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ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
PORTO ALEGRE
2021
ANDRÉIA LEAL TEICHINKOVSKI
PORTO ALEGRE
2021
AGRADECIMENTOS
The brand, one of the main assets of a company, currently is considered a competitive
differential not only for external customers’ decision making process, but also for internal
customers and prospective employees. Therefore, aware that the brand and its various attributes
have a preponderant and strategic value that is capable of influencing positively, or negatively,
in diverse spheres of organizations, this paper presents an analysis of the role of employer
branding in attracting and retaining employees. This study is based on the perception of
employees from diverse hierarchical levels, who at the time of this study worked in companies
that were ranked as an excellent place to work by the Great Place to Work in Rio Grande do
Sul in 2019. This is an descriptive research, carried out using qualitative methodology, through
an online questionnaire with 100 eligible answers. The study highlighted that those
professionals consider factors such as proximity with leadership, the opportunity to “be
themselves” and the brand’s reputation as relevant factors when it comes to their interest in
joining and staying in the organization. Finally, it was found that although reputation and brand
image are important factors, most of the interviewees pointed that the alignment between HR
and Marketing is still a subject that needs further development.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9
1.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................14
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................15
1.3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................15
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................17
2.1 EMPLOYER BRANDING..........................................................................................17
2.2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING COM VISTAS A ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE
FUNCIONÁRIOS..............................................................................................................22
2.3 PROPOSTA DE VALOR AO EMPREGADO............................................................25
2.4 PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NO PROCESSO DE ATRAÇÃO E
RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS.................................................................................27
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................30
3.1 SUJEITOS PESQUISADOS.......................................................................................30
3.2 TÉCNICA PARA COLETA E ANÁLISE DE DADOS.............................................30
4 APRESENTACAO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............................................36
4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ...............................................................................36
4.2 MARCA E IMAGEM DA EMPRESA........................................................................37
4.3 AMBIENTE DE TRABALHO....................................................................................54
4.4 CULTURA...................................................................................................................60
4.5 EXPERIÊNCIA DO CANDIDATO............................................................................69
4.6 EXPERIÊNCIA DO COLABORADOR ....................................................................72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................82
REFERÊNCIAS...............................................................................................................85
ANEXO I – ROTEIRO DE ENTREVISTA..................................................................91
9
1 INTRODUÇÃO
Apple, Disney, Google ou Nubank. Essas são na verdade apenas algumas das empresas
que possivelmente passariam pela cabeça de boa parte das pessoas quando questionadas “qual
empresa você gostaria de trabalhar?” nos dias de hoje. O que essas empresas têm em comum e
qual o motivo por trás do poder de despertar tamanho desejo quando fazemos uma pergunta
como essa? A justificativa está primordialmente ligada a uma questão em específico: a marca
sólida que essas companhias construíram ou vem construindo ao longo do tempo e ao longo de
sua existência no mercado.
Com o passar dos anos, é notável uma mudança significativa na maneira pela qual as
organizações competem umas com as outras. Se anteriormente a rivalidade se dava por conta
do acesso ao capital propriamente dito, atualmente o cenário é outro. A globalização e a pressão
por inovar constantemente colocou as organizações atentas a outros fatores, esses mais ligados
ao indivíduo, tais como a competição na atração de novos colaboradores e os diferenciais que
cada organização busca para fazer com que as pessoas continuem motivadas a seguir fazendo
parte do quadro de funcionários onde estão inseridas (AGGERHOLM; ANDERSEN;
THOMSEN, 2011). O ponto de partida, dessa forma, gira em torno do desafio de desenvolver
uma marca consistente e, por consequência tornar uma companhia atrativa para potenciais
empregados, fator esse que é, eventualmente, o grande obstáculo para as companhias tendo em
vista que o mercado está cada vez mais competitivo e os talentos, por conta disso, cada vez
mais exigentes na hora de fazer suas escolhas profissionais.
atração e retenção de funcionários, que é o foco deste estudo, faz com que o empregador seja
considerado e visto pelo público externo como uma marca confiável e bem-sucedida. Ainda
que esse fator só seja considerado verídico se existir, de fato, uma ligação entre os valores
internos aplicados na organização e a imagem externa que a mesma transmite. Calisto (2016)
aponta que o principal objetivo do Employer Branding nas organizações é o de diferenciar as
mesmas no mercado de trabalho e, dessa forma, ser um suporte nas abordagens utilizadas para
atrair e reter os profissionais mais desejados do mercado.
Silva (2017) esclarece em seu estudo o significado literal do termo employer branding.
Segundo a autora, o termo “employer” significa trabalho, empregabilidade e unido com o termo
“branding”, refere-se, de forma literal, a empregabilidade em uma empresa. Unificando esses
dois conceitos, então, surge o termo “employer branding” que, conforme verificamos, tem um
papel de influência na atração e retenção dos colaboradores nas organizações.
Diante disso, o termo “marca empregadora” surge como um trunfo. Segundo apontam
estudos realizados em 2012 pela plataforma LinkedIn, a imagem percebida pelo público alvo e
pelos colaboradores estão conectadas e quanto mais difundida a marca empregadora,
consequentemente melhor são os retornos para a marca de consumo, conforme demonstra o
Gráfico 1.
11
Por esse motivo, tendo em vista que os funcionários acabam se tornando “imãs de
atratividade” ou, em outras palavras, embaixadores da marca, compreende-se a fonte do que
seria, então, a melhor propaganda para qualquer negócio: as pessoas. Essa descoberta, no
entanto, acaba agregando poder para a companhia no que diz respeito a conscientização do
público sobre o que é feito na empresa, a buscar por maximizar a lealdade e o sentimento de
orgulho dos funcionários, por exemplo: tendo em vista que esses fatores acabam refletindo
diretamente no comprometimento, engajamento e sobretudo, na produtividade das pessoas.
Esse ponto é uma descoberta valiosa no que diz respeito a maximização de um público
qualificado que, diante da boa propaganda, acaba demonstrando interesse em fazer parte do
quadro interno da empresa. Sendo assim, é possível afirmar que atrair e reter os talentos que
preencham cargos estratégicas dentro de uma organização de uma forma bem-sucedida, passou
a ser o maior desafio das empresas, na medida em que estes profissionais se destacam por
evidenciar características que fortalecem inovação e, também, progressão em um nível alto
quando comparado aos demais se tornando, dessa forma, importantes recursos para a
organização (SOKRO, 2012).
e colaboradores a partir de suas próprias experiências dentro das empresas, dicas sobre
processos seletivos, conhecimento sobre salários e benefícios oferecidos por essas
organizações, etc. Essas informações acabam, de maneira geral, auxiliando profissionais
interessados no mercado de trabalho a tomarem decisões relacionadas a sua própria carreira e,
dessa forma, servem como um guia para auxiliá-los a escolher qual caminho seguir ou qual
vaga e empresa escolher, baseado em opiniões e vivências de terceiros.
Segundo estudos do instituto Great Place to Work, entre as 150 Melhores Empresas para
Trabalhar de 2019, o índice de saída voluntária das organizações no Brasil foi de 7%. Já no
último levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (DIEESE) em 2017, notou-se que as demissões originadas a pedido do
trabalhador aumentaram mais de três vezes no mesmo período, saltando de 1,9 para 6,1 milhões,
ou seja, crescendo quase nove pontos percentuais no período, de 15,6% para 24,3%. Dessa
forma, comprova-se a hipótese de que, quando não satisfeitos no seu ambiente de trabalho os
funcionários acabam por deixar se fazer parte da companhia.
A afirmativa de que a troca de trabalho pelo puro e simples salário não é mais a principal
premissa para os colaboradores escolherem, e inclusive permanecerem em uma empresa, é
igualmente comprovada pelos números da última pesquisa que elegeu as Melhores Empresas
Para Trabalhar no Brasil no ano de 2019, realizada pelo Great Place to Work (vide Gráfico 2).
Segundo os dados apresentados, o que desperta essa motivação, por outro lado, para 46% dos
respondentes é percepção de que a empresa proporciona oportunidades de crescimento e
desenvolvimento aos colaboradores. Em segundo lugar com 22% surge a questão da qualidade
de vida proporcionada no ambiente de trabalho, já o restante do grupo se divide: 14% são
aqueles que expressam o desejo de continuar por sentir que existe alinhamento entre seus
valores pessoais e os valores da empresa, dessa forma, ressaltando assim o quão importante se
faz a existência e a disseminação de uma cultura forte e de um propósito claro do negócio pelo
13
qual se trabalha; outros 14% ainda permanecem por questões ligadas a remuneração e
benefícios, demonstrando o quanto esse item é conjuntamente importante para os indivíduos;
por fim, 2% alegam permanecer por conta da estabilidade oferecida pela empresa e, por fim,
os outros 2% dos participantes optaram por não responder esse item da pesquisa.
selecionadas pelo Ranking das Melhores Empresas para Trabalhar do Rio Grande do Sul
realizado pelo Great Place to Work no ano de 2019.
1.3 JUSTIFICATIVA
A razão para condução do presente estudo é, sobretudo, propor uma reflexão sobre como
efetivamente o employer branding é desenvolvido nas empresas. Questiona-se se o fenômeno
é equivalente a apenas uma jogada de marketing para com os atuais e/ou futuros colaboradores
das organizações ou se na verdade um processo que exige alinhamento entre planejamento,
estratégia, proposição de valor entre empregado e empregador e, posteriormente, com os canais
de comunicação alinhados com o mercado externo, conforme relatam autores como Clavery
(2020) e Mansi e Mascarenhas (2020). A discussão a respeito do tema torna-se, dessa forma,
uma oportunidade de aprendizado e, por consequência, gera conhecimento sobre as práticas de
gestão de pessoas das empresas selecionadas.
Diante disso, o presente estudo busca contribuir com informações acerca do que as
empresas consideradas “melhores empresas” para se trabalhar têm a oferecer para os
funcionários, com base em sua proposição de valor, bem como a expectativa dos profissionais
no que diz respeito a transparência de práticas dessas organizações, levando em conta que o
employer branding não diz respeito apenas ao processo de atração e seleção de funcionários
16
mas sim, a como as pessoas são efetivamente tratadas na organização após a contratação.
Portanto, o estudo acaba por contribuir no que diz respeito ao entendimento das organizações
a respeito do tema – tendo em vista que, apesar de uma temática atual, se trata de um universo
ainda pouco explorado pelas organizações no estado do Rio Grande do Sul e no país de maneira
geral.
Cientes disso, conforme sugere Calisto (2016), torna-se pertinente um estudo mais
profundo sobre este novo processo no campo de recursos humanos, que pode ser uma
alternativa para auxiliar em alguns dos muitos problemas que assolam as organizações que diz
respeito as práticas de retenção de funcionários, por exemplo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O principal objetivo desse capítulo é contextualizar o atual estudo com uma revisão da
literatura sobre os principais conceitos que giram em torno de employer branding, estratégias
de marketing e práticas de gestão de pessoas quanto ao processo de atração e retenção de
funcionários, uma vez que esses conceitos estão interligados no que diz respeito as estratégias
organizacionais que garantem um bom desempenho para qualquer empresa nos dias atuais.
Reis (2016) acreditam ainda que é importante que exista alinhamento da estratégia da empresa
com diversas outras vertentes, tais como planejamento interno, proposição de valor do
empregado e canais de comunicação para que tais estratégias sejam de fato colocadas em prática
no dia a dia dos indivíduos que fazem parte do quadro da companhia.
