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CAPÍTULO UM

PROVISÃO NO DESERTO

1Ora, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo
como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho,
nem chuva haverá nestes anos, senão segundo a minha palavra.
2Depois, veio a palavra do Senhor a Elias: 3Retira-te daqui, vai para o

oriente e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está a leste do


Jordão. 4Beberás do ribeiro, e eu ordenei aos corvos que ali te sustentem.
5Assim, foi Elias e fez conforme a palavra do Senhor. Foi e habitou

junto ao ribeiro de Querite, a leste do Jordão. 6Os corvos lhe traziam pão e
carne pela manhã, como também pão e carne ao anoitecer, e bebia do
ribeiro.
7Mas, passados alguns dias, o ribeiro secou, porque não tinha havido

chuva na terra.
1 Reis 17

O ministério profético de Elias começou a ser delineado em Israel numa época de


muito pecado. A propósito, numa época bem parecida com a que vivemos hoje.
A idolatria se manifestava em todas as esferas da sociedade. Acabe, o rei de
Israel, fez “o que era mau aos olhos do Senhor mais do que todos os que foram
antes dele” (1 Reis 16:30). Como se não fossem poucos os pecados que cometera,
Acabe ainda tomou Jezabel por mulher — uma prostituta cultual, que adorava
falsos deuses com orgias, para que a colheita fosse farta. Acabe ainda serviu ao
falso deus Baal e o adorou (1 Reis 16:31, 32). Assim, “Acabe fez muito mais para
provocar à ira o Senhor Deus de Israel do que todos os reis de Israel que foram
antes dele” (1 Reis 16:33).
E o que mais impressiona nesta história é que a idolatria acontecia dentro da
nação de Israel — a nação escolhida por Deus —, sob o olhar permissivo do rei.
Nesse cenário corrompido, inevitavelmente, Deus se manifestou — por
intermédio do profeta Elias — contra o pecado do rei Acabe: “Tão certo como vive
o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho, nem chuva haverá
nestes anos, senão segundo a minha palavra” (1 Reis 17:1b).
Com o cumprimento dessa profecia, a economia da época sofreu um grande
abalo. As lavouras secaram, os animais morreram.
Ao descrever esse panorama tão desolador, percebo claramente que Deus usa
as adversidades para expressar sua insatisfação contra o pecado. Foi assim no
tempo de Elias; é assim no tempo de hoje.
Muitos dos problemas sociais, econômicos e políticos que hoje atravessamos
indicam que o Senhor não está nada satisfeito com a conduta humana. E, de certa
forma, esses problemas têm afetado também a Igreja Cristã. Quer queiramos ou
não, estamos envolvidos por um contexto social que não faz distinção religiosa.
Assim como o sol nasce para todos, a crise vem para todos, inclusive para aqueles
que servem a Deus.
No entanto, embora as crises não escolham suas vítimas, acredito plenamente
que, se buscarmos a presença de Deus, receberemos toda provisão de que
necessitamos para resistir ao dia mau. Quando vivemos na presença do Senhor,
nenhuma crise — por pior que seja — tem poder para abalar nossa fé em Cristo.
Sim, os problemas se manifestarão, todavia para que sobre eles tenhamos vitória.
Se vivermos segundo as análises flagelantes que os comentaristas econômicos
fazem todos os dias, jamais alcançaremos a provisão do Senhor, que, por ser
inesgotável, não depende de indicadores financeiros. Deus não está sujeito aos altos
e baixos das bolsas de valores. Ele é Senhor sobre todas as coisas.
Se nele confiarmos de todo o coração, mesmo em meio a crises agudas, a
benção sobejará sobre nós. Mas é preciso persistir; precisamos nos revestir de vestes
de perseverança.

PROVISÃO QUE VEM PELA CONFIANÇA EM DEUS

1Ora,Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo


como vive o Senhor, Deus de Israel...
1 Reis 17

Logo no início da profecia, Elias quis deixar bem claro que o Deus de Israel era bem
diferente do deus a quem Acabe servia. Veja as primeiras palavras da profecia:
“Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel”. Essas palavras refletiam a vida de
Deus. Elias estava certo de que o Deus de Israel estava vivo.
Você tem certeza de que Deus está vivo? Você tem certeza de que Ele tem
poder para mudar quaisquer circunstâncias adversas que estejam afligindo sua
vida? A provisão começa a partir do momento em que temos consciência de que
Deus está vivo e atento às nossas dificuldades.
Se olharmos para as nossas limitações, de fato, recuaremos diante dos
problemas da vida; mas, se olharmos para Deus e dissermos: “— Tão certo como
vive o Senhor, meu Deus”, seremos vitoriosos até mesmo nas crises mais rudes.
Precisamos aprender a confiar na vida que há em Deus. Quando estamos
certos de que o nosso Redentor vive, o que poderá nos abalar?

PROVISÃO QUE VEM PELA PRESENÇA DE DEUS

1Ora,Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo


como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou...
1 Reis 17

A afirmativa de Elias está clara como cristal: A provisão vem para quem está na
presença de Deus.
Em face dos contratempos, corra para a presença de Deus. Ao primeiro sinal
de dificuldade, não pense duas vezes, busque a Deus de todo o coração. Pois,
quando estamos face a face com o Senhor, todas as adversidades são revertidas.

PROVISÃO QUE VEM PELA OBEDIÊNCIA A DEUS


2Depois, veio a palavra do Senhor a Elias: 3Retira-te daqui, vai para o
oriente e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está a leste do
Jordão.
4Assim foi Elias e fez conforme a palavra do Senhor.

1 Reis 17

Primeiro, Deus ordenou que Elias profetizasse contra Acabe; logo depois, ordenou
que ele fugisse. Teria Deus agido de forma incoerente? De maneira nenhuma. Os
meios de Deus agir são bem diferentes dos nossos. Nem sempre a racionalidade
humana pode acompanhar a dimensão do pensamento divino.
Quando o Senhor nos convoca a realizar algo que foge da nossa
compreensão, imediatamente, questionamos a maneira de Deus agir. Se pensamos
assim, por certo, ainda estamos presos à naturalidade das coisas.
O mundo espiritual — em que tanto almejamos viver — é sobrenatural. Não há
como divisar o orbe espiritual com olhos naturais. Deus age no mundo espiritual.
Portanto, quando Ele manifestar sua vontade, não proteste; apenas declare: “—
Senhor, eis-me aqui; faça o que quiser da minha vida”.
Nem sempre o Senhor revelará os pormenores da sua vontade. Assim, quando
Ele expressar seus propósitos, obedeça! Pois a obediência é condição cogente para
que recebamos a provisão.
Você está disposto a dizer: “— Deus, farei sua vontade?” Faça a vontade do
Senhor e espere para ver. Quando Deus declara: “... e, depois, fazei prova de mim,
(...) se eu não vos abrir as janelas dos céus e não derramar sobre vós uma benção tal,
que dela vos advenha a maior abastança” (Malaquias 3:10), Ele espera que
reivindiquemos o cumprimento da sua vontade. No entanto, na maioria das vezes,
recuamos na hora de dar um passo de fé.
Deus é fiel. Se você estiver disposto a obedecer-lhe, nada impedirá que a
provisão inunde sua vida. Deus cumpre à risca cada uma de suas promessas. Não
podemos, portanto, arrefecer diante das dificuldades.

PROVISÃO QUE VEM PELO INESPERADO DE DEUS

6Os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e
carne ao anoitecer, e bebia do ribeiro.
1 Reis 17

Durante todo o tempo em que Elias esteve no deserto, Deus o sustentou por
intermédio de corvos, que, pela manhã e ao anoitecer, traziam-lhe pão e carne. Não
sei se havia muitos corvos ou se eles faziam muitas viagens, o fato é que os corvos
sustentaram Elias durante muitos dias.
Agora, por que Deus preferiu levar sua provisão a Elias por meio de corvos,
que são aves que rapinam, ou seja, que roubam a caça de outros pássaros? Não
poderia Deus ter usado outro animal? Sim, poderia, no entanto, pela figura do
corvo, Elias compreenderia que a provisão do Senhor, muitas vezes, vem de quem
está acostumado a tomar. Isso significa que, para nos abençoar, Deus usa quem
quiser. Até os corvos — que simbolizam pessoas usurpadoras — têm de agir na
direção da vontade DO Senhor.
Você sabia que os corvos têm um comportamento bem semelhante ao dos
leões? Diferentemente da maioria dos animais, que deixam de comer para
alimentar seus filhotes, os leões se alimentam primeiro, depois, se sobrar, os
filhotes. Assim, em momentos de escassez, os que morrem primeiro são os filhotes.
Como os leões, os corvos, se tiverem comida de sobra, alimentam seus filhotes;
se não, o filhote que se vire. Em outras palavras, quando Deus quer usar alguém
para ser bênção na sua vida, esse alguém tem de ir até mesmo contra a sua própria
maneira de ser. E Deus faz isso muito bem.
A Bíblia diz que “como ribeiros de águas é o coração do rei nas mãos do
Senhor; a tudo o que quer o inclina” (Provérbios 21:1). Se Deus quiser fazer o rio
correr do mar para a fonte, Ele fará. Se Deus quiser fazer com que o corvo deixe de
comer e dê para um servo do Senhor, Ele fará. Às vezes, seremos surpreendidos
pelos meios que Deus usará para nos trazer a provisão.
O Salmo 34:10 diz que “os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas
aqueles que buscam ao Senhor de nada têm falta”. Que declaração admirável!
Aqueles que buscam ao Senhor de nada têm falta. É promessa de Deus para sua
vida.
Que maravilhosa provisão! Ainda que estejamos no deserto, cercados por
adversidades, Deus enviará os corvos para serem instrumentos da bênção. Se
crermos de todo o coração que Deus é provedor, a provisão virá à porta da nossa
casa. E o portador dessa bênção poderá ser aquele que menos imaginamos.
Outro ponto interessante: Por que levar a provisão a Elias por intermédio de
corvos, se essas criaturas eram consideradas imundas pela Lei de Moisés? Veja o
que diz o texto a seguir.

13Dentre as aves, a estas abominareis, não se comerão, serão abomináveis:


a águia, o quebrantosso, o xofrango, 14o açor, o falcão de qualquer
espécie, 15toda a variedade de corvo.
Levítico 11

Você sabe por que, para a Lei Mosaica, os corvos deveriam ser considerados
abomináveis para os israelitas? Porque essas criaturas eram imundas, isto é, elas se
alimentavam de carniça, de cadáver em estado de putrefação.
Nesse contexto, surgem perguntas inevitáveis: “— Por que Deus contrariou a
Lei que Ele mesmo estabeleceu? Teria Deus agido de forma incoerente?” De
maneira nenhuma. Deus enviou a provisão por meio de animais considerados
imundos para revelar a Elias — e a nós também — que a Graça supera a Lei.
Hoje, há muitos cristãos sofrendo dificuldades financeiras porque são
legalistas, ainda estão sob o domínio da Lei. Estes são os que insistem em fechar os
olhos para a graça de Deus. Deus é soberano. Quando Ele quer nos abençoar, nada
pode impedi-lo, nem mesmo normas já estabelecidas.
Não são poucos os que desprezam as bênçãos do Senhor por não concordarem
com os métodos divinos. O Senhor enviará a provisão pelos meios que Ele quiser.
Precisamos, de uma vez por todas, deixar Deus ser Deus. Precisamos confiar
na soberania divina, porque, algumas vezes, Ele enviará a provisão pelas mãos do
ímpio. Por isso, se o ímpio, movido pelo Espírito Santo, oferecer-lhe ajuda num
momento de crise, ore a Deus antes de rejeitar prontamente a oferta.
Muitas pessoas estão rejeitando a provisão do Senhor porque se sentem
escandalizadas com a maneira de Deus agir.
Quando Deus enviou a provisão por intermédio dos corvos, Elias — que
conhecia muito bem a Lei — não questionou. Pelo contrário, recebeu de bom grado
a oferta do Senhor.
Precisamos aprender que a graça de Deus supera a Lei. Por não discernirem a
Deus, muitos crentes estão vivendo sob miséria física e espiritual. Sofrem porque
são legalistas; rejeitam a provisão.
Certamente, não estou propondo que você procure o ímpio em busca de
provisão. Mas, se Deus enviá-lo como intermediário da bênção, não o rejeite.
Não feche seus lábios nos momentos de dificuldade; clame a Deus! E, se Ele
enviar o corvo, não questione. Receba a provisão com gratidão.
Outro aspecto interessante sobre os corvos está descrito no livro de Jó.
Acompanhe comigo.

41Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus pintainhos


gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?
Jó 38

O que a Palavra está nos afirmando? Quem é que prepara o alimento para os
corvos, quando seus filhotes gritam de fome? Essa é uma típica pergunta retórica.
Evidentemente, Deus provê para os corvos, e os corvos provêem para os homens.
A aplicação dessa afirmação é significativa. Se Deus tem provisão para sua
vida, seja instrumento de provisão para aqueles que estão ao seu redor. Assim
como Deus sustentou o corvo, o corvo sustentou Elias na hora da necessidade. Esse
é um princípio que devemos considerar.
Aprendi esse ensinamento com minha esposa Lylian. Bem no começo do meu
ministério pastoral, Lylian ouviu o seguinte comentário de uma de suas discípulas.

— Lylian, você não tem dificuldades de viver como esposa de pastor?


Você que veio de uma família nobre não se sente constrangida de
viver com privações?

Lylian abriu o coração...

— É difícil mesmo. Às vezes, tenho vontade de comprar algo para a casa,


mas o dinheiro não dá. Gostaria de comprar uma cortina, uns tapetes,
algumas louças, mas ainda não temos condições. Estamos esperando
em Deus...

De repente, aquela discípula mudou o rumo da conversa e começou a


censurar minha esposa.
— Ora, como esposa de pastor, você já tinha de ter se acostumado com
essa situação! Afinal, vida de pastor é assim mesmo.

Não preciso dizer que Lylian ficou arrasada. Ela chorou durante muito tempo.
Depois que ela se aliviou, tentei acalmar os ânimos:

— Meu amor, sua discípula estava certa. Vida de pastor é assim mesmo...

Lylian reagiu imediatamente:

— Não acredito que deva ser assim! Você está impedindo a bênção de Deus na
nossa vida!

Nunca me esquecerei daquele dia.


Logo depois, Lylian e eu decidimos analisar biblicamente se a posição dela
estava certa. Depois de algumas tentativas sem muitos resultados, decidi buscar em
oração a revelação do Senhor.

— Deus, se estou impedindo sua bênção na minha vida, peço que o Senhor me
dê um sinal; e nunca mais o impedirei.

A resposta veio logo depois. Numa quarta-feira, enquanto eu ministrava o


culto na minha igreja, percebi que uma senhora entrava no templo. Imaginei que
ela tivesse se perdido, visto que, naquela época, nossa igreja ficava debaixo de um
viaduto; um lugar que nem com guia de ruas em cinco línguas alguém conseguiria
achar.
No final do culto, ela se aproximou e me entregou um cheque. Não me lembro
do valor exato, mas era muito dinheiro. Enquanto eu conferia o valor do cheque, ela
me disse: “— Cheguei dos Estados Unidos, e Deus me mandou dar esta oferta para
você”. De repente, ela corrigiu: “— Não, espere um pouco. Sinto muito, mas este
dinheiro não é para você, pastor. É para sua esposa, para ela comprar cortinas,
tapetes, porcelanas e tudo o que ela quiser pôr na casa”. Fiquei boquiaberto.
Aquela senhora assistiu a mais um culto e nunca mais voltou. Depois daquele
dia, compreendi que eu mesmo estava erguendo barreiras contra a bênção do
Senhor na minha família. Aprendi que vida de pastor, ao contrário do que muitos
imaginam, é uma bênção, e que Deus pode nos abençoar onde quer que estejamos;
apenas, temos de abrir o coração e clamar pela provisão.
Paulo conhecia esse princípio muito bem.

6Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e pela
súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante
de Deus.
Filipenses 4
Lembro-me de um outro episódio da minha vida, que reflete bem a atitude
que devemos ter, ao tornarmos conhecidas diante de Deus os nossos pedidos.
Certo dia, minha esposa me perguntou:

— Lamartine, você pretende trocar de carro?


— Sim. — Respondi.
— Você já tem alguma marca em mente? — Ela continuou...
— Sim. Gostaria de ter um AUDI A4 preto.
— Só? — Lylian ironizou um pouco.
— Meu amor, tenho plena consciência de que isso é impossível para mim, mas
o meu Deus pode todas as coisas.

Três dias depois, percebi que alguém estacionava um AUDI A4 preto em


frente da minha garagem. Robério, um amigo, desceu do carro e disse:

— Lamartine, vendi minha BMW e recebi este AUDI como parte do


pagamento. No entanto, Deus está me dizendo para entregá-lo a você. Este
carro tem de ser seu! — Detalhe: Robério não sabia da minha oração.
— Mas eu não tenho dinheiro! — Questionei.
— Pague quando você puder. — Disse Robério.
— Você tem consciência do que está dizendo? — Achei que ele tinha
enlouquecido.
— Eu não quero mais este carro, Lamartine. Fique com ele.

Aceitei a benção e louvei ao Senhor. Quando Deus quer nos abençoar, Ele traz
a provisão na nossa porta.
Acredito assim na provisão do Senhor porque, embora tenha experimentado
momentos de extrema dificuldade, o Senhor nunca me desamparou.
Houve um tempo em que passei por uma dificuldade financeira gravíssima.
Depois que terminaram as eleições de 1998 — nas quais havia me candidatado a
Deputado Federal —, minha dívida de campanha havia comprometido meu
orçamento familiar. Sinceramente, não sabia o que fazer. Orei ao Senhor pedindo
livramento.
Depois, quando eu menos esperava, Deus moveu o coração de um amigo da
igreja para me socorrer. Ele chegou, entregou-me um cheque e disse: “—
Lamartine, isso é para você cobrir suas contas”. Mais uma vez, fiquei boquiaberto.
Verdadeiramente, Deus é Senhor. Ele move as pessoas para nos abençoarem.
Ele usa quem quiser. Ele usou o corvo para sustentar Elias, não se esqueça disso.
Também é importante entender que Elias simboliza o reino de Deus, e os
corvos, as pessoas que, por meio de Cristo, pertencem a esse reino. Eis um princípio
bíblico: Se você tem sido abençoado, abençoe também o reino de Deus. Aprenda a
dividir o que o Senhor lhe tem concedido.
Abençoar o reino de Deus é o maior investimento que um cristão pode fazer. E
não me refiro a investimentos financeiros apenas. Invista também em pessoas.
Invista em quem pode mudar a sociedade; invista em quem pode mudar a história.
Seja um corvo na vida das pessoas. Porque uma hora a situação pode se inverter...
PROVISÃO QUE VEM PELA SOBERANIA DE DEUS

7Mas, passados alguns dias, o ribeiro secou, porque não tinha havido
chuva na terra.
1 Reis 17

Elias agora começava a enfrentar um novo desafio. Primeiro, ele teve de aprender a
depender dos corvos. Agora, ele tinha de lidar com a limitação da natureza: o
ribeiro — que lhe servia de fonte de água potável — havia secado.
Os recursos da natureza são realmente limitados. O versículo que acabamos de
ler afirma que o ribeiro secou porque não choveu. E esse é um fato bastante comum
na natureza e, por analogia, na vida cristã também.
Tudo o que conquistamos neste mundo pode “secar” de uma hora para outra.
Não podemos fazer dos nossos bens e pertences a nossa segurança. Sim, podemos
ter muitas coisas, mas não podemos confiar que elas sejam a única forma de
provisão que Deus nos dispõe.
Precisamos entender que a provisão do Senhor vem pela soberania dele. Quer
dizer, nem sempre os bens que acumulamos correspondem à provisão celestial. E
não há nenhuma contradição nas minhas palavras.
Veja bem. Deus tem alegria em nos abençoar. Como um bom Pai, Ele quer que
a nossa alegria seja completa (João 16:24). Por isso, Ele nos dá condições de adquirir
coisas materiais, como uma casa própria, um bom emprego, um carro novo, por
exemplo. Todavia, não podemos, de forma alguma, esperar que essas coisas sejam
o suporte definitivo da nossa vida.
Gostaria que você entendesse que o seu coração, a sua dependência, a sua paz,
a sua segurança, não podem estar nem nos “corvos” nem no “ribeiro”. Porque os
corvos não ficarão trazendo pão e carne a vida toda. Eles trarão no momento de
Deus.
A verdade é que, se desejamos receber a provisão do Senhor, precisamos,
então, confiar plenamente no seu modo de agir. Deus é competente o suficiente
para driblar quaisquer circunstâncias para nos abençoar. Se você estiver na
presença de Deus, ainda que o ribeiro seque, não faltará provisão para sua vida. A
provisão do Senhor não seca junto com o ribeiro. Até acreditamos nisso, mas,
infelizmente, há momentos em que agimos contra essa fé.
Não coloque sua confiança nas pessoas nem na aparente prosperidade dos
negócios. Confie somente em Deus. Ele não está sujeito à falência ou a alterações de
“humor”, como o mercado financeiro, tantas vezes; Ele não está sujeito ao tempo.
Deus é Senhor da história, é Senhor da sua vida. Creia nessa palavra.
Se você o buscar, Ele proverá segundo a sua necessidade. E se o ribeiro secar?
Ele abrirá uma fonte. E, se você estiver no deserto, como Elias esteve? Ele trará os
corvos com o sustento.
Imaginem se tivéssemos de depender dos homens. Estaríamos perdidos! De
fato, só devemos depender do Senhor. Só Ele tem a provisão plena.
8Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra e faz
produzir ervas sobre os montes. 9Ele dá aos animais o seu sustento e aos
filhos dos corvos, quando clamam.
Salmo 147

A prosperidade vem do Senhor. Ainda que experimentemos tempos difíceis,


Ele sempre proverá. Aquele que confia no Senhor de nada terá falta.
Todos nós, sem exceção, podemos estar um dia na posição de Elias, passando
por uma grande dificuldade e precisando de uma intervenção sobrenatural.
Ninguém está livre de enfrentar uma crise pessoal. No entanto, não importa a
dimensão da adversidade, se clamarmos pela provisão e esperarmos somente em
Deus, nada nos faltará.
Entretanto, para vivermos nessa dimensão, precisamos de fé. A fé se verifica
nas atitudes, e não nos sentimentos. Algumas vezes, confesso que sinto como
alguém que não tem fé, mas sempre ajo na plenitude da fé que Deus me concedeu.
Na verdade, não importa o que sinto, mas a atitude que tenho diante dos
problemas da vida. Louvo a Deus porque crer não é sentir.
Precisamos aprender a viver a vida cristã com simplicidade. Como é lindo
ver uma criança aprendendo sobre Deus! Ela não fica questionando, ela apenas crê.
Temos de resgatar a singeleza da fé.
Para isso, precisamos deixar que Deus nos livre de todo racionalismo, de toda
lógica humana, de todo sofisma. Precisamos nos livrar da falsa modéstia, da
autocomiseração, do sentimento de inferioridade.
Muitos estão vivendo à míngua porque não se sentem merecedores da graça
de Deus. De fato, ninguém merece ser agraciado pelo Senhor. Que novidade há
nisso? Não é por merecimento que Deus envia sua provisão, é por amor.
Querido leitor, deixe que o Espírito Santo restaure sua fé, a fim de que você
creia com simplicidade na provisão do Senhor. Não importa a dimensão da
adversidade que você esteja enfrentando hoje, lembre-se de que Elias esteve na
mesma situação. Todavia, ele confiou no Senhor, que enviou os corvos para
sustentá-lo.

8Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra e faz
produzir ervas sobre os montes. 9Ele dá aos animais o seu sustento, e aos
filhos dos corvos, quando clamam.
Salmo 147

Deixe essa Palavra transformar sua vida.

CAPÍTULO DOIS
PROVISÃO IMPROVÁVEL

8Então, veio a ele a palavra do Senhor: 9Levanta-te, vai a Sarepta, que


pertence a Sidom, e habita ali. Ordenei a uma mulher viúva ali que te
sustente.
10Então, ele se levantou e foi a Sarepta. Chegando à porta da cidade,
estava ali uma viúva apanhando lenha. Ele a chamou e lhe disse: Traze-
me, peço-te, num vaso um pouco de água para eu beber.
11Indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também um

pedaço de pão. 12Respondeu ela: Tão certo como vive o Senhor teu Deus,
não tenho nenhum bolo, senão somente um punhado de farinha numa
panela e um pouco de azeite numa botija. E vês aqui, apanhei dois
cavacos e vou prepará-los para mim e para o meu filho, a fim de que
comamos e morramos.
13Elias lhe disse: Não temas. Vai, faze como disseste. Porém faze

disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo aqui fora, depois o
farás para ti e para o teu filho. 14Pois, assim diz o Senhor Deus de Israel: A
farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia
em que o Senhor dê chuva sobre a terra.
15Foi ela e fez conforme a palavra de Elias. Assim, comeu ele, ela e a

sua casa muitos dias. 16Da panela, a farinha não se acabou, e, da botija, o
azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, falada por intermédio de
Elias.
1 Reis 17

No capítulo antecedente, vimos que Elias, depois de proferir o juízo de Deus contra
Acabe, seguiu a orientação divina de ir para o ribeiro de Querite. Você se lembra?
Bem, ali Elias foi sustentado pelo Senhor por meio de corvos, que traziam pão
e carne para ele duas vezes ao dia.
Depois de alguns dias, o ribeiro secou, e Elias recebeu uma nova direção do
Senhor: “Levanta-te, vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali. Ordenei a
uma mulher viúva ali que te sustente” (1 Rs 17:9).
Ao pensar nessa ordem do Senhor, percebo que nela não há lógica alguma.
Naquela época, Elias era o grande profeta de Israel. Ele entrava na presença do rei à
hora que quisesse. E, no entanto, Deus o enviou a uma viúva! Mas como uma viúva
poderia sustentar um profeta? Seria a provisão mais improvável do mundo.
O fato é que temos de estar atentos à direção do Senhor, pois a provisão
poderá vir realmente do improvável, de uma pessoa ou de um lugar que não
imaginamos.

PROVISÃO QUE VEM DE LUGARES IMPROVÁVEIS

9Levanta-te, vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali.


1 Reis 17

Deus sempre nos surpreende. Quando começamos a achar que conhecemos um


pouco de seu modo de agir, Ele faz algo que nos deixa simplesmente atônitos.
De fato, surpreendemo-nos com a maneira de Deus agir porque apenas nos
atemos à probabilidade dos acontecimentos. Quando analisamos o mandado de
Deus a Elias — para que ele fosse a Sarepta —, logo deparamos com o improvável.
Mas por que Sarepta era um lugar improvável? Primeiro, porque o ribeiro de
Querite era um afluente do rio Jordão. Ora, se o ribeiro havia secado, como vimos
no capítulo anterior, por que Deus não enviou Elias para beber das águas do
Jordão? O Jordão não havia secado.
Muitas vezes, achamos que o Senhor proverá por meio do que é provável.
Nem sempre será assim. Elias teve de ir a Sarepta, um lugar distante e sem as
menores condições de sustentar um profeta.
De acordo com a lógica humana, o melhor lugar para que Elias recebesse a
provisão era o rio Jordão. Entretanto, a lógica divina sempre envolve o improvável.
Certamente, Deus tinha um propósito especial a realizar em Sarepta.
Em segundo lugar, Sarepta estava além das fronteiras de Israel. Em Israel,
Elias era um profeta de renome. Todo mundo o respeitava. Muitos israelitas de
posição poderiam tê-lo ajudado. E, no entanto, Deus insistiu em enviá-lo à terra de
Sidom.
O pior de tudo é que Sidom — a região que englobava a cidade de Sarepta —
era terra de Baal, o principal inimigo espiritual de Elias. Isso significa que a
provisão do Senhor, em alguns momentos, poderá vir até mesmo do inimigo.
Aquele que nos persegue nos abençoará; aquele que quer nos destruir nos
protegerá.
E quer saber mais: Jezabel era princesa de Sidom! E, mesmo assim, Deus
enviou Elias para aquela região! Deus queria provar para Elias que o poder e a
soberania celestiais se manifestam em qualquer lugar. Baal, os falsos profetas,
Jezabel, ninguém poderia impedir a provisão de Deus na vida de Elias.
Portanto, não se assuste se a provisão vier do improvável. Deus é capaz de
fazer com que aqueles que estão contra você se levantem para abençoá-lo. É
preciso, porém, que você obedeça à direção de Deus, integralmente.
Depois que você apresentar a Deus suas necessidades, não fique olhando para
os lados, para ver se descobre de onde a bênção virá. Pois ela virá de onde você
menos esperar. Deus sempre nos surpreende. Eu já aprendi isso. Toda vez que
tento divisar, entender o mover do Senhor, eu não acerto. O que tenho de fazer
sempre é dizer: “— Senhor, sei que a provisão virá. Não sei de onde, mas sei que
ela virá”.
Temos de entender que, para estabelecer sua vontade, Deus usa quem quiser,
na hora que quiser e da maneira que quiser. Ainda que as circunstâncias venham a
refletir aparente derrota, tudo está dentro do programa infalível de Deus.

PROVISÃO QUE VEM DE PESSOAS IMPROVÁVEIS

9Levanta-te,
vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali. Ordenei a
uma mulher viúva ali que te sustente.
1 Reis 17

Deus é especialista em escolher pessoas que o mundo despreza. Você se lembra do


momento em que o profeta Samuel estava para ungir o novo rei de Israel?
Depois de receber a direção do Senhor, Samuel convidou Jessé e todos os
filhos dele para sacrificar ao Senhor em Belém. Jessé, entretanto, não chamou Davi,
que, por ser o irmão mais novo, estava, naquele momento, pastoreando as ovelhas
da família.
Veja como essa história retrata perfeitamente a maneira como Deus escolhe as
pessoas para cumprirem sua vontade.

6Entrando eles, Samuel viu a Eliabe e pensou: Certamente está perante o


Senhor o seu ungido. 7Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a
sua aparência nem para a sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê
como vê o homem. O homem olha para o que está diante dos olhos,
porém o Senhor olha para o coração.
8Então, chamou Jessé a Abinadabe e o fez passar diante de Samuel, o

qual disse: Nem a este escolheu o Senhor.


1 Samuel 16

E assim, Jessé apresentou a Samuel todos os seus filhos, um por um, mas o
Senhor a nenhum deles escolheu. Quando Samuel percebeu que o Senhor havia
rejeitado a todos os rapazes, perguntou a Jessé...

11Acabaram-se os teus filhos? Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que


está apascentando as ovelhas. Disse Samuel: Manda chamá-lo; não nos
assentaremos à mesa até que ele chegue.
1 Samuel 16

Assim que Davi chegou, Samuel o ungiu rei de Israel. Para Samuel, Jessé e
seus filhos, Davi seria a pessoa menos provável para ocupar o trono de Israel. No
entanto, Deus o havia escolhido. Com isso, fica claro que Deus usa o improvável
mesmo. Muitas vezes, seremos surpreendidos pela maneira como a provisão do
Senhor virá sobre a nossa vida.
Certa vez, Filipe, um dos discípulos de Cristo, encontrou Natanael e lhe falou
a respeito de Jesus de Nazaré. Natanael reagiu na mesma hora: “— Pode vir
alguma coisa boa de Nazaré?” (João 1:46).
De fato, a cidade de Nazaré não era uma das melhores. No entanto, foi
daquele lugar, a princípio improvável, que Deus escolheu trazer o Messias para
restaurar a humanidade.
Você sabe por que estou relembrando esses momentos bíblicos? Para que você
não fique formalizando a provisão do Senhor. Deixe Deus fazer do jeito dele; deixe-
o usar quem quiser, ainda que Ele use uma pessoa improvável.
E foi exatamente isso o que aconteceu na vida de Elias.

10Então, ele se levantou e foi a Sarepta. Chegando à porta da cidade,


estava ali uma viúva apanhando lenha. Ele a chamou e lhe disse: Traze-
me, peço-te, num vaso um pouco de água para eu beber.
11Indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também um

pedaço de pão. 12Respondeu ela: Tão certo como vive o Senhor teu Deus,
não tenho nenhum bolo, senão somente um punhado de farinha numa
panela e um pouco de azeite numa botija. E vês aqui, apanhei dois
cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, a fim de que o
comamos e morramos.
1 Reis 17

O que esperar de uma pobre viúva, que sequer tinha o que dar de comer a seu
filho? Que situação improvável! Deus preferiu sustentar Elias pelas mãos de uma
viúva! Por que a provisão não veio dos ricos mercadores de Sidom?
Sidom, a capital da Fenícia, era uma cidade portuária, que tinha um comércio
riquíssimo. Havia muitos homens ricos em Sidom. Deus poderia ter dito a Elias:
“— Elias, farei algum sinal por seu intermédio, e com isso os grandes de Sidom vão
abençoá-lo”. Mas não foi pelos ricos comerciantes de Sidom que Deus sustentou
Elias. Deus estava deixando bem claro que a provisão vem da maneira que Ele
quiser.
Outro ponto interessante. Elias também poderia ter buscado a provisão em
Obadias, um dos governadores do rei Acabe. Apesar de servir a Acabe, Obadias era
um homem que amava os profetas de Deus. Enquanto Acabe açoitava os profetas,
Obadias os escondia e os alimentava. Ora, não teria sido melhor Deus ter enviado
Elias a Obadias, já que ele protegia os profetas? Isso prova mais uma vez que,
muitas vezes, a provisão do Senhor virá do improvável.
Aquela viúva não tinha nada a oferecer a Elias, a não ser um punhado de
farinha e um pouco de azeite. Mas Deus multiplica os elementos. Quando Deus
decide trazer a provisão, cinco pães e dois peixes alimentam uma multidão. Você se
lembra dessa passagem bíblica?
Jesus alimentou cinco mil homens, além de crianças e mulheres, com apenas
cinco pães e dois peixes. Ainda sobraram doze cestos cheios (Mateus 14:13-21).
Como ainda há pessoas que tentam minorar a provisão do Senhor?
O que Deus pretendia ensinar a Elias? Em primeiro lugar, que Ele provê por
meio de quem Ele quiser. Agora, imagino também que Deus queria mostrar a Elias
— o grande profeta — que, às vezes, a provisão vem dos pequeninos mesmo.
Muitas vezes, os pequenos serão aqueles por intermédio dos quais a bênção virá na
sua vida.
Um dia, assisti a um programa de TV em que um ator, vestido de terno e
gravata, simulava uma queda, a fim de testar a reação das pessoas que passavam
pelo local. Não demorava muito, e alguém se prontificava para ajudar o ator.
Depois, o mesmo ator colocava uma roupa bem simples e simulava a mesma
queda. Agora, as pessoas passavam de largo e não ofereciam qualquer tipo de
ajuda.
O que aprendemos com isso? Enquanto os homens olham para a grife das suas
roupas, Deus olha para o seu coração.
Enquanto o nosso coração estiver inclinado à vontade do Senhor, nada nos
faltará. A provisão de Deus sempre virá na nossa vida. Mas virá do jeito que Ele
quiser. E, muitas vezes, Deus levantará uma viúva mesmo para dividir com você o
pouco que tem. E o que é mais maravilhoso em tudo isso é que o pouco de farinha e
óleo que tinha a viúva se multiplicou pelo poder celestial.
A Bíblia afirma que aquilo que parecia tão pouco foi suficiente para vários
meses, até que chovesse novamente. A viúva, que já estava conformada com a
morte, teve sua esperança totalmente renovada. Deus lhe proporcionou uma nova
perspectiva de vida.
Quando Deus quer nos abençoar, Ele manda de onde quiser. Se você está com
dificuldades, se você está diante de um grande desafio, dobre os joelhos e acredite
que Deus enviará a provisão.
E, quanto à viúva, será que o Senhor também queria ensiná-la alguns
princípios? Acredito que sim.
Repare que a primeira palavra de Elias para ela foi: “Não temas” (1 Reis 17:13).
Em outras palavras, embora aquela viúva estivesse passando por uma grave crise,
ela não deveria ter medo de ofertar o melhor a Deus.
Quando você recebe um desafio de trazer uma oferta ao Senhor, não traga com
medo de que faltará para o mês seguinte. Se você investir na obra de Deus sem
medo, Deus proverá na sua vida sem medidas.
A Palavra está permeada de promessas que nos garantem a bênção, se
aceitarmos os desafios de Deus pela fé, sem temor. Ainda que os momentos difíceis
se multipliquem nestes últimos tempos, não devemos temer.
Outra lição. Elias disse à viúva: “Vai, faze como disseste. Porém faze disso
primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo aqui fora, depois o farás para ti e
para teu filho” (1 Reis 17:13). Há um princípio espiritual claro nas palavras de Elias.
A Bíblia diz: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Não devemos ofertar a Deus do que sobra. Deus merece as primícias, aquilo
que temos de melhor. Se dedicarmos ao Senhor os “primeiros frutos”, certamente,
não seremos abatidos pelos flagelos da vida. Se o povo brasileiro tivesse essa visão,
as maiores carências sociais seriam supridas pelo próprio povo. O governo apenas
gerenciaria a nação.
Você quer ser abençoado? Desvie-se da avareza, não se submeta ao espírito de
Mamon, um demônio que controla as pessoas que têm amor ao dinheiro.
Há um texto no livro de Eclesiastes que aprecio muito.

24Um homem dá liberalmente e se enriquece; outro retém mais do que é


justo e se empobrece.
Provérbios 11

Há pessoas que trabalham, trabalham e trabalham, mas não conseguem


desfrutar de estabilidade financeira. Por que isso acontece? Simples. Essas pessoas
estão retendo o que pertence a Deus.
Quando ofertamos a Deus as primícias do nosso trabalho, dando com alegria e
sinceridade de coração, não há como não sermos abençoados. Lembre-se: O corvo
pode falhar, o ribeiro pode secar, mas sempre estará ao seu lado a presença do
Senhor.
Deus também queria demonstrar para aquela viúva que Ele potencializa as
qualidades humanas. Há pessoas que olham para si e não conseguem encontrar
nenhuma qualidade. Aquela viúva também não tinha muito a oferecer, no entanto
o pouco que ela tinha Deus multiplicou.
Na verdade, não importa se temos grandes talentos a oferecer a Deus. Pois o
pouco que temos Ele multiplicará. Não declare palavras de derrota contra sua
própria vida. Acredite que Deus poderá usá-lo para grandes projetos. Você é filho
de Deus! O seu nome está escrito no Livro da Vida! Isso não é maravilhoso?
Aquela viúva entregou o que tinha de melhor. E o pouco que tinha Deus
multiplicou. Quando acreditamos no que temos nas mãos, damos o primeiro passo
em direção à prosperidade.
Acredite no seu potencial. Toda pessoa que começa algo tem de acreditar
naquilo que tem nas mãos. A viúva acreditou, e Deus fez a obra. Entregar o que
temos de melhor para Deus é a nossa parte; a parte de Deus é fazer o milagre. Nas
mãos de Deus, pouca farinha faz muito pão.

PROVISÃO QUE VEM EM TEMPOS IMPROVÁVEIS

1...nemorvalho nem chuva haverá nestes anos senão segundo a minha


palavra.
1 Reis 17

O tempo em que Elias esperava a provisão do Senhor também era improvável.


Como Deus nos surpreende!
Na vida de Abraão aconteceu a mesma coisa. Veja que história improvável.
Deus chamou Abraão de Ur dos Caldeus e o enviou a uma terra que ele havia
de receber por herança. Contudo, havia um pequeno detalhe, Abraão tinha de
caminhar sem saber para onde ia (Hebreus 11:8).
E tem mais, Deus prometeu a Abraão que faria dele uma grande nação. Só
que, no momento da promessa, Sara, esposa de Abraão, era estéril e estava fora da
idade de ter filhos. Definitivamente, Sara não era a mulher mais provável para
gerar uma grande nação. No entanto, de uma mulher improvável, em um tempo
improvável, Deus fez nascer Israel, a nação escolhida para redimir o mundo por
meio de Jesus Cristo. Glória a Deus!
O tempo de Deus, embora seja improvável para os homens, é simplesmente
perfeito. A provisão do Senhor não está sujeita a tempos ou épocas. Quando Ele
decide abençoar, nem mesmo o tempo das piores calamidades pode impedi-lo.
Quando chega o tempo de Deus derramar sua bênção, não há como resistir; somos
levados por uma corrente caudalosa.
Sei que você está cansado de lutar. Mas não desista. Espere em Deus, pois a
provisão está para chegar; e, quando ela chegar, você será invadido pelo poder
abençoador do Senhor. É isto o que o Senhor faz, abundância na escassez.
Jacó também recebeu a provisão de Deus num momento muito improvável.
Lembra-se de quando Deus o abençoou, mudando o nome dele para Israel?
Por que Jacó buscava a presença de Deus? Para se santificar? Definitivamente,
não. No dia seguinte, Jacó se encontraria com seu irmão Esaú, de quem usurpou o
direito de primogenitura.
A verdade era que Jacó estava com medo de que Esaú o matasse. Seu fim
estava a ponto de acontecer, e isso o deixava apavorado. Por isso, ele buscou a
Deus. Esse era o contexto que envolvia Jacó.
E, na hora mais improvável, no momento em que Jacó contendia com o anjo
do Senhor, o anjo tocou-lhe a coxa e disse: “Não te chamarás mais Jacó, mas Israel,
porque lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” (Gênesis 32:28).
Deus transformou o caráter daquele homem e o abençoou de tal forma que, no
dia seguinte, ele se encontrou com Esaú, de quem tinha tanto temor, e eles se
abraçaram, se beijaram e se presentearam. E o que é melhor, Jacó nunca mais foi o
mesmo.
O filho mais abençoado não é aquele que merece mais, mas aquele que busca
mais a presença do Pai. Deus é infinitamente maior do que todas as nossas
necessidades. Ele tem prazer em nos abençoar. Precisamos crer que o Senhor existe
“e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6b).
Se você buscar a Deus de todo o coração, Ele transformará totalmente sua
vida, assim como Ele fez com Jacó, que de usurpador passou a ser chamado de
Israel, aquele que é comandado por Deus.
Se você se sente um Jacó, alguém pequeno, sem valor, busque a Deus, porque
são pessoas improváveis que Ele usa para expandir seu reino.
É assim que Deus sempre age, traz a abundância mesmo em tempo de
escassez. Lembre-se do que Elias disse à viúva: “A farinha da panela não se
acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a
terra” (1 Reis 17:14).
Elias representa o reino de Deus, a viúva, cada um de nós. O que isso
significa? Temos de dar a Deus as primícias. E a promessa do Senhor, em
contrapartida, é que não faltará provisão na nossa vida. Não faltará óleo na botija
nem farinha na panela. Isso é promessa de Deus.
Agora, você sabe qual é a lição mais profunda do encontro do profeta Elias
com a viúva de Sarepta? Não? Então, deixe-me explicar.
Imagine o seguinte: Se Deus lhe perguntasse agora: “— Filho, desejo abençoá-
lo neste exato momento. Entretanto, para que isso aconteça, você precisará me
responder em 5 segundos do que você precisa exatamente”, você conseguiria
responder? Qual seria sua resposta? E se eu lhe dissesse que a resposta que veio à
sua mente não se compara com o que Deus quer fazer na sua vida?
Essa é a lição. Nem sempre o que pensamos ser importante é o que realmente
precisamos. Aquela pobre viúva acreditava que o que ela mais precisava era de
farinha e óleo. De fato, ela precisa do alimento. Todavia, havia algo que ela
precisava muito mais, e que somente Deus poderia prover. Por isso, Ele enviou o
profeta Elias a Sarepta.
Veja você mesmo o que a Bíblia diz.

17Depois destas coisas, adoeceu o filho da mulher, da dona da casa. A sua


doença se agravou tanto que ele parou de respirar.
18Disse ela a Elias: Que tens contra mim, homem de Deus? Vieste a

mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho?


19Respondeu-lhe ele: Dá-me o teu filho. Ele o tomou do seu regaço e o

levou para cima, ao quarto onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua
cama.
20Então, clamou ao Senhor: Ó Senhor meu Deus, também até a esta
viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho?
21Então, estendeu-se sobre o menino três vezes e clamou ao Senhor:

Ó Senhor meu Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele.
22O Senhor ouviu o clamor de Elias, e a vida do menino tornou a

entrar nele, e reviveu.


