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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: HISTÓRIA,


CONTEXTO E AÇÃO

EMENTA: Educação Ambiental: conceitos, características, princípios e objetivos.


Pedagogia do Ambiente. Legislação Brasileira sobre Educação Ambiental.
Principais conferências sobre meio ambiente e diversidade. Desenvolvimento
Sustentável. Análise das tendências em Educação Ambiental. Vivência
Metodológica em Educação Ambiental.
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Caro(a) aluno(a),

Todos nós almejamos viver em um mundo melhor e não podemos


esperar que o mundo melhor comece no outro. Assim, no propósito de sermos
pessoas melhores e, por consequência, educadores exímios precisamos
desenvolver uma consciência ambiental. A consciência ambiental não nos fará
perfeitos, mas nos tornará cientes de que precisamos atuar em nosso espaço de
vivência com o compromisso de sermos melhores todo dia.

Assim, a disciplina Educação Ambiental como componente curricular do


curso de Licenciatura em Pedagogia tem como princípio básico oportunizar aos
estudantes a construção de posturas éticas ante as questões prioritárias da
educação e do meio ambiente para que possam atuar na perspectiva de
educadores ambientais.

Para tanto, a presente apostila foi dividida em três unidades: UNIDADE I


– Aspectos Epistemológicos da Educação Ambiental; UNIDADE II – Aspectos
Legais da Educação Ambiental; e, UNIDADE III – Aspectos Metodológicos da
Educação Ambiental. Ressaltamos que a mesma não tem a pretensão de ser uma
obra acabada, mas um instrumento de orientação que proporciona ao(à) aluno(a)
momentos de estudo e reflexão sobre a Educação Ambiental como saber
construído socialmente na busca de um mundo viável para esta e as próximas
gerações e também como instrumento de construção e de exercício de cidadania e
mudança de valores individuais e coletivos.

Será vivenciada como saber construído socialmente: disciplinar na


estrutura, interdisciplinar na linguagem e transdisciplinar na ação. Nesse sentido é
que propomos os objetivos, conteúdos, metodologia e processo avaliativo que
serão desenvolvidos na disciplina.

BOM TRABALHO E BOAS APRENDIZAGENS,


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SUMÁRIO

UNIDADE I ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL.....3


1.1 PARA INÍCIO DE CONVERSA............................................................................3
1.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DEFINIÇÕES, CARACTERÍSTICAS, PRINCÍPIOS,
FINALIDADES E OBJETIVOS...........................................................................10
1.2.1 O que é Educação Ambiental?.....................................................................10
1.2.2 Educação Ambiental: Características, Princípios e Objetivos.................19
1.3 PEDAGOGIA DO AMBIENTE............................................................................23

UNIDADE II ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL........................25

2.1 TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL....................................................25


2.2 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) .....................33
2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL......................46

UNIDADE III ASPECTOS METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL....54

3.1 PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................54


3.2 MÚLTIPLAS ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................55
3.3 VIVÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL.........................................................81

REFERÊNCIAS........................................................................................................83
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UNIDADE I ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO


AMBIENTAL

Competências (Objetivos)

- Analisar as questões conceituais e epistemológicas que permeiam a Educação


Ambiental;

- Refletir sobre a Educação Ambiental como instrumento de construção e de


exercício de cidadania e mudança de valores individuais e coletivos.

- Refletir sobre a Educação Ambiental como saber construído socialmente na


busca de um mundo viável para esta e as próximas gerações.

1.1 PARA INÍCIO DE CONVERSA...

Ao iniciarmos os nossos estudos na disciplina Educação Ambiental


vamos ler/conhecer um texto que foi escrito a mais de 160 anos atrás, quando não
se tinha inventado o termo ecologia, mas que nos ensina sobre conceitos
ecológicos que são válidos até hoje.

