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ITEMP – INSTITUTO TEOLÓGICO MISSÃO PROFETICA – BIBLIOLOGIA - CNPJ/MF 111.595.

678/0001-8

Capacitando Discípulos

Presidente: Pastor Cristiano Farias da Silva


Diretor: Pastor Samuel Mendes de Sales

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Informações para citação:

SALES, Samuel Mendes. Bibliologia. Curso de Graduação em Teologia. Instituto


Teológico “Ap Terezinho Martins da Rocha”

Presidente: Pastor Cristiano Farias da Silva

Diretor: Pastor Samuel Mendes de Sales

Subdiretor: Pastor Tiagos Gomes de Oliveira

Santo André

2023

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1- O que é Bibliologia

CAPITULO 2- Introdução

CAPITULO 3- O tema Central da Bíblia, Jesus

CAPITULO 4- Introdução à Bíblia

CAPÍTULO 5- Línguas Originais da Bíblia

CAPÍTULO 6- Inspiração da Bíblia

CAPÍTULO 7- Teorias da Inspiração da Bíblia

CAPÍTULO 8- Autenticidade da Bíblia

CAPÍTULO 9- Os Livros Apócrifos

CAPÍTULO 10- As Traduções da Bíblia

CAPITULO 11- A Vida e Costume dos Povos Bíblicos

CAPITULO 12 – História resumida de Israel

CAPITULO13- Divisão da Bíblia em Capítulos e Versículos

CAPITULO 14- O Dia da Bíblia

BIBLIOGRAFIA

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VOTOS DE BOAS VINDAS


PARABÉNS! Você que esta iniciando nosso Curso Básico em Teologia e que também já
está cursando.
Lembre-se que o começar pode ser um privilégio de todos, porém o terminar é uma
recompensa reservada aos fortes, aos que tem uma firme determinação.
E nosso desejo e são nossos votos que você esteja entre os que irão até o fim.
Estamos certos que a realização deste curso terá um grande proveito espiritual para
você, e também para muitos. Tal como no tempo de Jesus, a multidão continua faminta.
Quando os discípulos disseram a Jesus: ―...despede a multidão, para que vão pelas
aldeias, e comprem comida para si (Mateus 14:15); a multidão continua faminta pela
palavra de Deus e a ordem de Jesus para mim e para você continua sendo – ―dai-lhes vós
de comer”. Através da realização deste curso você vai aprender a adquirir melhores
condições de alimentar os famintos espirituais com a Palavra de Deus.
Lembre-se sempre de que nenhum livro do mundo poderá substituir a palavra de Deus.
Este como qualquer outro livro evangélico, destina-se a ser apenas, um livro auxiliar e
que deve ser estudado juntamente com sua Bíblia. Não se separe dela, inclusive durante
as aulas, se quiser tirar um bom proveito dele.
Estamos certos de que, se você como bom Mordomo de Deus, souber administrar o seu
tempo a fim de reservar ou criar o espaço necessário para dedicar-se às necessidades
deste Curso, sua recompensa em termos de bênçãos espirituais, virá nesta vida bem
como na eternidade. CREIA NISTO!

Pastor Samuel Mendes de Sales

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CAPITULO 1 - O QUE É BIBLIOLOGIA

A Bibliologia tem para nós, estudantes da Palavra de Deus, a mesma finalidade que tem o
cardápio apresentado pelo garçom em um restaurante ou sorveteria, ou, talvez, a mesma
finalidade que um mapa tem nas mãos daquele que procura por um caminho ou endereço.
Portanto, Bibliologia é o estudo dos assuntos introdutórios à Bíblia.
POR QUE É IMPORTANTE ESTUDAR ESTA MATÉRIA?
Considero importante este estudo, e por isso eu o apresento, por ter ele a capacidade de
nos dar uma visão panorâmica da Bíblia como livro. Antes de conhecermos a mensagem,
é importante conhecermos o livro, sabermos como ele foi escrito, por quem, em que
circunstâncias ele foi escrito, de que maneira foi conduzida a sua tradução, qual a sua
composição, sua estrutura, seus propósitos, sua prova de autenticidade, sua sequência
histórica e cronológica e outros assuntos dessa natureza.
Passo a passo vamos estudar este tema e espero que você seja enriquecido com esse
estudo e se torne bem dinâmico.

CAPITULO 2 –INTRODUÇÃO
Não podemos nos esquecer jamais, de que a bíblia é o Livro dos livros. A verdade de
Deus escrita. O mapa do cristão, rumo aos céus. O maior tesouro de conhecimentos do
mundo.
O Autor da Bíblia é o Pai, embora a Palavra subsista antes da encarnação de Cristo. O
autor da Palavra de Deus é o Pai, pois é o Pai que proclama o Verbo e o Verbo sai de
suas entranhas como Palavra dita e vivificante. Por isso que, depois da ressurreição de
Cristo, encontramos o Verbo explicando o próprio Verbo aos discípulos de Emaús, mas
sempre o Verbo flui da boca do Pai.
A Bíblia contem a palavra de Deus e é, ao mesmo tempo a Palavra de Deus, mas nem
tudo o que esta escrito na bíblia procede da boca de Deus. Aquilo que foi escrito e
canonizado é o registro, pois o registro é inspirado e aquilo que foi escrito, às vezes, é a
narrativa daquilo que um ímpio pronunciou, e tornou-se um registro inspirado, mas não
foi uma palavra que saiu da boca de Deus. Está ali como mecanismo de ensino,
advertência ou com alguma mensagem de vida final. (1 Coríntios 10:11Ora, tudo isto

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lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são
chegados os fins dos séculos). Esta era a confusão que o diabo queria gerar em Mateus 4,
quando provando a Cristo no deserto, questionando a sua divindade, sem ter
conhecimento de que o Verbo pode ser escrito ou dito, pois o Verbo dito o venceu e ele
fugiu. E somente o Verbo tem poder sobre o escrito e o poder do dito, isto é, a palavra
profetizada.
Vemos a Palavra procedendo da boca do incrédulo Tomé, de um angustiado Pedro, de
espíritos malignos falando através dos amigos de Jó; mas suas palavras humanas, ou
demoníacas, seus pontos de vista e seus questionamentos, não procediam da boca de
Deus. No entanto, o registro daquilo que eles disseram faz parte do conteúdo bíblico, e
está ali para tirarmos as nossas lições, pois Deus não esconde desejos, pecados,
ansiedades, erros e acertos do homem. Todavia, somente a palavra que procede da boca
de Deus pode nos dar vida.
O poder da Palavra foi dado ao Filho, pois Ele é o Verbo de Deus. A Palavra é dEle. O
Pai é o arquiteto da criação, mas o Verbo é a execução. O Verbo não está. O Verbo é, faz,
profetiza e executa. O Pai dá testemunho da Palavra. Ele ordena que a vejamos, que a
ouçamos e que a leiamos. Como Jesus esta em nosso meio, se agora mesmo Ele está no
trono, junto ao Pai? Ele não está aqui pelo Espírito Santo. O Espírito Santo não substitui
a presença de Cristo, pois Ele é uma pessoa igualmente. O Espírito Santo é uma pessoa
gloriosa. O fato de o Espírito Santo estar aqui, agora mesmo, não invalida nem bloqueia a
onipresença de Cristo. Mas tanto na onipresença, como na onisciência, Ele se revela
através de sua diversidade. Jesus Cristo esta em nosso meio pela sua Palavra.
Como podemos crer na bíblia? Por meio da fé.
No entanto, a bíblia não é um livro comum, mas sim a reunião de acontecimentos de
procedência histórico-humano, divino-espiritual. Para entender a Bíblia requer-se fé. Mas
que é fé? Fé são os olhos da alma. Em lugar dos olhos da alma, Deus desejou que Adão
usasse a fé. Por isso, satanás trata de levar o homem ao desprezo à fé. A fé deveria ser
usada antes ou depois que o homem pecasse, para sua própria salvação. Quando
procuramos profetas, feitiçarias ou coisas semelhantes, procuramos abrir os olhos de
nossa alma, a fim de vermos antecipadamente aquilo que Deus nos vedou. Mas, se
quisermos agradá-lo, devemos andar por fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus.