De acordo com esse alinhamento, Lievens (2007) afirma que os valores centrais de uma
organização devem ser aplicados usando traços de personalidade da marca, pois esse método
mostrou ser significativamente mais bem-sucedido em relação à atratividade da marca como
empregadora. O uso de traços de personalidade da marca para formar os valores centrais de
uma marca empregadora ajuda os atuais funcionários e os funcionários em potencial, a
avaliarem se de fato estão em um local de trabalho adequado as suas expectativas pois, dessa
maneira, os mesmos têm oportunidades de entender se os seus desejos e objetivos são
congruentes com a personalidade da marca empregadora e com aquilo que a mesma tem a
oferecer durante a trajetória profissional. (BACKHAUS; TIKOO, 2004).
Além disso, pesquisas adicionais sobre valores centrais identificam o quanto os mesmos
são vitais para uma organização e devem estar enraizados na cultura da mesma. Este aspecto
acaba nutrindo os colaboradores para, futuramente torná-los embaixadores da organização
(GILANI; JAMSHED, 2016). Ou seja, pessoas que disseminam através dos mais diversos
canais uma imagem positiva da marca e da organização como um todo. Para isto, os valores
devem estar enraizados internamente e, devem ser o centro em torno do qual a estratégia e a
cultura de negócios de uma organização gira (ARACHCHIGE; ROBERTSON, 2013).
Nesse sentido, para Sezões (2017), a definição de employer branding pode ser traduzida
como a criação de uma “imagem de marca” onde a empresa inclui todos os atributos que possui
como empregadora e promotora de práticas de excelência quanto ao nível de gestão de pessoas,
relacionando também a descrição de como os colaboradores, sejam eles efetivos ou em fase
potencial, interagem com a empresa de forma geral.
Desse modo, segundo Terrin (2015) o termo employer branding poderia ser definido
como as associações que uma marca empregadora provoca na mente do seu quadro atual de
colaboradores e, também, daqueles que almejam ingressar na organização, sendo que essas
associações, que incluem os benefícios simbólicos (isto é, as percepções sobre o prestígio da
empresa e a aprovação social que os candidatos imaginam que terão ao trabalharem para uma
empresa específica), afetam a imagem da empresa como empregador (BACKHAUS; TIKOO,
2004), ou seja, representa o esforço de uma organização em promover, tanto dentro como fora
da empresa, uma visão clara do que a torna diferenciada e desejável enquanto empregadora.
20
Outros benefícios que podem ser inseridos, ainda de acordo com o que aponta Nóbrega
(2016) são: a maior capacidade em atrair os melhores talentos do mercado; a capacidade de
gerar, através de uma boa experiência, futuros defensores e embaixadores da marca perante o
mercado; o aumento da motivação entre os colaboradores; maior engajamento e mídia para a
organização como um todo, além, é claro, de um impacto ainda mais positivo ao pensarmos em
longo prazo. Como peça fundamental a autora acrescenta ainda a ideia de criar uma vantagem
competitiva no mercado em relação às marcas concorrentes ao fazer sua organização ser vista
e reconhecida como um excelente lugar para trabalhar.
Em seu estudo, Nóbrega (2016) acrescenta ainda uma pesquisa realizada pela Hewitt
Associate que identificou outros três benefícios da marca empregadora, sendo estes:
Dessa forma, nota-se que o objetivo de grande parte das organizações é, então, a criação
de uma marca que seja lembrada como um local onde é desejável estar e trabalhar. Nóbrega
(2016, p. 28) afirma em seu estudo que para que uma organização seja de fato reconhecida
como uma “boa marca empregadora” é fundamental que “seja realizada uma estratégia de
comunicação que retrate de forma transparente aquilo que a empresa é, quais os seus valores,
missão e objetivos”. Esse ponto é reforçado por Clavery (2020), que salienta o quanto a
estratégia de employer branding deve ser completamente alinhada com os objetivos do negócio
e deve ser, sobretudo, única e desenhada de acordo com o perfil e necessidades de cada
organização.
21
Tanto Nóbrega (2016) quanto Clavery (2020) reforçam fortemente que todos os pontos
prometidos na proposta de employer branding das organizações devem ser uma premissa no
dia a dia de trabalho dos novos e dos atuais colaboradores, pois apenas dessa forma estes
indivíduos poderão encontrar motivação e satisfação em seu ambiente de trabalho e junto à
organização onde prestam serviços. O ponto a destacar é que boa parte das organizações já tem
identificado o quanto uma marca empregadora realmente eficaz representa uma vantagem
competitiva em relação ao mercado e, sobretudo, fortalece o relacionamento entre a empresa e
o colaborador no que diz respeito a internalização dos valores da mesma (BACKHAUS;
TIKOO, 2004).
Gaddam (2008) discute como a marca do empregador deve estar presente em todas as
partes da experiência profissional e deve promover um “pacote”, que inclua questões como
desenvolvimento de carreira, ambiente de trabalho, benefícios, satisfação social e mental, etc.,
a fim de fazer com que os funcionários, de fato, tenham desejo de permanecer na organização
onde estão. Isso foi apoiado por Huczynski e Buchanan (2013), responsáveis por desenvolver
o chamado “ciclo de emprego”. Este ciclo ilustra os estágios pelos quais um funcionário deveria
percorrer enquanto presta serviço para uma organização, passos esses que iniciam desde o
momento de recrutamento dos novos colaboradores até o ponto de rompimento do laço entre o
colaborador e a empresa. Segundo os autores esse rompimento pode ocorrer por opção do
próprio colaborador ou por uma decisão da empresa, através da demissão, conforme detalha a
figura 2.
percebido é, dessa maneira, o resultado desejado por trás de todas as atividades da marca
empregadora.
Dessa forma, aplicando esse conceito a atual realidade das áreas de recursos humanos,
o employer branding de uma maneira geral sugere que se coloque o foco no que diz respeito as
características que diferenciam a sua organização das demais. Para tal é importante levantar o
diferencial da empresa enquanto entidade empregadora e, buscar no comparativo com a
concorrência destacar os aspetos únicos da sua oferta de emprego e do que apenas o seu
ambiente de trabalho pode proporcionar para esses colaboradores (BACKHAUS; TIKOO,
24
2004; RAMPL; KENNING, 2014), com o objetivo de desenvolver uma marca atrativa para os
profissionais disponíveis no mercado ingressarem na sua empresa.
Por outro lado, o desafio não se trata apenas de construir uma marca e torná-la um
sinônimo de produto no mercado, nem mesmo de atrair possíveis colaboradores através dessa
marca. Esse desafio se estende, conforme Knox e Freeman (2006), ao quanto atrair clientes
deixou de ser o suficiente e a marca tem que se destinar ao cuidado com os novos e atuais
colaboradores, zelando dessa forma pela manutenção e motivação dos então considerados
“melhores empregados” dentro de sua empresa. Afinal, employer branding não deve se tratar
de propaganda enganosa apenas para atrair uma centena de currículos para a organização.
Portanto, para lidar com esse desafio, é importante que exista transparência em manter os
candidatos informados sobre como é a realidade e o dia a dia da companhia, além, obviamente
de informar sobre todos os benefícios e oportunidades oferecidos pela empresa de forma clara
e honesta, levando em conta todas as pautas consideradas relevantes para os mesmos.
convicção, que seja atraente para aqueles que estão dispostos a construir a empresa e, um sonho,
em conjunto é algo que faz com que as organizações sejam, na verdade, consideradas únicas no
mercado.
Ainda de acordo com Clavery (2020) é fundamental que para que os talentos de fato
acreditem na veracidade das promessas de valores, os pilares dessa proposta de valor estejam
conectados. A autora aponta 5 pilares, que são: recompensas ou benefícios; oportunidades;
organização; trabalho e, por fim, pessoas, conforme figura 3.
De acordo com Clavery (2020) o EVP é então uma intersecção entre três pontos: o
primeiro deles é aquilo que os talentos – sejam eles já membros do quadro de funcionários ou
sejam eles candidatos – obtém ou desejam obter da marca como empregadora; o segundo é
aquilo que a empresa oferece como diferencial perante a concorrência e, por fim, o terceiro
ponto é aquilo que a liderança da empresa gostaria que os talentos percebessem quando
pensassem na empresa como marca empregadora, conforme ilustra a figura 4.
Figura 4. EVP
Aquilo que os
talentos querem
EVP
Diferenciais no
Aquilo que a comparativo
empresa quer e com a
precisa concorrência
Ao longo dos anos, diversos foram os estudos (COSTA; MORAES; CANÇADO, 2008;
NODARI; BÓ; CAMARGO, 2010; ROSA; IBDAIWI, 2012; APPIO; FERNANDES, 2015;
GOTTFRIDSSON, 2015) que apontam os desafios das empresas, que independentemente do
setor de atuação, enfrentam quando o assunto é manter os profissionais no seu quadro de
funcionários devido ao cenário externo tão competitivo e, dentro disso, quais seriam os
inúmeros desafios e os segredos daquelas que de fato obtém êxito nesse processo. Segundo uma
pesquisa da Robert Half (2013) a taxa de turnover – termo utilizado para se referir a rotatividade
de pessoal em uma organização – das empresas brasileiras aumentou cerca de 82% desde 2010,
dados esses que representam mais que o dobro da média mundial, essa que atinge 38%.
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Branham (2002) cita alguns elementos básicos de retenção de talentos, práticas essas
que envolvem fatores chave, tais como, a existência de uma cultura organizacional forte, o
cuidado com todo o processo de recrutamento e seleção, a etapa de recebimento e onboarding
dos novos membros (socialização); todo o processo de treinamento e desenvolvimento dentro
da empresa; a clareza a respeito dos métodos de avaliação de desempenho e, por fim, as
recompensas e benefícios oferecidos pela empresa para os seus colaboradores. Segundo o autor,
as práticas de retenção de talentos devem acontecer junto ao ciclo de vida de um funcionário
na organização pois, além do primeiro passo que é selecionar as pessoas certas – que tenham
interesse genuíno de ingressar na organização – é essencial fazê-las ter um excelente começo
por meio do processo de integração e, por fim, é fundamental treinar e recompensar, a fim de
29
Algumas das principais práticas de atração e retenção de talentos vem sendo citadas
inclusive nos resultados das pesquisas realizadas pelo Great Place to Work desde 2009 e, apesar
de em grande parte estarem relacionadas com oportunidade de crescimento e desenvolvimento,
a própria empresa de consultoria faz ressalvas de que o segredo da retenção está na verdade na
construção de uma reputação. Segundo o GPTW, a atração e retenção são consequências de um
trabalho feito no dia a dia e não se tratam apenas de ações que visam “prender” os colaboradores
mas sim, oferecer um propósito, uma perspectiva clara de crescimento, relações satisfatórias no
ambiente de trabalho e, sobretudo benefícios adequados às expectativas e necessidades de cada
colaborador. Será perceptível, com o passar do tempo que, caso a construção da marca
empregadora seja de fato executada de forma leal e condizente com o que a empresa de fato
oferece, essas características estarão inseridas a marca da empresa e, por consequência, a
identificação dos profissionais com a organização se tornará clara e simples – fazendo com que
os processos seletivos sejam de fato direcionados para quem realmente possui identificação
com o perfil da organização.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente trabalho configura-se como uma pesquisa descritiva, uma vez que foi
realizada uma análise das percepções do público alvo sobre a marca empregadora das
organizações onde trabalham e, dessa forma, serão descritos e relacionados os principais
aspectos das informações coletadas. Segundo Gil (2008) a pesquisa descritiva tem o objetivo
de discorrer sobre os aspectos de determinada população ou fenômeno ou ainda fazer o
estabelecimento de relações entre as variáveis.
(SEVERINO, 2007, p. 125). Para a confecção deste foram utilizadas ferramentas eletrônicas,
sendo essas o Google Forms - ferramenta gratuita e disponibilizada pelo Google para realização
de formulários online - e, para tabulação de dados, a ferramenta utilizada foi o Excel. A
aplicação do formulário e a coleta das respostas ocorreu durante o período de 22 de julho à 13
de agosto de 2020, totalizando cerca de 23 dias no ar.
