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Fundamentos Eletr
Fundamentos Eletr
Fundamentos de eletroeletrônica
Fundamentos de eletroeletrônica
02
ÍNDICE
Introdução 07
Fundamentos de eletricidade 08
Teoria atômica 09
Eletricidade estática 13
Campo elétrico 15
Eletricidade dinâmica 17
Circuito elétrico 24
Lei de OHM 26
Associação de resistores 29
Associação em série 29
Associação em paralelo 31
Associação mista 35
Trabalho elétrico 38
Potência elétrica 39
Capacitor 41
Capacitância 42
Carga armazenada 43
Tipos de capacitores 44
Magnetismo 45
Eletromagnetismo 49
Relé 51
Transformador 55
Amperímetro 59
Voltímetro 60
Ohmímetro 60
Multímetro 61
A fonte de energia 62
Bateria 63
Eletrólito (solução) 70
Funcionamento da bateria 72
Processo de descarga 73
Processo de recarga 76
Autodescarga da bateria 79
Nível do eletrólito 81
Parâmetros principais 82
Tensão (volts) 82
Princípio de Peukert 84
Recarga da bateria 85
Testes 88
Cuidados gerais/Diagnóstico 92
Diagnóstico de incovenientes 95
Manutenção e manuseio de baterias 95
Veículos em estoque 95
Tensão superficial 96
Recarga 96
Sistema de partida 98
Motor de partida 99
Diagnóstico 116
Alternador 120
Introdução
Este é mais um módulo do nosso estudo sobre os sistemas eletroeletrônicos dos veículos FIAT.
Aqui iremos rever alguns conceitos básicos da eletricidade, que serão importantes para a com-
preensão dos outros temas.
Depois veremos os assuntos “bateria” e “motor de partida”, que compõem o sistema de partida,
além de “alternador” e “sistemas de ignição”.
Boa leitura!
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Fundamentos de eletroeletrônica
Fundamentos de eletricidade
08
Fundamentos de eletroeletrônica
Teoria atômica
Apesar de percebermos os efeitos dos fenômenos elétricos, muitos deles não podem ser visualiza-
dos.
Por exemplo: a corrente elétrica não pode ser vista, no entanto podemos sentir seus efeitos, como
o choque elétrico, ou ver uma lâmpada acendendo, um motor girando, etc.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Matéria:
Molécula:
Átomo:
Exemplos:
• átomo do elemento hidrogênio (H);
• átomo do elemento oxigênio (O).
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Fundamentos de eletroeletrônica
O núcleo é formado por dois tipos de partículas atômicas: os prótons, que têm carga elétrica
positiva, e os nêutrons, que não possuem carga elétrica.
Na eletrosfera se localizam os elétrons, partículas com carga elétrica negativa, que giram em
órbitas elípticas ao redor do núcleo.
eletrosfera
elétron
nêutron
próton
núcleo
(prótons e nêutrons)
elétron
As cargas negativas dos elétrons são atraídas pelo núcleo, que tem carga positiva devido aos
prótons. Essa atração compensa a força centrífuga que tende a afastar os elétrons do núcleo.
Dessa forma, os elétrons mantêm o seu movimento ao redor do núcleo.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Os elétrons da camada mais externa da eletrosfera, a camada de valência, são atraídos pelo
núcleo com intensidade menor. Uma força externa pode fazer com que o átomo perca ou ganhe
um ou mais elétrons dessa camada, tornando-se um íon.
Os que têm até 3 elétrons nessa camada possuem maior facilidade em perder elétrons.
Nos átomos dos condutores, os elétrons da camada de valência se deslocam livremente entre
os átomos do material, “saltando” de um átomo a outro desordenadamente. São os chamados
elétrons livres. Devido à sua presença, esses materiais permitem facilmente a passagem de uma
corrente elétrica.
Como exemplo de condutores, podemos citar os metais como o cobre, o alumínio, o ouro, e
algumas soluções iônicas, como sais e ácidos.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Os materiais isolantes se constituem de átomos que têm 5 ou mais elétrons na última camada,
e têm mais facilidade de ganhar elétrons. Esses materiais quase não possuem elétrons livres,
portanto oferecem grande oposição à passagem da corrente elétrica.
Eletricidade estática
A eletricidade é o conjunto dos fenômenos que envolvem as cargas elétricas, estejam elas em
repouso ou em movimento. Quando se trata de cargas em repouso, chamamos de eletricidade
estática.
De acordo com esse princípio, as cargas elétricas se apresentam em dois tipos, as positivas e as
negativas. As cargas de sinais diferentes se atraem e as cargas de mesmo sinal se repelem (Lei
de Du Fay).
A eletrização dos corpos é um dos fenômenos da eletricidade estática. Por meio da eletrização
um corpo pode adquirir carga elétrica positiva (ficando com falta de elétrons) ou negativa (fican-
do com excesso de elétrons).
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Fundamentos de eletroeletrônica
• Atrito. Se atritarmos um vidro com um pedaço de lã, o vidro adquire carga positiva, pois
cede elétrons para a lã, que por sua vez fica carregada negativamente. Borracha atritada
com lã recebe elétrons, adquirindo carga negativa.
• Calor. Uma diferença de potencial elétrico pode ser gerada em um termopar, uma vez que
a uma variação de temperatura na junção de dois metais está associada uma tensão elétrica
(termoeletricidade).
• Luz. Uma célula solar transforma energia luminosa em energia elétrica (fotoeletricidade).
• Vibração. Uma compressão entre as faces de um cristal piezoelétrico, como o quartzo, cria
uma diferença de potencial elétrico entre elas (piezoeletricidade).
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Fundamentos de eletroeletrônica
Campo elétrico
A idéia de campo elétrico surgiu em 1820, com Michael Faraday, que considerava que uma
carga elétrica criava uma alteração no espaço ao seu redor.
O campo elétrico ao redor de cargas elétricas ou de corpos eletrizados exerce influência sobre
outras cargas colocadas em sua área de ação, fazendo surgir forças que atuarão nessas cargas.
Pode-se representar o campo elétrico ao redor de cargas puntuais por meio de linhas de força.
Estas linhas têm a direção e o sentido da força que age em uma carga de prova positiva coloca-
da no campo elétrico gerado pela carga puntual.
Veja a representação das linhas de força dos campos elétricos gerados por uma carga puntual
positiva e uma negativa.
+ q+
F
+ q+ F
Q+ Q-
15
Fundamentos de eletroeletrônica
Agora, veja a interação entre os campos de duas cargas puntuais de sinais contrários colocadas
lado a lado. Observe a diferença para duas cargas de mesmo sinal.
Q+ Q- Q+ Q+
Você pode observar que as linhas de força comprovam a Lei de Du Fay, ou seja, cargas de
sinais contrários se atraem, e cargas de mesmo sinal se repelem.
Entre duas placas carregadas, uma positivamente e outra negativamente, cria-se um campo elétri-
co uniforme, cuja intensidade é igual em qualquer ponto.
Este campo elétrico concentra energia, pois é capaz de realizar trabalho, provocando o deslo-
camento de uma carga colocada em sua área de ação. A energia armazenada em forma de
campo elétrico é o princípio em que se baseou a criação do capacitor.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Eletricidade dinâmica
Inicialmente, vejamos o significado de algumas grandezas elétricas principais, que são de gran-
de importância para a compreensão dos demais assuntos da apostila.
Se dois corpos têm quantidades diferentes de carga, e portanto potenciais diferentes, há entre
eles uma diferença de potencial.
A tensão elétrica é a diferença de potencial entre dois corpos ou dois pontos distintos de um
circuito elétrico.
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Fundamentos de eletroeletrônica
A tensão que alimenta os circuitos das residências pode ser normalmente de 127 V ou 220 V.
elétrons
18
Fundamentos de eletroeletrônica
Assim, a corrente elétrica é o fluxo orientado de elétrons através de um condutor, quando subme-
tido a uma diferença de potencial.
A intensidade de corrente é dada pela quantidade de elétrons que passa através do condutor em
determinado tempo (dado em segundos).
A fórmula matemática é:
I=Q
t
Como essa quantidade de elétrons é sempre muito grande, criou-se a unidade de carga elétrica,
o Coulomb (C).
1A = 1C
s
Por exemplo, se em um circuito está circulando uma corrente de 3 A, significa que estão passan-
do 3 Coulombs por segundo. Se 1 coulomb é igual a 6,28 x 1018 elétrons, em cada segundo
passarão pelo fio 18,84 x 1018 elétrons.
A corrente elétrica, assim como a tensão elétrica, pode ser de dois tipos:
• Contínua
• Alternada
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Fundamentos de eletroeletrônica
Tensão contínua é aquela que não sofre variação de polaridade ao longo do tempo. Assim, a
corrente elétrica também terá sempre o mesmo sentido, sendo chamada de corrente contínua.
São exemplos de fontes de tensão contínua a pilha e a bateria automotiva.
V
Tensão
t
Tempo
A tensão alternada varia periodicamente sua polaridade, invertendo o sentido da corrente elétri-
ca ao longo do tempo.
V
Tensão
t
Tempo
Obs.: O tipo de corrente depende diretamente de sua fonte de tensão. Se a tensão é contínua a
corrente também é contínua. Se a tensão é alternada, a corrente aplicada também será
alternada.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Um condutor ideal é aquele cuja resistência é desprezível. Caso a resistência seja considerável,
ele recebe o nome de resistor.
Resistor
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Fundamentos de eletroeletrônica
B. Área da seção transversal: quanto maior a área, menor a resistência elétrica do material.
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Fundamentos de eletroeletrônica
D. Temperatura: para a maioria dos materiais, a resistência elétrica aumenta à medida que a
temperatura aumenta.
R=.l
A
Resistividade (a 20°C)
Cobre 1,77 x 10-8 .m
Alumínio 2,83 x 10-8 .m
Bismuto 119 x 10-8 .m
Prata 1,63 x 10-8 .m
Níquel 7,77 x 10-8 .m
Nicrome 99,5 x 10-8 .m
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Fundamentos de eletroeletrônica
Condutividade (%)
Cobre (padrão) 100%
Alumínio 65%
Antimônio 4.11%
Cádimo 22.7%
Cobalto 27.4%
Constantan 4.01%
Cromo 12.2%
Ouro 73.4%
Ferro 17.75%
Manganina 3.62%
Mercúrio 1.8%
Nicrome 1.72%
Prata 106.4%
Ródio 36.4%
Tungstênio 31.4%
Zinco 29.1%
Circuito elétrico
Um circuito elétrico elementar é composto de uma fonte de energia, de um consumidor de ener-
gia (carga) e de condutores, que fecham o caminho que a corrente irá percorrer.