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Jesus disse em Mateus 24:35: “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras não
hão de passar‖.
O pastor Claudionor de Andrade citando o grande teólogo Wayne Grudem, define a
importância das escrituras assim:
- A bíblia contém todas as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em cada
estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de Deus que
precisamos para a salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar e
a ele obedecer. (Andrade, Claudionor de. Teologia Sistemática Pentecostal, página
44, Rio de Janeiro)
Deus fez o homem capaz e desejoso de conhecer a realidade das coisas. Será que Ele
ocultaria uma revelação que satisfizesse esse anelo? Pelo contrário. Diz o profeta de
Deus: “conheçamos, prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva será a sua saída;
e ele nos virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra Os 6:3”.
A revelação de Deus é possível, é progressiva, é certa.
Deus se revela a nós por intermédio de sua santíssima Palavra, a Bíblia, tendo em vista
nossa salvação por meio da fé nela como a Palavra de Deus. Por essa razão todo ser
humano nasce com o grande anseio de conhecer, e cada um busca esse conhecimento de
uma maneira. Nós, servos e servas de Deus, buscamos na Bíblia sagrada.

CAPITULO 3- O TEMA CENTRALDA BIBLIA, JESUS CRISTO.


A própria Bíblia declara isto em Lucas 24:27: E, começando por Moisés, e por todos os
profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.
No mesmo capítulo, no versículo 44, o próprio Senhor Jesus afirmou: E disse-lhes: São
estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse
tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.
E por fim, em João 5:39, ele reafirma: Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter
nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;
Sendo, portanto, Cristo o tema central da Bíblia, os 66 livros poderão ficar resumidos em
5 palavras, todas referente a Cristo, assim:
PREPARAÇÃO - Todo o Antigo Testamento trata da preparação para o advento de
Cristo.

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MANIFESTAÇÃO - Os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao mundo, como


Redentor.
PROPAGAÇÃO - Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da
Igreja.
EXPLANAÇÃO - As Epístolas tratam da explanação de Cristo. São os detalhes da
doutrina.
CONSUMAÇÃO - O Apocalipse trata de Cristo consumando todas as coisas.Tendo
Cristo como o tema central da Bíblia, podemos resumir todo o Antigo Testamento numa
frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO.
Assim sendo, as Escrituras sem a pessoa de Jesus seriam como a física sem a matéria e a
matemática sem os números.
Vejamos a pessoa de Jesus em todos os livros da Bíblia:
Em GÊNESIS -Ele é a Semente da mulher / O Cordeiro que substituiu Isaque no Monte
Moriá
Em ÊXODO -Ele é o Cordeiro pascoal
Em LEVÍTICO - O Sacrifício expiatório;
Em NÚMEROS - A Rocha ferida;
Em DEUTERONÔMIO - Ele é o Profeta;
Em JOSUÉ - O Capitão dos exércitos celestiais
Em JUÍZES - O Legislador de Israel / O anjo que apareceu a Manoá e disse: Por que
perguntas pelo meu nome, visto que é MARAVILHO;
Em RUTE - O Parente divino;
Em I SAMUEL – O Ebenézer, o Senhor que nos ajudou
Em II SAMUEL - A Glória de Israel que não pode mentir
Em I e II REIS – Ele é aquele que guerreia as nossas guerras
Em I e II CRÔNICAS – Ele é o Soberano;
Em ESDRAS - O Que se move pelas nossas orações;
Em NEEMIAS - A Mão do Senhor sobre Zorobabel
Em ESTER - O Nosso advogado
Em JÓ - O Nosso redentor;
Em SALMOS - O Nosso pastor;

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Em PROVÉRBIOS - A Nossa sabedoria;


Em ECLESIASTES - Ele É O Alvo Verdadeiro.
Em CANTARES - O Amado da Igreja;
Em ISAIAS - O Messias prometido / E o seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz;
Em JEREMIAS - Ele é o Martelo que esmiúça a penha / O Senhor é a nossa Justiça
Em LAMENTAÇÕES - Ele é o Senhor das misericórdias
Em EZEQUIEL - O Homem de linho
Em DANIEL - O Quarto na fornalha/Aquele que fecha a boca dos leões
Em OSÉIAS - A Chuva serôdia
Em JOEL - O Que derrama o Espírito sobre toda a carne
Em AMÓS - O Prumo de Israel
Em OBADIAS - Ele é o Embaixador
Em JONAS - O que se arrepende para salvar
Em MIQUÉIAS - A Nossa paz
Em NAUM - O Livrador
Em HABACUQUE - É o Deus da minha salvação
Em SOFONIAS - O Remanescente de Israel
Em AGEU - O Desejado de todas as nações
Em ZACARIAS - Ele é o Castiçal
Em MALAQUIAS - Ele é o Renovo
Em MATEUS – Ele é Rei
Em MARCOS – Ele é servo
Em LUCAS – É o Remidor
Em JOÃO - A Videira verdadeira / A porta das ovelhas / O bom pastor / O caminho / A
verdade / A vida / O pão vivo que desceu dos céus / A fonte da água da vida
Em ATOS - O Cristo ressurreto
Em ROMANOS - A Graça que superabundou
Em I CORÍNTIOS - O Firme fundamento
Em II CORÍNTIOS - é nossa ressurreição e o que leva os nossos pecados
Em GÁLATAS - O Cristo que vive em mim

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Em EFÉSIOS - O Cabeça da Igreja,


Em FILIPENSES - O Cristo exaltado
Em COLOSSENSES - A Imagem do Deus invisível
Em I TESSALONICENSES - O Fiel que fará
Em II TESSALONICENSES – O nosso rei que virá
Em I TIMÓTEO - O Único Deus imortal, invisível, mas real / O único mediador entre
Deus e os homens
Em II TIMÓTEO – É aquele que aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção
pelo evangelho;
Em TITO - A Graça revelada
Em FILEMON - O Amigo fiel
Em HEBREUS - O Sumo sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque
Em TIAGO - O Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação
Em I PEDRO - A Pedra da esquina
Em II PEDRO – Ele é aquele que virá como ladrão de noite / O Senhor e Salvador
Em I JOÃO - O Amor
Em II e III JOÃO – O Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai
Em JUDAS - O Senhor que repreende
E em APOCALIPSE, Ele mesmo disse: Eu sou o Alfa e o ômega / O Princípio e o fim /
O que fui morto, mas eis que agora estou vivo para sempre/A Resplandecente estrela da
manhã / A Raiz de Davi / O Leão da tribo de Judá / E em Apocalipse 19:16 está escrito:
E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.

CAPITULO 4- INTRODUÇÃO À BÍBLIA


Etimologia do termo ―Bíblia‖
Bem, em primeiro lugar é necessário analisarmos a origem desse nome tão conhecido e
utilizado por todos nós diariamente, então vejamos:
A etimologia da palavra bíblia é muito interessante, por nos remeter a Fenícia, tendo em
vista que uma de suas cidades mais importantes e era chamada exatamente de ―biblos‖
(atual Gebal, cerca de quarenta quilômetros ao norte de Beirute). Biblos foi uma cidade
muito conhecida na época por ser uma cidade comercial, onde se vendia de tudo um