Elaborado pela própria autora, o questionário, vide Anexo I deste trabalho foi divulgado
por meio das redes sociais, com foco principal no Linkedin, – rede com maior acessibilidade
aos profissionais, levando em conta o fato da aplicação deste questionário ter acontecido em
meados da pandemia COVID19, quando o acesso aos profissionais foi extremamente
desafiador e, inclusive, por esse motivo o contato com os mesmos se deu de forma individual,
via mensagem direta nessa mesma plataforma. É válido mencionar que no formulário divulgado
foi exposto que todas as respostas seriam tratadas de forma confidencial e utilizadas apenas
para fins acadêmicos. Dessa forma, todos os respondentes estiveram de acordo e declarando
consentimento do preenchimento do mesmo. Ao todo, foram coletadas 120 respostas – sendo
apenas 100 respostas categorizadas como elegíveis, levando em conta o fator estado do Rio
Grande do Sul – estipulado como um fator delimitante para a realização dessa pesquisa.
Para seleção das empresas fontes desse estudo, foram levadas em consideração aquelas
que foram agraciadas no ranking de Melhores Empresas para Trabalhar realizado em
novembrode 2019, promovido pelo Great Place to Work. Entende-se que por configurar esse
ranking, tratam-se de empresas com marcas fortes e consolidadas no mercado. Outro fator que
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Diante desse tema, Berthon et al. (2005) incrementa no estudo de employer branding
cinco escalas de atributos para avaliar em que medida a organização oferece os seguintes
valores:
Podemos a partir desses tópicos, estabelecer ligação direta com a metodologia aplicada
pelo Great Place to Work para reconhecer uma organização como um excelente lugar para
trabalhar. Segundo a empresa de consultoria, um bom lugar para se trabalhar é um lugar onde
os colaboradores confiam nas pessoas para quem trabalham, tem apreço por elas e sentem
orgulho do que fazem. Esses tópicos têm o foco total no colaborador e são destrinchados em
cinco dimensões no modelo criado por Robert Levering e Amy Lumar (1980) em conjunto com
uma equipe de consultores de gestão com experiência em pesquisa de clima. No quadro abaixo,
segue a definição e o modelo utilizado pelo GPTW.
33
Para análise dos dados coletados, a estruturação das categorias foi realizada através da
análise de conteúdo (MINAYO, 2002). Estes dados foram sistematizados primeiramente em
macro categorias e, posteriormente, para aprofundamento da análise, todas as questões foram
organizadas em grupos específicos e, em um segundo momento em micro categorias de análise.
Essas micro categorias foram estabelecidas a partir das respostas dos entrevistados,
considerando adicionalmente os objetivos específicos e a literatura referente ao tema do
presente estudo.
Desse modo, a pesquisa em questão foi elaborada com categorias de análise predefinidas
e ao longo das entrevistas emergiram micro categorias – ambas descritas no quadro 2,
disponível a seguir.
- Reputação da empresa,
1. MARCA E IMAGEM DA - Sentimentos despertados pela marca, apego emocional
EMPRESA - Percepção de imagem externa (clientes, fornecedores e
público em geral)
2. AMBIENTE DE - Conjunto de todas as percepções
TRABALHO
- Alinhamento entre áreas de marketing e RH
3. CULTURA
- Valores
ORGANIZACIONAL
- Redes sociais no meio corporativos
- Descoberta da empresa
4. EXPERIÊNCIA DO
- Motivação em fazer parte do quadro de funcionários
CANDIDATO
- Etapas do processo seletivo
- Primeiras impressões
5. EXPERIÊNCIA DO - Satisfação do colaborador, indicação para amigos
COLABORADOR - Principais marcos/etapas da empresa na vida do individuo
- Motivo de permanência
Cientes disso, este capítulo está subdivido em seis subseções: a seção 4.1 corresponde
ao perfil dos respondentes, a seção 4.2 diz respeito a categoria de análise marca e imagem da
organização, 4.3 trata sobre a categoria de análise ambiente de trabalho, 4.4 retrata os
resultados sobre a categoria de análise cultura da empresa, 4.5 trata sobre a categoria de
análise de experiência do candidato e, por fim a seção 4.6 explora os resultados acerca da
categoria de análise experiência do colaborador.
Com relação ao tempo de empresa dos respondentes, a maior parte está presente na
organização pelo período de 1 e 2 anos – correspondendo a 39% dos pesquisados. O restante
ficou subdivido em: 26% até 1 ano, 21% na faixa de 3 e 5 anos, 8% entre 6 e 10 anos e,
apenas 6% com mais de 11 anos.
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Como aponta Ramos (2013), com o aparecimento de novas marcas – essas oriundas
graças a revolução industrial e as inovações tecnológicas que acabaram originando novos
produtos e fornecendo mais informação aos consumidores - a preocupação com a imagem da
marca passou a ser um fator relevante pois, tendo em vista os pontos citados anteriormente, era
mais difícil captar a atenção do consumidor e, portanto, acreditava-se que essa imagem poderia
criar laços emocionais e, assim, ser um elemento que pesasse na decisão de compra.
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Kotler e Keller (2012) citam como exemplo a marca do McDonald’s, essa que é capaz
de, automaticamente provocar as diversas associações na mente das pessoas. Associações,
segundo os autores variam entre: hambúrgueres, fast food, arcos amarelos, conveniência e
atendimento cordial – e, portanto, reafirmam que todas as empresas se esforçam para
estabelecer uma imagem de marca o mais sólida, favorável e exclusiva possível.
Kotler (2017), de acordo com Stephen Sampson no livro Leaders Withouth Titles
(2011), afirma que existem seis atributos humanos presentes nas marcas que podem cativar as
pessoas, que são: fisicalidade, intelectualidade, sociabilidade, emocionalidade, personalidade e
moralidade – e, todas as marcas que desejam se tornar influência devem possuí-los.
a) Fisicalidade: são atrativos físicos que tornam as marcas únicas, embora imperfeitas
e podem surgir da própria identidade da marca, como logo ou slogan criativo. Um
bom exemplo disso é o Google que constantemente faz alterações no seu logotipo
para celebrar acontecimentos ou pessoas especiais.
b) Intelectualidade: está relacionada a habilidade de inovar e pensar no novo – que
tem o poder de lançar produtos ou serviços antes não imaginados pelos concorrentes
ou consumidores; grandes exemplos nesse caso seriam a Uber e o Airbnb que são
vistos pelo consumidor com apreço por serem marcas inteligentes e inovadoras.
c) Sociabilidade: marcas que de fato escutam seu consumidor e, acima de tudo se
comunicam com ele; respondem suas perguntas e resolvem seus problemas de forma
ágil e prestativa; um exemplo citado por Kotler (2017) é a Zappos, que é conhecida
como uma marca sociável onde os clientes podem ficar horas e horas conversando
com a central de atendimento.
d) Emocionalidade: marcas que se conectam com o consumidor em um nível
emocional mais profundo, até inspiracional. Um exemplo claro disso é a Dove, que
se conecta com a questão a autoestima em seus comerciais.
e) Moralidade: marcas que asseguram que todos os fatores éticos sejam fundamentais
em todo o negócio e que cumprem suas promessas ainda que os clientes não estejam
fazendo nenhum tipo de verificação.
Dessa forma, para início de compreensão, procurou-se abordar junto aos pesquisados as
questões que remetem a marca da organização, sendo essas ligadas a percepção do colaborador:
“quais suas percepções sobre a empresa?”, “quais suas percepções sobre a marca da empresa?”,
“existe apego emocional com a marca?” e “quais sentimentos a marca transmite?”
a) Reputação da empresa:
Inovação. A empresa está sendo norteada pela evolução criativa, tanto internamente
quanto fornecimento de produtos ou serviços aos clientes. (R10)
Transparência, humana e colaborativa. Porque esses são seus valores e se aplicam não
só na teoria, mas também na prática. (R7)
Aclamada, referência e inovadora. Escolhi, pois muitos amigos já passaram por essa
empresa e sabia que a cultura era incrível, o ambiente de trabalho proporciona a
criatividade e a se desenvolver profissionalmente. (R3)
Ao serem questionados sobre apego emocional, boa parte dos respondentes demonstra
ser um defensor da marca, como descreve o respondente R1 ao declarar sentir algo “forte,
acredito nos valores e no que a empresa representa. Em conversas e discussões sempre falo
positivamente da empresa”; R26 concorda, citando que seu apego é, da mesma forma, “forte.
Não me vejo hoje em outra empresa, por toda sua representatividade, desafios e conquistas que
estão à frente, no cenário desta marca”; R22, acrescenta que sente “orgulho. Pois quando
comento o meu local de trabalho, normalmente as pessoas demostram surpresas e admiradas”.
40
No caso dos assistentes, a percepção sobre a empresa é positiva e, no que diz respeito
as percepções sobre a marca, ressaltam ainda questões como: acolhimento e pioneirismo,
conforme relatos abaixo:
Propósito, pois atraímos e mantemos as pessoas por ele. Sabemos que nosso trabalho,
diferente de muitos outros negócios, está diretamente ligado a ajudar as pessoas,
através da espiritualidade (livre de dogmas). Sentimos que nosso trabalho chega em
41
Inovação, evolução e felicidade, penso que nosso produto e nossa companhia tem esse
mindset, levar inovação pro campo, permitir a evolução das propriedades e gerar
felicidade. Da mesma forma, nossa empresa proporciona isso aos colaboradores. (R3)
Para esse grupo, a percepção da marca tem um viés extremamente positivo, conforme
alguns relatos adicionados neste trabalho, que citam questões como seriedade e inovação:
Com esse viés claro para boa parte do grupo, a percepção sobre marca é semelhante. R1
aponta que a marca da sua organização é sobre “pessoas, qualidade, realização. Escolhi a
empresa por ser uma empresa que pensa nas pessoas efetivamente”. R2 traz um relato
semelhante, citando palavras chaves como “inovação, colaboração, solidez” e reforçando sua
escolha: “escolhi porque é uma empresa de TI muito inovadora e sólida no mercado que atua”.
Justiça social e equidade. Essas são duas coisas pelas quais a empresa luta e isso é
algo visível porque nunca tive tantos colegas negros e mulheres na área da tecnologia.
Pelo fato de negros e mulheres serem raridade em cargos de liderança na tecnologia e
estarem muito presentes nos cargos de liderança na empresa onde eu trabalho, não
tem como não vir à minha mente equidade e justiça social. (R3)
Considerando os pontos abordados nesta seção, conclui-se que, para todos os grupos,
independente do cargo o qual ocupam no momento deste estudo, o fator marca e reputação da
empresa é um fator determinante para o contentamento destes na organização e que, de forma
geral, esse ponto desperta diversas sensações nos indivíduos, destacando-se, principalmente, os
sentimentos de orgulho e acolhimento transmitidos pelas organizações.
Frequentemente foi mencionada a questão da diversidade. R5, por exemplo, ressalta que
seu apego emocional “é muito voltado a diversidade que a empresa propaga, porque a
diversidade sempre foi um engajamento pessoal e encontrar uma empresa ligada aos meus
propostos gera um apego emocional ainda maior” e R9, ressalta que a “marca possui uma forte
relação com as ações de diversidade e inclusão promovidas pela empresa. Apesar de ser
referência no ramo da tecnologia, a companhia não mede esforços para impactar a sociedade
através de ações de responsabilidade social. Isso sempre chamou minha atenção”. R5, menciona
“tecnologia, inovação e diversidade. Escolhi esses três tópicos, pois são as três coisas que
englobam o universo da empresa, uma empresa de tecnologia que oferece produtos de inovação,
sempre pensando na inclusão e diversidade”.
