gordura

no figado
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consultoria de
profissionais
da saúde

30solucoes

Previna-se Especial - Ano 1 - no 4

Sintomas • prevenção • DIagnóstico • Tratamentos

Tenho esteatose?
Faça o teste e descubra
como está a saúde
do órgão

Dieta contra
figado
gorduroso!
Cardápio nutritivo e alimentos
Especial
Hepatite
Os tipos,
grupos de risco
poderosos para combater a doença e tratamentos!
 editorial

Fígado,
Fotos Maks Narodenko, Nik Merkulov, POLIGOONE, Artem Kutsenko_shutterstock_736039492.jpg, Nik Merkulov e Superheang168/Shutterstock Images

um órgão
que vale
por 10
O fígado é um dos gerentes na organização da máquina que
é o corpo humano. São mais de 500 funções desempenhadas pelo
órgão, o segundo maior, atrás somente da pele. Ele é muito resistente, mas
excessos nos hábitos alimentares, além do sedentarismo e outros abusos
como álcool e tabagismo, podem levar ao declínio da função hepática.
Nesta edição de Previna-Se Especial – 30 Soluções Contra a Gor-
dura no Fígado, o leitor tem um dossiê para cuidar deste órgão e
prevenir manifestações indesejáveis. Vai compreender como o fígado
funciona, seu papel de terminal de distribuição de nutrientes e ener-
gia para diferentes partes do corpo, e como gordura, açúcar, álcool e
outros elementos podem levar à esteatose hepática. Tem ainda uma
lista completa com mais de 30 opções de alimentos úteis na prevenção
e no tratamento do fígado gorduroso. Dicas de refeições saudáveis e
uma dieta de sete dias para fazer uma faxina no órgão.

Boa leitura!
A redação.

Capa Fotos Binh Thanh Bui, Iurii Kachkovskyi, Maks Narodenko, Michael A. Buser, SOMMAI, Subject
Photo,Tim UR, Valentyn Volkov/Shutterstock Images Produção Gráfica fernanda yamazato
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a prevenção de doenças e a conscientização sobre cuidados com a saúde. você encontra esse e outros
No entanto, nenhum conteúdo publicado deve substituir a medicação prescrita títulos de seu interesse.
e o acompanhamento de um médico. Basta acessar o site
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Aí, é só aproveitar todas as dicas para ter mais
qualidade de vida!
Índice

6 Ciência & Saúde

As novidades no
mundo das pesquisas
8 A importância
do fígado
Maior glândula do corpo,
10 Os sinais
de perigo
Abusos na
ele cumpre mais de 500 alimentação e maus
funções no organismo hábitos levam à
esteatose hepática

14 Alimento que é remédio

Mais de 30 tipos de alimentos benéficos ao
fígado e bom funcionamento do organismo
20 Dossiê hepatite
As diferenças entre
os tipos de hepatite e
como tratar este tipo
de inflamação
23 Outras
patologias
As principais
26 Hábitos
que fazem a
diferença
28 Dê um choque
na dieta
Plano alimentar de
doenças hepáticas uma semana para
Sua saúde requer
que afetam o deixar seu corpo
bons hábitos
funcionamento saudável
e mudanças
do órgão
necessárias

30 Saúde com
prazer
Aprenda receitas
34 Referências
Especialistas
consultados
deliciosas e fáceis nesta edição
de preparar em
casa com foco na
alimentação saudável
ciência & saúde

Desde o nascimento
Estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e publicado no American
Journal of Epidemiology, traça um comparativo entre hipertensos e o parto cesáreo. As chances
daqueles que nascem por cesariana desenvolverem hipertensão aos 25 anos são até 50% maiores
se comparados às pessoas que nasceram de parto normal. Enquanto a Organização Mundial de
Saúde (OMS) sugere que até 15% dos partos sejam cesáreos, no Brasil, o índice chega a 55%.
É a segunda maior taxa do mundo. Uma preocupação diante das evidências, uma vez
que a hipertensão é a porta para infartos e acidente vascular cerebral (AVC).
A tecnologia ajuda, mas há um preço a pagar, na argumentação dos
pesquisadores. A explicação para a hipertensão está na microbiotia
intestinal. Nos partos naturais, os bebês têm a sua flora intestinal
colonizada quanto entram em contato com o canal vaginal da mãe.

Na cesárea, a primeira interação da criança se

dá com as bactérias do hospital. O choque
hormonal é outro benefício causado no parto normal

Pesquisa indica capacidade das algas de combater doenças

A dissertação de mestrado da bióloga Ana Maria Pereira Amorim, do Instituto
de Biociências (IB) da USP, aponta um potencial de cinco espécies de algas
como antioxidantes e antivirais. Nos testes feitos in vitro, neutralizam reações
de oxidação. Além disso, duas algas reagiram bem na inibição de uma
enzima que participa do processo de replicação do vírus do HIV. O estudo,
contanto, não deve ser levado como algo conclusivo, mas ele deve servir
de base para aplicações mais específicas destes efeitos.

A alga Padina gymnospora foi a que demonstrou melhor

efeito antioxidante, enquanto as Sargassum cymosum e Codium
isthmocladum demonstraram potencial antiviral

Saúde no futuro
Adultos que tiveram uma adolescência movimentada, com a prática regular de
atividades físicas, têm menos chances de desenvolveram câncer colorretal. É
o que conclui o estudo também da faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
e divulgado em publicações especializadas. Pioneiro, o estudo aponta que
a atividade física contribui com a redução de adenomas colorretais na fase
adulta. Pelo menos 28,2 mil pessoas foram estudadas para se chegar a esta
conclusão. Voluntários escolhidos em 1997 e que tinham até então passado
por pelo menos um exame de colonoscopia e que não tinham sintomas, foram
acompanhados até 2011. A probabilidade de desenvolvimento do câncer
foi comparada à prática de atividades. Os mais ativos na juventude tiveram
redução de 10% no risco da doença em comparação com pessoas que tinham
uma rotina sedentária. A sondagem inclui ainda informações como histórico
na família, consumo de carne vermelha, embutidos, álcool e tabaco.

O câncer colorretal é o quarto mais frequente no mundo.

São quase 20 casos para cada 100 mil pessoas. Perde
somente para os de pulmão e de mama. No Brasil, é o
terceiro da lista, atrás dos de próstata e de mama

6 . Previna-se! Especial
 Na luta contra o câncer
A mudança de hábitos pode salvar 60 mil vidas por ano no Brasil. É o que aponta a pesquisa da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em parceria com a universidade de Harvard, nos
Estados Unidos. Pelo menos 63 mil mortes por ano em decorrência de câncer, equivalente a 34% do total,
poderiam ser evitadas se a população adotasse medidas em benefício da qualidade de vida. O estudo
pontua pelo menos cinco medidas essenciais para prevenir a doença: evitar tabaco, não abusar no consumo
de álcool, manter o peso ideal, corrigir a alimentação e praticar atividades físicas. A negligência a todos
esses hábitos, combinada com uma alimentação pobre em frutas, verduras e fibras, estaria relacionada a
pelo menos 20 tipos de câncer agressivos. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) estima
que estas classes estão ligadas a, pelo menos, 80% dos diagnósticos no Brasil. A incidência de câncer de
pulmão, laringe, orofaringe, esôfago e cólon do reto, por exemplo, diminuiria pela metade com a mudança
de hábitos. Já a mortalidade de 13 entre os 20 tipos de câncer cairiam a 20%.

Para uma redução expressiva na taxa de mortalidade em decorrência da doença,

pesquisadores defendem políticas públicas no plano nacional voltadas à medicina
preventiva, especialmente exames para prevenção do câncer de mama e de próstata

Inibidor de frutose reduz grau de fígado gorduroso

Um novo medicamento pode ser a arma contra a esteatose hepática de origem não-alcoólica. Trata-se
de um inibidor de frutose, que impede o corpo de metabolizar o açúcar natural, presente em frutas
e legumes. Considerado um dos vilões da saúde pública, o açúcar é um dos principais fatores para a
epidemia de doenças do fígado. No estudo, conduzido com 53 pessoas com grau severo de gordura no
fígado, houve uma redução de 27% em dosagens mais altas e de 8%, em doses menores.

