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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

Programa Nacional
de Imunização: um
panorama geral

Andrea Moreira de Siqueira Puppin


Andréa Gonçalves
Andrea Torres
Suellen Kunupp
VÍDEO

https://www.youtube.com/watch?
v=ENttrlq3zmg&pp=ygUSaGlzdG9yaWEgZGEgdmFjaW5h
Relato Histórico da Vacina:

A história da vacina iniciou-se no século XVIII, quando o


médico inglês Edward Jenner utilizou a vacina para
prevenir a contaminação por varíola, uma doença viral
extremamente grave que causava febre alta, dores de
cabeça e no corpo, lesões na pele e morte. A varíola foi a
primeira doença infecciosa que foi erradicada por meio da
vacinação
Ele dedicou cerca de 20 anos de sua vida aos estudos sobre varíola. Em 1796 realizou uma experiência
que permitiu a descoberta da vacina e em 1798 divulgou seu trabalho “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos
da Vacina da Varíola”, mudando, a partir daí, completamente a ideia de prevenção contra doenças." Observou
pessoas que se contaminaram, ao ordenharem vacas, por uma doença de gado e chegou à conclusão de que essas
pessoas tornavam-se imunes à varíola. A doença, chamada de cowpox, assemelhava-se à varíola humana pela
formação de pústulas (lesões com pus).

Diante dessa observação, em 1796, Jenner inoculou o pus presente em uma lesão de uma ordenhadora
chamada Sarah Nelmes, que possuía a doença (cowpox), em um garoto de oito anos de nome James Phipps.
Phipps adquiriu a infecção de forma leve e, após dez
dias, estava curado. Posteriormente, Jenner inoculou em Phipps pus de uma pessoa com varíola, e o garoto nada
sofreu. Surgia aí a primeira vacina.

Essa pequena vitória encorajou o médico a estender seus estudos, o que resultou em um relatório que
provou que sua vacina era segura em crianças e adultos. Estabelecido e comprovado o princípio da vacinação, o
passo seguinte foi a aplicação desse novo método a outras doenças. Jenner, o pai fundador da imunização, abriu
um novo ramo da ciência, mas caberia a uma nova geração de pensadores inovadores impulsionar a vacinação.
Apesar de enfrentar resistência, em pouco tempo, sua descoberta foi reconhecida e espalhou-se pelo mundo
Observações empíricas subsequentes no século 19 observaram que patógenos com virulência reduzida e até
bactérias patogênicas mortas também agiam como vacinas. Essa descoberta permitiu o desenvolvimento de
vacinas de patógenos totais atenuadas e inativadas, iniciadas pelo trabalho de Louis Pasteur e Robert Koch.

Em 1799, foi criado o primeiro instituto vacínico em Londres e, em 1800, a Marinha britânica começou a
adotar a vacinação. A vacina chegou ao Brasil em 1804, trazida pelo Marquês de Barbacena.

Após a descoberta de Jenner, foi Louis Pasteur que avançou na imunização. Em 1879, ele produziu a
primeira vacina desenvolvida em laboratório como parte de seus esforços para imunizar contra o cólera das
galinhas. Os esforços de Pasteur para entender os mecanismos por trás de infecções mortais, como raiva ou
antraz, acabaram levando-o a desenvolver vacinas contra ambos na década de 1880.

No passado, as doenças transmissíveis foram responsavéis pelo o adoecimento e morte no mundo.


Ocorreram vários eventos na nossa história para o desenvolvimento das vacinas e da criação do Programa
Nacional de Imunização (PNI) que destacamos na linha do tempo a seguir:
REDE DE FRIO
Modelos de câmaras para conservação de
imunobiológicos
• Câmaras refrigeradas que operam na faixa entre +2°C e +8°C.

• Freezers científicos utilizados para o armazenamento de vacinas em


temperaturas negativas.

