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EDIÇÃO

MANUAL de
FARMÁCIA

FARMACOLOGIA Volume 1

Book_Manuais de Farmacia_V1_Pantone.indb 1 23/03/2020 16:37:35



EDIÇÃO

MANUAL de
FARMÁCIA

FARMACOLOGIA Volume 1

COORDENADORA DA COLEÇÃO
ANDRÉA MENDONÇA GUSMÃO CUNHA

AUTORES
FABRÍCIO SOUZA SILVA • MATHEUS SANTOS DE SÁ • PEDRO MODESTO NASCIMENTO

Book_Manuais de Farmacia_V1_Pantone.indb 3 23/03/2020 16:37:35


2020
© Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda.
pela Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução
deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas
ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições apli-
cam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas, sem
permissão expressa da Editora.

Título | Farmacologia
Editor | Karen Nina Nolasco
Diagramação| Microart Design Editorial
Capa | Elementto Arte
Copidesque | Microart Design Editorial
Conselho Editorial | Caio Vinicius Menezes Nunes
Itaciara Lazorra Nunes
Paulo Costa Lima
Silvio José Albergaria da Silva

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

C972f Cunha, Andréa Mendonça Gusmão (coord.).

Farmacologia / Coordenadora: Andréa Mendonça Gusmão


Cunha. – 2. ed. - Salvador, BA : Editora Sanar, 2020.
272 p.; il; 16x23 cm. (Coleção Manuais da Farmácia, v.1).

ISBN 978-65-990192-9-6

1. Farmácia. 2. Farmacologia. 3. Manual. I. Título. II. Assunto.
III. Cunha, Andréa Mendonça Gusmão.

CDD: 615
CDU: 615

Editora Sanar Ltda.


Rua Alceu Amoroso Lima, 172
Caminho das Árvores,
Edf. Salvador Offiace & Pool, 3º andar.
CEP: 41820-770, Salvador - BA.
Telefone: 71.3052-4831
www.editorasanar.com.br
atendimento@editorasanar.com.br

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AUTORES

ANDRÉA MENDONÇA GUSMÃO CUNHA


Coordenadora

Farmacêutica Bioquímica formada pela Universidade Federal da Bahia (1998),


com Mestrado (2001) e Doutorado (2005) em Ciências Médicas na área de Virolo-
gia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Pós-doutorado (2009)
em Virologia pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Possui experiência na área
de Microbiologia e Biologia molecular, com ênfase em Virologia e diagnóstico mo-
lecular de patógenos. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal
da Bahia (UFBA) e da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). Consultora e ava-
liadora externa de projetos de pesquisa da ANLIS/Argentina e Consultora Ad Hoc
PICT/SUS.

FABRÍCIO SOUZA SILVA

Farmacêutico formado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2004), com


doutorado em Biotecnologia (2012) pela mesma instituição, com tese desenvolvida
na linha de pesquisa Atividades biológicas de produtos naturais, recombinantes e
sintéticos. Possui experiência na área de Farmacognosia, com ênfase em Farmacolo-
gia de Produtos Naturais, e desenvolve pesquisa envolvendo validação experimen-
tal do uso popular de plantas medicinais, farmacologia do músculo liso e modelos
experimentais de asma, diarreia e dismenorreia. Professor adjunto da Universidade
Federal do Vale do São Francisco nos cursos de graduação em Farmácia e Mestrado
em Biociências e atua como professor permanente do Programa de Pós-graduação
em Biotecnologia (níveis mestrado e doutorado) da Universidade Estadual de Feira
de Santana.

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PEDRO MODESTO NASCIMENTO MENEZES

Farmacêutico formado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (2014).


Mestre pelo programa de pós-graduação em Recursos Naturais do Semiárido pela
Universidade Federal do Vale do São Francisco (2017) com ênfase em Farmacologia
e Fisiologia. Doutorando em Biotecnologia pela Rede Nordeste de Biotecnologia,
vinculado a Universidade Federal Rural de Pernambuco (RENORBIO-UFRPE). Possui
experiência na área de farmacologia e fisiologia, com ênfase no estudo da ação de
produtos naturais sobre músculo liso, asma, expectoração, tosse, febre e inflamação.
Membro do Laboratório de Farmacologia Experimental (LAFEX-UNIVASF) desde
2010 e compõe a equipe da Central Analítica de Fármacos, Medicamentos e Alimen-
tos (CAFMA-UNIVASF).