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pouco, madeiras, perfumes, tecidos, couros e papiro. E é pelo fato de o papiro ser um dos
produtos mais procurados no comércio, que aos poucos foi sendo chamado de biblos, em
homenagem e referência a cidade com o mesmo nome.
Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado "biblion" e vários destes eram uma
"bíblia". Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer "coleção de livros
pequenos". Com a invenção do papel, desapareceram os rolos, e a palavra biblos deu
origem a "livro", como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc.
Aproximadamente no ano 400 é que os escritores cristãos gregos começaram a chamar a
Bíblia de ―Os livros‖, no plural indicando uma série de escritos da revelação divina. Mais
tarde, no século XIII, o plural foi mudado para o singular, concordando com a concepção
de que a Bíblia é uma expressão vocal de Deus.
A Bíblia também é conhecida por Escrituras, que é um termo usado no N.T. para os
livros sagrados do A.T., que eram considerados inspirados por Deus. (2ª Tm. 3.16; Rm.
3.2). Este termo também é usado no N.T. com referência a outras porções do N.T. (2ª Pe.
3.16). A Bíblia também é conhecida por Palavra de Deus, este termo é usado em relação
a ambos os testamentos em sua forma escrita (Mt 15.6; Jo. 10.35; Hb. 4.12).
A necessidade desse estudo é que, sendo a Bíblia um livro divino, veio a nós por canais
humanos, tornando-se, assim, divino-humana, como também o é a Palavra Viva - Cristo -
que se tornou também humano (Jo 1.1; Ap 19.13)‖. Pela Bíblia, Deus fala em linguagem
humana, para que o homem possa entendê-lo. Por essa razão, a Bíblia faz alusão a tudo
que é terreno e humano. Ela menciona países, montanhas, rios, desertos, mares, climas,
solos, estradas, plantas, produtos, minérios, comércio, dinheiro, línguas, raças, usos,
costumes, culturas, etc. Isto é, Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa
linguagem, bem como do nosso modo de pensar. Se Deus usasse sua linguagem, ninguém
o entenderia. Ele, para revelar-se ao homem, adaptou a Bíblia ao modo humano de
perceber as coisas. Destarte, o autor da Bíblia é Deus, mas os escritores foram homens.
Na linguagem figurada dos Salmos e das diversas outras partes da Bíblia, Deus mesmo é
descrito e age como se fosse homem. A Bíblia chega a esse ponto para que o homem
compreenda melhor o que Deus lhe quer dizer. Isto também explica muitas dificuldades e
aparentes contradições do texto bíblico.

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Inúmeros fatores fazem da Bíblia um livro fantástico e maravilhoso. Sua formação é um


destes fatores, cerca de 40 escritores em aproximadamente 1500 anos escreveram sob
orientação do próprio Deus.

A Bíblia divide-se em duas partes principais: ANTIGO e NOVO TESTAMENTO,


tendo ao todo 66 livros: sendo 39 no AT e 27 no NT. Estes 66 livros foram escritos num
período de 15 séculos e tiveram cerca de 40 escritores. Aqui está um dos milagres da
Bíblia.
Esses escritores pertenceram às mais variadas profissões e atividades, viveram e
escreveram em países, regiões e continentes distantes uns dos outros, em épocas e
condições diversas, entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isto prova
que um só os dirigia no registro da revelação divina: Deus.

A divisão dos testamentos:


A palavra testamento vem do termo grego "diatheke", e significa: a) Aliança ou concerto,
e b) Testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à
distribuição de seus bens, após sua morte. Esta é a palavra empregada no Novo
Testamento, como por exemplo em Lucas 22.20. No Antigo Testamento, a palavra usada
é "berith" que significa apenas concerto. O duplo sentido do termo grego nos mostra que
a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliança, garantindo-nos toda a
herança com Cristo (Rm 8.17; Hb 9.15-17).

O Antigo Testamento:
Tem 39 livros, e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de pequenos trechos
que o foram em aramaico. O aramaico foi a língua que Israel trouxe do seu exílio
babilônico. Há também algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados em 4
grupos, conforme os assuntos a que pertencem: LEI, HISTÓRIA, POESIA e PROFECIA.
O grupo ou classe poesia também é conhecido por devocional.
Os livros por cada grupo:
a.LEI. São 5 livros: Gênesis a Deuteronômio.
b. HISTÓRIA. São 12 livros: de Josué a Ester.

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c.POESIA. São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão


d.PROFECIA. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Estão subdivididos em:
• Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros).
• Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros).
A classificação dos livros do AT, por assunto, vem da versão Septuaginta, através da
Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos livros, o que, para o leitor menos
avisado, dá lugar a não pouca confusão, quando procura agrupar os assuntos
cronologicamente. Na Bíblia hebraica (que é o nosso AT), a divisão dos livros é bem
diferente.
Nas Bíblias de edição católico-romana, os livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis são
chamados 1,2,3 e 4 Reis, respectivamente. 1 e 2 Crônicas são chamados 1 e 2
Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras. Também, nas edições
católicas de Matos Soares e Figueiredo, o Salmo 9 corresponde em Almeida aos Salmos
9 e 10. O de número 10 é o nosso 11. Isso vai assim até os Salmos 146 a 147, que nas
nossas Bíblias são o de número 147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em
qualquer das versões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam
o texto em si, e não poderia ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor!

O Novo Testamento
Tem 27 livros. Foi escrito em grego; não no grego clássico dos eruditos, mas no do povo
comum, chamado Koiné. Seus 27 livros também estão classificados em 4 grupos,
conforme o assunto a que pertencem: BIOGRAFIA, HISTÓRIA, EPÍSTOLAS e
PROFECIA. O terceiro grupo é também chamado DOUTRINA.
a. BIOGRAFIA. São os 4 Evangelhos.
b. HISTORIA. É o livro de Atos dos Apóstolos.
c. EPÍSTOLAS. São 21 as epístolas ou cartas. Vão de Romanos a Judas.
• 9 são dirigidas a igrejas (Romanos a 2 tessalonicenses)
• 4 são dirigidas a indivíduos (1 Timóteo a Filemom)
• 1 é dirigida aos hebreus cristãos
• 7 são dirigidas a todos os cristãos, indistintamente (Tiago a Judas)

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As últimas sete são também chamadas universais, católicas ou gerais, apesar de duas
delas (2 e 3 João) serem dirigidas a pessoas.
d. PROFECIA. É o livro de Apocalipse ou Revelação.

LIVROS DO NOVO TESTAMENTO


Profecia
Os livros do Novo Testamento também não estão situados em ordem cronológica, pelas
mesmas razões expostas ao tratarmos do Antigo Testamento.

A importância da escrita
A Escrita Cuneiforme
A princípio, certa espécie de marca representava uma palavra inteira, ou uma combinação
de palavras. Desenvolvendo-se a arte de escrever, passou a haver 'marcas' que
representavam partes de palavras, ou sílabas. Era este o gênero de escrita em uso na
Babilônia no alvorecer do período histórico.

Origemdo Alfabeto
Tem sido um assunto bastante controvertido a origem do alfabeto. Em geral se aceita que
Três alfabetos foram descobertos: junto do Sinai, em Biblos e em RasShamra, que são
bem anteriores ao tempo de Moisés (1.500 a.C.). Estudiosos modernos, baseados em
evidências irrefutáveis, sustentam que Moisés escolheu a escrita fonética para escrever o
Pentateuco. O arqueólogo W. F. Albright datou esta escrita de início do século XV a.C.
(tempo de Moisés). Interessante é notar que esta escrita foi encontrada no lugar onde
Moisés recebeu a incumbência de escrever seus livros. Em Êxodo 17.14 encontramos a
ordem divina para que Moisés escrevesse num livro.
Como vimos, nem todos aceitam Moisés como sendo o real autor destes livros,
especialmente o de Jó. Os que o fazem, dão Jó como tendo sido o primeiro dos livros
escritos, e Moisés o teria feito quando pastoreava os rebanhos do seu sogro nas campinas
de Midiã, após ter fugido do Egito. Os cinco livros que compõem o Pentateuco foram
escritos posteriormente. Os que não aceitam esta tese, já escreveram muito a respeito do

