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PROVISÃO NO DESERTO
1Ora, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo
como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho,
nem chuva haverá nestes anos, senão segundo a minha palavra.
2Depois, veio a palavra do Senhor a Elias: 3Retira-te daqui, vai para o
junto ao ribeiro de Querite, a leste do Jordão. 6Os corvos lhe traziam pão e
carne pela manhã, como também pão e carne ao anoitecer, e bebia do
ribeiro.
7Mas, passados alguns dias, o ribeiro secou, porque não tinha havido
chuva na terra.
1 Reis 17
Logo no início da profecia, Elias quis deixar bem claro que o Deus de Israel era bem
diferente do deus a quem Acabe servia. Veja as primeiras palavras da profecia:
“Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel”. Essas palavras refletiam a vida de
Deus. Elias estava certo de que o Deus de Israel estava vivo.
Você tem certeza de que Deus está vivo? Você tem certeza de que Ele tem
poder para mudar quaisquer circunstâncias adversas que estejam afligindo sua
vida? A provisão começa a partir do momento em que temos consciência de que
Deus está vivo e atento às nossas dificuldades.
Se olharmos para as nossas limitações, de fato, recuaremos diante dos
problemas da vida; mas, se olharmos para Deus e dissermos: “— Tão certo como
vive o Senhor, meu Deus”, seremos vitoriosos até mesmo nas crises mais rudes.
Precisamos aprender a confiar na vida que há em Deus. Quando estamos
certos de que o nosso Redentor vive, o que poderá nos abalar?
A afirmativa de Elias está clara como cristal: A provisão vem para quem está na
presença de Deus.
Em face dos contratempos, corra para a presença de Deus. Ao primeiro sinal
de dificuldade, não pense duas vezes, busque a Deus de todo o coração. Pois,
quando estamos face a face com o Senhor, todas as adversidades são revertidas.
1 Reis 17
Primeiro, Deus ordenou que Elias profetizasse contra Acabe; logo depois, ordenou
que ele fugisse. Teria Deus agido de forma incoerente? De maneira nenhuma. Os
meios de Deus agir são bem diferentes dos nossos. Nem sempre a racionalidade
humana pode acompanhar a dimensão do pensamento divino.
Quando o Senhor nos convoca a realizar algo que foge da nossa
compreensão, imediatamente, questionamos a maneira de Deus agir. Se pensamos
assim, por certo, ainda estamos presos à naturalidade das coisas.
O mundo espiritual — em que tanto almejamos viver — é sobrenatural. Não há
como divisar o orbe espiritual com olhos naturais. Deus age no mundo espiritual.
Portanto, quando Ele manifestar sua vontade, não proteste; apenas declare: “—
Senhor, eis-me aqui; faça o que quiser da minha vida”.
Nem sempre o Senhor revelará os pormenores da sua vontade. Assim, quando
Ele expressar seus propósitos, obedeça! Pois a obediência é condição cogente para
que recebamos a provisão.
Você está disposto a dizer: “— Deus, farei sua vontade?” Faça a vontade do
Senhor e espere para ver. Quando Deus declara: “... e, depois, fazei prova de mim,
(...) se eu não vos abrir as janelas dos céus e não derramar sobre vós uma benção tal,
que dela vos advenha a maior abastança” (Malaquias 3:10), Ele espera que
reivindiquemos o cumprimento da sua vontade. No entanto, na maioria das vezes,
recuamos na hora de dar um passo de fé.
Deus é fiel. Se você estiver disposto a obedecer-lhe, nada impedirá que a
provisão inunde sua vida. Deus cumpre à risca cada uma de suas promessas. Não
podemos, portanto, arrefecer diante das dificuldades.
6Os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e
carne ao anoitecer, e bebia do ribeiro.
1 Reis 17
Durante todo o tempo em que Elias esteve no deserto, Deus o sustentou por
intermédio de corvos, que, pela manhã e ao anoitecer, traziam-lhe pão e carne. Não
sei se havia muitos corvos ou se eles faziam muitas viagens, o fato é que os corvos
sustentaram Elias durante muitos dias.
Agora, por que Deus preferiu levar sua provisão a Elias por meio de corvos,
que são aves que rapinam, ou seja, que roubam a caça de outros pássaros? Não
poderia Deus ter usado outro animal? Sim, poderia, no entanto, pela figura do
corvo, Elias compreenderia que a provisão do Senhor, muitas vezes, vem de quem
está acostumado a tomar. Isso significa que, para nos abençoar, Deus usa quem
quiser. Até os corvos — que simbolizam pessoas usurpadoras — têm de agir na
direção da vontade DO Senhor.
Você sabia que os corvos têm um comportamento bem semelhante ao dos
leões? Diferentemente da maioria dos animais, que deixam de comer para
alimentar seus filhotes, os leões se alimentam primeiro, depois, se sobrar, os
filhotes. Assim, em momentos de escassez, os que morrem primeiro são os filhotes.
Como os leões, os corvos, se tiverem comida de sobra, alimentam seus filhotes;
se não, o filhote que se vire. Em outras palavras, quando Deus quer usar alguém
para ser bênção na sua vida, esse alguém tem de ir até mesmo contra a sua própria
maneira de ser. E Deus faz isso muito bem.
A Bíblia diz que “como ribeiros de águas é o coração do rei nas mãos do
Senhor; a tudo o que quer o inclina” (Provérbios 21:1). Se Deus quiser fazer o rio
correr do mar para a fonte, Ele fará. Se Deus quiser fazer com que o corvo deixe de
comer e dê para um servo do Senhor, Ele fará. Às vezes, seremos surpreendidos
pelos meios que Deus usará para nos trazer a provisão.
O Salmo 34:10 diz que “os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas
aqueles que buscam ao Senhor de nada têm falta”. Que declaração admirável!
Aqueles que buscam ao Senhor de nada têm falta. É promessa de Deus para sua
vida.
Que maravilhosa provisão! Ainda que estejamos no deserto, cercados por
adversidades, Deus enviará os corvos para serem instrumentos da bênção. Se
crermos de todo o coração que Deus é provedor, a provisão virá à porta da nossa
casa. E o portador dessa bênção poderá ser aquele que menos imaginamos.
Outro ponto interessante: Por que levar a provisão a Elias por intermédio de
corvos, se essas criaturas eram consideradas imundas pela Lei de Moisés? Veja o
que diz o texto a seguir.
Você sabe por que, para a Lei Mosaica, os corvos deveriam ser considerados
abomináveis para os israelitas? Porque essas criaturas eram imundas, isto é, elas se
alimentavam de carniça, de cadáver em estado de putrefação.
Nesse contexto, surgem perguntas inevitáveis: “— Por que Deus contrariou a
Lei que Ele mesmo estabeleceu? Teria Deus agido de forma incoerente?” De
maneira nenhuma. Deus enviou a provisão por meio de animais considerados
imundos para revelar a Elias — e a nós também — que a Graça supera a Lei.
Hoje, há muitos cristãos sofrendo dificuldades financeiras porque são
legalistas, ainda estão sob o domínio da Lei. Estes são os que insistem em fechar os
olhos para a graça de Deus. Deus é soberano. Quando Ele quer nos abençoar, nada
pode impedi-lo, nem mesmo normas já estabelecidas.
Não são poucos os que desprezam as bênçãos do Senhor por não concordarem
com os métodos divinos. O Senhor enviará a provisão pelos meios que Ele quiser.
Precisamos, de uma vez por todas, deixar Deus ser Deus. Precisamos confiar
na soberania divina, porque, algumas vezes, Ele enviará a provisão pelas mãos do
ímpio. Por isso, se o ímpio, movido pelo Espírito Santo, oferecer-lhe ajuda num
momento de crise, ore a Deus antes de rejeitar prontamente a oferta.
Muitas pessoas estão rejeitando a provisão do Senhor porque se sentem
escandalizadas com a maneira de Deus agir.
Quando Deus enviou a provisão por intermédio dos corvos, Elias — que
conhecia muito bem a Lei — não questionou. Pelo contrário, recebeu de bom grado
a oferta do Senhor.
Precisamos aprender que a graça de Deus supera a Lei. Por não discernirem a
Deus, muitos crentes estão vivendo sob miséria física e espiritual. Sofrem porque
são legalistas; rejeitam a provisão.
Certamente, não estou propondo que você procure o ímpio em busca de
provisão. Mas, se Deus enviá-lo como intermediário da bênção, não o rejeite.
Não feche seus lábios nos momentos de dificuldade; clame a Deus! E, se Ele
enviar o corvo, não questione. Receba a provisão com gratidão.
Outro aspecto interessante sobre os corvos está descrito no livro de Jó.
Acompanhe comigo.
O que a Palavra está nos afirmando? Quem é que prepara o alimento para os
corvos, quando seus filhotes gritam de fome? Essa é uma típica pergunta retórica.
Evidentemente, Deus provê para os corvos, e os corvos provêem para os homens.
A aplicação dessa afirmação é significativa. Se Deus tem provisão para sua
vida, seja instrumento de provisão para aqueles que estão ao seu redor. Assim
como Deus sustentou o corvo, o corvo sustentou Elias na hora da necessidade. Esse
é um princípio que devemos considerar.
Aprendi esse ensinamento com minha esposa Lylian. Bem no começo do meu
ministério pastoral, Lylian ouviu o seguinte comentário de uma de suas discípulas.
Não preciso dizer que Lylian ficou arrasada. Ela chorou durante muito tempo.
Depois que ela se aliviou, tentei acalmar os ânimos:
— Meu amor, sua discípula estava certa. Vida de pastor é assim mesmo...
— Não acredito que deva ser assim! Você está impedindo a bênção de Deus na
nossa vida!
— Deus, se estou impedindo sua bênção na minha vida, peço que o Senhor me
dê um sinal; e nunca mais o impedirei.
6Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e pela
súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante
de Deus.
Filipenses 4
Lembro-me de um outro episódio da minha vida, que reflete bem a atitude
que devemos ter, ao tornarmos conhecidas diante de Deus os nossos pedidos.
Certo dia, minha esposa me perguntou:
Aceitei a benção e louvei ao Senhor. Quando Deus quer nos abençoar, Ele traz
a provisão na nossa porta.
Acredito assim na provisão do Senhor porque, embora tenha experimentado
momentos de extrema dificuldade, o Senhor nunca me desamparou.
Houve um tempo em que passei por uma dificuldade financeira gravíssima.
Depois que terminaram as eleições de 1998 — nas quais havia me candidatado a
Deputado Federal —, minha dívida de campanha havia comprometido meu
orçamento familiar. Sinceramente, não sabia o que fazer. Orei ao Senhor pedindo
livramento.
Depois, quando eu menos esperava, Deus moveu o coração de um amigo da
igreja para me socorrer. Ele chegou, entregou-me um cheque e disse: “—
Lamartine, isso é para você cobrir suas contas”. Mais uma vez, fiquei boquiaberto.
Verdadeiramente, Deus é Senhor. Ele move as pessoas para nos abençoarem.
Ele usa quem quiser. Ele usou o corvo para sustentar Elias, não se esqueça disso.
Também é importante entender que Elias simboliza o reino de Deus, e os
corvos, as pessoas que, por meio de Cristo, pertencem a esse reino. Eis um princípio
bíblico: Se você tem sido abençoado, abençoe também o reino de Deus. Aprenda a
dividir o que o Senhor lhe tem concedido.
Abençoar o reino de Deus é o maior investimento que um cristão pode fazer. E
não me refiro a investimentos financeiros apenas. Invista também em pessoas.
Invista em quem pode mudar a sociedade; invista em quem pode mudar a história.
Seja um corvo na vida das pessoas. Porque uma hora a situação pode se inverter...
PROVISÃO QUE VEM PELA SOBERANIA DE DEUS
7Mas, passados alguns dias, o ribeiro secou, porque não tinha havido
chuva na terra.
1 Reis 17
Elias agora começava a enfrentar um novo desafio. Primeiro, ele teve de aprender a
depender dos corvos. Agora, ele tinha de lidar com a limitação da natureza: o
ribeiro — que lhe servia de fonte de água potável — havia secado.
Os recursos da natureza são realmente limitados. O versículo que acabamos de
ler afirma que o ribeiro secou porque não choveu. E esse é um fato bastante comum
na natureza e, por analogia, na vida cristã também.
Tudo o que conquistamos neste mundo pode “secar” de uma hora para outra.
Não podemos fazer dos nossos bens e pertences a nossa segurança. Sim, podemos
ter muitas coisas, mas não podemos confiar que elas sejam a única forma de
provisão que Deus nos dispõe.
Precisamos entender que a provisão do Senhor vem pela soberania dele. Quer
dizer, nem sempre os bens que acumulamos correspondem à provisão celestial. E
não há nenhuma contradição nas minhas palavras.
Veja bem. Deus tem alegria em nos abençoar. Como um bom Pai, Ele quer que
a nossa alegria seja completa (João 16:24). Por isso, Ele nos dá condições de adquirir
coisas materiais, como uma casa própria, um bom emprego, um carro novo, por
exemplo. Todavia, não podemos, de forma alguma, esperar que essas coisas sejam
o suporte definitivo da nossa vida.
Gostaria que você entendesse que o seu coração, a sua dependência, a sua paz,
a sua segurança, não podem estar nem nos “corvos” nem no “ribeiro”. Porque os
corvos não ficarão trazendo pão e carne a vida toda. Eles trarão no momento de
Deus.
A verdade é que, se desejamos receber a provisão do Senhor, precisamos,
então, confiar plenamente no seu modo de agir. Deus é competente o suficiente
para driblar quaisquer circunstâncias para nos abençoar. Se você estiver na
presença de Deus, ainda que o ribeiro seque, não faltará provisão para sua vida. A
provisão do Senhor não seca junto com o ribeiro. Até acreditamos nisso, mas,
infelizmente, há momentos em que agimos contra essa fé.
