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Sexo, Mentiras e Feminismo por Peter Zohrab (O tradutor: Jacinto Castanho)

Índice

Este livro é dedicado ao meu colega Walter Bloomfield que, como muitos outros homens
morreu de cancro da próstata, tipo de cancro no qual as feministas não estão interessadas.

PREFÁCIO À EDIÇÃO PORTUGUESA

No dia 13 de Outubro de 2001, num programa noticioso da televisão portuguesa


(Manuela Moura Guedes, Jornal Nacional, TVI) sobre um marido que assassinou a sua
esposa, falava em “um assassinato que começou por uma discussão por um prato de
arroz!”. A nossa sociedade ocidental está tão embebida neste espírito feminista, ou
feminazista, que das pessoas que estavam comigo, ninguém notou a tendenciosidade
desta notícia, ficando todos muito indignados por um assassinato “por um prato de
arroz”. Na minha opinião um assassinato é sempre um crime condenável, mas não
importará ao julgar este marido, saber até que ponto teria chegado a provocação ou
agressividade da mulher na discussão que, segundo Manuela Moura Guedes, “começou
com um prato de arroz”? e se tivesse sido a mulher que assassinasse o marido devido a
uma discussão iniciada por um prato de arroz? Certamente a maioria dos espectadores
teria pensado que esta agiu em legítima defesa ou devido à pressão de provocações.

          Também num programa noticioso da televisão portuguesa, foi referido que um
homem agrediu mortalmente à facada a sua ex-esposa de quem tinha um filho. Nunca os
jornalistas se preocuparam em esclarecer que razões teriam levado o homem, tido pelos
seus conhecidos por pessoa calma e de bem, a cometer tal acto tresloucado. Da minha
experiência de vida e estudos efectuados, este homem teria sido sujeito a fortes
humilhações ou provocações, para cometer este crime. Não seria dever dos jornalistas
esclarecer este facto? Não constituiria esta averiguação uma forma de responsabilizar o
lado feminino, evitando deste modo no futuro, este tipo de crimes horrendos?

          Em Lisboa, dois jovens enfermeiros casam após a conclusão dos respectivos
cursos. O pai do jovem, trabalhador de classe média, num arrojo de amor paternal pelo
seu filho disponibilizou as poupanças do sacrifício da sua vida, e ofereceu ao seu filho
um apartamento em Telheiras (zona cara da cidade de Lisboa). Pouco depois do casal
ter dois filhos, a esposa inicia uma relação adúltera e um dia, quando o marido saiu de
casa para o serviço, trocou a fechadura da casa! Ao marido, sem família, sem os seus
filhos e sem os seus haveres restou alojar-se num quarto de pensão. No divórcio o
tribunal decretou, à revelia deste homem, que a senhora ficaria com a tutela dos filhos e,
por consequência, com a casa para os criar. A este homem, cujo pai lhe tinha oferecido
uma casa numa zona central e luxuosa de Lisboa, após a humilhação, espoliação e perda
de contacto com os filhos, restou ir viver solitariamente para um bairro da periferia da
cidade ficando com os encargos da casa, da mobília e pensão de alimentos que o
tribunal decretou para os seus filhos!

          Outro exemplo, este de um extracto mais baixo da sociedade. Um homem vivia
nos arredores de Sacavém e trabalhava numa empresa metalúrgica em Alverca (ambas
localidades da periferia de Lisboa). Vivia só numa casa modesta e acolhedora, que era
de sua propriedade. Conhece uma senhora solteira e com um filho e inicia uma vida
com ambos em união de facto. Quando um dia, após uma confraternização de amigos,
este homem chega a casa embriagado, a senhora aproveitando-se do seu estado de
embriaguez extraiu-lhe a chave de casa e lança-o na rua. Literalmente na rua! Este
homem, sem outra possibilidade, passou a abrigar-se sob um viaduto do auto-estrada do
Norte. O tribunal decidiu que, tendo a senhora um filho menor, ficaria ela a desfrutar da
casa. Ao homem restou o abrigo sob o viaduto, a consequente perda de condições físicas
e de higiene para poder permanecer no seu emprego, o despedimento e a morte pelo frio
no Inverno seguinte sob o mesmo viaduto.

          No jornal Público de 14 de Julho de 2001, secção Local Lisboa, aparece numa
notícia com título Pena Suspensa para Infanticida em Setúbal, em que uma mulher “...
soltou do útero o filho de nove meses, rompeu o cordão umbilical e, poucos minutos
depois, asfixiou-o.” Pensará, talvez, o leitor que esta mulher foi condenada a alguns
anos de prisão, “... mas o tribunal decidiu pronunciá-la por infanticídio conforme a
doutrina jurídica aplicada nestes casos, com uma moldura penal mais leve de um a
cinco anos de prisão, porque o acto foi praticado sob o efeito perturbador do parto ...”
e “por fim o tribunal decidiu suspender a pena”. Deixo a pergunta se tivesse sido o pai
a cometer o infanticídio, qual teria sido a condenação e as atenuantes possíveis?

          Pergunto ao leitor comum, (o leitor formado em direito, em jornalismo ou


pertencente a qualquer força política, terá com certeza uma opinião diferente), onde está
a tão apregoada igualdade entre os sexos?
          Quanto ao feminismo em Portugal ... imparável. Fazem encontros, distribuem
livros e panfletos e fazem pressão sobre políticos e comunicação social. Uma das
principais é a Associação Portuguesa de Estudos sobre Mulheres (APEM). Durante dois
anos incluiram-me (sem que eu tenha feito algo para isso) na sua lista de correio
electrónico e divulgaram-me a sua propaganda. No dia 02 de Dezembro de 2001
pediram um abaixo assinado para condenar uns jovens por suposta violação, eu insurgi-
me contra por se pedir a pessoas que não conheciam o processo que tomassem posição,
tendo ainda em conta que estudos internacionais revelam  que grande parte das
acusações de violação nos tribunais são falsas. No dia 17 de Fevereiro de 2002
divulgaram um pedido de participação numa manifestação próaborcionista, que repudiei
fundamentadamente. Fiz alguns pedidos, para que me fossem fornecidas referências de
estudos que provassem o que é sua bandeira, isto é, que as mulheres são mais oprimidas
e mais vítimas de violência e de discriminação que os homens. Como as minhas
palavras se tornaram incómodas, não só não me forneceram os elementos pedidos
(obviamente não os possuem) como em 22 de Janeiro de 2002 a presidente da APEM
me comunicava “Como deixou de pagar as quotas, vou excluí-lo da nossa mailing-list”.
Como se eu alguma vez tivesse pago alguma quota ou tivesse pedido para fazer parte da
mailing-list! Tal como noutros países também em Portugal estas instituições contribuem
para a crescente desagregação familiar e desentendimento entre os sexos às custas do
dinheiro dos contribuintes.

          O autor desta obra, meu colega da Associação para a Igualdade de Direitos dos
Homens (Men’s Equal Rights Association, MERA), com quem tenho trocado
conhecimentos de forma intensiva nestes anos recentes, refere-se preferencialmente a
casos da Nova Zelândia, país onde vive, e ao mundo ocidental em geral. Pode o leitor
reparar que o nosso país está perfeitamente integrado nesta sociedade feminazista.

O tradutor           Jacinto Castanho


PREFÁCIO

Este livro é o resultado de aproximadamente treze anos de leitura, reflexão e acção política.
Quando me decidi tornar-me um activista dos direitos dos homens, não sabia que haviam ou
tinham havido outros no mundo. Mesmo após ter descoberto alguns noutros países não sabia
que haviam outros no próprio país, a Nova Zelândia. Foi essencialmente um esforço solitário.

Estava convicto de que a lógica estava do nosso lado. A única coisa que mantém os direitos dos homens reprimidos é a
ideologia, politicamente sustentada nos países ocidentais, de que a mulher é oprimida e que o homem domina o mundo. Por
consequência, ao homem não é socialmente permitido falar sobre os seus direitos. Este totalitarismo provocou o
aparecimento do termo “FEMINAZI”.

Nos últimos anos, homens e pais de todo mundo têm vindo a ligar-se em associações
locais ou através da Internet a nível internacional. Pelo apoio passado e presente quero
deixar aqui expressa a minha gratidão para com a New Zealand Men for Equal Rights
Association, e aos meus colegas de outros países em particular, Richard Doyle, Brian
O’Higgins, Kingsley Morse e Dave Usher.

Gostaria de agradecer a Glenn Cheriton pela sugestão sobre o formato deste livro, e a  Rod

Van Mechelen pelo longo trabalho editorial com o manuscrito. Beneficiei ainda dos

comentários e contribuições de Ken Pangborn, Ron Dunkerley, Hugh Nations, Dr. Eduard

Bakalar e Lee Math.

Devo um grande favor à minha avó paterna, Miriam Mabin, por me ter transmitido o
gene Mabin da obstinação, sine qua non esta tarefa não teria tido êxito.

Ainda, finalmente, gostaria de expressar a minha gratidão a Roger (“Flower”) Fowler e Robert Crowell, apesar de
provavelmente não a entenderem, mesmo que a descubram!

“É o bebé que mais chora, o que mais mama”. (Provérbio chinês referido em China Today, Vol.

XLV No.1, January 1996, p. 15)

Se os homens deste país não se incomodarem a erguer-se e lutar pelos seus direitos, então,

franca e lamentavelmente não merecem ter nenhuns. (Thomas: Not Guilty: In Defence of the

Modern Man, London:Weidenfeld and Nicholson, p. 87)

Este é um ciclo vicioso ao qual não é possível atribuir um princípio nem um fim, no qual a

sobrevaloração da posição das mulheres pelos homens e a sobrevaloração da posição dos


homens pelas mulheres, conduz um sexo ou o outro a arrogar-se, negligenciando, ou mesmo

renunciando a parte do nosso tão suadamente conquistado humanismo. Aqueles que

poderiam quebrar este ciclo, são eles mesmos produtos dele, e expressando alguns dos seus

defeitos com o seu gesto, podem ser suficientemente fortes para desafiá-lo, mas não para

quebrá-lo. Contudo, uma vez identificado e analisado, deve ser possível criar um clima de

opinião, no qual outros um pouco menos produto de um passado obscuro, porque iluminados

por uma luz na sua mão que pode brilhar para a frente e para trás, podem por sua vez

conquistar o próximo passo. (Male and Female, Margaret Mead).

Introdução: O que é o feminismo?

Rendall (The Origins of Modern Feminism: Women in Britain, France and the United States,
1780-1860, London:Macmillan, 1985) determinou que a palavra “feminismo” foi usada pela
primeira vez em 1894. É derivada da palavra francesa “feminisme” que, aparentemente, foi
inventada pelo Socialista Utópico Francês, Charles Fourier.

Tentarei dar uma definição de Feminismo que contemple todos os “feminismos”


mencionados neste livro e, talvez, não só. As feministas, parecem ter alguma
dificuldade em definir Feminismo. Esta dificuldade provém, em grande parte, do facto
de estas terem conquistado as sociedades ocidentais de forma tal, que restaram poucos
não-feministas com os quais possam contrastar.

Os grupos normalmente definem-se em relação aos não-membros, e como este grupo


em particular não tem, de forma articulada, não membros, acaba por ter uma imagem
difusa de si próprio. Espero ser útil neste objectivo, que, tal como este livro refere, o
modelo de vítimas da opressão ajusta-se ao homem pelo menos tão bem como à mulher,
e que o opressor dos homens são as feministas, e alguns homens excentricamente
quixotescos. A meu ver, este livro serve este objectivo, mas cabe ao leitor julgar se fui
ou não bem sucedido.

Outro problema que se coloca a quem pretende definir “Feminismo” é, visto que cada
geração de Feministas se retira após ter ganho a sua batalha, a próxima geração aparece
com um novo conjunto de preocupações, queixas e exigências. Ao longo da maioria do
século dezanove, as feministas estavam concentrados na obtenção do direito de voto e
direito de propriedade. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os objectivos foram
primeiro o emprego e o aborto, e depois os crimes em que a mulher era a queixosa e o
homem os alegados culpados, por exemplo, violação, violência doméstica e abuso
sexual infantil. Estas diferentes gerações tendem a definir-se em termos dos seus
próprios objectivos políticos. Isto confunde qualquer tentativa de obter uma visão geral
deste movimento político:

Um problema central no discurso feminista tem sido a nossa incapacidade, quer para chegar a

um consenso de opinião sobre o que é o feminismo, quer para aceitar definições que possam

servir objectivos de unificação. Sem um acordo de definições, falta-nos uma base sólida  sobre

a qual erguer uma teoria ou empreender um trabalho significativo. (Bell Hooks, Feminist

Theory: From Margin to Center, Boston: South End Press, 1989, p. 17)

Esta incerteza sobre a essência do Feminismo é um dos contrastes do Feminismo Pós-


moderno (ver capítulo 6). No seu início, as feministas não tiveram tanta dificuldade em
definir Feminismo. Um livro sobre Feminismo editado pelo Women’s Studies Group
(1979), por exemplo, apesar de se declarar incapaz de dar uma definição clara da
própria disciplina de Estudos sobre Mulheres, deu a definição seguinte da sua matéria -
Feminismo. Considero esta uma excelente definição, e a minha própria definição é
muito parecida.

Entendemos por feminismo, uma consciência da posição de desvantagem das mulheres na

sociedade ou de desigualdade em relação à do homem, e também um propósito de acabar

com esta desvantagem. (Bristol Women’s Studies Group, Half the Sky: An Introduction to

Women’s Studies,1979, p. 3)

Um não-feminista poderá sentir que esta definição demonstra um exercício mental


razoavelmente racional, visto que deixa uma porta aberta para uma discussão lúcida
sobre se continua a ser verdadeiro afirmar que a posição da mulher na sociedade é uma
desvantagem ou desigualdade. O propósito de acabar com esta desvantagem ou
desigualdade deveria supostamente desaparecer se, depois de um período de diálogo
entre feministas e não-feministas, se concordasse que de facto não existia. Mas
contrastemos isto com a mentalidade implícita no texto seguinte:

Se o feminismo é definido em termos gerais como o caminho para uma sociedade

sexualmente justa, muita gente partilha ao menos de alguns dos seus objectivos, embora não

se identifiquem com o termo. (Meehan, British Feminism from the 1960s to the 1980s, in Smith

(ed.) 1990, p. 189)

O problema desta definição é que simplesmente toma como certo, e não como ponto
aberto à discussão, aquilo que a definição anterior pretende, isto é, que a posição social
das mulheres é desvantajosa relativamente à dos homens. Uma feminista é (como a
palavra sugere) quem está principalmente, se não exclusivamente, interessado em fazer
valer o ponto de vista feminino e as pretensões das mulheres. Assumir isto
simplesmente é o mesmo que sugerir que justiça sexual é incutir a uma das partes a
ideia de que o diálogo com a parte não-feminista é virtualmente impossível. Uma boa
definição de feminista aparece num folheto que publicita as sessões públicas de 1993 da
National Conference of the New Zealand Women’s Electoral Lobby (WEL), em
Wellington, Nova Zelândia:

WEL define feminista como alguém que acredita que as mulheres estão social e

economicamente em desvantagem devido ao seu sexo e actua de acordo com essa crença.

Este é outro ponto de vista interessante do Feminismo:

O feminismo não é, do meu ponto de vista, um conjunto de respostas feitas, nem um

compromisso a uma ideologia particular. É antes uma determinação em perseguir questões

onde quer que elas nos conduzam. O feminismo insiste na determinação em ouvir com toda a

atenção a experiência das mulheres com o objectivo de reformular os nossos pensamentos e

acções. É assim mais que um método de diálogo criativo do que um conjunto de ideias pré-

estabelecidas. Feminismo é um caminho para o bem estar das mulheres, tendo em vista a

justiça em vez de patriarcado, embora o conceito de bem estar das mulheres não seja

antecipadamente conhecido. (Pellauer: Moral Callousness and Moral Sensitivity: Violence

against Women, in Andolsen et al. 1987, p. 34)

Esta declaração engloba um equívoco a respeito da natureza de ideologia. Nenhuma


ideologia, como nenhuma religião, é capaz de antecipar todos os problemas que possam
surgir, e deste modo os problemas são interpretados à luz das circunstâncias
prevalecentes pelos seguidores de determinada religião ou ideologia particular. As
outras ideologias são tão viciadas como o Feminismo, tendendo a determinar quais as
questões colocadas pelos seus aderentes, e não a fornecer todas as respostas que sejam
prontamente colocadas. Esta é a razão porque existem tantas versões de Marxismo, e a
razão porque existe debate teórico sobre o ponto de vista Marxista sobre tantos assuntos.

Estou certo que o Feminismo tem sempre, e com grande à-vontade, seguido questões
não se importando onde elas possam conduzir, mas o problema é que a ideologia
Feminista determina primeiro quais as questões que devem ser colocadas. Este livro
aponta os tipos de questões inerentemente tendenciosas que as feministas colocam
sempre, e eu sugiro outras questões que podemos e devemos colocar também.
As feministas, como Pellauer afirma, ouvem a experiência das mulheres com muita
atenção, mas não ouvem a experiência dos homens com a mesma muita atenção. Esta é
uma indicação clara da tendência inerente à ideologia Feminista.

A razão porque o Feminismo revelou esta realidade, o seu segredo metodológico, é que o

Feminismo está construído sobre a crença de que a mulher é sexualmente usada e abusada

pelo homem. (Catharine A. MacKinnon, Feminism Unmodified, p. 5)

O corolário não mencionado disto, é certamente, que elas não acreditam nos homens.
Esta visão parcial pode também conduzir as feministas (e todo o sistema judicial
ocidental) a percursos não científicos, como se vê no livro de Lenore Walker, The
Battered Woman, no capitulo sobre violência doméstica.

Como Pellauer afirmou, feminismo é uma determinação para o bem estar das mulheres,
mas não uma determinação para o bem estar dos homens. Sempre que houver um
conflito entre o bem estar das mulheres e homens, não há qualquer dúvida quanto ao
lado de que estão as feministas. Como veremos no capítulo sobre a circuncisão, as
feministas ocidentais falam na mutilação genital feminina nos países do Terceiro
Mundo, mas quando interrogados sobre a mutilação genital masculina nos seus próprios
países, desvalorizam a questão por se tratar de um assunto de homens. Podemos admitir
que não nada de errado em ter uma tendência, contudo, as feministas reclamam o seu
objectivo de igualdade sexual, e as Feminazis (feministas totalitárias) tentam
activamente impedir que as posições dos activistas dos direitos dos homens se
propaguem em base de igualdade com as ideias feministas. Neste caso a tendência
assume os contornos de um problema sério.

A minha aproximação ao problema visa definir feminismo como a aplicação do modelo


das vítimas da opressão à situação das mulheres na sociedade. Deste modo um
feminista é aquele que acredita que este modelo (em qualquer sociedade) se ajusta
melhor à situação da mulher do que à situação do homem. Isto não implica que todos as
feministas acreditem que os “opressores” das mulheres são os homens, alguns acreditam
que o real opressor é a própria sociedade, e os homens, eles também, são oprimidos pela
rigidez dos papeis que a sociedade os força a adoptar.

Na  minha opinião, isto bastaria como definição. No entanto, podemos acrescentar que
as feministas estão limitados a ser génerocentricos e incapazes de ver quaisquer
evidências de que os homens são discriminados e oprimidos. Algumas feministas
concordam sinceramente que os homens são oprimidos pelos papeis do género
masculino mas argumentam:

(1)          que isto é um problema dos homens e não seu, e

(2) tal como a mulher foi “libertada”, os homens serão também libertados.       

Entretanto, o tipo de problemas que discutirei neste livro não são o tipo de problemas
causados pelos papeis de género, excepto na medida em que agora o papel da mulher
nas sociedades ocidentais é oprimir o homem ignorando as suas necessidades e
concentrando-se nos supostos direitos da mulher. Assim o feminismo é de facto um
estado de espirito, o que significa que é improvável que morra devido a falta de assuntos
para propaganda. Se o assunto não existir elas terão que o inventar (tal como Voltaire
afirmou acerca de Deus).

Ao indicar isto, discordo fortemente com Simone Weil, que afirmou, “a opressão
provém exclusivamente de circunstâncias objectivas” (Simone Weil, Oppression and
Liberty). Isto é uma espécie de ponto de vista ingénuo, embora compreensível, vindo
dela como  defensora de um activismo anti-conformista. O que eu digo é que a presença
ou ausência de “opressão” tem que ser determinada por seres humanos falíveis. Por
vezes parecerá que estão a tentar encontrar opressão onde as circunstâncias objectivas
podem não parecer a terceiros apropriadas para tal análise.

Reciprocamente, situações de opressão real podem ser, e são, sobreestimadas por


pessoas que têm uma ideologia que as cega perante uma forma particular de opressão. O
presente livro é, em parte, uma tentativa de agitar os hipnotizadores da opinião pública
que estão absorvidos na tarefa de impedir que alguém veja que há homens que podem
estar oprimidos.

CAPÍTULO 1: NARCISISMO FEMINISTA E PODER POLÍTICO

Este capítulo apresenta alguns dos conceitos chave deste livro – conceitos que serão
exemplificados e explicados repetidamente, em vários contextos, e em mais detalhe nos
capítulos seguintes. Alguns leitores poderão achar que em certas alturas há uma repetição
desnecessária, mas não me desculpo por isso. O artigo“Decisions, Decisions” (New Scientist, 4
September 1999) explica porque é que as pessoas frequentemente utilizam estratégias de
decisão, incluindo a estratégia de preferir o que é conhecido e familiar em vez do
desconhecido. Isto dá respeitabilidade científica à suposição dos publicitários de que a
repetição torna algumas ideias familiares e credíveis. As feministas têm-nos ensinado as suas
ideias através da constante repetição dos seus dogmas. Como professor, não posso fazer mais
que prestar-lhes homenagem à sua inteligência política, fazendo eu próprio um pouco de
repetição. No seu artigo, “The Women Are At Fault” Matthias Matussek refere-se às mulheres
modernas como “tagarelas excitadas com conversas femininas de autopromoção”(1). Pergunta
ele, “Porque estão elas constantemente sentadas frente ao espelho da Branca-de-Neve
tranquilizando-se de que são as mais bonitas, as mais espertas e as mais corajosas?” e sugere
”a atitude narcisística de se colocarem ao espelho, com toda a sua patetice, faz parte do seu
papel de mulheres modernas, ao qual se sentem incapazes de escapar.”

Matussek refere-se também ao sentimento generalizado de que “as mulheres estão a


subir e os homens a descer.” Estes dois aspectos das sociedades modernas, o narcisismo
das mulheres e a sua ascensão relativamente aos homens, estão estreitamente ligadas.
Para entender este fenómeno, precisamos de analisar os desenvolvimentos políticos e
sociais desde a  Segunda Guerra Mundial.
Uma das principais consequências da Segunda Guerra Mundial foi a desacreditação das
políticas conservadoras e de direita, devido à derrota dos seus proponentes mais
extremistas (fascismo e nazismo). Qualquer política promovida por Hitler, Mussolini,
Nazistas ou Fascistas (mesmo que moderadamente conservadoras) estão vulneráveis ao
ataque devido à sua associação com os “Bad Guys” (maus rapazes). A dicotomia
Esquerda/Direita é de certa forma artificial, o Nazismo é de certa forma uma extensão
da ideologia Socialista. No entanto, no senso comum o Nazismo é classificado como
sendo de direita e o Socialismo como de esquerda.

Em resposta, os nossos gurus (cinema, académicos e jornalista) dominaram a segunda


metade do século XX com as “lições” que acham que nós devemos aprender da
Segunda Guerra Mundial. Aparentemente, acreditam que a principal lição é que, por
definição, qualquer oprimido é bom, enquanto qualquer opressor é mau. Não digo,
claro, que estejam errados, mas devido a esta obsessão com as atrocidades nazis, a
moral dominante nas sociedades ocidentais tornou-se uma pedra angular.

O virtuosismo dos oprimidos

Gerações de académicos e jornalistas disseram-nos que as mulheres são as principais


vítimas da opressão, e os homens os seus opressores. Com o paradigma do pós-guerra,
isto tornou todas as mulheres boas e todos os homens maus. Esta história contada em
alto e bom som produziu o culto virtual da opressão, e apareceu uma escalada tremenda
de vários sectores da nossa sociedade a reclamarem para si próprios o estatuto de
oprimidos, e portanto de “bons”.

Ser-se classificado como oprimido dá todo tipo de benefícios. Primeiro, garante uma
cobertura mediática. Elementos conservadores dos Estados Unidos podem ter retractado
Anita Hill como uma oportunista pela pieguice do seu testemunho sobre a forma como
Justice Clarence Thomas: Not Guilty: In Defence of the Modern Man,
London:Weidenfeld and Nicholson a assediou sexualmente, mas com isto ganhou uma
notoriedade sem precedentes, para não falar nos livros e filmes sobre si, e honorários de
palestras que atingiram valores superiores ao que muitos homens ganham num ano,
apenas por uma simples aparição. Quanto daria um de nós pela possibilidade de uma
opressão destas? Mas o mais importante, é que actualmente mesmo a mulher normal
pode aspirar a ser tratada como vítima em situações que os homens não poderão.

Agora há pesquisas sobre este tipo de opressão, subsídios governamentais de vária


ordem e até a possibilidade de protagonizar um filme de Hollywood. (apesar da
crescente evidência de que a mulher comete mais violência doméstica que o homem,
não passa um mês que não apareça um filme novo sobre um marido a bater na sua
mulher, e os movimentos de protecção às mulheres maltratadas a receberem subsídios
governamentais.) Com tudo isto quem não quer ser oprimido? Ou pelo menos
reconhecido como tal.

Jornalistas conservadores, que continuam a ter influência nos Estados Unidos, defendem
o ponto vista no qual as mulheres feministas têm insistido, isto é, o homem como chefe
da casa a almoçar com clientes e pobre mulher em tarefas de limpeza. Aqui eu
argumento que não podemos avaliar este ponto de vista conservador com sentido de
justiça, a menos que vejamos como as feministas reagem àquilo que eu chamo de ponto
de vista “Masculinista Liberal” (que não se confunda com “liberalismo”, em si) em que
homens e mulheres devem ser iguais em todos os assuntos, e não só nos assuntos em
que as feministas viram que se ajustavam aos seus propósitos de propaganda.

Hoje em dia o ponto de vista de que as mulheres são vítimas é tido como facto, e
vivemos numa cultura obcecada por este problema. A sociedade gira em torno da
mulher e das suas necessidades, com vários grupas feministas determinando o que elas
sentem e o que pode beneficiar a mulher como um todo, ou um sector da população
feminina em particular, ao ponto de os problemas das crianças serem frequentemente
submetidos a este egoísmo e os dos homens completamente ignorados. Este é o seu
poder, o qual poucos políticos estão dispostos a opor-se por medo de serem rotulados de
“sexistas”.

Com os homens e a sociedade tão obcecados com os problemas das mulheres, é


perfeitamente natural para as mulheres, tal como uma criança filha única de pais
extremosos, tornarem-se ainda mais auto-obcecadas e narcisistas. Se alguma girar em
torno de nós, nós podemos girar também em torno de nós próprios. Apenas o mais forte
resiste.

O narcisismo feminino é parcialmente resultado do seu poder (ver capítulo 14). Mas é
também a fonte do seu poder. Como as mulheres estão tão sintonizadas com elas
próprias, têm oportunidade de descobrir “necessidades” (pretensões) que a sociedade
(isto é, os homens) devem satisfazer. Reclamando sobre todas as novas necessidades
não satisfeitas cria-se maior evidência da sua vitimização pelo homem, o que, por sua
vez, reforça o seu poder.

A tese deste livro é que o estatuto de “vítimas da opressão” se ajusta à situação dos
homens pelo menos tão bem quanto à das mulheres, e que os opressores dos homens são
as feministas. É também sobre a exposição das questões tendenciosas colocadas pelas
feministas, e em menor extensão a sugestão de outras questões que podem e devem ser
colocadas.

Quem ganhou o poder?

Quer à esquerda, quer à direita, filósofos, políticos e ideólogos usam com frequência o
modelo de “homem de palha” para os oponentes às suas ideias – é um modelo
distorcido que pode ser mais facilmente atacado que o objecto real. De modo similar as
feministas usaram o modelo do homem de palha do poder político, para dar ênfase ao
poder dos políticos e burocratas, para desviar a atenção dos reais bastiões do poder nas
democracias ocidentais. Mas esta ênfase foi mal colocada. É verdade que os executivos
tais como os políticos têm poder, mas este poder está muito limitado por aqueles que
controlam o fluxo de informação, de estereótipos e de ideias na cultura popular.

Os jornalistas, pessoal de Hollywood, e investigadores que controlam a informação e


estereótipos e deste modo controlam decisões pensam estar disponíveis. Joseph
McCarthy tentou uma vez excluir de Hollywood os simpatizantes comunistas.
McCarthy falhou e as nossas simpatias voltaram-se a favor daqueles cujas carreiras ele
prejudicou. No entanto, apesar do seu método cruel, teria sido ingénuo assumir que
estava enganado na sua análise. Hollywood, os meios de comunicação, e o sistema de
educação controlam ou pelo menos exercem uma grande influência naquilo que o
eleitorado político pensa que é correcto, realista e credível.
Estou a falar sobre os actuais trabalhadores destes campos (por exemplo, jornalistas),
não nos financeiros, que estão geralmente demasiado interessados em fazer dinheiro
para se importarem com a influência do conteúdo do que é produzido pelos seus
trabalhadores, e se é ou não imparcial. Mesmo a imprensa que têm uma linha editorial
mais conservadora nem sempre insiste nas mesmas tendências noutras secções da sua
publicação. Por exemplo, um jornal diário matinal da Nova Zelândia periodicamente
apresenta artigos proeminentes sobre feminismo e políticas femininas em França. O que
torna isto notável é que é perfeitamente irrelevante para a maioria dos neozelandeses,
que na sua maioria, não estão minimamente interessados na política francesa. Será isto
um meio subtil de propaganda feminista? Goebbels, o homem da confiança de Hitler
preferiu usar analogias históricas em vez de propaganda directa para ocultar a sua
“arte”. Estarão as feministas a usar um deslocamento geográfico para introduzir a sua
propaganda, do mesmo modo que Goebbels usou um deslocamento histórico para
introduzir a propaganda Nazi.

Em paralelo com o grau de controlo que as feministas exercem nos meios de


comunicação, está a dificuldade que alguns homens têm em descobrir editores para
assuntos de homens. Warren Farrell, autor de The Sensitive Male, Why Men Are the
Way They Are, e The Myth of Male Power, foi deixado à deriva pela Simon&Schuster
para encontrar novo editor para o seu quarto livro, Women Can’t Hear What Men Don’t
Say depois de um editor feminista ter dado a machadada no seu projecto. E Jack
Kammer, autor de Good Will Toward Men, descobriu que os editores estavam relutantes
em editar If Men Have All the Power Why Do Women Make the Rules porque temiam a
reacção das feministas.

Como Evelyn Summerstein fez notar na publicação feminista, Bitch (“Absolutely


Capitalist,” Bitch, Vol. 3, No. 1, 1998), cerca de 85% das pessoas que controlam a
publicação de livros na América são mulheres feministas.

A internet promete libertar-nos desta censura disfarçada, mas bibliotecários e


professores estão a trabalhar arduamente para o prevenir e reclamar controlo sobre a
informação antes de ser publicada na internet. Alguns artigos, tais como “Testing the
Surf: Criteria for Evaluating Internet Information Resources” (Alastair Smith, The
Public Access Computer Systems Review 8, No. 3, 1997) argumentam que as pessoas
deveriam ser ensinadas a evitar locais da internet que sejam “tendenciosas” e a preferir
aquelas que tenham o cunho da “autoridade” ou de “organizações reputáveis”. Isto só
acontece com locais que pertencem a bibliotecas e instituições de ensino. Bibliotecas e
instituições ligadas ao ensino são instituições predominantemente ocupadas por
mulheres e estas instituições normalmente ensinam o feminismo como facto e ignoram
os direitos dos homens.

Repare-se na bem conhecida jornalista e autora feminista, Susan Faludi. De acordo com
o autor da página web Femjour, “Faludi entende que a função de jornalista é criar
mudança social através da educação das pessoas e ter tempo para investigar coisas. Um
jornalista precisa de se apaixonar pela causa”. Os jornalistas de esquerda estão
frequentemente comprometidos deste modo. Uma vez li um artigo no Guardian Weekly
sobre um novo ou reemergente partido de direita na Áustria que quis restringir a
imigração. Porque a imigração é um assunto fortemente emotivo nos países de língua
alemã, eu tive que ler cerca de metade do artigo para encontrar alguma indicação das
justificações que este partido dava para a sua política – a primeira metade era pura
retórica sobre o perigo que este partido representava! O Guardian conta-se como um
dos jornais de “qualidade” em Inglaterra!

Quando leio o jornal inglês de esquerda liberal Guardian Weekly, filtro tudo o que é
tendencioso. Um dos seus subscritores, no entanto, disse-me que o lia precisamente
pelas suas tendências! Esta é o tipo de pessoa que em Inglaterra é conhecida por um
“leitor do Guardian”, isto é, alguém com um conjunto de pontos de vista politicamente
correctos.

Na década de 1970, em Auckland, Nova Zelândia, foi-me recusada a entrada numa


escola de jornalismo enquanto uma amiga marxista entrou. Explicou-me ela que o meu
erro foi ir de fato à entrevista – o júri estava à procura de um jornalista para expedições
e não um do tipo conservador. Como consequência desta prática subtil, o ocidente está
inundado de jornalistas que foram seleccionados para os seus cursos ou empregos com
base nas suas tendências de esquerda.

Em 1997, submeti uma comunicação oral ao comité legislativo nacional, que


considerava algum projecto de legislação em matéria de guerra de sexos(2). O assunto
actual era o pagamento de subsídios a pessoas (mulheres, na maioria dos casos) que
eram consideradas vítimas de violência doméstica. Eram consideradas candidatas a este
subsídio mesmo que os seus companheiros gozassem já de algum subsídio que fizesse
que em condições normais as impedissem de o receber. Em representação da minha
associação, fiz uma apresentação oral e escrita, sobre o tema do “Síndroma da mulher
violentada” no prefácio do Projecto de Lei. Enviei alguns resumos para os meios de
comunicação e quando vi algumas mulheres sentadas atrás da sala do comité tirando
notas, perguntei se estavam presentes alguns membros dos meios de comunicação.
Ninguém respondeu apesar de muitas estarem a escrever.

Fizeram-se duas intervenções orais antes da minha, e pelo menos uma depois. Apesar
disto, apareceu um artigo no dia seguinte no único jornal matinal da cidade descrevendo
as actividades do comité como se tivesse havido apenas uma submissão – de uma
feminista. Isto dá uma ideia do que é a pressão feminista. Nem um comentário ou crítica
de qualquer espécie. Obviamente, alguém do pessoal do jornal estava determinado em
dar apenas uma versão da história – a feminista. O jornal é conhecido pela sua linha
conservadora, mas esta linha não é obviamente seguida em todas as secções do jornal.

O esforço combinado de duas associações neozelandesas e homens e pais (New Zealand


Men’s e Fathers’ Movement) conseguiram persuadir o comité em eliminar o conceito de
“Síndroma da mulher violentada”, mas a Comissão Legislativa, tal como eu escrevi,
está a tentar introduzi-lo na lei da Nova Zelândia com outro nome.

Este processo de lavagem cerebral levado a cabo por meios de comunicação, cinema,
universidades e imprensa, não tem, no entanto que durar perpetuamente. Apesar dos
seus melhores esforços, a realidade pode fazer cair esta montagem. Espero a chegada do
dia em que este livro, tal como outros acontecimentos no mundo seja uma linha
divisória neste processo.

A União Soviética e o Pacto de Varsóvia já não existem, a China tem-se declarado rica,
e tem havido uma colossal agitação à direita nas políticas económicas ocidentais. Países
do Leste e Sudeste asiático têm também ajudado a enfraquecer o estereótipo de que
apenas os brancos podem ser ricos (e portanto “maus”). A vitimização da mulher e o
politicamente correcto, tornou-se muito poderoso. Não desejo a sua destruição, mas
estou convicto de que atacando um dos seus pilares – o feminismo – enfraquecemos o
edifício completo.

CAPÍTULO 2: CIRCUNCISÃO versus  OPÇÃO

Como foi definido pela Organização Nacional Africana de Centros de Informação e


Pesquisa para a Circuncisão (NOCIRC), a circuncisão é a remoção cirúrgica (corte) da
pele que normalmente cobre a glande (cabeça) do pénis.

Este capítulo é dedicado apenas à circuncisão de recém-nascidos, isto é, a remoção do


prepúcio das crianças, porque aqui os pais tomam uma decisão em representação de
alguém que é demasiado jovem para tomar uma decisão por si próprio. Uma vez adulto,
um homem poderá presumidamente ser capaz de decidir por si próprio se ter sido
circuncidado lhe proporcionou uma opção que foi já tomada pelos seus pais! Os
defensores do aborto também usam a palavra “opção” para permitir às mulheres matar
os seus filhos ainda não nascidos, e aqui nós estamos a falar somente sobre permitir que
a um criança se tire parte da sua própria anatomia numa operação dolorosa. 

De acordo com o NOCIRC, os médicos dos países de língua inglesa começaram a


circuncisar bebés a meio do século XIX “para evitar a masturbação”, a qual alguns
médicos diziam ser a fonte de muitas doenças, incluindo a epilepsia, tuberculose e
loucura. Os médicos têm dado outras razões a partir daí, mas todos eles, incluindo
aqueles que dizem que a circuncisão previne o cancro do pénis, o cancro do colo do
útero e doenças venéreas, têm sido contestados de acordo com o NOCIRC.

A circuncisão masculina está mais vulgarizada no mundo que a sua equivalente


feminina. Tal como a circuncisão feminina, a circuncisão masculina é normalmente
praticada por questões religiosas e culturais. No entanto é a circuncisão feminina que é
mais publicitada nos meios de comunicação social ocidentais. As feministas estão bem
determinadas, mas apenas contra a Mutilação Genital Feminina (FGM), e quando
interrogadas sobre a Mutilação Genital Masculina (MGM), desdenham simplesmente
que “é apenas um pequeno pedaço de pele” ou que “ não é um assunto das mulheres”. A
sua atitude, é ela própria um assunto dos homens. A circuncisão masculina é uma
mutilação genital, e deve ser combatida por todos os que se opõe à circuncisão
feminina.

 Porquê a Circuncisão?

De acordo com o Dr. Brian Morris, a circuncisão tem prós e contras, mas ele é um forte
apoiante da sua prática. (consultar
www-personal.usyd.edu.au/~bmorris/circumcision.shtml) Gostaria de levantar dois
assuntos de carácter geral antes de discutir os seus argumentos em detalhe:

1.  Como alguns dos seus argumentos têm a ver com os benefícios da circuncisão
masculina para as mulheres, são irrelevantes. Afinal de contas, quantos argumentos
existem sobre a saúde das mulheres que tenham a ver com os efeitos nos homens?
Nenhum!

a)      Os seus argumentos sugerem que a circuncisão é o tratamento natural e normal nas
crianças masculinas, e a sua preocupação é como abolir uma prática estabelecida. Um
anti-circuncisionista pode preferir começar por fazer tabula rasa e perguntar porquê
havemos de querer perpetuar uma prática que, como um sacrifício animal, surge de um
mito ou superstição. Devemos olhar para o assunto de um modo objectivo, e exigir que
este procedimento cirúrgico se justifique a ele próprio.

Agora, então, as razões do Dr. Morris, juntamente com os meus comentários sobre elas:

A maior desvantagem do prepúcio é que ele cria um ambiente não saudável entre si e o
pénis, onde células mortas, secreções, urina e bactérias proliferam, podendo surgir
infecções, mesmo que a zona seja lavada com regularidade. Mas o mesmo acontece com
o hímen, e ainda nenhum médico ousou sugerir que se deveria remover de forma
rotineira o hímen à nascença.

Outra razão é que o prepúcio torna a pele do pénis por baixo mais fina e húmida (em
comparação com a mesma área de pele num pénis circuncidado), o que representa uma
barreira mais fraca contra as infecções. Mas o pénis intacto é mais sensível à
estimulação erótica.

Outro problema é que o prepúcio aumenta a área superficial da pele, e assim aumenta a
probabilidade de uma infecção a penetrar. Este mesmo ponto pode ser usado para
sugerir uma diminuição cirúrgica do tamanho de todos os pénis para um tamanho
uniforme e medicamente determinado como óptimo. Mas quantos homens, para não
mencionar as mulheres, concordariam com isto? Por outro lado o relativamente frouxo
prepúcio é mais propenso que o pénis circuncidado a sofrer danos durante a penetração,
permitindo que a infecção entre na corrente sanguínea. Certo, mas o mesmo pode ser
dito relativamente aos lábios menores e as culturas ocidentais não referem qualquer
corte nos genitais femininos como mutilação.

Fazendo esta operação mais tarde causa ao paciente preocupações que podem ser
evitadas, diz ele. Mas pelo menos permite ao indivíduo optar. Opção para os homens
não circuncidados! Tendo a sua operação mais tarde também aumenta a probabilidade
de ficar com uma cicatriz visível. Novamente, é (ou poderá ser) uma opção individual
— uma vez que já é suficientemente maturo para entender as implicações.

O Dr. Morris diz que não estão demonstrados quaisquer efeitos psicológicos negativos
da circuncisão e a dor causada pela operação pode ser evitada usando anestésicos. O
NOCIRC, o NOHARM e outros grupos anti-circuncisão, no entanto, citaram estudos
indicando que os homens circuncidados tendem a ser mais agressivos que os intactos, o
que pode contribuir para comportamentos anti-sociais.

Ele defende também que o “smegma” – a película de células mortas da pele, bactérias,
etc., sob o prepúcio – produz um odor que algumas pessoas consideram ofensivo. Os
órgãos genitais da mulher de todas as idades também têm “smegma”, e ainda ninguém
sugeriu que se deveriam cortar os lábios da vulva para o evitar, apesar de também
algumas o considerarem ofensivo.
          Há por vezes problemas físicos, incluindo infecções, que podem ser prevenidas
ou minoradas através da circuncisão. Estas são, normalmente, roturas no prepúcio
causadas pelos pais quando tentam lavar o pénis das suas crianças. A formação aos pais
pode evitar este inconveniente. O prepúcio pode ser entalado no feixo das calças quando
o rapaz se veste. No entanto, por vezes as crianças entalam os seus dedos nas portas e
nunca ninguém pensou amputar-lhes os dedos por prevenção. Os idosos nas casas de
repouso – especialmente se sofrerem de Alzheimer – são mais fáceis de cuidar. Sem
dúvida, e os doentes lobotomizados são também mais fáceis de cuidar. Este é um
argumento desumano e cruel.

          O Dr. Morris diz que em 1982 foi noticiado que 95% das infecções do aparelho
urinário em rapazes com idades compreendidas entre 5 dias e 8 meses se davam em
rapazes não circuncidados. No entanto, isto apenas afecta 3 em cada 100 000 rapazes,
ou seja isto não é um factor que se deva em ter em conta. O cancro do pénis ocorre
quase exclusivamente em homens não circuncidados dos Estados Unidos. No entanto a
incidência é mais baixa que o cancro da mama entre as mulheres, ou seja, por esta
lógica devemos remover tecido mamário das bebés, como medida preventiva!

          Foram feitos estudos em que as mulheres preferem o cheiro e a imagem de um


pénis circuncidado – especialmente para sexo oral. Por esta lógica também, se a maioria
dos homens preferem ver e sentir seios cirurgicamente aumentados, deveríamos forçar
todas as mulheres a fazer implantes mamários. Mais uma vez, é irrelevante e ofensivo
usar os desejos das mulheres como argumento para um procedimento cirúrgico
compulsivo nos rapazes, é uma violação aos seus direitos civis.

          Há aparentemente uma indicação de que homens não circuncidados têm um maior
risco de sofrer de disfunções sexuais. Penso que aqui o Dr. Morris se refere e ejaculação
prematura. No entanto, eu tenho também ouvido falar de homens que devido à
circuncisão involuntária ficaram tão insensíveis que surpreendem as suas companheiras
começando a falar durante o acto sexual. Deste modo parece que a circuncisão produz
um dano de tal ordem à sensibilidade sexual dos homens que contrabalança qualquer
possível benefício para as mulheres no sentido de estas atingirem mais facilmente o
orgasmo.

          O Dr. Morris refere que apenas uma pequena proporção de rapazes sofre de
doenças causadas pela própria operação de circuncisão, citando um estudo de Wiswell:

          Num estudo que efectuou com 136000 rapazes nascidos nos hospitais das forças
armadas americanas entre 1980 e 1985, Wiswell verificou as taxas de complicações
sexuais em circuncidados e não circuncidados. Em 100000 que foram circuncidados,
193 (0,19%) tiveram complicações, sem nenhuma morte, mas em 36000 que não foram
circuncidados as taxas de complicações foram de 0,24% incluindo 2 mortes.

Este estudo não é conclusivo, visto que não foi feita qualquer menção a outros factores, tais

como o grupo socioeconómico. É perfeitamente possível que o grupo circuncidado pertencer a

uma categoria socioeconómica mais elevada e, por isso, menos propensa a desenvolver

complicações.
O Dr. Morris critica a NOCIRC pela comparação da circuncisão masculina e feminina. Defende

que a circuncisão feminina é análoga à remoção completa do pénis. De facto, mesmo a

remoção do clitóris (que é apenas uma das formas de circuncisão feminina), continua a

permitir à mulher a função reprodutora, enquanto a remoção do pénis ao homem impede a

sua reprodução natural. O prepúcio contém muitas das terminações nervosas do pénis, ou

seja, o clitóris e o prepúcio têm funções semelhantes: A estimulação.

          O Dr. Morris acrescenta posteriormente que “os homens não circuncidados têm
uma incidência de cancro na próstata que é o dobro à dos homens não circuncidados”.
No entanto, pode ser que na América os mesmos grupos étnicos que mais circundam os
seus filhos são os que têm menor incidência de cancro da próstata. Esta hipótese é
apoiada pelo facto de que “na América, a NHSLS notou as maiores taxas entre os
brancos e com melhor educação.”

          “Alguns estudos comprovam taxas mais altas de cancro no colo do útero em
mulheres que tiveram um ou mais parceiros sexuais não circuncidados”, diz ele. Penso
que é absurdo permitir que um problema de saúde das mulheres determine o
comportamento dos homens mais do que um problema de saúde dos homens determine
o comportamento das mulheres.

          Há indicações de que a circuncisão reduz o risco de contracção de SIDA quando


não é usado preservativo durante a relação sexual. No entanto, estas “indicações” têm
pouco peso quando os médicos encorajam o uso de preservativo como meio mais seguro
de ter relações sexuais.

          O Dr. Morris admite que a circuncisão tem realmente alguns riscos, tais como
sangramento excessivo, infecções, a possível necessidade de cirurgia adicional,
bloqueamento do nervo dorsal do pénis e morte. Mas não considera qualquer destes
riscos sério ou frequente.

Conclusão

             A questão da dimensão dos vários riscos e benefícios da circuncisão continuará a ser
obviamente controversa. No entanto, nenhum dos riscos ou benefícios considerados parece
ser de grande importância para os homens. Sendo assim, a questão dos direitos humanos
deverá prevalecer. Por outras palavras, o homem deverá poder optar se pretende ou não esta
operação irreversível, o que significa que não deverá ser feita, pelo menos, antes que atinja a
adolescência.

          É importante salientar que esta operação não é completamente reversível. O


prepúcio pode ser restaurado como forma de cobrir a glande, no entanto, as terminações
nervosas não podem ser substituídas. Dado que a minha posição aqui é filosófica, pode
ser possível argumentar com razões de natureza religiosa para ultrapassar estas
considerações sobre direitos humanos, caso os pais sejam judeus ou muçulmanos. De
qualquer modo, não sou muito complacente neste ponto.

CAPÍTULO 3: VIOLAÇÃO: TER A FACA E O QUEIJO NA MÃO

O que quer que faça, meu caro

             Aconteceu-me uma coisa surpreendente enquanto trabalhava neste livro: Quando
estava a receber uma formação para professores, alguns feministas deram-me o melhor
argumento para refutar a sua posição sobre a violação, do que qualquer outro que eu
conseguiria encontrar!(1)  De facto, este grupo, constituído principalmente por mulheres, são
umas feministas (e de esquerda, geralmente) tão determinadas que quase tenho que me
beliscar. Eis o que aconteceu.

Um dos temas que durou um dia de formação foi o sexo cerebral, baseado num livro com o
mesmo titulo(2). Após se ter falado um pouco sobre as diferenças entre psicologia feminina e
masculina mencionadas no referido livro, o moderador, dirigindo-se às mulheres da audiência,
disse qualquer coisa do género: “Sabem o que acontece quando dizem aos vossos maridos
para não vos comprarem um presente de aniversário, e ele não compra?”

          Formou-se um coro de concordância complacente principalmente entre a audiência

feminina. É suposto os homens saberem que precisam de comprar um presente. É claro que eu

apanhei logo a oportunidade para dizer, “É exactamente como a violação. A mulher diz ‘não’, e

homem erra faça o que quer que faça.”

          Formou-se uma surpreendida, mas quase unanima retaliação de “não!” da mesma
audiência. (eu poderia ter acrescentado que numa situação destas um homem poderia
acabar na prisão por ter feito uma opção, ou perder o seu casamento por ter feito a
outra.)

          Assim, se uma mulher diz “não” significando “sim” numa situação, e “não”
significando “não” noutra, é suposto os homens mágica ou telepaticamente intuírem o
significado correcto e actuar de acordo? Apenas os que beneficiam desta faculdade
podem dizer que isto faz sentido.

          Este incidente ilustra um certo número de pontos: Um é que a insistência


feminista de que sempre que uma mulher diz “não” quer dizer “não” é uma mentira,
como Camille Paglia, fez notar, embora se considere a si própria feminista. E que
muitos homens foram condenados porque esta doutrina se tornou oficial em alguns
tribunais.

          Outro ponto é que permitindo que apenas as feministas tomem a palavra em
políticas de sexo ou género, se criou uma sociedade em que as mulheres têm a faca e
queijo na mão, enquanto os homens são colocados numa situação de serem presos por
ter cão e serem presos por não terem. Por outras palavras, os homens ocidentais têm
cada vez mais que escolher entre evitarem relacionamentos ou arriscarem-se a serem
condenados por violação. A situação masculina de sempre-a-perder existe também no
tribunal em processos de divórcio ou de violência doméstica. Estas situações são o
resultado inevitável da institucionalização de grupos de pressão femininos enquanto se
ignoram ou se desencorajam grupos de pressão masculinos, que é o que fazem os meios
influentes ocidentais. Resumindo, esta política de exclusão das perspectivas masculinas
conduzirá a uma única conclusão: um movimento contra o feminismo.

          O ponto final que esta anedota ilustra é como o politicamente correcto está
perfeitamente preparado para negar verdades óbvias e forçar a sua fé por simples peso
de números. Isto pode ver-se pelo coro de “nãos” que o meu comentário suscitou. Para
falar verdade, no dia seguinte parece que o meu ponto de vista tinha atingido alguma
extensão, já que a sua retaliação foi provavelmente o tremer de joelhos das pessoas que
reconheceram a heresia quando a ouviram. Mas devo acrescentar que preparei o terreno
durante vários anos, com a introdução de heresias anti-feministas. Mas neste contexto, o
seu preconceito continuaria a prevalecer e a minha carreira sofreria várias
consequências.

Há basicamente duas maneiras de olhar para a violação:

1.  Encontrar mais maneiras de dizer que o homem é um ser demoníaco, possivelmente
como reacção à negação da sua culpa sobre o aborto (a aproximação de extrema
feminista)

2.  Compreendendo-a e tomando uma atitude para prevenir ou atenuar as suas


consequências.

          Eu opto pela segunda aproximação, e este capítulo vai incidir na violação
masculina/feminina que é a forma mais conhecida. No entanto, outras formas como a
violação feminina/feminina, podem ocorrer, tal como relatado no artigo, “Fui violada
por outra mulher” (“I was raped by another woman”, Cleo magazine, New Zealand,
August 1999).

O contexto anatómico de violação

          Se pensa que os homens são maus e as mulheres são boas, e que as mulheres são
sempre vitimas numa relação sexual heterossexual, e que a violação é sempre culpa do
homem, neste caso não deve continuar a ler. Este capitulo não é para si. Como veremos
no capítulo sobre igualdade, homens e mulheres não têm uma relação de simetria e em
parte alguma isto está mais claramente demonstrado que numa relação de namoro e
numa relação sexual.

          Podemos começar com a falta de simetria reciproca da anatomia genital do


homem e da mulher. Homens e mulheres não têm uma anatomia genital reciprocamente
simétrica ou idêntica. Em vez disso, têm anatomias complementares. Como todos
sabemos os homens têm um pénis e as mulheres têm uma vagina. O pénis ajusta-se
razoavelmente bem à vagina o que com frequência dá prazer a ambos os companheiros
e pode resultar na concepção de um filho, o que pode ser uma consequência desejada
deste procedimento.

          Agora, eu não sou técnico nem especialista de Kama Sutra, mas o ângulo terá que
ser o correcto ou caso contrário a mulher pode magoar o pénis do seu companheiro.
Deste modo é melhor para o homem determinar o ângulo porque apenas ele pode,
instantaneamente, saber se é ou não o melhor, para preservar o seu pénis.

          Naturalmente, que não estou a ser muito rígido neste conceito. Outras posições
que não apenas a posição de missionário são viáveis, e não apenas viáveis. No entanto,
não são tão comuns, nem tão frequentemente praticadas como a posição de missionário.

          Os elementos cruciais que eu quero ressaltar desta exposição são as seguintes:

1.  o acto sexual é uma prática a dois;

2.  na maioria dos casos, alguma força ou pressão, tem que ser aplicada pelo homem;

3.  em muitos casos, a mulher oferece alguma resistência a esta força, pelo menos para
ultrapassar os músculos da vagina.

          Deste modo podemos ver já que a violação é uma questão de grau. Na verdade,
longe de discordar com as feminazis que clamam que “todos os homens são violadores”,
eu concordo com elas. Os homens que participam numa relação heterossexual são quase
compelidos a usar força contra a resistência natural da mulher, o que provavelmente é
abrangido por algumas definições de violação. O homem tem um pénis que tem que
estar erecto para que a relação sexual possa ter lugar, e comumente, o pénis deve ser
forçado numa pequena abertura para que a penetração ocorra. Estes factos significam
que a psicologia de um homem excitado tipicamente deve ser diferente da de uma
mulher excitada.

          As feministas que clamam que a violação não é acto sexual mas um acto de
violência estão erradas. O artigo “as causas do comportamento criminal – porque fazem
eles isso?” (“The Causes of Criminal Behaviour - why do they do it?”) mostra o
contrário, a julgar pelo próprio testemunho de violadores. Os violadores declararam que
o impulso para ter sexo com uma mulher adulta é a principal causa do crime (3). Todos
os estudos que concluíram que a violação é o resultado de fúria ou perda de controlo,
têm que ser revistos por investigadores que não estejam sob a ameaça feminista. As
feministas têm uma forte motivação ideológica para provar que a violação é um acto de
violência, e qualquer “investigação” efectuada por elas nesta área está limitada por ter
uma finalidade prévia.

          Esta finalidade, em alguns países, foi levada tão longe que a pena máxima por
violação é maior que a pena máxima por assassinato! Na Nova Zelândia, por exemplo,
existe o conceito de “detenção preventiva”, isto é, um período de detenção não definido,
que é imposto a crimes sexuais mas não aos de assassinato. Aqui, tal como nos casos de
aborto e de divórcio, o valor que a sociedade atribui aos direitos e conveniências das
mulheres ultrapassam os direitos dos homens e das crianças nascidas ou não.
          De facto, a discussão sobre se a violação envolve sexo ou violência, perdeu em
parte a razão de ser. Nós temos palavras como “sexo”, “violência”, “prazer” e “dor” que
nos permitem dividir o mundo em conceitos arbitrários. A própria realidade é amorfa.
Existe muito pouca diferença entre um acto sexual e um acto de violência. Será muita
coincidência se as palavras acima poderem corresponder totalmente a reacções
bioquímicas completamente distintas e separadas. Não sou bioquímico, no entanto,
posso esperar que algumas investigações nesta área sejam feitas e examiná-las
cuidadosamente.

          A prática sexual na vulgar posição de missionário é um acto de violência, como


se explicou acima. Deste modo, não há um nítida linha de divisão entre prazer e dor.
Isto são experiências sensoriais, e umas são claramente de prazer e outras, claramente
de dor, com uma área de divisão pouco nítida entre elas. Assim certos actos são
simultaneamente actos sexuais e actos de violência e as pessoas podem sentir ao mesmo
tempo prazer e dor.

          Bastantes experiências, especialmente em jogos sexuais, são um pouco dolorosos


e mais que um pouco actos de prazer. Quantas mordeduras e unhadas não fazem parte
de alguns actos sexuais? No entanto, como aqui as “vítimas” são geralmente os homens,
as feministas não encontram lugar onde referir este assunto. Servidão e sado-
masoquismo são apenas algumas práticas do espectro de comportamentos sexuais e não
é esta a diferença em relação ao “sexo normal”. Os filmes de pornografia e morte, por
terríveis que sejam, são apenas um caso extremo de sexo/violência.

O contexto social da violação

As diferenças entre o comportamento sexual dos homens e das mulheres são em certa
medida equivalentes às diferenças da sua anatomia. Por outras palavras, os homens têm
o principal órgão (arma) do acto sexual, e são também os que tomam a iniciativa da
corte. As mulheres têm o receptáculo para o acto sexual, tendem a ser quem recebe a
corte. É, do ponto de vista biológico, geralmente eficiente para a mulher comportar-se
tão passivamente durante a corte como o faz durante o próprio acto sexual. Do mesmo
modo, do ponto de vista biológico, é eficiente para o homem comportar-se de modo tão
agressivo na corte como no acto sexual.

Isto porque quer a mulher quer o homem podem aplicar o mesmo género de
expectativas (ela: “deixá-lo ter a iniciativa; ele: “É meu dever fazer a penetração”).
Seria um pouco esquizofrénico se a mulher tomasse a iniciativa durante a corte e
subitamente se convertesse à passividade durante o próprio acto sexual. Em termos de
hormonas e estruturas de personalidade, duvido que o ser humano possa evoluir neste
sentido contraditório.

Dado que todos os homens enfrentam a necessidade de lidar com a rejeição frequente ou
indiferença aparente (e as mulheres não), a sobrevivência da espécie exige que o homem
adopte uma atitude de insensibilidade à aparente rejeição. O velho provérbio “nem o
diabo têm a fúria de uma mulher recusada” tem sentido apenas se a mulher for
raramente recusada. O leitor certamente que não tem a impressão de que hajam milhões
de mulheres movimentando-se impaciente e enraivecidamente por terem sido recusadas.
As mulheres podem sentir-se recusadas algumas vezes no sentido em que não recebem a
atenção do homem que andam a tentar atrair. Mas isto é muito suave em comparação
com a experiência frequente do homem em fazer uma proposta clara a uma mulher que
o rejeita de forma cruel e humilhante. Não se conhece nenhum provérbio do tipo “nem o
diabo têm a fúria de um homem recusado” pela simples razão de que ser recusado por
uma mulher é experiência comum à maioria dos homens, que não poderiam fazer a sua
vida normal se tivessem ataques de fúria cada vez que isso acontece.

          Há aqui também uma questão de status. Só se pode ficar “furioso” se sentir que se
perdeu o domínio e foi humilhado. Para uma mulher, é humilhante expor-se à rejeição
apenas para ser rejeitada, enquanto um homem não tem o género de status ou orgulho
no contexto no jogo de sedução que lhe dá o luxo de se sentir humilhado pela rejeição.
O homem pode sentir-se deprimido, certamente, mas não furioso. (Na verdade, o
homem que se sente enraivecido pela rejeição é geralmente considerado perigoso e
potencial criminoso.)

          Esta rejeição pode por vezes ser muito traumática, especialmente em rapazes
adolescentes. Deste modo um homem terá que se conformar com o celibato ou aprender
a ser insensível. Há apenas uma linha muito ténue entre esta mentalidade e a
mentalidade de um violador, e é inevitável que este limite se cruze de tempos a tempos.
Deste modo, no contexto,  da definição, reconhecimento e perseguição de crimes
sexuais, é um tanto injusto condenar duramente os homens que cruzem este limite,
particularmente enquanto se permitir às mulheres comportar-se como querem sem
correrem qualquer risco legal sério.

O conceito legal de violação

          Temos que decidir quando, e em que extensão, violação e passividade feminina
são dois lados da mesma moeda geneticamente programada, e então projectar de acordo
o nosso sistema legal. Um problema significativo é o do efeito da propaganda feminista
subtil, e como ele tenta deixar a mulher com a faca e o queijo na mão. A mulher dá-se
ao luxo de esperar que o homem tome todas as iniciativas, e depois acusá-lo de violação
quando e da forma que quiser.

          Os masculinistas deverão exigir igualdade sexual na área dos crimes sexuais. Os
tipos de crimes que as mulheres cometem deverão ser mais duramente penalizados do
que são no presente. Para contrabalançar o crime de violação (a menos que este seja de
alguma maneira desvalorizado), sugiro que haja um processo legal de penalizar a
mulher em grau equivalente por falhar na tomada de iniciativa em relações sexuais, ou,
em alternativa, por rejeitar um homem quando possa ser argumentado que foi ela que o
deixou.

Mulheres em vantagem?

