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Ela era uma mulher judia que foi escolhida pelo rei persa Assuero
para ser sua rainha.
Ester usou a influência que tinha como rainha para impedir o extermínio
do seu povo. Ela descobriu que havia sido emitido um decreto oficial que
especificava um dia em que todos os judeus que viviam no Império Persa
seriam mortos. Esse plano perverso foi ideia de Hamã, que servia como
primeiro ministro. (Ester 3:13-15; 4:1, 5) Com a ajuda de Mordecai, seu primo
mais velho, Ester revelou o plano ao seu marido, o rei Assuero, mesmo
correndo risco de vida. (Ester 4:10-16; 7:1-10) Daí, o rei Assuero permitiu que
Ester e Mordecai emitissem um outro decreto, autorizando os judeus a se
defender. Os judeus derrotaram os seus inimigos com sucesso. — Ester 8:5-
11; 9:16, 17.
▸Para saber mais sobre Ester, veja os artigos “Ela defendeu o povo de
Deus” e “Ela agiu com sabedoria, coragem e abnegação”.
1-3. (a) Por que Ester talvez tenha ficado com medo diante da
perspectiva de ir falar com seu marido? (b) Que perguntas sobre Ester
consideraremos?
2
Marido? Assuero era bem diferente de tudo o que uma fiel moça judia
esperaria de um marido. * Ele não seguia o exemplo de homens como Abraão,
que humildemente aceitou a orientação de Deus de escutar Sara, sua esposa.
(Gên. 21:12) O rei sabia pouco ou nada sobre Jeová, o Deus de Ester, ou
sobre Sua Lei. Assuero, porém, conhecia a lei persa, que incluía uma lei que
proibia exatamente o que Ester estava para fazer. O quê? A lei dizia que, se
uma pessoa comparecesse perante o rei persa sem ter sido convocada por ele,
estava sujeita à morte. Ester não tinha sido convocada, mas estava indo ver o
rei mesmo assim. Ao se aproximar do pátio interior, de onde o rei no seu trono
poderia vê-la, ela talvez achasse que estava caminhando para a morte. —
Leia Ester 4:11; 5:1.
3
Por que ela assumiu esse risco? E o que podemos aprender da fé
dessa notável mulher? Primeiro, vejamos como Ester, uma moça simples, se
tornou rainha na Pérsia.
A formação de Ester
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Ester era órfã. Sabemos muito pouco
sobre os pais dela. Eles lhe deram o nome de
Hadassa, palavra hebraica para “murta”, um
lindo arbusto de flores brancas. Quando os pais
de Ester morreram, um de seus parentes, um
homem bondoso chamado Mordecai, teve pena
da criança. Eles eram primos, mas Mordecai era bem mais velho. Ele levou
Ester para sua casa e cuidou dela como se fosse sua filha. — Ester 2:5-7, 15.
Mordecai tinha bons motivos para sentir orgulho de sua filha adotiva
5, 6. (a) Como Mordecai criou Ester? (b) Que tipo de vida Ester e Mordecai
levavam em Susã?
5
Mordecai e Ester eram exilados judeus na capital persa, onde
provavelmente eram desprezados por causa da religião e da lei que tentavam
seguir. Mas Ester com certeza ficou bem achegada a seu primo à medida que
ele lhe ensinava sobre Jeová, o Deus misericordioso que muitas vezes no
passado havia resgatado Seu povo de dificuldades — e que faria isso de novo.
(Lev. 26:44, 45) Naturalmente, surgiu um vínculo de afeto e lealdade entre
Ester e Mordecai.
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Parece que Mordecai tinha algum tipo de cargo no castelo em Susã,
visto que se sentava regularmente no portão com outros servos do rei. (Ester
2:19, 21; 3:3) Não sabemos como era o dia a dia de Ester à medida que
crescia, mas não é difícil imaginar que ela cuidava de seu primo mais velho e
de sua casa, provavelmente num dos bairros mais pobres, do outro lado do rio
em relação ao castelo. Ela talvez gostasse de ir ao mercado em Susã, onde
ourives, prateiros e outros comerciantes exibiam suas mercadorias. Ester nem
imaginava que todo aquele luxo mais tarde seria algo comum na sua vida; ela
não tinha ideia do que o futuro lhe reservava.
“Bela de aparência”
7. Por que a rainha Vasti foi deposta, e o que aconteceu depois disso?
7
Certo dia em Susã, todos estavam comentando o tumulto que havia
surgido na corte. Durante uma grande festa em que Assuero estava recebendo
a nobreza com um suntuoso banquete, ele decidiu convocar sua bela rainha,
Vasti, que estava festejando separadamente com as mulheres. Mas Vasti se
recusou a ir. Humilhado e furioso, o rei perguntou a seus conselheiros como
Vasti deveria ser punida. O que aconteceu? A rainha foi deposta. Os servos do
rei começaram a procurar por todo o império belas moças virgens, dentre as
quais o rei escolheria uma nova rainha. — Ester 1:1–2:4.
8
Podemos imaginar Mordecai olhando de vez em quando para Ester
com carinho e percebendo, num misto de orgulho e preocupação, que sua
querida prima havia crescido e se tornado uma moça de notável beleza. O
relato diz que “a moça era bonita de figura e bela de aparência”. (Ester 2:7) A
Bíblia apresenta um conceito equilibrado sobre a beleza — é algo agradável,
mas precisa estar acompanhada de sabedoria e humildade. Senão, pode gerar
vaidade, orgulho e outras características indesejáveis. (Leia Provérbios
11:22.) Já notou como isso é verdade? No caso de Ester, em que resultaria sua
beleza? Em algo bom ou ruim? Só o tempo diria.
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Em sua busca, os servos do rei notaram Ester. Eles a levaram da casa
de Mordecai para o grande palácio, do outro lado do rio. (Ester 2:8) Deve ter
sido uma despedida muito difícil, pois Mordecai e Ester eram como pai e filha.
Ele não queria que sua filha adotiva se casasse com um descrente, nem
mesmo com um rei. Mas não havia nada que ele pudesse fazer. * Ester deve
ter escutado com bastante atenção os conselhos de Mordecai antes de partir.
Enquanto era levada para o castelo de Susã, muitas perguntas devem ter
passado pela sua mente. Que tipo de vida a esperava?
10, 11. (a) Como Ester poderia ter sido facilmente afetada pelo novo
ambiente em que se encontrava? (b) Como Mordecai mostrou que estava
preocupado com o bem-estar de Ester?
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Ester se viu num mundo totalmente novo e estranho para ela. Estava
entre as “muitas moças” que haviam sido trazidas de diferentes lugares do
Império Persa. Seus costumes, idioma e atitudes provavelmente variavam
muito. As moças foram colocadas sob a supervisão de um encarregado
chamado Hegai e passariam por um extenso tratamento de beleza, um
programa de um ano que incluía massagens com óleos perfumados. (Ester
2:8, 12) Um ambiente e um modo de vida assim poderiam facilmente ter feito
com que aquelas moças ficassem obcecadas pela aparência, além de gerar
vaidade e competição. Será que isso afetou Ester?
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Ninguém estava mais preocupado com Ester do que Mordecai. O
relato mostra que todos os dias ele chegava o mais perto possível da casa das
mulheres para saber se ela estava bem. (Ester 2:11) À medida que conseguia
algumas informações, talvez por meio de servos cooperadores que
trabalhavam ali, é provável que seu coração se enchesse de orgulho paternal.
Por quê?
12, 13. (a) Até que ponto Ester impressionou as pessoas ao seu
redor? (b) Por que Mordecai ficou alegre por saber que Ester não tinha
revelado sua origem judaica?
