, retangulares ou irregulares.
mais importância no aspecto geral da casca. Placas podem se constituir de cristas, ou seja, da
Existe grande variação na forma, consistência, porção entre fendas longitudinais, e, por isso, às
espessura, disposição, densidade e aderência vezes apresentam as bordas laterais retilíneas, mas
dessas placas. Em algumas espécies as placas o ápice e a base são irregulares. Nesta página são
são rígidas e lenhosas, em outras finas e esfarelam apresentados apenas exemplos desse tipo de casca,
na mão. Quando começam a se desprender do que pode ser encontrado em muitas famílias.

Myristicaceae Anacardiaceae Annonaceae

Campnosperma Annona Xylopia Xylopia nitida


gummiferum amazonica amazonica

Apocynaceae Caryocaraceae Chrysobalanaceae

Iryanthera lancifolia Tabernaemontana Caryocar Licania Licania


muricata glabrum ssp. adolphoduckei oblongifolia
glabrum

Euphorbiaceae Lauraceae

Alchornea Phyllanthus Richeria Aniba Mezilaurus Mezilaurus


discolor manausensis dressleri santalodora synandra duckei
RITIDOMA ESCAMOSO

Lecythidaceae Leguminosae Myristicaceae Myrtaceae Olacaceae

Couratari Swartzia Swartzia Iryanthera Myrcia sp. 1 Aptandra


stellata corrugata panacoco macrophylla tubicina
Sapindaceae Celastraceae Sapotaceae 37

Allophyllus sp. 1 Maytenus Pouteria freitasii Pouteria pallens Pouteria Pouteria retinervis
guyanensis reticulata

RETICULADO
Quando o aspecto do tronco é definido por aderidos e o desprendimento não é evidente.
pequenos retículos, geralmente mais ou menos Ocorre em diversas famílias, mas é freqüente em
quadrados, formados por fendilhamento fino vertical Leguminosae e Chrysobalanaceae.
e horizontal. Em geral os retículos são fortemente

Chrysobalanaceae

Licania Couepia Couepia


prismatocarpa magnoliifolia guianensis

Annonaceae Apocynaceae Euphorbiaceae

Duguetia Himatanthus Pera bicolor


trunciflora stenophyllus

Elaeocarpaceae Simaroubaceae Leguminosae


RITIDOMA RETICULADO

Licania sothersae Sloanea Simaba sp. nov. Andira parviflora


pubescens

Leguminosae

Dimorphandra Bocoa viridiflora Hymenolobium Hymenolobium Stryphnodendron Swartzia recurva


ignea heterocarpum pulcherrimum guianense
38 FISSURADO, FENDIDO E ESTRIADO
Quando a casca apresenta sulcos longitudinais que
definem o aspecto geral do tronco, é denominada
de fissurada ou fendida. A casca é estriada quando
apresenta apenas linhas superficiais de coloração
Scleronema micranthum
distinta. Fissuras são sulcos longitudinais em
(Bombacaceae). Quando
forma de "V", no corte transversal, enquanto
adulto o ritidoma
fendas correspondem a sulcos mais ou menos apresenta fissuras de
retos. Apesar desses diferentes termos, às vezes crista plana, quando
é difícil diferenciar uma fenda de uma fissura, e jovem é claramente
árvores jovens de casca tipicamente fissurada ou estriado.
fendida podem apenas apresentar estrias. Estrias
podem também ser formadas por lenticelas
agrupadas verticalmente (p. 41). Fendas e fissuras
variam não só na forma, mas na profundidade, no
tipo da crista e na distância entre si. Ao descrever
e observar fendas e fissuras, observe a forma e a
largura da crista (côncava, convexa, plana e aguda)
Em muitas espécies como
e a profundidade do sulco. Calophyllum aff. brasiliense
(Clusiaceae), as fissuras
Cortes transversais esquemáticos são longitudinalmente
de casca sulcada descontínuas, formando
alvéolos.
Profundidade Crista

Fissuras com
crista côncava

Fissuras com
crista convexa

Fissuras com
crista plana

Fissuras com
crista aguda

Bocageopsis multiflora Em Lecythis parvifructa


Fendas com (Annonaceae) apresenta (Lecythidaceae) a
crista plana ritidoma com fissuras de forma dos sulcos se
crista aguda. aproxima à definição
de fenda.

Ritidoma com estrias ou sulcos rasos, sem desprendimento evidente


RITIDOMA FISSURADO

Anacardiaceae Annonaceae Bignoniaceae Chrysobalana- Euphorbiaceae Lecythidaceae

Tapirira Xylopia Jacaranda Licania Croton Eschweilera


guianensis calophylla copaia sandwithii lanjouwensis amazoniciformis
39
Lauraceae Leguminosae Malpighiaceae Meliaceae Myristicaceae

Licaria Ocotea Vouarana cf. Pterandra Guarea silvatica Virola venosa


chrysophylla floribunda guianensis arborea

Melastomataceae Sapotaceae Siparunaceae

Loreya riparia Miconia Henriettea Miconia affinis Pouteria Siparuna


pyrifolia ramiflora laevigata decipiens

Ritidomas com sulcos profundos e sem desprendimento evidente

Annonaceae Chrysobalanaceae Clusiaceae Combretaceae Myristicaceae

Unonopsis Licania Calophyllum Buchenavia Virola


stipitata unguiculata aff. brasiliense guianensis multinervia

Lecythidaceae Melastomataceae Olacaceae

Lecythis pisonis Corythophora Cariniana Miconia Bellucia Dulacia


rimosa micrantha elaeagnoides grossularioides guianensis
RITIDOMA FISSURADO

Sapotaceae

Pouteria minima Pouteria aff. Chrysophyllum Pouteria Manilkara Pouteria


gardneri manaosense caimito (forma bidentata virescens
40 RITIDOMA LENTICELADO
Lenticelas são estruturas usadas para respirar. Circulares
Ritidoma densamente lenticelado é denominado (Sextonia rubra)
verrucoso, pois as lenticelas parecem "verrugas" na
superfície. Lenticelas podem ser elípticas, circulares Elípticas
ou menos freqüentemente lineares, apresentam uma verticais e
abertura (fenda ou espocação), mas esta abertura fendidas
pode não ser muito evidente. Podem, ainda, ser (Odontadenia
dispersas ou agrupadas, em linhas horizontais ou puncticulosa)
verticais. Em muitas espécies podem caracterizar
o aspecto do tronco, em outras são esparsas ou
escondidas pelo desprendimento. Variam também
em quantidade, tamanho, proeminência e cor
(principalmente pretas, brancas ou vermelhas).
Ocorrem principalmente nos troncos e ramos,
raramente na raque de folhas compostas (p.e. em
Mimosoideae e Meliaceae) ou no pecíolo (e.g.
Passifloraceae: Dilkea, Araceae). Algumas vezes
um tronco pode parecer verrucoso em função da
Elípticas Lineares Lineares verticais
presença de lenticelas, mas isso pode variar muito horizontais horizontais (Mezilaurus
entre indivíduos da mesma espécie e até mesmo (Inga grandiflora) (Inga lateriflora) itauba)
em função de fatores ambientais.

Lenticelas dispersas ou não nitidamente agrupadas


Lauraceae Muito comuns em Lauraceae. Freqüentes em Leguminosae e
Chrysobalanaceae e ajudam a diferenciar Meliaceae das demais Sapindales,
mas ocorrem também em muitas outras famílias. Indivíduos da mesma
espécie podem apresentar lenticelas ora dispersas ora agrupadas vertical
ou horizontalmente. Essa variação pode ocorrer no mesmo tronco, e é
importante notar qual disposição caracteriza o aspecto geral do tronco.
Lauraceae

Ocotea aciphylla Aniba williamsii Ocotea cujumari Ocotea Rhodostemonodaphne


guianensis peneia

Celastraceae Chrysobalanaceae Clusiaceae Ebenaceae Vochysiaceae


RITIDOMA LENTICELADO

Goupia glabra Licania Licania pallida Caraipa Diospyros Ruizterania


micrantha grandifolia carbonaria albiflora

Leguminosae

Dicorynia Ormosia Hymenolobium Inga obidensis Monopteryx Parkia velutina


paraensis grandiflora modestum inpae
41
Lenticelas em linhas horizontais
Moraceae Ocorrem principalmente em Leguminosae, especialmente no gênero Inga,
e menos freqüentemente em outras famílias como Moraceae e Lauraceae.
Em alguns casos as lenticelas formam um anel contínuo ao redor do tronco
e podem ser confundidas com dobras ("hoop-marks") que caracterizam
troncos rugosos, mas que ao contrário das primeiras não apresentam fendas
ou espocações.

Moraceae Chrysobalana- Anisophyllaceae

Brosimum rubescens Brosimum Clarisia Licania Anisophyllea


potabile racemosa canescens manausensis

Lauraceae Leguminosae Mimosoideae

Endlicheria Ocotea Ocotea Inga lateriflora Inga thibaudiana Inga capitata


citriodora ceanothifolia tabacifolia

Lenticelas em linhas verticais


Lauraceae Ocorrem em várias famílias. A casca de algumas espécies com esses
ritidomas, pode ser chamada de estriada quando as lenticelas são muito
pequenas e formam linhas de coloração distinta. Em outros casos as
lenticelas podem aparecer associadas a fissuras ou fendas.

Annonaceae Elaeocarpaceae Lecythidaceae

RITIDOMA LENTICELADO

Ocotea immersa Guatteria sp. 3 Sloanea rufa Allantoma Eschweilera


lineata pseudodecolorans

Leguminosae Sapotaceae Thymelaeaceae

Cassia rubriflora Dimorphandra Pterocarpus Sclerolobium Sarcaulus Schoenobiblus


pennigera rohrii sp. 6 brasiliensis daphnoides
42 COM ESPINHOS OU ACÚLEOS
São estruturas externas pontiagudas. Espinhos como por exemplo a samaúma (Ceiba pentandra)
são modificações de folhas, raque de folhas ou e o taperebá (Spondias mombin), respectivamente,
estípulas, e por isso apresentam um sistema vascular. mas não foram observados nas espécies nativas
Não podem ser destacados do órgão onde são dessas famílias na Reserva.
encontrados sem desprender parte de tecido do
Solanaceae
Espinhos
mesmo. Acúleos são projeções da epiderme, em
geral cônicos, sem sistema vascular, que por serem de
origem superficial podem ser facilmente destacados.
Além disso, pêlos (ou tricomas, ver p. 66) podem
ter a forma de espinhos. Estas estruturas têm duas
funções principais: proteção contra herbivoria ou, no
caso de plantas escandentes, como estruturas para
subir em outras plantas. A presença de espinhos
ou acúleos pode ajudar em identificação, e neste
sentido a terminologia não importa muito. O
exemplo mais óbvio disso são palmeiras (Arecaceae),
pois a presença de espinhos permite diferenciar os
gêneros Bactris, Astrocaryum e Desmoncus dos
demais. Dentre as famílias de dicotiledôneas
ocorrentes na Reserva, espinhos e acúleos são
encontrados apenas em Rutaceae e Solanaceae, e
em Chomelia (Rubiaceae), após a queda da folha,
parte do pecíolo persiste e torna-se rígido como um
espinho. Acúleos aparecem freqüentemente na
casca de espécies de Bombacaceae e Anacardiaceae, Solanum crinitum

Arecaceae (Palmae)

Astrocaryum aculeatum Astrocaryum Bactris elegans Bactris maraja


gynacanthum

Rutaceae (acúleos) Rubiaceae Solanaceae


RITIDOMA COM ESPINHOS

Zanthoxylum djalma- Zanthoxylum rhoifolium Chomelia Solanum fulvidum


batistae malaneoides
43
Casca interna
As fotografias do corte da casca, utilizadas na Em algumas espécies a espessura total da casca,
ilustração de cada espécie neste guia, foram feitas incluindo tecidos mortos e vivos, é muito fina e de
de um corte tangencial ao eixo longitudinal do difícil visualização. Outras têm a casca espessa e
tronco. Elas procuram mostrar o aspecto interno apresentam fibras de cores e disposição diferentes,
da casca (floema) e do alburno (xilema) (p. 30). formando padrões que ajudam em identificação.

CASCA MORTA
A casca morta é constituída de células mortas com morta será muito fina ou até mesmo imperceptível.
função de proteção, que recobre a casca viva. A Em, geral, quando a casca morta é espessa,
superfície externa da casca morta constitui o dependendo de como se desprende, produz os
ritidoma. Independentemente da origem das vários padrões de desprendimento apresentados
células que a compõe, as camadas mais externas nas páginas anteriores. Na casca morta, padrões
da casca morta são constituídas de tecidos mais da casca viva podem ser mais evidentes, como,
velhos. O aspecto do ritidoma depende do tipo de por exemplo, quando é composta de anéis de
formação da casca morta. Se essas células mortas fibras discolores. A regularidade ou continuidade
são continuamente desprendidas, o aspecto do desses anéis também podem apresentar padrões
ritidoma será liso, e no corte transversal a casca distintos.
Clusiaceae Lauraceae Lecythidaceae

Lorostemon coelhoi Aniba ferrea Lecythis pisonis Lecythis zabucajo Lecythis gracieana

Leguminosae Meliaceae Memecylaceae Sapotaceae

Platymiscium duckei Guarea scabra Mouriri collocarpa Pouteria reticulata Pouteria rostrata

Sapotaceae

Chrysophyllum Manilkara bidentata Pouteria filipes Pouteria freitasii Pouteria guianensis


amazonicum

Casca suberosa
Quando a casca morta (e conseqüentemente o ritidoma) tem textura de cortiça ou súber (rolha), ela é denominada de
suberosa. Este tipo de casca, comum em plantas do cerrado (à qual se atribui função de proteção contra fogo), é raro
entre as espécies da Reserva, tendo sido observado nas famílias exemplificadas abaixo. Em geral, o ritidoma dessas
espécies é fissurado e a casca morta suberosa apresenta-se espessa, com textura compacta e coloração bege.

Leguminosae Meliaceae Melastomataceae Myrtaceae Passifloraceae


CASCA MORTA

Inga suberosa Guarea pubescens Miconia affinis Myrcia paivae Passiflora aff. riparia
44 CASCA VIVA
A espessura, textura, cor, odor, presença de formando uma textura homogênea e compacta, ou são
exsudatos e/ou padrões especiais da casca viva são facilmente separáveis e quebradiças. Além disso as
caracteres muito importantes na identificação de fibras longitudinais podem apresentar-se mescladas
árvores. Principalmente porque em conjunto com por fibras de cores ou de posições diferentes (radiais
as características do tronco e do ritidoma permitem e/ou tangenciais ao eixo longitudinal do tronco) e
reconhecer famílias e gêneros, mas principalmente essas composições formam padrões distintos. Procure
espécies. A variação é muito grande e os padrões usar outros sentidos além do visual, principalmente
apresentados nestas páginas não são exclusivos o tato e o olfato na observação e descrição da
dos grupos taxonômicos exemplificados. Além casca viva (cuidado: algumas pessoas podem ter
disso muitos intermediários entre esses padrões reações alérgicas com algumas plantas). As imagens
são encontrados. Em geral as características da correspondem a cortes tangenciais (em escala de duas
casca viva são constantes entre indivíduos da vezes o tamanho real), e os padrões apresentados são
mesma espécie, exceto a espessura que varia com definidos por uma observação mais ampla do que as
a idade da planta, e a cor que pode mudar rápida fotografias conseguem ilustrar.
ou lentamente em função da oxidação (ver p. 46). Principalmente em Lecythidaceae, Annonaceae
Procure observar a espessura da casca; a dureza ao e Thymelaeaceae as fibras que compõem a casca
corte; a consistência, individualidade, espessura e são tão flexíveis e resistentes que, ao tentar retirá-la,
disposição das fibras que a compõem. Assim, com sairão tiras longas e muito úteis para amarrar coisas.
a experiência, estará reconhecendo estes e outros A presença de envira, como são conhecidas essas
padrões que o ajudarão a identificar plantas. As tiras, ajuda no reconhecimento dessas famílias no
fibras podem ser flexíveis ou rígidas, grossas ou finas, campo.
Embora comum em lianas, raios Anéis
(fibras radialmente dispostas)
destacam-se na casca viva em Quando na casca viva podemos identificar camadas
poucas espécies de árvores como longitudinais sobrepostas e que no corte radial
Gustavia elliptica (Lecythidaceae). (transversal) apresentam coloração distinta. São
camadas de tecido vascular (floema) intercaladas
por camadas de câmbio cortical (ver p. 30). Como
o deslocamento do câmbio cortical é pequeno, as
Lianas Hippocrateaceae camadas não são muito espessas (no corte transversal)
e o desprendimento resultante é, em geral, em placas
Lianas em geral apresentam ou em lâminas finas (ver p. 32-41). Um tronco liso
padrões mais marcantes na casca dificilmente apresentará esse padrão de casca viva. Em
viva (ver p. 73), principalmente geral, se a casca morta for espessa o suficiente para
devido à composição de fibras de incluir diferentes camadas, o padrão nela se repete.
cores e posições distintas.
Bombacaceae Boraginaceae Combretaceae
Anthodon
decussatum

Icacinaceae Menispermaceae Polygalaceae

Huberodendron Cordia cf. Buchenavia


swietenioides naidophylla macrophylla

Casimirella Abuta grisebachii Moutabea sp. 3 Lauraceae Lecythidaceae Leguminosae


rupestris

Compacta
Quando a casca viva apresenta um aspecto homogêneo,
não permitindo o reconhecimento de fibras isoladas ou
Mezilaurus duckei Couratari tauari Inga gracilifolia
dos outros padrões.
Lauraceae Elaeocarpaceae
Sapotaceae
CASCA VIVA

Licaria oppositifolia Sloanea floribunda


Pouteria filipes Pouteria pallens Pouteria retinervis
45
Marcas de chamas e tecido de dilatação
Essas marcas, lembrando chamas de fogo (cônicas), são reconhecidas no corte transversal (radial). Essas marcas estão
presentes, de maneira menos ou mais evidente, em todas as espécies de Annonaceae, e ajudam a reconhecer a família
pelas características da casca como um todo. Em algumas famílias como Bombacaceae e Sapotaceae (Manilkara) e
Leguminosae (Sclerolobium), o tecido de dilatação, em geral esbranquiçado, aparece no corte tangencial, na posição
correspondente às fissuras ou estrias presentes no ritidoma.

Annonaceae Cecropiaceae Myrsinaceae

Anaxagorea Ephedranthus Fusaea longifolia Tetrameranthus Cecropia Cybianthus


manausensis amazonicus duckei sciadophylla pseudoicacoreus

Bombacaceae Leguminosae Sapotaceae

Bombacopsis Catostemma Eriotheca Scleronema Sclerolobium Manilkara


macrocalyx milanezii longitubulosa micranthum micropetalum cavalcantei

Pontuações
Quando a casca é composta por dois tipos diferentes de fibras longitudinais, de cores distintas, representando tipos
diferentes de células. No corte transversal essas fibras parecem pontos de cores diferentes. A quantidade, espessura e
cor de cada um desses tipos de fibras variam, resultando numa grande variedade de subpadrões. No corte tangencial
esse padrão se apresenta como um "mesclado" de duas cores distintas. Em alguns casos, as fibras mais escuras podem
aparecer formando camadas (anéis), porém descontínuas.

Apocynaceae Caryocaraceae Chrysobalanaceae Lauraceae Leguminosae

Aspidosperma Caryocar glabrum Parinari parviflora Licania canescens Sextonia rubra Dipteryx odorata
desmanthum

Malpighiaceae Myrtaceae Sterculiaceae Opiliaceae Rutaceae Simaroubaceae

Byrsonima Eugenia citrifolia Sterculia frondosa Agonandra Hortia longifolia Simarouba amara
incarnata silvatica

Siliciosa Fibras rígidas e quebradiças


Quando a textura da Quando as fibras longitudinais são grossas, rígidas e quebradiças
Aquifoliaceae
casca é definida pela e não formam pontuações de cores distintas, mas se distinguem
presença de sílica, e pode porque deixam a superfície irregular. Freqüente em Humiriaceae,
ser reconhecida porque mas aparece em outras famílias como Lauraceae (Licaria), Sapotaceae,
ao tato tem-se a sensação Chrysobalanaceae e Leguminosae.
Humiriaceae Sapotaceae
de passar os dedos numa
CASCA VIVA

superfície com grãos de


Ilex sp. 1 areia. Ocorre mais
freqüentemente em Chrysobalanaceae e
Humiriaceae, mas também em diversas
outras famílias como Elaeocarpaceae,
Apocynaceae (Aspidosperma), Burseraceae, Sacoglottis Vantanea Pouteria
Leguminosae e Aquifoliaceae. guianensis guianensis manaosensis
46 ALBURNO
É a madeira jovem do tronco, visível sob a
casca. Às vezes a porção adjacente à casca,
Marcas no alburno
que corresponde ao tecido mais recentemente São fibras longitudinais de coloração distinta, cuja
produzido, apresenta uma coloração distinta densidade e disposição variam.
formando um anel. O alburno é em geral
amarelo-claro, creme, esbranquiçado ou bege.
Aquifoliaceae Boraginaceae Burseraceae
Não varia muito entre famílias, mas às vezes
pode apresentar-se diferente entre indivíduos da
mesma espécie, especialmente em função da
umidade da madeira ou da fase de crescimento.
Sozinhas, as características do alburno têm
pouca utilidade em identificação.
Ilex sp. 1 Cordia fallax Protium pallidum

Geralmente esbranquiçado Cecropiaceae Lauraceae


Euphorbiaceae Tiliaceae Myristicaceae

Branco intenso
Euphorbiaceae Ulmaceae
Coussapoa Licaria Ocotea nitida
(Anomalocalyx) (Trema) trinervia chrysophylla

Geralmente amarelado Icacinaceae Leguminosae

Memecylaceae Lecythidaceae
Chrysobalanaceae Myrtaceae
Combretaceae Melastomataceae
Humiriaceae
Emmotum nitens Abarema Andira parvifolia
adenophora
Amarelo intenso
Euphorbiaceae (Pogonophora) Sapindaceae Sapotaceae Vochysiaceae
Lauraceae (Aniba spp.)

Rosado Tendência a
ser marrom
Leguminosae (Inga spp.) Toulicia Chrysophyllum Erisma sp. 1
Myrtaceae guianensis pomiferum
Myrtaceae
Rubiaceae

OXIDAÇÃO

Quando ocorre mudança de cor na casca viva, no comum em Moraceae e Burseraceae. Em Symphonia
alburno e/ou no exsudato, em função do contato com globulifera (Clusiaceae), o látex inicialmente amarelo
o ar depois que é feito o corte no tronco. Em geral oxida para vermelho ou alaranjado. A casca pode
ALBURNO E OXIDAÇÃO

a casca fica mais escura, por exemplo de amarelo também escurecer por causa da presença de seiva,
para alaranjado, de marrom para negro etc. A que torna a casca e o alburno mais escuros por
velocidade de oxidação varia, pode ser lenta, rápida umidificação.
ou imediata após o corte. A reação é mais forte
e evidente em algumas famílias, como Lauraceae, Clusiaceae Lauraceae
Nyctaginaceae, Aquifoliaceae, Ulmaceae, Linaceae, Antes Depois
Dichapetalaceae, Myrtaceae, Theaceae e Rosaceae.
Antes
Em Lauraceae a oxidação é freqüentemente imediata.
Por outro lado, oxidação é rara em Lecythidaceae,
Simaroubaceae, Elaeocarpaceae, Anacardiaceae, Depois
Apocynaceae e Euphorbiaceae. É também comum Symphonia Endlicheria citriodora
em famílias com látex ou resina, sendo muito globulifera
47
Cheiros
A habilidade de sentir cheiros varia muito entre nesta página são uma tentativa de agrupar
pessoas e geralmente é associada a cheiros de as observações feitas e correspondem aos
outras coisas que conhecemos, por isso não cheiros mais marcantes encontrados. Esta
existe um sistema de classificação. No entanto, página inclui também espécies (ou famílias)
muitas plantas têm cheiros bem particulares que apresentam cheiros nas folhas esmagadas,
que são muito úteis em identificação. Com como Myrtaceae. Quando o cheiro é comum
experiência é possível reconhecer famílias na família toda, o nome da família aparece em
(Lauraceae e Burseraceae) pelo cheiro da casca negrito. Nome entre colchetes indica que o
viva, mas principalmente espécies pertencentes cheiro é raro no grupo.
a diversas famílias. As dicas apresentadas

AGRADÁVEL DESAGRADÁVEL
Pimenta
Humiriaceae Olacaceae Violaceae
Rutaceae
Piperaceae Chrysobalanaceae Rhizophoraceae [Lauraceae]
Casearia duckeana Meliaceae Anisophyllaceae [Bignoniaceae]
(Flacourtiaceae) Melastomataceae Combretaceae
Duguetia spp. (Annonaceae)
Vagem
Frutos ou verduras Casearia resinifera (Flacourtiaceae)
Leguminosae Roucheria sp. (Hugoniaceae)
Papilionoideae [Sapindaceae]
Ebenaceae Helicostylis tomentosa (Moraceae)
[Bombacaceae] Hippocrateaceae Alho ou tempero
Mansoa alliacea (Bignoniaceae)
Cana-de-açúcar Adocicado
Piptadenia minutiflora (Leguminosae)
Humiriaceae Dulacia guianensis (Olacaceae)
Poraqueiba guianensis Erythroxylaceae Vochysiaceae Iryanthera elliptica (Myristicaceae)
(Icacinaceae) Sterculiaceae Icacinaceae Virola caducifolia (Myristicaceae)
Sextonia rubra (Lauraceae) Couma spp. (Apocynaceae)

Fétido
Cítrico Gengibre
Lauraceae (de peixe, Licaria spp.)
Licaria guianensis (Lauraceae)
Endlicheria citrifolia (Lauraceae) Gustavia elliptica (Lecythidaceae)
Vitex triflora (Verbenaceae) Matayba guianensis (Sapindaceae)
Boraginaceae
Virola calophylla (Myristicaceae) Aromática
Leonia glycycarpa (Violaceae)
Monimiaceae Lauraceae
Rutaceae (nas folhas) Annonaceae
Myrtaceae (nas folhas)
Remédio
Annonaceae
Perfume Cravo (canela) Matayba inelegans (Sapindaceae)
Aniba rosaeodora Toulicia guianensis (Sapindaceae)
Aniba canelilla (Lauraceae)
(Lauraceae) Myrsinaceae sp. 1
Protium polybotryum (Burseraceae)
Virola spp.
(Myristicaceae) Tynanthus panurensis (Bignoniaceae)
Pungente
Marzipan (amêndoa) Schoenobiblus daphnoides
Linhaça (Thymeliaceae)
Sloanea synandra (Elaeocarpaceae) (verniz) Couepia (Chrysobalanaceae)
Chaunochiton kappleri (nas flores,
Lecythidaceae Simaba cedron (Simaroubaceae)
Olacaceae)
Prunus myrtifolia (nos frutos, Rosaceae)
Chrysophyllum spp. (Sapotaceae)
Incenso
Emmotum aff. nitens (Icacinaceae)
(resina) Látex
Sapotaceae
Benguê Burseraceae Hevea guianensis (Euphorbiaceae)
CHEIROS

Parkia nitida (Leguminosae) Anacardiaceae Tapirira guianensis (Anacardiaceae)


Cecropiaceae [Moraceae]
Symphonia globulifera (Clusiaceae)
Rhamnaceae (Ampelozizyphus) [Clusiaceae]
Brosimum rubescens (Moraceae)
[Myristicaceae]
Sorocea guilleminiana (Moraceae)
48
Exsudatos
Exsudatos são os líquidos liberados quando totalmente a lesão; ou abundante, quando recobre
a planta é cortada. Aqui são apresentados os o corte. Pode variar também com a estação do
exsudatos do tronco, classificados em quatro ano. Observamos que a quantidade diminui
grupos. Exsudatos se originam de vasos ou dutos bastante na estação seca, estando até ausente em
na casca viva e/ou alburno e geralmente são famílias usualmente reconhecidas pela presença
secretados rapidamente após o corte. Algumas de látex, como Sapotaceae e Moraceae. O
vezes saem lentamente formando gotas ou exsudato pode ser fluido, quando o líquido escorre
gotículas, comum em Sapotaceae e Leguminosae. e normalmente tem rápida aparição (seiva e látex),
Em Euphorbiaceae e Papilionoideae podem sair ou pegajoso, quando semelhante à cola (gomas,
em camadas distintas da casca viva, formando resinas e látex), ou ainda viscoso, quando denso
anéis (ver p. 44). A quantidade pode variar de e grosso porém não pegajoso (látex). Em alguns
escassa, quando a lesão fica apenas com gotas casos pode provocar reações alérgicas, como a
esparsas; mediana, quando não chega a cobrir resina de espécies de Anacardiaceae.

SEIVA
É o "sangue" da planta, uma solução nutritiva transportada muda de cor devido à exsudação, parecendo o efeito
pelos vasos do floema (casca viva). É geralmente de oxidação (ver p. 46). Em Licania heteromorpha
incolor e translúcida, mas pode ser levemente colorida. (Chrysobalanaceae) logo após o corte ouve-se um som,
Difere dos demais exsudatos pela consistência fluida semelhante ao produzido quando se abre uma garrafa
e aquosa. Seivas nunca são pegajosas e depois de de refrigerante com gás, produzido pela entrada de ar
expostas ao ar podem tornar-se viscosas lembrando no floema. Algumas espécies são conhecidas por isso
gelatina. Em algumas plantas o corte da casca/alburno como "chiadoras".

Incolor Euphorbiaceae Myristicaceae


Amarela Cecropiaceae
E abundante em:
Humiriaceae Cecropiaceae
Linaceae (Pourouma spp.)
Euphorbiaceae (Alchorneopsis)
Meliaceae
Myristicaceae Bignoniaceae
Em diversas lianas Alchorneopsis Osteophloeum (Arrabidaea trailii)
floribunda platyspermum Pourouma minor

Vermelha Chrysobalanaceae Connaraceae Myristicaceae

Árvores
Chrysobalanaceae
Myristicaceae (maioria)
Annonaceae (Bocageopsis)
Connaraceae (Connarus)
Rubiaceae (Chimarrhis) Couepia Licania Connarus Iryanthera Iryanthera
Euphorbiaceae (Croton guianensis caudata perrottetii elliptica paradoxa
lanjouwensis e Hippocrateaceae Ericaceae
Adenophaedra grandifolia) Laranja Myristicaceae

Myristicaceae
Lianas
Rutaceae (Zanthoxyllum)
Bignoniaceae (Callichlamys,
Tynanthus)
Hippocrateaceae Em Myristicaceae pode
(Prionostemma) Prionostemma Psammisia ficar vermelha por
Ericaceae (Psammisia) aspera guianensis oxidação. Virola theiodora

LÁTEX
EXSUDATOS

É uma emulsão de diversas substâncias insolúveis em não apresenta partes translúcidas ou brilhantes (como
um líquido aquoso, que contém açúcares, gomas, verniz) e solidifica. As partículas em suspensão
alcalóides, óleos essenciais etc. Em função disso, no látex funcionam normalmente como proteção
látex é sempre opaco e geralmente branco, mas química e física das partes lesionadas, contra o
pode ser amarelo, vermelho, marrom ou alaranjado. ataque de insetos, fungos ou microorganismos.
Pode ser fluido, pegajoso ou viscoso. Quando Látex é mais evidente em Sapotaceae, Moraceae,
pegajoso é mais líquido que as resinas e gomas, mas Clusiaceae, Euphorbiaceae e Apocynaceae.
49
Branco Apocynaceae Clusiaceae

Apocynaceae (+/- todas)


Clusiaceae (poucas)
Euphorbiaceae (algumas)
Moraceae (maioria)
Sapindaceae (algumas)
Ambelania Himatanthus Tabernaemontana Clusia Tovomita
Sapotaceae (maioria) duckei sucuuba muricata spathulaefolia weddelliana
Asclepiadaceae (todas)
Euphorbiaceae Moraceae
Só nos ramos
Apocynaceae (Aspidosperma)

Só nas folhas
Olacaceae
Brosimum
Euphorbiaceae (Glycidendron) Hevea Mabea speciosa Nealchornea
rubescens
Brosimum utile
guianensis yapurensis

Sapindaceae Sapotaceae

Paullinia sp. 2 Paullinia Elaeoluma Manilkara Pouteria Pouteria Pouteria


clathrata nuda huberi opposita reticulata vernicosa

Amarelo Sapotaceae Moraceae

Clusiaceae (maioria)
Moraceae (algumas)
Sapotaceae (poucas)

Pouteria Pouteria Pouteria Pouteria Perebea mollis


erythrochrysa durlandii stipulifera williamii

Clusiaceae

Calophyllum aff. Clusia insignis Garcinia Moronobea Tovomita Tovomita


brasiliense madruno coccinea caloneura choisyana

Clusiaceae
Creme Alaranjado
Clusiaceae (poucas) Clusiaceae (Vismia spp.) Moraceae (algumas)
Euphorbiaceae (poucas)
Moraceae (algumas) Clusiaceae
Sapotaceae (algumas)

Caraipa rodriguesii

Café-com-leite a marrom
Moraceae (muitas) Só nos ramos Vismia cayennensis Vismia guianensis
Sapotaceae (poucas) Apocynaceae (Aspidosperma
Gnetaceae desmanthum)
Moraceae Vermelho Clusiaceae
EXSUDATOS

Clusiaceae (em algumas espécies


fica vermelho depois de oxidado)

Só nos ramos
Apocynaceae (Aspidospermum
spruceanum)
Ficus cremersii Maquira Naucleopsis Clusia
calophylla ternstroemiiflora Euphorbiaceae (Anomalocalyx) scrobiculata
50 RESINA
Resinas são substâncias pegajosas e geralmente mesclado de ambos os tipos. Ao contrário dos outros
aromáticas (terebentina), que ao contato com o ar tipos de exsudato, resinas são insolúveis em água.
perdem os elementos voláteis, oxidam e se solidificam. Em algumas espécies de Rubiaceae, aparece uma
Resinas podem ser opacas, semitranslúcidas ou um gota de resina amarela sobre a gema terminal.

Incolor, branca Anacardiaceae Asteraceae

ou levemente amarela
Burseraceae
Anacardiaceae
Asteraceae (Mikania)
Araceae (Philodendron)
Clusiaceae (Caraipa) Thyrsodium
Campnosperma Tapirira Mikania
Leguminosae (Eperua) gummiferum guianensis spruceanum banisteriae

Burseraceae Clusiaceae

"Breu" é resina
solidificada de
Burseraceae,
exsudada
Protium Protium Protium Caraipa
naturalmente. amazonicum heptaphyllum pallidum grandifolia

Vermelha Melastomataceae Araceae


Rubiaceae
Araceae
(Philodendron)
Alaranjada
Melastomataceae Rubiaceae
(Miconia e Bellucia) (Remijia spp. )
Proteaceae
Bellucia Miconia Philodendron
(Panopsis sessilifolia) dichotoma argyrophylla cuneatum Remijia ulei

GOMA
Goma é uma substância de polissacarídeos, também solidifica. Ocorre principalmente em
semelhante à resina, mas sem odor e solúvel em Leguminosae, mas no campo é difícil diferenciar
água, formando solução coloidal, geralmente goma de resina.
utilizada como cola. Ao contato com o ar

Vermelha

Leguminosae Papilionoideae

Aldina Dalbergia Derris negrensis Dipteryx Hymenolobium Machaerium


heterophylla multiflora magnifica excelsum hoehneanum

Leguminosae Papilionoideae Leguminosae Mimosoideae


EXSUDATOS

Pterocarpus Swartzia ingifolia Swartzia Swartzia Inga alba Stryphnodendron


rohrii lamellata tomentifera guianense
51
Folha
A folha pode ser simples ou composta. Neste
último caso a lâmina é composta por subunidades Axila Face adaxial
(os folíolos ou foliólulos). Às vezes é difícil ou superior
dizer se uma folha é simples ou composta, Base
mas a presença de uma gema vegetativa
(onde nascem ramos e flores) na axila da folha
permite reconhecer o tipo. A forma, margem,
tipo de venação, presença de indumento ou Face abaxial
glândulas, além das características do pecíolo, ou inferior
são caracteres vegetativos fundamentais em Lâmina
identificação. Nas próximas páginas são ou limbo
apresentadas as características das folhas com Ápice Pecíolo
exemplos dos principais grupos taxonômicos
onde estas ocorrem.

DISPOSIÇÃO DAS FOLHAS

É crítica na identificação de família. Na maioria das ramos ou então formar grupos espaçados (no ápice
famílias as espécies apresentam a mesma disposição, das unidades de crescimento) por uma porção de
ou alterna ou oposta. É raro por exemplo espécie ramo sem folhas. Intermediários também existem
com folhas opostas numa família que normalmente neste caso.
tem folhas alternas. Em nossos diagramas de O ângulo formado pela lâmina da folha com o
identificação de famílias, a disposição das folhas é ramo também varia e tem grande importância
a primeira divisão importante (p. 84-95). no aspecto geral da copa e dos ramos. Folhas
As folhas podem ser dísticas, quando se dispõem alterno-espiraladas podem assim parecer dísticas,
no mesmo plano; espiraladas, quando saem em quando a lâmina forma um ângulo de 0 graus
vários planos; decussadas ou opostas cruzadas, com o eixo longitudinal do ramo, mas as folhas
quando o ângulo entre cada par de folhas é estão inseridas em espiral e há uma torção do
exatamente 90o; verticiladas, quando três ou mais pecíolo de forma que todas as folhas ficam no
folhas nascem no mesmo ponto (nó). Geralmente mesmo plano. Essa disposição é denominada
é muito fácil classificar a disposição das folhas de pseudodística. Neste caso é possível encontrar
uma planta conforme esses tipos. O problema, no numa mesma planta folhas alterno-espiraladas e
entanto, aparece nos raros exemplos em que folhas folhas pseudodísticas, em geral as primeiras em
opostas e alternas são encontradas no mesmo ramos verticais e as segundas em ramos horizontais
ramo, ou quando as folhas são subopostas, porque ou pendentes.
representam condições intermediárias. Em várias ervas é comum folhas agrupadas
Quanto à disposição ao longo dos ramos ou das na base do caule, formando uma roseta. Em
unidades de crescimento desses ramos, as folhas monocotiledôneas as folhas são sempre alternas,
podem ser agrupadas ou igualmente distribuídas. mas freqüentemente as bases dos pecíolos ficam
No primeiro caso podem ser restritas ao ápice dos muito próximas, parecendo opostas.

Folhas alternas Folhas


Folhas opostas
subopostas
FOLHAS

dísticas espiraladas dísticas decussadas verticiladas


52
Folhas compostas
A folha composta é condição derivada (um nervura central de uma folha simples). Em
caractere que surgiu depois) em relação às folhas bipinadas, a raque da pina (conjunto
folhas simples. Por isso uma folha composta de foliólulos correspondentes ao folíolo de
representa modificações de uma folha simples. uma folha pinada) corresponde à veia central
Podemos imaginar assim que a lâmina da do folíolo. Folhas simples podem parecer
folha simples ficou dividida em uma (em compostas quando são lobadas, perfuradas ou
folhas pinadas) ou duas (em folhas bipinadas) partidas (às vezes até a nervura central), mas
subunidades, respectivamente os folíolos e os os folíolos não possuem peciólulo. Algumas
foliólulos. Essas subunidades possuem pecíolos espécies de Leguminosae apresentam folhas
próprios, denominados de peciólulos, que estão compostas com apenas um folíolo (unifoliolada)
inseridos na raque ou ráquis (corresponde à e que por isso parecem folhas simples.

BIFOLIOLADA
Com apenas um par de folíolos. Ocorre em Leg: Caesalpinioideae, nos gêneros arbóreos
Hymenaea, Peltogyne e Macrolobium; em Bauhinia (liana), cujas folhas são unifolioladas,
mas o folíolo pode ser partido até a base, parecendo uma folha bifoliolada; em Leg:
Papilionoideae (Zornia latifolia, uma erva inconfundível); e em Mimosoideae (algumas
espécies de Inga que sempre têm uma glândula entre os folíolos). Folhas bifolioladas (opostas)
ocorrem em Bignoniaceae (apenas em lianas), mas neste caso são realmente trifolioladas,
com uma gavinha no lugar de um dos folíolos.

TRIFOLIOLADA
Folha com três folíolos saindo do mesmo ponto. Em lianas ocorre em: Bignoniaceae
(folhas opostas), mas freqüentemente o terceiro folíolo foi transformado numa gavinha;
Leg: Papilionoideae (folhas alternas sem gavinha e normalmente com exsudato vermelho
no corte); Connaraceae (muito parecido com Leg: Papilionoideae); Vitaceae (com gavinha
saindo exatamente oposta às folhas); e Sapindaceae (gavinha saindo do pecíolo). Em árvores
ocorre em Verbenaceae (folhas opostas); uma Simaroubaceae (glândula no ápice do folíolo);
Leguminosae Papilionoideae; Bombacaceae; Burseraceae; Caryocaraceae; Connaraceae;
em Hevea (Euphorbiaceae, com muito látex branco); uma Sapindaceae; e uma Rutaceae
(Nycticalanthus). Em ervas: Leguminosae Papilionoideae (Clitoria, planta rasteira com um
par de estípulas), Oxalidaceae e Rutaceae (Ertela).

PALMADA
Folha com cinco ou mais folíolos saindo do mesmo ponto. Em árvores: com folhas opostas
em Bignoniaceae (Tabebuia) e Verbenaceae (Vitex); com folhas alternas em Araliaceae (par
de estípulas grandes), Bombacaceae (sem estípulas) e Cecropiaceae (folha simples lobada,
sempre com estípula grande terminal deixando cicatriz amplexicaule). Em lianas ocorre
em algumas espécies de Passifloraceae.

PINADA
Folhas com mais de três folíolos saindo de vários pontos na raque central.

Paripinada
FOLHAS COMPOSTAS

Quando a folha termina com dois folíolos opostos (último par). Em


lianas ocorre somente em Leg: Caesalpiniodeae (Senna). Em árvores
ocorre em Caesalpiniodeae (vários gêneros), Mimosoideae (Inga,
sempre com uma glândula entre os folíolos) e Meliaceae (Guarea,
sempre com um botão vegetativo entre o último par de folíolos
— ver crescimento indeterminado na próxima página). Folhas
paripinadas são sempre alternas com uma única exceção: Taralea Em Trichilia (Meliaceae),
oppositifolia, Leguminosae Papilionoideae, que na verdade tem um dos folíolos do par
folhas imparipinadas mas em geral perde o último folíolo e parece apical fica numa posição
paripinada. Os folíolos são opostos, mas podem ser alternos em em que a folha parece
Trichilia (Meliaceae). imparipinada.
53
Imparipinada
Quando a folha termina com um folíolo no ápice da raque. Em lianas ocorre principalmente em
Leg: Papilionoideae (especialmente Machaerium), e também em Connaraceae e Sapindaceae
(gavinha no pecíolo). Em árvores ocorre em várias famílias. Se com folhas opostas, pode ser
Touroulia (Quiinaceae), que tem folíolos de margem serreada e venação craspedódroma,
ou Taralea e Platymiscium (Papilionoideae), ambos gêneros com folíolos glabros de margem
inteira. Se com folhas alternas e folíolos alternos, pode ser Meliaceae, Rutaceae (em Spathelia,
planta monocaule, com folhas espiraladas no ápice do caule), Papilionoideae (Pterocarpus e
Aldina, que são árvores grandes, e Bocoa alterna, uma arvoreta), Caesalpinioideae (Copaifera
e Dialium), ou Simaroubaceae (com glândula no ápice dos folíolos). Se com folhas alternas
e folíolos opostos, pode ser de várias famílias: Papilionoideae (muitas espécies de Ormosia,
Swartzia, Andira etc.); Caesalpinioideae (Dicorynia, Batesia, Vouacapoua); Sapindaceae;
Connaraceae; Meliaceae (Trichilia); Rutaceae; Simaroubaceae (glândula no ápice do folíolo);
Burseraceae e Anacardiaceae (cheiro forte de incenso ao corte e exsudando resina).

Crescimento indeterminado
Ocorre em folhas pinadas, quando a folha tem uma gema terminal no ápice da raque e continuamente produz novos
folíolos. Ocorre em Leg: Papilionoideae (Dipteryx) e em Meliaceae. Folhas de algumas espécies de Meliaceae são
muito grandes e, por produzirem novos folíolos por vários anos, podem parecer ramos com folhas simples.

BIPINADA

Quando o folíolo foi ainda mais dividido e a superfície da folha é composta de


foliólulos, agrupados em pinas, sendo que cada pina parece ser uma folha pinada.
Ocorre principalmente em Leg: Mimosoideae (quase sempre com glândulas no
pecíolo, na raque entre as pinas e/ou entre os foliólulos); em poucas Caesalpinioideae
(sem glândulas); e em Jacaranda (Bignoniaceae), que tem folhas opostas.
Folhas tripinadas, quando o foliólulo sofreu ainda mais divisão, ocorrem apenas em
Bignoniaceae e algumas Pteridophyta entre as espécies da Reserva.

TERNADA
Quando a folha apresenta divisões de três a três, i.e., os folíolos e/ou foliólulos são compostos de três
partes. Ocorre principalmente em Bignoniaceae (Pleonotoma e Memora, com folhas opostas) e Sapindaceae
(folhas alternas).

FOLHAS COMPOSTAS

Biternada Intermediária entre Triternada


bi e triternada

MONOCOTILEDÔNEAS, GIMNOSPERMAS E PTERIDÓFITAS


Folhas compostas também ocorrem em mono- certas palmeiras acaules, podendo ser reconhecida
cotiledôneas, como em Araceae, Arecaceae e pela ausência de uma nervura central diferenciada
Cyclanthaceae (ver exemplos na próxima página). nos folíolos, que nas palmeiras é evidentemente
Dentre as espécies de gimnosperma encontradas distinta das demais.
na Reserva, apenas Zamia (Zamiaceae) apresenta As folhas de pteridófitas são denominadas de
folhas compostas pinadas, muito semelhantes a frondes.
54 Cecropiaceae Passifloraceae Araliaceae
Folhas simples de lobadas a palmadas. Simples, trilobada ou Simples ou palmada.
palmada.

Pourouma Pourouma Pourouma


guianensis tomentosa Cecropia Passiflora Passiflora Schefflera
cuspidata sciadophylla
guianensis essequiboensis edulis cirrhiflora umbrosa

Bombacaceae Quiinaceae Oxalidaceae Simaroubaceae


Simples, trifoliolada ou palmada. Simples ou pinada. Trifoliolada. Imparipinada (folíolos alternos
ou opostos).

Rhodognaphalopsis Eriotheca Oxalis Picramnia


Touroulia Simarouba
faroensis globosa barrelieri juniniana
guianensis amara

Caesalpinioideae Euphorbiaceae Vitaceae


Unifoliolada bilobada, bifoliolada, paripinada, Simples, lobada ou trifoliolada. Simples ou
imparipinada ou bipinada. trifoliolada.

Hevea Croton
guianensis lobatus
Cissus erosa
Bauhinia
Bauhinia guianensis
cupreonitens Papilionoideae
Bauhinia sp. 3 Unifoliolada, bifoliolada, trifoliolada, imparipinada
(folíolos opostos, alternos ou com crescimento
indeterminado).

Zornia
latifolia
Hymenaea Macrolobium
reticulata Eperua microcalyx
glabriflora Andira
unifoliolata Desmodium
barbatum

Dipteryx
magnifica

Dicorynia Swartzia
Machaerium sp. 3
FOLHAS COMPOSTAS

Chamaecrista paraensis Dimorphandra


lamellata Machaerium
adiantifolia coccinea
multifoliolatum

Mimosoideae Connaraceae
Paripinada ou bipinada. Trifoliolada ou
pinada.

Inga Parkia Pseudoconnarus Connarus


cordatoalata Inga cayennensis Abarema laeta Zygia latifolia multijuga rhynchosioides perrottetii
55
Sapindaceae Cucurbiataceae Caryocaraceae
Paripinada, imparipinada (folíolos alternos Simples, trilobada ou trifoliolada. Trifoliolada.
ou opostos), biternada, triternada etc.

Caryocar
Cayaponia duckei Gurania huebneri villosum

Matayba Meliaceae
Allophyllus arborescens
Paripinada ou imparipinada, às vezes com crescimento
cf. latifolius
Paullinia sp. 2

Paullinia sp. 1
Paullinia sp. B Trichilia micrantha Trichilia pleeana Guarea convergens

Bignoniaceae Rutaceae
Simples, bifoliolada, trifoliolada, palmada, biternada, triternada, Simples, trifoliolada ou imparipinada.
bipinada ou tripinada.

Zanthoxylum
Ertela trifolia
rhoifolium

Tabebuia
Arrabidaea prancei
incana Pleonotoma Anacardiaceae Burseraceae
albiflora
Pachyptera Simples ou Trifoliolada ou
kerere imparipinada. imparipinada.

Memora Jacaranda Protium


Memora Pleonotoma Astronium decandrum Protium
flavida copaia
adenophora jasminifolia le-cointei hebetatum

Arecaceae Cyclanthaceae Verbenaceae


Simples, bilobada, palmada ou pinada. Simples ou bífida. Simples, trifoliolada ou palmada.

Mauritiella Vitex
aculeata Thoracocarpus triflora
Geonoma Bactris Oenocarpus bissectus
Vitex duckei
stricta killipii minor
FOLHAS COMPOSTAS

Araceae Zamiaceae
Simples, lobada, trifoliolada, palmada, pinatifida, pinatisecta ou dracontióide Pinada.

Philodendron Philodendron Anthurium Monstera Philodendron Philodendron Dracontium


barrosoanum hylaeae eminans obliqua sp. 6 goeldii longipes Zamia ulei
56
Formas das folhas
A forma da folha é muito útil na identificação identificação do que a forma da folha. Alguns
no nível de espécie e gênero, mas menos termos podem ser aplicados para ambos, o
importante no reconhecimento de famílias. A ápice e a base da folha.
forma do ápice e da base é mais utilizada em

ÁPICE

Mucronado Apiculado Cuspidado Acuminado Caudado Arestado

Agudo Arredondado Truncado Emarginado Retuso

FORMA
Os termos abaixo são os mais usados para definir difícil classificação. É fácil definir formas extremas,
a forma da folha. As formas encontradas na mas para as intermediárias utilize o termo da forma
natureza apresentam uma variação contínua de mais parecida.

Mais larga Mais larga


perto do perto da
ápice base

Oblanceolada Obelíptica Obovada Espatulada Lanceolada Ovada Deltóide

Mais larga no
meio

Linear Elíptica Oval Oblonga Rombóide Orbicular

Simetria
Folíolos assimétricos são comums em todas as famílias
com folhas compostas. Quando a base da folha ou
folíolo é assimétrica, dizemos que a base é oblíqua ou
Desigual
desigual. Assimetria em plantas com folhas simples
ou oblíqua Assimétrica
ocorre em Piperaceae e Anisophyllaceae.
FORMAS DAS FOLHAS

BASE
Os termos se referem ao ângulo formado entre as que a lâmina é decurrente no pecíolo. Neste caso
margens da folha na base. Quando a lâmina se a ala do pecíolo pode ser revoluta (voltada para
prolonga no pecíolo, tornando-o alado, dizemos baixo).

Atenuada Revoluta Cuneada Arredondada Cordada Truncada Hastada


57
Ápice
Mucronado Apiculado Cuspidado

Xylopia Ruitzeranea Ruitzeranea Marlierea Hebepetalum Vochysia


parviflora albiflora cassiquiarensis umbraticola humiriifolium rufescens

Acuminado Atenuado Caudado Arestado

Eugenia Xylopia Nectandra Xylopia Marlierea Micropholis Endlicheria Sterculia


biflora polyantha cuspidata calophylla caudata cylindrocarpa sprucei duckeana

Agudo Arredondado a truncado Emarginado e retuso Mucronado e


emarginado

Eugenia Matayba Osteophloeum Sterigmapetalum Vochysia Xylopia Ruizteranea


punicifolia opaca platyspermum obovatum biloba emarginata cassiquiarensis

Forma
Oblanceolada Obelíptica a obovada Espatulada

Sterculia Licaria Sloanea Pleurisanthes Sterigmapetalum Clusia Hortia Endlicheria


frondosa cannella excelsa emarginata obovatum spathulaefolia longifolia bracteata

+/- Linear Elíptica Oval Oblonga Rombói- Orbicular

Couma
Himatanthus Discophora Endlicheria Chrysophyllum Licania Micropholis Ocotea guianensis
stenophyllus guianensis citriodora sanguinolentum oblongifolia williamii guianensis

Lanceolada Ovada Deltóide Assimétrica


FORMA DAS FOLHAS

Ocotea Byttneria Tetracera Abuta Aristolochia Anisophyllea


adenotrachelium cordifolia willdenowiana rufescens ruiziana manausensis

Base
Atenuada Cuneada Obtusa Arredondada Auriculada Hastada Truncada

Mezilaurus Eugenia Geissospermum Ocotea Aristolochia sp. 1 Dioscorea sp. 2 Xylopia sprucei
duckei punicifolia argenteum boissieriana
58
Estípulas, ócrea e estipelas
São apêndices em geral laminares (folhas completamente o ramo ao redor do nó, essa
modificadas), que se formam aos pares, um estrutura é denominada de ócrea. Ócrea só
de cada lado da base do pecíolo das folhas. ocorre em plantas com folhas alternas. Estípulas
Estípulas são em geral simétricas na forma, são terminais quando aparecem no ápice dos
de modo que em cada par uma corresponde ramos protegendo a gema terminal. Estipelas são
ao espelho da outra. Podem ser livres, ou pequenas escamas ou lâminas que aparecem na
adnadas, quando soldadas ao pecíolo parcial base da lâmina de algumas espécies com folhas
ou totalmente. Podem também ser concrescidas, simples, ou na base dos folíolos de algumas
quando fundidas entre si. Neste caso, são espécies de folhas compostas.
denominadas interpeciolares (entre pecíolos Estípulas são muito úteis em identificação,
de folhas diferentes) quando formadas por duas principalmente no reconhecimento de famílias.
estípulas de folhas diferentes do mesmo nó. Se Algumas famílias são caracterizadas pela presença
concrescidas, mas formadas pela união das duas de estípulas, que podem ser completamente
estípulas da mesma folha, são denominadas de ausentes em outras. Muitas vezes a estípula é
intrapeciolares. Ainda, quando duas estípulas caduca, mas deixa uma cicatriz, cuja forma e
intrapeciolares se unem de ambos os lados posição são importantes caracteres.
formando um anel de tecido que circunda
EM PLANTAS COM FOLHAS SIMPLES E OPOSTAS
Malpighiaceae
Os gêneros arbóreos apresentam estípulas intrapeciolares, que nas espécies de lianas são em geral caducas
ou escondidas pelo indumento, à exceção de Hiraea, que possui estípulas fundidas com o pecíolo parecendo
estipelas.

Estipela formada
pelas estípulas
adnadas ao
pecíolo
Byrsonima crispa Byrsonima Byrsonima Pterandra Hiraea schultesii
duckeana incarnata arborea

Rubiaceae
Todas as espécies têm estípulas interpeciolares, e essa característica permite o reconhecimento
da família vegetativamente. A forma das estípulas é fundamental no reconhecimento de
gêneros e espécies. São em geral completamente fundidas, parecendo uma pequena folha,
mas podem ser bífidas, trífidas ou fimbriadas.

Psychotria Psychotria Psychotria Sabicea Spermacoce Henriquezia


mapourioides poeppigiana polycephala amazonensis exilis verticillata

Quiinaceae Rhizophoraceae Vochysiaceae


Apresenta estípulas interpeciolares
completamente livres, o que é raro em Sterigmapetalum possui As estípulas são caducas. Em Qualea
Rubiaceae, e as folhas em geral têm a folhas verticiladas (4 e Ruizterania deixam aparente duas
margem serrilhada. por verticilo) e possui glândulas laterais na base do pecíolo.
estípulas interpeciolares
caducas, podendo
ESTÍPULAS

ser confundida com


Rubiaceae.

Vochysia
Quiina cf. negrensis Lacunaria jenmanii rufescens
EM PLANTAS COM FOLHAS SIMPLES E ALTERNAS 59

Chrysobalanaceae Dichapetalaceae Passifloraceae


É a maior família dentre aquelas com folhas
São lianas que
alternas e estípulas. As estípulas são pequenas Presente apenas em p o s s u e m
e inconspícuas, freqüentemente caducas, sendo Dichapetalum, que gavinhas.
mais evidentes em ramos é um gênero de As estípulas
jovens. São ramificadas em lianas. são às vezes
algumas espécies de Hirtella.
Dichapetalum glandulosas.
spruceanum

Em algumas Erythroxylaceae
espécies as
estípulas
As estípulas são intra-
ficam
peciolares, persistentes e
grudadas no
Licania Licania bem evidentes. Em geral
sprucei impressa pecíolo.
são triangulares e têm
estrias longitudinais. Passiflora
quadriglandulosa
Erythroxylum
mucronatum

Moraceae e Cecropiaceae
Estípulas terminais cônicas, caducas, mas que deixam uma
cicatriz muito evidente.
Parinari Hirtella Hirtella
excelsa hispidula duckei

Celastraceae
Apenas Goupia apresenta
estípulas, pequenas e
bem evidentes em ramos
Coussapoa Cecropia Brosimum Ficus
jovens. asperifolia purpurascens lactescens hebetifolia
Goupia glabra

Ochnaceae
Euphorbiaceae
Sempre presentes, mas persistentes apenas em Sauvagesia,
Presentes na maioria das espécies, nos outros gêneros caducas deixando cicatriz anular
mas em geral muito pequenas e proeminente.
pouco evidentes.

Micrandra Senefeldera Conceveiba Cespedesia Cespedesia Ouratea Sauvagesia


spruceana macrophylla martiana sprucei spathulata coccinea elata

Flacourtiaceae Outras
Sapotaceae
Estípulas caducas. Estípulas pequenas e
Presentes apenas
pouco evidentes, porque
em Ecclinusa e
geralmente são caducas,
Chromolucuma,
ocorrem também em
separando esses
Lacistemataceae, Rosaceae
ESTÍPULAS

dos demais
e Violaceae entre outras.
gêneros, que não
Na primeira podem deixar
têm estípulas.
cicatrizes evidentes.
Casearia Casearia Chromolucuma Ecclinusa
manausensis javitensis rubriflora guianensis
60 ÓCREA
Estrutura evidente e diagnóstica em Polygonaceae.
Polygonaceae
Em Piperaceae, Araceae e Dilleniaceae, o pecíolo
pode apresentar asas laminares na base, que Em algumas espécies é reduzida
envolvem o ramo parecendo uma ócrea. a um anel ao redor do nó. A
ócrea corresponde à estípula
terminal cônica, semelhante
Piperaceae
em Moraceae, mas persistente
Em Piperaceae a estípula quando o ramo cresce e, por
terminal pode persistir isso, geralmente evidente em
formando uma ócrea, mas todas as folhas. Coccoloba sp. 3
não estará presente em
todas as folhas de um ramo
com em Polygonaceae. Piper durilignum

Piper arboretum (pecíolo Piper alatabacum


Coccoloba sp. 1 Coccoloba cf. parimensis
alado)

ESTIPELAS

Na base da lâmina Na base de peciólulos em folhas compostas


Em Euphorbiaceae (Aparisthmium,
Dalechampia), Asclepiadaceae e Em Leguminosae Papilionoideae: em espécies de Andira, Centrosema,
Apocynaceae. Hymenolobium, Clitoria e Swartzia

Dalechampia Matelea sp. 1 Centrosema Clitoria Hymenolobium Swartzia


sp. 1 brasilianum leptostachya heterocarpum brachyrachis

EM PLANTAS COM FOLHAS COMPOSTAS

Leguminosae Araliaceae
Estípulas são freqüentemente
presentes. Podem ser As espécies de Schefflera
foliáceas em algumas apresentam estípulas
espécies, como, por exemplo, grandes, foliáceas e
em Inga stipularis. Podem persistentes.
ser persistentes e duras em
Schefflera
algumas lianas, formando umbrosa
Elizabetha Inga stipularis
espinhos em Machaerium. speciosa

Sapindaceae

Apenas uma espécie


ESTÍPULAS

apresenta estípulas,
persistentes e de margem
irregular.
Machaerium Senna sp. 1 Swartzia Swartzia
caudatum arborescens oblanceolata Paullinia
stipularis
61
Pecíolo
O pecíolo é a haste que une a lâmina da ramo, de forma que este parece atravessar a
folha ao ramo. Numa folha composta as lâmina. A lâmina é decurrente na base quando
folhas, folíolos e foliólulos apresentam seus se prolonga no pecíolo, tornando-o alado (p.
respectivos pecíolos. Peciólulo é o termo que 56). A folha é peltada, quando o pecíolo é
se refere à haste que une folíolos e foliólulos inserido na face inferior da lâmina e não na
à raque da folha. Quando a folha não possui base ou na margem. Em Cecropiaceae, o
pecíolo e a lâmina se prende diretamente ao gênero Cecropia pode ser diferenciado dos
ramo ela é denominada de séssil e subséssil demais pelas folhas peltadas, que nos outros
quando o pecíolo é muito curto, parecendo são normalmente pecioladas. Folhas peltadas
ausente. Em Monstera (Araceae) a folha pode ocorrem também em Araceae e Apiaceae.
ser perfoliada quando a margem envolve o

séssil subséssil decurrente peltada perfoliada

SECÇÃO TRANSVERSAL
A forma como o pecíolo se apresenta em secção outras características, como a cor, a presença de
transversal auxilia na identificação, especialmente indumento e a textura lenhosa ou herbácea do
na distinção entre espécies próximas. Esse pecíolo. A secção pode variar ao longo do pecíolo.
caractere é ainda mais útil quando associado a Os termos utilizados se referem ao aspecto geral.

circular plano alado triangular canaliculado ou bicôncavo

Lauraceae Araceae
Em Lauraceae, Philodendron platypodum
por exemplo, (Araceae) é um exemplo
Ocotea puberula de pecíolo extremamente
distingüe-se de alado, que neste caso é
Ocotea splendens também articulado com
pelo pecíolo plano a lâmina da folha. Em
na face superior, dicotiledôneas o pecíolo
que nesta é alado é, em geral, apenas
profundamente levemente expandido na
canaliculado. lateral.
Ocotea puberula Ocotea splendens Philodendron
platypodium

BAINHAS E CICATRIZES NOS RAMOS


Em algumas famílias a base do pecíolo é expandida anel completo ao redor do ramo, é denominada
envolvendo o ramo, aqui denominada bainha. Esse de amplexicaule. Cicatrizes podem ser deixadas
caractere ocorre principalmente em Piperaceae, por estípulas, como em Moraceae. Nas gramíneas
Araliaceae, Meliaceae e Cecropiaceae entre as (Poaceae), a bainha pode ser muito longa,
Dicotiledôneas, e Araceae e Cyclanthaceae entre envolvendo o caule por alguns centímetros de
as Monocotiledôneas. Quando uma folha cai, ela comprimento. Sinais da posição das folhas através
PECÍOLO

quebra num ponto de abscisão, podendo deixar uma de cicatrizes podem ser vistos nos próprios troncos
cicatriz com a forma da secção da base do pecíolo. de árvores velhas, especialmente das espécies de
Nas famílias supramencionadas essas cicatrizes rápido crescimento. Essas cicatrizes constituem
são bem evidentes. Quando a cicatriz forma um as "marcas de olhos" no caule das espécies de
62 Araceae Araliaceae Cyclanthaceae Meliaceae

Philodendron Monstera obliqua Schefflera umbrosa Thoracocarpus Carapa guianensis


surinamense bissectus

DILATAÇÕES DA BASE E DO ÁPICE


As leguminosae são caracterizadas pela presença de
pulvino e pulvínulo. Essas estruturas são dilatações Folhas compostas e alternas
da base ou do ápice do pecíolo e do peciólulo, Connaraceae Mimosoideae
respectivamente, formadas por tecido diferenciado.
Em função de variações de turgidez das células, essas
estruturas permitem os movimentos foliares. Em geral
o movimento pode ser observado à noite, quando
as espécies de Leguminosae fecham as folhas.
Espécies de Mimosa (Mimosoideae) apresentam
movimentos rápidos (nastismos), fechando as folhas
quando tocadas e que, por isso, são conhecidas por
"sensitivas". Em Araceae a dilatação no ápice do Connarus Abarema Inga bicoloriflora
perrottetii cochleata
pecíolo, que ajuda a reconhecer algumas espécies,
Burseraceae Sapindaceae Meliaceae
é denominada de genículo. Além de Leguminosae,
entre as famílias com folhas compostas, dilatações
da base do pecíolo e/ou do peciólulo estão presentes
em Bignoniaceae e nas famílias da ordem Sapindales,
como Burseraceae, Sapindaceae, Simaroubaceae,
Rutaceae, Anacardiaceae e Meliaceae. Em
Leguminosae e em Connaraceae, os peciólulos
são separados da raque por um ponto de abscisão
nítido, que nas demais famílias não é perceptível. Protium Talisia praealta Trichilia
Além disso, em Leguminosae e Connaraceae os hebetatum micrantha
pulvinos e pulvínulos são mais cilíndricos que
nas outras famílias, provavelmente em função
do movimento. Nas demais famílias com folhas Folhas simples e alternas
compostas, apesar da presença dessas dilatações, Sterculiaceae Elaeocarpaceae Euphorbiaceae
a função de movimento não é evidente. Entre as
espécies com folhas simples, a presença de pulvino e
venação palmada permite reconhecer famílias como
Menispermaceae, Aristolochiaceae, Dioscoriaceae,
Euphorbiaceae e famílias da ordem Malvales
como Sterculiaceae, Elaeocarpaceae, Tiliaceae e
Bombacaceae. Dessas, apenas Menispermaceae
tem o ponto de abscisão bem definido no pecíolo.
Em Humiriaceae e Hugoniaceae o pecíolo é muito Sterculia excelsa Sloanea latifolia Senefeldera
macrophylla
curto e dilatado na base, mas não forma um pulvino.
Hugoniaceae Dioscoreaceae Menispermaceae
De forma menos evidente, essas dilatações ocorrem
também em Olacaceae.
Papilionoideae Ponto de abscisão - a
presença desse sulco
na base do peciólulo
e do pecíolo, permite
PECÍOLO

distingüir Leguminosae e
Connaraceae das demais
famílias com folhas
Swartzia cuspidata compostas. Hebepetalum Dioscoria sp. 2 Abuta rufescens
humiriifolium
63
Ramos
Além da ramificação e da filotaxia, as
Lenticelados
características dos ramos, especialmente
a forma da secção transversal, a textura, a Bignoniaceae Chrysobalanaceae Lecythidaceae

presença de indumento, de lenticelas, ou de


espinhos, ajudam a reconhecer rapidamente
espécies com características marcantes ou,
então, a distingüir espécies próximas e muito
semelhantes. Procure observar a textura, se o
ramo é lenhoso, com casca como tronco, ou
se é herbáceo, quando o ramo adulto é verde.
A presença de indumento e o tipo e densidade
dos pêlos são muito úteis na identificação de Arrabidaea Licania Eschweilera
prancei bracteata romeu-cardosoi
espécies em famílias grandes como Lauraceae
e Sapotaceae, nas quais a identificação é difícil
pela ausência de caracteres marcantes. Com nós dilatados Com cicatrizes
proeminentes
Quadrangulares Piperaceae Gnetaceae
Bignoniaceae Sapotaceae

Piper Gnetum
aduncum paniculatum Pouteria
Distictis Memora Stizophyllum
pulverulenta tanaeciicarpa riparium freitasii

Alados ou cristados Estriado


Meliaceae Lauraceae Vitaceae Olacaceae Hippocrateaceae Sapotaceae

Pleonotoma Ocotea Cissus erosa Ptychopetalum Cheiloclinium Pouteria


jasminifolia olivacea olacoides krukovii fimbriata

Anguloso
Lauraceae Sapotaceae Meliaceae
RAMOS

Ocotea Aiouea Aniba Pouteria Pouteria Guarea silvatica Guarea


neblinae maguireana santalodora guianensis durlandii convergens
64
Venação
Nervuras ou veias nas folhas têm duas da lâmina e a posição de glândula(s), a
funções: são dutos para transferência de água organização das nervuras estão incluídas no
e nutrientes e são estruturas que proporcionam estudo da arquitetura foliar como elementos
rigidez à folha, auxiliando na sustentação da expressão da estrutura foliar. Existem várias
do tecido parenquimático. Assim como classes de veias que formam uma hierarquia
a configuração da margem foliar, a forma das maiores até as menores.
PRIMÁRIA, PRINCIPAL, MEDIANA OU CENTRAL
Geralmente tem só uma que é obviamente a maior lâmina que são as laterais primárias e formam a
e central. Podem ocorrer veias primárias laterais venação do tipo trinérvia ou palmada. Todas, portanto,
que se originam na base da central e são da mesma central e primárias laterais, são nervuras de primeira
espessura. Algumas famílias, como por exemplo ordem. Com base no número e organização dessas
Melastomataceae e Loganiaceae, têm três ou cinco nervuras, vários padrões podem ser definidos para
nervuras igualmente grossas nascidas na base da as famílias da Reserva.

Trinervadas Pinadas
Três nervuras principais têm origem na base A nervura central é o ponto de origem
da lâmina. Aristolochiaceae, Cucurbitaceae, das veias superiores, as secundárias são
Menispermaceae, Euphorbiaceae, Passifloraceae regulares e espaçadas. Ocorre na maioria
e Cecropiaceae são outras famílias com venação das famílias.
trinérvia.

Dioscoreaceae Melastomataceae Loganiaceae Plinervadas ou suprabasais Melastomataceae

Quando duas nervuras


laterais primárias saem
um pouco acima da
base da lâmina. A
base mantém o aspecto
Dioscorea spicata Aciotis Strychnos trinervado.
purpusracens jobertiana Henriettea granulata
Menispermaceae Rhamnaceae Smilacaceae

Paralelinérvia
Duas ou mais primárias laterais ou secundárias
espessadas seguem paralelas à central até
o ápice. Podem ser retas ou curvadas,
características em Monocotiledôneas (Poaceae,
Abuta panurensis Ampelozizyphus Smilax syphilitica
amazonicus Cyperaceae, Arecaceae, Orchidaceae,
Bromeliaceae etc.).

Palmadas Euphorbiaceae
Laterais primárias
Quatro ou mais Podem finalizar de três maneiras:
nervuras laterais • diluindo e desaparecendo na lâmina;
primárias têm • terminando na margem, e, às vezes, ultrapassando-a e for-
origem na base mando múcron (Passifloraceae);
da lâmina. • e acompanhando a nervura central até o ápice, arqueando e
Conceveiba
convergindo com essa ( venação curvinérvia).
martiana

Perfis da nervura central


Impresso ou sulcado
Em secção transversal é freqüentemente muito importante o
perfil da nervura central para diferenciar espécies parecidas,
principalmente porque o aspecto da nervura central em ambas
Impresso em "v" Bicôncavo Impresso côncavo
as faces da lâmina auxilia na determinação.
VENAÇÃO

Proeminente ou saliente

Plana Imerso ou Carenado, aristado Quadrado Convexo Biconvexo


submerso ou cristado
SECUNDÁRIAS 65
São as nervuras laterais que têm início na veia
central e correm em direção à margem da folha. O
padrão, número, forma e maneira de finalização são
caracteres muito úteis na identificação. Nervuras
secundárias podem ser retas ou arqueadas e podem
terminar na margem da folha, denominada venação
craspedódroma. Se a terminação não toca a
próxima nervura e se as veias não estão nitidamente Eucampdódroma Broquidódroma Craspedódroma
unidas na margem da folha, chama-se venação
eucampdódroma (ou livre); se as veias estão unidas ou Bulada
anastomosadas, chama-se venação broquidódroma
A superfície da lâmina entre as
(ou fechada). Algumas vezes as veias podem ser secundárias pode ser plana ou
parcialmente broquidódromas e eucamptódromas; não. Quando a superfície é
nesse caso, podemos dizer predominantemente elevada, chama-se bulada.
broquidódroma ou eucampdódroma.

Intersecundárias Intramarginais, marginais e submarginais


São nervuras intermediárias entre as secundárias Intramarginais são nervuras que estão paralelas à
com origem na veia central. Em geral são menores e margem da folha a partir da união das secundárias
menos proeminentes que as secundárias. Podem ser
broquidódromas, mas com aspecto independente. Perto
curtas, medianas ou atingir a margem, são paralelas às
secundárias ou estabelecem a mesma relação com outras da margem pequenas veias originadas nas secundárias
nervuras. Às vezes é difícil distinguir entre secundárias freqüentemente formam laços. Às vezes são várias
e intersecundárias (ou até as terciárias), especialmente camadas de laços de secundárias convergentes. Em
no tipo visto em Clusia. alguns casos, os laços terminam na margem formando
Intersecundárias "Tipo Clusia" uma nervura marginal (Apocynaceae e Vochysiaceae)
ou as nervuras formam uma nervura submarginal, típica
de Myrtaceae.
Myrtaceae Vochysiaceae

Lecythis poiteaui Calophyllum aff.


Eugenia cf. Eugenia Ruizterania
brasiliense feijoi florida albiflora

TERCIÁRIAS
Percurrentes ou escalariformes reticuladas
São veias menores que têm origem nas secundárias.
O ângulo em relação à veia central pode ser
importante. Veias contínuas chamam-se percurrentes
(escalariformes), se não, são reticuladas. Às
vezes, quando esta venação é muito reticulada,
não é possível distinguir entre as terciárias e
quaternárias. oblíqua perpendicular paralela

QUATERNÁRIAS
Veias quaternárias e níveis mas altos (de quinto grau úteis na identificação. Em venação areolada os
ou mais) geralmente precisam do auxílio de lupa estômatos ficam nas cavidades e são às vezes até
para serem vistas. Formam um retículo e são elas protegidos por pubescência, como por exemplo em
que realmente estabelecem contato com as células algumas Chrysobalanaceae.
fotossintéticas e estômatos. As últimas ordens das
Lauraceae Moraceae Chrysobalanaceae
nervuras podem ser incompletas, sendo que a
nervura termina sem juntar-se com uma outra, ou
VENAÇÃO

podem formar aréolas, pequenos espaços limitados


por veias anastomosadas (duas veias que se unem
diretamente ou por meio de uma terceira), rodeadas
com nervuras. A forma da aréola e a presença de
Aniba canelilla Brosimum Licania sprucei
nervuras incompletas dentro da aréola podem ser parinarioides
66
Indumento
Refere-se à presença de pêlos, acúleos, a olho nu ou ao toque. Quando a lâmina
escamas e pêlos glandulares na superfície não apresenta evidência de pêlos ou outra
da planta. Existem muitos termos para tipos estrutura na superfície, denominamos glabra.
e variações de indumento. Neste guia, Em relação à presença de cera branca ou
tentamos evitar as complexidades e usamos azulada que geralmente sai quando esfregada
termos mais descritivos, como "pêlos longos", (pulverulento), denominamos lâmina icana
"pêlos densos", "pêlos saindo ao toque" etc. ou glauca, respectivamente. Estas páginas
Também geralmente consideramos partes mostram os tipos de padrões de pubescência
pubescentes quando a pubescência é óbvia mais importantes.
POSIÇÃO
Em geral os mesmos termos se aplicam
independentemente do lugar de ocorrência e
também é normal que ramos jovens, pecíolos etc.
tenham o mesmo tipo de pubescência da lâmina.
Freqüentemente a pubescência é mais abundante
nas veias do que na lâmina, e na grande maioria
das espécies com folhas pilosas os pêlos são muito margem tufos pêlos nas
mais abundantes na face inferior. ciliada axilares nervuras

TIPO
Um pêlo é uma unidade da pubescência. O termo pêlos complexos. Com uma lupa é possível perceber
tricoma também pode ser usado e neste caso poderia a diferença entre pêlos simples (não divididos) e outros
incluir todas as formas possíveis, como escamas e tipos, por exemplo:

bífidos trífidos estrelados dendríticos cerdas acúleos uncinados

escamas aracnóides escamas forma de T papilas


lepidotas (malpiguiáceo) glandulares

SUPERFÍCIE
Tipos de superfície com pêlos. Existem muitos pêlo, em preto o nome da superfície. Os termos
termos para tipos de pubescência; os mais usados pubescente e piloso são também usados para a
são ilustrados aqui. Em azul é a disposição do presença de pêlos em geral, curtos ou longos.

Pêlos rígidos, lineares Pêlos macios, flexíveis Pêlos curvados até


enrolados
Pêlos
+ curtos

Estrigosa (deitados) Pubescente (menos densos)


Velutinosa

Áspera ou escabra (não


Canescente (densos e esbranquiçados) Tomentosa (formando
deitados)
um tapete)
INDUMENTO

Híspida Serícea (densos e deitados - adpressos)


Vilosa (esparsados)

Pêlos
+ longos Hirsuta (mais rígidos) Pilosa (eretos) Lanosa (densos)
EXEMPLOS 67

Os exemplos a seguir são de várias formas de algumas das famílias em que os pêlos são mais
pubescência da lâmina foliar (face inferior) em característicos (todos com ca. 4 x o tamanho
Cecropiaceae Piperaceae Malpighiaceae Menispermaceae Ebenaceae

Pourouma Piper cf. Byrsonima Abuta Diospyros


tomentosa ssp. cyrtopodon duckeana grisebachii pseudoxylopia
apiculata
Passifloraceae Leguminosae

Pourouma Pourouma Ancistrothyrsus Ormosia grossa Swartzia ulei Machaerium


ferruginea tessmannii caudatum

Apocynaceae Clusiaceae Lauraceae Convolvulaceae

Liana sp. 1 Vismia cauliflora Licaria Licaria Endlicheria Dicranostyles Maripa scandens
oppositifolia martiniana multiflora sericea

Annonaceae Solanaceae Siparunaceae

Annona aff. Guatteriopsis Duguetia Guatteria Solanum Solanum Siparuna


excellens blepharophylla stelecantha discolor fulvidum crinitum decipiens
Sapotaceae Combretaceae

Chrysophyllum Pouteria Pouteria Pouteria hispida Micropholis Chrysophyllum Combretum


ucuquirana- petiolata manaosensis guyanensis prieurii laxum
branca
Melastomataceae

Miconia nervosa Miconia Miconia Leandra Clidemia Adelobotrys Miconia duckei


gratissima elaeagnoides secunda novemnervia marginata
Chrysobalanaceae Bombacaceae
INDUMENTO

Couepia obovata Couepia Couepia robusta Licania Licania impressa Rhodognaphalopsis Scleronema
magnoliifolia rodriguesii cf. duckei micranthum
68
Margens das folhas
Folhas simples podem ter margem inteira ou possibilidades mais comuns. Em certos casos,
contínua, sem divisões ou projeções na lâmina, a definição da divisão da margem pode ser
ou podem ter uma variedade de padrões de subjetiva ou em uma mesma folha aparecer
divisão. Os exemplos aqui mostram as mais de um tipo de divisão.
DETALHES DA MARGEM
Em lâminas inteiras pode acontecer de as nervuras mucronada ou com glândulas. O múcron pode
secundárias ultrapassarem a margem (venação ocorrer também nas margens partidas e, nesse caso,
craspedódroma) ou a margem apresentar glândulas sair nas reentrâncias, mas com maior freqüência nas
prologando a lâmina, tornando-a irregular. saliências.
Entretanto, a margem continua inteira, porém

Inteira Sinuada Crenada Crenulada


Lobos
simétricos Lobos simétricos
Liso, sem Crenada
e regulares, e arredondados;
indentações numa escala
indentações indentações
ou lobos. menor.
iguais com os agudas.
lobos.

Denteada Denticulada Lobada Lobulada


Lobos simétricos
Lobada mas
e arredondados,
Lobos agudos com mais
indentações
e regulares, Denteada numa ondulações
arredondadas,
indentações escala menor. numa escala
menores que os
arredondadas. menor nos
lobos.
lobos.

Revoluta e involuta

Serreada Serrilhada A margem da folha também pode ser curvada no sentido


abaxial, ou seja, a margem é fortemente enrolada para
baixo (revoluta), ou no sentido adaxial (involuta), embora
Lobos agudos Serreada
seja mais rara a ocorrência desta.
e assimétricos, numa
indentações escala
arredondadas. menor.
Revoluta Involuta

FOLHAS PARTIDAS
São folhas simples mas cuja lâmina apresenta divisões caso cada secção não apresenta peciólulo.
que podem parecer com folhas compostas, mas neste

Bifida Trifida Digitada Palmisecta Pinatifida Pinatisecta


Euphorbiaceae Caryocaraceae Thurniaceae Euphorbiaceae

Nealchornea yapurensis Caryocar villosum Thurnia sphaerocephala Croton lobatus

Elaeocarpaceae
Gesneriaceae Euphorbiaceae Passifloraceae
Gesneriaceae

Codonanthe calcarata Mabea subsessilis Passiflora quadriglandulosa


Nautilocalyx pictus
Elaeocarpaceae Flacourtiaceae Theophrastaceae
Rutaceae

Crenadas a crenuladas
Sloanea pubescens Casearia duckeana Clavija sp.
Zanthoxylum rhoifolium
Cucurbitaceae Passifloraceae Scrophulariaceae
Algumas famílias grandes sempre têm margens

Nenhuma das famílias maiores sempre têm folhas


Os padrões são repetidos em várias famílias.

inteiras (Sapotaceae, Lauraceae, Rubiaceae etc.).

Gurania bignoniacea Tiliaceae Passiflora edulis Scoparia dulcis

Elaeocarpaceae Moraceae Dilleniaceae

Sinuadas
Serreadas

Serrilhadas

Lueheopsis rosea

Sloanea rufa Urticaceae Clarisia ilicifolia Doliocarpus magnificus


Quiinaceae Gesneriaceae Ochnaceae
EXEMPLOS DE MARGENS DE FOLHAS

Laportea aestuans

Touroulia guianensis Melastomataceae Paradrymonia ciliosa Ouratea odora

Denteadas
Lecythidaceae Quiinaceae Vitaceae

Clidemia epibaterium

Lecythis poiteaui Cespedezia sprucei Cissus guyanensis


Melastomataceae
Flacourtiaceae Humiriaceae Burseraceae

Miconia duckei
definição exata da categoria nem sempre é fácil.

Carpotroche crispidentata
representativas estão ilustrados a seguir. Note a
não-inteiras. Alguns exemplos das famílias mais

presença de múcrons em alguns casos e que a

Endopleura uchi Protium subserratum

MARGENS
69
70
Glândulas
Glândulas ou nectários extraflorais são repelir herbívoros. A estrutura das glândulas
órgãos pequenos que secretam alguma pode variar muito, representando processos
substância. A exsudação serve para atrair evolutivos independentes (paralelismos)
insetos, especialmente formigas (ver p. 81). entre os diversos grupos taxonômicos em que
Nessas relações mutualísticas a planta em geral ocorrem. Em geral são estruturas grandes e
tem, em troca da secreção, proteção contra pode-se visualizar a exsudação, mas podem
herbivoria. Em alguns casos, como em Inga ser apenas pequenas manchas planas que se
(Leg: Mimosoideae), as glândulas secretam um destacam um pouco da superfície, ou áreas
líquido adocicado de composição conhecida. descoloridas, ou até pequenas pontuações
Em muitos outros grupos, no entanto, o que é translúcidas. Glândulas podem ocorrer
secretado não é conhecido. Provavelmente também em pêlos (ver p. 66).
algumas glândulas servem também para

Glândula única no ápice do folíolo Glândulas na margem, às vezes nos dentes


Simaroubaceae Chrysobalanaceae (poucas)
Passifloraceae
Euphorbiaceae (Mabea, Sapium e outras)
Glândulas espalhadas na lâmina Icacinaceae (Pleurisanthes emarginata)
Bignoniaceae
Chrysobalanaceae
Cucurbitaceae Campos de glândulas pequenas
Euphorbiaceae na lâmina (pontuações)
Lythraceae Clusiaceae (Vismia)
Loranthaceae Flacourtiaceae
Passifloraceae Monimiaceae
Polygalaceae (algumas Moutabea) Rutaceae
Gesneriaceae Siparunaceae
Meliaceae Theaceae
Myrtaceae
Bignoniaceae
Glândulas na axila das
nervuras secundárias
Glândulas na nervura central
Chrysobalanaceae
Sterculiaceae (Byttneria)
Euphorbiaceae
Moraceae (Ficus)

Folhas bipinadas Glândulas na base Glândulas no pecíolo


com glândulas da folha Chrysobalanaceae
interfoliolares ou Combretaceae
Chrysobalanaceae Euphorbiaceae
entre as pinas, ou no Bignoniaceae Passifloraceae
pecíolo Passifloraceae Malpighiaceae
Euphorbiaceae Turneraceae
Leg: Mimosoideae Malpighiaceae Meliaceae
- quase todas Moraceae (Ficus)
Rosaceae
Glândulas na base do pecíolo
Polygalaceae
Folhas pinadas com glândulas Vochysiaceae
interfoliolares
Leg: Mimosoideae (Inga) Glândulas no ramo Glândulas nas estípulas/
Leg: Caesalpinioideae (Senna, (interpeciolares) pseudoestípulas
Chamaecrista, Batesia floribunda) Bignoniaceae Passifloraceae
Gesneriaceae Bignoniaceae

Bignoniaceae Combretaceae
GLÂNDULAS

Stizophyllum Memora Arrabidaea Tynanthus Buchenavia Buchenavia


riparium moringiifolia inaequalis panurensis macrophylla grandis
Chrysobalanaceae Cucurbitaceae 71

Licania Chrysobalanus Licania Licania Cayaponia Cayaponia


heteromorpha venezuelanus impressa macrophylla duckei duckei

Clusiaceae Euphorbiaceae

Vismia Micrandra Aparisthmium Croton Sapium Croton


sandwithii spruceana cordatum glandulosus paucinervium lanjouwensis

Ebenaceae Gesneriaceae Flacourtiaceae Loranthaceae Meliaceae

Diospyros Codonanthopsis Codonanthe Casearia Psittacanthus Carapa


guianensis ulei crassifolia ulmifolia corynocephalus guianensis

Leg: Mimosoideae Leg: Caesalpinioideae Moraceae

Macrosamanea Cedrelinga Parkia multijuga Batesia Senna cf. Ficus trigona


pubiramea cataeniformis floribunda hymenaefolia

Malpighiaceae Myrtaceae Myrsinaceae Rosaceae Rubiaceae

Banisteriopsis Mascagnia Myrcia gigas Cybianthus Prunus Henriquezia


martiniana bracteosa guyanensis myrtifolia verticillata

Passifloraceae Polygalaceae

Passiflora Passiflora edulis Passiflora aff. Passiflora Securidaca sp. 5 Securidaca sp. 3
coccinea auriculata coccinea

Rutaceae Simaroubaceae Sterculiaceae Theaceae Turneraceae Vochysiaceae


GLÂNDULAS

Adiscanthus Simarouba amara Byttneria Ternstroemia Turnera Qualea sp. 1


fusciflorus cordifolia dentata ulmifolia
72
Domáceas
O termo domácea é aplicado a depressões, ramo. Elas são freqüentes em plantas de regiões
bolsas, sacos ou tufos de pêlos na axila da nervura tropicais e subtropicais, embora possam ocorrer
central, ápice do pecíolo, base da lâmina foliar ou em plantas de áreas temperadas.

AXILARES
Consiste em estruturas pequenas, que provavelmente para ácaros ou outros artrópodes pequenos que
não têm a ver com formigas. Podem ter a forma desempenham o serviço de limpeza da folha,
de uma cavidade, circundada ou não por pêlos retirando esporos (de fungos ou líquens) ou outra
formando um tufo na axila das nervuras secundárias sujeira da lâmina. Ocorrem especialmente em
com a central ou uma cavidade com pêlos na Lauraceae e Combretaceae e esporadicamente em
margem. Possivelmente elas fornecem residência outras famílias.
Combretaceae Lauraceae Annonaceae

Buchenavia Buchenavia Ocotea Ocotea Ocotea Annona foetida


congesta macrophylla argyrophylla nigrescens percurrens

Euphorbiaceae Apocynaceae Sapindaceae

Sandwithia Odontadenia sp. 1 Forsteronia Forsteronia Paullinia sp. 4 Paullinia sp. 1


guianensis gracilis acouci

ABRIGOS DE FORMIGAS
São estruturas na planta que propiciam um espaço (ver p. 81). Diferentes das galhas, elas são formadas
interno onde elas podem fazer ninhos. É o resultado pela planta sem a participação de animais e podem
de uma simbiose entre formigas e plantas. A planta ocorrer em folhas, ramos ou raízes, com as mais
fornece abrigo e as formigas providenciam proteção variadas formas.

Ramo oco Pecíolo/base da folha engrossado


Podem representar uma etapa básica na evolução de Domáceas ocorrem em três espécies de Hirtella
domáceas de formigas. Ocorrem em uma variadade de (folhas alternas); em folhas opostas, iguais em Tococa
plantas, incluindo espécies das famílias Cecropiaceae, e desiguais em Maieta. Em Rubiaceae, as folhas são
Bignoniaceae, Rubiaceae, Combretaceae e outras. verticiladas.
Melastomataceae Chrysobalanaceae Rubiaceae
Bignoniaceae Rubiaceae Combretaceae

Tococa bullifera Hirtella duckei Duroia saccifera


Stizophyllum Palicourea Buchenavea guianensis
riparium corymbifera
Caesalpinioideae
Pecíolo da
Ramo engrossado e oco folha composta
DOMÁCEAS

engrossado
As domáceas de Cordia
Ocorre em espécies
nodosa (Boraginaceae)
de Tachigali e
são dilatações evidentes
Sclerolobium.
na região internodal.
Tachigali venusta
73
Características de lianas
A estrutura do caule de lianas ou cipós é exsudatos visíveis ao corte, eles dão uma idéia
geralmente diferente da de árvores, arvoretas do padrão e podem ser vistos através de um
e arbustos. Ao contrário de proporcionar corte superficial na casca e também em ramos,
rigidez proporcionam flexibilidade, mas com mas quando estes são muito jovens isto não
a mesma função fisiológica. A organização é nítido. Algumas famílias apresentam lianas
dos tecidos nesses caules varia entre as famílias com desenvolvimento das fibras desigual.
formando diversos padrões. Algumas famílias O crescimento anômalo é considerado uma
têm exsudatos visíveis ao corte. Geralmente adaptação ao hábito lianescente aumentando
as famílias de lianas podem ser conhecidas a flexibilidade mecânica dos ramos. Entre
através da secção transversal do caule em os tecidos condutores existem áreas amplas
função dos padrões formados pelas diferentes de parênquima importantes também na
fibras. No entanto, para isso é necessário regeneração do caule.
sacrificar a planta. Algumas famílias têm
GAVINHAS
São estruturas especiais para lançar e agarrar Machaerium spp.); e a maneira curvada de crescer
suportes auxiliando a planta na sustentação. Na que resulta num caule espiralado em volta de um
Reserva ocorrem em oito famílias, Bignoniaceae, outro tronco (volúvel). Algumas lianas têm estruturas
Cucurbitaceae, Leguminosae, Loganiaceae, colantes ou raízes para efetivamente fixar a planta
Passifloraceae, Sapindaceae, Smilacaceae e Vitaceae. num tronco, deixando-a crescer verticalmente (p.e.
O gênero Gouania (Rhamnaceae) ocorre próximo à em Pteridófitas, Araceae, Gesneriaceae). Um outro
Reserva. Gavinhas verdadeiras têm origem caulinar, mecanismo para subir são espinhos recurvados
foliar ou radicular. Lianas precisam de um suporte como ganchos que são empurrados para o alto
para subir. Geralmente usam troncos e ramos de com o movimento do vento. Ocorre especialmente
outras plantas, um tipo de parasitismo relativamente em Mimosoideae, Arecaceae e Cyperaceae (pêlos
inócuo. Assim elas conseguem chegar até o dossel recurvados endurecidos), por exemplo. Em outras
sem investir em um tronco grande. Para não cair, elas famílias, a região de crescimento apical funciona
têm que ter uma maneira de ficar presas. Algumas como uma gavinha, crescendo verticalmente e
simplesmente se encostam em outras plantas espiralando, buscando e capturando ramos para
(rasteiras), pois têm um tronco flexível. Outras suportá-la (especialmente em Leguminosae). O
usam partes já existentes, um pouco modificadas, número e posição das gavinhas, especialmente em
para se apoiar. Exemplos disso incluem estípulas combinação com a forma da folha facilitam sua
endurecidas retroflexas em Leg: Papilionoideae (p.e. identificação.

Folhas compostas Folhas simples e alternas

Axila do pecíolo Saindo do pecíolo


Folhas opostas
Apenas em Bignoniaceae,
que apresenta dois tipos de
gavinhas: ou ela nasce no
lugar de um folíolo (maioria
das espécies), ou ela é axilar
(apenas algumas espécies
de Arrabidaea). Axilar Foliolar
Em Passifloraceae Em Rhamnaceae (1
(folhas simples, gavinha) e Smilacaceae
gavinhas em pares (sempre 2 gavinhas no
Folhas alternas
ou bifurcadas). pecíolo).
Axilar em Sapindaceae. Em Leguminosae existem
dois tipos: o prolongamento do ápice do ramo (várias
espécies), ou o prolongamento do ápice da folha Oposta ao pecíolo 90 graus relativo ao
pecíolo
LIANAS

Vitaceae Cucurbitaceae

Axilar No ápice da folha Ápice do ramo


74 FOLHAS SIMPLES COM GAVINHA

Passifloraceae
Tronco circular ou mais
freqüentemente acanalado e suberoso
em uma espécie (Passiflora aff. alata).
Ao corte, com raios. Folhas alternas
com gavinhas e a maioria com
glândulas no pecíolo. Gavinha
axilar.
Passiflora acuminata Dilkea retusa Dilkea sp. 1

Ancistrothrysus tessmannii Passiflora acuminata Passiflora acuminata Passiflora aff. Passiflora


riparia coccinea

Cucurbitaceae

Folhas simples, inteiras, partidas ou lobadas. Gavinhas ramificadas (Cayaponia spp.) ou simples, saindo a 90 o
em relação ao pecíolo.

Gurania bignoniacea Helmontia cf. leptantha Cayaponia rigida

Smilacaceae

Gavinhas não ramificadas saindo em pares Vitaceae


próximas à base do pecíolo. De fato, estas
gavinhas são estípulas modificadas, parcialmente Gavinha exatamente
fundidas na base. oposta ao pecíolo.

Cissus erosa

Loganiaceae

As Loganiaceae são
fortemente lenhosas, têm
LIANAS

folhas opostas e gavinhas


recurvadas.
Smilax sp.
Strychnos subcordata
FOLHAS SIMPLES, OPOSTAS E SEM GAVINHAS 75

Hippocrateaceae
Tronco geralmente circular ou um pouco achatado. Em secção geralmente com raios e ou anéis circulares, com
exsudato vermelho em Prionostemma. Folhas opostas, sem estípulas persistentes.

Anthodon decussatum Cheiloclinium


hippocrateoides

Salacia impressifolia Tontelea fluminensis Cheiloclinium hippocrateoides Anthodon decussatum

Malpighiaceae

Sem características óbvias; caule circular, acanalado ou torcido, sem látex e sem padrões no corte. Folhas opostas,
mas sem estípulas óbvias como em Rubiaceae e em geral com glândulas.

Banisteriopsis wurdackii Hiraea schultesii Mascagnia cordifolia Mezia angelica LIANAS

Banisteriopsis wurdackii Mascagnia bracteosa Mascagnia sp. 3


76
Apocynaceae e Asclepiadaceae
Caule circular e lenticelado ou estriado. Látex branco ao corte. As Asclepiadaceae são em geral sublenhosas com
ritidoma suberoso, esbranquiçado.

Secondatia duckei Forsteronia acouci

Odontadenia Odontadenia Odontadenia Secondatia duckei Odontadenia sp. 1


puncticulosa verrucosa verrucosa

Combretaceae
Uma espécie de liana, tronco Gnetaceae
circular; folhas opostas, com
venação pinada. Ramo circular, com nós
distintos sem ócrea. Com
resina ao corte. Parece
dicotiledônea com "folhas"
opostas.
Gnetum nodiflorum Gnetum
paniculatum

Rubiaceae

Algumas espécies de cipós. Ramo circular


muito lenticelado. Estípula presente, geralmente
terminal e caduca.

Schradera
polycephala
Combretum laxum Malanea sp. 2

Melastomataceae Verbenaceae
Caule circular com
Também tem espécies cicatrizes de folhas
lenhosas. São fáceis de suberosas. Ramos
reconhecer devido à venação lenticelados e
multinervada com três ou mais glabros em Petrea
LIANAS

veias principais paralelas. As bracteata. Corte


Melastomataceae cipós são transversal com
pouco lenhosas. raios nítidos. Petrea bracteata Petrea brevicalyx
FAMÍLIAS COM FOLHAS SIMPLES, ALTERNAS E SEM GAVINHAS 77

Dilleniaceae
Caule circular e tipicamente avermelhado com desprendimento evidente e abundante. Casca viva laranja/vermelha,
secção sem padrão distinto. Folhas alternas, freqüentemente serreadas e coriáceas.

Doliocarpus Doliocarpus Tetracera Doliocarpus Pinzonia coriacea


amazonicus amazonicus willdenowiana brevipedicellatus

Menispermaceae
Caule apresenta crescimento cambial anômalo, com anéis
assimetricamente concêntricos. Algumas vezes, o caule apresenta-se
fortemente plano, deixando o centro próximo à margem.

Abuta grisenbachii Abuta obovata Abuta imene Abuta panurensis

Abuta rufescens Abuta Anomospermum Odontocarya


grisebachii solimoesanum wullschlaegelii

Convolvulaceae

Ramos circulares, em secção mostrando anéis concêntricos com exsudato escuro.


LIANAS

Maripa reticulata Maripa glabra Dicranostyles ampla


78 Icacinaceae Ericaceae
Mais ou menos circular com
Ramos circulares, em secção com raios em Casimirella e
desprendimento, exsudato vermelho no
achatados em Pleurisanthes.
corte e raios.

Pleurisanthes cf. parviflora Casimirella rupestris Psammisia guianensis

Polygalaceae

Ramos com secção


irregularmente
concêntrica, apresentam
crescimento anômalo
e secções geralmente
assimétricas.

Moutabea sp. 3 Moutabea sp. 1 Moutabea sp. 2 Securidaca Securidaca sp. 1


rivinaefolia

Rhamnaceae Aristolochiaceae
Caule circular e folhas alternas. Em Ampelozizyphus
Tronco circular com secção única. Folhas
faltam gavinhas, mas Gouania (que ocorre perto da
tipicamente cordadas na base.
Reserva) tem gavinhas tipo "língua de borboleta".
Venação trinervada.

Aristolochia silvatica
Ampelozizyphus amazonicus
Solanaceae Marcgraviaceae

Dichapetalaceae Caule cilíndrico e ritidoma Caule cilíndrico e


com desprendimento ritidoma lenticelado.
Caule circular, com desprendimento papiráceo, Em geral muito macia
parecendo Dilleniaceae, mas sem casca avermelhada. pulverulento.
ao corte (suberoso).
Folhas alternas, florescendo no pecíolo (observar
cicatrizes das folhas velhas).
LIANAS

Dichapetalum odoratum Dichapetalum Solanum


spruceanum sendtnerianum Marcgravia sp. 1
FOLHAS COMPOSTAS 79

Leguminosae
Na Reserva o único gênero de lianas com gavinhas é Bauhinia (Caesalpinioideae) não associadas às folhas
(pareadas por causa da falta de crescimento entre elas, não devido à duplicação).

Clitoria Dalbergia Machaerium sp. 3 Bauhinia Gavinha de


leptostachya multiflora cupreonitens Bauhinia sp. 3

Clitoria sp. Dioclea megacarpa Machaerium hoehneanum Piptadenia minutiflora

Sapindaceae

Em Sapindaceae, o crescimento anômalo ocorre em


Serjania. Gavinhas aos pares ou furcadas podem sair
regularmente dos ramos ou na inflorescência.

Paullinia sp. 1 Cupania scrobiculata

Paullinia cf. cupana Paullinia rugosa

Paullinia stipularis Serjania paucidentada


LIANAS

Serjania circumvallata Paullinia cf. grandifolia Paullinia sp. 4 Paullinia sp. 5


80
Bignoniaceae
Ramos circulares ou quadrangulares, com 4 (ou 8) grupos de floema em forma de cruz. Ramo externo e
internós bem delimitados, às vezes, estriados. Algumas espécies têm cheiro forte. Folhas com primeira
divisão em três, com um dos folíolos substituído por uma gavinha.

Arrabidaea prancei Arrabidaea triplinervia Tynanthus panurensis

Arrabidaea chica Schlegelia paraense Leucocalantha aromatica Pyrostegia cinerea

Distictis pulverulenta Memora flavida Cydista aequinoctialis


LIANAS

Stizophyllum riparium Arrabidaea chica Pleonotoma jasminifolia


81
Plantas e formigas
Formigas são insetos muito importantes em procriadora. A perda de indivíduos estéreis não
florestas tropicais, especialmente neotropicais, significa muito a esse "superorganismo", mas a
em função do enorme número de operárias e perda da rainha significa a morte da colônia.
grande número de colônias. Elas constituem Muitas plantas "exploram" essa agressividade
um importante grupo de mutualistas com em relações mutualísticas, providenciando
as plantas em função de sua abundância recursos às formigas que, ao defendê-los,
e ampla distribuição geográfica. Existem automaticamente defendem a planta.
muitas espécies e uma variadade de modos No mutualismo entre plantas e formigas,
de vida. As saúvas (Atta spp.) danificam a planta pode oferecer abrigo e/ou alimento,
plantas, cortando folhas para alimentar os enquanto a formiga pode oferecer proteção
fungos que cultivam e do qual se alimentam. contra herbivoria, promover a dispersão de
A maioria das formigas, no entanto, protege as sementes, retirar plântulas de epífitas ou,
plantas. Elas são geralmente muito agressivas, ainda, seus detritos podem servir de fonte de
e perdem suas próprias vidas para salvar o nutrientes para as plantas. As estruturas das
ninho ou seus recursos. Funcionam como um plantas ligadas às formigas são geralmente
"superorganismo", cujos membros se ocupam muito úteis na identificação.
de conseguir recursos e defender a rainha

CASAS DE FORMIGAS

Lauraceae Euphorbiaceae
Casa de formiga feita de Folhas ou estípulas
"papel-cartão" na superfície curtas

Ocorre em muitas espécies. Em Sclerolobium setiferum (Leg:


Lauraceae é freqüente aparecer apenas Caesalpinioideae) Conceveiba
em ramos quando com flores ou frutos. martiana (Euphorbiaceae)
Também ocorre em Cordia nodosa,
entre os ramos da inflorescência.
Conceveiba
Ocotea cujumari martiana

Ramos ocos (ver p.72) Domáceas (ver p. 72)


Bignoniaceae Combretaceae Melastomataceae Boraginaceae
Cecropiaceae Simaroubaceae (Picrolemma sprucei) Chrysobalanaceae Rubiaceae
Rubiaceae e outras Leg: Caesalpinioideae

PRODUTOS DE PLANTAS - ALIMENTO

Glândulas produzindo secreções Euphorbiaceae Triquília


(nectários extraflorais) (ver p. 70)
Ricas em açúcares, coletadas São estruturas dilatadas que ocorrem na base do
pelas formigas: pecíolo de Cecropia spp. e apresentam "corpos
Bignoniaceae Malpighiaceae de Müller", ricos em lipídios, geralmente
Chrysobalanaceae Passifloraceae coletados pelas formigas.
PLANTAS E FORMIGAS

Euphorbiaceae Polygalaceae
Leg: Mimosoideae
Leg: Caesalpinioideae Aparisthmium Cecropiaceae
cordatum
Leg: Mimosoideae Bignoniaceae

Cecropia purpurascens
Inga chrysantha Memora moringiifolia
82 JARDINS DE FORMIGA
Esses jardins, conhecidos popularmente por ninhos construírem ninhos sem tamanho limitado, e às
de "tracuá", são associações simbióticas nas quais colônias multiplicarem-se rapidamente. Os jardins
várias espécies de formigas constroem seus ninhos ocorrem no campo de forma agrupada, formando
sobre as árvores e plantam sementes de epífitas, um conjunto de colônias agregadas de diferentes
cujas raízes fornecem a estrutura desses ninhos. tamanhos, derivadas de uma colônia comum.
Além disso, as formigas se alimentam da polpa As espécies de formigas mais abundantes
dos frutos, do arilo das sementes e das secreções em jardins de formiga são Camponotus femoratus e
dos nectários extraflorais das folhas dessas epífitas, Crematogaster parabiotica, geralmente encontradas
enquanto as plantas encontram um substrato rico no mesmo jardim, a última nidificando em galerias
em nutrientes e têm suas sementes dispersadas e pequenas no interior da primeira. Enquanto
cultivadas pelas formigas. Camponotus femoratus ocorre apenas nesses jardins,
Os jardins de formiga aparecem com mais espécies de Crematogaster são freqüentemente
freqüência em locais com elevada intensidade encontradas visitando nectários extraflorais de
luminosa, propiciando às plantas rápido diversas espécies, fora dos jardins de formiga, ou
crescimento, e as formigas têm rapidamente mesmo habitando ramos ocos. Esse gênero de
garantida a estrutura de seus ninhos. É sugerido que formiga pode ser facilmente reconhecido pelo
estando os ninhos em áreas de elevada intensidade tamanho pequeno e abdômen em forma de coração.
luminosa, estariam também expostos a chuvas A associação entre essas plantas e as formigas parece
intensas e as plantas teriam assim importante papel ser obrigatória para ambos os grupos. Tais espécies
na manutenção da estrutura. Isso não apenas pela de plantas só ocorrem nesses jardins ou isoladamente
resistência fornecida pelas raízes, mas também pela nos ramos, mas sempre associadas a formigas, como
transpiração que seca os ninhos, impedindo que nos ramos ocos habitados por Crematogaster spp.
estes caiam pelo próprio excesso de peso, quando Algumas vezes são encontrados jardins abandonados
sujeitos a chuvas consecutivas. É também proposto pelas formigas.
que a simbiose com as plantas permite às formigas

Araceae Bromeliaceae Gesneriaceae


Anthurium bonplandii Aechmea bromeliifolia Codonanthe calcarata
Anthurium gracile Aechmea contracta Aechmea mertensii Codonanthe crassifolia
Philodendron megalophyllum Codonanthopsis ulei

Anthurium Aechmea contracta Aechmea mertensii Codonanthe crassifolia


gracile

Orchidaceae Piperaceae Solanaceae


Epidendrum smaragdinum Peperomia macrostachya Markea componoti
Maxillaria camaridii
JARDINS DE FORMIGAS

Maxillaria camaridii Peperomia macrostachya Markea camponoti


83
Galhas
Várias espécies de invertebrados usam tecidos mais que os próprios caracteres das plantas
de plantas para sua alimentação na fase juvenil. hospedeiras. Um exemplo disso ocorre no
Muitas delas causam modificações anatômicas gênero Protium (Burseraceae), cujas espécies
nas partes infectadas das plantas produzindo são muito difíceis de identificar quando
estruturas chamadas galhas. Essas estruturas estéreis, mas existem parasitas nelas que
têm duas funções para o animal: proteção, produzem galhas bem variadas. Exemplos de
pois ele fica escondido embaixo dos tecidos galhas são ilustrados no guia de Burseraceae,
da planta, e alimentação, ou seja, a planta e podem facilitar a identificação. As galhas
produz tecidos nutritivos próximos ao animal nem sempre estão presentes, provavelmente
dos quais este se alimenta. têm ciclos de abundância, e podem ser
As galhas são produzidas como uma comuns ou raras.
resposta aos hormônios secretados pelo animal. As galhas são produzidas por vários
São construídas a partir de células da planta, invertebrados, incluindo Nematoda e
dependendo da interação com o organismo Acari, mas a maioria é produzida por
envolvido, e apresentam um desenvolvimento insetos, incluindo besouros (especialmente
aparentemente desorganizado. Os animais são Curculionidae), vespas e moscas.
bem específicos, freqüentemente atacando Fungos também podem ter relações
uma única espécie, e geralmente as estruturas hospedeiras específicas, deixando sinais, que
apresentam uma forma somente. Às vezes, podem ser usados na identificação.
através dessa interação, existe a possibilidade
Os exemplos abaixo foram selecionados
de identificar a planta com base na forma da
para ilustrar a variabilidade de formas de galhas
galha produzida.
em algumas famílias da Reserva. Exceto pelas
As galhas são ainda pouco estudadas em espécies do gênero Protium (Burseraceae)
florestas neotropicais e dificilmente sabemos e pela espécie Brosimum parinarioides
com certeza a identidade e especificidade do (Moraceae), nas demais esta associação
animal que está atacando, mas a presença não é obrigatória, ou seja, no campo nem
de uma galha com uma forma já conhecida sempre você irá encontrar aquela galha em
pode ser um sinal de que a planta é da mesma determinada espécie.
espécie. A grande vantagem de observar galhas
é que a forma delas pode variar entre espécies

Burseraceae Leg: Papilionoideae

Protium paniculatum Protium trifoliolatum Protium strumosum Dipteryx punctata Dipteryx polyphylla

Moraceae Chrysobalanaceae Connaraceae


GALHAS

Brosimum parinarioides Brosimum potabile Couepia canomensis Parinari excelsa Connarus perrottetii
84
Saprófitas
Muitas plantas na floresta tropical têm com necessidades ecológicas dos fungos
relações com micélios de fungos que entram micorrízicos e por isso elas podem ocorrer
em suas células. Eles formam canais para nos diversos ambientes da Reserva. Muitas
transferência e metabolismo de nutrientes saprófitas são encontradas próximas porque
entre o mecanismo bioquímico da planta estão associadas com os mesmos fungos.
e o ambiente exterior. Essas relações são O fenômeno de saprofitismo ocorre
consideradas simbioses, com os dois parceiros em 6 famílias nas florestas neotropicais, com
ganhando. Os nutrientes são absorvidos do exemplos de 4 na Reserva, totalizando 22
solo pelos fungos e convertidos em substâncias espécies. Geralmente as plantas apresentam
numa forma que as plantas podem utilizar. órgãos subterrâneos, visíveis somente quando
As plantas conhecidas como saprófitas estão férteis. Elas tipicamente têm caules
têm uma relação forte com fungos e até os bem finos, sem clorofila e com folhas bem
parasitam. São plantas sem clorofila e às vezes reduzidas ou ausentes. Essas saprófitas
sem folhas, e ganham energia e nutrientes apresentam padrões biológicos marcantes,
alimentando-se de micélio de fungos. Assim tais como: redução no número de estômatos,
,elas não são estritamente "saprófitas", pois são relacionada à baixa taxa de clorofila; redução
os fungos que metabolizam tecidos mortos de pêlos absorventes (exceto em Triuridaceae);
e as plantas ganham substâncias através redução de órgãos vegetativos (folhas); grande
disso. O micélio dos fungos pode entrar em desenvolvimento de partes subterrâneas; e,
várias plantas e, assim, as saprófitas podem algumas vezes, são coloridas para atrair o
ganhar nutrientes de outras plantas, sendo polinizador. As quatro famílias são fáceis de
indiretamente parasitas delas. A distribuição se reconhecer.
das saprófitas parece estar relacionada

Folhas alternas

Flor tubulosa Flor não tubulosa

Burmanniaceae com Orchidaceae com duas espécies. Caule ereto. Inflorescência


oito espécies na Reserva. ereta, não bifurcada. Flores bissexuais, terminais, creme-
Caule ereto. Folhas esbranquiçadas. Ovário ínfero. Simetria zigomorfa (bilateral).
pare-cendo escamas.
Inflo-rescência ereta
geralmente cimeira
Triuridaceae com quatro espécies,
terminal bifurcada ou
todas do gênero Sciaphila spp.
reduzidas a flores soli-
Caule ereto, folhas muito pequenas
tárias. Flores bissexuais,
parecendo escamas. Inflorescência
diminutas ou vistosas,
não pendente com flores em racemos
alvas ou azuladas.
terminais. Flores unissexuais,
Ovário ínfero.
raramente bissexuais. Ovário
súpero e composto de carpelos
Gymnosiphon livres. Simetria actinomorfa (radial),
minutus raramente zigomorfa. Sciaphila oligantha

Folhas opostas Outras


Gentianaceae tem oito espécies Lentibulariaceae com uma espécie na Reserva,
Utricularia nigrescens. Muitas espécies podem
SAPRÓFITAS

na Reserva (Voyria e Voyriella).


As únicas saprófitas com folhas ser confundidas com saprófitas. São ervas
opostas. Caule ereto com apenas crescendo em áreas encharcadas. Apresentam
uma ou poucas flores terminais, um caule com folhas reduzidas, com as partes
vistosas, brancas, amarelas ou aéreas relacionadas com a reprodução. Flores
lilases. Cálice e corola distintos. amarelas. Cálice partido em quatro e uma
Voyria spruceana corola com duas pétalas, em geral bilobada.
85
Ervas terrestres
Ervas são plantas terrestres não lenhosas. freqüentemente plantas lenhosas parecem
Com esta definição até Phenacospermum ervas quando jovens.
guianense (Strelitziaceae) é considerada erva,
mas cresce até 10 m de altura. Em geral, FOLHAS REDUZIDAS
consideram-se herbáceas plantas pequenas, SAMAMBAIAS
OU AUSENTES
raramente atingindo mais de 1 m. Às vezes Pteridophyta Lentibulariaceae e
as ervas grandes começam a ser lenhosas e saprófitas.

VENAÇÃO PARALELA (MONOCOTILEDÔNEAS E GIMNOSPERMAS)

Folha pinada Folha bífida Folha com espinhos Folhas lineares-


Arecaceae (acaules) Arecaceae (Geonoma, Na margem: lanceoladas
Zamiaceae (sem nervura Cyperaceae
Bactris) Bromeliaceae
central diferenciada) Eriocaulaceae
Cyclanthaceae Cyperaceae
Poaceae
Rapateaceae (Saxofridericia)
Rapateaceae
Folhas oblongas com Thurniaceae
Folhas hastatas, Thurniaceae
pecíolo alongado No pecíolo:
sagitadas ou trífidas Xyridaceae
Zamiaceae
Heliconiaceae
Marantaceae Araceae
Strelitziaceae
Zingiberaceae Folhas na base com Outras
Folhas espiraladas
uma parte plana e Araceae
Bromeliaceae outra torcida Commelinaceae
Escandentes Costaceae Cyclanthaceae
Marantaceae Cyclanthaceae Rapateaceae Orchidaceae
Commelinaceae Orchidaceae
(Eulophia)

VENAÇÃO PINADA (DICOTILEDÔNEAS)

Folhas simples e alternas


Glândula no pecíolo Ramos parecendo Margem serreada ou Folhas lobadas
ou na base da lâmina folha composta denteada Euphorbiaceae
Euphorbiaceae Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Malvaceae
Turneraceae Folhas peltadas
Ochnaceae
Asteraceae Apiaceae
Turneraceae
Outras Cheiro aromático
Asteraceae Asteraceae Com ócrea Com látex
Onagraceae Piperaceae Euphorbiaceae

Folhas compostas Folhas simples e opostas


(ou verticiladas)
Bifoliolada
Leg: Papilionoideae (Zornia latifolia) Folhas
Estípula interpeciolar
cordiformes
Rubiaceae Caryophyllaceae
ERVAS TERRESTRES

Trifoliolada Scrophulariaceae
Leg: Papilionoideae (Desmodium, Rubiaceae
Centrosema) 3-nervada (ou mais)
Rutaceae (Ertela) Melastomataceae Outras
Acanthaceae
Gentianaceae
Bipinada Com látex Lamiaceae
Leg: Mimosoideae em Mimosa spp. (rasteira Euphorbiaceae (Chamaesyce) Loganiaceae
escandente e sensitiva) Asclepiadaceae (Spigelia)
Lythraceae
86
Plantas dependentes de suporte
EPÍFITAS, HEMIPARASITAS E PARASITAS
Estão incluídas aqui epífitas verdadeiras, hemi- possuírem folhas verdes, mas apresentam estruturas
parasitas e parasitas verdadeiras, plantas encontradas que penetram no hospedeiro (os haustórios), de onde
sobre outras (forófitos no caso de epífitas e retiram água e nutrientes. As parasitas verdadeiras
hospedeiros no caso das hemiparasitas e parasitas) não apresentam folhas e as partes vegetativas ficam
sem contato direto com o solo em nenhuma fase dentro do hospedeiro e só podem ser reconhecidas
da vida. As hemiparasitas parecem epífitas por quando com flores ou frutos.

Em jardins de formigas Sobre o tronco ou ramos com raízes aéreas reconhecíveis


Araceae Pteridophyta
Araceae Orchidaceae Bromeliaceae Rubiaceae (Hillia)
Bromeliaceae Piperaceae Cactaceae Solanaceae (Markea)
Gesneriaceae Solanaceae Gesneriaceae Marcgraviaceae (Souroubea)
Orchidaceae

Hemiparasitas, parecendo ramos da planta Parasitas, parecendo flores ou frutos da planta


hospedeira (sem raízes reconhecíveis) hospedeira
Loranthaceae Rafflesiaceae (específicas em Leguminosae)
Viscaceae

HEMIEPÍFITAS
Plantas encontradas sobre outras (forófitos) em espiral ao redor do tronco do forófito ou de
conectadas com o solo através de raízes em gavinhas, pela ramificação das raízes próximo ao
alguma fase da vida. Algumas hemiepífitas lenhosas solo e/ou pelo grande número de raízes agrupadas.
podem ser confundidas com lianas. Quando fica Em relação às descendentes, o caule é geralmente
difícil reconhecer as raízes como tal, podem mais grosso no ápice.
ser reconhecidas pela ausência de crescimento

Ascendentes, subindo pelo tronco Descendentes, que nascem na copa


com o auxílio de raízes e enviam raízes ao chão
Em geral são plantas herbáceas ou Exceto as espécies de Araceae, as demais são lenhosas.
sublenhosas.
Folhas simples e opostas Outras
Venação paralela Outras
Clusiaceae (látex - venação obscura)
Araceae (com
Cyclanthaceae Araceae numerosas raízes
PLANTAS DEPENDENTES DE SUPORTE

Ericaceae finas, lenticeladas e


(folhas bífidas) Pteridophyta Folhas simples e alternas em geral aromáticas)
Moraceae (estípula terminal e
látex)
Folhas simples e opostas Cecropiaceae (estípula terminal e
Mata-pau
sem látex)
Bignoniaceae (Schlegelia - folhas Ericaceae (venação palmada e seiva Clusiaceae
carnosas) vermelha) Moraceae (Ficus,
Gesneriaceae (Drymonia - folhas somente algumas
Marcgraviaceae (ramos pendentes,
espécies)
carnosas com máculas vermelhas) venação obscura ou veia marginal Cecropiaceae
Melastomataceae (folhas trinervadas) ou submarginal presente)

ARBUSTOS E ARVORETAS ESCANDENTES


Arbustos ou arvoretas que inicialmente crescem vida têm reprodução vegetativa quando o caule não
até certa altura e depois se apóiam em plantas apoiado encosta no chão emitindo raízes.
vizinhas. Não possuem estruturas específicas
para subir (gavinhas, crescimento em espiral etc.) Acanthaceae (Ruelia sprucei) Leguminosae:
e geralmente permanecem no sub-bosque. Muitas Lauraceae (Ocotea boissieriana) Papilionoideae (Clitoria)
vezes é difícil reconhecê-las como árvores, arbustos Caesalpinioideae (Senna)
ou lianas. Algumas espécies com esta forma de
LIANAS 87
Algumas lianas quando jovens podem ser algumas espécies de Dilkea (Passifloraceae) e
reconhecidas como arbustos, como, por exemplo, Doliocarpus (Dilleniaceae).

FOLHAS COM VENAÇÃO PARALELA HEMIEPÍFITAS


(Monocotiledôneas) Algumas hemiepífitas podem ser
confundidas com lianas (ver na página
Arecaceae (Desmoncus - flagelos com espinhos recurvados)
Marantaceae (Ischnosiphon)
Cyclanthaceae (folhas bífidas)
Cyperaceae (Scleria - folhas finas cortantes) SAMAMBAIAS (PTERIDOPHYTA)
Orchidaceae (Vanilla) L y g o d i u m volubile

FOLHAS OPOSTAS Folhas compostas com gavinha


Bignoniaceae (maioria)

Folhas simples
Estípula interfoliar Látex branco nos ramos Glândulas na folha ou pecíolo
Rubiaceae Apocynaceae Asclepiadaceae Apocynaceae Malpighiaceae
Asteraceae Asclepiadaceae

Ramos com entrenós


distintos e "articulações" Venação obviamente Venação pinada, e sem os
palmada ou trinérvia na caracteres dos outros grupos
Gnetaceae
base da folha
Acanthaceae
Loganiaceae (Strychnos - com Asteraceae (Mikania)
gavinhas) Combretaceae (Combretum)
Folhas com pêlos glandulares Melastomataceae (Adelobotrys, Hippocrateaceae
(ver com lupa) Clidemia, Leandra, Tococa) Malpighiaceae (poucas)
Acanthaceae (Mendoncia) Verbenaceae (Petrea - folhas ásperas)
Apocynaceae

FOLHAS ALTERNAS

Folhas compostas Folhas bipinadas Folhas pinadas


Leg: Mimosoideae (Acacia, Connaraceae
Folhas trifoliadas ou ternadas
Mimosa, Piptadenia, Entada) Leg: Caesalpinioideae
Leg: Papilionoideae (Mucuna, (Senna)
Clitoria, Dioclea, Centrosema) Leg: Papilionoideae (Derris,
Vitaceae Machaerium, Dalbergia)
Bilobadas ou unifolioladas
Sapindaceae (Serjania) Sapindaceae (Serjania e
Connaraceae Leg: Caesalpinioideae (Bauhinia)
Paullinia)

Folhas simples
Venação palmada ou trinérvia na base Com gavinhas Margem serreada
Dioscoreaceae Menispermaceae Cucurbitaceae Sterculiaceae
Aristolochiaceae Rhamnaceae Passifloraceae Euphorbiaceae
Hernandiaceae Sterculiaceae Dilleniaceae
Smilacaceae
Cucurbitaceae Vitaceae Passifloraceae
Vitaceae Vitaceae
Passifloraceae Ericaceae (folhas carnosas)
Euphorbiaceae [Olacaceae] [Rhamnaceae]

Glândulas no pecíolo
Pecíolo com bainha ou ócrea Venação pinada e sem caracteres ou base da folha
(ou cicatriz) dos outros grupos Dichapetalaceae
Piperaceae Polygonaceae Convolvulaceae Euphorbiaceae
Annonaceae (Annona haematantha) Passifloraceae
Dichapetalaceae (folhas ásperas) Sterculiaceae
Icacinaceae (Casimirella, Pleurisanthes) Vitaceae
Pulvino ou pecíolo articulado
LIANAS

Menispermaceae (Telitoxicum) Cucurbitaceae


Dichapetalaceae Rhamnaceae Olacaceae (Cathedra acuminata) Polygalaceae (na
Menispermaceae Solanaceae (Solanum sendtnerianum) inserção do pecíolo)
88
Árvores, arvoretas e arbustos
FOLHAS COMPOSTAS

Samambaias (Pteridophyta) Palmeiras (Arecaceae)


As frondes são em geral dissectadas, ou parecem folhas Freqüentemente dividida, parece pinada ou
multipinadas. Não podem ser confundidas com as às vezes bífida; não pode ser confundida com

Folhas imparipinadas
Às vezes plantas imparipinadas podem ter algumas folhas trifolioladas.

Folhas opostas Folhas alternas Pelo menos o último par de


Quiinaceae (Touroulia) folíolos opostos (ou subopostos)
Leg: Papilionoideae (Taralea, Anacardiaceae
Platymiscium) Todos os folíolos alternos Burseraceae
Connaraceae (Connarus)
Leg: Caesalpinioideae (poucas) Leg: Caesalpinioideae (poucas)
Leg: Papilionoideae (poucas) Leg: Papilionoideae (maioria)
Crescimento Meliaceae (Trichilia) Meliaceae
indeterminado da folha Rutaceae Rutaceae
Sapindaceae Sabiaceae
Leg: Papilionoideae (Dipteryx) Simaroubaceae Simaroubaceae
Meliaceae (Guarea)

Atenção Folhas alternas e paripinadas


Em Zanthoxylum (Rutaceae)
e Trichilia (Meliaceae), a Meliaceae Leg: Caesalpinioideae (maioria)
organização dos folíolos é Sapindaceae Simaroubaceae (Simaba)
muito variável e quase todas as Leg: Mimosoideae (Inga) Rutaceae (pontos translúcidos na folha)
possibilidades ocorrem.

Folhas Folhas
trifolioladas Folhas
bipinadas
palmadas
Folhas opostas
Verbenaceae (Vitex) Folhas opostas
Folhas opostas Bignoniaceae (Jacaranda)
Folhas alternas Leg: Mimosoideae (Parkia nitida)
Verbenaceae (Vitex)
Connaraceae Bignoniaceae (Tabebuia)
Leg: Papilionoideae (Bocoa e
algumas Swartzia) Folhas alternas
Euphorbiaceae (Hevea - látex) Folhas alternas
Sapindaceae (Allophylus) Leg: Mimosoideae
Rutaceae Araliaceae (maioria)
FOLHAS COMPOSTAS

Simaroubaceae Bombacaceae Leg: Caesalpinioideae


[Cochlospermaceae] (Dimorphandra)

Folhas unifolioladas e alternas Folhas bifolioladas e alternas


Burseraceae (Protium unifoliolatum)
Leg: Caesalpinioideae (Hymenaea,
Leg: Papilionoideae (Andira unifoliolata
Macrolobium, Peltogyne, Bauhinia)
e Ormosia grandiflora)
Leg: Mimosoideae (Inga)
Bombacaceae
FOLHAS SIMPLES E OPOSTAS (OU VERTICILADAS) 89

Folhas alternas e opostas Folhas verticiladas Estípulas


no mesmo ramo Rubiaceae (ou cicatrizes)
Quiinaceae
Rhizophoraceae Estípulas interpeciolares
Elaeocarpaceae
Apocynaceae (látex) Loganiaceae (Potalia)
Lauraceae (Aiouea e Licaria)
Sapotaceae (látex) Rubiaceae
Verbenaceae Quiinaceae
Proteaceae (sub-verticiladas) Rhizophoraceae
Violaceae (caducas)
Folhas opostas
Látex
alternadas com folhas
Apocynaceae (maioria das espécies) Estípulas intrapeciolares
verticiladas Clusiaceae
Malpighiaceae (Byrsonima)
Nyctaginaceae Sapotaceae (maioria)
Rubiaceae (Capirona)
Violaceae
Vochysiaceae
Glândulas

Pontuações na lâmina Glândulas na axila da folha, no


pecíolo ou na base da lâmina Venação
Myrtaceae (translúcidas)
Clusiaceae (Vismia, látex
Vochysiaceae Venação "tipo Clusia"
alaranjado)
Malpighiaceae (Glandonia)
Monimiaceae e Siparunaceae

Margem

Margens serreada ou denteada Veia intra-marginal


ou marginal
Elaeocarpaceae (Sloanea pubescens) Clusiaceae
Myrtaceae
Monimiaceae Siparunaceae Vochysiaceae
Memecylaceae
Quiinaceae Myrtaceae
Apocynaceae Memecylaceae
Verbenaceae (Lantana e Stachytarpheta)
Vochysiaceae
Violaceae
Sapotaceae
Venação palmada
Melastomataceae

Domáceas

Estruturas abrigando formigas Tufos de pêlos nas axilas das


nervuras secundárias
Pecíolo espessado na base
FOLHAS SIMPLES E OPOSTAS

Melastomataceae (venação e/ou no ápice


trinérvia ou palmada) Euphorbiaceae (Sandwithia) Elaeocarpaceae
Rubiaceae (Duroia) Euphorbiaceae (Sandwithia
guianensis)
Violaceae

Odor forte Folhas ásperas Outras


Monimiaceae e Verbenaceae (Aegiphila)
Verbenaceae (Petrea)
Siparunaceae Violaceae (poucas)
Monimiaceae
Lauraceae (poucas espécies) Memecylaceae
Verbenaceae (Lantana)
Myrtaceae
90 FOLHAS SIMPLES E ALTERNAS

Com exsudatos

Exsudação em geral branca (amarelada ou Exudato vermelho


café-com-leite)
Myristicaceae (maioria)
Moraceae Clusiaceae (Caraipa) Chrysobalanaceae (algumas)
Sapotaceae Olacaceae (pouco nas folhas) Euphorbiaceae
Euphorbiaceae M y r i s t i c a c e a e Apocynaceae (Aspidosperma nos
Anacardiaceae (Osteophloeum) ramos)
Myrsinaceae (nos ramos)

Pecíolo engrossado
no ápice e/ou na base Glândulas
Bombacaceae (unifoliolada)
Elaeocarpaceae (todas)
No pecíolo ou Espalhadas na lâmina
Euphorbiaceae
na base da lâmina
Sterculiaceae (Sterculia) Chrysobalanaceae
Tiliaceae Euphorbiaceae Combretaceae
Theophrastaceae Chrysobalanaceae Euphorbiaceae (Mabea)
Olacaceae (Minquartia) Combretaceae
Hugoniaceae
Rosaceae
Hugoniaceae Humiriaceae
Ebenaceae (base)
Humiriaceae
Menispermaceae (lianas)
Flacourtiaceae (Carpotroche)
Sabiaceae (Meliosma)
Um par de glândulas na lâmina ou veia central

Chrysobalanaceae
Domáceas Euphorbiaceae
Ebenaceae
Estruturas abrigando formigas

Chrysobalanaceae (base da folha)


Boraginaceae (ramo)
Combretaceae (ramo) Espinhos ou acúleos Pontuações na lâmina
Cecropiaceae (tronco) no tronco ou ramo da folha
Solanaceae Flacourtiaceae (contra a luz)
Flacourtiaceae (Xylosma) Myrsinaceae
Cavidade ou tufos de pêlos Rutaceae
na axila das nervuras secundárias Theaceae
Sapotaceae (Pouteria rostrata)
Lauraceae Rhabdodendraceae
Combretaceae Aquifoliaceae
Euphorbiaceae (Micrandra siphonioides)
Folhas agrupadas no
FOLHAS SIMPLES E ALTERNAS

Annonaceae
Anacardiaceae ápice dos ramos
Tiliaceae (Apeiba) Lauraceae Folhas ásperas
Combretaceae
Sapotaceae (Manilkara Capparaceae
- folhas espiraladas) Moraceae
Theaceae Boraginaceae (algumas
Violaceae
Odor forte espécies)

Lauraceae
Anacardiaceae
Annonaceae
Icacinaceae
Myristicaceae (Virola mollissima)
Casca com envira Folhas alternas e verticiladas na
Piperaceae (arbustos) Annonaceae mesma planta
Sapotaceae Lecythidaceae Combretaceae Sapotaceae
Violaceae Thymelaeaceae Nyctaginaceae
91
91
Estípulas (ou cicatrizes) Venação

Caducas ou pouco evidentes


Venação palmada ou trinérvia
Chrysobalanaceae
Celastraceae Araliaceae
Dichapetalaceae Sterculiaceae
Rhadbodendraceae Bombacaceae Tiliaceae
Euphorbiaceae
Violaceae Euphorbiaceae Ulmaceae
Flacourtiaceae Menispermaceae
Ulmaceae Urticaceae
Lacistemataceae Peridiscaceae Lauraceae
Anisophyllaceae (curvinérvia) [Olacaceae]
Persistentes e bem evidentes
Erythroxylaceae Venação "tipo Clusia"
Sapotaceae (Ecclinusa, Chromolucuma) Humiriaceae
Chrysobalanaceae (no ápice dos ramos) Hugoniaceae (Roucheria)
Euphorbiaceae (Conceveiba martiana) Ochnaceae (secundárias arqueadas, não tocam a
margem)
Opiliaceae
Sapotaceae (Micropholis)
Estípula terminal
Moraceae Nervuras secundárias retas, intercaladas por
Cecropiaceae
intersecundárias bem desenvolvidas

Lecythidaceae Euphorbiaceae (Amanoa)


Hugoniaceae Celastraceae (Maytenus)
Ócrea Sapotaceae (Manilkara)
Apocynaceae (Aspidosperma)
Piperaceae (base do pecíolo formando
uma bainha)

Nervura marginal ou intramarginal


Apocynaceae (Aspidosperma)
Hugoniaceae (Roucheria)
Rhabdodendraceae
Tricomas estrelados ou escamas
Annonaceae Icacinaceae
Euphorbiaceae Styracaceae
Nervuras terciárias percurrentes-perpendiculares
Myristicaceae Bombacaceae
Solanaceae Sterculiaceae Flacourtiaceae Icacinaceae
Celastraceae Olacaceae (Minquartia)
Lacistemataceae M y r i s t i c a c e a e
Lauraceae
Folhas lobadas Ramos em
ziguezague
Araliaceae Annonaceae
Cecropiaceae Celastraceae Margens serreadas, denteadas ou crenadas
Flacourtiaceae
Solanaceae
Icacinaceae
Elaeocarpaceae Ochnaceae
Piperaceae
Euphorbiaceae Sabiaceae (Meliosma)
Flacourtiaceae (terciárias Theaceae
pecurrentes-perpendiculares) Theophrastaceae
FOLHAS SIMPLES E ALTERNAS

Celastraceae (Goupia glabra) Tiliaceae (Lueheopsis rosea)


Galhos verticilados e Hugoniaceae Violaceae
Humiriaceae Moraceae (2 espécies)
horizontais, folhas dísticas Lacistemataceae Sterculiaceae (Theobroma)
Lecythidaceae Ulmaceae
Myristicaceae
Annonaceae
Flacourtiaceae
Lauraceae Face inferior Outras
Euphorbiaceae (Mabea) com cera Lauraceae Flacourtiaceae
esbranquiçada Aquifoliaceae Humiriaceae
Boraginaceae Icacinaceae
Lauraceae Celastraceae Olacaceae
Face inferior da folha Euphorbiaceae Chrysobalanaceae Solanaceae
dourada ou prateada Chrysobalanaceae Dichapetalaceae Violaceae
Olacaceae Duckeodendraceae Lecythidaceae
Lauraceae Icacinaceae Styracaceae Ebenaceae Annonaceae
Euphorbiaceae (Pera)
Euphorbiaceae Thymelaeaceae
92
Famílias difíceis com folhas simples
Existem várias famílias de árvores com folhas é necessário conhecer o "jeitão" particular
simples e alternas, que não têm caraterísticas de cada uma. Para isso, é muito importante
marcantes e que não podem ser identificadas explorar ao máximo os caracteres no campo.
com facilidade. Às vezes é possível reconhecer Nesta página apresentamos algumas dicas, que
uma espécie ou um gênero numa dessas são traduções resumidas do "jeitão" individual
famílias, mas as demais espécies, ou os demais de algumas famílias. Botânicos costumam
gêneros, são de difícil identificação. Esses sugerir, que quando não souber a família de
últimos taxa podem não ter as características uma planta, tente primeiro Euphorbiaceae ou
normalmente utilizadas na identificação no Flacourtiaceae, tal a variação morfológica que
nível de família. Assim, para identificá-las apresentam.

Aquifoliaceae Duckeodendraceae
A única espécie encontrada apresenta a venação A folha tem venação e forma muito distintas das
obscura, característica da família, com as veias demais grandes árvores da floresta. Com a prática
imersas na lâmina e visíveis como linhas mais pode-se rapidamente reconhecer a única espécie.
escuras. A venação é broquidódroma e apresenta O tronco é também típico, acanalado ou com
pontuações escuras na lâmina. As folhas são sapopemas altas e curtas na base, com ritidoma
pequenas e quando secas ficam enegrecidas. A fissurado e escuro.
casca interna é clara e tem textura arenosa. No
entanto, ao contrário das demais espécies de Ilex, a
margem da folha não é serreada e a planta não é um Ebenaceae
arbusto ou arvoreta, mas uma árvore de dossel.
Confunde em geral com Annonaceae. As
espécies têm, em geral, uma fina camada de
casca negra entre a casca morta e a casca viva,
Celastraceae que pode estar presente em Annonaceae, mas a
casca não tem envira. Os ramos são, em geral,
Goupia glabra é fácil de identificar pelas folhas
verticilados e horizontais com folhas dísticas. As
assimétricas, com nervuras secundárias fortemente
folhas são, às vezes, completamente cobertas por
ascendentes e terciárias perpendiculares à central.
indumento denso, ou apresentam pontuações
As folhas ficam enegrecidas quando secas. O
escuras na face inferior.
gênero Maytenus não apresenta essas características.
Neste, o ápice do ramo é verde e anguloso e a base
da folha é decurrente no pecíolo. Confunde com
Euphorbiaceae
Humiriaceae e Olacaceae.
Família vegetativamente muito variável.
Algumas espécies têm látex, outras glândulas,
Chrysobalanaceae outras pêlos estrelados, outras, ainda, venação
palmada. Algumas, no entanto, não possuem
As glândulas podem ser muito difíceis de ver ou às esses caracteres e são mais difíceis de reconhecer
vezes são completamente ausentes. As estípulas vegetativamente. As espécies de Amanoa, por
são em geral caducas, embora possam, na maioria exemplo, são caracterizadas pelas folhas elípticas de
das vezes, serem observadas no ápice dos ramos. margem inteira, coriáceas com margem espessada e
Muitas espécies têm ramos lenticelados. Folhas pecíolo curto. Apresentam venação intersecundária
com indumento branco e denso na face inferior, bem evidente, mas podem ser confundidas com
removível com os dedos, é uma característica de outras famílias, como Lecythidaceae, que também
muitas espécies. A casca interna é quase sempre apresenta intersecundárias bem desenvolvidas,
avermelhada e tem textura arenosa. mas a margem da folha é geralmente serrilhada.
FAMÍLIAS DIFÍCEIS

A presença de folhas com pecíolos de tamanhos


muito diferentes no mesmo ramo e com ápice
Dichapetalaceae dilatado, permite reconhecer gêneros como
Senefeldera, Nealchornea e Anomalocalyx. Na
Tem pecíolo em geral cilíndrico e robusto, maioria das espécies, as estípulas são muito
completamente coberto por pêlos, que em pequenas e pouco evidentes, ou são caducas e
plantas adultas apresentam uma cicatriz no ápice, não deixam uma cicatriz muito conspícua.
indicando a posição onde nascem as flores, uma
exceção que caracteriza a família.
93
93
Flacourtiaceae Olacaceae
Assim como Euphorbiaceae, Flacourtiaceae é uma Minquartia guianensis é fácil de reconhecer pelo
família heterogênea. As estípulas são pequenas tronco fenestrado. Os demais gêneros são mais
e caducas e não deixam cicatriz bem evidente. difíceis e podem ser confundidos com outras
A combinação de folhas de margem serreadas e famílias. Heisteria costuma ter látex nas folhas, mas
venação terciária percurrente-perpendicular permite é escasso e em geral pouco evidente, e o pecíolo
reconhecer gêneros com Casearia, Laetia, Xylosma é curvado. Dulacia e Pthychopetalum têm folhas
(tem espinhos) e Ryania. Os arbustos e arvoretas esbranquiçadas na face inferior. Confunde com
de sub-bosque desses gêneros têm em geral folhas Opiliaceae e Aquifoliaceae.
dísticas em ramos horizontais, num tronco único.
Além disso as folhas são minutamente pontuadas
(ver contra a luz), ausentes em algumas espécies, Opiliaceae
mas presentes nas de Casearia que apresentam Praticamente impossível de separar vegetativamente
margem inteira. Carpotroche não tem pontuações, de Olacaceae, da qual distingüe-se pela venação
as folhas são cartáceas, de margem serrilhada e o eucampdódroma.
pecíolo é dilatado no ápice.

Sabiaceae
Hugoniaceae
O gênero Meliosma, que tem folhas simples, é
As duas espécies têm nervuras secundárias e difícil identificar. Parece com Sapotaceae mas
intersecundárias +/- perpendiculares à central e retas, não tem látex. A folha é espatulada com pecíolo
unindo-se na margem por uma veia submarginal. curto e engrossado na base.
Em Roucheria essas nervuras são muito próximas
formando a venação do "tipo Clusia", e tem a margem
da folha crenada. A base da folha é decurrente no Thymelaeaceae
pecíolo, que é curto e dilatado na base. Em função Pelas folhas é confundida com diversas outras
disso pode confundir com Humiriaceae. famílias de folhas alternas. A presença de envira
na casca é diagnóstico, porque é quase impossível
romper os ramos ou a casca do tronco (muito mais
Humiriaceae forte que em Lecythidaceae e Annonaceae). Tem
As espécies de margem serrilhada não são difíceis odor ruim no corte do tronco.
de reconhecer. Além da margem, a venação é
completamente broquidódroma, a base da folha é
Ulmaceae
cuneada e decurrente num pecíolo curto de base
dilatada. Vantanea e Humiria não apresentam Trema micrantha é fácil de reconhecer pelo
margem serreada, mas os outros caracteres estão tronco lenticelado, liso, folhas dísticas de margem
presentes. O tronco é muito característico, serrilhada. Pode confundir com Flacourtiaceae.
principalmente quanto à textura da casca interna, Ampelocera não têm margem serrilhada e pode ser
que é constituída de fibras grossas, rígidas e soltas. diferenciada de outras famílias pela base sempre
assimétrica das folhas.

Icacinaceae Violaceae
As espécies arbóreas têm veias terciárias As espécies de Rinorea com folhas opostas e
perpendiculares à central e paralelas entre si, como margem serreada e com estípulas, ou cicatrizes
Flacourtiaceae, mas a margem da folha é inteira. de estípulas, são fáceis de reconhecer pela
As folhas são coriáceas e de base obtusa, com combinação desses caracteres. As espécies com
pecíolo fortemente canaliculado, que continua folhas alternas e margem serrilhada confundem
com a nervura central impressa na face superior. principalmente com Flacourtiaceae e não podem
Dendrobangia tem escamas como Euphorbiaceae e ser reconhecidas com facilidade. As demais, com
pode confundir com espécies de Pera. Emmotum e folhas alternas e margem inteira não têm nenhum
FAMÍLIAS DIFÍCEIS

Poraqueiba têm folhas em geral discolores, que no


caractere óbvio e podem ser confundidas com
primeiro são formente seríceas na face inferior.
diversas famílias. A presença de caulifloria ou
de cicatrizes de caulifloria ajuda a reconhecer
Leonia glycycarpa. Os ramos têm crescimento por
Lacistemataceae
substituição, ou seja, cada unidade de crescimento
Vegetativamente semelhante à Flacourtiaceae, inicia a partir de uma gema lateral, depois que a
com margem serrilhada ou denticulada e folhas gema apical foi abortada, ou se diferenciou em
cartáceas. As estípulas são caducas, mas deixam uma inflorescência terminal. Nós distintos com
cicatrizes bem evidentes. cicatrizes podem caracterizar a família.
94
Guia rápido
A intenção deste guia rápido é chamar atenção exemplo que possa ser entendido como
aos caracteres que tornam possível reconhecer pontuação. Da mesma forma, margem
rapidamente um táxon. Caracteres detalhados serreada inclui todas as possibilidades de
ou difíceis de interpretação não estão incluídos. margem não inteira (crenada, denteada etc.).
Deve ser usado na busca de espécies que Algumas vezes, quando for possível confundir-
apresentem um caractere relativamente raro. se com um caractere, a marcação é feita com
Não utilizá-lo, por exemplo, para buscar uma cor menos forte. Por exemplo, as páginas
espécies arbóreas, ou com folhas simples, ou com espécies onde pseudoestípulas ocorrem
com folhas alternas. são marcadas com uma caixinha azul claro na
Na tabela da página ao lado, cada posição que corresponde as estípulas.
linha corresponde a um caractere, ou a As marcações referem-se a todas as
um conjunto de caracteres. Em cada linha espécies do par de páginas, e aparecem somente
as colunas correspondem aos estados de quando o caractere é também indicado no texto
caracter. O estado mais freqüente entre as diagnóstico de cada espécie. As caixinhas não
plantas na Reserva tem fundo branco, os aparecem nas páginas introdutórias de cada
mais raros têm fundo colorido. A presença família. Se uma família começa numa página
de um desses caracteres mais raros em uma ímpar, as caixinhas na margem dessa página
espécie ou grupo de espécies é indicada com inicial referem-se apenas as espécies da página
a cor correspondente na margem externa das precedente. Esse guia é apenas para espécies,
páginas ímpares de cada família. Por exemplo, não para famílias.
as hemiepífitas, um hábito restrito a poucas Esta chave de busca rápida é
espécies na Reserva, podem ser rapidamente experimental e não poderia ter sido testada
localizadas. Para isso, deve-se procurar antes da montagem do livro. Marcações
folheando a margem do livro, uma caixa adicionais podem ser feitas pelo próprio
bege na posição da primeira linha da tabela ao usuário, uma vez que "marcante" ou "que
lado. O tamanho da marcação corresponde ao chama atenção" são conceitos subjetivos.
número de espécies que na página apresentam
a característica selecionada. Assim, se
apenas uma ou poucas espécies apresentam
a característica, então a marcação tem a
metade ou um quarto do tamanho total. Se na
Liana
mesma página ocorrem dois ou mais estados
do mesmo caractere, a marcação é dividida
nas cores correspondentes a cada um. Folhas opostas

Recomendamos não utilizar esse guia Folhas ternadas


para excluir os diagramas de identificação,
porque estão marcadas apenas as espécies
ou grupos de espécies onde o caractere Estípula
chama mais atenção. Por exemplo, na linha interpeciolar

de lenticelas, estão indicadas as espécies


ou famílias onde esses padrões são mais
destacados. Se a marcação for branca
não significa necessariamente que todas as
espécies na página não têm lenticelas, e,
da mesma forma, que todas as páginas com
espécies, onde lenticelas estão presentes,
GUIA RÁPIDO

Nectários
sejam etiquetadas. extraflorais

Os estados dos caracteres estão Gavinhas


indicados não seguindo definições botânicas
exatas. A presença de pontuações na lâmina,
por exemplo, é indicada para qualquer
95
95
Caractere Comum Estados menos freqüente

Hábito árvore arbusto liana erva epifíta hemiepífita

Ambiente floresta alteradas aquático campina

Filotaxia alternas opostas verticiladas

Folhas simples bi/trifoliadas pinadas bipinadas ternadas palmadas

Margens inteiras lobadas serradas bífidas

Venação pinada palmada paralela "tipo clusia" ausente escalariforme

Estípulas ausentes interpeciolar intrapeciolar terminal ócrea estipélas

Tronco circular acanalado fenestrado vermelho

pequenas/ raiz raiz


Sapopemas ausentes
tabulares escoras
adventícia superficial

oxidação
Exsudatos ausente branco amarelo vermelho marrom
rápida

Cheiro fraco resina agradável ruim esquisita da família

Ritidoma rugoso liso fissurado depressões suberoso

placas placas
Desprendimento ausente lâminas
grandes pequenas
reticulado

poucas/ marcas de
Lenticelas ausentes
dispersas horizontais verticais hoopmarks
olhos

Glândulas ausentes nectários pontuações

pêlos
Armamentos ausentes espinhos gavinhas
urticantes

jardim de outra
Formigas ausentes domácea ramos ocos
associação
formiga

folhas tufos de pulvino/


Miscelânea saprófitas
ásperas pulvínulo
pêlos axilares
Pteridophyta 97

O termo pteridófita inclui as plantas vasculares frondes inteiras ou pinadas. São mais comuns
que produzem esporos. 0 grupo é muito em áreas úmidas como nos sub-bosques, mas
antigo e se formou antes das gimnospermas e existem espécies que se especializaram em
angiospermas. No carbonífero foram plantas áreas abertas (Dicranopteris, Pteridium).
dominantes, atingindo grandes tamanhos. Hoje Algumas apresentam raízes com crescimento
são geralmente menores, raramente árvores, reptante. Às vezes é difícil definir o que é
principalmente ervas que crescem no sub- um indívíduo, pois a propagação vegetativa
bosque, epífitas e poucas lianas. Apresenta uma é muito comum.
grande diversidade com 83 espécies ocorrendo O ciclo de vida é complicado. A fase
na Reserva. Quatro grupos sobrevivem até de vida mais vista (a qual é mostrada no guia)
hoje, dos quais Lycopsida (licopódio, com é a de esporófito, ou seja, que produz esporos.
uma só espécie) e Filicopsida (samambaias)
O esporo é equivalente ao grão de pólen, e
são representantes da Reserva.
são produzidos pelos esporângios, estruturas
Filicopsida inclui 33 famílias, 19 agrupadas formando os soros. Os soros
ocorrendo na Reserva. Muitas das famílias têm aparecem na lâmina, com a forma, a posição
distribuição cosmopolita, mas são geralmente e o padrão variando com a família e com a
mais diversas nos Trópicos. Diferenciam-se
espécie. Os esporângios são freqüentemente
das plantas "superiores" pela falta de flores e
protegidos por uma estrutura que os recobre,
frutos e se reproduzem através de esporos.
chamada indúsio. Os esporos são dispersados
Apresentam raízes, caules e folhas (megafilos ou
pelo vento, e na germinação produzem o
frondes, pois esses órgãos têm origens diferentes
gametófito (também chamado protalo), que é
das Angiospermas). Diferenciam-se de algas,
hepáticas e briófitas pela presença de um sistema uma planta muito menor, microscópica ou de
vascular. Variam muito em tamanho, as maiores até poucos milímetros. O gametófito produz
que ocorrem na Reserva são espécies arbóreas, espermatozoa e ovo. O espermatozoa tem
mas a maioria são arbustos de poucos metros, e que nadar para achar um ovo (explicando por
as menores são epífitas de poucos centímetros. que samambaias preferem lugares úmidos). A
O formato das frondes varia muito entre fertilização produz um embrião que cresce e
pequenas escamas (como em Selaginella) até vira esporófito.

Pteridophyta na Reserva Nº de espécies


Gêneros ocorrentes na Reserva
Famílias Gêneros Espécies no mundo

Aspleniaceae 4 7 700 Asplenium


Blechnaceae 2 9 175 Salpichlaena
Cyatheaceae 2 2 265 Sphaeropteris
Davalliaceae 8 14 120 Nephrolepis, Oleandra
Dennstaedtiaceae 6 20 175 Lindsaea, Pteridium
Dryopteridaceae 4 50 3000 Cyclodium, Polybotrya
Gleicheniaceae 2 4 120 Dicranopteris, Sticherus
Grammitidaceae 3 15 500 Cochlidium, Micropolypodium
Hymenophyllaceae 11 33 460 Hymenophyllum, Trichomanes
Lomariopsidaceae 8 4 600 Elaphoglossum, Lomariopsis
Marattiaceae 3 4 100 Danaea
Metaxyaceae 1 1 1 Metaxya
Ophioglossaceae 1 3 50 Ophioglossum
PTERIDOPHYTA

Polypodiaceae 12 40 600 Campyloneurum, Dicranoglossum, Micro-gramma,


Niphidium,Polypodium, Pecluma
Pteridaceae 6 40 850 Adiantum, Pityrogramma, Pteris
Schizaeaceae 4 4 30 Actinostachys, Schizaea
Selaginellaceae 4 1 600 Selaginella
Tectariaceae 1 15 500 Triplophyllum
Thelypteridaceae 1 30 900 Thelypteris
Vittariaceae 3 5 100 Hecistopteris, Antrophyum, Vittaria
98
Frondes delicadas e translúcidas- Hymenophyllaceae

Epífitas. Plantas diminutas Plantas terrestres, (raro

1 com caule rastejante aderido


à casca das árvores. Frondes
translúcidas, simples.
2 epífitas) com folhas
delicadas e translúcidas.
Frondes pinadas.

Frondes grandes ou com venação ramificada

Frondes simples Frondes pinatifidas ou pinatisectas

Epífitas de frondes simples.

8 3
Caule não estolonífero. Frondes lanceoladas 1-pinadas
Frondes férteis geralmente (pinatifidas ou pinatisectas), não
recobertas por soros na translúcidas. Pínulas longas.
face inferior.

9
Epífitas de frondes simples
e eretas, raro decumbentes.
Venação evidente.
Soros não cobrindo
completamente a face
inferior das frondes.
Frondes 2-3

Frondes compostas pinadas com pínulas


simples ou lobadas 6 pinadas (pinatifidas,
pinatissectas ou
dicotômica).

4
Frondes pinadas e
pínulas em forma de
meia lua. Plantas
terrestres e pecíolo
geralmente longo.

Plantas com frondes


lineares ou palmadas

5
Frondes 1-pinadas.
Pinas simples
(exceto Lygodium).

Lygodium venustrum
7
PTERIDOPHYTAE

10
Frondes pequenas em forma de escamas
ou agulha (acículas) com apenas 1 nervura
simples não ramificada
99
"SAMAMBAIAS PELÍCULAS"
As espécies da família Hymenophyllaceae têm a lâmina com a espessura de uma única célula. Eles sobrevivem melhor
em ambientes extremamente úmidos, como próximo de igarapés e sobre troncos caídos dentro da mata. Entretanto,
no período das secas, muitos têm a habilidade de murchar e depois reidratar quando as condições melhoram. Os
esporângios se localizam na margem da folha, onde as nervuras terminam freqüentemente com uma extensão tubular
da nervura, formando um indúsio tubular.

VENAÇÃO
A venação das samambaias é parecida com a venação das angiospermas, consistindo de dutos de transporte
(traqueídes). Esses padrões podem ajudar muito na identificação. Dentre as espécies que têm folhas ou folíolos
grandes, os padrões mais destacados na Reserva são:

Livres: Trichomanes pinnatum, Metaxya rostrata, Danaea elliptica, D. simplicifolia, Cochidium serrulatum, C.
linearifolium, Micropolypodium nanum, Asplenium angustum, A. serratum, Salpichlaena hookeriana, Nephrolepis
bisserata, N. pectinata, N. rivularis, Oleandra, Elaphoglossum.

Furcadas: Hymenophyllum polyanthus, Trichomanes arbuscula, T. ankersii, Polybotria, Pecluma ptilodon,


Dicranopteris pectinata, Sticherus remotus, Lygodium venustrum, Schizaea elegans, S. strica, S. fluminensis,
Asplenium juglandifolium, Asplenium salicifolium, Lindsaea, Pteridium aquilinum, Triplophyllum dicksonioides,
Sphaeropteris hirsuta, Trichipteris microdonta, T. nigra, Adiantum, Pityrogramma.

Areoladas com vênulas incluídas: Cyclodium meniscioides, Campyloneurum phyllitidis, Microgramma baldwinii,
M. thurnii, Niphidium crassifolium, Polypodium panorense, P. triseriale, Ophioglossum palmatum, Thelypteris
arborescens, Pteris podophylla.

Areoladas sem vênulas incluídas: Dicranoglossum desvauxii.

Nervura única: Selaginella.

FRONDES QUE BIFURCAM OU RAMIFICAM MAIS VEZES


Selaginella, Dicranopteris pectinata, Pteris podophylla, Sticherus remotus, Schizaea elegans, S. stricta, S.
fluminense, Dicranoglossum desvauxii, Lycopodiella cernua.

DICA DE CAMPO

1
Epítias. Plantas diminutas
A espécie Hecistopteris pumila, do grupo 7, também
com caule rastejante aderido
é uma planta diminuta, que ocorre nos mesmos
à casca das árvores. Frondes
ambientes e habitats das espécies deste grupo, porém,
translúcidas, simples. apresenta frondes palmadas e não translúcidas.

Trichomanes punctatum. Trichomanes ovale. Epífita.


Epífita. Frondes lobadas. Frondes arredondadas. Pode
Pode confundir comT. ovale, confundir com T. punctatum.
diferenciando somente pela Freqüente. Baixio.
forma da fronde. Freqüente.
Baixio.
12

20
PTERIDOPHYTA
100

Trichomanes cellulosum. Hymenophyllum polyanthus.


Terrestre. Plantas em touceiras. Epífita. Frondes individuais
Frondes ramificadas com (não reunidas em touceiras),
segmentos lineares muito estreitos com segmentos lobados.
e veia central inconspícua. Pode Geralmente encontradas
confundir com T. arbuscula, mas em galhos de árvores ou em
difere por apresentar pecíolo e troncos caídos. Ocasional.
segmentos da fronde não alados. Baixio.
Freqüente. Baixio.
110 150

Encontradas geralmente nas margens


de igarapés, às vezes em galhos ou em
troncos caídos, frondes 2-3 pinadas.

Trichomanes arbuscula.
Terrestre. Plantas em
Plantas terrestres, (raro epífitas)

2
touceiras. Frondes
ramificadas com pecíolo, com folhas delicadas e
ráquis e segmentos alados, e translúcidas. Frondes pinadas.
veia central evidente. Pode
confundir com Trichomanes
cellulosum. Freqüente.
Baixio.
95

Trichomanes elegans. Trichomanes pinnatum. Terrestre.


Terrestre. Plantas eretas, Plantas entre 20-50 cm. Frondes
solitárias, com frondes reprodutivas e vegetativas distintas.
verde-escuras (azuladas), As reprodutivas são eretas, pinadas,
não diferenciadas e as vegetativas são decumbentes,
em reprodutivas e às vezes propagando-se por um
vegetativas. As estruturas estolão. Freqüente. Baixio e às
reprodutivas crescem nas vezes em platô.
axilas dos lobos da lâmina.
400
Ocasional. Baixio e 130
vertente.
PTERIDOPHYTA
101

DICA DE CAMPO

O gênero Trichomanes é assim chamado por


apresentar pequenos tricomas (filamentos eretos)
que nascem em indúsios cônicos, tubulares,
no final das veias, geralmente nas margens das
frondes.
Trichomanes ankersii.
Epífita. Encontrada
em troncos de árvores Algumas espécies de Trichomanes, tais como:
ou em galhos finos, T. cellulosum, T. arbuscula, T. cristatum e T.
com as frondes total ou martiusii, são, às vezes, encontrados em troncos
parcialmente aderidas caídos, e portanto, podem ser, ocasionalmente,
ao substrato. Freqüente. considerados epífitas.
Baixio.

70

Epífitas com frondes aderidas ao substrato.

Trichomanes cristatum.
Terrestre ou epífita de troncos
caídos. Planta inteira com pêlos
Terrestes (raro epífitas) eretas ou esverdeados ou amarelados,
decumbentes, frondes 1-pinadas. castanhos na nervura central.
Pode confundir com T. martiusii
mas diferencia-se por ser
completamente revestido de
pêlos. Freqüente. Campinarana
e baixio. 200

Trichomanes cf. trollii. Trichomanes martiusii.


Terrestre. Planta ca. 15 Terrestre. Frondes
cm. Frondes reprodutivas e eretas a decumbentes,
vegetativas distintas, sendo as translúcidas,
reprodutias eretas, simples membranáceas e
e as vegetativas pouco glabrescentes. Pode
decumbentes, não propagando- confundir com T.
se por estolão. Ocasional cristatum, mas diferencia-
Baixio. se por ser pubérulo.
Ocasional. Baixio. 200
40
PTERIDOPHYTA
102

DICA DE CAMPO
Os gêneros Polypodium, Pecluma (Polypodiaceae)
e Nephrolepis (Davalliaceae), embora não sendo
da mesma família apresentam características
vegetativas afins, como: plantas cespitosas de caule
curto, frondes 1-pinadas e soros arredondados,
mas diferenciam-se basicamente pela presença
de indúsio em Nephrolepis, ausente em
Polypodium e Pecluma. Os gêneros Cochlidium
e Micropolypodium (Grammitidaceae) são plantas
diminutas, que crescem geralmente em galhos
de árvores muito altas, recobertos de líquens. As
frondes atingem até 15 cm de altura e ca. 0,5 cm de
largura. Essas características são suficientes para o
Polypodium bombycinum seu reconhecimento no campo.

Plantas evidentemente pilosas. Epífitas


ou terrestres.

Polypodium bombycinum.
Epífita. A planta inteira é

3
revestida de pêlos marrom- Frondes lanceoladas 1-pinadas
amarelados. Ocasional. (pinatifidas ou pinatisectas), não
Baixio e platô. Norte da translúcidas. Pínulas longas.
América do Sul.

325

Polypodium panorense. Pecluma ptilodon. Epífita.


Epífita. Frondes eretas a Frondes eretas a pouco
decumbentes, membranáceas, decumbentes, cartáceas a
verde-amareladas. Pínulas semi-coriáceas. Pínulas
pinatissectas com ápice agudo, arredondadas no ápice.
pubescência esbranquiçada Pubescência inconspícua
em ambas as faces. Caule na face abaxial das frondes,
rizomatoso. Planta crescendo principalmente na veia
na base de árvores. Ocasional. central. Freqüente. Baixio.
600 Campinarana. Guiana e Brasil. 295 Norte da América do Sul.
PTERIDOPHYTA
103

Cochlidium serrulatum. Micropolypodium nanum.


Epífita. Frondes lineares, Epífita. Frondes pinadas,
eretas, com margem eretas a decumbentes.
serrulada. Freqüente. Freqüente. Baixio.
Baixio. Neotrópicos, Neotropical.
África e Madagáscar.

40 45

Epífitas diminutas, glabras. Encontradas


geralmente em galhos grossos de
árvores muito altas.

Nephrolepis biserrata. Frondes


eretas a decumbentes. Pinas
medianas 3,5 vezes mais comprida
que larga. Base assimétrica, com
Plantas glabrescentes, terrestres ou porção superior muito proeminente.
epífitas de baixas alturas. Margem evidentemente serreada.
Difere de N. rivularis principalmente
pelo tamanho dos lobos da base
das pínulas e pela intensidade de
serrilhado na margem. Freqüente.
Áreas alteradas e campinarana.
Neotropical. 350

Nephrolepis rivularis. Frondes


eretas a escandentes. Pinas
medianas 3 vezes mais compridas
do que largas, com margem
levemente crenada, mais
conspicuamente no ápice das
pinas. Base assimétrica com Nephrolepis pectinata.
porção superior levemente Frondes eretas a escandentes.
pontiaguda, e ápice agudo. Pinas medianas 2,5 vezes
Neotropical. mais compridas que largas.
Base assimétrica com porção
superior levemente auriculada
(mais proeminete que em N.
PTERIDOPHYTA

rivularis). Margem crenulada e


ápice arredondado. Ocasional.
Campinarana. Neotropical.

90
104

Lindsaea stricta. Terrestre. Pode Lindsaea guianensis. Planta


ser 1-2 pinada. Quando 1-pinada, 1 vez pinada com frondes
a fronde é subséssil, ereta com eretas a pouco decumbentes.
pínulas curtas, arredondadas e Difere de L. stricta 1 vez
cresce geralmente em barrancos de pinada pela forma das pínulas
solo argiloso. Quando bi-pinada, e principalmente pela pínula
a planta tem ca. 1 m de altura, terminal, que em L. guianensis
pecíolo até 2 vezes o tamanho da
é bem alongada e em L. stricta
fronde, 9-15 pinas e pínulas com
comprimento 2 vezes maior que a é curta. Ocasional. Baixio.
largura. Ocasional. Platô e baixio. 400 410
Neotrópicos.
220 América tropical.

4
Frondes pinadas e pínulas em
forma de meia lua. Plantas
terrestres e pecíolo geralmente
longo.

Lindsaea lancea var. falcada.


Frondes 1 a 2 vezes pinadas,
quando 1-pinada, essas são
maiores que das outras
espécies (ca. 1 x 2 cm).
O pecíolo é do tamanho Lindsaea spp. Plantas glabras com
da fronde. Quando 2 vezes pecíolo e raque quadradas (exc. L.
pinadas confunde com L.
divaricata, diferindo pela
forma e tamanho da última
pínula, de comprimento 3 a 4
150
530 vezes a largura, base alargada
(ca. 1 cm) e ápice finamente
acuminado. Freqüente. Plato Lindsaea divaricata. Terrestre. Pecíolos
e baixio. Neotrópicos. geralmente 2 vezes o tamanho das
frondes, estas 2 vezes pinadas. Raque
cilíndrica abaxialmente e planta com
duas aletas na face superior. Confunde
com L. lancea var. lancea 2 vezes
Lindsaea lancea var. pinada, mas difere por causa da última
lancea. Terrestre. Raque pínula do ápice. Em L. divaricata
350
branco-esverdeada. essa pínula tem base mais estreita (ca.
Pecíolo aproximadamente 0,5 cm) e o comprimento é de 2 a 3
do mesmo tamanho das vezes a largura. Ocasional. Baixio.
Neotrópicos.
frondes, verde a castanho-
avermelhado somente
na base. Pínula apical
PTERIDOPHYTA

deltóide a lanceolada,
de base assimétrica,
maior que as demais.
Ocasional. Baixio.
Neotrópicos.

900
105

DICA DE CAMPO
Adiantum amazonicum.
Os dois gêneros Adiantum (Pteridaceae) e Lindsaea
Terrestre. Pode ser
(Dennstaedtiaceae), pertencem a este grupo e se
reconhecida pelo indumento
diferenciam basicamente pela forma como os soros
da raque com tricomas e
se apresentam. Em Adiantum os soros são recobertos
escamas, e pela presença de
por um pseudo-indúsio, formado pela margem da
tricomas castanho-claros a
lâmina recurvada, disposta descontinuamente nas
avermelhados sobre o indúsio.
margens das pínulas férteis. Em Lindsaea os soros
Raro. Vertente e baixio.
são marginais ou submarginais, recobertos pelo
Venezuela e Brasil.
indúsio linear que acompanha a margem das pinas
ou pínulas férteis.

Adiantum spp. Pecíolo e raque semi-


cilíndricos. Plantas pouco a muito pilosas. Adiantum tomentosum.
Terrestre. Pínulas semi-
imbricadas com margens
levemente involutas, deixando
as pínulas buladas, e
inconspicuamente serruladas
próximo à raquíola. Ráquis e
raquíolas glabras na face abaxial
e pubescente na face adaxial.
Poucas escamas na base do 950
pecíolo. Freqüente. Platô.
Neotrópicos.
Adiantum cajennense.
Terrestre. Pínulas
planas, imbricadas,
esparsadamente
serruladas. Escamas
marrons em toda a raque,
raquíolas e peciólulos.
Pubescência visível nas Adiantum terminatum.
pínulas. Freqüente. Terrestre. Pínulas
Platô. Neotrópicos. 530 não imbricadas
com margem
conspicuamente
PTERIDOPHYTA

serruladas. Pecíolo,
ráquis e raquíolas
pubescentes em ambas
as faces. Raro. Platô.
Neotrópicos.

320
106

Thelypteris arborescens. Polypodium


Terrestre. Frondes triseriale. Epífita.
decumbentes, não Frondes pendentes
coriáceas. Parece muito com pinas não
com Metaxya rostrata, mas pecioladas
diferencia-se por apresentar (pinatissectas) e
nervuras areoladas e ocorrer nervuras areoladas.
700 geralmente em barrancos de Freqüente. Baixio e
solo argiloso. Ocasional. 420
platô. Neotrópicos.
195 Platô. Neotrópicos.

Epífitas, geralmente encontradas em


palmeiras.

Terrestres.

5
Metaxya rostrata.
Terrestre. Frondes Frondes 1-pinadas. Pinas
coriáceas com pínulas simples (exceto Lygodium).
aristadas na base e
venação finamente
paralela. Geralmente
encontrada nas
750 margens de igarapés
Hemiepífitas e escandentes (volúveis).
ou solos encharcados.
25 Freqüente. Baixio.
Neotrópicos.
Danaea trifoliata. Terrestres. Danaea elliptica.
Frondes trifolioladas. Pinas
Terrestre. Frondes
coriáceas com pecíolos
eretas a decumbentes.
longos, dotados de dois nós.
Ocorre geralmente em beira Pecíolo e ráquis glabros,
de estrada, em solo argiloso. pinas cartáceas. Pode
Pode confundir com D. confundir com Lomariopsis
simplicifolia. que ocorre prieuriana, porém esta
500 no mesmo ambiente, porém última é hemiepífita.
470 Ocasional. Platô.
diferecia-se por apresentar
lâmina inteira e um só nó no Neotrópicos.
pecíolo. Freqüente. Baixio.
Norte da América do Sul.
PTERIDOPHYTA

420
107

Asplenium salicifolium.
Epífitas. Frondes eretas
com pinas auriculadas
Asplenium juglandifolium. na base, encontradas
Epífitas. Frondes eretas com também em patauá
pinas de base truncada. (Oenocarpus bataua).
Encontrada geralmente em Pode confundir com A.
patauá (Oenocarpus bataua). juglandifolium, difere
Pode ser confundida com porém pela base das
A. salicifolium, mas este pinas. Ocasional. Platô.
apresenta pinas com base Neotrópicos.
auriculada. Ocasional. 360
Baixio. Neotrópicos.
380

Lygodium venustrum. Cyclodium meniscioides


Escandente. Frondes var. meniscioides.
vegetativas e reprodutivas Hemiepífita ou terrestre.
não distinatas. Pinas Frondes com pinas
lobadas, geralmente coriáceas, com margens
vináceas no centro, sinuosas a crenadas.
próximo a veia central. Ocasional. Baixio.
Ocasional. Áreas América tropical.
alteradas e platô. 195
800
Neotropical.

Salpichlaena Lomariopsis prieuriana.


Hemiepífita. Pinas coriáceas.
hookeriana.
Caule, ráquis e pecíolo
Escandente. Frondes
providos de escamas
vegetativas e acastanhadas. Ocasional.
reprodutivas distintas. Platô. Neotrópicos.
As pinas apresentam
veias secundárias
paralelas, e o ápice
acuminado. Ocasional. 640
Baixio. Norte da 310 160
América do Sul. 135
PTERIDOPHYTA
108

Triplophyllum Saccoloma inaequale.


dicksonioides. Terrestre. Terrestre. Frondes não
Frondes amareladas, pínulas amareladas. Pínulas com
com lobos arredondados. lobos pontiagudos. Pode
Pode confundir com confundir com Triplophyllum
Saccoloma inaequale, dicksonioides, difere porém
porém T. dicksonioides por não apresentar duas pinas
apresenta duas pinas compostas na base da fronde.
compostas na base da Raro. Baixio. Neotrópicos.
400
lâmina. Freqüente. Platô. 520
Norte da América do Sul.

Plantas terrestres não arbóreas e frondes


não dicotômicas. Crescem em locais
sombreados

6
Pityrogramma Frondes 2-3 pinadas (pinatifidas,
calomelanos. Terrestre. pinatissectas ou dicotômica).
Frondes eretas ou
decumbentes com cêra
esbranquiçada na face
inferior. Cresce em solo
Plantas terrestres, não arbóreas, não
arenoso encharcado.
dicotômicas, crescendo em locais
Freqüente. Áreas alteradas.
expostos ao sol.

Plantas terrestres e frondes dicotômicas.


Em capoeiras e áreas abertas.
360

Pteridium aquilinum. Terrestre. Dicranopteris


Planta muito coriácea. Apresenta pectinata. Terrestre.
cêra branca na face abaxial, Planta decumbente
mas não se confunde com comum em barrancos.
Pityrogramma calomelanos. Frondes coriáceas com
Freqüente. Áreas alteradas. nervuras 2 a 4 vezes
Cosmopólita. furcada. Freqüente.
Áreas
alteradas.
Neotrópicos.
350
PTERIDOPHYTA
109

Polybotrya osmundaceae. Hemiepífita. Sphaeropteris hirsuta. Arbórea.


Caule ereto recoberto de escamas Pecíolo com espinhos com
acastanhadas e frondes pinatissectas escamas brilhantes na base.
com margem serreada. Pode Ráquis aladas, pubescentes
confundir com P. sessiflora quando em ambas as faces. Pinas
estéril, quando fértil, P. osmundaceae 7-18 cm. Pínulas pinatifidas a
apresenta-se provida de cenossoros e pinatilobadas, sésseis. Indúsio
em P. sessiliflora os soros distribuem- com tricomas nas margem.
se regularmente sobre a lâmina. Freqüente. Baixio. Norte da
Ocasional. Baixio. América tropical. 550 América do Sul.

Plantas arbóreas e hemiepífitas.

Pteris podophyta. Trichipteris microdonta.


Terrestre. Frondes Arbórea. Pecíolo e espinhos
membranáceas com glabros ou com tricomídeos
e escamas na base. Ráquis
pínulas pinatissectas.
glabra ou com tricomas curtos.
Frondes 2 a 3 vezes
Pina entre 3-30 cm, pinatifidas
furcada. Ráquis e a 1-pinadas. Pínulas
raquíolas castanho- pinatifidas a pinatissectas,
amareladas. Ocasional. curto pecioladas a sésseis,
500
Áreas alteradas. longamente atenuada.
Margem serrada. Freqüente.
1300
Baixio. Neotrópicos.

Sticherus remotus. Terrestre.


Planta decumente comum
Trichipteris nigra. Arbórea. Pecíolo sem
em barrancos. Frondes
espinhos e com tubérculos e escamas na
coriáceas com nervura 1 vez
base; raque com tricomas curtos e escamas,
furcada e pinas mais estreitas
ambos castanho-claras. Pinas entre 20-
que de Dicranopteris
40 cm, pinatifidas a 1-pinadas; pínulas
pectinata. Ocorrem
pinatifidas a pinatissectas, curto pecioladas,
geralmente próximas.
largamente atenuadas com margem
Freqüente. Áreas alteradas.
crenulada e serreada. Freqüente. Baixio.
Neotrópicos. 350 Norte da América do Sul.
PTERIDOPHYTA
110

Dicranoglossum Hecistopteris pumila.


desvauxii. Epífita. Frondes decumbentes,
Frondes eretas, palmadas, lobadas. Planta
membranáceas diminuta de até 10 cm, em
e multifurcadas. troncos de árvores vivas,
Freqüente. Baixio e em populações esparsadas.
campinarana. Norte Ocasional. Baixio.
da América do Sul.

130

Epífitas ou terrestres com frondes


palmadas.

Schizaea elegans. Terrestre.


Frondes coriáceas, recurvada

7
e bifurcada. Ocorre em
Plantas com frondes lineares ou
pequenas populações. Às vezes
é confundida com plântulas de
palmadas.
palmeiras. Ocasional. Platô e
vertente. Neotrópicos.

800

Schizaea fluminensis. Terrestre. Schizaea stricta. Terrestre.


Planta de até 20 cm. Frondes bi Planta ca. 25 cm. Geralmente
a trifurcadas, poucas por planta, em pequenas populações à
formando pequenas populações sombra das árvores, em solo
isoladas. Freqüente. Baixio. arenoso. É reconhecida pela
Norte da América do Sul. parte reprodutiva crescendo
lateralmente. Ocasional.
Capoeira ou campina. Norte da
América do Sul.
155 250
PTERIDOPHYTA
111
FRONDES FÉRTEIS

Ophioglossum
palmatum. (Língua-de-
cobra). Epífita. Caule
globoso, pubescente na
parte apical. Frondes
eretas ou decumbentes,
entre 11-23,
membranáceas. Raro.
Baixio. Sul da América
do Norte, América
Dicranoglossum desvauxii
Central e América do
Sul.

Terrestres com frondes lineares. Schizaea elegans

Actinostachys pennula. Terrestre.


Frondes não furcadas. Planta
ca. 25 cm em solo arenoso.
Geralmente formando pequenas
populações à sombra de árvores.
Parte reprodutiva ereta. Ocasional.
Campina ou capoeira. Neotrópicos.

200
PTERIDOPHYTA

Actinostachys pennula
112

Elaphoglossum obovatum. Elaphoglossum luridum. Epífita.


Epífita. Frondes elípticas a Frondes eretas, fortemente
obovadas, semi-coriáceas, coriáceas, largamente elípticas
com base decurrente, margem com base quase triangular e
com escamas alaranjadas ou ápice arredondado. Ocasional.
castanho-claras. Pubescência Baixio e campinarana.
em ambas as faces, com maior Neotrópicos.
concentração na inferior.
Baixio e campinarana. Norte da
170 América do Sul. 240

Epífitas de frondes simples.

Elaphoglossum styriacum.
8 Caule não estolonífero.
Frondes férteis geralmente
cobertas por soros na face
inferior.

Epífita. Frondes eretas, elípticas


a ovaladas, semicoriáceas, com
base longamente decurrente.
Margem espessada e
pubescência escassa em ambas Frondes largas, muito a pouco pilosas.
as faces, concentrando-se na
face abaxial. Freqüente. Baixio
e campinarana. América do Sul.
250

Elaphoglossum discolor. Elaphoglossum plumosum.


Epífita. Frondes eretas com Epífita. Frondes eretas,
lâmina estreitamente elíptica e lanceoladas. Face abaxial
evidentemente pubescente na totalmente revestida de pêlos
face abaxial. Base estreitamente marrons; menos pilosa na adaxial,
decurrente parecendo pecíolo, concentrados na veia central e
do mesmo tamanho da lâmina e na margem. Freqüente. Baixio e
coberta com escamas. Pecíolo campinarana. América do Sul.
curto (ca. 1cm), escuro. Ocasional.
Baixio. América do Sul.
335 200
PTERIDOPHYTA
113

Cochlidium linearifolium. Elaphoglossum glabellum.


Epífita. Frondes eretas, lineares Epífita. Frondes eretas,
com margem inteira (lisa) e ápice lineares e fortemente
truncado. Ocorre geralmente coriáceas, ca. 0,5 cm
na parte superior das árvores de largura e 20 cm de
de grande porte, em substrato comprimento, com
com muitos líquens. Ocasional. muitas frondes por planta.
Baixio. Neotrópicos. Freqüente. Baixio e
campinarana. Neotrópicos.
40 215

Frondes lineares, glabras.

Vittaria lineata. Epífita. Frondes


decumbentes, variando entre 20
Elaphoglossdum glabellum e Vittaria cm a 1 m de comprimento e até
lineata são espécies muito parecidas, ambas 0,5 cm de largura. Pode confundir
são epífitas e crescem em locais úmidos e com E. glabellum, mas difere
sombreados, como em baixios. Quando férteis, principalmente pelo comprimento
no entanto, fica fácil diferenciá-las pois, E. e pela espessura das frondes. Rara.
glabellum apresenta frondes férteis totalmente Baixio.
recobertas por soros em uma das faces da
lâmina, enquanto que V. lineata apresenta
soros lineares, submarginais.
1040

Elaphoglossum raywaense. Epífita. Elaphoglossum flaccidum. Epífita.


Frondes eretas, lanceoladas, Frondes eretas, lanceoladas,
cartáceas. Base decurrente e membranáceas a cartáceas. Base
pecíolo quase ausente. Pelos decurrente com pecíolo curto (ca.1
eretos marrons nas margens e na cm), escurecido. Pubescência
veia central de ambas as faces. escassa em ambas as faces,
Não confundir com E. flaccidum. concentrando-se na veia central da
Freqüente. Baixio e campinarana. face abaxial. Não confundir com
América do Sul. E. raywaense. Freqüente. Baixio e
370
campinarana. América do Sul.
290
PTERIDOPHYTA
114

Niphidium crassifolium.
Epífita. Frondes subsésseis,
semi-coriáceas. Margem
lisa, finamente revoluta.
Veias secundárias muito
proeminentes. Soros
arredondados. Pode confundir Campyloneurum phyllitidis.
com Campyloneurum Epífita. Frondes largamente
phyllitidis, porém N. lanceoladas, brilhantes, cartáceas,
crassifolium não é brilhante, e verde-amareladas quando
quando fértil apresenta apenas frescas e veia central escurecida.
uma coluna de soros entre Margem irregular, não crenada.
as veias. Ocasional. Baixio. Soros arredondados. Pode
Neotrópicos. confundir com Niphidium
crassifolium. Ocasional. Baixio.
34
380 Neotrópicos.

Epífitas de frondes simples

9
e eretas, raro decumbentes.
Venação evidente.
Soros não cobrindo
completamente a face
inferior das frondes.

Asplenium serratum.
Epífitas. Frondes cartáceas
com lâmina largamente
lanceolada, margem serrada
e veia central escura. Soros Caule não estolonífero, frondes glabras,
lineares. Freqüente. Baixio. geralmente encontrados em palmeiras.
Neotrópicos.

370

Antrophyum guayanense.
Epífitas. Frondes eretas,
carnosas, com veias
secundárias conspicuamente
impressas na face abaxial, não
visíveis na adaxial. Quando
férteis, os soros situam-se
Asplenium angustum. Epífita.
nessas nervuras. Freqüente.
Frondes estreitamente lanceoladas,
Baixio.
cartáceas, com margem serrada.
150
Soros lineares. Pode confundir
com A. serratum, porém, A.
angustum é bem mais estreito.
PTERIDOPHYTA

Raro. Baixio. Amazônia Ampla.

24
115

Oleandra pilosa. Epífita. Frondes


membranáceas a translúcidas com
margem irregularmente crenada,
geralmente pilosas na face inferior,
com mais concentração sobre a
veia central. Venação secundária Oleandra articulata. Epífita.
paralela e pecíolo articulado. É Frondes membranáceas a
geralmente encontrada enroscada translúcidas com margem
em palmeiras, nas margens de irregularmente crenada, geralmente
igarapés. Pode confundir com glabras. Venação secundária
O. articulata. Ocasional. Baixio. paralela e pecíolo articulado. É
América do Sul. geralmente encontrada enroscada
em palmeiras, nas margens de
igarapés. Pode confundir com
310
O. pilosa. Freqüente. Baixio.
Neotrópicos.

Caule estolonífero, frondes glabras a


pilosas. Microgramma thurnii. Epífita.
Frondes eretas ou decumbentes,
semicoriáceas, largamente
elípticas. Ocorre geralmente
enroscada em galhos de
arvoretas . Freqüente. Baixio ou
campinarana. Amazônia Ampla.

155

Microgramma baldwini.
Epífitas. Frondes semi-coriáceas
e finamente lanceoladas com
margens espessadas. Ocorre
geralmente enroscada em galhos
de arvoretas. Freqüente. Baixio
e campinarana. Amazônia
Ampla.

80
PTERIDOPHYTA

Microgramma baldwinii
116

Selaginella pedata. Erva


ereta. Caule articulado.
Ramos laterais 1-3
pinados. Microfilos Selaginella palmiformis.
dorsais simétricos, com Erva ereta. Caule não
ápice agudo a largamente articulado. Microfilos
agudo. Microfilos laterais dorsais assimétricos com
com uma aurícula na base. ápice aristado. Margem
Ocasional. América do Sul. dos microfilos laterais
denticulados, dentículos
380
curtos. Presença de rizóforos
ventrais. As frondes
5 têm formas de estrelas.
4
Ocasional. América do Sul.

Plantas eretas.

Frondes pequenas em

10
forma de escamas ou
XXX
agulha (acículas) com
Selaginella parkeri. Erva ereta. apenas 1 nervura simples
Caule articulado. Ramos não ramificada.
laterais 1-3 pinados. Microfilos
dorsais simétricos com ápice
agudo a longamente agudo.
Microfilos laterais com duas
aurículas na base. Microfilos Plantas eretas a decumbentes.
axilares desprovidos, quando
existentes, muito curtas.
80
Freqüente. Baixio. América
do Sul.

Selaginella conduplicata. Erva ereta


a decumbente. Caule articulado.
Ramos laterais 1-3 pinados.
Microfilos dorsais com ápice agudo
a largamente agudo. Microfilos
Selaginella asperula. com duas conspícuas aurículas
Erva ereta. Caule membranáceas. Frondes muitas vezes
articulado. Ramos ramificadas com projeção estolonífera
laterais dicotômicos, formando novos indivíduos quando tocados
ca. 3mm largura (mais 350
no chão. Freqüente. Capoeira. Vertente e
estreito do que os baixio. América do Sul.
demais). Microfilos
PTERIDOPHYTA

dorsais assimétricos
com ápice agudo a
largamente agudo.
Raro. Capoeira.
América do Sul.
300
117
GLOSSÁRIO
Aurícula: estrutura em forma de
orelha.

Microfilos: folhas pequenas.

Microfilo axilar: em S. parkeri existe


um microfilo em cada bifurcação dos
ramos. Selaginella asperula Selaginella conduplicata
Rizóforo: órgão que produz raízes.

Selaginella breynii Selaginella parkeri Selaginella pedata Selaginella palmiformis

Plantas prostradas.
Lycopodiella cernua. Planta
prostrada em solos arenosos
expostos ao sol. Plantas verde-
amareladas com pínulas muito
estreitas e curtas. Freqüente.
Capoeira.

105

Selaginella Selaginella breynii. Erva


conduplicata. Pode prostrada. Caule não
também apresentar articulado. Microfilos
a forma de uma erva dorsais com ápice
prostrada, parecendo aristado. Margem dos
muito S. breynii. macrofilos laterais longo-
ciliado, principalmente
80
na base. Baixio. América
do Sul.
50
PTERIDOPHYTA
118
Zamiaceae
Família neotropical com 4 gêneros e quando maduras.
aproximadamente 40 espécies, distribuídos Polinização por besouros são reportadas
principalmente na América Central. Na para duas espécies de Zamia. Esses besouros
Região Amazônica ocorrem aproximadamente (Allocorhynidae e Languriidae) utilizam os
30 espécies do gênero Zamia, representado na cones masculinos para desova e alimentação.
Reserva por apenas uma espécie. As larvas desses insetos se alimentam de tecidos
Zamia são plantas de sub-bosque dos cones ou de gotas de néctar (Zamia pumila)
semelhantes a palmeiras (e a algumas dos cones masculinos, pupam e emergem
Pteridophyta), com caule subterrâneo adultos, e ao deixarem o cone saem cobertos
e folhas compostas pinadas. Folíolos por pólen. Os adultos visitam os cones
geralmente articulados na base, inteiros ou femininos mas não destroem óvulos e sementes.
dentados junto ao ápice, geralmente lineares É sugerido que os cones femininos pobres em
ou lanceolados. Apresentam nervuras recompensas mimetizam os masculinos, e
paralelas como as monocotiledôneas, mas o uso dos cones como refúgios entre fases
ao contrário das palmeiras não possuem reprodutivas e de alimentação promovem
uma nervura principal diferenciada e as o fluxo de pólen entre cones masculinos e
folhas são fortemente coriáceas. Raque femininos.
e pecíolo podem apresentar pequenos Dioon edule é uma espécie de
espinhos esparsos. Estróbilos masculinos Zamiaceae com sementes ricas em amido, que
cilíndricos ou longicilíndricos com escamas são transformadas em farinha e utilizadas como
truncado-piramidais a hexagonais; estróbilos alimento no México. O caule subterrâneo de
femininos cilíndricos ou longi-ovóides, Zamia é conhecido na região de Manaus por
escamas hexagonais ou subquadrangulares. "catuaba", com o qual é feito um chá "com
Sementes grandes, vermelhas ou negras propriedades afrodisíacas".
Tang, W. 1987. Insect pollination in the cycad Zamia pumila (Zamiaceae). Am. J. Bot.,
74:90-99.

CONES
Durante cinco anos de coletas na Reserva os
indivíduos de Zamia ulei só foram vistos com
cones uma única vez.
Zamia ulei. (Catuaba).
Planta com caule sub-
terrâneo, muito parecida
com palmeiras acaule,
que são muito freqüentes
no sub-bosque da
floresta. Fácil de distingüir
das palmeiras pelos folíolos
que não apresentam
uma nervura principal
diferenciada das demais.
Conhecida apenas de uma
100
população agregada. Platô Cone feminino
e vertente.
ZAMIACEAE

Cone masculino
Gnetaceae 119

dos masculinos produzem gotas de néctar,


Família de aproximadamente 35 espécies e
enquanto as estruturas de ambos os sexos
apenas um gênero, Gnetum, de distribuição
emitem odor, atraindo insetos noturnos
restrita às regiões de clima tropical úmido. Nos
polinizadores, como mariposas. As sementes
Neotrópicos ocorrem entre 8 e 10 espécies e
são dispersadas pela água e, provavelmente,
na Reserva foram registradas 4.
também por aves e mamíferos.
Conhecidas popularmente por "ituá",
as sementes assadas são comestíveis e muito
saborosas. Grupos indígenas utilizam a resina
de Gnetum nodiflorum como incenso, folhas e
casca têm uso medicinal. A casca, pelas fibras
resistentes, é utilizada para fazer cordas.

Gnetum nodiflorum

As espécies americanas são todas lianas,


lenhosas ou herbáceas, vegetativamente mais
parecidas às dicotiledôneas que a outras
gimnospermas. As folhas são simples,
opostas, pecioladas, com venação pinada
e sem estípulas. Pode-se reconhecer com
facilidade o gênero pela combinação destes
Gnetum paniculatum
caracteres com os nós e entrenós, bem distintos
nos ramos terminais, parecendo articulações.
Algumas espécies apresentam seiva pegajosa
no tronco e ramos.
As inflorescências paniculadas ou pouco
ramificadas são constituídas de segmentos - os
cones ou estróbilos, de sexos separados em
plantas distintas. As flores se dispõem em anéis
superpostos ao redor do eixo dos estróbilos,
inseridas em uma "concha" ou "prato", formada
por duas brácteas opostas e fundidas. As
masculinas consistem em um único estame
envolto por um perianto simples, agrupadas
nos estróbilos masculinos com alguns óvulos
estéreis. Os estróbilos femininos apresentam
de 2 a 6 óvulos livres em cada anel, dos quais
1 ou 2 chegam à maturidade. A semente, ou
pseudofruto, possui três envoltórios superpostos,
sendo o mais externo avermelhado, amarelado
ou arroxeado.
Apenas a polinização de duas espécies
asiáticas é conhecida. À noite, os óvulos
GNETACEAE

Gnetum nodiflorum
férteis dos estróbilos femininos e os estéreis

Cavalcante, P.B. 1978. Contribuição ao Conhecimento das Gnetáceas da Amazônia. Acta


Amazonica, 8: 201-215.
120

Gnetum schwackeanum. Liana de Gnetum paniculatum. Liana


pequeno ou médio porte. Exsuda lenhosa. Folhas cartáceas a
látex resinoso pegajoso. Folhas em membranáceas, +/- translúcidas
geral cartáceas, quando secas opacas e amarelo-esverdeadas quando
e levemente enegrecidas na face secas. Nervuras secundárias
superior e esverdeadas na inferior. proeminentes e terciárias bem
Nervuras secundárias proeminentes, evidentes em ambas as faces.
e venação terciária pouco evidente, Baixio e vertente. Raro. Bacia
mas folhas finamente estriadas, muito do rio Negro.
85 semelhantes as de G. urens. 146

1
Folhas cartáceas. Liana de
pequeno porte, geralmente a
baixa altura sobre vegetação
arbustiva.

Flores inseridas na "concha"


de um estróbilo masculino
de Gnetum nodiflorum
2 Folhas coriáceas. Lianas
lenhosas de dossel.

Gnetum urens. Liana lenhosa. Gnetum nodiflorum. (Ituá).


Ritidoma esbranquiçado. Exsuda Liana lenhosa. Seiva amarelada
látex creme no tronco. Ramos ou creme, em geral translúcida
terminais lenticelados. Folhas sub- e pegajosa. Folhas rígido-
coriáceas de até 12 cm. Nervuras coriáceas de 10-20 cm. Nervuras
secundárias +/- planas e pouco secundárias de 4-5 pares,
evidentes. Folhas secas verde- proeminentes na face inferior.
amareladas, densa e finamente Folhas secas verde amareladas,
estriadas na face superior. lisas na face superior. Freqüente.
Ocasional. Platô e vertente. Vertente, platô e campinarana.
82
Amazônia Central, Oriental e 200 Bacia Amazônica.
Guianas.
GNETACEAE
121
Annonaceae
Família representada nos Neotrópicos por cerca (fase "masculina"), que ocorre no dia seguinte.
de 40 gêneros e cerca de 650 espécies, com O odor emitido pelas flores é o principal aviso
centros de distribuição na Região Amazônica aos polinizadores de que as flores estão em
e Guianas. Na Reserva são encontrados 16 funcionamento. Os odores variam muito nas
gêneros e 60 espécies. diferentes espécies e muitos deles imitam o
odor de frutos maduros; as flores de Xylopia
benthamii emitem um odor semelhante ao
de taperebá, as de Duguetia stelechanta têm
odor semelhante ao de banana madura, e as
de Duguetia asterotricha lembram abacaxi;
outras têm odores aromáticos que lembram o
de folha de goiaba amassada, como Duguetia
ulei e D. riparia. Um outro grupo tem odores
semelhantes a perfume, como Xylopia
Xylopia benthamii amazonica e Tetrameranthus duckei.
Na Reserva a família é caracterizada Algumas flores têm antese diurna,
pelo hábito arbóreo, ou muitas vezes pela como as de Bocageopsis multiflora e Duguetia
presença de arvoretas, raramente na forma de stelechanta, e outras têm antese noturna, como
lianas (Annona haematantha). Vegetativamente Cymbopetalum euneurum e Xylopia crinita.
a família pode ser reconhecida pelo odor forte Muitas das espécies que têm antese noturna
do corte do tronco ou de ramos, que se torna e algumas com antese diurna apresentam
característico com a prática; pela presença de uma elevação da temperatura das flores
fibras longas e resistentes na casca, conhecidas (termogênese) que pode atingir até 12o acima
popularmente como envira; pelas folhas da temperatura do ambiente, o que aumenta a
dísticas (exceto em Tetrameranthus, com volatilização dos compostos odoríferos.
folhas espiraladas); e pela presença de marcas
Os principais polinizadores são
de chamas no corte transversal do tronco.
coleópteros (besouros) de diferentes famílias,
Pêlos ou escamas estreladas são típicos do
como por exemplo Scarabaeidae, Nitidulidae
gênero Duguetia, e ocorrem também em
e Staphylinidae, e também tisanópteros.
Tetrameranthus.
Esses insetos são atraídos pelo odor na fase
As flores têm 3 sépalas, livres ou feminina e permanecem no interior das
unidas (4 em Tetrameranthus); as pétalas flores, alimentando-se de pétalas e pólen,
são livres, geralmente em 2-3 verticilos. Os usando as flores também como local de
estames e carpelos são numersos. Os frutos acasalamento. Quando o pólen é liberado,
são geralmente apocárpicos (os monocarpos os insetos entram em contato com este e ficam
são em geral estipitados), e são carnosos e totalmente "empoeirados", estando prontos
indeiscentes (Bocageopsis, Cymbopetalum, para transportá-lo para flores receptivas.
Diclinanona, Ephedranthus, Guatteria, Terminada a liberação do pólen, as pétalas
Guatteriopsis, Malmea, Pseudoxandra, caem, obrigando os insetos a voar; nessa
Tetrameranthus e Unonopsis), ou deiscentes ocasião, flores receptivas estão emitindo odor
(Anaxagorea e Xylopia). Frutos sincárpicos e podem atrair esses insetos, que realizarão
podem ser encontrados em Annona, Duguetia, então a polinização.
Fusaea e Rollinia.
Dispersão na família se dá
As Annonaceae têm flores de tamanhos principalmente por meio de animais, com
que variam de pequeno, como em Bocageopsis exceção de Anaxagorea, em que ocorre
multiflora e Xylopia amazonica, a grande, como deiscência explosiva, sendo comum devido
em Cymbopetalum euneurum e Duguetia ulei. a isso a ocorrência de vários indivíduos
ANNONACEAE

As cores variam, podendo ser esbranquiçadas, próximos uns aos outros.


creme-amareladas, esverdeadas, alaranjadas e
Muitas espécies são cultivadas,
até cor-de-vinho.
principalmente no gênero Annona, devido aos
A antese (funcionamento das flores) seus frutos comestíveis (por exemplo graviola,
acontece em duas etapas distintas devido fruta de conde etc.). A envira é utilizada na
a uma diferenciação temporal entre a confecção de utensílios.
receptividade dos estigmas (fase "feminina"),
que ocorre num dia, e a liberação do pólen
122
FLORES

Anaxagorea Cymbopetalum Diclinanona Duguetia Duguetia Duguetia


brevipes euneurum calycina flagellaris stelechantha stelechantha *

Duguetia ulei Fusaea longifolia Duguetia Guatteria Guatteria olivacea Guatteria foliosa
pycnastera * megalophylla

Guatteriopsis Guatteria sp. 2 Rollinia insignis Xylopia nitida Xylopia crinita


blepharophylla

FRUTOS

Anaxagorea Annona aff. Bocageopsis multiflora Cymbopetalum Cymbopetalum


brevipes excellens euneurum euneurum *

Duguetia stelechantha Duguetia Duguetia flagellaris Duguetia flagellaris * Ephedranthus


surinamensis amazonicus
ANNONACEAE

Guatteriopsis hispida Guatteria Malmea Xylopia nitida Xylopia crinita *


megalophylla manausensis

* Fotos cedidas por Antônio Webber


123
GUIA AOS GRUPOS
Os agrupamentos se baseiam principalmente no tipo de ritidoma (grupos 1, 2 e 3) e hábito
(grupos 4, 5, 6 e 7) e, embora esses caracteres sejam facilmente observados no campo, atenção
especial deve ser tomada, pois indivíduos jovens podem possuir características distintas de um
outro adulto, por exemplo, plantas jovens do grupo 2 apresentam o ritidoma às vezes estriado,
ao contrário de fissuras largas e profundas observadas em adultos. No grupo 7, plantas jovens
e baixas (arvoretas ainda) podem fazer com que se confunda com o grupo 6, que se diferencia
daquele grupo apenas pelo porte dos indivíduos. Pêlos estrelados ou escamas estreladas, apesar
de bem visíveis a olho nu ou, na maioria das vezes, com uma lupa de mão, são difíceis de serem
vistos em Duguetia asterotricha e D. arenicola.

Árvores com raízes suporte ou


sapopemas Geralmente arvoretas do sub-bosque

1 4 Nervura central proeminente


na face superior da folha.

Nervura central impressa na face


superior da folha.

Ritidoma fissurado

5
Folhas alternas ou
Fissuras largas e profundas; espiraladas; pêlos estrelados
lenticelas, quando presentes, ou escamas estreladas nas
não confinadas nas fissuras. partes vegetativas.
Árvores ou arvoretas.

2 Pêlos estrelados Escamas

Árvores ou lianas com


lenticelas alinhadas
verticalmente

6
Geralmente confinadas
dentro de fissuras Pêlos simples recobrindo
longitudinais. as partes vegetativas.

3
ANNONACEAE

7 Árvores; nervura central impressa na face superior da folha; pêlos


simples recobrindo as partes vegetativas.
124

Xylopia emarginata var. duckei. Xylopia aff. spruceana. Árvore.


(Envireira). Árvore. Face Face inferior da folha com
inferior da folha densamente a nervura central e margem
coberta com pêlos eretos e densamente coberta com pêlos
marrons, principalmente sobre eretos e marrons; base aguda
a nervura central, esta carenada a obliqüamente truncada.
na face inferior; base aguda a Ocasional. Campinarana.
obtusa, obliqüamente truncada. Amazônia venezuelana e
Ocasional. Baixio. Amazônia brasileira.
56
Brasileira.
82

SAPOPEMAS
Folhas de ápice emarginado.

Xylopia spp. Árvores com

1
Xylopia emarginata raízes suporte ou sapopemas,
var. duckei, um nervura central impressa na
exemplo das sempre face superior da folha, nervuras
presentes sapopemas secundárias obscuras.
ou, em outros caso,
raízes suporte no
gênero.

Folhas de ápice acuminado. Ramos jovens


e pecíolos com pêlos longos e eretos.

Xylopia crinita. Árvore. Face Xylopia benthamii. (Embiriba,


inferior da folha densamente Envira-amarela). Árvore. Face
coberta com pêlos adpressos inferior com pêlos longos, eretos
a eretos, marrom-escuros; e marrons, principalmente em
base arredondada, cordada. folhas jovens e sobre a nervura
Ocasional. Platô e baixio. central; base aguda. Freqüente.
Amazônia venezuelana e Vertente e campinarana.
brasileira, Guiana Francesa. Amazônia venezuelana e
brasileira, Peru e nas Guianas.

67 102
ANNONACEAE
125

Xylopia parviflora. (Envira-sara- Xylopia amazonica. (Envira


sará, pacovi). Árvore. Face sarassará, envireira-vermelha).
inferior da folha densamente Árvore. Face inferior
coberta com pêlos adpressos e densamente a escassamente
esbranquiçados; ápice com um revestida com pêlos adpressos
pequeno mucro piloso. Rara. e brancos. Freqüente. Em
Vertente e Baixio. Norte da todos os ambientes. Amazônia
América do Sul. venezuelana e brasileira,
Suriname.
65 75

Folhas de ápice acuminado. Ramos


jovens e pecíolos com pêlos adpressos. Xylopia polyantha. (Envira-
amarela, envira-branca). Face
inferior da folha coberta com
pêlos adpressos e castanhos.
Ocasional. Platô e vertente.
Amazônia brasileira e Bolívia.

105

Xylopia nitida. (Envira-amarela, Xylopia calophylla. Árvore.


envira-vermelha). Árvore. Face Face inferior da folha
inferior densamente coberta por densamente revestida de pêlos
pêlos longos, adpressos, branco- longos, adpressos, branco-
prateados à marrons; nervura prateados à castanhos; nervura
central carenada na face inferior. central carenada na face inferior.
Freqüente. Todos ambientes, Rara. Platô. Amazônia brasileira
incluindo capoeiras. Norte da (Amazonas e Pará).
Amazônia e Guianas.
115
62
ANNONACEAE
126

Unonopsis duckei. (Envira- Unonopsis stipitata. (Envira,


preta, envira-surucucu). Árvore. envireira). Árvores ou arvoretas.
Lâmina foliar elíptica-oblonga, Lâmina obovada; face inferior
face inferior densamente subglabra; 12-17 nervuras
coberta com pêlos adpressos e secundárias. Freqüente.
marrons, principalmente sobre a Todos os ambientes, exceto
nervura central, 11-13 nervuras Campinarana. Amazônia e
secundárias. Ocasional. Platô e Guianas.
vertente. Amazonas e Rondônia.
263
186

Nervura central proeminente na face


superior da folha.

2
Ritidoma fissurado, fissuras
largas e profundas. Lenticelas
geralmente ausentes, quando
Bocageopsis multiflora. (Envira-
presentes, não confinadas nas
preta, envira-surucucu-folha-
fissuras. Árvores ou arvoretas.
miúda). Árvores. Lâmina
foliar assimétrica, face inferior
não glauca, esparsamente
coberta com pêlos adpressos e
esbranquiçados; acúmen apical Nervura central impressa na face
10-15 mm; 12-18 nervuras superior da folha.
secundárias. Freqüente. Platô,
92
vertente e capoeira. Norte da

Bocageopsis pleiosperma. Fusaea longifolia. (Envira-preta,


(Envira-preta). Árvores. Lâmina envira-surucucu). Árvore ou
foliar assimétrica; face inferior arvoreta. Face inferior da folha
glauca, densamente coberta subglabra; base aguda, às vezes
com pequenos pêlos adpressos e obtusa; 13-16 nervuras secundárias,
esbranquiçados; acúmen apical fortemente impressas na face
cerca de 5 mm; 11-14 nervuras superior; veia marginal presente
secundárias. Freqüente. Platô e e impressa na face superior.
vertente. Amazonas e Pará. Freqüente. Platô, vertente e baixio.
117 218 Norte da América do Sul.
ANNONACEAE
127

Duguetia surinamensis. Árvore. Duguetia megalocarpa. (Envira-


Face superior da folha glabra; face cajú). Árvore. Face superior da
inferior esparsamente recoberta folha brilhante, esparsamente
com escamas estreladas; base recoberta com pêlos estrelados
atenuada à aguda; 10-16 nervuras multiradiados; face inferior
secundárias. Ocasional. Platô e densamente recoberta com
vertente. Colômbia, Amazonia e pêlos estrelados multiradiados;
Guianas. base obtusa; 9-12 nervuras
secundárias. Ocasional.
Vertente. Amazonas e Pará.
140 297

Ephedranthus amazonicus. Guatteria meliodora. Árvore. Face


(Envira-dura, Envira-taia). inferior da lâmina esparsamente
Árvore. Face superior da coberta com pêlos adpressos e
folha glabra à subglabra; face brancos; base aguda, decurrente
inferior subglabra, opaca à em um pecíolo alado; nervura
verde-glauca; 10-15 nervuras mediana carenada na face inferior;
secundárias, impressas na face 15-25 nervuras secundárias
superior. Freqüente. Platô, fortemente proeminentes em
vertente e capoeira. Norte da ambos os lados. Rara. Baixio e
América do Sul. campinarana. Amazônia peruana e
297
Brasil. 261

Guatteria aff. decurrens.


Árvore. Face inferior da lâmina
densamente coberta com pêlos
adpressos e brancos; base obtusa,
longo-decurrente; 15-17 nervuras Guatteria guianensis.
secundárias. Rara. Baixio. Árvore. Face inferior
da lâmina densamemte
recoberta com pêlos
adpressos à eretos, brancos;
base obtusa, decurrente
173
em um pecíolo alado; 20-
30 nervuras secundárias,
impressas na face superior;
ANNONACEAE

veia marginal presente,


impressa. Rara. Vertente.
Guiana Francesa e Amazônia
brasileira.

303
128

Annona aff. excellens. Annona ambotay. (Envira-cajú,


(Envireira). Árvore. Ramos envira-taia). Árvore. Ramos jovens
jovens, face inferior da folha e recobertos por pêlos eretos e
marrons; face inferior e nervura
nervura central na face superior
central e secundárias na face
densamente recobertos por superior densamente recobertas
pêlos marrons e eretos; 10-16 por pêlos eretos e adpressos,
nervuras secundárias. Rara. marrons, simples ou estrelados;
Baixio. Amazônia peruana e 10-15 nervuras secundárias.
brasileira. Freqüente. Vertente, baixio e
campinarana. Norte da América
281 do Sul.
331

Domáceas axilares ausentes.

Annona spp. e Rollinia spp.


Árvores ou lianas. Lenticelas

3
alinhadas verticalmente,
Annona amazonica.
geralmente confinadas dentro
Árvore. Ramos jovens
de fissuras longitudinais.
glabros; face inferior da
folha glauca, esparsamente
Nervura central impressa na
recoberta por pêlos adpressos face superior da folha.
e esbranquiçados; 10-15
nervuras secundárias. Rara.
Baixio. Amazônia brasileira
(Amazonas e Pará).

