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Atualizações 2022
Atualizações 2022
Atualizações
Sumário
Pediatria 3
Ginecologia e Obstetrícia 16
Clínica Médica 24
Preventiva 29
Atualizações
Pediatria
Imunizações
Em setembro de 2022, foi lançado o novo Protocolo Nacional de Imunização (PNI). Dentro
dele, foram realizadas duas atualizações importantes sobre a vacina contra HPV e a vacina
meningocócica ACWY. Vamos destrinchar um pouco mais essas atualizações:
1. HPV
Como era o PNI: vacina disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos,
em 2 doses.
Para imunossuprimidos a vacina estava disponível para mulheres de 9 a 45 anos e homens
de 9 a 26 anos, em 3 doses.
Como ficou a atualização de 2022: vacina disponível para meninas e meninos de 9 a 14 anos,
em 2 doses.
Para imunossuprimidos a vacina está disponível para mulheres e homens de 9 a 45 anos,
em 3 doses.
2. Meningocócica ACWY
Como era o PNI: vacina disponível para adolescentes entre 11 e 12 anos.
Como ficou a atualização de 2022: vacina disponível para adolescentes entre 11 e 14 anos.
3. Outras atualizações
3.1 Pneumocócica 23
A vacina Pneumocócica 23, passou a fazer parte do Calendário vacinal em um caso especial:
a partir dos 5 anos para os povos indígenas, sem comprovação da vacina pneumocócica
10 valente.
3.2 Covid-19
A vacinação contra a Covid-19 está em constante mudança. Recentemente, foram conquistados
dois marcos importantes:
• Vacina CoronaVac: aprovada para crianças de 3 a 5 anos.
• Vacina Pfizer: aprovada pela ANVISA para crianças de 6 meses a 5 anos, porém ainda
em fase de implantação nas unidades vacinadoras.
• Aprovação da 4ª dose para adolescentes de 12 a 17 anos imunodeprimidos, gestantes
e puérperas.
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Atualizações
Formas graves
Bactéria viva
BCG
atenuada
meníngea e miliar
recombinante (2)
Antígeno
Hepatite B
recombinante
Dose
Hepatite B de superfície - Ao nascer - -
ao nascer
do vírus
purificado
1ª dose:
2 meses
Poliomielite
1,2,3 (VIP -
inativada)
2 reforços
Vírus inativado 2ª dose:
Poliomielite 3 doses com a vacina 60 dias 30 dias
tipos 1,2, e 3 4 meses
VOP
3ª dose:
6 meses
1º reforço:
6 meses
1º reforço:
(VOP - atenuada)
Poliomielite 1 e 3
após
15 meses
Vírus vivo 3ª dose
Poliomielite atenuado - 2 reforços - da VIP
tipos 1 e 3 2º reforço:
2º reforço: 6 meses
4 anos após
1º reforço
1ª dose:
G1P1 (VRH)
Rotavírus
humano
Toxoides
diftéricoe 1ª dose:
2 meses
DTP+Hib+HB (penta)
tetânico
Difteria, tétano, purificados
coqueluche, e bactéria da 2 reforços 2ª dose:
Haemophilus coqueluche 3 doses com a vacina 4 meses 60 dias 30 dias
influenzae B inativada. DTP
e hepatite B Oligossacarídeos
conjugados do 3ª dose:
HIB, antígeno de 6 meses
superfície de HB
1ª dose: 30 dias da
2 meses
Pneumocócica
Pneumonias, 1ª para a
(PCV 10) (4)
Polissacarídeo
10-valente
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Atualizações
1ª dose: 30 dias da
Polissacarídeos
Meningocócica
3 meses 1ª para a 2ª
C (conjugada)
capsulares
Meningite dose e de
purificados 2ª dose:
meningocócica 2 doses Reforço 60 dias 60 dias da
(4)
da Neisseria 5 meses
tipo C 2ª dose
meningitidis do
Reforço: para o
sorogrupo C
12 meses 1º reforço
Dose:
(atenuada)
9 meses
amarela
Vírus vivo
Febre
atenuado Reforço:
4 anos
rubéola (SCR) (6)
2 doses
caxumba e
Sarampo,
(primeira dose
Sarampo, caxumba Vírus vivo
com SCR e - 12 meses - 30 dias
e rubéola atenuado
segunda dose
com SCRV)
30 dias
caxumba, rubéola
2 doses
entre a
(SCRV) (4) (7)
(segunda
Sarampo,
e varicela
dose de
Sarampo, caxumba Vírus vivos dose da
- 15 meses - tríplice
e rubéola e varicela atenuados SCR e
viral e a
primeira
dose de
de varicela)
tetraviral
Hepatite A
Antígeno do vírus
(HA) (4)
1º reforço:
Toxoides
6 meses
Difteria, tétano e
pertussis (DTP)
3 doses A cada
Toxoides
(considerar 10 anos.
