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Redes Multimı́dia

Atividade 02

Helder Mateus dos Reis Matos1 , Raphael Camilo Gomes Câmara 1

1
Faculdade de Computação
Instituto de Ciências Exatas e Naturais
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Av. Augusto Correa 01, 66075-090 – Belém – PA – Brasil
helder.matos@icen.ufpa.br

Parte 1

Questão 1.1

O que significa interatividade no caso de fluxo contı́nuo de áudio/vı́deo armazenados? E


no caso de áudio/vı́deo interativos em tempo real?
Áudio/vı́deo interativo é a comunicação de áudio/vı́deo que depende de uma res-
posta, mas não tem prazo para tê-la.
Áudio/vı́deo interativo em tempo real é a comunicação de áudio/vı́deo que de-
pende de uma resposta e possui um deadline, ou seja, possui um limite de tempo para
receber uma resposta.

Questão 1.2

Foram discutidos em aula três “campos” para aprimorar a Internet de modo que ela
possa dar melhor suporte às aplicações de multimı́dia. Faça um breve resumo das visões
de cada campo. Qual deles você defende?
A primeira abordagem fala que não há necessidade de mudanças fundamentais
no protocolo TCP/IP, mas precisa de um incremento de largura de banda onde precisar;
usando caching, redes de distribuição de conteúdo e redes de sobreposição multicast. A
segunda abordagem trata de fornecer um serviço onde permita a reserva de largura de
banda na rede. A terceira abordagem é sobre um serviço diferenciado, onde deve-se
classificar de uma forma simples, e policiar a borda da rede, oferecendo datagramas de
diferentes nı́veis de serviço de acordo com a sua classe nas filas do roteador.

Questão 1.3

As figuras 1, 2 e 3 apresentam três esquemas para fluxo contı́nuo de mı́dia armazenada.


Quais as vantagens e as desvantagens de cada esquema?
Figura 7.1 - Vemos de maneira simples, onde não requer um metarquivo ou servidor de
stream;
Figura 7.2 - Representa um esquema onde permite o player interagir diretamente com o
servidor web, e não requer um servidor de stream;
Figura 7.3 - O player de mı́dia interage diretamente com o servidor de stream, que é
designado para uma aplicação de stream especı́fica.

Questão 1.4
Qual é a diferença entre atraso fim-a-fim e variação de atraso? Quais são as causas da
variação de atraso?
O atraso de fim a fim consiste no acúmulo de atrasos de processamento, de trans-
missão e de criação de filas nos roteadores (jitter). Já a variação de atraso do pacote, pode
ser interpretado como o tempo existente entre o momento em que um pacote é criado
na fonte até o instante em que é recebido no destinatário, ou seja, é o tempo necessário
para um pacote chegar ao seu destino. A variação de atraso ocorrem quando há atrasos
variáveis na fila na qual os pacotes estão trafegando nos roteadores. Esta variação pode
ser eliminada com a utilização de marcas de tempo, número de sequência e atraso na
reprodução. Por outro lado, no atraso de fim a fim, caso o atraso seja superior a um limite,
tais pacotes podem ser considerados perdidos.
Questão 1.5

Por que um pacote recebido após o seu tempo de reprodução programado é considerado
perdido?
Considere um dos segmentos UDPs, gerado por nossa aplicação VoIP. O segmento
UDP é encapsulado por um datagrama IP. Enquanto o datagrama vagueia pela rede, ele
passa por buffers (isto é, por filas) nos roteadores, aguardando para ser transmitido em
enlaces de saı́da. É possı́vel que um ou mais dos buffers na rota entre o remetente e o
destinatário estejam lotados e não possam aceitar o datagrama IP. Nesse caso, o datagrama
IP será descartado e nunca chegará à aplicação receptora.