23Elias tomou o menino, trouxe-o do quarto à casa e o entregou à sua

mãe, e lhe disse: Vês aí, teu filho vive. 24Então, a mulher disse a Elias:
Agora sei que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua
boca é verdade.
1 Reis 17

Agora você entende o que quis dizer? Aquela mulher já tinha perdido o
marido e estava a ponto de perder o único filho. A farinha e o óleo não eram o que
ela mais precisava. Ela precisava do Espírito de Vida. E, por ela ter feito o que Elias
pediu, Deus ressuscitou seu filho.
Deus nos pede as primícias para que estejamos livres das coisas desta vida e
aptos a receber tudo aquilo que realmente precisamos.
Deus abençoou aquela mulher financeiramente, todavia o que ela mais
precisava era a provisão de vida para seu filho. Esse é um grande exemplo. Se
aceitarmos o desafio de Deus, de ser alguém exemplar, uma pessoa de fé, que
cumpre os princípios bíblicos, que dá as primícias com alegria, que aceita os
desafios de ser instrumento nos momentos de escassez, Deus ressuscitará as áreas
mortificadas da nossa vida. Poderá ser um milagre na família ou uma restauração
na alma. Mas não importa o que seja; apenas sei que a provisão do Senhor virá.
Sim, em um tempo improvável talvez, mas virá.
Os métodos de Deus são infalíveis. Ainda que não consigamos divisar o agir
divino, jamais teremos falta de alguma coisa, se esperarmos no Senhor.
De nada você terá falta porque Deus tem tudo aquilo de que você necessita.
Você precisa de uma provisão financeira? Deus é Jeová Jireh. Você precisa de uma
provisão de paz? Deus é Jeová Shalom. Você precisa de uma provisão de saúde?
Deus é Jeová Rapha. Não há nada de que você precise que Deus não tenha. Você só
precisa crer nele.
Há muitas pessoas entristecidas porque não conseguem discernir como virá o
socorro. Não precisamos saber como virá, basta sabermos de quem virá; virá do
Deus que jamais falha em suas promessas.

CAPÍTULO TRÊS
PROVISÃO QUE VEM AO ENCONTRO

1Depois de muitos dias, no terceiro ano, veio a palavra do Senhor a Elias:


Vai, apresenta-te a Acabe, e darei chuva sobre a terra.
2Assim foi Elias a apresentar-se a Acabe. Ora, a fome era extrema em

Samaria.
3Acabe chamou Obadias, o mordomo. Obadias temia muito ao

Senhor, 4porque, quando Jezabel destruiu os profetas do Senhor, Obadias


tomou cem profetas e, de cinqüenta em cinqüenta, escondeu-os numa
caverna e os sustentou com pão e água.
5Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a

todos os vales. Pode ser que achemos erva, para que, em vida
conservemos os cavalos e as mulas, de modo que não percamos todos os
animais.
6Repartiram entre si a terra que deveriam percorrer. Acabe seguiu

por um caminho e Obadias por outro.


7Estando Obadias já a caminho, Elias se encontrou com ele. Obadias

o conheceu e prostrou-se sobre o seu rosto e disse: És tu meu senhor


Elias? 8Respondeu-lhe ele: Sou eu; vai e dize a teu senhor: Elias está aqui.
9Porém ele disse: Em que pequei, para que entregues teu servo nas mãos

de Acabe para ser morto? 10Tão certo como vive o Senhor teu Deus, não
houve nação nem reino aonde o meu senhor não tenha mandado à tua
procura. E dizendo eles: Não está aqui, fazia-os jurar que não te haviam
achado. 11Agora dizes: Vai, dize a teu senhor: Elias está aqui. 12Poderá ser
que, apartando-me de ti, o Espírito do Senhor te leve não sei para onde, e,
vindo eu dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me matará. Porém
eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade. 13Porventura, não
disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do
Senhor, como escondi cem homens dos profetas do Senhor, de cinqüenta
em cinqüenta, numas cavernas e os sustentei com pão e água? 14E agora
tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Elias está aqui. Ele me matará. 15Disse
Elias: Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou,
deveras hoje me apresentarei a ele.
16Então, foi Obadias encontrar-se com Acabe, anunciou-lhe o

acontecido, e foi Acabe ter com Elias.


17Vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu perturbador de Israel?
18Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de

teu pai. Deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.


1 Reis 18

Antes de entrarmos no conhecimento desta passagem, gostaria de fazer duas


afirmações teológicas, que serão fundamentais para entendermos por que a
provisão do Senhor vem ao nosso encontro.
A primeira afirmação está relacionada a um texto bem conhecido do livro de
Romanos.

28Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Romanos 8

Qual é a palavra-chave desse texto? Diferentemente do que muitos


imaginam, não é nem concorrer, nem propósito. A idéia que sustenta a promessa de
que todas as coisas concorrem para o nosso bem é amar a Deus. O que isso significa?
Significa que essa promessa se cumprirá na vida daqueles que amam a Deus. Grave
bem isso na memória.
Há uma outra versão bíblica que diz que “todas as coisas cooperam...”
Particularmente, prefiro esta, porque, no texto bíblico original, a palavra grega para
cooperar é sinergia, que significa esforço coordenado na realização de um trabalho.
Por exemplo, para que uma empresa desenvolva todo o seu potencial, todos os
departamentos precisam trabalhar com o mesmo objetivo ou em sinergia. Quando
cada departamento de uma empresa tem objetivos divergentes, o fim é a falência.
Todavia, quando todos trabalham na mesma direção, a fim de alcançarem o mesmo
propósito, certamente, esta empresa terá lugar de destaque no mundo dos
empreendimentos.
Na vida cristã, as coisas são bem semelhantes. Quando você ama a Deus,
todas as circunstâncias trabalham para o seu bem. Seja dificuldade financeira, seja
enfermidade, seja qualquer percalço, tudo tem a finalidade de produzir o bem na
sua vida.
A segunda afirmação tem como base um texto de Colossenses, que descrevo
a seguir.

16Pois nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.
Colossenses 1

Um dia, versejei ao Senhor com as seguintes palavras: “Jesus Cristo é o Alfa e o


Ômega. Ele é a primeira razão e o último destino”. Estou convencido que é isso que Ele
é para todos nós. Foi Ele quem nos criou, e para Ele caminhamos.
Para ser mais direto, Jesus é soberano. Não há nada que aconteça na história,
queiram os homens ou não, sem que Ele exerça domínio. É Ele quem levanta e
destitui; é Ele quem restaura os humildes e quebra os soberbos.
Essas são as duas afirmações que devem abrir seu entendimento para este
capítulo. Todas as situações da vida, todos os acontecimentos, até mesmo as
aflições, tudo coopera para o seu bem. E quem está administrando tudo isso — este
emaranhado de situações — é simplesmente aquele que controla o universo: Jesus.
Bem, agora já podemos voltar para a história do profeta Elias, um homem
levantado por Deus para combater a idolatria.
O povo de Israel, que provara de tantas bênçãos e livramentos, estava
adorando o falso deus Baal. Deus levantou Elias para declarar juízo contra o
pecado: “Nem orvalho, nem chuva haverá nestes anos, senão segundo a minha
palavra” (1 Reis 17:1b). E isso, obviamente, abalou toda a economia da época.
Logo depois da profecia, Deus mandou Elias para Sarepta, a fim de se abrigar
na casa de uma viúva. Ali, Elias e a viúva experimentaram a maravilhosa provisão
do Senhor.
Depois de três anos, o Senhor ordenou que Elias se apresentasse novamente
ao rei Acabe, a fim de informá-lo que voltaria a chover.
Na realidade, a missão de Elias era muito mais que informar a Acabe que o
juízo divino havia terminado. Agora o Senhor pretendia exercer juízo diretamente
sobre a idolatria. Elias seria o instrumento de Deus para desmascarar a fonte da
idolatria entre os filhos de Israel, a saber, o falso deus Baal.
Para isso, Acabe tinha de reunir no monte Carmelo todos os profetas de Baal e
de Azera — o poste-ídolo —, e mais o povo de Israel. Mas como Elias poderia
realizar tal façanha, se Acabe queria tirar-lhe a vida? Elias precisava de alguém que
pudesse realizar esse intento. Mas quem?
Essa era a provisão que Elias tanto precisava.
Assim, neste momento da vida de Elias, pretendo provar para você que,
quando um servo de Deus tem uma necessidade, a provisão vem ao encontro dele.

PROVISÃO QUE VEM AO ENCONTRO PELA PALAVRA DE DEUS

1Depois de muitos dias, no terceiro ano, veio a palavra do Senhor a Elias:


Vai, apresenta-te a Acabe, e darei chuva sobre a terra.
1 Reis 18

A provisão na sua vida virá sempre, em primeiro lugar, pela palavra de Deus.
Eu aprecio muito um texto de Isaías, que diz assim: “O povo que andava em
trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte
resplandeceu Jesus” (Isaías 9:2). Que luz é essa? Sim, Jesus. E quem é Jesus? É a
Palavra de Deus.

1No princípio, era o Verbo (Palavra), e o Verbo (Palavra) estava com Deus,
e o Verbo (Palavra) era Deus.
14O Verbo (Palavra) se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua

glória, a glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.


João 1 (Apensos do Autor)

Que declarações maravilhosas! Os homens estavam vivendo em trevas, e


Deus enviou a provisão pela Palavra, Jesus Cristo de Nazaré, o Logos de Deus.
Se você tem uma necessidade, saiba que ela será suprida, em primeiro lugar,
pela palavra de Deus, ou seja, pela presença maravilhosa de Jesus. Ele é a provisão
que vem ao encontro.
A Bíblia diz: “Veio a palavra do Senhor a Elias” (1 Reis 18:1). É imprescindível
entendermos que Cristo é a grande provisão para as nossas necessidades.
Hoje, o mundo busca desesperadamente soluções para os distúrbios sociais, no
entanto ele não compreende que Jesus é a única solução.
Gostaria de compartilhar com você outra poesia que dediquei ao Senhor, na
qual expresso a real solução para os conflitos humanos.

“Tu és luz que não se apaga


Para a vida, primordial
És chuva que desaba
Para a terra, essencial
Porta que não se fecha
Rosto que não se vira
Princípio e fim
Razão e motivo
És fundamental para mim”

Jesus é a razão da existência humana. Da mesma forma que a terra necessita


de chuva, precisamos de Jesus. Ele é a nossa primeira razão e o nosso último
motivo. A provisão que vem ao encontro começa com a presença de Jesus.
Ele diz: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João
10:10). O projeto de Deus é que o homem desfrute a plenitude de vida, em todos os
sentidos. E essa plenitude somente será vivida por meio de Cristo Jesus.
A provisão vem ao nosso encontro pela palavra de Deus, e a palavra de Deus
personificada chama-se Jesus Cristo de Nazaré.

PROVISÃO QUE VEM AO ENCONTRO NO TEMPO DE DEUS

1Depois de muitos dias, no terceiro ano, veio a palavra do Senhor a Elias:


Vai, apresenta-te a Acabe, e darei chuva sobre a terra.
1 Reis 18

Passara o tempo de Elias se manter escondido, chegara o tempo em que Deus


revelaria o imensurável poder celestial. Passara o tempo de estiagem, chegara o
tempo de chuva.
A Palavra declara que:

1Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito


debaixo do céu:
2Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo

de arrancar o que se plantou; 3tempo de matar e tempo de curar; tempo


de derrubar e tempo de edificar; 4tempo de chorar e tempo de rir; tempo
de prantear e tempo de dançar; 5tempo de espalhar pedras e tempo de
ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
6tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar

fora; 7tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo


de falar; 8tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de
paz.
Eclesiastes 3

Se você ama a Deus, tenha consciência disto: a provisão virá ao seu encontro,
mas virá no tempo do Senhor. Se esse tempo envolve primeiro a restauração da sua
alma, então, não adianta procurar atalhos; eles, simplesmente, nada resolverão.
Mas, na hora em que Deus disser: “— Está consumada a restauração na sua
vida”, prepare-se, pois você será invadido pelas inúmeras bênçãos que virão ao seu
encontro. Mas lembre-se: a provisão virá no tempo em que você estiver preparado
para administrá-la com sabedoria.
A provisão que vem fora do tempo oportuno não produz o efeito esperado.
Por exemplo, se uma pessoa que não estiver preparada para administrar muito
dinheiro receber uma grande herança, provavelmente empobrecerá logo. Na vida
cristã, acontece a mesma coisa. Por isso, mais do que buscar a provisão é preciso se
preparar para recebê-la.
Agora, em alguns casos, há pessoas que não recebem a provisão porque estão
impedindo o agir do Senhor. Por certo, o tempo é de Deus. Entretanto, se não nos
santificarmos, não nos arrependermos dos nossos pecados, não receberemos a
provisão nem no tempo de Deus. Enquanto não nos alinharmos à vontade do
Senhor, dificilmente, conseguiremos alcançar um estado de vida que reflita
prosperidade. Não adianta procurar atalhos. Precisamos sim entrar no prumo.
O tempo de Deus é maravilhoso. Penso como precisamos do tratamento
divino. As futilidades da vida nos arrefecem; perdemos o zelo, o fervor, o
entusiasmo pelas coisas espirituais. Acredito que, às vezes, Deus permite que
experimentemos as pressões da vida, para que possamos sentir a necessidade da
sua Presença.
Deveríamos render graças a Deus pelas adversidades. Porque são elas que nos
lembram a importância de termos uma vida diante do altar do Senhor.

PROVISÃO QUE VEM AO ENCONTRO PELOS SERVOS DE DEUS

1Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita,
para abater as nações diante da sua face e descingir os lombos dos reis,
para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão:
2Eu irei adiante de ti e endireitarei os caminhos tortos; quebrarei as

portas de bronze e despedaçarei os ferrolhos de ferro. 3Dar-te-ei os


tesouros das trevas e as riquezas encobertas, para que possas saber que
eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.
4Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu eleito, eu te chamo

pelo teu nome, ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheces.
Isaías 45

Ciro, rei da Pérsia, foi o homem que Deus levantou para libertar o povo de Israel do
cativeiro babilônico. Foi Ciro quem estabeleceu um decreto que permitiu a volta
dos israelitas para sua terra natal. Só que Isaías profetizou a respeito de Ciro,
simplesmente, duzentos e dez anos antes do nascimento dele.
Quando Deus decide nos abençoar, Ele determina que alguém seja
instrumento do seu propósito na nossa vida. E esse propósito será cumprido
porque Deus nos ama. Foi assim para abençoar Israel; será assim para nos
abençoar.
Talvez, você não saiba, mas, neste exato momento, Deus está levantando
pessoas que virão ao seu encontro com a provisão.
A única razão de Ciro ter sido rei foi para livrar o povo de Israel do cativeiro
babilônico. Antes de esse homem existir, Deus já havia determinado o nome e o
sobrenome dele e qual seria a função que ele exerceria.
É assim que o nosso Deus age. Não há nada que lhe escape à vista. Não pense
que suas lutas não têm solução; para Deus, elas não são nada. Absolutamente,
nada.
Por que estou dizendo isso? Porque Deus também levantou um homem
chamado Obadias para ser a provisão de que Elias tanto precisava. E a história
desse homem é bem interessante.
O rei Acabe escolheu Obadias para ser o seu braço direito, o mordomo;
aquele que faria de tudo um pouco, a quem o rei depositaria toda a sua confiança.
Embora Acabe tivesse se casado com Jezabel, uma mulher idólatra,
sacerdotisa de Baal, ele escolheu, dentre todos os seus servos, Obadias, um homem
que temia muito ao Senhor (1 Reis 18:3). Pois, enquanto Acabe matava os profetas
do Senhor, Obadias os escondia em cavernas e os alimentava. Para trazer a
provisão a Elias, Deus levantou um homem íntegro dentro de uma nação idólatra.
Sempre haverá um servo levantado por Deus para trazer a provisão na nossa
vida. Obadias foi de encontro a Elias.
E o que mais me impressiona nesta história é que, antes de encontrar Elias,
Obadias tinha a missão de encontrar água e ervas. Mas Deus, soberanamente,
convergiu os propósitos humanos aos propósitos divinos. Veja você mesmo.

5Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos
os vales. Pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos os
cavalos e as mulas, de modo que não percamos todos os animais.
6Repartiram entre si a terra que deviam percorrer. Acabe seguiu por

um caminho, e Obadias, por outro.


7Estando Obadias já a caminho, Elias se encontrou com ele. Obadias

o conheceu e prostrou-se sobre o seu rosto e disse: És tu meu senhor


Elias?
1 Reis 18

O rei ordenou que Obadias procurasse água, porém ele encontrou Elias. O
propósito de Acabe era que Obadias encontrasse água e ervas, mas qual era o
propósito de Deus? Que propósito prevaleceu? Encontrar Elias. Obadias seria a
provisão.
De um lado, Deus enviou Elias a Acabe, mesmo sabendo que o rei pretendia
matá-lo; do outro, Deus preparou Obadias para ser o intermediário, aquele que
abrandaria a ira do rei.
Iniciamos este capítulo com o texto que nos certifica que todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito (Romanos 8:28). Então, não foi por obra do acaso que
Obadias se encontrou com Elias. A verdade era que ele estava cumprindo o
propósito do Senhor.
O interessante é que Acabe matava os profetas, enquanto Obadias os protegia.
Elias poderia ter encontrado qualquer um dos dois. Mas com quem ele se
encontrou? Com o problema ou com a solução? Certamente, se Acabe tivesse
encontrado Elias, ele o teria eliminado. Mas quem encontrou Elias foi Obadias, e
assim se manifestou a provisão do Senhor.
Quero deixar bem claro que, embora tenhamos poder de decisão, quando
Deus estabelece um propósito, não podemos impedi-lo.
Por isso, ao invés de questionar sempre as atitudes de Deus, caminhe na
direção da vontade dele e permita que Ele comande sua vida. Deus é soberano. Se,
com todo o avanço da Medicina, não conseguimos compreender como o cérebro
humano funciona, como podemos questionar os desígnios do Senhor? O fato é que
o que Deus determina acontece. E ponto final.
Então, as pessoas são marionetes de Deus? Claro que não! Você tem vontade
própria. Contudo, Deus está acima dela também. Como pode a vontade do Criador
se sujeitar à vontade da criatura? Quando Deus decide trazer a provisão a uma
pessoa, Ele levanta servos que cumpram o propósito celestial, conheçam a Deus ou
não. Ninguém pode impedir o agir do Senhor.
Deus escolheu realmente a pessoa certa. Quando Elias encontrou Obadias,
este o reconheceu e logo se prostrou, declarando: “És tu meu senhor Elias?” (1 Reis
18:7b). Aquele homem expressava a verdadeira honra pelos profetas do Senhor.
Elias, então, respondeu: “Sou eu; vai e dize a teu senhor: Elias está aqui” (1 Reis
18:8). A reação de Obadias foi imediata: “Em que pequei, para que entregues teu
servo na mão de Acabe, para ser morto?” (1 Reis 18:9).
Por que o temor de Obadias? Imagine o seguinte: Acabe havia mandado seus
soldados procurarem Elias em todos os lugares; e, se eles dissessem que não o
haviam encontrado, mesmo assim, Acabe fazia-os jurar sob juízo de morte.
E onde estava Elias? Escondido na casa da viúva de Sarepta, na terra de
Jezabel. Agora, imagine como Obadias se sentia com o pedido do profeta. Ele
queria obedecer, no entanto sabia que, se dissesse a Acabe que havia encontrado
Elias, e, movido pelo Espírito, Elias fosse para outro lugar, decerto, Acabe o
mataria. Que situação complicada!
A tarefa que Obadias estava a ponto de realizar não era nada fácil. Mesmo
assim, ele aceitou o desafio, ainda que corresse risco de vida. Sabe por que?
Obadias temia Acabe, mas temia muito mais a Deus.
O exemplo desse homem nos encoraja a viver em santidade. Você já teve
medo de fazer alguma coisa errada? Isso é temor de Deus. É isso que o livra do mal.
É isso que o livra da cilada do maligno. É isso que o livra da morte.
Obadias sabia que tinha de tomar uma decisão. Obedecer à voz do profeta ou
à voz do rei? E, mesmo conhecendo todos os riscos que correria, ele não resistiu ao
propósito divino.
Quando amamos a Deus, não há como a provisão não se manifestar. E quem
for instrumento da bênção saberá que estará correndo risco, entretanto ele preferirá
se arriscar a se desviar do propósito do Senhor.
Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus. Elias
amava a Deus, e Obadias foi ao seu encontro para ser, de fato, a provisão do
Senhor.

PROVISÃO QUE VEM AO ENCONTRO ATÉ PELOS INIMIGOS DE DEUS

16Então, foi Obadias encontrar-se com Acabe, anunciou-lhe o acontecido,


e foi Acabe ter com Elias.
1 Reis 18

Elias recebera a ordem de Deus de apresentar-se ao rei Acabe. A intenção era


desmascarar a idolatria diante dos olhos de toda a nação de Israel. Para isso, Elias
precisava que Acabe reunisse todos os profetas de Baal e de Azera — ao todo,
oitocentos e cinqüenta profetas — no monte Carmelo. Mas Acabe — o inimigo de
Deus — desejava aniquilar Elias.
Agora, foi preciso Elias procurar Acabe? Quem procurou quem? O rei
procurou o profeta. O poder humano servindo ao propósito divino. Mesmo sem
saber, Acabe estava servindo ao propósito do Senhor. Ele imaginava que tinha a
situação sob controle, mas mal sabia ele que estava sendo instrumento de Deus.
Caro leitor, quando Deus quer fazer, Ele move terra e céu. Os homens
poderosos nada são diante da glória do Senhor. O papel deles é trazer a provisão na
vida daqueles que amam o Senhor.
Seus problemas nada são diante de Deus. O Senhor está assentado no trono
da sua glória. Ele é soberano. Ele não está alheio às suas necessidades. Muito pelo
contrário, Ele já está preparando o momento oportuno para enviar a provisão ao
seu encontro.
O rei Acabe odiava Elias. E, no entanto, ele teve de cumprir o propósito de
Deus, de reunir os profetas de Baal para a grande batalha, na qual o poder de Deus
se manifestaria.
A guerra pertence ao Senhor. A Bíblia diz que “o Senhor como poderoso sairá;
como homem de guerra, despertará o zelo; clamará e fará grande ruído, e sujeitará
os seus inimigos” (Isaías 42:13). E também: “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço
a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas as coisas” (Isaías 45:7). É claro que Deus
não cria o mal do ponto de vista ético-moral. Todavia, quando quer estabelecer seus
desígnios, Ele faz o arraial inimigo entrar em confusão.
É por isso que Ele é chamado Senhor dos Exércitos. Ele tem sustentado sua
vida; sua história está sendo escrita pelo Rei dos Reis; e o Rei dos Reis faz com que
todas as coisas cooperem para o seu bem.
Portanto, a provisão — que, neste sentido, era Acabe — também teve de ir ao
encontro de Elias, ainda que Acabe fosse o seu pior inimigo. Porque, se todas as
coisas convergem em Cristo (Efésios 1:10), e nós estamos em Cristo, isso significa
que todas as coisas convergem a nós.
Lemos no começo deste capítulo que “tudo foi criado por ele (Cristo) e para ele
(Cristo)” (Colossenses 1:16 — Apensos do Autor). E, no Grego, a expressão para ele
tem sentido de direção.
Os cientistas já afirmam que o universo está se expandindo para uma certa
direção. Ouso ir mais longe: O universo está se expandindo na direção de Cristo,
visto que todas as coisas foram feitas por Ele e para Ele. E, se você está em Deus,
todas as coisas convergirão para o seu bem. Ainda que sejam adversas e amargas,
elas cooperarão para o seu bem. Deus o ama, e a provisão dele virá ao seu encontro,
assim como foi ao encontro de Elias.
Infelizmente, ainda há muitos cristãos que são centrados em si mesmos.
Quando Jesus é o centro da nossa vida, as bênçãos nos seguem. Há pessoas que
passam toda a vida cristã correndo atrás de dons espirituais, entretanto Jesus disse
que “estes sinais hão de seguir os que crerem” (Marcos 16:17a).
A partir do momento em que você centrar sua vida em Jesus, os sinais o
seguirão. E não estou falando apenas de sinais ou dons espirituais, pois creio que os
milagres do Senhor também estarão presentes na sua vida.
Certa vez, os cobradores de impostos solicitaram a Jesus o imposto das duas
dracmas. Ele ordenou que Pedro lançasse o anzol e tirasse o primeiro peixe. Dentro
da boca do peixe, ele encontraria uma moeda, que serviria para pagar o tributo
(Mateus 17:24-27).
Agora, Pedro teve de pescar muitos peixes para encontrar a moeda ou o peixe
certo correu na direção do anzol? Sob a voz de comando de Jesus, a provisão vem
ao nosso encontro.
Há outra passagem bíblica que reflete o mesmo princípio.