tétano (dT)
Difteria e
diftérico
doses Em caso de A partir dos
Difteria e tétano e tetânico 60 dias 30 dias
anteriores ferimentos 7 anos
purificados,
com penta e graves, a
inativada
DTP) cada 5 anos
humano (HPV)
Papilomavírus
Partícula da 2ª dose:
Papilomavírus 9 a 14 anos para
cápsula do vírus 6 meses
humano 6, 11, 16 e 2 doses - meninas -
antígeno de após
18 (recombinante) e meninos
superfície 1ª dose
A partir dos
Pneumocócica
1 dose
(corresponde
Varicela
Vírus vivo
Varicela à segunda - 4 anos - 30 dias
(9)
atenuado
dose da
varicela)
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Atualizações
Intervalo entre
Número de doses
as dose
Idade
Vacina Proteção contra Composição
recomendada
Esquema
Reforço Recomendado Mínimo
básico
2ª dose:
3 doses (iniciar 2ª dose: 1 mês 1 mês
recombinante
A cada
3 doses (iniciar
Difteria e tétano
10 anos.
Toxoides diftérico ou completar
Em caso de
Difteria e tetânico o esquema, de
(dT)
Reforço,
Dose única, caso a
Dose única para
para pessoas pessoa
Febre amarela
pessoas que
que nunca tenha
(atenuada)
nunca foram
Febre foram recebido
Vírus vivo atenuado vacinadas - -
amarela vacinadas uma dose
ou sem
ou sem da vacina
comprovante
comprovante antes de
de vacinação
de vacinação completar
5 anos
Sarampo, caxumba
Iniciar ou
e rubéola (SCR)
completar
Sarampo,
Vírus vivos 2 doses, de
(1) (2)
caxumba e - - - 30 dias
atenuados acordo com
rubéola
a situação
vacinal
humano (HPV) (3)
Iniciar ou
Papilomavírus
A partir de
Pneumocócica
Meningite,
(PPV 23) (4)
sepse,
capsular de os povos
pneumonia, 1 dose - - -
23 sorotipos indígenas, sem
sinusite, otite
pneumococos comprovação da
e bronquite
vacina PCV 10
Polissacarídeos
Meningocócica
capsulares
(conjugada)
Meningite
purificados
ACWY
meningocócica
da Neisseria 1 dose - 11 e 14 anos - -
sorogrupos
meningitidis dos
A, C, W e Y
sorogrupos
A, C, W e Y
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Atualizações
Papilomavírus humano
Iniciar ou
Papilomavírus Partícula da completar
(HPV) (3)
9 a 14 anos 2ª dose:
humano 6, cápsula do vírus 2 doses, de
- para meninas e 6 meses após a -
11, 16 e 18 antígeno de acordo com
meninos 1ª dose
(recombinante) superfície a situação
vacinal
A partir de
Pneumocócica
Meningite,
(PPV 23) (4)
sepse,
capsular de os povos
pneumonia, 1 dose - - -
23 sorotipos indígenas, sem
sinusite, otite
pneumococos comprovação da
e bronquite
vacina PCV 10
Polissacarídeos
ACWY (conjugada)
Meningocócica
capsulares
Meningite
purificados
meningocócica
da Neisseria 1 dose - 11 e 14 anos - -
sorogrupos
meningitidis dos
A, C, W e Y
sorogrupos
A, C, W e Y
Teste do coraçãozinho
Cardiopatias congênitas críticas (ou dependentes de canal) se manifestam no período
neonatal com hipóxia, insuficiência cardíaca ou baixo débito sistêmico. Geralmente precisam
de intervenção cirúrgica ou de cateterismo até o final do primeiro mês de vida.