Acredito que ser uma multinacional ajuda a me apegar a marca. Trabalhando dentro
da empresa, entendi que a cultura é algo forte e agora relaciona a cultura à marca.
Como a cultura é voltada a diversidade, desenvolvimento, capacitação, oportunidades,
work life balance, clima no time... o apego à marca fica ligado a um sentimento
positivo, e não só a "computadores”.
Embora, com menor incidência, alguns relatos surgem para afirmar que o apego com a
marca não é tão forte. R10 cita que possui “um pouco de apego pela quantidade de coisas que
aprendi lá e também por sempre ter tido essa vontade de trabalhar lá, mas trocaria fácil por
outra com oportunidades melhores” e R15 fortalece com “acredito que não tenho um apego
emocional com a marca da empresa. Represento ela, mas de forma estritamente profissional
pois sei que o foco da empresa é lucro e não sentimentos”.
Para entender sobre sentimentos transmitidos pela marca, o que soa mais importante
para o grupo de estagiários é o tópico de desenvolvimento. R8 ressalta a forma como foi tratado
quando ingressou na empresa “fui muito bem acolhida pela empresa, sendo estagiária, percebo
o interesse da empresa pelo meu desenvolvimento, temos oportunidades de participar de
workshops, ficar a frente de determinados projetos da área, assumir nova responsabilidade, ter
o tratamento de colaborador e não de estagiário”. R9 coloca em suas palavras o sentimento de
pertencimento e complementa citando o fator de diversidade afirmando que existe “uma cultura
muito forte de apoio às minorias sociais. Dentro da empresa, existem os grupos de diversidade,
o que reforça a sensação de pertencimento e me deixa seguro” alertando, dessa forma o quanto
a temática de inclusão contribui com o bem-estar dos colaboradores.
Outro ponto destacado por R16 é o “orgulho, felicidade e satisfação de fazer parte.
Sentimento de pertencimento” e, como negativos “seria saudade uma vez que estou em Home
Office desde o início da pandemia”. Este fator demonstra certo coleguismo entre os
profissionais que, de alguma forma é ligado com o que a empresa representa para os mesmos.
Além, é claro, de ressaltar algumas das dificuldades encontradas pelas empresas durante o
momento de pandemia.
Ainda dentro dessa temática, de acordo com o que dizem os assistentes, é valido
incluirmos o comentário de R1, que estabelece vinculação da marca com seus objetivos
pessoais afirmando que “a marca está em processo de migração para uma nova cor, pois está
sempre procurando evoluir e essa sede de novos horizontes e habilidades me faz ter um apego
emocional, por estar em conformidade com os meus objetivos”.
Destaca-se o fato de que, ainda que o apego emocional relacionado a marca exista dentro
das organizações, o lado racional ligado ao fator de equilíbrio entre vida profissional e saúde
45
mental pesa, conforme R4 afirma “Gosto do ambiente e das pessoas, mas pelo alto nível de
estresse do cargo que exerço gostaria de um maior reconhecimento” alegando o quanto apenas
a ligação com a marca não basta.
Ao tentar justificar as causas do que propicia esse “apego” aos colaboradores, R15
justifica “sou nova na empresa, entrei em período de home office e ainda não tive contato
presencial com os colegas, mas o laço emocional com a empresa se dá por meio de um "salário
emocional". Ser reconhecida pelo o que faço, participar de decisões importantes e saber que
tenho oportunidade de crescimento dentro da empresa, são itens que ajudam nesse apego”.
Através desse relato, nos deparamos com o conceito de salário emocional, que segundo
Rocco (2009) pode ser compreendido como todos os fatores que não envolvem recompensas
financeiras, mas, no entanto, fazem com que os colaboradores se sintam contentes e satisfeitos
com seu próprio trabalho. Se referindo, dessa forma, aos intangíveis que a empresa utiliza para
complementar o financeiro e, dessa forma se tornar mais atrativa ao mercado.
O apego emocional, para o grupo de coordenadores é um ponto forte, tal como cita
R16 “muito forte. Sou filha da empresa, pois comecei minha carreira aqui e continuo aqui” e
conforme demais relatos:
Um outro ponto que fica evidenciado diante dos relatos é o que foi levantado por R3
que cita três fatores chaves, sendo estes “liberdade, a autonomia que tenho me deixa feliz e
produtiva”. Já no lado negativo, aparecem questões como “frustração, me sinto frustrada em só
ter vivido isso agora em minha carreira, com 42 anos, e não mais jovem” demonstrando o
quanto a experiência tem sido enriquecedora.
Nas respostas dos gerentes/head participantes desse estudo, com relação ao apego
emocional e os sentimentos transmitidos pelas marcas, os comentários positivos prevalecem.
Os sentimentos são subdivididos em “carinho, satisfação, alegria, pertencimento e segurança”
conforme menciona R1. Este mesmo ainda aponta que tem “um carinho grande por essa
empresa. Acredito que o fato de me sentir parte da empresa me faz pensar desta forma. A
empresa é uma entidade constituída por seu valor humano e sua expertise de negócio”. R2
reforça ao dizer que “hoje sou da família com tudo que é possível sentir” R8 da mesma forma,
47
cita que se “sente parte da marca da agência” e complementa ainda que se vê representado em
muitas ações, decisões e projetos realizados pela empresa atualmente.
Com relação aos sentimentos transmitidos, o grupo dos especialistas se assemelha aos
resultados anteriormente apresentados no caso dos estagiários e analistas e, novamente palavras
como “orgulho” surgem em boa parte dos relatos.
A partir da análise das respostas sobre marca pelo viés do grupo composto pelos demais
cargos entrevistados durante o estudo, constatou-se outros pontos importantes, conforme
argumenta R3: “sustentabilidade, excelência e justiça social porque estes são os três pilares que
são ensinados quando uma pessoa nova entra na empresa. Esses pilares fazem parte da nossa
48
cultura e guiam toda a nossa trajetória e aprendizado. São citados em diversos momentos para
manter a cultura da empresa sempre viva e conhecida por todos interna e externamente”. R4
associa a marca com o motivo pelo qual decidiu fazer parte da organização “experiência, livros,
carinho - escolhi essas por ter a ver com o produto principal, e também como a empresa busca
se comunicar e levar para os associados”.
Com relação ao apego emocional, boa parte dos relatos deste último grupo citam, assim
como R9, que o apego na verdade “seria de admiração”. O mesmo complementa que se sente
“conectado e parte de um propósito que vai além do meu escopo de trabalho” alinhado, dessa
forma, com o que apontam os estudos de Branham (2002) sobre o quanto o propósito se torna
um fator importante dentro das organizações e é um fator almejado pelos indivíduos. R9 em
concordância afirma que “sempre dou 10 no NPS. Acredito que todos deveriam trabalhar na
empresa por pelo menos 1 mês para entender o que é uma empresa que valoriza pessoas e
propõe crescimento de carreira de verdade”. NPS ou Employee Net Promoter Score pode ser
definido, segundo publicação do GPTW (2019) como “uma métrica e ferramenta nascida no
Marketing, adaptada e incorporada pelo RH para medir o nível de satisfação dos funcionários,
ou seja, se eles se sentem engajados o suficiente para recomendar a empresa para lugares e
pessoas em seu círculo pessoal, social e profissional”.
Reforçando essa ideia, R4 relata que possui identificação com o serviço realizado e
afirma que o apego que possui com a marca da empresa é “grande, pois gosto muito de livros,
e a empresa me permite trabalhar com algo que gosto” e R10 que acredita ser muito apegada
com a organização e “tenho orgulho de poder dizer que trabalho na empresa”. R14
complementa que “gosto muito da marca da empresa, pois ela representa tudo o que tem sido
para mim poder trabalhar em lugar que vai de encontro aos meus valores e propósitos e que
preza pelas pessoas”.
R16, por outro lado, acaba ponderando e acredita que por ainda estar “em início de
jornada, acredito que estou em fase de encantamento. Porém quando converso com demais
colegas com maior tempo de atuação, percebo que esse é um sentimento comum a todos,
independentemente do tempo de atuação na empresa”. E, destoando da maioria dos
49
respondentes, existe o relato de R3 que afirma que “não tenho muito apego emocional por
empresa, então é bem baixo. Eu tenho mais apego pelas pessoas e pela cultura que é implantada
por elas”.
No entanto, diante de todos os pontos abordados ao longo desta seção conclui-se que o
nível de conexão emocional causados por marcas jurídicas se faz cada vez mais presente – e
desperta nas pessoas um nível profundo de conexão, que traz consigo um alto nível de
intimidade, de orgulho e, também, desperta cada vez mais segurança ao se relacionar – fator
esse que se perpetua, como visto em muitos dos casos, em uma relação longínqua, que vem
desde a infância e até mesmo atravessando gerações.
Davies (2008), conforme citado nesse estudo, destaca a influência que o poder da marca
empregadora exercia sobre os indivíduos, despertando fatores como os que encontramos nos
diversos depoimentos dos respondentes: a sensação de pertencimento, do encontro com a
empresa ideal e, sobretudo da sensação de “quero e preciso fazer parte dessa marca”. O fato é
que nada por ter mais envolvimento e conexão emocional do que o ser humano e, isso, por outro
lado, acaba trazendo mais pessoalidade para o universo das empresas.
Minha visão e experiência até aqui mostram que a empresa é muito bem vista e
respeitada, pelos trabalhos sociais que realiza, prêmios e indicações que ganha, tanto
no BR como exterior (R5).
50
Acredito que seja vista como uma empresa de grande porte e de grande importância
para o mercado nacional. Trata-se de uma empresa que possui produtos que agregam
valor ao mercado (R19).
“(..) Como Recruiter vejo que os candidatos têm uma boa imagem nossa e possuem
desejo de trabalhar conosco (R27).
Já no que tange a atratividade, a maioria entende que sua organização é atrativa e tem
capacidade alta de atrair novos colaboradores. R9 aponta como um ponto sedutor da empresa o
fato de ser “top 1 no segmento” e ressalta que a mesma “cumpre o compromisso com seus
colaboradores” - reforçando então o que apontam Clavery (2020) da importância entre setar
expectativas x realidade entre empresa e colaborador. R23, por outro lado, afirma que a “é uma
marca/empresa expressiva na região, possui uma boa imagem como empregadora, tem ótimos
benefícios”. R5, da mesma forma acredita que a empresa seja sim muito atrativa mas reconhece
o fato de que o setor no qual a empresa esta inserida é “um setor que possui muita demanda de
serviço especializado (mão de obra) e pouca oferta. Então bons profissionais do ramo muitas
vezes podem escolher onde trabalhar”, no entanto, reforça que “mesmo assim, a empresa é
sempre muito bem vista”.
Os demais analistas afirmam outros pontos importantes que pesam para que a empresa
seja bem vista perante olhos desconhecidos e, dentre eles, os principais itens apontados são:
oferta de oportunidades e nome consolidado no mercado, conforme aponta R3: “sim, em termos
de ter ótimas oportunidades, de ter um nome consolidado no mercado, bastante
responsabilidade, fomentar a diversidade e ser um ótimo ambiente de trabalho”.