MATHEUS SANTOS DE SÁ

Farmacêutico formado pela Universidade Federal da Bahia, Mestrado e Doutorado


pelo Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz/Fundação Oswaldo Cruz trabalhando com
Farmacologia de Produtos Naturais. Tem experiência em atenção e assistência far-
macêutica. Tem experiência de mais de 10 anos como professor da Escola Bahiana
de Medicina e Saúde Pública onde foi membro do grupo de pesquisa "Núcleo de
Estudos em Saúde Humana e Ambiental (NESHA)", orientando estudantes de inicia-
ção científica no âmbito da farmacologia de produtos naturais. Atuou por 5 anos
no Ambulatório Professor Francisco Magalhães Neto (UFBA), como Farmacêutico da
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB). Aluno do programa de qualificação
em farmácia da Universidade de Montreal (QeP-UdeM), Québec, Canadá.

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APRESENTAÇÃO

VOLUME 1 - FARMACOLOGIA

A coleção Manuais da Farmácia é o melhor e mais completo conjunto de obras


voltado para a capacitação e aprovação dos farmacêuticos em provas e concur-
sos públicos em todo o Brasil. Elaborada a partir de uma metodologia que julga-
mos ser a mais apropriada ao estudo, contemplamos os volumes da coleção com
os seguintes recursos:

✓ Teoria esquematizada de todos os assuntos;


✓ Questões comentadas alternativa por alternativa (incluindo as falsas);
✓ Quadros, tabelas e esquemas didáticos;
✓ Destaque em laranja para as palavras-chave;
✓ Questões categorizadas por grau de dificuldade, seguindo o seguinte
modelo:

FÁCIL

INTERMEDIÁRIO

DIFÍCIL

Elaborado por professores com sólida formação acadêmica em farmácia, a pre-


sente obra é composta por um conjunto de elementos didáticos que em nossa
avaliação otimizam o estudo, contribuindo assim para a obtenção de altas per-
formances em provas e concursos.

KAREN NINA NOLASCO


Editor

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SUMÁRIO

FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA CAPÍTULO 1

1. Introdução............................................................................................................14
2. Farmacocinética...................................................................................................14
2.1  Vias de administração.........................................................................................................14
2.2 Absorção..................................................................................................................................16
2.3  Metabolismo dos fármacos..............................................................................................18
2.4 Distribuição............................................................................................................................20
2.5  Eliminação dos fármacos..................................................................................................23
3. Farmacodinâmica................................................................................................24
3.1  Ligação fármaco-receptor................................................................................................25
3.2  Receptores farmacológicos..............................................................................................25
3.3  Agonismo total, parcial, inverso e antagonismo.....................................................26
3.4  Quantificação da resposta farmacológica.................................................................30
3.5  Famílias de receptores.......................................................................................................31
3.6  Receptores acoplados a proteína G..............................................................................32
3.7  Segundos mensageiros.....................................................................................................33
4. Farmacogenética/Farmacogenômica................................................................33
Quadro Resumo........................................................................................................36
Quadro Esquemático................................................................................................37
Questões Comentadas.............................................................................................38
Referências................................................................................................................47

FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL CAPÍTULO 2

1. Introdução............................................................................................................50
2.  Neurotransmissão no sistema nervoso central................................................51
3.  Fármacos antidepressivos..................................................................................54
3.1  Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO)...............................................................55
3.2  Antidepressivos tricíclicos (ADT)....................................................................................58
3.3  Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)......................................60
3.4  Antagonistas dos receptores de serotonina.............................................................62
3.5  Cetamina (Ketamina/Esketamina).................................................................................62