Entre as principais cardiopatias congênitas críticas estão: atresia pulmonar com septo
ventricular íntegro, síndrome da hipoplasia do coração direito, estenose pulmonar valvar
crítica, atresia pulmonar com comunicação interventricular, tetralogia de Fallot com atresia
pulmonar ou com estenose pulmonar crítica, ventrículo único com atresia pulmonar ou
estenose pulmonar crítica (ex.: atresia tricúspide) e anomalia de Ebstein da valva tricúspide.
A maioria das cardiopatias congênitas críticas ou graves pode ser diagnosticada intraútero
por ultrassonografia gestacional e ecocardiografia fetal. O rastreio também deve ser
realizado no pós-natal. Devemos realizar o teste do coraçãozinho rotineiramente, em todos
os recém-nascidos com idade gestacional ≥ 35 semanas e que estão em bom estado geral,
assintomáticos, em alojamento conjunto, de preferência entre 24 e 48 horas de vida.
O teste deve ser realizado com oxímetro de pulso, que deve ser colocado no membro superior
direito (medida pré-ductal) e em um dos membros inferiores (medida pós-ductal). Em relação
à interpretação dos valores, temos:
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Atualizações
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Atualizações
Neste caso, o teste deve ser repetido após 1 hora (por até 2 vezes). Se as medidas se
mantiverem nestes valores mesmo após a 3ª avaliação, o teste será considerado positivo
e o RN deve realizar ecocardiograma. Segue o fluxograma atualizado:
TESTE DO CORAÇÃOZINHO
Aferir a oximetria de pulso na mão direita (MSD)
e em um dos pés (MI) entre 24 e 48 horas de vida
(recém-nascidos com IG > 35 semanas, assintomáticos)
TESTE POSITIVO
Realizar avaliação neonatal e cardiológica
TESTE NEGATIVO
completa (exame clínico e ecocardiograma)
Seguimento neonatal de rotina
Não dar alta até esclarecimento diagnóstico!
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Atualizações
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Atualizações no Protocolo de Reanimação Neonatal 2022
Vejam que a mudança foi mínima, porém pode render muitos acertos nas provas!
• Protocolo de 2016: tempo para clampeamento em RN's ≥ 34 semanas era de 1-3 minutos,
e para RN's < 34 semanas era entre 30 e 60 segundos.
• Protocolo de 2022: É citado apenas o tempo mínimo de clampeamento, sem limite máximo.
Para RN's ≥ 34 semanas o tempo mínimo é de 60 segundos, e para RN's < 34 semanas o
mínimo é de 30 segundos.
A outra mudança relevante dentro desse tópico é com relação ao clampeamento imediato
do cordão. Nos recém-nascidos que NÃO apresentavam boa vitalidade ao nascer e,
provavelmente, necessitaram de medidas de reanimação, era realizado o clampeamento
do cordão imediatamente após o nascimento e o RN era levado à mesa de reanimação.
O novo protocolo traz uma tentativa de estímulo ao RN antes de clampear o cordão. Como
era e como ficou?