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assunto, procurando arrazoar com argumentos os mais variados, inclusive a diferença de


estilo entre os livros e até dentro de cada um deles.
Ora sendo o alfabeto inventado pelos fenícios, cuja existência foi bem posterior à de
Moisés, e se as escritas anteriores, hieróglifos e cuneiformes, foram apenas decifradas no
século passado, como poderia Moisés ter escrito aqueles livros? Se o tivesse feito, só o
poderia fazer em hieróglifos, língua na qual a própria Bíblia diz que Moisés era perito
(Atos 7.22) e, neste caso ela, a Bíblia do Velho Testamento, teria ficado desconhecida
por nós até Champollion!
Acontece, porém, que no princípio do século XX ou, mais precisamente, nos anos de
1904 e 1905, Sir Flinders Petrie, fazendo escavações na Península do Sinai, patrocinadas
pela Escola Britânica de Arqueologia no Egito, descobriu algumas inscrições muito
diferentes do cuneiforme mas, embora aparentassem alguma semelhança com o
hieróglifo, não o eram, em absoluto! Com esta descoberta, a origem do nosso alfabeto se
transportava da época dos fenícios para a dos seus antecessores, séculos antes, os
cananitas que viveram no tempo de Moisés e antes dele. Foram estes antepassados dos
Fenícios que simplificaram a escrita, passando a usar o alfabeto em lugar dos hieróglifos,
isto é, sinais que representam sons ao invés de sinais que representam idéias. Para nós,
porém, assume importância igualmente grande o fato de estes cananitas, inventores da
escrita alfabética, serem justamente os da região onde Moisés pastoreava as ovelhas do
seu sogro. Convém, portanto que os conheçamos um pouco mais. A partir da XII
dinastia, os egípcios começaram a explorar as minas de cobre e turquesa da região do
Sinai, e uma das maiores delas ficava em Serabitel-Khaden, acerca de oitenta quilômetros
do tradicional Monte Sinai, onde foram dados os Dez Mandamentos. Em termos de
jornada, esta região distava cerca de três dias de viagem do Egito. Neste local
trabalhavam para os egípcios muitos semitas que praticavam uma religião muito
semelhante à dos israelitas, tal como pôde ser observado pelos restos deixados por eles e
descobertos pelos arqueólogos. Esta região era a mesma naquele tempo conhecida
também pelo nome de 'Terra de Midiã', para onde Moisés fugiu da presença de Deus (Êx
2.15). Com estas descobertas, perderam sua razão de ser muitos dos argumentos
contrários à Bíblia feitos pela Crítica Histórica, porque se verificou que a história bíblica
daquele período passou a ser perfeitamente compreensível dentro dos costumes da época,

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inclusive a boa convivência de Moisés com o sacerdote Jetro, cujas religiões eram
fundamentalmente as mesmas.

MateriaisUsados para Escrever


1 Manuscritos

Vulgarmente os dicionários registram MANUSCRITO como "escrito à mão". Em sentido


técnico, esse nome refere-se à volumosa bagagem de rolos ou fragmentos escritos à mão
com textos das Escrituras Sagradas. Em um sentido mais particular, alude aos escritos do
Antigo e Novo Testamentos, desde os tempos patriarcais até à invenção da imprensa, na
metade do século XV.
a) Pedra. Os caracteres eram gravados nas colunas dos templos, como os de Lúxor e
Camaque, no Egito; ou em cilindros, como o código de Hamurabi; ou nas rochas, como
em Persépolis; ou mesmo em lápides, como a pedra Roseta, decifrada por Champolion,
nos dias de Napoleão.
b) Cerâmica. Material usado desde tempos imemoriais na região da Mesopotâmia.
Dois tipos de cerâmica têm sido encontrados pelos arqueólogos: seca ao sol e seca ao
forno.
c) Linho. Tem sido encontrado nas descobertas arqueológicas.
d) Tábuas recobertas de cera (Is 8.1; Lc 1.63).
e) Papiro. papiro se destaca como o principal material antigo usado para escrever.
Planta originária do Egito, muito comum nas margens lodosas do Nilo, e usada
abundantemente na preparação de uma espécie de papel. Ele só cresce em terrenos
alagadiços, por isso em Jó 8.11 há a seguinte pergunta: Pode o papiro crescer sem lodo?
Normalmente se escrevia só de um lado do papiro e as folhas mais longas eram
enroladas. Quem hoje chega ao Cairo, capital do Egito, pode visitar, às margens do rio
Nilo um navio-escola, onde se prepara o papiro com finalidades culturais e turísticas, mas
não comerciais. The Interpreter's Dictionary of the Bible, vol. 3, p. 649, diz o seguinte
sobre o papiro: "O papel, palavra derivada de papiro, era preparado de finas faixas da
parte interior da folha do papiro arranjadas verticalmente, com outra camada aplicada
horizontalmente em cima. Um adesivo era empregado (Plínio diz que era água do Nilo!)

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e pressão aplicada para ligá-las formando uma folha. Após secar, era polida com
instrumentos de concha ou pedra; depois as folhas eram atadas, formando rolos".

2. Características do Manuscrito
No início do século IX a.C., houve uma reforma na maneira de escrever e uma escrita
com letras pequenas, chamadas minúsculas, era usada na produção de livros. Letras
minúsculas, economizando tempo e material, faziam com que os livros ficassem mais
baratos e pudessem ser adquiridos por maior número de pessoas. Nos manuscritos
bíblicos primitivos, normalmente, nenhum espaço era deixado entre as palavras e até o
século VIII a pontuação era escassamente usada. De acordo com J. Angus em História,
Doutrina e Interpretação da Bíblia, Vol, I, p. 39, somente no século VIII é que foram
introduzidos nos manuscritos alguns sinais de pontuação e no século IX introduziram o
ponto de interrogação e a vírgula. Sentidos distintos têm surgido, quando uma simples
vírgula é mudada de lugar, como se evidencia da leitura da conhecida passagem: "Em
verdade te digo hoje, comigo estarás no paraíso"", ou ―Em verdade te digo, hoje mesmo
estarás comigo no paraíso‖. Muitas outras passagens bíblicas podem ser lidas com
sentido totalmente diferente ao ser mudada a sua pontuação como nos confirmam os
seguintes exemplos: "Ressuscitou, não está aqui." "Ressuscitou? não, está aqui." "A voz
daquele que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor"; "A voz daquele que
clama: no deserto preparai o caminho do Senhor."

Manuscritos gregos
f) Pergaminho. A preparação do pergaminho para receber a escrita tem uma
interessante história. De acordo com a História Natural de Plínio, o Velho (Livro XIII,
capítulo XXI), foi o rei Eumene de Pérgamo, uma cidade da Ásia Menor, quem
promoveu a preparação e o uso do pergaminho. Este rei planejou fundar uma biblioteca
em sua cidade, que se rivalizasse com a famosa biblioteca de Alexandria. Esta ambição
não agradou a Ptolomeu do Egito, que imediatamente proibiu a exportação de papiro para
Pérgamo. Esta proibição forçou Eumene a preparar peles de carneiro ou ovelha para
receber a escrita, dando-lhe o nome do lugar de origem – pergaminho.

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g) Palimpsesto. Em virtude de crises econômicas o pergaminho tornava-se muito


caro, era então raspado, lavado e usado novamente. Estes manuscritos eram chamados
palimpsestos (do grego palin = de novo e psesto = raspado). Um famoso manuscrito – o
Códice Efraimita está escrito em um palimpsesto. Por meio de reagentes químicos e raios
ultravioletas eruditos têm conseguido fazer reaparecer a escrita primitiva desses
palimpsestos.
h) Unciais e Cursivos. Existia uma variedade de escritos unciais e cursivos. Há 252
cópias unciais, atribuídas de 4 a 9 d.C. e mais ou menos 2646 cópias em cursivos, de 9 a
11 d.C.
i) Lecionários. Igualmente escritos em pergaminho. Há 1997 cópias. Eram leituras
escolhidas do texto do Novo Testamento, para serem lidas nas reuniões públicas nas
igrejas. Portanto, há nada menos de cinco mil manuscritos gregos. De todas as obras
literárias antigas, nenhuma é tão bem documentada como o Novo Testamento.
j) Ostracas. Eram pedaços de jarros quebrados, grafados com pequenas porções do
Novo Testamento ou de outras obras literárias.
k) Amuletos. Também chamados "talismãs da sorte." Eram pedaços de lança,
madeira, barro, pergaminho e papiro, com inscrições, algumas com breves porções do
Novo Testamento, inclusive a oração do Pai Nosso. Pertencem aos séculos IV à XIII.
Todas as fontes primárias das Escrituras hebraicas são manuscritos (grafados à mão),
geralmente escritos em peles de animais, em papiros ou, às vezes, em metais. O fato de
serem escritos à mão é fonte de muitas dificuldades para o crítico textual. O erro humano
e a interferência editorial são frequentemente culpados pelas muitas leituras variantes nos
manuscritos do Antigo e do Novo Testamento. Pela razão de os antigos manuscritos
estarem escritos em peles ou em papiros, gera-se outra fonte de dificuldades. Devido à
deterioração natural, a maioria dos antigos manuscritos subsistentes está fragmentária,
difícil de ler [...] Há muitas testemunhas secundárias para o texto primitivo do Antigo
Testamento, incluindo traduções para outras línguas, citações usadas tanto por amigos
quanto por inimigos da religião cristã e evidências dos primeiros textos impressos.
Grande parte das testemunhas secundárias passou por processos similares às testemunhas
primárias. Elas também contêm numerosas variantes por causa de erros, não só
intencionais como também acidentais, e estão fragmentárias como resultado da