125

Annona haematantha. Liana Rollinia insignis. (Biribá-bravo,


lenhosa. Nervuras em envira-bobó). Árvore. Nervuras
ambos os lados esparsamente central e secundárias do lado
superior cobertas com pêlos
cobertos por pêlos adpressos
brancos, às vezes glabro, face
e marrons; 10-12 nervuras inferior densamente, ou quase,
secundárias. Rara. Baixio. cobertos com pêlos eretos,
Guianas e arredores de marrons à brancos; 18-30
Manaus. nervuras secundárias. Ocasional.
Platô, vertente e capoeira.
Amazônia brasileira e peruana.
218
164
ANNONACEAE
129

Annona foetida. (Envira-ata, Annona impressivenia.


graviola-da-mata). Árvore. (Graviola-brava). Árvore.
Nervuras secundárias Nervuras secundárias pouco
conspícuas, 7-10. Freqüente. evidentes, 8-10. Rara.
Platô e vertente. Amazônia Campinarana. Guiana
brasileira e peruana. venezuelana a Amazônia
Central.

137 106

Domáceas axilares presentes.

Pseudoxandra aff. williamsii.


Arvoreta, 5-7 m. Face inferior da
folha esparsamente coberta com
pêlos adpressos e esbranquiçados,
principalmente sobre a nervura
central; base aguda a obtusa;
9-11 nervuras secundárias; veia
Geralmente arvoretas do marginal de 3-6mm da margem.

4
sub-bosque; nervura central Rara. Não localizada na Reserva,
proeminente na face superior da apesar de ocorrer nela. Espécie
folha; pêlos simples recobrindo nova não descrita.
ramos jovens, pecíolos e folhas,
ou ausentes.

Unonopsis guatterioides. Cymbopetalum euneurum.


(Envireira). Arvoreta, 4-7 m. Face (Envira). Arvoreta, 1-5 m. Face
inferior da lâmina esparsamente inferior da folha subglabra à
coberta com pêlos eretos e esparsamente coberta com pêlos
brancos, nervura central coberta adpressos e brancos; base aguda;
com pêlos eretos quando jovem; 14-16 nervuras secundárias
8-11 nervuras secundárias. impressas na face superior.
Ocasional. Vertente e baixio. Ocasional. Baixio. Amazônia
Amazônia brasileira e Guianas. Central brasileira.

247 183
ANNONACEAE
130

Duguetia flagellaris. (Ameju- Duguetia stelechantha. (Ata-


preto, caniceiro-preto). Arvoreta brava). Árvore até 20 m. Tronco
cespitosa. Espécie com à vezes com caroços, de onde
crescimento vegetativo através partem as inflorescências. Face
de flagelos que se estendem por inferior da folha densamente
alguns metros da planta mãe. Face coberta por escamas inteiras
inferior da folha esparsamente (as maiores) à estreladas (as
coberta com escamas estreladas; menores); base obtusa à aguda;
base aguda à atenuada; 10- 11-20 nervuras secundárias.
20 secundárias; veia marginal Freqüente. Vertente. Amazônia
presente. Ocasional. Platô e 160 Central.
vertente. Norte da América do Sul.
236

Duguetia pro parte e


Tetrameranthus spp.
Geralmente arvoretas do sub-
Duguetia ulei. (Envira).
Arvoreta. Face inferior da
folha esparsamente coberta
por escamas estreladas;
base obtusa a subcordada;
10-16 nervuras secundárias.
5 bosque; folhas alternas ou
espiraladas; nervura central
impressa na face superior da
folha; pêlos estrelados ou
escamas estreladas nas partes
vegetativas.
Ocasional. Baixio.
Amazônia Central Brasileira.

Folhas dísticas, escamas estreladas


presentes na face inferior da folha, às
vezes associadas com pêlos estrelados.

266

Duguetia riparia. (Envira-preta).


Arvoreta. Face inferior da folha
esparsamente coberta com pêlos
estrelados e escamas estreladas;
base obtusa; 9-17 nervuras
secundárias. Rara. Baixio. Norte
da América do Sul. Duguetia calycina. (Envira).
Arvoreta. Face inferior da folha
esparsamente recoberta por
escamas estreladas; base obtusa,
282 às vezes aguda; 8-14 nervuras
secundárias. Rara. Platô.
Venezuela, Brasil (Amazonas e
ANNONACEAE

Mato Grosso) e Guianas.

213
131

Duguetia arenicola. Arvoreta. Duguetia trunciflora. Árvore


Face inferior da folha até 20 m. Face inferior da
esparsamente coberta por pêlos folha esparsamente coberta
estrelados e escamas estreladas; por escamas estreladas; base
base aguda; 7-10 nervuras obtusa a aguda; 10-20 nervuras
secundárias. Rara. Campinarana. secundárias. Ocasional. Todos
Arredores de Manaus. os ambientes, inclusive áreas
alteradas. Amazônia peruana e
brasileira, e Guiana Francesa.
82
266

Folhas dísticas, somente pêlos estrelados


na face inferior da folha.

Duguetia pycnastera. (Envira-


preta). Arvoreta. Folhas buladas;
face superior glabra, mas nervura
central e base das nervuras
Folhas arranjadas em espiral, somente secundárias densamente
pêlos estrelados na face inferior da cobertas com pêlos simples
folha. e estrelados; face inferior
esparsamente coberta com
pêlos estrelados; 7-13 nervuras
secundárias. Ocasional. Vertente
190
e baixio. Guianas e Amazonas.

Tetrameranthus duckei. Árvore.


Duguetia asterotricha.
Folha subglabra ou esparsamente
(Envira-surucucu-da-mata).
coberta com pêlos estrelados em
Arvoreta. Face inferior da folha
ambos os lados; base aguda;
esparsamente coberta por pêlos
10-12 nervuras secundárias.
estrelados; 12-18 nervuras
Freqüente. Campinarana.
secundárias. Rara. Platô.
Amazônia colombiana,
Amazônia brasileira e peruana.
venezuelana e brasileira
(particularmente comum na
região de Manaus). 219
136
ANNONACEAE
132

Guatteriopsis blepharophylla. Guatteriopsis hispida. (Envireira).


(Envireira). Arvoreta do sub- Arvoreta. Ramos jovens e pecíolos
bosque. Ramos jovens e pecíolos densamente cobertos por longos
densamente cobertos com pêlos pêlos marrons (até 2mm comp.),
adpressos e castanhos, glabros patentes e persistentes; face inferior
com o tempo; face inferior da folha da folha densamente coberta com
com o mesmo indumento; base longos pêlos patentes e marrons;
estreitamente aguda, decurrente; base obtusa a aguda; 10-16
secundárias. Ocasional. Transição
16-23 secundárias. Ocasional.
entre Campinarana e vertente.
Platô e vertente. Amazônia
272 231 Amazônia brasileira.
venezuelana e brasileira.

Tronco não lenticelado.

Guatteriopsis friesiana.
Arvoreta do sub-bosque.
Ramos jovens e pecíolos
densamente cobertos com
Geralmente arvoretas do

6
indumento velutino de
pequenos pêlos eretos, sub-bosque; nervura central
marrom-escuros e persistentes; impressa na face superior; pêlos
face inferior da folha com simples recobrindo as partes
pêlos adpressos e marrons; vegetativas.
base largamente cordada;
10-20 nervuras secundárias
obscuras. Rara. Platô e
vertente. Amazônia Brasileira.
Tronco lenticelado.

224

Anaxagorea manausensis. Guatteria megalophylla. (Envira-


Árvore até 10 m. Face inferior preta). Árvore. Face superior da
da folha esparsamente cobertos folha glabra; inferior subglabra;
com pêlos eretos à glabra; base base aguda, decurrente; 15-20
obtusa à aguda, levemente nervuras secundárias, fortemente
decurrente; 8-14 nervuras impressas na face superior; veia
secundárias, fortemente marginal presente. Freqüente.
impressas na face superior. Baixio. Norte da América do Sul.
Freqüente. Baixio. Amazônia
138 brasileira e Peru. 299
ANNONACEAE
133

Anaxagorea phaeocarpa. Árvore


até 20 m. Face inferior da folha
esparsamente coberta com pêlos
eretos à glabra; base aguda à
arredondada; 10-12 nervuras
Anaxagorea brevipes. Árvore
secundárias; veia marginal
até 10 m. Face inferior da
presente. Ocasional. Baixio.
folha subglabra; base aguda
Sul da América Central e Norte
a arredondada; 7-15 nervuras
da América do Sul.
secundárias. Ocasional. Baixio.
Norte da América do Sul.

256 163

Malmea manausensis. (Envira-


preta, envireira). Arvoreta do
sub-bosque. Face inferior da
folha esparsamente cobertos com
pêlos adpressos; base aguda;
10-15 nervuras secundárias,
proeminentes na face superior,
formando quase um ângulo reto
com a nervura central. Rara.
Platô e vertente. Arredores de
149
Manaus.

Guatteria sp. 2. (Envireira). Árvore. Pseudoxandra coriacea. (Envira-


Face superior da folha pilosa sobre preta, envira-roxa). Árvore,
as nervuras primárias e secundárias; 6-25 m. Folhas coriáceas.
inferior esparsamente a densamente Face inferior da folha glabra;
cobertos por pêlos adpressos e base obtusa, margem revoluta;
marrons, principalmente entre nervuras secundárias obscuras
as nervuras; base aguda; 10-12 e não contáveis; veia marginal
nervuras secundárias. Ocasional. obscura, muito próxima a margem.
Platô. Ocasional. Platô, vertente e
baixio. Amazônia venezuelana e
126 199
brasileira.
ANNONACEAE
134

Diclinanona calycina. (Envireira). Guatteria citriodora. (Envira-


Árvore. Face superior da folha amarela). Árvores. Face superior
brilhante, coberta com pêlos da folha glabra, inferior densamente
eretos e marrons à glabra, inferior coberta por pêlos eretos e marrom-
esparsamente à densamente escuros (em grupos de 2-4,
coberta com pêlos adpressos e parecendo estrelados); base aguda,
brancos, principalmente sobre a margens freqüentemente revolutas;
venação; base aguda, decurrente; 15-17 nervuras secundárias,
14-18 nervuras secundárias. obscuras. Rara. Platô e vertente.
Todos os ambientes. Amazônia 114 Amazônia brasileira e Guiana
213 venezuelana e brasileira, Peru. Francesa.

Guatteria pro parte e

7
Diclinanona spp. Árvores;
nervura central impressa na face
Guatteria discolor. (Envira-preta, superior da folha; pêlos simples
Envira-rolinha). Árvore. Face recobrindo as partes vegetativas.
superior da folha verde-escuro e
pálida, densamente coberta com
pêlos marrons, adpressos e eretos,
inferior marrom, densamente
coberta com pêlos eretos e
marrom-avermelhados; base aguda,
decurrente; 15-25 secundárias.
Freqüente. Todos os ambientes,
221 exceto baixio. Amazônia brasileira.

Guatteria foliosa. (Envireira). Guatteria scytophylla. (Envira-


Árvore. Nervuras (menos central) preta). Árvores. Face superior
proeminentes em ambas as faces, da folha logo tornado-se
face superior verde-brilhante, subglabra, inferior densamente
subglabra, inferior verde-pálido, coberta por pêlos adpressos
esparsamente cobertas por pêlos e branco-esverdeados, dando
adpressos e brancos; base obtusa, um aspecto prateado; base
abruptamente decurrente; 10-13 aguda a obtusa, decurrente;
nervuras secundárias. Freqüente.
12-16 nervuras secundárias.
Platô e capoeira. Amazônia
Freqüente. Todos ambientes,
brasileira e boliviana, Guyana.
exceto baixio. Amazônia
121 147
Brasileira.
135

Guatteria sp. 1. Árvore. Face


superior da folha glabra,
Guatteria olivacea. (Envira- inferior subglabra; base aguda;
bobó, envira-fofa). Árvore. Face 10-13 nervuras secundárias.
superior da folha glabra, inferior Rara. Vertente e campinarana.
esparsamente coberta com
pequenos pêlos adpressos; base
aguda, longo-decorrente; 15-20
nervuras secundárias, impressas
na face superior. Freqüente.
Todos os ambientes. Amazônia
brasileira. 190

Guatteria sp. 3. Árvores. Face


superior da folha brilhante e
glabra, inferior esparsamente
coberta com pêlos adpressos e
castanhos; base aguda a obtusa;
15-17 nervuras secundárias,
inconspícuas; nervura central
achatada na face superior,
carenada na face inferior. Rara.
Vertente. 197

DICA DE CAMPO
Duguetia surinamensis apresenta os maiores
frutos encontrados entre as Annonaceae da
Guatteria aff. procera. (Envira- Reserva. Duram bastante tempo no solo ao
preta). Face superior da folha lado da planta-mãe.
densamente a esparsamente
coberta por pêlos adpressos
e marrons, densamente sobre
a nervura central, inferior
densamente coberta por pêlos
adpressos e castanhos, base
ANNONACEAE

aguda a obtusa; 10-15 nervuras


secundárias. Rara. Vertente.

142
Duguetia surinamensis
136
Myristicaceae
Na Reserva ocorrem 4 gêneros e 24
Família com 18 gêneros e aproximadamente
espécies, sendo Iryanthera o mais diverso com
400 espécies, distribuídos nas regiões tropicais
12 espécies, Virola com 11 e Compsoneura e
e subtropicais do mundo - Ásia, Madagáscar,
Osteophloeum representados por apenas uma
África e América do Sul e Central. Cinco
espécie.
gêneros são endêmicos na América,
totalizando cerca de 80 espécies: Virola (40 É fácil reconhecer a família no campo.
spp.), Iryanthera (23 spp.), Compsoneura (12 São principalmente árvores medianas,
spp.), Osteophloeum (1 spp.) e Otoba (7 mas também arbustos, arvoretas e árvores
spp.). O gênero de mais ampla distribuição de dossel; os galhos são plagiotrópicos
geográfica, Virola, concentra o maior número (horizontais) e subverticilados no tronco com
de espécies na bacia amazônica, estendendo- internós bem definidos; as folhas são alternas,
se ao norte até o Sul do México e Antilhas dísticas, coriáceas, inteiras, sem estípulas
Menores, e ao sul até o Rio Grande do Sul. e com pecíolo fortemente canaliculado; a
casca interna exsuda uma seiva avermelhada,
ou que em contato com o ar oxida para
vermelho (exceto Osteophloeum), geralmente
abundante e translúcida. Os gêneros podem
ser reconhecidos por caracteres vegetativos
com base no padrão de venação, tipo e
densidade do indumento e na forma do
ápice e da base das folhas. No entanto, as
diferenças vegetativas entre algumas espécies
proximamente relacionadas, especialmente de
Iryanthera, são fracas e inconsistentes, sendo
possível distingui-las apenas por caracteres
Compsoneura ulei reprodutivos.
Nada se sabe sobre a polinização de
espécies neotropicais de Myristicaceae. A
"noz-moscada" (Myristica fragrans Houtt.),
de origem asiática, é polinizada por besouros
pequenos (Anthicidae), ativos durante a noite,
atraídos pelo forte odor das flores e tendo
como recompensa apenas o pólen de flores
masculinas. A dispersão é endozoocórica por
macacos, como Ateles belzebuth e A. paniscus,
e por aves, como tucanos e cotingas, frugívoros
especializados, atraídos pelo arilo, geralmente
Virola mollissima vermelho e rico em lipídios, que envolve a
semente.
As espécies de Virola são conhecidas
popularmente na Amazônia pelo nome de
"ucuuba" e entre os ameríndios por "paricá"
ou "epena", enquanto "ucuubarana" e "ucuuba-
MYRISTICACEAE

puña" são os vernáculos aplicados às espécies


de Iryanthera e Osteophloeum. "Paricá" ou
"Kawabó" é o nome dado ao rapé preparado
com tabaco e a resina de Virola theiodora e V.
calophylla, narcótico utilizado por várias tribos
da Região Amazônica. Além disso, preparados
Virola theiodora
de folhas, casca e resina de algumas espécies
137
são usados pelos índios como veneno para sebifera, contêm "miristina", substância graxa
flecha e no tratamento de diversas infecções conhecida por "sebo-de-ucuuba", utilizada no
de pele. Em função disso, a farmacologia passado para a confecção de velas e sabonetes.
de algumas espécies foi bem estudada e os A madeira de ucuuba, especialmente da
compostos químicos responsáveis pelos ucuuba-da-várzea (V. surinamensis), foi
efeitos medicinais e tóxicos são conhecidos. intensamente explorada, principalmente para
As sementes de algumas espécies, como Virola a produção de compensados.

Rodrigues, W. A. 1980. Revisão Taxonômica das Espécies de Virola Aublet (Myristicaceae)


do Brasil. Tese. UNICAMP.
Van Roosmalen, M. et al. 1996. Frutos da Floresta Amazônica. Parte I: Myristicaceae.

FLORES

As flores de Myristicaceae são unissexuais e geralmente muito pequenas. A maioria das espécies é dióica,
mas monoicia é conhecida em Iryanthera. As inflorescências masculinas variam de panículas com
muitas flores em Virola, freqüentemente com pubescência ferrugínea, a racemos com poucas flores em
Iryanthera, enquanto as femininas têm geralmente poucas flores em ambos os gêneros. As flores têm 3
tépalas, raramente 5, amarelas, brancas ou esverdeadas. Flores masculinas têm de 3 a 12 estames, que
são unidos nos filetes, formando uma coluna. As anteras são livres ou soldadas e abrem por uma fenda
longitudinal. As flores femininas têm gineceu com ovário súpero, estilete curto e estigma geralmente
bífido ou lobado. Flores de Virola não possuem bractéolas na base, as de Iryanthera e Osteophloeum
são bracteoladas.

Iryanthera laevis Iryanthera lancifolia

Virola venosa

Virola theiodora Virola theiodora


MYRISTICACEAE

Virola mollissima Virola theiodora Virola venosa


138
FRUTOS
Drupa lenhosa ou coriácea, deiscente em duas valvas ou menos freqüentemente em uma, que expõem
uma única semente grande, ruminada, envolta por um arilo vistoso, geralmente vermelho e carnoso.

Virola e Compsoneura Iryanthera e Osteophloeum


Cápsula e semente elipsóides a ovóides e Cápsula e semente transversalmente elipsóides
subglobosas com sutura longitudinal geralmente a globosas ou subglobosas, em geral com sutura
lisa a levemente carenada ou impressa. longitudinal distintamente carenada.

Cápsula essencialmente glabra, Cápsula de base estipitada e ápice


verde ou amarela apiculado, geralmente glabra
Iryanthera sagotiana
Iryanthera laevis
Iryanthera paraensis
Iryanthera ulei
Virola michelii
Virola pavonis

Osteophloeum
Compsoneura ulei platyspermum *

Iryanthera ulei
Cápsula nitidamente coberta por
pêlos ferrugíneos

Virola multicostata
Virola guggenheimii

Iryanthera ulei

Cápsula de base e ápice arredondados a


obtusos, geralmente glabra
Virola mollissima Virola
multinervia Iryanthera lancifolia
Iryanthera elliptica
Iryanthera paradoxa
Iryanthera polyneura
Cápsula inicialmente coberta por tomento
fino, ferrugíneo, caduco
Virola caducifolia
Virola calophylla
Virola sebifera

Iryanthera Iryanthera
macrophylla * juruensis *
MYRISTICACEAE

Cápsula às vezes finamente tomentosa

Iryanthera coriacea
Iryanthera polyneura

* Desenhos reproduzidos de Van Roosmalen, M.


Virola venosa
et al. 1996
139
Seiva vermelha ou avermelhada depois de oxidada. Ápice da folha acuminado.

Nervuras terciárias subparalelas entre si


e subperpendiculares à nervura central

1
Compsoneura spp. - Venação terciária percurrente
(escalariforme), aparece também em Virola, porém as
nervuras são nitidamente oblíquas, não perpendiculares.

Nervuras terciárias obscuras, reticuladas ou percurrente-oblíquas,


mas não perpendiculares à nervura central

Iryanthera spp. - Folhas glabras ou

3
aparentemente glabras (rugosas, diminutamente
papilosas e/ou com pêlos diminutos, simples ou
bi-ramificados). Nervura central proeminente
na face superior. Venação broquidódroma,
com nervuras secundárias unidas "distantes" da
margem da folha (ca. 3 mm). Venação terciária
geralmente obscura.
Iryanthera Virola Virola
ulei sebifera pavonis

Virola spp. - Ramos terminais, pecíolos e/ou face inferior das folhas claramente pubescentes

4
(pêlos estrelados ou dendróides, muito evidentes sobre a venação). Algumas espécies possuem
folhas aparentemente glabras (pêlos séssil-estrelados diminutos), mas podem ser diferenciadas
de Iryanthera pela nervura central impressa ou plana na face superior, as secundárias unindo-se
junto à margem da folha (ca. 1 mm) ou livres (venação eucampdódroma) e venação terciária
bem evidente.

Reconhecendo os gêneros pelo ritidoma

Dois padrões de casca foram observados entre as


espécies. Em Virola o ritidoma é claro, geralmente
acinzentado, com estrias verticais mais escuras, bem
definidas e pouco profundas. Em Iryanthera o ritidoma
é marrom, geralmente avermelhado, e desprende em
placas, podendo ser fissurado ou não.
Iryanthera lancifolia Virola sebifera

Seiva creme a levemente alaranjada, branco-leitosa depois de oxidada,


nunca vermelha. Ápice da folha arredondado a emarginado, raramente
cuspidado e base gradualmente atenuada e revoluta.
MYRISTICACEAE

Osteophloeum (gênero monotípico) - Folhas aparentemente


glabras, mas com tricomas séssil-estrelados diminutos

2
como em algumas espécies de Virola (visíveis apenas com
lupa de grande aumento). As folhas quando secas são
brilhantes na face superior. O pecíolo é muito mais longo
comparativamente aos demais gêneros, uma característica
também de Otoba, gênero não encontrado na Reserva.
140
DICA DE CAMPO
Os caracteres utilizados para separar os gêneros
podem apresentar maior variação, e não serem
consistentes quando incluídas espécies de outras
áreas geográficas. Em Iryanthera a distinção entre
algumas espécies é muito difícil e os caracteres
vegetativos utilizados para separá-las podem não
ter validade entre populações de outras áreas
geográficas. Em função da grande semelhança
entre essas espécies, é necessário em muitos casos
comparar atentamente os caracteres apresentados
no texto de cada uma para confirmar uma Compsoneura ulei. Árvore
identificação. pequena (3-7 m). Folhas, ramos
e pecíolo glabros. Nervuras
secundárias ca. 8 pares.
Venação predominantemente
RAÍZES ESCORAS eucampdódroma. Folhas
Em geral juntamente com raízes adventícias, esse cartáceas, de 5-24 x 2-10 cm.
tipo de base do tronco foi observado em duas Ocasional. Platô e vertente.
espécies: Virola pavonis e Iryanthera ulei. Ambas Amazônia e Guianas.
ocorrem apenas em baixio. Na primeira é freqüente
173
a presença de raízes assim, mas foram observados
indivíduos de grande porte apresentando apenas
sapopemas. I. ulei são árvores geralmente de
pequeno porte e por isso as raízes escoras, quando
presentes, são pequenas e pouco desenvolvidas.

1
Compsoneura - Nervuras
terciárias sub-paralelas e
sub-perpendiculares
à nervura central.

Seiva não oxidando para

2
vermelho. Folhas de ápice
arredondado, emarginado ou
curtamente cuspidado, de base
atenuada e revoluta.
Virola pavonis

•(Ucuuba-chico-de-assis).
Osteophloeum platyspermum.
Árvore
mediana. Nervuras secundárias
5-16 pares, planas em ambas as
• Em Osteophloeum o
faces ou impressas na superior. A
ápice da folha pode ser central impressa na superior.
curtamente cuspidado, Venação predominantemente
especialmente em folhas eucampdódroma. Folhas 8-26
jovens ou em folhas de x2-9 cm. Freqüente. Platô,
rebrotos nascidos na base vertente e baixio. Panamá e
151 Norte da América do Sul.
do tronco. No entanto, é
possível reconhecer a
espécie pela combinação
MYRISTICACEAE

dos seguintes do ápice, da


cor da seiva, que não é
vermelha com as demais
espécies da família e pela
base revoluta da folha.

237
141

Iryanthera polyneura. Árvore Iryanthera sagotiana. (Ucuubarana-


mediana. Folhas (15-20 x 6-10 vermelha). Folhas
cm) com mais de 28 pares de (5-11 x 2,5-4,5 cm) não pontuadas
nervuras secundárias, retas e e fosca (seco) na face superior.
paralelas. Ramos, pecíolo e face Nervuras secundárias pouco
inferior com pubescência rala e evidentes e planas em ambas
caduca. Pecíolo de 2-4 mm em as faces. Maior lagura da folha 105
diâmetro. Ocasional. Platô e na metade superior. Pecíolo
Vertente. Peru, Colômbia e Brasil delgado. Ramos terminais glabros e
(Amazonas e Pará). lenticelados. Rara. Vertente e platô.
326
Amazônia, de Manaus ao Leste,
freqüente no Pará.

Sempre mais de 20 pares de nervuras


secundárias. O arco de união entre elas
bem evidente.

Iryanthera spp. Folhas adultas

3
glabras ou quase. Nervura central
proeminente em ambas as faces.
Nervuras secundárias unidas
distantes da margem (ca. 3 mm)
Iryanthera laevis. (Ucuuba-
fedorenta). Árvore mediana ou
Nervuras secundárias (8-21 pares) de dossel. Folhas (5-17 x 2-7
obscuras, planas ou impressas em cm) não pontuadas e brilhantes
ambas as faces (arco pouco evidente). (seco) na face superior. Nervuras
secundárias pouco evidentes
e planas em ambas as faces.
Na próxima página - nervuras Maior largura da folha na porção
secundárias (10-21 pares), nitidamente mediana. Pecíolo delgado.
proeminentes na face inferior e Ramos terminais glabros e
lenticelados. Freqüente. Platô e
distintamente anastomosadas. vertente. Amazônia, de Manaus
138
ao Oeste.
Iryanthera juruensis. Árvore mediana. Iryanthera elliptica. (Ucuuba-puña).
Essa espécie está incluída também em Árvore pequena ou de dossel. Folhas
outro sub-grupo (próxima pg.). Na (6-20 x 3-8 cm) pontuadas na face
forma aqui representada as nervuras superior, com nervuras secundárias
secundárias podem ser pouco evidentes distintas, mas planas ou impressas na
na região onde se unem junto à inferior. Base obtusa a arredondada.
margem. Face inferior minutamente Pecíolo delgado. Ramos terminais
pontuada. Base aguda ou atenuada. circulares, cobertos por pêlos
Ramos terminais circulares, com pêlos adpressos ferruginosos e persistentes.
adpressos, ferrugíneos e persistentes. Freqüente. Platô. Amazônia
Todos os ambientes. Freqüente. Norte Ocidental e Central.
da América do Sul. 204 110
MYRISTICACEAE
142

Iryanthera juruensis. (Lacre- Iryanthera ulei. (Ucuuba-branca)


da-mata). Arvoreta à àrvore Arvoretas ou árvores até 25 m.
mediana. Folhas (10-20 x 3-8 cm) Em geral com raízes suporte e
diminutamente pontuadas na face adventícias na base. Folhas grande
superior com nervuras secundárias e largas (15-30 x 4-10 cm) de base
proeminentes na inferior. Base aguda arredondada a obtusa e margem
ou atenuada. Ramos terminais revoluta. Ramos terminais glabros
circulares, cobertos por pêlos ou quase, circulares a levemente
adpressos ferruginosos, circulares angulosos. Nervuras secundárias
e persistentes. Vertente, platô, (12-20 pares) impressas na face
campinarana e capoeira. Freqüente. superior. Freqüente. Baixio. Norte
204 Panamá, Amazônia e Guianas. da América do Sul.
172

Ramos terminais sub-cilíndricos,


delgados, em geral cobertos por pêlos
adpressos ferrugíneos.

Continuação da página anterior.


Iryanthera lancifolia. Arvoretas ou
árvores até 20 m. Folhas (13-30 x
4-10 cm) de base obtusa a aguda e
margem recurvada, com 12-18 pares
de nervuras secundárias finamente
impressas na face superior, na inferior
tornando-se menos evidente em Ramos terminais angulosos a
direção à margem, como em quadrangulares, grossos, glabros ou com
I. juruensis. Ramos terminais pêlos isolados.
grossos (> 3 mm), glabros. Nervuras
intersecundárias ausentes ou pouco
295
evidentes na face inferior. Baixio e
platô. Amazônia.
Iryanthera macrophylla. (Ucuuba- Iryanthera paradoxa. Árvores
vermelha). Árvores de 3-12 m de até ca. 15 m. Folhas grandes
altura. Folhas grandes (17-35 cm (15-30 x 4-9 cm), de base aguda
x 5-10 cm) de base arredondada a obtusa, com 13-22 pares de
a obtusa, com 14-20 pares de nervuras secundárias impressas ou
nervuras secundárias proeminentes proeminentes num sulco, na face
na face superior. Ramos terminais superior. Ramos terminais grossos
grossos (ca. 5 mm) e glabros. (> 4 mm), glabros. Nervuras
Nervuras intersecundárias ausentes
intersecundárias evidentes na
ou pouco evidentes na face inferior.
face inferior. Ocasional. Baixio.
Freqüente. Baixio, vertente e
capoeiras. Amazônia e Guianas. Amazônia Ocidental e Central.
295 282
MYRISTICACEAE
143

Iryanthera paraensis. Arvoreta a Virola pavonis. (Ucuuba-do-


árvore pequena. Folhas (8-19 x baixio). Árvore de dossel. Tronco
3-4 cm) com (15)-24 pares de
com raízes escoras, adventícias
nervuras secundárias arqueadas.
Lâmina glabra e ramos finamente e/ou sapopemas na base. Ramos
pubérulos. Pecíolo delgado +/- quadrangulares. Nervuras
(1-2 mm). Muito parecida com I. secundárias planas em ambas
ulei, porém folha elíptica estreita, de as faces. Nervuras terciárias
base atenuada e nervuras secundárias percurrentes-oblíquas, porém
com múltiplos laços de união junto
pouco evidentes. Freqüente.
à margem. Ocasional. Vertente. 185
Guianas e Bacia Amazônica. Baixio. Bacia Amazônica e
Guianas. 137

Folhas aparentemente glabras com


até 28 pares de nervuras secundárias
irregularmente espaçadas (2 ou menos
por cm). Folhas não discolores.

Virola spp. Ramos, pecíolo


e/ou face inferior das folhas

4 pubescentes. Quando +/- glabros,


então nervura principal impressa
na face superior. Nervuras livres,
ou unidas junto a margem
(ca. 1 mm), ou > 35 pares.
Virola michelii. (Ucuuba-preta).
Árvore de dossel. Parte mais
larga da folha na parte apical.
Nervura central impressa na face
superior, as secundárias planas.
Próxima página - folhas nitidamente Reticulação pouco evidente em
pubescentes ou fortemente discolores. Se ambas as faces. Quando secas
glabras, então nervuras secundárias retas folhas opacas na face superior.
e paralelas, densamente distribuídas e Ocasional. Platô. Amazônia
em geral acima de 35 pares. Central e Oriental e Guianas. 139

Iryanthera coriacea. (Ucuuba- Virola venosa. (Ucuuba-branca).


puña). Árvores até 20 m de Árvore em geral de pequeno
altura. Folhas (12-20 cm) de base porte. Folhas elípticas. Nervuras
arredondada a obtusa, com 13-16 central e secundárias impressa
pares de nervuras secundárias na face superior. Reticulação
e terciárias impressas na face muito evidente em ambas as
superior. Nervuras intersecundárias faces. Quando secas brilhantes
desenvolvidas e bem evidentes na face superior. Freqüente.
na face inferior. Folhas secas
Platô, vertente, campinarana e
amareladas na inferior. Freqüente.
capoeira. Amazônia Norte e
Vertente, campinarana e capoeira.
Guianas e Amazônia brasileira e Guianas.
236 128
peruana.
MYRISTICACEAE
144

Virola multinervia. (Ucuuba- Virola caducifolia. (Ucuuba-peluda).


vermelha). Árvore de dossel. Árvore de dossel. Folhas em geral
Folhas coriáceas em geral > 40 > 40 cm de comprimento (de 10-42),
cm de comprimento (de 25-45 esbranquiçadas na face inferior (pêlos
), com pêlos eretos ramificados séssil-estrelados), com pontuações
e ferrugíneos na face inferior. amarelas (pêlos eretos ramificados,
Nervura mediana pubescente que recobrem a venação, o pecíolo,
na face superior, secundárias de os ramos e às vezes a nervura central).
39-60 pares. Pecíolo espesso (4-5 Folhas caducas na floração. Nervuras
mm em diâmetro). Freqüente. secundárias de 48-69 pares. Pecíolo
Vertente. Amazônia Central e espesso (3-6 mm em diâmetro). Platô.
Ocidental. Peru e Brasil (Amazonas).
280 480

Virola minutiflora. Árvore


Continuação da página anterior.
mediana. Folhas cartáceas
< 30 cm de comprimento,
densamente revestida por pêlos
eretos ramificados, ferrugíneos,
presente nos ramos, pecíolo e
também na nervura mediana
na face superior. Secundárias < Nervuras secundárias retas e próximas
25 pares. Pecíolo 2-3 mm em (2-3 ou mais por cm), nitidamente unidas
diâmetro. Rara. Vertente. junto a margem da folha (venação
broquidódroma). Folhas concolores (exc.
V. caducifolia).
186

Virola guggenheimii. Árvore Virola multicostata. (Ucuuba-


de dossel. Folhas coriáceas em da-terra-firme). Árvore de dossel.
geral < 30 cm de comprimento Folhas coriáceas em geral < 30
(de 5-25), densamente revestida cm de comprimento (de 5-28),
de pêlos ferrugíneos (dendríticos- glabras em ambas as faces, o que
ramificados) na face inferior, a distíngue das demais espécies do
esparsos na superior. Nervuras sub-grupo. Nervuras secundárias
secundárias de 24-58 pares. de 20-60 pares. Pecíolo de 2-4
Pecíolo delgado (2-3 mm em mm em diâmetro. Rara. Platô
diâmetro). Rara. Platô. Amazônia e vertente. Amazônia Central e
175 Central e Oriental. Ocidental.
175
MYRISTICACEAE
145
• Nessas três espécies, a face inferior das folhas é
esbranquiçada em função de uma densa cobertura de
pêlos brancos, que escondem as nervuras terciárias
formando um denso emaranhado. É difícil ver a forma
dos pêlos, mesmo com uma lupa de bolso. Dispersos
no meio desse indumento branco compacto ocorrem
pêlos ferrugíneos, formando pontuações, que são
mais evidentes sobre as nervuras secundárias.

Virola mollissima. Árvore mediana.


Detalhe do indumento Nervuras terciárias proeminentes na face
esbranquiçado em Virola inferior. Ramos e folhas cobertos por
calophylla cf. calophylloidea pêlos eretos ramificados, ferrugíneos
(ca. 15 x de aumento). Os e persistentes. Nervuras secundárias
pêlos ferrugíneos são mais de 15-30 pares. Pecíolos 3-8 mm
em diâmetro. Base da folha cordada.
evidentes sobre as nervuras
Odor desagradável no tronco e folhas
secundárias (ver canto superior (persistente quando seco). Freqüente.
direito da imagem). Vertente, campinarana e capoeira.
Amazônia Central e Ocidental.
262

Nervuras secundárias arqueadas e


espaçadas (2 ou menos por cm), não
claramente unidas na margem (venação
eucampdódroma). Folhas fortemente
esbranquiçadas na face inferior. • Virola theiodora. (Paricá).
Arvoretas à árvores de dossel.
Indumento esbranquiçado não
pontuado por pêlos ferrugíneos,
denso em folhas novas, glabrescente.
Pecíolo delgado (1-2 mm em
diâmetro). Folhas cartáceas de base
obtusa a subcordada e abruptamente
aguda, para onde convergem os
pares basais de nervuras secundárias
(9-20 pares). Freqüente. Todos os
153

• Virola calophylla var. calophylla.


(Ucuuba-vermelha). Árvore mediana.
• Virola calophylla
var. calophylloidea. Árvore
Indumento esbranquiçado da face mediana. Tem os mesmos
inferior salpicados de pontuações caracteres da variedade
ferrugíneas (pêlos dendríticos calophylla, mas difere,
ramificados). Pecíolos de 1,5-5,5 vegetativamente, na base da
mm em diâmetro. Folhas coriáceas folha que é em geral obtusa
em geral cordadas na base, o ou arredondada e raramente
que a distíngue da variedade
sub-cordada. Platô e vertente.
calophylloidea. Nervuras secundárias
Amazônia Central e Ocidental, e
8-27 pares. Freqüente. Platô, vertente e
264 Guianas. 194
MYRISTICACEAE
146
Siparunaceae e Monimiaceae
As duas famílias foram recentemente monóicas ou dióicas. Os frutos são encobertos
separadas. Monimiaceae sempre foi pelo receptáculo carnoso e quando maduros
considerada heterogênea, e estudos atuais rompem-se irregularmente (com exceção de S.
apontam para a segregação de certos gêneros glycycarpa, que é indeiscente), expondo drupas
no nível de família, como o gênero Siparuna semelhantes a sementes, com arilo vermelho
para Siparunaceae. São tratadas juntas neste ou alaranjado rico em lipídios.
guia por serem vegetativamente semelhantes. As flores de Siparuna são polinizadas por
Estão representadas na Reserva pelos gêneros moscas de hábito noturno, que visitam as flores
Siparuna e Mollinedia. para acasalamento e oviposição.
Monimiaceae é predominantemente
pantropical com aproximadamente 194
espécies em ca. 22 gêneros, com a mesma
distribuição de Siparunaceae na região
neotropical. Na Amazônia ocorre somente o
gênero Mollinedia, com uma espécie dióica,
M. ovata registrada na Reserva. No campo
a família é identificada através das mesmas
características usadas para Siparunaceae.
Mollinedia ovata tem folhas
subcoriáceas, venação broquidódroma e
poucas secundárias. As flores são como em
Siparuna guianensis
Siparunaceae, o receptáculo apresentando a
Siparunaceae é neotropical e contém margem sinuosa. Os frutos são drupas sésseis
aproximadamente 70 espécies em 2 gêneros ou estipitadas (semelhantes aos de Guatteria,
(apenas um gênero mono-específico na Annonaceae) ou como em Siparunaceae, mas
África Ocidental, Glossocalyx), distribuídas raramente com arilo alaranjado.
desde o México e o Caribe até o Paraguai
e Argentina. Somente Siparuna ocorre na
Amazônia brasileira, estando representada na
Reserva por nove espécies de hábito arbóreo
ou arbustivo.
O reconhecimento da família no
campo é fácil: a lâmina foliar tem pontuações
translúcidas e a planta tem um odor cítrico,
SIPARUNACEAE E MONIMIACEAE

agradável ou fétido (de onde vem o nome


indígena caá-pitiú, ou planta com cheiro
ruim), devido à grande concentração de óleos
essenciais. As folhas são geralmente elípticas
(S. monogyna tem folha obovada), decussadas,
verticiladas ou opostas, simples, inteiras a
denteadas ou serreadas, sem estípulas, com
pecíolo variável. Os ramos são cilíndricos com
nós achatados. Algumas espécies são glabras e
outras apresentam vários tipos de pubescência
nas folhas e ramos, de pêlos simples, estrelados
ou escamosos.
A inflorescência é axilar ou cauliflora,
cimosa ou fasciculada. As flores são
actinomorfas e unissexuais, sendo as plantas Siparuna reginae
147
As flores de Monimiaceae são ovata é usada por tribos indígenas para tratar
polinizadas por moscas e pequenos besouros, febres, dores de cabeça ou problemas de
e os frutos provavelmente são dispersados por estômago. Os índios Yanomami utilizam
aves. certas espécies no tratamento de malária
A madeira de algumas espécies é usada e febres. Siparuna decipiens pode causar
em construções, na obtenção de essências e na irritações na pele.
medicina popular. No Equador, Mollinedia
Renner, S.S. & Hausner, G. 1997. Siparunaceae, Monimiaceae. In G. Harling & L. Anderson
(eds.) Flora of Ecuador 59:1-125.
Renner, S.S. et al. 1997. Phylogenetic Position and Floral Function of Siparuna
(Siparunaceae:Laurales). Int. J. Plant Sci. 158 (6 Suppl.): 89-98.

FLORES E FRUTOS

Siparuna monogyna

SIPARUNACEAE E MONIMIACEAE

Siparuna cuspidata Siparuna cristata Siparuna decipiens Siparuna guianensis

E
Siparuna reginae Siparuna sarmentosa Mollinedia ovata
148

Siparuna poeppigii. Arvoreta. Siparuna guianensis. (Caá-


Ritidoma marrom-esverdeado, pitiú). Arvoreta ou arbusto.
lenticelado. Ramos lisos. Folhas Ritidoma marrom-acinzentado,
oblongas, estreitas. Venação estriado ou com lenticelas.
levemente broquidódroma com Ramos lisos. Folhas com
nervuras terciárias inconspícuas. tamanho variável, pouco
Pecíolo curto. Capoeiras ou em buladas. Venação levemente
áreas abertas, em solo arenoso. broquidódroma; secundárias
Ocasional. Brasil, Equador e ascendentes. Ocorre em todos
157
Peru. 176 os ambientes. Freqüente. Do
Panamá à Bolívia.

1
Folhas essencialmente glabras
ou com pêlos escamosos
dispersos pela lâmina.

Siparuna cuspidata. Árvore


ou arbusto. Ritidoma cinza-
escuro, desprendendo em placas.

3
Ramos bege-acinzentados. Pecíolo, ramos e face inferior
Folhas relativamente pequenas. das folhas pilosos ou com pelos
Lâmina levemente obovada estrelados bem evidentes.
com ápice cuspidado. Venação
broquidódroma com secundárias
arqueadas. Pecíolo curto e
78
retorcido. Rara. Amazônia
ampla.

Siparuna decipiens. Árvore ou Siparuna reginae. Árvore ou


arvoreta. Ritidoma marrom a arvoreta. Ritidoma lenticelado,
SIPARUNACEAE E MONIMIACEAE

castanho-claro, com fissuras marrom-acinzentado.


superficiais e lenticelas Lâmina, pecíolo e ramos
ocasionais. Toda a planta com
pilosos e ásperos. Base da
pêlos estrelados evidentes.
lâmina levemente revoluta.
Ramos verde-acinzentados
a beges, estriados. Lâmina Venação broquidódroma
áspera, com nervuras com secundárias evidentes.
secundárias ascendentes. Freqüente. Baixio de solo
114 Ocasional. Amazônia ampla. 136 arenoso. Amazônia Central e
Ocidental.
149

Siparuna cristata. Arbusto ou Mollinedia ovata. Arbusto ou


arvoreta. Ritidoma marrom com arvoreta. Ritidoma castanho-claro
lenticelas. Lâmina brilhante com fissuras superficiais. Lâmina
com ápice acuminado. Venação ovalada, brilhante; margem
às vezes denteada e ápice
eucampdódroma, com nervuras
acuminado. Venação submersa,
terciárias pouco evidentes e
saliente em folhas secas;
percurrentes. Pecíolo alongado. broquidódroma, com poucas
Baixio. Ocasional. Amazônia secundárias; terciárias conspícuas.
ampla. Pecíolo alongado e espessado.
294 Ramos jovens verdes e lisos. Rara. 272
Vertente e platô. Amazônia Ampla.

2 Folhas glabras e normalmente


grandes.
Siparuna monogyna.
Árvore. Ritidoma marrom-
claro, escamoso ou com
fissuras superficiais. Ramos
jovens verdes, lisos ou com
desprendimento papiráceo.
Lâmina elíptico-obovada.
Pecíolo alongado. Ocasional
em platô. Amazônia
brasileira. 157

Siparuna sarmentosa. Árvore. Siparuna glycycarpa. Árvore.


Ritidoma cinza-escuro com Ritidoma marrom ou acinzentado,
SIPARUNACEAE E MONIMIACEAE

escamas e fissuras. Ramos lisos. desprendendo em pequenas placas.


Pecíolo alongado. Lâmina foliar Ramos lenticelados e fissurados,
ocasionalmente pilosa, pelos verdes. Folhas levemente
escamosos. Venação terciária oblanceoladas, variáveis em
inconspícua. Ocasional. Brasil, tamanho, às vezes agrupadas no
Equador e Peru. ápice dos ramos. Lâmina fosca,
com textura de borracha. Nervuras
163 terciárias inconspícuas. Freqüente.
135
Amazônia brasileira.
150
Lauraceae
Lauraceae tem cerca de 2500 espécies reconhecidas ou com a prática ou de posse
incluídas em 52 gêneros. É pantropical com de uma boa coleção de referência.
poucos representantes em regiões temperadas. As Lauraceae são tipicamente arbóreas,
Nas Américas ocorrem cerca de 29 gêneros variando de arbustos a árvores de dossel.
e 900 espécies. A família é freqüente em Arbustos escandentes são raros e o gênero
florestas tropicais montanas, com algumas Cassytha é uma erva parasita com apenas uma
espécies habitando grandes altitudes, mas a espécie neotropical. Na Reserva 13 espécies
grande diversidade ocorre em terras baixas da são arvoretas ou arbustos de sub-bosque, sendo
Amazônia e América Central. Ocotea boissieriana a única que às vezes
apresenta hábito escandente. As demais são
árvores de médio a grande porte. As folhas
são simples e alterno-espiraladas, raramente
opostas (Licaria) ou dísticas, sem estípulas, de
margem inteira e freqüentemente agrupadas
no ápice dos ramos (Mezilaurus, Sextonia,
Aniba, Endlicheria e Licaria). No campo
Lauraceae pode ser reconhecida pelo tronco
liso e lenticelado, ao corte com odor de óleo
essencial, muitas vezes presente também nas
folhas. Espécies de Chrysobalanaceae são
Inflorescência terminal de Ocotea aff. cujumari.
freqüentemente identificadas como Lauraceae.
Algumas espécies como esta não foram Para distinguir as espécies é importante o
identificadas, ou porque pertencem a complexos padrão de ramificação e a disposição das
em que há indefinição na delimitação de espécies, folhas, a presença de domáceas nas axilas
ou porque são espécies novas e que não podem ser
descritas pela ausência de material de qualidade. das veias secundárias ou de cerosidade
Estima-se que entre 25-30% das espécies esbranquiçada na face inferior, os padrões de
neotropicais não tenham sido ainda descritas. venação e reticulação, e o tipo e a densidade
Na Reserva foram encontradas 99 do indumento das folhas, ramos e gemas
espécies em 13 gêneros. O mais diverso é
Ocotea, com 41 espécies, seguido de Licaria
com 15, Aniba com 13, Endlicheria com
11, Rhodostemonodaphne com 8, Aiouea
e Mezilaurus com três. Os demais são
representados por apenas uma espécie. São
gêneros exclusivos da Amazônia ou com
centro de diversidade na região.
Inflorescência masculina de Endlicheria chalisea.
A família tem a reputação de ser de
difícil identificação. Plantas estéreis podem terminais.
ser reconhecidas a gênero com a experiência, As inflorescências podem ser muito ou
pela combinação de vários caracteres. Em pouco ramificadas, em geral os ramos terminais
Ocotea, no entanto, existem exceções que são dicásios – terminando com três ramos ou
podem ser confundidas com todos os outros três flores nascidas no mesmo ponto. A maioria
gêneros. No nível de espécie os problemas é multiflora, mas espécies de Endlicheria,
estão relacionados mais com a disponibilidade Rhodostemonodaphne, Dicypellium e Ocotea
de monografias e chaves de identificação, apresentam inflorescências com poucas flores.
principalmente quanto a Ocotea, cuja chave As flores são hermafroditas ou unissexuais.
de identificação atual não só não inclui todas Endlicheria, Rhodostemonodaphne e a maioria
as espécies, como também baseia-se apenas das Ocotea são dióicas. Algumas espécies de
em flores masculinas. Coletas com frutos ou Ocotea são ginodióicas, ou seja, algumas
LAURACEAE

flores pistiladas são difíceis de identificar. Em plantas são hermafroditas e outras têm flores
alguns gêneros como Aniba e Ocotea algumas femininas. O plano floral básico é composto
espécies formam complexos, apresentando de dois verticilos de tépalas, quatro verticilos
diferenças muito sutis. É necessário muitas de três estames cada e um pistilo central,
vezes recorrer ao tipo para confirmar uma súpero e com apenas um óvulo. Os estames
identificação. Plantas estéreis podem ser possuem deiscência valvar: os do verticilo
151
I e II são geralmente idênticos e parecem masculinas como femininas oferecem néctar
formar um único verticilo, os do verticilo como recompensa, mas praticamente nada se
III apresentam um par de glândulas na base sabe sobre seus polinizadores, provavelmente
(exceto Mezilaurus e Williamodendron) e os abelhas e moscas. A polinização cruzada é
do verticilo IV são estaminodiais ou ausentes. portanto obrigatória em todas as espécies
Pleurothyrium apresenta glândulas tão grandes de Lauraceae, pois mesmo nas espécies
que formam uma massa na qual ficam imersos hermafroditas a autopolinização é pouco
todos os estames. Os gêneros são definidos provável devido à heterodicogamia. Frutos
pela sexualidade das flores, número e posição de Lauraceae compõem cerca de 80% da dieta
dos estames férteis e pela posição e número das de algumas aves. As bagas maduras são em
valvas das anteras. O fruto é uma baga com geral negras ou arroxeadas, contrastando com
apenas uma semente, de forma e tamanho muito o pedicelo e cúpula fortemente vermelhos,
variáveis, inserida no receptáculo transformado atraindo frugívoros especializados como
em cúpula. Diferentes desenvolvimentos do tucanos (Rhamphastidae), Cotingidae,
pedicelo, do receptáculo e a persistência Columbidae e Trogonidae. As aves engolem
das tépalas fornecem bons caracteres no a baga e regurgitam a semente promovendo
reconhecimento de gêneros e espécies. a dispersão. Outros animais como esquilos,
macacos e peixes são mencionados como
possíveis dispersores, e a dispersão pela água
parece ocorrer em Caryodaphnopsis.
Lauraceae é de grande importância
econômica em todo o mundo. Espécies
utilizadas em larga escala são o abacate
(Persea americana), a canela (Cinnamomum
verum) e o louro (Laurus nobilis); as demais
têm em geral grande importância econômica
em suas áreas de ocorrência. A casca ou o
Ocotea longifolia. É freqüente em fruto de algumas espécies são usados como
inflorescências e infrutescências de condimentos (Dicypellium caryophyllaceum)
Lauraceae a presença de ninhos de
formigas, provavelmente uma relação ou para fazer chá (Licaria puchury-major e
mutualística em que a planta oferece Aniba canelilla). Substâncias aromáticas para
algum recurso e as formigas proteção. perfumaria são extraídas de algumas espécies,
As espécies hermafroditas apresentam como a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e
o comportamento floral basal da família o pau-rosa (Aniba rosaeodora). Esta última foi
– a heterodicogamia, com duas classes de muito explorada na região de Manaus. Outras
indivíduos. Alguns indivíduos (classe A) têm têm usos na medicina popular ou industrial,
flores que abrem pela manhã, são inicialmente como a cânfora (Cinnamomum camphora). A
femininas e apenas à tarde liberam pólen, madeira de Lauraceae é amplamente explorada
quando o estigma não está mais receptivo. em diversas regiões. Na Amazônia, a itaúba
Enquanto outros (classe B) têm flores que abrem (Mezilaurus spp.) é a madeira preferida para
à tarde e são inicialmente femininas e o pólen construção de embarcações devido a sua alta
é liberado pela manhã do dia seguinte em durabilidade e resistência. Diversas outras
sincronia com a fase feminina dos indivíduos da espécies constituem o principal produto
classe A. A produção de néctar é considerada madeireiro vendido nas lojas de Manaus
a condição basal (primitiva) em Lauraceae. No sob o nome de "louro". Algumas espécies
entanto, espécies de Aniba, Licaria e gêneros aparecem no mercado mundial em significante
relacionados apresentam flores que quase não quantidade, como Chlorocardium rodiaei
abrem e não produzem néctar, e as abelhas na Guiana, constituindo um dos principais
polinizadoras (Meliponinae) têm apenas pólen produtos de exportação, e a imbuia (Ocotea
como recompensa, visitando flores na fase porosa) no Sul do Brasil, que foi explorada até
feminina "por engano". Em espécies dióicas o esgotamento de suas reservas naturais.
de Ocotea e Rhodostemonodaphne, tanto flores
LAURACEAE

Rohwer, J. 1993. Lauraceae. In: The families and Genera of Vascular Plantas. Vol. II. (ed.
Kubiztki, K. et al.). Spring Verlag, Berlin.
Werff, H.v.d. 1991. A key to the Genera of Lauraceae in the New World. Ann. Missouri
Bot. Gard., 78:377-387.
152
PLANO FLORAL BÁSICO

Tépalas Verticilo I Principais diferenças entre os gêneros

Verticilo II Flores unissexuais (espécies dióicas) ocorrem apenas em


Endlicheria, Rhodostemonodaphne e na maioria das Ocotea.
Em Ocotea é preciso muitas vezes abrir o ovário e na ausência
Verticilo III
Pistilo de óvulo reconhecer flores estaminadas.

Estames Estames com


com 4 valvas
2 valvas
Verticilo IV Glândula
3 estames férteis Licaria
Williamodendron
Mezilaurus
(verticilo III) Kubitzkia
Kubitzkia

9 estames Paraia
Pleurothyrium
férteis Aiouea
Sextonia
Aniba
(verticilos I, Nectandra
Endlicheria
II, III) Rhodostemonodaphne
Ocotea

6 estames férteis
(verticilos II, III) Dicypellium
Ocotea floribunda

TÉPALAS AMARELAS OU AMARELO-ESVERDEADAS


Flores parecendo botões
Em Licaria e Mezilaurus as tépalas são eretas e envolvem completamente os estames do verticilo III (os
únicos férteis), deixando expostas apenas as valvas das anteras e o estigma. Em algumas espécies as anteras
são exertas e se projetam acima das tétalas, mas na maioria as valvas são apicais e as anteras ficam dentro
da flor.

Licaria Licaria Licaria Licaria


chrysophylla martiniana rodriguesii oppositifolia

Mezilaurus itauba.

Em Mezilaurus as flores são


mais verdes que amarelas.
Inflorescências de Licaria
e Mezilaurus são em geral
pequenas ou pelo menos pouco
Licaria puchury- Licaria Mezilaurus Mezilaurus
ramificadas. major subbullata itauba duckei

Tépalas eretas, deixando exposto o seu interior


Todas as espécies de Aniba, algumas Endlicheria, Pleurothyrium e Ocotea (a minoria). Espécies de Licaria
do subgênero Armeniaca possuem flores assim, mas em geral verdes ou mais verdes que amarelas.
LAURACEAE

Aniba Aniba Aniba aff. Aniba terminalis Licaria Licaria


rosaeodora hostmanniana williamsii macrophylla pachycarpa
153
TÉPALAS BRANCAS OU CREME
Principalmente Endlicheria e a maioria das espécies de Ocotea. A cor das glândulas pode ajudar na
identificação.
Tépalas reflexas ou patentes Flores com 9 tépalas

G
As flores femininas de algumas das espécies dióicas Quando com flor, Dicypellium
apresentam tépalas eretas.
E pode ser facilmente reconhecido
porque é o único em que o
G
Outras:

E E O. aciphylla
O. amazonica
verticilo externo de estames
(verticilo I) é estéril e tepalóide
O. leucoxylon (indistinto das verdadeiras
O. myriantha Dicypellium tépalas).
O. neblinae manausense
O. pauciflora
O. puberula
Ocotea Ocotea sp. A
Sextonia rubra
rhynchophylla Tépalas eretas

E Outras:

Endlicheria aff. szyszylo-


wiczii
Ocotea boissieriana
Ocotea cinerea
Ocotea douradensis
Ocotea oblonga Ocotea Nectandra Ocotea minor
immersa cuspidata Ocotea nigrescens Ocotea nitida

G E G G

Ocotea rodhophylla Ocotea Ocotea nitida Ocotea Ocotea


matogrossensis cujumari aff. cujumari

G G G

G
Ocotea Ocotea Ocotea scabrella Ocotea Endlicheria Endlicheria
ceanothifolia floribunda guianensis tessmannii chalisea

TÉPALAS VERDES TÉPALAS E/OU ESTAMES


Mezilaurus e Licaria com flores fechadas parecendo botões AVERMELHADOS, RÓSEOS OU
também possuem flores verdes (veja em tépalas amarelas). ALARANJADOS
Tépalas eretas

G
Aiouea myristicoides Endlicheria bracteolata
Aiouea maguireana Ocotea sp. nov. 6 Principalmente
Aiouea cf. grandifolia

Tépalas reflexas ou patentes


Endlicheria e Rhodostemonodaphne não são grupos
monofiléticos. Algumas espécies de Endlicheria são obviamente
próximas às espécies de Rhodostemonodaphne, separadas Rhodostemonodaphne
simplesmente em função do número de valvas por estames. recurva

G E G
G
LAURACEAE

Rhodostemonodaphne Endlicheria Endlicheria


parvifolia longicaudata sprucei Rhodostemonodaphne peneia (estames
imaturos)
154
FRUTOS
O fruto é uma baga com apenas uma semente inserida numa cúpula. Os frutos apresentam bons caracteres
para o reconhecimento de gêneros e espécies: a forma da baga e o quanto fica inserida na cúpula; a forma da
cúpula e do pedicelo; a forma da borda da cúpula e a presença de tépalas persistentes; a textura, cor e presença
de lenticelas na cúpula e no pedicelo.

Cúpula com borda dupla e espessada


Todas as espécies de Licaria e três espécies de Ocotea.

Frutos < 2 cm Frutos grandes (> 3 cm)

Outras:

Licaria guianensis
Licaria subbullata
Licaria rodriguesii
Licaria martiniana
Licaria pachycarpa
Licaria oppositifolia
Ocotea aff. cujumari Licaria cannella Licaria Licaria
Ocotea Ocotea tenuicarpa chrysophylla puchury-
nitida cujumari major

Licaria cannella angustata Licaria cannella


Licaria macrophylla Licaria sp. A cannella

Cúpula com tépalas persistentes


Rhodostemonodaphne e Endlicheria e apenas algumas espécies de Ocotea.

Baga elipsóide Baga esférica

Endlicheria Rhodos. Rhodostemonodaphne


longicaudata parvifolia crenaticupula
Outras: Rhodostemonodaphne negrensis Ocotea Ocotea scabrella
Rhodostemonodaphne aff. delicata
Endlicheria pyriformis scandens

Cúpula dourada pubescente Cúpula com borda dupla


e tépalas persistentes

Um dos raros
exemplos de cúpula
pubescente em Kubitzkia mezii
LAURACEAE

Lauraceae.

Endlicheria chalisea
Dicypellium
manausense
155
Cúpula em forma de copo ou funil, sem lenticelas e não lenhosa

Cúpula envolvendo ca. 1/3 da baga Cúpula envolvendo


ca. 1/2 da baga

Outras:

Ocotea aci-
phylla

Ocotea rhyn-
cophylla

Ocotea boissieriana Sextonia


Rhodostemonodaphne peneia
rubra
Outras:

Aiouea cf. grandifolia


Endlicheria bracteata (?)
Ocotea cernua
Ocotea pauciflora
Pleurothyrium vasquezii
Rhodos. grandis
Rhodos. recurva
Rhodos. sordida (?) Ocotea Ocotea
guianensis myriantha
Ocotea sp. G Ocotea olivacea

Cúpula lenhosa e/ou com lenticelas lenhosas, envolvendo a baga em pelo menos 1/3
Todas as espécies de Aniba e algumas espécies de

Baga pequena (< 1 cm) Baga > 1 cm de comprimento

Ocotea splendens Ocotea Ocotea longifolia Aniba Aniba williamsii


ceanothifolia rosaeodora (imaturo)
Outras: Ocotea nigrescens Aniba spp.

Baga +/- livre, apoiada em cúpula plana e rasa

Pedicelo não lenhoso e baga Pedicelo não lenhoso e Pedicelo e cúpula


esférica pequena baga elipsóide pequena lenhosos, baga
O. amazonica Aiouea myristicoides
elipsóide
O. matogrossensis Ocotea oblonga Mezilaurus spp.
O. rodhophylla Ocotea immersa
O. percurrens
O. puberula Ocotea
leucoxylon
(lenticelas)
LAURACEAE

Nectandra Aiouea Ocotea Ocotea


Ocotea cuspidata Mezilaurus duckei
floribunda maguireana neblinae sp. A
156
GEMA TERMINAL GLABRA

1
Pelo menos na face externa dos catáfilos que Cuidado: às vezes os pêlos são tão pequenos,
a compõem (em O. myriantha a margem e a que mesmo com lupa de bolso é difícil
face interna dos catáfilos são pubescentes). vê-los, mas percebe-se uma camada fosca,
Todas as partes dessas plantas são glabras, acinzentada, ferrugínea, esbranquiçada ou
incluindo as flores. marrom, que recobre a gema terminal.

GEMA TERMINAL PUBESCENTE


Ramos com crescimento rítmico

2 4
Nestes grupos as folhas
Crescimento apositivo, Crescimento
são agrupadas no folhas glabras. rítmico
ápice das unidades de Pecíolo não apical;
crescimento, às vezes canaliculado e ritidoma não
subverticiladas. dilatado na base. escamoso.

Ramos com crescimento contínuo


Ritidoma escamoso Pêlos eretos

3 5
Lenticelas circulares salientes sobre as
placas, e mais ou menos agrupadas em linhas
verticais. Reticulação pequena (areolada).
Ritidoma escamoso também no grupo 2.
Na face inferior das folhas,
pecíolo e ramos.
Pêlos eretos também no grupo 4.

Venação eucampdódroma Cerosidade esbranquiçada

9 6
Indumento, se presente, adpresso e não
cobrindo completamente a superfície,
deixando reticulação evidente (se não
evidente, ver no grupo 8).
Folhas glaucas ou com cerosidade
que sai com os dedos. Folhas
glabras ou com pêlos adpressos.
Cerosidade também no grupo 5.

Domáceas Pêlos adpressos (deitados)

7
Cavidades e/ou tufos
de pêlos nas axilas das
nervuras secundárias.
Ver com lupa de bolso
e analisar sempre mais
de uma folha.
8 10 Face inferior das
folhas prateada,
completamente coberta
pelo indumento,
escondendo a
reticulação.
Pêlos adpressos
e/ou folhas opostas.
Indumento, se
cobrindo a lâmina,
dourado a marrom.

Pêlos adpressos também nos grupos 9 e 6.

Folhas papilosas
Face inferior Papilas são difíceis de ver a olho nu ou mesmo com lupa
das folhas de bolso, mas tornam a face inferior de um amarelo

11 papilosa, venação fosco característico (outras espécies apresentam a face


broquidódroma, inferior amarelada, mas são glabras
reticulação e brilhantes). Com a experiência as
aureolada. Ramos folhas papilosas podem ser facilmente
e nervura central reconhecidas. Além disso, as
geralmente com nervuras secundárias são +/- planas e
pêlos ferrugíneos. conectadas distantes da margem e as
terciárias formam pequenos retículos

Folhas glabras

Venação trinérvia na base Venação peninérvia

12 13 14
LAURACEAE

Quando o par Arbustos Árvores


basal de nervuras a árvores de médio
secundárias é mais pequenas a grande
arqueado e distante < 10 cm porte.
dos demais. DAP.
157
GLOSSÁRIO E DICA DE CAMPO

Forma de crescimento dos ramos e disposição das folhas


Crescimento rítmico Crescimento contínuo
Quando há um prolongamento inicial dos ramos sem a produção de Quando a produção de folhas é
folhas, as quais são agrupadas no ápice das unidades de crescimento. contínua, as quais podem estar
agrupadas no ápice dos ramos,
mas deixando cicatrizes igualmente
Apositivo quando o meristema terminal é substituído distribuídas ao longo das unidades
por um meristema axilar que continua o crescimento do de crescimento.
ramo, enquanto o primeiro forma um ramo curto onde
estão agrupadas as folhas (Mezilaurus e Sextonia).
Folhas opostas

Apical quando Sub-rítmico quando Apenas algumas espécies


o ramo continua há um prolongamento de Licaria com folhas
o crescimento a inicial dos ramos sem nitidamente opostas
partir da gema a produção de folhas, (grupo 10); folhas opostas
terminal. que estão restritas à ou subopostas e alternas
porção apical, mas não no mesmo ramo: Licaria
densamente agrupadas. e Aiouea (grupo 1 e 14).

Ritidoma, casca interna e odores


Em Lauraceae, o padrão de ritidoma mais comum é liso e lenticelado; ao corte, uma casca viva de fibras finas, compactas,
com odor forte e que oxidam rapidamente, geralmente de marrom-claro para marrom-alaranjado. A maioria das espécies
apresenta muita variação entre os indivíduos, principalmente quanto a disposição, forma e densidade das lenticelas.

Ritidoma escamoso Raízes escoras


Desprendendo em placas distribuídas de Apenas duas espécies
forma homogênea ao longo do tronco. que ocorrem em baixio
As espécies com esse tipo de ritidoma apresentam a base do
possuem a casca interna de fibras grossas, tronco assim.
geralmente um mesclado de duas cores,
por exemplo alaranjadas e róseas (viva), Lenticelas Ocotea neblinae
circulares Pleutrothyrium vasquezii
marrom e bege (morta). A madeira é
dura. À exceção de Aniba canelilla,
o odor é muito suave ou ausente. Ao
contrário das espécies de Aniba (grupo Tronco cristado
3) e Sextonia (grupo 2) que apresentam
lenticelas circulares e salientes, muito Ocotea olivacea apresenta
evidentes, as espécies de Mezilaurus tronco e ramos com cristas
(grupo 2) apresentam lenticelas lineares Lenticelas longitudinais proeminentes.
ou elípticas verticais, muito pequenas. elípticas

Depressões Odores
Forte e fétido
Quando o ritidoma O odor da casca em Lauraceae
desprende em placas é a principal característica para Lembrando peixe ou
grossas, irregulares, de reconhecer a família no campo gengibre:
bordas arredondadas, pelo tronco. Poucas espécies não
deixando depressões possuem odor. Alguns odores são tão Licaria cannella spp.
como cicatrizes. marcantes que permitem reconhecer Licaria chrysophylla
As lenticelas neste a espécie, persistinto muitas vezes Licaria guianensis
caso são salientes em material herborizado.
e geralmente mais
evidentes nessas Forte agradável
De perfume: De cravo: De limão:
Sextonia rubra Licaria guianensis Aniba rosaeodora Aniba canelilla Endlicheria citriodora
Ocotea Aniba rosaeodora Licaria puchury-major
rhynchophylla
LAURACEAE

Hábito
Em geral são árvores de médio a grande porte, mas algumas espécies são arbustos a árvores de pequeno
porte ou até mesmo arbustos escandentes. Estas com 1 a 5 cm em diâmetro e raramente > 8 m de altura.
Ao identificar uma planta pequena, procurar primeiro pelas espécies com este hábito, pois elas podem ser
facilmente reconhecidas: no grupo 5 se com folhas pilosas; no grupo 12 se com folhas trinérvias; no grupo
13 se com folhas glabras e peninérvias.
158

Licaria cannella ssp. cannella. Licaria puchury-major. (Louro-


(Louro-pirarucu). Árvore puchuri). Árvore de porte
de dossel, geralmente com médio. Folha com reticulação
sapopemas. Folhas (5,5-17
proeminente em ambas as
cm) coriáceas, agrupadas no
ápice dos ramos. Reticulação faces (seco), de base fortemente
proeminente (seco). Ramos cuneada. Cultivada na Reserva.
lenhosos, espessos (ca. 6 mm). Ocorre no Médio e Alto Rio
Ritidoma variável, fissurado ou Negro em igapó.
desprendendo em placas grossas.
Freqüente. Platô e vertente.
Norte da América do Sul. 178
120

• Tronco, ramos e folhas com odor forte


alcoólico perfumado (mesmo material seco).

Gema terminal glabra ou

1
pubescente apenas na margem
e na face interior das catáfilos.
Folhas glabras com reticulação
Licaria cannella ssp. tenuicarpa. grande ou pouco evidente (exceto
(Louro-pirarucu). Árvore de dossel, L. puchury-major).
geralmente com sapopemas.
Ritidoma despreendendo em
placas grossas, com depressões ou
fissuras. Ramos robustos (6 mm).
Folhas grandes (13-30 cm), rígido-
coriáceas de margem fortemente • Ramos com folhas +/- quadrangulares
revoluta e base arredondada. ou espessos (ca. 6 mm). Odor forte e
Pecíolo curto. Freqüente. Todos mais ou menos fétido no tronco. Casca
os ambientes. Peru, Guianas e ao corte de fibras grossas.
260 Amazônia Central.

Licaria cannella ssp. angustata. Ocotea olivacea. Árvore de


(Louro-pirarucu). Árvore de pequeno porte. Inconfundível
dossel. Ritidoma geralmente pelo ritidoma e ramos com cristas
com depressões. Folhas longitudinais proeminentes.
pequenas (4-14 cm), as Folhas pseudo-dísticas em ramos
menores do sub-grupo. Ramos horizontais. Ápice agudo a
verdes (ca. 3 mm diam.). acuminado. Nervura central
Nervuras secundárias de 5-8 proeminente no pecíolo (muito
pares. Reticulação pouco curto). Ocasional. Campinarana
evidente. Ocasional. Platô e e certente em solos arenosos.
vertente. Arredores de Manaus. Amazônia Central e Ocidental.
130 245
LAURACEAE
159

Aiouea myristicoides. Árvore Aiouea maguireana. Árvore


mediana. Folhas cartáceas. mediana. Folhas fortemente
Reticulação grande, visível apenas coriáceas. Reticulação grande,
contra a luz. Pecíolo amarelado, nítida apenas contra a luz.
curvado na base, tornando-se quase Pecíolo amarelo-esverdeado
paralelo ao ramo. Folhas secas a avermelhado. Folhas secas
brilhantes na face superior. Gemas brilhantes na face superior.
axilares desenvolvidas ou deixando Gemas axilares desenvolvidas
cicatriz muito evidente. Ramos ou deixando cicatriz muito
secos vermelhos. Rara. Vertente, evidente. Ramos secos vermelhos.
solo areno-argiloso. Venezuela, Freqüente. Vegetação secundária
Amazônia Central e Oriental. 157
e campinarana, principalmente em
solos arenosos. Amazônia Central. 160

• Ramos (com folhas) circulares ou


achatados, lisos e verdes, finos (ca. 2-4
mm). Odor suave ou ausente ao corte.

• As espécies nestes sub-grupos apresentam


crescimento sub-rítmico, isto é há um
prolongamento inicial dos ramos sem a produção
de folhas, que por isso são +/- agrupadas no
ápice, ou restritas a porção terminal dos ramos. Ocotea myriantha. Árvore de
dossel. Folhas coriáceas, em geral
É comum a presença de folhas opostas, sub- com cerosidade esbranquiçada
opostas e alternas no mesmo ramo. na face inferior. Gema terminal
com catáfilos +/- livres,
pubescentes na margem e na
face interior. No ápice das
Crescimento contínuo: folhas alternas unidades de crescimento,
igualmente distribuidas ao longo dos ramos. cicatrizes dos catáfilos, agrupadas
e bem evidentes. Ocasional.
Campinarana. Amazônia Central e
Ocidental. 152

Ocotea neblinae. (Louro-sabão). Ocotea sp. E. Árvore pequena.


Árvore de dossel. Raízes escoras Ritidoma liso enegrecido.
na base. Alburno branco Ramos circulares e enegrecidos.
escorregadio ao tato. Folhas Nervuras central e secundárias (4-
espiraladas em ramos verticais 10 pares) amarelo-forte em folhas
(+/- quadrangulares). Base da velhas, amarelo-esverdeado
folha decurrente sobre o pecíolo em folhas jovens. Venação
(plano na face superior). Ápice +/- trinérvia na base. Freqüente.
da folha arredondado ou curto
Campinarana e vertente em solos
acuminado. Ocasional. Baixio.
arenosos. Amazônia Central.
Do Alto rio Negro a Manaus,
131
Colômbia e Venezuela. 245
LAURACEAE
160

Mezilaurus synandra. Árvore Sextonia rubra. (Louro-gamela).


de dossel. Pecíolo longo de Árvore de dossel com sapopemas.
3-5 cm, glabros. Secundárias Ritidoma bege, desprendendo
em grandes placas que deixam
de 9-12 pares. Folhas coriáceas
depressões com lenticelas circulares
com reticulação proeminente salientes, espocadas e +/- agrupadas
em ambas as faces; com em linhas verticais. Pecíolo curto
pontuações glandulares cobrindo com base da lâmina decurrente.
densamente a face inferior. Rara. Secundárias de 14-16 pares. Platô,
Campinarana, solo arenoso. vertente e baixio. Bacia amazônica.
175 Amazônia Central.
210

Folhas de ápice arredondado.

Crescimento dos ramos rítmico,


apositivo; folhas agrupadas no

Williamodendron spectabile.
Não encontrada na Reserva,
mas ocorre nas proximidades.
Árvore de dossel com tronco
acanalado. Face inferior das folhas
com cerosidade esbranquiçada.
2 ápice dos ramos, glabras. Pecíolo
não canaliculado e geralmente
dilatado
na base.

Ramos robustos como M. duckei,


também cobertos por indumento
diminuto e acinzentado. Ápice da Folhas de ápice acuminado.
folha arredondado a emarginado
e o pecíolo longo como em M.
205 synandra. Amazônia Central.

Mezilaurus duckei. (Itauba- Mezilaurus itauba. (Itauba).


abacate). Árvore de dossel. Ramos Árvore de dossel. Folhas
terminais robustos (ca. 7 mm) (5-17 cm) de base atenuada.
pubérulos (cinza). Secundárias de
Secundárias de 8-14 pares.
14-20 pares. Base gradualmente
atenuada e abruptamente truncada Face inferior com pontuações
ou arredondada. Pecíolo curto (3-10 esbranquiçadas (lupa) e pêlos
mm) e espesso (ca. 5 mm). Folhas adpressos isolados. Pecíolo de
grandes (19-30 cm) com pêlos 1-2,5 cm. Platô e vertente, solo
eretos diminutos e esparsos na face argiloso. Bacia Amazônica e
inferior. Freqüente. Platô e vertente.
240 Arredores de Manaus. Guianas.
182
LAURACEAE
161
DICA DE CAMPO
Sextonia rubra é uma espécie facilmente reconhecível
pelo tronco, que apresenta ritidoma bege ou marrom
claro, com lenticelas grandes e que desprende em
placas grossas e grandes. Estas podem chegar a 1
m de comprimento e deixam depressões irregulares
como cicatrizes.

Williamodendron
Aniba santalodora. Árvore
spectabile apresenta
de dossel sem sapopemas.
o tronco acanalado
Folhas pequenas (3-8 cm).
muito semelhante
Ramos e pecíolo glabros.
a espécies de
Nervuras secundárias
Apocynaceae
(6-7 pares) planas na face
(Geissospermum e
inferior. Rara. Campinarana.
Aspidosperma).
Arredores de Manaus.

95

Ritidoma escamoso.

3
Crescimento contínuo, folhas
glabras, alterno-espiraladas
em ramos verticais, mas
não agrupadas no ápice. Aniba ferrea. (Louro-ferro).
Árvore de dossel. Ao corte
Reticulação aureolada. madeira muito dura e odor suave
a ausente. Folhas de 8-21 cm.
Ramos e pecíolo com indumento
diminuto, denso e acinzentado.
Nervuras secundárias (6-10
pares) unindo-se ca. 3-8 mm da
margem, proeminentes na face
inferior. Freqüente. Platô e
vertente. Arredores de Manaus. 192

Aniba canelilla. (Casca-preciosa).


RETICULAÇÃO Árvore de dossel. Todas as partes
da planta com odor muito forte de
O termo reticulação areolada é aqui empregado cravo. Folhas de 8-16 cm. Ramos
quando as nervuras de ordem superior às terciárias glabros, lenticelados. Pecíolo com
formam diminutos polígonos (retículos). Em indumento diminuto, acinzentado
contraposição, a reticulação pode ser laxa, quando e denso. Nervuras secundárias
não forma retículos ou quando esses são grandes (6-11 pares) planas a levemente
e irregulares. Os retículos variam de tamanho, proeminentes na face inferior.
sendo maiores em Rhodostemonodaphne e muito Freqüente. Platô e Vertente, em solo
pequenos em algumas espécies de Ocotea, como argiloso ou areno-argiloso. Bacia
O. cujumari. A reticulação aureolada é mais 142
evidente em material seco.

Areolada Laxa
LAURACEAE
162

Licaria macrophylla. Árvore Paraia bracteata. Árvore pequena.


pequena (< 10 m). Pecíolo Ramos e pecíolo (< 1,5 cm)
longo (1,8-3 cm) fortemente cobertos por pêlos eretos longos,
canaliculado. Folhas grandes ferrugíneos a marrom. Indumento
(17-24 cm) com secção presente em folhas jovens, logo
transversal em forma de “v”. caduco. Catáfilos persistentes na
Secundárias de 13-15 pares. base das unidades de crescimento.
Catáfilos glabros persistentes Folhas 14-35 cm com
na base das unidades de 6-11 pares de nervuras secundárias.
crescimento. Rara. Vertente Rara. Vertente e capoeira, em
e campinarana. Amazônia solo argiloso. Amazônia Central e
224
Central e Ocidental. 270 Oriental.

Crescimento rítmico

4 dos ramos, folhas


alterno-espiraladas
geralmente tão
agrupadas no
ápice das unidades
de crescimento que às
vezes aparen-temente sub-
verticiladas.
Aniba megaphylla.
Árvore pequena. Muito
semelhante a Aniba
terminalis, mas base
cuneada e secundárias de Ramos e folhas adultas glabros.
10-18 pares. Rara. Platô. Indumento quando presente apenas
Bacia Amazônica Norte e nos ramos e pecíolo, ou diminutos e
Guianas. pouco evidentes.

160

Aniba terminalis. Árvore


pequena. Folhas de base atenuada
• Aniba hostmanniana. Árvore
de dossel. Ritidoma suberoso
tornando difícil distinção com e alburno amarelo claro. Face
pecíolo, que por isso parece ser inferior das folhas papilosas, e
longo. Pecíolo curto, dilatado glabras ou coberta por pêlos
adpressos diminutos (só com lupa).
e lenhoso. Secundárias de 9-14
Ramos e pecíolo glabros ou com
pares. Freqüente. Platô, vertente indumento diminuto acinzentado.
e baixio. Amazônia Central e Gema terminal com poucos
Oriental e Guianas. catáfilos. Secundárias de 10-14
pares. Freqüente. Campinarana.
274 162 Norte da América do Sul.
LAURACEAE
163

• Aniba aff. williamsii. Árvore de • Aniba williamsii. Árvore de


dossel. Ramos, pecíolo e venação dossel. Ramos e folhas com
(face inferior) cobertos por pêlos pêlos eretos longos, brancos
eretos ferrugíneos, marrom com a
ou marrons. Catáfilos da gema
idade. Face inferior com cerosidade
esbranquiçada e pêlos ferrugíneos terminal persistentes no ápice
adpressos ou eretos e diminutos. dos ramos. Folhas cartáceas a
Catáfilos da gema terminal levemente coriáceas, com 12-
persistentes nas últimas duas 17 pares de veias secundárias.
unidades de crescimento. Folhas Freqüente. Platô e vertente.
em forma de "v". Secundárias de
13-17 pares. Freqüente. Baixio. 217 Bacia amazônica. 196

Ramos e folhas na face inferior densamente


com pêlos eretos, enrolados ou adpressos.
Nervura central glabra na superior.

• As diferenças nas flores e nos frutos


dessas três espécies são pouco consistentes.
A identificação é feita basicamente pelo
tipo de indumento, adpresso e diminuto
em A. hostmanniana e ereto e longo em A.
williamsii. Coletas de A. aff. williamsii têm
sido identificadas com ambos os nomes, mas Endlicheria bracteata. Árvore
é aqui tratada como uma espécie distinta, pequena. Base da folha
diferindo no tipo de indumento e na densa gradualmente atenuada em
cerosidade esbranquiçada que recobre a face direção à base, lá abruptamente
inferior. arredondada a truncada. Pecíolo
curto (ca. 1 cm), glabrescente em
folhas velhas. Folhas espatuladas,
Ramos e folhas com pêlos eretos cartáceas, de 24-36 cm. Veias
também sobre a nervura mediana na secundárias de 18-22 pares.
face superior, pelo menos na base. Pêlos brancos. Ocasional. Platô. 302
Amazônia Central e Peru.

Endlicheria macrophylla. Árvore Endlicheria chalisea. Árvore


pequena. Pecíolo 1,3-3,5 cm. pequena. Pecíolo 1,5-3 cm.
Folhas cartáceas, 20-35 cm, Folhas cartáceas (17-25 cm).
Veias secundárias 10-15 pares.
com 10-15 pares de nervuras
Terciárias e reticulação impressas
secundárias. Terciárias e e na face superior (seco).
reticulação proeminentes na Margem pubescente. Indumento
face superior (seco). Indumento branco em partes adultas.
ferrugíneo. Ocasional. Vertente, Ramos terminais robustos (ca. 5
platô e campinarana. mm). Ritidoma com depressões.
Ocasional. Vertente e baixio.
240 255
LAURACEAE
164

Ocotea rhodophylla. Árvore de Rhodostemonodaphne sordida.


dossel. Cerosidade esbranquiçada Árvore mediana. Pares apicais
removível ao tato. Nervuras de nervuras secundárias (total
secundárias livres ou unidas muito de 4-5) unidas ca. 3-4 mm da
próximo à margem. Nervação margem. Folhas (8-11 cm)
terciária predominantemente coriáceas. Ramos delgados
percurrente-oblíqua. Ramos (ca. 2 mm) com pêlos longos,
terminais com indumento amarelados, glabrescentes e
diminuto, tornando-se lenticelado. sem lenticelas. Folhas secas
Reticulação plana na face superior esbranquiçadas na face inferior.
(seco). Ocasional. Vertente. Rara. Vertente. Amazônia
138
Amazônia Central. 108 Central e Ocidental.

Folhas com pêlos eretos na


face inferior, pecíolo e ramos.

5
Crescimento contínuo, mas
folhas as vezes +/- agrupadas
no ápice dos ramos. Venação
broquidódroma total ou parcial-
mente. Domáceas ausentes.

Endlicheria citriodora. Árvore


mediana. Odor forte de
limão em todas as partes da
planta, mesmo em material Árvores de médio a grande porte. Folhas
herborizado. Ritidoma liso e com cersosidade esbranquiçada na face
densamente lenticelado. Folhas inferior.
rígidas, coriáceas, com venação
impressa na face superior (9-11 Veja no grupo 9 para cerosidade esbranquiçada
pares). Ramos glabrescentes. e pêlos eretos, mas venação eucampdódroma.
Ocasional. Baixio. Amazônia
215
Central e Ocidental.

Ocotea scabrella. Árvore


de sub-bosque. Ramos
cilíndricos, acinzentados a • Em Ocotea boissieriana a inserção dos ramos no
lenhosos. Folhas e ramos com caule forma um "gancho", que ao se encaixar nas
pêlos eretos diminutos, às árvores vizinhas possibilita o hábito escandente.
vezes aparentemente glabra. Quando não apoiado, o caule pode arquear
Folhas coriáceas. Nervuras
secundárias (6-7 pares) e terciárias e enconstar no solo promovendo reprodução
proeminentes na face inferior. vegetativa.
Venação eucampdódroma na
porção basal. Freqüente. Platô e
vertente. Arredores de Manaus e
177
LAURACEAE
165

Rhodostemonodaphne Rhodostemonodaphne aff. scandens.


crenaticupula. Arvoreta. Arbusto. Ramos terminais robustos
Folhas cartáceas com 7-8 pares (ca. 5 mm). Folhas coriáceas, buladas
de nervuras secundárias. Em e com margem fortemente revoluta.
folhas jovens, nervura central
Secundárias de 14-16 pares. Rara. Platô.
e secundárias pubescentes
Amazônia Central e Oriental Norte.
também na face superior.
Pecíolo curto (4-7 mm).
Freqüente. Platô e vertente, em
solo argiloso. Amazônia Central
e Ocidental.
191

Arbustos a árvore pequenas. Ramos


plagiotrópicos a pendentes e folhas
dísticas ou pseudodísticas (exceto
O. amazonica).

Ocotea amazonica. Árvore


pequena. Pêlos ferrugíneos
persistentes sobre a venação na
Na próxima página. Árvores. Folhas face inferior e nos ramos. Porção
sem cerosidade esbranquiçada na face apical dos ramos angulosa.
inferior, alterno-espiraladas em ramos Veias secundárias (7-10 pares)
verticais. e central proeminentes na face
inferior e impressas na superior
(seco). Folha às vezes levemente
bulada. Rara. Vertente e platô.
Amazônia Central e Oriental.
205

Endlicheria sprucei. Arvoreta


• Ocotea boissieriana. Arbusto
de sub-bosque. Ápice da
ou arvoreta ereta ou escandente,
em geral cespitoso. Folhas folha caudado (0,9-1,7 cm).
dísticas, cartáceas, de base Folhas cartáceas grandes
cordada ou arredondada e (25-31 cm). Nervura central
pecíolo curto (ca. 5 mm). Ramos
e secundárias (7-9 pares)
pendentes. Nervuras secundárias
planas (ca. 10 pares). Freqüente. pubescentes também na face
Campinarana e na vegetação superior. Rara. Campinarana.
secundária em solos arenosos. Amazônia Central e Ocidental.
Amazônia Central e Oriental.
131 290
LAURACEAE
166

Rhodostemonodaphne negrensis. Ocotea aff. cujumari. Arvoreta


Árvore mediana. Folhas monocaule. Ramos e pecíolo
grandes (27-33 cm), coriáceas. cobertos por pêlos adpressos
Ramos espessos (ca. 5 mm). diminutos e acinzentados. Folhas
Secundárias de 9-10 pares. glabras ou apenas com pêlos
Pecíolo longo (1,5-2,5 isolados na face inferior. Rara.
cm). Terciárias percurrente- Sub-bosque de vertente e platô em
oblíquas. Ocasional. solo argiloso. Provavelmente uma
Campinarana. Bacia do Rio espécie nova.
Negro.
143
370

Da página anterior: Árvores. Folhas sem


cerosidade esbranquiçada na face inferior,
alterno-espiraladas em ramos verticais.

Licaria hirsuta. Árvore mediana. Folhas


(9-15 cm). Ramos delgados (ca. 2
mm). Venação broquidódroma
(6-7 pares) unindo-se distantes
Ocotea tabacifolia. (Louro- da margem (5-6 mm), com
abacate). Árvore mediana. algumas terciárias tão
Folhas cartáceas, restritas a proeminentes quanto as
porção apical pubescente secundárias. Provavelmente
dos ramos, mas crescimento com cheiro forte fétido no
contínuo. Ramos espessos tronco, semelhante a L.
(ca. 5 mm). Veia central chrysophylla e L. guianensis.
pubescente na face superior. A única no gênero com
Base da folha oblíqua. pêlos eretos. Rara. Vertente.
Ocasional. Platô e vertente. Arredores de Manaus. 110
Conhecida da Reserva e Minas
240 Gerais.

Pleurothyrium vasquezii. Árvore Ocotea aciphylla. " forma


de sub-dossel. Tronco com A". Árvore mediana. Ramos,
raízes suporte na base. Ritidoma pecíolo e face inferior das
esbranquiçado. Folhas coriáceas. folhas completamente cobertos
Venação broquidódroma e por pêlos adpressos. Venação
secundárias retas (11-16 pares). plana na face superior (seco) e
Lâmina glabrescente mas sempre reticulação aureolada. Base da
com pêlos eretos esparsos. folha abruptamente cuneada e
Secundárias impressas na face às vezes revoluta. Ocasional.
superior. Rara. Baixio. Amazônia Campinarana. América do Sul
Central e Ocidental. tropical e sub-tropical.
226 110
LAURACEAE
167

Ocotea cujumari. (Louro-peludo). Ocotea nitida. Árvore


Árvore mediana. Ramos e pecíolo mediana. Ramos acinzentados,
com indumento adpresso denso, lisos, lenticelados e glabros.
ferrugíneo a acinzentado, esparso Pecíolo enegrecido. Folhas
na face inferior. No ápice dos glabras, coriáceas em forma de
ramos verticais e nas axilas dos "v". Catáfilos da gema terminal
ramos com folhas, catáfilos quando persistentes glabros.
da gema terminal persistentes, Ocasional. Platô e vertente,
grandes e pubescentes, solo argiloso. Amazônia
geralmente abrigando formigas. Central, Nordeste do Brasil até
Freqüente. Capoeiras de platô e Espirito Santo.
vertente. Bacia Amazônica. 195 172

Folhas dísticas em ramos horizontais


com crescimento determinado, nascidos
em ramos verticais com crescimento
indeterminado e sem folhas.
Veias secundárias ca. 10-12
pares, unidas distantes da
margem (3-5 mm).

Folhas glaucas ou com cerosidade

6
esbranquiçada na face inferior,
glabras ou com pêlos adpressos. Ocotea splendens. Árvore
Venação broquidódroma e mediana. Ramos acinzentados
reticulação aureolada (exceto O. com lenticelas e pêlos adpressos
esparsos. Pecíolo e lâmina na face
puberula). inferior glabros ou com pêlos
Ver também outras espécies com adpressos acinzentados. Base
cerosidade nos grupos 5 e 9. da folha geralmente revoluta e
curtamente decurrente sobre o
pecíolo. Secundárias de 4-10
pares. Folhas pseudo-dísticas em
Ramificação diferente. Nervuras
ramos pendentes. Freqüente. Platô e
secundárias < 10 pares. Vertente. Bacia Amazônica.
165

Ocotea aciphylla. " forma Ocotea puberula. Árvore mediana.


B". Árvore mediana. Ramos Ramos acinzentados, lenticelados,
acinzentados, lenticelados e com glabros ou com pêlos diminutos.
pêlos adpressos esparsos. Face Pecíolo e face inferior glabros
inferior com pêlos adpressos. ou com pêlos eretos diminutos.
Venação impressa na face Folhas em geral com sinais de
superior (6-8 pares). Folhas herbivoria. Pecíolo plano na
rígidas e coriáceas de base face superior (1,3-2 cm). Veias
+/- arredondada e ápice secundárias de 4-7 pares.
caudado (1-2,6 cm). Reticulação Ocasional. Vegetação secundária
aureolada. Ocasional. e vertente, em solos arenosos e
areno-argilosos. América tropical e
213 200
sub-tropical.
LAURACEAE
168

Ocotea douradensis. Árvore Ocotea percurrens. Árvore de


de subdossel. Raízes escoras dossel. Ritidoma com lenticelas
tabulares na base. Única espécie circulares e/ou lineares transversais.
Ramos, pecíolo e nervura central
com domácea proeminente na
cobertos por pêlos eretos. Estes
face superior, de 2-4 nas axilas esparsos na face inferior.
das veias secundárias basais (7-8 Venação terciária percurrente-
pares). Folhas glabras, pecíolo perpendicular. Tufos de pêlos nas
e nervura principal com pêlos axilas de quase todas as nervuras
adpressos esparsos. Reticulação secundárias (4-6 pares). Freqüente.
Platô e vertente. Amazônia Central
laxa. Rara. Platô. Amazônia e Oriental, Guianas e Espírito Santo.
156
172 Central e Oriental.

Domáceas ou tufos de pêlos nas

Ocotea nigrescens. (Louro-preto).


Árvore de dossel. Tufos de pêlos
nas axilas dos pares basais de
veias secundárias (ca. 3-6 pares).
7 axilas das nervuras secundárias,
pelo menos no par basal.
Examinar sempre mais de uma
folha.

Folhas de 6-15 cm. Pêlos, se


presentes, nos ramos e pecíolo,
eretos, diminutos e esparsos.
Venação amarelada. Ocasional.
Platô e vertente, solo argiloso.
Amazônia Central.
133

Ocotea minor. (Louro-preto). Ocotea cinerea. (Louro-preto).


Árvore mediana. Tufos de pêlos Árvore de dossel, em geral com
e/ou cavidades glabras nas sapopemas. Casca muito variável
axilas de quase todas as veias de lisa a reticulada. Tufo de pêlos
secundárias (5-7 pares). Folhas e cavidade nas axilas das veias
pequenas (3-7 cm). Pêlos, se secundárias (5-8 pares). Folhas
presentes, nos ramos e pecíolo, pequenas (4-13 cm). Reticulação
adpressos, diminutos e esparsos. aureolada, evidente em ambas as
faces (seco). Pêlos, se presentes,
Freqüente. Vertente, platô e
nos ramos e pecíolo, eretos,
capoeiras. Amazônia Central e
diminutos e esparsos. Freqüente.
Oriental. Platô e vertente. Amazônia Central.
66 111
LAURACEAE
169

Ocotea argyrophylla. Árvore Ocotea guianensis. (Louro-seda).


mediana. Tronco às vezes com Árvore de dossel. Folhas com
raízes escoras pequenas na base. uma estria lateral paralela à
Tufos de pêlos densos, bem nervura central, sésseis. Nervuras
evidentes nas axilas de quase secundárias pouco evidentes
todas nervuras secundárias. devido ao indumento denso.
Ocasional. Capoeiras de platô Muito freqüente, principalmente
e vertente. Bacia Amazônica e em capoeiras de platô e vertente.
Guianas. Norte da América do Sul.
110 139

Venação predominantemente
broquidódroma.

Folhas prateadas na face

8
inferior, completamente
cobertas por pêlos adpressos.
Por isso, reticulação pouco
evidente. Endlicheria bracteolata.
Árvore mediana. Muito
fácil de reconhecer pelo
indumento prateado e pela
venação trinérvia na base
Venação predominantemente (2-5 pares de secundárias).
eucampdódroma. Ramos delgados (2-3 mm).
Freqüente. Campinarana e
Ver no grupo 9 se venação eucampdódroma e capoeiras, sempre em solos
pêlos adpressos, mas reticulação bem evidente.
arenosos. Norte da América
do Sul. 146

Ocotea sp. C. Árvore de dossel. Endlicheria sericea. Árvore


Sapopemas pequenas. Tufo de pequena a mediana.
pêlos nas axilas das nervuras Nervuras secundárias de
secundárias (7-8 pares) pouco 4-6 pares, peninérvias.
evidentes. Folhas de 6-13 cm.
Ramos espessos (3-5 mm).
Face inferior, ramos e pecíolo
Ocasional. Campinarana, em
com pêlos adpressos diminutos
e esparsos. Ocasional. solos arenosos. Amazônia
Vertente. Muito semelhante Central e Ocidental.
e provavelmente próxima a
Ocotea splendens.
165 273
LAURACEAE
170
• Em Endlicheria aff. szyszylowiczii, o indumento
denso das folhas e ramos pode diminuir com a
idade, tornando-se diminuto e quase inconspícuo
na face inferior das folhas. Quando assim
aparentemente glabras, esta espécie pode
ser confundida com Ocotea scabrella, a qual
apresenta venação broquidódroma, pelo menos
parcialmente.

• Endlicheria aff. szyszylowiczii.


Árvore pequena. Folhas grandes
(19-25 cm) com 4-5 pares de veias
secundárias. Ramos, pecíolo e face
inferior densamente cobertos por
pêlos eretos ferrugíneos a marrom.
Ramos terminais espessos (ca. 5
mm). Pecíolo longo (2-3 cm), plano
na face superior. Rara. Platô e
baixio.

271

Venação eucampdódroma e

9
nervuras secundárias < 7 pares
(exceto Ocotea immersa).
Crescimento contínuo, folhas
não agrupadas.
Ver no grupo 8 para espécies com venação
eucampdódroma e a face inferior das folhas
Ocotea immersa. Árvore de dossel prateadas devido ao denso indumento adpresso.
com sapopemas. Folha espatulada
de ápice arredondado e base
decurrente sobre o pecíolo, glabra
com reticulação laxa. Ritidoma com
lenticelas elípticas em linhas verticais
onde se formam fissuras. Secundárias Folhas sem cerosidade esbranquiçada
de 6-10 pares planas na face na face inferior, indumento, se presente,
inferior. Ramos +/- quadrangulares.
de pêlos eretos.
Ocasional. Campinarana e baixio.
Iquitos (Peru) e arredores de Manaus.
175

Nectandra cuspidata. Árvore


mediana. Nervuras terciárias FOLHAS PENDENTES
perpendiculares à principal e
paralelas entre si. Ápice atenuado Em Nectandra cuspidata as folhas são pendentes,
com o ápice voltado para baixo. Essa característica
a longo acuminado (2,5-3,5 cm).
não é muito freqüente, ocorrendo apenas em poucas
Ramos delgados (2-3 mm) e pecíolo espécies como O. delicata e O. rhynchophylla. Na
curto canaliculado (7-10 mm). maioria das espécies as folhas são alterno-espiraladas
Indumento pubérulo nos ramos, em ramos verticais, e o plano da lâmina forma um
pecíolo e face inferior das folhas. ângulo de 90o em relação ao eixo longitudinal do ramo
Freqüente. Capoeira. Rara. América (ex. O. guianensis). Folhas dísticas ou aparentemente
tropical e sub-tropical. dísticas ocorrem também em poucas espécies, como
178 O. boissieriana e Ocotea sp. F.
LAURACEAE

Nectandra Ocotea Ocotea


cuspidata guianensis boissieriana
171

Rhodostemonodaphne Rhodostemonodaphne recurva.


grandis. Árvore pequena. Árvore mediana. Ápice agudo
Ramos e face inferior das a arredondado. Face inferior,
folhas com pêlos adpressos ramos e pecíolo esbranquiçados
devido a pêlos adpressos, sem
esparsos. Face inferior com
cerosidade. Secundárias de 3-4
cerosidade esbranquiçada.
pares. Margem da folha revoluta
Rara. Baixio. Amazônia (fortemente na base). Pecíolo
Central e Oriental e Guianas. estriado e retorcido. Ocasional.
Vertente e platô. Arredores de
150 Manaus.
162

Face inferior com cerosidade


esbranquiçada ou com pêlos adpressos
esbranquiçados.
Rhodostemonodaphne peneia.
Ver no grupo 6 espécies com cerosidade Árvore mediana. Pecíolo, venação
esbranquiçada e venação broquidódroma. e ramos em geral amarelados ou
avermelhados, glabros ou com
pêlos adpressos esparsos. Na
face inferior com cerosidade
esbranquiçada não removível
ao tato. Pecíolo longo (1,3-2,5
cm) e cilíndrico. Secundárias de
4-6 pares. Vertente. Amazônia
Central.
158

Ocotea matogrossensis. Árvore de Rhodostemonodaphne sp.


dossel. Ritidoma com lenticelas 1. Árvore mediana. Ramos
circulares salientes, +/- agrupadas terminais, pecíolo e venação na
em linhas verticais mal definidas.
face inferior cobertos por pêlos
Base da folha gradualmente
estreitada e decurrente sobre o eretos amarelados a ferrugíneos.
pecíolo. Ramos e face inferior Face inferior das folhas com
das folhas com pêlos adpressos densa cerosidade esbranquiçada.
e cerosidade esbranquiçada. Nervuras secundárias 5-7.
Parecida com O. rhodophylla (grupo Vertente.
5). Freqüente. Platô e vertente.
Bacia amazônica, Venezuela e 185 140
Guianas.
LAURACEAE
172

Licaria sp. A. Árvore Licaria chrysophylla. (Louro-aritú).


mediana. Folhas pequenas Árvore de dossel. Ritidoma com
(3,5-7 cm), glabras ou com depressões, escamoso ou fissurado.
Odor forte +/- fétido ao corte. Ramos
pêlos adpressos esparsos no e folhas completamente cobertos
pecíolo. Secundárias (4-5 por pêlos adpressos ferrugíneos
pares). Pecíolo curto (< 1 (dourados), tornando-se acinzentados
cm), fortemente canaliculado. com a idade (raramente esparso
Ramos delgados (< 2 mm), em folhas velhas). Secundárias de
5-10 pares. Freqüente. Platô e
glabros e acinzentados. Rara.
vertente. Amazônia Central, Oriental
Campinarana. e Guianas.
70 156

Folhas opostas ou subopostas.

Face inferior das

Ocotea leucoxylon s.l. Árvore


mediana com sapopemas.
Ritidoma às vezes com lenticelas
agrupadas em linhas verticais
10 folhas com pêlos
adpressos (deitados)
e freqüentemente
dourados. Se
aparentemente glabras,
então folhas opostas e indumento
cobrindo o ápice dos ramos.
formando estrias, ou fissurado.
Folhas coriáceas de base súbito-
cuneada e margem revoluta.
Secundárias 6-8 pares. Reticulação
Folhas alternas e reticulação laxa.
obscura pelo indumento.
Campinarana. O complexo O. Ver também O. longifolia no grupo 13.
leucoxylon ocorre da América
Central à Mata Altântica.
172

Ocotea sp. F. (talvez indivíduos Ocotea oblonga. Árvore de dossel.


jovens de O. oblonga). Arbusto a Ritidoma com lenticelas agrupadas
arvoreta. Gema terminal muito longa. em linhas verticais formando estrias.
Tronco com galhos verticilados, Gema terminal muito longa. Folhas
horizontais e com folhas dísticas. restritas a ramos verticais em
Ramos carenados. Folhas cartáceas, galhos horizontais. P ecíolo curto
com pêlos adpressos na (6-11 mm). Secundárias
face inferior. Pecíolo de 7-9 pares. Ramos e
curto (3-7 mm). folhas glabrescentes com a
Secundárias ca. 7-11 idade. Ocasional. Vertente e
pares. Ocasional em campinarana. Bacia Amazônica,
clareiras e capoeiras. 99 Guianas e Venezuela.
136
LAURACEAE
173

Licaria martiniana. Árvore Licaria guianensis. (Louro


de dossel. Tronco com mangarataia). Árvore de dossel.
sapopemas. Muito semelhante Ritidoma desprende em placas
grandes, deixando depressões
a L. chrysophylla, porém folhas
irregulares. Ao corte odor forte
alternas e odor suave ao corte. de gengibre. Folhas pequenas
Secundárias 5-9 (3,5-11 cm), ramos e pecíolo
pares. Ocasional. delgados. Secundárias de 5-7
Platô e vertente. pares. O indumento é as vezes
Guianas, Amazônia muito esparso e aparentemente
ausente. Freqüente. Vertente e
112 platô. América do Sul tropical e
sub-tropical. 110

Folhas alternas e reticulação aureolada.

• Licaria oppositifolia. (Louro


manteiga). Árvore mediana.
• Seguiu-se o conceito de Kurz (1979) para Inconfundível devido ao
utilizar o nome Licaria oppositifolia para as indumento dourado, cúpreo
coletas da região de Manaus, pois em outras (marrom em folhas muito velhas)
que recobre completamente
áreas geográficas indivíduos desta "espécie"
a face inferior das folhas.
apresentam folhas realmente opostas. Casca extremamente macia ao
corte. Secundárias (5-8 pares).
Ocasional. Platô e vertente.
Venezuela, Colombia, Amazônia
Central e Oriental. 90

Aniba jenmanii. Árvore pequena. PÊLOS ADPRESSOS OU DEITADOS


Folhas coriáceas com reticulação
aureolada proeminente (seco) Os pêlos deitados são em geral +/- orientados ao ápice
em ambas as faces. Venação da folha. Em algumas espécies como Licaria guianensis
broquidódroma (6-7 pares). Face o indumento pode ser muito esparso e difícil de ver. As
inferior com pêlos esparsos. espécies de Licaria incluídas neste grupo pertencem ao
Ramos densamente cobertos por subgênero Guianensis e podem ser reconhecidas pela
pêlos adpressos e cerosidade combinação de alguns caracteres: pêlos adpressos,
esbranquiçada (não foi visto em folhas lanceoladas, reticulação areolada e venação
material fresco). Base da folha broquidódroma, com veias secundárias unindo-se
abruptamente cuneada e revoluta, distantes da margem. Este padrão aparece também
decurrente sobre o pecíolo. Pode em Aniba (grupo 11), mas estas apresentam em geral
ser confundida com espécies a folha papilosa e sem pêlos adpressos. Espécies
LAURACEAE

de Rhodostemonodaphne, de Ocotea próximas à Ocotea cujumari (grupo 6)


especialmente R. peneia (grupo 138
também têm este padrão, mas além do indumento,
9) e com as espécies de Licaria apresentam cerosidade esbranquiçada na face inferior
deste grupo. Rara. Campinarana. das folhas. As espécies de Rhodostemonodaphne e
Guianas, Amazônia Central e Endlicheria com pêlos adpressos apresentam venação
Oriental. eucampdódroma (grupo 8 e 9).
174

Aniba panurensis. Árvore Aniba rosaeodora. (Pau-rosa).


mediana. Alburno amarelo- Árvore de dossel. Odor forte
claro. Pecíolo e ramos espessos alcóolico e perfumado em todas
(ca. 5 mm), folhas coriáceas de as partes da planta, persistente em
margem revoluta e base obtusa. material herborizado. O ritidoma
Secundárias de 7-20 pares. (bem evidente em árvores adultas)
Apresenta grande variação, apresenta depressões irregulares,
alguns indivíduos têm folhas resultantes do desprendimento
muito pequenas, cartáceas e
em placas grossas. Freqüente.
ramos delgados. Freqüente.
Guianas e Bacia Amazônica.
Platô e vertente. Norte da
352 125 América do Sul. 167

DICA DE CAMPO
As espécies incluidas neste grupo representam
um complexo e geralmente não podem ser
diferenciadas vegetativamente ou com frutos. Face inferior papilosa e

11
Mesmo com flores é difícil reconhecê-las. Algumas por isso amarelo-pálida,
formas, no entanto, podem ser reconhecidas e a superior verde-
estão aqui representadas. Se você não conseguir escura. Reticulação
reconhecer a sua planta entre essas formas, o aureolada e venação
material estéril pode ser identificado como Aniba broquidódroma. Ramos,
panurensis sensu lato. pecíolo e pelo menos a nervura central na
face inferior pubérulos – pêlos diminutos
Algumas espécies de Licaria (grupo 10), Kubitzkia marrom ou ferrugíneos (glabros em A.
mezii e Aniba riparia (grupo 14), podem ser burchellii). Pecíolo canaliculado. Ramos
confundidas com as espécies deste grupo por geralmente com lenticelas salientes.
apresentarem o mesmo padrão de venação (i. é
reticulação aureolada, venação broquidódroma
e nervuras secundárias +/- planas), porém não
apresentam papilas na face inferior das folhas.
Licaria e Kubitzkia apresentam pêlos adpressos.

Aniba parviflora. Árvore Aniba burchellii. Árvore mediana.


mediana. Pecíolo e ramos Ramos delgados (ca. 2 mm),
delgados (ca. 2-3 mm). Base glabros. Quando seca as folhas
da folha cuneada. Folhas secas são de um amarelo-ouro intenso na
esverdeadas na face inferior. face inferior. Secundárias de 10-12
Secundárias de 8-16 pares. pares. Rara. Campinarana. Bacia
Freqüente. Platô e vertente e Amazônica.
baixio. Bacia Amazônica e
Guianas.
Se com flores: estames externos
Se com flores: tépalas externas com valvas laterais, abrindo em
menores que as internas. direção ao conectivo.
200 154
LAURACEAE
175

Ocotea rhynchophylla. Árvore Aiouea cf. grandifolia. Árvore


mediana. Ritidoma com de dossel. Folhas de 11-17
depressões. Ramos acinzentados cm. Nervuras secundárias (6-9
com pêlos adpressos. pares) unindo-se distante da
Nervura central impressa margem (ca. 5 mm). Base da
na face superior e pecíolo folha levemente assimétrica.
profundamente canaliculado. Nervura central impressa na
Venação broquidódroma (5-9 face superior. Pecíolo (2-
pares). Reticulação aureolada.
3,5 cm) e ramos jovens com
Semelhante a Ocotea aciphylla
indumento esbranquiçado.
(grupo 5). Freqüente. Todos
os ambientes. América do Sul Rara. Platô.
157
182
tropical e sub-tropical.

Árvores de médio a grande porte.


Nervuras secundárias de 5-9 pares.

12
Venação
trinérvia na
base (par basal
diferenciado). Ocotea aff. pauciflora. Árvore
de sub-bosque. Folhas glabras
Ocotea adenotrachelium (grupo 13), O. sp. E brilhantes e concolores, com 3-
(grupo 1) e Endlicheria aff. punctulata (grupo 14),
5 pares de veias secundárias.
têm folhas às vezes +/- trinérvia.
Ramos e pecíolo glabros ou
com pêlos eretos, esparsos
e inconspícuos com lupa
Arbustos ou árvores pequenas de sub- de bolso. Ocasional. Platô,
bosque. Nervuras secundárias 2-5 pares. vertente e campinarana.
128

Rhodostemonodaphne Ocotea delicata. Folhas


parvifolia. Arbusto à árvore cartáceas (4-12 cm).
pequena. Folhas coriáceas Nervuras terciárias
(5-9 cm). Nervuras terciárias levemente proeminentes
na face inferior. Ramos,
e reticulação praticamente
pecíolo e nervura central na
invisíveis. Ramos, pecíolo e
face inferior cobertos por
nervura central cobertos por pêlos eretos acinzentados.
pêlos adpressos acinzentados. Ramos pendentes.
Freqüente. Platô e vertente. Ocasional. Platô e vertente.
Arredores de Manaus. Arredores de Manaus.
110 101
LAURACEAE
176
• Ocotea longifolia é a espécie de Lauraceae mais
freqüente em áreas alteradas e uma das espécies mais
coletadas. As folhas grandes e alterno-espiraladas
são densamente dispostas em ramos verticais,
tornando fácil o seu reconhecimento. Apresenta
grande variação em
sua área de ocorrência,
especialmente em
relação à morfologia dos
ramos, que em algumas
• Ocotea longifolia. (Louro-de-
populações podem ser
capoeira). Árvore pequena. Ramos
espessos (4-5 mm), angulosos, fortemente alados. Pode
verdes e com pêlos adpressos ser confundida com
esparsos. Pecíolo dilatado na base, Ocotea canaliculata,
glabro ou com pêlos adpressos
não encontrada na
isolados. Lâmina com pêlos
adpressos, densamente apenas em Reserva e que em geral
folhas jovens. Secundárias de 9-17 apresenta a face inferior
pares. Freqüente. Campinarana e completamente coberta
em capoeiras. Bacia Amazônica e por pêlos adpressos.
308 Mata Atlântica.

Ramos terminais e

13
folhas glabros. Venação
peninérvia. Arbustos a
árvores (em geral <10
cm em diâmetro).
Se não encontrar sua planta aqui, ver Ocotea
scabrella e O. amazonica (grupo 5) que às vezes têm
pêlos tão diminutos que as folhas parecem glabras.
Licaria rodriguesii. Árvore
pequena. Ritidoma liso,
acinzentado a enegrecido.
Odor forte, às vezes +/- fétido.
Ramos circulares, lenhosos
(2-3,5 mm). Pecíolo dilatado
na base. Secundárias de 9-13 Folhas grandes (> 15 cm de
pares. Inúmeras nervuras comprimento) ou nitidamente agrupadas
intersecundárias perpendiculares no ápice dos ramos.
e curtas junto à central.
Freqüente. Platô e vertente.
288 Amazônia Central e Oriental.

Licaria subbullata. Árvore Ocotea adenotrachelium.


pequena. Folhas (10-14 cm) Arvoreta de sub-bosque. Folhas
nitidamente agrupadas no ápice de base obtusa a arredondada.
dos ramos, porém crescimento Pecíolo curto, cilíndrico a
levemente canaliculado. Ramos
contínuo (evidente pelas
delgados (< 3 mm) e cilíndricos.
cicatrizes). Folhas coriáceas,
Secundárias de 7-10 pares, na
com 7-8 pares de nervuras base às vezes +/- trinérvia. Folhas
secundárias e reticulação laxa, igualmente distribuídas ao longo
inconspícua. Rara. Platô e dos ramos. Rara. Baixio, solo
vertente. arenoso. Bacia Amazônica.
150 212
LAURACEAE
177

Kubitzkia mezi. Árvore de sub-bosque. Ocotea sp. D. " forma A".


Pecíolo esbranquiçado (coberto por Arvoreta de sub-bosque. Ramos
pêlos adpressos) e canaliculado. delgados (ca. 1 mm), lisos e
Nervura central proeminente dentro
acinzentados. Secundárias ca.
de um sulco na face superior
(seco). Reticulação aureolada. 20 pares. Ápice da folha longo
Nervuras secundárias (ca. 10 pares) atenuado. Pode apresentar os
planas na face inferior. Venação ramos como Ocotea boissieriana
broquidódroma, muito semelhante e por isso parecer um arbusto
às espécies de Aniba com folhas escandente. Ocasional. Platô,
papilosas. Ocasional. Platô e
vertente. Amazônia Central e Oriental vertente e campinarana.
165 215

Folhas menores que 15 cm de


comprimento, não agrupadas no ápice
Dicypellium manausense.
dos ramos.
(Louro-preto). Árvore pequena.
Folhas pequenas (5-9 cm). Ramos
acinzentados, lenticelados, com
pêlos adpressos diminutos e
isolados. Nervuras secundárias
ca. 6 pares. Pecíolo curto (3-5
mm) fortemente canaliculado
(seco). Platô. Arredores de
Manaus. 155

Endlicheria pyriformis. Endlicheria longicaudata.


Árvore pequena. Nervuras Arvoreta de sub-bosque. Nervuras
secundárias (6-7 pares), retas, secundárias (6-9 pares) amarelas,
+/- perpendiculares à central e proeminentes na face inferior,
arqueadas próximo a margem, unindo-se distantes da margem
unindo-se ca. 2-3 mm. Ramos, (2-6 mm). Ápice caudado, longo
pecíolo e folhas verdes (2-3,6 cm). Ramos e pecíolo
quando secos, completamente verdes a acinzentados (pêlos
glabros. Rara. Platô. Norte da eretos e diminutos). Ocasional.
América do Sul. Platô e vertente. Amazônia Central
125 179
e Oriental.
LAURACEAE
178

Licaria pachycarpa. (Louro- Ocotea cernua s.l. Arvoreta a


preto). Árvore de subdossel. árvore mediana. Pecíolo longo
Folhas coriáceas, no ápice dos (1,5-3,4 cm) e acúmem longo
ramos em geral opostas e +/- (1,1-2,4 cm). Ramos delgados
agrupadas. Reticulação laxa.
(ca. 1 mm). Secundárias ca.
Ramos acinzentados, delgados
5-8 pares. Ocasional. Platô e
(ca. 2 mm), sem lenticelas.
Pecíolo canaliculado, glabro. vertente. O complexo Ocotea
Gema terminal < 4 mm. cernua ocorre da América Central
Folhas secas brilhantes na face à Mata Atlântica no Brasil.
superior. Freqüente. Platô e 112
137 vertente.

Ramos terminais e

14
folhas glabros. Venação
peninérvia. Crescimento
contínuo e folhas não
agrupadas. Árvores de
médio a grande porte.
Se não encontrar sua planta aqui, ver também
Ocotea cinerea (grupo 7), que às vezes não
Aniba riparia. Árvore de apresenta domáceas muito nítidas.
subdossel. Folhas cartáceas,
foscas em ambas as faces
(seco). Reticulação aureolada.
Ramos ca. 3 mm de espessura,
marrons e lenticelados. Pecíolo
Venação predominantemente
canaliculado, engrossado na base.
broquidódroma. Nervuras secundárias
Gema terminal <4 mm. Parecida
com Aniba panurensis (grupo arqueadas, pelo menos os pares basais.
11), mas folha não papilosa.
125
Ocasional. Platô e vertente.
Amazônia e Guianas.

Ocotea floribunda. Árvore de Endlicheria aff. punctulata.


dossel. Folhas cartáceas, restritas Árvore de dossel. Folhas rígido-
a ramos verticais, em geral negros coriáceas. Ramos terminais
e >3 mm, lisos, sem lenticelas, angulosos, acinzentados, sem
com cicatrizes de folhas lenticelas. Reticulação laxa e
proeminentes. Pecíolo plano pouco evidente. Pecíolo plano
na face superior. Secundárias na face superior. Venação às
ca. 7-10 pares. Face inferior vezes +/- trinérvia na base.
com pêlos adpressos isolados.
Muito semelhante à Licaria
Gema terminal longa (> 5 mm).
cannella angustata (grupo 1).
Ocasional. Platô. América
Central e norte da América do Sul. Ocasional. Vertente.
109 90
LAURACEAE
179

Ocotea subterminalis. Árvore Ocotea sp. G. Árvore mediana.


mediana. Nervuras terciárias Venação terciária reticulada, bem
+/- perpendiculares à central. evidente em ambas as faces (seco).
Reticulação bem evidente em Lâmina com manchas brilhantes,
ambas as faces, estas foscas resinosas (seco). Ramos com
(seco). Ramos cilíndricos e folhas em geral verdes ou
sem lenticelas. Pecíolo e folhas enegrecidos, cilíndricos e sem
glabros. Secundárias de 4-6 lenticelas. Pecíolo e folhas com
pares. Ocasional. Vertente em pêlos eretos diminutos (lupa) e
solos arenosos. Arredores de esparsos. Secundárias de 3-8
Manaus e Guiana Francesa. pares. Freqüente. Vertente e
146 135
campinarana.

Venação predominantemente
eucampdódroma (apenas os pares
apicais nitidamente unidos). Nervuras
secundárias <7 pares e fortemente
arqueadas.

Ocotea sp. D. "forma B".


Árvore de dossel. Nervuras
intersecundárias bem
Venação broquidódroma. Nervuras desenvolvidas e pouco distintas
secundárias (>8 pares) +/- retas, quase das secundárias (a reticulação
perpendiculares à central. formando veias menores,
paralelas às secundárias e
intersecundárias). Secundárias
>13 pares. Folhas secas negras.
Rara. Campinarana.
120

Ocotea ceanothifolia. Árvore Ocotea sp. A. Árvore de


de dossel. Ritidoma densamente subdossel. Face superior
coberto por lenticelas elípticas com pontuações glandulares
e circulares, salientes e não bem evidentes (com lupa
espocadas. Secundárias ca. 6- quando seco). Venação
11 pares, planas em ambas as terciária reticulada,
faces. Base da folha decurrente proeminente em ambas as
sobre o pecíolo (plano na faces (seco). Ramos terminais
superior). Freqüente. Platô e lenhosos, circulares, lisos
Vertente. Amazônia e Guianas. e sem lenticelas. Veias
secundárias ca. 8-11. Rara.
123 94
Vertente.
LAURACEAE
180
Hernandiaceae
Família pequena com 60 espécies em 5 gêneros (Sparattanthelium) ou cimos escorpióides. Os
de distribuição pantropical: Hernandia, com estames estão dispostos em um único verticilo,
24 espécies ocorrentes principalmente os filetes em sua maioria são providos de
na região indo-pacífica e 5 espécies no um par de glândulas nectaríferas (ausentes
continente americano; Illigera são trepadeiras, somente em Sparattanthelium) e as anteras
principalmente na África e Sudeste Asiático; têm deiscência valvar. O fruto é uma drupa
Gyrocarpus, com 3 espécies pantropicais; e com endocarpo endurecido. Em Hernandia e
Sparattanthelium, com 13 espécies de arbustos Hazomalania a drupa é envolta por uma cúpula
ou lianas nos Neotrópicos. Na Reserva está acrescente e inflada; em Illigera e Gyrocarpus é
representada por uma espécie de liana do uma sâmara; algumas espécies de Gyrocarpus
gênero Sparattanthelium. e uma de Hernandia contêm a testa esponjosa,
A família pertence à ordem Laurales e está importante para sua dispersão hidrocórica. Em
dividida em 2 subfamílias, Hernandioideae, Sparattanthelium a drupa não é provida de alas,
que compreende os gêneros Hazomalania, mas é quinada. Contém uma única semente,
Hernandia e Illigera, e Gyrocarpoideae, que sem endosperma.
inclui Gyrocarpus e Sparattanthelium. Sparattanthelium cf. acreanum pode ser
São árvores, arbustos ou lianas de dossel. confundida no campo com Menispermaceae.
As folhas são simples, alternas, inteiras ou Não existem referências sobre
lobadas com venação peninérvia ou palmada, polinização. As formas de dispersão variam,
fortemente trinervada, sem estípulas. As lianas mas não existem dados sobre Sparattanthelium.
têm um mecanismo único de crescimento para Hernandia é dispersa por rios e correntes
suporte de ramos, como uma foice axilar, marítimas e Gyrocarpus por correntes
formada pela base das inflorescências velhas. oceânicas.
As flores são pequenas, mais ou menos A madeira de algumas espécies é usada
regulares, perfeitas ou unissexuais (plantas na fabricação de produtos locais (caixotes
polígamas ou monóicas), ou bissexuais etc.). Gyrocarpus e Hernandia possuem
em inflorescências tirsóides, dicásicas lenho mole.

Kubitzki, K. 1969. Monographie der Hernandiaceen. Bot. Jahrb. 89: 78-209.

Sparattanthelium acreanum.
Liana lenhosa. Tronco
cilíndrico. Ritidoma bege com
lenticelas. Lâmina denso-
hirsuta; pecíolo alongado,
pulvino ausente na base
e ápice. Rara. Vertente e
baixio. Amazônia Central e
Ocidental.
237
HERNANDIACEAE
181
Piperaceae
É uma família tropical com ca. 8 gêneros,
ausentes em regiões secas. Na Reserva está
representada por 2 gêneros: Piper (ca. 30
espécies) e Peperomia (uma espécie). O
gênero Piper é principalmente arbustivo,
encontrado em áreas alteradas, e Peperomia
é exclusivamente epífita, ocorrendo em jardins
de formiga.

Peperomia macrostachya Piper alatabacum

Inflorescência e detalhe das flores de Piper sp. 8

São ervas, arbustos, pequenas árvores


ou lianas, terrestres ou epífitas, com caule
provido de nós. As folhas são alternas, Piper brachypetiolatum Piper cyrtopodon

opostas, verticiladas ou basais, simples,


freqüentemente com glândulas contendo óleo
aromático; pecíolo com ócrea, geralmente
com bainha recobrindo o caule, projetando a
margem, dando uma idéia de estípula; estípulas
presentes, persistentes ou não; lâmina inteira,
palmada-lobada ou peninérvea, às vezes lobada
na base, glabras ou pilosas. A inflorescência
é basicamente uma espiga pedunculada,
simples, axilar ou terminal, oposta à folha ou
variavelmente arranjada em inflorescências
racemosas, espigadas, umbe ladas ou Piper demeraranum Piper erectipillum
paniculadas, mas nunca cimosas. As flores são
pequenas, sem perianto, usualmente verdes,
freqüentemente esbranquiçadas ou amareladas,
raramente vermelhas ou mais escuras. Os
frutos são drupáceos, carnosos ou secos.
A polinização e a dispersão são
provavelmente feitas através do vento.
São utilizadas na medicina popular e
como condimento (Piper nigrum, pimenta-do-
reino). Comercialmente têm espécies usadas
PIPERACEAE

na produção de óleos essenciais.


Piper purusanum Piper liesneri

Truman, G. & Yuncker. 1973. The Piperaceae of Brazil II: Piper-Group V; Ottonia;
Potomorphe; Sarcorhachis. Separata de Hoehnea, 31-121.
182

Piper demeraranum. Arbusto. Piper duckei. Arbusto. Folhas


Geralmente com pigmentos coriáceas com pilosidade
escuros na lâmina. A folha evidente na face abaxial e glabra
apresenta base auriculada e brilhante na face adaxial. A
ápice finamente acuminado.
estípula só é persistente nos
Confunde-se com P. liesneri, o
ramos mais jovens da planta. Na
que diferencia estas duas espécies
é o tamanho da inflorescência, fase juvenil (ou de plântula), a
longa em P. demeraranum e curta folha apresenta-se variegada (com
em P. liesneri. Ambas apresentam coloração esbranquiçada no
165
consistência cartácea. Freqüente. 135 centro da lâmina, na face abaxial.
Platô. Norte da America do Sul. Freqüente. Platô.

1
Arbustos a subarbustos com
ramos e face abaxial da folha
pubescentes a pilosos.

Piper humillimum. Arbusto.


Folhas membranáceas com
pilosidade macia e evidente
somente nas veias primárias
e secundárias. Rara. Baixio. Folhas com base fortemente assimétrica,
Brasil. pouco a não buladas, pecíolo
canaliculado e estípulas caducas.

165

Piper mastersianum. Arbusto.


Piper liesneri. Folhas Folhas cartáceas com
cartáceas, geralmente sem pubescência discreta. Esta
pigmentos escuros. Apresenta espécie parece muito com P.
base auriculada e ápice hostmanianum, porém difere
levemente agudo. Difere de P. por ter forma elíptica com base
demeraranum pelo ápice e pela arredondada. Freqüente. Platô.
inflorescência. Freqüente. Platô.
Venezuela e Brasil.
125
160
PIPERACEAE
183

Piper humaytanum. Folhas


coriácias, pouco buladas com
pecíolo levemente canaliculado.
Caracteriza-se principalmente por
apresentar uma coloração azulada
(glauca) na face abaxial quando
seca.
150
Piper brachypetiolatum. Arbusto.
Piper sp. 2. Arbusto. Folha
Folha lanceolada, semi-coriácea,
elíptica com indumento castanho
levemente bulada com indumento
muito macio, concentrados
muito discreto. Lembra P.
principalmente sobre as nervuras.
paraense, porém esta última
Consistência entre cartácea e
é uma liana herbácea. Raro.
membranácea. Esta espécie
Brasil.
pode ser confundida com P.
erectipillum, mas diferencia-se por
ser pubescente, e P. erectipillum é
185 180
glabra. Rara.

Folhas com base pouco assimétrica,


pouco a não buladas, pecíolo pouco a
muito canaliculado, estípulas caducas.

Piper baccans. Subarbusto.


Folhas maleáveis com
pubescência levemente
esbranquiçada. As folhas são
Folhas com base fortemente assimétrica, geralmente menores do que as
não buladas, pecíolo curtamente das outras espécies. Freqüente.
canaliculado, estípulas às vezes caducas. Platô. Norte do Brasil.

95

Piper hostmanianum. Arbusto.


A folha apresenta base irregular,
o que caracteriza bem esta
espécie. Pode ser confundida
com P. mastersianum, (embora Piper cf. negroense. Arbusto.
não pertença ao mesmo Folhas elíptico-lanceoladas
subgrupo), mas diferencia-se com pubescência discreta.
exatamente pela forma da folha. Sua melhor característica é a
Freqüente. Platô. Amazonia venação fortemente proeminente
Ampla e Amazônia Centro-Sul. e evidentemente broquidódroma.
220
Parece com P. erectipillum,
mas difere por ter a base mais
estreita que o ápice e pelas veias
secundárias evidentemente
broquidódromas. Rara. Platô.
PIPERACEAE

Rio Negro.

165
184

Piper guianense. Liana herbácea Piper dactylostigmum. (Cipó-


com folhas membranáceas a taia). Hemiepífita com folhas
cartáceas, glabras. Pode ser coriáceas, geralmente sub-sèsseis,
confundida com Piper renitens, mas variando de ovaladas a cordadas.
difere pela venação secundária, as Apresenta-se aderida ao trondo
de P. guianense são eqüidistantes das árvores. Freqüente. Platô.
e eucampdódromas, as de P.
renitens não são eqüidistantes e
são broquidódromas. P. guianense
apresenta venação castanha quando
90
seca. Ocasional. Baixio. 140

Hemiepífitas ou lianas herbáceas, glabras,


com base levemente assimétricas, pecíolo
pouco a muito acanalado.

Piper paraense. Liana herbácea.


Folhas lanceoladas, buladas,
cartáceas a coriáceas. Difere de
P. froesii por ser liana e apresenta
mais de 3 pares de veias
2 Epífita. Hemiepífita. Arvoreta.
Lianas herbáceas.

secundárias. Ocasional. Baixio.


Lianas herbáceas, glabra apubescentes
Norte do Brasil.
com base pouco a muito assimétrica,
pecíolo pouco acanalado.
150

Piper sp. 5. Liana herbácea.


Folhas ovaladas e ápice fino
e longamente acuminado,
levemente recurvado.
Apresenta pubescência
discreta, visível. A venação
secundária lembra P.
erectipillum, mas a forma Piper renitens. Liana
da folha é diferente. Rara. herbácea. Folhas até 9 cm,
Vertente. membranácea a cartácea, 3-
4 pares de veias secundárias
não equidistantes. Difere de
P. guianense pelo número
e disposição das veias
secundárias. Ocasional.
PIPERACEAE

Baixio. Norte do Brasil.

140
81
185

Piper arboretum. Arvoreta.


Folhas largamente lanceoladas
com ápice acuminado. A
disposição das folhas em
relação aos ramos (em zig zag)
é uma boa característica para
ajudar a reconhecer a espécie.
Ocasional. Platô. India e
Neotropicos. Peperomia macrostachya em
227 jardim de formiga.

Arvoreta. Folha com base fortemente


assimétrica, pecíolo fortemente acanalado.

Epífita de jardim-de-formigas.

Peperomia macrostachya.
Epífita. Planta suculenta com
inflorescências muito longas
Arbustos com ramos glabros e

3
e finas. Folhas carnosas
folhas pubescentes a pilosas; com veias secundária não
folhas com base levemente evidentes. Ocorre em jardins-
assimétrica, lâminas não de-formiga. Freqüente. Platô
buladas, estípulas caducas. e baixio. Norte da América
do Sul.
85

Piper purusanum. Arbusto.


Folhas com rala pubescência
macia, pouco perceptível.
Sua melhor característica é a
venação espessa e a lâmina
semi-suculenta. As veias
escurecem quando a planta Piper froesii. Arbusto.
está seca. Ocasional. Platô. Folha cartácea. Indumento
Norte do Brasil. macio, levemente
esbranquiçado. Não
205
confundir com Piper
humaytanum. pois este
apresenta coloração
azulada quando seco.
Raro. Baixio. Norte do
PIPERACEAE

Brasil.

230
186

Piper cyrtopodon. Arbusto. Piper sp. 8. Arbusto.


Nesta espécie as folhas Ramos avermelhados e
variam de elípticas a folhas pequenas (ca. 6 cm),
cordadas. Uma forte membranáceas, longamente
característica é ser brilhante, elípticas e pubescência
semi-suculenta e muito discreta em toda a planta.
pubescente. Os pêlos são Venação secundária
macios. A estípula persiste 60 eucampdódroma.
somente nos ramos muito Ocasional. Baixio e
255 jovens. Freqüente. Platô. vertente.
Norte do Brasil e Guiana.

Piper carniconnectivum.
Arbusto. Folhas maleáveis com
pubescência discreta, curta
e macia. Caracteriza-se por
apresentar folhas com base
irregularmente assimétrica e a
venação secundária não forma
curva com a primária. Rara.
222 Baixio. Norte do Brasil.

Piper aduncum. Arbusto. Espécie


muito comum, encontrada também
nas áreas alteradas dentro da
cidade. É facilmente reconhecida
Arbustos ou subarbustos.

4
pelo ramos avermelhados
(principalmente nos nós e próximo Plantas completamente
deles), pela pubescência àspera pubescentes com folhas de
e principalmente pelas veias base assimétrica. Estípulas
secundárias paralelas. Freqüente. persistentes.
Platô. Neotrópicos.
155

Piper hispidum. Arbusto. Espécie Piper durilignum. Arbusto.


facilmente confundida com P. Folhas subsésseis, semi-
aduncum, diferindo desta porém coriáceas com restos
pela consistência membranácea e de estípulas visíveis na
pelo hábito arbustivo escandente. base das folhas. Venação
Ocasional. Baixio e vertente. eucampdódroma.
Neotrópicos. Freqüente. Platô. Norte do
Brasil.

172
122
PIPERACEAE
187

Piper gurupanum. Arbusto. Piper amapense.


Esta espécie pode ser Arbusto. Esta espécie é
confundida com P. arboretum, facilmente reconhecida
mas difere daquela espécie pela forma amplamente
por não apresentar uma folha ovalada e pela venação
na base dos ramos jovens. secundária esparsada.
Freqüente. Platô. Norte do Rara. Vertente.
Brasil.

255
210

Arbustos. Plantas glabras, folhas

5 com base pouco a muito assi-


métrica, pecíolo pouco a muito
canaliculado, estípulas caducas.

Piper alatabacum. Arbusto.


Espécie facilmente
reconhecida pelas folhas
semi-coriáceas e pelos

6
Arbustos. Ramos glabros, folhas ramos rígidos com nós muito
com base assimétrica, levemen- evidentes. Freqüente. Platô.
te buladas, estípulas caducas. Suriname, Guiana Francesa e
Norte do Brasil.

170

Piper erectipillum. Arbusto. Esta


Piper sp. 1. Arbusto. Espécie
espécie é muito parecida com
parecida com P. arboretum e
P. durilignum, mas difere por
P. gurupanum. Difere destas
apresentar venação secundária
espécies por não apresentar base
eucampdódroma, enquanto que
assimétrica. Ocasional. Platô.
P. durilignum é broquidódroma.
Freqüente. Platô. Norte do
Brasil.

192
260
PIPERACEAE
188
Aristolochiaceae
Família com uma distribuição tropical, e pela ausência do engrossamento no ápice do
também na Eurásia e América do Norte pecíolo e pela presença, em Aristolochiaceae,
temperada, totalizando 7 gêneros e cerca de de uma pequena cavidade no ponto de inserção
650 espécies, representada nos Neotrópicos do pecíolo com a lâmina, de onde partem as
por 3 gêneros e cerca de 260 espécies. Na nervuras principais.
Reserva somente o gênero Aristolochia é As espécies da família possuem um
encontrado com um total de 3 espécies. interessantemododepolinização,especialmente
Aristolochia, chamada sapromiofilia, em que os
insetos, principalmente moscas, são atraídos
pelo odor desagradável de matéria orgânica
podre, sendo então aprisionados no interior
da flor através de pêlos encontrados no tubo
formado pelas tépalas, que permitem apenas
a entrada dos animais e não a sua saída.
Uma vez dentro da região inflada, formada
também pelas tépalas, o inseto acaba tocando
o estigma e efetuando a polinização, caso tenha
entrado carregando pólen de outra flor. Após
polinizada, a flor entra na fase masculina, em
Aristolochia ruiziana que as anteras liberam os grãos de pólen e os
pêlos justapõem-se às paredes ou decompõem-
O grupo é composto por ervas ou
se, permitindo a saída dos insetos.
arbustos, mas na sua grande maioria por
lianas. As folhas são alternas, geralmente As espécies dessa família são muito
cordiformes ou reniformes, profilos utilizadas como ornamento e, principalmente,
semelhantes a estípulas, com venação apresentam um largo emprego na medicina
palmada. Suas inflorescências são axilares popular.
(Aristolochia aff. rumicifolia), freqüentemente
caulifloras (A. silvatica e A. ruiziana), com as
flores em racemos, agrupadas ou solitárias.
As flores são bissexuadas, zigomórficas, de
pequenas a grandes e vistosas; as tépalas são
unidas em um tubo, freqüentemente infladas
na base, com o limbo colorido. Têm 5 a 6
estames, unidos com o estilete para formar o
ginostêmio. O ovário é ínfero. Os frutos são
do tipo cápsula, deiscente, quando abertos
lembrando um pára-quedas invertido, com
muitas sementes geralmente aladas.
Quando em flores ou frutos a família é Aristolochia silvatica
extremamente típica, já em estado vegetativo
ARISTOLOCHIACEAE

pode ser confundida com Menispermaceae,


diferindo desta pela anatomia do caule
formando secções raiadas (vide foto), ao
contrário de anéis concêntricos assimétricos,

Hoehne, F.C. 1942. Aristolochiaceae. Flora Brasílica XV(II): 1-141.


Garavito, F.A.G. 1990. Aristolochiaceae. Flora de Colombia, 12: 1-183.
189

Aristolochia silvatica. (Urubu-


caá). Liana lenhosa, indivíduos
adultos atingindo o dossel.
Lâmina com 3 nervuras
principais partindo da base;
face inferior pobremente pilosa;
nervura central na face superior
levemente proeminente. Rara.
Vertente. Amazônia brasileira,
peruana e colombiana. 190

Aristolochia silvatica. Secção típica da família,


importante para separar de Menispermaceae, um
grupo vegetativamente afins de Aristolochiaceae.

Aristolochia aff. rumicifolia.


Liana herbácea, normalmente
sobre pequenas arvoretas
e arbustos do sub-bosque.
Lâmina com 5 nervuras
principais partindo da base, face
inferior densamente pubescente;
nervura central na face
superior impressa. Freqüente.
Campinarana.
165

Aristolochia ruiziana.
(Contracapitema). Liana lenhosa,
indivíduos adultos atingindo o
dossel. Lâmina com 5 nervuras
principais partindo da base, face
inferior densamente híspida,
retículo fortemente proeminente;
nervura central na face superior
plana a levemente proeminente.
Rara. Vertente. Amazônia 178
ARISTOLOCHIACEAE

brasileira, colombiana e peruana.

Aristolochia aff. rumicifolia


190
Menispermaceae
A família é representada por 70 gêneros e A polinização é provavelmente feita por
cerca de 517 espécies, com distribuição insetos (dípteros, himenópteros e besouros).
essencialmente pantropical. Apenas 3 espécies Pequenas moscas foram observadas visitando
ocorrem na região temperada da América do as flores, que podem ou não produzir néctar.
Norte. Nos Neotrópicos existem 17 gêneros Existem algumas observações de pássaros,
e 187 espécies conhecidas. primatas e roedores comendo frutos de Abuta
grandifolia. Alguns frutos são comestíveis para o
homem (Curarea toxicofera e A. grandifolia).
Muitas espécies são ricas em alcalóides.
As folhas, cascas, madeiras e raízes têm
utilidades medicinais, como d-tubocurarine
de Chondodendron tomentosum, usado
como relaxante muscular em cirurgias
modernas. Estes alcalóides são componentes
na preparação do curare (Abuta grandifolia,
Disphania lobata
A. rufescens, A. imene, Cissampelos
Na Reserva ocorrem 16 espécies em andromorpha, Chondodendron tomentosum,
8 gêneros, dos quais Abuta é representado Curarea toxicofera etc.), usado nas pontas
pelo maior número de espécies. O gênero de flechas e em venenos para peixes (Abuta,
Abuta pode ser confundido com Rhamnaceae, Chondodendron, Cissampelos e outros). Abuta
Smilacaceae e Cucurbitaceae. A venação grandifolia apresenta ainda uma gama de usos
é usada na diferenciação entre espécies, medicinais para moléstias, tais como cólicas,
havendo uma progressão de venação palmada malária, tuberculose, febres, diarréia, vômito e
até pinada, também pseudopalmada, passando como contraceptivo. Cocculus e Menispermum
a ser pinada próxima ao ápice. No nível de são usados na cultura ornamental.
família é fácil de diferenciar das demais pela
característica do tronco freqüentemente
achatado, amarelo e com crescimento
secundário anômalo.
São essencialmente lianas (raramente
árvores, arvoretas, arbustos ou ervas),
herbáceas ou lenhosas, sem gavinhas. Abuta imene Abuta grandifolia
As folhas são alternas, simples, inteiras
ou lobadas, cartáceas ou coriáceas, sem
estípulas; pecíolo alongado com pulvino
freqüentemente engrossado no ápice e na
base. As inflorescências variam de espigas,
racemos, panículas ou cimeiras, são axilares ou
freqüentemente caulifloras com menos flores
Abuta Abuta rufescens Abuta sandwithiana
nas plantas femininas. As flores são pequenas panurensis
(6 mm), unissexuais, normalmente trímeras,
de coloração esverdeada, esbranquiçada,
amarelada, marrom ou raramente rosada. As
MENISPERMACEAE

flores masculinas e femininas têm, às vezes,


tamanhos diferentes. As pétalas são menores
que as sépalas. O fruto é uma drupa com
mesocarpo carnoso ou fibroso, e endocarpo
Anomospermum Sciadotenia duckei
lenhoso, e por fora rugoso. solimoesanum

Ott, C. 1997. Menispermaceae. Flora of Ecuador, 58: 1-81


191

Disphania lobata. Cissampelos andromorpha.


Liana herbácea. Liana de porte pequeno.
Folhas cartáceas, Ramo achatado, lenticelado.
pilosas e geralmente Folhas glabras, pequenas e
grandes, com cartáceas; base subcordada.
margem lobada e Perde as folhas quando
ciliada. Base do em floração. Rara. Platô.
pecíolo retorcido. América Central e Uruguai.
Freqüente.
Amazônia ampla. 280 80

1 Lianas herbáceas e lenhosas de


pequeno porte.

Sciadotenia duckei. Liana


de pequeno porte. Caule
cilíndrico, lenticelado. Folha

2
forte lanceolada; lâmina
estrigosa a glabrescente.
Arbustos ou arvoretas. Ocasional. Platô e vertente.
Amazônia Central.

200

Abuta grandifolia. Arbusto. Abuta sandwithiana.


Caule cilíndrico, lenticelado. Arbusto. Lâmina híspido-
Folha glabra, de tamanho pilosa nas nervuras; venação
variável, normalmente grande, pseudo-palmada com 3
sempre com 3 nervuras, 2 sub- primárias partindo da base
marginais partindo da base. e passando a peninérvia
Freqüente. Platô e vertente. mais acima; terciárias não-
Norte da América do Sul. reticuladas. Rara. Vertente
e baixio. Amazônia Ampla e
Sul-Ocidental.
390 206
MENISPERMACEAE
192

Abuta panurensis. Liana Anomospermum solimoesanum.


lenhosa. Caule achatado, Lianas lenhosas. Caule
sulcado a liso. Folhas cilíndrico. Ritidoma marrom-
parecidas com A. grandifolia
avermelhado, fissurado;
mas são menores e nervuras
freqüentemente saem desprendimento pulverulento
um pouco acima da base e em grumos. Lâmina glabra;
(plinervada). Lâmina venação palmada, passando a
essencialmente glabra. pinada na parte superior. Rara.
Terciárias reticuladas, mas Vertente. Amazônia ampla.
não evidentes. Freqüente.
175 153
Vertente e campinarana.
Amazonas.

Abuta imene. Liana


lenhosa. Caule achatado;
ritidoma estriado e
lenticelada. Folha
glabras; venação terciária
3 Lianas lenhosas de grande porte.

bem reticuladas. Rara.


Baixio e vertente. Região
Amazônica.

232

Abuta rufescens. Liana Abuta grisebachii. Liana


lenhosa. Caule achatado lenhosa. Caule achatado;
ou cilíndrico. Ritidoma ritidoma marrom-escuro,
marrom, levemente fissurado sulcado, lenticelado.
e lenticelado. Folhas Venação palmada,
coriáceas de tamanho abaxialmente tomentosa,
variável, abaxialmente denso- de aparência acinzentada,
298 tomentosa, assumindo coloração coriácea. Freqüente. Platô,
acinzentada. Venação palmada. baixio e campinarana.
153
Freqüente. Platô, vertente e baixio. Amazonas.
Região Amazônica.
MENISPERMACEAE
193

Orthomene hirsuta. Liana Telitoxicum minutiflorum. Liana


lenhosa. Lâmina bulada lenhosa. Caule achatado; ramos
com pilosidade híspida, na menores cilíndricos. Lâmina
face abaxial. Pecíolo piloso. coriácea, glabra. Venação plana,
Venação broquidódroma, peninérvia, terciárias formando
pseudo-palmada, passando retículos intricados. Ocasional.
155
a peninérvea; terciárias Campinarana e baixio. Brasil,
reticuladas. Rara. Ecuador e Perú.
Campinarana.
212

Telitoxicum rodriguesii. Liana


lenhosa. Ramo cilíndrico a
achatado. Superfície da lâmina
bulada, pilosidade hirsuta na
face abaxial, principalmente
na nervura central; pecíolo
240
alongado, com pulvino na base e
ápice. Terciárias não reticuladas.
Peninérvia. Rara.

Abuta obovata. Liana lenhosa. Odontocarya wullschlaegelii.


Caule profundamente sulcado, Liana lenhosa. Ramos
marrom com desprendimento achatados, lenticelados
pulverulento; ramos achatados. castanho-claro. Lâmina
Folha glabra com superfície glabra, exceto na nervura
bulada. Rara. Campinarana. principal; terciárias
Brasil, Suriname e Venezuela. reticuladas. Perde as folhas
quando em floração ou
frutificação. Rara. Baixio
e campinarana. Brasil e
93 210
Guianas.
MENISPERMACEAE
194
Sabiaceae
É uma família com 3 gêneros e O grupo é principalmente caracterizado
aproximadamente 80 espécies, em dois pelos estames e pistilos opostos às sépalas, estas
centros de distribuição disjuntos, um no muito imbricadas. No campo, esta família
Sudeste da Ásia, outro na América tropical. pode ser reconhecida pelos frutos duros e
Na Reserva foram encontradas 2 espécies. longamente persistentes nas plantas, sendo
São árvores, arbustos, subarbustos mais facilmente encontradas do que com flores
ou lianas com folhas simples ou compostas, pequenas, inconspícuas.
paripinadas ou imparipinadas, alternas ou Ophiocaryon manausense pode ser
subopostas, de margem inteira ou serreada; confundida com algumas espécies do gênero
o pecíolo freqüentemente apresenta base Talisia que ocorrem na Reserva. As espécies
espessada. As inflorescências podem ser deste gênero de Sapindaceae apresentam
paniculadas, racemosas ou cimosas, terminais pecíolo e peciólulo nitidamente espessado e
ou axilares, ramifloras ou caulifloras. As flores ráquis da folha semicircular. Ao contrário,
são pequenas com pétalas obtusas a estreitas, o pecíolo e peciólulo de Ophiocaryon
longamente acuminadas. O fruto é drupáceo manausense são mais cilíndricos, enrugados,
com endocarpo carnoso. e a ráquis da folha é circular.

Meliosma palustre. Árvore cerca de Ophiocaryon manausense.


15 a 25 m. Ramos cilíndricos com Árvore de pequeno porte.
lenticelas proeminentes, elípticas e Ramos cilíndricos. Folhas
castanhas. Folhas simples, alternas. compostas, alternas. Lâmina
Lâmina coriácea, ápice agudo e do folíolo semi-coriáceo a
base atenuada. Margem inteira. coriáceo; margem inteira.
Veias eucampdódromas, terciárias e Veias secundárias pouco
quaternárias reticuladas. Indumento perceptíveis na face adaxial.
papiloso em ambas as faces. Rara. Venação principalmente
Platô. Amazônia brasileira. eucampdódroma. Rara. Platô.
Amazônia Ampla.
176 150
SABIACEAE
Ulmaceae 195

Com cerca de 15 gêneros e aproximadamente Estudos envolvendo polinização são


150 espécies, essa família apresenta uma raros em Ulmaceae, provavelmente devido às
distribuição pantropical, sendo representada pequenas dimensões de suas flores. Dispersão
nos Neotrópicos por cerca de 6 gêneros e 20- envolve animais que se alimentam de seus
25 espécies. Na Reserva podem ser encontrados vistosos frutos. Trema é muito visitado por
2 gêneros e 2 espécies. aves.
São árvores, arbustos ou lianas, embora
na Reserva ocorram apenas árvores. Têm
estípulas caducas. As folhas são simples, alternas
e dísticas, de margem inteira ou serreada, com
venação pinada ou palmada, sendo comum a
ocorrência de base 3-nervada, esta às vezes
assimétrica. As flores são inconspícuas, de cor
normalmente verde, surgindo em glomérulos
axilares; com 3-5 tépalas, 3-5 ou mais de 8
estames. O ovário é súpero, com 2 estigmas
inteiros ou furcados. O fruto é uma drupa ou
sâmara, geralmente amarelo ou alaranjado.
As duas espécies ocorrentes na Reserva são
muitas vezes confundidas com Euphorbiaceae,
entretanto nenhuma delas apresenta qualquer
tipo de glândula na lâmina foliar e/ou látex.
Além disso, a presença de estípulas, ou, quando
caducas, deixando cicatrizes bem evidentes, Ampelocera edentula
em Ulmaceae ajudam a distinguir essas duas
famílias. Alguma semelhança com as Malvales O principal uso econômico da
também pode ser vista, embora Ulmaceae não família está na produção de madeira de
apresente o característico engrossamento no boa qualidade e, em uma escala menor, na
ápice do pecíolo. produção de fibras e para fins medicinais por
pequenas comunidades.

Todzia, C.A. 1989. A revision of Ampelocera (Ulmaceae). Ann. Missouri Bot. Gard., 76:
1087-1102.

Trema micrantha. Árvore. Ampelocera edentula.


Lâmina foliar densamente híspida Árvore do dossel. Lâmina
em ambas as faces, áspera ao foliar glabra em ambas
toque; margem serrilhada. Base as faces; margem inteira.
foliar trinervada. Freqüente. Veias laterais 5-9 pares.
Capoeira e outras vegetações Ocasional. Platô e vertente.
alteradas. Amplamente distribuída Bacia amazônica e Guianas.
nos Neotrópicos. 135
137
ULMACEAE
196
Moraceae
Uma família com cerca de 1050 espécies reduzidas, unissexuadas, principalmente em
em 37 gêneros distribuídos em 5 tribos. inflorescências condensadas, devido à fusão e
Predominantemente tropical, é muito inclusão das flores no receptáculo, e mais ou
abundante na região Ásica-Australásica. menos complexas, freqüentemente lembrando
O maior gênero é Ficus com mais de 720 flores (como em Naucleopsis) ou frutos (como
espécies, 120 dessas nos Neotrópicos. em Ficus). As inflorescências são unissexuadas
Na Reserva a família é representada ou bissexuadas. Os frutos são sempre fechados
por 44 espécies indígenas e Artocarpus em um perianto expandido e carnoso, que
heterophyllus do Velho Mundo (jaca). pode ser parte de estruturas mais complexas
pela fusão das flores e/ou pela fusão com ou
inclusão do receptáculo da inflorescência.
Não são as flores individualmente, mas
sim as inflorescências, as unidades funcionais
envolvidas na polinização e a dispersão.
O gênero Ficus tem um original e
complicado sistema de polinização no qual
minúsculas vespas estão envolvidas. Nada é
conhecido acerca de polinização nos outros
gêneros; a ocorrência regular de larvas de
insetos em inflorescências estaminadas e a
construção de inflorescências pistiladas, de
forma que larvas de insetos não podem penetrar,
Ficus greiffiana sugerem que a polinização é baseada na oferta
de locais de procriação do polinizador.
A família é representada nos Neotrópicos
por cerca de 45 espécies herbáceas no gênero Dispersão da semente (mantida em
Dorstenia (nenhuma delas na Reserva), cerca alguma estrutura carnosa, com freqüência
de 125 espécies hemiepífitas (em Ficus subg. ao menos parcialmente amarela, alaranjada
Urostigma), e cerca de 100 taxa de árvores ou avermelhada) é promovida por animais
(ou arbustos). arborícolas (em particular macacos) e voadores
(pássaros e morcegos).
As folhas são alternas (somente opostas
em Bagassa), arranjadas em espiral em Ficus, Como as Moraceae são bem
ou dísticas, ao menos nos ramos reprodutivos, representadas em muitos tipos de florestas
nos demais gêneros. Todos os taxa contêm tropicais úmidas, seus "frutos" proporcionam
látex leitoso. As estípulas são normalmente um principal recurso alimentar para muitos
conspícuas e com freqüência totalmente ou animais da floresta. Em particular no caso
quase amplexicaule, suas cicatrizes formam de Ficus, cujo sistema de polinização leva à
um anel completo ou apresentam uma falha no produção de "frutos" por todo o ano.
lado oposto à inserção das folhas. A venação A importância econômica da família
da lâmina é broquidódroma. das espécies brasileiras é confinada a algumas
As plantas são monóicas ou espécies com madeira de valor.
dióicas. As flores são pequenas ou muito

Berg, C.C. 1972. Olmedieae e Brosimeae (Moraceae). Flora Neotropica Monograph 7.


MORACEAE

Berg, C.C., Vázquez Avila, M. & Kooy, F. 1984. Ficus species of Brazilian Amazonia and
the Guianas. Acta Amazonica, 14: 159-194.
Vázquez Avila, M., Berg, C.C. & Kooy, F. 1984. New taxa of South American Ficus. Acta
Amazonica, 14: 195-213.
197
Inflorescências globosas, discoidais, hemisféricas ou turbinadas Sicônios

Inflorescências involucradas

Pedunculadas
Perebea mollis (M) E
Maquira guianensis (Fe M)
M. sclerophylla (F e M) Ficus cremersii
Naucleopsis caloneura (F)
N. ternstroemiiflora (M) G E
Helicostylis turbinata (M e F) Helicostylis elegans Perebea mollis

G G
G GE Ficus gomelleira

Helicostylis tomentosa Naucleopsis caloneura Maquira calophylla Helicostylis scabra

Sésseis Ficus paraensis

Pseudolmedia laevis (M e F)
P. laevigata (F)
Naucleopsis caloneura (F)
N. ulei ssp. amara (M e F) E E
Naucleopsis Naucleopsis
ternstroemiiflora stipularis
Ficus greiffiana

G E E
Pseudolmedia laevigata Helicostylis tomentosa Helicostylis scabra

Ficus guianensis

Não involucradas
Globosas
Brosimum acutifolium ssp.
interjectum Subglobosas, discoidais, hemisféricas ou irregulares
Brosimum longifolium B. parinarioides ssp. parinarioides
B. potabile Helianthostylis sprucei
Ficus mathewsii

Brosimum
lactescens

Turbinadas Brosimum rubescens Brosimum guianense Ficus


subapiculata

Trymatococcus amazonicus Brosimum utile ssp. ovatifolium Brosimum rubescens

Ficus krukovii

Inflorescências racemosas ou em espigas


MORACEAE

G G E
Sorocea muriculata Sorocea Clarisia ilicifolia Clarisia racemosa
ssp. muriculata guilleminiana Ficus trigona
198
Frutos

Clarisia ilicifolia Maquira Pseudolmedia Pseudolmedia Trymatococcus Sorocea guilleminiana


guianensis laevigata laevis amazonicus
ssp. guianensis

Clarisia Maquira Pseudolmedia Sorocea Helicostylis Naucleopsis ulei


racemosa sclerophylla laevigata pubivena scabra
ssp. hirtella

LÁTEX BRANCO
(ou inicialmente branco e oxidando LÁTEX COR CAFÉ-COM-LEITE
rapidamente para outras cores)

Árvores Base variável, nunca


com raiz-suporte.
Base do tronco variável, nunca com Glândulas ausentes na
raiz-suporte.
base da lâmina foliar

1 Estípulas
amplexicaules.
2 Estípulas não
amplexicaules.

3 Estípulas não
amplexicaules.

5
Base do tronco raiz-suporte
Estípulas amplexicaules.

8
Ficus p.p. Com duas glândulas na base
da lâmina.

6
Estípulas laterais e
rudimentares. Margem
foliar geralmente

9 Ficus p.p. Apenas uma glândula na


base da lâmina foliar.
denteada.

7
Base com raiz-suporte.
Uma glândula na base
Hemiepífitas da lâmina foliar.

7 Ficus p.p. Indumento presente nas partes


vegetativas. LÁTEX ALARANJADO
(após oxidação)
MORACEAE

9 Ficus p.p. Indumento ausente nas partes


vegetativas.
4 Estípulas amplexicaules.
199
HÁBITO COR DO ESTÍPULA BASE DO
GLÂNDULAS INDUMENTO GRUPO
LÁTEX TRONCO

1
Variável,
Presente ou
Branco Amplexicaule raiz suporte Ausentes
ausente
ausente.

Inicialmente

2
branco ou
Variável,
amarelo, Não Presente ou
raiz suporte Ausentes
oxidando amplexicaule ausente
ausente
rápido para
outras cores

3
Variável,
Cor café- Não Presente ou
raiz suporte Ausentes
com-leite amplexicaule ausente
ausente
ÁRVORES

4
Alaranjado
Geralmente Presente ou
(após Amplexicaule Ausentes
reta ausente
oxidação)

5
Cor café- Presente ou
Amplexicaule Base reta Ausentes
com-leite ausente

6
Variável,
Branco ou cor Lateral e Presente ou
raiz suporte Ausentes
café-com-leite rudimentar ausente
ausente

7
Branco, Com raiz
quando suporte, Uma na base
Amplexicaule Presente
árvores látex quando da lâmina
de outra cor árvores
(às vezes árvores)
HEMIEPÍFITAS

8
Branco,
Com raiz Duas na base Presente ou
sempre Amplexicaule
suporte da lâmina ausente
árvores
MORACEAE

9
Com raiz
suporte, Uma na base
Branco Amplexicaule Ausente
quando da lâmina
árvores
200

Brosimum utile ssp. ovatifolium.


(Leiteira). Árvore de dossel.
Epiderme do pecíolo escamosa,
margem da lâmina inteira;
nevura central quase plana,
• Brosimum rubescens.
venação terciária parcialmente
escalariforme. Ocasional.
Platô e baixio. Norte da bacia
amazônica e Guiana Francesa.
141 113

Inferiormente, lâmina (sub) glabra ou


pubescente somente sobre a nervura
principal.

Árvores. Látex geralmente

• Brosimum rubescens. (Garrote,


Pau-rainha). Árvore muito variável,
tanto na forma e tamanho de folhas
1 branco. Cicatriz da estípula
amplexicaule. Base variável,
raiz-suporte nunca presente.

e estípulas, quanto no indumento • Variações em Brosimum rubescens.


sobre essas estruturas; epiderme
do pecíolo persistente; margem
da lâmina inteira; nervura central Inferiormente, lâmina densamente
quase plana, venação terciária pubérula sobre as nervuras, em volta
reticulada. Aqui representada por
dos aréolos.
três indivíduos. Freqüente. Todos
110
os ambientes. Da América Central
às Guianas e leste do Brasil.
Brosimum parinarioides
ssp. parinarioides. (Amapá).
Árvore de dossel. Lâmina
foliar normalmente recoberta
Brosimum rubescens. com galhas típicas. Nervuras
em volta dos aréolos
muito proeminentes e
5x seu indumento marrom a
amarelo. Freqüente. Todos
os ambientes. Guianas e
71 319
bacia amazônica.
MORACEAE
201

Brosimum longifolium. Brosimum lactescens.


(Amapá-mururé). Árvore. (Leiteira, Muiratinga).
Epiderme do pecíolo não Árvore. Venação da estípula
escamosa; margem da lâmina evidente; nervura mediana da
ondulada, nervura central lâmina impressa e subglabra
mais ou menos proeminente adaxialmente. Ocasional.
adaxialmente, venação terciária Vertente. Da América
parcialmente escalariforme. Central as Guianas e bacia
Rara. Vertente. Noroeste da amazônica.
bacia amazônica. 165
260

Árvores. Látex inicialmente

2
branco ou amarelo, oxidando
rapidamente para amarelo, café-
com-leite ou negro. Cicatriz
da estípula não amplexicaule. Brosimum guianense.
(Pau-rainha-roxo). Árvore.
Base variável, raiz-suporte
Venação das estípulas
nunca presente.
inconspícuas; nervura central
plana e lâmina glabra e
lisa adaxialmente, lâmina
geralmente mais larga na
metade superior. Ocasional.
Platô e áreas alteradas.
95
América Central às Guianas e
leste do Brasil.

Brosimum potabile. Brosimum acutifolium ssp.


(Amapá, Guariúba-folha- interjectum. (Mururé).
fina). Árvore. Nervuras Árvore. Venação das
em volta dos aréolos estípulas inconspícuas;
5X
levemente proeminentes nervura central plana e
e seu indumento branco lâmina pubérula à híspida
a amarelado. Ocasional. adaxialmente, lâmina
Vertente e campinarana. geralmente mais larga na
Bacia amazônica. metade inferior. Rara. Platô.
Bacia amazônica.
104 117
MORACEAE
202

Maquira sclerophylla. Maquira guianensis ssp.


(Muiratinga, Pau-tanino). guianensis. (Muiratinga-da-folha-
Árvore de dossel. Face inferior miúda). Árvore de dossel. Face
da lâmina híspida sobre as abaxial da lâmina (sub)glabra;
veias; margem inteira; 13-30 margem inteira; 7-14 pares de
pares de veias secundárias; veias secundárias; venação
venação terciária escalariforme; terciária reticulada; epiderme do
epiderme do pecíolo geralmente pecíolo geralmente escamoso.
escamoso. Ocasional. Platô. Ocasional. Platô. Bacia
253
Amazônia Ocidental ao amazônica, Guianas e leste da
198
Suriname. Venezuela.

3
Árvores. Látex cor café-com-
leite. Cicatriz da estípula não
amplexicaule. Base variável,
raíz-escora ausente.

Trymatococcus amazonicus.
(Pãima). Árvore. Face superior Base do tronco sempre reta.
da lâmina glabra, exceto
na nervura central, mais ou
menos bulada, face inferior
pubérula sobre as nervuras;
venação terciária parcialmente Base do tronco geralmente com raiz
escalariforme. Freqüente. superficial, reta ou digitada.
Todos os ambientes. Bacia
amazônica, leste da Venezuela
257
e Guianas.
Helicostylis tomentosa. (Inharé-
Helianthostylis sprucei. Árvore
folha-peluda, inharé-paina).
do sub-bosque. Face superior da
Árvore. Lâmina às vezes
lâmina glabra, inferior pubérula
curtamente escabra; indumento
a subestrigosa; venação terciária
muito variável; margem inteira,
reticulada. Freqüente. Platô e ocasionalmente denticulada
vertente. Bacia amazônica e no ápice; 8-17 pares de veias
Colômbia. secundárias; ápice acuminado a
mucronado. Freqüente. Todos
os ambientes. Norte da América
100
do Sul, Panamá e leste do Brasil.
MORACEAE
203

Maquira calophylla. (Muiratinga, Helicostylis turbinata.


muiratinga-folha-miúda). Árvore. (Inharé). Árvore. Lâmina
Face abaxial da lâmina esparsamente não escabra; face inferior
pubérula, freqüentemente escabra; tomentosa, amarelada;
margem inteira, freqüentemente margem denteada no
revoluta; (10-)14-19 veias ápice; 8-17 pares de
secundárias; venação terciária veias secundárias, ápice
reticulada; epiderme do pecíolo acuminado. Ocasional.
não escamoso. Ocasional. Platô e Vertente. Região noroeste da
vertente. Norte da bacia amazônica. 202 bacia amazônica.
215

Base do tronco com sapopemas,


digitada ou acanalada.

Pseudolmedia laevis. (Inharé-


folha-miúda, muiratinga). Árvore.
Árvores. Látex alaranjado Estípulas com pêlos diferentes

4
em comprimento, mais ou menos
ou arroseado, após alguns
patentes; venação terciária
segundos de oxidação. Estípulas
parcialmente escalariforme.
amplexicaule. Tronco cilíndrico
Freqüente. Todos os ambientes,
ou achatado. Base geralmente exceto baixio. Norte da América
reta. do Sul.
174

Helicostilys scabra. (Inharé). Pseudolmedia laevigata.


Árvore. Lâmina geralmente Árvore. Estípulas com pêlos de
escabra; face inferior pubérula igual comprimento, adpressos;
a híspida, margem inteira; 10- venação terciária reticulada.
14 pares de veias secundárias; Ocasional. Vertente. Norte da
ápice curto e obtuso- América do Sul.
acuminado a (sub)denticulado.
Ocasional. Baixio e
campinarana. Região noroeste
da bacia amazônica.
177 130
MORACEAE
204

Naucleopsis ulei ssp. amara. Naucleopsis caloneura.


Árvore dossel. Lâmina lisa (Muiratinga). Árvore. Lâmina
na face inferior, de 15-30 curtamente escabra embaixo,
cm; 17-22 pares de veias
geralmente de 15-32 cm; 12-24
secundárias; venação terciária
parcialmente escalariforme a pares de veias secundárias; venação
reticulada; ramos com regiões terciária reticulada ou tendendo a
com distintos internós mais escalariforme; ramos com internós
curtos e somente carregando de igual comprimento, todos nós
estípulas subpersistentes. carregando folhas. Freqüente.
Ocasional. Todos os ambientes, 319
exceto campinarana. Bacia Platô e vertente. Amazônia
291
amazônica. Oriental.

5
Árvores. Látex cor café-com-
leite. Cicatriz da estípula
Naucleopsis ternstroemiiflora. amplexicaule. Base reta.
Árvore de dossel. Lâmina
pilosa na base da nervura
central ou glabra na face
inferior, 4-14(-22) cm; 14-23
pares de veias secundárias;
venação terciária reticulada.
Rara. Platô. Bacia amazônica.

134

Naucleopsis stipularis. Perebea mollis ssp. mollis.


Arvoreta do sub-bosque. (Inharé-folha-peluda). Árvore.
Lâmina glabra ou quase, 50- Lâmina geralmente bulada
72cm comp.; 19-23 pares de na face superior, 10-28 cm;
veias secundárias; venação margem denteada próxima
terciária reticulada; estípulas a base; 15-22 pares de veias
subpersistentes. Ocasional. secundárias; venação terciária
Platô e vertente. Bacia escalariforme. Ocasional.
amazônica. Vertente. Norte da Amazônia
e Guianas.
545 176
MORACEAE
205

Sorocea guilleminiana. (Jaca- Clarisia ilicifolia. (Inharé-folha-


branca, Jaca-brava). Árvore. miúda). Árvore do sub-bosque.
Lâmina com pequeno espinho Lâmina com pêlos uncinados (em
no acúmen e freqüentemente forma de gancho); nervura central
a margem denteada-espinhosa; proeminente na face superior; (5-)
10-18 pares de veias secundárias; 8-20 pares de veias secundárias,
venação terciária parcialmente venação terciária reticulada.
escalariforme. Freqüente. Platô e Ocasional. Platô e vertente.
vertente. Bacia amazônica e leste Guianas, bacia amazônica e leste do
do Brasil. 252 Brasil.
217

Com espinhos nos dentes da margem ou


pelo menos no acúmen.

6
Árvores. Látex branco ou cor
café-com-leite. Estípula lateral
e rudimentar e/ou margem da Clarisia racemosa. (Guariúba). Árvore
folha denteada. de dossel. Látex branco. Raízes
superficiais recobertas de lenticelas
vermelhas. Lâmina sem pêlos
uncinados (em forma de gancho),
nervura central plana a levemente
impressa na face superior; 9-
Sem espinhos nos dentes da margem ou 18 pares de veias secundárias;
no acúmen. venação terciária paralela as veias
secundárias. Freqüente. Platô e
vertente. Da América Central a
região costeira do Equador, Guianas, 108
bacia amazônica e leste do Brasil.
Sorocea muriculata ssp. Soroceae pubivena ssp.
muriculata. Árvore. Margem hirtella. Árvore do sub-bosque.
da lâmina obscuramente a Margem da lâmina inteira
distintamente denteadas a quase a denteada, (6-)10-20(-25)
inteiras; (6-)8-12(-14) pares de pares de veias secundárias,
veias secundárias; venação freqüentemente unidas
terciária geralmente reticulada. por uma veia submarginal
Freqüente. Platô e vertente. Bacia arqueada; venação terciária
amazônica, leste da Venezuela e normalmente quase
Guianas. escalariforme. Rara. Platô.
141 165
Norte da bacia amazônica.
MORACEAE
206

Ficus gomelleira. Árvore. Ficus albert-smithii.


Face superior da lâmina Hemiepífita. Face superior
pubérula a sub-híspida até da lâmina (sub)glabra;
hirtela, lisa ou escabra; (10-)12-18 pares de veias
(8-) 10-16 pares de veias secundárias; venação terciária
secundárias; venação reticulada. Freqüente.
terciária reticulada. Rara. Todos os ambientes. Nas
Baixio. Bacia amazônica, Guianas, região norte da
extendendo até a bacia amazônica e leste da
188 Venezuela e Guianas, 312
Venezuela.
leste do Brasil.

Ficus (em parte). Geralmente

7
hemiepífitas, quando árvores
com látex não branco,
raízes escoras e casca viva
alaranjada, amarelada, creme
ou amarelo-avermelhada.
Com uma glândula sobre a nervura
Ficus duckeana. (Mata-pau). mediana na base da folha. Lâmina com
Hemiepífita. Face superior pilosidade evidente inferiormente (em F.
da lâmina pubérula a híspida, cremersii e F. pakkensis essa pilosidade
curtamente escabra; 7-9(-10) é difícil de ser vista, mas normalmente
pares de veias secundárias; pode ser sentida pelas mãos).
venação terciária reticulada
ou tendendo a escalariforme.
Ocasional. Vertente e
campinarana. Região norte
171 da bacia amazônica (Amapá,
Amazonas, Pará e Guiana

Ficus panurensis. Árvore. Ficus trigona. Hemiepífita.


Face superior da lâmina Face superior da lâmina
glabra; (5-)8-14 pares de hirtela a hirsuta, pelo menos
veias secundárias; venação sobre a nervura central; 8-12
terciárias reticulada. Rara. pares de veias secundárias;
Baixio. Nas Guianas, venação terciária parcialmente
Venezuela e Brasil escalariforme. Rara. Baixio e
(Amazonas). vertente. Bacia amazônica e
Guianas.
213 99
MORACEAE
207

Ficus hebetifolia. Hemiepífta. Ficus pakkensis. Hemiepífita.


Face superior da lâmina Face superior da lâmina
pubérula sobre as nervuras; pubérula a subhíspida, lisa ou
7-8(-10) pares de veias curtamente escabra; (6-)8-10
secundárias; venação terciária pares de veias secundárias;
reticulada. Rara. Platô. Bacia venação terciária reticulada,
amazônica e Guiana Francesa. retículo proeminente. Rara.
Vertente. Guiana Francesa,
Suriname, leste da Venezuela
177 e Brasil (Amazonas, Pará e 150
Maranhão).

8
Ficus (em parte). Sempre
arbóreo, com duas glândulas na
base da folha. Látex branco. Ficus maxima. (Gameleira-
branca). Árvore. Face superior
da lâmina lisa e glabra; 8-15
pares de veias secundárias;
venação terciária reticulada;
epiderme do pecíolo escamosa.
Rara. Vertente, nas margens de
trilhas. Nas Grandes Antilhas e
México até as Guianas, Trinidad e
bacia amazônica. 325

Ficus cremersii. Geralmente Ficus piresiana. Árvore


árvores. Face superior da de dossel. Face superior
lâmina pubérula sobre as da lâmina lisa e glabra;
veias; 8-10 pares de veias (10-)18-15 pares de veias
secundárias; venação secundárias; venação
terciária reticulada. terciária reticulada;
Ocasional. Platô e vertente. epiderme do pecíolo
Da América Central a persistente. Rara. Bacia
bacia amazônica e Guiana amazônica e Guiana
Francesa. 118 Francesa. 129
MORACEAE
208

Ficus pertusa. Hemiepífita. Ficus obtusifolia. Hemiepífita.


Face superior da lâmina Face superior da lâmina
glabra; (4-)7-12 pares de glabra; 6-10 pares de veias
veias secundárias; venação secundárias; venação terciária
terciária reticulada. Rara. reticulada. Rara. Vertente.
Platô. Do México ao leste México a região costeira do
do Brasil. Equador, norte da Venezuela,
bacia amazônica e leste do
163
Brasil.
211

Ficus (em parte). Geralmente


hemiepífitas, quando árvores
com látex branco, raízes escoras

9
e casca viva normalmente
avermelhada, com estrias
Ficus paraensis. Hemiepífita. amareladas. Com uma glândula
Face superior da lâmina sobre a nervura central na
pubérula sobre a nervura base da folha. Lâmina glabra à
central; (6-)10-20 pares de veias subglabra na face inferior.
secundárias; venação terciária
reticulada. Rara. Vertente.
América Central, norte da
América do Sul.
199

Ficus krukovii. Hemiepífita Ficus amazonica.


do sub-bosque. Base da folha Hemiepífita. Base da folha
emarginada (arredondada, com subcordada a arredondada;
a reentrância mais larga que o face superior glabra; 8-
pecíolo); face superior glabra;
10(-12) pares de veias
(8-)10-16 pares de veias
secundárias; venação terciária
secundárias; venação terciária
reticulada. Freqüente. reticulada. Rara. Baixio. Na
Todos os ambiente, exceto bacia amazônica oriental,
campinarana. Na bacia Guianas, Trinidad e norte da
258
amazônica, Guiana Francesa e Venezuela.
162
leste do Suriname.
MORACEAE
209

• Ficus subapiculata. • Ficus guianensis.


Hemiepífita, árvore em Hemiepífita, árvore em
ambientes abertos. Lâmina ambientes abertos. Lâmina
10-20 cm. Freqüente. 10-20 cm. Freqüente.
Todos os ambientes, exceto Todos os ambientes, exceto
campinarana. Norte campinarana. Norte da
da bacia amazônica, América do Sul, leste dos
extendendo até a Guiana Andes, incluindo bacia
Francesa. amazônica e Guianas, e leste
177 201
do Brasil.

• As quatro entidades morfológicas aqui


agrupadas correspondem ao complexo Ficus
americana - andicola - guianensis, subgrupo F.
guianensis. Normalmente essas entidades não
podem ser diferenciadas a partir de material
estéril, porém a ausência de intermediários na
Reserva permite, que em alguns casos, essas
• Ficus greiffiana.
Hemiepífita. Lâmina
entidades sejam identificadas. No caso da menor que 10 cm; base
impossibilidade de determinação, o material e ápice geralmente
estéril pode ser identificado como F. guianensis (sub)aguda. Ocasional.
sensu lato. Platô e vertente. Na região
norte da bacia amazônica e
Guiana Francesa.

88

• Ficus mathewsii.
Hemiepífita, árvore em
ambientes abertos. Lâmina
menor que 10 cm. Freqüente.
Platô e vertente, além de
capoeiras. Na bacia amazônica
ocidental, principalmente na
parte noroeste, alcançando
os llanos venezuelanos e
colombianos até a Guiana. 176
MORACEAE

Sicônio aberto de Ficus subapiculata mostrando


momento da oviposição/polinização realizada por
fêmea Agaonidae.
210
Cecropiaceae
Uma família pantropical com 160 a 170 Em Cecropia, o pólen é transportado
espécies em 6 gêneros, dos quais 3 com 130 a pelo vento. Uma notável adaptação é o
140 espécies são neotropicais. Na Reserva os desprendimento das anteras dos filamentos
3 gêneros neotropicais são representados por e uma fixação secundária à flor, de maneira
23 espécies; e Pourouma cecropiifolia, que é que as anteras fracamente reatadas podem ser
introduzida. facilmente movidas pelo vento para liberar
Todos os taxa são lenhosos, podem pólen. Nada se sabe do sistema de polinização
formar raízes escoras e contêm seiva aquosa adotado por Coussapoa e Pourouma.
que escurece por oxidação. Cecropia é um Dispersão de sementes é realizada por
gênero de árvores pioneiras, com forma de vários animais arborícolas e voadores (macacos,
candelabro (raramente monocaules) com morcegos, aves) e para Coussapoa asperifolia
internós ocos e raízes escoras. Coussapoa ssp. magnifolia é relatado o transporte por
é um gênero de hemiepífitas. Pourouma abelhas que coletam o mesocarpo resinoso.
é um gênero de árvores da floresta, com Muitas espécies de Cecropia são
internós sólidos e raízes escoras. As folhas adaptadas à colonização por formigas,
são espiraladas, às vezes muito grandes. A principalmente do gênero Azteca: internós
lâmina é atada basalmente, inteira ou lobada ocos, manchas delgadas na parede dos internós
palmadamente, ou peltada e radialmente e corpos de alimento produzidos em almofadas
lobada. O pecíolo é freqüentemente longo. As pilosas e marrons na base dos pecíolos
estípulas são sempre totalmente amplexicaules (triquília). Algumas espécies de Pourouma,
e unidas, freqüentemente grandes. Indumento como P. myrmecophila, são também associadas
aracnóide (ou como teia de aranha) é comum, com formigas: a base do pecíolo engrossado e
especialmente nas folhas. Entretanto, pêlos saculiforme produz corpos de alimento.
pluricelulares marrons (a purpúreos), como
Somente Pourouma cecropiifolia,
uma camada pulverulenta sobre várias partes,
produzindo frutos relativamente grandes, tem
são comuns em Cecropia e Pourouma.
alguma exploração extensiva como árvore
As árvores são sempre dióicas. As frutífera. A madeira de Cecropia é boa para
flores são pequenas, ocorrendo dispersas ou fazer papel, e é uma planta fundamental na
mais freqüentemente agregadas em capítulos recuperação de áreas degradadas.
globosos ou em grupos digitados de espigas
(envolvidos por uma espata).
C.C. Berg. 1970. Cecropia. Acta Amazonica, 8:148-192.
C.C. Berg, R.A.W.P. Akkermans & E.C.H. van Heusden. 1990. Cecropiaceae: Coussapoa
and Pourouma, with an introdution to the family. Flora Neotropica, 51: 4-111.

INFLORESCÊNCIAS

Cecropia purpurascens Cecropia Coussapoa Coussapoa sprucei Coussapoa


purpurascens asperifolia ssp. orthoneura
rhamnoides
CECROPIACEAE

Pourouma Pourouma tomentosa Pourouma tomentosa Pourouma villosa


myrmecophylla ssp. tomentosa ssp. apiculata
211
INFRUTESCÊNCIAS

Cecropia sciadophylla Coussapoa asperifolia ssp. Coussapoa Coussapoa Coussapoa sprucei


(detalhe dos frutos) magnifolia latifolia trinervia

Pourouma guianensis ssp. Pourouma Pourouma tomentosa ssp. Pourouma


guianensis villosa tomentosa ovata

ÁRVORES. CICATRIZ DA ESTÍPULA TRANSVERSAL

Lâmina peciolada basalmente (Pourouma spp.) Lâmina peltada.


Triquília geralmente
Folhas lobadas, quando inteiras com as veias laterais presente na base do
basais ramificadas pecíolo

1 5
Lâmina escabra
na face superior. Cecropia spp.
Lâmina lisa na face superior.
Estípulas pilosas
internamente.

3
Lâmina
peltada.

2
Lâmina escabra na face Pecíolo
superior, se lisa, corte do inserido
tronco com cheiro de benguê. na face
Estípulas glabras internamente. inferior,
não na base
da lâmina.

Triquilia

4 Folhas inteiras, veias laterais basais não ramificadas.

HEMIEPÍFITAS (RARO ÁRVORES).


CECROPIACEAE

CICRATIZ DA ESTÍPULA GERALMENTE


ASCENDENTE

6 Coussapoa spp.

Coussapoa orthoneura
212

Pourouma cecropiifolia. Pourouma cuspidata.


(Mapati, uva-da-amazônia). Árvore. Lâmina 3-lobada
Árvore. Lâmina (7-)9-11- a 3-5-partida; pecíolo
partida; pecíolo 8-50 cm; 10-40 cm; veias laterais
veias laterais 15-30 pares; 13-30 pares; veias terciárias mais
veias terciárias quase planas ou menos proeminentes na face
na face inferior. Introduzida inferior. Rara. Vertente. Norte
na Reserva, mas com jovens da Bacia Amazônica.
indivíduos se estabelecendo.
Norte da Bacia Amazônica. 630

Pourouma. Árvores. Folhas


lobadas ou partidas, se

1
inteiras, as veias laterais basais
ramificadas. Lâmina peciolada
Pourouma ferruginea. basalmente, lisa na face
(Mapatirana). Árvore superior. Cicratiz da estípula
do sub-bosque. Lâmina transversal.
inteira ou 3-7-partida;
pecíolo 5-33 cm; veias
laterais 8-18 pares, par
basal ramificado; veias
terciárias planas a levemente
510 proeminentes. Rara. Baixio.
Amazonas.

Pourouma tomentosa ssp. Pourouma tomentosa ssp.


essequiboensis. Árvore de sub- tomentosa. (Imbaúba-do-vinho).
bosque. Lâmina 3-5-partida, Árvore de dossel. Lâmina inteira,
base subcordada; pecíolo base arredondada a truncada ou
subcordada; pecíolo 2-26 cm;
2-26 cm; veias laterais 7-25
veias laterais 7-25 pares, par
pares, par basal geralmente
basal geralmente ramificado;
ramificado; veias terciárias veias terciárias freqüentemente
geralmente proeminentes. Rara. proeminentes na face
Baixio. Guiana e Brasil inferior. Freqüente. Platô,
(Amazonas e Pará). 321
vertente e baixio. Nordeste
307
da Bacia Amazônica.
CECROPIACEAE
213

Pourouma melinonii ssp.


melinonii. (Imbaúba-da-mata,
imbaubarana). Árvore do dossel.
Lâmina inteira a 3-lobada;
pecíolo 6-17 cm; veias laterais
10-14 pares, par basal ramificado;
Pourouma
veias terciárias mais ou menos
myrmecophila.
proeminentes na face inferior.
(Imbaubarana). Árvore
Coletada na Reserva, mas não
do sub-bosque. Domácea
localizado indivíduo no campo.
presente na base do pecíolo.
Norte da Bacia Amazônica,
Lâmina 3-5-lobada; pecíolo 8-27
Guianas e parte adjacente da
cm, veias laterais 14-17, veias
Venezuela.
terciárias proeminentes na face 530
inferior. Ocasional. Vertente e
campinarana. Noroeste da Bacia
Amazônica.

Pourouma. Árvores. Folhas


lobadas ou partidas, se
inteiras, as veias laterais basais

2
ramificadas. Lâmina peciolada
basalmente, escabra (áspera) na
face superior, se lisa, aí corte Pourouma guianensis ssp.
com cheiro de benguê. Estípula guianensis. (Imbaúba-
glabra internamente. Cicratiz benguê). Árvore do sub-
da estípula transversal. bosque. Lâmina 3-lobada,
na forma juvenil 5-partida, ou
inteira; pecíolo 4-25(-40) cm;
veias laterais (6-)11-15(-20), par
basal ramificado; veias terciárias
reticuladas e conspícuas.
Freqüente. Vertente e baixio. Norte
288
da América do Sul e leste do Brasil.

Pourouma villosa. (Imbaúba-


benguê, imbaúba-branca).
Árvore. Lâmina 3-(ou 5)-lobada
a partida, raramente inteira;
pecíolo 5-24cm; veias laterais
(5-)10-16 pares, par basal
Pourouma cucura.
ramificado; veias terciárias
(Imbaubarana-branca,
mais ou menos proeminentes.
imbaubarana-folha-peluda).
Ocasional. Platô e
Árvore. Lâmina inteira, ou
vertente. Amazônia 319
3-lobada a partida, 5-partida
brasileira e Guianas
quando jovem; pecíolo 3-
17 cm; veias laterais 10-20
CECROPIACEAE

pares, par basal ramificado;


veias terciárias proeminentes.
Coletada na Reserva, mas não
localizado indivíduo vivo.
Bacia Amazônica.
214

Pourouma velutina. (Imbaubarana,


mapatirana). Árvore. Lâmina
inteira, raramente 3-lobada; pecíolo
2-15 cm; veias laterais 8-13 pares,
par basal não ramificado, ou
levemente ramificado; veias laterais
Pourouma tomentosa ssp. proeminentes na face inferior.
apiculata. (Imbaubarana, Coletada na Reserva, mas não
purumaí). Árvore.
localizado indivíduos vivos. Bacia
Lâmina inteira, às vezes 3-
Amazônica, leste da Venezuela,
lobada ou 3-5 partida em formas
jovens; pecíolo 2-26 cm; veias Guianas, leste do Brasil.
laterias 7-25 pares, o par basal
geralmente ramificado; veias
terciárias geralmente proeminentes
na face inferior. Freqüente. Vertente
e baixio, ocasional em campinarana.
220
Norte da América do Sul.

Pourouma. Árvores. Folhas


lobadas ou partidas, se
inteiras, as veias laterais basais

3
ramificadas. Lâmina peciolada
basalmente, escabra (áspera) na
face superior. Estípulas pilosas
internamente. Cicatriz da
estípula transversal.

Pourouma bicolor ssp.


bicolor. (Imbaúba).
Árvore do sub-bosque.
Lâmina inteira a 3- Pourouma. Árvores. Folhas

4
lobada; veias laterais (6- inteiras, veias laterais basais não
)12-25(-40) pares, par basal ramificadas. Lâmina peciolada
ramificado; veias terciárias basalmente, lisa na face
quase planas na face inferior. superior. Cicratiz da estípula
Ocasional. Platô. Norte da transversal.
184 América do Sul.

Pourouma ovata. (Imbaubarana). Pourouma minor. (Purumaí,


Árvore do dossel. Lâmina tourém). Árvore do dossel.
inteira; pecíolo 2-7,5 cm; veias Lâmina inteira; pecíolo1,5-
laterais 9-21 pares, par basal 4cm comp.; veias laterais 7-18
não ramificado; veias terciárias pares, par basal não ramificado;
levemente proeminentes na face veias terciárias levemente
inferior. Freqüente. Vertente, proeminentes a quase planas.
baixio e campinarana. Região Freqüente. Vertente e baixio.
nordeste da Bacia Norte da América do Sul
245 Amazônica. até Costa Rica.
227
CECROPIACEAE
215

Cecropia sciadophylla. Cecropia distachya.


(Imbaúba). Árvore do Árvore. Lâmina lisa a
dossel. Lâmina lisa e pouco escabra, pilosa
glabra na face superior, na face superior, (5-
(7-)10-15 segmentada; )7-10(-11) segmentada;
veias laterais no segmento veias laterais na parte livre
mediano (25-)30-40(-45) do segmento mediano
pares. Freqüente. Capoeira. 12-17(-25) pares. Rara.
Bacia Amazônica, Guiana Capoeira e vertente. Bacia
Francesa ao Venezuela, e Amazônica, região leste da
940 950
região dos llanos na Colômbia. Venezuela e Guiana Francesa.

Triquília ausente. Incisões da lâmina


alcançando o pecíolo.

Cecropia concolor. (Imbaúba-


branca). Árvore. Lâmina lisa a

5
quase escabra na face superior,
Cecropia spp. Árvores. Folhas (7-) 8-10(-11) segmentada; veias
peltadas. laterais no segmento mediano 16-
23(-28) pares. Rara. Capoeira.
Bacia Amazônica Central e
Oriental, até Bolívia e sul da
Amazônia Peruana.

Triquília presente. Incisões da lâmina


não alcançando o pecíolo.

Cecropia purpurascens.
(Imbaúba-roxa). Árvore.
Lâmina escabra na
face superior, (5)6-7
segmentada; veias laterais
no segmento mediano
8-10 pares. Ocasional.
Capoeira. Norte da
410 Cecropia latiloba. (Imbaúba-
Amazônica Central.
da-várzea). Árvore. Lâmina
mais ou menos escabra, 8-9
segmentada; veias laterais no
segmento mediano 12-14 pares.
CECROPIACEAE

Rara. Bacia Amazônica, Bacia


do Rio Orinoco e Guianas.
216

Coussapoa asperifolia ssp. Coussapoa trinervia. Hemiepífita


rhamnoides. Hemiepífita. ou árvore. Lâmina glabra na
Ramos com cheiro de face superior; margem inteira;
benguê. Lâmina lisa e veia central proeminente na
glabra na face superior; margem face inferior; simples par de
inteira a subcrenada; veias laterais veias laterais não ramificado,
3-6 pares, par basal alcançando a alcançando a margem no ápice da
margem acima do meio da lâmina; lâmina. Ocasional. Baixio. Bacia
veias terciárias proeminentes a Amazônica, acompanhando rios
planas na face inferior. Rara. 90 de água preta.
16
Vertente. Norte da Bacia Amazônica.

Lâmina trinervada. Geralmente


ocorrendo como grande árvore em
baixio e com raíz suporte.

Coussapoa spp. Hemiepífitas, às

6
vezes ocorrendo como árvores.
Lâmina peciolada basalmente.
Coussapoa orthoneura. (Gameleira). Cicatriz da estípula geralmente
Hemiepífita. Lâmina glabra na ascendente.
face superior; margem inteira ou
subcrenada; veia central quase plana
na face inferior; par basal das veias
laterais alcançando a margem acima Lâmina foliar com venação pinada,
ou pouco abaixo do meio da lâmina; par basal das nervuras secundárias não
veias terciárias quase planas. Duas ramificado (ou, às vezes, fracamente em
formas podem ser reconhecidas C. sprucei).
123 na Reserva: uma com lâminas
pequenas e estreitas, e poucos pares
de veias laterais (2-4(-5)), ocorrendo
Coussapoa sprucei. Hemiepífita.
principalmente sobre solos arenosos;
Lâmina glabra na face superior;
a outra com lâminas grandes e largas,
margem inteira; veias laterais
veias laterais 5-7 pares, e as veias
5-10 pares, par basal alcançando
vermelhas na face inferior, ocorrendo
a margem abaixo do meio
preferencialmente sobre solos
da lâmina; veias terciárias
argilosos. As duas formas ocorrem
proeminentes. Ocasional. Platô
juntas em regiões de transição.
e vertente. Norte da Bacia
Freqüente. Todos os ambientes.
Amazônica e Bacia do Rio
Norte da Bacia Amazônica e
Trombetas.
134 Colômbia Central. 198
CECROPIACEAE
217
FRUTOS DE COUSSAPOA E OUTRAS
HEMIEPÍFITAS

Como em várias outras hemiepífitas, a ocorrência


de frutos vermelhos quando maduros é muito
comum. Isso atrai uma quantidade grande
de indivíduos e espécies de vertebrados,
principalmente aves, o que torna plantas com esse
Coussapoa asperifolia ssp. hábito muito importantes na dieta alimentar de
magnifolia. Hemiepífita. Ramos
muitos animais. Infelizmente dados de biologia
com cheiro de benguê. Lâmina
mais ou menos escabra (a lisa) de hemiepífitas ainda são muito escassos,
na face superior; margem inteira principalmente nos Neotrópicos. Quando
a sub-crenada; veia central plana uma grande árvore é derrubada, uma grande
a proeminente na face inferior; quantidade de hemiepífitas são derrubadas juntas,
veias laterais 4-9 pares, par basal sem que saibamos qual o real papel dessas plantas
alcançando a margem acima, abaixo
ou no meio da lâmina; veias terciárias na manutenção do ecossitema.
proeminentes na face inferior.
Ocasional. Platô e vertente. Norte da
307
América do Sul e Panamá.

Lâmina foliar com venação


pinada, par basal das nervuras Coussapoa asperifolia ssp. magnifolia
secundárias ramificado.

Coussapoa latifolia. Hemiepífita.


Lâmina glabra na face superior;
margem inteira, plana ou mais
ou menos revoluta na base; Coussapoa sprucei
veias laterais 4-7 pares, par
basal alcançando a margem
acima, abaixo ou no meio da
lâmina; veias terciárias quase
planas. Rara. Platô. Bacia 261
Amazônica Central e
Oriental, Guianas.
CECROPIACEAE

Frutos imaturos de Coussapoa orthoneura


218
Urticaceae
É uma família pantropical com Economicamente, a família tem valor
aproximadamente 40 gêneros e cerca de industrial, pois algumas espécies fornecem
1500 espécies. Nos Neotrópicos ocorrem fibras para a indústria têxtil. A família é mais
14 gêneros com aproximadamente 400 conhecida por ter folhas urticantes ao toque.
espécies, sendo poucas espécies encontradas Esta reação é causada por pêlos que injetam
na Amazônia brasileira. Na Reserva foram acetilcolina na pele, provocando uma sensação
encontradas somente duas espécies. de queimadura.

Pilea microphylla Laportea aestuans

São ervas, subarbustos, arbustos ou


arvoretas, terrestres, dióicas ou monóicas, com
tricomas urticantes em algumas espécies. As
folhas são alternas ou opostas, com venação
variando entre pinadas, subpalmadas,
(sub)triplinervadas ou uninervadas. As estípulas
são livres ou conadas. As inflorescências
podem ser uni ou bissexuais, ramificadas
ou não, ou formando glomérulos capitados,
bracteados. As flores são estaminadas ou
pistiladas. Os frutos são aquênios.
A polinização é feita pelo vento. Laportea aestuans

Pilea microphylla. Erva ereta ou Laportea aestuans. Erva ou


decumbente de caule suculento, subarbusto ereto com até
ca. 20 cm. Pode ser encontrada 1 m, com caule suculento,
em gretas de lugares acimentados avermelhado, sulcado, com
ou com pedras. Pode ser minúsculos espinhos. Folhas
confundida com algumas alternas, cartáceas com
espécies do gênero Chamaesyce margem crenada e pecíolos
(Euphorbiaceae), ambas avermelhados. Ao contato com
ocorrem nos mesmos ambientes. a pele causa forte urticária.
Freqüente. Áreas alteradas. Ocasional. Áreas alteradas.
10 100
América tropical. Pantropical.
URTICACEAE
Phytolaccaceae 219

É uma família com 17 gêneros e ca. 80 espécies Phytolacca rivinoides é de grande


distribuídas predominantemente pela América importância durante os primeiros estágios
do Sul tropical e subtropical, com algumas de sucessão, crescendo predominantemente
espécies distribuídas pela Austrália, África em capoeiras ou áreas abertas, com solo
e Havaí. No Brasil ocorrem 9 gêneros, 5 arenoso-pedregoso e encharcado, e nas matas
dos quais estão representados na Região de solos úmidos. É facilmente reconhecível
Amazônica: Seguieira, Trichostigma, Petiveria, pelos ramos glabros e ocos, com internós
Microtea e Phytolacca. Na Reserva, apenas achatados e membranáceos, e pela presença
Phytolacca rivinoides foi encontrada. de pigmentos avermelhados nas porções
vegetativas.

São árvores, lianas, arbustos e ervas


eretas com ramos vermelhos e suculentos. As Entre as várias interessantes associações
folhas são simples, alternas, inteiras, pecioladas entre estas plantas e insetos, estão as formigas
ou subpecioladas, membranáceas com que vivem no interior de seus ramos ocos.
coloração negra ou oliva quando secas. As A maioria de suas estruturas são
flores são dióicas, monoclamídeas, sincárpicas, utilizadas economicamente. As raízes
diminutas e pediceladas, dispostas ao longo de contêm saponinas que são utilizadas como
inflorescências robustas e alongadas. Os frutos sabonete, as folhas são ingeridas na forma de
são bagas carnosas de até 5 cm de diâmetro, salada, utilizadas na aromatização de vinhos
de coloração verde-vinácea, tornando-se e no preparo de medicamentos, e os frutos na
enegrecidas com o tempo. produção de tinturas.

Raeder, K. 1961. Phytolacaceae. Flora of Panama. Part IV, Fascicle 4. Ann. Missouri
Bot. Gard., 48: 408-421.

Phytolacca rivinoides.
(Mucura-caracá). Subarbusto
ereto e suculento. Ramos
glabros, avermelhados e
brilhantes, recobertos por
lenticelas esbranquiçadas.
Folhas brilhantes, buladas.
Freqüente. Áreas alteradas.
90
Neotrópicos.
PHYTOLACCACEAE
220
Nyctaginaceae
É uma família de distribuição pantropical,
contando com 30 gêneros e 290 espécies.
Está representada na Reserva por 2 gêneros
e 7 espécies.

Neea madeirana

Neea oppositifolia

Podem ser encontradas no grupo desde


pequenas ervas e arbustos até grandes árvores
do dossel. Possuem folhas alternas ou opostas,
sempre simples. A inflorescência é geralmente
cimosa e suas flores variam de bissexuadas a
unissexuadas, muitas vezes acompanhadas Neea ovalifolia
de brácteas vistosas, semelhantes ao cálice.
O perianto é tubuloso, semelhante a pétalas,
as quais são ausentes, com um até muitos
(geralmente 5) estames, alternos com os lobos
do perianto. O ovário é súpero, com um longo
estilete. O fruto é do tipo aquênio indeiscente,
às vezes envolto pela base do cálice persistente,
que pode apresentar estruturas envolvidas na
dispersão do fruto.
Nyctaginaceae é uma família
geralmente difícil de ser reconhecida, assim Neea oppositifolia
como suas espécies. De modo geral, o grupo
apresenta folhas opostas ou subopostas em
um nó, alternado com outro nó aonde as
folhas aparecem verticiladas ou o ramo se
ramifica; a lâmina foliar apresenta uma certa
suculência, reconhecida com a prática no
campo. Indumento ferrugíneo é comum,
principalmente nas partes jovens da planta. Neea sp. 1. Árvore de
Tanto as folhas ao serem partidas ou dobradas, subdossel. Lâmina glabra
na face superior, pubescente
quanto o tronco ao ser cortado, apresentam
sobre a nervura central,
uma oxidação muito rápida, tornando
NYCTAGINACEAE

pubescente na inferior,
enegrecida a região ferida. principalmente sobre as
O grupo recebe o nome popular de nervuras; nervura central
proeminente na face
"João-mole" para todas as suas espécies, superior; ramos jovens
provavelmente devido à fragilidade da densamente pubescentes.
madeira, estando o maior emprego de espécies Rara. Platô.
da família no uso para fins ornamentais
128
(Bougainvillea e Mirabilis), na alimentação
(folhas de Pisonia) ou como medicinais.
221

Neea oppositifolia. Arvoreta. Neea ovalifolia. Arvoreta. Lâmina


Lâmina glabra na face superior; glabra na face superior, com
glabra na face inferior, às vezes indumento residual sobre a nervura
com indumento residual sobre a central, glabra na face inferior e
nervura central, esta proeminente pubescente sobre a nervura central,
na face superior; ramos jovens esta proeminente e carenada na
subglabros. Freqüente. Platô e face superior; ramos jovens em geral
vertente. Norte do Brasil, Mato densamente pubescente. Freqüente.
Grosso, Rio de Janeiro, Guiana Platô e vertente. Norte do Brasil,
e Peru. 85 Mato Grosso, Bahia, Guiana e 84
Venezuela.

Guapira sp. 1. Árvore de


subdossel. Lâmina pubescente
na face superior, mais
densamente sobre as nervuras
central e secundárias, na
inferior densamente pubescente, Neea floribunda. Árvore de
principalmente sobre as sub-bosque. Lâmina glabra
nervuras; nervura central plana na face superior, pubescente
na face superior; ramos jovens na face inferior, pêlos muito
densamente pubescentes. Rara. pequenos; nervura central
Platô. proeminente e achatada;
ramos jovens pubescentes.
198 Freqüente. Platô e vertente.
Norte da América do Sul, 195
Bahia e Rio de Janeiro.

Nyctaginaceae sp. 1. Árvore Neea madeirana. Árvore de


de dossel. Lâmina glabra dossel. Lâmina glabra na face
na face superior e inferior; superior, inferiormente glabra
nervura central plana; ramos com indumento residual sobre a
jovens glabros. Ocasional. nervura central, esta levemente
Vertente. proeminente e achatada; ramos
jovens subglabros. Ocasional.
Platô e vertente. Norte do Brasil,
Mato Grosso e Bolívia.
181
NYCTAGINACEAE

149
222
Cactaceae
A família é representada por 87 gêneros e Suas flores são geralmente bissexuadas,
cerca de 2000 espécies nos Neotrópicos, com actinomorfas ou não, e solitárias ou em
apenas uma ocorrendo na Reserva. inflorescências. A flor tem muitas tépalas e
estames. O ovário é ínfero com um estilete e
de um a muitos estigmas. O fruto é geralmente
uma baga com numerosas sementes.
A única espécie na Reserva é uma
epífita com os ramos achatados, um caractere
não encontrado em nenhuma outra espécie de
epífita ocorrente no local.
As flores da família estão especializadas
para polinização por morcegos, enquanto as
sementes são dispersadas provavelmente por
vários vertebrados que vivem no dossel da
floresta.
São normalmente arbustos, árvores
ou epífitas suculentas, caule e ramos A maior utilização da família está no
freqüentemente cilíndricos, angulosos, cultivo para fins ornamentais. Eespécies de
globosos ou achatados, muitas vezes Opuntia produzem frutos comestíveis como o
segmentados, com tufos de espinhos, que são chamado figo-da-índia. Opuntia aurantiaca era
modificações foliares, e ficam reunidos em uma praga de pastagem que foi introduzida
pontos salientes ou cavidades chamadas de na Austrália e África, mas foi controlada
auréolas. As folhas são muito reduzidas ou com sucesso pela introdução da mariposa
ausentes (presentes em Pereskia e Quiabentia). Cactoblatsis.

Epiphyllum phyllanthus.
Epífita, sempre no dossel.
Ramos achatados de margem
ondulada. Ocasional. Platô
e vertente. Norte da América
do Sul, Brasil, Argentina e
Paraguai.
CACTACEAE

360
Amaranthaceae 223

Família com ca. 65 gêneros e 900 espécies, da família apresenta apenas elementos
indo desde os trópicos até as áreas temperadas, florais secos. Crescem predominantemente
estando bem representada na África e nas em áreas úmidas com solo areno-argiloso,
Américas. Várias espécies são pioneiras em freqüentemente entre pedras. Alternanthera
áreas abertas, crescendo principalmente em sessilis é caracterizada pelas inflorescências
áreas úmidas. No Brasil ocorrem cerca de glomerulares, pelas flores actinomorfas, com
86 espécies, incluídas em 12 gêneros, dos 5 tépalas pubescentes envolvidas por 2 brácteas
quais Alternanthera, Telanthera, Gomphrena esbranquiçadas, pelos frutos mais longos que
e Philoxerus são os mais freqüentes. Na as tépalas. Cyatuhula prostata caracteriza-se
Reserva está representada por 2 espécies: pelas inflorescências em alongadas espigas.
Alternanthera sessilis e Cyathula prostata, A polinização é predominatemente feita
ambas ervas daninhas, pioneiras em áreas pelo vento. As sementes são principalmente
abertas e alteradas. dispersadas pela água e pelo vento.
Várias espécies são cultivadas como
ornamentais. As flores são utilizadas na
elaboração de arranjos devido a sua longa
durabilidade. São ainda utilizadas na medicina
popular e na alimentação, como condimentos,
cereais ou verduras.

Cyathula prostata

A família caracteriza-se pelo hábito


herbáceo, pelos ramos estriados e pelas folhas
inteiras, simples, geralmente opostas, com ápice
agudo e mucronado. As inflorescências são
em espigas ou glomerulares, sempre axilares.
As flores são monoclamídeas, pequenas, com
tépalas escabras e esbranquiçadas; os estames
são monadelfos e alternados por estaminiódios
lacerados. Os frutos são utrículos, com tépalas Alternanthera sessilis
persistentes. A maior parte dos representantes

Cyathula prostata. Alternanthera


Erva, geralmente sessilis. Erva
decumbente. Folhas decumbente. Folhas
ovais, subsésseis, subsésseis, com
com pecíolo curto, a base atenuada
mais diferenciado na e pecíolos pouco
lâmina. Freqüente. diferenciados da
Áreas alteradas. lâmina. Freqüente.
250
Américas, Ásia e Áreas alteradas.
África. Neotropical. 330
AMARANTHACEAE
224
Caryophyllaceae
Família com aproximadamente 2000 espécies sésseis ou sub, glabras e concolores com
em 75 gêneros, predominando em lugares de estípulas intrapeciolares, flores esverdeadas,
clima temperado, com apenas 2 gêneros dispostas em inflorescências alongadas e fruto
distribuídos pelas regiões tropicais: Drymaria cápsula, com coloração alva.
e Stellaria. Na Reserva está representada
apenas por Drymaria cordata spp. cordata,
espécie ruderal, freqüente em capoeiras
e em áreas abertas sombreadas. Cresce
predominantemente em solos arenosos e
encharcados.
Vegetativamente a família é
caracterizada pelo hábito herbáceo ou
subarbustivo e pelas folhas simples e
opostas, com pecíolos comumente formando
bainha que envolve o caule. As flores são
conspicuamente bilobadas, de coloração
alva a rosada, vermelha ou esverdeada, com
Floresce e frutifica durante o ano todo,
pedicelo recoberto por pilosidade farinácea.
sendo polinizada e dispersada pelo vento.
O fruto é uma cápsula com a parede delgada
ou um aquênio. As sementes são cocleadas Pelo seu rápido crescimento, é espécie
ou reniformes. No entanto, na Reserva, D. importante nos primeiros estágios de sucessão,
cordata geralmente cresce em capoeiras, exercendo papel de destaque na cobertura de
emaranhada em outras plantas herbáceas solos expostos. Além disto, é comumente
(principalmente gramíneas). As folhas são utilizada na medicina caseira para o tratamento
de tumores e febre palustre.

Baker, R. & Burger, W. 1983. Caryophyllaceae. In Flora Costaricensis. Fieldiana. Bot.,


13: 227-247.
Ducke, J.A. 1961. Caryophyllaceae. In Flora of Panama. Ann. Missouri Bot. Gard., 48:
173-268.

Drymaria cordata ssp.


cordata. Erva prostrada.
Ramos enraizando-se nos
nós. Folhas simples e opostas,
membranáceas. Estípulas
evidentes na base das folhas
jovens. Freqüente. Áreas
abertas e sombreadas de solo
encharcado. Neotrópicos,
17 África Central e Madagáscar.
CARYOPHYLLACEAE
Polygonaceae 225

É uma família cosmopolita, monotípica, Em Coccoloba (lianas) as flores são muito


contendo aproximadamente 1150 espécies pequenas com cinco tépalas (diferente em
em 51 gêneros, distribuídos principalmente outros gêneros), espaçadas no eixo que é
nas zonas temperadas do Norte. Na Reserva único. Possivelmente são polinizadas por
foram coletadas 7 espécies, todas do gênero insetos pequenos.
Coccoloba. Essa família é taxonomicamente
complicada, e até o momento somente duas
espécies estão identificadas além do nível
genérico.