Atualmente, não existe um medicamento destinado diretamente

ao tratamento da esteatose hepática

Imagens Oksana Kuzmina, iMoStudio, LifetimeStock, Stock-Asso e pook jun/Shutterstock

Previna-se! Especial . 7
Raio-X

A importância
do fígado
Segundo
maior do
corpo, o órgão
cumpre mais
de 500 funções
no organismo

P
or vezes sentimos aquela indisposição seguida de um ve-
redicto: o fígado não está legal. Abusos na alimentação e
na bebida sobrecarregam o órgão. O que pouco se sabe é
que este super órgão tem mais funções do que se imagina.
O fígado, o segundo maior órgão do corpo, atrás somente da pele, é
responsável por centenas de ações, 500 mais precisamente.
Basicamente, o fígado está associado ao processo digestivo, ao
transporte de vitaminas pelo corpo e no armazenamento de energia.
Este órgão é tão poderoso que tem a capacidade de regenerar-se. Em
casos de doação de partes do fígado em vida para o receptor, o doador
tem o seu funcionamento preservado e a sua reconstituição é rápida.
8 . Previna-se! Especial
Milhões de células
Com peso médio de um 1,5 quilo, o fígado
está localizado ao lado direito do abdome.
Suas milhões de células cumprem funções
distintas para a saúde do organismo.
Maior órgão maciço do corpo humano,
o fígado é sustentado pelos ligamentos
coronários e falciforme, além da prega
do peritônio, chamada de omento menor,
que permite fixá-lo ao estômago, esôfago
e duodeno.
 Resistência Proteção As 5
Tamanha é a importância desta víscera “Na alimentação, o fígado protege o orga- principais
que é fundamental cuidar da sua saúde. São nismo de substâncias que são consideradas funções
mudanças de hábitos, planos alimentares vilãs à nossa saúde. O consumo exagera- do fígado
e consultas regulares a especialistas que do de comida gordurosa, de carboidrato
• Libera a bile
vão fazer toda a diferença na prevenção refinado e proteína animal pode causar • Armazena glicose
de doenças que podem comprometer seu problemas no órgão, em longo prazo, sem • Desintoxica
funcionamento. possibilidade de cura, como a cir- o organismo
O fígado é um órgão muito No interior
rose hepática”, afirma Rodrigo • Sintetiza o
resistente, mas não está imune do fígado há uma Biscuola Garcia, cirurgião do colesterol
a doenças. Muitas vezes, elas complexa ligação de aparelho digestivo.
são assintomáticas, portanto, vasos sanguíneos que Além da produção de
o cuidado deve ser redobra- fazem conexão com células aminoácidos, a digestão das
do com a saúde do órgão. hepáticas, responsáveis proteínas causa também o
E é sempre necessária uma pelo fluxo de acúmulo de amônia no orga-
atenção a sinais particulares, substâncias nismo, substância nociva à saúde,
especialmente quando há uma nociva à saúde, mas metabolizada
constância no consumo de alimentos pelo fígado, transformada em ureia, que
ricos em carboidratos, açúcares e gorduras, traz impactos em escala muito menor.
combinado com o sedentarismo. São um
prenúncio de que o fígado pode estar pe- Trabalho dobrado
dindo ajuda: cansaço, perda de peso, dor Quando há o exagero no consumo de
na região do abdome, até vômito e fezes de bebida alcoólica, é o fígado quem trabalha
aparência escura. dobrado na limpeza do organismo, devi-
do à alta toxicidade da bebida. O órgão a
Funções transforma em ácido acético, metabólico
A bile é produzida pela vesícula biliar e que atenua o impacto do álcool e ajuda os
secretada quando há o acúmulo de gordura no rins a eliminá-lo pela urina.
duodeno. Ela contribui com a função digestiva É para a veia porta que as moléculas
para transportar a gordura até o intestino. transportam as gorduras que vão ser trans-
Até 1 litro de bile é produzida diariamente formadas em substâncias fundamentais para
para cumprir esta tarefa. a produção de novas células do organismo.
Carboidratos, gordura e proteínas são Quando é ingerida a proteína, o fígado faz
metabolizados pelo fígado. Quando há o a quebra dos aminoácidos e os direciona
consumo de medicamentos, esse processo é para a ação de depuração e coagulação do
feito pelos hepatóticos, que são excretados sangue, produção de proteínas, como as
mais facilmente pelos rins. globulinas e lipoproteínas, e a formação
Carboidratos são revertidos em molécu- de músculos.
las de glicose, que dão energia às células.
“O consumo exagerado de
Quando a glicose chega em grandes quan-
tidades, para estabilizar o pico de insulina, comida gordurosa, de
o fígado sintetiza o glicogênio por meio da carboidrato refinado e de proteína
glicogênese. O glicogênio é transportado animal pode causar problemas
pelo fígado para nutrir coração, múscu- no órgão, em longo prazo,
los e cérebro. Mas quando há um excesso sem possibilidade de cura”
de glicogênio no fígado, o órgão passa a Rodrigo Biscuola Garcia,
transformá-lo em triglicerídeos. cirurgião do aparelho digestivo
CONSULTORIA Rodrigo Biscuola Garcia, cirurgião do aparelho digestivo Foto Natali Mis/Shutterstock

Previna-se! Especial . 9
S.O.S
Os sinais de
Saiba como o fígado
demonstra suas fragilidades
e faça o teste da esteatoseperigo
A
resistência do fígado impressiona. É
um órgão que pode ser retirado pela
metade, em caso de transplante,
por exemplo, e ainda assim tem
a capacidade de regenerar-se. As múltiplas,
centenas de funções do fígado o fazem um
dos principais protagonistas quando o as-
sunto é a saúde do organismo. Mas uma vida
de abusos e exposição a alimentos e hábitos
altamente nocivos podem levá-lo ao declínio
de sua performance. E uma destas situações,
10 . Previna-se! Especial
bastante comum, é a esteatose hepática, o
fígado gorduroso ou ainda gordura no fígado,
como é popularmente chamada.
A doença alcança patamares elevados e
está em escala crescente nos diagnósticos.
Em uma sociedade altamente dependente
de produtos industrializados, que utilizam
aditivos alimentares como gorduras, açúcares
e conservantes, o fígado precisa trabalhar do-
brado na metabolização de comida pobre em
nutrientes e que afeta o equilíbrio do corpo. No
Brasil, a esteatose hepática já afeta, segundo ingestão, o quadro da esteatose evolui para a
a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cirrose hepática e é irreversível.
24% dos adultos e 10% da população na fase Outra variante da doença é a esteatose
infanto-juvenil. hepática não-alcoólica, que acomete, prin-
cipalmente, a faixa de sedentários, obesos
Fases e pessoas que se alimentam irregu-
A gordura no fígado tem três A elastometria larmente. Diabetes, hipertensão
fases. As duas primeiras podem é um procedimento e automedicação são também
ser revertidas com a mudança sem invasão que vai fatores que contribuem com
de hábitos alimentares e a analisar o grau de rigidez o diagnóstico positivo.
prática de exercícios físicos. do fígado. Seu diagnóstico é Mulheres fazem parte do
Ainda é possível tratar o fí- preciso e mede a elasticidade grupo de risco da gordura
gado na fase inflamatória em do tecido hepático e verifica no fígado de origem não-al-
decorrência da infiltração de a quantidade de coólica. A causa está na pro-
lipídios. “Na fase três, os tecidos gordura presente dução do hormônio feminino,
no órgão
do órgão não se cicatrizam, após o estrogênio. Há também uma
sucessivas agressões. Portanto, dar predisposição em mulheres que têm
pouca importância ao diagnóstico precoce a síndrome do ovário policístico.
da esteatose pode trazer riscos no futuro, em
quadros que podem evoluir, inclusive, para a Medicamentos
falência do órgão”, alerta o médico integrativo, Hipertensos e diabéticos também integram
Roberto Debski. os grupos de risco. Mesmo indivíduos que não
A esteatose hepática apresenta sintomas têm o costume de fazer uso de bebida alcoólica,
como inchaço na região do abdome, pele e mas que fazem uso de medicamentos como
olhos de aspecto amarelado e dores na barriga. corticoides, estrógenos e tamoxifeno, podem
É causada pelo aumento da síntese hepática sofrer de esteatose. As cirurgias abdominais
e ácidos graxos livres e a redução acentuada também oferecem riscos de desenvolvimento
de transporte para o fígado e triglicerídeos. do fígado gorduroso. A esteato-hepatite é outro
“Quem vai ao médico e é diagnosticado caso que figura um agravante para a possibili-
com esteatose deve entender que o órgão está dade de sofrer de fígado gorduroso e é positiva
com uma grande concentração de gordura. em 30% dos pacientes. Sem tratamento, há o
Isso acontece pela infiltração de lipídios que risco de evoluir para o câncer hepático. “Na fase três,
pode ter ligação com infecções, disfunções os tecidos do
metabólicas, abuso na ingestão de bebidas Ajuda profissional órgão não se
alcoólicas, uso prolongado de certos medi- É impossível saber sem a ajuda de pro- cicatrizam,
camentos”, explica Roberto Debski. fissionais especializados se a pessoa tem após sucessivas
gordura no fígado. Alguns sinais são carac- agressões.
Grupos de risco terísticos, mas somente com o protocolo Portanto,
Em pessoas que costumam consumir médico é que o diagnóstico será eficaz, in-
dar pouca
bebida alcoólica frequentemente, é maior a clusive quanto ao grau da doença, em caso
importância
prevalência de esteatose hepática alcoólica. de diagnóstico positivo.
Abusos na bebida alcoólica têm efeitos ainda No consultório de um hepatologista ou
ao diagnóstico
mais nocivos no fígado de mulheres e pessoas clínico geral, o paciente será submetido a precoce
com sobrepeso. A metabolização da bebida exame de apalpação do fígado e aferição da da esteatose
alcoólica é feita principalmente pelo órgão. E pressão arterial. Segundo Roberto Debski, são pode trazer
neste processo, substâncias tóxicas presentes solicitados exames complementares de sangue riscos no futuro”
na composição do produto podem lesioná-lo. ALT, AST e GGT, que vão confirmar se existe Roberto
Em estágios mais elevados, devido à constante a concentração de enzimas no órgão. Análises Debski, médico
exposição do fígado a agressões por conta da de laboratório vão dar ao médico a dimensão integrativo
Previna-se! Especial . 11