12
Ester impressionou tanto Hegai que ele a tratou com muita bondade,
dando-lhe sete servas e o melhor lugar na casa das mulheres. O relato diz até
que “Ester ganhara continuamente favor aos olhos de todos os que a viam”.
(Ester 2:9, 15) Será que foi a beleza por si só que teve esse efeito? Não. No
caso de Ester foi muito mais do que isso.
13
Por exemplo, lemos: “Ester não
dera informações sobre o seu
povo ou sobre a sua parentela,
porque o próprio Mordecai lhe dera ordem de que não o contasse.” (Ester
2:10) Mordecai tinha instruído Ester a ser discreta sobre sua origem judaica.
Com certeza, ele notava que havia muito preconceito contra seu povo entre a
realeza persa. Como ele ficou alegre por saber que Ester, apesar de estar
longe dele, ainda mostrava o mesmo espírito sábio e obediente!
14
Hoje em dia, os jovens também podem alegrar o coração de seus pais
ou de outros responsáveis por eles. Quando não estão à vista dos pais —
mesmo rodeados de pessoas superficiais, imorais ou ruins —, eles podem
resistir a más influências e se apegar ao que sabem ser certo. Quando fazem
isso, alegram o coração de seu Pai celestial, assim como Ester. —
Leia Provérbios 27:11.
15, 16. (a) Como Ester conquistou o amor do rei? (b) Por que as
mudanças na vida de Ester devem ter sido desafiadoras?
15
Quando chegou o momento de ser apresentada ao rei, Ester recebeu
a liberdade de escolher qualquer coisa que achasse necessário, talvez para
ficar ainda mais bonita. Mas Ester foi modesta e não pediu nada além do que
Hegai havia mencionado. (Ester 2:15) É provável que ela tenha percebido que
o coração do rei não seria conquistado só pela beleza. Um espírito humilde e
modesto seria algo bem mais raro naquela corte. Será que ela estava certa?
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O relato responde: “O rei veio a amar Ester mais do que a todas as
outras mulheres, de modo que ela obteve mais favor e benevolência diante
dele do que todas as outras virgens. E passou a pôr-lhe o toucado real sobre a
cabeça e a fazê-la rainha em lugar de Vasti.” (Ester 2:17) Deve ter sido difícil
para aquela humilde jovem judia adaptar-se a essa mudança em sua vida —
ela era a nova rainha, esposa do monarca mais poderoso da Terra naquela
época! Será que sua nova posição lhe subiu à cabeça, deixando-a orgulhosa?
Muito pelo contrário!
A fé de Ester é testada
18. (a) Por que Mordecai deve ter se recusado a se curvar diante de
Hamã? (Veja também a nota.) (b) Como homens e mulheres de fé hoje imitam
o exemplo de Mordecai?
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Um homem chamado Hamã obteve destaque na corte de Assuero. O
rei o nomeou primeiro-ministro, o que fazia de Hamã seu principal conselheiro
e o segundo homem mais poderoso no império. O rei até mesmo decretou que
quem visse esse alto funcionário deveria se curvar diante dele. (Ester 3:1-4)
Para Mordecai, essa lei era um dilema. Ele sabia que devia obedecer ao
rei, mas só quando isso não envolvesse desobedecer a Deus. O problema é
que Hamã era agagita. Pelo visto, isso significava que ele era descendente de
Agague, o rei amalequita executado pelo profeta Samuel. (1 Sam. 15:33) Os
amalequitas eram tão maus que se declararam inimigos de Jeová e de Israel.
Como povo, eram condenados por Deus. * (Deut. 25:19) Como é que um
judeu fiel poderia se curvar diante de um amalequita? Mordecai nunca faria
isso. Ele manteve sua posição. Até hoje, homens e mulheres de fé têm
arriscado a vida para cumprir este princípio: “Temos de obedecer a Deus como
governante antes que aos homens.” — Atos 5:29.
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Hamã ficou furioso. Mas tramar algo para matar apenas Mordecai não
era suficiente. Ele queria exterminar o povo de Mordecai. Para convencer o rei
a fazer isso, Hamã passou uma ideia negativa dos judeus. Sem mencionar
nomes, deu a entender que eles eram insignificantes, um povo “disperso e
separado entre os povos”. Pior ainda, Hamã disse que eles não obedeciam às
leis do rei, ou seja, que eram rebeldes perigosos. Ele propôs doar uma enorme
quantia ao tesouro do rei para pagar as despesas da chacina dos judeus no
império. * Assuero deu o seu próprio anel de sinete a Hamã para ele aprovar
qualquer ordem que tivesse em mente. — Ester 3:5-10.
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Em pouco tempo, mensageiros foram rapidamente a cavalo a cada
canto do vasto império, levando o que resultaria numa sentença de morte para
o povo judeu. Imagine o impacto que essa proclamação deve ter tido ao chegar
à distante Jerusalém, onde um restante de judeus, depois de voltar do exílio
em Babilônia, lutava para reconstruir a cidade que ainda não tinha muralhas
para se defender. Ao receber a terrível notícia, talvez Mordecai tenha pensado
neles, bem como em seus amigos e parentes em Susã. Muito aflito, ele rasgou
suas vestes, cobriu-se de serapilheira, colocou cinzas sobre a cabeça e ficou
no meio da cidade clamando. Hamã, porém, sentou-se com o rei para beber,
sem remorso pelo sofrimento que estava causando aos judeus e aos amigos
deles em Susã. — Leia Ester 3:12–4:1.
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Mordecai sabia que precisava agir. Mas o que ele poderia fazer? Ester
ficou sabendo da aflição dele e lhe enviou roupas. Mordecai, porém, se
recusou a ser consolado. Pode ser que ele se perguntasse já por muito tempo
por que seu Deus, Jeová, havia permitido que sua querida Ester fosse tirada
dele para ser rainha de um governante pagão. Agora as coisas estavam
começando a fazer sentido. Mordecai enviou uma mensagem a Ester,
implorando que ela intercedesse junto ao rei em defesa de “seu próprio povo”.
— Ester 4:4-8.
22. Por que Ester ficou com medo de comparecer perante seu
marido, o rei? (Veja também a nota.)
22
Ao ouvir aquela mensagem, Ester deve ter ficado apavorada. Esse
seria o maior teste de sua fé. Ela ficou com medo, como indica sua resposta a
Mordecai. Ela o lembrou da lei que dizia que comparecer perante o rei sem ser
convocado significava pena de morte. O transgressor só seria poupado se o rei
estendesse o seu cetro de ouro. E será que Ester podia esperar essa
clemência, ainda mais depois do que tinha acontecido com Vasti quando se
recusou a obedecer a uma ordem do rei? Ester disse a Mordecai que já fazia
30 dias que o rei não a chamava para comparecer perante ele. Esse
desinteresse lhe dava bons motivos para se perguntar se havia perdido o favor
daquele rei cheio de caprichos. * — Ester 4:9-11.
23. (a) O que Mordecai disse para fortalecer a fé de Ester? (b) Por
que vale a pena imitar o exemplo de Mordecai?
23
Mordecai respondeu com firmeza para fortalecer a fé de Ester. Ele assegurou
que, se ela não agisse, a salvação dos judeus viria de outra fonte. Mas como
ela poderia esperar ser poupada quando a perseguição ganhasse força? Assim
Mordecai mostrou sua profunda fé em Jeová, que nunca deixaria Seu povo ser
exterminado nem Suas promessas sem se cumprir. (Jos. 23:14) Depois,
Mordecai perguntou a Ester: “Quem sabe se não foi para um tempo como este
que atingiste a realeza?” (Ester 4:12-14) Não acha que vale a pena imitar o
exemplo de Mordecai? Ele tinha plena confiança em seu Deus, Jeová. E nós,
temos? — Pro. 3:5, 6.