1Apertando-o a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto


ao lago de Genesaré. 2E viu dois barcos à beira da praia do lago; mas os
pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes.
3Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o

afastasse um pouco da praia e, assentando-se, ensinava do barco a


multidão.
4Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto e lançai

as vossas redes para pescar.


5Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado a noite toda,

nada apanhamos, mas, sobre a tua palavra, lançarei as redes.


6Fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e

rompiam-se-lhes a rede.
Lucas 5

Antes da palavra de Jesus, Pedro havia passado a noite inteira tentando


pescar. Jogava a rede de um lado, nada; do outro, nada. Nem sequer um peixe
conseguiu apanhar.
Na manhã seguinte, para total surpresa daqueles experientes pescadores, Jesus
ordenou que a rede fosse lançada novamente ao mar. Qual foi o resultado da
obediência de Pedro? Ao comando de Jesus, peixes de todos os lados pularam na
rede, a ponto de quase se romper! Aleluia!
Quando você está no centro da vontade de Deus, a provisão virá na sua
direção. Não se preocupe com as circunstâncias. Apenas esteja no centro da
vontade do Senhor.
Deus também não espera que você fique preocupado com a provisão. Ele
espera que você o ame de todo o coração. Sua preocupação deve ser entronizar
Jesus no coração. Porque, se Ele estiver no seu coração, todas as demais coisas serão
acrescentadas (Mateus 6:33).
E as provações? Elas também fazem parte da provisão. Nem sempre o nosso
caráter está alinhado à vontade do Senhor. As provações servem para forjar o
caráter, a fim de que cada uma de nossas atitudes reflita o fruto do Espírito.
Permita que Cristo seja o centro da sua vida, e o mais Deus fará.
Não há mais como negar, precisamos de Jesus. Sim, de fato, também temos
outras necessidades, porém, se Cristo não estiver entronizado no nosso coração,
nenhuma provisão receberemos. Está na hora de nos avaliarmos: “Estou
verdadeiramente vivendo o Evangelho de Jesus? Ou estou vivendo uma cultura
eclesiástica”.
A provisão do Senhor não vem por meio de méritos. Deus age unicamente
pela graça de Jesus. Não há nada que possamos fazer para merecer a provisão do
Senhor. Quer dizer, há uma coisa sim: amar a Deus de todo o coração. Somente aqueles
que amam a Deus podem desfrutar a provisão.
Precisamos da presença de Jesus mais do que qualquer outra coisa. Precisamos
viver a plenitude do Evangelho. Precisamos amar a Deus; assim, seremos inseridos
em seus projetos.
A Palavra estabelece que todas as coisas trabalham conjuntamente para o seu
bem. É promessa de Deus, daquele que jamais mentiu. Não há mentira no
vocabulário divino (Hebreus 6:18).
Deus o chama pelo nome; Ele escreveu o seu nome no Livro da Vida, amado
leitor. Você caminhará pelas ruas do céu, todavia, enquanto você estiver nesta terra,
Deus quer que você viva com honradez e dignidade, sem se desesperar com
dificuldades da vida.
Esse Deus maravilhoso quer que você descanse nele, para que a provisão
venha até você. O segredo consiste em amar a Deus.
Jesus disse, certa vez: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda,
esse é o que me ama” (João 14:21a). Se você está decididamente pecando,
desviando-se dos propósitos divinos, na verdade, você está atraindo para si
maldição e morte. Mas, se você está, a despeito de suas limitações e dificuldades,
dizendo: “— Deus, sou um pecador que precisa da sua graça, mas não quero me
desviar de ti”, todas as coisas cooperarão para o seu bem.

CAPÍTULO QUATRO
PROVISÃO SOBRENATURAL

17
Vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de Israel? 18Respondeu Elias:
Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai. Deixastes os
mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.
19
Agora, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo. E traze os
quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos do poste-ídolo, que
comem da mesa de Jezabel.
20Então, Acabe convocou todos os filhos de Israel e reuniu os

profetas no monte Carmelo.


21
Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas, se Baal, segui-o. Porém o povo
não lhe respondeu nada.
22
Então, Elias disse ao povo: Só eu fiquei dos profetas do Senhor, mas os
profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens. 23Dêem-se-nos dois
novilhos. Escolham eles para si dois novilhos e o dividam em pedaços, e o
ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo. 24Então, invocai o nome do
vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor. O deus que responder por meio do
fogo, esse é que é Deus. E todo o povo respondeu: É boa esta palavra.
25
Disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós um dos novilhos e
preparai-o primeiro, porque sois muitos. Invocai o nome do vosso deus, mas não
lhe metais fogo.
26
Tomaram o novilho que lhes fora dado e o prepararam. Então, invocaram
o nome de Baal desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos!
Porém não houve voz, ninguém respondeu. E saltavam ao redor do altar que
tinham feito.
27
Ao meio-dia, Elias começou a zombar deles, dizendo: Clamai em altas
vozes! Pois ele é deus! Talvez, esteja pensando, ou tenha alguma coisa que fazer,
ou que intente alguma viagem. Talvez, esteja dormindo e necessite de que o
desperte.
28
Assim, eles clamavam em altas vozes e se retalhavam com facas e com
lancetas, conforme o seu costume, até derramarem sangue.
29
Passou o meio-dia, e continuaram a profetizar até a hora da oferta de
cereais. Porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
30
Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. Todo o povo se
chegou a ele. E Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas.
31
Tomou Elias doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó,
ao qual viera a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome.
32
Com as pedras, edificou um altar em nome do Senhor e fez um rego ao
redor do altar, grande o suficiente para caber duas medidas de semente. 33Armou
a lenha, dividiu o novilho em pedaços e o colocou sobre a lenha. 34Então, disse:
Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha.
E disse mais: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o
terceira vez; e o fizeram terceira vez. 35A água correu ao redor do altar e encheu
também o rego.
36
Quando chegou a hora da oferta de cereais, o profeta Elias aproximou-se e
disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu
és Deus em Israel, e que sou teu servo, e que, segundo a tua palavra, fiz todas
estas coisas. 37Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça
que tu, Senhor, és Deus e que fizeste voltar o teu coração.
38
Então, caiu fogo do Senhor e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras e
o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. 39O que vendo todo o povo,
caíram de rosto em terra e disseram: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!
40
Disse-lhes Elias: Agarrai os profetas de Baal. Que nem um deles escape!
Agarraram-nos, e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, e ali os matou.
1 Reis 18

Acredito que você esteja conhecendo bem a história de Elias. Vimos que Elias era um
homem odiado por Acabe, rei de Israel, e por Jezabel, uma sacerdotisa cultual, que matara
tantos profetas do Senhor. Se Elias não tivesse buscado refúgio em Sarepta, certamente,
também teria sido morto.
Depois de três anos em Sarepta, Elias recebeu a ordem divina para se apresentar ao rei
Acabe. Para isso, ele precisava que alguém preparasse o caminho. Assim, Deus levantou
Obadias, que estava na presença do rei com a única tarefa de ser o intermediário entre Elias
e Acabe, de ser a provisão que veio ao encontro do profeta.
Agora Elias precisava de uma provisão sobrenatural, pois ele estaria, simplesmente,
enfrentando oitocentos e cinqüenta profetas — de Baal e de Azera, o poste-ídolo; e somente
o poder de Deus poderia livrá-lo.
Elias tinha de desafiar Baal, mas, para isso, ele teria de estar na presença de
Acabe, o rei que o detestava, na presença de Jezabel, a mulher que o abominava, e
na presença de mais oitocentos e cinqüenta falsos profetas, que estavam na
expectativa de que Elias fracassasse. A propósito, se Elias perdesse aquele desafio,
certamente, sua vida seria aniquilada.
Não são poucas vezes que o diabo vem com tudo para destruir os filhos de
Deus. E, se não o faz, é porque o poder de Deus o impede. Há momentos em que
precisamos de uma provisão sobrenatural. Elias vivia esse momento.
Nesse sentido, a provisão do Senhor, inicialmente, despertou algumas virtudes
nobres no coração de Elias; virtudes que o habilitaram a permanecer firme e
confiante diante do desafio.

PROVISÃO QUE PRODUZ CORAGEM


18
Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai.
Deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.
1 Reis 18

A primeira virtude que a provisão sobrenatural do Senhor produziu na vida de


Elias foi coragem.
A coragem tem de ser uma virtude viva no coração de todo cristão. No caso de Elias, a
coragem era primordial, porque a primeira adversidade que ele teve de enfrentar foi a
injustiça. Quando ele encontrou Acabe, este logo o acusou: “És tu perturbador de Israel?” (1
Reis 18:17).
Não são poucas as situações que se levantam para abater a alma do cristão.
Acredito que Elias não estava livre delas. Certamente, quando estava para
encontrar Acabe, Elias teve receio da reação do rei. “Como o rei me receberá?”,
“Conseguirei levar adiante o propósito de Deus?”, eram frases que permeavam a
mente de Elias.
De fato, Acabe recebeu Elias com uma acusação entre os lábios: “És tu perturbador de
Israel?” (1 Reis 18:17). É sempre nesses momentos críticos que Satanás envia seus
mensageiros para tentar nos abater. Sentimo-nos desanimados, com o desejo de desistir de
tudo. “Por que continuar lutando?”, pensamos.
Elias estava lutando a favor dos filhos de Israel, que, naquele momento, ainda
adoravam Baal. Elias precisava de uma provisão que lhe desse coragem para enfrentar
aquele desafio.
Se os desafios da vida demandam coragem, precisamos ser revestidos do espírito de
ousadia, como o foi Elias. Vale dizer que “Deus não nos deu espírito de timidez (covardia,
medo), mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1:7 — Apensos do Autor).
Quando somos revestidos da coragem do Senhor, não há desafio que nos intimide.
No começo da minha vida cristã, tive de enfrentar um grande desafio espiritual. Na
escola onde eu trabalhava, havia uma macumbeira a quem a diretoria e o corpo docente
temiam muito, e que, por isso, permitiam que ela realizasse seus “trabalhos” dentro da
escola.
Indignado, questionei a diretora por que ela permitia uma situação tão constrangedora.
Ela imediatamente confessou o temor que tinha de a macumbeira realizar algum feitiço
contra ela. Na mesma hora, declarei que ela não tinha de temer uma mulher que servia ao
diabo.
No dia seguinte, minha indignação chegou aos ouvidos da macumbeira. Quando me
encontrou, ela tentou me intimidar:

— Você está dizendo por aí que eu sirvo ao diabo?


— Estou sim! — Respondi.
— Você não sabe com quem está lidando. — Disse ela, tentando exercer sua
intimidação maligna.
— Você que não sabe com quem está lidando! — Contestei.
— Eu posso fazer um “trabalho” contra você... — Ela ameaçou!
— Se fizer, vai pegar em você! Porque o meu Deus é maior do que o seu! Ele a ama,
mas você está indo para o inferno! — Proclamei toda a minha indignação.

Por causa da minha ousadia, a diretora e a dentista se converteram. Quando Deus nos
levanta com coragem espiritual, sua glória se manifesta.
Deus quer nos revestir de coragem. Certamente, teremos dificuldades, ainda mais se
tivermos uma tarefa semelhante à de Elias, que teve de enfrentar a injustiça de um rei.
Nem sempre as palavras conseguem exprimir o ardor de um momento crítico. A
situação que Elias enfrentava era de vida ou morte. Um profeta contra oitocentos e
cinqüenta falsos profetas, você consegue imaginar a tensão daquele momento? Os profetas
de Baal queriam simplesmente trucidar Elias. No entanto, Elias teve coragem o bastante
para desafiar a todos eles...
19
Agora, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo. E traze os
quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos do poste-ídolo, que
comem da mesa de Jezabel.
1 Reis 18

Você já teve de enfrentar um desafio como esse? Talvez, não. Mas, se um dia tiver, a
autoridade de Cristo lhe foi conferida para que você tenha vitória sobre qualquer desafio. Se
você proclamar a Palavra com autoridade, o Espírito de Deus o revestirá de coragem
celestial. Não tenha medo de enfrentar os desafios da vida.
Há muitos pastores — principalmente, os que fazem questão de demonstrar uma certa
postura intelectual — que morrem de medo de enfrentar um demônio. Nem sabem o que
fazer se encontrarem um. Enquanto que há cristãos que, embora não sejam versados em
Teologia, sabem muito bem como enfrentar o inimigo, com autoridade e coragem.
Nós servimos ao Deus Vivo. Diante de qualquer desafio, temos de agir com coragem.
Coragem para desafiar o inimigo, coragem para resistir à injustiça dos homens, coragem
para falar a verdade a quem quer que seja.
Por falar nisso, há pregadores que apresentam a verdade bíblica de acordo com a igreja
que visitam. Se a igreja é pentecostal, pregam “aquela” mensagem avivada contra os
tradicionais; se a igreja é tradicional, pregam uma mensagem que condena todo tipo de
avivamento espiritual. São todos manipuladores de auditório! Essa é a verdade.
A Palavra tem de ser proclamada com integridade sobre qualquer púlpito, pentecostal
ou tradicional. Agora, isso exige coragem.
Quando há coragem em nossas palavras, somos sustentados pelo Espírito. Você quer
experimentar a provisão sobrenatural do Senhor? Você quer viver os milagres de Deus?
Faça o desafio e deixe que Deus cuide do resto.

PROVISÃO QUE PRODUZ SEGURANÇA

Primeiro, Elias teve coragem para lançar o desafio contra os profetas de Baal, diante do rei e
do povo de Israel. Em seguida, ele teve segurança suficiente para permitir que os falsos
profetas tivessem o privilégio da escolha. Observe a estratégia de Elias.
23
Dêem-se-nos dois novilhos. Escolham eles para si um dos novilhos, e o
dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo. Eu
prepararei o outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo.
24
Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor. O
deus que responder por meio do fogo, esse é que é Deus. E todo o povo
respondeu: É boa esta palavra.
1 Reis 18

Veja a confiança de Elias! Isso só prova que ele estava cheio do Espírito Santo.
Somente aqueles que não têm segurança escolhem primeiro.
Muitas vezes, somos assim. Agimos antecipadamente por insegurança. Quando
estamos convictos de que a nossa provisão está nas mãos de Deus, agimos como Abraão.
Acompanhe o texto.
8
Disse Abraão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus
pastores e os teus pastores, pois irmãos somos.
9
Não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que apartes de mim. Se
escolheres a esquerda, irei para a direita; se a direita escolheres, irei para a
esquerda.
Gênesis 13

Que exemplo de segurança em Deus! Abraão sabia que Deus estaria com ele por onde
quer que fosse.
Quando Deus lhe der um desafio, entre com coragem e esteja seguro em Deus.
Confie nas táticas do Senhor; ainda que, aparentemente, elas não estejam alinhadas
à razão, elas sempre nos levam à vitória.
A estratégia celeste também revelou a incapacidade dos profetas de Baal.

26
Tomaram o novilho que lhes fora dado e o prepararam. Então, invocarão o
nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos!
Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam ao redor do altar que
tinham feito.
29
Passou o meio-dia, e continuaram a profetizar até a hora da oferta de
cereais. Porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
1 Reis 18

Você consegue imaginar aquela multidão de profetas, pulando e gritando por seguidas
horas? Que estratégia de Elias! Porque, se o poder de Deus se manifestasse logo de início,
os falsos profetas poderiam contestar, afirmando que não tiveram tempo suficiente para
invocar Baal. Elias agiu de forma a não haver desculpas. Elias, primeiro, revelou a
incapacidade dos profetas de Baal; depois, derramou o poder de Deus.
A essa altura, o povo ao redor já não tinha tanta certeza se deveria continuar a servir a
Baal. Por falar nisso, você já reparou que o povo está sempre em cima do muro?
Elias deixou que os baalins fossem envergonhados, para que o povo pudesse tomar
uma decisão a favor do Senhor; era parte da estratégia dele. Então, revelou publicamente a
incapacidade de Baal. Deu-lhe tempo suficiente para responder, mas, nem assim, Baal se
manifestou. E não poderia ter sido diferente.
Em 1992, realizei um evento no Anhembi, em São Paulo, com o propósito de alertar os
evangélicos sobre a crescente atuação da Nova Era no Brasil. Na segunda noite, durante a
palestra, fomos surpreendidos por um estouro, e a tela que transmitia as imagens do
auditório para o pátio externo apagou. A multidão protestava por não conseguir assistir ao
evento.
Naquele momento, Deus me revelou que havia um demônio interferindo nos cabos de
transmissão de energia. Sem demora, orei com ousadia: “— Demônio que está no cabo,
solta agora, em nome de Jesus!” No mesmo instante, a tela voltou a funcionar.
O interessante é que, em todos os lugares em que apresentávamos essa palestra, o
mesmo demônio se manifestava sempre numa determinada hora. Tivemos até que alertar os
técnicos de som sobre aquela interferência.
A apresentação em Londrina foi o ponto alto. Sabendo da atuação demoníaca, tentei
alertar o responsável pelo equipamento de som: “— Olha, numa determinada hora, um
demônio vai interferir no seu equipamento”. Ele me olhou um tanto soberbo e respondeu:
“— Não, o meu equipamento é de ponta, é o melhor da cidade”. Eu insisti: “— Eu sei que o
seu equipamento é excelente, mas um demônio vai se manifestar. Mas não se preocupe,
porque eu vou expulsá-lo, em nome de Jesus”.
E, para piorar a situação, naquele dia, havia um satanista — todo vestido de preto —
sentado bem na primeira fila.
Na hora em que preguei sobre um dos precursores da Nova Era, a tela apagou. Logo
olhei para o responsável pelo som; ele estava com os olhos arregalados, tentando assimilar o
que estava acontecendo. “— Em nome de Jesus, demônio da tela, sai! Porque a glória do
Senhor será manifesta neste lugar”, orei.
E, em meio à manifestação da glória de Deus, com ousadia, olhei para o satanista e
declarei: “— Satanista, se você não aceitar Jesus agora, você terá de sair, senão a glória do
Senhor consumirá sua vida!” Ele saiu num piscar de olhos.
O poder não está no homem, mas em Deus, que sempre manifestará sua glória. Ele
sempre deixará bem claro que Ele é o Único Deus. Mesmo assim, ainda hesitamos diante
dos desafios. Poucos têm coragem de crer totalmente no poder do Senhor.
A verdade é que temos de assumir uma postura de fé. Porque, sempre haverá riscos no
chamado divino. Todavia, não temos de nos sentir amedrontados, pois o Deus que envia é o
mesmo que capacita.
Jesus deixou bem claro de que forma Ele espera que seus servos atuem.
12
Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as
obras que eu faço. E as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai.
João 14