• Câmaras fria positivas e negativas, utilizados nas instâncias que armazenam


maiores quantidades de imunobiológicos e por períodos mais prolongados.
Mapa de controle
de temperatura
10

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
Volume
Vacina Doenças Imunopreviníveis Doses Via de Administração Local Validade
Aspirado
BCG Formas graves de Tuberculose (meníngea Face externa do braço direito,
Dose única ao nascer (12h) Intradérmica 0,1ml 6 horas
(Bacilo de Calmette e Guérin) e miliar) na inserção do m. deltoide

Dose única ao nascer


Hepatite B Vírus da Hepatite B Intramuscular Vasto lateral da coxa D 0,5 ml Até 15 dias a validade
(12h)
1ª dose – 2 meses
Hepatite B, Haemophilus influenzae (Hib), Uso imediato após
Pentavalente 2ª dose – 4 meses Intramuscular Vasto lateral da coxa E 0,5 ml
Tétano, Difteria e Coqueluche preparo
3ª dose – 6 meses
1º reforço – 15 meses
DTP Tétano, Difteria e Coqueluche Intramuscular Vasto lateral da coxa E 0,5 ml Até 15 dias
2º reforço – 4 anos
1ª dose – 2 meses
Vacina Injetável contra a
Vírus Selvagem da Poliomielite 2ª dose – 4 meses Intramuscular Vasto lateral da coxa D 0,5 ml Até 7 dias
Poliomielite (VIP)
3ª dose – 6 meses.
1º reforço – 15 meses
Vacina oral contra a Poliomielite VOP Vírus Selvagem da Poliomielite Oral Cavidade Bucal 2 gotas Até 5 dias
2º reforço – 4 anos
1ª dose – 2 meses Uso imediato após
Rotavírus Rotavírus Oral Cavidade Bucal 1,5 ml
2ª dose – 4 meses preparo
1ª dose – 2 meses
Uso imediato após
Pneumocócia 10 Pneumonias, Meningites, Otites, Sinusites 2ª dose – 4 meses Intramuscular Vasto lateral da coxa D 0,5 ml
preparo
Reforço – 12 meses
1ª dose – 3 meses
Uso imediato após
Meningocócica C Meningite Tipo C 2ª dose – 5 meses Intramuscular Vasto lateral da coxa E 0,5 ml
reconstituição
Reforço – 12 meses
Dose única – 15 meses Uso imediato após
Hepatite A Vírus da Hepatite A Intramuscular Vasto lateral da coxa D 0,5 ml
preparo
1ª dose – 12 meses
Região Posterior do braço,
Tríplice Viral Sarampo, Caxumba e Rubéola 2ª dose – 15 meses Subcutânea 0,5 ml 8 horas
deltoide D
(com tetraviral)
Uma dose – 15 meses
Região Posterior do braço, Uso imediato após
Tetraviral Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela Reforço – 4 anos (varicela Subcutânea 0,5 ml
deltoide D reconstituição
monovalente)
1ª dose – 9 meses

Febre Amarela Vírus da Febre Amarela Reforço – 5 anos Subcutânea Região Posterior do braço E 0,5 ml 4 horas

(até 9 anos)
Vírus Influenza A (H1N1 e H3N2 e 6 meses Intramuscular
Influenza Deltoide D 0,25 ml 7 dias
Influenza B *Reforço anual Subcutânea
AO NASCER 12
 Objetivo: evitar primo-infecção por Mycobacterium tuberculosis e 80%
das formas graves (Camargos, 1998 e Wunsch, 1990); Adiar, quando peso
ao nascer for inferior a 2000g.

 Via e Local: ID em inserção inferior ;

 Volume: ID (0,05 em menores de 1 ano e 0,1ml em maiores) deltóide D.

 Objetivo: prevenir hepatite B por transmissão sexual, por acidentes


HEPATITE B com material biológico e por transmissão vertical; Esta dose deve ser
administrada até 30 dias após o nascimento.

 Via e Local: IM em vasto lateral da coxa Direito (menores de 2 anos de


idade e deltóide direito a partir de 2 anos de idade);

 Volume: 0,5 ml até 15 anos e 1,0 ml a partir de 16 anos (laboratórios


LG/Butantan e Sanofi ); 0,5 ml até 19 anos e 1,0 ml a partir de 20 anos
(Butantan).
2 MESES / 4 MESES / 6 MESES 13
 Objetivo: prevenir difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças
invasivas pelo Haemophilus influenza tipo b; Convulsões em dose anterior –
indicar DTPa infantil (Encaminhar para o CRIE).