Coccoloba sp. 2

Os frutos são globosos (alados ou tri-


angulosos na maioria dos demais gêneros),
Coccoloba sp. 5 duros e negros quando secos, envolvidos pelo
cálice, às vezes com ápice agudo.
A família é constituída por árvores,
arbustos, ervas e lianas, freqüentemente com
estruturas vasculares anômalas. As folhas são
simples e alternas, com margem inteira; o RAMOS LENTICELADOS
pecíolo é envolvido por uma ócrea, geralmente
caduca, deixando cicatriz.
As espécies na Reserva são lianas
lenhosas às vezes extensamente cespitosas,
com caule cilíndrico ou acanalado,
freqüentemente lenticelado, principalmente
em ramos jovens, estes finamente estriados.
As folhas são (muito) coriáceas, cartáceas
ou raramente membranáceas (Coccoloba
confusa), e podem variar muito em forma,
tamanho e textura quando na base da planta
ou no ápice, ou quando jovens. A margem é
Coccoloba sp. 2 Coccoloba sp. 1
freqüentemente ondulada e conduplicada no
ápice e base, e a lâmina é às vezes bulada,
geralmente glabra. A venação varia de
eucampdódroma a broquidódroma, podendo
ser encontrados os dois casos na mesma
planta. As nervuras secundárias são sempre
POLYGONACEAE

proeminentes, as terciárias e quaternárias


também, raro submersas, sendo reticuladas
a microrreticuladas. A ócrea pode ser
inconspícua ou vistosa, membranácea ou
coriácea, caduca ou permanente.
As Polygonaceae são em geral dióicas,
com flores reduzidas dispostas numa espiga Coccoloba confusa Coccoloba sp. 5
ou num racemo estreito, geralmente axilar.
226
IDENTIFICANDO POLYGONACEAE

A família Polygonaceae, em especial o gênero Coccoloba (todas lianas


na Reserva), é extremamente confusa, pois apresenta uma variação
morfológica extraordinária. As espécies estão organizadas em dois
grupos, com poucas características definidas, num gradiente de menor
e/ou maior semelhança.

Detalhe da ócrea na
base de um râmulo
de Coccoloba sp. 5

Detalhe da ócrea e do corte


transversal do caule em
Coccoloba cf. parimensis

Ócreas grandes, geralmente


coriáceas e persistentes.
Folhas cartáceas a muito coriáceas.

Coccoloba cf. parimensis.


Liana lenhosa. Folhas
cartáceas a coriáceas,
buladas. Basais
elípticas, apicais ovais a
arredondadas. Terciárias
1 Venação broquidódroma. Secundárias
muitas, ascendentes. Terciárias
impressas a submersas, raro
proeminentes. Pecíolo curto a
alongado. Lâmina freqüentemente
bulada.
irregulares a percurrentes,
impressas na face adaxial
e impressas ou proeminentes
168
na abaxial. Pecíolo longo,
cilíndrico-sulcado; articulação conspícua.
Râmulos ocos, com lenticelas brancas.
Freqüente. Platô e vertente.
Coccoloba sp. 3. Liana lenhosa.
FOLHAS BASAIS Folhas elípticas, muito coriáceas,
grandes e buladas na base da planta.
Em algumas espécies, as folhas da base da planta Secundárias pouco ascendentes.
são muito distintas das folhas da copa. Terciárias submersas nas duas faces,
percurrentes, (semi-) retas. Pecíolo
curto em folhas jovens, escurecido
quando seco. Ócrea persistente,
muito coriácea quando velha.
Ramos jovens castanho-escuro,
200 brilhantes, esfoliantes, fissurados.
Rara. Platô.
POLYGONACEAE

395
394
Coccoloba sp. 3. Note
Coccoloba cf. a cor verde-olivácea.
parimensis. Note o As folhas apicais são
formato da lâmina. amareladas quando secas.
227

Coccoloba sp. 2. Liana lenhosa. Coccoloba sp. 1. Liana lenhosa.


Folhas elípticas, muito coriáceas, Folhas coriáceas, elípticas
brilhantes. Quando secas a levemente lanceoladas,
de cor castanha na adaxial,
freqüentemente brilhantes.
amarronzada na abaxial;
Venação broquidódroma.
nervuras avermelhadas
e pecíolo enegrecido. Secundárias abundantes,
Venação predominantemente paralelas e retas. Terciárias
eucampdódroma. Secundárias e quaternárias finamente
poucas, ascendentes (freq. 5 reticuladas. Pecíolo curto,
pares). Ramos jovens castanhos, fino. Ramos jovens marrom-
densamente lenticelados. acinzentados, lenticelados. 150
135
Ocasional. Platô e vertente. Freqüente. Campinarana.

Folhas cartáceas a muito coriáce-


as. Terciárias bem proeminentes nas
duas faces, reticuladas a percurrentes.
Secundárias 5-12. Pecíolo fino a espes-
sado, cilíndrico-acanalado.

2 Ócreas membranáceas, caducas.


Coccoloba sp. 4. Liana lenhosa.
Folhas cartáceas, elípticas. Base
cuneada a rombóide em folhas
velhas. Venação conspicuamente
broquidódroma, com secundárias
Folhas membranáceas a cartáceas.
arqueadas. Terciárias nitidamente
Terciárias impressas a proeminentes,
percurrentes e semi-retas.
irregularmente perpendiculares. Poucas
Quaternárias reticuladas. Ramos
secundárias (raro >7). Pecíolo fino,
alongado, sulcado. jovens cinzas, pouco lenticelados.
Ocasional. Platô. 210

Coccoloba sp. 5. Liana lenhosa. Coccoloba confusa. Liana lenhosa.


Folhas elípticas com base curto- Folhas geralmente membranáceas,
cuneada, cartáceas. Venação forte elíptico-arredondadas; base
cuneada a levemente cordada.
nas duas faces, broquidódroma
Venação broquidódroma.
a eucampdódroma. Secundárias Secundárias ascendentes,
poucas (freq. 5 pares), ascendentes. pouco salientes na adaxial.
Terciárias irregularmente Terciárias impressas nas duas
percurrentes, ou, junto com as faces. Quaternárias micro-
quaternárias, finamente reticuladas. reticuladas. Ramos jovens
Râmulos e ramos jovens pouco marrom-escuros, lenticelados.
126 Ocasional. Vertente e 170
lenticelados. Ocasional. Vertente.
campinarana.
POLYGONACEAE
Ochnaceae 233

Família com cerca de 37 gêneros e 460 arbustivo e pelas estípulas ciliadas em todo o
espécies de distribuição pantropical, com ramo; Ouratea tem folhas coriáceas, brilhantes
maior concentração na América do Sul. e a venação secundária é bem característica;
Na Reserva, a família está representada já Cespedesia tem folhas espatuladas com
por 8 espécies, distribuídas em 3 gêneros: veias secundárias e terciárias paralelas e
Sauvagesia, que são plantas herbáceas ou proeminentes, e as margens são crenadas.
arbustivas, crescendo em solo arenoso, e A família é utilizada principalmente
Ouratea e Cespedesia, que são gêneros de como ornamental (Sauvagesia erecta). As
plantas arbóreas. espécies do gênero Ouratea são ricas em
tanino, já as do gênero Cespedesia apresentam
madeira de boa qualidade para movelaria, mas
não são comercializadas por serem de pequeno
porte.
Os frutos são dispersados por animais.

Ouratea

Ouratea odora

São árvores de pequeno a grande porte,


Ouratea coccinea Ouratea discophora
arbustos e ervas, sempre glabras. As folhas
são simples, alternas, espiraladas, inteiras,
com margem crenada ou serrilhada e veias
secundárias freqüentemente paralelas entre si
(em Cespedesia) ou recurvadas para o ápice
próximo à margem (em Ouratea). Apresentam
estípulas pequenas a grandes, persistentes ou
caducas, coriáceas a membránáceas, inteiras
ou com margem ciliada (em Sauvagesia). As
flores são pequenas a vistosas, pentâmeras Ouratea discophora
com pétalas brancas em Sauvagesia, amarelas
em Ouratea e Cespedesia. Os frutos são
drupas, bagas ou cápsulas, quase sempre Cespedesia
apocárpicos.
A família é relativamente fácil de ser
reconhecida no campo, embora o gênero
Ouratea seja freqüentemente confundido
com Roucheria punctata (Hugoniaceae),
porém as veias secundárias de Ouratea são
OCHNACEAE

encurvadas para cima e as margens das folhas


são crenadas, enquanto em R. punctata as
veias secundárias são paralelas e as margens
das folhas são inteiras. O gênero Sauvagesia
é facilmente reconhecido por ser herbáceo a Cespedesia sprucei
234
Sauvagesia

Sauvagesia elata Sauvagesia erecta

1
Ervas e arbustos. Estípulas ciliadas
por todo o ramo. Crescem em solo
Sauvagesia elata. Subarbusto
arenoso.
ou arbusto. Folhas com margem
serrilhada e veia submarginal.
Ocorre geralmente dentro da
floresta, não exposta ao sol.
Difere de S. erecta principalmente
pelo porte arbustivo e pelo
habitat. Ocasional. Baixio.
América Central e Amazônia.
115

Sauvagesia erecta. Erva ereta. Ouratea coccinea.


Folhas com margem serrilhada. Árvore. Folhas
Ocorre geralmente em solo fortemente coriáceas.
arenoso, expostos ao sol. Veia central proeminente.
Freqüente. Áreas alteradas, A base da folha lembra
clareiras. Neotrópicos, Ásia e O. discophora, mas
Madagáscar. diferencia-se pelo ápice
mais largo de O. coccinea.
Ocasional. Campinarana.
25 220
OCHNACEAE
235

Cespedesia spathulata. Árvore Cespedesia sprucei. Árvore


delgada, monocaule, sem de grande porte com grandes
sapopemas. Folhas grandes, sapopemas. Tronco castanho
maiores que 30 cm, cartáceas, claro com casca viva vermelho-
espatuladas, reunidas no ápice da escuro. Folhas até 25 cm,
planta, lembrando uma palmeira; coriáceas, com ápice arredondado
ápice acuminado e base decurrente. e base não decurrente. Estípulas
Estípulas grandes, maiores que até 1,5 cm, acuminadas, "dobrada"
1,5 cm, planas, cartáceas a no centro, semi-coriáceas,
membranáceas, persistentes. 520 caducas. Ocasional. Baixio. 210
Ocasional. Baixio. Neotrópicos. Norte da América do Sul.

Folhas espatuladas com margem crenada.

2 Árvores.
Árvores.Troncos
ou
Troncosmonocaules
ouramificados.
ramificados.
monocaules
Ouratea odora. Árvore
de pequeno porte. Folhas
lanceoladas, levemente
coriáceas; margem
serrilhada com apículos
evidentes. Veia central e
Folhas não espatuladas com margem
proeminente. Freqüente.
serreadas. Estípulas presentes na gema
Campinarana.
apical e próximo dela.

245

Ouratea sp. 1. Árvore. Ouratea discophora.


Folha elíptica entre 25 e 30 Árvore. Folhas entre
cm. Parece muito com O. 10 e 20 cm, levemente
discophora, mas diferencia- coriáceas. Veia central
se por apresentar base mais proeminente. Freqüente.
estreitas e ápice mais acuminado Vertente.
do que O. doiscophora. Rara.
Campinarana.

250 175
OCHNACEAE
236
Caryocaraceae
Família exclusivamente neotropical, contendo actinomorfas, estames numerosos, conados
25 espécies em 2 gêneros, Caryocar e na base formando um anel, anteras rimosas.
Anthodiscus, distribuídos desde a Costa Rica até O fruto é uma drupa comestível elipsóide a
o Paraguai e Paraná. Ocorre mais comumente oblongo-globosa, com endocarpo lenhoso,
nas Guianas e na bacia amazônica. Somente freqüentemente com espinhos proeminentes.
Caryocar ocorre na Amazônia Central; Os caracteres mais úteis para
Anthodiscus se restringe à parte norte da identificação no nível de espécie são grau
Amazônia (nas Guianas, Venezuela), à região de pilosidade da folha, presença ou não de
andina da Venezuela, Colômbia e Peru, e à estipelas, e margem da folha. A cor da corola
Mata Atlântica da Bahia. Na Reserva ocorrem e dos estames também é um bom caractere na
3 espécies (e uma subespécie) do gênero época de floração, já que estes são encontrados
Caryocar. no chão como uma única unidade de manhã
cedo, após abrirem na noite anterior. Caryocar
glabrum tem flores com corola amarela a
vermelha e estames vermelhos, enquanto
C. pallidum e C. villosum tem corola amarela
e branca, respectivamente.
É importante ecologicamente na Região
Amazônica. A polinização de Caryocar é feita
por morcegos. O primeiro estudo sobre este
assunto foi feito por Vogel (1968, in Prance
1973), que documentou a polinização de C.
villosum, mostrando que as flores só abrem no
começo da noite. As flores são perfumadas e
produzem néctar em abundância. Vogel
Caryocar glabrum ssp. parviflorum
observou mecanismos semelhantes em
C. glabrum e C. brasiliense. Estudos mais
São árvores de dossel, distribuídas
recentes indicam que C. glabrum é polinizada
principalmente em platô. Caryocar villosum
por Glossophagini e C. villosum e C. pallidum
e C. pallidum normalmente têm um porte
por Phyllostomus discolor.
maior, ocupando o dossel e acima do dossel
(40 m), enquanto C. glabrum ocupa o estrato Os principais dispersores são roedores
pouco abaixo do dossel (25 m). O tronco é e primatas. Sementes de C. villosum já foram
cilíndrico até a base com fissuras profundas em encontradas longe da sua área de ocorrência,
indivíduos mais velhos. Outra característica na costa das ilhas Hebrides na Escócia,
no nível de família em indivíduos mais sugerindo uma possível hidrocoria.
velhos são as raízes superficiais grossas, que O fruto de Caryocar villosum é
se alastram por alguns metros de distância da comestível, sendo de alto valor nutritivo,
base da árvore ao longo da superfície. rico em lipídios e muito apreciado na Região
As folhas são trifolioladas, alternas Norte. É usado ainda na fabricação de um óleo
(Caryocar) ou opostas (Anthodiscus), com comestível. A madeira é usada na construção
margem denteada, estípulas caducas e estipelas pesada e na fabricação de barcos. A casca
na inserção dos folíolos na face adaxial, interna de C. glabrum é usada na fabricação
persistentes ou caducas. Todas as espécies de sabão.
CARYOCARACEAE

têm ramos lenticelados, mas em C. villosum O nome do gênero-tipo Caryocar deriva


e C. pallidum, em especial, as lenticelas são do grego karyon (noz) e do latim caro (carne),
proeminentes. As inflorescências são em em referência à drupa carnosa da espécie-
racemos terminais. As flores são bissexuais, tipo.

Prance, G.T. & Silva, M.F. da. 1973. Monograph of Caryocaraceae. Flora Neotropica,
12:1-75.
237

Caryocar glabrum ssp. parviflorum. Caryocar pallidum. (Piquiarana).


(Piquiarana). Árvore de dossel. Árvore de dossel ou emergente.
Estipela pequena e persistente. Estipela grande, persistente,
Lâmina glabra a pubérula raramente ausente, e
na face abaxial; margem em forma de gancho
levemente crenada a (recurvada). Lâmina
inteira. Freqüente. glabra com margem
Platô, vertente e serreada e ápice longo-
baixio. Arredores 220 acuminado. Rara. Platô e 201
de Manaus até o sul da Amazônia vertente. Amazônia brasileira,
Central. Venezuela e Bolívia.

Todas as espécies de Caryocar apresentam


o ritidoma fissurado e/ou desprendendo em
placas grandes. Em árvores grandes o tronco
é freqüentemente oco.

Caryocar villosum. (Piquiá). Árvore


de dossel ou emergente. Pecíolo
relativamente comprido, peciólulos
curtos e folíolos robustos. Sem
estipelas. Lâmina na face
abaxial vilosa-hirsuta, com
venação proeminente;
margem serreada a crenada e
ápice curto-acuminado. Freqüente.
246
Platô e vertente. Amazônia brasileira
e Guiana Francesa.

Caryocar glabrum ssp. glabrum.


Caryocar villosum (Piquiarana). Árvore de dossel.
Ritidoma marrom-claro, fissurado.
Estipela pequena e não
persistente. Lâmina glabra
na face abaxial e de margem
inteira a levemente crenada. 175
Folhas menores do grupo.
Ocasional. Platô e vertente. Norte
da Amazônia e Guianas.
CARYOCARACEAE

Caryocar villosum
238
Theaceae
Família pantropical com aproximadamente perfeitas, em geral solitárias ou em pares nas
600 espécies incluídas em 40 gêneros. axilas das folhas, com 5 sépalas imbricadas,
Nos Neotrópicos ocorrem 6 gêneros e 5 pétalas livres ou em parte concrescidas,
aproximadamente 170 espécies, sendo o numerosos estames em 1 a 2 séries, com filetes
mais diverso Ternstroemia com 85, o único unidos e mais curtos que as anteras. Os frutos
representado na Reserva com 2 espécies. são na maioria dos gêneros indeiscentes, mas
São de arbustos a árvores grandes, algumas espécies têm cápsulas deiscentes, com
principalmente de florestas pluviais montanas sementes aladas ou não e freqüentemente com
e alto-montanas, em solos pobres, havendo sépalas persistentes.
espécies que dominam a paisagem em
savanas de solos branco-arenosos e sobre
os tepuis do planalto das Guianas, como no
monte Roraima e no pico da Neblina, onde
espécies de Bonnetia formam povoamentos
homogêneos. As folhas são simples, alternas,
em geral coriáceas; com nervuras secundárias
e reticulação obscuras, às vezes também
nervura central; de margem serreada ou
inteira, freqüentemente assimétricas na base, Ternstroemia dentata Ternstroemia urophora
e pecíolo pouco diferenciado da lâmina de As espécies com sementes aladas, como
base decurrente. as Bonnetia dos tepuis, são dispersas pelo vento
Em Ternstroemia as folhas podem ser ou água. Outras, como Ternstroemia, têm frutos
simétricas e são em geral agrupadas no ápice secos, amarelos a arroxeados, provavelmente
dos ramos, parecendo folhas opostas e por dispersos por mamíferos. Nada se sabe sobre
isso lembrando Clusiaceae; a face inferior é a polinização de espécies de Theaceae.
geralmente pontuada por glândulas negras, Não se conhece o uso de espécies
diferentes das pontuações de Myrsinaceae, neotropicais de Theaceae, mas espécies do
que constitui a família vegetativamente mais Velho Mundo, como o chá (Camellia sinensis) e
confundível com Theaceae em geral; e a é as camélias, são largamente utilizadas. Muitas
margem finamente serrilhada, comumente espécies têm flores vistosas e grande potencial
apenas na porção apical da folha. As flores são ornamental.

Kobuski, C.E. 1942. Studies in the Theaceae, XII notes on the South American species of
Ternstroemia. J. Arnold Arboretum, 23:298-343.

Ternstroemia dentata. Ternstroemia urophora.


Árvore de pequeno porte (8 Árvore de dossel (25 m).
m). Nervuras secundárias Nervuras secundárias
de 8 a 12 pares, unidas a > que 12 pares, unidas
ca. 3 mm da margem, não por veia intramarginal
formando veia intramarginal. a ca. 1 mm da margem.
Pontuações bem evidentes Pontuações ausentes
na face inferior da folha. ou não evidentes.
Ocasional. Capoeira e
Ocasional. Baixio.
campinarana, sobre solos
arenosos. Amazônia Central
121 e Oriental e Guianas. 211
THEACEAE
239
Marcgraviaceae
Família neotropical, contando com cerca de Nenhum uso comercial da família é
125 espécies distribuídas em 5 gêneros. Na conhecido, embora muitas espécies sejam
Reserva podem ser encontrados 5 espécies e muito ornamentais, principalmente quando
4 gêneros. em flores.

Norantea guianensis

As espécies são lianas, tratadas


por alguns autores como hemiepífitas, ou
epífitas (Souroubea); as folhas são alternas e
geralmente coriáceas, sendo curioso na família
a presença de dois tipos de folhas no mesmo
indivíduo: uma das formas aparece enquanto a
planta é jovem e está subindo em seu suporte,
e outra aparece nos ramos maduros, quando
já atingiram o alto das árvores e se tornaram
pêndulos; quanto à venação encontramos
espécies com as nervuras secundárias
totalmente obscuras ou aquelas com a venação
semelhante às folhas de Myrtaceae, com as
secundárias paralelas às intersecundárias e
veia marginal ou submarginal mais ou menos Souroubea sp. 1
proeminente. Características no grupo são
as brácteas transformadas em nectários
saquiformes de formas e tamanhos variados
e geralmente de cores vistosas. As flores são
hermafroditas e surgem em racemos pêndulos
ou umbelas; possuem 4 a 5 sépalas imbricadas
e 5 pétalas livres ou fundidas formando uma
capa que cai durante a antese (Marcgravia);
estames podem ser em número de três ou
numerosos; ovário súpero e estigma com
um curto estilete e 5-lobado. Frutos na
forma de cápsula carnosa deiscente, com Marcgravia sp. 1
numerosas sementes envolvidas por uma
polpa avermelhada.
A família é facilmente reconhecida,
MARCGRAVIACEAE

não havendo outra família que apresente


características vegetativas como as descritas
acima.
Entre os polinizadores encontram-se
beija-flores, morcegos e borboletas, que
utilizam como recompensa o néctar acumulado
nos nectários saquiformes. A dispersão é
realizada por aves, que se alimentam da polpa
que envolve as sementes. Marcgraviastrum sp.
240

Marcgravia sp. 2. Hemiepífita.


Folha de ápice acuminado;
base obtusa; pecíolo ca. 8 mm;
nervura central impressa na
face superior e proeminente na Marcgravia sp. 1.
face inferior; intersecundárias Hemiepífita. Folha de
paralelas às secundárias. Rara. ápice agudo; base obtusa,
Vertente. decurrente; subséssil;
nervura central impressa na
face superior e proeminente
na face inferior. Ocasional.
85 Campinarana.

82

Marcgraviastrum sp. 1.
Hemiepífita. Folha de ápice
obtuso a subarredondado; base
truncada a auriculada; subséssil,
nervura central plana em ambas
as faces, veias secundárias não Flores de Marcgraviastrum sp 1.
visíveis; margem com glândulas
elípticas. Rara. Baixio.

90

Souroubea sp. 1. (Hemi- Norantea guianensis.


)Epífita. Folha de ápice Hemiepífita. Folha de ápice
arredondado, cuspidado; base geralmente arredondado,
cuneada; pecíolo ca. 8 mm; apiculado; base cuneada;
nervura central levemente pecíolo ca. 1 cm; nervura
proeminente na face superior, central plana na face superior
achatada na face inferior, e proeminente na inferior;
secundárias pouco visíveis, intersecundárias paralelas às
ascendentes. Rara. Platô. secundárias. Freqüente. Todos
os ambientes. Brasil, Bolívia e
101 131
Equador.
MARGRAVIACEAE
Quiinaceae 241

É uma família com cerca de 4 gêneros e 53 roseta). O tronco é geralmente de madeira


espécies, distribuídos nas regiões tropicais da vermelha arroxeada internamente e a casca
América do Sul. Na Reserva ocorrem 3 gêneros é acastanhada. O gênero Quiina apresenta
e 9 espécies. folhas opostas com veias arqueadas em direção
ao ápice (não paralelas), pouco proeminentes
próximo à veia central, imersas próximo à
margem e dois pares de estípulas opostos na
base das folhas terminais. O gênero Touroulia
apresenta folhas pinaticompostas com veias
secundárias paralelas muito proeminentes
com margem apiculada (craspedódromas).
O tronco é esbranquiçado externamente e
avermelhado internamente.
Os frutos são dispersados por animais.
Em algumas regiões a madeira é
Quiina cf. negrensis utilizada na construção de casas e na
São árvores de médio porte com folhas fabricação de móveis caseiros.
opostas (Quiina e Touroulia) ou verticiladas
(Lacunaria), simples (Quiina e Lacunaria)
ou pinaticompostas (Touroulia), com veias
paralelas e muito proeminentes e margens
pouco a muito crenadas, às vezes mucronadas.
Apresentam estípulas que se distribuem
de acordo com a posição das folhas. As
inflorescências são racemos ou panículas com
flores brancas ou amarelas. Os frutos são bagas
com endocarpo carnoso, às vezes com estrias
longitudinais. No campo, as espécies desta
Lacunaria crenata
família podem ser reconhecidas com facilidade
pela venação paralela e proeminente, pela
disposição das folhas e das estípulas e pela
madeira quase sempre vermelha arroxeada.

Lacunaria jenmanii

Lacunaria jenmanii

Os gêneros desta família se diferenciam


QUIINACEAE

pelas seguintes características: Lacunaria


apresenta folhas verticiladas (em roseta)
com pecíolos de base engrossada. As veias
secundárias são paralelas (eqüidistantes) e
proeminentes e a margem é crenada. As Quiina cf. negrensis
estípulas são alternas às folhas (também em
242
ESTÍPULAS

Lacunaria jenmanii Quiina cf. negrensis

Lacunaria sp. 3 Quiina amazonica Lacunaria aff. macrostachya

1 Lacunaria spp. Folhas


verticiladas.

Das espécies do gênero Lacunaria, somente L.


crenata (por apresentar folhas pequenas, menores
que 20 cm) e Lacunaria sp. 3 (por apresentar folhas
sésseis) são fáceis de reconhecer no campo, as outras
Lacunaria jenmanii
duas são vegetativamente muito parecidas entre si.

Lacunaria aff. macrostachya. Lacunaria jenmanii. Árvore.


Árvore. Folhas distintamente Folhas distintamente pecioladas,
peciolada, com pilosidade ao com pilosidade ao longo das
longo das nervuras secundárias na nervuras secundárias na face
face abaxial. Nervuras secundárias abaxial. Nervuras secundárias
formando ângulo geralmente formando ângulo maior que 45
menor que 45 graus com a nervura graus com a nervura mediana,na
central. Geralmente com muitas porção central. Frequênte.
305 galhas na lâmina. Ocasional. Platô.
270
Platô.
QUIINACEAE

Galhas
243

Touroulia guianensis. Quiina cf. negrensis. Árvore


Árvore de médio a grande de médio porte. Folhas com
porte. Folha composta com nervuras secundárias planas na
pinas estreitas e venação face abaxial e proeminetes na
secundária craspedódroma, adaxial; margem lisa; pecíolo
com apículos evidentes e ramos jovens castanhos e
nas margens. Ocasional. pubérulos; estípulas lineares ca.
Vertente. 3 mm. Ocasional. Platô.

285 105

2 Quiina e Touroulia. Folhas


opostas Quiina amazonica. Árvore de
médio porte. Venação secundária
sulcada próximo á veia central
e planos próximo a margem.
Margem levemente crenulada
com dentes marginais. Pecíolo
castanho esparsamente pubérulos.
Ocasional. Platô.

60

Lacunaria sp. 3. Árvore. Folhas Lacunaria crenata. Árvore.


cartáceas com base atenuada. Folha simple, verde-
Caracteriza-se por apresentar acinzentada menor que 20
folhas sésseis e pela ausência de cm; base decorrente, margem
pilosidade ao longo das nervuras crenada; pecíolo espessado,
secundárias na face abaxial. ca. 2 cm. Estípulas em roseta
Rara. Platô. nos ramos jovens e nas axilas
da folhas. Folhas em roseta.
535 Ocasional. Platô. 130
QUIINACEAE
244
Clusiaceae
Família com cerca de 26 gêneros e que escorre imediatamente após o corte do
proximadamente 400 espécies nos Neotrópicos, tronco ou ramos. A família é facilmente
é representada na Reserva por 14 gêneros e 47 separada de outras com hábito hemiepifítico
espécies. apenas por um pequeno corte nas raízes da
hemiepífita; em Clusiaceae o látex nunca é
totalmente branco, leitoso e abundante como
nas espécies de Ficus (Moraceae), um gênero
de hemiepífitas bastante freqüente na Reserva
e com folhas alternas, e a sua secreção se
dá de forma pontual, formando pequenas
gotas com o passar do tempo. Dois gêneros
em Clusiaceae podem causar confusão na
Clusia grandiflora Tovomita cf. martiana identificação da família: Clusiella, com hábito
lianescente e látex branco abundante pode
Na área estudada a família ocorre como
ser confundido com Apocynaceae, e Caraipa,
árvores ou hemiepífitas, raramente lianas. Raízes
com suas folhas alternas e látex escasso, quase
escoras são características nos gêneros Tovomita e
incolor e de aspecto resinoso: neste caso um
Symphonia. Todas as espécies são lactescentes,
caráter importante é a presença de nervuras
com a cor do látex variando de totalmente
terciárias paralelas, numerosas e próximas,
branco (principalmente em Clusiella) a amarelo,
quase perpendiculares às secundárias.
alaranjado, avermelhado ou mesmo quase incolor
e resinoso (Caraipa). As folhas são opostas, As espécies ocorrem na Reserva
com exceção de Caraipa, em que são alternas, preferencialmente na vegetação primária,
freqüentemente carnosas, principalmente nas embora algumas Clusia e Vismia ocorram em
espécies hemiepifíticas; glabras ou pilosas, vegetação secundária. Este último pode-se dizer
com indumento ferrugíneo presente em muitas que é um indicador de áreas alteradas, sendo
espécies de Vismia. Algumas têm glândulas abundante em capoeiras e pequenas clareiras
na lâmina. Tipicamente possuem as venações naturais na floresta, e tendo suas espécies
secundárias e intersecundárais proximamente chamadas pelo nome popular de lacre.
paralelas, podendo ser vistos também na Ao lado da grande diversidade floral,
lâmina canais laticíferos e/ou resiníferos, ocorre também um grande número de
importantes na separação de espécies. As flores polinizadores, que inclui abelhas, besouros,
são unissexuadas a hermafroditas, muitas vezes moscas, beija-flores, e mais recentemente
muito vistosas, com 2 a 5 sépalas (até 20 em descoberta, a polinização de Moronobea
algumas Clusia), livres ou unidas basalmente; 2 coccinea por periquitos. Recompensas como
a 8 pétalas livres; 4 ou mais estames; o ovário é resinas (Clusia e Clusiella) ou óleos aromáticos
súpero; os estiletes são livres ou unidos, ou os (Tovomita) são encontradas na família, e
estigmas sésseis. O fruto é tipo baga ou cápsula. raras em outras Angiospermas. Dispersão é
As sementes possuem freqüentemente um arilo principalmente endozoocórica.
muitas vezes de cores vistosas. Algumas espécies de Clusiaceae são
Clusiaceae é uma família dificilmente importantes fontes de madeira, como a
confundida com outras, principalmente pela Jacareúba (Calophyllum), que possui uma
presença de látex colorido e folhas opostas. madeira muito resistente, largamente utilizada;
Apenas algumas famílias com folhas opostas outras espécies são cultivadas por seus frutos
e lactescentes podem causar alguma dúvida comestíveis, como o bacuri (Platonia). O látex
na identificação de Clusiaceae: poucas de algumas espécies é utilizado na medicina
espécies de Sapotaceae têm folhas opostas popular, principalmente por comunidades
mas nesse caso o látex é branco ou cor indígenas. Propriedades antivirais e
CLUSIACEAE

café-com-leite; espécies de Apocynaceae bactericidas foram recentemente encontradas


produzem abundante látex branco e leitoso, em alguns compostos do látex.

Bittrich, V. & M.C.E. Amaral. 1997. Floral biology of some Clusia species from Central
Amazonia.
245
Árvores

Pétalas brancas Pétalas vermelhas, purpúreas


Calophyllum acutiflora ou creme-avermelhadas,
angulare T. caloneura normalmente vistosas
C. aff. brasiliense T. gracilipes
Caraipa costata T. cf. grata Moronobea coccinea
Caraipa valioi
C. grandifolia T. weddelliana
C. odorata Tovomita sp. 1 Caraipa
C. rodriguesii Tovomita sp. 2 punctulata
Haploclathra
paniculata Vismia sandwithii
Tovomita
Pétalas vermelhas internamente,
pelo menos no centro.
Clusia
C. renggerioides
nemorosa Caraipa
C. panapanari
heterocarpa Lorostemon Moronobea
coelhoi pulchra

Pétalas verdes, amareladas, creme, ou marrom-ferrugíneas

Symphonia globulifera
Dystovomita Dystovomita Vismia cauliflora Vismia
brasiliensis brasiliensis cayennensis

Frutos
Garcinia madruno
Tovomita amazonica
T. choisyana
Vismia guianensis

Tovomita schomburgkii

Caraipa punctulata Clusia scrobiculata (imaturo)


Hemiepífitas e lianas (imaturo)

Pétalas patentes ou Clusia scrobiculata


campanuladas

Clusia grandiflora Clusia Clusia


(imaturo) amazonica renggerioides

Clusia grandiflora C. panapanari C. insignis

Pétalas na antese fechadas Lianas


como botões

Lorostemon Tovomita Tovomita. sp. 2


coelhoi acutiflora (imaturo)
Clusiella axillaris
CLUSIACEAE

Havetiopsis Oedematopus
flavida obovatus
Clusia penduliflora
C. spathulaefolia
Oedematopus cf. octandrus
Oedematopus sp. 1 Clusia amazonica
Moronobea coccinea Tovomita cf. martiana
246
ÁRVORES HEMIEPÍFITAS OU LIANAS
(RARAMENTE ÁRVORES)
Base do tronco reta Base com raízes-escoras
Hemiepífitas ou
Folhas alternas Venação lianas. Látex branco,
(exceto Haploclathra eucampdódroma na esbranquiçado, creme ou
paniculata). região mediana da folha. incolor.
Látex amarelo, às vezes

3 5
Látex resinoso, vermelho.
esbranquiçado,

1
amarelado ou
incolor

Folhas opostas
Árvores, tronco totalmente
Folhas geralmente Venação broquidódroma recoberto por lenticelas
com pilosidade na região mediana da salientes, base reta e látex
ferrugínea, venação folha. Látex amarelo, alaranjado, creme, branco
sem aspecto estriado. às vezes vermelho ou ou amarelado.
Ritidoma escamoso
esbranquiçado.
ou reticulado. Látex

6
alaranjado.

8 2 Hemiepífitas (raramente
Venação com aspecto árvores). Látex amarelo,
estriado. Pérulas (conjunto avermelhado, alaranjado

4
de folhas modificadas ou esbranquiçado .
protetoras da gema)
persistentes. Ritidoma
fissurado ou sulcado.
Látex amarelo.
Detalhe das pérulas

7
RAIZES DE HEMIEPÍFITAS
As hemiepífitas podem ser divididas em categorias, de acordo com a forma que suas raízes se apoiam na planta
hospedeira e alcançam o chão. O primeiro grupo (A) é formado pelas espécies cuja única raiz principal,
normalmente de diâmetro grande, desce paralela ao tronco da hospedeira, unido a este somente em alguns pontos
por raízes, e se ramificando próximo ao solo. Em um segundo caso (B), muitas raízes finas e densas, normalmente
muito lenticeladas, alcançam o solo, livres da hospedeira, em algumas espécies (Havetiopsis flavida), verdadeiras
cortinas de raízes podem ser observadas. Na maioria dos casos (C), as raízes descem, envolvendo o tronco da
hospedeira, às vezes muito ramificadas, formando um emaranhado de raízes.

A B C
CLUSIACEAE

Clusia Havetiopsis Todas as


insignis flavida demais
Clusia Oedematopus espécies de
grandiflora obovatus hemiepífitas
da Reserva.
247

Tovomita cf. obovata. Árvore. Dystovomita brasiliensis. (Sapateiro).


Margem levemente revoluta. Árvore. Lâmina cerosa na face
Nervura central pouco proeminente superior; ferrugínea na inferior.
na face superior, muito Nervura central proeminente
proeminente, estriada e às vezes em ambas as faces, finamente
levemente canaliculada na face estriada e subcarinada na face
inferior; secundárias salientes inferior; terciárias levemente
em ambas as faces; terciárias proeminentes em ambas as faces.
salientes em ambas as faces, Canais laticíferos paralelos às
subperpendiculares às secundárias. nervuras secundárias em ambas as
Canais laticíferos pouco conspícuos. faces. Freqüente. Platô e vertente.
Rara. Platô. Amazônia Central e 276
Centro e Oeste da Amazônia brasileira. 221
Guianas.

Árvores com raízes escoras.


Folhas opostas. Venação

1
eucampdódroma na região
mediana da folha. Lenticelas
geralmente ausentes no tronco. Tovomita schomburgkii. Árvore. Lâmina
Ritidoma geralmente liso ou com pequenos pontos marrons em ambas
estriado. Látex amarelo, às as faces. Margem revoluta. Nervura
central pouco proeminente e estriada
vezes vermelho. na face superior, muito proeminente,
estriada e carinada na inferior; terciárias
subparalalelas às intersecundárias;
nervuras de ordem superior salientes,
formando um retículo irregular. Canais
laticíferos bem visíveis em linhas finas
e densas, paralelas as secundárias
inferiormente. Ocasional. Vertente, baixio, 174
capoeira. Amazônia e Guianas.

Tovomita gracilipes. Árvore. Tovomita choisyana. Árvore.


Margem revoluta. Lâmina com Lâmina com glândulas resinosas em
pontos resinosos pequenos e ambas as faces. Margem revoluta
esparsos em ambas as faces. ou não. Nervura central plana a
levemente proeminente ou imersa,
Nervura central proeminente na
às vezes canaliculada na face
face superior e canaliculada na
superior, proeminente na inferior;
inferior; nervuras de ordem superior terciárias oblíquo-perpendiculares
formando um retículo irregular. às secundárias, nervuras de
Freqüente. Baixio e campinarana. ordem superior formando retículo
Bacia do Rio Negro e Guianas. 139 +/- regular. Rara. Vertente.
364
Amazônia.
CLUSIACEAE
248

Tovomita umbelata. Tovomita cf. grata. Árvore. Lâmina


Árvore. Nervura central com pequenas glândulas resinosas,
mais visíveis na face inferior. Nervura
proeminente em ambas as central levemente proeminente
faces; secundárias 13-15 e canaliculada na parte basal-
pares; terciárias reticuladas. superior, muito proeminente, estriada
Canais laticíferos paralelos ou carinada na inferior; 12-14
às secundárias. Ocasional. pares de secundárias, nervuras de
ordem superior formando retículo
Vertente. Bacia amazônica e
irregular. Canais laticíferos paralelos
Guianas. às secundárias na face inferior.
Ocasional. Vertente. Amazônia
142 146
Central e Guianas.

2
Com os mesmos caracteres
do grupo um, mas venação
broquidódroma na parte
Tovomita sp. 2. Árvore. Lâmina mediana da folha.
finamente papilosa na face superior.
Todas estas espécies possuem margem revoluta,
Veia inframarginal proeminente exceto, às vezes, Tovomita cf. grata.
e crenada. Nervura central
proeminente na face superior,
pouco proeminente na inferior; ca.
15 pares de secundárias; terciárias
formando um retículo denso. Canais
laticíferos incospícuos e subparalelos
ás secundárias, ou ás invisíveis
71 superiormente. Rara. Vertente.
Amazônia Central.

Tovomita sp. 1. Árvore. Lâmina Tovomita cf. martiana. Árvore. Lâmina


finamente cerosa e brilhante em ambas muito brilhante na face superior, sem
as faces, com pequenas glândulas glândulas resinosas. Nervura central
marrons na face inferior. Veia proeminente em ambas as faces; 10-11
inframarginal levemente proeminente. pares de secundárias; 1-2(-4) nervuras
Nervura central proeminente e intersecundárias bem desenvolvidas;
canaliculada na parte basal-superior; nervuras de ordem superior formando
secundárias numerosas, levemente um retículo irregular. Canais laticíferos
proeminentes em ambas as faces; as de geralmente visíveis como linhas escuras
ordem superior inconspícuas formando na face supeior e também sobre a
retículo irregular. Rara. Campinarana. nervura central. Rara. Platô.
188 94
Amazônia Central.
CLUSIACEAE
249

Tovomita amazonica. Árvore. Tovomita caloneura. Árvore. Veia


Nervura central proeminente na inframarginal proeminente em ambas
face superior, pouco proeminente as faces. Nervura central levemente
proeminente e canaliculada na face
na inferior; ca. 15 pares de
superior, proeminente na inferior;
secundárias; intersecundárias 30 ou mais pares de secundárias
quase tão desenvovidas quanto as ; intersecundárias quase tão
secundárias. Rara. Campinarana. desenvolvidas como as secundárias;
Centro e Oeste da Amazônia. as de ordem superior inconspícuas.
Canais laticíferos quase paralelos as
secundárias na face inferior. Ocasional.
78
Vertente e baixio. Amazônia Central. 181

O nome popular para as espécies de


Tovomita na Amazônia Central é em geral
sapateiro, ou raramente mangue. Tovomita acutiflora. Árvore.
Nervura central proeminente na
face superior; secundárias ca.
20 pares, intersecundárias bem
desenvolvidas. Canais laticíferos
levemente proeminentes e
muito densos na face superior.
Ocasional. Vertente. Amazônia
Central e Guianas.
248

Tovomita weddelliana. Árvore.


Lâmina finamente rugosa e com cera
na face superior, com canais laticíferos
e glândulas escuras e pequenas
na face inferior. Nervura central TOVOMITA
proeminente e basalmente canaliculada
na face superior, às vezes parecendo O gênero Tovomita é taxonomicamente pouco
finamente pubescente devido a cristais estudado, sem uma revisão recente. Pelo menos
filamentosos de cera e com glândulas três das 14 espécies encontradas na Reserva são
imersas, pequenas, amarelas e escuras, provavelmente novas. Poucos indivíduos de
e carinada na face inferior. Rara. cada espécie foram encontrados, indicando uma
Baixio. Amazônia Central até Panamá. 231
densidade populacional muito baixa.
O óleo aromático dos filetes das flores atrai machos
de abelhas da tribo Euglossinae, que pousam no
androceu ou nos estigmas para coletar o óleo com
CLUSIACEAE

as pernas dianteiras. Como abelhas euglossas


são fortes voadores e provavelmente são atraídas
a longa distância pelo aroma forte e específico
das flores de cada espécie, uma polinização pode
ser garantida, mesmo com a baixa densidade das
plantas na mata.
250

Caraipa rodriguesii. Árvore. Caraipa costata. (Sanafra). Árvore.


Lâmina glabra na face superior Lâmina na face superior com pêlos
simples ou ramificados na nervura
e com pêlos estrelados
central, secundárias e parte basal
inferiormente. Nervura central da lâmina; escrobiculata na
imersa com pêlos estrelados na inferior, com pêlos dendríticos
face superior e proeminente e ou simples e glândulas escuras
carinada na inferior; retículo nos aréolos (às vezes invisíveis).
fino e regular presente; Nervura central imersa na face
superior e proeminente na inferior;
glândulas visíveis contra a quaternárias formando retículo.
luz. Rara. Baixio. Amazônia Freqüente. Baixio. Bacia do Rio
Central. 196 Negro.
117

Árvores de base reta. Lenticelas


geralmente presentes no tronco.

3
Ritidoma geralmente liso.
Látex resinoso, esbranquiçado,
amarelado ou incolor. Margem
da folha revoluta.
Caraipa punctulata. (Tamaquaré).
Árvore. Lâmina papilosa ou
escrobiculata, glabra com glândulas
visíveis nos aréolos na face superior,
lisa ou bulada com pequenos pêlos
estrelados e glândulas às vezes
visíveis na inferior. Nervura central
imersa, às vezes com pequenos pêlos Folhas opostas.
na face superior, proeminente e
carinada na parte apical na inferior;
120 quaternárias formando retículo
fino e regular. Freqüente. Baixio e
campinarana. Bacia do rio Negro.

Caraipa grandifolia. (Tamaquaré- Haploclathra paniculata.


grande). Lâmina bulada, glabra Árvore. Nervura central
na face superior e com pequenos proeminente em ambas
pêlos estrelados na face inferior. as faces, pubescente pelo
Nervura central ligeiramente
menos na parte basal;
imersa e glabra ou com pequenos
quaternárias formando
pêlos estrelados na base-superior e
proeminente na inferior; terciárias retículo; glândulas pequenas
salientes em ambas as faces; presentes. Rara. Baixio.
glânduas invisíveis (às vezes visíveis Bacia do Rio Negro.
contra a luz). Rara. Baixio e 84
204
campinarana. Bacia amazônica.
CLUSIACEAE
251

Caraipa odorata. Árvore.


Lâmina glabra em ambas as
faces. Nervura central plana
ou levemente imersa na
face superior e proeminente
e estriada na inferior; 13- Caraipa heterocarpa. Árvore. Lâmina
19 pares de secundárias; glabra na face superior e com pequenos
terciárias salientes em pêlos na inferior. Nervura central
ambas as faces, quaternárias levemente imersa e com pequenos
formando um retículo fino, pêlos na face superior e carinadas
+/- regular, glândulas não com pêlos estrelados na face inferior;
visíveis. Ocasional. Baixio. 8-11 pares de secundárias
Bacia do rio Negro. ; terciárias inconspícuas;
glândulas visíveis com lupa
291 e contra a luz. Ocasional.
Baixio. Bacia do Rio Negro.
158

Caraipa valioi. (Tamaquaré). Folha 7,5-


9,5 x 3-4 cm. Nervura central
com pêlos estrelados em ambas
as faces, imersa na superior e
proeminente na inferior; 9-12
pares de secundárias; terciárias
inconspícuas; glândulas visíveis
contra a luz.

Folhas alternas. Esta espécie é conhecida através


do tipo, coletado na Reserva
em 1967, descrito como uma
espécie nova. As diferenças com
Caraipa densifolia não são muito
bem evidentes nas publicações,
e pode ser que se trate de uma
mesma entidade. Caraipa
densifolia têm uma distruibuição
ampla. 91

FOLHAS ALTERNAS
Caraipa é o único gênero de Clusiaceae na área
com folhas alternas (Mahurea, com 2, espécies
também têm). Elas têm uma exsudação escassa,
meio branca-transparente, extremamente pegajosa.
São dificilmente reconhecidas como Clusiaceae
quando estéreis. Todas têm venação secundárias
pinadas, bem diferente de Clusia. As terciárias são
sempre retas e paralelas, formando ângulos de 90
CLUSIACEAE

graus com cada secundária.


Podem ser confundidas com Sapotaceae ou
Apocynaceae com folhas alternas.

Imagem do holotipo
de Caraipa valioi
252

Lorostemon bombaciflorum. Lorostemon coelhoi. Árvore.


Árvore. Margem levemente Nervura central proeminente
revoluta ou não. Nervura em ambas as faces, carinada;
central com canais laticíferos, secundárias proeminentes em
proeminente em ambas as faces; ambas as faces, sem canais
secundárias com canais laticíferos laticíferos visíveis; nervuras de
na face superior; nervuras de ordem superior inconspícuas.
ordem superior formando retículo Freqüente. Platô e vertente.
irregular. Ocasional. Platô. Região de Manaus.
Região de Manaus. 147
183

Árvores com base do tronco reta


ou com raízes escoras. Folhas

4 opostas. Pérulas geralmente


presentes. Lenticelas ausentes.
Ritidoma fissurado ou sulcado.
Látex amarelo.

Symphonia globulifera. Árvore


de dossel. Margem revoluta.
Nervura central imersa na face Pérulas ausentes. Nervuras de ordem
superior, proeminente na inferior; superior não visíveis.
secundárias +/- proeminentes
em ambas as faces; nervuras de
ordem superior inconspícuas.
Freqüente. Todos os ambientes
exceto campinarana. • Variações em Calophyllum aff. brasiliense
Neotrópicos, África tropical e
94
Madagáscar.

• Calophyllum aff. brasiliense. • Calophyllum aff. brasiliense.


(Jacareúba). Árvorede dossel. Árvore de dossel. Vertente e
Face superior da lâmina não sobre solos arenosos.
cerosa, glabra ou com pequenos
pêlos ferrugíneos. Nervura
central proeminente e geralmente
canaliculada na parte basal-
superior, subcarinada na inferior;
secundárias salientes em ambas
75 as faces. Canais laticíferos
paralelos as secundárias. 99
Ocasional. Baixio.
CLUSIACEAE
253

Moronobea pulchra. Árvore. Vegetativamente


igual a M. coccinea. Separada desta pelos
filetes dos estames, que são unidos até 2/3
do seu comprimento, ao invés de estarem
unidos só na base como em M. coccinea. No
campo elas não parecem espécie diferentes,
e provavelmente esta diferença reflita apenas
variação intraespecífica. Ocasional. Platô e
vertente. Região de Manaus.
Moronobea coccinea. Árvore.
Margem pouco ou não revoluta.
Nervura central imersa na
face superior, proeminente Garcinia gardneriana. Árvore. Difere
na face inferior; nervuras de de G. madruno pela ausência de papilas
ordem superior inconspícuas. agudas nos ramos jovens, pecíolos,
Ocasional. Platô e vertente. raque, pedicelo e também pelas folhas
Amazônia e Guianas. menores. Região de Manaus.

74

Pérulas presentes.

Garcinia madruno. (Bacuri, bacuri-


de-espinhos). Árvore. Ramos jovens e
pecíolos com papilas finas e agudas.
Lâmina com acúmen de ponta
escura. Margem revoluta ou não.
Nervura central proeminente na face
superior; secundárias salientes em
ambas as faces, nervuras de ordem
Pérulas são folhas modificadas, parecendo
superior proeminentes em ambas as
estípulas que protegem gema. faces, reticuladas. Ocasional. Todos
os ambientes, exceto campinarana. 127
Amazônia.

POLINIZAÇÃO DE MORONOBEA
Moronobea coccinea é polinizada por periquitos. As
flores são eretas em ramos horizontais e planos. Os
periquitos (Brotogeris chrysopterus) caminham nesses
ramos e visitam as flores em busca de pólen e néctar.
O pólen é exsudado misturado com um óleo e adere ao
bico e à cabeça do periquito, onde é transportado entre
plantas diferentes. Polinização por periquitos é conhecida
também em Platonia insignis (bacuri), num processo
muito semelhante, mas incluindo diferentes espécies de
pscitacídeos.
Vicentini e Fischer 1999

Moronobea coccinea. Note a mistura


de pólen com óleo nos ápices exertos
das anteras. O estigma consiste em
CLUSIACEAE

cinco lobos, cada um com um poro


no ápice. O óleo serve de veículo
para conduzir o pólen ao interior do
canal do lobo onde fica a superfície
receptiva do estigma.

Vicentini, A. & Fischer, E.A. 1999. Pollination of Moronobea coccinea (Clusiaceae) by the Golden-winged
Parakeet. Biotropica. No prelo.
254

Clusia scrobiculata. Hemiepífita. Oedematopus sp. 1. Hemiepífita.


Lâmina com pequenos pontos resinosos Ramos jovens escamando em anéis.
superiormente. Margem levemente Lâmina finamente escrobiculada
revoluta ou não, veia inframarginal e com poucas glândulas resinosas
1 mm da margem, pouco crenada. na face superior e com pequenas
Nervura central levemente glândulas resinosas na face inferior.
proeminente na face superior e plana a Nervura central canaliculada na base
proeminente e carinada na face inferior. superiormente e marrom-avermelhada
Canais laticíferos quase paralelos a e proeminente na face inferior, invisível
nervura central (0,2-0,3 mm entre si) em ambas as faces na parte apical.
superiormente e escuras e quase invisíveis Canais laticíferos fracamente visíveis
(0,3-0,4 mm entre si) inferiormente. Rara. 74 superiormente e levemente salientes
125
Vertente. Amazônia e Guianas. inferiormente. Rara. Platô.

Hemiepífitas.

Hemiepífitas ou lianas. Folhas

5
opostas. Látex branco,
Clusia spathulaefolia. Hemiepífita. Lâmina esbranquiçado, creme ou
brilhante na face superior e às vezes incolor, outras cores após
levemente escrobiculada, opaca e oxidação.
com pontos resinosos inferiormente.
Margem revoluta, veia inframarginal
1,5 mm da margem, pouco crenada.
Nervura central pouco proeminente
e canaliculada na base superiormente
e proeminente inferiormente. Canais Lianas.
laticíferos invisíveis ou fracamente
visíveis em ambas as faces, 0,3-0,5 mm
entre si. Freqüente. Todos os ambientes,
220 menos campinarana. Bacia amazônica.

Clusia amazonica. Liana. Ramos Clusiella axillaris. Liana.


jovens com a cutícula escamando Ramos jovens com lenticelas
em anéis. Lâmina superior às vezes elípticas, transversais,
escrobiculada. Margem não ou
muito salientes. Margem
pouca revoluta, veia inframarginal
2-3 mm da margem, crenada, às revoluta, veia inframarginal
vezes dupla. Canais laticíferos muito crenada. Canais
geralmente imersos ou proeminentes laticíferos visíveis em ambas
na face superior (0,5-1 mm entre as faces, +/- paralelos as
si) e imersos ou proeminentes, às secundárias. Freqüente.
vezes ramificados na inferior (1,5-3
mm entre si). Freqüente. Todos os 129 Baixio e campinarana. Bacia
125
ambientes. amazônica.
CLUSIACEAE
255

Oedematopus cf. octandrus. Havetiopsis flavida. Hemiepífita.


Hemiepífita. Ramos jovens escamando Ramos jovens escamando em
em anéis. Lâmina com glândulas anéis. Margem revoluta, veia
inframarginal proeminente
escuras e pequenas inferiormente.
em ambas as faces, levemente
Margem revoluta. Nervura central
crenada. Nervura central saliente
proeminente dentro de um sulco na em ambas as faces, canaliculado
face superior e proeminente na face superiormente. Canais laticíferos
inferior. Canais laticíferos invisíveis pouco visíveis, subparalelos as
superiormente e visíveis inferiormente secundárias (1,2-2 mm entre si).
(0,8-2 mm entre si). Freqüente. Todos Ocasional. Todos os ambientes.
107 86
os ambientes. Amazônia até Panamá.

Árvores de folhas opostas, com

6
Estas duas espécies ocorrem
o tronco totalmente recoberto principalmente em campina (floresta
por lenticelas salientes, base baixa de areia branca), que é ausente na
reta e látex alaranjado, creme, Reserva, mas são comuns em outras áreas
branco ou amarelado. próximos a ela.

Clusia nemorosa. (Ceboleira, manga-


Clusia renggerioides. (Apuí, cipoal).
Árvore. Lâmina com cera ou brilhante em brava). Árvore. Margem levemente
ambas as faces. Margem revoluta, veia revoluta, veia inframarginal 1 mm
inframarginal 0,5-1,5 mm da margem, dist. da margem, às vezes crenada na
+/- crenada. Nervura central pouco parte apical. Nervura central saliente
proeminente, às vezes canaliculados em ambas as faces. Canais laticíferos
na base superiormente, proeminente e
invisíveis e +/- imersos ou não na face
carinada inferiormente. Canais laticíferos
pouco proeminentes ou imersos (0,2-0,5 superior, levemente proeminentes na face
mm entre si) na face superior e invisíveis inferior. Neotropical.
na inferior. Ocasional. Campinarana. 134
Bacia amazônica.
CLUSIACEAE
256

• Clusia grandiflora. • Clusia insignis. (Apuí,


(Cebola-grande-do-mato, apuí). cebola-grande). Hemiepífitas.
Hemiepífita. Lâmina glabra. Margem não ou pouco revoluta;
Veia inframarginal menos de veia inframarginal 1 mm da
1 mm da margem. Canais margem. Canais lactíferos
laticíferos às vezes imersos (1 inconspícuos na face superior
mm entre si) na face superior, e pouco visíveis na inferior
2-2,5 mm entre si ou invisíveis (2,5-3,5 cm entre si) Ocasional.
na face inferior. Ocasional. Todos os ambientes. Amazônia,
275 Todos os ambientes. 194 Colômbia e Venezuela.
Amazônia e Guianas.

• A nervura central é proeminente em ambas


as faces nestas espécies.

7
Hemiepífitas. Folhas opostas.
Cor do látex amarelo,
Clusia panapanari. Hemiepífita. avermelhado ou alaranjado.
Lâmina com pequenos pontos
resiníferos. Veia inframarginal
1,5-2 mm da margem, crenada.
Nervura central invisível na
parte apical da folha. Canais
resiníferos imersos na face
• A nervura central é proeminente e
caniculada na face superior e proemiente na
superior e invisíveis na face face inferior nestas espécies.
inferior. Ocasional. Vertente e
baixio. Amazônia, Guianas e
99 nordeste.

• Oedematopus obovatus.
• Clusia leprantha. (Apuí-
Hemiepífita. Ramos jovens escamando
grande, cebola-brava). Hemiepífita.
em anéis, lenticelas salientes, elípticas.
Margem revoluta, veia inframarginal
Margem levemente revoluta, veia
1-3 mm da margem, levemente
inframarginal ca. 1 mm da margem,
crenada. Nervura central carinada
levemente crenada. Nervura central
na face inferior. Canais laticíferos
marrom-avermelhada na face inferior.
invisíveis em ambas as faces ou
Canais laticíferos pouco conspícuos na
levemente proeminentes na face
face superior e marrom e proeminentes
superior. Rara. Vertente. Bacia da
na face inferior. Freqüente. Todos os
97 184 Amazônia e Suriname.
ambientes. Amazônia e Guianas.
CLUSIACEAE
257

Vismia guianensis. (Lacre- Vismia cayennensis. (Lacre).


branco, pau-de-lacre). Árvore de pequeno porte.
Arvoreta. Glândulas pouco Glândulas visíveis nas duas
visíveis, cobertas pelo faces; lâmina glabra ou com
indumento denso formado por pequenos pêlos estrelados e
pêlos estrelados. Freqüente. brancos na folha jovem na face
Capoeira. Guianas, Trinidad, inferior. Folha verde em ambas
Amazônia até o Nordeste no as faces. Freqüente. Capoeira.
Brasil. Norte da América do Sul até o
114 Nordeste no Brasil. 127

Vismia spp. Árvores ou


arvoretas com a base do tronco

8
reta. Geralmente ocorrendo
em vegetação secundária.
Lenticelas ausentes. Folhas
geralmente com pilosidade Vismia cauliflora. (Lacre).
ferrugínea. Ritidoma Arvoreta. Glândulas pretas,
escamoso ou reticulado. Látex pouco visíveis na face
alaranjado. superior; nervura central
com pubescência densa.
Ocasional. Clareiras.
Amazônia Central, Bacia do
Rio Negro e Rio Madeira.

460

Vismia sandwithii. (Lacre- Vismia cf. gracilis. (Lacre). Lâmina 11-


vermelho-do-mato). Árvore. 17,5 x 4-5,5 cm. Glândulas somente
Glândulas pretas visíveis em visíveis olhando contra a luz. Rara.
ambas as faces, salientes na Capoeira.
face inferior; pêlos estrelados e
pedunculados na face inferior.
Ocasional. Clareiras. Norte
da América do Sul e América
Central.

225
CLUSIACEAE

155
258
Elaeocarpaceae
Família com 10 gêneros e cerca de 400 como Sloanea por apresentar folhas simples
espécies, distribuídos pelas regiões tropicais com pecíolo dilatado no ápice e na base, mas
e subtropicais de todo o mundo. Nos o tronco é reto na base e o alburno de um
Neotrópicos 2 gêneros são nativos: Sloanea amarelo intenso não encontrado em Sloanea.
(70 spp.) e Vallea (1 sp.). Sloanea distribui-se Nada se sabe a respeito da biologia
principalmente pela América Central e Região de polinização das espécies neotropicais de
Amazônica, com poucas espécies ocorrendo Sloanea. Na Nova Guiné, as flores brancas e
nas florestas do Sul do Brasil. Na Reserva tubulosas de algumas espécies de Elaeocarpus
ocorrem 17 espécies de Sloanea, gênero e Sloanea são visitadas principalmente por
pantropical, com centros de diversidade na pássaros de bico curto e curvo (Myzomela e
Malásia e Norte da América do Sul. Oedistoma). Na Reserva, as flores alaranjadas
e vistosas de Sloanea schomburgkii foram
observadas sendo visitadas por beija-flores.
Quanto à dispersão, a forma de exposição das
sementes, que ficam penduradas na cápsula,
sugere dispersão por morcegos, no caso de
espécies como S. latifolia e S. schomburgkii,
cujas sementes grandes são cobertas por um
arilo branco a levemente amarelado e com
odor forte; ou aves, no caso da maioria das
espécies, cujas sementes são pequenas e
envolvidas por um arilo vermelho.
Sloanea synandra

Na Amazônia as espécies de Sloanea


ocorrem predominantemente em florestas de
terra firme e apenas S. laurifolia e S. grandiflora
em florestas de igapó e várzea. Raramente
são encontradas em vegetação sobre solos
arenosos, em áreas abertas ou alteradas.
A família foi inicialmente tratada como
Tiliaceae e apresenta caracteres que sugerem
afinidade com Sterculiaceae, Malvaceae
e Flacourtiaceae. Sloanea caracteriza-
se vegetativamente pelo hábito arbóreo, Sloanea excelsa
folhas simples, alternas ou opostas, pecíolos
cilíndricos ou canaliculados, comumente Na Amazônia muitas espécies de Sloanea
dilatados no ápice e/ou base. O tronco é são denominadas popularmente de "urucurana",
geralmente marrom, às vezes anguloso a provavelmente devido à semelhança do fruto
mais ou menos quadrangular e sempre com com o do urucum (Bixa orellana, Bixaceae).
sapopemas na base. Estas variam no tamanho Sua madeira é de excelente qualidade,
de acordo com o porte da árvore e em algumas resistente e dura, boa para construções em
espécies de grande porte, como S. excelsa, geral. Poucas espécies apresentam sementes
chegam a atingir 6 m de altura e 10 m de com arilos comestíveis, os de S. laurifolia são
comprimento. Pogonophora schomburgkiana citados como alucinógenos quando ingeridos
ELAEOCARPACEAE

(Euphorbiaceae) é freqüentemente identificada frescos.

Castañeda, M.D.A. 1981. Revisão taxonômica do gênero Sloanea Linnaeus (Elaeocarpaceae)


na Amazônia Brasileira. Tese de mestrado. FUA/INPA.
Smith, C.E. 1954. The New World Species of Sloanea (Elaeocarpaceae). The Gray
Herbarium of Harvard University, Cambridge, Mass., U.S.A.
259
FLORES
As flores são hermafroditas, compostas de 4 a 11 sépalas, numerosos estames e gineceu inseridos em um receptáculo
amplo, circular, na maioria das espécies, ou quadrangular. O receptáculo é muitas vezes persistente no fruto e fica
marcado por numerosas depressões deixadas pelos estames caídos. As anteras são lineares a elípticas. O ovário
elipsóide a globoso, ou anguloso, puberulento ou coberto por pêlos longos; o estilete inteiro ou partido, cônico
ou cilíndrico, reto ou contorcido. Gineceu e androceu, por esses caracteres, são importantes na identificação
das espécies.

Flores com 4 sépalas, carnosas, em geral brancas ou róseas, verdes em S. floribunda

Outras:

Sloanea laxiflora
Sloanea sp. C

Sloanea floribunda Sloanea latifolia Sloanea schomburgkii Sloanea synandra

Flores com 4 sépalas, delgadas e em geral esverdeadas Flores com 5 a 11 sépalas

Outras:

Sloanea brachytepala
Outras:
Sloanea echinocarpa
Sloanea fendleriana
Sloanea rufa
Sloanea excelsa
Sloanea guianensis
Sloanea nitida

Sloanea sp. B Sloanea sp. A Sloanea pubescens

FRUTOS
O fruto é uma cápsula lenhosa abrindo por 3 a 5 valvas, em geral 4, com superfície
puberulenta, granulosa ou coberta por espinhos rígidos e curtos, ou longos e flexíveis.
A cápsula varia geralmente de 1 a 3 cm, raramente grande como em Sloanea synandra,
com ca. 8 cm. Os frutos possuem em geral uma semente, às vezes duas e raramente
muitas como em S. synandra, envoltas por um arilo vermelho, alaranjado, amarelo
ou branco. A superfície da semente é irregular, apresentando uma parte diferenciada
semelhante a um capuz, mesmo nas espécies em que o arilo a recobre totalmente (veja Sloanea latifolia
foto ao lado). Quando madura, a cápsula se abre e a semente fica pendurada.

Cápsula densamente coberta por espinhos flexíveis, Cápsula sem espinhos ou com espinhos curtos e
geralmente longos, de até 3 cm em S. nitida muito esparsos

Sloanea rufa Sloanea Sloanea


pubescens guianensis
Sloanea Sloanea Sloanea
brachytepala excelsa latifolia
Cápsula densamente coberta por acúleos ou
ELAEOCARPACEAE

espinhos cônicos e rígidos curtos (< 1 cm)

Outras:

S. echinocarpa
S. fendleriana
Sloanea sp. A Sloanea synandra
Sloanea schomburgkii Sloanea laxiflora
Outras: Sloanea fendleriana, S. floribunda e S. sp. C.
260 DICA DE CAMPO
Sloanea schomburgkii, S. pubescens, O tronco das espécies de
S. guianensis, S. latifolia, S. excelsa Sloanea é bem característico e
e Sloanea sp. D possuem folhas permite reconhecer facilmente
opostas, ou pelo menos opostas e a família no campo: sapopemas
alternas no mesmo ramo. são sempre presentes, variando
muito no tamanho entre espécies
Sloanea rufa e Sloanea sp. B possuem folhas e entre indivíduos da mesma
agrupadas no ápice dos ramos. espécie, algumas chegando a
atingir 6 a 7 m de altura e 10 m de
comprimento. O tronco acima
A gema terminal de Sloanea das sapopemas é, muitas vezes,
brachytepala, Sloanea sp. A mais ou menos quadrangular e o
e S. floribunda é protegida ritidoma em geral marrom escuro
por numerosos catáfilos, (esbranquiçado em S. synandra e
que apenas em S. floribunda Sloanea sp. B). Ao corte a casca
são glabros. viva avermelhada ou bege têm
uma textura compacta com fibras
pouco evidentes.

Tronco com

1
raízes escoras
na base;
ritidoma
Sloanea synandra. Árvore de dossel. esbranquiçado;
Folhas grandes (13-24 cm) de ápice ao corte odor
acuminado e base arredondada de marzipan. Folhas
ou cordada. Nervuras glabras e venação
secundárias unidas junto a terciária percurrente-
margem da folha. Venação
plana na face superior. Pecíolo oblíqua.
longo (3-10 cm) dilatado apenas
no ápice e recoberto por indumento
diminuto esbranquiçado. Ocasional.
319 Platô, vertente e baixio. Amazônia
Central e Guianas.

Sloanea rufa. Árvore < 10 m. Sloanea pubescens. Árvore mediana.


Tronco +/- quadrangular com
Sapopemas e/ou raízes escoras
sapopemas de até 2 m. Ritidoma
(< 50 cm). Folhas cartáceas marrom, lenticelado. Folhas
de margem freqüentemente grandes (10-28 cm), opostas
serreada, agrupadas no ápice ou sub-opostas, igualmente
dos ramos. Pecíolo curto (< distribuídas, de ápice truncado
2 cm), pubescente. Baixio ou emarginado (raro agudo)
e base arredondada. Pecíolo
e campinarana. Ocasional. (2-8 cm) pubescente. Freqüente.
Bacia amazônica e Guianas. Platô e vertente. Amazônia
231
193 Central e Oriental e Guianas.
ELAEOCARPACEAE
261

Sloanea schomburgkii. Árvore de Sloanea echinocarpa. Árvore


dossel. Sapopemas pequenas (1 mediana. Folhas obovais de
m). Ritidoma reticulado. Folhas ápice agudo e base cuneada,
opostas grandes (14-22 cm), de subsésseis ou com pecíolo
curto (< 2 cm), pubescente ou
ápice acuminado e base cuneada
glabro. Quando seca, nervuras
(às vezes arredondada). Pecíolo mediana e secundárias
(2-10 cm), pubérulos. Ramos impressas na face superior.
acinzentados, com lenticelas Ápice dos ramos densamente
lineares. Ocasional. Vertente. pubescente. Rara. Vertente.
Amazônia Central e Guianas. 117
Amazônia Central e Guianas. 227

Venação broquidódroma e folhas de


margem inteira.

2
Folha pubescente, bem evidente
sobre as nervuras; venação
terciária percurrente-oblíquas
(exceto Sloanea rufa). Sloanea sp. C. Árvore do dossel.
Tronco anguloso a quadrangular,
com sapopemas (2 m). Ritidoma
com lenticelas dispostas em
linhas verticais. Folha obovais a
ovais (7-12 cm), esbranquiçadas
Venação craspedódroma e folhas de na face inferior, de ápice
margem serreada, ou eucampdódroma e arredondado, mucronado ou
folhas de margem inteira. emarginado e base cordada
ou cuneada. Pecíolo (1-3 cm) 145
pubescente. Ocasional. Vertente.
Arredores de Manaus.

Sloanea sp. B. Árvore de Sloanea sp. A. Árvore de dossel


com sapopemas grandes (até 5
dossel. Tronco circular com m). Folhas grandes (7-18 cm),
sapopemas de até 4 m. elípticas de ápice arredondado
Ritidoma esbranquiçado. (a agudo) e base arredondada
Folhas agrupadas no ápice ou cordada. Pecíolo (3-8 cm)
dos ramos (de 8-16 cm), pubescente. Ápice dos ramos
com pubescência ferrugínea.
de ápice emarginado e
Gema terminal com catáfilos
base cuneada e subitamente livres e pubescentes. Próxima
cordada. Pecíolo curto (1-2 e muito semelhante a Sloanea
cm) pubescente. Rara. Vertente. 160 brachytepala. Ocasional. Platô e 177
baixio. Arredores de Manaus.
ELAEOCARPACEAE
262

Sloanea guianensis . Árvore Sloanea latifolia. Árvore mediana com


mediana. Tronco quadrangular sapopemas de até 8 m. Ritidoma com
com sapopemas pequenas. depressões. Folhas 8-18 cm, coriáceas.
Ritidoma em geral reticulado. Reticulação pequena, levemente
Veias secundárias e terciárias proeminente e bem evidente em ambas
mais proemientes que as outras as faces (seco), mais que as outras
espécies do subgrupo. Folhas espécies do subgrupo. Ápice dos
cartáceas (10-14 cm) de ápice ramos pubérulos. Pode confundir com
acuminado e base atenuada a S. laxiflora, pela venação. Freqüente.
cuneada. Pecíolo (< 2 cm) e ápice Platô e vertente. Norte de Amazônia
dos ramos pubescentes. Freqüente. Central e Oriental, e Guianas.
Vertente, platô e baixio, e na várzea. 125
165
Da Colômbia ao sul do Brasil.

Folhas glabras, venação terciária

3
reticulada, broquidódroma
de margem inteira (em S.
floribunda, eucampdódroma na
base).

• Sloanea excelsa. Árvore de dossel


com sapopemas grandes (até 4 m
de altura). Em geral apenas o par
apical de folhas é oposto. Folhas
pequenas (5-10, raro 15 cm)
Folhas opostas a subopostas ou alternas
com venação secundária +/-
plana e terciária pouco distinta e opostas no mesmo ramo.
da reticulação. Pecíolo curto
(< 2 cm), glabro, canaliculado.
Apresenta grande variação (veja
abaixo). Freqüente. Vertente e
70
baixio. Arredores de Manaus.

• Sloanea sp. D. Árvore


mediana. Tronco acanalado
• Essas três espécies apresentam
por toda a extensão com
as menores folhas dentre as
sapopemas. Menores folhas do
espécies de Sloanea incluídas subgrupo (< 8 cm), coriáceas.
neste guia. Em Sloanea Pecíolo curto, ca. 5 mm.
excelsa porém a variação da Quando seco, venação e
folha é muito grande, não só reticulação proeminente e bem
no tamanho, mas também na evidente em ambas as faces.
forma e na coloração quando Ápice dos ramos glabros e lisos.
seca. Quando com ápice
50 Rara. Platô.
ELAEOCARPACEAE

acuminado esta espécie pode


ser confundida com S. laxiflora
ou S. brachytepala (as folhas
dessas espécies secam sempre 165
verde-oliva). Quando com
ápice arredondado pode ser Sloanea excelsa.
confundida com S. fendleriana, "Forma 2" folha
cujas folhas também secam com ápice
avermelhadas. acumindado.
263

Sloanea laxiflora. Árvore de Sloanea nitida. Árvore mediana


dossel com sapopemas pequenas com sapopemas < 1.5 m de
(1 m). Folha (6-13 cm) de ápice altura. Ritidoma lenticelado,
acuminado e base arredondada a desprendendo em placas.
cuneada. Pecíolo curto (< 2 cm). Veias terciárias mais
Reticulação bem evidente em proeminentes do subgrupo.
ambas as faces, mais que as outras Folhas grandes (9-17 cm)
espécies do subgrupo. Pode de ápice acuminado ou
confundir com S. latifolia e S. agudo e base cuneada.
brachytepala. Rara. Baixio, igapó Pecíolo lenhoso longo (> 5
e várzea. Porção Norte da bacia cm) e glabro. Rara. Baixio e
amazônica, Guianas e Venezuela. 150
igapó. Amazônia Central. 130

Folhas alternas, nervura mediana


proeminente na face superior,
secundárias proeminentes ou planas.

Sloanea floribunda. Árvore


mediana. Ritidoma geralmente
com depressões. Ramos
Folhas alternas, nervuras mediana e terminais em geral verdes.
secundárias impressas ou planas na face Gema terminal com catáfilos
superior. livres e glabros. Pecíolo >
2 cm, canaliculado. Folhas
grandes (10-19 cm) de base
cordada a cuneada. Freqüente.
Platô, vertente e baixio, igapó
e várzea. Bacia amazônica e
Guianas. 210

Sloanea brachytepala.
• Sloanea fendleriana. Árvore de dossel com
Árvore de dossel com sapopemas (até 4
sapopemas grandes (2 m). m). Ápice dos ramos
Menores folhas do subgrupo lenticelados. Gema
(5-8 cm), obovais e de ápice terminal com catáfilos
emarginado, mucronado livres e pubescentes. Base
da folha arredondada ou
ou arredondado. Base
sub-cordada. Pecíolo
cuneada. Pecíolo sub-séssil. de 1-5 cm, glabro.
Rara. Baixio. Arredores de Ocasional. Vertente. 152
Manaus. 55
ELAEOCARPACEAE
264
Tiliaceae
Compreende aproximadamente 41 gêneros Elaeocarpaceae. Da primeira distingue-se
e 400 espécies, distribuídos pelas regiões vegetativamente pelas folhas de margem
tropicais do mundo, principalmente na denteada, mas as folhas de algumas espécies
América do Sul, África e Sudeste da Ásia, de Apeiba possuem margem inteira e podem
e alguns raros representantes em regiões ser confundidas com Theobroma, cujo pecíolo
temperadas. Nos Neotrópicos ocorrem ca. porém é mais curto e não dilatado no ápice.
140 espécies distribuídas em 16 gêneros, O tronco de Lueheopsis rosea é semelhante
sendo 2 gêneros e 2 espécies reconhecidas ao tronco da maioria das espécies de Sloanea,
na Reserva. que no entanto possuem folhas com venação
pinada, e quando pubescentes, com pêlos
simples.
Quando em flor, Lueheopsis rosea perde
completamente as folhas. Apeiba echinata, no
subdossel, possui flores amarelas e não perde
as folhas durante a floração. Nada se sabe a
respeito da polinização de Tiliaceae. Apeiba
Apeiba echinata
echinata pode ser reconhecida pelos frutos
Tiliaceae são predominantemente globosos e achatados, cobertos por espinhos
árvores de dossel, mas dois gêneros arbustivos e, por isso, conhecidos popularmente como
ocorrem nos Neotrópicos: Corchorus e "pente-de-macaco". Estes são indeiscentes e
Triumfetta. Dentre estes, Triumfetta altheoides provavelmente dispersados por mamíferos.
ocorre em áreas abertas nas proximidades de Lueheopsis spp. possuem frutos lenhosos,
Manaus, mas não foi encontrada na Reserva deiscentes, e as sementes aladas são dispersas
e aparentemente não é uma espécie comum pelo vento.
na região. A família tem importância madeireira.
A família é caracterizada vegeta-
tivamente por folhas simples, alternas, com
venação trinérvia na base e pêlos estrelados
na face inferior, pecíolo geralmente dilatado
no ápice e estípulas persistentes. Pode ser
confundida com outras famílias da ordem
Malvales, especialmente Sterculiaceae e Lueheopsis rosea perde as folhas na floração.

Setser, H.L. 1977. A Revision of Neotropical Tiliaceae: Apeiba, Luehea and Lueheopsis.
Dissertation. University of Kentucky.

Apeiba echinata. (Pente-de- Lueheopsis rosea. Árvore de


macaco). Árvore de médio grande porte, com sapopemas
porte com tronco de base reta. na base do tronco. Folhas
Folhas esbranquiçadas na face ferrugíneas na face inferior.
inferior. Tufos de pêlos nas Venação craspedódroma e
axilas das nervuras secundárias. secundárias de 3 a 4 pares. A
Venação eucampdódroma margem da folha é serreada
e secundárias de 6 a na porção apical, variando
7 pares. Ocasional. desde aparentemente lisa
Vertente, baixio e a fortemente dentada.
capoeiras. Amazônia e Freqüente. Vertente, platô e
216 111
Guianas. baixio. Amazônia e Guianas.
TILIACEAE
Sterculiaceae 265

Sterculiaceae tem distribuição nas regiões monóicas ou dióicas; em inflorescências


tropicais e subtropicais do mundo, incluindo multifloras, axilares ou terminais em Sterculia,
aproximadamente 65 gêneros e 1000 espécies. e com poucas flores, axilares ou caulifloras
Nos Neotrópicos ocorrem 16 gêneros e ca. 510 em Theobroma. As flores apresentam anteras
espécies, e na Reserva apenas 7 espécies em 3 bitecas e filamentos fundidos formando um
gêneros: Sterculia com 4, Theobroma com 2 e tubo ao redor do ovário, uma combinação
Byttneria com apenas uma espécie. não encontrada em nenhuma outra família
da ordem. As flores de Sterculia são apétalas,
em geral com 4-5 sépalas e 10-20 estames
férteis, enquanto as de Theobroma possuem 5
sépalas e 5 pétalas e o androceu dividido em
dois verticilos, um interior de 5 estames e um
exterior de 5 estaminódios.
As flores de Theobroma, com cores
vináceas, atraem moscas que procuram um
lugar apropriado para a oviposição. Ao contrário
da maioria das espécies com essa síndrome de
polinização (sapromiofilia), cujas flores imitam
Sterculia speciosa
o sítio normal de oviposição sem oferecer nada
São árvores ou arbustos e um gênero como recompensa, as flores de Theobroma
(Byttneria) de lianas herbáceas. Apresentam cacao são realmente utilizadas para oviposição
folhas alternas de venação palmada (trinérvia e os insetos apresentam um comportamento
na base), ou palmadamente lobadas ou especial que garante a produção de frutos, sem
compostas, com estípulas, pêlos estrelados prejuízo para as plantas.
e pecíolo pulvinado, e por isso facilmente Os frutos de Sterculia são lenhosos,
reconhecíveis como Malvales, mas apocárpicos, em geral com 5 folículos
freqüentemente confundidas com outras deiscentes liberando ao solo inúmeras
famílias da ordem, como Bombacaceae e sementes nuas (dispersão autocórica); os
Tiliaceae. Esta última apresenta em geral folhas de Byttneria são uma cápsula espinhosa
de margem serrilhada, que em Sterculiaceae fragmentando em 5 partes; e os de Theobroma
é uma característica dos gêneros herbáceos são elipsóides a oblongos, com um exocarpo
ou arbustivos. O gênero Sterculia é o único fibroso e duro e as sementes imersas em uma
na ordem com folhas alterno-espiraladas polpa adocicada, de dispersão zoocórica por
agrupadas no ápice dos ramos, enquanto as macacos e outros mamíferos.
espécies com folhas glabras de Theobroma O principal uso de Sterculiaceae são os
podem ser confundidas com Quararibea frutos comestíveis de Theobroma e gêneros
(Bombacaceae), mas o pecíolo é distinto, em afins, enquanto o das espécies de Sterculia
geral curto e completamente engrossado, não se restringe à madeira, que é leve e de
apenas no ápice e na base. De forma bem rápido crescimento. O cupuaçu, Theobroma
evidente em indivíduos jovens, Theobroma grandiflorum, uma espécie nativa do do Pará,
apresenta galhos verticilados e horizontais, é muito cultivado em toda região amazônica e
sendo o crescimento do tronco simpodial, a polpa dos frutos é largamente comercializada
a cada verticilo a partir de uma nova gema para fazer sucos, sorvetes e doces. Assim
lateral, como em Mabea (Euphorbiaceae). como o cacau, T. cacao, as sementes dessa
STERCULIACEAE

As flores são sempre perfeitas em espécie podem ser utilizadas para fazer
Theobroma e Byttneria e perfeitas ou chocolate, experimentalmente comercializado
unissexuais em Sterculia, com espécies em Manaus sob o nome de "cupulate".

Cuatrecasas, J. 1964. Revision of the genus Theobroma. Contrib. U.S. Nat. Herb. 35.
Taylor, E.L. 1989. A taxonomica revision of the Neotropical species of Sterculia L. Thesis.
Harvard University, Cambridge, Massachusetts.
266

Sterculia excelsa. (Tacacazeiro). Sterculia frondosa.


Árvore de dossel. Folha bulada (Tacacá). Árvore de
de margem revoluta, com pêlos dossel. Folha plana e
estrelados (ver com lupa) e glabra. Venação terciária
esparsos na face inferior. Nervuras
reticulada e apenas
terciárias percurrente-oblíquas
nervuras secundárias e
e proeminentes na face inferior.
Freqüente. Baixio, vertente e platô. central proeminentes na
América do Sul tropical. face inferior. Ocasional.
218 Baixio, vertente e platô.
162
Amazônia e Guianas.

FLORES E FRUTOS

Ápice da folha truncado a arredondado.

1
Sterculia. Árvores. Folhas
alterno-espiraladas, agrupadas
Theobroma subincanum Sterculia no ápice dos ramos. Pecíolo
pruriens engrossado no ápice e na base.

Ápice da folha acuminado.

Byttneria cordifolia

Sterculia duckeana. (Xixá). Sterculia pruriens. (Xixá).


Árvore de pequeno porte. Árvore de pequeno a
Nervuras principais laterais médio porte (20 m).
(aparentemente par secundário
Nervuras principais laterais
basal) pouco evidentes,
próximas a margem da folha, e e secundárias, entre estas
entre estas e a margem, nervuras e a margem da folha, bem
secundárias inconspícuas. evidentes. Margem da
Folhas de margem plana. folha levemente revoluta.
Difícil separar de S. pruirens Freqüente. Vertente.
vegetativamente. Freqüente.
113 Vertente. Amazônia Central. Amazônia e Guianas.
186
STERCULIACEAE
Theobroma sylvestre . (Cacauí). Theobroma subincanum. (Cupuí).
Árvore pequena a mediana. Árvore pequena. Folha de base
Folha em geral assimétricas e sub-cordada e de margem às
oblíquas na base, de margem vezes dentada no ápice. Venação
inteira. Venação terciária terciária pecurrente-oblíqua.
reticulada e nervuras secundárias Secundárias e mediana impressas
e central proeminentes na face na face superior. Venação coberta
superior. Venação glabra ou por pêlos ferrugíneos. Indumento
com pêlos estrelados esparsos. branco da lâmina pontuado por
pêlos ferrugíneos. Freqüente.
346 Baixio, vertente e platô. Amazônia. 276

Theobroma. Árvores. Folhas


alterno-dísticas, não agrupadas Theobroma grandiflorum.

2 e pecíolo totalmente ou, (Cupuaçu). Árvore pequena,


em pelo menos 1/3 do seu cultivada junto aos alojamentos
comprimento, engrossado. na Reserva. Como as duas
Face inferior esbranquiçada. espécies nativas, a face inferior
é completamente coberta
por pêlos estrelados brancos,
visíveis apenas com lupa de
grande aumento. Impossível
confundir com as outras duas
espécies. A forma e o padrão
de venação separam esta

3
espécie de T. sylvestre, e a
ausência de pêlos ferrugíneos
Byttneria .Liana herbácea. de T. subincanum. Muito
cultivada em toda a Amazônia.

400

Byttneria cordifolia. Liana


herbácea. Caule áspero. Folhas
cartáceas, de margem serreada, HERRANIA
com pêlos esbranquiçados
esparsos. Tem uma glândula Herrania spp. são arvoretas
grande na base da folha, sobre monocaule, sendo exceção
a nervura central. Freqüente. em Sterculiaceae em razão
Campinarana e em capoeiras das folhas serem compostas
de solo arenoso. Amazônia palmadas. O gênero inclui
Central e Oriental e Guianas. 17 espécies, distribuídas
112 pelos Neotrópicos. Os frutos,
semelhantes a Theobroma,
STERCULIACEAE

são produzidos em geral na


base do tronco e como estes
possuem polpa comestível.
Em função disso alguns
indivíduos foram cultivados
na Reserva. As flores
caracterizam-se por pétalas
com longos apêndices.
268
Bombacaceae
Família neotropical, com mais de 200 espécies na Reserva sejam sempre herbáceas.
distribuídas em cerca de 26 gêneros. Na Uma característica da família é o grande
Reserva ocorrem 12 espécies em 7 gêneros, número de espécies polinizadas por morcegos;
sendo que Scleronema micranthum (Cardeiro) nesse caso, as flores apresentam a forma de
pode ser considerada um dos mais freqüentes pincel, com grande produção de pólen, embora
taxa ocorrentes no local. polinização por aves e mariposas também
ocorra. Um relato de provável polinização
por marsupial em Pseudobombax é registrado
na Amazônia Central. A dispersão se dá por
vento ou água naquelas espécies com sementes
envoltas por pêlos, e também através de
animais.
A família possui grande importância
econômica. Ochroma pyramidale (Pau-de-
balsa), introduzida na Reserva, é fonte de
Scleronema micranthum
madeira e útil para a recuperação de áreas
As folhas são alternas, simples, nesse degradadas, devido ao seu crescimento rápido
caso muitas vezes com a base trinervada, e tolerância à luminosidade direta. Algumas
ou palmadamente compostas, muitas vezes espécies de Bombacopsis e Eriotheca produzem
com pêlos estrelados ou escamas. As flores madeiras utilizadas na fabricação de pequenas
são geralmente solitárias e axilares, ou em embarcações e objetos leves, enquanto várias
inflorescências cimosas, paucifloras; 5 sépalas espécies de Chorisia e Bombacopsis possuem
freqüentemente unidas formando uma cúpula; potencial ornamental. A paina que envolve
5 pétalas livres, geralmente vistosas e grandes; as sementes de Bombacaceae é usada na
estames 15-muitos, parcialmente unidos em confecção de bóias, coletes salva-vidas,
tubo. Os frutos são na forma de uma cápsula enchimento de travesseiros e como isolante
loculicida; sementes geralmente envoltas por térmico. Algumas sementes de Bombacopsis
pêlos lanosos, conhecidos como paina ou são comestíveis. Entre as espécies da família
"kapok". melhor conhecidas na Amazônia brasileira
podemos citar a sumaúma e a munguba.

Quararibea ochrocalyx

Os gêneros com folhas simples da família


podem facilmente ser confundidos com outros
da ordem Malvales, principalmente Malvaceae
e Tiliaceae. Em alguns casos será preciso
consultar essas duas famílias para identificação
específica, embora as Malvaceae conhecidas
BOMBACACEAE

Bombacopsis nervosa Bombacopsis macrocalyx

Robyns, A. 1963. Enssai de monographie du genre Bombax (Bombacaceae). Bull. Jard.


Bot. Etat Bruxelles. 33: 1-311.
Paula, J.E. 1969. Estudos sobre Bombacaceae - 1. Contribuição para o conhecimento
dos gêneros Catostemona e Scleronema da Amazônia brasileira. Ciência e Cultura,
21: 697-719.
269
SAPOPEMAS

Sapopemas estão presentes em um número de Bombacaceae na Reserva, associadas a um tronco muitas


vezes colunar. Espinhos sobre os troncos também é uma característica de muitas espécies da família, embora
nehuma espécie coletada na Reserva tenha essas estruturas. Os dois exemplos aqui fotografados dão uma
idéia da morfologia das sapopemas encontradas na família.

Bombacopsis nervosa Eriotheca globosa

1 Folhas compostas. Base do


tronco reta.

Erioteca globosa

Rhodognaphalopsis Rhodognaphalopsis duckei. Folha


faroensis. Folhas coriáceas com 3-5 folíolos, estes discolores,
com 1-3 folíolos, escamas face inferior verde-esbranquiçada,
avermelhadas na face densamente recoberta com
inferior; ápice obtuso, às escamas avermelhadas; ápice com
vezes emarginado, margem pequeno acúmen, às vezes
recurvada, base obtusa; 1-3 mucronado, apículo com
153
glândulas no ápice do pecíolo; pêlos simples; base obtusa; 12-18 302
9 pares de veias secundárias. pares de veias secundárias. Rara.
Rara. Campinarana. Brasil Baixio. Brasil (AM e PA).
(AM e PA).
BOMBACACEAE
270

Eriotheca globosa. Árvore. Eriotheca longitubulosa. Árvore.


Ritidoma fissurado, com lenticelas Ritidoma fissurado, casca viva
nas fissuras; casca viva amarelo- alaranjada. Folhas com 5-7
alaranjada. Folha com (3)-5-(6) folíolos, escamas na face inferior
folíolos, com escamas na face da lâmina e nervura central;
inferior; ápice emarginado; ápice arredondado, emarginado,
base cuneada; nervura geralmente com pequeno apículo
central carinada na face pilososo, pêlos simples; base
superior, terciárias reticuladas.
cuneada; nervura central carinada
Ocasional. Platô e vertente. 130
288 na face superior. Rara. Platô.
Norte da América do Sul.
Amazonas.

Bombacopsis nervosa. Árvore.


Ritidoma escamoso; casca viva
amarela. Folha com 5-7 folíolos;
lâmina com pêlos estrelados
2 Folhas compostas. Sapopemas
presentes.

sobre a nervura central na face


superior, ápice arredondado,
às vezes mucronado, mucro
revestido com pêlos estrelados;
base cuneada. Rara. Platô.
169 Suriname e Brasil (AM).

Bombacopsis macrocalyx.
Árvore. Ritidoma fissurado,
casca viva amarelo-escura.
Folha com 3-5 folíolos, lâmina
quase glabra em ambas as
faces, ápice agudo, geralmente
mucronado, mucro glabro;
264
base aguda; venação terciária Catostemma albuquerquei.
reticulada. Ocasional. Platô. Árvore. Lâmina foliar densamente
Brasil (AM e PA). pilosa, ápice arredondado
a obtuso, mucronado, base
subtruncada a obtusa; nervura
central fortemente proeminente
BOMBACACEAE

na face inferior; 12-15 pares de


veias secundárias. Ocasional.
Platô. Amazonas.

101
271

Scleronema micranthum. (Cardeiro). Quararibea ochrocalyx.


Árvore. Lâmina foliar com pêlos Árvore. Lâmina foliar com pêlos
estrelados, esbranquiçados, sobre estrelados e esbranquiçados sobre
as nervuras em ambas as faces;
a nervura central e secundárias
ápice variável, arredondado,
obtuso e acuminado, e às vezes na face inferior; ápice longo-
agudo, apículo bem desenvovido, acuminado a caudado, apiculado;
com pêlos estrelados brancos; base base assimétrica e trinervada;
variável, arredondada, obtusa, às nervura central impressa na face
vezes cuneada; pulvínulo piloso e inferior. Freqüente. Platô e
escuro; nervura central achatada na face 157
vertente. Norte da América do 231
inferior. Freqüente. Todos os ambientes.
Amazonas. Sul.

3 Folhas simples.
Huberodendron swietenioides.
Árvore. Lâmina foliar
densamente recoberta por
escamas avermelhadas; ápice
variável, curtamente apiculado,
apículo quase imperceptível;
base quase arredondada; nervura
central larga na base da lâmina,
estreitando em direção ao ápice 175
e arredondada na face inferior.
Rara. Vertente.

Catostemma sclerophyllum. Catostemma milanezii. Árvore.


Árvore. Lâmina foliar Lâmina foliar com tufos de
glabra, quebradiça; ápice pêlos esparsamente distribuídos
sobre as nervuras central e
arredondado, emarginado,
secundárias na face inferior;
em geral mucronado; ápice obtuso, acuminado, e às
base arredondada a vezes arredondado, curtamente
subcordada; nervura central apiculado; base obtusa;
longitudinalmente fendida na pulvínulo, ou todo o pecíolo
face inferior. Ocasional. Platô negro; nervuras amarelas em
ambas as faces. Ocasional.
e campinarana. Amazonas. Platô e baixio. Amazonas.
107
84
BOMBACACEAE
272
Malvaceae
Malvaceae tem cerca de 88 gêneros e 2500 ou menos sublobadas e em geral com pêlos
espécies distribuídos nas regiões tropicais, estrelados e margem serreada.
subtropicais e temperadas, especialmente As flores são normalmente grandes
na América do Sul. Os maiores gêneros da e vistosas, perfeitas, com 5 sépalas e 5
família são Pavonia, com aproximadamente pétalas, freqüentemente amarelas, sempre
225 espécies, seguido de Hibiscus, Abutilon com numerosos estames unidos nos filetes,
e Sida, com cerca de 150 e 200 espécies, que formam um tubo ao redor do estilete;
respectivamente. geralmente com epicálice inserido abaixo do
cálice e persistente no fruto. O fruto é em geral
seco, fragmentado em mericarpos, ou uma
cápsula loculicida, ou menos freqüentemente
uma baga carnosa.
Diversos polinizadores são referidos
para Malvaceae, principalmente beija-flores,
abelhas, besouros e raramente morcegos. As
espécies ocorrentes na Reserva apresentam
flores vistosas amarelas, provavelmente
polinizadas por abelhas, e frutos dotados
Sida rhombifolia de aristas com pêlos retrorsos, que aderem
aos pêlos de mamíferos e são por estes
Na Reserva ocorrem 2 gêneros dispersados.
predominantemente neotropicais: Pavonia
Quanto à importância econômica da
e Sida, ambos representados por uma
família, destacam-se os gêneros Gossypium,
única espécie. São ervas ruderais de ampla
o "algodoeiro", Abelmoschus, o "quiabo",
distribuição geográfica e aparecem na Reserva e Hibiscus, a "vinagreira". Várias espécies
apenas em áreas alteradas. de Malva, Malvaviscus, Pavonia, Hibiscus e
Malvaceae são principalmente ervas, Abutilon são utilizadas na medicina popular ou
mas também arbustos ou árvore de madeira com fins ornamentais. Alguns representantes
leve e rápido crescimento. Apresentam folhas da família, especialmente do gênero Sida,
simples, alternas, tipicamente com venação possuem fibras empregadas na indústria têxtil,
palmada ou trinérvia na base, às vezes mais cordoaria e na aniagem.

Pavonia cancellata. Erva Sida rhombifolia. Erva a sub-


prostrada. Ramos e folhas com arbustos ereto. Ramos e folhas
pêlos simples adpressos. Folhas com pêlos estrelados; margem
de margem inteiramente serreada. da folha crenada na metade
Flores com pétalas amarelas
apical e inteira na metade
com uma mancha basal
basal. Flores com pétalas
vinácea. Ocasional. Áreas
alteradas. Desde o Sul dos amarelas sem manchas
Estados Unidos ao Sudeste vináceas. Freqüente.
do Brasil, principalmente Áreas alteradas.
em vegetação sobre solos Pantropical.
arenosos.
55
46
MALVACEAE
273
Lecythidaceae
Família com mais de 200 espécies em 11 (opérculo). São freqüentemente encontrados
gêneros, neotropicais, com poucas espécies no chão, pois apodrecem lentamente e
no Velho Mundo. Trinta e nove espécies portanto ajudam na identificação durante
em 8 gêneros ocorrem na Reserva (e 7 outras grande parte do ano.
conhecidas na área são incluídas no guia). É Dentro da família, os caracteres
uma das famílias de maior abundância na vegetativos mais úteis são: a forma da venação
mata, especialmente em áreas não perturbadas, (broquidódromas ou eucampdódromas), o
nunca em capoeira. padrão do ritidoma e a cor da casca viva.
Lecythidaceae mostra uma variedade de
biologia reprodutiva interessante. As espécies
com flores actinomorfas (como Gustavia) têm
muitos estames, sendo o pólen a recompensa
para as abelhas que as visitam (principalmente
Trigonidae). As espécies zigomorfas substituem
pólen por néctar e têm menos estames, e são
visitadas por abelhas mais especializadas
como Bombus, Xylocopa e especialmente
Euglossinae. Lecythis poiteaui e L. barnebyi
são polinizadas pelos morcegos. As sementes
são dispersadas por roedores como a cutia;
outras por morcegos; outras ainda pela água ou
vento. Macacos também comem as sementes
Eschweilera atropetiolata de várias espécies.
São todas árvores, tipicamente de dossel,
mas com algumas espécies emergentes e outras
poucas de sub-bosque. Vegetativamente não
apresentam caracteres óbvios: com folhas
simples, alternas, inteiras ou serrilhadas, sem
glândulas ou outros sinais úteis na identificação
da família. A venação tem um padrão típico
na família, fácil de identificar com prática, mas
difícil de descrever. Também os troncos têm
um "jeitão" que pode ser aprendido na prática.
A presença de fibras na casca ("envira") é quase Cariniana integrifolia
diagnóstica da família (também ocorre em
Annonaceae), e o cheiro de linhaça está quase A espécie melhor conhecida é a
sempre presente. Várias espécies têm fissuras castanheira, Bertholletia excelsa, "Castanha-
profundas. As flores da maioria das espécies são do-Pará", ou "Brazil nut" em inglês, que
muito fáceis de identificar até família, com um contribui bastante para a economia do Brasil,
capuz revoluto de estaminódios escondendo os especialmente no Pará e Acre. Algumas outras
estames. O desenvolvimento revoluto do capuz espécies são comestíveis também, mas outras
varia com o gênero. Em Gustavia a flor não tem podem ser tóxicas. Além disso a madeira é
capuz e é actinomorfa; Cariniana e Allantoma tipicamente dura e resistente. Existem várias
mostram zigomorfismo fraco; Eschweilera tem ocorrências de remédios indígenas usando
a flor mais desenvolvida. Os frutos são bem raízes, casca, folhas, frutos e sementes.
LECYTHIDACEAE

típicos, do tipo pixídio, normalmente grandes Evidências recentes mostram que podem
e lenhosos, em forma de um copo com tampa atingir mais de mil anos de idade.

Mori, S.A. & N. Lepsch-Cunha. 1995. The Lecythidaceae of a Central Amazonian moist
forest. Mem. N. Y. Bot. Gard. 75, 55 pp.
Prance, G.T. & S.M. Mori. Lecythidaceae. Part I. 1979 e Mori, S.M. & G.T. Prance.
Lecythidaceae. The Zygomorphic-flowered gerera. Part II. 1989. Flora Neotropica 21.
274 Gustavia
Flores actinomórficas e brancas, Os frutos são globosos
Gustavia elliptica tem 8 pétalas e e verdes na maturidade,
Gustavia hexapetala 6. indeiscentes (costados
apenas em Gustavia
hexapetala). As sementes
dispersadas por roedores.

Gustavia elliptica

Allantoma Corythophora
Flores um Flores pequenas com capuz
pouco dobrado. Vermelho em
zigomórficas. Corythophora alta, branco
em Corythophora rimosa .

Frutos com
Allantoma lineata pedúnculo sem
Frutos tubulares com prolongamento
um prolongamento interno.
no opérculo. Sementes ariladas
Sementes ariladas. e não aladas.
Allantoma lineata Corythophora alta

Couratari
Flores com capuz
bem enrolado. Frutos com um
Amarelo em prolongamento no
Couratari stellata, opérculo, que penetra no
azul ou purpúrea pixídio. Sementes aladas.
nas outras espécies.
Couratari multiflora
Couratari stellata

Cariniana
Flores um pouco mais zigomórficas que em Allantoma. FLORES DE
LECYTHIDACEAE
Flores de Lecythidaceae
mostrando a forma de
enrolamento do capuz
e a apresentação na
inflorescência.
Cariniana integrifolia Cariniana micrantha Eschweilera grandiflora
Frutos com um prolongamento no opérculo que
penetra no pixídio. Sementes aladas.
LECYTHIDACEAE

Lecythis sp. nov. 1 Eschweilera


romeu-cardosoi

Os desenhos de flores e frutos foram modificados


Cariniana integrifolia Cariniana micrantha
de Mori, S.A. & N. Lepsch-Cunha. 1995
275
Lecythis
Frutos com opérculo simples
Flores com capuz que cai. Sementes geralmente
enrolado uma vez, envoltas por um arilo basal,
amarelas. dispersadas por morcegos; ou
sementes sem arilo, dispersadas
por roedores. Lecythis gracieana

Lecythis assuncaoi Lecythis gracieana Lecythis pisonis Lecythis pisonis

Lecythis prancei Lecythis zabucajo Lecythis sp. nov. 1 Lecythis sp. nov. 1

Bertholletia
Flores com capuz
Frutos indeiscentes
enrolado uma vez,
(opérculo não cai),
como Lecythis.
sementes coletadas por
cutias.

Eschweilera

Flores com capuz enrolado. Na maioria das espécies amarelas ou brancas, em


Eschweilera pedicelata purpúrea, Eschweilera grandiflora avermelhadas.

Frutos variável,
tipicamente em forma de
copo, com opérculo bem
desenvolvido (mas sem
prolongomento interno).
Sementes em geral com
Eschweilera Eschweilera Eschweilera arilo lateral.
atropetiolata carinata grandiflora

Eschweilera Eschweilera Eschweilera Eschweilera Eschweilera


LECYTHIDACEAE

micrantha pedicellata romeu-cardosoi atropetiolata grandifolia

Eschweilera Eschweilera Eschweilera Eschweilera Eschweilera Eschweilera


rhodrodendrifolia truncata sp. nov. 1 truncata romeu-cardosoi sp. nov. 1
276
IDENTIFICAÇÃO DE LECYTHIDACEAE
Tradicionalmente as espécies de Lecythidaceae são muito difíceis de identificar vegetativamente, mas na Reserva,
usando caracteres do tronco em combinação com as folhas, é possível reconhecer facilmente as espécies. Os
agrupamentos estão baseados inicialmente no aspecto da casca externa:

Casca lisa
Pode apresentar estrias, mas nunca profundas e compridas; não apresenta desprendimento evidente;

1
lenticelas são ausentes; se presentes, não são claramente alinhadas na vertical. Casca viva sempre
fina (um ou menos mm de profundidade). As únicas marcas evidentes na casca externa de algumas
espécies são "hoop marks" (linhas transversais proeminentes). Indivíduos jovens de Eschweilera
tesmannii podem ter a casca assim, mas quando adultos têm depressões pelo menos na base do
tronco. Sapopemas ausentes.

Casca com depressões, desprendimento evidente ou estrias finas

Casca avermelhada sem depressões

2
Algumas têm estrias verticais, que podem ser formadas por lenticelas (ausentes em
outras). A casca desprende em geral em placas estreitas e finas, pelo menos em
parte sempre presentes, e também sempre há indicação da cor avermelhada. A
casca morta é sempre fina. Algumas espécies têm sapopemas.

Casca com depressões côncavas, cicatrizes de desprendimento

Casca irregular ou com depressões pequenas


Neste grupo estão as espécies mais difíceis de identificar, e também as mais comuns.
O ritidoma é tipicamente marcado por pequenas depressões de até 1 ou 1,5 cm de

3
diâmetro, geralmente circulares, cicatrizes deixadas pelo desprendimento. Algumas
espécies podem apresentar a casca estriada devido à presença de lenticelas que formam
linhas verticais. A casca morta tem até 2 mm. A cor da casca viva é importante,
vermelha em algumas espécies, amarela a esbranquiçada em outras. Preste muita
atenção nos caracteres de cada espécie para poder separá-las com segurança. A
presença de sapopemas é variável.

Casca com depressões maiores avermelhadas

4 As depressões são sempre maiores que no grupo 3, geralmente de 5 a10 cm de


diâmetro. Casca morta fina, de 1 a 2 mm. A cor da casca viva é importante na
identificação. As duas espécies de Gustavia são difíceis de separar vegetativamente.
Sapopemas ausentes.

Casca fissurada

5 Casca morta relativamente fina


6 Estrias profundas e
casca morta grossa
LECYTHIDACEAE

As estrias são óbvias, mas geralmente menos evidentes As estrias são mais profundas que no
que no grupo 6. A casca viva nunca ultrapassa 5 grupo 5. A casca é profunda (5 a 20 mm),
mm de espessura e a casca morta não mostra laminada e é muito mais difícil de cortar. A
lâminas sobrepostas como no grupo 6. Na maioria
cor da casca viva é importante e também o
das espécies a casca morta é relativamente frágil e
pode ser cortada facilmente. A cor da casca viva é tamanho e a forma da folha. Algumas têm
importante na identificação. Nunca tem sapopemas, margens serrilhadas. Sapopemas ausentes
mas as árvores podem ser bem grandes. em quase todas.
277

DICA DE CAMPO
Às vezes a casca de
Eschweilera tessmannii (grupo
3) é mais lisa, principalmente
em indivíduos jovens.
Tipicamente as depressões
são mais evidentes na base, se Eschweilera
não houver à altura do peito. amazoniciformis.
Árvores mais velhas podem ter (Matamatá). Emergente
casca bem rugosa, mas é dificil ou árvore de dossel, sem
confundir com outras espécies Eschweilera sapopemas. Ritidoma
por causa da cor do corte. tessmannii liso, com estrias curtas
verticais. Casca viva
profunda, marrom
avermelhada escura.
58

1
O grupo com casca mais lisa.
Sem desprendimeno, estrias
ausentes ou finas. Eschweilera rhodrodendrifolia.
Árvore do subdossel, reta,
com estrias bem finas
verticais, e ritidoma um
pouco avermelhado. "Hoop
marks" presentes. Rara. Platô.
Amazônia Central.

225

Eschweilera romeu- Eschweilera collina.


cardosoi. (Matamatá-do- (Ripeiro-branco). Dossel.
Romeu). Árvore de dossel, Ver E. romeu-cardosoi.
sem sapopemas. Difícil Folhas secas têm
de separar de E. collina.
venação saliente nos
Ritidoma geralmente
dois lados, e só na face
com "hoop marks". As
lenticelas são maiores e abaxial em E. romeu-
menos alinhadas em E. cardosoi. Freqüente.
romeu-cardosoi. Ocasional. Platô. Amazônia Central,
120 124
Platô e vertente. Amazônia Venezuela e Guianas.
Central. Adaxial x2 Adaxial x2
LECYTHIDACEAE
278

Couratari stellata. (Tauarí). Couratari multiflora. (Tauarí-


Emergente ou árvore de dossel, amarelo). Emergente,
com sapopemas. Tronco bem geralmente com sapopemas.
parecido com C. multiflora, Parecida com C. stellata,
as duas com casca viva com mas as folhas relativamente
pequenas com pecíolos
camadas finas, avermelhadas,
longos. Decídua quando
com manchas brancas. florescendo (C. stellata não é
Ocasional em platô e vertente. decídua). Ocasional. Platô e
Guianas até Amazônia Central e vertente. Amazônia, Venezuela,
185 75
Ocidental. e Guianas.

Desprendimento chama mais atenção


que estrias.

2
Tronco marrom avermelhado
com estrias verticais finas, e
Couratari longipedicellata.
(Tauarí). Árvore de dossel, desprendimento fino.
sem sapopemas. Estrias
formadas com lenticelas
orientadas verticalmente,
e "hoop marks". Padrão
na casca parecido com C.
guianensis, as duas são Estrias chamam mais atenção que
espécies bem semelhantes. desprendimento.
Ramos jovens ferrugíneos.
Ocasional. Platô até baixio.
212 Amazônia Central.

Couratari guianensis. (Tauarí). Couratari tauari. (Tauarí).


Árvore de dossel com Árvore de sub-bosque, sem
sapopemas. Ramos jovens sapopemas, com lenticelas
ferrugíneos. Pêlos estrelados finas em estrias verticais.
na face abaxial das folhas (C. Tronco não é sempre tão
longipedicellata e C. tauari têm avermelhado como as
pouca pubescência no pecíolo outras no grupo. Folhas
e nervura central). Ocasional. menores que as outras
Platô e vertente. Bacia espécies neste subgrupo.
amazônica até América Central. 102 Rara. Vertente. Amazônia
225
Central.
LECYTHIDACEAE
279
DECIDUALIDADE
Algumas espécies de Couratari (C. guianensis, C.
multiflora, e C. tauari) florescem em abundância,
e perdem todas ou a maioria das folhas, deixando
a copa rôxa. Outras espécies de Lecythidaceae
florescem com folhas presentes. Geralmente quanto
maior a flor, menos flores por inflorescência.

Eschweilera pedicellata.
(Matamatá-roxa). Árvore de
sub-bosque, sem sapopemas.
Ritidoma avermelhada, liso,
com desprendimento fino.
Casca viva marrom bem
claro. Fácil de identificar
pelo tronco. Folhas
relativamente pequenas.
Ocasional. Vertente. 135

Plântula de Couratari stellata Couratari multiflora

Eschweilera atropetiolata.
(Castanha-vermelha). Árvore
de dossel, sem sapopemas.
Ritidoma com bastante
lenticelas. Face abaxial da
folha esbranquiçada (nem
sempre óbvia, mas sempre
pálida). Pecíolos são mais
pretos nesta espécie que nas
outras. Freqüente. Platô e
vertente. Amazônia Central.
195
LECYTHIDACEAE

Eschweilera pedicellata
280

Eschweilera bracteosa. Eschweilera wachenheimii.


(Matamatá-amarela). (Matamatá-mirim). Árvore de
Árvore de subdossel. sub-bosque, sem sapopemas.
Casca viva amarela e Ramos principais sempre com
ângulos de 90 graus do tronco
folhas relativamente
(ocorre em outras espécies
grandes. Rara. Platô
porém mais óbvio nesta).
e talvez em capoeira Ritidoma escuro, depressões
velha. Amazônia mais evidentes na parte
Central e Ocidental. inferior do tronco. Freqüente.
Platô. Amazônia Central e
185 Guianas.
230

Casca viva amarelo bem claro até branco.

3
Casca irregular, com estrias
finas ou freqüentemente com
Eschweilera grandiflora. depressões pequenas, mas
(Matamatá-rósea). menores que no grupo 4.
Árvore do sub-bosque,
sem sapopemas.
Ritidoma escuro. Uma
camada vermelha
entre casca viva e
morta. Folhas com
estrias longitudinais Casca viva vermelha.
distintas, também é
uma característica única
para a espécie. Rara. Platô.
210
Amazônia Central e Ocidental.

Eschweilera micrantha. Eschweilera tessmannii.


(Matamatá). Árvore até (Ripeiro-vermelho). Árvore de
emergente, normalmente dossel, sem sapopemas. Casca
em indivíduos adultos com
sem sapopemas,
muitas depressões pequenas,
freqüentemente acanalada mas em jovens as depressões
na base. Casca viva ficam só na base e o ritidoma
com camadas distintas. pode ser liso com "hoop-
Freqüente. Platô. marks". Ramos jovens
Amazônia e Guiana vermelhos. Freqüente. Platô
e vertente. Amazônia Central
Francesa. e Ocidental.
75 160
LECYTHIDACEAE
Eschweilera truncata. Eschweilera coriacea. Galha
(Matamatá). Árvore de dossel, (Matamatá-verdadeira).
sem sapopemas, mas tronco Árvore de dossel,
freqüentemente irregular na normalmente com
base. Ritidoma quase liso sapopemas. Com um pouco
mas com estrias finas com de desprendimento e com
orientação vertical. Parecido lenticelas com orientação
com E. coriacea, mas veia vertical. Ver também E.
central saliente na face adaxial,
truncata. Uma das árvores
e venação terciária mais
mais comuns em platô.
destacada. Freqüente. Platô.
Amazônia Central e Ocidental. Amazônia até América
155
Central. 160

Casca viva amarela.

Eschweilera sp. nov. 1. Árvore


de dossel. Ritidoma escuro
com linhas de lenticelas
Casca viva amarela, mas tronco mais verticais. O indivíduo visto
liso e escuro (é possível confundir com não tinha desprendimento e
o ritidoma era quase preto.
Rara. Platô.

125

Eschweilera cyathiformis. Allantoma lineata. (Ceru).


(Matamatá). Árvore de Árvore de dossel, sem ou
subdossel, sem sapopemas. com pequenas sapopemas.
Ritidoma relativamente liso, Ritidoma relativamente liso
com fissuras curtas verticais. com estrias de lenticelas
Casca viva bem vermelha. com orientação vertical. É
Não encontrada na Reserva, difícil confundir a forma da
mas ocorre nos arredores de folha com outras espécies.
Manaus. Platô. Amazônia Margem levemente
Central. crenada. Freqüente. Baixio.
Amazônia Norte, Central e
165 Leste. 120
LECYTHIDACEAE
282

Gustavia elliptica. Gustavia hexapetala.


(Mucurão). Árvore de sub- (Geniparana). Árvore de
bosque, sem sapopemas. As sub-bosque ou dossel,
duas espécies de Gustavia sem sapopemas. Folhas
são bem parecidas, com geralmente maiores que G.
raios distintos na casca viva. elliptica, e às vezes com a
G. elliptica tem um odor forma ilustrada, mais larga
fétido na casca quando velha perto do ápice. Ocasional.
122 e podre (dando o nome 205 Platô. Amazônia e Guianas.
vulgar). Ocasional. Platô.
Amazônia Central.

Árvores menores com raios conspícuos


na casca viva.

4
Ritidoma desprendendo em
placas irregulares, deixando
Eschweilera carinata. Árvore depressões, normalmente
emergente, sem sapopemas. Um avermelhadas quando recém
dos ritidomas mais bonitos na desprendidas.
floresta, com manchas maiores
e mais destacadas que as outras
espécies parecidas. Face
abaxial da folha esbranquiçada
(nem sempre óbvio). Pedicelo
Casca viva vermelha ou avermelhada.
um pouco sulcado. Rara até
ocasional. Vertente. Amazônia
207 Central e Oriental.

Corythophora alta. (Ripeiro Eschweilera rankini. Árvore


vermelho). Árvore de dossel, de dossel. Ritidoma com
sem sapopemas. Com desprendimento em placas
depressões irregulares, irregulares, maiores que nas
menor que em E. carinata, outras espécies do subgrupo.
e sem linhas de lenticelas. Folhas parecidas com E.
Freqüente. Platô e micrantha, mas menores e
vertente. Amazônia um pouco obovadas. Não
Central e Ocidental. encontrada na Reserva,
Floresce quase o ano mas ocorre nos arredores de
inteiro, flores pequenas e 95 Manaus. Platô. Amazônia
150 vermelhas. Central.
LECYTHIDACEAE
283

Eschweilera pseudodecolorans. Eschweilera laevicarpa.


(Matamatá). Árvore de dossel, (Matamatá-azulada). Árvore
sem sapopemas. Ritidoma de dossel, geralmente
com depressões parecidas com com sapopemas. Fácil
as outras espécies, mas com de identificar pelo corte
linhas verticais de lenticelas. amarelo forte. Ocorre
Casca viva mais alaranjada e nos arredores de Manaus
menos avermelhada que as mas não foi encontrada na
outras espécies nesta página. Reserva. Platô. Amazônia
Freqüente. Platô. Amazônia 105
e Guianas.
190
Central.

Casca viva amarela ou alaranjada.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

Eschweilera coriacea
Eschweilera truncata
Eschweilera wachenheimii
Eschweilera atropetiolata
Lecythis prancei
Eschweilera grandiflora
Eschweilera romeu-cardosoi
Eschweilera cyathiformis
Eschweilera tessmannii
Corythophora rimosa
ABUNDÂNCIA DE LECYTHIDACEAE
Corythophora alta
Eschweilera amazoniciformis Espécies da família são as mais freqüentes nas florestas
Eschweilera micrantha de terra firme na Amazônia Central. Geralmente em
Eschweilera pseudodecolorans inventários da floresta, acredita-se que a árvore
Gustavia elliptica "Matamatá" seja a espécie mais comum. Na verdade,
Lecythis barnebeyii "Matamatá" inclui várias espécies de Eschweilera
Eschweilera bracteosa que são parecidas e difíceis de separar. Os dados
Eschweilera pedicellata
de freqüência mostrados aqui são de um estudo feito
Couratari stellata
por Scot Mori e colaboradores numa área de 100
Eschweilera laevicarpa
Lecythis sp. 5
ha de floresta contínua, ao norte de Manaus. Eles
Lecythis pisonis identificaram e marcaram todos os indivíduos com mais
Lecythis zabucaja de 10 cm de diâmetro. Eles acharam cinco espécies
Cariniana decandra que não são conhecidas na Reserva (marcadas em
Lecythis gracieana vermelho), mas todas estão incluídas neste guia. Na
Lecythis parvifructa Reserva foram encontradas mais sete espécies que não
Cariniana micrantha aparecem no estudo de Mori.
LECYTHIDACEAE

Couratari multiflora
Couratari guianensis
Eschweilera rankini
Couratari longipedicellata Mori, S.A. & N. Lepsch-Cunha. 1995. The
Lecythis retusa Lecythidaceae of a Central Amazonian moist
Eschweilera carinata
forest. Mem. N. Y. Bot. Gard. 75, 55 pp.
Eschweilera collina
Lecythis sp. 1
Allantoma lineata
Couratari tauari
284

• Lecythis sp. 1. "forma • Lecythis sp. 1. "forma B"


A". (de Mori e Lepsch- Árvore de sub-bosque, com
Cunha 1995). Árvore características de Lecythis
do sub-bosque com sp. 1, mas folhas mais
ritidoma fissurado, e elongadas. Possivelmente
com casca viva branca. representa mais uma
Folhas parecidas com espécie.
L. zabucajo, mas não
serrilhadas.
125 180

ESPÉCIES NÃO DESCRITAS DE LECYTHIS


• São conhecidas várias espécies de Lecythidaceae nas florestas da Amazônia Central que ainda não
foram descritas. No estudo de Mori e Lepsch-Cunha (1995) duas espécies (Lecythis sp. 1 e Lecythis sp.
5) nunca foram vistas com flor. São espécies distintas, mas não é possível descrevê-las sem conhecer as
flores e os frutos. Um único indivíduo que pode ser uma outra espécie foi também encontrado (Lecythis
sp. 1 "forma B", duvidosamente incluída nesta espécie pelos autores). Um outra espécie não descrita de
Lecythis foi coletada na Reserva, mas infelizmente o único indivíduo encontrado foi cortado e o tronco
queimado. Estas três ou quatro espécies estão aqui ilustradas. Provavalmente todas pertencem ao grupo
5. Durante as pesquisas deste livro duas outras espécies, Lecythis sp. nov. 1 e Eschweilera sp. nov. 1
(grupo 3) foram encontradas.

• Lecythis sp. 5. (de • Lecythis sp. nov. B. Uma


Mori e Lepsch-Cunha árvore, aparentemente um
1995). Emergente com Lecythis com folhas pequenas
ritidoma fissurado e de uma espécie desconhecida
casca viva vermelha. foi achada em baixio. Talvez
Folhas com margens pertença a esta página.
inteiras.

110
LECYTHIDACEAE

70
285

Lecythis gracieana. (Jarana- Cariniana decandra.


de-folha-miuda). Árvore de (Tauarí). Árvore
dossel, sem sapopemas. emergente. Ritidoma
Ritidoma finamente fracamente fissurado.
fissurado, às vezes, as Casca viva vermelha.
lenticelas com orientação Ocasional. Platô.
vertical formam estrias. Ao Amazônia Central e
corte, com estrias vermelhas sudoeste.
conspícuas na base de cada
80
fissura. Ocasional. Platô. 135

Casca viva avermelhada.

5
Ritidoma com fissuras, mas
casca morta fina e não laminada,
menos grossa que casca viva. Lecythis poiteaui. (Jarana-
amarela). Árvore de
dossel, sem sapopemas.
Ritidoma com estrias
verticais superficiais.
Casca viva amarela
Casca viva amarela. brilhante, às vezes cor
de pêssego. Ocasional.
Platô. Amazônia
Ocidental e Guianas.
145

Lecythis barnebyi. (Jarana- Lecythis prancei. (Castanha-


de-folha-grande). Árvore de jarana). Árvore de dossel,
subdossel, sem sapopemas. sem sapopemas. Ritidoma
Casca levemente fissurada. fissurado e pulverulento,
Casca viva amarela. Folhas quebrando facilmente
bem grandes, 400 x 180 quando batido, mas
mm, esbranquiçadas fissuras geralmente óbvias e
abaxialmente. Conhecida paralelas. Freqüente. Platô.
em floresta perto da Reserva,
mas ainda não coletada.
500 230
Amazônia Central.
LECYTHIDACEAE
286

Lecythis pisonis. (Sapucaia).


• Lecythis zabucajo. (Sapucaia).
Árvore de dossel, sem ou com
Árvore emergente, sem ou com
sapopemas muito pequenas. pequenas sapopemas. Casca
Só L. zabucajo e L. pisonis morta menos espessa e menos
têm casca viva realmente dura. Folhas mais arredondadas
branca. L. zabucajo tem e envernizadas adaxialmente.
folhas mais espessas e as Ocasional. Platô. Amazônia e
folhas jovens ficam um pouco Mata Atlântica.

110
esbranquiçadas. Ocasional.
Platô. Amazônia Central e 115
Ocidental e Guianas.

• Às vezes plantas jovens ou rebrotos de


L. zabucajo têm folhas com uma forma Casca viva branca.
bem diferente da planta adulta. As folhas
são muito mais estreitas e compridas.
Pensava-se que poderia representar uma
outra espécie, mas a presença dos dois
tipos na mesma planta sugere que deve

6
ser somente uma variação fisiológica. Tronco obviamente fissurado e
108
com casca morta grossa, dura e
laminada.

ÁRVORE DE 1500 ANOS


A árvore mais velha conhecida nos trópicos do mundo
até hojé é uma Cariniana micrantha com 170 cm de
DAP, que atingiu quase 1500 anos. A datação foi feita Casca viva amarela até marrom.
com carbono-14 em uma árvore cortada na região de
Itacoatiara (AM). (ver Chambers et al. 1998. Nature
365: 116-117).

Bertholletia excelsa. (Castanha- Cariniana integrifolia. (Cerú).


do-Pará). Árvore emergente, Árvore de dossel. Ritidoma com
sem sapopemas. Folhas fissuras e desprendimento.
podem ser grandes, até 350 Tronco levemente
mm. Superfície da lâmina acanalado. Nervura
abaxial com papilas principal e secundárias
cuticulares microscópicas. muito proeminentes
Na Reserva, só cultivada abaxialmente. Ocasional.
perto do alojamento. Baixio. Amazônia Central.
91
Amazônia e Guianas.
115
LECYTHIDACEAE
287

Lecythis sp. nov. A. Lecythis retusa. Árvore de


(Jarana-de-Paulo). dossel, sem sapopemas.
Árvore emergente. Tronco parecido com o de
Tronco um pouco Lecythis prancei, mas casca
dilatado na base. Casca mais dura, e vermelha ao
viva avermelhada, corte. Ocasional. Platô e
com estrias vermelhas campinarana. Amazônia
parecidas à L. gracieana. Central.
Rara. Platô.
100 195

Casca viva avermelhada.


Corythophora rimosa
ssp. rimosa. (Castanha-
jacaré). Árvore de
dossel, sem sapopemas.
Amazônia Central (ssp.
rubra ocorre na Guiana
Francesa e no Amapá.

145

Lecythis parvifructa. (Jarana- Cariniana micrantha. (Taurí).


de-folha-pequena). Árvore Árvore emergente, sem
de dossel ou emergente, sapopemas. Casca morta
sem sapopemas. Casca vermelha, mas casca
viva branca até branca viva amarela. Margens
amarelada. Folhas das folhas serrilhadas.
pequenas quase obovadas, Domáceas nas axilas
com face abaxial das veias secundárias.
esbranquiçada. Ocasional. Freqüente. Platô.
Platô. Amazônia Central. Amazônia Central e
57 75
LECYTHIDACEAE
288
Flacourtiaceae
A família é predominantemente tropical existem espécies apétalas. Os estames variam
com poucos representantes nos Subtrópicos, de 4 a vários, com anteras rimosas ou raramente
compreendendo cerca de 86 gêneros e poricidas. O fruto é uma baga carnosa ou
pouco mais de 800 espécies. No Brasil está seca, indeiscente, ou uma cápsula deiscente
representadapor19gêneros e aproximadamente por válvulas (3 em espécies de Casearia
92 espécies. Na Reserva foram encontradas 17 presentes na Reserva), raramente uma drupa
espécies em 5 gêneros (Carpotroche, Casearia, alada, muricada ou com espinhos. O número
Laetia, Ryania e Xylosma). Casearia está de sementes varia de uma a várias e elas são
representada pelo maior número de espécies. ariladas ou carnosas ou às vezes com pilosidade
Ocorrem principalmente em florestas tipo algodão (Casearia manausensis).
primárias e secundárias em regiões baixas ou É provável que sejam polinizadas por
montanhosas. insetos. Muitas espécies possuem frutos

Casearia javitensis Casearia sylvestris Ryania speciosa

Muitas espécies são facilmente


carnosos e arilados, que atraem primatas,
confundidas com Violaceae, especialmente
esquilos, pássaros e ratos.
Rinorea e Leonia, pelo tipo de venação e
margem das folhas. No nível de família, Todas as partes de Ryania são
características úteis para diferenciar as extremamente tóxicas, agindo como um veneno
espécies são grau de serrilhamento da margem estomacal. Uma substância química extraída de
da folha e presença ou ausência de pontuações Ryania é utilizada como inseticida. Este gênero
translúcidas, ausentes em Violaceae e presentes é conhecido como mata-calado, justamente
em várias espécies de Casearia. por suas propriedades tóxicas. Carpotroche
contém propriedades cianogênicas. Óleos
São árvores de dossel, sub-bosque,
usados para tratar doenças da pele, como
arvoretas monocaules ou arbustos. As folhas
hanseníase, são extraídos de Carpotroche,
são simples, quase sempre alternas, dísticas,
entre outros gêneros.
às vezes agrupadas no ápice do ramo
(Carpotroche crispidentata), normalmente com
margem serrilhada ou crenada. A venação é
peninérvia ou às vezes trinérvia. A presença
de pontuações translúcidas é freqüente.
As estípulas são geralmente inconspícuas,
pequenas ou caducas. A inflorescência varia,
FLACOURTIACEAE

mas em geral são fascículos axilares. As flores


geralmente são pequenas, exceto Ryania e
Carpotroche, actinomorfas, bi ou unissexuais,
freqüentemente dióicas. As sépalas e pétalas Casearia duckeana
podem ser caducas ou persistentes, também

Sleumer, H.O. 1980. Flacourtiaceae. Flora Neotropica Monograph 22.


289
FLORES FRUTOS

Carpotroche Casearia Casearia javitensis


crispidentata duckeana
Casearia grandiflora Casearia javitensis

Casearia Casearia pitumba Laetia procera


manausensis
Casearia Casearia Casearia
duckeana negrensis mariquitensis

Casearia Casearia Ryania speciosa


resinifera sylvestris Laetia procera Laetia cupulata Ryania speciosa

Casearia arborea. Árvore de


dossel. Folha densamente pilosa

1 Folhas pilosas de margem


inteira.
(emaranhada). Veia central bem
destacada, quando seca, assume
cor marrom-escuro; 10 pares de
veias secundárias. Rara. Vertente.
América Central e ao Norte da
América do Sul.
150

Ryania speciosa. Arbusto Ryania pyrifera. Árvore ou arvoreta


ou árvore pequena. Galhos de base reta. Ritidoma liso com
horizontais. Folhas quase lenticelas circulares dispersas.
glabra ao toque, pêlos radiados Folhas pilosas ao toque, pêlos
e estrelados; 7-8 pares de radiados e estrelados; 8-13 pares
veias secundárias; terciárias de veias secundárias, terciárias
perpendiculares com a central. com mais perpendicular com
Estípulas lineares persistentes. a central que em R. speciosa.
Freqüente. Vertente e platô. Estípulas caducas. Freqüente.
Norte da América do Sul. Vertente e platô. Guianas,
197
Amazônia brasileira.
FLACOURTIACEAE
290

Casearia duckeana. Árvore Casearia pitumba. Árvore de


ou arvoreta. Tronco circular subdossel. Tronco circular de
de base reta a digitada com base com raízes superficiais.
raízes superficiais. Ritidoma Ritidoma marrom, liso com
lenticelado. Folha de margem lenticelas pouco salientes. Folha
serrilhada; 4-5 pares de veias de margem serrilhada; 6-8 pares
secundárias bem evidentes. de veias secundárias. Freqüente.
Freqüente. Vertente, platô e Vertente e platô. Amazônia
capoeira. Brasil (Amazonas e ampla.
135
95
Rondônia).

Casearia ulmifolia. Árvore de


2 Folhas glabras a aparentemente
glabras.

subdossel. Base com raízes


superficiais. Ritidoma liso com
lenticelas solitárias. Ramos
densamente lenticelado. Folha Margem da folha nitidamente serrilhada
de margem mucronulada, 6-7 ou denteada.
pares de veias secundárias;
terciárias reticuladas. Rara.
Baixio. Norte da América do Sul
e Trinidad.
115

Casearia javitensis. Árvore Xylosma tessmannii. Árvore.


e arvoreta. Tronco de base Ramo lenticelado. Com espinhos.
reta a acanalada. Ritidoma Folha elíptica-oblonga; 6-7 pares
marrom a marrom-claro, de veias secundárias arqueadas.
com fissuras superficiais. Pontuações ausentes. Rara.
Venação lateral com 7-8 Amazônia ampla.
pares. Freqüente. Vertente
e platô. Amazônia ampla.

170
FLACOURTIACEAE

155
291

Laetia procera. Árvore de dossel. Casearia resinifera. Arvoreta


Tronco circular de base reta ou monocaule. Ritidoma bege-
com pequenas sapopemas de acastanhado, liso. Folhas inteiras
aresta concava. Ritidoma com a inconspicuamente crenada;
lenticelas grandes. Folha com 10-12 pares de veias secundárias
base cordada e margem inteira perceptíveis. Apresenta resina
a inconspicuamente crenulada; escassa. Freqüente. Baixio,
13-14 pares de veias secundárias. vertente. Amazônia e Guianas.
Freqüente. Vertente e platô.
América Central e Norte da 125 202
América do Sul.

Margem da lâmina inconspicuamente


crenada ou denteada.

Laetia cupulata. Árvore ou


arvoreta. Ramo lenticelado,
• Essas espécies podem estriado. Folha inconspicuamente
ter dentes pequenos e crenada; 6-8 pares de veias
esparsados na margem da secundárias fortemente
folha. Casearea arqueadas. Rara. Baixio.
x5
negrensis

150

• Casearia sylvestris. Árvore •Casearia negrensis. Arvoreta.


de dossel. Tronco circular de Ritidoma marrom-acinzentado,
base reta. Ritidoma cinza a micro-estriado; ao corte odor
quase marrom. Folha com base desagradável. Folha inteira
asimétrica e margem inteira ou ou com dentes praticamente
com dentes inconspícuos; 10- imperceptíveis; ca. 10 pares de
11 pares de veias secundárias. veias secundárias. Ocasional.
Freqüente. Vertente e platô. Platô e vertente. Amazônia e
México e Uruguai. Guiana.
197
85
FLACOURTIACEAE
292

OUTRAS ESPÉCIES
Neoptychocarpus apodanthus ocorre nos
arredores de Manaus. Xylosma tessmannii ocorre
na Reserva mas ainda não foi encontrada durante
o Projeto. É muito parecida com Casearia, mas
Casearia manausensis. Arvoreta,
difere vegetativamente pela presença de espinhos
arbusto. Tronco circular de base
e a ausência de pontuações na lâmina. Outras
reta. Ritidoma liso com pequenas
espécies que ocorrem nos arredores de Manaus
estrias superficiais, lenticelas
incluem Casearia decandra, C. combaymensis e
esparsas. Ramos jovens com
C. commersoniana.
estípulas. Folha densa-tomentosa,
principalmente nas venações;
5-6 pares de veias. Freqüente.
Baixio. Arredores de Manaus.

107

Casearia grandiflora. Árvores.


Tronco cilíndrico. Ritidoma
lenticelado, com rebrotas. Folhas
densa-serícea-tomentosa; 15-
16 pares de veias secundárias.
3 Folhas pilosas de margem
serrilhada.

Quando secas, discolores,


abaxial bege, adaxial castanho a
marrom-escuro. Ocasional. Platô.
Lâmina com tufos de pêlos na margem.
Panamá e Norte da América do
Sul.
90

Casearia cf. mariquitensis. Carpotroche crispidentata. Árvore.


Arvoreta. Folha com pilosidade Tronco circular de base reta
concentrada nas venacões; a acanalada. Ritidoma com
6-7 pares de veias secundárias. pequenas depressões circulares,
Quando secas assumem cor lenticelado. Folhas densa-
escura. Estípulas presentes nos hirsuta, com tufos de pêlos na
ramos jovens. Rara. Capoeira. margem; agrupadas no ápice
Norte da América do Sul. do ramo; ca. 23 pares de veias
secundárias; terciárias reticuladas.
Freqüente. Vertente, platô e baixio.
50 230 Amazônia Central e Oriental Norte.
FLACOURTIACEAE
293
Peridiscaceae
Uma família neotropical muito pequena, grupos nos ramos. Cada grupo tem de um até
com somente 2 gêneros, cada um com uma 6 racemos, com até 15 flores por racemo. A
espécie. flor tem quatro pétalas reflexas, exibindo os
estames, que formam dois anéis. As flores são
protandras, a parte feminina sendo receptiva
no segundo dia de abertura. Observamos
somente Thysanoptera visitando as flores.

Peridiscus, que ocorre na Reserva,


tem folhas alternas, com margem inteira, e
obviamente trinervadas na base. As folhas
são bem coriáceas. Pode ser confundida Os frutos são globulares, com uma
com Euphorbiaceae (mas não tem glândulas) única semente. Uma parte dos frutos fica oca,
ou Flacourtiaceae (espécies na Reserva não eles flutuam e são aparentemente dispersados
fortemente trinervadas). pela água, pois muitos foram vistos boiando
no igarapé do Acará.
As flores são pequenas, branco-
avermelhadas, concentradas em pequenos Nenhum uso é conhecido.

FLORES E FRUTOS

Peridiscus lucidus. Árvore


de dossel. Reconhecida
pela venação trinervada
e as terciárias reticuladas.
O tamanho da folha varia
muito, mas é sempre bem
coriácea. Ocasional.
Baixio. Amazônia
brasileira e venezuelana.

165
PERIDISCACEAE
294
Lacistemataceae
Uma família de distribuição neotropical, desde denticuladas, e com estípulas. Vegetativamente
o México até a Argentina. São 20 espécies pode ser confundida com Flacourtiaceae e
em dois gêneros (Lacistema e Lozania). Na Violaceae. As inflorescências e flores são
Reserva ocorrem três espécies do gênero distintas, sendo racemos agrupados nas axilas
Lacistema. das folhas, em forma de amentos, com brácteas
imbricadas. As flores são hermafroditas,
Lacistema grandifolium ocorre
muito pequenas, com 0-6 sépalas, sem
abundantemente e se diferencia facilmente
pétalas, e somente um estame, com anteras
das outras duas (Lacistema aggregatum e L.
rimosas. O fruto é capsular, semelhante a
polystachyum) pela face abaxial da lâmina e uma drupa vermelha, deiscente, com 1-3
ramos jovens que são densamente pubescentes, semente, envoltas por um arilo branco e com
com nervuras secundárias numerosas, endosperma oleoso.
arqueando fortemente para cima.
A forma da inflorescência sugere
São arbustos ou árvores pequenas, polinização por insetos. As sementes
com folhas alternas, dísticas, simples, inteiras provavelmente são dispersadas por pássaros,
ou levemente serrilhadas, ou glandulares- já que são cobertas por um arilo.

FLORES E FRUTOS

Lacistema Lacistema Lacistema


aggregatum grandifolium polystachyum

Lacistema grandifolium.
Árvore ou arvoreta. Face
abaxial da lâmina densamente
pilosa, pêlos adpressos;
ápice abruptamente curto-
acuminado e margem
ligeiramente revoluta.
Lacistema grandifolium Lacistema aggregatum
Freqüente. Platô. Amazônia
Central e Guianas.
140

Lacistema aggregatum.
Árvore ou arvoreta. Folhas Lacistema polystachyum.
normalmente maiores, Árvore de porte pequeno.
ligeiramente obovadas. Lâmina Folha geralmente menor
coriácea, pilosidade esparso- que L. aggregatum e
serícea a glabra. Margem inteira glabrescente. Margem
a leve crenulada. Freqüente. ligeramente revoluta
Todos os ambientes. América e ápice obtusamente
Central e do Sul. acuminado. Rara. Platô.
Amazônia Central e
211 89
Guianas.
LACISTEMATACEAE
295
Violaceae
É uma família cosmopolita contendo 830 Apesar de não existirem dados sobre
espécies em 23 gêneros. Somente o gênero as espécies neotropicais, a polinização é
Viola, com ca. 500 espécies, ocorre nas regiões provavelmente efetuada por insetos. Várias
temperadas com alguns representantes na espécies de Viola são cleistogâmicas (não se
região andina. Nos Neotrópicos, os maiores abrem completamente e se autopolinizam).
gêneros são Hybanthus e Rinorea. Na Reserva Os frutos são dispersados pelo vento ou por
ocorrem 9 espécies em 4 gêneros: Rinorea, autodispersão. Em mata alagada, sementes
Leonia, Paypayrola e Amphirrhox. de Rinorea provavelmente são consumidas
por peixes e existem algumas observações de
pássaros comendo sementes de Paypayrola.
Em geral, as espécies neotropicais
não possuem muitas propriedades e usos.
Os frutos de L. glycycarpa são comestíveis.
Mundialmente Viola possui alto valor
econômico pelas espécies ornamentais e pela
obtenção de óleos essenciais.

Rinorea amapensis Amphirrhox longifolia

Taxonomicamente é próxima de
Flacourtiaceae: ambas têm estípulas, algumas
espécies com pontuações nas folhas e Amphirrhox Leonia cymosa
geralmente os frutos são tricarpelares. A longifolia

característica notável da família é o gradiente


que as flores seguem: de actinomorfas a
fortemente zigomorfas. Rinorea e Leonia
são actinomorfas, enquanto Amphirrhox e
Paypayrola tendem a uma leve zigomorfia Leonia glycycarpa
e Corynostylis, Viola, Hybanthus etc. são
fortemente zigomorfas. Vegetativamente as
espécies encontradas na Reserva se encaixam
em dois grupos, com folhas alternas a alterno-
verticiladas ou opostas.
São árvores, arvoretas, arbustos, ervas e
Paypayrola grandiflora Rinorea
lianas. Apenas Anchiettea e Corynostylis são guianensis
lianas, sendo a espécie Corynostylis arborea
amplamente distribuída pela Amazônia, mas ainda
não coletada na Reserva. As folhas são simples,
inteiras a levemente serrilhadas, com estípulas
às vezes caducas. As flores são pentâmeras,
normalmente bissexuais, solitárias e axilares ou Rinorea Rinorea macrocarpa
em racemos, panículas ou tirso. O fruto é uma amapensis
cápsula trivalvar, ou mais raramente uma noz
(Leonia) indeiscente e globosa. As sementes
são freqüentemente ariladas ou aladas com o
endosperma oleoso. O fruto de Amphirrhox é
pequeno e tricarpelar como em Rinorea, mas
VIOLACEAE

normalmente incompletamente deiscente. Rinorea falcata Rinorea racemosa

Hekking, W.H.A. 1988. Violaceae: Rinorea and Rinoreocarpus. Flora Neotropica. Monograph
46.
Smith, L.B. & Fernandez-Perez, A. 1954. Revisio Violacearum Colombiae. Caldasia, 6:
296

Paypayrola grandiflora. Árvore Amphirrhox longifolia. Arbusto


de pequeno a grande porte, raro ou arvoreta. Ritidoma marrom ou
arvoreta. Ritidoma marrom, acinzentado. Folhas coriáceas,
estriado ou escamoso. Folhas discolores, agrupadas no ápice
coriáceas, pilosas abaxialmente. dos ramos. Margem serrilhada.
Margem inteira. Ápice agudo. Base atenuada. Veias terciárias
Pecíolo geralmente curto, percurrentes e proeminentes.
articulado e engrossado. Platô, Pecíolo freqüentemente alongado,
engrossado e articulado. Freqüente.
vertente e baixio. Ocasional.
204 Platô, vertente e baixio. Américas
241 Amazônia.
Central e do Sul.

Rinorea guianensis. Árvore.


Ritidoma marrom, esfoliante.
Base às vezes com sapopema.
Folhas coriáceas e glabras.
Margem pouco serrilhada. Face
1 Folhas alternas, distantes entre
si ou agrupadas no ápice dos
ramos, coriáceas a cartáceas.

adaxial brilhante. Venação


levemente broquidódroma.
Pecíolo delgado. Platô e vertente.
Freqüente. América do Sul
183 tropical e subtropical.

Leonia cymosa. Arvoreta Leonia glycycarpa. Árvore.


a árvore, às vezes com Ritidoma marrom-rosado, liso ou
perfilhos. Ritidoma marrom, esfoliante, lenticelado. Folhas
fissurado superficialmente. coriáceas. Margem inteira.
Folhas cartáceas. Margem Poucas secundárias, fortemente
levemente denteada. ascendentes e eucampdódromas,
Venação principalmente arroxeadas em folhas secas.
eucampdódroma. Ocasional. Pecíolo engrossado e articulado.
Ocorre em todos as Platô, vertente e baixio.
214 ambientes. Brasil, Colômbia Ocasional. Amazônia.
190
e Peru.
VIOLACEAE
297

Rinorea amapensis. Rinorea falcata. Árvore ou


Arvoreta. Ritidoma marrom arvoreta. Ritidoma bege
a acinzentado, esfoliante. a castanho-acinzentado,
Lâmina cartácea, glabra. fissurado e esfoliante.
Venação eucampdódroma, Lâmina cartácea, glabra.
com as secundárias Venação broquidódroma,
ascendentes. Freqüente. com as nervuras secundárias
Platô e vertente. Amazônia. arqueadas, arroxeadas quando
secas. Ocasional. Platô e
131 vertente. Amazônia. 96

2 Folhas opostas, cartáceas.

Rinorea macrocarpa.
Arbusto a arvoreta.
DICA DE CAMPO Ritidoma marrom, às
Outras espécies de Violaceae ocorrem na região vezes lenticelado. Lâmina
de Manaus. Principalmente do gênero Rinorea, pubérula abaxialmente,
mas também Rinoreocarpus ulei. levemente obovada.
Margem às vezes serreada.
Venação broquidódroma,
Folhas alternas com secundárias
ascendentes. Freqüente. 161
R. paniculata que é muito parecida
Platô. Amazônia.
com R. guianensis.
Rinorea racemosa. (Canela-
de-velho, canela-de-jacamim).
Folhas opostas Árvore ou arvoreta. Ritidoma
bege-acinzentado, lenticelado.
Essas três espécies são muito parecidas
Lâmina pubérula abaxialmente.
com Rinorea falcata e R. amapensis:
Venação broquidódroma, com
R. flavescens terciárias percurrentes, formando
R. pubiflora um ângulo de 90 graus com as
R. camptoneura secundárias. Muito freqüente.
Platô. Amazônia. 203
VIOLACEAE

Cicatriz no ramo de Rinorea macrocarpa


R. racemosa, típico
de Violaceae.
298
Turneraceae
A família comprende ca. 10 gêneros e 140 (Asteraceae), também um arbusto ereto de
espécies, distribuídos principalmente pelas até 1 m de altura e folíolos com margens
regiões tropicais e subtropicais da América, conspicuamente serreadas.
África e sul da Ásia. É um grupo pobremente No campo, T. ulmifolia pode ser
representado na Região Amazônica e na reconhecida pelas flores com corola amarela e
Reserva está representado por duas espécies. cálice verde-vináceo, evidentemente dentado,
e pelas folhas distintamente pecioladas, com
nectários extraflorais encontrados aos pares na
base, enquanto que Centratherum punctatum é
reconhecida pelas flores lilases, folhas sésseis,
com a base atenuada, ramos com pilosidade
lanosa-esbranquiçada, não possuindo nectários
na base; já Piriqueta cistoides lembra o
hábito de Malvaceae herbácea, porém esta
apresenta pêlos estrelados e estiletes com
Turnera ulmifolia Piriqueta cistoides
ápice ramificado, características ausentes em
São ervas ou arbustos, geralmente Turneraceae.
ruderais. As folhas são alternas, muitas vezes São polinizadas por borboletas
dotadas de nectários extraflorais na base; as e por abelhas. A dispersão é realizada
margens são serreadas com glândulas nos predominantemente por formigas, que visitam
dentes, com ou sem estípulas. As flores os nectários foliares e carregam as sementes
são geralmente solitárias e axilares com para os formigueiros para se alimentarem do
receptáculo floral tubular composto de 5 arilo carnoso.
sépalas. As pétalas são 5, livres e contorcidas, A partir das folhas de T. ulmifolia
geralmente amarelas. O fruto é uma cápsula produz-se um chá freqüentemente utilizado
que se abre por 3 valvas, e as sementes são na medicina caseira como adstringente,
ariladas expectorante e tônico. Também é usado contra
Vegetativamente, T. ulmifolia pode ser dispepsia, diabetes, albuminúria e leucorréia, e
confundida com Centratherum punctatum ainda utilizado como aromatizante de vinho.

Arbo, M.M. 1995. Turneraceae - Parte I: Piriqueta. Flora Neotropica, Monograph 67.

Turnera ulmifolia. (Chanana). Piriqueta cistoides. Erva ereta ou


Erva ereta ou subarbusto subarbusto ramificado ca. 50 cm.
ramificado ca. 50 cm. Folhas Pêlos híspidos entre os estrelados nos
com um par de nectários ramos e folhas. Esta espécie costuma
extraflorais na base dos ser confundida com Sida rombifolia
folíolos. Vegetativamente (Malvaceae), porém esta apresenta
confunde-se com Centratherum pêlos estrelados, hirsutos nos ramos
punctatum (Asteraceae), porém e folhas, pulvínulo na base das folhas
esta tem folhas sésseis e ramos e estípulas, e não tem glândulas
57 esbranquiçados. Freqüente. Áreas extraflorais. Freqüente. Áreas
40
alteradas. Neotropical. alteradas. Neotropical.
TURNERACEAE
299
Passifloraceae
É uma família pantropical com ca. 500 confundidas com Theophrastaceae (Clavija),
espécies, mais da metade incluída no gênero mas a única espécie dessa família encontrada
Passiflora que é predominante na América na Reserva é bem diferente. As flores de Dilkea
tropical, com poucas espécies na Ásia. Dos parecem uma versão simples de Passiflora,
5 gêneros americanos, 3 ocorrem na Reserva, com quatro pétalas.
com uma espécie de Ancistrothyrsus, 3 de Ancistrothyrsus tessmannii, a única
Dilkea e 16 de Passiflora. espécie desse gênero, tem gavinhas simples
no estado vegetativo, mas é muito interessante
o fato de a inflorescência se desenvolver na
própria gavinha.
Na identificação das espécies, quando
férteis, a presença e cor dos verticilos são muito
importantes, junto com a forma das brácteas
florais. Em material estéril a disposição das
glândulas quase sempre identifica a espécie
com confiança.
As flores produzem néctar, e a
polinização por beija-flores, abelhas,
borboletas e morcegos é conhecida.
Provavelmente todos esses meios de
Passiflora hexagonocarpa
polinização ocorrem na Reserva.
São lianas freqüentemente lenhosas, O fruto é parecido com uma bola de
com folhas alternas e gavinhas saindo da couro, raramente alongado (Dilkea), com
axila da folha. São de fácil reconhecimento, sementes envolvidas numa polpa viscosa e
talvez confundidas apenas com Vitaceae freqüentemente deliciosa. Provavelmente
(gavinha saindo do lado oposto da folha) ou as sementes são dispersadas por mamíferos
Cucurbitaceae (gavinha saindo ao lado da e pássaros.
folha).
O gênero Passiflora é conhecido no
A maioria das espécies de Passiflora tem Brasil como "Maracujá", e mundialmente
glândulas secretoras na folha e especialmente como "passion flower", nome originado da
no pecíolo. As flores são muito vistosas, semelhança das partes da flor com os eventos
pentâmeras, com um padrão de organização das da paixão de Cristo.
peças reprodutivas único: os cinco estames e o
Passiflora edulis e algumas outras
estilete, este dividido apicalmente em três partes,
espécies são amplamente cultivadas pelos
suspensos num androginóforo; na base aparecem
frutos, e muitas outras são cultivadas
vários verticilos de estaminódios, a corona. Esses
como ornamentais, pelas suas lindas
estaminódios e as pétalas tipicamente mostram
flores. Atualmente existem muitos híbridos
cores bem destacadas, variando de brancas, azuis
cultivados.
a vermelhas. Várias espécies têm brácteas foliares
grandes e vistosas.
Espécies de Dilkea podem ser lianas ou
arbustos, aparentemente flexíveis dentro de cada
espécie. Na Reserva foram encontradas sempre
PASSIFLORACEAE

como lianas quando adultas. As gavinhas,


quando ocorrem, são robustas e lenhosas; Passiflora quadriglandulosa, androginóforo e verticilos da
não têm glândulas, e são freqüentemente corona.

Holm-Nielsen, L.B. et al. 1988. Passifloraceae. Flora of Ecuador, 31.


Killip, E.P. 1938. The American species of Passifloraceae. Publ. Field. Mus. Nat. Hist.
Bot. Ser., 19: 1-613.
Vanderplank, J. 1996. Passion Flowers (2nd. edition). MIT Press.
300
FLORES BRANCAS FLORES VERMELHAS
Dilkea retusa Ancistrothyrsus Passiflora laurifolia
Dilkea sp. 1 tessmannii

Passiflora Passiflora coccinea Passiflora


Passiflora edulis Passiflora faroana acuminata quadriglandulosa

FLORES AZUIS
Passiflora aff. quadrangularis

Passiflora candida

Passiflora nitida Passiflora aff. riparia

FLORES ESVERDEADAS
Dilkea johannesii Passiflora auriculata Passiflora aff. auriculata

FRUTOS

semente
Passiflora auriculata
PASSIFLORACEAE

Dilkea sp. 1

Dilkea johannesii Dilkea sp. 1 Passiflora nitida Passiflora acuminata Passiflora edulis
301
A DISTRIBUIÇÃO DAS GLÂNDULAS

Margem Lâmina

Passiflora aff. riparia Passiflora auriculata


Passiflora nitida Passiflora aff. auriculata
Passiflora coccinea Passiflora acuminata
Passiflora candida Passiflora laurifolia
Passiflora Passiflora aff. variolata
quadriglandulosa
Passiflora aff. variolata
Passiflora faroana
Passiflora edulis

Ápice do pecíolo
Junção lâmina-pecíolo
Passiflora aff. riparia
Passiflora nitida Passiflora faroana
Passiflora aff. quadrangularis Passiflora hexagonocarpa
Passiflora quadriglandulosa Passiflora cf. spinosa
Passiflora candida
Passiflora edulis
Passiflora aff. alata
Passiflora laurifolia

Primeiro terço Base do pecíolo


do pecíolo Passiflora acuminata (pequena)
Passiflora coccinea
Passiflora auriculata Passiflora quadriglandulosa
Passiflora aff. auriculata
Passiflora aff. variolata

Sem glândulas Com glândulas na lâmina e/ou margem e/ou pecíolo

1
Glândulas na junção Folhas trinervadas na base
pecíolo-lâmina e com glândulas na lâmina
ou dentes na margem

(Dilkea spp.) 2 3
PASSIFLORACEAE

Folhas grandes e pilosas. Folhas glabras, com glândulas no


pecíolo

5 4
[Ancistrothyrsus tessmannii
não tem glândulas mas tem
pêlos glandulares.]
302

Dilkea retusa. Liana Dilkea johannesii.


lenhosa escandente. Liana escandente
Folhas marcadamente lenhosa. Folhas mais
obovadas, com ápice lineares, com ápice
truncado até retuso, mais apiculado.
com apículo. Venação Venação pouco destacada. É a
destacada. Rara. espécie de Dilkea mais coletada
Baixio. Amazônia. na Reserva. Ocasional. Platô.
Amazônia Central.
Gavinha trífida
245 190

Dilkea spp. Folhas com forma

1 distinta. Glândulas ausentes,


mas com lenticelas no pecíolo.
Gavinhas ramificadas.

Dilkea na Reserva são sempre lianas. Em outros


lugares podem ser arbustos e freqüentemente
confundidas com Theophrastaceae. Dilkea é
Dilkea sp. 1. Liana lenhosa confuso taxonomicamente e os nomes usados aqui
escandente. Folhas são provisórios.
mais coriáceas que nas
outras espécies e menos
alongadas. Venação muito

2
destacada. Rara. Baixio.
Glândulas triangulares, situadas
Amostras desse morfotipo
na junção da lâmina com o
são conhecidas do alto Rio
pecíolo.
Negro ao Pará.
155

Passiflora cf. spinosa. Liana Passiflora hexagonocarpa. Liana


lenhosa. Folhas coriáceas; lenhosa. Folhas membrano-
quando jovens com glândulas no cartáceas. Glândulas situadas
pecíolo, parecendo P. candida, no ângulo entre a veia central
mas ausentes em folhas maduras. e a secundária basal, amarelas
Face adaxial brilhante. quando jovens; sem outras na
Pode ser confundida lâmina. Venação inconspícua.
folha jovem com Dilkea se não for Face abaxial pouco pubescente
observada a glândula (que e esbranquiçada. Adaxial
é menor que nas outras opaca. Ocasional em platô e
espécies do grupo). Rara. campinarana. Amazônia Central.
230 135
folha adulta Platô.
PASSIFLORACEAE
303

Passiflora coccinea. Passiflora


Liana herbácea ou quadriglandulosa.
lenhosa. Glândulas Liana herbácea ou
grandes na base do lenhosa. Parecida
pecíolo, e outras pequenas com P. coccinea
nas estípulas e na margem mas as folhas são mais lisas na
da lâmina, no fundo das face adaxial e freqüentemente
indentações e no ápice dos (em folhas novas) com um par de
dentes. Lâmina pubescente
glândulas, na base do pecíolo.
nas duas faces. Freqüente.
Margem menos serreada. A folha
Capoeira. Ampla distribuição,
principalmente na parte sul da é às vezes lobada. Rara. Áreas
170 150
Amazônia. alteradas. Guianas à Bolívia.

Margem dentada e com glândulas.


Lianas lenhosas ou herbáceas.

3
Folhas 3-nervadas na base.
Margem geralmente dentada.
Face abaxial geralmente
pubescente e macia. Passiflora auriculata. Liana
lenhosa ou herbácea. Folhas
levemente triangulares,
com as duas veias laterais
terminando em múcron.
Lâmina pubescente,
Glândula peciolar alada com forma
muito variável em
distinta, como duas conchas; lâmina com tamanho. Freqüente.
glândulas presentes, grandes e circulares. Áreas alteradas e clareiras.
Ampla distribuição nos
Neotrópicos, mas muito variável, 377
tal variação não bem entendida.

Passiflora faroana. Liana Passiflora aff. auriculata.


lenhosa. Folhas coriáceas, Liana lenhosa. Folhas
visivelmente pubescentes e membrano-cartáceas, pouco
macias abaxialmente; adaxial pubescentes a glabras (P.
muito brilhante, com nervuras
auriculata é conspicuamente
terciárias impressas. Glândulas
pubescente). Nervuras
presentes na margem da
lâmina. Venação forte. secundárias não atingindo
Rara. Campinarana aberta. a margem, sem apículos.
Encontrada somente em Ocasional, ocorrendo perto
campinas na Amazônia Central de água. Amazonas e Pará. 140
100
PASSIFLORACEAE
304

Passiflora aff. riparia. Liana Passiflora nitida. (Maracujá-de-


lenhosa. Parecida com P. nitida, cheiro). Liana herbácea ou
mas as nervuras terciárias lenhosa. Folhas cartáceas
são predominantemente a coriáceas, opacas a
reticuladas, lâmina envernizadas. Nervuras
terciárias distintamente
envernizada e muito coriácea.
percurrentes, retas e
Nervuras secundárias
oblíquas. Secundárias
com glândulas terminais com glândulas terminais
inconspícuas. Margem não um pouco proeminentes.
dentada. Ritidoma distinto, Margem levemente dentada.
155 suberoso. Rara. Baixio. 105 Freqüente. Capoeira. Bacia Amazônica.

Glândulas no ápice do pecíolo, grandes


e globosas.

Folhas predominantemente

Passiflora laurifolia. Liana


herbácea ou lenhosa. Folhas
cartáceas a coriáceas. Lâmina
envernizada. Glândulas
4 glabras, com venação destacada.
Glândulas freqüentemente
presentes na margem.

inconspícuas, menores que


Glândulas pequenas e pouco proeminentes,
em P. nitida e P. aff. riparia.
na base do pecíolo e espalhadas na lâmina.
Estípula com glândulas.
Lâmina freqüentemente lanceolada; ápice
Ocasional. Capoeira. América
freqüentemente mucronado.
Central, Guianas e Trinidad,
Venezuela ao Peru e Brasil.
150

Passiflora acuminata. Liana Passiflora aff. variolata. Liana


herbácea ou lenhosa. Folhas herbácea ou lenhosa. Folhas
mais largas e coriáceas que distintamente lanceo-alongadas,
em P. aff. variolata. Venação com venação fortemente
menos destacada que em P. broquidódroma. Ocasional.
laurifolia. Folhas mais largas e Capoeira.
coriáceas que em
P. aff. variolata.
Freqüente. Platô.
Bacia Amazônica.
140 137
PASSIFLORACEAE
305

Passiflora edulis. Passiflora aff.


(Maracujá-peroba). Liana quadrangularis.
lenhosa, cultivada na Liana herbácea.
Reserva. A única Folhas membrano-
espécie com folhas cartáceas, envernizadas, glabras.
digitadas, mas Uma espécie bem distinta, a única
inteiras quando na Reserva com mais de um par de
100
jovem, parecida com glândulas no pecíolo e com ramos tri-
P. nitida. Lâmina cartácea, margem angulados, helicoidais, com entrenós
serreada. Nativa das Américas e alados. Ocasional. Capoeira. Ocorre
240
amplamente cultivada. na região de Manaus.

5
Folhas grandes (> 15 cm),
cartáceas a coriáceas, glabras
ou pilosas. Pecíolo com ou sem Passiflora candida. Liana
glândulas no ápice. lenhosa. Folhas pilosas, ovadas,
muito maiores que nas outras
espécies e com um padrão
de venação bem diferente,
com veias secundárias
proeminentes na face abaxial.
Margem com glândulas
pequenas, mas conspícuas.
Ocasional. Capoeira e platô. 165
Amazônia Central.

Ancistrothyrsus tessmannii. Liana


lenhosa. Folhas sem glândulas, mas x5
com escamas pequenas e amarelas,
abundantes, por toda a planta.
Também densamente pilosa: pêlos
ANCISTROTHYRSUS ramificados, estrelados e hirsutos.
Folhas jovens às vezes
Um gênero monotípico, muito pouco conhecido e glabras. Rara. Baixio
raramente coletado. Foi originalmente colocado em e vertente. Amazônia
Flacourtiaceae, e depois mudado para Passifloraceae. Central, Colômbia e
Tem vários caracteres únicos faltando nos outros 350
Peru.
gêneros, incluindo os pêlos ramificados, e as escamas
PASSIFLORACEAE

amarelas na face inferior da folha, porém o tronco e o


corte parecem muito com os de Dilkea.
Não foi visto florescendo na Reserva, mas ela produz
flores na gavinha, um hábito também visto em algumas
Sapindaceae.
306
OUTRAS ESPÉCIES DE PASSIFLORACEAE CONHECIDAS NA ÁREA

Passiflora costata.
Passiflora micropetala.
Parecida com P. candida
Folhas triangulares
e foi coletada perto
e ápice truncado.
da Reserva. Tem as
Coletada em Manaus.
folhas menores, mais
orbiculares, com ápice
175 retuso e margem inteira.
Ocorre mais em igapó.

55

Passiflora cirrhifolia. Folhas


digitadas e dentes alongados
na base dos folíolos. Ocorre Passiflora foetida,
próximo de rios e igarapés. com folhas lobadas,
Amazônia Central e Guianas. pubescentes
103 e dentadas.
Ruderal
em áreas
perturbadas.
Muitas
variadades
ocorrem
entre os
125 Estados Unidos e
o Brasil.

PASSIFLORACEAE E BORBOLETAS
Espécies de Passiflora são hospedeiras de borboletas do gênero Heliconius. Dizem que a melhor maneira de
achar um indivíduo de Passiflora é achar uma fêmea de Heliconius e seguí-la na busca de plantas para desovar.
A presença de glândulas pode estar ligada com a proteção pelas formigas contra as borboletas. Também, as
glândulas podem parecer ovos frescos de outras borboletas (ver P. aff. quadrangularis), fazendo com que a fêmea
evite a planta pensando que já está ocupada. Tem sido especulado que a variação na forma da folha pode ter
a relação com espécies se disfarçando, como um meio de tornar-se diferente das outras espécies presentes no
mesmo ambiente.
PASSIFLORACEAE

Um par de Heliconius sp. copulando. Uma lagarta de Heliconius sp. comendo Passiflora
nitida.

Benson, W.W., K.S. Brown & L.E. Gilbert. 1975. Coevolution of plants and herbivores:
Passion Flower Butterflies. Evolution 29: 659-680.
307
Cucurbitaceae
Família distribuída principalmente nos laranjas, solitárias ou em inflorescências
Trópicos, em áreas alteradas, com espécies racemosas, paniculadas, subcorimbiformes
semidesérticas. Compreende aproximadamente ou subumbeliformes. Apresentam 5 sépalas
700 espécies para 90 gêneros. São lianas e 5 pétalas. As flores estaminadas têm 2
herbáceas ou pouco lenhosas, escandentes. O a 3 estames e flores pistiladas têm ovário
caule é sulcado. As folhas são alternas, simples, ínfero, 1-3-locular. O fruto é tipo baga ou
inteiras, lobadas, partidas ou compostas cápsula. A polinização pode ser realizada por
trifolioladas com venação palmatinérvea com abelhas, borboletas e morcegos, e a dispersão
dentículos esparsos na margem e sem estípulas. é realizada por animais.
As gavinhas são laterais e formam um ângulo A família é principalmente conhecida
reto com o eixo foliar. pelos usos na alimentação, como jerimum
(Cucurbita), melancia (Citrullus), maxixe,
melão e pepino (Cucumis) e na medicina
popular (Cayaponia).

Gurania huebneri

Para a Reserva foram encontrados 3


gêneros. São lianas herbáceas e lenhosas,
ocorrendo nos ambientes de floresta de
platô a baixio, em solos argilosos a arenosos.
Podem ser divididas em dois grupos: lianas
com gavinhas simples ou ramificadas. As Helmontia cf. leptantha Cayaponia rigida
espécies do gênero Cayaponia destacam-se
pela presença de gavinhas ramificadas e lâmina
foliar robusta, em geral coriácea às vezes
glandulosa. As demais espécies apresentam
gavinhas simples e lâminas mais delicadas,
membranáceas a cartáceas.
São monóicas ou dióicas. As flores
são unissexuais, coloridas, amarelas ou

Gurania bignoniacea
CUCURBITACEAE

Outra espécie de Cayaponia encontrada na região


Cayaponia duckei de Manaus.
308
DICA DE CAMPO
No campo, quando não está fértil, a família pode ser
confundida com Passifloraceae devido ao hábito (liana
lenhosa), às folhas (principalmente lobadas) e por
apresentarem gavinhas. Em Cucurbitaceae as gavinhas
formam um ângulo de 90 graus em relação ao pecíolo,
enquanto que em Passifloraceae as gavinhas saem na axila
do pecíolo.

Cayaponia rigida. Liana


lenhosa. Caule e ramos
aristados com pêlos escassos.
Lâmina aparentemente glabra,
cartácea à coriácea. Folíolos
laterais assimétricos. Veias As folhas podem ter glândulas espalhadas
destacadas menos que em na lâmina ou concentradas na região
Cayaponia botryocarpa. Folhas
basal (Cayaponia duckei). Elas podem
com face abaxial pilosa. Pêlos
curtos nas nervuras principal e ser circulares ou irregulares e são
secundárias. Freqüente. Platô. freqüentemente visitadas por formigas.
260 Amazônia Central e Guianas.

1
Lianas
geralmente
lenhosas.
Lâmina sempre
coriácea, com
Cayaponia duckei. Liana veias salientes
lenhosa. Ramos e pecíolos e terciárias em forma
sulcados e pilosos. Pêlos de retículo. Gavinhas
em toda lâmina na face ramificadas. (Cayaponia
abaxial. Folhas coriáceas,
quando jovens inteiras. spp.)
Folíolos laterais assimétricos
e subsésseis e margem com
dentículos principalmente
158 na região basal. Glândulas
pontuais na lâmina.
Ocasional. Capoeira.
Amazônia Central-Norte.
Cayaponia sp. 1. Liana lenhosa.
Caule lenhoso. Ritidoma
Cayaponia botryocarpa. Liana
acinzentado; ramo jovem
verde pouco noduloso. Ao lenhosa. Planta robusta. Caule e
corte, casca viva verde-clara ramos fortemente sulcados. Folhas
e alburno creme. Ramos trilobadas, cordadas na base e
sulcados. Folhas inteiras, lóbulos arredondados.
ovaladas, cartáceas a Pecíolo torcido. Lâmina
coriáceas. Lâmina bulada coriácea. Veias
e margem com dentículos. fortemente proeminentes
Glândulas pontuais na lâmina.
230 e reticuladas. Face
Rara. Platô.
adaxial glabra, face
CUCURBITACEAE

abaxial com pilosidade


densa. Pêlos curtos e
encurvados, deixando a
lâmina com um aspecto
verde mais-claro. Rara.
Ambiente.
309

Helmontia cf. leptantha.


Liana herbácea. Caule
sulcado. Folhas inteiras
a trifolioladas. Folíolos
curtamente peciolados.
Lâmina cartácea. Folíolos
laterais assimétricos, mas
Gurania huebneri. Liana lenhosa. não formam lóbulos como
Ramos e pecíolos sulcados. em Gurania bignoniacea.
Folha 3-5-lóbulos, pecíolo longo, Base dos folíolos
tripartido. Lâmina membranácea, arredondada à levemente
ampla, aparentemente glabra, atenuada. Margem
pêlos nas veias da face adaxial. com dentículos discretos
Lâmina lobada difere-se das esparsos. Rara. Baixio,
outras espécies do agrupamento.
Lóbulos oblongos. Margem com 202
324
dentículos destacados. Nervuras
marginais de primeira ordem na
base. Freqüente.

Lianas
herbáceas

2
a lenhosas.
Lâmina
membranácea Gurania bignoniacea. Liana
a cartácea. herbácea. Caule e ramos
Gavinhas sulcados, pubescentes.
simples. Folha simples ou
trifolioladas. Lâmina
200
membranácea a coriácea,
discolor. Pecíolo
torcido. Folíolos laterais
assimétricos. Lâmina central
com margem obovada,
denticulada. Face abaxial pêlos
longos e curtos. Freqüente. Platô, baixio e
capoeira. Norte da América do Sul.
Gurania cf. brevipedunculata.
Liana herbácea a lenhosa. Caule
com desprendimentos finos,
ramos sulcados. Folha inteira, Gurania eriantha.
única no agrupamento, cartácea, Liana lenhosa. Caule
saindo 3 veias na base. Lâmina lenhoso na base e ramos
oblongo-lanceolada, levemente herbáceos e sulcados.
discolor, verde brilhante na face Ramos e pecíolo com
adaxial. Margem denticulada na pêlos longos. Lâmina
186
região apical. Ocasional. Platô. membranácea à cartácea.
Amazônia Central. 227
Folhas inteiras cordiformes
CUCURBITACEAE

e folhas jovens
trifolioladas, no ápice.
Folíolos densamente
vilosos em ambas as faces.
Rara. Encontrada próxima
à margem de estrada.
Neotropical.
310
Capparaceae
É uma família com aproximadamente 50 e globosos. No campo, a espécie C. aculeata
gêneros e 700 espécies ocorrendo nos Trópicos pode ser confundida com Ertela trifolia
e Subtrópicos de ambos os hemisférios e no (Rutaceae) por apresentar folhas trifolioladas
Mediterrâneo. No Brasil está representada por e ter o mesmo hábito herbáceo, e também
ca. 9 gêneros e 46 espécies. Na Reserva foram com algumas espécies herbáceas do grupo das
encontradas duas espécies. Leguminosae, por causa das folhas alternas e
A família inclui plantas herbáceas, 3-folioladas e do fruto síliqua, que tem aspecto
arbustivas, arbóreas, raramente lianas, semelhante a um legume.
com folhas geralmente alternas, simples a As flores das espécies da Reserva são
palmadamente compostas. As flores são polinizadas por insetos. As sementes são
vistosas, com sépalas e pétalas livres, de dispersas por animais.
coloração verde, amarela, branca, rosa ou Economicamente são utilizadas como
lilás, com gineceu crescendo sobre um ornamentais e na alimentação, como a alcaparra
ginóforo (haste alongada segurando o pistilo). (Capparis spinosa, espécie asiática).
Os frutos são síliquas, bagas, cápsulas ou
drupas.
Cleome aculeata é espécie ruderal
que cresce em áreas abertas e sombreadas,
caracterizada pelo hábito herbáceo, pelos
ramos espinhosos, pelas folhas trifolioladas,
com pecíolos alongados e lâmina levemente
pubescente, com nervuras proeminentes, pelas
flores brancas, erguidas por um curto ginóforo Capparis grandipetala
e envolvidas por brácteas unifolioladas, pelo
fruto síliqua, pelas sementes enegrescidas
com estrias transversais onde se localizam
alguns tricomas, e pelo arilo preso a uma das
partes da semente. Capparis grandipetala tem
hábito arbóreo, apresenta folhas coriáceas,
amareladas, bulada com indumento áspero. As
flores são multi-estaminadas e estão sobre um Cleome aculeata
longo ginóforo. Os frutos são secos, deiscentes

Maguire, B. & Steyermark, J.A. 1989. Capparaceae. Botany of the Guayana Highland,
part XIII. In Mem. N.Y. Bot. Gard., Vol. 51: 115-117.

Cleome aculeata. Capparis grandipetala. Árvore


(Mussambê). Erva ereta. de médio porte. Folhas
Ramos espinhosos. simples, coriáceas, buladas,
Folhas 3-folioladas, verde-amareladas com
longamente pecioladas, indumento áspero. Raro.
com nervuras muito Platô. Norte do Brasil.
proeminentes. Áreas
alteradas, abertas
e sombreadas.
32 320
CAPPARACEAE
311
Ericaceae
A família tem 103 gêneros e mais que 3000 Na Reserva, a única espécie é
espécies incluindo 40 gêneros e 900 espécies hemiepífita, com folhas de venação palmada
neotropicais; é mal representada em florestas e nervuras de ordem superior inconspícuas e
de baixa altitude, ocorrendo nesses locais seiva vermelha ao corte, o que a diferencia de
geralmente em ambientes úmidos como todas as outras famílias de mesmo hábito.
matas de baixio ou campinaranas e próximo
a cursos d’água. Na Reserva é representada
por uma espécie.

Representantes da família são arbustivos


ou às vezes arbóreos, lianas ou hemiepífitas.
As folhas são alternas, raramente opostas
ou verticiladas, geralmente carnosas e com
a venação freqüentemente palmada. A
inflorescência é racemosa, paniculada, ou
as flores são solitárias. As flores têm 4-5(-7)
sépalas, unidas basalmente e persistentes; 4-
5(-7) pétalas, unidas em forma de tubo; 8-10(-
14) estames, muitas vezes com apêndices, e
com anteras poricidas. O ovário é geralmente
ínfero com um estilete e estigma. O fruto é
uma cápsula ou baga.

Psammisia guianensis.
Hemiepífita. Corte do caule
exsudando seiva vermelha.
Com duas glândulas na
base da lâmina. Freqüente.
Baixio e campinarana. Norte
e Ocidente da Amazônia.

93
ERICACEAE
312
Sapotaceae
A família é formada por cerca de 450 espécies bi ou unissexuadas, com 4-12 sépalas, em um
distribuídas em 11 gêneros nos Neotrópicos. ou dois verticilos, livres ou unidos basalmente,
Tem uma ampla distribuição nas regiões 4-12 pétalas, unidas; estames opostos à corola,
tropicais americanas, além do fato de aparecer inseridos na base do tubo, em (1)2-3 verticilos;
sempre com uma alta diversidade em muitos ovário súpero; com um estilete e um estigma,
ambientes, principalmente em florestas úmidas inteiro ou levemente lobado. O fruto é uma
localizadas em regiões de baixa altitude. Um baga. As sementes possuem geralmente uma
exemplo disso é a ocorrência de 78 espécies cicatriz esbranquiçada indicando o local em
na Reserva, distribuídas em 9 gêneros, além que se prendem ao fruto.
de ser muito freqüente em todos os tipos de No campo, látex e folhas agrupadas no
vegetação encontrados no local. ápice dos ramos são diagnósticos para a família.
Espécies de Sapotaceae com folhas opostas
podem ser confundidas com Clusiaceae, mas
esta possui a venação normalmente imersa e
pouco evidente, ou Apocynaceae, cujo látex
branco normalmente aparece de forma muito
mais abundante ao se fazer um pequeno corte
na casca.
Apesar da importância ecológica da
família, pouco se sabe a respeito da polinização
de suas espécies. Manilkara talvez seja
polinizada por morcegos, enquanto nos demais
gêneros se supõe a participação de insetos,
incluindo Thysanoptera. Observações foram
feitas em Pradosia ptychandra, cujas flores
foram vistas sendo visitadas pelo marsupial
Caluromys philander. Na dispersão estão
Chromolucuma rubriflora Pouteria hispida
envolvidos animais que procuram os frutos
As espécies são caracterizadas por para alimentação, especialmente macacos.
serem sempre árvores e pela presença de
látex geralmente branco em todas as partes da
planta. Suas folhas são alternas e espiraladas,
raramente opostas, agrupadas no ápice dos
ramos ou dísticas, nesse caso a venação
geralmente é estriada e paralela (Micropholis,
Manilkara e alguns Chrysophyllum). O
indumento, quando presente, é sempre formado
por pêlos 2-ramificados (malpiguiáceos), às
vezes misturados com pêlos simples, sendo
que a maioria das espécies possui pêlos sésseis Pradosia decipiens Pouteria hispida
com um ramo mais longo que outro. Estípulas
presentes somente em Chromolucuma e Entre os principais usos econômicos de
Ecclinusa, ou às vezes presentes e caducas em espécies da família se encontram a extração
Manilkara. Inflorescência normalmente em de madeiras de alta qualidade, látex para
glomérulos axilares, ramifloros ou caulifloros. fabricação de goma de mascar e algumas
As flores são pequenas, geralmente de cores espécies cultivadas devido a seus frutos
SAPOTACEAE

pouco vistosas (creme, amarela, esverdeada), comestíveis.

Pennington, T.D. 1990. Sapotaceae. Flora Neotropica, Monograph 52.


Pennington, T.D. 1991. The Genera of Sapotaceae. Royal Botanic Gardens, Kew.
313
Corolas brancas a Corolas de cor creme Corolas verdes
branco-esverdeadas Variação total do comprimento Variação total do comprimento
dos pedicelos florais. dos pedicelos florais.
Variação total do comprimento dos
0 25 mm
pedicelos florais. 0 25 mm

Pedicelos de 0-7 mm
1 50 mm Pedicelos de 0-3 mm
Chrysophyllum P. guianensis
Pouteria caimito sanguinolentum ssp. P. hispida
Pedicelos de 1-10 mm Pouteria laevigata
sanguinolentum P. torta
Micropholis williamii
Micropholis trunciflora Pouteria bilocularis
M. mensalis P. gongrijpii
Pouteria cladantha Pouteria
minima
P. cuspidata ssp. dura
P. cuspidata ssp. cuspidata
P. pallens
P. virescens Pedicelos de 2-11 mm
Chrysophyllum sanguinolentum Pouteria
ssp. balata petiolata
Pouteria vernicosa

Chrysophyllum Micropholis
sanguinolentum venulosa
ssp. spurium Pouteria
Micropholis Pouteria rostrata
guyanensis
ssp. duckeana

Pradosia Pradosia
cochlearia decipiens
Micropholis
guyanensis
Pradosia schomburgkiana Pouteria retinervis ssp. guyanensis
ssp. schomburgkiana Pedicelos de 4-25
Chrysophyllum Micropholis
colombianum casiquiarensis
C. manaosense Pouteria platyphylla
C. pomiferum
C. prieurii

Pouteria aff. Pouteria


Pouteria reticulata ambelanifolia eugeniifolia

Pedicelos de 5-15 mm Pedicelos de 4-25 mm


Pouteria Pouteria
Manilkara bidentata manaosensis macrophylla

Corolas vermelhas a
arroseadas
Pouteria Elaeoluma Pradosia verticillata
campanulata nuda Chromolucuma Pouteria venosa
rubriflora ssp. amazonica
Pedicelos de 10-50 mm

Manilkara cavalcantei
Micropholis splendens
Corolas amarelas
Pouteria fimbriata Pouteria filipes P. engleri Pouteria Elaeoluma nuda
P. anomala P. oblanceolata flavilatex
SAPOTACEAE

Pouteria Sarcaulus
peruviensis brasiliensis Chrysophyllum Pouteria opposita Pouteria Pouteria
amazonicum williamii stipulifera
314
Frutos

Chrysophyllum Pouteria virescens Elaeoluma nuda Pouteria fimbriata Pouteria platyphylla


pomiferum

Chrysophyllum Pouteria hispida Pouteria cuspidata Pouteria reticulata Micropholis williamii


sparsiflorum ssp. dura

Micropholis Pouteria Pouteria Pouteria stipulifera


venulosa anomala laevigata

Pouteria freitasii Pouteria opposita Ecclinusa guianensis Pouteria durlandii

Pouteria minima Pouteria laevigata Pouteria reticulata Pouteria erythrochrysa

Pouteria filipes Pouteria rostrata Pradosia decipiens Pouteria maxima Pouteria campanulata
SAPOTACEAE

Sarcaulus Pouteria freitasii Pouteria manaosensis Pradosia cochlearia ssp. praealta


brasiliensis
315
FOLHAS ALTERNAS E DÍSTICAS

3 ESTÍPULAS
PRESENTES

1 Veias secundárias
paralelas, dando um
aspecto estriado a
folha.
Venação secundária
sem aspecto estriado.
2
FOLHAS OPOSTAS, VERTICILADAS OU ESPIRALADAS

5 6
Folhas espiraladas e Folhas opostas ou verticiladas
ritidoma ou suas cicatrizes e/ou ritidoma alaranjado,
alaranjadas. ou deixando cicatrizes
alaranjadas, estas geralmente
circulares.

FOLHAS ESPIRALADAS

Ritidoma fissurado Ritidoma liso, estriado ou escamoso

Venação eucampdódroma

4 Folhas com pontuações na


face inferior

7
Folhas glabras, às vezes com
algum resíduo de indumento
na nervura principal. Pecíolo Folhas glabras
geralmente não canaliculado.

10
Venação geralmente
eucampdódroma. Pecíolo
canaliculado.

8 Folhas pilosas. Pecíolo


geralmente não canaliculado.

12 Venação
eucampdódroma
ou broquidódroma.
Pecíolo não

13
canaliculado.

9
Venação
eucampdódroma ou
broquidódroma.

Folhas pilosas

14
Venação geralmente
Venação broquidódroma eucampdódroma.
Pecíolo canaliculado.
SAPOTACEAE

11
Pecíolo geralmente
canaliculado.
Venação eucampdódroma.
Pecíolo não canaliculado.
15
316

Micropholis guyanensis Micropholis guyanensis ssp.


ssp. duckeana. (Balata- guyanensis. (Balata-brava,
rosadinha). Árvore de dossel. maparajuba). Árvore de dossel
Sapopemas. Folhas ferrugíneas com sapopemas. Folhas
ou douradas inferiormente, douradas ou cor de bronze
geralmente maiores que 15 inferiormente, geralmente
cm, largo elípticas ou largo menores que 15 cm, estreito
oblongo-elíptica; venação
elíptica ou oblanceolada; venação
broquidódroma; nervura central
broquidódroma; nervura central
geralmente impressa; nervuras
secundárias 15-30. Freqüente. geralmente impressa; nervuras
156 97 secundárias 15-30. Freqüente.
Todos os ambientes. Norte da
América do Sul. Todos os ambientes. Neotropical.

Folhas geralmente alternas e


dísticas nos ramos horizontais,

1
às vezes espiraladas. Veias
secundárias paralelas, geralmente
Micropholis cylindricocarpa. não diferenciadas em relação as
Árvore de sub-bosque. de ordem superior, dando um
Base acanalada. Venação aspecto estriado a folha (tipo
broquidódroma; veia marginal Clusia).
presente. nervura central
impressa; nervuras secundárias
indistintas das de ordem
superior. Rara. Vertente.
Amazônia Peruana até
84
Amazônia Central.

Micropholis casiquiarensis. Micropholis mensalis.


(Abiurana). Árvore de dossel com (Abiurana-goiabinha). Árvore
sapopemas. Folha com aspecto de dossel. Base reta ou com
muito estriado; venação sapopemas. Folha com
broquidódroma; nervura aspecto muito estriado;
central achatada ou levemente venação broquidódroma;
proeminente; secundárias nervura central achatada
numerosas, terciárias paralelas ou impressa; secundárias
as secundárias, só visíveis com numerosas, levemente
lentes. Ocasional. Platô e mais evidentes que as
vertente. Sul da Venezuela e intersecundárias e terciárias.
Amazônia Central. 149 Rara. Platô e vertente.
105 Guianas e Amazônia Central.
SAPOTACEAE
317

Micropholis williamii. Micropholis splendens.


(Balata-brava). Árvore de Árvores de dossel. Sapopemas.
dossel. Base dilatada ou Folhas ferrugíneas e
com sapopemas. Venação brilhantes inferiormente;
broquidódroma; nervura venação craspedódroma;
central impressa; nervuras margem levemente revoluta;
secundárias 20-45, nervura central levemente
proeminentes inferiormente. proeminente, ás vezes
Freqüente. Platô e vertente. rebaixada. Rara. Sudeste da
Amazônia Central e Pará. 261 Venezuela e Amazônia.
154

Látex branco.

Micropholis venulosa. (Mulungu,


rosada-verde). Árvore de
dossel. Base reta, acanalada
ou com sapopemas. Venação
Látex de outras cores. craspedódroma ou broquidódroma;
nervura central achatada ou
levemente erguida; secundárias
distintas das demais somente com
o uso de lentes. Freqüente. Platô
e Baixio. Sul do Panamá até Peru e 58
Amazônia brasileira.

Micropholis trunciflora. (Abiurana).


Árvore de dossel. Base reta, com
sapopemas ou raízes escoras.
Folha com aspecto muito
estriado; venação broquidódroma
ou craspedódroma; nervura Micropholis acutangula.
central impressa; secundárias, Árvore de sub-bosque.
intersecundárias e terciárias Venação broquidódroma;
indistintas. Ocasional. Platô nervura central
e vertente. Amazônia Central e achatada ou levemente
Ocidental, e Peru. proeminente; secundárias
e terciárias finamente
estriadas, proeminentes.
Rara. Guiana Francesa
SAPOTACEAE

e Amazônia Central e
Oriental.

98
318

Chrysophyllum sparsiflorum. Sarcaulus brasiliensis ssp.


(Mangabarana). Árvore de brasiliensis. (Guajará). Árvore de
dossel. Base acanalada. dossel com base reta. Venação
Venação eucampdódroma a eucampdódroma a broquidódroma;
broquidódroma; nervura central
nervura central achatada
levemente impressa; secundárias
ou levemente proeminente;
11-16, intersecundárias longas,
terciárias poucas, formando secundárias 8-12, intersecundárias
retículo aberto. Ocasional. Platô curtas a moderadamente longa,
e capoeira. Norte da Venezuela, terciárias formando retículo
166 Guianas até Amazônia e Bolívia. 99 aberto. Ocasional. Platô e vertente.
Neotropical.

2 Folhas alternas e dísticas, às


vezes espiralada. Venação sem
aspecto estriado.

Chromolucuma rubriflora. (Maia,


sapota-brava). Árvore de dossel.

3
Sapopemas. Látex amarelo.
Estípula 2-4 cm deixando cicatriz Estípulas presentes, se caducas,
nas laterais do pecíolo, com um deixando uma cicatriz bem
pequeno tufo cônico de pêlos.
Venação eucampdódroma; nervura
visível.
central da folha achatada ou
levemente impressa superiormente;
intersecundárias curtas ou ausentes.
Freqüente. Baixio. Amazônia
351 Central e Sul da Venezuela.
• Variações em Ecclinusa guianensis

• Ecclinusa guianensis. "forma • Ecclinusa guianensis.


A". (Abiurana-bacuri, abiurana- "forma B". Na Reserva a
caju). Base reta. Látex espécie tem apresentado duas
branco. Estípulas 4-9 mm. formas: (A) uma de árvores até
Venação eucampdódroma a
12 m, folhas oblanceoladas,
broquidódroma; nervura central
ocorrendo em baixio e outra
impressa ou proeminente;
nervuras secundárias (12-)14- (B) com árvores de grande
30; inter-secundárias ausentes. porte, muitas vezes emergentes,
Freqüente. Todos os ambientes, folhas lanceoladas e estreitas,
exceto campinarana. Norte da 164 ocorrendo em platô e vertente.
América do Sul.
SAPOTACEAE
319

Pouteria rostrata. Árvore de Pradosia verticillata. Árvore


dossel com sapopemas. Venação de dossel com sapopemas.
eucampdódroma; nervura Venação eucampdódroma;
central achatada a levemente nervura central impressa;
proeminente; secundárias 13- secundárias 23-26,
18, intersecundárias medianas intersecundárias ausentes,
a longas, terciárias reticuladas, terciárias oblíquas, numerosas.
quaternárias formando retículo Ocasional. Vertente. Guiana
conspícuo em ambas as faces. Francesa e Amazônia Central.
Freqüente. Platô e vertente. 271
222
Amazônia.

Folhas espiraladas e com

4
pontuações na face inferior.
Ritidoma liso, estriado ou
escamoso. Venação geralmente
eucampdódroma. Pecíolo não
canaliculado.

Pradosia decipiens. Árvores


de dossel. Sapopemas e
raízes superficiais. Venação

5
eucampdódroma; nervura
central proeminente;
Folhas espiraladas e ritidoma ou
secundárias 11-14,
suas cicatrizes alaranjadas.
intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas, obscuras
e numerosas. Ocasional.
Baixio. Amazônia Central. 157

Pouteria platyphylla. (Abiurana-


RITIDOMA EM SAPOTACEAE vermelha). Árvore de médio porte.
Base acanalada ou sapopemas.
Sapotaceae está entre as famílias com grande número de Folhas buladas; venação
espécies na Reserva onde o ritidoma e a casca interna é de eucampdódroma e broquidódroma
importância diagnóstica a nível específico, salvo algumas na metade superior; margem
exceções. Características como espessura da casca viva, cor levemente revoluta; nervura central
proeminente, mas rebaixada;
do ritidoma, cor do látex, tipo de ritidoma (fissurado, escamoso,
intersecundárias curtas ou ausentes,
liso, sulcado, reticulado, etc.) além de outras, são geralmente terciárias oblíquas a reticuladas,
típicos de determinada espécie. Ao se tentar identificar uma fortemente proeminentes inferiormente.
Sapotaceae, essas características devem ser cuidadosamente Ocasional. Platô e vertente. Amazônia
examinadas, o que facilitará muito a utilização do guia brasileira e peruana.
para a família. Isso se aplica também quando se faz uma
coleta de material para posterior identificação, nesse caso
SAPOTACEAE

anotações minuciosas das características observadas devem


ser feitas, mesmo que seja material estéril, que não será
incorporado a um herbário. Muitas vezes, observações de
campo aparentemente sem importância, trazem informações
preciosas a respeito da entidade biológica com a qual
trabalhamos, o que dará maior precisão ao nosso trabalho
e permitirá uma melhor delimitação das espécies, trabalho
esse realizado pelos taxonomistas.
320

Pradosia cochlearia ssp. Pradosia schomburgkiana


praealta. (Casca-doce). Árvore ssp. schomburgkiana. (Pau-
de dossel, às vezes emergente, doce). Árvore de dossel.
Base acanalada, digitada
com sapopemas. Casca
ou com sapopemas. Casca
internamente adocicada. internamente adocicada.
Venação eucampdódroma; Venação eucampdódroma
nervura central proeminente; a broquidódroma; nervura
secundárias 10-12, terciárias central achatada; secundárias
finas, poucas e perpendiculares. 14-22, intersecundárias longas,
91 alcançando a margem, terciárias
Ocasional. Vertente e baixio. reticuladas. Freqüente. Campinarana.
113
Amazônia brasileira. Norte da América do Sul.

Folhas opostas ou verticiladas.


Ritidoma ou cicatrizes alaranjados.

6
Folhas opostas ou verticiladas
e/ou ritidoma alaranjado, ou
Pouteria eugeniifolia. (Batinga). deixando cicatrizes alaranjadas,
Árvore de dossel com sapopemas. estas geralmente circulares.
Venação eucampdódroma
ou broquidódroma; nervura
central achatada ou levemente
impressa; secundárias 15-22,
intersecundárias longas, terciárias
obscuras, reticuladas e quase Folhas opostas. Ritidoma sem áreas
paraleleas as secundárias. alaranjadas.
Ocasional. Platô e vertente. Costa
pacífica da Colômbia, Venezuela,
112
Guianas e Amazônia brasileira.

Pouteria opposita. (Caramuri). Pouteria aff. latianthera.


Árvore de dossel. Sapopemas. Árvore de dossel.
Venação eucampdódroma; Sapopemas. Venação
nervura central levemente broquidódroma; nervura
central proeminente;
proeminente; secundárias
secundárias 8-10 pares,
12-13, intersecundárias
intersecundárias curtas
curtas ou ausentes, terciárias a ausentes, terciárias
obscuras, principalmente perpendiculares e paralelas.
perpendiculares. Ocasional. Ocasional. Baixio.
224 Vertente. Amazônia brasileira 51
SAPOTACEAE
321

Pouteria bilocularis. Pouteria oblanceolata. (Abiu).


(Abiurana). Árvore de Árvore de dossel. Base digitada
dossel. Base acanalada, ou com sapopemas. Nervura
digitada ou com sapopemas. central proeminente; secundária
Nervura central levemente 7-10, intersecundárias ausentes,
proeminente; secundárias 7-11, terciárias oblíquas. Rara.
intersecundárias moderadas Campinarana. Amazônia e
a longas, terciárias paralelas Guianas.
as secundárias, reticuladas e
conspícuas. Ocasional. Vertente. 171 182
Noroeste da América do Sul.

Folhas espiraladas e lâminas


glabras, às vezes com algum

7
resíduo de indumento na
nervura principal. Ritidoma
fissurado. Venação Pouteria minima. Árvore
eucampdódroma. Pecíolo de dossel. Base reta ou
geralmente não canaliculado. com sapopemas. Nervura
(Ver também grupo 9). central levemente
proeminente; secundárias 7-
9, intersecundárias ausentes,
terciárias horizontais,
quaternárias reticuladas.
Freqüente. Vertente.
Noroeste e centro da 126
Amazônia.

Pouteria aff. gardneri. Árvore Chrysophyllum amazonicum.


de médio porte. Sapopemas (Abiurana). Árvore de dossel.
ou base reta. Lâmina glauca Sapopemas presentes ou não.
na face inferior; nervura Nervura central levemente
central achatada ou levemente proeminente; secundárias
proeminente; secundárias 9-13(-16), intersecundárias
8-14 pares, intersecundárias ausentes, terciárias oblíquas a
ausentes, terciárias oblíquas. horizontais, numerosas e paralelas,
Rara. Platô. Região de quaternárias às vezes visíveis,
Manaus. 192 reticuladas. Freqüente. Vertente.
160
Amazônia.
SAPOTACEAE
322

Pouteria engleri. Árvore Pouteria manaosensis. (Cucutiriba-


de dossel com sapopemas. folha-peluda). Árvore de dossel.
Nervura central levemente Base reta a acanalada. Nervura
proeminente; secundárias central levemente proeminente,
6-11, intersecundárias mas rebaixada; secundárias 19-
variáveis em comprimento, ou 26, intersecundárias ausentes,
ausentes, terciárias geralmente terciárias oblíquas, quaternárias
perpendiculares. Ocasional. formando retículo visível na
Vertente e baixio. Amazônia face superior. Ocasional. Platô
237
198
Central e Guianas. e vertente. Suriname, Amazônia
Central e Oriental.

8
Folhas espiraladas e pilosas.
Ritidoma fissurado. Venação
eucampdódroma. Pecíolo
geralmente não canaliculado.
Chrysophyllum manaosense.
(veja também grupo 9).
Árvore de dossel. Base reta,
acanalada, ou com sapopemas.
Veia marginal fina presente;
nervura central ligeiramente
proeminente; secundárias 16-
32, intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas, numerosas
e paralelas. Freqüente. Platô,
vertente e campinarana. Amazônia
Ocidental e Central, e Suriname.

Chrysophyllum prieurii. (Castanha- Chrysophyllum colombianum.


vermelha, massaranduba). Árvore de porte médio, também
Árvore de dossel. Sapopemas, atingindo o dossel. Base reta,
prolongadas em raiz superficial. acanalada ou com sapopemas.
Nervura central levemente Nervura central ligeiramente
proeminente; secundárias 7- proeminente; secundárias 13-21,
14, intersecundárias ausentes, intersecundárias ausentes, terciárias
terciárias horizontais, raramente oblíquas a horizontais, numerosas
oblíquas, numerosas e próximas. e próximas. Ocasional. Platô,
191 Freqüente. Platô e vertente. Panamá 235 vertente e campinarana. Costa Rica,
e Norte da América do Sul. Colômbia e Amazônia Central.
SAPOTACEAE
323

Pouteria freitasii. Árvore Pouteria filipes. Árvore de


de dossel. Base acanalada; dossel com sapopemas. Nervura
nervura central impressa; central achatada; secundárias
secundárias cerca de 12, 10-17(-19), intersecundárias
intersecundárias curtas ou geralmente ausentes, terciárias
ausentes, terciárias oblíquas. oblíquas a horizontais,
Rara. Vertente. Amazônia numerosas, quaternárias
Central. formando retículo. Freqüente.
Vertente. Sul da América
161 Central e norte da América do 114
Sul.

Pouteria macrophylla. (Acará-


uba). Árvore de dossel. Base reta,
acanalada ou com sapopemas.
Margem revoluta. Nervura central
achatada ou levemente proeminente;
secundárias 10-18, intersecundárias
ausentes, terciárias horizontais a
oblíquas, freqüentemente obscuras,
quaternárias formando retículo visível
na face superior. Freqüente. Platô e
vertente. Norte da América do Sul e
costa brasileira. 136

Pouteria pallens. Árvore de Pouteria maxima. Árvore de


dossel. Base acanalada ou dossel. Sapopemas. Nervura
com pequenas sapopemas. central proeminente a
Nervura central proeminente plana; secundárias 12-14,
e arredondada na face intersecundárias curtas
superior; secundárias 13-15, a moderadas, terciárias
intersecundárias ausentes, oblíquas, quaternárias
terciárias oblíquas. Ocasional. reticuladas. Ocasional.
Platô. Amazônia e Guiana Platô e campinarana.
Francesa. Guiana Francesa e Amazônia
299
Central.
SAPOTACEAE
324

Pouteria durlandii. Árvore Pouteria aff. ambelaniifolia. Árvore


de dossel com sapopemas. de dossel com sapopemas. Folhas
Venação eucampdódroma espiraladas a subopostas; venação
ou broquidódroma. Nervura eucampdódroma a broquidódroma;
central achatada ou levemente margem freqüentemente revoluta.
proeminente; secundárias 9- Nervura central geralmente
12, intersecundárias curtas a levemente proeminente, mas
medianas, terciárias horizontais rebaixada; secundárias 7-23,
a reticuladas. Ocasional. Platô intersecundárias moderadas a
144
197 e vertente. Amazônia Central e longas, terciárias obscuras, paralelas às
Peru. secundárias. Rara. Vertente. Amazônia.

Folhas espiraladas a subopostas.

Pouteria guianensis. (Abiurana-


casca-fina, abiurana-gigante).
Árvore de dossel. Base
variável. Nervura central
levemente proeminente, mas
9 Ritidoma fissurado. Venação
eucampdódroma ou
broquidódroma.

rebaixada; secundárias 13-22,


intersecundárias pobremente
desenvolvidas ou ausentes,
terciárias oblíquas, quaternárias • Variações em Pouteria caimito.
reticuladas. Freqüente. Platô e
vertente. Norte da América do
264
Sul e costa brasileira.

• Pouteria caimito. (Abiurana-


aquariquara). Árvore de porte médio
ou de dossel. Base acanalada,
digitada ou com sapopemas.
Nervura central achatada ou
levemente levantada; secundárias
8-13(-16), intersecundárias curtas
ou longas, ou ausentes, terciárias • Pouteria caimito. As
poucas, oblíquas a reticuladas, duas formas se separam
quaternárias formando fino retículo principalmente pelo
118 conspícuo (visto com lentes).
indumento formado
Freqüente. Vertente. Neotropical.
por pêlos densamente
adpressos nas partes
jovens encontrado
na forma típica, e um
SAPOTACEAE

indumento menos denso


da forma atípica.

125
325

Pouteria torta ssp. glabra. Pouteria fimbriata. Árvore


(Abiurana-carnazal). Árvore de de dossel. Sapopemas
dossel. Sapopemas. Nervura presentes ou não. Nervura
central achatada ou levemente central levemente
proeminente, às vezes rebaixada; proeminente; secundárias
secundárias 17-39, intersecundárias 8-11, intersecundárias
curtas ou ausentes, terciárias ausentes, terciárias oblíquas a
oblíquas, freqüentemente próximas horizontais, numerosas, finas.
e numerosas, quaternárias finamente Ocasional. Platô e vertente.
reticuladas. Ocasional. Platô. Norte 322 Amazônia. 191
da América do Sul.

Venação geralmente eucampdódroma.

Folhas espiraladas e glabras.

10
Ritidoma liso, estriado
ou escamoso. Venação
geralmente eucampdódroma. Pouteria venosa ssp. amazonica.
Pecíolo canaliculado. (Cutiriba-do-amarelo, cutitiriba-
rana). Árvore de dossel. Base
variável. Nervura central levemente
proeminente, mas rebaixada;
secundárias 8-14, intersecundárias
geralmente ausentes, terciárias
Venação broquidódroma. oblíquas, não proeminentes,
quaternárias geralmente formando
fino retículo. Ocasional. Todos os
151
ambientes. Guianas, Amazônia e costa
brasileira.
Elaeoluma nuda. Árvore de Pouteria stipulifera. Árvore
dossel. Base acanalada ou de dossel com sapopemas.
com sapopemas. Nervura Com pequenas estípulas
central ligeiramente caducas. Nervura central
proeminente; secundárias ligeiramente proeminente na
12-14, intersecundárias face superior; secundárias
presentes, quase alcançando cerca de 6, intersecundárias
a margem, terciárias oblíquas. medianas a longas, terciárias
Rara. Baixio. Amazônia reticuladas. Rara. Platô e
Central. 170 vertente. Amazônia Central. 70
SAPOTACEAE
326

Manilkara bidentata. Pouteria virescens.


(Massaranduba). Árvore de (Abiurana). Árvore de
dossel. Base reta ou sapopemas. dossel com sapopemas.
Estípulas presentes ou ausentes. Venação principalmente
Nervura central proeminente, broquidódroma. Margem
mas rebaixada, secundárias (10- levemente revoluta. Nervura
)12-25, intersecundárias longas, central achatada ou levemente
terciárias reticuladas, obscuras, proeminente; secundárias 7-12,
quaternárias finamente
intersecundárias moderadas a
areoladas, obscuras. Freqüente.
longas, terciárias reticuladas, laxas.
Todos os ambientes. Sul da 168
América Central e Norte da Ocasional. Vertente. Guianas e
131 América do Sul. Amazônia Central.

Terciárias reticuladas.

Pouteria aff. elegans.


(Cajurana, caramuri).
Árvore de dossel. Margem
Folhas espiraladas. Ritidoma

11
levemente revoluta.
fissurado. Venação
Nervura central impressa;
secundárias 11-20,
broquidódroma. Pecíolo
intersecundárias longas, geralmente canaliculado. (Veja
quase atingindo a margem, também grupo 9).
freqüentemente obscuras,
terciárias paralelas às
secundárias, obscuras.
Rara.
Terciárias paralelas ou oblíquas às
128 secundárias.

Pouteria cuspidata ssp. cuspidata. Pouteria cuspidata ssp. dura.


(Abiurana-matá-matá). Árvore de (Abiurana-arana). Árvore de
dossel. Base reta, acanalada ou
dossel. Face inferior da folha
com sapopemas. Face inferior
não glauca. Secundárias
da folha glauca; margem às
vezes revoluta. Nervura central impressas em ambas as faces.
levemente proeminente; secundárias Freqüente. Platô, vertente
10-20, planas na face inferior, e campinarana. Panamá e
intersecundárias quase até a margem, Noroeste da América do Sul.
terciárias paralelas a secundárias,
obscuras. Rara. Vertente. Noroeste
110 102
da América do Sul.
SAPOTACEAE
327

Pouteria anomala. (Abiurana-


roxa). Árvore de porte médio
• Pouteria reticulata.
(Abiurana-cascuda). Árvore
até emergente. Base acanalada de dossel. Base acanalada
ou com sapopemas. Nervura ou com sapopemas. Nervura
central levemente proeminente; central proeminente na face
secundárias 15-20, intersecundárias superior; secundárias 9-13 pares;
longas, quase até a margem, intersecundárias geralmente
terciárias reticuladas e algumas curtas; terciárias reticuladas; veias
horizontais. Freqüente. Platô de ordem superior areoladas
e vertente. Sul da Venezuela e em ambas as faces. Freqüente. 137
Amazônia brasileira. 116
Todos os ambientes. Neotropical.

Folhas espiraladas e glabras.


Ritidoma liso, estriado

12 ou escamoso. Venação
eucampdódroma ou
broquidódroma próximo ao
ápice da folha. Pecíolo não
canaliculado.
• Pouteria
reticulata. Árvore
de dossel. Folhas
coriáceas com a base
arredondada.
• Complexo P. reticulata: três formas podem
ser reconhecidas na Reserva.

96

Manilkara cavalcantei.
(Massaranduba-folha-miúda).
• Pouteria reticulata.
Árvore de dossel. Nervuras
Base reta, digitada ou com
secundárias quase em
sapopemas. Veia marginal
presente. Nervura central ângulo reto com a nervura
impressa. Secundárias central, intersecundárias
16-20, intersecundárias longas e numerosas;
longas, terciárias paralelas as aréolos formado pelas veias
secundárias e descendentes da de ordem superior não
margem. Ocasional. Platô. proeminentes.
Amazonas e Pará. 66
87
SAPOTACEAE
328

Pouteria vernicosa. (Abiurana). Pouteria laevigata. (Abiurana-


Árvore de dossel. Base da-casca-grossa, caucho).
reta, digitada, ou com Árvore de dossel. Base reta.
sapopemas. Nervura central Nervura central levemente
levemente proeminente,
proeminente; secundárias
arredondada; secundárias 9-
9-13, intersecundárias curtas
12, intersecundárias curtas a
medianas, terciárias poucas ou a longas, terciárias formando
ausentes, reticuladas, quaternárias retículo aberto. Ocasional.
areoladas, só visíveis com lentes. Platô e campinarana.
Freqüente. Platô e campinarana. 131 Amazônia.
149
Amazônia Ocidental.

Folhas espiraladas e glabras.

13
Ritidoma liso, estriado
ou escamoso. Venação
eucampdódroma ou
broquidódroma. Pecíolo não
canaliculado.
Pouteria campanulata. Árvore
de dossel. Base dilatada ou com
sapopemas. Margem muitas
vezes revoluta. Nervura
central achatada ou levemente
proeminente; secundária 10- Venação eucampdódroma.
23, intersecundárias curtas ou
ausentes, terciárias oblíquas,
300
quaternárias formando retículo fino
e areolado. Freqüente. Platô e
vertente. Amazônia.

Pouteria peruviensis. Pouteria retinervis. (Abiurana-


Árvore de dossel. Base grande). Árvore de dossel. Base
acanalada. Nervura central reta. Nervura central levemente
achatada ou ligeiramente proeminente; secundárias 11-
proeminente; secundárias 16, intersecundárias presentes
9-12, intersecundárias ou não, terciárias oblíqüas,
curtas, terciárias espaçadas, quaternárias
horizontais a reticuladas. conspícuas, formando retículo
Rara. Vertente e baixio. em ambas as faces. Freqüente.
119 Amazônia peruana e Vertente. Guiana Francesa e
216
Amazônia.
SAPOTACEAE
329
GALHAS EM PRADOSIA

Pouteria williamii. Galha em folha de


(Abiurana). Árvore de dossel Pradosia decipiens.
com sapopemas. Nervura
central achatada a levemente
Galha encontrada em
proeminente; secundárias
folhas de Pradosia
8-12, intersecundárias
cochlearia ssp. praealta,
moderadas a longas, terciárias
ou mais comumente a
formando retículo laxo. Rara.
cicatriz deixada por ela.
Baixio. Guiana Francesa a
136
Amazônia Central.

Venação geralmente broquidódroma.