          Na prática e na esmagadora maioria dos casos, o homem tem que ter a iniciativa
no relacionamento sexual com a mulher a oferecer resistência numa atitude que vai de
desencorajamento activo (frequentemente, mas claro que nem sempre, cedendo à
medida que o homem insiste), até à aparente indiferença, de qualquer modo com um não
desencorajamento ambíguo e com sinais de receptividade. Um estudo afirma ter
mostrado que, em locais frequentados por solteiros, é principalmente a mulher que toma
a iniciativa sexual. Este estudo inclui o primeiro contacto físico, no entanto, o estudo
aparentemente incluío o toque “incidental” ou “quase-incidental” do homem pela
mulher. Isto poderá ser típico da posição geral da mulher de negação no relacionamento
sexual. Deste modo, é actualmente claro, que o risco da transição do conhecimento
casual para um relacionamento físico ou sexual continua a ser uma responsabilidade
masculina.

          Relativamente recente, o conceito de “época de violação” atingiu os seus valores


máximos, particularmente nos Estados Unidos da América. Daqui o aparecimento da
Escola de Polícia de Prevenção das Ofensas Sexuais de Antioch (1996) a qual se centra
na seguinte definição de “consentimento”: “Acto de voluntarismo e concordância verbal
para se envolver num comportamento sexual específico”.

          O que há de novo na época de violação é que representa uma mudança na


definição de violação. Previamente, a maioria das pessoas assumia que violação era a
penetração sexual forçada de uma mulher sem a sua concordância explicita. Isto é
completamente injusto para o homem. Como Thomas (Not Guilty: In Defence of the
Modern Man, London:Weidenfeld and Nicholson, 1993) referiu:

          Parece haver pouca possibilidade de um rapaz não poder ser acusado de violação.
Para os rapazes ainda se espera que convidem as raparigas para sair, bebam uns copos
com elas, lhes declarem amor eterno e então façam a tentativa ... se não as tentarem
seduzir, as raparigas sentem-se ofendidas (e começam a fazer difamações sobre a
virilidade do rapaz – Peter Zohrab). E ... pode nunca chegar o momento em que o rapaz
pergunte claramente, “Posso meter” e obtenha a resposta “sim” (op. cit, pag. 178)

          E então aqui está o velho problema da mulher que diz “não” querendo dizer
“sim”, que já referi antes. Muitas feministas negam que isto aconteça, mas Thomas: Not
Guilty: In Defence of the Modern Man, London:Weidenfeld and Nicholson (1993) cita
um inquérito de 1991, conduzido entre as estudantes do Departamento de Psicologia da
Universidade do Texas, onde cerca de 50% das inquiridas admitiu dizer “não” a
propostas sexuais quando realmente queriam dizer “sim” ou “talvez”. Os homens devem
conhecer este género de comportamento da sua própria experiência.

O contexto político da violação

Eu por min estou de acordo com Barbara Amiel (referido por Thomas: Not Guilty: In
Defence of the Modern Man, London:Weidenfeld and Nicholson, 1993, pags 178-9),
que escreveu que o feminismo...

... mudou o seu objectivo de igualdade entre os sexos para o objectivo político de poder para a

mulher, e está agora a caminho de legislar sobre a existência de hábitos de corte com base

biológica para as nossas espécies ... As feministas pretendem que a sexualidade masculina seja

irrelevante face à lei criminal. As mulheres devem ser livres de se envolver em qualquer tipo

de comportamento que se ajuste à sua própria sexualidade sem olhar às consequências. Esta
lógica vê o homem como um simples vibrador. A mulher pode pegar-lhes, ligá-los, usá-los e

depois, se o botão de desligar não funcionar, processam judicialmente o fabricante pelos

estragos.

Também concordo com a conclusão de Amiel em que atrás de toda esta questão de época de

violação há um objectivo oculto que se pode ver no facto de que as chefes mais velhas da

Organização Nacional de Mulheres Americanas (USNOW), a maior organização feminista da

América, eram lésbicas. Deveria ser psicologicamente duro para as activistas feministas

atacarem homens da maneira que o fazem, se ao mesmo tempo estivessem emocional e

sexualmente envolvidas com homens.

          Claramente, muitas escritoras e activistas feministas odeiam homens,


possivelmente porque são lésbicas. Qualquer um que leia o SCUM Manifesto, por
exemplo, fica sem qualquer dúvida de que é o produto de um ódio lésbico ao homem,
ou misandria, travestida de teoria política:

A vida nesta sociedade que, no seu melhor, é um completo buraco e sem nenhum aspecto que

seja relevante para a mulher, permanece um lugar de mulheres responsáveis, com sentido

cívico e barulhentas somente para derrubar o governo, eliminar o sistema monetário, instituir

a automação completa e destruir o sexo masculino (primeiro parágrafo de the Scum

Manifesto).

          Isto pode ser, em certo sentido, uma situação do género ovo-e-galinha: algumas
mulheres podem tornar-se lésbicas por se terem juntado a um movimento feminista e
encontrado feministas lésbicas, outras podem ter começado como lésbicas e
encontraram depois o movimento feminista como meio de expressar a sua aversão aos
homens. Outras ainda podem ter sido bissexuais ou com tendências lésbicas que
encontraram no movimento feminista o ambiente propício que as conduziu ao
lesbianismo em vez de à heterossexualidade. Algumas podem mesmo ter-se juntado a
movimentos de mulheres para encontrarem companheiras!

Brownmiller (Against Our Will, New York: Simon & Schuster, 1980) estabeleceu uma
teoria de violação muito radical, ou mesmo misandrista:

A capacidade estrutural do homem para a violação e a correspondente vulnerabilidade

estrutural da mulher são tão básicas na fisiologia de ambos os sexos como o próprio acto
sexual ... anatomicamente, poderemos pretender melhorar a arquitectura natural, mas esta

especulação, a min, parece-me irrealista ... No ambiente natural de violência em que viveu o

homem e a mulher primitiva ... a violação tornou-se não só uma prerrogativa masculina, mas

também uma forma básica de demonstração de força contra a mulher, o principal instrumento

do desejo dele e do medo dela ... É nem mais nem menos que um processo consciente de

intimidação pelo qual todos os homens mantinham todas as mulheres em estado de medo.

(Brownmiller 1980, 232-233).

Apesar de Brownmiller ter eventualmente repudiado muito do que disse em Against Our Will,

esta pretensão foi mesmo assim muito influenciadora, particularmente a ideia de que todos os

homens conscientemente mantinham todas as mulheres sob o medo de serem violadas, o que

é uma estrondosa mentira. Não é certamente verdade para min, e duvido que seja o único.

Quando penso em violação, de todo, nunca me ocorreu que a hipotética possibilidade de

violar alguém me pudesse trazer algum sentimento de poder. Apenas penso nisso em termos

de como eu me sentiria depois. Se todas as mulheres receiam ser violadas é outra coisa, e as

feministas têm trabalhado arduamente para incutir este medo em todas as mulheres.

Contudo, Brownmiller tem razão num aspecto oculto em toda este exagero: é plausível sugerir

que a possibilidade de quase todos os homens poderem violar quase todas as mulheres

introduza alguma cor no poder de relacionamento entre os sexos. Do mesmo modo, porém,

poderíamos dizer que o facto de qualquer mulher poder gritar por violação após qualquer

relação sexual também vá colorir o poder de relacionamento entre os sexos.

          As mulheres são, em geral, comparativamente mais passivas numa relação sexual,
e numa relação com penetração em particular. Deste modo o homem corre sempre o
risco de que o “não” de uma mulher, que normalmente significa “sim” (e é muito
comum, como vimos no inquérito citado acima), possa depois ser reclamado como
querendo significar “não”. Isto é especialmente o caso das sociedades onde é
actualmente possível a uma mulher processar o próprio marido por violação. A violação
tem que ser vista no contexto da época, dos hábitos respeitantes a preliminares e
penetração, pressões e práticas. Browmiller falou da “capacidade estrutural do homem
para a violação e a correspondente vulnerabilidade estrutural da mulher”. O outro lado
da moeda é a capacidade estrutural da mulher para ser passiva e ambígua, e a
correspondente vulnerabilidade estrutural  do homem à recusa e a falsas acusações.

          O contraste entre pénis e testículos de um lado, e vagina e ovários por outro, é
relevante da questão da igualdade legal. Ter uma vagina, torna a mulher mais propensa
a ser vítima do que a ser agente da violação, enquanto ter um pénis torna o homem mais
propenso a ser vítima de falsas alegações de violação. Se incluirmos “consentimento
reluctante” na categoria de “violação”, como algumas feministas fazem, então o homem
pode ser igualmente “violado” deste modo. E de acordo com um inquérito citado por
Warren Farrell, isto é razoavelmente  comum.

Projecto-lei de direitos do acto sexual?

          As feministas ventilam a ideia de que qualquer homem que sinta tão fortes
necessidades, não consegue literalmente controlar-se a si próprio. Não sei como podem
elas conhecer este possível facto. Possivelmente tudo isto significa que a mulher nunca
tem estes sentimentos. Certamente um sistema legal nunca deverá pedir que um homem
pare uma penetração a meio. Nem deve uma mulher ter o direito de esperar que um
homem se controle a tal ponto de parar uma relação sexual iniciada quando ela diz.
Reclamo isto na qualidade de activista de direitos dos homens! Os homens têm que ter
alguns direitos no acto sexual, e este precisa de ser um deles. Um homem não é
simplesmente um vibrador vivo que responde ao chamamento ou sinal da mulher. O
homem não pode ser ligado e desligado como parece ser o desejo de algumas mulheres
e do sistema legal feminista. Possivelmente precisamos de um projecto-lei de direitos do
acto sexual, com este ponto no seu artigo primeiro.

          Há então o assunto das bolas azuis. O trabalho de referência do médico Rosenfeld
(Symptoms, New York:Bantam 1990) contém a passagem seguinte:

     Outra causa da dor testicular é uma relação sexual não completada. A congestão
resultante dos tecidos do escroto causa dor. A situação, conhecida entre aqueles que a
sofrem por “bolas azuis”, é remediável – mas não por um médico!

          A mulher não sofre dor análoga por uma relação sexual não completada, e em
sociedades onde a masturbação é altamente desaprovada, um homem pode chegar a um
estado de luta contra a compulsão sexual de violar uma mulher devido à pressão física
de se libertar da sua dor. Isto não torna a violação desculpável (moral ou legalmente),
mas coloca o homem numa situação diferente daquela que a mulher enfrenta.

Conclusão

          A questão da violação precisa de ser repensada nas sociedades ocidentais. Tal
como outras questões de homens e pais, esta deverá ser, e provavelmente será, um duplo
ataque ao status quo:

1.      Grupos especializados em homens concentrar-se-ão num lobbying para a mudança


de leis específicas.
2.      Os activistas dos direitos dos homens em geral gradualmente farão a sociedade
compreender que os sentimentos, interesses e direitos dos homens e pais, precisam de
ser tidos em conta aquando da tomada de decisões legislativas e administrativas que os
possam afectar. Isto aplicar-se-á gradualmente a leis relacionadas com a violação e,
também, a outras partes do sistema legal.

Neste contexto, os costumes das sociedades onde as mulheres fazem um esforço para serem

modestas e se colocarem na pele dos homens, nunca mais parecerá estranho. Elas serão uma

solução para um velho problema, As modernas sociedades feministas tomaram o objectivo de

as mulheres “poderem ter tudo” – isto é, se alguma coisa der errada, a culpa é posta sobre o

homem. Isto é injusto para o homem.

          Não vejo uma utopia óbvia, tão depressa quanto o exige a preocupação com a lei
da violação. A violação é um problema. Parte do problema é que a lei está a intervir nas
áreas da corte e do acto sexual, e estas áreas não fazem igual pressão em homens e
mulheres.

CAPÍTULO 4: AS MENTIRAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: O HOMEM


NUM BECO SEM SAÍDA

Introdução

Eis um interessante artigo de jornal:

          O martelo fez ricochete: Na noite passada uma mulher com graves perdas de
sangue na cabeça foi assistida no hospital após ter agredido o seu marido com um
martelo, ... referiu a polícia. O seu marido levantou um caixote de lixo e o martelo fez
ricochete, atingindo a mulher na cabeça, não lhe sendo atribuídas culpas.(1)

Esta notícia foi publicada em letras pequenas e escondida numa página interior do jornal. Se

tivesse sido o homem quem sofresse como resultado de ter tentado agredir a sua esposa, a

notícia teria tido honras de primeira página em grandes letras! Um tipo semelhante de artigo

publicado noutro jornal neozelandês (propriedade da filial de Wellington da Australian

Associated Press) em 29 de Novembro de 1999 refere:


               Tesoura na cabeça: No fim de semana uma rixa doméstica deixou um homem de New

South Wales com uma tesoura espetada na cabeça, atingindo o cérebro numa profundidade

de um centímetro. O homem, de 24 anos, que continuou consciente, foi levado de helicóptero

de Bathurst para Sidney a fim de ser submetido a intervenção cirúrgica.

O que é espantoso neste artigo é que não foi mencionado quem foi o agressor, o que me deixa

a certeza de ter sido uma mulher. Também não mencionou qual a acção que a polícia tomou

contra o agressor, se é que tomou alguma. Se o agressor tivesse sido um homem e a vítima

uma mulher, o artigo teria sido escrito de maneira diferente, com ênfase na odiosidade do

acto e do agressor.

A mesma abordagem da história foi feita pelo Sydney Morning Herald no mesmo dia. Quando

poucos dias depois telefonei à Australian Associated Press, não tinham qualquer registo do

referido artigo visto que apagam todos os registos electrónicos após dois dias. Parece claro

que as feministas (quer sejam homens ou mulheres) em posições influentes (tais como

jornalistas) abusam da sua influência, ajustando a informação de modo a satisfazer os seus

objectivos políticos. Deste modo ocultam a informação que representa as mulheres como

agressores e os homens como vítimas de violência doméstica, de tal modo que o público é

muito mais susceptível de ser enganado pela propaganda tendenciosa proveniente de fontes

nitidamente feministas.

          Como explico algures (por exemplo, capítulo 13), os meios de comunicação são
fortemente tendenciosos a desfavor do homem. Como outro exemplo, publicado por
todo o mundo foi o caso da célebre cantora, Withey Houston, que anunciou
publicamente, ter sido ela que bateu no seu marido, e não o contrário. Foi publicado que
o seu marido foi preso por ter batido em outras mulheres, mas nunca se viu uma
sugestão de que Witney Houston deveria ser presa por ter batido no seu marido. É que
acima de tudo ela é uma mulher!

          Estatísticas objectivas mostram que homens e mulheres batem-se em proporções


iguais. Veja-se a extensa e anotada bibliografia de Fiebert em
www.csulb.edu/~mfiebert/assault.htm. Na página 237 do Handbook of Family Violence,
editado por Vincent B. Van Hasselt (Plenum, 1998), Steinmetz e Lucca referem que os
homens são agredidos pelas mulheres numa proporção de 1,47:1. Do mesmo modo o
Guardian Weekly, em Fevereiro de  1999, refere um estudo do British Home Office  em
que mostra que “os homens ... são tão agredidos como as mulheres pelas(os) seus
cônjuges.” Num estudo feito na Nova Zelândia, também foi visto que homens e
mulheres se agridem com a mesma frequência.

          Quando os jornalistas falam em parcialidade dos meios de comunicação, focam-


se nas irrelevantes tendências políticas dos seus proprietários. Os jornalistas raramente
se criticam a eles próprios. Os proprietários dos meios de comunicação, no entanto,
estão mais interessados em fazer dinheiro do que em fazer valer algum ponto de vista
em particular. Os editoriais e os artigos principais podem, em alguns casos, apresentar
um tom conservador, mas é a selecção e o realce das notícias anti-masculinas (tais como
os itens sobre violência doméstica) e a cobertura tendenciosa, usando o calão feminista,
por jornalistas mandados que constitui a imprensa tendenciosa mais influente. Porque a
tendenciosidade de um artigo não é tão óbvia num editorial ou num artigo de capa, o
cidadão comum sente maior relutância em opor-se-lhe no todo ou em parte.

          Num relatório de 1999 sobre averiguações jurídicas dos congressistas americanos
sobre actos violentos contra as mulheres (VAWA), Stuart Miller escreveu, dirigindo-se
à liga americana de pais e crianças:

Mais tarde, a imprensa apenas entrevistou os advogados das mulheres agredidas e


recusou-se a aceitar qualquer estudo ou comentário que não conduzisse à “necessidade”
de mais dinheiro para a VAWA .... Um repórter arregalou os olhos perante o
pensamento de que nenhum homem tinha sido privado dos seus filhos devido a
alegações falsas ... e escarneceu dos homens que sugeriram tão “absurda ideia”.

Vamos examinar estas questões com algum detalhe. Sommers (“Who stole the
feminism?”, Christina Hoff, 1994, pág. 10) refere:

Nas últimas duas décadas, ... o estudo da violência conjugal tornou-se sinónimo do
termo “abuso da mulher” ... A razão para este nome tendencioso deve-se à ênfase que
tem predominado no abuso do homem sobre a mulher devido à maior visibilidade das
mulheres como vítimas de violência familiar ... o movimento dos sem abrigo tornou isto
possível aos investigadores colocando prontamente à disposição uma amostra de
mulheres desejosas de testemunhar o abuso que sofreram.

A violência doméstica é uma arma do arsenal feminista. O feminismo é actualmente


uma indústria auto-sustentada no mundo ocidental, e está a tentar usar as Nações Unidas
e outras organizações, como a World Vision, para se instituir através do mundo. Para
este fim, precisam de um constante fornecimento de questões e problemas sobre os
quais seu exército de investigadores, políticos, burocratas, jornalistas e assistentes
sociais vai trabalhar, frequentemente pagos pelos nossos impostos. Estes problemas e
questões têm normalmente as características seguintes:

1.  Colocam a mulher, e possivelmente, as crianças no papel de vítimas;

2.  Colocam o homem no papel de vilão;

3.  Podem fazer o homem sentir-se culpado colocando-o na defensiva;


4.  Qualquer responsabilidade da parte da mulher é desvalorizada ou mesmo ignorada.

          Violação, abuso sexual de menores e violência doméstica (também conhecida por
Violência Familiar) são três exemplos clássicos deste tipo de questões feministas. No
que diz respeito à violação, feministas extremos usaram o slogan, “todos os homens são
violadores”. (French, The Women’s Room, 1977) No que diz respeito ao abuso sexual,
por vezes os “psicoterapeutas” (com pouca ou nenhuma formação) encorajam mulheres
adultas a “recordar” o abuso sexual (normalmente cometido por homens) de que foram
vítimas enquanto crianças, e que pretende servir de explicação para os desvios
psicológicos actuais. Este é o chamado Síndroma da Falsa Memória. A histeria das
feministas criou sobre este assunto uma espécie de caça às bruxas (normalmente contra
os homens) numa tal extensão que os advogados do sexo masculino estão receosos de
dar banho aos seus filhos com medo de que alguma ex-esposa se zangue e mais tarde o
vá acusar em tribunal de abusar sexualmente de crianças. Mesmo sem qualquer prova, a
simples acusação é frequentemente suficiente para que a tutela das crianças ou o direito
de visita lhe seja retirado. Os homens têm sido também discriminados quando tentam
empregos de educadores de infância ou professores de ensino básico devido a um medo
infundado de que todos os homens são potenciais abusadores sexuais.

          O ponto de vista feminista sobre violência doméstica foca-se no homem abusador
e na mulher vítima. Esta tendência alimenta-se em livros e filmes tais como “Once were
warriors” um filme baseado numa novela sobre violência de um homem numa família
Maori da Nova Zelândia. As mulheres Maori na Nova Zelândia rapidamente aceitaram
esta ficção uma descrição realista da violência doméstica nas famílias do seu país, o que
lhes inspirou uma espécie de ódio legítimo contra pessoas que, como eu, apresentam a
violência doméstica de uma forma isenta. Algumas destas mulheres Maori chegaram a
riscar o meu carro e a limitar a minha participação num evento subordinado ao tema
“pais, famílias e o futuro” realizado na cidade neozelandesa de Wellington em Abril de
1999.

As mentiras sobre a violência doméstica

          Há principalmente cinco mentiras sobre violência doméstica nas quais as


feministas insistem mais do que informam:

1.  Existe um síndroma chamado “síndroma das mulheres violentadas”;

2.  Os homens cometem mais violência doméstica que as mulheres;

3.  Os homens iniciam todos ou a maioria dos incidentes de violência doméstica;

4.  Os homens causam maiores danos às mulheres que as mulheres aos homens, e
portanto, apenas os homens devem ser avisados ou condenados;

5.  Se um homem for acusado de violência doméstica, isto deverá ser razão para limitar
o contacto com os seus filhos em caso de separação ou divórcio.
 Síndroma das mulheres violentadas

O “síndroma das mulheres violentadas” teve origem no caso de Jennifer Patri em 1977.
Os síndromas são conjuntos vagos de sintomas ou comportamentos que se prestam a
manipulação política. O livro que primeiro popularizou e justificou esta noção é
“ciência de cordel”.(The Battered Woman by Lenore Walker, New York: Harper
Colophon Books, 1979) Isto pode ser atestado pelo seguinte excerto do artigo de revisão
de Robert Sheaffer:

Todos nós ouvimos falar sobre o “síndroma das mulheres violentadas”, o qual originou
este livro .... O síndroma das mulheres violentadas é, insatisfatório como trabalho sério
e, completamente inaceitável como fundamento para lei de família. Primeiro, é
completamente inútil, sem a verificação objectiva dos incidentes nele relatados, estes
não são mais que boatos. Segundo, o livro nem sequer tem pretensões de ser objectivo,
isto é, é apresentado o lado feminino e apenas este, quando é inegável que numa grande
percentagem de casos, a mulher inicia a violência contra o homem. Terceiro, a definição
extrapolada de “violentada” da Professora Walker, que inclui abuso verbal, nem sequer
considera a questão do abuso verbal da mulher ao homem. Quarto, não há qualquer
razão para acreditar que a amostra da Professora Walker de “síndroma das mulheres
violentadas” seja uma amostra representativa, e mesmo que seja, não apresenta qualquer
estatística que dê validade às suas conclusões. Na realidade, a maioria das suas
conclusões são inteiramente desprovidas de factos, sendo simplesmente referidas ex
cathedra.2

A Professora Walker (e a infeliz qualidade do seu trabalho ilustra quanto o titulo de


“Professor” pode ser decepcionante) afirmou que havia um “síndroma” com o qual a
vítima feminina de violência doméstica se tornou psicologicamente incapaz de
abandonar a relação. Isto pode ou não ser verdade, contudo o seu trabalho não o provou.
Karen Horney (Feminine psychology, Norton & company, New york,1993) descreveu
previamente aquilo que pode ser chamado o “síndroma da mulher masoquista”, o que
pode ser visto como uma via menos anti-masculina de descrever o mesmo fenómeno. E
sem dúvida que é perfeitamente possível para uma pessoa, homem ou mulher, ser
sujeita repetidamente a abuso físico e psicológico numa relação, e por vários factores
sentir-se impedido de abandonar a mesma relação. Alguns destes factores podem
incluir:

1.  Medo do que o(a) seu(sua) companheiro(a) possa fazer se abandonar a relação;

2.  Preocupação com os possíveis efeitos nas crianças;

3.  Medo de solidão;

4.  Preocupação com possíveis reacções de familiares e amigos;

5.  Relutância em deixar que detalhes sórdidos sua vida privada sejam julgados em
público.

          Juntar isto tudo num “síndroma” e dar-lhe um nome do tipo “síndroma das
mulheres violentadas” é uma maneira prática de criar um instrumento de atingir os
homens, mas tem que ser visto como jogada política que é. Durante séculos, os homens
reclamaram que as esposas eram chatas, mas actualmente os homens ocidentais estão
praticamente proibidos de reclamar sobre as mulheres em público, porque de outro
modo ainda poderemos talvez ouvir falar sobre o “síndroma dos maridos chateados”

          Alguns escritores feministas (por exemplo, Leibrich e col. 1995, Ferraro 1979, e
Walker 1984) consideram o abuso psicológico mais difícil de suportar que o abuso
físico. Um folheto oficial refere a proibição legal de exercer violência psicológica
dizendo que “não é permitido a ninguém usar intimidação, ameaça, ou jogos mentais
com o propósito de ferir ou controlar outra pessoa.”(3) No conceito feminista de
violência doméstica, é sempre dada ênfase à presunção de que o homem é fisicamente
superior. As feministas nunca mencionam quanto as mulheres geralmente são mais
hábeis a usar armas verbais que os homens. Mas o livro Brain sex, de Anne Moir e
David Jessel refere:

          As faculdades linguísticas relacionadas com o uso da gramática, ortografia e


escrita, estão todas mais localizadas especificamente no lado esquerdo do cérebro no
caso da mulher. No homem, estas faculdades, estão distribuídas na parte frontal e
traseira do cérebro, e deste modo o homem precisa de um maior esforço para atingir a
igualdade nestas faculdades. (pág. 45)

Também, Deborah Tannen (1990), no seu livro, You Just Don’t Understand, afirma que as

mulheres usam a sua linguagem mais em contextos íntimos enquanto o homem o faz mais em

contextos de grupo. Isto torna a mulher mais hábil para manipular verbalmente o homem do

que o inverso.

Encontrei provas de que a mulher tende a utilizar a conversação como um fim em si próprio,

enquanto o homem tende a falar apenas se houver uma razão específica para o fazer. Do

mesmo modo, nas mulheres predominam ocupações de carácter humanístico e em assuntos

centrados em estudos linguísticos. É também evidente que deste modo as mulheres são muito

melhores a perceber as emoções na cara das pessoas e a entender a linguagem corporal que

os homens, o que explica porque as mulheres são mais hábeis no abuso psicológico que o

homem, especialmente no que concerne a ameaças e jogos mentais.

Na propaganda feminista sobre violência doméstica, a ênfase é colocada nas supostas acções

do homem. A razão por que eles fazem o que fazem (se é que o fazem) nunca é mencionada. É

como se a violência doméstica fosse a única actividade humana que ocorresse sem qualquer

causa. De facto, claro, há frequentemente desvios de comportamento na “vítima” que


provocam a violência em primeiro lugar. Estes comportamentos provocadores não são mais

que um “síndroma” tal como o “síndroma das mulheres violentadas.” (Rod van Mechelen,

Domestic Violence, 1994)

Quem comete a maior parte da violência?

As feministas extremas afirmam que o homem comete a maioria da violência, mas,


como foi referido no início deste capítulo a evidência refuta esta controvérsia. Straus e
Gelles (1986), por exemplo, provaram que homens e mulheres são iguais no que se
refere a cometer violência doméstica. Moffitt, Caspi e Silva (1996) provaram o mesmo.
Sewell e Sewell (1997), outro exemplo, publicaram um relatório estatístico que mostra
que as mulheres são mesmo mais propensas à violência doméstica que o homem.(4)

As feministas falsificam e distorcem as estatísticas sobre violência doméstica e toda a


gente precisa de saber que não se pode confiar na ética das investigações feministas. Em
1997, escrevi uma carta ao ministro que no meu país tutela a polícia, alegando, entre
outras coisas, que o Ministério dos Assuntos Femininos levantou questões num
questionário sobre violência familiar que são tendenciosas.(5) Devido a toda a
inevidência da sua abordagem de mulher-vítima, as feministas investiram no sentido de
tentar ocultar esta inevidência ou explicá-las de modo a que se ajustasse à sua
necessidade política de preservar o status de vítima para a mulher. Um exemplo deste
tipo de raciocínio feminista está em

www.vix.com/pub/men/battery/studies/lkates.html.

As escritoras feministas sobre violência doméstica desde Lenore Walker para a frente
têm mencionado quantas mulheres acharam que o abuso psicológico era ainda pior que
o abuso físico. Este ponto de vista é contemplado na própria legislação. Eis a parte
inicial da definição legislativa de violência doméstica na Nova Zelândia:

SECÇÃO 3. SIGNIFICADO DE “VIOLÊNCIA DOMÉSTICA”

(1) Neste decreto, “violência doméstica”, em relação a qualquer pessoa, significa violência
contra essa pessoa exercida por outra pessoa com a qual essa pessoa está, ou esteve, numa
relação doméstica.

(2) Nesta situação, “violência” significa:

(a) Abuso físico;


(b) Abuso sexual;
(c) Abuso psicológico, incluindo, mas não limitado a:

(i) Intimidação;
(ii) Assédio;
(iii) Danificação de propriedade;
(iv) Ameaças de abuso físico, abuso sexual ou abuso psicológico;
(v)  Em relação a uma criança, abuso do tipo referido na subsecção (3) desta secção.

          Aqui está claro que não é preciso haver danos físicos, e assim está nas mãos da
polícia e dos tribunais determinar a seriedade do alegado caso de violência doméstica, e
qual o seguimento a dar ou condenação a aplicar.

          E em Inglaterra, de acordo o programa World TV da BBC no Domingo de 26 de


Novembro de 1995, “violência doméstica” era (e provavelmente continua a ser) definida
como violência exercida pelo homem contra a mulher (6). Assim uma mulher poderia
fazer, de todo, qualquer coisa a um homem em Inglaterra, que legalmente era (ou é)
impossível considerá-la “violência doméstica”. Isto demonstra porque é que não é
particularmente útil apoiarmo-nos em definições legais em vigor em determinadas
épocas em determinados lugares particulares. Isto mostra também como são
tendenciosas as feministas que incentivaram este tipo de legislação em países
ocidentais.

          Liz Kates (www.vix.com/pub/men/battery/studies/lkates.html) afirmou que o


conceito feminista de abuso conjugal envolve um padrão e um dinamismo de
comportamento onde 95% das vítimas são mulheres. Os factos não apoiam isto antes
provam o preconceito dos investigadores que estão por trás. Além disso, Erin Pizzey
(1997) tornou claro que a comunidade feminista segrega as mulheres partidárias da
honestidade.

Ciência subjectiva?

A objectividade não é bem vinda. Qualquer um que tenha estudado história e filosofia
da ciência e que tenha interesse em matérias científicas sabe que o desenvolvimento de
uma hipótese e de uma teoria pode ser um processo altamente subjectivo. Demora
normalmente muito tempo, muitas provas e muita argumentação entre teorias rivais até
decidir o assunto. Apesar do facto de contar murros entre os intervenientes de uma
processo de violência doméstica ser um processo razoavelmente objectivo, este rigor
não é praticado pelas ideólogas feministas.

Esta prova e argumento pode ser sarcástico e descer ao nível dos ataques pessoais,
mesmo em círculos científicos. Como o síndroma das mulheres violentadas é uma das
armas estratégicas das feministas na guerra dos sexos, elas estão mais inclinadas para
ele do que a maioria e a sua desistência é tão provável como as grandes potências
desistirem das minas ou das armas nucleares. Quaisquer que sejam as descobertas dos
investigadores, os desejos dos meios de comunicação social e dos políticos, de uma
maneira geral, apenas dão atenção às descobertas fomentadas pelos grupos de pressão
relevantes. E no que diz respeito aos grupos de pressão em guerra dos sexos, os
masculinistas estão em grande desvantagem em relação aas feministas, que
frequentemente gozam de suporte financeiro dos ministérios dos assuntos das mulheres,
departamentos universitários de estudos sobre mulheres e outros deste género.

Assim, quando feministas, como Liz Kates, dizem que os homens não estão sujeitos a
abuso sistemático por parte das suas esposas, falam mais por crença do que por
conhecimento. As feministas não se interessam minimamente por homens que passam
por experiências de violência doméstica (ou por outra coisa qualquer), deste modo não
têm quaisquer dados nos quais possam basear as suas afirmações. Aqueles que
examinarem a violência doméstica com objectividade, tais como Gelles, chegaram à
conclusão de que os homens são de facto vitimas deste tipo de abuso, tal como as
mulheres também são. O “síndroma” inclui tantos, ou mais, homens quando o factor
sexo é ignorado e apenas os outros factores são considerados. Deste modo, é melhor
para todos, se lidarmos com este assunto racional e honestamente em vez de utilizarmos
todos os pretextos para provocar uma guerra de sexos. Só assim nos podemos unir na
solução dos problemas que atingem grande parte das famílias.

Alguém dá protecção aos homens?

          Há uma aversão psicológica profundamente enraizada em ambos os sexos a tratar


homens e mulheres do mesmo modo quando estão em confronto violento. Em parte, isto
é o que se pode chamar “Aliança Diabólica Lésbico-Machista (ADLM)”. O machismo
dos homens (por exemplo, polícias, psicólogos, advogados, juizes, etc.) fá-los querer
proteger as mulheres dos homens, e o proteccionismo das feministas lésbicas (que são a
fonte de poder do exército feminista para a guerra dos sexos) fá-las também querer
proteger as mulheres dos homens.

          Gostaria de dar alguns exemplos do acabei de referir, porque isto é um problema
bastante sério. Os meus exemplos vêem do lado machista da ADLM, mas o mesmo
raciocínio aplicam-se igualmente bem ao lado lésbico do fenómeno. No dia 19 de
Novembro de 1999, fui visitar J. J. Taylor, do Quartel Geral de Polícia de Prevenção da
Violência Familiar, em Wellington (Nova Zelândia). Pedi para falar com o próprio
comissário, mas fui informado que Taylor era a pessoa mais apropriada para o assunto
que eu queria discutir.

          A razão porque decidi falar com a polícia sobre este assunto (eu trabalhei no
mesmo edifício que alojou o quartel nacional da polícia durante 12 anos) foi porque eu
acabava de analisar a bibliografia de Fiebert. Em resumo esta bibliografia declara:

          Esta bibliografia examina 95 investigações fundamentadas, 79 estudos empíricos


e 16 trabalhos de revisão e/ou análise, que demonstram que a mulher é fisicamente
agressiva, ou mais agressiva, que o homem na sua relação com o marido ou
companheiro. A dimensão da amostra dos estudos revistos excede os 60 mil.
(www.csulb.edu/~mfiebert/assault.htm)

Equipado e protegido com esta evidência de que as feministas estavam a mentir sobre a

violência doméstica, consegui uma reunião. Pelo telefone concordou que havia uma

disparidade entre o que dizia uma investigação fundamentada sobre a acção de homens e

mulheres em violência doméstica, e aquilo que diziam os meios de comunicação. Mas mudou

o seu discurso quando nos encontrámos.

          Na própria reunião, que foi realizada no próprio bar (aparentemente vazio) mais
que na sala de reuniões, virou a casaca dando crédito à explicação típica das feministas
para as discrepâncias acima mencionadas. Entreguei-lhe em mão uma cópia da
bibliografia de Fiebert, e então falou ...  sobre seis assaltos na localidade. Eu fui vítima
nos últimos 12 anos de três mulheres, exactamente 4 pisos abaixo do local onde
estávamos sentados (não mencionei o assédio sexual e a intimidação que sofri além
destas nítidas agressões). Entretanto, ele tapou a boca com a mão como se estivesse a
disfarçar um sorriso. De facto a expressão dos seus olhos sugeria que estava a sorrir!
Devo admitir que a minha reacção instintiva também foi sorrir quando pela primeira vez
ouvi falar de agressões de mulheres a homens (a ADLM novamente!), mas foi
significativo ver esta reacção de alguém da sua posição no campo da violência
doméstica.

          Então perguntou-me se toda a pesquisa que tenho feito mostra que a mulher e o
homem se agridem igualmente, e eu respondi que nem todos. Recordei-lhe, em
particular, um efectuado em 1996, na Nova Zelândia, efectuado por uma comissão na
qual estava representado, por alguns membros o Ministério dos Assuntos das Mulheres
e outras instituições governamentais. Mostrei que o questionário feito por esta comissão
estava viciado, possivelmente por iniciativa dos membros do Ministério dos Assuntos
das Mulheres, para tornar aparente que os homens agrediam as mulheres com maior
frequência que o contrário. No entanto, Taylor não conseguiu perceber que as questões
eram tendenciosas. O questionário não pergunta simplesmente às mulheres se:

1.  O seu cônjuge, alguma vez até agora, usou a força ou violência contra si, dando-lhe
pontapés, empurrões, murros ou golpes com algum instrumento; ou

2.  O seu cônjuge, alguma vez ameaçou usar força ou alguma forma de violência contra
si, tais como ameaças de pontapés, de empurrões ou de murros; ou

3.  O seu cônjuge alguma vez, de forma propositada destruiu ou ameaçou destruir os
seus haveres.

Em vez destas questões directas, o questionário perguntava se:

1.  O seu cônjuge, alguma vez até agora, usou a força ou violência contra si, dando-lhe
pontapés, empurrões, murros ou golpes com algum instrumento de modo a ter-lhe
causado ferimentos; ou

2.  O seu cônjuge, alguma vez ameaçou usar força ou alguma forma de violência contra
si, tais como ameaças de pontapés, de empurrões ou de murros, de modo a causar-lhe
medo; ou

3.  O seu cônjuge alguma vez, de forma propositada destruiu ou ameaçou destruir os
seus haveres, de modo a causar-lhe medo.

A tendenciosidade destas questões é imediatamente óbvia, visto que os homens são


educados para desvalorizar a sensação de medo e para serem relativamente insensíveis à
dor. Isto foi confirmado pelos dados obtidos, que mostraram que 50,5% das mulheres,
em comparação com apenas 31,4% dos homens, afirmou ter sentido medo após ter
sofrido um ataque violento. Deste modo os resultados deste inquérito são inúteis, como
meio de comparação da violência doméstica exercida pela mulher com a violência
doméstica exercida pelo homem. Não vejo outra razão para as questões terem sido
estruturadas desta maneira, excepto para tornar aparente que as mulheres são mais
frequentemente vítimas de violência por parte dos homens do que o contrário.

          Então Taylor mencionou outro inquérito relevante realizado na Nova Zelândia
sobre este tópico, com o título “Descobertas Sobre Violência Conjugal” de Moffitt,
Caspi e Silva (1996), que apresenta o mesmo resultado que outros estudos efectuados
noutros países, isto é, que as mulheres agridem os homens pelo menos na mesma
proporção que os homens agridem as mulheres.

          No entanto, as feministas não se deixam vencer por meros factos, e isto foi o que
o chefe Taylor argumentou com o seu discurso. Não consigo citá-lo exactamente nas
suas palavras, mas o que disse foi mais ou menos que não podemos limitar-nos a contar
“murros”, e que num caso referido por Moffit, a mulher deu um pontapé no homem
porque ele a agarrou pelo colarinho. Como consequência ela, claro, agiu em defesa
própria. Perguntei a Taylor porque é que o homem agarrou a mulher pelo colarinho, mas
ele limitou-se a responder, “porque estava a atacá-la!”

          Isto é exactamente o que chamo ADLM, feministas e agentes de polícia como
Taylor vão na corrente apenas para poderem constatar, para a sua satisfação, que a
mulher é parte inocente em quaisquer circunstâncias.

          Recordei este pequeno diálogo entre min e o chefe Taylor ao próprio chefe
Taylor, e acusei-o de ser tendencioso contra os homens, que respondeu que o deveria
citar. Depois acusou-me de o citar fora de contexto, o que era absurdo visto que
continuávamos no mesmo contexto! Propus então rever o diálogo, de modo a dar-lhe a
possibilidade de clarificar o que queria realmente dizer, mas recusou. Apenas
acrescentou, para meu espanto, que este tipo de parcialidade, num tribunal, nunca teria
possibilidade de terminar com prejuízo do homem. Isto é exactamente o que eu estou
certo que acontece inúmeras vezes com inúmeros homens em todos os países de cultura
ocidental. Apenas uma rara combinação de cliente e advogado conseguirão por a nu esta
tendenciosidade num julgamento.

          Estou absolutamente consternado, apesar de me sentir realizado, porque encontrei


exactamente as mesmas alegações feministas tendenciosas na polícia, que já conhecia
da teoria, obtidas directamente de um chefe da polícia do país onde eu vivo! Alguns
meses mais tarde, após a publicação deste incidente, ouvi de um juiz que o chefe Taylor
se demitiu da posição que tinha quando o entrevistei.

Lésbicas na moda

É inegável que algumas feministas não são lésbicas, particularmente agora que o
feminismo é tão vulgar nas sociedades ocidentais. Mas as feministas lésbicas continuam
a ser o pilar da aversão ao homem (misandria), e frequentemente trabalham nos
bastidores, deixando as feministas heterossexuais e fotogénicas aparecer na ribalta. É
importante não ser ingénuo neste ponto, porque há feministas suficientemente
inteligentes para escolherem a porta-voz certa para as suas relações públicas. Mas será
de uma grande ingenuidade pensar que as lésbicas desapareceram de algum modo ou
que foram expulsas numa espécie de golpe palaciano.
Não é minha intenção atacar o lesbianismo como forma de vida. Também muitos
homens dos movimentos de homens ou de pais são, presentemente, homofóbicos. No
entanto, a minha intenção aqui é pôr a nu parte da história psicológica do feminismo. As
lésbicas são sujeitas a perseguição, mas também usam esta perseguição como forma de
cativar simpatia das comunidades consideradas politicamente correctas, tais como
burocracias ocidentais, enquanto avançam com o propósito de delinear legislação anti-
masculina. Há uma diferença entre atacar o que as lésbicas fazem na vida privada e
atacar o que fazem na política.

Tenho ouvido falar de lésbicas que não são contra os homens e não têm nada a ver com
feminismo extremo. Tenho ouvido falar também de mulheres heterossexuais que
odeiam ferozmente os homens, e que o demonstram todos os fins de semana quando
saem para ter relações sexuais com quantos homens encontram e depois voltam para as
suas reuniões feministas durante a semana, onde se queixam e se lamentam de quanto
foram abusadas e oprimidas por homens sem escrúpulos.

          Não posso falar como alguém com grande experiência, mas sou um céptico.
Talvez estas lésbicas não admitam os seus verdadeiros sentimentos sobre os homens, e
talvez estas mulheres “heterossexuais” não sejam verdadeiramente heterossexuais.
Também o seu comportamento não parece genuinamente heterossexual. É importante
recordar que não podemos dividir as pessoas entre “homossexual” ou “heterossexual”,
porque cada uma destas tendências está latente em cada um de nós. Se uma pessoa
dorme com outra de sexo oposto mas participa em reuniões de abominação do sexo
oposto, serão inteiramente capazes de ter um relacionamento satisfatório com o sexo
oposto? Ou será isto um estilo de demonstração de intelectualidade que está na moda?
Ser-se lésbica e odiar homens está na moda em algumas partes do mundo ocidental.

          Certamente ajusta-se aos interesse das lésbicas serem feministas. É de lésbicas
que eu já recebi algumas das piores intimidações físicas, discriminação de pontos de
vista em favor dos homens, e as reacções mais extremas contra afirmações anti-
feministas. Se soubermos que uma apresentadora televisiva de notícias é lésbica, por
exemplo, é garantido que ela será tendenciosa contra os assuntos masculinos. Se for
meramente feminista heterossexual, a probabilidade de ser tendenciosa em desfavor dos
homens é significativamente reduzida.

Ser preso por ter cão e preso por não ter cão

          O resultado do poder dos grupos de pressão feminista e a ADLM está a colocar os
homens, todos os homens heterossexuais, numa situação de serem presos por ter cão e
presos por não ter cão. Se uma esposa ou companheira abusa física ou psicológicamente
de um homem, este está impossibilitado de retaliar. Se retalia, a ADLM leva-o a
julgamento e condena-o, o tribunal de família impede-o de contactar com a esposa, dá-
lhe a tutela dos seus filhos, limita-lhe o acesso aos seus filhos e dá à esposa todo o
direito de viver na casa da família. Assim se a intervenção de terceiros não for possível
ou não for bem sucedida, ao homem resta arcar com a acusação de abuso ou deixar a
relação, em detrimento dos seus filhos, do seu próprio equilíbrio emocional e
provavelmente do seu padrão de vida. Se alguma coisa é um síndroma, esta situação é
de certeza.
          Para dar alguns exemplos concretos, eu conheço um homem cujos óculos já
foram partidos pela sua mulher, tendo este telefonado à polícia a pedir ajuda. O polícia
perguntou se ela lhe “bateu” ou se lhe “deu um murro”. O queixoso recusou responder
porque não sabia a diferença entre “bater” e “dar murros”. O agente insistiu em obter
uma resposta e como a resposta tardou desligou o telefone. No actual clima político dos
países ocidentais, é inconcebível que a polícia trate os homens deste modo,
desprovendo-os de direitos nestas situações para dar total cobertura às atitudes das
mulheres.

          Uma pessoa conhecida falou-me de outro incidente quando, após uma disputa
doméstica, a polícia interrogou o homem e a sua esposa na sua casa. A mulher disse que
o marido lhe havia batido o que a polícia escreveu correctamente no seu caderno de
apontamentos, mas quando o marido disse que a mulher lhe tinha batido a polícia não
escreveu nada.

          Um último exemplo: Um anúncio intitulado “A violência familiar é um crime”, e


autorizado pelo presidente de uma instituição policial, foi publicado num jornal
diário(7). este anúncio apresentava imagens de mulheres e crianças como vítimas deste
crime, e omitia a possibilidade de também os homens poderem ser vítimas de violência
familiar. Não é apenas um anúncio sexista em toda a sua plenitude, mas também é
também um testemunho terrível de como os homens têm poucas possibilidades de serem
tratados com razoabilidade pelo sistema de justiça. A polícia não tem possibilidade de
reduzir problemas de violência doméstica enquanto insistir em arremessar o homem a
um canto e tratá-lo como culpado até prova em contrário.

          Por exemplo, na Nova Zelândia há uma organização chamada “Apoio à Vítima”
que, como o nome faz supor, apoia vítimas de crimes. Uma mulher atacou um homem
por repetidamente fazer chiar ruidosamente os pneus do seu carro na rua em frente da
sua casa. Atirou-lhe objectos acima e ameaçou-o com um pau. Ainda que, tenha sido a
mulher a agredir o homem, a policia interveio colocando-se do seu lado e “Apoio à
Vítima” apareceu a oferecer-lhe apoio psicológico à família. No entanto, quando eu fui
agredido em frente a um supermercado na mesma cidade, os meus óculos foram
partidos de modo que eu fiquei com golpes que tiveram que ser suturados. A “Apoio à
Vítima” apareceu? Não. Evidentemente, estas organizações funcionam de acordo com a
regra (não escrita) de que apenas as mulheres são vítimas e os homens que se cuidem a
si próprios.

          Muitos homens sabem que não vale a pena chamar a polícia, porque eles põem-se
automaticamente do lado da mulher. Esta é a razão porque também não vale a pena usar
as estatísticas policiais como medida da violência doméstica exercida pela mulher
contra o homem, como um ministro da justiça (Sir Douglas Graham) fez quando uma
delegação da Associação Neozelandesa para a Igualdade de Direitos do Homem se
reuniu com ele em 1998.

          Sir Douglas Graham foi arrogante na sua legislação de inspiração feminista sobre
violência doméstica e manteve a posição de que não era estúpido (devo esclarecer que
eu tenho a fama de pensar que as feministas são estúpidas). Assim eu fiz-lhe reparar que
ele se contradizia a si próprio baseando na sua noção de relativa culpabilidade do
homem e da mulher na violência doméstica com base em números por um lado,
enquanto afirmava que não era estúpido por outro! Quando lhe expliquei ele concordou.
Estou certo, no entanto, que os seus conselheiras feministas se asseguraram que ele não
iria fazer nada com base no passageiro rasgo de inteligência desse dia.

          A minha impressão sobre quanto feminista é o seu ministério tem a ver com
incidentes tais como os seguintes. O seu Ministério da Justiça planeou fazer a seguinte
série de estudos sobre violência doméstica:

1.  Homens falando sobre violência contra as suas companheiras;

2.  Mulheres falando sobre violência contra os seus companheiros;

3.  Pessoas falando sobre violência contra os seus companheiros do mesmo sexo.

Mas apenas fizeram o primeiro, Hitting Home. A razão oficial foi a falta de verba. Isto
parece suspeito dado o volume de projectos que havia para este mesmo assunto. Porque
não incidir na violência feminina para variar? Porque as jornalistas feministas fecham-
se em pesquisas compatíveis e transformam-no em títulos de jornal e documentários,
que os políticas feministas usam posteriormente para incentivar a produção de
legislação feminista no parlamento. Estou certo de que as feministas do ministério da
justiça pararam o segundo e terceiro estudo porque não quiseram anular o impacto
político do primeiro, um relatório anti-masculino ser completamente aniquilado pela
publicidade sobre o facto de que as mulheres (incluindo as lésbicas) cometem violência
doméstica. Veja-se o exemplo da seguinte página de internet: “Bibliografia sobre
violência doméstica entre casais do mesmo sexo” www.xq.com/cuav/dvbibl.htm

Esta tendenciosidade da ADLM é também um problema em países do Terceiro Mundo,


como por exemplo, a Índia, como pode ser visto na produção de “Crimes indianos das
mulheres contra os homens” (Akhil Bharatiya Patni Virodhimorcha), que descobriu
após o suicídio, em 1988, de Naresh Anand, que este foi incapaz de suportar a tortura
física e psicológica infligida pela sua esposa. Naresh Anand deixou uma carta
suplicando à polícia que formá-se um departamento para tratar de casos de maridos
maltratados, na mesma linha do já existente Departamento de Crimes Contra a Mulher.

Todas estas necessidades devem estar presentes na mente quando lemos o excerto
seguinte do email de Liz Kate (no endereço electrónico acima mencionado):

“Quem é [ao telefona]?” pergunta ele.

Ela ignora-o, murmura “Já vou...”

“Dá-me o telefone!” grita ele. “Quem era ?!”

“Uma pessoa do emprego.”

Ele marca o número de retorno. Não é. “és uma puta ranhosa e mentirosa,” ele grita, puxa o

telefone, e atira-o contra a parede. “DIZ-ME JÁ QUEM ERA O CABRÃO,”Grita e avança para ela.

Agarra um pequeno vaso de Buda que a sua avó lhe tinha oferecido e levanta-o.
“Nãããoo, dá-me isso!” suplica ela.

“QUEM ERA O CABRÃO QUE ESTAVA AO TELEFONE!!!”

Ela agarrou-lhe o braço para salvar o vaso, e ele segurou-o alto fora do seu alcance.

[Ela iniciou a violência de acordo com o princípio de que tocou primeiro.]

Quebra, o vaso esmigalhou-se em milhares de pequenos cacos. “Seu porco,” murmurou ela,

baixinho.

“QUE DISSES-TE!!! REPETE, PUTA!!!” Gritou ele.

Ela agachou-se no chão, tentando juntar os cacos do vaso. Ele agarrou-a pelo braço,

colocando-a de pé. Ela puxou o braço, e à medida que ele se aproximava dela novamente,

empurrou-lhe o seu antebraço para longe de si.

[Balanço do conflito: uma agarra para cada um, e um empurrão para ela.]

“QUERO SABER QUEM ESTAVA AO TELEFONE!” grita ele junto da sua cara à medida que ela

recua.

“Ninguém...”

[Balanço do conflito: dois a dois. Nada mais que uma luta igual... até agora...]

          Aqui parece apropriado usar as próprias palavras de Liz Kates: “barulho, e pouco
mais que barulho” para classificar os dados do conflito acima (presumidamente real). O
que ela está aqui a tentar dizer é que contar murros não dá uma imagem real do conflito.
Concordo. Mas se ela está a tentar (como eu penso que está) representar esta mulher
como indefesa, vitima inocente do abuso masculino, então isto mostra como as
feministas misandristas são peritas em apresentar só um lado da violência doméstica.

          É nítido que este homem foi sujeito, provavelmente por um período longo, a um
severo abuso psicológico por parte da sua mulher. Ela mentiu-lhe categoricamente, o
que constitui uma das formas mais extrema de abuso psicológico exercidas numa
relação. Ela fez-lhe qualquer coisa que o feriu tremendamente, tal como ter cometido
adultério ou fazendo o seu melhor para lhe dar a impressão que o tinha cometido.

          Durante muito tempo, isto seria suficiente para tornar um homem perturbado,
descontrolado ou mesmo psiquicamente perturbado. O abuso psicológico infligido pela
mulher implicou o confronto já que se ele chamasse a polícia seria ele próprio, e só ele,
que seria condenado. Inclusive, tenho uma grande evidência de casos em que homens
que reclamaram que a sua companheira os atacou foram interrogados num processo
como se eles próprios infligissem violência doméstica à mulher! Isto mostra como é
critica a questão da interpretação, e como os homens são impotentes em processos
políticos ou legais no Ocidente. Murray A. Straus (1977), respondendo ao criticismo
feminista ao Balanço do Conflito, aprovadoramente citou Gelles da seguinte forma:

          Enquanto aceitarmos como verdadeiro que homens e mulheres se violentam um


ao outro em partes iguais, não podemos afirmar sem provas que: 1) a mulher é
seriamente lesada sete vezes mais que o homem; e 2) que a mulher é assassinada pelo
companheiro duas vezes mais que o homem.

          Primeiro devemos reparar que é obviamente redundante o facto desagradável às


feministas de que os homens e as mulheres se violentam igualmente. Apenas se
esperarmos que um homem provocado se deixe ficar com a sua provocação, é que
consideramos estes dois pontos relevantes, mas ponham-se no lugar do homem para não
se defenderem. Poderemos nós esperar, dentro da razoabilidade,  que um homem se
deixe lesar por uma mulher enfurecida, apenas porque ela pode ser (em alguns casos)
fisicamente mais fraca? Os homens não têm o direito de se defenderem, também? O que
é aconteceu à noção de igualdade?

          O facto de que a mulher é mais propensa a ser assassinada que o homem em casos
de violência doméstica precisa de ser investigado em detalhe e tratado como assunto
sério, não como uma questão sexual, mas como uma questão social. Além disso, só
ignorando a idade da vítima é que não vemos que muitas crianças do sexo masculino
são assassinadas pela suas mães. (É uma triste verdade que quando o factor idade é
excluído há aproximadamente tantos homens como mulheres a cometerem homicídios
domésticos nos Estados Unidos (ver capítulo 5).

          Os números e as proporções actuais variam, obviamente, de país para país, mas é
interessante ler as estatísticas do “Recentes Estatísticas sobre assassínios entre cônjuges
nos Estados Unidos” na página da internet: (www.kidpower.org/stats/stats2.html).
Apesar de mais maridos serem condenados por assassinarem as esposas do que o
contrário (156 esposas condenadas contra 275 maridos), isto pode bem representar a
tendência anti-masculina do sistema judicial (ver capítulo 6), visto que:

1.  a sentença média para o assassinato da esposa (excluindo a pena de morte e a prisão
perpétua) é de 16,5 anos para os homens e apenas 6 anos para as mulheres;

2.  94% dos maridos, contra apenas 81% das esposas, são condenados a prisão ao serem
culpados de assassinato do respectivo cônjuge;

3.  “Provocação da vítima” serve de atenuação em 44% de mulheres condenadas, mas


apenas a 10% de maridos. Isto não significa que os maridos não sejam provocados,
significa apenas que a ADLM torna mais difícil ao homem alegar que foi provocado.

Quem inicia a Violência Doméstica?

          De acordo com Straus and Kantor (1994), as esposas cometem mais agressões
ligeiras e graves que os homens. Isto pode mudar, contudo: Como as mulheres se
tornaram mais confiantes que o sistema legal dos países ocidentais lhes permite iniciar a
violência doméstica, conseguindo que o seu marido seja condenado por retaliar,
conseguem apoderar-se da casa da família, da tutela dos filhos e, ainda, de benefícios do
estado. Acresce a isto que o pai fica com o acesso aos seus filhos severamente limitado
devido ao seu registo de violência doméstica. Nestas condições devemos esperar
logicamente que mais e mais mulheres vejam as vantagens óbvias em provocar e
violentar os seus maridos, e mais e mais homens acabem solitários, destituídos e
desesperados. Se estes homens se tornarem violentos contra as suas esposas ou contra si
próprios, isto é apenas natural em face desta opressão legalizada. Então que deverá a
polícia fazer?

          A polícia deverá investigar a Violência Doméstica como qualquer outro crime,
descobrir quem começou e só depois passar à admoestação ou punição dessa pessoa.
Actualmente, a polícia em alguns países têm instruções para punir automaticamente o
homem, porque lhes disseram que toda a situação abusiva parte do homem e alguma
violência da mulher é simples retaliação ao abuso do homem, e os homens são supostos
serem capazes de infligirem mais danos que as mulheres.

          King County (no estado de Washington) é um dos municípios mais pró-feministas
dos Estados Unidos. Em 1987 ou 1988, foi aprovada legislação que pedia à polícia que
prendesse o instigador de qualquer pedido de ajuda em violência doméstica.
Imediatamente a taxa de prisão para as mulheres subiu em flecha. As feministas
entrincheiraram-se e conseguiram que a regra fosse mudada, e agora pedem a prisão do
homem, porque os homens supostamente são maiores e fazem mais danos e ameaças do
que a mulher. (Ignoram que algumas mulheres são maiores que os seus maridos.) Esta
generalização deverá ser classificada de sexista porque discrimina a mulher, mas como
serve a mulher, ninguém se importa.

          Os homens que sejam alvo de violência por parte das esposas são tratados com
desprezo ou troça, deste modo eles sabem que só podem confiar na sua própria força em
disputas domésticas, porque a polícia estará sempre do lado da mulher. Na Nova
Zelândia, por exemplo, há três tipos de ofensas pelas quais o homem pode ser castigado:

1. Agressão simples;

2. Agressão a uma mulher;

3. Agressão grave.

          Um homem condenado por “agressão a uma mulher” está sujeito a uma
condenação máxima superior que outro que seja condenado por agressão simples. Isto é
um sinal evidente a todos os homens e mulheres de que o sistema legal é sexista e opera
com duplo critério anti-masculino.

          Qual a relevância da violência doméstica no tribunal de família?

          Um registo de violência doméstica contra um companheiro (isto é, violência entre


adultos) não deverá ser tido em conta quando se decidem questões de tutela ou de
visitas de crianças, porque não é relevante. Isto é também uma discriminação contra a
possibilidade de os pais poderem ter a tutela ou a visita dos seus filhos porque a polícia,
como vimos, é tendenciosa contra o homem. De facto, a violência doméstica poderia
mesmo ter ocorrido quando o pai suspeitou que a sua esposa ou ex-esposa negligenciou
ou agrediu os seus filhos mas tem falta de provas para apresentar em tribunal. Ele pode
argumentar que os filhos não estão bem cuidados, são niglegenciados, etc., mas as
crianças podem ter medo das consequências de dizerem o que as suas mães fazem. Se
ele defende as crianças dela, arrisca-se a perdê-las aos cuidados inadequados da mãe,
que foi a fonte de todos os problemas!

Conclusão

A linha feminista sobre violência doméstica é a política oficial em muitos países. Como
uma trabalhadora de um abrigo para mulheres escreveu num jornal neozelandês de
distribuição gratuita (Contact, 22 de Julho de 1999), falando sobre as mudanças que
observou durante os passados 15 anos:

          Uma das principais coisas que me impressionou foi que a atitude da polícia tem
vindo a melhorar. O nosso trabalho é conhecido e várias agências estão a trabalhar em
conjunto.

Uma característica da posição feminista sobre violência doméstica é que as mulheres


estão sempre do lado certo, não importa o que façam:

1.  Os homens que agridam as suas esposas são supostos tê-lo feito sem provocação nem
qualquer razão, e portanto, sem desculpa. Esta questão nunca foi levantada pelas
feministas.

2.  As mulheres são supostas nunca agredirem os seus maridos  (a questão nem nunca é
levantada espontaneamente pelas feministas), ou se os agridem, as feministas (quando
as feministas se vêm forçadas a admitir que as mulheres o fizeram) dizem que o fizeram
justificadamente

3.  Quando as feministas admitem que os homens são também agredidos pelas
mulheres, afirmam que foi por a mulher sofrer do “síndroma” do abuso doméstico. Por
outras palavras, às mulheres é permitido usar a desculpa de um “síndroma” como forma
de defesa quando assassinam os seus maridos.

4.  Quando uma mulher assassina um familiar masculino, há normalmente desculpa ou


justificação (por exemplo, violência doméstica pelo homem nas suas vidas).

5.  Quando um homem assassina uma familiar, não lhe é permitido dizer que um
comportamento de uma mulher é factor justificativo.

6.  Quando uma mulher assassina o seu marido, a causa é frequentemente suposta dever-
se a violência doméstica, mas quando um homem assassina a sua esposa, este assassínio
é suposto dever-se a violência doméstica instantânea.
Homens e mulheres de bom senso devem lutar juntos contra esta discriminação. As
feminista têm trabalhado avidamente para que todas as mulheres sejam tratadas como
vitimas inocentes, não importando o que façam, e todos os homens tratados como
criminosos, não importando se estão inocentes.

          As tendências anti-masculinas não só infectam a polícia, mas são particularmente


fortes nos meios de comunicação social, que por sua vez as passam a toda a sociedade
ocidental. Por exemplo, houve uma carta à revista TIMEä, publicada em 20 de Janeiro
de 1997, em que Richard M. Riffe, advogado de acusação da comarca de Boone,
Madison, West Virginia, reclama sobre o modo tendencioso em que a TIMEä descreveu
um caso envolvendo uma mulher que assassinou o seu marido.(9)

          No que diz respeito às atitudes publicas, eis aqui dois exemplos:

1.  Um anúncio de jornal para um espectáculo de teatro intitulado “Full Marx” citou
uma revisão do espectáculo por um Ralph McAllister, que terminou com as palavras,
“pegue na sua família, sove o seu marido, traga mesmo o cão, mas assegure-se que
assiste ao Full Marx!” (10)

2.  Uma banda desenhada (em francês) a qual o principal pessoal feminino do
departamento de línguas de uma escola achava apropriado lançar em 1990. Esta banda
desenhada contava a história de uma mulher que atirava o prato do pequeno almoço ao
seu marido e depois deixava-o estendido no solo como se fosse preguiçoso e tivesse
pedido o pequeno almoço na cama. Isto é violência doméstica, mas porque foi cometida
por uma mulher, não só foi considerada inócua, como alguns professores até aplaudiram
com comentários de, “muito boa!” e “serviu-lhe de lição!”(em francês).(11)

Gostaria também de brevemente levantar a questão da TPM (tensão Pré-Menstrual), ou


SPM (Síndroma Pré-Menstrual). O papel da TPM na violência doméstica precisa de ser
investigado. Será um pouco irónico, mas nalgumas das sociedades tipicamente
modernas, se a TPM for (o que é bem possível) a maior causa de abuso físico e
psicológico dos homens pelas mulheres, isto leva a que os homens sejam presos devido
à tendenciosidade da ADLM no sistema.

