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FUNGOS

SILVESTRES Marcos D. F. SANTANA


Dirce L. KOMURA
da Amazônia Douglas M. COUCEIRO

Paraense
Ceci S. CAMPOS
Sheyla R. M. COUCEIRO

É de comer?
FUNGOS
SILVESTRES Marcos D. F. SANTANA
Dirce L. KOMURA
da Amazônia Douglas M. COUCEIRO

Paraense
Ceci S. CAMPOS
Sheyla R. M. COUCEIRO

É de comer?
PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Luiz Inácio Lula da Silva

MINISTRA DA CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÕES

Luciana Santos

DIRETORA DO INSTITUTO NACIONAL


DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA

Hillandia Brandão da Cunha

EDITORA INPA

Editor-Chefe

Mario Cohn-Haft
Produção Editorial

Rodrigo Verçosa
Shirley Ribeiro Cavalcante
Tito Fernandes
FUNGOS
SILVESTRES Marcos D. F. SANTANA
Dirce L. KOMURA
da Amazônia Douglas M. COUCEIRO

Paraense
Ceci S. CAMPOS
Sheyla R. M. COUCEIRO

É de comer?

Manaus
2023
©INPA 2023 - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

FICHA TÉCNICA

PROJETO GRÁFICO E REVISÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA


EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Dra. Larissa Trierveiler-Pereira
Rodrigo Verçosa Centro de Ciências da Natureza,
Campus Lagoa do Sino
Universidade Federal de São Carlos
FOTOGRAFIAS (UFSCar), Buri, SP.
Instagram: @fancnacabeca
As fotografias apresentadas neste livro
são da autoria de Marcos D. F. Santana,
com exceção das seguintes: Figura 6A Dra. Fernanda Karstedt
(Kelves César A. da Silva); Figura 7A e 7C Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
(Heloise Medeiros); Figura 34A-C e Fi-
Universidade Federal de São Carlos
gura 36A, B e D (Douglas M. Couceiro).
(UFSCar), São Carlos, SP.

As ilustrações do livro são da autoria de


Dirce L. Komura. REVISÃO TÉCNICO-GRAMATICAL
ESPÉCIE DA CAPA Esp. Márcia Adriana Cardoso Gomes
Oudemansiella sp., também conhecida como Faculdade Evangélica do Meio Norte (FAEME)
fungo-de-porcelana. Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP-BRASIL)

F981f Fungos Silvestres da Amazônia Paraense: É de comer? / Marcos Diones


Ferreira Santana, Dirce Leimi Komura, Douglas de Moraes Couceiro,
Ceci Sales Campos, Sheyla Regina Marques Couceiro. - Manaus:
Editora INPA, 2023.

92 p. : il. color.
ISBN: 978-65-5633-036-5

1. Fungos comestíveis. 2. Coleta de fungos. I. Santana, Marcos Diones


Ferreira. II. Komura, Dirce Leimi . III. Couceiro, Douglas de Moraes . IV.
Campos, Ceci Sales . V. Couceiro,Sheyla Regina Marques. VI. Título.

CDD 638.81105

EDITORA DO INSTITUTO NACIONAL


DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA
Av. André Araújo, 2936 – Manaus, AM, Brasil - Cep: 69067-375
55 (92) 3643-3223 www.gov.br/inpa email: editora@inpa.gov.br
AUTORES

Marcos Diones Ferreira Santana


Biólogo (UFPA), mestre em Botânica
(INPA), doutor em Biodiversidade e
Biotecnologia – Bionorte (UFPA e UFOPA)
e atualmente é servidor na Universidade
Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

Dirce Leimi Komura


Bióloga (UFPR), mestre em Bioquímica (UFPR),
doutora em Botânica (INPA), realizou Pós-
doutorado no Herbário INPA e atualmente
é professora de Biologia do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do
Maranhão, campus São João dos Patos.

Douglas de Moraes Couceiro


Biólogo (UNINORTE), mestre em
Biodiversidade (UFOPA) e atualmente
é doutorando em Biodiversidade e
Biotecnologia – Bionorte (UFAM).

Ceci Sales Campos


Tecnologia Florestal (ITAM), mestre em Botâ-
nica (INPA), doutora em Biotecnologia (UFAM)
e atualmente é Pesquisadora do Instituto Na-
cional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Sheyla Regina Marques Couceiro


Bióloga (UFAM), mestre em Entomologia
(INPA), doutora em Ecologia (UnB) e
atualmente é servidora na Universidade
Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
PREFÁCIO

É com muito carinho que recebi a oportunidade de ler em primeira mão o


livro “Fungos Silvestres da Amazônia Paranaense - É de comer?” E foi com imenso
prazer que o folheei e li, notando o carinho e cuidado com o qual foi estruturado, es-
crito e editado. O livro começa dando a oportunidade para um potencial amante de
cogumelos conhecer um pouco sobre os fungos e a diversidade desse grupo incrível
de formas e cores. Embora estes organismos sejam significativamente abundantes
nos trópicos, este livro é a primeira obra que aborda os cogumelos comestíveis do
Pará, representando um marco na história da micologia deste estado, e com certeza
para toda a América tropical.

Você sabia que existem cogumelos silvestres comestíveis? Caso não, esse livro
chegou nas mãos certas; ele te apresentará as espécies de cogumelos silvestres mais
comuns e como reconhecê-las, com fotos e dicas de formas de consumo. Caso já
tenhas ouvido falar de cogumelos comestíveis, mas ainda não tiveste coragem de
degustar, aqui tem orientações que te ajudarão a caminhar com maior segurança
nesse universo. Claro, sempre com a orientação de buscar a confirmação por alguém
com mais experiência no processo de identificação da espécie antes de consumi-la.

Por fim, não posso deixar de mencionar que além de tudo, o livro oferece
o conhecimento inicial necessário para qualquer entusiasta que queira iniciar no
mundo micológico, os primeiros passos essenciais para que a jornada comece corre-
tamente, com dicas de coleta não só voltado para o consumo, mas também voltada
para o universo científico.

Parabéns, autores, foi um prazer ter a oportunidade de escrever este prefácio.

Continuem micologando essa terra linda que é nosso Brasil!

Fernanda Karstedt
APRESENTAÇÃO

Fungos comestíveis são importantes produtos florestais não madeireiros uti-


lizados por diversos povos no mundo. Existem aproximadamente 2.000 espécies
de fungos comestíveis, muitas aptas ao cultivo, embora um número reduzido de
espécies seja explorado comercialmente, sobretudo na Amazônia. Nosso objetivo é
divulgar a diversidade de fungos da Amazônia, incrementar o conhecimento sobre
as espécies comestíveis comuns na região Oeste do Estado do Pará e, com isso, esti-
mular a curiosidade nas pessoas, fazê-las se questionarem e explorarem a natureza
ao seu redor de forma consciente, promovendo subsídios para o possível uso como
recurso na culinária regional. Assim, apresentamos uma lista de 17 espécies de fun-
gos silvestres comestíveis, sua frequência de ocorrência na região Oeste do Estado
do Pará e sua distribuição no Brasil. Os dados apresentados são resultados de ex-
cursões realizadas durante o ano de 2019 em áreas da Floresta Nacional do Tapajós
(Flona do Tapajós), Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex Tapajós-Arapiuns),
entorno da Hidrelétrica Silvio Braga (Hidrelétrica de Curuá-Una) e região metropo-
litana da cidade de Santarém, todas no Oeste paraense. Que este livro seja um dos
passos em direção ao interesse e conhecimento sobre esses seres fascinantes que são
os fungos e que isso possa auxiliar na conservação da biodiversidade e no desenvol-
vimento sustentável da Amazônia.

Os autores
AGRADECIMENTOS

A todos que, de alguma forma contribuíram com a produção desse livro. De


modo especial à Ana Daiane Lopes Costa, Luciana Edilena Santos Guimarães e seus
familiares, da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns (Resex Tapajós-Arapiuns), pela
companhia e auxílio nas primeiras coletas de macrofungos na região do Tapajós-
-Arapiuns, sobretudo, pelas conversas enriquecedoras durante as visitas às comu-
nidades Maripá e Vila Franca, pois graças a elas, surgiram a ideia e a necessidade de
catalogar os fungos da região.

Luciana (à esquerda) e Ana Daiane (à direita) segurando um galho com basidiomas de


Favolus brasiliensis em uma das primeiras coletas de macrofungos da Resex Tapajós-Ara-
piuns, em 22 de abril de 2016.
Cookeina speciosa
CUIDADO

“Todos os cogumelos são comestveis.