Carta do Chefe Seattle (Duwamish)


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Foto: E. M. Sammis
Foto do Grande Chefe Seattle (1787-1866)

Em 1854, o presidente dos Estados Unidos propôs comprar uma grande


área de terra dos índios peles-vermelhas, prometendo uma reserva para que nela
eles pudessem viver. A resposta dada pelo Cacique Seattle é tida como uma
profunda declaração de amor ao Meio Ambiente, brotada do coração puro e simples
de um índio cheio de reconhecimento à Natureza por tudo de bom que ela dá ao
homem. Eis a resposta:
Discurso feito pelo Chefe Seattle ao Presidente Franklin Pierce em 1854
(depois do Governo Americano ter dado a entender que desejava adquirir o
Território da Tribo).
O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a
nossa terra, o grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e
benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa de
nossa amizade.
Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o
fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe de
Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que
nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.
Minha palavra é como as estrelas - elas não empalidecem. Como podes
comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia nos é estranha. Se não somos
donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los?
Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo, cada folha reluzente de pinheiro,
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cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada lareira e inseto a
zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que
circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.
O homem branco esquece a sua terra natal, quando - depois de morto –
vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa
terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de
nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia -
são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos da campina, o calor que emana
do corpo de um mustang (cavalo selvagem), e o homem - todos pertencem à
mesma família.
Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja
comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá
reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será
nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a tua oferta de
comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada.
Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o
sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de lembrar que ela é
sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral
na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo.
O rumorejar d'água é a voz do pai de meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles
apagam nossa sede. Os rios transportam canoas e alimentam os nossos filhos. Se
te vendermos nossa terra, terás de lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são
irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um
irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver.
Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na
calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim
sua inimiga, e depois de conquistá-la, ele vai embora, deixa para trás os túmulos de
seus antepassados, e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e
não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à
herança. Ele trata sua mãe - a terra - e seu irmão - o céu - como coisas que podem
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ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante. Sua


voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto. Não sei.
Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos
do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um
selvagem que de nada entende. Não há sequer um lugar calmo nas cidades do
homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na
primavera ou o tinir das assa de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um
selvagem que nada compreende; o barulho parece apenas insultar os ouvidos. E
que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do pássaro ou, de
noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e
nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a
superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do
meio-dia, ou rescendendo a pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas
respiram em comum - os animais, as árvores, o homem. O homem branco parece
não perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é
insensível ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de lembrar que o ar
é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta.
O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o
seu último suspiro. E se te vendermos nossa terra, deverá mantê-la preservada,
feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o
vento, adoçado com a fragância das flores campestres.
Assim, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra. Se
decidirmos aceitar, faremos uma condição: o homem branco deve tratar os animais
desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e desconheço que
possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria,
abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em
movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de
ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios) matamos
apenas para o sustento de nossa vida.
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O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o


homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece
aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si.
Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as
cinzas de nossos antepassados; para que tenham respeito aos pais, conta a teus
filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o
que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra
- fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles
próprios.
De uma coisa sabemos. A terra não pertence, ao homem: é o homem
que pertence a terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como
o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride
à terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele
é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos
guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o
tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adocicados e bebidas
ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias -
eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmos uns invernos, nenhum dos filhos
das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm vagueado em pequenos
bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos de um povo que um
dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como
amigo para amigo, pode ser isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos,
apesar de tudo. Vamos ver, de uma coisa sabemos que o homem branco venha,
talvez, um dia descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que o
podes possuir do mesmo jeito como desejas possuir nossa terra; mas não podes.
Ele é Deus da humanidade inteira e é igual sua piedade para com o homem
vermelho e o homem branco. Esta terra é querida por ele, e causar dano à terra é
cumular de desprezo o seu criador.
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Os brancos também vão acabar; talvez mais cedo do que todas as outras
raças. Continuas poluindo a tua cama e hás de morrer uma noite, sufocado em teus
próprios dejetos.
Porém, ao perecerem, vocês brilharão com fulgor, abrasados, pela força
de Deus que os trouxe a este país e, por algum desígnio especial, lhes deu o
domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é para nós um
mistério, pois não podemos imaginar como será quando todos os bisões forem
massacrados, os cavalos bravios domados, as brenhas das florestas carregadas de
odor de muita gente e a vista das velhas colinas empanada por fios que falam.
Onde ficará o emaranhado da mata? Terá acabado. Onde estará a águia? Irá
acabar. Restará dar adeus à andorinha e à caça; será o fim da vida e o começo da
luta para sobreviver.
Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem
branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas
longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes
para que possam formar desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens.
Os sonhos do homem branco são para nós ocultos, e por serem ocultos, temos de
escolher nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas
que nos prometestes. Lá, talvez, possamos viver os nossos últimos dias conforme
desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança
não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu
povo continuará vivendo nestas florestas e praias, porque nós a amamos como ama
um recém-nascido o bater do coração de sua mãe.
Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a
como nós a protegíamos. "Nunca esqueças como era esta terra quando dela
tomaste posse": E com toda a tua força o teu poder e todo o teu coração -
conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus nos ama a todos.
De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, esta terra é por
ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.
Para entender melhor...
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1) Os índios Duwamish habitavam a região onde hoje se encontra o Estado americano