Infelizmente, estamos muito distantes da expectativa de Cristo. Entretanto,


não me canso de clamar a Deus, para que a Igreja experimente a verdadeira unção;
para que a Igreja enfrente as trevas com ousadia e estratégia celestial. Somente
assim a glória do Senhor será conhecida em toda a terra.
Talvez, você não saiba, mas há servos do diabo que falam com mais ousadia do que
muitos cristãos. Todos os dias, a mídia televisiva mostra essas pessoas se submetendo a
desafios para os seus deuses, como permanecer debaixo de uma pirâmide por mais de doze
horas ou se alimentar apenas de luz solar, por exemplo. Enquanto isso, os cristãos têm
vergonha de anunciar as “boas novas”, de proclamar que Jesus se entregou à morte pelos
pecadores, de proclamar o poder da ressurreição, de invocar a provisão do Senhor! Onde
está a ousadia do povo de Deus?
Outro dia, fui assistir a uma peça de teatro chamada Cócegas porque me disseram que
ela havia sido produzida por uma moça cristã.
No começo, a peça tirou-me boas risadas; até que os atores começaram a escarnecer de
alguns pregadores evangélicos. Indignei-me por completo, e sai na mesma hora.
Por que estou lhe contando esse episódio? Porque, naquela noite, já de madrugada,
orei ao Senhor, ainda indignado com aquela peça teatral. A resposta divina foi incisiva: “—
Filho, não culpe as pessoas. Pois, infelizmente, esse é o modelo que a minha Igreja está
oferecendo ao mundo”. Tive de concordar com o Senhor.
Às vezes, esquecemo-nos de que quem habita em nós é o mesmo Deus que, desde a
Antiguidade, fundou a terra; os céus são obra de suas mãos (Salmo 102:25). Como não
podemos ser vencedores? E mais: “Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo
maior do que o seu senhor. Se eles me perseguiram, também vos perseguirão. Se guardaram
a minha palavra, também guardarão a vossa” (João 15:20).
Apenas pelo fato de termos invocado o nome de Jesus, somos odiados pelos demônios,
representados na história de Elias pelos baalins. Eles nos odeiam de graça. Eles são contra
nós, e nós devemos ser contra eles. Deus espera que tenhamos autoridade para envergonhá-
los diante de toda a sociedade.
Quando você estiver diante de um desafio, não aja sem a estratégia de Deus. Diga-se a
propósito, a palavra estratégia foi transliterada do Grego, e significa exército. Assim como
as forças armadas, precisamos desenvolver ações coordenadas para chegar a um alvo com
êxito.
Não podemos levar a vida cristã de qualquer maneira. Afinal de contas, todos os dias,
lutamos contra principados e potestades que querem nos destruir.
Assim, a vitória somente será estabelecida na nossa vida a partir do momento em que
estivermos seguros na provisão estratégica do Senhor. Não obstante, somente nos
sentiremos seguros quando agirmos com coragem.
Elias teve coragem para desmascarar todos os profetas de Baal. Pensando bem, de
quem era a vantagem? Aparentemente, Elias estava em desvantagem, mas um com Deus é
maioria.
Segundo o conceito dos fenícios, Baal era o deus que controlava as chuvas, os
trovões e os raios. Por isso, a estratégia de Deus foi revelar que o “deus do tempo” não era
capaz de fazer uma faísca sequer.
Certa vez, ouvi o testemunho de um cristão que tentou evangelizar um macumbeiro.
No meio da conversa, o macumbeiro disse: “— Só vou à sua igreja se você for primeiro ao
meu ‘terreiro’”. O cristão respondeu: “— Sim, eu vou”.
No meio da “sessão”, um espírito maligno incorporado se aproximou do evangélico e
disse: “— Sei que você adora o homem do ‘livro da capa preta’. Sai daqui, porque este não
é o seu lugar!” O evangélico voltou para casa cheio de alegria, porque o demônio não
resistiu à sua presença.
Embora muitos façam vista grossa, o mundo espiritual existe, e, neste exato
momento, há demônios tentando nos destruir; há pessoas invocando espíritos malignos
contra a família cristã; há pessoas invejando tudo o que recebemos pela provisão do Senhor.
No entanto, somos guardados pelo Espírito de Vida, que habita em nós.
Também é importante entender que os baalins tinham poder. Este só não pôde se
manifestar, porque o poder de Deus inibiu a ação de Baal. Deus não quer que estejamos
alienados quanto ao poder do diabo. Precisamos compreender que o poder do mal existe;
entretanto maior é o que está em nós do que o que está no mundo (1 João 4:4). Está na hora
de proclamarmos o poder de Deus contra toda obra maligna.
Em uma de minhas visitas a Israel, decidimos orar na esplanada do templo em
Jerusalém. Quando a oração começou a se intensificar, olhei para a guia de viagem e
perguntei se era permitido orar naquele lugar. Ela acenou que sim.
Quando o poder de Deus começou a se manifestar, de pronto, apareceram alguns
árabes armados, gritando: “— Vocês estão loucos? Aqui, só muçulmano pode orar”. Logo
depois, alguns judeus nos tiraram do local. Perguntei à guia: “— Você não me disse que
podíamos orar?” Ela respondeu: “— Sim, mas eu não sabia que vocês orariam de uma
forma tão intensa”. “— Mas espera um pouco. Por que aqueles árabes ficaram tão
preocupados?”, insisti. “— É porque eles sentiram que a oração de vocês tem poder”, ela
finalizou. Glória a Deus!
É incrível, mas, às vezes, os inimigos crêem mais no poder de Deus do que os
próprios cristãos. A propósito, você sabia que os mulçumanos, conhecendo a profecia de que
Jesus entrará em Jerusalém pela Porta do Oriente, e que um judeu verdadeiro não pode se
contaminar com um morto, colocaram um cemitério logo em frente daquela porta?
Superstição? Acredito que não. No fundo, eles sabem que palavra do Senhor se cumprirá.
Nós podemos e devemos envergonhar os baalins. Tenhamos, então, coragem no
coração e segurança nas estratégias do Senhor.

PROVISÃO QUE PRODUZ REVELAÇÃO

A provisão sobrenatural também produz revelação. Em alguns momentos, é necessário que


Deus descortine as verdadeiras necessidades, a fim de que saibamos como agir. A verdade
nem sempre é revelada pelo que está aparente.
Voltemos um pouco na história que envolvia Elias. O que o povo de Israel mais
desejava? O que o levou a buscar auxílio em Baal? Muitos pensam que era de chuva que o
povo precisava, mas não era. É aí que entra a revelação de Deus. Observe o texto a seguir.
30
Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. Todo o povo se chegou a
ele. E Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas.
31
Tomou Elias doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó,
ao qual viera a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome.
1 Reis 18

De que o povo estava precisando naquele momento? O versículo 30 nos dá a


resposta: Arrependimento. A terra estava seca por causa do pecado de idolatria em Israel. Se
o povo se arrependesse, Deus enviaria novamente a chuva. Elias sabia disso, por isso,
primeiramente, ele ergueu o altar que estava em ruínas.
Sabe de que o Brasil precisa? De arrependimento. Você acha que a Igreja conquistará o
Brasil para Cristo com festas e danças? Temos de apresentar à sociedade paradigmas que
levem as pessoas ao arrependimento sincero.
Temos de ser capazes de viver o paradoxo de Deus. Temos de viver uma mensagem
cristã tão poderosa, que todos sejam impactados por ela. Isso é viver o Evangelho de Jesus.
O povo de Israel ansiava por chuva, porém não era de chuva que ele mais precisava.
Arrependimento era a solução definitiva para o caos em que a terra se encontrava.
Por receber essa revelação do Senhor, Elias reparou o altar do sacrifício. Usou doze
pedras, representando a unidade da nação israelita, e preparou o novilho para a expiação.
O que aprendemos com esse acontecimento? Muitas pessoas acham que realmente
sabem do que precisam. Enquanto buscamos nos satisfazer com futilidades, Deus espera que
lhe entreguemos o coração. A provisão do Senhor envolve muito mais coisas do que
imaginamos. Para muitos, ser abençoado significa necessariamente receber riquezas. A
provisão também vem para revelar o que há de errado no nosso caráter e apontar o caminho
da santidade.
Até quando permaneceremos com o nosso altar em ruínas? Sei que você deseja
ardentemente a provisão do Senhor; eu também. Então, restaure o altar de Deus na sua vida.
Não brinque de ser crente. Não se contente em ser mais um na multidão. Antes da chuva,
vem o arrependimento. Mas cuidado! Nem sempre o choro exterior é a expressão sincera de
um coração arrependido.
A provisão de Deus para Elias trouxe à tona a verdadeira necessidade do povo. Elias
não se deixou levar pelas aparências. Ele tinha a noção exata do propósito de Deus: Os
filhos de Israel precisavam de arrependimento.
Além de arrependimento, os filhos de Israel também careciam de expiação. Essa era a
segunda necessidade deles.
É impossível manter um relacionamento com Deus sem expiação. Não há meio termo.
Ou estamos limpos ou estamos em pecado diante do Senhor. Mas o que restaura um
pecador? Sua atitude? Sua capacidade? Suas estratégias? Não, somente por meio da
expiação encontramos restauração. Elias bem sabia disso, por isso ele dispôs o novilho para
o holocausto.
Não importa qual seja o seu pecado, se você restaurar o altar de Deus na sua vida e
oferecer a Ele o seu sacrifício racional, o perdão do Senhor lançará fora todos os seus
pecados. Como a Bíblia diz:
18
Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade, e te esqueces da
transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para
sempre, porque tem prazer na misericórdia.
19
Tornará a apiedar-se de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará
todos os nossos pecados nas profundezas do mar.
Miquéias 7

Precisamos viver o evangelho de Cristo sem estereótipos. Não temos de parecer


crentes, temos de ser crentes. Precisamos do perdão de Deus tanto quanto precisamos do ar
que respiramos. Não há vida cristã sem perdão.
34
Então, disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e
sobre a lenha. E disse mais: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse
ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez. 35A água correu ao redor do
altar e encheu também o rego.
1 Reis 18

Deus também não precisa que facilitemos as coisas para Ele. Elias preparou o
sacrifício de tal maneira que não ficasse dúvidas sobre o poder celestial.
Você está disposto a lançar água sobre o altar? Muitas pessoas até acreditam que a
provisão vem do Senhor, no entanto vivem amedrontadas de que Deus volte atrás em suas
promessas.
Quando Deus está decidido a nos abençoar, não há dificuldade que possa impedi-lo.
Enquanto o Senhor estiver nos dirigindo, estaremos destinados à vitória.

PROVISÃO QUE PRODUZ O FAVOR DE DEUS

36
Quando chegou a hora da oferta de cereais, o profeta Elias aproximou-se e
disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu
és Deus em Israel, e que sou teu servo, e que segundo a tua palavra fiz todas
estas coisas.
1 Reis 18

Por que Deus fez algo tão magnífico? Em primeiro lugar, para sua glória; em segundo lugar,
para honrar a fidelidade de Elias.
Que tipo de crente temos sido? Aquele por quem se revela a glória de Deus ou aquele
que retrocede sempre que surge um desafio? Faça valer o poder de Deus na sua vida! Seja
ousado diante dos desafios.
O favor de Deus também alcança vidas.
37
Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu,
Senhor, és Deus e que fizeste voltar o teu coração.
38
Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras e
o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39
O que vendo todo o povo, caíram de rosto em terra e disseram: O Senhor
é Deus! O Senhor é Deus!
1 Reis 18

A igreja de Cristo tem avançado a cada dia no que diz respeito ao entendimento do
caráter cristão. O que é ser cristão? Sim, é ter o caráter de Cristo no coração e a missão
cristã na mente.
A Igreja também tem conseguido expressar uma adoração verdadeira... Há igrejas por
todas as partes... Tudo isso conquistamos. Amém.
Não obstante, muitos cristãos não conseguem discernir o chamado de Cristo para o
evangelismo. “— Por que o ‘fogo do céu’ ainda não caiu sobre a minha vida?”, você me
pergunta. “— Porque você ainda não se dedicou ao evangelismo”, respondo.
“Mas eu não tenho dom de evangelista”, talvez, você argumente. Então, pense um
pouco. Se Deus não tivesse a intenção de usá-lo para salvar vidas, por que então Ele não o
arrebatou assim que você se converteu? Você consegue responder a essa pergunta?
Elias só provou plenamente o poder de Deus porque não mediu esforços para
proclamar ao povo de Israel que só o Senhor é Deus.
E você? De que forma está administrando os dons e talentos que o Senhor lhe
concedeu? Apenas para ir à igreja no domingo? Escute bem o que vou lhe dizer: Enquanto
você não permitir que Deus o use para proclamar o evangelho de Jesus, a provisão na sua
vida será apenas uma mera expectativa. Mas, no momento em que você usar seus dons e
talentos para resgatar os perdidos, as bênçãos do Senhor passarão de expectativa para
realidade. A provisão sobrenatural se manifestou na vida de Elias quando ele tomou uma
posição firme diante do chamado celestial.
Fazemos melhor o que fazemos com amor. Apaixone-se pelos propósitos do Senhor. E,
quanto à provisão, o Senhor a enviará.

CAPÍTULO CINCO
PROVISÃO EM TEMPO DE DESÂNIMO

1
Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo o que Elias havia feito e como matara à
espada todos os profetas.
2
Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me
façam os deuses e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida
como a de um deles.
3
Elias teve medo e correu para salvar sua vida. Quando chegou a Berseba,
que pertence a Judá, deixou ali o seu moço. 4Ele mesmo, porém, foi ao deserto,
caminho de um dia. Chegou, assentou-se debaixo de um zimbro e pediu para si a
morte, dizendo: Já basta, ó Senhor. Toma agora a minha vida, pois não sou
melhor do que meus pais.
5
E, deitando-se, dormiu debaixo do zimbro. De súbito, um anjo o tocou e
lhe disse: Levanta-te e come. 6Ele olhou e viu que à sua cabeceira estava um pão
cozido sobre brasas e uma botija de água. Tendo comido e bebido, tornou a
deitar-se.
7
O anjo do Senhor voltou segunda vez, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e
come, pois muito longo te será o caminho. 8Levantou-se, comeu e bebeu. Com a
força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o
monte de Deus.
9
Ali entrou numa caverna, onde passou a noite. E lhe veio a palavra do
Senhor, dizendo: Que fazes aqui, Elias? 10Respondeu ele: Tenho sido muito
zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos. Os filhos de Israel deixaram a tua
aliança, deixaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada. Só eu
fiquei, e agora estão tentando matar-me também.
11
Disse-lhe Deus: Vem para fora e põe-te neste monte perante a face do
Senhor, pois ele vai passar. Então, um grande e forte vento fendeu os montes e
despedaçou as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento.
Depois do vento, um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto.
12
Depois do terremoto, um fogo, porém o Senhor não estava no fogo. Depois do
fogo, uma voz calma e suave.
13
Ouvindo-a, Elias envolveu o rosto na capa e, saindo, pôs-se à entrada da
caverna. Então lhe veio uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias? 14Respondeu
ele: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos. Os filhos
de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e mataram os teus
profetas à espada. Só eu escapei, e agora estão tentando matar-me também.
15
Disse-lhe o Senhor: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de
Damasco. Quando lá chegares, unge a Hazael rei sobre a Síria. 16E a Jeú, filho de
Ninsi, ungirás rei de Israel, bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá,
ungirás profeta em teu lugar. 17Quem escapar da espada de Hazael, Jeú o matará,
e quem escapar da espada de Jeú, Eliseu o matará. 18Também conservei em Israel
sete mil — todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o
beijou.
19
Assim, partiu Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava
lavrando com doze juntas de bois adiante dele, ele estava com a décima segunda.
Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele.
20
Então, deixou Eliseu os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a
meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Respondeu-lhe Elias: Vai, volta; o
que te fiz eu?
21
Assim, Eliseu o deixou e voltou. Tomou a junta de bois e os matou. Com
os aparelhos dos bois, cozeu a carne e a deu ao povo, e comeram. Então,
levantou-se e seguiu a Elias, e o servia.
1 Reis 19

No capítulo anterior, consideramos um dos momentos mais marcantes na vida do profeta


Elias, o desafio entre ele e os profetas de Baal. A provisão do Senhor se manifestou de
forma gloriosa, o fogo desceu do céu e, no ápice daquele momento, cheio do Espírito Santo,
Elias exterminou todos os falsos profetas.
Quando Jezabel, mulher do rei Acabe, foi informada sobre o que Elias havia feito aos
falsos profetas, indignada, ela enviou um recado a Elias, decretando a morte dele.
No entanto, embora tivesse sido instrumento do poder de Deus, Elias, ao saber que
Jezabel determinara sua morte, temeu e fugiu.
O que aconteceu com Elias foi algo que é bem comum nos dias de hoje. O momento
em que temos de estar mais atentos aos ardis do inimigo não é o momento em que estamos
enfrentando um desafio. O foco do nosso cuidado deve estar sempre no momento depois do
desafio. Tentarei ser mais preciso.
Enquanto estamos envolvidos pela tensão das batalhas espirituais, somos sustentados
pela provisão sobrenatural do Senhor. No entanto, depois que obtemos a vitória, temos a
tendência natural de entrar numa espécie de descanso espiritual. Com isso, perdemos a
concentração e deixamos de vigiar, tornando-nos presas fáceis para o sentimento de
depressão.
Ninguém está imune a esses momentos difíceis. Lutamos, vencemos e, em vez
de nos mantermos firmes, permitimos que o desânimo nos invada. Foi isso o que
aconteceu com Elias. Embora tivesse enfrentado com ousadia oitocentos e
cinqüenta falsos profetas, Elias teve medo de uma mulher e fugiu para o deserto.
Elias precisava de uma provisão especial naquele momento; uma provisão que tirasse
todo o abatimento da alma. Este é o tema deste capítulo, Deus também tem provisão para os
que estão desanimados, para os que perderam a perspectiva de vitória.

PROVISÃO PARA OS DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS E EMOCIONAIS


3
Elias teve medo e correu para salvar sua vida. Quando chegou a Berseba, que
pertence a Judá, deixou ali o seu moço.
1 Reis 19
Como estava dizendo, é preciso ter muito cuidado com os momentos que seguem a
vitória. Satanás aproveita esses momentos para nos pegar desprevenidos. Ele
sempre tentará nos desestabilizar psicológica e emocionalmente.
Alguns sintomas podem indicar a presença desses distúrbios. Por exemplo, às
vezes, choramos sem saber muito bem o porquê. Sentimo-nos tristes, mas sem
motivo aparente. Alguns se abatem a ponto de perder o amor pela vida.
Os momentos pós-batalha requerem vigilância constante. Sempre que você
sair vitorioso de uma situação, persevere na presença do Senhor; busque a unção
do Espírito e dobre a carga de oração. Só assim você se manterá no patamar de
vitória.
Agora, se você já está envolvido pelo sentimento de depressão, não desanime. Pois a
provisão do Senhor também se manifesta sobre aqueles que se sentem abatidos.

PROVISÃO PARA OS DISTÚRBIOS ESPIRITUAIS

Assim como Jezabel se levantou para infligir afronta a Elias, a mesma potestade maligna
que a incitava tenta, de todas as formas, inibir a ação da igreja de Jesus nos dias em que
vivemos.
Esse espírito maligno — ao qual darei o cognome de “espírito de Jezabel”, apenas com
o fim de estabelecer certa analogia — apresenta algumas ações peculiares. Vejamos algumas
delas.

Incita à Fuga

“Elias teve medo e correu para salvar sua vida” (1 Reis 19:3a). A primeira ação do espírito
de Jezabel é induzir os servos de Deus à fuga. A atuação desse espírito maligno se verifica
pela incoerência na reação de Elias. Elias teve a ousadia de desafiar oitocentos e cinqüenta
falsos profetas, no entanto retrocedeu ao ser desafiado por uma mulher apenas.
Quem fez o fogo cair do céu sobrenaturalmente? Deus ou Elias? Sim, Deus! Agora, se
Deus sustentou Elias diante dos profetas de Baal, deixaria de sustentá-lo diante de uma
mulher? Não obstante, Elias, o profeta que experimentara a provisão sobrenatural do
Senhor, abaixou a guarda.
Quando os mensageiros apresentaram a ameaça de Jezabel, Elias se abateu
profundamente e fugiu. Este é o intento do espírito de Jezabel, fazer com que os cristãos se
afastem do plano celestial.
Se a fuga é a única saída que temos em mente, provavelmente, estamos sendo
influenciados pelo mesmo espírito maligno que afetou a vida de Elias. Todavia, não temos
de temer nem de fugir. Deus conhecia o coração de Elias e conhece o nosso também. Ele
conhece as nossas debilidades, de outra forma, a Palavra não nos encorajaria, ao afirmar que
“o Espírito ajuda as nossas fraquezas” (Romanos 8:26).

Causa a Morte

O espírito de Jezabel também age na tentativa de causar a morte. Jezabel queria a


todo custo a morte de Elias. Há muitas pessoas sendo ceifadas pelo espírito de
Jezabel, porque não têm buscado ao Senhor.
Esse principado maligno tenta calar a voz profética, a fim de que os cristãos
percam o rumo, desviando-se definitivamente do centro da vontade de Deus.
Portanto, temos de redobrar a atenção, pois Satanás “anda em derredor, rugindo
como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5:8).

Afeta os Sentidos

Todo o ministério profético de Elias orientou-se pela voz do Senhor. Inclusive, havia uma
frase que marcava essa orientação: “Veio a palavra do Senhor a Elias” (Cf. 1 Reis 17:2; 1
Reis 18:1). Elias nada fazia sem a direção de Deus. No entanto, influenciado pelo espírito
de Jezabel, ele preferiu dormir no deserto a enfrentar o problema.
Percebo que há muitos cristãos com “sono espiritual”. Ao primeiro sinal de
dificuldade, entregam-se ao desânimo; evitam as pessoas; fazem-se desapercebidos
da voz do Senhor.
Esses distúrbios espirituais tendem a surgir na medida em que nos dispomos a
cumprir um propósito divino. A verdade é que sempre haverá resistência demoníaca contra
aqueles que vivem na direção da vontade de Deus.
Sempre que houver na sua vida perda de paz, de alegria, não interprete isso como uma
disfunção psicológica apenas. Todo abatimento tem um contorno espiritual. Não adianta
tentar amenizar o problema com antidepressivos. Se o problema for espiritual, é preciso
buscar a provisão sobrenatural do Senhor.
Elias, o profeta que bradara contra o pecado, só pensava em dormir. Não desejava mais
profetizar. O profeta que sempre via o presente e o futuro pela perspectiva celestial, rendeu-
se a uma visão totalmente distorcida da realidade.
Se fosse realizada uma pesquisa entre os cristãos, com a seguinte pergunta: “— Você
já recebeu alguma bênção sobrenatural de Deus, pelo menos uma vez na vida?” O índice de
respostas positivas seria perto dos 100%! Quase todos, de alguma forma, experimentaram o
sobrenatural de Deus. Agora, se a Bíblia diz que o caráter divino é imutável (Hebreus 13:8),
por que ainda duvidamos que podemos experimentar o poder de Deus nestes dias?
De fato, o inimigo espera que você duvide da provisão do Senhor e seja dominado pela
autocomiseração. Elias reagiu assim. Por ver o povo de Israel entregue ao pecado, ele cedeu
à tentação de fugir, de se esquivar do chamado profético.
Hoje, não são poucos os que, como Elias, estão caminhando em direção ao deserto,
pensando que assim conseguirão se livrar dos problemas. Definitivamente, a fuga não é a
melhor saída. Esses distúrbios emocionais e espirituais somente serão superados a partir do
momento em que recebermos a provisão sobrenatural do Senhor.