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degeneração natural. Considerando que as leituras variantes realmente existem nos


antigos manuscritos que subsistiram, estes devem ser compilados e comparados. O
trabalho de comparar e alistar as leituras variantes é conhecido por colação (COMFORT,
1998, p. 215).
(a) Rolo. Entre o povo judeu, bem como no mundo grego-latino, os livros eram
normalmente publicados em forma de um rolo feito de papiro ou pergaminho. Formava-
se o rolo colocando várias folhas de papiro ou couro uma ao lado da outra. O tamanho
médio de um rolo entre os gregos era de 11 metros. Alguns rolos chegaram a ter o
comprimento de 30 metros. O maior rolo de papiro, conhecido, é uma crônica do rei
egípcio Ramsés II, com a extensão de 40 metros, conhecido como o Papiro Harris. O
comprimento médio de um rolo bíblico estava entre 9 e 11 metros. Livros longos como
Reis, Crônicas e Isaías eram divididos em dois rolos. Os dois maiores livros do Novo
Testamento, Lucas e Atos, cada um preencheria um rolo de mais ou menos 10 metros de
comprimento.
(b) O códice era formado de várias folhas de papiro ou pergaminho sobrepostas e
costuradas. Estes códices começaram a substituir os primitivos rolos no segundo século
a.D. A afirmativa de que as comunidades cristãs, começaram a usar os códices nas
igrejas, para diferençar dos rolos, usados nas sinagogas, pode ser verdadeira, levando-se
em conta o seguinte. Dos 476 manuscritos não cristãos descobertos no Egito, copiados no
segundo século a.D., 97% estão na forma de rolo. Em contrapartida, dos 111 manuscritos
bíblicos cristãos dos primeiros 4 séculos da Era Cristã, 99 estão na forma de códice.

CAPITULO 5- LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA


O hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento, e o grego para o Novo Testamento,
são as línguas originais da Bíblia.

a. O hebraico.
A língua hebraica foi a língua dos Hebreus ou israelitas desde a sua entrada em Canaã. A
sua origem é bastante misteriosa, porque além do Velho Testamento só possuímos
escassos documentos para o seu estudo. O mais provável é que o hebraico tenha vindo do
cananeu e foi falado pelos israelitas depois de sua instalação na Palestina. A atual escrita

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hebraica (chamada "hebraico quadrado") é cópia do aramaico e entrou em uso pouco


antes da nossa era, em substituição ao hebraico arcaico. Os Targuns o denominam de
"língua sagrada" (Is 19.18); e no Velho Testamento é chamado "a língua de Canaã" ou a
língua dos judeus (Is 36.13, 2Rs 18.26-28). Salmo 114.1 mostra a grande diferença entre
o hebraico e o egípcio. Israel por estar cercado de povos que falavam uma língua cognata
– o aramaico – foi se esquecendo do hebraico, até que este veio a extinguir-se como
língua falada. Era ainda a língua de Jerusalém no tempo de Neemias (13.24), cerca de
430 a.C., mas muito antes do tempo de Cristo foi substituída pelo aramaico.
O alfabeto hebraico consta apenas de consoantes, em número de 22. O hebraico é escrito
da direita para a esquerda como o árabe e algumas outras línguas semíticas. Sua estrutura
fundamental é, como em todas as línguas semíticas, a palavra raiz, composta de três
consoantes. É uma língua bastante simples, seus melhores conhecedores sublinham sem
hesitação a sua pobreza, quando comparado com o grego ou com línguas modernas,
como o inglês e o português. De acordo com a Pequena Enciclopédia Bíblica o
vocabulário hebraico na Bíblia conta com apenas 7.704 vocábulos diferentes. A
Academia do Idioma Hebraico tem registrado o uso de cerca de 30.000 palavras. Quase
não possui adjetivos nem pronomes possessivos, porém, é rica em advérbios. É uma
língua quase indigente em termos abstratos.
Quase sempre os pronomes pessoais são ligados às formas verbais como se fossem
sufixos ou prefixos. Com raras exceções não faz uso de palavras compostas. O alfabeto
hebraico possui letras com sons bem próprios, por isso não apresentam nenhuma
semelhança com o nosso alfabeto. Os dois exemplos mais característicos se encontram no
"alef" e no "ayin". Se língua é um organismo vivo que se transforma, o hebraico quase
pode apresentar-se como exceção, como comprovam os escritos de Moisés e de alguns
profetas mil anos depois, cujas diferenças linguísticas são insignificantes. Este fato tem
levado a "alta crítica" a dogmatizar que os escritos do Velho Testamento foram
produzidos num espaço de tempo bem pequeno.
Seus processos sintáticos são muito simples, usando pouco as orações subordinadas,
preferindo sempre as coordenadas, quase sempre unidas pela conjunção "e" como
inegável influência do hebraico. Os tempos do verbo, a exemplo do grego, indicam mais
o "aspecto" da ação, conforme ela seja momentânea, prolongada ou repetida. Como

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língua semítica não classifica os fatos em passados, presentes e futuros, mas em


realizados ou de ação acabada (perfeito), e não realizados ou de ação inacabada
(imperfeito).
Uma das peculiaridades da língua hebraica com respeito ao sistema verbal é esta: a
simples troca de um sinal vocálico determina uma mudança nas formas verbais. Não
possui o verbo "ter", enquanto o verbo "ser" é ativo e significa existir eficazmente.
Quando os judeus sentiram que o hebraico estava em declínio como língua falada, e que
sua leitura correta ia perder-se, criaram um sistema de vocalização. Este trabalho foi feito
pelos massoretas, por isso o texto hebraico usado hoje chama-se massorético.

b. O Aramaico.
O aramaico foi sem dúvida, desde muito tempo, a língua popular de Babilônia e da
Assíria, cuja linguagem literária, culta e religiosa era o sumero-acadiano. Documentos
assírios mencionam o aramaico desde 1100 a.C. Durante o reinado de Saul e Davi, os
estados aramaicos ou sírios são mencionados na Bíblia (1Sm 14.47; 2Sm 8.3-9; 10.6-8).
O aramaico foi trazido para a Palestina porque os assírios seguiam costume de
transplantar os povos das nações subjugadas, por isso depois de terem vencido o reino de
Israel, trocaram as pessoas e as espalharam através de todo o seu império. 2Rs 17.24
menciona explicitamente que entre os povos trazidos para Samaria a fim de repovoarem a
terra devastada, encontravam-se aramaicos de Hamate. Esta língua dotada de grande
poder de expansão, tornou-se usual nas relações internacionais de toda a Ásia, e na
própria Palestina propagou-se tão largamente, que venceu o próprio hebraico.
O lar original do aramaico foi a Mesopotâmia. Algumas tribos arameanos viviam ao sul
de Babilônia, perto de Ur, outras tinham seus lares na alta Mesopotâmia entre o rio
Quebar (Khabúr) e a grande curva do Eufrates, tendo Harã como centro. O fato de os
patriarcas Abraão, Isaque e Jacó terem conexões com Harã é provavelmente responsável
pelo estatuto feito por Moisés de que Jacó era "arameano". Dt 26.5. Deste seu lar ao norte
da Mesopotâmia o aramaico se espalhou para o sul de toda a Assíria.
Tudo indica que o aramaico foi preferido pelos assírios e babilônicos por ser mais
simples do que a complicada escrita cuneiforme. A prova de sua simplicidade está
relatada em 2Rs 18.26, quando Senaqueribe invadiu Judá no fim do VIII século a.C. os