Sim, a empresa é muito atrativa para as diversas áreas, mais especificamente para TI
e comercial. Nessas áreas você adquire conhecimento que pode ser utilizados em
empresas maiores e conta com benefícios muito atraentes, como a participação dos
lucros da empresa, comissões, plano de saúde em que você escolhe o que melhor se
encaixa e a empresa também é conhecida por oferecer frutas a vontade a seus
funcionários e facilidade no momento de escolher a melhor data para suas férias. (R1)
Sim, especialmente a parte de estabilidade e benefícios financeiros. É melhor
trabalhar numa empresa grande, consolidada, premiada, que atende todas as
exigências do mercado do que trabalhar em uma empresa que não tem esse
reconhecimento. (R3)
Sim, é a melhor empresa do Brasil na minha opinião, aqui respeitamos as pessoas,
pagamos bem, e tem uma boa oportunidade de crescimento (R4)
Acredito que a empresa possui uma reputação no mercado como pioneira, o que se
torna atrativo para quem está nesse setor, diferente de seus concorrentes que estão
seguindo os passos. (R5)
Com relação as estratégias da empresa para atrair novos talentos, R1 do mesmo modo
se mostra otimista com relação as estratégias utilizadas pela organização pela qual presta
serviços. Para o mesmo a organização é sim atrativa “pois pessoas de vários locais do país vem
para trabalhar aqui, alguns profissionais deixaram empresas onde trabalhavam por 24 anos,
outros trazem a família, geram grandes impactos pessoais, pela vontade de fazer parte do time
e como mencionei nas respostas anteriores, pelo propósito”. O mesmo ainda argumenta de
forma mais explicita alguns dos diferenciais que podem ser atrativos para os novos profissionais
sentirem desejo de ingressar na companhia:
Um outro fator que R14 cita como atraente e como um argumento de que a empresa
atrai candidatos de forma mais simples é o funcionamento do processo seletivo. Segundo o
mesmo, “geralmente os profissionais vêm até a empresa em busca de vagas. Nosso processo
53
seletivo, em posições mais baixas são feitos de forma passiva. Então a imagem conta bastante
nesse processo de escolha dos candidatos”.
No que diz respeito a atratividade da marca, R18 aponta que “ainda estamos construindo
a marca empregadora, mas já vemos nos processos seletivos os candidatos que pesquisam
bastante pela empresa e entendem da cultura sem nem ter passado pela entrevista cultural”,
reforçando o que Clavery (2020) e Mascarenhas e Mansi (2020) comentam sobre o quanto a
importância de uma estratégia de employer branding bem definida faz diferença e,
consequentemente, facilita o processo seletivo de maneira geral.
Um outro ponto emergente para esse grupo foi o fator remuneração. Ainda que este não
seja um dos principais fatores que fazem os colaboradores permanecerem, segundo estudos
realizados pelo GPTW. R13 cita esse ponto como alerta e reforça que “a empresa é atrativa para
quem quer se desenvolver e curte trabalhar com autonomia e num ambiente legal - com foco
em pessoas - mas ainda deixa a desejar na competitividade salarial frente a concorrentes do
ramo financeiro, por exemplo”, relembrando que este, ainda que não seja um dos principais
motivos, segue sendo um fator importante e, por consequência, um dos motivos que ocasiona
a procura por novos ambientes de trabalho.
Nesta seção, identificou-se que os indivíduos acreditam que as empresas onde atuam
transmitem uma boa imagem para o cenário externo, seja através do que já escutaram de
amigos, por exemplo, ou seja através de suas próprias crenças. Outro ponto importante é o
quanto, apesar de identificarem pontos como oportunidade de melhoria para a organização, a
maior parte dos respondentes, independentemente do seu nível hierárquico, considera o seu
ambiente de trabalho como atrativo para outros indivíduos, este último, primordialmente
voltado a questões de cultura da organização. Dados esses que validam a percepção apontada
nos estudos de Backhaus e Tikoo (2004), que abordam o conceito de lealdade a marca
empregadora da empresa associada, principalmente ao alinhamento de valores e cultura
organizacional, conforme figura 5.
Sabe-se que desde muito tempo diversos autores já se preocupavam em realizar estudos
para compreender o que as pessoas buscam quando o assunto é o trabalho que realizam e o que,
de fato, traz felicidade e realização. O notável é que com o passar do tempo, devido as mudanças
na concepção de carreira e a chegada de novas gerações, essas concepções foram, por
consequência, sofrendo alterações. Se há algum tempo atrás a ideia era construir carreira por
anos na mesma empresa, hoje, por outro lado, o objetivo já é outro. Guimarães (2012) já
apontava que o conceito de “fidelidade” não é exatamente o mesmo, corroborando com o fato
de que os profissionais estão extremamente atentos ao mercado de trabalho e novas
oportunidades, sendo que, se ela for atraente, os mesmos estão dispostos a trocar de empresa.
Costa e Dutra (2011), por exemplo, verificam a transação do modelo de carreira e enfatizam
em seus estudos que no decorrer dessas transformações o papel que o indivíduo passou a ocupar
na condução da sua própria carreira é outro. De acordo com os autores,
a carreira pode ser definida como a sequência de posições ocupadas durante a
vida de uma pessoa, em função não só dos trabalhos, estudos e outras
experiências de vida, mas também das suas percepções individuais, atitudes e
comportamentos profissionais que resultam em desenvolvimento de
competência para lidar com situações de trabalho de maior complexidade e em
constante transformação. (COSTA; DUTRA 2011, p. 3).
Para entender esse ponto os entrevistados foram questionados sobre qual seria a
percepção dos mesmos a respeito de iniciativas como a relatada acima. Desse modo, começando
com o levantamento de dados a respeito do que fora apontado pelo grupo de analistas,
constatou-se que a participação das empresas em pesquisas com intuitos semelhantes ao do
GPTW, em grande maioria é importante, conforme ilustram alguns comentários do grupo –
que, em suma ressaltam o quanto o processo acaba sendo um alavancador para atração de
talentos (no viés da empresa) e também fonte de busca para aqueles que buscam novas
oportunidades de mercado (no viés do público em geral).
Um fato interessante é que enquanto R13 afirma que se trata de um processo que ele
acredita ser “relevante para a marca empregadora”, R5, por outro lado, aponta uma forma mais
profunda de enxergar o movimento. De acordo com o mesmo, essas iniciativas resultam em
“questões importantes para a empresa” e “faz com que todos possamos refletir sobre isso e
melhorar. A empresa leva muito a sério essas questões e por isso vem tendo destaque como
uma das melhores empresas para se trabalhar. A realidade condiz com o discurso, essa é a
57
Sobre esse processo, nota-se, no entanto que poucos analistas, tem uma opinião parecida
com R27, que acredita ser algo “meio forçado” ainda que complemente citando que sabe “que
tem muitas empresas que levam à sério o GPTW, porém tem muitas que só focam nisso quando
está próximo as "auditorias", portanto não é algo que eu leve em consideração, acredito que o
principal é o propósito da empresa estar alinhado com o meu”.
Acredito que a ideia de fazer um ranking é boa. Dessa forma, as empresas podem
buscar formas de melhorar sua relação com seus empregados, e as pessoas podem
procurar um local de trabalho que se enquadra em suas perspectivas. Porém, creio que
muitas vezes as organizações se utilizam desses rankings apenas para marketing e
fortalecer sua própria marca, sem a real intenção de aperfeiçoar sua gestão de pessoas.
Portanto, acredito que um ranking sério é utópico, pois precisaria de um
acompanhamento muito mais rígido, o que seria de certa forma inviável (R5).
Ambos os relatos, de certa forma, corroboram com o que Mascarenhas e Mansi (2020)
citam, ao afirmarem o quanto a estética vem ganhando centralidade. De acordo com as autoras,
existe uma grande necessidade em se viver no mundo que encontramos nas redes sociais e, por
esse motivo, muitas organizações acabaram por inserir nas suas sedes paredes coloridas, vídeo
games, mesas de sinuca e escorregadores. Em um primeiro momento, apontam as autoras, a
ideia era “deixar de lado a ditadura” e, sobretudo, deixar claro o fato de que, mesmo em um
ambiente de trabalho antes visto muitas vezes como “sério e formal” seria possível conciliar
alguns interesses, como os de ser produtivo com relação as atividades mas, ao mesmo tempo
aproveitar o tempo livre e ser feliz no trabalho o que, no entanto, é importante ressaltar que atua
como um ponto isolado, que não basta e que, da mesma forma, não é considerado uma estratégia
de employer branding.
no entanto, a maior parte do grupo entra em concordância com R2, que aponta que “acho
extremamente relevante. E quando a nossa empresa aparece em um ranking sendo uma das
melhores aumenta a vontade de fazer parte”, decretando o quanto a estratégia contribui para
aguçar os desejos dos indivíduos e para a construção de uma marca empregadora desejável.
(...) Eu adoro este trabalho e premiação, acho que fortalece para as empresas a
importância de se amar e cuidar das pessoas, além disso, mostra como fazer, quando
expõe as práticas. Além do mais, toda a mídia é envolvida o que facilita as pessoas
buscarem marcas empregadoras de qualidade e certificadas e/ou premiadas pela
instituição. Os profissionais sabem que se uma empresa é GPTW, não tem dúvidas de
que o local é muito bom para se trabalhar. Já vivi isso nos processos seletivos, as
pessoas sempre perguntam qual a instituição que nos premiou e só ficam seguros
quando menciono que é GPTW. (R1)
Acho um indicador ótimo para entendermos as melhorias a serem implementadas,
além de ajudar na divulgação da marca empregadora. (R3)
Acho ótimo, valoriza a percepção das pessoas, mas também as práticas desenvolvidas
pelas empresas. É uma avaliação completa. (R6)
os jovens no momento de buscar empresas para trabalharem”. Dessa forma, o grupo acaba
convergindo com o que diz R14, que acrescenta o quanto acha o processo importante “pois traz
visibilidade à empresa”.
Para os demais cargos que participaram desta pesquisa, a opinião é bastante similar ao
que foi apresentado pelos cargos apresentados anteriormente. Enquanto alguns enxergam o
ranking ainda muito voltado a marketing, conforme R18 aponta “nunca procurei muito a fundo
sobre os critérios de escolha das empresas, mas sempre achei muito interessante as empresas
participarem desses rankings como uma ação de branding mesmo. Sempre ficamos muito
felizes com os resultados”. Outros diversos relatos demonstram confiança na lisura e na
importância de iniciativas como essas para o ambiente de trabalho como um todo, conforme
segue:
Necessário! A empresa que trabalho está no ranking e me deu mais confiança de topar
o desafio, sabendo que ela era bem avaliada pelos seus colaboradores e que não era
só mais um discurso. (R2)
Eles auxiliam a direcionar mudanças organizacionais e de gestão muito importantes
dentro da empresa. Fomos premiados por 3 anos consecutivos :) (R5)
A certificação Great Place to Work não é tão complexa de se obter. Porém, ficar entre
as 10 melhores empresas no ranking é muito difícil e requer um trabalho genuíno em
relação ao clima e cultura organizacionais. Qualquer empresa que esteja no ranking
das 10 melhores em qualquer categoria é uma empresa que trabalha forte para ser um
excelente lugar para trabalhar. Diferentemente de sites como Glassdoor e afins, os
rankings do GPTW são realmente uma fonte de informação confiável sobre a
empresa”. (R8)
Acho muito bacana, e são fontes bacanas para entender se o lugar que você deseja
trabalhar realmente faz sentido. (R16)
Balela. A empresa pode ser ótima para um grupo específico de pessoas e péssima para
uma minoria. Em empresas homogêneas é muito fácil pessoas de um grupo
privilegiado (homens brancos, que são a maioria) avaliarem bem a empresa e ela
ganhar prêmio de GPTW quando na verdade a empresa pode estar cagando pra
questões raciais, sociais e de gênero, mas não têm um grande número de pessoas não
homens e não brancas pra terem a opinião considerada. (R3)
No entanto, de forma geral nota-se que para que um ambiente de trabalho seja
considerado excelente, alguns fatores foram corriqueiramente mais apontados do que outros,
tais como: a proximidade com a liderança, a abertura para ideias e sugestões, a possibilidade de
“ser você mesmo”, por exemplo; mas é importante levarmos em consideração que existem
questões individuais a serem refletidas, como características pessoais, habilidades e
competências, bem como interesses pessoais e objetivos de vida de cada indivíduo. Dutra
(1996) já apontava o fato de que as pessoas estão cada vez mais preocupadas em escolher a
carreira que atenda os seus interesses e que as represente, pois, o trabalho por si só ocupa boa
parte da vida. Clavery (2020) também reforça esse ponto e afirma que passamos, em média,
cerca de 70% da nossa vida no trabalho e, por esse motivo, essa escolha acaba sendo muito
importante.