Não coloque sua confiança nas pessoas nem na aparente prosperidade dos
negócios. Confie somente em Deus. Ele não está sujeito à falência ou a alterações de
“humor”, como o mercado financeiro, tantas vezes; Ele não está sujeito ao tempo.
Deus é Senhor da história, é Senhor da sua vida. Creia nessa palavra.
Se você o buscar, Ele proverá segundo a sua necessidade. E se o ribeiro secar?
Ele abrirá uma fonte. E, se você estiver no deserto, como Elias esteve? Ele trará os
corvos com o sustento.
Imaginem se tivéssemos de depender dos homens. Estaríamos perdidos! De
fato, só devemos depender do Senhor. Só Ele tem a provisão plena.
8Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra e faz
produzir ervas sobre os montes. 9Ele dá aos animais o seu sustento e aos
filhos dos corvos, quando clamam.
Salmo 147
8Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra e faz
produzir ervas sobre os montes. 9Ele dá aos animais o seu sustento, e aos
filhos dos corvos, quando clamam.
Salmo 147
CAPÍTULO DOIS
PROVISÃO IMPROVÁVEL
pedaço de pão. 12Respondeu ela: Tão certo como vive o Senhor teu Deus,
não tenho nenhum bolo, senão somente um punhado de farinha numa
panela e um pouco de azeite numa botija. E vês aqui, apanhei dois
cavacos e vou prepará-los para mim e para o meu filho, a fim de que
comamos e morramos.
13Elias lhe disse: Não temas. Vai, faze como disseste. Porém faze
disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo aqui fora, depois o
farás para ti e para o teu filho. 14Pois, assim diz o Senhor Deus de Israel: A
farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia
em que o Senhor dê chuva sobre a terra.
15Foi ela e fez conforme a palavra de Elias. Assim, comeu ele, ela e a
sua casa muitos dias. 16Da panela, a farinha não se acabou, e, da botija, o
azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, falada por intermédio de
Elias.
1 Reis 17
No capítulo antecedente, vimos que Elias, depois de proferir o juízo de Deus contra
Acabe, seguiu a orientação divina de ir para o ribeiro de Querite. Você se lembra?
Bem, ali Elias foi sustentado pelo Senhor por meio de corvos, que traziam pão
e carne para ele duas vezes ao dia.
Depois de alguns dias, o ribeiro secou, e Elias recebeu uma nova direção do
Senhor: “Levanta-te, vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali. Ordenei a
uma mulher viúva ali que te sustente” (1 Rs 17:9).
Ao pensar nessa ordem do Senhor, percebo que nela não há lógica alguma.
Naquela época, Elias era o grande profeta de Israel. Ele entrava na presença do rei à
hora que quisesse. E, no entanto, Deus o enviou a uma viúva! Mas como uma viúva
poderia sustentar um profeta? Seria a provisão mais improvável do mundo.
O fato é que temos de estar atentos à direção do Senhor, pois a provisão
poderá vir realmente do improvável, de uma pessoa ou de um lugar que não
imaginamos.
9Levanta-te,
vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali. Ordenei a
uma mulher viúva ali que te sustente.
1 Reis 17
E assim, Jessé apresentou a Samuel todos os seus filhos, um por um, mas o
Senhor a nenhum deles escolheu. Quando Samuel percebeu que o Senhor havia
rejeitado a todos os rapazes, perguntou a Jessé...
Assim que Davi chegou, Samuel o ungiu rei de Israel. Para Samuel, Jessé e
seus filhos, Davi seria a pessoa menos provável para ocupar o trono de Israel. No
entanto, Deus o havia escolhido. Com isso, fica claro que Deus usa o improvável
mesmo. Muitas vezes, seremos surpreendidos pela maneira como a provisão do
Senhor virá sobre a nossa vida.
Certa vez, Filipe, um dos discípulos de Cristo, encontrou Natanael e lhe falou
a respeito de Jesus de Nazaré. Natanael reagiu na mesma hora: “— Pode vir
alguma coisa boa de Nazaré?” (João 1:46).
De fato, a cidade de Nazaré não era uma das melhores. No entanto, foi
daquele lugar, a princípio improvável, que Deus escolheu trazer o Messias para
restaurar a humanidade.
Você sabe por que estou relembrando esses momentos bíblicos? Para que você
não fique formalizando a provisão do Senhor. Deixe Deus fazer do jeito dele; deixe-
o usar quem quiser, ainda que Ele use uma pessoa improvável.
E foi exatamente isso o que aconteceu na vida de Elias.
pedaço de pão. 12Respondeu ela: Tão certo como vive o Senhor teu Deus,
não tenho nenhum bolo, senão somente um punhado de farinha numa
panela e um pouco de azeite numa botija. E vês aqui, apanhei dois
cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, a fim de que o
comamos e morramos.
1 Reis 17
O que esperar de uma pobre viúva, que sequer tinha o que dar de comer a seu
filho? Que situação improvável! Deus preferiu sustentar Elias pelas mãos de uma
viúva! Por que a provisão não veio dos ricos mercadores de Sidom?
Sidom, a capital da Fenícia, era uma cidade portuária, que tinha um comércio
riquíssimo. Havia muitos homens ricos em Sidom. Deus poderia ter dito a Elias:
“— Elias, farei algum sinal por seu intermédio, e com isso os grandes de Sidom vão
abençoá-lo”. Mas não foi pelos ricos comerciantes de Sidom que Deus sustentou
Elias. Deus estava deixando bem claro que a provisão vem da maneira que Ele
quiser.
Outro ponto interessante. Elias também poderia ter buscado a provisão em
Obadias, um dos governadores do rei Acabe. Apesar de servir a Acabe, Obadias era
um homem que amava os profetas de Deus. Enquanto Acabe açoitava os profetas,
Obadias os escondia e os alimentava. Ora, não teria sido melhor Deus ter enviado
Elias a Obadias, já que ele protegia os profetas? Isso prova mais uma vez que,
muitas vezes, a provisão do Senhor virá do improvável.
Aquela viúva não tinha nada a oferecer a Elias, a não ser um punhado de
farinha e um pouco de azeite. Mas Deus multiplica os elementos. Quando Deus
decide trazer a provisão, cinco pães e dois peixes alimentam uma multidão. Você se
lembra dessa passagem bíblica?
Jesus alimentou cinco mil homens, além de crianças e mulheres, com apenas
cinco pães e dois peixes. Ainda sobraram doze cestos cheios (Mateus 14:13-21).
Como ainda há pessoas que tentam minorar a provisão do Senhor?
O que Deus pretendia ensinar a Elias? Em primeiro lugar, que Ele provê por
meio de quem Ele quiser. Agora, imagino também que Deus queria mostrar a Elias
— o grande profeta — que, às vezes, a provisão vem dos pequeninos mesmo.
Muitas vezes, os pequenos serão aqueles por intermédio dos quais a bênção virá na
sua vida.
Um dia, assisti a um programa de TV em que um ator, vestido de terno e
gravata, simulava uma queda, a fim de testar a reação das pessoas que passavam
pelo local. Não demorava muito, e alguém se prontificava para ajudar o ator.
Depois, o mesmo ator colocava uma roupa bem simples e simulava a mesma
queda. Agora, as pessoas passavam de largo e não ofereciam qualquer tipo de
ajuda.
O que aprendemos com isso? Enquanto os homens olham para a grife das suas
roupas, Deus olha para o seu coração.
Enquanto o nosso coração estiver inclinado à vontade do Senhor, nada nos
faltará. A provisão de Deus sempre virá na nossa vida. Mas virá do jeito que Ele
quiser. E, muitas vezes, Deus levantará uma viúva mesmo para dividir com você o
pouco que tem. E o que é mais maravilhoso em tudo isso é que o pouco de farinha e
óleo que tinha a viúva se multiplicou pelo poder celestial.
A Bíblia afirma que aquilo que parecia tão pouco foi suficiente para vários
meses, até que chovesse novamente. A viúva, que já estava conformada com a
morte, teve sua esperança totalmente renovada. Deus lhe proporcionou uma nova
perspectiva de vida.
Quando Deus quer nos abençoar, Ele manda de onde quiser. Se você está com
dificuldades, se você está diante de um grande desafio, dobre os joelhos e acredite
que Deus enviará a provisão.
E, quanto à viúva, será que o Senhor também queria ensiná-la alguns
princípios? Acredito que sim.
Repare que a primeira palavra de Elias para ela foi: “Não temas” (1 Reis 17:13).
Em outras palavras, embora aquela viúva estivesse passando por uma grave crise,
ela não deveria ter medo de ofertar o melhor a Deus.
Quando você recebe um desafio de trazer uma oferta ao Senhor, não traga com
medo de que faltará para o mês seguinte. Se você investir na obra de Deus sem
medo, Deus proverá na sua vida sem medidas.
A Palavra está permeada de promessas que nos garantem a bênção, se
aceitarmos os desafios de Deus pela fé, sem temor. Ainda que os momentos difíceis
se multipliquem nestes últimos tempos, não devemos temer.
Outra lição. Elias disse à viúva: “Vai, faze como disseste. Porém faze disso
primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo aqui fora, depois o farás para ti e
para teu filho” (1 Reis 17:13). Há um princípio espiritual claro nas palavras de Elias.
A Bíblia diz: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Não devemos ofertar a Deus do que sobra. Deus merece as primícias, aquilo
que temos de melhor. Se dedicarmos ao Senhor os “primeiros frutos”, certamente,
não seremos abatidos pelos flagelos da vida. Se o povo brasileiro tivesse essa visão,
as maiores carências sociais seriam supridas pelo próprio povo. O governo apenas
gerenciaria a nação.
Você quer ser abençoado? Desvie-se da avareza, não se submeta ao espírito de
Mamon, um demônio que controla as pessoas que têm amor ao dinheiro.
Há um texto no livro de Eclesiastes que aprecio muito.
levou para cima, ao quarto onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua
cama.
20Então, clamou ao Senhor: Ó Senhor meu Deus, também até a esta
viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho?
21Então, estendeu-se sobre o menino três vezes e clamou ao Senhor:
Ó Senhor meu Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele.
22O Senhor ouviu o clamor de Elias, e a vida do menino tornou a
mãe, e lhe disse: Vês aí, teu filho vive. 24Então, a mulher disse a Elias:
Agora sei que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua
boca é verdade.
1 Reis 17
Agora você entende o que quis dizer? Aquela mulher já tinha perdido o
marido e estava a ponto de perder o único filho. A farinha e o óleo não eram o que
ela mais precisava. Ela precisava do Espírito de Vida. E, por ela ter feito o que Elias
pediu, Deus ressuscitou seu filho.
Deus nos pede as primícias para que estejamos livres das coisas desta vida e
aptos a receber tudo aquilo que realmente precisamos.
Deus abençoou aquela mulher financeiramente, todavia o que ela mais
precisava era a provisão de vida para seu filho. Esse é um grande exemplo. Se
aceitarmos o desafio de Deus, de ser alguém exemplar, uma pessoa de fé, que
cumpre os princípios bíblicos, que dá as primícias com alegria, que aceita os
desafios de ser instrumento nos momentos de escassez, Deus ressuscitará as áreas
mortificadas da nossa vida. Poderá ser um milagre na família ou uma restauração
na alma. Mas não importa o que seja; apenas sei que a provisão do Senhor virá.
Sim, em um tempo improvável talvez, mas virá.
Os métodos de Deus são infalíveis. Ainda que não consigamos divisar o agir
divino, jamais teremos falta de alguma coisa, se esperarmos no Senhor.
De nada você terá falta porque Deus tem tudo aquilo de que você necessita.
Você precisa de uma provisão financeira? Deus é Jeová Jireh. Você precisa de uma
provisão de paz? Deus é Jeová Shalom. Você precisa de uma provisão de saúde?
Deus é Jeová Rapha. Não há nada de que você precise que Deus não tenha. Você só
precisa crer nele.
Há muitas pessoas entristecidas porque não conseguem discernir como virá o
socorro. Não precisamos saber como virá, basta sabermos de quem virá; virá do
Deus que jamais falha em suas promessas.
CAPÍTULO TRÊS
PROVISÃO QUE VEM AO ENCONTRO
Samaria.
3Acabe chamou Obadias, o mordomo. Obadias temia muito ao
todos os vales. Pode ser que achemos erva, para que, em vida
conservemos os cavalos e as mulas, de modo que não percamos todos os
animais.
6Repartiram entre si a terra que deveriam percorrer. Acabe seguiu
de Acabe para ser morto? 10Tão certo como vive o Senhor teu Deus, não
houve nação nem reino aonde o meu senhor não tenha mandado à tua
procura. E dizendo eles: Não está aqui, fazia-os jurar que não te haviam
achado. 11Agora dizes: Vai, dize a teu senhor: Elias está aqui. 12Poderá ser
que, apartando-me de ti, o Espírito do Senhor te leve não sei para onde, e,
vindo eu dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me matará. Porém
eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade. 13Porventura, não
disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do
Senhor, como escondi cem homens dos profetas do Senhor, de cinqüenta
em cinqüenta, numas cavernas e os sustentei com pão e água? 14E agora
tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Elias está aqui. Ele me matará. 15Disse
Elias: Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou,
deveras hoje me apresentarei a ele.
16Então, foi Obadias encontrar-se com Acabe, anunciou-lhe o
28Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Romanos 8
16Pois nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.
Colossenses 1
A provisão na sua vida virá sempre, em primeiro lugar, pela palavra de Deus.
Eu aprecio muito um texto de Isaías, que diz assim: “O povo que andava em
trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte
resplandeceu Jesus” (Isaías 9:2). Que luz é essa? Sim, Jesus. E quem é Jesus? É a
Palavra de Deus.