24
Havia chegado a hora de Ester tomar uma decisão. Ela disse a
Mordecai para pedir que seus compatriotas se juntassem a ela num jejum de
três dias. Sua mensagem termina com uma declaração de fé e coragem que
ficou registrada até hoje: “Se eu tiver de perecer, terei de perecer.” (Ester 4:15-
17) Naqueles três dias, ela deve ter orado mais fervorosamente do que nunca.
Finalmente, chegou o momento. Ela colocou sua melhor vestimenta real,
fazendo tudo o que podia para agradar o rei. E então saiu ao seu encontro.
25
Como descrito no
começo deste capítulo, Ester
dirigiu-se à corte do rei.
Podemos imaginar suas
preocupações e suas orações
fervorosas enchendo-lhe a mente e o coração. Ela entrou no pátio, de onde
podia ver Assuero. Talvez tenha tentado ler a expressão no rosto do rei. Se ela
teve de esperar, isso deve ter parecido uma eternidade. Mas a espera acabou
quando o rei a viu. Com certeza ele ficou surpreso, mas sua expressão facial
se abrandou, e ele estendeu seu cetro de ouro! — Ester 5:1, 2.
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Ester tinha conseguido uma audiência, um ouvido atento. Ela havia
tomado posição a favor de seu Deus e de seu povo, estabelecendo um belo
exemplo de fé para todos os servos de Deus ao longo dos tempos. Os cristãos
verdadeiros hoje dão valor a exemplos assim. Jesus disse que seus
verdadeiros seguidores seriam identificados pelo amor abnegado. (Leia João
13:34, 35.) Geralmente, é preciso coragem como a de Ester para mostrar esse
tipo de amor. Mas mesmo depois de Ester agir a favor do povo de Deus
naquele dia, sua missão estava apenas começando. Como ela convenceria o
rei de que o conselheiro predileto dele, Hamã, era um terrível conspirador?
Como poderia ajudar a salvar seu povo? Essas perguntas serão respondidas
no próximo capítulo.
(2) É bem possível que um sangramento desse tipo, tão longo, fosse
algo relacionado a uma menstruação desregulada e frequente. Caso essa
teoria esteja certa, além do desconforto físico e emocional, temos o
desconforto social e espiritual que essa mulher sofria.
A Bíblia não fala o nome dela. Sabemos apenas que ela teve duas
filhas e que ela morava com sua família na cidade de Sodoma (Gênesis
19:1, 15).
Irmã, eu não sei se existe alguma diferença entre a Sodoma onde vivia a
esposa de Ló com toda a sua família e o mundo de hoje! Deus, com certeza,
não está gostando de ver o mundo caminhando para um abismo sem volta. E,
participando deste mundo, estão muitos que se dizem crentes e que sempre
dizem... "Eu não acho nada demais!"
Tudo isto é muito triste! Precisamos estar alertas e alertar os nossos
filhos, as nossas irmãs em Cristo para que não caiam de amor pelas coisas do
mundo que são guiadas pelo inimigo das nossas almas. Que o Senhor nos
proteja e nos dê sabedoria para vermos o que é certo e o que é errado de
acordo com as Escrituras. Que o nosso andar diário seja agradável ao Senhor.
Pelo desfecho desta história, podemos imaginar que a mulher de Ló não
se empenhou nas coisas espirituais, ensinando suas filhas a não andarem de
acordo com o mundo, não se maravilharem com aquilo que desagradaria ao
Senhor. Tudo indica que ela gostava de viver em Sodoma. Talvez ela vivesse
dizendo a seu marido... "Eu não acho nada demais!"
Apesar da acomodação de Ló e de toda a sua família, Deus teve
misericórdia dele e de todos os seus. Deus quis salvá-los da grande tribulação,
apesar de não estarem pensando em se separar deste ambiente de luxúria. A
esposa de Ló nem pensava que uma grande mudança estava para acontecer.
Deus deu a ela uma oportunidade sem igual. Deus teve pena dela e de toda a
sua família.
"Não olhes para trás de ti" - dentre todas as palavras que os anjos
disseram, estas foram as mais importantes porém não valorizadas pela esposa
de Ló. Será que eu e você as valorizaríamos se estivéssemos no lugar dela?
O ser humano tem atração por aquilo que é proibido. Infelizmente, nós
que aceitamos Jesus como nosso Salvador ainda temos aquela natureza
velha que tínhamos antes de nos tornarmos uma nova criatura. Cabe a mim e
a você alimentarmos a natureza nova lendo a Palavra de Deus, orando ao
Senhor, pedindo a Ele para nos livrar das tentações e procurando obedecer em
tudo ao Senhor e ao que Ele diz na Bíblia.
Devemos sempre manter nossos olhos voltados para Deus, olhar para a
Sua maravilhosa majestade e, então, perceber que as coisas que este mundo
nos oferece são passageiras e fazem mal à nossa alma. Não devemos olhar
para os prazeres desta vida, não devemos olhar para trás como fez a mulher
de Ló, desobedecendo ao que os anjos lhe ordenara, mas olhar para o alto
onde Jesus, por tanto nos amar, está preparando uma linda mansão para mim
e também para você que já O aceitou como Salvador de sua vida. E, o melhor
de tudo, é que iremos viver eternamente com Ele e com todos aqueles que
amamos e que foram redimidos pelo Seu sangue. Amém!
Como Ana não conseguia ter filhos, ela buscou a Deus para obter
consolo. O marido de Ana tinha duas esposas. Sua outra esposa, Penina, tinha
filhos, mas Ana não teve filhos por um bom tempo depois de ter se casado.
Penina humilhava Ana com crueldade. Mas Ana orava a Deus pedindo consolo.
Ela fez um voto a Deus: ela disse que, se ele permitisse que ela tivesse um
filho, ela dedicaria esse filho a ele. Ana iria entregar o filho para servir a Jeová
no tabernáculo, uma tenda portátil que a nação de Israel usava para adorar a
Deus. — 1 Samuel 1:11.
▸Para saber mais sobre Ana, veja o artigo “Ela abriu seu coração a
Deus”.
▸Para saber por que Deus tolerava a poligamia entre seu povo no
passado, veja o artigo “Deus aprova a poligamia?”.
1, 2. (a) Por que Ana não estava feliz apesar de estar se preparando
para uma viagem?
(b) O que podemos aprender da história de Ana?
2
Ana era muito amada pelo seu marido. Mas ele tinha outra esposa,
chamada Penina. Parecia que o objetivo dela na vida era atormentar Ana.
Penina conseguiu um jeito de fazer com que até essas ocasiões anuais fossem
uma fonte de angústia para Ana. Como? E, mais importante, como a fé que
Ana tinha em Jeová a ajudou a lidar com um problema que parecia não ter
solução? Se você estiver enfrentando desafios que tiram sua alegria,
provavelmente achará a história de Ana muito comovente.
3
A Bíblia mostra que Ana tinha dois grandes problemas na vida. Sobre o
primeiro, ela tinha pouco controle; e sobre o segundo, nenhum. Ela estava num
casamento polígamo, e a outra esposa de seu marido a odiava. Além disso,
Ana era estéril. Essa situação é difícil para qualquer mulher que deseja ter
filhos, mas na cultura e na época de Ana era ainda pior, porque todos
esperavam ter descendência para dar continuidade ao nome da família. Ser
estéril era uma grande vergonha.