Precisamos também de investigar a relação de poder. Quais são as consequências disto


para o poder relativo do homem e da mulher numa relação, se a mulher pode dizer e
fazer o que lhe apetece, com a consciência tranquila de que se acontecer o pior dos
piores, ela fica com as crianças, uma pensão de alimentos, e pelo menos metade dos
bens comuns, enquanto o homem fica com o acesso restringido às crianças ou de todo
impossibilitado de qualquer contacto, com a condenação do tribunal e encargos com
pensão de alimentos? Esta a situação de base no relacionamento dos casais
heterossexuais nas sociedades modernas ocidentais.

          O homem tem que ceder à mulher, abandonar a relação ou correr o risco de o pior
se tornar uma realidade. A taxa de divórcio nos Estados Unidos em 1988 era a quarta
maior do mundo, de acordo com as estatísticas das Nações Unidas. Foi feito um estudo
neste país que revelou que os casamentos mais duradouros eram aqueles em que o
marido se comportava como joguete da esposa! Assim a campanha das feministas
extremas sobre violência doméstica pode ser vista como um instrumento para substituir
o sistema social baseado na família nuclear, por uma sociedade matriarcal constituída
por mães solitárias e crianças sem pai.

          Para saber mais sobre este assunto, ver “O Florescimento do Fascismo
Feminino”, de Cassandra Hewitt-Reid.
http://www.freeradical.co.nz/content/37/37hewittreid.php

CAPÍTULO 5: ACUSAÇÕES FALSAS E A MENTIRA DO ABUSO DAS


CRIANÇAS

Introdução

          As sociedades ocidentais estão num estado de paranóia colectiva sobre o abuso de
crianças por homens. Esta nova histeria foi induzida pelos meios de comunicação:
Embrulharam-se na propaganda anti-masculina das feministas e passaram-na a todos
nós, que ingenuamente talvez acreditemos que não nos mentem. De facto, até à
relativamente pouco tempo, quando me comecei a interessar por este assunto, como
muita gente, eu acreditava que “abuso de crianças” e “abuso sexual de crianças” era a
mesma coisa, apesar de não serem.

          Alguns psicoterapeutas encorajaram os seus pacientes adultos a atribuírem  a


larga gama de sintomas a memória inconsciente de terem sido abusados sexualmente
por homens enquanto crianças. As mães usaram também de forma crescente acusações
de abuso de crianças como arma em disputas de tutela de crianças, de acordo com a
União Mundial dos Pais Divorciados (World Wide Divorced Parents). As mulheres não
têm nada a perder por usar esta táctica para ganharem a tutela dos seus filhos ou
restringirem o acesso dos pais aos filhos, visto o tribunal não lhes exige prova destas
alegações. Nem são sujeitas a processo judicial por este género de falsas acusações.
Mais uma vez, se aceita às mulheres alegações não provadas e se exige ao homem que
prove que as alegações destas são falsas, não funcionando o princípio da presunção da
inocência quando o homem é o acusado.

          É importante proteger as crianças, mas precisamos encontrar uma solução de


compromisso entre proteger a sociedade de violadores e abusadores sexuais, e proteger
pessoas inocentes de recordações de abuso sexual infantil inventadas por conselheiras
feministas, e de falsas acusações de violação.

Abuso de crianças e abuso sexual de crianças

          As estatísticas americanas (Statistical Abstract of the United States 1992, Table
No. 301) referem que em 1976 os abusos sexuais constituíram apenas 3,2% do total de
casos de maus tratos de crianças no Estados Unidos. Sabemos que as feministas têm
publicitado largamente este tipo de crimes e, consequentemente, os outros tipos de maus
tratos a crianças são desvalorizados pelos meios de comunicação de influência
feminista. Têm-se também concentrado nos abusos sexuais cometidos por homens,
ocultando em grande parte os abusos sexuais a crianças cometidos pelas mulheres. As
proporções de abuso sexual referidas nestas estatísticas tiveram um aumento em 1977
de 6,1%, e mantiveram-se relativamente estáveis até 1984, onde tiveram outro grande
incremento de 13,3%. Em 1986, apesar de nenhuma percentagem ser aceitável, o nível
elevou-se a apenas a 15,7% do total de casos de maus tratos infantis nos Estados
Unidos. Parece-me razoável afirmar que tanta publicidade à volta de um crime que é
relativamente pouco frequente é motivada por ódio aos homens, que já são normalmente
vítimas de falsas acusações de abuso sexual.

          Será interessante ligar estes saltos percentuais com outros acontecimentos na
América relacionados com casos de abuso sexual. Bob Kirkpatrick, da União Mundial
dos Pais Divorciados (World Wide Divorced Parents), acredita que há uma ligação:

          Durante os anos 70, de acordo com a organização Casos de Alegação Sexual
(Casualities of Sexual Allegations, COSA), os abusos sexuais a crianças começaram a
ser referidos pela comunidade de psicólogos. Nesta altura, iniciaram-se os primeiros
estudos sobre este assunto, cujos resultados começaram a surgir no fim dos anos 80.

          Uma questão importante aqui é a questão da possibilidade de censura de


resultados inconvenientes. O último ano que as estatísticas americanas (Statistical
Abstract of the United States) incluíram maus tratos sexuais a crianças foi 1986. Nesse
ano, 55,9% dos abusadores sexuais, segundo estas estatísticas, eram mulheres. Além
disso, em todos os anos anteriores, as mulheres constituíram sempre a maioria nestas
estatísticas. Porque é que a partir daqui estas estatísticas foram omitidas? Será que as
feministas intercederam porque isto afectava a pretendida imagem virtuosa das
mulheres?

Nos 11 anos de 1976 a 1986 (inclusive), a percentagem de abusadores sexuais femininos

variou de 61,9% em 1979 até 55.9% em 1985 e 1986. A tendência tem sido de descida,

começando com 61,9% em 1976, e terminando com 55,9% em 1986. Tem-se tentado ligar isto

ao pretendido aumento de abuso sexual, onde os alegados abusadores são homens. É também

de referir que, a proporção de vítimas de abuso sexual era 50:50 para ambos os sexos em

1976, mas estas proporções ganharam um peso sucessivamente crescente na direcção do sexo

feminino, atingindo os 52,5% em 1986.

          A este cenário geral é dado suporte adicional por dados da Administração de
Crianças e Famílias, Departamento de Saúde e Cuidados Humanos dos Estados Unidos,
tabela 28 (www.acf.dhhs.gov/programs/cb/stats/ncands96/table28.htm), que indica que
60,7% do abuso de crianças é cometido por mulheres, e que o abuso sexual é
responsável por apenas 15,3%  dos casos. Nos Estados Unidos, a maioria dos casos de
maus tratos a crianças é nitidamente de natureza não sexual, a maioria dos abusadores
são femininos, e as burocracias governamentais e os meios de comunicação
politicamente correctos estão a ocultar estes factos. Está criado ambiente perfeito para
as feministas usarem este assunto do abuso sexual de crianças como arma anti-
masculina de propaganda na sua guerra de sexos.

Abuso sexual

Thomas (Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London:Weidenfeld and


Nicholson, 1993) refere que as mulheres têm mais tendência a bater em crianças que os
homens, pela simples razão de que são as mulheres que mais cuidam e educam as
crianças:

Isto deixa-nos com o abuso sexual. É claro que as mulheres não o fazem do mesmo
modo que os homens. Elas não têm pénis para penetrar as crianças. Em vez disso, como
dirão as pessoas que sofreram, elas envolvem e subjugam as suas pequenas vítimas.
Estas experiências podem deixar estas vítimas psicologicamente estropiadas. Para
Kerry, ... o efeito do abuso por parte da sua mãe foi transformá-lo numa pessoa
deprimida vítima da vida. A sua mãe ia regularmente para a cama com ele, deitava-se ao
lado e em cima dele e acariciava-lhe os seus órgãos genitais. Agora como adulto, é o
tipo de homem que parece estar sempre ansioso por se agachar no canto mais próximo.
Todos na sua infância e adolescência implicavam com ele de forma cruel e batiam-lhe
frequentemente na escola e na rua ... Kerry deixava perceber nas suas atitudes uma
pessoa terrivelmente indefesa. Era, no calão urbano, carne mole. (Thomas, Not Guilty:
In Defence of the Modern Man, London:Weidenfeld and Nicholson, 1993, páginas 135-
6)

Apesar disto, são as mulheres que se tornaram estereótipos  de vítimas de abuso sexual. Em

Dezembro de 1991, por exemplo, um canal de televisão publicou os resultados de um

inquérito, que afirmava que um terço das mulheres tinha tido algum tipo de experiência sexual

indesejada, isto é, tinham sido sexualmente molestadas, antes dos 16 anos(1). Mas alguém

acredita que todas estas experiências sexuais tenham sido totalmente indesejadas?

Eu gostaria que o inquérito tivesse incluído questões sobre quantas experiências desejadas de

natureza sexual tinham tido estas mulheres antes dos 16 anos. Se o número de experiências

indesejadas ultrapassá-se fortemente o número de desejadas (pelo menos, de acordo com as

respostas das mulheres), eu suspeitaria que elas não estavam a responder seriamente. Será

que as mulheres começam a ter desejo sexual exactamente aos 16 anos? Será que as mulheres

têm menos impulsos sexuais que os homens? (algumas feministas deverão odiar-nos se

acreditarmos nisto!) E é muito fácil para uma mulher dizer, após a consumação do facto, que

foi uma ocorrência contra a sua vontade. As mulheres geralmente (é claro que nem sempre)
tomam uma atitude passiva, no que concerne a iniciar a levar por diante uma relação sexual

completa.

          Thomas (Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London:Weidenfeld and
Nicholson, 1993) levanta também a questão de quanto é nocivo o abuso sexual. É um
crime que está muito em moda e um dos mais publicitados do fim do século XX. Não
obstante, ele cita um estudo da polícia alemã que prova que poucas vítimas de abuso
sexual sofrem algum mal causado pelo abuso propriamente dito. No entanto, algumas
crianças sofrem realmente, com o processo de investigação de casos de alegado abuso
sexual.

          É claro que nestes casos, o consentimento pela criança é suposto ser irrelevante.
As crianças são supostas ser demasiado jovens para saberem o que estão a fazer nestas
situações. Isto é enganador, porque as crianças têm realmente uma espécie de
sexualidade. É certamente uma sexualidade diferente da do adulto, mas as crianças
obtém realmente prazer no toque dos seus órgãos genitais. Além disso, muitos têm um
prazer enorme em violar tabus. Ao longo dos anos, verifiquei que algumas raparigas
muitos jovens, usam uma linguagem sexual explícita, de tal forma explícita que, em
muitos casos, não se permitam usá-la depois de mais crescidas. Também muitas
crianças, bastante jovens, têm prazer em olhar para as partes privadas do sexo oposto.

Apesar disto, a sociedade estabelece limites de idade para marcar a transição da infância
para a idade adulta. Estes limites regulam a instituição do casamento, das relações
sexuais, da censura da pornografia e das imagens violentas, e por aí fora.
Consequentemente, os adultos são acostumados que as crianças são relativamente
inocentes, e querem que permaneçam inocentes até pelo menos à sua adolescência.

Os abusos femininos são inofensivos?

Faz sentido que as crianças não tomem parte em actividades sexuais “de adultos” até
que estejam física e psicologicamente aptos, quer para as relações quer para as
consequências que possam resultar das suas relações. Muitos pais devem certamente
sentir uma forte repugnância por pensarem que algum adulto (particularmente um
estranho) tenha ter, de forma consentida ou não, relações de natureza sexual com as suas
crianças. Por enquanto parece que os sistemas judicial e social estão mais sensibilizados
para a possibilidade das mulheres serem vítimas dos homens que o inverso.

Por exemplo, eu conheço um homem que telefonou para assistência social


anonimamente, porque estava preocupado que a sua companheira molestá-se
sexualmente o seu pequeno filho.(2) Uma das primeiras coisas que a funcionária da
assistência social perguntou foi, “o menino já tem erecções?” E aparentemente tinha,
mas o que é que isto tem a ver? Quando condenam um homem por molestar meninas,
estou convicto de que não fazem perguntas irrelevantes como, “a menina já endurece os
mamilos?”

Não admira que poucas pessoas pensem que o abuso sexual de rapazes por mulheres
seja um problema, apesar do facto de as mães, na maioria dos casos, terem mais
oportunidades para molestar as suas crianças que os pais. No dia 1 de Junho de 1996,
por exemplo, uma revista neozelandesa (new zealand listener) publicou que num estudo
de 97 homens sexualmente abusados, 15 foram sexualmente abusados por mulheres.

          A propaganda feminista representa a mulher como vítima do homem. Esta


mensagem entrou-nos nos ouvidos com tal eficiência que deixaria Goebbels, ministro da
propaganda nazi, com complexos de inferioridade. A sociedade aprendeu a tornar-se
propensa a tratar os homens como abusadores e as mulheres como vítimas, no entanto,
tornou todos os homens vítimas de falsas acusações.

          Por exemplo, um Domingo estava eu na praia neozelandesa de Otaki exactamente


antes das autoridades prenderem alguém altamente publicitado crime de violação em
Otaki. Enquanto caminhava de um supermercado para a praia, uma rapariga
distribuindo papeis olhou na minha direcção e, como eu abrandei o passo, murmurou
qualquer coisa para outra rapariga (cerca da mesma idade) que estava em patins-em-
linha. Havia uma ligeira inclinação no passeio que a rapariga dos patins subiu até min e
disse, “Hei!, é difícil subir esta montanha!” Obviamente, isto era um convite para eu lhe
dar a mão deixando-me a suspeita de que havia assediado uma menor. Pode ser que seja
paranóia, mas as jovens normalmente não se aproximam de estranhos desta forma. Ouvi
dizer que alguns advogados também alimentam paranóias destas, alguns têm a política
de nunca darem banho aos seus filhos, não seja o caso de mais tarde virem a ser
acusados em tribunal de abuso sexual no caso de divórcio.

          Eu sou professor, e tive um caso de uma aluna do ensino secundário que se
colocou numa situação em que era óbvia a tentativa de fazer com que o seu professor
tomasse uma iniciativa, deixando-me possivelmente em sarilhos. Esta aluna sentava-se
sempre na fila da frente, justamente na frente da minha secretária. Começou por ficar
depois de terminada a aula e todos os colegas terem saído. Apenas ficava sentada, sem
dizer nem fazer nada, enquanto eu apagava o quadro e me preparava para deixar a sala.
Um professor acaba por ver neste comportamento um convite para um engate, se a
jovem for suficientemente atractiva, porque este é o papel do homem quando a mulher
se comporta desta maneira. No entanto, se um estudante fizer isto a uma professora, ela
nunca sentirá que o estudante pretende de alguma forma seduzi-la, porque não cabe à
mulher a iniciativa nestes casos. Deste modo, considero que aquela rapariga me estava a
assediar por todos os dias se sentar ali só e sem fazer nada. Este tipo de assédio sexual
das alunas deve ser reconhecida, ou de outra forma, um professor que lhe dê conversa
arranja problemas pelo simples facto de conversar com a aluna, numa situação de que
ela foi culpada.

          As associações de professores alertam os seus membros deste tipo de situações.


Talvez seja tempo de as autoridades alertarem os homens sobre as mulheres que se
insinuam. Estas situações podem sempre acontecer. Como precaução, as mulheres
deverão ser punidas pelo sistema legal se provocarem situações em que os homens
sejam induzidos a tomarem iniciativas que sejam susceptíveis de posterior reclamação
por parte da mulher.

Memórias ocultas

Outro aspecto importante das alegações de abuso sexual é que algumas delas são feitas
por adultos sobre acontecimentos que supostamente aconteceram quando estes eram
crianças. O cenário típico é o adulto nunca ter contado nada deste género até que um dia
foi a um psicoterapeuta. Em alguns países os psicoterapeutas recebem comparticipação
do estado e os clientes sentem-se compensados desde que possam “recordar” algumas
experiências de abuso sexual que sofreram na infância.(3) Isto é o chamado síndroma
da falsa memória, e pode terminar em acusação e mesmo persuasão de pessoas
inocentes e destruição de famílias. Veja-se, por exemplo, o caso de Paul Ingram, um
carismático religioso do condado de Thurston:

Em 1988 as suas duas filhas acusaram-no a si e mais alguns homens da comunidade de prática

de rituais satânicos e abusos sexuais. Durante meses espalharam-se rumores, fizeram-se

investigações exaustivas, e, por fim, julgamento, prisão, e até um exorcismo para afastar o

diabo que o pastor da igreja estava convencido que fez Paul executar tão horrendos actos. ...

Paul, não queria que as suas filhas sofressem com um julgamento, confessou a culpa, foi

condenado, e então transferido para uma penitenciária fora do condado de Thurston.

(www.members.aol.com/IngramOrg/index.htm)

          Outro local comum para falsas acusações de abuso sexual a crianças é o processo
divórcio e de regulação do poder paternal das crianças. Tipicamente, a mãe acusa o pai
de molestar sexualmente uma mais das crianças. Não é pedida qualquer prova, apenas a
acusação é suficiente para garantir que o tribunal dê a tutela das crianças à mãe. Estas
acusações deveriam ter que ser provadas no tribunal antes de pesarem nas decisões de
regulação de poder paternal. Para explorar melhor este assunto recomenda-se a consulta
dos seguintes portais:

1.  Associação Mundial de Pais Divorciados - www.wwdivorcedparents.unquote.com

2.  Falsas alegações sexuais - www.geocities.com/peterzohrab/wcosacus.html

3.  Notícias sobre falsas alegações - www.accused.com

Infanticídio e o abandono de crianças

Todos sabemos a facilidade com que uma mulher faz um aborto nas sociedades
ocidentais. A lei invoca frequentemente que a saúde mental da mãe, ou qualquer coisa
do género, está em risco. Na prática, isto é, usado de forma vaga. O leitor e eu, creio,
somos apenas uns sortudos pelo facto de as nossas mães não nos terem abortado!

Mas uma vez que nascemos, podemos respirar de alívio: já não temos que nos
preocupar que as nossas mães nos matem ficando impunes por isso. Ou temos?
Verifica-se que o assassínio de recém-nascidos, se cometido por mulheres, fica
praticamente impune em alguns países ocidentais.

Como foi referido numa revista neozelandesa, “Apesar de se tirar a vida a alguém, não
há provavelmente outro crime que seja tratado de forma tão complacente pelo nosso
sistema legal como o assassínio de recém-nascidos”(4). Aparte o aborto, claro, este é, na
maioria dos casos, um crime completamente legal. Interrogo-me sobre se os lóbis pró-
aborto ainda virão a fazer campanha em favor do direito das mulheres matarem os seus
filhos menores, se a saúde da mãe estiver em perigo? A revista referia o caso de uma
mãe que foi sentenciada a dois anos de pena suspensa por infanticídio. Se um homem
cometer este crime será condenado a vinte anos de prisão. Os homens apanham uma
condenação maior por violação, em que não há perda de vidas humanas. A diferença é
que, na nossa sociedade, a mulher é sempre tratada como vítima, mesmo que seja uma
criminosa.

          O jornalista, Denis Welch, levantou a questão dos direitos dos homens na
igualdade de punições para os homens e paras as mulheres em crimes iguais. A lei
requer uma análise do estado de equilíbrio mental da mãe no caso de crime de
infanticídio, antes da qual esta permanece em liberdade. Na prática, esta cláusula é
interpretada de tal modo liberal, que a mulher nem sequer precisa de ter antecedentes
psiquiátricos para que seja aplicada. Welch refere que um pai que mate o seu filho
podem apanhar uma sentença de vinte anos de prisão, enquanto a mulher que cometa o
mesmo crime é normalmente condenada a apenas a ter que consultar um psicoterapeuta!
(5)

          Como disse Thomas (Not Guilty: In Defence of the Modern Man,
London:Weidenfeld and Nicholson, 1993), o assassínio de um recém nascido é uma
forma extrema de abuso infantil. Citou números dos E. U.A. que mostram que este
crime é cometido essencialmente por mulheres (55,7% dos casos) contra crianças do
sexo masculino em 53,7% dos casos. E refere que isto é exactamente o oposto do que é
pretendido pelos meios de comunicação feministas. O assassínio de recém-nascidos é
alvo de muito pouca atenção por parte dos meios de comunicação social em comparação
com o abuso sexual, embora a maioria das pessoas concorde que é um crime mais grave
que o abuso sexual. Apesar de tudo, após se ser vítima de abuso sexual, continua-se
vivo!

          Lyndon no seu livro, No more sex war: The failures of feminism (Sinclair-
Stevenson, London, 1992), citou números da Inglaterra e País de Gales de 1989 para as
idades das vítimas de assassínios, excluíndo fetos abortados. O grupo de abaixo de 1
ano, com 28 vítimas por milhão, era de longe o maior grupo. O segundo maior grupo,
com 16 vítimas por milhão abrangia 14 anos, isto é, dos 16 aos 29 anos inclusive, e não
apenas 12 meses como o grupo abaixo de um ano.

          A maioria destes bebés são assassinados pelas suas mães. Alguns deles são
espancados até à morte. Este crime não é contado como assassínio, mas sim numa
categoria especial de infanticídio. Quem o comete beneficia de tratamento especial nos
tribunais sendo pouco provável que seja condenado a muito tempo de prisão. (Lyndon
1992, páginas 37-38)

A maioria destes criminosos, não chega, sequer, a ir a tribunal. Como referiu Thomas
(Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London:Weidenfeld and Nicholson, 1993),
a polícia parece não estar interessada em prender pessoas por infanticídio, por este
crime ser cometido essencialmente por mulheres. Na Grã-Bretanha, em 1989-1990 por
exemplo, apenas 2% dos casos de assassínio de recém-nascidos foram denunciados pela
polícia. Seria interessante verificar se os criminosos eram principalmente as mães das
vítimas. “Infelizmente”, escreve Thomas (:Not Guilty: In Defence of the Modern Man,
London, Weidenfeld and Nicholson, 1993, página 145), “os números são supérfluos
quando os homens deixam de ser os maus.”

Falsas Acusações de Violação e de Abuso Sexual

Algumas feministas pretendem fazer crer que nenhuma mulher se exporá a ser
interrogada por um tribunal sobre violação se este não for verdade, mas esta  é outra das
suas mentiras. Estou seguro de que para uma vítima real de violação, ser sujeita a um
interrogatório deste tipo em tribunal, será uma experiência terrível. Mas será que uma
falsa acusadora sofre alguma angústia num destes processos quando, com o objectivo de
vingança pessoal, presta falsas declarações?

Eugene Kanin, no seu trabalho sobre falsas declarações de violação (False Rape
Allegations, Archives of Sexual Behavior, Vol.23, No. 1, 1994), investigou queixas de
violação numa pequena comunidade urbana dos Estados Unidos, durante um período de
9 anos. Neste período, descobriu que 41% das declarações de violação eram falsas, por
admissão das próprias queixosas! Diz ele:

Estas falsas declarações parecem servir três objectivos principais às declarantes:


fornecer um álibi, procurar vingança, e chamar a atenção e procurar compaixão.

Do mesmo modo, as feministas têm sustentado o mito de que as crianças nunca mentem
em tribunal sobre abuso sexual. Isto é mais uma propaganda feminista. O artigo
“mentirosas! mentirosas!” (Liar! Liar!, New Scientist, 14 February 1998) refere que
crianças de três anos são perfeitamente capazes de ludibriar outras pessoas, isto de
acordo com a investigação efectuada na Universidade de Portsmouth.

Além disso, quando uma mulher mente, fica normalmente impune. Por exemplo, eis aqui um

parágrafo de uma notícia sobre uma falsa acusação:

Um homem foi acusado de ferir uma mulher após a polícia ter provado em tribunal que o

ferimento da perna da mulher foi auto-infligido(6).

O artigo continua a explicar que um agente da polícia tinha sido informado que a declarante

tinha feito antes duas falsas declarações de ter sido golpeada por homens. E a polícia

processou esta mulher por falsas acusações? Não. Porque não?

          O homem que foi absolvido no tribunal tinha sido originalmente condenado a dez
meses de prisão no tribunal, com base no falso testemunho desta mulher. Permaneceu
algum tempo em prisão preventiva mais seis semanas desta sentença antes do recurso.
Pareceria justo que esta mulher fosse condenada a pelo menos dez meses de prisão pelo
seu perjúrio e falsas declarações.
          A polícia diz que não gosta de processar pessoas por fazerem falsas declarações
porque isto pode ter um efeito intimidativo levando a que pessoas com declarações
autênticas tenham medo das apresentar. Mas de tempos a tempos vê-se no jornal a
polícia a processar pessoas por apresentarem declarações falsas. Como é que eles
decidem quando é que devem processar alguém por declarações falsas? Será mais
provável um homem ser processado por falsas declarações que uma mulher? Escrevi à
polícia da minha cidade pedindo detalhes sobre o seu critério de processar alguém por
falsas declarações, por categoria de crime envolvido. Responderam-me que não
possuíam estas estatísticas, e não as iriam compilar para min, nem me poderiam
autorizar a min a consultar os seus ficheiros para que eu próprio as compilasse.

Ninguém me poderia ajudar. Fiquei com a impressão de que havia ali alguma coisa que não

deveria ser divulgado.

No ano que terminou em 31 de Dezembro de 1993, quase 40% dos casos de violação sexual

foram declarados “não injuriosos”. Isto é, a polícia descobriu que 40% destes casos eram

declarações falsas.(7) Aos números actuais, isto corresponde a 361 casos de declarações de

violação falsas. E, claro, alguns dos 60% que a polícia considerou que havia ofensa foram mais

tarde absolvidos pelo tribunal. Isto significa que uma grande quantidade de mulheres

mentiram à polícia, só nesta área da violação sexual. Mas alguma delas sofreu com isto alguma

sanção? Provavelmente não. E não é provável que estes números parem enquanto não houver

sanções.

          A polícia não é Deus, e os tribunais também não. Todos eles estão sujeitos a
cometerem erros. Por consequência pelo menos algumas destas falsas declarações serão
consideradas verdadeiras. Mas o poder do lóbi feminista é tal que a polícia e os tribunais
têm que acreditar nas declarações das mulheres feitas contra os homens. Isto significa
também que não punirão as mulheres que mentem. Falsas declarações de violação,
violência doméstica, e abuso de crianças é uma das maneiras usadas pelas mulheres para
oprimirem os homens actualmente. Nenhum homem será provavelmente preso por
alguma coisa que não fez, mas a prisão não é a única consequência que eles podem
sofrer de falsas declarações de mulheres maliciosas. Outra, muito frequente, é a quase
certa perda de tutela dos seus filhos, ou limitações no convívio com estes após a
separação ou divórcio. Isto para já não mencionar degradação da sua reputação e
imagem pública.

          Neil Foord, por exemplo, foi preso por uma violação que segundo ele nunca
cometeu. Ele fez uma campanha de sensibilização pública para o problema de falsas
declarações de violação(8). Mulheres que fazem falsas acusações de violação ou outras,
não deverão ficar impunes como acontece no presente. Elas deverão ser condenadas à
mesma pena que as suas vítimas seriam se as suas acusações fossem verdadeiras. Para
além disto, Foord defende compensações para os homens falsamente acusados e
eventualmente condenados por violação.

Conclusão

Pessoas que façam falsas declarações, tais como acusações de violação ou de abuso
sexual de crianças, deverão ser processadas judicialmente, e as penas deverão ser
equivalentes às penas atribuídas ao tipo de crime de que falsamente se queixam. Isto é
necessário como medida dissuasória.

Temos que encontrar uma solução de compromisso entre a necessidade de a sociedade


se proteger a si própria de abusadores sexuais e violadores, e a necessidade de proteger
pessoas inocentes de supostas consequências em adultos de recordações induzidas de
abusos sexuais infantis incentivadas pelas feministas, e de falsas acusações de violação.

CAPÍTULO 6: A MENTIRA DO SISTEMA JURÍDICO MASCULINO

Há uma velha piada que reflecte o sentimento dos homens face ao divórcio: “Dividimos
tudo igualmente, ela ficou com a casa e eu pago as prestações, ela ficou com o carro e
eu com os encargos, ela ficou com as crianças e eu com a pensão de alimentos.”

Introdução: As mulheres podem fazer qualquer coisa

          Nos Estados Unidos, as feministas usam lemas tais como: “Sou mulher, ouve o
meu grito”, inspirado numa canção de 1970 de Joan Baez. Recentemente, a feminista
lésbica Anne Heche ressuscitou, também de outro tema musical, o lema, “Qualquer
coisa que o homem faça, a mulher pode fazer melhor.” Para uma discussão mais
aprofundada sobre este tema, pode ver-se o capítulo 7 deste livro, sobre assuntos de
emprego.

          Mas a frase “as mulheres podem fazer qualquer coisa” toma outro significado no
contexto legal. As feministas tendem a acreditar que o homem é que tem que ter
cuidado com o abuso (verbal, emocional ou físico) com que a sua companheira ou
esposa o agrida. A retaliação nunca é justificada e a provocação nunca serve de
desculpa. Por outro lado, qualquer retaliação por parte de uma mulher agredida, é
sempre justificada, segundo o seu ponto de vista. A mulher está sexualmente frustrada?
Corta o pénis ao marido (caso Bobbitt, EUA, Junho de 1993). A mulher foi agredida?
Mata o filho-da-mãe do homem (caso Jennifer Patri, EUA, 1977). Logo que as
feministas e o sistema judicial por elas intimidado se mostraram preocupados, “a mulher
pode fazer (exactamente) qualquer coisa”.

          No preâmbulo do seu livro Good Will Toward Men, Jack Kammer fala sobre a
palavra “misoginia”, horror às mulheres, e à sua correspondente masculina,
“misandria”, isto é, horror aos homens. Porque é que a palavra “misandria” é tão
raramente encontrada, embora “misoginia” faça parte de todos os dicionários? Kammer
explica que a misoginia é socialmente inaceitável (nas sociedades ocidentais), o que não
acontece com a misandria. De facto, a misandria é obrigatória nos círculas feministas.
Há, por isso, pouca necessidade de usar uma palavra que descreva  um estado de
consciência que toda a gente assume!

          Os nossos sistemas legais são baseados no mesmo princípio misandrista. Existem
principalmente para controlar homens e puni-los quando fazem o tipo de coisas que são
feitas, mais pelos homens que pelas mulheres. Se houver algum crime que seja
praticado mais por mulheres do que por homens (tal como o infanticídio), a tendência
nas sociedades ocidentais é para o discriminalizar. Ao mesmo tempo que as penas por
proporcionar aborto (um crime preponderantemente feminino)  vão diminuindo, as
penas por violação (um crime preponderantemente masculino) vão aumentando, e a
definição de “violação” vai-se alargando, mas apenas quando se refere a vítimas
femininas.

As mulheres nos tribunais

          Comissões de inspiração feminista ou dominadas pelas feministas e grupos de


pressão estão a penetrar nos tribunais de família de alguns países tais como, Estados
Unidos da América, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. No primeiro destes foi “O
Primeiro Relatório do Grupo de Trabalho Sobre Mulheres do Supremo Tribunal de
Nova Jersey – Junho de 1984”. Relatórios posteriores em vários estados americanos e
em outros países basearam-se neste precedente e modelo aparentemente válido.

          É considerado rotina em alguns países ocidentais estudar o impacto de uma lei
num segmento particular da sociedade. A falha destes estudos, é que tendem a centrar-
se apenas nos problemas de um grupo, e tendem a descobrir precisamente e apenas
aquilo que estão a procurar. Consequentemente, os resultados do estudo ignoram os
grupos que não são vistos como vítimas, e as premissas latentes na proposta original
para o estudo, são inevitavelmente confirmadas no fim do que é de facto, um processo
viciado e tendencioso.

          O que isto significa no clima político actual é que estes estudos se destinam a
concluir que as mulheres são umas vítimas, e que não é de forma alguma concebível que
departamentos governamentais venham a patrocinar estudos sobre o acesso masculino à
justiça. A suposição subjacente e não verificada é que a mulher é discriminada pelo
sistema de justiça, e o seu objectivo é remediar esta situação apenas para as mulheres.
De facto, o título “Acesso das Mulheres à Justiça” é praticamente equivalente à
afirmação de que o homem não tem problemas significativos de acesso à justiça, o que é
um ponto de vista tendencioso.

          Estou satisfeito por dizer que a situação, pelo menos na Nova Zelândia, é
constantemente reelaborada. Como eu escrevi, a Comissão de Leis da Nova Zelândia,
em colaboração com o Ministério da Justiça, está aparentemente a decidir a adopção de
um pacote de medidas proteccionistas, das mais severas anti-masculinas do mundo
ocidental. Estas medidas permitem que um homem possa ser impedido de contactar com
a sua ex-companheira e com os seus filhos, sem ser presente ou representado em
audiência. Apenas com base na intuição da sua ex-companheira de que ele possa ser
perigoso! Por outro lado, é desconcertante saber que o governo britânico está a pensar
introduzir leis proteccionistas de ex-cônjuges similares às que a Nova Zelândia está a
pensar rever! Para mais detalhes sobre este assunto, consultar
http://geocities.com/peterzohrab/femfasci.html.

          Tal como diz Robert Hughes no seu livro, A Cultura da Queixa: O Desgaste da
América, há grupos de pressão que têm distorcido as políticas das democracias
ocidentais. Académicos, seguidos por jornalistas seguidores de doutrinas de esquerda
liberal, fechando-se no seio de alguns grupos femininos “discriminados” ou
“oprimidos” e outros sistemas de poder instalado começam, em regime de isolamento, a
estudar os “problemas” destes grupos. Estes grupos até podem sofrer de algumas
injustiças, contudo presumem que os homens não as têm. Deste modo, não dão aos
homens atenção igual.

          Uma vez que o poder decide que as mulheres têm problemas com o sistema de
justiça, por exemplo, os seus inquéritos são tendenciosos no sentido de revelarem os
problemas que elas estão a procurar. Sobre esta matéria, será que dados imparciais
fazem a diferença? Certamente que para a Associação Americana de Mulheres
Universitárias, não. Apesar de as estatísticas indicarem que as escolas dos Estados
Unidos apoiam mais as raparigas que os rapazes, elas insistem no seu aliciante lema,
Pequenas mudanças nas raparigas, pequenas mudanças na América, e que os rapazes
são mais apoiados que as raparigas. Porquê?

As feministas têm apenas um objectivo: pôr o sistema a trabalhar para as mulheres. Se o


resultado causar sofrimento aos homens, paciência. (Van Mechelen, “American
Association of University Women: The Pop-feminist Agenda,” What Every Man Should
Know About Feminist Issues, 1992, www.backlash.com/book/educ.html)

          Os títulos destes estudos revelam a sua tendenciosidade: Em Nova Jersey foi no
relatório Mulheres no Tribunal, na Nova Zelândia, foi no estudo da Comissão
Legislativa sobre Acesso da Mulheres ao Tribunal. Como Carol Gilligan, autora de
Numa Voz Diferente (original A Diferent Voice), referiu, que os homens apenas não
acompanham o “passo de cuidarem de si próprios”. O facto é, contudo, que estes
estudos ocupam-se dos homens, isto é, são inevitáveis comparações, implícitas ou
explicitas. Contudo, estas comparações nunca são feitas do ponto de vista masculino.
Estes títulos ficariam melhores se fossem, “Homens e Mulheres no Tribunal” ou “O
Acesso dos Homens e das Mulheres à Justiça”. Assim as probabilidades de os assuntos
serem tratados de forma mais honesta eram maiores.

          Mas não é legítimo estudar os assuntos de grupos particulares? Temos sempre que
incluir toda a gente em todos os estudos, para que estes sejam honestos e imparciais?
Deverei opor-me a um estudo sobre o efeito da privação de sono nos camionistas, por
exemplo? Não. Por vezes temos que fazer estudos sobre grupos particulares. Mas os
projectos de investigação não surgem do ar, alguém persuadiu outras pessoas que este
era um problema que precisava ser investigado.

          O estudo hipotético do efeito da privação de sono dos camionistas, por exemplo.
Presumivelmente existe previamente, de fontes credíveis, evidência de que os
camionistas são pressionados a conduzirem demasiadas horas sem dormirem, causando
um inaceitável número de colisões, danos materiais e mortes. Os camionistas são um
caso especial porque passam muito tempo na estrada. Deste modo é um estudo
justificado.

          No caso do “acesso das mulheres à justiça”, alguém persuadiu as autoridades de


que havia um problema. Mas aqui a evidência prévia consiste principalmente no facto
de que há mais advogados e juizes do sexo masculino do que do sexo feminino, e as
feministas pretendem que qualquer grupo constituído principalmente por homens
favorece mais os interesses dos homens que os das mulheres. As feministas afirmam
esta suposição de forma insistente em livros, rádio, televisão, jornais e revistas, e em
todo o lado. Contudo isto é falso, e constitui um preconceito do género dos que elas
condenam no homem, como eu refiro no capítulo 14.

          Quaisquer dúvidas que eu pudesse ter tido sobre esta tendenciosidade foram mais
que dissipadas quando, alguns anos atrás, submeti um pedido à Comissão Legislativa da
Nova Zelândia. Como o seu gabinete patrocinou um estudo sobre o acesso das mulheres
à justiça e não havia um estudo equivalente sobre os homens, eu pedi-lhes que
patrocinassem a Associação Neozelandesa de Direitos dos Homens (NZMERA),
organização a que pertenço, para conduzir um estudo sobre o acesso dos homens à
justiça(1).

          Apesar de reconhecerem o meu pedido, apenas meses mais tarde, enquanto eu
continuava à espera da sua decisão, descobri que um estudo similar já tinha sido
efectuado por um grupo totalmente diferente e menos prestigiado. Como a organização
do segundo estudo foi presumidamente manipulado para limitar as suas investigações à
linha que eles queriam seguir, ficaram aptos a divulgar o tipo de relatório que queriam
inicialmente escrever, a ter os seus amigos dos meios de comunicação social a publicitá-
lo, e finalmente pressionar o sistema de justiça a atender as suas reivindicações.

          No entanto, quando a própria Comissão Legislativa publicou o relatório sobre


este estudo (que excluiu a contribuição da minha organização para o mesmo), fê-lo em
nome da Feminista que conduziu o estudo, em vez de em nome da própria Comissão
Legislativa. O significado disto não foi perdido pelas feministas, que se sentiram
afrontadas por este golpe na credibilidade do estudo. Uma até escreveu uma carta para o
jornal Dominion (16 de Agosto de 1999) reclamando sobre esta “atitude sem
precedentes”. Nitidamente, o nosso pedido, conjuntamente com outros de outras
organizações, forneceu matéria suficiente para que as facções não feministas de dentro
da Comissão Legislativa se demarcasse dos disparates feministas.

          O grupo de trabalho de Nova Jersey assumiu que as mulheres deveriam estar mais
conscientes que os homens da tendenciosidade contra as mulheres nos tribunais. Talvez
isto seja verdade. Mas porquê, então, foi o grupo de trabalho composto pelo dobro de
mulheres relativamente aos homens? À partida estavam criadas as condições para que o
grupo descobri-se exactamente aquilo que procurava e não o contrário.

          O grupo de Nova Jersey relegou o assunto da tendenciosidade de género contra os


réus em casos criminais a umas meras 7 páginas num relatório de 49 páginas. Porquê?
Teria sido porque ironicamente, a única evidência de tendenciosidade de género era
contra os homens? Foi por isto que o grupo de trabalho predominantemente feminino
decidiu fazer um estudo posterior antes que alguma acção fosse tomada sobre este
assunto?
          Além de mais, este grupo citou estatísticas em que mostraram que a
tendenciosidade a favor das mulheres prevalecia nos tribunais (página 137 do livro onde
está o relatório). Mesmo a sua suposição de que as mulheres estavam mais conscientes
da tendenciosidade dos tribunais contra elas não justifica que isto seja ignorado. Além
do mais o relatório recomenda apenas medidas para diminuir a tendenciosidade contra
as mulheres, e nada diz sobre a redução de tendenciosidade que favoreça as mulheres.

Políticas Sexuais e Lei

          Na prática, os países ocidentais definem crime como tudo o que ao homens fazem
que as mulheres ou os ricos e poderosos não gostam. Se as leis fossem escritas por
pobres, seria improvável que os correntes crimes contra a propriedade fossem
severamente punidos. Não tendo grandes possessões, algumas pessoas de menos
recursos quase consideram o pequeno roubo um método socialmente justo de
distribuição da riqueza. Do mesmo modo, a virtual discriminalização do aborto nos
países ocidentais, reflecte o poder que as mulheres possuem para abolirem leis que
consideram inconvenientes. Isto serve também os homens da classe alta e média alta
que desejam ter relações sexuais sem se tornarem pais. Também juizes com tendências
cavalheirescas actuam com base em estereótipos ADLM:

          Em casos de regulação de poder paternal, consideram inconcebível que um


homem queira cuidar dos seus filhos. Em casos de assassínio assumem frequentemente
que qualquer mulher que chegou ao ponto de matar deveria tê-lo feito sem intenção ou
que não cometeria um acto tão vil por sua própria iniciativa. Esta é uma crença
partilhada por todas as feministas, que sustentam firmemente que nenhuma mulher
agride, e muito menos mata, o seu companheiro sem que tenha sido prolongadamente
oprimida e provocada (Thomas, Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London,
Weidenfeld and Nicholson, 1993, página 126).

Nos Estados Unidos, por exemplo, pode-se comprar em qualquer quiosque, revistas escritas

para mulheres com sexo, orgasmo e todo o tipo de material relacionado de forma apelativa na

capa, à mistura com pornografia, novelas recheadas de sexo. Os homens, por seu lado, têm

normalmente que procurar em lojas mais escondidas o equivalente masculino nestes assuntos,

e em algumas áreas são mesmo ilegais. Certamente que, enquanto psicólogos e escritores

como Warren Farrell concordam que as novelas e as revistas femininas constituem

“pornografia”, a maioria das pessoas discorda. Novamente aqui se demonstra o poder das

mulheres sobre o que a sociedade considera decente e perverso.

Ironicamente, nos Estados Unidos, os homens podem ser acusados de assédio sexual, e alguns

têm sido acusados e punidos por isso, por lerem revistas femininas no trabalho ou deixá-las
sobre a secretária onde as suas colegas as possam ver. A explicação dada pelas mulheres é que

estas revistas estão cheias de fotografias de mulheres nuas em posições sexualmente

apelativas, e que têm conteúdos que intimidam sexualmente as mulheres no local de trabalho

criando um ambiente de trabalho hostil. Se este material pode constituir assédio sexual, é

difícil compreender que se possa considerar outra coisa a não ser pornografia.

          Um sistema judicial que fosse machista converteria em crime, o uso de roupas
reveladoras ou provocantes por parte das mulheres, ao mesmo tempo que
desculpabilizava os homens que lhes dirigissem propostas insinuadas ou directas. O
sistema judicial ocidental anti-masculino sujeita o homem ao assédio sexual por parte de
mulheres que usam roupas provocantes, ao mesmo tempo que o critica ou processa se
este for impelido a fazer um comentário ou tomar uma atitude mais atrevida! As
mulheres que usam roupas provocantes estão a enviar mensagens de apelo sexual e
devem, por isso, aceitar que lhe sejam dirigidas propostas e ser proibidas de reclamar
por o homem responder a esse apelo. Ninguém as obriga a usar roupas provocantes, e
tais roupas, no contexto das leis e regulamentos ocidentais sobre violação e assédio
sexual, constituem uma severa opressão ao homem:

          Enquanto a resposta do homem aos comportamentos sexuais da mulher for


passível de punição, as mulheres que incorram em “condutas físicas ou verbais de
natureza sexual” (como os homens as definem) no local de trabalho deverão, dentro da
razoabilidade dos padrões masculinos, ser culpadas de assédio sexual. (Van Mechelen,
1995, www.backlash.com/content/gender/1995/1-jan95/page2.html)

É criminoso

          Mas, o que é, precisamente, um crime? Um manual de criminologia dá a seguinte


resposta:

Todas as sociedades têm um sistema de regras, promulgadas por grupos dominantes ou

regulamentadores, para regulamentar o comportamento dos seus membros.... Porque estas

regras ou regulamentos, são promulgadas pelos possuidores da autoridade política, e porque

as transgressões são passíveis de punição em nome do estado ou do governo, as transgressões

são consideradas crimes. (Haskell e Yablonsky, 1974, Criminology: Crime and Criminality,

Chicago: Rand McNally; página 3).

          Se esta é uma definição correcta de crime, então para se determinar quais são os
“grupos dominantes ou regulamentadores” e quais os grupos oprimidos numa dada
sociedade tudo o que precisamos é de consultar as estatísticas dos crimes. Deveríamos
esperar que os grupos dominantes ou regulamentadores proibissem pouco as actividades
dos seus membros e proibissem fortemente as actividades em que os grupos oprimidos
tendem a envolver-se. Isto resultaria numa taxa mais alta de crimes entre os grupos
oprimidos do que entre os grupos dominantes e regulamentadores.

          Certamente, grupos éticos ou raciais que são frequentemente considerados pelo
politicamente correcto como oprimidos, (afro-americanos nos EUA e Canadá, maoris na
Nova Zelândia, aborígenes na Austrália, etc.) deverão ter uma taxa de criminalidade
mais elevada que o grupo racial maioritário. Está fora do objectivo deste capítulo
discutir as razões desta taxa de criminalidade mais elevada(2). Também não vou aqui
tomar posição sobre se estes grupos são os oprimidos ou os maus. O que afirmo é
simplesmente que o grupo das vítimas, que tem sido tão efectivamente influenciado
pelos meios de comunicação, estudiosos, eleitores e políticos, está baseado numa
fundamentação teórica fraca no que diz respeito às mulheres. Como as feministas
defendem vigorosamente que a mulher é uma minoria oprimida (e que, portanto, o
homem não é), a taxa de criminalidade feminina deveria ser maior que a taxa de
criminalidade masculina.

          Claro que este não é o caso. A mais alta taxa de criminalidade masculina parece
indicar que o homem, e não a mulher, é o oprimido. Além disso, são os homens, e não
as mulheres, que estão numericamente em minoria. Nos EUA, por exemplo, os eleitores
femininos, tem mesmo ultrapassado o número de eleitores masculinos, durante vários
anos. Até 1991, as feministas não repararam bem neste assunto. No entanto, quando foi
a eleição de Bill Clinton, elas aumentaram as pontuações, e falaram sobre a influência
política das mulheres nas sondagens, e conseguiram eleger o seu candidato. Neste
contexto, é pouco razoável, classificar as mulheres no grupo das minorias. Se fizermos a
atribuição contrária, de que o homem é o sexo oprimido, então, também por aqui, as
vítimas estão de acordo com o facto de constituírem o grupo minoritário.

          No entanto apesar da tendência anti-masculina da justiça, nem tudo está bem no
campo feminista: por vezes os tribunais tratam as mulheres em pé de igualdade, e as
feministas não gostam:

          O que nós temos actualmente é qualquer coisa que os meus colegas chamaram de
“igualdade com vingança”. Há debate entre escolas feministas sobre se se deve ou não
continuar a forçar no sentido da igualdade porque, particularmente na área criminal, a
igualdade tem prejudicado as mulheres. (Barbara E. Bloom, professora, Universidade
Estatal San Jose, Women in Prison,  magazine, Setembro/Outubro 1998)

          Da revista Ms. até à revista Glamour, as feministas estão em força sobre as razões
porque a taxa de prisão das mulheres estar a aumentar mais rapidamente que a mesma
taxa para os homens. Esta é uma estratégia comum, que elas usam sempre que na
estatísticas os números absolutos de vítimas  são maiores para os homens que para as
mulheres. “Sim, mas a taxa de crescimento de casos novos é maior para as mulheres que
para os homens!” dizem elas. As feministas da Nova Zelândia fizeram o governo
despender dinheiro na prevenção do tabagismo nas mulheres porque a taxa de mulheres
que fumam está a crescer. A ADLM faz com seja impossível para qualquer governo
dirigir ajuda apenas para os homens. A ajuda é dirigida a ambos os sexos, ou apenas às
mulheres (ou às mulheres de um grupo étnico, tais como as mulheres Maori, no caso do
tabagismo).
          Contudo, continua verdade que a maioria executivos na maioria das sociedades
são homens. Então como podem os grupos dominantes oprimirem-se a si próprios? A
tradição dá parte da resposta. Os legisladores vêem-se a si próprios, e em certa medida
correctamente, a legislar em proveito de toda a população mais do que apenas em seu
benefício. Assim eles tratam qualquer grupo que não tenha voto, ou que pareça
desprotegido em algum aspecto, com algum grau de proteccionismo paternalista. Deste
modo, quando a sociedade reconheceu o homem como o chefe legal de família, não
sentiram que as mulheres estavam a competir com eles, e então os legisladores
redigiram e incentivaram a aplicação de leis dirigidas a criminosos masculinos e
trataram as mulheres nas palminhas.

        Grupos de Pressão Política

          Outra razão, no entanto, é que em sociedades democráticas os políticos reagem


muito a grupos de pressão. Assim que um grupo social encontra um canal para fazer
crer a toda a sociedade que é oprimido, adquire um grande poder moral sobre a elite
legisladora. Poder moral é convertido pelos meios de comunicação em poder político.
Nos países ocidentais uma alta percentagem dos meios de comunicação estão ligados a
um ou outro grupo. E, como fez notar J. W. Boyce, os meios de comunicação têm uma
tendência anti-masculina.

          Esta tese encontrou uma disparidade significativa entre o tratamento de vítimas de
violência femininas e masculinas e taxas de vitimização feminina e masculina... este
tratamento contribui para causar quantidades desproporcionadas de medo em homens e
mulheres, ignora violência que pode afectar particularmente os homens, e falha no
reconhecimento de que homens e mulheres podem ambos ser agressores e vítimas. Em
termos de opinião pública, isto encoraja uma focagem singular na mulher como vítima
em todos os estudos, campanhas de meios de comunicação, e no financiamento de
projectos e refúgios, entre outras coisas.

                   A principal consequência é que a violência contra o homem é ignorada,


apesar das estatísticas mostrarem que os homens são tão propensos quanto as mulheres
a serem vítimas de violência. (J.W. Boyce, Manufacturing Concern: Worthy and
Unworthy Victims - Headline Coverage of Male and Female Victims of Violence in
Canadian Daily Newspapers, 1989 a 1992, pp 31-32)

          Durante os últimos duzentos ou trezentos anos, muitas sociedades evoluíram do


velho modelo paternalístico para o modelo dos grupos de pressão. De qualquer modo, é
importante não subestimar o “poder por detrás do trono”. Grupos que não detém
actualmente o poder podem, contudo, puxar os cordéis ligados às mãos detentoras do
poder. As mulheres nas posições de poder não estão mais imunes a isto que os homens.

          Quanto mais as mulheres atingem posições de influência, mais duas coisas
acontecem. Primeiro, tornam-se objecto das mesmas pressões dos seus pares
masculinos, e deste modo as suas actuais decisões (em muitos casos) diferem pouco das
dos homens. Esta é a razão porque as feministas reivindicam que as mulheres que o
fazem se vendem ao sistema masculino. Deste modo, menos homens estão presentes
quer em posições de poder quer desejosos de oferecer a protecção paternalística ou
cavalheiresca às mulheres. Isto pode conduzir ao colapso da sociedade tradicional, e ao
definhar e morte dos originais papeis complementares e cooperativos.
A tese alternativa das feministas é que as mulheres são realmente oprimidas, apesar de serem

os homens que têm a maior taxa de prisões. Quando se repara em todas as outras

desvantagens sociais que os homens têm, parece improvável que as feministas possam definir

“opressão” de modo a justificar as suas reivindicações. Deste modo, têm-no conseguido

apenas porque os homens são demasiado afeiçoados às mulheres para o permitirem. Apesar

de tudo, como podem estas criaturas amorosas serem inimigas?

          É difícil a qualquer homem atacar uma mulher, e as feministas, agora que
tomaram as rédeas dos acontecimentos, têm desfrutado da situação. Se criticarmos  as
feministas, somos acusados de sermos machistas e misoginistas, apesar de tais
acusações se ficarem por pouco mais do que chamar nomes e sem justificação. Este é o
seu poder, contudo, esta emoção transcende toda a racionalidade quando chega a
assuntas feministas.

          Por exemplo, um homem que disse que eu era machista defendeu a noção de
recrutamento militar para apenas homens com base no seu papel masculino. Estava, no
entanto, deveras assustado com a sua mulher feminista para sugerir que as mulheres
também devem ter um papel igualmente restritivo, tal como ficar em casa e cuidar das
crianças! Isto é um critério duplo típico de um feminista masculino anti-machista que
domina a política e lei sexual.

          Homens e mulheres deverão ter ambos papeis diferentes e restritivos, ou não têm
nenhuns. As mulheres e as crianças ficariam a ganhar se os homens parassem de
tentarem ser cavalheiros, e começassem a actuar como homens autênticos. E como
agem os homens autênticos? No interesse da justiça para todos, em vez do interesse de
apenas um dado segmento da sociedade.

Género sexual e injustiça

A fraude fundamental  da pretensão feminista torna-se ainda mais óbvia quando


examinamos as estatísticas relativas a injustiças na diferenciação dos sexos. De acordo
com a Agência de Estatísticas Judiciais do departamento Americano de Justiça,
(www.ojp.usdoj.gov/bjs/crimoff.htm) de 11 de Julho de 1999, o tempo que de prisão de
uma pessoa é maior para:

1.  Os homens (9%) do que para as mulheres (1.1%)

2.  Negros (16.2%) e espânicos (9.4%) do que para os brancos (2.5%)

3. Pode ver-se que a disparidade entre homens e mulheres é mesmo maior que a
disparidade entre negros e brancos. Porquê? Se uma taxa mais alta de prisão de negros
indica repressão racial, então que dizer da mais alta taxa de prisão nos homens?
Desde 1974, que alguns especialistas atribuem estas diferenças em grande parte às
diferenças entre os papeis sociais do homem e da mulher. Haskell e Yablonsky (1974)
criaram um secção esclarecedora sobre diferenças sexuais e criminalidade.
Estabeleceram que 85% das prisões nos Estados Unidos da América em 1972 eram
homens. As condenações dos homens ultrapassavam as das mulheres em todos os
crimes, excepto “prostituição e comercialização de vícios”, e “fugas”. Nos anos de 1968
a 1971, nos Estados Unidos, apenas 3% dos presos eram mulheres

          De acordo com Haskell e Yablonsky, os homens tendem a ocupar as tarefas mais
perigosas, que envolvem mais esforço físico, ou violência. Os crimes envolvem
frequentemente pelo menos um destes factores. Além disso, o homem, tem sido o
tradicional suporte económico da família, e isto fez com que o homem, mais que a
mulher, tendam a envolver-se em actividades criminais. No princípio da década de
1970, no entanto, a taxa de condenação feminina por ofensas graves nos EUA começou
a aumentar fortemente. Os autores atribuem isto à homogeneização dos papeis
femininos e masculinos na sociedade incentivados pelo feminismo. Em particular, a
pressão crescente para as mulheres contribuírem para o sustento da família aumenta a
probabilidade de algumas mulheres entrarem em actividades criminais.

          Contudo, a taxa de condenações da mulher permaneceu muito mais baixa que a
dos homens, e os autores atribuem o facto às seguintes nove causas em separado:

1.  Os papeis das mulheres estão mais claramente definidos. As filhas podem em geral
observar as suas mães fazendo os seus tradicionais trabalhos femininos em casa. Os
filhos só podem observar os seus pais fora das horas de trabalho. Deste modo os rapazes
não têm um modelo de referência ocupacional tão bem definido a partir dos seus pais,
como as raparigas têm a partir das suas mães.

2.  As raparigas são mais controladas pelos pais. Os pais tendem a restringir mais os
movimentos das filhas que dos filhos. Tendem a controlar mais os amigos das filhas
(especialmente os namorados) do que o fazem em relação aos filhos rapazes.

3.  As raparigas recebem mais protecção. Os pais e outros membros da família estão
mais disponíveis para ajudar as mulheres do que os homens quando surgem
necessidades ou dificuldades em termos financeiros ou noutros domínios.

4.  As mulheres sem especialização têm mais opções de carreira. Os homens sem
especialização tendem, mais que as mulheres, a precisar de lutar pela vida no duro. As
mulheres sem especialização podem mais facilmente ser valorizadas socialmente como
donas de casa, não importando sequer se são ou não boas a cozinhar, cuidar da casa ou
das crianças, etc.. Em países, como os EUA, é também mais fácil para elas conseguirem
empregos em casas de pessoas abastadas (como amas, cozinheiras, etc.) que os homens.

5.  Os papeis masculinos são mais activos: “Aproximadamente quinze vezes mais
homens que mulheres, são condenados por conduzirem embriagados. Na nossa cultura,
quando uma mulher e um homem estão num automóvel, espera-se que seja o homem a
conduzir. Se estiverem ambos embriagados, é mais provável que o homem conduza e
portanto mais provável que seja condenado por conduzir em estado de embriaguez. É
ele também que é mais propício a ser apanhado na posse de drogas, embora quer o
homem quer a mulher as usem” (Haskell & Yablonsky, 1974, 249).

5.  Os nossos estudos exaustivos da literatura feminista disponível sobre este assunto
têm ainda revelado alguma tendência para o sistema judicial beneficiar a mulher e
penalizar o homem nestes casos. É possível, contudo, que estes cenários venham a
mudar como resultado da influência feminista no relacionamento homem.

6.  Os homens têm tendência a serem cavalheiros e algumas vezes deixam-se


responsabilizar pelos crimes cometidos pelas mulheres ou com a conivência das
mulheres.

7.  O público entende os homens e as mulheres de maneira diferente. A mulher pode


seguir livremente o seu caminho após dizer ou fazer certo tipo de coisas pelas quais um
homem seria preso. Além disto, uma mulher pode levar um homem a ser condenado
porque ele “a ameaça”, mas se um homem tentar fazer com que uma mulher seja
condenada pelo mesmo motivo a polícia e a opinião pública considerá-lo-á cobarde e
efeminado, um parvinho, um queixinhas, um fraco que não merece respeito ou amor.

Este é um problema que têm os homens. As mulheres podem reclamar sobre os defeitos
do homem, mas se os homens reclamam sobre o que as mulheres fazem ou deixam de
fazer, é porque são, como uma feminista disse a Warren Farrell, “uns queixinhas”.

Eis outro exemplo de como o público tem diferentes expectativas em relação ao homem
e à mulher: para um projecto a área da agressão sexual, a revista Ms., encarregou Mary
P. Koss de investigar a prevalência de violação ou agressão sexual em colégios
americanos. Uma das definições de violação que Koss usou foi: “Já teve relações
sexuais completas quando não queria porque um homem lhe deu álcool ou drogas?”
(Revista Society, Março/Abril 1994). Ela definiu violação como uma relação sexual
consentida com relutância. Mas como Van Mechelen referiu, “com esta definição
podemos certamente encontrar milhões de homens que podemos qualificar como
vítimas de violação feminina.” (www.backlash.com/book/rape8.html)

          No seu livro Casado com Crianças (Married with children), de acordo com Van
Mechelen, vemos que Peggy está sempre a atirar-se a Al para ter sexo, como ele detesta
ter sexo com ela, e como chora quando ela o força a ter relações sexuais. Ninguém diz
que ele está a ser violado, ninguém questiona que um homem de meia idade que não
queira ter sexo com a sua esposa, mas de acordo com a definição da revista Ms., isto é
violação.

8.  A polícia reage de modo diferente com os homens e com as mulheres. Um homem
que caminha na rua durante a noite é um possível criminoso. Uma mulher que faça a
mesma coisa, por seu lado, é uma possível vítima. Como há poucos grupos de direitos
dos homens, não se houve ninguém dizer que isto constitui um critério sexista duplo.
Contrastemos esta situação com a situação paralela da polícia reagir de maneira
diferente com raças diferentes. Nestes casos, aparecem imediatamente grupos de
pressão com acusações de racismo.
9.  Uma grande quantidade de crimes cometidos pelas mulheres não são detectados ou
são ocultados. Os autores citam estudos em que sobressaem os seguintes tipos de
crimes:

a)  Roubos por mulheres em supermercados raramente são alvo de processo, mesmo
que se descubram.
b)  Acusações falsas são raramente investigadas, frequentemente acreditadas, e por
vezes conduzem à condenação injusta da parte inocente. E quando se descobre a
mentira, esta fica impune, como Ken Pangborn refere:

“Falsas acusações de abuso de crianças, violência doméstica, violações conjugais e


outras tornaram-se comuns nos processos de divórcio americano. Em alguns casos os
abusos eram verdadeiros, mas em muitos deles não”. (Ken Pangborn, Founder, The
A-Team, www.a-team.org/child.html).
A polícia desculpa-se pela sua passividade com base no lema de que não querem
desencorajar as reclamações.
c)  Roubos por empregadas. Quando são descobertos, normalmente são punidos por
despedimento em vez de queixa policial.
d)  Roubos por prostitutas a propriedades de clientes. Os homens ficam normalmente
demasiado envergonhados para se queixarem à polícia.
e)  Chantagem. Quando as mulheres chantageiam homens, estes ficam demasiado
envergonhados para irem à polícia.
f)   Ofensa sexual a crianças por mulheres permanece na maioria das vezes oculta.
g)  Aborto ilegal, no que se aplica às mães. Os autores estimaram um número de 200
000 por ano nos EUA antes da liberalização da lei.
h)  Assassínio por envenenamento, executado pelas mulheres aos membros da família,
ou por amas ou cozinheiras aos clientes. Isto tende a ser oculto e portanto, não
punido.

i) Infanticídio. As mulheres podem matar crianças por má-nutrição com pouco risco
de que sejam descobertas.