Pouteria cladantha.
(Abiurana-seca). Árvore de
dossel com sapopemas.
Margem freqüentemente
revoluta. Nervura central
proeminente, arredondada
em secção; secundárias 9-15,
intersecundárias geralmente bem
desenvolvidas, terciárias obscuras,
reticuladas ou tendendo a serem
paralelas as secundárias. Rara.
99
Platô e vertente. Amazônia e
Guianas.
Pouteria aff. cuspidata. Chrysophyllum pomiferum.
Árvore de dossel com (Abiurana). Árvore de dossel.
sapopemas. Face inferior Base acanalada, até com
da folha glauca; margem grandes sapopemas. Nervura
revoluta. Nervura central central achatada ou levemente
proeminente; secundárias proeminente; secundárias
obscuras. Rara. Vertente. 7-10, intersecundárias curtas
Amazônia Central. a longas, terciárias formando
retículo laxo. Ocasional.
50 Vertente. Norte da América do 72
Sul.
SAPOTACEAE
330

• Pouteria hispida. (Abiurana-braba). • Pouteria hispida. As


Apresenta duas formas distintas. duas formas se separam
Árvore de porte médio até o principalmente pelas seguintes
dossel. Base reta, com sapopemas
características: a primeira pela
ou raíz escora. Venação eu-
a broquidódroma. Nervura presença de folhas maiores
central levemente proeminente; com um ápice atenuado e o
intersecundárias curtas a ausentes, indumento formado por pêlos
terciárias oblíquas e conspícuas, eretos e bi-ramificados; e a
ou obscura e não distinta do retículo segunda pelas folhas menores de
quaternário. Freqüente. Platô e 90
126 vertente. Sul da América Central e ápice arredondado e indumento
Norte da América do Sul. de pêlos adpressos.

• Variação em Pouteria hispida.

Folhas espiraladas e pilosas

Pouteria flavilatex. Árvore de


dossel. Látex amarelo. Base reta
ou com sapopemas. Nervura
14 na face inferior. Ritidoma
liso, estriado ou escamoso.
Venação geralmente
eucampdódroma. Pecíolo
canaliculado.
central achatada a levemente
impressa; secundárias 12-21,
intersecundárias curtas a longas,
ou ausentes, terciárias reticuladas
e oblíquas, quaternárias
reticuladas. Freqüente. Vertente.
169 Amazônia Central e Oriental.

Pouteria erythrochrysa.
Árvore de dossel. Base reta
ou com sapopemas. Nervura
central impressa; secundárias
12-16, intersecundárias
ausentes, terciárias oblíquas. Pouteria gongrijpii. (Abiu).
Rara. Vertente. Amazônia Árvore de dossel com
Central. sapopemas. Venação
eucampdódroma. Secundárias
8-13, intersecundárias curtas
182 a quase longas, terciárias
reticuladas, largamente
espaçadas, poucas,
quaternárias formando fino
SAPOTACEAE

retículo, visível na face


inferior ou ambos lados.
Rara. Vertente e capoeira.
Venezuela, Suriname e Norte
do Brasil.
210
331

Chrysophyllum ucuquirana- Chrysophyllum sanguinolentum


branca. (Coquirana-branca). ssp. balata. (Coquirana, balata).
Árvore de dossel. Base Árvore de dossel. Base variável.
variável. Folhas densamente Folha pubérula na face
tomentoso-ferrugíneo na inferior, pêlos densos e finos,
face inferior, pêlos curtos e ferrugíneos ou esbranquiçados.
crespos. Secundárias 17-18, Intersecundárias ausentes,
intersecundárias ausentes, terciárias oblíquas, paralelas,
terciárias oblíquas, numerosas,
numerosas, quaternárias formando
proeminentes. Freqüente. Platô e
aréolos muitas vezes visíveis.
vertente. Amazônia Central e Norte 249
até sul da Venezuela. Freqüente. Todos os ambientes. 251
Norte da América do Sul.

Nervura central impressa na face


superior.

Folhas espiraladas e pilosas

15 na face inferior. Ritidoma


liso, estriado ou escamoso.
Venação eucampdódroma.
Pecíolo não canaliculado.
Chrysophyllum sanguinolentum
ssp. spurium. (Balata-brava,
ucuquirana). Árvore de dossel.
Base variável. Folha glabra na
face inferior. Pecíolo em geral
2-4 cm comp. Secundárias 8-
21, intersecundárias ausentes,
Nervura central proeminente na face terciárias oblíquas, paralelas,
superior. numerosas, quaternárias
formando aréolos as vezes
visíveis. Freqüente. Todos os
ambientes. Norte da América 191
do Sul.
Pouteria petiolata. (Abiurana-
cutiti). Árvore de médio porte.
Base reta a digitada. Secundárias
12-14, intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas a horizontais.
Rara. Vertente. Amazônia
Central e Oriental Chrysophyllum sanguinolentum
ssp. sanguinolentum. Árvore
de dossel. Folha glabra
206 na face inferior. Pecíolo
geralmente menor que 2 cm
comp. Secundárias 8-21,
intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas, paralelas,
SAPOTACEAE

numerosas, quaternárias
formando aréolos as vezes
visíveis. Rara. Vertente.
Amazônia e Guianas.

201
332
Ebenaceae
A família tem aproximadamente 500 espécies Existem poucos estudos sobre a biologia
em 2 gêneros, Diospyros e Euclea. Euclea está floral da família, mas observações preliminares
restrita à África, com 12 espécies. Diospyros mostram que algumas espécies são noturnas.
tem uma distribuição pantropical (regiões Em uma espécie foi observado que o odor das
tropicais e subtropicais), sendo representada flores é mais intenso ao entardecer e a corola
por 94 espécies na África continental, 100 em cai logo ao amanhecer. Em outra espécie
Madagáscar, cerca de 200 na Ásia tropical e as flores emanam um leve odor de baunilha
no Pacífico, e aproximadamente 80 espécies
na América, das quais 35 na Amazônia.
Apenas algumas espécies ocorrem em regiões G G
temperadas. Na Reserva ocorrem 7 espécies.

Diospyros vestita

E G

Diospyros bullata

Vegetativamente pode ser confundida Diospyros guianensis


com Dichapetalaceae pelas folhas alternas e
coriáceas, mas exibe característica marcante no
campo. Apresenta glândulas evidentes na face
E
abaxial das folhas, irregularmente distribuídas
ao longo da nervura central ou na base da
lâmina (menos freqüentemente próximo da
margem da lâmina ou no ápice), geralmente
em pares.
Diospyros carbonaria Diospyros manausensis
São árvores, arvoretas e arbustos
dióicos com folhas simples, alternas, inteiras,
sem estípulas, com cerne negro. As flores G
estão dispostas em cimos axilares, às vezes
ramifloras, caulifloras ou solitárias. São
unissexuais, com rudimentos de cada sexo
quase sempre presentes. As flores femininas
são geralmente maiores e menos numerosas
por inflorescência do que as masculinas. A cor
Diospyros capreifolia
das flores varia de brancas a levemente rosadas
ou creme-esverdeadas. O fruto é uma baga
globosa a ovóide, pilosa ou glabra, rugosa a E G
lisa. O cálice é acrescente, uma característica
marcante em Diospyros com lobos acuminados
EBENACEAE

ou arredondados, envolvendo o fruto apenas


no ápice ou até a metade do fruto. Contém até
16 sementes quase sempre envoltas em uma
polpa adocicada e gelatinosa.
Diospyros cavalcantei
333
e são visitadas por abelhas pela manhã. O como ébano, são de alta qualidade e usadas
gênero Diospyros apresenta uma grande para várias finalidades. As espécies mais
variação quanto ao tipo de corola, indicando procuradas em alguns países asiáticos já se
uma possível diversidade em polinizadores. A encontram em estado de extinção devido
dispersão é por animais. Os frutos produzem a sua grande demanda. Algumas espécies
uma polpa adocicada, atraente a mamíferos; produzem frutos comestíveis, o mais
macacos-prego já foram observados comendo conhecido é Diospyros kaki, o caqui, que é
os frutos. cultivado mundialmente. Outras espécies
O valor econômico da família em são usadas ainda como veneno para peixes
nível mundial é alto. A madeira das espécies (D. guianensis na Guiana francesa) e para
encontradas na África e na Ásia, conhecida diversos fins medicinais (Ásia).

Cavalcante, P.B. 1963. Contribuição ao Conhecimento do Gênero Diospyros Dalech.


(Ebenaceae) na Amazônia. Bol. Mus. Par. Em. Goeldi, Botanica 20: 1-53.
Sothers, C. A. & Berry, P. 1998. Ebenaceae. (eds). Flora of the Venezuelan Guayana, 4:
704-712.

1 Lâmina elíptica,glabra ou com


pêlos finos adpressos na face
abaxial. Diospyros manausensis.
Arvoreta. Ritidoma negro,
ligeiramente fissurado. Lâmina
cartácea, glabra com exceção
da nervura central; glândulas ao
longo dos dois lados da nervura
central. Rara. Platô. Arredores
de Manaus.

113

Diospyros guianensis. Árvore. Diospyros carbonaria.


Ritidoma marrom-negro, com Árvore. Ritidoma marrom-
sulcos superficiais. Lâmina negro, liso com lenticelas
estrigosa a glabrescente, com dispersas, esbranquiçadas.
glândulas evidentes na base, Lâmina cartácea,
abaxialmente; superfície leve serícea na face
levemente bulada; base abaxial. Nervura central
revoluta. Ocasional. Platô e proeminente, secundárias
vertente. Guianas, Venezuela, broquidódromas. Rara.
Brasil. Vertente. Amazônia Central 147
200
e Guianas.
EBENACEAE
334

E G

Diospyros cavalcantei.
Árvore. Ritidoma marrom-
negro, levemente sulcado.
Lâmina com pêlos esparsados,
seríceos, densos na margem
e nervura central. Venação
secundária inconspicuamente Diospyros bullata
broquidódroma. Pecíolo curto,
base da lâmina arredondada.
Freqüente. Platô e vertente.
Amazonas, Pará, e Guianas.
81

2
Lâmina lanceolada, obviamente
pilosa ou esbranquiçada na face
Diospyros vestita. Árvore. abaxial.
Ritidoma marrom-negro,
sulcado, desprendimento em
placas quadradas. Lâmina
denso-serícea. Nervura
central proeminente,
secundárias inconspicuamente
broquidódromas. Pecíolo mais
longo do que D. cavalcantei; base
da lâmina cuneada e revoluta.
Rara. Platô e vertente. Pará,
57
Amapá, Amazonas e Guianas.

Diospyros capreifolia. Árvore. Diospyros bullata. Arvoreta.


Ritidoma marrom-negro, Ramos escandentes,
desprendendo em placas ramificando do ápice do
finas; lenticelas às vezes tronco. Ritidoma marrom-
presentes. Lâmina abaxial escuro a negro, com fissuras
com pêlos eretos esparsos,
superficiais. Folhas fortemente
ferrugíneos, passando a
buladas, densamente hirsutas
glabrescente; superfície cerosa,
esbranquiçada; glândulas na face abaxial. Seiva
ao longo dos dois lados da translúcida presente ao
nervura central. Ocasional. corte. Freqüente. Vertente,
Platô, vertente e campinarana. platô, campinarana e baixio.
122 350 Amazonas.
América do Sul.
EBENACEAE
335
Styracaceae
Representada por 12 gêneros e cerca de 200 bissexuais, raro dióicas, actinomorfas,
espécies. Ocorre nas zonas quentes da América, tetrâmeras ou pentâmeras. As sépalas são
Ásia oriental e nas regiões mediterrâneas. O unidas com 4-5 dentes ou lobos pequenos; as
gênero Styrax tem 160 espécies distribuídas nas pétalas são unidas, geralmente 4-5-lobadas,
regiões tropicais e temperadas. Styrax discolor com os lobos mais longos do que o tubo.
e Styrax squamulosa foram descritas em coletas Os estames possuem o dobro do número de
feitas na Reserva. Styrax guianensis ocorre nos lobos corolinos, raramente igual ou mais que
arredores de Manaus. o dobro, dispostos na base da corola. Os
Vegetativamente pode ser confundida filetes são unidos na base. As anteras são
com Chrysobalanaceae. No campo os botões oblongas e biloculares. O ovário é súpero,
florais se assemelham a frutos imaturos de semi-ínfero ou ínfero. O estigma é inteiro ou
algumas Lauraceae. lobado. Os frutos são secos ou carnosos, às
vezes drupáceos ou capsulares.
São árvores ou arbustos, freqüentemente
com pêlos estrelados ou escamoso-peltiformes. De algumas espécies extraem-se
As folhas são alternas, simples, inteiras ou com bálsamos aromáticos e resinosos que são
margem denteada. A inflorescência é terminal empregados na medicina, perfumaria e como
ou axilar, os racemos às vezes reduzidos a um incenso em cerimônias tradicionais e religiosas
cimo, fascículo ou flores solitárias. Flores (S. officinale, o bálsamo, e S. benzoin, o
benjoim).

Spichiger, R. et al. 1990. Styracaceae. In: Contribucion a la Flora de la Amazonia Peruana


II. Los Arboles del Arboretum Jenaro Herrera. Boissiera, 44: 409-411.

Styrax guianensis. Árvore. Styrax discolor. Árvore.


Folha extrememente áspera Lâmina cartácea, discolor,
abaxialmente, com pêlos sésseis pilosidade curta, de pêlos
ou, estrelados, principalmente estrelados na face abaxial. O
na venação. Glabra na face material tipo só tem tricomas
superior, com venação plana sésseis nas veias e não é
até impressa. Pecíolo com áspero. Rara. Platô.
pubescência estreladas, densa
castanha. Arredores de Manaus.

235 122
STYRACACEAE
336
Theophrastaceae
Família com aproximadamente 90 espécies margem da folha é tipicamente denticulada.
da América tropical, Clavija sendo o maior São freqüentemente confundidas com Dilkea
gênero com 55 espécies. Na Reserva foi (Passifloraceae) na forma de arbusto ou
encontrada uma só espécie pertencente a arvoreta, mas as folhas das espécies deste
esse gênero. gênero sempre têm margem inteira.
Espécies de Clavija são arvoretas As flores são produzidas sobre um racemo
ou arbustos eretos de estrato inferior, caulifloro, têm pedicelo curto e geralmente são
tipicamente com 1 ou 2 metros de altura, às alaranjadas. Os frutos também lembram muito
vezes cespitosas. As folhas são alongadas, os de Dilkea, globosos ou elíptico-alongados
oblanceoladas, agrupadas no ápice em com uma protuberância aguda no ápice.
verticilos mais ou menos organizados. A Nenhum uso é conhecido.
família é próxima de Myrsinaceae, mas não
tem glândulas nem resina nas folhas. A

Clavija sp. Arvoreta do


estrato inferior. Caule
único ou rebroto com
vários ramos. Folhas
espiralado-verticiladas.
Lâmina bulada, bastante
coriácea, com venação
destacada e margem
denticulada. Na Reserva
foi encontrada somente
uma população pequena
crescendo em baixio
sombreado. Espécie
ainda não identificada.

395
THEOPHRASTACEAE

tamanho
natural
337
Myrsinaceae
A família tem cerca de 32 gêneros e 1000 inflorescências são paniculadas ou racemosas
espécies largamente distribuídas nas regiões com flores pequenas, amarelo-creme ou verde
temperadas e tropicais. Na Reserva está esbranquiçadas, de sépalas e pétalas carnosas,
representada por 2 gêneros e cerca de 10 variando de 4 a 6, unidas na base. O fruto é
espécies, encontradas nos vários ambientes. drupáceo, freqüentemente pequeno, passando
São árvores de grande a pequeno porte de amarelo a laranja, vermelho ou negro,
e arbustos, às vezes apresentando canais quando maduro.
resiníferos nos ramos e troncos, que secretam O fruto é dispersado por animais,
resina vermelha, só evidentes quando cortados. especialmente aves.
As folhas são simples, alternas, geralmente Algumas espécies são utilizadas como
agrupadas no ápice dos ramos, com pontuações ornamentais e, em alguns lugares, na medicina
evidentes em toda a folha, as quais variam de popular.
esbranquiçadas, marrons a avermelhadas. As

Cybianthus

Cybianthus Cybianthus sp. 2 Cybianthus sp. 3 Cybianthus sp. 5


pseudoicacoreus

Cybianthus sp. 6 Cybianthus sp. 6 Cybianthus sp. 9

Stylogyne
MYRSINACEAE

Stylogyne micrantha Stylogyne micrantha Stylogyne rodriguesiana


338

Cybianthus sp. 9. Arvoreta. Cybianthus pseudoicacoreus.


Folha lanceolada (mais que Árvore. Folhas elípticas com
as outras espécies), cartácea, ápice finamente acuminado.
levemente discolor. Freqüentes Pontuaçoes vermelhas recobrindo
pontuações alongadas vermelhas, toda a face inferior das folhas
e outras acastanhadas em forma e ramos; lâmina de coloração
de escamas. Veias secundárias marrom-avermelhada. Veia
evidentes. Ocasional. Platô. central castanho-avermelhada
e secundárias imersas,
225 195 imperceptíveis. Ocasional. Platô.
Norte da América do Sul.

Veias secundárias impressas.

Cybianthus sp. 6. Árvore. Folhas


elípticas com base estreita, ápice
acuminado; poucas pontuções
escuras em forma de "cratera",
e outras poucas castanho-claras
1 Árvores e arbusto.
Folhas com venação
broquidódroma.

em forma de escamas; venação


proeminente na face inferior,
menos na face superior; veias Veias secundárias proeminentes.
intersecundárias paralelas, o que
a diferencia de Cybianthus sp. 5.
230 Ocasional. Vertente.

Stylogyne rodriguesiana. Árvore. Cybianthus sp. 3. Árvore. Folhas


Folha elíptica a obovada, semi- largamente elípticas, levemente
coriácea com base levemente atenuada encurvados em direção à face
e ápice pouco acuminado. Pontuações inferior; consistência cartácea,
escuras. Venação secundária brilhante em ambas as faces.
proeminente, central acanalada na Pontuações escamiformes
base, esta atenuada; pecíolo escuro. esbranquiçadas na lâmina e
Diferencia-se de S. micrantha pela outras acastanhas concentradas
consistência da folha e pelo padrão de nas nervuras. Venação
venação. Ocasional. Platô. Norte da proeminente em ambas as
América do Sul. faces. Ocasional. Vertente.
250 200
MYRSINACEAE
339

Cybinathus guyanensis. Árvore. Cybianthus sp. 2. Árvore.


Esta espécie parece muito com Folhas elípticas, cartáceas de
C. pseudoicacoreus, mas a coloração verde cinza. Raras
consistência é mais coriácea e pontuações escuras e outras
as glândulas são mais imersas raras avermelhadas. Poucas
na lâmina; o indumento é acastanhadas em forma de
acinzentado em relação a escamas (quase imperceptíveis
C. pseudoicacoreus, que é a olho nu). Venação secundária
acastanhado. Ocasional. pouco proeminente, porém
195
Vertente. evidente. Ocasional. Platô. 135

Veias secundárias não proeminentes.

Cybianthus sp. 1. Árvore.


Parece com S. rodriguesiana
mas não ocorre nos

2
mesmos ambientes. A
Árvores. Folhas com venação folha é coriácea e o
eucampdódroma. pecíolo é claro e maior
que 1 cm. Apresenta
poucas pontuações
acastanhadas. A casca é
bem mais suberosa do que
S. rodriguesiana e ocorre em
Veias secundárias proeminentes. solo arenoso. Ocasional.
Áreas de campina alteradas.
110

Stylogyne micrantha. Arbusto. Cybianthus sp. 5. Árvore.


Folhas cartáceas a membranáceas, Folhas oblanceoladas com
elípticas com ápice pouco pontuações escassas, castanho-
acuminado; lâmina esbranquiçada claras, pouco evidentes.
com pontuações castanhas em Venação secundária e terciária
forma de escamas. Difere de proeminentes, central impressa
C. rodriguesiana pelo hábito e na face inferior, intersecundárias
consistência da folha. Freqüente. pouco perceptíveis, não
Vertente e baixio. Norte da paralelas. Ocasional.
América do sul. Vertente. 250
140
MYRSINACEAE
340
Anisophyllaceae
Família com aproximadamente 40 espécies apenas duas espécies e restrito à Amazônia
incluídas em 4 gêneros, distribuídas Central, também apresenta folhas alternas, ao
principalmente no Velho Mundo, representadas contrário das Rhizophoraceae, mas a venação
nos Neotrópicos por apenas 2 espécies de é pinada.
Anisophyllea e 2 de Polygonanthus. A família Anisophyllea manausensis é uma espécie
foi inicialmente incluída em Rhizophoraceae dióica, mas a família possui representantes
e a relação do gênero Polygonanthus com os monóicos, com flores unissexuais ou
demais, e conseqüentemente sua inclusão hermafroditas. Esta espécie possui flores
em Anisophyllaceae, é ainda duvidosa. Na pequenas, agrupadas em panículas axilares,
Reserva ocorre apenas uma espécie. em geral inseridas em ramos jovens abaixo
da inserção das folhas, o que a diferencia
da outra espécie neotropical, A. guianensis,
cujas inflorescências são terminais ou axilares,
mas nas axilas das folhas. Apenas as flores
masculinas de A. manausensis são conhecidas,
apresentando 4 sépalas e 4 pétalas com 4 lobos,
8 estames e um disco lobado. O fruto é uma
drupa rígida com apenas uma semente. Os
frutos de Polygonanthus são secos e 4-alados,
a principal característica que torna sua posição
taxonômica duvidosa.
Nada se sabe sobre a polinização
São árvores ou arbustos com folhas das espécies de Anisophyllaceae e, quanto
simples, alternas ou espiraladas, sem à dispersão, os frutos de Polygonanthus são
estípulas. O gênero pantropical Anisophyllea provavelmente carregados pelo vento ou pela
apresenta folhas com 3 a 5 nervuras basais água.
ou suprabasais, e assim pode ser facilmente Nenhum uso é reportado para a
reconhecido, enquanto Polygonanthus, com família.

Anisophyllea manausensis.
Árvore de dossel. Tronco
geralmente acanalado. Casca lisa
e esbranquiçada. Folhas sub-
sésseis ou com pecíolo muito curto
(< 2 mm), glabras, nitidamente
assimétricas, com 3-5 pares de
nervuras secundárias, dos quais
1-2 saem da base e os demais um
pouco acima da base. Nervuras As inflorescências de Anisophyllea
terciárias +/- perpendiculares à manausensis são sempre axilares e geralmente
nervura mediana. Ocasional. inseridas nos ramos. A única outra espécie
Platô. Amazônia Central.
ANISOPHYLLACEAE

111 do gênero que ocorre no Novo Mundo,


Anisophyllea guianensis, tem inflorescências
terminais ou axilares, mas não inseridas nos
ramos. Além disso, esta espécie não apresenta
folhas assimétricas como a primeira.
Connaraceae 341

A família compreende cerca de 24 gêneros A inflorescência é paniculada, racemosa,


e 300 a 400 espécies pantropicais. Nos axilar, terminal a pseudoterminal. As brácteas
Neotrópicos está representada por 5 são pequenas, mas evidentes. As flores são
gêneros (Bernadina, Cnestidium, Connarus, pediceladas, e o pedicelo é articulado; são
Pseudoconnarus e Rourea), dos quais quatro actinomorfas e bissexuais. O cálice é pentâmero
estão representados no Brasil. na maioria das espécies, as sépalas podem ser
livres ou unidas em maior ou menor grau acima
da base, geralmente coberto por um tipo de
pubescência externa e às vezes internamente.
A corola também é pentâmera, livre,
usualmente glabra, exceto em algumas
espécies de Connarus, em que são mais ou
menos pubescentes e podem apresentar pêlos
glandulosos. Em geral de cor branca, amarelo-
claro ou rosado-claro.
O androceu é formado por 10 estames,
dos quais 5 epipétalos são mais longos que os
Pseudoconnarus macrophyllus 5 epissépalos; concrescidos na base; anteras
Na Reserva, está representada dorsifixas, filamentos glabros, podem apresentar
por 7 espécies em 3 gêneros (Connarus, pubescência e/ou pêlos glandulares.
Pseudoconnarus e Rourea). São árvores O gineceu é apocárpico, formado por
(Connarus perrottetii) e lianas lenhosas cinco carpelos; pubescentes externamente,
(Pseudoconnarus e Rourea). Quando podendo ou não ser internamente. O estilete é
árvores, o tronco possui aspecto quase glabro ou pubescente. O estigma é capitado.
cilíndrico, tortuoso, de base acanalada. O O fruto é um folículo, de sabor cítrico (P.
caule das lianas é cilíndrico (R. krukovii) a macrophyllus), quando seco se abre somente
levemente achatado (R. paraensis). Tem por uma sutura; podem amadurecer vários
uma ausência de exudação, exceto em C. carpelos em uma única flor. A testa da semente
perrottetii, que possui resina vermelha pouco é escura e possui um arilóide, que pode ser
pegajosa. branco, amarelo ou alaranjado.
É freqüentemente confundida com
Papilionoideae pelo tipo de folha, além de
Connarus perrottetii possuir características
vegetativas semelhantes a uma espécie de
Swartzia.
As folhas são imparipinadas
e constantemente trifolioladas em
Pseudoconnarus, por vezes C. perrottetii
possui 7-9(-11) folíolos. Comumente
tem margem revoluta com bordo inteiro, Pseudoconnarus Rourea krukovii
rhynchosioides
a textura é geralmente cartácea, e tem
estípulas. A nervura central é proeminente As plantas ocorrem comumente em
CONNARACEAE

na face abaxial, e impressa adaxialmente. floresta de vertente e em área alterada, de solo


As nervuras laterais são broquidódromas; argiloso e arenoso. Foram coletadas com botões
Pseudoconnarus geralmente tem um par de e flores no mês de julho a agosto, e com frutos
veias que nascem na base e se separam na em dezembro, janeiro e fevereiro.
veia central.
Forero, E. 1983. Connaraceae. Flora Neotropica. Monograph 36.
342

Rourea accrescens. Liana Rourea cuspidata. Liana


lenhosa. Pecíolo de base lenhosa. Pecíolo de base
enrrugada levemente levemente espessada, enrugada.
espessada, escuro. Veia Folíolos cartáceos, glabros.
central proeminente abaixo, Veia central proeminente
impressa acima; 7-9 pares abaixo, impressa acima; 8-10
de veias broquidódroma pares laterais broquidródomos.
afastada da margem, sendo Margem revoluta. Freqüente.
essa revoluta. Freqüente. Vertente. Brasil: Manaus.
Vertente. Região amazônica:
165 275 155
227 Brasil, Perú.

Folhas penta-heptafolioladas.

Folhas tri-pentafolioladas.

1
Rourea paraensis. Liana
lenhosa. Pecíolo de base
enrugada, espessada, escura. Lianas lenhosas.
Veia central proeminente
abaixo, impressa acima,
5-6 pares de veias
broquidódroma; verde
brilhante ao natural, quando
secas marrom-castanho. Folhas trifolioladas.
Freqüente. Vertente. Brasil:
105 Amazonas, Pará.
170

Pseudoconnarus macrophyllus. Pseudoconnarus rhynchosioides. Liana


Liana lenhosa. Pecíolo pubérulo. Um lenhosa. Pecíolo lanuginoso. Folíolos
par de veias nascem na base cartáceos, forma por vezes irregulares,
e separam na veia central, vilosos. Veia central proeminente
acrescido de 2-3 pares, abaixo; geralmente um par de veia
proeminente acima; nasce na base e sai na central,
165
glabra. Ocasional. 295 acrescido de 5-8
Campina e capoeira. pares laterais.
Amazônia. Freqüente.
Vertente. Brasil
85
(Amazônia), Perú.
CONNARACEAE
343
DICA DE CAMPO

A família Connaraceae
possui características
vegetativas (ritidoma,
resina, pulvino etc.)
semelhantes à Leg:
Papilionoideae. É
comumente confundida
Rourea krukovii. Liana com esta, principalmente
lenhosa. Pecíolo levemente pelo tipo de folha. Quando
espessado,rugoso, escuro. fértil difere rapidamente
Veia central proeminente das Leguminosae pela
abaixo, 8-11 pares de veias persistência do cálice
nos frutos maduros Sépalas persistentes nos
broquidódroma afastado
(acrescente). frutos de Connaraceae
da margem, sendo essa
revoluta. Rara. Vertente.
Brasil: Amazonas, Rondônia,
Roraima; Perú. 95
232

Pulvino e resina vermelha em Connarus perrottetii

2 Árvore.

Connarus perrottetii. (Mara-


sacaca). Árvore. Pecíolo pubérulo
a pubescente, base enrugada,
espessada, escura. 7-9(-11).
270 Rourea krukovii
Folíolos, 11-20 x 3-4 cm, rufo-
tomentosos, cartáceos. Veia central
proeminente abaixo; 9-12 pares
laterais, sendo metade parte apical
broquidódroma.
Ocasional.
Platô. Amazônia 120
CONNARACEAE

Pseudoconnarus macrophyllus
344
Rosaceae
É uma família de ca. 3500 espécies em A espécie que ocorre na Reserva pode
124 gêneros, distribuídas pelo mundo todo, ser reconhecida vegetativamente pela presença
predominantemente nas regiões temperadas. de um par de glândulas na base das folhas e
No Brasil, está representada por poucas pelo característico odor de marzipan.
espécies, pertencentes aos gêneros Prunus, Economicamente é muito utilizada na
Rubus e Quillaja. Na Reserva ocorre apenas ornamentação, na produção de madeira para
Prunus myrtifolia. fabricação de móveis, e na alimentação, já que
São árvores, arbustos, subarbustos várias espécies produzem frutos comestíveis
ou ervas, eretas ou estoloníferas, às vezes (e.g. maçã, pera, pêssego, morango, etc.).
trepadeiras providas de acúleos ou espinhos.
As folhas são simples ou compostas, alternas,
raramente opostas ou dispostas em rosetas
basais ou caulinar; as folhas ou os folíolos
são coriáceos ou membranáceos com
margem inteira, denteada ou lobada, muitas
vezes biglandulares; estípulas 2, às vezes
ausentes. A inflorescência pode ser cimeira,
corimbo, umbela, racemo, espiga ou panícula,
ou reduzidas a flores solitárias, terminal ou
axilar. As flores apresentam 5 sépalas livres;
5 pétalas brancas, amarelas, rosas, púrpuras
ou alaranjadas, livres, raramente ausentes
ou duplicadas. O fruto pode ser folículo,
aquênio, pomo, drupa ou agregados de drupas
ou aquênios.

Prunus myrtifolia.
Árvore. Folhas simples,
alternas, discolores (face
abaxial verde-clara, com
venação escura; adaxial
verde-escura); com duas
glândulas maculares na
base. Casca cortada
com odor intenso de
marzipan. Ocasional.
Platô. Norte da América
do Sul.

155
ROSACEAE
345
Chrysobalanaceae
A família é pantropical com aproximadamente podem ser glabras ou apresentam pilosidade
525 espécies em 17 gêneros, com centro de na face abaxial da lâmina com cavidades
distribuição nos Neotrópicos, onde Licania é o estomáticas evidentes e pubescentes. Couepia
gênero maior com 213 espécies, Couepia tem apresenta folhas glabras ou com pilosidade
70, Hirtella 104, Parinari 18, Excellodendron lanosa ou aracnóide abaxialmente. Parinari
2, Acioa 3, e Chrysobalanus 3. Está entre possui cavidades estomáticas evidentes e
as famílias mais abundantes da Amazônia pubescência lanosa. Hirtella apresenta pêlos
Central. Na Reserva ocorrem 47 espécies em hirsutos, simples, ou as folhas são glabras.
5 gêneros. Existem poucos estudos sobre a
São arbustos ou arvoretas (Hirtella), polinização de Chrysobalanaceae, mas a
árvores de subdossel (Licania, Couepia, maioria das espécies são polinizadas por
Chrysobalanus) ou árvores de dossel (Couepia, insetos. Couepia é polinizada principalmente
Licania, Parinari). A casca viva geralmente é por mariposas, Hirtella por borboletas,
vermelha, grossa e siliciosa (granulosa quando Licania e Parinari por diversas espécies de
esfregada entre os dedos), e muitas vezes com abelhas. Couepia longipendula é polinizada
resina avermelhada. As folhas são alternas, por morcegos. As sementes são dispersas
simples, inteiras, freqüentemente coriáceas, principalmente por cutias (Dasyprocta). Várias
glabras ou pilosas na face inferior, com espécies do gênero Hirtella têm associação
estípulas caducas ou persistentes. Várias com formigas e apresentam domáceas na
espécies (principalmente do gênero Licania) base da lâmina.
apresentam um par de glândulas na base da Algumas espécies possuem frutos
lâmina ou no pecíolo, ou espalhadas na lâmina. comestíveis. O de Couepia bracteosa (pajurá)
A inflorescência é racemosa, paniculada é vendido em mercados regionais e o de C.
ou cimosa, terminal ou axilar, raramente as longipendula (castanha-de-galinha) é usado na
flores são solitárias e caulifloras (Hirtella). Em fabricação de óleo de cozinha. Licania rigida
Licania as flores são sésseis e normalmente produz óleos (oiticica) e frutos comestíveis.
paniculadas, enquanto em Couepia são sempre Parinari também produz frutos comestíveis.
pediceladas. As flores são brancas ou creme Várias espécies são fonte importante de
(Parinari, Couepia e Licania), amarelo-rosadas madeira para construção (Parinari, Licania). O
(Couepia), amareladas (Licania), roxas a lilases pó da casca de Licania é usado na fabricação
(Hirtella, Couepia longipendula), pequenas e de cerâmica, para resistência ao calor.
inconspícuas (Licania, Parinari), mais evidentes
(Couepia) e relativamente grandes (Hirtella), e
Hirtella
aromáticas. São ainda zigomorfas, pequenas,
bissexuais ou plantas polígamas, com um
nectário anular abaixo do androceu. O número
de estames varia entre gêneros: Hirtella com 3-
10 estames, exertos; Parinari com 6-8; Licania
com 3-40 (somente L. unguiculata e L. egleri
possuem estames exertos); e Couepia com 10-
300. As anteras são rimosas. O fruto é uma
drupa carnosa (Hirtella, Licania) ou seca e dura H. duckei H. myrmecophila
(Licania e Couepia), grande a pequeno.
CHRYSOBALANACEAE

Vegetativamente é identificada pela casca


(siliciosa), presença de estípulas, e glândulas
no pecíolo e lâmina. Pilosidade, presença
ou não de resina no corte, são características
usadas na identificação intra-específica. O
tipo de pilosidade é um caractere importante
para a identificação das espécies de Couepia H. physophora H. rodriguesii
e principalmente Licania. As folhas de Licania
Prance, G.T. 1972. Chrysobalanaceae. Flora Neotropica. Monograph 9.
Prance, G.T. 1989. Chrysobalanaceae. Flora Neotropica. Monograph 9S.
346
Couepia

C. canomensis C. gruianensis C. guianensis C. parillo C. bracteosa C. elata


ssp. divaricata ssp. guianensis

C. ulei C. canomensis C. magnoliifolia C. obovata C. longipendula

Licania

L. apetala L. adolphoduckei L. bracteata L. caudata L. coriacea L. gracilipes

L. heteromorpha L. hirsuta L. lata L. macrophylla L. micrantha L. niloi

L. oblongifolia L. octandra L. pallida L. prismatocarpa L. sandwithii L. unguiculata


CHRYSOBALANACEAE

L. adolphoduckei L. apetala L. bracteata L. caudata L. heteromorpha L. laevigata

L. oblongifolia L. octandra L. prismatocarpa L. reticulata L. sothersae


347
Parinari RITDOMA VERRUCOSO ESTÍPULAS
PECIOLARES
Algumas espécies têm lenticelas Quando a folha
grandes e densamente dispostas, é arrancada, as
dando um aspecto verrucoso ao estípulas ficam
ritidoma. conectadas com o
pecíolo.
É mais óbvio em:
Licania micrantha Licania bracteata
P. excelsa P. parvifolia L. canescens
L. rodriguesii
L. coriacea
Também em: L. gracilipes
L. hypoleuca
Chrysobalanus L. coriacea L. impressa
L. lata L. micrantha
L. niloi
L. pallida
L. rodriguesii
RAÍZES ESCORAS
Licania caudata L. laevigata
L. adolphoduckei L. latifolia
L. heteromorpha L. prismatocarpa
L. hirsuta L. sothersae
C. venezuelanus
Licania impressa

GLÂNDULAS

Sem glândulas Na lâmina


Couepia canomensis Couepia longipendula L. laevigata
C. elata (poucas) Licania lata (poucas)
C. obovata Hirtella bicornis (poucas) L. latifolia
C. parillo H. rodriguesii L. longistyla
Licania bracteata Licania adolphoduckei L. macrophylla (em ambas as
L. coriacea L. apetala (poucas) faces)
L. hirsuta L. gracilipes L. reticulata
L. oblongifolia L. heteromorpha L. sothersae
L. sandwithii L. hypoleuca L. caudata (poucas)

Nas axilas das nervuras Na margem


secundárias Licania impressa
Licania apetala (poucas)
Couepia bracteosa Parinari parvifolia
C. habrantha
C. magnoliifolia
C. ulei
L. pallida
L. reticulata (às vezes) Na base da lâmina
Chrysobalanus venezuelanus
Couepia guianensis
Ápice do pecíolo C. longipendula
Licania caudata (pequena) Licania oblongifolia
L. heteromorpha (margem) L. micrantha
CHRYSOBALANACEAE

L. lata L. prismatocarpa
L. octandra ssp. pallida
Na face superior
L. prismatocarpa (margem)
L. reticulata (margem) Licania macrophylla
L. unguiculata (margem)

Meio do pecíolo Na margem na base


Licania impressa Base do pecíolo Couepia longipendula
L. laxiflora Licania apetala
L. sothersae (margem) Licania latifolia L. niloi
Parinari excelsa L. rodriguesii L. sprucei
348
FOLHAS PILOSAS

Domáceas

2
Folhas nitidamente
+ pilosas

1 Par de domácea na base


das folhas. Três espécies de
Hirtella, todas arvoretas.
pilosas. Ramos
jovens e pecíolos
híspidos.

Folha pubescente na face inferior, mas não muito pilosa.


Nervura central principalmente glabra na face superior.

3 Pubescência distintamente ferrugínea, pelo menos em folhas jovens (ver


também Parinari (grupo 2) com folhas menores).

- pilosas

4 Pubescência esbranquiçada
(às vezes também meio
ferrugínea).
5
Pubescência branca restrita
às cavidades estomáticas.
Mais evidente com lupa
de campo.

FOLHAS GLABRAS OU APARENTEMENTE GLABRAS

7 Ápice da folha distintamente


acuminado.
6 Ápice da folha arredondado.

EXSUDATOS EM CHRYSOBALANACEAE
Exsudato aquoso
Exsudato aquoso (seiva) ou vermelho (resina) ocorre em muitas espécies. A
quantidade de seiva pode variar e, talvez, seja sazonal. Os padrões de exsudato Couepia elata
variam relativamente e independentemente da classificação taxonômica e do C. longipendula
agrupamento feito aqui. Encontramos o seguinte: Licania apetala
L. bracteata
L. impressa
Sem exsudato (secos) Exsudato vermelho
CHRYSOBALANACEAE

L. lata
Chrysobalanus venezuelanus Couepia bracteosa L. laxiflora
Couepia canomensis C. guianensis (3 ssp.) L. longistyla
C. magnoliifolia C. robusta L. macrophylla
C. obovata C. ulei
L. micrantha
C. parillo Licania adolphoduckei
L. heteromorpha L. oblongifolia
Hirtella (todas)
Licania canescens L. hirsuta L. octandra ssp. pallida
L. gracilipes L. laevigata L. pallida
L. niloi L. latifolia L. rodriguesii
L. sandwithii L. prismatocarpa L. unguiculata
L. sprucei L. reticulata
Parinari excelsa
Parinari parvifolia L. sothersae
349
HIRTELLA SECÇÃO MYRMECOPHILA
A secção Myrmecophila (6 espécies) está representada
na Reserva por três espécies. Em todas elas forma-
se um par de estruturas ocas na base da folha, as
domáceas, que são muito parecidas entre as espécies
aqui representadas. São ocupadas por formigas
vermelhas do gênero Pheidole, que devem proteger
a planta contra herbivoria. Cada colônia de formigas
ocupa a planta inteira, dividida entre as domáceas de
diversas folhas, que funcionam como "berçários" ou
armazéns.
Hirtella duckei. Arvoreta.
Geralmente tem um porte
maior do que as outras espécies
no grupo. Lâmina elíptico-
alongada. Impossível de
diferenciar de
H. physophora H. myrmecophila H. duckei H. myrmecophila
vegetativamente; distingue-se
São as menores pela inflorescência racemosa,
Chrysobalanaceae alongada. Ocasional. Platô e
na Reserva, vertente. Amazônia Central e
raramente Ocidental e Guyana. 226
atingindo mais que
5 m. Das três,
H. duckei
Pheidole em geralmente chega
domácea. a ser a maior.

As estípulas de Hirtella
secção Myrmecophila
são filamentosas e
híspidas, e distintas do
restante da família.

H. duckei H. physophora Hirtella myrmecophila.


Arvoreta. Lâmina elíptico-
alongada. Impossível
diferenciar de H. duckei
vegetativamente; distingue-

1
Arvoretas. Folhas com se pela inflorescência
pilosidade híspida na face fasciculada. Freqüente. Platô
abaxial e um par de domáceas e vertente. Amazônia Central.
na base da lâmina.
190

Hirtella physophora.
Arvoreta. Lâmina elíptico-
OUTRAS ESPÉCIES
ovada, maior e mais
Hirtella racemosa é uma espécie muito comum larga do que as outras
e com ampla distribuição na Amazônia, mas que duas espécies; ápice
nunca foi coletada na Reserva. Arvoreta ou arbusto mucronado. Ocasional.
com folhas pubérulas. Platô e vertente.
Amazônia e Guianas.
CHRYSOBALANACEAE

200

75
350

Hirtella hispidula. Arvoreta. Hirtella rodriguesii. Árvore


Vegetativamente parecida de sub-bosque. Folhas
com H. rodriguesii. As duas membranáceas e as menos
espécies têm folhas, glândulas pilosas do grupo. Venação
e estípulas semelhantes. impressa na face adaxial,
Folhas maiores, mais com nervura central
alongadas, e mais coriáceas esparsamente pilosa.
que H. rodriguesii. Rara. Estípulas lineares, de 5-8
Capoeira. Amazônia e mm. Ocasional. Vertente e
Guianas. 62
120

Árvores pequenas. Pêlos híspidos na


lâmina, terciárias reticuladas.

2
Lâmina distintamente pilosa;
pêlos híspidos, abundantes a
esparsos. Pecíolos pilosos em
Couepia parillo. Arbusto ou
árvore pequena. Ritidoma
ramos novos.
castanho com fissuras e
desprendimento em placas
pequenas. Estípulas lineares
alongadas, hirsutas. Lâmina
com secundárias próximas e Árvores de grande porte; sapopemas
paralelas entre si. Nervura medianas. Nervuras secundárias
central na face adaxial numerosas e paralelas.
impressa e pilosa. Ocasional.
55 Campinarana. Amazônia e
Guianas.

Couepia elata. Árvore de dossel.


Ritidoma castanho-claro com
• Parinari excelsa.
(Uchirana, uchi-de-tambaqui).
lenticelas pequenas, sulcos Árvore. Ritidoma lenticelado.
brancos com desprendimento Folha mais arredondada
papiráceo em faixas alongadas. que P. parvifolia, com 13
Base variável. Lâmina com até 20 nervuras secundárias.
pubescência fina, lanosa, Estípulas grandes em folhas
cinza-prateada entre as de plantas jovens. Freqüente.
CHRYSOBALANACEAE

reticulações. Freqüente. Platô Platô. Amazônia, Guianas,


e vertente. Região do Baixo rio Brasil Central-leste e África.
60
351

Licania sandwithii. Árvore de


•Couepia canomensis. dossel. Ritidoma sulcado-
(Cuparana). Árvore de subdossel.
Ritidoma castanho-acinzentado, reticulado, ocasionalmente com
estriado levemente e despredendo lenticelas. Base acanalada.
em placas, com sapopemas Folhas menores, mais ovadas,
pequenas. Nervuras fortemente e agrupadas no ápice do
reticuladas, com pubescência fina ramo; nervuras secundárias
entre as reticulações. Nervura mais agrupadas entre si do
central na face adaxial pilosa. que C. canomensis. Nervura
Freqüente. Capoeira e platô. central na face adaxial pilosa.
Amazônia Central, Ocidental e Sul 175 Freqüente. Arredores de Manaus 110
da Guyana. e Guyana.

Árvores com pêlos ásperos e


esbranquiçados na face abaxial.
Glândulas ausentes.

Árvores de subdossel com pêlos ásperos,


raízes escoras e exsudato vermelho.

•Hirtella fasciculata.
Árvore. A folha tem Licania hirsuta. Árvore
uma aparência bulada, subdossel. Pecíolo piloso
e vegetivamente é mais e nervura central impressa
parecida com Couepia
e pilosa na face adaxial.
canomensis. Rara. Platô.
Lâmina ovada, venação
125 pouco reticulada. Rara.
• Parinari montana. (Pajurá- Vertente. Amazônia
pedra) tem folhas maiores brasileira.
(9-17 cm) com glândulas no
meio do pecíolo. Ocorre na
170 região. 225

Licania latifolia. Árvore de


• Parinari parvifolia. Árvore.
subdossel. Ritidoma estriado
Folhas mais elípticas e coriáceas
que P. exscelsa. Ritidoma e reticulado. Pecíolo e
com cicatrizes arredondadas, nervura central como em L.
impressas, desprendendo em hirsuta. Par de glândulas na
placas irregulares. Mais que 20 porção inferior do pecíolo.
nervuras secundárias. Margem Lâmina larga, ovada a
revoluta. Rara. Vertente. arredondada, com margem
CHRYSOBALANACEAE

Guyana, e Amazônia Central e revoluta. Freqüente. Platô.


Oriental. Amazônia Central e Guyana. 130
352

Couepia robusta. (Pajurá, Licania rodriguesii. Árvore


mari-bravo). Árvore de do subdossel. Ritidoma
dossel com base acanalada. distinto com lenticelas claras.
Ritidoma acinzentado, Folhas sempre ferrugíneas.
claro. Pecíolo engrossado. Sem glândulas na base da
Maiores folhas do grupo. lâmina; pecíolo glabro, não
Lâmina coriácea. Ocasional. caniliculado. Ocasional .
Platô e vertente. Amazônia Platô. Amazônia brasileira.
brasileira.
130
245

Couepia habrantha.
ocorre também na
Couepia bracteosa. (Marirana, região, tipicamente perto
pajurá). Árvore. Base acanalada de igarapés.
ou com sapopemas pequenas.
Ritidoma reticulado, às vezes
com lenticelas dissimuladas.
Ramo lenticelado. Par de
glândulas de cada lado da
nervura central, obscurecidas 142
pela pubescência, e no ápice
do pecíolo. Freqüente. Platô
120
e baixio. Amazônia brasileira e
Guianas.
Couepia magnoliifolia. Árvore Couepia ulei. Árvore emergente.
de subdossel com sapopemas
Ritidoma com fissuras finas.
pequenas. Corte vermelho-
Folhas relativamente pequenas
marrom, reticulado. Glândulas
nas axilas das secundárias e fortemente ferrugíneas. Par
obscurecidas pela pubescência. de glândulas de cada lado
Nervura central proeminente da nervura central e entre as
na face adaxial. Folhas mais secundárias, na face abaxial.
oblongas, fortemente ferrugíneas Rara. Platô e vertente.
na face abaxial. Rara. Platô.
CHRYSOBALANACEAE

Amazônia Central e Ocidental.


Arredores de Manaus.
180 105
353

• Couepia guianensis ssp. divaricata. Licania micrantha. (Pintadinha).


Árvore emergente. Ritidoma claro, Árvore de dossel. Ritidoma
reticulado, com fissuras verticais ou fortemente lenticelado. Base com
com depressões. Base acanalada pequenos sapopemas. Folha
ou com sapopemas pequenas. arredondado a ovada com
Folhas menos alongadas do que pilosidade lanosa. Nervuras
var. guianensis. Pubescência terciárias mais evidentes do
lanosa densa na face abaxial que L. rodriguesii. Glândulas
tipicamente ferrugínea.
agrupadas na base da lâmina.
Ocasional. Platô e vertente.
Pecíolo glabro. Freqüente.
Amazônia brasileira, Venezuela
e Suriname. Platô. Bacia amazônica e Mata
105 Atlântica.

• Ver também as outras subespécies de


Couepia guianensis na próxima página, são mais
esbranquiçadas mas podem ser ferrugíneas.

3 Pubescência lanosa ferrugínea


cobrindo as terciárias. Licania laxiflora. Árvore de
dossel com base acanalada ou
sapopemas pequenas. Ritidoma
sulcado. Lâmina esbranquiçada
na face abaxial e com pilosidade
hirsuta nas nervuras, macia ao
toque; venação profundamente
reticulada. Ocasional. Amazônia
brasileira, Venezuela e Guianas.
205

OS PADRÕES PRINCIPAIS DE PUBESCÊNCIA EM CHRYSOBALANACEAE


Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupos 6 e 7
CHRYSOBALANACEAE

Licania latifolia Couepia ulei Licania lata Licania sprucei Licania heteromorpha
354

MARGEM REVOLUTA

Ocorre em somente duas espécies de


Couepia obovata. Árvore
Chrysobalanaceae na Reserva, Licania
de porte pequeno a médio.
niloi e L. coriacea, ambos neste grupo.
Ritidoma com sulcos
A base da folha pode ser revoluta em
superficiais. Base reta a
L. lata.
acanalada. Lâmina obovada,
com pêlos acinzentados
esparsos, adpressos na face
abaxial, secundárias numerosas.
75
Platô, vertente e baixio.
Ocasional. Amazônia Central,
Colômbia, Venezuela e Guianas.

Folhas geralmente

4
esbranquiçadas na face abaxial,
os pêlos não restritos às
cavidades estomáticas (nervuras
terciárias não evidentes).

Licania lata. (Caripé, macucu-


bobo). Árvore de subdossel, sem
sapopemas na base. Ritidoma
marrom, com lenticelas. Par
de glândulas na base da Pubescência lanosa, saindo facilmente
lâmina, conspícuas. Folha quando friccionados, deixando restos
com pubescência adpressa em folhas velhas.
esbranquiçada lanosa na face
abaxial. Base da lâmina revoluta.
140
Ocasional. Platô. Amazônia
Central e Ocidental.

Couepia guianensis ssp. Couepia guianensis


guianensis. Árvore. Base ssp. glandulosa. Base com
acanalada ou com sapopemas sapopemas. Ritidoma reticulado,
pequenas. Folhas membranáceas. claro. Folhas menores das 3,
Ritidoma castanho-claro
passando a glabras ou glaucas
a acinzentado, reticulado.
quando mais velhas. Rara.
Pubescência na face abaxial
acetinada/lanosa, branca em Campinarana. Amazônia
folhas novas, passando a castanhas brasileira, Venezuela, Colômbia e
CHRYSOBALANACEAE

ou glabras. Freqüente. Platô e Guianas.


vertente. Amazônia brasileira,
140 90
Venezuela e Guianas.
355

Licania niloi. Árvore. Ritidoma Licania canescens. (Caripé).


castanho-claro, com lenticelas Árvore de dossel. Ritidoma
abundantes; base acanalada. com base reta a acanalada.
Par de glândulas no ápice do Folha com pubescência
pecíolo. Lâmina coriácea, pulverulenta, cerosa, não
margem revoluta, ápice curto- persistente; base da lâmina
acuminado. Pubescência fortemente cuneada.
cerosa, adpressa na face Ocasional. Amazônia Central,
abaxial. Freqüente. Platô, Oriental, Sul e Guianas.
vertente. Arredores de Manaus e
75 145
Rondônia.

Superfície abaxial em folhas jovens


cerosas, facilmente soltando-se ao toque,
deixando restos nas folhas mais velhas. Licania gracilipes.
Árvore. Base
com sapopemas.
Ritidoma creme,
com lenticelas geralmente
agrupadas verticalmente.
Lâmina membranácea, com
pubescência macia, adpressa
(lanosa); ápice longo-
acuminado. Rara. Amazônia
brasileira e Venezuela. 100

Licania coriacea. Árvore de Licania hypoleuca. Base da folha


dossel a emergente. Base reta arredondada a subcordada e não
ou com pequenas sapopemas. revoluta, nervuras terciárias evidentes.
Ritidoma castanho-acinzentado, Glândulas dispersas pela lâmina.
Ocorre principalmente como árvore
com lenticelas evidentes.
pequena em áreas com areia branca
Estípulas evidentes. Pubescência
e no igapó, mas existem registros
cerosa, acinzentada na face de árvores médias em platô. Rara.
abaxial; margem fortemente Norte do América do Sul.
CHRYSOBALANACEAE

revoluta. Ocasional. Amazônia


105
Central e Guianas.

70
356

Licania impressa. Árvore Licania longistyla. (Caripé,


de dossel, com sapopemas Uchi-de-cutia). Árvore de
pequenas. Ritidoma lenticelado, dossel. Ritidoma castanho-
castanho-claro. Pecíolo acinzentado, com depressões
alongado com par de glândulas circulares e fissuras finas. Base
na porção mediana da face acanalada. Pecíolo piloso.
adaxial, às vezes inconspícuas. Folhas quebradiças e cerosas na
Venação reticulada. Freqüente. face adaxial. Ocasional. Platô
Amazônia Central e Oriental. e campinarana. Amazônia até
120 155 Panamá.

Licania sprucei. (Caripé).


Árvore pequena. Ramo
lenticelado. Par de glândulas
conspícuas na lateral do
pecíolo, próximo ao ápice.
5 Pubescência
Pubescência
estomáticas,
definidas estomáticas.
esbranquiçada
restrita as cavidades
restrita
que às
sãocavidades
claramente
pelas quartenárias.

Cavidades estomáticas
proeminentes. Ocasional.
Arredores de Manaus e Sul da
Guyana.

155

Licania bracteata. Licania octandra ssp. pallida.


(Cariperana). Árvore. Árvore de sub-bosque ou às
Ritidoma fissurado vezes de dossel. Base com
longitudinalmente. Base reta sapopemas pequenas ou reta.
ou com sapopemas. Ramo Ritidoma claro, liso e com
lenticelado. Base da lâmina linhas transversais. Lenticelas
freqüentemente subcordada. inconspícuas. Par de glândulas
Glândulas ausentes. na face adaxial do pecíolo.
Ocasional. Região de Pecíolo jovem tomentoso.
CHRYSOBALANACEAE

Manaus; Colômbia e Peru. 110 Freqüente. Vertente. Amazônia


130 Central e Ocidental.
357

Licania pallida. Árvore. Licania oblongifolia. (Macucu-


Ritidoma marrom-claro, com chiador, Pajurá-rana). Ritidoma
fissuras superficiais e lenticelas. reticulado, escuro, com
Lâmina esbranquiçada na face desprendimento; base com
abaxial com poucas cavidades pequenas sapopemas. Sem
estomáticas evidentes. Rara. resina no corte. Lâmina oblonga,
Platô. Amazônia Ampla. com margem paralela; pecíolo
engrossado. Par de glândulas
geralmente presentes na base da
lâmina. Freqüente. Todos os 90
83
ambientes. Amazônia brasileira.

6
Lâmina glabra ou essencialmente
glabra; ápice arredondado. Resina
presente no corte (exceto L.
oblongifolia).

Licania prismatocarpa. Árvore


do dossel com sapopemas
ou raízes escoras. Ritidoma
reticulado. Venação distinta,
Licania egleri ocorre na área; com mais secundárias (>8).
o ápice da folha é tipicamente Par de glândulas (na base da
retuso com um pequeno lâmina) e pecíolo. Ocasional.
múcron. Platô. Amazônia Central.
99
72

Licania sothersae. Árvore Licania heteromorpha. (Macucu-


de dossel freqüentemente fofo, Caripé-rana). Árvore
com raiz suporte. Tronco com base acanalada, com
reticulado. Pecíolo sapopemas ou com raízes
relativamente alongado (7-9 suportes. Tronco reticulado.
mm), com par de glândulas Venação com poucas
proeminentes na porção secundárias (5-6). Pecíolo
mediana. Ocasional. curto, engrossado, com par
de glândulas. Freqüente.
CHRYSOBALANACEAE

Amazônia Central.
Platô e vertente. Amazônia
85 08
brasileira, Guianas, Trinidad.
358

Licania macrophylla. Licania adolphoduckei.


(Pintadinha). Árvore de Árvore de dossel. Base
subdossel sem sapopemas. variável, reta até com
Ritidoma reticulado. Lâmina raízes escoras grandes.
alongada com par de glândulas Ritidoma reticulado.
proeminentes na base; estípulas Resina avermelhada.
lineares. Ocasional. Platô Pecíolo curto, lâmina
e campinarana. Amazônia decurrente. Ocasional.
Oriental e Guianas. Baixio com solo arenoso.
135 Amazônia Central.
190

7
Lâmina foliar glabra, ou
aparentemente sem pilosidade
Licania caudata. Árvore de óbvia. Ápice distintamente
subdossel, freqüentemente acuminado.
com raiz escora. Ritidoma liso.
Resina vermelha presente no
corte. Ocasional. Amazônia
brasileira e Mata Atlântica.

125

Chrysobalanus venezuelanus. Hirtella bicornis. Árvore de


Árvore pequena. Casca viva sub-bosque, sem sapopemas.
vermelha-escura. Glândulas Pecíolo curto, pubescência
na base da lâmina, estômatos curta e serícea, quase
visíveis com lupa de campo. imperceptível na face abaxial.
Nervura central e ramos Rara. Amazônia brasileira e
pilosos. Rara. Baixio. peruana; Guianas, Colômbia e
Conhecida da Reserva e estado
CHRYSOBALANACEAE

Bolivar na Venezuela.

62

52
359

Licania reticulata. Árvore de Licania laevigata. Árvore de


dossel com base acanalada. dossel ou subdossel. Base com
Ritidoma rugoso e reticulado. sapopemas pequenos ou raiz
Resina vermelha escassa no corte. escora. Ritidoma reticulado e
Venação proeminente reticulada cicatrizes horizontais às vezes
na face adaxial da lâmina; par presentes. Resina vermelha
de glândulas na base da lâmina. às vezes presente no corte.
Ocasional. Baixio. Amazônia Ocasional. Platô e vertente.
brasileira e peruana. Amazônia Central e Suriname.
130
205

Licania unguiculata. Árvore


de dossel com pequenas
sapopemas. Ritidoma
fissurado, desprendendo em
placas retangulares finas.
Lâmina ovada. Pecíolo
Inflorescências pêndulas de curto, engrossado, com
Couepia longipendula. As flores par de glândulas presentes.
são noturnas e polinizadas por Ocasional. Amazônia Central
morcegos. e Ocidental. 80

Licania apetala. (Cariperana, Couepia longipendula.


Caripé). Árvore de dossel. (Castanha-de-galinha).
Base reta ou com sapopemas Árvore, base com sapopemas
pequenas. Ritidoma levemente pequenas. Ritidoma liso com
sulcado, liso ou reticulado fissuras superficias e às vezes
e com linhas transversais desprendendo em placas. Seiva
às vezes presentes. Folha translúcida às vezes presente.
nova geralmente coberta por Folhas coriáceas, com ramos
CHRYSOBALANACEAE

pubescência esbranquiçada, pendentes. Freqüente. Platô e


lanosa, mas não persistente. 55 vertente. Bacia do rio Negro.
185
360
Rhabdodendraceae
Família com apenas um gênero de distribuição de solo arenoso. Esta espécie é comum nas
sul-americana. O gênero Rhabdodendron inclui campinas da região de Manaus, uma formação
apenas 3 espécies, uma de ampla distribuição vegetacional não encontrada na Reserva.
nas Guianas e Amazônia, Oriental e Central, As flores possuem 5 sépalas pequenas e 5
enquanto as outras duas ocorrem em áreas pétalas sepalóides livres e imbricadas, com 25 a
bastante restritas, uma na Amazônia Central 50 estames. São agrupadas em inflorescências
e outra no Norte da Bahia. racemosas ou paniculadas, terminais ou
(supra)axilares. O fruto é uma drupa, em geral
com estilete basal persistente.
Rhabdodendron macrophyllum é
polinizado por diversas espécies de abelhas,
não havendo uma relação específica com
nenhuma delas. Aparentemente os principais
polinizadores são abelhas do gênero
Melipona, que coletam pólen por vibração.
As flores não possuem néctar e não são auto-
Rhabdodendron amazonicum incompatíveis, havendo produção de frutos
após autopolinização. Os frutos, apoiados
Compreende arbustos e árvores
num pedicelo dilatado e colorido, são
pequenas, com folhas alternas, inteiras, com
provavelmente dispersados por aves.
pêlos pequenos peltados, estípulas pequenas
e pouco evidentes. Apresenta pontuações
glandulares na face inferior das folhas. As
duas espécies ocorrentes na Reserva habitam
preferencialmente as formações vegetacionais
sobre solos arenosos ou predominantemente
arenosos. Enquanto Rhabdodendron
amazonicum é comum em campinarana e
vertente, Rhabdodendron macrophyllum é
encontrado principalmente nas áreas alteradas Rhabdodendron

Prance, G.T. 1972. Rhabdodendraceae. Flora Neotropica Monograph 11.

Rhabdodendron macrophyllum. Rhabdodendron amazonicum.


Arbusto em geral cespitoso. (Batiputá). Árvore de pequeno
Nervuras secundárias a médio porte, até 15 m. Ao
distintamente anastomosadas. corte, casca de textura arenosa.
Pecíolo curto (0,2-0,6 cm) e pouco
Folhas agrupadas no ápice dos
distinto da lâmina. Folhas com
ramos. Nervuras secundárias
muita variação, de estreitamente
lanceoladas (9 x 1,5 cm) a indistintamente anastomosadas.
oblongas (25 x 8 cm). Freqüente. Pecíolo longo (1,5 a 3,5 cm) e
Áreas abertas de solo arenoso, distinto do limbo. Ocasional.
RHABDODENDRACEAE

campinas e igapó. Amazônia Campinarana e vertente.


Central. 322 Amazônia Central e Oriental e
164
Guianas.
361
As sub-famílias de Leguminosae
As três subfamílias de Leguminosae são relativamente fáceis de separar com base em caracteres vegetativos:
• Mimosoideae tem folhas bipinadas (pinadas em Inga) e glândulas. Flores actinomórficas.
• Caesalpinioideae tem folhas paripinadas e sem glândulas. Flores variáveis.
• Papilionoideae têm folhas imparipinadas Flores zigomórficas.
Existem exceções a essas regras, apresentadas na tabela abaixo.

MIMOSOIDEAE CAESALPINIOIDEAE PAPILIONOIDEAE

Bipinada Unifoliolada
Todos exceto as Dimorphandra Andira unifoliolata,
espécies de Inga Aldina heterophylla e
Ormosia grandiflora

Bifoliolada
Algumas Inga Bauhinia, Hymenaea, Zornia
Peltogyne, e alguns
Macrolobium

Paripinada Trifoliolada
Inga Maioria
Várias

Algumas Imparipinada
Maioria
(grupo 8)

Raque alada
Em Swartzia e
Em várias Inga Macrolobium prancei Dipteryx

Glândulas
Na maioria (ausente
Somente em Cassinae
em Dinizia e
e Batesia
Entada. Interfoliolar
e freqüentemente
grandes.
LEGUMINOSAE: SUBFAMÍLIAS

Acacia, Mimosa, Espinhos Derivado de estípula


Piptadenia em Machaerium

• Seiva vermelha em Exsudatos no corte


algumas Inga • Seiva/goma vermelha
• Gotas marrom em é freqüente em espécies
Stryphnodendron de lianas e em Swartzia
•Goma marron (exsudada • Gotas marrom em
lentamente) em Parkia Aldina
361
As sub-famílias de Leguminosae
As três subfamílias de Leguminosae são relativamente fáceis de separar com base em caracteres vegetativos:
• Mimosoideae tem folhas bipinadas (pinadas em Inga) e glândulas. Flores actinomórficas.
• Caesalpinioideae tem folhas paripinadas e sem glândulas. Flores variáveis.
• Papilionoideae têm folhas imparipinadas Flores zigomórficas.
Existem exceções a essas regras, apresentadas na tabela abaixo.

MIMOSOIDEAE CAESALPINIOIDEAE PAPILIONOIDEAE

Bipinada Unifoliolada
Todos exceto as Dimorphandra Andira unifoliolata,
espécies de Inga Aldina heterophylla e
Ormosia grandiflora

Bifoliolada
Algumas Inga Bauhinia, Hymenaea, Zornia
Peltogyne, e alguns
Macrolobium

Paripinada Trifoliolada
Inga Maioria
Várias

Algumas Imparipinada
Maioria
(grupo 8)

Raque alada
Em Swartzia e
Em várias Inga Macrolobium prancei Dipteryx

Glândulas
Na maioria (ausente
Somente em Cassinae
em Dinizia e
e Batesia
Entada. Interfoliolar
e freqüentemente
grandes.
LEGUMINOSAE: SUBFAMÍLIAS

Acacia, Mimosa, Espinhos Derivado de estípula


Piptadenia em Machaerium

• Seiva vermelha em Exsudatos no corte


algumas Inga • Seiva/goma vermelha
• Gotas marrom em é freqüente em espécies
Stryphnodendron de lianas e em Swartzia
•Goma marron (exsudada • Gotas marrom em
lentamente) em Parkia Aldina
362
Leguminosae: Mimosoideae
A subfamília Mimosoideae tem mais ou menos maior importância para a identificação, mas
60 gêneros e 3000 espécies em 5 tribos. Tem o tamanho da folha, número de folíolos e até
distribuição principalmente pantropical e a presença das alas podem variar em plantas
subtropical, com a maior diversidade nos jovens. Nos demais gêneros, a forma e o padrão
gêneros Acacia, Mimosa e Inga. Na Reserva de venação dos folíolos e a distribuição das
ocorrem representantes de 4 tribos, com 16 glândulas geralmente asseguram a identificação
gêneros e 66 espécies, sendo Inga o maior, correta. O tamanho e a distribuição das
com 32 espécies. lenticelas, comuns na subfamília, podem
também ser muito úteis na identificação.
Ritidoma avermelhado é também comum.
Exsudações, quando presentes, são tipicamente
goma de cor marrom-claro/cor-de-mel.
As flores são geralmente pequenas

Parkia velutina

A subfamília inclui árvores, ervas, lianas


e arbustos. Na Reserva não foram encontradas Inga laurina
herbáceas, sendo a maioria das espécies
arbóreas. As folhas são sempre paripinadas,
pinadas em Inga e bipinadas em todos os outros
gêneros. Inga tem a característica única de ter
uma glândula (nectário extrafloral) entre cada
par de folíolos (sempre opostos), exatamente na
inserção, o que torna fácil seu reconhecimento.
As demais espécies (bipinadas) podem ser
diferenciadas de outras famílias pela presença Inga alba
de glândulas, que podem ocorrer no pecíolo,
ráquis e/ou pinas, com exceção das espécies
dos gêneros Calliandra, Dinizia, Entada e
Mimosa. Podem ser confundidas com algumas
espécies bipinadas de Caesalpinioideae, mas
estas geralmente não apresentam glândulas
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

na folha.
Algumas espécies com folíolos grandes Inga chrysantha Zygia racemosa
são bastante semelhantes às Caesalpinioideae, e sempre agrupadas em inflorescências
especialmente espécies de pequeno porte, relativamente compactas, na forma de espiga,
como Abarema e Zygia, e algumas lianas. umbela, panícula ou capítulo denso; o número
Porém as lianas sempre têm espinhos (tipo varia de poucas flores em algumas espécies de
espera-aí), que as Caesalpinioideae não têm. Inga até mais de 2000 em algumas espécies de
As folhas possuem movimentos násticos Parkia. Funcionalmente a inflorescência exerce
(mudando de posição à noite, na chuva ou o papel de uma flor.
quando tocadas), o que é bem caracterizado Os mecanismos de polinização são
em Mimosa pudica. diversos, incluindo abelhas em Stryphnodendron,
Dentro do gênero Inga, a presença Dinizia, Mimosa, Acacia, Pseudopiptadenia
e forma das alas nas ráquis, junto com o e Piptadenia; espécies de Inga e Zygia são
tamanho e a forma das glândulas, são da polinizadas principalmente por mariposas da
363
noite (especialmente Sphingidae). A maioria FORMIGAS E
das espécies de Parkia são polinizadas por MIMOSOIDEAE
morcegos, com duas espécies na Reserva (P. Quase todas as espécies
multijuga e P. velutina) polinizadas por abelhas de Mimosoideae
têm relações com
noturnas (Megalopta). formigas através das
glândulas extraflorais.
Os frutos são vagens, deiscentes ou As glândulas
não, mas sempre com sementes numerosas. produzem uma
Muitas espécies são comidas por papagaios e secreção adocicada,
que as formigas usam
macacos, que podem ser predadores ou talvez como uma fonte de
dispersores ocasionais. As sementes de Inga energia. A presença
de formigas nas folhas
são recalcitrantes e envolvidas em polpa branca protege a planta contra
e doce (arilo). Em outros gêneros, a testa da Cedrelinga catenaeformis
herbívoros.
semente é muito dura e pode permanecer
viável por anos. Maneiras de dispersão
incluem vento (Dinizia, Pseudopiptadenia
e outras), roedores (Parkia multijuga), água
(Macrosamanea), araras (Parkia pendula), e
provavelmente macacos e pássaros.

Inga chrysantha

DISPERSÃO E PREDAÇÃO

Balizia pedicellaris

Através dos nectários, Mimosoideae Mimosa quadrivalvis. Sem recompensa para


em geral tem uma relação forte com formigas; dispersores, as semente devem ser dispersadas só
por gravidade, ou talvez os espinhos nas vagens se
a planta fornece um líquido (néctar) rico em fixem na pele de animais.
açúcar para a formiga, em troca de proteção
contra herbívoros.
Inga edulis é amplamente cultivada
por seu arilo delicioso, assim como algumas
outras espécies de Inga. Zygia racemosa
LEGUMINIOSAE: MIMOSOIDEAE

(angelim-rajado) e Dinizia excelsa (angelim-


pedra) fornecem madeira dura, muito usada
em construções e móveis. Parkia multijuga é
usada na fabricação de compensado. Parkia
pendula tem uma copa muito bonita, e seria
uma árvore ideal para arborização se seus Inga paraensis. É Parkia pendula.
frutos não produzissem quantidades enormes comum em Inga, Fruto com sementes
papagaios predarem as envoltas por uma goma
de goma tão pegajosa que é capaz de tirar a pegajosa, incompatível
sementes em vagens
tinta de automóveis, por isso não podendo ser imaturas.
com a vida urbana, mas
apreciada pelas araras.
cultivada nas ruas.

Hopkins, H.C.F. 1988 Parkia (Leguminosae: Mimosoideae). Flora Neotropica


Monograph 43.
Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga. Royal Botanic Gardens, Kew.
364
Abarema Stryphnodendron

A. jupunba A. laeta A. cochleata

S. racemiferum S. pulcherrimum

A. cochleata A. piresii

A. jupunba A. floribunda S. guianensis

Piptadenia Macrosamanea Balizia

P. minutiflora M. pubiramea B. pedicellaris

Mimosa

M. guilandinae
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

var. spruceana M. pudica M. pudica M. quadrivalvis M. quadrivalvis

Parkia

P. multijuga

P. nitida P. velutina P. decussata P. panurensis


365
Inga

I. alba I. chrysantha I. cordatoalata

I. cordatoalata

I. longiflora

I. edulis I. grandiflora I. lateriflora

I . capitata I. stipularis

I. melinonis I. laurina

I. obidensis I . paraensis

I. macrophylla I. paraensis I. splendens

I. pezizifera I. stipularis I. umbratica I. macrophylla I. chrysantha

Pseudopiptadenia Entada
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

E. polyphylla

Zygia

Z. racemosa Zygia ramiflora


P. psilostachya
366
ÁRVORES

Folhas pinadas
Ráquis alada

1 2 3 Com alas
paralelas à ráquis
Com alas mais largas
na direção apical da
folha
Com alas estreitas,
marginadas ou
levemente aladas

Ráquis sem alas

4 5
Glabra, pubérula ou Com caracteres peculiares como: folha
evidentemente pilosa unijugada, folíolos numerosos, pulvino
entumecido e estípulas foliáceas.

Folhas bipinadas
Folióluloso
Maiores Menores

6 Foliólulos grandes
(60-120 mm),
semelhantes a Inga
7 8 9 Foliólulos
médios
(20-90 mm)
Foliólulos
pequenos
(5-20 mm)
Foliólulos
minúsculos
(4-7 mm)

ERVAS E LIANAS COM FOLHAS BIPINADAS E COM ESPINHOS

10 Ervas rasteiras, com


movimentos násticos.
11 Lianas escandentes.

Inga edulis. (Ingá-de-metro).


Árvore de sub-bosque.
O GÊNERO INGA Folha 4-6 pares de folíolos
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

•Inga é o maior gênero de Leguminosae na Reserva. densamente pubescente com


Geralmente é fácil identificar no nível de gênero pelo glândula elíptica (2-3 mm),
tronco, que tipicamente tem muitas lenticelas alinhadas pecíolo muito curto. Platô.
horizontalmente. No entanto, existem exceções. Áreas alteradas. Rara. Planta
240
•Folhas pinadas com uma glândula entre cada par de muito cultivada nos arredores
folíolos, é uma combinação que sempre indica este de Manaus. América do Sul
gênero (na Reserva). até o sul do Brasil.
110
•Não é muito difícil separar as espécies através de
caractereres vegetativos. A combinação do tamanho
e número de folíolos, a forma das alas e a forma e o
tamanho das glândulas permite separá-las.
•Deve-se ter cuidado na identificação de indivíduos
jovens. O tamanho e número dos folíolos e,
especialmente, a presênça e forma das alas pode ser
diferente do que nos indivíduos adultos. Algumas
espécies são aladas somente quando jovens, ou em
folhas de rebrotos de árvores cortadas. Este guia é feito
apenas para plantas adultas.
367

Inga cayennensis. (Ingá- Inga longiflora. Árvore de


cabeludo). Árvore de sub-bosque. Ráquis e alas
subdossel. Folha 3-6 (8) pares pubescentes. Glândula
de folíolos com pubescência pequena, proeminente (1-1,5
híspida nas duas faces. mm). Folhas 1-2(-4) pares de
Ráquis, alas, venação e ramo folíolos com margem revoluta
tomentosos a velutinosos. e pubescência nas duas faces,
Gândula semelhante a I. menos densa e macia que em I.
longiflora. Capoeira. Rara. cayennensis. Ocasional. Platô.
Amazônia Central-Ocidental e 90 240 Guiana Francesa à Amazônia 80 170

Mata Atlântica. Central.

1 Árvores. Folhas pinadas. Alas


paralelas à ráquis. Inga chrysantha. Árvore de
sub-bosque. Ramo glabro.
Folhas com até 6 pares de
folíolos, glabros, geralmente
elípticos. Ráquis e forma
da glândula típica, quase
pedunculada. Ocasional.
Platô. Amazônia Central e
peruana.
130 230

Inga macrophylla. Inga grandiflora. Árvore


Tronco circular, curto. de sub-bosque. Folha
Folha (2-)3 jugada, com 2-4 pares de
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

levemente áspera, e um folíolos, com lâmina,


apêndice caduco no ápice venação e margem
da ráquis. Glândulas visivelmente pubescentes,
maiores que 1 mm. broquidódromos.
380 320
Rara. Capoeira alterada, Glândula proeminente
provavelmente cultivada. (0,5-1 mm). Estípulas
Amazônia Central- cordiformes. Ocasional. 126
Ocidental e Guianas. 130 Platô. Amazônia Central.
368

Inga umbratica. (Ingá). Inga marginata. Árvore


Árvore de subdossel. de dossel. Ramo cinza,
Tronco bege com lenticelas glabro, com lenticelas
salientes, evidentes. Alas brancas. Alas menores e
revolutas, abruptamente mais estreitas que as outras
interrompidas. Folíolos espécies do grupo. Ráquis
pubérulos nas duas faces. canaliculada. Folíolos
Glândula plana, maior que glabros. Rara. Platô.
em I. obdensis. Freqüente. Américas Central até o Sul
140
Platô. Guiana Francesa, 100 do Brasil.
230 220
Amazônia até Bolívia.

Inga obidensis. (Ingaí).


Árvore de subdossel. Tronco
como em I. umbratica, muito
lenticelado. Folhas glabros,
com venação broquidódroma.
2 Árvores. Folhas pinadas.
Ráquis com alas mais largas na
direção apical da folha.

Glândula plana (0,5-1,0 mm).


Ala completa a incompleta.
Pecíolo curto como em I.
umbratica. Freqüente. Platô.
163 119 Guianas à Amazônia Central.

Inga umbellifera. Árvore de Inga cordatoalata. Árvore


subdossel. Tronco com sulcos de subdossel. Tronco
transversais na base e lenticelas avermelhado, liso. Folha com
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

em linhas horizontais. Folha


um par de folíolos, raramente
com um ou dois pares de
folíolos. Folíolos glabros, dois. Glândula proeminente
com venação central (1,5-2 mm). Folíolos glabros,
350 proeminente em ambas venação central proeminente
150
faces. Alas como em I. em ambas faces. Ocasional.
obidensis, pecíolo longo. Platô e vertente. Amazônia
Glândula 1,5-2,5 mm. Rara.
Platô. Sul da América Central e Central-Ocidental e Guiana
120 120
Norte da América do Sul. Francesa.
369

Inga rhynchocalyx.
Árvore de subdossel.
•Inga alba. (Ingaí). Árvore
de dossel. Ritidoma marrom-
Tronco circular. avermelhado, liso, característico.
Ritidoma marrom Ao corte, exsudação vermelha,
claro. Folha subglabra. escassa. Folha com 3-6
Venação primária e pares de folíolos, glabros a
secundárias proeminentes subglabros. Ráquis até sem
em ambas as faces; ala, ou marginada. Pecíolo
secundárias ascendentes. longo. Freqüente. Platô e
Baixio. Rara. Amazônia 240 vertente. Sul da América Central 160
e Guianas. 184 220
e América do Sul.

3
Árvores. Folhas pinadas. Ráquis
com alas estreitas, marginadas
ou levemente aladas.

•Inga lateriflora. Árvore de


subdossel. Base geralmente
acanalada. Ritidoma cinza.
Exsudação vermelha da casca
•Essas espécies possuem exsudação vermelha, viva. Folhas 2-3(-4) pares de
o que não é muito comum em Inga. folíolos, glabros. Ráquis com
ala estreita ou marginada.
Estípulas lineares até 1,5 mm.
Ocasional. Vertente. Amazônia
e Guianas. 70 130

Inga splendens. Árvore de dossel. Inga melinonis. (Ingá). Árvore


Ritidoma rugoso, lenticelas de subdossel. Folha 4-5 pares
salientes. Ramos com lenticelas de folíolos subglabros. Ráquis
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

vermelhas. Folha com (1)2(-3) pubescente, com alas estreitas


pares de folíolos, glabros ou marginadas e apêndice
e pecíolo curto (até 1 cm). caduco no ápice. Venação
Folíolos basais sempre principal e secundárias
160 300
menores que os apicais. proeminentes na face abaxial.
Estípula 10 mm, linear, caduca.
Pecíolo curto, como I.
Ocasional. Baixio e platô.
edulis. Rara. Platô. Guianas, 150
Amazônia Central e Guianas. 190
Amazônia Central e peruana.
370

Inga leiocalycina. Inga pezizifera. Árvore de dossel.


Árvore. Ramos Ritidoma liso. Exsudação
secos marrons, branca (como sabão) do
com muitas alburno e vermelha da
lenticelas casca viva. Ramos e ráquis
brancas, com lenticelas pequenas
presentes e vermelhas. Folíolos
também na ráquis. Com subglabros a glabros.
Glândula 1,5-3 mm. Estípulas
100 pubescência velutinosa em ambas
lineares, 3 mm. Ocasional.
as faces. Rara. Vertente. América 155 92
210 Platô. Sul da América Central e
Central e Norte da América do Sul.
Norte da América do Sul.

Pubescência pouco evidente (pubérula).

Inga thibaudiana. Árvore de


subdossel. Riditoma com
lenticelas proeminentes, formando
linhas transversais. Ramos
pubescentes, com lenticelas
4 Árvores. Folhas pinadas. Sem
alas na ráquis

pequenas e brancas. Glândula


plana (1,5-3,5 mm). Folíolo Obviamente pubescente.
pubescente nas veias adaxiais
e lâminas em ambas faces.
230 90 Freqüente. Baixio. América
Central norte da América do Sul.

Inga rubiginosa. Árvore de sub- Inga suberosa. Árvore de sub-


dossel. Ritidoma como em I. bosque. Casca suberosa, com
thibaudiana. Ramos e ráquis textura de cortiça, única para
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

velutinosos, com lenticelas esta espécie. Ramos e folhas


pequenas e brancas. densamente pubescentes,
Glândula plana (1,5-2 mm). formando um contorno
Folíolo com pubescência na dourado na folha. Alas
520 lâmina e na veia central, em 390 estreitas em folhas jovens.
ambas as faces. Ocasional. Glândula pouco proeminente
Vertente e platô. Panamá e (0,5-1 mm). Rara. Platô.
220 Amazônia brasileira. 220 Amazônia Central.
371

Inga glomeriflora. Árvore de


subdossel. Ramos e ráquis
com lenticelas abundantes e
elípticas. Pecíolo e peciólulos
canaliculados. Folhas 3-4 jugos.
Folíolos com nervura central
proeminente, secundárias e
Inga huberi. Árvore de terciárias impressas, todas
dossel. Tronco e base amarelas em folhas secas. Face
acanalada com sapopemas abaxial brilhante, marrom-clara
pequenas. Exsudação em e face adaxial opaca. Ápice
gotas, cor de mel. Alburno mucronado. Rara. Amazônia
com estrias brancas. Equatoriana.
Lenticelas diminutas,
brancas, nos ramos e na
ráquis. Ráquis cilíndrica.
Rara. Vertente. Guianas à 210
Amazônia Central. 150

Glabras.
Inga paraensis. (Ingarana). Árvore
de dossel. Ritidoma com muitas
lenticelas, formando linhas
horizontais. Ramo rugoso, glabro,
com lenticelas abundantes,
brancas. Folha com 2-3 pares
de folíolos glabros. Ráquis
acanalada. Glândula plana.
Venação proeminente na face 220
abaxial. Freqüente. Baixio
e platô. Guianas e Amazônia 110
brasileira.
Inga bicoloriflora. Árvore. Inga laurina. (Ingá-
Ramos com lenticelas pequenas, de-macaco). Árvore.
vermelhas e pubescência densa. Ritidoma, ramos e folha
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

Folíolos glabros e com venação bastante semelhantes a Inga


150
discreta. Ráquis acanalada com paraensis. Exsudação em
pubescência fina. Glândula gotas, cor de mel. Lenticelas
plana (0,5 a 0,75 mm). Par avermelhadas. Ráquis
220
de estípulas lineares, 3 mm. acanalada. Glândula em
Ocasional. Platô. Amazônia forma de copo. Ocasional.
Central. 110 Platô. México até o sul do
120
Brasil.
372

DICA DE CAMPO
Todas as Mimosoideae com folhas pinadas
pertencem ao gênero Inga, que corresponde
aos grupos de 1-5. Nesses grupos as glândulas
(nectários extraflorais) só aparecem na região
interfoliolar. A partir do grupo 6 as glândulas
Inga capitata. Árvore de aparecem, em geral, também no pecíolo, na
dossel. Ritidoma como em ráquis (especialmente entre o último par de pinas)
Inga stipularis. Ramos e ráquis e entre os folíolos (também geralmente entre os
cinzas, com muitas lenticelas. terminais). Nas caixas das espécies desses grupos,
Folhas com (2-)3 pares de folíolos as glândulas dessas três posições são ilustradas nas
glabros, de margem revoluta e fotos pequenas ao lado da foto do corte. A escala
pulvino grande, preto. Glândula corresponde a duas vezes o tamanho real.
geralmente plana. Venação bem
destacada e textura envernizada
270 140 como em I. stipularis. Ocasional.
Platô. Sul da América Central e
Norte da América do Sul.

Árvores. Ráquis não alada. Ingá

Inga stipularis.
Árvore de sub-
dossel. Às vezes
com raízes
suporte. Folíolos
5 com caracteres especiais: folha
unijugada, folíolos pequenos,
estípulas foliáceas, ou folíolos
envernizados.

brilhantes,
glabros, com
venação saliente e textura
coriácea. Estípulas grandes,
foliáceas. Freqüente. Platô.
245
120 Venezuela, Guianas até Sul da
Amazônia brasileira.

Inga panurensis. Árvore de Inga gracilifolia. (Ingá-xixica).


sub-bosque. Ritidoma marrom Árvore de subosque até dossel.
avermelhado com lenticelas Ritidoma marrom avermelhado,
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

70 agrupadas. Folha uni ou liso. Ramos jovens pubescentes.


bijugada, glabra. Ráquis Folíolos numerosos e pequenos,
canaliculada. Glândula circular, elípticos e glabros. Glândula
plana, 2 mm. Folíolos com cônica (0,5 mm). Ráquis
venação saliente nas duas faces, 150 marginada a canaliculada.
broquidódroma. Estípulas 3 Ocasional. Platô. Guianas à
mm, lineares. Ocasional. Platô. Amazônia brasileira e peruana.
40 50
Amazônia.
373

Abarema laeta. Arvoreta Abarema mataybifolia.


até 4 m. Folha sempre Arvoreta até 10 m. Tronco
com quatro foliólulos. reto, circular com base
Foliólulo com venação espessa. Ritidoma escuro
proeminente nas duas com estrias finas semelhante
280
faces. Textura coriácea. 190 a Abarema laeta. Dois pares
Ocasional. Platô, de pina, cada com 2-3 pares
vertente e baixio. Norte de foliólulos. Rara. Platô.
da América do Sul. Guianas e Amazonas.
90
115

6
Árvores. Folhas bipinadas com
foliólulos grandes (60-120mm),
semelhantes aos folíolos de Stryphnodendron
Inga. racemiferum. (Ingarana).
Árvore de dossel. Tronco
cilíndrico. Ritidoma
190
vermelho alaranjado,
fissurado. Ramos
ferrugíneos. Glândulas e
venação amarelas. Pina com
até 4 pares de foliólulos,
110
glabros. Ocasional. Baixio e
Capoeira. Amazonas e Pará.

Cedrelinga catenaeformis. Stryphnodendron


(Cedrorana). Árvore paniculatum. (Taxirana).
emergente. Tronco circular e Árvore de dossel. Folha com
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

um ou dois pares de pinas,


base reta. A única leguminosa 290
cada uma com 2-3 pares de
com ritidoma profundamente foliólulos, coriáceos, face
290
fissurado. Glândulas e adaxial glabra e abaxial
venação semelhante a pubescente. Glândula
Stryphnodendron racemiferum. verruciforme na base do
Rara. Platô e baixio. Peru, pecíolo e entre as pinas.
Pubescência ferrugínea na
Colômbia, Amazonas e Pará. ráquis e ramos. Rara. Platô. 110
110
Amapá, Amazonas e Pará.
374

Zygia juruana. Macrosamanea pubiramea


Arvoreta até 5 cm var. lindsaeifolia. Arbusto
DAP). Base com raiz até 3 m. Até 3 pares de
escora. Pina com pinas. Baixio nas margem
2-3 jugos. Foliólulo do igarapés. Ocasional.
basal menor que o
145 Amazônia e Guianas. A var.
apical. Pecíolo curto
(até 5 mm). Baixio pubiramea também pode ser
210 encontrada nessa área (com
nas igarapés maiores.
Ocasional. Bacia do os folíolos mais longos).
55 rio Amazonas. 20

Foliólulos com venação bastante


evidente, pondendo ser confundidos com
folíolos de Inga. Bases +/- simétricas.

Zygia ramiflora.
Árvore de subdossel.
Ramo rugoso. Ráquis
cilíndrica, glabra e
lisa. Pina com 6-(4)
foliólulos, glabros.
Glândulas presentes na
maioria dos espaços
interpeciolares.
220 Ocasional. Platô. Raízes escoras
Bacia Amazônica e do em Zygia juruana
68 Orinoco.

Abarema adenophora. Árvore Abarema cochleata. Árvore.


de dossel Tronco circular. Tronco cilíndrico, sem
Ritidoma fissurado, com sapopemas ou com raízes
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

desprendimento em placas superficiais. Ritidoma cinza


irregulares. Lenticelas 110
escuro. Casca viva com
dispersas. Glândula no
250 estrias amarelas. Folhas com
pecíolo enorme, mas
freqüentemente comida. pecíolo curto. Folíolos com venação
Ocasional. Baixio. amarelada, destacando-se nas folhas
Distribuição fragmentada secas. Ocasional. Platô e vertente.
entre América Central e Amazônia Central, e na região dos rios
60 Amazônia Central.
70 Trombetas e Tapajós.
375

Abarema jupunba. Abarema piresii. (Angico-


(Saboeira). Árvore de sub- branco). Árvore de
bosque a de dossel. Copa sub-bosque até dossel.
aberta. Ritidoma escuro. Folhas semelhantes
a Abarema jupunba,
Folhas com 3-5 jugos e
porém com menos pinas,
7-12 pares de foliólulos.
e foliólulos menores,
Freqüente. Capoeira. quase arredondados e 18
Norte da América do Sul 150 face adaxial brilhante.
e Mata Atlântica. Ocasional. Platô.
17
Amazônia Central. 90

7
Árvores. Folhas bipinadas com
foliólulos de tamanho médio
(20-90mm).

95

Calliandra tenuiflora. Árvore


de subdossel. Ramos cinzas,
Folíolos com base assimétrica. pubérulos, com lenticelas
minúsculas. Estípulas lineares.
Não possui glândulas. Folha
unijugada. Ráquis e venação 20
principal pubescente. Lâmina
brilhante na face adaxial. Rara.
Platô. Amazônia.

Zygia racemosa. (Angelim- Dinizia excelsa. (Angelim-


rajado). Árvore até dossel, pedra). Árvore emergente,
sem sapopemas. Tronco a maior na Reserva; com
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

avermelhado com manchas sapopemas altas. Ritidoma


com desprendimento
grandes esbranquiçadas,
em placas grandes
semelhante a Dinizia
deixando cicatrizes,
excelsa, porém é árvore placas acumulando na
muito menor. Com 190
base. Foliólulos alternos.
glândulas na ráquis e Não possui glândulas.
210 15
pina. Freqüente. Platô. Freqüente. Platô. Guianas
Amazônia e Guianas. e Norte do Brasil.
376

Parkia igneiflora. Parkia panurensis.


Árvore de dossel, com Árvore de sub-bosque.
copa pequena. Bem Sapopemas tabulares
distinta na forma pequenas, avermelhadas
oblonga dos foliólulos, na crista. Foliólulos
sésseis e truncados. sigmóides, finos e longos.
Glândula impressa na Ápice agudo, com um
base do pecíolo e na aurículo bem destacado.
290 ráquis. Ocasional. Freqüente. Baixio e
Campinarana. 220 Campinarana. Amazônia.
10
28 Amazônia Central.

8
Árvores. Folhas bipinadas.
Foliólulos relativamente
pequenos (10-20 mm).

Parkia multijuga. (Paricá-


grande-da-terra-firme).
Árvore emergente. Forma
da copa similar de Parkia
velutina, com folhas
Nervura principal central, e folíolo
agrupadas no ápice dos
ramos. Tronco distinto com sigmóide. Base auriculada.
acúleos no tronco de árvores
jovens, e com caule bem
circular e base um pouco
acanalada em adultas.
430 10 Freqüente. Platô. Amazônia
Central e Ocidental.
Parkia velutina. (Corezeiro). Pseudopiptadenia psilostachya.
Árvore de dossel. Folhas Árvore emergente. Com
grandes, oblongas, com sapopemas grandes
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

foliólulos sésseis, finos e tabulares. Estrias verticais


sigmóides. A única Parkia geralmente presente no
com pubescência velutina, ritidoma. Foliólulos sésseis.
vermelha na ráquis e ramos Margem geralmente revoluta.
jovens. Folha oblonga. Freqüente. Platô. Amazônia
Ráquis canaliculada. Rara. Central e Oriental.
Baixio. Guiana Francesa,
510 7 180 5
Amazônia Central.
377

Parkia nitida. (Faveira-benguê). Parkia decussata. (Faveira-


Árvore de dossel. Foliólulos com arara-tucupi). Árvore de
cêra branca na face inferior. No dossel. Foliólulos maiores
entanto, a cera é ausente em que em Parkia nitida, com
folhas jovens e secas, podendo venação mais destacada e
ser confundida com Parkia nunca com cêra. Folhas
decussata, mas no tronco são geralmente escuras; as
bem distintas. Cheiro forte jovens são freqüentemente
de benguê na casca cortada. purpúreas na face inferior
(especialmente em 260
Freqüente. Platô, vertente e às
vezes, campinarana. Norte da 190
plântulas). Ocasional. Platô. 13
América do Sul. 15 Amazônia Central e Oriental.

Nervura principal não exatamente


central, e folíolo rhombóide ou de base
arredondada ou quadrada Balizia elegans. Árvore de dossel.
Tronco circular, base pouco
acanalada. Casca viva com poros
brancos e exsudação transparente.
Folha com pubescência
velutinosa e duas glândulas no
pecíolo. Foliólulo com pequeno
tufo de pêlos na base, semelhante
a Stryphnodendron guianense.
Rara. Platô. América Central e
Norte da América do Sul. 12 220

Abarema floribunda. Balizia pedicellaris.


Árvore de subdossel. (Esponjeira). Árvore de
Tronco circular e base reta. dossel. Foliólulos com
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

Casca viva amarelo-clara, pubescência ciliada


alburno branco. Folhas
e na nervura central;
semelhantes a Balizia
revolutas; superfície adaxial
elegans, porém as pinas são
mais longas e os foliólulos envernizada. Freqüente.
maiores, e os ramos são Platô e Baixio. Amazônia
mais pubescentes. Rara. 220 Central.
Baixio. Amazônia Central- 20
10 160
Oriental e Guianas.
378

Enterolobium schomburgkii. Parkia pendula. (Visgueiro).


(Orelha-de-macaco, sucupira- Árvore de dossel. Copa plana,
amarela). Folha com formando uma das mais distintas
pubescência velutinosa. e bonitas formas em árvores da
Foliólulos sésseis. Ráquis Amazônia. Casca sempre vermelha,
caniculada. Geralmente desprendendo em placas grandes
as glândulas ocorrem entre (ver Dinizia excelsa). Folhas
os pares de foliólulos, mas grandes. Foliólulos bem finos.
ausente entre primeiro par
Ocasional. Platô. A distribução
basal. Ocasional. Platô.
mais ampla no gênero, entre
270 4 América Central e norte da
8 América Central e Espírito Santo.
América do Sul. 240

Abarema curvicarpa var.


rodriguesii. Árvore de
dossel. Ritidoma vermelho,
com lenticelas em linhas
horizontais. Casca viva
9 Árvores. Folhas bipinadas.
Foliólulos muito pequenos (<
10 mm), numerosos.

laranja com exsudação


vermelha. Rara. Platô.
Esta variedade encontrada
apenas na Amazônia
9 Central.

Stryphnodendron
pulcherrimum. (Timbaúba).
• Stryphnodendron guianensis.
(Faveira-camuzé). Árvore de dossel.
Árvore de sub-dossel. Ritidoma e ramos ferrugíneos
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

Ramos e ráquis densamente com lenticelas brancas. Ráquis


ferrugíneoa. Pina com até 7cm e venação com pubescência
de comprimento, pubescente. dourada. Na base do foliólulo,
Tronco com ritidoma cinza e presença de tufo de pubescência
muitos líquens, característico dourada. Exsudação em gotas,
da espécie. Casca viva laranja cor de mel, semelhante a S.
com exsudação em gotas. 170
pulcherrimum. Ocasional. Todas
4
240 5 Freqüente. Capoeira. Norte da as ambientes. Bacia amazônica.
América do Sul.
379
POLINIZAÇÃO EM PARKIA
P. decussata P. igneiflora
O gênero Parkia é pantropical, com sua maior
diversidade na Amazônia. Sete das 17 espécies
neotropicais ocorrem na Reserva. A polinização do
gênero foi estudada na Reserva e áreas vizinhas. Em
cinco espécies a polinização é feita por morcegos, P. panurensis
especialmente por Glossoghaga discolor (provavalmente
a espécie das fotos abaixo). Os morcegos visitam P. nitida
rapidamente à noite, lambendo o néctar produzido
por flores nectaríferas. Duas espécies, P. multijuga
e P. velutina são polinizadas por abelha noturnas
(Megalopta). As flores são sempre bem coloridas,
sendo vermelhas ou amarelas, que aparentemente
P. multijuga
variam independemente do polinizador. P. pendula
P. velutina

A posição das inflorescências varia entre as


espécies, uma característica que pode ajudar na
identificação, uma vez que as ráquis geralmente
permanecem por um longo período do ano. O
diagrama esquematizado mostra um sumário da
posição e tamanho relativo das ráquis e das cores das
Morcegos visitando inflorescência de Parkia decussata inflorescências.

Morcegos visitando inflorescências de Parkia pendula Megalopta em inflorescência


de Parkia velutina

•S. guianense é bastante variável com três unidades subespecíficas RAMO JOVEM
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

reconhecidas. Na Reserva varia muito em tamanho de folha e


tamanho e números de folíolos. A casca também varia muito . Em geral , nos ramos de Stryphnodendron,
Não conseguimos achar um padrão na variação e, por enquanto, a unidade de crescimento ativa é
consideramos que o taxon presente na Reserva é "S. roseiflorum", caracteristicamente ferrugínea. Notar
considerada uma éspecie distinta por Adolpho Ducke, mas como também o tamanho relativamente enorme
variedade de S. guianense por outros autores.
das glândulas em folhas jovens.
Troncos de três árvores de S. guianense

Ritidoma reticulado, Mistura de lenticelas Lenticelas enormes e


lenticelas não em linhas verticais e reticulação ausente
S. pulcherrimum S. guianense
aparentes reticulação
380

Estípula e
espinho

80 Mimosa pudica var. unijuga. Mimosa pudica var. tetrandra.


(Malícia). Erva rasteira. (Maria-fecha-porta, malícia).
Ramos glabros, folíolos pouco Erva rasteira. Ramos circulares,
pubescentes. Geralmente amarelos a avermelhados,
unijugada, quando bijugada pode geralmente pubescentes e
ser confundida com var. tetrandra, com espinhos. Folhas bi
diferenciando-se pela ausência ou trifolioladas. Freqüente,
de pêlos no ramo e corola glabra. formando manchas extensivas.
Estípulas pubescentes. Freqüente. Capoeira. Neotrópicos.
Capoeira arenosa. Neotrópicos. 10
12

Ervas rasteiras com

10 espinhos e movimentos
násticos (fecham-se
quando tocadas).

Mimosa quadrivalvis var.


leptocarpa. Erva rasteira.
Folha com 2-3 jugos. Ramo
quadrangular, glabro com As espécies desse grupo não possuem glândulas.
muitos espinhos. Pode ser
Têm estípulas nas folhas e foliólulos, diferenciando-
confundido com Mimosa
pudica, diferenciando-se se principalmente pelo tipo de indumento, flores e
principalmente pelo ramo frutos.
e pelo fruto fino e longo,
70 não septado, quadrangular
9 e espinhoso. Ocasional.
Capoeira. Neotrópicos.

Mimosa sensitiva. Erva Mimosa guilandinae var. spruceana.


rasteira. Ramos densamente Liana lenhosa. Ramos e lâmina abaxial
espinhosos e pubescentes. com pubescência marrom. Folhas
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

Folha bi-jugada. Folíolos discolores. Ramos e tronco com


assimétricos; parte abaxial
espinhos pequenos formando
densamente pubescente,
75 um padrão de linhas verticais
com pêlos longos
210 paralelas. Glândulas
contornando todo foliólulo.
Par de estípulas lineares, proeminentes. Freqüente.
pubescentes. Ocasional. Capoeira. Amazonas e Pará.
Capoeira. Neotrópicos.
45
40
381

Entada polyphylla. Acacia multipinnata. (Rabo-


(Cipó-escova). Tronco de-Camaleão). Liana lenhosa.
cilíndrico, contorcido. Folíolos finas e unidas, as folhas
Ritidoma castanho, com resemblam as de Enterolobium
desprendimento irregular.
schomburkii. A única liana
A única liana na subfamília
com folíolos muito pequenos
bipinada e faltando espinho
e glândulas. Ráquis às vezes na Reserva. Freqüente. Platô,
terminando em gavinha. capoeira e vertente. Amazônia.
Ocasional. Baixio e capoeira.
América Central e norte da 160 3
América do Sul. 30

11 Lianas lenhosas escandentes,


de dossel.

Mimosa guilandinae var. 2. Liana 300

lenhosa. Esta é, aparentamente,


uma variadade de Mimosa
Com a exceção de Entada, as lianas na subfamília guilandinae não descrita. Difere
Mimosoideae quase sempre têm espinhos curtos da var. spruceana pelas suas
recurvados e glândulas na ráquis, uma combinação folhas glabras. A folha tem um
nunca achada em Caesalpinioideae. só par de folíolulos por pina,
cada pina assemelha-se a uma
folha de Bauhinia. Ocasional.
especialmente em áreas alteradas. 100

Piptadenia minutiflora. Acacia altiscandens.


Liana lenhosa. Ritidoma Liana lenhosa. Ramos
com linhas verticais, com espinhos pequenos,
LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE

sinuosas. Duas ou três esparsos e recurvos. As


pinas com (2)3(4-6) pares de
glândulas perto da base
foliólulos. Glândulas mais
do pecíolo. Ramos
ou menos planas, entre o
glabros com espinhos e último par de pina. Folhas 240
gavinhas. Folíolo com a lembram Stryphnodendron
50
venação proeminente abaxialmente. racemiferum. Freqüente.
Freqüente. Platô e capoeira. Platô. Amazônia.
250 130
Amazônia.
382
Leguminosae: Caesalpinioideae
Compreende cerca de 180 gêneros e 2500 esbranquiçado, laranja claro a marrom com
a 3000 espécies principalmente, árvores estrias brancas longitudinais (Chamaecrista
e arbustos, tropicais e subtropicais, com adiantifolia). As folhas são alternas, pinati-
distribuição cosmopolita. A maioria dos compostas, pari a imparipinadas (Batesia,
gêneros encontra-se nos Trópicos, na África, Copaifera, Dialium, Dicorynia, Vouacapoua)
América e Sudeste da Ásia. A subfamília está ou bipinadas (Dimorphandra); os folíolos
bem representada no Brasil. são opostos ou subopostos, com pulvinos; às
vezes bifolioladas (Hymenaea, Macrolobium
e Peltogyne), com alguns (Cassia, Eperua,
Macrolobium, Sclerolobium e Tachigali) a
numerosos pares de folíolos (Cassia, Cha-
maecrista e Elizabetha). Os nectários extraflorais
são cupuliformes (Chamaecrista adiantifolia).
As inflorescências podem ser racemo,
panículas ou espigas, terminais ou axilares. As
flores são vistosas, geralmente hermafroditas,
ligeiramente zigomorfas; a pétala superior é
geralmente interna em relação às duas laterais,
a inferior é menor; estames (1-10-numerosos),
Dimorphandra pennigera
livres, algumas vezes unidos. Os nectários
formam um anel intra-estaminal; o ovário é
Na Reserva são encontrados os repre- súpero 1-carpelar com um a vários óvulos.
sentantes de 16 gêneros e aproximadamente Os frutos são geralmente tipo vagem, secos e
53 espécies entre árvores, arbustos e lianas. deiscentes, às vezes indeiscentes e drupáceos.
As lianas lenhosas conhecidas como As sementes apresentam, às vezes, arilo,
"escada-de-jabuti" apresentam tronco com- tegumento duro e impermeável.
presso -sinuoso com casca viva amarela A polinização é feita principalmente
estriada de vermelho e resina escassa em por insetos, morcegos (Bauhinia, Eperua,
Bauhinia, ou caule cilíndrico, articulado
ou quadrangular acanalado com casca viva
rosa, fibrosa e alburno branco (Senna) com
desprendimento em placas finas verticais.
Folhas compostas unifolioladas partidas
ou inteiras, embora os folíolos de Bauhinia
possam apresentar-se inteiros no dossel da
LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE

floresta e a mesma planta possuir folhas


partidas completa ou parcialmente, como
por exemplo em Bauhinia rutilans. Outras
lianas apresentam folhas paripinadas com dois
pares de folíolos e uma glândula claviforme
extrafloral interfoliolar (Senna). Algumas
Bauhinia alata Tachigali cf. myrmecophila
espécies de Bauhinia são arbustivas.
As árvores apresentam fuste cilíndrico, Hymenaea) e beija-flores. Na Reserva foram
rígido (Cassia, Hymenaea, Peltogyne, observados pombos em inflorescência de
Macrolobium limbatum), acanalado (Cha- Dimorphandra pennigera e periquitos (Broto-
maecrista, Dimorphandra) ou tortuoso, com geris chrysopterus) visitando flores de Peltogyne
baixa ramificação (Macrolobium arenarium). excelsa para beber néctar sem destruir as
São freqüentes sapopemas tabulares (Eperua, flores, e por isso provavelmente agindo como
Peltogyne), côncavas e assimétricas. Ao polinizador. Em relação à dispersão, os vetores
corte, a casca viva e o alburno são variáveis: podem ser animais, água e vento.
algumas vezes, a casca é branca, amarela, Entre os gêneros mais comuns, estão
vermelha a castanha-escura, o alburno é creme incluídos: Bauhinia, caracterizado por cipós
383
que parecem escadas; Cassia, com flores copaíba; os jatobás, jatobaí, jutaí, pertencentes
principal mente amarelas (na Reserva, foi ao gênero Hymenaea; assim como Peltogyne,
encontrada uma espécie com flores vermelhas, maioria das árvores com madeira vermelha a
Cassia rubriflora); Copaifera, cujas espécies violácea.
são conhecidas pela abundância do óleo de

Cowan, R.S. 1953. A taxonomic revision of the genus Macrolobium (Leguminosae-


Caesalpinioideae). Memoirs of the New York Botanical Garden, 8: 4.
Irwin, H.S.; Barneby, R.C. 1982. The American Cassinae. Memoirs of the New York
Botanical Garden, 35, 1-2.
Lee, Y. & Langenheim, J.H. 1975. Systematics of the Genus Hymenaea L. (Leguminosae,
Caesalpinioideae, Detarieae). University of California Publications in Botany, 69.
Silva, M.F. 1976. Revisão do Taxonômica do Gênero Peltogyne Vog. (Leguminosae-
Caesalpinioideae). Acta Amazonica, 6: 1.
Silva, M.F. 1986. Dimorphandra (Caesalpiniaceae). Flora Neotropica Monograph 44.

FLORES
Inflorescência em racemos, panículas, espigas ou cimeiras; terminais ou axilares. As flores são vistosas, coloridas
ou cremes, hermafroditas, ligeiramente zigomorfas, mas são diferentes de Leg: Papilionoideae. Apresentam (4)5
sépalas livres ou quase livres e (0-1)5 pétalas livres, com pétala superior mais interna em relação às duas laterais,
a pétala inferior é menor. Os estames são em número de (1)10 a numerosos, livres ou unidos. A deiscência da
antera é geralmente longitudinal ou poricida. Apresentam nectários florais formando um anel intraestaminal. O
ovário é súpero unicarpelar com um a muitos óvulos.

Amarelas

Peltogyne Senna sp. 2 Batesia Vouacapoua Tachigali


paniculata floribunda pallidior venusta

Senna Senna Chamaecrista Chamaecrista Cassia Senna sp. 1 LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE


quinquangulata tapajozensis adiantifolia negrensis spruceana

Rosas ou vermelhas Brancas

Dimorphandra Macrolobium
Cassia rubriflora Elizabetha speciosa pennigera arenarium

Macrolobium
microcalyx

Dimorphandra Bauhinia alata Eperua Macrolobium limbatum


ignea glabriflora
384
FRUTOS
De modo geral, os frutos maduros de Leg: Caesalpinioideae têm coloração marrom ou são enegrecidos.

Copaifera Eperua Macrolobium Dimorphandra Eperua Elizabetha


multijuga glabriflora microcalyx pennigera duckeana speciosa

Hymenaea intermedia Hymenaea Dialium Senna Vouacapoua


parvifolia guianense tapajozensis pallidior

LIANAS LENHOSAS OU ARBUSTOS ESCANDENTES

1 Folhas com dois pares


de folíolos e glândulas
interpeciolares. 2 Folhas unifolioladas
inteiras ou partidas.

ÁRVORES
Folhas Pinadas Folhas
Bipinadas
Folhas Paripinadas Folhas

3
LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE

7
Imparipinadas
Folhas bifolioladas.

8
Lâminas do folíolo prin-
cipalmente assimétricas,
falcadas a oblongas.

4 Folhas com até quatro


pares de folíolos. Lâmina
do folíolo variada.
Folíolos elípticos
a oblanceolados.
Pinas
geralmente
opostas ou
Lâminas subopostas.

5 principalmente Foliólulos
assimétricas. de tamanho
Folhas acima de variado.
quatro pares de
folíolos até dez.

6 Folhas
multifolioladas.
Lâmina do folíolo
385

DICA DE CAMPO
Existe um grupo Cassiinae (subtribo) formado
pelos gêneros Cassia, Chamaecrista e Senna
que muitas vezes são confundidas no campo
por suas flores, geralmente amarelas. Os
gêneros que ocorrem na Reserva são facilmente
identificáveis. As espécies de Cassia são árvores e
não apresentam folhas com glândulas extraflorais; Senna sp. 2. Arbusto escandente.
as espécies de Chamaecrista são árvores e Ritidoma marrom-escuro, liso e
apresentam folhas com nectários extraflorais anguloso. Alburno amarelo.
(glândulas) cupuliformes; as de Senna são Folhas discolores: face abaxial
principalmente lianas ou arbustos escandentes pouco esbranquiçada (e glauca),
e apresentam esses nectários interfoliolares, mas face adaxial verde-escura.
são claviformes ou cônicos. Duas glândulas cônicas e
interfoliolares. O par de folíolos
terminal é maior que o basal.
Freqüente. Capoeira, área alterada, 221
solo argiloso.

1
Lianas lenhosas ou arbustos
escandentes. Caule cilíndrico,
liso ou noduloso a levemente
acanalado. Folhas paripinadas. Senna sp. 1. Arbusto escandente.
Nectários extraflorais Ramos angulosos, lisos e escuros.
claviformes interfoliolares. Alburno creme-amarelado.
Uma glândula extrafloral,
interfoliolar. Lâmina do
folíolo discolor: face abaxial
verde-clara e adaxial verde-
escura. Freqüente. Áreas
abertas alteradas, solo
arenoso. 115

Senna quinquangulata. LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE


Senna tapajozensis. Liana
Liana lenhosa. Em
lenhosa. Caule acanalado
estágio juvenil, muitas
e quadrangular.
vezes considerada como
Lenticelas agrupadas
arbusto escandente. Caule
em linhas verticais.
noduloso. Glândula
Glândula extrafloral, 105
extrafloral claviforme ou
claviforme ou cônica. Venação
cônica, interfoliolar. Rara.
intersecundária mais evidente que S.
Vertente e áreas alteradas
quinquangulata. Rara. Platô, vertente e
em solo argilo-arenoso.
141 baixio em solos argiloso a areno-argiloso.
Neotropical.
Amazônia Central e Oriental.
386

Bauhinia guianensis var. Bauhinia cupreonitens. Liana


splendens. Arbustos ou lenhosa. Caule achatado.
árvores pequenas. Caule Ritidoma acinzentado. Sulcos
achatado, esgalhada longitudinais estreitos, lenticelas
apoiando-se em outras elípticas a circulares, muito
plantas. Ramos escandentes pequenas, os sulcos transversais
e decumbentes. Gavinhas (degraus) são muito próximos.
opostas, partindo do ramo. Ao corte casca viva creme,
Freqüente. Vertente, capoeira alburno creme esverdeado.
104
149 ou áreas alteradas. Amazônia Ocasional. Vertente. Amazônia
brasileira, Colômbia e Guiana. Central e Norte.

• Folhas unifolioladas partidas.


Algumas são completamente partidas,
consideradas bilobadas.

Lianas lenhosas ou arbustos

2
a árvores pequenas. Caule
sinuoso e escalariforme.
Algumas espécies apresentam
gavinhas.
Bauhinia sp. 1. Liana lenhosa.
Caule achatado com estrias
longitudinais e lenticelas
pequenas e salientes. •Folhas unifolioladas inteiras ou
Ritidoma acinzentado. Ao predominantemente inteiras.
corte, casca viva verde-clara
e alburno creme e fibroso.
Folha coriácea. Venação •Algumas vezes os folíolos das espécies de
secundária saliente formando Bauhinia apresentam-se inteiros no dossel da
pequenos retículos. Base da floresta e a mesma planta apresenta folhas partidas
287
folha lobada. Rara. Campinarana. ou parcialmente partidas, próximo ao solo.

Bauhinia sp. 2. Liana lenhosa. Bauhinia sp. 3. Liana lenhosa.


LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE

Caule pouco achatado. Ritidoma Caule achatado com os sulcos


marrom avermelhado com estrias (degraus) próximos. Lenticelas
finas verticais, desprendendo salientes e brancas. Ritidoma
em faixas pequenas. Casca viva
marrom avermelhado. Ao corte,
marrom-claro oxidando rapid-
casca viva castanha-amarelada.
amente até marrom alaranjada,
muito fibrosa; alburno amarelo- Folhas de fácil reconhecimento:
claro. Lâmina membranácea. face adaxial verde e brilhante;
160 Pode ser confundida com Bauhinia face abaxial com pilosidade
sp. 6 cujas folhas são mais estreitas. macia avermelhada. Ocasional.
212
Rara. Platô. Platô, solo argiloso.
387

Bauhinia alata. Liana lenhosa. Bauhinia rutilans. Liana lenhosa.


Caule achatado; casca viva Caule achatado, sinuoso, retorcido,
amarela estriada de vermelho dando várias voltas e com sulcos
com resina escassa e vermelha profundos longitudinais, irregulares.
pegajosa. Lâmina do folíolo Ao corte, casca viva quebradiça
coriácea, glabra e brilhante na laranja-clara; alburno rosado.
face adaxial. Ocasional. Platô, Lâmina foliar com pilosidade
vertente e em áreas alteradas. marrom brilhante (ferrugínea).
Amazônia Central e Oriental. Cinco nervuras de primeira ordem.
Ocasional. Baixio. Amazônia 100
194
Central e Oriental.

Bauhinia sp. 7. Liana Bauhinia coronata. Liana lenhosa.


lenhosa. Caule achatado. Caule achatado. Folhas muito
Ritidoma acinzentado. variadas: fendidas e verdes são
Lâmina inteira, delgada, folhas mais jovens e de sub-
membranácea. Em bosque e predominantemente
relação às demais espécies inteiras, de cor marrom
apresenta a lâmina mais ferrugínea e de dossel,
estreita. Ocasional. próximas das inflorescências.
Campinarana, solo arenoso. A pilosidade é mais clara
301
que B. rutilans. Ocasional. Platô.
Amazônia Ocidental e Oriental. 102

Bauhinia sp. 6. Liana lenhosa. LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE


Caule achatado, contorcido com
sinuosidades amplas. Ritidoma CAULE TIPO ESCADA
acinzentado. Sulcos longitudinais Os caules de Bauhinia quando não são mais
rasos. Lâmina delgada, ou menos cilíndricos ou achatados, podem ser
membranácea, partida até 2/3 do compresso-sinuosos onde cada ondulação convexa
folíolo. Em relação à Bauhinia tem em geral uma projeção lenhosa, deixando um
aspecto escalariforme ao conjunto. Este caule é
sp. 2 é mais partida, deixando
conhecido vulgarmente como escada-de-jabuti.
os lobos mais estreitos. Na fase
juvenil é uma arvoreta. Rara.
276
Baixio, solo arenoso.

Bauhinia guianensis Bauhinia cupreonitens


388

Macrolobium arenarium. Peltogyne excelsa. (Violeta,


Árvore pequena, ca. 5 m de pau-roxo). Árvore. Tronco reto,
altura, ramificação baixa. marrom escuro acinzentado.
Tronco tortuoso, rugoso Sapopemas altas ca. 1,60 m,
e lenticelado. Ritidoma levemente côncavas a retas.
acinzentado e alburno creme Lenticelas grandes. Casca viva
alaranjado. Lâmina dos folíolos avermelhada; alburno creme
114 eqüilátera e base simétrica. esbranquiçado; oxidação rápida,
Ocasional. Campinas e deixando o alburno laranja-
capoeira, solo arenoso. ferrugem. Folíolos estreitos-
Amazônia Central e Oriental. 73 falcados. Rara. Vertente.
Arredores de Manaus.

Peciólulo livre. Lâmina não oblíqua


com metade interna e externa saindo
de um mesmo ponto.

3
Árvores. Folhas bifolioladas.
Lâmina do folíolo
principalmente assimétrica,
Peltogyne paniculata. (Escorrega-
macaco). Árvore de dossel.
falcadas a oblongas.
Tronco circular com sapopemas
ramificadas na base. Ritidoma
alaranjado a vermelho com
desprendimento em placas finas Peciólulo parcialmente coberto pela
irregulares. Densamente coberto lâmina na face adaxial. Lâmina oblíqua
por lenticelas circulares. Alburno com metade interna acima da metade
amarelo. Lâmina do folíolo externa.
falcada. Freqüente. Vertente.
119 Amazônia Central e Oriental.

Peltogyne catingae. Árvore de


LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE

Peltogyne campestris. Árvore


dossel. Tronco cilíndrico de dossel. Tronco cilíndrico,
com sapopemas ramificadas. base pouco acanalada, com
Ramos freqüentemente sapopemas curtas. Ritidoma
enegrescidos. Alburno castanho-escuro, acinzentado e
amarelado. Lâmina do folíolo densamente lenticelado. Ao corte
coriácea; veias terciárias casca dura lembrando Hymenaea;
destacadas e salientes. alburno laranja-claro. Lâmina do
117
Folíolos assimétricos mais estreitos 95 folíolo coriácea reticuladas e ápice
que Peltogyne campestris e ápice arredondado. Rara. Baixio, solo
acuminado. Freqüente. Vertente e arenoso. Arredores de Manaus.
baixio. Arredores de Manaus.
389

Hymenaea parvifolia. Árvore. Hymenaea intermedia. Árvore.


Tronco circular de base reta. Tronco cilíndrico. Ritidoma
Ritidoma esbranquiçado, marrom. Nervuras central e
fissurado. Alburno branco com secundárias salientes e pouco
estrias mais escuras. Lâmina reticuladas. Nervura central
do folíolo coriácea, brilhante e subglabra abaxialmente, destaca-
glabra; nervura central destacada se de Hymenaea parvifolia pela
na face abaxial, nervuras venação secundária saliente.
secundárias imersas; ápice Freqüente. Campinarana, solo
agudo. Freqüente. Vertente, solo 63 arenoso. Bacia Amazônica Central 74
argiloso. Bacia Amazônica. e Oriental.

Hymenaea sp. 2. Árvore de Hymenaea reticulata. Árvore.


dossel. Tronco cilíndrico, pouco Tronco reto, avermelhado escuro
tortuoso de base reta. Ritidoma com reticulação retangular.
castanho e lenticelado. Casca Madeira dura ao corte com
viva externa púrpura a mais oxidação lenta e exsudato
interna vermelha-clara. Oxidação translúcido, escurescendo o
rápida deixando o alburno alburno. Lâmina do folíolo
laranja. Folhas com pilosidade pouco falcada, coriácea, áspera,
híspida diferenciando-se de com nervuras terciárias visíveis,
Hymenaea intermedia. Rara. formando um retículo. Ocasional.
Vertente. 126 Amazônia Central e Ocidental. 165

Macrolobium limbatum. LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE


Macrolobium suaveolens. Árvore
Árvore. Tronco cilíndrico. de dossel. Tronco circular com
Ritidoma marrom-alaranjado sapopemas. Ritidoma marrom
com desprendimentos pequenos e lenticelado. Casca viva rosa-
circulares, irregulares e alaranjada, fibrosa; alburno
papiráceos. Oxidação rápida, creme com pouca oxidação.
laranja. Venação nitidamente Folíolos falcados. A venação
broquidódroma; ápice da lâmina broquidódroma e menos evidente
que Macrolobium limbatum.
acuminado. Freqüente. Platô,
Freqüente. Amazônia Central e
baixio e campinarana. Amazônia
Ocidental. 110
Central e Ocidental. 217
390

Eperua glabriflora. Árvore. Macrolobium prancei. Árvore.


Tronco pouco achatado com Casca externa marrom escura;
fissuras finas. Ritidoma interna marrom-avermelhada;
marrom. Folíolos glabros, alburno creme. Ráquis da folha
coriáceos, com aspecto alada. Folíolos apicais maiores
reticulado na face abaxial. que os basais. Nervura central
É fácil reconhecer os destacada na face abaxial,
folíolos na liteira da floresta secundárias pouco evidentes
devido sua margem revoluta.
próximas entre si, quase perpen-
Freqüente. Platô, vertente
diculares à central. Rara.
e campinarana. Amazônia 246
360
168 Central e Oriental. 173 Vertente. Amazônia Central.

4
Árvores. Folhas paripinadas
com dois a quatro pares de
Macrolobium sp. 2. Árvore de folíolos. Folíolos grandes.
dossel. Tronco circular, base
reta, sem sapopemas. Ritidoma
alaranjado, liso com despren-
dimento irregular parecido com
88 Macrolobium limbatum. Casca
viva laranja-clara, mais interna
caramelo; alburno creme.
Exsudação transparente e
escassa. Rara. Campinaranana.
69
LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE

Sclerolobium melanocarpum. Chamaecrista negrensis.


Árvore emergente. Pode Árvore. Tronco cilíndrico,
apresentar 2 pares de folíolos. lenticelado. Ritidoma marrom-
Sapopemas assimétricas. acinzentado. Ao corte, casca
Tronco rígido com cicatrizes morta marrom, casca viva
escuras. Ritidoma marrom. e alburno cremes. Estrias
Casca viva avermelhada escuras entre casca viva e
pouco fibrosa; alburno alburno. Glândulas cupuli-
branco. Venação eucamp- 285
formes interfoliolares parecidas
dódroma a imperfeitamente
com Chamaecrista adiantifolia.
89 broquidódroma. Freqüente.
212 Platô. Amazônia Central e Rara. Baixio. Amazônia.
195
Oriental.
391
TRONCOS
VERMELHOS
Duas espécies de
Caesalpinioideae destacam-
se devido características de
tronco: Macrolobium limbatum
e Peltogyne paniculata. Ambas
apresentam tronco cilíndrico,
relativamente reto e ritidoma
vermelho a alaranjado, sobres-
Eperua duckeana. Árvore de saindo-se das demais árvores do
ambiente. A primeira apresenta
sub-bosque. Ritidoma marrom
desprendimentos irregulares,
avermelhado. Casca viva pequenos e ao corte a oxidação
laranja-clara a rosada com é rápida e laranja. A segunda
camada amarela-escura; alburno espécie, Peltogyne paniculata,
creme esbranquiçado com apresenta sapopemas
resina pegajosa incolor. Folíolos ramificadas. Existe também
Macrolobium sp. 2, cujo tronco
coriáceos com ápice cuspidato.
220 laranja-acinzentado, base reta
Freqüente. Vertente e baixio. e fuste cilíndrico, pode ser
Amazônia Central e Oriental. 83 Peltogyne paniculata

Macrolobium microcalyx.
Árvore. Tronco cilíndrico,
base reta. Ritidoma marrom
avermelhado, rugoso, reticulado.
Casca viva vermelha-laranja;
alburno branco amarelado.
Possui até 4 pares de folíolos
subsésseis, ápice arredondado.
Ráquis acanalada. Freqüente. 146
Platô. Amazônia brasileira e
51
peruana.

Tachigali cf. myrmecophila. Cassia spruceana. Árvore.


LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE
(Tachi-preto). Árvore. Tronco Tronco irregular achatado.
cilíndrico, reto. Sapopemas Sapopemas tabulares pe-
curtas. Ritidoma castanho quenas. Ritidoma acinzen-
com desprendimento irregular tado e rígido. Lenticelas
e lenticelado. Ao corte, 209 salientes circulares,
alburno amarelo oxidando dispersas. Lâmina do
para amarelo-escuro. Folíolos folíolo brilhante. Nervura
com pêlos dourados, deixando central impressa na
a lâmina brilhante. Domácea face adaxial. Vertente.
na ráquis da folha. Ocasional. Amazônia ampla.
124 238
Amazônia Central e Oriental. 103
392

Sclerolobium guianense. Sclerolobium micropetalum.


Árvore. Tronco cilíndrico, Árvore. Tronco cilídrico, meio
pouco achatado na base, tortuoso a pouco acanalado.
com sapopemas pequenas. Ritidoma marrom, estriado e
Ritidoma marrom-escuro. rugoso com sapopemas. Folíolos
Casca viva vermelho- pubescentes. Veias secundárias
roseada; alburno amarelo- amarelas, regulares ascendentes.
claro, estriado. Domáceas Veias terciárias oblíquas e
presentes na ráquis. Lâmina destacadas, diferentes de S.
do folíolo com pilosidade setiferum, menos perceptíveis.
brilhante amarela. 298 Freqüente. Platô. Amazônia
Freqüente. Vertente. 108 Central e Oriental.
382 132

Árvores e arvoretas. Folhas

5
paripinadas. Folíolos grandes,
acima de quatro pares até dez.
Tachigali venusta. Árvore Algumas espécies apresentam
emergente. Tronco domáceas na ráquis da folha.
acanalado com sapopemas
altas, ramificadas. Ritidoma
vermelho. Casca interna
castanha-escura, alburno
amarelo. Domácea na ráquis.
Folíolos com pilosidade
velutina, esbranquiçada e
brilhante. Ocasional. Platô.
141 Amazônia Central e Oriental.
LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE

384 Sclerolobium setiferum. Árvore Sclerolobium chrysophyllum.


de dossel. Tronco cilíndrico Árvore. Tronco com micro-
com sapopemas. Ritidoma fissuras longitudinais. Ritidoma
cinza e estrias verticais. Ao cinza-marrom, rugoso. Ao
corte, casca viva creme; corte, casca viva dura,
alburno amarelo. Folíolos vermelha, alburno creme
com pilosidade pulverulenta. esbranquiçado. Folíolos com
Lâmina menos assimétrica pêlos brilhantes quando
do grupo. Veias secundárias jovens, depois perdem o brilho
regulares e ascendentes. dourado. Rara. Vertente.
137 Freqüente. Platô. Amazônia 518 Amazônia Central e Ocidental.
512 128
Central e Oriental.
393

DICA DE CAMPO
Quando pensar em Leguminosae, lembrar de suas
folhas compostas. Freqüentemente se encontram
folíolos isolados na liteira da floresta. Por isso,
antes de decidir por folha simples, observe a copa Cassia rubriflora. Árvore.
inteira, os ramos e a origem das folhas. Lembrar Tronco pouco acanalado
que geralmente os folíolos são identificados por com sapopemas altas.
serem assimétricos; estarem em um mesmo plano Ritidoma bege acinzentado.
na folha inteira e apresentarem pulvino. Lenticelas circulares mais ou
menos agrupadas em linhas
verticais. Casca viva marrom
clara; exsudação amarela
translúcida. Foliólulos sésseis.
Rara. Baixio e campinarana.
Amazônia. 35
166

6
Árvores e arvoretas. Folhas
paripinadas multifolioladas. São
parecidas com a sub-família Elizabetha speciosa. Arvoreta
Mimosoideae. de sub-bosque. Ritidoma
marrom escuro. Lenticelas
abundantes e irregulares.
Casca viva castanha-averme-
lhada; alburno creme.
Ráquis alado. Tamanho do folíolo
decrescente para o ápice. Estípulas
membranáceas, longas e em geral
caducas. Ocasional. Vertente.
Amazônia Central e Oriental. 13 215

LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE
Sclerolobium sp. 6. Árvore. Chamaecrista adiantifolia. Árvore.
Tronco rugoso com anéis Tronco acinzentado pouco acana-
circulares, irregulares. Ritidoma lado. Lenticelas muitas por todo
acinzentado. Ao corte, casca tronco, alinhadas horizontalmente.
Casca viva laranja e alburno com
viva vermelha, alburno creme
estrias brancas e marrons. Folíolos
esbranquiçado. Possui a maior
sésseis. Glândulas interfoliolares
folha encontrada para a sub- côncavas. Freqüente. Vertente,
família na Reserva. Folíolos baixio e campinarana.
glabros, lâmina brilhante. Rara. Amazônia Central e
Vertente. 1093 Oriental.
28 156
210
394

Dimorphandra pennigera. Dimorphandra ignea. Árvore


Árvore. Tronco pouco acanalado de dossel. Tronco lenticelado
com sapopemas altas. Ritidoma e com sapopemas. Casca viva
bege acinzentado. Lenticelas marrom e alburno laranja e
mais ou menos agrupadas em estriado. Exsudato amarelo
linhas verticais. Casca com translúcido. Foliólulo elíptico
exsudação amarela translúcida. com face adaxial brilhante.
Foliólulos coriáceos, brilhantes Apresenta maior foliólulo do
na face adaxial, sésseis e 481 grupo e pode ser confundida
583 opostos. Quando secos, veia com Cedrelinga catanaefolia
central destacada. Baixio e (Mimosoideae). Freqüente.
21
campinarana. Amazônia. 85 Baixio e campinarana. Arredores
de Manaus.

Árvores. Folhas bipinadas.


Pinas geralmente opostas ou

Dimorphandra coccinea.
Árvore. Tronco de base pouco
dilatada com sapopemas.
Ritidoma cinza-marrom, liso e
estrias verticais finas; lenticelas
salientes. Casca viva laranja-
7 subopostas. Tamanho variado
de foliólulo, podendo ser
confundidos com foliólulos de
Leg: Mimosoideae.

clara. Foliólulos sub-sésseis,


opostos, longos e numerosos.
Diminuem de tamanho em
direção ao ápice. Ocasional.
320 8
Vertente. Arredores de
Manaus.
LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE

Dimorphandra parviflora. Dimophandra sp. 1. Árvore de


Árvore de sub-dossel. Tronco dossel. Tronco meio cilídrico,
circular, base reta e ritidoma pouco achatado. Sapopemas
lenticelado. Alburno fibroso. grandes. Ritidoma acinzentado
Foliólulos mais largos e a castanho, lenticelas pequenas,
alternos; peciólulos curto proeminentes, espalhadas. Ao
mas evidentes. Lâmina corte, casca viva com exsudato
nitidamente assimétrica: de amarelo translúcido. Foliólulos
um lado truncado de outro linear-oblongos, assimétricos;
6
cuneado. Freqüente. Platô e opostos e numerosos; com espaços
224 9
324 vertente. Amazônia Central e entre si, diferentes das outras
Oriental. espécies do agrupamento. Rara.
395

Dialium guianense. Árvore. Copaifera multijuga. (Copaíba).


Tronco pouco achatado com Árvore emergente. Tronco
sapopemas retas e ramificações circular, sapopemas pequenas.
curtas. Ritidoma marrom liso Ritidoma marrom avermelhado
com desprendimento pulve- com estrias verticais, reticulares.
rulento. Lenticelas salientes Casca viva vermelha. Cheiro
e dispersas. Casca viva de copaíba. Folíolos elípticos,
castanha-clara fibrosa; alburno 292
subopostos, base assimétrica.
creme-amarelado. Freqüente. Face abaxial com pêlos na veia
Vertente. América Central e central. Freqüente. Platô e
Norte da América do Sul. 146 vertente. Amazônia Central e 69
316
Oriental.

Folíolos alternos.

Árvores. Folhas imparipinadas.

8 Podem ser confundidas com


Leguminosae Papilionoideae. Dicorynia paraensis.
Árvore. Tronco cilíndrico.
Sapopemas côncavas altas.
Ritidoma liso, marrom-claro,
com desprendimento em
placas irregulares. Lenticelas
Folíolos opostos. salientes e elípticas. Casca
viva castanha. Alburno
creme. Rara. Campinarana. 335
Noroeste da Amazônia.
159

LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE
Batesia floribunda. (Tento- Vouacapoua pallidior.
miúdo). Árvore. Tronco pouco (Acapu). Árvore de dossel.
achatado. Ráquis da folha Tronco achatado, levemente
e ramos jovens angulosos. acanalado na base. Ritidoma
Glândulas interfoliolares
cinza, microfissurado.
cupuliformes. Folíolos
Folíolos com número de veias
oblongos a elípticos,
coriáceos com face adaxial inferior aos das espécies do 225
240
brilhante e veias na face agrupamento (espalhadas) e
abaxial com secundárias venação eucampdódroma.
salientes. Freqüente. Platô. Ocasional. Platô. Amazônia
98 110
396
Leguminosae: Papilionoideae
Papilionoideae é a maior das três subfamílias que inclui árvores com folhas imparipinadas e
de Leguminosae, com aproximadamente 500 lianas trifolioladas e pinadas; Myrtaceae, cujas
gêneros e mais de 10.000 espécies divididas em folhas de certas espécies possuem formato
31 tribos. Tem distribuição bastante ampla, nas semelhante aos folíolos de algumas espécies
zonas tropicais, subtropicais, estendendo-se às de Swartzia.
regiões temperadas, mas sua maior diversidade A inflorescência pode ser racemo ou
encontra-se nos trópicos americanos e africanos. panícula, geralmente apresentando brácteas
Constituída por representantes de diversos tipos e bractéolas. As flores são bissexuais,
de hábitos, incluindo ervas, lianas e árvores. zigomórficas, com 5 sépalas unidas; corola
Na Reserva ocorrem 68 espécies. A maior com 1-5 pétalas livres e irregulares na forma
representação é no gênero Swartzia, da tribo e tamanho. Há uma pétala superior maior,
Swartzieae, a qual antigamente era incluída chamada estandarte, que é tipicamente bem
em Caesalpinioideae e cuja posição é discutida colorida; duas pétalas laterais, chamadas alas,
até hoje. Há também muitas espécies ruderais envolvendo as duas pétalas inferiores, que
associadas com pastagem, mas poucas delas formam juntas a carena ou quilha. Só há um
são encontradas na Reserva. carpelo; o ovário é súpero; pode haver de um
a muitos óvulos. As flores de Polygalaceae
são parecidas, entretanto essa família apresenta
sempre folhas simples. Na tribo Swartzieae
as flores podem ter somente uma pétala, ou
mesmo nenhuma. As flores de Aldina são
quase simétricas.

Dipteryx polyphylla
As espécies apresentam folhas
compostas, alternas, raramente opostas
(somente em Platymiscium e Taralea), com
um pulvino na base do pecíolo e um pulvínulo
para cada folíolo. Geralmente apresentam
estípulas na base das folhas e estipelas entre Swartzia tessmannii

os folíolos. Os folíolos podem ser opostos, A disposição das folhas e folíolos


subopostos ou alternos, de margem inteira. é muito importante na identificação de
As espécies podem ser bifolioladas (somente Papilionoideae, e o agrupamento neste guia é
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

em Zornia), trifolioladas, pinadas (a maioria), baseado principalmente nessas características.


com umas poucas unifolioladas; nunca Além do número e tamanho, a disposição
bipinadas. Possuem um folíolo terminal dos folíolos também varia, sendo alternos
(menos Zornia), ou seja, são imparipinadas, ou opostos. Características do tronco, se
o que nunca ocorre em Mimosoideae, e o é circular ou acanalado, a presença ou
que é raro em Caesalpinioideae. Variam ausência de exsudação vermelha, presença
de glabras a velutinas. Nunca ocorrem de alas na ráquis, presença de estípulas são
glândulas. Exsudação vermelha é comum também caracteres que definem os grupos e
(de escassa a abundante), o que é raro nas subgrupos.
outras subfamílias. A polinização é feita por beija-flores,
Outras famílias que podem ser morcegos e insetos. São principalmente
confundidas com Papilionoideae incluem polinizadas por abelhas, especialmente espécies
espécies de Oxalidaceae (Oxalis barrelieri, grandes, como Xylocopa e Euglossa. A flor
que é uma erva trifoliolada, muito parecida apresenta néctar e pólen como recompensas
com espécies de Desmodium); Connaraceae, para os visitantes, os quais precisam pousar e
397
abrir as pétalas para conseguir tais recompensas. de Derris são usadas como mata-peixe e o
As flores são tipicamente lilases, bem vistosas gênero é tido como um importante recurso
à luz ultra-violeta, com guias de recompensa para a produção industrial de inseticidas.
nas pétalas. Mucuna urens é polinizada por As sementes de muitas espécies são usadas
morcegos. na fabricação de bijouterias e objetos de
Como outras Leguminosae, o fruto é uma decoração. As raízes, folhas, frutos e sementes
vagem, com uma até muitas sementes dentro; de muitas espécies de Papilionoideae possuem
pode ser deiscente ou não, segmentado entre importantes propriedades medicinais: Dioclea
as sementes, inteiro ou circular. A superfície é fonte de aminoácidos não protéicos, L-Dopa,
da vagem pode ser glabra ou pubescente, até usados no tratamento de mal de Parkinson. O
urticante, como em Mucuna urens. O fruto suco do fruto de algumas espécies de Vatairea
pode ser seco ou carnoso; ocorrem arilos em é usado na cura de impigens. As sementes de
vários gêneros, brancos ou vermelhos, sempre Dipteryx punctata são usadas no tratamento
associados à dispersão por aves. Algumas de pneumonia.
espécies possuem sementes vermelhas ou
vermelha e preta, como as espécies chamadas
de tento ou olho-de-cabra (Ormosia). As
sementes sempre têm testa dura. O fruto
pode ser espesso ou achatado e às vezes pode
ser alado, dependendo do tipo de dispersão.
Dispersão pelo vento e pela água ocorrem em
vários gêneros que apresentam os frutos alados,
como Vatairea, Platymiscium, Pterocarpus.
Aldina e Andira têm frutos arredondados, que
não parecem vagens típicas e talvez sejam
dispersados por roedores ou morcegos. Aldina heterophylla Swartzia cuspidata

Swartzia ulei Swartzia arborescens


Dipteryx magnifica Derris amazonica
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

As sementes e frutos de muitos gêneros


são ricos em proteínas, vitaminas, carboidratos
e minerais, constituindo importante fonte de
alimento para homens e animais. Feijão,
soja, ervilha e tantos outros são exemplos
desses recursos alimentícios. Na Amazônia
a subfamília é também bastante conhecida
pelo valor econômico, com suas plantas
nutritivas; a madeira de espécies de Dipteryx,
Hymenolobium, Platymiscium, Dalbergia
e outras é utilizada na construção civil,
marcenaria, carpintaria e até mesmo na
fabricação de instrumentos musicais. Espécies Derris negrensis Vatairea paraensis

Cowan, R.S. 1967. Swartzia (Leguminosae, Caesalpinioideae, Swartzieae). Flora


Neotropica. Monograph 1.
398
SWARTZIEAE

Aldina Bocoa Swartzia Swartzia Swartzia Swartzia


heterophylla viridiflora arborescens corrugata cuspidata ingifolia

Swartzia Swartzia Swartzia recurva Swartzia Swartzia Swartzia


panacoco polyphylla reticulata schomburgkii tessmannii

Swartzia Swartzia Aldina Swartzia Swartzia Swartzia tessmannii


tomentifera ulei heterophylla lamellata polyphylla

DAHLBERGIEAE SOPHOREAE

Andira parviflora Hymenolobium Hymenolobium Machaerium Monopteryx Diplotropis


pulcherrimum sericeum multifoliolatum inpae martiusii

Diplotropis Ormosia
Machaerium sp. 4 Pterocarpus rohrii Vatairea paraensis Vatairea sericea triloba grossa

DESMODIEAE
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

Andira micrantha Andira parviflora Andira unifoliolata

Desmodium
adscendens

Desmodium
barbatum

Hymenolobium Machaerium Platymiscium duckei Desmodium sp.1 Desmodium


heterocarpum multifoliolatum barbatum
399
DIPTERYXEAE TEPHROSIEAE PHASEOLEAE

Dipteryx odorata Derris negrensis

Dipteryx Dipteryx Derris Clitoria javitensis Clitoria leptostachya Mucuna urens


magnifica polyphylla amazonica

LIANAS

1 Folhas glabras trifolioladas


Neste grupo encontram-se espécies dos gêneros Centrosema,
Mucuna, Clitoria e Dioclea, sendo os três últimos
predominantemente lenhosos.
Folhas pinadas
com folíolos
opostos
2
3
ERVAS Folhas pinadas com folíolos alternos

13
Geralmente Pode ocorrer lâmina pubescente ou com pubescência
trifolioladas, muito discreta (muitas vezes visível somente com
mas há uma lupa).
espécie
bifoliolada
(Zornia latifolia). Zornia
latifolia
ÁRVORES
Podem ocorrer árvores com folhas imparipinadas, trifolioladas, unifolioladas. Na
maioria das vezes as folhas são alternas, só ocorrendo opostas em dois gêneros
(Platymiscium e Taralea). Muitas folhas apresentam estípulas e estipelas. Algumas
espécies apresentam ráquis alada, como algumas Swartzia e também espécies do
gênero Dipteryx. Também é comum a presença de exsudação, geralmente vermelha.
Os agrupamentos são feitos também de acordo com o tipo de tronco, o qual varia e
permite a diferenciação das espécies mas, principalmente, pelo número e disposição
9 Folhas
opostas

dos folíolos.

Folhas alternas

4 Unifolioladas (pelo
menos algumas folhas)
Trifolioladas (maioria
das folhas) 5 LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

Folhas com cinco ou mais folíolos

Folíolos alternos
Folíolos opostos

6 Tronco
acanalado. 7 Tronco
circular, sem as
características dos
outros grupos.
8 Ráquis
não alada

10 12 11
Folhas coriáceas, Ráquis
com venação Multifolioladas alada e
bem destacada (com folíolos lâmina
(nervuras pubescentes). assimétrica.
terciárias em geral
proeminentes).
400

226

Mucuna urens. (Olho-de-boi). Dioclea megacarpa. (Orelha-


de-veado). Liana lenhosa.
Liana lenhosa, caule achatado
Lenticelas pequenas. Folhas
e acanalado. Casca rugosa,
glabras, coriáceas, sem
estriada. Folhas glabras, sem estípulas. Gavinhas e raízes
estípulas. Folíolos com ápice aéreas presentes. Pecíolo
agudo a acuminado e os longo. Folíolos elípticos a
basais com base assimétrica. ovais, com ápice acuminado
Venação fortemente e base obtusa. Venação
131 eucampdódroma. Freqüente.
broquidódroma. Rara. Baixio.
América tropical, Antilhas e 390 Platô e capoeira. América
202 tropical, Antilhas.
África Ocidental.

Centrosema brasilianum.
Com exsudação e sem estipelas.
(Patinho-roxo). Liana
herbácea (única do grupo).
Caule fino, rasteiro ou
trepando em arbustos

1
não muito altos, ou
enrolando ao redor de Lianas com folhas trifolioladas e
outro tronco. Folhas glabras.
glabras, com estípulas
e gavinhas. Venação
broquidódroma, como
em Mucuna urens,
mas as terciárias são
paralelas. Ocasional.
Capoeira. América Sem exsudação e com estipelas.
tropical e subtropical.
85

Clitoria javitensis. Liana Clitoria leptostachya.


lenhosa, rasteira. Casca Liana lenhosa. Caule todo
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

clara. Folhas glabras, acanalado. Sem exsudação.


coriáceas. Estipelas Folhas glabras, com
grandes, retusas. Sem estípulas e estipelas,
204
gavinhas. Venação sem gavinhas. Folíolos
secundária bem com ápice acuminado.
broquidódroma, como em Venação secundária
225
Mucuna urens. Venação
eucampdódroma, saliente
terciária reticulada, bem
em ambas as faces.
destacada, principalmente
na face abaxial. Ocasional. Freqüente. Capoeira.
Capoeira. Amazônia Amazônia Central-Ocidental.
401

Derris amazonica. (Timbó- Derris floribunda. Liana


rana). Liana lenhosa. Ritidoma lenhosa. Única do
com lenticelas. Exsudação grupo sem exsudação.
vermelha, escassa. Folhas Muito parecida com D.
grandes, glabras ou pouco amazonica, mas as folhas
pubescentes na face apresentam pubescência
abaxial. Folíolos de ápice velutina com pêlos bem
acuminado. Pulvínulo claros na face abaxial.
pubescente, às vezes Pulvino e pulvínulo
ferrugíneo. Ocasional. rugosos. Ocasional.
Baixio e vertente. Bacia Platô e vertente.
116 235 Amazônia Oriental.
Amazônica. 123 252

2 Lianas lenhosas, folhas pinadas e


folíolos opostos. Derris negrensis. (Timbó). Liana
lenhosa. Caule cilíndrico.
Casca marrom claro,
rígida, com lenticelas
salientes e elípticas
e desprendimento
puverulento. Exsudação
vermelha. Folhas glabras
ou pouco pubescentes.
Folíolos coriáceos,
elípticos. Ocasional.
Vertente e baixio. Bacia do 220
106
Rio Negro.
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE
GAVINHAS EM PAPILIONOIDEAE CONNARACEAE E PAPILIONOIDEAE
As "gavinhas" nas espécies de Papilionoideae Connaraceae é freqüentemente confundida com Papilionoideae,
presentes na Amazônia são realmente ramos pois as folhas são também imparipinadas ou trifolioladas. Dados
moleculares sugerem que essas duas famílias são mais próximas
que se enrolam. Da mesma forma que muitas taxonomicamente do que se pensava anteriormente. As lianas
plantas com o hábito de liana, os ramos têm uma de Connaraceae nunca possuem exsudato vermelho, estipelas
tendência a crescer enrolando-se nos troncos de e estípulas. Se não encontrar nenhuma destas estruturas numa
outras plantas. Algumas têm uma tendência a Papilionoideae, procurar em Connaraceae. A única árvore de
enrolar para a esquerda, outras para a direita. No Connaraceae na Reserva parece muito uma espécie de Swartzia,
pelas características vegetativas, incluindo uma exsudação
caso de Papilionoideae, alguns ramos enrolam-se
vermelha do tronco.
na planta suporte, lignificam e não crescem mais,
ficando curtos e grudados no suporte. Assim,
parecem gavinhas, mas nunca estão ligados a
uma folha como em outras famílias com gavinhas
verdadeiras. Ao invés de gavinhas ou espinhos,
várias espécies, especialmente em Machaerium,
têm estípulas lignificadas, que funcionam como Exsudato
espinhos. Algumas espécies possuem ramos vermelho
somente com essas estípulas, que funcionam como Pseudoconnarus Rourea Connarus em Dioclea
rhynchosioides krukovii perrottetii megacarpa
flagelos com o qual sobem nas plantas suporte.
402

Machaerium sp. 1. Liana Machaerium cuspidatum. (Juquiri).


lenhosa. Caule achatado, com Liana lenhosa. Caule achatado.
lenticelas grandes. Exsudação Exsudação vermelha, escassa.
vermelha, mediana, pegajosa. Lenticelas e estípulas espinescentes
no tronco e ramos. Espécie bem
Presença de gavinhas e
distinta, fácil de reconhecer por
espinhos ou acúleos,
causa da cera branca na face
derivados de estípulas. abaxial dos folíolos, o que
Face abaxial da folha e torna as folhas discolores,
pecíolo com pêlos densos, prateadas na face abaxial.
dourados. Freqüente. 302 Freqüente. Platô. Amazônia
256 111
Vertente. Central e Oriental.
107

Machaerium sp. 3. Liana


3 Lianas lenhosas com folíolos
alternos.

lenhosa. Caule achatado.


Exsudação vermelha,
escassa. Parecido com
Machaerium sp. 1, mas
Lâmina pubescente.
os pêlos são muito menos
densos. Ocasional.
Platô.

205

Machaerium sp. 4. Liana Machaerium quinata.


lenhosa. Tronco circular. Liana lenhosa. Exsudação
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

Ritidoma acinzentado. vermelha abundante.


Folhas mais escuras na Ramos ferrugíneos.
Folhas pubescentes na
face adaxial e um pouco
face abaxial. Estípulas
esbranquiçadas na face
ou espinhos derivados de
abaxial. Pubescência igual estípulas. Fácil identificar,
299 120 103
a sp. 3, é possível sentir, mas 270 por causa do tipo de venação,
não dá pra ver a olho nu. As folhas bem destacada na face abaxial.
tornam-se escuras quando secam. Ocasional. Platô. Amazônia
Ocasional. Platô. Central e Oriental.
403

Dalbergia multiflora. Liana Machaerium hoehneanum. Liana


lenhosa. Exsudação mediana, lenhosa. Lenticelas no caule e
vermelha. As folhas tornam-se ramos. Exsudação vermelha,
escuras quando secam. Folíolos escassa, pegajosa, em camadas.
aparentemente glabros, sendo Difícil de confundir com as
possível observar pubescência outras espécies. Apresenta tufos
somente na nervura central, a qual de pêlos no pecíolo e pulvínulos.
é saliente na face abaxial. Ráquis Venação bem destacada e
pubescente. Venação paralela. fortemente broquidódroma.
Ocasional. Platô. Amazônia Freqüente. Platô. Arredores de
66 251 Manaus. 83
Central. 247

Lâmina quase glabra (ou com


pubescência vista com auxílio de lupa). Machaerium multifoliolatum.
Liana lenhosa. Exsudação escassa,
vermelha. Ramos com gavinhas,
espinhos ou acúleos e estípulas na
base das folhas. Fácil reconhecer
pelos folíolos minúsculos e muito
numerosos em relação às outras
espécies. Folíolos alongados, de
ápice retuso e margem revoluta.
Freqüente. Platô e capoeira.
12 109
Amazônia Central e Oriental.

Machaerium aureiflorum. Machaerium ferox. Liana lenhosa.


Liana lenhosa. Caule Exsudação escassa, vermelha.
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

achatado. Exsudação escassa, Ramos pubescentes, com espinhos


vermelha. Ramos e ráquis bem ou acúleos. Ráquis pubescente,
ferrugíneos. Folhas papiráceas. com estípulas ou espinhos
Venação secundária paralela derivados destas. Folíolos
entre si, parecida com a de menores e mais numerosos
Dalbergia multiflora, diferindo na 105 275 que as outras do grupo, (exceto 34 175
pubescência dourada, ferruginosa, M. multifoliolatum), de ápice
em toda a face abaxial. Ocasional. arredondado e base assimétrica.
Platô. Amazônia Central e Oriental. Ocasional. Platô. Amazônia ampla.
404

Andira unifoliolata. Ormosia grandiflora. Árvore


(Acapurana). Ávore de de subdossel a dossel.
dossel. Tronco ligeiramente Tronco circular. Ritidoma
achatado e tortuoso. Ritidoma avermelhado, com lenticelas
estriado, desprendendo em
salientes. O número de
placas pequenas. Sempre
folíolos é variável, podendo ser
unifoliolada. Pecíolo longo.
Folíolos alongados, velutinosos também trifoliolada. Folíolos
na face abaxial. Venação arredondados, elípticos.
broquidódroma. Rara. Platô. Venação broquidódroma,
Arredores de Manaus. 210 saliente na face abaxial.
158 Terciárias reticuladas. Rara.

4 Árvores unifolioladas.

Aldina heterophylla. (Macucu).


Árvore de dossel. Ritidoma,
desprendendo em placas
grandes. Lenticelas grandes.

5
Exsudação vermelha, pegajosa,
em gotas. Número de folíolos Árvores trifolioladas.
variável (1-3-5). Geralmente
apresenta-se coberta
por epífitas. Freqüente.
Campinarana e campinas.
137
276 Amazônia Central.

Bocoa viridiflora. Swartzia tessmannii.


(Muirajibóia-preta). Árvore (Muirajibóia). Árvore de
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

média a grande. Única do dossel ou (normalmente)


grupo com exsudação, mas é sub-dossel. Tronco circular.
Base reta. Ritidoma
escassa e às vezes nem ocorre.
reticulado. Folhas glabras
Parecida com espécies de
e reticuladas, parecidas
Swartzia com folhas grandes. com S. recurva, entretanto
243 156 151 63
Casca viva alaranjada e bem menores. Ráquis levemente
espessa. Freqüente. Platô. alada, finalizando em estipelas.
Arredores de Manaus. Ocasional. Platô e baixio. Norte
da Amazônia.
405

Swartzia reticulata. (Arabá- Swartzia schomburgkii. (Arabá-


preto). Árvore de dossel. vermelho). Árvore de dossel.
Copa pequena. Tronco Tronco bem acanalado ao longo
quase idêntico ao de S. de toda a extensão, parecido
schomburgkii, mas as folhas com o de S. reticulata. Folhas
são bem distintas, com folíolos parecidas com S. lamellata e S.
glabros, brilhantes, de venação polyphylla, distintas pelo tipo
bem destacada, fáceis de de venação. Tendência a ser
reconhecer. Freqüente. Platô paripinadas. Freqüente. Platô.
e lugares úmidos (ocasional). Amazônia Central e Norte.
312 122 325
Amazônia Central.

6 Árvores com 5 ou mais folíolos


e troncos bem acanalados.
Swartzia polyphylla.
(Paracutaca). Árvore de dossel.
Copa ampla e meio achatada.
Fácil reconhecer pelo tronco
característico, com sapopemas
altas e onduladas (acortinada).
Exsudação vermelha, abundante.
Os folíolos são também distintos
por causa das veias impressas na
superfície adaxial. Freqüente.
Platô. Amazônia Central até
85 177
Guianas.

Swartzia brachyrachis. Swartzia arborescens.


(Favinha). Árvore de dossel. (Jenipapinho). Arvoreta. Tronco
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

Tronco pouco tortuoso. circular. Folíolo terminal


Ritidoma escuro. Folíolo sempre maior do que os
terminal sempre maior do basais, como S. brachyrachis.
que os basais, como em S. Pode ser confundida
arborescens. Pubescência com S. ingifolia, pelas alas
velutinosa na face abaxial. Pêlos 55
inconspícuas na ráquis, mas
133 95
dourados, bem curtos, mas visíveis. o número de folíolos, venação
Estipelas bem pequenas, escondidas e tronco são bem distintos.
pela pubescência da ráquis. Rara. Ocasional. Capoeira e platô. Bacia
Platô. Amazônia Central. do Amazonas e Guianas.
406

Swartzia lamellata. Árvore de Swartzia cuspidata. (Muirapiranga-


dossel. Tronco circular. Folhas folha-miúda). Arvoreta. Única Swartzia
parecidas com S. polyphylla, mas com caulifloria na Reserva, o que é
o tronco é distinto, pois não evidente pelos nódulos proeminentes
tem sapopemas e só ocorre no tronco de adultos. Estípulas
na campinarana. Ráquis estreitas e longas. Folhas glabras
e pulvínulo pubescentes. e brilhantes. Folíolos com
Folíolos glabros. Freqüente. base aguda e ápice caudado.
Campinarana. Amazônia Pulvínulo rugoso. Muito
Central (com outra 219 freqüente. Baixio. Bacia do
92
214 74 subespécie na Guiana). Amazonas.

Swartzia oblanceolata.
7 Árvores com 5 ou mais folíolos e
troncos circulares.

Árvore de dossel. Tronco


circular. Casca escura. Ráquis
levemente alada. Folhas
glabras. Os folíolos lembram
Exsudação vermelha.
um pouco S. recurva, porém
são mais estreitos e com
venação secundária fortemente
broquidódroma. Rara. Platô.
150 Amazônia Central e Guianas.
63

Swartzia ingifolia. (Acapú- Swartzia longistipitata.


amarelo). Árvore de dossel. Arvoreta. Tronco circular.
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

Tronco circular, às vezes Exsudação escassa, quase


achatado. Corte característico, ausente. Parece S. cuspidata,
com exsudação vermelha em mas os folíolos são acuminados,
camadas. Fácil reconhecer não tem estípulas e não é
pela forma das alas na ráquis. cauliflora. Pecíolo e base da
201 95 Freqüentemente confundida lâmina pubescentes. Distinta
237 106
com Inga, mas é distinta de S. cuspidata também pelo
pela ausência de glândulas ambiente em que ocorre. Rara.
interfoliolares. Freqüente. Platô. Conhecida somente nos
Platô. Amazônia Central. arredores de Manaus.
407

Swartzia tomentifera. Árvore Swartzia ulei. (Jerimum). Árvore


de dossel. Muito parecida com de dossel ou sub-dossel. Tronco
S. ulei, entretanto com folhas circular, às vezes torcido, com
geralmente menores e com sapopemas. Folhas grandes,
menos pubescência. Com a cobertas com pubescência
lupa percebe-se que só há um abundante, pêlos curtos, de
tamanho de pêlo, não dois dois tipos (simples e estrelados),
como em S. ulei. Tendência a marrons, em toda a face abaxial
crescer em grupos. Ocasional. do folíolo. Freqüente. Platô.
Platô. Amazônia Central e Sul. Região de Manaus. 169 398
127 291

ESPÉCIES PARECIDAS
As duas espécies de Swartzia mais fáceis de
confundir são S. tomentifera e S. ulei. É dificil achar
uma diferença fácil de explicar entre elas, pois as
diferenças são mais quantitativas do que qualitativas.
Entretanto, no campo não é difícil separá-las.

Exsudação ausente ou escassa, incolor.

Swartzia tomentifera Swartzia ulei

Swartzia recurva. (Muirajibóia- Andira micrantha.


amarela). Árvore de dossel ou (Sucupira). Árvore de
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

sub-dossel. Tronco circular com dossel. Tronco circular.


sapopemas. Ritidoma reticulado. Ritidoma marrom, com
Folhas glabras. Venação terciária estrias verticais. Exsudação
reticulada. Freqüente. Platô. escassa, incolor, pegajosa.
Ocorre também em campina, Forte odor de legume. 243
119 249
onde apresenta porte anão. Bacia Ocasional. Platô, vertente e
do Amazonas. campinarana. Amazonas. 126
408

Pterocarpus officinalis. Vatairea sericea. (Faveira-


Árvore. Tronco com amargosa). Árvore de dossel.
marcas de depresões. Lenticelas salientes. Folhas
Padrão de exsudação com pêlos dourados e curtos na
característico. Folíolos ráquis, pulvínulo e veia central.
extrememente glabros. Venação broquidódroma. A
Rara. Platô. pubescência da lâmina (face
abaxial) só é vista com lupa.
Ocasional. Platô e vertente.
Amazônia Central e Oriental.
249 64
310 132

Pterocarpus rohrii. (Sangue-


de-galo). Árvore de dossel.
Base com sapopemas tabulares
grandes. Ritidoma rugoso,
desprendendo placas grandes,
irregulares. Exsudação
8 Árvores com folíolos alternos.

mediana, vermelha, pegajosa.


Os ramos às vezes são ocos.
Folíolos com poucos pêlos,
espalhados na superfície
abaxial (lupa). Venação
215 reticulada. Ocasional. Platô.
Amazônia ampla.

Diplotropis triloba. Diplotropis martiusii.


Árvore de dossel. Tronco (Sucupira-da-folha-grande).
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

circular. Ritidoma Árvore de dossel. Folíolos


marrom avermelhado. coriáceos, com pêlos longos,
Folíolos coriáceos, escuros, eretos e esparsados,
elípticos a oblongos, com na face abaxial. Rara. Platô.
ápice agudo a acuminado, Amazônia ampla.
270 às vezes assimétricos.
Pêlos curtos, dourados, na
113 face abaxial dos folíolos
(lupa). Ocasional. Platô. 177

71
409

Vatairea paraensis. Árvore Platymiscium duckei. (Macacaúba).


emergente. É a maior das Árvore de dossel. Pode ser
espécies desse gênero. Base confundida com Bignoniaceae,
com sapopemas enormes. distingue-se pelo forte odor de
Folhas cartáceas, com legume e também pela presença
pubescência semelhante de pulvino e pulvínulo. É
à V. sericea, sendo muito característica por apresentar
mais densa. Ocasional. uma linha contínua ligando os
Platô. Amazônia Central e pecíolos das folhas opostas.
Oriental. Rara. Capoeira. Amazônia
74 320 198
90

9 Árvores com folhas


imparipinadas e opostas. Taralea oppositifolia. (Cumarurana).
Árvore de dossel. Tronco
circular. Ritidoma claro,
liso. Camadas da casca
muito estreitas e pouco
diferenciadas entre si,
oposto de Platymiscium.
Folhas com tendência a
ser paripinadas (foto), mas
ocorrem imparipinadas. Rara.
Baixio. Amazônia ampla. 345
133
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE
Taralea opositifolia

Bocoa alterna. Arvoreta.


Tri- ou pentafoliolada,
às vezes unifoliolada.
Folíolos com a mesma
aparéncia como os de B.
viridifolia, mas alternas.
Rara. Ocorre mais perto Além das folhas, os novos ramos crescem
dos rios. Amazônia. tipicamente opostos um ao outro.

O folíolo terminal é freqüentemente


abortado, deixando a folha
aparentemente paripinada.
410

Swartzia corrugata. (Coração-de- Swartzia panacoco. Árvore de dossel.


negro). Árvore de dossel. Tronco Tronco circular com sapopemas.
circular ou pouco achatado, até Ritidoma distinto, desprendendo-
pouco acanalado na base. se em placas grandes (única no
Ritidoma avermelhado, gênero com esta característica).
desprendendo-se em lâminas. Pubescência dourada na face
Folhas maiores do que as outras abaxial da folha. Melhor
espécies do grupo. Folíolos caracter distinto é a forma
com pubescência velutina na 261 única do botão vegetativo (foto).
face abaxial. Ocasional. Platô e Ocasional. Platô. Amazônia e
537 187 143
capoeira. Amazônia Oriental e Sul. Guianas.

10
Árvores com folhas
coriáceas e folíolos
Andira parviflora. (Sucupira- opostos, com venação
vermelha). Árvore de dossel a destacada.
emergente. Pubescência curta,
ferrugínea, exceto na face adaxial,
mais abundante na venação da
face abaxial. Intersecundárias
bem visíveis. Única do grupo com
estipelas (foto). Freqüente. Platô,
baixio e campinarana. Arredores
253 de Manaus.
118

Ormosia grossa. (Tento). Ormosia paraensis. (Tenteiro).


Árvore de dossel. Tronco Árvore de dossel. Tronco
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

circular. Ritidoma circular. Ritidoma distinto,


avermelhado. Ramos
pubescentes. Tem as folhas avermelhado e bem rugoso.
mais coriáceas do grupo. Venação ecucampdódroma.
Terciárias percurrentes Pubescência também ferrugínea
oblíquas. Pubescência na face abaxial, porém não
176 81 ferrugínea, bastante densa, 292 93 tão densa quanto O. grossa e
principalmente na ráquis
as folhas são menos coriáceas.
e venação central e secundária.
Ocasional. Platô. Amazônia Rara. Platô. Amazônia Central
Central. e Sul.
411

Monopteryx inpae. Árvore Dipteryx odorata. (Cumaru).


de sub a dossel. Tronco Árvore emergente. O
circular. Ritidoma castanho, tronco apresenta algumas
rugoso. A olho nu percebe- protuberâncias. Ritidoma
se pubescência curta e clara pardo-amarelado, escuro.
na ráquis. Os folíolos são Folhas glabras e coriáceas.
glabros e bem menores Freqüente. Platô. Amazônia
que os das outras espécies ampla.
do grupo. Rara. Platô.
Amazônia Central.
25 86 352
153

11
Árvores com folíolos alternos,
ráquis alada e lâmina
assimétrica.

DOENÇAS DE DIPTERYX
Espécies de Dipteryx freqüentemente têm sinais de Dipteryx magnifica. (Cumaru-
fungos e/ou galhas. D. punctata, especialmente, ferro). Árvore de dossel.
pode ser reconhecida rapidamente pelo padrão Exsudação vermelha, escassa.
de manchas circulares nos folíolos.
Folhas glabras. Folíolos mais
alongados e geralmente mais
numerosos do que as outras
espécies do grupo. Ocasional.
Platô. Amazônia Central.
Dipteryx polyphylla Dipteryx punctata

265
81

Dipteryx punctata. (Cumaru- Dipteryx polyphylla.


amarelo). Árvore de dossel. (Cumarurana). Árvore de
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

Folhas semelhantes a D. odorata, dossel. Tronco não muito


distintas pelo tamanho (são grosso. Ritidoma verrucoso.
menores) e venação. Na lupa é Folhas maiores e com maior
possível ver pêlos claros, curtos, número de folíolos dos que as
estrelados, espalhados pelas alas outras do grupo. Folíolos com
da ráquis. Ocasional. Baixio. margem revoluta. Ocasional. 99 315

Amazônia Ampla. Platô e baixio. Amazonas,


114 177 Colômbia.
412

Hymenolobium sericeum. Hymenolobium heterocarpum.


(Angelim-da-mata). Árvore de (Angelim). Árvore de sub-
dossel. Copa grande, aberta. bosque. Tronco circular.
Tronco cilíndrico, escuro. Base reta a acanalada. Ritidoma marrom,
Ritidoma avermelhado, com com lenticelas lineares, agrupadas
lenticelas grandes, esparsas. horizontalmente, desprendimento fácil.
Apresenta depressões por todo o Exsudação escassa, incolor, pegajosa.
tronco. Folíolos macios ao toque Difere das outras espécies do gênero por
na face abaxial. Ocasional. ser menor e por ser restrita a margens
Platô. Amazônia Central. arenosas ou argilosas de igarapé e rios.
40
185
220 Ocasional. Baixio. Amazonas.
25

Hymenolobium excelsum
Hymenolobium modestum. (Angelim-
pedra). Árvore de dossel. Base
acanalada, com sapopemas.
Ritidoma pardo-avermelhado,
rugoso, semelhante a H.
excelsum. Lenticelas grandes,
bem próximas entre si.
Desprendimento difícil nos
retículos ou nas lenticelas.
Ocasional. Platô. Amazônia Hymenolobium pulcherrimum
231 61
Central e Oriental.

Hymenolobium excelsum. Hymenolobium pulcherrimum.


(Angelim-comum). Árvore de (Sapupira-amarela). Árvore de dossel.
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

dossel. Tronco grosso e casca Tronco circular. Ritidoma marrom,


acinzentada. Desprendimento rugoso. Folhas pubescentes, pêlos
laminar. Folhas pubescentes. dourados, eretos, parecidas com H.
Folíolos geralmente menores do heterocarpum, mas são maiores e as
que as outras espécies do grupo. duas espécies ocorrem em diferentes
151 23 Ocasional. Rara. Amazônia 295 47 ambientes. Rara. Platô. Amazônia
Central e Oriental. Central e Oriental.
413

Hymenolobium modestum
Zornia latifolia. Erva pequena,
cespitosa. Bifoliolada, de
pecíolo longo, com estípulas;
algumas vezes ocorrem 59
pontuações glandulares na
lâmina. Flores amarelas,
protegidas por brácteas
semelhantes a estípulas.
Ocasional. Capoeira.
Hymenolobium heterocarpum 40

12 Árvores multifolioladas,
com folíolos opostos e
pubescentes.

Desmodium adscendens.
(Pega-pega, Amor-
seco). Erva rasteira,

13
sempre trifoliolada,
com estípulas. Folíolos
Ervas.
arredondados, sendo o
apical sempre maior do que 25
10
os basais. Presença de estipelas
bem pequenas. Pulvínulo pubescente.
Freqüente. Capoeira e campina.
América tropical.

Desmodium sp.1. Erva. Desmodium barbatum.


Muito semelhante a D. Erva ereta. Folíolos de
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE

adscendens, mas os folíolos venação destacada,


são bem maiores e a ráquis elípticos e discolores
é pubescente. Pecíolo (característica acentuada
longo. Rara. Capoeira. quando secos),
Distribuição desconhecida. pubescentes na face
66 abaxial. Freqüente.
36 Capoeiras secas. América 50
tropical e subtropical. 27
414
Proteaceae
A família tem distribuição tropical e grande e carnosa (Panopsis e Euplassa). As
subtropical, principalmente no hemisfério sementes são geralmente aladas.
sul, sendo Austrália e África do Sul o centro
de maior diversidade, com cerca 1700
espécies em 79 gêneros. É amplamente
distribuída pelos Neotrópicos (8 gêneros e
aproximadamente 85 espécies), freqüente em
regiões montanhosas. Apesar de sua ampla
distribuição nos Neotrópicos, a maioria das
espécies são geralmente raras. No Brasil
Roupala e Panopsis ocorrem em florestas
amazônicas e Euplassa ocorre em áreas de
cerrado. Na Reserva ocorre apenas uma
espécie de Panopsis. São polinizadas por insetos, pássaros,
É uma família sem muitas características morcegos e marsupiais (em espécies com
vegetativas. Roupala é o único gênero hábito geófloro). A dispersão é efetivada por
amplamente distribuído pela bacia amazônica, animais (Dasyprocta spp.), água ou vento.
fácil de reconhecer pelo odor da madeira que é Panopsis pode ser dispersada por água ou por
semelhante a carne enlatada. Apresenta também animais.
folhas dimórficas: as jovens são compostas e as Várias espécies são introduzidas e
adultas são simples. Panopsis não tem odor utilizadas como plantas ornamentais (Banksia
mas o tronco é freqüentemente malhado, e Grevillea da Austrália; Embothrium e
aparentando escamas de uma cobra (não em Gevuina, em regiões temperadas da América
P. sessilifolia). A casca interna apresenta uma do Sul). São importantes na indústria da
malha, formada por estrias negras. floricultura, especialmente na Austrália, onde
É representada por arbustos ou árvores. as proteáceas dominam o mercado de flores
As folhas são verticiladas, simples a pinadas cortadas. Na cultura aborígine é importante
ou bipinadas, sem estípulas. Muitas espécies como fonte de comida, medicamentos, água
são xeromorfas. Apresenta um tipo de etc. A madeira de algumas espécies é usada
inflorescência pseudo-racemosa, com flores na construção (Grevillea, Panopsis, Orites) e
normalmente tetrâmeras e bissexuais. As na fabricação de compensado. Alguns gêneros
anteras são rimosas, o estilete é alongado, às possuem espécies com sementes comestíveis
vezes apresentando porção distal expandida. (Macadamia, Brabejum, Hicksbeachia).
O fruto é folicular (Roupala), ou uma drupa
Panopsis sessilifolia.
(Açoita-cavalo). Árvore.
Ritidoma acinzentado com
estrias profundas. Ao corte
odor suave adocicado e
resina translúcida fluida
pegajosa. Folhas coriáceas,
com nervuras reticuladas,
150 broquidódroma. Rara.
Baixio. Amazônia.
PROTEACEAE
415
Lythraceae
É uma família pequena de ervas anuais Outras espécies brasileiras são
ou perenes, arbustos e árvores, com encontradas, principalmente nas regiões
aproximadamente 22 gêneros e 450 espécies Sul e Sudeste. Cuphea carthagenensis e
distribuídas principalmente nos Trópicos, Cuphea mesostemon são plantas daninhas de
podendo ocorrer também em regiões jardins, pastagens, margens de rios e terrenos
temperadas. abandonados, em solos arenosos. Ambas
possuem propriedades medicinais, como
anti-sifilíticas.
Algumas espécies são conhecidas
mundialmente por suas características
corantes, como por exemplo: Lawsonia
inermis, a conhecida henna para tinturas, e
ainda Lafoensia pacari, de coloração amarela.
A madeira das arbóreas são bem apreciadas
para construção. Podem ser utilizadas como
plantas ornamentais.
Na Reserva ocorre apenas Cuphea
ramulosa. A maioria das espécies do gênero
Cuphea é herbácea, ereta, algumas vezes
escandente, considerada também como
erva daninha. As espécies são facilmente
reconhecidas por suas flores com cálice tubular
assimétrico. As flores solitárias saem na axila
das folhas. O hipântio é tubular, com cálice
verde e corola rosa a lilás. Freqüentemente
encontra-se heterostilia na família. Algumas
espécies podem ser polinizadas por beija-
flores.

Cuphea ramulosa. Erva ereta,


ramificada apresentando
caule e cicatrizes de folhas.
Ramos e folhas densamente
pilosos; pêlos esbranquiçados.
Folhas opostas, curtamente
pecioladas e elípticas. Veia
central evidente na face
abaxial da lâmina. Freqüente
em ambiente alterado, em solo
arenoso.

19
LYTHRACEAE
415
Lythraceae
É uma família pequena de ervas anuais Outras espécies brasileiras são
ou perenes, arbustos e árvores, com encontradas, principalmente nas regiões
aproximadamente 22 gêneros e 450 espécies Sul e Sudeste. Cuphea carthagenensis e
distribuídas principalmente nos Trópicos, Cuphea mesostemon são plantas daninhas de
podendo ocorrer também em regiões jardins, pastagens, margens de rios e terrenos
temperadas. abandonados, em solos arenosos. Ambas
possuem propriedades medicinais, como
anti-sifilíticas.
Algumas espécies são conhecidas
mundialmente por suas características
corantes, como por exemplo: Lawsonia
inermis, a conhecida henna para tinturas, e
ainda Lafoensia pacari, de coloração amarela.
A madeira das arbóreas são bem apreciadas
para construção. Podem ser utilizadas como
plantas ornamentais.
Na Reserva ocorre apenas Cuphea
ramulosa. A maioria das espécies do gênero
Cuphea é herbácea, ereta, algumas vezes
escandente, considerada também como
erva daninha. As espécies são facilmente
reconhecidas por suas flores com cálice tubular
assimétrico. As flores solitárias saem na axila
das folhas. O hipântio é tubular, com cálice
verde e corola rosa a lilás. Freqüentemente
encontra-se heterostilia na família. Algumas
espécies podem ser polinizadas por beija-
flores.

Cuphea ramulosa. Erva ereta,


ramificada apresentando
caule e cicatrizes de folhas.
Ramos e folhas densamente
pilosos; pêlos esbranquiçados.
Folhas opostas, curtamente
pecioladas e elípticas. Veia
central evidente na face
abaxial da lâmina. Freqüente
em ambiente alterado, em solo
arenoso.

19
LYTHRACEAE
416
Thymelaeaceae
É uma família cosmopolita, predominante As plantas da família contêm
no hemisfério sul, com ca. 500 espécies propriedades tóxicas. Alguns gêneros são
em 45 gêneros distribuídos principalmente usados como ornamentais, a madeira é usada
na Austrália e África tropical. Na região em construções e na obtenção de incenso, e
neotropical são 8 gêneros com ca. 75 as fibras da casca para obter papel.
espécies amplamente distribuídas. No Brasil
está representada por 6 gêneros e 28 espécies,
sendo que na Amazônia ocorrem os gêneros
Lasiodenia (arbusto), Lophostoma (liana),
Daphnopsis (em igapó) e Schoenobiblus. Na
Reserva foi encontrada apenas Schoenobiblus
daphnoides, uma espécie dióica de ocorrência
rara, pois somente um indivíduo de cada sexo
foi encontrado.
A família inclui árvores, arbustos e
raramente lianas e ervas, de porte pequeno
a médio. As folhas são alternas, raramente
opostas ou espiraladas, simples, inteiras, sem
estípulas e pontuadas. O ritidoma é grosso,
homogêneo e extremamente resistente. Pode
ser confundida com Annonaceae pelas G
fibras presentes no tronco e nas folhas, mas
geralmente as espécies exalam um cheiro
muito forte por toda a planta, principalmente
quando é macerada.
As flores são normalmente pequenas
e apétalas, mas com sépalas petalóides. O
fruto é uma drupa seca, às vezes formando um
aglomerado semelhante aos frutos de Guatteria
(Annonaceae).

Schoenobiblus daphnoides.
Árvore. Ritidoma bege-
esverdeado com lenticelas
abundantes. Folhas
alternas com nervuras
secundárias inconspícuas.
Odor forte e fibras
presentes por toda parte
na planta. Vertente. Rara.
Amazônia Central.
153
THYMELAEACEAE
417
Myrtaceae
É constituída de ca. 3000 espécies em 140 abertura, ou caliptrado abrindo-se em capuz.
gêneros, distribuídos principalmente em regiões São polistêmones, dando à flor um aspecto
tropicais. Nos Neotrópicos predomina a de escova. A maioria tem flores brancas,
subfamília Myrtoideae, com aproximadamente mas pode ocorrer flores amareladas, róseas
2/3 das espécies. Na Reserva foram coletadas ou levemente azuladas. A inflorescência e
62 espécies autóctones em seis gêneros, e são o hipanto podem ser verdes ou amarelados,
cultivadas 5 espécies, sendo três (Eucalyptus glabros ou pilosos, os pêlos variando de
sp., Eugenia malaccensis e Syzigium cumini) brancos ou prateados a marrons ou dourados.
originárias do Velho Mundo. Em fruto, os eixos da inflorescência podem ser
verdes, marrons ou vermelhos.
Na Reserva as Myrtaceae concentram
sua floração no período menos chuvoso e a
frutificação no mais chuvoso. As flores abrem
nas primeiras horas da manhã e duram até
um dia e meio. São hercogâmicas, isto é, o
estigma é maior que os estames, e protândricas,
com as anteras dispondo o pólen antes da
receptividade do estigma.
Algumas espécies permanecem
Calycolpus goetheanus receptivas por 48 horas, sendo que Eugenia
As Myrtaceae são facilmente pseudopsidium frutificou quando polinizada
reconhecidas no campo através de algumas 24 horas após o início da receptividade.
características básicas: folhas opostas, venação Abelhas, especialmente Anthophoridae
broquidódroma com nervura intramarginal spp., Megalopta sp., Melipona sp., Trigona
presente e freqüentemente afastada da margem; spp. e Epicharis sp., são os principais visitantes
lâmina densamente pontuada com glândulas das flores, atraídos pelo perfume adocicado
taníferas, geralmente visíveis à contra-luz, que e indo em busca de pólen. Algumas vibram
dá à família o típico cheiro "mirtáceo" (de goiaba os estames durante a coleta, sendo este um
verde) em folhas amassadas e no alburno. O método bastante eficiente de retirada de pólen.
tronco quase sempre desprende abundante
periderme, podendo ser do tipo laminado
ou escamoso. Todas essas características
distinguem-nas das quatro famílias mais
confundíveis: Monimiaceae, Clusiaceae,
Vochysiaceae e Memecylaceae, esta, a mais
Myrciaria Myrcia Eugenia sp. 3
parecida, com glândulas ausentes. floribunda subsericea
A troca da periderme ocorre quase
durante o ano inteiro. Embora o ritidoma seja
característico para cada espécie ou grupo de
espécies, podem ocorrer variações individuais,
pela idade ou por influência do ambiente, se este
é diferente daquele onde ela é mais freqüente. Myrcia
magnoliifolia
Entretanto, essa variação é incomum e ocorre
em poucas espécies. Ao contrário, as folhas
são pouco variáveis (geralmente no tamanho),
podendo ser enquadradas com segurança dentro
MYRTACEAE

da espécie à qual pertencem.


De modo geral as flores das Myrtaceae
são homogêneas, pouco variando entre os
gêneros. Possuem 4-5 pétalas e sépalas
Eugenia Eugenia tapacumensis
distintas, ou o cálice é inteiro e rasga-se na anastomosans
418
Uma espécie de mosca, Ormidia sp. 1, também a
foi uma visitante freqüente, lambendo pólen
até em flores velhas. Duas espécies de trips,
Thysanoptera sp. 1 (amarelo) e sp. 2 (preto),
visitam as flores em mutirão, formando nuvens
na copa das árvores, provavelmente para se
alimentar ou copular.
Das espécies investigadas, Eugenia
florida, E. aff. citrifolia, E. pseudopsidium e
Calyptranthes cf. forsteri mostraram-se auto-
incompatíveis (A.I., ou seja, não frutificam b a
quando autofecundadas, e Eugenia cuspidifolia,
E. cf. ferreiraeana e Myrciaria floribunda
mostraram-se autocompatíveis (A.C.,
produzem frutos quando autofecundadas).
Analisando características morfofuncionais,
fenológicas e reprodutivas em conjunto,
algumas associações ficaram evidentes, sendo
Eugenia cuspidifolia (a) e Myrcia magnoliifolia (b)
mais significativa a ligação entre a estratégia de sendo visitadas por Thysanoptera spp. (trips).
floração e o sistema reprodutivo: a maioria das
espécies com estratégia "big-bang" (floração
massiva) mostraram-se AC, e todas as espécies
com estratégia "pulsed-bang" (floração massiva
pulsada) mostraram-se AI.
Os frutos são bagas normalmente pouco
carnosas, adocicadas ou cítricas. Geralmente
são taníferas (travosos), mas com potencial
comestível (Eugenia cf. longiracemosa, E.
patrisii, Eugenia sp. 3, Myrcia magnoliifolia Eugenia sp. 3 sendo visitada Myrciaria floribunda
etc.). Quando maduros são roxo-enegrecidos, por Melipona cf. captiosa. sendo visitada por
vermelhos ou amarelados a laranja. Megalopta sp.

Várias espécies são usadas na medicina


caseira contra diarréia (goiaba, pitanga),
problemas estomacais, diabetes (pedra-ume-
caá, Myrcia citrifolia e Eugenia punicifolia) e
até câncer (Eugenia florida). Outras fornecem
óleos essenciais (eugeniol, eucalyptol). Muitas
são comestíveis - araçá-boi (Eugenia stipitata), Myrciaria floribunda sendo visitada por Ormidia sp.
pitanga (E. uniflora), araçá-pera (Psidium 1 (verde) e Ormidia sp. 2 (laranja).
acutangulum), goiaba (Psidium guajava),
jabuticaba (Myrciaria cauliflora) etc., e com
alto teor vitamínico, principalmente vitamina
C (Myrciaria dubia, o camu-camu ou
caçari). Podem também ser cultivadas como
ornamentais. Sua madeira é bastante dura e
flexível, com bom potencial madeireiro. São
boas colonizadoras de ambientes que sofreram Eugenia florida sendo Eugenia cf. ferreiraeana
MYRTACEAE

visitada por Trigona sp. e sendo visitada por


queimada ou desmatamento. Melipona cf. captiosa. Melipona cf. captiosa.

Mcvaugh, R. 1958. Flora of Peru. Botanical Series, Parte IV 3: 569-818.


Mcvaugh, R. 1969. The Botany of the Guayana Highland - Parte VIII. Mem. N.Y. Bot.
Gard., 18: 55-286.
419
Inflorescência paniculada

Myrcia spp. eixo principal não abortado

Myrcia minutiflora Myrcia subsericea Myrcia


guianensis

Myrcia bracteata Myrcia aliena Myrcia servata Myrcia fenestrata Myrcia sylvatica

Calyptranthes e Marlierea. Eixo principal abortado, com


um par de eixos secundários paniculados por axila foliar.

Marlierea umbraticola Calyptranthes cf. Calyptranhtes creba Calyptranthes cuspidata


macrophylla

Inflorescência racemosa

Eixo principal alongado, ou alongado e reduzido na mesma planta.


Flores brancas ou amareladas: Eugenia spp.

Eugenia sp. nov. Eugenia sp. 3


MYRTACEAE

Eugenia sp. 2 Eugenia florida Eugenia biflora Eugenia cf. longiracemosa


420 Eixo principal reduzido. Inflorescências com aspecto glomerulado ou de uma umbela
séssil. Calycolpus spp., Eugenia spp. e Myrciaria floribunda.

Flores brancas ou amareladas

Myrciaria Eugenia Eugenia patrisii Eugenia sp. 1


floribunda tapacumensis

Eugenia Calycolpus cf. revolutus


Eugenia
subterminalis
pseudopsidium

Eugenia aff. citrifolia Eugenia punicifolia Eugenia protenta

Flores róseas Flores azuladas

Eugenia
Eugenia cf. ferreiraeana Eugenia cuspidifolia Eugenia cf. feijoi anastomosans

Frutos maduros amarelos, alaranjados ou amarronzados

Calycolpus cf. revolutus Calycolpus goetheanus Calyptranthes cuspidata


MYRTACEAE

Eugenia cf. ferreiraeana Eugenia cuspidifolia Eugenia cf. feijoi Eugenia diplocampta
421
Frutos maduros vermelhos

Blepharocalyx eggersii Eugenia patrisii Myrcia sp. 1

Calyptranthes creba Eugenia cf.


longiracemosa

Eugenia punicifolia Myrcia bracteata Myrcia magnoliifolia

Frutos maduros roxo-enegrecidos

Eugenia tapacumensis Eugenia anastomosans Eugenia aff. citrifolia Marlierea caudata

Eugenia biflora Eugenia


pseudopsidium

Myrcia aliena Myrcia amazonica Myrcia fenestrata

Eugenia Eugenia
protenta subterminalis
MYRTACEAE

Eugenia sp. 1 Myrcia guianensis Calyptranthes Myrcia sylvatica Myrcia rufipila


cf. forsteri
422
Plantas cultivadas

Syzigium cumini Eugenia malaccensis Eucalyptus sp. Psidium guineense

GUIA DE FOLHAS

Nervura intramarginal afastada da Nervura intramarginal afastada da


margem mais que 3mm (até 12mm) margem até 3(4)mm

Folhas evidentemente pilosas


Folhas glabras
(glabrescentes ou não, visíveis)
Folhas grandes (80 -)120 - 380 mm

Calyptranthes cf. macrophylla


Eugenia agathopoda Myrcia magnoliifolia
Eugenia anastomosans Myrcia subsericea
Eugenia citrifolia Marlierea sp. 1
Eugenia aff. citrifolia
Eugenia cf. feijoi
Syzigium cumini Eugenia cf. illepida
Eugenia malaccensis Eugenia cupulata
Eugenia stylaris Eugenia omissa
Eugenia tapacumensis Eugenia sp. nov.
Myrcia gigas Myrcia aliena
Myrtaceae sp. 1 Myrcia minutiflora
Myrcia sp. 1
Folhas médias (50-)70-120(-

Calycolpus cf. revolutus


Calycolpus goetheanus Calyptranthes cuspidata
Eugenia cf. ferreiraeana
Calycolpus sp. 1 Calyptranthes cf.
Eugenia sp. 1
Calyptranthes sp. 1 forsteri
Myrcia bracteata
150) mm

Eucalyptus sp. Eugenia cuspidifolia


Myrcia fenestrata
Eugenia cf. ramiflora Eugenia diplocampta
Myrcia huallagae
Eugenia pseudopsidium Eugenia florida
Myrcia paivae
Eugenia sp. 2 Eugenia patrisii
Psidium guajava
Myrtaceae sp. 5 Eugenia sp. 3
Psidium guineense
Marlierea umbraticola Myrcia amazonica
Myrcia fallax Myrtaceae sp. 3

Blepharocalix eggersii Myrcia citrifolia


Folhas pequenas
15-70 (-90) mm

Calyptranthes creba Myrcia guianensis


Eugenia cf. longiracemosa Myrcia rufipila Myrtaceae com folhas
MYRTACEAE

Eugenia protenta Myrciaria floribunda pequenas e nitidamente


Eugenia punicifolia Eugenia biflora pilosas não ocorrem na
Eugenia subterminalis Myrcia cuprea Reserva.
Marlierea caudata Myrcia servata
Myrcia aff. grandis Myrcia sylvatica
423
Arbustos a árvores. Ritidoma não escamoso, micro-fissurado, reticulado ou
desprendendo em fragmentos ou plaquetas membranáceas a lenhosas

Arbustos a árvores de pequeno porte, Arvoretas, raro subarbustos, crescendo

1 2
crescendo em solo arenoso de campina, em floresta de platô, vertente, baixio ou
campinarana ou capoeira. Ritidoma área alterada, em sub-bosque. Ritidoma
fissurado ou estriado, se desprendendo microfissurado ou se desprendendo em
em fragmentos papiráceos ou lenhosos. fragmentos membranáceos a papiráceos.
Folhas glabras. Folhas pilosas a glabras.

Árvores de pequeno a grande porte. Árvores de pequeno a grande porte.

3 7
Plaquetas ou fragmentos papiráceos Ritidoma se desprendendo em
irregularmente quadrados ou fragmentos papiráceos ou lenhosos,
arredondados, papiráceos, suberosos difíceis de sair. Folhas pilosas a
ou lenhosos. Folhas glabras a glabras ou cerosas.
subglabras.

Arvoretas ou árvores, raramente arbustos. Ritidoma desprendendo em


placas papiráceas a lenhosas em uma ou mais camadas, ou em lâminas
coriáceas revolutas, pequenas a maiores que 50 cm de comprimento,
deixando cicatrizes lisas, lenticeladas ou pulverulentas.

4
Tronco "malhado".
Lâminas coriáceas e
revolutas, pequenas
a maiores que 50
cm de comprimento.
Cicatrizes lisas ou
lenticeladas.
Eugenia cf. longiracemosa Marlierea umbraticola Calycolpus goetheanus

Ritidoma fissurado. Lâminas em

6
Tronco às vezes "malhado". Placas em

5
camadas sobrepostas e alternadas 1-3 camadas de textura lenhosa, fibro-
de textura membranácea, lenhosa ou fibro-membranácea, ou
papirácea, fibrosa e suberosa. ainda suberosa. (Às vezes são maiores
Cicatrizes lisas, lenticeladas ou que 50 cm de comprimento).
pulverulentas.

ESPÉCIES CULTIVADAS

8
MYRTACEAE

Árvores de pequeno a grande porte. Ritidoma se


desprendendo em placas ou fragmentos quadrados ou
arredondados irregulares, papiráceos, suberosos ou lenhosos.
Folhas glabras a subglabras ou pubescentes.

Eugenia malaccensis
424

Eugenia punicifolia. (Pedra- Myrcia guianensis. Arbusto


ume-caá). Arbusto a cespitoso. Folhas coriáceas,
arvoreta (20-400 cm). Folhas densamente pontuadas (visível
cartáceas. Nervura central a olho nu). Ápice da lâmina
na face adaxial côncava; retuso. Nervura central na face
secundárias levemente adaxial convexa; secundárias
submersas não visíveis.
salientes. Pecíolo sulcado
Pecíolo canaliculado. Râmulos
em "v". Râmulos verdes a
verdes, pontuados, decussados.
castanhos, pilosos. Freqüente.
Freqüente. Campinarana.
67 Campina e campinarana. 50
América do Sul.
América do Sul.

Folhas glabras, elíptico-arredondadas.


Ápice retuso ou agudo-retuso. Ramos
jovens achatado-acanalados.

Arbustos a árvores de

1
pequeno porte, crescendo
em solo arenoso de campina,
campinarana ou capoeira.
Eugenia subterminalis. (Ubaia- Ritidoma fissurado ou estriado,
rasteira). Arbusto cespitoso. Lâmina
cartácea, decurrente. Nervuras
com pouco desprendimento.
secundárias submersas visíveis (ou
levemente salientes) na face adaxial,
submersas visíveis na abaxial.
Râmulos achatados, glabros,
castanhos; ramos jovens esfoliantes. Folhas glabras, elípticas a lanceoladas.
Muito freqüente, formando densas Nervura central proeminente na face
populações. Campina adaxial. Ápice longo-acuminado.
71
e campinarana.
Amazônia.

Myrtaceae sp. 5. Provavelmente Eugenia cf. ramiflora. Arvoreta.


uma Eugenia. Arbusto. Folhas Folhas muito jovens ferrugíneas,
cartáceas; pontuação densa, glabrescentes. Lâmina coriácea,
visível a olho nu. Nervuras com face abaxial esbranquiçada.
secundárias submersas visíveis. Nervuras secundárias levemente
Pecíolo emarginado. Râmulos salientes na face adaxial. Ramos
achatados, glabros, marrom- jovens cilíndricos, ferrugíneos,
escuros. Rara. Campinarana. glabrescentes. Ocasional.
Amazônia Central. Campinarana. Amazônia Central
90 e Oriental.
126
MYRTACEAE
425

Myrcia servata. Arvoreta a árvore Myrcia sylvatica. Subarbusto a


de pequeno porte. Nervura central arvoreta, raro árvore de pequeno
na face adaxial convexa e pilosa; porte. Nervura central na face
secundárias poucas, afastadas, adaxial côncava; secundárias
levemente salientes. Face abaxial
abundantes, próximas, submersas.
e pecíolo pilosos. Râmulos (sub)
Face abaxial pouco pilosa a
cilíndricos, pilosos, marrom-
esverdeados. Muito freqüente. subglabra. Râmulos achatados,
Campinarana e pilosos, verdes. Muito freqüente.
capoeira. Norte da Campinarana e capoeira. Norte
América do Sul. 56 da América do Sul.
52

Folhas evidentemente pilosas a


subglabras, predominantemente
lanceoladas. Ápice longo-acuminado.

Eugenia biflora. Arbusto


cespitoso. Folhas com face
Eugenia subterminalis
abaxial densamente pilosa, pêlos
crescendo em prateados ou amarronzados.
campinarana alterada. Adaxial com pontuação
impressa visível a olho nu;
nervura central impressa
em "v". Ápice mucronado.
Râmulos achatados, com pêlos
prateados. Freqüente. Campina
e campinarana. Do México e
Caribe até a Bolívia. 60

Eugenia cf. feijoi. Arvoreta. Marlierea sp. 1. Arvoreta. Face


Folhas cartáceas, geralmente abaxial com pêlos tomentosos
lanceoladas. Lâmina com marrons e lanosos brancos
superfície enrugada, às vezes misturados; adaxial glabrescente,
bulada. Nervuras secundárias com nervura central impressa.
proeminentes na face adaxial. Pecíolo emarginado, fissurado
Râmulos achatados, glabros, transversalmente em folhas
castanhos. Ocasional. adultas. Ramos jovens
Campinarana.
cilíndricos, densamente
Amazônia Central,
piloso-ferrugíneos. Freqüente.
Norte e Sul.
150 Campinarana. Amazônia Central.
MYRTACEAE
426

Eugenia sp. nov. Arvoreta ou Myrcia minutiflora. Arvoreta.


subarbusto. Folhas cartáceas, Folhas cartáceas, subglabras
às vezes bulada. Face adaxial a glabrescentes. Face
glabrescente, com nervura abaxial verde-esbranquiçada.
central convexa; secundárias
Nervura central na face
e terciárias salientes. Face
adaxial impressa. Pecíolo
abaxial, pecíolo e râmulos
densamente pilosos-prateados sulcado. Râmulos achatados,
ou amarronzados. Encontrada pilosos, marrons. Ocasional.
somente no sudoeste da Platô, vertente e baixio.
170
Reserva, onde é freqüente. Amazônia Central, Ocidental
194 Platô. Brasil (Amazonas). e Norte.

Arvoretas, raro subarbustos,


crescendo em floresta de

Myrcia subsericea. Arvoreta ou


2 platô, vertente, baixio ou área
alterada, em sub-bosque.
Ritidoma microfissurado ou
se desprendendo fragmentos
membranáceos a papiráceos.
sub-arbusto. Folhas coriáceas.
Face adaxial glabra com
nervura central côncava. Face
abaxial, pecíolo e ramos jovens
densamente cobertos com cêra
branca, e sob esta pêlos híspidos
Folhas visivelmente pilosas,
adpressos. Fragmentos do glabrescentes ou subglabras.
ritidoma transparentes ou opacos;
cicatrizes com lenticelas brancas,
196 tipo "vulcãozinho". Rara. Platô e
baixio. Amazônia.

Myrcia bracteata. Arvoreta. Myrcia huallagae. Arvoreta.


Folhas coriáceas, subglabras Folhas cartáceas. Face abaxial
a pilosas. Nervura central na hirsuta; adaxial glabra, com
face adaxial impressa em "v". nervura central hirsuta. Pecíolo
Pecíolo canaliculado, verde. piloso, enegrecido em folhas
Râmulos achatados, verdes, secas. Râmulos hirsutos, pêlos
hirsutos. Fragmentos do ritidoma marrom-dourados. Rara. Platô
transparentes ou opacos. Muito e vertente. Amazônia Central,
freqüente. Áreas alteradas. Platô Oriental e Ocidental.
e vertente. Norte da América do
140 91
Sul até a Bolívia.
MYRTACEAE
427

Eugenia cupulata. Arvoreta. Folhas Eugenia cf. illepida. Arvoreta.


muito coriáceas (glabresentes Folhas muito coriáceas, densamente
quando jovens). Face abaxial pontuadas: pontuação impressa,
com pontuação visível, escura. conspícua. Nervura central
Nervuras central e secundárias na face adaxial biconvexa,
idem, proeminentes na adaxial; secundárias submersas. Ramos
terciárias salientes. Râmulos novos achatados, pontuados,
achatados, cinza-amarronzados, cinza-envernizados, esfoliantes;
pecíolo idem, subcilíndrico.
pontuados. Rara.
Rara. Platô
Platô. Do Suriname
e vertente.
ao Amazonas e Brasil (Acre e 330
375
Maranhão (Brasil). Amazonas).

Folhas glabras a essencialmente glabras,


raro glabrescentes. Eugenia protenta. Arbusto a
arvoreta. Folhas cartáceas. Face
abaxial com pontuações salientes,
escuras, visíveis a olho nu.
Nervura central na face adaxial
impressa. Râmulos marrom-escuros,
subcilíndricos e glabros. Freqüente
em capoeiras. Platô.
Brasil (Amazonas) e
Venezuela. 70

Myrcia fenestrata. Arvoreta. Lâmina Eugenia cf. stylaris. Arvoreta.


coriácea, bulada, pilosa a subglabra, Folhas cartáceas. Lâmina
brilhante. Nervura central na face levemente bulada, micro-
adaxial subglabra, impressa em "v" rugosa. Nervura central na face
ou côncava; na abaxial hirsuta.
adaxial carenada; secundárias
Pecíolo e râmulos fimbriados;
salientes. Pecíolo piloso.
esses achatados e evidentemente
decussados. Fragmentos do Râmulos achatados, castanhos,
ritidoma transparentes ou opacos. subglabros. Ocasional.
Freqüente em áreas alteradas. Platô. Brasil
Platô e vertente. Amazônia Central (Amazonas).
223
e Peru.
MYRTACEAE
428

Myrcia paivae. Árvores de pequeno Myrcia sp. 1. Árvores de grande


(raro médio) porte. Ritidoma no tronco porte. Ritidoma reticulado,
reticulado a fissurado; ramos finamente plaquetas quadradas e lenhosas.
fissurados. Plaquetas espessadas, Face abaxial pubescente, com
suberosas. Face abaxial com pêlos pontuações salientes e visíveis.
híspidos adpressos ou subglabra. Adaxial brilhante com venação
Nervura central na face adaxial saliente. Margem levemente
impressa. Râmulos achatados, pilosos, revoluta. Râmulos achatados,
marrons. Freqüente. subglabros, marrons. Ocasional.
Platô e vertente. Brasil Platô, vertente e baixio. Amazônia
206
105 (Amazonas), Guyana e Central.
Venezuela.

3
Árvores de pequeno a grande
porte. Desprendimento
do ritidoma em plaquetas
ou fragmentos quadrados
Calyptranthes cuspidata. Árvores ou irregulares, com textura
de médio porte. Fragmentos papirácea, suberosa ou lenhosa.
papiráceos, irregulares; cicatrizes Cicatrizes alaranjadas a avermelhadas.
côncavas. Folhas glabras com Folhas glabras a pubescentes.
pontuações escuras abundantes,
visíveis. Nervura central na
face adaxial convexa. Pecíolo
esfoliante, escurecido. Râmulos
achatados, glabrescentes, marrom-
esverdeados. Freqüente. Platô,
140 vertente e baixio. Amazônia
brasileira e Peru.

Eugenia sp. 2. Árvores de pequeno Myrtaceae sp. 3. Provavelmente


porte. Plaquetas papiráceas, uma Eugenia. Árvores de
fragmentosas. Folhas glabras
pequeno porte. Folhas glabras,
e lisas, com nervuras laterais
submersas. Nervura central na quando secas esverdeadas,
face adaxial impressa em "v". com venação avermelhada e
Pecíolo sulcado-emarginado. pecíolo enegrecido. Nervura
Râmulos achatados, glabros, central na face adaxial côncava.
cinza-amarronzados ou castanhos. Pecíolo canaliculado. Râmulos
Freqüente.
achatados, glabros, pontuados,
Platô, vertente
e campinarana. marrons. Rara. Platô e vertente.
118 125
Amazônia Central. Amazônia Central.
MYRTACEAE
429

Myrciaria floribunda. Arvoretas Calycolpus cf. revolutus. Arvoretas


a árvores de grande porte. Folhas ou arbustos. Folhas geralmente
pequenas, cartáceas. Lâmina lanceoladas, cartáceas a coriáceas,
ondulada, com pontuações visíveis. brilhantes. Nervura central na face
Nervura central na face adaxial adaxial impressa em "v", laterais
biconvexa. Pecíolo enegrecido. submersas. Ápice mucronado.
Râmulos achatados, glabrescentes, Pecíolo emarginado. Râmulos tetra-
marrom-escuros. Muito freqüente. alados, verdes ou castanho-escuros.
Platô, vertente e Ocasional. Platô,
campinarana. Do campinarana e baixio.
México e Caribe ao sul 60 Amazônia Central, 145
do Brasil. Suriname e Guianas.

Arbustos a arvoretas (raro árvores de


grande porte). Cicatrizes lisas, cinza-
amarronzadas ou esverdeadas, ou verdes.
Tronco noduloso-acanalado ou tortuoso,
com base geralmente perfilhada.

4
Ritidoma com desprendimento
em lâminas coriáceas, revolutas,
pequenas a maiores que 50 cm. Calycolpus goetheanus. Arvoretas
Folhas glabras. com base muito perfilhada.
Folhas coriáceas. Face adaxial
brilhante, com nervura central
impressa em "v" e laterais
Árvores de médio a grande porte. submersas. Ápice mucronado.
Cicatrizes lenticeladas, de cor laranja Pecíolo canaliculado, verde.
ou bege-clara. Tronco cilíndrico a Râmulos achatado-acanalados,
levemente achatado ou acanalado, glabros, verdes.
raramente ramificado na base. Ocasional. Baixio
e campinarana. 124
Amazônia.

Eugenia sp. 3. Árvores de médio a Calycolpus sp. 1. Árvores


grande porte; base do tronco não de médio porte, com base
ramificada. Cicatrizes de cor ramificada. Cicatrizes de
laranja. Lenticelas inconspícuas, cor bege-clara. Lenticelas
tipo "vulcãozinho". Folhas maculadas, brancas. Folhas
cartáceas. Nervura central na coriáceas. Nervura central
face adaxial impressa em "v" ou na face adaxial impressa em
côncava. Pecíolo canaliculado. "v", laterais submersas. Ápice
Râmulos glabrescentes. mucronado. Pecíolo sulcado.
Freqüente. Platô, vertente e Râmulos glabros. Rara.
campinarana. Amazônia Central. 126 Campinarana. Amazônia Central.
MYRTACEAE
430

Eugenia omissa. Arvoreta. Eugenia patrisii. (Ubaia). Árvores


Lâminas papiro-membranáceas. de pequeno a grande porte, raro
Folhas cartáceas. Face adaxial arbustos. Lâminas em camadas
glabrescente (em folhas novas papiráceas e fibrosas, frágeis.
com pêlos marrom-dourados Cicatrizes pulverulentas, pó cinza
abundantes), com nervura central ou amarelado. Folhas levemente
impressa em "v". Abaxial híspida. buladas, base decurrente. Venação
Pecíolo idem, sulcado. Râmulos proeminente em ambas as faces.
ferrugíneos, achatados. Ocasional.
Râmulos castanhos, achatados e
Platô. Amazônia
subglabros. Muito freqüente. Em todos
233 Central e Ocidental 85
os ambientes. Amazônia.
e Suriname.

Folhas com venação conspícua, com as


secundárias proeminentes na face abaxial
(às vezes na adaxial). Intramarginal
arqueada ou reta, geralmente afastada da
margem e seguida de 2-3 submarginais
evidentes.

Ritidoma desprendendo em
lâminas ou placas sobrepostas

Eugenia florida. Árvore de


grande porte. Placas alongadas,
papiráceas e suberosas.
Cicatrizes impressas, não
pulverulentas. Folhas
5 alternadamente, com várias
texturas: membranácea,
papirácea, suberosa e lenhosa.
Cicatrizes lisas, lenticeladas ou
pulverulentas.

cartáceas. Nervura central na Venação submersa ou inconspícua em


face adaxial côncava. Râmulos ambas as faces. Intramarginal reta e
achatados, glabros. Ocasional. freqüentemente próxima da margem,
Campinarana. Do Panamá e raramente afastada e seguida de uma
158
Guianas à Bolívia; no Brasil até submarginal.
Minas Gerais.

Eugenia cf. longiracemosa. Árvores Eugenia citrifolia. Árvore de


de médio a grande porte. Tronco médio porte. Lâminas papiro-
acanalado. Placas em camadas membranáceas e/ou suberosas.
de todas as texturas, pulverulentas. Cicatrizes impressas, não
Cicatrizes côncavas. Folhas pulverulentas. Folhas brilhantes,
cartáceas e onduladas, pequenas com pontuações visíveis; idem
(máx. 70 mm). Face abaxial com no pecíolo e nos râmulos.
pontuações escuras, esparsas. Nervura central na face adaxial
Adaxial com nervura central convexa. Râmulos achatados,
impressa. Râmulos cinza-envernizados.
pilosos. Freqüente. Rara. Platô.
65 Platô e vertente. 176 Amazônia Central e
Amazônia. Norte.
MYRTACEAE
431
DICA DE CAMPO

Face abaxial de folha jovem


de Eugenia omissa, com pêlos
facilmente destacáveis. Poucas
espécies têm pêlos abundantes
logo após a pré-foliação,
embora todas tenham a gema
foliar pilosa ou cerosa.