4
Ana até poderia ter tido forças para suportar essa situação, se não
fosse a atitude de Penina. A poligamia nunca foi uma situação ideal. Gerava
muita rivalidade, conflito e angústia. Era bem diferente do padrão de
monogamia que Deus havia estabelecido no jardim do Éden. (Gên. 2:24)
Assim, a Bíblia apresenta a poligamia numa luz desfavorável, e esse relato
sobre a família de Elcana é um forte exemplo disso.
5. Por que Penina queria que Ana sofresse, e como ela conseguia magoar
Ana?
5
Ana era a esposa preferida de Elcana. A tradição judaica diz que ele se casou
primeiro com Ana e alguns anos depois com Penina. Seja como for, Penina
tinha muito ciúme de Ana e sempre encontrava um jeito de fazer sua rival
sofrer. A grande vantagem de Penina em relação a Ana era sua fertilidade. Ela
teve vários filhos, um atrás do outro, e seu orgulho aumentava cada vez que
dava à luz. Em vez de sentir pena de Ana e a consolar, Penina se aproveitava
do ponto fraco dela. A Bíblia diz que Penina humilhava Ana “para fazê-la sentir-
se desconcertada”. (1 Sam. 1:6) Ela fazia isso de propósito; queria magoar
Ana, e conseguia.
Ana estava muito aflita porque era estéril, e Penina fazia de tudo para
ela se sentir ainda pior
6, 7. (a) Embora Elcana tentasse consolar Ana, por que talvez ela
não lhe tenha contado tudo o que estava acontecendo? (b) Será que a
esterilidade de Ana era sinal da desaprovação de Jeová? Explique. (Veja a
nota.)
6
Pelo visto, a oportunidade preferida de Penina para atormentar Ana era
a viagem anual a Silo, e aquele ano não foi diferente. A cada um dos muitos
filhos de Penina — “a todos os filhos e filhas dela” —, Elcana deu
porções dos sacrifícios oferecidos a Jeová. Mas a amada Ana recebeu uma
porção especial. A invejosa Penina rebaixou tanto aquela pobre mulher,
mencionando vez após vez sua esterilidade, que ela começou a chorar e até
perdeu o apetite. Elcana percebeu logo que sua querida esposa estava
angustiada e não comia nada, por isso tentou consolá-la. “Ana”, perguntou ele,
“por que choras e por que não comes, e por que se sente mal o teu coração?
Não te sou eu melhor do que dez filhos?” — 1 Sam. 1:4-8.
7
Elcana até conseguiu perceber que a angústia de Ana tinha a ver com
o fato de ela ser estéril, e com certeza ela gostou de sua demonstração de
carinho. * Mas ele não mencionou nada a respeito das maldades de Penina. O
relato também não sugere que Ana tenha contado isso a ele. Talvez ela
achasse que expor Penina só pioraria a situação. Elcana mudaria realmente
alguma coisa? Será que Penina não passaria a desprezá-la ainda mais? E que
dizer dos filhos e dos servos daquela mulher maldosa? Ana se sentiria cada
vez mais uma estranha em sua própria casa.
8
Quer Elcana soubesse de toda a crueldade de Penina, quer não, uma
coisa é certa: Jeová Deus sabia de tudo. Sua Palavra expõe tudo o que
aconteceu, dando assim um forte aviso a todos os que praticam atos
aparentemente pequenos de ódio e ciúme. Por outro lado, pessoas inocentes e
pacíficas como Ana podem sentir-se consoladas por saber que o Deus de
justiça resolve todos os assuntos no seu tempo e à sua
maneira. (Leia Deuteronômio 32:4.) Com certeza Ana sabia disso, pois foi a
Jeová que ela procurou em busca de ajuda.
10, 11. (a) Por que Ana foi ao tabernáculo assim que pôde?
(b) Como Ana abriu o coração ao seu Pai celestial?
10
Após um longo dia caminhando por estradas sinuosas nas montanhas,
aquela família chegou perto de Silo, no topo de uma colina cercada por
montes. Podemos imaginar Ana meditando profundamente sobre o que diria a
Jeová em oração. Ao chegar, a família tomou uma refeição. Assim que pôde,
Ana se separou do grupo e foi ao tabernáculo de Jeová. O Sumo Sacerdote Eli
estava lá, sentado perto da porta. Mas a atenção de Ana estava em seu Deus.
Ali no tabernáculo ela tinha certeza de que seria ouvida. Mesmo que
mais ninguém pudesse entender o que ela estava passando, seu Pai celestial
podia. Toda a angústia de Ana veio à tona, e ela começou a chorar.
11
Soluçando muito, Ana orou silenciosamente a Jeová. Seus lábios
tremiam ao passo que pensava nas palavras certas para expressar sua dor.
Ela fez uma longa oração, abrindo o coração ao seu Pai. Mas fez mais do que
apenas pedir a Deus que realizasse seu forte desejo de ter filhos. Ana não
queria só receber bênçãos de Deus, mas também queria lhe dar o que podia.
Assim, fez um voto dizendo que, se tivesse um filho, ela o entregaria
para servir a Jeová por toda a vida. — 1 Sam. 1:9-11.
12
No que se refere à oração, Ana foi um exemplo para todos os servos
de Deus. Jeová bondosamente convida seus adoradores a abrir o coração a
ele e expressar todas as suas preocupações, sem reservas, como faria um filho
que tem um pai amoroso. (Leia Salmo 62:8; 1 Tessalonicenses 5:17.) O
apóstolo Pedro foi inspirado a escrever estas palavras consoladoras: ‘Lancem
sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele cuida de vocês.’ — 1 Ped. 5:7.
13, 14. (a) Como Eli se precipitou em tirar uma conclusão errada
sobre Ana? (b) Como Ana deixou um excelente exemplo de fé pelo modo
como reagiu às palavras de Eli?
13
No entanto, os humanos não são tão compreensivos como Jeová.
Enquanto Ana chorava e orava, uma voz a assustou. Era Eli, o sumo
sacerdote, que a observava. Ele disse: “Até quando te comportarás como
embriagada? Afasta de ti o teu vinho.” Eli havia notado que os lábios e o corpo
de Ana tremiam e que ela parecia perturbada. Em vez de perguntar qual era o
problema, ele foi logo concluindo que ela estava bêbada. — 1 Sam. 1:12-14.
14
Como deve ter sido duro para Ana ouvir essa acusação infundada
num momento de tanta angústia — ainda mais de um homem que ocupava
uma posição tão importante! Apesar disso, mais uma vez ela deixou um
excelente exemplo de fé. Não permitiu que as imperfeições de outra pessoa
interferissem em sua adoração a Jeová. Ela respondeu respeitosamente a Eli e
explicou sua situação. Então, percebendo que tinha errado e talvez falando
num tom mais suave, ele disse: “Vai em paz, e que o Deus de Israel te conceda
o teu pedido.” — 1 Sam. 1:15-17.
15, 16. (a) Como Ana se sentiu depois de abrir o coração a Jeová e
adorá-lo no tabernáculo? (b) Como podemos seguir o exemplo de Ana quando
lutamos contra sentimentos negativos?
15
Como Ana se sentiu depois de abrir o coração a Jeová e adorá-lo no
tabernáculo? O relato diz: “A mulher passou a ir-se embora e a comer, e seu
semblante não estava mais preocupado.” (1 Sam. 1:18) A Versão Brasileira diz:
“Não mais era triste o seu semblante.” Ana se sentiu aliviada. Em certo
sentido, ela transferiu o peso da sua carga emocional para os ombros
infinitamente mais largos e mais fortes de seu Pai celestial. (Leia Salmo
55:22.) Há algum problema pesado demais para ele? Não. Nunca houve e
nunca haverá!