Justiça discriminante

Farrell (1993) documentou completamente o modo como a justiça americana discrimina


os homens. Por exemplo, um homem que comete assassínio nos EUA é vinte vezes
mais propenso a ser condenado a pena de morte que se for uma mulher. Uma mulher
tem que matar outra mulher ou uma criança para correr algum risco de condenação a
pena de morte. Evidentemente, assassinar um homem não é suficientemente sério para
ser executada.

Em 30 de Janeiro de 2000, o grupo trabalhista do Ministério da Justiça do Governo da


Nova Zelândia anunciou que as mulheres deveriam estar em posição de igualdade com
os homens, no que respeita a condenações por agressões indecentes e outros crimes
sexuais (jornal Dominion, 31 de Janeiro de 2000). Esta é o tipo de igualdade que os
homens gostariam de ver! Escrevi então ao Ministro dos Assuntos das Mulheres,
perguntando porque é que o seu Ministério, cuja missão inclui a tendência para a
“igualdade”, não tinha sugerido esta mudança à vários anos atrás, mas não obtive
resposta!

O sistema de justiça dos países ocidentais é tendencioso contra os homens. Por


exemplo, o portal
<http://www.justice.govt.nz/pubs/reports/1999/sentence_in_nz/index.html> contém
um estudo estatístico oficial que mostra que ser homem aumenta a probabilidade de se
levar uma sentença severa por um dado crime.

          Na Nova Zelândia em 1991, 17% das condenações não relacionadas com o
código da estrada envolveram mulheres, no entanto as mulheres constituem apenas 6%
da população presa, o que indica que a condenação de mulheres pelos tribunais é menos
frequente e por períodos mais curtos que no caso dos homens.

          Onde é que estas variantes aplicadas a raças, nos conduzem a suspeitar de
racismo? Na, Nova Zelândia, por exemplo. De acordo com uma tabela de “sexo, etnia e
idade de jovens envolvidos em casos que em 1995 terminaram em acusações”(3):

Etnia Provados % provados Não % não provados Total


provados
proporção raça proporção raça

Europeia 419 35,81 11,30 751 64,19 20,26 1170


Maori 810 37,92 21,85 1326 62,08 35,77 2136
Pacifica 138 34,41 3,72 263 65,59 7,009 401
outras 19 33,93 0,51 37 66,07 1,00 56
Total 1367 36,88 36,88 2340 63,12 63,12 3707

Taxa por raça

As percentagens da tabela original comparam um grupo étnico com outro. Por outro
lado as percentagens que eu adicionei, comparam as proporções de casos que foram
considerados provados (por grupo étnico), que mostram que Maoris com 37,9% têm
uma percentagem de condenação superior em 3,2% aos outros.

Vejamos agora outra secção da mesma tabela:

Sexo Provados % provados Não % não provados Total


provados
proporção sexo proporção sexo

Masculino 1246 38,31 32,15 2006 61,69 51,75 3252


Feminino 188 30,13 4,85 436 69,87 11,25 624
Total 1434 37,00 37,00 2442 63,00 63,00 3876

Taxa por sexo


Podemos ver aqui que os homens processados, 38,3%, tem uma percentagem de
condenações superior em 8,2% em relação às mulheres. Se os Maoris são considerados
oprimidos, devido a entre outras coisas, à sua maior taxa de condenações, então os
homens devem ser considerados 2,5 vezes mais oprimidos, em relação às mulheres.

Como notou o sociólogo, Dr. Greg Mewbold, “as mulheres violentas são propensas a
serem tratadas de maneira mais branda pelos tribunais. Raramente lhe são dadas
sentenças de prisão, mesmo para ofensas sérias, e quando vão para a prisão,
normalmente têm sentenças mais curtas. A violência das mulheres, é ainda muito
ocultada. As mulheres são tão ou mais propensas a agredirem os seus companheiros,
mas a violência doméstica onde a mulher é a agressora está subestimada”(4).

          Como exemplo ele cita o caso de Raewyn Bell, sentenciada no Tribunal Superior
de Wellington a uma perda de tutela por molestar sexualmente uma menina de nove
anos da qual era ama. O advogado de Bell disse que ela estava perturbada devido a
vários abortos expontâneos e problemas com a menopausa. Este género de desculpa, diz
o Dr. Newbold, não pode ser usado pelos homens, “mas as mulheres usam e são
acreditadas”.

          A indústria de investigação feminista tem trabalhado arduamente para descobrir


desculpas para os crimes das mulheres – abortos expontâneos, menopausa, tensão pré-
menstrual, Síndroma das mulheres agredidas, ... a lista não pára de crescer. Se houvesse
também uma indústria de investigação masculinista, provavelmente também seriam
encontrados razões, como os níveis de testosterona, desordens cromossómicas e genes
defeituosos, para desculpar crimes.

Leis do divórcio e da tutela de menores

As leis da família mudaram sob influência feminista. A mulher pode chegar ao


casamento sem nada, e abandoná-lo poucos anos depois com metade dos bens do
marido mais (na maioria dos casos) a tutela dos filhos. Uma autentica punhalada do
ponto de vista do homem, mas um autentico negócio da China do ponto de vista da
mulher. Acresce a isto deduções nos impostos e outras medidas de apoio social. Ao
marido resta o pagamento de uma pensão de alimentos para tentar ter acesso ocasional
aos seus filhos.

O arsenal de que dispõe uma mulher ao divorciar-se é formidável. Está na moda a


mulher fazer falsas alegações de abuso de crianças e de violência doméstica contra o seu
marido, e isto é mais que suficiente para ficar com a tutela das crianças. Como bónus
poderá ainda, se insistir muito nestas alegações fazer com que o marido seja condenado
a prisão, como refere o advogado de direitos dos homens Frank Zepezauer.

Alegações de abuso de crianças são frequentemente acreditadas com base em evidências


muito frágeis. O livro de bebés da Sociedade Plunket avisa os pais de que as crianças
mentem com frequência, mas testemunhas especializadas em abuso sexual de crianças
alegam que as crianças nunca mentem! E frequentemente parece que os tribunais e
instituições sociais estão mais inclinadas a acreditar em acusações gratuitas de malvadez
masculina do que em acreditar que a mulher, tanto ou mais que o homem, pode ser
autora de abuso de crianças e violência doméstica.
Entretanto, as feministas estão a divulgar activamente a sua mensagem misandrica no
terceiro mundo sob o pretexto de libertar as mulheres da opressão. Consequentemente,
as leis da família estão actualmente a oprimir o homem em cada vez mais países,
forçando-os a actos de desespero. A violência doméstica pode resultar de abuso verbal
prolongado e de assédio cometido pela mulher, apesar dos tribunais só reconhecerem o
que é cometido pelo homem. Contudo, fazendo vista grossa ao que poderíamos chamar
“síndroma do marido atormentado”, os tribunais por vezes incentivam a actos
explosivos de desespero.

          Por exemplo, o jornal Dominion, de Wellington, no dia 6 de Abril de 1999,


referiu um caso de um homem que foi suspeito de colocar explosivos na principal linha
de caminho de ferro Beijing-Guangzhou porque a sua mulher se divorciou dele. Tal
como a maioria dos pais separados nos países ocidentais, perdeu a tutela dos seus filhos.
Devemos reconhecer que tal atitude desesperada, e que constitui um crime político,
nasceu de um sistema injusto. Um colapso de humanismo devido a um sistema judicial
anti-masculino.

As causas do crime

Uma característica notável dos guetos de negros das cidades americanas é a alta
proporção de mães solteiras. É um facto amplamente reconhecido que as mães solteiras
têm problemas em controlar os seus filhos adolescentes. E são precisamente estes
guetos que têm os mais baixos níveis de educação, a maior taxa de pobreza, a maior
taxa de criminalidade, a maior taxa de abuso de drogas, o maior desamparo policial e do
poder em geral, tal como a maior tendência a produzir tumultos.

O feminismo por si só não pode ser censurado pelo declínio da família biparental, mas
tem certamente uma grande responsabilidade. E temos que decidir o que queremos fazer
com isto. Se os nossos objectivos como sociedade são materialistas, então trazer
crianças ao mundo deve ficar para segundo plano. Neste contexto, faz sentido para as
mulheres não considerarem o casamento, demorarem ou evitarem ter filhos, para que
ambos os pais possam trabalhar.

No entanto, se a nossa principal intenção for ter sucessores em cada geração num
ambiente estável e seguro, então os pais têm que fazer sacrifícios. A menos que façamos
opções de termos famílias comunais ou famílias alargadas que possam cuidar das
crianças, um dos pais (normalmente a mãe) tem que ficar em casa. Temos que recuperar
o alto estatuto de dona de casa, temos que criar um clima social de censura ao divórcio,
e o progenitor empregado (normalmente o pai) tem que ser legalmente responsável por
cuidar do progenitor não empregado e dos filhos.

          O feminismo destroi as famílias. O feminismo incentiva a um aumento de


divórcios e separações. Isto, por seu turno, conduz a famílias monoparentais. E todos os
professores sabem que são os filhos de famílias monoparentais os mais propensos a
causarem problemas de indisciplina nas aulas. Estas crianças não podem ajudar, elas
estão transtornadas e instáveis devido à separação dos pais. As mães solteiras são
também menos capazes de dar a disciplina e a referência de desenvolvimento necessária
aos rapazes.
          Como todos sabemos, últimas décadas conheceram um crescimento de influências
feministas com o concomitante crescimento de separações e divórcios. Há também uma
grande quantidade de estudos que provam a ligação entre famílias monoparentais e
criminalidade. Em 1986, por exemplo, o primeiro governador da Casa Branca, Bruce
Chapman, publicou um estudo que mostra que apenas 47% dos internados em casas de
correcção americanas foram criados em famílias biparentais, enquanto esta percentagem
é de 77% na população global.

          Também as estatísticas da Nova Zelândia apresentam números que mostram 9193
divórcios em 1993, comparados com 9114 no ano anterior. A taxa de divórcio aumentou
de 12,3 por 1000 casamentos em 1992 para 12,4 em 1993. Este crescimento é pequeno,
mas confirma uma tendência de crescimento que tem sido evidente nos últimos anos. A
taxa de divórcio na Nova Zelândia continua mais baixa que a referência internacional,
os EUA. Isto pode explicar a crescente força do movimento dos direitos dos pais nos
Estados Unidos.

          Não é apenas o colapso do casamento o único sintoma de desintegração de uma


relação entre os sexos. Em 1994, Jacky Renouf, o chefe executivo do Concelho de
Orientação para o Casamento na Nova Zelândia, disse que os divórcios eram apenas a
ponta do iceberg.  Colapsos em uniões de facto ocorriam também sem fazerem parte das
estatísticas. As duas principais causas do divórcio, disse Renouf (Christchurch Press,
11 de Maio de 1994), são o colapso na comunicação e expectativas demasiado altas ou
inatingíveis.

          Comunicação e expectativas foi sempre um problema entre os sexos. Mas porque
está o divórcio a aumentar? Porque é que há mais casais a sofrer uma quebra de
comunicação do que havia no passado? Donde vêem as expectativas não realistas?
Quando os chefes de família ocidentais incluíram a família alargada e os casamentos
eram arranjados entre famílias, o casamento não era tanto para realização sexual e
emocional dos indivíduos, mas para a comunidade, continuidade e cooperação. A
família alargada contribuía para casamentos que eram estáveis e duradouros. Agora, a
família nuclear ocidental é forçada a sobreviver com os seus recursos frequentemente
escassos, frequentemente com o pensamento em pouco mais do que o prazer da paixão,
e sem responsabilidade.

          A contracepção segura e ao alcance de todos, juntamente com instrumentos de


poupança de trabalho em casa, tornou possível à mulher alcançar emprego remunerado
durante o casamento. As feministas têm forçado o patronato a aceitar mulheres em
quantidade crescente. E o feminismo instruiu as mulheres a sentirem-se culpadas se não
trabalharem fora de casa após o casamento:

Em última análise, milhões de mulheres nesta terra optaram, elas próprias, não usar a porta

que a sua educação lhe poderia ter aberto. A opção, e a responsabilidade, de voltar a casa foi

delas próprias (Betty Friedan, The Feminine Mystique)

O feminismo incentivou também outras mudanças. Muitos governos federais deixaram


de taxar as famílias como unidades. Isto significa que um casal em que ambos
trabalhem, que tenham dois salários baixos pagam menos impostos que uma família que
tenha apenas um salário com o mesmo valor bruto. Isto descrimina as mulheres que
escolham permanecer em casa a cuidar das crianças. Além disso, as feministas tratam o
assunto do trabalho doméstico como um assunto de constante guerra entre os casais. Se
a mulher não trabalhar, isto não constituirá problema. Mas as feministas pensam que é
melhor para as mulheres ter um emprego fora de casa do que ter uma boa ocupação a
cuidar das crianças.

Assim que começaram a trabalhar, e porque nunca mais viram o trabalho que o homem
faz em casa com “trabalho doméstico”, as mulheres sentem frequentemente que fazem a
grande parte do trabalho de casa e ressentem-se disso. Esta é uma atitude que as
feministas encorajam (Arlie Hochschild, Second Shift). Em vez de se envolverem na
propaganda de que o marido não está a fazer o seu dever, porque não ficar em casa?
Que tal se o seu marido preferisse que ela ficasse em casa a tratar dos assuntos da casa?
Uma relação funciona melhor, sobretudo, se se basear na complementaridade. No amor,
a competição apaga onde a complementaridade acende.

No seu último livro, Warren Farrell prova que os homens fazem tanto trabalho
doméstico como as mulheres (Farrell, Women Can’t Hear What Men Don’t Say,
Tarcher/Putnam, 1999, www.warrenFarrell.com) “trabalhos de manutenção à volta da
casa” é trabalho, quer o homem goste deles ou não. Se contribui para o bem-estar da
família, é trabalho.

          Tal como nos papeis. O melhor da antiga filosofia “o lugar da mulher é em casa”
é que marido e esposa tinham papeis distintos, bem definidos e complementares no
sistema sócio-económico da família. Se ambos trabalharem, então, são em certa medida
concorrentes. É claro que, a complementaridade resulta também se a esposa trabalha e o
marido for o “dono-de-casa”. Tendo o seu próprio emprego a mulher torna-se mais
propensa a sentir que deixou o seu marido. Toda a relação caminha no sentido do
nervosismo e da tensão, e o clima social e legal ajuda a determinar quanto um casal
deverá permitir antes da separação ou divórcio, e que tipo de tácticas legais eles podem
usar um contra o outro:

          Durante o meu divórcio, após a avaliação dos pais ter resultado a meu favor, a
minha ex-mulher acusou-me de molestar o meu filho de 2 anos. O perito da Assistência
Social com que ela falou escreveu um relatório de 30 páginas contra min. Após ter sido
sujeito a um detector de mentiras e a investigação da Assistência Social ter limpo a
minha imagem, processei a minha ex-mulher. A sua defesa foi que o perito da
Assistência Social “a entendeu mal” e que ela nunca me acusou. Aparentemente, toda a
gente com que a minha ex-mulher falou a “entendeu mal”, isto é, a ama das crianças, a
educadora, todos os seus amigos, a sua companheira de quarto, etc. Apesar da prova em
contrário, e não obstante a forte evidência de que isto foi um caso clássico de falsas
alegações, ela nunca foi punida, processada ou mesmo repreendida por apresentar por
escrito um relatório falso de abuso sexual.

          Como defensor dos direitos dos homens, vi, literalmente, centenas de casos em
que falsas alegações foram usadas. De facto, vi muitas mais prováveis falsas alegações
do que alegações potencialmente verdadeiras. E tenho continuado a vê-las de forma
regular. Uma falsa alegação do tipo “arremesso” pode ser livremente usada pelas
mulheres sem qualquer possibilidade de repercussão, e com isto obtém frequentemente
a tutela do ou dos filhos envolvidos (Lee Math, 27 October 1999).

          Kenneth Pangborn, da bem conhecida A-Team (www.a-team.org), confirma isto:

O uso por parte da mulher de falsas alegações de incesto em casos de divórcio não é novo.

Podemos apresentar casos destes recuando ao tempo da Segunda Guerra Mundial. Estes

casos, na altura eram raros, nas nada que não se ouvisse contar. E o sistema da altura lidava

com eles de forma substancialmente diferente da forma que nós lidamos actualmente num

clima do politicamente correcto.

Em 1981 nós (movimento dos direitos do homem) começámos a notar que as alegações de

incesto se estavam tornar comuns e cada vez mais frequentes. Em 1982 estabelecemos uma

ligação entre os vários “refúgios de mulheres” e grupos de mulheres. Começámos a ver que

publicações de baixo nível encorajavam as mulheres a usar isto como táctica de divórcio.

Finalmente, no fim de 1982 obtivemos um folheto de várias páginas dactilografadas e

fotocopiadas que estava em circulação. Um segundo, mais profissional folheto impresso veio

de uma agente feminina em Phoenix, no Arizona. Desde este tempo foram apanhados vários

casos de advogadas feministas que publicavam possíveis alegações para as suas clientes.

Em meados da década de 1980 choviam alegações de incesto. Verificou-se que estas

declarações de 1979 a 1989 tiveram um crescimento de 2000%. As activistas feministas alegam

de forma estridente que isto se explica por um aumento da divulgação dos casos. No entanto

quando examinamos números do Centro Nacional de Abuso e Negligência de Crianças

compilados pelo seu primeiro director (Dr. Douglas Bersherov) vemos que há um

correspondente aumento de falsos relatórios.

No fim da década de 1990, no entanto, a taxa de alegações de incesto em processos de

divórcio começou a cair em desuso, sendo substituída por falsas alegações de violência

doméstica. Estas são mais seguras, visto que a mulher não depende do facto de as crianças

terem que sustentar a falsidade da história nem de um sistema que já atingiu a saturação pelo
elevado uso. Alegações de incesto como táctica de divórcio praticamente deixaram de

aparecer em algumas partes do país. Os juizes tornaram-se especialistas na detecção de falsas

alegações. Mas a taxa de falsas alegações em divórcios continua alta em contraste com outros

períodos ao longo do século XX. E mais, o fenómeno saiu dos Estados Unidos e divulgou-se na

Europa (Kenneth Pangborn, www.a-team.org, 1999).

Faz já muito tempo que os activistas dos direitos dos pais e o escritor Hugh Nations fez este

comentário sobre a influência do feminismo nos sistemas legais ocidentais:

“Um dos maiores desastres da jurisprudência feminista foi a ideia de objectivo, isto é, padrões

identificáveis pelos quais a conduta pode ser julgada. Talvez isto agora seja mais visível que em

casos de assédio sexual. Historicamente, a lei anglo-saxónica pretendia que antes que uma

conduta fosse punida, o alegado ofendido tinha que conhecer a conduta que deveria ter

evitado. Não apenas no assédio sexual, no entanto, se a “vítima” pensa que foi assediada, a

sua reacção pode ser a causa de uma acção. Seguindo o mesmo princípio, um homem pode ir

de baixa ao emprego se pensa que está doente. Claro, sabemos que isto não é posível.

Tal como no assédio sexual e no divórcio, se a mulher que pensa que é vítima, então é
vítima e o homem o agressor. E parece que os tribunais concordam.

Conclusão

De acordo com Thomas (Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London,
Weidenfeld and Nicholson, 1993), as feministas radicais têm distorcido descaradamente
os factos no que concerne a crime. Inflaccionaram barbaramente as estatísticas de
crimes sexuais masculinos e ignoraram os meios que as mulheres usam para lesar os
outros. Temos que curar isto. Ofensas sexistas e antimasculinas como “agressão a uma
mulher” devem ser removidas de livros e folhetos de propaganda onde existem. Temos
que rever o regime de penas e reformar o sistema de tal modo que (após um período de
cerca de 20 anos) o número de homens e mulheres na prisão, e as quantias pagas em
multas seja igual. Em resumo, às mulheres não deverá ser permitido fazer o que lhes
apetece e  ficar impunes.

CAPÍTULO 7: QUESTÕES DE EMPREGO E A MENTIRA DE QUE “AS


MULHERES PODEM FAZER QUALQUER COISA”
Notícia

Barry Ceminchuk ... processou o Presidente dos Estados Unidos e o Secretário de Defesa por

discriminação no emprego contra si e contra todos os homens (1).

Introdução

Há empregos em que a mulher ganhou uma vantagem injusta sobre os homens. Outros
em que a mulher estava já em vantagem. E outros em que as feministas forçaram e
exacerbaram o estado de desigualdade existente. Três sectores de emprego onde os
homens estão em desvantagem são na polícia, nos modelos e no desporto profissional.
Porquê? Porque o homem é obrigado a competir com a mulher em campos favoráveis às
mulheres, e quando isto não acontece, as mulheres conseguem um tratamento especial e
preferencial.

O lema de que “As Mulheres Podem Fazer Qualquer Coisa”, muito popular na Nova
Zelândia, foi pensado para reclamar que as mulheres podem fazer qualquer tarefa que os
homens fazem. Na prática, isto tornou-se um dogma que tem de ser provado,
normalmente por aplicação de um duplo critério(2). Assim, nas forças policiais, os
homens têm que fazer provas físicas cada vez em menos tempo que as mulheres (nos
EUA isto é chamado a “normalização sexual”).

É um voltar ao nosso ataque ao duplo critério? Sem dúvida. De acordo com um artigo
publicado no jornal Dominion, de Wellington, em 11 de Outubro de 1997, as mulheres
não permanecem na polícia neozelandesa o mesmo tempo que os homens, mas apenas 7
anos, em média, contra 17 anos para os homens. Deste modo o investimento na
formação de uma mulher polícia é um relativo desperdício de dinheiro dos
contribuintes.

          O mesmo duplo critério se aplica em outras áreas. Nos desportos profissionais, o
golfe colocou homens e mulheres em campos separados. No ténis profissional, as
mulheres pontuam nos “três melhores jogos”, enquanto os homens pontuam nos “cinco
melhores jogos”, para virtualmente o mesmo prémio em dinheiro.

          É suposto o duplo critério ser sexista? Neste caso não, de acordo com a professora
de direito da Universidade de Michigan, Catharine MacKinnon: “Porque é que uma
mulher tem que ser igual a um homem para obter o que um homem obtém simplesmente
porque ele é homem?” (The Seattle Times, March 6, 1992). Ela argumenta que o
desempenho do local de trabalho é julgado por critérios masculinos baseados em
paradigmas masculinos e que isto conduz a discriminação quando estes critérios são
aplicados a mulheres. Deste modo os empregadores não devem julgar as mulheres com
base nestes critérios.

          No mundo real este argumento é incoerente. Um emprego não é um direito. Um


emprego é um meio de prover recursos económicos para nós próprios, para os nossos
dependentes, e para a comunidade em geral. Os homens ocidentais permitem que as
mulheres façam parte da força laboral no pressuposto de que elas são tão capazes como
os homens. Pelo menos, de acordo com a propaganda feminista são-no.
          Se as feministas agora dizem que as mulheres não são, afinal, tão produtivas
quanto os homens, e por esta razão precisam de ser avaliadas por critérios diferentes,
então estão de facto a argumentar que as mulheres devem voltar à cozinha! Pelo menos
lá elas farão um serviço de alta utilidade social pago pelo trabalho do homem, como foi
hábito nas sociedades ocidentais. Nenhuma economia é tão rica e tão robusta que se
possa dar ao luxo de dar prioridade a trabalhadores ineficientes quando estão
disponíveis outros mais eficientes.

          Os lemas feministas de que “As mulheres podem fazer qualquer coisa” e “as
raparigas podem fazer qualquer coisa” são mentiras. Nunca são aplicados com
razoabilidade. Mas não são verdadeiramente entendidos como uma verdade de facto. Na
realidade, elas são estratagemas, propaganda do tipo comum em países totalitários (por
exemplo, países comunistas) para vencer e conquistar a verdade, para tornar verdade
uma coisa que obviamente o não é, para vender a banha da cobra.

          O principal objectivo das feministas nos anos recentes foi recrutar mais mulheres
em actividades pagas e tornar a vida delas agradável e tão lucrativa quanto possível, não
importando o preço que o homem tinha que pagar por isso. As feministas pagaram
adulações à noção de “igualdade” e “imparcialidade” onde lhes parecia ser uma táctica
interessante. Mas não houve grupos de pressão masculinos que aderissem aos seus
critérios. Então, a menos que algum grupo feminista decida fazer alguma coisa,
ninguém ouve. E isto dá à mulher uma vantagem extremamente injusta.

Iguais oportunidades de emprego e acção afirmativa destroiem o homem

Iguais oportunidades de emprego é um exemplo de política feminista no local de


trabalho, e esta política destrói a harmonia. Principalmente, destrói o homem. E isto sem
contar com os empregos que são roubados a homens capazes para os desperdiçar em
mulheres menos qualificadas

Isto pode ser difícil de provar, visto que dois candidatos para um dado emprego podem
ter diferenças educacionais e diferentes experiências de vida o que torna fácil para um
painel com umas necessidades específicas, descobrir factores com implicações na
decisão de admissão. Por exemplo, eles podem dizer que a sua organização necessita de
pessoas para o serviço a clientes com experiência em trabalhar com crianças birrentas.
Eles podem considerar que esta experiência é mais importante à partida do que conhecer
em profundidade os seus produtos, serviços ou indústria. Mas continuamos a necessitar
de exemplos onde esta tendenciosidade seja óbvia. Infelizmente, não precisamos de ir
mais longe do que ao exemplo dos testes físicos da polícia, onde é claro como cristal
que há aplicação de critérios diferentes às mulheres e aos homens com o propósito
expresso de normalização sexual.

O governo da Nova Zelândia estabeleceu como objectivo que as forças policiais


deveriam ter 25% de mulheres. Para atingir este objectivo, tiveram que baixar mais os
critérios para os candidatos femininos do que para os masculinos. A justificação oficial
para esta acção política é que as mulheres trazem qualidades especiais que faltam aos
homens. Mas este é um argumento sexista.

          As feministas têm afirmado inflexivelmente que “as mulheres podem fazer
qualquer coisa” e os homens, como sexo, não podem ser considerados mais aptos que as
mulheres para determinados empregos em particular. Então porquê dizer, que as
mulheres, como sexo, são mais desejáveis para determinados empregos em particular?
Este é um exemplo espantoso de como as feministas empregam critérios sexistas para
avançar nos seus objectivos, e de como isto vai contra tudo o que dizem defender. Se
um emprego exige que os homens atinjam certos critérios físicos, então deve ser exigido
que todos os candidatos atinjam os mesmos critérios. Se uma mulher pode atingir estes
critérios, sob o princípio de igualdade de oportunidades no emprego ela deve merecer a
mesma consideração que qualquer outro candidato masculino igualmente qualificado.
Mas isto é diferente de estabelecer prioridades diferentes para um dos sexos.

          O lema “as mulheres podem fazer qualquer coisa” significa que as mulheres
podem fazer qualquer coisa que os homens façam. Mas não podem. Por exemplo,
mulheres e homens continuam a ser segregados em muitas actividades desportivas
porque apesar toda a demagogia sobre as mulheres terem maior resistência que os
homens e terem maior resistência por unidade de peso que os homens, os homens quase
sempre superam as atletas femininas. O seu lema é uma mentira. E esta mentira formou
a base para a bem sucedida campanha feminista que  colocou as mulheres a fazerem
coisas que tradicionalmente não faziam.

As mulheres não podem fazer tudo tão bem como os homens

Quando as mulheres ficam grávidas ou durante a menstruação ou menopausa, fases que


não têm equivalente masculinas precisas, tendem a funcionar intelectualmente abaixo da
média (ver artigos de investigação médica: Buckwalter JG; Stanczyk FZ; McCleary CA;
Bluestein BW; Buckwalter DK; Rankin KP; Chang L; Goodwin TM (1998) and Keenan
PA; Yaldoo DT; Stress ME; Fuerst DR; Ginsburg KA (1998)). Certamente não podem
suportar o tipo de actividade física exigidos por alguns empregos. E as mulheres
grávidas ficam de licença. Elas podem voltar, e em muitos sistemas judiciais os
empregadores são obrigados a manter os seus postos, mas enquanto estão fora os seus
colegas têm que suportar trabalho e responsabilidades extras, e depois reintegrá-las no
serviço quando regressam. Deste modo, as mulheres podem custar mais e produzir
menos que os homens.

Além disso, a mentira feminista coloca a população (principalmente os homens) sob


risco quando permite que as mulheres ocupem posições para as quais são fisicamente
incompetentes. Sempre que agentes da polícia femininos e masculinos fazem uma
patrulha juntos, foi negado um emprego a um homem. A mentira deu o emprego a uma
mulher cujo desempenho nos testes físicos é inferior à deste homem. Então quando estes
dois polícias patrulham juntos, o homem é por vezes forçado a proteger a mulher porque
ela não se consegue proteger a si própria. Isto aconteceu recentemente em Wellington,
na Nova Zelândia. Dois polícias desarmados foram lesados num ataque, o homem mais
gravemente que a mulher. Empregar mulheres como bombeiras é também um risco para
a população. As pessoas podem morrer apenas porque às mulheres falta força na parte
superior do corpo para transportar pessoas pesadas e inconscientes para fora de um
edifício em chamas, por si próprias. No passado, se dois bombeiros entravam num
edifício em chamas e viam duas pessoas inconscientes, estas duas pessoas seriam
carregadas ou arrastadas para fora. Agora, se entram um homem e uma mulher
bombeiros num edifício em chamas e descobrem duas pessoas inconscientes, uma
destas vítimas pode morrer, a não ser que o homem possa voltar a tempo de salvar a
segunda!
A lógica deste cenário fala por si só. Empregar mulheres nestas profissões pode
significar perda de vidas humanas. Nem todos os empregos exigem este tipo de força,
mas o que exigem? Políticas de oportunidades iguais de emprego para mulheres e
homens são o resultado de uma relativamente recente vaga de mulheres na força laboral.
Esta vaga, por seu turno, foi o resultado de:

1.  uma crescente mecanização do local de trabalho, o que reduziu a importância da


força física;

2.  uma vulgarização dos electrodomésticos, o que permitiu à mulher ter maior tempo
livre;

3.  uma disponibilidade de métodos convenientes e seguros de controlo de nascimentos,


que deu o mesmo resultado;

4.  pressão das feministas, que convenceram gerações de mulheres ocidentais de que é
mais nobre trabalhar em funções remuneradas do que ser dona-de-casa.

          Consequentemente, as feministas ditaram em grande parte as linhas ao longo das


quais as políticas da igualdade de oportunidades no emprego se implementaram. Elas
exigiram que empregos masculinos ou predominantemente masculinos se adaptassem
para se tornarem mais fáceis de modo a poderem dar entrada a mulheres que queriam
trabalhar ao lado dos homens. Além disso, elas não se interessam com as políticas que
os homens podem precisar para os ajudar a trabalhar com todas estas mulheres! As
únicas políticas que lhe interessam são aquelas que forçam os homens a tornarem o
trabalho e o local de trabalho mais fácil para as mulheres.

          O manual da comissão neozelandesa de direitos humanos para a igualdade de


oportunidades no emprego define “igualdade de oportunidades no emprego” como:

          Um conjunto de acções sistemático e orientado, dirigido no sentido da


identificação e eliminação de barreiras discriminatórias que causem ou perpetuem
desigualdade de emprego de qualquer pessoa ou grupo de pessoas.

          Visto superficialmente, isto parece aplicar-se a “qualquer pessoa ou grupo de


pessoas” sem tendencionismos, incluindo os homens. Há três áreas sociais, no entanto,
onde o homem é discriminado por estas barreiras. E a comissão importa-se com isso?
Não.

Os homens não estão incluídos nos grupos para os quais as ditas acções estão
orientadas, isto é, não pertencem a nenhuma minoria étnica, e não são alvo de
consideração especial neste manual.

Por outras palavras, os homens não contam. De facto de acordo com algumas das
principais escritoras feministas de charneira, tais como Andrea Dworkin and Marilyn
French, os homens são criminosos de guerra. Deste modo, tais políticas vão reparar
crimes de guerra. Mas mesmo os criminosos de guerra têm mais direitos que os homens
a este respeito – pelo menos os seus filhos não são punidos pelos seus crimes. Nascer do
sexo masculino, por inocente que seja como indivíduo, é suficiente para ser punido. Por
outras palavras, nasce-se numa classe especial, com mais direitos que um escravo, mas
menos que um criminoso.

          As mulheres podem estar sujeitas a discriminação no emprego em modos que os


homens não estão, mas a sociedade discrimina os homens doutras formas. Se
tradicionalmente as expectativas dos empregadores em relação às mulheres são fracas e
dão-lhes poucas oportunidades, as maiores oportunidades para os homens são
acompanhadas de maiores exigências. Tradicionalmente, os empregadores esperam dos
homens uma disponibilidade total, para trabalhar fora do horário de trabalho, e para
trabalhar em condições precárias de segurança. E embora as condições melhorem
quantas mais mulheres forem admitidas no local de trabalho, as exigências a que os
homens estão sujeitos mudaram apenas na medida em que não for suportável o duplo
critério, enquanto as exigências para as mulheres vão baixando.

          Além disso, esta discriminação é agravada pela legislação dos direitos humanos
que raramente é escrita a pensar nos homens, e o exagero cavalheiresco aplica um duplo
critério sexista que favorece na maioria dos casos as mulheres. Por exemplo, eu
trabalhei num local onde prevaleciam mulheres quando o director adoptou um programa
anti-assédio sexual. Este programa foi projectado por uma comissão liderada por uma
feminista exacerbada da direcção. Este programa dava exemplos de “assédio sexual”,
que incluíam “olhar para as mini-saias e para os decotes”. Obviamente que isto se
dirigia as ofensores masculinos ou lésbicas.

          Imediatamente, duas feministas de meia idade que considerava sem atractivos
começaram a curvar-se de modo exporem-me os soutiens e os seios (visto que eu era
conhecido como activista anti-feminista). Considerei isto assédio sexual, mas o
programa anti-assédio sexual considerou que eu é que as estava a assediar sexualmente
a menos que eu desviasse instantaneamente os olhos! Deste modo dirigi-me ao único
membro pró-masculino da comissão e reclamei, após o que ele conseguiu que se
emendasse o texto de modo a não fazer referência a atitudes específicas ou exemplos.
Estou certo de que nenhuma outra pessoa pensaria ou teria ousado levantar um dedo
para mudar este programa anti-masculino.

Inaginação versus realidade

Toda a propaganda sobre oportunidades de emprego iguais tem pressionado


organizações para contratarem e promoverem mulheres apenas com o fim de
contratarem e promoverem mulheres. Estas organizações preocupam-se com a sua
imagem. As mulheres despendem muito mais dinheiro em consumo do que o homem, o
que lhes dá poder sobre empresas de roupas e publicitárias. No artigo Sonho de um dia
de Trabalho, (na internet em
www.geocities.com/CapitolHill/6708/199enslt.html#Dream), o autor escreve:

Com uma hora para desfrutar o intervalo de almoço, casualmente dei uma volta nos
corredores do centro comercial brilhantemente iluminados. À medida que ia olhando à
minha volta, dava-me conta de que poderia perfeitamente passar o resto da minha vida
sem precisar de 95% dos artigos à venda neste local. No entanto, em todos os lados que
vi eram principalmente mulheres a tirar coisas das prateleiras, em cima, em baixo, à
esquerda, à direita e ao centro.
Os homens devem ser acusados quando dão emprego a mulheres que não são
seleccionadas com base no seu mérito, mas apenas porque são mulheres. Isto é uma
séria discriminação sexual.

          Em Junho de 1994, o pessoal masculino do Instituto Politécnico Aberto da Nova


Zelândia formou uma rede masculina. O seu objectivo era combater os efeitos da
limpeza sexual da política de oportunidades iguais no emprego praticada pela directora
da instituição. Tom Dowling, coordenador desta rede, disse que nunca tinha pensado
seriamente na discriminação contra os homens ou contra os direitos dos homens até se
tornar óbvio que os homens estavam a ser removidos para dar lugar às mulheres. Eu
entrevistei-o num programa da rádio local de Wellington sobre direitos dos homens.
Disse-me que foi num encontro informal ao café da manhã que o assunto se lhe tornou
óbvio a si e aos seus colegas. O Politécnico Aberto está parado a meio de um processo
de reestruturação, o quinto em quatro anos. As demissões deste processo foram o tópico
da conversa ao café.

          O que lhes chamou a atenção para os direitos dos homens foi que 79 das 80
pessoas que tinham sido despedidas eram homens! Além disso notaram que 48 das 52
que estavam em vias de serem despedidas eram homens. “Não surpreende que, como
homens, achamos isto um bocado desconcertante”, disse Dowling. Quatro anos antes,
quando a directora substituío o director anterior, o Politécnico Aberto empregava
poucas mulheres. Apenas 20% do pessoal, o que se pode pensar que os assuntos eram
principalmente controlados por homens. Agora, de acordo com Dowling, a última
reestruturação tornaria os homens uma minoria no instituto. A maioria das posições de
chefia estavam a cargo de mulheres, ou estavam em vias de o ser. Como os homens
estavam em vias de constituírem a minoria do pessoal, a rede de homens decidiu apelar
aos privilégios de que as mulheres desfrutaram longamente sob o programa e
oportunidades iguais de trabalho do Politécnico Aberto.

          A rede de mulheres tinham um placar para seu uso exclusivo. Agora a rede de
homens reclamou o direito ao seu uso. Dowling referiu que a ideia de uma rede de
homens foi em grande parte uma brincadeira quando começou. Mas tornou-se mais
sério à medida que os membros começaram escavar mais profundamente na actuação da
Igualdade de Oportunidades no Emprego. Tiveram conhecimento que grupos com
estatuto oficial na política de Igualdade de Oportunidades no Emprego tinham reuniões
mensais. Estas reuniões eram parte em horário de trabalho. Como o campo do
Politécnico Aberto estava localizado em vários locais, este pagava viagens de táxi aos
membros que tinham que se deslocar, para atenderem a estas reuniões. Obviamente,
estes fundos vinham da mesma fonte que vinha antes os salários dos trabalhadores que
foram despedidos. Estes fundos, bastante elevados, eram por vezes usados com fins
dúbios. Por exemplo, em Maio de 1994 a reunião da rede de mulheres foi feita com o
propósito de ver diapositivos de África fornecidos por uma agência de viagens. E em
1993 o programa Igualdade de Oportunidades no Emprego do Politécnico Aberto
fundou um festival gastronómico de etnias.

          A questão dos sanitários foi outra polémica. Isto é particularmente interessante
visto que uma das feministas mais radicais do Parlamento da Nova Zelândia, Marilyn
Waring, fez um grande alarido com a falta de sanitários femininos nos edifícios do
parlamento. No piso do campo secundário do instituto onde Dowling trabalhava, os
únicos sanitários eram femininos, apesar das mulheres estarem em minoria neste piso. O
homens tinham que descer ao piso de baixo, que estava arrendado a outra organização,
para usarem os sanitários masculinos. Para cúmulo da humilhação, os sanitários
masculinos eram malcheirosos e do tipo sanitários públicos, enquanto os sanitários
femininos era aveludados, perfumados e com extracção de ar. A situação relativamente
aos sanitários era semelhante em outros edifícios do Politécnico. Quando os
empregadores discriminam os homens de vários modos, raramente se consegue alguma
publicidade ou acção.

Estatísticas Falsas

O vigor com o qual algumas políticas de engenharia social, como a Igualdade de


Oportunidades no Emprego, estão implementadas está frequentemente ligado à
severidade do assunto. E são os estudiosas feministas, que na sua maioria, produzem
estatísticas com o propósito de mostrar quão graves são estes problemas. Deste modo,
estas políticas, são frequentemente baseadas em estatísticas distorcidas. Um relatório
oficial do governo, por exemplo, refere:

Houve pouco progresso na igualdade sexual nas escolas nos últimos três anos .... Menos
mulheres que homens conseguiram posições de relevo, particularmente em escolas
primárias. Além disso, elas receberam, em média, salários mais baixos que os seus
colegas masculinos em igualdade de posições ou com as mesmas qualificações(3).

Esta passagem foi obviamente planeada por duas autoras para criar a impressão de que
havia aqui um problema que precisava de ser resolvido. O folheto foi divulgado com
palavras como “desequilíbrio”, “sub-representação” e por aí fora. No entanto, o folheto
não teve em conta, ou nem sequer mencionou, o tempo de serviço! As tabelas salariais
dos professores, na Nova Zelândia, são baseadas num sistema de antiguidade a partir de
um ponto inicial determinado pelas qualificações.

          Próximo do fim, o folheto não mencionou quanto as mulheres, mais que os
homens, deixam o serviço (temporária ou permanentemente), e é óbvio que o
nascimento e o cuidado das crianças devem estar entre as razões. Além de que o folheto
não investiga nem menciona qualquer razão porque as mulheres têm salários mais
baixos que os homens com as mesmas qualificações o que não apoia a sua pretensão de
tendenciosidade sexual. Porque elas têm carreiras mais curtas, não progridem da mesma
maneira na tabela salarial, e estão menos aptas a apelar ou ser-lhes dadas promoções.

A razão é óbvia, embora não possa constar nas diferenças estatísticas entre os salários
das mulheres e dos homens no ensino. O folheto transmite, intencionalmente, uma
impressão errada, e as autoras devem ter sido incompetentes ou intencionalmente
fraudulentas. E as nossas autoridades importam-se? Escrevi ao Ministro da Educação
sobre isto e a resposta do responsável do gabinete do Ministro nem contraria isto nem se
desculpa pelo engano:

Infelizmente, os dados sobre o tempo de serviço não estavam disponíveis quando o


relatório foi preparado. Embora conhecendo a relevância deste factor em algumas das
questões discutidas, a sua ausência não invalida o material que foi incluído. Por
exemplo, se a posição é parcialmente determinada por anos de serviço, então a análise
do salário por designação também reflecte o tempo de serviço ao longo do qual pessoa
está a ensinar.

          Eles simplesmente não se importam. Enquanto não houver investigação


masculinista que equilibre a tendenciosidade das investigações feministas, este tipo de
distorção continuará imutável e implicará medidas administrativas que fazem
discriminação contra o homem.

          Os homens ganham mais dinheiro que as mulheres e trabalham para isso, mas as
mulheres controlam mais de 65% da riqueza pessoal nos EUA e despendem em
consumo próprio quatro vezes o que despendem os homens. Isto significa que a riqueza
pessoal é controlada principalmente pelas mulheres, porque as mulheres têm uma vida
mais longa que os homens e herdam as suas riquezas na altura da vida em que eles são
mais ricos. As mulheres recebem ainda dinheiro dos homens através de pensões de
alimentos e pensões de alimentos a crianças. Receitas estas que não são obrigadas a
declarar para pagamento de impostos.

Assédio sexual

Os regulamentos relativos ao assédio sexual são outro exemplo de regras parciais


instigadas por feministas, que são incompletas tendo em atenção as necessidades ou
direitos dos homens. Em alguns casos, estas parecem ter sido idealizadas por lésbicas
que, de todo, preferem não ter nada a ver com homens! São geralmente os homens que
tomam a iniciativa nos relacionamentos sexuais, com todos os concomitantes riscos de
rejeição. Isto significa que os homens, no geral, devem ser mais abertos nos desejos
sexuais ou terminarem solteiros, celibatários ou solitários. As mulheres heterossexuais,
em geral, tendem a ser mais passivas e são menos abertas quanto aos seus desejos
sexuais visto que podem insinuar-se e esperar até que o homem tome a iniciativa.

Deste modo, os regulamentos sobre assédio sexual, porque punem comportamentos


sexuais naturais masculinos enquanto recompensam a passividade natural feminina, são
opressores dos homens. Homens que, por agirem naturalmente, podem agora ficar com
as suas carreiras prejudicadas, enquanto as mulheres, por agirem naturalmente, são
definidas neste contexto como empregadas modelo. As mulheres podem, e fazem-no,
assediar sexualmente os homens (eu já fui testemunha disto), mas é basicamente uma
ofensa à espera que o homem a cometa.

Os regulamentos relativos a assédio sexual podem ter tendência anti-masculina, como


eu já mencionei. As políticas, por exemplo, que restringem os “olhares por baixo das
saias ou por cima das saias, etc.” como forma de assédio sexual, não colocam restrições
aos modos de vestir das mulheres que usam grandes decotes ou permitam a observação
de grande parte das pernas ou mesmo da roupa interior, dependendo da posição em que
se encontra a mulher. Isto torna as mulheres oficialmente inocentes enquanto força os
homens a desviar os olhos ou correrem o risco de serem automaticamente culpados de
assédio sexual.

          Na América, a Associação Nacional de Estudantes pôs um anúncio da edição de


Março de 1994 da American Spectator publicando a sua política sobre assédio sexual e
liberdade académica. Dois dos mais importantes pontos que a constituem são:
1.  As instituições deverão definir com precisão o que entendem por assédio sexual,
confinando-o a comportamentos que sejam manifestamente sexuais e que violem
claramente os direitos dos outros;

2.  As instituições deverão punir todos aqueles que de má fé apresentem falsas


acusações de assédio.

Este objectivo torna mais difícil às mulheres, em particular, transformar um acidente


trivial numa reclamação de assédio sexual, e torna mais difícil usar alegações de assédio
sexual como meio de acusar pessoas das quais não se tenha boa opinião. Mas muitas
instituições estão demasiado intimidadas pelo lóbi feminista e seus advogados para
implementarem uma política razoável. É melhor deixar imolar homens inocentes do que
arriscar-se a um dispendioso processo de tribunal com todos os consequentes danos na
reputação. Mais uma vez se prova que os homens estão oprimidos.

Segregação no desporto

Onde está o lema “As Mulheres Podem Fazer Qualquer Coisa” em desportos
profissionais tais como o ténis? As mulheres, em desportos profissionais ou
semiprofissionais, recebem mais dinheiro em prémios e publicidade que os homens para
níveis equivalentes de desempenho. Por exemplo, em competições mistas os meios de
comunicação e o júri dão mais atenção ao homem vencedor, e talvez ao segundo ou
terceiro que passa a linha da meta, e depois às primeiras mulheres, mesmo que estas
mulheres cheguem depois de dúzias de homens. Não só se discriminam os homens que
chegam primeiro, como a comparação dos tempos do primeiro homem e da primeira
mulher são por vezes censurados. Será para esconder o facto de que as mulheres não
podem fazer qualquer coisa que o homem pode?

Em Outubro de 1993, houve um prova constituída por uma combinação de corrida com
bicicleta de montanha em Dunedin, Nova Zelândia. Entraram na competição homens e
mulheres, mas foi dado 20 minutos de avanço às mulheres. Como um dos homens da
frente não foi pontuado, isto foi altamente sexista. A mulher que beneficiou de avanço e
chegou em primeiro, deveria receber exactamente o mesmo prémio que o vencedor dos
homens apesar do seu atraso de 20 minutos.

Se as mulheres que estão abaixo dos homens em certos desportos têm o mesmo nível de
publicidade e patrocínio, então também o deverão ter o melhor dos juniores quer seja
rapaz ou rapariga, o melhor dos deficientes quer seja homem ou mulher, o melhor dos
idosos, etc.. Onde quer que haja segregação sexual as feministas reclamam, chamam-lhe
“sexista” e apelam à sua abolição. Mas em competição aberta com os homens, onde as
atletas femininas poderão mostrar o que valem, as feministas mudam de opinião

Casos semelhantes ocorrem noutros desportos, como o ténis e o golfe, como refere
Bertels(1981). As tenistas profissionais jogam três jogos enquanto os seus colegas
jogam cinco. O desempenho de uma tenista é mais baixo em comparação com um seu
colega masculino, no entanto as tenistas femininas raramente perdem a oportunidade de
reclamar honorários iguais aos dos homens! No golfe, o tee das mulheres é mais
próximo do green que o dos homens, apesar de ser óbvia a desigualdade. Também aqui,
ainda nenhuma feminista reclamou, mas são capazes de reclamar igual prémio.
Será que deverão receber prémio igual aos dos homens? Thomas (Not Guilty: In
Defence of the Modern Man, London, Weidenfeld and Nicholson, 1993) também refere
que em Wimbledon, o prémio feminino é cerca de 10% do prémio masculino. Algumas
jogadoras, como Monica Seles, quiseram 100% de paridade no prémio. Alguns anos
atrás o jogador Pat Cash disse que as mulheres não só não eram tão boas em ténis como
os homens (e nenhuma mulher o negou ou tentou refutar), como também não se
esforçavam tanto para receber o prémio.

Quem está certo?

Barbara Potter, uma comentadora de rádio da BBC e antes jogadora profissional de


ténis, calcula que apenas 50% das jogadoras profissionais de ténis estão realizadas. Os
homens sentem-se mais realizados, visto que competem em circuitos mais competitivos.
Quando a jogadora Steffi Graf ganhou o campeonato de Wimbledon em 1991, teve que
jogar 128 jogos para ganhar um prémio de 216000 libras. Michael Stich, campeão no
mesmo ano, teve que jogar 257 jogos para o seu prémio de 240000 libras. Isto dá 933,85
libras por jogo para o Michael e quase o dobro para a Steffi. Com base no pagamento
por jogo, não há nada a reclamar.

Também de acordo com Thomas (Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London,
Weidenfeld and Nicholson, 1993) não podem pedir prémios iguais com base nas
receitas que geraram. Na televisão britânica, por exemplo, a BBC teve 8,1 milhões de
espectadores na final masculina em Wimbledon e apenas 7,1 milhões na mesma final
feminina. Os preços dos bilhetes no mercado negro para este campeonato foi 650-900
libras para a final masculina e apenas 300-450 para a final feminina.

De onde provém o dinheiro pago às tenistas femininas? Da mesma fonte que paga aos
homens. Mas as jogadoras são mais bem pagas que os homens em relação às receitas
que geram. Se os jogadores(as) fossem pagos(as) na proporção do seu valor económico,
então os jogadores masculinos deveriam ganhar mais porque geram receitas superiores.
Então os jogadores masculinos estão a subsidiar as suas colegas femininas. Não é isto
um duplo critério sexista? Dois sistemas separados e desiguais, um para as privilegiadas
mulheres e outro para os burros-de-carga dos homens? Mas onde estão as feministas
que pedem honorários iguais para trabalho igual?

          Visto que as feministas são a favor da Igualdade de Oportunidades no Emprego e


se opõem a clubes de homens separados, o sistema de segregação sexual em todos os
desportos deverá ser abolido. Isto é, as jogadoras deverão jogar na mesma competição
que os homens e para prémios iguais. A alternativa é continuar com a hipocrisia
feminista, ou permitir que haja segregação sexual em algumas áreas sociais e
desportivas através de legislação, com os homens a receberem honorários
substancialmente maiores de acordo com as diferenças de critério.

          É altamente injusto, quer para os homens quer para as mulheres, serem tratados
igualmente no emprego apenas quando isto interessa às mulheres! Devemos opor-nos
activamente a isto, porque as feministas estão a reclamar mais deste tratamento “igual”
(dinheiro e cobertura na comunicação social) em todas as áreas.
Critérios duplos

As políticas de recrutamento policial discriminam os homens. O meu exemplo é o da


polícia neozelandesa, mas estou certo de que esta discriminação é normal na maioria
dos países ocidentais. Já não há um requisito de altura mínima no recrutamento para a
polícia na Nova Zelândia, mas era usual haver. Perguntei nos quartéis de polícia porque
é que este requisito tinha sido eliminado, e a sua resposta foi esclarecedora. “È um facto
bem conhecido”, disseram eles, que os homens, são em média mais altos que as
mulheres. Deste modo, argumentaram, isto conduziria a uma discriminação das
mulheres em relação aos homens se se estabelecesse a mesma altura mínima para os
homens e para as mulheres.

          Quando são anunciados empregos de perfil feminista (no Ministério dos Assuntos
das Mulheres, ou funções na comissão de Igualdade de Oportunidades no Emprego,
etc.) um dos critérios é normalmente “ter interesse por assuntos de igualdade sexual”,
ou outra frase deste tipo. Proporcionalmente, mais mulheres do que homens, obedecem
a este critério, mas ainda ninguém disse que o Ministério deveria baixar os critérios de
selecção neste assunto para os homens, para se ser proporcionalmente justo. Eis outro
(se bem que extremo) exemplo: É também “um facto bem conhecido” que é mais difícil
para uma mulher, ou mesmo para um grupo de mulheres, violar um homem do que para
um homem, ou grupo de homens violar uma mulher. Alguém já argumentou que as
penas para homens que violam mulheres deveriam ser baixadas para serem
proporcionalmente justas para os homens?

          O objectivo da polícia é efectuar um trabalho, que não se rege pelos ditames das
feministas. Será que um criminoso (não obstante as fantasias feministas mostradas na
televisão) deixa de cometer um crime violento quando depara com uma pequena, e
provavelmente fraca, mulher polícia? Ficará esse criminoso intimidado pela lógica
feminista da proporcionalidade? Porque é que os contribuintes têm que pagar para terem
ruas mais inseguras devido a manipulações políticas da insolência feminista?

          E sobre duplos critérios étnicos? Se temos critérios duplos para homens e
mulheres, então logicamente deveríamos ter critérios diferentes para grupos étnicos ou
outros cujas características físicas médias, diferissem da média da população em geral.
Visto que alguns grupos étnicos, tais como os geralmente fortes samoanos, devem ter
uma “vantagem injusta” sobre os outros grupos étnicos, tais como os geralmente mais
delicados leste asiáticos, deveria aplicar-se-lhes um critério mais exigente. Mas
tomemos a distorcida lógica feminista e apliquemo-la aos deficientes. Se temos critérios
diferentes para homens e mulheres, então deveremos ter critérios diferentes para
deficientes físicos ou intelectuais, que deverão também poder aspirar a serem agentes da
polícia.

          Escrevi ao Ministério da Polícia e obtive uma cópia dos seus antigos e modernos
critérios de recrutamento. Não podia acreditar nos meus olhos! A versão de 1990 tinha
explicitamente critérios diferentes para homens e mulheres, em que os homens de todas
as idades tinham menos tempo para efectuar exercícios físicos que as mulheres em
idades comparáveis. Mas em 1993 foi feita uma revisão destes critérios, em que dizia
que “os testes anteriores tinham requisitos diferentes para os homens e para as mulheres
o que não seria mais aceite.” Então mudaram o processo de selecção. De maneira mais
justa, do que possamos pensar. Mas os novos regulamentos também tinham critérios
diferentes para os homens e para as mulheres! Tudo o que de facto mudou foi o sistema
de classificações que foram convertidos em graus de 0 a 3. A formula de conversão era
diferente para os homens e para as mulheres.

          Deste modo um homem e uma mulher poderiam ambos atingir a classificação
máxima para o salto em altura, por exemplo, mas o homem tinha que atingir os 48cm ou
mais enquanto à mulher bastava-lhe 40cm, e o mesmo para as outras várias actividades.

          Obviamente, que tinham os seus advogados a criar um modo de manter o duplo
critério sem que houvesse contradição com a nova legislação de Direitos Humanos!
Pensemos em todos os candidatos masculinos que foram excluídos embora tenham
revelado um melhor desempenho que as mulheres que foram aceites. Esqueça os
homens, pense em si ou nos seus familiares sujeitos a uma menor segurança porque não
se recrutaram os melhores candidatos à polícia.

          Outro locais discriminam os homens no acesso ao emprego, especialmente


organizações de domínio feminino, como por exemplo, empresas de cosméticos. Um
exemplo deste tipo de discriminação pode ser encontrado no portal
www.geocities.com/peterzohrab.

Trabalho doméstico

A proposta de que às mulheres deve ser pago salário pelo trabalho doméstico é outro
meio pelo qual as feministas estão a tentar extrair dinheiro aos homens. Se as mulheres
não puderem ter um trabalho assalariado, então os contribuintes devem pagar-lhes para
ficarem em casa! Numa entrevista de rádio uma representante do Ministério
Neozelandês dos Assuntos das Mulheres referiu que o Ministério opôs-se a salários para
trabalho doméstico e educação de crianças e quis continuar com o sistema de impostos
que favorece os casais que trabalham em vez de famílias de um só salário. Porquê?
Simplesmente porque achariam injusto que mulheres que trabalhavam estivessem a
pagar a outras para ficar em casa!

Há aqui um óbvio juízo de valor feminista: encorajar ambos os pais a ter emprego é
mais importante para elas que o trabalho doméstico e cuidar da família. O que a
representante do Ministério não disse foi que tendo mais esposas em casa a cuidar das
crianças deverá diminuir a força do lóbi das mulheres trabalhadoras, que é o suporte do
movimento feminista. Esta é a verdadeira razão porque algumas feministas se opõem a
um salário para as donas de casa, e a razão porque alguns partidos conservadores
cristãos estão a seu favor. Os empregadores, no entanto, podem ter vários motivos para
atenderem às pretensões feministas, as mulheres podem não se importar de trabalhar por
menos que os homens, e tendo mais mulheres ao lado dos homens aumenta no trabalho,
aumenta o rendimento familiar e baixa os salários.

Além disso, os impostos sobre o trabalho em vários países ocidentais são estruturados
de acordo com os interesses feministas. Uma pessoa que na Nova Zelândia ganhe,
digamos, 40000 dólares, paga mais imposto que um casal que no total receba os
mesmos 40000 dólares. Por outras palavras, a família deixou de ser uma unidade fiscal,
sendo indiferente o número de dependentes para o cálculo do imposto a pagar. Isto
contribui ainda para o crescente aparecimento de famílias monoparentais. E a Nova
Zelândia não é o único país que vai neste caminho. Os impostos de alguns países
desencorajam activamente o casamento e com isso contribuem para o desaparecimento
das tradicionais famílias biparentais.

Porque quererão elas fazer isto? Porque tal como o comunismo chinês de Mao, as
feministas vêm a família como uma estrutura de poder rival que deve ser enfraquecida
ou destruída. As feministas adoptaram esta prática nos países ocidentais, e estão
continuamente a reestruturar a sociedade centrando-a na mulher trabalhadora (com ou
sem companheiro, e com ou sem crianças). Por exemplo, um artigo de Barbara
Andolsen, “O trabalho de uma mulher nunca está feito” (1985), trata do assunto das
donas de casa quando ambos marido e esposa trabalham, mas a esposa continua a fazer
a maioria do trabalho doméstico. Ela argumenta que a justiça reclama que homens e
mulheres nestas famílias devem partilhar igualmente o trabalho doméstico:

Em 1983, 52% das esposas eram trabalhadoras assalariadas. Quase dois terços de todas
as mulheres com crianças com idades entre seis e dezassete anos eram trabalhadoras
assalariadas. 50% das mães com crianças com menos de seis anos trabalhavam fora de
casa - um aumento de 17% numa década. Mais de três quartos de todas as mães
trabalhavam. As famílias americanas nas quais o salário do marido sustentava a família,
e em que a esposa provavelmente se dedicava à casa, estão agora a diminuir (página 4).

O mesmo período pode provocar o aparecimento de um estudioso masculinista com


outro argumento baseado em estatísticas: Um aumento de vendas de livros de
feministas, um aumento da taxa de divórcio, um aumento na taxa de delinquência, um
aumento na taxa de toxicodependência, e um aumento na taxa de criminalidade.
Podemos especular sobre o aumento do número de livras feministas (juntamente com a
melhoria dos métodos de controlo da natalidade) persuadiram cada vez mais mulheres
casadas a juntar-se à força laboral e deixar os seus maridos (não necessariamente por
esta ordem). O crescente número de famílias de dois salários e de famílias
monoparentais conduziu ao aumento da delinquência, toxicodependência, e
criminalidade entre as crianças negligenciadas. A revista New Scientist de 20 de
Fevereiro de 1999 refere que Bernard Lerer e os seus colegas descobriram que as
crianças cujos pais se separavam são mais propensas a ter problemas psiquiátricos na
vida futura.

          O feminismo desestabilizou a família tradicional, e incentivou muitas mulheres a


sentirem-se insatisfeitas (ou a serem induzidas em insatisfação) com a família nuclear,
onde o marido era o único assalariado e também o titular do cargo de “chefe de
família”. Os maridos, ou potenciais maridos, têm ou que se conformar com a mudança
de papel na família ou optar pelo celibato ou separação (caso já estejam envolvidos
numa relação). O feminismo (particularmente o feminismo radical) também
romanticisado “independência financeira e emocional em relação ao homem” é um ideal
ao qual toda a mulher deve aspirar.

          De facto parece que os casais trabalhadores não partilham igualmente o trabalho
doméstico: os maridos trabalhadores, com esposas trabalhadoras, apenas fazem, em
média, até 25% do que Andolsen chama as “mais agradáveis” tarefas domésticas, tais
como cuidados sociais e educacionais com as crianças, preparação de alimentos, e
limpeza de alimentos. Isto ignora as tradicionais ocupações masculinas, tais como
praticar desporto com as crianças, jardinar, tratar da manutenção do carro, bricolage, o
que toma ao homem muito tempo de trabalho. Mas as feministas não incluem isto nas
suas listas. Talvez porque ficam com menos para se agarrarem; O relatório de Warren
Farrell (1993) refere dois estudos americanos que mostram que os homens fazem mais
trabalho que as mulheres, se incluirmos trabalho doméstico, tempo de transportes,
pequenas reparações, trabalho no jardim, etc..