exata dos índices no organismo de colesterol,
glicose e hemoglobina. “Os pacientes são en-
caminhados para o radiologista, que vai fazer
a ultrassonografia abdominal. O diagnóstico
por imagem vai ajudar a detectar se o caso é
de grau moderado ou acentuado. É um exame
simples e sem qualquer desconforto. As ima-
gens servirão de parâmetro para avaliar se o
paciente com esteatose apresenta um fígado
mais brilhante e granulado”, afirma.
Evolução nos exames
Entre os exames de imagem mais utilizados
está a ultrassonografia. A taxa de assertividade
é crescente, com a evolução dos equipamen-
tos disponíveis no mercado. É considerada
pela medicina como o método não invasivo,
eficiente e que quantifica o acúmulo de gor-
dura no fígado sem a necessidade de expor
o paciente à radiação. Dá para identificar,
ainda, se existem alterações no pâncreas, baço
e rins. Mas o médico pode solicitar exames
complementares em caso de diagnóstico po-
sitivo para avaliar o grau da inflamação e se
existem distúrbios metabólicos que possam
ter ocasionado a doença, como obesidade e
intolerância à glicose.
A elastometria é um procedimento sem
invasão que vai analisar o grau de rigidez do
fígado. Seu diagnóstico é preciso e mede a
elasticidade do tecido hepático e verifica a
quantidade de gordura presente no órgão. E os
diferentes níveis, de um a três: leve; moderado
ou severo, respectivamente. Além da esteatose
hepática, a elastografia pode identificar tam-
bém hepatite e cirrose.
Tomografia
Outro exame que pode diagnosticar a gor-
dura no fígado é a tomografia computadori-
zada. É necessário fazer a injeção intravenosa
de contraste, que causa impactos nocivos pela
radiação ionizante. Mas foi criado um proto-
colo que permite utilizar as doses corretas,

“Os
pacientes são Esteatose hepática no Brasil
encaminhados Grupos de risco
para o
radiologista, Obesos
que vai fazer a
ultrassonografia
abdominal. O Diabéticos
diagnóstico
por imagem vai Sedentários
ajudar a detectar
se o caso é de
*Fonte – Ministério da Saúde

grau moderado Hipertensos

ou acentuado”
Roberto 24% 10%
adultos jovens
Debski, médico Mulheres
integrativo
12 . Previna-se! Especial
ministradas no tempo certo para minimizar Será que tenho esteatose?
os efeitos colaterais. Somente por meio de exames específicos e
Considerada eficiente no diagnóstico, a auxílio profissional que é possível diagnosticar
ressonância magnética é menos invasiva, por um quadro de esteatose hepática. Mas alguns
dispensar contrastes e radiação. Permite veri- sintomas característicos podem indicar se
ficar precisamente a quantidade de gordura é possível estar com a doença. Confira o
no fígado. Isso se dá pela capacidade de se- teste abaixo:
parar prótons conforme a sua composição e
1. Tenho apresentado quadro de vômito.
obter um mapeamento detalhado do fígado.
( ) Sim ( ) Não
A ultrassonografia é um dos tipos de exames
mais recomendados no Brasil, principalmente 2. Meus olhos estão com aspecto amarelado.
pelo custo. O alto preço da ressonância ainda ( ) Sim ( ) Não
distancia muitas pessoas de obter o serviço.
3. Sinto dores na região do abdome.
Novas técnicas ( ) Sim ( ) Não
Novos parâmetros nacionais proporcio-
nam maior assertividade nos diagnósticos da 4. Já não me sinto bem disposto como antes.
esteatose hepática e doenças do fígado. Estes ( ) Sim ( ) Não
métodos excluem, inclusive, a necessidade
5. Dores de cabeça são mais frequentes.
de procedimentos mais invasivos, como a ( ) Sim ( ) Não
biopsia do órgão.
Trata-se de um biomarcador descoberto 6. Percebo que a qualidade do meu sono
por pesquisadores em biomedicina da Univer- piorou.
sidade de São Paulo (USP) e considerado uma ( ) Sim ( ) Não
opção mais acessível em termos econômicos.
Biomarcadores são cálculos que, levando em 7. Minha barriga parece
consideração fatores como idade, composição estar inchada.
corporal, circunferência abdominal, sexo e ( ) Sim ( ) Não
idade, a partir do cruzamento com análises
8. Sinto, às vezes,
laboratoriais, dão a dimensão do grau de que estou confuso,
esteatose hepática. com dificuldades de
raciocinar.
Eficácia comprovada ( ) Sim ( ) Não
Em todo o mundo, diferentes biomarcadores
são utilizados para fazer esta mensuração. Cada 9. Não tenho tanta
um deles corresponde às regiões, às característi- vontade de comer quanto
cas étnicas, hábitos alimentares, entre outros. O antes.
biomarcador brasileiro, concluíram os cientistas ( ) Sim ( ) Não
da USP, tem eficácia comprovada pela ampla
10. As fezes estão sem cor.
investigação, que envolveu 10 mil pessoas de seis ( ) Sim ( ) Não
diferentes regiões do país. Foram considerados,
nestes testes, altura, peso, medida da cintura Resultado
e os níveis de triglicerídeos, glicose e insulina. A partir de 5 respostas positivas
A leitura destes parâmetros, inclusive, é facili- ( s i m ) , é r e c o m e n d áve l
tada por aplicativos de celular desenvolvidos procurar um especialista.
especificamente para esta finalidade.

consultoria Roberto Debski, especialista em medicina integrativa

Fonte Organização Mundial de Saúde – OMS Fotos rommma, Romaset, Kumar Jatinder/Shutterstock
Menu saudável

Alimentos
do bem
Uma seleção de aliados para você
incluir em suas refeições e manter a
esteatose bem longe!

O
corpo armazena gordura em diversos locais para
uso posterior como fonte de energia. O fígado, in-
clusive, contém uma quantidade natural de gordura.
Porém, em excesso, essa quantidade faz com que o
órgão fique inchado e perca a funcionalidade plena, dificultando
a remoção de toxinas e a produção de bile e levando à esteatose.
“A esteatose está fortemente associada com fatores de risco meta-
bólico, como resistência à insulina, triglicerídeos altos, colesterol
HDL baixo, doenças cardiovasculares e obesidade”, especifica a
médica nutróloga Tamara Mazaracki. Para auxiliar você a ter uma
alimentação equilibrada e benéfica para a saúde do fígado e do
corpo como um todo, a especialista e outros profissionais fizeram
uma lista do que consumir e do que evitar. “Felizmente diversos
alimentos ajudam a combater e a prevenir o acúmulo gorduroso
no fígado. Folhas, legumes, frutas, fibras, sementes oleaginosas,
feijões, peixes estão entre as boas escolhas”, indica a médica.
 Alcachofra
Apresenta três substâncias im-
portantes para a saúde: acinarina,
ácido cafeico e luteolina. Todas elas con-
seguem estimular a produção da bile hepá-
tica, formando os sais biliares e auxiliando
no bom controle do colesterol. Além disso, Azeite de oliva
o alimento contém um princípio ativo que Também é excelente fonte de ômega-9, e as-
possui propriedades hepatoprotetoras e re- sim como o abacate, atua na proteção do fígado.
generadoras das células hepáticas. “Devido
ao seu potencial de detoxificação, ela auxilia Beterraba
no bom funcionamento do intestino e do Além de proporcionar uma ação detox no
organismo, melhorando e aumentando a organismo, o legume possui efeito laxativo, ou
termogênese, podendo ajudar, assim, na seja, é capaz de combater a prisão de ventre.
queima calórica e, consequentemente, na Tudo isso graças à pectina, um tipo de fibra que
perda de peso corporal”, explica a nutricio- regula o trabalho do intestino. E existem mais
nista Andrezza Fernandes. benefícios na beterraba, como o seu efeito an-
tioxidante, responsável por prevenir tumores.
Abacate
É rico em gorduras benéficas, principal-
mente ômega-9, e também contém fibra
solúvel, ajudando a reduzir o açúcar no
sangue, o estresse oxidativo no corpo e a
inflamação, contribuindo para um fígado
mais saudável.

Alho
É um tempero com ampla ação medici-
nal e também ajuda na esteatose. Estudos
mostram que consumir alho contribui para
melhorar a resistência insulínica e o perfil
lipídico, reduzindo a chance de acumular
gordura no órgão.