Fonte
Condutores
Carga
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Fundamentos de eletroeletrônica
Para compreender melhor, veja no quadro abaixo uma analogia entre um circuito elétrico e um
circuito hidráulico.
Obs.: Nos circuitos eletroeletrônicos automotivos sempre deve aparecer o símbolo de terra, co-
nectado ao pólo negativo da fonte. Ele serve de referência para medição de tensão e representa
o potencial de “0 Volt”.
A seguir vamos ver a Lei de Ohm, uma importante ferramenta para calcular os parâmetros de um
circuito elétrico.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Lei de OHM
Estudando as relações entre a diferença de potencial aplicada a um condutor e a corrente pro-
duzida neste, o cientista George Simon Ohm formulou uma lei simples, mas de grande aplicação
no estudo da eletroeletrônica.
A Lei de Ohm diz que a corrente elétrica é diretamente proporcional à tensão, e inversamente
proporcional à resistência elétrica. Sua fórmula matemática é:
I=V
R
Onde: I = intensidade de corrente (A)
V = tensão (V)
R = resistência ()
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Fundamentos de eletroeletrônica
Tampe com a mão a grandeza que você quer conhecer, e ficará visível no triângulo a operação
que você deve fazer para encontrar o valor desconhecido.
Exemplo: se você quer saber a tensão, tampe a letra “V”. Você vai ver no triângulo que deve
multiplicar “R x I”.
Para encontrar a resistência, tampe a letra “R” e o triângulo irá mostrar que basta dividir “V” por
“I”.
+
V = 12 V
R = 600 Ω
_
I = V/R I = 12 V I = 0,02 A ou 20 mA
600
B. Cálculo da tensão
A tensão na carga é igual à tensão fornecida pela fonte, o que é lógico, pois existe apenas um
consumidor.
27
Fundamentos de eletroeletrônica
Nos circuitos elétricos, a corrente elétrica circula do pólo negativo para o positivo. Este é o cha-
mado sentido real da corrente elétrica.
Entretanto, durante muitos anos se pensou que a corrente fluía do positivo para o negativo. Este
é o sentido convencional da corrente, que até hoje é utilizado nos livros e trabalhos técnicos
para representar o sentido da corrente nos circuitos elétricos.
Os valores das grandezas elétricas são, muitas vezes, muito grandes ou muito pequenos, dificul-
tando os cálculos. Devido a isso, são muito utilizados os múltiplos e submúltiplos das unidades
de medida.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Múltiplos
Símbolo Fator multiplicador Multiplicar o valor por:
Tera (T) x 1012 1 000 000 000 000
Giga (G) x 10 9
1 000 000 000
Mega (M) x 10 6
1 000 000
Quilo (k) x 10 3
1 000
Submúltiplos
Símbolo Fator multiplicador Multiplicar o valor por:
mili (m) x 10-3 0,001
micro () x 10-6 0,000 001
nano (n) x 10-9 0,000 000 001
pico (p) x 10 -12
0,000 000 000 001
Exemplos:
15 k = 15 x 103 = 15 000
4 mA = 4 x 10-3 A = 0,004 A
Agora, vamos ver como as cargas podem ser associadas nos circuitos elétricos.
Associação de resistores
As diversas cargas dos circuitos elétricos podem estar associadas entre si de três formas diferen-
tes: em série, em paralelo ou em série-paralelo (associação mista).
Com o objetivo de simplificar os cálculos dos parâmetros elétricos dos circuitos, transforma-se os
valores das resistências em uma resistência equivalente.
Associação em série
Nesse tipo de circuito os componentes são dependentes uns dos outros, isto é, se um deles se
abrir, os outros deixam de funcionar.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Características:
Resistência Equivalente:
Rt = R1 + R2 + R3 + … + Rn
Corrente do circuito:
It = I1 = I2 = I3 = … = In
Tensão:
De acordo com a 2ª Lei de Kirchhoff, a soma das tensões nos resistores é igual à tensão da
fonte.
Vt = V1 + V2 + V3 + … + Vn
Exemplo: no circuito abaixo, calcular a resistência equivalente (Rt), a corrente que circula no
circuito (It), e as tensões em cada um dos resistores. (V1 e V2).
R1 = 3kΩ
R2 = 2kΩ V1
V
Vt = 12V
A R1 B
+
Vt
_
C
R2
V
V2
Solução:
A. Rt = R1+ R2
Rt = 3 k + 2 k = 5 k
B. It = Vt / Rt
It = 12 V / 5000
It = 0,0024 A = 2,4 mA
C. V1 = It . R1
V1 = 0,0024 A . 3000 = 7,2 V
D. V2 = It . R2
V2 = 0,0024 A . 2000 = 4,8 V
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Fundamentos de eletroeletrônica
Assim, V1 = VAB
Outra forma de encontrar VAB é usando a fórmula: VAB = VA - VB onde VA é o potencial do ponto
A, e VB é o potencial do ponto B.
Para medir o potencial de um ponto, usa-se como referencial o “terra” (ligado ao pólo negativo
da bateria), que tem potencial de 0 V.
A. VAB = VA - VB...
VA = 12 V
VAB = V1 = 7,2 V
B. VBC = VB - VC
VB = 4,8 V
Associação em paralelo
Nos circuitos desse tipo, cada componente tem o funcionamento independente dos demais, ou
seja, se um deles se abrir, os demais continuam funcionando normalmente.
Característica:
Resistência Equivalente:
1=1+1+1+…+1
Rt R1 R2 R3 Rn
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Fundamentos de eletroeletrônica
Casos especiais:
A. Apenas 2 resistores. Rt = R1 . R2
R1 + R2
Exemplo: no circuito ao lado, a resistência equivalente poderia ser calculada da seguinte forma:
Rt = 1200 . 4100
1200 + 4100
Rt = 928,3
Rt = R
n
onde n = número de resistores.
Rt = 200 Rt = 40
5
+
V R1 R2
_
R1 = 1,2 kΩ
R2 = 4,1 kΩ
Lembre-se que nas associações em paralelo, o valor da resistência equivalente sempre será
menor que o valor da menor resistência do circuito.
Para facilitar o cálculo, comece da direita para a esquerda até chegar à fonte.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Corrente:
De acordo com a 1ª Lei de Kirchhoff, a soma das correntes nos resistores é igual à corrente total
que sai da fonte.
It = I1 + I2 + I3 + … + In
Obs.: Quando apenas 2 resistores estiverem associados em paralelo, a corrente que circula em
cada um pode ser calculada a partir da corrente total de entrada na associação, usando as
fórmulas:
It
• I1 = It . R2
It = 3A + I2
R1 + R2 R1 = 100 Ω I1
R2 = 200 Ω V R1 R2
_
• I2 = It . R1
R1 + R2
No circuito acima:
I1 = 3 A . 200 I1 = 2 A
100 + 200
I2 = 3 A . 100 I2 = 1 A
100 + 200
Tensão:
Vt = V1 = V2 = V3 = … = Vn
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Fundamentos de eletroeletrônica
It
R1 = 4k Ω
+ I1 I2 I3 R2 = 1k Ω
R3 = 2k Ω
Vt R1 R2 R3 I2 = 12 mA
V1 V2 V3
_
a) Rt
b) V2
c) V3, V1, Vt
d)I1, I3, It
Solução:
A. 1 = 1 + 1 + 1
Rt R1 R2 R3
1 = 1 + 1 + 1 Rt = 571,43
B. V2 = R2 . I2 V2 = 1000 . 0,012 V2 = 12 V
C. V3 = V2 = V1 = Vt = 12V
D. I1 = V1 = 12 V I1 = 0,003 A I1 = 3 mA
R1 4000
I3 = V3 = 12 V I3 = 0,006 A I3 = 6 mA
R3 2000
It = I1 + I2 + I3 It = 3 mA + 12 mA + 6 mA It = 21 mA
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Fundamentos de eletroeletrônica
Outra forma:
It = Vt It = 12 It = 0,021 A = 21 mA
Rt 571,43
Associação mista
Para calcular as tensões, correntes e a resistência equivalente, basta usar as regras vistas para
circuito série e para circuito paralelo.
R1
A B C
+ Vt = 24V
R2 R3 R1 = 0,2kΩ
Vt R2 = 2,2 kΩ
_ R3 = 1,2 kΩ
Exemplo:
Calcule:
A. Rt
B. It
C. I1, V1
D. V2, I2
E. V3, I3
F. VA, VB, VC
Solução:
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Fundamentos de eletroeletrônica
B. It = Vt It = 24 V It = 24,58 mA
Rt 976,47
C. I1 = It = 24,58 mA
D. V2 = Vt - V1 V2 = 24 V - 4,916 V V2 = 19,084 V
I2 = V2 I2 = 19,084 V I2 = 8,68 mA
R2 2200
E. V3 = V2 = 19,084 V
I3 = V3 I3 = 19,084 V I3 = 15,9 mA
R3 1200
F. VA = 24 V
VB = 19,084 V
VC = 19,084 V
O potenciômetro é constituído de uma pista resistiva, na qual um cursor desliza por meio de um
sistema rotativo, alterando o valor de resistência, desde o zero até um valor máximo.
pista de
material
resistivo
eixo
cursor móvel
36
Fundamentos de eletroeletrônica
Exemplo:
No circuito elétrico ao lado, calcule a tensão que o voltímetro irá ler quando o cursor do potenci-
ômetro R1 estiver posicionado, em relação ao terra, com:
+
A. 30% da resistência máxima (V30%) Vt R Rt = 5 kΩ
_ V Vt = 10 V
B. 50% da resistência máxima (V50%)
Solução:
I = Vt = 10 V I = 2 mA
Rt 5000
R100% = Rt = 5000
A seguir, veremos duas importantes grandezas elétricas, o trabalho elétrico e a potência elétrica.