PROVISÃO COMO UM CUIDADO ESPECIAL DO SENHOR

5
E, deitando-se, dormiu debaixo do zimbro. De súbito, um anjo o tocou e lhe
disse: Levanta-te e come. 6Ele olhou e viu que à sua cabeceira estava um pão
cozido sobre brasas e uma botija de água. Tendo comido e bebido, tornou a
deitar-se.
1 Reis 19

A última coisa que Elias queria era que alguém apontasse seus erros. Ele sabia muito bem o
que estava acontecendo, apenas não tinha forças para reagir contra aqueles sentimentos.
Que bom que Deus sabe lidar com as nossas fraquezas. Deus não pressionou Elias,
apenas deixou-o dormir. Até quando dormimos — ou então fugimos — o cuidado de Deus
está sobre nós.
Depois que Elias estava bem descansado, Deus enviou um anjo celestial para cuidar
dele. Esta é uma das principais funções angelicais, cuidar dos filhos de Deus. Eles estão ao
nosso redor em todos os momentos. Mesmo quando você está triste, abatido, há um anjo de
Deus cuidando da sua vida.
O anjo do Senhor acordou Elias e ofereceu-lhe pão cozido sobre brasas e uma botija de
água. O interessante é que pão é sempre um tipo de Cristo. Enquanto os filhos de Israel
permaneceram no deserto — por quarenta anos —, Deus os sustentou com o maná, o pão
que descia do céu (Êxodo 16). Cristo, o Pão da Vida, também desceu do céu para nos dar a
salvação (João 6:22-40). Aleluia!
Assim como Elias foi fortalecido pelo pão trazido pelo anjo, somos também
sustentados por Jesus, o Pão enviado por Deus em favor dos homens. Portanto, quando você
estiver enfraquecido emocional, física e espiritualmente, clame a Jesus, para que Ele, o
Autor da Vida, fortaleça-o, querido leitor. Uma simples oração pode transformar toda uma
vida.
Quando Elias fugiu da presença de Jezabel, ele conseguiu percorrer apenas o caminho
de um dia. Mas, quando ele se fortaleceu com o pão do Senhor, ele conseguiu caminhar por
quarenta dias e quarenta noites!
A provisão do Senhor é maravilhosa! Precisamos aprender com o modo de Deus agir.
Ele fortaleceu Elias, e não o censurou. Quantos de nós que, ao ver uma pessoa abatida, logo
lançamos sobre ela palavras de advertência! Deus não agiu assim com Elias. Somos
chamados para cuidar das pessoas, e não para acusá-las. Quem está com os sentidos
afetados precisa de tempo para refletir sobre a situação. Qualquer palavra dura pode
bloquear ainda mais as emoções.
Às vezes, temos um pensamento equivocado de Deus. Achamos que Ele está com um
chicote na mão só esperando uma falha nossa. Decerto, Deus disciplina seus filhos. Todavia,
na maioria das vezes, Ele faz questão de nos pegar no colo e consolar o nosso coração. Deus
sabe a hora de consolar e a hora de disciplinar.
Elias não estava precisando de disciplina, a princípio. Ele estava cansado de lutar, com
medo, sem perspectiva de vitória. Por isso, Deus permitiu que ele dormisse e enviou um
anjo para alimentá-lo.
Se Deus tem paciência conosco, por que essa virtude nos falta quando nos
relacionamos com pessoas que falham? A pior coisa na vida de um cristão é achar que certas
pessoas não têm jeito. Sempre há solução. Por pior que essas pessoas estejam, o amor de
Deus pode alcançá-las e restaurá-las por completo.

PROVISÃO COMO NOVA DIREÇÃO


7
O anjo do Senhor voltou segunda vez, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e come,
pois muito longo te será o caminho.
8
Levantou-se, comeu e bebeu. Com a força daquela comida, caminhou
quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
1 Reis 19

O que o Senhor pretendia fazer ao enviar Elias a Horebe, o monte de Deus? Ouve um outro
homem que também teve de enfrentar um desafio tão grande quanto o de Elias; teve de lidar
com um povo de dura cerviz.
Assim como Elias, esse homem também era bom, honesto, íntegro e temente a Deus,
mas se cansou de tratar com a rebeldia do povo. E, cansado de lutar, sobre o mesmo monte
Horebe, ele disse a Deus: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Êxodo 33:18). De quem
estou falando? De Moisés.
Então, por que Deus enviou Elias a Horebe? Porque, assim como Moisés, Elias
precisava ver a glória de Deus, a fim de que ele compreendesse que o Senhor estava no
controle de todas as coisas.
Deus tirou Elias do deserto e o levou ao monte; tirou-o de um lugar ermo e o levou a
um lugar onde a glória do Senhor se manifestaria. Que provisão maravilhosa!
E quanto a nós? Somos diferentes de Elias? Acredito que não. Estamos sujeitos às
mesmas falhas. Portanto, se a nossa visão espiritual está distorcida pelo calor das
circunstâncias, deixemos que o Senhor nos leve ao monte santo, onde seremos plenamente
restaurados.
Talvez, Deus também quisesse mostrar a Elias que o ministério profético não é nada
fácil. No fundo, reconhecemos os entraves que teremos de superar para servir a Deus em
integridade. Entretanto, nem sempre conseguimos suportá-los.
Só que Aquele que chama também capacita. Todos nós, de uma forma ou de outra,
somos chamados para exercer um propósito específico do Senhor. Quando, porém, as
aflições do chamado surgirem, há um refúgio à nossa espera, o monte Horebe, que
simboliza a presença maravilhosa de Deus.
O espírito de Jezabel queria Elias no deserto; o Espírito de Deus queria Elias no
monte. Sempre teremos a liberdade de escolha. Permaneceremos no deserto — que
simboliza as aflições da vida — ou caminharemos para Horebe?
Por certo, há momentos em que tudo o que nos resta é fugir. Quem nunca passou por
uma situação como a de Elias? Contudo, não podemos permitir que os momentos de crise se
cristalizem na nossa vida. Não deixe que o espírito de Jezabel — que deseja distorcer sua
visão, ensurdecer seus ouvidos, emudecer seus lábios — impeça-o de caminhar dentro dos
propósitos celestiais. Esse espírito maligno age às escuras, incitando-nos a entrar em
conflito com o Senhor, a calar a voz profética, a não dar atenção à voz do Espírito.
Entretanto, não podemos nos calar.
A história se repete. Elias esteve no mesmo lugar que Moisés, no mesmo monte,
lutando contra as mesmas aflições.
Elias não suportava mais a idolatria em Israel, não suportava mais ter de lutar sozinho.
O que lhe restava era se recolher numa caverna; afastar-se de tudo e de todos.
Deus é maravilhoso! Enquanto Elias se lamentava dentro de uma caverna, disse-lhe
Deus: “Vem para fora e põe-te neste monte perante a face do Senhor, pois ele vai passar” (1
Reis 19:11a). E o Senhor começou a manifestar seus prodígios e maravilhas. Tente imaginar
a cena.
11
Então, um grande e forte vento fendeu os montes e despedaçou as penhas diante
do Senhor, porém o Senhor não estava no vento. Depois do vento, um terremoto,
porém o Senhor não estava no terremoto. 12Depois do terremoto, um fogo, porém
o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, uma voz calma e suave.
1 Reis 19

E Elias insistia em permanecer dentro da caverna. Somente depois de ouvir a


voz calma e suave do Senhor, Elias, ainda com o olhar alquebrado, pôs-se à entrada
da caverna. Então, veio-lhe uma voz, que dizia: “Que fazes aqui, Elias?” (1 Reis
19:13).
Naquele instante, Elias declarou toda a sua amargura.
14
Respondeu ele: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos
exércitos. Os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e
mataram os teus profetas à espada. Só eu fiquei, e agora estão tentando matar-me
também.
1 Reis 19

Mas, ainda que Elias estivesse um tanto revoltado, o Senhor — com uma voz mansa e
suave — trouxe-lhe nova direção, ou seja, a estratégia que Elias teria de aplicar para vencer
o espírito de Jezabel. Esse é o Deus que nos provê todas as coisas!
Sabe, às vezes, achamos que somos bons, justos, porque buscamos a Deus. Sim,
buscamos a Deus, mas quantas vezes Ele já nos chamou para fora da caverna, e nem lhe
demos atenção? E, finalmente, quando decidimos atentar para sua voz e saímos da caverna,
como o Senhor se manifesta? Com vingança? Não. Ele revela todo o seu amor, porque Ele é
amor (1 João 4:8).
Não deixe que a amargura o leve à reclusão espiritual. A provisão do Senhor
também se manifesta em tempo de desânimo. Deus apenas espera que você saia da
caverna e ouça a sua voz.
“Que fazes aqui, Elias?”, assim o Senhor levava Elias a refletir sobre sua posição. Por
que Elias estava tão longe de casa? Ele precisava estar tão longe? Caverna é lugar de
profeta? Lugar de profeta é onde o povo está. Quem tem chamado profético tem de estar na
frente da batalha. Elias precisava relembrar esse princípio.
Elias, ainda que não percebesse, estava agindo com incoerência. Qual foi sua resposta
quando Deus lhe perguntou: “Que fazes aqui, Elias?” “Estão tentando matar-me também”,
essa foi sua resposta.
Mas espere um pouco. No deserto, Elias pediu para si a morte, dizendo: “Já basta, ó
Senhor. Toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Reis 19:4). Se
Elias desejava a morte, por que ele estava se lamentando para o Senhor, dizendo que Jezabel
esperava matá-lo? Que incoerência!
Quando não estamos bem com Deus, agimos com contradição. Quem pode entender o
coração humano? Satanás quer que vivamos incoerentemente. Deus, porém, quer que
vivamos com estabilidade emocional.
Em seguida, Deus trouxe Elias de volta para o propósito certo. Acompanhe o texto.
15
Disse-lhe o Senhor: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco.
Quando lá chegares, unge a Hazael rei sobre a Síria. 16E a Jeú, filho de Ninsi,
ungirás rei de Israel, bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás
profeta em teu lugar. 17Quem escapar da espada de Hazael, Jeú o matará, e quem
escapar da espada de Jeú, Eliseu o matará.
1 Reis 19

Somente quem está restaurado pode seguir o propósito de Deus. Muitas


pessoas se atualizam na vida profissional, fazem de tudo para estabelecer bons
relacionamentos, todavia, se não se submeterem à restauração do Senhor, viverão
sempre com a sensação de que algo lhes falta. Elias teve de ser primeiro restaurado,
para depois retomar a direção de Deus.
Por fim, Deus fez uma revelação surpreendente ao profeta.
18
Também conservei em Israel sete mil — todos os joelhos que não se dobraram
a Baal, e toda a boca que não o beijou.
1 Reis 19

Elias não estava sozinho. Ele se sentia o último dos que temiam a Deus, no
entanto havia um remanescente fiel.
Não estamos sozinhos; ainda que pensemos que a nossa luta é solitária, Deus
tem levantado aqueles que permanecem em retidão. O diabo quer que acreditemos
que estamos sozinhos nesta batalha. Mentira! Há milhares e milhares de cristãos
que não se renderam à cultura deste mundo.
Deus age de maneira surpreendente. Para que Ele revelasse sua glória a Moisés, este
teve de entrar na caverna. Elias, no entanto, teve de sair da caverna. Esteja atento à voz do
Senhor. Às vezes, não entenderemos a maneira de Deus agir. Não importa. O que
precisamos fazer é permanecer no monte do Senhor, ou seja, na presença de Deus, e
obedecer à sua voz.
Parece que Elias preferia viver inutilmente, abrir mão do ministério profético, a ter de
lidar com a rebeldia dos filhos de Israel.
Quem não se sentiu assim um dia? “Não vale mais a pena lutar”, muitos já pensaram.
Eu já pensei assim. Mas graças a Deus, que olha para o nosso desânimo e diz: “— Não
desista! Pois Eu não desisti de você”.
Precisamos entender que Deus tem poder suficiente para nos dar vitória sob quaisquer
circunstâncias. Não importa quão grande seja o desafio, o Senhor está disposto a varrer os
inimigos da nossa presença. Deus é Senhor da história. Sua vida está no coração de Deus.
Ele não permitirá que você seja solapado pelo diabo, que você seja derrotado, ao menos que
você queira. E, certamente, não é isso o que você quer.
Elias estava perto de ser plenamente honrado por Deus — de fato, Elias não provaria a
morte, seria trasladado. Por isso, o espírito de Jezabel tentou desviá-lo do propósito divino.
Jezabel esperava que Elias desistisse do ministério profético perto do final da sua carreira.
Há muitos cristãos desistindo de lutar. Alguns até lutam, lutam, lutam, mas, na hora de
receberem a provisão, esmorecem, perdem a perseverança e se desviam do propósito do
Senhor.
Quanto mais próximo Elias estava do arrebatamento, mais a luta se intensificava.
Contudo, pela maravilhosa provisão do Senhor, ele retomou a direção correta. Deus sempre
encontra um meio de trazer seus filhos de volta ao prumo. Seja pela disciplina, seja pela
mansidão, Ele sempre encontra um meio.
Às vezes, os abatimentos emocionais e espirituais podem nos desestruturar. Não há
vergonha em reconhecer isso. Deus conhece o coração humano; Ele sabe das lutas que
travamos na alma a cada dia.
Mas, embora o Senhor esteja sempre ao nosso lado, o espírito de Jezabel quer calar a
voz profética no meio da igreja de Jesus, levando o povo à passividade espiritual. O inimigo
quer nos amedrontar, na expectativa de que fujamos para o deserto.
Gostaria de encorajá-lo a perseverar, a despeito das adversidades. Deus o ama muito,
querido leitor. Ele conhece suas tristezas, suas decepções. Assim como Ele fez com Elias,
Ele que alimentá-lo com o Pão da Vida, Jesus Cristo. Fortaleça o coração com a Palavra.
Caminhe para Horebe, o monte do Senhor. Não permaneça no deserto. Busque a presença
de Deus.
Sei que você já sabe, mas vale a pena repetir: Jesus pagou um alto preço por você.
Aquele que criou o universo e trilhões de estrelas foi o mesmo que abriu mão de toda a sua
glória, para vir neste mundo morrer no seu lugar. Pense nisso.
Caverna não é lugar de profeta. Vem para fora, pois ainda há aqueles que não se
dobraram a Baal. Vem para fora, pois o momento em que você será honrado se aproxima.
Caminhe na direção de Deus, e a maravilhosa provisão do Senhor anulará todo desânimo na
sua vida.

CAPÍTULO SEIS
PROVISÃO EM TEMPO DE DISCIPLINA

1
Depois da morte de Acabe, revoltou-se Moabe contra Israel.
2
Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu.
Enviou mensageiros, dizendo-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de
Ecrom, se sararei desta doença.
3
Mas o anjo do Senhor disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te
encontrares com os mensageiros do rei de Samaria e dizei-lhes: Não há Deus em
Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? 4Por isso, assim diz o
Senhor: Da cama a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. Então,
Elias partiu.
5
E os mensageiros voltaram para o rei, e este lhes disse: Que há, que
voltastes? 6Responderam eles: Um homem nos saiu ao encontro e nos disse: Ide,
voltai para o rei que vos mandou e dizei-lhe: Assim diz o Senhor: Não há Deus
em Israel, para que mandes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto,
da cama a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás.
7
Ele lhes perguntou: Qual era a aparência do homem que vos foi ao
encontro e vos falou estas palavras? 8Responderam: Era um homem vestido de
pêlos, com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o
tisbita.
9
Então, o rei lhe enviou um capitão de cinqüenta, com os seus cinqüenta
homens. Este subiu a ter com Elias, que estava assentado no cume do monte, e
lhe disse: Homem de Deus, o rei diz: Desce. 10Mas Elias respondeu ao capitão de
cinqüenta: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e consuma a ti e aos
teus cinqüenta. Então, desceu fogo do céu e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.
11
Tornou o rei a enviar-lhe outro capitão de cinqüenta, com os seus
cinqüenta homens. Este lhe disse: Homem de Deus, assim diz o rei: Desce
depressa. 12Respondeu Elias ao capitão: Se eu sou homem de Deus, desça fogo
do céu e consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então, desceu fogo do céu e
consumiu a ele a aos seus cinqüenta.
13
Tornou o rei a enviar terceira vez outro capitão de cinqüenta, com os seus
cinqüenta homens. Este terceiro capitão de cinqüenta subiu e pôs-se de joelhos
diante de Elias e suplicou-lhe: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus
olhos a minha vida e a vida destes cinqüenta teus servos. 14Desceu fogo do céu e
consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinqüenta, com os seus cinqüenta
homens. Mas agora seja preciosa aos teus olhos a minha vida.
15
Então, o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas.
Levantou-se e desceu com ele ao rei. 16Disse ao rei: Assim diz o Senhor: Por que
enviaste mensageiros a Baal-Zebube, deus de Ecrom? É por que não há Deus em
Israel, para consultares a sua palavra? Portanto, desta cama a que subiste, não
descerás, mas certamente morrerás.
17
Assim, morreu conforme a palavra do Senhor, que Elias falara. E Jorão
começou a reinar no seu lugar, no segundo ano de Jeorão, filho de Josafá, rei de
Judá, porque Acazias não tinha filhos.
2 Reis 1

O texto que você acabou de ler apresenta Acazias como rei de Israel. Ele era filho de Acabe,
um rei rebelde, com Jezabel, uma prostituta cultual. A julgar por sua filiação, boa coisa ele
não era.
E, por intermédio de Elias, Deus trouxe uma palavra de disciplina àquele rei, que
insistia em seguir o caminho de idolatria de seus pais. Esse tempo, portanto, que envolvia a
vida de Elias era um tempo de juízo divino. Este é o tema principal deste capítulo, a
provisão do Senhor em tempo de disciplina.
Esse é um assunto mais atual do que você imagina. Basta olhar ao redor para ver a
mão de Deus pesando sobre aqueles que se deleitam com a iniqüidade.
Mas será que Deus tem provisão mesmo em tempo de disciplina? É isso o que
aprenderemos, ao estudarmos a história que envolveu Acazias e Elias.

DISCIPLINA QUE SE MANIFESTA SOBRE OS QUE ESTÃO EM PECADO

Deus tem maneiras próprias de manifestar sua disciplina. E, quando Ele quer
disciplinar alguém, não há quem o possa impedir.
A essa altura, é importante avaliarmos de que forma o Senhor manifesta sua
disciplina.

Pela Providência

2
Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu. Enviou
mensageiros, dizendo-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se
sararei desta doença.
2 Reis 1

Na primeira oportunidade, Acazias revelou a idolatria herdada de seu pai, o rei Acabe.
Embora estivesse gravemente ferido, Acazias desprezou a presença do Senhor em Israel e
procurou auxílio em Baal-Zebube, o príncipe dos demônios — citado por Jesus no
Evangelho de Mateus (Mateus 12:24). Diante dessa afronta, Deus manifestou juízo sobre
esse rei.
A queda de Acazias, portanto, ocorreu como providência divina para estabelecer juízo.
Acazias fez o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor, pela sua providência — que
significa determinação antecipada de uma situação —, estabeleceu a queda dele.
Precisamos ter plena consciência de que Deus controla todas as coisas, tanto as boas
quanto as más.
Gostaria de ilustrar esse princípio com um dos episódios mais valiosos da minha
vida, meu casamento com Lylian.
Minha esposa e eu nascemos no mesmo ano, 1961. Eu morava em Olímpia, e ela, em
Viradouro; cidades bem próximas.
Naquela época, a tia da Lylian era minha vizinha e também minha professora de escola
dominical. Eu sempre estava na casa da tia da Lylian, mas, no dia em que a Lylian esteve de
visita em Olímpia, não nos conhecemos. Embora estivéssemos tão próximos, crescemos
sem conhecer um ao outro.
No ano de 1973, Lylian mudou-se para São Paulo, a fim de estudar no Colégio Batista.
Mudei-me também para São Paulo um ano depois, e também fui estudar no mesmo colégio.
Todavia, assim que cheguei a São Paulo, Lylian mudou-se para Santos. Detalhe: Eu estudei
na mesma classe dela. Os meus amigos foram os mesmos amigos dela. Das duas, uma: Ou
ela estava fugindo de mim ou era a providência de Deus preparando o tempo certo para o
nosso encontro.
Passaram-se os anos. Estudei Engenharia no Mackenzie, ela, administração, também
no Mackenzie. Durante dois anos, estudamos no mesmo período sem nos conhecermos.
Depois, ela passou para o período da noite.
Até que um dia (depois de tantos anos), Lylian e eu estávamos num culto em
Viradouro, quando o pastor convidou para se aproximarem do púlpito pessoas com
problemas sentimentais. Aceitamos prontamente o convite. Muitos jovens fizeram o mesmo.
Enquanto o pastor ministrava, permanecia ela de um lado e eu do outro, orando pelo
mesmo motivo: Restauração sentimental. Depois daquela oração, Deus permitiu que nos
conhecêssemos.
Hoje, Lylian e eu estamos casados e formamos uma linda família com a nossa filha
Érica, graças à providência do Senhor.
Nada pode impedir os planos do Senhor. Por isso, jovem, não fique com medo de
perder o namorado ou a namorada; porque o que Deus estabeleceu não pode ser alterado,
nem por pessoas, nem por situações. O que Deus preparou para você se cumprirá, a despeito
de todas as coisas.
Deus é Senhor. Os acontecimentos seguem o curso que Ele determinou. Assim diz o
Senhor:
7
Eu formo a luz e crio as trevas, eu faço paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas
estas coisas.
Isaías 45

A propósito, é importante deixar bem claro que o Senhor “cria o mal” no sentido de
permitir o surgimento de calamidades, e não de ser a origem do mal espiritual. Em
Hebraico, a palavra mal usada pelo profeta Isaías não significa mal ético, mas calamidade.
Isso quer dizer que, quando Deus quer fazer a paz, Ele faz a paz; não obstante, quando Ele
quer trazer juízo sobre o ímpio que não se arrepende, Ele permite que as calamidades se
manifestem.
Quando as mulheres de Israel pranteavam e lamentavam a ida de Jesus para o
Calvário, Ele voltou-se para elas e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai
antes por vós mesmas e por vossos filhos” (Lucas 23:28). Jesus sabia o que os filhos de
Israel enfrentariam dura perseguição por causa da crucificação. Seus descendentes, embora
não tivessem nada a ver com aquela situação, sofreriam muito.
Assim, a providência é um dos meios pelos quais Deus manifesta sua disciplina sobre
o homem. Desde a eternidade, Ele determinou todos os acontecimentos.
Em vista disso, o que temos a temer? “Pois eu sei os planos que tenho para vós, diz o
Senhor, planos de paz, e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro” (Jeremias
29:11).
Pela Palavra Profética

Outro meio pelo qual o Senhor manifesta sua disciplina é a palavra profética. Assim como
fez com Acabe, o Senhor levantou Elias para repreender Acazias, rei de Israel.
Antes de prosseguir neste tema, precisamos entender que Deus não se agrada de trazer
juízo sobre a vida de ninguém. Tenha em mente uma coisa: A palavra de juízo do Senhor é
sempre condicional. Porque, se houver arrependimento, Deus virará a página. A palavra de
juízo traz consigo a chance do arrependimento.
A vida de Jonas retrata bem esse princípio. Veja o que diz a Palavra.
1
Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2Levanta-te, vai à
grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
3
Mas Jonas levantou-se, a fim de fugir de diante da face do Senhor para
Társis. Desceu a Jope, onde achou um navio que ia para Társis. Pagou a sua
passagem e embarcou nele, a fim de ir com eles para Társis, para longe da
presença do Senhor.
Jonas 1

Por que Jonas se recusou a atender o mandado do Senhor? Por simples desobediência?
Não. Nínive era a capital do império assírio. Os assírios aterrorizavam a todos que
encontravam. Eram impiedosos, destruidores, gente da pior espécie. E Jonas sabia que a
palavra de juízo do Senhor poderia produzir arrependimento no coração dos ninivitas. “Por
que dar uma oportunidade àqueles impiedosos?”, talvez, pensasse Jonas.
Assim, Jonas fugiu de navio para Társis, na esperança de que Deus voltasse atrás no
propósito de trazer uma palavra profética sobre Nínive.
No entanto, Deus não desistiu do seu propósito e foi buscar Jonas no meio do oceano.
De repente, “o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande
tempestade, de modo que o navio estava a ponto de despedaçar” (Jonas 1:4). Os marinheiros
reagiram na mesma hora...
5
Então, temeram os marinheiros, e clamava cada um ao seu deus, e lançaram ao
mar a carga do navio, para o aliviarem do seu peso. Jonas, porém, descera ao
porão, onde se deitou e dormia um profundo sono.
6
O mestre do navio chegou-se a ele e lhe disse: Como podes dormir?
Levanta-te e invoca o teu deus! Talvez, assim ele se lembre de nós para que não
pereçamos.
Jonas 1

Jonas havia se escondido no porão do navio (Interessante como os cristãos que


estão em pecado se escondem no “porão”.). Jonas dormia profundamente, quando
o chefe do navio o acordou. Depois, a tripulação lançou sorte para saber por quem
sobreveio aquele mal. Imagine sobre quem caiu a sorte! Sim, sobre o profeta Jonas.
Não havia mais saída. Jonas contou-lhes toda a verdade, sugerindo que o
lançassem ao mar, para que a tempestade cessasse.
Por fim, quando parecia ser o fim do profeta, o Senhor fez com que um grande peixe o
engolisse, para lançá-lo depois de três dias em terra, em direção a Nínive.
Chegando a Nívive, Jonas proclamou a palavra de juízo contra aquela cidade. Para
surpresa do profeta (ou talvez não), todos os ninivitas se arrependeram e creram em Deus,
pois a juízo do Senhor, por meio da palavra profética, produziu arrependimento.
Quando o Senhor quer disciplinar, Ele se vale da providência e da palavra profética.
Portanto, vale dizer, não despreze a palavra de um profeta de Deus, de um homem que se
levanta para dizer: “— Assim diz o Senhor...” Pode ser a oportunidade que Deus está lhe
concedendo para que você se arrependa e volte para os braços do Pai.