Questão 1.6

Na Seção 7.3 descrevemos dois esquemas FEC. Faça um pequeno resumo deles. Am-
bos os esquemas aumentam a taxa de transmissão do fluxo adicionando sobrecarga. A
intercalação também aumenta a taxa de transmissão?
Primeiro esquema: Ideia básica é adicionar informações redundantes à corrente
de pacotes original, para cada grupo de n porções, criar uma porção redundante efetuando
o OU-exclusivo das n porções originais (Ex: n=2). Transmite n+1 porções, aumentando
a largura de banda por um fator de 1/n.
(Ex: n + 1 = 3; BW = 1/n ⇒ 1/3)
Pode reconstruir as n porções originais se houver no máximo uma porção perdida
dentre as n+1 porções.
(Ex: n+1=3; pode-se perder uma porção)
Segundo esquema: transmissão de um “carona” de um fluxo contı́nuo de áudio
de menor qualidade (baixa resolução) como informação redundante com ordem (n-1). Por
exemplo, fluxo nominal PCM a 64kbps e fluxo redundante GSM a 13kbps.
Pode também adicionar a (n-1)-ésima e a (n-2)-ésima porção de baixa taxa de
transmissão para enfrentar perdas consecutivas, porém as porções adicionais aumentam a
taxa de transmissão e o atraso de reprodução.
Não tem sobrecarga de redundância e nem aumenta a taxa de transmissão.

Questão 1.7

Considere o buffer cliente mostrado na Figura 7.4. Suponha que o sistema de trans-
missão use a terceira opção, isto é, o servidor lança a mı́dia na porta o mais rapidamente
possı́vel. Suponha que a largura de banda TCP disponı́vel seja >> d na maior parte do
tempo. Suponha também que o buffer cliente pode conter somente cerca de um terço da
mı́dia. Descreva como x(t) e o conteúdo do buffer cliente evoluirá com o tempo.
Como a largura de banda do servidor x(t) é proporcionalmente muito mais alta
que a taxa de retirada dos frames por parte do cliente, então os bytes iniciais são rapida-
mente enviados para o cliente. Conforme o buffer da aplicação vai sendo preenchido, a
aplicação passa a retirar os frames a serem descomprimidos e reproduzidos. Entretanto,
o buffer cliente só pode armazenar cerca de um terço da mı́dia, sendo preenchido rapida-
mente de acordo com a transmissão de bytes do servidor. Nesse ponto, as operações de
descompressão e reprodução consomem muito menos frames necessários para que o fluxo
de dados contı́nuos seja mantido, fazendo com que o buffer de recepção e de transmissão
tenham alguns momentos de inércia, trocando tantos bytes forem sendo consumidos pela
aplicação, e consequentemente provocando uma desaceleração na retirada de bytes do
servidor. Dessa forma, x(t) inicia a transmissão em capacidade máxima e vai decaindo
conforme o preenchimento dos buffers.

Questão 1.8
O buffer de recepção do TCP e o buffer cliente do reprodutor de mı́dia (transdutor) são a
mesma coisa? Se não são, como eles interagem?
Nâo. No lado do cliente, a aplicação cliente (o tocador de mı́dia) lê os bytes que
estão no buffer de recepção do TCP (através do socket do cliente) e coloca os bytes no
buffer da aplicação cliente. Ao mesmo tempo, a aplicação cliente periodicamente retém
quadros de vı́deo do buffer da aplicação cliente, descompacta os quadros e os apresenta
na tela do usuário.

Questão 1.9
No exemplo do telefone por Internet da Seção 7.3, seja h o número total de bytes de
cabeçalho adicionado a cada porção, incluindo os cabeçalhos UDP e IP. Admitindo
que um datagrama IP seja emitido a cada 20 milissegundos utilizando codificação PCM
padrão, qual é a taxa de transmissão em bits por segundo para os datagramas gerados
por um dos lados desta aplicação.
Considerando os valores de frequência mı́nima e máxima da voz humana, pode-
mos calcular a banda passante através de:

BW = Fmax − Fmin = 3.4KHz − 200Hz = 3.2kHz


De posse deste valor, aplicamos o teorema de Nyquist, ao representar em pelo
menos duas vezes a frequência da componente de mais alta frequência do sinal:

BWnyq = BW × 2 = 3.2kHz × 2 = 6.4kHz

O codec padrão G.711 usado nas redes telefônicas requer uma amostragem de
BWG.711 = 8kHz. Ao utilizar uma codificação PCM com 8 bits por amostra, podemos
encontrar a taxa de amostragem por amostra ao calcular a quantidade de amostras do sinal
a cada segundo:

fs = BWG.711 × n bits/amostra = 8kHz × 8 = 64kbps

Por ser um sinal mono, essa taxa de amostragem representa a largura de banda to-
tal para envio deste sinal de voz. Dessa forma, a taxa de transmissão total dos datagramas
é de:

h h
bitrates = =
fs 64kbps

Questão 1.10

Considere a estratégia de reprodução adaptativa descrita na Seção 7.3.

a. Como dois pacotes sucessivos recebidos no destino podem ter marcas de tempo
que diferem em mais de 20 milissegundos se os dois pacotes pertencem ao mesmo
surto de voz?
Como forma de lidar com o problema da perda de pacotes originado da estratégia
de adicionar descontos fixos no inı́cio da transmissão de voz, a reprodução adap-
tativa tenta estimar o atraso e a variância de atraso da rede para ajustar seus des-
contos. Dessa forma, perı́odos de silêncio por parte do transmissor acabam sendo
comprimidos e alongados de acordo com a necessidade de ajuste calculado pelo
diagnóstico de energia do sinal em cada pacote recebido, fazendo com que al-
guns trechos silenciosos tenham diferenças temporais, mas que não se refletem na
interpretabilidade da informação trocada.
b. Como o receptor pode usar números de sequência para determinar se um pacote é
o primeiro pacote de um surto de voz? Seja objetivo em sua resposta.
Cada i-ésimo pacote gerado pelo transmissor possui uma timestamp ti do mo-
mento de sua criação, assim como recebe uma timestamp ri ao ser recebido pelo
receptor. Ao calcular o atraso di e a variância vi estimados de cada um dos pa-
cotes recebidos, a timestamp pi = ti + di + Kvi é calculada considerando um
tempo de reprodução adiado o suficiente pra que apenas uma parte dos pacotes
que estão chegando sejam perdidos devido ao atraso. Dessa forma, a timestamp
de reprodução p consegue ordenar os pacotes reproduzidos e consequentemente
destacar qual é o primeiro pacote do surto de voz.
Parte 2
Questão 2.1
Como os diferentes fluxos RTP em sessões diferentes são identificados por um receptor?
Como os diferentes fluxos internos à mesma sessão são identificados?

• São identificados através de pacotes RTP com identificação do tipo de carga,


numeração da sequencia de pacotes, marca de tempo.
• Os fluxos internos são identificados cada pacote de relatório do remetente contém
para o pacote gerado mais recentemente no fluxo RTP associado, a marca de tempo
do pacote RTP e instante num relógio de tempo real em que o pacote foi criado.

Questão 2.2
Como são distinguidos os pacotes RTP e RTPC (como parte da mesma sessão)?
Os receptores podem usar esta associação para sincronizar a reprodução de áudio
e de vı́deo.

Questão 2.3
Qual é um valor tı́pico de header quando é usado o RTP?
O header RTP é geralmente de 12 bytes.

Questão 2.4
Suponha que enviamos dois datagramas IP para a Internet, cada um portando um seg-
mento UDP diferente. O primeiro datagrama tem endereço IP de fonte A1, endereço IP
de destino B, porta de fonte P1 e porta de destino T. O segundo datagrama tem endereço
IP de fonte A2, endereço IP de destino B, porta de fonte P2 e porta de destino T. Suponha
que A1 é diferente de A2 e P1 é diferente de P2. Admitindo que ambos os datagramas che-
guem a seu destino final, os dois datagramas UDP serão recebidos pelo mesmo socket?
Justifique sua resposta.
Sim, pois apesar de as portas de fonte serem diferentes, a porta de destino perma-
nece a mesma, sendo portanto atribuı́da a um único processo na máquina de escuta destes
datagramas.