37
Fundamentos de eletroeletrônica
Trabalho elétrico
A energia é a capacidade de realizar trabalho.
Trabalho elétrico é o trabalho realizado pelos elétrons em movimento (corrente elétrica) ao atra-
vessar um corpo submetido a uma diferença de potencial.
T=Q.V
Se Q = I . t
T=V.I.t
Onde:
T = trabalho (J)
V = tensão (V)
= corrente (A)
t = tempo (s)
Quando a corrente elétrica realiza trabalho, temos a transformação da energia elétrica em algum
outro tipo de energia.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Potência elétrica
A potência elétrica expressa a relação entre o trabalho realizado e o tempo gasto para realizá-
lo, ou ainda, é a rapidez com que se produz trabalho ou a rapidez com que se gasta energia.
Quanto mais tempo permanecer ligado, maior será o consumo de energia elétrica.
Por exemplo, considere dois aquecedores de água. O aquecedor “A” aquece 1 litro d’água em
uma hora, enquanto que, no mesmo tempo de uma hora, o aquecedor “B” aquece dois litros
d’água.
O aquecedor “B” é mais potente, pois realiza mais trabalho que o outro, no mesmo tempo.
39
Fundamentos de eletroeletrônica
P=V.I
Existem outras maneiras de realizar o cálculo da potência, usando o parâmetro resistência elétri-
ca.
P = V2 P = I2 . R
R
Utiliza-se a fórmula mais conveniente para cada tipo de circuito, de acordo com os dados dispo-
níveis.
Independente do tipo de associação dos resistores do circuito elétrico, a potência total fornecida
pela fonte será igual à soma das potências de cada resistor.
Exemplo 1:
Calcule a potência dissipada por uma carga de 100 ligada a uma fonte de 50 V.
P = V2 = (50 V)2
R 100
P = 25 W
Exemplo 2:
Pt = P1 + P2 + P3 + P4 = 10 W + 25 W + 100 W + 50 W
Pt = 185 W
40
Fundamentos de eletroeletrônica
Exemplo 3:
Qual a potência dissipada por um resistor de 120 k percorrido por uma corrente de 15 mA ?
P = 27 W
Exemplo 4:
Qual será a potência de um circuito alimentado por uma fonte de 12V e corrente de 20 mA ?
P=V.I
P = 12 V . 0,02 A
P = 0,24 W
Capacitor
É um componente que armazena cargas elétricas em forma de campo elétrico.
Sua função é armazenar energia, e ele se compõe de duas placas condutoras separadas por um
dielétrico (isolante).
armaduras metálicas
isolante
símbolo do capacitor
capacitor plano
41
Fundamentos de eletroeletrônica
Em regime permanente não há corrente elétrica entre as placas. Assim, o capacitor é considera-
do como uma alta resistência para circuitos de tensão contínua.
Capacitância
C=.A
d
C = capacitância (F)
42
Fundamentos de eletroeletrônica
Para qualquer material dielétrico, a permissividade relativa (r) é dada pela razão entre a permis-
sividade do material e a permissividade do vácuo.
r =
o
ar = 1,0006
mica = 5
vidro = 7,5
cerâmica = 7500
Carga armazenada
Q=C.V
C = capacitância (F)
= 5. R . C
R = resistência ()
C = capacitância (C)
43
Fundamentos de eletroeletrônica
Tipos de capacitores
a) Plásticos
b) Cerâmicos
c) Eletrolíticos
Para a escolha de um capacitor deve ser especificado o tipo, a tensão de trabalho e a capaci-
tância.
44
Fundamentos de eletroeletrônica
Magnetismo
Na Grécia antiga já se conheciam pedras magnéticas que tinham a propriedade de atrair ferro.
Eram pedras de magnetita, que hoje são denominadas ímãs naturais.
Depois surgiram os ímãs artificiais, criados pela indústria e usados na fabricação de alto-falan-
tes, bússolas, etc.
Os ímãs são corpos que possuem magnetismo, propriedade de atrair materiais como ferro, co-
balto, níquel, compostos ferrosos e determinadas ligas.
Materiais que retêm propriedades magnéticas por um longo tempo são chamados ímãs perma-
nentes. Outros, que só mantêm as propriedades magnéticas por um curto período de tempo, são
os ímãs temporários.
No entanto, ao ser encostado em um ímã, fica imantado, passando a atrair materiais ferrosos.
Depois de afastado do ímã, perde a imantação.
• Todo ímã tem dois pólos, denominados pólo norte e pólo sul, localizados nas extremidades
do ímã.
45
Fundamentos de eletroeletrônica
Os pólos não se separam, isto é, todo ímã tem um pólo norte e um pólo sul. Dessa forma, se o
ímã for dividido em várias partes, cada uma delas terá um pólo norte e um pólo sul.
Colocando um ímã suspenso por um fio, ele se alinha com a posição norte-sul geográfica.
pólo sul
magnético
pólo norte
magnético
Nos materiais magnetizáveis, os átomos se orientam somando seus campos magnéticos, forman-
do grupos de átomos que são chamados de domínios magnéticos. Cada domínio tem um pólo
norte e um pólo sul.
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Fundamentos de eletroeletrônica
Campo magnético
Nas proximidades de um ímã é gerado um campo magnético, que exerce influência sobre ma-
teriais magnetizáveis colocados em sua área de ação. Assim como o campo elétrico, o campo
magnético também pode ser representado por linhas de força.
Uma agulha imantada colocada em um campo magnético irá orientar-se na direção e sentido do
campo.
Veja como se orientam as linhas de força magnética ao redor de um ímã em forma de barra e
de um ímã em forma de ferradura.
N S
S N
campo magnético
47
Fundamentos de eletroeletrônica
As linhas de força se concentram mais nos pólos, portanto essas regiões são as de maior densi-
dade de campo magnético. Externamente, as linhas de força saem do pólo norte em direção ao
pólo sul, e no interior do ímã as linhas vão do pólo sul ao norte.
Seu oposto é a relutância magnética, que expressa a oposição que determinado meio oferece à
condução de linhas de força magnética.
• Ferromagnéticos
Aumentam a intensidade do campo magnético em que são colocados, pois imantam-se no mes-
mo sentido do campo. Exemplos: ferro, níquel, aço, etc.
• Paramagnéticos
Se colocados em um campo magnético, praticamente não interferem no valor desse campo, pois
se imantam de forma pouco intensa. Exemplos: alumínio, ar, cromo, etc.
• Diamagnéticos
Enfraquecem o campo magnético no qual são colocados. Exemplos: chumbo, cobre, ouro, água,
etc.
Os mesmos materiais podem ter propriedades magnéticas e elétricas opostas. Por exemplo, o
ouro e o cobre são maus condutores magnéticos, apesar de serem bons condutores elétricos.
48
Fundamentos de eletroeletrônica
Eletromagnetismo
Além dos ímãs, também a corrente elétrica pode produzir um campo magnético.
Em 1820, Hans Christian Oersted descobriu que um condutor sendo percorrido por uma corren-
te elétrica cria ao redor de si um campo magnético capaz de alterar a direção de uma agulha
imantada.
As linhas de força do campo magnético gerado pela corrente em um condutor retilíneo têm a
forma de círculos concêntricos em torno do condutor.
Corrente
elétrica
Linhas
de força
49
Fundamentos de eletroeletrônica
Enrolando o condutor em forma de espiras, forma-se uma bobina. O campo magnético de cada
espira se une aos campos das outras espiras, aumentando o campo magnético total.
50
Fundamentos de eletroeletrônica
Obs: uma chave de fenda pode ser imantada pelo campo magnético de um solenóide. Basta
inserir a chave no interior do solenóide, e seus domínios ficarão orientados.
Relé
Ele é composto basicamente por uma bobina que, ao ser energizada, cria um campo magnético
que atua sobre uma parte metálica ligada aos contatos, fechando os normalmente abertos e
abrindo os normalmente fechados.
51
Fundamentos de eletroeletrônica
A corrente necessária para energizar a bobina (corrente de comando) é muito menor que a cor-
rente da carga a ser acionada (corrente de carga), pois o circuito de carga é isolado do circuito
de comando, o que é uma grande vantagem do emprego dos relés.
Outra vantagem é a alta velocidade de atracamento dos contatos, reduzindo desgastes dos
contatos por arco elétrico.
Heinrich Lenz , estudando os fenômenos descritos por Faraday, formulou uma lei para o sentido
da corrente induzida. Segundo a Lei de Lenz, “o sentido da corrente induzida é tal que o campo
magnético por ela criado contraria o campo que a gerou”.
52
Fundamentos de eletroeletrônica
V(θ)
Tensão
Vamos analisar uma onda de tensão alternada senoidal, para conhecer suas características.
V(θ)
Tensão
f=1
T
T = período (s)
53
Fundamentos de eletroeletrônica
Dada uma forma de onda, pode ser necessário calcular os valores máximo (pico), médio, pico-a-
pico, eficaz e instantâneo. Vejamos cada um deles.
Valor pico-a-pico é o valor medido entre o valor máximo positivo e o valor máximo negativo.
Tensão média em um gráfico de tensão alternada senoidal é igual a zero, pois as áreas positivas
do gráfico anulam as negativas.
+ +
_ _ t
a) = 0° V
b) = 30°
c) = 90°
20 V
d) = 360°
54
Fundamentos de eletroeletrônica
Solução:
Tensão eficaz (ou r.m.s.) de uma forma de onda alternada equivale a um valor contínuo de ten-
são que, se for aplicado à mesma carga, produz o mesmo trabalho.
Vef = Vp
√2
Exemplo: se a tensão de pico de uma rede é 180 V, a tensão eficaz pode ser calculada assim:
Vef = Vp
√2
Transformador
É um dispositivo utilizado para aumentar ou diminuir uma tensão CA, sem variar a potência.
55
Fundamentos de eletroeletrônica
IS
VS
IP
NS
NP
VP
VP = tensão de alimentação
IP = corrente do primário
VS = tensão de saída
IS = corrente do secundário
O lado de maior tensão tem menor corrente. Seu enrolamento, de resistência elétrica alta, con-
tém mais espiras e é feito com fio de diâmetro reduzido. O outro lado, aquele de tensão menor
tem corrente maior. Sua bobina é de baixa resistência elétrica e tem menos espiras, de fio de
maior diâmetro.