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4.  Fármacos antipsicóticos......................................................................................63
4.1  Antipsicóticos típicos..........................................................................................................64
4.2  Antipsicóticos atípicos.......................................................................................................65
4.3  Estabilizadores de humor.................................................................................................67
5.  Fármacos ansiolíticos, sedativos e hipnóticos..................................................68
5.1 Benzodiazepínicos...............................................................................................................70
5.2 Barbitúricos.............................................................................................................................72
5.3  Compostos “Z”.......................................................................................................................73
6.  Tratamentos dos distúrbios degenerativos do SNC........................................74
6.1  Farmacoterapia da doença de Parkinson...................................................................75
6.2  Farmacoterapia da doença de Alzheimer..................................................................76
7.  Fármacos anticonvulsivantes.............................................................................78
8.  Anestésicos gerais...............................................................................................82
8.1  Anestésicos intravenosos..................................................................................................83
8.2  Anestésicos inalatórios......................................................................................................84
9.  Cannabis e cannabinoides..................................................................................86
Quadro Resumo........................................................................................................88
Quadro Esquemático................................................................................................91
Questões Comentadas.............................................................................................93
Referências............................................................................................................. 101

FARMACOLOGIA DO SISTEMA
NERVOSO AUTÔNOMO CAPÍTULO 3

1. Introdução......................................................................................................... 106
2.  Sistema nervoso autônomo simpático.......................................................... 107
2.1  Agonistas adrenérgicos...................................................................................................111
2.2  Antagonistas adrenérgicos............................................................................................114
3.  Sistema nervoso autônomo parassimpático................................................. 120
3.1  Agonistas muscarínicos...................................................................................................122
3.2  Antagonistas muscarínicos............................................................................................123
3.3  Bloqueadores neuromuscular e ganglionar...........................................................126
3.4  Anticolinesterásicos reversíveis e irreversíveis.......................................................128
3.5  Agonistas nicotínicos para cessação do tabagismo............................................133
Quadro Resumo..................................................................................................... 135
Quadro Esquemático............................................................................................. 136
Questões Comentadas.......................................................................................... 137
Referências............................................................................................................. 142

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ANTI-INFLAMATÓRIOS
E ANALGÉSICOS CENTRAIS CAPÍTULO 4

1. Introdução......................................................................................................... 146
2. Anti-inflamatórios............................................................................................ 146
2.1 Anti-inflamatórios esteroides........................................................................................148
2.2 Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)...............................................................153
3.  Dor e analgésicos centrais (opioides)............................................................. 161
3.1 Mecanismo neural da dor...............................................................................................161
3.2 Opioides.................................................................................................................................162
Quadro Resumo..................................................................................................... 167
Quadro Esquemático............................................................................................. 168
Questões Comentadas.......................................................................................... 171
Referências............................................................................................................. 178

FARMACOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR CAPÍTULO 5

1. Introdução......................................................................................................... 180
2.  Função cardiovascular: mecanismos e controle............................................ 180
3.  Fármacos anti-hipertensivos........................................................................... 186
3.1 Fármacos simpaticolíticos..............................................................................................188
3.2 Bloqueadores dos canais para Ca2+ (BCC)................................................................189
3.3 Vasodilatadores diretos...................................................................................................191
3.4 Fármacos que afetam o sistema renina-angiotensina-aldosterona..............193
3.5 Diuréticos..............................................................................................................................198
4.  Farmacoterapia da angina............................................................................... 202
4.1 Nitratos orgânicos..............................................................................................................204
4.2 Antagonistas β-adrenérgicos........................................................................................204
4.3 Bloqueadores dos canais para Ca2+.............................................................................205
4.4 Outros fármacos antianginosos...................................................................................205
4.5 Fármacos que reduzem os riscos de infarto do miocárdio...............................206
5.  Fármacos antiarrítmicos.................................................................................. 207
5.1 Bloqueadores dos canais para Na+..............................................................................208
5.2 Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos........................................................208
5.3 Bloqueadores dos canais para Ca2+.............................................................................209
6.  Farmacoterapia da insuficiência cardíaca...................................................... 209

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6.1 Terapêutica da insuficiência cardíaca crônica........................................................210
6.2 Glicosídeos cardíacos.......................................................................................................211
Quadro Resumo..................................................................................................... 212
Quadro Esquemático............................................................................................. 215
Questões Comentadas.......................................................................................... 216
Referências............................................................................................................. 223