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oficiais judeus que dominavam tão bem o hebraico quanto o aramaico, pediram ao
general assírio que lhes falasse em aramaico. Esta ainda a razão porque durante os setenta
anos do cativeiro babilônico os judeus se esqueceram muito do hebraico, adotando em
seu lugar o aramaico. Ao voltarem do cativeiro continuaram falando o aramaico, como se
depreende da leitura de Neemias 8.1-3 e 8. O aramaico era a língua usada por Jesus (Mc
5.41; 7.34; 15.34), pela maioria das pessoas na Palestina, bem como pelas primeiras
comunidades cristãs. Segundo outros estudiosos entre os quais se destaca Robertson,
Jesus falava aramaico na conversação diária, mas no ensino público e nas discussões com
os fariseus a língua usada era o grego.
Já antes da Era Cristã suplantou totalmente o hebraico que se tornou a língua morta e
exclusivamente religiosa. Na Ásia Ocidental, a língua aramaica se difundiu largamente,
assumindo naquelas regiões e naquele tempo o mesmo papel que assumem em nossos
dias o francês e o inglês. O aramaico, embora ainda utilizado em certas regiões, vai
cedendo lugar ao árabe, e corre o perigo de desaparecer como língua falada, pois hoje é
falada somente em algumas povoações da Síria. O aramaico desapareceu sob o impacto
cultural do grego e do latim, já que deixou de ser conhecido pelos cristãos. Quem
conhece o hebraico pode com facilidade ler e entender o aramaico, dadas as suas
marcantes semelhanças. As partes do Velho Testamento escritas em aramaico são as
seguintes: A expressão "Jegar-Saaduta" de Gênesis 31.47; O verso de Jeremias 10.11;
Alguns trechos de Esdras 4.8 a 6.18; 7.22-26; Partes do livro de Daniel, entre os capítulos
2.4 a 7.28.

c. O Grego.
Como é do conhecimento geral, o Novo Testamento foi escrito na Koinê, língua na qual
também foi traduzido o Velho Testamento hebraico pelos Setenta. O termo
Koinêsignifica a língua comum do povo entre os anos 330 a.C. e 330 a.D. Com exceção
da Epístola aos Hebreus e da linguagem de Lucas (Evangelho e Atos) que se encontram
num Koinê mais literário, os outros escritos pertencem à língua mais comum ou Koinê
vulgar. O insigne erudito Gustav Adolf Deissmann foi quem primeiro mostrou a
identidade do grego do Novo Testamento, salientando que o grego da Bíblia era o Koinê,

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e não o grego erudito, nem a chamada "linguagem do Espírito Santo" ardorosamente


defendida por alguns autores.
Se fosse possível caracterizar o Koinê, língua em que foi escrito o Novo Testamento,
sintetizando-a em uma palavra, a melhor seria "simplificação". Esta conclusão é
facilmente deduzida estudando-lhe as características: Substituição dos casos pelas
preposições; tendência para simplificar a morfologia e a sintaxe; uso escasso de orações
subordinadas, tendo preferência pelas coordenadas ligadas pela conjunção "e";
eliminação do dual e uso parcimonioso do modo optativo, aparecendo apenas 67 vezes no
Novo Testamento; uso mais freqüente do artigo; simplificação das riquíssimas formas
verbais do grego clássico; mudança de sentido de muitas palavras do grego clássico, por
influência religiosa, tais como: batizar, justiça, graça, amor, glória, carne, cruz, mundo,
crer, espírito, cálice, dia, etc.; as formas diminutivas se tornam mais comuns; emprego
mais generalizado de construções perifrásticas nos verbos; os adjetivos são mais usados
no grau superlativo do que no comparativo; preferência pela ordem mais direta, pois no
grego clássico predomina a ordem inversa; emprego freqüente dos pronomes sujeitos, em
casos dispensáveis, por estarem eles subentendidos nas desinências verbais; idêntico
valor fonético para as vogais gregas; emprego de vários latinismos, tais como: legião,
centurião, denário, colônia e flagelo; uso freqüente do presente histórico nas narrativas;
aparecimento generalizado da parataxe, com prejuízo da hipotaxe.
Parataxe é uma construção mais simples da frase, como as orações coordenadas,
enquanto a hipotaxe é mais complexa, isto é, formada de orações subordinadas; uso de
palavras que são empréstimos diretos do aramaico, a exemplo de: geena, Eli Eli, Hosana,
litóstrotos (gabatá), Satã, Talita cumi, Rabi, Maranata; freqüência de hebraísmos,
sobretudo na sintaxe, fastidioso emprego da conjunção "e", pois esta partícula aparece
muito no Novo Testamento, em expressões como estas: "e ele falou dizendo", "e disse",
"e aconteceu que". As frases: "Filhos da luz'; "filhos da perdição" são eminentemente
semíticas.
Quanto à linguagem dos escritores do Novo Testamento haveria muito que dizer, mas
fiquemos somente com as seguintes observações: Apenas Hebreus, Lucas e alguns
trechos de Paulo são escritos num estilo mais literário.

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O vocabulário mais rico não é o de Paulo, mas sim o de Lucas, que emprega 250 palavras
novas no Evangelho e, mais ou menos 500, em Atos. Se a linguagem mais polida e mais
erudita é a de Lucas, a mais pobre e menos aprimorada, quanto ao estilo, é a de Marcos e
a de João, especialmente no Apocalipse. O doutor Benedito P. Bittencour no livro O
Novo Testamento, página 67, chama-nos a atenção para a linguagem pouco aprimorada
do Apocalipse, onde há violações flagrantes dos corretos cânones da gramática.

Os Autógrafos e os Manuscritos

A história da Bíblia e como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos.


Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi
preservado e transmitido mediante os seus manuscritos. É provável que se houvesse
algum, os homens o adorassem mais do que ao seu divino Autor. Lembremos a adoração
da serpente de metal pelos israelitas e da cruz de Cristo e da virgem Maria, pelos
católico-romanos; e o caso de João querer adorar o mensageiro celestial.

Razões para a ausência de Manuscritos (MSS) originais:


1) O costume dos judeus de enterrar todos os MSS (manuscritos) estragados pelo uso ou
qualquer outra coisa; isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.
2) Os reis idolatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos, ou contribuído para
isso. (Veja o episódio de Jeremias 36.20-26.)
3) O monstro Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a.C), dominou sobre a Palestina
durante seu reinado. Foi extremamente cruel, sádico; tinha prazer em aplicar torturas.
Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em 168, profanou o templo e
destruiu todas as cópias que achou das Sagradas Escrituras.
4) Nos dias do feroz imperador Diocleciano (284-305 d.C), os perseguidores dos cristãos
destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante dez anos, Diocleciano
mandou vasculhar o Império para destruir todos os escritos sagrados. Ele chegou a julgar
que tivesse destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal "vitória".

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A literatura judaica diz que a missão da Grande Sinagoga, presidida por Esdras, foi reunir
e preservar os MSS originais do AT, e que os MSS de que se serviram os setenta, foram
esses preservados pela Grande Sinagoga, que encerrou o cânon do AT.

Os mais importantes manuscritos da Bíblia


Os escritos clássicos da Grécia e de Roma ilustram de modo extraordinário o caráter da
preservação dos manuscritos bíblicos. Em contraposição ao número total de mais de 5
mil manuscritos, do Novo Testamento conhecidos hoje, outros livros históricos e
religiosos do mundo antigo praticamente desaparecem. Só 643 exemplares da Ilíada de
Homero sobreviveram em forma de manuscrito. Da História de Roma, de Tito Lívio,
restaram apenas 20 exemplares, e a obra Guerras gálicas, de César, só se conhece
mediante 9 ou 10 manuscritos. Da obra de Tucídides, Guerra do Peloponeso, dispomos
em apenas 8 manuscritos; as Obras de Tácito só podem ser encontradas em 2
manuscritos. Uma pesquisa das evidências em manuscritos do Antigo Testamento,
embora não sejam tão numerosas como as do Novo, revela a natureza e a comprovação
documentária dos textos originais da Bíblia hebraica.

Os manuscritos do Antigo Testamento


Em comparação com o Novo Testamento, há relativamente poucos manuscritos antigos
do texto do Antigo Testamento. Era o que se verificava, sobretudo antes da descoberta,
em 1947, dos rolos do mar Morto. Mas esse acontecimento proporcionou ensejo para
nosso estudo das tradições do Texto massorético e dos rolos do mar Morto.