Alguns apenas uma vez!”
Steven Tyler (1948)

Embora as espécies de fungos silvestres apresentadas neste guia sejam de fácil


identificação e com conhecimento sobre sua comestibilidade bem estabeleci-
do, é de extrema importância compreender que não é fácil, em algumas situa-
ções, distinguir um fungo comestível de um tóxico ou mesmo alucinógeno.
Esses fungos podem ocorrer na mesma área e muitas vezes no mesmo perío-
do, acarretando risco de intoxicação se consumidos de forma indiscriminada.

Aconselhamos o uso acadêmico deste livro, como apoio à pesquisa, coleta,


identificação e conhecimento dessa parcela de fungos com um potencial ali-
mentício a ser explorado na região. No entanto, é muito importante o auxílio
de um especialista na identificação das espécies comestíveis, de forma que
não se deve consumir fungos sem esse acompanhamento.

Na dúvida, evite comer um cogumelo!

Algumas espécies de fungos silvestres apresentadas neste livro não são propí-
cias ao consumo humano. As mesmas foram usadas para ilustrar e exemplifi-
car procedimentos necessários no estudo dos fungos, sendo estas identifica-
das pelo símbolo abaixo:

“Espécie impalatável”
SUMÁRIO

ASPECTOS GERAIS SOBRE OS FUNGOS...........................................................................15

OS FUNGOS COMESTÍVEIS................................................................................................... 21

CARACTERIZAÇÃO DOS AMBIENTES VISITADOS...................................................... 25

COLETA DOS FUNGOS............................................................................................................33

Termos comuns mencionados nesse livro utilizados para


caracterizar os cogumelos...................................................................................................39

Símbolos importantes para entender o período de ocorrências


e a abundância das espécies na região Oeste do Pará..................................................41

FUNGOS COMESTÍVEIS DO OESTE DO PARÁ..............................................................42

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................... 78

GLOSSÁRIO................................................................................................................................. 80

REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 84

SUMÁRIO DAS ESPÉCIES

As espécies desse livro respeitam a seguinte classificação:

Filo
Com terminação “MYCOTA”

Ordem Com terminação “ales”

Família Com terminação “aceae”

Gênero

Espécie Exemplo: Cookeina tricholoma


(Gênero + Epíteto específico) Gênero Epíteto
específico
SUMÁRIO DAS ESPÉCIES
ASCOMYCOTA

Pezizales

Sarcoscyphaceae

Cookeina tricholoma................ 44 Cookeina speciosa ….……..…...…. 46

BASIDIOMYCOTA

Agaricales

Marasmiaceae Physalacriaceae

Trogia cantharelloides ............ 48 Oudemansiella sp. ……….…….… 50

Schizophyllaceae Psathyrellaceae

Schizophyllum commune ……... 52 Coprinellus disseminatus …….... 54

Auriculariales

Auriculariaceae

Auricularia delicata ………..…... 56 Auricularia nigricans ………..… 58

Auricularia mesenterica …...... 60


SUMÁRIO DAS ESPÉCIES

Dacrymycetales Phallales

Dacrymycetaceae Phallaceae

Dacryopinax spathularia ….. 62 Phallus indusiatus ………………… 64

Polyporales

Polyporaceae

Favolus brasiliensis ................. 66 Pycnoporus sanguineus .......... 68

Lentinus crinitus ..................... 70 Lentinus velutinus ……….....…… 72

Pleurotus djamor ..................... 74

Tremellales

Tremellaceae

Tremella fuciformis ………...…... 76


ASPECTOS GERAIS SOBRE OS FUNGOS

Trogia cantharelloides
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

O que são fungos?

Fungos são organismos estudados pela Micologia (termo de origem grega,


em que “mykes” significa fungo ou cogumelo e “logos” significa estudo). De modo
geral, são seres eucariontes, uni ou multicelulares, heterotróficos que se nutrem
por absorção e armazenam energia na forma de glicogênio; apresentam parede
celular constituída principalmente por quitina; podem se reproduzir por fragmen-
tação, mas comumente produzem esporos que são liberados no ambiente, germi-
nando e dando origem às hifas que se aglomeram e formam os micélios de novos
fungos (Alexopoulos et al. 1996; Kendrick 2011; Evert e Eichhorn 2013).

A micodiversidadade, também conhecida como micobiota e mais recente-


mente como funga (Kuhar et al. 2018), é de grande importância para a natureza,
pois participa da manutenção dos ecossistemas, prestando imprescindíveis servi-
ços ambientais como a ciclagem de matéria orgânica, no controle populacional
de espécies animais e vegetais, nas cadeias tróficas e associando-se às raízes das
plantas como fungos micorrízicos (Hooper et al. 2005; Caliman et al. 2010; Cortez
et al. 2011).

No que diz respeito ao uso, a história da relação dos fungos com a huma-
nidade, é antiga. O uso dos fungos perpassa desde a fabricação de pães e bebidas
alcoólicas no antigo Egito, a produtos farmacológicos na atualidade, como a peni-
cilina, o primeiro antibiótico descoberto e ainda amplamente utilizado (Pereira e
Pita 2005) e a ciclosporina, droga que possibilita o transplante cardíaco desde 1972,
pois evita a rejeição de órgãos (Silva 2008).

Quantos fungos são conhecidos?

Já foram propostas diversas estimativas para elucidar o número de espécies


existentes no mundo (e.g. Hawksworth 1991; Hawksworth 2001; Mueller e Schmit
2007; Blackwell 2011; Hawksworth 2012), dentre a mais aceita atualmente, está a
estimativa de 2,2 a 3,8 milhões de espécies proposta por Hawksworth e Lücking
(2017), chegando, no entanto, a estimativa mais recente de 12 milhões de espécies
(Wu et al. 2019). Independente dos diferentes números estimados, ainda se conhe-
ce pouco, algo em torno de 148 mil espécies (Antonelli et al. 2020).

Usando a estimativa da diversidade dos fungos proposta por Hawksworth


e Lücking (2017) e adicionando um pouco de imaginação, é possível compará-la
com uma deliciosa pizza de cogumelos. Contudo, mesmo ela sendo imensa, só se
pode saborear a porção conhecida da diversidade, uma fina fatia como mostrado
na Figura 1, sendo todo o restante desconhecido.

Dessa forma, cabe ressaltar que todo o conhecimento sobre os fungos, in-
cluindo as potencialidades à humanidade, são baseados apenas nessa fina fatia.

16
Aspectos gerais sobre os fungos

Figura 1. Estimativa da diversidade existente dos fungos segundo Hawksworth e Lücking (2017) e a
fatia de espécies conhecidas segundo Antonelli et al. (2020).

Portanto, não temos o conhecimento suficiente da funga existente de uma


área, muito menos de suas relações ecológicas, distribuição, fenologia e consequen-
temente, as infinitas possibilidades de uso em aplicações biotecnológicas e farma-
cêuticas (ver mais exemplos de uso em Hyde et. al. 2019). Em relação aos fungos
comestíveis, embora não se conheça todas as espécies possíveis de serem consumi-
das, uma pequena parcela do que conhecemos hoje, agrupa uma grande variedade
de espécies aptas ao consumo humano, o que garante muitas opções à gastronomia.

Fica claro o descompasso entre o que se conhece sobre os fungos e o que


ainda falta para se conhecer, ou seja, mais de 90%, mesmo considerando a estimativa
mais conservadora de cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos no mundo proposta
por Hawksworth (1991). Somando-se a isso, há o fato de que as atividades relaciona-
das ao desmatamento e fragmentação de habitats vêm extinguindo muitas espécies
de fungos antes mesmo de serem conhecidas pela Ciência (Dahlberg et al. 2010;
Dahlberg e Mueller 2011). Neste contexto, os estudos em diversidade de fungos se
tornam ainda mais urgentes e imprescindíveis.

Onde está esta diversidade de fungos ainda desconhecida? Existem regiões


consideradas prioritárias para estudos de diversidade e conservação, como nos tró-
picos e subtrópicos, a exemplo da Amazônia, onde se acredita que estão as espécies
ainda não conhecidas pela ciência (Hawksworth 1991; Hawksworth 2001; Hawkswor-
th 2012), regiões ainda pouco amostradas e estudadas. Dentre os motivos de tal falta
de conhecimento, estão a sua extensão territorial e dificuldade de acesso a localida-
des isoladas, escassez de profissionais sediados na área de pesquisa, mas principal-
mente falta de recursos financeiros para subsidiar expedições científicas. Embora o
conhecimento sobre os fungos tenha se mostrado crescente nos últimos anos, ainda
é um conhecimento fragmentado.