16
Quando sentimos que a tristeza está tomando conta de nós, podemos
seguir o exemplo de Ana e falar abertamente com Aquele que a Bíblia chama
de “Ouvinte de oração”. (Sal. 65:2) Se fizermos isso com fé, no lugar da tristeza
poderemos sentir “a paz de Deus, que excede todo pensamento”. — Fil. 4:6, 7.
17, 18. (a) Como Elcana mostrou que apoiava o voto de Ana? (b) O
que Penina não conseguia mais fazer?
17
Na manhã seguinte, Ana voltou ao tabernáculo com Elcana. É
provável que ela tenha lhe falado sobre o pedido e a promessa que tinha feito a
Deus, pois a Lei mosaica dizia que o marido podia anular um voto feito pela
esposa sem o seu consentimento. (Núm. 30:10-15) Mas aquele homem fiel não
anulou o voto de sua esposa. Em vez disso, ele e Ana, juntos, prestaram
adoração a Jeová no tabernáculo antes de voltar para casa.
18
Quando foi que Penina percebeu que não conseguia mais atormentar
Ana? O relato não diz, mas a expressão “seu semblante não estava
mais preocupado” sugere que a partir de então Ana recuperou o ânimo. De
qualquer forma, Penina logo descobriu que seu comportamento cruel já não
tinha mais efeito. A Bíblia não menciona mais o seu nome.
19. Que bênção Ana recebeu, e como ela mostrou que reconhecia
quem a tinha abençoado?
19
Os meses se passaram e a paz que Ana sentia se transformou numa
indescritível alegria. Ela estava grávida! Mas Ana não esqueceu nem por um
momento quem a tinha abençoado. Quando o menino nasceu, ela o chamou de
Samuel, que significa “nome de Deus”, pelo visto uma referência a se invocar o
nome divino, como Ana havia feito. Naquele ano, ela não acompanhou Elcana
e sua família na viagem a Silo. Ela ficou em casa por três anos, até desmamar
a criança. Então reuniu forças para o dia em que teria de se separar de seu
querido filho.
21. Como a oração de Ana a Jeová refletiu sua profunda fé? (Veja também
o quadro “Duas orações especiais”.)
21
Então, Ana fez uma oração que Deus considerou digna de ser incluída
em sua Palavra inspirada. Ao ler suas palavras em 1 Samuel 2:1-10, em cada
linha você notará a profunda fé que Ana tinha em Deus. Ela louvou a Jeová
pela forma maravilhosa como ele usa seu poder — por sua capacidade
inigualável de humilhar os orgulhosos, abençoar os oprimidos, pôr fim à vida ou
até salvar da morte. Ela louvou seu Pai por sua santidade sem igual, e por sua
justiça e fidelidade. Com bons motivos, Ana pôde dizer: “Não há rocha igual ao
nosso Deus.” Jeová é totalmente confiável e imutável, um refúgio para todos os
oprimidos que buscam sua ajuda.
22, 23. (a) Por que podemos ter certeza de que Samuel cresceu
sabendo que seus pais o amavam? (b) De que outras maneiras Jeová
abençoou Ana?
22
Com certeza, o pequeno Samuel foi privilegiado por ter uma mãe com
tanta fé em Jeová. Mesmo tendo saudades dela, ele nunca se sentiu
abandonado enquanto crescia. Todo ano, Ana viajava a Silo, levando uma
túnica sem mangas para ele usar no serviço do tabernáculo. Cada ponto
costurado era prova do seu amor e carinho. (Leia 1 Samuel 2:19.) Podemos
imaginar seu olhar de ternura e suas palavras bondosas e encorajadoras
enquanto colocava a túnica no menino e a ajeitava. Samuel foi abençoado por
ter uma mãe assim, e quando cresceu ele mesmo se tornou uma bênção para
seus pais e todo o Israel.
23
Ana também não foi abandonada. Jeová a abençoou com mais cinco
filhos. (1 Sam. 2:21) Mas talvez a maior bênção de Ana tenha sido sua relação
com seu Pai, Jeová. E essa relação ficava cada vez mais forte ao longo
dos anos. Que o mesmo aconteça com você, ao passo que imita a fé
demonstrada por Ana.
Ana dirigiu a primeira das duas orações a “Jeová dos exércitos”. Ela é
a primeira pessoa na Bíblia a usar esse título. Ele aparece 285 vezes na
Bíblia e se refere à autoridade que Deus exerce sobre um grande
número de filhos espirituais.
Note que Ana não fez a segunda oração quando seu filho nasceu, mas
quando ela e Elcana o ofereceram para o serviço a Deus em Silo.
Assim, Ana estava feliz por ter sido abençoada por Jeová, não por ter
silenciado sua rival, Penina.
Quando Ana disse “Meu chifre está deveras exaltado em Jeová”, talvez
ela estivesse pensando no touro, um forte animal de carga com chifres
poderosos. Em outras palavras, Ana estava dizendo: ‘Jeová, tu me dás
forças.’ — 1 Sam. 2:1.
Uns mil anos mais tarde, Maria, a mãe de Jesus, usou expressões
similares às de Ana para louvar a Jeová. — Luc. 1:46-55. (Veja
o Capítulo 17.)
Ela aceitou dinheiro dos oficiais filisteus para trair Sansão. Jeová estava
usando Sansão para libertar os israelitas dos filisteus. Os filisteus não
conseguiam derrotar Sansão por causa da incrível força que ele tinha ganhado
de Deus. (Juízes 13:5) Então, os oficiais filisteus pediram a ajuda de Dalila.
SUA HISTÓRIA
Os dentes dela, muito brancos, brilhavam à luz do entardecer, enquanto
um sorriso se entreabria em seus sábios macios e vermelhos. Os brincos de
ouro cintilavam quando jogou a cabeça para trás e riu alto. A sorte batera à sua
porta naquele dia. Nenhum amante pagara tão bem Dalila como Sansão.
Os reis filisteus odiavam o valente de cabelos longos que incendiara os
seus campos e matara mil de seus homens. Cada um oferecera uma soma
incrível – 1.100 siclos de prata – por ele! Dalila tinha apenas de contar-lhes o
segredo da força de Sansão. A força dele não poderia competir com a dela,
pois era nascida da beleza e aperfeiçoada nas artes do amor. Enfraquecido
pela paixão, certamente ele lhe contaria tudo o que ela precisava saber.
- Se me amarrarem com sete tendões frescos, que ainda não secos,
então, me enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem (Jz 16.7) –
respondeu ele diante da insistência dela.
Alguns filisteus esconderam-se no quarto e ela esperou até que Sansão
adormecesse, e depois de envolvê-lo cuidadosamente com os tendões,
exclamou : - Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! (v.9)
Mas ele quebrou facilmente os tendões enquanto os inimigos fugiam.
Como um homem brincando com um gatinho, Sansão repetiu o ardil,
enganando Dalila com invenções fictícias sobre cordas novas e cabelo
trançado. A mulher finalmente confrontou-o:
- Como dizes que me amas, se não está comigo o teu coração? Já três
vezes zombaste de mim e ainda não me declaraste em que consiste a tua
grande força. (v15). Cansado das importunações dela, Sansão cedeu.
- Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus
desde o ventre da minha mãe; se vier a ser raspada, ir-se-á de mim a minha
força e me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem (v.17).
Anos antes, quando ele ainda não havia nascido, um anjo dera
instruções a sua mãe de que ele não deveria beber vinho, tocar em nada
impuro e jamais cortar o cabelo. Devia ser dedicado ao Senhor de maneira
especial e estava destinado a desempenhar um grande papel no plano de
Deus na libertação de seu povo dos opressores filisteus. Homem forte, porém,
incapaz de subjugar sua natureza impetuosa, Sansão quebrara estas ordens
preferindo as boas graças de uma mulher ao favor de Deus.