Previna-se! Especial . 15

Brócolis
Comer uma variedade de legu-
mes é útil para esteatose hepática,
e o brócolis se destaca dentre eles.
Uma pesquisa publicada no Journal
of Nutrition evidenciou que o con-
sumo frequente de brócolis atua na
prevenção do acúmulo de gordura
no fígado.
16 . Previna-se! Especial
Café
É uma bebida com diversas pro-
priedades na saúde humana. Um
estudo publicado na revista Annals
of Hepatology mostrou que o ácido
clorogênico, um dos princípios ati-
vos do café, tem ação antioxidante,
anti-inflamatória, ajuda a reduzir
o colesterol e a proteger o
corpo da doença he-
pática gordurosa
não alcoólica.
Chás
São usados para fins medicinais
há milhares de anos. As pesquisas
comprovam que o chá-verde e o chá
preto, devido ao seu alto teor de po-
lifenóis, ajudam a reduzir o percen-
tual de gordura corporal e gordura
no fígado.
Cúrcuma
Muitos estudos recentes mostram
que a curcumina, um polifenol pre-
sente na cúrcuma, é eficaz contra o
desenvolvimento da esteatose he-
pática e evita a sua progressão para
hepatite. O consumo diário de cúr-
cuma reduz a resistência insulínica, a
inflamação e a oxidação de gorduras.
Dente-de-leão
“É uma planta com função an-
ti-inflamatória muito importante no
tratamento hepático”, diz Andrezza.
Ela auxilia na remoção das toxinas
e, também, na diurese, melhorando
a retenção de líquidos no corpo. E o
suco de folhas de dente-de-leão eli-
mina resíduos do fígado e melhora
o funcionamento da bile.
Gengibre
É outra raiz, com centenas de
princípios ativos, que age na resis-
tência insulínica e inflamação, sendo
muito útil na prevenção e na correção
da esteatose.
 Goji berry
Frutinho muito usado na medicina chi-
nesa, reduz a deposição de gordura e protege
o fígado do estresse oxidativo, inflamação
e fibrose.
Limão
Rico em vitaminas, o limão é um aliado
na hora de eliminar as toxinas e bactérias
existentes no corpo. Sua alta quantidade
de vitamina C ajuda na recuperação de res-
friados e protege o estômago. “Por ter sabor
cítrico, as pessoas acham que o limão é um
ácido, porém seu efeito no organismo é alca-
lino. Beber água de limão, por exemplo, ajuda
a evitar uma situação de acidez no corpo”,
explica a nutricionista Marcieli Pereira.
Maçã
Muito popular entre as pessoas, sendo,
inclusive, bem aceita pelas crianças, a fruta
apresenta em sua casca a substância pectina,
uma fibra solúvel que, no estômago, se trans-
forma em um gel, bloqueando a absorção de
parte da gordura dos alimentos.
Acerola
É a fruta mais rica em vitamina C, além
disso, contém flavonoides que melhoram o
sistema imunológico.
Agrião
Ajuda na recuperação e no bom funciona-
mento hepático de pacientes com a doença.
Alfafa
Possui sais minerais como magnésio, fer-
ro, potássio e cálcio que ajudam a eliminar o
excesso de sódio do corpo, desintoxicando
o fígado.
Cereais integrais
São carboidratos complexos que contri-
buem com vitaminas do grupo B necessárias
para o bom funcionamento do organismo”,
afirma a profissional.
Couve
Possui ação antioxidante que estimula o
organismo a liberar as substâncias tóxicas,
previne contra o câncer e fortalece o sistema
imunológico.
Framboesa
Ricas em fibras, fósforo e vitamina C, ela
facilita a eliminação das substâncias que
produzem as infecções.
Kiwi
É rico em substâncias desintoxicantes e
auxilia na eliminação de substâncias ruins que
podem prejudicar o funcionamento do órgão.
Previna-se! Especial . 17
 Rúcula
Rica em vitaminas A e C, é
antioxidante, comba-
te a ação dos radicais
livres e possui enxofre
que auxilia na formação
de enzimas produzidas pelo
fígado promovendo a limpeza
do organismo.

Lecitina de soja
Gordura extraída da soja que
contém colina, uma vitamina neces-
sária para o metabolismo hepático e
que auxilia no controle do colesterol
ruim (LDL).
Tomate
Rico em vitaminas A e C,
antioxidantes e licopeno, uma subs-
tância que previne contra doenças
e fortalece o sistema imunológico.
Uva
Estimula a produção de bílis que
descongestiona o fígado e facilita a
circulação de sangue por seu interior.
Nozes
Todas as oleaginosas são de gran-
de valor na dieta, no entanto as são
especialmente ricas em ômega-3.
Estudos mostram que comer nozes
melhora os testes de função hepática
em pessoas com doença hepática
gordurosa não alcoólica.

Melão
“É hidratante e remineralizante,
ou seja, favorece a reposição da água
e dos sais minerais, que se perdem
nos casos de doenças infecciosas”,
comenta Amanda.

Rabanete
É rico em compostos sulfurosos
de grande poder antibiótico, antiviral
e imunoestimulante.

Suplementos
Há também uma série de
suplementos que ajudam a
prevenir e a reparar o fíga-
do doente, já com gordura
acumulada, como silima-
rina, colina, inositol, com-
plexo B, magnésio, vitamina
C, glutationa, Whey Protein
dentre outros.

18 . Previna-se! Especial
 Toranja
“Ela ajuda
devido à ação da
naringenina, que Fuja!
diminui o proces- Tão importante quanto escolher
so de inflamação os alimentos que ajudam a
hepática”, ensina combater o acúmulo de gordura
Andrezza. Além disso, no fígado é evitar alimentos que
causam a esteatose. E quais são os
ela é uma excelente fonte vilões? “As pesquisas evidenciam
de vitamina C. Para quem não que o consumo excessivo de
sabe, a toranja é uma combinação açúcar, frutose adicionada
das sementes de duas espécies dife- em alimentos processados
rentes: o pomelo e a laranja. e carboidratos refinados
são os principais culpados
Ômega-3 da esteatose hepática
Melhora os níveis de gordura he- não alcoólica. Quando se
consome grande quantidade
pática e os níveis de HDL colesterol
de frutose, o fígado
em pessoas com esteatose. Alimentos transforma este excesso
ricos em ômega-3 incluem sardinha, em gordura. Frituras, ricas
cavala, salmão, sardinha, linhaça, em calorias e gorduras
chia e nozes. trans, também devem ser
eliminadas da dieta”, alerta
Tamara. Por outro lado,
o consumo excessivo de
bebidas alcoólicas leva à
esteatose do tipo alcoólica,
dentre outros problemas, e
deve ser evitado.

Hibisco amigo
“A perda de peso corporal e consequente gordura corporal
é o ponto fundamental para a regressão da esteatose. Portanto,
o tratamento principal baseia-se na reeducação alimentar e
mudanças de hábitos”, aponta a nutricionista Vanessa Gama.
Por ser um poderoso aliado do emagrecimento, o hibisco pode
colaborar também para a eliminação de gorduras do fígado.
“O chá de hibisco é um potente antioxidante e auxilia na perda
de peso, pois além de eliminar radicais livres e ser diurético,
estudos demonstraram que ele evita o acúmulo de gordura. Se
ele ajuda a emagrecer, ele auxilia no tratamento da esteatose.
Ao perder peso, a esteatose também é revertida”, explica Vanessa.

Consultoria Andrezza Fernandes, Marcieli Pereira e Vanessa Gama, nutricionistas; Tamara Mazaracki, nutróloga
Fotos mahirart, Africa Studio, Igor Dutina, Lukas Gojda e gresei/Shutetrstock Images