O Texto Massorético
O manuscrito massorético de data mais antiga é o Códice Cairense (895 d.C. atribuído a
Moisés ben Aser. Esse manuscrito compreende os livros tanto dos primeiros profetas
(Josué, Juízes, Samuel e Reis) quanto dos últimos (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os 12
Profetas Menores). O resto do Antigo Testamento está faltando no manuscrito [...] Outro
importante manuscrito subsistente atribuído à família Ben Aser é o Códice Alepo. De
acordo com nota conclusiva encontrada no manuscrito, Aron ben Moisés ben Aser foi
responsável por escrever as notas massoréticas e colocar os pontos vocálicos no texto.

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Esse manuscrito continha todo o Antigo Testamento e data da primeira metade do século
X d.C. De acordo com notícias divulgadas, foi destruído em um tumulto antijudaico em
1947, porém mais tarde tal informe comprovou-se ser apenas parcialmente verdadeiro.
Uma grande parte do manuscrito subsistiu e será usada como base para uma nova edição
crítica da Bíblia hebraica a ser publicada pela Universidade Hebraica de Jerusalém [...] O
manuscrito conhecido como Códice Leningradense, atualmente guardado na Biblioteca
Pública de Leningrado, é de especial importância como testemunha ao texto de Ben Aser.
Segundo nota contida no manuscrito, esse códice foi copiado, em 1008 d.C., de textos
escritos por Aron ben Moisés ben Aser. Visto que o mais antigo texto hebraico completo
do Antigo Testamento (o Códice Alepo), não estava disponível aos eruditos no início do
século XX, o Códice Leningradense foi usado como base textual para os populares textos
hebraicos de hoje: a Bíblia Hebraica, editada por R. Kittel, e sua revisão, a Bíblia
Hebraica Stuttgartensia, editada por K. Elliger e W. Rudolf [...] Há um número muito
grande de códices de manuscritos menos importantes, que refletem a tradição
massorética: o Códice de Petersburgo dos Profetas e os Códices de Erfurt. Também há
vários manuscritos que não existem mais, embora tenham sido usados pelos eruditos no
período massorético. Um dos mais distintos é o Códice Hillel, tradicionalmente atribuído
ao rabino Hillel ben Moisés ben Hillel, de aproximadamente 600 d.C. Esse códice era
dito como muito exato e foi usado para a revisão de outros manuscritos. Leituras desse
códice são repetidamente citadas pelos antigos massoretas medievais. O Códice Muga, o
Códice Jericó e o Códice Jerusalmi, também não mais subsistentes, foram igualmente
citados pelos massoretas. [...] A despeito da perfeição dos manuscritos massoréticos da
Bíblia hebraica, um importante problema ainda permanece para os críticos do Antigo
Testamento. Os manuscritos massoréticos, antigos como são, foram escritos entre um e
dois mil anos depois dos autógrafos originais. (COMFORT, 1998, p. 215-219).
O número relativamente reduzido de antigos manuscritos do Antigo Testamento, com
exceção do Cairo Geneza, pode ser atribuído a vários fatores. O primeiro e mais óbvio é a
própria antigüidade dos manuscritos, combinada com sua inerente destrutibilidade; esses
dois fatores concorrem para o desaparecimento dos manuscritos. Outro fator que militou
contra a sobrevivência dos manuscritos foi a deportação dos israelitas à Babilônia e ao
domínio estrangeiro após o retorno à Palestina. Jerusalém foi conquistada 47 vezes, em

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sua história, só no período de 1800 a 1948 d.C. Isso também explica por que os textos
massoréticos foram descobertos fora da Palestina. Outro fator que influi na escassez de
manuscritos do Antigo Testamento diz respeito às leis sagradas dos escribas, que exigiam
que os manuscritos gastos pelo uso ou com erros fossem enterrados. Segundo uma
tradição talmúdica, todo manuscrito que contivesse erro ou falha e todo aquele que
estivesse demasiado gasto pelo uso eram sistemática e religiosamente destruídos. Tais
práticas sem dúvida alguma fizeram diminuir o número de manuscritos que se poderiam
encontrar algures. Por fim, durante os séculos V e VI d.C, quando os massoretas (escribas
judeus) padronizaram o texto hebraico, acredita-se que de modo sistemático e completo
destruíram todos os manuscritos que discordassem do sistema de vocalização (adição de
letras vocálicas) e de padronização do texto das Escrituras. Muitas evidências
arqueológicas e a ausência de manuscritos mais antigos tendem a dar apoio a esse
julgamento. O resultado é que o texto massorético impresso do Antigo Testamento, como
o temos hoje, baseia-se nuns poucos manuscritos, nenhum dos quais com origem anterior
ao século X d.C.
Ainda que haja relativamente poucos manuscritos massoréticos primitivos, a qualidade
dos manuscritos disponíveis é muito boa. Isso também se deve atribuir a vários fatores.
Em primeiro lugar, há pouquíssimas variantes nos textos disponíveis, visto serem todos
descendentes de um tipo de texto estabelecido por volta de 100 d.C. Diferentemente do
Novo Testamento, que baseia sua fidelidade textual na multiplicidade de cópias de
manuscritos, o texto do Antigo Testamento deve sua exatidão à habilidade e à
confiabilidade dos escribas que o transmitiram. Com todo o respeito às Escrituras
judaicas, só a exatidão dos escribas, no entanto, não basta para garantir o produto
genuíno. Antes, a reverência quase supersticiosa que dedicavam às Escrituras é de
primordial importância. Segundo o Talmude, só determinados tipos de peles podiam ser
utilizados, o tamanho das colunas era controlado por regras rigorosas, o mesmo
acontecendo com respeito ao ritual que o escriba deveria seguir ao copiar um manuscrito.
Se se descobrisse que determinado manuscrito continha um único erro, a peça era
descartada e destruída. Tão severo formalismo dos escribas foi responsável, pelo menos
em parte, pelo extremo cuidado aplicado no processo de copiar as Escrituras Sagradas.

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Outra categoria de evidências quanto à integridade do texto massorético encontra-se na


comparação de passagens duplas do próprio texto massorético do Antigo Testamento. O
salmo 14, por exemplo, reaparece de novo como salmo 53; grande parte de Isaías 36—
39 reaparece em 2Reis 18.20; Isaías 2.2-4 corresponde a Miquéias 4.1-3, e grande parte
de Crônicas se encontra de novo em Samuel e em Reis. Um exame dessas passagens,
bem como de outras, revela não só substancial acordo textual, mas também, em certos
casos, igualdade quase absoluta, palavra por palavra. Resulta disso a conclusão de que os
textos do Antigo Testamento não sofreram revisões radicais, ainda que as passagens
paralelas tenham origem em fontes idênticas.

Os rolos do mar Morto


Essa grande descoberta ocorreu em março de 1947, quando um jovenzinho árabe
(Muhammad adh-Dhib) estava perseguindo uma cabra perdida nas grutas, a doze
quilômetros ao sul de Jerico e um e meio quilômetro a oeste do mar Morto. Numa das
grutas ele descobriu umas jarras que continham vários rolos de couro. Entre esse dia e
fevereiro de 1956, onze grutas que continham rolos e fragmentos de rolos foram
escavadas próximo a Qumran. Nessas grutas, os essênios, seita religiosa judaica que
existiu por volta da época de Cristo, haviam guardado sua biblioteca. Somando tudo, os
milhares de fragmentos de manuscritos constituíam os restos de seiscentos manuscritos.
Estimulados por essas descobertas originais, os beduínos insistiram nas buscas e
descobriram outras grutas a sudoeste de Belém. Aqui, em Murabba'at, descobriram
alguns manuscritos que traziam a data e alguns documentos da segunda revolta judaica
(132-135 d.C). Esses documentos ajudaram a confirmar a antigüidade dos rolos do mar
Morto. Descobriu-se também outro rolo dos profetas menores (de Joel a Ageu), cujo
texto se aproxima muito do texto massorético. Além disso, descobriu-se ali um
palimpsesto, o papiro semítico (o primeiro texto havia sido raspado) mais antigo de que
se tem notícia. O segundo texto nele gravado era em hebraico antigo, dos séculos VII e
VIII a.C.
Vários tipos de evidências tendem a dar apoio às datas dos rolos do mar Morto. Em
primeiro lugar está o processo do carbono 14, que dá a esses documentos a idade de 1917
anos, com margem de variação de 200 anos (10%). Isso significa que tais documentos

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datam de 168 a.C. a 233 d.C. A paleografia (estudo da escrita antiga e de seus materiais)
e a ortografia (redação correta das palavras) marcam a data de alguns desses manuscritos
anterior a 100 a.C. A arqueologia trouxe mais algumas evidências paralelas, mediante o
estudo da cerâmica encontrada nas grutas: descobriu-se que era da baixa Era Helenística
(150-163 a.C.) e da alta Era Romana (63 a.C-100 d.C). Por fim, as descobertas de
Murabba'at corroboraram as descobertas de Qumran.