          As feministas também ignoram que os maridos são mais solicitados a trabalharem
para além do horário normal, ou trazendo trabalho para casa ou permanecendo
fisicamente no local de trabalho. E como mais homens do que mulheres ocupam
posições mais elevadas isto aplica-se mais aos homens. Note-se que uma das razões
porque os homens ocupam posições mais elevadas é precisamente porque os homens
trabalham significativamente mais que as mulheres.

          Andolsen está consciente disto, mas como resposta propõe que os empregadores
deixem de exigir aos seus ambiciosos empregados que trabalhem até mais tarde! Como
a escritora feminista Ellie McGarth referiu, “a solução não é excluir as mulheres de
empregos importantes, mas redefinir as nossas expectativas para toda a gente” (revista
savvy, Junho de 1989, página 40). Isto não só é irrealista, como mostra que as feministas
aumentaram a noção de partilha de trabalho doméstico a um ponto ideal para servir os
seus propósitos, e não por uma questão étnica ou de equidade.

Um imposto de estrogéneos?

Numa emergência que envolva perigo (quer seja local e pessoal, civil ou militar), são os
homens, não as mulheres, que as feministas esperam que corram riscos. (Pessoalmente,
sinto que alguma preguiça que os homens mostrem em casa é uma troca justa pelo
perigo que a sociedade nos pode chamar a correr.)

Mas qual a realidade desse risco? Como podemos quantificá-lo? O problema é actuarial
por natureza, do género dos que as companhias de seguros estão habituadas a fazer.
Estas companhias calculam os seus prémios com base em cálculos estatísticos sobre a
probabilidade de ocorrência de um acontecimento contra o qual elas estão a fazer o
seguro. Incluem ainda uma margem de lucro. Neste contexto, se representarmos a
família como uma unidade sócio-económica, então, todos os outros factores ficam
iguais, a razão porque os prémios de seguro são mais altos para os homens que para as
mulheres é porque os homens correm mais riscos ao longo da vida, porque o estado
despende menos dinheiro no estudo, publicidade, prevenção e tratamento da saúde dos
homens, e porque os homens não são incentivados a cuidarem da sua própria saúde tão
bem como as mulheres.

Assim, os homens dão protecção numa base não-lucrativa. Podemos até ignorar a
questão do chefe de família, neste caso. Os homens dão protecção contra potenciais
assaltantes, violadores, etc., e fazem-no apenas com a sua presença física. Actualmente,
por vezes têm que confrontar estes criminosos, mas frequentemente os criminosos
evitam entrar numa casa porque reside lá um homem. Os homens são também sujeitos a
serem recrutados em tempo de guerra para defender os objectivos militares de toda a
nação.

          A resposta feminista habitual para isto é que é um problema dos homens, mas elas
precisam de protecção contra agressores masculinos. Assim, os homens deveriam ser
sujeitos a um “imposto de testosterona” para ajudar a pagar as despesas extra que os
homens impõem à sociedade (June Stephenson, Men are not cost-effective). No entanto,
não há evidência de que as mulheres, num país específico em tempo de guerra, sejam
mais pacifistas que os homens, e não há evidência que as chefes mulheres sejam mais
pacifistas que os chefes homens, isto porque os porque os chefes que têm tomar
decisões sobre a guerra são normalmente homens, as feministas sentam-se na retaguarda
e dizem que estas decisões não têm nada a ver com as mulheres. Do mesmo modo,
declaram que os homens têm maior propensão a cometer crimes que as mulheres, mas
há medida que mais mulheres se tornam assalariadas a taxa de criminalidade para as
mulheres sobe.

          Em vez de um “imposto de testosterona”, é argumentável a necessidade de um


“imposto de estrogéneos” porque as mulheres vivem mais e por isso usam mais os
dinheiro do erário público em despesas de saúde e benefícios de reforma. Recebem
ainda mais dinheiro de ajudas legais e benefícios quando são mães sozinhas. E, em
países em que este é permitido, é aos fundos do estado que vão buscar dinheiro para o
aborto. As mulheres despendem também uma maior parte do Produto Interno Bruto dos
países ocidentais, visto que uma proporção significativa é gasta em publicidade,
burocracia, sistema educacional, e legislação dedicada a promover e implementar
agendas feministas e suprimir os direitos dos homens e dos pais. As mulheres nunca são
recrutadas para a linha da frente em tempo de guerra, então deveriam pagar um imposto
por esta insenção.

          Deverá ser perfeitamente possível quantificar estes riscos para o homem, e
quantificar o valor do trabalho doméstico, e basear os impostos a pagar em ajuda no lar.
Nesta base, deverá ser possível quantificar o muito ou o pouco trabalho doméstico que
um homem adulto médio deverá equitativamente fazer. Se a mulher não tiver um
emprego fora de casa, então quem faz a maioria do trabalho doméstico não deverá
constituir problema. Mas o feminismo incutiu a ideia de que é melhor ter um emprego
fora de casa do que ter uma ocupação em casa a cuidar das próprias crianças. Visto que
estão a trabalhar, as mulheres não vêm porque devem fazer a maioria do trabalho
doméstico, tendo assim uma boa razão. Por outro lado, pode ser que o marido prefira
que ela fique em casa a fazer o trabalho doméstico e cuidar das crianças. Porquê deverá
ele suportar a carga extra criada por uma decisão materialista e egoísta da sua esposa?

As relações próximas, por exemplo as conjugais, funcionam melhor quando são


baseadas na complementaridade em vez da competição. Um casamento de duas pessoas
de personalidade semelhante não funciona tão bem como um em que estas pessoas se
complementam simultaneamente. Tal como nos papeis. O melhor da velha filosofia de
que “o melhor lugar da mulher é em casa” era as esposas terem papeis distintos, bem
definidos e complementares no sistema sócio-económico familiar. Se ambos
trabalharem, então são em parte competidores. Claro que a complementaridade também
resulta se a esposa trabalha e o homem for o dono-de-casa, mas poucas mulheres
deverão estar interessadas nesta configuração.

          Ter o seu próprio emprego, faz com que a mulher seja mais propensa a sentir que
pode abandonar o marido, e então todas as relações caminham para uma situação de
tensão. O clima social e legal ajuda a determinar quanto é que um casal está disposto a
suportar até se separar ou divorciar. E as feministas têm observado que as mulheres
mais do que nunca estão apostadas a romper a família.
Recrutamento e serviço militar – O silêncio feminista

Recrutamento e serviço militar são áreas onde as mulheres têm tido sempre vantagem
em relação ao homem, e as feministas nunca se mostraram interessadas em falar nelas!
Mas estão a trabalhar arduamente para poderem dar às mulheres a possibilidade de
carreira militar sem que sejam sujeitas ao serviço militar obrigatório. Em nenhuma outra
área o duplo critério das feministas é mais evidente. Farrell (1993) comenta este assunto
do serviço militar em termos gráficos:

Imagine: A música está a tocar no rádio do seu carro.  Subitamente o locutor


interrompe: “Temos uma informação especial do presidente.” ... O presidente anuncia,
“visto que 1,2 milhões de americanos foram mortos na guerra, como parte do programa
para a igualdade, passamos a recrutar apenas mulheres até que 1,2 milhões de
americanas tenham morrido na guerra (página 28).

As guerras têm implicado sempre baixas entre civis, mas a maioria das baixas são
militares e a maioria dos militares são homens. Deste modo penso que vale a pena
transformar o cenário imaginário de Farrell numa proposta política. Pelo menos isto
exporia a hipocrisia das feministas e o seu desinteresse na efectiva igualdade.

          No mínimo, os masculinistas deverão apelar a que o recrutamento de mulheres


como tropas da linha da frente deverá ser feita exactamente com o mesmo critério dos
homens, quer se esteja em guerra ou em paz. Até porque o crescente uso de tecnologia
militar reduziu a importância da superioridade física ou das características hormonais.
No entanto, isto é mais uma questão moral do que prática, e o argumento para o
recrutamento obrigatório de mulheres acaba por ser mais forte na ausência de tecnologia
militar sofisticada.

          À parte argumentos morais e políticos, os masculinistas tradicionais continuam a


preferir a divisão tradicional das tarefas: apenas os homens deverão ser sujeitos a
recrutamento militar, mas devem receber tratamento especial quando voltam. O estatuto
legal de cabeça de casal, por exemplo. Isto pode até ser usado como argumento para
revogar o direito de voto das mulheres: porque deverão as mulheres eleger governantes
que podem declarar a guerra quando elas não partilham igualmente os perigos que a
guerra envolve?

          Algumas feministas defendem a abertura do recrutamento de mulheres em regime


de voluntariado. No entanto, as feministas não gostam da ideia de obrigar mulheres a
cumprir este tipo de tarefas desagradáveis e perigosas. É claro, muitos homens também
se opõem à ideia, mas as feministas que se refugiam nesta ideia são hipócritas. Muitas
feministas pretendem que as guerras são “jogos de homens” o que constitui uma grande
mentira. A maioria das guerras têm tido tanto apoio das mulheres como dos homens das
populações envolvidas. Quantas feministas se levantaram e disseram que a Inglaterra
não se deveria defender contra Hitler, por exemplo? Li uma vez que uma mãe alemã
adorava tanto Hitler que disse que, se Hitler era realmente homossexual, ela deveria
enviar o seu filho para dormir com ele! Em 1999 o Primeiro Ministro do Sri Lanka foi
uma mulher, e nesse ano uma mulher bomba suicida fez-se explodir num atentado para
a matar! Em que medida é que isto é um “jogo de homens”?
          As feministas dizem também que devemos concentrar esforços na prevenção da
guerra porque um mundo sem guerra não têm necessidade de recrutamento militar. É
verdade, mas não faz com que elas deixem de reclamar que as mulheres devem poder
ser voluntárias para o serviço militar. Além disso, há uma contradição entre isto e linha
seguida pelas feministas sobre o aborto. Sobre o aborto, nunca se ouviu as feministas
dizerem que se opõem ao aborto porque estão a concentrar esforços na prevenção de
gravidezes indesejadas!

          Toda a gente concorda que a guerra e as gravidez indesejada são más e deverão
ser evitadas. Mas no caso da guerra, as feministas dizem que podem evitar o mal e
ignoram a questão do recrutamento, enquanto no caso da gravidez indesejada,
preocupam-se em remover o inconveniente para a mulher, mesmo com o custo de uma
vida humana!

          Mas este não é o único contexto em que elas sofrem de falta de sentido de
proporcionalidade: O Men’s Manifesto (de Richard Doyle, Associação de Defesa dos
homens, 1992) refere que as feministas fizeram uma grande pressão para a erecção de
uma estátua à “mulher combatente” no Memorial da Guerra do Vietname nos Estados
Unidos. Isto pretendia homenagear especialmente e separadamente as oito americanas
que morreram na guerra. Este memorial deveria assim ser partilhado com o já existente
em homenagem aos 58000 americanos que morreram no Vietname. Esta falta completa
de compaixão, gratidão e sentido de proporcionalidade é absolutamente típica das
feministas.

Outras questões de emprego

No início deste capítulo, mencionámos modelos e tenistas profissionais. Como Thomas


(Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London, Weidenfeld and Nicholson, 1993)
referiu, é bastante esclarecedor comparar a situação profissional das tenistas com a das
modelos profissionais. Os honorários para os modelos masculinos são muito mais
baixos que os pagos aos modelos femininos, visto que os homens constituem em geral
um mercado mais pequeno para os cosméticos e roupas de moda do que as mulheres.

Nesta área, ao contrário das tenistas profissionais, a situação económica determina os


honorários dos profissionais masculinos e femininos. No ténis, como vemos, as
feministas exercem uma pressão política tal que as tenistas profissionais de topo
recebem 90% dos seus colegas masculinos. Vemos também como as tenistas se
esforçam menos dólar-a-dólar, libra-a-libra que os tenistas, e como as tenistas geram
muito menos receitas que os tenistas profissionais masculinos. No modelismo, no
entanto, as mulheres geram muito mais receitas que os homens, mas são pagas
proporcionalmente. Onde está, então, a exigência de igualdade?

Enquanto modelos femininas atingem ganhos anuais da ordem dos milhões de dólares,
os modelos masculinos do topo atingem as meras dezenas de milhares, isto é, um
centésimo dos valores femininos! Há uma desigualdade óbvia desta situação. Os
homens devem exigir que os modelos masculinos também recebam 90% do que
recebem as modelos femininas, ou então as tenistas profissionais passam a ganhar
aquilo que valem em termos económicos.
As diferenças entre os sexos

Um dos temas centrais de Tiger (1984) é que “as diferenças entre homens e mulheres,
como grupos, não se restringem somente às diferenças físicas discerníveis e às
relacionadas funções reprodutivas”. Vejamos, como exemplo, as hormonas. São
diferentes e afectam o nosso humor e emoções de modo diferente. Apesar de as
hormonas serem “físicas” o humor e as emoções não o são.

Assim que uma feminista admita que homens e mulheres são psicologicamente
diferentes (se apenas devido às hormonas), torna-se muito difícil negar outras diferenças
psicológicas entre mulheres e homens. Estas diferenças psicológicas são o que torna a
“igualdade” (no sentido de tratamento igual) difícil de suportar na teoria ou de atingir na
prática. De facto, qualquer sociedade que tente implementar o tipo de mudanças sociais
pretendidas pelas feministas arrisca-se a colapsar sob o efeito da tensão social que se
instala e que cresce de forma descontrolada:

Parece inevitável que uma consequência disto é a generalização do atraso no casamento,


atraso da paternidade, se esta ocorrer, e por consequência, famílias mais pequenas.
Como sabemos que filhos de pequenas famílias, têm eles próprios, famílias pequenas ou
mesmo mais pequenas, parece que entramos em ciclo vicioso. Paralelamente,
aumentaram o número de homens e mulheres não casados ..., e presumidamente, a isto
se deve o declínio profundo na taxa de nascimento nas economias industriais (Tiger
1984, Prefácio).

Um dos aspectos mais notáveis dos guetos de negros das cidades americanas é a sua alta
proporção de mães com muitos filhos. É muito vulgar que as mães solteiras tenham
problemas para controlar os seus filhos adolescentes. As pessoas dos guetos têm os
níveis educacionais mais baixos, a maior pobreza, a maior criminalidade, a maior
toxicodependência, o maior desrespeito pela polícia e autoridades em geral, assim como
uma maior tendência à desordem. O feminismo, por si só, não é o responsável pelo
declínio das famílias biparentais, mas têm uma boa quota de responsabilidade.

Queremos ou não crianças na nossa sociedade? Esta é a questão. Se o nosso objectivo


principal for materialista, então as crianças devem ficam para segundo plano. Neste
contexto, faz sentido para as mulheres não casarem e atrasarem a maternidade, para que
ambos possam trabalhar. No entanto, se o nosso objectivo social principal for a
renovação das gerações num ambiente seguro, os pais têm que sacrificar os seus desejos
materialistas. A menos que existam famílias alargadas ou organizações comunitárias
para cuidar das crianças, um dos pais (normalmente a mãe) tem que ficar em casa, e
temos que restaurar o estatuto de dona-de-casa como ocupação de alto nível. Temos que
estigmatizar socialmente o divórcio, o pai tem que ser legalmente responsável pelo
cuidado da companheira e das crianças.

Conclusão

Há áreas de emprego em que as mulheres adquiriram uma vantagem injusta sobre os


homens. Há outras áreas em que as mulheres estavam já em vantagem, e onde as
feministas aumentaram e pioraram o estado de desigualdade. A igualdade precisa de ser
restaurada no local de trabalho ou os homens sofrerão sérios danos morais. Além disto,
a eficiência dos locais de trabalho declinará se continuarmos a discriminar os homens
com leis e regulamentas feministas.

CAPÍTULO 8: A EDUCAÇÃO MENTIROSA

Na educação, tal como noutra parte da sociedade, as feministas têm procurado e


encontrado “vítimas”. Para parafrasear o que Voltaire disse sobre Deus e os homens: se
as vítimas femininas não existirem onde as feministas as procuram, elas inventam-nas!

Um mito que elas continuam a fazer circular é o de que os rapazes monopolizam a


atenção dos professores nas salas de aulas. Em vários países, este mito é sustentado às
expensas dos ministérios ou seja dos contribuintes. Independentemente de quem paga a
conta, o resultado é o mesmo: Uma grande distorção dos factos.

Principalmente, elas sustentam que as raparigas sofrem como consequência da sua


(ligeiramente) mais baixa taxa de participação, e até quando os dados indicam
claramente que os rapazes são piores que as raparigas, elas continuam a achar que as
raparigas são as maiores vítimas:

O Departamento de Estudos Educacionais mostrou também que os rapazes têm um maior

índice de repetência e de desistência que as raparigas. Contudo as raparigas que repetem um

ano são mais propensas a desistir que os rapazes (American Association of University Women

www.aauw.org/1000/eseamyth.html , 1999).

Eu tive uma grande experiência deste tipo de estupidez feminista no campo académico, mas

isto é um exemplo clássico: Elas fazem um grande espalhafato sobre o suposto domínio dos

rapazes, e ignoram o que realmente as prejudica! É óbvio que um introvertido (rapaz ou

rapariga) que calmamente se dedica ao seu trabalho pode ter mais tempo para fazer um bom

trabalho de aprendizagem do que alguém que está sempre a tomar o tempo do professor por

tudo e por nada. Seria útil para elas investigarem este aspecto da questão.

          Ironicamente, quando Eileen Byrne, que regeu a disciplina de Educação em


Estudos Policiais na Universidade de Queensland, Austrália, visitou a Nova Zelândia
em 1994, desmascarou vários mitos sobre as raparigas na educação, incluindo o
seguinte:

          Não é verdade que em classes mistas os rapazes dominem a classe. Os 120
estudos exaustivos mais citados nesta área mostram que, num terço dos casos nenhum
dos sexos é dominador e noutro terço, a diferença é tão pequena que não serve de base
para uma acção política. No terço restante, aí sim é verdade, que os rapazes dominam,
mas é apenas um, dois ou três rapazes. Não a maioria dos rapazes. Isto é uma questão de
controlo da sala aula pelo professor. Em primeiro lugar, é mau que quaisquer três alunos
tenham o monopólio da atenção do professor, quer sejam rapazes ou raparigas. Em
qualquer destes casos há sempre uma rapariga ou duas que tentam dominar. Também
existem raparigas “espevitadinhas” (PPTA News, Vol. 15 No.3, Abril 1994).

          Um dos problemas que afecta os rapazes é a crescente feminização do ensino. De


acordo com um artigo na página E2 do Sunday Star-Times de 10 de Março de 1996, o
psicólogo australiano Steve Biddulph observou que uma diminuição dos professores
masculinos provocou nos rapazes a ideia de que “estudar não era uma actividade
masculina”(1). Temos que ouvir o lado dos homens e dos rapazes. Se mais rapazes do
que raparigas tentam cativar a atenção dos professores na minoria das aulas, será que é
porque a maioria dos professores são mulheres e eles sentem atracção sexual por elas?
Ou será que professoras feministas tendem a dar mais atenção às raparigas que aos
rapazes que por isso se sentem desprezados, ou mesmo injustiçados? Isto não é bom
para a sua moral, auto-estima ou (com toda a probabilidade) desempenho académico.

          Vou-lhe dar um pequeno exemplo de tendenciosidade nas escolas: Numa escola
mista vi no catálogo da biblioteca uma lista de mais de 300 livros sobre “mulheres” e
“raparigas” mas menos de 30 sobre “homens” e “rapazes”! Há uma grande evidência de
escolas que discriminam os rapazes.

          Num dos seus estudos, Sarah Farquhar da Universidade de Massey, Nova
Zelândia, descobriu que a discriminação dos homens vem desde o infantário (Education
Weekly, Vol. 8 No. 284, Monday, February 3, 1997). Além disso, 55% dos professores
masculinos referem ser tratados como abusadores ou potenciais abusadores de crianças
devido a toda a publicidade que rodeou alguns casos de alegado abuso de crianças. Isto
expulsa os homens das suas profissões, e agora algumas escolas discriminam os homens
para lugares de professores.

Devido à actividade anti-masculina da feministas, os tribunais estão a condenar homens

inocentes e, em algumas profissões há homens com dificuldade em conseguir emprego(2).

Mas um número excessivo de professoras pode implicar um efeito sinistro na educação dos

rapazes:

Verificou-se uma tendência sistemática para os professores avaliarem o desempenho das

raparigas de modo mais favorável do que o desempenho dos rapazes ... nas áreas da leitura e

da expressão escrita os professores mostram uma tendência sistemática para avaliar o

desempenho das raparigas de modo mais favorável do que os rapazes mesmo depois de serem

feitos ajustes às diferenças sexuais(3).


Os autores deste estudo acreditam que a razão para esta tendência é que os professores

inconscientemente incluem uma avaliação de comportamentos e personalidades na sua

avaliação do trabalho dos estudantes. Eles dizem também que:

É também possível que a tendência para os professores avaliarem as raparigas de modo mas

favorável é, em parte, uma consequência não intencional da má aplicação dos princípios da

igualdade de sexos.

Qualquer que seja a correcta, ou mesmo que as duas estejam correctas, parece que a

tendenciosidade é mais pronunciada em professoras do que em professores masculinos. Esta é

outra razão porque deveria haver mais professores masculinos, de preferência 50% do número

total de professores.

Tendência anti-rapaz

Thomas (Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London, Weidenfeld and
Nicholson, 1993), chama a atenção de que, nos jardins de infância e escolas de 1º ciclo,
as raparigas têm melhor desempenho que os rapazes o que pode ser uma consequência
da preponderância de professoras nestes níveis. Ele cita estudos que mostram que os
professores elogiam mais as raparigas que os rapazes, e criticam mais os rapazes que as
raparigas. Uma investigação feita pela Universidade da Califórnia, em os Angeles,
prova esta citação(4). Quando as crianças do jardim de infância aprendem a ler com um
computador didáctico, os rapazes aprendem melhor que as raparigas. Mas quando as
crianças são ensinadas a ler por uma professora, as raparigas aprendem melhor que os
rapazes.

É cada vez mais comum os meios de comunicação referirem que as raparigas têm
melhor desempenho académico que os rapazes. No início de Julho de 1999 na Nova
Zelândia, houve uma conferência na cidade de Waitakere sobre os rapazes na escola, a
partir da qual uma revista oficial sobre educação publicou um relatório. Então, em 29 de
Julho de 1999, Susan Wood, do programa Holmes TV, entrevistou o ministro da
educação, Nick Smith, simultaneamente director do colégio Scots em Wellington, que
disse que é preciso levar mais homens para o ensino básico, e é preciso assegurarmo-
lhes que alegações infundamentadas de abuso ou assédio sexual não lhes destróiem as
carreiras. Um grupo de rapazes, após o programa ter falado em sucesso das raparigas no
sistema educacional, repetiram em coro “E nós?”

Na Inglaterra, as descobertas do professor Richard Kimbell, da Universidade de


Londres, sobre este tópico receberam fama a nível internacional. E “os homens
tornaram-se os novos “patinhos feios” da Universidade na Austrália”, de acordo com o
artigo, “Homens: as louras dos anos noventa” (Men: the blondes of the nineties, NZ
Education Review, November 4, 1998).
          Fergusson e Horwood (1997) descobriu que, em todas as comparações
educacionais, os rapazes dos 8 aos 18 anos são piores que as raparigas. Os seus dados
são compatíveis com a conclusão de que a tendenciosidade dos professores contra os
rapazes é parcialmente culpada, apesar dos autores não estarem inclinados a
concordarem com esta interpretação. Mas o director da Escola Secundária de Motueka
notou que muitos rapazes dizem que “os professores favorecem mais as raparigas do
que os rapazes” (The New Zeland Gazette of 14 June 1999, page 4). Quando as
raparigas dizem este tipo de coisas, as feministas erguem-se a apoiá-las, mas como são
rapazes o Director não os tomou a sério. Penso que se deve colocar estes rapazes no
mundo a que têm direito. Acima de tudo, eles são os consumidores de um processo
educacional e os seus sentimentos e opiniões merecem ser tomados a sério. Se não o
forem, então isto é em si próprio uma indicação de tendenciosidade contra os rapazes.

          Na minha experiência como professor na Nova Zelândia, a tendenciosidade anti-


masculina está tão entranhada entre os meus colegas que eles são incapazes de
reconhecê-la quando a vêem. Num dos departamentos em que ensinei, uma professora
tinha uma placa na sua secretária que dizia “Os homens não sabem fazer nada”. Eu
reclamei ao chefe do departamento, que fez com que a professora o removesse. Sem
dúvida, a professora fazia disto uma piada, mas onde é que num país ocidental um
professor masculino pode ter uma placa na sua secretária a dizer “As mulheres não
sabem fazer nada”, com o pretexto de que é uma piada? Uma colega de idade (e
feminista) reparou uma vez que uma proporção de 6 mulheres e 2 homens numa reunião
do comité era “uma excelente proporção”, e o moderador masculino da reunião da união
regional de professores disse que os homens eram “demasiado estúpidos para lidarem
com fechaduras de código”, nas portas dos sanitários. Nem ele nem ninguém sorriu.
Quando eu mais tarde levantei o assunto numa reunião executiva dos professores do
meu grupo, a maioria dos homens riu! No que toca a professores esquerdistas, a
discriminação sexual de homens e rapazes está correcta. Apenas o sexismo contra as
mulheres está incorrecta.

          Se eu não tivesse mencionado estes assuntos a outras pessoas, ninguém tinha
dado por nada. As pessoas são tipicamente misandristas (que odeiam homens) no seu
dia-a-dia. Possivelmente, isto é a razão porque Sue Wood do programa Holmes TV teve
que se dirigir ao Director de uma escola privada carismática para encontrar alguém que
fosse capaz de falar em defesa dos rapazes (29 de Julho de 1999).

          Uma outra razão para isto pode bem ser que os currículos, métodos de ensino e de
avaliação são sistematicamente alterados para favorecer as raparigas em relação aos
rapazes. Se isto é o resultado de uma conspiração deliberada ou um resultado acidental
de uma feminização geral dos sistemas de educação em vários países, é difícil de dizer.

          Por exemplo, os rapazes parecem motivar-se mais com a competição do que as
raparigas, mas a competição é politicamente incorrecta e os professores desencorajam-
na. A avaliação contínua tende, a substituir os exames em alguns países. Isto impede o
anonimato dos exames escritos e permite a tendência anti-rapaz dos professores. Outro
factor é a interdição de castigos corporais, que tem um efeito salutar no comportamento
e atitudes de alguns rapazes (na minha experiência de professor). Muitos políticos na
Nova Zelândia acreditam que a sua remoção do sistema de ensino é a principal razão do
número de suspensões nos rapazes. Cerca de três quartos das suspensões são de rapazes
(New Zeland Education Gazette, june 14, 1999, page 5). Algumas áreas específicas
também podem ser sujeitas à mesma tendência, de acordo com o artigo de Robert Pool,
“How speech is built from memories” (New Scientist, April 5, 1977).

          Os neurocientistas nos EUA ... sugerem que as mulheres retém mais palavras em
memória que os homens ... os homens são mais propensos que as mulheres a terem
dificuldades com os verbos regulares após doenças que prejudiquem a memória. Mas
ambos têm problemas na formação do pretérito imperfeito de certas palavras. Isto
sugere ... que as mulheres armazenam mais palavras na memória que os homens,
ultrapassando o seu desempenho apenas quando confrontadas com palavras pouco
familiares.

Isto  sugere  que  dar  ênfase às regras gramaticais favorece os rapazes, enquanto que
retirando-lhe importância favorece as raparigas. A tendência no ensino das línguas nos
últimos anos tem sido no sentido de desvalorizar as regras gramaticais. O ensino das
línguas tem sido dominado pelas mulheres que descuidaram as velhas regras
gramaticais por serem demasiado académicas e elitistas, especialmente em países como
a Nova Zelândia, onde as línguas não são obrigatórias nos currículos. Para tornar esta
matéria opcional atractiva aos estudantes, os professores tendem a aparentá-la mais
simples.

Conclusão

As escolas não são um lugar para descobrir e remediar classes de vítimas, mas para
formar turmas de estudantes. Devemos fazê-lo de modo tão efectivo quanto possível
com respeito por todos e sem tendenciosidades. Apesar dos grandes esforços dos grupas
feministas para fazer das raparigas uma classe especial de vítimas e dar-lhes prioridade, 
devemos com razão e bom senso retirar a coroa de vítimas às raparigas e substituí-la em
termos apropriados, de modo a que um dia os rapazes sejam também reconhecidos
como pessoas. Uma vez que isto seja atingido, quanto tempo será necessário até que a
sociedade compreenda que os homens também são pessoas, e pessoas com direitos?

CAPÍTULO 9: Mentiras, danadas mentiras e as estatísticas das Nações Unidas

Introdução

          O capítulo 13, entre outros dá exemplos específicos de como a indústria de


investigação feminista explora o seu controlo sobre a investigação publicando e
disseminando estatísticas falsas e enganadoras. Estatísticas que surgem sob a forma de
combinação irónica de incompetência feminista, da sua negligência desumana da
verdade e da relutância cobarde de muitos académicos não feministas em apurar a
verdade arriscando as suas carreiras.

          A única maneira de conter a sua máquina de propaganda é com coragem,


persistência, estudos imparciais e estatísticas rigorosas. Neutralizar o mal com o bem.
Há muito quem já o tenha tentado. Mas aqui aparece a parte mais difícil, obter a verdade
ultrapassando as feministas, burocratas dominados, livreiros e editores que suprimam ou
ignorem quaisquer dados que não apoiem o ponto de vista feminista. Por exemplo, uma
vez escrevi à polícia neozelandesa a pedir detalhes das suas acções em caso de falsas
reclamações por categoria de crime envolvido. Responderam-me que não possuíam tais
estatísticas e que também não as iriam compilar para min, nem permitiriam que eu
tivesse acesso aos seus ficheiros para que eu próprio as pudesse compilar.

          Noutra ocasião, escrevi ao Ministério da Justiça neozelandês. A pedir estatísticas


sobre a frequência com que os pais obtém a tutela dos filhos em tribunal, e recebi uma
resposta igualmente negativa. Esta determinação de querer encobrir estatísticas que
possam ser relevantes para as necessidades dos pais teve eco no correio electrónico
seguinte que recebi de Robyn Munro, do Ministério da Justiça neozelandês, em 12 de
Novembro de 1999:

          Em resposta à sua chamada telefónica de hoje de manhã: Infelizmente não


podemos fornecer-lhe informação detalhada sobre tutela ou direito de visita decretados
pelos tribunais. Possuímos informação sobre os números de casos processados, mas que
não está separada do modo como pede. Foram processados no último ano 9068 casos de
regulação de poder paternal na Nova Zelândia. Lamento não poder ajudar mais. A
informação que procura não está organizada numa base nacional e não é do meu
conhecimento que os tribunais organizem esta informação deste modo.

Na Inglaterra a situação é semelhante:

Infelizmente, os números deixam de existir logo que revelam que os homens não são os
maus (Thomas, Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London, Weidenfeld and
Nicholson, 1993, página 145).

       Isto é feito tornando os dados indisponíveis, isto é, as estatísticas previamente


publicadas são removidas dos registos! O índice de estatísticas dos Estados Unidos, por
exemplo, costumava publicar estatísticas sobre abuso de crianças por sexo dos seus
autores. Como uma associação de direitos de homens reclamou a sua divulgação, o
governo decidiu que o mundo não precisava de saber que a maioria dos autores de
abuso de crianças eram mulheres. Deste modo o ano de 1992 foi o último em que estas
estatísticas foram publicadas (Statistical Abstract of the United States, 1992, Tabela Nº
301).

O GDI e o GEM

Das Conferências de Mulheres das Nações Unidas a documentos tais como o Relatório
das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano de 1995, podemos ver que as
feministas estao actualmente bem entrincheiradas nas Nações Unidas. Pior, elas estão a
usar a ONU para exportar o feminismo ocidental para o resto do mundo.

          Na página 73 do relatório de 1995 sobre desenvolvimento humano, por exemplo,


num capítulo sobre “medida da desigualdade entre os sexos por simples medida de
dados facilmente disponíveis”, elas propõem duas medidas: a GDI ou Índice de
Desenvolvimento Relativo dos Sexos (Gender-related Development Index) e a GEM ou
Medida do Poder Relativo dos Sexos (Gender Empowerment Measure). O GDI é
simplesmente uma adaptação do índice já existente nas Nações Unidas, isto é, o HDI ou
Índice de Desenvolvimento Humano. O HDI atribuí a cada país uma posição de
desenvolvimento relativo de acordo com os salários, esperança de vida, e taxa de
literacia dos seus cidadãos e o número de pessoas envolvidas no sistema educativo.

          De modo similar, o GDI dá a posição das mulheres dos países de acordo com as
remunerações relativas dos homens e das mulheres, esperança de vida, literacia e
números de pessoas envolvidas em sistemas de educação. Claro que a esperança de vida
é aqui a “pedra no sapato”, e as feministas desejariam não ter que a incluir nos seus
índices. Mas para fazerem aceitar o seu GDI tiveram que atender a este compromisso.

Tiveram que lidar com o problema da propaganda à volta da esperança de vida, já que
as mulheres vivem mais que os homens em todos menos dois países no mundo. Mas
pelo menos estes estavam lá! Para desviar atenções do problema da esperança de vida,
Hillary Clinton fez um discurso lamentando que a esperança de vida das mulheres
estivesse abaixo da dos homens em dois países do Sul asiático quando os visitou. Isto
foi o ponto de partida para o que planearam de seguida.

          Primeiro as feministas das Nações Unidas arranjaram um truque estatístico:


estabeleceram artificialmente uma esperança máxima de vida das mulheres cinco anos
acima da dos homens, e uma igualmente artificial esperança mínima de vida para as
mulheres também cinco anos superior à dos homens. Procederam, então ao “ajuste” dos
seus dados, fizeram os seus cálculos e estabeleceram as suas pontuações nesta base.
Mas não serão as diferenças relevantes? Deverão elas ficar escondidas sob esta
artimanha? Como justificação para este golpe de esperteza, afirmaram:

Há de facto forte evidência de que o potencial máximo de esperança de vida para as


mulheres é maior do que para os homens, para os mesmos cuidados, incluindo cuidados
de saúde e facilidades nutricionais.

Citam os trabalhos relativamente antigos dumas escritoras (Holden 1987 e Waldron


1983)  desta linha. Na mesma página, continuam afirmando:

          O potencial para uma mais alta esperança de vida das mulheres é também
antecipado por previsões demográficas. Para o ano 2050, por exemplo, a esperança de
vida nos países industrializados está prevista ser 87,5 anos para as mulheres e 82,5 anos
para os homens ...

Isto demonstra como as mulheres não têm que ser competentes para se manterem num
cargo num ambiente politicamente correcto. Não é o potencial de esperança de vida das
pessoas que tem que ser antecipado por previsões demográficas, mas a sua esperança de
vida actual. Se o objectivo é predizer a evolução actual dos acontecimentos de forma tão
exacta quanto humanamente possível, nenhum demógrafo será tão pouco inteligente que
faça previsões com base em potenciais.

          Para além do mais, Vallin (1995) tem um ponto de vista contrário quanto às
causas da diferença actual de esperança de vida entre homens e mulheres:

Durante muitos anos, a maioria dos autores concordou em que as diferenças de papeis
sociais entre homens e mulheres e outros factores relacionados constituíam a principal
causa da sua desigualdade perante a morte (página 178).
Se a diferença entre esperanças de vida entre homens e mulheres é de facto
consequência das diferenças entre os seus papeis sociais, então as feministas não
deverão esconder o facto através de jogos de números. Há algumas teorias (ver
Kirkwod, 1999) de que as mulheres vivem mais que os homens, devido à necessidade
da sociedade assegurar os cuidados primários das crianças até que estas atinjam a
maturidade. Isto é uma especulação tanto mais que, particularmente até aos recentes
desenvolvimentos das práticas higiénicas, por volta do início do século 20, as mulheres
morriam primeiro que os homens sendo a paternidade assegurada pelo pai.

Seguidamente, as feministas da ONU apareceram com a Medida do Poder Relativo dos


Sexos (GEM), um índice completamente novo que não têm inconvenientes como a
esperança de vida. Esta medida compara homens e mulheres de acordo com:

1. O número de lugares ocupados por elas no parlamento;

          2. As proporções de mulheres em lugares administrativos;

3. Salários.

Este índice é arbitrário, politicamente motivado e criado exclusivamente com o


objectivo de demonstrar que as mulheres são “oprimidas”, e merecem simpatia, atenção
política e verbas. Dizer que o GEM é tendencioso é um favor que se lhe faz.

Conclusão

Os movimentos de homens ou pais fariam bem em propor o seu Índice de Poder


Relativo dos Sexos, o qual compararia homens e mulheres de acordo com:

1.      A sua proporção no eleitorado;

2.      As suas proporções nos meios de comunicação social;

3.      A sua esperança de vida;

4.      As suas proporções em que recebem a tutela dos filhos na separação ou divórcio;

5.      Proporção em que beneficiam de cuidados de saúde e de assistência social


(incluindo subsídios de único pai, investigação, publicidade, prevenção e tratamentos
relacionados com doenças sexuais)

6.      A sua proporção nas taxas de morte por suicídio;

7.      Suas proporções em burocracias;

8.      Suas proporções  na população prisional;

9.      Suas proporções na participação em guerras;

10.    Suas proporções no recrutamento militar;


11.    Sua capacidade de determinar se as suas crianças devem ser abortadas;

12.    Taxas de circuncisão feminina e masculina;

13.    Existência ou não de Ministérios dos Assuntos dos Homens e Ministérios dos
Assuntos das Mulheres.

Certamente que isto é como evocar uma revolta política enfurecida nas feministas, mas
deverá ela deter-nos?

Consideremos a França, onde os homens cometem três vezes mais suicídio que as
mulheres, e os suicídios masculinos aumentaram 35% desde 1974 enquanto a taxa de
suicídio feminino permaneceu constante no mesmo período(1). Os homens não
cometem suicídio em números cada vez maiores por estarem a conduzir a sociedade em
seu benefício e oprimirem as mulheres! Se assim fosse, as mulheres cometeriam mais
suicídio e morreriam em idades mais jovens.

          A indústria de investigação feminista tem explorado o seu monopólio de


investigação em questões de diferenças entre os sexos através da publicação e
disseminação de estatísticas talhadas à medida dos seus objectivos políticos. É difícil
obter estatísticas que suportem os pontos de vista masculinos visto que as burocracias
ocidentais dominadas pelas feministas não vêem necessidade de colher ou publicar
estatísticas sobre estes assuntos. Ainda por cima, as universidades têm receio de
investigar estes tópicos, sendo muitas vezes os seus órgãos dirigentes censores dos
projectos de investigação, afim de precaver o aparecimento de resultados pró-
masculinos.

          É uma guerra de informação e os movimentos de homens e pais devem ver o


conhecimento e os dados como armas no esclarecimento das massas. Deveremos,
portanto, fazer cerco contra as mentiras, bombardear os meios de comunicação social
com salvas de factos até que nos seus ouvidos se ouça o zumbido da verdade, e
bombardear os arsenais das mentiras feministas, isto é, as universidades e as burocracias
governamentais. Não queremos mais mentiras, não queremos mais meias verdades, não
queremos mais caça às bruxas.

CAPÍTULO 10: A MENTIRA DA IGUALDADE

Introdução

             Uma das maiores mentiras feministas é que elas defendem a igualdade. Esta mentira
foi tão bem sucedida e aceite que elas ficam chocadas sempre que alguém ousa desafiar a sua
sabedoria apontando o absurdo das suas declarações como quem grita que o rei vai nu.
          Quando a jornalista de rádio Kim Hill numa entrevista me pediu que definisse
feminismo, por exemplo, ficou surpreendida quando eu afirmei que a igualdade não era
uma das suas preocupações: elas agarram em assuntos específicos e definem o que elas
entendem por “igualdade” com respeito a estes assuntos aparte tudo o resto(1).

          Por exemplo, como temos observado as feministas reclamam prémios em


dinheiro para as tenistas iguais aos dos seus colegas masculinos, ignorando que as
mulheres já recebem mais dinheiro por jogo que os homens. Vamos por um fim neste
“separados mas iguais excepto quando isto não nos serve”. Outro exemplo, é o de as
mulheres obterem o privilégio do voto sem a obrigação de servirem nas forças armadas.
Ou de como as feministas obtiveram a liberalização das leis do aborto, mas apenas para
as mães. Os pais não têm opção, apenas a obrigação de pagar!

          Assim no que as feministas estão a trabalhar é numa igualdade sexual selectiva,
isto é, seleccionam os itens, definem o significado de “igualdade” e definem a ordem de
trabalhos. O que isto prova é que “igualdade” é, para elas, um pouco mais que um lema:
Uma bandeira sob a qual elas juntam as tropas e enganam as suas presas. Se elas
estivesse verdadeiramente preocupadas com a igualdade, convidariam grupos
masculinistas para se juntarem a elas numa coligação para escolher os assuntos a
discutir, determinando juntos soluções de compromisso para chegar a uma verdadeira
igualdade de sexos. Alguns masculinistas como Warren Farrell
(www.warrenfarrell.com), autor de Women Can Not Hear What Men Do Not Say (as
mulheres não podem ouvir o que os homens não dizem), o activista Richard Doyle, da
Associação de Defesa dos Homens (www.mensdefense.org), e assuntos tais como o
aborto, quotas, circuncisão, infanticídio, recrutamento e serviço militar, leis do divórcio,
violência doméstica, acusações falsas, leis sobre prova em tribunal, tendenciosidade dos
meios de comunicação social, saúde e longevidade masculina, estudos masculinos,
ministério dos assuntos dos homens, tendenciosidade policial, violação, abuso sexual e
falsas reminiscências, linguagem sexista, leis sexistas, separação nos desportos,
síndromas e defesas legais, leis sobre impostos e tendenciosidade dos professores
(members.tripod.com/peterzohrab/manifest.html).

A mentira da igualdade

             As feministas jogam facilmente com palavras como “igualdade” ou “equidade”, mas
raramente as usam com um significado preciso. O que elas realmente pensam sobre o mérito
relativo dos homens e das mulheres só se torna claro quando as apanhamos desprevenidas,
quando pensam que estão a falar de outra coisa qualquer.

          Fran Wilde, a primeira autarca de Wellington, na Nova Zelândia, é uma feminista.
Na sua campanha eleitoral chegou até a fazer uma reunião onde manifestou a intenção
de tornar Wellington a primeira cidade feminista. De acordo com um artigo no jornal
Dominion, desta cidade, no feriado do dia das comemorações em honra dos mortos de
guerra da Nova Zelândia, Fran Wilde esteve no cenotáfio de Wellington, e disse:

Lembramos que os homens que morreram na guerra foram importantes, mas é


igualmente (ênfase do autor) importante reconhecer os sacrifícios e experiências das
mulheres frequentemente desvalorizadas.
          O seu uso da palavra “igualmente” é de pasmar, porque cerca de 1000 homens
neozelandeses foram mortos na Segunda Guerra Mundial, 3000 foram feridos e cerca de
2000 foram feitos prisioneiros. Podemos adicionar a este número, os milhares de
homens que foram mortos, feridos ou capturados na Guerra de Boer, na Primeira Guerra
Mundial, na Guerra da Coreia, na Guerra do Vietname, e em várias operações de paz
das Nações Unidas. Para Fran Wilde, o que estes milhares de homens sofreram foi
“igualmente” balanceado por um grupo de cinquenta enfermeiras que foram servir no
Médio Oriente na Primeira Guerra Mundial, mais uma mulher que trabalhou em
cantinas e trabalhou na prevenção de doenças venéreas entre as tropas. O número total
destas 51 mulheres neozelandesas que foram capturadas, feridas ou mortas é
precisamente zero.

          Por admirável que tenha sido o trabalho destas mulheres, a maioria de nós
concordará que zero mulheres mortas é um número menor que milhares de homens
mortos. Evidentemente, no entanto, a matemática feminista está em desacordo. Na sua
ideologia, o trabalho de 51 mulheres é mais valioso que o trabalho e a morte de milhares
de homens. Aqui temos o ponto de vista feminino da “igualdade” sexual numa fórmula
matemática:

As vidas de milhares de homens igual a um mero desarranjo no estilo de vida de 51


mulheres.

Qualquer masculinista que esteja ciente da opressão feminista dos homens não terá
dúvidas que isto constitui uma desvalorização grosseira dos direitos, interesses e
sacrifícios dos homens, mas pelo menos isto dá-nos uma ideia da dimensão do
problema!

Masculinismo Liberal

Os masculinistas liberais gostariam de concordar com as feministas nas consequências


da sua mentira da igualdade: a igualdade sexual tem estado em queda rápida. Há uma
prodigiosa investigação feminista e uma indústria de propaganda nos países ocidentais e
nas Nações Unidas (por exemplo, departamentos de estudos sobre mulheres, ministérios
dos assuntos das mulheres, a Associação Americana da Universidade das Mulheres, a
Organização Nacional para as Mulheres, Ms Magazine, etc.) que, sob o enganoso  apelo
à “igualdade” inundaram a vida política com questões que escolheram, definiram e
“solucionaram” de forma unilateral. Porque não permitem que grupos de pressão
masculinos dêem o seu contributo neste processo político, os direitos dos homens estão
a sofrer erosão como lodo sob o dilúvio das  afirmações feministas. Por exemplo:

1. Os direitos dos homens na família (divórcio, separação, tutela, direito de visita,


propriedade matrimonial, paternidade, etc.);

2. Direitos dos homens no local de trabalho (assédio sexual, igualdade de oportunidades


no emprego, etc.)

3. Direito dos homens à vida e à saúde (longevidade, despesas com a saúde dos homens,
circuncisão, recrutamento, etc.)
4. Direitos legais dos homens (a invenção de que há mais crimes nos homens e mais
vítimas nas mulheres, atenuantes (como síndromas, estados depressivos e hormonas)
para crimes perpetrados por mulheres, descriminalização de crimes predominantemente
femininos, aumento das penas para crimes predominantemente masculinos)

No entanto, o céu é o limite. O único limite real é o poder inventivo das feministas.
Poderia ser pior, razão pela qual me sinto feliz quando consigo frenar ou parar a
avalanche feminista. Vale a pena insistir!

Alguns escritores, tais como Christina Hoff Sommers (1994: Who Stole Feminism?,
Simon and Schuster), fazem distinção entre feministas preocupadas com
igualdade/equidade e aquelas que o não estão, mas eu penso que isto é uma distinção
artificial. Em termos da sua táctica política em sociedades democráticas, as feministas
de todas as espécies consideram útil invocar as palavras “igualdade” ou “equidade”. Na
prática, nenhuma feminista, actualmente, está interessada em igualdade sexual.

Nenhuma feminista até agora propôs uma conferência de activistas masculinos e


femininos com o objectivo de ouvir todos os pontos de vista e chegar a uma solução que
reunisse igualmente o consenso de todos os intervenientes. Por exemplo, numa
conferência legislativa na Nova Zelândia a professora de direito canadiana Sheilah
Martin propôs um tratado entre homens e mulheres. Por correio electrónico propus-lhe
que deveria haver representação de grupos de Direitos Masculinos em qualquer
conferência destas. Pôs o assunto de lado dizendo que o que tinha em mente era um
tratado do tipo dos que países como o Canadá e a Nova Zelândia têm com as suas
minorias pré europeias, com as mulheres a representarem a classe minoritária.

Estes tratados envolvem normalmente o governo (o qual a minoria ajudou a eleger) de


um lado e a designada minoria do outro. Na proposta de Sheilah Martin, isto teria a
forma de um tratado entre um governo (eleito principalmente por mulheres) de um lado
e grupas feministas por outro, sem qualquer representação de grupos de pais ou homens.
Se é isto que distingue umas feministas das outras, bem precisamos de um microscópio
para perceber as diferenças.

          Alguma confusão existe com as palavras “igualdade” e “equidade” nos meios
políticos. A palavra “equidade” significa qualquer coisa como “honestidade”, e onde
quer que seja usada será em favor da honestidade. O problema, em teoria política, é a
escolha de padrão pelo qual decidimos o que é honesto e equitável. É aqui que aparece a
palavra “equidabilidade”. A ideia no pensamento político ocidental é que o único modo
de chegar a um estado de equidabilidade é resolver os assuntos com todas as partes
envolvidas. Gail Tulloch (1989: Mill and Sexual Equality, Hemel Hempstead: Harvester
Wheatsheaf) deu conta da dificuldade de ser claro sobre o significado de “igualdade”:

          A própria equidade ... é um atributo ... equidade é um conceito relacional e deve
ser baseado num atributo comun. Uma tábua pode ser maior que uma fatia de bolo. Um
cão e um gato são diferentes, mas nem por isso desiguais. É até difícil colocar a questão
se um gato e uma roseira são iguais. O único sentido que pode ser dado a esta
especulação é imaginar uma situação em que o meu gato está persistentemente a usar a
minha magnifica roseira para arranhar descascando-a nesta actividade. Mas aqui eu não
posso perguntar qual dos dois está certo, e resolver o problema deste modo. Em vez
disso eu tenho que estabelecer as minhas prioridades, em termos de importância relativa
para min e meter os dois numa escala de preferências, e provavelmente decidir qual
ficará em casa e qual deverá abandoná-la (página 181).

          “A tábua pode ser maior que a fatia de bolo” escreveu ela, mas (deixa implícito)
nunca perguntamos se a tábua e fatia de bolo são iguais. Porquê? A razão implícita no
discurso de Tulloch é que eles não partilham atributos comuns. Equidade é uma relação
entre duas ou mais entidades, não havendo nenhum parâmetro ao atributo relevante
(acredita Tulloch) sobre o qual uma tábua e uma fatia de bolo se relacionem. Mas será
isto verdade actualmente? Não. Em termos de preço (valor relativo), por exemplo,
podemos perguntar se o preço de uma tábua é maior, igual ou menor que o de uma fatia
de bolo. A economia é uma grande niveladora. Tal como para outros parâmetros como
comprimento, altura, peso, volume, massa, densidade, teor em açúcar, combustibilidade,
rigidez, conductividade, etc.. Quase podemos perguntar se uma tábua e uma fatia de
bolo são iguais em relação a estes critérios.

          No entanto, temos que explicar porque é que Tulloch escolheu uma tábua e uma
fatia de bolo, como exemplo de itens não comparáveis. A possibilidade é que Tulloch,
tal como a maioria das pessoas sem dúvida, vê as funções da tábua e da fatia de bolo na
sociedade humana de tal modo distintas que a ideia de que tenham alguma coisa em
comum não lhe ocorreu. A questão política é que a questão da equidade é relevante
apenas se as funções do que estamos a comparar são similares. Se nós queremos
comparar os homens e as mulheres, como as feministas vulgarmente fazem, então a
primeira coisa que temos que perguntar é se as funções do homem e da mulher são
suficientemente similares. Não estou a sugerir que seja impossível compará-los se as
suas funções forem diferentes. Mas, tal como a tábua e a fatia de bolo, a comparação
não será particularmente relevante se as funções forem muito diferentes.

          Este é o âmago do paradigma que o feminismo deu à história humana: A posição
pré-feminista ou não feminista tem sido que, globalmente, as funções do homem e da
mulher são e deverão ser distintas, e neste caso a questão da equidade é irrelevante. A
posição feminista, evidentemente, tem sido sempre que as funções do homem e da
mulher deverão ser mais ou menos idênticas e que deverão ser tratados do mesmo modo
enquanto executam estas funções idênticas.

          Isto explica o paradoxo do poder do movimento feminista em tempo de guerra. O


facto de a sociedade chamar as mulheres a assumirem os lugares deixados vagos pelos
homens recrutados pelo serviço militar faz as funções dos homens e das mulheres
parecerem (embora temporariamente) muito mais similares, e então a noção e equidade
torna-se aparentemente relevante.

          Então o âmago da questão é se as funções dos homens e das mulheres na


sociedade podem ser tão idênticas que a verdadeira equidade entre homens e mulheres
pode ser estabelecida. Algumas feministas estão a esforçar-se através deste argumento
para produzir sociedades unissexo ou multi-género. Os masculinistas liberais deverão
estar em geral de acordo com os motivos subjacentes a este argumento se (e este é um
grande “se”) forem dadas aos homens oportunidades iguais em processos de política
sexual. De outro modo, homens e mulheres acabarão com as mesmas funções excepto
que os homens deverão permanecer com aquelas que as mulheres não querem.
Masculinismo conservador

Os masculinistas conservadores não rejeitam absolutamente a ideia de igualdade, mas


dão mais importância à equidade porque a relação entre os sexos é significativamente
diferente da relação entre os vários grupos sociais e raciais aos quais o modelo da
“igualdade” foi primeiramente aplicado:

Os tribunais não podem tratar as mulheres do mesmo modo que tratam as minorias
raciais. ... O governo não pode dar tratamento diferente ou regalias diferentes às
raças. ... Nenhuma regra pode ser concebida com respeito aos homens e às mulheres,
porque a nossa sociedade sente fortemente que existem diferenças relevantes e que estas
devem ser respeitadas pelo governo. Para dar os exemplos mais óbvios, nenhuma cidade
pode constitucionalmente impor sanitários diferentes para os brancos e para os negros,
mas pode certamente fazê-lo para mulheres e homens. Do mesmo modo, as forças
armadas não podem dispensar um grupo racial do dever de combater mas podem
seguramente manter as mulheres fora de combate (Bork, 1990, página 329).

Homens e mulheres, sobretudo, penetram-se, sendo esta a única relação primária


necessária à preservação da espécie. É uma relação de dependência mútua. Há ainda,
diferenças físicas entre homens e mulheres que fazem com que tenham papeis sexuais
diferentes, o que implica o aparecimento de leis sobre estes assuntos como, por
exemplo, a violação.

Um dos principais objectivos de qualquer sociedade é assegurar a sua própria


sobrevivência através da procriação e educação da descendência. Isto é normalmente
feito através de cooperação e interdependência entre os sexos. A tecnologia médica
pode eventualmente oferecer outras opções, mas é com certeza demasiado prematuro
estar a avançar com especulações deste tipo de mudanças. As opções tecnológicas não
são satisfatórias, o que gera uma interdependência que complica as tentativas feministas
de aplicar o seu modelo “igualdade” às relações homem-mulher. Pondo as coisas de
maneira simples, se os distintos grupos devem cooperar e se, por natureza, têm funções
complementares (mais do que idênticas), será a igualdade significativa, ou apenas
apropriada ou desejável? Se não, deveremos nós trabalhar em algum critério de
equidade baseado em mais alguma coisa que a igualdade, tal como, “direitos iguais e
responsabilidades iguais”? (Van Mechelen, 1993, www.backlash.com/book/light.html)

Dimorfismo sexual

          As feministas pressionam frequentemente as mulheres dizendo-lhes que elas


devem querer substituir os homens nas suas funções tradicionais. Este estado de
consciência transpira nos encontras feministas e cursos de mulheres, cinema e
espectáculos de televisão, revistas e editoriais de jornais. Deste modo, elas encorajam as
mulheres a entrarem em ocupações tradicionalmente masculinas, mesmo aquelas mal
pagas ou de baixo nível. Como se isto fosse o único meio de a mulher se tornar tão
importante como o homem.

          Claro que muitos homens concordam que o trabalho inicialmente reservado aos
homens é de algum modo mais importante que o reservado às mulheres. De facto
muitos homens são levados a acreditar nisto desde o berço, porque muitos aspectos da
função masculina envolve certos sacrifícios e desvantagens (isto é, mais baixa esperança
de vida, cavalheirismo, recrutamento militar) para que os homens não são voluntários
onde não há qualquer compensação em termos de estatuto. Mas porque vão as
feministas cair neste ponto de vista distorcido?

          Tradicionalmente, as mulheres têm um sentido calmo da sua superioridade em


relação aos homens que lhes permitem fazer face aos diferentes sacrifícios e
desvantagens que as suas funções exigem. As feministas, no entanto, parecem acreditar
que o papel tradicional das mulheres é inferior, e esta confusão de papeis (a inveja do
pénis?) é a verdadeira causa e origem do feminismo. Muitos dos escritores iniciais, a
começar por Mary Wllstinecraft, tem praticado lesbianismo ou bissexualismo, o que
pode explicar esta confusão de papeis. Camille Paglia, uma lésbica carismática e anti-
feminista pode ser a excepção que prova a regra.

Considerando que isto não prova necessariamente que o feminismo está errado, alguns
factores objectivos, como a melhoria da contracepção e dos electrodomésticos que
poupam esforço em casa, tem dado a ideia que faz sentido a mulher assumir parte do
papel tradicional do homem. Mas até onde poderá ir esta ruptura da ligação entre os
sexos? O dimorfismo sexual pode dar a resposta.

          O dimorfismo sexual (caracteres secundários que permitem distinguir o macho da


fêmea) é comum entre organismos vivos que se reproduzem sexualmente. Algumas
vezes o dimorfismo é complementado ou substituído por características não visuais, tais
como o cheiro, etc., ou por comportamentos específicos de sexo. Obviamente, isto será
muito ineficiente, do ponto de vista de sobrevivência da espécie, se os seus membros
tiverem dificuldade em utilizá-lo para distinguir os machos das fêmeas.

          Entre os humanos, os papeis sexuais ajudam a distinguir os homens das mulheres.
Não pretendo sugerir que seremos extintos se os papeis femininos e masculinos se
tornarem idênticos, uma vez que permanecem outras características tais como roupa,
cosméticos, cortes de cabelo, tom de voz, etc.. Ironicamente, algumas pessoas estão tão
preocupadas com a sobrepopulação que defendem a abolição das distinções sexuais
como forma de limitar a reprodução humana. As feministas, no entanto, parecem pensar
que é suficiente estabelecer a identidade dos papeis femininos e masculinos. Dizem,
então, que o facto de puderem ser idênticos prova que os deveremos tornar idênticos.
Mais uma vez, as suas pretensões ocultas parecem ser que os papeis masculinos e
femininos não podem ser iguais a não ser que sejam idênticos. Para Alexander a chave
está na liberdade de escolha:

          O lugar da mulher na vida limitou, no passado, as suas oportunidades de


realização intelectual e criativa. A responsabilidade de educar as crianças e do trabalho
doméstico deixava pouco tempo para a maioria das mulheres para estas actividades. E
se a civilização se tornou mais pobre por isto, tornou-se também mais pobre, porque os
homens foram forçados a desempenhar uma papel estereotipado que deixou
subdesenvolvida parte da sua humanidade (Alexander: A Woman’s Place?, Hove:
Wayland, 1983, p.17).

          Como é normal, há muitas pretensões ocultas nesta área de reivindicação


feminista. Que proporção da população feminina sente normalmente necessidades
criativas e intelectuais? Sou levado a pensar que é apenas uma pequena proporção da
classe média.
          Além disso, será que as responsabilidades a que os homens estão tradicionalmente
obrigados lhes deixam mais tempo para realização intelectual e criativa do que às
mulheres? Na verdade, muitas mulheres, incluindo escritoras feministas, têm tempo
para a realização dos seus sonhos precisamente porque têm relativamente poucas
exigências. Algumas vezes mesmo, graças à abundância de electrodomésticos, da pílula
e de um marido trabalhador, levam uma vida de parasitismo caseiro, que as deixa cheias
de tempo disponível para actividades que o seu marido está impedido de ter por ter sido
apanhado nas teias de uma profissão exigente. Se estas mulheres pretendem ter
empregos a tempo inteiro, quanto tempo disponível terão para escreverem livros sobre a
sua pretensa infelicidade?

          Um exemplo é Cynthia Smith, autora de alguns livros esclarecedores como Why
Women Should Not Marry (Porque é que as Mulheres não Devem Casar). Graças ao seu
(ex ou actualmente falecido) marido, que foi médico, ela pôde dar-se ao luxo de
escrever sobre a vida horrível das mulheres.

          Com poucas, embora notáveis, excepções, as mulheres que fazem do feminismo
uma maneira de estar na vida têm um patrocinador financeiro. Normalmente um
homem, uma organização ou fundos governamentais. Exemplos dos últimos dois são
Patricia Ireland e Eleanor Smeal, assim como as mulheres que se tornaram professoras
efectivas em programas de estudos sobre mulheres.

          Lamentas feministas, tais como o The Feminine Mystique (A mística feminina) de
Betty Friedan, que reclama acerca dos problemas de ser uma dona-de-casa suburbana,
são comparáveis ao queixume de uma criança mimada. Particularmente quando
comparado com o que os homens sofreram nas duas guerras mundiais e outras guerras
regionais ou civis. O feminismo resume a generalização de que as pessoas que se
erguem em revolução são já frequentemente muito privilegiadas! O novo recurso
feminino da TV, por exemplo, com certa frequência, passa sobre os acidentais mortais
masculinos em teatros de guerra para se concentrar no que para eles é mais grave, ou
seja, casos de violação que ocorrem nestes ambientes.

          Elas reclamam que são oprimidas, e jovialmente desvalorizam qualquer problema
que os homens possam ter, e esperam que nós lhes demos atenção. Porque devemos
fazê-lo? Quanto sofreu a nossa civilização pelo facto de muitas mulheres estarem a
cozinhar, a limpar, e a cuidar de crianças, enquanto deviam era estar com os homens, de
cara suja, em minas de carvão? As feministas não têm resposta. A civilização beneficia
mais da exploração do carvão ou da educação de crianças? Será que as feministas
cuidam de facto de crianças? Serão as suas preocupações relacionadas com o bem estar
da sociedade, ou nem por isso?