O transformador quase não tem perdas, por não possuir peças móveis.
VP = NP = IS
VS NS IP
VP . IP = VS . IS
56
Fundamentos de eletroeletrônica
Exemplo:
IP IS
VP VS
NP NS
Solução:
b) IS = VS = 1,77 V IS = 0,089 A
R 20
57
Fundamentos de eletroeletrônica
58
Fundamentos de eletroeletrônica
Amperímetro
Conforme vimos anteriormente, a unidade de medida de corrente elétrica é o ampère.
1 ampère é a corrente que flui através de um resistor de 1 ohm, quando submetido a uma tensão
de 1 Volt entre seus terminais.
Exemplo:
1. Desenergize o circuito
A escala de medição adequada é a que tem valor imediatamente acima da leitura a ser feita.
Se o valor for desconhecido, inicie pela maior escala de medição, e vá posicionando o seletor
até chegar no que vai ser utilizado.
59
Fundamentos de eletroeletrônica
Voltímetro
É o instrumento usado para medir a tensão elétrica, em Volts.
1 Volt é a diferença de potencial necessária para fazer circular uma corrente de 1 A através de
um resistor de 1 ohm.
Exemplo:
2. Conecte o instrumento em paralelo com o componente que será medido, observando a polari-
dade correta. No circuito do exemplo, o voltímetro deverá indicar 12 V.
Ohmímetro
É o instrumento utilizado para medir resistência elétrica.
60
Fundamentos de eletroeletrônica
Exemplo:
1. Desenergize o circuito.
Multímetro
É um instrumento que inclui pelo menos amperímetro, voltímetro e ohmímetro.
Para medir, basta selecionar a função e a escala desejada, e utilizar o instrumento de acordo
com o que foi descrito anteriormente para medidas de corrente, tensão e resistência, conforme o
caso.
61
Fundamentos de eletroeletrônica
A fonte de energia
62
Fundamentos de eletroeletrônica
Bateria
Os diversos circuitos eletroeletrônicos dos veículos necessitam de uma fonte de energia para
alimentá-los.
Esta energia pode ser conseguida de duas maneiras distintas. Pelo alternador, acoplado ao
motor térmico ou pela bateria.
A bateria é um acumulador de energia. Sua função é armazenar energia sob a forma química,
que será transformada em energia elétrica quando o circuito solicitar.
63
Fundamentos de eletroeletrônica
A bateria é uma fonte independente do motor térmico, e quando este estiver desligado ela será
responsável pelo provimento da energia elétrica para abastecer os consumidores, como o motor
de partida, os faróis, a buzina, o amplificador de som, etc.
A caixa é fabricada em borracha rígida ou plástico, com uma tampa fortemente fixada a ela.
64
Fundamentos de eletroeletrônica
Nas baterias úmido-carregadas, a tampa possui um orifício para complemento do nível da solu-
ção (eletrólito), acima de cada elemento, fechados com tampões providos de um furo de respiro
para saída de gases.
2. Elementos da bateria:
a - Placas positivas
b - Placas negativas
c - Separadores
C
B A
3. Solução ou eletrólito.
65
Fundamentos de eletroeletrônica
As placas são construídas em forma de chapas, semelhantes a uma peneira grossa, cobertas
com material ativo. Essa peneira grossa, também chamada grade, é composta de uma liga de
chumbo e antimônio nas baterias úmido-carregadas.
66
Fundamentos de eletroeletrônica
Nas placas positivas, de cor marrom-escuro, o material ativo é o dióxido de chumbo (PbO2), e
nas negativas o material ativo é o chumbo esponjoso (Pb), de cor cinza-claro.
Nas baterias seco-carregadas, também chamadas híbridas, a grade positiva é feita de uma liga
de antimônio (PbSb) e placa negativa de liga chumbo-cálcio (PbCa), que propicia maior vida útil
e baixíssimo consumo de água, não exigindo manutenção.
Conector de placas
Jogo de placas
67
Fundamentos de eletroeletrônica
Separadores isolantes
Os jogos de placas são apoiados sobre pontes, não tocando o fundo da caixa e deixando espa-
ço para a sedimentação de resíduos que se desprendem das placas. Esse artifício também visa
evitar curto-circuito entre as placas positivas e negativas.
Os elementos são ligados em série entre si por meio de uma tira metálica. Os últimos pólos dos
elementos das extremidades se projetam para fora da caixa, formando os pólos positivo (+) e
negativo (-) da bateria.
68
Fundamentos de eletroeletrônica
Gerações de baterias
Cada elemento acumula uma tensão de aproximadamente 2,1 Volts. Os seis elementos são
conectados em série, constituindo uma bateria de aproximadamente 12,6 Volts.
69
Fundamentos de eletroeletrônica
Eletrólito (solução)
O eletrólito é composto de ácido sulfúrico diluído.
Em média, quando a bateria está totalmente carregada, é constituído de 36% de ácido sulfúrico
(H2SO4) e 64% de água destilada (H2O) possuindo, desta forma, uma densidade de 1,26 g/cm3
a uma temperatura de 26,5°C.
=m
V
Onde:
m = massa, em gramas (g)
70
Fundamentos de eletroeletrônica
Assim, quando a bateria está com a carga total, o eletrólito é 26% mais pesado que a água.
Porém, à medida que a bateria vai se descarregando, a quantidade de ácido sulfúrico (H2SO4)
vai diminuindo, enquanto aumenta a quantidade de água.
71
Fundamentos de eletroeletrônica
Funcionamento da bateria
As reações químicas que ocorrem entre o peróxido de chumbo das placas positivas, o chumbo
das negativas e o eletrólito provocam um desequilíbrio de cargas entre as placas.
Dessa forma elas ficam carregadas, uma positivamente e outra negativamente, e assim permane-
cem até que haja equilíbrio por meio da ligação a um circuito externo.
Quando uma carga é conectada aos pólos da bateria, irá aparecer um fluxo orientado de
elétrons do pólo negativo em direção ao positivo (sentido real da corrente elétrica), devido à
diferença de potencial entre os pólos. Enquanto houver esta passagem de corrente, a bateria
estará se descarregando.
72
Fundamentos de eletroeletrônica
A corrente fluirá até que seja atingido o equilíbrio elétrico, quando então cessa a passagem de
corrente, estando a bateria descarregada.
Processo de descarga
Com a bateria totalmente carregada, o ácido sulfúrico (H2SO4) do eletrólito está dissociado* em
íons positivos (cátions) hidrogênio (H+) e íons negativos (ânions) sulfato (SO4-2).
73
Fundamentos de eletroeletrônica
O dióxido de chumbo (PbO2) se dissocia em cátions chumbo (Pb+4) e ânions peróxido (O-2).
Devido aos elétrons que chegam ao pólo positivo, são produzidos íons Pb+2 a partir dos íons
Pb+4.
Estes íons Pb+2 reagem com os íons sulfato (SO4-2) dissociados do ácido sulfúrico do eletrólito,
formando sulfato de chumbo (PbSO4), que se acumula nas placas.
Os ânions peróxido (O-2) liberados reagem com os íons H+ do ácido sulfúrico, formando água
(H2O).
Ou, resumidamente:
Devido à migração de elétrons das placas negativas para as positivas, o chumbo, eletricamente
neutro, transforma-se em cátions Pb+2, que reagem com os ânions sulfato (SO4-2) do ácido sulfúri-
co do eletrólito, formando sulfato de chumbo (PbSO4), que vai se acumulando nas placas.
74
Fundamentos de eletroeletrônica
Ou, resumidamente:
Pb Pb+2 + 2e-
Durante a descarga, o dióxido de chumbo (PbO2) das placas positivas e o chumbo esponjoso
(Pb) das negativas vão se transformando em sulfato de chumbo (PbSO4, de coloração branca),
pela reação com o ácido sulfúrico (H2SO4), aumentando a quantidade de moléculas de água
(H2O) como resto das reações.
Quanto maior for a intensidade de corrente elétrica e mais prolongada a descarga, menor será
a densidade do eletrólito, em função da menor concentração de ácido sulfúrico e do conseqüen-
te aumento da concentração de água.
75
Fundamentos de eletroeletrônica
A reação global é:
(+) PbO2 + SO4-2 + 4H+ + 2e- PbSO4 + 2H2O Pb+4 + 2e- Pb2
Ao processo de formação de sulfato de chumbo nas placas positivas e negativas dá-se o nome
de sulfatização.
Este fenômeno pode ser, eventualmente, responsável pela inibição das reações químicas internas
que, em conjunto com a diminuição da concentração do ácido sulfúrico do eletrólito, caracteri-
zam a descarga da bateria.
Processo de recarga
Assim como a bateria transforma energia química em elétrica, como vimos no processo de des-
carga, também é capaz de realizar a transformação de energia elétrica em química.
76
Fundamentos de eletroeletrônica
Essa capacidade de reversão das reações químicas é uma importante característica da bateria,
pois permite que seja recarregada.
Para se realizar o processo de recarga, é necessário ligar um gerador elétrico (alternador) aos
pólos da bateria, aplicando aos terminais uma tensão maior que a nominal.
Dessa maneira é provocada uma corrente elétrica no sentido contrário ao sentido da descarga,
ou seja, do pólo positivo ao pólo negativo (considerando o sentido real da corrente elétrica).
O alternador retira elétrons das placas positivas e os transporta para as negativas, provocando
assim a dissociação do sulfato de chumbo das placas.
77
Fundamentos de eletroeletrônica
O radical SO4 é liberado das placas e reage com o hidrogênio (H) da água,
formando novamente ácido sulfúrico (H2SO4).
Nas placas positivas, os íons oxigênio (O-2) da água reagem com o chumbo,
formando dióxido de chumbo (PbO2). Nas placas negativas, os elétrons que
chegam cedem carga negativa aos íons Pb+2, tornando-os eletricamente neutros
(Pb).
Conforme vimos, as reações dos íons SO4-2 com os íons H+ , na presença de corrente elétrica
(eletrólise), formam moléculas de hidrogênio e oxigênio.
78
Fundamentos de eletroeletrônica
Quando há superaquecimento do eletrólito, uma certa quantidade destas moléculas são libera-
das para a atmosfera através dos furos de respiro da tampa.