Dentre os filos mais estudados estão os Ascomycota e Basidiomycota, sendo


estes responsáveis por mais de 90% dos fungos conhecidos (Kendrick 2011). Embora
os líquens e os fungos anamorfos também pertençam a esses grupos, aqui vamos
ressaltar os grupos de fungos capazes de produzir os cogumelos.

17
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

O que é um cogumelo?

O cogumelo é apenas uma parte da totalidade do fungo. Trata-se da estrutura


macroscópica onde são produzidos os esporos sexuais desses organismos (Fig. 2A),
sendo a maior parte do fungo observada na forma de micélio no substrato onde
ele cresce (folhas da serrapilheira, um tronco, insetos etc.) (Fig. 2B). Outros termos
comuns, além dos populares orelhas-de-pau e urupês, é o mais genérico esporoma
que ainda pode ser encontrado na literatura sendo usado para se referir à estrutura
macroscópica dos fungos e os termos mais técnicos como ascoma quando se trata de
um cogumelo do filo Ascomycota e basidioma quando se trata de um cogumelo do
filo Basidiomycota.

De forma análoga aos frutos das plantas, foram também utilizados ao longo
do tempo termos como corpos de frutificação, esporocarpos e carpóforos, termos não
mais apropriados para a micologia. Além disso, os fungos são mais aparentados aos
animais que às plantas e assim como estes dois grupos de organismos, os fungos
também têm seu próprio reino, o Reino Fungi.

A B

micélio

Figura 2. Estrutura de um fungo macroscópico. A) Cogumelo; B) Fungo (cogumelo + micélio).

Na Região Oeste do Pará muitas espécies de cogumelos foram observadas,


nem todas são comestíveis, mas ilustram uma pequena parcela da biodiversidade
da região. Estas espécies podem ser acessadas baixando o guia de campo da Flores-
ta Nacional do Tapajós (https://fieldguides.fieldmuseum.org/pt-br/guias/guia/996)
(Fig. 3) e o guia de campo do Parque da Cidade de Santarém (https://fieldguides.
fieldmuseum.org/pt-br/guias/guia/1196) (Fig. 4), ambos disponibilizados pelo Field
Guides Museum (fieldguides.fieldmuseum.org).

18
Aspectos gerais sobre os fungos

APONTE A CÂMERA
DO CELULAR PARA
O QR CODE E BAIXE
ESTE GUIA DE FUNGOS

Figura 3. Guia de Fungos da Floresta Nacional do Tapajós disponível no site do Field Guides Museum.

19
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

APONTE A CÂMERA
DO CELULAR PARA
O QR CODE E BAIXE
ESTE GUIA DE FUNGOS

Figura 4. Guia de Fungos do Parque da cidade de Santarém, Pará, disponível no site do Field Guides Museum.

20
OS FUNGOS COMESTÍVEIS

Schizophyllum commune
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Afinal, fungos podem ser comestíveis?

A diversidade biológica dos fungos é aparentemente infinita e por isso, estão


entre os organismos mais relevantes do mundo (Mueller e Bills 2004). Esses orga-
nismos têm contribuído significativamente ao longo da história da humanidade
por serem produtos florestais não madeireiros de grande valor em várias partes do
mundo, sobretudo como alimentos (Willis 2018). Desde os povos pré-históricos, os
fungos eram empregados na alimentação, assim como fizeram as primeiras civili-
zações gregas, egípcias, romanas e mexicanas (Manzi et al. 2001; Yildiz et al. 1998;
Jiskani 2001; Sanmee et al. 2003). Os chineses, por exemplo, iniciaram o cultivo
de cogumelos comestíveis há pelo menos 2.600 anos (Chang 1989) e tornaram-se
um povo com uma história de 1.400 anos de cultivo de fungos para alimentação
(Willis 2018).

Atualmente, cerca de 2.000 espécies de fungos são conhecidas como comes-


tíveis (Choudhary et al. 2015) dentre as 148 mil espécies de fungos conhecidas (Anto-
nelli et al. 2020), embora apenas 30 delas são cultivadas comercialmente no mundo
(Urben et al. 2017). Contudo, deve-se considerar que o conhecimento, principal-
mente o conhecimento local, sobre os cogumelos varia de acordo com as culturas e
crenças populares (Fidalgo 1968; Gamboa-Trujillo 2005; Santana et al. 2019).

Os povos orientais, como os Chineses, por exemplo, conhecem cerca de


1.020 espécies de fungos comestíveis (Fang et al. 2018), enquanto que países como
o Brasil, apenas aproximadamente 100 espécies são consideradas aptas para o con-
sumo (Boa 2004; Trierveiler-Pereira et al. 2018; Trierveiler-Pereira 2019). Dessas,
apenas as espécies Agaricus bisporus ( JE Lange) Imbach (Champignon), Lentinula
edodes (Berk.) Pegler (Shiitake) e Pleurotus (Fr.) P. Kumm. spp. (Shimeji, Salmão,
Eryngii) são amplamente comercializadas (Santos 2005; Sales-Campos et al. 2008;
Ishikawa et al. 2017).

Segundo a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, o consumo


de cogumelos no Brasil tem aumentado nas últimas décadas, mas de acordo com
a Associação Nacional dos Produtores de Cogumelo, ainda não se compara com
os dos outros países tradicionalmente consumidores de fungos comestíveis como
mostrado na Tabela 1.

Tabela 1. Comparação na produção e consumo de cogumelos


comestíveis entre os Brasil e países com tradição micológica*.

Produção Consumo Per Capita


País
(Toneladas) (gramas/ano)
Brasil 12 160
China 5.008.850 10.000
Itália 761.858 2.000
Estados Unidos 390.902 3.000
França 115.669 2.000

Dados da Associação Nacional dos Produtores de Cogumelo (ANPC, 2020).

22
Os fungos comestíveis

E por que se comem poucos cogumelos no Brasil? Um dos motivos para a


falta de tradição na culinária brasileira talvez seja justificado pelo hábito micofóbico
observado na população de forma geral (Urben e Oliveira 1998). Este comportamen-
to se deve a fatores culturais, ecológicos e geográficos (Peintner et al. 2013; Mapes
et al. 2000), além de haver cogumelos tóxicos na natureza e isso reforçar o medo
dos fungos. Embora Peintner et al. (2013) salientem que países ditos como micófi-
los, ou seja, povos que gostam dos fungos, incluindo-os em suas crenças, medicina
e alimentação, são os que apresentam maior número de intoxicação por ingestão
errônea de cogumelos tóxicos.

Existem também lendas populares, que em algumas regiões brasileiras, o


medo dos cogumelos é reforçado a exemplo do personagem do folclore brasileiro,
Saci-Pererê que quando morre, se transforma em um cogumelo venenoso, sendo
essa história usada pelos pais e avós como alerta às crianças para não se aproxima-
rem dos fungos, haja vista que podem ser perigosos.

A falta de conhecimento torna os estudos sobre espécies comestíveis de gran-


de relevância, uma vez que não existe uma característica única para distinguir quais
são comestíveis e quais são prejudiciais à saúde. Assim, a combinação de estudos et-
nomicológicos e taxonômicos dos macrofungos são as bases para a divulgação cien-
tífica adequada desse conhecimento, além de promover o uso racional dos cogume-
los pela população local. Esta, quando compreender o valioso conhecimento sobre
os aspectos ecológicos e biotecnológicos dessas espécies, poderá utilizá-los de forma
a trazer benefícios econômicos e de segurança alimentar sustentável (Guzmán 1984,
1998; Villarreal e Gómez 1997; Pérez Moreno et al. 2008).

É possível encontrar fungos comestíveis na Amazônia?

Na Amazônia brasileira os estudos sobre os fungos comestíveis são, em sua


maioria, etnomicológicos (Fidalgo e Prance 1976; Fidalgo e Poroca 1986; Prance
1984; Cardoso et al. 2010; Vargas-Isla et al. 2013). Esses relatos iniciaram com Fidalgo
(1965, 1967) e Fidalgo e Prance (1976) que descreveram o consumo de fungos por
grupos indígenas Yanomami, posteriormente enfatizados por Sanöma et al. (2016),
além dos relatos de Fidalgo e Hirata (1979) que descreveram os hábitos de consumo
de fungos dos povos Caiabi, Txicão e Txucurramãe. Dentre esses povos, os grupos
indígenas Yanomami eram os que mais consumiam cogumelos, sendo que os de-
mais povos faziam uso na alimentação à medida que faltava outras fontes alimenta-
res (Fidalgo e Poroca, 1986).