1No princípio, era o Verbo (Palavra), e o Verbo (Palavra) estava com Deus,
e o Verbo (Palavra) era Deus.
14O Verbo (Palavra) se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua
Se você ama a Deus, tenha consciência disto: a provisão virá ao seu encontro,
mas virá no tempo do Senhor. Se esse tempo envolve primeiro a restauração da sua
alma, então, não adianta procurar atalhos; eles, simplesmente, nada resolverão.
Mas, na hora em que Deus disser: “— Está consumada a restauração na sua
vida”, prepare-se, pois você será invadido pelas inúmeras bênçãos que virão ao seu
encontro. Mas lembre-se: a provisão virá no tempo em que você estiver preparado
para administrá-la com sabedoria.
A provisão que vem fora do tempo oportuno não produz o efeito esperado.
Por exemplo, se uma pessoa que não estiver preparada para administrar muito
dinheiro receber uma grande herança, provavelmente empobrecerá logo. Na vida
cristã, acontece a mesma coisa. Por isso, mais do que buscar a provisão é preciso se
preparar para recebê-la.
Agora, em alguns casos, há pessoas que não recebem a provisão porque estão
impedindo o agir do Senhor. Por certo, o tempo é de Deus. Entretanto, se não nos
santificarmos, não nos arrependermos dos nossos pecados, não receberemos a
provisão nem no tempo de Deus. Enquanto não nos alinharmos à vontade do
Senhor, dificilmente, conseguiremos alcançar um estado de vida que reflita
prosperidade. Não adianta procurar atalhos. Precisamos sim entrar no prumo.
O tempo de Deus é maravilhoso. Penso como precisamos do tratamento
divino. As futilidades da vida nos arrefecem; perdemos o zelo, o fervor, o
entusiasmo pelas coisas espirituais. Acredito que, às vezes, Deus permite que
experimentemos as pressões da vida, para que possamos sentir a necessidade da
sua Presença.
Deveríamos render graças a Deus pelas adversidades. Porque são elas que nos
lembram a importância de termos uma vida diante do altar do Senhor.
1Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita,
para abater as nações diante da sua face e descingir os lombos dos reis,
para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão:
2Eu irei adiante de ti e endireitarei os caminhos tortos; quebrarei as
pelo teu nome, ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheces.
Isaías 45
Ciro, rei da Pérsia, foi o homem que Deus levantou para libertar o povo de Israel do
cativeiro babilônico. Foi Ciro quem estabeleceu um decreto que permitiu a volta
dos israelitas para sua terra natal. Só que Isaías profetizou a respeito de Ciro,
simplesmente, duzentos e dez anos antes do nascimento dele.
Quando Deus decide nos abençoar, Ele determina que alguém seja
instrumento do seu propósito na nossa vida. E esse propósito será cumprido
porque Deus nos ama. Foi assim para abençoar Israel; será assim para nos
abençoar.
Talvez, você não saiba, mas, neste exato momento, Deus está levantando
pessoas que virão ao seu encontro com a provisão.
A única razão de Ciro ter sido rei foi para livrar o povo de Israel do cativeiro
babilônico. Antes de esse homem existir, Deus já havia determinado o nome e o
sobrenome dele e qual seria a função que ele exerceria.
É assim que o nosso Deus age. Não há nada que lhe escape à vista. Não pense
que suas lutas não têm solução; para Deus, elas não são nada. Absolutamente,
nada.
Por que estou dizendo isso? Porque Deus também levantou um homem
chamado Obadias para ser a provisão de que Elias tanto precisava. E a história
desse homem é bem interessante.
O rei Acabe escolheu Obadias para ser o seu braço direito, o mordomo;
aquele que faria de tudo um pouco, a quem o rei depositaria toda a sua confiança.
Embora Acabe tivesse se casado com Jezabel, uma mulher idólatra,
sacerdotisa de Baal, ele escolheu, dentre todos os seus servos, Obadias, um homem
que temia muito ao Senhor (1 Reis 18:3). Pois, enquanto Acabe matava os profetas
do Senhor, Obadias os escondia em cavernas e os alimentava. Para trazer a
provisão a Elias, Deus levantou um homem íntegro dentro de uma nação idólatra.
Sempre haverá um servo levantado por Deus para trazer a provisão na nossa
vida. Obadias foi de encontro a Elias.
E o que mais me impressiona nesta história é que, antes de encontrar Elias,
Obadias tinha a missão de encontrar água e ervas. Mas Deus, soberanamente,
convergiu os propósitos humanos aos propósitos divinos. Veja você mesmo.
5Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos
os vales. Pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos os
cavalos e as mulas, de modo que não percamos todos os animais.
6Repartiram entre si a terra que deviam percorrer. Acabe seguiu por
O rei ordenou que Obadias procurasse água, porém ele encontrou Elias. O
propósito de Acabe era que Obadias encontrasse água e ervas, mas qual era o
propósito de Deus? Que propósito prevaleceu? Encontrar Elias. Obadias seria a
provisão.
De um lado, Deus enviou Elias a Acabe, mesmo sabendo que o rei pretendia
matá-lo; do outro, Deus preparou Obadias para ser o intermediário, aquele que
abrandaria a ira do rei.
Iniciamos este capítulo com o texto que nos certifica que todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito (Romanos 8:28). Então, não foi por obra do acaso que
Obadias se encontrou com Elias. A verdade era que ele estava cumprindo o
propósito do Senhor.
O interessante é que Acabe matava os profetas, enquanto Obadias os protegia.
Elias poderia ter encontrado qualquer um dos dois. Mas com quem ele se
encontrou? Com o problema ou com a solução? Certamente, se Acabe tivesse
encontrado Elias, ele o teria eliminado. Mas quem encontrou Elias foi Obadias, e
assim se manifestou a provisão do Senhor.
Quero deixar bem claro que, embora tenhamos poder de decisão, quando
Deus estabelece um propósito, não podemos impedi-lo.
Por isso, ao invés de questionar sempre as atitudes de Deus, caminhe na
direção da vontade dele e permita que Ele comande sua vida. Deus é soberano. Se,
com todo o avanço da Medicina, não conseguimos compreender como o cérebro
humano funciona, como podemos questionar os desígnios do Senhor? O fato é que
o que Deus determina acontece. E ponto final.
Então, as pessoas são marionetes de Deus? Claro que não! Você tem vontade
própria. Contudo, Deus está acima dela também. Como pode a vontade do Criador
se sujeitar à vontade da criatura? Quando Deus decide trazer a provisão a uma
pessoa, Ele levanta servos que cumpram o propósito celestial, conheçam a Deus ou
não. Ninguém pode impedir o agir do Senhor.
Deus escolheu realmente a pessoa certa. Quando Elias encontrou Obadias,
este o reconheceu e logo se prostrou, declarando: “És tu meu senhor Elias?” (1 Reis
18:7b). Aquele homem expressava a verdadeira honra pelos profetas do Senhor.
Elias, então, respondeu: “Sou eu; vai e dize a teu senhor: Elias está aqui” (1 Reis
18:8). A reação de Obadias foi imediata: “Em que pequei, para que entregues teu
servo na mão de Acabe, para ser morto?” (1 Reis 18:9).
Por que o temor de Obadias? Imagine o seguinte: Acabe havia mandado seus
soldados procurarem Elias em todos os lugares; e, se eles dissessem que não o
haviam encontrado, mesmo assim, Acabe fazia-os jurar sob juízo de morte.
E onde estava Elias? Escondido na casa da viúva de Sarepta, na terra de
Jezabel. Agora, imagine como Obadias se sentia com o pedido do profeta. Ele
queria obedecer, no entanto sabia que, se dissesse a Acabe que havia encontrado
Elias, e, movido pelo Espírito, Elias fosse para outro lugar, decerto, Acabe o
mataria. Que situação complicada!
A tarefa que Obadias estava a ponto de realizar não era nada fácil. Mesmo
assim, ele aceitou o desafio, ainda que corresse risco de vida. Sabe por que?
Obadias temia Acabe, mas temia muito mais a Deus.
O exemplo desse homem nos encoraja a viver em santidade. Você já teve
medo de fazer alguma coisa errada? Isso é temor de Deus. É isso que o livra do mal.
É isso que o livra da cilada do maligno. É isso que o livra da morte.
Obadias sabia que tinha de tomar uma decisão. Obedecer à voz do profeta ou
à voz do rei? E, mesmo conhecendo todos os riscos que correria, ele não resistiu ao
propósito divino.
Quando amamos a Deus, não há como a provisão não se manifestar. E quem
for instrumento da bênção saberá que estará correndo risco, entretanto ele preferirá
se arriscar a se desviar do propósito do Senhor.
Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus. Elias
amava a Deus, e Obadias foi ao seu encontro para ser, de fato, a provisão do
Senhor.
rompiam-se-lhes a rede.
Lucas 5
CAPÍTULO QUATRO
PROVISÃO SOBRENATURAL
17
Vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de Israel? 18Respondeu Elias:
Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai. Deixastes os
mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.
19
Agora, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo. E traze os
quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos do poste-ídolo, que
comem da mesa de Jezabel.
20Então, Acabe convocou todos os filhos de Israel e reuniu os
Acredito que você esteja conhecendo bem a história de Elias. Vimos que Elias era um
homem odiado por Acabe, rei de Israel, e por Jezabel, uma sacerdotisa cultual, que matara
tantos profetas do Senhor. Se Elias não tivesse buscado refúgio em Sarepta, certamente,
também teria sido morto.
Depois de três anos em Sarepta, Elias recebeu a ordem divina para se apresentar ao rei
Acabe. Para isso, ele precisava que alguém preparasse o caminho. Assim, Deus levantou
Obadias, que estava na presença do rei com a única tarefa de ser o intermediário entre Elias
e Acabe, de ser a provisão que veio ao encontro do profeta.
Agora Elias precisava de uma provisão sobrenatural, pois ele estaria, simplesmente,
enfrentando oitocentos e cinqüenta profetas — de Baal e de Azera, o poste-ídolo; e somente
o poder de Deus poderia livrá-lo.
Elias tinha de desafiar Baal, mas, para isso, ele teria de estar na presença de
Acabe, o rei que o detestava, na presença de Jezabel, a mulher que o abominava, e
na presença de mais oitocentos e cinqüenta falsos profetas, que estavam na
expectativa de que Elias fracassasse. A propósito, se Elias perdesse aquele desafio,
certamente, sua vida seria aniquilada.
Não são poucas vezes que o diabo vem com tudo para destruir os filhos de
Deus. E, se não o faz, é porque o poder de Deus o impede. Há momentos em que
precisamos de uma provisão sobrenatural. Elias vivia esse momento.
Nesse sentido, a provisão do Senhor, inicialmente, despertou algumas virtudes
nobres no coração de Elias; virtudes que o habilitaram a permanecer firme e
confiante diante do desafio.
Por causa da minha ousadia, a diretora e a dentista se converteram. Quando Deus nos
levanta com coragem espiritual, sua glória se manifesta.
Deus quer nos revestir de coragem. Certamente, teremos dificuldades, ainda mais se
tivermos uma tarefa semelhante à de Elias, que teve de enfrentar a injustiça de um rei.
Nem sempre as palavras conseguem exprimir o ardor de um momento crítico. A
situação que Elias enfrentava era de vida ou morte. Um profeta contra oitocentos e
cinqüenta falsos profetas, você consegue imaginar a tensão daquele momento? Os profetas
de Baal queriam simplesmente trucidar Elias. No entanto, Elias teve coragem o bastante
para desafiar a todos eles...
19
Agora, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo. E traze os
quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos do poste-ídolo, que
comem da mesa de Jezabel.
1 Reis 18
Você já teve de enfrentar um desafio como esse? Talvez, não. Mas, se um dia tiver, a
autoridade de Cristo lhe foi conferida para que você tenha vitória sobre qualquer desafio. Se
você proclamar a Palavra com autoridade, o Espírito de Deus o revestirá de coragem
celestial. Não tenha medo de enfrentar os desafios da vida.
Há muitos pastores — principalmente, os que fazem questão de demonstrar uma certa
postura intelectual — que morrem de medo de enfrentar um demônio. Nem sabem o que
fazer se encontrarem um. Enquanto que há cristãos que, embora não sejam versados em
Teologia, sabem muito bem como enfrentar o inimigo, com autoridade e coragem.
Nós servimos ao Deus Vivo. Diante de qualquer desafio, temos de agir com coragem.
Coragem para desafiar o inimigo, coragem para resistir à injustiça dos homens, coragem
para falar a verdade a quem quer que seja.
Por falar nisso, há pregadores que apresentam a verdade bíblica de acordo com a igreja
que visitam. Se a igreja é pentecostal, pregam “aquela” mensagem avivada contra os
tradicionais; se a igreja é tradicional, pregam uma mensagem que condena todo tipo de
avivamento espiritual. São todos manipuladores de auditório! Essa é a verdade.
A Palavra tem de ser proclamada com integridade sobre qualquer púlpito, pentecostal
ou tradicional. Agora, isso exige coragem.
Quando há coragem em nossas palavras, somos sustentados pelo Espírito. Você quer
experimentar a provisão sobrenatural do Senhor? Você quer viver os milagres de Deus?
Faça o desafio e deixe que Deus cuide do resto.
Primeiro, Elias teve coragem para lançar o desafio contra os profetas de Baal, diante do rei e
do povo de Israel. Em seguida, ele teve segurança suficiente para permitir que os falsos
profetas tivessem o privilégio da escolha. Observe a estratégia de Elias.
23
Dêem-se-nos dois novilhos. Escolham eles para si um dos novilhos, e o
dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo. Eu
prepararei o outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo.