Pelos Sinais

A fim de manifestar sua disciplina, Deus também usa de sinais. Os sinais do Senhor são
manifestos quando a palavra profética é rejeitada, como aconteceu com o rei Acazias.
Por meio de Elias, Deus enviou a palavra profética a Acazias, mas ele a rejeitou
abertamente. Acazias teve a oportunidade de se arrepender, mas deu as costas ao Senhor.
Por que estou tão certo disso? Porque Acazias conhecia bem o profeta Elias; eles eram
velhos conhecidos. Acazias cresceu vendo seu pai ser repreendido por Elias.
Acazias teve a chance de se desviar dos passos idólatras de seu pai. Entretanto,
quando Elias declarou que o Senhor se indignara com a atitude dele de buscar resposta em
Baal-Zebube, o que fez Acazias? Enviou um diplomata para se encontrar com Elias? Não.
Enviou um capitão com cinqüenta soldados para trazerem Elias à força.
Contudo, o que fez o Senhor? Manifestou um sinal.
9
Então, o rei lhe enviou um capitão de cinqüenta com os seus cinqüenta homens.
Este subiu a ter com Elias, que estava assentado no cume do monte, e lhe disse:
Homem de Deus, o rei diz: Desce. 10Mas Elias respondeu ao capitão de
cinqüenta: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e consuma a ti e aos
teus cinqüenta. Então, desceu fogo do céu e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.
2 Reis 1

Provavelmente, o capitão e os seus soldados se apresentaram a Elias de forma


arrogante, exibindo as armas. E o que aconteceu? Fogo do céu os consumiu! Isso foi um
sinal de Deus! Mas nem assim Acazias se arrependeu; muito pelo contrário, enviou mais um
capitão com cinqüenta soldados.
Infelizmente, há pessoas tão duras de coração que Deus só tem uma saída: Manifestar
juízo. Acazias não queria aceitar que o juízo do Senhor estava próximo.

Pelo Cumprimento da Palavra

17
Assim morreu (Acazias), conforme a palavra do Senhor, que Elias falara. E
Jorão começou a reinar no seu lugar no segundo ano de Jeorão, filho de Josafá,
rei de Judá, porque Acazias não tinha filhos.
2 Reis 1 (Apenso do Autor)

“Assim morreu (Acazias), conforme a palavra do Senhor, que Elias falara”. A misericórdia
do Senhor é algo incomensurável, mas... se alguém rejeita abertamente os sinais divinos —
como o fez Acazias —, este sentirá o peso da mão do Senhor. Se não fosse assim, quem
temeria a Deus? Deus é longânime; Ele sempre age com misericórdia; Ele sempre espera o
arrependimento, mas, se insistirmos em manter o coração endurecido a despeito dos sinais, a
disciplina será inevitável.
Deus usa de muitas maneiras para nos disciplinar. E a disciplina do Senhor — é
importante deixar bem claro — somente se manifesta para o nosso bem.
5
Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando por ele
fores repreendido, 6porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo o que
recebe por filho.
Hebreus 12

DISCIPLINA QUE SE MANIFESTA SOBRE OS QUE SE RENDEM AOS


DEMÔNIOS

Engana-se quem pensa que o contato com demônios não produz conseqüências.
Muitas pessoas, na ignorância espiritual, fazem oferendas para demônios e pensam
que, por isso, receberão alguma “bênção”. Muito pelo contrário, os demônios é que tomarão
tudo o que essas pessoas possuem. A sociedade precisa entender que o diabo veio para
roubar, matar e destruir (João 10:10a). Quem tem uma “missão” com essa pode abençoar
alguém?
Agora, o que mais chama atenção nesta história é que Acazias pertencia a uma
das tribos de Israel. Por conseguinte, não estamos falando de um homem incrédulo.
Quando Acazias decidiu consultar a Baal-Zebube, ele sabia muito bem que estava
contrariando os princípios divinos, tão bem descritos na Lei Mosaica. Além disso,
Elias sempre estivera profetizando contra Acabe e Jezabel, pais de Acazias. Logo, a
atitude idólatra de Acazias não tinha justificativa; ele agia influenciado por um
coração maligno. Por isso, Deus manifestou seu juízo tão severamente.
Vivemos no tempo de uma geração corrompida, que rejeita a palavra de juízo de Deus,
que não dá ouvidos aos profetas do Senhor. Embora Deus insista em manifestar a palavra de
ensino, a palavra profética, as pessoas não se arrependem. São pessoas de dura cerviz, de
coração endurecido. Não me surpreenderei se o Senhor manifestar forte juízo sobre esta
geração. Na realidade, acredito que a questão não é se o juízo virá, mas quando.
Uma palavra para aqueles que têm prazer na iniqüidade.
7
Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear,
isso também ceifará. 8O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; o
que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
Gálatas 6

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

DISCIPLINA QUE SE MANIFESTA SOBRE OS QUE AFRONTAM A DEUS

O que Acazias fez foi uma afronta deliberada contra Deus. A quem ele enviou seus
mensageiros? A Deus? Não, a Baal-Zebube. Agora você consegue entender porque o Senhor
ficou tão triste?
Deus era o Deus de Israel. Baal-Zebube jamais fizera algo por Israel. No entanto,
Acazias preferiu consultar o príncipe dos demônios a pedir conselho ao Senhor dos
Exércitos. Por isso, o Senhor protestou por intermédio do seu anjo: “— Não há Deus em
Israel?”
E quanto a nós? A quem temos recorrido nos dias de adversidade? Quando
nos desesperamos e não buscamos respostas em Deus, como você acha que Ele se
sente? Quantos que preferem o conselho de pessoas influentes ao conselho do
Senhor! Busque conselho somente em Deus! Porque esse conselho é o conselho da
vitória. O conselho do mundo (e até mesmo daqueles que estão ao nosso lado)
sempre tende a nos levar ao desespero. “— Não há Deus em Israel?”, disse o
Senhor.
Vejo muitos cristãos afrontando a Deus. Precisamos deixar que o Senhor nos
revele as alianças que temos feito com este mundo. Só assim alcançaremos
restauração e não precisaremos experimentar a disciplina do Senhor.

DISCIPLINA QUE SE MANIFESTA SOBRE OS QUE SE SUJEITAM AO


PECADOR

Não conseguiremos viver plenamente a vida cristã sem compreender esse princípio
espiritual. A Bíblia diz:
4
Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma que há em cima
nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas embaixo da terra.
5
Não te encurvarás a elas nem as servirás; pois eu, o Senhor teu Deus, sou
Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração daqueles que me odeiam, 6mas faço misericórdia até mil gerações
daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
Êxodo 20

A vida das pessoas que se submetem ao pecador corre grande perigo. Os


capitães e os soldados enviados a Elias eram apenas cumpridores de ordem, no
entanto, foram consumidos pelo fogo do céu. Mesmo sem terem participação direta
no pecado de Acazias, aqueles soldados sofreram o juízo divino. Que tipo de
associações temos feito com este mundo?

14
Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que sociedade tem a
justiça com a injustiça? E que parte tem o fiel com o infiel?
2 Coríntios 6

PROVISÃO QUE SE MANIFESTA EM TEMPO DE DISCIPLINA

Para os Que se Humilham a Deus

Veja a diferença entre os três capitães do rei Acazias. Os três chamaram Elias de
“homem de Deus”, mas apenas o último expressou o devido respeito ao profeta,
humilhando-se diante do Senhor.
Não há segredo. Em tempo de disciplina, humilhe seu coração. Não adianta
tentar justificar o pecado. Isso é pura perda de tempo. Mais vale se aproximar do
Senhor e dizer: “— Senhor, pequei, mas tenha misericórdia da minha vida.
Restaura o meu coração para que eu seja digno da sua provisão”.
Há duas declarações que identificam as pessoas que não recebem a provisão
do Senhor.
Primeiro, há aqueles que dizem: “— Deus não me abençoará porque eu não
mereço”. Esse comportamento tem um nome: Falsa modéstia. A primeira parte da
declaração é verdade, não merecemos mesmo. Mas a Bíblia nos ensina: “Pedi e dar-
se-vos-á” (Mateus 7:7). Nunca vi um pai alimentar o filho porque este mereceu. A
relação entre pai e filho não é baseada no merecimento, mas no amor.
Deus é Pai. Assim, Ele se alegra em nos abençoar. Todavia, é preciso que nos
humilhemos, que nos arrependamos, reconhecendo os erros que cometemos.
Pense um pouco na história de Esaú e Jacó. A diferença entre eles não era a
qualidade ética. Os dois apresentavam graves distorções de caráter. Esaú vendeu o
direito de primogenitura a Jacó por um prato de lentilhas (Gênesis 25:28-34); Jacó
enganou seu pai, Isaque, no leito de morte (Gênesis 27:1-35). Na verdade, Jacó
somente herdou a bênção de Abraão porque se rendeu ao Senhor.
A verdade é que precisamos nos humilhar diante de Deus e confessar os
nossos pecados. Só assim receberemos a provisão que tanto anelamos.
Mesmo em tempo de disciplina, há aqueles que não deixam de receber a
provisão. Toda vez que Deus trouxe juízo, Ele sempre deixou a porta do
arrependimento entreaberta. Quando Adão e Eva pecaram, Deus tinha que matá-
los. No entanto, Ele sacrificou um cordeiro, vestiu Adão e Eva com a pele do tenro
animal, dando a oportunidade para que eles buscassem a restauração.
Humilhar-se diante de Deus também significa ouvir a voz profética. Se os dois
primeiros capitães tivessem dado atenção à palavra profética de Elias, eles estariam
com toda aquela soberba? Como conseqüência, não teriam experimentado o peso
da mão do Senhor. Temos de abrir o coração para a voz profética, a fim de
ouvirmos o direcionamento celestial.
Quem se humilhar e ouvir a palavra profética experimentará a maravilhosa
provisão do Senhor, a despeito dos problemas sócio-econômicos que assolam a
sociedade moderna.

Para os Que Pedem

A Bíblia afirma que “sem que haja uma palavra na minha língua, ó Senhor, tudo
conheces” (Salmo 139:4). Todavia, a Bíblia também nos exorta: “... sejam as vossas
petições conhecidas diante de Deus” (Filipenses 6:4).
O terceiro capitão não somente se prostrou, reconhecendo que as palavras de
Elias estavam revestidas de poder tanto para a vida quanto para a morte, mas
também suplicou por misericórdia.
Você tem o que você pedir. O capitão pediu, e a provisão veio sobre ele. E o
interessante é que ele tinha uma tarefa a fazer. Temos aprendido que a provisão de
Deus vem sempre no intuito de nos ajudar a cumprir uma tarefa celestial. Aquele
homem deixou de cumprir sua tarefa?
O interessante era que Elias também precisava de provisão. Olha, vida de
profeta não é para qualquer um. Pois é muito mais fácil proclamar uma palavra de
consolo do que uma palavra de disciplina.
Elias era profeta de Deus. E, no encontro dele com o rei, ou morria Acazias,
ou morria Elias. Se a palavra profética não se cumprisse, Elias estaria nas mãos de
Acazias. Mas Elias cumpriu a vontade do Senhor; ele não se deteve pelas possíveis
conseqüências; sua segurança estava em Deus.
Quando Deus lhe der um chamado, siga na direção do Senhor. Não olhe para
trás, nem para frente, nem para os lados, nem para os demônios.
Elias já havia derrotado os profetas de Baal; agora, ele estava enfrentando
Belzebu, o príncipe dos demônios. E pensar que muitos cristãos acreditam que os
demônios não existem. Eles existem sim e são muito mais antigos do que a
humanidade. Eles foram criados muito antes da esfera do tempo. São seres
poderosos, inteligentes, sagazes, que vivem debaixo de autoridade e comando, e
que levam a cabo seus intentos. E até que o Senhor diga que eles devam deixar de
atuar, que sejam amarrados com o seu deus, Lúcifer, eles continuarão instilando o
engano.
“O Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da
fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Timóteo
4:1). Para quem não sabe, a apostasia só pode ser cometida por cristãos, por meio
de mentiras, sofismas, racionalizações, filosofias, por atitudes que descartam a
palavra de Deus.
Satanás tem se fantasiado de “senhor das coisas”, oferecendo aos
desapercebidos discursos loquazes, argumentações lógicas, a fim de inserir na
mente humana os piores enganos. Esteja atento às sutilezas do mal. Não aceite as
ofertas diabólicas. Seja obediente a Deus, e a provisão do Senhor virá mesmo em
tempo de disciplina.
Elias não cumpriu o propósito do Senhor num oásis. No tempo de juízo,
teremos de enfrentar um deserto também. Não obstante, para aqueles que esperam
no Senhor, haverá abundante provisão.
Quando você começar a ouvir rumores de dificuldades, dobre o joelho diante
de Deus, humilhe-se e diga: “— Senhor, os outros eu não sei, quanto a mim, eu e a
minha casa serviremos ao Senhor”. Por certo, não faltará a prosperidade do Senhor
na sua vida.
Quando falo em prosperidade, não estou me referindo apenas a ser bem
sucedido financeiramente. Podemos ter prosperidade em tudo. Por falar nisso, a
palavra prosperidade foi utilizada pela primeira vez na Bíblia, quando Abraão
mandou seu servo buscar uma esposa para Isaque dentre seus familiares, que
habitavam em Padã-Arã. Ou seja, prosperidade bíblica também significa
capacitação para realizar as tarefas que Deus nos propõe.
Mesmo em tempo de disciplina e juízo, Deus provê para os seus. Apenas
dobre os joelhos e clame pelo favor do Senhor. Não aceite palavras de derrota, de
que todo mundo está passando por dificuldades. Você não é todo mundo! Seu
nome está escrito no Livro da Vida. Você é filho de Deus. A autoridade do Senhor
está sobre você. Você é reino e sacerdócio. E o seu Deus não é como Baal-Zebube.
Este tem boca, mas não fala; tem ouvidos, mas não ouve; tem olhos, mas não vê.
Mas a Bíblia diz que Quem fez a boca, fala; que Quem fez os olhos, vê; e que Quem
fez os ouvidos, ouve. Este é o Deus a quem servimos!
Prosperidade é a capacitação para realizar todas as coisas que Deus tem para
nós. Assim, precisamos rejeitar todo sentimento de autocomiseração, de
inferioridade; sentimentos que se camuflam como humildade, mas, na verdade, são
reflexos de feridas na alma.
Precisamos nos humilhar perante Deus, reconhecendo que nada somos, que
não temos capacidade de enfrentar as lutas da vida na nossa própria força.
Precisamos reconhecer que somente Deus é capaz de prosperar o nosso caminho,
de endireitar as nossas veredas, de nos levar ao lugar mais alto, de nos dar vitória,
de nos prover abundantemente, segundo sua riqueza e glória, sejam as nossas
necessidades físicas, emocionais ou espirituais.
Precisamos nos humilhar na presença do Senhor, confessando todo pecado
de rebeldia, de incredulidade, de desânimo. Temos de deixar que a Palavra divida
o nosso espírito e a nossa alma.
Elias não se deteve pelas adversidades. Ele absorveu a visão profética a tal
ponto, que nada pôde impedi-lo de proclamar o conselho do Senhor.
Tenhamos Elias como um exemplo de vida. Quando Deus nos der uma
direção, sigamos sem hesitar, e a maravilhosa provisão virá como correntes
caudalosas, ainda que o mundo esteja sofrendo forte juízo. Amém.

CAPÍTULO SETE
PROVISÃO SOBERANA

1Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu num redemoinho, Elias
partiu de Gilgal com Eliseu.
2Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui; o Senhor me enviou a Betel. Porém

Eliseu disse: Tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te
deixarei. Assim, desceram a Betel.
3Os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de

Eliseu e perguntaram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por
sobre a tua cabeça? Respondeu ele: Sim, eu sei, mas calai-vos.
4Então, Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui. O Senhor me enviou a

Jericó. Porém ele disse: Tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma,
não te deixarei. Assim, foram a Jericó.
5Os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu e

perguntaram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a
tua cabeça? Respondeu ele: Sim, eu sei, mas calai-vos.
6Então, Elias lhe disse: Fica-te aqui; o Senhor me enviou ao Jordão.

Mas ele disse: Tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te
deixarei. Assim, ambos foram juntos.
7Cinqüenta homens dos filhos dos profetas foram e pararam a certa

distância, em frente ao lugar em que ambos haviam parado junto ao


Jordão.
8Então, Elias tomou a sua capa e, dobrando-a, feriu as águas, as

quais se dividiram para os dois lados, e passaram ambos em seco.


9Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres

que te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que haja
porção dobrada de teu espírito sobre mim. 10Respondeu Elias: Coisa
difícil pediste. Se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará;
porém, se não, não se fará.
11Indo eles andando e falando, de repente, um carro de fogo com

cavalos de fogo os separou um do outro, e Elias subiu ao céu num


redemoinho. 12O que vendo Eliseu clamou: Meu pai, meu pai, carros de
Israel e seus cavaleiros! E Eliseu nunca mais o viu. Tomando as suas
vestes, rasgou-as em duas partes. 13Apanhou a capa que caíra de Elias e
voltou e parou à margem do Jordão.
14Então, tomou a capa que caíra de Elias, feriu as águas e disse: Onde

está agora o Senhor, Deus de Elias? Quando feriu as águas, estas se


dividiram para um e outro lado, e Eliseu passou.
15Vendo-o os filhos dos profetas que estavam defronte dele em

Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao


encontro e se prostraram diante dele em terra. 16Disseram-lhe: Com teus
servos, há cinqüenta homens valentes. Deixai-os ir à busca de teu senhor.
Pode ser que o Espírito do Senhor o tenha arrebatado e lançado nalgum
monte ou nalgum vale. Respondeu Eliseu: Não os envieis. 17Mas eles
persistiram com ele, a ponto de aborrecê-lo. Assim lhes disse: Enviai. E
enviaram cinqüenta homens, que o buscaram três dias, porém não o
acharam.
18Quando voltaram para Eliseu, que havia ficado em Jericó, ele lhes

disse: Não vos disse que não fôsseis?


19Os homens da cidade disseram a Eliseu: Como o meu senhor vê,

esta cidade é bem situada, mas as águas são más, e a terra é estéril. 20Disse
ele: Trazei-me uma tigela nova, e ponde nela sal. E eles a trouxeram.
21Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele, dizendo: Assim

diz o Senhor: Sarei estas águas. Jamais causarão morte nem esterilidade.
22Ficaram sãs aquelas águas até o dia de hoje, conforme a palavra que

Eliseu tinha dito.


23Então, subiu dali a Betel. Indo ele pelo caminho, uns rapazinhos

pequenos saíram da cidade e zombavam dele, dizendo: Sobe, calvo! Sobe,


calvo! 24Virando-se ele para trás, viu-os e os amaldiçoou em nome do
Senhor. Então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e
dois daqueles rapazinhos.
25E dali foi para o monte Carmelo, de onde voltou para Samaria.