 Via e Local: IM em vasto lateral da coxa esquerda (menores de 2 anos de


idade e deltóide esquerdo a partir de 2 anos de idade);

 Volume: 0,5 ml.

PENTAVALENTE

 Objetivo: manter erradicação da poliomielite;

 Via e Local: IM em vasto lateral da coxa direita distal;

 Volume: 0,5 ml.

VIP
2 MESES / 4 MESES 14
 Objetivo: Prevenir o quadro de Gastroenterite grave por Rotavírus; Se
a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacinação, não repetir
a dose.

A 1ª dose somente pode ser administrada até 3 (três) meses e 15 dias;


A 2ª dose pode ser administrada até 7 (sete) meses e 29 dias;

ROTAVÍRUS

Objetivo: Visa a imunização ativa de crianças de 2 meses a 4 anos 11


meses e 29 dias de idade contra doença invasiva e otite média aguda causadas
por Streptococcus pneumoniae;

 Via: Em crianças menores de 2 anos de idade: vasto lateral proximal da


coxa direita, crianças com mais de 2 anos: deltóide direito;

 Crianças sem comprovação vacinal, entre 12 meses e 4 anos de


idade, administrar dose única.

PNEUMOCÓCICA 10
3 MESES / 5 MESES / 12 MESES 15

 Objetivo: Prevenir doenças pela bactéria Neisseria


MENINGOCÓCICA C
meningitidis do sorogrupo C;

Apresentação: Embalagem monodose;

 Via e Volume: IM – 0,5ml – Em crianças menores de 2 anos


fazer em vasto lateral da coxa esquerda, em maiores de dois anos em
deltóide esquerdo;

 Crianças sem comprovação vacinal, entre 12 meses e 4 anos de


idade, administrar dose única.
6 MESES / 12 MESES / 15 MESES 16
 Vacina combinada de vírus vivos atenuados;
TRÍPLICE VIRAL
BIOMANGUINHOS  Objetivo: prevenir sarampo, caxumba e rubéola;

 Via e Local: SC em região deltóide direito;

 Volume: 0,5 ml;

 Administrar 1 dose entre 6 e 11 meses de idade (DOSE


ZERO) e manter o esquema vacinal normal aos 12 meses e
aos 15 meses com Tríplice + Varicela;
TRÍPLICE
VIRAL  Crianças com alergia á proteína do leite de vaca, só
SERUM
podem receber a vacina TrípliceVíral do laboratório
Biomanguinhos.
9 MESES / 4 ANOS 17

 Objetivo: Prevenir doenças causadas do vírus da febre


amarela;

 Apresentação: Embalagem multidose;

 Via e Volume: Deltóide esquerdo - SC – 0,5ml;

 Maiores de 5 anos não vacinados: administrar 1


dose.
VACINA FEBRE AMARELA 18
CONTRA INDICAÇÃO:

 Gestante;

 Pessoas que tiveram anafilaxia causada por qualquer dos componentes da


vacina ou após dose anterior;

 Pessoas com imunossupressão secundária à doença ou terapias;

 Imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses


elevadas);

 Transplantados e pacientes com doença oncológica em quimioterapia;

 Pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis,


timoma);

PRECAUÇÕES:
 Pessoas com alergia a ovo ( Encaminhar ao CRIE).
12 MESES 19

TRÍPLICE VIRAL

PNEUMOCÓCICA 10 MENINGOCÓCICA C
15 MESES / 4 ANOS 20
 Vacina atenuada poliomielite;

 Objetivo: manter erradicação da poliomielite;

 É preparada a partir vírus vivos atenuados;

 Apresentação: solução líquida em bisnaga;

 Via e Local: VO em cavidade oral;

 Volume: 02 gotas, SEM ENCOSTAR NA BOCA;

VOP  Viajantes que se dirigem para áreas endêmicas de


poliomielite (VOP);