24
Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor. O
deus que responder por meio do fogo, esse é que é Deus. E todo o povo
respondeu: É boa esta palavra.
1 Reis 18
Veja a confiança de Elias! Isso só prova que ele estava cheio do Espírito Santo.
Somente aqueles que não têm segurança escolhem primeiro.
Muitas vezes, somos assim. Agimos antecipadamente por insegurança. Quando
estamos convictos de que a nossa provisão está nas mãos de Deus, agimos como Abraão.
Acompanhe o texto.
8
Disse Abraão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus
pastores e os teus pastores, pois irmãos somos.
9
Não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que apartes de mim. Se
escolheres a esquerda, irei para a direita; se a direita escolheres, irei para a
esquerda.
Gênesis 13
Que exemplo de segurança em Deus! Abraão sabia que Deus estaria com ele por onde
quer que fosse.
Quando Deus lhe der um desafio, entre com coragem e esteja seguro em Deus.
Confie nas táticas do Senhor; ainda que, aparentemente, elas não estejam alinhadas
à razão, elas sempre nos levam à vitória.
A estratégia celeste também revelou a incapacidade dos profetas de Baal.
26
Tomaram o novilho que lhes fora dado e o prepararam. Então, invocarão o
nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos!
Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam ao redor do altar que
tinham feito.
29
Passou o meio-dia, e continuaram a profetizar até a hora da oferta de
cereais. Porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
1 Reis 18
Você consegue imaginar aquela multidão de profetas, pulando e gritando por seguidas
horas? Que estratégia de Elias! Porque, se o poder de Deus se manifestasse logo de início,
os falsos profetas poderiam contestar, afirmando que não tiveram tempo suficiente para
invocar Baal. Elias agiu de forma a não haver desculpas. Elias, primeiro, revelou a
incapacidade dos profetas de Baal; depois, derramou o poder de Deus.
A essa altura, o povo ao redor já não tinha tanta certeza se deveria continuar a servir a
Baal. Por falar nisso, você já reparou que o povo está sempre em cima do muro?
Elias deixou que os baalins fossem envergonhados, para que o povo pudesse tomar
uma decisão a favor do Senhor; era parte da estratégia dele. Então, revelou publicamente a
incapacidade de Baal. Deu-lhe tempo suficiente para responder, mas, nem assim, Baal se
manifestou. E não poderia ter sido diferente.
Em 1992, realizei um evento no Anhembi, em São Paulo, com o propósito de alertar os
evangélicos sobre a crescente atuação da Nova Era no Brasil. Na segunda noite, durante a
palestra, fomos surpreendidos por um estouro, e a tela que transmitia as imagens do
auditório para o pátio externo apagou. A multidão protestava por não conseguir assistir ao
evento.
Naquele momento, Deus me revelou que havia um demônio interferindo nos cabos de
transmissão de energia. Sem demora, orei com ousadia: “— Demônio que está no cabo,
solta agora, em nome de Jesus!” No mesmo instante, a tela voltou a funcionar.
O interessante é que, em todos os lugares em que apresentávamos essa palestra, o
mesmo demônio se manifestava sempre numa determinada hora. Tivemos até que alertar os
técnicos de som sobre aquela interferência.
A apresentação em Londrina foi o ponto alto. Sabendo da atuação demoníaca, tentei
alertar o responsável pelo equipamento de som: “— Olha, numa determinada hora, um
demônio vai interferir no seu equipamento”. Ele me olhou um tanto soberbo e respondeu:
“— Não, o meu equipamento é de ponta, é o melhor da cidade”. Eu insisti: “— Eu sei que o
seu equipamento é excelente, mas um demônio vai se manifestar. Mas não se preocupe,
porque eu vou expulsá-lo, em nome de Jesus”.
E, para piorar a situação, naquele dia, havia um satanista — todo vestido de preto —
sentado bem na primeira fila.
Na hora em que preguei sobre um dos precursores da Nova Era, a tela apagou. Logo
olhei para o responsável pelo som; ele estava com os olhos arregalados, tentando assimilar o
que estava acontecendo. “— Em nome de Jesus, demônio da tela, sai! Porque a glória do
Senhor será manifesta neste lugar”, orei.
E, em meio à manifestação da glória de Deus, com ousadia, olhei para o satanista e
declarei: “— Satanista, se você não aceitar Jesus agora, você terá de sair, senão a glória do
Senhor consumirá sua vida!” Ele saiu num piscar de olhos.
O poder não está no homem, mas em Deus, que sempre manifestará sua glória. Ele
sempre deixará bem claro que Ele é o Único Deus. Mesmo assim, ainda hesitamos diante
dos desafios. Poucos têm coragem de crer totalmente no poder do Senhor.
A verdade é que temos de assumir uma postura de fé. Porque, sempre haverá riscos no
chamado divino. Todavia, não temos de nos sentir amedrontados, pois o Deus que envia é o
mesmo que capacita.
Jesus deixou bem claro de que forma Ele espera que seus servos atuem.
12
Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as
obras que eu faço. E as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai.
João 14
Deus também não precisa que facilitemos as coisas para Ele. Elias preparou o
sacrifício de tal maneira que não ficasse dúvidas sobre o poder celestial.
Você está disposto a lançar água sobre o altar? Muitas pessoas até acreditam que a
provisão vem do Senhor, no entanto vivem amedrontadas de que Deus volte atrás em suas
promessas.
Quando Deus está decidido a nos abençoar, não há dificuldade que possa impedi-lo.
Enquanto o Senhor estiver nos dirigindo, estaremos destinados à vitória.
36
Quando chegou a hora da oferta de cereais, o profeta Elias aproximou-se e
disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu
és Deus em Israel, e que sou teu servo, e que segundo a tua palavra fiz todas
estas coisas.
1 Reis 18
Por que Deus fez algo tão magnífico? Em primeiro lugar, para sua glória; em segundo lugar,
para honrar a fidelidade de Elias.
Que tipo de crente temos sido? Aquele por quem se revela a glória de Deus ou aquele
que retrocede sempre que surge um desafio? Faça valer o poder de Deus na sua vida! Seja
ousado diante dos desafios.
O favor de Deus também alcança vidas.
37
Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu,
Senhor, és Deus e que fizeste voltar o teu coração.
38
Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras e
o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39
O que vendo todo o povo, caíram de rosto em terra e disseram: O Senhor
é Deus! O Senhor é Deus!
1 Reis 18
A igreja de Cristo tem avançado a cada dia no que diz respeito ao entendimento do
caráter cristão. O que é ser cristão? Sim, é ter o caráter de Cristo no coração e a missão
cristã na mente.
A Igreja também tem conseguido expressar uma adoração verdadeira... Há igrejas por
todas as partes... Tudo isso conquistamos. Amém.
Não obstante, muitos cristãos não conseguem discernir o chamado de Cristo para o
evangelismo. “— Por que o ‘fogo do céu’ ainda não caiu sobre a minha vida?”, você me
pergunta. “— Porque você ainda não se dedicou ao evangelismo”, respondo.
“Mas eu não tenho dom de evangelista”, talvez, você argumente. Então, pense um
pouco. Se Deus não tivesse a intenção de usá-lo para salvar vidas, por que então Ele não o
arrebatou assim que você se converteu? Você consegue responder a essa pergunta?
Elias só provou plenamente o poder de Deus porque não mediu esforços para
proclamar ao povo de Israel que só o Senhor é Deus.
E você? De que forma está administrando os dons e talentos que o Senhor lhe
concedeu? Apenas para ir à igreja no domingo? Escute bem o que vou lhe dizer: Enquanto
você não permitir que Deus o use para proclamar o evangelho de Jesus, a provisão na sua
vida será apenas uma mera expectativa. Mas, no momento em que você usar seus dons e
talentos para resgatar os perdidos, as bênçãos do Senhor passarão de expectativa para
realidade. A provisão sobrenatural se manifestou na vida de Elias quando ele tomou uma
posição firme diante do chamado celestial.
Fazemos melhor o que fazemos com amor. Apaixone-se pelos propósitos do Senhor. E,
quanto à provisão, o Senhor a enviará.
CAPÍTULO CINCO
PROVISÃO EM TEMPO DE DESÂNIMO
1
Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo o que Elias havia feito e como matara à
espada todos os profetas.
2
Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me
façam os deuses e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida
como a de um deles.
3
Elias teve medo e correu para salvar sua vida. Quando chegou a Berseba,
que pertence a Judá, deixou ali o seu moço. 4Ele mesmo, porém, foi ao deserto,
caminho de um dia. Chegou, assentou-se debaixo de um zimbro e pediu para si a
morte, dizendo: Já basta, ó Senhor. Toma agora a minha vida, pois não sou
melhor do que meus pais.
5
E, deitando-se, dormiu debaixo do zimbro. De súbito, um anjo o tocou e
lhe disse: Levanta-te e come. 6Ele olhou e viu que à sua cabeceira estava um pão
cozido sobre brasas e uma botija de água. Tendo comido e bebido, tornou a
deitar-se.
7
O anjo do Senhor voltou segunda vez, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e
come, pois muito longo te será o caminho. 8Levantou-se, comeu e bebeu. Com a
força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o
monte de Deus.
9
Ali entrou numa caverna, onde passou a noite. E lhe veio a palavra do
Senhor, dizendo: Que fazes aqui, Elias? 10Respondeu ele: Tenho sido muito
zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos. Os filhos de Israel deixaram a tua
aliança, deixaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada. Só eu
fiquei, e agora estão tentando matar-me também.
11
Disse-lhe Deus: Vem para fora e põe-te neste monte perante a face do
Senhor, pois ele vai passar. Então, um grande e forte vento fendeu os montes e
despedaçou as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento.
Depois do vento, um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto.
12
Depois do terremoto, um fogo, porém o Senhor não estava no fogo. Depois do
fogo, uma voz calma e suave.
13
Ouvindo-a, Elias envolveu o rosto na capa e, saindo, pôs-se à entrada da
caverna. Então lhe veio uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias? 14Respondeu
ele: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos. Os filhos
de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e mataram os teus
profetas à espada. Só eu escapei, e agora estão tentando matar-me também.
15
Disse-lhe o Senhor: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de
Damasco. Quando lá chegares, unge a Hazael rei sobre a Síria. 16E a Jeú, filho de
Ninsi, ungirás rei de Israel, bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá,
ungirás profeta em teu lugar. 17Quem escapar da espada de Hazael, Jeú o matará,
e quem escapar da espada de Jeú, Eliseu o matará. 18Também conservei em Israel
sete mil — todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o
beijou.
19
Assim, partiu Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava
lavrando com doze juntas de bois adiante dele, ele estava com a décima segunda.
Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele.
20
Então, deixou Eliseu os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a
meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Respondeu-lhe Elias: Vai, volta; o
que te fiz eu?
21
Assim, Eliseu o deixou e voltou. Tomou a junta de bois e os matou. Com
os aparelhos dos bois, cozeu a carne e a deu ao povo, e comeram. Então,
levantou-se e seguiu a Elias, e o servia.
1 Reis 19
Assim como Jezabel se levantou para infligir afronta a Elias, a mesma potestade maligna
que a incitava tenta, de todas as formas, inibir a ação da igreja de Jesus nos dias em que
vivemos.
Esse espírito maligno — ao qual darei o cognome de “espírito de Jezabel”, apenas com
o fim de estabelecer certa analogia — apresenta algumas ações peculiares. Vejamos algumas
delas.
Incita à Fuga
“Elias teve medo e correu para salvar sua vida” (1 Reis 19:3a). A primeira ação do espírito
de Jezabel é induzir os servos de Deus à fuga. A atuação desse espírito maligno se verifica
pela incoerência na reação de Elias. Elias teve a ousadia de desafiar oitocentos e cinqüenta
falsos profetas, no entanto retrocedeu ao ser desafiado por uma mulher apenas.
Quem fez o fogo cair do céu sobrenaturalmente? Deus ou Elias? Sim, Deus! Agora, se
Deus sustentou Elias diante dos profetas de Baal, deixaria de sustentá-lo diante de uma
mulher? Não obstante, Elias, o profeta que experimentara a provisão sobrenatural do
Senhor, abaixou a guarda.
Quando os mensageiros apresentaram a ameaça de Jezabel, Elias se abateu
profundamente e fugiu. Este é o intento do espírito de Jezabel, fazer com que os cristãos se
afastem do plano celestial.
Se a fuga é a única saída que temos em mente, provavelmente, estamos sendo
influenciados pelo mesmo espírito maligno que afetou a vida de Elias. Todavia, não temos
de temer nem de fugir. Deus conhecia o coração de Elias e conhece o nosso também. Ele
conhece as nossas debilidades, de outra forma, a Palavra não nos encorajaria, ao afirmar que
“o Espírito ajuda as nossas fraquezas” (Romanos 8:26).
Causa a Morte
Afeta os Sentidos
Todo o ministério profético de Elias orientou-se pela voz do Senhor. Inclusive, havia uma
frase que marcava essa orientação: “Veio a palavra do Senhor a Elias” (Cf. 1 Reis 17:2; 1
Reis 18:1). Elias nada fazia sem a direção de Deus. No entanto, influenciado pelo espírito
de Jezabel, ele preferiu dormir no deserto a enfrentar o problema.
Percebo que há muitos cristãos com “sono espiritual”. Ao primeiro sinal de
dificuldade, entregam-se ao desânimo; evitam as pessoas; fazem-se desapercebidos
da voz do Senhor.
Esses distúrbios espirituais tendem a surgir na medida em que nos dispomos a
cumprir um propósito divino. A verdade é que sempre haverá resistência demoníaca contra
aqueles que vivem na direção da vontade de Deus.