ANTIBIÓTICOS CAPÍTULO 6

1. Introdução......................................................................................................... 228
2.  Classificação dos antibióticos......................................................................... 230
3.  Bases moleculares da ação dos antibióticos................................................. 234
3.1 Fármacos que interferem na síntese ou na ação do folato...............................235
3.2 Fármacos que inibem a síntese da parede celular bacteriana.........................237
3.3 Agentes que atuam diretamente sobre a membrana celular do microrganismo.... 241
3.4  Fármacos inibidores da síntese proteica bacteriana...........................................242
3.5 Fármacos afetam o metabolismo bacteriano dos ácidos nucleicos.............245
4.  Resistência bacteriana aos antibióticos......................................................... 249
5.  Efeitos colaterais dos antibióticos.................................................................. 252
Quadro Resumo..................................................................................................... 254
Quadro Esquemático............................................................................................. 255
Questões Comentadas.......................................................................................... 256
Referências............................................................................................................. 265

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CAPÍTULO
FARMACOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA 1
Pedro modesto nascimento menezes
Fabrício Souza Silva

O que você irá ver neste capítulo:


introdução
Farmacocinética
Vias de administração
absorção
Metabolismo dos fármacos
distribuição
eliminação dos fármacos
Farmacodinâmica
Ligação fármaco-receptor
receptores farmacológicos
agonismo total, parcial, inverso e antagonismo
Quantificação da resposta farmacológica
Famílias de receptores
receptores acoplados a proteína G
Segundos mensageiros
Farmacogenética/Farmacogenômica
Quadro resumo
Quadro esquemático
Questões comentadas
referências

Objetivos de aprendizagem
• Definir a Farmacocinética;
• Entender as vias de administração, absorção, distribuição, me-
tabolismo e eliminação dos fármacos;
• Analisar as características que influenciam nos processos farmaco-
cinéticos;

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CAPÍTULO 1

• Definir a Farmacodinâmica;
• Entender a relação entre os fármacos e o receptor;
• Analisar as características dos receptores e dos fármacos, além do
processo de transdução de sinal;
• Observar a influência da genética na farmacologia.

1. INTRODUÇÃO

Farmacologia, segundo a etimologia da palavra, é a ciência que estu-


da os fármacos e seus efeitos, tendo como principais ramos a farmaco-
cinética e a farmacodinâmica. A primeira está relacionada aos estudos
da absorção, distribuição, metabolismo e eliminação dos fármacos nos
animais. Já a farmacodinâmica relaciona os fármacos nos seus locais de
ação e a amplitude dos seus efeitos.

2. FARMACOCINÉTICA

A farmacocinética é responsável por analisar o trajeto percorrido pelo


fármaco, desde sua absorção até sua eliminação, passando pela distri-
buição e biotransformação ou metabolismo em alguns órgãos chave, in-
testino, fígado e pulmão. Além disso, algumas características do fármaco e
do organismo irão fornecer informações para o conhecimento da farma-
cocinética e, consequentemente, farmacodinâmica.

2.1  Vias de administração


Os fármacos novos são planejados e testados em uma forma posoló-
gica que é administrada por via específica. As vias de administração são
escolhidas para que o fármaco seja capaz de atravessar as barreiras apre-
sentadas pelo corpo, aproveitando-se das moléculas de transporte e de
outros mecanismos que permitem a absorção dos fármacos.
Quanto mais rápida a absorção, menor o tempo (T) para alcançar a
concentração máxima no plasma (C) que, por conseguinte, terá uma que-
da na curva pelos outros processos farmacocinéticos (Figura 1).

14

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Farmacocinética e Farmacodinâmica

Figura 1. Representação gráfica do perfil farmacocinético das


principais vias de administração.

Concentração sanguínea do fármaco (C)

Intravenoso (IV)
Intramuscular (IM)
Subcutâneo (SC)
Oral (OR)

Fonte: Autoria Própria, 2016.

Cada via de administração tem características peculiares em relação à


farmacocinética, apresentando, portanto, vantagens e desvantagem dis-
tintas (Quadro 1).

Quadro 1. Características das vias de administração utilizadas


com maior frequência1.

Via de administração Vantagens Desvantagens


• Efeitos imediatos, pois evita
• Aumenta os riscos de
absorção;
efeitos adversos;
• Biodisponibilidade (F) = 1 ou
• Administração lenta;
Intravenosa (IV) 100%;
• Inadequada para substân-
• Extensa utilização em emergências;
cias oleosas;
• Permite titulação da dose;
• Irreversível.
• Adequada para grandes volumes.
• Dor, desconforto, lesão
• Efeitos rápidos para soluções
celular;
aquosas e lentas para oleosas;
• Não produz efeito ime-
• Biodisponibilidade (F) próxima de
diato;
Intramuscular (IM) 0,75 ou 75%
• Pode alterar exames labo-
• Mais segura do que a intravenosa;
ratoriais (creatinocinase);
• Pode-se utilizar volumes modera-
• Ocorrência de abscessos e
dos e veículos oleosos.
reação alérgica.