Previna-se! Especial . 19
hepatites

Inflamação
As diferenças entre os tipos de
hepatite e como tratá-las

H
epatite é, basicamente, toda a inflamação no fígado. Mas
suas variações formam uma complexa rede de causas e
tratamentos. No Brasil, ocorrem todos os tipos de he-
patites (A, B, C, D e E), mas em frequências diferentes.
A incidência de hepatite A é desconhecida, devido à negligência
do próprio paciente, por muitas vezes achar que é uma virose. Já
a hepatite E já atingiu pelo menos 10% da população brasileira. A
hepatite B, a prevalência é de 0,4% da população e hepatite C, em
0,7%. Hepatite D é uma doença, no território
nacional, concentrada em regiões específicas,
principalmente na bacia amazônica, no Norte.
Os vários tipos de hepatites estão dividi-
dos em dois grupos: o de fundo infeccioso
e o não-infeccioso. Na primeira divisão há
hepatites tóxicas e metabólicas. Nas tóxicas,
as mais comuns são por uso de medicamen-
tos e de álcool. “As hepatites causadas por
medicamentos ou toxinas, como o álcool,
por alterações no sistema de defesa do or-
ganismo, que produz auto-anticorpos que
atacam o fígado, por alterações metabólicas
– como a esteato-hepatite não-alcoólica, por
excesso de ferro - não são contagiosas e não
passam de uma pessoa para outra”, afirma o
gastroenterologista Eric Bassetti.
Dentre as hepatites infecciosas, vários
agentes podem causar a inflamação no fígado,
como bactérias, fungos e vírus. As hepatites
virais são as mais frequentes e importantes,
sendo que neste grupo há mais uma sub-
divisão, vírus que causam uma inflamação
no organismo resvala no fígado e hepatites
que acometem principalmente o fígado pela
ação de vírus hepatotrópicos. São estes os
tipos de hepatites classificados nas siglas
A, B, C, D e E.
Os sintomas, diferentemente do que é
imaginado, não são basicamente pele e olhos
amarelados; estas características ocorrem
somente em 30% dos casos. “São as pessoas
que têm olhos amarelados geralmente em
quadros de icterícia. A grande maioria, na
verdade, tem sintomas similares ao de uma
virose, como dor no corpo, cansaço e náusea,
febre baixa, e nem procura o médico. Fica em
casa em repouso e sem saber o que está se
passando”, alerta Roberto José de Carvalho
Filho, professor de gastroenterologia na Es-
cola Paulista de Medicina da Universidade
Federal de São Paulo.
Em proporção imensamente inferior, me-
nos de 1% dos casos, a hepatite se manifes-
ta em grau grave. Segundo Roberto José de
Carvalho Filho, há uma destruição do tecido
hepático, problemas de coagulação e neuro-
lógicos. O paciente precisa de acompanha-
mento médico e, em determinadas situações,
é necessário o transplante de fígado.
Os grupos de risco das hepatites virais
por vírus hepatotrópicos – as letras de A a
E – variam. Algumas classificações têm como
origem a infecção por vírus transmitidos
pela via fecal-oral, que consiste na ingestão
de água e alimentos contaminados, o que se
aplica aos tipos A e E. Uma segunda forma
de transmissão desses vírus é por via sexual,
caracterizada pelo tipo A. “Já as hepatites
B, C e D são de transmissão principalmente
parenteral, pelo contato com o sangue conta-
minado. Se a pessoa compartilha seringas, faz
transfusão sanguínea, ela faz parte do grupo
de risco. Estas hepatites podem também ser
transmitidas sexualmente, principalmente a
hepatite B, esta, que tem uma terceira forma
de transmissão, que é a vertical, ocorre duran-
te o parto da mãe contaminada pela doença
na forma crônica para o recém-nascido. Daí a
importância do pré-natal, que também serve
para fazer o diagnóstico, em caso positivo,
dando tempo hábil para dar curso aos pro-
tocolos médicos com foco na prevenção ao
bebê, por vacina e anticorpos já formados,
que é a gamaglobulina”, explica Roberto José
de Carvalho Filho, professor de gastroente-
rologia na Escola Paulista de Medicina da
Universidade Federal de São Paulo.
Segundo o gastroenterologista Eric Bas-
setti, não há como diferenciar as causas de
hepatite pelos sintomas, principalmente por
não serem aparentes ou característicos. So-
mente uma avaliação médica poderá definir
a causa da hepatite.
“A hepatite vertical ocorre durante o parto
da mãe contaminada pela doença na forma
crônica para o recém-nascido. Daí a importância
do pré-natal, que também serve para fazer o
diagnóstico, em caso positivo, dando tempo
hábil para dar curso aos protocolos médicos
com foco na prevenção ao bebê, por vacina e
anticorpos já formados, que é a gamaglobulina”
- Roberto José de Carvalho Filho, professor de
gastroenterologia na Escola Paulista de Medicina
da Universidade Federal de São Paulo
Previna-se! Especial . 21
 Tratamento
Existem duas formas de evolução das
hepatites virais, as agudas, que acontecem
dentro de algumas semanas ou meses após
a contaminação com vírus e em alguns ti-
pos de hepatites há a persistência do vírus
no organismo por mais de seis meses, que
são as infecções crônicas, principalmente as
hepatites B, C, D e E, esta última, em pessoas
que têm a imunidade baixa, como receptoras
de órgãos transplantados.
No tratamento das hepatites agudas, qual-
quer que seja o vírus, não há um escalona-
mento de A para E, mas cada um representa
uma classe. Normalmente, o tratamento é
assintomático apenas, com analgésicos para
febre, dores de cabeça e no corpo, se tiver
enjoo, remédio e observação. A depender do
tipo de atividade no trabalho, se demanda
muito esforço físico, é recomendável repou-
so. Restrições alimentares podem entrar no
tratamento, com a indicação de dietas leves,
se houver náusea.
Para as hepatites crônicas (B, C, D) e casos
mais incomuns (E) é recomendada a terapia
antiviral, com medicamentos que impeçam
que o vírus se multiplique e continue a le-
sionar o fígado. Para várias destas infecções
Consultoria Ana Galvão, médica integrativa; João Vicente Lobo, cardiologista  Fotos penguiin e Rene Jansa/Shutterstock Images
22 . Previna-se! Especial
há remédios, inclusive, disponíveis gratuita-
mente no SUS (Sistema Único de Saúde). Os
remédios usados para tratar cada uma destas
hepatites são diferentes. Em alguns casos o
medicamento é dado via oral e, a depender
do tipo, o tratamento pode durar décadas.
A esteato-hepatite pode ser controlada
com atividade física, perda de peso, controle
do colesterol, triglicérides e da glicose com
alimentação saudável. “Não há tratamento
medicamentoso aprovado até o momento. O
tratamento da hepatite alcoólica é a abstinên-
cia e da hepatite medicamento a retirada do
medicamento causador, que pode ser também
medicamento a base de ervas ou mesmo chás”,
explica o gastroenterologista Eric Bassetti.
Cura
A eliminação do vírus da hepatite no orga-
nismo é possível quando são diagnosticados
os tipos C e E, de fundo crônico. Nas classes
crônicas B e D, os medicamentos controlam
a infecção, principalmente na primeira. A
Delta (D) é a mais difícil de se tratar, devido
à multiplicação do vírus. Em alguns casos
essa proliferação é contida, mas ainda são
necessários avanços na ciência para resul-
tados mais promissores.
saúde

Outras
patologias Conheça as principais manifestações
que afetam o funcionamento do fígado

E
pidemia de obesidade, profunda mu-
dança na alimentação, com preferên-
cia para comida ultraprocessada, são
algumas das razões para o declínio
da saúde da população mundial em uma es-
calada sem precedentes. A comodidade para
receber em casa refeições prontas, de obter
soluções do dia a dia com esforço mínimo,
tudo isso afeta severamente a máquina que
é o corpo humano.
São diretamente associados à forma como o
indivíduo se preocupa com a sua qualidade de
vida as doenças que afetam cérebro, coração,
rins, entre outros órgãos vitais. O fígado ocupa
o rol desta lista e diferentes patologias podem
afetá-lo severamente.
Cirrose hepática
A cirrose hepática é uma destas doenças.
Caracterizada como o endurecimento do fígado,
Previna-se! Especial . 23
 tem como primeira alteração a hipertensão um grau de insuficiência hepática. “O fígado
portal, quando a pressão do vaso responsá- fica muito enrijecido e há uma disfunção. Isso
vel pela drenagem do sangue que vem dos leva ao que chamamos de hipertensão portal.
intestinos grosso e delgado para o fígado fica Quando isso acontece, outros fatores de riscos
elevada, evento que causa alterações no for- surgem como o aumento do baço, formação
mato do órgão. de líquido na barriga, confusão mental, desen-
Doença crônica do fígado e, uma vez volvimento de varizes perto do esôfago, o
instalada, é irreversível. “Não adianta Pacientes que pode acarretar o quadro de ence-
tirar o agente agressor, neste caso, que têm falopatia hepática. Tudo isso se dá
não há cura. Esta lesão crônica do anemias crônicas pelo desenvolvimento da cirrose.
fígado pode ser originada, comu- e que fazem muita A veia que chega ao fígado fica
mente, por alcoolismo, hepatites transfusão de sangue dilatada e precisa procurar outros
virais, como a hepatite B e a C. A podem desenvolver a caminhos para chegar ao coração,
hepatite A, que é a mais comum, hemocromatose ao invés do fígado, por sua rigidez”,
não leva à cronificação”, pontua Ro- secundária acrescenta Roberto Blasbalg.
berto Blasbalg, médico radiologista.
Pode apresentar sintomas de várias formas, Sinais comuns
desde muito leves a extremamente graves, como Outros sinais comuns são cansaço, perda de
apetite, inchaço nas pernas, impotência sexual,
sangramentos espontâneos e unhas quebradi-
ças. A cirrose é associada a 1,3 milhão de mortes
por ano no mundo. O álcool é o principal fator
desencadeador da doença que levou a estes
óbitos, seguido da hepatite C, hepatite B e a
esteatose hepática de natureza não-alcoólica,
embora na última posição, vista com atenção
pela comunidade médica pela crescente razão
das mortes nos últimos anos. No Brasil, pelo
menos 40 mil pessoas são internadas por ano
em decorrência de complicações da cirrose,
aponta o Ministério da Saúde. O tratamento
deve ser feito com um médico especialistas,
preferencialmente um hepatologista.