Dessa forma, nesta seção concluímos que, até mesmo por existirem iniciativas como os
rankings de melhores empresas para trabalhar, “muitas organizações pesquisam as atitudes e as
opiniões de seus funcionários como indicadores de um ambiente de trabalho atraente e justo.
Outras empresas o fazem para conseguir sinais antecipados de comportamentos relacionados
com a produtividade” (MILKOVICH e BOUDREAU, 2000, p.125). E, cientes de que algumas
empresas investem nesses aspectos e se preocupam em conhecer e entender as ambições dos
colaboradores, a consequência é a criação de marcas extremamente valiosas e, sucessivamente,
mais competitivas na atração dos melhores profissionais. Fator esse que acaba tornando a
atividade uma via de mão dupla entre colaborador e companhia, este primeiro que, ao acreditar
que de fato recebe condições de trabalho adequadas por parte da empresa, retribui com melhores
resultados para a mesma, se tornando então uma relação ganha-ganha. Vale ressaltar ainda que,
de forma geral, para os respondentes esses processos são sim considerados importantes e
levados em conta por grande parte do grupo com um fator influente, e até mesmo decisório,
para as escolhas profissionais dos mesmos.
61
4.4 CULTURA
Acredito que não tanto como deveria ser, ainda mais quando falamos de projetos de
marca empregadora. (R14)
Então o setor de Marketing está um bocado distante, porque o foco dele é praticar
mercado voltado ao Comercial, no caso se referindo à Comunicação Interna estamos
relativamente próximos, mas como Talent Acquisition tem um foco muito em seleção
de profissionais de Office, talvez a Comunicação tenha maior proximidade dos
colaboradores de RH de nossas unidades. (...) (R27)
Ao partir para o grupo dos assistentes, por outro lado, apenas R2 afirma que não existe
alinhamento entre as duas áreas, mas, segundo o mesmo, isso se deve “por questões
62
Enquanto isso, os coordenadores afirmam que existe sim uma integração e acima de
tudo, colaboração entre as áreas, conforme relatos:
Não tanto quanto poderia ser. O Marketing da empresa tem um foco muito
direcionado ao cliente, a parte externa da empresa. Vejo que temos oportunidades para
convergir iniciativas, programas e campanhas de comunicação tanto para o público
externo quanto interno.
Para os demais cargos participantes desse estudo, percebe-se que boa parte não tem
contato com employer branding dentro da organização. R19 afirma que “hoje não. Não
trabalhamos ideia de marca empregadora” enquanto R15 afirma não ter certeza sobre a
existência desse alinhamento entre as áreas. Os demais depoimentos, por outro lado,
reconhecem o quanto esse alinhamento é essencial e afirmam perceber a existência do mesmo
na cultura da organização onde estão inseridos:
Neste aspecto, nota-se que boa parte dos entrevistados, independente do grupo onde
hierarquicamente estão alocados, acredita que o marketing da organização onde trabalha acaba
focando mais no segmento de vendas do que na construção da marca empregadora e de um
alinhamento mais próximo com os recursos humanos da empresa. Para isso, é valido acrescentar
o apontamento feito por Clavery (2020), do quanto, para que uma estratégia de marca
empregadora seja, de fato eficiente, ela deve ser uma responsabilidade coletiva de toda empresa.
64
b) Valores
Quando questionados sobre o que é mais valorizado na cultura das empresas, o grupo
de analistas aponta diversos pontos, sendo: autonomia, diversidade, liberdade, equilíbrio entre
vida pessoa e profissional, oportunidade de crescimento, propósito, feedbacks os mais citados
pelos respondentes:
Outro fato que foi muito valorizado pelos respondentes são aquelas empresas que
investem na identificação dos funcionários com competências e experiências necessárias para
a progressão, destacando aqui a realização de mensuração de competências e experiência para
a prática de promoções de reconhecimento ao mérito, conforme reforça R2 ao citar
“possibilidades. (...) Num geral, se preocupa muito com os colaboradores. Os gestores são
pessoas flexíveis e super abertos ao diálogo. É um ambiente ótimo para expandir a experiência
profissional (tanto no sentido de aprendizado, quanto na possibilidade de migrar de cargo)”.
Espaço para dar suas ideias, com possibilidade de testar. Investimento nos melhores
equipamentos e tecnologias. Quando vamos propor qualquer coisa aos diretores eles
ouvem, e na aquisição de algo, nunca perguntam o preço e sim: "Qual é o melhor?".
Acesso total aos diretores. Ambiente sem formalidades, descontraído, onde cada um
pode ser o que nasceu pra ser! (R1)
O equilíbrio entre a vida profissional e pessoal que a empresa proporciona, a cultura
de camaradagem e a transparência da gestão. (R5)
Ambiente e proximidade com a gestão. Estamos a lista das melhores empresas de TI
Brasil e RS (todos os segmentos). Acho que se sentir que seu trabalho é visto e
valorizado e que se tem ações constantes para buscar a motivação das pessoas fazem
as pessoas permanecerem na empresa. (R6)
O acolhimento, porque a vida é complexa e ter um lugar que te acolha e promova
desenvolvimento é muito valorizo. (R8)
Para a categoria de especialistas participante desse estudo, não destoa dos demais:
apontam questões como a transparência e proximidade com os líderes, a solidez da empresa e
a flexibilidade de horários, fator esse ligado a qualidade de vida.
66
Qualidade da informação, pois cada vez mais a diretoria preza por análises em
conjunto de equipes, buscando eficiência de processos ao longo de toda a cadeia (R1)
O quão consolidada e líder de mercado a empresa é. (R6)
Flexibilidade de horários e benefícios. (R7)
A inclusão, pois na empresa existe diversos grupos de ações sociais chamadas ERG
(Employee Resource Groups) que cada uma tem um foco, por exemplo: pessoas
deficientes, grupos raciais, grupos LGBT, grupo para desenvolvimento de carreira,
voltado para mulheres etc. (R3)
A diversidade, porque é uma empresa que sempre coloca esse assunto em pauta. (R5)
Work life balance. Porque a empresa pode não ser tão agressiva em questões de
remuneração, mas a qualidade de vida compensa. (R6)
Acho que hoje em dia a liberdade e confiança são dois pesos muito grandes, as pessoas
não querem mais bater ponto e ter a obrigação de trabalhar em um horário fixo
(comercial), não querem ter medo de pedir folga e compensar em outro dia. Então
acho que essa liberdade de fazer o seu horário e trabalhar de onde quiser é muito
importante, principalmente pros trabalhos da área administrativa. (R9)
Outros pontos importantes para esse público giram em torno da marca, ligadas ao status
e a reputação que a empresa construiu no mercado, assim como a questões de agilidade e
dinamismo na empresa, conforme relatos:
67
Por outro lado, os pontos que mais chamam atenção na cultura, de acordo com R2, que
faz parte do grupo gerentes e heads estão ligados a liderança. Para o mesmo “a motivação vem
no fundador da marca que sempre consegue ver o melhor de cada um. Somos uma família que
trabalha para fazer nossos clientes felizes”. R7, por outro lado, aponta a transparência como um
fator chave. Para ele “todos sempre sabem de questões que podem impactar positivo ou
negativamente a agência. Isso evita ruídos ou fofocas”.
Já com relação ao grupo de outros cargos que participaram desta pesquisa, questões
importantes são reforçadas, como: diversidade, transparência, possibilidade de aprendizado e
desenvolvimento, autonomia e liberdade:
de descontentamento quando o assunto é sua própria remuneração, o fator acaba tendo pouca
influência e significância frente aos demais itens ofertados pelas organizações até então,
convergindo dessa forma com estudos realizados pelo GPTW em 2019 sobre fatores de
permanência na organização – onde o fator financeiro é apenas o terceiro item a ser considerado.
É notável, por fim, que nessa seção diversidade é um tema presente em todas as
categorias de cargos participantes do estudo. Conclui-se, então, que é um ponto crucial para
boa parte dos respondentes e é uma exigência para as empresas atualmente. Essa temática
inclusive foi tema de um estudo do Employer Branding Brasil que buscou fazer correlações
entre marca empregadora e diversidade. Nesse material, cerca de 62,4% dos respondentes
afirmam que tem dificuldade em atrair talentos diversos para suas organizações. Quando
questionados sobre o principal ganho da diversidade nas organizações, cerca de 61,9% afirma
que a melhora na percepção positiva da marca é um dos fatores. Outros pontos como ser uma
empresa responsável e preocupada apontam 78,4%, o aumento nos resultados da organização
atinge 61,9% e o aumento na produtividade 48,8% são ganhos que emergem através da
existência de um time diverso.
Ainda segundo estudos da plataforma Employer Branding Brasil (2020) embora
diversidade e marca empregadora sejam coisas distintas, ambas devem funcionar em conjunto.
Os estudos apontam ainda que:
“a boa atuação de uma empresa no cenário de inclusão e diversidade faz com que ela
tenha uma reputação positiva como marca empregadora e os talentos que veem
inclusão e diversidade como uma causa importante, com certeza sentem-se mais
atraídos para trabalhar em uma empresa que esteja alinhada com seus valores pessoais
em relação ao tema”. (EMPLOYER BRANDING BRASIL, 2020).
Outro dado que, nos tempos atuais acabam sendo atrelados a cultura da organização são
a utilização das redes sociais na cultura organizacional. No estudo citado, Employer Branding
Brasil (2020), por exemplo, 87% dos respondentes afirmam que acompanham as redes sociais
69
Mas, afinal: qual a importância das redes sociais no meio corporativo? De acordo com
o mesmo estudo e, na percepção do público entrevistado, 64% considera extremamente
importante, 24% muito importante, outros 9% importante, 1% pouco importante, e, apenas 2%
do público entrevistado considera esse item um ponto sem importância para as organizações.
Nota-se então, a partir dos dados coletados, o quanto as redes sociais vêm tomando um
espaço importante no cenário atual. Esse resultado corrobora com o que apontam Mascarenhas
e Mansi (2020) ao afirmarem da importância de buscarmos nas empresas aquilo que vemos nas
mídias sociais. Clavery (2020) reforça ainda outro ponto significativo a respeito da utilização
dessas plataformas. Segundo a autora, a utilização desses canais é aliada poderosa para que as
marcas empregadoras possam reforçar sua posição no mercado. De acordo com a mesma, as
mídias são uma excelente opção de ferramenta para que a empresa ative o que construiu como
proposta de valor e deixe isso claro e transparente para todos, sejam eles membros da
organização ou apenas curiosos.
a) Descoberta da empresa
70
Cintes dos fatos apontados anteriormente, busca-se entender como foi este processo
para a amostra de respondentes dessa pesquisa. Dessa forma, nota-se que, quando questionados
sobre o primeiro contato com a empresa, os resultados desse público apontam que os principais
meios utilizados foram: indicação de amigos (43%) em primeiro lugar, seguido da utilização
de plataformas como o Linkedin (17%) e de outros site de vagas como InfoJobs e Estagiar
(15%), além, é claro, de outras mídias sociais, como Facebook (10%) e o site da própria
organização (9%), Universidade - através de palestras e outras feiras, por outro lado, teve um
percentual menor (5%) e, por último, através de rankings como os realizados pelo GPTW (1%).