Com bases nesses relatos e em estudos atuais, pesquisas promissoras avançam


na produção de algumas espécies em território amazônico, como Pleurotus ostreatus
( Jacq.) P. Kumm. (Sales-Campos et al. 2008, 2010; Palheta et al. 2011), Panus neostrigosus
Drechsler-Santos & Wartchow (Sales-Campos e Andrade 2010; Andrade et al. 2013),
Lentinula raphanica (Murrill) Mata & R.H. Petersen e Panus strigellus (Berk.) Overh. (Var-
gas-Isla et al. 2012).

23
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Contudo, a diversidade de fungos comestíveis na Amazônia ainda pode ser


considerada como desconhecida, se considerar a grande riqueza biológica e a exten-
são territorial. No estado do Pará, o conhecimento micológico é ainda mais escasso
por falta de tradição, investimento científico e recursos humanos.

Assim, estudos de levantamento e distribuição de espécies comestíveis


podem significar o resgate das tradições alimentícias de macrofungos nativos ou
instigar o hábito micófilo na região, provendo subsídios para utilização na culinária
regional, de modo a reconhecer esses cogumelos de forma segura, além de divulgar
a biodiversidade micológica e possibilitar estudos da ecologia, biotecnologia e ma-
nejo de florestas na Amazônia. Com esse intuito, apresentamos algumas espécies de
fungos silvestres comestíveis encontradas na região Oeste do Estado do Pará, suas
principais características, frequência de ocorrência com base em observações e o
atual cenário de distribuição no Brasil.

24
CARACTERIZAÇÃO DOS
AMBIENTES VISITADOS

Vista da copa das árvores da Floresta Nacional do Tapajós


FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Este livro é o resultado de coleta de dados e material micológico por meio de


visitas a quatro áreas da região Oeste do Pará (Fig. 5).

Figura 5. Localização das áreas onde foram realizadas as coletas dos fungos comestíveis.

• A. Floresta Nacional do Tapajós (Fig. 6);

• B. Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Fg. 7);

• C. Parque da cidade de Santarém (Fig. 8);

• D. Hidrelétrica Silvio Braga (Hidrelétrica de Curuá-Una (Fig. 9).

26
Caracterização dos ambientes visitados

A. Floresta Nacional do Tapajós

C D

Figura 6. Floresta Nacional do Tapajós. A-B) Vista do Dossel da floresta; C-D) Trilhas no interior da floresta.

27
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

B. Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns

C D

Figura 7. Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. A) Vista da chegada na Comunidade de Maripá; B) Co-


munidade de Vila Franca; C-D) Meio de transporte fluvial usado para acesso às comunidades da reserva.

28
Caracterização dos ambientes visitados

C. Parque da Cidade de Santarém

C D

Figura 8. Parque da Cidade de Santarém. A) Vista aérea do parque; B-D) Trilhas no interior do parque.

29
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

D. Hidrelétrica Silvio Braga (Hidrelétrica de Curuá-Una)

C D

Figura 9. Hidrelétrica Silvio Braga (Hidrelétrica de Curuá-Una). A-B) Vista da floreta no entorno da
hidrelétrica; C-D) Trilhas no interior da floresta.

30
Caracterização dos ambientes visitados

Algumas características climáticas são importantes para o aparecimento es-


pontâneo dos cogumelos, como: temperatura, precipitação e umidade relativa do ar
(Braga-Neto et al. 2008; Gomez-Hernandez e Williams-Linera 2011). Apresentamos
essas variáveis ambientais para o ano amostrado (2019).

Nessas áreas, assim como nos seus entornos, predomina a cobertura vegetal de
floresta ombrófila densa (Veloso et al. 1991; ICMBIO 2004), latossolo amarelo ( Jati e
Silva 2017) e clima tropical úmido, com temperatura média de 27oC (± 5oC) (Fig. 10).

Figura 10. Temperatura média nas áreas visitadas. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (www.
inmet.gov.br 2015).

A umidade relativa média do ar é de 88%, sendo os maiores índices registra-


dos entre os meses de janeiro a maio (Fig. 11). A precipitação pluviométrica média
anual é de 2.200 mm, com maiores precipitações registradas entre os meses de ja-
neiro a maio (período chuvoso; média mensal de 231 mm) e menores precipitações
de agosto a novembro (período de estiagem; média mensal de 61 mm) (Alvares et al.
2013) (Fig. 12).

Figura 11. Umidade Relativa do ar das áreas visitadas. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia
(www.inmet.gov.br 2015).

31
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Figura 12. Precipitação pluviométrica média das áreas visitadas. Dados do Instituto Nacional de Me-
teorologia (www.inmet.gov.br 2015)

32
COLETA DOS FUNGOS

Phallus indusiatus
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

As espécies apresentadas neste livro foram coletadas em trilhas pré-existen-


tes nas áreas visitadas durante o período de janeiro a dezembro de 2019. Para uma
identificação adequada das espécies, as características macroscópicas são muito im-
portantes e, para isso, uma coleta adequada deve ser realizada.

ATENÇÃO
As observações em campo para coleta científica e para fins de
consumo, devem seguir o mesmo rigor, pois é imprescindível
para uma identificação correta dos cogumelos.

Assim, alguns passos foram seguidos durante a realização das coletas:

Passo 1: Observar e fotografar

O primeiro passo é fotografar os espécimes ainda aderidos ao substrato (local


onde ele está crescendo como solo, madeira, serrapilheira). Importante para docu-
mentação, pois ajuda na identificação e caracterização da espécie e, posteriormente
na sua divulgação.

Fotografe os detalhes do basidioma levando em consideração suas dimensões


e características marcantes. Considere a superfície do basidioma onde costumam
apresentar padrões de coloração (Fig. 13A) e a face inferior do píleo, chamada de

A B

Figura 13. Fotos mais detalhadas dos cogumelos. A) Superfície superior do basidioma; B) Superfície
inferior do basidioma; C) Parte de cima e parte de baixo do cogumelo na mesma imagem.

34
Coleta dos fungos

himenóforo, onde ficam as lamelas ou poros, como no exemplo da Fig. 13B (outras
formas também são observadas como himenóforo liso, com dentes ou tubos). Pode-
se optar por essas características estarem na mesma imagem (Fig. 13C).

Lembre-se de fazer fotos panorâmicas, pois ajudam a mostrar o cogumelo, o


substrato e o ambiente com o qual está interagindo como nos exemplos mostrados
na figura 14.

Figura 14. Foto panorâmica mostrando a extensão do fungo e sua interação com o substrato e ambiente.

35
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Quando o cogumelo apresenta forma (hábito) de “guarda-chuva” (com píleo e es-


tipe), fotos adicionais podem ser úteis na descrição e caracterização do espécime (Fig. 15).

A B C

Figura 15. Diferentes fotografias do mesmo cogumelo para melhor caracterizar sua morfologia. A) Vista
lateral mostrando a forma do píleo (“chapéu”) e a inserção do estipe (“pé”) no substrato; B) Vista da
superfície do píleo (parte de cima); C) Vista do himenóforo (parte de baixo) (no exemplo são lamelas).

Uma dica bastante relevante é o uso de uma escala nas fotos dos cogumelos,
recomenda-se uma escala padronizada (Fig. 16A) ou com o que tiver em mão e tenha
tamanho conhecido (Fig. 16B).

A B

Figura 16. Uso de escalas nas fotografias de cogumelos. A) Escala padronizada; B) Escala improvisada.

Passo 2: Como coletar

A maior parte dos cogumelos neste guia crescem em troncos, em vista disso a
remoção dos cogumelos deve ser feita de forma manual com auxílio de um canivete
ou faca, sendo importante deixar parte do substrato aderido e se possível, fotogra-
far também as diferentes fases do desenvolvimento dos basidiomas para ajudar na
descrição (Fig. 17).

36
Coleta dos fungos

Figura 17. Diferentes fases do desenvolvimento morfológico de um cogumelo.

Ressaltamos que no caso de depósito do material em uma coleção científi-


ca de fungos, um Fungário ou Herbário por exemplo, pode-se manter o substrato
aderido ao cogumelo e no caso de coleta para consumo, essa parte deve ser retirada.

Passo 3: Como transportar

O transporte do material coletado também deve ser levado em consideração.


De modo geral, os cogumelos podem ser acondicionados em sacos de papel (nunca
de plástico), no qual são adicionadas as informações da coleta (Fig. 18).