Myrcia fallax. Árvores de médio a Nas cicatrizes de desprendimento


grande porte. Lâminas papiráceas e do ritidoma em Myrcia aff.
fibrosas. Cicatrizes impressas, pouco grandis, forma-se sob as lâminas,
pulverulentas. Face abaxial com uma pulverulência agregada que
pontuações visíveis. Nervura central sai facilmente com os dedos.
amarelada, na face adaxial impressa Essa característica é freqüente em
em "v"; pecíolo idem. Râmulos espécies do grupo 5, sendo mais
achatados, pontuados, marrons. abundante em M. aff. grandis e
em Eugenia patrisii. Não ocorre
Ocasional. Baixio e
em Eugenia citrifolia e E. florida.
campinarana. Amazônia
Ampla até os Andes. 122

Duas espécies
sempre têm
râmulos alados:
Calyptranthes
creba (a)
e Calycolpus
revolutus (b).
a b

Plantas jovens de Myrcia


rufipila têm um só tipo de
desprendimento - em fragmentos
Myrcia aff. grandis. Árvores de membranáceos e foscos. Em
grande porte. Lâminas papiro- plantas adultas além desse tipo,
fibrosas. Cicatrizes com muita há desprendimento também em
pulverulência. Lâmina foliar placas lenhosas.
micro-rugosa, secando esverdeada
com pecíolo enegrecido. Blepharocalyx eggersii
Nervura central na face adaxial é a única na Reserva
convexa. Râmulos cinzentos, que tem sapopemas
glabros, achatados a cilíndricos.
ou raízes escoras. Em
Ocasional. Platô, vertente e
Myrciaria floribunda
campinarana. Amazônia Central 75
e Norte. às vezes ocorre,
parecendo mais raízes superficiais, pouco
Calyptranthes creba. Árvores de alongadas verticalmente. Myrcia rufipila
grande porte. Lâminas papiro-fibrosas, desenvolve raízes superficiais extensas, com
raro lenhosas. Cicatrizes muito ritidoma semelhante ao do tronco.
pulverulentas, pó cinza. Folhas
secando esverdeadas com pecíolo
enegrecido. Nervura central na
face adaxial impressa. Râmulos OUTRAS ESPÉCIES
bi-alados, glabros, castanho-
esverdeados. Muito freqüente. Myrcia cuprea. Característica pelas folhas com
Platô, vertente e pêlos marrom-dourados na face abaxial. Ritidoma
baixio. Amazônia de ramos jovens marrom-avermelhado, esfoliante
68
Central e Ocidental. como em Myrcia rufipila e M. amazonica. Brasil
(Amapá, Amazonas, Pará e Maranhão).

Eugenia agathopoda. Folhas semelhantes às de E.


MYRTACEAE

tapacumensis, provavelmente entrando no mesmo


grupo. Lâmina glabra, com venação na face
adaxial impressa, ou nervura central levemente
saliente. Face abaxial macia com venação
secundária submersa. Duas a três submarginais.
Ramos jovens glabros, pontuados e achatados.
Amazônia brasileira.
432

Myrcia amazonica. Árvores de Myrcia rufipila. (Goiabarana).


grande porte. Placas elipsóides, Árvores de grande porte. Ritidoma
biconvexas. Cicatrizes avermelhado, soltando fragmentos
esbranquiçadas. Folhas crespos, de textura membranácea.
freqüentemente elíptico-lanceoladas. Pontuações visíveis na lâmina
Nervura central na face adaxial e râmulos. Folhas secando
impressa. Ramos jovens achatados, esverdeadas ou amareladas,
verdes, glabrescentes. Rara. com pecíolo enegrecido. Nervura
Campinarana. central na face adaxial impressa.
172 Amazônia Central, 69 Ocasional. Platô. Amazônia Central,
Oriental e Norte. Oriental e Norte.

Cicatrizes côncavas. Placas lenhosas,


definidas, longo-elipsóides.

Árvores de pequeno a grande


porte. Desprendimento do

6
ritidoma em placas lenhosas,
fibro-lenhosas ou suberosas,
espessadas, em 1(-3) camada.
Cicatrizes esbranquiçadas,
Marlierea umbraticola. Árvores esverdeadas ou castanhas, lisas
de médio a grande porte. ou pulverulentas.
Placas revolutas, alongadas,
irregulares. Folhas, râmulos
e ramos jovens pontuados. Cicatrizes impressas. Placas lenhoso-
Nervura central na face adaxial fibrosas, irregulares, revolutas.
côncava. Ramos jovens e
pecíolo esfoliantes. Freqüente.
Platô, vertente e Placas fibroso-lenhosas, retângulo-
baixio. Amazônia irregulares ou indefinidas, difíceis de
130 Central, Ocidental sair do tronco. Cicatrizes impressas.
e Norte.

Myrtaceae sp. 1. Provavelmente Myrcia gigas. Árvores de


Eugenia chartacea. Árvores de grande porte. Folha, pecíolo e
grande porte. Folhas densamente râmulos glabros, densamente
pontuadas, glabras. Nervura pontuados, pontos visíveis.
central na face adaxial bi- Nervura central na face
convexa. Pecíolo sulcado. Em adaxial biconvexa. Pecíolo
folhas secas as nervuras e o canaliculado. Râmulos
achatados, castanhos.
pecíolo tornam-se enegrecidos.
Ocasional.
Râmulos achatados, glabros,
Platô e baixio.
castanhos. Rara. Campinarana e 238 Brasil (Amapá,
baixio. Amazônia Central. Amazonas).
MYRTACEAE
433

Myrcia cf. citrifolia. Árvores de Eugenia pseudopsidium.


grande porte. Placas às vezes Árvores de médio a grande
maiores que 40 cm, grossas. porte. Placas papiráceas a
Lâmina foliar coriácea, com suberoso-lenhosas. Lâmina
margem levemente revoluta glabra. Nervura central na face
e base decurrente. Nervura
adaxial côncava. Râmulos
central na face adaxial convexa.
Abaxial com pontuações achatados, glabros, cinzas ou
visíveis. Râmulos achatados, marrons. Freqüente. Platô e
castanhos, pontuados. vertente. América Central e
Ocasional. Campinarana. Da 64 Amazônia. 85
América Central ao sul do Brasil.

Marlierea caudata. Árvores de Blepharocalyx eggersii. Árvores de


pequeno a médio porte. Folhas grande porte, com grandes sapopemas.
novas glabrescentes. Nervura central Rididoma com estrias largas e rasas
na face adaxial convexa. Râmulos (às vezes sem desprendimento).
Lâmina com pontuações visíveis
achatados, ferrugíneos, glabrescentes.
na face abaxial. Nervura central
Freqüente. Campinarana e baixio.
na adaxial côncava. Pecíolo
Amazônia Central e Ocidental. amarelado, sulcado. Râmulos
cilíndricos, marrons ou
amarelados. Freqüente.
Platô, vertente e baixio. 69
75
Amazônia Central.

Eugenia cuspidifolia. Árvores de Calyptranthes cf. forsteri. Árvores


grande porte. Folhas elíptico- de pequeno a grande porte.
arredondadas a lanceoladas. Face Placas suberoso-lenhosas com
adaxial com pontuações visíveis. 1ou mais camadas (ritidoma às
Nervura central na face adaxial vezes sem desprendimento).
convexa. Pecíolo canaliculado, Folhas com pontuações visíveis.
pontuado. Râmulos achatado- Nervura central na face adaxial
acanalados, marrons. Ocasional.
(bi) convexa. Râmulos achatados,
Platô e vertente.
Brasil (Amazonas, glabros, marrom-esverdeados
Pará). ou castanhos. Platô, vertente e
140 campinarana. Amazônia.
MYRTACEAE
434

Myrcia magnoliifolia. Árvores de Myrcia aliena. Árvores de médio


médio a grande porte. Lâmina a grande porte. Lâmina foliar
com face abaxial pilosa e brilhante quando seca, com face
áspera. Adaxial de folhas novas abaxial pontuada. Nervura central
glabrescente, em maduras na adaxial impressa, com pêlos
brilhante, com nervura central hirsutos (glabrescente). Pecíolo
impressa. Pecíolo canaliculado, plano. Râmulos achatados,
piloso, marrom. Râmulos glabrescentes,
achatados, pilosos, marrons ou marrom-esverdeados.
esverdeados. Freqüente. Platô e 170 Ocasional. Baixio.
270
vertente. Brasil, Guyana e Venezuela. Amazônia Central.

Face abaxial da folha cerosa, pilosa ou


subglabra. Ramos jovens pilosos (exceto
em Eugenia sp. 1 e Calyptranthes sp. 1).

7
Ritidoma não esfoliante, mas se
desprendendo em fragmentos
papiráceos ou lenhosos, difíceis
de sair. Folhas coriáceas.
Árvores de pequeno a grande
Calyptranthes cf. macrophylla. porte.
Árvores de médio porte. Face Blepharocalix eggersii e Calyptranthes cf. forsteri
abaxial lanosa, marrom-alaranjada
podem eventualmente entrar neste grupo.
ou esverdeada. Nervura central
na face adaxial biconvexa,
hirsuta, marrom. Pecíolo piloso.
Râmulos achatado-acanalados, Folhas glabras e brilhantes, lâmina
pilosos, marrom-esverdeados ondulada. Ramos jovens lisos, com
ou amarelados. Platô e baixio. aspecto envernizado, cinzas ou
Amazônia amarronzados. Nervuras secundárias
Central, Oriental e freqüentemente submersas.
249
Ocidental.

Eugenia cf. ferreiraeana. Eugenia sp. 1. Árvores de


Árvores de pequeno porte, médio porte. Folhas com face
crescendo em platô ou abaxial cerosa, verde-oliva ou
vertente. Lâmina lanosa, pêlos acinzentada. Nervura central
ferrugíneos, glabrescente.
na adaxial levemente côncava.
Nervura central na face adaxial
Pecíolo sulcado-emarginado
convexa. Pecíolo canaliculado
e râmulos achatados, ambos ou canaliculado. Râmulos
pilosos-ferrugíneos. achatados, glabros, marrons.
Amazônia Central, Ocasional. Platô, vertente
Oriental e Norte. e campinarana. Amazônia
91 86
Central.
MYRTACEAE
435

Eugenia aff. citrifolia. Eugenia anastomosans.


Árvore de médio a grande Árvore de pequeno a médio
porte. Rididoma com anéis porte. Folhas com nervura
semicirculares ao longo do central na face adaxial
tronco. Folhas com nervura biconvexa. Pecíolo plano-
central na face adaxial emarginado, verde. Râmulos
côncava. Ramos jovens subcilíndricos, pontuados,
achatados, cinza-envernizados. cinza-amarronzados. Rara.
Muito freqüente. Platô e Baixio e campinarana.
vertente. Amazônia. 170 Amazônia Central, Oriental
150
e Norte.

Eugenia cf. agathopoda. Eugenia diplocampta.


Árvore de médio porte. Face Árvores de grande porte.
abaxial verde-esbranquiçada. Folhas com nervura
Pontuações salientes, visíveis central na face adaxial
somente com auxílio de convexa. Râmulos
lupa. Nervura central na face achatados, bi-acanalados,
adaxial côncava. Pecíolo cinza-amarronzados.
sulcado-emarginado. Râmulos Freqüente. Platô, vertente e
achatados, pontuados, campinarana. Amazônia.
glabrescentes. Rara. Platô. 266
Amazônia Central. 142

Calyptranthes sp. 1. Árvores Eugenia tapacumensis. Árvores


de pequeno a grande porte. de médio a grande porte. Folhas
Folhas com face abaxial cerosa, com nervura central na face
cinza-amarronzada. Nervura adaxial côncava. Pecíolo
central na face adaxial levemente sulco-emarginado. Râmulos
côncava. Pecíolo sulcado- deprimidos, glabros, cinza-
emarginado, amarelado a amarronzados, crescendo
enegrecido. Râmulos achatados, em campinarana. Brasil
amarronzados, glabros. Rara. (Amapá, Amazonas, Maranhão,
Campinarana e baixio. Amazônia Pará e Piauí), Guiana Inglesa e
123 126
Central. Suriname.
MYRTACEAE
436

Psidium guajava. (Goiaba). Hábito Psidium guineense. Arbusto


arbustivo. Folhas elípticas. a arvoreta. Folhas elíptico-
Lâmina piloso-esbranquiçada arredondadas. Lâmina
abaxialmente, com pontuações pilosa, levemente ondulada.
salientes. Venação às vezes Venação principalmente
eucampdódroma. Nervuras eucampdódroma. Nervura
central na face adaxial côncava central na face adaxial
e secundárias impressas, ambas impressa, com secundárias
pubescentes. Pecíolo idem, salientes. Râmulos pilosos,
107 canaliculado. Amplamente achatados, marrom-claros ou
125
cultivada. verdes. Américas Central e Sul.

Espécies cultivadas. Ritidoma


desprendendo plaquetas ou

Eucalyptus sp. Árvore


de grande porte. Folhas
com nervuras secundárias
amareladas, afinando em
direção ao ápice. Lâmina
8 fragmentos irregularmente
quadrados ou arredondados,
papiráceos, suberosos ou
lenhosos. Folhas glabras a
subglabras. Árvores de pequeno
a grande porte.
microrrugosa, com terciárias e
quaternárias micro-reticuladas.
Ramos jovens tetrangulares,
achatado-acanalados.
150 Originária da Austrália.

Syzigium cumini. (Azeitona, Eugenia malaccensis. Árvores


jambolão). Árvore de grande de pequeno a grande porte.
porte. Ritidoma do tronco e Lâmina glabra, coriácea.
ramos cinza-esbranquiçados. Nervura central na face
Nervura central na face adaxial impressa, intramarginal
adaxial impressa, com afastada da margem. Pecíolo
terciárias finamente cinza, liso, esfoliante. Râmulos
reticuladas. Originária da achatados, cinza-esverdeados,
Ásia, muito cultivada no glabros. Originária da Ásia,
136 Brasil. 262 muito cultivada na Amazônia.
MYRTACEAE
437
Onagraceae
Família com 6 tribos, 18 gêneros e cerca do gênero Cuphea (Lythraceae), também
de 640 espécies cosmopolitas, distribuídos plantas herbáceas, com aspecto geral
principalmente pelas regiões temperadas semelhante ao de Ludwigia e muito freqüentes
e subtropicais e sendo pouco numerosos em áreas abertas, com solo arenoso. No
nos trópicos. No Brasil ocorrem 3 gêneros: entanto, a espécie de Cuphea que ocorre
Ludwigia, Fuchsia e Oenonthera. na Reserva pode ser diferenciada pelas
Na Reserva a família está representada folhas opostas, com margens serreadas, em
por 3 espécies pertencentes ao gênero Ludwigia. oposição às folhas alternas, com as margens
Todas são ervas ou subarbustos de capoeira, inteiras, de Ludwigia. Além disto, apesar de
que crescem em solos úmidos e arenosos. O ambas apresentarem cálice gamossépalo,
gênero distribui-se principalmente pelas regiões conspicuamente costado, a corola é amarela
tropicais e temperadas das Américas, com em Ludwigia e cor-de-rosa em Cuphea.
poucas espécies ocorrendo no Velho Mundo. A família apresenta uma ampla gama
No campo, espécies do gênero Ludwigia de polinizadores, incluindo aves, insetos,
podem ser confundidas com algumas espécies mariposas e moscas.

Ludwigia hyssopifolia. Erva


ereta ou arbusto, ca. 80 cm;
ramos verde-vináceos, delgados,
angulosos, quadrangulares ou
hexagonais, suavemente alados.
Ludwigia hyssopifolia Folhas cartáceas, elípticas a
elíptico-lanceoladas até 5 cm,
secando com coloração oliva.
Áreas alteradas com solo arenoso.
Ocasional. 48

Ludwigia sp. 1. Subarbusto ereto, Ludwigia octovalvis. Erva ereta


ca. 1 m. Ramos cilíndricos, lisos, ca. 80 cm. Ramos sublenhosos,
membranáceos nas axilas das evidentemente angulosos, com costas
folhas. Folhas membranáceas, proeminentes, desprendendo-se em
elípticas ou obovais, de 5-11 cm, placas papiráceas. Folhas castanho-
glabras, evidentemente pontuadas escuras quando secas, cartáceas,
na face abaxial, secando com elíptico-lanceoladas, de 5-12 cm,
coloração oliva. Áreas alteradas ápice acuminado e mucronado,
com solo arenoso e encharcado. esparsamente pubescentes em
Ocasional. 100 ambas as faces, adaxial pontuada. 83
Ocasional. Áreas alteradas.
ONAGRACEAE
438
Melastomataceae
Está entre as maiores famílias do mundo, A inflorescência é terminal ou lateral,
com 4500-5000 espécies em 185 gêneros, geralmente cimosa. Os gêneros podem ser
distribuídos principalmente nos trópicos divididos por tipo de inflorescência: Bellucia,
úmidos, do Velho e Novo Mundo. Algumas Clidemia, Loreya, Henriettea, Henriettella
espécies ocorrem na América do Norte. Na e Maieta são sempre axilares ou ramifloras;
Reserva ocorrem 59 espécies em 12 gêneros. Aciotis, Adelobotrys, Leandra, Miconia, Nepsera
e Tococa, com inflorescência terminal. Os dois
maiores gêneros, Clidemia e Miconia, podem
ser distinguidos pelo tipo de inflorescência.
As flores são actinomorfas e têm um formato
distinto: um receptáculo em forma de xícara,
sustentando em sua margem os lobos do cálice,
pétalas e estames. As flores são regulares, 3-8-
meras, de coloração principalmente branca ou
róseas a roxas, e variam de pequenas a grandes.
Os estames freqüentemente são dimórficos em
Blakea rosea tamanho e tipicamente possuem um conectivo
A família distingue-se pela nervação prolongado e apendiculado, característica que
palmada, que pode ser confundida com distingue certos gêneros; as anteras são quase
Loganiaceae (indivíduos jovens de Strychnos). sempre poricidas.
Nas outras espécies na Reserva com folhas Os frutos são de dois tipos, baga carnosa
semelhantes, essas são alternas. Apresenta ou cápsula loculicida. Em geral, nesta região,
grande diversidade de hábitos (árvores, cápsulas ocorrem em gêneros com ovário
arbustos, ervas, lianas ou hemiepífitas). súpero e bagas nos gêneros com ovário ínfero.
Alguns gêneros apresentam apenas um tipo As sementes são numerosas, minúsculas e de
de hábito. Por exemplo: Aciotis e Nepsera formas variadas, raramente aladas. Várias
são essencialmente ervas; Clidemia, Maieta espécies têm frutos adocicados e comestíveis.
são arbustos; Adelobotrys, Blakea e Tococa A subdivisão em tribos é feita baseada no tipo
caryophyllaea, lianas. Miconia são arbustos, de fruto (cápsula vs. baga), formato da semente
árvores ou arvoretas; Tococa, arbustos ou e caracteres técnicos do conectivo da antera.
lianas. Bellucia, Loreya, Henriettea são sempre Mais da metade dos gêneros apresenta frutos
árvores de porte pequeno a médio. capsulares, mas a maioria das espécies é
As folhas são sempre simples, opostas representada por alguns gêneros com bagas,
(raramente verticiladas ou pseudo-alternas da tribo Melastomoideae.
por aborto ou deiscência), normalmente A polinização da família é principalmente
com 3 a vários pares de nervuras primárias entomófila. As flores não contêm néctar, com
palmadas ou subpalmadas (plinervadas). As exceção de Blakea. O gênero Brachyotum é
nervuras secundárias são paralelas entre si polinizado por beija-flores. A dispersão dos
e perpendiculares às primárias. Algumas frutos carnosos com milhares de pequenas
espécies apresentam anisofilia, sendo um dos sementes é feita por aves; as cápsulas, por
pares de folhas menor que o outro par (Maieta, vento.
Clidemia, Miconia). Podem ser glabras ou com A família não tem valor econômico
pêlos simples a estrelados. Quatro gêneros grande. Seus usos incluem ornamentais
Clidemia, Maieta, Tococa e Myrmidone (que (Tibouchina), frutos comestíveis (Bellucia),
MELASTOMATACEAE

não ocorre na Reserva) têm associação com madeira para construção (Astronia) e tintas
formigas e apresentam domáceas na base de (Bellucia).
suas folhas.

Renner, S. S. 1989. Systematic studies in the Melastomataceae: Bellucia, Loreya, and


Macairea. Mem. New York Bot. Gard., 50: 1-112.
Renner, S.S. A survey of reproductive biology in neotropical Melastomataceae and
Memecylaceae. Ann. Missouri Bot. Gard., 76: 496-518.
Renner, S.S. 1993. Phylogeny and classification of the Melastomataceae and Memecylaceae.
Nord. J. Bot., 13: 519-540.
439
Inflorescência terminal e frutos carnosos

Leandra candelabra Leandra secunda Leandra micropetala

Leandra sp. 1 Miconia alata Miconia cuspidata Miconia egensis

Miconia duckei Miconia elaeagnoides Miconia phanerostila

Miconia dispar Miconia longispicata Miconia nervosa


MELASTOMATACEAE

Miconia Miconia pyrifolia Miconia Miconia


poeppigii splendens

Miconia traillii Miconia tomentosa Tococa bullifera Blakea rosea


440
Inflorescência terminal e frutos capsulares

Aciotis aequatorialis Aciotis circaeifolia Aciotis indecora Aciotis purpurascens

Adelobotrys adscendens Adelobotrys scandens Nepsera aquatica Adelobotrys marginata

Inflorescência axilar e frutos carnosos

Clidemia bullosa Clidemia capitellata Clidemia rubra Maieta poeppigii

Clidemia japurensis Maieta guianensis

Clidemia novemnervia Clidemia hirta Clidemia epibaterium

Inflorescência ramiflora
MELASTOMATACEAE

Loreya riparia Loreya spruceana Henriettella


caudata

Bellucia dichotoma Henriettea granulata Henriettea ramiflora


441

1 ERVAS TERRESTRES
5 LIANAS

ARBUSTOS E SUBARBUSTOS

2 Pilosidade avermelhada
por toda planta.
Domáceas
na base da
lâmina.

3 Folhas pilosas não-


avermelhadas.
4
ÁRVORES OU ARVORETAS

6 9
Lâmina com pilosidade
Lâmina levemente a essencialmente restritas as
densamente pilosa na nervuras na face abaxial.
face abaxial.

7 8
Lâmina fortemente discolor:
ferrugínea ou esbranquiçada Lâmina concolor e
na face abaxial. essencialmente glabra.
MELASTOMATACEAE

FOLHAS ANISÓFILAS

Quando as folhas do mesmo par tem tamanho tamanho


diferente.

Fortemente anisófilas em Maieta

Levemente anisófilas em Miconia duckei e Clidemia japurensis


442

Aciotis circaeifolia. Erva Aciotis aequatorialis. Erva


de 0.5 - 1 m. Ramos de até 0,5 m. Lâmina
cilíndricos. Folhas com 5 pequena, até 4 cm, com 5
nervuras; lâmina com pêlos nervuras; base subcordada,
esparsados, glabrescentes; base margem serrilhada e
subcordada; margem ciliada. ciliada; pecíolo alongado.
Freqüente. Áreas abertas ou Ocasional. Áreas abertas
beira da mata. ou beira da mata.Ilhas do
Amazônia brasileira, 13 Caribe, Amazônia brasileira
Guyana e Colômbia e norte da América do Sul.
124

1 Ervas terrestres e subarbusto.

Nepsera aquatica. Erva ou


subarbusto, 0,5 - 1 m. Ramo
cilíndrico; base arredondada
a leve subcordada; margem

2
crenulada. Folhas 2-5 Arbusto e subarbusto.
cm, com 5-7 nervuras; Pilosidade avermelhada por
pecíolo até 1 cm. Rara. toda planta.
Baixio, próximo a igarapés.
52 América Central, Caribe, até
Brasil Central.

Aciotis purpurascens. Sub- Aciotis indecora. Subarbusto,


arbusto, 0,5 - 1 m. Ramos 0,5 - 1 m. Lâmina com 5-7
quadrangulares. Folha com nervuras, base arredondada;
5-7 nervuras; base atenuada, margem denticulada e ciliada.
margem ciliada-denticulada. Ocasional. Áreas abertas
Ocasional. Áreas abertas ou ou beira da mata.Amazônia
beira da mata. Bacia peruana e brasileira;
amazônica, Guianas até Venezuela.
Costa Rica.
MELASTOMATACEAE

86 88

Ramo
quadrangular
443

Leandra micropetala. Arbusto, Leandra secunda. Arbusto.


1-3 m altura. Lâmina com 0,3 - 1 m de altura. Pilosidade
pilosidade densa, simples e avermelhada nas folhas, ramo
aglandular, avermelhada; com 5 etc. Nervuras leve plinervadas,
nervuras partindo pouco acima da margem ciliada-serreada.
base. Ocasional em áreas semi- Fácil de confundir com M.
abertas, rara na mata. Nordeste ceramicarpa, mas pilosidade
da América do Sul até Bacia menos densa e mais macia.
amazônica, incluindo Suriname e Rara. Brasil (Amazonas), 88
Guiana Francesa. 218 Colômbia, Equador e Peru.

Clidemia
capitellata.
Miconia ceramicarpa. Arbusto. 0,5-2
Arbusto. 0,5- 1 m m altura. Pelos
altura. Nervuras estrelados por
primárias densamente toda planta, pêlos
pilosas, freqüentemente glandulares.
avermelhadas; 5-7 nervuras, Folhas densamente
plinervada; base da lâmina pilosas, com 5-7
arredondada. Rara. Mata. nervuras; margem
Bacia amazônica brasileira; ciliada-serreada.
Venezuela. Rara. Áreas abertas.
América Central até
o Sul do Brasil.
160 110

Clidemia bullosa. Arbusto, Miconia nervosa. Arbusto,


até 1,5 m. Lâmina denso- 1-2 m. Folhas com pilosidade
lanosa, pêlos glandulares. avermelhada em ambas as faces,
principalmente nas nervuras, e
Superfície adaxial pêlos adpressos esbranquiçados
muricada. Base subcordada. por toda planta.; 5-7 nervuras,
Muito parecida com C. plinervada. Parecida com M.
novemnervia, difere na ceramicarpa, diferenciando-se
face adaxial da lâmina. pela base da folha cuneada.
Freqüente. Áreas abertas e
Ocasional. Áreas abertas.
dentro da mata. América
MELASTOMATACEAE

Região norte e sul brasileira, 212


122
Central, Caribe, até Brasil,
Colômbia, Guianas, Bolívia e Guianas.
Venezuela e Bolívia.
444

Clidemia rubra. Arbusto, Clidemia hirta. Arbusto,


0,7-1 m. Folhas densamente 1 - 1,5 m. Folhas hirsutas
pilosas. Pêlos adpressos, com pêlos glandulares;
esbranquiçados com 5-7 podem ser ligeiramente
nervuras. Superfície adaxial
anisófilas. Freqüente.
plana. Freqüente. Áreas
Áreas abertas. Ampla
abertas. Brasil, Colômbia,
Venezuela, distribuição pelos
Guianas, Peru Neotrópicos.
e Bolívia.
125
94

Clidemia japurensis.
Arbustos. 1-2 m altura.
Folha setulosa com pêlos
glandulares; base fortemente
desigual. Freqüente. Áreas
3 Arbustos com folhas pilosas
não-avermelhadas.

semi-abertas. Brasil, Guyana,


Venezuela, Colômbia,
Equador, Peru e América
central.
150

Clidemia novemnervia. Miconia alata. Arbusto.


Arbustos. 1-2 m. Lâmina 1-3 m altura. Ramos
densamente pubérula quadrangulares. Folhas
com pêlos estrelados e sésseis, rugulosas, verde-
glandulares; com 7-9 escuras na face adaxial,
nervuras. Ocasional. abaxial densamente pilosas.
Áreas abertas. Freqüente. Áreas abertas.
Bacia amazônica, Amazônia.
Colômbia, Guianas
153
MELASTOMATACEAE

175
445

Maieta guianensis.
Arbusto. Folhas
verde-escuras;
pilosidade híspida
por toda a planta.
Nervuras principais
avermelhadas.
Leandra sp. 1. Arbusto,
Freqüente. Todos
até 2,5 m. Folhas
os ambientes.
levemente anisófilas,
Amazônia brasileira,
pilosas em ambas as
Venezuela,
faces. Muito parecida
Colômbia, Bolívia.
com L. micropetala,
mas a pilosidade não
é avermelhada. Rara.
Baixio. 175
330

4 Arbusto com domáceas na base


da lâmina.

Maieta poeppigii.
Arbusto. Folhas
verde-pálidas;
pilosidade
Tococa guianensis. também ocorre nos
híspida.
arredores de Manaus. Possui pilosidade
Ocasional.
mas abundante na folha e a domácea é
Baixio. Costa
mais globosa do que T. bullifera.
Rica até bacia
amazônica.
163

Miconia duckei. Arbusto. 1 - 2 Tococa bullifera. Abusto,


m. Folhas levemente anisófilas, 1-2 m. Lâmina cartácea,
esparsamente a densamente glabra ou com pilosidade
pilosas na face abaxial. Em
esparsa na face abaxial,
duas formas: 1) verde-claras,
membranáceas, subsésseis, folhas novas arroxeadas.
margem serrilhada; 2) verde- Freqüente. Arredores de
escuras, +/- coriáceas, margem Manaus.
+/- inteira e de tamanho
maior. Ocasional.
Mata ou beira da mata.
MELASTOMATACEAE

279
Amazônia e Guianas. 165
446

Adelobotrys marginata. Liana. Adelobotrys scandens.


Ramos, pecíolo e lâmina na Liana herbácea. Margem
face abaxial ferrugíneos, pêlos serreada e ciliada; 5
alongados e macios, mais nervuras plinervadas.
densos ao longo da margem Lâmina arredondada, com
e das nervuras principais. pilosidade azulada furta-
Lâmina com 5 cor em ambas as faces e o
nervuras partindo da pecíolo. Rara. Amazônia
base, margem inteira. (Brasil, Colômbia Equador
211
Freqüente. Amazônia 62 e Peru), Suriname e Guiana
Central. Francesa.

Leandra candelabra. Liana Adelobotrys adscendens.


herbácea. Folhas convexas, Liana lenhosa. Folha
essencialmente glabras, essencialmente glabra,
brilhantes e com margem pecíolo e nervura central
inteira, levemente revoluta; glabrescente com 5-
3 nervuras partindo da 7 nervuras partindo
base. Ocasional. Bacia da base. Lâmina
amazônica. arredondada, margem
inteira. Ocasional. Baixio.
156 95
Amazônia.

Blakea rosea. Hemiepífita. Clidemia epibaterium.


Lâmina essencialmente Liana herbácea. Cresce
glabra com 3-5 nervuras apegada a troncos.
partindo da base, as Folhas anisófilas,
secundárias numerosas e moderadamente a
paralelas entre si; margem densamente setulosas,
inteira. Rara. Brasil, com 5-7 nervuras.
Colômbia, Equador, Peru e Freqüente. Campinarana
Venezuela. e baixio. Amazônia.
MELASTOMATACEAE

140 110
447

Tococa caryophyllaea. Liana Henriettea granulata.


lenhosa. Pecíolo híspido, Árvore. Ritidoma
margem inteira, ciliada. marrom-claro,
Lâmina com poucos pêlos com lenticelas.
simples e ao longo das nervuras Lâmina abaxial leve
centrais na face abaxial; 3-5 esbranquiçada, denso-
nervuras partindo da base. pilosa. Ocasional.
Ocasional. Normalmente ao Campinarana. Bacia
longo de áreas alagadas por do rio Negro (Brasil,
água preta. Bacia do rio Negro. 165 Colômbia e Venezuela),
298
Pará e Guianas.

5 Lianas e hemiepífitas.

Loreya riparia.
Árvore. Ritidoma
marrom, fissurado;

6
desprendimento
Árvores ou arvoretas. Lâmina pulverulento. Rara.
levemente a densamente pilosa Ocorre ao longo de
na face abaxial. igarapés. Endêmica
aos arredores de
Manaus.
220

Henriettea ramiflora. Bellucia dichotoma.


Árvore. Ritidoma marrom- (Goiaba-de-anta).
claro, lenticelado e Árvore. Ritidoma
com estrias superficiais. acinzentado, reticulado;
Lâmina levemente lenticelas presentes.
discolor, com 3 nervuras Exsudato vermelho no
leve plinervadas. corte. Lâmina leve
Ocasional. Bacia plinervada, com 5
amazônica brasileira, nervuras. Freqüente.
MELASTOMATACEAE

Venezuela, Guianas. Bacia amazônica 284


164
central e sul.
448

Miconia punctata. Árvore. Miconia longispicata.


Ritidoma acinzentado, liso. Arvoreta. Ritidoma
Lâmina com 5 nervuras, base bege-acinzentado,
atenuada. Ocasional. Bacia liso e com lenticelas.
amazônica brasileira; América Lâmina com pilosidade
Central, Peru, Bolívia e ferrugínea-fosca na
Guianas. face abaxial, com 5
nervuras secundárias;
base arredondada (a
105 210 sub-cordada). Freqüente.
Amazônia.

7
Árvores ou arvoretas - Lâmina
fortemente discolor: ferrugínea
Miconia gratissima. ou esbranquiçada na face
Arvoreta. Ritidoma castanho- abaxial.
acinzentado com fissuras
superficiais. Lâmina com
pubescência densa na face
abaxial, 5 nervuras, as
secundárias e terciárias menos
distintas do que M. punctata;
base atenuada. Freqüente.
245
América Central até Bolívia.

Miconia lepidota. Miconia argyrophylla.


Árvore. Ritidoma (Canela-de-velha, papa-terra).
marrom, sulcado. Árvore. Ritidoma sulcado,
Lâmina com 3 desprendendo em lâminas finas;
nervuras, as terciárias exsudato vermelho no corte.
não bem definidas; Lâmina abaxial com pilosidade
base arredondada. prateada-ferrugínea, com 3-5
Ocasional. Amazônia nervuras, leve plinervada; base
brasileira, Guianas, atenuada; margem inteira;
MELASTOMATACEAE

217 Venezuela. pecíolo sulcado. Rara. Bacia


185
amazônica.
449

Miconia traillii. Árvore de Miconia pubipetala.


porte pequeno. Ritidoma Arvoreta. Lâmina com 3-5
bege-amarelado a marrom, nervuras, face abaxial com
sulcado e suberoso. Lâmina
densamente pilosa na face pubescência adpressa,
abaxial, amarelo-fosca, macia fortemente ferrugínea; ápice
ao toque; pêlos estrelados caudado, base leve-atenuada;
evidentes com lupa de mão; 3 margem crenada. Ocasional.
nervuras; margem denteada, Solo arenoso (baixio e
base arredondada. Ocasional.
campinarana). Amazônia
Amazônia brasileira, 247
Venezuela, Guianas e Leste brasileira, Trinidad,
290
peruano. Venezuela, Guianas.

Miconia ampla. Árvore ou


arbusto. Ritidoma fissurado,
desprendendo em escamas.
Lâmina forte plinervada,
com 5-11 nervuras ;
pilosidade adpressa
prateada-fosca na face
abaxial; base arredondada,
irregular. Rara. Desde o
México até o Brasil, Bolívia
e Guianas. 325

Miconia dispar. Arvoreta. Miconia holosericea.


Ritidoma desprendendo em Base reta com rebroto
faixas alongadas, finas. Lâmina grande. Ritidoma
densamente pilosa na face marrom a castanho-
abaxial, amarelada, com claro com fissuras
5 nervuras, as terciárias desprendimento
reticuladas; base atenuada a ocasional em placas
arredondada, margem inteira a alongadas verticais. Sul
denteada. Ocasional. Amazônia
do México até o Sudeste
brasileira, peruana e boliviana;
MELASTOMATACEAE

240 brasileiro. 125


Guiana francesa, Venezuela.
450

Miconia pyrifolia. Árvore. Miconia egensis. Árvore.


Ritidoma bege ou marrom, Ritidoma sulcado. Lâmina
fissurado e com lenticelas. com 5 nervuras, parecida
Lâmina glabrescente com com M. affinis, mas a
3-5 nervuras; gândulas lâmina é maior. Ocasional.
dispersas pela lâmina, na Bacia amazônica
face abaxial. Freqüente. brasileira; Guianas,
Brasil, Caribe, Venezuela, Venezuela.
Peru, Guianas e Brasil.
113
225

Miconia cuspidata. Árvore. Miconia minutiflora.


Ritidoma liso com estrias Árvore. Folha parecida
superficiais. Lâmina com com M. cuspidata
3 nervuras, pubérula na , mas maior. Rara.
face abaxial. Freqüente. Campinarana. Da
Amazônia brasileira e América Central até o Sudeste
peruana. brasileiro.

80
121

Miconia poeppigii. Árvore. Miconia regelii. (Buxixu-anil,


Ritidoma rugoso, estrias tinteiro). Árvore. Ritidoma
verticais e com lenticelas. castanho-claro, liso com linhas
Nervuras 3-5, pubérulas na transversais e lenticelas. Lâmina
face abaxial; ápice curto- com 3 nervuras partindo da
acuminado. Ocasional. base, estas pubescentes na
Brasil, Bolívia, Venezuela, face abaxial. Freqüente. Bacia
Guianas e América Central. amazônica (Brasil, Peru) e
Guianas.
MELASTOMATACEAE

86 125
451

Henriettella caudata. Bellucia grossularioides.


Arbusto ou arvoreta (Goiaba-de-anta). Ritidoma
do sub-bosque, até marrom a castanho-claro,
8 m. Lâmina glabra, com lenticelas e fissuras
forte plinervada, com superficiais; sapopemas.
5 nervuras. Freqüente. Lâmina coriácea,
Brasil (Amazonas, levemente discolor.
Amapá, Roraima, Pará e Freqüente. Brasil, América
Maranhão), Guianas e Sul central, Colômbia,
da Venezuela. Venezuela, Guianas e 162
166
Bolívia.

Lâmina elíptico-arredondada.

8
Árvores ou arvoretas. Lâmina
concolor e essencialmente
glabra.

Loreya spruceana. Árvore


pequena; base com
sapopemas. Ritidoma,
Lâmina lanceolada-elíptica liso, castanho-claro a
acinzentado com lenticelas
dissimuladas. Lâmina
abaxial pubérula com
5-7 nervuras, plinervada.
Margem fortemente serrilhada. Comum. Amazônia Central;
Bolívia, Peru, Equador,

Miconia tetraspermoides. Árvore.


Ritidoma castanho-claro com
sulcos finos e fendas superficiais. Miconia affinis. Árvore. Ritidoma
Lâmina com 3 nervuras partindo fissurado/suberoso. Lâmina pubérula,
da base, pubérulas ao longo das com 5 nervuras. Parecida com M.
nervuras; ápice longo-acuminado;
egensis, difere essencialmente no
margem fortemente serrilhada.
Ocasional. Amazônia tamanho da folha. Bacia amazônica
brasileira; Venezuela, brasileira; Guianas, Venezuela.
Guianas.
MELASTOMATACEAE

111 165

Miconia spichigeri.
Parecida com M.
tetrasperemoides mas as
nervuras secundárias são
plinervadas. Amazônia
Central e Peru

95
452

Miconia tomentosa. Miconia biglandulosa.


Arvoreta com base Arvoreta. Folha séssil,
freqüentemente distintamente 5-
bifurcada. Folha séssil,
plinervada; com pêlos
base amplexicaule; com
5 nervuras distintamente estrelados marrom-
plinervada, com pêlos amarelados na face
esverdeados estrelados na abaxial. Freqüente.
face abaxial. Freqüente. Amazônia Ocidental
Amazônia Central, região (Brasil, Equador, Peru).
centro-sul brasileiro; 413
325
Cuba, Bolívia.

9
Árvores ou arvoretas. Lâmina
com pilosidade essencialmente
Miconia phanerostila. restritas as nervuras na face
Ritidoma marrom, escamoso abaxial.
ou liso a sulcado. Lâmina
sub-séssil com 3 nervuras,
plinervada; pubérula na
face abaxial, pelos marrons;
pecíolo alado. Muito
freqüente (carne de vaca).
Bacia amazônica brasileira
318
até Bolívia.

Miconia eriodonta. Ritidoma Miconia splendens. Ritidoma


superficialmente fissurado. marrom-claro, liso e com estrias
Lâmina com 3 nervuras, superficiais e lenticelas dispersas;
partindo da base, denso- base com raízes aéreas/escoras.
pubérula na face abaxial. Lâmina com 3 nervuras leve
Rara. Amazonas, Amapá, plinervada, essencialmente
Pará; Guiana Francesa. glabra, pubérula nas nervuras
face abaxial. Venação terciária
reticulada. Freqüente. Amazônia
MELASTOMATACEAE

291 Central; Peru, Bolívia e Caribe.


343
453
Memecylaceae
É uma família pantropical com Na Reserva algumas espécies de Mouriri
aproximadamente 400 espécies em 3 gêneros: podem ser confundidas com Myrtaceae e
Memecylon no Velho Mundo, com ca. 300 Vochysiaceae pelas folhas opostas. Entretanto,
espécies, Mouriri e Votomita nos Neotrópicos, não apresentam as pontuações translúcidas
com 75 e 6 espécies respectivamente. As nas folhas nem o odor característico de
espécies neotropicais ocorrem em floresta Myrtaceae, apesar de também terem nervura
tropical a subtropical e savanas, do México e intramarginal e/ou marginais secundárias; em
Caribe até a Bolívia e Santa Catarina, Brasil. Vochysiaceae as nervuras secundárias são mais
O maior número de espécies ocorre na evidentes e numerosas que em Mouriri. Outra
bacia amazônica, sendo 23 endêmicas das característica marcante de Mouriri é o pecíolo,
44 que ocorrem na Amazônia. Na Reserva geralmente torcido e com base distintamente
são esperadas pelo menos 14 espécies no articulada e geralmente enlarguecida em
gênero Mouriri, sendo que somente 10 foram espécies com folhas grandes.
coletadas através do projeto. A família (antiga tribo Memecyleae)
foi segregada de Melastomataceae por
apresentar venação peninérvia, pela
presença de estômatos bem desenvolvidos na
superfície da lâmina, pela forma das anteras,
onde o conectivo é bem desenvolvido e tem
uma glândula nectarífera côncava, e pelas
sementes, bem maiores e em número muito
reduzido - geralmente uma por fruto, além de
outros caracteres morfológicos e anatômicos
distintos.
Mouriri ficoides As flores são muito bonitas, podendo

Mouriri collocarpa Anteras de Mouriri


duckeana

São arbustos ou árvores de porte


pequeno a grande, crescendo em florestas de
platô, vertente, baixio e campinarana. As folhas
são simples, opostas, inteiras, glabras e sem
estípulas, com venação peninérvia e nervuras
secundárias e terciárias freqüentemente
MEMECYLACEAE

submersas. Com uma lupa de campo pode-se


observar os estômatos que parecem escamas
na superfície abaxial. O tronco é cilíndrico,
acinzentado ou castanho-avermelhado,
escamoso e sem fissuras profundas, a base
raramente com sapopemas. O ritidoma é fino
e ao corte a casca viva é sempre amarelada.
Mouriri dimorphandra
454
ser brancas, esverdeadas, amarelas ou rosadas. freqüentemente apresentando a face interna
São dispostas em tufos fasciculados, axilares ou ruminada ou rugosa e a externa com uma região
no tronco e galhos. O tamanho da glândula no lisa com aspecto envernizado. Mamíferos
conectivo junto com o formato e a disposição são os principais consumidores e prováveis
das tecas são importantes na determinação das dispersores dos frutos.
espécies. As anteras são poricidas como em Os frutos, apesar de comestíveis, são
Melastomataceae. Existem poucos estudos geralmente muito viscosos, e por isso pouco
sobre sua polinização, mas provavelmente consumidos pelo homem. Duas espécies
são polinizadas pelo método de vibração, são usadas como veneno para peixes: M.
efetuado por abelhas. grandiflora (Guiana Francesa e Venezuela) e
Os frutos são do tipo baga, geralmente M. francavillana (Guiana Francesa). Espécies
globosos e glabros, a cor variando de verde, de Memecylon têm frutos comestíveis, são
amarela a alaranjada e vermelha, com polpa usadas como ornamentais e sua madeira é
adocicada e perfumada. As sementes são usada na construção.
grandes, sendo importantes taxonomicamente,

Morley, T. 1976. Memecylaceae (Melastomataceae). Flora Neotropica. Monograph 15.

FRUTOS

Mouriri nigra

Mouriri duckeana Mouriri lunatanthera Mouriri nigra


MEMECYLACEAE

Mouriri ficoides Mouriri collocarpa fruto e semente


455
FLORES

Mouriri dimorphandra Mouriri lunatanthera

Mouriri duckeana Mouriri collocarpa

Mouriri nigra

Mouriri nigra
MEMECYLACEAE

Mouriri huberi Mouriri nervosa


456

• Mouriri duckeana. •Mouriri angulicosta. (Muiraúba).


Folhas elípticas, ápice Folhas lanceolada-elípticas; ápice
acuminado. Face abaxial acuminado ou caudado, base
micro-rugosa. Nervura longo-cuneada. Nervura central
central adaxial impressa em "v". adaxial côncava. Quando secas
Quando secas são verde-oliváceas face adaxial marrom-escura;
em ambas as faces, com veias abaxial marrom-chocolate,
secundárias inconspícuas. Ramos
com secundárias impressas,
jovens cilíndricos, fissurados.
como riscos finos enegrecidos.
Ritidoma lenticelado. Ocasional.
Platô. Guyana e Amazônia Râmulos 4-alados. Freqüente.
51 Central e Oriental. 60 Platô e vertente. Amazônia Central,
Oriental e Norte.

Folhas sempre pequenas, <65 mm de


comprimento, elípticas a sub-lanceoladas
ou ovaladas. Lâmina cartácea. Pecíolo
delicado. Quando secas marcadamente
discolores. Ramos jovens esfoliantes.

1
Árvores. Folhas pecioladas,
elípticas a sublanceoladas
• Mouriri duckeanoides. ou subovaladas, cartáceas a
(Pitanga-da-mata). Folhas coriáceas. Base cuneada.
ovado-elípticas. Ápice caudado,
margem levemente revoluta.
Nervura central adaxial impressa
em "v" fechado. Quando secas
face adaxial marrom-escura
• Mouriri angulicosta difere de M.
duckeana e M. duckeanoides pela nervura
e nervura central escurecida;
central abaxial, angulada e sulcada. M.
secundárias como riscos finos,
enegrecidos na abaxial, esta marrom- duckeanoides diferencia-se também pelo
62 amarelada ou esbranquiçada. Ramos número de estômatos, maior que nas outras
jovens achatados. Rara. Amazonas. duas (visíveis com lupa de campo).

Mouriri trunciflora. Mouriri torquata.


Ocorrendo nas Reservas do Ocorrendo na Reserva
PDBFF, possível na Ducke. Walter Egler, possível
Tronco escuro, estriado, com na Ducke. Folhas
desprendimento em placas freqüentemente
irregulares. Corte levemente ovaladas, coriáceas,
aromático. Ramos jovens discolores quando secas.
Venação pouco visível.
MEMECYLACEAE

cilíndricos. Folhas coriáceas,


oliváceas quando secas. Ramos jovens castanhos,
Flores: cálice verde, corola cilíndricos a levemente
e estames amarelos. Platô. achatados. Flores
Brasil: Rondônia, Amazonas, amarelas. Platô.
Pará e Maranhão.
213
100
457

Mouriri dimorphandra. Mouriri nigra. Lâmina com


Lâmina curto-peciolada base arredondada, ápice
com base decorrente; cuspidado e conduplicado,
ápice conduplicado. negra quando seca.
Nervuras central adaxial e
Nervura central adaxial impressa
secundárias (ada e abaxiais)
em "v"; secundárias, terciárias e
proeminentes. Intramarginal
afastada até 10 mm da margem, intramarginal proeminentes, esta
seguida de 1-2 submarginais. afastada >5mm da margem, com 2-3
Ramos jovens 4-angulares. submarginais. Ritidoma desprendendo
Ritidoma escamoso. Rara. Platô. placas finas, fibrosas. Freqüente. Platô.
Brasil: Amazonas e Rondônia. 164 Amazônia Central, Ocidental e Norte. 130

Folhas geralmente grandes, >100 mm


de comprimento, coriáceas. Superfície
adaxial freqüentemente. lisa e brilhante,
com secundárias salientes (exceto M.
ficoides).

Mouriri ficoides. Lâmina


bastante coriácea, lisa,
às vezes brilhante,
Folhas médias, 65-100 mm de curto- peciolada. Base
comprimento, cartáceas. Superfície arredondada a curto-cuneada, ápice
laminar geralmente micro-rugosa e longo-cuspidado; margem revoluta.
opaca. Nervuras secundárias impressa a Nervura central adaxial proeminente,
levemente salientes. secundárias impressas. Ritidoma
fissurado, marrom-acinzentado. Base
do tronco reta ou com sapopemas.
Baixio e campinarana, próximo a
igarapés. Amazônia Central e Norte.
213

Mouriri collocarpa. (Mamãozinho). Mouriri huberi. Lâmina elíptica;


Folhas elípticas; base decorrente, ápice agudo, base cuneada.
ápice acuminado. Nervuras central Nervura central adaxial impressa,
e secundárias adaxial impressas; secundárias inconspícuas.
intramarginal afastada da margem
Intramarginal afastada 2 mm ou
>2 mm. Folhas secas enegrecidas,
mais da margem. Face abaxial
micro-rugosas. Ritidoma
acinzentado, desprendendo placas micro-rugosa. Ritidoma castanho.
fibrosas. Ramos jovens Ramos acinzentados. Rara. Platô.
marrons, fissurados. Amazônia Central,
Freqüente. Platô e Oriental, Ocidental e
81 100
vertente. Amazônia Norte.
MEMECYLACEAE
MEMCYLACEAE
458

Mouriri lunatanthera. Mouriri nervosa. Arbusto, arvoreta


Árvore. Lâmina ou árvore. Lâmina coriácea, com
coriácea, base base truncada e mais larga que em
levemente cordada M. lunatanthera. Nervuras central
e auriculada. Nervuras central adaxial convexa, secundárias e
adaxial, secundárias e intramarginal intramarginal imerso-salientes;
(ambas as faces) salientes; esta >3 esta afastada >2 mm da margem,
mm afastada da margem, seguida de seguida de 1 sub-marginal.
uma submarginal. Ramos jovens 4- Ramos jovens 4-angulares.
angulares. Ritidoma desprendendo Freqüente. Vertente, baixio e
placas finas. Ocasional. Platô. campinarana. Amazônia central,
111 126
Amazonas (Brasil). oriental, ocidental e norte.

Mouriri grandiflora. Arbusto


ou avoreta. Folhas cartáceas
a coriáceas, pouco buladas.
Venação mais evidente que em
Arbustos, arvoretas ou
M. nervosa, com a nervura central
árvores. Folhas sub-sésseis,

3
e secundárias adaxiais convexas.
Ramos jovens cilíndricos. Flores
predominatemente lanceoladas.
brancas, frutos alaranjados. Base sub a evidentemente
Provavelmente crescendo cordada. Nervuras
em campinarana e/ou baixio. secundárias e intra-marginal
Amazônia Central. evidentes.

160

DICA DE CAMPO
Outras espécies de Memecylaceae
que já foram coletadas nos arredores
de Manaus em floresta de terra
firme, mas não foram encontradas
na Reserva:
MEMECYLACEAE

Mouriri vernicosa
M. brachyanthera
M. sagotiana
M. sideroxylon

Caulifloria em Mouriri nervosa


459
Combretaceae
A família é principalmente tropical, com (Terminalia catappa), e muitas Buchenavia
algumas poucas espécies subtropicais, com e Terminalia são utilizadas na indústria
cerca de 475 espécies em 20 gêneros. Na madeireira.
Reserva, podem ser encontrados 9 espécies
e 2 gêneros.

Buchenavia tomentosa

Caracteriza-se pelo hábito arbóreo,


arbustivo ou trepador. As folhas são alternas
ou opostas. As flores são diminutas com 4
a 5 sépalas, 4 a 5 pétalas livres, 8 a 10 estames
e com ovário ínfero. Os frutos são geralmente
indeiscentes, coriáceos ou às vezes drupáceos,
freqüentemente alados.
No campo a família é facilmente Combretum laxum

reconhecida por um conjunto de caracteres


como: árvores geralmente com grandes
sapopemas; folhas alternas agrupadas no
ápice dos ramos, estes com ramificação rítmica;
presença de glândulas na lâmina foliar ou ápice
do pecíolo; e domáceas nas axilas das nervuras
secundárias (exceção na Reserva é Buchenavia
guianensis, com domácea no ápice do ramo).
A única espécie com hábito trepador ocorrente
na área é Combretum laxum, diferenciada de
outras lianas com folhas opostas pela presença
de veias terciárias proximamente paralelas e Buchenavia cf. macrophylla
oblíquas.
Nada é sabido a respeito da polinização
de espécies de Buchenavia. Polinização
por macacos é conhecida em Combretum,
e também por aves que pousam sobre a
COMBRETACEAE

inflorescência, não estando envolvidos beija-


flores. Em Quisqualis, um gênero de lianas do
Velho Mundo, mariposas "sfingofilos" são os
agentes polinizadores. A dispersão pode se dar
através de animais, vento ou água.
Espécies da família são utilizadas com
fins ornamentais, na arborização urbana Buchenavia grandis
460
SAPOPEMAS

Sapopemas baixas e tabulares são comumente


encontradas em Combretaceae.

Combretum
laxum. Liana
lenhosa. Venação
eucampdódroma, às
vezes broquidódroma
no ápice. Secundárias
10-12 pares. Domácias
ausentes. Freqüente.
Platô.

143

Buchenavia guianensis

1 Liana.

Buchenavia parvifolia

Buchenavia grandis. Árvore.


Venação eucampdódroma,
broquidódroma no ápice
da folha. Secundárias 5-7.
OUTRAS ESPÉCIES Indumento na face superior
formada por pêlos
Buchenavia ochropruma. Árvore. Venação esparsos, brancos a
eucampdódroma. Secundárias 6-8 pares. ferrugíneos, mais densos
Face superior com pêlos esparsos, finos e sobre a nervura central
esbranquiçados, densos e marrons sobre a e secundárias. Rara.
87
nervura central e secundárias. Vertente.
COMBRETACEAE

Buchenavia sericocarpa. Árvore. Venação


eucampdódroma, broquidódroma no ápice
da folha. Secundárias 7-9 pares. Face
superior glabra a subglabra, pilosa sobre a
nervura central e secundárias.
461

Buchenavia guianensis. Árvore. Buchenavia congesta. Árvore.


Venação eucampdódroma a Venação eucampdódroma.
broquidódroma. Secundárias Secundárias 8-12 pares.
12-16. Face superior glabra. Indumento da face superior com
Ocasional. Baixio e capoeira. esparsos pêlos longos e marrons,
mais densos sobre
a nervura central e
secundárias. Rara.
Vertente.
334 226

Domácea no ápice do ramo.

2 Árvores.
Buchenavia tomentosa.
Árvore. Venação
eucampdódroma.
Secundárias ca. 9 pares.
Face superior (em folhas
jovens) denso-tomentoso,
Domáceas na axilas das nervuras pêlos marrons, mais densos
secundárias. e ferrugíneos sobre a nervura
central e secundárias. Rara. 72
Vertente.

Buchenavia parvifolia. Buchenavia macrophylla.


Árvore. Venação Árvore. Venação
broquidódroma. eucampdódroma. Secundárias
Secundárias 8-11 pares. ca. 6. Face superior glabra.
Face superior glabra, com Rara. Campinarana.
pêlos esbranquiçados
restritos a nervura central.
Ocasional. Platô e vertente.

38 140
COMBRETACEAE
462
Rhizophoraceae
Compreende 14 gêneros e aproximadamente freqüentemente em pares opostos às pétalas,
100 espécies de distribuição pantropical, e inseridos na margem externa de um disco
especialmente na África. É representada por 9 nectarífero, raramente ausente. O fruto é uma
espécies em 3 gêneros na Região Amazônica: cápsula com uma semente ou 1-2 por lóculo,
Rhizophora (restrita à região de mangues sendo as de Sterigmapetalum aladas.
costeiros), Cassipourea e Sterigmapetalum, Pouco se conhece sobre a polinização
estes dois últimos de ocorrência na Reserva, das flores, mas existem informações de que
cada um representado por uma espécie. Cassipourea é polinizada por pequenas
São árvores ou arbustos com folhas abelhas (G.T. Prance, com. pess.). Os frutos são
simples, inteiras (remotamente crenuladas em dispersados pela água no gênero Rhizophora e
Cassipourea), opostas ou verticiladas, glabras pelo vento em Sterigmapetalum.
ou com pêlos simples, venação peninérvia Não existem registros de usos
e estípula interpeciolar caduca. Algumas para Sterigmapetalum e Cassipourea nos
espécies de Cassipourea apresentam odor de Neotrópicos. Na África existem registros de
alho e resina amarelada no corte. A família usos medicinais de uma espécie de Cassipourea.
é heterogênea vegetativamente: Cassipourea, São plantas muito ornamentais.
com folhas opostas, se assemelha a Myrtaceae,
porém com menos secundárias e sem
pontuações. Sterigmapetalum é inconfundível,
apresentando folhas verticiladas e obovadas,
com nervuras secundárias conspícuas,
numerosas e paralelas entre si.
Possuem flores hermafroditas
(Cassipourea) ou são árvores dióicas
(Sterigmapetalum). As flores são solitárias,
organizadas em cimos ou numa panícula
dicotômica corimbosa. São actinomorfas,
sendo as pétalas mais curtas que as sépalas,
e fimbriadas ou laciniadas. Os estames Sterigmapetalum obovatum

são organizados num único verticilo,


Prance, G.T. 1975. Revisão taxonômica das espécies amazônicas de Rhizophoraceae.
Acta Amazonica 5: 5-22.

Cassipourea guianensis. Sterigmapetalum obovatum.


Arvoreta de até 6 m. Folhas Árvores pequenas a grandes.
elípticas a oblongo-lanceoladas Ritidoma claro, lenticelado.
e sub-coriáceas. Ramos e face Ramos quadrangulares, cinza-
abaxial das folhas pilosos, na velutinosos. Folhas obovadas,
lâmina foliar principalmente verticiladas; lâmina coriácea,
ao longo da nervura central. pilosa abaxialmente. Nervuras
Venação broquidódroma. secundárias numerosas e
Baixio. Rara. Venezuela, paralelas entre si. Platô.
170 Trinidad, Guianas e Amazônia 133 Ocasional. Amazônia Central e
RHIZOPHORACEAE

brasileira. Ocidental.
463
Olacaceae
Família com 180 espécies incluídas em 27 apresentam frutos elipsóides ou ovóides, com
gêneros, sendo 13 gêneros e 87 espécies com cálice pequeno ou expandido e fundido ao
distribuição neotropical. Desses, Aptandra, fruto. Em Dulacia o cálice é fundido ao fruto,
Heisteria e Ptychopetalum ocorrem também envolve-o quase por inteiro.
na África e Ximenia distribui-se por todas as Nada foi encontrado sobre polinização
áreas (sub)tropicais do mundo. de Olacaceae. Os frutos de Chaunochiton
Na Reserva foram registradas 11 espécies kappleri são pequenos sobre um cálice
em 7 gêneros: Heisteria com 4 espécies, discóide grande e dispersados pelo vento.
Dulacia com 2 e Chaunochiton, Aptandra, As espécies com frutos de pericarpo fino
Minquartia, Ptychopetalum e Cathedra e carnoso, e semente grande, geralmente
representados por uma espécie. Cathedra é a alaranjados ou avermelhados, são dispersados
única espécie de liana encontrada na Reserva, e/ou predados por macacos e outro animais.
mas outra espécie de provável ocorrência é O tronco de Minquartia guianensis
Heisteria scandens, que tem folhas trinérvias é comumente empregado como postes de
na base. Uma espécie de árvore da região luz e nas estruturas das casas, devido a sua
do rio Japurá, Curupira tefeensis, é cultivada resistência aos cupins. As raízes de indivíduos
na Reserva e pode estar ocorrendo de forma jovens de Pthychopetalum olacoides são
subespontânea, diferenciando-se pelas folhas comercializadas como produto medicinal,
tri ou subpentanérvias na base. especialmente pelas propriedades afrodisíacas
Olacaceae são árvores, arbustos ou que lhes são atribuídas. A casca de Minquartia
lianas lenhosas (apenas Cathedra é liana na guianensis é usada por indígenas da região
Reserva), em geral hemiparasitas, pois as amazônica como medicinal e como veneno
raízes parasitam as raízes de plantas vizinhas. para pesca. Os frutos de Dulacia guianensis
Caracteriza-se por folhas simples, alternas, de são comestíveis, assim como os de Curupira
margem inteira e sem estípulas. Não é uma tefeensis (castanha-curupira), ricos em
família fácil de reconhecer, e espécies como gorduras, que foram usados pelas populações
Ilex sp. (Aquifoliaceae) e Agonandra silvatica tradicionais para fazer sopa.
(Opiliaceae) são freqüentemente confundidas
com Olacaceae.
As inflorescências são em geral
pequenas e axilares, pouco ramificadas ou
com poucas flores fasciculadas, e apenas
Minquartia tem inflorescências em espiga. As
Aptandra tubicina Aptandra tubicina
flores são perfeitas, raramente unissexuais e
plantas dióicas, com cálice pequeno em forma
de cúpula com 3 a 6 lobos, pétalas de 3 a 6,
livres ou unidas; estames em número igual às
pétalas; ovário ínfero ou súpero, um estilete e
o estigma com 2 a 5 lobos.
Os frutos, drupas ou núculas, geralmente
com apenas uma semente, fornecem bons Chaunochiton kappleri Heisteria barbata
caracteres para o reconhecimento dos gêneros.
Em Heisteria, Chaunochiton e Aptandra, os
frutos apresentam um cálice expandido. No
primeiro, o fruto é em geral pequeno e o
cálice em forma de disco, vermelho, branco
ou verde; em H. densifrons o cálice não é
discóide, mas em forma de copo, envolvendo
a parte basal do fruto. Os frutos de Aptandra
OLACACEAE

são grandes e inseridos em um cálice em forma


Dulacia candida Minquartia
de copo. Dulacia, Minquartia e Ptychopetalum guianensis

Sleumer, H.O. 1984. Olacaceae. Flora Neotrópica, Monograph 38.


464

Minquartia guianensis. Heisteria laxiflora. Árvore de


(Acariquara). Árvore de dossel. Pecíolo não nitidamente
dossel. Tronco fenestrado dilatado. Folhas fortemente
e acanalado. Venação
coriáceas, com nervuras
terciária percurrente-
oblíqua. Ramos terminais secundárias levemente arqueadas,
ferrugíneo-pubescentes e planas ou impressas em ambas
circulares. Látex no limbo e as faces; terciárias mais evidentes
pecíolo, às vezes também no na superior e folhas brilhantes na
tronco. Freqüente. Platô e face superior. Ocasional. Platô e
vertente. Nicarágua, Panamá,
Amazônia e Guianas. 105
vertente. Amazônia brasileira.
127

1 Árvores. Folhas com cerosidade


branca na face inferior.

3
Cathedra
acuminata. Liana
Pthychopetalum olacoides. lenhosa na Reserva,
(Muirapuama). Árvore mediana.
citada como arbusto
Ritidoma liso, alaranjado,
ou arvoreta. Folhas
desprendendo em lâminas
papiráceas. Base da lâmina coriáceas, de base
decurrente e revoluta sobre o assimétrica e venação terciária
pecíolo. Ramos terminais verdes, inconspícua. Secundárias
carenados e glabros. Folhas secas e central impressas na
opacas na face superior. Venação superior. Confunde com
terciária reticulada. Freqüente. Heisteria e entre as lianas
Platô e vertente. Guianas e com Convolvulaceae. Rara.
115
114 Amazônia brasileira Amazônia e Guianas.

Dulacia guianensis. Árvore de dossel. Dulacia candida. Árvore


Folhas brilhantes na face superior, de pequena. Ramos terminais
base em geral assimétrica. Ramos verdes. Nervuras central e
terminais carenados e glabros. secundárias proeminentes na face
Venação terciária reticulada. inferior. Estas arqueadas e as
Ritidoma em geral fissurado, intersecundárias ausentes. Folhas
com odor +/- fétido ao corte. jovens às vezes com cerosidade
Freqüente. Todos os ambientes. esbranquiçada na face inferior.
Amazônia Central e Oriental, Freqüente. Platô e vertente.
Venezuela e Guianas. Amazônia.
110
95
OLACACEAE
465

Heisteria duckei. Árvore de Heisteria densifrons. Árvore


dossel. Pecíolo não nitidamente pequena. Pecíolo dilatado no
dilatado. Folhas fortemente ápice. Nervuras secundárias
coriáceas, com nervuras arqueadas, proeminentes
secundárias retas, planas na face apenas na inferior; terciárias
superior; terciárias não evidentes não evidentes em ambas as
e folhas brilhantes quando secas. faces. Folhas secas opacas.
Ocasional. Baixio e campinarana. Freqüente. Platô e vertente.
Amazônia Central e Ocidental. Amazônia e Guianas.
245
147

Heisteria spp. Ramos terminais


carenados e gotas de látex no limbo (ver
na nervura central dobrando a folha).

2
Árvore e arvoretas.
Folhas não esbranquiçadas na Heisteria barbata. Árvore em geral
face inferior. pequena, raramente até 25 m.
Pecíolo dilatado no ápice. Nervuras
secundárias arqueadas, proeminentes
também na superior; terciárias
bem evidentes em ambas as faces,
pelo menos em folhas secas. Estas
Ramos terminais cilíndricos e folhas sem brilhantes. Freqüente. Vertente e
látex. campinarana, principalmente em
solos arenosos. Amazônia Central e
Ocidental Norte.
111

Chaunochiton kappleri. Árvore de Aptandra tubicina. Árvore


médio a grande porte. Nervuras mediana. Folhas de base revoluta
central e secundárias planas na ou recurvada sobre o pecíolo.
face inferior; intersecundárias Nervura central impressa na
pouco evidentes ou não paralelas face superior; intersecundárias
as secundárias. Ramos lenhosos. de igual comprimento às
Odor de marzipan nos ramos secundárias e, como estas, retas
e folhas quando amassadas. e bem evidentes. Freqüente.
Ocasional. Platô e vertente. Platô, vertente, campinarana e
Amazônia Central e Oriental e capoeiras. Amazônia Central e
Guianas. 64
Ocidental.
91
OLACAC EAE
466
Opiliaceae
Família com ca. 8 gêneros e 60 espécies, se vegetativamente com Dulacia candida
predominantemente encontradas nas regiões (Olacaceae). Ambas apresentam folhas dístico-
tropicais da Ásia e África, representadas no alternas, curtamente pecioladas, ovaladas, com
Brasil exclusivamente pelo gênero Agonandra. ápice agudo, margem suavemente revoluta e
Na Reserva está representada apenas por A. folhas que secam com coloração verde-
sylvatica. oliva brilhante. No entanto, A. sylvatica
São plantas dióicas, geralmente árvores distingue-se de D. candida pelas nervuras
com aproximadamente 25 m, ou arbustos, eucampdódromas, com as terciárias paralelas
às vezes parasitas de raízes. As folhas são e muito próximas umas das outras, em oposição
simples e alternas. As flores são unissexuais, às nervuras broquidódromas (muito evidentes
pequenas, curtamente pecioladas, com apenas na face abaxial e impressas na adaxial), com
um verticilo no perianto, dispostas ao longo terciárias quase invisíveis, características das
de inflorescências racemosas e alongadas, Olacaceae em geral. Além disto, D. candida
protegidas por pequenas brácteas quando apresenta flores bissexuais, vistosas, dispostas
jovens. Os frutos são drupas globosas, com ao longo de inflorescências curtas. Diferem
paredes espessas. No campo, A. sylvatica pode ainda pela estrutura do disco e pela redução
ser reconhecida vegetativamente pelo tronco do cálice.
com ritidoma acinzentado, homogeneamente Economicamente são utilizadas na
reticulado, pelo floema de coloração creme, ornamentação, a madeira em construções e
com vasos avermelhados, pelos ramos como condimento.
castanho-escuros, recobertos por lenticelas São dispersadas por endozoocoria. Na
lineares e esbranquiçadas, e pelas folhas Reserva foram encontrados vários restos de
alternas, distintamente articuladas na base, frutos comidos por macaco cuxiú.
com venação eucampdódroma. Confunde-

Agonandra sylvatica.
Árvore. Folhas cartáceas
com veias terciárias
paralelas entre si. As
folhas tornam-se verde-
oliva brilhante quando
secas. Difere de Dulacia
candida (Olacaceae)
por apresentar venação
broquidódroma, e
de Prunus myrtifolia
(Rosaceae) por não
apresentar um par de
glândulas na base da folha.
Rara. Vertente. Amazônia
80
Central e Ocidental.
OPILIACEAE
Loranthaceae, Eremelopidaceae, 467

Viscaceae e Rafflesiaceae
Famílias principalmente de regiões tropicais A polinização é feita por insetos,
consideradas por alguns autores como uma pássaros, dos quais destacam-se os beija-
só família (Loranthaceae), que neste guia flores, e pelo vento.
são agrupadas porque é difícil separá-las O fruto é sempre baga, podendo
vegetativamente. Loranthaceae (70 gêneros ser globoso, ovóide a elipsóide, de cores
e 950 espécies) e Viscaceae (8 gêneros variáveis. Os frutos são dispersados por aves,
e 450 espécies) ocorrem mundialmente; as sementes são grudentas e são levadas para
Eremelopidaceae (3 gêneros e 13 espécies) novos hospedeiros, onde a ave as "planta" num
ocorre somente em América tropical. Na ramo limpando seu bico. Por isso é conhecida
Reserva são conhecidos 6 ou 7 gêneros e 12 como "erva-de-passarinho".
espécies das três famílias.
Os representantes são plantas daninhas,
parasitando geralmente árvores frutíferas,
ornamentais e florestais. Os haustórios
fixam-se nos caules ou galhos das árvores
hospedeiras, sugando a seiva bruta, podendo
algumas vezes levá-las à morte. Há evidências
de que essas plantas daninhas impedem o
crescimento de árvores tropicais.

LORANTHACEAE EREMELOPIDACEAE VISCACEAE RAFFLESIACEAE


A família Rafflesiaceae consiste em
parasitas sem clorofila, tipicamente com o
corpo vascular vivendo dentro do sistema
vascular da planta hospedeira, e são
Phthirusa rufa Phthirusa stelis somente visíveis quando na fase reprodutiva.
Existem 8 gêneros e 50 espécies no mundo,
As três famílias são hemiparasitas,
principalmente tropicais. Na Ásia existem
arbustivas, aderidas ao caule e/ou galhos das
espécies de Rafflesia com flores enormes, as
árvores hospedeiras, através dos haustórios (um
maiores conhecidas para dicotiledôneas, e são
órgão parecendo uma raiz no caule que penetra
carnosas e com um odor de carne apodrecida,
a hospedeira). O caule apresenta nós e entrenós
atraindo moscas. Na Reserva ocorre uma
evidentes. Quanto à filotaxia, Loranthaceae e
espécie do gênero Apodanthes, que parasita
Viscaceae são constituídas por folhas opostas,
Flacourtiaceae. As flores são diminutas,
sendo que em Loranthaceae raramente ocorrem
parecendo fungos, e ficam enfileiradas ao
folhas alternas ou agrupadas. Eremelopidaceae
longo do tronco. O gênero Pilostyles também
apresenta folhas alternas, raramente opostas.
ocorre no Brasil, parasitando Bauhinia e outras
As folhas são simples, coriáceas, Caesalpinioideae.
glabras, de venação geralmente obscura; em
Eremelopidaceae e Viscaceae algumas vezes
ocorrem folhas membranáceas. Algumas TAXONOMIA DOS GÊNEROS
espécies de Psittacanthus apresentam estômatos Eremelepidaceae: Antidaphne
bem evidentes com auxílio de lupa nas duas
Loranthaceae: Cladocolea
faces da lâmina foliar.
Oryctanthus
As plantas podem ser monóicas ou
dióicas. A inflorescência é geralmente Phthirusa
racemosa, terminal ou axilar. As flores Psittacanthus
podem estar dispostas em duplas ou trios. As Struthanthus
flores podem ser uni ou bissexuais, em alguns Rafflesiaceae: Apodanthes
casos pequenas e branco-esverdeadas a verde-
Viscaceae: Phoradendron
amareladas, em outros grandes e de colorido
vistoso (vermelho).
468
FLORES

Cladocolea micrantha Phthirusa rufa Psittacanthus peronopetalus Psittacanthus


corynocephalus

FRUTOS

Psittacanthus sp. Epífita


hemiparasita. Espécie
muito semelhante à
P. siphon, até mesmo
no que diz respeito à
venação, entretanto, aqui
as folhas são alternas.

Oryctanthus florulentus
LORANTHACEAE EREMELOPIDACEAE E VISCACEAE

80

Psittacanthus corynocephalus. Epífita


hemiparasita. Ramos circulares, verdes,
suculentos. Folhas glabras, lisas,
coriáceas, de formato variável,
opostas e assimétricas. Pecíolo de 5
a 7mm. Base do pecíolo escurecida
Phthirusa stelis e espessada. Venação principal
interrompida abaixo do meio da
lâmina, ramificando-se em direção
ao ápice, lembrando P. siphon,
80 sendo mais obscura. Ocasional.
Todos os ambientes.

Phoradendron crassifolium Psittacanthus


corynocephalus
469

Struthanthus sp. 1. Epífita Phthirusa stelis. Epífita


hemiparasita. Ramo hemiparasita. Ramo circular,
marrom acinzentado, marrom acinzentado, com
acanalando-se em direção lenticelas pequenas, avermelhadas.
ao ápice. Folhas pouco coriáceas, opostas Folhas glabras, pouco coriáceas, opostas
a subopostas. Área de inserção do pecíolo ou subopostas, de formato elíptico. Ápice
intumescida. Pecíolo longo, cerca de geralmente acuminado, mucronado.
20 mm, acanalado. Venação secundária Pecíolo ca. 10 mm. Lâmina em secção
broquidódroma, ramificando-se próximo à em forma de "v". Venação secundária
margem. Venação principal impressa na broquidódroma, às vezes ramificada.
55
face adaxial e saliente e carenada na abaxial. Veia principal impressa na face adaxial.
Ocasional. Platô e vertente. Freqüente. Vertente. 90

Veia central carenada na face abaxial.

1 Veia principal única, não


ramificada Phthirusa rufa. Epífita hemiparasita.
Ramos acinzentados, com algumas
lenticelas vermelhas dispersas.

LORANTHACEAE EREMELOPIDACEAE E VISCACEAE


Folhas opostas, glabras, margem
revoluta. Veia principal plana
ou impresa na face adaxial. As
Veia central arredondada (convexa) na secundárias são praticamente
face abaxial. imperceptíveis na face abaxial.
Freqüente. Principalmente em
capoeira. 140

Psittacanthus peronopetalus. Epífita


hemiparasita. Ramo circular, verde,
suculento. Folhas alongadas, geralmente
alternas, coriáceas. Base levemente cordada, Psittacanthus siphon. Epífita
ápice agudo mucronado. Pecíolo de 5 a hemiparasita. Ramos escuros,
7 mm, acanalado. Veia central saliente lisos. Pecíolo rugoso e pouco
principalmente na face abaxial, espessada alargado na base. Folhas
na base da lâmina e afinando no sentido parecidas com Phthirusa
apical. Venação secundária como rufa, diferenciando-se na
Phthirusa stelis. Freqüente. Todos os venação secundária que é
ambientes. 165 quase imperceptível em ambas
as faces e a veia principal
às vezes só alcança até a
metade da lâmina. Quando
seca parece envernizada em
cima. Ocasional. Todos os
ambientes.
155
470

Oryctanthus florulentus. Antidaphne amazonensis.


Epífita hemiparasita. Ramos Epífita hemiparasita.
acanalados. Venação Ramo marrom, estriado,
semelhante à A. amazonensis, glabro. Base atenuada, textura
mas aqui a veia principal se coriácea. Venação flabelada,
destaca pela proeminência na 70 mais destacada na face abaxial.
face abaxial. Venação palmada, proeminente na
face abaxial, de coloração igual à
lâmina. Arredores de Manaus.

62

Phoradendron crassifolium.
Epífita hemiparasita. Ramos
verdes, com estrias discretas.
Apresenta caulifloria. Folhas
2 Venação palmada.
LORANTHACEAE EREMELOPIDACEAE E VISCACEAE

opostas, glabras, de superfície


ligeiramente áspera. Ápice com
um mucro voltado para a face
abaxial. Pecíolo de 3 a 4 mm.
Venação plinérvea ou, às vezes,
triplinérvea, mais visível na face
105 adaxial. Regiões tropicais das
Américas do Sul e Central.

Cladocolea micrantha.
Epífita hemiparasita. Ramos
ferrugíneos. Folha obcordata,
geralmente menor do que as
outras desse grupo, opostas
Phoradendron a subopostas. Venação
inaequidentatum palmada. As secundárias
Epífita hemiparasita. ramificam-se no ápice. Na
Ramos castanhos forma da folha assemelha-se a P.
avermelhados. Folha 35 inaequidentatum.
obcordata, margem
ondulada. Pecíolo
até 0,5mm. Venação
discreta. Peru,
Colômbia, Brasil e
Guianas.

50
471
Celastraceae
Compreende cerca de 60 gêneros imbricadas ou raramente valvadas, livres ou
e aproximadamente 850 espécies. conadas na base ou acima do meio; com
Predominantemente tropical e subtropical 4-5 pétalas livres, imbricadas, raramente
dos dois hemisférios e pouco representada convolutas ou valvadas (Goupia). Tem 4-
nas zonas temperadas. 5 estames, usualmente em séries, alternos
Na Reserva, está representada por 3 com as pétalas, comumente presos no disco
espécies em 2 gêneros (Goupia e Maytenus). nectarífero ou abaixo da margem dele. O
Nas árvores, o tronco possui aspecto cilíndrico, ovário é súpero ou quase ínfero, com 2-5
com base reta (Goupia) a acanalada (Maytenus). carpelos unidos; com estilete curto, espesso
As folhas são simples, alternas, estípulas ou não, e estigma inteiro ou 2-5 lobulado.
caducas. Goupia é caracterizada por um par Tem um ou mais óvulos. O fruto é capsular,
de veias nascidas na base e perpendiculares drupáceo, samaróide ou bacáceo. A semente
à veia central; quando secas, assumem cor é , em geral, com arilo de colorido vivo, com
escura. Em Maytenus, as veias laterais são ou sem endosperma carnoso.
inconspícuas. Goupia é um gênero atípico para
A inflorescência é terminal ou axilar, Celastraceae, mas é fácil de ser reconhecido.
geralmente cimosa, também racemosa, raro É importante como madeira de lei, de odor
flores solitárias. As flores são hermafroditas, desagradável (chamado, às vezes, "Louro-
esverdeadas ou brancas, com 4-5 sépalas bobó"); sua casca produz um excelente
analgésico dentário.

Maytenus cf. ebenifolia.


Árvore. Folha cartácea a
subcoriácea. Veia central
proeminente em ambas as faces,
secundárias inconspicuamente
broquidódromas. Baixio,
Goupia glabra Maytenus guyanensis campinarana. Rara.

122

Maytenus guyanensis. (Chichuá). Goupia glabra. (Cupiúba).


Árvore. Tronco cilíndrico, Árvore. Tronco cilíndrico, base
base acanalada. Ritidoma reta a acanalada. Ritidoma rosa-
sulcado marrom-amarelado; esbranquiçado denso-lenticelado.
desprendimento em placas Folha elíptica decurrente;
papiráceas. Folha cartácea. Veia caracterizada por um par de veias
central proeminente em ambas as nascido na base e perpendicular
faces, secundárias inconspícuas; à veia central. Estípulas presentes
ápice acuminado a cuspidado. nas folhas jovens. Freqüente.
Platô. Norte da Amazônia. Baixio, vertente e platô.
165 126
Neotropical.
CELASTRACEAE
472
Hippocrateaceae
É uma família contando com 12 gêneros e 120 uma drupa (Salacia, Tontelea, Peritassa e
espécies nos Neotrópicos e possui na bacia Cheiloclinium); sementes em frutos deiscentes,
amazônica um centro de diversidade. Alguns freqüentemente aladas.
autores incluem essa família em Celastraceae, Comum na família é a presença de
da qual foi segregada. Na Reserva podemos folhas com margem serreada ou serrilhada e de
encontrar 17 espécies em 7 gêneros. ramos retorcidos para se prender no suporte, no
lugar de gavinhas; o corte da casca geralmente
mostrando anéis irregulares avermelhados e
venação terciária e de ordem superior, muitas
vezes imersa na lâmina coriácea, o que dificulta
a observação. Seiva vermelha só presente em
Prionostemma aspera.
Nada é sabido a respeito da polinização
dessa família. Através de observações
superficiais, aparentemente a flor possui
um dioicismo temporal, no qual a estrutura
reprodutiva passa primeiro por um período
Prionostemma aspera
masculino, em que os três estames encontram-
O grupo é formado por árvores, arbustos
se eretos e suas anteras confluentes, envolvendo
ou lianas, sendo que na Reserva apenas
assim o pequeno estilete; numa fase seguinte,
lianas lenhosas foram coletadas. Possui
após a liberação dos grãos de pólen, a flor entra
folhas opostas, com estípulas interpeciolares
na fase feminina, em que os estames tornam-se
pequenas e caducas, raramente persistentes.
reflexos a tal ponto que suas anteras projetam-se
As flores são diminutas, geralmente amarelas a
para fora da flor e o estigma passa a ser receptivo.
esverdeadas, achatadas; com 5 sépalas, unidas
A família tem seus frutos dispersos por vento,
na base, imbricadas e geralmente persistentes;
com 5 pétalas, livres; disco presente; com 3(-5) nas espécies com frutos deiscentes e sementes
estames, inseridos dentro do disco; e com um aladas, ou através de animais ou água.
estilete, curto ou ausente, 3(-5) estigmas. O Nenhuma atividade de importância
fruto é formado por 3 mericarpos deiscentes econômica é relatada para a família, embora
(Prionostemma, Hylenaea), ou às vezes, algumas espécies sejam utilizadas na medicina
por uma cápsula 3-lobada (Anthodon) ou popular.

Smith, A.C. 1940. The American Species of Hippocrateaceae. Brittonia, 3: 341-555.


Görts-van Rijn & A.M.W. Mennega. 1994. Hippocrateaceae. In: Görtz-van Rijn (ed.),
Flora of the Guianas, Series A: Phanerogams. 110. Koeltz Scientific Books.

FRUTOS
HIPPOCRATEACEAE

Salacia insignis

Peritassa laevigata Salacia multiflora Cheiloclinium Salacia impressifolia


hippocrateoides
473
FLORES
SECÇÕES DE RAMOS

Cheiloclinium Cheiloclinium Anthodon Cheiloclinium Cheiloclinium


hippocrateoides hippocrateoides decussatum hippocrateoides krukovii

Prionosema Peritassa Salacia


aspera laevigata impressifolia

Prionostemma aspera

Salacia Salacia Tontelea


multiflora insignis fluminensis

RAMOS
Aspecto externo dos ramos maduros de algumas
espécies de Hippocrateaceae da Reserva.

Peritassa laevigata Salacia impressifolia

Cheiloclinium Prionostemma Peritassa


hippocrateoides aspera laevigata

Salacia multiflora Salacia insignis


HIPPOCRATEACEAE

Salacia Salacia insignis Tontelea


Tontelea fluminensis Tontelea corymbosa impressifolia congestiflora
474

Peritassa laevigata. Liana Anthodon decussatum. Liana


lenhosa. Ramos jovens estriados, lenhosa. Ramos jovens
lenticelados, lenticelas elípticas, lenticelados, lenticelas lineares;
com um sulco central, tornando- estípulas triangulares; lâmina
se com formas irregulares
glabra na face inferior; pecíolo
quando mais velhas; estípulas
canaliculado, levemente rugoso;
aciculiformes; lâmina glabra na
face inferior; pecíolo rugoso; nervura central proeminente
nervura central proeminente na na face superior. Rara. Platô.
face superior. Ocasional. Todos Norte da América do Sul e sul
os ambientes. Norte da América 74 da Bacia Amazônica.
130 do Sul.

Lâmina foliar com pontuações.

Salacia impressifolia. Liana


lenhosa. Ramos jovens lisos,
angulosos, lenticelados, lenticelas
elípticas, com um sulco central,
escassas; lâmina glabra na
1 Venação terciária reticulada.

face inferior; pecíolo rugoso;


nervura central proeminente mas
rebaixada dentro de um sulco Lâmina foliar sem pontuações.
na face superior. Ocasional.
Vertente e campinarana. México,
América Central e Norte da
205
América do Sul.

Tontelea fluminensis. Liana Tontelea corymbosa. Liana


lenhosa. Ramos jovens lenhosa. Ramos jovens sulcados,
escamosos; lâmina glabra na densamente lenticelados,
face inferior; pecíolo rugoso; lenticelas pontuais com abertura
nervura central levemente circular, proeminentes; lâmina
proeminente a plana na face glabra na face inferior, decurrente
superior. Ocasional. Platô e na base; pecíolo com sulcos
campinarana. Panamá e Norte longitudinais rasos; nervura central
da América do Sul. proeminente na face superior.
Rara. Platô e campinarana. Peru
HIPPOCRATEACEAE

175
e Amazônia Central.
475

Tontelea emarginata. Liana


lenhosa. Ramos jovens lisos,
angulosos, lenticelados,
lenticelas quase circulares
com uma rachadura central;
lâmina glabra na face inferior;
Tontelea congestiflora. Liana
pecíolo anguloso, rugoso
lenhosa. Ramos jovens lisos,
transversalmente; nervura
finamente estriados, lenticelados,
central proeminente na face
lenticelas com pequenas fendas
supeior. Rara. Vertente. Peru
elípticas; lâmina glabra na face
e Amazonas.
inferior; pecíolo rugoso, rugas
transversais; nervura central
proeminente na face superior.
Rara. Campinarana. Amazônia. 198
132

Lâmina foliar sem pontuações.

2 Venação terciária oblíqua,


perpendicular ou inconspícua. Salacia insignis. Liana lenhosa.
Ramos jovens avermelhados,
lisos com estrias longitudinais,
por onde se desprendem
placas papiráceas, lenticelados,
lenticelas pontuais, proeminentes;
Lâmina foliar com pontuações. Na estípulas aciculiformes; lâmina
próxima página. glabra na face inferior; nervura
central na face superior
proeminente. Rara. Platô. Peru, 27 7
Guianas e Amazônia Central.

Cheiloclinium sp. Liana lenhosa. Cheiloclinium belizense.


Ramos jovens fissurados, densamente Liana lenhosa. Ramos jovens
lenticelados, lenticelas elípticas, densamente lenticelados,
proeminentes; lâmina glabra na lenticelas proeminentes,
circulares; estípulas triangulares;
face inferior; peciolo com estrias
lâmina glauca na face inferior;
longitudinais; nervura cenrtral
pecíolo estriado transversalmente,
proeminente na face superior. Rara. esfoliante e canaliculado; nervura
Vertente. central proeminente na face
superior. Rara. Campinarana.
71 América Central, Norte da 204
HIPPOCRATEACEAE

América do Sul e Mato Grosso.

Hylenaea praecelsa. Liana


lenhosa. Ramos jovens achatados,
lisos, estriados, escamosos, não
lenticelados; estípulas triangulares;
lâmina glabra na face inferior;
pecíolo canaliculado, rugoso;
nervura central proeminente na face
superior. Ocasional. Platô. Sul da
América Central, Norte da América
203
do Sul e Mato Grosso.
476

• Cheiloclinium hippocrateoides. • Cheiloclinium


Liana lenhosa. Ramos jovens hippocrateoides. Liana
lisos, sem lenticelas, achatados a lenhosa. Ramos jovens liso,
anguloso, tornando-se estriados, sem lenticelas, achatado a
estrias longitudinais; lâmina quadrangular; lâmina glabra na
glabra na face inferior; pecíolo face inferior; pecíolo rugoso,
rugoso; nervura central na com estrias transversais;
face superior proeminente, nervura central na face superior
113
carenada. Freqüente. Todos proeminente, carenada.
os ambientes. Panamá até a 135
Bahia.

• Variação em Cheiloclinium hippocrateoides.

Continuação da página anterior.


Salacia multiflora. Liana
lenhosa. Ramos jovens lisos,
com fissuras longitudinais,
lenticelados, lenticelas
elípticas a arredondadas,
sulcadas no centro, levemente
proeminentes; lâmina glabra
na face inferior; pecíolo liso a Lâmina foliar com pontuações.
rugoso; nervura central na face
superior proeminente. Rara.
94 Baixio. América Central e Norte
da América do Sul.

Prionostemma aspera. Liana


lenhosa. Ramos jovens escabros,
achatados a cilíndrico, sem FRUTOS EM
lenticelas, com estrias HIPPOCRATEACEAE
proeminentes longitudinais;
estípulas visíveis nas Frutos na família podem
ramificações; lâmina escabra ser divididos em dois tipos
e papilosa na face inferior, principais: frutos formados por
pontuações hialinas; pecíolo três mericarpos deiscentes (1)
levemente rugoso; nervura central ou drupas (2). Isso levou muitos Prionostemma
proeminente na face superior. estudiosos da família a dividirem aspera (1)
142 Freqüente. Platô e vertente. a família em apenas dois gêneros:
HIPPOCRATEACEAE

Panamá e Norte da América da Sul. Hippocratea (com o primeiro tipo


de fruto) e Salacia (com o segundo
tipo). O estudo minucioso das
características florais veio mostrar
uma variação muito maior, o que
resultou no surgimento de vários
outros gêneros, conceito adotado
nesse trabalho, embora alguns
herbários ainda organizem
espécies da família seguindo os
dois conceitos, o que dificulta Salacia
impressifolia (2)
muito a identificação dos
espécimes coletados.
477
Aquifoliaceae
Família com 3 gêneros (ou 4, se incluído As plantas são geralmente dióicas, com
Sphenostemon) e aproximadamente 420 flores unissexuais pequenas, solitárias ou
espécies de distribuição cosmopolita. O gênero fasciculadas, em geral axilares, com um disco
Ilex é o único representante nos Neotrópicos nectarífero amplo e geralmente 4 (raramente
com ca. 150 espécies e outras 250 no Velho 8) sépalas e pétalas, estas reflexas e brancas,
Mundo e em regiões temperadas. Na Região e estames em igual número. O fruto é uma
Amazônica ocorrem predominantemente em
florestas de altitude nos contrafortes andinos
e no planalto das Guianas. Em terras baixas
ocorrem principalmente em solos arenosos, em
florestas sujeitas a inundação, na vegetação de
restinga que cobre os cordões arenosos junto à
orla marinha. A taxonomia da família é pouco
estudada e a identificação das espécies é difícil,
havendo provavelmente muitas espécies não
descritas. Na Reserva ocorre apenas uma
Flores masculinas de Ilex sp. 1.
espécie.
São árvores ou arbustos, raramente de drupa pequena.
grande porte, com folhas simples alternas, A polinização das espécies de Ilex
raramente opostas, geralmente coriáceas e é pouco conhecida, mas as flores de Ilex
de margem serreada ou denteada (às vezes paraguariensis, a erva-mate, são polinizadas por
espinhos nos dentes), com ou sem estípulas. diversas espécies de dípteros e himenópteros,
Muitas espécies apresentam pontuações na aparentemente não havendo especificidade.
face inferior e por isso podem ser confundidas Néctar é a principal recompensa, produzido
com Myrsinaceae. Espécies de Ilex apresentam em maior quantidade nas flores femininas. A
freqüentemente a casca interna com textura dispersão é endozoocórica, provavelmente
"arenosa" e as folhas secas são enegrecidas, por aves.
com venação terciária bem evidente ainda A espécie de maior importância
mais escura. Algumas espécies, como I. econômica é I. paraguariensis, muito cultivada
inundata e a espécie da Reserva, apresentam na região sul do Brasil, Paraguai e Argentina,
folhas de margem inteira e por isso, podem para a produção do "mate", que assim como
ser confundidas com outras famílias, como outras espécies do gênero apresenta folhas
Olacaceae. ricas em cafeína.

EM CAMPINA
Ilex sp. 1. Árvore de dossel com
Ilex divaricata Mart. ex Reiss. é uma espécie freqüente
sapopemas pequenas. Folhas glabras,
nas campinas abertas e sujeitas a encharcamento,
que ocorrem na bacia do rio Negro e no planalto das com nervuras secundárias e central
Guianas. É um arbusto ou pequena arvoreta, com folhas impressas na face superior. Terciárias
de ápice emarginado e base decurrente. A venação é pouco evidentes em ambas as faces.
imersa (broquidódroma, evidente em material seco) Base da folha decurrente e revoluta
e tem pontuações bem evidentes na lâmina. Pode sobre o pecíolo, este canaliculado.
ser confundida com Ternstroemia (Theaceae), gênero
Tronco com lenticelas circulares,
também freqüente nas campinas, mas que em geral tem
folhas de margem crenada. proeminentes e +/- agrupadas em
linhas verticais. Rara. Platô. 85
AQUIFOLIACEAE

72
478
Icacinaceae
Compreende cerca de 60 gêneros e As folhas são alternas, simples,
aproximadamente 450 espécies, em 4 tribos. pecioladas e sem estípulas, podem ser
Predominantemente tropical com pouca glabras, ou com pêlos simples ou estrelados.
representação nas zonas temperadas. Na Em Dendrobangia e Casimirella rupestris, o
América, ocorrem 12 gêneros. O centro indumento é de pêlos estrelados.
de diversidade das espécies americanas
está situado na Amazônia. Na Reserva,
está representada por 9 espécies, sendo
uma cultivada (Poraqueiba sericea), em 6
gêneros.

Casimirella rupestris

Inflorescência terminal ou lateral


(axilar, supra-axilar, extra-axilar), geralmente
paniculada. Em Pleurisanthes a inflorescência
é do tipo racemosa. Flores hermafroditas,
com exceção de Discophora, que é dióica;
flores quase sempre pentâmeras, diclamídeas,
diminutas. Sépalas concrescidas entre si,
formando um campanulado; pétalas livres.
Estames em número igual e alternos às pétalas,
comumente apresentando pilosidade interna.
O limbo das pétalas pode apresentar nervura
central muito saliente, ou com dilatações
localizadas; muitas vezes, é carnoso e mostra
depressões originadas da compressão dos órgãos
reprodutores. Estigma geralmente capitado.
Estilete freqüentemente acompanhado de
rudimentos, curto ou longo, reto ou curvo,
terminal ou excêntrico (Emmotum). Ovário
súpero, unilocular, excepcionalmente trilocular
Pleurisanthes emarginata (Emmotum). Flores geralmente com odor
São árvores e lianas lenhosas. Quando agradável, como baunilha (E. cf. nitens).
árvores, algumas espécies possuem base As plantas ocorrem em variados tipos de
digitada a acanalada (Dendrobangia boliviana, habitats. As espécies dos gêneros Casimirella e
Emmotum acuminatum e E. aff. nitens, Poraqueiba são cultivadas. O tuber, bastante
Poraqueiba guianensis). As lianas possuem volumoso de Casimirella, é tóxico e tem que
caule achatado ou elipsóide (Pleurisanthes e ser bem lavado antes de ser utilizado; também
Casimirella). Ausência de látex, exceto em usado na produção de farinha. Os frutos de
Pleurisanthes emarginata, que apresenta resina Poraqueiba sericea (Umari) são oleaginosos e
pegajosa escassa, e Poraqueiba, com seiva comestíveis. Os gêneros de grande porte são
ICACINACEAE

aquosa fluida, sendo as duas transparentes. usados como madeira de lei.

Howard, R. A. 1976. Family 106. Icacinaceae. Flora of Panama. Part VI. Ann. Missouri
Bot. Gard. 63.
Howard, R. A. 1992. A revision of Casimirella, including Humirianthera (Icacinaceae).
Brittonia, 44: 166-172.
479
LIANAS

Casimirella rupestris Pleurisanthes emarginata

Pleurisanthes cf. parviflo

ÁRVORES

Dendrobangia boliviana Discophora guianensis


ICACINACEAE

Emmotum aff. nitens Emmotum acuminatum Poraqueiba guianensis


480

Poraqueiba sericea. (Umari). Discophora guianensis. Árvore


Árvore. Espécie introduzida. de pequeno porte. Tronco
Tronco cilíndrico de cilídrico. Ritidoma bege-
base digitada. Ritidoma acinzentado a amarronzado,
acinzentado. Lâmina quase liso. Lâmina com tricomas
pubescente (estrigosa), velutinosos. Nervuras laterais
inconspícua. Venação com 8-10 pares. Ocasional.
fortemente proeminente na Baixio e vertente. Guiana e
face abaxial, 11 pares de Amazônia brasileira.
veias laterais. Ocasional. 270
290
Vertente. Amazonas e Pará.

Base reta.

Poraqueiba guianensis.
Árvore. Lâmina foliar
quase glabra; 10-11
pares de veias laterais.
Freqüente. Platô e vertente.
1 Árvores.

Amazônia Central e
Oriental. Base acanalada.

150

Emmotum acuminatum. Emmotum aff. nitens.


Árvore. Lâmina Árvore. Ao corte, odor de
aparentemente glabra, raros marzipan. Lâmina foliar com
tricomas estrigosos nas tricomas seríceos, de aspecto
nervuras; 7-8 pares de veias acinzentado, fresco, e ferrugíneo
laterais. Rara. Campinarana. quando seco, abaxialmente; 12-
Amazônia Central e Norte. 13 pares de veias laterais. Rara.
Vertente. Amazônia Central e
Ocidental.
140 100
ICACINACEAE
481

DICA DE CAMPO
Icacinaceae pode ser
confundida com muitas
outras famílias. O
pecíolo canaliculado
Dendrobangia boliviana. Árvore. e usualmente
Lâmina foliar com escamas, sendo contorcido das folhas
mais visível quando secas por é uma característica
assumirem cor escura; 9-14 pares comum a maioria das
de veias laterais. Ocasional. espécies e que ajuda
Baixio. Ocasional. Panamá, no reconhecimento da
Bolívia, Brasil-Amazonas. família.

85

2 Lianas lenhosas.
Caule achatado a elipsóide. Casimirella rupestris. (Batata-
maira). Liana lenhosa. Lâmina
foliar com tricomas estrelados
(ao toque aveludado), quando
secas assumem cor castanho-
acinzentado, abaxialmente; 6-8
pares de veias laterais. Rara.
Vertente. Amazônia brasileira.

100

Pleurisanthes emarginata. Liana Pleurisanthes parviflora.


lenhosa. Ao corte resina Liana lenhosa. Ramos jovens
incolor, pegajosa, escassa. aparentemente não achatados.
Lâmina foliar densamente Folhas de tamanhos variados,
hirsuta; quando jovens são com tricomas estrigosos
bem maiores que quando (áspero) evidenciados na
adultas. Margem com folha seca; base leve-cordada,
terminações glandulares; ápice agudo a acuminado;
9-10 pares de veias laterais. 10-11 pares de veias laterais.
Rara. Vertente e baixio. Brasil- 220 Freqüente. Platô e vertente. 195
Amazonas.
ICACINACEAE
482
Dichapetalaceae
A família é representada por 240 espécies em estípulas geralmente caducas. A inflorescência
3 gêneros, Dichapetalum, Stephanopodium é axilar ou mais freqüentemente apegada ao
e Tapura, com distribuição essencialmente pecíolo ou raramente à nervura central da
pantropical. É mais diversa na África, onde lâmina (epifilia), compactas e sésseis (Tapura)
ocorrem aproximadamente 150 espécies de ou pedunculadas e abertas (Dichapetalum).
Dichapetalum e 7 de Tapura. Na região O pedicelo muitas vezes é articulado. Outra
neotropical é representada por ca. 46 espécies. característica distinta na família são as pétalas
Ocorrem desde o México e o Caribe até o bicuculadas, com lobos normalmente bífidos
centro-leste brasileiro. Na Reserva está no ápice e geralmente unguiculadas na base.
representada por 6 espécies em 2 gêneros, As anteras têm deiscência rimosa. O fruto é
Dichapetalum e Tapura. uma drupa seca ou raramente carnosa, com
A característica mais notável da família é epicarpo comumente pubescente.
a inflorescência epífila (apegada ao pecíolo ou Tapura é polinizada por abelhas.
à nervura central da lâmina). Vegetativamente Sua dispersão é efetuada por animais
não tem características particulares. Na (sinzoocoria).
Reserva as espécies arbóreas podem ser Algumas espécies de Tapura são usadas
confundidas com Chrysobalanaceae e para construção. Na África as folhas e sementes
Ebenaceae. As folhas são freqüentemente de algumas espécies de Dichapetalum são
coriáceas e o corte amarelado. O pecíolo
extremamente venenosas e usadas para matar
é comumente engrossado e é geralmente
animais selvagens (porcos, primatas ou ratos).
observada a cicatriz da inflorescência.
Apresenta glândulas dispersas pela lâmina As espécies ocorrem em variados tipos
como em Ebenaceae ou no pecíolo. de habitats. Na região também ocorre D.
coelhoi, uma liana, mas ainda não coletada
São árvores (Tapura), arvoretas (Tapura,
Stephanopodium, Dichapetalum), lianas na Reserva.
(Dichapetalum) ou arbustos (Dichapetalum O nome Dichapetalaceae origina-se do
e Stephanopodium). As folhas são alternas, grego dicha dividido em dois, e petalon pétala,
simples, inteiras, com venação pinada, pelas pétalas com ápice bífido, característica
broquidódroma, glabras ou pilosas e com presente em muitas espécies do gênero
Dichapetalum.
Prance, G.T. 1972. Dichapetalaceae. Flora Neotropica Monograph 10.

Dichapetalum odoratum.
Liana lenhosa. Ritidoma bege-
acinzentado, lenticelado. Seiva
incolor gelatinosa. Lâmina
glabra a pubérula. Ocasional.
Vertente. Amazônia
Dichapetalum rugosum
Ocidental.
DICHAPETALACEAE

Tapura lanceolata

Dichapetalum spruceanum
483

Tapura lanceolata. Árvore. Tapura guianensis. Arvoreta.


Ritidoma marrom-avermelhado, Lâmina glabra ou com
lenticelado. Folha cartácea, poucos pêlos adpressos
pequena, glabra ou com poucos na face abaxial; nervuras
pêlos adpressos na face abaxial. secundárias espaçadas.
Rara. Campinarana. Arrredores Freqüente. Platô, vertente e
de Manaus. campinarana. Amazônia e
Guianas.

195
76

1 Tapura spp. Árvores e arvoretas.

Tapura amazonica var.


manausensis. Árvore. Lâmina
coriácea, oval a obovada,
denso-hirsuta na face

2 Dichapetalum spp. Lianas.


abaxial; venação fortemente
broquidódroma; margem
levemente revoluta e ápice
cuspidado. Freqüente.
Vertente. Arredores de
Manaus. 74

Dichapetalum spruceanum. Dichapetalum rugosum.


Liana lenhosa. Ramo Liana lenhosa. Pecíolo
marrom, lenticelado. Lâmina recurvado. Face abaxial
bulada, ovalada, com da lâmina, ramos e pecíolo
pilosidade hirsuta escassa densamente pilosos, pêlos
na face abaxial, passando a marrons; venação fortemente
glabrescente quando mais broquidódroma. Ocasional.
velha. Rara. Vertente e Platô e vertente. Guianas e
campina. Ao leste dos Andes Amazônia.
na Colômbia, Ecuador e Peru.
337
DICHAPETALACEAE

173
484
Euphorbiaceae
Uma das maiores e mais variáveis famílias de na Reserva não apresenta látex branco leitoso.
dicotiledôneas, distribuída em todo o mundo, A combinação entre a presença de glândulas
especialmente nos trópicos e subtrópicos, e de látex é, no entanto, única para a família.
somando aproximadamente 7500 espécies e No reconhecimento dos gêneros e das espécies
300 gêneros. Nas Américas ocorrem ca. 2500 dentro da família, outros caracteres vegetativos
espécies em 92 gêneros tanto em terras baixas importantes são folhas de margem serreada
como em regiões montanas. ou denteada, venação palmada ou trinérvia,
Na Reserva ocorrem 47 espécies presença de escamas ou pêlos estrelados e, de
distribuídas em 28 gêneros. Outras 8 forma menos evidente, pecíolos de base e/ou
espécies e 6 gêneros ocorrem nos arredores ápice dilatados de comprimentos diferentes
de Manaus, mas não foram registrados entre as folhas do mesmo ramo.
para a Reserva. Destes, 4 são árvores dos
gêneros Micrandropsis, Sagotia, Pausandra e
Conceveiba, e os demais são ervas ou lianas
herbáceas comuns a ambientes alterados, que
são pouco representados na Reserva.

Pera schomburgkiana

A maioria das espécies, com flores


unissexuais pequenas e apétalas, são
polinizadas por insetos. O gênero Mabea,
com inflorescências grandes, é tipicamente
polinizado por mamíferos como marsupiais,
morcegos e macacos. As flores de Dalechampia,
geralmente com brácteas grandes e vistosas,
produzem resinas que são coletadas pelas
abelhas polinizadoras para a construção de
seus ninhos, de forma semelhante ao sistema
Mabea speciosa de polinização de algumas espécies de Clusia.
Quanto à dispersão, o fruto da maioria das
Euphorbiaceae neotropicais podem ser espécies é uma cápsula, tipicamente trilobada,
ervas, lianas lenhosas ou herbáceas, arbustos, deiscente de forma explosiva (balistocoria),
arvoretas ou árvores de grande porte. O hábito com sementes duras caindo no chão.
cactiforme, do gênero Euphorbia, abundante Pogonophora schomburgkiana apresenta
na África, possui apenas um representante sementes pequenas com carúnculo amarelo
neotropical no Nordeste brasileiro. À exceção que foram observadas na Reserva sendo
deste último, todos esses hábitos ocorrem na transportadas por formigas. Em espécies de
Reserva, sendo 7 ervas, 3 lianas herbáceas, 2 Pera a cápsula se abre expondo a semente
lenhosas e o restante árvores ou arvoretas. A envolta por um arilo colorido, provavelmente
EUPHORBIACEAE

família pode ser reconhecida vegetativamente dispersadas por aves.


por folhas simples alternas, látex branco Espécies de Euphorbiaceae têm, sem
leitoso, glândulas na base da lâmina foliar ou dúvida, grande importância econômica e social
no ápice do pecíolo e pela presença de estípulas na Região Amazônica. A mandioca (Manihot
ou cicatrizes de estípulas. Exceções a todos esculentum) constitui o alimento principal
esses caracteres, no entanto, são freqüentes: das populações ameríndias e ribeirinhas da
Hevea possui folhas compostas, Sandwithia, região. A seringueira (Hevea spp.) foi o recurso
opostas, e a maioria das espécies ocorrentes natural mais explorado na bacia amazônica e
485
o principal produto de exportação brasileiro crescimento da floresta de várzea, cujo tronco
no início do século, promovendo grandes leve é muito utilizado como bóia para casas
migrações e o florescimento das principais flutuantes. Algumas plantas são utilizadas
cidades na região, atividade que entrou em por suas propriedades medicinais, como
decadência com o cultivo das espécies no espécies herbáceas de Phyllanthus, conhecidas
Sudeste asiático. Hura crepitans, o assacu, popularmente por "quebra-pedra". Muitas
é uma árvore de grande porte e rápido espécies possuem fins ornamentais, sendo
muito utilizadas em jardins.

Secco, R.S. 1990. Revisão dos gêneros Anomalocalyx, Dodecastigma, Pausandra,


Pogonophora e Sagotia (Euphorbiaceae) para a América do Sul. Mus. Para. Emilio
Goeldi, col. Adolfo Ducke, 133p.
Secco, R.S. 1997. Revisão taxonômica das espécies neotropicais da tribo Alchorneae
(Euphorbiaceae). Tese de Doutorado, USP, 485 p.
Webster, G.L. & Huft, M.J. 1988. Revised Synopsis of Panamanian Euphorbiaceae. Ann.
Missouri Bot. Gard. 75: 1087-1144
Webster, G.L. 1994. Synopsis of the genera and suprageneric taxa of Euphorbiaceae. Ann.
Missouri Bot. Gard. 81: 33-144

FLORES
As flores são sempre unissexuais e as plantas monóicas ou dióicas. Nas primeiras em geral as
flores de ambos os sexos aparecem na mesma inflorescência, as femininas em menor número,
na base ou no ápice. Chamaesyce spp. apresenta flores reunidas em ciátio, com uma flor
feminina circundada por flores masculinas, parecendo uma flor de Asteraceae. Dalechampia
spp. apresenta flores encerradas e agrupadas entre duas brácteas geralmente coloridas e vistosas.

Alchorneopsis
floribunda

Anomalocalyx Amanoa gracillima Chamaesyce Conceveiba Conceveiba


uleanus hyssopifolia guianensis martiana

Croton Croton Dalechampia Drypetes Glycidendron Mabea speciosa


glandulosus lanjouwensis parvibracteata variabilis amazonicum

Maprounea Micrandra Nealchornea Micrandra spruceana Pera bicolor


EUPHORBIACEAE

guianensis siphonioides japurensis

Phyllanthus Podocalyx loranthoides Pogonophora Richeria grandis Senefeldera


manausensis schomburgkiana macrophylla
486
FRUTOS
O fruto é geralmente uma cápsula
trilobada, deiscente, muitas vezes com
estigmas persistentes no ápice, mas
alguns gêneros possuem frutos com
dois (Alchornea), quatro (Pluckenetia)
e raramente cinco lobos, enquanto
outros, como Glycidendron, Drypetes
Amanoa Anomalocalyx Aparisthmium Chamaesyce
e Nealchornea, apresentam frutos não gracillima ulenus cordatum hyssopifolia
lobados e indeiscentes.

Conceveiba Conceveiba Croton lobatus Croton Croton Dalechampia


guianensis martiana lanjouensis palanostigma parvibracteata

Drypetes variabilis Glycidendron Hevea guianensis Mabea angularis Maprounea Pausandra


amazonicum guianensis macropetala

Pera glabrata Phyllanthus Phyllanthus Podocalyx Pogonophora Richeria dressleri


manausensis orbiculatus loranthoides schomburgkiana

GLÂNDULAS E DOMÁCEAS
Muitas espécies de Euphorbiaceae apresentam glândulas nas folhas, que variam na forma, na posição e na
quantidade, e auxiliam na identificação.

Glândulas maculares - são "discos" na face inferior Aparisthmium


da folha. Mais comuns na base do limbo, mas cordatum é a espécie
também nas axilas das nervuras secundárias e/ou com maior número
espalhados pela lâmina. É o tipo de glândula
mais comum. e tipos diferentes de
glândulas. Foram
observadas formigas do
gênero Crematogaster
Tufos de pêlos - nas axilas das nervuras visitando esses
secundárias. Apenas em Micrandra nectários extraflorais.
siphonioides, Alchornea discolor e Sandwithia
guianensis.

Domáceas - Alchorneopsis
Estipelas - um par de glândulas filiformes na
EUPHORBIACEAE

floribunda é a única espécie


com cavidades nas axilas do par base da lâmina, sempre na face superior.
basal de nervuras secundárias, Ocorre em Pausandra macropetala,
visível em ambas as faces. Aparisthmium cordatum e Dalechampia spp.

Marginal - espécies de margem Glândulas globosas - na face superior, no ápice


denteada ou crenada podem do pecíolo ou base do limbo, com cavidade
apresentar glândulas nas ou não: Anomalocalyx uleanus, Glycidendron
indentações e/ou no ápice dos amazonicum, Croton palanostigma ou
dentes. Conceveiba martiana.
487
ÁRVORES, ARVORETAS E ARBUSTOS
Algumas espécies que ocorrem em baixio apresentam Sandwithia guianensis é a única espécie com folhas
raízes escoras e/ou adventícias: Micrandra spruceana, opostas, que por isso é geralmente identificada em outra
Podocalyx loranthoides e Amanoa spp. família, como por exemplo Violaceae.

Látex branco leitoso

Folhas dísticas com pecíolo curto Folhas alterno espiraladas com


pecíolo longo

1 2
Mabea spp. são arvoretas São geralmente árvores de médio
a árvores pequenas. As a grande porte e não apresentam
folhas são dísticas em ramos verticilados e horizontais.
ramos horizontais ou Dentre as espécies do grupo apenas
pendentes. Os galhos Nealchornea japurensis tem folhas de
são +/- verticilados na margem denteada.
inserção no tronco. O
caule tem crescimento
descontínuo, ou seja,
em cada verticilo seu
crescimento se dá a partir Hevea guianensis é a única espécie
de uma gema lateral. com folhas compostas (trifolioladas).

Plantas sem látex, ou látex translúcido ou vermelho

Venação pinada e margem inteira

Folhas com pêlos ou escamas. Muitas vezes

5
é impossível observar a forma das escamas
com lupa de bolso, mas elas são facilmente
reconhecidas como pontos esbranquiçados
sobre a lâmina, o pecíolo e/ou a nervura
central na face inferior. Algumas espécies
do grupo 3 também possuem escamas. Folhas completamente douradas ou
prateadas na face inferior, cobertas
de escamas entremeadas por pêlos
estrelados (Pera spp. e Croton

4
Folhas glabras ou aparentemente glabras lanjouwensis).
(com pêlos simples esparsos, às vezes
densamente sobre o pecíolo). Venação
terciária bem evidente.

Margem não inteira e/ou venação palmada ou trinérvia

3 Margem crenada, serreada ou denteada. As espécies de margem inteira e venação


trinérvia estão incluídas neste grupo.
EUPHORBIACEAE

LIANAS ERVAS

6
Dalechampia spp. são ervas escandentes São espécies ruderais de ampla

7
e Pluckenetia spp. são lianas lenhosas. distribuição geográfica, encontradas na
Espécies de ambos os gêneros apresentam Reserva apenas em áreas degradadas
folhas trinérvias ou palmadas, mas P. onde a cobertura vegetal foi
brachybotrya possui folhas pinadas. completamente removida.
488

Mabea subsessilis. (Taquari). Mabea piriri. Árvore pequena


Árvore pequena (7-12 m). (5-10 m). Folhas de margem
Folhas de margem serrilhada inteira e não ondulada. Nervuras
e ondulada. Nervuras secundárias proeminentes, retas
secundárias proeminentes, e nitidamente anastomosadas ca.
retas e nitidamente 5 mm da margem. Ocasional.
anastomosadas à ca. 5 mm Baixio. Amazônia-Norte e
da margem. Freqüente. Guianas. América do Sul tropical
Baixio. Amazônia Central e e subtropical.
78 Ocidental e Guianas. 195

Folhas concolores, não esbranquiçadas


na face inferior.

Mabea spp. - Arbustos a àrvores

1
com látex branco leitoso. Folhas
dísticas com pecíolo curto.
Planta com ramos horizontais e
Mabea speciosa. Árvore pequena verticilados ou sub-verticilados.
a mediana (4 20 m). Margem
inteira a levemente serrilhada,
Glândulas às vezes presentes na
não ondulada. Nervuras lâmina.
secundárias proeminentes,
retas e anastomosadas a
ca. 2/3 da distância entre a
nervura principal e a margem,
freqüentemente avermelhadas Face inferior das folhas esbranquiçada.
na face inferior por pêlos
ferrugíneos. Freqüente. Platô,
100 vertente e baixio. Amazônia e
Guianas.
Mabea angularis. Mabea uleana. Arbusto. Folhas
Árvore pequena (10 de margem inteira e não ondulada.
m). Folhas de margem Nervuras secundárias planas, retas
inteira e não ondulada. e nitidamente anastomosadas
Nervuras secundárias ca. 5 mm da margem. Rara.
proeminentes, arcuadas Campinarana. Ocorre
e inconspicuamente também no igapó em
anastomosadas próximo solos de areia branca.
a margem da folha. Amazonas (Brasil).
Rara. Platô. Amazonas e
214 180
Rondônia (Brasil).
EUPHORBIACEAE
489

Hevea guianensis. Micrandra siphonioides.


(Seringueira). Árvore (Seringarana). Árvore de
de médio a grande dossel. Tronco em geral
porte. Tronco de base com sapopemas na base.
Folhas simples com tufos de
reta. Folhas compostas
pêlos ferrugíneos nas axilas
trifolioladas com folíolos
das nervuras secundárias.
esbranquiçados na face Confundida em geral com
inferior. Freqüente. Todos Sapotaceae. Freqüente. Baixio
os ambientes. Amazônia e campinarana. Amazônia-
ampla e Guianas. 162 Norte.
149

Folhas sem glândulas.

2 Árvores com látex branco


leitoso. Folhas espiraladas com
pecíolo longo. Micrandra spruceana. Árvore
de dossel. Sempre com grandes
raízes escoras na base. Folhas
de margem inteira, com pecíolo
engrossado no ápice e com 1
par de glândulas proeminentes
Folhas com um par de glândulas no no ápice do pecíolo (face
ápice do pecíolo ou na base do limbo. superior). Ocasional. Baixio.
Amazônia-Norte.
194

Sapium glandulatum. (Leiteiro). Nealchornea yapurensis.


Árvore (12-20 m). Tronco de (Gaivotinha-de-leite). Árvore
base reta. Folhas de margem mediana (10-20 m). Tronco
finamente serrilhada, com um par de base reta. Folhas de
de glândulas tubulares e laterais margem denteada, com pecíolo
no ápice do pecíolo ou na engrossado no ápice e base e
base do limbo. Glândulas com 1-2 pares de glândulas
ocasionais na margem e na maculares na base do limbo (face
face inferior. Ocasional. inferior). Freqüente.
Capoeira de platô e Todos os ambientes.
vertente. Brasil. Amazônia ampla.
150 211
EUPHORBIACEAE
490

Glycidendron amazonicum. Alchorneopsis floribunda.


(Pau-doce). Árvore mediana. Árvore de dossel. Látex branco-
Látex branco translúcido no translúcido no tronco. Folhas
tronco e no pecíolo. Folhas glabras de margem esparsamente
glabras de margem inteira com denteadas, com glândulas na
um par de glândulas não muito base do limbo, evidentes em
nítidas na base do limbo (face ambas as faces. Ocasional.
superior). Ocasional. Vertente Capoeiras e na borda da mata,
em solos arenosos. Sul da
e capoeira, em solos arenosos
América Central e Amazônia
à areno-argilosos. Amazônia
ampla.
254 Central e Oriental e Guianas. 148

Árvores sem látex ou com látex

3
não branco-leitoso. Folhas de
margem denteada ou crenada,
e/ou venação trinérvia ou
palmada. Glândulas presentes.

Croton draconoides. Árvore


mediana. Escamas cobrindo
densamente os ramos terminais
e as folhas na face inferior e
pecíolo (ásperas ao tato). Par
de glândulas proeminentes Folhas trinérvias com glândulas apenas
no ápice do pecíolo na face na base do limbo ou ápice do pecíolo.
superior. Freqüente em clareiras
e áreas alteradas de platô e
vertente. Amazônia Central
e Oriental.
195

Aparisthmium cordatum. Conceveiba martiana. (Arraieira-


(Morocototó). Arvoreta ou árvore branca). Árvore de dossel.
pequena. Folhas glabras, com Estípulas foliáceas persistentes
1 par de estipelas no ápice do no ápice dos ramos, abrigando
pecíolo e glândulas maculares formigas. Folhas densamente
esparsas pelo limbo e nas pilosas, esbranquiçadas na
axilas das nervuras principais, face inferior. Glândulas no
secundárias e terciárias; outras ápice do pecíolo, na margem
também na margem. Freqüente e nas axilas das nervuras
em capoeiras e na campinarana. principais e secundárias. Pecíolo
Sul da América Central à América 284
engrossado na base. Freqüente.
243 do Sul sub-tropical. Baixio. Amazônia ampla e
-+ Guianas.
EUPHORBIACEAE
491

Pausandra macropetala. (Pau- Adenophaedra grandifolia.


sandra). Árvore pequena (5-10 Árvore pequena (5-10 m). Com
m). Às vezes com exsudato exsudato vermelho no tronco.
vermelho no corte. Folhas glabras, Folhas com pêlos simples eretos
na face inferior, densamente
geralmente com estipelas no
sobre a venação, com 2 pares
ápice do pecíolo (face superior)
de glândulas maculares na base
e glândulas nas indentações da do limbo (face superior). Folhas
margem. Freqüente em todos os agrupadas no ápice dos ramos.
ambientes. Amazônia Central e Rara. Baixio. Sul da América
Oriental. 236 Central e Amazonas (Brasil). 162

Folhas pinadas com glândulas na base do


limbo, no ápice do pecíolo ou ausentes.

Richeria dressleri. Árvore mediana.


Folhas glabras, coriáceas, com 1
par de glândulas maculares na
base do limbo (face inferior).
Ápice das folhas em geral
Glândulas e/ou tufos de pêlos nas axilas truncado ou arredondado.
de todas as nervuras secundárias. Folhas Pecíolo engrossado no
trinérvias, palmadas ou pinadas. ápice e na base. Ocasional.
Campinarana e capoeira, em
solos arenosos. Panamá,
Costa Rica e arredores de
Manaus. 123

Conceveiba guianensis. (Arara- Alchornea discolor. (Supiarana).


seringa). Árvore mediana. Folhas Arbusto à àrvore mediana.
glabras ou com pêlos esparsos. Folhas +/- glabras com tufos de
Glândulas maculares próximo às pêlos nas axilas das nervuras
axilas das nervuras secundárias secundárias e glândulas
e esparsas na lâmina; outras maculares nas axilas dos
proeminentes na margem. Tufos 2 pares basais; outras na
de pêlos brancos nas axilas das margem. Ocasional em
nervuras secundárias. Pecíolo campinarana e freqüente em
engrossado no ápice. Freqüente. capoeiras. Amazônia Ampla,
Todos os ambientes. Amazônia Guianas e Mata Atlântica.
ampla e Guianas. 130 129
EUPHORBIACEAE
492

46
Senefeldera macrophylla. Árvore Maprounea guianensis. Árvore
mediana. Tronco de base reta. de dossel. Pecíolo canaliculado.
Ritidoma com lenticelas brancas. Glândulas maculares no
Pecíolo plano na face superior, ápice e às vezes também na
engrossado no ápice e na base.
base do limbo. Face inferior
Glândulas maculares na base do
densamente papilosa e por isso
limbo e junto à nervura central
na face inferior (não na axila esbranquiçada. Quando secas,
das nervuras secundárias). Base folhas brilhantes na face superior.
da folha arredondada a obtusa. Rara. Baixio. Do Panamá à
Freqüente. Baixio. Amazonas 46 Bolívia.
215 (Brasil).

Árvores sem látex branco

4
leitoso. Folhas pinadas de
margem inteira, glabras ou
aparentemente glabras (i.e. com
pêlos simples esparsos, às vezes
densamente sobre o pecíolo).
Venação terciária bem evidente.
Anomalocalyx uleanus. (Arataciú-
preto). Árvore mediana. Tronco
de base reta a acanalada. Pecíolo
canaliculado, engrossado no
ápice e base, com um par de
glândulas na face superior.
Glândulas maculares na base do Glândulas presentes ou tufos de pêlos
limbo. Base da folha cuneada. nas axila das nervuras secundárias.
Seiva vermelha escassa nos
ramos e às vezes no
tronco. Freqüente. Baixio.
246 Amazônia Central e Amapá.

Sandwithia guianensis. Amanoa guianensis.


(Urucurana-branca). Árvore Árvore mediana.
mediana. Tronco levemente Pecíolo canaliculado
acanalado. Pecíolo na face superior (negro
engrossado no ápice e quando seco). Folha de
na base. Folhas opostas,
cartáceas, com tufos de margem revoluta. Rara.
pêlos nas axilas das nervuras Baixio. Amazônia
secundárias. Ocasional. Baixio ampla, Guianas e Mata
e Campinarana. Amazônia Atlântica.
90 Central e Ocidental (Norte)
e Guianas. 104
EUPHORBIACEAE
493

Phyllanthus manausensis. Árvore Drypetes variabilis.


de dossel. Pecíolo curto e não Árvore mediana. Pecíolo
engrossado. Folhas alterno- não engrossado. Folhas
dísticas em ramos curtos, fortemente coriáceas com
parecendo uma folha composta pêlos simples esparsos, de
pinada quando na ausência de base geralmente oblíqua,
flores e frutos. Folhas cartáceas. arredondada ou obtusa.
Venação broquidódroma. Exsuda Venação broquidódroma,
seiva translúcida no tronco. terciária reticulada.
Ocasional. Vertente e platô. 39 Ocasional. Platô. Amazônia 157
Arredores de Manaus. Central, Venezuela e Guianas.

Glândulas ausentes. Tronco sem raízes


adventícias ou escoras na base.

Pogonophora schomburgkiana.
(Amarelinho). Árvore de
dossel. Pecíolo engrossado
no ápice e na base, às vezes
coberto por pêlos simples
Glândulas ausentes. Tronco com raízes esbranquiçados. Venação
adventícias, escoras ou nitidamente eucampdódroma. Terciárias
acanalado na base. Ocorrem no baixio. percurrente-oblíquas.
Pontuações escuras dispersas
na face inferior. É confundida
com Elaeocarpaceae. Freqüente.
Platô e vertente. Amazônia, 180
Guianas e Mata Atlântica.

Amanoa gracillima. Richeria grandis. Árvore


Árvore mediana. Pecíolo mediana. Pecíolo engrossado
plano na face superior. apenas na base. Folhas de
Folha de margem plana. base cuneada. Venação
Exsuda seiva translúcida, broquidódroma e terciárias
pegajosa e escassa no percurrente-oblíquas. Rara.
tronco. Ocasional. Baixio. Antilhas e América
Baixio. Amazonas (Brasil). do Sul tropical e sub-tropical.

120
EUPHORBIACEAE

190
494

Pera bicolor. Árvore de dossel. Croton lanjouwensis. (Dima).


Tronco circular de base reta. Árvore mediana. Ritidoma
Face inferior coberta por pêlos esbranquiçado e estriado
longitudinalmente. Exsudato
brancos entremeados por pêlos
vermelho ao corte. Face inferior
estrelados ferrugíneos. Estes das folhas prateadas e com pontos
últimos recobrem o pecíolo, ferrugíneos. Par de glândulas
os ramos e a nervura central. proeminentes no ápice do pecíolo
Glândulas ausentes. Rara. Platô. (face inferior). Freqüente em
Amazonas (Brasil). capoeiras de platô e vertente.
Sul da América Central e
82 186 Amazônia Ampla.

Face inferior da folha completamente


coberta por escamas. Folhas discolores.

Árvores sem látex branco leitoso.

5
Folhas pinadas de margem
inteira, com pêlos estrelados
e/ou escamas. Se aparentemente
Pera schomburgkiana. Árvore glabra, então venação terciária
de dossel. Tronco de base não evidente.
reta. Face inferior, pecíolo,
ramos e venação cobertos por
pêlos estrelados (dourados).
Sem glândulas. Ocasional.
Face inferior da folha com escamas
Platô e vertente. Guianas e
esparsas, mais densamente sobre os
arredores de Manaus.
ramos, pecíolo e nervura central. Folhas
concolores.
90

Pera glabrata. Árvore mediana. Podocalyx loranthoides. Árvore


Tronco de base reta. Pecíolo mediana. Tronco geralmente
não engrossado no ápice e na com raízes adventícias e/ou
base, canaliculado. Venação escoras. Pecíolo engrossado
terciária inconspícua. Escamas
no ápice e na base, não
mais evidentes na nervura
canaliculado na face superior.
central e no pecíolo. Quando
secas folhas enegrescidas. Ocasional. Baixio e vertente,
Ocasional. Vertente e em solos arenosos. Amazônia
capoeiras. América do Sul Central e Ocidental.
tropical e subtropical. 184
111
EUPHORBIACEAE
495

Pluckenetia brachybotrya.
Liana lenhosa. Folhas glabras
a minutamente pubérulas
no pecíolo, sem escamas.
Margem serreada. Base
cuneada e revoluta (seco). Liana sp. 1. Ramos e folhas
Par de glândulas elípticas na em ambas as faces densamente
base do limbo (face superior); cobertos por escamas (áspero ao
outras nas indentações da tato). Margem da folha inteira.
margem. Rara. Capoeira de Base da folha truncada e pecíolo
solo arenoso. Venezuela e muito longo (> 5 cm). Látex
arredores de Manaus. alaranjado ao corte, escasso.
Rara. Baixio.

145 270

Lianas lenhosas. Venação palmadas


ou pinadas.

6 Lianas lenhosas ou herbáceas.


Dalechampia parvibracteata.
Erva escandente. Folhas de
margem +/- inteira, glabra ou
apenas com pêlos diminutos
e pouco evidentes. Par de
estipelas no ápice do pecíolo.
Ocasional. Capoeira de
Ervas escandentes. Venação palmadas.
platô e vertente. Guianas e
arredores de Manaus.
129

Dalechampia sp. 1. Erva escandente. Dalechampia olympiana.


Folhas fortemente lobadas e Erva escandente. Folhas de
densamente pilosas na face inferior. margem dentado-apiculada.
Ramos pilosos. Estipélas longas e Lâmina densamente coberta
membranáceas. Esta espécie não foi por pêlos simples, eretos e
encontrada na Reserva, mas ocorre longos em ambas as faces.
nas proximidades. Sem glândulas e estipelas
praticamente inconspícuas.
Rara. Vegetação secundária.
Arredores de Manaus. 226
EUPHORBIACEAE
Croton lobatus. Erva ereta. Croton glandulosus. Erva a sub-
Folhas alterno-espiraladas, arbusto ereto. Folhas alterno-
lobadas de margem serreada e espiraladas, inteiras, de margem
pilosa. Pêlos também em ambas
serreada e densamente cobertas
as faces, no pecíolo e ramos,
mas em geral esparsos. Par de por pêlos estrelados brancos
glândulas pouco evidente no na face inferior. As glândulas
ápice do pecíolo (face superior) e estipitadas (em forma de taça)
às vezes também na margem da no ápice do pecíolo. Freqüente.
folha. Muito freqüente em áreas Áreas alteradas. América tropical
alteradas. América tropical e
145
sub-tropical. à temperada.

Folhas alternas de margem serrilhada,


com glândulas.

Sebastiania corniculata. Erva


ereta. Folhas alterno-espiraladas,
inteiras, de margem finamente
serrilhada-aculeada, com pêlos
simples esparsos. Glândulas
7 Ervas ou sub-arbustos ruderais.

maculares pouco evidentes na


base do limbo (face superior) e
Chamaesyce spp. Folhas opostas sem
na margem da folha. Ocasional.
glândulas.
Áreas alteradas. Sul da América
Central e América do Sul tropical
15
e sub-tropical.

Chamaesyce hyssopifolia. Chamaesyce hyssopifolia. "forma


"forma B". Difere da "forma A". Erva a sub-arbusto ereto.
A" no hábito prostrado e Ramos em geral avermelhados com
no tamanho das folhas, que látex abudantes. Folhas cartáceas
são muito menores. Muito glabras ou raramente com pêlos
freqüente. Áreas alteradas. longos e esparsos. Margem
serreada, pelo menos na porção
apical da folha, plana. Freqüente.
Áreas alteradas. América tropical e
5 17 sub-tropical, Africa e Madagascar.
EUPHORBIACEAE
497

Phyllanthus orbiculatus. Phyllanthus niruri. (Quebra-


(Quebra-pedra). Erva ereta. pedra). Erva ereta ou prostrada.
Fácil de reconhecer pelas A forma da folha é a principal
folhas orbicularis. Muito característica, que separa as
freqüente. Áreas alteradas. duas espécies herbáceas de
América do Sul tropical e Phyllanthus encontradas na
sub-tropical. Reserva. Freqüente. Áreas
alteradas. América tropical e
sub-tropical.
7
10

Folhas alterno-dísticas em ramos curtos,


que parecem uma folha composta
pinada, quando sem flores ou frutos.
Folhas de margem inteira (em P. niruri
parcialmente serrilhada), sem glândulas.

Phyllanthus orbiculatus

OUTRAS ESPÉCIES
Outras espécies e outros gêneros de Euphorbiaceae
também podem ser encontrados na região de Manaus,
Chamaesyce hirta. Erva como esta Euphorbia de folhas variegadas. Todas
ereta com látex. Folhas essas espécies ocorrem apenas em áreas alteradas e
cartáceas, esbranquiçadas são muito freqüentes no ambiente urbano.
na face inferior, com
pêlos simples, rígidos,
curvos e muito curtos.
Margem da folha inteira
EUPHORBIACEAE

a levemente crenada,
revoluta. Ocasional em
áreas alteradas. América
tropical e sub-tropical,
Africa e Madagascar.

100 Euphorbia sp.


498
Rhamnaceae
Compreende cerca de 58 gêneros e 900 de sub-bosque; o ritidoma é marrom-escuro e
espécies, amplamente distribuídos pelo os sulcos são rasos. Ao corte, a casca morta
mundo, ocorrendo em regiões temperadas, é fina castanho-avermelhada; casca viva
subtropicais e tropicais. São árvores, avermelhada e alburno branco, nitidamente
(sub)arbustos, lianas lenhosas ou herbáceas, destacado e pouco fibroso. Os ramos e
raramente ervas, decíduas ou sempre-verdes. pecíolos são angulosos. As folhas são simples,
inteiras, alternas ou subopostas; apresentam 3
a 5 nervuras de primeira ordem, ascendentes
partindo da base, encontrando-se novamente
no ápice. Pilosidade não é perceptível.
A maioria das espécies tem venação
característica, marcadamente ascendente ou
reta; as veias terciárias são mais ou menos
paralelas e perpendiculares às secundárias.
É uma família pouco representada no A inflorescência de Ampelozyziphus é
Brasil. Na Reserva, apenas uma espécie foi considerada cimeira umbeliforme, com flores
encontrada (Ampelozyziphus amazonicus) em pequenas e cremes; são 5-meras, com um disco
ambiente de sub-bosque, solo argilo-arenoso desenvolvido. O fruto é globoso. A dispersão
a arenoso. é realizada por animais e vento. Outro gênero
Essa espécie pode ser confundida com freqüente nos arredores de Manaus é Gouania,
algumas lianas lenhosas de Menispermaceae. uma liana lenhosa com gavinhas enroladas em
Entretanto, Ampelozyziphus amazonicus um mesmo plano, geralmente terminais, em
não apresenta caule com desenvolvimento ramos jovens.
anômalo e o pecíolo não apresenta articulação É conhecida vulgarmente por cervejeira,
(pulvino), característicos de Menispermaceae, curupiramirá ou saracura-muirá, devido à
assim como também não apresenta pecíolo bebida espumante com sabor de cerveja
com espessamento no ápice. proveniente de suas hastes novas batidas em
Caracteriza-se por ser uma liana água. Na Amazônia é usada para a cura de
lenhosa, com caule torcido, podendo ser resfriado e malária. A raiz é depurativa e o pó
observada com várias voltas em ambiente das folhas é caústico.

Macbride, J.F. 1956. Flora do Peru. Field Mus. Nat. Hist. 13(3A;2): 391-408.

Ampelozizyphus amazonicus. Liana


lenhosa. Caule meio cilíndrico, com
sulcos rasos. Ritidoma marrom-
escuro. Casca viva avermelhada;
alburno branco, pouco fibroso.
Lâmina foliar coriácea, 3 a 5-nérvia,
oblongo-elíptica; venação nitidamente
broquidódroma. Freqüente. Baixio,
campinarana, solo arenoso. Amazônia
brasileira, peruana e venezuelana.
195
RHAMNACEAE
499
Vitaceae
Composta de 13 gêneros e cerca de 800 recompensa, sendo freqüentemente visitadas
espécies, distribuídos em regiões tropicais e por borboletas. Os frutos são pequenas bagas
temperadas. Está representada por apenas duas pretas quando maduras, provavelmente
espécies na Reserva, ambas do gênero Cissus, dispersadas por aves.
facilmente identificáveis. Vitaceae oferece algumas espécies cujos
frutos são muito importantes e famosos para o
mundo, dos quais o produto da fermentação
é indispensável em brindes de grandes
comemorações: Vitis spp., matéria-prima de
vinhos e champanhes. Outros gêneros são
utilizados como ornamentais.

Cissus guyanensis

São lianas herbáceas a sublenhosas,


distingüíveis de Passifloraceae e Cucurbitaceae Cissus erosa
pelas gavinhas, que são opostas às folhas
(alternas) e em nós distintos. Apresentam
estípulas auriculadas na base do pecíolo
geralmente decíduas, margem foliar com
apículos provindos das nervuras secundárias
ou terciárias, e ápice mucronado.
As duas espécies são bastante distintas, Cissus erosa
freqüentemente encontradas em capoeiras
ou áreas alteradas; Cissus erosa é comum
em baixios de solo arenoso, alagadiços e
poluídos.
As inflorescências são vistosas,
compondo a unidade de atração de
polinizadores. As flores oferecem néctar como Flores de Cissus erosa visitadas por borboletas

Cissus erosa. Liana herbácea. Cissus guyanensis. Liana


Folhas trifolioladas. Ramos herbácea. Folhas simples.
tetra-alados, verdes, com Lâmina cartácea, murchando
lenticelas e manchas vináceas rapidamente quando tirada
ou avermelhadas. Nós, base da planta. Ramos cilíndricos,
do pecíolo e peciólulos, verdes, com lenticelas
margem e nervuras esbranquiçadas. Ocasional.
vináceos. Ocasional. Capoeira de solo argiloso,
Capoeira de solo arenoso, 167 em platô. Amazônia.
em baixio. Norte da América
112
do Sul.
VITACEAE
500
Erythroxylaceae
Família com aproximadamente 260 espécies reticulódroma, ou seja, as nervuras secundárias
incluídas em 4 gêneros, dos quais 3 são (+/- planas) ramificam-se na margem, formando
endêmicos da África e apenas Erythroxylum vários arcos de anastomose.
tem distribuição pantropical, com ca. 180 As flores são perfeitas, pequenas,
ocorrendo nos Neotrópicos. Na Reserva foram
encontradas 3 espécies.
São em geral arbustos ou árvores
pequenas, com folhas alternas, às vezes agrupadas
no ápice dos ramos, glabras, de margem inteira,
com estípulas intrapeciolares triangulares, em
Erythroxylum Erythroxylum
geral estriadas longitudinalmente e persistentes. macrophyllum mucronatum
Na lâmina são muitas vezes evidente duas faixas
diferenciadas do restante da lâmina, adjacentes fasciculadas nas axilas das folhas ou ramifloras,
à nervura central, em geral opacas, mais claras e raramente solitárias, com 5 sépalas e 5 pétalas,
com venação menos evidentes, originadas pela 10 estames unidos na base formando um tubo.
forma de desenrolar das folhas. A venação é O fruto é uma drupa elipsóide, com apenas uma
semente e cálice persistente na base.
As flores de Erythroxylum têm heterostilia,
são auto-incompatíveis e provavelmente
polinizadas por insetos pequenos. Os frutos,
em geral vermelhos, são provavelmente
dispersos por aves.
A coca (Erythroxylum coca) é uma
espécie das florestas montanas dos Andes,
cujas folhas são utilizadas para chá e para a
extração de cocaína. Nas florestas de terras
Erythroxylum citrifolium. Árvore baixas da Amazônia Ocidental, uma variedade
pequena (ca. 10 m). Estípulas
3-5 mm de ápice obtuso, pouco dessa espécie, Erythroxylum coca var. ipadu, é
evidentes e caducas. Folhas cultivada por diversos grupos indígenas.
pequenas (< 10 cm) de ápice
não mucronado e base aguda.
Nervuras secundárias ca. 10
pares e as intersecundárias
ausentes ou pouco distintas da Plowman, T. 1989. Erythroxylaceae.
reticulação. Ocasional. Platô e In, G. Harling and L. Andersson
vertente. Neotropical.
92 (eds.) Flora of Ecuador 36: 1–32.

Erythroxylum mucronatum. Erythroxylum macrophyllum.


Árvore a arvoreta. Estípulas de Arbusto a arvoreta. Estípulas
10-30 mm, de ápice agudo, de 8-20 mm, de ápice agudo,
persistente, tornando-se não desfiadas. Folhas grandes
desfiada. Folhas pequenas (> 12 cm) de base arredondada
(5-13 cm) de ápice mucronado ou obtusa e ápice acuminado,
e base cuneada. Nervuras agudo a mucronado. Nervuras
secundárias ca. 10 pares, secundárias > 18 pares.
as intersecundárias bem Freqüente. Platô, vertente e
desenvolvidas. Freqüente. capoeiras. Neotropical.
Campinarana, baixio e platô.
ERYTHROXYLACEAE

110 205
Amazônia e Guianas.
501
Humiriaceae
Família é essencialmente neotropical com Sacoglottis com 10 estames; Humiria com 20;
apenas uma espécie na África ocidental, Duckesia com 20-25; Endopleura com 22-30
contendo 8 gêneros, 49 espécies e muitas e Vantanea com 50-180.
subespécies, variedades e formas. Ocorre O fruto é uma drupa elipsóide a ovóide,
desde a Costa Rica até o Sul do Brasil. Na freqüentemente amarela quando madura.
Reserva está representada por 10 espécies em Variável em tamanho, sendo pequena em
5 gêneros: Duckesia, Endopleura, Humiria, H. balsamifera (16 mm) a grande em D.
Sacoglottis e Vantanea. verrucosa (7 cm) e V. macrocarpa (até 10
cm). O exocarpo é fino, o mesocarpo é uma
polpa carnosa ou fibrosa, e o endocarpo duro e
lenhoso (exceto Duckesia, que tem endocarpo
lenhoso-esponjoso), com cavidades resiníferas
(em Sacoglottis e Duckesia). A superfície do
endocarpo pode ser lisa (V. macrocarpa),
levemente bulada (S. ceratocarpa), rugosa
(V. guianensis e V. parviflora), verrucosa (D.
verrucosa), estriada (H. balsamifera), lisa a
ligeiramente bulada e sulcada (S. guianensis
Vantanea guianensis e S. mattogrossensis) ou (ligeiramente) costada/
corrugada (V. micrantha). Em Vantanea,
Vegetativamente a família distingue-se
Humiria balsamifera e Duckesia verrucosa
pelo tronco freqüentemente marrom-escuro/
o endocarpo apresenta ainda 5 válvulas (ou
avermelhado e resinoso. Pode ser confundida
sulcos) longitudinais; em E. uchi é 10-costado.
com Hugoniaceae (Roucheria e Hebepetalum),
O número de sementes varia de 1 a 5.
pelo tipo de venação. É comumente confundida
com Chrysobalanaceae mas não tem estípulas A polinização é desconhecida,
conspícuas. As folhas de Humiriaceae são provavelmente efetuada por abelhas. Os frutos
sempre glabras. da maioria das espécies são dispersados por
morcegos.
São arbustos ou árvores de dossel
com copas densas. A cor do ritidoma é Os frutos de algumas espécies (Humiria
marcadamente diferente entre gêneros e a balsamifera, Duckesia verrucosa e Endopleura
maioria das espécies tem uma casca grossa uchi) são comestíveis e vendidos em feiras
internamente avermelhada a vermelho-escura regionais. A madeira de Humiria balsamifera
e siliciosa. As folhas são simples, alternas, é comercializada por ser resistente: em geral
glabras, com ou sem estípulas, freqüentemente a madeira de Humiriaceae é densa e pouco
coriáceas e às vezes com margem crenada. Em utilizada.
algumas espécies a venação é visível nas folhas
maduras.
A inflorescência é cimosa-paniculada,
terminal ou axilar. As flores são perfumadas,
actinomorfas, aparentando pincéis,
Duckesia Sacoglottis Humiria
freqüentemente pequenas, com pétalas brancas verrucosa guianensis balsamifera
(V. macrocarpa, V. micrantha e V. parviflora),
branco-esverdeadas (H. balsamifera),
esverdeadas (Sacoglottis) ou às vezes grandes
e vermelhas (V. guianensis). O número de
HUMIRIACEAE

sépalas e pétalas é sempre 5. Contêm um disco


nectarífero, normalmente intra-estaminal. Os Vantanea Vantanea Vantanea
parviflora macrocarpa micrantha
estames são numerosos, variando por gênero:
Cuatrecasas, J. 1961. A taxonomic revision of the Humiriaceae. Contr. U.S. Natl. Herb.,
35:25-214.
502

Vantanea macrocarpa. Vantanea guianensis.


(Uchirana). Árvore. Base (Uchirana). Árvore. Ritidoma
com sapopemas. Ritidoma castanho-claro com lenticelas
abundantes e evidentes. Resina
com lenticelas dissimuladas.
ou seiva presente ao corte.
Pecíolo engrossado. Lâmina Folha ovalada a obovada;
coriácea, com margem inteira; margem inteira a levemente
nervuras +/- inconspícuas; crenulada, nervura secundária
base decurrente. Freqüente. proeminente na face abaxial.
Platô e vertente. Arredores de Base decurrente, ápice curto-
acuminado. Freqüente. Platô,
155 Manaus. 108 vertente e baixio. Amazônia.

Ritidoma marrom-arroxeado,

1 com desprendimento em
placas alongadas, irregulares.
Base com sapopemas bem
desenvolvidas.

Vantanea micrantha. Árvore


de base acanalada ou com
sapopemas. Ritidoma com
lenticelas dissimuladas. Seiva
às vezes presente. Pecíolo
Lâmina elíptica, margem da folha
engrossado. Lâmina coriácea
fortemente serrilhada.
com margem levemente ondulada
e nervura inconspícua; base
decurrente. Freqüente. Platô e
101 baixio. Arredores de Manaus.

Duckesia verrucosa. (Uchi- Endopleura uchi. (Uchi). Árvore


coroa). Árvore de base de base acanalada. Ritidoma
com sapopemas. Ritidoma castanho-claro, liso ou com
fissurado, marrom-avermelhado; fissuras, lenticelas dissimuladas;
desprendimento em placas. seiva presente. Lâmina
Lâmina pequena, séssil a acuminada a cuspidada no ápice.
subséssil. Freqüente. Platô. Pecíolo alongado. Freqüente.
Amazônia Central. Platô e vertente. Amazônia.

65
157
HUMIRIACEAE
503

Humiria balsamifera Vantanea parviflora. (Uchirana,


var. floribunda. (Umiri). macucá-murici). Árvore. Ritidoma
Árvore. Ritidoma rosado, liso ou sulcado, desprendendo
sulcado. Corte com fibras em faixas ou placas grossas,
curtas,odor suave de água lenticelas dissimuladas, marrom-
de rosas. Lâmina subséssil, avermelhadas. Base acanalada
coriácea, base atenuada ou com sapopemas. Lâmina
ou decurrente. Freqüente. obovada, secundárias escassas e
inconspícuas; ápice acuminado a
Campinarana. Bacia
retuso. Freqüente. Platô e vertente.
amazônica e Guianas, até o
80 Amazônia. 88
sudeste brasileiro.

Folha obovada, margem inteira a


levemente ondulada.

Ritidoma castanho a
castanho-claro, às vezes meio

2 rosado; sulcado e/ou com


desprendimento em placas.
Lenticelas presentes. Base
acanalada ou com pequenas
sapopemas.
Sacoglottis guianensis.
(Uchirana). Árvore. Ritidoma
castanho, com retículos
pequenos e fissurados. Resina
ou seiva escassa ao corte
ocasionalmente. Pecíolo
engrossado na base. Lâmina
Folha elíptica, geralmente crenada a com base decurrente, margem
levemente ondulada. leve-crenulada; glândulas
presentes. Base variável.
Freqüente. Platô e vertente. 178
Amazônia e Guianas.

Sacoglottis mattogrossensis var. Sacoglottis ceratocarpa. (Achuá).


subintegra. (Achuá). Árvore. Árvore. Ritidoma sulcado, com
Ritidoma castanho-claro, com lenticelas salientes. Ao corte,
lenticelas e fissuras, base
seiva. Pecíolo engrossado.
acanalada ou com sapopema.
Seiva ou resina às vezes Margem da folha às vezes
presente. Pecíolo engrossado. levemente ondulada, base da
Lâmina inteira a leve crenada; lâmina decurrente com duas
nervuras mais proeminentes; glândulas na face adaxial da
glândulas como S. ceratocarpa; margem. Venação proeminente.
base decurrente. Ocasional.
Platô e vertente. Arredores de Ocasional. Baixio. Rio Uaupés até
Manaus. Manaus.
HUMIRIACEAE
504
Hugoniaceae
Família de distribuição tropical, principalmente intersecundárias mais ou menos retas e paralelas
em regiões temperadas, com 300 espécies em entre si, e freqüentemente próximas umas das
15 gêneros. Na região neotropical a família outras, venação "tipo Clusia"; presença de
é representada por 2 gêneros: Hebepetalum, nervura submarginal. A margem geralmente
com 2 espécies, e Roucheria, com 4. Na é crenada. Hebepetalum humiriifolium
Reserva ocorrem somente 2 espécies, uma apresenta venação lateral reticulada.
em cada gênero. A família é composta de árvores, lianas,
arbustos e ervas, às vezes com propriedades
cianogênicas. As folhas são espiraladas,
alternas a opostas, simples, inteiras com
estípulas decíduas, pequenas. A inflorescência
de Hebepetalum humiriifolium é uma panícula
terminal ou axilar; em Roucheria punctata a
panícula é terminal. As flores são pequenas,
bissexuais, geralmente com 5 sépalas e 5
pétalas. As anteras são rimosas. O fruto é
uma drupa (Roucheria e Hebepetalum).
Não existem dados de polinização das
espécies. Sua dispersão é endozoocórica.
A madeira de Hebepetalum e Roucheria
é dura e pesada, mas sem valor comercial.
Roucheria punctata Algumas espécies produzem frutos comestíveis
As espécies ocorrentes na Reserva têm (Hugonia, África), que são comercializados
a venação parecida com algumas espécies de localmente. Outras são usadas como
Humiriaceae. Roucheria são árvores de porte ornamentais cultivadas e também fornecem
médio a grande, com nervuras secundárias e óleo de linhaça (Linum) da semente.

Secco, R. de S. & S.M.B. Silva. 1990. Materiais para a Flora Amazônia-VIII. Contribuição
à Sistemática das Linaceae da Amazônia brasileira. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, sér.
Bot., 6: 113-135.

Hebepetalum humiriifolium. Roucheria punctata. Árvore.


Árvore. Tronco circular de base Tronco circular de base com
com sapopemas. Folhas glabras, sapopemas. Folhas glabras
cartáceas. Nervuras secundárias e coriáceas. Nervuras
perceptíveis, formando ângulo secundárias imperceptíveis,
de quase 90° com a central, formando ângulo de 90° com
broquidódromas. Base da lâmina a central. Pecíolo curto,
decurrente; pecíolo alongado. achatado. Ocasional. Platô,
Rara. Vertente. Norte de baixio, vertente. Norte de
144 América do Sul. 160 América do Sul.
HUGONIACEAE
505
Malpighiaceae
Família de árvores e lianas com persistentes nos frutos, que secretam óleo como
aproximadamente 1200 espécies e 60 gêneros única recompensa às abelhas polinizadoras.
distribuídos nas regiões tropicais e subtropicais Quanto à dispersão, as espécies de Byrsonima
do mundo, especialmente no continemte possuem frutos indeiscentes, uma drupa
americano, onde ocorrem aproximadamente pequena, geralmente com 3 sementes e com
800 espécies e 44 gêneros. polpa adocicada muito apreciada por diversas
espécies de aves; Glandonia macrocarpa possui
frutos indeiscentes, porém não carnosos como
os de Byrsonima e provavelmente dispersados
pela água. As espécies de lianas, sem exceção,
apresentam frutos alados dispersados pelo
vento ou pela água.

Byrsonima incarnata

Na Reserva ocorrem 24 espécies e 9


gêneros, sendo 16 espécies de lianas e 8 de
árvores. O gênero arbóreo Byrsonima, que
nos Neotrópicos soma aproximadamente 150
espécies, é o melhor representado com 6. Mascagnia sp. 4

Vegetativamente pode ser reconhecida Atualmente a espécie de Malpighiaceae


pelas folhas simples, opostas, de margem mais conhecida dos brasileiros é a acerola
inteira, e pela presença de pêlos em forma de "t" (Malpighia glabra), cuja polpa rica em vitamina
(tricomas-malpighiáceos), geralmente presentes C tem sido amplamente comercializada em
pelo menos nos pecíolos ou em partes jovens da todo o país. Os frutos de algumas espécies de
maioria das espécies, que macroscopicamente Byrsonima, conhecidas popularmente como
têm um aspecto seríceo (adpresso). Os gêneros "murici", são também utilizados para fazer
arbóreos apresentam também estípulas sucos e doces, uso difundido principalmente
intrapeciolares, que nas espécies de lianas no Norte e Nordeste do Brasil. A madeira de
são em geral caducas ou escondidas pelo Byrsonima é leve e utilizada na construção
indumento, à exceção de Hiraea, que possui civil para caibros e vigas, enquanto a casca
estípulas fundidas com o pecíolo parecendo de algumas espécies contém muito tanino e
estipelas. As lianas geralmente apresentam matéria tintorial e por isso foram empregadas,
glândulas na base da lâmina ou no pecíolo, no passado, para curtume e para tingir tecidos.
MALPIGHIACEAE

uma característica restrita a Malpighiaceae A casca em infusão de algumas espécies é


dentre as famílias de lianas com folhas opostas. relatada para diversos usos medicinais, desde
Dentre as espécies arbóreas da Reserva, apenas picadas de cobras a inflamações da garganta.
Glandonia macrocarpa apresenta glândulas na Com flores vistosas, frutos que atraem aves
base da lâmina. e pelo rápido crescimento, espécies de
As flores são facilmente reconhecíveis Malpighiaceae e especialmente de Byrsonima
pela presença de um par de glândulas na base têm grande potencial como ornamento e na
externa de cada uma das 5 sépalas, geralmente recuperação de áreas degradadas.
506
FLORES
A morfologia das flores é constante dentro da família e por isso elas são facilmente reconhecidas. As flores são
hermafroditas, agrupadas em inflorescências vistosas, cada uma com cinco sépalas que na base externa possuem
duas glândulas proeminentes, geralmente verdes ou amarelas; cinco pétalas de margem fimbriada, com pedúnculo
longo, geralmente amarelas e menos freqüentemente róseas ou brancas, sendo uma delas muitas vezes menor que
as demais; geralmente com 10 (ou 5 ou 15) estames, alguns deles às vezes estaminodiais.

Lianas Arvoreta ou árvores

Mezia mariposa Mascagnia sp. 4 Byrsonima Byrsonima


crispa duckeana

Tetrapterys Byrsonima crispa


maranhamensis

Mascagnia Banisteriopsis Stigmaphyllon Byrsonima Byrsonima Glandonia


bracteosa martiniana sinuatum incarnata garcibarrigae macrocarpa

FRUTOS
Dentre as espécies arbóreas, Byrsonima possui frutos indeiscentes drupáceos e arredondados, de consistência carnosa,
enquanto os de Glandonia são rígidos, cônicos e fortemente angulosos, e os de Pterandra são secos e deiscentes
em três partes. As lianas, cuja delimitação genérica é grandemente baseada na morfologia dos frutos, apresentam
frutos compostos de três sâmaras aladas.

Lianas Arvoreta ou árvores


Os gêneros podem ser reconhecidos pelo número e
posição das asas das sâmaras. Em Banisteriopsis e Glândulas
Stigmaphyllum cada sâmara tem apenas a asa dorsal persistentes
desenvolvida. Nos demais gêneros (Tetrapterys,
Hiraea, Mascagnia e Mezia) as sâmaras têm asas
laterais fortemente desenvolvidas.

Glandonia Byrsonima crispa


macrocarpa

Mascagnia cordifolia Mascagnia sp. 4


MALPIGHIACEAE

Mezia angelica Stigmaphyllum Byrsonima crispa


sinuatum
507

Liana sp. 6. Liana lenhosa. Stigmaphyllon sinuatum.


Pecíolo e face inferior das Liana herbácea ou lenhosa
folhas densamente com pêlos de pequeno porte. Folha
plana, de base cordada,
eretos. Folha bulada, de base
coberta por pêlos
cordada, com 1 par de glândulas adpressos esbranquiçados
na base do pecíolo, coriáceas. na face inferior, com
Venação broquidódroma e 1 par de glândulas na
nervuras terciárias proeminentes base do limbo. Venação
e perpendiculares a central. broquidódroma e plana
na face inferior. Freqüente em
Capoeira em solo argiloso. áreas alteradas. Amazônia e 130
130
Guianas.

Lianas. Face inferior das folhas

1 com pêlos eretos ou completa-


mente coberta por pêlos adpres-
sos (esbranquiçados ou ferrugí-
neos).
Mascagnia sp. 4. Liana
lenhosa. Folhas de
base cuneada e margem
recurvada, cobertas por
pêlos adpressos ferrugíneos
na face inferior. Às vezes
com 1-2 pares de glândulas
na base do limbo. Venação
proeminente na face inferior;
nervuras intersecundárias
bem evidentes. Ocasional.
136

Liana sp. 5. Liana lenhosa.


Folhas planas de base
arredondada, cobertas por pêlos
adpressos esbranquiçados na face
inferior e com 1 par de glândulas
na base do limbo sobre a nervura Liana sp. 3. Liana lenhosa.
central. Venação broquidódroma Folhas planas de base
plana na face inferior e terciárias cuneada, cobertas por pêlos
(reticulado) escondidas pelo adpressos esbranquiçados.
indumento. Rara. Glândulas aparentemente
185
ausentes. Nervuras
secundárias proeminentes
MALPIGHIACEAE

na face inferior. Venação


terciária percurrente e
perpendicular a central.
Rara. Vertente.

140
508
508
508

Tetrapterys mucronata.
Liana lenhosa. Folhas
coriáceas de base
arredonda a obtusa, com
pelo menos 2 pares de
glândulas maculares
na base do limbo.
Freqüentemente também Banisteriopsis wurdackii. Liana
lenhosa. Folhas coriáceas de
com glândulas espalhadas
base arredondada à cuneada,
pela face inferior da em geral sem glândulas ou
folha. Pecíolo e ramos estas pouco evidentes na base
terminais glabros. Rara. de limbo. Pecíolo coberto por
Platô. Amazônia Central pêlos adpressos esbranquiçados,
e Ocidental. esparsos e pouco evidentes
na face inferior das folhas.
136
Reticulação fina, bem evidente
em ambas as faces. Platô e
185 vertente. Amazônia Central e
Ocidental.

Nervação terciária reticulada ou


percurrente-oblíqua e venação
predominantemente broquidódroma
(exceto M. bracteosa).

Lianas com folhas glabras ou

Hiraea affinis. Folhas cartáceas de


base cordada a arredondada, com
1 a 2 pares de glândulas maculares
na base do limbo sobre a nervura
central; e 1 par de "estipelas" no
2 com pêlos adpressos esparsos
na face inferior, às vezes
recobrindo o pecíolo e os ramos
terminais.

pecíolo sempre presentes (estípulas Venação terciária percurrente,


intrapeciolares fundidas ao pecíolo perpendicular à nervura central.
- caractere que permite reconhecer Maioria das nervuras secundárias livres
o gênero). Ocasional. Platô e (predominantemente eucampdódroma).
vertente.
165

Hiraea schultesii. Liana Banisteriopsis martiniana var.


lenhosa. Folhas coriáceas de subenervia. Liana lenhosa. Folhas
base arredondada a obtusa, coriáceas de base arredondada a
com 1 par de glândulas obtusa, com 1 par de glândulas
maculares na porção apical na base do limbo e na margem
do pecíolo e 1 par de da folha na região apical.
"estipelas" na parte inferior. Pecíolo e ramos terminais
Pecíolo e ramos terminais glabros. Ocasional. Baixio.
cobertos por indumento Amazônia em florestas de
esbranquiçado. Ocasional. baixio e igapó.
132 96
Baixio.
MALPIGHIACEAE
509

Mascagnia bracteosa. Liana Mascagnia sp. 3. Liana


lenhosa. Folhas coriáceas de lenhosa. Folhas cartáceas de
base arredondada, com 1 a 4 base obtusa e abruptamente
glândulas maculares no pecíolo cuneada, com glândulas
(raro na base do limbo). pouco evidentes na base do
Pecíolo coberto por pêlos limbo na face superior (ou
adpressos esbranquiçados, ausentes). Pecíolo e ramos
esparsos na face inferior terminais cobertos por pêlos
das folhas. Venação adpressos esbranquiçados,
eucampdódroma e reticulação esparsos na face inferior das
fina, bem evidente em ambas as folhas. Reticulação laxa.
156 178
faces. Freqüente. Baixio e platô.

Mezia mariposa. Liana lenhosa. Mezia angelica. Liana


Folhas coriáceas de base lenhosa. Folhas cartáceas de
cuneada, com 1 par de glândulas base cuneada, sem glândulas
maculares na base do limbo ou com 1-2 pares na base
sobre a nervura central; e outras do limbo, mas raramente em
espalhadas na face inferior. todas as folhas do mesmo ramo.
Planta completamente glabra. Pecíolo e ramos terminais glabros.
Nervuras intersecundárias bem Reticulação fina, bem evidente
desenvolvidas. Ocasional. em ambas as faces. Ocasional.
Platô. Platô. 169
186

Tetrapterys maranhamensis. Mascagnia cordifolia. Liana


Liana lenhosa. Folhas herbácea ou lenhosa de
coriáceas pequenas, de base pequeno porte. Folhas
arredondada, com 1 par de cartáceas de base cordada
glândulas maculares na base à obtusa, com 1-2 pares
do limbo na face superior de glândulas maculares na
e outras bem evidentes, base do limbo. Pecíolo
coberto por pêlos adpressos,
espalhadas pela face inferior
às vezes também sobre
da folha. Pecíolo e ramos
a nervura central na face
glabros. Reticulação fina, inferior. Reticulação laxa.
bem evidente. Ocasional. 65 Freqüente em áreas alteradas.
Platô.
MALPIGHIACEAE
510
510

Pterandra arborea. Árvore Byrsonima incarnata. Árvore


de dossel. Ritidoma de dossel. Folhas de ápice
reticulado por todo o tronco. abruptamente acuminado.
Pecíolo e ramos terminais Pecíolo e venação na face
cobertos por pêlos adpressos inferior com pêlos adpressos
esbranquiçados, esparsos esparsos; lâmina +/- glabra.
e bem evidentes na face Nervuras secundárias < 12
inferior da folha. Nervuras pares. Freqüente. Baixio e
secundárias < 12 pares. vertente em solos arenosos.
123 Ocasional. Platô e vertente. 171

3 Árvores, arvoretas ou arbustos.

• Byrsonima duckeana.
Árvore de dossel. Pecíolo,
ramos e face inferior das
folhas com pêlos ramificados,
diminutos e ferrugíneos,
também sobre a venação na Venação terciária percurrente-oblíqua.
face superior. É a espécie
com folha maior . Nervuras
291
secundárias > 10 pares. Muito
freqüente. Vertente, baixio,
platô e capoeiras.

• Byrsonima poeppigiana.
Árvore mediana. Pecíolo, LIANAS
ramos e face inferior das folhas
com pêlos simples ferrugíneos.
Pode confundir com D.
duckeana, mas nervuras
secundárias < 11 pares e folhas
menores. Rara. Vertente.

160

Hiraea schultesii
MALPIGHIACEAE

Mascagnia sp. Mascagnia bracteosa


511

Glandonia macrocarpa. Árvore Byrsonima garcibarrigae.


mediana. Folhas glabras com Arvoreta a árvore de dossel.
pelo menos um par de glândulas Folhas glabras. Ramos terminais
maculares na base do limbo. glabros, com tufos de pêlos
Ramos glabros. Margem da ferrugíneos nas cicatrizes das
folha plana na base. Nervuras estípulas. Margem da folha
intersecundárias pouco evidentes plana na base. Nervuras
e secundárias de 7-10 pares. intersecundárias pouco
Estípulas interpeciolares diminutas. evidentes e secundárias de
Baixio. 209 7-10 pares. Ocasional. Platô e 130
capoeira.

Venação terciária reticulada.

Byrsonima crispa. Arvoreta a


árvore mediana. Folhas glabras
(com pêlos ferrugíneos esparsos
quando jovens). Ramos terminais
ferrugíneo-pubescentes. Base
• Essas três espécies apresentam da folha revoluta. Nervuras
indumento ferrugíneo ou dourado na face intersecundárias pouco evidentes
inferior das folhas, persitente em folhas e secundárias ca. 10 pares. Folhas
adultas. secas com manchas esbranquiçadas
na face superior. Freqüente. Platô,
vertente, baixio e capoeira. 247

• Byrsonima chrysophylla. (Murici).


Arbusto a árvore mediana. Ramos
terminais e folhas na face inferior
com pêlos adpressos ferrugíneos. Nas
folhas, o indumento sai facilmente
pelo tato, mas raramente está
ausente, mesmo em folhas adultas.
Base da folha revoluta. Nervuras
intersecundárias muito evidentes
e secundárias de 10-16 pares.
Muito freqüente, especialmente em
Banisteriopsis martiniana Banisteriopsis wurdackii 128
capoeiras. Vertente e capoeira.
var. subenervia
MALPIGHIACEAE

Mascagnia sp. 3 Mascagnia sp. 4


512
Vochysiaceae
Com 7 gêneros e cerca de 200 espécies, a Pouco é conhecido a respeito da
família tem uma distribuição principalmente polinização da família, embora a presença de
neotropical com somente duas espécies na calcar ou esporão nas flores sugira polinização
África ocidental. Na Reserva, podem ser por lepidóptera. A dispersão é do tipo
encontradas ca. 15 espécies distribuídas por anemocórica ou hidrocórica.
4 gêneros.
A madeira de algumas espécies da
família é utilizada na fabricação de móveis,
barcos e como cercas, e as sementes de Erisma
calcaratum são usadas na fabricação de sabões
e velas.

Qualea sp. 1

Vochysia sp. 2

São caracterizadas pelo hábito arbóreo Ruizterania Qualea


cassiquiarensis paraensis
ou arbustivo, sendo que na Reserva somente
árvores são conhecidas. As folhas são simples
e opostas ou verticiladas. As inflorescências
podem ser racemosas ou paniculadas. Suas
flores são zigomórficas, com 5 sépalas unidas
na base, uma das quais maior e calcarada; 1-
5 pétalas, desiguais em tamanho, raramente
ausentes; um estame fértil e 0-2 estaminódios;
ovário súpero ou ínfero, estilete e estigma Vochysia sp. 2 Vochysia biloba
únicos. O fruto é uma cápsula loculicida ou
samaróide, sementes freqüentemente aladas.
A família é caracterizada na Reserva
por árvores altas, geralmente com grandes
VOCHYSIACEAE

sapopemas. É útil na identificação da família


a presença de pequenas estípulas, nectários
extraflorais ou glândulas junto ao pecíolo. Em
Erisma, é comum a presença de indumento
formado por pêlos estrelados. Alguns gêneros
possuem venação como Clusia (Qualea e Erisma sp. 3 Erisma Ruizterania
Ruizterania). bracteosum cassiquiarensis
513
PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE NECTÁRIOS OU GLÂNDULAS
NOS GÊNEROS DE VOCHYSIACEAE

Nectários ou glândulas ausentes

Indumento formado por pêlos estrelados

1 Erisma
Erisma bicolor Erisma bracteosum Erisma sp. 3

Indumento formado por pêlos simples

2 Vochysia

Vochysia rufescens Vochysia sp. 2

Nectários ou glândulas presentes,


venação tipo Clusia

3 Qualea e Ruizterania

Qualea paraensis Ruizterania albiflora


VOCHYSIACEAE

Qualea paraensis R. cassiquiarensis Qualea sp. 1


514

Erisma bicolor. Árvore de dossel. Erisma bracteosum. Árvore de


Sapopemas; ritidoma estriado. dossel. Raiz escora; ritidoma
Ramos jovens angulosos, faces rugoso. Ramos jovens quase
planas, recobertos por pêlos cilíndricos, com lenticelas elípticas,
amarelados. Nervura central recobertos com pêlos estrelados
impressa superiormente, com amarelos ou glabros. Nervura
pêlos estrelados avermelhados central proeminente superiormente,
esparsos ou glabra; veias glabra; nervuras terciárias
teciárias obscuras. Ocasional. reticuladas. Freqüente. Baixio.
Vertente. 215

1
Nectários (glândulas) ausentes;
nervuras secundárias espaçadas;
indumento formado por pêlos
estrelados.

2
Nectários (glândulas) ausentes;
nervuras secundárias espaçadas;
indumento formado por pêlos
Qualea paraensis. Árvore simples.
de dossel. Sapopemas;
ritidoma liso a rugoso. Ramos
jovens achatados, glabros.
Nervura central impressa Nectários (glândulas) presentes

3
superiormente, com pêlos na base dos pecíolos; nervuras
brancos longos e espaçados. secundárias próximas e paralelas
Freqüente. Platô e vertente. às terciárias, dando um aspecto
estriado à folha ("tipo Clusia").
78

Ruizterania albiflora. Árvore Ruizterania cassiquiarensis.


do dossel. Sapopemas ou Árvore do dossel. Base reta,
base acanalada, ritidoma com sapopemas ou raiz
liso. Ramos jovens estriados, suporte; ritidoma estriado
achatados, pubescentes. a liso. Ramos jovens
Nervura central quase plana angulosos, subglabros.
superiormente, glabra. Nervura central impressa
Ocasional. Platô e baixio. superiormente, glabra.
Freqüente. Baixio e
70 116 campinarana.
VOCHYSIACEAE
515

Erisma sp. 3. Árvore de dossel. Vochysia biloba. Árvore de


Base do tronco digitada; dossel. Ramos jovens 4-
ritidoma escamoso. Ramos angulosos, cada face sulcada,
jovens angulosos, recobertos pubescentes, pêlos castanhos.
por pêlos estrelados amarelos. Nervura central canaliculada
Nervura central impressa superiormente, com pêlos
superiormente, com pêlos brancos; nervuras terciárias
estrelados amarelos; nervuras oblíquas. Rara. Vertente.
terciárias oblíquas. Ocasional.
Platô. 173 128

Vochysia vismifolia.
Árvore de dossel. Ramos
jovens 4-angulosos,
fortemente sulcados,
densamente pubescentes,
ferrugíneos. Nervura
Vochysia rufescens. Árvore de central canaliculada
dossel. Base reta. Ramos jovens superiormente, serícea,
4-angulosos, duas das faces pêlos brancos adpressos;
sulcadas, densamente recobertos nervuras terciárias
por pêlos longos e vermelho- oblíquas. Rara.
ferrugíneos. Nervura central Vertente.
superiormente canaliculada,
glabra; intersecundárias 144
presentes, terciárias oblíquas.
Rara. Vertente. 166

Qualea sp. 1. Árvore de porte Vochysia sp. 2. Árvore de


médio até dossel. Ramos dossel. Base reta e sapopemas;
jovens achatados e angulosos, ritidoma escamoso. Ramos
pubescentes. Nervura central jovens angulosos, quase
impressa e densamente cilíndricos, subglabros. Nervura
pilosa na face superior. Rara. central levemente impressa,
Vertente. com pêlos longos e eretos,
intersecundárias presentes,
terciárias reticuladas. Ocasional.
Baixio e campinarana. 90
117
VOCHYSIACEAE
516
Polygalaceae
Esta família compreende cerca de 17 gêneros e um arbusto escandente e apresenta tronco
1000 espécies entre ervas, arbustos, arvoretas, cilíndrico; ritidoma castanho-acinzentado,
lianas herbáceas e lenhosas. A família é lenticelado; casca viva esverdeada e
cosmopolita, especialmente abundante nos alburno laranja estriado. As lianas lenhosas
Trópicos. Aproximadamente metade das apresentam caule achatado enrugado, áspero
espécies existentes pertencem ao gênero e contorcido, algumas vezes fendido. O
Polygala. ritidoma é acinzentado lenticelado com casca
viva amarela-laranja a vermelha-marrom e
alburno amarelo a creme rajado de vermelho.
As folhas são alternas simples, normalmente
inteiras, algumas vezes glandulares (Moutabea
sp. 1) ou existem glândulas na inserção do
pecíolo no ramo. De modo geral, as folhas
parecem pendentes.
Inflorescências são espigas, racemos
ou panículas, raramente solitárias, terminais
ou axilares. As flores são pequenas,
hermafroditas e zigomorfas, raramente
Moutabea sp.3 actinomorfas, apresentam 5 sépalas desiguais
Na Reserva existem 4 gêneros e geralmente 3, raramente 5 pétalas formando
(Bredemeyera, Moutabea, Polygala e um tubo envolvendo o androceu. São flores
Securidaca) com cerca de 14 espécies, (ou inflorescências) geralmente vistosas de cor
variando de lianas herbáceas, lenhosas a lilás ou rosa (Securidaca) ou pouco perceptíveis
arbustos. (Moutabea). O fruto é seco capsular, baga ou
drupa. A dispersão pode ser realizada pela
Muitas vezes, a família é confundida água, vento e animais.
com Leguminosae Papilionoideae devido
à semelhança entre suas flores zigomorfas.
Polygalaceae apresentam folhas sempre
simples, enquanto em Papilionoideae todas
as lianas são trifolioladas ou pinadas. Em
Polygalaceae, o ovário é formado por dois
carpelos unidos e em Leguminosae por um
Securidaca sp. 1 Securidaca sp. 2 Securidaca
só carpelo. uniflora
A maioria dos representantes da Reserva A espécie vulgarmente conhecida
são lianas lenhosas e ocorrem em todos os como "grão-de-macaco" (Moutabea
ambientes. O gênero Moutabea destaca-se dos guianensis) apresenta polpa gelatinosa, doce
demais por apresentar folhas mais espessas e e comestível. Algumas espécies da família
nervuras secundárias quase não perceptíveis. são usadas popularmente na medicina, como
A nervura central é sempre marcante, as Polygala spectabilis, que é expectorante e anti-
demais são submersas ou pouco destacadas hemorrágica. A raiz de Polygala paniculata
na lâmina. Geralmente, em relação aos outros é febrífuga, embora seja utilizada toda a
gêneros, as folhas são maiores. As espécies planta em decocção para curar inflamação da
de Securidaca e Bredemeyera myrtifolia, garganta e como calmante de tosse. A parte
por exemplo, apresentam veias secundárias subterrânea de Polygala senega é utilizada
POLYGALACEAE

salientes. como expectorante, fazendo parte de várias


A espécie Polygala spectabilis é preparações farmacêuticas.

Marques, M. do C.M. 1996. Securidaca L. (Polygalaceae) do Brasil. Arq. Jard. Bot. Rio
de Janeiro 34: 7-144.
517

Moutabea sp. 2. Liana lenhosa. Moutabea sp. 3. Liana


Caule noduloso e acanalado. lenhosa. Folhas alternas,
Ritidoma acinzentado, discolores e aparentemente
reticulado, com fissuras glabras. Nervuras visíveis,
estreitas e rasas. Casca interna impressas na face adaxial.
amarela-laranja com estrias Rara. Campinarana.
avermelhadas; alburno amarelo.
Folhas subopostas a alternas.
Margem pouco revoluta. Veias
imersas na lâmina. Rara. 157
214
Vertente.

Lâmina foliar pilosa.

1
Lianas lenhosas - Folhas
espessas e suculentas. Venação
secundária pouco evidente Moutabea guianensis. (Grão-
(Moutabea spp.). de-macaco). Liana lenhosa de
dossel. Caule torcido, com
fendas. Casca viva alaranjada;
alburno fibroso, amarelo-claro,
oxidando para amarelo. Folhas
discolores, verde-escuras na face
Lâmina foliar glabra a subglabra. adaxial e mais clara na abaxial.
Folhas alternas lanceoladas a
oblanceoladas. Freqüente. Platô.
121
Norte da Amazônia e Amazônia
Central.
Moutabea sp. 1. Liana
lenhosa. Caule achatado com
DICA DE CAMPO
fendas longitudinais. Ritidoma
A maioria das espécies da castanho-claro, enrugado com
Reserva apresenta 1 a 2 fissuras longitudinais. Ao corte,
glândulas na inserção do casca viva laranja e alburno
pecíolo no ramo. Algumas com estrias enegrecidas. Lâmina
são planas, cupuliformes foliar discolor, com glândulas
(côncavas), outras são imersas na lâmina, próximas à
cilíndricas e estipitadas. margem. Rara. Campinarana.
107
São frequëntes também,
Securidaca cf.
glândulas na lâmina foliar, diversifolia
POLYGALACEAE

Polygala Moutabea sp.3 Moutabea


spectabilis guianensis
518

Securidaca sp. 1. Liana lenhosa. Caule Securidaca rivinaefolia. Liana


achatado, acanalado, contorcido, com lenhosa. Caule achatado
cicatrizes dispersas. Ritidoma marrom, e acanalado. Ritidoma
lenticelado. Ao corte, casca esbranquiçado e lenticelado.
interna amarela; alburno amarelo. Ao corte, casca viva verde;
Folhas e ramos densamente pilosos alburno creme. A espécie
(pêlos macios), lâmina coriácea. destaca-se das demais do grupo
Face abaxial com veias amarelas por apresentar a menor folha.
evidentes. Face adaxial brilhante e Ramos e folhas com pilosidade
veias impressas; margem revoluta, densa e macia. Margem pouco
principalmente na base da lâmina. revoluta. Freqüente. Baixio.
39
Rara. Platô e vertente. Amazônia Central e Oriental.
68

Lianas lenhosas, herbáceas a

2
arbustos escandentes. Folhas
coriáceas e delgadas. Venação
secundária evidente. Algumas
espécies têm glândulas nos
ramos ou na inserção do
pecíolo.
Securidaca sp. 4. Liana lenhosa,
quando jovem arvoreta. Ritidoma
liso, com listras longitudinais,
marrom escuro e alburno creme
esbranquiçado. Folha discolor
quando fresca: face abaxial verde Liana lenhosa.
clara, verde escura a face adaxial.
Veia central amarela. Ocasional.
Capoeira ou áreas alteradas.

80

Securidaca sp. 2. Liana lenhosa.


Bredemeyera myrtifolia. Liana
Ritidoma liso, lenticelado e com
colaração castanho. Ao corte, lenhosa. Caule acanalado, com nós
casca viva amarelo-escura pouco definidos. Ritidoma branco esverdeado.
siliciosa; alburno creme, pouca Lenticelas ocasionais. Casca viva
oxidação. Folhas com pêlos marrom, alburno creme estriado.
na face abaxial e veias adaxial. Folhas alternas, veias secundárias
Lâmina brilhante na face adaxial. regulares, próximas entre si, quase
Venação basal proeminente, perpendiculares à central. Lâmina com
saindo de um mesmo ponto,
pilosidade pouco evidente. Freqüente.
61 diferenciado-se das demais
60 Vertente, campinarana. Amazônia
espécies do grupo. Rara. Platô.
Central e Ocidental.
POLYGALACEAE
519

Polygala spectabilis. (Caá- Securidaca cf. volubilis.


membeca). Arbusto escandente. Liana herbácea. Folhas
Tronco cilídrico com cicatrizes alternas e membranáceas.
semi-circulares. Ritidoma Ápice levemente mucronado.
castanho-acinzentado,
Apresenta glândulas não
densamente lenticelado. Ao
corte, casca viva creme- somente na base do pecíolo
esverdeada; alburno laranja- mas nos ramos. Freqüente.
claro com estrias brancas. Folhas Vertente, campinarana.
elípticas, finamente membranácea.
Freqüente. Áreas alteradas, baixio.
135
Amazônia Ocidental. 67

Securidaca cf.
Arbusto escandente. diversifolia. Liana
lenhosa. Caule verde,
casca com envira; alburno
verde-esbranquiçado.
Lâmina foliar coriácea,
brilhante e subglabra na
face adaxial e opaca e
curto-densamente pilosa
Liana herbácea. na abaxial. Rara. Áreas
alteradas.
Região
Amazônica.
69

Glândula

Securidaca uniflora. Liana Securidaca sp. 5. Liana


lenhosa. Caule achatado, áspero lenhosa. O caule jovem
e contorcido. Ritidoma cinza- apresenta-se com ritidoma
esbranquiçado, com fissuras verde a marrom-acinzentado,
transversais. Casca viva vermelha- liso; alburno amarelo,
marrom; alburno creme rajado de escurecendo rapidamente.
vermelho. Exsudato vermelho vivo, Rara. Áreas alteradas, solo
translúcido saindo em pontos de argiloso.
emissão. Folhas estreito-ovaladas
e cartáceas. Ocasional. Baixio.
70 82
Norte da Amazônia.
POLYGALACEAE
520
Sapindaceae
É uma família com cerca de 150 gêneros e por apresentar folíolos alternos, freqüentemente
2000 espécies distribuídas nos Trópicos e paripinados. Além disso, alguns desses gêneros
Subtrópicos, raramente em regiões temperadas. apresentam peciólulo espessado na base.
Na Reserva, a família está representada por 10 Um trabalho sobre Paullinia cupana var.
gêneros com cerca de 50 espécies, distribuídas sorbilis mostrou que as flores são visitadas por
pelos vários habitats. vários tipos de insetos, mas provavelmente
são polinizadas por abelhas. É provável que
as outras espécies de Sapindaceae também
sejam polinizadas por abelhas, uma vez que as
estruturas das flores não são muito diferentes.

Paullinia cf. cupana

São árvores de pequeno a grande


porte, lianas lenhosas ou herbáceas de folhas
compostas, alternas a subopostas com folíolos
de margem inteira ou serreada, geralmente sem
estípulas e com gavinhas bífidas presentes
somente nos gêneros trepadores. As
inflorescências são geralmente paniculadas, Paullinia sp. 5
às vezes racemosas. As flores são sempre Economicamente a espécie mais
pequenas, brancas, algumas vezes amarelas, conhecida é provavelmente Paullinia cupana,
com 4-5 pétalas, simétricas ou assimétricas, cujas sementes são usadas na extração do
com disco nectarífero presente. Os frutos guaraná, bebida muito consumida no Brasil
podem ser deiscentes ou indeiscentes, secos, como estimulante (rica em cafeína). Espécies
às vezes alados, com sementes freqüentemente como Melicocca bijuga, Sapindus esculentus e
ariladas. Talisia esculenta são também muito conhecidas
No campo, os gêneros arbóreos são no Norte e Nordeste do Brasil como "pitomba",
muitas vezes confundidos com outras famílias fruto que possui semente com arilo agridoce,
próximas, como: Meliaceae, Anacardiaceae, muito apreciado. Sapindus saponaria é uma
SAPINDACEAE

Connaraceae, Burseraceae e Sabiaceae, que espécie conhecida na Flórida, Índia e América


apresentam folhas compostas com folíolos do Sul por ser usada na fabricação de sabão
opostos a subopostos diferenciando-se porém alternativo.

Acevedo-Rodrígues, P. 1993. Systematics of Serjenia (Sapoindaceae). Part I: A revision


of Serjania Sect. Platycoccus. Mem. N.Y. Bot. Gard., 67.
521
Allophyllus Matayba

Matayba
Allophyllus cf. latifolius macrostylis

Cupania

Matayba purgans Matayba arborescens

Cupania scrobiculata

Matayba sp. 2

Cupania hispida Cupania sp. 1


Matayba guianensis

Pseudodima
SAPINDACEAE

Cupania sp. 1 Pseudima sp. 1


522
Paullinia

Paullinia cf. cupana Paullinia stipularis

Paullinia uloptera Paullinia stipularis

Talisia Serjania

Talisia cf. Talisia sp. A


cupularis

Serjania membranacea

Talisia vera-luciana

Vouarana
SAPINDACEAE

Vouarana cf. guianensis Serjania membranacea


523
ÁRVORES OU ARVORETAS

Folha trifolioladas
apenas em Allophyllus
cf. latifolius (grupo 2)
Folíolos com margem
crenada e venação
craspedódroma 1
Folíolos de margem inteira

Folíolos de base simétrica

2 Peciólulos não dilatados.

4 Peciólolos dilatados.

Talisia praealta

Folíolos de base assimétrica

5 Peciólolos não
dilatados.

3 Peciólolos
dilatados.

Talisia allenii

LIANAS

Raque alada
Paullinia stipularis é

6
Raque obviamente
uma espécie fácil de alada. Folhas
ser reconhecida por 5-pinadas ou
apresentar estípulas biternadas.
"palmadas" na base das
folhas.

Paullinia sp. 2

Raque não alada


SAPINDACEAE

8
Raque finamente

7
alada parecendo
Folha 5-pinada. sulcada. Folhas
trifolioladas,
biternadas, 5-pinadas
ou ternada-pinada.
524

Cupania scrobiculata. Talisia sp. A. Árvore de


Árvore de médio a grande porte. Folíolos
grande porte. Folhas com veia central e
com indumento secundárias amareladas;
pubérulo com maior margem muito
concentração nas revoluta e face abaxial
nervuras primárias esbranquiçada. Rara.
e secundárias na Platô.
face abaxial; ramos
125 jovens pentalobados. 160 80
280 Ocasional. Platô.

1
Cupania spp. Árvores ou
arvoretas. Folíolos com
Cupania hispida. Arvoreta margem crenada e venação
paquicaule com menos craspedódroma.
de 10 cm de DAP. Folha
multifoliolada com indumento
híspido castanho. Folíolos
mais alongados que as outras
espécies de Cupania; margem
mais crenada que Cupania
sp. 1 e mais apiculada que C.
scrobiculata. Frequênte. Platô.
240 290

Cupania sp. 1. Árvore.


Indumento mais
pubescente do que em C.
scrobiculata, com maior
concentração na venação,
ráqui s e ramos jovens. O DICA DE CAMPO
folíolo é mais ovalado e
a margem é mais crenada As espécies de Cupania da Reserva apresentam
do que as seguintes características: são árvores de
775 210 pequeno a grande porte com folíolos de base
C. scrobiculata.
Ocasional. Platô. mais estreita que o ápice, margem crenada,
e venação craspedódroma. Indumento é
geralmente presente, discreto a evidente. O
SAPINDACEAE

tronco é lobado (principalmente quando jovem),


a madeira é laranja avermelhada e as peças
florais internas são pilosas.
525

Matayba opaca. Árvore. Matayba arborescens.


Folíolos semi-alternos com Árvore. Folíolos
margem revoluta. Veia central com lâmina plana,
e secundárias acastanhadas, ápices arredondados,
proeminentes abaxialmente, com venação mais
impresas na face adaxial; proeminente na face
peciólolos curtos, escuros; abaxial, do que na 270
muitas lenticelas proeminentes 250 face adaxial; peciólolo
nos ramos jovens e base do acanalado, levemente
pecíolo. Cresce em solo escuro. Freqüente. Baixio 120
100
arenoso. Freqüente. Capoeira. e capoeira.

Venação eucampdódroma.

2 Árvores. Folíolos de margem


inteira e base simétrica,
peciólolo não dilatado.
Matayba inelegans.
Árvore. Folíolos com
lâmina plana, ápice
acuminado, com venação
abaxial mais proeminente
do que a adaxial;
peciólulos às vezes
Venação broquidódroma. 310
acanalados. Freqüente.
Platô.
220

Allophyllus cf. latifolius. Árvore Matayba sp. 2. Árvore. Folhas


de médio porte. Trifoliolada; com ráquis cilíndricas, folíolos,
quase planos (um pouco
venação proeminente em
encurvados para cima); margem
ambas as faces, margem com
levemente ondulada com face
pequenos apículos (semi- abaxial levemente ferrugínea.
craspedódroma), pubescência Veia central proeminente
escassa, perceptível a olho nu 300 em ambas as faces. Veias
nos ramos e venação, presença secundárias levemente
de domácea na base das veias proeminentes em ambas as 300
secundárias, próximo da base. faces. Freqüente. Vertente.
140
180
Raro. Platô.
SAPINDACEAE
526

Talisia mollis. Árvore Talisia cf. cupularis. Árvore


monocaule. Folha com monocaule. Folha ca. 1 m,
ráquis não cilíndricas; ráquis não cilíndrica. Folíolos
folíolos coriáceos com coriáceos com lâmina plana,
venação fortemente brilhante e glabra. Freqüente.
proeminente na face Baixio, vertente e platô.
abaxial, impressa na face
adaxial; lâmina bulada
com pilosidade marrom
230 evidente abaxialmente. 500 260
850 Rara. Baixio.

Venação broquidódroma.

Talisia eximia. Árvore


monocaule. Folhas com
ráquis não cilíndricas; folíolos
elípticos-ovalados com
lâmina brilhante, geralmente
3 Árvores. Folíolos de margem
inteira, base assimétrica e
peciólolo dilatado.

bulada. Veia central muito


proeminente em ambas as
faces. Venação amarelada. Venação eucampdódroma.
Folíolos jovens com tom
rosado quando frescos;
nervuras e lâmina castanho-
210 avermelhadas quando secos.
Ocasional. Platô.
Talisia allenii. Árvore Pseudima sp. 1. Árvore de
monocaule. Folhas com ráquis grande porte. Folhas ca. 1 m;
não cilíndricas; folíolos verde- folíolos não planos, elíptico-
escuros, elípticos-lanceolados; arredondados, margem
lâmina bulada, glabra. Venação levemente ondulada com
mais proeminente na face ápice pouco acuminado
abaxial do que na adaxial. 12- e venação mais clara
25 pares de veias secundárias. que a lâmina; venação
Freqüente. Platô. entre eucampdódroma e
1470 1020 230 broquidódroma.
330
SAPINDACEAE
527

Toulicia cf. pulvinata. Árvore. Folíolo Toulicia guianensis.


assimétrico; ráquis não cilíndrica; Difícil diferenciar
peciólulo muito alongado, mais escuro vegetativamente de T. cf.
que a lâmina; lâmina levemente pulvinata. Ocasional.
bulada, margem ondulada, veia Vertente.
central bicôncava abaxialmente,
secundárias proeminentes somente
na abaxial, sulcada na adaxial,
evidentemente broquidódromas.
480 520
Peciólolo com base bem dilatada. 145 143
Ocasional. Vertente.

4 Árvores. Folíolos com margem


inteira, base simétrica, peciólulo
dilatado. Matayba peruviana. Árvore.

80

Talisia praealta. Árvore.


Folíolos com lâmina plana;
venação proeminente
na face abaxial, central
proeminente, afundada na
DICA DE CAMPO
adaxial com secundárias O gênero Talisia apresenta indivíduos de
sulcadas; margem pequeno a médio porte. Os de pequeno porte
500
sensivelmente ondulada. são freqüentemente monocaules, com folhas
Rara. Vertente. reunidas no alto do tronco. As folhas são maiores
que 1 m de comprimento com ráquis plana na
110
face adaxial, pecíolos e peciólulos espessados na
base. As espécies de grande porte possuem folhas
menores que 50 cm de comprimento e os pecíolos
SAPINDACEAE

e peciólulos não apresentam base espessada.

O gênero Toulicia é bem distinto por apresentar


folíolos bem assimétricos, encurvados e em forma
de meia lua, no entanto, as duas espécies que
ocorrem na Reserva são difíceis de diferenciar
vegetativamente.
528

Talisia vera-luciana. Árvore de Matayba purgans. Folíolos não


grande porte. Folhas ca. 5 pares bulados; margem levememte
de folíolos planos, coriáceos, denteada; venação tendendo
a craspedódroma; veia
com margem levemente
central proeminente no
revoluta. Nervura central ápice e acanalada na base
proeminente na face abaxial, 600 e secundárias planas na
secundárias "tremidas" e mais face adaxial; face abaxial
260
proeminentes próximo à brilhosa, venação terciária
nervura central e planas próximo percurrente; peciólulos
à margem. Curta pilosidade 190 acanalados. Ocasional. Platô.
110
ferrugínea. Rara. Baixio.

Venação mais broquidódroma.

Matayba sp. 1. Árvore.


Folha com ca. 50 cm,

5
Árvores. Folha com margem
folíolos planos com
inteira, peciólolos não dilatados,
margem levemente
revoluta; venação adaxial
folíolos com base assimátrica.
levemente proeminente,
secundárias planas e
central proeminente na
440
130 face abaxial. Ocasional.
Campinarana.

Matayba guianensis. Árvore. Ramos Matayba macrostylis. Árvore.


acanalados. Ráquis cilíndricas; Folíolos com lâmina plana,
folíolos com lâmina plana, margem revoluta; venação
ápice muito acuminado e base central proeminente em
ambas as faces, secundárias
levemente assimétrica; veias
proeminentes só na face
500 secundárias, eucampdódroma
abaxial; pecíolo escuros; ramos
a broquidódroma; venação jovens com muitas lenticelas,
proeminente na face abaxial 150
acastanhadas; ráquis e pecíolo
e planos na face adaxial. escuro quando secos. Cresce
Peciólulos levemente acanalado. 110 em solo arenoso. Freqüente.
220 Capoeira.
Ocasional. Campinarana.
SAPINDACEAE
529

DICA DE CAMPO
O gênero Matayba apresenta árvores de pequeno
a médio porte, geralmente paripinada com ráquis
invariavelmente cilíndrica e vestígio de um dos
últimos folíolos do último par terminal, às vezes
presente. As flores apresentam estames maiores
que as outras peças florais. Toulicia sp. 2. Árvore. Folíolos
coriáceos com margem
Vouarana apresenta indivíduos de médio a grande
revoluta, discolores, brilhantes
porte. As folhas têm ráquis planas na face adaxial, adaxial; semi-opaco abaxial;
e os folíolos são assimétricos, com margens venação castanho avermelhado,
onduladas. proeminente em ambas as faces,
terciária formando fina rede
Porocystis é um gênero com uma espécie na proeminente, a lâmina finamente
Reserva. Os indivíduos são de médio porte com 400
bulada; pecíolos e peciólulos não
folhas de ráquis cilíndricas. espessados, ráquis semicilíndrica.
Ocasional. Capoeira.
150

Venação mais eucampdódroma.


Talisia cf. firma.
Árvore. Folíolos
estreitos com margem
levemente ondulada;
lâmina encurvada,
veias proeminentes em
ambas as faces. Rara.
180
Platô.

90

Porocystes toulicioides. Vouarana cf. guianensis.


Árvore. Folhas com ráquis Árvore. Folhas mais
não cilíndrica. Folíolos que 50 cm, ráquis
planos com venação acastanhada, plana
proeminente na face abaxial; na face abaxial; veias
veia central bi-côncava na terciárias e quaternárias
face adaxial e secundárias finamente reticuladas
280
imersas. Domáceas na base e evidentes; margem
das veias secundárias. Raro. levemente ondulada.
Vertente. 620 Ocasional. Baixio.
250 120
SAPINDACEAE
530

120

Paullinia stipularis. Paullinia uloptera. Liana


Liana lenhosa. Ramos e herbácea. Ramo jovem
folhas pilosas. Grandes pentalobado. Folhas cartáceas
estípulas "palmadas" com venação proeminente em
marrons na base dos ambas as faces. Pilosidade
ramos jovens e das curta, porém evidente a olho nu.
folhas. Venação Geralmente encontrada em solo
proeminente em ambas arenoso, enrolada em arbusto.
as faces. Freqüente. Ocasional. Platô.
Platô e vertente. 230
220 13 0

Folha 5-folioladas.

Paullinia sp. 7. Liana


lenhosa. Folha subcoriácea,
glabra, com venação
proeminente abaxialmente;
6 Lianas lenhosas ou herbáceas.
Ráquis alada.

adaxialmente a veia
central é proeminente e as
secundárias quase planas. Folha biternada.
Folíolos com margem
quase lisa, mais crenada no
200 115 ápice. Ocasional. Baixio.

Serjania paucidenteada.
Paullinia sp. 2. Liana Liana lenhosa. Folíolos
lenhosa. Folhas glabros, semicoriáceos;
glabras, cartáceas, com crenados somente
venação proeminente próximo ao ápice; veia
na face abaxial, imersas 230 central proeminente
na adaxial; margem em ambas as faces;
evidentemente crenada secundárias imersas.
em toda extensão. Ocasional. Platô.
275
115
Ocasional. Vertente.
80
SAPINDACEAE
531

Paullinia aff. clathrata. Paullinia cf. rugosa. Liana


Liana lenhosa. Folíolos lenhosa. Folha com ráquis
glabros, finamente cilíndrica e peciólulos
elípticos com margem subsésseis. Pilosidade
apiculada. Esta espécie ferrugínea curta na face
lembra Paullinia abaxial, na ráquis e na
stipularis, mas não venação de ambas as faces.
apresenta estípula. Venação craspedódroma,
Ocasional. Baixio e proeminente abaxialmente,
vertente. 300
140 310 quase plana adaxialmente.
Ocasional. Áreas alteradas. 165

7 Lianas lenhosas. Raque


não alada. Folhas 5-
folioladas. Paullinia sp. 6. Liana lenhosa.
Ráquis cilíndrica; peciólulos
acanalados. Pilosidade
amarelo-esverdeada nos ramos,
na lâmina e nervuras adaxiais.
Venação semicraspedódroma,
proeminente na face abaxial
e plana na adaxial. Pode ser
confundida com P. cf. rugosa e
P. cf. clathrata, mas diferencia-
se pelo tipo de venação. Rara. 115
Vertente. 350

Paullinia cf. clathrata. Liana lenhosa. Paullinia xestophylla. Liana


Ráquis cilíndrica. Pilosodade cinza- lenhosa. Folíolos com
esverdeada nos ramos jovens, margem inteira, levemente
ráquis e face abaxial dos revoluta. Venação secundária
folíolos; face adaxial glabra eucampdódroma, fina e
com alguns pêlos sobre as levemente proeminente na
veias; venação proeminente 350 face adaxial, proeminente
na face abaxial, impressa na face abaxial. Pecíolo 695
na adaxial. Parece com P.
sulcado, canaliculado; planta
rugosa e com Paullinia sp. 6.
glabra com ramos cilíndricos.
Diferencia-se pela venação
eucampdódroma. Ocasional. Ocasional. Platô. 310
200
Platô.
SAPINDACEAE
532

DICA DE CAMPO
Os gêneros Paullinia e Serjania, são
os únicos trepadores encontrados
na Reserva. Apresentam plantas
lenhosas e herbáceas. São
muito parecidas entre si, ambos
apresentam folhas com ráquis muito
Serjania circumvallata.
ou pouco aladas, imparipinadas
Liana lenhosa. Venação
com folíolos de margem crenada
semicraspedódroma,
e gavinhas bífidas também nas
proeminente na
inflorescências. Os dois gêneros
adaxial, plana na face
só podem ser diferenciados Gavinha de
abaxial. Ramos jovens
vegetativamente através da secção Paullinia sp. 4
pentalobados com lobos
dos ramos.
proeminentes. Folíolo
paca abaxialmente,
110 brilhante adaxialmente.
285 Freqüente. Platô.

Folhas trifolioladas.

Paullinia sp. 5. Liana


lenhosa. Foliolos
semi-coriáceos com
lâmina plana e margem
quase inteira, levemente
8 Lianas. Ráquis sulcada.

revoluta; venação
proeminente na face
abaxial, impressa na Folhas 5-folioladas.
face adaxial; peciólulos
acanalados, ráquis
55 cilíndrica. Ocasional.
110
Áreas alteradas.

Paullinia sp. 4. Liana Paullinia cf. cupana.


lenhosa. Folíolos Liana lenhosa.
com margem crenada, Pubescência acastanhada
mais evidente no nas folhas e ramos
ápice. Veia central jovens. Veia central
290
230 proeminente em ambas proeminente, secundária
as faces; secundárias proeminente na face
proeminentes na face abaxial, plana na face
abaxial, planas a pouco 190 adaxial. Ocasional.
impressas na face Platô.
80
adaxial.
SAPINDACEAE
533

Serjania membranacea. Paullinia sp. 1. Liana


Liana herbacea. lenhosa. Ramos
Ramos lobados, lobados. Folhas
proeminentes. Veia cartáceas, venação
central proeminente, semicraspedódroma,
secundárias de plana a proeminente
impressa. Freqüênte. abaxialmente.
Áreas alteradas. Ocasional.

190 120
65 320

Folhas biternadas.

Paullinia cf.
grandifolia. Liana
lenhosa. Folíolos
coriáceos, elípticos,
Folha ternada-pinada. subsésseis; ráquis e
venação acastanhada,
margem levemente
revoluta. Ráquis não 460
cilíndrica. Ocasional.
Platô e vertente.
130

Paullinia sp. B. Liana


lenhosa. Folíolos mais
coriáceos que
DICA DE CAMPO P. cf. grandifolia. Ráquis
com alas vestigiais, quase
imperceptíveis. Venação 450
Algumas espécies da família
proeminente em ambas as
apresentam domáceas
faces, mais evidentes na face
(estruturas que geralmente
abaxial; ráquis quadrada.
abrigam ácaros) nas axilas das
Ocasional. Platô, vertente e
veias secundárias. 140
Paullinia sp. 1 baixio.

Embora a presença de látex não


SAPINDACEAE

seja uma característica marcante


na família, algumas espécies de
Paullinia costumam apresentá-lo,
como na espécie Paullinia sp. 7,
onde a seiva é encontrada com
Paullinia sp. 7 abundância.
534
Burseraceae
Representada nos Neotrópicos por 7 gêneros poderão ser confundidas com taxa da família
e aproximadamente 228 espécies, sendo Anacardiaceae, que possuem também resinas
5 gêneros e 41 espécies encontrados na no tronco e folhas compostas.
Reserva. Nada se sabe a respeito da polinização
São árvores de pequeno porte, mas das Burseraceae neotropicais e a dispersão se
algumas espécies podem atingir o dossel da dá por endozoocoria. Em espécies com frutos
floresta. Arbustos são também encontrados deiscentes, um interessante mecanismo de
na família. Resina aromática é encontrada apresentação da semente ocorre: à medida
em quase todas as partes da planta, com que a valva externa do fruto cai, a semente
cheiro lembrando incenso ou terpenos envolta em sua polpa muitas vezes saborosa
(breu). Suas folhas são alternas e compostas, e adocicada se projeta para fora do lóculo,
geralmente imparipinadas. Os folíolos muitas ficando pendurada pela região inferior do
vezes têm pulvínulo (Protium). A margem é fruto. Devido à cor normalmente vistosa do
inteira ou serreada (Protium subserratum e interior das valvas (muitas vezes vermelha), a
Crepidospermum rhoifolium). planta provavelmente deve atrair muitas aves
As inflorescências podem ocorrer dessa forma. Steatornis (o guácharo) comem
como racemos, panículas ou pseudo-espigas. frutos de Dacryodes e Trattinnickia, que
As flores são unissexuadas e muito pequenas possuem mesocarpo oleoso, importantes na
(nunca passam de 5 mm), de cor creme, sua dieta. Algumas espécies não apresentam
amareladas ou esverdeadas, raramente cores vistosas no interior do fruto, sendo
avermelhadas (Trattinnickia). As flores têm esbranquiçadas a esverdeadas. Provavelmente
3 a 5 sépalas, normalmente unidas, e 3 a estas são dispersadas por morcegos.
5 pétalas, livres ou unidas. Um disco está Algumas árvores que chegam a atingir
sempre presente, com 6 a 10 estames, às vezes grande porte, como Tetragastris spp. e P. altsonii,
inseridos no disco. O ovário é súpero, com fornecem madeira para a indústria, enquanto
um estilete, raramente com ramificações muito outras têm sua resina retirada, principalmente
curtas, com um estigma, lobado ou inteiro, ou pela população local, para uso medicinal, na
de 3 a 5 (tantos quantos os lóculos do ovário). iluminação e para calafetar canoas.
Os frutos são drupáceos, às vezes capsulares,
muitas vezes oblíquos. O pirênio está envolto
por polpa de cor branca (nos Neotrópicos), que
se destaca devido à cor vistosa das válvulas ou
columela ou devido à cor preta do pirênio.
A família pode ser confundida com
outras pertencentes à ordem Sapindales,
entretanto várias características levam à
correta identificação da família: a presença
quase sempre visível de resinas muito
aromáticas, de cor geralmente lembrando
verniz, esbranquiçadas ou incolores (em
Protium klugii ela aparece esbranquiçada Protium nitidifolium Protium apiculatum
a esverdeada), e que, quando secas,
normalmente formam massas cristalizadas
brancas, também muito aromáticas, em
ferimentos do tronco, isso associado com a
BURSERACEAE

presença de pulvínulos e o folíolo terminal


flexionado (geniculado) (Protium) na maioria
das espécies. Mesmo assim, algumas espécies
Trattinnickia glaziovii Crepidospermum
rhoifolium

Daly, D.C. 1987. A taxonomic revision of Protium (Burseraceae) in eastern Amazonia and
the Guianas. Ph.D dissertation. City University of New York. 469 pp.
535
Protium: folíolos com peciólulos pulvinulados e flexionados

1
Folhas e ramos glabros, ou indumento difícil de ver

2 3
Pilosidade
evidente no ápice Em geral com base
dos ramos, ráquis, Em geral reta, sapopemas
pecíolo e nervura com raiz ou raízes
mediana na face escora. superficiais.
P. grandifolium inferior.

Peciólulos não pulvinulados CUIDADOS

4
Poucas espécies de Protium não têm peciólulos pulvinulados: P.
subserratum e o complexo de P. apiculatum (grupo 1) e P. pilosum
(grupo 2).
As espécies de Protium são muito difíceis de separar. Às vezes será
necessário entrar nos três grupos para identificar uma planta.
Algumas espécies de Dacryodes têm peciólulos pulvinulados, mas essas sempre
possuem lenticelas nos ápices dos ramos. O mesmo ocorre com as espécies
Crepidospermum
rhoifolium de Trattinnickia, mas essas têm folíolos ásperos, pelo menos abaxialmente, e
peciólulos mais grossos e curtos que as espécies de Protium.

GALHAS
Apesar de algumas galhas parecerem extremamente específicas quanto ao seu hospedeiro, elas devem ser usadas como
apenas mais um caractere na identificação, pois somente estudos morfotipando essas estruturas e correlacionando
com espécies de Burseraceae permitirão que se saiba a sua real utilidade na taxonomia da família. Cheque as
informações e imagens contidas no guia a respeito da espécie que contém uma das galhas abaixo, para confirmação
da identificação.