Também são liberados átomos de hidrogênio puro, que é inflamável. Portanto, não aproxime de
chamas, pois há perigo de explosão.
Autodescarga da bateria
As baterias sofrem uma perda constante de carga, mesmo que não estejam sendo solicitadas
para uso. A velocidade com que ocorre esta autodescarga depende da temperatura, pois o calor
excessivo acelera o processo.
79
Fundamentos de eletroeletrônica
Por exemplo, uma bateria armazenada à temperatura de 35°C poderá perder totalmente a car-
ga em pouco mais de um mês...
... enquanto que se estiver a 10°C poderá passar um ano perdendo apenas um pouco da
carga.
Na reação H2SO4 + Pb PbSO4 + H2, vemos que ocorre saída de hidrogênio para a atmos-
fera. Quanto maior a temperatura, mais rápido isto acontece, diminuindo a concentração do
eletrólito e aumentando a formação de sulfato de chumbo nas placas.
80
Fundamentos de eletroeletrônica
Os pólos da bateria devem ser mantidos limpos e secos, pois o ácido que se desprende, além de
causar a sua descarga, pode corroer as chapas do automóvel.
Nível do eletrólito
Uma pequena diminuição no nível do eletrólito pode ser considerada normal, pois durante o
processo de descarga são liberadas moléculas de água, em forma de vapor, devido à elevação
da temperatura provocada pela reação química interna.
81
Fundamentos de eletroeletrônica
1,5 cm
O nível do eletrólito deve estar a 1,5 cm acima das placas.
A cada 15 dias deve ser feita uma verificação do nível. Se necessário, complete até o nível
recomendado, usando somente água destilada. Muitas baterias trazem na tampa uma marca
indicando o nível correto do eletrólito.
Atualmente, as baterias dos veículos Fiat são do tipo “sem manutenção”, que, em condições nor-
mais de uso, não exigem enchimentos com água destilada.
Parâmetros principais
Tensão (Volts)
- Valor nominal: 12 V
- Baterias para climas temperados têm eletrólito com 1,28 g/l e tensão de 12,75 V
- As tensões acima são obtidas com a bateria em circuito aberto (sem receber ou fornecer
carga)
82
Fundamentos de eletroeletrônica
Capacidade de descarga de uma bateria é a quantidade de “energia” que ela pode fornecer,
dada em ampères x hora. Esse valor depende da intensidade da corrente de descarga, da densi-
dade e temperatura do eletrólito, do estado de carga e do tempo de descarga.
Por exemplo, uma bateria de 100 Ah pode fornecer 5 A durante 20 h. No entanto, esta mesma
bateria não poderá fornecer o dobro da corrente (10 A) na metade do tempo (10 h), pois a
capacidade diminui com o aumento da intensidade de corrente.
Para se comprovar o valor em Ah impresso em uma determinada bateria, aplica-se uma corrente
de descarga correspondente a 1/20 da capacidade nominal em Ah, durante 20 horas.
83
Fundamentos de eletroeletrônica
Princípio de Peukert
Uma bateria de 100 Ah pode fornecer 5 A por 20 horas. No entanto, a mesma bateria não
pode fornecer 100 A por 1 hora. De fato, ela só pode fornecer 100 A por ½ hora. Por quê?
A capacidade real de uma bateria depende do regime de descarga. Quanto mais rápido for
o regime de descarga, menor a quantidade de Ah que pode ser fornecida. Peukert descreveu
matematicamente este fenômeno:
C = Int
O valor de n oscila entre 1,1 e 2. Um valor típico para baterias automotivas seria n = 1,2. Res-
pondendo a questão inicial: I = 100 A, n = 1,2; t = 1 h possui uma capacidade de 251 Ah.
Em outras palavras, se você precisa de 100 A por 1 hora, será necessário uma bateria de 251
Ah e não de uma de 100 Ah (n = 1,2).
Para determinar a corrente de partida a frio de uma bateria, pode-se utilizar a seguinte expres-
são matemática:
Onde:
ICCA - corrente de partida a frio exigida à bateria pelo motor de partida a -18°C em A
Tp - torque de partida do motor de partida em Nm
N - velocidade do motor de partida em rpm
Emp - eficiência do motor de partida em %
Vmp - tensão do motor de partida durante a partida a -18°C em Volts
Iecu - corrente consumida na partida pelo ECU Siemens SD804
Ibc - corrente consumida na partida pela bomba de combustível
Igp - corrente consumida na partida pelos glow plugs (outros consumidores) durante a partida
84
Fundamentos de eletroeletrônica
Recarga da bateria
Caso seja necessário efetuar uma recarga, recomenda-se seguir as
instruções prescritas no manual do fabricante de cada bateria.
Descarregada 15,0
Para fazer a leitura da tensão da bateria a vazio, de acordo com a tabela anterior, deve-se
aguardar aproximadamente uma hora com a bateria em repouso, ou realizar uma descarga na
bateria com uma corrente de 200 A, durante 15 segundos em média e logo em seguida fazer a
medição.
Não deixe a bateria próxima a chamas, para evitar que o hidrogênio desprendido possa se
inflamar.
85
Fundamentos de eletroeletrônica
Caso seja necessário, complete o nível do eletrólito. Por questão de segurança, verifique periodi-
camente a densidade do eletrólito em cada elemento, para que não haja sobrecarga na bateria.
86
Fundamentos de eletroeletrônica
O carregador deve ser desligado antes de ser conectado ou desconectado aos bornes da bate-
ria, evitando faíscas elétricas que, em contato com os gases de escape, poderiam causar explo-
são.
A temperatura do eletrólito precisa ser controlada para que não fique abaixo de 10°C ou acima
de 50°C.
Em caso de se fornecer carga externa à bateria no próprio veículo, desconecte os cabos, evitan-
do danos ao sistema elétrico do veículo ou ao sistema de carga.
A tensão medida entre os terminais não pode ser maior que 15,5 V, o que indicaria defeito
interno na bateria.
87
Fundamentos de eletroeletrônica
Para recarregar mais de uma bateria simultaneamente, usando o mesmo carregador, ligue-as em
série, lembrando-se de que as baterias devem ter a mesma capacidade e o mesmo estado de
carga...
... pois, caso contrário a bateria com mais carga e que necessitaria de menos tempo de recarga
que as outras, poderia sofrer sobrecarga.
Agora vamos ver os testes de densidade do eletrólito e de descarga, que são os mais utilizados
em baterias.
Testes
Um dos testes práticos mais utilizados para se verificar a carga de uma bateria é o de medição
da densidade do eletrólito. Para isso, utiliza-se o densímetro.
88
Fundamentos de eletroeletrônica
O densímetro é composto de um tubo de vidro com uma bóia indicadora em seu interior.
Em uma das extremidades há uma ponta que será mergulhada no eletrólito. Na outra, temos
uma bomba de sucção, de borracha, por meio da qual o eletrólito é succionado. A bóia possui
uma escala graduada, para determinar a densidade.
- Não permita que a bóia do indicador toque nas paredes ou no topo do densímetro, pois
poderia provocar erro na leitura.
89
Fundamentos de eletroeletrônica
As densidades medidas em cada elemento não devem variar de 50 entre elas. Caso isso ocorra,
a bateria deve ser substituída, pois significa que está havendo desgaste químico desigual entre
os elementos.
90
Fundamentos de eletroeletrônica
De modo geral, pode ser feito aplicando uma corrente de descarga à bateria, igual a 3 vezes
sua corrente em Ah, durante 15 segundos.
Obs.: após efetuado o teste de descarga, recarregue a bateria por 3 minutos no mínimo, utilizan-
do uma corrente igual a 10% do valor da corrente nominal em Ah.
Muita atenção para os cuidados que se deve ter durante a recarga, que já estudamos anterior-
mente.
91
Fundamentos de eletroeletrônica
Cuidados gerais/diagnóstico
Use somente água pura ou destilada para corrigir o nível do eletrólito. As baterias seco-carrega-
das nunca requerem água.
As baterias devem ser armazenadas em local seco e protegido dos raios solares, com tempera-
tura entre 10 e 35°C e dispostas na posição horizontal sobre estrados de madeira (para evitar
fugas de corrente entre a bateria e o piso).
92
Fundamentos de eletroeletrônica
Para fazer a limpeza dos terminais dos cabos e dos pólos da bateria, a fim de eliminar oxida-
ções, utilize lixa fina até que voltem à cor original. Antes, retire os resíduos de vaselina ou graxa
dos terminais e pólos.
Depois aplique uma solução de bicarbonato de sódio e água para eliminar resíduos ácidos.
Finalmente, utilize vaselina nas partes superior e inferior externas dos terminais e conecte-os
corretamente.
93
Fundamentos de eletroeletrônica
Não acione o motor de partida por mais de 5 segundos. Se o motor não funcionar na primeira
tentativa, espere no mínimo 10 segundos para tentar novamente.
Antes de dar partida no motor, desligue faróis, amplificador de som, etc. pois estariam drenan-
do corrente da bateria, além do motor de partida. Evite deixar estes equipamentos ligados por
muito tempo com o veículo desligado.
Ao manusear uma bateria, proteja os olhos e a face. Use óculos de proteção para sua
segurança.
A seguir veremos os defeitos mais comuns em baterias com as suas prováveis causas.
94
Fundamentos de eletroeletrônica
Diagnóstico de inconvenientes
Problemas Causas
A bateria está descarregada, porém a densidade
Adição de ácido ao eletrólito
lida pelo densímetro está correta
Curto-circuito entre elementos. O elemento em curto
Baixa densidade em um dos elementos e
não realiza as reações químicas, não alterando o
normal nos outros
eletrólito.
Baixa densidade em dois elementos vizinhos e
Vazamento interno de eletrólito entre eles
normal nos outros
O defeito provavelmente não é da bateria, podendo
ser causado por:
Veículos em estoque
Providenciar o desligamento do cabo negativo logo que possível nos veículos de estoque. Esta
ação evitará o descarregamento da bateria, em caso de eventual esquecimento de luzes acesas
ou rádios ligados.
Veículos com mais de 45 dias de estoque devem ter o estado de carga da bateria controlado. Se
estiver menor que 12,5 V, a bateria deverá ser recarregada.
Recomenda-se substituir as baterias instaladas nos veículos que estão em estoque por mais de 90
dias.