Figura 18. Acondicionamento para transporte dos cogumelos em sacos de papel.

37
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Como alternativa, alguns pesquisadores acondicionam os fungos em caixas plás-


ticas compartimentalizadas, principalmente quando os espécimes são frágeis (Fig. 19).

Figura 19. Acondicionamento para transporte dos cogumelos em caixa plástica compartimentalizada.

Se o maior objetivo for a coleta dos fungos silvestres comestíveis descritos


nesse livro, uma dica importante é procurar as espécies em áreas relativamente bem
preservadas e durante as épocas de chuvas, quando são mais abundantes.

Passo 4:
Como preservar cogumelos para depositar em uma coleção científica?

Depois da coleta e previamente ao depósito em uma coleção científica, é ne-


cessário preparar o cogumelo coletado para mantê-lo preservado por muito tempo.
Para isso, é necessário realizar a desidratação do material utilizando uma estufa com
ventilação ou um desidratador de alimentos. A temperatura deve ser de 38/40°C por
24/48 horas. O tempo irá variar de acordo com o tamanho e quantidade de umidade
contida no cogumelo, somente após estarem bem secos é que serão armazenados
em sacos plásticos tipo Ziplock (Fig. 20).

Figura 20. Espécimes desidratados prontos para depósito em coleção biológica.

38
Coleta dos fungos

Passo 5:
Posso depositar os cogumelos que coletei em uma coleção científica?

Parte dos cogumelos coletados podem ser depositados em uma coleção bio-
lógica científica, que no caso dos macrofungos pode ser um Herbário ou um Fun-
gário. Esses locais funcionam como se fossem uma grande biblioteca da biodiver-
sidade, sendo que cada amostra depositada corresponderia a um livro único com
informações importantes associadas aos cogumelos e anotadas durante a coleta com
o nome de quem realizou a coleta (incluindo o número do coletor se tiver), data da
coleta, localização geográfica (GPS) de onde o cogumelo foi coletado, substrato onde
o cogumelo crescia, breve descrição morfológica, tipo de floresta, etc.

Quando a coleta e o processamento das amostras são realizados de forma


adequada, é possível disponibilizar o material para pesquisa independentemente de
ser um pesquisador ou não. Basta procurar o auxílio do curador, profissional respon-
sável pela coleção científica na universdade e seguir suas orientações.

Quando um macrofungo é depositado numa coleção, cada espécime coleta-


do recebe um número de registro único (número Tombo), o qual é incluído numa
etiqueta com todos os dados de coleta fornecidos pelo coletor. Todos os espécimes
utilizados na produção desse livro e cuja coleta foi possível, foram incorporados à
coleção de fungos do Herbário HSTM, da Universidade Federal do Oeste do Pará,
campus Santarém, e podem ser acessados nas Plataformas:

• Jabot (http://hstm.jbrj.gov.br);

• SpeciesLink (http://splink.cria.org.br).

Termos comuns mencionados nesse livro


utilizados para caracterizar os cogumelos

escamas
píleo (chapéu)
receptáculo

contexto indúsio (véu)


anel pseudoestipe
lamelas
estipe (pé)

volva volva
bulbo

rizomorfo

micélios (conjunto de hifas)

39
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

QUANTO AO HÁBITO

cespitoso gregário solitário ou


isolado

QUANTO À INSERÇÃO DO ESTIPE

central lateral séssil

QUANTO À INSERÇÃO DA LAMELA

livre adnata sub-decurrente decurrente

QUANTO ÀS FORMAS DO PÍLEO


• VISTA LATERAL

convexo aplanado deprimido infundibuliforme


ou depresso

• VISTA DE CIMA

reliforme flabeliforme espatulado

40
Coleta dos fungos

Símbolos importantes para entender o período de ocorrências


e a abundância das espécies na região Oeste do Pará

QUANTO AO PERÍODO DE CHUVAS

Período de estiagem

Início das chuvas com pouca precipitação

Período com aumento das chuvas

Período de chuvas intensas

QUANTO A ABUNDÂNCIA DO COGUMELO

Abundância baixa - início do período de observação do cogumelo

Abundância moderada - período de aumento na produção do cogumelo

Abundância alta - período de maior produtividade do cogumelo

41
FUNGOS COMESTÍVEIS
DO OESTE DO PARÁ

Basidiomas de Oudemansiella sp. recém


coletados sendo preparados para consumo
Fungos comestíveis do oeste do Pará

Apresentamos 17 espécies de fungos silvestres comestíveis que podem ser


encontradas na região Oeste do Pará e em outras regiões do Brasil. Estas estão dis-
tribuídas em grupos taxonômicos que ajudam os cientistas a identificarem e saber o
grau de parentesco entre elas, assim são dois filos, sete ordens, 10 famílias e 13 gêne-
ros. As terminologias e nomenclaturas foram constantemente atualizadas de acordo
com as bases de dados micológicos:

• Index Fungorum (http://www.indexfungorum.org);

• MycoBank (http://www.mycobank.org).

As espécies foram relatadas por Li et al. (2021) em uma revisão sobre as es-
pécies de cogumelos comestíveis do mundo, onde propuseram um sistema para
categorizar as espécies de cogumelos comestíveis e atribuir-lhes um status final de
comestibilidade. Assim, todas as espécies desse livro foram avaliadas quanto as ca-
tegorias propostas e foram consideradas seguras para consumo, desde que sejam
corretamente identificadas por um especialista.

Junto às descrições das espécies, apresentamos imagens das mesmas em seus


habitat e hábitos, forma de consumo, período de ocorrência na região com base em
observações de coletas e distribuição no Brasil de acordo com o banco de dados on-
line SpeciesLink (http://splink.cria.org.br).

43
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Cookeina tricholoma (Mont.) Kuntze.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Ascoma de até 2,5 cm de diâmetro e em forma de taça. Receptáculo côncavo, glabro,


himenóforo alaranjado pálido ao avermelhado tendendo a salmão, parte externa pilo-
sa, porém pálida, com pelos que se assemelham a espinhos longos e hialinos. O estipe
é branco, cilíndrico e de superfície lisa medindo até 1,5 cm de comprimento (Fig. 21).

HABITAT E HÁBITO

Pode ser encontrado comumente em troncos e galhos das árvores em decomposição


de forma isolada à gregária.

FORMA DE CONSUMO

Apresenta sabor suave e textura crocante. Pode ser consumida em sopas e caldos.
O povo Patamona, na Guiana, consome este fungo embrulhando-o em folhas e co-
zinhando no vapor.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Sánchez et al. 1995; Henkel et al. 2004; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

44
Fungos comestíveis do oeste do Pará

C. tricholoma | Sarcoscyphaceae

A B

Figura 21. Ascomas de Cookeina tricholoma. A) Ascomas crescendo de forma gregária; B) Ascomas
crescendo de forma gregária e de coloração mais clara. Escala: 1 cm.

45
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Cookeina speciosa (Fr.) Dennis


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Ascoma com até 3 cm de diâmetro e 4 cm de altura, crescendo isoladamente ou


gregário, estipitado centralmente, cupulado profundo ou mais raso ou em forma
de cálice, com pelos brancos a hialinos, curtos, dispostos de uma a três fileiras da
circunferência do ascoma, na borda e logo abaixo na parte externa do cálice. Re-
ceptáculo côncavo, esbranquiçado, com estipe delgado, oco, ligeiramente atenuado
abaixo, concolor ou até mais pálido que o receptáculo (Fig. 22).

HABITAT E HÁBITO

Pode ser encontrado comumente se desenvolvendo em troncos e galhos das árvores


em decomposição.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie pode ser consumida em sopas e caldos.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Sánchez et al. 1995; Henkel et al. 2004; Iturriaga e Pfister 2006.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

46
Fungos comestíveis do oeste do Pará

C. speciosa | Sarcoscyphaceae

A B

Figura 22. Ascomas de Cookeina speciosa. A) Estágios do desenvolvimento; B) Vista lateral; C) Hábito
gregário. Escala: 1 cm.

47
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Trogia cantharelloides (Mont.) Pat.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

A espécie é facilmente reconhecida por sua cor marcante mais ou menos lilás ou
roxa ou púrpura no himenóforo e estipe. O píleo, com superfície um pouco mais
pálida e esbranquiçada, se destaca por ser infundibuliforme com lamelas decurren-
tes, finas e densamente espaçadas (Fig. 23).