• Protocolo de 2022: "No RN que não está com boa vitalidade ao nascer, sugere-se fazer
o estímulo tátil no dorso, de modo delicado e no máximo duas vezes, para ajudar a iniciar
a respiração antes do clampeamento imediato do cordão". Não são citados casos com
circulação placentária não intacta.
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Atualizações no Protocolo de Reanimação Neonatal 2022
E por que essa mudança? Estudos sugerem que o clampeamento do cordão após o início da
respiração é importante para que a transição da circulação fetal para a neonatal ocorra de
maneira adequada. Quando o clampeamento é feito antes do início da respiração, o enchimento
das câmaras esquerdas do coração não é feito pela circulação placentária de forma adequada.
Outra mudança recente da SBP, que não faz parte do documento de reanimação neonatal,
mas do documento de recomendações sobre o clampeamento do cordão umbilical,
construído em parceria com a Febrasgo, é sobre o clampeamento do cordão umbilical em
RN's filhos de mães com HIV. Pela Organização Mundial da Saúde e pela SBP, é recomendado
o clampeamento tardio do cordão umbilical para as gestantes vivendo com HIV e aquelas
cujo status sorológico para o HIV é desconhecido. Um adendo importante aqui é que as
recomendações do Ministério da Saúde não mudaram, portanto, fiquem atentos à referência
utilizada pela prova!
3. Perguntas iniciais
Aqui houve uma das mudanças mais importantes do protocolo! No protocolo de 2016, entre as
três perguntas iniciais, uma era se o RN era termo, lembram? Agora essa pergunta foi alterada
para gestação ≥ 34 semanas. Vejam como ficou:
• Protocolo 2016:
1. O bebê é a termo?
• Protocolo 2022:
Gestação ≥ 34 semanas?
Respirando ou chorando?
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Atualizações no Protocolo de Reanimação Neonatal 2022
4. Ventilação
Seguindo a ordem das medidas de reanimação, vamos iniciar as mudanças pela ventilação
com pressão positiva (VPP). Lembrando que a VPP é a medida mais importante da reanimação
neonatal! O que mudou?
• Protocolo 2016: a máscara laríngea era utilizada para RN's com dificuldade de intubação
orotraqueal.
• Protocolo 2022: a máscara laríngea pode ser considerada como interface para a VPP
antes da intubação traqueal, a depender da capacitação do profissional para a inserção
da máscara laríngea e para a intubação traqueal. Vale lembrar que para o uso da máscara
laríngea o RN deve ser ≥ 34 semanas e/ou com peso ≥ 2.000g.
Máscara laríngea
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Atualizações no Protocolo de Reanimação Neonatal 2022
Outro tópico novo que foi citado no protocolo de 2022 é a possibilidade de intubação
orotraqueal com auxílio de videolaringoscopia. Essa técnica não era citada em 2016 e no novo
protocolo ela é recomendada de acordo com a disponibilidade de material e treinamento do
profissional.
Videolaringoscópio.
5. Medicações
Para facilitar o atendimento ao recém-nascido e reduzir as chances de erro, as doses de
medicações foram padronizadas.
Outra atualização, que já havíamos citado na apostila digital (cuidados iniciais com recém
nascidos) é a possibilidade do uso da via intra óssea, nos casos em que o cateterismo
umbilical não for possível.
6. Desconforto respiratório
Nesse aspecto, a diferença é bem sutil e já era realizada amplamente na prática clínica.
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Atualizações no Protocolo de Reanimação Neonatal 2022
Estudos demonstraram que o CPAP precoce, ainda em sala de parto, reduz o número de
admissões em UTI neonatal e, dessa forma, a morbidade do RN.
7. Transporte
O protocolo de 2016 não trazia recomendações específicas para o transporte desses
pacientes da sala de parto para a unidade de terapia intensiva neonatal. O novo protocolo
traz algumas recomendações:
8. Ética no atendimento
• Protocolo 2022: o tempo aqui foi elevado para 20 minutos. Com o avanço das técnicas de
monitorização e de hipotermia terapêutica, observou-se que alguns RN's com assistolia
aos 10 minutos de vida poderiam apresentar desfechos favoráveis.