Crepidospermum Protium altsonii P. apiculatum P. divaricatum P. ferrugineum


rhoifolium

P. hebetatum P. nitidifolium P. pallidum P. paniculatum var. riedelianum

P. spruceanum P. trifoliolatum P. decandrum Trattinnickia Protium


rhoifolia strumosum

RITIDOMA
Apesar da grande similaridade entre os ritidomas da maioria das espécies de Burseraceae, alguns taxa apresentam
a casca externa do tronco bastante característica.
BURSERACEAE

Protium altsonii Trattinnickia Protium opacum Protium Trattinnickia Tetragastris


glaziovii decandrum rhoifolia panamensis
536

Protium pilosissimum. Arvoreta, Protium spruceanum. Árvore


geralmente no sub-bosque. do dossel. Ápice dos ramos e
Nervura central na face superior inflorescências freqüentemente
densamente pilosa, pêlos eretos com manchas de pó branco.
e longos; nervuras secundárias Nervura central na face superior
poucas. Ocasional. Vertente. esparsamente pilosa, pêlos
Bolívia, Colômbia e Brasil curtos. Ocasional. Vertente e
(Amazonas, Mato Grosso, Goias, campinarana. Amazônia, Brasil
Pará e Acre). Central e parte continental do
116 sudeste brasileiro.
94

Protium com pilosidade evidente


no ápice dos ramos, ráquis,

1
pecíolo e nervura mediana na face
inferior (em alguns indivíduos essa
pilosidade não é muito evidente).
Geralmente com sapopemas.
Protium subserratum. Árvore
do dossel. Único Protium com
margens serreadas na Reserva.
Nervura central na face superior
subglabra. Ocasional. Todos os
ambientes, menos baixio. Norte
da América do Sul. Pêlos eretos e longos.

109

Protium trifoliolatum. Protium gallosum. Árvore


Geralmente árvore do sub- de subdossel. Folíolo
bosque. Nervura central abruptamente e estreitamente
na face superior pilosa. acuminado (quase caudado),
Pêlos rígidos. Freqüente. lustroso. Resina amarelada.
Platô e vertente. Norte da Ocasional. Platô e vertente.
América do Sul. Peru (Loreto) e Brasil (AM).

111 224
BURSERACEAE
537

Protium ferrugineum. Árvore Protium amazonicum. Árvore


de subdossel. Ráquis foliar de subdossel. Base dos folíolos
com pêlos esbranquiçados. normalmente truncado ou
Resina branca. Ocasional. ligeiramente cordado. Ráquis
Vertente e baixio. Peru, com pêlos avermelhados a
Colômbia, Venezuela e Brasil ferrugíneos. Resina branca.
(Amazonas, Acre e Rondônia). Raro. Vertente. Venezuela,
Equador, Peru e norte do Brasil.

112 277

Pêlos adpressos e curtos.

Protium klugii. Árvore de sub-


bosque. Ráquis curtamente
pubescente, pêlos esbranquiçados
a amarelados. Peciólulo
canaliculado, chegando a ser mais
ou menos alado. Resina creme ou
branco-esverdeada. Ocasional.
Baixio. Peru, Colômbia e Brasil
(Acre e Amazonas).
186

Protium apiculatum. Árvore Protium nitidifolium.


de dossel. Folíolo com Árvore de dossel. Folíolo
pequeno apículo no ápice do abruptamente e largamente
acúmen. Resina geralmente acuminado, acúmen
amarelada. Freqüente. Platô e levemente emarginado;
vertente, raro em campinarana. lâmina lustrosa. Resina
Colômbia, Guiana Francesa geralmente amarelada.
e Brasil (Amapá, Pará e Freqüente. Platô e vertente.
Amazonas). Colômbia, Peru e norte do
137 Brasil. 173
BURSERACEAE
538

Protium pallidum. Árvore de Protium pilosum. Arvoreta do


dossel com raiz-escora. Ritidoma sub-bosque com raiz-escora.
esbranquiçado. Peciólulos e Nervura central na face superior
pulvínulos esbranquiçados. proeminente e arredondada;
Nervura central na face superior na face inferior proeminente
proeminente; na face inferior acompanhada por dois sulcos
achatada lateralmente, com próxima à base. Ocasional.
vários sulcos longitudinais. Raro. Vertente. Guiana Francesa e
Vertente. Peru, Guiana Francesa Brasil (Amapá, Amazonas e Pará).
e Brasil (Amazonas, Pará e 83
124 Maranhão).

2
Protium sem pilosidade, quando
presente, difícil de ser vista
com uma lupa de campo. Base
Protium giganteum var. do tronco geralmente com raiz
giganteum. Árvore de escora.
dossel com raiz-escora ou
sapopema. Ritidoma geralmente
esbranquiçado. Nervura central
na face superior proeminente;
na face inferior arredondada em
secção. Ocasional. Vertente,
baixio e campinarana. Norte da
América do Sul.
158

Protium decandrum. Árvore Protium grandifolium.


de dossel com raiz-escora ou Árvore de subdossel com
sapopemas, estas muitas vezes raiz-escora ou base reta.
em forma de "S". Ritidoma e
Ritidoma marrom. Nervura
ramos maduros geralmente
esbranquiçados. Nervura central central na face superior
na face superior proeminente; proeminente; na face inferior
na face inferior arredondada proeminente e arredondada
em secção próximo ao ápice, e em secção. Ocasional. Baixio
achatada lateralmente e quase e campinarana. Amazônia
carinada na base. Freqüente. Platô
e vertente, raro em campinarana. Central e Ocidental.
158
Amazônia e Guianas.
BURSERACEAE
539

Protium paniculatum var. Protium paniculatum var. riedelianum.


"nova". Árvore de dossel com Árvore de subdossel com sapopemas
sapopemas ou raiz-escora. Casca ou raiz-escora. Lâmina foliar
glauca inferiormente. Casca viva
viva geralmente avermelhada.
geralmente alaranjada. Nervura
Nervura central na face superior central na face superior proeminente
proeminente e rebaixada dentro de e ligeiramente achatada, e três-
um sulco, ligeiramente achatada sulcada na base; na face inferior
próxima a base; na face inferior proeminente e rebaixada dentro de
arredondada no ápice e quase um sulco próximo o ápice, na base
triangular em secção na base. carinada. Ocasional. Vertente e
138
Ocasional. Vertente e baixio. campinarana. Venezuela e Brasil (AP,
PA, AM). 193
Venezuela e Amazônia.

Protium polybotryum Protium opacum ssp. opacum.


Árvore de dossel com base
ssp. polybotryum. Árvore
variável. Ritidoma esbranquiçado a
de dossel com sapopemas. marrom-escuro. Resina geralmente
Nervura central na face esbranquiçada. Nervura central
superior ligeiramente na face superior proeminente e
proeminente; na face inferior rebaixada dentro de um sulco; na
carinada. Ocasional. Vertente face inferior achatada lateralmente,
e campinarana. Amazônia às vezes ligeiramente carinada
Ocidental. e pilosa. Freqüente. Todos os
118 ambientes exceto platô. Norte da 206
América do Sul.

Protium polybotryum ssp. Protium cf. rubrum. Árvore


blackii. Árvore de dossel de dossel, com sapopemas.
com base variável. Ritidoma Nervura central na face superior
geralmente marrom-acizentado. levemente proeminente; na face
Nervura central na face superior inferior proeminente e carinada.
rebaixada dentro de um sulco, Raro. Campinarana.
mas ligeiramente proeminente; na
face inferior carinada. Freqüente.
Platô e vertente. Amazônia e
Peru. 104 98
BURSERACEAE
540

Protium elegans. Arvoreta Protium tenuifolium. Árvore de


do sub-bosque. Peciólulos dossel com base reta. Nervura
ligeiramente alados. Acúmen das central proeminente na face
folhas 1-3 serrilhado. Nervura superior; achatada lateralmente
central proeminente na face na face inferior. Raro. Vertente.
superior; na face inferior angulosa Norte da América do Sul e
em secção. Ocasional. Baixio. América Central.

174
91

Protium com pilosidade

3
ausente, ou quando presente,
difícil de ser vista com uma lupa
de campo. Base do tronco reta,
com sapopemas ou com raízes
superficiais.
Protium divaricatum. Árvore
de dossel ou subdossel com
sapopemas presentes em
indivíduos com DAP>20 cm.
Nervura central proeminente e
arredondada na face superior; Base do tronco com sapopemas ou reta.
arredondada próxima ao ápice
e triangular em secção na base.
Freqüente. Vertente, baixio e
186
capoeira. Amazônia.

Protium altsonii. Muito variável em Protium crassipetalum. Árvore


tamanho com indivíduos pequenos, de dossel com sapopemas ou
com o ritidoma liso e rígido, até base reta. Nervura central
árvores emergentes com grandes proeminente e rebaixada
sapopemas, DAP>1 m, e ritidoma dentro de um sulco na face
desprendendo em grandes placas. superior; carinada na face
Muitos pares de folíolos. Nervura inferior. Freqüente. Todos
central proeminente e angulosa os ambientes, menos platô.
em ambas as faces. Freqüente. Venezuela, Peru e Brasil (AM,
Todos os ambientes. Amazônia e RO).
99 176
Guianas.
BURSERACEAE
541

Protium strumosum. Geralmente Protium hebetatum. Árvore


árvore do sub-bosque com de subdossel, base variável.
sapopemas. Ritidoma geralmente Venação nitidamente
esbranquiçado. Pulvínulos broquidódroma. Nervura
muito dilatados. Nervura central central proeminente na
proeminente na face superior; face superior; angulosa em
angulosa em secção na face secção na face inferior.
inferior. Freqüente. Todos os Peciólulo variável.
ambientes, menos campinarana. Freqüente. Todos os
Guiana Francesa, Guiana, ambientes. Norte da
Colômbia e Brasil (PA, AM, AC). 142 América do Sul. 137

Base do tronco com raízes superficiais


(na página seguinte).
Protium aracouchini. Muito
semelhante a P. heptaphyllum
em estado vegetativo, mas com
a ráquis foliar e peciólulos mais
finos e delicados. Base variável.
Nervura central proeminente na
face superior; quase plana na face
inferior. Freqüente. Todos os
ambientes. Norte da América do
Sul e norte e nordeste do Brasil. 90

Protium heptaphyllum ssp. Protium heptaphyllum ssp. ulei.


heptaphyllum. Árvore de dossel. Árvore de dossel com sapopemas
Nervura central proeminente ou base reta. Nervura central
na face superior; quase plana e proeminente na face superior;
sulcada na face inferior. Rara. quase plana a ligeiramente
Campinarana. proeminente e sulcada na face
inferior. Freqüente. Vertente e
principalmente campinarana.
Norte da América do Sul.
125 80
BURSERACEAE
542

Dacryodes nitens. Árvore


de subdossel. Nervura
central proeminente e glabra
na face superior. Raro.
Platô.

Protium laxiflorum. 207


Árvore de subdossel. Dacryodes cuspidata.
Nervura central Arvoreta do sub-
proeminente e achatada bosque. Nervura central
lateralmente na face proeminente e glabra
superior; triangular em na face superior. Raro.
secção na face inferior. Vertente.
Raro. Platô. Peru,
Venezuela e Brasil (RO,
MT, AC, AM). 136
144

Base do tronco com raiz superficial


Protium robustum. Árvore (continuação da página anterior).
de subdossel. Nervura
central proeminente e
rebaixada em um sulco
na face superior; muito
proeminente e achatada
lateralmente na face
inferior. Raro. Vertente.

287

Crepidospermum rhoifolium. Tetragastris panamensis.


Árvore de sub-bosque. Árvore de dossel.
Margem da lâmina serreada. Peciólulos não
Peciólulos não pulvinulados. pulvinulados. Nervura
Nervura central proeminente central proeminente e
e densamente pilosa na face glabra na face superior.
superior. Freqüente. Platô e Freqüente. Platô e vertente.
vertente. Norte da América Sul da América Central e
do Sul e Brasil (Amazonas, Norte da América do Sul.
Roraima, Espírito Santo e Pará).
141 151
BURSERACEAE
543

Trattinnickia peruviana. Dacryodes sp. nov.


Árvore de subdossel até dossel. Árvore de dossel.
Folíolo áspero inferiormente; Nervura central
base curtamente atenuada. proeminente e glabra,
Nervura central proeminente triangular em secção
na face superior, pilosa, na face superior.
indumento residual em folíolos Raro. Baixio. Brasil
velhos. Ocasional. Platô e (Amazonas Acre).
vertente. Norte da América
do Sul.
209 169

Base do tronco reta ou dilatada.

4 Peciólulos laterais geralmente


sem pulvínulos. Folíolos às
vezes ásperos na face inferior. Trattinnickia glaziovii.
Árvore de dossel. Folíolo
áspero inferiormente;
ápice gradualmente longo-
acuminado. Nervura central
proeminente e glabra na face
Base do tronco com sapopemas. superior. Ocasional. Platô.
Norte da América do Sul e
Espírito Santo (Brasil).

89

Trattinnickia rhoifolia. Trattinnickia burserifolia.


Árvore de dossel. Folíolos Árvore de dossel. Folíolo
ásperos inferiormente; áspero inferiormente.
base normalmente Nervura central
cordada. Nervura central proeminente e glabra na
proeminente e glabra na face superior. Ocasional.
face superior. Ocasional. Vertente e capoeira. Norte
Vertente. Norte da da América do Sul.
América do Sul.
166 107
BURSERACEAE
544
Anacardiaceae
A família é representada por 76 gêneros e leite, enquanto as espécies de Burseraceae sem
600 espécies na flora mundial. Na Reserva pulvínulo possuem resina quase incolor. Quanto
são encontrados 5 gêneros e 8 espécies. às espécies com folhas simples, a dificuldade
Introduzidos no local encontram-se a manga para identificação da família aumenta, pois a
(Mangifera indica), o caju (Anacardium resina não é sempre aparente.
occidentale) e o taperebá ou cajá (Spondias Cuidado deve ser tomado com a resina
mombin ssp. mombin). exsudada da casca, que pode ser tóxica. Essa
mesma resina pode ser encontrada em quase
todas as outras partes da planta. Normalmente
o contato com ela desencadeia uma reação
alérgica em pessoas sensíveis, e entre os
gêneros ocorrentes na Reserva cuja resina
causa esse efeito estão Anacardium, Astronium,
Campnosperma e os introduzidos Mangifera e
Spondias.
Na polinização de membros da família
estão envolvidos abelhas, mariposas, borboletas

Anacardium spruceanum

É caracterizada por ser sempre lenhosa


e em alguns casos chegando a atingir porte
muito elevado (até 30 m), sendo freqüente a
presença de resina ou látex na casca, às vezes
não muito aparentes. As folhas são alternas,
geralmente compostas e imparipinadas,
ou simples. As flores são normalmente
pouco vistosas, sendo hermafroditas ou
unissexuadas. Elas têm 3 a 7 sépalas, livres
ou unidas; 3 a 7 pétalas livres (ou ausentes),
um disco geralmente bem desenvolvido, com
3 a 10 estames inseridos no disco. O ovário
é súpero com 1 a 5 estiletes e 1 a 5 estigmas,
lobados ou inteiros. O fruto é uma drupa,
castanha ou sâmara, contendo uma semente. Spondias mombin ssp. mombin
As espécies ocorrentes na Reserva com
folhas compostas podem ser confundidas e besouros, e seus frutos podem ser dispersados
com Burseraceae pela presença de resina em por animais ou através do vento.
ambas, mas nunca possuem o engrossamento Entre os usos da família podemos citar
(pulvínulo) típico das espécies de Protium o cultivo para obtenção de frutos comestíveis,
(Burseraceae), o gênero mais comumente como os já citados, ou de sementes para
encontrado no local. Thyrsodium se destaca alimentação no caso do caju, na indústria
pela presença de látex branco e leitoso, madeireira e também para extração de óleos
chamado popularmente por isso de breu-de- com aplicações medicinais e industriais.
ANACARDIACEAE

Mitchell, J.D. 1990. The Poisonous Anacardiaceae Genera of the World. Advances in
Economic Botany, 8:103-129.
Mitchell, J.D. & Mori, S.A. 1987. The Cashew and Its Relatives (Anacardium: Anacardiaceae).
Memoirs of the New York Botanical Garden, 42:1-76.
Mitchell, J.D. & Daly, D.C. 1993. A Revision of Thyrsodium. Brittonia, 45:115-129.
545

Tapirira guianensis. Árvore Tapirira obtusa. Árvore do


do dossel. Base do tronco com dossel. Base do tronco com
sapopemas; resina branca a creme. pequenas sapopemas; resina
Lâmina glabra na face superior, branca. Lâmina glabra, às
geralmente com pontuações vezes pilosa na face superior;
avermelhadas na face inferior; veia central proeminente, com
veia central proeminente, às vezes pêlos curtos e eretos na face
recoberta com curtos pêlos; 11-15 superior; 8-12 pares de veias
pares de veias laterais. Freqüente. laterais. Ocasional. Platô e
Todos os ambientes. América 160 vertente. Norte da América
Central e América do Sul tropical. do Sul. 152

1 Folhas compostas.
Tapirira retusa. Árvore
emergente. Base do tronco
com sapopemas; resina
incolor. Lâmina glabra na
face superior; veia central
proeminente a plana; 9-11
pares de veias laterais.
Rara. Baixio. Equador, Peru
e Amazônia Central.

135

Thyrsodium spruceanum. (Breu- Astronium le-cointei. Árvore do


de-leite). Árvore. Base reta ou dossel. Base do tronco com raiz
com pequenas sapopemas; resina superficial. Ritidoma escamoso,
branca. Lâmina subglabra a pilosa margem das escamas rígidas e
na face superior, mais intensamente cortantes. Lâmina glabra; veia
sobre as veias central e laterais; veia central proeminente na face
central impressa; 11-22 pares de superior; 11-14 pares de veias
veias laterais. Freqüente. Todos laterais. Rara. Vertente.
os ambientes, exceto campinarana. Amazônia Central.
Amazônia e Guianas e Mata
301 129
Atlântica.
ANACARDIACEAE
546
DICA DE CAMPO
Thyrsodium spruceanum é uma espécie muitas vezes
confundida com Burseraceae devido a abundante
resina branca, única nas espécies da família ocorrentes
na Rerserva, o que lhe dá o nome popular de "Breu-
de-leite". Tapirira guianensis tem sapopemas bem
desenvolvidas na base do tronco.

Anacardium spruceanum. (Cajú-assú,


cajueiro-do-mato). Árvore de dossel.
Base do tronco reta; resina incolor.
Lâmina glabra na face superior, às
vezes com pequenas pontuações
vermelhas na inferior; veia central
impressa a levemente proeminente na
face superior; 13-16 pares de veias
laterais, com domáceas nas axilas.
236 Ocasional. Platô e vertente. Norte da Tapirira guianensis Thyrsodium spruceanum
América do Sul.

Anacardium parvifolium.
(Cajuí). Árvore de dossel. Base
do tronco reta. Lâmina glabra na
face superior, com pontuações
avermelhadas na inferior; veia
2 Folhas simples.

central levemente proeminente


a quase plana na base na face
superior; 9-16 pares de veias
laterais, com domáceas em suas
71 axilas. Ocasional. Vertente.
Amazônia brasileira.

• Campnosperma
gummiferum. Árvore de
dossel. Base do tronco com • Campnosperma gummiferum é confundida muitas
vezes com Euphorbiaceae, devido ao aspecto geral da
pequenas sapopemas. Lâmina
planta e a presença de resina. Observe atentamente
glabra na face superior, com
a presença de escamas peltadas vermelhas na face
escamas peltadas vermelhas
inferior da lâmina foliar e a ausência de glândulas.
na face inferior; veia central
impressa na face superior; 16-20
veias laterais. Rara. Baixio.
317 Amazônia.
ANACARDIACEAE

Campnosperma gummiferum
544
Anacardiaceae
A família é representada por 76 gêneros e leite, enquanto as espécies de Burseraceae sem
600 espécies na flora mundial. Na Reserva pulvínulo possuem resina quase incolor. Quanto
são encontrados 5 gêneros e 8 espécies. às espécies com folhas simples, a dificuldade
Introduzidos no local encontram-se a manga para identificação da família aumenta, pois a
(Mangifera indica), o caju (Anacardium resina não é sempre aparente.
occidentale) e o taperebá ou cajá (Spondias Cuidado deve ser tomado com a resina
mombin ssp. mombin). exsudada da casca, que pode ser tóxica. Essa
mesma resina pode ser encontrada em quase
todas as outras partes da planta. Normalmente
o contato com ela desencadeia uma reação
alérgica em pessoas sensíveis, e entre os
gêneros ocorrentes na Reserva cuja resina
causa esse efeito estão Anacardium, Astronium,
Campnosperma e os introduzidos Mangifera e
Spondias.
Na polinização de membros da família
estão envolvidos abelhas, mariposas, borboletas

Anacardium spruceanum

É caracterizada por ser sempre lenhosa


e em alguns casos chegando a atingir porte
muito elevado (até 30 m), sendo freqüente a
presença de resina ou látex na casca, às vezes
não muito aparentes. As folhas são alternas,
geralmente compostas e imparipinadas,
ou simples. As flores são normalmente
pouco vistosas, sendo hermafroditas ou
unissexuadas. Elas têm 3 a 7 sépalas, livres
ou unidas; 3 a 7 pétalas livres (ou ausentes),
um disco geralmente bem desenvolvido, com
3 a 10 estames inseridos no disco. O ovário
é súpero com 1 a 5 estiletes e 1 a 5 estigmas,
lobados ou inteiros. O fruto é uma drupa,
castanha ou sâmara, contendo uma semente. Spondias mombin ssp. mombin
As espécies ocorrentes na Reserva com
folhas compostas podem ser confundidas e besouros, e seus frutos podem ser dispersados
com Burseraceae pela presença de resina em por animais ou através do vento.
ambas, mas nunca possuem o engrossamento Entre os usos da família podemos citar
(pulvínulo) típico das espécies de Protium o cultivo para obtenção de frutos comestíveis,
(Burseraceae), o gênero mais comumente como os já citados, ou de sementes para
encontrado no local. Thyrsodium se destaca alimentação no caso do caju, na indústria
pela presença de látex branco e leitoso, madeireira e também para extração de óleos
chamado popularmente por isso de breu-de- com aplicações medicinais e industriais.
ANACARDIACEAE

Mitchell, J.D. 1990. The Poisonous Anacardiaceae Genera of the World. Advances in
Economic Botany, 8:103-129.
Mitchell, J.D. & Mori, S.A. 1987. The Cashew and Its Relatives (Anacardium: Anacardiaceae).
Memoirs of the New York Botanical Garden, 42:1-76.
Mitchell, J.D. & Daly, D.C. 1993. A Revision of Thyrsodium. Brittonia, 45:115-129.
545

Tapirira guianensis. Árvore Tapirira obtusa. Árvore do


do dossel. Base do tronco com dossel. Base do tronco com
sapopemas; resina branca a creme. pequenas sapopemas; resina
Lâmina glabra na face superior, branca. Lâmina glabra, às
geralmente com pontuações vezes pilosa na face superior;
avermelhadas na face inferior; veia central proeminente, com
veia central proeminente, às vezes pêlos curtos e eretos na face
recoberta com curtos pêlos; 11-15 superior; 8-12 pares de veias
pares de veias laterais. Freqüente. laterais. Ocasional. Platô e
Todos os ambientes. América 160 vertente. Norte da América
Central e América do Sul tropical. do Sul. 152

1 Folhas compostas.
Tapirira retusa. Árvore
emergente. Base do tronco
com sapopemas; resina
incolor. Lâmina glabra na
face superior; veia central
proeminente a plana; 9-11
pares de veias laterais.
Rara. Baixio. Equador, Peru
e Amazônia Central.

135

Thyrsodium spruceanum. (Breu- Astronium le-cointei. Árvore do


de-leite). Árvore. Base reta ou dossel. Base do tronco com raiz
com pequenas sapopemas; resina superficial. Ritidoma escamoso,
branca. Lâmina subglabra a pilosa margem das escamas rígidas e
na face superior, mais intensamente cortantes. Lâmina glabra; veia
sobre as veias central e laterais; veia central proeminente na face
central impressa; 11-22 pares de superior; 11-14 pares de veias
veias laterais. Freqüente. Todos laterais. Rara. Vertente.
os ambientes, exceto campinarana. Amazônia Central.
Amazônia e Guianas e Mata
301 129
Atlântica.
ANACARDIACEAE
546
DICA DE CAMPO
Thyrsodium spruceanum é uma espécie muitas vezes
confundida com Burseraceae devido a abundante
resina branca, única nas espécies da família ocorrentes
na Rerserva, o que lhe dá o nome popular de "Breu-
de-leite". Tapirira guianensis tem sapopemas bem
desenvolvidas na base do tronco.

Anacardium spruceanum. (Cajú-assú,


cajueiro-do-mato). Árvore de dossel.
Base do tronco reta; resina incolor.
Lâmina glabra na face superior, às
vezes com pequenas pontuações
vermelhas na inferior; veia central
impressa a levemente proeminente na
face superior; 13-16 pares de veias
laterais, com domáceas nas axilas.
236 Ocasional. Platô e vertente. Norte da Tapirira guianensis Thyrsodium spruceanum
América do Sul.

Anacardium parvifolium.
(Cajuí). Árvore de dossel. Base
do tronco reta. Lâmina glabra na
face superior, com pontuações
avermelhadas na inferior; veia
2 Folhas simples.

central levemente proeminente


a quase plana na base na face
superior; 9-16 pares de veias
laterais, com domáceas em suas
71 axilas. Ocasional. Vertente.
Amazônia brasileira.

• Campnosperma
gummiferum. Árvore de
dossel. Base do tronco com • Campnosperma gummiferum é confundida muitas
vezes com Euphorbiaceae, devido ao aspecto geral da
pequenas sapopemas. Lâmina
planta e a presença de resina. Observe atentamente
glabra na face superior, com
a presença de escamas peltadas vermelhas na face
escamas peltadas vermelhas
inferior da lâmina foliar e a ausência de glândulas.
na face inferior; veia central
impressa na face superior; 16-20
veias laterais. Rara. Baixio.
317 Amazônia.
ANACARDIACEAE

Campnosperma gummiferum
547
Simaroubaceae
É uma família com ca. 25 gêneros e 200
espécies com centro de diversidade na região
neotropical. Na Reserva ocorrem 4 gêneros
e 8 espécies, as quais são exclusivamente
neotropicais.
No campo, costuma ser confundida
com Meliaceae, Sapindaceae, Anacardiaceae
e outras famílias da ordem Sapindales.
São árvores e arvoretas, glabras a pilosas,
freqüentemente com casca, ramos e folhas
amargas. As folhas são alternas, compostas
pinadas (imparipinadas), sem estípulas e às
vezes com glândulas no ápice dos folíolos. Simaba cedron
As flores são geralmente pequenas, brancas,
cremes, esverdeadas e alaranjadas, reunidas
em inflorescências multifloras, com flores de
pétalas livres e com um disco aparentemente
nectarífero na base do ovário. Os frutos
são drupas apocárpicas (1-5 carpídios),
subcarnosos, de cores vivas quando maduros
(alaranjados, rubros e enegrescidos).

Simarouba amara

Simaba polyphylla
Simaba polyphylla

Em espécies amazônicas da várzea de


Simaba, os frutos são flutuantes e dispersados
por peixes como o tambaqui.
Interações com insetos são observadas
na espécie Picrolemma sprucei, cujo caule ôco
é habitado por formigas. Em Simaba cedron, a
glândula apical dos folíolos jovens é ativamente
secretora, atraindo inúmeras formigas que Picrolemma sprucei
protegem a planta.
Economicamente, o principal uso das
SIMAROUBACEAE

Simaroubaceae refere-se às propriedades


medicinais de espécies de diversos gêneros,
devido aos princípios amargos. Folhas, cascas
e sementes de Simaba cedron são utilizadas
popularmente contra malária. A madeira de
cor clara, fácil de trabalhar, de certas espécies
de Simaba e do conhecido marupá (Simarouba
Simaba guianensis
amara) tem emprego comercial.
548

Picramnia juniniana. Simaba sp. nov. Árvore.


Árvore. Folíolos Folíolos membranáceos
brilhantes com ápice a cartáceos, verde-
amarelados, brilhantes,
finamente acuminado
com margem levemente
e levemente ondulada. Folhas com
160
encurvado. Rara. o número de folíolos
Platô. América do variando de 3 a 5,
Sul. 155 no mesmo indivíduo.
Ocasional. Vertente e
140 60 baixio.
80 110

Simaba guianensis.
Arvoreta até 1 m.
Folíolos coriáceos com
lâminas levemente
1 Folhas com até 7 folíolos.

assimétricas, verde-
opacas. O caule é
lenhoso, porém fino,
ca. 1 cm de largura.
340
Ocasional. Platô e
vertente. Neotrópicos.
125

Picramnia elliptica.
Árvore de pequeno
porte. Folíolos
DICA DE CAMPO
assimétricos, De modo geral, as espécies desta família são
pubescentes na face reconhecidas pelo gosto amargo das folhas e ramos
abaxial. Rara. Baixio. jovens, e pelas glândulas do ápice dos folíolos.
Amazônia brasileira. Esta última característica, porém, não é evidente
em todas as espécies, por isso outras dicas poderão
ajudar na identificação.
405 As espécies Simaba polyphylla e Simaba sp. nov.,
185 encontradas na Reserva são muito fáceis de serem
SIMAROUBACEAE

confundidas. Vegetativamente, o que as diferencia


é o número de folíolos, mais que 5 pares na primeira
e menos de 5 pares na segunda. As duas espécies
apresentam troncos muito semelhantes.
Simaba cedron pode ser facilmente confundida
com algumas espécies de Meliaceae por causa do
tamanho das folhas, do "jeitão" dos folíolos, mas
principalmente por causa da disposição das peças
florais. No caso de dúvida, observe a glândula no
ápice dos folíolos.
549

Simaba cedron. Árvore Simaba polyphylla.


monocaule com tronco fino, com Árvore. Folíolos
cerca de 15 cm de DAP. Folhas assimétricos amarelo-
longas, multifolioladas reunidas pálidos na face inferior.
no ápice do tronco. Esta espécie Freqüente. Platô.
é facilmente reconhecida pela Neotrópicos.
glândula existente no ápice
dos folíolos. Ocasional. Platô.
América Central e norte da 220
América do Sul. 1790 80
210

2 Folhas com mais de 7 folíolos

• Simarouba amara. Árvore.


Folíolos semi-coriáceos, si-
métricos com ápice ovalado e
• Indivíduos de S. amara base atenuada. Lâmina verde-
com idades diferentes amarelada com veias terciárias
apresentam a fisionomia quase imperceptíveis. Fre-
qüente. Platô. Neotrópicos.
da casca completamente
diferentes entre si.
340
Compare a foto na caixinha 80

do guia (indivíduo adulto)


com esta foto (indivíduo Picrolemma sprucei.
jovem). (Caferana). Arvoreta até
1 m. Folíolos cartáceos,
simétricos, verde-
escuros, brilhantes.
Caule oco associado a
formigas. Freqüente.
Platô. Norte da
América do Sul.
450
140
SIMAROUBACEAE

Picrolemma sprucei chama atenção por tratar-


se de um "arbustinho", geralmente menor
que 1 m, com uma grande inflorescência de
flores alaranjadas. Quando em frutos, estes
são apocárpicos, com frutículos amarelos a
alaranjados.
550
Meliaceae
É uma família predominantemente tropical, o ápice. Em S. cf. macrophylla as folhas são
com ca. 540 espécies em 120 gêneros, sendo pequenas e os folíolos são assimétricos.
oito nativos das Américas. Na Reserva ocorrem O gênero Trichilia distingue-se pela
ca. 21 espécies incluindo algumas cultivadas, presença de pseudo-estípulas na base do
dentro dos gêneros Carapa, Cedrela, Guarea, pecíolo (exceto em Trichilia cipo) e pelas
Swietenia e Trichilia. folhas com crescimento determinado. Podem
ser imparipinadas, com três folíolos apicais na
mesma base, ou paripinadas, com um folíolo do
último par orientado para o ápice, simulando
um folíolo terminal. A copa das plantas é
menos densa, ao contrário das plantas dos
outros gêneros (exceto Guarea pubescens).
Meliaceae pode ser diferenciada de
outras Sapindales pela presença de nectários
Guarea silvatica Guarea convergens
extraflorais no pecíolo e ráquis; as folhas,
quando secas, exalam um cheiro desagradável,
Apresenta grande variabilidade forte e adstringente; em algumas espécies
morfológica. São arvoretas ou árvores ocorrem glândulas dispersas na lâmina.
com folhas compostas, sendo os folíolos Cedrela exala um cheiro de alho por toda a
inteiros, alternos a opostos, glabros a pilosos. planta. De Burseraceae diferencia-se pelo
Apesar de similares, as espécies podem ser cheiro canforado e peciólulos pulvinados
identificadas através de caracteres vegetativos, típicos dessa família, e de Sapindaceae por esta
principalmente usando folhas e folíolos apresentar folíolos quase sempre subopostos
(morfologia, pilosidade, disposição e venação). com ápice da ráquis abortado, às vezes pareado
O número e o tamanho de folíolos, mesmo com um folíolo subterminal. Em flor pode ser
sendo descritos como "muitos" ou "poucos" reconhecida pela presença do tubo estaminal,
e "pequenos" ou "grandes", oferecem boas característico da família.
dicas. As flores são perfumadas, oferecem
No nível genérico, o reconhecimento néctar e são visitadas por abelhas. Os frutos
é mais fácil. Os gêneros Guarea, Carapa, são cápsulas, raro baga ou drupa, com sementes
Cedrela e Swietenia apresentam folhas aladas ou arilo carnoso, dispersadas pelo vento,
predominantemente paripinadas com folíolos por aves e outros animais.
(sub)opostos. Em Guarea as folhas geralmente Meliaceae tem sido usada na obtenção
têm crescimento indeterminado, sendo Guarea de madeiras, principalmente cedro (Cedrela),
silvatica a única espécie que pode apresentar mogno (Swietenia) e andiroba (Carapa). Das
(muito raramente) ápice foliar com três folíolos. sementes de Carapa guianensis obtém-se o óleo
Carapa diferencia-se de Guarea por ter folhas de andiroba, muito usado pelos nativos como
bem robustas com crescimento determinado, repelente, antiinflamatório e antiinfeccioso, e
tamanho e número de folíolos maiores; na fabricação de velas, sabões e cremes. O
apresenta também catáfilos grossos e rígidos córtex de Cedrela, Guarea e Trichilia é utilizado
entre os pecíolos. Cedrela fissilis e Swietenia na fabricação de inseticidas, medicamentos e
cf. macrophylla, espécies cultivadas na corantes. Os exsudados resinosos e brotos
Reserva, também apresentam catáfilos, sendo foliares de certas espécies de Cedrela,
lineares, mais curtos e dispostos no ápice dos Swietenia, Guarea e Trichilia fazem parte
ramos. Cedrela fissilis tem folhas grandes e da dieta alimentar de um grupo de primatas
folíolos diminuindo de tamanho da base para (Cebuella pygmaea, Callitrichidae), tornando-as
MELIACEAE

importantes em planos de manejo florestal.


Penninton, T.D. 1981. Meliaceae. Flora Neotropica. Monograph 28.
Spichiger, R. 1990. Contribución a la flora de la Amazonia peruana. Boissiera, 44: 131-150.
551
FLORES

Carapa guianensis Guarea convergens Guarea pubescens

Guarea silvatica Trichilia pallida Trichilia cipo

Trichilia aff. schomburgkii Trichilia pleeana

FRUTOS

Carapa guianensis Guarea humaitensis Guarea scabra

Guarea silvatica Guarea trunciflora

Guarea convergens Trichilia micrantha Trichilia pallida


MELIACEAE

Trichilia pleeana Trichilia septentrionalis Trichilia areolata


552

Trichilia cipo. Árvore. Trichilia aff. schomburgkii.


Ramos jovens glabros ou Árvore. Folhas e ramos jovens
subglabros, lenticelados. velutinosos, estes pouco
Pecíolo canaliculado, sem lenticelados. Pseudoestípulas
pseudoestípulas; ráquis
basais lineares. Pecíolo
cilíndrica com nectários
canaliculado ou plano,
visíveis. Peciólulo
canaliculado. Face abaxial ráquis plana. Venação
dos folíolos macia ao toque. eucampdódroma. Freqüente.
266 Venação predominantemente Platô e vertente. Amazônia
115
broquidódroma. Frequënte. Central, Oriental e Norte.
113
Baixio e campinarana. 270

Folíolos alternos, sendo o último orientado


para o ápice, simulando um folíolo
terminal. Árvores de médio a grande porte.

1
Trichilia spp. Folhas nunca com
crescimento indeterminado.
Pseudoestípulas (ou cicatrizes)
presentes na base do pecíolo, ra-
Trichilia pleeana. ramente ausentes. Nervura cen-
Árvore. Tronco e ramos tral adaxial convexa, geralmente forman-
abundantemente lenticelados. do múcron no ápice do folíolo. Tronco
Ramos jovens verdes ou esfoliante ou não.
cinzas. Ráquis plana. Face
abaxial dos folíolos e ráquis
pouco ásperos ao toque.
Folhas imparipinadas (ápice com três
Venação eucampdódroma.
folíolos na mesma base). Folíolos
Freqüente. Platô e vertente.
Sul da América Central, opostos a sub-opostos, ou alternos.
310 138 Árvores de pequeno a médio porte.
Amazônia Ampla e Mata
Atlântica (Bahia).

Trichilia areolata. Árvore. Trichilia micropetala.


Ramos jovens glabrescentes, Árvore. Ritidoma fissurado,
lenticelados. Pseudoestípulas esfoliante. Ramos jovens
lineares. Ráquis espessada, tortuosos ou angulosos,
fendida, glabrescente. Folhas puberulentos. Pseudoestípulas
às vezes unifolioladas. Face persistentes, basais lineares.
abaxial velutino-hispidulosa. Ráquis plana, puberulenta.
268
Venação eucampdódroma; Folíolos subglabros; ápice não
terciárias micro-reticuladas e 183
mucronado, às vezes retuso.
salientes em ambas as faces.
Venação broquidódroma.
167 Ocasional. Campinarana.
Ocasional. Platô e vertente.
Amazônia Central e Oriental. 70
Amazônia Central e Oriental.
MELIACEAE
553

Trichilia rubra. Árvore. Ramos Trichilia micrantha. Árvore.


jovens e ritidoma lenticelados, Espécie variável: ritidoma
este desprendendo em placas esfoliante ou não; folíolos
lenhosas. Folíolos com velutinosos ou glabros, com
face abaxial esbranquiçada; ou sem glândulas; pecíolo e
venação terciária verde, ráquis com ou sem nectários.
reticulada. Quando secos Venação broquidódroma, com
castanho-avermelhados, intersecundárias; terciárias
obscuras. Ramos jovens e
com terciárias impressas.
(às vezes) base do pecíolo
Venação predominantemente
lenticelados. Freqüente. Platô
broquidódroma. Rara. Platô. 130 270 e vertente. Amazônia Central, 130 255
Amazônia. Ocidental e Norte.

Trichilia pallida. Árvore. Trichilia septentrionalis.


Ritidoma fissurado, esfoliante. Árvore. Ritidoma fissurado,
Planta glabra. Ramos jovens esfoliante. Ramos jovens e
castanho-avermelhados ou folhas hispidulosos, ásperos,
esverdeados, lenticelados.
Ráquis idem, acanalada bege-acinzentados quando
ou plana. Venação secos. Nectários salientes.
predominantemente Pecíolo canaliculado,
eucampdódroma. Folíolos ráquis plana a subcilíndrica.
210
secos verde-oliva. Ápice Venação eucampdódroma.
não mucronado. Freqüente. 136 Freqüente. Platô. Costa Rica
Platô, vertente e campinarana. até a Região Amazônica. 120
300
América tropical e subtropical.

PSEUDOESTÍPULAS OUTRAS ESPÉCIES


As pseudoestípulas só ocorrem no gênero Trichilia. Trichilia euneura. Árvore. Ritidoma esfoliante,
lenticelado. Ramos jovens cinza-amarronzados,
Geralmente são caducas, e podem ser lineares (as pubérulos a glabros. Pecíolo e ráquis subcilíndricos,
basais) e/ou foliáceas. Sempre deixam cicatrizes subglabros. Ramos jovens com pêlos estrelados.
quando caem, que podem ser vistas em folhas Folíolos alternos, glabros na face adaxial, abaxial
velhas. pubescente. Venação eucampdódroma; terciárias
percurrentes, proeminentes. Baixio. Rara. Amazônia
Central.
Trichilia poeppigii. Arvoreta. Folhas paripinadas.
Ramos jovens glabrescentes, lenticelados. Pecíolo,
ráquis e folíolos glabros. Venação broquidódroma,
terciárias reticuladas. Amazônia Central.

Trichilia bullata. Arvoreta ou árvore. Folhas


MELIACEAE

imparipinadas. Ritidoma micro-fissurado. Ramos


jovens tomentosos. Nervura central adaxial dos
folíolos, pecíolo e ráquis pubescentes. Face abaxial
idem, com glândulas. Venação eucampdódroma,
Trichilia pleeana Trichilia aff. Trichilia terciárias percurrentes a reticuladas. Amazônia
schomburgkii micropetala Central.
554

Guarea humaitensis. Árvore Guarea cf. cinnammomea.


de pequeno a grande porte. Árvore de grande porte.
Ramos jovens, pecíolo e Ráquis e face abaxial
ráquis verde-amarronzados, dos folíolos velutinosos
pubérulos a glabros; nectários
a glabros. Face adaxial
abundantes. Folíolos com
glabra, com nervura
face abaxial esbranquiçada.
Adaxial glabra, com nervura central sulcada. Ápice do
central impressa. Pecíolo folíolo curto-mucronado.
sulcado ou canaliculado, Pecíolo alongado,
robusto. Freqüente. Platô e 955 320
cilíndrico, sulcado. Rara.
680 210 vertente. Amazônia Central. Campinarana. Amazônia.

Guarea spp. Folhas

2 paripinadas, geralmente com


crescimento inderterminado.
Folíolos predominantemente
opostos.

Guarea trunciflora. Árvore


média a grande. Ramos
jovens glabrescentes, Ritidoma fissurado, desprendendo em
fissurados. Pecíolo
lâminas ou plaquetas papiro-suberosas,
plano ou canaliculado,
ráquis cilíndrica; ambos fragmentosas, longo-irregulares. Folíolo
velutinosos. Nectários com face abaxial macia ao toque.
abundantes. Face adaxial Ápice mucronado. Venação terciária
glabra ou com venação percurrente e oblíqua.
híspida. Abaxial velutinosa.
Ocasional. Platô e vertente.
Amazônia.
212
380

Guarea carinata. Árvore.


Ramos suberizados.
Pecíolo subcilíndrico,
ráquis cilíndrica, ambos
tomentosos. Face OUTRAS ESPÉCIES
abaxial dos folíolos
idem. Adaxial glabra Guarea crispa. Árvore de grande porte. Ritidoma
com nevuras híspidas. fissurado, suberoso. Ramos jovens glabrescentes,
>240 Eucampdódroma a
tornando-se suberosos. Folíolos glabros na face
broquidódroma. Nervura
central adaxial impressa. adaxial, com pêlos crespos abaxial. Venação
150 Pêlos marrom-dourados. eucampdódroma, terciárias percurrentes.
Rara. Amazônia. Amazônia Central.

Guarea guidonia. Árvore de grande porte, às


vezes sub-arbustivas. Ritidoma liso ou fissurado.
Ramos jovens glabrescentes, lenticelados. Ráquis
MELIACEAE

puberulenta. Folíolos glabros, com glândulas.


Venação eucampdódroma, terciárias percurrentes.
América do Sul e Central.
555

Guarea pubescens ssp. Guarea pubescens.


pubescens. Arvoreta de até "morfotipo 2". Arvoreta
3 m. Ritidoma fissurado, até 7 m de altura.
suberoso. Ápice do caule Ritidoma liso, marrom-
e ráquis velutinosos a sub- castanho. Ápice dos
glabros. Pecíolo espessado, ramos velutinosos.
cilíndrico, fissurado. Folíolos Folhas glabras; folíolos
com face abaxial e/ou nervuras pequenos, com ápice não
pubescentes. Adaxial glabra, mucronado. Nervura
com nervura central saliente. 617 central adaxial côncava.
Freqüente. Platô, vertente e Rara. Beira de igarapé.
200 110 325
baixio. Amazônia. Amazônia Central.

Guarea pubescens (dois morfotipos).


Arvoretas de até 7 m x 2-7 cm de
diâmetro. Ritidoma fissurado ou liso.
Foliólulos pubescentes a glabros. Ápice
curto-mucronado. Venação terciária
irregularmente percurrente.

Guarea silvatica. Arvoreta a árvore


de grande porte. Ramos jovens
Ritidoma permanente ou desprendendo e ráquis cinza ou esverdeados,
em fragmentos papiráceos ou placas glabros, com nectários
lenhosas, duras, redondo-irregulares. abundantes. Folíolos glabros,
Folíolo com face abaxial não velutinosa variáveis em forma, tamanho e
ao toque. Ápice não mucronado. textura; quando secos verde-
Venação terciária reticulada. oliva. Venação proeminente
em ambas as faces; terciárias
reticuladas. Freqüente. Platô, 227
420
vertente e baixio. Amazônia.

Guarea scabra. Árvore de Guarea convergens. Árvore de


pequeno a médio porte. médio a grande porte. Ramos
Ramos jovens e ráquis jovens e ráquis geralmente
glabros a sub-glabros, pouco glabros. Ráquis plana ou
ásperos. Nervura central canaliculada. Nervura
adaxial côncava; terciárias central adaxial impressa em
reticuladas. Pecíolo e ráquis "v" ou côncava, secundárias
canaliculados. Ocasional. 365 salientes; terciárias reticuladas. 270

Platô e vertente. Amazônia Freqüente. Baixio, vertente ou


brasileira e peruana. platô. Amazônia Central.
104 88
MELIACEAE
556

Cedrela fissilis. (Cedro).


Árvore cultivada. Ritidoma
fissurado. Folhas grandes e
folíolos pequenos, diminuindo
de tamanho da base para o
Swietenia cf. macrophylla.
(Mogno). Árvore. Cultivada. ápice, e em grande número.
Folíolos glabros, pequenos São velutinosos na face abaxial.
e em menor número que Toda a planta cheira a alho
Cedrela fissilis. Essas quando macerada. Do norte da
espécies também têm Argentina até o Panamá e Costa
catáfilos, mas muito menores Rica.
que em Carapa guianensis.
Ao corte exsuda seiva
abundante com rápida 130
507 oxidação. Do México até o
116
Brasil e Bolívia.

Árvores de grande porte, culti-


vadas e/ou naturais na Reserva.

• Carapa guianensis.
(Andiroba, andirobeira). Árvore.
Planta bastante ramificada,
geralmente com sapopema.
3 Folhas e folíolos grandes e gla-
bros. Venação terciária micro-
reticulada. Ápice mucronado.
Pecíolo e ráquis lenticelados.
Peciólulos espessados.

Ritidoma lenticelado, com


placas lenhosas proeminentes
e irregulares em plantas
de grande porte. Ramos
jovens lenticelados. Folíolos
coriáceos, glabros, com
venação terciária micro-
820 reticulada. Ápice do folíolo
230
retuso, com múcron espessado.

• Carapa guianensis tem catáfilos


grossos e duros no ápice dos râmulos
e entre os pecíolos. Esses catáfilos
são lenticelados e têm nectários
extraflorais. Apresenta um apêndice
no ápice da raque, mas não tem
crescimento indeterminado como Ápice da ráquis.
Guarea spp.
MELIACEAE

Ápice do ramo e
detalhe dos catáfilos
e do nectário
extrafloral.
557
Rutaceae
A família é pantropical com cerca de 150 qualidade. No Amazonas utiliza-se a madeira
gêneros e 1600 espécies principalmente nos das tamanqueiras (Zanthoxylum spp.) na
Trópicos e Subtrópicos. Na região neotropical indústria de calçados e de celulose.
ocorrem 52 gêneros e, destes, 33 no Brasil, com
centro de diversidade na Amazônia e na Mata
Atlântica. Na Reserva está representada por 7
gêneros e 10 espécies.

Hortia longifolia

Zanthoxylum rhoifolium

São árvores, arbustos e ervas com


folhas basicamente alternas, raramente
opostas; simples ou compostas; sem estípulas;
caracteristicamente com glândulas que
aparecem como pontuações translúcidas que
secretam óleos essenciais, geralmente muito
aromáticos. O caule às vezes apresenta
acúleos, e em algumas espécies também
ocorrem acúleos nas folhas. As flores são de
pequenas a grandes com 3 a 5 sépalas livres ou
unidas, geralmente imbricadas; as pétalas são
de 3 a 5, livres, raramente unidas ou ausentes,
Adiscanthus fusciflorus
de coloração creme-esverdeada com um disco
nectarífero na base do ovário. Os frutos são
geralmente compostos de um a muitos folículos
ou cápsulas, ou também podem ser bagas,
sâmaras ou hesperídios.
A grande maioria das espécies é
polinizada por insetos.
A dispersão das sementes pode ser
autocórica (nas espécies com frutos capsulares Ertela trifolia Zanthoxylum
djalma-batistae
secos de deiscência explosiva), pelo vento
(sâmaras) ou por animais (provavelmente
mamíferos no caso das drupas grandes e
carnosas), aves (no caso de sementes negras e
brilhantes explosivas nas cocas abertas).
RUTACEAE

Vários representantes da família têm valor


medicinal, merecendo destaque os jaborandis
(Pilocarpus spp.), que fornecem a pilocarpina,
utilizada no tratamento de glaucoma e calvície.
Zanthoxylum djalma-batistae
Muitos gêneros produzem madeira de excelente
558

Hortia longifolia. Árvore. Hortia superba. Árvore.


Folha estreita (ca. 8 cm), Folha elíptica, larga (ca. 15
lanceolada, plana, com cm), bulada. Encontrada em
nervuras secundárias pouco solo arenoso. Rara. Platô.
evidentes. Forma populações Amazônia Central e Oriental.
agregadas, densas. Rara.
Platô. Amazônia Central.

505
770

Árvores.

Adiscanthus fusciflorus.
Arvoreta delgada. Folha
espatulada com ápice
acuminado, nervura central
1 Folhas simples ou trifolioladas.

avermelhada e secundárias
salientes na face superior. Forma
populações agregadas, densas. Arbustos e ervas.
Freqüente. Campinarana.
Amazônia Ampla.
410

Ertela trifolia. (Alfavaca-


Nycticalanthus speciosus. de-cobra). Erva anual, às
Árvore. Folhas trifolioladas
vezes pouco lenhosa na
de pecíolo longo (ca.
base. Folhas membranáceas,
20 cm) e folíolos
peciolulados de ca. trifolioladas. Principalmente
30 cm, pilosos, com em capoeiras de solo
570 75
nervuras bem salientes arenoso. Freqüente. Áreas
na face inferior. alteradas. A distribuição do
Freqüente. Baixio. gênero é neotropical.
Provavelmente endêmica 35
na Amazônia Central.
RUTACEAE
559

Zanthoxylum huberi. (Maruparana).


Árvore. Tronco sem acúleos. Folha
paripinada com 4-6 (-8) folíolos
Spathelia excelsa. longo-peciolados. Glabra. Rara.
(Surucucumirá). Árvore delgada Platô. Amazônia Ampla.
com folhas agrupadas no ápice
do tronco. Folhas grandes, até
2 m. Folíolos longos e muito
númerosos (30-50 pares),
com base truncada. Formam
populacões agregadas, densas.
Ocasional. Platô. Amazônia
Central. 185 1900

Árvores, sem acúleos.

2 Folhas compostas mas não


trifolioladas. Zanthoxylum djalma-batistae.
(Tamanqueira). Árvore.
Folhas concolores, margem
crenulada. Pilosidade densa
e macia, aveludada ao toque.
Tricomas simples. Ocasional.
Árvores, com acúleos. Platô. Arredores de Manaus.

220 900

Raputia praetermissa. Arbusto Zanthoxylum rhoifolium.


ou arvoreta delgada com folhas (Tamanqueira). Árvore.
opostas-cruzadas; pecíolos Folíolos bem discolores,
escurescidos e densamente margem evidentemente
hirsutos; lâmina elíptica crenulada. Pilosidade muito
coriácea. Rara. Baixio. esparsa. Tricomas estrelados.
Conhecida apenas na coleção- Ocorre principalmente em
tipo da Reserva. clareiras de beira de estrada.
Freqüente. Capoeira. América
230 do Sul. 60 300
RUTACEAE
560
Oxalidaceae
A família tem 6 gêneros e aproximadamente 950 No campo, pode ser vegetativamente
espécies cosmopolitas, predominantemente confundida com algumas espécies do gênero
tropicais mas também comuns nas regiões Desmodium (Leguminosae), por causa das
frias. folhas 3-folioladas, com folíolos laterais
subsésseis e terminal que nasce sob uma raque
delgada. No entanto, distingue-se pelos ramos
eretos, sublenhosos, de Oxalis barrelieri, em
oposição aos ramos delgados em Desmodium,
que também possui estipelas na junção dos
folíolos. O fruto de Desmodium é uma vagem,
bem diferente da cápsula de Oxalis.
São plantas autocóricas, com o fruto
rompendo-se explosivamente e lançando as
sementes a longas distâncias. Frutificam e
florescem de janeiro a maio.
No Brasil, ocorrem 4 gêneros: Oxalis,
Averrhoa, Eichleria e Biphytum. Na Reserva Grande parte das espécies do gênero
está representada apenas Oxalis barrelieri, Oxalis são consideradas pragas de jardins, mas
comum em campina e em áreas abertas e também incluem algumas espécies com flores
alteradas. É nativa da América tropical e vistosas que são utilizadas como ornamentais.
subtropical, sendo também freqüentemente A espécie mais conhecida da família é Averrhoa
cultivada em algumas regiões do Velho carambola (carambola), fruto muito apreciada
Mundo. no Brasil.

Oxalis barrelieri. Erva


ereta, com ca. 50
cm de altura. Ramos
sublenhosos, viloso-
esbranquiçados, mais
densamente na região dos
nós. Folhas 3-folioladas,
65
com folíolos terminais
subsésseis, terminal
nascendo sob uma raque
delgada. Ocasional. Áreas
OXALIDACEAE

alteradas.
Araliaceae 561

Família cosmopolita com cerca de 55 gêneros e simples, inteiras, e pode ser confundida com
aproximadamente 1500 espécies cosmopolitas, Euphorbiaceae.
ocorrendo em regiões temperadas e tropicais. As flores são pequenas, pouco vistosas,
Na Reserva ocorre o gênero Schefflera, com 2 actinomorfas, pentâmeras, bissexuais,
espécies, e uma espécie de Dendropanax.
dispostas em panículas. O fruto é uma
As espécies de Schefflera na Reserva são drupa, lateralmente comprimida e pilosa,
arvoretas até árvores; outras espécies podem enegrescendo-se quando maduro, dispersado
ser epífitas ou hemiepífitas. As folhas são por aves.
digitadas, espiraladas, com estípulas grandes e
persistentes. As duas espécies têm pubescência Schefflera morototoni produz uma
dourada na face abaxial da folha. Podem madeira leve útil. Muitas espécies são
ser confundidas com Araceae (Anthurium), utilizadas como ornamentais no Brasil, mas
Bombacaceae e Cecropiaceae (nas quais principalmente representantes do Velho
faltam as estípulas). Dendropanax tem folhas Mundo, como várias espécies de Schefflera.

Schefflera morototoni
Dendropanax cf.
macropoda. Árvore pequena
de até 10 m. Folhas
simples e inteiras com
folhas espiraladas. Pecíolo
comprido, parecendo
Euphorbiaceae, mas sem
glândulas. Rara. Baixio. D.
macropoda é encontrada em
310
Humaitá e Peru.

Schefflera umbrosa

Schefflera umbrosa. Schefflera morototoni.


Arvoreta até 6 m (Morototó). Árvore de
de altura. Sempre até 15 m. Copa com
com alguns folíolos muitas ramificações e
trilobados, indumento folhas agrupadas no
ocráceo na face fim dos ramos. Folíolos
abaxial. Freqüente. com margem ondulada
Vertente, baixio e platô. e face abaxial ferrugíneo-
Arredores de Manaus. tomentosa. Ocasional. Capoeira,
470 especialmente em clareiras. 850
375
Amazônia.
ARALIACEAE
562
Apiaceae
Família representada por 300 gêneros e 2500
a 3000 espécies, sendo encontrada no mundo
todo, principalmente em regiões temperadas;
nos trópicos, o grupo é pobremente
representado. Na Reserva, apenas Hydrocotyle
umbellata é encontrada, ocorrendo em áreas
alteradas.
São plantas herbáceas, anuais, bianuais
ou perenes; suas folhas são alternas, sem
estípulas; a maior característica da família
são suas inflorescências umbeladas; flores
geralmente inconspícuas, consistindo em
5 pétalas, 5 estames livres; cálice muito
reduzido; ovário ínfero, com dois estiletes.
Muitas das espécies são generalistas
quanto à polinização, sendo polinizadas
por uma grande variedade de insetos,
como moscas, pernilongos, abelhas não
especializadas, borboletas e mariposas.
Autopolinização também ocorre.
A família é conhecida desde a
antiguidade por suas propriedades medicinais,
tóxicas e condimentares. Já era conhecida
pelos chineses antigos e índios do México, tão
bem quanto pelas civilizações grega e romana.
Apesar de ser considerada uma erva daninha, Extraído de Maas
Hydrocotyle possui propriedades medicinais. & Westra 1993

A cenoura e a salsa, entre outras hortaliças,


pertencem a esta família.

Hydrocotyle umbellata.
(Acariçoba, pára-sol). A
única erva na Reserva com
folha peltada. Ocasional.
Ruderal em áreas alteradas e
solos hidromórficos. América
tropical e subtropical.
APIACEAE

274
563
Loganiaceae
Família heterogênea de circunscrição uma estípula interpeciolar (Potalia e Spigelia).
disputada com 470 espécies em 29 gêneros As folhas de Strychnos são 3-7 nervadas,
de distribuição tropical e subtropical, algumas diferentes das outras Loganiaceae, e as espécies
espécies ocorrendo em regiões temperadas. Na brasileiras possuem gavinhas axilares em
Reserva está representada por 14 espécies em forma de gancho. A inflorescência é variada,
4 gêneros: Strychnos (lianas lenhosas), Spigelia normalmente paniculada, panículas cimosas
(erva terrestre), Potalia (arbusto monocaule) e ou cimeiras escorpióides (Spigelia), terminais
Bonyunia (árvore). ou axilares. As flores têm corola branca a
róseo-avermelhada (Spigelia), são tubulosas,
lobadas, 4-5-meras, actinomorfas. As flores de
Strychnos são geralmente pequenas, atingindo
3 cm de comprimento, de coloração branca,
creme-amarelada, esverdeada, ou alaranjado-
pálida, e internamente tomentosas. As anteras
são rimosas. O fruto varia de uma cápsula
2-valvada (Spigelia), freqüentemente com
sementes aladas ou uma baga (Strychnos) ou
drupa (Potalia) carnosa e indeiscente.
A polinização é provavelmente efetivada
Spigelia anthelmia por uma variedade de insetos. A dispersão dos
A hiléia é o centro de dispersão de frutos é por anemocoria e endozoocoria. A
Strychnos, que ocorre principalmente em mata polpa dos frutos de Strychnos é adocicada
virgem ou em capoeira, com algumas espécies e carnosa e serve de alimento para animais
em áreas alagadas (igapó e várzea). e peixes na várzea. Apesar de a planta ser
Strychnos começa a vida como arbustos tóxica, algumas espécies são consumidas por
eretos (ou arvoretas) mas depois tornam-se humanos (Strychnos parviflora).
lianas de dossel. No Brasil somente duas Spigelia anthelmia apresenta
espécies não são lianas (S. pseudoquina e propriedades vermífugas e é amplamente
S. rubiginosa). No campo, Strychnos pode usada para este fim, além de ser usada como
ser identificada pelo hábito do caule, que é ornamental. Um alcalóide, estricnina, extraído
cilíndrico. O ritidoma normalmente é liso e da casca e raízes de Strychnos (que incluem
o corte de coloração amarelada. A casca da S. jobertiana, S. peckii, S. guianensis, S.
maioria das espécies é amarga e com cheiro subcordata, S. cogens e S. melinoniana) são
forte, desagradável, exceto S. parviflora, que usados na fabricação de curare por várias
tem cheiro de cravo, conhecida pelo nome tribos indígenas como os Ticunas. A madeira
de cipó-cravo. Quando jovens Strychnos de algumas espécies é usada na construção.
podem ser confundidos com Melastomataceae
(Miconia pyrifolia) pelas folhas opostas
e venação palmada. Bonyunia aquatica
(venação peninérvea) pode ser confundida
com Rubiaceae, pelas folhas opostas e estípulas
interpeciolares, mas o formato das folhas
obovadas é inconfundível. Outra espécie que
pode ocorrer na região de Manaus mas ainda Potalia amara Bonyunia aquatica
não coletada na Reserva é Antonia ovata, que
possui brácteas imbricadas protegendo cada
flor, relembrando Asteraceae.
LOGANIACEAE

As folhas são sempre opostas e


raramente verticiladas ou agrupadas no
ápice (Spigelia e Potalia), simples, inteiras a
lobadas, estipuladas, e o pecíolo às vezes tem Strychnos froesii Strychnos jobertiana

Ducke, A. 1955. O Gênero Strychnos no Brasil. Bol. Tec. Inst. Agro. do Norte, 30: 1-
564

Potalia amara. Arvoreta Spigelia anthelmia. Erva


monocaule. Ritidoma de até 50 cm. Folhas
marrom-claro. Folhas apicais verticiladas, as
agrupadas no ápice do basais opostas. Lâmina
ramo. Lâmina glabra, séssil, membranácea, com
membranácea; nervuras vários pares de nervuras
secundárias inconspícuas. secundárias partindo da
Ocasional. Vertente, baixio central, arcuadas fortemente
e campinarana. Amazônia para cima. Ocasional. Áreas
365 brasileira, Guianas, Peru. alteradas. Neotrópicos.
71

1 Erva terrícola.

Bonyunia aquatica. Árvore.


Ritidoma rosado. Ramos mais
velhos lenticelados. Lâmina

2
coriácea, glabra com venação Árvore e arvoreta monocaule.
peninérvia, broquidódroma. Folhas glabras com venação
Nervura central proeminente,
peninérvia.
6-8 pares de secundárias. Rara.
Vertente. Amazonas.

74

Strychnos cf. asperula.


Liana. Ritidoma lenticelado,
nodoso. Ramo com lenticelas
pequenas. Pecíolo glabro.
Lâmina arredondada,
glabrescente, coriácea, ápice
Strychnos peckii. Liana. Tronco longo-acuminado; base com 3
fissurado. Folhas grandes. Lâmina nervuras secundárias levemente
elíptica a oblonga, coriácea a plinervadas. Rara. Vertente.
subcoriácea, essencialmente glabra, com Amazônia brasileira.
3-5 nervuras secundárias, plinervadas ou 136
não; terciárias horizontalmente paralelas.
Rara. Terra firme, várzea e igapó.
LOGANIACEAE

América Central, Guianas, Amazônia


brasileira e Mato Grosso.
565

Gavinha
Strychnos subcordata. (Murta- Strychnos froesii. Liana.
da-mata). Liana ou arbusto Caule tortuoso. Ritidoma
escandente. Tamanho da folha marrom-escuro, reticulado,
variável, mas única espécie estrias horizontais e fissuras
com base sub-cordada. Lâmina verticais. Pecíolo denso-
membranácea, ovada, denso- hirsuto. Lâmina cartácea,
branca-pilosa na face abaxial, elíptica a orbicular, coberta por
com 3-5 nervuras partindo pelos eretos e ferrugíneos em
da base ou pouco acima, ambas faces, com 5-7 nervuras
inconspícuas. Ocasional. secundárias partindo da base e
Áreas alteradas. Amazônia acima da base. Ocasional. Vertente 130
brasileira. 40 e campina. Amazônia brasileira.

Lâmina evidentemente pilosa na face


abaxial.

3
Strychnos spp. Liana lenhosa
(raro arbusto escandente). Galha
Folhas palmadas com 3-7 pares Strychnos glabra. Liana.
de nervuras secundárias. Ritidoma verrucoso, marrom-
escuro. Ramo com lenticelas.
Pecíolo hispídulo. Lâmina
cartácea, essencialmente
glabra, com 3-5 nervuras
Lâmina glabra ou esparsamente pilosa plinervadas, passando
na face abaxial. a peninérvia próximo
do ápice. Galhas típicas
sempre presentes na lâmina.
Ocasional. Baixio. Amazônia 118

Strychnos jobertiana. Liana.


Ritidoma e ramo bege a marrom-
claro, com lenticelas dispersas.
Lâmina cartácea, elíptica a
arredondada, glabra, com 3
nervuras secundárias partindo Strychnos cogens. Liana.
sempre da base e proeminentes Ritidoma marrom-
na face adaxial, salientes em acinzentado. Ramo
ambos lados. Freqüente. Platô e lenticelado. Pecíolo
baixio. Amazônia brasileira. densamente piloso. Lâmina
172
pouco pilosa a glabra, com
3-5 nervuras partindo da base
e pouco acima; secundárias
LOGANIACEAE

não evidentes na face adaxial;


ápice acuminado. Ocasional.
Rara. Vertente. Amazônia
Gavinha brasileira, Guianas.

122
566
Gentianaceae
Família com cerca de 35 gêneros e aproxi- até a metade ou até 1/3 da flor. Os frutos são
madamente 500 espécies, distribuídas nos cápsulas.
Neotrópicos. Na Reserva a família está Os gêneros Voyria e Voyriella são
representada por 4 gêneros e 8 espécies, sendo saprofíticos. Pequenas ervas com menos de
uma espécie dos gêneros Irlbachia, Tachia e 30 cm com ramos curtos, cilíndricos ou qua-
Voyriella, e 5 espécies do gênero Voyria. drangulares, ramificados ou não, com cores
variando de branco, amarelado, alaranjado,
avermelhado ou purpúreo. As folhas são
opostas, unidas na base, às vezes tão pequenas
que parecem escamas, recobrindo ramos e
rizomas. As inflorescências são geralmente
uma cimeira, muitas vezes reduzidas a flores
solitárias, terminais. As flores são geralmente
vistosas, muitas vezes tubulosas com 5 sépalas
Irlbachia alata ssp. alata livres ou unidas e 5 pétalas brancas, amarelas
Os gêneros Tachia e Irlbachia são ou alaranjadas, unidas até a metade, formando
respectivamente arbustos que variam de 1 a tubos longos com lobos contorcidos, às vezes
3 m, ervas eretas até 1 m, com folhas opostas, com nectário extrafloral. O fruto é uma
sésseis ou pediceladas. As flores são tubulosas cápsula deiscente ou indeiscente, com muitas
com pétalas amarelas ou esverdeadas, conadas sementes.

Maas, P.J.M. & P. Ruyters. 1986. Voyria and Voyriella (Saprophytic Gentianaceae). Flora
Neotropica Monograph 41. (Referência de onde foram extraídos os desenhos)
Maguire, B. & R.E. Weaver. 1975. The Neotropical genus Tachia. J. Arnold Arb., 56: 103-125.

1 Plantas com folhas verdes.


Arbusto ou erva ereta.

Tachia grandiflora

Tachia grandiflora. Arbusto acima de Irlbachia alata ssp. alata. Erva


2 m. Folhas maleáveis, brilhantes; ereta. Folhas opostas conadas
secundárias broquidódromas, pouco na base. Venação secundária
perceptíveis. Libera resina amarela das eucampdódroma, proeminente na
axilas das folhas quando destacadas. face inferior. Freqüente. Áreas
Parece muito com Apocynaceae (látex alteradas. Neotropical.
branco), mas difere destas por cor
da resina e pelas veias secundárias
pouco evidentes. Ocasional. Platô.
Amazônia Central e Guiana Francesa.
150 115
GENTIANACEAE

566
567

Voyriella parviflora. Ervas Voyria caerulea. Ervas


brancas, geralmente 2 a 3 ramos ramificadas de 10-20 cm.
em cada indivíduo. Inflores- Caules e flores brancas, ás
cência branca em glomérulos. vezes amarelos ou lilás.
Ocasional. Platô. Neotropical. Pétalas com lobos ovalados e
desiguais. Ocasional. Platô
e baixio. Amazônia Central-
Guianas e Amazônia Centro
Sul.

Inflorescência glomerulada.

2 Saprófitas.
Voyria aphylla. Erva entre
15-30 cm. Ramo delgado,
amarelo. Flores solitárias de
corola amarela com lobos
ovalados triangulares com ápice
agudo. Ocasional. Baixio.
Inflorescência não-glomerulada. Neotropical.

Voyria spruceana. Erva entre Voyria tenella. Erva cespitosa,


5-14 cm. Ramos simples, às ca. 10 cm. Ramos brancos,
vezes ramificados na base, longos, providos de nós e longos
geralmente alaranjados. Flores internós. Flores solitárias com
solitárias com corola amarela a longos pedicelos sem brácteas;
avermelhada, raramente branca. corola amarela com lobos de
Pétalas com lobos profundamente forma obtusa e cálice muito
partidos, estreitamente curto. O ovário é visivelmente
triangulares. Platô e baixio. mais engrossado que nas
Neotropical. outras espécies. Platô e baixio.
Ocasional. Neotropical.
GENTIANACEAE
568
Apocynaceae e Asclepiadaceae LIANAS 569

Flores grandes Flores pequenas


Apocynaceae é uma família tropical e com a formação de corona, que corresponde
subtropical com poucos representantes em a fusão de parte do gineceu com o androceu, Prestonia spp. Mandevilla spp.
Forsteronia spp. e as espécies de Asclepiadaceae
Odontadenia spp. Secondatia spp.
clima temperado, totalizando cerca de 200 e a formação de políneas em Asclepiadaceae.
gêneros e 2000 espécies. Nos Neotrópicos Muita discussão tem sido levantada com relação
são encontrados aproximadamente 66 gêneros à validade destes taxa como grupos mono-
e mais de 700 espécies, sendo 400 espécies filéticos, entretanto há poucas dúvidas com
e 41 gêneros registrados na flora brasileira. respeito à validade do taxon composto pelas
Na Reserva foram reconhecidos 40 espécies duas famílias, denominado por alguns autores
e 16 gêneros. como subordem Apocynineae. Asclepiadaceae
está representada na Reserva por apenas 3
espécies de lianas, que geralmente são menos
Mandevilla scabra Odontadenia sp. 1 Forsteronia gracilis Matelea sp. 1
lenhosas que as espécies de Apocynaceae
e têm uma camada esverdeada sob a casca.
Neste guia as famílias são colocadas juntas
devido à dificuldade em separá-las vege-
tativamente.
As espécies arbóreas com folhas
opostas, diferenciam-se vegetativamente de
Clusiaceae, pois esta tem látex amarelo ou
alaranjado nos troncos e ramos, e a gema Odontadenia puncticulosa Secondatia duckei Forsteronia acouci Forsteronia sp. 2
Odontadenia verrucosa terminal é protegida pela base do par de
São plantas com látex branco e pecíolos das folhas distais, expandida em forma
abundante, em alguns casos visível apenas nos de bainha. As espécies arbóreas com folhas
ramos terminais e, neste caso, com coloração alternas (Aspidosperma e Geissospermum) são ÁRVORE A ARBUSTOS
diferenciada vermelho-sangue ou acastanhado diferenciadas de Sapotaceae pela disposição
(Aspidosperma). São representadas por árvores dística ou espiraladaagrupada das folhas e
de grande a médio porte, arvoretas, lianas e pela dilatação da base do pecíolo. O gênero
menos freqüentemente arbustos (Tabernae- Aspidosperma é de difícil distinção, mas em
montana). As folhas são opostas, verticiladas geral não apresenta látex no corte do tronco
ou alternas, geralmente apresentando glân- e, nos ramos, este é quase sempre vermelho-
dulas na base do limbo ou pecíolo. As sangue ou acastanhado.
estípulas são ausentes ou inconspícuas. As Apocynaceae apresenta síndrome de
Aspidosperma sp. B Aspidosperma spruceanum Aspidosperma desmanthum Himatanthus sucuuba
flores são bissexuais e geralmente vistosas, polinização associada a borboletas e menos
com corola tubulosa e os lobos torcidos no freqüentemente a abelhas. Para Himatanthus
botão. Os filetes são parcialmente unidos ao é citada a visita de várias espécies de
tubo da corola e as anteras freqüentemente Lepidópteros. Os frutos são dispersados pelo
APOCYNACEAE E ASCLEPIAADACEAE

APOCYNACEAE E ASCLEPIAADACEAE
adnadas à dilatação terminal do estilete. Frutos vento (Aspidosperma, Odontadenia, Mande-
simples, bagas, drupas, cápsulas ou mais villa, Himatanthus e Prestonia) ou por animais,
freqüentemente folículos. Apresenta de uma sendo relatadas várias espécies de macacos e
a muitas sementes, secas ou ariladas, simples, de aves consumindo frutos. Asclepiadaceae
aladas ou com coma apical. apresenta síndrome de polinização associada
A família Asclepiadaceae é filogene- principalmente a abelhas, e as sementes são
ticamente muito próxima de Apocynaceae. dispersadas pela água ou pelo vento. Couma guianensis Couma utilis Geissospermum argenteum Parahancornia fasciculata

Existe entre elas um gradiente de modificação Apocynaceae apresenta grande impor-


e fusão das estruturas florais, culminando tância econômica e medicinal (ver pg. 581).

Leeuwenberg, A.J.M. 1994. A revision of Tabernaemontana. II.: the new world species.
Royal Botanical Gardens, Kew.
Plumel, M.M. 1991. Le Genre Himatanthus (Apocynaceae), révision taxonomique. Bradea
5 (supl.): 1-117.
Woodson, R.E. 1933,1935 e 1951. Três publicações sobre Apocynaceae no Ann. Missouri
Botanical Garden, Vol. 20, 22 e (38).
Zarucchi, J.L. 1987. A revision of the tribe Ambelanieae (Apocynaceae-Plumerioideae). Tabernaemontana undulata Tabernaemontana Tabernaemontana angulata
flavicans
570 571
FRUTOS DEISCENTES (FOLÍCULO) LIANAS HERBÁCEAS OU LENHOSAS

Aspidosperma spp.
Sementes aladas ou comosas

Lianas
1 Folhas sem domáceas
nas axilas das nervuras
secundárias.
As espécies de Asclepiadaceae são lianas
e estão incluídas no grupo 1. São em
geral plantas herbáceas ou sublenhosas e
raramente encontradas no dossel. Em geral
apresentam de 2 a 4 glândulas (coleteres) na
Folículo geralmente simples,

2
comprimido lateralmente; Folículo duplo, não base da folha na face superior, um caractere
Folhas com domáceas Glândulas na
semente circundada pela asa, comprimido com encontrado apenas em Forsteronia sp. 1
(c a v i d a d e s e / o u t u f o s d e base da folha
com uma "haste" longa saindo sementes comosas. dentre as espécies de Apocynaceae da
pêlos nas axilas das nervuras de Matelea
do centro. Reserva.
secundárias). sp. 1
Sementes comosas

ÁRVORES A ARBUSTOS

Folhas alternas

Aspidosperma sp. Aspidosperma Aspidosperma Folhas espiraladas Folhas dísticas


marcgravianum desmanthum Odontadenia puncticulosa

6 4
Himatanthus spp. Látex Geissospermum spp. Folhas
abundante ao corte. Tronco dísticas. Tronco acanalado e
Himathantus spp.
circular. Folhas +/- agrupadas fenestrado e látex escasso ou
Folículo duplo, não comprimido, com semente no ápice dos ramos. ausente no corte do tronco.
circundada pela asa de forma concêntrica, sem a
"haste" presente nas sementes de Aspidosperma. Odontadenia puncticulosa

5
Forsteronia
gracilis Aspidosperma spp. Látex
ausente ou escasso. Tronco
circular ou acanalado e/ou
Tronco acanalado e fenestrado
fenestrado.
Sementes com arilo, sem asa ocorre em Geissospermum
e em algumas espécies
Tabernaemontana spp. - folículo duplo, não comprimido, semente
Látex é ausente ou de Aspidosperma. O das
com arilo freqüentemente alaranjado.
escasso no tronco em espécies de Geissospermum
Aspidosperma (geral- é muito semelhante ao tronco
mente com látex nos ra- de Minquartia guianensis
mos), Geissospermum (Olacaceae), planta muito comer-
e Rauvolfia. Nos cializada no Norte do Brasil e
Corte do demais gêneros o látex conhecida como "Acariquara".
tronco e Aspidosperma
do ramo de geralmente escorre em
Tabernaemontana angulata Tabernaemontana muricata Tabernaemontana undulata nitidum
Aspidosperma abundância, co brin do
spruceanum rapidamente o corte.
APOCYNACEAE E ASCLEPIAADACEAE

APOCYNACEAE E ASCLEPIAADACEAE
FRUTOS INDEISCENTES Folhas verticiladas
E SEMENTES NÃO ALADAS

Couma spp.
Ambelania spp.
Lacmellea spp.
Parahancornia spp.
Macoubea spp.
Rauvolfia spp.
3 Couma spp. - 3 folhas por verticilo
e látex abundante no tronco.
Rauvolfia spp. - 4 a 5 folhas por
verticilo e látex escasso no tronco.

Rhigospira spp. Geissospermum spp.


Folhas opostas sempre com látex branco abundante
Ambelania acida

7 8
Tabernaemontana spp. - Folhas Pecíolo distinto do
subsésseis ou com pecíolo pouco limbo.
distinto do limbo (base atenuada a
decurrente).

Lacmellea arborescens Lacmellea gracilis Rhigospira quadrangularis


572 573

Mandevilla scabra. Liana de • Indeterminada sp. 1. • Matelea sp. 1. Liana de


37
pequeno porte. Glândulas Liana herbácea. Folhas sub-bosque. Caule fino com
cônicas (em forma de gota) ritidoma suberoso esbran-
sobre a nervura principal na
+/- trinérvias na base, com • Blepharodon nitidum. Liana herbácea. quiçado. Nervação terciária
estipelas, e com pêlos Menores folhas do grupo. Nervuras terciárias
face superior. Base da folha reticulada. Folhas finas e glabras.
muito curtos recobrindo inconspícuas e secundárias planas ou impressas Nervura central impressa e pilosa
cordada. Folhas cartáceas, ambas as faces inferior na face inferior. Veia central impressa e na face superior, proeminente na
com pecíolo canaliculado. (evidentes nas nervuras pilosa na superior. Folhas cartáceas, glabras. inferior. Base da folha obtusa a
Freqüente em capoeiras abertas e no pecíolo). Ápice da Margem da folha recurvada. Base da folha cordada, aguda e margem plana. Pecíolo
em solos arenosos. Amazônia com estipelas na face superior. Ápice mucronado. canaliculado. Baixio, em
folha com pequeno mucro.
Central e Ocidental até oeste do Pecíolo canaliculado. Ocasional. Capoeira em solo geral na margem de igarapés, 157
79 Rara. Baixio.
71 Equador. arenoso. América do Sul tropical e sub-tropical. freqüentemente dentro da água.
Ocasional.

Folhas evidentemente pilosas na face


inferior ou pelo menos nos ramos e pecíolo.

1
Lianas herbáceas e lenhosas,
sem domáceas nas axilas das
nervuras secundárias.

Odontadenia puncticulosa. Liana


• Matelea badilloi. 105
lenhosa. Ritidoma reticulado,
Liana de dossel. Folhas
Odontadenia perrottetii. Liana lenhosa raramente com lenticelas salientes.
cartáceas com pêlos em Folhas glabras ou com pêlos diminutos
de dossel. Ritidoma lenticelado. Nervuras terciárias percurrentes,
ambas as faces, pecíolo e ramos. e inconspícuos. Em Secondatia,
impressas em ambas as faces.
esbranquiçadas na face inferior. Nervuras terciárias percurrentes como
Pecíolo não canaliculado. Base Folhas de margem plana e base
em O. puncticulosa, mas reticulação
da folha cordada. Estipelas cuneada. Face inferior com
entre elas pouco evidentes (quando pontuações avermelhadas sobre
na base da lâmina na face
superior. Gemas axilares pouco
• Asclepiadaceae. Em geral são lianas seco) e base da folha obtusa. Também a venação. Freqüente. Vertente,
herbáceas ou sub-lenhosas crescendo sobre com pontuações sobre a venação na campinarana, baixio e capoeira.
desenvolvidas. Rara. Platô 142
a vegetação arbustiva (veja dica no grupo 2). face inferior. Rara. Amazônia Central Sul da América Central e Norte da
e Baixio. Amazônia Central-
102 e Oriental. América do Sul.
Norte, Guyana e Venezuela.
APOCYNACEAE E ASCLEPIAADACEAE

APOCYNACEAE E ASCLEPIAADACEAE
Forsteronia sp. 2. Liana de Prestonia megagros. Secondatia sp. 1. Liana Secondatia duckei. Liana
dossel. Pode confundir com Liana de dossel. Folhas de pequeno porte. Face lenhosa. Venação terciária
Matalea badilloi, mas pêlos fortemente coriáceas, inferior esbranquiçada reticulada e +/- plana na face
ásperas na face
apenas na face inferior e devido a pêlos eretos inferior. Folhas de margem
inferior. Pecíolo não
estipelas ausentes. Folhas canaliculado. Gemas glandulosos (visíveis recurvada. Face inferior
cartáceas. Pecíolo canali- axilares protegidas apenas com 25 x). Difere esbranquiçada devido a pêlos
culado. Gemas axilares por catáfilos cônicos. de S. duckei pelo hábito eretos glandulosos (visíveis
pouco desenvolvidas. Ritidoma sulcado, sem e pela venação terciária apenas com 25x). Freqüente.
Ritidoma sem lenticelas. lenticelas. Vertente. percurrente-oblíqua. Campinarana e vertente, em
Amazônia Central e
Vertente. Oriental e Guianas. Rara. Capoeira de solo solos arenosos a areno-argilosos.
105 190
70
argiloso. Amazônia Central. 81
574 575

Odontadenia verrucosa. Odontadenia sp. 1. Liana Couma utilis. (Sorva). Árvore Couma guianensis. (Sorvão).
Liana de dossel. Venação de dossel. Venação com de sub-bosque. Folhas 3 por Árvore de dossel. Folhas
glabra na face inferior. pêlos eretos diminutos verticilo. Látex abundante no 3 por verticilo. Látex
Folhas coriáceas, não na face inferior. Folhas tronco. Folha elíptica de base abundante no tronco.
Folhas orbiculares
papilosas na face inferior, cartáceas, não papilosas atenuada com pecíolo pouco
de base arredondada
de base arredondada. na face inferior, de evidente. Venação terciária
com pecíolo >1 cm.
Ritidoma lenticelado. Látex base aguda. Ritidoma reticulada. Cultivada na Venação terciária
branco. Freqüente. Baixio, lenticelado. Látex branco. Reserva. Amazônia Central e percurrente-oblíqua.
campinarana e vertente. Sul Rara. Capoeira de solo Ocidental e Guianas. Freqüente. Platô e 105
161
da América Central e Norte 180
argiloso. vertente. América Central e
125 Norte da América do Sul.
da América do Sul.

OUTRAS ESPÉCIES DE ASCLEPIADACEAE


Matelea viridiflora. Apenas tufos de pêlos nas axilas das

3
Liana herbácea. Folhas de nervuras secundárias.
base fortemente cordada Árvores ou arvoretas com folhas
e margem ciliada (com verticiladas.
pêlos), glabras, com glân-
dulas na base, na face
superior. Freqüente nos
arredores, não encontrada

2
na Reserva. Capoeira.
Lianas lenhosas. Folhas com
Sul da América Central e domáceas cavidades e/ou
82
Norte da América do Sul. tufos de pêlos nas axilas das Rauvolfia sprucei. Árvore de
nervuras secundárias. sub-bosque. Folhas 4-5 por
verticilo. Látex escasso ou
Asclepias curassavica. Geissospermum spp. - Árvores ausente no tronco. Cicatrizes

4
Única espécies de com folhas alterno-dísticas, de queda das folhas bem
erva ereta com látex cartáceas. Tronco fenestrado e/ evidentes. Pecíolo mais longo
branco e folhas opostas. Cavidades nas axilas das nervuras
Freqüente em capoeiras ou acanalado e látex ausente ou que as espécies de Couma.
secundárias, pilosas ou glabras.
nos arredores da Reserva. escasso. Ocasional. Campinarana.
América tropical e sub-
121 tropical.
145
APOCYNACEAE E ASCLEPIAADACEAE

Forsteronia acouci. Liana de dossel. Forsteronia gracilis. Liana Geissospermum urceolatum. Geissospermum argenteum.
Cavidades glabras. Folhas lenhosa, rasteira ou no dossel. (Acariquara-branca). Árvore (Acariquara-branca).
cartáceas a membranáceas, Cavidades axilares circunda- de dossel. Folhas concolores, Árvore de dossel. Folhas
densamente papilosas das por pêlos. Folhas
com reticulação evidente em discolores, com reticulação
(pontos brancos) e por isso membranáceas à cartáceas
esbranquiçadas na face inferior, e não papilosas, de base ambas as faces (quando seca). inconspícua, encoberta por
de base aguda. Ritidoma truncada à cordada. Folhas jovens cobertas por pêlos pêlos adpressos prateados
escamoso sem lenticelas. Látex Estipelas na base na face deitados ferrugíneos. Folhas a dourados. Base da folha
no caule cor-de-caramelo, superior. Ramos adultos adultas glabras. Base da folha assimétrica. Freqüente.
oxidando para negro. Látex lenticelados. Látex branco. simétrica a oblíqua. Freqüente. Platô e vertente. Amazônia
nos ramos às vezes branco. Ocasional. Campinarana e
82 capoeira. Amazônia Ampla Platô e vertente. Amazônia Sul. Central e Oriental e 78
Ocasional. Vertente. Norte da 68 90 Guianas.
América do Sul. e Guianas.

APOCYNACEAE
576 577
LÁTEX EM ASPIDOSPERMA
Aspidosperma não apresenta látex no tronco em
abundância com o a maioria das Apocynaceae.
Nos ramos, no entanto, o látex pode ser abundante
e apresenta diferentes colorações que ajudam a
reconhecer as espécies.

Látex branco e em geral escasso:


A. aracanga (abundante)
A. marcgravianum
Aspidosperma marcgravianum. A. nitidum Aspidosperma sandwithianum. Aspidosperma spruceanum.
(Carapanaúba). Árvore de dossel. A. sp. B Árvore de dossel. Nervuras Árvore de dossel. Nervura central
Folhas coriáceas com a face A. schultesii central e secundárias cobertas e secundárias glabras ou quase.
inferior densamente papilosa pelo mesmo indumento Secundárias +/- planas na face
da lâmina. Secundárias inferior. Indumento diminuto,
(esbranquiçada a olho nu). Látex vermelho ou marrom: proeminentes na face inferior. parecendo espessa cerosidade
Ritidoma escamoso, desprendendo A. sandwithianum (branco no centro) Pêlos glandulares achatados (forma dos pêlos inconspícua até
em pequenas placas. Látex branco A. spruceanum visíveis com lupa. Lâmina com lupa). Lâmina plana na face
nos ramos, escasso ou ausente. A. desmanthum (marrom) levemente bulada. Pecíolo e superior. Pecíolo e ramos glabros.
Freqüente. Platô e vertente. A. sp. A (escasso) ramos pubescentes. Margem Margem da folha plana. Freqüente.
Panamá e Norte da América do Sul. da folha revoluta. Ocasional. 110 Vertente. Neotrópicos.
175
125 Campinarana e baixio.

Tronco acanalado e/ou fenestrado. Tronco circular. Venação craspedódroma.


Venação broquidódroma (craspedódroma Face inferior das folhas completamente
em A. schultesii). coberta por denso indumento
esbranquiçado. Látex vermelho nos ramos.

Aspidosperma nitidum. Aspidosperma spp. - Árvores Aspidosperma sp. B. Árvore

5
(Carapanaúba). Árvore de de dossel. Folhas cartáceas à
com folhas alternas espiraladas,
dossel. Face inferior não Tronco circular. Face inferior das membranáceas, de margem inteira.
não agrupadas no ápice dos Venação broquidódroma. Nervura
papilosa, folhas concolores. folhas glabras ou com pêlos diminutos
ramos. Látex ausente ou escasso esparsos. Venação craspedódroma central impressa a plana na
Ritidoma liso, rígido com
no tronco. (broquidódroma em A. sp. B). superior; secundárias proeminentes
desprendimento pulverulento. na inferior, planas na superior.
Látex branco escasso ao ramo. Folhas papilosas na face inferior;
Ocasional. Baixio. Amazônia jovens com pêlos esparsos no pecíolo
Central e Ocidental. e venação. Rara. Vertente. América 157
do Sul tropical e sub-tropical.
125

Aspidosperma schultesii. Aspidosperma desmanthum. Árvore Aspidosperma sp. A. Árvore Aspidosperma aracanga.
Árvore de dossel. Folhas de dossel. Folhas coriáceas, de de dossel. Folhas coriáceas. Árvore de dossel. Látex
coriáceas, de margem margem crenada, com látex Nervuras secundárias branco no tronco. Folhas
crenada, com látex branco e marrom-claro e quando secas impressas em ambas as faces, cartáceas. Nervuras secundárias
cor-de-oliva. Secundárias
quando secas avermelhadas. intersecundárias pouco proeminentes na face
impressas em ambas as faces.
Secundárias impressas em evidentes. Folhas sem látex, superior, planas na inferior.
A inferior com cerosidade
ambas as faces. Venação esbranquiçada não encobrindo quando secas cor de oliva. Intersecundárias numerosas e
craspedódroma. Freqüente. a superfície. Látex vermelho nos Látex vermelho nos ramos. bem evidentes em ambas as
Platô e vertente. Amazônia ramos. Freqüente. Platô e vertente. Ocasional. Vertente. faces. Látex branco nos ramos.
Central e Ocidental Norte. Amazônia Ocidental até Equador. Ocasional. Vertente. América
140 111 172 190
do Sul tropical.
APOCYNACEAE

APOCYNACEAE
578
578 579
ALIMENTO DE LAGARTA
Em árvores de Himatanthus sucuuba e H. attenuathus
(espécie de igapó) foram observadas, em diversas ocasiões,
lagartas grandes e muito coloridas sobre as folhas. Trata-
se de espécies de Sphingidae, uma família pequena de
mariposas, que quando em vôo podem ser facilmente
reconhecidas porque pairam como os beija-flores. As
lagartas dessas mariposas utilizam em geral apenas uma
ou poucas espécies de plantas com alimento. As famílias
de plantas mais comumente utilizadas por Sphingidae
são aquelas que produzem látex branco ou que contém
alcalóides em grande quantidade, sendo Apocynaceae,
Himatanthus sucuuba. (Sucuúba). Tabernaemontana flavicans.
Rubiaceae, Solanaceae e Vitaceae as mais freqüentes.
Árvore pequena a mediana. Arvoreta a árvore pequena.
Não se sabe muito bem porque existe especificidade de
Nervuras secundárias arqueadas Folhas < 16 cm. Folhas do
Sphingidae com essas famílias. Estas famílias são em geral
próximo a margem, unidas por
ricas em compostos tóxicos, que poderiam ser utilizados mesmo nó iguais. Reticulação
um arco ca. 2-3 mm da margem
pelas lagartas para defesa contra predadores, e neste caso, não evidente em ambas as Tabernaemontana heterophylla.
e divergindo em ângulo <90o
a coloração vistosa (aposemática) serviria de alerta aos faces. Venação broquidódroma. Arvoreta. Folhas < 10 cm, as do
em relação à central. Pecíolo
predadores. Outras espécies de Sphingidae, no entanto,
canaliculado. Base da folha Freqüente. Platô, vertente e mesmo nó de tamanho distintos.
apresentam mimetismos e camuflagens que já tem essa
obtusa a oblíqua com margem campinarana. América do Sul Venação eucampdódroma e terciárias
função. Sphingidae são os principais polinizadores de
plana. Reticulação proeminente tropical. evidentes na face inferior. Rara. Platô.
Himatanthus, visitando durante a noite suas flores brancas,
na face inferior. Freqüente. Baixio,
tubulosas e perfumadas. 103 Sul da América Central e Norte da 108
190 vertente e capoeiras. América do
Sul tropical. América do Sul.

Himatanthus spp. - Folhas

6
Nervuras secundárias < 10 pares. Folhas
alterno-espiraladas < 16 cm de comprimento, cartáceas de
concentradas no ápice dos ápice acuminado.
ramos.Tronco circular com
látex abudante. Venação
broquidódroma.
Tabernaemontana spp. Arbustos

Himatanthus bracteatus.
Árvore de subdossel. Nervuras
secundárias retas unidas ca. 1-2
mm da margem, formando veia
intra-marginal e divergindo em
7 a árvores pequenas. Folhas
opostas, subsésseis ou com
pecíolo pouco distinto do limbo
(base atenuada a decurrente).
Tabernaemontana angulata.
Árvore de sub-bosque.
Folhas cartáceas < 28 cm de
comprimento de margem plana.
Nervuras secundárias > 15 pares unidas Nervura principal estreita, ca.
ângulo <90o em relação à central.
por veia intra-marginal. Folhas < 17 cm Nervuras secundárias > 10 pares, livres, 1 mm de largura. Porção mais
Pecíolo plano na face superior.
Base da folha atenuada com de comprimento. i.é. venação eucampdódroma. Folhas > larga da folha na região mediana.
margem revoluta. Reticulação 15 cm de comprimento de ápice obtuso, Freqüente. Platô e vertente.
inconspícua na face inferior. agudo a curto acuminado. Amazônia Central e Oriental.
240 Ocasional. Baixio. Disjunção 202
Amazônia-Mata Atlântica.

Himatanthus stenophyllus. Tabernaemontana undulata. Tabernaemontana muricata.


Árvore de subdossel. Nervuras Arvoreta. Folhas coriáceas Árvore de sub-bosque.
secundárias retas unidas por (<17 cm) de margem levemente Folhas coriáceas > 18 cm de
um arco rente a margem, crenada e ondulada. Face comprimento, de margem
perpendiculares à nervura central; inferior esbranquiçada. revoluta na base. Nervura
Tabernaemontana
+/- planas na face inferior. Freqüente. Platô e vertente. principal espessada, 3-4 mm
macrocalyx. Árvore
Pecíolo plano na face superior. Sul da América Central e Norte de largura. Porção mais larga
pequena. Folhas
Reticulação inconspícua na face da América do Sul. da folha na região mediana.
cartáceas > 30 cm de
inferior. Freqüente. Platô e Freqüente. Platô e vertente.
comprimento, de margem
vertente. Amazônia Ampla. Arredores de Manaus.
225 136 plana a recurvada na base. 335
Nervura central espessada,
3-4 mm de largura. Porção
APOCYNACEAE

APOCYNACEAE
mais larga da folha no terço
superior. Rara. Baixio.
Amazônia Ampla.

395
580 581
USO ECONÔMICO E TRADICIONAL
A família Apocynaceae têm grande importância
econômica. As espécies de Aspidosperma são muito
procuradas pela qualidade de sua madeira. Provavel-
mente a espécie mais conhecida dos brasileiros é a
peroba (Aspidosperma polyneuron). Esta espécie,
cuja madeira tem grande resistência e flexibilidade, foi
intensamente explorada no Sudeste e Centro-oeste do
Brasil. Atualmente é encontrado nos supermercados
Lacmellea gracilis. Árvore. Lacmellea arborescens. Ambelania acida. (Pepino-doce). o óleo de peroba, muito utilizado na manutenção de
Venação broquidódroma. Árvore. Venação Ramos terminais achatados. móveis, portas etc.
Nervuras secundárias broquidódroma. Folhas com largura > 1/3 do O principal e mais importante uso de Apocyna-
planas e pouco evidentes; Folhas coriáceas. comprimento. Face inferior ceae, no entanto, está relacionado aos alcalóides do
reticulação inconspícua. Nervuras secundárias finamente rugosa (seco). Nervuras metabolismo secundário de muitas espécies, que são
Margem da folha com e intersecundárias secundárias geralmente impressas utilizados na elaboração de medicamentos. Desses,
apículos esparsos. proeminentes na face inferior. na face inferior. Rara. Vertente os mais famosos são a vincristina e vimblastina,
Freqüente. Vertente e Rara. Platô. Amazônia e platô, solo argiloso. Amazônia utilizados como quimioterápicos no tratamento
capoeira alta. Amazônia Central e Ocidental. Central e Oriental e Guianas. de câncer, extraídos da Vinca rosea, uma espécie
Central e Ocidental. 105
Norte da América do Sul. 154 nativa de Madagáscar. Muitos alcalóides foram
72
isolados de espécies de Tabernaemontana que
ocorrem na região de Manaus (T. rigida, T. riedellii,
Ambelania duckei. Árvore de
T. heterophylla). Na Amazônia, muitas espécies são
sub-bosque. Ramos terminais
utilizadas pelas populações locais, indígenas e caboclas,
achatados. Folhas com largura <
por suas propriedades medicinais. A infusão da casca
Nervuras secundárias unidas ca. 1-2 mm 1/3 do comprimento. Face inferior
de algumas espécies de Aspidosperma, como A.
da margem ou livres. Folhas cartáceas lisa (seco). Nervuras secundárias
nitidum e A. marcgravianum, conhecidas por carapa-
(exc. L. arborescens). planas a proeminentes na face
naúba, são utilizadas no tratamento de malária, em
inferior. Reticulação inconspícua.
inflamações do útero e do ovário, em problemas de
Freqüente. Baixio e vertente em
diabete e do estômago, contra câncer, e também como
solo arenoso ou areno-argiloso.
anticonceptivo. O látex de A. nitidum é utilizado pelos

8
Árvores ou arvoretas com fo- Amazônia Central e Ocidental.
194 índios Makuna e Taiwano na Colômbia para a cura da
lhas opostas e pecíolo distinto lepra. Na Guiana, A. excelsum, é usada no tratamento
Parahancornia fasciculata. do limbo. de dor de dente. As sucuubas (Himatanthus spp.)
Árvore de dossel. Venação contém látex usado em emplastos e no tratamento de
broquidódroma. Nervuras fraturas. Com as folhas de Tabernaemontana macrocalyx
secundárias e intersecundárias (= Bonafousia muelleriana) os índios Waimiri-atroari
planas e bem evidentes em preparam em cerimônias a "bebida da cura". A casca
ambas as faces. Na inserção de T. undulata (= B. undulata), por sua vez, é usada
das folhas nos ramos, os nós Nervuras secundárias unidas por veia
contra fungos de pele ou para dor de cabeça, enquanto
são expandidos lateralmente. marginal. Folhas coriáceas.
as folhas são usadas junto com mandioca para preparar
Ocasional. Baixio. Amazônia vermífugos e o látex para remover bernes. O látex
74 Ampla e Guianas. do amapá-amargoso (Parahancornia amapa) é usado
no tratamento de úlceras internas, dor de estômago,
Macoubea sprucei. Árvore Rhigospira quadrangularis. hepatite e também na cura da sífilis. O uso medicinal
de sub-bosque. Venação Árvore de subdossel. Única é ainda pouco explorado, mas a família tem grande
eucampdódroma. Nervuras com ramos terminais potencial e está sendo muito estudada pela comunidade
secundárias proeminentes quadrangulares. Nervuras farmacêutica.
na face inferior. Reticulação secundárias proeminentes em Alguns gêneros apresentam frutos comestíveis
evidente em ambas as faces. ambas as faces. Terciárias (Couma, Ambelania e Rhigospira). O látex da sorva
Base do pecíolo expandida percurrentes e visíveis apenas (Couma utilis) é comestível e muito apreciado pelos
em forma de bainha, de na face superior. Oca-
povos da floresta. Esta espécie foi muito explorada na
forma que a gema axilar fica sional. Campinarana,
em uma cavidade. Freqüente. baixio e vertente. região do médio é alto rio Negro, pois o látex era utilizado
135 Campinarana e baixio. Amazônia Amazônia Central e no passado para a produção de goma de mascar. Muitas
240 espécies apresentam potencial paisagístico pela beleza
Central até América Central. Ocidental.
de suas flores (Mandevilla spp., Tabernaemontana spp.,
Himatanthus spp.) ou pela forma do tronco e da copa
APOCYNACEAE

APOCYNACEAE
(Aspidosperma spp., Geissospermum spp. e Himatanthus
spp.). Entretanto, pouco é aproveitado pelas populações
residentes. Dentre as espécies comumente cultivadas no
Os frutos de Ambelania duckei são grandes
Brasil, destacam-se a alamanda (Allamanda cathartica), o
(ca. 15 cm de comprimento) e freqüentemente
jasmim-manga (Plumeria rubra), o chapéu-de-napoleão
encontrados no chão, intactos, sob a planta
(Thevetia peruviensis), a espirradeira (Nerium oleander)
mãe.
e a vinca (Cataranthus roseus). A exceção da primeira,
todas as demais são espécies exóticas.
582
Duckeodendraceae
Família monoespecífica descrita em 1947 A melhor característica no campo é o
por J.G. Kuhlman em homenagem a Adolpho tronco acanalado e sem sapopema. Geralmente
Ducke. A única espécie, Duckeodendron tem frutos velhos em decomposição expondo a
cestroides, tem distribuição restrita à Amazônia semente fibrosa em volta da árvore ou comidos
Central. Dados moleculares recentes indicam com marca de dentes, o que indica uma
que Duckeodendron realmente pertence à provável dispersão por roedores (provavalmente
família Solanaceae. por cutiara). Também é possível que a espécie
tenha sido dispersada por grandes mamíferos
já extintos na Amazônia.
Não se conhece nada a respeito
da polinização da espécie. A forma e
disposição das flores sugerem polinização por
mariposas.
Nenhum uso é conhecido.

São árvores com folhas alternas,


simples, inteiras e sem estípulas. A flor é
tubulosa, creme-amarelada, e disposta em
cimos terminais; com 5 estames exseridos
e um disco nectarífero presente envolvendo
o gineceu. As anteras são rimosas. O fruto
é uma drupa piriforme, glabra e vermelho-
alaranjada quando madura.

Kuhlmann, J.G. 1947. Duckeodendraceae Kuhlmann. Arquivos do Serviço Florestal, 3:7-9.


Fay, M.F. et al. 1998. Molecular data support the inclusion of Duckeodendron cestoides in
Solanaceae. Kew Bull., 53: 203-212.

Duckeodendron cestroides.
(Pincel-de-macaco,
pupunharana). Árvore de
dossel ou emergente. Tronco
castanho-escuro, acanalado,
sem sapopemas. Ritidoma
fino. Folha com margem
ligeiramente revoluta.
Freqüente. Platô e vertente.
DUCKEODENDRACEAE

Amazônia Central. O tronco


104 acanalado
com ritidoma
acinzentado
e fissurado e
as sementes
no chão, são
características que
permitem o rápido
reconhecimento da
espécie.
583
Solanaceae
Compreende cerca de 3000 espécies e 90 A família inclui árvores pequenas,
gêneros com ampla distribuição, principalmente principalmente arbustos, ervas ou trepadeiras
em regiões tropicais e subtropicais da América inermes ou com acúleos, glabros ou com pêlos
do Sul. Na Reserva existem 4 gêneros simples, ramificados ou estrelados. As folhas
(Brunfelsia, Markea, Schwenckia e Solanum), são simples, alternas, às vezes opostas ou
os quais são encontrados em áreas desmatadas geminadas (aos pares) de tamanho diferente,
e de regeneração, em campinas alteradas, com margem inteira ou não e sem estípulas.
ambientes abertos de solos arenosos e até A inflorescência pode ser cimeira axilar ou
mesmo em floresta primária (epífitas). A família reduzida a flores solitárias. As flores são
não é muito freqüente em mata virgem, exceto pequenas a grandes e vistosas, geralmente
as espécies do gênero Markea. perfeitas ou unissexuais, actinomorfas ou
zigomorfas, cálice campanulado a tubular
com (4)-5 lobos, corola com (4)-5 lobos; (2
ou 4) 5 estames, adnatos ao tubo da corola;
gineceu com carpelos unidos. O fruto é uma
baga, cápsula ou drupa.

Solanum rugosum

A polinização é feita principalmente por


insetos e a dispersão por animais. Algumas
espécies do gênero Markea são polinizadas
por beija-flores e são inicialmente epífitas,
crescendo em ninhos de formigas, depois
emitem raízes até o chão e passam a
desenvolver hábito hemiepifítico.
A família é conhecida por espécies de
grande importância alimentar e condimentar:
batata (Solanum), cubiu, pimentas em geral,
pimentão (Capsicum) e tomate (Lycopersicon).
É freqüente a utilização de espécies para fins
ornamentais (Datura), industriais como o
tabaco (Nicotiana), assim como medicinais;
e espécies venenosas, que contêm alcalóides
característicos, como muitas espécies de
Solanum e algumas dos gêneros Capsicum e
Lycopersicon.
SOLANACEAE

Markea coccinea

Nee, M. 1993. Notes on Solanum section Brevantherum in Brazil, with description of a


new species. Bol. Mus. Paraense Emílio Goeldi, série Botânica 7:511-520.
584
FLORES E FRUTOS
As flores variam de pequenas a grandes, perfeitas ou unissexuais de simetria radial ou bilateral. O cálice apresenta
(4) 5 lobos valvados e a corola (4) 5 lobos. Os estames podem ser (2 ou 4) 5 com os filamentos adnados na base
do tubo da corola. O gineceu apresenta 2 (-5) carpelos unidos com ovário bilocular (ou tetralocular) súpero e
1 estilete com (1-) vários óvulos em cada lóculo. O fruto pode ser uma baga, cápsula ou drupa.

Brunfelsia Markea ulei Markea camponoti Schwenckia americana


martiana

Solanum fulvidum Solanum rugosum Solanum leucocarpon Solanum


schlechtendalianum

Solanum stramonifolium Solanum crinitum Solanum subinerme Solanum


sendtnerianum

Solanum sendtnerianum Solanum crinitum Solanum subinerme Solanum fulvidum

ARBUTOS DO GÊNERO SOLANUM


SOLANACEAE

Solanum Solanum Solanum Solanum Solanum


rugosum sendtnerianum fulvidum crinitum
585

DICA DE CAMPO
É freqüente as espécies do
gênero Markea apresentarem
dilatações compactas no
caule, de forma irregular,
mas principalmente
alongadas. Estas estruturas
estão sempre associadas
a formigas quando os Schwenckia americana. Erva ereta,
tubérculos estão cheios. delgada, folha elíptica de margem
Provavelmente podem inteira. Pêlos simples nas folhas
indicar o armazenamento e ramos. Veia central plana, na
de água e açúcares para face adaxial. A espécie Solanum
as hemiepífitas, podendo americanum com ca. 1 m e folhas mais
Markea ulei largas pode ocorrer também no mesmo
também murchar durante a
estação seca. ambiente e ser confundida com esta
espécie. Freqüente. Áreas alteradas,
solo arenoso. Neotropical. 28

1 (Hemi)epífitas e ervas eretas.


Markea ulei. Epífita ou
hemiepífita em ninho de
formigas. Folhas cartáceas
quando secas, concolores,
elípticas a levemente obovadas.
Venação broquidódroma e
pecíolo rugoso. Veias salientes
na face abaxial. Pode ser
identificada devido ao ápice do
ramo apresentar 4 folhas quase
verticiladas. Rara. Neotropical. 317

Markea coccinea. Epífita ou Markea camponoti. Epífitas ou


hemiepífita. Ramos horizontais. hemiepífitas. Ramos horizontais.
Folhas crássulas, mas coriáceas Folhas cartáceas, quando
quando secas; discolores e secas; discolores e levemente
elípticas. Venação tendendo obovadas. Venação irregularmente
a broquidódroma, pecíolo broquidódroma, pecíolo canaliculado,
canaliculado. Veias central e geralmente maior que o de M.
secundárias proeminentes na coccinea. Veias central e secundárias
face abaxial, terciárias quase 201
proeminentes na face abaxial, terciárias
imperceptíveis; margem levemente
visíveis em ambas faces. Em geral, o
revoluta. Freqüente. Todos os
ambientes. Amazônia Central e padrão de venação separa essas espécies.
140
Guianas. Freqüente. Amazônia Ampla.
FAMÍLIA

585
586

Solanum fulvidum. Arbusto. Solanum rugosum. (Amor-


Caule com acúleos em toda de-cunhã). Arbusto ereto e
extensão. Ritidoma com estrias ramificado. Ramos sem acúleos e
esbranquiçadas longitudinais. lenticelados mais visíveis do que
Ramos, pecíolo e veia central nas outras espécies. Margem
da folha com acúleos eretos. às vezes, levemente ondulada;
Lâmina áspera com pilosidade lâmina áspera com base
ferrugínea hirsuta, destacando- decurrente e simétrica. Pecíolo
da mesma cor que a venação.
se das demais. Base assimétrica.
Única espécie do grupo com
Venação eucampdódroma.
venação mais bulada. Freqüente.
Freqüente. Platô e vertente. Áreas alteradas, principalmente
204 Amazônia Central. 188
queimadas. Neotropical.

Margem inteira.

Arbustos eretos ou ramificados.

Solanum subinerme. Arbusto


ereto ou ramificado. Ramos com
acúleos dispersos. Acúleos
pouco encurvados, presentes
na veia central, às vezes
2 Pêlos estrelados soltando ao
toque. Espécies típicas de áreas
abertas, solo arenoso ou areno-
argiloso.

simétrica; pecíolos e veia


central escurecidos até 1/4
da lâmina. Margem levemente Margem lobada.
182 lobada, menos que S. crinitum e S.
stramoniifolium. Freqüente. Platô
e áreas alteradas. Norte da América
do Sul.
Solanum stramoniifolium. Arbusto Solanum crinitum. Arbusto.
ereto ou ramificado. Ramos e folhas Planta de maior porte do que
com acúleos eretos, maiores que em as outras, chegando à arvoreta.
S. subinerme. Pecíolo da mesma Pecíolo da mesma cor da
cor que a veia central. Acúleos veia central. Acúleos nas
nas veias central e secundárias. veias central e secundárias.
Lâmina com pilosidade Finos acúleos cor de palha e
esbranquiçada e base 250 pilosidade branca, principalmente
assimétrica. Freqüente. Capoeira.
na face abaxial. Freqüente.
210 Neotropical.
Capoeira. Amazônia Central e
Ocidental.
SOLANACEAE
587

Brunfelsia martiana. Arvoreta. Solanum leucocarpon. Arbusto


Ritidoma castanho, rígido com ereto a arvoreta. Tronco fino.
desprendimento laminar. Folhas Ritidoma castanho-acinzentado
cartáceas e glabras. Veia central
com lenticelas. Folhas aos
proeminente na face abaxial e quase
impressa na adaxial. A folha seca pares (geminadas) de tamanhos
pode ser confundida com Markea diferentes, cartáceas, às vezes,
camponoti. Diferencia-se pelo hábito, membranáceas, não discolores.
M.componoti é epífita e B. martiana Venação proeminente em ambas
é terrestre. Ocasional. Platô. Única faces; base assimétrica, ou pouco
espécie deste gênero na região de
Manaus. decurrente. Freqüente. Áreas
210 195
alteradas. Amazônia Ampla.

3 Arvoretas e liana lenhosa.


Folhas com margem inteira. Solanum schlechtendalianum. Arbusto
a arvoreta. Ritidoma com lenticelas e
desprendimento em placas pequenas.
Folhas subsésseis, aos pares com
tamanhos diferentes. Lâmina ovalada,
base assimétrica. Veias proeminentes
na face abaxial. S. leucocarpon e
S. schlechtendalianum podem ser
confundidas com erva ereta na fase
juvenil. Ocasional. Áreas alteradas,
clareiras naturais ou perto de igarapés.
Neotropical. 118

Solanum sendtnerianum. Liana


lenhosa. Ritidoma claro,
áspero. Acúleos freqüentes
nos ramos e na nervura central.
OUTRAS ESPÉCIES
Folha discolor, elíptica larga a
Solanum acanthodes é um arbusto ou arvoreta pouco lanceolada, base leve a
que apresenta caule com espinhos robustos, fortemente assimétrica e ápice
muito parecidos com S. crinitum. As folhas são acuminado. Pêlos estrelados,
também lobadas mas os lobos são triangulares castanhos na face abaxial. Rara.
e de cor verde mais vivo. Os acúleos são finos Todos os ambientes. Amazônia 207
ferrugíneos e a face adaxial não é branca. O Central.
fruto não tomentoso. Provavelmente deve
ocorrer em áreas vizinhas à Reserva.
SOLANACEAE

Solanum americanum é uma erva com caule


pouco lenhoso na base. É uma planta ruderal
em Manaus e provavelmente deve ocorrer na
Reserva. Pode ser confundida com Schwenckia
americana.
588
Convolvulaceae
Com cerca de 50 gêneros e aproximadamente
1800 espécies de distribuição cosmopolita, a
família tem um de seus centros de diversidade
na Amazônia. Na Reserva, 2 gêneros e 11
espécies são encontrados.

Maripa reticulata ssp. reticulata

Dicranostyles longifolia

Ocorrem na família ervas parasitas


e lianas herbáceas ou lenhosas, raramente
árvores e arbustos; na Reserva somente lianas Dicranostyles integra Dicranostyles sp. 1
lenhosas foram encontradas. Suas folhas são
alternas, simples, raramente com estípulas.
As flores são hermafroditas, actinomorfas,
grandes e campanuladas (Maripa) ou
reduzidas (Dicranostyles), freqüentemente
com um invólucro de brácteas; tem 5 sépalas,
freqüentemente desiguais, livres e persistentes;
5 pétalas, unidas, torcidas quando em botão;
um disco está presente; com 5 estames
fundidos na base do tubo da corola; o ovário
é súpero; tem 1-2 estiletes e estigma, ou
um estigma lobado. O fruto é geralmente
Maripa scandens Dicranostyles
uma cápsula loculicida, envolta por sépalas globostygma
persistentes, até um terço do fruto em Maripa,
ou muito reduzidas em Dicranostyles.
Praticamente nada se sabe a respeito da
polinização das espécies de lianas lenhosas
neotropicais e a dispersão se dá por autocoria
ou endozoocoria.
Várias espécies da família são cultivadas
para fins alimentícios, sendo a principal Ipomea
CONVOLVULACEAE

batatas ou batata-doce; outras são usadas para


fins medicinais ou como ornamentais.
Maripa reticulata ssp. reticulata

Austin, D.F. & Cavalcante, P.B. 1982. Convolvuláceas da Amazônia. Publicações Avulsas
do Museu Goeldi, 36: 1-134.
589

Dicranostyles scandens. Liana


lenhosa. Lâmina glabra na face
superior; 8-11 pares de veias
laterais levemente proeminentes
na face superior. Ocasional.
Todos os ambientes, exceto
campinarana. Brasil (Amazônia
Ocidental), Peru, Venezuela e
Guianas.
Maripa glabra
144

1 Lâmina glabra a subglabra na


face inferior. Maripa glabra. Liana lenhosa.
Caule achatado quando jovem.
Lâmina glabra na face superior,
com pequenas pontuações; 7-11
pares de veias laterais impressas
a planas na face superior. Cálice
ou restos dele glabros sobre frutos
velhos. Freqüente. Todos os
ambientes, exceto campinarana.
Amazonas, Guiana Francesa e 225
Suriname.

Maripa scandens. (Brasa).


Liana lenhosa. Caule cilíndrico
quando jovem. Lâmina glabra
na face superior, às vezes com
pontuações; 7-12 pares de
veias laterais impressas na face
superior. Cálice ou restos dele
sobre frutos velhos recobertos de
tricomas brancos ou amarelados.
138
Freqüente. Vertente e baixio.
CONVOLVULACEAE

Amazonas, Venezuela e Guianas.

Maripa scandens
590

Dicranostyles falconiana. Dicranostyles globostygma.


Liana lenhosa. Lâmina Liana lenhosa. Lâmina
glabra na face superior; na face superior glabra,
9-10 pares de veias com resíduo de pêlos
laterais impressas emaranhados na base da
na face superior. nervura central; ca. de 9
Rara. Campinarana. veias laterais fortemente
Amazonas. impressas na face superior.
Rara. Baixio. Amazonas e
Rondônia.
117
202

Maripa reticulata ssp.


reticulata. Liana lenhosa.
Caule anguloso quando
jovem. Lâmina pilosa na face
superior, principalmente sobre
2 Lâmina pilosa na face inferior.

as nervuras principais e com


pequenas pontuações; 4-6
pares de veias laterais impressas
na face superior. Ocasional.
Baixio. Bacia Amazônica, sul
142
da Venezuela e Suriname.

Dicranostyles longifolia. Dicranostyles holostyla.


Liana lenhosa. Lâmina (Cipó-abiu). Liana lenhosa.
glabra a pilosa na face Lâmina glabra na face superior;
superior, pêlos adpressos 15-20 pares de veias laterais
e brancos; 10-13 pares levemente proeminentes na
de veias laterais planas a face superior. Rara. Baixio.
levemente impressas na Amazônia brasileira e peruana.
face superior. Ocasional.
Vertente e campinarana.
Brasil e Peru.
CONVOLVULACEAE

175 92
591

Dicranostyles sp. 1. Liana Dicranostyles laxa. Liana


lenhosa. Lâmina glabra na lenhosa. Lâmina glabra e
face superior; 8-10 pares de bulada na face superior; 9-10
veias laterais impressas na face pares de veias laterais impressas
superior. Rara. Baixio. na face superior. Rara.
Vertente. Brasil (Amazonas).

106

122

Dicranostyles densa Maripa reticulata

Dicranostyles densa. Liana Dicranostyles integra. Liana


lenhosa. Lâmina na face lenhosa. Lâmina na face superior
superior glabra, às vezes densamente recoberta por pêlos
com resíduo de pêlos longos, adpressos e prateados quando
adpressos e esbranquiçados; jovem, em folhas adultas glabra
ca. 18 pares de veias laterais ou com pequeno resíduo sobre a
impressas na face superior. nervura central na base da lâmina;
Ocasional. Vertente. 12-16 pares de veias laterais
Amazonas. levemente proeminentes na face
superior. Ocasional. Platô e
CONVOLVULACEAE

117 153
vertente. Acre e Amazonas.
592
Boraginaceae
Família cosmopolita com aproximadamente
100 gêneros e 2000 espécies. Na Reserva a
família está representada pelo gênero Cordia
com 11 espécies encontradas em platô e duas
restritas a solo arenoso. Também é muito
comum a ocorrência de espécies do gênero
Tourneifortia (principalmente lianas), porém
não foram encontradas na Reserva.

Cordia exaltata

Cordia exaltata

Cordia nodosa

São árvores, arbustos, ervas ou Cordia hirta Cordia


goeldiana
raramente lianas, freqüentemente com
indumento áspero. As folhas são alternas
(opostas ou verticiladas em Cordia nodosa).
As inflorescências são cimosas, consistindo
basicamente em inflorescências com ramos
bifurcados, escorpióides. As flores são
actinomorfas com 5 sépalas livres ou unidas
na base; as pétalas são em número de 5,
Cordia nodosa - arbusto
lobadas, em um longo tubo, freqüentemente
com escamas na boca do tubo. Os frutos
BORAGINACEAE

são geralmente drupas. São freqüentemente


dispersos por animais ou pelo vento.
Economicamente têm uso
principalmente ornamental (espécies
herbáceas). Algumas espécies têm madeira
de uso comercial.
Cordia nodosa - árvore Cordia nodosa - arbusto
593
DICA DE CAMPO
No campo o gênero Cordia é de fácil reconhecimento pelas seguintes características: tronco muitas vezes
suberoso de casca fissurada, às vezes lisa. Os ramos mais próximos ao tronco apresentam-se distribuídos de
forma verticilada, e os mais distantes apresentam-se bifurcados com uma folha na base. As folhas geralmente
apresentam indumento áspero, às vezes são macias, quando glabras, são sempre brilhantes. Geralmente as
inflorescências nascem da axila desta folha. As inflorescências são freqüentemente cimosas, dicótomas, terminais
ou axilares. As flores são pequenas a grandes, geralmente brancas com pétalas tubulares a campanuladas. O
fruto é uma drupa às vezes pubescente, com semente dura.

Característica do
gênero Cordia é a
presença de uma
folha na base de cada
bifurcação, ao longo
de toda a planta, como
mostra a foto ao lado.

Cordia nodosa - arbusto Cordia sp. 2

DOMÁCEAS
As formigas ocupam o centro oco de algumas partes dos
ramos. Nesta relação, as formigas protegem a planta
contra predadores, e a planta lhes fornece abrigo.

Ramos engrossados formando

1
domáceas associadas com
formigas. Ocorre em duas
morfotipos na Reserva,
diferentes principalmente em
hábito.

Cordia nodosa (arbusto) Cordia nodosa (árvore)

Cordia nodosa. Árvore. Cordia nodosa. Arbusto. Folha


Folha semicoriácea, cartácea com base levemente
áspera. Indumento híspido, auriculada, pubérula na face
marrom em ambas as faces, adaxial e áspera na abaxial.
concentrando-se nas veias e Pecíolos e ramos jovens com
margens, estendendo-se para indumento híspido. Freqüente.
os ramos. Ocasional. Platô Platô e vertente.
e vertente.

290 215
BORAGINACEAE
594

Cordia exaltata. Árvore. Cordia sp. 5. Árvore. Folha


Folha coriacea a semicoriácea, largamente elíptica, coriácea;
pubérula em ambas as faces, lâmina glabra. Pilosidade
escabra. Ápice e base às pubérula nas veias da face
vezes quadradas. Venação adaxial; lâmina áspera
terciária e quaternária abaxialmente, diminuindo em
finamente reticulada, direção aos ramos. Ocasional.
proeminente. Ramos jovens Platô.
pubérulos. Freqüente. Platô
e vertente. Norte da América
200 370
do Sul.

Cordia panicularis. Árvore.


Folha elíptica, semicoriácea,
glabrescente, brilhante,
com ápice e base estreitos.
Venação terciária e quaternária
2 Árvores de folhas glabras à
pubérulas.

finamente reticulada, mas não


proeminente. Vegetativamente
é muito difícil de diferenciar de
C. exaltata. Rara. Platô.
205

Cordia sp. 2. Árvore. Folha Cordia goeldiana. Árvore. É


menbranácea, glabra a olho a única da Reserva que não
nu. Venação terciária e apresenta uma folha na base da
quaternária não formando fina bifurcação dos ramos. Quando
rede de reticulação, consistência fresca, as folhas apresentam
membranácea. Rara. Platô pilosidade nas folhas e ramos
jovens, mas quando secas,
apresentam-se glabras. Rara.
Platô. Esta espécie é introduzida.
150
275
BORAGINACEAE
595

Cordia fallax. Árvore. Folhas Cordia hirta. Árvore


coriáceas, largamente elípticas ou arvoreta. Folha
com base arredondada e oblanceolada com base
ápice acuminado. Indumento estreita e ápice cuspidato.
piloso macio abaxialmente, Consistência coriácea.
pubérulo áspero adaxialmente, Indumento macio (velutino),
concentrando-se na venação. mais concentrado na face
Ocasional. Vertente. abaxial, nas veia de ambas
as faces e nos ramos jovens.
330 Rara. Platô. 215

3 Árvores de folhas pilosas.


Cordia sp. 8. Árvore. Folhas
elípticas com margem revoluta,
coriácea, pubérula na face adaxial
com maior concentração nas
veias; áspera na face abaxial.
Apresenta uma coloração pálida
abaxialmente, o que a diferencia
das outras. O tronco também
apresenta um ritidoma acinzentado
e o alburno é esbranquiçado. 380
Ocasional. Platô.

Cordia cf. naidophylla. Cordia naidophylla. Árvore de


Árvore de grande porte pequeno porte. Tronco finamente
com tronco fissurado. rugoso (estriado). Folha coriácea;
Folha coriácea, glabra, indumento áspero em ambas as
finamente reticulada, faces. Ocasional. Campinarana.
finamente bulada. Rara.
Campinarana.

120 150
BORAGINACEAE
596
Verbenaceae
A família comprende cerca de 91 gêneros e ou racemosas, congestas ou laxas. As flores
1900 espécies de distribuição pantropical, apresentam formas variadas: o cálice apresenta
principalmente em terras baixas. No Brasil, 5 lobos persistentes; a corola apresenta 4 ou 5
existem 16 gêneros e aproximadamente 140 lobos, às vezes bilabiada, formando um tubo
espécies. Na Reserva ocorrem 6 gêneros distinto. O fruto é drupa ou esquizocarpo com
e 14 espécies. Estudos recentes indicam 1 a 4 sementes, raramente cápsula bivalvada.
que uma grande parte das espécies de São polinizadas por insetos e por aves.
Verbenaceae seriam melhor incluídas na A dispersão é feita geralmente por animais, às
família Lamiaceae. vezes pelo vento.
São ervas, arbustos, árvores, raras Algumas espécies são utilizadas como
lianas. As folhas são opostas ou subopostas, ornamentais, como por exemplo: Lantana
verticiladas, geralmente simples, às vezes (chumbinho), Petrea (viuvinha), Amasonia.
palmadas. As inflorescências são cimosas Outras são usadas na medicina popular, como
Stachytarpheta cayennensis (jervão).

FLORES E FRUTOS

Aegiphila integrifolia Aegiphila membranacea

Lantana cujabensis

Amasonia
lasiocaulos

Lantana camara Stachytarpheta cayennensis Petrea bracteata Petrea bracteata


VERBENACEAE

Vitex sprucei Vitex triflora


597

Amasonia lasiocaulos. Stachytarpheta cayennensis.


Arbusto ca. 1 m. Folhas (Jervão). Arbusto. Folhas
cartáceas, marrom- crenadas com base
arroxeadas na face abaxial, decurrente, não aromáticas.
dispostas em espiral no Muito comum em áreas
ápice do ramo. Ocasional. urbanas. Freqüente. Áreas
65
Platô. Amazônia brasileira. alteradas. Neotrópicos e
230
Índia.

1 Arbustos ou ervas com folhas de


margem crenadas ou serreadas.
Lantana camara.
Arbusto. Ramos
pendentes sem acúleos e
pêlos simples nas folhas.
Folhas aromáticas.
Freqüente. Áreas
alteradas. Trópicos e
subtrópicos.

65

Lantana cujabensis.
DICA DE CAMPO Arbusto. Ramos
pendentes com acúleos
Na Reserva, os gêneros de plantas herbáceas são
perceptíveis ao toque
reconhecidas pelas seguintes características: Lantana,
e visíveis a olho nu.
arbustos de folhas crenadas, aromáticas, de ramos
Presença de pêlos simples
quadrados. As flores são pequenas, tubulosas, com
nas folhas. Folhas
cores que variam de amarelas a rosadas, dispostas
aromáticas. Freqüente.
em uma inflorescência congesta; os frutos são
Áreas alteradas.
bagas, pretos quando maduros. São freqüentemente
América do Sul. 62
encontradas em áreas alteradas. Stachytarpheta,
ervas ou arbustos de folhas simples de margem
serreada, não aromáticas. A inflorescência é uma
espiga, longa e fina com flores pequenas, tubulosas,
VERBENACEAE

rosa-claro. Crescem em áreas alteradas. Amasonia,


arbustos ou arvoretas, monocaules de folhas dispostas
em espiral no ápice do ramo, marrom-avermelhado
na face abaxial e margem levemente serrada,
membranáceas. A inflorescência é uma espiga ereta
com flores tubulosas brancas, envolvidas por brácteas
grandes e vermelhas.
598

Vitex duckei. Árvore


Vitex triflora. Árvore de
de grande porte com pequeno porte, com ramos
ramos arredondados. quadrangulares, esparsamente
Folhas subcoriáceas, pubescentes. Folhas
trifolioladas com cartáceas, 3-5 folioladas;
folíolos elípticos de folíolos subsésseis, elíptico
ápice acuminado ou ou sub-ovado com ápice
arredondado e base acuminado e base atenuada,
120 com pubescência somente
acuminada, glabra.
nas veias. Freqüente. Platô.
Brasil, Amazonas. 165
Norte da América do Sul.

Vitex sprucei. Árvore de


grande porte com ramos
2 Árvores. Folhas compostas.

quadrangulares, castanho-
escuros, quase glabros, com
lenticelas alongadas. Folhas
sub-coriáceas, 5-folioladas,
aromáticos; folíolos elípticos, Vitex calothyrsa. Árvore
inteiros com ápice acuminado e
de grande porte com ramos
base acuminada ou arredondada,
glabros. Pecíolos maiores que 11 arredondados, lenticelados,
cm. Ocasional. Baixio. Brasil, glabros; folhas coriáceas, 3-5
230 foliolados, glabras; folíolos com
arredores de Manaus.
lâmina ovado-lanceoladas com
base geralmente arredondada
e ápice agudo-acuminado.
150 Rara. Platô. Venezuela e Brasil
Vitex aff. sprucei. (Amazonas).
Árvore de grande porte,
ramos arredondados
com lenticelas
esparsadas, folhas 3-5
DICA DE CAMPO
folioladas, pecíolos ca. Os gêneros lenhosos da Reserva são reconhecidos pelas
4 cm, folíolos desiguias, seguintes características: Vitex, árvore de pequeno a
220
subcoriáceos, elíptico grande porte com ramos cilíndricos, quadrados nos
ramos jovens, trifolioladas a 5-palmadas, de cartáceas
a ovalado com ápice a coriáceas, com ápice longo acuminado e tronco
longo acuminado e base geralmente esbranquiçado externa e internamente.
VERBENACEAE

curtamente atenuada, Aegiphila, arvoretas e lianas de pequeno porte com


glabras. Rara. ramos cilíndrico, quadrados nos ramos jovens, com
folhas simples, geralmente membranáceas, às vezes
semicoriáceas com flores brancas, amarelas ou creme-
amareladas. Petrea, lianas lenhosas e herbáceas
com folhas simples, fortemente coriáceas, buladas e
escabras. As flores são tubulares com lobos externos
livres, completamente lilás, distribuídas em racemos
(cachos). Ocorre dentro da floresta.
599

Petrea brevicalyx. Arbusto Petrea bracteata. Liana lenhosa.


escandente ou subescandente; Ramos lenticelados, glabros.
ramos cinza arredondados com Folhas coriáceas, opostas; lâmina
cicatrizes suberosas das folhas. elíptica, inteira, ápice agudo,
Folhas coriáceas, buladas, às vezes arredondado; pecíolo
elípticas, inteiras com ápice canaliculado. Freqüente. Todos
arredondado e base atenuada, os ambientes. Amazônia e
glabras em ambas as faces; Guianas.
pecíolos canaliculados. Ocasional.
Platô. Brasil (Amazonas). 290
385

Petrea. .Lâminas ásperas na face inferior.

3
Arbustos, arvoretas, lianas
herbáceas ou lenhosas. Folhas
simples de margem inteira.

Aegiphila aff. microcalycina. Liana


Lâmina lisa ou com indumento macio lenhosa com ramos arredondados.
na face inferior. Folhas subcoriáceas, lâmina eliptico-
ovada, inteira, ápice acuminado
e base aguda, esparsadamente
pubérulo e punctado em ambas
Aegiphila bracteosa. Arbusto até 3 m com ramos as faces; pecíolo ca. 1 cm. Rara.
quadrangulares. Folhas cartáceas com lâmina elíptico- Baixio. Amazônia Ampla.
obovada, inteira ou distintamente denteada, com ápice
acuminado e base atenuada, decurrente. Pubescência 60
esparsa. Rara. Amazônia e Guianas.

Aegiphila membranacea. Arbusto


Aegiphila integrifolia. Arbusto ou ou arvoreta. Ramos arredondados
arvoreta. Ramos quadrangulares curtamente pubescentes. Folhas
densamente pubescente. Folha cartáceas, inteiras, elíptico-oblongas com
cartáceas, elípticas, inteiras, com ápice acuminado e base cuneada ou
ápice agudo e base atenuada, truncada, esparsamente pubescente em
decorrente ao pecíolo, pilosa e ambas as faces, com glândulas escuras
com glândulas escuras em ambas visíveis. Freqüente. Todos as ambientes.
as faces. Ocasional. Vertente e Amazônia e Guianas.
175
capoeira. América do Sul. 220
VERBENACEAE
600
Lamiaceae
Família cosmopolita, principalmente de Na Reserva foram encontradas três
plantas herbáceas ou arbustivas, conhecidas espécies: Hyptis atrorubens, Hyptis lantanifolia
pelo cheiro intenso de menta. Compreende e Marsypianthes chamaedrys. São ervas eretas,
cerca de 200 gêneros e aproximadamete 3000 freqüentes em matas de capoeira e áreas
espécies. Ocorrem em todos os ambientes e alteradas, em solos arenosos ou argilosos.
altitudes. Caracterizam-se basicamente por São confundidas com uma espécie de
apresentar folhas opostas ou verticiladas, Acanthaceae (Lepidagathis alopecuroidea), que
margens denteadas ou serrilhadas com ramos e também ocorre na Reserva. Porém, algumas
caules quadrangulares, pubescentes (tricomas diferenças básicas podem ser reconhecidas,
pluricelulares). As flores são pequenas, como: Acanthaceae apresenta ramos e caules
dispostas em cimeiras. A polinização pode cilíndricos ou achatados; a margem denteada
ser realizada por insetos e beija-flores. é mais ampla ou larga; a pilosidade é menos
densa, não hirsuta, e a flor apresenta estilete
terminal persistente.

Hyptis Marsypianthes Hyptis


atrorubens chamaedrys lantanifolia

Os representantes das Lamiaceae são


Marsypianthes chamaedrys. conhecidos como plantas aromáticas, próprias
Erva cespitosa, robusta, forma
para perfumarias, alfazema (Lavandula),
variável. Ramos com pêlos
não orientados na mesma patchouli (Pogostemon), devido à presença
direção. É a maior em porte de óleos essenciais nos pêlos glandulares das
dos representantes na Reserva. folhas. Outras espécies são utilizadas como
Folhas com veias secundárias condimentos, chás; na indústria farmacológica;
salientes na face abaxial,
na medicina popular e, ainda, como plantas
porém menos organizadas que
Hyptis lantanifolia. Freqüente. ornamentais. Os gêneros mais conhecidos
35
Campina. América tropical. são: Mentha (menta), Ocimum (alfavaca),
Oreganum (orégano), Melissa (cidreira).

Hyptis lantanifolia. Erva delgada. Hyptis atrorubens. Erva


Caule quadrangular com as arestas cespitosa. Caule quadrangular.
marcadas. Veia central e nervuras Ramos e folhas densamente
secundárias salientes e ascendentes. pilosos e desorganizados.
Margem com dentes longos Lâmina foliar ovalada, menor
e esparsos. Ramos e folhas que as demais espécies
com pêlos orientados na encontradas. Nervuras
mesma direção. Face abaxial reticuladas, mesmo as terciárias
esbranquiçada. Freqüente. são evidentes. Margem com
Capoeiras e áreas alteradas. dentes próximos e menores.
32 Pantropical. 23 Freqüente. Capoeira.
Neotropical.
LAMIACEAE
601
Scrophulariaceae
É uma família cosmopolita com cerca de 400 em áreas alteradas de solo arenoso. Podem
gêneros e 4500 espécies, com seu centro de ser confundidas vegetativamente com
dispersão nas regiões temperadas do hemisfério Lamiaceae por apresentar flores bilabiadas
norte, crescendo predominantemente em áreas e ramos quadrangulares, diferindo entretanto
montanhosas. São também bem representadas pela pubescência inconspícua e pela ausência
na região andina, com poucas espécies de pêlos glandulares nas folhas que secretam
ocorrendo na Amazônia e em outras áreas óleos aromáticos. São polinizadas por insetos
florestais. São ervas, eretas ou prostradas, e também podem apresentar polinização
com folhas opostas, às vezes alternas, cruzada. A dispersão pode ser feita por
deltóides, ovaladas a lanceoladas, com insetos ou pelo vento. Economicamente é
margens serradas a crenadas. As flores são utilizada como ornamental e na medicina
geralmente bilabiadas, solitárias ou reunidas popular. Scoparia dulcis é muito conhecida e
em inflorescências cimosas ou racemosas, os utilizada na medicina popular, principalmente
frutos são em sua maioria cápsula loculicida. pelas benzedeiras. É também utilizada para
Na Reserva ocorrem 3 espécies, ambas ervas confecção de vassouras.
daninhas, que crescem predominantemente

Scoparia dulcis.
(Vassourinha). Erva
ereta. Ramos
sublenhosos. Folhas
mais estreitas do que
Lindernia diffusa e
L. crustacea. Cresce
geralmente em áreas
Lindernia Em Lindernia diffusa a cor da alteradas. Pantropical. 30
crustacea flor varia.

Lindernia crustacea. (Douradinha). Erva Lindernia diffusa. Erva prostrada.


prostrada. Ramos delgados, muito Ramos delgados, muito flexíveis.
flexíveis. Folhas deltóides com margem Folhas deltóides com margem
largamente crenada. Esta espécie é
dentada (ciliada). Esta espécie
muito parecida com L. diffusa, difere
porém pela margem. Quando fértil, apresenta uma variação na cor
é fácil diferenciar, pois esta espécie da margem da folha e nos ramos,
tem flor pedunculada e a L. diffusa onde às vezes observa-se uma
não. Nesta espécie também ocorre coloração marrom-avermelhada,
a mesma variação de cor que ocorre e a cor da flor varia de rosa a 15
em L. diffusa. Freqüente. Áreas alteradas.
SCROPHULARIACEAE

Neotrópicos, África e Madagáscar. 8 lilás. Freqüente. Áreas alterada.


602
Gesneriaceae
Família pantropical com cerca de 125 com espécies de Loranthaceae (hemiparasitas),
gêneros e mais ou menos 2000 espécies, devido às suas folhas carnosas, nervura central
principalmente ervas, arbustos, (hemi)epífitas destacada e estarem sobre outras plantas. As
sublenhosas ou terrestres, algumas vezes lianas Gesneriaceae são principalmente utilizadas
herbáceas. como plantas ornamentais e cultivadas em
vasos, existindo ainda registros de uso na
medicina popular.

Codonanthopsis dissimulata

Na Reserva foram registrados os gêneros


Codonanthe, Codonanthopsis, Drymonia, Codonanthe calcarata

Paradrymonia e Nautilocalyx, ocorrendo em


ambiente de sub-bosque (florestas de platô,
vertente e campinarana) e áreas de baixio,
solo encharcado (Nautilocalyx pictus). Folhas
opostas (Codonanthe, Drymonia) ou pseudo-
alternas (Codonanthopsis), principalmente
folhas carnosas com nervuras secundárias
pouco perceptíveis e predominantemente
glabras ou folhas membranáceas, pouco
buladas com veias destacadas, margem
crenada e densamente pilosas (Nautilocalyx). Codonanthopsis ulei
A lâmina foliar pode apresentar glândulas
dispersas (Codonanthe, Drymonia coccinea),
agrupadas na face abaxial, na base
(Codonanthopsis ulei) ou na margem foliar
(Drymonia coccinea). Nectários extraflorais
são observados no ramo, próximo à inserção
do pecíolo. As flores são zigomorfas, tubular-
campanuladas, com um prolongamento na Codonanthopsis ulei
base da corola (Codonanthe). Os frutos são
coloridos e carnosos. Os agentes de polinização
são: beija-flores, morcegos, abelhas, borboletas
e mariposas. As sementes são dispersadas
provavelmente por aves.
As espécies de Codonanthe são
GESNERIACEAE

comumente encontradas em jardins de


Codonanthe crassifolia
formiga. No campo podem ser relacionadas
Moore, H.E. 1973. A synopsis of the genus Codonanthe (Gesneriaceae). Baileya, 19: 4-33.
Wiehler, H. 1978. Miscellaneous transfers and new species of neotropical Gesneriaceae.
Selbyana, 5: 61-93.
603
FLORES E FRUTOS DICA DE CAMPO
Algumas espécies do gênero Codonanthe e
As flores são bissexuais, de simetria zigomorfa e o
Codonanthopsis geralmente ocorrem em jardins
amadurecimento do androceu precede o do gineceu.
de formiga. As formigas cultivam essas espécies,
O cálice apresenta 5 lacínios, verdes ou coloridos,
cujas raízes formam a estrutura dos jardins. As
inteiros ou pouco dentado. A corola pode ser com
folhas carnosas dessas espécies apresentam vários
mais freqüência branca ou colorida formando um
nectários extraflorais na face inferior, explorados
tubo cilíndrico ou alargado no ápice. São 4 estames
pelas formigas.
com anteras de deiscência poricida ou longitudinal e
ocasionalmente pode ocorrer estaminódio. O ovário é
súpero, raramente semi-ínfero unilocular, com estilete
simples e estigma com um orifício na parte superior
ou bilobado.
O fruto é uma baga ou cápsula seca ou carnosa
colorido com 2 valvas, raramente 4. As sementes são
numerosas com ca. 1 a 3 mm ou menores.

Codonanthe crassifolia
Além dos nectários florais, algumas espécies
apresentam glândulas nas folhas ou nos ramos. As
primeiras são pontuais e estão principalmente
espalhadas ou agrupadas na lâmina carnosa. As
outras parecem máculas nos ramos próximo à
Codonanthe crassifolia
inserção do pecíolo e podem ocorrer solitárias ou
em pares.

Glândulas

Paradrymonia ciliosa Nautilocalyx sp.1


Codonanthe Codonanthopsis
crassifolia dissimulata
GESNERIACEAE

Codonanthopsis ulei
Codonanthopsis ulei Codonanthe calcarata
604

2x 2x

Nautilocalyx pictus. Erva Nautilocalyx sp.1. Erva


prostada. Caule marrom. prostadada. Caule
Ramos e folhas pilosos. avermelhado. Ramos e folhas
Lâmina pouco bulada, com densamente pilosos. Veias
veias terciárias salientes
terciárias salientes, menos
(reticuladas). Margem da
que em Nautilocalyx pictus.
folha crenada. Ocasional.
Vertente, baixio, margem Margem da folha crenada.
de igarapé, solo areno- Lâmina foliar não variegada,
argiloso a arenoso. Bacia 181
principalmente verde escura.
68 amazônica. Rara. Baixio.

DRYMONIA

1
As flores das espécies do gênero Drymonia Erva prostrada - Folhas
apresentam inflorescências axilares em fascículos variegadas ou completamente
ou solitárias com brácteas grandes e coloridas ou verdes, com venação muito
pequenas e em geral caducas. Drymonia coccinea
destacada.
pode ser reconhecida com facilidade devido ao
hábito de liana além das brácteas coloridas.
Apresenta 1-10 flores por inflorescência. O
cálice tem sépalas brevemente conadas na
base, vináceas e
glabrescentes. A
corola é tubular,
amarela e internamente
avermelhada com (Hemi)epífita. Folhas grandes e
lobos eretos a carnosas. Nervuras secundárias visíveis.
patentes. Os estames Pecíolo longo.
têm anteras oblongas
e o gineceu apresenta
Drymonia coccinea
ovário cônico.

Drymonia coccinea. Hemiepífita, Paradrymonia ciliosa. Epífita. Caule


liana herbácea ou lenhosa, reduzido, sublenhosa, com raízes
geralmente subindo na base de adventícias nos nós. Folhas não
troncos de árvores, com raízes avermelhadas, secando verde,
no chão. Folhas opostas, com alongadas com lâmina decurrente
máculas avermelhadas e secando no pecíolo, terciárias quase não
vermelhas escuras; venação perceptíveis; margem serreada;
eucampdódroma. Lâmina venação eucampdódroma. Pecíolo
formando um canal Folhas agrupadas,
aparentemente glabra. Glândulas
parecem rosetas. Glândulas pontuais
na lâmina foliar e ramo.
na lâmina foliar. Freqüente. Baixio.
182 Freqüente. Baixio, campinarana. Bacia amazônica.
342
Amazônia Ampla.
GESNERIACEAE

2X
605

2x 2x

Codonanthe crassifolia. "forma B". Às Codonanthe crassifolia. "forma A".


vezes, as espécies de Codonanthe têm Epífita. Folhas opostas, vináceas
desenvolvimento variado, dependendo na face abaxial, especialmente
na margem e nervura central.
do ambiente onde crescem. Por
Margem inteira. Nervura central
exemplo, C. crassifolia cresce em
destacada e secundárias não
jardim de formiga com folhas maiores visíveis. Glândulas na lâmina
do que aquelas que são encontradas no foliar (pontuais) e no ramo,
chão do sub-bosque cujo comprimento próximo à inserção do pecíolo
é reduzido (22 mm). (irregulares). Encontrada em jardim
de formiga. Freqüente. Platô,
44
campinarana. Neotropical.

Epífita. Folhas pequenas e carnosas.


Nervuras secundárias não visíveis.

2 Epífita - Folhas carnosas,


nervura central destacada.
2X

Codonanthe calcarata.
Epífita. Folhas opostas, verdes.
Diferencia-se de C. crassifolia
por apresentar margem
levemente denteada na parte
Epífita. Folhas grandes e carnosas. apical. Nervura central evidente
Nervuras secundárias pouco visíveis. e secundárias não visíveis.
Pecíolo curto. Glândulas na lâmina foliar
(pontuais). Encontrada em jardim
de formiga. Freqüente. Platô e 83
campina. Amazônia Central.

Codonanthopsis dissimulata. Epífita. Codonanthopsis ulei. Epífita. Às


Folhas alternas. Nervuras e margem vezes folhas alternas com máculas
pouco vináceas. Base da lâmina purpúreas na face abaxial. Lâmina
foliar arredondada, diferindo-se foliar mais estreita em relação à C.
de Codonanthopsis ulei cuja base
dissimulata. Glândulas na folha
é mais estreita. A folha parece
e no ramo próximo à inserção
glabra. Glândulas na lâmina
foliar (pontuais) e nos ramos do pecíolo (forma irregular
próximo à inserção do pecíolo esbranquiçada quando jovem).
(irregulares). Ocasional. Platô e Freqüente. Vertente, baixio e
baixio. Amazônia Central. campinarana. Amazônia Ampla.
70
GESNERIACEAE
FAMÍLIA

605
606
Acanthaceae
Família com cerca de 250 gêneros e 2500 da corola. As flores são zigomórficas, pequenas
espécies, distribuídos pelos trópicos, subtrópicos a vistosas, brancas, matizadas ou rosa-escuro.
e zonas temperadas de ambos os hemisférios. Os frutos são drupas ou cápsulas biloculicidas,
No Brasil, ocorrem mais nas florestas mesófilas às vezes com deiscência explosiva.
(interior dos estados da Região Sudeste, Sul e As espécies do gênero Mendoncia
Centro-Oeste), na Mata Atlântica, no cerradão são conhecidas como cipó-tuíra, usado na
e cerrado, especialmente na Região Centro- medicina popular como diurético.
Oeste. Na Reserva foram encontrados 5 gêneros
e 7 espécies, comuns em capoeiras de platô,
vertente ou em floresta de baixio.

Pulchranthus congestus
Ruellia sprucei

São ervas eretas ou prostradas e lianas


herbáceas a sublenhosas. As folhas são
opostas, decussados, sem estípulas, simples,
geralmente esbranquiçadas abaxialmente e
com cistólitos, vistos como raios na superfície.
As nervuras secundárias são ascendentes-retas
ou ascendentes-arqueadas, e a margem é
inteira a levemente crenulada. Os ramos são
também decussados, levemente angulados
ou cilíndrico-achatados, com nós evidentes,
freqüentemente pilosos. A inflorescência é
axilar ou terminal, com brácteas pequenas a
Justicia Lepidagathis Mendoncia
grandes e foliáceas, às vezes cobrindo o tubo pectoralis alopecuroides hoffmannseggiana

Mendoncia hoffmannseggiana. Mendoncia pedunculata. (Cipó-


(Cipó-tuíra). Erva escandente. tuíra). Erva escandente. Folhas
Folhas cartáceas, variando em coriáceas, glabras, ápice com
forma e tamanho. Venação múcron espessado. Venação
saliente em ambas as faces. terciária e quaternária submersa.
Adaxial com pilosidade tomentosa; Folha seca discolor. Ocasional.
abaxial pubescente, pecíolo e Baixio e capoeira. Amazônia.
ramos pilosos, pêlos castanho-claros.
Ápice mucronado, franjado. Folha
seca marrom-amarelada. Freqüente.
120 Capoeira. Amazônia ampla e Guianas.
ACANTHACEAE

87
607

Justicia pectoralis. Erva Lepidagathis alopecuroides.


cespitosa. Folhas cartáceas Erva ereta cespitosa. Ramos
com venação evidente. Caule e folhas levemente pilosos.
verde com nós avermelhados, Folhas cartáceas com face
levemente áspero. Capoeira de abaxial esbranquiçada; adaxial
solo areno-argiloso. Neotrópicos. glabra com nervura central
pilosa. Lâmina decurrente na
base. Caule levemente áspero.
Freqüente. Capoeira de solo
34
areno-argiloso. México e 47
Antilhas e Amazônia.

1 Ervas. Folhas com margens


geralmente inteiras, glabras ou
pilosas.

Justicia sp. Erva ereta.


Folhas cartáceas, glabras,

2
Lianas herbáceas a sub- discolores. Caule glabro.
lenhosas, ou arbustos Rara. Baixio.
escandentes, sublenhosos.
Folhas e caule glabros ou
pilosos, com margem inteira ou
denteada.

Ruellia sprucei. Liana Pulchranthus congestus.


escandente sublenhosa Erva ereta. Folhas verdes
com nós evidentes. Folhas ou marrons adaxialmente,
cartáceas, com pêlos brancos vináceas abaxialmente,
e curtos estendendo-se até ásperas, maleáveis. Caule e
os ramos; margem levemente pecíolo ásperos, glabrescentes.
crenulada; quando seca Freqüente. Baixio. Amazônia
concolor. Ocasional. Baixio. Central e Rio Trombetas.
Venezuela e Amazônia
Central.
102 116
ACANTHACEAE
608
Bignoniaceae
Família com cerca de 850 espécies e (Martinella obovata e Memora tanaeciicarpa),
120 gêneros distribuídos em 8 tribos. Sphingidae (Leucocalantha aromatica,
Predominantemente tropical, especialmente Arrabidaea triplinervia e Arrabidaea prancei),
abundante nos Neotrópicos, com poucas e por borboletas (Tynanthus).
espécies nas regiões temperadas. É a família Os frutos são cápsulas secas, com
que inclui o maior número de lianas na Região formatos variáveis, e as sementes são aladas,
Amazônica. dispersas pelo vento. Apenas em Schlegelia o
fruto é uma baga avermelhada e dispersa por
pássaros.
As folhas apresentam interessantes
padrões de danificação e as inúmeras
glândulas presentes em quase todas as
estruturas vegetativas atraem muitas formigas
que exercem importante papel na proteção
contra herbivoria. Em Stizophyllum riparium
a relação com formigas é ainda mais forte: os
ramos são ocos e formigas se alojam no interior
Tabebuia serratifolia dos ramos.
Na Reserva está representada por A família é amplamente utilizada
52 espécies e 25 gêneros, incluídos em 3 na ornamentação e na medicina popular.
tribos: Bignonieae, Tecomeae e Schlegelieae. As flores e folhas são também usadas na
São plantas lenhosas com folhas opostas produção de tintas, e a madeira das espécies
e compostas (com exceção de Schlegelia, arbóreas, na construção. Casca de Tabebuia
que apresenta folhas simples). São predomi- incana é usada pelos índios como aditivo em
nantemente lianas, com poucas árvores bebidas alucinogênicas, e Arrabidaea chica
e um gênero hemiepífita (Schlegelia), de como protetor solar e na pintura para a pele.
posição taxonômica duvidosa. As espécies Todas as espécies cipó de Bignoniaceae são
lianas, com reputação de serem díficeis de popularmente chamadas de "cipó-cruz".
serem reconhecidas no campo, podem ser
reconhecidas pelos alargados nós opostos
(persistentes mesmo após a queda das folhas),
pelo floema arranjado em formato de cruz e
pelo folíolo terminal geralmente modificado
em gavinha simples ou trífida. O formato da
secção dos ramos, as glândulas e cicatrizes
presentes entre os pecíolos e o número de
folíolos são também importantes caracteres Arrabidaea trailii
taxonômicos para a identificação de materiais
estéreis.
As flores são muito vistosas, com forma,
cor, tamanho e horário de abertura bastante
variáveis. São caracterizadas pela presença
de 4 estames didínamos e um estaminódio, Arrabidaea nigrescens
pelo estilete alongado e pelo estigma bífido.
BIGNONIACEAE

Os principais polinizadores são abelhas Características importantes


"de língua comprida", mas várias espécies da família: estames
didínamos, estilete
são também polinizadas por beija-flores alongado e estigma
bífido (Lundia densiflora).

Gentry, A.H. 1980 e 1992. Bignoniaceae. Flora Neotropica Monograph 25, part 1
(Crescentieae and Tourrettieae) e 2 (Tecomae).
609
FLORES BRANCAS FLORES AMARELAS

Adenocalymna Callichlamys latifolia


Arrabidaea Distictella Cydista aequinoctialis subincanum
triplinervia elongata

Memora Memora Memora


Lundia Pararrabidaea Pleonotoma albiflora adenophora flaviflora moringiifolia
densiflora truncata

Outras:
Adenocalymna impressum
Arrabidaea japurensis
A. prancei
Leucocalantha aromatica
Distictella parkerii
D. magnoliifolia
Stizophyllum riparium
Pleonotoma melioides Memora Anemopaegma
Pachyptera kerere tanaeciicarpa oligoneuron
Tynanthus polyanthus
Outras:
Tynanthus panurensis Pleonotoma jasminifolia Manaosella cordifolia
Anemopaegma robustum Mussatia priurei
A. floridum Tabebuia incana
Memora flavida T. serratifolia
FLORES ROSA, VINHO OU AZUIS M. longilinea
M. bracteosa

FLORES VERMELHAS OU LARANJA

Jacaranda copaia Arrabidaea


nigrescens

Anemopaegma
foetidum Schlegelia spruceamum. Flores e detalhe dos
nectários extraflorais no cálice.

Distictis pulverulenta Cuspidaria


subincana
Outras:
Arrabidaea chica
A. egensis
A. inaequalis
Martinella iquitosensis Arrabidaea trailii
M. obovata
Mansoa alliacea Outras:
Clytostoma binatum Schlegelia paraense
Arrabidaea Arrabidaea Pyrostegia cinerea
fanshawei cinnamomea Pyrostegia venusta

FRUTOS
BIGNONIACEAE

Anemopaegma Arrabidaea trailii Arrabidaea Jacaranda copaia Schlegelia Stizophyllum


foetidum triplinervia spruceana riparium
610
ÁRVORES HEMIEPÍFITAS

1 Folhas compostas e opostas.


2 Schlegelia. Escandentes por raízes
adventícias. Folhas simples.

LIANAS

Folhas 2-3-folioladas

Gavinhas simples Gavinhas trífidas

3

6
Gavinhas lenhosas partindo da
axila dos ramos, raro também com • Ramos com grupos de glândulas
o folíolo terminal modificado em interpeciolares.
gavinha.

Cheiro extremamente forte em todas

4 7
as partes da planta, especialmente
• Folíolo terminal modificado em
ao corte. (Outros caracteres são os
gavinha simples. Ramos com grupos
de glândulas interpeciolares. mesmos do grupo 8).

5 8
Ramos sem grupos de glândulas
interpeciolares. Ramos sem grupos de glândulas
interpeciolares.

• Estes grupos apresentam glândulas interpeciolares

9
Folhas 2-3-ternadas ou 2-3-pinadas
Pseudoestípulas presentes (às vezes apenas visíveis na porção
terminal dos ramos).

CUIDADOS NA IDENTIFICAÇÃO
• Lianas são freqüentemente arbustivas e não escandentes quando jovens.
• Plantas jovens podem ter folhas muito maiores, e com indumento diferente das adultas.
• Pseudoestípulas e glândulas interpeciolares são mais evidentes em ramos jovens, principalmente na porção apical. Como
BIGNONIACEAE

estas estruturas podem estar ausentes em algumas porções da planta, deve ser observada em várias áreas interpeciolares.
• As gavinhas podem estar quebradas e gerar confusões na distinção entre gavinhas simples e trífidas.
• A cor do corte pode variar de acordo com a idade (as fotos não são padronizadas pela idade).
• No caso das éspecies com gavinhas simples e com grupos de glândulas interpeciolares, é conveniente checar
grupos 3 e 4, dado que em alguns (apesar de poucos) dos indivíduos com gavinhas partindo da axila dos ramos
raramente também apresentam folíolos modificados em gavinhas. Especial atenção deve ser dada a Arrabidaea
chica.
611
DICAS SOBRE JACARANDA
Jacaranda é a única espécie de árvore na Reserva
com folhas bipinadas e opostas. Umas poucas
Mimosoideae têm folhas às vezes subopostas,
raramente opostas.

Jacaranda copaia. (Pará-pará).


Árvore de dossel ou subdossel.
Folíolos com margens
inteiras, freqüentemente Folíolos jovens de J. copaia
serreados quando jovens. podem ser serrilhados.
Plantas jovens podem
ser confusas com Memora
Troncos mais
moringiifolia. Ramos com odor
antigos de J. copaia
"azedo" ao corte. Comum em podem ser menos
baixio, vertente, platô e capoeira. avermelhados
Amazônia. 800

Região interpeciolar
Jacaranda. Folhas bipinadas. de J. copaia

1 Árvores com folhas compostas e


opostas.

Tabebuia incana

Tabebuia. Folhas digitadas, 5-7 DICA DE CAMPO


folioladas. Vitex (Verbenaceae) confunde com Tabebuia. Folhas
comumente 3-5-folioladas e subopostas. Casca
desprende facilmente e com oxidação rápida no
corte.

Tabebuia serratifolia. (Pau- Tabebuia incana. (Pau-


d'arco, ipê). Árvore de dossel. d'arco). Árvore de
dossel. Tronco castanho,
Tronco acizentado, fissurado.
fendado superficialmente
Ramos acinzentados. Folíolos e desprendendo-se em
com margem serreada, glabros, placas. Base com sapopemas.
mais raramente pubérulos, Folíolos fortemente discolores,
venação broquidódroma, com face abaxial amarelo- 120

diminutas domáceas nas axilas. pubescente, com nervuras


vinho, adaxial castanha, margem
Ocasional em vertente e platô.
330 inteira. Ocasional em platô.
Amazônia. Amazônia Central.
BIGNONIACEAE
612
GAVINHAS EM LIANAS
Os indivíduos jovens das Bignoniaceae lianas podem terminar em discos adesivos. Em Manaosella
freqüentemente não apresentam gavinhas. No entanto, cordifolia a gavinha pode estar dividida em mais que
estas tornam-se evidentes tão logo tais indivíduos três segmentos (multífida).
começam a subir. Tanto a posição quanto a forma
das gavinhas são variáveis, mas são caracteres úteis
Gavinha
para a identificação de materiais estéreis. Por isso, é
muito importante que gavinhas de Bignoniaceae sejam
sempre coletadas. Folíolo
As gavinhas tipicamente representam uma
modificação de um folíolo. Assim, um mesmo
indivíduo pode apresentar tanto folhas 3-folioladas (e
sem gavinhas) como 2-folioladas com o terceiro folíolo
Peciólulo
modificado em uma gavinha. Menos comumente (como
é o caso do grupo 3), as gavinhas não são modificações
dos folíolos mas sim dos ramos. A terminação da Pecíolo
gavinha pode ser simples (grupos 3-5 e 8), ou trífida
(grupos 6 e 7). Em Distictis e Distictella as gavinhas Região interpeciolar

Schlegelia paraense. Liana


hemiepífita. Ramos acinzentados,
com lenticelas creme. Folhas
coriáceas, até 10(-15) cm,
secando avermelhadas, venação
2 Lianas hemiepífitas, escandentes
por raízes adventícias. Folhas
simples.

proeminente na face abaxial,


pouco evidente na adaxial,
com um grupo de glândulas
na base; pecíolos espessados.
Pseudoestípulas lanceoladas,
100 bipartidas. Rara. Platô. Amazônia
brasileira e Guiana Francesa.

Schlegelia spruceana. Liana


hemiepífita. Ramos angulosos,
com lenticelas castanho-claras. SCHLEGELIA
Folhas coriáceas, até 30 cm,
secando com cor-de-oliva; O gênero Schlegelia sempre foi considerado muito
margens suavemente revolutas
atípico em Bignoniaceae por apresentar frutos
especialmente na base, cobrindo
um grupo de glândulas; pecíolos tipo baga (dispersos por passáros), folhas simples,
muito espessados. Ocasional. hábito hemiepifítico e pela ausência do floema
Baixio. Amazônia brasileira e em cruz presente em todas as outras Bignoniaceae
Guianas. liana. Dados moleculares recentes sugerem que
255
Schlegelia e genêros afins (Gibsoniothamnus, Exarata
e Synapsis) realmente formam um grupo evolutivo
BIGNONIACEAE

isolado de Bignoniaceae, o qual provavelmente


será reconhecido como uma família independente:
Schlegeliaceae. Por apresentar folhas simples e hábito
hemiepifítico, Schlegelia pode ser mais facilmente
confundido com Drymonia (Gesneriaceae) do que
com outras Bignoniaceae.
613
Simples

Arrabidaea cinnamomea Arrabidaea prancei

Trífida Arrabidaea cinnamomea. Liana


lenhosa. Tronco cilíndrico, castanho-
acinzentado; ao corte creme, não
oxidando-se. Ramos castanho-
escuros, desprendendo-se
intensamente. Folhas buladas,
ásperas, com venação
reticulada, impressa na face
Tynanthus panurensis Anemopaegma adaxial, secando cor-de-oliva.
oligoneuron Freqüente. Campinarana, capoeira e
platô. Amazônia. 220

As glândulas
em A. egensis e
outras espécies
podem estar
escondidas pela
pubescência.

Natural Pubescência
raspada
"Arrabidaea egensis". (Cipó-
peludo). Talvez uma forma
Lianas. Folhas 3-folioladas, jovem de A. cinnamomea, que

3
com gavinhas simples, lenhosas foi anteriormente descrita como
partindo da axila dos ramos, A.egensis. Difere pelos folíolos
raro também com o folíolo lanceolados e ramos vilosos (com
terminal modificado em tricomas simples e esbranquiçados
gavinha. Ramos com grupos de muito alongados).
glândulas interpeciolares.
330

Arrabidaea chica. (Crajirú). Arrabidaea nigrescens.


Liana lenhosa. Tronco (Guarararana). Liana
quadrangular, acinzentado. lenhosa. Ramos angulosos
Ramos cinza-claros, estriados. a quadrangulares,
Folíolos glabros, com glândulas acinzentados. Folíolos
esparsas, secando vermelhos. e pecíolos pilosos (pêlos
Ocasional. Campinarana, amarelos bífidos, negros quando
vertente, platô e em capoeiras. secos). Freqüente. Campinarana,
América Central até Argentina. também em platô, vertente e 320
235 capoeira. Amazônia Ampla.
BIGNONIACEAE
614
GLÂNDULAS
Glândulas interpeciolares
Em Bignoniaceae, glândulas estão distribuídas por
quase todos os órgãos. O agrupamento neste guia Muitas Poucas Sem
é em parte baseado nas glândulas interpeciolares.
Tais glândulas são constantes e geralmente fáceis
de serem observadas. No entanto, a presença
de lenticelas pode confundir o usuário. Algumas
espécies também apresentam glândulas nos folíolos,
as quais podem estar espalhadas por toda a lâmina
foliar, concentradas ao longo das nervuras, ou apenas Arrabidaea Cuspidaria Lundia Callichlamys
nas axilas das nervuras laterais. Em Stizophyllum, nigrescens subincana densiflora latifolia
glândulas pelúcidas estão espalhadas por toda a
lâmina. Glândulas são também encontradas nas
pseudoestípulas e ainda, nas pétalas, cálice e às vezes Glândulas na lâmina
na superfície dos frutos. Acredita-se que funcionam
como nectários (florais ou extra-florais), atraindo
formigas que recebem uma substância açucarada
como recompensa enquanto "patrulham" a planta e,
incidentalmente, a protegem contra herbivoria.
Stizophyllum riparium Pyrostegia venusta

Lianas. Folhas 3-folioladas

Cuspidaria subincana. Liana


lenhosa. Ramos estriados,
castanho-claros recobertos
por lenticelas esbranquiçadas.
Pseudoestípulas inconspícuas. Folhas
coriáceas, elípticas a suborbiculares,
4 ou 2-folioladas, com folíolo
terminal modificado em gavinha
simples. Ramos com grupos de
glândulas interpeciolares.

com ápice abruptamente cuspidado,


densamente esbranquiçado-pubescente
com nervuras enegrescidas na face
abaxial; peciolos pubérulos. Rara.
Platô. Venezuela até Amazônia
Central.
185

Arrabidaea trailii. Liana lenhosa. Pyrostegia cinerea. Liana lenhosa.


Tronco castanho, desprendendo-se Tronco castanho-acinzentado,
em placas, casca-viva e alburno recoberto por lenticelas. Ramos e
cremes, oxidando-se a laranja. folíolos esbranquiçado-pubescentes
Ramos glabros, lisos, com uma 120 quando jovens, glabrescentes
costa na região interpeciolar suave.
245 com a idade, margens revolutas.
Folíolos discolores, face abaxial
esbranquiçado-pubescente com Gavinhas tipo unha-de-gato.
venação castanho-escura. Pecíolos Freqüente. Campinarana e
e gavinhas lenhosos. Freqüente. capoeira. Endêmica da região de
Baixio e platô. Amazônia. Manaus.
BIGNONIACEAE
615

Arrabidaea japurensis. Liana


280 lenhosa. Ramos glabros enegrescidos,
recobertos por lenticelas castanho-
claras. Pseudoestípulas diminutas,
obtusas. Folíolos elípticos, ápice
Mansoa kerere. Liana lenhosa. Ritidoma
cinza, liso. Ramos subtetragonais, acuminado, lepidotos, pubérulos
longitudinalmente estriados, glabros a ao longo da nervura principal. É a
pubérulos. Muito característica pelas única espécie com pecíolos > 1 cm,
pseudoestípulas agudas, organizadas conspicuamente pubérulos na porção
em 3-séries verticais (vide foto), e pelas superior. Rara. Platô. Panamá até
conspícuas glândulas interpeciolares. Bolívia.
Folíolos subcordados, terminal modificado
em uma gavinha com braços muito
alongados. Rara. Platô. Belize até
Amazônia Central e Guianas.

Folíolos glabros a pubérulos

Arrabidaea fanshawei. (Cipó-careta). Liana


lenhosa. Tronco quadrangular, acinzentado,
recoberto por lenticelas, amarelo intenso
ao corte. Ramos cilíndricos,
acinzentados, com lenticelas
castanhas e cicatriz interpeciolar
Folíolos esbranquiçados na face abaxial superficial. Folíolos glabros, raro
(densamente pubescentes). pubérulo-esbranquiça-dos, secando
enegrescidos. Ocasional. Vertente e
platô. Amazônia Central (só conhecida da
215
Reserva) e Peru até as Guianas.

Arrabidaea triplinervia. Liana lenhosa. Arrabidaea prancei. Liana lenhosa.


Tronco castanho-claro, com lenticelas Tronco castanho-acinzentado,
esparsas. Ramos castanhos, estriados, casca-viva e alburno cremes,
recoberto por lenticelas esbranquiçadas. apenas diferenciados após oxidação.
Folíolos com venação Ramos estriados, castanho-
broquidódroma, com 4-6 avermelhados, com numerosas 145
nervuras secundárias, lenticelas circulares, creme. Folhas
domáceas pilosas nas axilas 2-folioladas; folíolos coriáceos, com
das nervuras secundárias. 3-4 pares de nervuras secundárias,
Freqüente. Vertente e platô. glândulas ao longo das nervuras (face
Colômbia até Paraguai. Atrai abaxial) e domáceas na axila das nervuras
beija-flores. 200 basais. Ocasional. Platô. Amazônia
brasileira e peruana.
BIGNONIACEAE
616

105
160

Tynanthus polyanthus. Liana lenhosa. Clytostoma binatum. Liana lenhosa. Tronco


Ramos glabros, conspicuamente cilíndrico, ritidoma cinza, liso. Ramos
quadrangulares, com cicatrizes jovens subtetragonais, glabros ou pubérulos.
interpeciolares. Folíolos pubérulos, Pseudoestípulas coriáceas, pontiagudas e
secando cor-de-oliva; pecíolos organizadas em várias séries, dando aspecto
profundamente canaliculados. de pequenas bromélias. Folíolos coriáceos,
Freqüente. Baixio. Amazônia e enrugados. Rara. Baixio. México até o norte
disjunto no Espírito Santo. da Argentina.

Ramos jovens evidentemente quadran-


gulares (às vezes tornando-se cilíndricos
posteriormente).

5
Lianas. Folhas 2-3-folioladas,
com gavinhas simples. Ramos
Mussatia priurei. Liana lenhosa.
Ritidoma castanho-claro acinzentado, sem grupos de glândulas
conspicuamente estriado, interpeciolares.
desprendendo-se em placas pequenas.
Ao corte creme, sem oxidação.
Caracteríza-se pelos ramos
evidentemente quadrangulares,
costado nos ângulos e, pelos
Ramos ocos.
pecíolos muito alargados no
ápice. Folíolos elípticos; venação
broquidódroma. Rara. Baixio.
Colômbia até Espírito Santo.
380

Jovem
Stizophyllum riparium. (Canudo-de-
São-João). Liana. Tronco quadran-
gular, oco. Ramos cilíndricos,
tomentoso esbranquiçados, com
STIZOPHYLLUM E cicatriz interpeciolar suave (às
FORMIGAS vezes coberta pelo indumento).
Folíolos glandular-pontuados,
S. riparium é a única espécie glabros, pubescentes nas
nervuras, um pouco bulados,
de Bignoniaceae que ocorre vinho quando jovens, margens
na Reserva que providencia irregulares. Rara. Capoeira.
350
duas formas de recompensa América Central até Bolívia.
às formigas: o exsudato
açucarado típico de várias
BIGNONIACEAE

espécies, e também ramos


ocos que fornecem abrigo à
formigas. Formigas do gênero
Crematogaster fazem ninhos no
interior dos ramos da planta.
617

Adenocalymna impressum. Cydista aequinoctialis. Liana


Liana lenhosa. Tronco lenhosa. Tronco vinho; casca
cilíndrico, castanho-escuro; creme viva vermelha e alburno laranja,
170
ao corte, não oxidando-se. Ramos oxidando-se a vermelho, exsudação
pegajosa. Ramos angulosos,
acinzentados, estriados, com cicatriz
com 6-16 braços de floema,
interpeciolar. Folíolos coriáceos, com
ocráceo-pubescentes, com cicatriz
as margens mais espessadas que a lâmina, interpeciolar. Folíolos glabros, com
venação reticulada em ambas as faces; glândulas na axila das nervuras 135
peciólulos curvos, espessados e vináceos no (face abaxial). Ocasional. Baixio
ápice. Rara. Platô. Amazônia. e campinarana. México até
Amazônia.

Ramos circulares.
Anemopaegma robustum. Liana
lenhosa. Tronco cilíndrico, cinza.
Corte creme. Ramos lisos. Folíolos
grandes (30 cm), coriáceos, glabros,
com glândulas na axila das nervuras
da face abaxial (densamente na
base); peciólulos alargados nas
extremidades; região interpeciolar 400
achatada; pseudoestípulas foliáceas,
orbiculares, coriáceas. Freqüente.
Baixio e vertente. Amazônia Central,
Venezuela e Guianas.

Callichlamys latifolia. Liana lenhosa. Adenocalymna subincanum. 250


Tronco castanho-acinzentado com Liana lenhosa. Ritidoma
lenticelas. Ao corte, casca-viva e castanho-acinzentado,
alburno alaranjados, oxidando à desprendendo-se em placas; ao
avermelhados. Ramos castanhos, corte creme, oxidando-se a laranja.
com muitas lenticelas. Folíolos Folíolos coriáceos, ásperos, com
460 venação reticulada e glândulas
(10)-25-30 cm, elípticos a orbiculares,
glabros; venação broquidódroma, esparsas pela face abaxial; peciólulos
impressa na face adaxial. Pode ser curvos, mais compridos que o pecíolo;
confundida com Anemopaegma robustum. pulvínulos proeminentes. Pseudoestípulas
Freqüente. Platô, vertente e campinarana. clavadas. Freqüente. Vertente, platô, baixio e
América Central até Bolívia. campinarana. Amazônia Central e Oriental.
BIGNONIACEAE
618

• Anemopaegma oligoneuron. • Lundia densiflora. Liana lenhosa.


Liana lenhosa. Tronco anguloso, ou arbusto escandente. Tronco
castanho-acinzentado; ao corte castanho escuro; creme ao corte,
creme, oxidando-se a laranja. não oxidando-se. Ramos e folhas
Ramos angulosos, ocráceo- pubescentes. Folíolos com as
pubescentes, com lenticelas. margens ciliadas, suavemente
Folíolos cordados, ásperos, revolutas. Gavinhas lenhosas,
fortemente bulados, pubescentes, geralmente enrolando-se muito
com grupos de glândulas na
nas extremidades e formando
base. Ocasional. Baixio, platô
um emaranhado. Freqüente.
e campinarana. Das Guianas até
330 a Bolívia. 130 Capoeira. Guianas até Bolívia.

• As glândulas interpeciolares podem ser pouco

6
visíveis em espécies com ramos pilosos como Lianas. Folhas 2-3-folioladas,
A. oligoneuron e L. densiflora. Nestes casos, as com gavinhas trífidas. Ramos
glândulas são mais facilmente visíveis nas regiões com grupos de glândulas
onde o indumento se apresenta menos espesso. interpeciolares.

Periarrabidaea truncata. Liana


lenhosa. Tronco anguloso, Leucocalantha aromatica.
acinzentado; ao corte creme, não (Cipó-de-peneira). Liana
oxidando-se. Ramos estriados, lenhosa. Tronco castanho-
com lenticelas castanhas. Gemas acinzentado, estriado. Ramos
foliares muito desenvolvidas. lisos, glabros, vináceos, tornando-
Folíolos coriáceos, glabros, se acinzentados, desprendendo-se
com venação reticulada, oliva em placas papiráceas e expondo a
quando secos; peciólulo flexível camada inferior castanha com estrias
e espessado. Ocasional. brancas. Folíolos glabros, com venação
Campinarana e baixio. Amazônia, broquidódroma, vinácea. Freqüente. Platô
Rondônia até Suriname. e vertente. Amazonas e Rondônia.
BIGNONIACEAE
619

Mansoa alliacea. Liana lenhosa. Tronco Tynanthus panurensis. (Cipó-cravo).


anguloso, reticulado. Corte com cheiro Liana lenhosa. Tronco castanho-escuro,
de alho, casca viva branca, com anguloso. Casca viva e alburno laranja,
muitos septos de floema de coloração oxidando à vermelho; exsuda seiva
creme. Ramos glabros, hexagonais, vermelha, pegajosa, com odor forte
acinzentados, com estrias creme de cravo. Ramos cinza, recobertos
proeminentes nos ângulos, por lenticelas castanho-escuras.
com cicatriz suave na região Folíolos apiculados, com venação
interpeciolar. Folíolos bulados, broquidódroma, piloso-
com glândulas esparsas ao longo esbranquiçados, às vezes com
das nervuras, ápice curvado. domáceas na axila das nervuras
Ocasional. Platô. Amazônia. 180 na face abaxial. Ocasional. Platô. 120

CHEIROS EM BIGNONIACEAE
Apenas duas espécias de Bignoniaceae têm cheiros
fortes na Reserva. Tais cheiros são tão fortes que
permitem que estas espécies sejam facilmente
identificadas. O cheiro de Mansoa alliacea é
característico pelo forte aroma de alho, "carne
Lianas. Cheiro extremamente

7
temperada", ou "carne apodrecida". Tal odor,
forte em todas as partes da é também muito persistente; sendo até mesmo
planta, especialmente ao corte. detectado em materiais herborizados. Tynanthus
(Outros caracteres são os panurensis, por outro lado, apresenta um forte
mesmos do grupo 8). cheiro de cravo. Aparentemente, esses cheiros estão
relacionados a substâncias químicas que repelem
insetos e conseqüentemente protegem tais plantas.
O gênero Tanaecium (não ocorre na Reserva) é o
único outro gênero de Bignoniaceae que apresenta
cheiro forte, que é geralmente descrito como como
"cheiro de amêndoas" ou "marzipan".

SECÇÃO DO CAULE
Espécies pertencentes a Bignoniaceae
podem ser facilmente reconhecidas
através de secções transversais dos
ramos ou tronco, pelo floema que
apresenta vários "braços" (comumente
4, mas também 6, 8, 12, ou 32), os Arrabidaea Cuspidaria Memora
quais geralmente se apresentam em chica subincana flavida
forma de cruz. Além do floema, um
BIGNONIACEAE

outro caractere importante é o formato


da secção dos ramos, a qual pode ser
circular, quadrangular, ou hexagonal
(como em Distictis). Os ramos podem
também ser acanalados, ou alados
(como em Pleonotoma jasminifolia).
Disticus Cydista Pleonotoma
pulverulenta aequinoctialis jasminifolia
Pyrostegia venusta. (Canudo-de- Distictis pulverulenta. Liana
São-João). A única outra espécie lenhosa. Ramos hexagonais com
com ramos hexagonais neste cicatriz interpeciolar, pilosidade
grupo é D. pulverulenta. P. venusta ocrácea. Folíolos jovens
pode ser facilmente reconhecida
esbranquiçado-pubescentes,
pelas glândulas impressas na face
glabrescentes, com glândulas
inferior dos folíolos, pelos folíolos
membranáceos e pela ausência de na axila da nervura basal.
pseudoestípulas. Espécie ruderal, Pseudoestípulas foliáceas.
ocorre por todo a Brasil e países Gavinhas formando discos no ápice.
165
vizinhos. 155 Ocasional. Vertente. Amazônia.

8
Lianas. Folhas 2-3-folioladas,
com gavinhas trífidas. Ramos
sem grupos de glândulas
interpeciolares.

Distictella parkerii. (Cipó-Cururu).


Liana lenhosa. Tronco castanho,
com lenticelas elípticas em linhas
verticais. Ramos lisos, ocráceo
pilosos. Folíolos pubérulos, com Ramos cilíndricos ou subcilíndricos.
glândulas na face abaxial, venação
eucampdódroma, impressa na face
adaxial; pecíolos perpendiculares
ao ramo; peciólulos muito mais
longos que pecíolos. Gavinhas
freqüentemente em forma de disco.
170 Platô, vertente e campinarana. Arredores
de Manaus.
Anemopaegma floridum.
Distictella elongata. Liana
Liana lenhosa. Ramos
lenhosa. Tronco cilíndrico, 5-15
cm DAP, reticulado; ao corte 320 estriados, sem lenticelas.
textura "esfarelenta", cor creme, Folíolos elípticos, com ápice
oxidando-se a laranja e exsudando acuminado e glândulas na axila
seiva transparente. Ramos ocráceo- das nervuras na face abaxial.
111
pubescentes, com lenticelas castanhas. Pseudoestípulas foliáceas,
Folhas coriáceas, ásperas, ocráceo- orbiculares. Rara em platô
pubescentes, com grupos de glândulas na e campinarana. Amazônia (Brasil,
axila das nervuras. Ocasional. Vertente e Colômbia e Peru).
campinarana. Colômbia até Argentina.
BIGNONIACEAE
621

Manaosella cordifolia. Liana lenhosa. Martinella iquitosensis. Liana lenhosa.


Tronco cilíndrico, castanho-claro, com Tronco quadrangular, castanho-
desprendimento abundante em placas escuro com lenticelas elípticas em
filas verticais; ao corte casca viva
de cortiça; ao corte casca viva creme e alburno amarelo oxidando-se a
e alburno laranja, ambos oxidando-se castanhos. Ramos pubescentes, com
a laranja intenso. Folíolos cordados, uma cicatriz na região interpeciolar
5-nervados na base, discolores, em forma de anel. Folíolos cartáceos
esbranquiçado-pubescentes (coriáceos quando secos), cordiformes, 220
viloso-esbranquiçados, com glândulas
em ambas faces. Gavinhas
esparsas na face abaxial. Rara.
também podem ser multífidas. Rara. 180
Vertente.

Ramos hexagonais ou quadrangulares.


Anemopaegma foetidum.
(Cipó-calango). Liana herbácea.
Ramos delgados, estriados, glabros
a pubérulos. Folíolos sésseis ou
sub, nervuras secundárias quase
perpendiculares às primárias,
glabros, com glândulas distribuídas
pela face abaxial, principalmente
na base. Campinarana.
Amazônia, em áreas de campina e
campinarana. 130

Distictella magnoliifolia.
Liana lenhosa. Tronco
com ritidoma fibroso, Martinella obovata. Liana
verticalmente estriado. lenhosa. Ramos delgados,
estriados, glabros, com 140
Ramos cilíndricos,
lisos, achatados nos cicatriz interpeciolar. Folíolos
nós. Folíolos elípticos, elípticos, com glândulas
coriáceos, glabros, distribuídas pela face abaxial.
pubérulos nas axilas Pode ser confundida com
das nervuras, com Anemopaegma foetidum mas
BIGNONIACEAE

esparsas glândulas ao os folíolos são peciolados e


longo da superfície. elípticos e não lanceolados.
Rara. Baixio (também América Central até a Bolívia.
ocorre em igapó).
Costa Rica até Bolívia e 170
Guianas.
622

Memora flaviflora. Liana lenhosa. Memora adenophora. Liana lenhosa.


Tronco cinza, anguloso, com Tronco castanho-acinzentado; ao corte
lenticelas enfileiradas. Casca viva casca-viva e alburno cremes, oxidando
creme oxidando à castanho, alburno a laranja. Única espécie com ramos
creme não oxidando. Ramos lisos, e folhas glandular-pubescentes,
às vezes pegajosos, com uma
cinzas, glabros, com uma cicatriz na
cicatriz na região interpeciolar.
região interpeciolar. Pseudoestípulas Pseudoestípulas foliáceas,
clavadas. Folíolos agudos nas orbiculares, de até 2,5 cm.
530
extremidades, ca. 4-8 cm, face adaxial Folíolos elípticos, suavemente
com nervuras pouco evidentes, a principal bulados. Freqüente. Platô.
impressa. Gavinhas simples. Ocasional. 350 Amazonia Central.
Platô e vertente. Amazônia.

Ramos cilíndricos ou suavemente


angulosos.

Lianas. Folhas 2-3-ternadas

Memora moringiifolia. Liana


lenhosa. Tronco castanho, com
lenticelas elípticas de até 0,4
cm; ao corte casca-viva creme
oxidando-se a laranja escuro.
Ramos e folhas pubérulos,
9 ou 2-3-pinadas, articuladas.
Pseudoestípulas presentes (às
vezes apenas visíveis na porção
terminal dos ramos).

glabrescentes. Pseudoestípulas
clavadas. Folíolos de 1,0-2,0 cm,
350 Ramos evidentemente quadrangulares.
rombóides, oblíquos na base, apenas
com nervura principal evidente.
Freqüente. Platô. Brasil (Amazonas e
Pará) e Guianas.

Pleonotoma jasminifolia. Pleonotoma albiflora.


(Cipó-cachiado). Liana. (Cipó-de-quadra). Liana
Ramos com ângulos lenhosa. Tronco com fissuras
destacáveis. Folhas horizontais a cada +/- 3 cm,
semelhantes às de Memora desprendendo em placas,
moringifolia, mas menores casca-viva creme, oxidando
que 1,0 cm. As duas espécies a laranja. Ramos glabros, com
são, no entanto facilmente uma cicatriz na região interpeciolar em
diferenciadas pelos ramos forma de anel. Folíolos elípticos,
cilíndricos vs. quadrangulares. > 9 cm. Gavinhas trífidas, com "braços"
Rara. Clareiras. Amazônia Central, muito desenvolvidos. Ocasional. Platô e
Venezuela e Colômbia. vertente. Amazônia até Espírito Santo.
BIGNONIACEAE
623

Memora longilinea. Liana lenhosa. Memora tanaeciicarpa. Liana


Corte do tronco creme. Ramos lenhosa. Tronco castanho-claro,
angulosos, com cicatriz interpeciolar esfarelando-se; ao corte casca viva e
suave. Folíolos glabros, com alburno amarelo-intensos, oxidando-se
textura de borracha quando jovens, a alaranjado. Ramos castanho-claros,
discolores (amarelados, com glândulas com lenticelas. Folíolos elípticos, com 340
esparsas na face abaxial, verde escuro ápice apiculado, glabros, com nervuras
com nervuras impressas na adaxial); alaranjadas, margem suavemente
peciólulos e pecíolos sulcados, revoluta; raque lenticelada;
separados da nervura principal por peciólulos alargados em ambas
uma cicatriz. Freqüente. Vertente e extremidades. Gavinhas simples.
platô. Amazônia Central. 390 Rara em platô. Amazônia, Venezuela
e Guianas.

Arrabidaea inaequalis. Liana lenhosa.


Ramos glabros a pubérulos, enegrescidos
quando secos. Folhas usualmente bi-
ternadas, com a terna terminal modificada
em uma gavinha simples, raramente
apresentando folhas simplesmente 2-3- Memora bracteosa. Liana
lenhosa. Tronco cilíndrico.
folioladas. É a única espécie com folhas
Ramos estriados, com lenticelas
2-3-ternadas e que apresenta glândulas na e cicatriz interpeciolar. Ramos e
região interpeciolar. Rara. Platô. México folhas glabros. Pseudoestípulas
até a Bolívia. subfoliáceas. Folíolos coriáceos,
amarelos quando secos. Pode ser
facilmente distinta pelas folhas 2-3
ternadas, e freqüentemente apenas 400
2-3-folioladas (pode haver variação
em um mesmo ramo). Rara. Baixio
(principalmente em igapó). Amazônia.

Memora flavida. Tronco castanho;


ao corte casca viva vermelha,
alburno creme oxidando- Pleonotoma melioides.
se a laranja; odor suave de
Liana lenhosa. Tronco
cravo. Ramos vináceos,
com lenticelas alongadas; não visto. Assim como
ráquis canaliculada. Folhas as outras espécies
às vezes biternadas como M. de Pleonotoma, é
400
tanaeciicarpa mas esta é a única característica pelos
espécie de Memora com gavinhas ramos conspicuamente
trífidas. Rara. Vertente. Amazônia,
quadrangulares, com
Colômbia e Guianas.
cicatriz interpeciolar.
Distingue-se das demais
BIGNONIACEAE

Pleonotoma pelos folíolos


de tamanhos intermediários
às duas espécies, > 1,0 cm
e < 9,0 cm. Rara. Platô.
150
Colômbia até Espírito Santo.
624
Lentibulariaceae
A família tem 4 gêneros e cerca de 425 raramente epífitas. São todas insetívoras,
espécies com distribuição cosmopolita. O utilizando um tipo de armadilha parecendo
maior gênero é Utricularia, com mais de 200 uma cesta localizada na raiz (denominada
espécies, também cosmopolita, com ca. 70 rizóides), que em contato com água captura
espécies na América do Sul. Genlisea também insetos, crustáceos e microorganismos por
ocorre na América do Sul. Uma única espécie sucção. Os organismos capturados são
de Utricularia é conhecida na Reserva. digeridos através de glândulas dentro das
armadilhas. As partes aéreas são associadas
só com a reprodução, apresentando um caule
com folhas bem reduzidas. A planta parece
muito uma saprófita. As flores são vistosas,
freqüentemente amarelas. Apresentam um
cálice partido em quatro e uma corola com
duas pétalas, geralmente bilobadas, sendo a
superior menor e a inferior com um corno
que produz néctar e funciona como uma
plataforma para pouso de insetos. As partes
reprodutivas situam-se numa estrutura na base
da pétala superior, com um estigma e dois
estames. As sementes são muito pequenas,
e provavelmente o vento e a água ajudam
na dispersão. Aparentemente a dispersão em
grandes distâncias ocorre por transporte passivo
São ervas geralmente associadas com
de sementes grudadas nos pés de aves.
áreas encharcadas, tipicamente terrestres,

Taylor, P. 1994. The Genus Utricularia - a taxonomic monografic. Kew Bulletin Additional
Series XIV. Royal Botanic Gardens, Kew.

Utricularia nigrescens. Erva sem folhas, ca. 10 cm.


Só evidente em fase de reprodução, com caule ereto
e flores amarelas. Ocasional. Áreas abertas de solo
arenoso encharcado. Brasil, Amazonas até São Paulo.
LENTIBULARIACEAE
625
Rubiaceae
Esta família, com cerca de 10.700 espécies, Os frutos carnosos podem ser bagas ou drupas
distribuídas em 637 gêneros e 44 tribos, é de colorações variadas: amarelo, alaranjado,
uma das maiores famí.lias de dicotiledôneas. vermelho, azul, roxo ou preto. Estes frutos são
Ocorre em todo o mundo, predominantemente dispersados por pássaros, morcegos ou outros
nas regiões tropicais. pequenos mamíferos.
A Reserva está representada por 90
espécies e 35 gêneros, de hábitos bem variados,
podendo ser ervas, arbustos, arvoretas e árvores
de grande porte, inclusive lianas e epífitas.
Certamente é uma das famílias
mais facilmente reconhecíveis em estado
vegetativo pelas folhas opostas, raramente
verticiladas, e principalmente pela presença
de estípulas interpeciolares (intrapeciolares
em Isertia e Capirona). Pode ser confundida
no campo com Apocynaceae, Sapotaceae
e Violaceae, pelas folhas opostas e padrões
de nervação semelhantes. Diferencia-se de
Sapotaceae e Apocynaceae pela ausência de
látex e de Violaceae apenas pelas estípulas
interpeciolares. Em alguns casos estas podem
ser extremamente reduzidas, e freqüentemente
são decíduas, deixando então uma cicatriz
linear na altura dos pecíolos. Palicourea anisoloba

As inflorescências são basicamente As associações com formigas são


cimosas, variam muito quanto ao tipo, comuns. A maioria delas ocorre em ramos
forma e tamanho. As flores são geralmente ocos que servem de abrigo para várias espécies.
hermafroditas, unissexuais nos gêneros As formigas podem também, em alguns casos,
Alibertia, Amaioua, Duroia e Kotchubaea. construir ninhos em diversas partes externas
O cálice comumente é pequeno e em alguns da planta, como ramos, folhas e até mesmo
gêneros, como Capirona e Warszewiczia, um frutos. Existem espécies com estruturas mais
dos lobos é expandido e colorido, constituindo evidentes, como domáceas na base das folhas
uma estrutura de atração para polinizadores. (Duroia saccifera) ou a glândula na base dos
Esta família apresenta um grande pecíolos (Henriquezia verticillata).
número de polinizadores. As flores, geralmente Algumas espécies de Rubiaceae têm
actinomorfas, são brancas, amarelas e azuis importância econômica, como o café, Coffea
(Faramea platyneura), com odor agradável, arabica, e, nas regiões neotropicais, o jenipapo
e são polinizadas por mariposas, borboletas (Genipa americana). Cinchona officinale é
e abelhas. As espécies de flores vermelhas uma espécie de importância medicinal, da
provavelmente são polinizadas por beija- qual é extraído o quinino. Existem espécies
flores. de Palicourea e Psychotria tóxicas para o gado.
Os frutos podem ser secos ou carnosos. Diversos gêneros, entre eles Gardenia, Ixora e
Os frutos secos são capsulares e as sementes Mussaenda, possuem espécies utilizadas como
freqüentemente aladas, dispersadas pelo vento. plantas ornamentais.

Anderson, L. 1992. A Provisional Checklist of Neotropical Rubiaceae. Scripta Botanica


Belgica 1.
Boom, B.M. & Campos, M.T.V. do A. 1991. A preliminary account of the Rubiaceae of a
RUBIACEAE

Central Amazonian terra firme forest. Bol. Mus. Paraense Emílio Goeldi, 7: 223-247.
Robbrecht, E. 1988. Tropical Woody Rubiaceae. Opera Bot. Belgica 1.
Steyermark, J.A. 1974. Rubiaceae. In: T. Lasser & J.A. Steyermark (eds.). Flora da Venezuela
9. Instituto Botanico, Caracas.
Delprete, P.G. 1999. Rondeletieae (Rubiaceae), Part I. Flora Neotropica (no prelo).
626
ARBUSTOS, SUBARBUSTOS, ARVORETAS E ÁRVORES

Alibertia hispida Alibertia Borojoa Chimarrhis barbata Chomelia estrellana


myrciifolia claviflora

Chomelia malaneoides Duroia gransabanensis

Coussarea ampla Duroia saccifera Duroia macrophylla

Faramea capillipes Faramea platyneura Faramea


torquata

Isertia Ixora ulei Ixora intensa Kutchubaea Henriquezia verticillata


hypoleuca insignis

Pagamea macrophylla Palicourea Palicourea corymbifera Palicourea


anisoloba nitidella
RUBIACEAE

Palicourea guianensis Palicourea Palicourea Palicourea


longiflora longistipulata virens
627
ARBUSTOS, SUBARBUSTOS, ARVORETAS E ÁRVORES

Psychotria Psychotria Psychotria Psychotria Psychotria Psychotria


sciaphila adderleyi astrellantha barbiflora bahiensis brachybotrya

Psychotria cincta Psychotria deinocalyx Psychotria Psychotria


idiotricha humboldtiana

Psychotria Psychotria Psychotria poeppigiana Psychotria Psychotria medusula


mapourioides pacimonica podocephala

Psychotria prancei Psychotria Remijia Remijia ulei Rudgea


rhombibractea amazonica fissistipula

ERVAS LIANAS

Sabicea amazonensis Malanea


hypoleuca
Geophila cordifolia Sipanea pratensis

Schradera polycephala Malanea sp. 2

Spermacoce verticillata
RUBIACEAE

EPÍFITAS

Spermacoce capitata Spermacoce exilis Hillia ulei


628
ARBUSTOS, SUBARBUSTOS, LIANAS
ARVORETAS E ÁRVORES Estípulas arredondadas,
lanceoladas e reflexas.

5
Folhas verticiladas, com domáceas;
estípulas bipartidas, capuz, reflexas e
caducas
1
Estípulas bipartidas ERVAS

6 7
Visivelmente Estípulas
pilosas. estreitadas, Ruderais comuns em áreas alteradas.
glabras ou
aparentemente
glabras.
2 Estípulas fimbriadas.

8 Estípulas espessadas e glabras.

9 Estípulas truncadas

3 Prostradas somente em
áreas naturais. Estípulas
Estípulas triangulares reflexas.

10 11
Estípulas Estípulas
glabras e glabras e

4
persistentes. decíduas.
EPÍFITAS
Estípulas lanceoladas.

12 13
Ápice da
Estípulas Sabicea amazonensis.
estípula
pilosas. Liana herbácea. Ramos
aristado.
cilíndricos, com pêlos
arroxeados. Estípulas
triangulares, recurvadas e
pilosas. Folhas com face
abaxial esbranquiçada e

14 Estípulas lanceoladas,
grandes, pilosas ou glabras

129
pêlos arroxeados. Freqüente.
Áreas perturbadas. Região
Amazônica até Mato Grosso.

15 Estípulas terminais
em forma de capuz
RUBIACEAE

16 Estípulas fimbriadas e
arredondadas
629

Schradera polycephala. Liana Malanea hypoleuca. Liana


lenhosa. Ritidoma fissurado, lenhosa. Ritidoma esbranquiçada
marrom-avermelhado. Casca com lenticelas elípticas. Estípulas
viva vermelha. Alburno creme arredondadas e decíduas com
com faixas longitudinais
pêlos na região central. Folhas
marrons. Ramos cilíndricos e
com face abaxial esbranquiçada,
glabros. Estípulas lanceoladas,
decíduas e glabras. Nervuras coriáceas. Rara. Vertente.
secundárias pouco evidentes Amazônia: Venezuela, Guiana,
e terciárias obscuras. Rara. Peru e Brasil.
155
Baixio. Região Amazônica. 84

1 Lianas herbáceas e lenhosas.


Malanea cf. macrophylla.
Liana lenhosa. Ramos
cilíndricos ou ligeiramente
quadrangulares, hirsutos.
Estípulas oblongas pilosas.
Folhas com pilosidade
intensa. Rara. Vertente.
Antilhas, Venezuela,
Suriname, Guiana Francesa
e Brasil. 144

Malanea sp. 2. Liana lenhosa. Malanea sp. 1. Liana lenhosa. Ritidoma


Ramos aparentemente glabros. ferrugíneo. Estípulas arredondadas, decíduas
Folhas obovadas; ápice e densamente pilosas, pêlos ferrugíneos.
acuminado a arredondado; Folhas coriáceas com face
margem revoluta. Venações abaxial esbranquiçada.
evidentes, 9-12 pares de veias Nervação terciária
secundárias. Rara. Baixio. reticulada bem evidente.
Pecíolo com pilosidade
75
ferrugínea intensa. Rara.
Platô. Provavelmente uma
122
espécie nova.
RUBIACEAE
630

Spermacoce verticillata. Erva Spermacoce capitata. Erva ereta


ereta ou subarbusto com folhas ou subarbusto. Folhas estreitas
pequenas, sésseis, estreitas e pequenas, sésseis. Estípulas
uninérvias; difere de S. capitata por fimbriadas. Quando estéril
ter lâmina mais estreita e quando semelhante a S. verticillata; quando
férteis o cálice possui quatro em flor ou fruto são facilmente
sépalas. Estípulas fimbriadas. distingüíveis pelo número de sépalas:
Freqüente. Áreas degradadas. Sul S. capitata apresenta 2, enquanto S.
dos Estados Unidos até o Sul da verticillta apresenta 4. Freqüente.
América do Sul. 25 Áreas degradadas. América Central
26
até o Brasil.

Folhas verticiladas.

Spermacoce ocimifolia.
Erva ereta. Ramos jovens
quadrangulares. Estípulas
fimbriadas, pilosas. Folhas curto-
2 Ervas ruderais (áreas alteradas).

pecioladas a subsésseis, estrigosas


(ásperas). Freqüente. Áreas
degradadas. México, América Folhas opostas, não verticiladas.
Central e Caribe até o Paraguai.

77

Spermacoce exilis. Erva Sipanea pratensis. Erva ereta.


prostrada. Ramos delgados, Ramos cilíndricos, pilosos.
quadrangulares. Estípulas Estípulas triangulares, pilosas.
fimbriadas. Folhas curtamente Folhas pecioladas, pilosas,
pecioladas, fracamente principalmente nas nervuras.
pubescente, sendo intenso na Freqüente. Áreas degradadas.
nervura central. Freqüente. América do Sul: Guianas,
Áreas degradadas. México até Venezuela, Peru, Colômbia e
América do Sul. Brasil.
35 24
RUBIACEAE
631

DETALHES DAS FLORES DE


SPERMACOCES

Geophila cordifolia. Erva


prostrada. Ramos cilíndricos e
delgados, pubescentes. Estípulas
triangulares, pilosas. Folhas
pilosas, longamente pecioladas.
Spermacoce capitata S. verticillata Freqüente. Todos os ambientes.
América Central até a Colômbia,
Venezuela, Peru, Equador,
Guianas e Brasil.
91

3 Ervas prostradas somente, em


áreas naturais.

Geophila repens. Erva


prostrada. Ramos
cilíndricos, delgados.

4
Estípulas triangulares.
Folhas curto-pubescentes
Epífitas. em relação a G. cordifolia,
longo-pecioladas, cordada-
orbicular. Rara. Campinaranas.
Neotrópicos, Oeste da África,
Filipinas e Oeste do Pacífico. 36

Hillia ulei. Epífita. Ramos Hillia sp. 1. Epífita.


cilíndricos e glabros. Estípulas Folhas muito mas largas
lanceoladas, glabras e decíduas. que a H. ulei. Oito
Folhas com nervuras fracamente pares de veias.
visíveis apenas na face abaxial.
Nervuras terciárias obscuras.
Ocasional. Vertente. Floresta
tropical e ao longo dos rios.
Norte de América do Sul.

102 155
RUBIACEAE
632

Palicourea virens. Arvoretas Palicourea corymbifera. Arvoretas


ou arbustos. Tronco com anéis ou arbustos. Tronco com anéis
transversais e lenticelas em transversais proeminentes e
pequena quantidade. Folhas lenticelas circulares em pequena
subssésseis, decurrência laminar quantidade. Folhas pecioladas
abrupta, jovens de coloração com decurrência laminar forte-
arroxeada. Estípulas aristadas. cuneada. Estípulas interpeciolares
Ocasional. Platô e vertente. unidas, curtamente bipartidas
Amazônia Central e Oriental. e glabras. Freqüente. Platô
232
248
e vertente. Guiana Francesa,
Venezuela e Brasil.

FOLHAS VERTICICILADAS
As espécies quando jovens podem apresentar Arvoretas com ramos acanalados.
somente folhas opostas. Tomar cuidado ao identificar
plantas não adultas. Essa característica ocorre
também em algumas espécies do grupo 1 (ervas em
áreas alteradas) e do grupo 8 (Isertia hypoleuca). As
famílias que tem espécies com folhas verticiladas e

5
que podem ser confundidas com Rubiaceae incluem
Quiinaceae, Apocynaceae e Sapotaceae.
Folhas verticiladas.

Árvores com glândula única.

Henriquesia verticillata

Henriquezia verticillata.
Árvores de grande porte.
Pecíolo cerca de 3 cm,
contendo uma glândula
circular na base. Estípulas
lineares, duas entre
cada folha. Freqüente,
principalmente ao longo
de Igarapés. Baixio.
195
Venezuela e Brasil.
RUBIACEAE

Henriquesia verticillata
633

Duroia macrophylla. Árvores Duroia saccifera. Árvores


de subdossel. Ramos de pequeno porte. Ritidoma
quadrangulares, espessos e marrom, escamoso. Folhas
ocos com pilosidade ferrugínea. sésseis, evidentemente pilosas,
Estípulas grandes, triangulares, com um par de domáceas
tomentosas e caducas. Folhas
características na base das
grandes, longamente pecioladas,
folhas. Freqüente. Todos
com nervuras salientes na face
os ambientes. Venezuela,
abaxial e pouco tomentosas.
Colômbia, Peru e Brasil.
Freqüente. Todos os ambientes.
450 278
Brasil e Guianas.

Árvores com folhas grandes.

Duroia longiflora. Árvore de sub-


dossel. Ramos quadrangulares,
glabros. Estípulas terminais
em forma de capuz, pilosas.
Arvoretas com folhas grandes, alogadas.
Folhas ternadas ou quaternadas,
pecioladas, com pêlos nas
nervuras, margem revoluta.
Nervuras salientes em ambas as
faces; terciárias paralelas entre
si. Freqüente. Platô e vertente. 296
Guianas e Amazônia Central.

Remijia amazonica. Arbusto ou Remijia ulei. Arvoretas de pequeno


arvoreta de pequeno porte. Ramos porte. Ritidoma com lenticelas
ligeiramente quadrangulares, salientes. Com resina transparente,
ocos, com pilosidade ferrugínea. escassa, pegajosa. Ramos
Látex branco nas estípulas quadrangulares, ocos, com
terminais. Estípulas triangulares,
pilosidade ferrugínea. Estípulas
pilosas, decíduas. Folhas ternadas
ou verticiladas, pecioladas, triangulares, levemente pilosas
com tufo de pêlos na axila das e decíduas. Folhas levemente
nervuras secundárias. Freqüente. pilosas a glabras. Nervuras terciárias
Campinarana e vertente. Região paralelas. Ocasional. Baixio e
770
Amazônica. vertente. Amazônia.
RUBIACEAE
634

Morinda triphylla. Arvoretas Palicourea longistipulata


ou arbustos de sub-bosque. var. longistipulata. Arvoretas
Ramos quadrangulares, ocos ou arbustos de sub-bosque.
e pilosos. Estípulas bipartidas Ritidoma marrom-acinzentado,
apenas no ápice. Folhas liso. Ramos e folhas pilosos.
com pecíolo curto, pilosas Freqüente. Todos os
principalmente nas nervuras. ambientes. Amazônia Central
Ocasional. Capoeiras e e Guiana Francesa.
clareiras. Brasil: Amazonas
225 e Pará. 331

Texto do sub-grupo

Psychotria poeppigiana.
(Lábios-de-prostituta).
Arbustos. Ramos e folhas
densamente pilosos.
Nervuras pilosas e salientes
6 Estípulas bipartidas,
visivelmente pilosas.

na face abaxial. Ocasional.


Baixio. México até o Brasil. Texto do sub-grupo

150

Psychotria medusula. Subarbustos. Psychotria prancei. Arvoretas


Pilosidade nos ramos, estípulas e arbustos. Ramos, estípulas e
e folhas. Nervuras salientes em folhas com pilosidade intensa, às
ambas as faces. Nervuras terciárias vezes arroxeada. Folhas com face
pouco evidentes. Freqüente. abaxial podendo variar de verde
Todos os ambientes. Região a roxa, inclusive num mesmo
Amazônica. indivíduo. Freqüente. Todos os
ambientes. Arredores de Manaus.

156 102
RUBIACEAE
635
DICA DE CAMPO

Algumas espécies de Rubiaceae possuem, por


vezes, coloração arroxeada no indumento
e na face abaxial das folhas jovens. Em
Psychotria prancei essa característica
é presente também nas brácteas das
inflorescências.

Psychotria idiotricha.
Subarbusto prostrado,
com pilosidade intensa
arroxeada. Folhas com
pecíolo curto e pêlos
arroxeados. Ocasional.
Vertente e platô. Região
Amazônica.

76

Psychotria sciaphila.
Subarbusto com ramos
prostrados, densamente
pilosos. Folhas pilosas com
nervação bem evidente
principalmente na face
abaxial. Rara. Baixio.
Psychotria sphaerocephala. Amazônia.
Erva. Ápice dos ramos
arroxeados. Ramos e
79
folhas pilosos. Nervação
reticulada. Rara. Platô.
Região Amazônica.
RUBIACEAE

76
636

Psychotria polycephala. Arbustos Psychotria barbiflora.


ou ervas. Folhas e ramos Subarbustos ou arbustos.
glabros. Ocasional. Baixio e Nervuras salientes em ambas
campinarana. Amazônia Central as faces. Folhas glabras e
e Guianas. quando secas com coloração
marrom-avermelhada.
Freqüente. Vertente,
campinarana e capoeiras.
Amazônia Central e Guianas.
124 94

Psychotria humboldtiana.
7 Estípulas bipartidas, estreitadas,
glabras ou aparentemente
glabras.