Sempre que houver na sua vida perda de paz, de alegria, não interprete isso como uma
disfunção psicológica apenas. Todo abatimento tem um contorno espiritual. Não adianta
tentar amenizar o problema com antidepressivos. Se o problema for espiritual, é preciso
buscar a provisão sobrenatural do Senhor.
Elias, o profeta que bradara contra o pecado, só pensava em dormir. Não desejava mais
profetizar. O profeta que sempre via o presente e o futuro pela perspectiva celestial, rendeu-
se a uma visão totalmente distorcida da realidade.
Se fosse realizada uma pesquisa entre os cristãos, com a seguinte pergunta: “— Você
já recebeu alguma bênção sobrenatural de Deus, pelo menos uma vez na vida?” O índice de
respostas positivas seria perto dos 100%! Quase todos, de alguma forma, experimentaram o
sobrenatural de Deus. Agora, se a Bíblia diz que o caráter divino é imutável (Hebreus 13:8),
por que ainda duvidamos que podemos experimentar o poder de Deus nestes dias?
De fato, o inimigo espera que você duvide da provisão do Senhor e seja dominado pela
autocomiseração. Elias reagiu assim. Por ver o povo de Israel entregue ao pecado, ele cedeu
à tentação de fugir, de se esquivar do chamado profético.
Hoje, não são poucos os que, como Elias, estão caminhando em direção ao deserto,
pensando que assim conseguirão se livrar dos problemas. Definitivamente, a fuga não é a
melhor saída. Esses distúrbios emocionais e espirituais somente serão superados a partir do
momento em que recebermos a provisão sobrenatural do Senhor.
5
E, deitando-se, dormiu debaixo do zimbro. De súbito, um anjo o tocou e lhe
disse: Levanta-te e come. 6Ele olhou e viu que à sua cabeceira estava um pão
cozido sobre brasas e uma botija de água. Tendo comido e bebido, tornou a
deitar-se.
1 Reis 19
A última coisa que Elias queria era que alguém apontasse seus erros. Ele sabia muito bem o
que estava acontecendo, apenas não tinha forças para reagir contra aqueles sentimentos.
Que bom que Deus sabe lidar com as nossas fraquezas. Deus não pressionou Elias,
apenas deixou-o dormir. Até quando dormimos — ou então fugimos — o cuidado de Deus
está sobre nós.
Depois que Elias estava bem descansado, Deus enviou um anjo celestial para cuidar
dele. Esta é uma das principais funções angelicais, cuidar dos filhos de Deus. Eles estão ao
nosso redor em todos os momentos. Mesmo quando você está triste, abatido, há um anjo de
Deus cuidando da sua vida.
O anjo do Senhor acordou Elias e ofereceu-lhe pão cozido sobre brasas e uma botija de
água. O interessante é que pão é sempre um tipo de Cristo. Enquanto os filhos de Israel
permaneceram no deserto — por quarenta anos —, Deus os sustentou com o maná, o pão
que descia do céu (Êxodo 16). Cristo, o Pão da Vida, também desceu do céu para nos dar a
salvação (João 6:22-40). Aleluia!
Assim como Elias foi fortalecido pelo pão trazido pelo anjo, somos também
sustentados por Jesus, o Pão enviado por Deus em favor dos homens. Portanto, quando você
estiver enfraquecido emocional, física e espiritualmente, clame a Jesus, para que Ele, o
Autor da Vida, fortaleça-o, querido leitor. Uma simples oração pode transformar toda uma
vida.
Quando Elias fugiu da presença de Jezabel, ele conseguiu percorrer apenas o caminho
de um dia. Mas, quando ele se fortaleceu com o pão do Senhor, ele conseguiu caminhar por
quarenta dias e quarenta noites!
A provisão do Senhor é maravilhosa! Precisamos aprender com o modo de Deus agir.
Ele fortaleceu Elias, e não o censurou. Quantos de nós que, ao ver uma pessoa abatida, logo
lançamos sobre ela palavras de advertência! Deus não agiu assim com Elias. Somos
chamados para cuidar das pessoas, e não para acusá-las. Quem está com os sentidos
afetados precisa de tempo para refletir sobre a situação. Qualquer palavra dura pode
bloquear ainda mais as emoções.
Às vezes, temos um pensamento equivocado de Deus. Achamos que Ele está com um
chicote na mão só esperando uma falha nossa. Decerto, Deus disciplina seus filhos. Todavia,
na maioria das vezes, Ele faz questão de nos pegar no colo e consolar o nosso coração. Deus
sabe a hora de consolar e a hora de disciplinar.
Elias não estava precisando de disciplina, a princípio. Ele estava cansado de lutar, com
medo, sem perspectiva de vitória. Por isso, Deus permitiu que ele dormisse e enviou um
anjo para alimentá-lo.
Se Deus tem paciência conosco, por que essa virtude nos falta quando nos
relacionamos com pessoas que falham? A pior coisa na vida de um cristão é achar que certas
pessoas não têm jeito. Sempre há solução. Por pior que essas pessoas estejam, o amor de
Deus pode alcançá-las e restaurá-las por completo.
O que o Senhor pretendia fazer ao enviar Elias a Horebe, o monte de Deus? Ouve um outro
homem que também teve de enfrentar um desafio tão grande quanto o de Elias; teve de lidar
com um povo de dura cerviz.
Assim como Elias, esse homem também era bom, honesto, íntegro e temente a Deus,
mas se cansou de tratar com a rebeldia do povo. E, cansado de lutar, sobre o mesmo monte
Horebe, ele disse a Deus: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Êxodo 33:18). De quem
estou falando? De Moisés.
Então, por que Deus enviou Elias a Horebe? Porque, assim como Moisés, Elias
precisava ver a glória de Deus, a fim de que ele compreendesse que o Senhor estava no
controle de todas as coisas.
Deus tirou Elias do deserto e o levou ao monte; tirou-o de um lugar ermo e o levou a
um lugar onde a glória do Senhor se manifestaria. Que provisão maravilhosa!
E quanto a nós? Somos diferentes de Elias? Acredito que não. Estamos sujeitos às
mesmas falhas. Portanto, se a nossa visão espiritual está distorcida pelo calor das
circunstâncias, deixemos que o Senhor nos leve ao monte santo, onde seremos plenamente
restaurados.
Talvez, Deus também quisesse mostrar a Elias que o ministério profético não é nada
fácil. No fundo, reconhecemos os entraves que teremos de superar para servir a Deus em
integridade. Entretanto, nem sempre conseguimos suportá-los.
Só que Aquele que chama também capacita. Todos nós, de uma forma ou de outra,
somos chamados para exercer um propósito específico do Senhor. Quando, porém, as
aflições do chamado surgirem, há um refúgio à nossa espera, o monte Horebe, que
simboliza a presença maravilhosa de Deus.
O espírito de Jezabel queria Elias no deserto; o Espírito de Deus queria Elias no
monte. Sempre teremos a liberdade de escolha. Permaneceremos no deserto — que
simboliza as aflições da vida — ou caminharemos para Horebe?
Por certo, há momentos em que tudo o que nos resta é fugir. Quem nunca passou por
uma situação como a de Elias? Contudo, não podemos permitir que os momentos de crise se
cristalizem na nossa vida. Não deixe que o espírito de Jezabel — que deseja distorcer sua
visão, ensurdecer seus ouvidos, emudecer seus lábios — impeça-o de caminhar dentro dos
propósitos celestiais. Esse espírito maligno age às escuras, incitando-nos a entrar em
conflito com o Senhor, a calar a voz profética, a não dar atenção à voz do Espírito.
Entretanto, não podemos nos calar.
A história se repete. Elias esteve no mesmo lugar que Moisés, no mesmo monte,
lutando contra as mesmas aflições.
Elias não suportava mais a idolatria em Israel, não suportava mais ter de lutar sozinho.
O que lhe restava era se recolher numa caverna; afastar-se de tudo e de todos.
Deus é maravilhoso! Enquanto Elias se lamentava dentro de uma caverna, disse-lhe
Deus: “Vem para fora e põe-te neste monte perante a face do Senhor, pois ele vai passar” (1
Reis 19:11a). E o Senhor começou a manifestar seus prodígios e maravilhas. Tente imaginar
a cena.
11
Então, um grande e forte vento fendeu os montes e despedaçou as penhas diante
do Senhor, porém o Senhor não estava no vento. Depois do vento, um terremoto,
porém o Senhor não estava no terremoto. 12Depois do terremoto, um fogo, porém
o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, uma voz calma e suave.
1 Reis 19
Mas, ainda que Elias estivesse um tanto revoltado, o Senhor — com uma voz mansa e
suave — trouxe-lhe nova direção, ou seja, a estratégia que Elias teria de aplicar para vencer
o espírito de Jezabel. Esse é o Deus que nos provê todas as coisas!
Sabe, às vezes, achamos que somos bons, justos, porque buscamos a Deus. Sim,
buscamos a Deus, mas quantas vezes Ele já nos chamou para fora da caverna, e nem lhe
demos atenção? E, finalmente, quando decidimos atentar para sua voz e saímos da caverna,
como o Senhor se manifesta? Com vingança? Não. Ele revela todo o seu amor, porque Ele é
amor (1 João 4:8).
Não deixe que a amargura o leve à reclusão espiritual. A provisão do Senhor
também se manifesta em tempo de desânimo. Deus apenas espera que você saia da
caverna e ouça a sua voz.
“Que fazes aqui, Elias?”, assim o Senhor levava Elias a refletir sobre sua posição. Por
que Elias estava tão longe de casa? Ele precisava estar tão longe? Caverna é lugar de
profeta? Lugar de profeta é onde o povo está. Quem tem chamado profético tem de estar na
frente da batalha. Elias precisava relembrar esse princípio.
Elias, ainda que não percebesse, estava agindo com incoerência. Qual foi sua resposta
quando Deus lhe perguntou: “Que fazes aqui, Elias?” “Estão tentando matar-me também”,
essa foi sua resposta.
Mas espere um pouco. No deserto, Elias pediu para si a morte, dizendo: “Já basta, ó
Senhor. Toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Reis 19:4). Se
Elias desejava a morte, por que ele estava se lamentando para o Senhor, dizendo que Jezabel
esperava matá-lo? Que incoerência!
Quando não estamos bem com Deus, agimos com contradição. Quem pode entender o
coração humano? Satanás quer que vivamos incoerentemente. Deus, porém, quer que
vivamos com estabilidade emocional.
Em seguida, Deus trouxe Elias de volta para o propósito certo. Acompanhe o texto.
15
Disse-lhe o Senhor: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco.
Quando lá chegares, unge a Hazael rei sobre a Síria. 16E a Jeú, filho de Ninsi,
ungirás rei de Israel, bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás
profeta em teu lugar. 17Quem escapar da espada de Hazael, Jeú o matará, e quem
escapar da espada de Jeú, Eliseu o matará.
1 Reis 19
Elias não estava sozinho. Ele se sentia o último dos que temiam a Deus, no
entanto havia um remanescente fiel.
Não estamos sozinhos; ainda que pensemos que a nossa luta é solitária, Deus
tem levantado aqueles que permanecem em retidão. O diabo quer que acreditemos
que estamos sozinhos nesta batalha. Mentira! Há milhares e milhares de cristãos
que não se renderam à cultura deste mundo.
Deus age de maneira surpreendente. Para que Ele revelasse sua glória a Moisés, este
teve de entrar na caverna. Elias, no entanto, teve de sair da caverna. Esteja atento à voz do
Senhor. Às vezes, não entenderemos a maneira de Deus agir. Não importa. O que
precisamos fazer é permanecer no monte do Senhor, ou seja, na presença de Deus, e
obedecer à sua voz.
Parece que Elias preferia viver inutilmente, abrir mão do ministério profético, a ter de
lidar com a rebeldia dos filhos de Israel.
Quem não se sentiu assim um dia? “Não vale mais a pena lutar”, muitos já pensaram.
Eu já pensei assim. Mas graças a Deus, que olha para o nosso desânimo e diz: “— Não
desista! Pois Eu não desisti de você”.
Precisamos entender que Deus tem poder suficiente para nos dar vitória sob quaisquer
circunstâncias. Não importa quão grande seja o desafio, o Senhor está disposto a varrer os
inimigos da nossa presença. Deus é Senhor da história. Sua vida está no coração de Deus.
Ele não permitirá que você seja solapado pelo diabo, que você seja derrotado, ao menos que
você queira. E, certamente, não é isso o que você quer.
Elias estava perto de ser plenamente honrado por Deus — de fato, Elias não provaria a
morte, seria trasladado. Por isso, o espírito de Jezabel tentou desviá-lo do propósito divino.
Jezabel esperava que Elias desistisse do ministério profético perto do final da sua carreira.
Há muitos cristãos desistindo de lutar. Alguns até lutam, lutam, lutam, mas, na hora de
receberem a provisão, esmorecem, perdem a perseverança e se desviam do propósito do
Senhor.
Quanto mais próximo Elias estava do arrebatamento, mais a luta se intensificava.
Contudo, pela maravilhosa provisão do Senhor, ele retomou a direção correta. Deus sempre
encontra um meio de trazer seus filhos de volta ao prumo. Seja pela disciplina, seja pela
mansidão, Ele sempre encontra um meio.
Às vezes, os abatimentos emocionais e espirituais podem nos desestruturar. Não há
vergonha em reconhecer isso. Deus conhece o coração humano; Ele sabe das lutas que
travamos na alma a cada dia.
Mas, embora o Senhor esteja sempre ao nosso lado, o espírito de Jezabel quer calar a
voz profética no meio da igreja de Jesus, levando o povo à passividade espiritual. O inimigo
quer nos amedrontar, na expectativa de que fujamos para o deserto.