Questão 2.5
Quais as diferenças entre o RTSP e o HTTP? Por exemplo, o HTTP é “dentro” da banda
ou “fora da banda”? O RTSP mantém informação de estado sobre o cliente (considere a
função pausa/reinı́cio)?
A principal diferença é que o RTSP apresenta estados, onde um identificador pode
ser usado para monitorar sessões concorrentes, enquanto que o HTTP não tem estados.
Outro aspecto importante é que o RTSP tem comunicação bidirecional, enquanto o HTTP
apresenta um fluxo de mão-única onde o cliente realiza requisições que são respondi-
das pelo servidor. Por fim, o HTTP é um protocolo in-band, enviando comandos sob o
gerenciamento do sistema operacional, enquanto que o RTSP é out-of-band.
Questão 2.6
Como um hospedeiro pode usar realimentação de informação RTCP para determinar se
os problemas são locais, regionais ou globais?
Os pacotes RTCP são enviados periodicamente e contém relatórios estatı́sticos
dos transmissores e receptores que podem ser úteis para a aplicação. Algumas das
informações contidas nesses relatórios incluem número de pacotes enviados, número de
pacotes perdidos e intervalos de jitter entre as chegadas dos pacotes. Como a especificação
do RTCP deixa em aberto o que os desenvolvedores da aplicação podem fazer com estas
aplicações, fica a cargo destes fazer a classificação de possı́veis problemas de transmissão
baseado no imediatismo da troca de mensagens RTCP entre os componentes da rede, uma
informação que pode ser extraı́da de forma precisa graças a banda larga dedicada que este
protocolo possui.

Questão 2.7
O problema de fornecimento de garantias de QoS pode ser resolvido simplesmente for-
necendo largura de banda suficiente, isto é, apenas aumentando todas as capacidades de
enlace, de modo que as limitações de largura de banda deixem de ser uma preocupação?
E na sua opinião, é melhor transmitir fluxo contı́nuo de áudio/vı́deo armazenados por
TCP ou por UDP?
As melhorias na capacidade de enlace através de fornecimento de largura de banda
suficiente não é o único fator que impacta na qualidade de serviço das redes multimı́dia.
Por exemplo, a transmissão de vı́deo encontra uma grande barreira no preenchimento
dinâmico e eficiente dos buffers de transmissão e recepção (especialmente na recepção),
já que é impossı́vel que estes se adaptem a qualquer tamanho de mı́dia. Desta forma, a
melhoria no poder de coleta, descompressão e processamento é uma preocupação adicio-
nal a estas garantias de QoS.
Quanto à transmissão de fluxo contı́nuo de áudio e vı́deo, o UDP garante uma
transmissão suficientemente rápida dos pacotes sem a preocupação adicional de perdas de
rápida recuperação que é caracterı́stica de mı́dias dinâmicas, o que permite uma qualidade
de reprodução satisfatória e eficiente, na maioria dos casos.

Questão 2.8
Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso:
a (V) Se um vı́deo armazenado é entregue diretamente de um servidor Web a um
transdutor, então a aplicação está usando TCP como protocolo de transporte sub-
jacente.
b (V) Ao usar RTP, é possı́vel que um remetente mude a codificação no meio de
uma sessão.
c (F) Todas as aplicações que usam RTP devem usar a porta 87.
d (F) Suponha que uma sessão RTP tenha fluxos separados de áudio e vı́deo para
cada remetente. Então os fluxos de áudio e vı́deo usam o mesmo SSRC.
e (V) Em serviços diferenciados, ainda que o comportamento por salto defina
diferenças de desempenho entre classes, ele não impõe nenhum mecanismo parti-
cular para alcançar estes desempenhos.
f (F) Suponha que Alice quer estabelecer uma sessão SIP com Bob. Ela inclui, na
sua mensagem INVITE, a linha m=áudio 48753 RTP/AVP 3 (AVP 3 denota áudio
GSM). Portanto, Alice indicou em sua mensagem que ela deseja enviar áudio
GSM.
g (V) Com referência à declaração anterior, Alice indicou em sua mensagem IN-
VITE que enviará áudio para a porta 48753.
h (V) Mensagens SIP são enviadas tipicamente entre entidades SIP usando um
número default para a porta SIP.
i (V) Para manter seu registro, clientes SIP têm de enviar mensagens REGISTER
periodicamente.
j (F) SIP impõe que todos os clientes SIP suportem codificação de áudio G.711.

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