Washington - no extremo Noroeste dos Estados Unidos, divisa com o Canadá, logo acima
dos Estados de Montana, Idaho e Oregon. Tem como cidade mais famosa: Seattle (nome
dado em homenagem ao Chefe indígena). Os índios migraram pelo Puget Sound para a
Reserva Port Madison. O Chefe Seattle e sua filha estão enterrados lá.

2) Existem muitas controvérsias sobre o conteúdo original da Carta. O primeiro registro


escrito que se conhece, foi feito no Jornal Seattle Sunday Star em 1887 pelo Dr.Henry
Smith, que estava presente no pronunciamento - ele publicou suas próprias anotações com
comentários sobre o Grande Chefe, que segundo ele, era uma pessoa profundamente
impressionante e carismática. Nos anos 70 (1970) foram divulgadas várias versões deste
discurso em conexão com movimentos ecológicos e a favor da preservação da natureza; o
discurso ficou muito conhecido, quase mitificado, ficando de lado as discussões sobre sua
originalidade.

Fonte: CARTA do Chefe Seattle. (Duwamish). Disponível em:


<http://www.geocities.com/rainforest/andes/8032/page16.htm>. Acesso em: 05 maio 2017.
(com adaptações)

1.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DEFINIÇÕES, CARACTERÍSTICAS, PRINCÍPIOS E


OBJETIVOS

Você sabe o que é EDUCAÇÃO AMBIENTAL? Que características, princípios e


objetivos a permeiam? Leia os textos a seguir e se aproprie destas informações.
Lembre-se que o conhecimento bem como a vivência da educação ambiental são
condições fundamentais para o desenvolvimento da consciência ambiental.

1.2.1 O que é Educação Ambiental?

Definições de Educação Ambiental


Berenice Gehlen Adams

O conceito de Educação Ambiental varia de interpretações, de acordo


com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um.
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Para muitos, a Educação Ambiental restringe-se em trabalhar assuntos


relacionados à natureza: lixo, preservação, paisagens naturais, animais, etc. Dentro
deste enfoque, a Educação Ambiental assume um caráter basicamente naturalista.
Atualmente, a Educação Ambiental assume um caráter mais realista,
embasado na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à
construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e
progresso (pensamento positivista). Neste contexto, a Educação Ambiental é
ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável (apesar de polêmico o
conceito de desenvolvimento sustentável, tendo em vista ser o próprio
"desenvolvimento" o causador de tantos danos socio-ambientais).
Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental podemos dizer
que se trata de uma prática de educação para a sustentabilidade. Para muitos
especialistas, uma Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável é
severamente criticada pela dicotomia existente entre "desenvolvimento e
sustentabilidade".
Na tentativa de fazer uma análise sobre os conceitos desta prática,
colocamos à disposição diferentes definições para a Educação Ambiental, a fim de
perceber este conceito de forma mais abrangente e contextual. Para perceber a
abrangência e o significado da Educação Ambiental é preciso uma forma de pensar
mais complexa – da teoria moriniana. Só assim será possível a evolução deste
conceito ao seu amplo significado. 
A fim de colaborar para uma visão mais abrangente da Educação
Ambiental, aqui são apresentadas algumas "definições". A fonte de pesquisa foi
exclusivamente a Internet, e após cada definição está disponibilizada a autoria e o
link correspondente. Que este trabalho possa colaborar para a construção e
elaboração do conceito de Educação Ambiental.
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Fonte: http://ineam.com.br/tags/onu/