Gostaria de encorajá-lo a perseverar, a despeito das adversidades. Deus o ama muito,
querido leitor. Ele conhece suas tristezas, suas decepções. Assim como Ele fez com Elias,
Ele que alimentá-lo com o Pão da Vida, Jesus Cristo. Fortaleça o coração com a Palavra.
Caminhe para Horebe, o monte do Senhor. Não permaneça no deserto. Busque a presença
de Deus.
Sei que você já sabe, mas vale a pena repetir: Jesus pagou um alto preço por você.
Aquele que criou o universo e trilhões de estrelas foi o mesmo que abriu mão de toda a sua
glória, para vir neste mundo morrer no seu lugar. Pense nisso.
Caverna não é lugar de profeta. Vem para fora, pois ainda há aqueles que não se
dobraram a Baal. Vem para fora, pois o momento em que você será honrado se aproxima.
Caminhe na direção de Deus, e a maravilhosa provisão do Senhor anulará todo desânimo na
sua vida.
CAPÍTULO SEIS
PROVISÃO EM TEMPO DE DISCIPLINA
1
Depois da morte de Acabe, revoltou-se Moabe contra Israel.
2
Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu.
Enviou mensageiros, dizendo-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de
Ecrom, se sararei desta doença.
3
Mas o anjo do Senhor disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te
encontrares com os mensageiros do rei de Samaria e dizei-lhes: Não há Deus em
Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? 4Por isso, assim diz o
Senhor: Da cama a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. Então,
Elias partiu.
5
E os mensageiros voltaram para o rei, e este lhes disse: Que há, que
voltastes? 6Responderam eles: Um homem nos saiu ao encontro e nos disse: Ide,
voltai para o rei que vos mandou e dizei-lhe: Assim diz o Senhor: Não há Deus
em Israel, para que mandes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto,
da cama a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás.
7
Ele lhes perguntou: Qual era a aparência do homem que vos foi ao
encontro e vos falou estas palavras? 8Responderam: Era um homem vestido de
pêlos, com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o
tisbita.
9
Então, o rei lhe enviou um capitão de cinqüenta, com os seus cinqüenta
homens. Este subiu a ter com Elias, que estava assentado no cume do monte, e
lhe disse: Homem de Deus, o rei diz: Desce. 10Mas Elias respondeu ao capitão de
cinqüenta: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e consuma a ti e aos
teus cinqüenta. Então, desceu fogo do céu e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.
11
Tornou o rei a enviar-lhe outro capitão de cinqüenta, com os seus
cinqüenta homens. Este lhe disse: Homem de Deus, assim diz o rei: Desce
depressa. 12Respondeu Elias ao capitão: Se eu sou homem de Deus, desça fogo
do céu e consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então, desceu fogo do céu e
consumiu a ele a aos seus cinqüenta.
13
Tornou o rei a enviar terceira vez outro capitão de cinqüenta, com os seus
cinqüenta homens. Este terceiro capitão de cinqüenta subiu e pôs-se de joelhos
diante de Elias e suplicou-lhe: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus
olhos a minha vida e a vida destes cinqüenta teus servos. 14Desceu fogo do céu e
consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinqüenta, com os seus cinqüenta
homens. Mas agora seja preciosa aos teus olhos a minha vida.
15
Então, o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas.
Levantou-se e desceu com ele ao rei. 16Disse ao rei: Assim diz o Senhor: Por que
enviaste mensageiros a Baal-Zebube, deus de Ecrom? É por que não há Deus em
Israel, para consultares a sua palavra? Portanto, desta cama a que subiste, não
descerás, mas certamente morrerás.
17
Assim, morreu conforme a palavra do Senhor, que Elias falara. E Jorão
começou a reinar no seu lugar, no segundo ano de Jeorão, filho de Josafá, rei de
Judá, porque Acazias não tinha filhos.
2 Reis 1
O texto que você acabou de ler apresenta Acazias como rei de Israel. Ele era filho de Acabe,
um rei rebelde, com Jezabel, uma prostituta cultual. A julgar por sua filiação, boa coisa ele
não era.
E, por intermédio de Elias, Deus trouxe uma palavra de disciplina àquele rei, que
insistia em seguir o caminho de idolatria de seus pais. Esse tempo, portanto, que envolvia a
vida de Elias era um tempo de juízo divino. Este é o tema principal deste capítulo, a
provisão do Senhor em tempo de disciplina.
Esse é um assunto mais atual do que você imagina. Basta olhar ao redor para ver a
mão de Deus pesando sobre aqueles que se deleitam com a iniqüidade.
Mas será que Deus tem provisão mesmo em tempo de disciplina? É isso o que
aprenderemos, ao estudarmos a história que envolveu Acazias e Elias.
Deus tem maneiras próprias de manifestar sua disciplina. E, quando Ele quer
disciplinar alguém, não há quem o possa impedir.
A essa altura, é importante avaliarmos de que forma o Senhor manifesta sua
disciplina.
Pela Providência
2
Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu. Enviou
mensageiros, dizendo-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se
sararei desta doença.
2 Reis 1
Na primeira oportunidade, Acazias revelou a idolatria herdada de seu pai, o rei Acabe.
Embora estivesse gravemente ferido, Acazias desprezou a presença do Senhor em Israel e
procurou auxílio em Baal-Zebube, o príncipe dos demônios — citado por Jesus no
Evangelho de Mateus (Mateus 12:24). Diante dessa afronta, Deus manifestou juízo sobre
esse rei.
A queda de Acazias, portanto, ocorreu como providência divina para estabelecer juízo.
Acazias fez o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor, pela sua providência — que
significa determinação antecipada de uma situação —, estabeleceu a queda dele.
Precisamos ter plena consciência de que Deus controla todas as coisas, tanto as boas
quanto as más.
Gostaria de ilustrar esse princípio com um dos episódios mais valiosos da minha
vida, meu casamento com Lylian.
Minha esposa e eu nascemos no mesmo ano, 1961. Eu morava em Olímpia, e ela, em
Viradouro; cidades bem próximas.
Naquela época, a tia da Lylian era minha vizinha e também minha professora de escola
dominical. Eu sempre estava na casa da tia da Lylian, mas, no dia em que a Lylian esteve de
visita em Olímpia, não nos conhecemos. Embora estivéssemos tão próximos, crescemos
sem conhecer um ao outro.
No ano de 1973, Lylian mudou-se para São Paulo, a fim de estudar no Colégio Batista.
Mudei-me também para São Paulo um ano depois, e também fui estudar no mesmo colégio.
Todavia, assim que cheguei a São Paulo, Lylian mudou-se para Santos. Detalhe: Eu estudei
na mesma classe dela. Os meus amigos foram os mesmos amigos dela. Das duas, uma: Ou
ela estava fugindo de mim ou era a providência de Deus preparando o tempo certo para o
nosso encontro.
Passaram-se os anos. Estudei Engenharia no Mackenzie, ela, administração, também
no Mackenzie. Durante dois anos, estudamos no mesmo período sem nos conhecermos.
Depois, ela passou para o período da noite.
Até que um dia (depois de tantos anos), Lylian e eu estávamos num culto em
Viradouro, quando o pastor convidou para se aproximarem do púlpito pessoas com
problemas sentimentais. Aceitamos prontamente o convite. Muitos jovens fizeram o mesmo.
Enquanto o pastor ministrava, permanecia ela de um lado e eu do outro, orando pelo
mesmo motivo: Restauração sentimental. Depois daquela oração, Deus permitiu que nos
conhecêssemos.
Hoje, Lylian e eu estamos casados e formamos uma linda família com a nossa filha
Érica, graças à providência do Senhor.
Nada pode impedir os planos do Senhor. Por isso, jovem, não fique com medo de
perder o namorado ou a namorada; porque o que Deus estabeleceu não pode ser alterado,
nem por pessoas, nem por situações. O que Deus preparou para você se cumprirá, a despeito
de todas as coisas.
Deus é Senhor. Os acontecimentos seguem o curso que Ele determinou. Assim diz o
Senhor:
7
Eu formo a luz e crio as trevas, eu faço paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas
estas coisas.
Isaías 45
A propósito, é importante deixar bem claro que o Senhor “cria o mal” no sentido de
permitir o surgimento de calamidades, e não de ser a origem do mal espiritual. Em
Hebraico, a palavra mal usada pelo profeta Isaías não significa mal ético, mas calamidade.
Isso quer dizer que, quando Deus quer fazer a paz, Ele faz a paz; não obstante, quando Ele
quer trazer juízo sobre o ímpio que não se arrepende, Ele permite que as calamidades se
manifestem.
Quando as mulheres de Israel pranteavam e lamentavam a ida de Jesus para o
Calvário, Ele voltou-se para elas e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai
antes por vós mesmas e por vossos filhos” (Lucas 23:28). Jesus sabia o que os filhos de
Israel enfrentariam dura perseguição por causa da crucificação. Seus descendentes, embora
não tivessem nada a ver com aquela situação, sofreriam muito.
Assim, a providência é um dos meios pelos quais Deus manifesta sua disciplina sobre
o homem. Desde a eternidade, Ele determinou todos os acontecimentos.
Em vista disso, o que temos a temer? “Pois eu sei os planos que tenho para vós, diz o
Senhor, planos de paz, e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro” (Jeremias
29:11).
Pela Palavra Profética
Outro meio pelo qual o Senhor manifesta sua disciplina é a palavra profética. Assim como
fez com Acabe, o Senhor levantou Elias para repreender Acazias, rei de Israel.
Antes de prosseguir neste tema, precisamos entender que Deus não se agrada de trazer
juízo sobre a vida de ninguém. Tenha em mente uma coisa: A palavra de juízo do Senhor é
sempre condicional. Porque, se houver arrependimento, Deus virará a página. A palavra de
juízo traz consigo a chance do arrependimento.
A vida de Jonas retrata bem esse princípio. Veja o que diz a Palavra.
1
Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2Levanta-te, vai à
grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
3
Mas Jonas levantou-se, a fim de fugir de diante da face do Senhor para
Társis. Desceu a Jope, onde achou um navio que ia para Társis. Pagou a sua
passagem e embarcou nele, a fim de ir com eles para Társis, para longe da
presença do Senhor.
Jonas 1
Por que Jonas se recusou a atender o mandado do Senhor? Por simples desobediência?
Não. Nínive era a capital do império assírio. Os assírios aterrorizavam a todos que
encontravam. Eram impiedosos, destruidores, gente da pior espécie. E Jonas sabia que a
palavra de juízo do Senhor poderia produzir arrependimento no coração dos ninivitas. “Por
que dar uma oportunidade àqueles impiedosos?”, talvez, pensasse Jonas.
Assim, Jonas fugiu de navio para Társis, na esperança de que Deus voltasse atrás no
propósito de trazer uma palavra profética sobre Nínive.
No entanto, Deus não desistiu do seu propósito e foi buscar Jonas no meio do oceano.
De repente, “o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande
tempestade, de modo que o navio estava a ponto de despedaçar” (Jonas 1:4). Os marinheiros
reagiram na mesma hora...
5
Então, temeram os marinheiros, e clamava cada um ao seu deus, e lançaram ao
mar a carga do navio, para o aliviarem do seu peso. Jonas, porém, descera ao
porão, onde se deitou e dormia um profundo sono.
6
O mestre do navio chegou-se a ele e lhe disse: Como podes dormir?
Levanta-te e invoca o teu deus! Talvez, assim ele se lembre de nós para que não
pereçamos.
Jonas 1
Pelos Sinais
A fim de manifestar sua disciplina, Deus também usa de sinais. Os sinais do Senhor são
manifestos quando a palavra profética é rejeitada, como aconteceu com o rei Acazias.
Por meio de Elias, Deus enviou a palavra profética a Acazias, mas ele a rejeitou
abertamente. Acazias teve a oportunidade de se arrepender, mas deu as costas ao Senhor.
Por que estou tão certo disso? Porque Acazias conhecia bem o profeta Elias; eles eram
velhos conhecidos. Acazias cresceu vendo seu pai ser repreendido por Elias.
Acazias teve a chance de se desviar dos passos idólatras de seu pai. Entretanto,
quando Elias declarou que o Senhor se indignara com a atitude dele de buscar resposta em
Baal-Zebube, o que fez Acazias? Enviou um diplomata para se encontrar com Elias? Não.
Enviou um capitão com cinqüenta soldados para trazerem Elias à força.
Contudo, o que fez o Senhor? Manifestou um sinal.
9
Então, o rei lhe enviou um capitão de cinqüenta com os seus cinqüenta homens.
Este subiu a ter com Elias, que estava assentado no cume do monte, e lhe disse:
Homem de Deus, o rei diz: Desce. 10Mas Elias respondeu ao capitão de
cinqüenta: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e consuma a ti e aos
teus cinqüenta. Então, desceu fogo do céu e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.
2 Reis 1
17
Assim morreu (Acazias), conforme a palavra do Senhor, que Elias falara. E
Jorão começou a reinar no seu lugar no segundo ano de Jeorão, filho de Josafá,
rei de Judá, porque Acazias não tinha filhos.
2 Reis 1 (Apenso do Autor)
“Assim morreu (Acazias), conforme a palavra do Senhor, que Elias falara”. A misericórdia
do Senhor é algo incomensurável, mas... se alguém rejeita abertamente os sinais divinos —
como o fez Acazias —, este sentirá o peso da mão do Senhor. Se não fosse assim, quem
temeria a Deus? Deus é longânime; Ele sempre age com misericórdia; Ele sempre espera o
arrependimento, mas, se insistirmos em manter o coração endurecido a despeito dos sinais, a
disciplina será inevitável.
Deus usa de muitas maneiras para nos disciplinar. E a disciplina do Senhor — é
importante deixar bem claro — somente se manifesta para o nosso bem.
5
Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando por ele
fores repreendido, 6porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo o que
recebe por filho.