Ao realizar a entrega do veículo para o cliente, não permita que a bateria saia da concessio-
nária com a tensão inferior a 12,5 V, pois abaixo desse valor o alternador não será capaz de
recarregá-la. Desse modo, o veículo terá um grande potencial de Fermo Auto.
95
Fundamentos de eletroeletrônica
Tensão superficial
Quando se realiza a medição da tensão logo após ter sido dada uma primeira partida no
veículo, são encontrados valores de tensão que não representam a realidade da bateria. Tal
fenômeno ocorre devido ao aquecimento proporcionado à bateria pelo alternador, que forneceu
à mesma, por alguns instantes, valores de 13,5 a 14,5 V.
Recarga
Ex.: Bateria de 50 Ah
A corrente de stand-by é o consumo existente com o veículo desligado, que consome energia da
bateria. Normalmente este consumo aumenta, não raramente superando o limite permitido, após
a instalação de rádio e alarmes não homologados.
50 0,030
60 0,036
• O sistema de partida.
96
Fundamentos de eletroeletrônica
97
Fundamentos de eletroeletrônica
Sistema de partida
Os motores de combustão interna necessitam de uma energia externa para que possam ser colo-
cados em funcionamento.
30
30
+50
30 4
3 50
1 2
1 - Bateria
2 - Motor de Partida
3 - Comutador de Ignição
4 - Chave Eletromagnética
98
Fundamentos de eletroeletrônica
Motor de partida
O motor de partida é um motor de corrente contínua, capaz de desenvolver alta potência duran-
te um curto período de tempo.
Sua finalidade é transformar a energia elétrica proveniente da bateria em energia mecânica, que
será transmitida à cremalheira do volante do motor...
99
Fundamentos de eletroeletrônica
Partes principais
O número de rotações do motor de partida é superior ao mínimo necessário para fazer o motor
de combustão interna entrar em funcionamento.
100
Fundamentos de eletroeletrônica
A redução da rotação do motor de partida até a rotação requerida pelo motor térmico é obtida
por meio da relação de redução entre as engrenagens do pinhão (motor de partida) e da crema-
lheira (motor térmico).
N = Nº de rotações (RPM) N2
F = Força (N)
d = Distância (m)
N1
d22
d11
Pinhão Cremalheira
F . d2 > F . d1
N1 > N2 F
Essa relação de redução possibilita o aumento do torque na árvore de manivelas, pois, uma vez
que a potência de giro do pinhão é transferida para a cremalheira, que gira com menor número
de rotações, o torque na cremalheira será maior que no pinhão do motor de partida.
Se a rotação for menor, o torque será maior, pois são grandezas inversamente proporcionais.
101
Fundamentos de eletroeletrônica
Veja na fórmula:
Pot = T.N
Logo: T = 60 . Pot
N
N = rotação (rpm)
Alguns motores possuem alta taxa de compressão, como é o caso dos motores diesel. Devido a
isso, necessitam de um torque muito elevado para vencer a maior compressão interna no cilindro
e fazê-lo entrar em funcionamento.
Os motores de partida utilizados nesses motores possuem internamente uma relação de redução
de engrenagens, tipo planetária, para que obtenham maior torque de saída junto ao pinhão.
102
Fundamentos de eletroeletrônica
Princípio de funcionamento
O motor de partida realiza a transformação de energia elétrica em mecânica por meio de efeitos
eletromagnéticos. Para compreendermos seu funcionamento vamos rever um importante conceito
do eletromagnetismo.
No ano de 1820, o físico André-Marie Ampère mostrou que um ímã exerce força sobre um con-
dutor quando percorrido por uma corrente elétrica.
103
Fundamentos de eletroeletrônica
Veja a descrição do fenômeno descoberto por Ampère: Sempre que um condutor elétrico, expos-
to a um campo magnético, for percorrido por uma corrente elétrica, atuará sobre ele uma força
eletromagnética.
{
l
S N
I
104
Fundamentos de eletroeletrônica
Colocando-se o polegar no sentido convencional da corrente (do + para o -), com os demais de-
dos apontando para o sentido das linhas do campo magnético, a palma da mão dará o sentido
da força magnética criada, como se fosse um “tapa”.
F = B.I.ℓ. sen
Onde:
sen = seno do ângulo formado entre a direção da corrente e a direção do campo magnético
Quando a direção da corrente for paralela ao campo magnético (ângulo = zero), o seno será
zero, portanto a força será nula. Veja na fórmula:
F = B.I.ℓ. 0 F=0
105
Fundamentos de eletroeletrônica
O valor máximo da força é obtido quando a direção da corrente for perpendicular ao campo
magnético, ou seja, formarem um ângulo de 90°. Isto porque o seno de 90° é igual a 1, então a
força será F = B.i.l
Vejamos como funciona um motor elétrico de corrente contínua de ímã permanente e somente
uma espira, que tem o mesmo princípio de funcionamento do motor de partida (considerando o
sentido convencional da corrente).
O campo magnético (B) atravessa a espira que é percorrida pela corrente (i), fazendo surgir as
forças magnéticas (F1 e F2), que provocam um movimento de rotação na espira.
106
Fundamentos de eletroeletrônica
Após um giro de 180° (meia Volta), a corrente passa a percorrer a espira no sentido inverso
devido à ação do conjunto escovas-comutador. Com isso as forças F1 e F2 também se invertem e
a espira continua girando, no mesmo sentido.
O motor de partida possui bobinas para criar o campo magnético do estator e, naturalmente,
também muitas espiras no rotor.
Entre Ferro
Induzido Enrolamento
Sapata Polar
Bobinas de campo
Alguns motores de partida possuem ímã fixo no lugar das bobinas de campo, proporcionando
menor consumo de corrente na partida e ocupando menor volume.
107
Fundamentos de eletroeletrônica
As linhas de força do campo magnético, produzidas nas bobinas de campo, formam um cir-
cuito fechado, fluindo através das sapatas polares e do induzido. Então o comutador (coletor e
escovas) energiza somente as espiras que estão passando pelo ponto de maior fluxo do campo
magnético, conseguindo o aproveitamento máximo. A interação deste campo magnético (B) com
a corrente elétrica (i), que circula na bobina do rotor, produz uma força magnética (F), que faz o
motor girar.
i
F
F
B
S i i S
B B
B
F
i
F
Agora vamos ver como acontece a interação entre a bateria, o motor de partida, o comutador
de ignição e a chave magnética, para fazer com que o motor térmico entre em funcionamento.
108
Fundamentos de eletroeletrônica
O circuito de comando é responsável por projetar para frente o pinhão, e ainda energizar o
circuito principal, através do fechamento do contato interno da chave magnética.
109
Fundamentos de eletroeletrônica
A chave magnética possui duas bobinas internas, uma de atração e outra de retenção. Quando
a chave de ignição é girada para dar a partida no motor, as duas são energizadas simultanea-
mente.
Comutador Contato
de ignição Interno
Bobina de
retenção
Motor de M
partida
Quando energizadas, as duas bobinas criam uma elevada força magnética que provoca o des-
locamento do núcleo móvel da chave magnética.
Comutador Contato
de ignição Interno
Bobina de
retenção
Motor de M
partida
Ao se deslocar, o núcleo móvel movimenta a alavanca de comando (garfo), que projeta para
frente o pinhão logo em seguida, fechando o contato interno para permitir a energização do
motor de partida. Por uma questão de segurança, o motor de partida somente é energizado
depois que o pinhão é projetado para frente, pois não seria possível o acoplamento com o rotor
girando.
110
Fundamentos de eletroeletrônica
O pinhão do motor de partida gira no sentido horário e, quando acoplado à cremalheira, faz
com que ela gire no sentido anti-horário.
Após o fechamento do contato interno da chave magnética, o terminal “B” do motor de partida
passa a receber alimentação de tensão de 12 V pela linha 30, e a bobina de atração é dese-
nergizada. A corrente continua fluindo pela bobina de retenção, que gera uma força magnética
suficiente para manter o conjunto acoplado até que seja desenergizado pelo comutador de
ignição.
50 30
Comutador
de ignição
Bobina de
retenção
Motor de M
partida
O engrenamento entre o pinhão e a cremalheira ocorre em duas etapas. A primeira pela ação
da chave magnética, alavanca de comando e fuso de avanço, e a segunda pela ação do efeito
rotativo do induzido. É o que veremos a seguir.
111
Fundamentos de eletroeletrônica
O motor térmico atinge um alto número de rotações logo após a partida. Se o acoplamento não
for desfeito imediatamente, o motor de partida poderia sofrer avarias. Porém, há um dispositivo
de segurança para prevenir danos se a chave continuar na posição de partida após o início do
funcionamento.
112
Fundamentos de eletroeletrônica
Esse dispositivo é a roda livre, a qual permite que o torque somente seja transmitido no sentido
do induzido para a cremalheira, e nunca no sentido contrário, para proteger o motor de partida
contra rotações excessivas.
Cuidados gerais
Somente acione o motor de partida com a alavanca de câmbio em ponto morto e, preferencial-
mente, continue acionando a embreagem.
113
Fundamentos de eletroeletrônica
Não deixe o motor de partida funcionando por mais de 5 segundos e, se for necessário dar
nova partida, aguarde no mínimo 10 segundos.
Desligue o condutor de massa da bateria antes de realizar qualquer serviço no motor de partida.
Não dê partida com as peças em movimento, para evitar danos ao pinhão e à cremalheira.
114
Fundamentos de eletroeletrônica
Não lave o conjunto pinhão/roda livre (conhecido como Bendix) com solventes.
Coloque as buchas do motor de partida em banho de óleo lubrificante (SAE 10W) por uma
hora, antes da montagem. Não use graxa.
115
Fundamentos de eletroeletrônica
Evite umidade durante a montagem para que não ocorra oxidação (ferrugem).
Coletor e escovas devem estar limpos e secos. Não use óleo ou graxa. O produto “clorothene” é
recomendado para a limpeza de peças elétricas.
Diagnóstico
Verifique inicialmente as condições da bateria e as ligações elétricas.
Para fazer os testes no veículo, ligue um amperímetro (em série) e um Voltímetro (em paralelo)
com o circuito principal do motor de partida, a fim de medir a tensão e o consumo de corrente.