Essas foram as principais medidas no protocolo de reanimação neonatal, entre 2016 e 2022.
Como todas as atualizações as bancas adoram cobrar esses temas, portanto, leiam com
atenção e atentem-se aos principais tópicos!
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Atualizações
Ginecologia e Obstetrícia
Toxoplasmose na gestação
Conhecer as principais infecções com possibilidade de transmissão vertical é imprescindível
para a sua prova, além de ser essencial para a prática clínica! São seis os principais agentes
que devemos nos preocupar, compondo a famosa STORCH+Z.
S Sífilis
To Toxoplasma
R Rubéola
C Citomegalovírus
H Herpes
+ +
Zi Zika vírus
Neste material, daremos atenção especial à toxoplasmose na gestação. Sabe por quê? Porque
no início de 2022 o Ministério da Saúde lançou uma nova edição do Manual de gestação de
alto risco, que trouxe atualizações sobre a conduta nas gestantes com suspeita ou confirmação
de toxoplasmose materna aguda. Mas não se desespere, vamos detalhar todas as novidades
para você e, no final do capítulo, você será capaz de acertar todas as questões sobre o tema!
1. O Toxoplasma gondii
O Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório, presente em praticamente
todas as partes do mundo. Existem, essencialmente, três modos de infecção:
• Ingestão de cistos presentes em carne crua ou mal cozida
• Ingestão de oócitos contaminando alimentos, água ou solo
• Transmissão vertical
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Atualizações
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Atualizações
4. Rastreamento no pré-natal
O Ministério da Saúde preconiza o rastreamento da toxoplasmose por meio da pesquisa
de anticorpos IgG e IgM para toxoplasmose já na primeira consulta de pré-natal. Lembre-se
que a imunoglobulina IgM é a primeira a se tornar positiva diante de uma infecção aguda,
porém, no caso da toxoplasmose, ela pode permanecer positiva por vários anos, e essa
informação é essencial para o nosso raciocínio clínico, portanto, não se esqueça! Já a IgG
é uma imunoglobulina mais específica e demora cerca de 2 semanas para surgir depois da
positivação da IgM.
Para facilitar a interpretação dos resultados de sorologia para toxoplasmose, vamos pensar
em quatro cenários clínicos e discutir o que fazer em cada um deles.
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Atualizações
IgM+
IgG-
Espiramicina
+
Nova sorologia
em 2 semanas
IgG- IgG+
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Atualizações
Toxoplasmose
materna aguda
US seriada
PCR do líquido amniótico (ig > 18 semanas)
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Atualizações
Questão 01
(SCMSP - SP - 2021) Uma paciente primigesta de dezessete anos iniciou o pré-natal
tardiamente, com idade gestacional de dezenove semanas e quatro dias. Na consulta de
retorno, então com vinte e uma semanas e seis dias, tem sorologia para toxoplasmose,
com IgM e IgG positivos. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa que
apresenta a melhor condução a partir do resultado recebido.
a) Iniciar espiramicina 3g ao dia e encaminhar a gestante para a realização de amniocentese
e pesquisa de PCR para toxoplasmose no líquido amniótico.
b) Realizar teste de avidez da IgG para toxoplasmose e encaminhar a gestante para
a realização de amniocentese e pesquisa de PCR para toxoplasmose no líquido
amniótico se o teste apresentar alta avidez.
c) Realizar teste de avidez da IgG para toxoplasmose e encaminhar a gestante para
a realização de amniocentese e pesquisa de PCR para toxoplasmose no líquido
amniótico se o teste apresentar baixa avidez.
d) Iniciar espiramicina 3g ao dia, realizar teste de avidez da IgG para toxoplasmose
e manter a medicação se o teste apresentar alta avidez.
e) Iniciar espiramicina 3g ao dia, realizar teste de avidez da IgG para toxoplasmose
e manter a medicação se o teste apresentar baixa avidez.