Hebreus 12
Engana-se quem pensa que o contato com demônios não produz conseqüências.
Muitas pessoas, na ignorância espiritual, fazem oferendas para demônios e pensam
que, por isso, receberão alguma “bênção”. Muito pelo contrário, os demônios é que tomarão
tudo o que essas pessoas possuem. A sociedade precisa entender que o diabo veio para
roubar, matar e destruir (João 10:10a). Quem tem uma “missão” com essa pode abençoar
alguém?
Agora, o que mais chama atenção nesta história é que Acazias pertencia a uma
das tribos de Israel. Por conseguinte, não estamos falando de um homem incrédulo.
Quando Acazias decidiu consultar a Baal-Zebube, ele sabia muito bem que estava
contrariando os princípios divinos, tão bem descritos na Lei Mosaica. Além disso,
Elias sempre estivera profetizando contra Acabe e Jezabel, pais de Acazias. Logo, a
atitude idólatra de Acazias não tinha justificativa; ele agia influenciado por um
coração maligno. Por isso, Deus manifestou seu juízo tão severamente.
Vivemos no tempo de uma geração corrompida, que rejeita a palavra de juízo de Deus,
que não dá ouvidos aos profetas do Senhor. Embora Deus insista em manifestar a palavra de
ensino, a palavra profética, as pessoas não se arrependem. São pessoas de dura cerviz, de
coração endurecido. Não me surpreenderei se o Senhor manifestar forte juízo sobre esta
geração. Na realidade, acredito que a questão não é se o juízo virá, mas quando.
Uma palavra para aqueles que têm prazer na iniqüidade.
7
Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear,
isso também ceifará. 8O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; o
que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
Gálatas 6
O que Acazias fez foi uma afronta deliberada contra Deus. A quem ele enviou seus
mensageiros? A Deus? Não, a Baal-Zebube. Agora você consegue entender porque o Senhor
ficou tão triste?
Deus era o Deus de Israel. Baal-Zebube jamais fizera algo por Israel. No entanto,
Acazias preferiu consultar o príncipe dos demônios a pedir conselho ao Senhor dos
Exércitos. Por isso, o Senhor protestou por intermédio do seu anjo: “— Não há Deus em
Israel?”
E quanto a nós? A quem temos recorrido nos dias de adversidade? Quando
nos desesperamos e não buscamos respostas em Deus, como você acha que Ele se
sente? Quantos que preferem o conselho de pessoas influentes ao conselho do
Senhor! Busque conselho somente em Deus! Porque esse conselho é o conselho da
vitória. O conselho do mundo (e até mesmo daqueles que estão ao nosso lado)
sempre tende a nos levar ao desespero. “— Não há Deus em Israel?”, disse o
Senhor.
Vejo muitos cristãos afrontando a Deus. Precisamos deixar que o Senhor nos
revele as alianças que temos feito com este mundo. Só assim alcançaremos
restauração e não precisaremos experimentar a disciplina do Senhor.
Não conseguiremos viver plenamente a vida cristã sem compreender esse princípio
espiritual. A Bíblia diz:
4
Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma que há em cima
nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas embaixo da terra.
5
Não te encurvarás a elas nem as servirás; pois eu, o Senhor teu Deus, sou
Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração daqueles que me odeiam, 6mas faço misericórdia até mil gerações
daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
Êxodo 20
14
Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que sociedade tem a
justiça com a injustiça? E que parte tem o fiel com o infiel?
2 Coríntios 6
Veja a diferença entre os três capitães do rei Acazias. Os três chamaram Elias de
“homem de Deus”, mas apenas o último expressou o devido respeito ao profeta,
humilhando-se diante do Senhor.
Não há segredo. Em tempo de disciplina, humilhe seu coração. Não adianta
tentar justificar o pecado. Isso é pura perda de tempo. Mais vale se aproximar do
Senhor e dizer: “— Senhor, pequei, mas tenha misericórdia da minha vida.
Restaura o meu coração para que eu seja digno da sua provisão”.
Há duas declarações que identificam as pessoas que não recebem a provisão
do Senhor.
Primeiro, há aqueles que dizem: “— Deus não me abençoará porque eu não
mereço”. Esse comportamento tem um nome: Falsa modéstia. A primeira parte da
declaração é verdade, não merecemos mesmo. Mas a Bíblia nos ensina: “Pedi e dar-
se-vos-á” (Mateus 7:7). Nunca vi um pai alimentar o filho porque este mereceu. A
relação entre pai e filho não é baseada no merecimento, mas no amor.
Deus é Pai. Assim, Ele se alegra em nos abençoar. Todavia, é preciso que nos
humilhemos, que nos arrependamos, reconhecendo os erros que cometemos.
Pense um pouco na história de Esaú e Jacó. A diferença entre eles não era a
qualidade ética. Os dois apresentavam graves distorções de caráter. Esaú vendeu o
direito de primogenitura a Jacó por um prato de lentilhas (Gênesis 25:28-34); Jacó
enganou seu pai, Isaque, no leito de morte (Gênesis 27:1-35). Na verdade, Jacó
somente herdou a bênção de Abraão porque se rendeu ao Senhor.
A verdade é que precisamos nos humilhar diante de Deus e confessar os
nossos pecados. Só assim receberemos a provisão que tanto anelamos.
Mesmo em tempo de disciplina, há aqueles que não deixam de receber a
provisão. Toda vez que Deus trouxe juízo, Ele sempre deixou a porta do
arrependimento entreaberta. Quando Adão e Eva pecaram, Deus tinha que matá-
los. No entanto, Ele sacrificou um cordeiro, vestiu Adão e Eva com a pele do tenro
animal, dando a oportunidade para que eles buscassem a restauração.
Humilhar-se diante de Deus também significa ouvir a voz profética. Se os dois
primeiros capitães tivessem dado atenção à palavra profética de Elias, eles estariam
com toda aquela soberba? Como conseqüência, não teriam experimentado o peso
da mão do Senhor. Temos de abrir o coração para a voz profética, a fim de
ouvirmos o direcionamento celestial.
Quem se humilhar e ouvir a palavra profética experimentará a maravilhosa
provisão do Senhor, a despeito dos problemas sócio-econômicos que assolam a
sociedade moderna.
A Bíblia afirma que “sem que haja uma palavra na minha língua, ó Senhor, tudo
conheces” (Salmo 139:4). Todavia, a Bíblia também nos exorta: “... sejam as vossas
petições conhecidas diante de Deus” (Filipenses 6:4).
O terceiro capitão não somente se prostrou, reconhecendo que as palavras de
Elias estavam revestidas de poder tanto para a vida quanto para a morte, mas
também suplicou por misericórdia.
Você tem o que você pedir. O capitão pediu, e a provisão veio sobre ele. E o
interessante é que ele tinha uma tarefa a fazer. Temos aprendido que a provisão de
Deus vem sempre no intuito de nos ajudar a cumprir uma tarefa celestial. Aquele
homem deixou de cumprir sua tarefa?
O interessante era que Elias também precisava de provisão. Olha, vida de
profeta não é para qualquer um. Pois é muito mais fácil proclamar uma palavra de
consolo do que uma palavra de disciplina.
Elias era profeta de Deus. E, no encontro dele com o rei, ou morria Acazias,
ou morria Elias. Se a palavra profética não se cumprisse, Elias estaria nas mãos de
Acazias. Mas Elias cumpriu a vontade do Senhor; ele não se deteve pelas possíveis
conseqüências; sua segurança estava em Deus.
Quando Deus lhe der um chamado, siga na direção do Senhor. Não olhe para
trás, nem para frente, nem para os lados, nem para os demônios.
Elias já havia derrotado os profetas de Baal; agora, ele estava enfrentando
Belzebu, o príncipe dos demônios. E pensar que muitos cristãos acreditam que os
demônios não existem. Eles existem sim e são muito mais antigos do que a
humanidade. Eles foram criados muito antes da esfera do tempo. São seres
poderosos, inteligentes, sagazes, que vivem debaixo de autoridade e comando, e
que levam a cabo seus intentos. E até que o Senhor diga que eles devam deixar de
atuar, que sejam amarrados com o seu deus, Lúcifer, eles continuarão instilando o
engano.
“O Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da
fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Timóteo
4:1). Para quem não sabe, a apostasia só pode ser cometida por cristãos, por meio
de mentiras, sofismas, racionalizações, filosofias, por atitudes que descartam a
palavra de Deus.
Satanás tem se fantasiado de “senhor das coisas”, oferecendo aos
desapercebidos discursos loquazes, argumentações lógicas, a fim de inserir na
mente humana os piores enganos. Esteja atento às sutilezas do mal. Não aceite as
ofertas diabólicas. Seja obediente a Deus, e a provisão do Senhor virá mesmo em
tempo de disciplina.
Elias não cumpriu o propósito do Senhor num oásis. No tempo de juízo,
teremos de enfrentar um deserto também. Não obstante, para aqueles que esperam
no Senhor, haverá abundante provisão.
Quando você começar a ouvir rumores de dificuldades, dobre o joelho diante
de Deus, humilhe-se e diga: “— Senhor, os outros eu não sei, quanto a mim, eu e a
minha casa serviremos ao Senhor”. Por certo, não faltará a prosperidade do Senhor
na sua vida.
Quando falo em prosperidade, não estou me referindo apenas a ser bem
sucedido financeiramente. Podemos ter prosperidade em tudo. Por falar nisso, a
palavra prosperidade foi utilizada pela primeira vez na Bíblia, quando Abraão
mandou seu servo buscar uma esposa para Isaque dentre seus familiares, que
habitavam em Padã-Arã. Ou seja, prosperidade bíblica também significa
capacitação para realizar as tarefas que Deus nos propõe.
Mesmo em tempo de disciplina e juízo, Deus provê para os seus. Apenas
dobre os joelhos e clame pelo favor do Senhor. Não aceite palavras de derrota, de
que todo mundo está passando por dificuldades. Você não é todo mundo! Seu
nome está escrito no Livro da Vida. Você é filho de Deus. A autoridade do Senhor
está sobre você. Você é reino e sacerdócio. E o seu Deus não é como Baal-Zebube.
Este tem boca, mas não fala; tem ouvidos, mas não ouve; tem olhos, mas não vê.
Mas a Bíblia diz que Quem fez a boca, fala; que Quem fez os olhos, vê; e que Quem
fez os ouvidos, ouve. Este é o Deus a quem servimos!
Prosperidade é a capacitação para realizar todas as coisas que Deus tem para
nós. Assim, precisamos rejeitar todo sentimento de autocomiseração, de
inferioridade; sentimentos que se camuflam como humildade, mas, na verdade, são
reflexos de feridas na alma.
Precisamos nos humilhar perante Deus, reconhecendo que nada somos, que
não temos capacidade de enfrentar as lutas da vida na nossa própria força.
Precisamos reconhecer que somente Deus é capaz de prosperar o nosso caminho,
de endireitar as nossas veredas, de nos levar ao lugar mais alto, de nos dar vitória,
de nos prover abundantemente, segundo sua riqueza e glória, sejam as nossas
necessidades físicas, emocionais ou espirituais.
Precisamos nos humilhar na presença do Senhor, confessando todo pecado
de rebeldia, de incredulidade, de desânimo. Temos de deixar que a Palavra divida
o nosso espírito e a nossa alma.
Elias não se deteve pelas adversidades. Ele absorveu a visão profética a tal
ponto, que nada pôde impedi-lo de proclamar o conselho do Senhor.
Tenhamos Elias como um exemplo de vida. Quando Deus nos der uma
direção, sigamos sem hesitar, e a maravilhosa provisão virá como correntes
caudalosas, ainda que o mundo esteja sofrendo forte juízo. Amém.
CAPÍTULO SETE
PROVISÃO SOBERANA
1Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu num redemoinho, Elias
partiu de Gilgal com Eliseu.
2Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui; o Senhor me enviou a Betel. Porém
Eliseu disse: Tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te
deixarei. Assim, desceram a Betel.
3Os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de
Eliseu e perguntaram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por
sobre a tua cabeça? Respondeu ele: Sim, eu sei, mas calai-vos.
4Então, Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui. O Senhor me enviou a
Jericó. Porém ele disse: Tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma,
não te deixarei. Assim, foram a Jericó.
5Os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu e
perguntaram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a
tua cabeça? Respondeu ele: Sim, eu sei, mas calai-vos.
6Então, Elias lhe disse: Fica-te aqui; o Senhor me enviou ao Jordão.
Mas ele disse: Tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te
deixarei. Assim, ambos foram juntos.
7Cinqüenta homens dos filhos dos profetas foram e pararam a certa
que te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que haja
porção dobrada de teu espírito sobre mim. 10Respondeu Elias: Coisa
difícil pediste. Se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará;
porém, se não, não se fará.
11Indo eles andando e falando, de repente, um carro de fogo com
esta cidade é bem situada, mas as águas são más, e a terra é estéril. 20Disse
ele: Trazei-me uma tigela nova, e ponde nela sal. E eles a trouxeram.
21Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele, dizendo: Assim
diz o Senhor: Sarei estas águas. Jamais causarão morte nem esterilidade.
22Ficaram sãs aquelas águas até o dia de hoje, conforme a palavra que
2 Reis 2
O tempo em que Elias seria tomado ao céu se aproximava. Elias passaria por uma
experiência, simplesmente, indescritível: o arrebatamento. No entanto, ele teve de
esperar o tempo de Deus.
De fato, não há como negar que Deus controla o tempo. Nós é que, muitas
vezes, somos intempestivos, agimos fora de hora. Mas Deus não atrasa nem
tampouco se deixa dominar pelo sentimento de ansiedade. O Senhor sabe esperar o
tempo certo.
A bênção de que você necessita já está no coração de Deus. Todavia, essa
bênção somente se tornará realidade no momento oportuno, ou seja, no momento
de Deus.