Definições:
- Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao
conteúdo e à prática da Educação, orientada para a solução dos problemas
concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma
participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. I Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental - Tbilisi, Georgia (ex-URSS).
(Fonte: http://www.cprh.pe.gov.br/sec-educamb/secund-edamb.html).
- A definição oficial de educação ambiental, do Ministério do Meio
Ambiente: “Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e
a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam
aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais
presentes e futuros”. (Fonte: http://www.revistaeducacao.com.br).
- De acordo com o conceito de educação ambiental definido pela
comissão interministerial na preparação da ECO-92 "A educação ambiental se
caracteriza por incorporar as dimensões socio-econômica, política, cultural e
histórica, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal,
devendo considerar as condições e estágios de cada país, região e comunidade,
sob uma perspectiva histórica. Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir a
compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a
interdependência entre os diversos elementos que conformam o ambiente, com
vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio na satisfação material e
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espiritual da sociedade, no presente e no futuro." (In. Leão & Silva, 1995). ( Fonte:
http://www.cprh.pe.gov.br/sec-educamb/ctudo-edamb_art_html).
- O CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - define a
Educação Ambiental como um processo de formação e informação orientado para o
desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais, e de
atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio
ambiental. (Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/multirio/cime/CE09/CE09_012.html).
- A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem  valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de
vida e sua sustentabilidade” (art. 1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99).
(Fonte: http://www.aultimaarcadenoe.com.br/educatrata.htm).
- Para a UNESCO “A educação ambiental é um processo permanente no
qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e
adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que
os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções para
os problemas ambientais, presentes e futuros” (UNESCO, 1987).
(Fonte: http://www.mma.gov.br/port/sbf/dap/educamb.html).
- Para a Conferência de Estocolmo, em 1972:  “A finalidade da educação
ambiental é formar uma população mundial consciente e preocupada com o
ambiente e problemas com ele relacionados, e que possua os conhecimentos, as
capacidades, as atitudes, a motivação e o compromisso para colaborar individual e
coletivamente na resolução de problemas atuais e na prevenção de problemas
futuros" (UNESCO, 1976, p. 2).
(Fonte: http://www.terravista.pt/enseada/3185/educao.htm).
- Stapp et al. (1969) definiu a Educação Ambiental como um processo
que tem como objetivo a formação de cidadãos, cujos conhecimentos acerca do
ambiente biofísico e seus problemas associados, possam alertá-los e habilitá-los a
resolver seus problemas. (Fonte: http://www.dorvalm.hpg.ig.com.br).
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- Mellowes (1972), define que Educação Ambiental seria um processo no


qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação
com o meio ambiente, baseado em um completo e sensível entendimento de
relação do homem com o meio. (Fonte: http://www.dorvalm.hpg.ig.com.br).
- Para Aziz Ab’ Saber a “Educação Ambiental é um processo que envolve
um vigoroso esforço de recuperação de realidade e que garante um compromisso
com o futuro. Uma ação entre missionária utópica destinada a reformular
comportamentos humanos e recriar valores perdidos ou jamais alcançados. Trata-
se de um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual quanto coletivo”.
(Fonte: http://educar.sc.usp.br/biologia/quadrinhos/definicao.jpg).
- Segundo Lucas (1980) a EA tem sido entendida e desenvolvida
enquanto educação sobre o ambiente, educação no ambiente, educação para o
ambiente e pelas classes formadas pelas possíveis combinações entre estas três
categorias. A educação sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento e a
compreensão, incluindo as capacidades necessárias para obter este conhecimento.
A educação para o ambiente procura a preservação ou melhoria do ambiente.
Ambas são caracterizadas pelos seus objetivos. Por outro lado, a educação no
ambiente caracteriza-se por ser uma técnica de ensino-aprendizagem, e o termo
ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de aula ou, de uma forma
geral, o contexto natural e/ou social em que as pessoas vivem.
(Fonte: http://www.terravista.pt/enseada/3185/educao.htm).
- Educação Ambiental é “o processo de reconhecer valores e aclarar
conceitos para criar habilidades e atitudes necessárias que sirvam para
compreender e apreciar a relação mútua entre o homem, sua cultura e seu meio
circundante biofísico. A educação ambiental também incluiu a prática de tomar
decisões e autoformular um código de comportamento com relação às questões
que concernem à qualidade ambiental“ (GONÇALVEZ, 1990).
(Fonte: http://geocities.yahoo.com.br/mcrecena/).
- Educação Ambiental é "o processo educacional de estudos e
aprendizagem dos problemas ambientais e suas interligações com o homem na
busca de soluções  que visem à preservação do meio ambiente" (SANTOS, Antônio
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Silveira R. dos. A importância da Educação Ambiental.  Jornal A Tribuna – Santos,