Arvoretas ou arbustos. Ritidoma


liso com lenticelas. Ramos
e folhas glabras. Folhas com
nervação bem marcada,
Psychotria paniculata também ocorre na região.
geralmente amareladas.
Freqüente. Baixio e campinarana.
Amazônia.

156

Palicourea longiflora. Arvoretas


e arbustos. Ramos e folhas
glabras. Folhas com face abaxial
algumas vezes arroxeada.
Nervuras amareladas. Freqüente.
Psychotria casiquaria. Arbusto. Vertente. Guiana Francesa,
Ramos e folhas esparsamente Suriname, Venezuela e Brasil.
pilosas. Rara. Baixio.

187

232

Psychotria platypoda. Arbustos.


RUBIACEAE

Ramos e folhas glabras. Nervuras


salientes na face abaxial. Rara.
Vertente. Amazônia.

195
637

Psychotria cincta. Arbustos. Psychotria brachybotrya.


Folha elíptica; 9 pares de veias Arbustos. Ramos e folhas
secundárias, terciárias pouco glabras. Nervuras salientes
evidentes; margem de contorno em amabas as faces,
impresso. Freqüente. Todos mas principalmente na
os ambientes. Costa Rica até face abaxial. Nervuras
Região Amazônica. terciárias pouco evidentes
na face adaxial. Ocasional.
Platô e vertente. Região
Amazônica.
149 167

Psychotria rhombibractea. Psychotria deflexa .


Arvoretas ou arbustos. Ramos e Arvoreta. Ramos jovens
folhas glabras. Folhas brilhantes e quadrangulares. Folhas
buladas. Nervura central saliente elípticas. Venação conspícua.
em ambas as faces. Freqüente. Rara. Campinarana. Região
Platô. Arredores de Manaus. Amazônica.

212

190

Psychotria manausensis. Psychotria subundulata.


Arbustos. Ramos e folhas Arvoretas. Ritidoma verde,
glabras. Ocasional. Platô e estriado, lenticelas em
vertente. Manaus. pequenas quantidade e anéis
transversais. Ramos e folhas
glabras. Nervura central
salientes em ambas as faces,
mas principalmente na
abaxial. Baixio.
134 286
RUBIACEAE
638

Palicourea guianensis. Árvores Palicourea amapensis. Arvoretas


ou arvoretas. Ritidoma ou arbustos de sub-bosque.
levemente fissurado. Casca Ramos e folhas glabras. Nervura
viva bege; alburno bege. Folhas primária saliente em ambas
grandes, coriáceas e glabras. as faces, principalmente na
Nervura central saliente em adaxial. Nervuras terciárias
ambas as faces, amareladas. pouco evidentes na face adaxial.
Freqüente. Todos os ambientes. Quando seca de cor escura.
México, Caribe e Norte do Ocasional. Platô. Guiana
330 Brasil. 192 Francesa e Brasil: Amazonas e
Amapá.

Palicourea nitidella. Arbustos Isertia hypoleuca. Árvores de


e arvoretas. Folhas e ramos sub-bosque. Ritidoma marrom,
glabros. Folhas coriáceas liso e escamoso. Ramos
com nervura central saliente estriados. Folhas opostas,
em ambas as faces. Nervuras raramente verticiladas, com
terciárias pouco evidentes na pecíolos longos e face abaxial
facea adaxial. Freqüente. Baixio, esbranquiçada. Ocasional. Áreas
capoeira, e campinarana. Região degradadas. Região Amazônica.
Amazônica.
297
347

Palicourea anisoloba. Árvores, Psychotria bahiensis var.


arvoretas ou arbustos. Ramos cornigera. Arbustos ou
e folhas glabras ou fracamente subarbustos. Nervura central
pilosas na face abaxial. Nervura saliente em ambas as faces.
central saliente na face abaxial Folhas glabras e quando
e impressa na adaxial. Nervuras secas com coloração marrom-
terciárias pouco evidentes avermelhada. Ocasional. Platô e
na face adaxial. Ocasional. baixio. Região Amazônica.
Vertente e baixio. Arredores de
Manaus.
239 156
RUBIACEAE
639

Psychotria astrellantha. Árvores, Psychotria podocephala.


arvoretas ou arbustos de sub- Árvores ou arvoretas. Ramos
bosque. Ritidoma liso com e folhas glabras. Nervação
lenticelas; alburno amarelo. secundárias e terciárias bem
Ramos e folhas glabras. evidentes. Ocasional. Platô e
Nervação amarelada. Freqüente. vertente.
Platô, vertente e campinarana.
Amazônia.

215 115

8 Estípulas bipartidas,
espessadas, glabras.

Psychotria pacimonica. Arvoretas


ou arbustos. Ritidoma com
anéis transversais e lenticelas.
Ramos e folhas glabras. Folhas

9
com nervuras laterais finas e
Estípulas truncadas. muito próximas, semelhantes
à Tovomita spp. Ocasional.
Baixio e campinarana. Região
Amazônica (Venezuela e Brasil). 211

Alibertia myrciifolia. Arvoretas


Psychotria colorata. Arbustos ou subarbustos. ou árvores de subdossel.
Ramos cilíndricos ou quadrangulares, Ritidoma marrom. Ramos, folhas
puberulentos ou glabros. Estípulas truncadas ou e estípulas glabras. Nervura
côncavas. Lâmina elíptca ou elíptica-oblonga; central proeminente na face
ápice acuminado, base cuneada ou obtusa. abaxial. Nervuras terciárias
poucos evidentes na face
adaxial. Ocasional. Baixio e
platô. Venezuela, Colômbia,
Guianas e Brasil. 116

Psychotria apoda. Subarbustos.


Ramos e folhas glabras.
Nervuras salientes na face
RUBIACEAE

abaxial. Rara. Baixio.


Colômbia, Venezuela, Guianas
e Brasil.

145
640

Kutchubaea semisericea. Kutchubaea sericantha.


Árvore de médio a grande Árvore. Ritidoma marrom-
porte. Tronco circular de avermelhado e estriado.
base com sapopemas. Ramos Ramos e folhas glabras.
e folhas glabras com resina. Folhas coriáceas. Nervura
Ocasional. Baixio e vertente. central saliente na face
Brasil e Equador. abaxial. Freqüente. Todos
os ambientes. Região
Amazônica.
172
400

Plantas com resina nos ramos.

Kutchubaea insignis. Arvoreta


de pequeno porte. Ritidoma
marrom-acinzentado, liso.
Estípulas triangulares,
Ramos cilíndricos e glabros.
glabras e persistentes.
Folhas glabras na face adaxial e
pilosas na face abaxial de textura
áspera. Nervuras salientes na
face abaxial. Nervuras terciárias
pouco evidentes na face adaxial.
Ocasional. Vertente. Arredores
245
de Manaus.

Coussarea ampla. Arvoreta de sub- Tocoyena longiflora. Arvoreta de


dossel. Ritidoma estriado, às vezes sub-bosque. Ritidoma marrom,
reticulado. Ramos quadrangulares, estriado com anéis transversais.
glabros. Folhas geralmente Ramos levemente quadrangulares,
grandes, coriáceas, de coloração estriados. Folhas oposto-
negra quando secas. Nervuras cruzadas, grandes, glabras em
fracamente pilosas, impressas na ambas as faces. Nervura central
face adaxial e salientes na face salientes em ambas as faces.
abaxial. Terciárias pouco evidentes Nervuras terciárias obscuras na
324 na face adaxial. Ocasional. Platô. face adaxial. Rara. Platô. Guiana
Arredores de Manaus. Francesa, Amazônia Central até Bahia.
RUBIACEAE
641

Rudgea graciliflora. Árvore. Botryarrhena pendula. Árvore


Tronco cilíndrico, levemente de dossel. Tronco cilíndrico.
tortuoso na base. Ritidoma Ritidoma marrom, sulcado.
marrom-acinzentado, com Casca morta marrom-escura,
fissuras horizontais. Folhas manchas brancas. Casca viva
com venação marcante, fibrosa avermelhada ou rosada.
broquidódroma. Rara. Platô. Alburno rosado. Ramos e folhas
Amazônia Ampla. glabros. Rara. Platô. Região
Amazônica.
205 243

Plantas sem resina nos ramos.


Faramea torquata. Arvoreta
ou arbusto. Ritidoma marrom,
estriado, com anéis transversais
distribuídos irregularmente.
Ramos quadrangulares e
glabros. Folhas com venação
proeminente, reticulada e
amarelada, glabra. Ocasional.
Platô e vertente. Região
Amazônica. 231

Chimarrhis duckeana. Chimarrhis barbata. Árvore de


Árvore. Ritidoma marrom- dossel com sapopemas pequenas.
claro, fissurado. Casca Ritidoma marrom-acinzentado,
viva amarelo-alaranjado, estriado, desprendimento em
odor suave. Folha placas papiráceas. Casca viva
semelhante a C. barbata, creme ou alaranjada. Ramos e
sendo essa aparentemente folhas glabros. Nervuras salientes
maior e de base mais em ambas as faces. Nervuras
atenuada. Rara. Vertente. terciárias pouco evidentes na
Arredores de Manaus. 280 face adaxial. Rara. Vertente.
RUBIACEAE
642

Coussarea revoluta. Arvoretas Posoqueria sp. 1. Árvore de


ou arbustos. Ramos clíndricos grande porte. Ritidoma marrom.
e glabros. Folhas com nervação Casca viva marrom-avermelhada
broquidódroma, impressa na . Ramos, cilíndricos, estriados,
face adaxial, saliente na face glabros e ocos. Folhas grandes,
abaxial. Com tufos de pêlos na coriáceas, com margem revoluta
axilas das nervuras secundárias. e fracamente pilosa na face
Rara. Vertente. Região sul da abaxial. Nervuras salientes na
Venezuela e Brasil. face abaxial. Rara. Platô.
145 270

Ixora ulei. Árvores ou arvoretas.


Tronco circular de base reta.
Ritidoma marrom-avermelhado,
11 Estípulas triangulares, glabras
e decíduas.

escamoso. Ramos cilíndricos,


glabros, escamosos. Folhas com
pecíolo curto. Nervura central
saliente em ambas as faces,
amarelada na face abaxial. Nervuras
secundárias salientes na face
266 abaxial. Freqüente. Platô, baixio e
campinarana. Região Amazônica.

Ixora intensa. Arbusto


ou arvoreta de subdossel. Coussarea aff. grandis. Árvore. Ramos cilíndricos,
Ramos cilíndricos e glabros. glabros. Estípulas deltóides, decíduas. Folhas
Folhas glabras em ambas as opostas, pecioladas, lâmina lanceolada a elíptica.
faces. Rara. Platô e vertente. Rara. Platô. Norte da América do Sul.
Região Amazônica do Peru
e Brasil.

225
Ferdinandusa goudotiana.
Arvoreta ou arbusto pequeno
porte. Ramos cilíndricos e
glabros. Folhas glabras com
nervação broquidódroma.
RUBIACEAE

Rara. Baixio. Guianas,


Venezuela e Brasil.

87
643

Chomelia malaneoides. Árvore Chomelia tenuiflora. Arvoretas


com ramos escandentes. de pequeno porte. Ritidoma
Ritidoma marrom-avermelhado marrom escuro com lenticelas
com lenticelas e espinhos; ramos em pequena quantidade. Ramos
glabros. Folhas fracamente cilíndricos e pubescentes na
pubescentes, com tufo de face abaxial. Folhas e nervuras
pêlos na axilas das nervuras pilosas, com um tufo de pêlos na
secundárias. Nervuras salientes axilas das nervuras secundárias.
em ambas as faces e pilosas. Freqüente. Platô. Norte da
Ocasional. Baixio. Brasil: 265 Amárica do Sul.
126
Amazonas, Mato Grosso e Pará.

12 Estípulas triangulares pilosas.


Chomelia estrellana. Árvores
com ramos escandentes.
Ritidoma marrom, estriado,
com espinhos e lenticelas
transversais. Ramos e folhas
pilosos. Ocasional. Baixio,
vertente e platô. Amazônia
Central e Guiana.

184

Warszewiczia schwackei. Indeterminada sp 1.


Árvores de porte mediano. Arvoretas. Tronco circular.
Tronco acanalado. Ritidoma Ritidoma marrom estriado;
marrom-avermelhado, ramos pilosos. Folhas pilosas
fissurado. Ramos ligeiramente apenas na face abaxial.
quadrangulares e pilosos. Pecíolo curto, intensamente
Estípulas decíduas. Folhas piloso. Nervuras salientes em
grandes, fracamente pilosas, ambas as faces. Rara. Platô.
principalmente nas nervuras.
Freqüente. Platô e vertente.
355 236
Amazônia até Goias.
RUBIACEAE
644

Faramea corymbosa. Árvores


de subdossel. Ritidoma
acinzentado, finamente
estriado; casca viva e
alburno amarelos. Folhas
Faramea platyneura. Arvoretas sésseis a sub-sésseis, glabras
ou arbustos de sub-bosque. em ambas as faces, com
Ramos cilíndricos, glabros. nervura marginal. Nervuras
Folhas glabras e brilhantes. salientes em ambas as faces,
Nervação broquidódroma, broquidódromas. Nervuras
saliente em ambas as faces. terciárias obscuras na face
adaxial. Ocasional. Vertente.
Nervuras terciárias em pequeno
Venezuela, Guiana Francesa
número, pouco evidentes na face
e Amazônia brasileira.
adaxial. Freqüente. Vertente.
249
Amazônia brasileira. 129

Faramea capillipes. Arvoreta.


Ritidoma marrom, liso ou
finamente estriado, com anéis
13 Estípulas triangulares de
ápice aristado.

transversais. Ramos cilíndricos


e glabros. Folhas glabras.
Nervura central saliente em
ambas as faces. Nervuras
secundárias e terciárias
pouco evidentes em ambas as
103 faces. Ocasional. Platô. Região
Amazônica.

Faramea sp. Arbustos.


Ramos e folhas glabras.
Nervura central salientes
em ambas as faces.
Nervuras secundárias e
terciárias pouco evidentes.
Ocasional. Vertente. Psychotria erecta. Arvoreta
de sub-bosque. Ramos e
folhas glabras. Estípulas
105 fracamente pilosas.
Nervuras fracamente pilosas
e salientes na face abaxial.
Rara. Baixio. Da América
Central ao Brasil e Bolívia.
RUBIACEAE

125
645

Borojoa claviflora. Árvores de Ladenbergia amazonensis. Árvores de


subdossel. Ritidoma marrom, grande porte. Ritidoma fissurado.
finamente estriado. Ramos, Casca morta marrom; casca
folhas e estípulas glabras. viva avermelhada. Exsudação
Folhas grandes. Nervura em pequena quantidade,
saliente na facea abaxial. Rara. transparente e pegajosa. Folhas
Platô. Região Amazônica. coriáceas e glabras. Nervuras
salientes na face abaxial.
Nervuras terciárias pouco evidentes
na face adaxial. Ocasional.
290 250
Campinarana. Amazônia.

14 Estípulas lanceoladas, gran-


des, pilosas ou glabras.
Capirona decorticans. (Pau-mulato,
mulateiro). Árvores de dossel.
Ritidoma marrom a marrom-
avermelhado, liso, escamoso.
Casca morta verde; casca viva
bege ou amarelada; alburno
creme. Ramos cilíndricos, glabros.
Estípulas intrapeciolares. Folhas
grandes fracamente pilosas. Nervura
central saliente na face abaxial.
Ocasional. Vertente e baixio.

Alibertia hispida. Árvore ou


arvoreta. Ritidoma estriado ou
eventualmente fissurado. Casca
morta marrom-avermelhada; casca
viva creme ou amarelada. Ramos
cilíndricos e pilosos. Folhas
oposto-cruzadas, patentes. Venação
eucampdódroma. Nervuras pilosas
em ambas as faces. Estípulas
externamente pilosas e internamente
glabras. Freqüente. Baixio e
275
campinarana. Amazônia Central e
Ocidental.
RUBIACEAE

Alibertia hispida
646

Ferdinandusa hirsuta. Árvore. Amaioua corymbosa. Árvores


Tronco circular com pequenas ou arvoretas. Ritidoma
sapopemas. Ritidoma marrom, fissurado. Ramos
nitidamente reticulado. Ramos glabros. Folhas oposto-
e folhas com pêlos ferrugíneos. cruzadas, glabras. Nervuras
Pecíolo e nervuras com pilosas com 9-11 pares de
intensa pilosidade ferrugínea, veias secundárias. Rara. Platô.
principalmente na face abaxial. México até Bolívia.
Estípulas decíduas. Rara.
Baixio. Amazônia Central e 235
150
Ocidental.

Amaiuoa guianensis.
Arvoreta. Ritidoma marrom,
estriado. Casca morta
15 Estípulas terminais em forma
de capuz.

marrom; casca viva marrom-


avermelhada. Ramos e folhas
glabras. Freqüente. Platô e
campinarana. Amazônia e
Guianas.

157

Duroia gransabanensis. Pagamea macrophylla. Árvore


Árvores de subdossel. ou arvoreta de subdossel.
Ritidoma marrom- Ritidoma marrom-avermelhado,
avermelhado e estriado. finamente estriado. Casca morta
Folhas grandes, coriáceas, marrom; casca viva rosada.
glabras com nervuras Alburno creme. Ramos glabros
amareladas. Nervuras ou fracamente pilosos. Folhas
salientes na face abaxial. glabras. Nervação com 5-8 pares
Nervuras terciárias paralelas. de secundárias, eucampdódroma.
Rara. Platô. Venezuela. Freqüente. Todos os ambientes.
305 225
Primeiro registro para o Venezuela e Brasil.
RUBIACEAE
647

Psychotria mapourioides. Árvore Psychotria deinocalyx. Arbustos


ou arvoreta. Tronco circular com de sub-bosque. As estípulas
anéis transversais bem marcados. podem também ser truncadas.
Ritidoma marrom, estriado. Ramos e folhas glabras. Nervura
Ramos e folhas glabras. Nervuras central saliente em ambas as
pouco salientes. Estípulas faces. Ocasional. Platô e
glabras e decíduas. Rara. Platô e vertente. Região Amazônica.
vertente. Região Amazônica.

159
125

RITIDOMA EM RUBIACEAE
Estípulas arredondadas.

16 Estípulas fimbriadas e
arredondadas.

Palicourea Capirona Warszewiczia


corymbifera decorticans schwakei

Estípulas triangulares fimbriadas.

Rudgea fissistipula. Arvoreta de


sub-bosque. Ritidoma marrom-
claro. Alburno amarelo. Ramos,
folhas e estípulas glabras.
Neruras salientes na face abaxial.
Nervuras terciárias reticuladas. Faramea Pagamea Duroia saccifera
Rara. Platô. Brasil e Venezuela. capillipes macrophylla

280
RUBIACEAE

Morinda Tocoyena Rudgea


triphylla longiflora gracilenta
648
Asteraceae
Essa família é provavelmente a maior entre uma única série ou mais. O capítulo pode
as Angiospermas, estando representada por conter flores do mesmo tipo ou diferentes
cerca de 25000 espécies em cerca de 1600 quanto a morfologia e sexualidade. As flores
gêneros. Pode ser encontrada em todos os isoladas são tubulosas, geralmente 5-lobadas,
continentes, exceto Antártica, e apresenta bilabiadas, liguladas, filiformes, raramente
um maior número de espécies em formações muito reduzidas ou totalmente ausentes.
vegetacionais campestres e montanhosas, O cálice é normalmente presente, mas
sendo baixa sua diversidade em florestas modificado, recebendo o nome de "pappus",
úmidas, o que pode ser ilustrado pelo pequeno apresentando-se na forma de pêlos, aristas,
número de espécies encontrado na Reserva: espinhos e outras formas, estando envolvido
14 espécies em 12 gêneros. na dispersão do fruto. As anteras, em flores
masculinas ou bissexuadas, são em número de
cinco, fundidas e presas ao tubo da corola. O
estilete é bipartido, apresentando na superfície
externa pêlos ou papilas. O fruto indeiscente,
chamado cipsela, é originado a partir de um
ovário ínfero que contém apenas um óvulo.
Polinização por aves é conhecida em
algumas espécies da família, mas a grande
maioria de polinizadores observados são
insetos. Quanto à dispersão, os frutos, através
do "pappus", podem ser dispersos pelo vento,
água, animais ou, em espécies com o "pappus"
reduzido ou ausente, simplesmente caem e são
arrastados pela chuva. O homem é um grande
dipersor dessa família, sendo encontradas
muitas espécies associadas a áreas humanas.
Espécies da família têm largo emprego
como alimento, ornamentos, inseticidas
naturais e na medicina e fabricação de
fármacos; também podem causar danos à
Unxia camphorata
agricultura, quando a população de ruderais
Na Reserva o grupo é representado por não é mantida sob controle.
ervas ruderais, lianas herbáceas ou lenhosas,
também associadas a áreas alteradas ou
secundárias. Suas folhas são alternas ou
opostas, sem estípulas, raramente verticiladas,
são geralmente simples com venação pinada
ou palmada, sésseis ou pecioladas, é comum
a presença de margem lobada ou denteada.
A principal característica da família é a
inflorescência na forma de capítulo, que no
conjunto se assemelha a uma única flor; a
unidade morfológica dessa inflorescência é
mantida pelas brácteas involucrais, às vezes
com aparência foliácea, e dispostas em Chromolaena
ASTERACEAE

Hind, D.J.N. & Beentje, H.J. (eds.). 1996. Compositae: Systematics. Vol. 1. Royal Botanical
Gardens, Kew.
Caligari, P.D.S. & Hind, D.J.N. (eds.). 1996. Compositae: Biology & Utilization. Vol. 2.
Royal Botanical Gardens, Kew.
649

Elephantopus mollis. (Erva- Elephantopus funckii. Erva de


grossa, língua-de-vaca). Erva 13-24 cm; folhas 4,5-9,8 x 1,5-
de 40-80 cm; folhas 15-25 3 cm, basais rosuladas, apicais
cm, basais rosuladas, apicais alternas, sésseis. Freqüente.
alternas, sésseis. Freqüente. Áreas alteradas.
Áreas alteradas. Neotropical.

222 87

1 Ervas cespitosas, com


crescimento vegetativo por meio
de caules rastejantes.

2 Plantas escandentes, lenhosas


ou herbáceas. Elephantopus funckii

Mikania banisteriae.
Liana lenhosa, até 10 m
x 3 cm DAP. Caule com
exsudato branco e pegajoso.
Ocasional. Áreas alteradas.
Sul da América Central e
Norte da América do Sul.

Mikania parviflora.
Liana herbácea. 250

Ocasional. Áreas
alteradas. Norte da
América do Sul.
ASTERACEAE
650

Unxia camphorata. Rolandra fruticosa. Erva


Erva de 16-38 cm; de 26-28 cm; folhas
folhas opostas, sésseis a 3,3-7,5 cm, alternas,
pecioladas. Ocasional. pecioladas. Freqüente.
Áreas alteradas. Áreas alteradas. Caribe,
Amazonas e Venezuela. sul da América Central e
Norte da América do Sul.

21
82

Praxelis cf. pauciflora.


Erva de 24-40 cm;
folhas 2,5-3 cm,
opostas, pecioladas.
Ocasional. Áreas
3 Ervas eretas e ramificadas.

alteradas. Todo o Brasil


e Venezuela.
25

Chromolaena maximilianii.
(Mata-pasto). Erva de 20-
180 cm; folhas 8-10 cm x
6-8 cm, opostas, pecioladas.
Ocasional. Áreas alteradas.
Todo o Brasil.
Erechtites
hieracifolia.
(Capiçoba, caruru-
89 amargoso). Erva de
40-90 cm; folhas
10-20 cm, alternas,
sésseis. Ocasional.
Áreas alteradas.
ASTERACEAE

Todo o Brasil.
651

Wedelia paludosa. (Margaridão, Centratherum punctatum.


mal-me-quer). Erva de 40-80 (Perpétua). Erva de 50-70
cm; folhas 4-6 x 2-3 cm, opostas, cm; folhas 3-10 x 1-4 cm,
pecioladas. Freqüente. Áreas alternas ou subopostas,
alteradas com solo hidromórfico. pecioladas. Ocasional.
Todo o Brasil. Áreas alteradas. Sul da
América Central e América
do Sul tropical.

45
51

Spilanthes acmella.

4
Ervas decumbentes (região mais (Jambú). Erva de 20-30
velha da planta prostrada sobre cm; folhas 6-9 cm, opostas,
o solo, e as partes novas eretas). pecioladas. Usada na
culinária e como medicinal.
Ocasional. Áreas alteradas.
Todo o Brasil.

Struchium
sparganophorum. Erva de
30-35 cm; folhas 46-121
cm, alternas, pecioladas.
Ocasional. Áreas
alteradas com solo
Conyza
hidromórfico. Sul da
bonariensis. (Buva,
América Central, Brasil,
rabo-de-raposa).
Erva de 60-120
cm; folhas 10-15
cm, alternas,
sésseis. Ocasional.
Áreas alteradas.
ASTERACEAE
652
Triuridaceae
É uma família saprofítica representada nos
Neotrópicos por 5 gêneros e 15 espécies.
Na Reserva foram encontradas 4 espécies
do gênero Sciaphila, embora o gênero
Triuris também seja esperado para esta
região. A família pode ser diferenciada das
outras famílias que apresentam espécies
saprófitas (Burmanniaceae, Gentianaceae e
Orchidaceae) por apresentar folhas alternas e Sciaphilla oligantha Sciaphilla purpurea
muitos carpelos livres.
Sciaphila purpurea aparentemente
São pequenas ervas rizomatosas, ocorre perto de ninhos de cupim. Em algumas
todas saprófitas com folhas simples, alternas, horas de observação, quase nenhum inseto foi
muito pequenas, parecendo escamas. As visto visitando as flores de S. purpurea, nem
inflorescências apresentam-se em racemo de dia nem de noite (menos uma abelha do
terminal, bracteadas. As flores são uni ou gênero Trigona). Polinização por mosca é
bissexuais, com 3-6 tépalas conadas na base. suspeita. As sementes devem ser dispersadas
Os frutos são apocárpicos, constituindo-se de por vento ou água.
muitos frutículos livres.
Maas, P.J.M. & Rübsamen, T. 1986. Triuridaceae. Flora Neotropica, Monograph 40.
(Referência de onde foram extraídos os desenhos abaixo)

Sciaphila picta. Planta ca. 15- Sciaphila rubra. Planta ca. 7-15
20 cm, vermelho-claro. Flores cm, bissexual. Flores subsésseis,
bissexuais com pedicelos pedicelos ca. 0,5-1 mm, brácteas
recurvados próximo ao botão. implantadas no topo do pedicelo.
Brácteas 1/3-1/2 do tamanho do Flores ca. 5-6 mm diam. com 4
pedicelo. Flores 1mm diâmetro com tépalas. Freqüente. Platô. Só
até 6 tépalas triangulares. Rara. conhecido da Reserva Ducke e
Platô. Conhecida na América Reserva Egler.
Central, Colômbia e no Brasil da
Reserva.

Sciaphila oligantha. Planta Sciaphila purpurea. Planta entre


ca. 15-30 cm. Flores 15-150 cm, em geral com caule
unissexuais, pedicelo ramificado. Flores unissexuais
ca. 5-18 cm recurvado com pedicelos horizontais (13-
próximo ao botão floral. 25 cm), não recurvados, e com
Brácteas brancas na base do brácteas marrom-purpúreas na
pedicelo. Flores brancas, base. Flores de 3-5 mm em
3-4 mm diam. Tépalas diâmetro com 6 tépalas. Ocorre
4-6, triangulares, ovaladas. geralmente em ninhos de cupins.
Freqüente. Platô. Só Freqüente. Todos os ambientes.
conhecido da Reserva. América tropical.
TRIURIDACEAE
653
Arecaceae
As palmeiras são uma das maiores famílias de Os caules de palmeiras são duros,
plantas no mundo e, pela forma e aspecto, a lenhosos, tipicamente não ramificados e
mais característica da flora tropical. Através terminam no ápice com um tufo de folhas.
da classificação de Uhl & Dransfield, as A estrutura é diferente do caule de árvores
palmeiras se dividem em 6 subfamílias, que dicotiledôneas. Não há uma casca e por falta
apresentam aproximadamente 200 gêneros de tecido cambial não há crescimento em
e 1500 espécies. Seu centro de distribuição diâmetro. A maioria dessas plantas alcança o
está situado nos trópicos, no entanto há poucas diâmetro final na fase inicial, antes de começar
espécies que chegam até áreas subtropicais. a alongar-se.
Elas ocorrem em quase todas as vegetações
tropicais e podem dominar grandes áreas,
formando populações homogêneas. Na
Reserva encontram-se 15 gêneros e 45 espécies,
a maioria delas pertencente ao sub-bosque da
floresta. Astrocaryum, Bactris e Geonoma são
os gêneros maiores da Amazônia.

Mauritia flexuosa Astrocaryum aculeatum

Com relação ao tamanho e à forma,


as folhas de palmeiras são muito diversas.
Contudo esta diversidade baseia-se em dois
tipos principais: a folha palmada em forma de
leque com folíolos (pinas) lineares, e em geral
basalmente concrescidos; e a folha pinada
em forma de pena com pinas de forma muito
variável. Entre as espécies, as pinas variam de
lineares até sigmóides. Folhas palmadas e folhas
Oenocarpus bacaba: frutos Flores estaminadas de
pinadas simples com lâmina inteira podem ser
sendo visitados por Oenocarpus bataua
Caluromys philander
plicadas, o que significa que as folhas parecem
dobradas ao longo da venação.
As palmeiras apresentam diferentes Os diferentes gêneros de palmeiras
formas de crescimento e ocorrem em todos podem ser separados através de certas
os estratos da floresta. As espécies altas da características. Por meio do modo de crescer
Reserva, que chegam a uma altura de até se identifica facilmente Desmoncus, pois este
25 m (ou mais em Mauritia flexuosa) e ao gênero é a única trepadeira na América do
dossel, geralmente têm um caule solitário. Sul. Uma adaptação ao hábito de trepadeira
No sub-bosque da floresta encontram-se as é que as pinas apicais das folhas deste gênero
espécies com uma altura de 2 até 12 m, as são modificadas em ganchos recurvados.
quais freqüentemente têm caules delgados e Na Reserva só nos gêneros Astrocaryum,
cespitosos (formando uma touceira através de Attalea e Bactris ocorrem espécies com caule
brotas basais). As chamadas espécies "acaules" subterrâneo, todos os outros gêneros têm caule
têm folhas, saindo diretamente do solo, pois aéreo. Iriartella e Socratea são facilmente
possuem um caule horizontal, subterrâneo. reconhecidos por causa das raízes escoras,
Quanto ao comprimento das folhas elas mas também pelas folhas com pinas rômbicas
chegam a uma altura de 1 até 6 m, geralmente que parecem rabo de peixe. O tipo de folha
têm um caule solitário e pertencem ao sub- palmada separa Mauritia e Mauritiella de todos
bosque ou estrato inferior da floresta. A maioria
ARECACEAE

os outros gêneros da Reserva que possuem


das espécies com caule aéreo apresenta suas folhas pinadas. Os espinhos na bainha, no
inflorescências no caule, embaixo das folhas, pecíolo, na ráquis ou nas margens das pinas
enquanto nas espécies acaules se desenvolvem das folhas de Astrocaryum e Bactris são muito
acima do chão. Ocasionalmente palmeiras característicos para esses dois gêneros. A
podem ser trepadeiras. coloração das folhas serve para separar estes
654
dois gêneros: as folhas de Bactris são sempre
Termogênese
verdes, mas Astrocaryum tem uma coloração

acima da temperatura
esbranquiçada na face abaxial das folhas.
Muito parecidas com palmeiras são as
Cyclanthaceae, no entanto essas geralmente
não têm um caule lenhoso e além disso muitas
vezes são epífitas. Uma outra característica são
as folhas, que só de longe parecem com folhas
pinadas de palmeiras. De perto é evidente que
as folhas de Cyclanthaceae usualmente não são
pinadas mas possuem uma lâmina inteira. Dia 1 Noite 1 Dia 2 Noite 2 Dia 3

C
Palmeiras são associadas com uma

o
12:00 24:00 12:00 24:00 12:00
grande diversidade de insetos, alguns dos quais Horário do dia durante a abertura da flor
só vivem em cima dessas plantas, enquanto
outros se reproduzem em botões, flores, frutos Aumento da temperatura numa flor masculina de
e também nos órgãos vegetativos. Relativo à Attalea microcarpa (Küchmeister et al. 1998. Acta
Amazonica, 28: 217-245)
polinização, as palmeiras podem ser separadas
em dois grupos que apresentam características
diferentes. As flores das espécies do primeiro
grupo abrem à noite e têm inflorescências
de cor vermelha, verde ou verde-amarelado.
As flores produzem néctar para alimentar os
insetos visitantes e o período do florescimento Geonoma maxima Oenocarpus
de uma inflorescência estende-se por muitos var. chelidonura bacaba e
dias e até semanas. Elas são polinizadas por visitado por abelhas Anchylorhynchus
abelhas, moscas, besouros, pelo vento ou Euglossinae gottsbergerorum
muitas vezes têm polinização mista. As flores
do segundo grupo funcionam durante a noite
Geonoma
e têm inflorescências de cor creme clara, não maxima var.
há néctar, mas quantidades grandes de grãos chelidonura:
de pólen que, além da função da reprodução, flores pistiladas
com néctar
servem para alimentar os insetos. As flores em
funcionamento aquecem-se e o período do
florescimento de uma inflorescência dura poucos
dias. No curso da evolução, especialmente as
relações entre palmeiras e besouros levaram
a uma polinização através de besouros
bastante especializada, com flores noturnas e Oenocarpus Geonoma maxima Euterpe
bataua e besouros var. chelidonura e precatoria
elevação da temperatura floral. Os besouros se (Chrysomelidae: abelha Euglossinae e besouro
alimentam de pólen e os mais freqüentemente Halticinae) (Chrysomelidae)
encontrados nas flores de palmeiras pertencem
à família dos curculionídeos. A temperatura
produzida pelas flores noturnas resulta numa
intensificação da emissão de odor floral que é
específico para cada espécie. Nesse aspecto,
essa termogênese ajuda os polinizadores a
Mosca Geonoma maxima Geonoma
encontrarem as inflorescências de longe, (Calliphoridae) var. chelidonura e maxima var.
no escuro, pois os besouros que são ativos visitando Geonoma mosca maxima e abelha
durante a noite se orientam em primeiro lugar aspidiifolia (Syrphidae) (Halictidae)
através de odor. A cor clara das flores dá uma
orientação visual quando os besouros já estão
perto das inflorescências. O calor dentro da
ARECACEAE

inflorescência parece ser um microclima muito


bom para os besouros polinizadores. Aí, na
inflorescência, eles encontram-se para copular Geonoma Attalea microcarpa Geonoma maxima
e põem seus ovos dentro das flores aquecidas, maxima var. e besouro var. maxima e
onde as larvas se desenvolvem rapidamente. spixiana e mosca (Belopoeus besouro (Homalinotus
(Syrphidae) heikeae) nodipennis)
655
Algumas espécies de palmeiras têm frutos algumas espécies são queimados para obter sal.
que são adaptados para boiar e dispersam-se "Palmito", vendido mundialmente, é extraído
através da água. No entanto, a maioria dos frutos da região de crescimento de várias espécies
destas plantas é dispersa através de animais. (especialmente Bactris e Euterpe), e usado
Visto que quase todos os frutos e sementes cru ou enlatado como verdura. O povo da
de palmeiras são comestíveis e nutritivos, Amazônia aproveita os frutos e sementes para
geralmente passam pelo sistema digestivo dos a alimentação, porque são muito saborosos
seus dispersores. Aves (tucanos, papagaios) são e nutritivos. O famoso "vinho de açaí", um
atraídas pela cor vermelha de muitos frutos e, refresco, é feito dos frutos de Euterpe (açaí).
junto com ratos, cutias e macacos, são os bichos Os frutos de buriti (Mauritia flexuosa), bacaba
mais envolvidos na dispersão. (Oenocarpus bacaba) e patauá (O. bataua)
Juntamente com as Poaceae e as também servem para fazer vinho e até sorvete.
Leguminosae, as palmeiras constituem Consumidos puros, com pão ou tapioca, são
economicamente o grupo mais importante os frutos de tucumã (Astrocaryum aculeatum).
de plantas úteis. Importantes na região da Pupunha (Bactris gasipaes) é muito bem
Amazônia são os caules e as folhas de várias conhecida pelos seus frutos comestíveis, os
espécies, pois são fortes e muito resistentes. Os quais são comidos cozidos. As sementes de
caules duros de algumas espécies são usados várias outras espécies, p. ex. babaçu (Attalea
para fazer casas e cercas. As folhas servem para speciosa), contêm óleos muito valorosos não
fazer telhados de casas resistentes por muitos só para alimentação mas também para a
anos e das fibras se fazem redes, bolsas e indústria cosmética.
vestidos. Além disso os caules e as folhas de

Henderson, A., Galeano, G. & R. Bernal. 1995. Field guide to the palms of the Americas.
Princeton University Press, Princeton, New Jersey.
Küchmeister, H.C. 1997. Reproduktionsbiologie neotropischer Palmen eines Terra
firme-Waldes im brasilianischen Amazonasgebeit. Tese. Justus Liebig University,
Alemanha.
Uhl, N.W. & J. Dransfield. 1987. Genera Palmarum. A classification of palms based on

Fenologia de floração de 23 espécies de palmeiras na Reserva


(Küchmeister 1997)

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Astrocaryum acaule
Astrocaryum murumuru var. ferrugineum
Astrocaryum gynacanthum
Astrocaryum sciophilum
Attalea atteteoides
Attatea microcarpa
Bactris acanthocarpoides
Bactris hirta
Bactris maraja
Bactris simplicifrons
Desmoncus polyacanthos
Euterpe precatoria
Geonoma aspidiifolia
Geonoma maxima var. chelidonura
Geonoma maxima var.
Geonoma maxima var. spixiana
Hylospathe elegans
Iriartella setigera
Oenocarpus bacaba
Oenocarpus bataua
ARECACEAE

Oenocarpus minor
Socratea exorrhiza
Syagrus inajai

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
656
Astrocaryum Desmoncus

D. polyacanthos

A. acaule
Iriartella

A. murumuru A. gynacanthum
var. ferrugineum I. setigera

Bactris

B. simplicifrons

Bactris tomentosa B. gastoniana


ARECACEAE

B. acanthocarpoides B. hirta
657
Oenocarpus Geonoma

G. maxima var. chelidonura

G. maxima var. maxima

O. bacaba O. minor G. aspidiifolia G. maxima var.


spixiana

Attalea

A. microcarpa
ARECACEAE

A. attaleoides
658
PLANTAS SEM ESPINHOS PLANTAS COM ESPINHOS

3 Folhas
palmadas 2 Liana com
espinhos

Folhas pinadas Face abaxial


esbranquiçada

1 Árvores. Margens
dos folíolos apicais
parecendo cortadas.
4 Astrocaryum. Com
espinhos pretos, grandes
e normalmente planos.

Face abaxial da folha


não esbranquiçada
Espécies menores

8 (1 até 4 m) com
tronco fino e nós
proeminentes e
regulares no caule.
Folhas menores que 5
Bactris. Espécies
maiores (2-
4 m), tronco
relativamente
2 m. grosso (até 4 cm
DAP).

6 Bactris. Espécies com


caule, menores (até 1,5
m), tronco ca. 1 cm
DAP.

Folhas compridas, de 3 até 8 m de


comprimento. Com tronco (> 4 m) ou
caule subterrâneo.

9 7 Bactris, espécies
sem caule (caule
subterrâneo).

CUIDADOS NAS IDENTIFICAÇÕES DE PALMEIRAS


• Indivíduos jovens. Espécies caulescentes têm uma fase jovem cujo o caule não está desenvolvido. Nesta fase os indi-
víduos são muito parecidos com os adultos de espécies acaules.
ARECACEAE

• Variação dentro de uma espécie. Em Bactris e Geonoma a forma da folha varia muito entre os indivíduos, plantas
vizinhas podem ter, por exemplo, folhas pinadas ou simples. A variação aparentemente não tem um padrão geográfico,
mas parece um polimorfismo. Algumas espécies talvez formem "super-espécies" que variam em vários caracteres, mas
não podem ser consideradas entidades separadas. Às vezes a variação dentro de uma espécie parece maior do que entre
espécies diferentes.
• Procurando espinhos. Em alguns Bactris é difícil achar os espinhos. Na dúvida observe as margens da pina apical.
659

Socratea exorrhiza. (Paxiúba). Iriartella setigera. (Paxiubinha).


Palmeira de subdossel. Caule Palmeira de subdossel. Caule
solitário, até 20 m de altura e solitário ou cespitoso, até 12 m
18 cm DAP, com raízes escoras de altura e 4 cm DAP, com raízes
espinhosas. Freqüente. Baixio e escoras, curtas e pretas. Pêlos
áreas inundadas. América Central urticáceos na bainha da folha,
até Bolívia. pinas tomentosas. Freqüente.
Baixio e outros ambientes. Norte
da Amazônia.
2900

Árvores. Folhas pinadas. Pinas

1 rômbicas com margens apicais


serreadas, pina apical irregular
parecendo rabo de peixe.

2 Liana com ganchos


recurvados nas gavinhas. Desmoncus polyacanthos. (Jacitara).
A única palmeira trepadeira coletada
na reserva. Tipicamente até subdossel.
Espinhos na ráquis curtos, recurvados.
Ocasional. Platô e áreas pertubadas.

3
Bacia amazônica e Mata Atlântica.
D. orthacanthos ocorre na área
Árvores com folhas palmadas.
também, nas margens de rios e em
áreas secundárias, com espinhos
estreitos. 650

Mauritiella aculeata. (Buritirana, Mauritia flexuosa. (Buriti). Palmeira do dossel.


Caranaí). Palmeira do subdossel. Caule solitário, até 25 m de altura e até 60 cm
Caule cespitoso, até 8 m de altura DAP. Freqüente em baixio e margens de rios,
e 10 cm DAP, com espinhos nas muito comum e às vezes dominante em áreas
raízes e na parte inferior do tronco. inundadas perturbadas. Abundante no Norte da
Ocasional. Baixio, campinarana América do Sul, especialmente na Amazônia e
e margens de rios. Espécie países vizinhos.
característica da região do rio
Negro. Amazônia. 350
ARECACEAE
660

Astrocaryum sciophilum. Folhas Astrocaryum acaule. (Tucumãí).


até 7 m de comprimento. Pinas Folhas até 10 m. Ráquis das
lineares, regularmente dispostas folhas com manchas pálidas,
e em um só plano. Muito formadas pelo desprendimento
freqüente. Platô e vertente. dos espinhos. Pinas agrupadas
Amazônia Central e Guianas. e dispostas em ângulos
diferentes. Freqüente em áreas
pertubadas. Bacia do Amazonas,
5200 7130
especialmente no alto rio Negro.

Com caule curto e subterrâneo.

4
Astrocaryum. Com espinhos
pretos, grandes e normalmente
Astrocaryum murumuru var. planos, folha com face abaxial
ferrugineum. (Murumuru). Caule das pinas prateada.
solitário, até 10 m e 20 cm DAP.
Bainhas das folhas persistentes no
caule, pinas regularmente dispostas
e em um só plano, pêlos ferrugíneos
na face abaxial das pinas. A planta Com caule bem desenvolvido e aéreo.
inteira parece preta por causa da
6700 densa cobertura de espinhos fortes e
compridos. Freqüente. Platô e áreas
pertubadas. Bacia amazônica.

Astrocaryum gynacanthum. Astrocaryum aculeatum.


(Mumbaca). Caules cespitosos, (Tucumã). Caule solitário, até
até 12 m e 6 cm DAP, os internós 20 m e 25 cm DAP, com anéis
com espinhos agrupados. Pinas de espinhos. Ocasional. Áreas
regularmente dispostas e em um perturbadas, provavelmente
só plano. Freqüente. Platô e introduzida na Reserva.
vertente, ocasional em baixio. Amazônia até Rondônia e Bolívia,
ARECACEAE
Bactris balanophora. (Marajá) Bactris acanthocarpoides.
Caule cespitoso, até 7 m e 3 cm (Marajá). Caule cespitoso, até 6
DAP. Bainha, pecíolo e ráquis das m e 5 cm DAP. Bainha, pecíolo
folhas abaxialmente com espinhos e ráquis das folhas densamente
pretos, achatados e agrupados, cobertos com espinhos compridos,
pinas 15-21 por lado, lineares, pinas 20-40 por lado, lineares,
agrupadas e dispostas em ângulos agrupadas e dispostas em ângulos
diferentes. Ocasional. Platô. diferentes. Freqüente. Baixio
2900
Região norte da Amazônia e o alto próximo a igarapés. Amazônia 4200
rio Negro. Central e Guianas.

5
Bactris. Com caule bem
desenvolvido, aéreo e
espinhoso. Folhas com Bactris constanciae. (Marajá) Caule
espinhos, face abaxial das pinas cespitoso, até 5 m e 5 cm DAP. Bainha,
verde. pecíolo e ráquis das folhas marrom
tomentoso, bainha e pecíolo com alguns
espinhos pretos, pinas 14-22 por lado,
compridas, sigmóides, agrupadas e
os grupos amplamente espaçados ao
longo do ráquis. Frutos globosos, com
projeções até 3mm de comprimento, cor- até
de-rosa até vermelho escuro. Ocasional. 1400
Platô. Amazônia Central e Guianas.

Bactris maraja. (Marajá). Caule Bactris maraja cf. ssp. chaetospathe.


cespitoso, até 7 m e 4 cm DAP. Cespitosa com caule até 5 m e 2 cm
Bainha, pecíolo e raquis das folhas DAP. Folhas de dois tipos, inteiras
com espinhos amarelados e achatados. ou com três grupos de pinas
Folhas de var. juruensis com 2-11 pinas sigmóides e irregularmente
por lado e var. maraja com até 22, dispostas em ângulos diferentes.
sigmóides e irregularmente dispostas Espinhos marrons até pretos,
em ângulos diferentes. Freqüente. achatados. Uma população
Baixio, nas margens dos rios. Var. deste taxa existe na cabeceira
de Barro Branco, está
juruensis ocorre na região leste da
provisoriamente colocada nesta
Amazônia e var. maraja na América
variedade, que é conhecida do Peru.
Central e bacia do Amazonas.
ARECACEAE

600

1700

470
662

Bactris elegans. (Marajá). Caule Bactris tomentosa. (Marajá). Caule


cespitoso, até 4 m e 1,5 cm cespitoso, até 3 m e 1,5 cm DAP e com
DAP. Bainha e pecíolo das espinhos nos internós. Bainha, pecíolo
folhas com alguns espinhos e ráquis das folhas marrons tomentosos
pretos e curtos. Pinas 17-32 e espinhos amarelados, pinas 2-11
por lado, lineares, adaxialmente por lado, às vezes abaxialmente com
verdes brilhantes, regularmente pêlos, sigmóides, apicalmente alongadas e
dispostas (com algumas falhas) filamentosas, irregularmente dispostas e em
900 e em um só plano. Freqüente. ângulos diferentes, ocasionalmente folhas
Platô. Amazônia. simples com lâmina inteira e bífida no ápice.
Ocasional. Platô e vertente. Amazônia.

Bactris cuspidata. (Marajá). Caule cespitoso,


até 2 m e 0,8 cm DAP. Bainha e pecíolo
das folhas com espinhos pretos, curtos e
achatados, bainha, pecíolo e ráquis branco
ou marrom tomentosos, pinas até 13 por
lado, lineares até sigmóides, cuspidadas,
uma ou ambas as superfícies com pêlos,
agrupadas e os grupos amplamente
espaçados ao longo do ráquis. Ocasional.
Platô. Amazônia Central.
Bactris syagroides. (Marajá). Caule
cespitoso, até 3 m e 2 cm DAP.
Bainha e pecíolo das folhas com Bactris hirta. (Marajá). Forma
poucos espinhos pretos e curtos ou bífida. Igual em todos os sentidos
espinhos ausentes, pinas 30-38 por com a forma pinada, menos a
lado, lineares, estreitas, regularmente forma da folha. As duas formas
dispostas e em um só plano. Rara. aparentemente não têm diferenças
ecológicas, e freqüentemente
Região de Manaus e do rio Tapajós.
crescem juntas.

1000

Bactris hirta. (Marajá). Forma Bactris simplicifrons.


pinada. Caule cespitoso ou (Marajá). Caule cespitoso
solitário, até 3 m e 2 cm DAP. ou solitário, até 2,5 m e 1
Bainha e pecíolo das folhas com cm DAP. Os indivíduos na
espinhos pretos, uma ou ambas as Reserva não apresentam espinhos
superfícies das folhas cobertas com exceto alguns pouco evidentes no
pêlos híspidos amarelados. Pinas 340 ápice da folha. Folhas simples, com
lâmina inteira e bífida no ápice. A
lineares, regularmente dispostas e
forma da folha, a presença de espinhos
em um só plano. Freqüente. Platô e o tamanho da inflorescência variam
e vertente. Amazônia até a Mata muito. Ocasional. Platô, vertente e
Atlântica. baixio. Amazônia.
920
ARECACEAE
663

Bactris acanthocarpa var. humilis. Bactris acanthocarpa var. trailiana.


(Marajá). Caule solitário ou raramente (Marajá). Caule solitário. Bainha
cespitoso. Bainha e pecíolo das folhas e pecíolo das folhas com poucos
com espinhos pretos e compridos, espinhos pretos e compridos
ráquis marrom tomentoso, pinas 3- ou espinhos ausentes. Folhas
33 por lado, lineares até sigmóides, simples, fortemente plicadas, com
apicalmente alongadas, agrupadas, lâmina inteira e bífida no ápice.
irregularmente dispostas e em ângulos Ocasional. Platô. Amazônia e
diferentes. Freqüente. Platô e Guianas.
vertente. Amazônia e Mata Atlântica. 2350
3300

7
Bactris. Com caule subterrâneo.
(Raramente com caule curto
aéreo).

Bactris killipii. (Marajá). Caule


solitário, raramente cespitoso. Bainha,
pecíolo e ráquis das folhas marrom

6
tomentosos, sem espinhos. Folhas
Bactris. Com caule aéreo, simples, fortemente plicadas, com
muito delgado, até 4 m e 2 cm lâmina inteira e profundamente
DAP. bífida no ápice, espinhos
pequenos nas margens apicais.
Ocasional. Platô. Amazônia
Central e Oeste.

Bactris schultesii. (Marajá). Bactris gastoniana. (Marajá).


Caule cespitoso ou solitário, Caule solitário ou cespitoso.
até 1,5 m de altura e até 1,7 Bainha, pecíolo e ráquis das folhas
cm DAP. Sem espinhos,
marrom tomentosos, com alguns
exceto alguns poucos e
curtos no ápice da folha. espinhos pretos ou espinhos
Folhas simples, com lâmina ausentes, pinas 8-11 por lado,
inteira e bífida no ápice. curtas, sigmóides, irregularmente
Ocasional. Platô e dispostas e em ângulos diferentes.
campinarana. Colômbia, Ocasional. Platô. Guianas e norte
Equador, Peru e no Brasil
850 e leste da Amazônia.
ARECACEAE
664

Geonoma maxima var. spixiana. Geonoma maxima var. maxima.


(Ubim). Caule cespitoso, até 5 (Ubim). Caule cespitoso ou
m e 3 cm DAP. Folhas simples, solitário, até 7 m e 4 cm DAP.
fortemente plicadas, com lâmina Pinas 9-31 por lado, lineares,
inteira e bífida no ápice ou pouco regularmente dispostas e em
pinada. Ocasional. Platô e um só plano. Ocasional. Platô,
vertente. Amazônia brasileira e vertente e baixio. Amazônia.
colombiana.
1650
960

Geonoma maxima var.


chelidonura. (Ubim). Caule
cespitoso, até 6 m e 2 cm DAP.
Folhas plicadas, 2 pinas por lado,
largas, sigmóides, intercaladas
8 Arvoretas até 4 cm DAP e com
nós proeminentes e regulares no
caule.

por pinas mais finas, regularmente


dispostas e em um só plano. Caules até 8 m de altura e até 4 cm
Ocasional. Vertente e baixio.
Amazônia.
1430

Geonoma deversa. (Ubim). Hyospathe elegans. (Ubim-rana).


Caule cespitoso, até 4 m e 2 cm Caule cespitoso, até 8 m e 3 cm
DAP. Parecida com G. maxima DAP. Folhas uma por cima da outra
var. chelidonura, mas com folhas amplamente espaçadas ao longo do
mais delgadas. Folhas plicadas, ápice do caule, simples, com lâmina
3 pinas por lado, sigmóides, inteira e bífida no ápice ou pouco e
regularmente dispostas e em irregularmente pinada. Freqüente.
um só plano, a pina apical é Baixio e áreas inundadas. América
mais larga do que as basais. Central até Bolívia.
900 Ocasional. Platô e vertente.
ARECACEAE
665
VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS
Algumas espécies de palmeiras são muito variáveis
morfologicamente. Alguns taxonomistas descreveram
cada variação como uma espécie diferente, outros
agruparam populações morfologicamente distintas
como uma mesma espécie. Hoje em dia não existe
concordância sobre quantas espécies de palmeiras
ocorrem na Amazônia. Esses problemas são bem
ilustrados por Geonoma maxima, que têm, pelo
menos, três morfotipos bem diferentes na Reserva. Geonoma sp. 1. (Ubim). Caule
A morfologia da flor e fruto varia pouco, mas as folhas cespitoso, até 2,5 m e 0,5 cm
são bem diferentes. Neste caso, essas "variedades" DAP. Folhas uma por cima da
têm aparentemente preferências ambientais distintas, outra amplamente espaçadas ao
são, provavelmente, geneticamente distintas e, talvez, longo do ápice do caule, 2 pinas
reprodutivamente separadas. Em Bactris hirta, por por lado, lineares, estreitas. Rara.
outro lado, existem dois morfotipos distintos, mas que Platô e vertente. Possivelmente
ocorrem nos mesmos ambientes e, possivelmente, pertencente ao complexo
não são geneticamente isolados. Geonoma maxima. 500

Caules até 4 m de altura e até 1 cm


DAP. A palmeira inteira muito delgada. Geonoma sp. 2. (Ubim).
Caule cespitoso, até 2 m e
0,5 cm DAP. Folhas uma por
cima da outra amplamente
espaçadas ao longo do ápice
do caule, pinadas, pinas
sigmóides. Rara. Vertente.
Possivelmente pertencente ao
complexo Geonoma maxima. 600

Geonoma aspidiifolia. (Ubim). Geonoma stricta. (Ubim).


Caule cespitoso, até 4 m e 1 cm Caules cespitosos ou caule
DAP. Folhas simples, 2-3 pinas solitário, até 1,5 m e 1 cm DAP.
por lado, sigmóides, regularmente Ráquis das folhas com pêlos
dispostas e em um só plano. A lanosos e avermelhados, folhas
pina apical mais larga do que as simples, com lâmina inteira e
basais. Muito freqüente. Platô bífida no ápice, raramente pouco
e vertente, ocasional em baixio. pinada. Ocasional. Platô e
Colômbia, Guiana e Amazonas. baixio. Amazônia.
500
255
ARECACEAE
666

• Attalea attaleoides. (Palha- • Attalea microcarpa. (Palha-


branca). Folhas até 9 m, formando vermelha). Mesmo hábito de A.
um funíl em que se acumula lixo attaleoides. Folhas até
orgánico. Superfície abaxial do 10 m. Superfície abaxial da
ráquis das folhas colorido como ráquis das folhas ferrugínea.
café com leite. Pinas lineares, Pinas lineares, regularmente
regularmente dispostas e em um só dispostas e em um só plano.
5500
plano. Freqüente. Platô e vertente. Freqüente. Baixio. Norte da
Amazônia Central e Oriental. Amazônia.
5700

•Estas duas espécies, juntamente com Astrocaryum


sciophilum, são as palmeiras "acaules" mais
comuns na Reserva. Na verdade possuem um

9
caule subterrâneo, que não aparece acima do
nível do solo. São bons indicadores dos ambientes Folhas pinadas e compridas.
da Reserva, pois ocorrem em abundância no
sub-bosque. Astrocaryum sciophilum e Attalea
atteleoides ocorrem apenas em platô e vertente,
enquanto Attalea microcarpa é encontrada apenas
em baixio. A campinarana é caracterizada pela
ausência dessas palmeiras.

Attalea maripa. (Inajá). Palmeira de dossel. Syagrus inajai. (Pupunha brava).


Caule solitário, até 20 m e 100 cm DAP. Palmeira de subdossel. Caule
Folhas inseridas em 5 filas verticais, pinas solitário, até 15 m e 15 cm DAP.
lineares, agrupadas e dispostas em ângulos Pinas das folhas lineares, agrupadas
diferentes. Bainhas persistentes no tronco em e dispostas em ângulos diferentes.
indivíduos jovens. Freqüente. Platô e áreas Freqüente. Platô e vertente,
perturbadas. Norte da América do Sul até ocasional em baixio. Guianas e norte
Bolívia. do Brasil.

2100
ARECACEAE
667

Euterpe precatoria. (Açaí-da-mata). Euterpe catinga. (Açaí-chumbinho).


Palmeira de dossel. Caule solitário, Palmeira do subdossel. Caule
raramente cespitoso, até 20 m e 20 solitário ou cespitoso, até 16 m e até
cm DAP, com coloração cinza e
15 cm DAP, com coloração cinza e
raízes adventícias vermelhas na base.
Bainhas das folhas fechadas, verdes, raízes adventícias na base. Bainhas
pinas lineares, regularmente dispostas das folhas fechadas, laranjas, pinas
4200
e pêndulas. Freqüente. Baixio, nas lineares, regularmente dispostas e em
margens de rios e ocasional em platô. um só plano. Espécie provavelmente
América Central e norte da América introduzida na Reserva, ocasional.
do Sul.
Baixio. Amazônia brasileira.
2700

Na próxima página - espécies cultivadas.


Oenocarpus bataua. (Patauá).
Palmeira até o dossel. Caule
solitário, até 25 m e 5 cm DAP.
Folhas quase eretas, bainhas com
fibras macias e entre elas algumas
fibras pretas e rígidas, pinas lineares,
regularmente dispostas e em um só
plano. Muito freqüente em baixio.
América Central e norte da América
do Sul.

Oenocarpus minor. (Bacabinha). Oenocarpus


Palmeira do subdossel. Caules bacaba. (Bacaba).
cespitosos, raramente solitário, Palmeira de dossel.
até 8 m e 7 cm DAP. Bainhas Caule solitário,
das folhas parcialmente fechadas, até 20 m e até 25
pinas lineares, regularmente cm DAP. Folhas
dispostas e em um só plano. patentes, bainhas
Freqüente. Platô. Amazônia parcialmente
Central e Oeste. fechadas, pinas
lineares, agrupadas
3400
e dispostas em
ângulos diferentes.
Muito freqüente.
Platô. Região norte
da América do Sul
ARECACEAE

e do rio Amazonas.
668

Manicaria saccifera. (Bussu). Caule


solitário ou raramente cespitosos,
até 10 m e 20 cm DAP, coberto
com restantes de folhas velhas.
Folhas muito grandes, fortes,
simples, lâmina pouco pinada.
Distribuição disjunta, costa atlântica
da América Central e região norte
da América do Sul.
6400

Elaeis oleifera. (Caiaué). Caule


solitário, com caule curto. Folhas
pinadas, os folíolos no mesmo
plano, os basais, curtos, parecendo
espinhos. América Central até o Norte
de Amazônia. A fonte do óleo de
"dendê".

Leopoldinia piassaba. (Piassaba).


Caule solitário, até 5 m e 50 cm Várias espécies de palmeiras de
DAP. Bainhas das folhas com muitas importância econômica foram plantadas
fibras compridas que recobrem o na Reserva, e podem ser encontradas
caule fazendo-o parecer mais largo. perto do alojamento, ou raramente
Pinas lineares, regularmente dispostas dentro da floresta.
e penduladas. Região do alto rio
Negro da Colômbia, Venezuela e
Brasil.
5500

Bactris gasipaes. (Pupunheira).


Palmeira do subdossel. Caule
cespitoso ou solitário, até 18 m e 25
cm DAP, com espinhos marrons ou
cinzas ou espinhos ausentes. Bainha,
pecíolo e ráquis das folhas com
muitos espinhos curtos, marrons ou
cinzas, na ráquis em três filas distintas.
Pinas 90-141 por lado, lineares,
irregularmente dispostas e em ângulos
2300 diferentes.
ARECACEAE

Ayrton Martins

Amplamente cultivada, os frutos de pupunheira


vêm em vários tamanhos, cores e sabores.
669
Cyclanthaceae
Família com 12 gêneros e 184 espécies Os frutos reúnem-se em infrutescências
exclusivas dos Neotrópicos, ocorrendo em maciças predadas por mamíferos e aves.
florestas úmidas, predominantemente na Região Todo o grupo é zoocórico, sendo
Amazônica. Na Reserva está representada por dispersado por aves, pequenos mamíferos,
5 gêneros e 8 espécies. lagartos e até formigas (Cyclanthus bipartitus).
Compõe-se de ervas terrestres, epífitas ou Espécies que crescem à beira de riachos e
hemiepífitas facilmente reconhecíveis por suas apresentam sementes muito leves podem ser
folhas dispersas ou dísticas, de limbo bipartido, dispersadas por água.
raramente palmado, plicado. Com folhas muito No Brasil os usos destas plantas são
similares às de palmeiras jovens, as espécies de desconhecidos, porém comunidades indígenas
Cyclanthaceae de folhas bipartidas podem ser da Amazônia extrabrasileira utilizam suas
reconhecidas pela presença de três (raro uma folhas e caules em cestaria e utensílios para
ou duas) nervuras principais visíveis na base das pesca. No Equador, Carludovica palmata
folhas e pelo ápice foliar plano freqüentemente responde por parte da economia do país,
fimbriado nas folhas velhas. As folhas jovens de sendo utilizada na confecção dos "chapéus
palmeiras apresentam uma única nervura que, panamá" ou "toquilla hats".
com o crescimento da folha, diferencia-se na
ráquis, além de ápice recurvado. As espécies FLORES MASCULINAS
de folhas palmadas, bastante similares às
folhas flabeliformes de palmeiras, podem ser
reconhecidas pela ausência de hástula, uma
projeção triangular presente na intersecção de
limbo e pecíolo.
As inflorescências, do tipo espádice, são
muito características nesta família, dividindo-a
em duas subfamílias.
A subfamília Carludovicoideae inclui
quase todos os gêneros da família e apresenta
cada flor pistilada circundada por quatro
estaminadas. O espádice é envolto por
2-11 espatas cuja abertura expõe muitos
estaminódios longos, brancos, amarelados
ou avermelhados. Seu odor adocicado atrai Asplundia vaupesiana
pequenos besouros que se alimentam dos
estaminódios e dos exsudados dos estigmas
receptivos. Após 24 horas, os estames estão
maduros e os besouros deixam a inflorescência
levando pólen consigo.
A subfamília Cyclanthoideae é
monotípica e apresenta espádices com
flores pistiladas e estaminadas dispostas em
anéis alternados. Não há estaminódios e as
E
CYCLANTHACEAE

4 espatas entreabertas formam uma câmara


de polinização que retém os besouros no
período entre a maturação das flores pistiladas
e estaminadas.

Harling, G. 1958. Monograph of the


Cyclanthaceae. Acta Horti Bergiani,
18: 1-428. Evodianthus funifer
670
FLORES FEMININAS E FRUTOS

Cyclanthus bipartitus. (Pacavira).


Erva terrestre. Folhas muito
longas, verde-claras, bífidas desde
a base nos adultos; segmentos
foliares largos, até 20 cm de
largura, oblongo-lanceolados a
falcados. Freqüente. Baixios,
também pode ocorrer em áreas
secas ou perturbadas. América
2010
Central e Amazônia.

Cyclanthus bipartitus

1
Terrestres, segmentos foliares
com nervura central única,
muito evidente.

Hemiepífitas, raramente epífitas

2
ou terrrestres. Segmentos
Asplundia vaupesiana foliares com numerosas nervuras
igualmente desenvolvidas e
paralelas.

Asplundia vaupesiana.
Hemiepífita. Folhas relativamente
curtas, bipartidas até 2/3 do
comprimento, unicostadas,
verde-brilhantes. Base do pecíolo
marrom-esverdeada, brilhante.
Asplundia xiphophylla Evodianthus funifer Freqüente. Baixio. Amazônia
brasileira e colombiana.

500
CYCLANTHACEAE

Ludovia lancifolia
671

Ludovia lancifolia. Hemiepífita Asplundia sp. nov. Hemiepífita.


até ca. 1,5 m. Folhas dísticas, Folhas muito longas, bipartidas
levemente coriáceas, longas, até 3/4 do comprimento, ou
ápice crenado. Pecíolo alado quase até a base, tricostadas,
na metade superior. Freqüente. verde-claras. Base do pecíolo
Baixio. Amazônia. alaranjada com epiderme
marrom-esverdeada soltando-se
por fricção. Ocasional. Baixio.
1250
1200

Folhas inteiras.

Thoracocarpus bissectus. (Timbó-


açu). Hemiepífita escandente até 25
m, folhas bipartidas de 3/4 a1/2 do
comprimento e fimbriadas no ápice
Folhas bipartidas. quando velhas. Podem ocorrer folhas
inteiras e bipartidas na mesma planta.
Caule densamente anelado pelas
cicatrizes foliares. Baixio. América
do Sul até o sul de São Paulo.
400

Asplundia xiphophylla. Evodianthus funifer. Hemiepífita.


Hemiepífita. Folhas longas, Folhas ásperas na face abaxial,
bipartidas quase até a base, longas, bipartidas até 1/4 ou
subtricostadas. Base do pecíolo 1/2 do comprimento, quando
amarelada com manchas expostas ao sol, apresentam
marrons. Ocasional. Baixio. brilho similar à purpurina.
Região Amazônica. Ocasional. Baixio. América
Central até o sul da Bahia.

940 750
CYCLANTHACEAE
672
Araceae
A família possui uma distribuição mundial solitárias, simples a compostas; pecíolo
com ca. 105 gêneros e mais de 3500 espécies geralmente conspícuo, com bainha às vezes
principalmente em regiões tropicais. Na reduzida na base e freqüentemente geniculada
América do Sul está representada por 38 no ápice; lâmina foliar variada em tamanho
gêneros e cerca de dois terços das espécies. e forma, desde inteira, ovada, cordada,
No Brasil, ocorrem 30 gêneros e mais de sagitada, hastada, trífida ou trissecta, pedatífida,
402 espécies e, na Reserva, 12 gêneros e 55 pinatífida, pedatisecta a dracontióide;
espécies. inflorescência terminal, consistindo em uma
bráctea (espata) com espádice de flores
bissexuais ou unissexuais, gineceu sincárpico
uni-multilocular, fruto do tipo baga e sementes
pequenas a grandes.
A grande maioria das aráceas prefere
condições úmidas, tais como florestas pluviais
e brejos, ou crescem próximas à água corrente.
Os mecanismos de polinização são conhecidos
em gêneros com flores unissexuais e o odor da
inflorescência é o fator mais importante para a
atração dos polinizadores, bem como a espata,
Philodendron sp. 6 Philodendron que apresenta geralmente cores conspícuas.
elaphoglossoides Os agentes polinizadores incluem abelhas das
As aráceas são inconfundíveis por famílias Trigoniidae e Euglossinidae, besouros
apresentarem grandes diferenças no hábito da família Scarabaeidae e moscas da família
e formato das folhas desde jovens até a fase Drosophilidae.
adulta. A família é constituída por ervas
A família é muito conhecida no âmbito
terrestres, epífitas, hemiepífitas, raramente
econômico por muitas espécies terem usos
flutuantes ou aquáticas submersas; caule
comestíveis, fibrosos, medicinais e principal-
trepador, arborescente, ereto, reptante ou
mente ornamentais.
subterrâneo; folhas alternas, raramente

Mayo, S.J. et al. 1997. The Genera of Araceae. Royal Botanic Gardens, Kew.

Anthurium

Anthurium eminens Anthurium gracile

Anthurium gracile
ARACEAE

Anthurium Anthurium trinerve Anthurium


pentaphyllum sinuatum Anthurium sinuatum
Dieffenbachia
673
Heteropsis

Dieffenbachia sp. 1 Dieffenbachia elegans


Heteropsis
spruceanum
Heteropsis Heteropsis
flexuosa tenuispadix Dracontium Stenospermation

Stenospermation
Heteropsis Heteropsis
Dracontium sp. spruceanum
Heteropsis sp. 1 riedelianum steyermarkii

Montrichardia Rhodospatha Spathiphyllum Urospatha

Montrichardia
arborescens Spathiphyllum maguirei Urospatha sagittifolia
Rhodospatha venosa

Philodendron

Philodendron sp. Philodendron Philodendron Philodendron Philodendron Philodendron


nov. 4 billietiae callosum goeldii insigne linnaei
ARACEAE

Philodendron pedatum Philodendron Philodendron Philodendron sp. 2 Philodendron sp. 3


platypodum surinamense
674
FOLHAS SIMPLES, INTEIRAS

Hemiepífitas escandentes

2
Folhas com lâmina elíp tico-
oblanceoladas com bainha curta. 1 Plantas terrestres

Hemiepífita e epífita não escandentes


Folhas relativamente pequenas,

3 geralmente oblongo-elípticas,
pecíolo reduzido a apenas o
genículo (exceto em Heteropsis
steyermarkii).
5
Folhas relativamente grandes e
estreitadas, oblongo-elípticas,
oblanceoladas a espatuladas, com
pecíolo relativamente muito curto.

4 6
Folhas oblongo-elípticas com Folhas oblongas, elipticas ou
bainha longa. ovadas com base cuneada,
truncada a arredondada.

FOLHAS TRIANGULARES (SAGITADAS) ATÉ TRISECTAS

Hemiepífitas escandentes Plantas terrestres

9
e epífitas rosuladas
Com folhas sagitadas a

7
dracontióides.
Com base das divisões
posteriores arredondadas.

Hemiepífitas escandentes

8
Com base das divisões
posteriores agudas.

10 Folhas perfuradas, pinatilobadas,


pedatissectas ou pinatifidas.

GLOSSÁRIO
Lobos laterais
Lobo apical
Genículo

Divisão
anterior

Divisão Lado
Internó
posterior acroscópico
Lobo
ARACEAE

posterior

Flagelo Lado
basiscópico
675

Spathiphyllum maguirei. Erva terrestre. Schismatoglottis spruceana. Erva


Lâmina foliar linear a elíptica, verde- terrestre. Caule rizomatoso;
escuro, com nervuras laterais primárias lâmina foliar verde-claro com
impressas na face superior, com a nervura pontos brancos em toda sua
central proeminente e mais clara do que a extensão. Planta formando
lâmina na face inferior. Planta encontrada populações, geralmente em solos
em locais encharcados ou mesmo encharcados. Ocasional. Baixio.
submersa, formando populações densas. Amazônia Central-Norte.
Freqüente. Baixio. Amazônia Central-
Norte e Bolívia.
970 250

1 Ervas terrestres com folhas


inteiras.
Schismatoglottis spruceana

Dieffenbachia elegans

Dieffenbachia sp. 1. Erva Dieffenbachia elegans. Erva terrestre.


terrestre. Internós verde- Internós basais nus, brilhantes, com
escuros, brilhantes, sem estri.as estrias marrons longitudinais. Bainha
larga, auriculada, arroxeada, com
longitudinais marrons , bainha
máculas verde-claras, tornando-se
nem larga nem auriculada; esbranquiçada na região do nó;
pecíolo verde não escuro com pecíolo livre mais comprido que a
máculas mais claras; lâmina foliar bainha, sem máculas; lâmina foliar 250
verde na face superior, verde mais verde escura na face superior, mais
claro na inferior. Rara. Todos os ou menos brilhante e um pouco clara
na inferior. Ocasional. Todos os
ambientes. ambientes. Amazônia Central-Norte.
ARACEAE
676

Philodendron sphalerum. Hemi- Heteropsis riedelianum. Hemiepífita


epífita escandente. Internós escandente. Caule verde-
lisos, cilíndricos e esverdeados; escuro, pecíolo com margem
pecíolo não geniculado no minusculamente ondulada, lâmina
foliar subcoriácea, elíptica até
ápice; lâmina foliar elíptico-
oblanceolada, verde-escura, lustrosa
oblanceolada com base variando
na face superior, com nervura central
de arredondada-truncada +/- impressa e concolor, face inferior
cuneada. Ocasional. Todos os com nervura central proeminente e
ambientes. Amazônia Central e um pouco mais claro que a lâmina;
260 Norte e Peru. 180 as demais nervuras obscuras. Rara.
Todos os ambientes.

2
Folhas com lâminas elíptica-
oblanceoladas de bainha curta.

Philodendron sphalerum

Philodendron elaphoglossoides.
Hemiepífita escandente. Internós
rugosos transversalmente,
marrons opaco; pecíolo curto
geniculado no ápice; lâmina foliar
elíptico-oblonga. Freqüente.
Todos os ambientes. Amazônia Heteropsis sp. 1. Hemiepifíta
Central, Ocidental e Norte. de dossel. Internós cilíndricos,
estriados verticalmente, pecíolo
com margens lisas; lâmina foliar
220
elíptica, coriácea, verde-brilhante,
quando seca marrom lustroso,
exibe inúmeras nervuras estriadas
e delgadas, sem diferenciação de
nervuras laterais primárias. Rara.
Todos os ambientes.
ARACEAE
677

Heteropsis spruceanum. Hemiepífita Heteropsis steyermarkii. Hemiepífita


escandente. Caule acinzentado, escandente. Caule esguio, bainha com
resistente, pecíolo retorcido com margens marron castanho, pecíolo
margem lisa, lâmina foliar elíptica, geniculado no ápice e pulvinado na
verde-escuro tanto na face superior base; lâmina foliar oblongo-elíptica
como na inferior com nervuras quando adulta, verde-escuro e sem brilho
na face superior, fortemente glauca
inconspícuas em ambas as faces.
(esbranquiçada) e sem brilho na inferior,
Ocasional. Todos os ambientes.
com nervura central proeminente, outras
Amazônia Central, Norte e Ocidental. nervações escondidas em ambos os
180 lados. Ocasional. Todos os ambientes. 140
Amazônia Central e Norte.

Folhas relativamente pequenas,

3
geralmente oblongo-
elípticas, pecíolo reduzido
completamente a apenas o Heteropsis tenuispadix. Hemiepífita.
genículo. Internós estriados; bainha com margens
onduladas e mais claras; pecíolo geniculado
no ápice, cor mais escura; lâmina foliar
oblongo-elíptica, membranácea, nervuras
laterais primárias diferenciadas, com as
demais venações formando reticulações
bem definidas. Rara. Todos os ambientes.
Amazônia brasileira.

Heteropsis flexuosa. Hemiepífita Heteropsis macrophylla. Hemiepífita


escandente. Lâmina foliar escandente. Caule resistente, verde
coriácea com face superior opaco. Pecíolo com margens lisas não
onduladas, geniculado; lâmina foliar
verde-oliva e face inferior verde
espessamente coriácea, verde-escuro,
bem claro contrastando com brilhante na face superior, verde mais
a superior. Venação obscura. claro e lustrosa na inferior, nervação
Ocasional. Todos os ambientes. inconspícua, apenas a nervura central
Amazônia Central e Norte. impressa na face superior, proeminente
e um pouco mais clara que a lâmina
na face inferior. Rara. Todos os
185 ambientes. Amazônia Central e Norte.
ARACEAE

265
678

Philodendron surinamense. Philodendron platypodum.


Hemiepífita. Internós marrom Hemiepífita. Caule ereto,
brilhante. Lâmina foliar com fixo, muitas vezes com ramos
nervuras laterais todas finas laterais livres de ápice ereto,
sem diferenciação de laterais frequentemente com ramos
primárias. Espata caduca após flageliformes. Freqüente.
floração. Rara. Todos os Baixio e vertente. Amazônia
ambientes. Amazônia Central e Central e Norte.
Norte e Peru.
255
142

4 Folhas oblongo-elípticas com


bainha longa.

Rhodospatha oblongata

Rhodospatha venosa. Hemiepífita. Rhodospatha oblongata. Hemiepífita,


Caule elongado, internós verde caule resistente, raízes alimentadoras
opaco, minusculamente verrucosos, saíndo dos nós. Pecíolo cilíndrico
bainha persistente, com margem verde-escuro, geniculado no ápice, com
patente até revoluta; lâmina foliar
ca. 3cm de comprimento e verde mais
verde-escuro, nervação impressa na
face superior, verde-claro e brilhante claro; lâmina foliar elíptica até ovada,
na face inferior com nervura central com base mais ou menos atenuada.
450
proeminente e mais clara, presença Pode ser confundida com espécies de
de gemas pontiagudas. Freqüente. Marantaceae, que são terrestres. Rara.
Todos os ambientes. Amazônia Amazônia Central-Norte e Peru.
500
Central e Oriental.
ARACEAE
679

Philodendron linnaei.
Hemiepífita. Internós alongados.
Folhas em forma de roseta
alternadas. Lâmina foliar quando
viva apresentando nervuras
inconspícuas. Quando seca
Philodendron insigne Philodendron linnaei ficam evidentes um grande
número de nervuras estriadas
e delgadas, sem diferenciação
de nervuras laterais primárias. 750
Freqüente. Todos os ambientes.

Folhas relativatamente lineares,

5 oblongo-elíptica, oblanceolada
a espatulada. (Hemiepífitas e
epífitas)
Philodendron insigne. Epífita
rosulada. Internós curtos.
Pecíolo escondidos por raízes
densamente ramificadas formando
uma massa ao redor. Tanto viva
como seca exibe diferenciação
de nervuras laterais primárias
e nervuras finas peniparalelas.
Ocasional. Todos os ambientes.
Amazônia Ampla. 950

Anthurium bonplandii. Epífita


rosulada. Internós curtos e
escondidos por raízes suculentas
e densamente ramificadas.
Pecíolo geniculado no ápice;
lâmina foliar com nervuras
laterais primárias fortemente
diferenciadas e proeminentes
na face inferior; nervação fina
reticulada. Freqüente. Baixio. 450
ARACEAE

Anthurium bonplandii
680

Stenospermation sp. 1. Epífita Philodendron callosum.


rosulada. Raízes formando uma Hemiepífita rosulada. Lâmina
massa densa entre os pecíolos foliar fortemente coriácea,
misturadas com detritos vegetais. brilhante, sem diferenciação
Pecíolos de 10-15 cm; lâmina de nervuras laterais primárias.
foliar oblanceolada, verde-escuro Tanto viva como seca exibe
na face superior, mais clara na nervuras peniparalelas. Rara.
inferior; venação obscura em Amazônia Central, Norte e
ambas as faces. Rara. Todos os Oriental.
275 550
ambientes.

6
Folhas basicamente oblongos
até ovadas com base cuneada,
truncada a arredondada.

Anthurium trinerve

Anthurium trinerve. Epífita. Anthurium gracile. Epífita.


Caule mais alongado, raízes Caule curto, inúmeras raízes
aglomeradas; pecíolo 4-8 cm, adventícias, geralmente
lâmina foliar oblanceolada, cremes; pecíolo ca. 18-20 cm;
subcoriácea, com pontuações lâmina foliar lanceolada até
negras e muito pequenas mais oblanceolada, com nervura
abundantes na face inferior, central na face inferior
nervura central na face inferior proeminente e mais e clara que a
proeminente e da mesma cor da lâmina.
lâmina.
190 240
ARACEAE
681

Philodendron pulchrum. Philodendron wittianum.


Hemiepífita. Internós curtos, Hemiepífita. Pecíolo verde
pecíolo sulcado no lado adaxial, amarelado, geniculado no ápice.
arredondado no abaxial; lâmina Planta jovem crescendo geralmente
foliar ereta-subereta, verde- em árvore de pequeno porte,
escura, lustrosa. Ocasional. formando flagelo pendente ou não.
Todos os ambientes. Porção fértil do caule curto com
folhas rosuladas quando adultas.
Freqüente. Baixio. Amazônia
400 Central, Norte e Ocidental. 700

Philodendron wittianum

Stenospermation spruceanum. Philodendron sp. nov. 4.


Epífita. Caule ca. 3,5 cm diâmetro. Hemiepífita. Profilo se decompondo
Pecíolos de 7-11,5 cm, bainha e a epiderme desprendendo como
menos ou até a metade do pecíolo; um todo em placas formando uma
massa de fibras esbranquiçadas
lâmina foliar oblongo-elíptica,
a qual reveste a porção apical da
coriácea, verde-escuro na face
planta. A lâmina quando seca
superior, verde-claro e brilhante apresenta nervuras terciárias finas
na inferior, venação inconspícua. transversais entre as secundárias.
Ocasional. Todos os ambientes. Freqüente. Baixio. Conhecida da
Amazônia Central e Norte e Peru. 480 Reserva e da Colômbia.
085
ARACEAE
682

• Philodendron ornatum. • Philodendron sp. 2.


Hemiepífita. Pecíolo densamente Hemiepífita escandente.
verrucoso, especialmente na Pecíolo esparsamente verru-
porção apical; lâmina foliar em fase culoso, lâmina foliar em fase
de floração formando roseta apical; adulta de floração não forma
nervuras laterais primárias averme- roseta apical; não apresenta
lhadas na face inferior da lâmina venação avermelhada quando
quando jovem. Freqüente. Baixio. jovem. Ocasional. Todos os
Amazônia e Mata Atlântica. ambientes.
940 410

7
Folhas sagitadas (com divisões
posteriores arredondadas) ou
Philodendron hastadas.
megalophyllum. Hemiepífita.
Lâmina foliar com
nervuras interprimárias.
Freqüentemente envolvida
a ninho de formigas.
Freqüente. Todos os am-
bientes. Amazônia Central,
Norte e Oriental.

990
Philodendron billietiae. Philodendron arcuatum.
Hemiepífita. Pecíolo Hemiepífita. Caule escamoso,
verde amarelado, lâmina de cor marrom-claro juntamente
foliar com nervuras com as raízes; internós 8-10 cm.
laterais primárias Pecíolo liso, cilíndrico; lâmina
espaçadas (4-5) e ausência foliar ovada vista de perfil.
de nervuras interprimárias. Rara. Campinarana. Amazônia
Ocasional. Todos os Central, Norte e Ocidental.
ambientes. Amazônia
Central e Norte.
510
920
ARACEAE
683

Philodendron fragrantissimum. • Philodendron sp. 3.


Hemiepífita. Profilo persistente, Hemiepífita. Apresenta folhas
fibroso, formando uma densa jovens e juvenis aderidas ao
massa marrom quando velho, tronco. Folhas adultas formando
envolvendo as bases dos pecíolos. roseta, verde-escuro, brilhantes
Estes largamente sulcados no em ambas as faces, e pendentes.
lado adaxial com margens aladas Ocasional. Todos os ambientes.
e eretas em corte tranversal.
Freqüente. Todos os ambientes.
Amazônia Ampla. 600
730

Philodendron sp. 5.
Hemiepífita. Pecíolo verde-
claro; lâmina foliar com
nervuras laterais primárias
proeminentes com linhas Philodendron melinonii. Epífita
resiníferas escuras na face rosulada. Pecíolo esponjoso,
inferior. Rara. Todos os verde claro ou avermelhado
ambientes. em direção ao ápice quando
em folhas jovens, sulcado com
margens eretas no lado adaxial
(corte transversal). Ocasional.
Todos os ambientes. Amazônia
Central, Oriental e Norte.
980

Philodendron pulchellum.
Hemiepífita escandente. Lâmina
foliar com divisão anterior mais
desenvolvida que as divisões
posteriores. Rara. Amazônia
Central, Ocidental e Norte.

390

Philodendron Philodendron
ornatum sp. 3
ARACEAE

Philodendron
sp. 2
684

Philodendron hylaeae. Montrichardia arborescens.


Hemiepífita. Pecíolo com ápice Erva robusta ereta. Caule aéreo
avermelhado; lâmina foliar aculeado e comprido com
com margens onduladas, a folhas presentes na metade
base da divisão anterior 0,7- superior do caule, formando
0,9 cm de largura e divisões geralmente uma coroa apical
posteriores voltadas para o ápice com lâmina mais ou menos
da folha. Ocasional. Baixio e ereta. Freqüente. Margens
campinarana. Amazônia Central dos igarapés maiores. América
e Norte, e Peru. 580 tropical e subtropical.
1200

8
Hemiepífitas com folhas
trisectas ou mais ou menos
Philodendron sp. 1. trífidas.
Hemiepífita. Lâmina foliar
com divisão anterior de
base estreitada 5-7 cm de
largura, divisões posteriores
levemente assimétricas,
estas geralmente em posição
horizontal. Ocasional. Todos
os ambientes.
760

Philodendron barrosoanum.
Hemiepífita. Lâmina foliar com
margens levemente onduladas,
divisão anterior com base
de10-14,5 cm largura, divisões
posteriores +/- patentes com o
lado basioscópico fortemente
arredondado. Ocasional. Todos
os ambientes. Amazônia
1050 Central e Norte.
ARACEAE

Philodendron sp. 1
685

Urospatha sagittifolia.
Lâmina foliar
profundamente sagitada
sem caule aéreo, folhas
com pecíolo mais ou
menos rugoso, saindo de
um rizoma subterrâneo.
Vivendo em ambiente
alagadiço. Freqüente.
Amazônia Central e Norte Urospatha sagittifolia
920
e Peru.

9 Terrestres com folhas sagitadas


ou dracontióides. Dracontium sp. 1. Lâmina foliar
membranácea, lustrosa. Lobo
anterior com 3 folíolos apicais;
nervura central avermelhada
em lâmina juvenil; nervuras
laterais primárias de cada folíolo
não originadas da base. Rara .
Vertente.

1500

Dracontium
longipes. Lâmina
foliar membranácea,
opaca. Lobo anterior
com 4 folíolos
apicais; nervuras
laterais primárias
de cada folíolo não
Dracontium sp. 2. Lâmina originadas da base.
membranácea e levemente Freqüente.
rugosa. Lobo anterior com
3 folíolos apicais. Nervuras
laterais primárias de cada folíolo
originando-se da base. Rara.
Todos os ambientes.
ARACEAE
686

Monstera obliqua. Hemiepifita


escandente. Caule delgado,
internós verdes, muitas vezes
minusculamente lenticelados;
lâmina foliar extremamente
Anthurium sinuatum variada desde inteira, fenestrada
até pinatifida. Ocasional. Todos
os ambientes. Amazônia Central
e Norte.
660

Texto do sub-grupo

Anthurium sinuatum. Hemiepífita.


Internós de 1-2 cm de diâmetro.
Pecíolo cilíndrico, geniculado no
ápice; lâmina foliar pedatisecta,
10 Folhas disectadas (pinati-
lobadas, pedatisectas ou
pinatifidas)

3- 5 (6) peciólulos com pulvino


basal lilás; folíolos sub-sséseis
com margens onduladas; Texto do sub-grupo
nervura intramarginal conspícua.
Ocasional. Todos os ambientes.
Amazônia Central e Norte.
350

Anthurium eminens. Hemiepífita. Anthurium pentaphyllum.


Internós de 3-3,5 cm diâmetro, Hemiepífita. Internós 0,5-1
verde pardo; raízes marrom. cm de diâmetro, verde-
Pecíolo 70- 90 cm, sub-cilíndrico, claro; pecíolo cilíndrico;
geniculado no ápice, peciólulos lâmina foliar pedatisecta,
alongados com pulvino basal 3-5 folíolos sem ondulações
verde- claro; lâmina foliar nas margens, peciólulos sem
pedatisecta, folíolos 8-9 (11), com pulvino basal, lilás. Rara.
nervura central proeminente na Baixio. Amazônia e Mata
face inferior. Ocasional. Todos Atlântica.
640
os ambientes. Amazônia Central
e Norte.
ARACEAE

420
687

Philodendron quinquelobum. Philodendron pedatum.


Hemiepífita escandente. Hemiepífita. Pecíolo
Comum sobre arbustos. geralmente avermelhado no
Muito semelhante a ápice; lâmina foliar variando
Philodendron pedatum porém de trífida até trisecta com
difere por apresentar apenas as divisões pinatilobadas.
um lobo lateral primário na Freqüente. Todos os
lâmina foliar. Freqüente. ambientes. Amazônia Central
Baixio. Amazônia Central e e Oriental e Mata Atlântica.
Norte. 280 1230

Philodendron sp. 6.
Hemiepífita. Internós
chegando até 7 cm com 2,6
cm de largura, fortemente
angulados, verde-acinzentados;
profilo com duas carenas, verde-
escuro com estrias mais claras,
fortemente torto até enrolado
no ápice. Freqüente. Todos os
ambientes.
1050

Philodendron distantilobum. Philodendron goeldii.


Hemiepifita. Lâmina foliar Hemiepífita, geralmente de
coriácea, com lobos oblongos dossel. Raízes alimentadoras
e mais distantes que em espessas e com acúleos
Philodendron sp. 6. Rara. conspícuos e abundantes.
Todos os ambientes. Lâmina foliar pedatisecta.
Freqüente. Platô e vertente.
Amazônia Central e Ocidental.

1140
ARACEAE
688
Rapateaceae
É uma família herbácea com 16 gêneros e cerca
de 85 espécies exclusivamente neotropicais,
exceto por um gênero africano. Nos
Neotrópicos a grande maioria das espécies está
restrita ao escudo das Guianas. Na Reserva
foram encontradas 4 espécies distribuídas em
3 gêneros, que ocorrem preferencialmente em
áreas encharcadas perto dos igarapés, onde
formam grandes populações.
São facilmente distintas pelo hábito. Inflorescência e flores de Rapatea paludosa
As folhas são longas, vistosas e as bainhas visitada por Trigona sp.
são equitantes. As inflorescências são bem
típicas, sempre envolvidas por brácteas e
compostas de várias flores que se abrem aos
poucos ao longo de muitos dias. Os gêneros
são facilmente diferenciados pelo tipo de
inflorescência. Vegetativamente as espécies
podem ser separadas pela venação, forma do
pecíolo e presença ou ausência de espinhos.
As flores são sempre de cores claras,
brancas ou amarelas. A antese ocorre pela
manhã, e pelo menos Rapatea paludosa
é visitada por várias abelhas, incluindo
Euglossinae, que são os verdadeiros
polinizadores, e Trigoninae, que são ladrões Flor de Rapatea paludosa visitada por abelha Euglossa sp.
de pólen. Não produzem néctar, mas a
inflorescência exsuda um muco transparente,
viscoso e abundante que provavelmente serve
de alimento para outros insetos.
O fruto é unilocular com até três
sementes, que possuem endosperma
abundante. A cápsula se abre e as sementes
simplesmente caem, sendo, provavelmente,
dispersadas pela água.
Foram observadas em flor de setembro
a janeiro.
Sementes maduras de Rapatea paludosa.
RAPATEACEAE

Rapatea ulei Saxofridericia Spathathus Mucilagem dentro da inflorescência de


subcordata unilateralis Rapatea paludosa.
689

Spathanthus unilateralis.
Erva grande. Folhas com
lâmina de base decurrente e
pigmentação esbranquiçada
principalmente na bainha.
Venação fina, sendo difícil
separar as secundárias das
terciárias. Freqüente. Baixio.
Norte da America do Sul.

Saxofridericia subcordata.
Erva grande. Folha com
espinhos especialmente na
base e no pecíolo. Base de
1290 1105 1265 1080 lâmina geralmente truncada.
Venação menos evidente,
com marcas transversais.
Freqüente. Baixio e platô.
Rapatea Rapatea Saxofridericia Spathanthus Amazonas.
ulei paludosa subcordata unilateralis

Rapatea paludosa. Rapatea ulei. Erva grande.


Erva grande. Folhas Lâmina com base truncada
coriáceas, lâmina com assimetricamente. Espécie
base decurrente. Textura semelhante a R. paludosa, mas
lisa em relação a R. ulei, diferencia-se pelo hábito mais
e venação secundária robusto e folhas com nervuras
e terciárias obviamente secundárias proeminentes,
diferentes. Freqüente. esbranquiçadas na face
Baixio. Norte da América inferior. Ocasional. Baixio.
do Sul. Arredores de Manaus.
RAPATEACEAE
690
Xyridaceae
A família é de distribuição tropical e raízes de algumas espécies são utilizadas, em
subtropical, ocorrendo no Sul dos Estados várias regiões da América, como remédio para
Unidos, América Central e América do Sul afecções cutâneas.
tropical e Sul da África, sempre em áreas
alagadas e solos encharcados. Distribui-se em
dois gêneros, Alboboda, monotípico, e Xyris,
com cerca de 240 espécies. Na Reserva é
encontrada uma espécie do gênero Xyris.
Compõe-se de ervas perenes raramente
anuais, rizomatosas, folhas lineares, laminares
ou cilíndricas imbricadas a rosuladas, dispostas
no ápice do rizoma. A inflorescência é um
glomérulo cilíndrico a circular onde cada flor
é precedida por uma bráctea escamiforme,
coriácea. As flores são amarelas (azuis
em Alboboda), monoclinas, trímeras, com
perianto unguiculado, curtamente tubuloso.
Amadurecem da base para o ápice da
inflorescência. O fruto é do tipo cápsula,
envolto pelo tubo do perianto persistente e
contém numerosas sementes.
A família não apresenta nenhum uso
de importância econômica reconhecida na
região amazônica, porém, no Brasil Central,
as inflorescências secas são utilizadas como
"sempre-vivas", respondendo por parte da
economia local juntamente com espécies
de Eriocaulaceae e Poaceae. As folhas e

Xyris jupicai. Erva cespitosa,


30-100 cm, folhas 15-60 cm,
dispostas em leque. Base da
planta esverdeada, marrom
ou cor de palha. Folhas e
bainha glabras. Brácteas da
inflorescência marrons com
região dorsal esverdeada muito
distinta. Freqüente. Áreas
alagadas e campos úmidos.
Norte da América do Sul.
XYRIDACEAE

300
691
Commelinaceae
Família essencialmente tropical com cerca No campo, a família é facilmente
de 38 gêneros e aproximadamente 600 reconhecida por seu hábito decumbente,
espécies, largamente distribuídos em ambos pelos ramos com nós emitindo raízes, pela
os hemisférios. Na Reserva a família está bainha envolvendo o caule e pelas brácteas
representada por 2 gêneros: Commelina e espatáceas envolvendo as flores, azuis
Dichorisandra. ou violáceas. A maioria das espécies são
São ervas, anuais ou perenes, na utilizadas como ornamentais.
maioria suculentas, raramente epífitas,
eretas a decumbentes, freqüentemente com
nós emitindo raízes; as folhas são alternas,
inteiras, com bainhas envolvendo o caule;
a inflorescência é cimosa, racemosa ou
capitata, com brácteas pequenas a grandes,
freqüentemente espatáceas. As flores
apresentam perianto geralmente diferenciado
em cálice e corola. O fruto é capsular
indeiscente.
Dichorisandra sp. 2

145

Dichorisandra sp. 1.
Erva escandente. Folhas
glabras, variegadas
Commelina erecta
(coloração azul vináceo
no centro da folha).
Raro. Capoeira.

Commelina erecta. Erva semi- Dichorisandra sp. 2. Erva


prostrada, ruderal. Folhas escandente. Folhas glabras,
pubérulas com base auriculada verdes, não variegadas
e matizes vináceos nos (ausência de coloração azul
ramos. Freqüente. Ruderal vináceo no centro da folha).
em áreas alteradas. América Ocasional. Baixio.
tropical e subtropical, África e
Madagáscar.
70 145
COMMELINACEAE
692
Eriocaulaceae
A família tem cerca de 10 gêneros e geralmente esbranquiçados, no ápice de
1200 espécies, distribuídos nos Trópicos longos escapos, isolados ou em umbelas,
e Subtrópicos. No Brasil encontram-se panículas verticiladas, ou ainda sem escapo
cerca de 800 espécies em 8 gêneros. Na (Tonina). As flores são pequenas, geralmente
Reserva ocorrem os gêneros Paepalanthus, esbranquiçadas. Os frutos são cápsulas.
Syngonanthus e Tonina, todos com uma
espécie somente. São característicos de solos
brejosos, embora algumas espécies sejam
comumente encontradas em solo arenoso de
capoeira, lugares geralmente secos e expostos
ao sol.
São ervas, perenes ou anuais,
geralmente com folhas dispostas em rosetas
basais, parecendo tufos de gramínea. As
inflorescências são densos capítulos,

Paepalanthus fasciculattus

As espécies desta família são conhecidas


como sempre-vivas e têm importância
econômica principalmente em Minas Gerais
Tonina fluviatilis. Erva
e Bahia, os maiores centros de diversidade da
subaquática, ereta a família. Algumas espécies de Syngonanthus
decumbente. Folhas chegam a ser exportadas até 40000 kg/ano de
crescendo ao longo capítulos e escapos, para serem utilizados em
de todo ramo. Cresce
arranjos de flores.
tipicamente em margens
de igarapés ou próximo
Giulietti, A.M. & N. Haroldo.
a eles. Freqüente.
1990. Distribuição geográfica de
Baixio. Neotrópicos.
8 Eriocaulaceae. Acta Bot. 4.

Syngonanthus umbellatus. Paepalanthus fasciculattus.


Erva ereta. Folhas formando Erva ereta. Folhas
uma roseta próxima ao chão, distribuídas ao longo dos
não distribuídas ao longo ramos. Freqüente. Solo
dos ramos. Freqüente. Solo brejoso.
brejoso. Norte da América
do Sul.

3,5 8
ERIOCAULACEAE
693
Thurniaceae
É uma família de plantas aquáticas com um possivelmente com Cyperaceae pelos escapos
gênero e 3 espécies, endêmicas da região (hastes das inflorescências) triangulares.
das Guianas e Amazônia, taxonomicamente A inflorescência é esférica com flores
próxima de Juncaceae. pequenas e brancas.
A única espécie da Reserva ocorre em Um estudo recente desenvolvido na
áreas alagadas e igarapés de solo arenoso. Reserva por Alexandre Kirovski confirma
Pode ser confundida com Bromeliaceae a dispersão dos frutos desta espécie por
por causa das margens dentadas, ou mais peixes.

Thurnia sphaerocephala. Planta


subaquática encontrada nas
margens ou dentro de igarapés.
Folhas estreitas com espinhos. É
freqüentemente confundida com
Cyperaceae, mas as espécies
desta família, geralmente, não são
aquáticas. Baixio. Amazônia e
930
Guianas.

THURNIACEAE
694
Cyperaceae
Família cosmopolita, com cerca de 90 gêneros Esse mesmo ramo triangular suporta a
e 4000 espécies, das quais 845 ocorrem nos inflorescência, que pode ser um glomérulo,
Neotrópicos, geralmente em solos úmidos. racemo, umbela ou panícula, sempre
Na Reserva são encontrados 13 gêneros e 19 precedidos por brácteas de tamanho variável.
espécies restritos às áreas abertas e bordas da A unidade floral é formada por espiguetas
mata, com exceção de Mapania sylvatica, que monóclinas, compostas por uma gluma e
ocorre no interior da mata. perianto reduzido a escamas e cerdas ou
Compõe-se de ervas cespitosas, tricomas. O fruto é do tipo noz ou drupa.
rizomatosas, com folhas laminares a lineares,
concentradas na base de ramos aéreos
bastante rígidos ou distribuídas ao longo
destes. Muito confundidas com a família
Poaceae, as espécies de Cyperaceae podem ser
conhecidas pelas folhas com bainha fechada e
lígula ausente, além do caule triangular. Este
último caractere pode confundir as espécies
de Cyperaceae com Thurnia sphaerocephala,
única espécie de Thurniaceae presente na
Reserva, cujo porte é muito maior, além de
ocorrer dentro de igarapés. Cyperaceae pode
ocorrer em áreas de solo encharcado, porém
a base da planta nunca fica submersa.

Diplasia karataefolia

A morfologia é muito similar à de


Poaceae, com redução de peças florais
favorecendo a polinização pelo vento.
Hypolytrum schraderianum tem flores
perfumadas, provavelmente polinizadas
por insetos. A dispersão pode ser epi ou
endozoocórica ou, ainda, hidrocórica.
Outras espécies de Cyperaceae são
amplamente utilizadas na cestaria e como
forrageira para gado, além de apresentarem
uso medicinal em algumas regiões. Merecem
destaques Cyperus papirus, utilizada na
confecção de papel pelas civilizações da
Hypolytrum schraderianum
idade antiga.
CYPERACEAE

Dahlgren, R.M.T., Clifford, H.T. & Yeo, P.F. 1985. The Families of Monocotyledons,
Structure, Evolution and Taxonomy. Springer-Verlag.
Simpson, D.A. 1992. A revision of genus Mapania. Royal Botanical Gardens, Kew.
695
FLORES E FRUTOS

Calyptrocarya poeppigiana Cyperus luzulae Cyperus surinamensis


Modesto

Modesto

Diplasia karataefolia Mapania pynostachya Fimbristylis dichotoma

Eleocharis filiculmis Hypolytrum schraderianum Kyllinga brevifolia

Rynchospora pubera Pleurostachys sparsiflora


CYPERACEAE

bainha
Mapania sylvatica Scleria melaleuca Scleria cyperina
696

Fuirena umbellata. Pleurostachys sparsiflora. Erva.


Erva. Cerca de Cerca de 1 m. Caule subterrâneo,
80 cm. Cinza- crescimento estolonífero, estolões
950
esverdeada. Folha curtos. Pecíolo entre 2-3 mm;
14-25 x1,5 cm. folha 30 x 0,5 cm, glabra;
Inflorescência margem finamente serrilhada com
paniculada, castanho- pequenos espinhos. Freqüente
clara. Solo argiloso nos barrancos. Região tropical da
e arenoso. Platô e 350 América do Sul.
baixio. Pantropical.

Scleria secans.
Erva. Cerca de 40
cm. Folha saindo
ao longo do colmo.
Inflorescência
racemosa. América
1 Plantas variando de 10 cm a
1,50 m. Folhas não basais.

tropical.

279

Scleria cyperina. Erva formando Lipocarpha sp. 1. Erva. Cerca


touceiras. Cerca de 1,20 cm. de 10 cm. Folhas saindo da base
Folhas saindo agarradas ao colmo (circular). Inflorescência cônica.
alternadamente. Inflorescência Baixio.
paniculada (tirso). Solo arenoso.
Região tropical da América do
Sul.
CYPERACEAE

830
57
697

Hypolytrum schraderianum. Diplasia karataefolia.


Erva. Cerca de 1,5 m. Erva. Cerca de 1 m.
Folhas saindo da base; Folha de margem lisa,
colmo cor rosa-avermelhado. lenhosa, lembra bromélia.
Inflorescência paniculada. Freqüente. Baixio.
Baixio. Brasil, Colômbia e Região tropical da
Venezuela. América do sul.
100
870

2
Planta de grande porte, acima
de 40 cm de altura. Folhas
elíptico-estreitada, basais.

Becquerelia cymosa.
Erva. Folha saindo da
base. Inflorescência
em tons amarelo-
ferrugíneo. Baixio.
Amazônia Central.

3 Folhas basais, lineares.

870

Eleocharis filiculmis. Erva Fimbristylis dichotoma. Erva.


formando touceiras. Folhas Cerca de 50 cm. Inflorescência
e talos quase do mesmo corimbosa. Solo arenoso.
tamanho e espessura, de cor Baixio. Cosmopolita.
cinza-esverdeadas, glabras.
Inflorescência única e cada talo
com forma de cone. Capoeira de
solo arenoso. América tropical.
CYPERACEAE

100
698

Scleria melaleuca. Erva. Cerca Calyptrocarya poeppigiana.


de 50 cm. Caule subterrâneo. Erva formando touceiras.
Pecíolo com base avermelhada, Folha estreita e não bicolor,
entre 2-3 mm diâmetro. Folhas apenas a base das folhas e
com pêlos curtos, finos e dos talos são avermelhados.
escassos. Freqüente. Barrancos, Freqüente. Platô.
margem de estradas. América
tropical e subtropical, África
260
tropical e Madagascar. 395

4
Planta de pequeno porte; folhas
laminares estreitas, basais.

Indeterminada sp. 3. Erva.


Cerca de 45 cm.

Inflorescências em glomérulos.

350

Cyperus luzulae. Erva. Cerca de Cyperus surinamensis. Erva.


40 cm. Folhas saindo da base. Cerca de 50 cm. Folhas
Inflorescência em capítulos. Solo saindo da base. Inflorescência
argiloso. América tropical e corimbosa composta. Solo
subtropical. arenoso em área alterada.
América tropical e subtropical.
CYPERACEAE

295

300
699

Kyllinga pumilla. Erva formando Kyllinga brevifolia. Erva.


touceiras. Cerca de 20 cm. Base Cerca de 30 cm. Crescimento
do pecíolo marrom-avermelhado. estolonífero. Folha 5 x 0,2
Folha 3-7 x 0,2 cm. Três brácteas cm, cinza-esverdeada; base
e uma inflorescência. América do pecíolo e da folha marrom-
tropical e África. esverdeada. Cosmopolita.

60 80

Inflorescências ramificadas.

Rynchospora pubera. Erva


formando touceiras. Cerca de
20 cm. Folhas entre 3,5-12,5

5
cm. Base das folhas e pecíolos
Lâminas foliares discolores ou cinza-claro. Inflorescência com
3 brácteas. América tropical
ausentes.
e subtropical, África tropical e
Madagascar.
120

Mapania sylvatica. Erva formando


Mapania pynostachya. Também touceiras, às vezes indivíduos
ocorre na área. Possui inflorescência agrupados. Colmo solitário; folhas
esbranquiçada, 1 estame por espicóide ausentes; brácteas involucrais 3(-4),
e o frutinho com uma região espongosa foliáceas, estreitamente elípticas
no ápice e uma distinta mancha marrom ou elíptico-obovadas, +/- iguais em
na base. tamanho. Bainha em plantas mais
velhas freqüentemente desintegrada.
Inflorescência terminal. Freqüente.
Platô. Norte da América do Sul. 170

Calyptrocarya bicolor. Erva. Entre 10-


50 cm. Folhas vermelhas abaxialmente,
CYPERACEAE

sendo escura na base e mais clara no


ápice. Freqüente. Platô. América do
sul tropical.

228
700
Poaceae
A família é cosmopolita com cerca de 650 morfologia das inflorescências foi fundamental
gêneros e 10.000 espécies, das quais 207 para a elaboração deste guia, uma vez que as
encontram-se nos Neotrópicos ocupando ráquis permanecem mesmo após a queda das
todos os tipos de ambientes. Na Reserva espiguetas, facilitando a identificação.
são encontrados 12 gêneros e 22 espécies, A redução de peças florais, bem como
das quais 3 constam apenas de coleções de os estigmas plumosos, os estames com filetes
herbário. longos e os grãos de pólen arredondados e lisos,
Compõe-se de ervas cespitosas, são características que favorecem a polinização
estoloníferas, rastejantes, aquáticas ou ainda pelo vento, porém algumas espécies de mata,
lenhosas (tribo Bambuseae). Apresentam caule com estames numerosos e odor adocicado, são
circular e folhas alternas divididas em bainha, polinizadas por insetos (Pariana spp.).
em geral aberta, e lâmina, linear a ovada, plana A dispersão pode ser anemocórica, endo
ou involuta com venação paralela. Na face ou exozoocórica, sendo os frutos providos de
interna da intersecção entre lâmina e bainha ornamentações como tricomas longos, aristas
situa-se a lígula, membranosa a ciliada. e calos agudos que os prendem ao pêlo de
As partes férteis são muito especializadas animais ou favorecem a condução pelo
e têm sua própria terminologia. A vento.
inflorescência, muito característica, compõe-se A família é de grande importância
de unidades denominadas espiguetas, em que econômica, incluindo espécies largamente
duas brácteas estéreis, as glumas, subtendem utilizadas na alimentação, como arroz (Oryza
um a muitos "antécios" compostos por duas sativa), aveia (Avena spp.), cana-de-açúcar
brácteas, o lema e a pálea, um perianto (Saccharum officinarum) e trigo (Triticum
muito rudimentar denominado lodícula, spp.), além de espécies utilizadas na medicina
além de androceu e gineceu. Os antécios popular (Cymbopogon citratus, "capim-
podem ser estéreis (neutros), monoclinos ou santo"), no forrageio de gado e na construção
diclinos. O fruto é do tipo cariopse ou grão. As e ornamentação (bambus).
espiguetas dispõem-se ao longo de uma ráquis
formando espigas, panículas ou racemos. A

Clayton, W.D. & Renvoize, S.A. 1986. Genera Graminum, Grasses of the World. Kew
Bull. Addit. Ser., 13: 1-389.

AGRUPAMENTO BASEADO NAS INFLORESCÊNCIAS

1 2
Espiguetas
Aspecto de dispostas ao
bambu longo de toda a
raque
Espigas Panículas

3 4
Panículas Ramos
de ramos concentrados
unilaterais no ápice do
POACEAE

alternos colmo Digitados

Conjugados
701

Pariana cf. radiciflora. Ervas Pariana cf. campestris. Ervas


eretas, ca. 20 cm. Folhas ásperas, eretas, até 170 cm. Folhas
10-16 x 3-4,5 cm, lanceoladas, lanceoladas, 20-25 x 5 cm, curto-
glabras, curto-pecioladas, pecioladas; margem híspida; face
margem e nervura central adaxial verde brilhante, abaxial
híspidas. Inflorescência curta, arroxeada a glauca, iridescente
lateral, 3-10 cm. Colmo florífero quando seca. Inflorescência
sem folhas. Freqüente. Platô e longa, terminal, 15-25 cm, colmo
vertente. Amazônia e Guianas. florífero igual aos vegetativos.
230 Rara. Platô e vertente. Amazônia
250
e Guianas.

Inflorescência tipo espiga.

1 Herbáceas com colmos bastante


fibrosos, aspecto de bambu. Olyra latifolia. Ervas eretas,
30-60 cm. Folhas levemente
coriáceas, ca. 10 cm,
lanceoladas, curto-pecioladas.
Lâmina glabra, margem híspida,
base assimétrica. Espiguetas
Inflorescência tipo panícula. roxas, aristadas. Freqüente.
Capoeira. Neotrópicos e África
tropical.
193

Ichnanthus panicoides. Ervas Olyra micrantha. Arbustiva,


eretas, 60-100 cm. Folhas bastante ramifica, ca. 2
ovado-lanceoladas, 15-25 x 4-7 m. Colmos ásperos. Folhas
cm. Nervuras muito conspícuas, lanceoladas, 25-30 x 8 cm,
margem hispidulosa, base opacas, curto pecioladas,
simétrica, sem pecíolo, bainha margem híspida, base
pilosa. Espiguetas esverdeadas assimétrica. Rara. Margem da
a arroxeadas, 8-10 mm. Muito floresta. Venezuela ao Paraguai.
freqüente. Áreas alteradas. Costa
Rica à Bolívia.
161 272
POACEAE
702

Panicum mertensii. Ervas cespitosas, Panicum laxum. Erva ereta,


ca. 90 cm. Folhas lineares longas, 50-70 cm. Folhas lineares a
até 30 x ca. 1 cm. Lâmina glabra, estreito-lanceoladas, 10-20
margem escabra, bainha papiloso- x 0,5-1 cm, lâmina glabra,
híspida, especialmente nas folhas ápice acuminado, margem
jovens. Inflorescência tipo panícula cordiforme. Bainha com margem
laxa com uma espigueta ovada pilosa. Inflorescência laxa com
por ráquis. Rara. Áreas alteradas, ramos secundários adpressos e
úmidas. México ao Paraguai. muito curtos. Freqüente. Áreas
alteradas abertas. Caribe à
250 90
Argentina.

2
Herbáceas típicas,
inflorescência tipo panícula
Panicum pilosum. Erva com espiguetas dispostas ao
decumbente a ereta com longo de toda a ráquis.
enraizamento nos nós, ca. 20-70
cm. Folhas linear-lanceoladas,
5-15 cm, ápice agudo.
Bainha com margem pilosa.
Inflorescência de ramos alternos
com tricomas mais longos que
as espiguetas. Áreas alteradas.
110 México à Argentina.

Homolepis aturensis. Ervas


Panicum sp. 1. Érva
eretas, 30-50 cm, verde-
estolonífera. Folhas
claras. Folhas glabras,
jovens vináceas. Rara.
até 10 cm x 0,5-1 cm,
Áreas alteradas.
lanceoladas, ápice agudo,
base arredondada. Bainha
pilosa. Inflorescência aberta,
espiguetas acuminadas, ca. 6
cm compr., unifloras. Áreas
abertas. Freqüente. México
80 ao Brasil. 190
POACEAE
703

Andropogon bicornis. Planta ereta, Andropogon leucosthachyus.


cespitosa, até 120 cm. Folhas Erva ereta, cespitosa, até 60 cm.
verde-claras ou roxas, 30-50 x 0,7 Folhas verde-claras, até 30 cm
cm, lineares, conduplicadas, glabras, x 0,8 cm, lineares. As folhas
nervura central híspida, base com secas enrolam-se e permanecem
tricomas longos próximos à bainha. na planta. Colmos floríferos
Colmos floríferos alaranjados, amarelados, inflorescência
inflorescência muito congesta, pouco congesta, esbranquiçada.
esbranquiçada. Freqüente. Áreas Freqüente. Áreas abertas de solo
alteradas abertas. México ao arenoso. México ao Paraguai.
Paraguai.

Eragrostis sp. 1. Ervas


cespitosas, ca. 40 cm. Folhas
lineares, 5-10 cm, lâmina e
bainha pilosas. Inflorescência
aberta, espiguetas plurifloras,
roxo-esverdeadas, comprimidas
dorsiventralmente. Ocasional.
Áreas alteradas.

75

Sporobolus indicus. Erva


ereta, ca. 70 cm. Folhas FLORES
glabras, 15-40 cm. Bainha
com margem pilosa na metade
inferior. Inflorescência fechada
a espiciforme, espiguetas
unifloras, esbranquiçadas.
Freqüente. Áreas alteradas.
Dos EUA ao Paraguai, e Velho
Mundo.
200
POACEAE

Pariana radiciflora
704

Digitaria horizontalis. Erva Digitaria sp. 1. Erva ereta,


anual, ereta a decumbente, 40-60 cespitosa, ca. 60 cm. Folhas
cm. Folhas linear-lanceoladas, saindo da base, lineares. ca. 30
10-15 x ca. 1 cm. Lâmina e cm. Lâmina glabra, margem
bainha pilosas na face abaxial. pubescente. Inflorescência com
Inflorescência laxa de ramos ramos longos e finos, até 15 cm.
alternos. Áreas alteradas. Ocasional. Áreas alteradas.
América Central ao Sul do Brasil.

170
180

Paspalum sp. 2. Erva


ereta, ca. 30 cm.
Folhas saindo da base
da planta, ca. 12 x ca.
0,5 cm, lineares, ápice
3 Panículas de ramos unilaterais
alternos.

agudo, glabras. Ramos


da inflorescência 4-6,
com ráquis aplanada,
ca. 3 cm. Rara.
Baixio.

Paspalum sp. 1. Erva ereta,


ca. 20 cm. Folhas lineares,
até 15 cm, verde-escuras
a levemente arroxeadas,
margens pilosas. Bainha com
margem densamente pilosa.
Inflorescência verde-clara com
Paspalum sp. 3. Erva ereta, ca. 65 ramos curtos, ca. 3 cm.
cm. Folhas lineares, ca. 20 cm.
Lâmina glabra, margem pilosa. 90
Ramos da inflorescência ca. 10
cm, ráquis aplanada. Colmos
floríferos muito longos, ca. 30 cm.
POACEAE

150
705
FLORES E FRUTOS

Ichnanthus panicoides Olyra


20

Ramos digitados.
Chloris sp. 1. Erva cespitosa,
até 35 cm. Folhas lineares,
ca. 1,5 cm, glabras, margem
involuta. Inflorescência
esbranquiçada ou cor de

4 Ramos da inflorescência palha, ramos subdigitados.


concentrados no ápice do
colmo florífero.

Ramos conjugados.

Paspalum conjugatum. Erva ereta Cynodon dactylon. Erva


com estolões muito longos, folhas perene, decumbente a
lanceoladas, 5-10 cm x 0,5-1 cm, ereta, com enraizamento
ápice acuminado, verde-escuras. nos nós, ca. 40 cm,
Bainha avermelhada ou roxa, folhas lineares, ca. 10
densamente pilosa nas margens. cm, ápice acuminado.
Inflorescência verde-clara, ramos Lâmina e bainha com
longos, até 10 cm. México à margens pilosas. Áreas
Argentina e África. alteradas. Originária
75 da África tropical;
uma invasora de
culturas, praticamente
cosmopolita.
POACEAE

70
706
Bromeliaceae
A família Bromeliaceae é composta por 51 A água capturada no tanque é
gêneros e cerca de 2000 espécies. Apresenta colonizada por vários organismos, incluindo
uma distribuição principalmente neotropical, bactérias, nematodas, e especialmente larvas
com poucas espécies subtropicais e um de moscas. Algumas espécies de sapo como
representante na África. A Região Amazônica Microhyla oophaga moram e reproduzem-se
é relativamente pobre em bromélias em neste ambiente. Ninhos de formigas também
comparação com as florestas carregadas de são comuns em torno das raízes de algumas
epífitas do Sudeste do Brasil. Em geral somente bromeliáceas cujas sementes são observadas
são encontradas com maior freqüência em sendo carregadas por estes insetos.
baixio, campina, campinarana e igapó. Na As bromélias em sua maioria são
Reserva ocorrem 13 espécies em 7 gêneros. polinizadas por beija-flores, com algumas
espécies polinizadas por insetos ou morcegos.
Estudos recentes realizados sobre a biologia floral
e polinização de bromeliáceas em vegetação
de baixio na Amazônia Cental, mostram que
Streptocalyx poeppigii (=Aechmea beeriana),
Aechmea contracta e Pepinia sprucei, são
polinizadas por beija-flores como Phaethornis
superciliosus, P. bourcieri e Thalurania furcata.
Várias espécies de abelhas, consideradas ladras
de néctar e pólen, foram freqüentemente
observadas visitando as flores destas plantas.
Tillandsia cf. bulbosa
Araeococcus micranthus foi descrita como
sendo polinizada por abelhas vibradoras
(Trigona fulviventris e Augochloropsis sp.).
As Bromeliaceae apresentam-se
subdivididas em três subfamílias: Tillandsioideae, O representante mais conhecido desta
com ovário súpero, frutos capsulares e sementes família é o abacaxi (Ananas comosus), embora
plumosas, tipicamente epífitas; Pitcairnioideae, várias espécies de Vriesea, como o "caroá"
com ovário ínfero a súpero, frutos capsulares e do Nordeste brasileiro, sejam utilizadas
sementes com apêndices inteiros, tipicamente comercialmente na confecção de tecidos e
terrestres; Bromelioideae, com ovário ínfero, sacarias. Atualmente estas plantas vêm sendo
frutos tipo baga e sementes sem apêndices. muito utilizadas como plantas ornamentais.
São geralmente epífitas, vivendo sobre
árvores ou arbustos. Algumas são terrestres,
vivendo sobre o chão ou sobre rochas.
Caracterizam-se por apresentar uma roseta
séssil de folhas parcialmente sobrepostas em
sua base, dispostas em espiral; as margens
foliares podem ser lisas ou aculeadas; as raízes
são quase sempre reduzidas. A absorção de
Neuregelia
água e nutrientes é feita através de tricomas eleutheropetala
absorventes que revestem a superfície foliar
destas plantas. As inflorescências em geral
são vistosas, com brácteas róseas ou vermelhas
e flores de um colorido brilhante. Muitas
BROMELIACEAE

espécies apresentam a base de suas folhas


alargada, sendo denominada bainha foliar,
formando uma "roseta" ou "tanque" onde se
acumulam água da chuva e detritos. Aechmea setigera Pepinia sprucei

Smith, L.B. & R.J. Downs. 1974-1979. Flora Neotropica. Vol. 14, partes 1, 2 e 3.
707

Pepinia sprucei. Erva,


geralmente terrestre, raramente
epífita. A forma da planta é bem
diferente de outras Bromeliaceae,
e é freqüentemente confundida
com outras famílias, mas não
ocorre outra erva com folhas
desta forma, com espinhos na
margem. Freqüente. Baixio. Pepinia sprucei
Amazônia.
350

1 Erva terrestre com espinhos bem


finos, perceptível ao toque.

Vriesea splitgerberi.
Epífita. Folha
arredondada,
mucronada. Base da

2 Epífitas sem espinhos, margem


da folha lisa ao toque.

490
folha avermelhada,
especialmente na
face exterior. Baixio.
América Central
até as Guianas e
Amazônia Central.

Guzmania lingulata Guzmania brasiliensis.


var. minor. Epífita. Epífita. Folhas compridas
Folhas menores que G. com ápice agudo. Base
brasiliensis, e base da da folha só um pouco
folha não avermelhada. avermelhada. Campinarana
Freqüentamente tem formigas e baixio. Amazônia.
vivendo na base. Baixio,
platô e vertente. América
Central até Bahia. (4 outras
variadades).
BROMELIACEAE

400

850
708

Bromelia tubulosa. Streptocalyx poeppigii


Terrestre. Folhas finas (=Aechmea beeriana).
e bem compridas, até Epífita. Folhas lineares.
2 m. Base expandida, Espinhos maiores perto
da base, às vezes faltando
marron na face interna.
no meio e pequenos
Freqüente. Campinarana
perto do ápice. Margem
e platô. Sul de Venezuela lisa na base, e às vezes
até Amazônia. na parte central. Baixio.
1050 1400

Streptocalyx
longifolia é
uma epífita
que também
pode ser
encontrada
na área.

Neuregelia eleutheropetala.
Epífita. Folhas com base
expandida, purpúrea quando
maduras, até vermelha em volta
das flores. Folhas mais curtas
que A. setigera, e reflexas em
volta do tanque central. Lâmina
apical plana. Ocasional. Platô. 370
Detalhe da Plântulas de Neoregelia
Amazônia Central. bainha da folha eleutheropetala crescendo
de Neoregelia
eleutheropetala dentro da planta mãe.

Aechmea setigera. Folhas Aechmea bromeliifolia


grandes muito suculentas, forma var. bromeliifolia.
de "u" em secção. Padrão de (Gravatá-de-pau). Epífita
cera na lâmina distinto. Base robusta. Espinhos escuros,
freqüen-temente curvados.
interna da folha marrom em
Folhas não escuras na
folhas maduras, branca em
base. Sem cera branca
jovens. Freqüente. Baixio e nas folhas. Baixio.
capoeira. Panamá até Mato Ocasional. América
Grosso. Central até Argentina.
BROMELIACEAE

600
750
709

Streptocalyx rodriguesiana. Aechmea contracta.


Epífita. Folhas compridas, Epífita. Folhas quase
expandidas na base. pecioladas, menos
Vermelhas na base suculentas que outras
espécies. Base expandida,
interior. Freqüente. Baixio. 500
branca na face interna.
Arredores de Manaus.
Espinhos muito mais
evidentes na parte mais fina
que na lâmina, ausentes na
1100
base. Freqüente. Baixio.
Amazônia e Guiana.

3 Com espinhos bem evidentes.


Araeococcus micranthus.
Epífita. Sem base expandida.
Folhas quase lineares, com
poucos espinhos. Folhas muito
enroladas na base, formando um
tubo. Sem espinhos na bainha.
Freqüente. Platô. Amazônia e
870
as Guianas.

Tillandsia cf. bulbosa. Epífita. Aechmea mertensii. Epífita.


Cresce especialmente nos ramos Forma distinta, com folhas
finos, mortos, colonialmente. largas na base, e a parte apical
Forma distinta, folhas com cera relativamente curta. Ocorre
acinzentada e bases internas especialmente em jardins de
purpúreas profundas. Rara. formigas. Ocasional. Platô e
Platô. México até Amazônia capoeira. Norte do América do
Central. Sul.
BROMELIACEAE

120

370
710
Heliconiaceae e Strelitziaceae
A família Heliconiaceae é composta apenas formando o que se conhece na Amazônia como
pelo gênero Heliconia, com cerca de 150 "floresta de sororoca". As inflorescências são
espécies, distribuídas nos Neotrópicos, com tirsos eretos e terminais, chegando a 3 m de
centro de dispersão na Costa Rica e Panamá. altura com ráquis e brácteas verdes cobertas
Na Reserva ocorrem 2 espécies. por cera esbranquiçada. As flores apresentam
pétalas carnosas creme-esbranquiçadas e
os frutos são cápsulas rígidas com muitas
sementes, estas com arilo fibroso alaranjado.
São polinizadas por morcegos e marsupiais.

Heliconia acuminata

São ervas rizomatosas com folhas


dísticas, pecioladas, com bainhas abertas. As
flores são tubulares em inflorescência terminal,
eretas ou tirsos pendentes, dotadas de brácteas
coloridas. São freqüentemente confundidas
com outras famílias da ordem Zingiberales,
principalmente com Strelitziaceae, porém esta
é diferenciada pela ausência de lígula, brácteas
coloridas e presença de um único estaminódio.
São polinizadas por beija-flores. Heliconia psittacorum.
HELICONIACEAE E STRELITZIACEAE

A família Strelitziaceae é composta


de três gêneros (Strelitzia, Ravenala e
Phenakospermum) e sete espécies restritas ao
Sul da África, Madagáscar e Sul da América,
respectivamente. Na Reserva ocorre somente
a espécie Phenakospermum guyanense.
Phenakospermum guyanense é uma
erva rizomatosa que parece árvore pelo seu
porte e tamanho das folhas, porém seu caule
não é lenhoso. Sua característica é apresentar
folhas dísticas e grandes como as de bananeiras,
além de formar densas populações em áreas
alagadas ou alteradas ao longo de estradas, Phenakospermum guyanense

Berry, F. & W.J. Kress. 1991. Heliconia, an identification guide. Smithsonian Institution
Press.
711

Phenakospermum guyanense.
(Sororoca, banana-brava). Erva ereta
rizomatosa com folhas dísticas e um
longo pecíolo saindo da base da
planta, interligados pela bainha. As
folhas lembram as de bananeiras. A
planta atinge mais de 2 m. Ocasional.
Áreas alteradas ou alagadas. Norte da
América do Sul.
2000

Heliconia psittacorum. Erva


ereta. Folhas lanceoladas,
ca. 4 cm de largura. Nervura
central verde-claro. Lâmina
com base assimétrica e margem
não acastanhada. Freqüente.
Platô. Norte da América do Sul e
Antilhas.
1400

HELICONIACEAE E STRELITZIACEAE
Heliconia acuminata. Erva
ereta. Folhas elipsóides com
ápice acuminado, ca. 12 cm
de largura. Nervura central e
margem acastanhadas. Lâmina
com base simétrica. Ocorre
geralmente nas margens das
estradas em áreas abertas, dentro
da floresta. Freqüente. Platô.
Norte da América do Sul.

970
712
Costaceae e Zingiberaceae
Famílias da ordem Zingiberales que costumam Na Reserva ocorre apenas a espécie Renealmia
ser confundidas no campo. Têm como floribunda.
características semelhantes a distribuição Algumas espécies de Costaceae são
das folhas ao longo do caule, diferenciando- usadas como plantas ornamentais. Várias
se porém por apresentar: Costaceae, folhas espécies de Zingiberaceae são usadas como
alternas em espiral; Zingiberaceae, folhas condimentos, especialmente o gengibre ou
alternas e dísticas. mangarataia, Zingiber officinalis. Uma espécie
semelhante ao gengibre, Z. zerumbet, ocorre
cultivada na Reserva.

Costus arabicus

Costaceae é uma família neotropical


com 3 gêneros e 80 espécies. Na Reserva
ocorre apenas o gênero Costus com 3
espécies. Costus congestiflorus

São ervas perenes, com lígula truncada


e bainha inteira. As flores são tubulares,
brancas, às vezes com centro avermelhado,
uma flor em cada bráctea, distribuídas em uma
inflorescência em forma de cone, terminal ou
separada da planta. O fruto é uma cápsula
com muitas sementes. Ocorrem geralmente
COSTACEAE E ZINGIBERACEAE

em áreas de florestas desmatadas em solo


arenoso ou argiloso. As espécies deste gênero
são polinizadas por abelhas ou por beija-flores,
porém as inflorescências são constantemente
visitadas por formigas, que são atraídas pelo
néctar produzido nas glândulas das brácteas.
Zingiberaceae é uma família
representada nos Neotrópicos apenas por um
gênero, Renealmia, com ca. 50 espécies.
São ervas eretas com rizoma aromático.
As inflorescências são panículas bracteadas,
terminais ou separadas na base da planta. As
flores são vistosas e os frutos são capsulares.
Costus arabicus
713

Renealmia floribunda. Erva Costus sprucei.


ereta. Planta com folhas Erva ereta com
dísticas e bainhas com mais de 1 m.
nervuras longitudinais bem Pilosidade branca,
evidentes e paralelas entre macia nas folhas e
si. Alguns canais transversais ramos. Ocasional.
unem estas nervuras Platô. Amazônia
dando idéia de ladrilhos. brasileira.
Freqüentes. Platô. Norte da
América do Sul.

215
530

Frutos de Costus aff. arabicus Raiz de Costus congestiflorus

Costus aff. arabicus. Costus congestiflorus.


(Cana-fistula). Erva ereta Erva ereta com menos
com mais de 1 m. Folhas de 1 m. Folha com
COSTACEAE E ZINGIBERACEAE

glabras com aspecto liso. pilosidade áspera.


Freqüente. Platô. Caribe Freqüente. Platô.
até o sul do Brasil. Amazônia Central e
Oriental.

185
215
714
Marantaceae
Família contendo cerca de 550 espécies em paleáceas longas, lineares e canaliculadas
31 gêneros, com distribuição pantropical, na base das folhas. Rodospatha oblongata e
sendo a maioria das espécies (principalmente Spathiphyllum maguirei (Araceae) podem ser
o gênero Calathea) predominante nos confundidas com Calathea ou Monotagma,
Neotrópicos. mas a primeira é hemiepifítica e ambas têm o
pecíolo geniculado no ápice, folhas simétricas
e nervuras secundárias arqueadas (ascendentes
em Marantaceae).
A separação das espécies quando estéreis
é difícil, mas no nível genérico pode ser possível:
as folhas de Calathea (exceto C. aff. taeniosa e
C. aff. mansonis) são glabras e mais coriáceas
e brilhantes que as de Monotagma, que são
Ischnosiphon puberulus var. verruculosus coriáceas porém maleáveis e mais pilosas
(exceto M. laxum "forma 2"). Ischnosiphon é
A Reserva está representada pelos facilmente distinguível pela ramificação aérea
gêneros Calathea (6 spp.), Ischnosiphon bem desenvolvida. As inflorescências são
(5 spp.) e Monotagma (5 spp.), todos com variadas e podem facilmente diferenciar os
algumas variedades e/ou formas. Ocorrem gêneros e espécies que ocorrem na Reserva.
em todos os ambientes, às vezes formando Entretanto, para algumas espécies e variedades
grandes populações em capoeira, baixio ou e/ou formas de Ischosiphon, a pilosidade das
campinarana. folhas e brácteas e a cor das peças florais são
São plantas herbáceas e rizomatosas, indispensáveis.
acaules (Calathea), curto-caulescentes As flores abrem em pares espelhados, e
(Monotagma) ou com ramos aéreos bem são dispostas em inflorescências espiciformes
desenvolvidos e ramificados (Ischnosiphon, ou paniculadas laxas ou densas, ou são
com algumas espécies escandentes). As estrobiliformes. São alvas, amarelas, róseo-
folhas são simples, longo-pecioladas, alterno- claras ou lilases, sendo os estaminódios mais
dísticas ou dístico-espiraladas, freqüentemente conspícuos que as outras peças. A floração
assimétricas e discolores: face abaxial glauca ou é longa. Notas de herbário e observações
vinácea, adaxial verde-brilhante ou variegada, em campo dão conta de flores de Calathea,
sempre ou somente em folhas jovens (Calathea Ischnosiphon e Monotagma sendo visitadas por
aff. panamensis, C. zingiberina, Calathea sp. abelhas, especialmente Euglossinae.
1).
Os frutos são cápsulas com sementes
A família é distinguível das outras ariladas, geralmente dispersados por formigas
Zingiberales por ter a nervura central e pássaros.
geralmente não alcançando o ápice
A família é amplamente utilizada na
da lâmina, mas se dispersando com as
ornamentação devido às suas belas folhagens.
secundárias apicais; terciárias sempre
Na Região Norte o rizoma de Maranta
retas e conspícuas, perpendiculares às
arundinaceae é utilizado na obtenção da
secundárias; estas muito próximas, paralelas
farinha de araruta, e de muitas espécies
e sigmóides, freqüentemente ascendentes;
extraem-se fibras para artesanato e confecção
pecíolo espessado, com pulvínulo conspícuo
de utensílios indígenas, como paneiro e outros
terminando num anel assimétrico, saliente
cestos, esteiras (tupés), peneiras e tipitis. Os
ou não, e aí em ziguezague amarelo; bainha
MARANTACEAE

caboclos também utilizam as folhas de Calathea


alongada; folhas com a marca da pré-
spp. para empalhar farinha de mandioca, bolos
foliação conspícua; presença de estípulas
e rapaduras, e assar peixe (moqueado).
Anderson, L. 1981. The neotropical genera of Marantaceae. Circunscription and
relationships. Nord. J. Bot., 1: 218-245.
Horvitz, C.C. Light environments, stage structure, and dispersal syndromes of Costa Rican
Marantaceae. 463-477.
715
Calathea

C. altissima C. aff. mansonis


"forma 2"

C. aff. panamensis C. zingiberina

C. cannoides Calathea sp. 1

Ischnosiphon
I. gracilis I. martianus I. gracilis "forma 2"

I. puberulus I. aff. obliquus I. puberulus var. scaber


MARANTACEAE
716

Monotagma Pêlos aracnóides na


bainha de Monotagma Monotagma laxum
densiflorum "forma 2". "forma 1"

Monotagma densiflorum Monotagma laxum "forma 1" Monotagma


laxum "forma 2"

Monotagma tomentosum Monotagma sp. 2 Monotagma sp. 1

• As espécies Monotagma sp. 1 e Monotagma sp. 2 estão


Fruto imaturo de identificadas no herbário do INPA como Monotagma
Ischnosiphon breviscapum e M. spicatum, respectivamente, mas esses
aff. obliquus nomes não estão publicados e por isso são inválidos. Também
existem amostras de M. laxum "forma 1" e Ischnosiphon
gracilis "forma 2" (ver no grupo 2), identificadas como M.
vaginatum e I. kilipii, respectivamente.

• Monotagma sp. 2. Erva até 90 • Monotagma sp. 1. Erva até 50


cm de altura. Folhas cartáceas, cm de altura. Folhas cartáceas,
sub-simétricas. Extremidade do assimétricas e discolores. Ápice
maior lado da lâmina, na face e base pubescentes. Pulvínulo
adaxial, ápice e base pubescentes. curto, pouco espessado e anel
Pulvínulo alongado, espessado; inconspícuo, ambos subglabros.
anel proeminente. Inflorescência Pecíolo canaliculado, pubescente.
congesta com brácteas curtas. Inflorescência laxa, brácteas
Freqüente. Baixios encharcados. lineares. Freqüente. Platô, em
830 466
Amazônia Central. capoeiras. Região de Manaus.
MARANTACEAE
717

Monotagma densiflorum. "forma 2". Monotagma densiflorum. "forma 1".


Muito parecida com M. angustissium, Folhas mais parecidas com as de
mas com folhas mais largas, coriáceas M. angustissimum, mas nessa forma são
e quebradiças. Face abaxial cerosa e cartáceas e flexíveis. Face abaxial híspida.
híspida. Adaxial glabra e brilhante, Nervura central na face adaxial glabra
com nervura central híspida. a hispidulosa, secundárias ascendentes.
Pulvínulo alongado, anel assimétrico. Pulvínulo curto, anel sub-simétrico.
Pecíolo e bainha com pêlos Pecíolo e bainha com pêlos seríceos e
abundantes, híspidos e aracnóides. ásperos. Bractéolas glabras. Freqüente.
Brácteas e bractéolas híspidas. Platô e campinarana. Amazônia Central e
Amazônia Central. 2012 Ocidental, até o Mato Grosso.
1022

Nervuras central e secundárias na face


adaxial predominantemente glabras.
Inflorescência subtendinda por 1-2
brácteas foliáceas, pequenas ou grandes.

Monotagma. Ervas de até 150 cm


de altura. Caule aéreo às vezes

1 presente. Pulvínulo espessado.


Base da bainha geralmente
com pêlos longos e adpressos.
Inflorescência paniculada, laxa
ou congesta.
Monotagma tomentosum. Erva
até 80 cm de altura. Lâmina
coriácea, discolor, com nervura
central e ápice subglabros.
Margem pubescente em folhas
Nervuras central e secundárias na face jovens. Pulvínulo curto, anel
adaxial curto-pilosas. Inflorescência proeminente e sub-simétrico;
subtendida por uma bráctea paleácea, ambos glabros. Bainha
pequena e linear. essencialmente glabra. Freqüente.
Baixio. Amazônia Central e
Ocidental. 660

Monotagma laxum. "forma


• Monotagma laxum. "forma 1". Até
2". Até 150 cm de altura.
100 cm de altura. Pulvínulo hirsuto na
porção anterior. Anel franjado, pêlos Pulvínulo e anel subglabros, este
marrons macios. Folhas sub-simétricas, proeminente. Pecíolo pintalgado
cartáceas, flexíveis, às vezes buladas. de branco. Lâmina assimétrica,
Nervuras central e secundárias rígida e brilhante; uma das
na face adaxial pubescentes. extremidades hirsutulosa, a outra
Pecíolo piloso, áspero. glabra (avermelhada em folhas
Inflorescência laxa. Freqüente. secas). Nervura central na face
Campinarana e capoeiras. adaxial pubescente. Ocasional.
Amazônia Central e Ocidental. 710
Campinarana. Amazônia Central.
1000
MARANTACEAE
718

I. gracilis. "forma 1". I. gracilis. "forma 2". Folhas


Folhas lanceoladas com lanceo-lineares, simétricas.
base (sub)simétrica, ápice Face abaxial glauca. Nervura
mucronado e glabro. Lâmina
bulada. Face abaxial central na face adaxial pilosa,
glauca. Pulvínulo fino, alcançando o ápice, este
anel proeminente. Flores mucronado e piloso; terciárias
róseo-amareladas com o visíveis. Pulvínulo inconspícuo,
estaminódio maior lilás-claro. hirsuto. Ocasional. Encontrada
Freqüente. Platô, incomum
190 principalmente em baixio, raro
em baixio. Até o nordeste do
Brasil. 151
Prefoliação

Plantas delicadas, com aspecto de


bambuzinho, cespitosas e escandentes.
Nós e entrenós distintos. Folhas
geralmente dísticas, estreitas, pequenas
e cartáceas (arumãzinho).

Ischnosiphon. Caule aéreo


presente. Plantas escandentes,
• I. puberulus var.
verruculosus. Planta
pilosa. Base da lâmina sub-
assimétrica. Face abaxial às
vezes vinácea. Nervura central
na adaxial e secundárias
apicais híspidas. Terciárias
2 de até 8 m de altura, formando
touceiras laxas e cespitosas. Folhas
coriáceas a cartáceas, com ápice
assimétrico e anel (sub)simétrico.
Inflorescência laxa.

evidentes. Flores pilosas,


róseo-amareladas com • Ischnosiphon puberulus está distribuída por toda
190 estaminódio maior lilás-escuro. a Bacia Amazônica, Guianas, Peru e Equador.
Ocasional. Platô, e vertente.

• I. puberulus. Morfotipo • I. puberulus. Morfotipo


com flores róseo-amareladas e com flores róseo-amareladas
estaminódio maior lilás-escuro. e estaminódio maior branco.
Lâmina sub-simétrica com Lâmina assimétrica com base
base cuneada. Nervura central cuneada. Face abaxial glauca,
pubescente na porção superior. às vezes vinácea, com nervura
Pulvínulo áspero. Pecíolo e central subglabra. Terciárias
bainha puberulentos, pouco ou não evidentes.
ásperos. Ocasional. Pulvínulo glabro. Freqüente.
Platô. 333 Platô, vertente e baixio.
352
MARANTACEAE
NÓS EM ISCHNOSIPHON 719
Os nós de Ischnosiphon geralmente têm ramificação
dística, com as folhas subtendidas por estípulas
longas e paleáceas. Geralmente ocorrem em grupos
de três folhas alternas, minimamente separados em
cada nó.

I. aff. obliquus. Planta


robusta, até 250 cm de
altura. Lâmina assimétrica
com base simétrica, curto-
cuneada a arredondada.
Pulvínulo e pecíolo
Ischnosiphon aff. obliquus (esq.) I. gracilis
"forma 1" alongados. Flores róseo-
e I. martianus (dir.) , detalhe da amareladas. Freqüente. Platô, 685
base dos pecíolos, mostrando a vertente, baixio e campinarana.
organização dístico-espiralada. Nas Antilhas e região amazônica.

Inflorescência

Caule ereto, sem nós e entrenós


distintos. Folhas agrupadas na região
terminal. Filotaxia dístico-espiralada.

I. martianus. Plantas menores (60-


200 cm). Folhas estreito-elípticas,
Plantas robustas, cespitosas e simétricas, às vezes agrupadas em
escandentes. Caule com nós e entrenós nós (ou ramos) opostos. Venação
distintos. Folhas opostas ou dísticas terciária visível ou não na face
(arumã, arumã-canela-de-jacamim). adaxial. Pulvínulo amarelado,
curto. Bainha subglabra, pouco
áspera. Flores róseas. Freqüente
em todos os ambientes. Amazônia.
355

Ischnosiphon sp. 1. Planta


• I. puberulus var. scaber. glabra, robusta; caule > 2 cm
Flores amarelas com estaminódio
de espessura. Folhas com
maior branco. Caule e bainha
face abaxial cerosa, vinácea
glabrescentes, ásperos. Folhas
quando jovens. Pulvínulo
assimétricas com base simétrica
robusto. Lâmina assimétrica
a assimétrica e cuneada. Face
com base curto-cuneada.
abaxial esbranquiçada. Venação
Pulvínulo ceroso. Freqüente.
terciária submersa. Pulvínulo
Platô (capoeira) e baixio.
puberulento. Ocasional. 476

337
MARANTACEAE
720
DICA DE CAMPO
De modo geral, folhas jovens ou de plantas jovens
apresentam a face abaxial vinácea, e a adaxial
variegada com listras ou manchas brancas ou
amareladas. Essa última característica é mais
comum no gênero Calathea. As espécies C. aff.
panamensis e Calathea sp. 1 apresentam duas
"formas" distintas: alguns indivíduos têm face adaxial
variegada outros não.

Calathea sp. 1. Até 1 m de altura.


Calathea sp. 1.
Folhas com face adaxial lisa e
Face adaxial.
nervuras secundárias impressas.
Adaxial às vezes variegada no
centro, com uma faixa branca.
Anel amarelo-amarronzado. Calathea aff.
Inflorescência cilíndrica, verde, panamensis.
parecendo de Costus (Costaceae); Porção inferior
flores brancas. Freqüente. Baixio e do pulvínulo.
campinarana. Amazônia Central.
1000

Escapo da inflorescência curto, em


geral subterrâneo, saindo lateralmente.
Indivíduos isolados ou não formando
densas touceiras.

Calathea. Ervas de até 3 m


de altura, com caule aéreo

3
ausente. Folhas brilhantes,
(essencialmente) glabras,
Calathea zingiberina. Até 2 m de
coriáceas e quebradiças. Face
altura. Venação terciária visível na
abaxial glauca. Pulvínulo
face adaxial, secundárias salientes.
alongado e pouco espessado.
Estruturas da epiderme (talvez
Anel em zigue-zague amarelado,
estômatos) na face abaxial
não proeminente.
visíveis sob lupa; nervura
central amarelada, (sub)glabra.
Pulvínulo idem. Inflorescência Escapo da inflorescência longo, ereto,
amarelada, flores amarelas. saindo do centro das folhas. Plantas
1380 Freqüente. Platô e vertente. geralmente formando densas touceiras.
Amazônia Central e Suriname.

Calathea altissima. Até 2 m de Calathea cannoides. Até 3 m


altura. Lâmina foliar bulada, de altura. Ráquis e face adaxial
verde-claro brilhante em ambas as verde-escuro brilhante. Pecíolo
faces. Venação terciária saliente e nervura central na face abaxial
na adaxial, secundárias impressas. amarelados, subglabros. Escapo
Nervura central na face abaxial da inflorescência castanho-escuro;
glabrescente na porção inferior. brácteas verde-claras. Ocasional.
Bainha puberulenta, áspera. Muito Platô (incomum em baixios).
freqüente em todos os ambientes. Venezuela e Brasil (Amazonas e
1022 América Central e Amazônia. 2012
Rodônia).
MARANTACEAE
721

Calathea aff. mansonis. "forma Calathea aff. mansonis . "forma 1".


2". Até 70 cm de altura. Face adaxial verde, com nervuras
Face abaxial com pêlos terciárias visíveis. Abaxial com
esbranquiçados, adaxial glabra.
Pulvínulo piloso. Bainha com pêlos esbranquiçados e nervura
pêlos hirsutos e aracnóides. central hirsuta. Pulvínulo glabro,
Brácteas da inflorescência verde-amarronzado. Ráquis
verde-amareladas. Difere de C. canaliculada, amarela na porção
aff. mansonis "forma 1" por esta inferior, velutinosa na superior.
ser muito menor e ter mais folhas.
495 Brácteas da inflorescência verdes.
Rara. Baixio, dentro ou em beira de
igarapé. Amazônia Central. Freqüente. Platô, vertente e baixio. 315
Amazônia Central.

Calathea sect. comosae. Ervas

4 pequenas (50-80 cm). Caule


aéreo ausente. Lâmina cartácea,
maleável, discolor. Face abaxial
esbranquiçada, velutinosa a
subglabra; adaxial verde-clara
brilhante, (sub)glabra. Pulvínulo curto,
Calathea aff. panamensis. Duas
formas: uma com face adaxial
variegada e outra sem essa
espessado, piloso a glabro; anel ausente.
Escapo da inflorescência ereto, curto ou característica. Face abaxial vinácea,
alongado. raro esverdeada, hirsutulosa.
Nervura central na adaxial
hispidulosa, na abaxial subglabra.
Bainha hirsuta a glabra. Brácteas da
inflorescência geralmente vináceas.
Muito freqüente em todos os
ambientes. Amazônia Central.
250

ARTEFATOS DE ARUMÃ
Na Amazônia, em especial entre os indígenas e cablocos do Amazonas, espécies de Calathea e Ischnosiphon são
muito valorizadas, e as populações naturais até protegidas informalmente. Muitos artefatos são fabricados utilizando
a casca do pecíolo ou caule ("tala"): bolsas e cestos para guardar utensílios e roupas; paneiros para carregar mandioca
e empalhar a farinha (as folhas para forrar e fechar); "tipitis" para espremer a mandioca e extrair o tucupi; tupés
(esteiras) onde dormem; e também abanadores, peneiras e ornamentos como pulseiras, tornozeleiras etc. As folhas
de Calathea são usadas para embrulhar e assar peixe (moqueado), dando cheiro e sabor especiais.
MARANTACEAE

Para tingir a "tala" do arumã, e fazer esses desenhos, são utilizados os "Tipiti"
exsudatos de algumas árvores. A cor vermelha, por exemplo, é obtida
da goiaba-de-anta (Bellucia, Melastomataceae).
722
Smilacaceae
Família comum nos Trópicos e Subtrópicos, carpelos. O ovário é fundido por 3 carpelos,
com algumas espécies em regiões temperadas, é superior, constituído de 3 lóculos com 1 ou 2
e aproximadamente 370 espécies em 3 gêneros óvulos pêndulos. O fruto é uma baga contendo
(Smilax, Heterosmilax e Pseudosmilax). 1 ou 3 sementes com um pequeno embrião e
Smilax está representada pelo maior número endosperma duro.
de espécies. Na Reserva, o número atual de A biologia reprodutiva é pouco
espécies é incerto. conhecida. É difícil achar indivíduos
São principalmente arbustos florescendo e as flores devem durar pouco
escandentes com caule espinhoso. Folha tempo. Possivelmente são entomófilas e a
simples, inteira e alterna ou raramente oposta, dispersão dos frutos é provavelmente feita por
freqüentemente coriácea; trinervada, atípico pássaros.
para monocotiledôneas. A bainha da folha A raiz de algumas espécies são
pode desenvolver gavinhas. usadas medicinalmente no tratamento de
A inflorescência é geralmente umbelada, reumatismo.
axilar ou terminal. As flores são regulares,
unissexuais, dióicas. O perianto consiste em
2 verticilos, livres ou fundidos num tubo.
Estames usualmente 6, com anteras basifixas Smilax sp. 1. Liana
lenhosa. Caule
e uniloculares; a flor feminina possui
quadrangular.
estaminódio. O gineceu tem 1 (raro) ou 3 Folhas glabras,
cartáceas a
subcoriáceas.
Venação
terciária bem
Smilax sp. 3. Liana reticulada. Rara.
lenhosa. Folhas Campinarana.
glabras, cartáceas. 125
Venação terciária
reticulada. Rara.
Platô. Smilax sp. 2. Liana lenhosa.
Caule tortuoso. Ritidoma
castanho-claro com lenticelas
elípticas horizontais agrupadas.
145 Ao corte, casca morta marrom;
casca viva alaranjada; alburno
creme-alvo; odor forte. Folhas
glabras, cartáceas. Venação
Smilax syphilitica. Arbusto terciária pouco evidente. Rara. 120
escandente. Folha Platô.
estreitamente elíptica a
ovada; ápice longamente
acuminado. Trinervada,
acródromas; inter-
secundárias paralelas Smilax cf. elastica.
levemente arqueadas, Trinervada, somente a
fortemente proeminentes principal é fortemente
na face abaxial, impressas proeminente; inter-secundária
na face adaxial. pouco conspícua. Ovada.
330 Platô, vertente e Vertente e capoeira.
baixio. 280
SMILACACEAE

722
723
Dioscoreaceae
Compreende cerca de 11 gêneros e 900 opostas, ovaladas ou cordiformes na base
espécies pantropicais, algumas de regiões com venação reticulado-palmada, podendo
temperadas e tropicais. A maior concentração ocorrer 3-lobada ou 3(-5)-foliolada. Algumas
de espécies está na América do Sul. A maioria vezes, apresentam nervuras concorrentes com
das espécies americanas pertence ao gênero margem inteira. Não apresentam estípulas.
Dioscorea. No Brasil apenas este gênero São geralmente plantas dióicas. As flores são
ocorre, com espécies que se distribuem por pequenas, monoclamídeas com 6 tépalas, livres
todas as formações florestais e campestres. ou unidas desde a base, cremes a esverdeadas,
em espigas, panículas ou racemos. Frutos
capsulares 3-alados deiscentes.

Dioscorea spicata

Os rizomas tuberosos de várias espécies


são utilizados na alimentação, denominados
vulgarmente "cará" ou também "inhame" em
certas regiões do Sudoeste da Ásia, África
Ocidental e Central e América do Sul. Pode
ser cultivada como planta ornamental.
Algumas espécies contêm alcalóides tóxicos
Dioscorea laxiflora e podem apresentar sapogeninas esteroidais,
empregadas atualmente como contraceptivo
Na Reserva foram encontradas 7 oral.
espécies, embora algumas conhecidas apenas
através de material estéril. Elas ocorrem em
áreas alteradas, capoeiras, campinarana de
solos arenosos, exceto Dioscorea brasiliensis,
coletada anteriormente em mata de terra firme
de solo argiloso.
Em geral, são lianas herbáceas de
caule fino, formando um emaranhado em
outras plantas, raramente eretas ou ervas.
Apresentam tubérculos ou rizomas, ricos em
DIOSCOREACEAE

amido. As folhas são alternas, raramente Dioscorea spicata Dioscorea laxiflora

Burkill, F.L.S. 1960. The organography and evolution of Dioscoreaceae, the family of
yams. J. Linn. Soc. (Bot.) 56: 314-412.
Pedralli, G. 1992. A família Dioscoreaceae (R.Br.) Lindley no Rio Grande do Sul, Brasil.
Caderno de Pesquisa, Sér. Bot., Santa Cruz do Sul 4: 13-77.
724

Dioscorea sp. 2. Liana Dioscorea sp. 4. Liana


herbácea. Ramos finos, herbácea. Ramos
variegados. Folhas finos. Folhas estreitas,
hastadas, membranáceas; membranáceas, ovaladas,
coloração roxa, diferente base reta a levemente
das outras espécies cordada, discolor quando
encontradas; 5 nervuras de seca; geralmente 5 nervuras
primeira ordem escuras. de primeira ordem. Ápice
Ápice da folha alongado. alongado. Rara.
247
Freqüente. Campinarana. 129

Dioscorea spicata. Liana herbácea, ramos finos.


Espécie muito parecida com D. marginata. Folhas
aparentemente glabras, membranáceas e com 3
nervuras de primeira ordem. Rara. Campinarana.

Dioscorea brasiliensis. Liana


herbácea, ramos finos. Folhas
Dioscorea sp. 3. Liana herbácea.
3-lobadas, membranáceas. Esta
Ramos delgados. Folhas
espécie destaca-se das demais
cordiformes, glabras, coriáceas.
por apresentar nervuras de
Apresenta 7 nervuras de
primeira ordem em número
primeira ordem. Quando
superior às das espécies
secas a lâmina fica
encontradas, acima de 7. Ápice
esverdeada a marrom clara
do lobo central alongado,
e as veias amarelas. As
enquanto que os laterais são
87 veias secundárias e terciárias
arredondados. Rara. Platô.
são reticuladas visivelmente.
Rara. Campinarana.

Dioscorea marginata. Liana Dioscorea laxiflora. Liana herbácea.


herbácea. Ramos finos, Ramos finos, cilíndricos. Folhas
cilíndricos. Folhas estreitas, cordiformes, membranáceas, pêlos
ovaladas, aparentemente brancos; glândulas beges na base
glabras. Nervuras de primeira
do pecíolo. Apresenta 7 nervuras
ordem em número de 3 a
de primeira ordem; secundárias
5; secundárias reticuladas.
Freqüente. Áreas alteradas, quase perpendiculares com as
capoeira, campinarana e principais, formando um retículo.
campinas de solos arenosos. Ocasional. Vertente e campinarana.
106 167
Amazônia brasileira. Amazônia Central e Ocidental.
DIOSCOREACEAE
Burmanniaceae 725

Família com ca. 125 espécies em 15 gêneros, ou transversal; muitas sementes, pequenas,
ocorrendo nos Trópicos e Neotrópicos do fusiformes ou subglobosas, ou raramente
Velho e do Novo Mundo. Nos Neotrópicos achatadas.
ocorrem ca. 55 espécies em 10 gêneros. Na Hipoteticamente, a família pode
Reserva foram encontradas 8 espécies em 6 apresentar polinização cruzada ou auto
gêneros, principalmente em baixio. polinização. Quanto à dispersão, são sugeridos
meios como água (chuva), pássaros, insetos e
propagação vegetativa.
A família foi coletada ao longo do ano,
com pico em abril e maio.

Dictyostega orobanchoides
Gymnosiphon tenellus

São pequenas ervas saprofíticas, às


vezes autotróficas com caules ramificados,
cilíndricos, com rizoma geralmente presente,
cilíndrico, raramente tuberoso, com raízes
filiformes; as folhas são alternas, sésseis,
simples, inteiras, às vezes semi-amplexicaule,
pequenas, parecendo escamas, ou grandes e
rosuladas em espécies autotróficas; a inflo-
rescência é uma cimeira terminal, bifurcada,
Gymnosiphon breviflorus
ou às vezes reduzida a flores solitárias, com
pedicelo muitas vezes distinto; as flores são
bissexuais, simpétalas, usual mente actino-
morfas, variavelmente coloridas, compostas de
uma parte basal tubular e 6 tépalas arranjadas
em 2 verticilos, sendo 3 externos maiores
e 3 internos menores; tubo floral muitas
vezes persistente; 3 ou 6 estames, eretos ou
pendentes, inseridos no tubo floral, abaixo e
opostos às tépalas internas, com filamentos
muito curtos; estilete cilíndrico a filiforme,
BURMANNIACEAE

tão curto ou tão longo quanto o tubo floral;


estigma às vezes provido de apêndices
tortuosos e filiformes, ou estigma capitado; o
ovário é ínfero; muitos óvulos, pequenos; fruto Gymnosiphon divaricatus Cymbocarpa
saccata
é uma cápsula com deiscência longitudinal
Maas, P.J.M., H. Mass-van de Kamer, J. van Benthem, H.C.M. Snelders, e T. Rübsamen.
1986. Burmanniaceae. Flora Neotropica, Monograph 42.
726 727

Gymnosiphon minutus. Planta Gymnosyphon tenellus. Planta Cymbocarpa refracta. Flores Gymnosiphon breviflorus.
solitária ou ramificada com solitária, delgada, com flores sésseis com tubo longo e Flores pediceladas com longos
inflorescência congesta ou flores sésseis, tubo floral longo, sem tépalas soldadas formando um filamentos amarelos, presentes
tubo uniforme. Não apresenta
solitárias no ápice do ramo. filamentos presentes nas tépalas. nas pétalas. Após a queda das
filamentos nas tépalas. Após a
Flores sésseis, vistosas, sem Após a queda das tépalas o tubo queda das tépalas o tubo floral tépalas o tubo apresenta-se com
filamentos nas tépalas, providas apresenta-se com as bordas retas. não apresenta-se uniformemente bordas oblíquas. Freqüente.
de 2 brácteas. Após a queda Ocasional. Baixio. Neotrópicos. retos. Os frutos apresentam-se Baixio. Neotrópico.
das tépalas o tubo apresenta-se geralmente na posição horizontal.
com as bordas retas. Freqüente. O tubo floral é bem mais estreito
Baixio. Neotrópicos.
XXX
do que o ovário e o fruto abre-se
pelo lado. Platô. Neotropical.

NOTA

Os desenhos dessas páginas foram


extraídos de Maas et al. 1986

1 2
Plantas robustas ou delgadas,
Plantas delgadas, solitárias, com
solitárias. Inflorescência
inflorencências evidentemente
aparentemente não bifurcada ou
Hexapterella gentianoides. bifurcadas.
reduzida a flor solitária.
Plantas solitárias com ramos
delgados. Flores azuladas com
tépalas externas crenadas na
margem e internas diminutas.
Quando em fruto, este é
facilmente reconhecido por ser
uma cápsula alada. Rara Baixio. cf. Hexapterella gentianoides cf. Apteria
Norte da América do Sul. aphylla

Campylosiphon purpurascens. Apteria aphylla. Planta Dictyostega orobanchoides. Gymnosiphon divaricatus.


Planta robusta com geralmente solitária, delgada com Flores diminutas, curtamente Flores pediceladas com
inflorescência congesta. As uma única flor no ápice do ramo. pediceladas com tubo floral muito longos filamento presentes
flores apresentam tubos muito Quando em fruto, é facilmente curto. Nesta espécie as tépalas nas tépalas. Após a
longos e as tépalas são do reconhecida por ser pendente. não são caducas, mas é facimente queda das tépalas o tubo
mesmo tamanho. A planta varia Rara. Baixio. América tropical e reconhecida por apresenrtar o apresenta-se com as bordas
de branca a azulada. Pode ser subtropical. tubo floral com tépalas de bordas retas. Ocasional Baixio.
confundida com Voyria, mas "crenadas". Frequênte. Baixio. Neotrópical.
difere principalmente pela cor Neotropical.
amarela a alaranjada em Voyria.
Ocasional. Baixio. Neotrópicos.
BURMANNIACEAE

BURMANNIACEAE
728
Orchidaceae
É uma das maiores famílias em número de apresentam venação paralela, raramente elas
espécies na Reserva, e também, se não a maior, são reticuladas; três tipos básicos de folhas
uma das mais diversificadas no mundo, onde podem ser encontrados entre as espécies
é representada por 20.000 a 25.000 espécies de venação paralela: a) folhas plicadas, em
e cerca de 725 gêneros, com uma distribuição que várias nervuras principais são visíveis,
cosmopolita. Na Reserva ocorrem 96 espécies e a lâmina é mais ou menos dobrada nessas
em 42 gêneros. regiões; b) folhas herbáceas e membranáceas,
com todas as nervuras de mesmo tamanho,
ocorrendo em muitas espécies terrestres e c)
folhas conduplicadas, com todas as nervuras
do mesmo tamanho, ou geralmente com a
nervura central mais desenvolvida; essas folhas
são normalmente carnosas e coriáceas, com a
região da nervura central sulcada.
As flores apresentam um conjunto de
características que as tornam únicas entre
as Angiospermas: o perianto zigomórfico
é formado por três sépalas externamente,
totalmente livres ou fundidas em diferentes
extensões, três pétalas internas, sendo que
Campylocentrum fasciola Maxillaria superflua uma delas, o labelo, normalmente apresenta
Espécies da família são sempre morfologia, tamanho, cores e adornos diferentes
herbáceas, autotrófitas ou saprófitas, epífitas, das outras duas; as estruturas reprodutivas
terrestres ou rupícolas. Podemos encontrar encontram-se fundidas numa única estrutura
duas formas básicas de crescimento: a) chamada coluna, que no caso das espécies da
crescimento simpodial ou modular, em que Reserva possui uma única antera próxima ou
normalmente um novo broto surge da base no ápice da coluna, uma cavidade estigmática
do antigo caule, se desenvolve até atingir o no lado de baixo da coluna, próxima à antera,
porte adulto, floresce e cessa seu crescimento; e com uma região diferenciada chamada
a base desse novo broto, juntamente com as rostelo, envolvida na produção de um tipo
bases de caules antigos, forma o rizoma; novos de substância pegajosa que serve para grudar
brotos também podem surgir acima da base ou o polinário, que contém os grãos de pólen
no ápice de antigos caules, como é o caso de unidos em uma estrutura única (a polínia),
Scaphyglottis; b) no crescimento monopodial, ao polinizador. O ovário é ínfero e dará
o ápice do caule cresce indefinidamente; origem a uma cápsula contendo milhares de
geralmente essas plantas não têm um rizoma sementes sem endosperma, semelhantes a um
definido, suas inflorescências são laterais e elas pó no seu conjunto. Não só morfologicamente,
produzem raízes ao longo do caule (Dichaea mas também ecologicamente, as orquídeas
e Campylocentrum). O caule pode apresentar apresentam características peculiares.
um engrossamento chamado pseudobulbo, de O grande número de espécies epífitas,
forma muito variável e não subterrâneo, útil na principalmente nos Trópicos, as torna a
identificação das espécies, ou este pode estar família mais diversificada em florestas dentre
ausente na subtribo Pleurothallidinae (grupos aquelas de mesmo hábito, sucesso conseguido
ORCHIDACEAE

1 e 2); a região do caule entre o rizoma e a através de várias adaptações especiais, como a
base da folha recebe o nome de ramicaule; presença de uma camada de células mortas e
o caule tem normalmente folhas ou brácteas altamente absorventes nas raízes, o chamado
cuja morfologia é utilizada na identificação velame; pseudobulbos com a função de estocar
e devem ser observadas. As folhas em água e reduzir a dessecação; folhas carnosas
orquídeas, como em outras monocotiledôneas, em muitas espécies, além de outras adaptações.
729
Devido à ausência de endosperma nas que pseudocopula com a flor, realizando a
sementes, muitas orquídeas só podem germinar polinização. A dispersão das sementes se faz
na natureza através da associação com fungos, principalmente pelo vento.
responsáveis pela nutrição do embrião. A família tem sua maior importância
econômica na produção de plantas
ornamentais, cujo cultivo é considerado o
segundo maior "hobby" no mundo. Dos
frutos de algumas espécies de Vanilla é
extraída a baunilha, utilizada para aromatizar
alimentos. Conhecidas popularmente no Brasil
por "parasitas", algumas espécies são utilizadas
na medicina popular.

Dichaea ancoraelabia

Flores de orquídeas são polinizadas


por uma grande variedade de animais, entre
eles abelhas, borboletas, mariposas pequenas,
moscas e beija-flores, e estratégias muitas
vezes altamente elaboradas ocorrem para o
sucesso da polinização cruzada, se bem que
autogamia é também encontrada em algumas
espécies. Relações espécie-específicas são
encontradas na família, como as que ocorrem
em flores polinizadas por machos de abelhas
Euglossinae nos Neotrópicos, que coletam
fragrâncias, mas essa não é a regra na família,
ocorrendo muitas espécies generalistas. Vários
tipos de recompensa são oferecidos, entre
eles néctar, óleos, pseudopólen e fragrâncias,
embora várias espécies não ofereçam nenhum
tipo de recompensa, atraindo o polinizador
imitando outra flor que normalmente oferece
algo, ou até imitando, tanto na forma como
Flor de Catasetum tigrinum sendo visitada por abelha
no odor, a fêmea de determinado inseto Euglossinae

Dressler, R.L. 1993. Phylogeny and Classification of the Orchid Family. Cambridge
University Press.
Dunsterville, G.C.K. & Garay, L.A. 1979. Orchids of Venezuela. An Illustrated Field
Guide. Harvard University.
ORCHIDACEAE

Hoehne, F.C. Flora Brasilica: Orchidaceas, 1940 12(1); 1942 12(6); 1945 12(2); 1953
12(1). São Paulo.
Miranda, F. 1996. Orchids from the Brazilian Amazon. Expressão e Cultura, Rio de
Janeiro.
Pabst, G.F.J. & Dungs, F. Orchidaceae Brasilienses. 1975 vol. 1; 1977 vol 2. Brucke-Verlag
Kurt Schmersow, Germany.
730
Flores amarelas ou cremes Flores verdes ou branco-esverdeadas

Octomeria amazonica
Dichaeae brachyphylla

Trigonidium
Catasetum barbatum

Octomeria

Epidendrum Epidendrum
rigidum strobiliferum
Epidendrum
compressum

Trigonidium
Octomeria grandiflora acuminatum

Epidendrum
sculptum

Pleurothallis mentosa Rudolfiella aurantiaca

Stelis sp. 3 Lanium microphyllum

Pleurothallis
discophylla

Polystachya
estrellensis
Notylia
durandiana

Dryadella Pleurothallis picta


osmariniana

Maxillaria
amazonica
Ligeophila Polystachya stenophylla
stigmatoptera
Catasetum gnomus Encyclia sp. 1
Catasetum rivularium Habenaria sp.1
Dichaea panamensis

Maxillaria
Maxillaria parkeri pendens
ORCHIDACEAE

Bifrenaria longicornis
Campylocentrum fasciola
Maxillaria crassifolia
M. uncata Flores azuladas
M. xylobiiflora
M. superflua
Octomeria erosilabia
O. aff. serpens
Scaphyglottis sickii
Sobralia fragans
S. macrophylla Acacallis
Vanilla palmarum fimbriata
Maxillaria violaceo-punctata
731
Flores brancas

Encyclia Palmorchis Epidendrum Campylocentrum Maxillaria


fragans sobralioides nocturnum hondurense camaridii

Catasetum
tigrinum
Maxillaria tenuis
Ornithidium
parviflorum
Wullschlaegelia
calcarata

Epidendrum Campylocentrum Masdevallia yauaperiensis Dichaea anchoraelabia


strobiliferum micranthum

Flores vináceas, lilases, avermelhadas

Batemannia colleyi Pleurothallis aff. Pleurothallis Scaphyglottis Trisetella Nanodes


peperomioides spiculifera stellata triglochin discolor

Bifrenaria rudolfii
Paphinia grandiflora
Polycycnis vittata
Trichosalpinx
orbicularis
Triphora amazonica

Rodriguezia Jacquiniella Pleurothallis Pleurothallis Epidendrum Stelis sp. 2


lanceolata globosa cf. taracuana fockei smaragdinum

Frutos

Pleurothallis cf. Dichaea Encyclia fragans


taracuana panamensis

Bifrenaria rudolfii Epidendrum Triphora Vanilla palmarum Nanodes discolor Campylocentrum


strobiliferum amazonica micranthum
ORCHIDACEAE

Orleanesia sp. 1 Maxillaria Palmorchis Trichosalpinx orbicularis Ornithidium Pleurothallis fockei


camaridii sobralioides parviflorum
732
A FLOR DE ORCHIDACEAE E SUAS PARTES (PAPHINIA GRANDIFLORA)

Pé da coluna

A flor de Orchidaceae, como Aqui, com uma das sépalas O labelo pode se unir à
em outras monocotiledôneas, laterais retiradas, pode-se coluna de várias formas.
é protegida por um perianto observar o labelo, que é No caso de Paphinia, ele
formado por 6 partes: 3 sépalas uma pétala diferenciada das se prende a uma projeção,
externas e 3 pétalas. demais, e, à esquerda, uma chamado pé da coluna.
das pétalas laterais.

Antera

Estigma

Ovário

O labelo geralmente se destaca A coluna é uma estrutura complexa, resultante da fusão das
de outras pétalas por sua forma e estruturas reprodutivas masculinas e femininas. Na foto da
cores diferenciadas. Essa estrutura esquerda, pode-se observar uma região engrossada abaixo do
normalmente está envolvida na pé da coluna, que corresponde ao ovário ínfero, imediatamente
polinização da orquídea, e sua seguido pelo pedicelo. Na foto da direita, fica evidente a única
morfologia é muito imporante para antera que ocorre em Paphinia, e a cavidade onde se aloja o
a identificação das espécies. estigma.

O polinário é uma estruta mista, formada por pólen


e uma substância aglutinante que constitui a polínia,
gerada nas anteras, e um tecido colunar e estéril, que
constitui o estipe, não presente em todas orquídeas, e a
Polínias uma terceira, originada na região estigmática, chamada
viscídio, que tem como função se ligar (grudar) ao
polinizador, que levará toda a estrutura para outra flor. A
ORCHIDACEAE

Estipe morfologia do polinário é muito importante na taxonomia


da família, embora as formas tradicionais de conservação
do material coletado muitas vezes danifiquem essa
Viscídio estrutura. Uma boa maneira de conservação do polinário
é colando a estrutura em uma pequena etiqueta,
transpassada por alfinete entomológico, semelhante a um
insetário, embora seja muito difícil coletar, dessa forma,
polinários de micro-orquídeas.
Paphinia grandiflora Catasetum tigrinum
733
EPÍFITAS

Pseudobulbos ausentes Pseudobulbos ausentes

6
Epífitas com folhas
ausentes, ou quando
Folhas planas e conduplicadas (com
presentes cilíndricas ou
apenas a nervura central evidente)
eqüitantes, ou lianas.

Uma folha por caule


Pseudobulbos presentes
Folha maior
que o ramicaule
Pseudobulbo com uma folha conduplicada

1
Folha

7
Ramicaule
Pseudobulbo achatado

8
Folha menor que o
ramicaule
Pseudobulbo anguloso
Folha ou fusiforme

2 Ramicaule

Várias folhas por caule

Plantas de crescimento
simpodial (em duas direções)
10 Pseudobulbo
com duas folhas
conduplicadas

4 9 Pseudobulbo com folhas


plicadas

Plantas de crescimento
monopodial (em uma direção)

5 TERRESTRES

11
Plantas terrestres
autótrofas ou
saprófitas
ORCHIDACEAE

3 Folhas planas e plicadas


(com várias nervuras
evidentes)
734

Dryadella osmariniana. Erva Trisetella triglochin. Erva cespitosa.


cespitosa. Vegetativamente Quando estéril pode ser confundida
semelhante a Trisetella com Dryadella osmariniana,
triglochin. Ocasional. Vertente, podendo ser diferenciada desta
baixio e campinarana. pelos restos de inflorescência, muito
Amazônia Central. maiores que as folhas. Ocasional.
Campinarana. América Central e
Norte da América do Sul.
18
22

1
Epífitas; pseudobulbos
ausentes; folha 1 por caule,
conduplicadas, maior que o
Octomeria grandiflora. ramicaule.
Erva cespitosa. Ocasional.
Todos os ambientes. Norte
da América do Sul; Sudeste
e Sul do Brasil, Bolívia e
Paraguai.

81

Stelis argentata. Erva


cespitosa. Ocasional. Baixio e
campinarana. Neotropical.

Octomeria aff.
serpens. Erva
prostrada. Folhas
prostradas. Diferente
de outras prostradas
desse grupo pelas
folhas oblongas.
ORCHIDACEAE

Rara. Platô e vertente.


Amazonas.
735

Pleurothallis picta. Erva Pleurothallis spiculifera.


cespitosa. Freqüente. Erva prostrada; folhas eretas;
Baixio e campinarana. ocorrendo em grandes
Norte da América do Sul. populações nas regiões do
forófito úmidas e próximas
ao solo, associadas a muitas
briófitas. Ocasional. Baixio e
campinarana. Amazonas.
43
12

Pleurothallis mentosa. Erva


cespitosa, folha carnosa e
convexa na face superior;
margem diferenciada por uma
faixa mais clara e fina que o
restante da lâmina. Freqüente.
Baixio e campinarana. Norte 22
do Brasil, Rio de Janeiro,
Venezuela.

Masdevallia Pleurothallis aff.


yauaperiensis. Erva peperomioides. Erva
cespitosa. Rara. Baixio. prostrada; folhas
Amazonas. prostadas, quase
orbiculares e rugosas
na face superior. Rara.
Baixio. Amazônia Central.
ORCHIDACEAE

66
4
736

Trichosalpinx orbicularis. Octomeria amazonica. Erva cespitosa.


Erva cespitosa. Ápice Os caules mais jovens apresentam o
das bainhas do ramicaule ramicaule menor que a folha, já os
alargadas e denteadas, o caules mais velhos, onde são formados
que caracteriza o gênero. as flores, estes apresentam o ramicaule
Ocasional. Baixio e maior que a folha. Folha fortemente
campinarana. Norte da convexa na face superior. Freqüente.
América do Sul. Todos os ambientes. Amazonas, Pará
20 e Bahia.
26

2
Epífitas; pseudobulbos ausentes;
folha 1 por caule, conduplicada,
menor que o ramicaule.

• Octomeria brevifolia. Erva


cespitosa. Espécie muito
variável, tanto na espessura
do ramicaule e folhas, quanto • Variações em Octomeria brevifolia.
Algumas dessas variações recebem nomes
na cor e forma de suas flores,
específicos, estando a espécie aqui tratada no
estando aqui representada por
sentido amplo.
duas de suas formas. Ocasional.
Todos os ambientes. Amazonas,
16 Pará e Colômbia.

Octomeria erosilabia. Erva


cespitosa; folhas fortemente
rígidas e quebradiças,
ocorre em grandes
• Octomeria brevifolia. touceiras a pequena
altura no forófito. Rara.
Campinarana. Amazonas e
Venezuela.
ORCHIDACEAE

192
737

Pleurothallis fockei.
Erva cespitosa; folhas
fortemente coriáceas e
Pleurothallis discophylla. Erva quebradiças; ramicaule
cespitosa; folhas quase orbiculares. e bainha geralmente
Ocasional. Baixio e campinarana. vermelhos. Ocasional.
Regiões baixas da Amazônia. Baixio. Norte da América
do Sul.

49

3 Epífitas; pseudobulbos ausentes;


folhas plicadas.
Sobralia fragans. Erva cespitosa,
geralmente 3 folhas por
caule. Ocasional. Baixio e
campinarana. Norte da América
do Sul e Guatemala.

211

Sobralia macrophylla. Erva


cespitosa; várias folhas por
caule. Ocasional. Baixio
e campinarana. Norte da
América do Sul, Costa Rica e
Panamá.

Pleurothallis cf.
taracuana. Erva
cespitosa, dossel. Rara.
ORCHIDACEAE

Baixio. Amazonas.

193
738

Orleanesia sp. Erva Nanodes discolor.


cespitosa, ereta; Erva cespitosa,
folhas quase dobradas ereta; geralmente
na face superior. encontrada com as
Rara. Campinarana. folhas avermelhadas.
Ocasional. Baixio e
campinarana. Norte
da América do Sul.
153 14

Epífitas; pseudobulbos

Epidendrum strobiliferum.
Erva cespitosa, pendente.
Ocasional. Campinarana.
América Central, Norte
4 ausentes; folhas várias, dísticas
e conduplicadas. Plantas de
crescimento simpodial.

da América do Sul, Brasil


Central, São Paulo e Paraná.

29

Epidendrum compressum. Epidendrum latifolium.


Erva cespitosa, ereta; caule Erva cespitosa, ereta;
achatado. Rara. Baixio. folhas fortemente
Norte da América do Sul e côncavas. Rara. Baixio.
São Paulo. Norte da América do Sul.

57 106
ORCHIDACEAE
739

Lanium microphyllum. Jacquiniella globosa.


Erva cespitosa, Erva cespitosa,
pendente. Rara. ereta. Rara. Baixio.
Vertente. Norte da Neotropical.
América do Sul e
Panamá.
19

37

• Variações em Epidendrum nocturnum.


Vários nomes específicos estão associados
a essas variações, estando a espécie aqui
tratada no seu sentido amplo.
• Epidendrum nocturnum. Erva
cespitosa, ereta. Espécie muito
variável, sendo tratada muitas vezes
como um complexo. Freqüente.
Todos os ambientes. Todo o Brasil,
Norte da América do Sul, América
Central e Flórida.

• Epidendrum
nocturnum. Forma de
folhas estreitas. Ocasional.
Todos os ambientes.
Epidendrum
sculptum. Erva
cespitosa, pendente.
Rara. Baixio.
Amazonas, Pará,
ORCHIDACEAE

Suriname, Colômbia e
740

Dichaea panamensis. Dichaea anchoraelabia.


Erva cespitosa, pendente; Erva cespitosa, pendente;
12
folhas membranáceas e folhas carnosas. Rara.
delicadas. Ocasional. Baixio. Amazonas,
14 Baixio e campinarana, Roraima, Peru e
onde ocorre sempre a Venezuela.
poucos metros do chão.
América Central, Norte
da América do Sul e
Nordeste brasileiro.

Epífitas; pseudobulbos

Dichaea aff. trulla.


Erva cespitosa,
quase ereta;
folhas coriáceas.
5 ausentes; folhas várias, dísticas
e conduplicadas. Plantas de
crescimento monopodial.

45 Ocasional. Todos os
ambientes.

Campylocentrum micranthum.
Erva pendente, geralmente
um caule solitário, alongado,
com grandes raízes surgindo
deste. Ocasional. Baixio e
campinarana. Todo Brasil, exceto
5
a região sul, Norte da América do
Sul e Costa Rica.
Dichaea brachyphylla.
Erva cespitosa, pendente;
folhas membranáceas.
Rara. Vertente. Suriname,
ORCHIDACEAE

Mato Grosso e Amazonas.

80
741

Campylocentrum
fasciola. Erva
cespitosa, áfila.
Rara. Baixio. Sul
da América Central,
Norte da América Brassavola sp. Erva
do Sul e Mato cespitosa, pendente.
Grosso. Rara. Baixio e
campinarana.

253

Epífitas ou lianas; pseudobulbos

6 ausentes; folhas ausentes,


ou quando presentes
conduplicadas, cilíndricas ou
eqüitantes.
Vanilla palmarum. Liana.
Rara. Baixio, sobre buritizeiros
(Mauritia flexuosa). Norte da
América do Sul, Bahia, Mato
Grosso e Paraná.

165

Campylocentrum hondurense. Ornithocephalus sp. Erva


Erva ereta, caule solitário, de folhas eqüitantes. Rara.
curto. Encontrada na Baixio.
extremidade dos ramos dos
forófitos e, às vezes, sobre o
pecíolo dos mesmos. Rara.
Campinarana. Honduras,
15
Belize, Venezuela, Peru e
Amazônia Central.
23
ORCHIDACEAE
742

Notylia durandiana. Erva Sigmatostalix amazonica.


cespitosa, folhas coriáceas; Erva cespitosa; folhas
pseudobulbos ocultos pela membranáceas. Rara.
base das bainhas foliáceas. Campinarana. Amazonas,
Rara. Baixio. Amazonas, Venezuela e Panamá.
Pará e Suriname.

131
119

7
Epífitas; pseudobulbos
presentes, achatados; folha 1,
conduplicada.

Maxillaria superflua.
Erva cespitosa;
pseudobulbos ocultos
pela base das bainhas
Ápice da folha assimétrico.
foliáceas. Ocasional.
Baixio e campinarana.
Amazonas e Pará.

204

Maxillaria violaceo- Maxillaria crassifolia.


punctata. Erva Erva cespitosa. Ocasional.
cespitosa. Rara. Baixio Todos os ambientes.
e campinarana. Norte da Amazonas e Venezuela.
América do Sul.

302
ORCHIDACEAE
743

Rodriguezia lanceolata. Erva Maxillaria amazonica.


cespitosa, normalmente suspensa Erva cespitosa; ápice do
no ar, presa aos ramos do forófito pseudobulbo truncado.
por um emaranhado de longas e Ocasional. Platô e vertente.
finas raízes. Ocasional. Baixio. Norte da América do Sul.
Norte da América do Sul, Caribe
e Panamá.

174
197

Ápice da folha simétrico.

Maxillaria parkeri. Erva


cespitosa; ápice do pseudobulbo
arredondado. Ocasional. Platô
e baixio. Norte da América do
Sul.

Maxillaria xilobiiflora

413

Maxillaria xylobiiflora.
Erva, caules muitas
vezes solitários;
pseudobulbos ocultos
pelas bainhas foliáceas. O GÊNERO MAXILLARIA
Ocasional. Baixio. Maxillaria é o gênero com o maior número de espécies
Norte da América do da família Orchidaceae na Reserva, como ocorre em
Sul. outras regiões na Amazônia, seguido por Pleurothallis
e Epidendrum. Esses três gêneros normalmente estão
24
entre os mais numerosos em outros ambientes florestais
brasileiros, embora variando na ordem, de local para
local, e dependendo da intensidade de coleta. As
ORCHIDACEAE

espécies de Maxillaria na Reserva normalmente


apresentam flores muito vistosas e perfumadas, o
que as tornam potencialmente interessantes para o
cultivo,além de apresentarem geralmente um porte
robusto, com a exceção de M. xilobiiflora, que apesar
de pequena é muito atrativa quando em flor.
744

Polystachya estrellensis. Maxillaria tenuis. Erva


Erva cespitosa. cespitosa. Ocasional.
Ocasional. Baixio Baixio. Amazonas e
e campinarana. Peru.
Neotropical.

154
148

8
Epífitas; pseudobulbos
presentes, angulosos
ou fusiformes; folha 1,
conduplicada.

Polystachya stenophylla. Erva


cespitosa. Ocasional. Vertente e
Baixio. Amazonas, Pará, Roraima
e Venezuela.
Plantas pendentes.

132

Ornithidium parviflorum. Maxillaria pendens. Erva


Erva cespitosa. Ocasional. cespitosa; pseudobulbos
Vertente e baixio. Norte castanhos e rugosos. Rara.
do Brasil, São Paulo e Campinarana e Baixio.
Venezuela. Amazonas e Venezuela.

207
82
ORCHIDACEAE
745

Trigonidium acuminatum. Encyclia fragans. Erva


Erva cespitosa; pseudobulbos cespitosa. Freqüente. Baixio e
sulcados. Freqüente. Baixio principalmente campinarana,
e campinarana. Norte da onde ocorre em grandes
América do Sul, Pernambuco, populações sobre "Macucu"
Sergipe, Rio de Janeiro e Goiás. (Aldina heterophylla). Todo Brasil,
Norte da América do Sul, América
Central, México e Antilhas.
153

Plantas eretas.

Encyclia sp. 1. Erva


cespitosa; pseudobulbos
fusiformes. Rara. Vertente.

Maxillaria uncata. Erva COLETANDO ORQUÍDEAS


cespitosa; bainhas avermelhadas Em florestas como as da Amazônia Central, onde o dossel pode
ocultando os pseudobulbos. atingir até 40 m, coletar orquídeas e outras epífitas pode parecer
Ocasional. Baixio e quase impossível, principalmente quando muitas espécies são
campinarana. Norte do Brasil, do tipo micro-orquídeas. Árvores de grande porte onde se pode
Mato Grosso, Venezuela, observar grande quantidade de epífitas devem ser visitadas,
Panamá e Costa Rica. pois sempre é possível encontrar ramos caídos com epífitas às
vezes férteis. Outro bom local são clareiras recentes provocadas
34
pela queda de árvores onde, após vasculhar cuidadosamente
ramos e troncos dos forófitos caídos, é possível se fazer uma
boa coleta. Bons forófitos, ou seja, árvores que abrigam
grandes quantidades de epífitas deveriam ser escalados de
ORCHIDACEAE

preferência. Devido à natureza muitas vezes delicada de


muitas orquídeas, uma parte das flores deve ser fixada em
meio líquido, oferecendo um material de melhor qualidade
para estudos futuros. Plantas vivas para cultivo e futura coleta
de flores para identificação devem ser retiradas sempre que
possível procurando não arrancar a planta toda, mas somente
os caules iniciais e mais jovens, deixando o restante da planta
para novas visitas e observações.
746

Bifrenaria longicornis. Erva Bifrenaria rudolfii. Erva


cespitosa; pseudobulbos cespitosa. Freqüente. Baixio
com quatro ângulos. Rara. e campinarana, onde ocorre
Baixio. Norte da América a poucos metros do chão.
do Sul e Mato Grosso. Amazonas.

396
191

Pseudobulbo unifoliado; 1 internó.

Polycycnis vittata. Erva


cespitosa; pseudobulbos
levemente sulcados;
raízes formando grandes
9 Epífitas; pseudobulbos
presentes; folhas plicadas.

aglomerados. Ocasional.
Baixio e campinarana, onde
Pseudobulbo 2-foliado; 1 internó.
ocorre a poucos metros do
chão. Norte da América
do Sul.

Batemannia colleyi. Paphinia grandiflora. Erva


Erva cespitosa; cespitosa; pseudobulbo
pseudobulbo achatado. quase 4-anguloso.
Ocasional. Todos os Ocasional. Baixio e
ambientes. Norte da campinarana, onde ocorre a
América do Sul. menos de um metro do chão.
Amazonas.

287
ORCHIDACEAE
747

Acacallis fimbriata. Erva pendente, Rudolfiella aurantiaca.


muitas vezes apoiada sobre Erva cespitosa, dossel;
pequenos arbustos, a menos de um pseudobulbo achatado,
metro do solo. Ocasional. Baixio pintalgado de pontos
e campinarana. Norte do Brasil e vermelhos. Ocasional.
Guianas. Todos os ambientes.
Norte da América do Sul.

271

Pseudobulbos com várias folhas, caducas


nos meses mais secos; vários internós.
Catasetum barbatum. Erva
cespitosa. Ocasional.
Platô e vertente. Norte da
América do Sul, Goiás,
Mato Grosso e Distrito
Federal.

A SUBTRIBO CATASETINAE
Esse subgrupo do grupo 9 compreende as espécies pertencentes
à subtribo Catasetinae, que na Reserva é representada apenas
pelo gênero Catasetum, o maior em número de espécies
na subtribo como um todo, e muito bem representado na
Amazônia. Normalmente são plantas robustas, o pseudobulbo
formado por vários internós de onde partem várias folhas
caducas, que caem durante a estação seca. Muitas vezes a
floração se dá nesse momento, estando a planta totalmente
áfila. Devido à ausência de fotos e à dificuldade de identificar
as espécies do gênero no estado vegetativo, apenas Catasetum
ORCHIDACEAE

barbatum é mostrado em detalhes, embora outras espécies


do gênero ocorram na Reserva, entre elas: C. rivularium, C.
tigrinum e C. gnomus. Ao contrário de C. barbatum, todas
as demais espécies são raras na Reserva. C. rivularium e C.
tigrinum são citados para o Amazonas e Pará, e C. gnomus para
o Amazonas, Pará e Bahia.
Pseudobulbo de Catasetum
rivularium
748

Scaphyglottis stellata. Erva Scaphyglottis sickii.


cespitosa, pendente. Freqüente. Erva ereta. Ocasional.
Todos os ambientes. Sul da Campinarana. Norte
América Central e Norte da da América do Sul.
América do Sul.

43

138

Pseudobulbos sobrepostos.

10
Epífitas; pseudobulbos
presentes; folhas 2,
conduplicadas.
Maxillaria camaridii. Erva
cespitosa, pendente.
Freqüente. Baixio e
principalmente em
campinarana, onde ocorre
em grandes populações sobre
Pseudobulbos não sobrepostos.
"Macucu" (Aldina heterophylla).
Norte e Brasil Central, América
Central.
107

Trigonidium obtusum.
Erva cespitosa. Ocasional.
Campinarana. Norte do
Brasil e faixa litorânea,
Guianas.

Wullschlaegelia calcarata.
285 Erva saprófita. Ocasional.
Todos os ambientes.
Norte da América do Sul e
ORCHIDACEAE

Panamá.
749

Triphora amazonica.
Erva, caule solitário,
se desenvolvendo no
meio da liteira; com
túberas; pequenas
Ligeophila stigmatoptera. Erva folhas cordiformes.
decumbente, uma parte do Rara. Campinarana.
rizoma sobre o solo, de onde sai Amazonas.
um par de raízes dos internós, e
o ápice do caule ereto e solitário;
folhas variegadas. Ocasional.
Platô. Norte da América do Sul.
81

Ervas autotróficas, com folhas


desenvolvidas.

11 Terrestres.
Palmorchis sobralioides.
(Baunilhinha). Erva
cespitosa, semelhante
a uma plântula de
palmeira. Ocasional.
Ervas saprófitas, folhas ausentes ou Platô e campinarana.
reduzidas a escamas. Amazonas e Pará.

179

Habenaria sp. 1. Erva,


Uleiorchis ulaei. Erva caule solitário, com
saprófita. Rara. Vertente e várias folhas distribuídas
baixio. Norte da América ao longo dele; com
do Sul, Santa Catarina e túberas. Rara. Áreas
ORCHIDACEAE

Panamá. abertas e alteradas.


751
CHECKLIST
* uma asterisco indica uma espécie plantada na Reserva.
+ um sinal de adição indica uma espécie não registrada na Reserva mas que ocorre perto.