116
Fundamentos de eletroeletrônica
Obs.: Durante este teste, o motor de combustão não pode entrar em funcionamento. Para isto,
desligue o sistema de alimentação de combustível do motor.
No veículo
Tensão (V) >9.5
Corrente (A) 艑100
Na bancada (sem carga)
Tensão (V) 11.5
Corrente (A) 33 - 55
Rotação (rpm) 6.000 - 9.000
117
Fundamentos de eletroeletrônica
O inconveniente pode ser mecânico. Veja os problemas mais comuns e suas possíveis causas.
Inconvenientes Causas
- Chave de partida danificada
- Conexões entre chave de partida e solenóide
Chave magnética não funciona
interrompidas
- Chave magnética danificada
- Eixo do pinhão emperrado
- Pinhão ou cremalheira com dentes danificados ou
O induzido gira, mas o pinhão não engrena
com rebarbas
- Chave magnética danificada
O pinhão engrena, o induzido gira, mas a
- Embreagem (roda livre) do pinhão patinando
cremalheira não gira
Motor de partida continua girando após desli- - Comutador de ignição defeituoso
gar a chave de partida - Chave magnética danificada
Pinhão não desengrena após a partida - Mola de retrocesso fraca ou quebrada
Motor de partida funciona normalmente, mas
- Roda livre do pinhão emperrada
faz barulho ao desengrenar
118
Fundamentos de eletroeletrônica
119
Fundamentos de eletroeletrônica
O sistema de carga
O sistema de carga tem a função de fornecer energia elétrica aos consumidores elétricos do
veículo.
B+
+ 30 D+ 2
+ 15
3
¥
¥
u 1 K
C H E F
40 å 5 4 å 1001km/h
20
140
30 x 100 50 80 160
20
á
>dx
V
60
4 60
40 ´ F
180
2 00
10 70
Visteon
w
Sab 22 Jan 20 < 220
0 Y c 80 2 7 2478 km CITY
0 Ü ¬
m 30 C 15 20 K
3 W g
t U è
1 - Bateria
v h
2 - Alternador
3 - Comutador de Ignição
4 - Quadro de instrumentos (lâmpada de recarga)
Alternador
O alternador é uma máquina elétrica giratória que transforma a energia mecânica fornecida
pelo motor de combustão interna em energia elétrica.
120
Fundamentos de eletroeletrônica
Sua finalidade é fornecer a energia elétrica necessária para recarregar a bateria e alimentar os
consumidores, como faróis, ar-condicionado, etc. durante o funcionamento do motor térmico.
O alternador gera tensão alternada, que é retificada logo em seguida para que possa ser utiliza-
da no veículo.
Os alternadores modernos são capazes de gerar uma grande quantidade de energia mesmo em
regime de marcha lenta.
121
Fundamentos de eletroeletrônica
2 - estator
3 - diodos retificadores
- diodos de excitação
- regulador de tensão
4 - tampas e mancais
3
1
2
Princípio de funcionamento
O funcionamento do alternador se baseia nos princípios do eletromagnetismo. Conforme vimos,
quando um condutor se movimenta dentro de um campo magnético, cortando suas linhas de
força ou sendo cortado por elas, aparece neste condutor uma força eletromotriz (ou tensão)
induzida.
122
Fundamentos de eletroeletrônica
Quando uma corrente elétrica percorre a bobina de excitação, também chamada bobina de
campo, surge ao redor desta um campo magnético que enlaça os pólos. Assim, o conjunto de
garras de um dos lados se torna o pólo norte, enquanto o outro conjunto se torna o pólo sul.
No eixo do rotor também se encontram dois anéis coletores, ligados aos terminais da bobina de
excitação. A corrente elétrica de excitação da bobina do rotor irá fluir através das escovas que
são posicionadas sobre os anéis.
123
Fundamentos de eletroeletrônica
A intensidade do campo magnético na bobina do rotor será tanto maior quanto maiores forem a
intensidade da corrente de campo e a quantidade de espiras da bobina.
O estator é montado sobre o rotor, e se constitui de uma armadura circular feita de chapas
unidas. Na face interna se encontram sulcos que alojam um conjunto de três bobinas, formando
o enrolamento do estator.
Dependendo do tipo de alternador, as bobinas do estator podem estar ligadas em “estrela” (Y)
ou “triângulo” (△).
W V
W U
124
Fundamentos de eletroeletrônica
Esses dois tipos de ligação se distinguem quanto às tensões e às correntes de linha e de fase.
Tensão de linha é a tensão medida entre dois dos três terminais da ligação. Tensão de fase é a
que se mede entre as duas extremidades de cada bobina. Na ligação em “estrela” as correntes
de linha (IL) e de fase (IF) são iguais, enquanto que a tensão de linha (EL) é igual ao produto da
tensão de fase (EF) pela raiz quadrada de três.
EL
IL = IF
U
EF
W V
IL = IF
EL = EF . √3
Com as bobinas ligadas em “triângulo”, as tensões são iguais e a corrente de linha é igual à
corrente de fase multiplicada pela raiz quadrada de três.
E L= EF
IL
W U
IF
V IF
EL= E F I L= I F . 3
125
Fundamentos de eletroeletrônica
As bobinas do estator estão defasadas em 120° entre si, independente do tipo de ligação
(Y ou △).
Dessa forma, as tensões induzidas também têm a mesma defasagem, ou seja, a tensão na saída
do estator é trifásica alternada. As fases são chamadas convencionalmente pelas letras “U”, “V”
e “W”.
v(0) 1 rotação
U
0
120° 240° 360°
v(0) V
120° 0
v(0) W
240° 0
v(0) U V W
1 período
126
Fundamentos de eletroeletrônica
A tensão trifásica que é gerada por este tipo de alternador resulta num melhor rendimento, em
comparação com os alternadores monofásicos.
No entanto, a tensão alternada senoidal não pode ser diretamente utilizada para a recarga da
bateria nem na alimentação dos componentes do veículo, que necessitam de tensão contínua.
Devido a isto, a tensão gerada pelo alternador é imediatamente retificada.
127
Fundamentos de eletroeletrônica
O diodo se divide em duas partes, chamadas anodo e catodo. Veja o símbolo utilizado nos
esquemas elétricos.
A K
A - Anodo
K - Catodo
As chapas são polarizadas de acordo com a ligação dos diodos, sendo uma chapa positiva e
a outra negativa. Uma vez que as duas chapas recebem o mesmo tipo de fixação dos diodos,
utilizam-se diodos positivos e negativos que possuem polaridades opostas às suas carcaças
metálicas.
Diodo Positivo
Anodo
Sentido de Sentido de
passagem bloqueio
Catodo
Diodo Negativo
Catodo
Sentido de Sentido de
passagem bloqueio
Anodo
128
Fundamentos de eletroeletrônica
O diodo somente conduz corrente elétrica se estiver polarizado diretamente, isto é, o anodo (A)
deve receber potencial positivo em relação ao catodo (K). Se a polarização for inversa ele não
conduzirá corrente, nesse caso dizemos que ele está em corte.
A +
I Polarização direta
Diodo em “condução”
K -
A -
Polarização inversa
Diodo em “corte”
K +
Antes de ser retificada, a forma de onda da tensão gerada em uma fase do estator é uma senói-
de, com semiciclos positivos e negativos conforme vimos anteriormente.
+ +
- - (t)
O diodo conduz somente nos semiciclos positivos, anulando os negativos. Dessa forma temos
uma tensão contínua pulsativa.
Forma de onda
V(t) após a retificação
+ +
(t)
129
Fundamentos de eletroeletrônica
Como a tensão gerada no estator é trifásica, a forma de onda após a retificação das três fases
mostra uma ondulação bem mais suave que a de uma onda retificada monofásica.
v(t)
U V U W V U W
+
(t)
1 período
Esse nível de ondulação da onda retificada trifásica ainda pode ser diminuído, deixando-a mais
parecida a uma onda de tensão contínua pura. Para isso coloca-se um capacitor ligado entre a
linha B+ e a massa.
Para a
B+
bateria e
consumidores
W V
O capacitor armazena energia nos instantes de subida da onda, descarregando-a nas descidas,
o que provoca a diminuição da ondulação, que é também conhecida como fator de “ripple”.
130
Fundamentos de eletroeletrônica
131
Fundamentos de eletroeletrônica
Circuito de pré-excitação
Sabe-se que, para o alternador começar a gerar a tensão que irá alimentar os componentes elé-
tricos do veículo e recarregar a bateria, é necessário fazer sua pré-excitação, através da alimen-
tação do rotor com tensão da bateria. A corrente que irá surgir no rotor fará com que apareça
neste um campo eletromagnético “constante”. Com o giro do rotor será criado um campo magné-
tico de intensidade variável no estator e, dessa forma, será gerada uma tensão induzida trifásica
alternada que será posteriormente retificada.
132
Fundamentos de eletroeletrônica
Com o comutador de ignição na posição “MAR”, a corrente sai do pólo positivo da bateria
(sentido convencional), passa pela lâmpada indicadora de carga e pelo resistor, que estão em
paralelo, entrando no terminal D+ do regulador de tensão. Daí, passa pelo resistor R1, diodo
D1, junção base-emissor do transistor TR1 retornando ao pólo negativo da bateria (massa).
Quando a corrente flui através da junção base-emissor do transistor TR1, este entra em condu-
ção, liberando a passagem de corrente no sentido coletor-emissor. Dessa forma a corrente irá
percorrer a bobina de campo do rotor, fazendo a pré-excitação do alternador.
+
Resistor (R)
Comutador Bateria
de ignição
-
Lâmpada
indicadora de carga
B+
D+
R2 Diodos de
R5 excitação
R1 D3
Z2 TR2
D1
R3 C1 R4
TR1
Regulador DF
de tensão
Campo (rotor) D1 D2 D3
Estator
D4 D5 D6
Diodos
retificadores
133
Fundamentos de eletroeletrônica
A lâmpada indicadora de carga, que deve ter no mínimo 3W de potência, fica acesa com a
chave de ignição na posição “MAR”, antes da partida do veículo.
O resistor ligado em paralelo com a lâmpada funciona como “by-pass”, oferecendo um caminho
alternativo para a corrente de pré-excitação caso a lâmpada se queime.