PRECAUÇÕES:
 Comunicantes de imunodeprimidos: vacinar com VIP
somente.
15 MESES 21

 Para crianças aos 15 meses de vida;

 Esquema de dose única de 0,5 ml via IM em Vasto Lateral da coxa


Direita;

 Apresentação: frascos com mono dose;

 PARTICULARIDADES:
HEPATITE A Crianças com imunodepressão deverão ser avaliadas e vacinadas
segundo orientações do manual do Crie (02 doses com intervalo de
06 meses).
15 meses / 4 anos 22
 Crianças com esquema básico completo de Pentavalente
comprovado:
Administrar 2 reforços: aos 15 meses e aos 4 anos de idade (com
vacina DTP);

IMPORTANTE!
 Administrar o 1º reforço com intervalo mínimo de 6 meses após a
DTP última dose do esquema básico; Entre o 1º e o 2º reforços é de 6
meses.

 Objetivo: Prevenir doenças causadas pelo vírus da varicela-


zóster;

Apresentação: Embalagem monodose;

 Via e Volume: Deltóide esquerdo - SC – 0,5ml


9 Á 14 ANOS 23

Objetivo: Prevenir doenças câncer no colo do útero e na


genitália masculina;

Apresentação: Embalagem monodose;

 Via e Volume: Deltóide Direito - IM – 0,5ml;

Meninas e Meninos: 09 á 14 anos


HPV
Esquema: 02 doses (0 e 6 meses);

 Pessoas vivendo com HIV/AIDS, Transplantados de órgão


sólidos, medula óssea e pacientes oncológicos: 09 á 45 anos;
Ambos com prescrição médica;
Esquema: 03 doses (0, 2 e 6 meses).
11 Á 14 ANOS 24

 Objetivo: Prevenir doenças Contra doenças


meningocócicas invasivas causadas por Neisseria
meningitidis dos sorogrupos A, C, W-135 e Y;

 Apresentação: Embalagem monodose;

 Via e Volume: Deltóide Esquerdo - IM – 0,5ml;

 Meninos e Meninas: 11 á 14 anos;


ADULTO / IDOSO / GESTANTE 25
 Hepatite B: 3 doses, de acordo com o histórico vacinal;

 Difteria e Tétano (dT): 3 doses de acordo com o històrico vacinal, reforço de 10 em 10 anos ou
a cada 5 anos, em caso de ferimentos graves;

 Febre Amarela: apartir de 5 anos á 59 anos (dose única);

 Tríplice Viral: até 29 anos (2 doses), apartir de 30 anos (dose única);

 Pneumocócica 23: 60 anos ou mais (1 dose e reforço após 5 anos).

 dTpa: a partir da 20ª semana de gestação, em cada gravidez; Se não for


administrada durante a gestação, poderá receber até 45 dias do puerpério.

**Gestantes NÃO podem receber as vacinas: Tríplice Viral e Febre


Amarela!!!
CAMPANHAS 26

INFLUENZA COVID-19
ESQUEMA PRIMÁRIO

PFIZER
BIVALENTE
(REFORÇO)

PFIZER PFIZER
PEDIÁTRICA MINI OU BABY

 MULTIVACINAÇÃO (ATUALIZAÇÃO DA CADERNETA VACINAL);

 AVALIAR SEMPRE O RISCO EPIDEMIOLÓGICO!


HESITAÇÃO VACINAL
UM FENÔMENO MULTIFATORIAL

• A hesitação vacinal é um fenômeno global que afeta todos os continentes.


• Ela se refere à relutância ou preocupação de pessoas em receberem vacinas
ou em vacinar seus filhos devido a uma variedade de motivos, como
preocupações com a segurança, eficácia, desinformação ou crenças pessoais.
• Apesar das diferenças nos motivos e nas circunstâncias que geram a hesitação
vacinal em cada continente, é importante que sejam adotadas estratégias de
informação, educação e comunicação eficazes para abordar essas
preocupações e promover a importância da vacinação em todo o mundo.
• A colaboração entre governos, profissionais de saúde e organizações da
sociedade civil é fundamental para combater a hesitação e garantir altas taxas
de vacinação.

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