SP, 31.5.99). (Fonte: http://www.aultimaarcadenoe.com.br/educatrata.htm).
- Faria (1992) define educação ambiental como conhecimento das
estruturas, de composição e da funcionalidade da natureza, das interferências do
que o homem produziu sobre esta estrutura, essa composição e essa
funcionalidade. (Fonte: http://www.dorvalm.hpg.ig.com.br).
- Segundo Gonçalves (1990) a Educação Ambiental não deve ser
entendida como um tipo especial de educação. Trata-se de um processo longo e
contínuo de aprendizagem de uma filosofia de trabalho participativo em que todos:
família, escola e comunidade; devem estar envolvidos. O processo de
aprendizagem de que trata a educação ambiental, não pode ficar restrito
exclusivamente à transmissão de conhecimentos, à herança cultural do povo às
gerações mais novas ou a simples preocupação com a formulação integral do
educando inserindo em seu contexto social. Deve ser um processo de
aprendizagem centrado no aluno, gradativo, contínuo e respeitador de sua cultura e
de sua comunidade. “Deve ser um processo crítico, criativo e político com
preocupação de transmitir conhecimentos, a partir da discussão e avaliação crítica
dos problemas comunitários e também da avaliação feita pelo aluno, de sua
realidade individual e social, nas comunidades em que vive".
(Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/multirio/cime/CE09/CE09_012.html).
- Educação Ambiental é "um processo no curso do qual o indivíduo
consegue assimilar os conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire
as capacidades e comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as
relações de interdependência estabelecidas entre a sociedade, com seu modo de
produção, sua ideologia e sua estrutura de poder dominante, e seu meio biofísico,
assim como para atuar em consequência da análise efetuada" (Pedro Cañal, José
E. Garcia e Rafael Porlán). (Fonte: http://sallesm.sites.uol.com.br).
- Para  Jaume Sureda e Antoni J. Colom deve ocorrer "conjunção e
coordenação de três fases ou etapas: educação sobre o meio (em referência
explícita aos conteúdos), educação através do meio (incidência metodológica e
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mediadora) e educação em prol do meio (mensagem axiológica e teleológica)".