Câncer de fígado
O tumor carcinoma hepatocelular, uma das
principais fontes de câncer no fígado, está quase
que exclusivamente condicionado ao quadro de
cirrose. Mais de 80% destes tumores acontecem
em pacientes com doenças crônicas.
“A cirrose é um dos fatores que predispõe o
câncer do fígado. Todo paciente que tem alguma
doença crônica do fígado, é um paciente de risco
para desenvolver o carcinoma hepatocelular.
Ele pode ser tratado desde recepção cirúrgica
até o tratamento percutâneo, que é queimar a
lesão por radiofrequência. Pode tratar também
por radiologia intervencionista, procedimento
chamado de quimioembulização ou até, se
24 . Previna-se! Especial
necessário, o transplante do fígado”, explica
Roberto Blasbalg.
Outros tumores no fígado são as metástases,
muito comuns especialmente de cânceres do
trato gastrointestinal, que afetam intestino
grosso, estômago, pâncreas.
Barriga d’água
No Brasil, Nordeste, interior de São Paulo
e áreas pontuais e Minas Gerais são regiões
endêmicas da esquistossomose, conhecida
como barriga d’água, por conta do sintoma
característico de acúmulo de água na barriga.
Ocorre em áreas onde têm as lagoas de coceiras,
onde há o vetor de inseminação da doença, os
caramujos. O ser humano, ao mergulhar nestas
lagoas, é infectado pelo parasita que penetra
pela pele e se instala nas veias do intestino, do
fígado e no próprio órgão.
Com o tempo, a esquistossomose leva a
uma doença crônica do fígado, que produz o
enrijecimento do órgão em um cenário que,
similar ao da cirrose, mas com patologias di-
ferentes, leva à hipertensão portal. “Era uma
doença muito prevalente no Brasil, e ainda há
um número considerável de pessoas infectadas.
O tratamento é pelo controle da hipertensão
portal, principalmente em situações onde há
muitas varizes no esôfago, quando há um risco
importante de sangramento e, consequente-
mente, de vida”, afirma Roberto Blasbalg.
Acúmulo de ferro
A hemocromatose é uma doença que leva
ao acúmulo de ferro no fígado, fenômeno tó-
xico que, na fase crônica, pode evoluir para
a cirrose. Alguns fatores são predisponentes
como a cirrose e a própria toxicidade no fígado.
São basicamente duas condições que levam à
doença, sendo a primeira – hemocromatose
primária – de origem genética, em que há uma
mutação no gene, o que aumenta a absorção
de ferro pelo intestino e o acúmulo em alguns
órgãos, entres eles, o fígado. A segunda forma
é a superexposição ao ferro. Pacientes que têm
anemias crônicas e que fazem muita transfusão
consultoria Roberto Blasbalg, médico radiologista; Ana Paula Gava, Adriane Marcom e Beatriz Nery, nutricionistas Fotos Andrey Popov e bunyiam/Shutterstock
de sangue podem desenvolver a hemocroma-
tose secundária.
Icterícia
Icterícia é uma condição clínica na qual os
pacientes apresentam pele e mucosa em tons
amarelados. Suas causas são diversas, como
uma disfunção hepática, quadro obstrutivo
da via biliar – canais por onde passa a bile –,
devido a um cálculo, alteração inflamatória
ou tumor. É, portanto, uma manifestação pela
obstrução de um destes dutos.
Doença de Wilson
Caracterizada pelo acúmulo de cobre nos
tecidos, a doença de Wilson é rara e afeta
principalmente homens. O fenômeno causa
impacto no fígado e em outros órgãos, como
rins, olhos e cérebro.
Pessoas que tiveram hepatite que evoluiu
para a cirrose têm maior predisposição à doença
de Wilson. Além da falência hepática, pode le-
var a demência, afetar a fala e os movimentos.
Pacientes diagnosticados recebem medicações
que vão reduzir a taxa de cobre no organismo.
A nutrição também é acompanhada constan-
temente, com a redução de alimentos como
o chocolate, nozes e cogumelos. Em algumas
situações, é recomendado o transplante de fí-
gado. O tratamento deve ser contínuo, a fim de
evitar o agravamento, que pode levar à morte.
Esta lesão
Acompanhamento crônica do
O rastreamento por ultrassonografia e exa- fígado
mes de sangue como a alfafetoproteína, dosa- pode ser
gem de um marcador tumoral específico para
originada,
o fígado, são protocolos médicos adotados para
comumente,
conferir se as doenças do fígado apresentam
evolução para um quadro mais grave, como o
por alcoolismo,
carcinoma hepatocelular. Em alguns casos é hepatites
feita também a tomografia computadorizada virais, como a
e ressonância magnética. Os exames são feitos hepatite B e a
semestralmente para conferir se não há o de- C” , Roberto
senvolvimento de tumor. Em caso afirmativo, o Blasbalg,
prognóstico é melhor, segundo Roberto Blasbalg, médico
devido ao início da terapia na fase inicial. radiologista
Previna-se! Especial . 25
atitude

Órgão saudável
requer bons
hábitos
Como tratar a esteatose, que
deixa o fígado sobrecarregado

O
fígado é um dos órgãos mais
expostos ao impacto de hábitos
nocivos à saúde. E quando se
trata de fígado gorduroso, não
basta somente procurar o médico e seguir a
vida normalmente. É preciso encarar a neces-
sidade de uma mudança profunda que envolve
diversos costumes para que o problema não
se agrave.
Conforme explica o cardiologista João Vi-
cente Lobo, é preciso monitorar outras doenças
que estão diretamente ligadas à esteatose e que
podem corroborar com quadros mais graves
do fígado gorduroso, como a evolução para a
cirrose, até mesmo câncer.
“Diabéticos têm predisposição à esteatose
hepática, portanto, seguir as orientações mé-
dicas, usar os medicamentos prescritos e
fazer exames regulares são os caminhos
para evitá-la. Para pacientes diabéticos,
os cuidados com o fígado são ainda
maiores. A função do órgão de captar
glicose e diminuir a resistência à
insulina, em algumas condições,
requer o auxílio com terapia medi-
camentosa, a partir da prescrição
de medicamentos como glicotinase
e piragliatina”, explica o médico.
 Cuidados do sono é fundamental para prevenir o corpo
Cuidar de si próprio é um bom começo para da exposição a radicais livres nocivos ao órgão.
vencer a esteatose. Movimentar-se, praticar regu- Fugir do estresse é mais uma recomendação
larmente uma atividade física que é estimulante, médica para prevenir ou tratar a esteatose he-
é essencial. Ao fazer exercícios, indica- pática. “A acupuntura é um dos métodos da
dores metabólicos formam uma Para medicina alternativa que restabelecem
barreira de proteção do fígado pacientes o reequilíbrio do corpo e previnem
que impede o acúmulo de li- diabéticos, os cuidados doenças no futuro, que são fru-
pídios. “Pode ser aeróbica, com o fígado são ainda to de aspectos emocionais do
corrida, dança, andar de bi- maiores. A função do órgão passado. A medicina oriental
cicleta, simplesmente trocar de captar glicose e diminuir a alerta que a mulher deve ter
o elevador pela escada. As resistência à insulina, em algumas maior atenção ao órgão, fun-
condições, requer o auxílio
reações químicas positivas com terapia medicamentosa”
damental na regulação do ciclo
no organismo são imediatas João Vicente Lobo, menstrual pelo direcionamento
e vão contribuir com a reversão cardiologista da circulação do sangue”, afirma
do quadro”, afirma Ana Galvão, Roberto Debski, especialista em me-
especialista em medicina integrativa. dicina integrativa.
O ideal, completa Ana Galvão, é fazer do Debski reforça que o estresse pode ser eli-
esporte ou exercício escolhido uma constân- minado com o auxílio de terapias alternativas
cia. Para resultados na queima de energia do como ioga, musicoterapia, cromoterapia, até
organismo e do metabolismo basal, o indicado práticas mais simples, como manter a socia-
são 45 minutos por dia, três vezes por semana. bilidade e praticar o bem são ações que vão
“Essa atitude vai promover a produção e irisi- estimular sentimentos que fortalecem o órgão
na, hormônio que converte a gordura branca e o sistema imunológico.
em marrom, que age no metabolismo e traz
como benefícios o gasto calórico e a redução Tem hora para tudo
da gordura abdominal”. Tem hora para tudo, inclusive para comer.
Além de reduzir drasticamente o consumo de
Emagrecimento alimentos ricos em gorduras, proteína animal e
Perder peso é, de cara, a primeira recomen- carboidrato refinado, respeitar os períodos das
dação médica em um diagnóstico de esteatose. refeições é uma das estratégias em benefício Para desintoxicar
Para superar a doença e devolver a saúde ao da saúde hepática. Para cada hora, o corpo o fígado de
fígado, é preciso perder entre 5% e 10%. “Quando reage de maneiras diferentes à ingestão e ali- emoções
há a perda de peso, ocorre a diminuição das mentos, em respostas hormonais diretamente negativas
enzimas hepáticas, do perfil lipídico e oxidação relacionadas à temperatura. reprimidas são
do tecido adiposo, além do aumento de gasto Quem come tarde da noite tem até duas
considerados
de glicose. Mas a perda deve ser gradual, não vezes mais chances de apresentar quadro de
métodos
rápida demais, para evitar a injúria hepática, obesidade. Mas é já no período da tarde, a
provocada pela mobilização dos lipídeos que partir das 16h30, que o organismo começa a eficientes
reflete no aumento de ácidos graxos livres apresentar dificuldades em metabolizar car- brincadeiras,
viscerais”, ressalta Ana Galvão. boidrato e açúcar. “À noite, o melhor a fazer é artes, lazer,
evitar alimentos gordurosos e doces. Quando risoterapia,
Durma bem e relaxe! ingerimos alimentos altamente calóricos, ocorre livrar-se de
A saúde do fígado está diretamente rela- o relaxamento do piloro, que é a divisão do situações
cionada ao controle do estresse. Começa com esôfago e o estômago, que contribui com o estressantes
uma noite bem dormida. Manter a qualidade refluxo”, explica Ana Galvão. e de ilusões