          Normalmente as preocupações das feministas centram-se mais em tornar a mulher


mais independente do homem através dos empregos e educação de crianças, ou em
jogos de sedução? Porque pretendem elas que as mulheres sejam independentes dos
homens? A resposta típica das feministas extremas é que os homens violam e abusam
das esposas e namoradas. Mas isto não é provado pelos factos, como já expliquei em
outros capítulos. Então qual é a verdadeira razão? As ideólogas feministas não gostam
de homens a nível pessoal nem sexual, e toda a sua propaganda é meramente uma
projecção do seu ódio e da sua orientação psico-sexual.
          Aparte a misandria feminista, se os homens começarem cada vez mais a fazerem
os trabalhos domésticos e a cuidarem de crianças, não ficará a sociedade mais pobre por
ficar privada do talento intelectual e criativo do homem? Se isto permite a estes homens
desenvolverem em parte a sua humanidade que de outro modo ficaria mal desenvolvida,
será que isto não implica que as mulheres que os substituírem na força laboral, sejam
elas privadas da sua parte humana? Qualquer homem que se deixe persuadir por estes
argumentas feministas deverá ser extremamente ingénuo ou sexualmente frustrado.
Infelizmente, muitos homens são-no.

          As mulheres tendem a promover-se sócio-economicamente pelo casamento. Mas


porque muitas mulheres actualmente têm bons empregos, torna-se mais difícil para elas
encontrar um homem com o qual se possam promover através do casamento. Isto é, a
procura de um alto estatuto exige agora homens com alto salário. Quando a procura de
uma coisa aumenta, o seu preço aumenta proporcionalmente. No contexto sexual, isto
significa que as mulheres tentam a toda a força tornar-se sexualmente mais atraentes
para chamarem a atenção dos homens que acham mais atraentes. Como a competição
sexual entre mulheres para este recurso escasso aumenta, as consequências emocionais e
físicas das mulheres podem ser consideráveis, tornando insignificante o terrível aviso de
Naomi Wolf em The Beauty Myth (O mito da beleza).

          Há diferenças naturais entre o homem e a mulher que nunca desaparecerão, como
referiu Tiger (1990). As hormonas sexuais, por exemplo, tais como a testosterona, que
provoca firmeza, um aumento de desejo sexual e agressividade quer em primatas quer
em humanos. Mesmo antes da puberdade, os rapazes têm mais testosterona que as
raparigas, mas após a puberdade a diferença entre os níveis de testosterona entre os
sexos é dramática.

          Há diferenças entre a maturação das raparigas e dos rapazes, quer em humanos
quer em primatas. De facto, alguns primatas masculinos demoram o dobro das fêmeas
da sua espécie a atingirem a maturidade. Estas diferenças em humanos e mensurável, e é
constante para todas as culturas.

          Há também evidência de que as mulheres riem mais que os homens. Diferenças
sexuais deste género aparecem mesmo em bebés, às vezes com dois dias de idade.
Alguns académicos consideram o sorrir um sinal de submissividade. Por isso concluem
que a mulher é geneticamente programada para ser diferente do homem. Quer isto seja
ou não verdade, não torna o papel feminino inferior: se o evitar a violência é uma das
razões das mulheres viverem mais que os homens, então poderemos considerar que isto
é uma estratégia superior.

          Finalmente, a menstruação, que as feministas tentam usar o mais possível. Com
base na pesquisa de Katherina Dalton, Tiger (1970, p.212) escreveu:

          Cerca de 40% das mulheres sofrem de uma variedade de sintomas aflitivos
durante a última semana do ciclo menstrual (outros investigadores referem um número
mais alto) ... 46% das admissões femininas ao hospital psiquiátrico ocorrem durante aos
sétimos e oitavos dias anteriores e durante a menstruação; também nesta altura, ocorrem
53% das tentativas de suicídio feminino ... 45% das trabalhadoras da industria que
faltam por doença fazem-no durante este período; 49% dos crimes cometidos pelas
prisioneiras acontecem durante neste período e o mesmo para 45% das participações de
raparigas na escola ... as que são monitoras aplicam punições em número
significativamente maior durante o período menstrual, o que levanta a questão se isto
não se aplica também a professoras, magistradas ou outras mulheres com igual nível de
responsabilidades.

          É, óbvio que as mulheres não são iguais aos homens. Por isso não há um meio
directo de medir se são ou não iguais uns aos outros em determinada situação. Como
sociedade deveremos estabelecer a equivalência apropriada entre homens e mulheres
nestas áreas em que há diferenças fundamentais. Isto é, devemos empenhar-nos na
equidade em vez de na igualdade.

          Um certo grau de complementaridade de papeis entre os sexos deve ser


inevitavelmente aceite. É para nós injusto julgar as mulheres por critérios separados
apenas quando isto evita que as mulheres sejam excluídas de certas profissões (por
exemplo polícia e desportos profissionais). Por isso, devemos usar também critérios
separados para beneficiar os homens, ou abolilos em ambas as situações. Devemos
aceitar que os papeis dos homens e das mulheres são parcialmente complementares,
acabar com a guerra de sexos e restaurar a família biparental com a sua função primitiva
como garantia básica de estabilidade social.

Conclusão

          Espero que tenhamos esclarecido a mentira de que o feminismo pretende


igualdade sexual. O movimento de homens reclama que tragamos isto a discussão.
Varrer isto para debaixo do tapete permite que as feministas, que controlam largamente
a guerra de sexos, vacilem entre várias noções implícitas de igualdade de acordo com o
que melhor se ajusta às suas pretensões políticas em determinada altura. E isto
frequentemente em detrimento dos homens, crianças e sociedade.

          Precisamos de negociar um contrato sexual entre masculinistas e feministas que


inclua a noção de “equidade” em que todos estejamos de acordo. Isto pode ser ou não
com base na “igualdade” actual entre homens e mulheres, embora os factores acima
mencionados o tornem improvável. Na ausência na actual igualdade e identidade entre
os papeis de homens e mulheres, deverá haver negociações entre as vantagens relativas
dos papeis de homens e mulheres como foram no nosso passado, e como continua a
existir em muitas partes do mundo. Esta negociação deverá contemplar um caminho
para o desenvolvimento futuro das sociedades ocidentais. Até este ponto, o leitor pode
interrogar-se:

1. Que caminho?

2. Porquê?

3. Onde nos conduzirá ele?

4. Porquê será esse um bom destino?

Não tentarei responder a estas questões, aqui. Há uma gama possível de respostas que
outros já propuseram. Posso escrever sobre as minhas próprias sugestões num livro
futuro, mas por agora sugiro que se deixe o assunto para negociação entre grupos de
homens e pais por um lado, e grupos de mulheres por outro.

CAPÍTULO 11: ABORTO E DIREITO DE OPTAR

Introdução

As mulheres recebem subsídios governamentais para tirar a vida a pessoas (aborto


clinicamente assistido), mas os homens vão presos por matarem pessoas. No que
concerne a direitos de descendência, as mulheres têm os direitos todos. Os homens e as
crianças não nascidas não têm nenhum. Se, como elas dizem, as feministas acreditam na
igualdade, então devem concordar que na medida do possível dado a complexidade do
assunto e as idades das partes envolvidas, o poder deve ser repartido pelas três partes
envolvidas.

          Este capítulo tem três secções: Decisão para os homens, decisão para os homens
no aborto, e aborto. A opção para os homens começa onde o feminismo permite,
assumindo que o feminismo ganhou a guerra do aborto. As secções do aborto discutem
o lugar deste já gasto tópico no contexto da guerra de sexos em geral. Se pensa que já
que já sabe tudo o que quer saber sobre o aborto, então pode ser melhor omitir
simplesmente a leitura das duas últimas secções deste capítulo. Mas a próxima secção
pode ter algumas surpresas para si.

Decisão para os homens

De acordo com a posição do Artigo sobre a Posição dos Homens na Escolha da


Descendência:

Uma em cinco crianças norte americanas nascem fora do casamento. Enquanto 1,6
milhões de mulheres norte americanas todos os anos abortam e declinam à paternidade,
meio milhão de homens tem o seu “poder paternal regulado” nos tribunais norte
americanos e dados preliminares indicam que cerca de 33% dos nascimentos podem ser
indesejados pelos homens seus pais. Os homens têm sido tratados como uma subclasse
sem direitos sobre a descendência. ... Negar os direitos sobre a descendência aos
homens é humilhante, opressivo, ofensivo aos princípios básicos da dignidade
humana ... (www.rahul.net/c4m/c4m.html).

Aos homens deve ser dada a possibilidade de determinar os seus direitos paternais e
responsabilidades paternais  essencialmente nas mesmas condições em que é permitido
às mulheres terminarem as suas gravidezes, nos países em que são residentes. Uma
paternidade não planeada pode causar graves transtornos na vida de um homem.
Transtorna a sua educação e a sua saúde mental, de facto afecta toda a vida familiar.
Pode provocar desde transtornos psicológicos até ataques cardíacos. Pode provocar
sofrimento físico e mental. Uma criança não desejada pode também sofrer de angústia.
E o homem envolvido pode ficar com um estigma social por ser um pai não casado.
          Ao contrário do que defendem as feministas, a possibilidade de decisão para os
homens é absolutamente nula. Elas defendem apenas que a decisão de um homem em
particular terminar os seus direitos e responsabilidades paternais é uma decisão desse
homem, do mesmo modo que uma mulher decide se quer ou não abortar. Esta posição
não está insenta de problemas éticos. Que sentirá uma criança quando cresce e descobre
que o seu próprio pai não o desejou e o rejeitou? No caso de aborto, pelo menos a
criança é morta e nunca sabe que foi rejeitada e morta. Por outro lado, pelo menos a
criança cujo pai exerceu a sua opção continua viva!

Decisão para homem no aborto

A facção pró-opção favorece a decisão desde que se aplique apenas à mulher. Quando
pensam nos homens, elas usam os mesmos argumentos da facção pró-vida. Isto
demonstra a sua hipocrisia.

          Elas dizem que as mulheres devem poder decidir o que fazer com a sua própria
fertilidade, mas os homens não têm direitos a não ser o de pagar a decisões tomadas
pelas mulheres. Se uma mulher assinar um impresso de aborto, ela está a roubar um
filho ao seu pai, cuja existência ele até pode desconhecer. Se a mulher não assinar o
impresso de aborto, então o homem é obrigado a sustentar um filho que não desejou e
cuja concepção desconheceu porque pensou que a mulher estava protegida por
anticoncepção.

           Tal é o domínio que, nos países ocidentais, a mulher tem sobre os homens e
sobre as crianças, mesmo as não nascidas. O lema feminista “o seu corpo, a sua opção”
é de tal forma aceite que qualquer coisa dentro da mulher é dela e com o qual pode fazer
o que lhe apetecer. A insistência feminista neste aspecto é tão extrema que se opõem à
punição de mulheres que usem drogas ou álcool. Isto ignora o facto de que o feto só está
dentro dela porque um homem a ajudou a pô-la lá dentro. O homem também tem
direitos sobre o feto. Sobretudo, porque não há até ao momento alternativa para um
homem que pretenda ter um filho de forma natural que não seja persuadir uma mulher a
dá-lo a luz por si.

          O pai pode ter fortes razões para querer ou não que a criança nasça, e deve poder
ser tido em conta. Sobretudo porque uma vez que a criança nasça o pai pode bem ser
obrigado a criá-lo, ou ao pagamento de uma pensão de alimentos à mãe em caso de
separação ou divórcio, ou legar-lhe parte dos seus bens como herança quando morre,
etc.. De forma simples, é injusto que a mãe tenha direitos unilaterais de decidir como
impor este deveres e responsabilidades ao pai. Parafraseando Thomas (Not Guilty: In
Defence of the Modern Man, London, Weidenfeld and Nicholson, 1993), você deverá
permitir a uma pessoa que gaste o seu dinheiro para comprar um carro de luxo da opção
dela, e deixá-la levá-lo para seu uso exclusivo?

          Há um paralelo com a lei romana da família. Na Roma antiga, o pai era o chefe da
casa, e tinha poder sobre a vida e sobre a morte dos seus escravos, e de outros
dependentes, tais como, os seus filhos e a sua esposa. Hoje em dia, este sistema é
unanimemente visto como uma ofensa à moral. Mas o paralelo com o poder absoluto de
uma mãe sobre a vida e sobre a morte de uma criança não nascida nas sociedades
modernas é absolutamente admirável. O tempora! O mores! (Que tempos! Que
costumes!)

Aborto

Há pelo menos dois tipos de mortes que as sociedades modernas permitem – a guerra e
o aborto. A guerra é quando as pessoas (principalmente homens) arriscam a sua vida
para matar outras pessoas (principalmente homens) para o benefício da sua comunidade.
Aborto é quando as mulheres arriscam muito pouco para matar uma pessoa indefesa
para o seu próprio benefício. Isto ilustra claramente como as sociedades modernas
ocidentais giram à volta das necessidades das mulheres, chegando ao ponto de
descriminalizar o assassínio.

Um livro de texto de introdução à criminologia de Haskell e Yablonsky (1974) contém


uma secção apenas sobre a descriminalização do aborto que mostra claramente o
domínio do feminismo sobre o poder intelectual nos países ocidentais. Eles escreveram
o texto pouco depois da decisão sobre o aborto do Supremo Tribunal dos Estados
Unidos em 1973. Este estabeleceu que as mulheres tinham direito ao aborto nas
primeiras seis semanas de gravidez, e que nos primeiros três meses de gravidez a
decisão dependia apenas da mulher e do seu médico.

          Mesmo antes disto, no entanto, apenas quinze dos cinquenta estados dos EUA
punia uma mulher que procurasse um médico para matar o “seu” feto. Geralmente,
apenas o médico levava a pancada. Comparemos isto com o cenário de um assassínio
por contrato, em que a maioria dos países e estados condenam quer o contratante quer o
contratado pelo crime. Como as coisas mudaram:

          Razões médicas, violação e incesto são responsáveis por relativamente poucos
abortos. As mulheres procuram abortar porque estão relutantes na interrupção dos seus
planos de carreira, porque têm falta de dinheiro, porque temem perder a liberdade
individual, ou porque têm dúvidas sobre a sua relação com o homem com que estão
envolvidas (Haskell e Yablonsky 1974, p. 366).

          Como resultado de uma decisão do supremo tribunal, as pessoas pobres sem
possibilidades económicas para o aborto podem satisfazer a sua necessidade legalmente,
sem despesas, e com a assistência de um profissional de medicina. A criminalidade será
reduzida a uma questão de satisfação de necessidades. Aqui temos nós um exemplo do
que acontece a num crime sem vítima (itálico da minha autoria) quando a lei que regula
a moralidade é abolida. A verdadeira vítima das leis do aborto é a pobre mulher que
comete um aborto ilegal. A lei que é suposta protegê-la faz dela uma vítima (ibid, p.
366)

          Considerando que isto é de um livro de texto para estudantes de direito, os autores
são nitidamente tendenciosos. Como é que alguém pode considerar um acontecimento
de “sem vítima”, quando mata alguém que, dentro de poucos anos, pode ele próprio vir
a ler este livro de texto sem compreender como lhe poderia ter sido aplicado! Imagine a
descriminalização de um assassino profissional, e a sua disponibilização para trabalhar
para “pessoas pobres, sem custos e de forma profissional”. Terão os autores pensado
como isto reduziria a criminalidade e quantas necessidades ficariam satisfeitas?
          De facto os autores estão perfeitamente conscientes de que o aborto não é um
crime sem vítima. No próximo passo eles falam sobre quem é a “verdadeira vítima” do
aborto. Lendo nas entrelinhas, parece claro que eles não têm coragem suficiente para
declararem que uma criança não nascida é a vítima do aborto, mas aludem a
indirectamente a ela referindo-se à “verdadeira” vítima.

          Ironicamente, a única vez que as feministas se opõem ao aborto e ao infanticídio é


quando ocorrem em países do Terceiro Mundo e as vítimas são principalmente
femininas, como na Índia ou na China! Elas censuram o aborto provocado pelos
ultrassons das ecografias ao útero materno nestes países, porque os crianças mortas
antes do nascimento, nestas circunstâncias são essencialmente bebés femininas. Na
China, tradicionalmente as pessoas mais velhas vivem com o seu filho mais velho. Na
China há uma política de controlo de nascimentos que impõe um filho por casal, que é
rigidamente fiscalizada nas cidades. Os pais sentem que não têm quem cuide deles
quando forem idosos se o seu único filho for do sexo feminino. Deste modo, com muita
frequência, ou os fetos femininos detectados pela ecografia são abortados ou, se a
gravidez chegar ao fim, o infanticídio é muito provável. As feministas abominam esta
situação e, sob insígnia da “eugenia”, evocando memórias do programa Nazi, unem-se
contra ela. Mas apenas onde as vítimas são principalmente femininas, dando evidência
clara de como são sexistas.

          Hipocrisia feminista aparte, é possível entender a justificação de libertação que


trata o aborto como um despejo (Rothbard, 1981, www.backlash.com/book/abort.html).
Na ausência de uma alternativa razoável ao aborto, a libertação, implica a morte. No
entanto, logo que se tenha inventado um útero artificial, perfeito e comercialmente
disponível, o despejo do útero deixa de implicar a morte da criança. Nesta altura, o lema
“meu corpo, minha opção” deixa de implicar assassínio, e será possível para o pai dizer
à mãe, “Aborta a tua participação na gravidez se quiseres, mas se optares por um
método que mate o feto quando tens outra alternativa, estás a violar os meus direitos e a
cometer assassínio” (Van Mechelen, 1991, www.backlash.com/book/abort.html).

          No entanto, não temos um útero artificial à venda e temos que lidar com questões
morais na situação actual. Mesmo que existisse a opção de transferir um bebé do útero
materno para um útero artificial, continuaria a haver problemas. Um deles, tal como no
caso da decisão para os homens, seria que teríamos crianças que cresceriam a saber que
tinham sido rejeitados por pelo menos um dos pais.

          A linha de pensamento feminista é que o aborto não é um assassínio porque as


pessoas que mata não são pessoas. Esta desumanização (ou objectivação?) das crianças
está mais desenvolvido no caso das crianças não nascidas, mas os tribunais ocidentais
tendem a actuar indulgentemente em favor das mulheres que cometem infanticídio, uma
vez que podemos testemunhar a extensão gradual do “aborto” a crianças já nascidas.
Será “aborto pós-parto”?

          Não só os fundamentalistas religiosos que vêm problemas sérios com as intenções
feministas do aborto, embora por vezes pareça que apenas o direito religioso deseje
activamente opor-se ao aborto. Algumas libertárias, tais como Doris Gordon opõem-se
completamente ao aborto (www.concentric.net/~bwjass/lfl/ac&lp.htm). Pessoalmente, a
minha objecção assenta no meu princípio de repugnância ao assassínio, sem qualquer
doutrina religiosa em particular.
Fragilidade feminina?

Na Nova Zelândia em 1988, de acordo com o Relatório do Comité de Supervisão do


aborto, 14965 (isto é, 98,4%) dos 15208 abortos feitos nesse ano foram autorizados para
evitar “danos graves à saúde mental” da mãe. Quem estão eles a tentar enganar?
Alguém acredita seriamente que todas estas mulheres, na pequena população
neozelandesa de 3,6 milhões de pessoas, sofreriam graves problemas mentais se não
abortassem? Num artigo do jornal da NZMERA (organização neozelandesa de direitos
dos homens, http://zohmembers.tripod.com/peterzohrab/299enslt.html), Paul Clarke
sugeriu que o governo neozelandês deveria fazer um inquérito à saúde mental das
mulheres grávidas para clarificar este assunto!

          Serão as mulheres neozelandesas assim tão frágeis? Ou serão as feministas que
comandam o sistema que, abusando da lei, a interpretam como sendo uma licença para
abortar à descrição? É um facto nos países ocidentais que feministas (masculinos e
femininos) predominam nas agências que implementam legislação médica e social, e
frequentemente abusam do seu poder e interpretam a lei do modo que mais lhe convém.
Devem interpretar a palavra “sério” muito desregradamente. Casos de violação e saúde
física da mãe ou do feto não fazem parte significativa das estatísticas de aborto nos
países ocidentais. A maioria dos abortos são feitos como técnica pós-coital de controlo
de nascimentos. Qual a medida da seriedade deste problema? Tão sério quanto o
problema da necessidade de sexo de uma mulher? Tão sério quanto a necessidade de
sexo de um homem?

          Isto levanta a discussão da pílula do dia seguinte (RU486), que produz uma
espécie de aborto. Quem for contra o aborto deverá ser também contra o uso desta
pílula. De acordo com um artigo do Boston Globe publicado no portal de Internet do
RU486 (www.ru486.org/ru9.htm), as feministas estão divididas quanto ao uso desta
pílula. Algumas acusaram-na como um “medicamento perigoso e incómodo que não
deve ser permitido como substituínte dos convencionais abortos cirúrgicos nos Estados
Unidos ou em qualquer outro lugar”. Isto realça o facto de que o aborto é de facto
olhado pelas feministas como medida contraceptiva, e não como meio de preservar a
saúde mental!

          O aborto é um assunto muito emocional, com fortes argumentos pró e contra. À
primeira vista parece um assunto sem qualquer relação com a discussão geral entre
feminismo e masculinismo. De facto, no entanto, estão profundamente envolvidas
questões de direitos de homens e de mulheres, assim como direitos de crianças antes de
nascerem.

          No fundo, será que, algumas feministas se sentem muito culpadas com o assunto
do aborto? Certamente que muitas das mulheres que tiveram elas próprias abortos, sim.
Será por isto que as feministas tentam arduamente fazer sentir culpados todos os
homens de abuso sexual, violação e violência doméstica? Para desviar as atenções da
sua própria culpa e vergonha? Qualquer pessoa poderá talvez escrever um ensaio de
história psíquica do feminismo, e ver o aborto neste contexto.

          Vamos examinar alguns dos argumentos envolvidos. Limitarei-me a um


argumento pró-aborcionista, porque está entre um dos seus mais frequentemente
invocados. Thomson (1980) é uma forte atacante da causa anti-aborcionista. No entanto,
o seu argumento depende de algumas assunções dúbias. Ela analisa os argumentos anti-
aborcionistas em dois componentes:

1. A noção de que o feto deve ser uma “pessoa” a partir do momento da concepção,
visto que, de outro modo, é impossível estabelecer uma linha que separe a sua prévia
existência como “não-pessoa” da sua posterior existência como “pessoa”. Este
argumento é uma tentativa de refutar a noção de que a vida de uma pessoa começa no
nascimento.

2. A noção de que o direito do feto à vida é maior que o direito da mãe de controlar o
que está dentro do seu corpo. O ponto aqui é que, na maioria dos casos, a existência
actual da mãe não está ameaçada por nada de que o feto possa estar, não sendo o inverso
verdadeiro.

Thomson discorda com ambas as noções. Compara a primeira, com a frieza e desprezo,
com o argumento de que nunca se pode dizer quando é que uma bolota deixa de ser uma
bolota e passa a ser um sobreiro. O seu argumento é que bolotas e sobreiros não são a
mesma coisa, e assim deverá haver um espécie de linha divisória embora seja difícil
dizer exactamente onde está.

          Esta é, no entanto, uma falsa analogia. Um feto é diferenciado de um menino ou


de um bebé, sendo a linha divisória pura e simplesmente o momento do nascimento.
Isto, mais que uma condição biológica, é uma construção social que estabelece o
momento em que, tradicionalmente, a sociedade humana recebe o seu primeiro
vislumbre de pessoa. Actualmente com as ecografias tendem a esbater esta fronteira.

          Uma bolota parece e é muito diferente de um sobreiro, mas um feto não parece
muito diferente de um recém nascido e partilha muitas características. De facto, pouco
da natureza física de um feto difere da de um recém nascido. As bolotas são certamente
diferentes de sobreiros, mas entre fetos e pessoas não há, em termos tradicionais de
linguagem, o mesmo contraste de conceitos.

          Há quem sugira que podemos dizer que uma bolota deixa de ser uma bolota
quando germina, do mesmo modo que um óvulo deixa de ser um óvulo, e começa a ser
um feto, logo que as células começam a diferenciar-se, cabeça e pescoço, nariz e dedos,
um coração a bater e mãos a agarrar. Isto levar-nos-ia ao problema de estabelecer uma
linha entre o espermatozóide e o óvulo, e de tecidos, como por exemplo, um pedaço de
unha que podem ser usados para clonar seres humanos, por um lado, e um feto, por
outro. Não estabeleço uma fronteira entre um óvulo e um feto, embora algumas pessoas
possam pensar que isto é uma possível posição a tomar.

          Thomson não invoca este argumento porque acredita que é difícil estabelecer o
momento em que um feto se torna numa pessoa. Do meu ponto de vista um pedaço de
unha, um espermatozóide ou um óvulo não evoluem espontaneamente num ser humano,
não sendo por isso um ser humano. É claro, que mesmo um óvulo fertilizado precisam
de um útero para se desenvolver e se tornar num ser humano, mas um pedaço de unha,
um espermatozóide ou um óvulo precisam de mais do que isso! Além disso, é difícil
estabelecer exactamente quando é que uma bolota começa a germinar ou um óvulo
desenvolve órgãos, porque isto são processos graduais que não evoluem de forma a
poderem dar-nos uma linha nítida com o propósito de podermos definir “assassínio”.
          Deste modo no que Thomsom se concentrou foi no segundo argumento, isto é, a
relação entre os direitos da mãe e os direitos do feto. Ingenuamente, ela imagina um
cenário de alguém a acordar ligado costas com costas na cama com um violinista
famoso e inconsciente. Este violinista precisa que os rins desta pessoa façam o trabalho
que os seus não conseguem fazer, assim o seu sistema circulatório tem estado, contra o
seu desejo, ligado ao da outra pessoa durante um período de tempo que poderia ser de
nove meses (ou eternamente).  Não havia mais ninguém cujo grupo sanguíneo
permitisse esta função. Deste modo o dador foi raptado e tornado inconsciente enquanto
os médicos ligavam os seus dois corpos.

          “O seu direito à vida é mais forte que o teu direito a controlar o teu corpo”, disse
o médico ao dador. Thomson assume que a maioria dos leitores concordarão que isto
seria inaceitável. Se isto é inaceitável, argumenta ela, pode considerar-se aceitável e
correcto terminar uma gravidez que seja consequência de uma violação (um cenário de
involuntariedade semelhante ao do violinista).

          As pessoas têm direito à vida apenas se não foram concebidas numa violação.
Ou ... todas as pessoas têm direito à vida, mas ... algumas têm menos direito à vida que
outras, em particular, ... aquelas que devem a sua existência a uma violação têm menos.

          Há uma falha lógica no seu argumento: abortar um feto que resulte de uma
violação parece mais aceitável (para muita gente) que os outros casos de aborto não
porque uns fetos tenham mais direito à vida do que outros, mas porque o direito da mãe
controlar o seu próprio corpo foi violado e foi-lhe imposta uma responsabilidade de tal
modo grande que ultrapassa (na ideia de algumas pessoas) o direito do feto à vida. Claro
que os homens não ficam grávidos, e esta não é uma opção com a qual os homens se
vejam confrontados. No entanto, o facto de que sejam apenas as mulheres a ter que
fazer a sua opção não é um argumento que permita às mulheres actuarem imoralmente!
Os homens (em particular em tempo de guerra e cenários potenciais de violação) estão
frequentemente em situações que as mulheres nunca experimentaram, e ninguém diz
que este facto desculpa actuações imorais, tais como crimes de guerra.

          Aqui Thomson discute casos em que a vida da mãe poderá terminar (na opinião
dos médicos) se ela levar a gravidez até ao fim, incluindo casos em que a gravidez
resulta de violação. Pôr-me-ei do lado do ponto de vista da “sociedade” em atenção a
estes casos. Thomson, por seu lado, põe-se a si própria na pele das mulheres, e vê o
aborto como um acto perfeitamente justificado de autodefesa. Colocando-o no contexto
certo, isto pode ser visto como uma atitude de auto-condescendência que é.

          A autodefesa é correcta, do ponto de vista individual, mas a sociedade, em certas


circunstâncias, usa-lo passando sobre o direito dos outros à auto-defesa. Por exemplo,
os homens (nunca as mulheres) estão sujeitos a recrutamento para a guerra de acordo
com os caprichos dos políticos. Se os homens estão sujeitos a recrutamento no interesse
público, porque não obrigar as mulheres a “recrutamento para concepção”? Sendo eu
recrutado em tempo de guerra e mandado para participar num ataque no qual eu sinto
que é provável a minha morte, não posso matar os meus superiores hierárquicos com o
argumento de autodefesa e esperar que o tribunal militar considere que o meu objectivo
de autodefesa seja justificação suficiente!
          Ou imagine-se um homem saudável que tenha o azar de casar com uma mulher
que constantemente lhe cozinhe alimentos de alto teor em colesterol e o sujeite ao
estresse por chatear, bisbilhotar, etc.. Será que o tribunal permite a este homem matar a
sua esposa como acto de autodefesa? Não me parece.

Aborto para os homens

Uma variante recente do tema da decisão para os homens é a noção de “aborto para os
homens”, publicado no portal da internet www.rickemerson.com/male_abortion.html:

O aborto masculino ... é simplesmente uma forma de libertação, que pode ser assinada
por ambas as partes em qualquer altura antes do acto sexual ... seja nos momentos antes,
ou seja meses antes. O aborto masculino estipula que o homem deseja continuar sem
crianças, e se resultar gravidez da relação sexual com a signatária, ele fica livre de todos
os compromissos e responsabilidades, sendo a responsabilidade de ser mãe, dela e
apenas dela.

Concordarão as feministas com isto?

Conclusão

A lei criminal deverá repor a moralidade. O aborto é uma á rea em que o poder de
uma das partes (as mulheres) tem crescido ao ponto de a lei estar incapacitada de
regular a sua moralidade. Era suposto as leis antiaborto protegerem as crianças
antes do nascimento das mulheres e dos médicos. Com o crescimento do
movimento dos direitos dos animais, podemos já estar, ou estar prestes a chegar, a
um ponto em que espécies em vias de extinçã o ou os animais de laborató rio
tenham mais direitos que os seres humanos antes do nascimento! É tempo de
dizer, “Vamos proteger os direitos dos homens e dos seres humanos nã o nascidos
primeiro, e preocupemo-nos depois com os direitos dos animais!”

CAPÍTULO 12: LINGUAGEM SEXISTA: PENSARÁ SATANÁS QUE É


HOMEM?

Questões linguísticas
Muitas feministas argumentam que Deus não deverá ser visto como somente masculino.

Algumas chegaram até a referir-se a Deus com “ela”. Mas nunca ouvi as feministas referirem-

se ao Diabo como “ela”. Porquê? Pretendem que apenas as coisas boas da vida seja femininas?
Nos países ocidentais a linha feminista tem insistido na “linguagem sexista”. Particularmente

nos anúncios de empregos. Em língua inglesa, em que os nomes de algumas ocupações têm

terminação em man (homem) começaram a recomendar que estes nomes fossem

substituídos. Por exemplo fireman (bombeiro) por firefighter, ou drafstman (desenhador) por

drafstperson.

A principal razão invocada para estas mudanças é que se o vocabulário usando os termos no

masculino discrimina as mulheres por fazer supor que se aplica apenas a homens. Isto,

aparentemente, desencoraja as mulheres a concorrerem às referidas posições e torna menos

provável que alguém as seleccione para estas posições. Este é um argumento razoável.

Mas muitas ocupações não são muito atractivas para as mulheres, e nestes casos as alterações

dos nomes parece-lhes muitas vezes perda de tempo e de dinheiro. Não é como se todas as

ocupações predominantemente masculinas fossem mais bem pagas e mais atractivas que as

profissões predominantemente femininas! Muitas delas são sujas, perigosas e mal pagas.

Muitos mais homens que mulheres morrem em acidentes de trabalho. Isto, por si só, é o

assunto dos direitos dos homens (Work-Day Dream, zohrab.org/199enslt.html#Dream).

Critérios duplos

A campanha feminista para eliminar o duplo critério na linguagem não se aplica apenas
a termos ocupacionais. Palavras de língua inglesa tais como, chairman (presidente de
assembleia) ou spokesman (porta-voz) e mesmo termos como chick (referido a
mulheres) estão sob ataque das feministas. Tudo bem, mas mais uma vez, quando
implica estereótipos negativos, elas parecem querer deixar os termos como estão, como
por exemplo, em gunman (pistoleiro) em vez de gunperson ou outro igualmente neutro.
Desde que o termo denigra apenas os homens, elas ficam felizes. O termo gunman
afecta todos os homens, porque dá a ideia de apenas os homens andarem a matar
pessoas com pistolas.

Porque insistem as feministas em palavras sexualmente neutras para algumas coisas mas
não para outras? Porque querem que as mulheres sejam vistas como potenciais
chairpersons, mas ficam contentes por só os homens serem vistos como potenciais
gunmen. As feministas dizem frequentemente que pretendem igualdade entre homens e
mulheres, mas no que se refere a linguagem sexista é óbvio que também é mentira. As
feministas não são mais que grupos de pressão e devem ser tratados de acordo com isso.
Eis uma passagem do livro feminista, Woman’s Consciousness, Man’s World, por [JC1]
Sheila Rowbotham (1973, Baltimore: Penguin Books) que estabelece este caso
razoavelmente bem: [JC2]

          A linguagem da teoria expressa apenas a realidade dos opressores. Fala apenas
para o seu mundo e do seu ponto de vista. Ultimamente o movimento revolucionário
tem que quebrar a prevalência do grupo dominante sobre a teoria, tem que estruturar as
suas próprias ligações. A linguagem é parte da ideologia política e do poder legislativo
(pág. 32-33).

          Concordo com parte deste texto. O problema agora é que a linguagem de política
sexual é preponderantemente a linguagem das feministas. Expressa principalmente a
realidade que as feministas pretendem mostrar. Fala apenas para o seu mundo e do seu
ponto de vista. Com os seus departamentos de estudos sobre mulheres, os seus meios de
comunicação social dominados pelo feminismo e os seus ministérios de assuntos sobre
mulheres têm-se tornado as opressores nas sociedades modernas ocidentais

          Poucas sociedades têm sido tão pouco monolíticas ou totalitárias (e por tanto
tempo) que os legisladores do estado (que têm sido, e continuam a ser, principalmente
homens) que têm controlado as subculturas controlem as teorias abstractas. A sociedade
tem sido usualmente descentralizada o suficiente para permitir pelo menos algum grau
(normalmente grande) de autonomia aos artistas e universitários, etc., que controlam a
linguagem teórica. Isto não é dizer que anarquia ou verdadeira liberdade do discurso
sejam muito comuns, mas o que alguns políticos gostam de chamar “as classes falantes”
têm tido sempre a capacidade de espalhar as suas próprias ideias e normalmente para
seu interesse.

          Estas são normalmente ideias frustradas desde os infames incidentes das
perseguições dos intelectuais. Sócrates (uma vítima de repressão), o comunista
assassino de massas cambodjano Pol Pot, e o imperador chinês Qin Shih Huang, por
exemplo. Estes incidentes tornaram-se famosos pelos intelectuais que escreveram os
livros de história, mas estes incidentes são relativamente raros no contexto da história
como um todo, e os intelectuais sempre retomam o controlo da sociedade. As ideias de
MnCarthe na América, por exemplo, foram extraordinariamente mal sucedidas, e
Hollywood é agora um poder internacional supremo de propaganda de esquerda liberal.

          Agora, quando os modelos liberais ocidentais de liberdade económica e


intelectual estão espalhados em países que foram anteriormente ditaduras, na nossa
cultura ocidental entregámos a liberdade intelectual a guardiãs feministas do
politicamente correcto. Os opressores a que Rowbotham se referia são então os
regulamentadores da teoria académica, que cada vez em maior número, são feministas.
Assim, os movimentos masculinos devem quebrar a prevalência feminista nas teorias
sexuais: temos que estruturar as nossas próprias ligações. A linguagem feminista, com
os seus lemas, é parte do poder político e ideológico dos nossos legisladores.

          Porque é que os departamentos governamentais e os meios de comunicação social


ordenam aos seus funcionários que usem palavras como “chairperson” ao mesmo
tempo que não se importam com “gunman”? As feministas acham correcto porque os
únicos que são denegridos com estes termos são os homens, o que implica que as únicas
pessoas que usam agressivamente pistolas são homens. Por outro lado não se deve dizer
“chairman” porque discriminamos as mulheres, e alguém pode pensar que as mulheres
são menos capacitadas que os homens para estas posições.

Captura linguística

Aqui o meu ponto de partida é um artigo de 1989 de Janet Holmes, uma bem conhecida
sociolinguísta e feminista. O artigo, intitulado Linguistic Capture: Breaking out of the
Language Trap, atacou o alegado efeito no pensamento das pessoas da “nova correcta”
terminologia económica por um lado, e a chamada “linguagem sexista” por outro.

O título sugeriu a Holmes e suas leitoras onde descobrir um fim do espectro político, e
“sexista” juntamente com a nova direita. Mas não há falta de feministas de direita. O
feminismo foi associado com a esquerda porque os esquerdistas tendem a encontrar
categorias de pessoas oprimidas em todo o lado, e não por causa da lógica das
respectivas ideologias.

Certamente que o masculinismo e o movimento dos homens, como eu o vejo, pode


apelar a qualquer parte do espectro político. De facto, parece ser o caso: Richard Doyle
é conservador, Rod van Mechelen é um liberal moderado e John Knight é de direita,
mas Warren Farrel, Ferrel Christensen e David Ault são liberais. Se a cultura popular
reconhece os caminhos nos quais os homens são oprimidos, espero bem que estes
esquerdistas que se opõem à repressão se nos junte e nos apoiem.

Filiações políticas aparte, Janet Holmes não define o termo captura linguística no seu
artigo, mas é claro o que ela pretende significar com ele. Tal como os computadores
processadores de dados, todos os seres vivos processam o ambiente que os rodeia. Por
outras palavras, eles interpretam e impõem um modelo no que percebem ao seu redor.
Considero que captura linguística é outro, embora sofisticado, exemplo deste tipo de
acto criativo que todas as formas de vida fazem durante toda a vida.

          Neste sentido, os artistas “captam” o seu ambiente nas suas descrições. Os nossos
olhos e cérebros “captam” uma parte do ambiente quando interpretam um desenho
como sendo duas faces pretas ou um castiçal branco, como no famoso exemplo das
ilusões ópticas. E uma dada teoria científica (incluindo a linguística) “capta” a realidade
de um modo diferente daquele que outras teorias o fazem.

          Nesta base, concordo com muito do que Janet Holmes escreve, por exemplo:

... a crença de que a linguagem influencia as nossas percepções do mundo, de que afecta
o modo como vemos a realidade, e pode servir para manter e reforçar as já existentes
desigualdades e desequilíbrios (página 18).

Há caminhos alternativos. Existem rótulos alternativos. Não há apenas um modo de


descrever o mundo, e não somos obrigados a aceitar qualquer ponto de vista do que está
a acontecer. De facto podemos argumentar razoavelmente que alterar a linguagem é
uma estratégia possível para alterar as atitudes e percepções do mundo.
também:

... as mudanças que fazemos, tais como o uso deliberado da terminologia não sexista,
são opções importantes que reflectem um desejo de mudar o poder político instituído.

e finalmente:

... precisamos de estar constantemente vigilantes de que não permitimos que relações de
poder injustas se reproduzam por aceitação irreflectida de representações particulares da
realidade. Precisamos de não nos deixarmos controlar e oprimir por modelos da nossa
própria linguagem. Temos sempre uma opção. O que é importante é que a exercitemos.

          Eu vejo o termo “sexista” (não em si próprio, mas do modo que tende a ser usado
para apelar a qualquer coisa que as feministas discordem) como servindo “para manter e
reforçar as desigualdades e desequilíbrios já existentes”.

          Vejamos um exemplo dos meios de comunicação social, que parece bastante mais
sob controlo totalitário das feminazis. No início de 1990, houve um caso bastante
publicitado de um homem no Canadá que matava estudantes de engenharia femininas
porque (de acordo com os meios de comunicação social) era anti-feminista. Apesar de
posteriormente se suicidar, a minha intenção não é aclamá-lo primeiro mártir da
resistência anti-feminazi, ou qualquer coisa do género. No entanto, ouvi outra versão
desta notícia noutro programa noticioso que fluentemente o descrevia como “sexista”.
Os meios de comunicação social usaram simplesmente os dois termos sinonimamente
mas nunca justificaram porque era ele anti-feminista ou que ideologia tinha.

          As existentes desigualdades e desequilíbrios da sociedade neozelandesa


especificamente, e sociedade ocidental em geral, em que as mulheres são designadas de
“minoria oprimida” (enquanto são de facto uma maioria privilegiada), são mantidos e
reforçados pelo uso perverso do termo “sexista” para exprimir a expressão de opiniões
anti-feminazi. Exemplo de captura linguística. Há muita subjectividade envolvida na
decisão de quando e onde a referência a sexo e género é apropriada ou desapropriada.
Por exemplo, Vetterling-Braggin (Sexist Language: a Modern Philosophical Analysis,
Totowa, New Jersey: Rowman and Littlefield 1981) faz algumas alegações controversas
sobre o termo “sexista” e assume que toda a gente concorda com ela:

          O argumento que nós normalmente usamos para distinguir frases “sexistas” de
“não sexistas” não é descabido. Por exemplo, para o conjunto de sentenças

1. “As mulheres são terríveis condutoras.”

2. “Ela é um borracho.”

3. “Algumas mulheres conduzem mal.”

4. “Ela é uma mulher atraente.”

podemos dizer que as duas primeiras são “sexistas” e que as outras são “não sexistas”. 
(página 1)
          Disparate. Os estudos das companhias de seguros rotineiramente concluem que os
homens jovens estão mais frequentemente envolvidos em acidentes de carro do que
outros grupos populacionais de sexo ou idade diferente. Alguém já argumentou que esta
conclusão é sexista? Duvido que a maioria das feministas considerem “sexista” dizer
que os homens jovens são piores condutores. De facto, uma companhia de seguros na
Nova Zelândia anunciou recentemente na televisão que oferecia prémios às mulheres
condutoras com a justificação de que elas são melhores condutoras que os homens!
Estes anúncios baixaram de tom após os protestos dos homens, incluindo eu próprio,
mas a discriminação anti-masculina torna-se mais séria quando afecta o seu bolso!
Estou seguro de que estas taxas diferenciais seriam consideradas ilegais se
favorecessem os homens!

          De modo similar, penso que se alguém disser que as mulheres são más condutoras
sendo a sua experiência, não deverá ser acusado de sexismo. Muitas vezes o termo
“sexismo” tem sido usado com pouco cuidado sobre o seu significado. Mesmo os
dicionários estão sujeitos a erro humano. Por exemplo, a edição de 1974 do dicionário
Merriam-Webster definia “sexismo” como se apenas as mulheres pudessem ser vitimas
dele:

                   Sexismo ...: Prejuízo ou discriminação contra as mulheres.

          É uma indicação de que a sociedade ganhou alguma maturidade o facto de o


mesmo dicionário numa edição de 1999 (www.britannica.com) definir “sexismo” do
modo seguinte:

1. Prejuízo ou discriminação baseada em sexo; especialmente contra as mulheres.

2. Comportamento, condições ou atitudes que promovem estereótipos dos papeis sociais


baseados no sexo.

No entanto, estas continuam a ser definições sexistas de “sexismo” devido à menção


especial que nelas se faz às mulheres. Indiscutivelmente, a definição de 1974 é ainda
mais sexista que a de 1999. O interessante é que sob a definição de 1974, é impossível
para um homem reclamar que algum acontecimento contra si seja sexista. Isto é uma
boa demonstração do poder das palavras!

          Na prática, a palavra “sexista” tem sido manipulada de tal modo que por vezes
parece significar exactamente “aquilo que as femenistas não gostam”. Por exemplo,
quando a União de Estudantes da Universidade da Tasmânia, Austrália, votou em 1999
a criação de posição de “representante dos homens”, houve um jornal que afirmou que
este movimento era sexista!
(www.news.com.au/news_content/state_content/4375467.htm).

          Pessoalmente, devo dizer que ter uma “representante das mulheres” sem uma
posição equivalente para os homens tem sido o cúmulo do sexismo (como para o ponto
1 da definição de sexismo de 1999), e a tentativa de estabelecimento de um equivalente
masculino na universidade da Tasmânia apenas iria equilibrar o sexismo previamente
existente! A ideia de que as mulheres são oprimidas e os homens não, é um estereótipo
sexista, e tendo representantes especiais, ministérios e departamentos apenas para as
mulheres e assuntos de mulheres constitui sexismo atendendo à secção 2 da sua
definição de 1999.

          Em 14 de Agosto de 1991, um jornal suburbano, o Wainuiomata Advertiser, foi


forçado por uma carta do meu advogado a publicar um pedido de desculpas a mim. Eu
tinha escrito uma carta a reclamar que o Parlamento tenha feito um debate sobre “as
mulheres e as famílias”, quando nunca tinham feito um sobre “os homens e as famílias”.
O jornal imprimiu duas respostas à minha carta, dando-lhes os títulos de “resposta a
uma carta sexista” e “outra resposta a um sexista”, respectivamente. Uma vez que não
havia qualquer conteúdo sexista na minha carta, o jornal foi forçado a desculpar-se por
ter chamado “sexista” àquilo que queriam apelidar de “anti-feminista”

          Parece mais notório que as mulheres, em geral, tendem a cometer mais erros de
condução que os homens (provavelmente menos perigosos que os que cometem os
homens jovens), e por isso alguns homens podem ter um ponto de vista negativo das
mulheres condutoras. Possivelmente também porque estes erros são diferentes dos que
os homens têm tendência a cometer.

          As pessoas de ambos os sexos são motivadas a sentir e expressar a ideia de que as
pessoas conduzem mal, visto que a má condução pode ser perigosa e levar a frustração e
nervosismo na estrada. Do mesmo modo classificar a frase “ela é um borracho” como
sexista ignora os factores óbvios do estilo e do contexto. Para um homem que é
sexualmente atraído por uma mulher em particular pode não haver outra expressão
emocional e estilística que expresse aos seus companheiros exactamente aquilo que são
os seus sentimentos sobre essa mulher. É simplesmente ridículo dizer, como Vetterling-
Braggin sugere, que este homem deveria ter dito “ela é uma mulher atraente”.

          Uma mulher heterossexual pode dizê-lo sobre outra mulher, mas muitos homens
heterossexuais precisam de conter-se para se expressarem nestes termos neutros e quase
objectivos. A atitude implicita na sugestão de Vetterling-Braggin’s aparece como se os
homens devessem ter e expressar apenas as atitudes que as mulheres teriam em relação
a outras mulheres. Isto é completamente inaceitável, não realista e mesmo sexista! Para
repetir o ponto de vista de Janet Holme:

          Há caminhos alternativos. Existem rótulos alternativos. Não há apenas um modo


de descrever o mundo, e não somos obrigados a aceitar qualquer ponto de vista do que
está a acontecer. De facto podemos argumentar razoavelmente que alterar a linguagem é
uma estratégia possível para alterar as atitudes e percepções do mundo.

          Os dois podem jogar neste jogo. Usando termos como “feminazi” e
“masculinista”, os homens podem defender-se a si próprios e adquirir alguns direitos,
mesmo nos países ocidentais. O problema é que o feminismo, no seu aspecto político
mais do que teórico, é essencialmente uma forma persistente de introduzir tensão na
sociedade. Por conseguinte, isto coloca a mulher num papel tradicional de esposa
enervante. Os homens não têm um paralelo na história, e é até “cobardia” para um
homem atacar uma mulher (mesmo a feminazis). Também não é socialmente aceitável
para um homem admitir que a mulher tem mais poder em casa.

          Ouvi dizer de um homem que tinha escrito em vários locais de sua casa coisas do
género, “aqui quem manda sou eu e tenho autorização da minha mulher para o dizer.”
No capítulo sobre “a fraude do domínio masculino”, refiro que isto é uma metáfora para
o sistema político nos países ocidentais actualmente. A menos que os homens adoptem
tácticas semelhantes às das feminazis, não há virtualmente limite no modo como as
feministas podem destruir o estatuto do homem nas sociedades ocidentais. Deste modo
precisamos de mais homens do que aqueles que são suficientes para protestar, gritar e
rosnar às (será ousado dizê-lo) cadelas que mordam a qualquer um que tenha a coragem
de lutar pelos simples direitos humanos dos homens. As feministas começam a estar tão
descuidadas que estão inclinadas a ter por “homem autêntico” apenas aqueles meninos
bonitos e mansinhos que fazem tudo certinho num sistema cada vez mais matriarcal. É
preciso coragem para nos aguentar-mos aos seus golpes baixos. Voltando novamente à
terceira citação do artigo de Holmes:

... as mudanças que fizemos, tais como o uso deliberado de terminologia não sexista,
são mudanças importantes que reflectem um desejo de desafiar o poder instalado.

          O poder político no mundo ocidental geralmente adapta-se às prioridades


feministas. Podemos constatá-lo por comparação das condições actuais com as
condições de há umas poucas décadas em relação ao aborto, igualdade salarial,
legislação sobre violação, legislação sobre divórcio, atitudes em relação ao assédio
sexual, legislação sobre violência doméstica e por aí fora. Para não mencionar que a
maioria dos eleitores são mulheres. Certamente, que os representantes que elegem são
essencialmente masculinos, mas estes representam a consciência feminina e defendem
os assuntos femininos.

          As activistas feministas captaram o nosso sentido linguístico da realidade e estão


a incluí-lo na sua ordem de trabalhos. Para referir Holmes novamente:

          ... precisamos de estar constantemente conscientes de que não permitiremos


relações de poder injustas que reproduzidas por aceitação irreflectida do modelo da
nossa linguagem. Temos sempre alternativa. O que é importante é usá-la.

          O tempo de aplicar as nossas alternativas é agora. “É pegar ou largar”.

Poder e linguagem

Elshtain (1982) é outro trabalho feminazi sobre a relação entre poder e linguagem. Ela
cita, com aparente aprovação, a passagem seguinte de Rowbotham (1973):

A linguagem da teoria expressa apenas a realidade dos opressores. Fala apenas para o
seu mundo e do seu ponto de vista. Ultimamente o movimento revolucionário tem que
quebrar a prevalência do grupo dominante sobre a teoria, tem que estruturar as suas
próprias ligações. A linguagem é parte da ideologia política e do poder legislativo (pág.
32-33).

No contexto do feminazismo, no entanto, este argumento pode ser entendido


globalmente como um grande tema sobre teoria de política sexual desenvolvida pelas
femininazis. Podemos concluir pelo acima exposto que à medida que política sexual
começou a fazer parte da ordem de trabalhos das feminazis, têm sido elas que têm
oprimido os homens, e tem sido o ponto de vista dos homens que tem sido esquecido ou
raramente tido em conta.

Noutros capítulos desenvolverei este tema com mais detalhe. Por agora é suficiente
fazer notar a distinção entre o ambiente social pré-feminista e o presente matriarcado
nas sociedades ocidentais. Então, como continua a acontecer em muitos países, os
homens correm o mundo em benefício de toda a população havendo um equilíbrio entre
os direitos e responsabilidades nos papeis do homem e da mulher. Actualmente, a
presunção ideológica de opressão pelos homens tem dado carta branca às feministas
para colorirem cada aspecto da sociedade com um tom anti-masculino. As feministas
usam a linguagem como instrumento nesta cruzada anti-masculina.

Conclusão

Muitas das inconsistências e hipocrisias do feminismo tal como é praticado, resultam de


uma prática de vitimização. Isto é baseado numa análise simplista e ingénua da natureza
do poder político (ver o capítulo sobre “a fraude do domínio masculino”). Armadas do
que é um direito delas, mas cujo sentido é erróneo, as feministas estão a tomar conta da
linguagem assim como de outros aspectos da nossa sociedade. Onde os seus argumentos
são justificados, devem ser aplicados de forma consistente, mas onde forem falaciosos,
os linguistas devem sentir-se suficientemente livres para os refutarem. Isto pressupõe
medidas políticas que permitam às universidades o restabelecimento do direito à
liberdade de consciência pré-feminista.

CAPÍTULO 13: ENDOUTUCAÇÃO PELO COMPLEXO MEIOS DE


COMUNICAÇÃO SOCIAL/UNIVERSIDADE

Mentiras sobre a opressão

             Numa floresta, um homem com uma motosserra está em notória minoria em relação às
árvores, mas quem tem realmente poder? Numa sociedade democrática bem ordenada, os
membros típicos da maioria, ou o suposto grupo dominante, têm menos poder que os
membros individuais de grupos de pressão bem organizados política e comercialmente tais
como a Organização Nacional da Mulheres no EUA. A maioria silenciosa pode ser a maioria,
mas o seu silêncio é a sua ruína.

          O politicamente correcto é a ideologia dominante entre o estrato social endoutucado* e

legislador nos países ocidentais. Pelo termo “endoutucado”, refiro-me simplesmente a

sistemas de educação e meios de comunicação social dos países ocidentais que têm um forte

cariz de endoutrinação em certos valores. Estas pessoas graduadas por instituições altamente
conceituadas assimilaram grande quantidade de endoutucação, e são assim vistos como

capazes de controlar a educação, meios de comunicação social, e mecanismos governamentais

que perpetuam esta ideologia

          Este conceito precisa que ser actualizado e ter em conta a informação também
disponível na internet. Globalmente, a internet tem sido uma importante força de
liberalização e tem permitido aos homens tornear a tendenciosidade dos meios de
comunicação social e divulgarem a sua mensagem directamente aos outros. No entanto,
onde há instituições infiltradas na internet, há também o arrastar consigo de
tendenciosidades feministas.

          Por exemplo, o portal gratuito Geocities, especialmente antes de ser tomado pelo
Yahoo!, era fortemente anti-masculino. Durante muito tempo eu tive lá uma página de
Direitos dos Homens (www.geocities.com/CapitolHill/6708), quando um motor de
busca foi instalado no Geocities e eu fiz uma busca a “Direitos dos Homens”, as únicas
indicações que recebi foi de sítios de homossexuais. Depois de ter reclamado sobre isto
ao Capitol Hill, o assunto foi resolvido, mas tive grandes problemas, até para obter 
respostas ao meu correio electrónico da Geocities. Mesmo a divulgação electrónica de
notícias através do The Scout Report, era normalmente divulgado através de um sítio
feminino, apesar dos meus protestos. Mesmo quando fazia parte de um sítio sobre a
saúde masculina, fazia parte de um sítio principalmente sobre mulheres!

*Original  indoctucated (N. do T.)

          Do mesmo modo, eu fui um dos primeiros editores voluntários da Open Directory
(http://dmoz.org), que constituiu a base do Netscape, entre outros. Candidatei-me à
edição de uma categoria sobre “sociedade/direitos humanos/direitos dos homens”, para
equilibrar a categoria “sociedade/direitos humanos/direitos das mulheres”, mas foi-me
distribuída a categoria “sociedade/homens”, sem uma palavra de explicação.
Obviamente que seriam prejudicados se tratassem dos direitos dos homens na mesma
base dos direitos das mulheres. Deste modo criei uma categoria
“sociedade/homens/direitos dos homens”, com várias subcategorias, e coloquei aqui os
direitos dos homens em igualdade hierárquica com os direitos das mulheres colocando o
problema em conselho de editores.

          Com a ajuda massiva de um activista de Los Angeles, construí uma lista mais de
1100 URLs sobre direitos dos homens. Mas o editor respondeu-me reclamando que a
secção de direitos dos homens tinha muito mais URLs que a secção de direitos das
mulheres, e que tinha que se fazer alguma coisa para evitar isto. Respondi que
considerava esta atitude hipócrita, a menos que ele tentasse corrigir este desequilíbrio
no mundo em geral, onde os direitos dos homens estavam mais afectados. Nada mais a
dizer, ele não respondeu, e a Open Directory arranjou um pretexto para me despedir de
editor. O novo editor cortou o número de URLs sobre os direitos dos homens pelo
menos a metade. O número de URLs das mulheres aumentou, e a última vez que vi, as
URLs sobre os direitos das mulheres ultrapassava as dos homens. Tal é a igualdade no
mundo feminista.
A tendenciosidade nas universidades

Nunca devemos subestimar a influência das universidades. As universidades


administram conhecimentos e técnicas, mas também instigam valores sociais e políticos
através da socialização em grupo e agitação política que lá ocorre, assim como
tendências através dos materiais e conteúdos dos cursos.

Por exemplo, em 1987 fiz um curso de francês em tempo parcial na universidade, onde
tínhamos que falar em francês sobre uma lista de temas incluindo “a situação das
mulheres na Nova Zelândia”. Este tema assumia implicitamente que a mulher sofria
discriminação, e encorajava as estudantes femininas a reclamar sobre isso em cursos
que não tinham nada a ver com Estudos sobre Mulheres! Apesar de “a situação do
homem na Nova Zelândia” não fazer parte da lista de temas, acabei por ter autorização
para usá-lo como o meu tema. Esta tendenciosidade é uma característica rotineira nos
cursos universitários.

Em 1999 na mesma universidade, fiz um curso sobre a civilização chinesa, que constava
de ensaios escritos. Dois incluíam a posição da mulher na China como tópicos
possíveis, mas mais uma vez, nenhum sobre a posição dos homens na China. Para o
primeiro ensaio, a professora não me deu autorização para escrever sobre os homens na
China, pelo que eu escrevi sobre as mulheres mas fazendo a comparação com os
homens na China. No entanto, o segundo, oferecia a possibilidade dos alunos darem o
seu próprio título ao ensaio, pelo que tive permissão para escrever sobre os homens. O
que é interessante é que as mulheres também sentem esta mesma tendenciosidade,
especialmente em cursos de Estudos sobre Mulheres. Por exemplo, uma mulher
chamada Sonia conta a sua tentativa de escrever sobre o abuso de rapazes. Primeiro
rejeitaram o seu artigo porque “não estava escrito de uma perspectiva centrada na
mulher”, e só aceitaram o artigo após ter sido modificado
(members.tripod.com/peterzohrab/298enslt.html#Sonia).

Distorções do politicamente correcto

          As feministas dominam a sociedade com a sua propaganda. As estações de


televisão difundem esta propaganda, o eleitorado acredita  na imagem apresentada, e os
políticos respondem às pressões dos seus eleitores. É assim que isto funciona e as
feministas sabem-no. Claro que o negam e afirmam que o Direito domina. A qualquer
grupo que consiga convencer o sistema educacional de que é oprimido, é permitido
pelos meios de comunicação social, sistema educativo e governo que dissemine a sua
propaganda como se fosse uma verdade universal. Há algumas décadas atrás as
feministas foram nomeadas porta-voz do grupo mais oprimido, isto é, as mulheres
brancas.

          Vê-se isto constantemente nos programas televisivos americanos e ingleses. Por
exemplo, na estação americana ADC, programa Sunday Evening News de 15 de
Novembro de 1999 (hora neozelandesa), foi apresentado uma reportagem sobre “os
filhos da América” (abcnews.go.com/onair/dailynews/americas_sons.html) que referiu
três estatísticas negativas sobre os rapazes nos EUA: que são mais delinquentes que as
raparigas, que cometem mais assassínios que as raparigas, e que há uma relação entre
rapazes e tendência para o suicídio. Poderíamos esperar que a terceira estatística fosse
sobre porque é que os rapazes cometem proporcionalmente mais suicídios que as
raparigas, mas isto poria os rapazes no papel de vítimas. Então o que é apresentada é
uma estatística sobre porque é que o suicídio entre os rapazes subiu 112%, o que as
feministas geralmente atribuem à incapacidade dos homens lidarem com a sua perda de
poder sobre as mulheres e, por isso, ser uma falha masculina mais que uma vitimização.

          É importante não ser ingénuo sobre os meios de comunicação social. Os


jornalistas são predominantemente de escolas de esquerda liberal que suportam o
feminismo. Acredito que muitos deles sejam deliberadamente tendenciosos. Parte desta
minha evidência provém de um programa televisivo de notícias, datado de 1960, em que
Malcolm X afirmou nos meios de comunicação social que os brancos eram todos iguais
e valorizou os negros através de uma propaganda positiva sobre os negros. Elogiou o
poder dos meios de comunicação social, dando o exemplo de como eram capazes de
colocar os ingleses ao lado dos russos e contra os alemães durante a Segunda Guerra
Mundial, e a favor dos alemães e contra os russos durante a Guerra Fria.

          Os jornalistas de esquerda liberal que estavam preparados para implementar estas
políticas estão bastante aptos a aplicá-la a outros assuntos, tais como o feminismo. Não
está claro se estão a inventar uma nova política ou a continuar uma prática já existente
entre os seus amigos nos meios de comunicação social. No entanto, se isto tem
funcionado bem durante quarenta anos, é provável que continue a fazer efeito!

          O suporte dado pelos meios de comunicação social tem tido grande importância
na força que têm as feministas nos países ocidentais, e nas fundos públicos e privados
que têm sido colocados à sua disposição. As feministas atingiram este objectivo à muito
tempo nos países ocidentais, e estão agora a usar as Nações Unidas para penetrarem no
Terceiro Mundo. As provas do crescimento do seu poder são:

2.      O número de grupos de mulheres a operarem em cada país;

3.      A quantidade de dinheiro do governo que conseguem;

4.      A quantidade de cobertura dos meios de comunicação social;

5.      O número de ministros dos assuntos das mulheres (ou seu equivalente) nos países
ocidentais;

6.      O número de cursos de estudos sobre mulheres pagos pelo dinheiro público;

7.      A quantidade de legislação feminista que foi aprovada desde a Segunda Guerra
Mundial;

8.      A maneira tendenciosa como as escolas ensinam os assuntas feministas.

Os masculinistas parecem ter pouca esperança (ou medo) de serem vistos como um
grupo de protesto de tendência de direita. Isto porque as feministas dominam a
coligação que forma o esqueleto dos partidos de esquerda nos países ocidentais,
forçando os masculinistas a procurarem alianças à direita, mesmo que não sejam da
extrema direita. No entanto, a situação pode não ser assim tão linear, visto que na Nova
Zelândia o Ministro da Justiça do governo de centro esquerda anunciou recentemente
planos de introduzir, pela primeira vez, uma lei em que as mulheres pudessem ser
condenadas por crimes sexuais, e está também a considerar uma revisão de alguns
aspectos das mais totalitárias e anti-masculinas leis sobre a família.