HABITAT E HÁBITO

Essa espécie pode ser frequentemente encontrada crescendo em serrapilheira ou


em troncos enterrados no solo, especialmente em remanescentes de floresta e bos-
ques. Basidiomas gregários.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie pode ser fatiada e cozida em sopas e caldos, mas também pode ser
usada em assados e grelhados, desde que fresca.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Ravikrishnan et al. 2017.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

48
Fungos comestíveis do oeste do Pará

T. cantharelloides | Marasmiaceae

A B

C D

E F

Figura 23. Basidiomas de Trogia cantharelloides. A) Imaturo; B) Fases do desenvolvimento; C) Hábito


gregário; D) Vista da superfície do píleo; E) Vista lateral; F) Vista do himenóforo (lamelas). Escala: 1 cm.

49
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Oudemansiella sp.
CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Cogumelo com píleo de até 6 cm de diâmetro, convexo, branco, liso com um umbo
central depresso, presença de escamas marrom esverdeadas podem cair pela ação
das chuvas quando maturo. Estipe variando entre 1,5 a 6 cm de altura, cilíndrico,
branco, com escamas bulbosas. As lamelas são brancas, adnatas a subdecurrentes
(Fig. 24).

HABITAT E HÁBITO

Geralmente atua como decompositor de galhos e troncos de árvores mortas, mas


pode ser encontrada em árvores vivas.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie tem sabor suave, podendo ser ingerida in natura ou usada em molhos e
massas. Devido à grande quantidade de água no basidioma, não se recomenda o uso
em assados ou grelhados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Ruegger et al. 2001; Xu et al. 2016; Iark et al. 2019; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

50
Fungos comestíveis do oeste do Pará

Oudemansiella sp. | Physalacriaceae

A B C

Figura 24. Basidiomas de Oudemansiella sp. A) Basidioma imaturo; B) Vista da superfície do píleo;
C) Vista do himenóforo (lamelas); D) Basidiomas maturos. Escala: 1 cm.

51
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Schizophyllum commune Fr.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Cogumelo imbricado, séssil, flabeliforme e coriáceo. O píleo pode medir de 1 a 4 cm


e ser radialmente estriado, concentricamente zonado em tons de cinza e branco ou
acinzentado. O himenóforo é cinza-acastanhado ou com tom rosado composto de
várias dobras partidas ao longo do comprimento que se enrolam aos pares forman-
do cânulas radiais distantes. Estipe ausente (Fig. 25).

HABITAT E HÁBITO

Encontrada decompondo árvores mortas e troncos, podendo formar grandes colô-


nias de forma gregária.

FORMA DE CONSUMO

A espécie tem sabor adstringente na maturidade e pode ficar mais palatável com
algumas fervuras antes do preparo. Pode ser usado em cozidos ou refogados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Han et al. 2005; Ohm et al. 2010; Adejoye et al. 2007; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

52
Fungos comestíveis do oeste do Pará

S. commune | Schizophyllaceae

B C

Figura 25. Basidiomas de Schizophyllum commune. A) Basidioma imaturo; B) Basidiomas gregários e


maturos; C) Superfície do píleo; D) Himenóforo com lamelas fendidas longitudinalmente. Escala: 1 cm.

53
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Coprinellus disseminatus (Pers.) J.E. Lange.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Cogumelo com 2 cm de altura, muito frágil e efêmero. Píleo com até 1,5 cm de
diâmetro e em forma de sino, estriado, de cor branco-palha acinzentado-se com o
desenvolvimento. As lamelas são adnatas, brancas no início do desenvolvimento e
tornando-se cinza como na superfície. O estipe é branco (Fig. 26).

HABITAT E HÁBITO

Encontrado decompondo troncos e galhos de árvores mortas ou mesmo pilhas de


serragem. Crescem em grandes quantidades de forma gregária ou cespitosa.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie tem sabor suave e pode ser consumida em saladas. No entanto, não deve
ser preparada e nem consumida na presença de bebidas alcoólicas, pois produz uma
toxina chamada coprina, N-(1-hidroxi-ciclopropilglutamina) que se torna tóxica na
presença de álcool, prejudicando o funcionamento do fígado (Berger e Guss 2005).

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Badalyan 2003; Novaković et al. 2018; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

54
Fungos comestíveis do oeste do Pará

C. disseminatus | Psathyrellaceae

A B

C D

Figura 26. Basidiomas de Coprinellus disseminatus. A) Basidiomas imaturos; B) Basidiomas maturos;


C) Vista da superfície do píleo; D) Vista lateral; E) Hábito gregário. Escala: 1 cm.

55
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Auricularia delicata (Mont. ex Fr.) Henn.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Espécie facilmente conhecida pela consistência gelatinosa e aparência reticulada da


superfície do himenóforo, características que somente esta espécie de Auricularia
possui. O basidioma tem forma auriculada (de orelha), podendo chegar a 6 cm de
largura, superfície não fértil aveludada, rugosa, com cores variando desde amarelo
acastanhado, castanho claro ao castanho rosado (Fig. 27).

HABITAT E HÁBITO

Decompondo troncos e galhos caídos de forma gregária.

FORMA DE CONSUMO

Espécie cultivada para o consumo há mais de 6 mil anos. Possui sabor picante, poden-
do ser ingerida in natura, em pratos frios ou refogados. Devido à grande quantidade
de água presente no basidioma, não se recomenda o uso em assados ou grelhados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Wong 1993; Vargas-Isla et al. 2013; Xing-Hong et al. 2016; Kabuyi et al. 2017; Li et al.
2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

56
Fungos comestíveis do oeste do Pará

A. delicata | Auriculariaceae

A B

C D

E F

Figura 27. Basidiomas de Auricularia delicata. A) Superfície do basidioma imaturo; B) Himenóforo do


basidioma juvenil; C) Superfície do basidioma maturo; D) Himenóforo do basidioma maturo; E-F) Está-
dios mais maduros dos basidiomas. Escala: 1 cm.

57
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Auricularia nigricans (Sw.) Birkebak, Looney & Sánchez-García.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Basidiomas sésseis, agregados, convexo com superfície ligeiramente acastanhada


áspera, coberta por pelos esbranquiçados tornando-se enrugados ou ondulados du-
rante a maturidade. A superfície interna é escura e lisa. Podem chegar a 6 cm de
largura (Fig. 28).

HABITAT E HÁBITO

Em tronco caídos e galhos de árvores. Basidiomas crescendo de forma isolada ou


gregária.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie pode ser consumida em pratos frios ou refogados, preferencialmente


em caldos e sopas. Devido a quantidade de água no basidioma, não se recomenda o
uso em assados ou grelhados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Quimio 2002; Mleczek et al. 2018; Sánchez et al. 2018; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

58
Fungos comestíveis do oeste do Pará

A. nigricans | Auriculariaceae

A B

D E

Figura 28. Basidiomas de Auricularia nigricans. A) Estádios de desenvolvimento do basidioma; B) Vista


lateral; C) Vista da superfície dos basidiomas maturos; D-E) Vista do himenóforo. Escala: 1 cm.

59
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Auricularia mesenterica (Dicks.) Pers.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Esta espécie pode variar em tamanho, muitas vezes se fundindo em estruturas com-
postas por mais de um metro. A superfície superior é lobada, felpuda ou peluda e
dividida em várias faixas concêntricas de roxo, marrom, ocre, cinza e branco. O
himenóforo é inicialmente liso e esbranquiçado, mas com o desenvolvimento tor-
na-se enrugado de cor marrom-avermelhado ao ocre (Fig. 29).

HABITAT E HÁBITO

Ocorre comumente em troncos e galhos caídos no solo da floresta, principalmente


em locais úmidos e sombreados.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie tem sabor suave, podendo ser ingerida in natura ou usada em molhos e
massas. Considerando a grande quantidade de água no basidioma, não se recomen-
da o uso em assados ou grelhados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Upadhyay e Singh 2011; Badalyan e Borhani 2019; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

60
Fungos comestíveis do oeste do Pará

A. mesenterica | Auriculariaceae

A B

Figura 29. Basidiomas de Auricularia mesenterica. A) Fases do desenvolvimento dos basidiomas; B)


Vista da superfície do basidioma; C) Vista do himenóforo; D) Superfície do basidioma de forma gregá-
ria; E) Vista do himenóforo de basidiomas gregários. Escala: 1 cm.

61
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Dacryopinax spathularia (Schwein.) G.W. Martin.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Basidiomas espatulados, estipitados com flabelos sinuados a petaloides, irregular-


mente lobados com coloração amarelada, mas podem ter cor âmbar quando seco e
chegar a 3 cm de tamanho; consistência gelatinosa a cartilaginosa (Fig. 30).