Ainda sobre o fator descoberta, é importante adicionar que segundo estudos do Linkedin
(2017), 75% dos candidatos pesquisam sobre a empresa e sua reputação antes de, de fato
realizar a candidatura, pesquisando sobre sua marca empregadora e, por consequência,
escolhendo as empresas que mais correspondem ao seu perfil.
Cientes deste fato, a preocupação das empresas tem se voltado cada vez mais para os
candidatos durante os processos seletivos como um todo. Os processos se transformaram e,
esses aspectos foram abordados no estudo apresentado pelo Employer Branding brasil em 2019,
que aponta mudanças significativas em todo esse processo, como a adesão de brincadeiras
lúdicas em dinâmicas de grupo, por exemplo, para, posteriormente, chegarmos nas entrevistas
por vídeo, que, devido ao cenário externo que nos encontramos, acabam sendo a única
alternativa para muitas empresas.
De acordo com este mesmo estudo, apesar de notar certa eficiência operacional devido
aos ajustes e toda a evolução realizada nos processos, notou-se também que a experiência dos
candidatos prosperou. Chamado na literatura por Candidate Experience (ou experiência do
candidato, em português) estão todas as interações entre a marca empregadora e um candidato
a vaga de empresa. Nessa etapa, o candidato entende o que a empresa faz, como faz e porque
ou não ele deveria se juntar a esse time. Esse processo ocorre desde o anúncio da vaga até a
avaliação que a empresa possui em plataformas como o Glassdoor, por exemplo.
Clavery (2020) inclusive ressalta que, de acordo com a plataforma Glassdoor, os pontos
mais importantes para que um indivíduo de fato, aceite uma oportunidade de trabalho são as
seguintes: salário, oportunidades de promoção na carreira, qualidade de vida, localização,
benefícios e, por fim, cultura e valores da empresa.
Esses pontos reforçam o que foi apresentado no estudo de Oltramari et. al., (2019) sobre
a atração de jovens pelo employer branding na escolha profissional, onde grande parte dos
entrevistados demonstrava enorme desejo de fazer parte do quadro de funcionários de uma
empresa com marca empregadora forte, abrindo mão inclusive de remunerações mais altas.
Dessa maneira, nesta subseção pode-se concluir que employer branding e candidate
experience são recursos extremamente conectados. Clavery (2020) ressalta que na experiência
dos candidatos, por exemplo, os indivíduos percorrem diversas etapas dentro da organização,
72
tais como: conhecimento da marca; o interesse pela vaga ofertada e posteriormente a aplicação
da mesma; o primeiro contato com o recrutador; o processo seletivo; a espera pela reposta; o
feedback, etc. Nota-se, portanto, que a experiência dos entrevistados durante todo esse ciclo de
conhecimento da empresa, etapas do processo seletivo e, por fim, a motivação final para
ingressarem na empresa estão conectados, em boa parte, com a marca que a organização reflete
para o público externo.
Nesta seção apresenta-se a percepção dos colaboradores “da porta para dentro”, o que,
na teoria entende-se por Employee Experience (ou experiência do colaborador, em português)
e que na prática é um conjunto de experiências que o colaborador constrói com determinada
organização e que estão relacionadas com diversos outros fatores, tais como: treinamentos,
reconhecimento, crescimento profissional, relacionamento com colegas e com a liderança,
cultura da empresa, entre outros fatores. Dentro dessa temática, buscamos entender outras micro
categorias como: a) Motivo de permanência, b) Primeiras impressões e, c) Satisfação do
colaborador, indicação para amigos.
a) Motivo de permanência
Nesta seção a fim de explorar a temática de experiência do colaborador dentro das
organizações, buscamos apresentar e discutir a partir dos dados coletados o que de fato motiva
esses respondentes a continuar fazendo parte da organização versus as motivações apontadas
para a participação dos mesmos no processo seletivo, apontadas na seção anterior deste estudo.
Ao resgatar os dados dos respondentes desta pesquisa, conclui-se que cerca de 38% dos
indivíduos entrevistados desejam permanecer na companhia por mais de 5 anos, enquanto 20%
afirmam que o tempo pode variar entre 2 e 4 anos, 9% afirmam que o interesse é curto e
pretendem ficar pelo período de até 1 ano; outros 27% afirmam que não sabem e, outros 6%
preferem não responder o questionamento. Esse último resultado, hipoteticamente pode ser
atrelado ao cenário externo, pois, em meio a pandemia COVID 19, nota-se um cenário mais
restrito o que, portanto, pode ser uma justificativa para o desejo de permanecer.
Muitas oportunidades de crescimento, sinto que tenho muito a aprender ainda. Bom
potencial de networking e ótimos compensação pecuniária e benefícios. (R2)
Aponta as inúmeras possibilidades de fazer novos projetos e inovar em diversos
aspectos e a oportunidade de brilhar e desencadear e explorar todo meu potencial.
(R3)
A possibilidade de construir minha jornada dentro do que acredito e gosto de fazer, a
empresa dá muitas possibilidades de crescimento e te motiva a isso. (R5)
Desde que entrei na empresa, notei uma constante evolução profissionalmente, além
de que a empresa me abriu portas e me sinto cada vez mais motivado a buscar
conhecimento. (R5)
Vejo que ainda tenho muitos desafios e conquistas para atingir dentro da empresa. (R6)
Me motiva participar de toda essa expansão meteórica da empresa, estar aqui vivendo
e vendo isso desde o início é fantástico. Continuar trazendo as pessoas para fazerem
parte disto também. (R1)
Continuar escrevendo a história da empresa, continuar crescendo e sendo
protagonista. (R3)
Os desafios, as oportunidades de contribuir, o aprendizado e crescimento. (R4)
Sentimento de pertencimento, orgulho e tenho ainda muito para contribuir com o
crescimento previsto para os próximos anos. (R6)
O sentimento de quem trabalha lá é de "dono'". Faço o que gosto pela empresa, pelas
pessoas que lá trabalho e por nossos objetivos. (R9)
Questões essas que também são muito apontadas pelos gerentes/head participantes da
pesquisa:
Cada dia nós somos presenteados com desafios, acredito que aliado a essa motivação,
o sentimento de pertencimento também me motiva. (R1)
Sou parte da família e tenho ela como minha. Trabalho para o crescimento de todos q
nela estão. (R2)
A possibilidade de participar da construção da empresa e deixar legado. (R4)
74
Sinto que aprendo coisas novas todos os dias e sou constantemente desafiada com
novos projetos. Além de ter um plano de carreira claro e certeza da minha efetivação.
(R12)
O incentivo que a empresa dá para crescimento profissional, as chances de crescer de
cargo, os colegas de trabalho, o ambiente, ser algo que eu quero cada vez mais
aprender sobre a minha área e o currículo ter um diferencial por ter trabalhado nela.
(R16)
No caso dos consultores, fatores como cuidado com as pessoas, aprendizado constante
e qualidade de vida aparecem constantemente. R3 afirma que existem “uma série de motivos
que me estimulam a continuar na empresa, um que eu mais posso destacar é a identificação das
minhas responsabilidades com o meu propósito de vida que é desenvolver pessoas para
atingirem a sua melhor versão” afirmando o quanto o propósito e o match entre valores pessoais
x valores da organização são importantes.
Eles acreditam no meu potencial e investem em mim, além de todo dia aprender e ter
novos desafios sinto que sou recompensada com o salário e autonomia que tenho para
fazer minhas próprias escolhas. A empresa tem metas para cada funcionário, que
devem sempre se alinhar com as metas da empresa. Quem escolhe as metas pessoais
somos nós mesmos. (R1)
Salário, crescimento profissional e pessoal, envolvimento com projetos sociais e
status. (R3)
1º pagar minhas contas 2º oportunidade de ter sido realocada dentro do time p/ dar
suporte ao cliente. (R6)
Minha identificação com os valores e propósitos, o clima organizacional, o fato de
poder ser eu mesma e ter espaço para praticar as coisas que acredito serem corretas.
(R21)
b) Primeiras impressões
75
R7, da mesma forma aponta que ingressou na empresa no início da pandemia COVID19
e “mesmo assim tenho aprendido muito mesmo a distância”. Acrescenta ainda o quanto sua
experiência “tem sido incrível, minha liderança me dá muita liberdade em implantar coisas
novas”. Realçando o quanto a proximidade, ainda que em momentos onde a distância física é
exigida, acaba agregando positivamente a percepção dos colaboradores.
R11 por outro lado reforça o quanto sua experiência tem sido incrível por conta dos
projetos pelos quais participa “a minha experiência tem sido incrível, entrei bem quando
começamos o projeto de Transformação Cultural, então pude perceber o quanto a empresa tem
vontade de mudar e se transformar. Sinto liberdade para trabalhar, sugerir, criar e pra mim isso
é fundamental”, ressaltando o quanto o significado de inovação é um fator agregador para esse
grupo.
Premiações e reconhecimentos da empresa, além dos fatores pessoais, tem uma carga
positiva, conforme aponta R15 ao levar em conta sua “efetivação e as premiações pelo GPTW
e meu desenvolvimento pessoal e profissional” como pontos positivos no seu tempo de casa.
Seguindo essa linha, outros respondentes reforçam a ideia de que as promoções acabam
agregando a experiência do colaborador:
76
Entrei como temporária para cobrir uma licença maternidade e fui efetivada. Sempre
tive muita autonomia, amo o fato de trabalhar com públicos diferentes, poder
desenvolver muitos projetos incríveis, grandes eventos e sempre contando com a
confiança da gestão no meu trabalho. (R22)
Eu diria que é inexplicável, eu realmente amo onde trabalho, tento passar essa
empolgação quando me questionam sobre o que eu acho da empresa.
Cada dia tem sido um desafio novo, se não é em volume de entrega é na complexidade
de entrega. Minha liderança confia no meu potencial, então me permite ter desafios
que eu sei que farão diferença positiva em minha carreira.
Eu diria que o principal marco foi quando por "n" questões duas pessoas deixaram o
nosso time e as demandas acumularam em um time que já não era grande, nisso me
passaram a demanda de uma Analista Sr., eu entreguei o trabalho antes do prazo e
com excelência, hoje eu tenho um ótimo relacionamento com um cliente que as
pessoas diziam ser muito difícil de lidar. (R27)
No caso dos assistentes, R3 faz alusão a pandemia, mas ressalta que sua experiência
“têm sido muito boa, apesar de ter entrado em período de crise global. Sempre é bom fazer
parte de um negócio eficiente e renomado no mercado”. Os demais relatos desse corte da
pesquisa são, em suma, sempre atrelados a importância de desafios, novas experiências e
oportunidades de treinamento.