          NO movimento dos homens, há um certo ressentimento pelo facto de que a única
categoria de homens que podem atrair publicidade e dinheiro para os problemas de
saúde são os homossexuais, para publicidade, investigação e tratamento da SIDA. Seria
bom que os movimentos masculinos pudessem aproveitar esta influente política
homossexual para benefícios mais alargados à sua saúde em geral. Infelizmente, os
homossexuais são vistos por alguns movimentos de activistas masculinos como aliados
das feministas e hostis à família tradicional.

Opressão e pluralismo

Um dos princípios fundamentais da filosofia americana é, claro, o pluralismo, o que


pressupõe competição de interesses. No entanto, acontece que os excessos do
feminismo dão outra visão sobre os vícios e virtudes do pluralismo. O ponto de vista
feminista da opressão é extremamente simplista. No seu livro Polity and Group
Difference: A Critique of the Ideal of Universal Citizenship, Iris Young argumenta que,
como alguns grupos são relativamente privilegiados e outros são oprimidos, uma
estrutura política baseada na universalidade apenas reforça a desigualdade.

O argumento de Young depende fortemente de um consenso entre esquerdistas e


liberais sobre o fenómeno da “opressão”, visto que a filosofia da sua argumentação
contra a noção de cidadania universal assenta no princípio de que a sociedade contém
grupos que são oprimidos, no sentido de que os seus membros são incapazes de exercer
a sua influência política como o fazem os outros dos outros grupos. É interessante que
ela dá uma indicação explícita do que quer significar com isso:

Resumindo, um grupo é oprimido quando ocorre uma ou mais das seguintes condições a
todos ou grande parte dos seus membros: 1) os benefícios do seu trabalho ou energia
vão para outros sem que eles próprios beneficiem deles (exploração); 2) São excluídos
da participação na maioria das actividades sociais, o que na nossa sociedade significa
principalmente local de trabalho (marginalização); 3) Vivem e trabalham sob a
autoridade de outros, e têm pouca autonomia e autoridade sobre si próprios (falta de
poder); 4) São estereotipados como grupo ao mesmo tempo que a sua experiência e
situação não tem visibilidade na sociedade em geral, e têm pouca oportunidade e pouca
audiência para expressarem as suas experiências e perspectivas em eventos sociais
(imperialismo cultural); 5) os membros do grupo sofrem aleatoriamente de violência e
assédio motivado por ódio do grupo opressor ou medo”. (Young 1990, 128)

Young continua na lista dos vários grupos dos Estados Unidos que considera oprimidos.
A lista é encabeçada pelas mulheres, e inclui vários grupos éticos, e ainda os
homossexuais femininos e masculinos, os pobres, as classes trabalhadoras, os idosos e
os deficientes.

O dicionário Miriam-Webster define “opressão” como “um exercício injusto e cruel de poder

ou autoridade”. Nem todos os cinco critérios de Young abrangem a opressão actual. Eles foram
designados para se ajustarem às mulheres na sociedade. O quinto critério, por exemplo, é

demasiado vago para ter qualquer utilidade. O assédio pode tomar várias formas, física, verbal,

emocional e mental, e não é verdade que apenas os grupos dominantes da sociedade estejam

sempre em posição de assediar os outros. O seu segundo e terceiro critérios, do mesmo modo,

têm muito a ver com as mulheres, mas pouco a ver com opressão como normalmente é

entendida.

De facto, pela definição de Young, muitas mulheres oprimem homens. Nos termos do critério

1), os homens que combatem na linha da frente em tempo de guerra, expondo-se ao medo, a

privações físicas e psicológicas, à possibilidade de serem feridos, mutilados ou mortos, estão a

ser explorados e oprimidos pelas mulheres.

          Isto é ainda mais notório se os homens forem voluntários, em vez de recrutados,
visto que a pressão social de “ser homem” em situação de crise nacional é bastante
severa. A situação é particularmente flagrante em países em que as mulheres têm direito
de voto, e votam governos que ordenam a mobilização de tropas, se houverem mulheres
no governo, se as mulheres constituírem a maioria do eleitorado, ou se a chefia do
governo ou do estado for de uma mulher. Na nossa história recente, a guerra das ilhas
Falkland, ocorreu quando a chefia do estado, a chefia do governo e a maioria do
eleitorado da Inglaterra eram mulheres.

          O primeiro estado da Jugoslávia era ocidental na sua cultura, mas a guerra civil
entre Sérvios, Croatas e Muçulmanos foi travada essencialmente por recrutas
masculinos (claro). Com os homens no campo de batalha não houve sinais de feministas
a reclamarem igualdade na obrigatoriedade do serviço militar. As exigências feministas
no domínio do serviço militar limitam-se a prestar cuidados, e mesmo assim só para
voluntárias. A obrigatoriedade é só para os homens.

          Além disso, entre as várias comunidades, também não há sinais de mulheres, que
sejam mais pacifistas que os homens em caso de serem atacadas. O único relato de uma
mulher envolvida numa luta foi um caso de uma atiradora furtiva. Um atirador furtivo, é
claro, um combatente relativamente seguro, mas mesmo assim, esta mulher foi tomada
pelos meios de comunicação social visto que era uma excepção à regra*. Sem dúvida
que alguma imprensa têm uma agenda pró-feminista secreta, e tentam dar a impressão
de que as mulheres combatem arduamente, sem o escreverem explicitamente.

          O caso de Israel é frequentemente citado como um dos países onde as mulheres
são recrutadas ao lado dos homens. Mas, também aqui, são os homens, não as mulheres,
que combatem na linha da frente.
          O quarto critério de Young (imperialismo cultural) aplica-se também aos homens,
em vários graus, nos países ocidentais. Como grupo, os homens destes países, são
catalogados pelas feministas, de violadores e assassinos potenciais. Ao mesmo tempo as
suas experiências e situações como homens não são notórias para a sociedade em geral.
Têm pouca oportunidade e pouca audiência para a expressão das suas experiências e
perspectivas em eventos sociais (imperialismo cultural), visto que há relativamente
poucos grupos de pressão que representem os interesses dos homens

Na história de Portugal temos a padeirinha de Aljubarrota. (N. do T.)

          O prefácio “Manual de igualdade de oportunidades no emprego” da Comissão de


Direitos Humanos da Nova Zelândia estabelece que “os homens que não estejam nos
grupos referidos (vários grupos étnicos e outras minorias) não estão incluídas neste
manual, com tratamento especial.” Deste modo qualquer homem que pretenda reclamar
que está em desvantagem, em comparação com as mulheres em qualquer local de
trabalho, não tem onde classificar a sua reclamação.

          Mas poderão os homens estar em desvantagem? Sim, podem. Lembremo-nos que
há algumas profissões, tais como educadores e professores de 1 o ciclo, onde a força
laboral é predominantemente feminina. Há muitos homens que preferem ensinar
crianças, a trabalhar como carpinteiros na construção civil. Uma razão porque não o
fazem é porque o salário é melhor na indústria de construção. O pagamento é melhor
por uma razão puramente económica, porque de outro modo ninguém quereria trabalhar
num local de tal modo perigoso e desprestigiante, e não por ser o trabalho das mulheres
que é desvalorizado como as feministas reclamam. São também as mulheres que forçam
os homens a procurar empregos tendo em vista o dinheiro, mais do que a satisfação
pessoal, porque preferem encontrar-se, namorar e casar com homens com dinheiro, e
não com homens satisfeitos com as suas carreiras, embora mal pagos (ver
members.tripod.com/peterzohrab/199enslt.html#Dream).

Tem a política de oportunidades iguais criado oportunidades iguais?

Poderemos ser levados a pensar que a política de “oportunidades iguais no emprego”


tem provocado algum equilíbrio, colocando mais homens em profissões como
educadores ou professores de primeiro ciclo. Isto começa a agora a passar-se na Nova
Zelândia. Agora que se reconheceu que a educação dos rapazes é mais demorada que as
das raparigas, em parte por falta de modelos masculinos no sector educacional.

Os professores de primeiro ciclo e pré-primários ganharam recentemente paridade


salarial com os professores secundários, tornando então possível o equilíbrio de
professores femininos e masculinos nos próximos anos.

No entanto, em muitos países ocidentais, porque as mulheres têm muitos grupos de


pressão enquanto os homens têm poucos, a política de “emprego igual” é geralmente
interpretada como promoções proporcionais, isto é,  que as mulheres ultrapassem em
número os homens quer em força laboral quer em cargos de direcção. Seria razoável ter
aproximadamente o mesmo número de homens e mulheres no ensino primário e pré-
primário, quer a ensinar quer em lugares de direcção. Neste contexto dirigi-me à
Comissão de Direitos Humanos para reclamar sobre uma empresa de entregas que
anunciou num jornal que nunca contrataria um homem. Isto gerou confusão, e eu não
fui o primeiro a reclamar, mas a mulher com quem falei na Comissão já tinha pensado
no assunto o suficiente para dizer que tinha sido um engano da empresa.

No entanto, começou a reclamar que em instituições onde prevalecem os homens


algumas vezes entrevistavam mulheres apenas por uma questão de aparência, não tendo
de todo intenção de contratar mulheres. Até pode ser, mas isto não é razão para que
outras empresas deixem de contratar homens, visto que dois erros somados não fazem
um acontecimento correcto! Não é esta a atitude que deveríamos esperar de uma
Comissão de Direitos Humanos paga com o dinheiro dos contribuintes, e resulta do
facto de os homens serem uma minoria na sociedade. Desde aí continuei a
corresponder-me com a Comissão de Direitos Humanos sobre vários outros assuntos, e
fiquei com a certeza de que não eram mais que uma base de poder feminista

          O quinto critério de Young (sofrer aleatoriamente violência e assédio) aplica-se


também aos homens: Eu tenho sido assediado e atacado fisicamente por feminazis (num
local de trabalho dominado por mulheres e tendências políticas de esquerda) que me
quiseram intimidar como potencial activista masculino e censurar a expressão de pontos
de vista tais como os expressos neste livro.

Propostas feministas

Young faz as suas propostas alternativas de modo como se segue:

Declaro, então, o seguinte princípio: Um público democrático, desde que esteja


constituído, deverá prover mecanismos para uma representação efectiva e
reconhecimento dos distintos anseios e perspectivas dos seus grupos oprimidos e
desfavorecidos. Esta representação de grupo implica mecanismos institucionais e
recursos públicos que financiem as suas actividades: 1) auto-organização dos membros
do grupo de modo a que adquiram o sentido colectivo e um entendimento das suas
experiências colectivas e interesses no contexto da sociedade; 2) Publicação das análises
do grupo em como as propostas da política social os afecta, e gerar eles próprios
propostas políticas, em contextos institucionais em que os executores são obrigados a
mostrar que tomaram as suas perspectivas em consideração; 3) Ter poder de veto com
vista a políticas específicas que afectem directamente o grupo, por exemplo, direitos
reprodutivos para a mulher, ou o uso de reservas para os americanos nativos (ibid, págs
128-129).

O principal problema do acima exposto é, como Young admite, a questão de saber


exactamente como é que a sociedade determina quais os seus grupos que são os
oprimidos ou desfavorecidos. Ela dá uma proposta de definição da própria noção de
opressão, mas permanece o problema da falta de um mecanismo objectivo que uma
dada sociedade possa usar para determinar onde é que esta definição se aplica ao seu
próprio caso.

Young trabalha num contexto de uma universidade de esquerda liberal, onde existe um
consenso sobre quem são os oprimidos e os opressores de uma sociedade, isto é, a
coligação de vítimas das mulheres, dos homossexuais, das minorias étnicas e raciais e
dos deficientes. Este é o consenso simplista frequentemente usado. Este consenso é, ele
próprio opressivo, visto que torna difícil para os grupos que não foram premiados com a
ambicionada etiqueta de “oprimidos e desfavorecidos” persuadirem alguém da
seriedade dos seus apelos, particularmente se o consenso já os estigmatizou com a
etiqueta de opressores.

          Os homens têm grande dificuldade em serem aceites (numa base em que são
oprimidos pelas mulheres) como “grupos oprimidos”, visto que as mulheres têm, desde
há muito tempo, ganho estatuto reclamando que os homens as oprimem! Embora, como
vimos os homens sejam oprimidos nos termos de três dos cinco critérios de Young:
exploração, imperialismo cultural, e imposição de violência e assédio.

Propaganda e poder dos meios de comunicação social

No início deste capítulo, falámos sobre o poder de um homem com uma motosserra
numa floresta. Na secção anterior, falámos sobre opressão, que é um tipo de abuso de
poder por uma pessoa ou grupo, em detrimento de outra pessoa ou grupo. Poder é com o
que lidam os políticos, e todos os assuntos que respeitam aos direitos dos homens e das
mulheres lidam com poder.

Então, o que é exactamente poder? Poder é capacidade de se fazer o que se pretende, ou


fazer com que outras pessoas façam aquilo que pretendemos que elas façam. Algumas
pessoas podem fazer distinção entre estas duas formas de poder dizendo que a
capacidade de fazer o que se pretende é “autonomia”, e “poder” tem a ver apenas com a
relação com outras pessoas. Infelizmente, isto é, talvez, um ponto de vista ingénuo.
Qualquer coisa que queiramos fazer envolve alguma competição com os outros ou, em
menor ou maior grau, alguma diminuição da sua liberdade ou qualidade de vida. Assim
temos que ter bastante poder para fazer aquilo que queremos, porque muitas destas
actividades decorrem no seio de alguma resistência por parte de outras pessoas.

A socialização tem que ver, em grande parte, com a aprendizagem dos limites da nossa
autonomia ou poder. Catharine MacKinnon e outras feministas falaram sobre isto no
contexto de género como meio de limitar o poder das mulheres. No entanto, os seus
argumentos são unilaterias e superficiais, como o são normalmente os escritores
feministas. Qual foi exactamente o poder dos jovens recrutados para a guerra do
Vietname, enquanto as suas irmãs e namoradas estavam confortavelmente em casa a
fazerem estudos sobre mulheres ou outras actividades similares? Homens e mulheres
são ambos socializados para aceitarem limites ao seu poder, e o mito do homem todo
poderoso é um dos que as feministas construíram para atrair simpatia para as mulheres.

O antigo historiador grego, Tucídides, apresentou um definição muito cínica (mas


válida) de liberdade. Dizia qualquer coisa como: Liberdade é a capacidade de restringir
a liberdade dos outros. Isto é equivalente a negar a vantagem da alternância política,
uma vez que há sempre vencedores e vencidos.

          Por esta interpretação, por exemplo, os EUA constituem o país mais livre do
mundo, sendo mesmo livres de inibições de forças exteriores na sua política
internacional, e são mesmo capazes de impor a sua interpretação de moral ao mundo em
geral. Ao contrário, a Rússia é incapaz de impor a sua interpretação em assuntos de
moral mesmo no seu quintal (por exemplo, Bósnia e Kossovo), onde a sua interpretação
difere da dos EUA. A Rússia tem tido que se submeter ao poder económico dos EUA,
que não estarão disponíveis para ajudar a Rússia na sua crise económica se esta se
mostrar demasiado independente no que concerne ao Kossovo, por exemplo. No
Kossovo (outro exemplo), os sérvios foram livres de oprimirem os albaneses e
protegerem os ciganos, mas (na altura em que escrevo este livro) os albaneses começam
a ter liberdade de oprimirem os sérvios e ciganos.

          O liberalismo convencional do século XX saldou-se, na prática, por procurar os


grupos oprimidos e aumentar a sua autonomia. O exemplo clássico foi o tratado de
Versailles, que terminou a Primeira Guerra Mundial e redesenhou o mapa da Europa ao
longo de divisões étnicas, dividindo o império austro-húngaro. Infelizmente, quando
este princípio se aplica à política interna, o que vemos é uma minoria de pessoas
despreveligiadas que não caem em nenhuma das categorias alvo de recursos ou
compaixão extra. Por outras palavras a coligação das vítimas ganhou liberdade
escravizando a maioria silenciosa.

          Subitamente, as nossas democracias começaram parecer-se mais com ditaduras.


Numa ditadura, parece que uma pessoa faz tudo o que quer e tem poder e autonomia
absoluta, o que não é completamente verdade. Os ditadores têm sorte se tiverem um
período breve em que podem fazer absolutamente tudo o que querem, a partir daí têm
que começar a olhar sobre o ombro e debaixo da cama à procura de potenciais traidores
para si próprios e para o seu país. Para combater estes traidores actuais ou potenciais, os
ditadores têm que ser bastante perspicazes. Têm que formar alianças pessoais e
internacionais, acalmar pessoas, grupos de pessoas e estados. Têm também que criar e
disseminar propaganda para persuadir o povo a concordar com eles (usando os meios de
comunicação social, entre outros instrumentos).

          O que é que distingue uma ditadura de uma democracia? A maior diferença é o
método de substituir o governo. Júlio César, Benito Mussolini e Adolf Hitler são
exemplos bem conhecidos de ditadores europeus cujo domínio terminou violentamente.
César foi extremamente popular com alguns sectores do povo. Foi a elite, mais que os
seus súbditos, que acharam que era necessário assassiná-lo, mesmo sabendo que era
demasiado tarde para restaurar a república.

          Mas o ponto de semelhança entre as democracias e as ditaduras a que me quero


referir é o uso de propaganda e dos meios de comunicação social. Os meios de
comunicação social são muito poderosos, como Goebbels sabia.  Ele estava consciente
da necessidade de ocultar da audiência a “arte” dos meios de comunicação social
usando analogias históricas, mais do que de fazer uma grande propaganda política.

          Se houverem várias fontes de notícias, se houverem vários pontos de vista e se


todos tiverem aproximadamente a mesma parcela de mercado, o problema não será
grande. No entanto, em muitos países pequenos, a grande maioria da população obtém a
maioria das notícias e dos comentários de uma única fonte. A televisão por cabo e por
satélite, com as suas dúzias de canais são raros no contexto internacional até à bem
pouco tempo. Também os meios de comunicação social ocidentais expressam poucos
pontos de vista, especialmente no horário nobre da televisão. O politicamente correcto
domina porque é a sintonia da maioria dos jornalistas.

As pessoas referem frequentemente conceitos do tipo “o poder do conhecimento” ou


“poder da informação”, mas raramente parecem compreender que isto se aplica à
política como a tudo o resto. Os meios de comunicação social, especialmente antes da
Internet, controlaram a informação. Isto parece ter-lhes subido à cabeça, em muitos
casos. Algumas pessoas dos meios de comunicação social adquiriram o estatuto de
estrelas.

Conclusão

Com poucas excepções, o ponto de vista feminista domina actualmente as principais


fontes de notícias através dos EUA, Canadá, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Apesar
das feministas afirmarem o contrário, isto dá-lhes uma espécie de influência que assenta
no poder de impor a que nós lemos, vemos e ouvimos sobre o assunto. Isto levanta a
questão, de no que é que se tornaram os nossos ideais democráticos?

Qualquer pessoa ou movimento político que aspire lutar contra os valores que foram
absorvidos no seio do politicamente correcto tem que entender o poder dos meios de
comunicação social e das universidades e o modo como exercem a sua “indouctucação”.
O cenário do politicamente correcto no qual vivemos é orwelliano na sua negligência e
desprezo pela verdade. Esta é a situação actual. Como todas as guerras, a guerra dos
sexos será ganha procedendo da análise à estratégia, da estratégia à táctica, e da táctica à
acção.

CAPÍTULO 14: A FRAUDE DO DOMÍNIO MASCULINO

CAPÍTULO 14: A FRAUDE DO DOMÍNIO MASCULINO

 
          A fraude do domínio masculino è a crença errada de que as pessoas (mais
especificamente os homens) em posição de autoridade em sistemas democráticos usam
o seu poder para beneficiar principalmente a categoria de pessoas (categoria de homens
em particular) a que pertencem. Nos países ocidentais, os lideres masculinos estão
acessíveis apenas a uma pequena porção das suas clientelas (entre elas os grupos de
mulheres) e tendem a ignorar os apelos dos grupos de homens.

          De facto, para ver um exemplo desta fraude, não precisamos mais do que reparar
no caso do Presidente Bill Clinton e Monica Lewisky. Bill Clinton foi tão pró-feminista
que a principal razão que evitou que fosse destituído por perjúrio sobre a sua relação
extra-conjugal com Monika Lewinsky foi o apoio organizado do movimento feminista.
As feministas estavam gratas pelo apoio à causa do aborto e por permitir os
homossexuais nas forças armadas.

          No entanto, com todo este poder, o feminismo é basicamente uma ideologia
destituída de inteligência que consegue as suas vitórias através de uma combinação de
insolência, mentiras descaradas, distorção de ideias e chantagem emocional, mais do
que através de mérito intelectual nos seus argumentos. Kate Millet, por exemplo, é um
nome importante na história intelectual do feminismo moderno, apesar da sua
argumentação ser abundante em erros:

          Se considerarmos um governo patriarca uma instituição pela qual metade da


população, que são as mulheres, é controlada pela outra metade que são os homens, os
princípios do patriarcado aparecem em duas vertentes: Os homens devem dominar as
mulheres, e os homens mais velhos devem dominar os mais jovens (Kate Millett, 1972:
Sexual Politics. London: Abacus. Pág. 25).

          Esta é a definição de patriarcado de Millet. O seu ponto crucial é a noção de


“controlo”. O que Millet quer dizer com este termo é seguidamente tornado claro:

A nossa sociedade ... é um patriarcado. O facto é evidente se repararmos que os militares, a

indústria, a tecnologia, as universidades, a ciência, a política e as finanças, em resumo, todo

poder de uma sociedade, incluindo a força coerciva da polícia, está totalmente em mãos

masculinas (ibid, pág. 25).

Como uma boa regra prática, se quiser testar a fraqueza dos argumentos de alguém, basta

procurar termos como “é evidente”, “evidentemente”, “é óbvio” ou “obviamente”. Isto marca

a fraqueza dos argumentos de um orador ou escritor e é usado como sua necessidade de se

convencer a si próprio.  Neste caso, a fraqueza é o facto de que por haver mais homens nestas

profissões, não implicar que eles controlem as mulheres mais do que os outros homens. Os

homens podem ocupar posições de mais alto estatuto, mas ocupam também a maioria nas
posições de mais baixo estatuto. E mais importante, se a força coerciva da polícia é dirigida

principalmente contra as mulheres, porque é que os homens constituem a grande maioria dos

presos pela polícia?

As feministas assumem que os homens promovem normalmente mais os interesses dos


homens que os das mulheres, o que raramente é o caso. É verdade que, os homens
algumas vezes desconsideraram as perspectivas femininas em certos assuntos, mas isto
foi contrabalançado por cavalheirismo paternalista, que levou ao tratamento das
mulheres de forma mais branda que os homens. Actualmente, nas sociedades ocidentais,
a propaganda feminista está a impor ideologia, e poucos homens estão conscientes das
posições feministas em todos os assuntos, enquanto os pontos de vista pró-masculinos
são denegridos ou ignorados.

          As feministas femininas, por outro lado, têm usado o seu poder quase
exclusivamente para beneficiar as mulheres. Por exemplo, a ministra neozelandesa dos
assuntos das mulheres, Christine Fletcher, usou o seu poder para criar a posição de
Delegado de Saúde das Mulheres no seu ministério. Fê-lo sem a mínima tentativa de
provar que as mulheres têm mais necessidade de cuidados de saúde que os homens, que
não têm nenhum Delegado de Saúde dos Homens

          De facto, podemos afirmar que as sociedades ocidentais são actualmente


matriarcais, os políticos masculinos são os funcionários pagos das feministas. O que
constatamos é que nos últimos dois séculos a história ocidental está repleta de exemplos
em que governos preponderantemente masculinos promulgaram legislação que
beneficiava mais as mulheres que os homens. Desde o século XVIII (ver o capítulo 15
para uma retrospectiva histórica), que governos principalmente masculinos promulgam
legislação dando às mulheres o direito de voto, estabelecendo igualdade de salários para
as mulheres, liberalizando o aborto, aumentando as penas por violação, e por aí fora,
tudo sem proteger o interesse dos homens na família.

Política vaginal

          Muitos dos executivos das instituições políticas podem ser homens, mas têm feito
e continuam a fazer pouco em favor dos homens e muito em favor das mulheres.
Porquê?

          Os executivos masculinos estão sujeitos a pressões de mulheres individuais


(amigas, membros da família, etc), e ainda grupos de pressão femininos. O feminismo
criou o lema, “o pessoal é político”, tornando assim o quarto num campo de batalha,
forçando os homens a escolher entre o seu casamento e os seus princípios, entre amor e
integridade, entre a saúde e a pobreza. As políticas feministas contribuíram muito para a
conversão da família de um só salário em família de dois salários. Enquanto a
necessidade de trabalhadores aumentou ao mesmo ritmo de sempre a oferta quase
duplicou em poucos anos. Os salários estagnaram enquanto os lucros aumentaram e os
executivos masculinos que prosperaram em resultado têm um interesse oculto em
perpetuar o sistema feminista e apoiar o sexismo feminista.
          Eis um exemplo de comportamento masculino feminista: Num encontro regional,
em que estive presente na qualidade de representante da união dos professores, o
presidente, que era companheiro de uma destacada feminista, começou o encontro
informando-nos em que piso estavam os sanitários, dizendo, textualmente, que as portas
dos sanitários femininos funcionavam com um código, mas os masculinos não, porque
os homens eram demasiado estúpidos para entenderem códigos! Ninguém protestou
sobre esta saída altamente sexista, mas logo que olhou ao longo da sala recebeu olhares
de apoio pelo seu comportamento por parte das mulheres. Imagine-se a reacção que
seria se se tivesse dito que as mulheres eram demasiado estúpidas para entenderem
fechaduras de código.

          Como podem elas continuar a ter este comportamento? Onde estão os grupos que
falam a favor dos homens? O número de grupos de pressão femininos excedem
largamente os dos homens. Por exemplo, em Dezembro de 1999, uma pesquisa no “Alta
Vista” sobre direitos dos homens deu um resultado com 2.256 páginas, enquanto
fazendo a mesma pesquisa para direitos das mulheres deu 30.527 páginas, isto é, 17,5
vezes mais. A evidência de como as feministas dominam os assuntos de carácter sexual
provém do facto de as vozes masculinas que se levantam nesta área serem silenciadas
pela pressão opressiva feminista sobre os executivos políticos. Nesta base, podemos
sugerir que as mulheres têm cerca de 17,5 vezes mais poder que os homens nas
sociedades ocidentais.

          Há várias formas de poder na sociedade:

1.      O poder dos executivos, tais como os políticos e juizes;

2.      O poder militar e da polícia;

3.      O poder dos meios de comunicação social;

4.      O poder do sistema educacional para inculcar valores;

5.      O poder dos grupos de pressão para influenciar os meios de comunicação social,
políticos e burocratas;

6.      O poder dos burocratas para interpretar legislação e regulamentos.

Este último tipo de poder está também actualmente em grande parte nas mãos das
mulheres: Os estudos têm mostrado que os homens se concentram mais em empregos
que envolvem trabalho com objectos, enquanto as mulheres se concentram mais em
ocupações que lidam com o público.

          Na Nova Zelândia os homens ultrapassam em número as mulheres nas seguintes


actividades:

7.      Agricultura, floresta e pesca, numa relação de 107 300 para 49 900;

8.      Trabalhos manuais, numa relação de 195 000 para 86 300;

9.      Construção civil, numa relação de 195 300 para 12 500;


10.    Transportes, armazenagem e comunicações, numa relação de 70 300 para 34 000.

Por outro lado, as mulheres ultrapassam em número os homens nas seguintes


actividades:

a)      Educação, numa relação de 89 600 para 41 000;

b)      Saúde e serviços à comunidade, numa relação de 98 400 para 23 100.

Noutras categorias, como por exemplo, “vendas por grosso e retalho”, “serviços
públicos e financeiros”, “outros serviços” e “não especificados”, os homens e as
mulheres estão presentes em quantidades aproximadamente iguais. Embora estes
números sejam os da Nova Zelândia, os números não são significativamente diferentes
noutros países ocidentais. Isto dá às mulheres uma desproporção de poder na
administração e interpretação de leis e regulamentos que afectam as vidas de homens,
mulheres e crianças. Sempre que um homem ou rapaz contacta com um profissional de
serviço social, um professor, um psicólogo do tribunal, etc., essa pessoa é
provavelmente uma mulher, ou se não for nesse momento uma mulher, é um membro de
um grupo profissional fortemente dominado por mulheres.

Misandria na moda

Actualmente, o feminismo está tão na moda que a neta de Mussolini, líder de um


partido neo-fascista, se assumiu como feminista. No entanto, o feminismo do século XX
está alojado principalmente em tendências políticas de esquerda, particularmente o
marxismo. Esta é a parte do espectro político que gosta de usar a palavra “opressão”.

Sem dúvida que vários grupos étnicos ou sociais “oprimem” outros grupos étnicos ou
sociais em todo o mundo, em vários graus e de diferentes modos. Mas a relação entre
homens e mulheres é muito mais cooperativa do que a relação entre grupos étnicos,
porque homens e mulheres precisam (ainda) uns dos outros para constituir família. Os
grupos étnicos não são normalmente tão indispensáveis uns aos outros.

Deste modo aplicar o modelo da opressão a relações homem-mulher só tem sido


possível a nível académico forçando os homens à resignação e fazendo-os temer pelas
suas carreiras ou casamentos se manifestarem publicamente a sua discordância. Assim o
campo dos estudos sobre mulheres foi intencionalmente isolado da necessidade do rigor
de uma análise académica, o que lhe permitiu uma natureza inteiramente polémica.

          Ironicamente, há uma contradição considerável entre a visão marxista e feminista


da noção de poder político. O marxismo define um “capitalista” como alguém que faz
dinheiro de dinheiro, isto é, que directa ou indirectamente faz dinheiro a partir do
trabalho de outras pessoas, mais do que do seu próprio trabalho produtivo. Os
capitalistas usam o seu dinheiro para influenciar o sistema político, incluindo os
executivos, que são normalmente eles próprios capitalistas. Para os marxistas não
interessa a classe de onde provém os executivos desde que haja evidência de que tomam
decisões a favor de uma classe particular. Os marxistas deverão achar este ponto de
vista simplista e ingénuo.
          As feministas, por seu lado, confiam fortemente na fraude do domínio masculino.
Apontam o número de executivos como evidência de que o sistema político favorece os
homens. Isto é extremamente superficial e tem florescido apenas devido à falta de
intelecto, de objectividade e de empenho masculino em estudos nesta área. Deste modo,
os estudos sobre mulheres são realmente uma ideologia mais do que uma disciplina
académica. Como tal, a sua popularidade deve entrar em decadência.

          As ideologias são consanguíneas das religiões. Como as religiões, uma ideologia
tal como o feminismo ou o marxismo, é mais ou menos compatível com qualquer
posição da evolução política no mundo real. Todos os teólogos e ideólogos merecedores
do seu titulo podem explicar qualquer acontecimento como sendo irrelevante para as
suas crenças, e por compatível com elas. No entanto, as religiões têm outra
universalidade que lhes dão maior durabilidade que as ideologias. Os desastres
políticos, económicos e militares tendem a ser atribuídos aos governantes e à sua
ideologia, mais do que à religião. Deste modo as ideologias vão e vêm.

          O marxismo já não é mais a força que foi. O feminismo tem permanecido para
além da queda do marxismo, e tem tendência a enfraquecer com a queda deste, devido à
união de facto entre os dois (por exemplo, The Dialectic of Sex: The Case for Feminist
Revolution, Shulamith Firestone, 1971). O feminismo começou por ser uma ideologia
sem valor, mas rapidamente evoluiu e ganhou estatuto. Isto ajuda a remover a cegueira
dos homens hipnotizados pelos seus gritos de opressão. De facto, estou satisfeito por a
Nova Zelândia (no momento em que escrevo este livro) ter uma primeira ministra, uma
líder do principal partido da oposição, uma chefe da justiça, e uma presidente da maior
empresa do país (a Telecom), visto que torna difícil às feministas sustentarem que todas
as mulheres são vítimas do “patriarcado”. Como as feministas consolidaram o seu
poder, o povo verá nelas a autoridade. Com este tipo de situação tornar-se-á evidente a
situação que durante tanto tempo tentaram esconder, o que não ajuda a sociedade mas
contribui para o seu declínio.

          Outro factor de destruição do feminismo é a sua mentalidade. Tipicamente, isto


atinge os homens capitalistas brancos como agentes de opressão. Devido ao declínio do
marxismo, no entanto, poucos embarcam actualmente nesta ideia. O marxismo esteve na
vanguarda da pesquisa sobre minorias oprimidas. A sua estratégia foi identificar e unir
estes grupos numa espécie de coligação de vítimas, ou “esquerda alargada”. O
feminismo foi rápido na proclamação de que as mulheres também eram uma minoria
oprimida (apesar de estarem normalmente em maioria). Isto tornou o feminismo e o
marxismo aliados políticos naturais. Com a falta de suporte da teoria política do
marxismo, as feministas têm que se converter ao capitalismo sem perderem o seu
estatuto de vítima (Por exemplo, Fire With Fire: The New Female Power and How to
Use It, Naomi Wolf, 1994). Deste modo, elas têm tido pouco sucesso em lidar com
transição mantendo intacto o seu estatuto de vítima.

          No entanto, será contraproducente para nós sentarmo-nos sobre as mãos e


assumirmos que a guerra já está ganha! Qualquer um consciente do mal perpetrado
pelas feministas quererá contribuir para pôr um fim nisto tão depressa quanto possível.
Assim que o feminismo atingir o seu auge (o que não deverá demorar muito), alguns
dos nossos esforços serão canalizados para um projecto de mundo pós-feminista, onde
os direitos humanos e os interesses dos homens, mulheres e crianças (nascidas ou não)
serão tidos em conta.
O feminismo de Firestone

Shulamith Firestone é uma influente escritora feminista que usou o marxismo como
ponto de partida. Começou por citar e elogiar o teórico comunista de século XIX
Engels, apesar de saber que não iria suficientemente longe:

Engels não viu que a divisão original do trabalho era entre o homem e a mulher com o
objectivo de educar as crianças. No seio da família o marido era o proprietário, a esposa
o meio de produção, e as crianças o trabalho, e esta reprodução da espécie humana foi
um sistema económico importante distinto dos meios de producção (Firestone, The
Dialectic of Sex, 1971, New York: Bantam, págs. 4-5).

Mesmo se tivermos um ponto de vista curto e físico da reprodução, a análise de


Firestone é muito distorcida. O homem, tal como a fêmea, é parte do meio de
reprodução, e muitos actos de penetração sexual são normalmente necessários por cada
fertilização. Além disso, o homem despende normalmente muito mais energia no coito
do que a mulher. Se houverem preliminares, como é frequentemente o caso nas
sociedades modernas ocidentais, o homem é tipicamente muito mais enérgico também
nesta fase.

          Além disto, o “proprietário” final das crianças varia muito de cultura para cultura
e de época para época. O teste final, devo dizer, é quem fica com a tutela das crianças
no caso de separação ou divórcio. No mundo ocidental, é quase sempre a mãe. Assim,
no mundo ocidental contemporâneo, pelo menos, a mulher é a “dona” do “produto”. Em
cerca de 90% dos casos, de acordo com o consenso dos activistas dos direitos dos pais
na internet, as mães ficam com a tutela total das suas crianças após o divórcio ou
separação. Esta tendência contra os pais toma por vezes a forma de “doutrina natural de
criação”, isto é, a crença de que a pessoa que tem mais contacto no dia-a-dia com a
criança, é a melhor para ficar com a tutela da criança após o divórcio ou separação dos
pais.

          É um facto bem documentado que os pais têm grande dificuldade na obtenção da
tutela devido a um perverso preconceito anti-pai que continua a existir em muitos
tribunais de família (www.deltabravo.net/custody/index.shtml).

          Ainda mais, a reprodução propriamente dita inclui todos os anos que são
devotados à criança na alimentação, alojamento, educação, etc.. Normalmente, como
principais assalariados, os pais despendem uma proporção substancial do seu tempo e
salário para este fim. Se, como acima referido, é a mãe que é a verdadeira “dona” das
crianças, então é realmente a mãe que explora o pai neste sistema económico particular.
Quando tomamos consciência desta situação, vemos que os homens são a verdadeira
minoria oprimida da actual sociedade ocidental. Eles constituem a verdadeira minoria, e
não as mulheres, que são uma maioria privilegiada trávestidas pelas feministas de
minoria oprimida.

          A comparação das mulheres com as minorias oprimidas tem sido geralmente feita
de um modo completamente desequilibrado. A sua procura de semelhanças entre as
mulheres e os grupos genuinamente minoritários tem sido mais que uma pequena
tendência. As diferenças óbvias entre as mulheres e as minorias genuinamente
oprimidas, por outro lado, tem sido propositadamente ampliado. Por exemplo:
1. As mulheres estão numericamente em maioria;

2. As mulheres têm uma esperança média de vida superior aos homens;

3. É feita muito mais investigação sobre saúde feminina que sobre saúde masculina;

4. A ginecologia é uma especialidade autónoma da medicina, mas o equivalente


masculino está incluído na generalista urologia;

5. As mulheres têm direito de voto, mas não têm o dever de serviço militar ou um
serviço alternativo em países onde este existe, como por exemplo, Alemanha ou EUA;

6. Em caso de separação é muito mais frequente que a tutela dos filhos seja dada às
mães que aos pais.

7. Muitos mais homens que mulheres estão na prisão.

Há razões objectives para as alterações recentes nas relações homem-mulher: a pílula


contraceptiva, instrumentos de poupança de trabalho doméstico e a mecanização do
trabalho. Por eles próprios, estes desenvolvimentos, foram a porta de abertura do
trabalho à mulher, o que teve um efeito dominó na nossa sociedade: as atitudes contra o
assédio sexual mudaram, os locais de comida rápida entraram em grande expansão visto
que menos mulheres estão em casa a fazer as refeições tradicionais, etc.. A propaganda
feminista facilitou este processo, mas de modo negativo. Etiquetando as mulheres de
minoria oprimida, obtiveram para elas próprias um número de privilégios (como por
exemplo, a quase automática tutela das crianças em caso de separação ou divórcio) a
somar àqueles de que já gozavam como resultado do cavalheirismo masculino.

Ironicamente, as feministas acreditam nas suas próprias mentiras. Elas normalmente nunca

procuram a igualdade com os homens em áreas onde os homens estão em desvantagem em

comparação com as mulheres. De quantas manifestações já se ouviu falar onde as mulheres

exigiam ser recrutadas para o serviço militar na mesma base dos homens? Certamente, muitas

feministas são suficientemente desumanas para usarem as suas posições de poder para

fazerem avançar a sua causa. Até que ocorram estas mudanças, será uma boa ideia promover

ainda mais mulheres a posições de ainda mais poder? Como diz o “falso profeta”:

Não há razão para exaltar os meigo e os humildes. Eles não permanecerão mais meigos e

humildes, uma vez exaltados (Martin Burke, the “False Prophet,”

www.tribal.com/newtrib/inter3.htm).
          O feminismo faz, actualmente, de tal modo parte do poder no ocidente que é
difícil às pessoas imaginarem qualquer outro ponto de vista. Um dos poucos contextos
em que tais pontos de vista alternativos podem ser vislumbrados é a seguinte descrição
do debate que procedeu a apresentação de um curso de “introdução à teoria feminista”
numa universidade americana no início da década de 1980:

          À cerca de oito anos atrás, quando decidi desenvolver no Williams College um
curso intitulado “introdução à teoria feminista”, alguns dos meus colegas tiveram duas
reacções predominantes e em grande parte inconsistentes. Um colega rotulou o curso de
“polémica política”. Parecia que tinha visto a teoria feminista como uma ideologia
monolítica na qual estudantes insuspeitos deveriam ser indouctrinados.  Outro colega
criticou o curso por razões quase opostas: De todo, não viu nada de teórico sobre a
teoria feminista. Dando eco a muitas críticas prematuras do pensamento feminista, ele
descreveu o curso, como uma mistura aleatória de lamentos, mas mal analisados, da
subjugação das mulheres (Tong: Feminist Thought: a Comprehensive Introduction,
Boulder, Colorado: Westview Press, 1989, p. 1).

          Rosemarie Tong ganhou o debate, e os estudantes do Williams College (como em


qualquer outro lugar) deveriam ter ouvido um pouco mais sobre os possíveis
argumentos contra o feminismo. Em vez disso, muitos estudantes insuspeitos foram
indouctrinados numa ideologia que, apesar de não ser monolítica, foi baseada no axioma
de que as mulheres eram oprimidas, e foi dedicada à libertação das mulheres da sua
suposta opressão.

          Há também alguma validade na critica de que o feminismo não é uma teoria (ou
grupo de teorias relacionadas) mas uma colecção aleatória de lamentos (ou uma “chatice
organizada”).

          O nível intelectual dos argumentos exibidos pelas feministas é normalmente


muito baixo, e resume-se frequentemente a ataque ao homem, porque não são obrigadas
a defenderem-se de criticas sistemáticas e organizadas de outras escolas de pensamento,
como acontece com a maioria das outras disciplinas académicas. As pessoas que leiam o
que as feministas escrevem são normalmente já crentes, e algum académico que
discorde é normalmente intimidado pelo medo do que as feministas possam fazer-lhes a
eles ou às suas carreiras por terem levantado a voz para discordar. Então a melhor
analogia com um departamento de estudos sobre mulheres é um colégio de teologia.

          Outra razão para a pobreza de conteúdo do pensamento feminista é que o


feminismo é, primeiro que tudo, um movimento político. Tal como o marxismo, o
feminismo está mais interessado em mudar o mundo do que analisá-lo. Deste modo, na
maioria dos casos, elas não param um pouco para lançar um olhar equilibrado e racional
sobre a sociedade.

          Uma terceira razão para a pobreza do feminismo, é que este se refere à sociedade,
o que significa que a teoria feminista só pode ser tão desenvolvida quanto a sociologia
como todo. Muitas pessoas concordarão que a sociologia está longe de alcançar um
estado de desenvolvimento científico de uma disciplina, como por exemplo, a química.
Talvez seja por isto que a sociologia atrai tantos estudantes de esquerda.
Conclusão

O feminismo é uma teoria intelectualmente pobre, e não sobreviverá a um ataque


sistemático logo que a fraude do poder masculino seja desmascarada. O que falta agora
principalmente, entre os académicos masculinos, é a coragem para criticar a liderança
feminista. Até que isto mude, a denuncia do feminismo virá principalmente de mulheres
académicas e homens não académicos.

CAPÍTULO 15: MANIFESTAÇÕES DO FEMINISMO

Introdução
Este capítulo faz um breve apanhado de algumas formas históricas do feminismo. Não se
pretende fazer um ataque ao feminismo, visto que este é um objectivo do resto do livro.
Pretende-se em vez disso, fazer uma retrospectiva histórica da ideologia feminista e do
movimento político, que ficou conhecido pelo Movimento de Libertação das Mulheres, ou
Movimento de Mulheres. A única diferença entre estes dois termos é que a palavra
“feminismo” é por vezes usada para se referir simplesmente a teoria ou ideologia, enquanto os
termos “movimento de mulheres” ou “movimento de libertação das mulheres” referem

-se também a actividades políticas.

          O meu estudo não é completo nem actualizado. Particularmente, a Internet e o


aumento dos movimentos internacionais de Homens/Pais estão a tomar um impacto que
só os historiadores e escritores futuros podem descrever. O meu objectivo é apenas
indicar os principais temas e exigências do feminismo nos últimos séculos para
contextualizar os assuntos abordados nos capítulos anteriores e outros, que eu ou outros
poderemos abordar no futuro.

Feminismo individualista/liberal

O feminismo individualista recebeu a sua primeira formalização com a obra “A


Vindication of the Rights of Woman” de Wollstonecraft (1792). Isto foi durante a teoria
social e política individualista no decorrer do século XVIII, que terminou com o
segundo tratado do governo de John Locke, de acordo com o qual a lei suprema era o
bem estar da população. Foi um passo modesto do princípio estabelecido de olhar para
vários categorias da população, tais como as mulheres, e perguntar o que é que o
sistema fez por elas. Do nosso actual ponto de vista, podemos perguntar quais as
tendências das pessoas que decidiram quais as categorias de pessoas a investigar, mas
isto é outra questão.

Charvet (Feminism, London: Dent, 1982) descreveu “individualismo” como “o


entendimento de que a ordem política e social assenta na possessão de direitos pelos
indivíduos ... o principal conteúdo dos direitos é geralmente entendido como
consistindo na liberdade do indivíduo para fazer o que quer sem ser incomodado por
outros” ( págs. 6-7).
Foi este tema que Wollstonecraft referiu 192 anos antes fazendo notar que quando
alguém se refere a “pessoas” ou “humanos”, refere-se sempre a homens. As mulheres
são vistas principalmente em relação aos homens, isto é, como companheiras sexuais e
educadoras das crianças dos homens, etc.. Wollstonecraft afirmou que as mulheres
devem ser vistas acima de tudo como pessoas de pleno direito, e só depois como donas
de casa e esposas, etc. dos homens.

Wollstonecraft baseou a sua reivindicação ou pretensão no facto de as mulheres, tal


como os homens, serem superiores aos animais, isto é, seres racionais. Considerou
irrelevante que os homens fossem melhores a fazer certas coisas que as mulheres. Posto
que as mulheres eram racionais, eram capazes de se governarem a si próprias. Os
homens diferem nos seus talentos, mas isto não foi usado como um argumento contra os
direitos políticos iguais para todos os homens.

          Wollstonecraft não concordava, é claro, que as mulheres fossem menos dotadas
que os homens. O seu ponto de vista era que mesmo as pessoas que pensavam que as
mulheres eram menos dotadas deviam concordar que elas deveriam ter direitos de seres
humanos.

          Uma controvérsia importante em “A Vindication of the Rights of Woman” é que


os homens usam o sistema educativo para ensinar as raparigas a desempenharem
funções “de mulheres” que os homens lhes destinaram. Este é, de facto, um assunto
corrente em toda a literatura feminista. Wollstonecraft exigiu igualdade de direitos entre
homens e mulheres. Não disse muito sobre direitos políticos para as mulheres, apesar de
haver indicação de que também pretendia escrever alguma coisa sobre este assunto. A
obra The Subjection of Women, de John Stuart Mill, no século XIX, constituiu um
trabalho importante, escrito sob influência da sua esposa, Harriet Taylor. As propostas
de Mill eram semelhantes às de Wollstonecraft, mas iam mais além, dizendo que as
mulheres deveriam votar. No que se referia ao emprego, também aqui ele diz que as
mulheres deveriam ter liberdade de entrar em lugares da sua escolha (incluindo o
casamento e a educação das crianças, se fosse essa a sua opção).

          O fundamental da filosofia de Mill, o Utilitarismo, é a ideia de escolher o melhor


para o maior número de pessoas. De acordo com algumas autoridades sobre o trabalho
de Mill, a noção de “igualdade”, que é a base geral dos escritas feministas, parece não
transparecer dos princípios utilitaristas. Não é logicamente necessário que “igualdade”
entre diferentes grupos ou indivíduos numa sociedade conduza inevitavelmente ao
maior bem para o maior número de pessoas.

          Podemos argumentar, por exemplo, que algumas pessoas são melhores a
produzirem riqueza que outras. Deste modo, se pretendermos maximizar a riqueza de
uma sociedade, temos que estabelecer direitos e privilégios especiais para estas pessoas
de modo a que elas possam atingir o nosso objectivo global de maximizar o bem estar
material da população como um todo. Mill teve que juntar o princípio da igualdade em
quase tudo antes de poder construir o seu argumento feminista. Apesar disso, tentou
demonstrar como toda a gente beneficiaria da garantia da igualdade legal entre mulheres
e homens, visto que a mesma traria um ganho na quantidade de felicidade para a espécie
humana. Isto, porque de acordo com o trabalho anterior de Locke, a “servidão” das
mulheres no casamento tornava muitas delas infelizes.
          Mill disse também que a espécie humana beneficiaria se o potencial da mulher
fosse libertado, educado, e empregado no benefício de todos. E os casamentos seriam
mais felizes se homens e mulheres fossem igualmente bem educados. Ele acreditava que
a felicidade no casamento dependia dos esposos serem tão similares quanto possível.

          Em resposta à objecção de que as mulheres não têm as mesmas capacidades que
os homens, Mill apoiou a posição Wollstonecraft de que isto parecia verdadeiro devido
apenas ao modo como eram educadas. Se fossem educadas do mesmo modo que os
homens, deveriam ter as mesmas capacidades. Defendeu também que como as mulheres
eram já nitidamente capazes de executar uma grande variedade de tarefas, isto provava
o seu direito a uma maior gama de empregos.

          No decorrer do século XIX, as feministas obtiveram maiores oportunidades de


formação em escolas e universidades e admissão a uma gama mais alargada de
profissões. As leis relacionadas com o divórcio, os direitos de propriedade das mulheres
casadas, e controlo das crianças no casamento foi também modificado no sentido de
favorecer as mulheres. Também no início do século XX, pelo menos, as mulheres
ganharam privilégios em muitos países ocidentais. A primeira vitória para as feministas
foi obtida em 1869, quando as mulheres tiveram direito de voto no estado americano de
Wyoming, e o primeiro estado soberano a dar direito de voto às mulheres foi a Nova
Zelândia, em 1893. O primeiro país europeu a emancipar as mulheres foi a Finlândia,
em 1906.

          Após a emancipação das mulheres ser obtida em muitos países, a Segunda Guerra
Mundial interveio. Isto causou possivelmente uma brecha na luta política feminista,
possivelmente porque elas não queriam ser forçadas a servir como militares na linha da
frente. Seria razoável esperar delas esta obrigação, visto que continuaram activas
durante a guerra. E quando a guerra terminou, as pessoas precisaram de algum tempo
para esquecer os homens que perderam a vida ou os membros na guerra. Coole (Women
in Political Theory*, Sussex: Wheatsheaf Books, 1988, p. 234) caracterizou esta brecha
como “uma ressurgencia de ideias e práticas antifeministas”.

          Mas seguramente, após um intervalo conveniente, uma mentalidade de paz


envolveu as sociedades ocidentais de modo que a hipocrisia de algumas exigências de
“igualdade” feministas não eram tão obviamente absurdas. É natural que a maioria das
pessoas prefira ver a guerra como um pesadelo do qual é preciso acordar o mais
rapidamente possível! E de uma perspectiva feminista insensível, os homens são sempre
dispensáveis.

          Este período pós-guerra constitui uma autêntica segunda vaga de feminismo, um
tempo em que parecia natural a sociedade focar-se mais no modo como o papel da
mulher na família evitava que elas tivessem uma carreira com as exigências das dos
homens. Esta atitude implica que o papel da esposa e mãe seja inferior ao do de
assalariada no local de trabalho (ou escrava do salário, como há quem diga).

          Um livro na linha de pensamento feminista individualista tradicional é o The


Feminine Mystique de Betty Friedan (1963), que seguiu de perto os calcanhares de
Simone de Beauvoir (1953) em The Second Sex. O objectivo de Friedan era que a
sociedade e as vidas das mulheres se organizassem para maximizar as capacidades das
mulheres terem uma carreira e uma família. Ela pensava que na classe média americana,
suburbana e branca, as donas de casa heterossexuais estavam sujeitas a sentirem-se
entediadas e vazias, a não ser que tivessem um emprego fora de casa:

     A ciência não deverá deixar as donas de casa demasiado cansadas. Deve sim, preocupar-se

em criar a ilusão de um sentido de realização de que as mulheres precisam (The Feminine

Mystique, 4th Dell Printing, June 1964, p. 172).

Claro que isto não deverá ser problema em países e classes sociais onde abundam os

electrodomésticos. Mas o que é mais interessante aqui é como Friedan parece ter como

verdade que qualquer sentimento de realização por parte das donas de casa seja uma “ilusão”.

Este é um ponto de vista muito subjectivo. Ironicamente, Friedan não sente, obviamente, que

a realização de uma carreira fora de casa seja ilusória, quer para o homem quer para a mulher,

como não acredita que uma mulher possa ser ao mesmo tempo feminina e completamente

humana:

Escolhendo a feminilidade em vez de uma identidade completa mas dolorosa, nunca

encontrando o âmago de si próprias que se obtém não da fantasia mas da compreensão da

realidade, estas raparigas estão destinadas a sofrer de um aborrecido e difuso sentimento de

inutilidade, inexistência, não envolvimento com o mundo que se pode chamar anónimo, ou

falta de identidade, ou apenas sentir um problema que não tem nome (The Feminine

Mystique, 4th Dell Printing, June 1964, p 172).

          Esta é a mesma confusão de papeis sexuais que tem afectado muitas feministas.
Qualquer coisa que elas gerem para comparar a feminilidade com falta de identidade. O
que isto demonstra realmente é a frustração que sentiram as escritoras feministas com a
necessidade de se conformarem com modelos femininos, ao mesmo tempo que
quiseram converter mais mulheres às suas personalidades mais masculinas. Quiseram
tirar poder à mulher feminina e atractiva, cuja personalidade era centrada na cooperação
com o homem, e criar um grupo de mulheres cuja personalidade era centrada na
competição com os homens. Claramente as feministas lésbicas são apenas o extremo
deste movimento lésbico encoberto. Desta perspectiva, o famoso “problema que não
tem nome” de Friedan é actualmente o “problema” da heterossexualidade. Não se lhe
pode dar um nome, porque o seu verdadeiro nome repelirá os convertidos. Sobre isto,
alguns consideraram Friedan menos radical que as suas predecessoras:
          O livro The feminine Mystique, de Betty Friedan (1963), foi nalguns aspectos
menos radical que os de Wollstonecraft, Taylor ou Mill. Apesar da ideia implícita de
Friedan de que a mulher é a classe sexual sem poder, ela escreveu frequentemente como
se as mulheres individuais pudessem, através de simples esforço, atingir o poder da
classe sexual conhecida por “homem”. A sua tendência, pelo menos em The Feminine
Mistique, foi esquecer que isto é mais fácil de dizer do que de fazer (Tong, Feminist
Thought: a Comprehensive Introduction, Boulder, Colorado, Westview Press, 1989, p.
22).

          Tong criticou Friedan por não ter sido suficientemente exaustiva para ver as
barreiras que se colocavam às mulheres para encontrarem carreira fora de casa. No
entanto, várias anos mais tarde, Friedan remediou em parte esta omissão com um
segundo livro, The Second Stage:

          Na primeira fase, o nosso objectivo foi a participação completa (do movimento
das mulheres), ... Mas fomos desviadas do nosso sonho. E na nossa reacção contra a
mística feminina, que definia as mulheres apenas em termos da sua relação com os
homens como esposas, mães ou donas de casa, parecemos por vezes cair na mística
feminista que negava este centro de realização feminina que é o amor, a procriação e a
casa (Friedan, op. cit., 27).

Deste modo o principal do feminismo liberal/individualista incidiu na remoção de barreiras que

evitavam que a mulher competisse com o homem numa mesma base salarial. Esta

permaneceu a sua principal batalha, apesar de muitas destas barreiras deixarem de existir.

Ironicamente, uma interpretação estrita do paradigma feminista liberal/individualista não e

ajusta bem ao pensamento feminista actual: Se as mulheres continuam a não se sentir tão

bem na vida pública como os homens, a responsabilidade é delas próprias. Não podemos dizer

que alguma desigualdade existente entre homens e mulheres no local de trabalho possa ser

atribuída a barreiras sexuais.

Esta questão é relevante em questões tais como o que é que acontece às mulheres quando

regressam ao trabalho após uma interrupção de vários anos a criar os seus filhos. Algumas

feministas defendem que elas devem regressar com o mesmo nível salarial e hierárquico que

teriam se não tivessem interrompido. Eu considero esta posição feminista injusta por três

razões:

Primeiro, o empregador garante o nível hierárquico (teoricamente) não na base da idade, mas

na experiência e qualificação ganha. Uma pessoa que esteve ausente do local de trabalho não
adquiriu o mesmo nível de experiência e qualificação. As feministas responde que ser mãe dá

mais experiência, o que é um argumento absurdo. Isto depende de que emprego nos estamos

a referir. Claro que ser mãe pode ser uma experiência relevante para uma carreira de ama,

cozinheira, enfermeira ou outro que lide com crianças. No entanto, é irrelevante para uma

carreira de escriturária, técnica de laboratório, polícia ou mineira!

          Segundo, o que fazer com pessoas que se ausente por outras razões? Seria
absurdo e injusto garantir-lhe a mesma evolução e salário dos colegas que
permaneceram no local de trabalho, mas seria igualmente absurdo e injusto negar-lhes a
facilidade dada às mães que regressaram.

          Finalmente, as mulheres que têm crianças fazem-no (normalmente)


voluntariamente, e conceber crianças é uma ocupação, por si só, bastante
recompensadora. Não é como se alguém as forçasse. As feministas que acreditam que
todos os homens estão envolvidos numa conspiração perversa e patriarcal para subjugar
todas as mulheres são paranóicas.

          Certamente que alguns homens sentem satisfação em serem o sustento da família
e serem esperados em casa pelas mulheres. Mas também é verdade que as mulheres não
são as únicas a escolherem entre as crianças e as carreiras, e por outro lado aos homens
estão vedados os prazeres da maternidade, isto é, as mulheres têm a faca e o queijo na
mão, especialmente em caso de divórcio ou separação.

          Chegou o tempo em que as feministas individualistas atingiram a maioria dos


seus objectivos nos países ocidentais. Um cínico pode acrescentar que o feminismo está
agora a sofrer da necessidade de uma nova reivindicação para fazer. Certamente, uma
vez que um movimento político atinge os seus objectivos, estes objectivos tornam-se
parte do seu estatuto e o movimento tem assim liberdade de fazer uma introspecção para
ver se está completamente satisfeito, ou se pensa que podem ser feitos posteriores
melhoramentos.

          Geralmente, quando os activistas atingem os seus objectivos políticos tendem a


descansar sobre os seus louros, havendo uma interrupção até que cresçam novas
gerações que tomem estes objectivos como garantidos e pensem a fazer novas
campanhas. No entanto, a recente institucionalização e financiamento do feminismo
perpétuo através de departamentos de estudos sobre mulheres, ministérios de assuntos
de mulheres e organizações de mulheres financiadas pelo estado e por privados estão a
contrariar esta tendência.

Feminismo Socialista/Marxista

Discutirei também o feminismo socialista e marxista em parte porque ambos sofreram


com a queda da influência do socialismo e do marxismo no mundo. Isto resultou do
colapso da URSS e dos seus governos satélites na Europa do Leste. Deste modo já não
tem importância que justifique um tratamento separado. Uma outra razão para os juntar
é que algumas pessoas acham que o feminismo socialista sucedeu ao feminismo
marxista. Finalmente, eles são muito semelhantes como Tong explica:

Enquanto o feminismo socialista acredita que género e classe desempenham um papel


aproximadamente igual na explicação da opressão feminina, o feminismo marxista
acredita que a classe considera melhor o estatuto e função das mulheres. No
capitalismo, dizem elas, as mulheres da burguesia não estão sujeitas ao mesmo género
de opressão que estão as mulheres do proletariado. O que é, então, diferente no
feminismo marxista é que este convida todas as mulheres, quer sejam proletárias quer
sejam burguesas, a compreender a opressão das mulheres não tanto como resultado de
acções intencionais individuais, mas como produto das estruturas política, social, e
económica associadas ao capitalismo (Tong: *Feminist Thought: a Comprehensive
Introduction, Boulder, Colorado: Westview Press, 1989, p. 39).

Foi o feminismo socialista, juntamente com o feminismo radical, que esteve na


vanguarda do feminismo de segunda vaga. O socialismo (incluindo o
socialismo/comunismo marxista) foi um movimento muito diversificado. Com poucas
excepções (tais como o escritor francês Proudhon), os socialistas têm favorecido o
feminismo desde o início. Há possivelmente duas razões para isto: A primeira, o
socialismo nasceu num estágio histórico posterior ao individualismo, quando o
feminismo era já uma ideologia conhecida; a segunda, o socialismo era geralmente
antagonista à família como instituição. Este facto era atractivo para aquelas feministas
que queriam desligar as mulheres do seu papel tradicional na família.

Em muitas formas de socialismo, não havia direito da família possuir a sua própria
propriedade e passá-la às gerações futuras. Assim não havia necessidade de criar as
crianças em privado ou de ligar a mulher à casa. Ironicamente, no entanto, se de todo
não havia propriedade privada (isto é, se não se tinha sequer direito ao seu corpo), então
a violação, tal como a conhecemos, seria legalmente impossível:

Qualquer ideologia que rejeite todo o amor próprio não tem base para proibir crimes tais
como a violação, o roubo, ou o assassínio. Na sua raiz, o altruísmo absoluto é crime:
“Poderás negar a outro o uso do teu corpo para aliviar o seu desejo sexual? Que
egoísta!” “Não queres permitir que outros tomem as tuas possessões para poderem ter
um nível de vida aceitável? Que malvado!” “Não permitis que outros sacrifiquem a tua
vida às suas boas causas? Que arrogante! (Van Mechelen, 1991,
www.backlash.com/book/abort.html)

Assim crimes tais como a violação têm que ser definidos e entendidos em diferentes
termos, se é que existem.