Consultorias Ana Galvão, médica integrativa; João Vicente Lobo, cardiologista; Roberto Debski, médico especialista em medicina integrativa Foto Daxiao Productions/Shutterstock

Previna-se! Especial . 27
cardápio
Dê um choque
na dieta Confira um plano alimentar de uma
semana para manter o corpo saudável
D
e vez em Dia 1
quando, é Café da manhã
essencial dar • 2 fatias de pão integral •1
aquele cho- fatia de queijo branco • 1
que no organismo para xícara (200ml) de café com
dar o merecido descanso leite desnatado
aos órgãos que trabalham
em ritmo acelerado para Lanche da manhã
organizar toda a máquina, • 1 banana • 1 colher (sopa)
afetada pelos excessos do aveia em flocos
dia a dia. A nutricionista
Juliana Pizzocolo elabo- Almoço
rou um cardápio de uma • 4 colheres (sopa) de arroz
semana para dar um em- integral • 2 colheres (sopa)
purrãozinho nesta tarefa. de feijão • 1 filé médio de
Confira o plano alimentar frango • Salada de brócolis
de 7 dias: e cenoura ralada • Salada
de folhas à vontade
Lanche da tarde
• 1 copo de iogurte natural
• 1 fruta
Jantar
• 3 colheres (sopa) de arroz
integral • 1 filé médio de
alcatra magra • Salada de
folhas à vontade • Salada
de abobrinha e beterraba
(1/2 pires)
Ceia
• 1 taça pequena de moran-
gos • 1 xícara (200ml) de
chá de ervas
Dia 2
Café da manhã
• 1 omelete de 2 claras • 2
fatias de pão integral • 1 copo
(250ml) de suco verde (couve
+ água de coco + gengibre +
linhaça)
Lanche da manhã
• 1 banana com 1 colher
(sopa) de aveia
Almoço
• 3 colheres (sopa) de inhame
cozido • 4 colheres (sopa) de
frango desfiado • Salada de fo-
lhas à vontade • Salada de acel-
ga e tomate cereja (1/2 pires)
Lanche da tarde
• 2 fatias de queijo branco • 1
copo (250ml) de suco natural
de abacaxi com hortelã
Jantar
• 3 rodelas de batata-doce mé-
dia • 3 colheres (sopa) de carne
moída de patinho • Salada de
folhas à vontade • Cenoura
ralada e couve-flor (1/2 pires)
Ceia
• 1 pote (170g) de iogurte na-
tural + mix de fibras (1 colher
de sopa de chia e 1 colher de
sopa de aveia
Dia 3
Café da manhã
• 1 xícara (200ml) de café
com leite desnatado • 3 torra-
das integrais • 1 colher (sopa)
de creme de ricota
Lanche da manhã
• 1 pote (170g) de iogurte
natural desnatado + 1 colher
(sopa) de linhaça + 1/2 ma-
mão papaia
Almoço
• 3 colheres (sopa) de purê
de batata-doce • 1 filé de
peixe grelhado • Salada de
folhas à vontade • 4 colheres
(sopa) de brócolis no vapor
com azeite e tomate
Lanche da tarde
• 2 colheres (sopa) de grano-
la sem açúcar • 1 copo de
coalhada sem açúcar
Jantar
• 3 colheres (sopa) de arroz
integral • 3 colheres (sopa) de
frango desfiado • Salada de
folhas à vontade • 1 pegador
(grande) de couve manteiga
Ceia
• 1 pote (170g) de iogurte
natural + 3 castanhas-do-pará
 Dia 4
Café da manhã
• 2 fatias de pão integral •
1 fatia de queijo branco • 1
xícara (200ml) de café com
leite desnatado
Lanche da manhã
• 1 banana • 1 colher (sopa)
aveia em flocos
Almoço
• 4 colheres (sopa) de arroz
integral • 2 colheres (sopa)
de feijão • 1 filé médio de
frango • Salada de brócolis
e cenoura ralada • Salada de
folhas à vontade
Lanche da tarde
• 1 copo de iogurte natural
• 1 fruta
Jantar
• 3 colheres (sopa) de arroz
integral • 1 filé médio de
alcatra magra • Salada de
folhas à vontade • Salada de
abobrinha e beterraba (1/2
pires)
Ceia
• 1 taça pequena de moran-
gos • 1 xícara (200ml) de chá
de ervas
Consultoria Juliana Pizzocolo - Nutricionista Clínica e Esportiva Fotos Gaak, bigacis e Photoongraphy/Shutterstock
Dia 5
Café da manhã
• 1 pote (170g) de iogurte
natural + 3 colheres (sopa)
de granola sem açúcar
Lanche da manhã • 1/2 ma-
mão + 1 colher (sopa) de chia
Almoço
• 1 pegador de macarrão in-
tegral com molho de tomate
• 1 filé grande de tilápia •
Salada de folhas à vontade
• Abobrinha e cenoura (1/2
pires)
Lanche da tarde
• 2 torradas integrais • 2 fatias
de queijo branco • 1 xícara
(200ml) de chá de ervas
Jantar
• 2 colheres (sopa) de purê
de inhame • 1 filé grande de
tilápia • Salada de folhas à
vontade • Chuchu e vagem
com azeite (1/2 pires)
Ceia
• 2 ovos mexidos
dia 6
Café da manhã
• 1 xícara (200ml) de café
com leite desnatado • 3 torra-
das integrais •1 colher (sopa)
de creme de ricota
Lanche da manhã
• 1 pote (170g) de iogurte
natural desnatado + 1 colher
(sopa) de linhaça + ½ mamão
papaia
Almoço
• 3 colheres (sopa) de purê
de batata doce • 1 filé de
peixe grelhado • Salada de
folhas à vontade • 4 colheres
(sopa) de brócolis no vapor
com azeite e tomate
Lanche da tarde
• 2 colheres (sopa) de grano-
la sem açúcar • 1 copo de
coalhada sem açúcar
Jantar
• 3 colheres (sopa) de arroz
integral • 3 colheres (sopa) de
frango desfiado • Salada de
folhas à vontade • 1 pegador
(grande) de couve manteiga
Ceia
• 1 pote (170g) de iogurte
natural + 3 castanhas-do-Pará
dia 7
Café da manhã
• 2 fatias de pão integral
• 1 fatia de queijo branco
• 1 xícara (200ml) de café
com leite desnatado
Lanche da manhã
• 1 banana • 1 colher (sopa)
aveia em flocos
Almoço
• 4 colheres (sopa) de arroz
integral • 2 colheres (sopa)
de feijão • 1 filé médio de
frango • Salada de brócolis
e cenoura ralada • Salada
de folhas à vontade
Lanche da tarde
• 1 copo de iogurte natural
• 1 fruta
Jantar
• 3 colheres (sopa) de arroz
integral • 1 filé médio de
alcatra magra • Salada de
folhas à vontade • Salada
de abobrinha e beterraba
(1/2 pires)
Ceia
• 1 taça pequena de mo-
rangos • 1 xícara (200ml)
de chá de ervas
Previna-se! Especial . 29
 Receitas

Imagem meramente ilustrativa

Saúde com Pão de queijo sem lactose com
biomassa de banana verde
prazer Ingredientes: de oliva • 230g de ser farinha de linhaça
De simples a sofisticadas, • 6 colheres de sopa batata doce (batata ou de aveia, se você
de polvilho doce • 4 média) cozida e amas- consumir glúten • 4
aprenda receitas colheres de sopa de sada; pode ser batata colheres de sopa de
saudáveis e gostosas polvilho azedo • 2 co- inglesa, mandioqui- biomassa de banana
lheres de chá de sal nha, aipim, abobora verde. Opcional: se-

É possível comer bem sem grandes pri-

vações. Na alimentação, tudo é uma
questão de adaptar-se. Provar novos sabores
• 3/4 de xícara de
água fervente • 1/4
de xícara de azeite
• 5 colheres de sopa
de amaranto ou qui-
noa em flocos: pode
mente de chia, oré-
gano, ervas finas, ce-
noura ralada fininha
pode ser uma experiência prazerosa e sau-
dável. Confira, a seguir, receitas saudáveis Modo de preparo
que vão fazer a diferença na sua dieta. Misture os polvilhos e o sal e incorpore a água fervente e o azeite de
oliva. Misture bem e rapidamente até virar uma massa grudenta ho-
mogênea. Coloque a batata e a biomassa de banana verde e misture
novamente. Adicione o amaranto, quinoa, linhaça ou aveia e misture
até a massa ficar bem homogênea e lisa. Caso queira, acrescente os
ingredientes opcionais. Você pode dividir a massa e colocar um opcional
de cada. Faça bolinhas do tamanho que desejar e leve ao forno pré-
-aquecido a 200 graus por uns 30 minutos ou até ficarem douradinhos.
Sirva em seguida.
30 . Previna-se! Especial
 Wrap de salmão com rúcula

Ingredientes
• 2 tortilhas de milho • Folhas de rúcula
a gosto • 100g de salmão fumado • 100g
de queijo feta

Modo de preparo
Em uma frigideira, coloque as tortilhas
até dourar. Para cada um dos wraps, coloque
no centro a quantidade de rúcula que quiser.
Acrescente 50g de salmão defumado e finali-
ze com o queijo. Antes de servir, regue com
Imagem meramente ilustrativa

um fio de azeite para ficar mais saboroso.