CCQ: Gestantes com > 16 semanas e IgM e IgG positivo para
toxoplasmose devem iniciar o tratamento com esquema tríplice
Na questão temos uma gestante com IgM e IgG positivos e 19 semanas. Logo, não adianta
solicitar o teste de avidez. Nestes casos, iniciaremos o tratamento com pirimetamina,
sulfadiazina e ácido folínico, e solicitar exames para investigação de infecção fetal. Caso
haja infecção fetal, mantemos a terapia com sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico
até o parto.
E foi isso que mudou, aluno Aristo! Até 2021, iniciávamos o tratamento com espiramicina
mesmo nas gestações com mais de 16 semanas, até que os resultados da ultrassonografia
e do PCR de líquido amniótico estivessem disponíveis. Apenas iniciávamos o esquema
tríplice se houvesse acometimento fetal. Portanto, cuidado ao estudar as questões antigas!
Na época da prova, o gabarito seria a alternativa A, mas, atualmente, a questão está
desatualizada.
Referências:
1. Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas – Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
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Atualizações
TARV na gestação
Em julho de 2022, o Ministério da Saúde lançou o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais (PCDT-TV). Esse
documento orienta o manejo de todas as mulheres e suas parcerias sexuais relacionadas
às infecções sexualmente transmissíveis (IST) com potencial transmissão vertical, em que a
grande mudança ocorrida foi em relação ao tratamento do HIV na gestação.
Como era
Como ficou
Gestantes que vão iniciar Iniciar o mais rápido possível TDF + 3TC + DTG,
a TARV na gestação independentemente da idade gestacional.
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Atualizações
Nas pacientes com diagnóstico de HIV no terceiro trimestre de gestação, podemos iniciar
a TARV com TDF + 3TC + RAL (raltegravir) por atingir a supressão viral mais rapidamente.
Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou o mundo sobre a possível associação
entre o uso de dolutegravir (DTG) no período pré-concepcional e durante o primeiro
trimestre de gestação e os defeitos do tubo neural. No entanto, os estudos mais recentes
não demonstraram diferenças estatisticamente significativas na ocorrência de defeitos de
tubo neural entre mulheres expostas ao DTG na concepção quando comparadas com as
que conceberam em uso de EFZ ou de esquemas de ARV sem DTG. Além disso, a Nota
Informativa 1/2022 - CGIST/DCCI/ SVS/MS de 25 de janeiro de 2022 liberou o uso do DTG
na gestação desde o primeiro trimestre de gestação e o Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais
(PCDT-TV) consolidou essa recomendação.
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Atualizações
Clínica Médica
ANTES DEPOIS
Mudança na nomenclatura
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Atualizações
Tratamento da ICFEr
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Atualizações
Tratamento da ICFEr
2. Antagonistas de receptores de
mineralocorticoides, BRA e IECA
podem ser considerados na ICFEp
a fim de reduzir a hospitalização.
Diabetes mellitus
ANTES DEPOIS
Diagnóstico
1. O rastreio de diabetes era
1. O rastreio de diabetes é recomendado
recomendado para todas as pessoas a
para todas as pessoas a partir dos
partir dos
35 anos.
45 anos.
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Atualizações
Tratamento de pré-DM
Tratamento de DM
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Atualizações
Asma
Diagnóstico de asma
1. O texto do fluxograma de diagnóstico foi alterado, passando a enfatizar que é diferente
a abordagem diagnóstica entre o paciente que já está em tratamento de controle e o que
não está.
Tratamento da asma
• Buscou-se reforçar que a associação entre corticoide inalatório e formoterol, utilizado
como medicamento de alívio em qualquer etapa do tratamento, é superior ao uso de beta-
agonista de curta duração.