2 Reis 2

O princípio da provisão de Deus precisa ser compreendido da seguinte maneira:


“Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em
quem não há mudança nem sombra de mudança” (Tiago 1:17). Tudo o que vem de
Deus é bom, e tudo o que é verdadeiramente bom vem de Deus.
O versículo que acabamos de ler apresenta-nos a essência da provisão celeste.
Precisamos entender que o desejo do coração do Pai é dar o melhor para os seus
filhos. E não pense que Deus esteja sujeito às limitações humanas, tais como
problemas financeiros, de saúde, e tantas outras.
Tendo em mente o princípio de que Deus tem prazer em nos abençoar,
podemos voltar ao tema deste capítulo final.
A passagem bíblica que descrevemos no início deste capítulo fala da história
de dois grandes amigos: Elias e Eliseu. O primeiro, um profeta experimentado, que
havia passado por todo tipo de desafio. O segundo, um aprendiz, Eliseu, um jovem
que desejava ardentemente servir a Deus, e que por isso teve o privilégio de andar
com Elias.
Contudo, embora estivesse desfrutando a oportunidade do Senhor, Eliseu
teve de enfrentar um momento de crise. Ele havia recebido de Deus que Elias seria
levado ao céu sem sofrer a morte. E, ainda que Eliseu conhecesse o mundo
espiritual e discernisse a voz de Deus, ele sofria com a questão de ter de liberar o
grande amigo. Tanto é assim que, toda vez que Elias tentava se afastar um pouco,
Eliseu insistia em ir junto.
Até que, no momento oportuno, Elias declarou ao seu discípulo: “Pede-me o
que queres que te faça, antes que seja tomado de ti” (2 Reis 2:9a). Ao que Eliseu
respondeu: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (2 Reis
2:9b).
Elias, porém, sabendo que o desejo espiritual de Eliseu dependia da aprovação
do Senhor, disse: “Se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se
não, não se fará” (2 Reis 2:10).
E, finalmente, Deus permitiu que aquele momento acontecesse. Elias foi
tomado ao céu, deixando cair sua capa. Eliseu pegou a capa de Elias e iniciou seu
ministério realizando o último feito de Elias: abrir o rio Jordão.
Nesta história final da vida de Elias, aprendi que a provisão do Senhor é
soberana. E eu gostaria muito de compartilhar essa verdade com você.
Para que entendamos que a provisão do Senhor é soberana, em primeiro lugar,
temos de ter consciência que Deus possui todas as coisas. É por isso que Ele pode
dar a quem quiser, da maneira como quiser.
Por mais que tenhamos capacidade de realização, somos extremamente
limitados. Não podemos resolver os nossos problemas nem os problemas das
pessoas que amamos. Mas Deus pode. Ele conhece os anseios, os sonhos e as
limitações de cada um de nós.

DEUS É SENHOR DO TEMPO

1Quando o Senhor estava para tomar Elias...


2 Reis 2

O tempo em que Elias seria tomado ao céu se aproximava. Elias passaria por uma
experiência, simplesmente, indescritível: o arrebatamento. No entanto, ele teve de
esperar o tempo de Deus.
De fato, não há como negar que Deus controla o tempo. Nós é que, muitas
vezes, somos intempestivos, agimos fora de hora. Mas Deus não atrasa nem
tampouco se deixa dominar pelo sentimento de ansiedade. O Senhor sabe esperar o
tempo certo.
A bênção de que você necessita já está no coração de Deus. Todavia, essa
bênção somente se tornará realidade no momento oportuno, ou seja, no momento
de Deus.
Eu tive de aprender o princípio de que Deus é Senhor do tempo por meio de
uma experiência dolorosa, mas muito preciosa.
No dia 14 de dezembro de 1892, nasceu na Itália, na Calábria, um homem
chamado Salvador Carnevalli, meu avô. Ele veio muito cedo para o Brasil. Desde
que chegou nesta terra, meu avô lutou e trabalhou muito, e teve a oportunidade de
se casar e de gerar duas filhas, uma delas a minha querida mamãe, Rosa Carnevalli.
Cento e dez anos depois, no mesmo dia 14 de dezembro, o Senhor decidiu
levar minha mãe ao céu.
Fiquei pensando como somos efêmeros, fugazes, passageiros. Ainda que
sintamos que somos absolutos, todos estamos limitados pelo tempo. E o Deus que é
Senhor do tempo decidiu dar a vida a um homem no mesmo dia em que decidiu
levar a vida da filha dele. Coincidência? Prefiro chamar de capricho de Deus.
Deus controla os nossos dias. Eu não sei o dia em que partirei para a glória
nem quantos anos viverei, mas Deus sabe. E este tempo que Deus nos concedeu
para que possamos viver, amar, construir e conquistar é o mesmo tempo que temos
para conhecê-lo profundamente.
Assim como fez com Eliseu, Deus me avisou que minha mãe seria levada ao
céu. Alguns dias antes, diante do piano, ao contemplar a chuva forte que caia no
quintal da minha casa, senti-me movido pelo Espírito a compor uma canção.
Gostaria de lhe mostrar a letra para que você entenda que Deus estava me
avisando que levaria minha mãe.

“Olho a chuva da janela


Foi-se o temporal
Cai chuvinha, molha a terra
Infância no quintal
Privo da saudade
Das cantigas de Natal
Da família reunida
Lembrança especial
Dos sorrisos, do afeto
Do amor real
Graça, doce graça divinal
Árvores frondosas
Goiabeiras, mangueirais
Deram-me seus frutos
Sua sombra, sua paz
Vida bela, vida minha
Breve, tão fugaz
Névoa da manhã que se desfaz
Vida e morte, noite e dia
Tempo que se vai
Tão distante o menino
Hoje já sou pai
Prossigo para Deus”

Na mesma hora, lembrei-me da minha infância em Olímpia, do meu pai, da


minha mãe, da família reunida. Depois de relembrar meu passado, liguei para
minha mãe e disse: “— Mãe, escuta o que eu fiz”. Ela respondeu: “— Filho, que
lindo! Cante no Natal”.
Um dia antes, eu estava com uma tristeza tão profunda na alma, e a minha
mãe nem mesmo estava doente. Naquela madrugada, o Senhor me acordou, e eu
soube que alguma coisa aconteceria. Senti um anelo profundo de me consagrar a
Deus. Meditei em como a vida é passageira.
Na manhã seguinte, o Senhor levou minha mamãe.
Deus é Senhor do tempo, querido leitor. Certamente, você tem anelos no
coração, que são legítimos, que são de Deus para sua vida, mas que somente
acontecerão no tempo certo. Por isso, precisamos desenvolver um relacionamento
com Deus de confiança, para que saibamos esperar o momento oportuno. Deus é
bom, Ele é provedor. E toda boa dádiva, todo dom perfeito vem dele, porém no
tempo dele.
Todas as respostas de nossas orações já estão nas mãos do Senhor. Entretanto,
Ele espera que tenhamos uma fé singela para crer, confiar e esperar.

DEUS É SENHOR DAS DIMENSÕES

Elias e Eliseu, dois homens tão amigos, dois profetas. Eliseu tinha o futuro pela
frente na dimensão terrena, Elias se preparava para ingressar na dimensão
espiritual, na vida eterna.
O que vemos, tocamos, discernimos, tangemos, é bem menos real do que o
mundo espiritual que não vemos.
“Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu...” (2 Reis 2:1). Esse
versículo nos ensina que Deus é Senhor tanto da dimensão física quanto da
dimensão espiritual, tanto do visível quanto do invisível, tanto do temporal quanto
do eterno.
Decerto, não sei quais são as lutas que você está enfrentando neste momento, e
em que nível isso se dá, se no nível físico, emocional ou espiritual. No entanto, de
uma coisa tenho plena convicção, a provisão do Senhor corresponderá a todas as
suas necessidades, quer sejam na alma, quer sejam no espírito. Deus domina todas
as dimensões que nos envolvem. Por isso, podemos descansar na certeza de que a
maravilhosa provisão do Senhor nos sustentará em todos os momentos.

DEUS É SENHOR DAS PESSOAS

Elias e Eliseu. Um, o mestre; o outro, o aprendiz. Um, a caminho da eternidade; o


outro, com toda a vida pela frente; um, representando os que sonham com o
mundo vindouro; o outro, representando os que ambicionam a vida.
As pessoas trilham caminhos divergentes, às vezes. Enquanto uns acabaram
de nascer, outros foram tomados ao céu. Mas todos, sem exceção, são como crianças
diante de Deus. O Senhor havia escrito desde a eternidade, soberanamente, o dia
que nos concederia a vida e o dia que nos tomaria ao céu.
Portanto, o nosso Deus não pode ser pressionado pelas circunstâncias, pelas
adversidades, pelos inimigos. Para o Deus que nos ama, basta uma palavra, um
sopro, e o inimigo será destruído. Todavia, algumas vezes, Ele mesmo permite que
passemos por aflições, a fim de que sejamos amadurecidos e aprendamos a confiar
nele a despeito das derrotas.
A meu ver, as vitórias não constituem a melhor fonte de ensino. Embora
anelemos desfrutar o prazer da vitória, a lição de vida vem principalmente pelas
lutas e derrotas.

DEUS É PROVEDOR DE TODAS AS COISAS

O Deus Que Provê os Obstáculos

Deus provê todas as coisas, inclusive os obstáculos. E foi isso mesmo o que Elias e
Eliseu receberam do Senhor como primeira provisão: um grande obstáculo. Deus os
enviara a Betel, porém havia o rio Jordão como contratempo. Quando o Senhor nos
envia a um lugar de bênçãos, não faltarão obstáculos pelo caminho.
Antes de Betel — que significa casa de Deus —, havia um Jordão para
atravessar. Não são poucas vezes que temos a idéia equivocada de que a provisão
vem apenas para nos dar vitória sobre determinado problema. Não se esqueça de
que não existe vitória sem luta. Não existe desenvolvimento sem obstáculos.
Assim, Deus permite os obstáculos para que possamos ter vitórias. Sem
obstáculos não há vitórias. Entretanto, ainda há muitos cristãos orando
incansavelmente para que Deus os livre de todos os obstáculos. Eles não
conseguem compreender que Deus é quem dispõe as barreiras. E, se Ele dispõe as
barreiras, há uma finalidade para isso. Ele deseja forjar o nosso caráter, adestrar
cada uma de nossas atitudes. Só assim alcançaremos a experiência que leva à
vitória.

O Deus Que Provê os Instrumentos

Além de dispor os obstáculos, Deus provê também os instrumentos.


Elias iria para o céu, Eliseu, para Betel. Interessante, um indo para a Betel
celestial, e o outro, para a Betel terrestre. Coincidência? Para Elias Deus proveu
uma carruagem, para Eliseu, uma capa.
Não importa em qual dimensão esteja sua provisão, na dimensão física ou
espiritual; porque Deus providenciará o instrumento através do qual esta provisão
se manifestará na sua vida.
Elias, a exemplo de Enoque, foi arrebatado. Assim, acredito que ele também
prefigure a Igreja, que um dia também será tomada ao céu, a fim de se encontrar
com o Senhor Jesus nas nuvens.
Mas, enquanto isso não acontece, ou seja, enquanto não caminhamos para a
Betel celestial, devemos continuar a buscar a face do Senhor na Betel terrestre, a
Igreja.
Da mesma forma que o Senhor proveu a carruagem para Elias, Ele proveu a
capa para Eliseu. Deus sempre terá uma capa para que você atravesse o “Jordão” e
alcance o lugar onde Ele revelará ao mundo a sua existência. E, ainda que os
homens não creiam, você será instrumento para que as pessoas vejam que existe
um Deus verdadeiro, que se relaciona com seus filhos, que mostra direções seguras.
O Deus Que Provê o Chamado

Quando Elias disse a Eliseu: “Pede-me o que queres que te faça” (2 Reis 2:9), Eliseu
não pensou duas vezes para responder: “Peço-te que haja porção dobrada de teu
espírito sobre mim” (Id). O linguajar usado por Eliseu — “porção dobrada de teu
espírito” —, no Hebraico, tem um sentido bem distinto do sentido proposto pela
Língua Portuguesa. Eliseu não estava pedindo que o espírito de Elias entrasse nele,
não era isso. Na verdade, o que Eliseu queria era desenvolver a mesma vocação
espiritual de Elias.
Eliseu bem sabia que, se o chamado do Senhor não estivesse claramente
definido na sua vida, ele não conseguiria ir adiante. De fato, ninguém será bem
sucedido sem descobrir sua verdadeira vocação.
Infelizmente, a maioria dos cristãos que vivem clamando por bênçãos não sabe
discernir sua própria vocação. Vivem à margem do propósito divino; pensam que a
vida cristã se resume em buscar e receber bênçãos. Por certo, a atitude de buscar as
bênçãos do Senhor faz parte da vida cristã, porém isso não é tudo.
Deus tem uma vocação para cada um de nós. E, somente alcançaremos êxito
espiritual, quando descobrirmos essa vocação. Quando passarmos a entender a
razão para a qual existimos, tendo o desejo de alcançar esse propósito, nossas vidas
entrarão numa nova dimensão.
Eliseu tinha plena convicção do seu chamado. Tanto é assim que ele não
deixou Elias sozinho em momento algum. Ele estava decidido a seguir sua vocação
até as últimas conseqüências. Elias quis ir sozinho a Betel, mas Eliseu não o deixou;
Elias quis ir sozinho a Jericó, mas Eliseu não o deixou; Elias quis ir sozinho ao
Jordão, mas Eliseu não o deixou. Isso é que é perseverança no chamado!
Você quer perseguir sua vocação até o fim? Então, não se junte àqueles que
querem a provisão, mas não sabem o que querem da vida cristã!
Eliseu nos transmite um ensinamento precioso. Ele, um aprendiz, juntou-se a
um homem experiente, para receber a unção, a habilidade profética.
Deus dá àquele que busca, àquele que sabe a razão da sua existência. Se você
ainda não tem convicção da sua vocação, sinto ter de informá-lo que você viverá
uma vida cristã diminuta. Não obstante, se você buscar e descobrir o que Deus
planejou para sua vida, tudo o que vier às suas mãos será feito com excelência.
É isto o que a Igreja contemporânea precisa, de homens e mulheres que
conheçam a sua vocação, que tenham visão de reino, que balizem a vida em função
de uma vocação. E a palavra de Deus declara que “os dons e a vocação de Deus são
irrevogáveis” (Romanos 11:29).
Precisamos descobrir nossa vocação, pois ela nos conduzirá a “Betel”. E Betel
representa a presença viva de Jesus. Muitas pessoas afirmam que a presença de
Deus não pode se manifestar em alguns lugares, como na Política, por exemplo.
Olha, por meio de cristãos que têm consciência do seu chamado, Deus pode sim se
manifestar em todos os lugares. Pode se manifestar na Política, no Futebol, na Arte;
só depende de nós, cristãos, assumirmos a vocação do Senhor. E, quando Deus
estiver em todos os lugares, as pessoas tornar-se-ão mais sensíveis às necessidades
do próximo, sendo instrumentos de Deus para mudar o sentido da vida no mundo.
Assim, não devemos pedir a Deus a provisão financeira apenas. Devemos
também buscar direção para nossa vida. Para que Deus nos criou? Tenho plena
certeza de que somos “sui generis” para o Senhor. Somos únicos. Da mesma forma,
Deus tem vocações únicas. O que Deus planejou para minha vida somente eu posso
realizar.
E imagine quando todos os cristãos descobrirem sua vocação! Quando
encontrarmos um obstáculo, não nos entregaremos a murmurações, mas agiremos
segundo o conselho do Senhor; agiremos com perseverança, como o fez Eliseu.

O Deus Que Provê as Oportunidades

Para que Eliseu recebesse unção dobrada, ele teria de ver Elias sendo arrebatado.
Eliseu contemplou Elias sendo tomado ao céu ou não? Assim, Deus proveu a
oportunidade que Eliseu tanto esperava.
Estou certo de que Deus preparará as oportunidades para os que têm
convicção da sua vocação. Por isso, não tenha medo de abrir o coração diante de
Deus e clamar pelas oportunidades.
Agora, não tente preparar oportunidades por conta própria. Deixe que o
Senhor abra as portas. Pois, enquanto nossa vocação for dirigida por atitudes
precipitadas, não glorificaremos a Deus. Precisamos depender do Senhor em tudo,
principalmente, no que diz respeito a oportunidades.
Também não podemos sustentar uma vocação por meio de dons naturais. Ora,
a vocação de Deus traz consigo toda a unção que precisamos para servir ao Senhor
em excelência. Somos apenas instrumentos. E, agindo como instrumentos,
potencializaremos o poder de Deus na nossa vida e não correremos o risco de
cobiçar a glória que somente a Deus pertence. Sei que você já sabe, mas vale a pena
relembrar: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! A minha glória a outrem não a
darei” (Isaías 42:8a).
Definitivamente, Deus não está subjacente às nossas capacidades. Deus está
muito além daquilo que entendemos. Minha visão filosófica de Deus não tem valor
diante de toda a sua glória.
Deus quer abrir os nossos olhos. Ele quer nos dar a capacidade de sonhar, de
lutar, de superar os obstáculos. Pois Ele proverá as oportunidades que nos levarão
ao centro de sua vontade.

O Deus Que Provê os Destinos

Deus já escreveu a história de cada um de nós. Você crê nisso? No entanto,


deparamos com mais um paradoxo. Se Deus já estabeleceu minha história, então,
por que tenho de descobrir minha vocação? Justamente, para que eu esteja no
centro da vontade do Senhor. Por isso, Ele provê os destinos.
Deus fez com que os destinos de Elias e de Eliseu se cruzassem. Agora, esses
mesmos destinos tomariam rumos diferentes. Elias partiria para a Betel celestial;
Eliseu, para a Betel terrestre.
O que mais me impressiona neste paralelo de destinos é que a presença de
Deus nos seguirá para onde caminharmos. Nosso destino é Betel, mas Betel não é
um lugar específico. A presença de Deus se manifestará onde você estiver, isso se
Cristo for Senhor da sua vida, vale dizer. Assim, Betel pode ser uma empresa, uma
escola, um quarto, um parque... Afinal, somos templo do Espírito Santo (1 Coríntios
3:16).
A razão porque a bênção de Deus nos acompanhará não está no mérito
pessoal. A provisão do Senhor não é meritória. O amor de pai e mãe é o que mais se
aproxima do amor divinal. Porque o amor que se dedica a outras pessoas, às vezes,
torna-se condicional. O amor que permeia os relacionamentos interpessoais sempre
se manifesta numa base de troca, embora alguns não concordem com isso.
Quem é pai, porém, ama os seus filhos de graça. O amor de Deus também é
assim, incondicional. E o que Deus tem para você — quer seja você um Elias ou um
Eliseu, quer esteja você no começo da vida ou na curva descendente — é Betel, a
presença de Deus!
Deus estará onde você estiver, querido leitor. Não importa qual seja seu estado
espiritual, Deus o ama. E o destino que Ele preparou para você é Betel.

DEUS É REALIZADOR DE TODAS AS COISAS

No mesmo instante em que Elias fora trasladado ao céu por um carro de fogo, tanto
sua capa quanto suas demais vestes caíram perto de Eliseu, que estava
deslumbrado com aquele momento.
Talvez, você esteja imaginando: “Por que caíram as roupas de Elias?” Simples.
Ao ser trasladado, Elias teve seu corpo transfigurado. Ele mudou de dimensão;
deixou o mundo físico e entrou no mundo espiritual. Seu corpo, portanto, tornou-se
translúcido e atravessou as vestes, da mesma forma que Jesus atravessou os lençóis
no momento da ressurreição.
Mesmo fascinado, Eliseu logo tomou a capa que caíra de Elias. E, quando
chegou diante do rio Jordão — o mesmo Jordão em que ele estivera momentos
antes com Elias —, ele feriu as águas com a capa. E as águas se abriram!
Naquele momento, Eliseu experimentava o poder de realização do Senhor.
Deus realiza todas as coisas na vida daqueles que o invocam. Eliseu chegou diante
do Jordão e disse: “Onde está agora o Senhor, Deus de Elias?” (2 Reis 2:14).
Quantos podem dizer a Deus: “— Onde está agora o Senhor, o Deus de Elias?”
Deus somente agirá na vida de quem o invocar. “Buscar-me-eis e me achareis,
quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29:13). “De todo o
coração” significa buscar como Jacó, que não largou o anjo do Senhor enquanto este
não o abençoou.
Há muitos cristãos vivendo medianamente. Num dia se entristecem, no outro
se alegram; num dia choram, no outro sorriem; num dia crêem, no outro descrêem.
Nossos sentimentos são opostos, muitas vezes.
Entretanto, não são pelos sentimentos que o Senhor age na nossa vida. Não
temos que sentir para Deus agir. O que sentimos pouco importa. Deus não quer que
o busquemos quando sentirmos; Ele espera que o busquemos a toda hora, sob
quaisquer circunstâncias. Quem invocar o Senhor de todo o coração desfrutará a
maravilhosa provisão.
Tenho de ressaltar também que, embora Deus realize todas as coisas para os
que crêem, precisamos tomar a iniciativa. Logo depois de questionar o Senhor,
Eliseu feriu as águas do Jordão com a capa que fora de Elias.
Isso significa que precisamos tomar a iniciativa para realizar o que Deus pôs
no nosso coração. Ninguém se torna um grande empresário se não estiver disposto
a correr riscos. Quando estudamos a vida dos grandes homens de negócio,
percebemos que a maioria deles passou por um grave problema financeiro.
Todavia, nenhum deles deixou de ter iniciativa, de ter uma visão empresarial acima
do seu tempo.
Agora, se isso vale para o empresariado, não valerá para aquele que busca o
Deus Vivo? Ora, lute por aquilo que Deus pôs no seu coração!
O Presidente Luís Inácio Lula da Silva é um exemplo vivo desse princípio. A
vida desse homem é impressionante.
De torneiro mecânico a Presidente do Brasil. Mas não foi assim tão simples.
Durante vinte anos, Lula sonhou com a presidência, porém não foi bem sucedido
em nenhuma das eleições presidenciais que disputou. Mesmo assim, ele não
desistiu do sonho que ardia em seu coração.
Lula lutou, lutou e, finalmente, em 2002, venceu. E venceu, vale dizer, porque
em momento algum desacreditou da visão que carregava no peito. Esse exemplo de
perseverança — não há como negar — ele deixou para todos nós.
Se os cristãos tivessem a capacidade de crer como o Presidente Lula, que,
mesmo sem dispor dos padrões de intelectualidade, convenceu toda uma nação, a
história da Igreja no Brasil seria bem diferente.
Por onde Lula passava, seus ideais mexiam com o coração das pessoas. Se
acreditarmos naquilo que está fervendo no nosso coração, acontecerá. Porque a
maioria das massas não tem rumo, não sabe o que quer da vida.
Contudo, Deus espera que tenhamos a capacidade de crer para usar a capa —
que representa os instrumentos que Deus nos concede — para abrir o Jordão — que
representa os obstáculos que tentam impedir a provisão do Senhor.
Deus também realiza todas as coisas para aqueles que recebem a unção.
Quando Eliseu atravessou o Jordão, imediatamente, outros profetas começaram a
dizer: “O espírito de Elias repousa sobre Eliseu” (2 Reis 2:15), reconhecendo em
Eliseu a capacidade espiritual de Elias.

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