Além disso, a ligação em paralelo entre a lâmpada indicadora e o resistor diminui a resistência
total do circuito, aumentando a corrente de pré-excitação e a tensão inicial na partida do motor.
134
Fundamentos de eletroeletrônica
Circuito de carga
A tensão alternada trifásica produzida no enrolamento do estator é transformada em contínua
pulsativa por meio da ponte retificadora trifásica, composta dos 3 diodos retificadores positivos
e dos 3 negativos. Essa tensão retificada faz surgir a corrente que é levada através da linha B+
para ser utilizada na recarga da bateria e no funcionamento dos componentes eletroeletrônicos
do veículo. Se a tensão do alternador estiver menor que a da bateria, os diodos positivos blo-
queiam passagens de corrente no sentido da bateria para o alternador.
Consumidores
+
Resistor (R)
Comutador Bateria
de ignição
-
Lâmpada
indicadora de carga
B+
D+
R2 Diodos de
R5 excitação
R1 D3
Z2 TR2
D1
R3 C1 R4
TR1
Regulador DF
de tensão
Campo (rotor) D1 D2 D3
Estator
D4 D5 D6
Diodos
retificadores
135
Fundamentos de eletroeletrônica
V (0) - -
V (+)
N N ângulo 1500
U = pos.
W = neg.
Enrolamentos V=0 Enrolamentos U = pos.
do estator W (-) U (+) do estator W (-) U (+) W = pos.
Bateria Bateria
IW = IU + IV V = neg.
IW = IU
W U V
In R
In = 0
Vn = 0
Podemos concluir que nesse caso IW + IU + IV = 0. Na prática, porém, as correntes não estão
em perfeito equilíbrio, devido a diferenças construtivas entre bobinas e ao posicionamento impre-
ciso das mesmas, podendo levar a pequenas fugas de corrente pelo ponto neutro.
Esse problema é acentuado em altas rotações, diminuindo a eficiência do alternador. Alguns al-
ternadores utilizam diodos de ponto neutro, que retificam essa corrente de desequilíbrio, aprovei-
tando-a para o circuito de recarga da bateria e para a alimentação dos consumidores.
B+
IU
In
IU + Iw + Iv + In = 0
Iv Iw
136
Fundamentos de eletroeletrônica
Circuito de excitação
Quando o alternador está em funcionamento, a própria tensão gerada no estator é utilizada
para excitar o campo do rotor. Veja o sentido da corrente de excitação.
+
Resistor (R) Comutador
de ignição Bateria
-
Lâmpada
indicadora de carga
B+
D+
R2 Diodos de
R5 excitação
R1 D3
Z2 TR2
D1
R3 C1 R4
TR1
Regulador DF
de tensão
Campo (rotor) D1 D2 D3
Estator
D4 D5 D6
Diodos
retificadores
A tensão alternada trifásica é retificada pelos diodos de excitação e a corrente que surge passa
pela bobina de campo do rotor, terminal DF do regulador, transistor TR1 e daí até a massa. Para
fechar o circuito, essa corrente de excitação retorna ao estator passando pelos diodos retificado-
res negativos (D4, D5 e D6). A tensão retificada também alimenta o regulador de tensão, através
do terminal D+, e servirá de referência para sua atuação.
Logo que o gerador começa a gerar, a lâmpada indicadora de carga se apaga, pois fica subme-
tida à mesma tensão em ambos os terminais, não havendo diferença de potencial entre eles.
B + (≅14V )
Lâmpada
indicadora
de carga
D + (≅14V )
137
Fundamentos de eletroeletrônica
Regulador de tensão
O campo magnético do rotor, que corta as espiras do estator, varia muito devido às alterações
constantes na rotação do motor. Assim, as tensões induzidas nas bobinas do estator também
tendem a variar de amplitude.
• A tensão na linha D+ aumenta quando o rotor do alternador gira mais rápido, elevando as
tensões nos resistores R2 em paralelo com R5 e R3.
D+
Rz
Vz + VB E
R3 Vz
Junção
B-E
138
Fundamentos de eletroeletrônica
• Quando a tensão em R3 atingir o valor de tensão zener (Vz) mais a queda de tensão da
junção base-emissor (VBE) do transistor TR2, o diodo zener Z2 passa a conduzir simultaneamente
aotransistor TR2, causando o corte de TR1.
• A passagem de corrente na bobina de campo do rotor cessa com o corte de TR1, fazendo
diminuir a tensão gerada no alternador e, conseqüentemente, a tensão em D+.
• Assim a tensão em R3 diminui, levando ao corte o diodo zener Z2, que corta TR2. Nesse
momento, TR1 volta a conduzir levando novamente alimentação à bobina do rotor.
+
Resistor (R) Comutador
de ignição Bateria
-
Lâmpada
indicadora de carga
B+
D+
R2 Diodos de
R5 excitação
R1 D3
Z2 TR2
D1
R3 C1 R4
TR1
Regulador DF
de tensão
Campo (rotor) D1 D2 D3
Estator
D4 D5 D6
Diodos
retificadores
139
Fundamentos de eletroeletrônica
140
Fundamentos de eletroeletrônica
A figura a seguir mostra o esquema elétrico do sistema de alimentação principal do FIAT UNO.
A11 A3
MOTOR DE ALTERNADOR COM REGULADOR
PARTIDA ELETRÔNICO INCORPORADO
+50
2 .5 V B
REG.
16 . 0 V
+30
M
B+ D+
10 . 0 V
10 . 0 V
1. 0 C A
2 .5 V B
1. 0 C A
CONEXÂO
BATERIA 4
INJEÇÃO
CONEXÂO G133b INJEÇÃO G133b
VÃO MOTOR
1. 0 C A
2 .5 V B
QUADRO DE
INSTRUMENTOS
2 .5 V B
1
INJEÇÃO
CONEXÂO G383
VÃO MOTOR
2 .5 V B
INJEÇÃO
023
6 .0 V
2 .5 V
G56
2 .5 V
CAIXA DE BORNES
DE DERIVAÇÃO
4 .0 V
2 .5 V B
16 . 0 V
A B 10 . 0 V G5
30A
15 / 5 4
CAIXA
+ 30
F
+ 50
DE FUSÍVEIS
I NT
PARK
16 . 0 P
I NT / A
STAZ.
+ -
A1
B1
BATERIA 000 MASSA
COMUTADOR DE IGNIÇÃO
141
Fundamentos de eletroeletrônica
É do sistema de alimentação principal que deriva a alimentação dos demais sistemas e a ele está
associada a função de partida de motor.
Fusíveis e relés
Os fusíveis e relés são dispositivos muito comuns de serem encontrados nos sistemas elétricos. Na
maioria dos veículos eles estão alojados em duas centrais elétricas: a CPL (Central da Plancia) e
a CVM (Central Vão Motor).
Eles possuem, estampados em seu corpo, o valor da corrente máxima suportada. Assim que a
corrente superar este limite, o fusível se rompe. Também é possível identificar a corrente máxima
de um fusível pela sua cor.
Se substituirmos um fusível por outro de capacidade maior estamos colocando em risco a segu-
rança dos ocupantes do veículo.
Sempre que um fusível rompido for encontrado, é muito importante diagnosticar a causa do
problema.
Como já foi visto na apostila, os relés são dispositivos eletromagnéticos que são utilizados para
controlar o funcionamento de dispositivos ou sistemas de alta potência por meio de baixas cor-
rentes de comando.
É muito importante observarmos o limite de capacidade de corrente de um relé. Este valor deter-
mina qual é o valor máximo de corrente que um rela suporta sem que sejam causados danos a
ele.
142
Fundamentos de eletroeletrônica
Chicotes elétricos
Os chicotes elétricos são componentes muito importantes no sistema eletroeletrônico do automó-
vel.
Cabos elétricos
Os cabos são os condutores dos circuitos elétricos. A área de sua seção transversal varia em
função da corrente elétrica ele conduz. Por isto encontramos cabos de diferentes espessuras em
um mesmo chicote.
São revestidos de material isolante de pvc com cores diferentes. É pela cor, bitola ou localização
do terminal no conector que é possível identificar um cabo no chicote elétrico.
Conectores:
Os conectores possuem a função de alojar os terminais elétricos dos cabos que compõem o
chicote e de conectar o chicote a outro chicote ou a um componente.
Podem ter selos de borracha cuja função é proteger os terminais elétricos de água e poeira.
Guarnições:
São componentes cuja função é proteger o chicote elétrico. São instaladas normalmente em pon-
tos do chicote que passam por furos na carroceria do veículo, evitando que os cabos entrem em
contato direto com as chapas de aço. Além disso, fazem a vedação contra água e poeira.
Tubos de proteção:
Os tubos de proteção são utilizados nos pontos dos chicotes que ficam fora do habitáculo. Ser-
vem principalmente para proteger os condutores do calor gerado por partes quentes do automó-
vel.
Chicote anterior
143
Fundamentos de eletroeletrônica
Chicote Posterior
Chicote da plancia
Assim como os outros chicotes, o chicote da plancia possui a função de conectar os componentes
que estão localizados próximos a ele. No caso do chicote da plancia, estes componentes são os
grupos de interruptores da plancia, o quadro de instrumentos, o rádio etc.
Chicote do motor
144
Fundamentos de eletroeletrônica
Demais chicotes
Além destes chicotes elétricos é bastante comum encontrarmos em nossos veículos chicotes meno-
res e com funções específicas. Como exemplo, podemos citar:
• Chicote do teto solar Skydome® ou Sky Window®;
• Chicote do motor de partida e alternador;
• Chicote do sistema Connect;
• Chicote do sensor de chuva/crepuscular e do retrovisor eletrocrômico, etc.
Pontos de massa
Os pontos de massa são os pontos de conexão dos componentes eletroeletrônicos do veículo
com a carroceria do veículo. Esta, por sua vez, está conectada ao pólo negativo da bateria.
Como o grupo motopropulsor também está conectado ao pólo negativo da bateria, é comum
encontrarmos pontos de massa no motor e na transmissão.
Esperamos que você tenha aperfeiçoado seus conhecimentos nos assuntos abordados neste
módulo.
Até a próxima!
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Fundamentos de eletroeletrônica
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razões de natureza técnica, ou comercial, porém sem prejudicar as características
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