HABITAT E HÁBITO

Podem ser encontrados atuando como decompositores de troncos e galhos de ár-


vores mortas em diversos ambientes, incluindo florestas, parques e áreas urbanas.
Basidiomas gregários.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie pode ser consumida in natura, usada em saladas ou usada em molhos.
Devido ao aspecto gelatinoso e quantidade de água no basidioma, não se recomenda
o uso em assados, frituras ou grelhados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Dijk et al. 2003; Kumar et al. 2018; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

62
Fungos comestíveis do oeste do Pará

D. spathularia | Dacrymycetaceae

Figura 30. A-B) Basidiomas maturos de Dacryopinax spathularia. Escala: 1 cm.

63
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Phallus indusiatus Vent.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Basidioma subgloboso a ovoide quando jovem de cor esbranquiçada com leve tom
cinza claro e interior gelatinoso. Ao se desenvolver, a volva membranosa se rasga
apicalmente expondo o pseudoestipe que pode chegar a 15 cm de altura, cilíndrico,
esponjoso, branco, oco, alveolado a poroso. O receptáculo cônico esbranquiçado na
ponta abriga a gleba, onde estão os esporos de cor verde-oliva escura e o indúsio,
branco, com até 9 cm de altura e muito delicado, pendurado por dentro do receptá-
culo descendo até o chão (Fig. 31).

HABITAT E HÁBITO

Cresce em solos sombreados ricos em matéria orgânica.

FORMA DE CONSUMO

Pode ser consumido na fase jovem quando ainda apresenta forma ovoide e maturo,
quando é possível consumir apenas o pseudoestipe com legumes, carnes e em caldos.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Hara e Kiho et al. 1982; Ker, et al. 2011; Gogoi e Vipin 2015; Cruz et al. 2016; Li et al.
2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

64
Fungos comestíveis do oeste do Pará

P. indusiatus | Phallaceae

A B

C E

Figura 31. Basidiomas de Phallus indusiatus. A-B) Basidioma imaturo (ovo); C-D) Corte vertical do
basidioma imaturo; E) Basidioma maduro. Escala: 1 cm.

65
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Favolus brasiliensis (Fr.) Fr.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Cogumelo reniforme, flabeliforme a espatulado e aplanado com até 6 cm de diâme-


tro. O píleo tem superfície glabra, radialmente estriada, branca em estado fresco e
creme a levemente laranja amarronzado com o desenvolvimento. A superfície hi-
menial tem poros hexagonais. O estipe é cilíndrico, com até 7 mm de comprimento
(Fig. 32).

HABITAT E HÁBITO

Encontrado decompondo troncos e galhos de árvores mortas. Basidiomas crescen-


do de forma gregária.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie pode ser consumida em caldos e ensopados. Frescos podem ser prepa-
rados com molhos para diversos pratos.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Omarini et al. 2010; Omarini et al. 2010a; Vargas-Isla et al. 2013; Gamboa-Trujillo et
al. 2019; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

66
Fungos comestíveis do oeste do Pará

F. brasiliensis | Polyporaceae

A D

Figura 32. Basidiomas de Favolus brasiliensis. A-B) Superfície superior do píleo; C-D) Superfície inferior
(himenóforo) do píleo; E) Basidiomas “velhos”. Escala: 1 cm.

67
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Pycnoporus sanguineus (L.) Murrill


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Cogumelo facilmente reconhecível por sua intensa cor laranja avermelhada e con-
sistência coriácea do basidioma flabeliforme, semi-estipitado. O píleo pode alcan-
çar 6 cm de comprimento com superfície laranja e a superfície himenial apresenta
poros circulares (Fig. 33).

HABITAT E HÁBITO

Encontrado geralmente decompondo troncos e galhos de árvores mortas em borda


de floresta de forma solitária até dispersa, fracamente fixado ao hospedeiro.

FORMA DE CONSUMO

Apresenta consistência semelhante ao couro, pode ser consumida fatiada e cozida


em caldos ou mesmo desidratado triturado e usado em sopas.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Prance 1984; Vikineswary et al. 2006; Borderes et al. 2011; Vargas-Ista et al. 2013;
Gambato et al. 2016; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

68
Fungos comestíveis do oeste do Pará

P. sanguineus | Polyporaceae

B C

Figura 33. Basidiomas de Pycnoporus sanguineus. A-B) Vista da superfície do píleo; C) Vista do hime-
nóforo (poros). Escala: 1 cm.

69
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Lentinus crinitus (Jungh.) Höhn.

CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Cogumelo podendo chegar a 7 cm de altura. O píleo pode chegar a 5 cm de diâme-


tro, coberto por pelos esbranquiçados a marrom e apresentar margem revoluta. Na
parte inferior, as lamelas são denteadas e tendem a ter cor amarelada. O estipe é
central com pelos esbranquiçados e grossos (Fig. 34).

HABITAT E HÁBITO

Pode ser encontrado em ambientes urbanos ou áreas abertas, onde decompõe ma-
deira morta. Cogumelo encontrado de forma dispersa à gregária.

FORMA DE CONSUMO

Devido a consistência coriácea à quebradiça, essa espécie pode ser fatiada e usada
em cozidos, molhos ou sopas.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Vargas-Isla e Ishikawa 2008; Zheng et al. 2009; Vargas-Ista et al. 2013; Sanuma et al.
2016; Santana et al. 2018; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

70
Fungos comestíveis do oeste do Pará

Lentinus crinitus | Polyporaceae

B C

Figura 34. Basidiomas de Lentinus crinitus. A) Hábito gregário; B) Vista lateral; C) Vista da superfície do
píleo com destaque para os “pelos”; D) Vista do himenóforo (lamelas). Escala: 1 cm.

71
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Lentinus velutinus Fr.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Basidioma tem forma de funil quando jovem, quando tem cor marrom púrpura e
torna-se deprimido a plano com o desenvolvimento ficando marrom escuro. A mar-
gem do píleo é curvada para levantada, com lamelas muito próximas, decorrentes,
marrom amêndoa ficando marrom escuro na margem. O estipe é cilíndrico, afilan-
do para cima, central e pode chegar 15 cm com superfície sólida e escamosa marrom
com cerdas castanhas (Fig. 35).

HABITAT E HÁBITO

Pode ser encontrado, em sua maior totalidade, crescendo sobre troncos secos ou em
estado de decomposição avançado. Basidiomas crescendo isolado.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie pode ser preparada em assados e grelhados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Sanuma et al. 2016; Udchumpisai e Bangyeekhun 2020; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

72
Fungos comestíveis do oeste do Pará

L. velutinus | Polyporaceae

A B

C D

Figura 35. Basidiomas de Lentinus velutinus. A) Superfície do basidioma jovem; B) Himenóforo (la-
melas) do basidioma jovem; C) Vista lateral; D) Vista da superfície do píleo; E) Vista do himenóforo
(lamelas) do basidioma maturo. Escala: 1 cm.

73
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Pleurotus djamor (Rumph. ex Fr.) Boedijnii


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Essa espécie apresenta basidiomas em forma de concha espatulada a flabeliforme,


variando em tamanho, quase sempre séssil ou lateralmente estipitado. A superfície
superior do píleo é lisa, de coloração rosa salmão e a parte inferior apresenta lamelas
rosadas, próximas e decorrentes (Fig. 36).

HABITAT E HÁBITO

Pode ser encontrado crescendo na madeira, geralmente em troncos em decompo-


sição em locais sombreados. Basidiomas gregários, geralmente crescendo em forma
de prateleira.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie pode ser utilizada em diversos pratos fritos, ensopados, assados, caldos
e em pratos orientais.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Guo et al. 2007; Mallikarjuna et al. 2013; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

74
Fungos comestíveis do oeste do Pará

P. djamor | Pleurotaceae

A B

Figura 36. Basidiomas de Pleurotus djamor. A) Estágios do desenvolvimento; B) Vista do himenóforo


(lamelas); C) Basidiomas frescos recém coletados. Escala: 1 cm.

75
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Tremella fuciformis Berk.


CARACTERÍSTICAS VISÍVEIS EM CAMPO

Esta espécie apresenta basidiomas gelatinosos, mas bastante firmes, translúcidos e


esbranquiçados. São fortemente contorcidos com as extremidades crespas, lobado
e superfície lisa e brilhante. O tamanho varia de 3 a 5 cm de diâmetro, podendo
chegar a 7 cm (Fig. 37).

HABITAT E HÁBITO

Pode ser encontrado decompondo árvores mortas, troncos e galhos caídos. Tem maior
frequência e abundância em períodos de grande umidade. Basidiomas cespitosos.