Sentindo que ouvira, finalmente, a verdade, Dalila enviou uma
mensagem aos filisteus. Depois de cortar o cabelo dele enquanto dormia, ela
chamou novamente sansão:
Não ouvimos mais falar da bela, traiçoeira e agora rica Dalila, mas essas
foram não foram às últimas notícias de seu amante. Os cabelos de Sansão
voltaram lentamente a crescer; primeiro apenas uma lanugem que só protegia
a cabeça, depois um pouco mais comprido, cobrindo as orelhas. Que mal um
cego poderia fazer-lhes?, os filisteus devem ter raciocinado.
Certo dia, os filisteus fizeram uma grande celebração em honra a Dagon,
deus da colheita, por ter entregue Sansão em suas mãos. Sem pensar no
perigo que corriam, tiraram-no da prisão para divertir-se com o seu antes
poderoso inimigo. Mas, quando Sansão ficou de pé entre as colunas do templo
deles, orou: “Senhor Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só
esta vez, oh Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos
meus olhos” (vs. 28). Assim, abraçou as duas colunas centrais do templo e
empurrou-as com toda força. O teto caiu, e Sansão e seus inimigos foram
sepultados juntos sob os escombros. Sansão matou mais filisteus com sua
morte do que matara em vida.
SUA PROMESSA
“Como dizes que me amas, se não está comigo o teu coração? Já três
vezes zombaste de mim e ainda não me declaraste em que consiste a
tua grande força. Importunando-o ela todos os dias com as suas
palavras e molestando-o, apoderou-se da alma dele uma impaciência de
matar..” (Jz 16.15,16)
Medite
Juizes 16.4-22
Louve a Deus
Por ser soberano, capaz de usar nossos relacionamentos mais confusos
para cumprir seus propósitos.
Agradeça
Por chamá-la para dedicar-se a Ele, separando-a de maneira especial.
Confesse
Qualquer tendência de manipular os outros.
Peça a Deus
Que a ajude a entregar qualquer relacionamento pouco sadio a Ele. Dê
os passos que Deus a está chamando a dar.
Eleve o coração
Gaste algum tempo, agora, para escrever uma carta a Deus. Diga
a Ele o quanto o ama e como deseja ficar em comunhão com ele. Não
tenha medo de ser sincera : Deus procura homens e mulheres que o
amem mais do que a própria vida.
6. DÉBORA
Ela foi uma profetisa que o Deus de Israel, Jeová, usou para
revelar qual era a vontade dele em assuntos relacionados ao Seu
povo. Deus também a usou para resolver problemas que existiam entre os
israelitas. — Juízes 4:4, 5.
Depois de Deus dar a vitória aos israelitas, Débora compôs pelo menos
parte do cântico que ela e Baraque cantaram sobre o que tinha acontecido.
Nesse cântico, ela fala do que Jael, outra mulher corajosa, fez para ajudar a
derrotar os cananeus. — Juízes, capítulo 5.
▸Para saber mais sobre Débora, veja o artigo “Eu me levantei como mãe
em Israel”.
É provável que o leito do rio esteja seco nessa manhã, mas outra coisa
cintila ao longe. O brilho fica cada vez mais forte, anunciando a chegada do
temível exército de Sísera. É o brilho de 900 carros de guerra, equipados com
foices de ferro que possivelmente saem dos eixos das suas rodas. Eles são o
orgulho das forças desse comandante. Sísera quer decepar os israelitas mal-
equipados como se fossem espigas de cevada!
Débora sabe que Baraque e seus homens estão esperando que ela diga
alguma coisa ou dê algum sinal. Será que ela é a única mulher ali? Como ela
se sente por ter tanta responsabilidade nesse cenário? Será que ela se
pergunta se devia ter vindo? Pelo visto, não. Jeová, seu Deus, lhe disse para
começar essa guerra e também revelou que usará uma mulher para acabar
com a guerra. (Juízes 4:9) O que Débora e esses corajosos guerreiros
israelitas nos ensinam sobre a fé?
O terror reinou por 20 anos, até que Jeová viu provas de que seu
obstinado povo estava pronto para mudar ou, como a canção inspirada de
Débora e Baraque diz, “até que eu, Débora, me levantei, até que me levantei
como mãe em Israel”. Não sabemos se Débora, esposa de um homem
chamado Lapidote, era mãe no sentido literal, mas aqui ela usa essa expressão
em sentido figurado. Jeová designou Débora para dar à nação uma proteção
materna. Ele lhe deu a tarefa de convocar um poderoso homem de fé, o juiz
Baraque, e orientá-lo a atacar Sísera. — Juízes 4:3, 6, 7; 5:7.
Débora encorajou Baraque a agir como libertador do povo de Deus “Vá até o
monte Tabor”, ordenou Jeová por meio de Débora. Baraque deveria reunir
10 mil homens de duas tribos de Israel. Débora lhe contou que Deus tinha
prometido que eles derrotariam o poderoso Sísera e seus 900 carros de guerra.
Com certeza, isso surpreendeu Baraque. Israel não tinha exército e quase
nenhum armamento. Mesmo assim, Baraque aceitou ir à batalha — mas
apenas se Débora também fosse. — Juízes 4:6-8; 5:6-8.
Baraque foi reunir seu exército. Ele ajuntou 10 mil homens que eram
corajosos o suficiente para encarar as intimidadoras forças de Sísera. Ao levar
seus homens em direção ao monte Tabor, Baraque estava tranquilo por saber
que tinha como encorajá-los. O relato diz: “Débora também foi com ele.”
(Juízes 4:10) Imagine a felicidade dos soldados ao ver aquela corajosa mulher
marchar com eles rumo ao monte Tabor, disposta a arriscar a vida ao lado
deles por causa de sua fé em Jeová Deus.
Como Débora profetizou, Jeová lutou por seu povo, derrotando as forças
de Sísera. Hoje, Jeová não ordena que seus servos participem de batalhas
literais. Mas ele pede que seu povo participe de um combate espiritual. (Mateus
26:52; 2 Coríntios 10:4) Quando nos esforçamos em obedecer a Deus no
mundo atual, tomamos um lado nessa guerra. Precisamos de coragem, pois os
que tomam o lado de Deus podem enfrentar severa oposição. Mas Jeová não
mudou. Ele ainda defende os que têm fé e confiança nele, assim como Débora,
Baraque e aqueles corajosos soldados.
Mais tarde, Baraque veio em busca do fugitivo. Quando Jael lhe mostrou
o corpo com uma estaca de tenda fincada nas têmporas, ele soube que a
profecia de Débora tinha se cumprido. Uma mulher havia matado o poderoso
guerreiro Sísera! Jael já foi retratada por críticos dos tempos modernos como
uma mulher cruel e traidora, mas Baraque e Débora não a encararam assim.
Sua canção inspirada por Deus elogia Jael como “a mais abençoada das
mulheres” por seu ato corajoso. (Juízes 4:22; 5:24) Note a bela atitude de
Débora. Ela não ficou com inveja de Jael; em vez disso, ficou feliz porque a
palavra de Jeová tinha se cumprido.
Quando soube o que seu marido tinha feito, Abigail agiu rapidamente.
Ela pediu que seus servos levassem alimentos para Davi e os homens dele, e
depois ela mesma foi até Davi implorar por misericórdia. (1 Samuel 25:14-
19, 24-31) Davi viu o que Abigail tinha enviado, percebeu sua humildade e
ouviu o conselho sábio dela; então ele reconheceu que Deus estava usando
Abigail para impedir uma tragédia. (1 Samuel 25:32, 33) Logo depois disso,
Nabal morreu e Davi se casou com Abigail. — 1 Samuel 25:37-41.