• Não se deve utilizar inibidores de acetilcolina (LAMA) em monoterapia na asma devido
ao maior risco de agudizações severas. Deve-se utilizar associado a corticoides inalatórios.
• Enfatizou-se que a corticoterapia oral de manutenção deve ser o último recurso terapêutico,
independente da faixa etária, na ausência de outras alternativas e com demais drogas
de primeira linha em dose otimizada.
• O tezepelumab, um anticorpo monoclonal, foi incluído no arsenal terapêutico em pacientes
com asma T2 ou não T2, principalmente na asma grave. Vale ressaltar que, atualmente,
essa droga não está disponível no Brasil.
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Atualizações
Preventiva
1. Profilaxia da raiva
ANTES: em casos de acidentes GRAVES com animais NÃO suspeitos, indicava-se a
profilaxia em duas doses, no dia 0 e 3, concomitante à observação do animal agressor. Se o
animal permanecesse assintomático após o décimo dia, encerrava-se o caso. Se morresse
ou ficasse sintomático, aplicava-se outra dose entre os dias 7 e 10, associava-se o soro e
fechava-se a profilaxia de cinco doses com mais duas nos dias 14 e 28.
HOJE: a partir de março de 2022, para os acidentes graves com animais não suspeitos, não
se indica a profilaxia imediatamente. A recomendação é observar o animal por 10 dias;
apenas se ele morrer ou apresentar sinais sugestivos de raiva, indica-se a vacina (dias 0, 3,
7 e 14) e soro.
Mamífero doméstico
Tipo de
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Atualizações
Observações
O SAR, ou a IGHAR, deve ser administrado no dia 0. Caso não esteja disponível, aplicar o
mais rápido possível até o 7.º dia após a aplicação da 1.ª dose de vacina. Após esse prazo
é contraindicado. Existindo clara identificação da localização da(s) lesão(ões), recentes ou
*SORO (SAR cicatrizadas, deve-se infiltrar o volume total indicado, ou o máximo possível, dentro ou ao
ou IGHAR) redor da(s) lesão(ões). Se não for possível, aplicar o restante por via IM, respeitando o volume
máximo de cada grupo muscular mais próximo da lesão.
Soro antirrábico (SAR): 40. UI/k de peso.
Imunoglobina humana antirrábica (IGHAR 20 UI/k de peso.
2. Tratamento da hanseníase
ANTES: até julho de 2021, o tratamento medicamentoso da hanseníase era indicado conforme
as classificações paucibacilar ou multibacilar.
HOJE: após a emissão da Nota técnica n.º16/2021-CGDE/DCCI/SVS/MS, ficou definida a
chamada poliquimioterapia única (PQT-U), sendo diferente apenas o tempo de tratamento
para cada forma.
Tratamento da Hanseníase
3. Epidemiologia da tuberculose
De acordo com o Relatório Global da Tuberculose de 2021, da OMS, pela primeira vez
em uma década, o número de mortes por tuberculose aumentou. Foram três mil mortes
a mais em relação ao ano anterior e isso ocorreu devido ao redirecionamento da atenção
para o combate à Covid-19. Nas Américas, a Organização Pan-Americana de Saúde traçou
a meta de eliminar (reduzir em 95%) a mortalidade da doença até 2035.
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Atualizações
4. Sigilo médico
Em janeiro de 2022, a Lei nº 14.289/22 tornou obrigatória a preservação do sigilo sobre
a condição de pessoas portadoras de infecção pelo HIV, de hepatites crônicas (B e C), de
hanseníase e de tuberculose (a quebra é permitida nos casos determinados por lei, por
justa causa ou por autorização expressa da pessoa acometida, ou, quando se tratar de criança,
de seu responsável legal).
O sigilo deve ser observado por todos os profissionais de saúde, sendo o atendimento, público
ou privado, organizado de forma a não permitir a identificação, pelo público em geral, da
condição de pessoa que vive com alguma dessas infecções. A notificação dessas condições
continua sendo obrigatória, mas tem caráter sigiloso.