FORMA DE CONSUMO

Essa espécie tem sabor suave, quase ausente, podendo ser ingerida in natura ou usada
em saladas. Devido a sua grande quantidade de água no basidioma, não se recomen-
da o uso em assados ou grelhados.

REGISTRO DE COMESTIBILIDADE

Dijk et al. 2003; Li et al. 2021.

DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

• Registro desse estudo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

76
Fungos comestíveis do oeste do Pará

T. fuciformis | Tremellaceae

B C D

Figura 37. Basidiomas de Tremella fuciformis. A-D) Basidiomas em galhos e troncos. Escala: 1 cm.

77
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Lentinus crinitus
Considerações Finais

A biodiversidade é considerada um dos temas de maior relevância na atuali-


dade, especialmente por sua relação com o funcionamento dos ecossistemas e ser-
viços ambientais (Hooper et al. 2005; Caliman et al. 2010), assim como pela poten-
cialidade de uso das espécies como bioprodutos (Albagli 1998; Odalia-Rímoli et al.
2000). Em todas essas temáticas, os fungos são reconhecidamente importantes, de
modo especial, os fungos comestíveis.

Fungos comestíveis são alimentos com elevado valor nutritivo, pois apre-
sentam alto teor de proteínas e fibras alimentares, além de conterem baixo teor de
lipídeos. Atualmente o consumo está se popularizando e cada vez mais pessoas se
alimentam desses organismos, ainda de forma mais expressiva, os comerciais. Os
fungos comestíveis silvestres precisam de maior atenção, estudos científicos e po-
pularização para ocuparem espaço na agricultura e conseguintemente, tornarem-se
opções na alimentação saudável e balanceada.

A região Oeste do Pará, rica em biodiversidade, abriga muitas espécies de


fungos silvestres comestíveis, que podem tornar-se importantes para o extrativismo
ou cultivo, diante do interesse comercial na diversificação das espécies para consu-
mo sustentável humano, especialmente em escala regional à base de fungos comes-
tíveis nativos. A maior parte das espécies apresentadas nesse material representa um
rico registro, haja vista as subnotificações ou escassos dados de distribuição no Brasil,
sobretudo na Amazônia.

As informações aqui disponibilizadas neste material contribuem para a redu-


zir a fronteira do conhecimento micológico na Amazônia, além de fazer divulgação
científica de forma mais acessível. Contudo, mesmo diante da grande importância
dos fungos, principalmente como um dos atores principais na estabilidade dos ecos-
sistemas florestais, faz-se necessário mencionar que além de plantas e animais, estes
são afetados negativamente pela degradação ambiental.

Isso significa que algumas espécies de fungos, incluindo as comestíveis,


podem desaparecer antes mesmo de serem conhecidas e estudadas. Além de afetar
de forma negativa a existência dos fungos, impacta também todo os ecossistemas
ligados a esses organismos. Assim, acreditamos que levar o conhecimento sobre os
fungos e sua importância para o público em geral é uma forma de sensibilizar as
pessoas sobre a importância de se manter a floresta em pé e fazer uso sustentável da
mesma, pois essa é a melhor forma de nos manter vivos.

79
GLOSSÁRIO

Tremella fuciformis
Glossário

Adstringente que produz uma sensação ao paladar de aspereza, como à sentida


ao comer um fruto verde.

Anamorfo forma reprodutiva assexual de um fungo.

Apotécio estrutura geralmente em forma de taça ou disco, com himênio ex-


posto onde são produzidos os esporos sexuais; encontrada em fun-
gos como os Discomycetes, Cookeina e nos liquens.

Ascoma Estrutura macroscópica sexual típica dos ascomicetos; apresenta


uma variedade de formas, pode ser em formato de taça ou disco,
mas também clavada, em formato de tubo, dentre outros.

Basidioma estrutura macroscópica dos fungos pertencentes ao subfilo Agari-


comycotina do filo Basidiomycota no qual são produzidos os espo-
ros sexuais; apresentam uma variedade de formas como os cogu-
melos, orelhas-de-pau, estrelas-da-terras, bolas-da-terra, formas de
coral.

Cespitoso quando os basidiomas crescem em grupos densos, tufos ou toucei-


ras e seus estipes se unem (estão fundidos) pela base.

Concolor de uma só cor; cor uniforme.

Coriáceo quando o cogumelo é duro, consistente e mais ou menos flexível


com textura semelhante ou com aspecto de couro.

Depresso ou quando o basidioma apresenta um píleo com o centro mais baixo


deprimido que a margem, com centro côncavo.

Espatulado quando os basidiomas apresentam forma de espátula, formação


plana, alargada na parte terminal e estreitada na base.

Esporoma denominação para a estrutura de reprodução dos macrofungos,


como os cogumelos e orelhas de pau.

Estipe haste ou pé que sustenta o macrofungo; estrutura que liga o píleo e


a inserção no substrato.

Estipe delgado quando o cogumelo apresenta um estipe com uma circunferência de


pequeno diâmetro, fino e longo (em caso de fino e curto não será
delgado).

Estipitado quando o basidioma é sustentado por um estipe (pé).

Flabelo significa leque, forma de semicírculo.

Flabeliforme quando o cogumelo tem forma de leque, quase formando um


semicírculo.

81
FUNGOS SILVESTRES DA AMAZÔNIA PARAENSE

Flabelos em forma de pétalas de flor.


petaloides

Flabelos sinuados em forma ondulada, irregular.

Glabra superfície lisa, regular, sem pelos ou asperezas.

Gregário quando os basidiomas crescem aglomerados, em cachos, juntos


no mesmo lugar, mas de forma independente, não formando fei-
xes e não se fundindo à base.

Hialino transparente, claro, sem cor ou sem inclusões.

Himênio camada microscópica do cogumelo onde se desenvolvem os es-


poros sexuais.

Himenóforo parte fértil abaixo do píleo; porção visível (macroscópica) do co-


gumelo onde se desenvolve o himênio. Podem ser com lamelas,
poros, tubos, com espinhos, etc.

Imbricado quando os cogumelos crescem um sobre o outro e se recobrem


como as telhas de um telhado.

Infundibuliforme quando o cogumelo é afunilado ou apresenta forma de funil.

Lamelas lâminas dispostas radialmente na parte de baixo do píleo de co-


gumelos (chapéu), local onde são produzidos os esporos.

Lamelas adnatas quando as lamelas estão presas (aderidas) firmemente ao estipe


em toda sua largura ou comprimento, mas a lamela não se esten-
de abaixo pelo estipe.

Lamelas são lamelas que se aderem totalmente ao estipe e se estendem


decurrentes para baixo acompanhando o estipe.

Lamelas são lamelas que se estendem ligeiramente pelo estipe.


subdecurrentes

Lobado quando o cogumelo apresenta margens do píleo com lobos; di-


visões arredondadas.

Píleo estrutura dos cogumelos em forma de chapéu na qual são pro-


duzidos os esporos sexuais.

Poros hexagonais orifício em formato hexagonal (6 lados), lembra casa de caba


(marimbondo).

82
Glossário

Pseudoestipe estrutura de sustentação de alguns cogumelos como em Phallus,


mas que não são estipes verdadeiros, devido ao fato de ter um
desenvolvimento diferente, mas apresentar função similar ao es-
tipe verdadeiro.

Receptáculo estrutura na qual se agrupam os esporos sexuais em cogumelo


como Phallus e em Cookeina.

Reniforme quando o cogumelo apresenta forma de rim.

Séssil quando o cogumelo não apresenta estipe, ficando aderido late-


ralmente ao substrato.

Subgloboso quando o basidioma é quase esférico e ligeiramente globoso.

Tenro quanto ao sabor suave.

83
REFERÊNCIAS

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92
O primeiro volume do livro Fungos
Silvestres da Amazônia Paraense – é de comer? traz
informações sobre 17 espécies de ocorrência
na região Oeste do Pará, incluindo descrição,
hábito e habitat, formas de consumo, período
de ocorrência e sua atual distribuição no Brasil.
Os autores esperam que este material desperte
a curiosidade e amplie o conhecimento sobre
os fungos, especialmente os comestíveis,
contribuindo assim com a redução da micofobia
ainda existente no território Brasileiro.
A obra destina-se a todos que desejam
conhecer mais esses organismos amplamente
distribuídos, mas ainda pouco conhecidos. De
forma técnica pode ser útil a estudantes de
graduação e pós-graduação.

ISBN: 978-65-5633-036-5

9 786556 330365

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