▸Para saber mais sobre Abigail, veja o artigo “Ela agiu com discrição”.
2
Tudo começou com Nabal. Como sempre, ele havia agido de modo
cruel e insolente. Só que dessa vez tinha insultado o homem errado — o
estimado comandante de um grupo leal de guerreiros bem treinados. Um dos
jovens trabalhadores de Nabal, talvez um pastor, procurou Abigail, acreditando
que ela pensaria em algum plano para os salvar. Mas o que uma única mulher
poderia fazer contra um exército?
3
Primeiro, vamos conhecer um pouco melhor essa mulher notável.
Quem era Abigail? Como surgiu essa situação tão grave? E o que podemos
aprender do seu exemplo de fé?
4
Abigail e Nabal não formavam um bom par. Nabal dificilmente poderia
ter escolhido uma esposa melhor, já Abigail dificilmente poderia ter casado com
um homem pior. É verdade que ele tinha dinheiro, por isso se achava muito
importante. Mas como os outros o encaravam? Talvez não seja possível
encontrar na Bíblia outro personagem descrito em termos tão negativos. O
próprio nome dele significa “insensato” ou “estúpido”. Não se sabe se foram
seus pais que lhe deram esse nome ou se ele ficou conhecido assim mais
tarde. De qualquer forma, ele fazia jus ao seu nome. Nabal era “duro e mau
nas suas práticas”. Por ser tirano e beberrão, muitas pessoas o temiam e não
gostavam dele. — 1 Sam. 25:2, 3, 17, 21, 25.
5, 6. (a) Na sua opinião, quais eram as qualidades mais atraentes de
Abigail? (b) Qual talvez tenha sido o motivo de Abigail ter se casado com
um homem tão imprestável?
5
Abigail era bem diferente de Nabal. O nome dela significa “meu pai se
fez alegre”. Muitos pais se orgulham de ter uma filha bonita, mas um pai
sensato fica ainda mais feliz por ver a beleza interior de sua filha. Muitas vezes,
uma pessoa que é bonita por fora se esquece de desenvolver qualidades como
discrição, sabedoria, coragem e fé. Esse não era o caso de Abigail. A Bíblia a
elogia por sua discrição e beleza. — Leia 1 Samuel 25:3.
6
Alguns talvez se perguntem por que uma jovem tão inteligente se
casou com um homem tão imprestável. Lembre-se que muitos casamentos nos
tempos bíblicos eram arranjados. E, mesmo que um casamento não fosse
arranjado, dava-se muito valor à aprovação dos pais. Será que os pais de
Abigail aprovaram ou até arranjaram esse casamento, impressionados com a
riqueza e o destaque de Nabal? Será que eram pobres e sentiram-se
pressionados? Seja como for, o dinheiro de Nabal não fez dele um bom marido.
7
Pais sensatos preocupam-se em ensinar os filhos a ter um conceito
correto sobre o casamento. Eles não pressionam seus filhos a casar por
dinheiro nem a namorar quando ainda são novos demais para assumir as
responsabilidades e os papéis de adultos. (1 Cor. 7:36) No entanto, era muito
tarde para Abigail pensar nisso. Independentemente dos motivos, ela tinha se
casado com Nabal e estava decidida a fazer o seu melhor naquela situação
difícil.
8. A quem Nabal insultou, e por que você acha que isso foi muito
insensato?
8
Nabal tinha acabado de piorar a situação de Abigail. Ele havia insultado
ninguém menos que Davi, o servo fiel de Jeová a quem Samuel, o profeta,
tinha ungido, revelando que Davi era o escolhido de Deus para substituir o
Rei Saul. (1 Sam. 16:1, 2, 11-13) Davi estava fugindo do ciumento e assassino
Rei Saul, e morava numa região desértica com seus 600 guerreiros leais.
9
Nabal morava em Maom, mas trabalhava e provavelmente tinha terras
ali perto, em Carmelo. * Essas cidades ficavam entre montes cobertos de
pastagens boas para criar ovelhas, incluindo as 3 mil que Nabal possuía. Mas a
região em volta era desértica. Ao sul ficava o vasto deserto de Parã. A região
ao leste, que dava para o mar Salgado, era inóspita e cheia de desfiladeiros e
cavernas. Sobreviver nesses lugares era um desafio para Davi e seus homens.
Com certeza, eles tinham de caçar para comer e enfrentavam muitas
dificuldades. Era comum se encontrarem com os jovens que trabalhavam como
pastores para o rico Nabal.
10
Como aqueles soldados esforçados tratavam os pastores? Teria sido
fácil pegar uma ou outra ovelha de vez em quando, mas eles não faziam isso.
Pelo contrário, eram como uma muralha protetora em volta dos rebanhos e dos
servos de Nabal. (Leia 1 Samuel 25:15, 16.) Ovelhas e pastores enfrentavam
vários perigos. Havia muitos predadores, e a fronteira de Israel no sul ficava tão
perto que eram comuns ataques de bandos de saqueadores e ladrões
estrangeiros. *
11, 12. (a) Como Davi mostrou tato e respeito na mensagem que
enviou a Nabal? (b) O que havia de errado no modo como Nabal reagiu à
mensagem de Davi?
11
Devia dar muito trabalho alimentar todos aqueles homens no ermo.
Por isso, Davi enviou dez mensageiros a Nabal, pedindo ajuda. Davi escolheu
o momento certo. Era a época festiva da tosquia e era comum fazer banquetes
e demonstrar generosidade. Davi também escolheu bem as palavras, usando
termos respeitosos. Ele até se referiu a si mesmo como “teu filho Davi”, talvez
reconhecendo respeitosamente o fato de Nabal ser mais velho. Qual foi a
reação de Nabal? — 1 Sam. 25:5-8.
12
Ele ficou furioso! O jovem mencionado no início descreveu a cena a
Abigail, dizendo que Nabal “lançou invectivas [insultos] sobre eles”. Aquele
homem mesquinho começou a reclamar por causa de seu precioso pão, água e
carne. Ele zombou de Davi, dando a entender que ele era insignificante, e o
comparou a um servo fugitivo. Essa forma de encarar Davi talvez fosse similar
à de Saul, que odiava Davi. Nenhum deles pensava como Jeová, que amava
Davi e o via como o futuro rei de Israel, não como um escravo rebelde. —
1 Sam. 25:10, 11, 14.
13. (a) De início, como Davi reagiu aos insultos de Nabal? (b) O que
o princípio registrado em Tiago 1:20 nos ensina sobre a reação de Davi?
13
Quando os homens voltaram com a resposta de Nabal, Davi ficou
furioso. “Cingi-vos cada um da sua espada!”, ordenou. Armados, Davi e 400 de
seus homens saíram para lutar. Ele jurou que eliminaria todos os homens da
casa de Nabal. (1 Sam. 25:12, 13, 21, 22) Era compreensível Davi sentir-se
furioso, mas a forma de ele expressar isso estava errada. A Bíblia diz: “O furor
do homem não produz a justiça de Deus.” (Tia. 1:20) Mas como Abigail salvaria
os de sua casa?
14. (a) Em que sentido Abigail deu o primeiro passo para corrigir o erro
de Nabal? (b) Que lição prática podemos aprender da diferença que havia
entre Nabal e Abigail? (Veja também a nota.)