ACANTHACEAE, 606 Guatteria meliodora R.E.Fr., 127


Justicia pectoralis Jacq., 607 Guatteria olivacea R.E.Fr., 135
Justicia sp., 607 Guatteria aff. procera R.E.Fr., 135
Lepidagathis alopecuroides (Vahl) R.Br. ex Griseb., 607 Guatteria scytophylla Diels, 134
Mendoncia hoffmannseggiana Nees, 606 Guatteria sp. 1, 135
Mendoncia pedunculata Leonard, 606 Guatteria sp. 2, 133
Pulchranthus congestus (Lindau) Baum, 607 Guatteria sp. 3, 135
Ruellia sprucei Lindau, 607 Guatteriopsis blepharophylla (Mart.) R.E.Fr., 132
Guatteriopsis friesiana W.A.Rodrigues, 132
AMARANTHACEAE, 223 Guatteriopsis hispida R.E.Fr., 132
Malmea manausensis Maas & Miralha, 133
Alternanthera sessilis (L.) R.Br., 223
Pseudoxandra coriacea R.E.Fr., 133
Cyathula prostata Blume, 223
Pseudoxandra aff. williansii (R.E.Fr.) R.E.Fr., 129
ANACARDIACEAE, 544 Rollinia insignis R.E.Fr., 128
Tetrameranthus duckei R.E.Fr., 131
Anacardium parvifolium Ducke, 546 Unonopsis duckei R.E.Fr., 126
Anacardium spruceanum Engl., 546 Unonopsis guatterioides (A.DC.) R.E.Fr., 129
Astronium le-cointei Ducke, 545 Unonopsis stipitata Diels, 126
Campnosperma gummiferum March., 546 Xylopia amazonica R.E.Fr., 125
*Mangifera indica Blume Xylopia benthamii R.E.Fr., 124
*Spondias mombin L. ssp. mombin, 544 Xylopia calophylla R.E.Fr., 135
Tapirira guianensis Aubl., 545 Xylopia crinita R.E.Fr., 124
Tapirira obtusa (Benth.) Mitchell, 545 Xylopia emarginata Mart. var. duckei R.E.Fr., 124
Tapirira retusa Ducke, 545 Xylopia nitida Duval, 125
Thyrsodium spruceanum Benth., 545 Xylopia parviflora Spruce, 125
Xylopia polyantha R.E.Fr., 125
ANISOPHYLLEACEAE, 340
Xylopia aff. spruceana Benth. ex Spruce, 124
Anisophyllea manausensis Pires & W.A.Rodrigues, 340
APIACEAE, 562
ANNONACEAE, 121
Hydrocotyle umbellata L., 562
Anaxagorea brevipes Benth., 133
Anaxagorea manausensis Timmerman, 132 APOCYNACEAE, 568
Anaxagorea phaeocarpa Mart., 133 Ambelania acida Aubl., 581
Annona amazonica R.E.Fr., 128 Ambelania duckei Markgr., 581
Annona ambotay Aubl., 128 +Asclepias curassavica L., 574
Annona foetida Mart., 129 Aspidosperma aracanga Marc.Ferr., 577
Annona haematantha Miq., 128 Aspidosperma desmanthum Müll.Arg., 576
Annona impressivenia Saff., 129 Aspidosperma marcgravianum Woodson, 576
Annona aff. excellens R.E.Fr., 128 Aspidosperma nitidum Benth., 576
Bocageopsis multiflora (Mart.) R.E.Fr., 126 Aspidosperma sandwithianum Markgr., 577
Bocageopsis pleiosperma Maas, 126 Aspidosperma schultesii Woodson, 576
Cymbopetalum euneurum N.A.Murray, 129 Aspidosperma sp. A, 577
Diclinanona calycina Benoist, 134 Aspidosperma sp. B, 577
Duguetia arenicola Maas, 131 Aspidosperma spruceanum Müll.Arg., 577
Duguetia asterotricha (Diels) R.E.Fr., 131 Couma guianensis Aubl., 575
Duguetia calycina Benoist, 130 Couma utilis (Mart.) Müll.Arg., 575
Duguetia flagellaris Huber, 130 Forsteronia acouci (Aubl.) A.DC., 574
Duguetia megalocarpa Maas, 127 Forsteronia gracilis (Benth.) Müll. Arg., 574
Duguetia pycnastera Sandwith, 131 Forsteronia sp. 2, 572
Duguetia riparia Huber, 130 Geissospermum argenteum Woodson, 575
Duguetia stelechantha (Diels) R.E.Fr., 130 Geissospermum urceolatum A.H.Gentry, 575
Duguetia surinamensis R.E.Fr., 127 Himatanthus bracteatus (A.DC.) Woodson, 578
Duguetia trunciflora A.H.Gentry & Maas, 131 Himatanthus stenophyllus Plumel, 578
Duguetia ulei (Diels) R.E.Fr., 130 Himatanthus sucuuba (Spruce) Woodson, 578
Ephedranthus amazonicus R.E.Fr., 127 Lacmellea arborescens (Müll.Arg.) Markgr., 580
Fusaea longifolia (Aubl.) Saff., 126
CHECKLIST

Lacmellea gracilis (Müll.Arg.) Markgr., 580


Guatteria citriodora Ducke, 134 Macoubea sprucei (Müll.Arg.) Markgr., 580
Guatteria aff. decurrens R.E.Fr., 127 Mandevilla scabra (Roem. & Schult.) K.Schum., 572
Guatteria discolor R.E.Fr., 134 +Matelea viridiflora (G.Mey.) Woodson, 574
Guatteria foliosa Benth., 134 Odontadenia perrottetii (A.DC.) Woodson, 573
Guatteria guianensis (Aubl.) R.E.Fr., 127 Odontadenia puncticulosa (A.Rich.) Pulle, 573
Guatteria megalophylla Diels, 132
752 Odontadenia sp. 1, 574 Rhodospatha oblongata Poepp., 678
Odontadenia verrucosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Rhodospatha venosa Gleason, 678
K.Schum., 574 Schismatoglottis spruceana Schott, 675
Parahancornia fasciculata (Poir.) R.Ben., 580 Spathyphyllum maguire G.S.Bunting, 675
Prestonia megagros (Vell.) Woodson, 572 Stenospermation sp. 1, 680
Rauvolfia sprucei Müll.Arg., 575 Stenospermation spruceanum Schott, 681
Rhigospira quadrangularis (Müll.Arg.) Miers, 581 Urospatha sagittifolia (Rudge) Schott, 685
Secondatia duckei Markgr., 573
Secondatia sp. 1, 573 ARALIACEAE
Tabernaemontana angulata Mart. ex Müll.Arg., 578 Dendropanax cf. macopodus (Harms) Harms, 561
Tabernaemontana flavicans Willd. ex Roem. & Schult., Schefflera morototoni (Aubl.) Frodin, 561
578 Schefflera umbrosa Frodin, 561
Tabernaemontana heterophylla Vahl, 578
Tabernaemontana macrocalyx Müll.Arg., 578 ARECACEAE, 653
Tabernaemontana muricata (Miers) Markgr., 578 Astrocaryum acaule Mart., 660
Tabernaemontana undulata Vahl, 578 Astrocaryum aculeatum G.Mey., 660
Astrocaryum gynacanthum Mart., 660
AQUIFOLIACEAE, 477
Astrocaryum murumuru Mart. var. ferrugineum (Kahn &
Ilex sp. 1, 477 Millán), 660
Astrocaryum sciophilum (Miq.) Pulle, 660
ARACEAE, 672 Attalea attaleoides (Barb.Rodr.) Wess.Boer, 666
Anthurium bonplandii G.S.Bunting ssp. bonplandii, 679 Attalea maripa (Aubl.) Mart., 666
Anthurium eminens Schott, 686 Attalea microcarpa Mart., 666
Anthurium gracile (Rudge) Schott, 680 Bactris acanthocarpa Mart. var. exscapa Barb.Rodr., 663
Anthurium pentaphyllum (Aubl.) G.Don, 686 Bactris acanthocarpa Mart. var. trailiana (Barb.
Anthurium sinuatum Benth. ex Schott, 686 Rodr.) Henderson, 663
Anthurium trinerve Miq., 680 Bactris acanthocarpoides Barb.Rodr., 661
Dieffenbachia elegans Jonker-Verhoef & Jonker, 675 Bactris balanophora Spruce, 661
Dieffenbachia sp. 1, 675 Bactris constanciae Barb.Rodr., 661
Dracontium longipes Engl., 685 Bactris cuspidata Mart., 662
Dracontium sp. 1, 685 Bactris elegans Barb.Rodr., 662
Dracontium sp. 2, 685 *Bactris gasipaes H.B.K. , 668
Heteropsis flexuosa (H.B.K.) Bunting, 677 Bactris gastoniana Barb.Rodr., 663
Heteropsis macrophylla A.C.Smith, 677 Bactris hirta Mart., 662
Heteropsis riedeliana Schott, 676 Bactris killipii Burret, 663
Heteropsis spruceana Schott, 677 Bactris maraja Mart. ssp. chaetospathe (Mart.) Hender-
Heteropsis Steyerm.ii G.S.Bunting, 677 son, 661
Heteropsis tenuispadix G.S.Bunting, 677 Bactris maraja Mart. var. juruensis (Trail) Henderson,
Heteropsis sp. 1, 676 661
Monstera obliqua Miq., 686 Bactris maraja Mart. var. maraja, 661
Montrichardia arborescens (L.) Schott, 684 Bactris schultesii L.H.Bailey, 663
Philodendron arcuatum K.Krause, 682 Bactris simplicifrons Mart., 662
Philodendron barrosoanum G.S.Bunting, 684 Bactris syagroides Barb.Rodr. & Trial, 662
Philodendron billietiae Croat, 682 Bactris tomentosa Mart. var. sphaerocarpa (Mart.) Hen-
Philodendron callosum K.Krause, 680 derson, 662
Philodendron distantilobum K.Krause, 687 *Elaeis oleifera (Kunth) Cortés, 668
Philodendron elaphoglossoides Schott, 676 Desmoncus polyacanthos Mart., 659
Philodendron fragrantissimum (Hook.) G.Don, 683 *Euterpe catinga Wallace, 667
Philodendron goeldii G.Barroso, 687 Euterpe precatoria Mart., 667
Philodendron hylaeae G.S.Bunting, 684 Geonoma aspidiifolia Spruce, 665
Philodendron insigne Schott, 679 +Geonoma deversa (Poit.) Kunth, 664
Philodendron linnaei Kunth, 679 Geonoma maxima (Poit.) Kunth var. chelidonura (Spruce)
Philodendron megalophyllum Schott, 682 Henderson, 664
Philodendron melinonii Brongn. ex Regel, 683 Geonoma maxima (Poit.) Kunth var. maxima, 664
Philodendron ornatum Schott, 682 Geonoma maxima (Poit.) Kunth var. spixiana (Mart.)
Philodendron pedatum (Hook.) Kunth, 687 Henderson, 664
Philodendron platypodum Gleason, 678 Geonoma stricta (Poit.) Kunth var. stricta, 665
Philodendron pulchellum Engl., 683 Geonoma sp. 1, 665
Philodendron pulchrum G.M.Barroso, 681 Geonoma sp. 2, 665
Philodendron quinquelobum K.Krause, 687 Hyospathe elegans Mart., 664
Philodendron sp. nov. 1, 684 Iriartella setigera (Mart.) H.Wendl., 659
Philodendron sp. nov. 2, 682 *Leopoldinia piassaba Wallace, 668
CHECKLIST

Philodendron sp. nov. 3, 683 *Manicaria saccifera Gaertner, 668


Philodendron sp. nov. 4, 681 Mauritia flexuosa L.f., 659
Philodendron sp. nov. 5, 683 Mauritiella aculeata (Kunth) Burret, 659
Philodendron sp. nov. 6, 687 Oenocarpus bacaba Mart., 667
Philodendron sphalerum Schott, 676 Oenocarpus bataua Mart., 667
Philodendron surinamense (Miq.) Engl., 678 Oenocarpus minor Mart., 667
Philodendron wittianum Engl., 681 Socratea exorrhiza (Mart.) H.Wendl., 659
Syagrus inajai (Spruce) Becc., 666 Memora flavida (DC.) Bureau & K.Schum., 623 753
Memora flaviflora (Miq.) Pulle, 622
ARISTOLOCHIACEAE, 188 Memora longilinea A.Sampaio, 623
Aristolochia ruiziana (Klotzsch) Duchartre, 189 Memora moringiifolia Sandwith, 622
Aristolochia aff. rumicifolia Mart. & Zucc., 189 Memora racemosa A.H.Gentry
Aristolochia silvatica Barb.Rodr., 189 Memora tanaeciicarpa A.H.Gentry, 623
Mussatia priurei Bureau, 616
ASCLEPIADACEAE Periarrabidaea truncata Baill., 618
Blepharodon nitidum (Vel.) Macbr., 573 Pleonotoma albiflora (Salzm. ex DC.) A.H.Gentry, 622
Matelea badilloi Morilllo, 572 Pleonotoma jasminifolia Miers., 622
Matelea sp. 1, 573 Pleonotoma melioides (S.Moore) A.H.Gentry, 623
Indeterminada sp. 1, 572 Pyrostegia cinerea Bureau ex K.Schum., 614
+Pyrostegia venusta Miers, 620
ASTERACEAE, 648 Schlegelia paraense Ducke, 612
Schlegelia spruceana K.Schum., 612
Centratherum punctatum Cass., 651
Stizophyllum riparium (H.B.K.) Sandwith, 616
Chromolaena maximilianii (Schrad. ex DC.) R.M.King &
Tabebuia incana A.H.Gentry, 611
H.Rob., 650
Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols, 611
Conyza bonariensis (L.) Cronquist, 651
Tynnanthus panurensis (Bureau) K.Schum., 619
Elephantopus funckii (Turcz.) Philipson, 649
Tynnanthus polyanthus (Bureau) Sandwith, 616
Elephantopus mollis H.B.K., 649
Erechtites hieracifolia (L.) DC., 650 BIXACEAE
Mikania banisteriae DC., 649
Mikania parviflora (Aubl.) Karsten, 649 *Bixa orellana L.
Praxelis cf. pauciflora (H.B.K.) R.M. King & H.Rob.,
BOMBACACEAE, 268
650
Rolandra fruticosa Rottb., 650 Bombacopsis macrocalyx (Ducke) Robyns, 270
Spilanthes acmella L., 651 Bombacopsis nervosa (Vitt.) Robyns, 270
Struchium sparganophorum (L.) Kuntze, 651 Catostemma albuquerquei Paula, 270
Unxia camphorata L.f., 650 Catostemma milanezii Paula, 271
Wedelia paludosa DC., 651 Catostemma sclerophyllum Ducke, 271
Eriotheca globosa (Aubl.) Robyns, 270
BIGNONIACEAE, 608 Eriotheca longitubulosa A.Robyns, 270
Adenocalymna impressum (Rusby) Sandwith, 617 Huberodendron swietenioides (Gleason) Ducke, 271
Adenocalymna subincanum Huber, 617 Quararibea ochrocalyx (K.Schum.) Vischer, 271
Anemopaegma floridum Mart. ex DC., 620 Rhodognaphalopsis duckei A.Robyns
Anemopaegma foetidum Bureau & K.Schum., 621 Rhodognaphalopsis faroensis (Ducke) Robyns, 269
Anemopaegma ionanthum A.H.Gentry Rhodognaphalopsis minor (Sims) Robyns, 269
Anemopaegma oligoneuron (Sprague & Sandwith) Scleronema micranthum Ducke, 271
A.H.Gentry, 618
BORAGINACEAE, 592
Anemopaegma robustum Bureau & K.Schum., 617
Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) Berland., 613 Cordia exaltata Lam., 594
Arrabidaea cinnamomea (DC.) Sandwith Cordia fallax Johnston, 595
Arrabidaea "egensis" Bureau & K.Schum., 613 Cordia goeldiana Huber, 594
Arrabidaea fanshawei (Humb. & Bonpl.) Berland., 615 Cordia hirta Johnston, 595
Arrabidaea inaequalis (DC. ex Splitg.) K.Schum., 623 Cordia naidophylla Johnston, 595
Arrabidaea japurensis Bureau & K.Schum., 615 Cordia cf. naidophylla Johnston, 595
Arrabidaea nigrescens Sandwith, 613 Cordia nodosa Lam., 593
Arrabidaea prancei A.H.Gentry, 615 Cordia panicularis Rudge, 594
Arrabidaea trailii Sprague, 614 Cordia sp. 2, 594
Arrabidaea triplinervia Baill., 615 Cordia sp. 5, 594
Callichlamys latifolia (L.Rich) Schum., 617 Cordia sp. 8, 595
Clytostoma binatum (Thunb.) Sandwith, 616
Cuspidaria subincana, 614 BROMELIACEAE, 706
Cydista aequinoctialis Miers, 617 Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker var. bromeliifolia,
Distictella elongata (Vahl.) Urb., 620 708
Distictella magnoliifolia (H.B.K.) Sandwith, 621 Aechmea contracta (Mart. ex Schult.f.) Baker, 709
Distictella parkerii Bureau & K.Schum., 620 Aechmea mertensii (G.Mey.) Schult.f., 709
Distictis pulverulenta (Sandwith) K.Schum., 620 Aechmea rodriguesiana (L.B.Sm) L.B.Sm., 709
Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don, 611 Aechmea setigera Mart. ex Schultes.f. in Roem. &
Leucocalantha aromatica Barb.Rodr., 618 Schult.f., 708
Lundia densiflora DC., 618 Araeococcus micranthus Brongn., 709
Manaosella cordifolia (DC.) A.H.Gentry, 621 Bromelia tubulosa L.B.Sm., 708
CHECKLIST

Mansoa alliacea (Lam.) A.H.Gentry, 619 Guzmania brasiliensis Ule, 707


Mansoa kerere (Aubl.) A.H.Gentry, 615 Guzmania lingulata (Mez) var. minor L.B.Sm. & Pitten-
Martinella iquitosensis A. Samp., 621 dr., 707
Martinella obovata (H.B.K.) Sandwith, 621 Neoregelia eleutheropetala (Ule) L.B.Sm. var. eleuthe-
Memora adenophora Sandwith, 622 ropetala, 708
Memora bracteosa (DC.) Bureau & K.Schum., 623 Pepinia sprucei (Baker) Varadarajan & Gilmartin, 707
754 Streptocalyx longifolia (Rudge) Baker, 708 CACTACEAE, 222
Streptocalyx poeppigii Beer, 708 Epiphyllum phyllanthus (L.) Haworth, 222
Tillandsia cf. bulbosa Hook., 709
Vriesea splitgerberi (Mez) L.B.Sm. & Pittendr., 707 CAPPARIDACEAE, 310

BURMANNIACEAE, 725 Capparis grandipetala Maguire & Steyerm., 310


Cleome aculeata L., 310
Apteria aphylla (Nuttal) Barnhart ex Small, 726
Campylosiphon purpurascens Benth., 726 CARYOCARACEAE, 236
Cymbocarpa refracta Miers, 727
Caryocar glabrum (Aubl.) Pers. ssp. glabrum, 237
Dictyostega orobanchoides (Hook.) Miers ssp. parviflora
Caryocar glabrum (Aubl.) Pers. ssp. parviflorum
(Benth.) Snelders & Maas, 727
(A.C.Sm.) Prance & M.F.da Silva, 237
Caryocar pallidum A.C.Sm., 237
Gymnosiphon breviflorus Gleason, 727
Caryocar villosum (Aubl.) Pers., 237
Gymnosiphon divaricatus (Benth.) Benth. & Hook., 727
Gymnosiphon minutus Snelders & Maas, 726 CARYOPHYLLACEAE, 224
Gymnosiphon tenellus (Benth.) Urb., 726
Hexapterella gentianoides Urb., 726 Drymaria cordata A.Gray ssp. cordata, 224

BURSERACEAE, 534 CECROPIACEAE, 210


Crepidospermum rhoifolium (Benth.) Triana & Planchon, Cecropia concolor Willd., 215
542 Cecropia distachya Huber, 215
Dacryodes cuspidata (Cuatrec.) Daly, 542 Cecropia purpurascens C.C.Berg, 215
Dacryodes nitens Cuatrec., 542 Cecropia sciadophylla Mart., 215
Dacryodes sp. nov., 543 Coussapoa asperifolia Trécul ssp. magnifolia (Trécul)
Protium altsonii Sandwith, 540 Akkermans & C.C.Berg, 217
Protium amazonicum (Cuatrec.) Daly, 537 Coussapoa asperifolia Trécul ssp. rhamnoides (Standl.)
Protium apiculatum Swart, 537 Akkermans & C.C.Berg, 216
Protium aracouchini (Aubl.) March., 541 Coussapoa latifolia Aubl., 217
Protium crassipetalum Cuatrec., 540 Coussapoa orthoneura Standl., 216
Protium decandrum (Aubl.) March., 538 Coussapoa sprucei Mildbr., 216
Protium divaricatum Engl. ssp. divaricatum, 540 Coussapoa trinervia Spruce ex Hildebr.
Protium elegans Engl., 540 Pourouma bicolor Mart. ssp. bicolor, 214
Protium ferrugineum (Engl.) Engl., 537 *Pourouma cecropiifolia Mart. in Spix & Mart., 212
Protium gallosum Daly, 536 Pourouma cucura Standl. & Cuatrec., 213
Protium giganteum Engl. var. giganteum, 538 Pourouma cuspidata Mildbr., 212
Protium grandifolium Engl., 538 Pourouma ferruginea Standl., 212
Protium hebetatum Daly, 541 Pourouma guianensis Aubl. ssp. guianensis, 213
Protium heptaphyllum (Aubl.) March. ssp. heptaphyllum, Pourouma melinonii Benoist ssp. melinonii, 213
541 Pourouma minor Benoist, 214
Protium heptaphyllum (Aubl.) March. ssp. ulei (Swart) Pourouma myrmecophyla Ducke, 213
Daly, 541 Pourouma ovata Trécul, 214
Protium klugii Macbr., 537 Pourouma tomentosa Miq. ssp. apiculata (Benoist)
Protium laxiflorum Engl., 542 C.C.Berg & van Heusden, 214
Protium nitidifolium Cuatrec., 537 Pourouma tomentosa Miq. ssp. essequiboensis (Stand.)
Protium opacum Swart ssp. opacum, 539 C.C.Berg & Heusden, 212
Protium pallidum Cuatrec., 538 Pourouma tomentosa Miq. ssp. tomentosa, 212
Protium paniculatum Engl. var. nov., 539 Pourouma velutina Miq., 214
Protium paniculatum Engl. var. riedelianum (Engl.) Daly, Pourouma villosa Trécul, 213
539
CELASTRACEAE, 471
Protium pilosissimum Engl., 536
Protium pilosum (Cuatrec.) Daly, 538 Goupia glabra Aubl., 471
Protium polybotryum (Turcz.) Engl. ssp. blackii (Swart) Maytenus ebenifolia Reiss., 471
Daly, 539 Maytenus guyanensis Klotzsch, 471
Protium polybotryum (Turcz.) Engl. ssp. polybotryum,
539 CHRYSOBALANACEAE, 345
Protium robustum (Swart) Porter, 542 Chrysobalanus venezuelanus Prance, 358
Protium cf. rubrum Cuatrec., 539 Couepia bracteosa Benth., 352
Protium spruceanum (Benth.) Engl., 536 Couepia canomensis (Mart.) Benth. ex Hook.f., 350
Protium strumosum Daly, 541 Couepia elata Ducke, 350
Protium subserratum (Engl.) Engl., 536 Couepia guianensis Aubl. ssp. divaricata (Huber) Prance,
Protium tenuifolium (Engl.) Engl., 540 353
Protium trifoliolatum Engl., 536 Couepia guianensis Aubl. ssp. glandulosa (Miq.) Prance,
CHECKLIST

Tetragastris panamensis (Engl.) Kuntze, 542 354


Trattinnickia burserifolia Mart., 543 Couepia guianensis Aubl. ssp. guianensis (Miq.) Prance,
Trattinnickia glaziovii Swart, 543 354
Trattinnickia peruviana Loes., 543 +Couepia habrantha Standl., 352
Trattinnickia rhoifolia Willd., 543 Couepia longipendula Pilg., 359
Couepia magnoliifolia Benth. ex Hook.f., 352
Couepia obovata Ducke, 354
Couepia parillo DC., 350 Haploclathra paniculata (Mart.) Benth., 250 755
Couepia robusta Huber, 352 Havetiopsis flavida (Benth.) Planch. & Triana, 255
Couepia ulei Pilg., 352 Lorostemon bombaciflorum Ducke, 252
Hirtella bicornis Mart. & Zucc., 358 Lorostemon coelhoi Paula, 252
Hirtella duckei Huber, 349 Moronobea coccinea Aubl., 253
Hirtella fasciculata Prance, 351 Moronobea pulchra Ducke, 253
Hirtella hispidula Miq., 350 Oedematopus obovatus Spruce ex Planch., 256
Hirtella myrmecophila Pilg., 349 Oedematopus cf. octandrus (Poepp. & Endl.) Planch. &
Hirtella physophora Mart. & Zucc., 349 Triana, 255
Hirtella piresii Prance Oedematopus sp. 1, 254
Hirtella rodriguesii Prance, 350 Symphonia globulifera L., 252
Licania adolphoduckei Prance, 358 Tovomita acutiflora M.S.Barros & G. Mariz, 249
Licania apetala (E.Mey.) Fritsch var. aperta (Benth.) Tovomita amazonica Poepp. & Endl. ex Walp, 249
Prance, 359 Tovomita caloneura A.C.Sm., 249
Licania bracteata Prance, 356 Tovomita choisyana Planch. & Triana, 247
Licania canescens Benoist, 355 Tovomita gracilipes Planch. & Triana, 247
Licania caudata Prance, 358 Tovomita cf. grata Sandwith, 248
Licania coriacea Benth., 355 Tovomita cf. martiana Engl., 248
Licania egleri Prance, 357 Tovomita cf. obovata Engl., 247
Licania gracilipes Taub., 355 Tovomita schomburgkii Planch. & Triana, 247
Licania heteromorpha Benth. var. heteromorpha, 357 Tovomita sp. 1, 248
Licania hirsuta Prance, 351 Tovomita sp. 2, 248
Licania hypoleuca Benth., 355 Tovomita umbellata Benth. ex Engl., 248
Licania impressa Prance, 356 Tovomita weddelliana Planch. & Triana, 249
Licania laevigata Prance, 359 Vismia cauliflora A.C.Sm., 257
Licania lata Macbr. Vismia cayennensis (Jacq.) Pers., 257
Licania latifolia Benth. ex Hook.f., 351 Vismia cf. gracilis Hieron, 257
Licania laxiflora Fritsch, 353 Vismia guianensis (Aubl.) Choisy, 257
Licania longistyla (Hook.f.) Fritsch, 356 Vismia sandwithii Ewan, 257
Licania macrophylla Benth., 358
Licania micrantha Miq., 353 COMBRETACEAE, 459
Licania niloi Prance, 355 Buchenavia congesta Ducke, 461
Licania oblongifolia Standl., 357 Buchenavia grandis Ducke, 460
Licania octandra (Hoffmanns. ex R. & S.) ssp. pallida Buchenavia guianensis (Aubl.) Alwan, 461
(Hook.f.) Prance, 356 Buchenavia macrophylla Eichler, 461
Licania pallida Spruce ex Sagot, 357 Buchenavia ochroprumna Eichler, 460
Licania prismatocarpa Spruce ex Hook.f., 357 Buchenavia parvifolia Ducke, 461
Licania reticulata Prance, 359 Buchenavia sericocarpa Ducke, 460
Licania rodriguesii Prance, 352 Buchenavia tomentosa Eichler, 461
Licania sandwithii Prance, 351 Combretum laxum Aubl., 460
Licania sothersae Prance, 357
Licania sprucei (Hook.f.) Fritsch, 356 COMMELINACEAE, 691
Licania unguiculata Prance, 359 Commelina erecta L., 691
Parinari excelsa Sabine, 350 Dichorizandra sp. 1, 691
+Parinari montana Aubl., 351 Dichorizandra sp. 2, 691
Parinari parvifolia Sandwith, 351
CONNARACEAE, 341
CLUSIACEAE, 244
Connarus perrottetii (DC.) Planch., 343
Calophyllum aff. brasiliensis Cambess., 252 Pseudoconnarus macrophyllus (Poepp. & Endl.) Radlk.,
Caraipa costata Spruce ex Benth., 250 342
Caraipa grandifolia Mart., 250 Pseudoconnarus rhynchosioides (Standl.) Prance, 342
Caraipa heterocarpa Ducke, 251 Rourea accrescens Forero, 342
Caraipa odorata Ducke, 251 Rourea cuspidata Benth. ex Backer, 342
Caraipa punctulata Ducke, 250 Rourea krukovii Steyerm., 343
Caraipa rodriguesii Paula, 250 Rourea paraensis Forero, 342
Caraipa valioi Paula, 251
Clusia amazonica Planch. & Triana, 254 CONVOLVULACEAE, 588
Clusia grandiflora Splitg, 256
Dicranostyles densa Spruce ex Meisn., 591
Clusia insignis Mart., 256
Dicranostyles falconiana (Barroso) Ducke, 590
Clusia leprantha Mart., 256
Dicranostyles globostygma D.F.Austin, 590
Clusia nemorosa G.Mey., 255
Dicranostyles holostyla Ducke, 590
Clusia panapanari (Aubl.) Choisy, 256
Dicranostyles integra Ducke, 591
Clusia renggerioides Planch. & Triana, 255
CHECKLIST

Dicranostyles laxa Ducke, 591


Clusia scrobiculata Mart., 254
Dicranostyles longifolia Ducke, 590
Clusia spathulaefolia Engl., 254
Dicranostyles scandens Benth., 589
Clusiella axillaris (Engl.) Cuatrec., 254
Dicranostyles sp. 1, 591
Dystovomita brasiliensis D’Arcy, 247
Maripa glabra Choisy in DC., 589
Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi, 253
Maripa reticulata Ducke ssp. reticulata, 590
Garcinia madruno (Kunth in H.B.K.) Hammel
756 Maripa scandens Aubl., 589 Doliocarpus macrocarpus Mart. ex Eichl., 232
Doliocarpus magnificus Sluim., 232
COSTACEAE, 712 Doliocarpus spraguei Cheesm., 230
Costus aff. arabicus L., 713 Pinzona coriacea Mart. & Zucc., 230
Costus congestiflorus Rich., 713 Tetracera amazonica Kubitzki, 232
Costus sprucei Maas, 713 Tetracera willdenowiana Steud. ssp. willdenowiana, 231

CUCURBITACEAE, 307 DIOSCOREACEAE, 723


Cayaponia botryocarpa C.Jeffrey, 308 Dioscorea trifida L., 724
Cayaponia duckei Harms, 308 Dioscorea laxiflora Mart. ex Griseb., 724
Cayaponia rigida (Cogn.) Cogn., 308 Dioscorea marginata Griseb., 724
Cayaponia sp. 1, 308 Dioscorea spicata Roth., 724
Gurania bignoniacea (Poepp. & Endl.) C.Jeffrey, 309 Dioscorea sp. 2, 724
Gurania cf. brevipedunculata Cogn., 309 Dioscorea sp. 3, 724
Gurania eriantha (Poepp. et Endl.) Cogn., 309 Dioscorea sp. 4, 724
Gurania huebneri Harms, 309
Helmontia leptantha (Schldl.) Cogn., 309 DUCKEODENDRACEAE, 582
Duckeodendron cestroides Kuhlm., 582
CYCLANTHACEAE, 669
Asplundia sp. nov., 671 EBENACEAE, 332
Asplundia vaupesiana Harling, 670 Diospyros bullata A.C.Sm., 334
Asplundia xiphophylla Harling, 671 Diospyros capreifolia Mart., 334
Cyclanthus bipartitus Poit., 670 Diospyros carbonaria Benoist, 333
Evodianthus funifer (Poit.) Lindm., 671 Diospyros cavalcantei Sothers, 334
Ludovia lancifolia Brong., 671 Diospyros guianensis (Aubl.) Guerke, 333
Thoracocarpus bissectus (Vell.) Harl., 671 Diospyros manausensis Cavalcante, 333
Diospyros vestita Benoist, 334
CYPERACEAE, 694
Becquerelia cymosa Brongn., 697 ELAEOCARPACEAE, 258
Calyptrocarya bicolor (H.Pfeiff.) T.Koyama, 699 Sloanea brachytepala Ducke, 263
Calyptrocarya poeppigiana Kunth, 698 Sloanea echinocarpa Uittien, 261
Cyperus luzulae Rotz., 698 Sloanea excelsa Ducke, 262
Cyperus surinamensis Rottb., 698 Sloanea fendleriana Benth., 263
Diplasia karataefolia Rich., 697 Sloanea floribunda Spruce ex Benth., 263
Eleocharis filiculmis Kunth, 697 Sloanea guianensis (Aubl.) Benth., 262
Fimbristylis dichotoma (L.) Vahl, 697 Sloanea latifolia (Rich.) K.Schum., 262
Fuirena umbellata Rottb., 696 Sloanea laxiflora Spruce ex Benth., 263
Hypolytrum schraderianum Nees, 697 Sloanea nitida G.Don f., 263
Kyllinga brevifolia Rottb., 699 Sloanea pubescens (Poepp. & Endl.) Benth., 260
Kyllinga pumila Michx, 699 Sloanea rufa Planch. ex Benth., 260
Lipocarpha sp. 1, 696 Sloanea schomburgkii Benth., 261
Mapania pycnocephala Benth., 699 Sloanea synandra Spruce ex Benth., 260
Mapania sylvatica Aubl., 699 Sloanea sp. A, 261
Pleurostachys sparsiflora Kunth, 696 Sloanea sp. B, 261
Rhynchospora pubera (Vahl) Boeck. ssp. pubera, 699 Sloanea sp. C, 261
Scleria cyperina Kunth. 696 Sloanea sp. D, 262
Scleria melaleuca Schlect. & Cham., 698
Scleria secans (L.) Urb. 696 EREMOLEPIDACEAE, 467
Indeterminada sp. 3, 698 Antidaphne amazonensis Rizzini, 470

DICHAPETALACEAE, 482 ERICACEAE, 311


Dichapetalum odoratum Baill., 482 Psammisia guyanensis Kleinh., 311
Dichapetalum rugosum (Vahl) Prance, 483
Dichapetalum spruceanum Baill., 483 ERIOCAULACEAE, 692
Tapura amazonica Poepp. & Endl. var. manausensis Paepalanthus fasciculatus (Rottb.) Koern., 692
Prance & Silva, 483 Syngonanthus umbellatus Ruhl., 692
Tapura guianensis Aubl., 483 Tonina fluviatilis Aubl., 692
Tapura lanceolata (Ducke) Rizzini, 483
ERYTHROXYLACEAE, 500
DILLENIACEAE, 228
Erythroxylum citrifolium St.Hil., 500
Davillia cf. cuspidulata M.F.Silva, 231 Erythroxylum macrophyllum Cav., 500
Davilla kunthii St.Hil., 231
CHECKLIST

Erythroxylum mucronatum Benth., 500


Davilla rugosa Poir., 231
Doliocarpus amazonicus Sleumer, 230 EUPHORBIACEAE, 484
Doliocarpus brevipedicellatus Cheesm., 230
Adenophaedra grandifolia (Kl.) Müll.Arg., 491
Doliocarpus brevipedicellatus Garcke, 230
Alchornea discolor Klotzsch, 491
Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl., 230
Alchorneopsis floribunda Müll.Arg.
Doliocarpus hispidobaccatus Aymard, 232
Amanoa gracillima W.J.Hayden, 493 Tachia grandiflora Maguire & Weaver, 566 757
Amanoa guianensis Aubl., 492 Voyria aphylla (Jacq.) Pers., 567
Amanoa sinuosa W.J.Hayden Voyria caerulea Aubl., 567
Anomalocalyx uleanus (Pax. & K.Hoffm.) Ducke, 492 Voyria spruceana Benth., 567
Aparisthmium cordatum Baill., 490 Voyria tenella Hook., 567
Chamaesyce hirta Millsp., 497 Voyriella parviflora (Miq.) Miq., 567
Chamaesyce hyssopifolia Small, 496
Conceveiba guianensis Aubl., 491 GESNERIACEAE, 602
Conceveiba martiana Baill., 490 Codonanthe calcarata (Miq.) Hanst., 605
Croton draconoides Müll. Arg., 490 Codonanthe crassifolia (Focke) Morton, 605
Croton glandulosus L., 496 Codonanthopsis dissimulata (H.E.Moore) Wiehler, 605
Croton lanjouwensis Jabl., 494 Codonanthopsis ulei Mansfeld, 605
Croton lobatus L., 496 Drymonia coccinea (Aubl.) Wiehler, 604
Dalechampia olimpiana Kuhlm. & Rodr., 495 Nautilocalyx pictus (Hook.) Sprague, 604
Dalechampia parvibracteata Lanj., 495 Nautilocalyx sp. 1, 604
Dalechampia sp. 1, 495 Paradrymonia ciliosa (Mart.) Wiehler, 604
Drypetes variabilis Uittien, 493
+Euphorbia sp., 497 GNETACEAE, 119
Glycydendron amazonicum Ducke, 490 Gnetum nodiflorum Brongn., 120
Hevea guianensis Aubl., 489 Gnetum paniculatum Spruce ex Benth., 120
Mabea angularis G. den Hollander, 488 Gnetum schwackeanum Taub. ex Schenk, 120
Mabea piriri Aubl., 488 Gnetum urens (Aubl.) Bl., 120
Mabea speciosa Müll.Arg., 488
Mabea subsessilis Pax & K.Hoffm., 488 HELICONIACEAE, 711
Mabea uleana Pax & K.Hoffm., 488
Heliconia acuminata Rich. ssp. occidentalis L.Andersson,
Maprounea guianensis Aubl., 492
711
Micrandra siphonioides Benth., 489
Heliconia psittacorum L.f., 711
Micrandra spruceana (Baill.) R.E.Schultes, 489
Nealchornea yapurensis Huber, 489
HERNANDIACEAE, 180
Pausandra macropetala Ducke, 491
Pera bicolor Müll.Arg., 494 Sparattanthelium acreanum Pilg., 180
Pera glabrata Poepp. ex Baill., 494
Pera schomburgkiana Müll.Arg., 494 HIPPOCRATEACEAE, 472
Phyllanthus manausensis W.A.Rodrigues, 493 Anthodon decussatum Ruiz & Pav., 474
Phyllanthus niruri L., 497 Cheiloclinium belizense (Stand.) A.C.Sm., 475
Phyllanthus orbiculatus W.P.Rich., 497 Cheiloclinium hippocrateoides (Peyr.) A.C.Sm., 476
Pluckenetia brachybotrya Müll.Arg., 495 Cheiloclinium sp., 475
Podocalyx loranthoides Klotzsch, 494 Hylenaea praecelsa (Miers) A.C.Sm., 475
Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth., 493 Peritassa laevigata (Hoffmg. ex Lindl.) A.C.Sm., 474
Richeria dressleri Webster, 492 Prionostema aspera (Lam.) Miers, 476
Richeria grandis Vahl, 493 Salacia impressifolia (Miers) A.C.Sm., 474
Sandwithia guianensis Lanj., 492 Salacia insignis A.C.Sm., 475
Sapium glandulatum Pax., 489 Salacia multiflora (Lam.) DC, 476
Sebastiania corniculata Müll.Arg., 496 Tontelea congestiflora (A.C.Sm.) A.C.Sm., 475
Senefeldera macrophylla Ducke, 492 Tontelea corymbosa (Huber) A.C.Sm., 474
Liana sp. 1, 495 Tontelea emarginata A.C.Sm., 475
Tontelea fluminensis (Peyr.) A.C.Sm., 474
FLACOURTIACEAE, 288
Carpotroche crispidentata Ducke, 292 HUGONIACEAE, 504
Casearia arborea (Rich.) Urb., 289 Hebepetalum humiriifolium (Planch.) Benth., 504
Casearia duckeana Sleumer, 290 Roucheria punctata Ducke, 504
Casearia grandiflora Cambess., 292
Casearia javitensis H.B.K., 290 HUMIRIACEAE, 501
Casearia manausensis Sleumer, 292 Duckesia verrucosa (Ducke) Cuatrec., 502
Casearia cf. mariquitensis H.B.K., 292 Endopleura uchi (Huber) Cuatrec., 502
Casearia negrensis Eichler, 291 Humiria balsamifera (Aubl.) St.Hil., 503
Casearia pitumba Sleumer, 290 Sacoglottis ceratocarpa Ducke, 503
Casearia resinifera Spruce ex Eichler, 291 Sacoglottis guianensis Benth., 503
Casearia sylvestris Sw. var. sylvestris, 291 Sacoglottis mattogrossensis Malme var. subintegra (Du-
Casearia ulmifolia Vahl ex Vent., 290 cke) Cuatrec., 503
Laetia cupulata Spruce ex Benth., 291 Vantanea guianensis (Aubl.) Ducke, 502
Laetia procera (Poepp.) Eichler, 291 Vantanea macrocarpa Ducke, 502
Ryania pyrifera (Rich.) Sleumer & Uittien, 289 Vantanea micrantha Ducke, 502
CHECKLIST

Ryania speciosa Vahl ssp. subuliflora (Sandwith) Mona- Vantanea parviflora Lam., 503
ch., 289
Xylosma tessmannii Sleumer, 290 ICACINACEAE, 478
Casimirella rupestris (Ducke) Howard, 481
GENTIANACEAE, 566 Dendrobangia boliviana Rusby, 481
Irlbachia alata (Aubl.) Maas ssp. alata, 566 Discophora guianensis Miers, 480
758 Emmotum acuminatum (Benth.) Miers, 480 Ocotea aciphylla (Nees) Mez, 166, 167
Emmotum aff. nitens Benth. ex Miers, 480 Ocotea adenotrachelium (Nees) Mez, 176
Pleurisanthes emarginata V.Tiegh., 481 Ocotea amazonica (Meissn.) Mez, 165
Pleurisanthes parviflora (Ducke) Howard, 481 Ocotea argyrophylla Ducke, 169
Poraqueiba guianensis Aubl., 480 Ocotea boissieriana (Meissn.) Mez, 165
*Poraqueiba sericea Tul., 480 Ocotea ceanothifolia (Nees) Mez, 179
Ocotea cernua (Nees) Mez s.l., 178
LACISTEMACEAE, 294 Ocotea cinerea van der Werff, 168
Lacistema aggregatum (Berg) Rusby, 294 Ocotea cujumari Mart., 167
Lacistema grandifolium Schnitzl., 294 Ocotea aff. cujumari Mart., 166
Lacistema polystachyum Schnitzl., 294 Ocotea delicata Vicentini, 175
Ocotea douradensis Vattimo-Gil, 168
LAMIACEAE, 600 Ocotea floribunda (Sw.) Mez, 178
Hyptis atrorubens Poit., 600 Ocotea guianensis Aubl., 169
Hyptis lantanifolia Poit., 600 Ocotea immersa van der Werff, 170
Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze, 600 Ocotea leucoxylon (Sw.) Mez s.l., 172
Ocotea longifolia H.B.K., 176
LAURACEAE, 150 Ocotea matogrossensis Vattimo, 171
Ocotea minor Vicentini, 168
Aiouea cf. grandifolia van der Werff, 175
Ocotea myriantha (Meissn.) Mez, 159
Aiouea maguireana (P.Allen) S.S.Renner, 159
Ocotea neblinae C.K.Allen, 159
Aiouea myristicoides Mez, 159
Ocotea nigrescens Vicentini, 168
Aniba burchellii Kosterm., 174
Ocotea nitida (Meissn.) Rohwer, 167
Aniba canelilla (H.B.K.) Mez, 161
Ocotea oblonga (Meissn.) Mez, 172
Aniba ferrea Kubitzki, 161
Ocotea olivacea A.C.Sm., 158
Aniba hostmanniana (Nees) Mez, 162
Ocotea aff. pauciflora (Nees) Mez, 175
Aniba jemmanii Mez, 173
Ocotea percurrens Vicentini, 168
Aniba megaphylla Mez, 162
Ocotea puberula (Rich.) Nees, 167
Aniba panurensis (Meissn.) Mez, 174
Ocotea rhodophylla Vicentini, 164
Aniba parviflora (Meissn.) Mez, 174
Ocotea rhynchophylla (Meissn.) Mez, 175
Aniba riparia (Nees) Mez, 178
Ocotea scabrella van der Werff, 164
Aniba rosaeodora Ducke, 174
Ocotea sp. A, 179
Aniba santaladora Ducke, 161
Ocotea sp. C, 169
Aniba terminalis Ducke, 162
Ocotea sp. D, 177, 179
Aniba williamsii O.C.Schmidt, 163
Ocotea sp. E, 159
Aniba aff. williamsii O.C.Schmidt, 163
Ocotea sp. F, 172
Dicypellium manausense W.A.Rodrigues, 177
Ocotea sp. G, 179
Endlicheria bracteata Mez, 163
Ocotea splendens (Meiss.) Baill., 167
Endlicheria bracteolata Mez, 169
Ocotea subterminalis van der Werff, 179
Endlicheria chalisea Chanderbali, 163
Ocotea tabacifolia (Meiss.) Roher, 166
Endlicheria citriodora van der Werff, 164
Paraia bracteata Rohwer, H.Richt & van der Werff, 162
Endlicheria longicaudata (Ducke) Kosterm., 177
Pleurotyrium vasquezii van der Werff, 166
Endlicheria macrophylla Mez, 163
Rhodostemonodaphne crenaticupula Madriñán, 165
Endlicheria aff. punctulata (Mez) C.K.Allen, 178
Rhodostemonodaphne grandis (Mez) Rohwer, 171
Endlicheria pyriformis (Nees) Mez, 177
Rhodostemonodaphne negrensis Madriñán, 166
Endlicheria sericea Nees, 169
Rhodostemonodaphne parvifolia Madriñán, 175
Endlicheria sprucei (Meissn.) Mez, 165
Rhodostemonodaphne peneia Madriñán, 171
Endlicheria aff. szyszylowiczii Mez, 170
Rhodostemonodaphne recurva van der Werff, 171
Kubitzkia mezii (Kosterm.) van der Werff, 177
Rhodostemonodaphne aff. scandens Madriñán, 165
Licaria cannella (Meissn.) Kosterm. ssp. angustata Kurz,
Rhodostemonodaphne sordida Madriñán, 164
158
Rhodostemonodaphne sp. 1, 171
Licaria cannella (Meissn.) Kosterm. ssp. cannella, 158
Sextonia rubra (Mez) van der Werff, 160
Licaria cannella (Meissn.) Kosterm. ssp. tenuicarpa
+Williamodendron spectabile Kubitski & H.Richt., 160
(Kosterm.) Kurz, 158
Licaria chrysophylla (Meissn.) Kosterm., 172 LECYTHIDACEAE, 273
Licaria guianensis Aubl., 173
Licaria hirsuta van der Werff, 166 Allantoma lineata (Mart. ex Berg) Miers, 281
Licaria macrophylla (A.C.Sm.) Kosterm., 162 *Bertholeltia excelsa Humb. & Ponpl., 286
Licaria martiniana (Mez) Kosterm., 173 Cariniana decandra Ducke, 285
Licaria oppositifolia (Nees) Kosterm., 173 Cariniana integrifolia Ducke, 286
Licaria pachycarpa (Meissn.) Kosterm., 178 Cariniana micrantha Ducke, 287
Licaria puchury-major (Mart.) Kosterm., 158 Corythophora alta Knuth, 282
Licaria rodriguesii Kurz, 176 Corythophora rimosa W.A.Rodrigues ssp. rimosa, 287
Couratari guianensis Aubl., 278
CHECKLIST

Licaria sp. A, 172


Licaria subbullata Kosterm., 176 Couratari longipedicellata W.A.Rodrigues, 278
Mezilaurus duckei van der Werff, 160 Couratari multiflora (Sm.) Eyma, 278
Mezilaurus itauba (Meissn.) Taubert ex Mez, 160 Couratari stellata A.C.Sm., 278
Mezilaurus synandra (Mez) Kosterm., 160 Couratari tauari Berg, 278
Nectandra cuspidata Nees, 170 Eschweilera amazoniciformis S.A.Mori, 276
Eschweilera atropetiolata S.A.Mori, 277
Eschweilera bracteosa (Poepp. & Endl.) Miers, 280 Macrolobium prancei R.S.Cowan, 390 759
Eschweilera carinata S.A.Mori, 282 Macrolobium sp. 2, 390
Eschweilera collina Eyma, 276 Macrolobium suaveolens Spruce ex Benth., 389
Eschweilera coriacea (DC.) Mart. ex Berg., 281 Peltogyne campestris Huber ex Ducke, 388
+Eschweilera cyathiformis S.A.Mori, 280 Peltogyne catingae Ducke, 388
Eschweilera grandiflora (Aubl.) Sandwith, 280 Peltogyne excelsa Ducke, 388
+Eschweilera laevicarpa S.A.Mori, 283 Peltogyne paniculata Benth., 388
Eschweilera micrantha (Berg) Miers, 280 Sclerolobium chrysophyllum Poepp. & Endl., 392
Eschweilera pedicellata (Rich.) S.A.Mori, 277 Sclerolobium eriopetalum Ducke
Eschweilera pseudodecolorans S.A.Mori, 283 Sclerolobium guianense Benth., 392
+Eschweilera rankini S.A.Mori, 282 Sclerolobium melanocarpum Ducke, 390
Eschweilera rhododendrifolia (Knuth) A.C.Sm., 276 Sclerolobium micropetalum Ducke, 392
Eschweilera romeu-cardosoi S.A.Mori, 276 Sclerolobium setiferum Ducke, 392
Eschweilera sp. nov. 1, 281 Sclerolobium sp. 6, 393
Eschweilera tessmannii Knuth, 280 Senna quinquangulata (L.C.Rich.) H.S.Irwin & Barneby,
Eschweilera truncata A.C.Sm., 281 385
Eschweilera wachenheimii (Benoist) Sandwith, 280 Senna sp. 1, 385
Gustavia elliptica S.A.Mori, 282 Senna sp. 2, 385
Gustavia hexapetala (Aubl.) Sm., 282 Senna tapajozensis H.S.Irwin & Barneby, 385
+Lecythis barnebeyi S.A.Mori, 285 Tachigali cf. myrmecophila Ducke, 391
Lecythis gracieana S.A.Mori, 285 Tachigali venusta Dwyer, 392
Lecythis parvifructa S.A.Mori, 287 Vouacapoua pallidior Ducke, 395
Lecythis pisonis Cambess., 286
Lecythis poiteaui Berg, 285 LEGUMINOSAE: MIMOSOIDEAE, 362
Lecythis prancei S.A.Mori, 285 Abarema adenophora (Ducke) Barneby & J.W.Grimes,
Lecythis retusa Spruce ex Berg, 287 374
Lecythis zabucajo Aubl., 286 Abarema cochleata (Willd.) Barneby & J.W.Grimes var.
Lecythis sp. nov. A, 287 moniliformis (Ducke) Barneby & J.W.Grimes, 374
Lecythis sp. nov. B, 284 Abarema curvicarpa (H.S.Irwin) Barneby & J.W.Grimes
+Lecythis sp. 1, 284 var. rodriguesii Barneby & J.W.Grimes, 378
+Lecythis sp. 5, 284 Abarema floribunda (Benth.) Barneby & J.W.Grimes, 377
Abarema jupunba (Willd.) Britton & Killip, 375
LEGUMINOSAE: CAESALPINIOIDEAE, 382 Abarema laeta (Poepp. & Endl.) Barneby, 373
Batesia floribunda Spruce ex Benth., 395 Abarema mataybifolia (Sandwith) Barneby &
Bauhinia alata Ducke, 387 J.W.Grimes, 373
Bauhinia coronata Benth., 387 Abarema piresii Barneby & J.W.Grimes, 375
Bauhinia cupreonitens Ducke, 386 Acacia altiscandens Ducke, 381
Bauhinia guianensis Aubl. var. splendens (H.B.K.) *Acacia aulacocarpa A.Cunn. ex Benth.
Amshoff, 386 Acacia multipinnata Ducke, 381
Bauhinia rutilans Spruce ex Benth., 387 Balizia elegans (Ducke) Barneby & J.W.Grimes, 377
Bauhinia sp. 1, 386 Balizia pedicellaris (DC.) Barneby & J.W.Grimes, 377
Bauhinia sp. 2, 386 Calliandra tenuiflora Benth., 375
Bauhinia sp. 3, 386 Cedrelinga cataeniformis Ducke, 373
Bauhinia sp. 6, 386 Dinizia excelsa Ducke, 375
Bauhinia sp. 7, 386 Entada polyphylla Benth., 381
Cassia rubriflora Ducke, 393 Enterolobium schomburgkii Benth., 378
Cassia spruceana Benth., 391 Inga alba (Sw.) Willd., 369
Chamaecrista adiantifolia (Benth.) H.S.Irwin & Barneby, Inga bicoloriflora Benth., 371
393 Inga capitata Desv., 372
Chamaecrista negrensis (H.S.Irwin) H.S.Irwin & Barne- Inga cayennensis Sagot ex Benth., 367
by, 390 Inga chrysantha Bernardi & Spichiger, 367
Copaifera multijuga Hayne, 396 Inga cordatoalata Ducke, 368
Dialium guianense Steud., 395 *Inga edulis Mart., 366
Dicorynia paraensis Benth., 395 Inga glomeriflora Ducke, 371
Dimorphandra coccinea Ducke, 394 Inga gracilifolia Ducke, 372
Dimorphandra ignea Ducke, 394 Inga grandiflora Ducke, 367
Dimorphandra parviflora Spruce ex Benth., 394 Inga huberi Ducke, 371
Dimorphandra pennigera Tul., 394 Inga lateriflora Miq., 369
Dimorphandra sp. 1, 394 Inga laurina Willd., 371
Elizabetha speciosa Ducke, 393 Inga leiocalycina Benth., 370
Eperua duckeana R.S.Cowan, 391 Inga longiflora Benth., 367
Eperua glabriflora (Ducke) R.S.Cowan, 390 *Inga macrophylla Humb. & Bonpl. ex Willd., 367
Hymenaea intermedia Ducke, 389 Inga marginata Willd., 368
CHECKLIST

Hymenaea parvifolia Huber, 389 Inga melinonis Sagot, 369


Hymenaea reticulata Ducke, 389 Inga obidensis Ducke, 368
Hymenaea sp. 2, 389 Inga panurensis Spruce ex Benth., 372
Macrolobium arenarium Ducke, 388 Inga paraensis Ducke, 371
Macrolobium limbatum Spruce ex Benth., 389 Inga pezizifera Benth., 370
Macrolobium microcalyx Ducke, 391 Inga rhynchocalyx Sandwith, 369
760 Inga rubiginosa (Rich.) DC. Machaerium ferox Glaziou, 403
Inga splendens Willd., 369 Machaerium hoehneanum Ducke, 403
Inga stipularis DC., 372 Machaerium multifoliolatum Ducke, 403
Inga suberosa T.D.Penn., 370 Machaerium quinata (Aubl.) Sandwith, 402
Inga thibaudiana DC. ssp. thibaudiana, 370 Machaerium sp. 1, 402
Inga umbellifera (Vahl) Steud. ex DC., 368 Machaerium sp. 3, 402
Inga umbratica Poepp. & Endl., 368 Machaerium sp. 4, 402
Macrosamanea pubiramea (Steud.) Barneby & Monopteryx inpae W.A.Rodrigues, 411
J.W.Grimes var. linseaefolia (Benth.) Barneby & Mucuna urens (L.) Medik., 400
J.W.Grimes, 374 Ormosia grandiflora (Tiel.) Rudd, 404
Mimosa guilandinae (DC.) Barneby var. spruceana (Ben- Ormosia grossa Rudd, 410
th.) Barneby, 380 Ormosia paraensis Ducke, 410
Mimosa guilandinae (DC.) Barneby var. 2, 381 Platymiscium duckei Huber, 409
Mimosa pudica L. var. tetrandra (Humb. & Bonpl. ex Pterocarpus officinalis Jacq., 408
Willd.) DC., 380 Pterocarpus rohrii Vahl, 408
Mimosa pudica L. var. unijuga (Duchass. & Walp.) Bar- Swartzia arborescens (Aubl.) Pittier, 405
neby, 380 Swartzia brachyrhachis Harms, 405
Mimosa quandrivalvis L. var. leptocarpa (DC.) Barneby, Swartzia corrugata Benth., 410
380 Swartzia cuspidata Spruce ex Benth., 406
Mimosa sensitiva L., 380 Swartzia ingifolia Ducke, 406
Parkia decussata Ducke, 377 Swartzia lamellata Ducke, 406
Parkia igneiflora Ducke, 376 Swartzia longistipitata Ducke, 406
Parkia multijuga Benth., 376 Swartzia oblanceolata Sandwith, 406
Parkia nitida Miq., 377 Swartzia panacoco (Aubl.) R.S.Cowan var. cardonae
Parkia panurensis Spruce ex H.C.Hopkins, 376 (R.S.Cowan) R.S.Cowan, 410
Parkia pendula (Willd.) Walp., 378 Swartzia polyphylla DC., 405
Parkia velutina Benoist, 376 Swartzia recurva Poepp. in Poepp. & Endl., 407
Piptadenia minutiflora Ducke, 381 Swartzia reticulata Ducke, 405
Pseudopiptadenia psilostachya (Benth.) G.P.Lewis & Swartzia schomburgkii Benth. var. guyanensis
L.Rico, 376 R.S.Cowan, 405
Stryphnodendron guianensis (Aubl.) Benth., 378 Swartzia tessmannii Harms, 404
Stryphnodendron paniculatum Poepp. & Endl., 373 Swartzia tomentifera Harms, 407
Stryphnodendron pulcherrimum Hochr., 378 Swartzia ulei Harms, 407
Stryphnodendron racemiferum (Ducke) Rodr., 373 Taralea oppositifolia Aubl., 409
Zygia juruana (Harms) L.Rico, 374 Vatairea guianensis Aubl.
Zygia racemosa (Ducke) Barneby & J.W.Grimes Vatairea paraensis Ducke, 409
Zygia ramiflora (Benth.) Barneby & J.W.Grimes, 374 Vatairea sericea Ducke, 408
Zornia latifolia Sm., 413
LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE, 396
Aldina heterophylla Spruce ex Benth., 404 LENTIBULARIACEAE, 624
Andira micrantha Ducke, 407 Utricularia nigrescens Sylvén, 624
Andira parviflora Ducke, 410
Andira unifoliolata Ducke, 404 LOGANIACEAE, 563
Bocoa alterna (Benth.) R.S.Cowan, 409 Bonyunia aquatica Ducke, 564
Bocoa viridiflora (Ducke) R.S.Cowan, 404 Potalia amara Aubl., 564
Centrosema brasilianum (L.) Benth., 400 Spigelia anthelmia L., 564
Clitoria javitensis (H.B.K.) Benth., 400 Strychnos asperula Spruce & Sandwith, 564
Clitoria leptostachya Benth., 400 Strychnos cogens Benth., 565
Dalbergia multiflora Heyne ex Wall., 403 Strychnos froesii Ducke, 565
Derris amazonica Killip, 401 Strychnos glabra Sagot, 565
Derris floribunda (Benth.) Ducke, 401 Strychnos jobertiana Baill., 565
Derris negrensis Benth., 401 Strychnos peckii Robinson, 564
Desmodium adscendens (Sw.) DC., 413 Strychnos subcordata Spruce, 565
Desmodium barbatum (L.) Benth., 413
Desmodium sp. 1, 413 LORANTHACEAE, 467
Dioclea megacarpa Huber, 400 Cladocolea micrantha (Eichler) Kuijt, 470
Diplotropis martiusii Benth., 408 Oryctanthus florulentus (Rich.) Urb., 470
Diplotropis triloba Gleason, 408 Phoradendron crassifolium (DC.) Eichler, 470
Dipteryx magnifica Ducke, 411 Phthirusa rufa (Mart) Eichler, 469
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd., 411 Phthirusa stelis (I.) Kuijt, 469
Dipteryx polyphylla Huber, 411 Psittacanthus corynocephalus Eichler, 468
Dipteryx punctata (Blake) Amshoff, 411 Psittacanthus peronopetalum Eichler, 469
Hymenolobium excelsum Ducke, 412
CHECKLIST

Psittacanthus vel. aff. siphon Eichler, 469


Hymenolobium heterocarpum Ducke, 412 Psittacanthus sp. 468
Hymenolobium modestum Ducke, 412
Hymenolobium pulcherrimum Ducke, 412 LYTHRACEAE, 415
Hymenolobium sericeum Ducke, 412
Cuphea antisyphilitica H.B.K., 415
Machaerium aureiflorum Ducke, 403
Cuphea ramulosa Mart. ex Koehne, (415)
Machaerium cuspidatum Kuhlm. & Hoehne, 402
MALPIGHIACEAE, 505 Bellucia dichotoma Cogn., 447 761
Banisteriopsis martiniana (A.Juss.) Cuatrec. var. subener- Bellucia grossularioides (L.) Triana, 451
via Cuatrec., 508 Blakea rosea (Ruiz & Pav.) D.Don, 446
Banisteriopsis wurdackii B.Gates, 508 Clidemia bullosa DC., 443
Byrsonima chrysophylla H.B.K., 511 Clidemia capitellata (Bonpl.) DC., 443
Byrsonima crispa A.Juss., 511 Clidemia epibaterium DC., 446
Byrsonima duckeana W.R.Anderson, 510 Clidemia hirta (L.) D.Don, 444
Byrsonima garcibarrigae Cuatrec., 511 Clidemia japurensis DC., 444
Byrsonima incarnata Sandwith, 510 Clidemia novemnervia Triana, 444
Byrsonima poeppigiana A.Juss., 510 Clidemia rubra (Aubl.) Mart., 444
Glandonia macrocarpa Griseb., 511 Henriettea granulata Sagot, 447
Hiraea affinis Miq., 508 Henriettea ramiflora (Sw.) DC., 447
Hiraea schultesii Cuatrec., 508 Henriettella caudata Gleason, 451
Lophopterys inpana W.R. Anderson vel aff., 507 Leandra candelabra (J.F.Macbr.) Wurdack, 446
Mascagnia bracteosa Griseb., 509 Leandra micropetala (Naudin) Cogn., 443
Mascagnia sepium (A.Juss.) Griseb., 509 Leandra secunda (D.Don) Cogn., 443
Mascagnia sp. 1, 509 Leandra sp. 1, 445
Mezia angelica W.R.Anderson, 509 Loreya riparia S.S.Renner, 447
Mezia includens (Benth.) Cuatrec., 507 Loreya spruceana Benth. ex Triana, 451
Mezia mariposa W.R.Anderson, 509 Maieta guianensis Aubl., 445
Pterandra arborea Ducke, 510 Maieta poeppigii Cogn., 445
Stigmaphyllon sinuatum (DC.) A.Juss., 507 Miconia affinis DC., 451
Tetrapterys maranhamensis A.Juss., 509 Miconia alata (Aubl.) DC., 444
Tetrapterys mucronata Cav., 508 Miconia ampla Triana, 449
Liana sp. 1, 507 Miconia argyrophylla DC., 448
Liana sp. 2, 507 Miconia biglandulosa Gleason, 452
Miconia ceramicarpa (DC.) Cogn., 443
MALVACEAE, 272 Miconia cuspidata (Mart.) Naudin, 450
Miconia dispar Benth., 449
Pavonia cancellata Cav., 272
Miconia duckei Gleason, 445
Sida rhombifolia L., 272
Miconia egensis Cogn., 450
MARANTACEAE, 714 Miconia eriodonta DC., 452
Miconia gratissima Benth. ex Triana, 448
Calathea altissima Horan., 720 Miconia holosericea (L.) DC., 449
Calathea cannoides (Nicolson) Kennedy, 721 Miconia lepidota DC., 448
Calathea aff. mansonis Koern., 722 Miconia longispicata Triana, 448
Calathea aff. panamensis Rowl. ex Standl., 722 Miconia minutiflora DC., 450
Calathea zingiberina Koern., 720 Miconia nervosa (Sm.) Triana, 443
Calathea sp. 1, 720 Miconia phanerostila Pilg., 452
Ischnosiphon gracilis (Rudge) Koern., 718 Miconia poeppigii Triana, 450
Ischnosiphon martianus Eichler, 719 Miconia pubipetala Miq., 449
Ischnosiphon aff. obliquus (Rudge) Koern., 719 Miconia punctata (Desr.) D.Don, 448
Ischnosiphon puberulus Loes, 718 Miconia pyrifolia Naudin, 450
Ischnosiphon puberulus Loes. var. scaber (Peters.) L. Miconia regelii Cogn., 450
Andersson, 719 Miconia splendens (Sw.) Griseb., 452
Ischnosiphon puberulus Loes. var. verrucosus (Macbr.) Miconia tetraspermoides Wurdack, 451
L.Andersson, 718 Miconia tomentosa (Rich.) D.Don, 452
Ischnosiphon sp. 1, 719 Miconia traillii Cogn., 449
Monotagma densiflorum (Koern.) K.Schum., 717 Nepsera aquatica (Aubl.) Naudin, 442
Monotagma laxum K.Schum., 717 Tococa bullifera DC., 445
Monotagma tomentosum K.Schum. ex. Loes, 717 Tococa caryophyllaea (DC.) S.S.Renner, 447
Montagma sp. 1, 716 +Tococa guianensis Aubl., 445
Montagma sp. 2, 716
MELIACEAE, 550
MARCGRAVIACEAE, 239
Carapa guianensis Aubl., 556
Marcgravia sp. 1, 240 *Cedrela fissilis Vell., 556
Marcgravia sp. 2, 240 Guarea carinata Ducke, 554
Marcgraviastrum sp. 1, 240 Guarea cf. cinnamomea Harms, 554
Norantea guianensis Aubl., 240 Guarea crispa T.D.Penn., 554
Souroubea sp. 1, 240 Guarea convergens T.D.Penn., 555
Guarea guidonia (L.) Sleumer, 554
MELASTOMATACEAE, 438
Guarea humaitensis T.D.Penn., 554
Aciotis aequatorialis Cogn., 442 Guarea macrophylla Vahl
CHECKLIST

Aciotis circaeifolia (Bonpl.) Triana, 442 Guarea pubescens (Rich.) A.Juss. ssp. pubescens, 555
Aciotis indecora (Bonpl.) Triana, 442 Guarea pubescens (Rich.) A.Juss. forma 2, 555
Aciotis purpurascens (Aubl.) Triana, 442 Guarea scabra A.Juss., 555
Adelobotrys adscendens (Sw.) Triana, 446 Guarea silvatica C.DC., 555
Adelobotrys marginata Brade, 446 Guarea trunciflora C.DC., 554
Adelobotrys scandens (Aubl.) DC., 446 *Swietenia cf. macrophylla King, 556
762 Trichilia pleeana C.DC., 552 Ficus duckeana C.C.Berg, 206
Trichilia areolata T.D.Penn., 552 Ficus gomelleira Kunth & Bouché, 206
+Trichilia bullata T.D.Penn., 553 Ficus greiffiana Dugand, 209
Trichilia cipo (A.Juss.) C.DC., 552 Ficus guianensis Desv., 209
+Trichilia euneura C.DC., 553 Ficus hebetifolia Dugand, 207
Trichilia micrantha Benth., 553 Ficus krukovii Standl., 208
Trichilia micropetala T.D.Penn., 552 Ficus mathewsii (Miq.) Miq., 209
Trichilia pallida Sw., 553 Ficus maxima Miller, 207
Trichilia pleeana C.DC., 552 Ficus obtusifolia (Miq.) Miq., 208
+Trichilia poeppigii C.DC., 553 Ficus pakkensis Standl., 207
Trichilia rubra C.DC., 553 Ficus panurensis Standl., 206
Trichilia aff. schomburgkii C.DC., 552 Ficus paraensis (Miq.) Miq., 208
Trichilia septentrionalis C.DC., 553 Ficus pertusa L.f., 208
Ficus piresiana Vásquez Avila & C.C.Berg, 207
MEMECYLACEAE, 453 Ficus subapiculata (Miq.) Miq., 209
Mouriri angulicosta Morley, 456 Ficus trigona L.f., 206
Mouriri collocarpa Ducke, 457 Helianthostylis sprucei Baill., 202
Mouriri dimorphandra Morley, 457 Helicostylis scabra (Macbr.) C.C.Berg, 203
Mouriri duckeana Morley, 456 Helicostylis tomentosa (Planch. & Endl.) Rusby, 202
Mouriri duckeanoides Morley, 456 Helicostylis turbinata C.C.Berg, 203
Mouriri ficoides Morley, 457 Maquira calophylla (Planch. & Endl.) C.C.Berg, 203
Mouriri grandiflora DC., 458 Maquira guianensis Aubl. ssp. guianensis, 202
Mouriri huberi Cogn., 457 Maquira sclerophylla (Ducke) C.C.Berg, 202
Mouriri lunatanthera Morley, 458 *Morus alba L.
Mouriri nervosa Pilg., 458 Naucleopsis caloneura (Huber) Ducke, 204
Mouriri nigra (DC.) Morley, 457 Naucleopsis stipularis Ducke, 204
+Mouriri torquata Morley, 456 Naucleopsis ternstroemiiflora (Hildbr.) C.C.Berg, 204
Mouriri trunciflora Ducke, 456 Naucleopsis ulei (Warburg) Ducke ssp. amara (Ducke)
C.C.Berg, 204
MENISPERMACEAE, 190 Perebea mollis (Planch. & Endl.) Huber ssp. mollis, 204
Abuta grandifolia (Mart.) Sandwith, 191 Pseudolmedia laevigata Trécul, 203
Abuta grisebachii Triana & Planchon, 192 Pseudolmedia laevis (Ruiz & Pav.) Macbr., 203
Abuta imene (Mart.) Eichler, 192 Sorocea guilleminiana Gaudich., 205
Abuta obovata Diels, 193 Sorocea muriculata Miq. ssp. muriculata, 205
Abuta panurensis Eichler, 192 Sorocea pubivena Hemsley ssp. hirtella (Mildbr.)
Abuta rufescens Aubl., 192 C.C.Berg, 205
Abuta sandwithiana Krukoff & Barneby, 191 Trymatococcus amazonicus Poepp. & Endl., 202
Anomospermum solimoesanum (Moldenke) Krukoff &
MYRISTICACEAE, 136
Barneby, 192
Cissampelos andromorpha DC., 191 Compsoneura ulei Warb., 140
Disciphania lobata Eichler, 191 Iryanthera coriacea Ducke, 143
Odontocarya wullschlaegelii (Eichl.) Barneby, 193 Iryanthera elliptica Ducke, 141
Orthomene hirsuta (Krukoff & Moldenke) Barneby & Iryanthera juruensis Warb., 141, 142
Krukoff, 193 Iryanthera laevis Markgr., 141
Sciadotenia duckei Moldenke, 191 Iryanthera lancifolia Ducke, 142
Telitoxicum minutiflorum (Diels) Moldenke, 193 Iryanthera macrophylla (Benth.) Warb., 142
Telitoxicum rodriguesii Krukoff, 193 Iryanthera paradoxa (Schwacke) Warb., 142
Iryanthera paraensis Huber, 143
MONIMIACEAE Iryanthera polyneura Ducke, 141
Mollinedia ovata Ruiz & Pav., 149 Iryanthera sagotiana Warb., 141
Iryanthera ulei Warb., 142
MORACEAE, 196 Osteophloeum platyspermum (A.DC.) Warb., 140
Virola caducifolia W.A.Rodrigues, 144
*Artocarpus heterophyllus Lam.
Virola calophylla Warb. var calophylla, 145
Brosimum acutifolium Huber ssp. interjectum C.C.Berg,
Virola calophylla Warb. var calophylloidea, 145 (Markg.)
201
W.A.Rodrigues
Brosimum guianense (Aubl.) Huber, 201
Virola guggenheimii W.A.Rodrigues, 144
Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg., 201
Virola michelii Heckel, 143
Brosimum longifolium Ducke, 201
Virola minutiflora Ducke, 144
Brosimum parinarioides Ducke ssp. parinarioides, 200
Virola mollissima Warb, 145
Brosimum potabile Ducke, 201
Virola multicostata Ducke, 144
Brosimum rubescens Taub., 200
Virola multinervia Ducke, 144
Brosimum utile (H.B.K.) Pittier ssp. ovatifolium (Ducke)
Virola Pav.is (A.DC.) A.C.Sm., 143
CHECKLIST

C.C.Berg, 200
Virola theiodora Warb., 145
Clarisia ilicifolia (Spreng.) Lanj. & Rossb., 205
Virola venosa (Benth.) Warb., 143
Clarisia racemosa Ruiz & Pav., 205
Ficus albert-smithii Standl., 206 MYRSINACEAE, 337
Ficus amazonica Miq., 208
Ficus cremersii C.C.Berg, 207 Cybianthus guyanensis (A.DC.) Miq., 339
Cybianthus pseudoicacoreus (Miq.) Agostini, 339
Stylogyne micrantha (H.B.K.) Mez, 339 Myrcia subsericea A.Gray, 426 763
Stylogyne rodriguesiana Pipoly, 339 Myrcia sylvatica (G.Mey.) DC., 425
Cybianthus sp. 1, 339 Myrcia sp. 1, 428
Cybianthus sp. 2, 339 Myrciaria floribunda (West ex Willd.) O.Berg, 429
Cybianthus sp. 3, 339 *Psidium guajava L., 436
Cybianthus sp. 5, 339 *Psidium guineense Sw., 436
Cybianthus sp. 6, 338 *Syzygium cumini (L.) Skeels, 436
Cybianthus sp. 9, 338 Myrtaceae sp. 1, 432
Myrtaceae sp. 3, 428
MYRTACEAE, 417 Myrtaceae sp. 5, 424
Blepharocalyx eggersii (Kiaersk.) Landrum, 433
Calycolpus goetheanus (DC.) O.Berg, 429 NYCTAGINACEAE, 220
Calycolpus revolutus (Schauer) O.Berg, 429 Guapira sp. 1, 221
Calycolpus sp. 1, 429 Neea floribunda Poepp. & Endl., 221
Calyptranthes creba McVaugh, 431 Neea madeirana Standl., 221
Calyptranthes cuspidata DC., 428 Neea oppositifolia Ruiz & Pav., 221
Calyptranthes cf. forsteri O.Berg, 433 Neea ovalifolia Spruce ex J.A.Sm., 221
Calyptranthes cf. macrophylla O.Berg, 434 Neea sp. 1, 220
Calyptranthes multiflora O.Berg Nyctaginaceae sp. 1, 221
Calyptranthes paniculata Ruiz. & Pav.
Calyptranthes sp. 1 Ruiz & Pav., 435 OCHNACEAE, 233
+Eucalyptus sp., 436 Cespedezia spathulata (Ruiz & Pav.) Planch., 235
Eugenia agathopoda Diels, 431 Cespedezia sprucei Tiegh., 235
Eugenia aff. agathopoda Diels, 435 Ouratea coccinea (Mart.) Engl., 234
Eugenia anastomosans DC., 435 Ouratea discophora Ducke, 235
Eugenia biflora (L.) DC., 425 Ouratea ferruginea Engl.
Eugenia citrifolia Poir., 430 Ouratea odora Engl., 235
Eugenia aff. citrifolia Poir., 435 Ouratea sp. 1, 235
Eugenia cupulata Amsh., 427 Sauvagesia elata Benth., 234
Eugenia cuspidifolia DC., 433 Sauvagesia erecta L., 234
Eugenia diplocampta Diels, 435
Eugenia cf. feijoi O.Berg, 425 OLACACEAE, 463
Eugenia cf. ferreiraeana O.Berg, 434 Aptandra tubicina (Poepp.) Benth. ex Miers, 465
Eugenia florida DC., 430 Cathedra acuminata (Benth.) Miers, 464
Eugenia cf. illepida McVaugh, 427 Chaunochiton kappleri (Sagot ex Engl.) Ducke, 465
Eugenia cf. longiracemosa Kiaersk., 430 Dulacia candida (Poepp.) Kuntze, 464
Eugenia malaccensis L., 436 Dulacia guianensis (Engl.) Kuntze, 464
Eugenia omissa McVaugh, 430 Heisteria barbata Cuatrec., 465
Eugenia patrisii Vahl, 430 Heisteria densifrons Engl., 465
Eugenia protenta McVaugh, 427 Heisteria duckei Engl., 465
Eugenia pseudopsidium M.Jacq.-Fél., 433 Heisteria laxiflora Engl., 464
Eugenia punicifolia (H.B.K.) DC., 424 Minquartia guianensis Aubl., 464
Eugenia cf. ramiflora Desv., 424 Ptychopetalum olacoides Benth., 464
Eugenia cf. stylaris McVaugh, 427
Eugenia subterminalis DC., 424 ONAGRACEAE, 437
Eugenia tapacumensis O.Berg, 435
Ludwigia hyssopifolia (G.Don f.) Exell, 437
Eugenia sp. 1, 434
Ludwigia octovalvis (Jacq.) Raven, 437
Eugenia sp. 2, 428
Ludwigia sp. 1, 437
Eugenia sp. 3, 429
Eugenia sp. nov., 426
OPILIACEAE, 466
Marlierea caudata McVaugh, 433
Marlierea umbraticola (H.B.K.) O.Berg., 432 Agonandra sylvatica Ducke, 466
Marlierea sp. 1, 425
Myrcia aliena McVaugh, 434 ORCHIDACEAE, 728
Myrcia amazonica DC., 432 Acacallis fimbriata (Rchb.f.) Schltr., 747
Myrcia bracteata (Rich.) DC., 426 Batemannia colleyi Lindl., 746
Myrcia cf. citrifolia (Aubl.) DC., 433 Bifrenaria longicornis Lindl., 746
Myrcia cuprea Kiaersk., 431 Bifrenaria rudolfii (Hoehne) Carnevali & Romero, 746
Myrcia fallax (Rich.) DC., 431 Brassavola sp., 741
Myrcia fenestrata DC., 427 Campylocentrum fasciola (Lindl.) Cogn., 741
Myrcia gigas MacVaugh, 432 Campylocentrum hondurense Ames, 741
Myrcia aff. grandis McVaugh, 431 Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe, 740
Myrcia guianensis (Aubl.) DC., 424 Catasetum barbatum Lindl., 747
CHECKLIST

Myrcia huallagae McVaugh, 426 +Catasetum gnomus Lindl. & Rchb.f., 747
Myrcia magnoliifolia DC., 434 +Catasetum rivularium Barb.Rodr., 747
Myrcia minutiflora Sagot, 426 +Catasetum tigrinum, 747
Myrcia paivae O.Berg, 428 Dichaea ancoraelabia C.Schweinf., 740
Myrcia rufipila McVaugh, 432 Dichaea brachyphylla Rchb.f., 740
Myrcia servata McVaugh, 425 Dichaea panamensis Lindl., 740
764 Dichaea aff. trulla Rchb.f., 740 Dilkea johannesii Barb.Rodr., 302
Dryadella osmariniana (Braga) Garay & Dunsterv., 734 Dilkea retusa Mast., 302
Encyclia fragrans (Sw.) Lemée, 745 Dilkea sp. 1, 302
Encyclia sp. 1, 745 Passiflora acuminata DC., 304
Epidendrum compressum Griseb., 738 Passiflora auriculata H.B.K., 303
Epidendrum latifolium (Lindl.) Garay & Sweet, 738 Passiflora aff. auriculata H.B.K., 303
Epidendrum nocturnum M.Jacq.-Fél., 739 Passiflora aff. riparia Mart. ex Mast., 304
Epidendrum sculptum Rchb.f., 739 Passiflora candida (Poepp. & Endl.) Mast., 305
Epidendrum strobiliferum Rchb.f., 738 +Passiflora cirrhifolia A.Juss., 306
Habenaria sp. 1, 749 Passiflora coccinea Aubl., 303
Jacquiniella globosa (Jacq.) Schltr., 739 +Passiflora costata Mast., 306
Lanium microphyllum (Lindl.) Benth., 739 *Passiflora edulis Sims, 305
Ligeophila stigmatoptera (Rchb.f.) Garay, 749 Passiflora faroana Harms, 303
Masdevallia yauaperyensis Barb. Rodr., 735 +Passiflora foetida L., 306
Maxillaria amazonica Schltr., 743 Passiflora hexagonocarpa Barb.Rodr., 302
Maxillaria camaridii Rchb.f., 748 Passiflora laurifolia L., 304
Maxillaria crassifolia Rchb.f., 742 +Passiflora micropetala Mast., 306
Maxillaria parkeri Hook., 743 Passiflora nitida H.B.K., 304
Maxillaria pendens Pabst, 744 Passiflora aff. quadrangularis L., 305
Maxillaria superflua Rchb.f., 742 Passiflora quadriglandulosa Rodsheid., 303
Maxillaria tenuis C.Schweinf., 744 Passiflora aff. riparia Mart. ex Mast., 303
Maxillaria uncata Lindl., 745 Passiflora cf. spinosa Mast., 302
Maxillaria violaceo-punctata Rchb.f., 742 Passiflora aff. variolata Poepp. & Endl., 304
Maxillaria xylobiiflora Schltr., 743
Nanodes discolor Lindl., 738 PERIDISCACEAE, 293
Notylia durandiana Cogn., 742 Peridiscus lucidus Benth., 293
Octomeria amazonica Pabst, 736
Octomeria brevifolia Cogn., 736 PHYTOLACCACEAE, 219
Octomeria erosilabia C.Schweinf., 736 Phytolacca rivinoides Kunth & Bouche, 219
Octomeria grandiflora Lindl., 734
Octomeria aff. serpens Schltr, 734 PINACEAE
Octomeria taracuana Schltr., 735
*Pinus caribaea Morelet
Orleanesia sp., 738
Ornithidium parviflorum (Poepp. & Endl.) Rchb.f., 744
PIPERACEAE, 181
Ornithocephalus sp., 741
Palmorchis sobralioides Barb.Rodr., 749 Peperomia macrostachya (Vahl) A.Dietr., 185
Paphinia grandiflora Barb.Rodr., 746 Piper aduncum L., 186
Pleurothallis discophylla Luer & Carnevali, 737 Piper alatabacum Trel. & Yuncker, 187
Pleurothallis fockei Lindl., 737 Piper amapense Yuncker, 187
Pleurothallis mentosa Cogn., 735 Piper arboretum Aubl., 185
Pleurothallis picta Lindl., 735 Piper baccans (Miq.) C.DC., 183
Pleurothallis aff. peperomioides Ames, 735 Piper brachypetiolatum Yuncker, 183
Pleurothallis spiculifera Lindl., 735 Piper carniconnectivum C.DC., 186
Pleurothallis taracuana Schltr., 737 Piper cyrtopodon (Miq.) C.DC., 186
Polycycnis vittata (Lindl.) Rchb.f., 746 Piper dactylostigmum Yuncker, 184
Polystachya estrellensis Rchb.f., 744 Piper demeraranum (Miq.) C.DC., 182
Polystachya stenophylla Schltr., 744 Piper duckei C.DC., 182
Rodriguezia lanceolata Ruiz & Pav., 743 Piper durilignum C.DC., 186
Rudolfiella aurantiaca (Lindl.) Hoehne, 747 Piper erectipilum Yuncker, 187
Scaphyglottis sickii Pabst, 748 Piper froesii Yuncker, 185
Scaphyglottis stellata Lodd. ex Lindl., 748 Piper guianense (Kl.) C.DC., 184
Sigmatostalix amazonica Schltr., 742 Piper gurupanum Yuncker, 187
Sobralia fragans Lindl., 737 Piper hispidum Swartz, 186
Sobralia macrophylla Reichb.f., 737 Piper hostmannianum (Miq.) C.DC., 183
Stelis argentata Lindl., 734 Piper humaytanum Yuncker, 183
Trichosalpinx orbicularis (Lindl.) Luer, 736 Piper humillimum C.DC., 182
Trigonidium acuminatum Batem. ex Lindl., 745 Piper liesneri Steyerm., 182
Trigonidium obtusum Lindl., 748 Piper mastersianum C.DC., 182
Triphora amazonica Schltr., 749 Piper cf. negroense C.DC., 183
Trisetella triglochin (Rchb.f.) Luer, 734 Piper paraense (Miq.) C.DC., 184
Uleiorchis ulaei (Cogn.) Handro, 749 Piper purusanum C.DC., 185
Vanilla palmarum Lindl., 741 Piper renitens (Miq). Yuncker, 184
Wullschlaegelia calcarata Benth., 748 Piper sp. 1, 187
CHECKLIST

Piper sp. 2, 183


OXALIDACEAE, 560 Piper sp. 5, 184
Piper sp. 8, 186
Oxalis barrelieri L., 560
POACEAE, 700
PASSIFLORACEAE, 299
Andropogon bicornis Benth., 703
Ancistrothyrsus tessmannii Harms, 305
Andropogon leucostachyus H.B.K., 703 DAVALLIACEAE 765
Chloris sp. 1, 705 Nephrolepis biserrata (Sw.) Schott, 103
Cynodon dactylon (L.) Pers., 705 Nephrolepis pectinata (Willd.) Schott, 103
Digitaria horizontalis Willd., 704 Nephrolepis rivularis (Vahl) Mett ex Krug, 103
Digitaria sp. 1, 704 Oleandra articulata (Sw.) C.Presl., 115
Eragrostis sp. 1, 703 Oleandra pilosa Hook., 115
Homolepis aturensis (H.B.K.) Chase, 702
Ichnanthus panicoides P.Beauv., 701 DENNSTAEDTIACEAE
Olyra latifolia L., 701 Lindsaea divaricata Klotzsch, 104
Olyra micrantha Kunth, 701 Lindsaea guianensis (Aubl.) Dryand ssp. guianensis, 104
Olyra ramosissima Doell Lindsaea lancea (L.) Bedd. var. falcata (Dryand.) Ros.,
Panicum laxum Sw., 702 104
Panicum mertensii Roth ex Roem. & Schult., 702 Lindsaea lancea (L.) Bedd. var. lancea, 104
Panicum pilosum Sw., 702 Lindsaea stricta (Sw.) Dryand. var. stricta, 104,
Panicum sp. 1, 702 Pteridium aquilinum (L.) Kuhn var. arachnoideum
Pariana cf. campestris Aubl., 701 (Kaulf.) Brade, 108
Pariana cf. radiciflora Doell, 701 Saccoloma inaequale (Kunze) Mett., 108
Paspalum conjugatum Berg, 705
Paspalum sp. 1, 704 DRYOPTERIDACEAE
Paspalum sp. 2, 704
Cyclodium meniscioides (Willd.) Kramer var. meniscioi-
Paspalum sp. 3, 704
des, 107
Sporobolus indicum L., 703
Polybotrya osmundaceae Willd., 109
POLYGALACEAE, 516
GLEICHENIACEAE
Bredemeyera myrtifolia A.W.Benn., 518
Dicranopteris pectinata (Willd.) Underw., 108
Moutabea guianensis Aubl., 517
Sticherus remotus (Kauf.) Chrysler, 109
Moutabea sp. 1, 517
Moutabea sp. 2, 517 GRAMMITIDACEAE
Moutabea sp. 3, 517
Polygala spectabilis DC., 519 Cochlidium linearifolium (Desv.) Maxon ex C.Chr., 113
Securidaca cf. diversifolia Poepp. & Endl. Cochlidium serrulatum (Sw.) Bishop, 103
Securidaca longifolia Poepp. & Endl. Micropolypodium nanum (Fée) A.R.Sm., 103
Securidaca rivinaefolia St.Hil. var. parvifolia Benn.
HYMENOPHYLLACEAE
Securidaca cf. volubilis L., 519
Securidaca sp. 1, 518 Hymenophyllum polyanthos Sw., 100
Securidaca sp. 2, 518 Trichomanes ankersii Hook. & Greville, 101
Securidaca sp. 4, 518 Trichomanes arbuscula Desv., 100
Securidaca sp. 5, 519 Trichomanes cellulosum Klotzsch, 100
Securidaca uniflora Oort., 519 Trichomanes cristatum Raddi, 101
Trichomanes elegans Rich., 100
POLYGONACEAE, 225 Trichomanes martiusii C.Presl., 101
Coccoloba confusa Howard, 227 Trichomanes ovale (E.Fourn.) Wess.Boer, 99
Coccoloba cf. parimensis Benth., 226 Trichomanes pinnatum Hedw., 100
Coccoloba sp. 1, 227 Trichomanes punctatum Poir., 99
Coccoloba sp. 2, 227 Trichomanes cf. trollii Bergdolt,101
Coccoloba sp. 3, 226
Coccoloba sp. 4, 227 LOMARIOPSIDACEAE
Coccoloba sp. 5, 227 Elaphoglossum discolor (Kuhn.) C.Chr., 112
Elaphoglossum flaccidum (Fée) T.M.Moore, 112
PROTEACEAE, 414 Elaphoglossum glabellum J.Sm., 113
Panopsis sessilifolia (Rich.) Sandwith, 414 Elaphoglossum luridum (Fée) H.Christ., 112
Elaphoglossum obovatum Mickel, 112
PTERODOPHYTA, 97 Elaphoglossum plumosum (Fée) T.M.Moore, 112
Elaphoglossum raywaense (Jenman) Alston, 113
ASPLENIACEAE Elaphoglossum styriacum Mickel, 112
Lomariopsis prieuriana Fée, 107
Asplenium angustum Sw., 114
Asplenium juglandifolium Lam., 107 LYCOPODIACEAE
Asplenium salicifolium L., 107
Asplenium serratum L., 114 Lycopodiella cernua (L.) Pichi-Sermolli, 117

BLECHNACEAE MARATTIACEAE
Salpichlaena hookeriana (Kuntze) Alston, 107 Danaea elliptica S. in Rees, 106
CHECKLIST

Danaea simplicifolia Rudge, 106


CYATHEACEAE Danaea trifoliata Kunze, 106
Sphaeropteris hirsuta (Desv.) R.M.Tryon, 109
METAXYACEAE
Trichipteris microdonta (Desv.) R.M.Tryon, 109
Trichipteris nigra (Mart.) R.M.Tryon, 109 Metaxya rostrata (Willd.) Presl, 106
766 OPHIOGLOSSACEAE Spathanthus unilateralis (Rudge) Desv., 689
Ophioglossum palmatum L., 111
RHABDODENDRACEAE, 360
POLYPODIACEAE Rhabdodendron amazonicum (Spruce ex Benth.) Huber,
Campyloneurum phyllitidis (L.) C.Presl., 114 360
Dicranoglossum desvauxii (Klotzsch) Proctor, 110 Rhabdodendron macrophyllum (Spruce ex Benth.) Huber,
Microgramma baldwinii Brade, 115 360
Microgramma thurnii (Baker) R.M.Tryon & Stolze, 115
Niphidium crassifolium (L.) Lellinger, 114 RHAMNACEAE, 498
Pecluma ptilodon (Kunze) M.G.Price var. pilosa Ampelozizyphus amazonicus Ducke, 498
(A.M.Evans) Stolze, 102
Polypodium bombycinum Maxon, 102 RHIZOPHORACEAE, 462
Polypodium panorense C.Chr., 102 Cassipourea guianensis Aubl., 462
Polypodium triseriale Sw., 106 Sterigmapetalum obovatum Kuhlm., 462

PTERIDACEAE ROSACEAE, 344


Adiantum amazonicum A.R.Sm, 105 Prunus myrtifolia (L.) Urb., 344
Adiantum cajennense Willd. ex Klotzsch, 105
Adiantum terminatum Miq., 105 RUBIACEAE, 625
Adiantum tomentosum Klotzsch, 105 Alibertia hispidula Ducke, 645
Pityrogramma calomelanos (L.) Link var. calomelanos, Alibertia myrciifolia K.Schum., 639
108 Amaioua corymbosa H.B.K., 646
Pteris podophylla Sw., 109 Amaioua guianensis Aubl., 646
Borojoa claviflora (K.Schum.) Cuatrec., 645
SCHIZAEACEAE Botryarrhena pendula Ducke, 641
Actinostachys pennula (Sw.) Hook., 111 Capirona decorticans Spruce, 645
Lygodium venustrum Sw., 107 Chimarrhis barbata (Ducke) Bremek., 641
Schizaea elegans (Vahl) Sw., 110 Chimarrhis duckeana del Prete, 641
Schizaea fluminensis Miers ex Sturm, 110 Chomelia estrellantha Müll.Arg., 643
Schizaea stricta Lellinger, 110 Chomelia malaneoides Müll.Arg., 643
Chomelia tenuiflora Benth., 643
SELAGINELLACEAE Coussarea ampla Müll.Arg., 640
Selaginella asperula Spring, 116 Coussarea aff. grandis Müll.Arg., 642
Selaginella breynii Spring, 117 Coussarea revoluta Steyerm., 642
Selaginella conduplicata Spring, 116, 117 Duroia gransabanensis Steyerm., 646
Selaginella palmiformis Alston ex Crabbe & Jermy, 116 Duroia longiflora Ducke, 633
Selaginella parkeri (Hook. & Grev.) Spring, 116 Duroia macrophylla Huber, 633
Selaginella pedata Klotzsch, 116 Duroia saccifera (Mart.) Hook.f. ex K.Schum., 633
Faramea capillipes Müll.Arg., 644
TECTARIACEAE Faramea corymbosa Aubl., 644
Triplophyllum dicksonioides (Fée) Holttum, 108 Faramea platyneura Müll.Arg., 644
Faramea torquata Müll.Arg., 641
THELYPTERIDACEAE Faramea sp., 644
Ferdinandusa goudotiana K.Schum., 642
Thelypteris arborescens (Humb. & Bonpl. ex Willd.)
Ferdinandusa hirsuta Standl., 646
C.V.Morton, 106
Geophila cordifolia Miq., 631
VITTARIACEAE Geophila repens (L.) Johnst., 631
Henriquezia verticillata Spruce ex Benth., 632
Antrophyum guayanense Hieron, 114 Hillia ulei K.Krause, 631
Hecistopteris pumila (Spreng) J.Sm., 110 Hillia sp. 1, 631
Vittaria lineata (L.) Sm., 113 Isertia hypoleuca Benth., 638
Ixora intensa K.Krause, 642
QUIINACEAE, 241
Ixora ulei K.Krause, 642
Lacunaria crenata (Tul.) A.C.Sm., 243 Kotchubaea insignis Fisch. ex DC., 640
Lacunaria jenmani Ducke, 242 Kotchubaea semisericea Ducke, 640
Lacunaria aff. macrostachya (Tul.) A.C.Sm., 242 Kotchubaea sericantha Standl., 640
Lacunaria sp. 3, 243 Ladenbergia amazonenis Ducke, 645
Quiina amazonica A.C.Sm., 243 Malanea hypoleuca Steyerm., 629
Quiina cf. negrensis A.C.Sm., 243 Malanea cf. macrophylla Bartl. ex Griseb., 629
Touroulia guianensis Aubl., 243 Malanea sp. 1, 629
Malanea sp. 2, 629
RAFFLESIACEAE, 467 Morinda triphylla (Ducke) Steyerm., 634
CHECKLIST

Apodanthes sp., 467 Pagamea macrophylla Spruce ex Benth., 646


Palicourea amapaensis Steyerm., 638
RAPATEACEAE, 688 Palicourea anisoloba (Müll.Arg.) B.M.Boom &
Rapatea paludosa Aubl., 689 M.T.Campos, 638
Rapatea ulei Pilg., 689 Palicourea barraensis (Müll.Arg.) Stand.
Saxofridericia subcordata Koern., 689 Palicourea corymbifera Müll.Arg., 632
Palicourea guianensis Aubl., 638 SAPINDACEAE, 520 767
Palicourea longiflora (Aubl.) A.Rich., 636 Allophylus latifolius Huber, 525
Palicourea longistipulata (Müll.Arg.) Standl. var. longis- Allophyllus cf. latifolius Huber, 525
tipulata, 634 Cupania hispida Radlk., 524
Palicourea nitidella (M.Arg.) Standl., 638 Cupania scrobiculata L.C.Rich., 524
Palicourea virens (Poepp. & Endl.) Standl., 632 Cupania sp. 1, 524
Posoqueria sp. 1, 642 Matayba arborescens (Aubl.) Radlk., 525
Psychotria apoda Steyerm. Matayba guianensis Aubl., 528
Psychotria astrellantha Wernh., 639 Matayba inelegans Raldk., 525
Psychotria bahiensis (Benth.) Steyerm. var. cornigera Matayba macrostylis Radlk., 528
(Benth.) Steyerm., 638 Matayba opaca Radlk., 525
Psychotria barbiflora DC., 636 Matayba peruviana Radlk., 527
Psychotria brachybotrya Müll.Arg., 637 Matayba purgans (Poepp. & Endl.) Radlk., 528
Psychotria casiquaria Müll.Arg., 634 Matayba sp. 1, 528
Psychotria cincta Standl., 637 Matayba sp. 2, 525
+Psychotria colorata Müll.Arg., 639 Paullinia aff. clathrata Radlk., 531
Psychotria deflexa DC., 637 Paullinia cf. cupana Kunth, 532
Psychotria deinocalyx Sandwith, 647 Paullinia cf. grandifolia Benth., 533
Psychotria erecta (Aubl.) Standl. & Steyerm., 644 Paullinia cf. rugosa Benth., 531
Psychotria humboldtiana (Cham.) Müll. Arg., 636 Paullinia sp. 1, 533
Psychotria idiotricha (Müll.Arg.) Standl., 635 Paullinia sp. 2, 530
Psychotria manausensis Steyerm., 637 Paullinia sp. 4, 532
Psychotria mapourioides DC., 647 Paullinia sp. 5, 532
Psychotria medusula Müll.Arg., 634 Paullinia sp. 6, 531
Psychotria pacimonica Müll.Arg., 639 Paullinia sp. 7, 530
Psychotria paniculata (Aubl.) Raeusch. Paullinia sp. B, 533
Psychotria platypoda DC., 634 Paullinia stipularis Radlk., 530
Psychotria podocephala Standl., 639 Paullinia uloptera Raldk., 530
Psychotria poeppigiana Müll.Arg., 634 Paullinia xestophylla Raldk., 531
Psychotria polycephala Benth., 636 Porocystis toulicioides Radlk., 529
Psychotria prancei Steyerm., 634 Pseudima sp. 1, 526
Psychotria rhombibractea C.M.Taylor & M.T.Campos, Serjania circumvallata Radlk., 532
637 Serjania membranacea Splitg., 533
Psychotria sciaphila S.Moore, 635 Serjania paucidentada DC., 530
Psychotria sphaerocephala Müll.Arg., 635 Talisia alleni Croat, 526
Psychotria subundulata Benth., 637 Talisia allenii Croat, 526
Remijia amazonica K.Schum., 633 Talisia cf. cupularis Radlk., 526
Remijia ulei K.Krause, 633 Talisia eximia Kramer, 526
Rudgea fissistipula Müll.Arg. ex Char., 649 Talisia cf. firma Radlk., 529
Rudgea graciliflora Standl., 641 Talisia mollis Kunth, 526
Sabicea amazonensis Wernh., 628 Talisia praealta Radlk., 527
Schradera polycephala DC., 629 Talisia vera-luciana Guarim Neto, 528
Sipanea pratensis Aubl., 630 Talisia sp. A, 524
Spermacoce capitata (RUIZ & PAV.) DC., 630 Toulicia guianensis Aubl., 527
Spermacoce exilis L.O.Wms., 630 Toulicia cf. pulvinata Radlk., 527
Spermacoce ocimifolia (Willd.) Bremek., 630 Toulicia sp. 2, 529
Spermacoce verticilata (L.) G.F.Meyer, 630 Vouarana cf. guianensis Aubl., 529
Tocoyena longiflora Aubl., 640
Warszewiczia schwackei K.Schum., 643 SAPOTACEAE, 312
Indeterminada sp. 1, 643
Chromolucuma rubriflora Ducke, 318
RUTACEAE, 557 Chrysophyllum amazonicum T.D.Penn., 321
Chrysophyllum colombianum (Aubrév.) T.D.Penn., 322
Adiscanthus fusciflorus Ducke, 558 Chrysophyllum lucentifolium Cronquist
Ertela trifolia (L.) Kuntze, 558 Chrysophyllum manaosense (Aubrév.) T.D.Penn., 322
Hortia longifolia Ducke, 558 Chrysophyllum pomiferum (Eyma) T.D.Penn., 329
Hortia superba Ducke, 559 Chrysophyllum prieurii A.DC., 322
Nycticalanthus speciosus Ducke, 558 Chrysophyllum sanguinolentum (Pierre) Baehni ssp.
Raputia praetermissa Pirani & Kallunki, 559 balata (Ducke), 331
Spathelia excelsa (K.Krause) R.S.Cowan & Briz., 559 Chrysophyllum sanguinolentum (Pierre) Baehni ssp.
Zanthoxylum huberi Waterm., 559 sanguinolentum, 331
Zanthoxylum djalma-batistae (Albuquerque) Waterm., Chrysophyllum sanguinolentum (Pierre) Baehni ssp.
559 spurium (Ducke), 331
Zanthoxylum huberi Waterm.
CHECKLIST

Chrysophyllum sparsiflorum Klotzsch ex Miq., 318


Zanthoxylum rhoifolium Lam. Chrysophyllum ucuquirana-branca (Aubrév. & Pellegrin),
331
SABIACEAE, 194 Ecclinusa guianensis Eyma, 318
Meliosma palustre Kuhlm., 194 Elaeoluma nuda (Baehni) Aubrév., 325
Ophiocaryon manausense (W.A.Rodrigues) Barneby, 194 Manilkara bidentata (A.DC.) A.Chev., 326
*Manilkara huberi (Ducke) A.Chev.
768 Manilkara cavalcantei Pires & W.A.Rodrigues, 327 Sarcaulus brasiliensis (A.DC.) Eyma, 318
Micropholis acutangula (Ducke) Eyma, 317
Micropholis brochidodroma T.D.Penn. SCROPHULARIACEAE, 601
Micropholis casiquiarensis Aubrév., 316 Lindernia difusa (L.) Wettstein, 601
Micropholis cylindrocarpa (Poepp.) Pierre, 316 Lindernia crustacea F.Müll., 601
Micropholis egensis (A.DC.) Pierre Scoparia dulcis L., 601
Micropholis guyanensis (A.DC.) Pierre ssp. duckeana
(Baehni), 316 SIMAROUBACEAE, 547
Micropholis guyanensis (A.DC.) Pierre ssp. guyanensis, Picramnia elliptica Kuhlm. ex Pirani & W.W.Thomas,
316 548
Micropholis mensalis (Baehni) Aubrév., 316 Picramnia juniniana Macbr., 548
Micropholis splendens Gilly ex Aubrév., 317 Picrolemma sprucei Ducke, 549
Micropholis trunciflora Ducke, 317 Simaba cedron Planch., 549
Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre, 317 Simaba guianensis Aubl., 548
Micropholis williamii Aubrév. & Pellegrin, 317 Simaba polyphylla (Cavalcante) W.Thomas, 549
Pouteria aff. ambelaniifolia (Sandwith) T.D.Penn., 324 Simaba sp. nov., 548
Pouteria anomala (Pires) T.D.Penn., 327 Simarouba amara Aubl., 549
Pouteria bilocularis (Winkler) Baehni, 321
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk., 324 SIPARUNACEAE, 146
Pouteria campanulata Baehni, 328
Siparuna cristata (Poepp.& Endl.) A.DC., 149
Pouteria cladantha Sandwith, 329
Siparuna cuspidata (Tul.) A.DC., 148
Pouteria cuspidata (A.DC.) Baehni ssp. cuspidata, 326
Siparuna decipiens (Tul.) A.DC., 148
Pouteria cuspidata (A.DC.) Baehni ssp. dura (Eyma)
Siparuna glycycarpa (Ducke) S.S.Renner, 149
T.D.Penn., 326
Siparuna guianensis Aubl., 148
Pouteria aff. cuspidata (A.DC.) Baehni, 329
Siparuna monogyna Jang., 149
Pouteria durlandii (Standl.) Baehni, 324
Siparuna poeppigii (Tul.) A.DC., 148
Pouteria aff. elegans (A.DC.) Baehni, 326
Siparuna reginae (Poepp.& Endl.) A.DC., 148
Pouteria engleri Eyma, 322 Siparuna sarmentosa Perkins, 149
Pouteria erythrochrysa T.D.Penn., 330
Pouteria eugeniifolia (Pierre) Baehni, 321 SMILACACEAE, 722
Pouteria filipes Eyma, 323
Smilax cf. elastica Griseb., 722
Pouteria fimbriata Baehni, 325
Smilax siphilitica Humb. & Bonpl. ex Willd., 722
Pouteria flavilatex T.D.Penn., 330
Smilax sp. 1, 722
Pouteria freitasii T.D.Penn., 323
Smilax sp. 2, 722
Pouteria aff. gardneri (Mart. & Miq.) Baehn., 321
Smilax sp. 3, 722
Pouteria glomerata (Miq.) Baehni
Pouteria gongrijpii Eyma, 330 SOLANACEAE, 583
Pouteria guianensis Aubl., 324
Pouteria hispida Eyma, 330 Brunfelsia martiana Plowman, 587
Pouteria laevigata (Mart.) Radlk., 328 Markea coccinea L.C.Rich., 585
Pouteria aff. latianthera T.D.Penn., 321 Markea camponoti Ducke, 585
Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma, 323 Markea ulei (Dammer) Cuatrec., 585
Pouteria manaosensis (Aubrév. & Pellegrin) T.D.Penn., Schwenckia americana L., 585
322 Solanum crinitum Lam., 586
Pouteria maxima T.D.Penn., 323 Solanum fulvidum Bitter, 586
Pouteria minima T.D.Penn., 321 Solanum leucocarpon Dunal, 587
Pouteria multiflora (A.DC.) Eyma Solanum rugosum Dunal, 586
Pouteria oblanceolata Pires, 321 Solanum schlechtendalianum Walp., 587
Pouteria opposita (Ducke) T.D.Penn., 321 Solanum sendtnerianum van Heurck & Müll.Arg., 587
Solanum stramoniifolium Jacq., 586
Pouteria pallens T.D.Penn., 323
Solanum subinerme Jacq., 586
Pouteria peruviensis (Aubrév.) Bernardi, 328
Pouteria petiolata T.D.Penn., 331
STERCULIACEAE, 265
Pouteria platyphylla (A.C.Sm.) Baehni, 319
Pouteria reticulata (Engl.) Eyma, 327 Byttneria cordifolia Sagot, 267
Pouteria retinervis T.D.Penn., 328 *Herrania sp., 267
Pouteria rostrata (Huber) Baehni, 319 Sterculia duckeana da Silva & Coêlho, 266
Pouteria stipulifera T.D.Penn., 325 Sterculia excelsa Mart., 266
Pouteria torta (Mart.) Radlk. ssp. glabra T.D.Penn., 325 Sterculia frondosa Rich., 266
Pouteria venosa (Mart.) Baehni ssp. amazonica Sterculia pruriens (Aubl.) K.Schum., 266
T.D.Penn., 325 *Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K.Schum.,
Pouteria vernicosa T.D.Penn., 328 267
Pouteria virescens Baehni, 326 Theobroma subincanum Mart., 267
Pouteria williamii (Aubrév. & Pellegrin) T.D.Penn., 329 Theobroma sylvestre Mart., 267
CHECKLIST

Pradosia cochlearia (Lecomte) T.D.Penn. ssp. praealta


STRELITZIACEAE, 710
(Ducke) T.D.Penn., 321
Pradosia decipiens Ducke, 319 Phenakospermum guyanense (L.C.Rich.) Endl., 711
Pradosia schomburgkiana (A.DC.) Cronquist ssp. schom-
burgkiana, 321 STYRACACEAE, 335
Pradosia verticillata Ducke, 319 Styrax discolor M.F.Silva, 335
+Styrax guianense A.DC., 335 +Rinorea paniculata (Mart.) Kuntze, 297 769
Styrax squamulosa M.F.Silva, 335 +Rinorea pubiflora (Benth.) Sprague & Sandwith, 297
Rinorea racemosa (Mart.) Kuntze, 297
THEACEAE, 238
Ternstroemia dentata (Aubl.) Sw., 238 VISCACEAE
Ternstroemia urophora Kobuski, 238 Phoradendron crassifolium (Pohl ex DC.) Eichler, 470
Phoradendron inaequidentatum Rusby, 470
THEOPHRASTACEAE, 336
Clavija sp., 336 VITACEAE, 499
Cissus erosa L.C.Rich., 499
THURNIACEAE, 693 Cissus guyanensis Descoings, 499
Thurnia sphaerocephala Hook., 693
VOCHYSIACEAE, 512
THYMELAEACEAE, 416 Erisma bicolor Ducke, 514
Schoenobiblus daphnoides C.Mart. & Zucc., 416 Erisma bracteosum Ducke, 514
Erisma sp. 3, 515
TILIACEAE, 264 Qualea paraensis Ducke, 514
Apeiba echinata Gaertner, 264 Qualea sp. 1, 515
Lueheopsis rosea (Ducke) Burret, 264 Ruizterania albiflora (Warm.) Marcano-Berti, 514
Ruizterania cassiquiarensis (Spruce ex Warm.) Marcano-
TRIURIDACEAE, 652 -Berti, 514
Vochysia biloba Ducke, 515
Sciaphila oligantha Maas, 652
Vochysia rufescens W.A.Rodrigues, 515
Sciaphila picta Miers, 652
Vochysia vismiaefolia Spruce ex Warm., 515
Sciaphila purpurea Benth., 652
Vochysia sp. 2, 515
Sciaphila rubra Maas, 652
XYRIDACEAE, 690
TURNERACEAE, 298
Xyris jupicai Rich., 690
Piriqueta cistoides (L.) Meyer, 298
Turnera ulmifolia L., 298 ZAMIACEAE, 118
ULMACEAE, 195 Zamia ulei U.Dammer, 118
Ampelocera edentula Kuhl, 195
Trema micrantha (L.) Blume, 195

URTICACEAE, 218
Laportea aestuans (L.) Chew, 218
Pilea microphylla (L.) Liebm., 218

VERBENACEAE, 596
Aegiphila bracteosa Moldenke, 599
Aegiphila integrifolia M.Jacq.-Fél., 599
Aegiphila membranacea Turcz., 599
Aegiphila aff. microcalycina Moldenke, 599
Aegiphila sp. 1
Amasonia lasiocaulos Mart. & Schauer, 597
Gmelina arborea Roxb.
Lantana camara L., 597
Lantana cujabensis L., 597
Petrea bracteata Steudel, 599
Petrea brevicalyx Ducke, 599
Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl, 597
Vitex calothyrsa Sandwith, 598
Vitex duckei Huber, 598
Vitex aff. sprucei Briq., 598
Vitex sprucei Briq., 598
Vitex triflora Vahl, 598

VIOLACEAE, 295
Amphirrhox longifolia Spreng., 296
Leonia cymosa Mart., 296
Leonia glycycarpa Ruiz & Pav., 296
CHECKLIST

Paypayrola grandiflora Tul., 296


Rinorea amapensis Hekking, 297
+Rinorea camptoneura Melch., 297
Rinorea falcata (Mart. ex Eichler) Kuntze, 297
+Rinorea flavescens (Aubl.) Kuntze, 297
Rinorea guianensis Aubl., 296
Rinorea macrocarpa (Mart. ex Eichler) Kuntze, 297
770 ZINGIBERACEAE, 712
Renealmia floribunda K.Schum., 713

*Zingiber zerumbet (L.) Smith, 712


CHECKLIST
771
ÍNDICE ALFABÉTICO
A Actinostachys 97
pennula 111
Amarelinho 493
Amasonia
Abarema 362, Adelobotrys 438 lasiocaulos 596, 597
adscendens 440, 446 Ambelania
adenophora 33, 46, 374 marginata 67, 440, 446 acida 570, 581
cochleata 62, 364, 374 scandens 440, 446 duckei 49, 580, 581
curvicarpa Adenocalymna Ameju-preto 130
var. rodriguesii 378 impressum 609, 617 Amor-seco 413
floribunda 364, 377 subincanum 609, 617 Ampelocera 93
jupunba 364, 375 Adenophaedra edentula 195
laeta 364, 373 grandifolia 48, 491 Ampelozizyphus 47
mataybifolia 373 Adiantum 97 amazonicus 64, 78, 498
piresii 364, 375 amazonica 105 Amphirrhox
Abelmoschus 272 cajennense 105 longifolia 295, 296
Abiu 321, 330 terminatum 105 Anacardiaceae 28, 36, 38, 42, 46,
Abiurana 316, 317, 321, 326, 328, tomentosum 105 47, 48, 50, 53, 62, 520, 534,
329 Adiscanthus 544, 547
Abiurana-aquariquara 324 fusciflorus 71, 558 Anacardium
Abiurana-arana 326 Aechmea occidentale 544
Abiurana-bacuri 318 beeriana 706, 708 parvifolium 546
Abiurana-braba 330 bromeliifolia spruceanum 544, 546
Abiurana-caju 318 var. bromeliifolia 82, 708 Ananas
Abiurana-carnazal 325 contracta 82, 706, 709 comosus 706
Abiurana-casca-fina 324 mertensii 82, 709 Anaxagorea 121
Abiurana-cascuda 327 setigera 706, 708 brevipes 122, 133
Abiurana-cutiti 331 Aegiphila 598 manausensis 45, 132
Abiurana-da-casca-grossa 328 aff. microcalycina 599 phaeocarpa 133
Abiurana-gigante 324 integrifolia 596, 599 Anchiettea 295
Abiurana-goiabinha 316 membranacea 596, 599 Ancistrothyrsus
Abiurana-grande 328 Agonandra 466 tessmannii 67, 74, 299, 300, 301,
Abiurana-matá-matá 326 silvatica 45, 463, 466 305
Abiurana-roxa 327 Aiouea 157 Andira 53, 60, 397
Abiurana-seca 329 cf. grandifolia 153, 155, 175 micrantha 398, 407
Abiurana-vermelha 319 maguireana 63, 153, 155, 159 parviflora 37, 46, 398, 410
Abuta myristicoides 153, 155, 159 unifoliolata 361, 398, 404
grandifolia 190, 191 Alboboda 690 Andiroba 550, 556
grisebachii 44, 67, 77, 192 Alchornea 486 Andirobeira 556
imene 77, 190, 192 discolor 36, 487, 491 Andropogon
obovata 77, 193 Alchorneopsis bicornis 703
panurensis 64, 77, 190, 192 floribunda 48, 485, 487, 490 leucosthachyus 703
rufescens 62, 77, 190, 192 Aldina 53, 396 Anemopaegma
sandwithiana 190, 191 heterophylla 9, 33, 50, 361, 397, floridum 609, 620
Abutilon 272 foetidum 609, 621
Acacallis 398, 404, 745, 748
Alfavaca 600 oligoneuron 609, 618
fimbriata 730, 747 robustum 609, 617
Acacia 361, 362 Alfavaca-de-cobra 558
Alfazema 600 Angelim 8, 412
altiscandens 381 Angelim-comum 412
multipinnata 381 Algodoeiro 272
Alibertia 625 Angelim-da-mata 412
Açaí-chumbinho 667 Angelim-pedra 363, 375, 412
Açaí-da-mata 667 hispida 626, 645
myrciifolia 35, 626, 639 Angelim-rajado 363, 375
Acanthaceae 24, 600, 606 Angico-branco 375
Acapu 395 Allantoma 273, 274
lineata 41, 274, 281 Aniba 46, 150
Acapú-amarelo 406 aff. williamsii 152, 163
Acapurana 404 Allophyllus
cf. latifolius 521, 523, 525 burchellii 174
Acará-uba 323 canelilla 47, 65, 151, 157, 161
Acariçoba 562 sp. 1 37
Alternanthera 223 duckei 20
Acariquara 27, 464, 571 ferrea 43, 161
Acariquara-branca 575 sessilis 223
Amaioua 625 hostmanniana 33, 152, 162
Achuá 503 jenmanii 173
Acioa 345 corymbosa 646
guianensis 27, 646 megaphylla 162
Aciotis 438 panurensis 174
aequatorialis 440, 442 Amanoa 92, 487
gracillima 485, 486, 493 panurensis s.l. 174
ÍNDICE

circaeifolia 440, 442 parviflora 174


indecora 440, 442 guianensis 29, 492
Amapá 200, 201 riparia 174, 178
purpurascens 64, 440, 442 rosaeodora 20, 47, 151, 152, 155,
Açoita-cavalo 414 Amapá-mururé 201
Amaranthaceae 223 157, 174
Acrotrema 228
772 santalodora 36, 63, 161 Aristolochiaceae 62, 64, 78, 188 Azeitona 436
terminalis 152, 162 Arrabidaea 73
williamsii 40, 155, 163 chica 80, 608, 613, 619
Anisophyllaceae 41, 47, 340 cinnamomea 609, 612, 613 B
Anisophyllea egensis 609, 613
Babaçu 655
guianensis 340 fanshawei 609, 615
Bacaba 655, 667
manausensis 41, 340 inaequalis 70, 609, 623
Bacabinha 667
Annona japurensis 609, 615
nigrescens 609, 613, 614 Bactris 42, 653, 658
aff. excellens 67, 122, 128
prancei 63, 80, 608, 609, 615 acanthocarpa
amazonica 36, 128
trailii 48, 609, 614 var. exscapa 663
ambotay 128
triplinervia 80, 609, 615 var. trailiana 663
foetida 72, 129
Arraieira-branca 490 acanthocarpoides 655, 661
haematantha 121, 128
Arroz 700 balanophora 661
impressivenia 129
Artocarpus constanciae 661
Annonaceae 24, 26, 28, 29, 36, 37,
heterophyllus 196 cuspidata 662
38, 39, 41, 44, 45, 47, 48, 67,
Arumã 719 elegans 42, 662
92, 93, 121, 146, 273, 416
Arumã-canela-de-jacamim 719 gasipaes 655, 668
Anomalocalyx 46, 49, 92
Arumãzinho 718 gastoniana 656, 663
uleanus 485, 487, 492
Asclepiadaceae 49, 60, 76, 568, 569, hirta 655, 656, 662, 665
Anomospermum
572 killipii 663
solimoesanum 77, 190, 192
Asclepias maraja 42, 655, 661
Anthodiscus 236
curassavica 574 cf. ssp. chaetospathe 661
Anthodon 472
Aspidosperma 45, 49, 161, 568 schultesii 663
decussatum 44, 75, 473, 474
aracanga 576, 577 simplicifrons 655, 656, 662
Anthurium 561
desmanthum 45, 49, 569, 570, 576 syagroides 662
bonplandii 82, 679
excelsum 581 tomentosa 656, 662
eminens 672, 686
marcgravianum 570, 576, 581 Bacuri 244, 253
gracile 82, 672, 680
nitidum 27, 571, 576, 581 Bacuri-de-espinhos 253
pentaphyllum 672, 686 polyneuron 581 Bagassa 196
sinuatum 672, 686 sandwithianum 576, 577 Balata 331
trinerve 672, 680 schultesii 34, 576 Balata-brava 316, 317, 331
Antidaphne 467 sp. 570 Balata-rosadinha 316
amazonensis 470 sp. A 576, 577 Balizia 364
Antrophyum 97 sp. B 569, 576, 577 elegans 377
guayanense 114 spruceanum 33, 49, 569, 571, 576, pedicellaris 363, 364, 377
Aparisthmium 60 577 Bálsamo 335
cordatum 71, 81, 486, 487, 490 Aspleniaceae 97 Bambus 700
Apeiba Asplenium 97 Banana-brava 711
echinata 264 angustum 114 Banisteriopsis
Apiaceae 562 juglandifolium 107 martiniana 71
Apocynaceae 24, 25, 27, 28, 36, 37, salicifolium 107 var. subenervia 506, 508, 511
45, 46, 47, 48, 49, 65, 67, 76, serratum 114 wurdackii 75, 508, 511
251, 312, 568, 571, 578, 581, Asplundia Banksia 414
625, 632 sp. nov. 671 Batata 583
Apodanthes 467 vaupesiana 669, 670 Batata-doce 588
Aptandra 463 xiphophylla 670, 671 Batata-maira 481
tubicina 36, 463, 465 Assacu 485 Batemannia
Apteria Asteraceae 24, 50, 298, 648
colleyi 731, 746
aphylla 726, 727 Astrocaryum 42, 658
Batesia 53, 361, 382
Apuí 255, 256 acaule 655, 656, 660
floribunda 70, 71, 383, 395
Apuí-grande 256 aculeatum 42, 653, 655, 660
Batinga 320
Aquifoliaceae 45, 46, 93, 463, 477 gynacanthum 42, 655, 656, 660
Batiputá 360
Arabá-preto 405 murumuru
Bauhinia 52, 79, 361, 381, 467
Arabá-vermelho 405 var. ferrugineum 655, 656,
alata 382, 387
Araçá-boi 418 660
sciophilum 8, 655, 660, 666 coronata 387
Araçá-pera 418
Astronia 438 cupreonitens 79, 386
Araceae 10, 24, 25, 40, 50, 53, 60,
Astronium 544 guianensis 386
61, 62, 73, 82, 561, 672, 714
le-cointei 545 rutilans 382, 387
Araeococcus
Ata-brava 130 sp. 1 386
micranthus 706, 709
Attalea 653 sp. 2 386
Araliaceae 26, 52, 60, 61, 62, 561
attaleoides 8, 655, 657, 666 sp. 3 79, 386
Arara-seringa 491
maripa 666 sp. 6 387
Arataciú-preto 492
microcarpa 9, 654, 655, 657, 666 sp. 7 387
Arecaceae 29, 42, 53, 64, 73, 653
speciosa 655 Baunilha 729
Aristolochia
Baunilhinha 749
ÍNDICE

aff. rumicifolia 188, 189 Aveia 700


Avena 700 Becquerelia
ruiziana 188, 189
Averrhoa 560 cymosa 697
silvatica 78, 188, 189
carambola 560 Bellucia 50, 438, 721
dichotoma 50, 440, 447
grossularioides 39, 451 longifolium 201 goetheanus 35, 420, 422, 423, 773
Benjoim 335 parinarioides 429
Bernadina 341 ssp. parinarioides 65, 83, sp. 1 422, 429
Bertholletia 275 200 Calyptranthes
excelsa 21, 273, 286 potabile 41, 83, 201 cf. forsteri 418, 421, 422
Bifrenaria rubescens 41, 47, 49, 197, 200 cf. macrophylla 32, 419, 434
longicornis 730, 746 utile 49 cf. multiflora 433, 434
rudolfii 731, 746 ssp. ovatifolium 197, 200 creba 419, 421, 422, 431
Bignoniaceae 25, 29, 38, 47, 48, 52, Brunfelsia 583 cuspidata 35, 419, 420, 422, 428
62, 63, 70, 72, 73, 80, 81, 608 martiana 584, 587 sp. 1 422, 434, 435
tribo Bignonieae 608 Buchenavia Calyptrocarya
tribo Schlegelieae 608 cf. macrophylla 459 bicolor 699
tribo Tecomeae 608 congesta 72, 461 poeppigiana 695, 698
Biphytum 560 grandis 70, 459, 460 Camellia
Biribá-bravo 128 guianensis 39, 72, 459, 460, 461 sinensis 238
Bixa macrophylla 44, 70, 72, 461 Campnosperma 544
orellana 258 ochroprumna 460 gummiferum 36, 50, 546
Bixaceae 258 parvifolia 460, 461 Campylocentrum
Blakea 438 sericocarpa 460 fasciola 728, 730, 741
rosea 439, 446 tomentosa 459, 461 hondurense 731, 741
Blechnaceae 97 Buriti 9, 655, 659 micranthum 731, 740
Blepharocalyx Buritirana 659 Campyloneurum 97
eggersii 29, 421, 422, 431, 433 Burmanniaceae 84, 652, 725 phyllitidis 114
Blepharodon Burseraceae 24, 45, 46, 47, 50, 52, 53, Campylosiphon
nitidum 573 62, 69, 83, 520, 534, 550 purpurascens 726
Bocageopsis 48 Bussú 668 Camu-camu 418
multiflora 38, 121, 122, 126 Buva 651 Cana-de-açúcar 700
pleiosperma 126 Buxixu-anil 450 Canela-de-jacamim 297
Bocoa Byrsonima 505 Canela-de-velha 448
alterna 53, 409 chrysophylla 511 Canela-de-velho 297
viridiflora 37, 398, 404 crispa 58, 506, 511 Canela-sassafrás 151
Bombacaceae 32, 38, 42, 44, 45, 47, duckeana 58, 67, 506, 510 Cânfora 151
52, 62, 67, 268, 561 garcibarrigae 506, 511 Caniceiro-preto 130
Bombacopsis 268 incarnata 45, 58, 506, 510 Cano-de-São-João 620
macrocalyx 45, 268, 270 poeppigiana 510 Canudo-de-São João 616
nervosa 268, 269, 270 Byttneria 70, 265 Capiçoba 650
Bonafousia cordifolia 71, 266, 267 Capim-santo 700
muelleriana 581 Capirona 625
undulata 581 decorticans 645
Bonnetia 238 C Capparaceae 310
Bonyunia 563 Capparis
Caá-membeca 519
aquatica 564 Caá-pitiú 146, 148 grandipetala 310
Boraginaceae 24, 26, 44, 46, 47, 72, Caçari 418 spinosa 310
81, 592 Cacau 265 Capsicum 583
Borojoa Cacauí 267 Caquí 333
claviflora 626, 645 Cactaceae 25, 222 Cará 723
Botryarrhena Cactoblatsis 222 Caraipa 244
pendula 34, 641 Café 625 costata 245, 250
Bougainvillea 220 Caferana 549 densifolia 251
Brabejum 414 Caiaué 668 grandifolia 40, 50, 245, 250
Brasa 589 Cajurana 326 heterocarpa 245, 251
Brassavola Calathea 714, 715, 721 odorata 34, 245, 251
sp. 741 aff. mansonis 714, 715, 721 punctulata 250
Brazil-nut 273 aff. panamensis 714, 715, 721 rodriguesii 49, 245, 250
Bredemeyera 516 altissima 715, 720 valioi 245, 251
myrtifolia 516, 518 cannoides 715, 720 Carambola 560
Breu 534 sp. 1 714, 715, 720 Caramuri 320, 326
Bromelia zingiberina 714, 715, 720 Caranaí 659
tubulosa 708 Calliandra 362 Carapa 550
Bromeliaceae 25, 64, 82, 693, 706 tenuiflora 375 guianensis 62, 71, 551, 556
subfam. Bromelioideae 706 Callichlamys 48 Carapanaúba 576
subfam. Pitcairnioideae 706 latifolia 609, 614, 617 Cardeiro 268, 271
subfam. Tillandsioideae 706 Calophyllum 244 Cariniana 29
Brosimum aff. brasiliense 38, 39, 49, 65, 245, decandra 285
acutifolium 252 integrifolia 273, 274, 286
ÍNDICE

ssp. interjectum 197, 201 Calycolpus micrantha 39, 274, 287


guianense 197, 201 cf. revolutus 420, 422, 429, 431 Caripé 354, 355, 356, 359
lactescens 59, 197, 201 Caripé-rana 357
Cariperana 356, 359
774 Carludovica Ceboleira 255 venezuelanus 71, 348, 358
palmata 669 Cecropia 61 Chrysophyllum 47, 312
Caroá 706 concolor 215 amazonicum 43, 313, 321
Carpotroche 93 distachya 215 colombianum 35, 313, 322
crispidentata 69, 288, 289, 292 latiloba 215 manaosense 39, 313, 322
Caruru-amargoso 650 purpuracens 81 pomiferum 46, 313, 314, 329
Caryocar purpurascens 59, 210, 215 prieurii 67, 313, 322
brasiliense 236 sciadophylla 45, 211, 215 sanguinolentum
glabrum 45 Cecropiaceae 25, 29, 33, 45, 46, 47, ssp. balata 313, 331
ssp. glabrum 36, 237 48, 52, 59, 61, 64, 67, 72, 81, 210, ssp. sanguinolentum 313,
ssp. parviflorum 236, 237 561 331
pallidum 236, 237 Cedrela 550 ssp. spurium 32, 313, 331
villosum 34, 69, 236, 237 fissilis 550, 556 sparsiflorum 313, 314, 318
Caryocaraceae 29, 36, 45, 52, 69, Cedrelinga ucuquirana-branca 67, 331
236 catenaeformis 71, 363, 373 Chumbinho 596
Caryodaphnopsis 151 Cedro 550, 556 Cidreira 600
Caryophyllaceae 224 Cedrorana 373 Cinchona
Casca-doce 320 Ceiba officinale 625
Casca-preciosa 161 pentandra 42 Cinnamomum
Casearia 93 Celastraceae 37, 40, 59, 92, 471, 472 camphora 151
arborea 289 Centratherum verum 151
combaymensis 292 punctatum 298, 651 Cipó-abiu 590
commersoniana 292 Centrosema Cipó-cachiado 622
decandra 292 brasilianum 60, 400 Cipó-calango 621
duckeana 47, 69, 288, 289, 290 Cerú 281, 286 Cipó-cravo 619
grandiflora 289, 292 Cervejeira 498 Cipó-cruz 608
javitensis 59, 288, 290 Cespedesia 233 Cipó-cururu 620
manausensis 59, 288, 292 spathulata 59, 235 Cipó-d'água 228
mariquitensis 289, 292 sprucei 59, 233, 235 Cipó-de-fogo 228
negrensis 289, 291 Cespedezia Cipó-de-peneira 618
pitumba 289, 290 sprucei 69 Cipó-de-quadra 622
resinifera 47, 289, 291 Chamaecrista 70, 385 Cipó-escova 381
sylvestris 288, 289, 291 adiantifolia 382, 393 Cipó-peludo 613
ulmifolia 71, 290 negrensis 383, 390 Cipó-taia 184
Casimirella Chamaesyce 218, 485 Cipó-tuíra 606
rupestris 44, 78, 478, 479, 481 hirta 497 Cipoal 255
Cassia 382, 385 hyssopifolia 485, 486, 496 Cissampelos
rubriflora 41, 383, 393 Chanana 298 andromorpha 190, 191
spruceana 383, 391 Chaunochiton Cissus
Cassipourea 462 kappleri 47, 463, 465 erosa 63, 74, 499
guianensis 462 Cheiloclinium guyanensis 69, 499
Cassytha 150 belizense 475 Citrullus 307
Castanha-curupira 463 hippocrateoides Cladocolea 467
Castanha-de-galinha 345, 359 63, 75, 472, 473, 476 micrantha 468, 470
Castanha-do-Pará 21, 273, 286 Chiadoras 48 Clarisia
Castanha-jacaré 287 Chichuá 471 ilicifolia 69, 197, 198, 205
Castanha-jarana 285 Chimarrhis 48 racemosa 29, 41, 197, 198, 205
Castanha-vermelha 279, 322 barbata 626, 641 Clavija 299
Catasetum 747 duckeana 641 sp. 69, 336
barbatum 730, 747 Chloris Cleome
gnomus 730, 747 sp. 1 705 aculeata 310
rivularium 730, 747 Chlorocardium Clidemia 438
tigrinum 729, 731, 732, 747 rodiaei 151 bullosa 440, 443
Cathedra 463 Chomelia capitellata 440, 443
acuminata 464 estrellana 42, 626, 643 epibaterium 69, 440, 446
Catostemma malaneoides 42, 626, 643 hirta 440, 444
albuquerquei 271 tenuiflora 643 japurensis 440, 441, 444
milanezii 45, 271 Chondodendron novemnervia 67, 440, 444
sclerophyllum 271 tomentosum 190 rubra 440, 444
Catuaba 118 Chorisia 268 Clitoria 52, 60, 79
Caucho 328 Chromolaena javitensis 399, 400
Cayaponia 74, 307, 308 maximilianii 648, 650 leptostachya 60, 79, 399, 400
botryocarpa 308 Chromolucuma 312 Clusia 65, 244, 251, 316, 504, 512, 513
duckei 71, 307, 308 rubriflora 59, 313, 318 amazonica 245, 254
rigida 74, 307, 308 Chrysobalanaceae 18, 24, 26, 28, 29, grandiflora 244, 245, 247, 256
ÍNDICE

sp. 1 308 36, 37, 38, 39, 40, 41, 45, 46, 47, insignis 49, 245, 247, 256
Cebola-brava 256 48, 59, 63, 65, 67, 70, 72, 81, 83, leprantha 256
Cebola-grande 256 92, 150, 335, 345, 349, 354, 501 nemorosa 245, 255
Cebola-grande-do-mato 256 Chrysobalanus 345, 347
panapanari 245, 256 sp. 2 593, 594 Cumaru-ferro 411 775
penduliflora 245 sp. 5 594 Cumarurana 409, 411
renggerioides 245, 255 sp. 8 595 Cupania 524
scrobiculata 49, 245, 254 Corezeiro 376 hispida 521, 524
spathulaefolia 49, 245, 254 Corynostylis scrobiculata 79, 521, 524
Clusiaceae 24, 25, 28, 29, 38, 39, 40, arborea 295 sp. 1 521, 524
43, 46, 47, 49, 50, 67, 70, 244, Corythophora Cuparana 351
251, 312, 417 alta 274, 282 Cuphea 437
Clusiella 244 rimosa 39 antisyphilitica 415
axillaris 245, 254 ssp. rimosa 274, 287 carthagenensis 415
Clytostoma Costaceae 712 mesostemon 415
binatum 609, 616 Costus ramulosa 415
Cnestidium 341 aff. arabicus 712, 713 Cupiúba 471
Coccoloba congestiflorus 712, 713 Cupuaçu 265, 267
cf. parimensis 60, 226 sprucei 713 Cupuí 267
confusa 225, 227 Couepia 47 Curare 190, 563
sp. 1 60, 225, 227 bracteosa 345, 346, 348, 352 Curarea
sp. 2 225, 227 canomensis 83, 346, 348 toxicofera 190
sp. 3 60, 226 elata 346, 350 Curatella 228
sp. 4 227 guianensis 37, 48 Curupira
tefeensis 463
sp. 5 225, 227 ssp. divaricata 346, 353
Curupiramirá 498
Cocculus 190 ssp. glandulosa 354
Cuspidaria
Cochlidium 97 ssp. guianensis 346, 354
subincana 609, 614, 619
linearifolium 113 habrantha 347, 352
Cutiriba-do-amarelo 325
serrulatum 103 longipendula 26, 28, 345, 348, 359
Cutitiriba-rana 325
Codonanthe magnoliifolia 37, 67, 346, 348, 352
Cyatheaceae 97
calcarata 69, 82, 602, 605 obovata 67, 347, 348, 354
Cyathula
crassifolia 71, 82, 602, 603, 605 parillo 346, 348, 350 prostata 223
Codonanthopsis robusta 67, 348, 352 Cybianthus
dissimulata 602, 603, 605 ulei 346, 348, 352, 353 guyanensis 71, 339
ulei 71, 82, 602, 603, 605 Couma 47, 570, 571, 581 pseudoicacoreus 45, 337, 338
Coffea guianensis 569, 575 sp. 1 339
arabica 625 utilis 569, 575, 581 sp. 2 337, 339
Combretaceae 26, 39, 44, 46, 47, 67, Couratari 274 sp. 3 338
70, 72, 76, 81, 459 guianensis 278 sp. 5 337, 339
Combretum longipedicellata 278 sp. 6 337, 338
laxum 67, 76, 459, 460 multiflora 274, 278, 279 sp. 9 337, 338
Commelina stellata 36, 274, 278 Cyclanthaceae 9, 25, 53, 61, 62,
erecta 691 tauari 44, 278 654, 669
Commelinaceae 691 Coussapoa 25 subfam. Carludovicoideae 669
Compsoneura 139 asperifolia 59 subfam. Cyclanthoideae 669
ulei 136, 138, 140 ssp. magnifolia 210, 211, Cyclanthus
Conceveiba 484 217 bipartitus 669, 670
guianensis 485, 486, 491 ssp. rhamnoides 210, 216 Cyclodium 97
martiana 33, 59, 64, 81, 485, 486, latifolia 211, 217 meniscioides
487, 490 orthoneura 210, 216, 217 var. meniscioides 107
Connaraceae 48, 52, 53, 62, 83, 341, sprucei 210, 211, 216, 217 Cydista
396, 520 trinervia 46, 211, 216 aequinoctialis 80, 609, 617, 619
Connarus Coussarea Cymbocarpa
perrottetii 48, 62, 83, 341, 343 ampla 626, 640 refracta 727
Convolvulaceae 25, 67, 464, 588 revoluta 642 saccata 725
Conyza Crajirú 613 Cymbopetalum
bonariensis 651 Crepidospermum euneurum 121, 122, 129
Copaíba 395 rhoifolium 534, 542 Cymbopogon
Copaifera 53, 382 Croton citratus 700
multijuga 384, 395 draconoides 490 Cynodon
Coquirana 331 glandulosus 71, 485, 496 dactylon 705
Coquirana-branca 331 lanjouwensis 38, 48, 71, 485, 486, Cyperaceae 24, 64, 73, 693, 694
Coração-de-negro 410 494 Cyperus
Corchorus 264 lobatus 69, 486, 496 luzulae 695, 698
Cordia 26 palanostigma 486, 487 papirus 694
cf. naidophylla 44, 595 Cubiu 583 surinamensis 695, 698
exaltata 592, 594 Cucumis 307
fallax 46, 595
goeldiana 592, 594
Cucurbita 307
Cucurbitaceae 25, 64, 70, 73, 74, 190, D
ÍNDICE

hirta 592, 595 299, 307, 499 Dacryodes 534, 535


naidophylla 595 Cucutiriba-folha-peluda 322 cuspidata 543
nodosa 72, 592, 593 Cumaru 411 nitens 542
panicularis 594 Cumaru-amarelo 411 sp. nov. 543
776 Dalbergia 397 caryophyllaceum 151 magnificus 69, 231, 232
multiflora 50, 79, 403 manausense 152, 154, 177 spraguei 230
Dalechampia 60, 484, 485, 487 Dieffenbachia Dorstenia 196
olympiana 495 elegans 673, 675 Douradinha 601
parvibracteata 485, 486, 495 sp. 1 673, 675 Dracontium
sp. 1 60, 495 Digitaria longipes 685
Danaea 97 horizontalis 704 sp. 673
elliptica 106 sp. 1 704 sp. 1 685
Daphnopsis 416 Dilkea 40, 299, 301, 336 sp. 2 685
Datura 583 johannesii 300, 302 Dryadella
Davalliaceae 97, 103 retusa 74, 300, 302 osmariniana 730, 734
Davilla 228 sp. 1 74, 300, 302 Drymaria
cf. cuspidulata 231 Dilleneidae 21 cordata
kunthii 229, 231 Dilleniaceae 25, 60, 69, 228, 231 ssp. cordata 224
rugosa 231 Dima 494
Drymonia 612
Dendrobangia 93 Dimorphandra 361
coccinea 602, 604
boliviana 478, 479, 481 coccinea 394
Dryopteridaceae 97
Dendropanax ignea 37, 383, 394
Drypetes
cf. macropoda 561 parviflora 394
pennigera 41, 382, 384, 394 variabilis 485, 486, 493
Dennstaedtiaceae 97, 105 Duckeodendraceae 27, 92, 582
Derris sp. 1 394
Dinizia 361, 362 Duckeodendron
amazonica 397, 399, 401 cestroides 27, 582
excelsa 8, 26, 34, 363, 375, 378
negrensis 50, 397, 399, 401 Duckesia 501
Dioclea 397
Desmodium 396, 560 verrucosa 501, 502
megacarpa 79, 400, 401
adscendens 398, 413 Duguetia 47, 121, 130
Dioon
barbatum 398, 413 arenicola 123, 131
edule 118
sp.1 398, 413 asterotricha 121, 123, 131
Dioscorea
Desmoncus 42, 653, 656 calycina 130
trifida 723, 724
orthacanthos 659 laxiflora 723, 724 flagellaris 122, 130
polyacanthos 655, 656, 659 sp. 2 62, 724 megalocarpa 127
Dialium 53, 382 sp. 3 724 pycnastera 122, 131
guianense 384, 395 sp. 4 724 riparia 121, 130
Dichaea 728 spicata 64, 723, 724 stelecantha 67
aff. trulla 740 Dioscoreaceae 62, 64, 723 stelechantha 121, 122, 130
anchoraelabia 731, 740 Diospyros surinamensis 122, 127, 135
brachyphylla 730, 740 bullata 332, 334 trunciflora 37, 131
panamensis 730, 731, 740 capreifolia 332, 334 ulei 121, 130
Dichapetalaceae 46, 59, 78, 92, 482 carbonaria 40, 333 Dulacia 93
Dichapetalum cavalcantei 67, 334 candida 464, 466
coelhoi 482 guianensis 71, 333 guianensis 39, 47, 463, 464
odoratum 78, 482 kaki 333 Duroia
rugosum 483 manausensis 333 gransabanensis 626, 646
spruceanum 35, 59, 78, 482, 483 vestita 33, 332, 334 longiflora 633
Dichorisandra 691 Diplasia macrophylla 626, 633
sp. 1 691 karataefolia 694, 695, 697 saccifera 72, 625, 626, 633
sp. 2 691 Diplotropis
Dystovomita
Diclinanona 121, 135 martiusii 398, 408
brasiliensis 245, 247
calycina 122, 134 triloba 33, 398, 408
Dicorynia 53, 382
paraensis 40, 395
Dipteryx 53, 361
magnifica 50, 397, 399, 411
E
Dicranoglossum 97 odorata 45, 399, 411 Ebenaceae 40, 47, 67, 92, 332
desvauxii 110, 111 polyphylla 83, 396, 399, 411 Ecclinusa 312
Dicranopteris 97 punctata 83, 397, 411 guianensis 59, 314, 318
pectinata 108 Discophora 478 Eichleria 560
Dicranostyles guianensis 479, 480 Elaeis
ampla 77 Disciphania oleifera 668
densa 591 lobata 190, 191 Elaeocarpaceae 28, 37, 41, 44, 45,
falconiana 590 Distictella 612 46, 47, 62, 69, 258, 264
globostygma 588, 590 elongata 609, 620 Elaeocarpus 258
holostyla 590 magnoliifolia 609, 621 Elaeoluma
integra 588, 591 parkerii 609, 620 nuda 49, 313, 314, 325
laxa 591 Distictis 612 Elaphoglossum 97
longifolia 588, 590 pulverulenta 63, 80, 609, 620 discolor 112
scandens 589 Doliocarpus 228 flaccidum 113
sericea 67 amazonicus 77, 229, 230 glabellum 113
ÍNDICE

sp. 1 588, 591 brevipedicellatus 77, 229, 230 luridum 112


Dictyostega dentatus 229, 230 obovatum 112
orobanchoides 725, 727 hispidobaccatus 232 plumosum 112
Dicypellium 150, 153 macrocarpus 229, 232 raywaense 113
styriacum 112 sp. 1 703 florida 65, 418, 419, 422, 430 777
Eleocharis Erechtites malaccensis 422, 436
filiculmis 695, 697 hieracifolia 650 omissa 35, 422, 430
Elephantopus Eremelopidaceae 467 patrisii 418, 420, 421, 422, 430
funckii 649 Ericaceae 48, 78, 311 protenta 420, 422, 427
mollis 649 Eriocaulaceae 690, 692 pseudopsidium 417, 418, 421,
Elizabetha 382 Eriotheca 268 422, 433
speciosa 60, 383, 384, 393 globosa 269, 270 punicifolia 418, 420, 421, 422,
Embothrium 414 longitubulosa 45, 270 424
Emmotum 93 Erisma sp. 1 421, 422, 434
acuminatum 478, 479, 480 bicolor 513, 514 sp. 2 34, 419, 422, 428
aff. nitens 46, 47, 478, 479, 80 bracteosum 513, 514 sp. 3 35, 418, 419, 422, 429
Encyclia calcaratum 512 sp. nov. 419, 422, 426
fragans 731, 745 sp. 1 46 stipitata 418
sp. 1 730, 745 sp. 3 512, 515 stylaris 422
Endlicheria 152, 173 Ertela 52 subterminalis 27, 420, 422, 424
aff. punctulata 174, 178 trifolia 310, 557, 558 tapacumensis 420, 422, 431
aff. szyszylowiczii 153, 170 Erva-grossa 649 uniflora 418
bracteata 155, 163 Ervilha 397 Euphorbia 484, 497
bracteolata 153, 169 Erythroxylaceae 47, 59, 500 Euphorbiaceae 3, 24, 27, 29, 36,
chalisea 150, 153, 154, 163 Erythroxylum 37, 38, 46, 48, 49, 52, 59, 60,
citriodora 41, 46, 47, 157, 164 citrifolium 500 62, 64, 69, 70, 81, 92, 93, 195,
longicaudata 153, 154, 177 coca 218, 258, 293, 484, 497, 561
macrophylla 163 var. ipadu 500 Euplassa 414
multiflora 67 macrophyllum 500 Euterpe
pyriformis 33, 154, 177 mucronatum 59, 500 catinga 667
sericea 169 Escada-de-jabuti 382, 387 precatoria 654, 655, 667
sprucei 153, 165 Eschweilera 273 Evodianthus
tessmannii 153 amazoniciformis 38, 277 funifer 669, 670, 671
Endopleura atropetiolata 273, 275, 279 Exarata 612
uchi 69, 501, 502 bracteosa 280 Exellodendron 345
Entada 73, 361, 362 carinata 34, 275, 282
polyphylla 365, 381 collina 277
Enterolobium coriacea 281 F
schomburgkii 33, 378 cyathiformis 281
Faramea
Envira 126, 129, 130, 273 grandiflora 274, 275, 280
capillipes 626, 644
Envira-amarela 134 laevicarpa 283
corymbosa 644
Envira-ata 129 micrantha 275, 280
platyneura 625, 626, 644
Envira-bobó 128, 135 pedicellata 275, 279
sp. 644
Envira-cajú 127, 128 pseudodecolorans 41, 283
torquata 626, 641
Envira-dura 127 rankini 282
Faveira-amargosa 408
Envira-fofa 135 rhodrodendrifolia 275, 277
Faveira-arara-tucupi 377
Envira-preta 126, 130, 131, 132, 133, romeu-cardosoi 33, 63, 275, 277
Faveira-benguê 377
134, 135 sp. nov. 1 275, 281, 284
Faveira-camuzé 378
Envira-rolinha 134 tessmannii 276, 277, 280
Favinha 405
Envira-roxa 133 truncata 275, 281
Feijão 397
Envira-surucucu 126 wachenheimii 20, 280
Ferdinandusa
Envira-surucucu-da-mata 131 Escorrega-macaco 388
goudotiana 642
Envira-surucucu-folha-miúda 126 Esponjeira 377
hirsuta 646
Envira-taia 127, 128 Eucalyptus 417
Ficus 25, 70, 244
Envireira 126, 128, 129, 132, 133, sp. 422, 436
subg. Urostigma 196
134 Euclea 332
albert-smithii 206
Epena 136 Eugenia
amazonica 208
Eperua 50, 382 aff. citrifolia 418, 421, 422, 435
cremersii 49, 197, 207
duckeana 384, 391 agathopoda 422, 431
duckeana 206
glabriflora 383, 384, 390 anastomosans 421, 422, 435
gomelleira 197, 206
Ephedranthus 121 biflora 419, 421, 422, 425
greiffiana 197, 209
amazonicus 45, 122, 127 cf. feijoi 65, 420, 422, 425
guianensis 197, 209
Epidendrum 743 cf. ferreiraeana 418, 420, 422, 434
hebetifolia 59, 207
compressum 730, 738 cf. illepida 422, 427
krukovii 197, 208
latifolium 738 cf. longiracemosa 35, 418, 419, 421,
mathewsii 197, 209
nocturnum 731, 739 422, 430
maxima 207
rigidum 730 cf. ramiflora 422, 424
obtusifolia 208
sculptum 730, 739 cf. stylaris 427
pakkensis 207
smaragdinum 82, 731 chartacea 432
panurensis 206
ÍNDICE

strobiliferum 730, 731, 738 citrifolia 45, 422, 430


paraensis 197, 208
Epiphyllum cupulata 422, 427
pertusa 208
phyllanthus 222 cuspidifolia 418, 420, 422, 433
piresiana 207
Eragrostis diplocampta 420, 422
subapiculata 197, 209
778 trigona 71, 197, 206 Goiaba-de-anta 447, 451, 721
Filicopsida 97 Goiabarana 432 H
Fimbristylis Gomphrena 223 Habenaria
dichotoma 695, 697 Gossypium 272 sp. 1 730, 749
Flacourtiaceae 24, 27, 28, 47, 59, Gouania 73, 78, 498 Haploclathra
69, 70, 93, 258, 288, 293, 295, Goupia paniculata 245, 250
305 glabra 40, 59, 92, 471 Havetiopsis
Forsteronia 571 Grammitidaceae 97 flavida 245, 247, 255
acouci 72, 76, 569, 574 Grão-de-macaco 516, 517 Hazomalania 180
gracilis 72, 569, 570, 574 Gravatá-de-pau 708 Hebepetalum 501, 504
sp. 2 569, 572 Graviola-da-mata 129 humiriifolium 62, 504
Fuchsia 437 Graviola-brava 129 Hecistopteris 97
Fuirena Grevillea 414 pumila 99
umbellata 696 Guajará 318 Heisteria 93
Fusaea 121 Guapira barbata 463, 465
longifolia 45, 122, 126 sp. 1 221 densifrons 463, 465
Guaraná 520 duckei 465
G Guarararana 613
Guarea 52, 556
laxiflora 464
scandens 463
Gaivotinha-de-leite 489 carinata 554 Helianthostylis
Gameleira 216 cf. cinnammomea 34, 554 sprucei 202
Gameleira-branca 207 convergens 63, 550, 551, 555 Heliconia
Garcinia crispa 554 acuminata 710, 711
gardneriana 253 guidonia 554 psittacorum 710, 711
madruno 49, 245, 253 humaitensis 551, 554 Heliconiaceae 710
Gardenia 625 pubescens 43 Helicostylis
Garrote 200 ssp. pubescens 550, 551, 555 elegans 197
Geissospermum 161, 568, 570, 571, scabra 43, 551, 555 scabra 198, 203
574, 581 silvatica 39, 63, 550, 551, 555 tomentosa 47, 197, 202
argenteum 27, 569, 575 trunciflora 551, 554 turbinata 197, 203
urceolatum 575 Guariúba 205 Helmontia
Genipa Guariúba-folha-fina 201 cf. leptantha 74, 309
americana 625 Guatteria 121, 146, 416 Henriettea 438
Geniparana 282 aff. decurrens 127 granulata 64, 440, 447
Genlisea 624 aff. procera 135 ramiflora 39, 440, 447
Gentianaceae 84, 566, 652 citriodora 134 Henriettella 438
Geonoma 653, 658 discolor 67, 134 caudata 440, 451
aspidiifolia 654, 655, 657, 665 foliosa 122, 134 Henriquezia
deversa 664 guianensis 127 verticillata 34, 58, 71, 625, 626,
maxima 665 megalophylla 122, 132 632
var. chelidonura 654, 655, meliodora 127 Hernandia 180
657, 664 olivacea 122, 135 Hernandiaceae 180
var. maxima 654, 655, 657, scytophylla 134 subfam. Gyrocarpoideae 180
664 sp. 1 135 subfam. Hernandioideae 180
var. spixiana 654, 655, 657, sp. 2 122, 133 Herrania 267
664 sp. 3 41, 135 Heteropsis
sp. 1 665 Guatteriopsis 121 flexuosa 673, 677
sp. 2 665 blepharophylla 67, 122, 132 macrophylla 677
stricta 665 friesiana 132 riedelianum 673, 676
Geophila hispida 122, 132 sp. 1 673, 676
cordifolia 627, 631 Gurania spruceanum 673, 677
repens 631 bignoniacea 69, 74, 307, 309 steyermarkii 673, 674, 677
Gesneriaceae 25, 69, 70, 73, 82, cf. brevipedunculata 309 tenuispadix 673, 677
602 eriantha 309 Heterosmilax 722
Gevuina 414 huebneri 307, 309 Hevea 3, 52, 484
Gibsoniothamnus 612 Gustavia 273, 274, 276 guianensis 47, 49, 486, 489
Glandonia elliptica 44, 47, 274, 282 Hexapterella
macrocarpa 505, 506, 511 hexapetala 274, 282 gentianoides 726
Gleicheniaceae 97 Guzmania Hibiscus 272
Glossocalyx 146 brasiliensis 707 Hicksbeachia 414
Glycidendron 49 lingulata Hillia
amazonicum 485, 486, 490 var. minor 707 sp. 1 631
Gnetaceae 49, 63, 76, 119 Gymnosiphon ulei 627, 631
Gnetum breviflorus 725, 727 Himatanthus 568, 571, 581
nodiflorum 76, 119, 120 divaricatus 725, 727 bracteatus 578
ÍNDICE

paniculatum 63, 76, 119, 120 minutus 84, 726 stenophyllus 37, 578
schwackeanum 120 tenellus 725, 726 sucuuba 49, 569, 578
urens 120 Gyrocarpus 180 Hippocratea 476
Goiaba 418 Hippocrateaceae 25, 44, 47, 48, 63,
75, 472, 476 sp. 1 46, 477 macrophylla 36, 138, 142 779
Hiraea 58, 505 Illigera 180 paradoxa 48, 138, 142
affinis 508 Imbaúba 214, 215 paraensis 138, 143
schultesii 58, 75, 508, 510 Imbaúba-benguê 213 polyneura 138, 141
Hirtella 59, 72, 345, 348 Imbaúba-branca 213, 215 sagotiana 138, 141
sect. Myrmecophila 349 Imbaúba-da-mata 213 ulei 138, 139, 140, 142, 143
bicornis 347, 358 Imbaúba-da-várzea 215 Ischnosiphon 721
duckei 59, 72, 345, 349 Imbaúba-do-vinho 212 aff. obliquus 715, 719
fasciculata 351 Imbaúba-roxa 215 gracilis 715, 718
hispidula 59, 350 Imbaubarana 213, 214 martianus 715, 719
myrmecophila 345, 349 Imbaubarana-branca 213 puberulus 715, 718
physophora 345, 349 Imbaubarana-folha-peluda 213 var. scaber 715, 719
racemosa 349 Imbuia 151 var. verruculosus 714,
rodriguesii 345, 347, 350 Inajá 666 718
Homolepis Inga 5, 46, 52, 70, 361, 373, 374 sp. 1 719
aturensis 702 alba 32, 50, 362, 365, 369 Isertia 625
Hortia 26 bicoloriflora 62, 371 hypoleuca 626, 632, 638
longifolia 45, 557, 558 capitata 41, 365, 372 Itauba 151, 160
superba 558 cayennensis 367 Itauba-abacate 160
Huberodendron chrysantha 81, 363, 365, 367 Ituá 119, 120
swietenioides 44, 271 cordatoalata 365, 368 Ixora 625
edulis 363, 365, 366
Hugonia 504 intensa 626, 642
glomeriflora 371
Hugoniaceae 47, 93, 501, 504 ulei 626, 642
gracilifolia 44, 372
Humiria 93
grandiflora 40, 365, 367
balsamifera
var. floribunda 501, 503
huberi 371
lateriflora 40, 41, 365, 369
J
Humiriaceae 28, 45, 46, 47, 48, 69,
laurina 362, 365, 371 Jaborandi 557
93, 501
leiocalycina 370 Jabuticaba 418
Hura longiflora 365, 367 Jaca 196
crepitans 485 macrophylla 365, 367 Jaca-branca 205
Hybanthus 295 marginata 368 Jaca-brava 205
Hydrocotyle melinonis 365, 369 Jacaranda 53, 611
umbellata 562 obidensis 40, 365, 368 copaia 38, 609, 611
Hylenaea 472 panurensis 372 Jacareúba 244, 252
praecelsa 475 paraensis 363, 365, 371 Jacitara 659
Hylospathe pezizifera 365, 370 Jacquiniella
elegans 655 rhynchocalyx 369 globosa 731, 739
Hymenaea 52, 361, 382, 383 rubiginosa 370 Jambu 651
intermedia 384, 389 splendens 365, 369 Jarana-amarela 285
parvifolia 384, 389 stipularis 60, 365, 372 Jarana-de-folha-grande 285
reticulata 389 suberosa 43, 370 Jarana-de-folha-miuda 285
sp. 2 389 thibaudiana 41, 370 Jarana-de-folha-pequena 287
Hymenolobium 397 umbellifera 368 Jarana-de-Paulo 287
excelsum 50, 412 umbratica 365, 368 Jatobá 383
heterocarpum 37, 60, 398, 412 Ingá 368, 369 Jatobaí 383
modestum 40, 412 Ingá-cabeludo 367 Jenipapinho 405
pulcherrimum 37, 398, 412 Ingá-de-macaco 371 Jenipapo 625
sericeum 398, 412 Ingá-de-metro 366
Jerimum 307, 407
Hymenophyllaceae 97, 99 Ingaí 368, 369
Jervão 596, 597
Hymenophyllum 97 Ingarana 371, 373
João-mole 220
polyanthus 100 Inhame 723
Juncaceae 693
Hyospathe Inharé 203
Juquiri 402
elegans 664 Inharé-folha-miúda 203, 205
Justicia
Hypolytrum Inharé-folha-peluda 202, 204
pectoralis 606, 607
schraderianum 694, 695, 697 Inharé-paina 202
Ipê 611 sp. 607
Hyptis
Ipomea Jutaí 383
atrorubens 600
lantanifolia 600 batatas 588
Iriartella 29, 653, 656
setigera 655, 656, 659
K
I Irlbachia Kubitzkia
alata mezii 153, 154, 174, 177
Icacinaceae 27, 44, 46, 47, 70, 78, ssp. alata 566 Kutchubaea, 625
93, 478
Iryanthera 136 insignis 626, 640
Ichnanthus
coriacea 138, 143 semisericea 640
panicoides 701, 705
ÍNDICE

elliptica 47, 48, 138, 141 sericantha 640


Ilex 92, 463
juruensis 138, 141, 142 Kyllinga
divaricata 477
laevis 137, 138, 141 brevifolia 695, 699
inundata 477
lancifolia 36, 137, 138, 139, 142 pumilla 699
paraguariensis 477
780
L 39, 40, 41, 43, 44, 45, 47, 48, 50,
67, 73, 79, 361, 362, 382, 560,
sprucei 59, 65, 347, 348, 353, 356
unguiculata 39, 345, 346, 347,
Lábios-de-prostituta 634 655 348, 359
Lacistema 294 subfam. Caesalpinioideae 52, Licaria 45, 47, 150, 174
aggregatum 294 53, 70, 79, 81, 361, 362, subgen. Guianensis 173
grandifolium 294 381, 382, 396, 467 cannella
polystachyum 294 subtribo Cassiinae 385 ssp. angustata 154, 158
Lacistemataceae 59, 93, 294 subfam. Mimosoideae 40, 41, 50, 52, ssp. cannella 158
Lacmellea 570 62, 70, 73, 81, 361, 362, 363, 372, ssp. tenuicarpa 158
arborescens 570, 580 393, 396 chrysophylla 39, 46, 153, 154,
gracilis 570, 580 subfam. Papilionoideae 47, 48, 50, 166, 172
Lacre 257 52, 53, 60, 73, 83, 361, 396, 516 guianensis 34, 47, 154, 157, 166,
Lacre-branco 257 tribo Dahlbergieae 398 173
Lacre-da-mata 142 tribo Desmodieae 398 hirsuta 166
Lacre-vermelho-do-mato 257 tribo Dipteryxeae 399 macrophylla 152, 154, 162
Lacunaria tribo Phaseoleae 399 martiniana 28, 67, 152, 154, 173
crenata 241, 243 tribo Sophoreae 398 oppositifolia 44, 67, 152, 154, 173
jenmanii 58, 242 tribo Swartzieae 396, 398 pachycarpa 33, 152, 154, 178
macrostachya 242 tribo Tephrosieae 399 puchury-major 151, 152, 154,
sp. 1 242 Leiteira 200, 201 157, 158
sp. 3 242, 243 Leiteiro 489 rodriguesii 152, 154, 176
Ladenbergia Lentibulariaceae 84, 624 sp. A 154, 172
amazonensis 645 Leonia 288 subbullata 152, 154, 176
Laetia 93, 288 camptoneura 297 Ligeophila
cupulata 289, 291 cymosa 295, 296 stigmatoptera 730, 749
procera 289, 291 flavescens 297 Linaceae 46, 48
Lafoensia glycycarpa 47, 93, 295, 296 Lindernia
pacari 415 paniculata 297 crustacea 601
Lamiaceae 596, 600 pubiflora 297 diffusa 601
Lanium Leopoldinia Lindsaea 97, 105
microphyllum 730, 739 piassaba 668 divaricata 104
Lantana Lepidagathis guianensis 104
camara 596, 597 alopecuroides 600, 606, 607 lancea
cujabensis 596, 597 Leucocalantha var. falcada 104
Laportea aromatica 80, 608, 609, 618 var. lancea 104
aestuans 69, 218 Licania 29 stricta 104
Lasiodenia 416 adolphoduckei 36, 346, 348 Língua-de-cobra 110
Lauraceae 24, 26, 27, 28, 33, 34, 36, apetala 346, 348, 359 Língua-de-vaca 649
39, 40, 41, 43, 44, 45, 46, 47, bracteata 63, 346, 348, 356 Linum 504
61, 63, 67, 69, 72, 81, 150 canescens 41, 45, 347, 348, 355 Lipocarpha
Laurales 180 caudata 48, 346, 347, 358 sp. 1 696
Laurus coriacea 346, 347, 354, 355 Loganiaceae 64, 73, 74, 563
nobilis 151 egleri 345, 357 Lomariopsidaceae 97
Lavandula 600 gracilipes 28, 346, 347, 348, 355 Lomariopsis 97
Lawsonia heteromorpha 48, 71, 346, 348, 353, prieuriana 107
inermis 415 357 Lophopterys
Leandra 438 hirsuta 347, 348, 351 inpana 507
candelabra 439, 446 hypoleuca 347, 355
micropetala 439, 443, 445 impressa 33, 59, 67, 71, 347, 348, Lophostoma 416
secunda 67, 439, 443 356 Loranthaceae 25, 70, 467
sp. 1 439, 445 laevigata 346, 347, 348, 359 Loreya 438
Lecythidaceae 21, 24, 26, 28, 31, lata 346, 347, 348, 353, 354 riparia 39, 440, 447
34, 36, 38, 39, 41, 43, 44, 46, latifolia 29, 347, 348, 351, 353 spruceana 440, 451
47, 63, 69, 92, 93, 273 laxiflora 347, 348, 353 Lorostemon
Lecythidales 21 longistyla 347, 348 bombaciflorum 252
Lecythis macrophylla 71, 346, 347, 348, 358 coelhoi 43, 245, 252
barnebyi 273, 285 micrantha 40, 346, 347, 348, 353 Louro 151
gracieana 43, 275, 285 niloi 346, 347, 348, 354, 355 Louro-abacate 166
parvifructa 38, 287 oblongifolia 36, 346, 347, 348, 357 Louro-aritú 172
pisonis 20, 39, 43, 275, 286 octandra 346, 347, 348 Louro-bobó 471
poiteaui 69, 273, 285 ssp. pallida 356 Louro-de-capoeira 176
prancei 20, 275, 285 pallida 40, 346, 348, 357 Louro-ferro 161
retusa 287 prismatocarpa 37, 346, 347, 348, Louro-gamela 160
sp. 1 284, 287 357 Louro-peludo 167
sp. 5 284 reticulata 346, 348, 359 Louro-pirarucu 158
ÍNDICE

sp. nov. A 274, 275, 287 rigida 345 Louro-preto 168, 177, 178
sp. nov. B 284 rodriguesii 67, 347, 348, 352 Louro-puchuri 158
zabucajo 20, 43, 275, 286 sandwithii 38, 346, 347, 348, 351 Louro-sabão 159
Leguminosae 24, 28, 32, 34, 36, 37, sothersae 346, 348, 357
Louro-seda 169 sp. 2 76 scandens 67, 588, 589 781
Lozania 294 Malícia 380 Marirana 352
Ludovia Malmea 121 Markea 583, 585
lancifolia 670, 671 manausensis 122, 133 camponoti 82, 585, 587
Ludwigia Malpighia coccinea 585
hyssopifolia 437 glabra 505 ulei 585
octovalvis 437 Malpighiaceae 25, 29, 39, 45, 58, 67, Marlierea
sp. 1 437 70, 75, 81, 505 caudata 421, 422, 433
Lueheopsis Malva 272 sp. 1 425
rosea 69, 264 Malvaceae 258, 268, 272, 298 umbraticola 35, 419, 422, 432
Lundia Malvales 62, 195, 264 Marsypianthes
densiflora 609, 610, 614, 618 Malvaviscus 272 chamaedrys 600
Lycopersicon 583 Mamãozinho 457 Martinella
Lycopodiella Manaosella iquitosensis 609, 621
cernua 117 cordifolia 609, 612, 621 obovata 609, 621
Lycopsida 97 Mandevilla 568, 569, 581 Marupá 547
Lygodium scabra 569, 572 Maruparana 559
venustrum 98, 107 Mandioca 484 Mascagnia
Lythraceae 70, 415, 437 Manga-brava 255 bracteosa 71, 75, 506, 509, 510
Mangabarana 318 cordifolia 75, 506, 509
Mangifera sp. 1 75, 509, 511
M indica 544 Masdevallia
Mangue 249 yauaperiensis 731, 735
Mabea 70, 484, 487 Massaranduba 322, 326
Manicaria
angularis 486, 488 Massaranduba-folha-miúda 327
saccifera 668
piriri 488 Mata-pasto 650
Manihot
speciosa 49, 484, 485, 488 Mata-pau 25, 206
esculentum 484
subsessilis 69, 488 Matamatá 277, 280, 281, 283
Manilkara 26, 45, 312
uleana 488 Matamatá-amarela 280
bidentata 39, 43, 313, 326
Maçã 344 Matamatá-azulada 283
cavalcantei 45, 313, 327
Macacaúba 409 Matamatá-do-Romeu 277
huberi 49
Macadamia 414 Matamatá-mirim 280
Mansoa
Machaerium 53, 60, 73, 361 Matamatá-rósea 280
alliacea 47, 609, 619
aureiflorum 403 Matamatá-roxa 279
kerere 609, 615
cuspidatum 60, 67, 402 Matamatá-verdadeira 281
Mapania
ferox 403 Matayba 529
pynostachya 699
hoehneanum 50, 79, 403 arborescens 521, 525
sylvatica 694, 695, 699
multifoliolatum 398, 403 guianensis 47, 521, 528
Maparajuba 316
quinata 402 inelegans 47, 525
Mapati 212
sp. 1 402 macrostylis 521, 528
Mapatirana 212, 214
sp. 3 79, 402 opaca 525
Maprounea
sp. 4 398, 402 purgans 521, 528
guianensis 485, 486, 492
Macoubea 570 sp. 1 528
Maquira
sprucei 580 sp. 2 521, 525
calophylla 49, 197, 203
Macrolobium 52, 361 Matelea 571
guianensis
arenarium 382, 388 badilloi 572
ssp. guianensis 197, 198,
limbatum 382, 389, 391 sp. 1 60, 569, 573
202
microcalyx 383, 384, 391 viridiflora 574
sclerophylla 197, 198, 202
prancei 361, 390 Mauritia
Maracujá 299
sp. 2 390, 391 flexuosa 9, 29, 653, 659, 741
Maracujá-de-cheiro 304
suaveolens 389 Mauritiella 653
Maracujá-peroba 305
Macrosamanea 363 aculeata 659
Marajá 661, 662, 663
pubiramea 71 Maxillaria
Maranta
var. lindsaeifolia 364, 374 amazonica 730, 743
arundinaceae 714
Macucá-murici 503 camaridii 82, 731, 748
Marantaceae 9, 24, 714
Macucu 9, 404, 745, 748 crassifolia 730, 742
Marattiaceae 97
Macucu-bobo 354 parkeri 730, 743
Marcgravia 239
Macucu-chiador 357 pendens 730, 744
sp. 1 78, 239, 240
Macucu-fofo 357 superflua 728, 730, 742
sp. 2 240
Magnoliopsida 21 tenuis 731, 744
Marcgraviaceae 25, 78, 239
Mahurea 251 uncata 730, 745
Marcgraviastrum
Maia 318 violaceo-punctata 730, 742
sp 1. 239, 240
Maieta 72, 438, 441 xylobiiflora 730, 743
Margaridão 651
guianensis 440, 445 Maxixe 307
Mari-bravo 352
poeppigii 440, 445 Maytenus 92
Maria-fecha-porta 380
Mal-me-quer 651
ÍNDICE

Maripa 588 cf. ebenifolia 471


Malanea glabra 77, 589 guyanensis 37, 471
cf. macrophylla 629 reticulata 77 Melancia 307
hypoleuca 627, 629 ssp. reticulata 588, 590 Melão 307
sp. 1 629
782 Melastomataceae 24, 27, 29, 39, 43, Micrandra dimorphandra 453, 455, 457
46, 47, 50, 64, 67, 69, 72, 76, siphonioides 485, 487, 489 duckeana 453, 454, 455, 456
81, 438, 453, 721 spruceana 29, 59, 71, 485, 487, 489 duckeanoides 456
Meliaceae 26, 39, 40, 43, 47, 48, 52, Micrandropsis 484 ficoides 453, 454, 457
53, 61, 62, 63, 70, 520, 547, Microgramma 97 francavillana 454
548, 550 baldwini 115 grandiflora 454, 458
Melicocca thurnii 115 huberi 455, 457
bijuga 520 Micropholis 312 lunatanthera 454, 455, 458
Meliosma 93 acutangula 317 nervosa 455, 458
palustre 194 casiquiarensis 313, 316 nigra 454, 455, 457
Melissa 600 cylindricocarpa 316 sagotiana 458
Memecylaceae 43, 46, 417, 453 guyanensis 67 sideroxylon 458
Memecylon 453, 454 ssp. duckeana 313, 316 torquata 456
Memora 53 ssp. guyanensis 313, 316 trunciflora 456
adenophora 609, 622 mensalis 313, 316 vernicosa 458
bracteosa 609, 623 splendens 313, 317 Moutabea 70, 516, 517
flavida 80, 609, 619, 623 trunciflora 313, 317 guianensis 516, 517
flaviflora 609, 622 venulosa 313, 314, 317 sp. 1 78, 516, 517
longilinea 623 williamii 313, 314, 317 sp. 2 78, 517
moringiifolia 70, 81, 609, 622 Micropolypodium 97 sp. 3 44, 78, 517
tanaeciicarpa 63, 608, 623 nanum 103 Mucuna
Mendoncia Microtea 219 urens 397, 399, 400
hoffmannseggiana 606 Mikania Mucura-caracá 219
pedunculata 606 banisteriae 50, 649 Mucurão 282
Menispermaceae 25, 44, 62, 64, 67, parviflora 649 Muirajibóia 404
77, 180, 189, 190 Mimosa 62, 361 Muirajibóia-amarela 407
Menispermum 190 guilandinae Muirajibóia-preta 404
Menta 600 var. spruceana 364, 380, 381 Muirapiranga-folha-miúda 406
Mentha 600 var. 2 381 Muirapuama 464
Metaxya 97 pudica 362, 364 Muiratinga 201, 202, 203, 204
rostrata 106 var. tetrandra 380 Muiratinga-folha-miúda 202, 203
Metaxyaceae 97 var. unijuga 380 Muiraúba 456
Mezia quadrivalvis Mulateiro 645
angelica 75, 506, 509 var. leptocarpa 363, 364, 380 Mulungu 317
includens 505, 506, 507, 511 sensitiva 380 Mumbaca 660
mariposa 506, 509 Minquartia Munguba 268
Mezilaurus 150, 153, 155, 157 guianensis 27, 93, 463, 464, 571 Murici 505, 511
duckei 36, 44, 152, 155, 160 Mirabilis 220 Murta-da-mata 565
itauba 40, 152, 160 Mogno 550, 556 Mururé 201
synandra 36, 160 Mollinedia Mussaenda 625
Miconia 438 ovata 146, 147, 149 Mussambê 310
affinis 39, 43, 450, 451 Monimiaceae 47, 70, 146, 417 Mussatia
alata 439, 444 Monopteryx priurei 609, 616
ampla 35, 449 inpae 40, 398, 411 Myrcia
argyrophylla 50, 448 Monotagma aff. grandis 422, 431
biglandulosa 452 densiflorum 716, 717 aliena 32, 419, 421, 422, 434
ceramicarpa 443 laxum 714, 716, 717 amazonica 421, 422, 431, 432
cuspidata 439, 450 sp. 1 716 bracteata 419, 421, 422, 426
dispar 35, 439, 449 sp. 2 716 citrifolia 422, 433
duckei 67, 69, 439, 441, 445 tomentosum 716, 717 cuprea 422, 431
egensis 439, 450, 451 Monstera 61 fallax 422, 431
elaeagnoides 39, 67, 439 obliqua 62, 686 fenestrata 419, 421, 422, 427
eriodonta 452 Montricardia gigas 35, 71, 422, 432
gratissima 67, 448 arborescens 673, 684 guianensis 419, 421 422, 424
holosericea 449 Moraceae 25, 27, 28, 29, 41, 46, 47, huallagae 422, 426
lepidota 448 48, 49, 59, 60, 61, 65, 69, 70, 83, magnoliifolia 418, 421, 434
longispicata 439, 448 196, 244 minutiflora 419, 422, 426
minutiflora 450 Morango 344 paivae 43, 422, 428
nervosa 67, 439, 443 Morinda rufipila 421, 422, 431, 432
phanerostila 439, 452 triphylla 634 servata 419, 422, 425
poeppigii 439, 450 Morocototó 490 sp. 1 36, 421, 422, 428
pubipetala 439, 449 Moronobea subsericea 419, 426
punctata 448 coccinea 49, 245, 253 sylvatica 419, 421, 422, 425
pyrifolia 39, 439, 450 pulchra 245, 253 Myrciaria
regelii 450 Morototó 561 cauliflora 418
ÍNDICE

spichigeri 451 Mouriri 453 dubia 418


splendens 27, 439, 452 angulicosta 456 floribunda 35, 418, 420, 422, 429,
tetraspermoides 451 brachyanthera 458 431
tomentosa 439, 452 collocarpa 43, 453, 454, 455, 457 Myristica
traillii 35, 439, 449
fragrans 136 amazonica 153, 155, 165, 177 Oleandra 97 783
Myristicaceae 26, 29, 36, 39, 46, 47, argyrophylla 72, 169 articulata 115
48, 136 boissieriana 150, 153, 155, 164, 165, pilosa 115
Myrmidone 438 170 Olho-de-boi 400
Myrsinaceae 24, 45, 47, 238, 336, canaliculata 177 Olho-de-cabra 397
337 ceanothifolia 41, 153, 155, 179 Olyra
Myrtaceae 24, 27, 29, 31, 32, 33, 36, cernua 155 latifolia 701
43, 45, 46, 47, 65, 70, 239, 396, cernua s.l. 178 micrantha 701
417, 453, 462 cinerea 153, 168, 178 Onagraceae 437
subfam. Myrtoideae 417 cujumari 40, 81, 153, 154, 161, 167, Ophiocarion
sp. 1 422, 432 173 manausense 194
sp. 3 422, 428 delicata 154, 170, 175 Ophioglossaceae 97
sp. 5 422, 424 douradensis 153, 168 Ophioglossum 97
floribunda 39, 152, 153, 155, 178 palmatum 110
guianensis 40, 153, 155, 169, 170 Opiliaceae 45, 93, 463, 466
N immersa 41, 153, 155, 170 Opuntia
aurantiaca 222
leucoxylon 153, 155
Nanodes Orchidaceae 24, 25, 64, 82, 84,
leucoxylon s.l. 172
discolor 731, 738 652, 728
longifolia 151, 155, 172, 176
Naucleopsis 196 subtribo Catasetinae 747
matogrossensis 153, 155, 171
caloneura 197, 204 subtribo Pleurothallidinae 728
minor 153, 168
stipularis 197 Orégano 600
myriantha 153, 155, 156, 159
ternstroemiiflora 49, 197, 204 Oreganum 600
neblinae 63, 153, 155, 157, 159
ulei Orelha-de-macaco 378
nigrescens 72, 153, 155, 168
ssp. amara 197, 198, 204 Orelha-de-onça 228, 232
nitida 46, 153, 154, 167
Nautilocalyx Orelha-de-veado 400
oblonga 153, 155, 172
pictus 69, 602, 604 Orites 414
odorifera 151
sp.1 603, 604 Orleanesia
olivacea 27, 63, 155, 157, 158 sp. 731, 738
Nealchornea 92, 486
pauciflora 153, 155 Ormosia 53, 397
yapurensis 49, 69, 485, 489
percurrens 72, 155, 168 grandiflora 40, 361, 404
Nectandra
porosa 151 grossa 398, 410
cuspidata 153, 155, 170
puberula 61, 153, 155, 167 paraensis 410
Neea
rhodophylla 153, 155, 164 Ornithidium
floribunda 221
rhynchophylla 34, 153, 155, 157, parviflorum 731, 744
madeirana 220, 221
170, 175 Ornithocephalus
oppositifolia 220, 221
scabrella 153, 154, 164, 170, 177 sp. 741
ovalifolia 220, 221
sp. A 153, 155, 179 Orthomene
sp. 1 220
sp. C 169 hirsuta 193
Nephrolepis 97
sp. D 177, 179 Oryctanthus 467
biserrata 103
sp. E 159, 174 florulentus 468, 470
pectinata 103
sp. F 170, 172 Oryza
rivularis 103
sp. G 155, 179 sativa 700
Nepsera 438
sp. nov. 6 153 Osteophloeum 136, 137, 139, 140
aquatica 440, 442
splendens 61, 155, 167 platyspermum 48, 138
Neuregelia
subterminalis 179 Otoba 136, 139
eleutheropetala 706, 708
tabacifolia 41, 166 Ouratea
Nicotiana 583
Octomeria coccinea 59, 233, 234
Niphidium 97
aff. serpens 730, 734 discophora 233, 235
crassifolium 114
amazonica 730, 736 odora 69, 233, 235
Norantea
brevifolia 730, 736 sp. 1 235
guianensis 239, 240
erosilabia 730, 736 Oxalidaceae 52, 396, 560
Notylia
grandiflora 730, 734 Oxalis 560
durandiana 730, 742
Odontadenia barrelieri 396, 560
Noz-moscada 136 perrottetii 573
Nyctaginaceae 46, 220 puncticulosa 40, 76, 569, 570, 573
Nycticalanthus 52
speciosus 558
sp. 1 72, 76, 569, 574
verrucosa 76, 568, 574
P
Odontocarya Pacavira 670

O wullschlaegelii 77, 193


Oedematopus
Paepalanthus
fasciculatus 692
Ochnaceae 59, 69, 233 cf. octandrus 245, 255 Pagamea
Ochroma obovatus 245, 247, 256 macrophylla 626, 646
pyramidale 268 sp. 1 245, 254 Pãima 202
Ocimum 600 Oenocarpus Pajurá 345, 352
Ocotea bacaba 654, 655, 657, 667 Pajurá-pedra 351
ÍNDICE

aciphylla 40, 153, 155, 166, 167 bataua 9, 653, 654, 655, 667 Pajurá-rana 357
adenotrachelium 174, 176 minor 655, 657, 667 Palha-branca 8, 666
aff. cujumari 150, 153, 154, 166 Oenonthera 437 Palha-vermelha 9, 666
aff. pauciflora 175 Olacaceae 27, 28, 36, 39, 47, 49, 63, Palicourea 625
93, 463, 466, 477, 571
784 amapensis 638 cirrhifolia 306 Pepino 307
anisoloba 626, 638 coccinea 71, 74, 300, 301, 303 Pepino-doce 581
corymbifera 72, 626, 632 costata 306 Pera 344, 484, 487
guianensis 626, 638 edulis 69, 71, 299, 300, 301, 305 bicolor 37, 485, 494
longiflora 626, 636 faroana 300, 301, 303 glabrata 486, 494
longistipulata foetida 306 schomburgkiana 484, 494
var. longistipulata 626, hexagonocarpa 301, 302 Perebea
634 laurifolia 300, 301, 304 mollis 49
nitidella 626, 638 micropetala 306 ssp. mollis 197, 204
virens 626, 632 nitida 300, 301, 304 Pereskia 222
Palmito 655 quadrangulosa 59, 69, 300, 301, 303 Periarrabidaea
Palmorchis Passifloraceae 25, 40, 43, 52, 64, 67, truncata 618
sobralioides 731, 749 69, 70, 73, 81, 299, 336, 499 Peridiscaceae 293
Panicum Passion-flower 299 Peridiscus
laxum 702 Patauá 9, 655, 667 lucidus 293
mertensii 702 Patchouli 600 Peritassa
pilosum 702 Patinho-roxo 400 laevigata 472, 473, 474
sp. 1 702 Pau-d'arco 611 Perpétua 651
Panopsis Pau-de-balsa 268 Persea
sessilifolia 50, 414 Pau-de-lacre 257 americana 151
Papa-terra 448 Pau-doce 320, 490 Pêssego 344
Paphinia Pau-mulato 645 Petiveria 219
grandiflora 731, 732, 746 Pau-rainha 200 Petraea
Pará-pará 611 Pau-rainha-roxo 201 bracteata 76
Pára-sol 562 Pau-rosa 151, 174 Petrea 596, 598
Paracutaca 405 Pau-roxo 388 bracteata 76, 596, 599
Paradrymonia 602 Pau-sandra 491 brevicalyx 76, 599
ciliosa 69, 603, 604 Pau-tanino 202 Phenakospermum
Parahancornia 570 Paullinia 532 guyanense 24, 710, 711
amapa 581 aff. clathrata 531 Philodendron 50
fasciculata 569, 580 cf. clathrata 531 arcuatum 682
Paraia 153 cf. cupana 522, 532 barrosoanum 684
bracteata 162 cf. grandifolia 79, 533 billietiae 673, 682
Pararrabidaea cf. rugosa 531 callosum 673, 680
truncata 609 cupana 79 cuneatum 50
Pariana 700 var. sorbilis 520 distantilobum 687
cf. campestris 701 rugosa 79 elaphoglossoides 672, 676
cf. radiciflora 701 sp. 1 72, 79, 533 fragrantissimum 683
Paricá 136, 145 sp. 2 49, 523, 530 goeldii 673, 687
Paricá-grande-da-terra-firme 376 sp. 4 72, 79, 532 hylaeae 684
Parinari 345 sp. 5 79, 532 insigne 673, 679
excelsa 59, 83, 347, 348, 350 sp. 6 531 linnaei 673, 679
montana 351 sp. 7 530, 533 megalophyllum 82, 682
parvifolia 33, 45, 347, 348, 351 sp. B 533 melinonii 683
Parkia 361, 362 stipularis 60, 79, 522, 523, 530 ornatum 682, 683
decussata 364, 377, 379 uloptera 522, 530 pedatum 673, 687
igneiflora 376, 379 xestophylla 531 platypodum 61, 673, 678
multijuga 26, 71, 363, 364, 376, Pausandra 484 pulchellum 683
379 macropetala 27, 486, 487, 491 pulchrum 681
nitida 47, 364, 377, 379 Pavonia quinquelobum 687
panurensis 364, 376, 379 cancellata 272 sp. 682, 683
pendula 34, 363, 378, 379 Paxiúba 659 sp. 1 684
velutina 40, 363, 364, 376, 379 Paxiubinha 659 sp. 2 673
Paspalum Paypayrola sp. 3 673
conjugatum 705 grandiflora 295, 296 sp. 4 673, 681
sp. 1 704 Pecluma 97, 103 sp. 5 683
sp. 2 704 ptilodon 102 sp. 6 672, 687
sp. 3 704 Pedra-ume-caá 418, 424 sphalerum 676
Passiflora Pega-pega 413 surinamense 62, 673, 678
acuminata 74, 300, 301, 304 Peltogyne 52, 361 wittianum 681
aff. alata 74, 301 campestris 388 Philoxerus 223
aff. auriculata 71, 300, 301, 303 catingae 388 Phoradendron 467
aff. quadrangularis 300, 305, 306 excelsa 382, 388 crassifolium 468, 470
aff. riparia paniculata 32, 383, 388, 391 inaequidentatum 470
43, 74, 300, 301, 304 Pente-de-macaco 264 Phthirusa 467
ÍNDICE

aff. variolata 301, 304 Peperomia rufa 468, 469


auriculata 300, 301, 303 macrostachya 82, 181, 185 stelis 468, 469
candida 300, 301, 305 Pepinia Phyllanthus
cf. spinosa 301, 302 sprucei 706, 707 manausensis 36, 485, 486, 493
niruri 497 Platymiscium 53, 396, 397, 399 ssp. melinonii 213 785
orbiculatus 486, 497 duckei 33, 43, 398, 409 minor 48, 214
Phytolacca Pleonotoma 53 myrmecophila 210, 213
rivinoides 219 albiflora 609, 622 ovata 211, 214
Phytolaccaceae 219 jasminifolia 63, 80, 609, 622 tomentosa
Piassaba 668 melioides 609, 623 ssp. apiculata 67, 210,
Picramnia Pleurisanthes 78, 478 214
elliptica 548 cf. parviflora 78, 479, 481 ssp. essequiboensis 212
juniniana 548 emarginata 70, 478, 479, 481 ssp. tomentosa 210, 211,
Picrolemma Pleurostachys 212
sprucei 81, 547, 549 sparsiflora 695, 696 velutina 214
Pilea Pleurothallis 743 villosa 67, 210, 211, 213
microphylla 218 aff. peperomioides 731, 735 Pouteria
Pilocarpus 557 cf. taracuana 731, 737 aff. ambelaniifolia 313, 324
Pilostyles 467 discophylla 730, 737 aff. cuspidata 329
Pimenta 583 fockei 731, 737 aff. elegans 326
Pimenta-do-reino 181 mentosa 730, 735 aff. gardneri 39, 321
Pimentão 583 picta 730, 735 aff. latianthera 320
Pincel-de-macaco 582 spiculifera 731, 735 anomala 313, 314
Pintadinha 353, 358 Pleurothyrium 151, 153 bilocularis 313, 321
Pinzona vasquezii 29, 155, 157, 166 caimito 39, 313, 324
coriacea 77, 228, 229, 230 Pluckenetia 486 campanulata 313, 314, 328
Piper brachybotrya 487, 495 cladantha 313, 329
aduncum 63, 186 Poaceae 24, 61, 64, 655, 690, 694, 700 cuspidata
alatabacum 60, 181, 187 tribo Bambuseae 700 ssp. cuspidata 313, 326
amapense 187 Podocalyx ssp. dura 313, 314, 326
arboretum 60, 185 loranthoides 485, 487, 494 durlandii 49, 63, 313, 314, 324
baccans 183 Pogonophora 46 engleri 313, 322
brachypetiolatum 181, 183 schomburgkiana 258, 484, 485, erythrochrysa 35, 49, 314, 330
carniconnectivum 186 486, 493 eugeniifolia 313, 320
cf. cyrtopodon 67 Pogostemon 600 filipes 43, 44, 313, 314, 323
cf. negroense 183 Polybotrya 97 fimbriata 63, 313, 314, 325
cyrtopodon 181, 186 osmundaceae 109 flavilatex 313, 330
dactylostigmum 184 Polycycnis freitasii 37, 43, 63, 314, 323
demeraranum 181, 182 vittata 731, 746 gongrijpii 313, 330
duckei 182 Polygala guianensis 43, 63, 313, 324
durilignum 60, 186 paniculata 516 hispida 35, 67, 313, 314, 330
erectipillum 181, 187 senega 516 laevigata 39, 313, 314, 328
froesii 185 spectabilis 516, 519 macrophylla 313, 323
guianense 184 Polygalaceae 25, 44, 70, 78, 81, 516 manaosensis 45, 67, 313, 314,
gurupanum 187 Polygonaceae 60, 225, 226 322
hispidum 186 Polygonanthus 340 maxima 314, 323
hostmanianum 183 Polypodiaceae 97, 103 minima 39, 313, 314, 321
humaytanum 183, 185 Polypodium 97, 103 oblanceolata 313, 321
humillimum 182 bombycinum 102 opposita 49, 313, 314, 320
liesneri 181, 182 panorense 102 pallens 37, 44, 313, 323
mastersianum 182 triseriale 106 peruviensis 35, 313, 328
nigrum 181 Polystachya petiolata 67, 313, 331
paraense 184 estrellensis 730, 744 platyphylla 313, 314, 319
purusanum 181, 185 stenophylla 730, 744 reticulata 37, 43, 49, 314, 327
renitens 184 Poraqueiba 93 retinervis 37, 44, 313, 328
sp. 1 187 guianensis 47, 478, 479, 480 rostrata 43, 313, 314, 319
sp. 5 184 sericea 478, 480 stipulifera 49, 313, 314, 325
sp. 8 181, 186 Porocystis torta
Piperaceae 24, 25, 47, 60, 61, 63, 67, toulicioides 529 ssp. glabra 313, 325
82,181 Posoqueria venosa
Piptadenia 361, 362 sp. 1 642 ssp. amazonica 313, 325
minutiflora 47, 79, 364, 381 Potalia vernicosa 34, 49, 313, 328
Piquiá 237 amara 563, 564 virescens 39, 313, 314, 326
Piquiarana 237 Pourouma williamii 49, 313, 329
Piriqueta bicolor Pradosia
cistoides 298 ssp. bicolor 214 cochlearia
Pisonia 220 cecropiifolia 210, 212 ssp. praealta 32, 34, 313, 314,
Pitanga 418 cucura 213 320, 329
Pitanga-da-mata 456 cuspidata 212 decipiens 34, 313, 314, 319, 329
ÍNDICE

Pitomba 520 ferruginea 67, 212 ptychandra 312


Pityrogramma 97 guianensis schomburgkiana
calomelanos 108 ssp. guianensis 211, 213 ssp. schomburgkiana 313, 320
Platonia 244 melinonii verticillata 313, 319
786 Praxelis Psittacanthus 467 Quiabentia 222
cf. pauciflora 650 corynocephalus 71, 468 Quiabo 272
Prestonia 568, 569 peronopetalus 468, 469 Quiina
megagros 572 siphon 469 amazonica 243
Prionostemma 75 sp. 468 cf. negrensis 58, 241, 243
aspera 48, 472, 473, 476 Psychotria 625 Quiinaceae 53, 58, 69, 241, 632
Proteaceae 50, 414 adderleyi 627 Quillaja 344
Protium 83, 544 apoda 639 Quinino 625
altsonii 33, 534, 540 astrellantha 627, 639 Quisqualis 459
amazonicum 50, 537 bahiensis
apiculatum 534, 535, 537 var. cornigera 627, 638
aracouchini 541 barbiflora 627, 636 R
cf. rubrum 539 brachybotrya 627, 637
Rabo-de-camaleão 381
crassipetalum 540 casiquaria 636
Rabo-de-raposa 651
decandrum 28, 535, 538 cincta 627, 637
Rafflesia 467
divaricatum 535, 540 colorata 639
Rafflesiaceae 467
elegans 540 deflexa 637
Rapatea
ferrugineum 535, 537 deinocalyx 627, 647
paludosa 688, 689
gallosum 536 erecta 644
ulei 688, 689
giganteum humboldtiana 627, 636
Rapateaceae 9, 24, 688
var. giganteum 538 idiotricha 627, 635
Raputia
grandifolium 538 manausensis 637
praetermissa 559
hebetatum 62, 535, 541 mapourioides 58, 627, 647
Rauvolfia 570, 571
heptaphyllum medusula 627, 634
sprucei 575
ssp. heptaphyllum 50, 541 pacimonica 627, 639
Ravenala 710
ssp. ulei 541 platypoda 636
Remijia 50
klugii 534, 537 podocephala 627, 639
amazonica 627, 633
laxiflorum 542 poeppigiana 58, 627, 634
fissistipula 627
nitidifolium 535, 537 polycephala 58, 636
ulei 50, 627, 633
opacum prancei 627, 634
Renealmia
ssp. opacum 535, 539 rhombibractea 627, 637
floribunda 712, 713
pallidum 46, 50, 535, 538 sciaphila 627, 635
Rhabdodendraceae 360
paniculatum 83 sphaerocephala 635
Rhabdodendron
var. "nova" 539 subundulata 637
amazonicum 360
var. riedelianum 539 Pterandra 506
macrophyllum 360
pilosissimum 536 arborea 39, 58, 510
Rhamnaceae 47, 64, 73, 78, 190, 498
pilosum 535, 538 Pteridaceae 97, 105
Rhigospira 581
polybotryum 47 Pteridium 97
quadrangularis 570
ssp. blackii 539 aquilinum 108
Rhizophora 462
ssp. polybotryum 539 Pteridófitas 73
Rhizophoraceae 47, 58, 340, 462
robustum 542 Pteridophyta 24, 25, 53, 97
Rhodognaphalopsis
spruceanum 535, 536 Pteris 97
cf. duckei 67, 269
strumosum 83, 535, 541 podophyta 109
faroensis 269
subserratum 69, 534, 536 Pterocarpus 53, 397
Rhodospatha 673
tenuifolium 540 officinalis 408
oblongata 678
trifoliolatum 83, 535, 536 rohrii 41, 50, 398, 408
venosa 673, 678
Prunus Pthychopetalum 93
Rhodostemonodaphne 150, 152, 153,
myrtifolia 47, 71, 344 olacoides 463, 464
154, 161, 173
Psammisia Ptychopetalum 463
aff. scandens 154, 165
guianensis 48, 78, 311 olacoides 34, 63
crenaticupula 154, 165
Pseudima Pulchranthus
grandis 155, 171
sp. 1 521, 526 congestus 606, 607
negrensis 154, 166
Pseudobombax 268 Pupunha 655
parvifolia 152, 154, 175
Pseudoconnarus Pupunha-brava 666
peneia 40, 153, 155, 171
macrophyllus 341, 342 Pupunharana 582
recurva 153, 155, 171
rhynchosioides 341, 342 Pupunheira 668
sordida 155, 164
Pseudolmedia Purumaí 214
sp. 1 171
laevigata 197, 198, 203 Pyrostegia
Richeria
laevis 197, 198, 203 cinerea 80, 609, 614
dressleri 36, 486, 491
Pseudopiptadenia 362 venusta 609, 614, 620
grandis 485, 493
psilostachya 26, 365, 376
Rinorea
Pseudosmilax 722
Pseudoxandra 121 Q amapensis 295, 297
falcata 295, 297
aff. williamsii 129
Qualea 58 guianensis 296
coriacea 133
paraensis 513, 514 macrocarpa 295, 297
ÍNDICE

Psidium
sp. 1 71, 512, 515 racemosa 295, 297
acutangulum 418
Quararibea Rinoreocarpus
guajava 418, 422, 436
ochrocalyx 268, 271 ulei 297
guineense 422, 436
Quebra-pedra 485, 497
Ripeiro-branco 277 Sapindaceae 25,27, 37, 46, 47, 49, 52, micranthum 38, 45, 67, 268, 271 787
Ripeiro-vermelho 280, 282 53, 60, 62, 67, 73, 79, 194, 305, Scoparia
Rodospatha 520, 547 dulcis 69, 601
oblongata 714 Sapindales 62, 534, 547, 550 Scrophulariaceae 69, 601
Rodriguezia Sapindus Sebastiania
lanceolata 731, 743 esculentus 520 corniculata 496
Rolandra saponaria 520 Secondatia
fruticosa 650 Sapium 70 duckei 76, 569, 573
Rollinia 121 glandulatum 489 sp. 1 573
insignis 122, 128 paucinervium 71 Securidaca 516
Rosaceae 46, 47, 59, 70, 344 Sapota-brava 318 cf. diversifolia 517, 519
Rosada-verde 317 Sapotaceae 24, 26, 27, 28, 29, 32, 34, cf. volubilis 519
Roucheria 47, 93, 501 37, 39, 41, 43, 44, 45, 46, 47, 48, rivinaefolia
punctata 233, 504 49, 59, 63, 67, 69, 251, 312, 625, var. parvifolia 78, 518
Roupala 414 632 sp. 1 78, 518
Rourea Sapucaia 20, 286 sp. 2 518
accrescens 342 Sapupira-amarela 412 sp. 3 71
cuspidata 342 Saracura-muirá 498 sp. 4 518
krukovii 341, 343 Sarcaulus sp. 5 71, 519
paraensis 341, 342 brasiliensis 41 uniflora 519
Rubiaceae 24, 25, 27, 28, 42, 46, 48, ssp. brasiliensis 313, 314, 318 Seguieira 219
50, 69, 72, 76, 81, 578, 625 Sauvagesia 59, 233 Selaginella 97
Rubus 344 elata 59, 234 asperula 116, 117
Rudgea erecta 233, 234 breynii 117
fissistipula 647 Saxofridericia conduplicata 116
graciliflora 641 subcordata 688, 689 palmiformis 116
Rudolfiella Scaphyglottis 728 parkeri 116
aurantiaca 730, 747 sickii 730, 748 pedata 116
Ruellia stellata 731, 748 Selaginellaceae 97
sprucei 606, 607 Schefflera 26, 60, 561 Sempre-vivas 690
Ruizterania 58 morototoni 561 Senefeldera 92
albiflora 40, 65, 513, 514 umbrosa 60, 62, 561 macrophylla 59, 62, 485, 492
cassiquiarensis 512, 514 Schismatoglottis Senna 52, 70, 382
Rutaceae 26, 42, 45, 47, 48, 52, 53, spruceana 675 cf. hymenaefolia 71
62, 69, 70, 310, 557 Schizaea 97 quinquangulata 383, 385
Ryania 93 elegans 110, 111 sp. 1 60, 383, 385
pyrifera 289 fluminensis 110 sp. 2 383, 385
speciosa 288, 289 stricta 110 tapajozensis 383, 385
Rynchospora Schizaeaceae 97 Seringarana 489
pubera 695, 699 Schlegelia 608, 610 Seringueira 484, 489
paraense 80, 609, 612 Serjania
spruceana 609, 612
S Schlegeliaceae 612
circumvallata 79, 532
membranacea 522, 533
Schoenobiblus paucidentada 79, 530
Sabiaceae 93, 194, 520
daphnoides 41, 47, 416 Sextonia 150
Sabicea
Schradera rubra 34, 40, 45, 47, 153, 155,
amazonensis 58, 627, 628
polycephala 76, 627, 629 157, 160, 161
Saboeira 375
Schwenckia 583 Sida
Saccharum
americana 584, 585 rhombifolia 272, 298
officinarum 700
Sciadotenia Sigmatostalix
Saccoloma
duckei 190, 191 amazonica 742
inaequale 108
Sciaphila Simaba
Sacoglottis
oligantha 84, 652 cedron 47, 547, 548, 549
ceratocarpa 501, 503
picta 652 guianensis 547, 548
guianensis 45, 501, 503
purpurea 652 polyphylla 547, 548, 549
mattogrossensis
rubra 652 sp. nov. 37, 548
var. subintegra 501, 503
Scleria Simarouba
Sagotia 484
cyperina 695, 696 amara 45, 71, 547, 549
Salacia
melaleuca 695, 698 Simaroubaceae 37, 45, 46, 47, 52,
impressifolia 75, 472, 473, 474
secans 696 53, 62, 70, 81, 547
insignis 472, 473, 475
Sclerolobium 45, 72, 382 Sipanea
multiflora 472, 473, 476
chrysophyllum 392 pratensis 627, 630
Salpichlaena 97
guianense 392 Siparuna
hookeriana 107
melanocarpum 390 cristata 147, 149
Samaúma 42
micropetalum 45, 392 cuspidata 147, 148
Sanafra 250
ÍNDICE

setiferum 28, 81, 392 decipiens 39, 67, 147, 148


Sandwithia 484
sp. 6 41, 393 glycycarpa 146, 149
guianensis 72, 487, 492
Scleronema guianensis 146, 148
Sangue-de-galo 408
Sapateiro 247, 249 monogyna 146, 147, 149
788 poeppigii 148 Spermacoce Styracaceae 335
reginae 146, 147, 148 capitata 627, 630 Styrax
sarmentosa 147, 149 exilis 58, 627, 630 benzoin 335
Siparunaceae 39, 67, 70, 146 ocimifolia 630 discolor 335
Sloanea verticillata 627, 630 guianensis 335
brachytepala 259, 262, 263 Sphaeropteris 97 officinale 335
echinocarpa 259, 261 hirsuta 109 squamulosa 335
excelsa 258, 259, 262 Sphenostemon 477 Sucupira 407
fendleriana 259, 262, 263 Spigelia Sucupira-amarela 378
floribunda 44, 259, 262, 263 anthelmia 563, 564 Sucupira-da-folha-grande 408
grandiflora 258 Spilanthes Sucupira-vermelha 410
guianensis 259, 262 acmella 651 Sucuúba 578
latifolia 62, 258, 259, 262 Spondias Sumaúma 268
laurifolia 258 mombin Supiarana 491
laxiflora 259, 262, 263 ssp. mombin 42, 544 Surucucumirá 559
nitida 28, 259, 263 Sporobolus Swartzia 27, 53, 361, 399
pubescens 37, 69, 259, 260 indicus 703 arborescens 60, 397, 398, 405
rufa 28, 41, 69, 259, 260, 261 Stachytarpheta brachyrachis 60, 405
schomburgkii 28, 259, 261 cayennensis 596, 597 corrugata 36, 398, 410
sp. A 259, 261 Stelis cuspidata 62, 397, 398, 406
sp. B 259, 261 argentata 734 ingifolia 50, 398, 406
sp. C 259, 261 sp. 2 731 lamellata 50, 398, 406
sp. D 262 sp. 3 730 longistipitata 32, 406
synandra 29, 47, 258, 259, 260 Stellaria 224 oblanceolata 60, 406
Smilacaceae 64, 73, 74, 190, 722 Stenospermation 673 panacoco 36, 398, 410
Smilax 74 sp. 1 680 polyphylla 398, 405
cf. elastica 722 spruceanum 673, 681 recurva 37, 398, 407
sp. 1 722 Stephanopodium 482 reticulata 398, 405
sp. 2 722 Sterculia 265, 266 schomburgkii 398, 405
sp. 3 722 duckeana 266 tessmannii 396, 398, 404
syphilitica 64, 722 excelsa 62, 266 tomentifera 50, 398, 407
Sobralia frondosa 45, 266 ulei 67, 397, 398, 407
fragans 730, 737 pruriens 266 Swietenia
macrophylla 730, 737 Sterculiaceae 45, 47, 62, 70, 258, 264, cf. macrophylla 550, 556
Socratea 653 265 Syagrus
exorrhiza 29, 655, 659 Sterigmapetalum 58, 462 inajai 655, 666
Soja 397 obovatum 462 Symphonia 244
Solanaceae 24, 25, 42, 67, 78, 82, Sticherus 97 globulifera 46, 47,b 245, 252
578, 582, 583 remotus 109 Synapsis 612
Solanum 583, 584 Stigmaphyllon Syngonanthus
acanthodes 587 sinuatum 506, 507 umbellatus 692
americanum 585, 587 Stizophyllum Syzigium
crinitum 42, 67, 584, 586 riparium 63, 70, 72, 80, 609, 614, cumini 422, 436
fulvidum 42, 67, 584, 586 616
leucocarpon 584, 587 Strelitzia 710
rugosum 584, 586 Strelitziaceae 710 T
schlechtendalianum 587 Streptocalix
Tabebuia 52
sendtnerianum 78, 584, 587 poeppigii 706, 708
incana 608, 609, 611
stramoniifolium 584, 586 rodriguesiana 709
serratifolia 608, 609, 611
subinerme 584, 586 Struchium
Tabernaemontana 568, 570, 571,
Sorocea sparganophorum 651
579, 581
guilleminiana 47, 197, 198, 205 Struthanthus 467
angulata 569, 570, 579
muriculata sp. 1 469
flavicans 569, 579
ssp. muriculata 197, 205 Strychnos 438
heterophylla 579, 581
pubivena cf. asperula 564
macrocalyx 579, 581
ssp. hirtella 198, 205 cogens 565
muricata 36, 49, 570, 579
Sororoca 711 froesii 563, 565
riedellii 581
Sorva 575 glabra 565
rigida 581
Sorvão 575 jobertiana 64, 563, 565
undulata 569, 570, 578, 581
Souroubea 239 peckii 564
Tacacá 266
sp. 1 239, 240 subcordata 74, 565
Tacacazeiro 266
Sparattanthelium Stryphnodendron 361, 362
Tachi-preto 391
cf. acreanum 180 guianense 37, 50, 364, 377, 378
Tachia
Spathanthus paniculatum 373
grandiflora 566
unilateralis 688, 689 pulcherrimum 364, 378
Tachigali
ÍNDICE

Spathelia 26, 53 racemiferum 364, 373


cf. myrmecophila 382, 391
excelsa 559 Stylogyne
venusta 72, 383, 392
Spathiphyllum micrantha 337, 339
Talisia 194
maguirei 673, 675, 714 rodriguesiana 337, 338
allenii 523, 526 Thyrsodium 544 nigra 109 789
cf. cupularis 522, 526 spruceanum 50, 545, 546 Trichomanes 97, 100
cf. firma 529 Tibouchina 438 ankersii 101
esculenta 520 Tiliaceae 46, 62, 69, 258, 264, 268 arbuscula 100
eximia 526 Tillandsia cellulosum 100
mollis 526 cf. bulbosa 706, 709 cf. trollii 101
praealta 62, 523, 527 Timbaúba 378 cristatum 101
sp. A 522, 524 Timbó 401 elegans 100
sp. B 67 Timbó-açu 671 martiusii 101
vera-luciana 34, 522, 528 Timbó-rana 401 ovale 99
Tamanqueira 557, 559 Tinteiro 450 pinnatum 100
Tamaquaré 250 Tococa punctatum 99
Tamaquaré-grande 250 bullifera 72, 439, 445 Trichosalpinx
Taperebá 42 caryophyllaea 438, 447 orbicularis 731, 736
Tapirira guianensis 445 Trichostigma 219
guianensis 38, 47, 50, 545, 546 Tocoyena Trigo 700
obtusa 545 longiflora 640 Trigonidium
retusa 545 Tomate 583 acuminatum 730, 745
Tapura Tonina obtusum 730, 748
amazonica fluviatilis 692 Triphora
var. manausensis 483 Tontelea 472 amazonica 731, 749
guianensis 483 congestiflora 473, 475 Triplophyllum 97
lanceolata 482, 483 corymbosa 473, 474 dicksonioides 108
Taquari 488 emarginata 475 Trisetella
Taralea 53, 396, 399 fluminensis 75, 473, 474 triglochin 731, 734
oppositifolia 52, 409 Toulicia Triticum 700
Tauarí 278, 285, 287 cf. pulvinata 527 Triumfetta
Tauarí-amarelo 278 guianensis 46, 47, 527 altheoides 264
Taxirana 373 sp. 2 529 Triuridaceae 84, 652
Tectariaceae 97 Tourém 214 Triuris 652
Telanthera 223 Tourneifortia 592 Trymatococcus
Telitoxicum Touroulia 53, 241 amazonicus 197, 198, 202
minutiflorum 193 guianensis 69, 243 Tucumã 655, 660
rodriguesii 193 Tovomita 29, 639 Tucumãí 660
Tenteiro 410 acutiflora 245, 249 Turnera
Tento 397, 410 amazonica 245, 249 ulmifolia 71, 298
Tento-miúdo 395 caloneura 29, 49, 245, 249 Turneraceae 70, 298
Terminalia cf. grata 245, 248 Tynanthus 48, 608
catappa 459 cf. martiana 244, 245, 248 panurensis 47, 70, 80, 609, 613,
Ternstroemia 477 cf. obovata 247 619
dentata 71, 238 choisyana 49, 245, 247 polyanthus 609, 616
urophora 238 gracilipes 245, 247
Tetracera 228 schomburgkii 245, 247
amazonica 229, 232 sp. 1 29, 245, 248 U
willdenowiana 77, 229, 231 sp. 2 245, 248
Ubaia 430
Tetragastris umbelata 248
Ubaia-rasteira 424
panamensis 535, 542 weddelliana 49, 245, 249
Ubím 664, 665
Tetrameranthus 130 Trattinnickia
Ubím-rana 664
duckei 45, 121, 131 burserifolia 543
Uchi 502
Tetrapterys glaziovii 534, 535, 543
Uchi-coroa 502
maranhamensis 506, 509 peruviana 543
Uchi-de-cutia 356
mucronata 508 rhoifolia 535, 543
Uchi-de-tambaqui 350
Theaceae 46, 70, 238, 477 Trema 46
Uchirana 350, 502, 503
Thelypteridaceae 97 micrantha 93, 195
Ucuquirana 331
Thelypteris 97 Trichilia 52, 53, 550, 552, 553
Ucuuba 136
arborescens 106 aff. schomburgkii 551, 552
Ucuuba-branca 142, 143
Theobroma 264 areolata 551, 552
Ucuuba-chico-de-assis 140
cacao 265 bullata 553
Ucuuba-da-terra-firme 144
grandiflorum 265, 267 cipo 550, 551, 552
Ucuuba-da-várzea 137
subincanum 266, 267 euneura 553
Ucuuba-do-baixio 143
sylvestre 267 micrantha 62, 551, 553
Ucuuba-fedorenta 141
Theophrastaceae 69, 299, 336 micropetala 552
Ucuuba-peluda 144
Thoracocarpus pallida 551, 553
Ucuuba-preta 143
bissectus 62, 671 pleeana 551, 552
Ucuuba-puña 136, 141, 143
Thurnia poeppigii 553
Ucuuba-vermelha 142, 144, 145
ÍNDICE

sphaerocephala 69, 693, 694 rubra 553


Ucuubarana 136
Thurniaceae 69, 693, 694 septentrionalis 551, 553
Ucuubarana-vermelha 141
Thymelaeaceae 41, 44, 47, 93, 416 Trichipteris
Uleiorchis
microdonta 109
790 ulaei 749 aff. sprucei 598 pumila 118
Ulmaceae 46, 93, 195 calothyrsa 598 ulei 118
Umari 478, 480z duckei 598 Zamiaceae 53, 118
Umiri 503 sprucei 596, 598 Zanthoxyllum 48
Unonopsis 121 triflora 47, 596, 598 Zanthoxylum
duckei 126 Vitis 499 djalma-batistae 42, 557, 559
guatterioides 129 Vittaria 97 huberi 559
stipitata 39, 126 lineata 112 rhoifolium 42, 69, 557, 559
Unxia Vittariaceae 97 Zingiberaceae 712
camphorata 648, 650 Viuvinha 596 Zingiberales 712, 714
Urospatha Vochysia Zornia 396
sagittifolia 673, 685 biloba 512, 515 latifolia 52, 399, 413
Urticaceae 69, 218 rufescens 58, 513, 515 Zygia 362
Urubu-caá 189 sp. 2 513, 515 juruana 374
Urucúm 258 vismifolia 515 racemosa 34, 363, 365, 375
Urucurana 258 Vochysiaceae 28, 40, 46, 47, 58, 65, ramiflora 374
Urucurana-branca 492 70, 417, 453, 512
Utricularia Votomita 453
nigrescens 84, 624 Vouacapoua 53, 382
Uva-da-amazônia 212 pallidior 32, 383, 384, 395
Vouarana
cf. guianensis 39, 522, 529
V Voyria 84
aphylla 567
Vallea 258
caerulea 567
Vanilla
spruceana 84, 567
palmarum 730, 731, 741
tenella 567
Vantanea 93, 501
Voyriella 84, 566
guianensis 45, 501, 502
parviflora 567
macrocarpa 501, 502
Vriesea 706
micrantha 28, 501, 502
splitgerberi 707
parviflora 501, 503
Vassourinha 601
Vatairea 397
paraensis 397, 398, 409
W
sericea 33, 398, 408 Warszewiczia 625
Verbenaceae 24, 47, 52, 76, 596, schwackei 643
611 Wedelia
Vinagreira 272 paludosa 651
Vinca-rosea 581 Williamodendron 151, 153
Viola 295 spectabile 160, 161
Violaceae 47, 59, 93, 295, 487, 625 Wullschlaegelia
Violeta 388 calcarata 731, 748
Virola 47
caducifolia 47, 138, 144
calophylla 47, 136, 138 X
var. calophylla 145
Ximenia 463
var. calophylloidea 145
Xixá 266
guggenheimii 138, 144
Xylopia
michelii 138, 143
aff. spruceana 124
minutiflora 144
amazonica 36, 121, 125
mollissima 136, 137, 138, 145
benthamii 121, 124
multicostata 138, 144
calophylla 38, 125
multinervia 39, 138, 144
crinita 121, 122, 124
pavonis 29, 138, 139, 140, 143
emarginata
sebifera 137, 138, 139
var. duckei 28, 124
surinamensis 137
nitida 28, 36, 122, 125
theiodora 48, 136, 137, 145
parviflora 125
venosa 39, 137, 138, 143
polyantha 125
Viscaceae 467
spruceana 29
Visgueiro 378
Xylosma 93, 288
Vismia 49, 70, 244
tessmannii 290, 292
cauliflora 67, 245, 257
Xyridaceae 690
cayennensis 49, 245, 257
Xyris
cf. gracilis 257
jupicai 690
guianensis 49, 245, 257
ÍNDICE

sandwithii 71, 245, 257


Vitaceae 52, 63, 69, 73, 299, 499,
578
Z
Vitex 52, 611 Zamia 53
791
792
Errata
Consulte a "home page" do INPA (http://www.inpa.gov.br) onde outros erros serão anotados.

pág. Correto Errado

2 Madagascar Madagasgar
10 Marlene Freitas Marlene de Freitas
20 Aniba roseaodora Aniba rosaeodora
22, 23 Strelitziaceae Streliziaceae
26 Pseudopiptadenia psilostachya Pseudopiptadenia psilostacyha
32 Calyptranthes aff. macrophylla Calyptranthes macrophylla
34 Ocotea rhynchophylla Ocotea rhyncophylla
45 Parinari parvifolia Parinari parviflora
47 Thylemaeaceae Thymeliaceae
55 Matayba arborescens arborescens (em Sapindaceae)
42 Zanthoxyllum djalma-baptistae Zanthoxyllum djalmae-baptistae
44 Huberodendron swietenioides Huberodendron swieteniodes
45 Fusaea longifolia Fusea longifolia
48 Croton lanjouwensis Croton lanjouensis
53 Pteridophyta Pteridophytae
58 Quiina cf. negrensis Quiina negrensis
58 Hiraea schultesii Hireae schultesii
58 Lacunaria jenmanii Lacunaria jenmani
60 Ómitir Dilleniaceae da caixa de Óchrea.
60 Swartzia brachyrachis Swartzia brachyrhachis
60 Caryocaraceae tambem tem estipelas e folhas compostas.
62 Inga bicoloriflora Inga bicolor
62 Dioscoreaceae Dioscoriaceae
62 Dioscorea Dioscoria
63 Bignoniaceae Meliaceae (imagem de Pleonotoma)
64 Dioscorea marginata Dioscorea spicata
63 Cissus erosa Cissus aerosa
65 Lecythis poiteaui Lecythis poitemi
67 Talisia sp. B Ormosia grossa (Leg: Papilionoideae)
74 Passiflora aff. riparia Passiflora aff. alata
79 Entada (Leguminosae) tem gavinhas na terminação da folha
86 Rafflesiaceae tambem ocorre parasitando Flacourtiaceae
87 Piperaceae deve ser tirado da caixa de Ramos com entrenós em folhas opostas
91 Rhabdodendraceae Rhadbodendraceae
97 Dicranopteris Dichranopteris
105 Adiantum amazonicum Adiantum amazonica
113 Elaphoglossum Elaphoglossdum
116 O tamanho do ramo de Selaginella conduplicata é 350 mm.
149 Folhas essencialmente glabras Flohas glabras
153, 170 Endlicheria aff. szyszylowiczii Endlicheria szyszylowiczii
180 S. acreanum S. cf. acreanum
190, 1 Disciphania Disphania
191 A. grandifolia pode ser raramente liana.
197 Imagem da pecíolo de Piper sp. 1 é fora de proporção
205 Sorocea pubivena Soroceae pubivena
228 Tetracera Tetraceara
pág. Correto Errado
793

228 Mit. Bot. Staatssamml. Munchen 9: 1-105.


Munchen 8: 1-98.
228 Munchen 9: 1-105. Munchen 8: 1-98.
241,2 Lacunaria jenmanii Lacunaria jenmani
249 Euglossinae Euglossini
273 genera gerera
283 Coluna por Lecythis sp. 1 deve ser em vermelho, e são seis, as espécies "extras".
284 Lecythis sp. nov. A Lecythis sp. nov. 1
287 Lecythis sp. nov. B. Lecythis sp. 1
291 Casearia negrensis Casearea negrensis
297 Passiflora hexagonocarpa Passiflora hexanocarpa
300,1,5,6 Passiflora aff. quandrangularis Passiflora aff. quadriglandularis
306 Heliconius Heliconis
345 Exellodendron Excelodendron
381 Enterolobium schomburgkii Enterolobium schomburkii
382, 391 Tachigali cf. myrmecophila Tachigali mymercophyla
402 Machaerium cuspidatum Machaerium caudatum
409 Talarea oppositifolia Taralia opositifolia
415 Cuphea antisyphilitica Cuphea ramulosa (que tambem ocorre na
Reserva)
436 Psidium guineense Psidium guianense
460 Buchenavia ochroprumna Buchenavia ochropruma
467 Eremelopidaceae Erimelopidaceae
515 Vochysia vismiaefolia Vochysia vismifolia
520 Serjania (Sapindaceae) Serjenia (Sapoindaceae)
529 Porocystis toulicioides Porocystes toulicioides
609 Mansoa kerere Pachyptera kerere
651 Ecuador Eaquador
663 Acanthocarpa var. exscapa Acanthocarpa var. humilis
692 Paepalanthus fasciculatus Paepalanthus fasciculattus
712 Costus aff. arabicus Costus arabicus
794
795
796
797
798
230 230 799

220 220
210 210
200 200
190 190
180 180
170 170
160 160
150 150
140 140
130 130
120 120
110 110
100 100
90 90
80 80
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
Acanthaceae
Amaranthaceae
Anacardiaceae
Malpighiaceae
Malvaceae
Marantaceae
Guia alfabético das
Anisophylleaceae
Marcgraviaceae
Annonaceae
Apiaceae
Melastomataceae famílias
Meliaceae
Apocynaceae
Memecylaceae
Aquifoliaceae A tabela ao lado permite encontrar as famílias pela ordem
Menispermaceae
Araceae
Monimiaceae alfabética.
Araliaceae
Arecaceae
Moraceae As páginas esquerdas de cada família contém uma faixa
Myristicaceae colorida na margem, que corresponde à cor do grupo
Aristolochiaceae
Myrsinaceae
Asclepiadaceae
Myrtaceae
taxonômico ao qual essa família pertence (classe ou
Asteraceae sub-classe):
Nyctaginaceae
Bignoniaceae
Ochnaceae
Bombacaceae
Olacaceae
Boraginaceae PTERIDÓFITAS
Onagraceae
Bromeliaceae
Opiliaceae GYMNOSPERMAS
Burmanniaceae
Orchidaceae
Burseraceae MAGNOLIIDAE
Oxalidaceae
Cactaceae
Passifloraceae HAMAMELIDAE
Capparidaceae
Peridiscaceae
Caryocaraceae CARYOPHYLLIDAE
Phytolaccaceae
Caryophyllaceae
Piperaceae DILLENIIDAE
Cecropiaceae
Poaceae
Celastraceae ROSIDAE
Polygalaceae
Chrysobalanaceae
Polygonaceae ASTERIDAE
Clusiaceae
Proteaceae
Combretaceae MONOCOTYLEDONAE
Pteridophyta
Commelinaceae
Quiinaceae
Connaraceae
Rafflesiaceae
Convolvulaceae
Rapateaceae
Costaceae
Rhabdodendraceae Nessa faixa colorida existe uma marca horizontal, que
Cucurbitaceae
Rhamnaceae
Cyclanthaceae
Rhizophoraceae
coincide com a posição do nome da família na tabela ao
Cyperaceae lado. Comparando a cor da margem e essa marcação,
Rosaceae
Dichapetalaceae
Rubiaceae é possível rapidamente localizar as famílias por ordem
Dilleniaceae
Dioscoreaceae
Rutaceae alfabética.
Sabiaceae
Duckeodendraceae
Sapindaceae
Ebenaceae
Sapotaceae
Elaeocarpaceae
Scrophulariaceae
Ericaceae
Simaroubaceae
Eriocaulaceae
Siparunaceae
Erythroxylaceae
Smilacaceae
Euphorbiaceae
Solanaceae
Flacourtiaceae
Sterculiaceae
Gentianaceae
Streliziaceae
Gesneriaceae
Styracaceae
Gnetaceae
Theaceae
Heliconiaceae
Theophrastaceae
Hernandiaceae
Thurniaceae Algumas famílias são também conhecidas com outros
Hippocrateaceae nomes:
Thymelaeaceae
Hugoniaceae
Tiliaceae Caesalpiniaceae = Leg: Caesalpiniodeae
Humiriaceae
Triuridaceae
Icacinaceae Capparidaceae = Capparaceae
Turnerceae
Lacistemataceae
Ulmaceae Compositae = Asteraceae
Lamiaceae
Urticaceae
Lauraceae Fabaceae = Leg: Papilionoideae ou Leguminosae
Verbenaceae
Lecythidaceae
Violaceae Graminae = Poaceae
Leg: Caesalpinioideae
Viscaceae
Leg: Mimosoideae Guttiferae= Clusiaceae
Vitaceae
Leg: Papilionoideae
Vochysiaceae Labiatae = Lamiaceae
Lentibulariaceae
Xyridaceae
Loganiaceae Mimosaceae = Leg: Mimosoideae
Zamiaceae
Loranthaceae
Zingiberaceae
Lythraceae

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