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CAPÍTULO 1

Via de administração Vantagens Desvantagens


• Efeitos rápidos para soluções aquo-
sas e lentas para oleosas;
• Biodisponibilidade (F) próxima de
0,75 ou 75% • Dor e necrose;
Subcutânea (SC) • Absorção lenta e constante (im- • Administração de pe-
plantes); quenos volumes
• Adequada para algumas suspensões
(insulina);
• Autoadministração.
• Elevada extensão do
• Simples, de baixo custo e indolor; metabolismo de 1ª
• Autoadministração; passagem;
Oral (OR) • Mais segura; • Irritação das mucosas;
• Possibilidade de remoção do • Absorção variável, bio-
fármaco. disponibilidade errática
ou parcial (0,05 < F > 1).
• Grande área de absorção; Efeitos • Dificuldade para regular
rápidos; a dose;
• Utilizada para fármacos voláteis; • Irritação do epitélio
Inalatória (IN)
• Evita o efeito da primeira passagem pulmonar;
hepática • Administração e absor-
• Autoadministração. ção errática.

2.2 Absorção
A absorção de um fármaco é definida como sua passagem do local
de administração, atravessando as membranas biológicas, com destino à
corrente sanguínea, considerando a amplitude dessa transferência, sendo
também considerada a biodisponibilidade (F), conforme mostrado na
Equação 1.

Equação 1

F = Quantidade do fármaco que chega à circulação sistêmica


Quantidade de fármaco administrada

Com esse entendimento, vários fatores influenciam diretamente a


absorção e biosdisponibilidade de um fármaco, conforme mostrado no
Quadro 2, sendo necessário determinado grau de hidrossolubilidade do
fármaco para uma dissolução completa. A partir disso, é importante ob-
servar as características químicas do fármaco (pKa, grau de ionização) e
o pH do meio no qual foi administrado, além de que fatores como massa
molar reduzida pode facilitar a difusão pelos tecidos.

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QUADRO RESUMO
QUADRO RESUMO

Palavras-chave Descrição
Farmacocinética Trajeto percorrido pelo fármaco.
Efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e
Farmacodinâmica
seus mecanismos de ação.
Passagem do local de administração para corrente
Absorção
sanguínea.
Mudança estrutural no fármaco para torná-la
Metabolismo
susceptível à excreção.
Distribuição Transporte do fármaco na circulação geral.
Eliminação Etapa em que o fármaco deixa o organismo.
Percentual do fármaco que após administração
Biodisponibilidade
chega à circulação geral.
Tempo durante o qual uma concentração X de um
Meia-vida
fármaco é reduzida pela metade (t½).
Fármaco que promove efeito máximo e aquele que
Agonistas total e parcial
não promove esse efeito máximo, respectivamente.
Antagonistas (competitivo e não
Fármaco que bloqueia o sítio ativo do receptor.
competitivo)
Fármaco que promove efeito contrário ao agonista
Agonista inverso
total e parcial.
Alvos proteicos em que fármacos (ou substâncias
Receptores farmacológicos
endógenas) se ligam promovendo uma resposta.
Moléculas sinalizadoras estimuladas pela célula a
Segundos mensageiros
modificar condições fisiológicas.
Locais nos quais os fármacos podem ser
Vias de administração
administrados.
Nome dado para depuração/eliminação de um
Clearence total
fármaco.
Volume de líquido necessário para conter a
Volume de distribuição
quantidade total do fármaco absorvido no corpo.
Reações bioquímicas estimuladas pelos fármacos
Transdução de sinal
para promoção de resposta farmacológica.
Metabolismo do fármaco no tecido hepático
Efeito de primeira passagem
(via veia porta no fígado).
Eficácia Capacidade de o fármaco promover uma resposta.
Concentração necessária para que o fármaco
Potência promova seu efeito. Normalmente descrito por 50%
do efeito máximo (CE50).
Estudo de variações genéticas nos indivíduos e sua
Farmacogenética
influência na resposta dos fármacos.