(Fonte: http://sallesm.sites.uol.com.br/Oqeedamb/ea.htm).
- “A EA deve considerar o Meio Ambiente em sua totalidade, deve ser
contínua, deve atingir todas as faixas etárias, ocorrer dentro e fora da Escola e
examinar as questões ambientais locais, nacionais e internacionais, sob um
enfoque interdisciplinar. Estes princípios devem orientar nossas ações” (João A. C.
Muniz). (Fonte: http://www.cefetgo.br/ecologia/Educacoo_ambiental.htm#proposta).
- “A educação ambiental se torna um exercício para a cidadania.
Ela tem como objetivo a conscientização das pessoas em relação ao mundo em
que vivem para que possam Ter cada vez mais qualidade de vida sem desrespeitar
o meio ambiente natural que a cercam. Essa conscientização se dá a partir do
conhecimento dos seus recursos, os aspectos da fauna e da flora gerais e,
específicos de cada região; e, os problemas ambientais causados pela exploração
do homem, assim como Os aspectos culturais que vão se modificando com o
passar do tempo e da mudança dos recursos naturais, como a extinção de algumas
espécies por exemplo. O maior objetivo é tentar criar uma nova mentalidade com
relação a como usufruir dos recursos oferecidos pela natureza, criando assim um
novo modelo de comportamento (...) A educação ambiental é um exercício para a
participação comunitária e não individualista” (Márcia Helena Quinteiro Leda –
Fonte: Marcos Reigota). (Fonte: http://www.filhosonline.com.br/educambiental2.asp).
- “Sou um pouco avesso a definições fechadas. Peço desculpas às
pessoas veteranas na área, mas seria mais interessante falar de um breve histórico
da evolução do conceito de Educação Ambiental (EA), desde o seu aparecimento
em 1965, na Royal Society of London, quando foi associado à preservação dos
sistemas vivos. Já na década de 70, a União Internacional de Conservação da
Natureza (UICN) associou o mesmo à conservação da biodiversidade. Como um
prolongamento da histórica Conferência de Estocolmo (1972) e da Reunião de
Belgrado (1975), na Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental
promovida pela UNESCO em Tbilisi (Geórgia, ex-URSS), em 1977, a Educação
Ambiental (EA) foi definida como "um processo de reconhecimento de valores e
elucidação de conceitos que levam a desenvolver as habilidades e as atitudes
16

necessárias para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos,


suas culturas e seus meios físicos”. A EA também envolve a prática para as
tomadas de decisões e para as autoformulações de comportamentos sobre os
temas relacionados com a qualidade do meio ambiente". No Fórum das ONGs,
realizado paralelamente à Conferência Rio 92 (o qual produziu a Agenda 21),
referendando e ampliando o conceito anterior, o Tratado de Educação Ambiental
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, "reconhece o papel
central da educação na formação de valores e na ação social e para criar
sociedades sustentáveis e equitativas (socialmente justas e ecologicamente
equilibradas)", e considera a EA "um processo de aprendizagem permanente
baseado no respeito a todas as formas de vida, o que requer responsabilidade
individual e coletiva em níveis local, nacional e planetário". Como se vê, aqui já se
constata uma profunda transformação de uma visão extremamente naturalista e
antropocêntrica (animais e plantas servem para...), confundindo natureza e meio
ambiente (que é uma representação social), para uma conceituação que envolve
outras dimensões, além da ecológica: afetiva, social, histórica, cultural, política,
ética e estética. A própria Constituição de 1988 e a Lei da EA (Lei 9795 de
27/4/1999) incorporam esta evolução conceitual, como se vê no art. 1º da mesma:
"Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e
a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade". (Fernando A.
Guerra). (Fonte: http://www.revistaea.arvore.com.br).
- Vou resumir a importância da educação ambiental com uma palavra,
pois para mim ela é – fundamental. Como eu tenho contato com pessoas que se
envolvem com educação ambiental em diferentes realidades, verifiquei que os
conceitos são trabalhados de forma a adequá-los ao público alvo e a realidade
local. Hoje sabemos que a educação ambiental enquanto processo pedagógico
abarca uma diversidade muito grande de metodologias, enfoques e abordagens. O
que me parece ser relevante em todo o processo da educação ambiental, seja
formal ou não formal, é que os indivíduos - educandos e educadores - sejam
17