Eu tive de aprender o princípio de que Deus é Senhor do tempo por meio de
uma experiência dolorosa, mas muito preciosa.
No dia 14 de dezembro de 1892, nasceu na Itália, na Calábria, um homem
chamado Salvador Carnevalli, meu avô. Ele veio muito cedo para o Brasil. Desde
que chegou nesta terra, meu avô lutou e trabalhou muito, e teve a oportunidade de
se casar e de gerar duas filhas, uma delas a minha querida mamãe, Rosa Carnevalli.
Cento e dez anos depois, no mesmo dia 14 de dezembro, o Senhor decidiu
levar minha mãe ao céu.
Fiquei pensando como somos efêmeros, fugazes, passageiros. Ainda que
sintamos que somos absolutos, todos estamos limitados pelo tempo. E o Deus que é
Senhor do tempo decidiu dar a vida a um homem no mesmo dia em que decidiu
levar a vida da filha dele. Coincidência? Prefiro chamar de capricho de Deus.
Deus controla os nossos dias. Eu não sei o dia em que partirei para a glória
nem quantos anos viverei, mas Deus sabe. E este tempo que Deus nos concedeu
para que possamos viver, amar, construir e conquistar é o mesmo tempo que temos
para conhecê-lo profundamente.
Assim como fez com Eliseu, Deus me avisou que minha mãe seria levada ao
céu. Alguns dias antes, diante do piano, ao contemplar a chuva forte que caia no
quintal da minha casa, senti-me movido pelo Espírito a compor uma canção.
Gostaria de lhe mostrar a letra para que você entenda que Deus estava me
avisando que levaria minha mãe.
Elias e Eliseu, dois homens tão amigos, dois profetas. Eliseu tinha o futuro pela
frente na dimensão terrena, Elias se preparava para ingressar na dimensão
espiritual, na vida eterna.
O que vemos, tocamos, discernimos, tangemos, é bem menos real do que o
mundo espiritual que não vemos.
“Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu...” (2 Reis 2:1). Esse
versículo nos ensina que Deus é Senhor tanto da dimensão física quanto da
dimensão espiritual, tanto do visível quanto do invisível, tanto do temporal quanto
do eterno.
Decerto, não sei quais são as lutas que você está enfrentando neste momento, e
em que nível isso se dá, se no nível físico, emocional ou espiritual. No entanto, de
uma coisa tenho plena convicção, a provisão do Senhor corresponderá a todas as
suas necessidades, quer sejam na alma, quer sejam no espírito. Deus domina todas
as dimensões que nos envolvem. Por isso, podemos descansar na certeza de que a
maravilhosa provisão do Senhor nos sustentará em todos os momentos.
Deus provê todas as coisas, inclusive os obstáculos. E foi isso mesmo o que Elias e
Eliseu receberam do Senhor como primeira provisão: um grande obstáculo. Deus os
enviara a Betel, porém havia o rio Jordão como contratempo. Quando o Senhor nos
envia a um lugar de bênçãos, não faltarão obstáculos pelo caminho.
Antes de Betel — que significa casa de Deus —, havia um Jordão para
atravessar. Não são poucas vezes que temos a idéia equivocada de que a provisão
vem apenas para nos dar vitória sobre determinado problema. Não se esqueça de
que não existe vitória sem luta. Não existe desenvolvimento sem obstáculos.
Assim, Deus permite os obstáculos para que possamos ter vitórias. Sem
obstáculos não há vitórias. Entretanto, ainda há muitos cristãos orando
incansavelmente para que Deus os livre de todos os obstáculos. Eles não
conseguem compreender que Deus é quem dispõe as barreiras. E, se Ele dispõe as
barreiras, há uma finalidade para isso. Ele deseja forjar o nosso caráter, adestrar
cada uma de nossas atitudes. Só assim alcançaremos a experiência que leva à
vitória.
Quando Elias disse a Eliseu: “Pede-me o que queres que te faça” (2 Reis 2:9), Eliseu
não pensou duas vezes para responder: “Peço-te que haja porção dobrada de teu
espírito sobre mim” (Id). O linguajar usado por Eliseu — “porção dobrada de teu
espírito” —, no Hebraico, tem um sentido bem distinto do sentido proposto pela
Língua Portuguesa. Eliseu não estava pedindo que o espírito de Elias entrasse nele,
não era isso. Na verdade, o que Eliseu queria era desenvolver a mesma vocação
espiritual de Elias.
Eliseu bem sabia que, se o chamado do Senhor não estivesse claramente
definido na sua vida, ele não conseguiria ir adiante. De fato, ninguém será bem
sucedido sem descobrir sua verdadeira vocação.
Infelizmente, a maioria dos cristãos que vivem clamando por bênçãos não sabe
discernir sua própria vocação. Vivem à margem do propósito divino; pensam que a
vida cristã se resume em buscar e receber bênçãos. Por certo, a atitude de buscar as
bênçãos do Senhor faz parte da vida cristã, porém isso não é tudo.
Deus tem uma vocação para cada um de nós. E, somente alcançaremos êxito
espiritual, quando descobrirmos essa vocação. Quando passarmos a entender a
razão para a qual existimos, tendo o desejo de alcançar esse propósito, nossas vidas
entrarão numa nova dimensão.
Eliseu tinha plena convicção do seu chamado. Tanto é assim que ele não
deixou Elias sozinho em momento algum. Ele estava decidido a seguir sua vocação
até as últimas conseqüências. Elias quis ir sozinho a Betel, mas Eliseu não o deixou;
Elias quis ir sozinho a Jericó, mas Eliseu não o deixou; Elias quis ir sozinho ao
Jordão, mas Eliseu não o deixou. Isso é que é perseverança no chamado!
Você quer perseguir sua vocação até o fim? Então, não se junte àqueles que
querem a provisão, mas não sabem o que querem da vida cristã!
Eliseu nos transmite um ensinamento precioso. Ele, um aprendiz, juntou-se a
um homem experiente, para receber a unção, a habilidade profética.
Deus dá àquele que busca, àquele que sabe a razão da sua existência. Se você
ainda não tem convicção da sua vocação, sinto ter de informá-lo que você viverá
uma vida cristã diminuta. Não obstante, se você buscar e descobrir o que Deus
planejou para sua vida, tudo o que vier às suas mãos será feito com excelência.
É isto o que a Igreja contemporânea precisa, de homens e mulheres que
conheçam a sua vocação, que tenham visão de reino, que balizem a vida em função
de uma vocação. E a palavra de Deus declara que “os dons e a vocação de Deus são
irrevogáveis” (Romanos 11:29).
Precisamos descobrir nossa vocação, pois ela nos conduzirá a “Betel”. E Betel
representa a presença viva de Jesus. Muitas pessoas afirmam que a presença de
Deus não pode se manifestar em alguns lugares, como na Política, por exemplo.
Olha, por meio de cristãos que têm consciência do seu chamado, Deus pode sim se
manifestar em todos os lugares. Pode se manifestar na Política, no Futebol, na Arte;
só depende de nós, cristãos, assumirmos a vocação do Senhor. E, quando Deus
estiver em todos os lugares, as pessoas tornar-se-ão mais sensíveis às necessidades
do próximo, sendo instrumentos de Deus para mudar o sentido da vida no mundo.
Assim, não devemos pedir a Deus a provisão financeira apenas. Devemos
também buscar direção para nossa vida. Para que Deus nos criou? Tenho plena
certeza de que somos “sui generis” para o Senhor. Somos únicos. Da mesma forma,
Deus tem vocações únicas. O que Deus planejou para minha vida somente eu posso
realizar.
E imagine quando todos os cristãos descobrirem sua vocação! Quando
encontrarmos um obstáculo, não nos entregaremos a murmurações, mas agiremos
segundo o conselho do Senhor; agiremos com perseverança, como o fez Eliseu.
Para que Eliseu recebesse unção dobrada, ele teria de ver Elias sendo arrebatado.
Eliseu contemplou Elias sendo tomado ao céu ou não? Assim, Deus proveu a
oportunidade que Eliseu tanto esperava.
Estou certo de que Deus preparará as oportunidades para os que têm
convicção da sua vocação. Por isso, não tenha medo de abrir o coração diante de
Deus e clamar pelas oportunidades.
Agora, não tente preparar oportunidades por conta própria. Deixe que o
Senhor abra as portas. Pois, enquanto nossa vocação for dirigida por atitudes
precipitadas, não glorificaremos a Deus. Precisamos depender do Senhor em tudo,
principalmente, no que diz respeito a oportunidades.
Também não podemos sustentar uma vocação por meio de dons naturais. Ora,
a vocação de Deus traz consigo toda a unção que precisamos para servir ao Senhor
em excelência. Somos apenas instrumentos. E, agindo como instrumentos,
potencializaremos o poder de Deus na nossa vida e não correremos o risco de
cobiçar a glória que somente a Deus pertence. Sei que você já sabe, mas vale a pena
relembrar: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! A minha glória a outrem não a
darei” (Isaías 42:8a).
Definitivamente, Deus não está subjacente às nossas capacidades. Deus está
muito além daquilo que entendemos. Minha visão filosófica de Deus não tem valor
diante de toda a sua glória.
Deus quer abrir os nossos olhos. Ele quer nos dar a capacidade de sonhar, de
lutar, de superar os obstáculos. Pois Ele proverá as oportunidades que nos levarão
ao centro de sua vontade.
No mesmo instante em que Elias fora trasladado ao céu por um carro de fogo, tanto
sua capa quanto suas demais vestes caíram perto de Eliseu, que estava
deslumbrado com aquele momento.
Talvez, você esteja imaginando: “Por que caíram as roupas de Elias?” Simples.
Ao ser trasladado, Elias teve seu corpo transfigurado. Ele mudou de dimensão;
deixou o mundo físico e entrou no mundo espiritual. Seu corpo, portanto, tornou-se
translúcido e atravessou as vestes, da mesma forma que Jesus atravessou os lençóis
no momento da ressurreição.
Mesmo fascinado, Eliseu logo tomou a capa que caíra de Elias. E, quando
chegou diante do rio Jordão — o mesmo Jordão em que ele estivera momentos
antes com Elias —, ele feriu as águas com a capa. E as águas se abriram!
Naquele momento, Eliseu experimentava o poder de realização do Senhor.
Deus realiza todas as coisas na vida daqueles que o invocam. Eliseu chegou diante
do Jordão e disse: “Onde está agora o Senhor, Deus de Elias?” (2 Reis 2:14).
Quantos podem dizer a Deus: “— Onde está agora o Senhor, o Deus de Elias?”
Deus somente agirá na vida de quem o invocar. “Buscar-me-eis e me achareis,
quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29:13). “De todo o
coração” significa buscar como Jacó, que não largou o anjo do Senhor enquanto este
não o abençoou.
Há muitos cristãos vivendo medianamente. Num dia se entristecem, no outro
se alegram; num dia choram, no outro sorriem; num dia crêem, no outro descrêem.
Nossos sentimentos são opostos, muitas vezes.
Entretanto, não são pelos sentimentos que o Senhor age na nossa vida. Não
temos que sentir para Deus agir. O que sentimos pouco importa. Deus não quer que
o busquemos quando sentirmos; Ele espera que o busquemos a toda hora, sob
quaisquer circunstâncias. Quem invocar o Senhor de todo o coração desfrutará a
maravilhosa provisão.
Tenho de ressaltar também que, embora Deus realize todas as coisas para os
que crêem, precisamos tomar a iniciativa. Logo depois de questionar o Senhor,
Eliseu feriu as águas do Jordão com a capa que fora de Elias.
Isso significa que precisamos tomar a iniciativa para realizar o que Deus pôs
no nosso coração. Ninguém se torna um grande empresário se não estiver disposto
a correr riscos. Quando estudamos a vida dos grandes homens de negócio,
percebemos que a maioria deles passou por um grave problema financeiro.
Todavia, nenhum deles deixou de ter iniciativa, de ter uma visão empresarial acima
do seu tempo.
Agora, se isso vale para o empresariado, não valerá para aquele que busca o
Deus Vivo? Ora, lute por aquilo que Deus pôs no seu coração!
O Presidente Luís Inácio Lula da Silva é um exemplo vivo desse princípio. A
vida desse homem é impressionante.
De torneiro mecânico a Presidente do Brasil. Mas não foi assim tão simples.
Durante vinte anos, Lula sonhou com a presidência, porém não foi bem sucedido
em nenhuma das eleições presidenciais que disputou. Mesmo assim, ele não
desistiu do sonho que ardia em seu coração.
Lula lutou, lutou e, finalmente, em 2002, venceu. E venceu, vale dizer, porque
em momento algum desacreditou da visão que carregava no peito. Esse exemplo de
perseverança — não há como negar — ele deixou para todos nós.
Se os cristãos tivessem a capacidade de crer como o Presidente Lula, que,
mesmo sem dispor dos padrões de intelectualidade, convenceu toda uma nação, a
história da Igreja no Brasil seria bem diferente.
Por onde Lula passava, seus ideais mexiam com o coração das pessoas. Se
acreditarmos naquilo que está fervendo no nosso coração, acontecerá. Porque a
maioria das massas não tem rumo, não sabe o que quer da vida.
Contudo, Deus espera que tenhamos a capacidade de crer para usar a capa —
que representa os instrumentos que Deus nos concede — para abrir o Jordão — que
representa os obstáculos que tentam impedir a provisão do Senhor.
Deus também realiza todas as coisas para aqueles que recebem a unção.
Quando Eliseu atravessou o Jordão, imediatamente, outros profetas começaram a
dizer: “O espírito de Elias repousa sobre Eliseu” (2 Reis 2:15), reconhecendo em
Eliseu a capacidade espiritual de Elias.