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QUADRO ESQUEMÁTICO
QUADRO ESQUEMÁTICO

FARMACOGENÉTICA

Exposição ao fármaco

Absorção
FARMACOCINÉTICA

Metabolismo

Distribuição

Concentração do
fármaco no alvo

Interações teciduais

FARMACODINÂMICA
Efeito terapêutico

Efeito adverso

Efeito tóxico

Representação ilustrativa da relação, farmacogenética, farmacocinética e farmacodinâmica.

Fonte: Autoria Própria, 2020.

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QUESTÕES COMENTADAS
QUESTÕES COMENTADAS

01 (CECP – PREFEITURA MUNICIPAL DE AVELINÓPOLIS/GO –


2019)
De acordo com a Lei 9787/99, a definição “indica a velocidade e a extensão
de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de
sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na
urina” refere-se ao termo:

Ⓐ bioequivalência.
Ⓑ biodisponibilidade.
Ⓒ intercambialidade de produtos.
Ⓓ biofarmacologia.

GRAU DE DIFICULDADE  •°°


▍DICA DO AUTOR: A questão cita a Lei 9787/99 para dificultar ou confun-
dir, porém as proposições determinam o entendimento do que se pede
na questão.
Alternativa A: INCORRETA. A bioequivalência “consiste na demonstração
de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma
forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quanti-
tativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibili-
dade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental”. Isso sig-
nifica, de modo geral, poder utilizar os dois equivalentes farmacêuticos.
Alternativa B: CORRETA. Resumidamente a biodisponibilidade é fração
de um fármaco que chega à circulação sistêmica após sua administração.
Isso considera, a extensão da absorção, metabolismo (principalmente de
1ª passagem) e eliminação.
Alternativa C: INCORRETA. A intercambialidade de produtos se refere
àqueles “equivalentes terapêuticos de um medicamento de referência,
comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e seguran-
ça”. Parte do princípio da bioequivalência para se observar intercambiali-
dade.
Alternativa D: INCORRETA. A biofarmacologia é um ambiente multidis-
ciplinar em que se utilizam ferramentas biotecnológicas para desenvolvi-
mento de fármacos e terapêutica.

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QUESTÕES COMENTADAS

02 (CRESCER CONSULTORIAS – PREFEITURA DE JIJOCA DE


JERICOACOARA/CE – 2019)
Dentre as vias de administração de medicamentos abaixo, qual via tem
maior probabilidade de submeter uma droga a um efeito de primeira pas-
sagem?

Ⓐ Oral.
Ⓑ Endovenosa.
Ⓒ Cutânea.
Ⓓ Intramuscular.

GRAU DE DIFICULDADE  •°°


▍DICA DO AUTOR: Se atentar às características de cada via de adminis-
tração.
Alternativa A: CORRETA. A administração por via oral, apesar de muitas
vantagens, tem a desvantagem do fármaco absorvido pelo intestino pas-
sar pelo sistema porta hepático e sofrer o efeito de primeira passagem.
Isso permite também que a biodisponibilidade dos fármacos adminis-
trados por essa via seja errática, obedecendo também às condições do
indivíduo.
Alternativa B: INCORRETA. A administração por via endovenosa, por re-
gra, traz uma biodisponibilidade de aproximadamente 100%. Isso signi-
fica que mais fármaco estará disponível no plasma sanguíneo para chegar
ao local de ação. O efeito de primeira passagem vem após a produção
de resposta farmacológica.
Alternativa C: INCORRETA. A via cutânea prioriza um efeito local do fár-
maco, ou seja, não é necessária absorção para corrente sanguínea. Isso
restringe o efeito de primeira passagem.
Alternativa D: INCORRETA. A via intramuscular, por ser parenteral tal
qual a endovenosa, evita um efeito de primeira passagem hepática. Isso
porque após sua administração o fármaco vai aos poucos aumentando
sua concentração na corrente sanguínea.

03 (IMA – PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA DOS


NOGUEIRAS/MA – 2019)
“Essa área do conhecimento estuda a ação dos fármacos sobre os genes. É
o estudo das influências genéticas sobre as respostas aos fármacos. Avalia

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