respeitados nas suas idiossincrasias, e que as atividades e ações levem em


consideração as particularidades do entorno, ou seja, do contexto social. Penso que
nós seres humanos precisamos reaprender a nossa existência na Terra, para
podermos enxergar e entender que a teia da vida é um intricado movimento de
aprendizagem que vem ocorrendo há bilhões de anos.  Para isso é necessário que
incorporemos a modéstia que nos cabe em relação a quem somos, da onde viemos
e para onde vamos. O avanço do conhecimento humano no campo da ecologia nos
faz compreender que somos apenas mais um elo da corrente de sustentação da
vida na Terra.  Por isso acredito que agora, além da necessidade da educação
ambiental é preciso desencadear com urgência um amplo processo de
alfabetização ecológica, visto que é fundamental que todos adquiram
conhecimentos básicos de ecologia, para que se possa aprender com a vida, que
não para nunca, de aprender. Vejo que os educadores e educadoras ambientais
são pessoas muito altruístas, desprendidas e dedicadas ao outro e ao mundo. Digo
isto porque todo educador e educadora ambiental trabalham para o futuro e
dependendo da situação, é um futuro muito longínquo, o que significa que
provavelmente eles não vejam o resultado das mudanças pelas quais se dedicam.
Mas isso para um verdadeiro educador e educadora ambiental não tem a menor
importância. Isso é o verdadeiro compromisso intergeracional. Acredito na ideia de
que somos seres espirituais vivendo uma aventura humana, por isso acredito,
também, que com o nosso trabalho estamos contribuindo para um novo tempo que
está por vir, e que depende muito das decisões que estamos tomando agora no
presente. A vida está continuamente a aprender, Oxalá consigamos aprender com
ela! (Ellen Regina Mayhé Nunes). (Fonte: http://www.revistaea.arvore.com.br).

E para você, o que é Educação Ambiental? É importante fazer esta


reflexão para que possamos consolidar uma prática educativa que desenvolva
novos valores em relação à forma como vemos, sentimos e vivemos; onde a
cidadania, a inclusão, o respeito, a alteridade, a convivência harmônica e a
tolerância sejam uma constante na prática educacional.
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Fonte: ADAMS, Berenice Gehlen. O que é educação ambiental? Publicado no website do


Projeto Apoema: Educação Ambiental. 2005. Disponível em:
<http://educantal.blogspot.com.br/2011/03/o-que-e-educacao-ambiental.html>. Acesso em:
26 abr. 2017.

1.2.2 Educação Ambiental: Características, Princípios e Objetivos

As informações a respeito das características, princípios e objetivos da


educação ambiental no mundo foram propostas a partir da realização, em 1977, da
Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi (na ex-
União Soviética) organizada pela ONU/UNESCO.
Nessa Conferência foram elaborados objetivos, princípios, estratégias e
recomendações para o desenvolvimento da educação ambiental no mundo.
Portanto, no documento final da Conferência de Tbilisi de acordo com Marcatto
(2002) estão expressas as principais características da Educação Ambiental, ser
um processo:
- Dinâmico integrativo - processo contínuo em que indivíduos e
comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que
os tornam aptos a agir, individual e coletivamente e resolver os
problemas ambientais;
- Transformador - favorece a aquisição de conhecimentos e habilidades
capazes de imprimir no indivíduo mudanças de atitudes, objetivando a
construção de uma nova visão das relações do ser humano com o seu
meio e a adoção de novas posturas individuais e coletivas em relação
ao meio ambiente. A consolidação dessa nova relação refletirá na
implantação de uma nova ordem ambientalmente sustentável;
- Participativo - sensibiliza e conscientiza o cidadão, estimulando-o a
participar dos processos coletivos;
- Abrangente - ofertada continuamente em todas as fases do ensino
formal, envolvendo a família e à sociedade em geral;
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- Globalizador – contempla o ambiente em seus múltiplos aspectos:


natural, tecnológico, social, econômico, político, histórico, cultural,
moral, ético e estético. Deve atuar com visão ampla de alcance local,
regional e global.
- Permanente – parte da pressuposto de que a evolução do senso crítico
e a compreensão da complexidade dos aspectos que envolvem as
questões ambientais se dão de um modo crescente e contínuo, não se
justificando sua interrupção;
- Contextualizador - atua diretamente na realidade de cada comunidade,
sem perder de vista a sua dimensão planetária.
Ressalta, ainda, Marcatto (2002 apud CZAPSKI, 1988) que além dessas
sete características definidas na Conferência de Tbilisi, existe uma oitava,
incorporada pelo MEC na educação formal do Brasil, a saber:
- Transversal - propõe-se que as questões ambientais não sejam
tratadas como uma disciplina específica, mas sim que permeie os
conteúdos, objetivos e orientações didáticas em todas as disciplinas. A
educação ambiental é um dos temas transversais dos Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ministério da Educação e Cultura.
A Conferência de Tbilisi, ainda, conforme Marcatto (2002 apud
CZAPSKI, 1998) determinou que os programas e projetos de trabalho em
educação ambiental no mundo devem ser norteados pelos seguintes princípios:
- Considere o ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos
naturais e artificiais, tecnológicos e sociais (econômico, político,
técnico, histórico-cultural e estético);
- Constitua um processo contínuo e permanente, iniciando na educação
infantil e continuando através de todas as fases do ensino formal e não
formal;
- Empregue o enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo
específico de cada disciplina, para que se adquira uma perspectiva
global e equilibrada;
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- Examine as principais questões ambientais em escala pessoal, local,