          Um dos trabalhos mais importantes do feminismo socialista tradicional é o The


Second Sex de Simone Beauvoir. Influenciada por Jean-Paul Sartre, ela era uma
existencialista tal com era marxista.  O Woman Estate de Juliet Mitchell (1971) foi
outro trabalho de influência marxista. Ela concorda com o esforço das feministas
radicais para encorajar as mulheres a analisarem a sua situação, mas pensa que os
resultados deste processo de análise precisa da sobreposição da teoria marxista para
fazer sentido.
          Uma das principais questões das feministas marxistas é o trabalho doméstico.
Mantém que mesmo quando as mulheres têm empregos a tempo inteiro o seu trabalho
doméstico mantém-se inalterado e subvalorisado: Se as mulheres não o fizerem
livremente, alguém tem que ser pago para fazer as compras, cozinhar, limpar a casa,
cuidar das crianças, etc.. Mas as sociedades capitalistas, afirmam elas, vêm as mulheres
como meras consumidoras (usando o dinheiro que os maridos ganham no seu trabalho).

          Algumas feministas marxistas acreditam que as mulheres são oprimidas porque
são vistas basicamente como parasitas, o trabalho de casa é fácil e de pouco valor.
Apelaram assim à socialização e colectivização do trabalho doméstico. Pretendem que
as pessoas vivam em comunidade, e assim criar crianças, cozinhar, e fazer trabalho
doméstico é feito em grande parte por trabalhadores pagos. Este trabalho terá um valor
monetário e o seu valor será oficialmente reconhecido, mesmo que continue a ser feito
maioritariamente por mulheres.

          Outras marxistas feministas argumentam que o trabalho da mulher em casa, na


sua casa própria, deverá ser remunerado. Esta remuneração deverá ser paga pelo
governo. De acordo com Tong (1989), no entanto, há outro ponto de vista do feminismo
marxista que considera que pagar às mulheres para fazerem o seu trabalho tem três
desvantagens:

1.      Faz com que as mulheres fiquem mais isoladas nas suas casas. O seu trabalho será
cada vez mais trivializado, quanto mais electrodomésticos estiverem disponíveis.
Deverão ficar cada vez mais presas da vida suburbana.

2.      O relacionamento da mulher com o resto da sua família será colocada numa base
comercial, quando muitos marxistas pretendem evitar aquilo que eles chamam de
tendência capitalista para pagar tudo.

3.      Será incrementada a tradicional divisão sexual do trabalho, tornando mais provável
que os homens vão trabalhar para fora de casa enquanto as mulhers ficam em casa.

Feminismo Existencialista

Como referido acima, Simone de Beauvoir foi existencialista e marxista. Isto leva 
autores tais como Tong (1989) a classificar-se como fundamentalmente feminista
existencialista, mais do feminista marxista.

Para entender completamente o feminismo existencialista, temos que entender o


existencialismo, e está fora dos objectivos deste livro entrar em detalhes sobre a teoria
existencialista. No entanto, a característica essencial do feminismo existencialista é que
toma as categorias positivas e activas do existencialismo e aplica-as aos homens, e toma
as categorias negativas e passivas do existencialismo a aplica-as às mulheres, colocando
assim as mulheres em desvantagem e oprimidas.

Simone de Beauvoir, em o The Second Sex, deu provavelmente a chave teórica do


feminismo do século XX, dando uma explicação existencialista da situação da mulher.
De Beauvoir argumentou que a mulher é oprimida devido a ser “a outra”, porque é não-
homem. O homem é o centro, livre, determinado a definir o sentido da sua existência, e
a mulher é a Outra, o objecto cujo sentido lhe é determinado. Se a mulher se tornar o
centro, o sujeito, ela pode, tal como o homem, transcender as definições, as etiquetas, e
as essências que limitam a sua existência. Pode tornar-se naquilo que quiser (Tong,
Deam (1992), Don’t blame me, daddy – False accusations of child sexual abuse: A
parent’s tragedy, Norfolk, Virginia: Hampton roads press, 6).

Feminismo cultural

O trabalho Woman in the Nineteenth Century de Margaret Fuller (1845) foi o primeiro
do feminismo cultural. O feminismo cultural tenta persuadirnos de que o homem e a
mulher não só são diferentes um do outro, mas os valores das mulheres são superiores
aos dos homens e como tal devem suplantá-los. Por outras palavras é a supremacia
feminina.

E sobre as mulheres mal comportadas? A maioria das feministas insiste que isto é o
resultado da socialização, educação e crescimento em sociedades patriarcais. No
entanto, pela mesma lógica, os aspectos supostos positivos dos valores femininos devem
provir da mesma fonte. Isto significa que quer os aspectos positivos quer os negativos
dos valores e comportamentos das mulheres podem desaparecer como resultado de uma
engenharia social proposta pelas feministas culturais!

Enquanto as feministas liberais do século XIX se concentraram em questões políticas e


legais, as feministas culturais examinaram instituições tais como religião, casamento, e
lar. Olharam para a possibilidade de igualdade política e legal entre homens e mulheres
para provocar as  mudanças na sociedade que acreditavam que poderiam ou deveriam
resultar dessa igualdade. A ideia era de que o homem tem criado a desordem e a mulher
poderá fazer melhor na gestão do mundo.

          Algumas feministas culturais acreditam no mito de um matriarcado primordial,


quando o pacifismo, cooperação, aceitação não violenta de diferenças, e uma
harmonização da vida pública estavam na ordem do dia. Isto estava em contraste com a
destruição, a tirania, e guerra que se supõem características do patriarcado. Usando a
palavra mito, não quero dizer que esta crença seja necessariamente incorrecta, apenas
que isto é assunto não provado pela história, que é uma questão central para uma
explicação da sociedade.

          Incapazes de encontrar “matriarcados” actualmente, muitas feministas refugiam-


se na invenção de um paraíso matriarca idílico perdido nos mitos obscuros da pré-
história. Apesar de não haver evidência aceitável para isto, ele tem sido aceite como
facto dos Estudos sobre Mulheres (www.patriarchy.com/~sheaffer/patriarchy.html).

          O darwinismo social (Spencer, 1851) teve uma influência importante no


feminismo cultural. Esta teoria aplicou a noção quase darwiniana da “sobrevivência do
mais bem ajustado” às sociedades humanas, raças e pessoas individuais. Isto implicou
que qualquer sociedade bem sucedida encontrou sucesso em virtude de ter
características que a tornam mais ajustada que as sociedades rivais. As sociedades
podem ajustar-se de vários modos, incluindo:

1.      Taxa de nascimentos;


2.      Taxa de mortalidade infantil;

3.      Longevidade;

4.      Produção de alimentos;

5.      População total;

6.      Área total de terra;

7.      Sucesso em guerras, etc.

O darwinismo social atribuiu alto valor à agressão masculina e competitividade. Alguns


darwinistas sociais têm mesmo favorecido competições assassinas e guerra como
mecanismos selectivos apropriados. No entanto, outra escola de darwinismo social
menos publicitada pensa tal como Charlotte Gilman (1898), em Women and Economics,
previu uma tendência diferente. Acreditavam que a humanidade estava envolta numa
organização colectiva, que requeria mais ou menos competição, mais ou menos
altruísmo ou egoísmo.

Feminismo psicoanalítico

O âmago do pensamento do feminismo psicoanalítico é qualquer coisa deste género:

O feminismo psicoanalítico encontra a causa da opressão feminina embebida no fundo da sua

psique. ... O complexo de Oedipus, processo pelo qual o rapaz encontra o seu primeiro objecto

de amor na mãe, para escapar à castração pelo seu pai. Como resultado de submissão do seu

desejo ao superego (consciência social colectiva), o rapaz está completamente integrado na

cultura. Juntamente com o seu pai ele cria regras sobre a natureza e sobre a mulher, tendo

ambos semelhante poder irracional. Em contraste com o rapaz, a rapariga, que não tem pénis

para perder, separa-se lentamente do seu objecto de amor, a mãe. Como resultado, a

integração das raparigas na cultura é completa. A rapariga existe na periferia ou à margem da

cultura, como aquela que não regulamenta mas é regulamentada, em grande parte porque ...

teme o seu próprio poder (Tong: *Feminist Thought: a Comprehensive Introduction, Boulder,

Colorado: Westview Press, 1989, p. 5).

A teoria psicoanalítica, no entanto, é altamente especulativa, e não suficientemente refutável

(no meu ponto de vista)  para ser considerada uma teoria “científica”. Além disto, há aqui
aspectos que eu considero implausíveis, particularmente a noção de que as mulheres estão

menos integrados na cultura que os homens. As mulheres atingem a maturidade (social e

sexual) antes dos homens, e adquirem normalmente uma mais completa interiorização das

normas culturais, isto é, são “melhor comportadas” que os homens. A sociedade reflecte

melhor os valores femininos que os valores masculinos e dirige os comportamentos

masculinos no sentido de suportar e proteger as mulheres. A ideia de que a natureza se

assemelha mais com a mulher do que com o homem é também altamente discutível.

Feminismo radical

As feministas radicais tendem a rejeitar o Estado em si mesmo, para não mencionar


muitas instituições dentro dele, como uma estrutura patriarcal. Elas acreditam que não
seja uma instituição neutra que serve de mediadora entre forças, nem um fórum dentro
do qual as mulheres possam atingir os seus objectivos políticos (como as feministas
liberais pensam).

O feminismo radical é um produto da Segunda Vaga e retomou o trabalho onde as


facções anteriores o deixaram. Poucas das suas ideias foram implementadas ao contrário
do feminismo individualista ou do feminismo socialista, no entanto:

Foi o feminismo radical que foi teoricamente o mais inovador, rejeitando definições
tradicionais de políticas e teorias, enquanto condenava todas as teorias anteriores como
patriarcais. Ao contrário da aproximação marxista, não se esforçou para incorporar
mulheres na estrutura política preexistente, tentou em vez disso mudar toda a nossa
percepção de sociedade, e reestruturá-la em termos de um conjunto radicalmente novo
de conceitos centrados na mulher. O seu objectivo tem sido formar novas identidades
políticas. Reclamar linguagem e cultura dos seus modelos masculinos e atingir poder
político significativo, reafirmar natureza humana e desafiar os valores tradicionais
(Coole, D. H., 1988: Women in Political Theory, p. 235).

A principal diferença entre o feminismo radical e outros tipos de feminismo é que o


primeiro nega quaisquer diferenças psicológicas entre os sexos. De acordo com este
ponto de vista a criação e a educação eram tidas como as causas dos diferentes
comportamentos entre homens e mulheres. E a função de uma criação e educação
diferente entre homens e mulheres era suposto ser o suporte da instituição de domínio
masculino (patriarcado). As feministas radicais reclamam a abolição de todos os papeis
de diferenciação sexual e a criação de uma sociedade androgínica.

Alguns feministas radicais ... perseguem a lógica dos seus analistas até ao ponto onde um

movimento unido de mulheres de esquerda não conseguem compreender. No seu ponto de

vista, as capacidades fisiológicas das mulheres para a reprodução são análogas à produção
material da classe trabalhadora do marxismo tradicional. As mulheres, constituem uma classe,

do mesmo modo que os trabalhadores. Como a classe trabalhadora se deve tornar uma classe

por si própria para controlar a produção, então também as mulheres devem ter controlo sobre

a sua reprodução para se tornarem livres. Uma extensão da analogia de classe deve conduzir à

ideia de destruição da classe previamente dominante (o homem), ou pelo menos separar-se

dela. As radicais exigem que o lesbianismo seja considerado não apenas uma questão de

liberdade de escolha mas uma prática política essencial às feministas (Meehan, Elizabeth

(1990): British Feminism from the 1960s to the 1980s, pp. 191-2).

Um dos trabalhas feministas mais conhecidos sobre sexualidade é The Female Eunuch
de Germaine Greer (1971). Este livro é um dos clássicos do feminismo radical. É radical
no sentido de que defendem o povo de um modo ao qual Betty Friedan nunca chegou.
Colocando a instituição feminina em oposição à instituição masculina, como sugeriu
Friedan, não ajudaria muito as mulheres, de acordo com Greer.

          Shulamith Firestone (1970), em The Dialect of Sex começou na categoria do


feminismo socialista e do feminismo radical. Este livro é invulgarmente inteligente,
claro, lúcido, e directo na sua aproximação aos padrões feministas. Isto não significa, no
entanto, que o que afirma seja verdadeiro ou não distorcido. Ela provavelmente acabou
em alguma instituição psiquiátrica o que não considero grande surpresa.

          Ela pensou que onde o feminismo radical e a biologia humana discordarem, tem
que ser a biologia humana a decidir! Por outras palavras, ela estava suficientemente
lúcida para ver alguns dos tipos de conflitos entre a teoria feminista radical e a
realidade, que eu notei, mas que tal como muitos outros ideólogos, não se deteve a
observar. Deste modo ela estava relutante em aceitar as consequências negativas das
suas crenças, e as pressões sobre a sua sanidade mental deviam ter sido extremas. As
feministas mais recentes solucionaram estes problemas mentindo sobre factos e
perseguindo sociedades inteiras a acreditar em disparates completos (como vimos em
capítulos anteriores). Quando sociedades inteiras acreditam em mentiras, chama-se a
isto “ideologia”, “superstição” ou “religião” e os indivíduos mantém a sua sanidade
mental porque todos em volta estão igualmente iludidos

          Firestone baseou a sua análise nas afirmações seguintes, em parte incontroversas,
para que chamou a “família biológica”:

1. Que as mulheres através da história antes da possibilidade de planeamento familiar


estavam constantemente sujeitas à sua biologia, menstruação, menopausa, e “doenças
femininas”, partos dolorosos constantes, amamentar e cuidar de bebés, tudo actividades
que as tornava dependentes dos homens .. para a sobrevivência física.
2. Que os bebés humanos precisam ainda de mais tempo para se criarem que os outros
animais, sendo assim incapazes de ajudarem, e até, pelo menos durante um pequeno
período, dependentes dos adultos para a sua sobrevivência.

3. Que uma interdependência básica mãe/criança têm existido, de alguma forma, em


todas as sociedades do passado e do presente, e assim tem moldado a psicologia de
todas as crianças e mulheres adultas.

4. Que as diferenças reprodutivas naturais entre os sexos conduziu directamente à


primeira divisão do trabalho na origem das classes, assim como no aparecimento do
paradigma de casta (discriminação baseada em características biológicas) (ibid, 8-9).

Há uma imprecisão significativa no fim deste quarto ponto. Os termos “na origem das
classes” e “paradigma” parecem implicar que a divisão sexual do trabalho foi uma
précondição para o aparecimento dos fenómenos de classe e casta. Firestone torna esta
pretensão explícita (apesar de não dar qualquer evidência para isso) na sua definição de
materialismo histórico:

Materialismo histórico é a visão do curso da história que procura a causa e o motor de


todos os acontecimentos na dialéctica do sexo:  A divisão da sociedade em duas classes
biológicas distintas para a reprodução, e a luta entre estas classes, nas mudanças dos
modos de casamento, reprodução e educação de crianças no seio destas lutas, no
relacionado desenvolvimento de outras classes através de diferenças físicas (castas), e
na primeira divisão do trabalho (económica e cultural) baseada no sexo que se
desenvolveu no sistema de classes.

Apesar do seu crédito, Firestone desprezou os esforços de algumas feministas para


atribuir as causas destes factos a factores ambientais. Baseou-se também a quase
universalidade desta classificação na espécie humana e outros animais. Se a causa está
no ambiente, porquê tão poucas excepções?

          É neste ponto que ela deixa de ser desapaixonada ou objectiva e começa a
vaguear numa lógica verdadeiramente obscura e pantanosa sobre “distorções
psicossexuais” da personalidade humana que se deduzem dos quatro factores acima.
Tem obviamente em mente, de forma implícita,  uma “normalidade psicossexual”
feminista utópica. Considera-se claramente qualificada para fazer estes julgamentos
arrebatadores. Assume simplesmente que quase todas as personalidades estão
“distorcidas” e apenas ela e alguns amigos são “normais”.

          Tal como muitas feministas, ela considera esta vaga argumentação uma base
suficiente para provar a “tirania (dos homens, claro) sobre as mulheres e as crianças”,
que acredita ter uma base biológica. No entanto, pensa ela, a tecnologia moderna torna
isto falível tornando possível derrubar a causa biológica da presente estrutura de poder
sexual. Isto é aonde chega a sua utopia psicossexual. Argumenta que as mulheres devem
tomar o controlo da “nova biologia populacional e de todas as instituições sociais de
ajuda e educação de crianças”. O mais radical na sua utopia é que não deverá haver
coisas tais como família ou comunidade, mas apenas indivíduos desligados com
relações esporádicas:
     As diferenças genitais entre os seres humanos não devem ter implicações culturais. A

reprodução das espécies por um dos sexos em benefício dos dois deveria ser (ou pelo menos

existir como opção) substituída por reprodução artificial. As crianças deveriam nascer

igualmente para ambos os sexos, ou independentemente dos dois ... a dependência das

crianças em relação à mãe (ou vice versa) deveria dar lugar a uma pequena dependência  em

relação a outros pequenos grupos ... A divisão do trabalho deveria terminar pela eliminação

completa do trabalho (cibernética). (op. cit.)

Pessoas como Geoge Gilder e Camille Paglia, por seu lado, consideram o homem e a
mulher essenciais um ao outro mesmo que as tecnologias futuras possam tornar o sexo
irrelevante (ver Van Mechelen, www.backlash.com/book/clones.html, 1992), mas este
não é um assunto que eu queira discutir aqui. Um ponto de vista mais tradicional das
diferenças físicas entre homens e mulheres pode ser caracterizado do seguinte modo:

(1) As pessoas nascem com hormonas, anatomia, e cromossomas quer de homem quer
de mulher; (2) As mulheres estão destinadas a ter um papel reprodutivo mais incómodo
que os homens; (3) Os homens, apesar de iguais noutros aspectos,  devem exibir traços
psicológicos “masculinos” (por exemplo, firmeza, agressividade, dureza, racionalidade
ou capacidade de pensar logicamente, capacidade abstracta ou analítica de controlar as
emoções), enquanto as mulheres devem, apesar de iguais noutros aspectos, exibir traços
psicológicos “femininos” (por exemplo, gentileza, modéstia, humildade, disponibilidade
para ajudar, empatia, compaixão, ternura, capacidade educativa, intuição, sensibilidade,
generosidade); e (4) a sociedade deve preservar esta ordem natural, assegurando-se de
que os seus homens permanecem “masculinos” e as suas mulheres “femininas” (Tong,
Deam (1992): don’t blame me, daddy – False accusations of child sexual abuse: A
parent’s tragedy. Norfolk, Virginia: Hampton roads press)

          Não sou médico nem biólogo, mas geralmente aceita-se que no espectro das
características biológicas e influências hormonais haja uma larga gama de
“masculinidade” entre os homens, e uma larga gama de “feminilidade” entre as
mulheres. Deste modo não há pessoas 100% homens nem 100% mulheres, mas graus de
masculinidade e feminilidade. (ver Brain Sex: The Real Difference Between Men and
Women, Moir & Jessel, 1993)

          É também possível alterar cirurgicamente a anatomia das pessoas juntamente com
o seu equilíbrio hormonal. Germaine Greer, por exemplo, disse na televisão que assim
que começou a tomar testosterona (hormona masculina) como tratamento para a
menopausa começou a conduzir agressivamente o carro, como um homem! Assim, se
podemos corrigir artificialmente as nossas características sexuais primárias e
secundárias, temos justificação para o fazer? E em que circunstâncias? Tendo aptidão
tecnológica, a questão mais importante levantada pelas feministas radicais é se a
sociedade tem obrigação moral de a) manter a divisão sócio-biológica entre homens e
mulheres, como aspecto positivo em si mesmo; b) usar todos os meios de engenharia
social e biotecnológica à disposição para reduzir, ou mesmo eliminar as diferenças
físicas e sociais entre homens e mulheres, tendo em conta que estas diferenças foram
ultrapassadas pela biotecnologia e conduzem a desigualdades sociais; ou c) considerar
que a diferenciação dos seus cidadãos em homens e mulheres não tem significância
moral.

          Eu defendo a opção c). A raça humana tem controlado o seu ambiente a par com
muitas preocupações com a sua destruição. Podemos chegar ao mesmo ponto com a
nossa sociabilidade, anatomia, personalidade e fisiologia. Em áreas tão diversas como
espécies animais e vegetais, culturas humanas e linguagens, a tendência do
“politicamente correcto” é a preservação da diversidade no seu próprio interesse. No
que respeita à nossa crescente capacidade para eliminar diferenças entre os sexos, pode
ser politicamente correcto querer preservar este tipo de diversidade, tal como os outros
tipos de diversidade referidos acima.

          Logo que os humanos tenham poder de mudar mais ou menos aspectos de si
próprios, tal como o fazem no ambiente, o verdadeiro objectivo da existência humana é
posto em causa. Uma coisa que não podemos criar cientificamente para nós próprios, é
os valores que precisamos para criar as nossas acções, porque podemos acabar por cair
nos valores tradicionais, por falta de algo melhor.

          Não podemos confiar apenas no feminismo para nos dar orientação moral na
entrada deste tentador novo mundo. Uma das principais fraudes do feminismo,
especialmente do feminismo radical, é a noção de que há qualquer coisa de
intrinsecamente inferior no papel tradicional de dona de casa e mãe. Esta atitude deriva
em parte do facto de não constituir emprego pago, mas não é racional assumir
simplesmente que o trabalho assalariado é necessariamente mais realizador ou válido
que o de dona de casa. Considere o valor colocado em férias mais longas ou semanas de
trabalho mais curtas em certos países. Se é tão desejável permanecer menos tempo no
trabalho, como pode ser desejável para as mulheres terem um emprego fora de casa.
Parece uma contradição.

          Um dos trabalhas feministas mais influentes dos últimos tempos foi o Sexual
politics de Kate Millet. A sua tese central é que podemos caracterizar o relacionamento
entre os sexos em termos políticos. Esta aproximação aparentemente deriva
originalmente de Wilhelm Reich, e está correcta. No entanto, será mais razoável ser
mais equilibrado que as feministas sobre o relacionamento político actual que existe
entre os sexos. Millet parte das seguintes assunções:

1. Os Estados Unidos (e países semelhantes) são “patriarcas”;

2. Isto é evidente tendo em conta o facto de que os políticos não principalmente


homens;

3. Este poder dos homens sobre as mulheres aplica-se a todos os aspectos da sociedade,
incluindo a família.

Millet não faz estas reivindicações de forma clara e explicita, mas é evidente que
acredita nelas. O feminismo estabeleceu-se numa tal extensão que estas crenças são
vistas popularmente como uma evidência através de todo o mundo ocidental. Além
disso, Millet considera-as aplicáveis a todas as sociedades, e não apenas aos EUA.
          Os dois conceitos que tipificam o feminismo radical são as máximas teóricas “o
pessoal é político” e o seu corolário prático, “elevação da consciência”.

          Dentro do grupo da elevação da consciência a experiência de cada pessoa, cada


história de vida de uma mulher é matéria de interesse. Percebemos que ouvindo uma
experiência individual podemos ter uma visão mais completa de como a sociedade se
juntou. A política sexual dá um entendimento de como a sociedade trabalha quer a nível
ideológico e a nível material e aprofunda o entendimento que a esquerda tem da
experiência humana. Os movimentos de libertação das mulheres construíram uma
análise da sociedade com base nos pormenores da experiência de vida individual. Isto
alargou e desafiou o entendimento prévio da base social, económica e política da
sociedade. (Luise Eichenbaum and Susie Orbach: Outside In. Inside Out. Women’s
Psychology: A Feminist Psychoanalytic Account, Harmondsworth: Penguin, 1982, p.
12)

          Poderei comparar este processo à recolha de dados para provar uma hipótese
científica, com a principal diferença de que a elevação da consciência construiu
tendenciosidade que pode ser facilmente demonstrada fazendo a pergunta ”Em quantos
grupos de elevação de consciência é que as feministas permitiram que os homens
discutissem quanto foram oprimidos pelas mulheres durante a sua vida?” por outras
palavras, a “elevação de consciência” é um sinónimo de “lavagem ao cérebro”,
“instrução” ou “conversão”. A teoria feminista radical (política sexual, concebida pelas
feministas) deu uma base para as feministas reinterpretarem as suas vidas do modo que
as religiões fazem nas conversões.

Feminismo pós-moderno / Feminismo francês

Um cínico pode caracterizar o feminismo pós-moderno como um estágio ou tipo de


feminismo que tem a virtude de estar dividido e aparentemente sem direcção:

As feministas pós-modernas preocupam-se porque o feminismo pretende ser uma teoria


explicativa, ela ... corre o perigo de dar uma explicação do porquê da mulher ser
oprimida, ou dez passos que todas as mulheres devem tomar para encontrarem a
verdadeira libertação. (Tong: *Feminist Thought: a Comprehensive Introduction,
Boulder, Colorado: Westview Press, 1989, p. 217)

O feminismo é incapaz de fazer isto. De facto, nenhuma feminista demonstrou


objectivamente que as mulheres sejam (mais) oprimidas  (que os homens), e que por
isso precisem de ser “libertadas”. Uma tal demonstração objectiva é uma condição
prévia para a teoria explicativa que lhes falta. A natureza dividida do pós-modernismo é
o resultado inevitável do facto de nenhuma das várias facções do feminismo ter sido
capaz de construir uma teoria explicativa. Por seu turno, esta cisma criou um ambiente
no qual o chamado “movimento reaccionário” tem emergido.

Estudos sobre mulheres

Os “estudos sobre mulheres” é uma matéria académica curiosa. Em parte porque é nova,
mas principalmente porque tem mais em comum com treino teológico ou ideológico,
que com outras disciplinas académicas em (digamos) ciências sociais.
Os estudos sobre mulheres, tal como o próprio feminismo, apresenta duas aproximações à

questão de desigualdade. Uma aproximação, usando evidência antropológica, biológica,

histórica e psicológica, pretende que as mulheres não são essencialmente diferentes dos

homens, e por isso numa sociedade estruturada de modo diferente deverá ser possível fazer

desaparecer divisões baseadas nas diferenças de sexo, deixando-nos com uma sociedade

igualitária. A outra aproximação pretende que as mulheres são essencialmente diferentes dos

homens e que esta desigualdade resulta de uma desvalorização das actividades e

características femininas.... Os estudos sobre mulheres podem assim ser vistos como estando

ligados a dois conceitos de igualdade, que podemos chamar “plenamente igual” ou “igual mas

diferente”. Os tipos de problemas envolvidos na tentativa de conciliar as duas aproximações

podem ser demonstradas por.... (Ruth, Issues in Feminism: A First Course in Women’s Studies*,

Boston: Houghton Mifflin, 1980, p. 5)

É uma característica da ideologia de um movimento social tentar “conciliar” contradições na

tentativa de maximizar a influência política do movimento. Disciplinas puramente académicas,

por seu lado, tendem a focar-se em contradições na tentativa de chegar a uma conclusão de

qual a teoria que está correcta.

Porque os estudos sobre mulheres não constituem verdadeiramente matéria académica,


não podemos esperar que sejam examinadas objectivamente questões tais como a
opressão dos homens na sociedade, a sua opressão pelas mulheres, e como são mais
oprimidos que as mulheres. Os estudos sobre mulheres tomam a opressão das mulheres
(pelos homens ou pela “sociedade”) como uma verdade própria que nenhuma pessoa
tem o direito de pôr em questão. Mesmo os professores de estudos sobre mulheres
admitem esta tendenciosidade, devido a uma acção política, mais do que rigor
académico:

As ideias, métodos, currículos, e teorias dos estudos sobre mulheres exibem uma grande
diversidade e resistem a uma definição fácil. Aqueles que trabalham actualmente em
estudos sobre mulheres têm chamado a isto variedade de processos, campo de
investigação, perspectiva crítica, centro de acção social, e/ou apoio dos movimentos
femininos. É tudo isto e ainda mais. (ibid, p. 3).

Ruth está consciente da tendenciosidade dos estudos sobre mulheres. Ela responde que a
tendenciosidade masculina (que chama de “masculino-ismo”, “masculismo” ou
“androcentrismo”) tem sido sempre uma característica da sociedade. Pode bem ser, mas
provar que muitos académicos masculinos têm sido tendenciosos, não prova que os
estudos sobre mulheres não o sejam, nem isto justifica que o sejam.

O criticismo feminista está a expor a tendenciosidade masculina, não a criar uma feminina,

como é acusado. Os estudos sobre mulheres procuram ser a profilaxia da tendenciosidade,

não a causa. (ibid, 9).

Os activistas de direitos dos homens não são responsáveis por terem existido homens
tendenciosos. Não precisamos de defender a tendenciosidade masculina, onde exista. Se
as feministas expuserem alguma tendenciosidade masculina, isto não é mau. Um dos
objectivos deste livro é revelar casos de tendenciosidade feminina. Aqui ficam alguns
exemplos referidos neste livro:

1. A definição de poder político e identificação de quem o possui;

2. Atitudes contra a circuncisão feminina, ignorando ou apoiando a masculina;

3. Avaliação dos papeis femininos e masculinos no contexto da legislação sobre


violação;

4. A disseminação e interpretação dos factos relativos a violência doméstica;

5. A disseminação da informação de vários tipos de abuso de crianças;

6. A avaliação dos sistema legal no tratamento dos homens e mulheres;

7. A avaliação dos assuntos de emprego que envolvem homens e mulheres;

8. A compilação e disseminação das estatísticas das Nações Unidas sobre igualdade


sexual;

9. A escolha dos assuntos onde pretendem igualdade sexual;

10. A definição de igualdade sexual.

É também interessante notar o que Ruth (1980) vê como sendo o objectivo do seu
campo:

Os estudos sobre mulheres procuram ... mudar nas mulheres o sentido de si próprias, a
nossa própria imagem, o nosso sentido de dignidade e direitos, a nossa presença no
mundo, mudar as aspirações das mulheres, baseado num crescente sentido de auto-
confiança e amor próprio, permitir às mulheres criarem para si próprias novas opiniões
nos nossos próprios objectivos assim como nas nossas obrigações e/ou contribuições
para a sociedade modificar as relações entre mulheres e homens, criar verdadeira
amizade e respeito entre os sexos em vez de “guerra entre os sexos dar a todas as
pessoas, mulheres e homens, um sentido renovador de valor humano, restituir ao ser
humano o amor pela beleza, simpatia, justiça, e qualidade de vida para reafirmar em
sociedade a busca de harmonia, paz, e compaixão humana. (op. cit., 9).

Destes objectivos, devo caracterizar os dois primeiros como arrogantes e os outros


ingénuos e hipócritas. O que os dois primeiros implicam é que as mulheres tenham um
sentido incorrecto de si próprias e aspirações incorrectas. Os professores de estudos
sobre mulheres são, ao que parece, uma raça superior de mulheres, que sozinhas
conhecem o que as mulheres devem sentir sobre si próprias e o que devem ser as suas
aspirações! É difícil pensar em alguém, que não seja um líder religioso, que tenha a
arrogância de reclamar esta espécie de conhecimento superior. Os últimos dois
objectivos são tão ingénuos e vagos, como absurdos, em qualquer contexto, excepto,
talvez o de um culto religioso.

          Uma coisa é descobrir que um grupo é oprimido no sentido de que lhe é negado
coisas que quer e são permitidas a outros grupos sociais. Outra coisa é ser um activista
que quer alguma coisa para si próprio, que descobre que outros membros do grupo não
têm os mesmos desejos, e que tenta então persuadi-los a querer as mesmas coisas que
ele/ela quer.

          Onde adquiriram os professores dos estudos sobre mulheres estes valores
“superiores” que querem que as mulheres adoptem? A resposta é que os adquiriram dos
homens. As feministas são intelectualmente maria-rapazes. Interiorizaram de algum
modo a ideia de que o que os rapazes e os homens tradicionalmente têm ou fazem, é de
algum modo superior (em vez de ser diferente) ao que raparigas e mulheres
tradicionalmente têm ou fazem. Não estou seguro que a origem desta ideia, seja outra a
não ser mulheres frustradas da classe média. Estas feministas são psicologicamente
transexuais que querem converter tantas mulheres quanto possível ao seu modo de
pensar masculino de modo a que deixem (as feministas) de parecer uma minoria
peculiar. Nos países ocidentais, tiveram um grande sucesso.

          Pretender que as feministas querem por fim à “guerra entre os sexos” é
simplesmente hipócrita: As feministas começaram a guerra, e as únicas condições para
aceitarem um cessar fogo é a vitória total para si próprias. De facto, não há qualquer
possibilidade realista de uma sociedade alcançar um estado que possa satisfazer todas as
feministas.

Notas

Capítulo 1

1.   Matthias Matussek (1998): “The Women are at Fault,” Der Spiegel, 1998. Tradução do
alemão por Walter H. Schneider.
2.   Em Wellington, Nova Zelândia, Novembro de 1997.
Capítulo 3

1.   Em  The Correspondence School, Thorndon, Wellington, Nova Zelândia, 12 de Março de


1998.  O responsável foi Hilary Sinclair.
2.   Anne Moir and David Jessel: Brain Sex: The Real Difference between Men and Women, New
York, Delta, 1991
3.   Criminal Justice Quarterly, Departamento de Justiça, Nova Zelândia, 1993, capítulo 3,
páginas 5-7.

“ ... Dra Meryl McKay é um psicólogo experiente da Divisão dos serviços de Psicologia do
Departamento de Justiça (Palmerston North). O artigo seguinte dá uma ideia geral da sua
tese de doutoramento que examina as causas da violência na opinião dos próprios
culpados, e discute aplicações práticas nos programas de assistência aos culpados....
A Dra Mckay entrevistou 200 culpados na prisão, 50 abusadores sexuais de crianças, 50
violadores, 50 condenados por violência, e 50 violadores de propriedades. A Dra McKay
teve acesso aos condenados devido a seu trabalho clínico e a sua participação no estudo foi
voluntária....
Os violadores referiram como causa do seu crime a necessidade de ter relações sexuais com
uma mulher adulta ... Outros investigadores identificaram poder e raiva como principais
causas da violação. No entanto estas causas representaram uma importância menor neste
estudo. Mais ainda, a conclusão importante deste estudo sobre a violação, é que no futuro
pode ser necessário ter em conta outros factores, e evitar a preocupação com as soluções
para lidar com a raiva.”

Capítulo 4

1.   Jornal Evening Post  (Wellington, Nova Zelândia), 3 de Junho de 1997


2.   Robert Sheaffer (robert@patriarchy.com) na New Zealand Men’s Rights Association
Newslette,r Vol. 2, No. 1, 1997 (disponível em
www.geocities.com/CapitolHill/6708/nwslt197.html, ou em
homepages.ihug.co.nz/~zohrab/nwslt197.html).
3.   No folheto Standing Up to Domestic Violence do Departamento de Tribunais da Nova
Zelândia.
4.   “ As mulheres são as autoras mais frequentes da violência doméstica em todas as culturas
até agora estudadas. Isto leva muitos profissionais a concluírem que há alguma coisa de
biológico sobre a violência das mulheres em família: “As pesquisas estão agora a explorar o
papel do ‘imperativo territorial’ como causa de violência das mulheres contra os homens.
As mulheres vêm a casa como território seu.” (Sewell & Sewell 1997, pp. 20-21)
5.   Excertos da carta:

“Estou a escrever  acerca do estudo recentemente realizado ‘New Zealand National Survey
of Crime Victims 1996’ ... Apesar de ter sido interessante verificar que o estudo demonstrou
que ‘aproximadamente a mesma proporção de mulheres e homens estavam sujeitos a
alguma forma de violência ou ofensas sexuais em uma ou mais circunstâncias,’ devo
salientar um facto em relação aos questionários:
O facto é que as questões que tratavam de violência doméstica (não sexual) foram tratados
de modo grosseiro o que permitiu minimizar respostas positivas dos homens, deste modo
as estatísticas daqui resultantes não terão qualquer valor.
Das quatro questões (5a-d) sobre violência familiar não-sexual (normalmente designada
violência doméstica), duas especificam que respostas positivas devem ser para
acontecimentos ‘que assustaram recentemente’ a pessoa após a sua ocorrência . Por aquilo
que vejo, é óbvio que as mulheres são mais propensas a sentirem, ou admitirem que
sentem, medo. Assim esta maneira de inquirir excluirá muitos homens vítimas de violência
doméstica. De facto, o inquérito, por si próprio, refere (na página81) que apenas 31,4% das
vitimas masculinas de violência admitem sentirem medo, sendo 50,5 a percentagem
equivalente nas mulheres.
Não há também menção nestas questões, da necessidade de incluir alguém que lhe tenha
atirado alguma coisa. Evidência anedótica é o facto de ser muito mais comum as mulheres
envolverem-se em disputas domésticas que os homens.
Terceiro, a questão que refere a destruição ou ameaça de destruição de propriedade da
vítima (5a) dá ênfase à palavra ‘deliberadamente’, o que exclui respostas positivas em casos
dúbios onde a destruição foi feita de modo subtil e não assumida, que, na minha opinião, é
típico do comportamento feminino.
Quarto, a questão que se refere ao uso de força ou violência (5b) restringe respostas a
incidentes que ‘possam ter ferido’ a vítima. Porque os homens estão mais habituados a
praticar desporto e têm geralmente mais resistência na parte superior do corpo, são menos
propensos a dizerem que se tenham ferido ou que tenham corrido esse risco, e mais
propensos a infligirem feridas que as mulheres. Não vejo porque é que a experiência de um
homem de, digamos, ser constantemente empurrado pela sua companheira não deverá
constar no relatório, apenas por não se sentir ferido por esse comportamento.
Outros estudos (por exemplo, M. Strauss e R Gelles, e S. K. Steinmetz, ‘ 1980, Behind Closed
Doors: Violence in American Families’, New York, Doubleday) mostraram que homens e
mulheres são igualmente propensos a sofrerem violência doméstica, mas este inquérito
parece ter sido projectado para produzir conclusões politicamente mais correctas que
este ...”
6.   Na acta de violência doméstica da Nova Zelândia 1995.
7.   “Violência familiar é um crime:

Os graves ataques a crianças (abaixo dos 14 anos) aumentaram 437,50% de 1985 a 1994.
Os ataques graves de homens a mulheres aumentaram 636,40% de 1985 a 1994.
A violência familiar é um problema social que requer uma solução social.
A Associação de Directores de Polícia tomou uma atitude positiva no combate deste
crescente crime social.
A Associação irá financiar iniciativas policiais locais na sua área através da produção de um
folheto sobre “violência familiar”.
A Associação de Directores de Polícia incentiva a comunidade a pagar o folheto que será
distribuído no início do próximo ano. Ajude a prevenir este crime.” (Evening Post,
Wellington, Nova Zelândia,  Sábado, 9 de Dezembro de 1995.)
8.   Handbook of Family Violence, Suzanne K. Steinmetz and Joseph S. Lucca, p 241
9.   “Tal como o advogado de acusação no caso Weekley, eu gostaria de adicionar alguma
informação ao seu relatório. Acredito que o seu artigo tenha distorcido este caso por
simplesmente por ter baralhado os argumentos da defesa, que o júri rejeitou. A relação
entre Kay Weekley e o seu ex-marido Jackie era uma relação violenta. Kay admitiu que
antes do assassínio de Jackie, disparou contra o seu carro com ele dentro. O júri ouviu a
evidência de que numa ocasião anterior ela lhe bateu com uma frigideira enquanto ele
dormia. A sua versão da luta com canivete que precedeu o assassínio de Jackie não foi
acreditada. Kay não foi a única a ser ferida; Jackie também chegou ferido ao hospital. A
evidência física apresentada foi consistente com o facto de Kay ter disparado contra Jackie
de fora do atrelado, onde ela admitiu ter esperado para o matar. Kay weekley terminou
este relacionamento cometendo o ultimo acto de violência doméstica.”
10. (Evening Post, Wellington, Nova Zelândia, Sábado 24 de Agosto de 1996, página 40).
11. Na Nova Zelândia

Capítulo 5

1.   Canal 1 da televisão neozelandeza


2.   Na Nova Zelândia
3.   Do reembolso de acidentes, no caso da Nova Zelândia
4.   Em New Zealand Listener magazine, da semana de 10 a 16 de dezembro de 1994, o artigo
de capa intitulava-se: “When Mother Love Turns Lethal”.  Foi um artigo interessante,
escrito por Denis Welch. A parte que mais me interessou estava na página 21. Era um artigo
de meia página, com o título, “Do women get away with murder?”  A resposta a esta
pergunta era “sim”, embora tenha sido cuidadoso em dizê-lo em poucas palavras.
5.   New Zealand Crimes Act
6.   Jornal Auckland Herald, Nova Zelândia
7.   Na Nova Zelândia
8.   Em carta aberta ao Secretário Geral das Nações Unidas, em 1993, Neil Foord escreveu:

“A Nova Zelândia tem sido conhecida por durante muitos anos por ter um sistema que
encoraja e recompensa falsas acusações de violação, embora nada tenha sido feito para o
parar. Vidas estão a ser arruinadas, homens estão a ser presos inocentes, e as mulheres que
actualmente sejam efectivamente atacadas temem queixar-se devido ao cepticismo
prevalecente nesta área. Nos anos em que os perigos do nosso sistema eram reconhecidos,
nada foi feito para precaver acusações falsas, e estas ainda foram encorajadas e
desculpadas.
Entre a polícia, os tribunais, os deputados, os meios de comunicação social e o público geral
é facto bem conhecido que as estatísticas foram e são distorcidas por acusações falsas.

...

Os factores que criaram esta situação são:

(a)  O pagamento de somas que atingem os 10 000 dólares por caso, …


(b) Uma mudança da lei de 1986 que eliminou a necessidade de prova no caso de queixa

...

(c)  O aumento de pobreza na Noa Zelândia com a redução dos benefícios da assistência
social em 1991, e mudança nas leis laborais que provocou salários mais baixos e
desemprego.”

Capítulo 6

1.   Eis o texto (excepto os apêndices) que submeti em nome da Associação Neozelandesa de
Direitos dos Homens em resposta à sua equivalente neozelandesa:  Submissão à comissão
legislativa sobre o acesso das mulheres à justiça

por Peter Zohrab

Secretaria da Associação Neozelandesa dos Direitos dos Homens

28.03.1996

1.   O título deste estudo

O título deste estudo da Comissão Legislativa é altamente sexista e discriminante. Ele


oprime os homens. Ele oprime os homens porque lhes nega o seu direito natural à
informação que apresenta o seu lado da história. Uma pessoa não tem liberdade se lhe
for sistematicamente negada informação que dê o seu lado da história, e é
insistentemente assediado com informação que apresente o outro lado da história ....
O titulo “acesso das mulheres à justiça”, no contexto do estatuto da Comissão de
Lelislativa, é equivalente a uma afirmação autoritária de que os homens não têm
problemas significativos com o acesso à justiça. Seria bom que a Comissão Legislativa
tivesse prova disto, mas não tem, como se mostra na segunda secção da minha
submissão.
Reclamei à Comissão de Direitos Humanos sobre isto, mas fui informado de que a
pesquisa não se enquadra em nenhuma das categorias sobre as quais tem jurisdição.
Aconselharam a minha associação a fazer a sua própria investigação. Eu assumi que a
comissão recebe fundos do erário público, pelo que devo exigir que me financiem um
estudo sobre o acesso dos homens à justiça. As feministas obtém grandes
financiamentos de várias fontes para pesquisa feminista, mas os seus equivalentes
masculinos não recebem absolutamente nada. Deste modo este conselho vindo da
Comissão de Direitos Humanos, se não sarcástico e hipócrita nos seus intentos, foi pelo
menos equivalente ao de Maria Antonieta que mandou os pobres comerem bolos se
não tinham pão.
A sociedade em termos de informação, legislação, e regulamentação, é um grande
tribunal. A sociedade adquire uma impressão do verdadeiro estado das coisas, da
informação que lhe é disponibilizada. Tendo formado uma impressão, a sociedade (no
seguimento dos grupos de pressão, parlamentares, e elementos do governo) prossegue
produzindo leis e regulamentos de acordo com essa impressão.
 (Não é só, mas a própria polícia dá por vezes a impressão que está preparada para
reforçar a noção de que o poder executivo e legislativo está inclinado a seguir a moda
intelectual corrente, mesmo que esta moda seja corrente apenas para a minoria da
população. Por exemplo, nós temos esta prova no “New Zealand Maori Council v A-G
(Cooke P)” 1 NZLR, página 664:
“Já que está claro que o governo ... não pode deixar de dar peso às “filosofias e
insistências” correntes e, parece, cada vez mais prevalecentes.”
Esta opinião do tribunal não é apoiada por nenhum estudo estatístico sobre a
prevalência das “filosofias e insistências” da população como um todo. Estas “filosofias e
insistências” pertencem a uma minoria da população, muito pequena mas activa, que
tem acesso aos meios de comunicação social e é alimentada pelo dinheiro dos
contribuintes.
Mas este tipo de activistas minoritários, como as feministas, têm acesso quase exclusivo
aos meios de comunicação social, e usam os trabalhos dos ministérios dos assuntos das
mulheres e dos Maoris e das universidades de estudos sobre as mulheres e Maoris para
propagandear o seu ponto de vista. Este ponto de vista é, deste modo, tomado como
verdadeiro tornando-se o ponto de vista da moda ou mesmo o único disponível.
Não estou aqui a colocar os Maoris e as feministas em pé de igualdade, mas apenas a
estabelecer um paralelo em termos de manipulação de informação. Considero que
alguns dos argumentos actuais colocados pelos activistas Maoris são bem mais
justificados que os equivalentes colocados pelas feministas. Isto porque os Maoris são
uma minoria actual, mais que uma pseudo-minoria (como as mulheres), e há
actualmente, no caso dos direitos dos Maoris, um tratado em discussão e em vias de
aplicação.
Este processo de manipulação totalitária da informação é mutuamente reforçada. A
sociedade ocidental vê e ouve o ponto de vista feminista de forma constante e ubíqua.
As feministas, nas sociedades ocidentais, têm por esta razão, o estatuto de Deusas da
Verdade. As universidades têm normalmente departamentos de estudos sobre
mulheres, mas poucas têm departamentos de estudos sobre homens. Estes
departamentos de estudos sobre mulheres são os equivalentes feministas dos
seminários de teologia, isto é, fontes de propaganda tendenciosa, mais do que objectiva.
Da mesma forma, os governos têm ministérios dos assuntos das mulheres, mas duvido
que um único governo em todo o mundo tenha um ministério dos assuntos dos homens.
A comissão legislativa assume obviamente uma versão do feminismo como a Verdade
de Deus. São assim criadas submissões sobre o acesso das mulheres à justiça, como se
os homens não tivessem problemas com a justiça ou com outra coisa qualquer.
Recordo que o relatório do Departamento Feminista de Justiça que se refere à violência
doméstica de homens sobre mulheres (1995), era suposto ser seguido por outro sobre a
violência doméstica das mulheres sobre os homens e violência doméstica em casais
homossexuais, de acordo com artigos de imprensa. Mas quando eu escrevi ao Ministério
da Justiça sobre estes planeados estudos, ele respondeu:
“... Não há qualquer decisão sobre pesquisas futuras sobre esta matéria até que as
conclusões do primeiro sejam completamente consideradas.” (comunicação pessoal, 9
de Outubro de 1995)
Sou da opinião de que não haverá estudos destes até que o Departamento Feminista de
Justiça se converta a Departamento de Justiça do Cidadão. Isto porque as pessoas mais
influentes do Departamento de Justiça Feminista tem objectivos misandristas de vilificar
os homens. Assim os estudos de violência onde os homens não são os únicos vilões, e as
mulheres não são as únicas vítimas, serviria para distrair o público ingénuo do seu
objectivo.

2.   Os preconceitos da Comissão Legislativa

A evidência que conduziu a Comissão Legislativa a apelar a submissões públicas sobre o


“acesso das mulheres à justiça” é ele próprio tendencioso contra os homens. A evidência
misandrista conduziu à nomeação de uma óbvia feminista, Michelle Vaughan, para
conduzir o projecto, que (no meu ponto de vista) está inclinada a envolver-se num
esforço para ignorar submissões como a minha, e valorizar aquelas que apresentam o
ponto de vista da Verdade da Deusa Feminista.
A meu pedido, Michelle Vaughan, em 8 de Setembro de 1995, forneceu-me uma lista de
publicações internacionais relevantes. Destas, 19 indicavam nos seus títulos que
resultavam de grupos, comités, estudos, ou comissões de tendenciosidade sexual nos
tribunais. Nem todos estes incluíam datas de publicação, mas o mais recente que era
indicado era de 1989. Dos 21 itens, 14 eram dos EUA e os restantes da Austrália e do
Canadá. O precursor destes relatórios, datado de 1986, não estava na lista que a
senhora Vaughan me forneceu. Considerei que tinha sido uma omissão propositada. Na
luta dos direitos dos homens, quase invariavelmente encontramos pseudo-enganos
deste género da parte das feministas quando temos que lidar com elas.
Este precedente foi “o primeiro relatório anual do grupo de trabalho do   Supremo
Tribunal de Nova Jersey nos tribunais, em 1984, publicado no Women’s Rights Law
Reporter, Volume 9, Número 2. Este estudo profundamente falhado foi uma inspiração
para a maioria, se não todos os 14 estudos americanos que apareceram na lista de
Vaughan. Feministas chave envolvidas no grupo de trabalho de Nova Jersey chegaram a
conselheiras dos grupos de trabalho posteriores de outros estados dos EUA.  
No Apêndice II encontram-se diferentes pontos de vista de tendenciosidade de género
no sistema judicial dos EUA.
Mas o estudo de Nova Jersey falhou profundamente a todos os níveis, a começar pelo
nome, que se referia apenas a “mulheres”.             Paradoxalmente, a introdução do
relatório refere, não haver tendenciosidade contra a mulher, mas tendenciosidade
contra género (pág.129). Se aterrássemos na Terra pela primeira vez, como visitantes
marcianos ou doutro lugar, não duvidaríamos que alguém a investigar tendenciosidade
de género não procurasse tendenciosidade contra homens e mulheres, então
deveríamos preocuparmo-nos por o título referir apenas “mulheres”.
Mas nós não somos provenientes de Marte. Nós sabemos que a “tendenciosidade de
género” é o termo politicamente correcto para “tendenciosidade contra as mulheres”.
Não obstante, o grupo de trabalho usou frases como “tratamento de homens e
mulheres” e “igualdade para homens e mulheres” na seu palavreado inicial (op. cit.,
135).
Assim perguntei a min próprio como é que advogados e juizes, que são suposto
pensarem de forma clara, se deixaram convencer a eles próprios que um grupo de
trabalho sobre “mulheres” tiveram um momento para se preocuparem com homens e
mulheres. A resposta é perfeitamente clara. A resposta é que este estudo surgiu de uma
cultura feminista, com a sua retórica de “opressão”, “patriarcado”, e por aí fora. Esta
cultura toma como certo que o homem conduz a sociedade para o seu próprio
benefício, e que as feministas, e só as feministas, tem a motivação para instituir a
“igualdade de géneros” em qualquer parte ou aspecto da sociedade.
Este modelo é falso. No entanto em vez de argumentar contra ele aqui, anexo o meu
artigo “A fraude do domínio masculino” (Apêndice I)
Esta cultura feminista é a explicação para o paradoxo de que o grupo de trabalho, que
tem o dobro das mulheres que dos homens, não vê nada de errado em preferir aceitar o
ponto de vista das mulheres em detrimento do dos homens, quando os seus pontos de
vista diferem sobre a questão da tendenciosidade de género:
 “As percepções e experiências referidas pelos representantes femininos... diferem
significativamente das dos representantes masculinos na maioria das questões ...
Porque a tendenciosidade de género tem maior impacto nas mulheres, não será
surpresa que os representantes femininos sejam mais conhecedores que os masculinos”
(op. cit., 136).
Este é um ponto de vista extraordinário por duas razões:
a)       Assume, sem qualquer ponta de prova, que a tendenciosidade de género afecta
mais as mulheres que os homens (apesar do próprio grupo de trabalho ter descoberto
tendenciosidade contra os homens nos tribunais, o que nunca foi explicitamente
assumido como menos importante que a tendenciosidade contra a mulher não
descoberta).
b)       Se o género dos observadores afecta o seu julgamento, então a desigualdade
numérica de homens e mulheres no grupo de trabalho, pela sua própria lógica, condena-
o inevitavelmente a ser tendencioso contra os homens.
Como de facto é!
O tópico da tendenciosidade de género nos tribunais é obviamente muito vago. Os
tribunais envolvem pessoas com um grande número de papeis diferentes: juiz, júri,
advogado de acusação, advogado de defesa, polícia, réu, testemunha, espectador, etc..
Deste modo a tendenciosidade de género, se existir, manifestar-se-á de muitos modos
diferentes, e com diferentes graus de seriedade em cada caso.
Parece-me óbvio que o réu está em maior risco no tribunal. Ele (e normalmente é “ele”)
está no lugar de perder dinheiro, liberdade, ou mesmo a vida como resultado dos
procedimentos, apesar do estudo de Nova Jersey relegar o assunto da tendenciosidade
de género contra os réus em processos criminais a umas meras 7 páginas num relatório
de 49 páginas. Apesar de ter sido evidente que as tendenciosidades de género nas
sentenças existia apenas contra os homens, o grupo de trabalho dominado pelas
mulheres decidiu que seria necessário um estudo posterior antes de ser necessário
tomar alguma atitude.
Comparemos isto com a atitude do grupo de trabalho no tratamento de advogadas
por juizes e advogados! Recordar-se-á que referi que “tendenciosidade de género”,
nos países ocidentais, é apenas o termo politicamente correcto para
“tendenciosidade contra as mulheres”. Eis a prova: É a citação do homem que
fundou o grupo de trabalho de Nova Jersey, que aparece no prefácio do relatório:
“ Não há lugar para tendenciosidade de género no nosso sistema .... Não há lugar
para brincadeiras engraçadas ou não engraçadas, não há lugar para tendenciosidades
convictas, negligentes, sofisticadas, desajeitadas, ou de qualquer outra espécie, e não
certamente lugar para tendenciosidades de género que afectem direitos
significativos.
      Não há lugar porque fere e humilha. Fere as (a ênfase é minha) advogadas
psicologicamente e economicamente, fere os litigantes psicologica e
economicamente, testemunhas, jurados, amanuenses e juizes mulheres. Não será
tolerado de qualquer forma”.
O chefe de justiça Wilentz fez estes comentários no decorrer das operações do grupo
de trabalho, não como se estivesse a estabelecer linhas gerais para o seu trabalho.
Mas os seus comentários reservaram-lhe um lugar proeminente no relatório, porque
sobressaltou uma questão em que o grupo de trabalho concentrou muita da sua
energia.
             Não sou a favor da condenação deste comportamento, mas deixo aqui dois
pontos:
a)       Estes assuntos são triviais comparados com as penas sofridas pelos réus
masculinos, e grande quantidade destas penas são resultado de tendenciosidades
anti-masculinas de inspiração feminista propagandeados para obter receitas para
investigações, financiamento de grupos de pressão, influência de legislação, etc..
b)       O grupo de trabalho citou (op. cit., 137) estatísticas que mostram que a
tendenciosidade a favor das mulheres é tão prevalecente nos tribunais como a
tendenciosidade contra as mulheres. Mesmo a assunção do grupo de trabalho de
que as mulheres estavam mais cientes da tendenciosidade contra as mulheres que os
homens não é desculpa para que se ignore o seguinte: “71% das mulheres, mas
apenas 30% dos homens inquiridos referiram ter observado casos onde lhes pareceu
que os juizes trataram as testemunhas ou litigantes femininas desfavoravelmente por
serem mulheres.... Serão as litigantes ou testemunhas femininas tratadas sempre
favoravelmente por serem mulheres? 68% dos advogados das mulheres e 65% dos
advogados dos homens observaram casos destes por parte dos juizes” (op.cit., 137-
8).
Juntando as respostas masculinas com as femininas, fica claro que muitos mais
advogados verificaram tendenciosidade dos juizes a favor das mulheres (133%), que
contra (101%). Mesmo que se assuma que os inquiridos femininos eram mais
honestos que os inquiridos masculinos (cuja assunção é ela própria um exemplo de
tendenciosidade da parte do grupo de trabalho), verifica-se que há apenas 3% de
diferença entre as 71% dos inquiridas que disseram ter observado tendenciosidade
contra as litigantes ou testemunhas femininas e os 68% das inquiridas que
observaram tendenciosidade a favor.
O relatório mencionava apenas modos de diminuir a tendenciosidade contra as
mulheres, e não fazia qualquer menção a possíveis medidas de diminuir a
tendenciosidade a favor das mulheres, isto é, contra os homens.
Há muitas outras criticas que poderia fazer (e farei, se pedido) ao relatório da Nova
Jersey, e estou seguro que posso fazer outros similares aos da lista de Michelle
Vaughan. Não tive tempo para ler a maioria deles, mas acredito que as minhas notas
acima são suficientes para mostrar que há sérias dúvidas sobre a validade das
conclusões de relatórios destes noutros países.
Estou interessado em fazer parar a máquina da Comissão Legislativa Feminista de
fazer leis com base na “óbvia” tendenciosidade contra as mulheres “revelada” por
muitos (e de facto profundamente errados) estudos internacionais, a favor do seu
objectivo óbvio de imitar as suas conclusões no contexto neozelandês.

3.   O título: Acesso das mulheres à lei.

As mulheres têm de longe muito mais acesso à lei!

Um exemplo é a razão numérica de homens e mulheres na comissão legislativa, um


tribunal de cangurus, que entroniza mentiras e meias verdades, que este estudo de o
“acesso das mulheres à lei” compilou.
Nos últimos séculos desde o primeiro aparecimento do feminismo, e mesmo antes da
promulgação do voto para as mulheres adultas na Nova Zelândia no século passado, os
grupos de pressão feminista têm feito passar progressivamente mais legislação anti-
masculina e a favor das mulheres pelo parlamento. Ao mesmo tempo, têm iludido o
público com a ideia de que a maioria parlamentar masculina, a qual tem sido
pressionada a tomar decisões anti-masculinas.
As mulheres têm de longe muito mais acesso à justiça....”
2.   Nos EUA, os negros são condenados a prisão numa taxa mais alta que os broncos, mas
principalmente por crimes contra outros negros, tais como assassínio, assalto, violência,
etc.. Nos movimentos de homens/pais, isto é normalmente deixado à porta de políticas que
têm contribuído para deixar os homens fora de casa, criando incentivos sociais que pagam
às mulheres pobres (isto começou com mulheres negras) benefícios que as ajudam a criar
as crianças, mas apenas se o pai não estiver presente. Assim que uma rapariga (tipicamente
à volta dos 16 anos) fica grávida, cedesse-lhe um apartamento da assistência social e uma
mensalidade em dinheiro. Não demora muito que a rapariga compreenda que quantos
mais filhos tiver, mais dinheiro tem da assistência social. Ela pode não procurar ficar grávida
com o objectivo de conseguir mais dinheiro, mas é um modo fácil de se deixar engravidar.

Nada desmoraliza mais um homem que a perspectiva imposta de cuidar de uma mulher e
do seu filho. Quando isto lhe acontece, na maioria dos casos o seu comportamento tende a
ser mais focado no presente que no futuro, os planos a longo prazo têm o alcance de uma
semana ou nem tanto, e os objectivos futuros convertem-se em sonhos do passado.
Os programas que levaram a esta situação foram implementados durante a administração
americana de Lyndon Johnson em meados da década de 1960. Nessa altura, Daniel Patrick
Moyniban previu que isto conduziria à banalização da ruptura familiar nas famílias
afroamericanas. Ele previu também que isto se estenderia às famílias euroamericanas. E
estava certo. Privados da expectativa de se tornarem pais, os rapazes tornam-se bárbaros
em vez de homens.
3.   Em “Conviction and Sentencing of Offenders in New Zealand: 1986 to 1995” (Wellington,
Ministério da Justiça, 1996)
4.   Em the New Zealand Sunday Star-Times de 27 de Outubro de 1996.

Capítulo 7

1.   Do Liberator newsletter, Outubro de 1996, p. 4.


2.   Era popular na Nova Zelândia, onde era considerado bem sucedido. 
3.   Um panfleto do Ministério da Eduacação da Nova Zelândia, (Boulton, Amohia and Fiona
Sturrock: “Women in the Teaching Service,” Education Trends Report Vol. 8 No. 1 July 1996,
Data Management and Analysis Section, Ministry of Education, Wellington, New Zealand.
ISSN 0113-681X)

Capítulo 8

1.   O número de professores primários masculinos diminuiu na Nova Zelândia, de acordo com
um artigo do Education Weekly Vol. 8 No. 311, de 15 de Setembro de 1997.
2.   O caso de Peter Ellis, envolveu a Christchurch Civic Creche. Na altura em que escrevo, o
caso caminha para o Segundo recurso, tendo tido uma cobertura pelos meios de
comunicação social tendenciosa, até que uma campanha da revista neozelandesa Listener,
forçou outros meios de comunicação social a ter um ponto de vista mais equilibrado. Peter
Ellis recusou uma oferta de liberdade condicional, que implicaria uma admissão de culpa. O
agente da polícia que investigou o caso teve um caso de envolvimento amoroso com a mãe
das crianças e fez as alegações, e uma mulher do júri teve uma relação lésbica com alguém
envolvido no caso. Algumas das crianças foram repetidamente interrogadas pela polícia
(um facto que permitiu que fossem sugestionadas pela própria polícia, que enfeitou o seu
testemunho), e usaram no tribunal vocabulário (por exemplo, clitóris) que só poderiam ter
aprendido de um
adulto.                                                                                                                                 
3.   “Teacher evaluations of the performance of Boys and Girls” por D.M. Fergusson, M. Lloyd,
& L.J. Horwood (New Zealand Journal of Educational Studies, Vol. 26, No. 2, 1991).
4.   Infelizmente não tenho a referência precisa deste estudo.

Capítulo 9

1.   Referido em Condition Masculine No.4, 1997, p.5, citado « Le Quotidien du medecin, 25-11-
1997.

Capítulo 10

1.   Na Rádio Nacional na Nova Zelândia.

Capítulo 13

1.   Na Nova Zelândia

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