Tapioca de linhaça dourada

Ingredientes
• 1 xícara de café de tapioca • 1 colher de
Pudim sem leite e com biomassa chá de linhaça dourada • 1 colher de chá de
de banana verde queijo ralado • 1 colher de café de manteiga

Ingredientes • 1/4 de xícara de água quente Modo de preparo

• 6 ovos inteiros
• 400ml leite de coco
• 1 xícara de açúcar demerara
• 1 pitada sal
• 1 xícara de açúcar mascavo
• 1 colher de chá Unte a frigideira com a manteiga, acrescente
de amido de milho a tapioca e a linhaça e distribua uniforme-
• 3 colheres de sopa de mente. Frite dos dois lados. Adicione o queijo
biomassa de banana verde ralado e sirva.
amolecida

Modo de preparo Suco energético

Coloque o açúcar mascavo em uma forma para pudim com furo no cen-
tro, leve ao fogo bem baixo e deixe o açúcar derreter. Assim que estiver Ingredientes
dourado, coloque a água quente com cuidado e mexa. Deixe descansando • 200 gramas de polpa de açaí • 1 banana
enquanto coloca o pudim para bater. Peneire todos os ovos e coloque-os • 1 colher de sopa de guaraná em pó
com o restante dos ingredientes no liquidificador e bata bem. Despeje na
forma e leve para assar em forno pré-aquecido, a 180º, em banho-maria Modo de preparo
por 1h30. Espere esfriar para desenformar. Leve para a geladeira por pelo Bata todos os ingredientes no liquidificador
menos 4 horas antes de servir. e sirva em seguida.

Panqueca de banana com Modo de preparo

pasta de amendoim Bata o ovo e misture a banana, a canela e o mel. Continue
a bater até formar uma consistência pastosa. Coloque na
Ingredientes frigideira e frite dos dois lados. Coloque pasta de amen-
• 1 banana amassada • 1 ovo • Pasta de amendoim • Mel doim e sirva.
e canela a gosto

Previna-se! Especial . 31
 Golden milk

Modo de preparo
• 1 colher de chá de cúrcuma em pó •
1/2 colher de chá de gengibre em pó •
1 pitada de canela • 1 pitada de pimenta
preta • 2 copos de leite vegetal • 1 colher
de sopa de óleo de coco

Modo de preparo
Misture todos os ingredientes secos. Co-
loque o leite vegetal e o óleo de coco
aos poucos, enquanto mexe a mistura.
Adoce com o xilitol. Aqueça e sirva.

Pão de queijo de caneca

Ingredientes
• 1 ovo • 3 colheres de sopa de polvi-
lho azedo • 1 colher de sopa de leite
de arroz • 1 colher de sopa de azeite
• 1 colher de sopa de queijo branco •
1 pitada de sal • 1/2 colher de café de
fermento em pó • 1/2 colher de café
de cúrcuma

Modo de preparo

Imagem meramente ilustrativa

Em uma caneca, misture todos os ingre-
dientes. Leve ao forno micro-ondas por
dois minutos. Sirva em seguida.

Fatouche (salada árabe)

Ingredientes Almôndegas de couve-flor

• Alface roxa rasgada • 1 tomate • 4
pepinos • 4 rabanetes • 1 cebola • ½ Ingredientes • 1 dente de alho picado • 1/2 xícara de chá
maço de hortelã • 1 pão sírio • 2 limões • 1/2 couve-flor cortada • 1 xícara de chá de farina de rosca
• Azeite • 2 colheres de sopa de sumac • Azeite de aveia • Temperos a gosto
• 1/2 cebola picada • 1 colher de chá de sal
Modo de preparo
Corte o pepino e o tomate em cubos, a Modo de preparo
cebola e o rabanete, em fatias. Pique as Cozinhe a couve-flor no vapor até ficarem bem cozidas. Em uma pena, despeje o
ervas e corte o pão sírio em quadrados. azeite e refogue a cebola. Bata a couve-flor no processador, com o alho e a cebola,
Misture com o limão, azeite, sal e sumac. a aveia e os temperos até ficarem bem misturados. Coloque a mistura em uma
Misture as folhas e a cebola, o pepino, tigela, adicione a farinha de rosca e o azeite. Molde as almôndegas, coloque-as em
tomate e rabanete. Salpique com o pão uma assadeira com papel manteiga. Deixe no congelador por 15 minutos e deixe
sírio. Sirva. o forno pré-aquecer a 180º. Leve ao forno por 45 minutos. Sirva ainda quente.
32 . Previna-se! Especial
 Ketchup caseiro

Ingredientes
• 2Kg de tomates maduros • Sal a gosto • Pimenta preta em pó
a gosto • 1/2 xícara de chá de açúcar mascavo • 1/2 xícara de
chá de vinagre de vinho branco • 1/2 xícara de chá de água

Modo de preparo
Retire as sementes do tomate e pique em cubos. Leve o
tomate picado ao fogo com água até cozinhar. Bata no li-
quidificador. Em uma panela, misture o açúcar e o vinagre
e leve ao fogo. Quando o açúcar formar uma consistência
de calda, acrescente o tomate batido e deixe cozinhar em
Imagem meramente ilustrativa

fogo baixo por 20 minutos. Espere esfriar e leve à geladeira,

em um pote. Dura até cinco dias.

Torta de shimeji e batata-doce

Ingredientes
Hambúrguer de beterraba • 200 gramas de shimeji frescos • 1 colher de sopa de
cebolinha picada • 2 colheres de sopa de molho de soja
Ingredientes tilha cozida de vinagre de • 1 colher de café de cúrcuma em pó • Pimenta preta a
• 3 beterrabas ra- • 1 xícara de arroz vinho tinto gosto • Sal a gosto • 300 gramas de batata doce • 2 dentes
ladas integral cozido • Salsinha de alho picados • 1 colher de chá de azeite • 1/2 xícara
• 1 cebola roxa • 1/2 xícara de água a gosto de chá de nozes picadas
• 1 xícara de len- • 1 colher de sopa • Azeite a gosto
Modo de preparo
Modo de preparo Descasque as batatas. Corte em rodelas e cozinhe até ficarem
Em uma frigideira, adicione o azeite e refogue a cebola. moles. Refogue os cogumelos picados em uma frigideira com
Adicione a beterraba, refogue e coloque a água, sal pimenta alho, acrescente a cúrcuma, pimenta, cebolinha, o molho
e o vinagre. Desligue o fogo. Em seguida, amasse a lentilha, de soja e mexa devagar. Bata as nozes no processador com
coloque o arroz integral e a beterraba refogada. Acrescente uma colher de água. Amasse as batatas e misture com os
a salsinha e misture até obter uma mistura homogênea. temperos. Em uma forma pequena de fundo removível,
Faça em formato de hambúrguer e coloque na frigideira untada, forre-a com a massa de batata. Coloque em cima
com o azeite para fritar. Sirva com pão integral e salada. o shimeji e as nozes e leve ao forno. Sirva ainda quente.

Estrogonofe de berinjela Modo de preparo

Ingredientes
• 3 dentes de alho picados • 1 cebola cortada em cubos
• 2 berinjelas cortadas em cubos • 1 lata de molho de
tomate • 1 lata de creme de soja • 2 colheres de sopa de
mostarda • 2 colheres de sopa de azeite • Tempero a gosto
Coloque as berinjelas em cubos e deixe de molho por
15 minutos na água. Coloque o azeite em uma panela
e refogue a cebola até dourar. Retire a berinjela da água
e aperte para tirar o excesso de água. Jogue na panela,
adicione sal e temperos. Quando estiver macia, coloque
o molho de tomate e a mostarda. Sirva em seguida.

Fotos Marcelo Krelling, Estudio Conceito, Africa Studio ealeksandr talancev/Shutterstock

Previna-se! Especial . 33
 consultoria
© EDITORA ALTO ASTRAL LTDA.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.
PROIBIDA A REPRODUÇÃO.
Referências
Especialistas consultados nesta edição
•Ana Galvão, especialista em medicina integrativa
•Ana Paula Gava, nutricionista
•Adriane Marcom, nutricionista
•Adeliane Pereira da Costa Barreto, nutricionista
•Anne da Mata Nebenzahl Santana, nutricionista
•Beatriz Nery, nutricionista
•Gisele Reis, nutricionista funcional
•Eric Bassetti, gastroenterologista
•João Vicente Lobo, cardiologista
•Juliana Pizzocolo, nutricionista clínica e esportiva
•Luciana Candeia Elias, nutricionista clínica comportamental
•Roberto Blasbalg, médico radiologista
•Roberto Debski, especialista em medicina integrativa
•Roberto José de Carvalho Filho, gastroenterologista
•Rodrigo Biscuola Garcia, cirurgião do aparelho digestivo
FOTO RomarioIen/Shutterstock Images
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