5. Esterilização voluntária
Em setembro de 2022, foi sancionada a Lei nº 14.443/22 (“Nova Lei da Laqueadura”), que
reduz de 25 para 21 anos a idade mínima permitida para a esterilização cirúrgica voluntária
e diminui o tempo entre a manifestação e a realização do ato cirúrgico para 60 dias.
Neste projeto de lei, também fica permitida a esterilização sem a necessidade de
consentimento do cônjuge e a realização após o parto. Além disso, fica estipulado o prazo
máximo de trinta dias para a disponibilização de métodos contraceptivos.
O procedimento pode ser realizado logo após o parto, respeitando o período mínimo
de 60 dias entre a manifestação do desejo e a realização do procedimento.
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Atualizações
A partir do 8º dia
completo, sair
do isolamento
se o caso estiver
Sair do Sair do
SEM sintomas Sair do
isolamento isolamento
respiratórios isolamento
após 5 dias após 7 dias Manter o
Manter E sem febre no 10º dia
completos completos isolamento
o isolamento E sem uso de completo
e manter e manter até o 10º dia
Saída do até 10º dia medicamentos do início
as medidas as medidas completo
isolamento completo antitérmicos há dos sintomas
adicionais adicionais dia completo
do início pelo menos e manter as
até o 10º dia até o 10º dia do início dos
dos sintomas. 24 horas medidas de
completo completo sintomas.
e manter prevenção
do início dos do início dos
as medidas e controle***.
sintomas**. sintomas**.
adicionais até o
10º dia completo
do início dos
sintomas**.
* Dia completo: o dia 0 é o dia do início dos sintomas e o dia 1 é o primeiro dia completo após o início dos sintomas, ou seja,
24 horas após o início dos sintomas, e assim sucessivamente.
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Atualizações
** Medidas adicionais a serem adotadas até o 10º dia completo do início dos sintomas nos casos de término
de isolamento a partir do 5º dia:
• Usar máscara bem ajustada ao rosto, preferencialmente cirúrgica ou PFF2/N95, em casa ou em público.
• Evitar contato com pessoas imunocomprometidas ou que possuam fatores de risco para agravamento da covid-19,
como também locais com aglomerações de pessoas, como transporte público, ou onde não seja possível manter
o distanciamento físico.
• Não frequentar locais onde não possa usar máscara durante todo o tempo, como restaurantes e bares; e evitar
comer próximo a outras pessoas, tanto em casa como no trabalho, por pelo menos 10 dias completos após o início
dos sintomas.
• Não viajar durante o seu período de isolamento. No caso de interromper o isolamento antes do 10º dia do início,
orienta-se fazer o teste RT-PCR ou TR-Ag e só viajar se o resultado for não detectado/reagente e que esteja
sem sintomas antes da viagem. Caso não seja possível realizar o teste, orienta-se adiar a viagem por pelo menos
10 dias a contar do início dos sintomas.
ATENÇÃO
• Caso esses indivíduos não consigam usar máscara quando estiverem próximos a outras pessoas, o isolamento
deve ser de 10 dias completos após o início dos sintomas.
• Se continuar com febre ou outros sintomas respiratórios, os indivíduos devem esperar para interromper
o isolamento até permanecer afebril sem uso de medicamentos antitérmicos E remissão dos sintomas respiratórios
por no mínimo 24 horas.
*** Após o término do período do isolamento e das medidas adicionais descritas acima, reforça-se a importância
da continuidade da vacinação contra a covid-19, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
contra a covid-19, de modo a evitar as internações e os óbitos pela doença, principalmente entre os grupos
de maior risco para agravamento. Assim como, a manutenção da adoção das medidas não farmacológicas, tais
como: distanciamento físico, etiqueta respiratória, higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfeção
de ambientes, de modo a reduzir a transmissão do vírus SARS-CoV-2.
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