A experiência é sempre muito grande e sempre fui movida a desafios. Nesse mais de
um ano, já tive várias experiências novas, viajar com os vendedores, qualificar e
treinar novos colaboradores e minha estagiária. E estar em constante treinamento e
realizando cursos internos dentro da empresa. (R1)
Foi um momento mto incrível pra mim, pelo crescimento pessoal, por eu poder fazer
meu trabalho da maneira que eu achar que deve ser feito, e por eu poder ser 100% eu
mesmo aqui dentro. (R4)
Acredito que desde que entrei sempre tive a liberdade e a oportunidade de me
desenvolver, tanto por mim mesmo quanto pelo apoio que recebi dos meus superiores,
e que apesar do foco em resultados, sempre temos abertura de propor melhorias e ter
voz ativa. (R5)
através de hunting, trouxe pessoas de todo Brasil para trabalharem aqui, busquei
pessoas boas em Marketing Digital e o faturamento da empresa dobrou de 2018 para
2019, e em Junho/2020 já atingiu o faturamento do ano de 2019 (1ºmarco). Após todo
este processo, nos inscrevi na GPTW, pois sabia que tudo isso merecia ser
reconhecido (2ºmarco). Após todo este processo, nos inscrevi na GPTW, pois sabia
que tudo isso merecia ser reconhecido, o que foi um marco também. De 20
funcionários que tinham quando aqui cheguei, estamos quase em 56, no dia
24/07/2020. Duas novas empresas estão sendo abertas no grupo e um prédio
totalmente inovador, tipo Google, está sendo construído. Ver a empresa expandir (3º
marco). (R1)
O início me marcou bastante, quando cheguei a empresa era cinza, masculina e um
pouco desorganizada. Outro marco foi quando fiz um onboarding com 7 pessoas e vi
o quanto a empresa estava crescendo. Em 2019 fomos GPTW, marco importante de
reconhecimento do meu trabalho. Em 2020 nossos resultados e crescimento durante a
pandemia foram outro marco importante. Descrevo minha experiência como
ascendente ao longo desses anos. (R3)
Estou há 4 anos e pude crescer muito. Comecei como analista, onde era a única da
equipe e hoje estruturei uma nova área e tenho mais 9 pessoas na minha gestão.
Participei de um crescimento enorme na empresa e me sinto orgulhosa do caminho
que construí. (R5)
empresa, em outros estágios antes da empresa não conseguia associar conteúdos do curso
superior por exemplo com as atividades do estágio, neste tive a oportunidade de ter mais
autonomia como profissional, experiência com plataformas utilizadas por renomadas empresas,
experiência com ambiente corporativo”. Os demais comentários desse grupo relatam outros
pontos positivos:
Para os demais cargos participantes deste estudo, o resultado se assemelha com o que
já fora apresentado e o tema pandemia surge frequentemente entre os relatos do grupo. R6
aponta inclusive uma questão de saúde ao descrever que a experiência “foi bom até certo
momento em que comecei a sentir que a forma que eu gostaria de atender os clientes da minha
carteira não era possível e nunca seria. Estou me realocando dentro do time de relacionamento
com o cliente afim de me sentir mais confortável e menos ansiosa no meu trabalho”. Essas
questões, apesar de não aparecerem de forma tão detalhada e não serem a temática principal do
estudo, tem um peso importante e são na verdade um alerta sobre o que também deve ser o foco
das organizações: a saúde e o bem-estar dos colaboradores, tendo em vista principalmente o
cenário externo pelo qual estamos todos expostos.
79
Os demais relatos têm como base principalmente projetos e eventos dos quais os
respondentes tiveram oportunidade em contribuir com a organização, conforme demonstram
R9 e R11.
Minha experiência foi muito boa, nunca trabalhei em uma grande empresa antes, então
pude aprender muito sobre processos. Um grande marco foram os eventos que eu tive
a oportunidade de trabalhar na organização, foram eventos grandes e bem-sucedidos.
Além disso, minha efetivação também foi um marco. (R9)
Premiações, como GPTW, novas responsabilidades, gestão de crise devido a
pandemia. (R11)
Em suma, através do que fora apontado nessa seção nota-se que existe uma variedade
imensa de pontos que contribuem para o desejo desses indivíduos de permanecer em
determinadas empresas. O presente estudo, portanto, corrobora com o que Branham (2002) já
identificava em sua pesquisa sobre elementos básicos para a retenção de talentos.
Uma empresa que tem problema como todas as outras, mas que a parte positiva
sobrepõe. Que valoriza seus funcionários, busca inovar e atender seus clientes da
melhor forma. (R10)
É tri a firma! Uma baita empresa, onde tem muitos desafios, trabalho, mas espaço
para te desenvolver. Uma mãe! (R23)
80
Para os assistentes, R4 entende que está no “melhor lugar que alguém poderia estar :)
vamos dominar o mundo kkk”. O grupo de coordenadores também acrescenta pontos positivos,
conforme comentários abaixo.
R2, pertencente ao grupo de gerentes/heads e afirma que esta foi “a melhor a escolha
da minha vida!”, enquanto R5 afirma que “a empresa valoriza o processo de conhecimento de
forma interativa e inovadora. Que busca oferecer o melhor da experiência de trabalho e bancar
o que promete da melhor forma” e, R21 acrescenta que é “um excelente lugar pra se trabalhar,
onde você pode ser você mesmo e ajudar o mundo a ser um lugar melhor. O grupo de
consultores também distribui elogios, R1 cita que ao descrever a empresa para um amigo diria
que é a “melhor empresa que já trabalhei”.
Para os demais cargos participantes deste estudo, segue a percepção de que a empresa
é um excelente lugar para trabalhar:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal objetivo deste estudo era analisar como o employer branding se faz presente
nas estratégias de recursos humanos e marketing através da percepção dos colaboradores de
empresas que, midiaticamente, são conhecidas como um “excelente lugar para trabalhar”,
entendendo, dessa forma, o efeito que a imagem da organização tem para os colaboradores -
pois, nota-se o quanto a marca é capaz de gerar os mais diversos sentimentos nos indivíduos –
sejam esses sentimentos negativos ou positivos – e sejam esses sentimentos voltados a um
produto físico (como o desejo de adquirir um produto), até o desejo de pertencer a marca de
uma organização, por exemplo.
Apesar de estarmos cientes quanto ao poder que uma marca carrega consigo e do poder
da mesma em gerar associações automáticas, conforme apontavam os estudos de Kotler e Keller
(2012), o notório é que não conseguimos tangibilizar exatamente quais são esses sentimentos –
tendo em vista que cada pessoa estabelece suas próprias relações e carrega individualidades
para fazê-lo – conforme também observado nesse estudo. Desse modo, o principal exercício do
employer branding é o de estabelecer uma proposta de valor clara e objetiva, a fim de que a
marca da empresa – e tudo aquilo que a organização quer representar através dela – seja
incorporado no dia a dia e no ambiente de trabalho e, seja de conhecimento tanto do público
interno, tanto como do público externo.
Dessa forma, a partir da análise dos dados coletados e a luz do referencial teórico
adotado, foi possível perceber principalmente o fato de que, embora existam diferenciações no
que diz respeito as empresas e aos cargos dos pesquisados, a vivência e as percepções se
assemelham em sua grande maioria e, também se associam aos impactos que a marca agrega –
ou não – dentro da organização. Nota-se obviamente que algumas organizações tratam a
temática de employer branding de forma mais avançada e estruturada de acordo com a
percepção dos respondentes, mas, de maneira geral as ambições do público alvo são
semelhantes.
E, como identificado na fala dos respondentes, a reputação da marca e o status que isso
transmite para a organização representa um papel de suma importância na decisão de ingressar
e até mesmo de permanecer na organização.
Ainda que o presente estudo evidencie fatores importantes a respeito do que tange a
employer branding de acordo com a percepção dos respondentes, é importante frisar o quanto
esse processo não é e não deve ser reproduzido como uma “receita de bolo”. Segundo Clavery
(2020, p. 61), o “employer branding não é uma ciência lógica ou um software de metodologia
no qual você imputa os dados e um cálculo com as respostas do que se deve ou não ser feito é
gerado na sequência”. Ou seja, a estratégia de employer branding, assim como qualquer outra
estratégia não deve ser um processo de “copiar e colar”, por outro lado, como ressalta a autora,
deve ser uma ferramenta personalizada, exclusiva e diferenciada de cada organização.
Um fato primordial sobre esse estudo é a ideia de que employer branding não diz
respeito a rankings ou quaisquer outras certificações. Todavia entende-se que, de acordo com
os respondentes desse estudo, a participação em ações como estas é um processo considerado
muito importante para a maioria pois oferece diversos benefícios para as organizações -
despertando sedução ao olhar do mercado externo e elevando o status da companhia e do
colaborador, este último que pode afirmar no currículo o fato de ter feito parte de uma das
melhores empresas para trabalhar. Clavery (2020) ressalta, no entanto, que esta não é uma
métrica de employer branding, mas sim uma consequência que se sucede por conta de um
trabalho árduo de estratégia de marca empregadora alinhada com o negócio e, principalmente,
focada na experiência do candidato e do colaborador, tendo em vista que esses pontos se
conectam e é, na verdade a experiência desses indivíduos o que de fato torna uma empresa um
excelente lugar para trabalhar.
Se torna impossível concluir esse estudo sem mencionar o impacto que a COVID-19
acarretou na jornada das organizações e das pessoas de forma geral. Sendo um ponto citado
em diversos relatos, é notável o quanto a pandemia trouxe desafios para todos e o quanto
empresas que já possuíam uma cultura forte e uma marca empregadora bem estruturada
conseguiram se estabelecer melhor nesse cenário. Mascarenhas e Mansi (2020) ressaltam que,
como em toda crise, o momento de pandemia está sendo, em outras palavras, como um “cheque
mate” para colocar a prova a narrativa, as intenções e, por consequência as ações de todas as
marcas empregadoras. Até mesmo porque, como aponta Clavery (2020), as empresas, por conta
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desse cenário passaram inclusive a repensar seus objetivos, valores e até mesmo seu negócio
propriamente dito, tendo em vista que muitas, infelizmente, deixaram até mesmo de existir.
No que diz respeito as limitações do presente estudo, é válido acrescentar que o mesmo
foi estruturado durante a pandemia COVID-19 e os contatos entre autora x profissionais x
empresas, por conta disso, ocorreu apenas de maneira virtual e, consideravelmente escassa, o
que, em suma, acabou sendo um impeditivo para entender alguns pontos com maior riqueza de
detalhes, uma vez que não se desenvolveu uma entrevista em profundidade e sim um
questionário online com questões de natureza qualitativa.
De forma geral, o presente estudo contribui academicamente tendo em vista que, até o
presente momento, não existe um volume considerável de estudos acerca da temática de marca
empregadora no Brasil e, principalmente, com foco em empresas do estado do Rio Grande do
Sul. O estudo também pode contribuir no que diz respeito a sugestões de ações relacionadas a
marca empregadora para profissionais dos mais variados ramos do mercado a partir de maior
conhecimento sobre a temática. Isto porque inúmeras organizações, e até mesmo a academia,
ainda estão presentes dúvidas acerca da definição exata desse conceito e o quanto essa temática
se diferencia do significado de imagem, marca ou da própria reputação, por exemplo.
Entende-se que por ainda se tratar de um tema novo, pouco explorado e com raras fontes
de trabalho na literatura brasileira, novos estudos devam ser realizados na área, afim inclusive
de fomentar o tema junto as organizações brasileiras. Por conta desses pontos, é importante o
desenvolvimento de estudos sobre o tema, tanto no que diz respeito a percepção dos
colaboradores, como das empresas, investigando com maior profundidade as práticas que as
mesmas vêm realizando. Desse modo, reforça-se a continuidade de estudos sobre o tema
employer branding no Brasil, buscando elucidar a importância dessa temática, a fim de entender
e, consequentemente, auxiliar o mercado de trabalho no processo de gerenciamento de uma
marca como empregadora e, por fim, sugere-se que sejam desenvolvidos estudos empregando
a técnica de entrevista, mesmo que online, em profundidade.
85
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ANEXO I
FORMULÁRIO DE ENTREVISTA
26. Você sente que sua empresa é atrativa para profissionais do setor e/ou têm uma imagem
diferente das concorrentes? Se sim, em que termos?
27. Como acha que a empresa é vista pelo mercado externo (clientes, fornecedores e público
em geral)? Comente.