14
Em certo sentido, já vimos Abigail dar o primeiro passo para corrigir
essa situação terrível. Ao contrário de seu marido, Nabal, ela estava disposta a
ouvir. Quanto a levar o assunto a Nabal, o jovem servo disse: “Ele é um
homem demasiado imprestável para se falar com ele.” * (1 Sam. 25:17)
Infelizmente, a importância que Nabal dava a si mesmo fazia com que ele não
quisesse ouvir. Essa arrogância também é muito comum hoje. Mas aquele
jovem sabia que Abigail era diferente e, sem dúvida, foi por isso que ele lhe
contou o problema.
15, 16. (a) Como Abigail mostrou que era parecida à esposa capaz
descrita no livro de Provérbios? (b) Por que a atitude de Abigail não foi uma
rebeldia contra a chefia de seu marido?
15
Abigail pensou e agiu rápido. O relato diz que ela “apressou-se
imediatamente”. Esse relato usa quatro vezes o verbo “apressar” com respeito
a Abigail. Ela preparou um presente generoso para Davi e seus homens.
Incluía pão, vinho, carne de ovelha, grãos torrados, tortas de passas e de figos.
Fica claro que Abigail sabia bem o que tinha à sua disposição e era uma
excelente dona de casa, bem parecida à esposa capaz descrita mais tarde no
livro de Provérbios. (Pro. 31:10-31) Ela mandou seus servos ir na frente com
as provisões, depois seguiu sozinha. “Mas”, conforme lemos, “ela não contou
nada a seu esposo Nabal”. — 1 Sam. 25:18, 19.
16
Significa isso que Abigail se rebelou contra a chefia que Nabal tinha
direito de exercer? Não, lembre-se que Nabal havia agido iniquamente contra
um servo ungido de Jeová. Essa ação poderia resultar na morte de muitos
membros inocentes da casa de Nabal. Será que, se Abigail não tivesse feito
nada, teria se tornado culpada como o marido? No caso em questão, ela tinha
de colocar a submissão a Deus à frente da submissão ao marido.
17, 18. (a) Como Abigail se aproximou de Davi e o que ela disse? (b) Por
que as palavras de Abigail surtiram efeito?
17
Pouco depois, Abigail se encontrou com Davi e seus homens.
Novamente ela se apressou, dessa vez para descer do jumento e se curvar
diante de Davi. (1 Sam. 25:20, 23) Então abriu seu coração, fazendo uma forte
súplica por misericórdia em favor de seu marido e os de sua casa. Por que
suas palavras surtiram efeito?
“Por favor, deixa a tua
escrava falar aos teus
ouvidos”
18
Ela assumiu a
responsabilidade pelo
que tinha acontecido e
pediu o perdão de Davi.
Abigail foi realista ao
reconhecer que o marido era tão insensato como
o nome dele indicava, talvez sugerindo que castigar aquele homem estava
abaixo da dignidade de Davi. Ela mostrou que tinha confiança em Davi como
representante de Jeová, reconhecendo que ele estava travando “as guerras de
Jeová”. Também indicou que sabia da promessa de Jeová sobre Davi e o
reinado, pois disse: “Jeová . . . certamente te comissionará como líder de
Israel.” Além disso, pediu que Davi não fizesse nada que pudesse trazer culpa
de sangue sobre ele ou que talvez se tornasse, mais tarde, “uma razão para
vacilação” — pelo visto, referindo-se a uma consciência
perturbada. (Leia 1 Samuel 25:24-31.) Sem dúvida, palavras gentis e tocantes!
19
Como Davi reagiu? Ele aceitou o presente de Abigail e disse: “Bendito
seja Jeová, o Deus de Israel, que te enviou neste dia ao meu encontro! E
bendita seja a tua sensatez, e bendita sejas tu que neste dia me contiveste de
entrar em culpa de sangue.” Davi a elogiou por ter tido coragem de ir
imediatamente ao encontro dele, e reconheceu que Abigail o havia impedido de
ter culpa de sangue. Ele disse: “Sobe em paz para a tua casa”, e humildemente
acrescentou: “Escutei a tua voz.” — 1 Sam. 25:32-35.
20
A caminho de casa, Abigail com certeza refletiu naquele encontro. Ela
deve ter percebido o contraste entre aquele homem fiel e bondoso e o homem
bruto com quem havia se casado. Mas não ficou pensando nisso. Lemos: “Mais
tarde, Abigail entrou até Nabal.” De fato, ela voltou para o marido determinada
como sempre a cumprir seu papel de esposa. Abigail precisava lhe contar
sobre o presente enviado a Davi e seus homens. Nabal tinha o direito de saber.
Ele também tinha o direito de saber do perigo que havia sido evitado, antes que
soubesse por outra pessoa — o que seria ainda mais vergonhoso. Mas não
dava para contar isso no momento. Nabal estava completamente bêbado,
festejando como um rei. — 1 Sam. 25:36.
Abigail corajosamente
contou a Nabal o que tinha feito
para salvar a vida dele
21
Mais uma vez, mostrando
coragem e sensatez, ela decidiu
esperar até a manhã seguinte,
quando o efeito do vinho teria
diminuído. Nabal estaria mais
sóbrio para entender o que ela
tinha a dizer, mas também poderia
ficar mais agressivo. Ainda assim, Abigail foi até ele e lhe contou tudo. Sem
dúvida, ela esperava uma reação explosiva, talvez violenta. Mas Nabal ficou
sentado, imóvel. — 1 Sam. 25:37.
22
O que estava acontecendo com aquele homem? “O coração dele ficou
morto dentro dele e ele próprio ficou como pedra.” Pode ser que tivesse sofrido
uma espécie de derrame. Mas o seu fim veio uns dez dias depois — e não
apenas por causa de um problema de saúde. O relato diz: “Jeová feriu a Nabal,
de modo que morreu.” (1 Sam. 25:38) Com essa execução justa, o casamento
de Abigail, um verdadeiro pesadelo, chegou ao fim. Embora hoje Jeová não
faça execuções milagrosas, esse relato é um bom lembrete de que ele fica
atento a todo tipo de tirania ou abuso cometido na família. No seu próprio
tempo, Jeová sempre traz justiça. — Leia Lucas 8:17.
23. Que outra bênção Abigail recebeu, e como ficou evidente que
essa perspectiva não mudou seu caráter?
23
Além de se ver livre de um péssimo casamento, Abigail recebeu mais
uma bênção. Quando Davi soube da morte de Nabal, enviou mensageiros com
uma proposta de casamento. Ela respondeu: “Eis a tua escrava como serva
para lavar os pés dos servos do meu senhor.” Fica evidente que a perspectiva
de se casar com Davi não mudou seu caráter; ela até mesmo se ofereceu para
ser serva dos servos dele! A seguir, lemos que Abigail mais uma vez se
apressou, mas agora para se preparar a fim de ir ao encontro de Davi. —
1 Sam. 25:39-42.
24. Que desafios Abigail enfrentou em sua nova vida, mas como
seu marido e seu Deus a encaravam?
24
Mas isso, não foi um final de conto de fadas. A vida de Abigail com
Davi nem sempre seria fácil. Davi já era casado com Ainoã e, apesar de Deus
permitir a poligamia, isso com certeza apresentava seus desafios às mulheres
fiéis daquela época. E Davi ainda não servia a Jeová como rei; muitos
obstáculos e desafios teriam de ser superados antes disso. Mas à medida que
Abigail ajudou e apoiou Davi durante toda a sua vida, dando-lhe mais tarde um
filho, ela pôde ver que tinha um marido que a valorizava e protegia. Certa vez,
ele chegou até a resgatá-la de sequestradores! (1 Sam. 30:1-19) Assim, Davi
imitou a Jeová Deus, que ama e valoriza as mulheres discretas, corajosas e
fiéis.
PARA VOCÊ PENSAR. . .