regional, nacional, internacional, de modo que os educandos tomem
conhecimento das condições ambientais de outras regiões geográficas;
- Concentre nas situações ambientais atuais e futuras, tendo em conta
também a perspectiva histórica;
- Insista no valor e na necessidade de cooperação local, nacional e
internacional, para prevenir e resolver os problemas ambientais;
- Considerem, de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos
de desenvolvimento e crescimento;
- Façam com que os alunos participem na organização de suas
experiências de aprendizagem, proporcionando-lhes oportunidade de
tomar decisões e de acatar suas consequências;
- Estabeleça uma relação para os alunos de todas as idades, entre a
sensibilização pelo ambiente, a aquisição de conhecimentos, a
capacidade de resolver problemas e o esclarecimento dos valores,
insistindo especialmente sobre os problemas ambientais existentes em
sua própria comunidade;
- Contribua para que os alunos descubram os efeitos e as causas reais
dos problemas ambientais;
- Considere a complexidade dos problemas ambientais e,
consequentemente, a necessidade de desenvolver o sentido crítico e
as aptidões necessárias para resolvê-los;
- Utilize diversos ambientes educativos e ampla gama de métodos para
comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente,
privilegiando as atividades práticas e as experiências pessoais.
No Brasil para legitimar a vivência dos princípios da Conferência de
Tbilisi no desenvolvimento da educação ambiental no espaço formal e não-formal
foi institucionalizada a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Nº 9795/1999)
e este dispositivo, ainda, propõe no seu Art. 5º como objetivos fundamentais da
educação ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente
em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
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psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e


éticos;
II - a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social;
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e
responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-
se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do
exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis
micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade
ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade,
igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e
sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a
tecnologia;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

No entanto, é necessário ressaltar que na vivência os princípios e


objetivos bem como as características da educação ambiental não devem ser
considerados como listas acabadas e definitivas, isto é, como rol taxativo, mas que
podem ser somados a outros não explicitamente apresentados aqui e que podem
ser importantes de serem contemplados em função da natureza do trabalho a ser
desenvolvido e da realização de uma educação que se pretenda transformadora,
comprometida com a vida, a liberdade e o interesse da maioria da população
(PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2017).

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999. Institui a Política Nacional de Educação
Ambiental e dá Outras Providências. Disponível em: <www.org.br.com>. Acesso em: 16
fev. 2017.

MARCATTO, Celso. Educação ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM,


2002.

PEDRINI, Alexandre de Gusmão (Org.). Educação ambiental: reflexões e práticas


contemporâneas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
22

PORTAL EDUCAÇÃO. Princípios e objetivos da educação ambiental. Disponível em: <


https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/principios-e-objetivos-da-
educacao-ambiental/61138>. Acesso em: 07 maio 2017.

1.3 PEDAGOGIA DO AMBIENTE

No livro “Saber Ambiental: Sustentabilidade, Racionalidade,


Complexidade, Poder” o autor Enrique Leff, um dos mais reconhecidos intelectuais
latino-americano que trabalham a temática ambiental sob a perspectiva
interdisciplinar, apresenta a Pedagogia do Ambiente como instrumento de reflexão
para a constituição da educação ambiental como prática social na dimensão da
sustentabilidade e da cidadania.

Fonte: https://www.google.com.br

PARA AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS SUGESTÃO DO LIVRO ACIMA

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