Manuscritos do Novo Testamento


A integridade do Antigo Testamento foi confirmada em primeiro lugar pela fidelidade do
processo de transmissão, posteriormente confirmada pelos rolos do mar Morto. Por outro
lado, a fidelidade do texto do Novo Testamento baseia-se na multiplicidade de
manuscritos existentes. É fato que do Antigo Testamento restaram apenas alguns
manuscritos completos, todos muito bons; mas do Novo possuímos muito mais cópias,
em geral de qualidade mais precária. Chama-se manuscrito um documento escrito a mão,
em contraste com uma cópia ou exemplar impresso. Como dissemos no capítulo anterior,
o Novo Testamento foi escrito em letras de imprensa, conhecidas pelo nome de unciais
(ou maiúsculas). A partir do século vi esse estilo caiu em desuso, sendo gradualmente
substituído pelos manuscritos chamados minúsculos. Estes predominaram no período que
vai do século IX ao XV.
Outros testemunhos sobre a fidelidade do texto do Novo Testamento procedem de outras
fontes básicas: manuscritos gregos, antigas versões e citações
Os manuscritos gregos são a fonte mais importante, e podem ser divididos em três
categorias. Essas categorias de manuscritos comumente recebem o nome de papiros,
unciais e minúsculos, em vista de suas características diferenciadas.
Os Papiros
Os Unciais
O Códice Vaticano
O Códice sinaítico
O Códice alexandrino
O Códice efraimita
O Códice Beza

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O Códice claromontano;
O Códice washingtonian
Os minúsculos; Os minúsculos da família alexandrina são representados pelo ms. 33, "rei
dos cursivos", datado do século IX ou X. Contém todo o Novo Testamento, menos o
Apocalipse. É propriedade da Biblioteca Nacional de Paris.

CAPITULO 6- INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

―É A operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a receberem


mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com exatidão, impedindo-os de
cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade divina e infalível,
garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para a linguagem humana
inteligível (1° Co. 10:13; 2ª Tm. 3:16: 2ª Pe. 1:20, 21)‖.
―Inspiração é o ato de inspirar. A palavra é derivada de duas latinas ―in‖, e ―spiro‖ que
significam inspirar. Nós encontramos esta palavra em Jó. 32:8 e 2ª Tm. 3:16. A palavra
significa uma influência de fora produzindo ações que estão além de forças naturais. É
Deus respirando. Portanto a palavra é― Espírito e Vida ‖(Jo 6:63, Hb. 4:12)‖.
Todo estudioso da Bíblia sabe que ela reivindica para si a inspiração de Deus, pois, em
suas páginas temos repetidas vezes à expressão ―Assim diz o Senhor‖. Como um selo da
autenticidade divina, esta frase ocorre mais de 2600 vezes ao longo de seus 66 livros,
além de outras expressões similares. Não há duvidas de que foi o Espírito de Deus quem
falou através dos escritores da Bíblia. (Ez. 11:5, 2° Cr. 20:14, 24-20).
O termo Inspiração se estende a toda a Escritura, e podemos dividir este assunto em
classes: revelação e fatos conhecidos.
Por Revelação se entende a obra de Deus pela qual Ele transmite fatos e verdades
desconhecidos. Os primeiros capítulos de Gênesis são exemplos de história dada por
revelação. Não se pode precisar quanto da Bíblia chegou até nós por revelação de Deus.
(Gn. 40:8, 41:16, Dn. 2:28,Gl. l: 11; Ef. 3:35; 1° Co. 2:10; Ap. 1:1).

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Já os Fatos conhecidos podem vir através de observação pessoal; documentos existentes.


Um bom exemplo disto é Lucas, ele foi inspirado a registrar o que presenciou no Livro de
Atos. Veja At. 20:6 e At 27, diversos versículos o emprego de ―nós‖, isto é, ele estava
presente. Mas no Evangelho que escreveu, ele o fez examinando trabalhos já conhecidos
Lc. 1:1-4.
A Bíblia contém revelação de Deus, e ao mesmo tempo ela é inspirada por Deus.
Por Profecia, entendemos que a mesma é a mensagem de Deus através de um profeta.
Um profeta por sua vez era uma pessoa que recebia uma mensagem de Deus e a
transmitia ao povo. Ele tinha uma inspiração vinda direta do próprio Deus, sua palavra
quanto profecia, era infalível, e objetivava instruir o povo de Deus quanto à Sua vontade.
Quando estudamos a Palavra de Deus com oração e temor, recebemos a Iluminação
Espiritual do texto em que estamos lendo. Isto não tem a ver com inspiração. Iluminação
Espiritual é o discernimento da Palavra de Deus que cada crente pode ter do Espírito
Santo.

Provas da Inspiração Divina da Bíblia


Os críticos da inspiração da Bíblia nos acusam de tentar provar a inspiração pela Bíblia e
de provar a verdade da Bíblia pela inspiração, e, assim, de argumentar num círculo
interminável e vazio. Mas em uma coisa todos concordam, o processo parte com base na
evidência. Esta, por sua vez, primeiro prova a veracidade ou credibilidade da testemunha,
e então aceita o seu testemunho.
A veracidade das Escrituras é estabelecida de vários modos, e, tendo constatado a sua
veracidade, ou a validade do seu testemunho, bem podemos aceitar o que elas dizem de si
mesmas. As Escrituras afirmam que são inspiradas, ou aceitamos os seus testemunho
neste particular ou rejeitamos em sua totalidade.

A Bíblia Afirma sua Inspiração:


Como veremos a seguir, a Bíblia afirma sua inspiração:
O A.T. afirma sua Inspiração:
(Dt. 4:2,5; 2° Sm. 23:2; Is. 1:10; Jr. 1;2, 9; Ez. 3:1,4; Os. 1:1; Jl.l:1; Am. 1:3;3:1; Ob. l:1;
Mq. 1:1).

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O N.T. afirma sua Inspiração:


(Mt. 10:19; Jo. 14:26; 15:26,27; Jo. 16:13; At. 2:33; 15:28; lª Ts. 1:5; l° Co. 2:13; 2° Co.
13:3; 2ª Pe. 3:16; lª Ts. 2:13; l° Co. 14:37);
O N.T. afirma a Inspiração do A. T.
(Lc. 1:70; At. 4:25; Hb. 1:1, 2ª Tm. 3:16; 1ª Pe. 1:11; 2ª Pe.1:21).
A Bíblia faz declarações científicas, que foram descobertas posteriormente:
(Jo. 26:7; Sl. 135:7; Ec. 1:7; Is. 40:22).
A Aprovação da Bíblia por Jesus:
a) Jesus leu a Bíblia (Lc 4:16-20);
b) Jesus ensinou a Bíblia (Lc. 24:27);
c) Jesus chamou-a de ―A Palavra de Deus‖(Mc 7:13);
d) Jesus afirmou que elas eram a verdade (Jo 1 7:1 7);
e) Jesus viveu e procedeu de acordo com ela (Lc 18:31);
f) Jesus declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Mc 12:35, 36);
g) Jesus derrotou Satanás usando a Bíblia (Dt. 8:3; 6:13, 16);
h) Jesus cumpriu a Bíblia (Lc. 24:44).
O Senhor Jesus aprovou todas as Escrituras do Antigo Testamento, ao referir-se a elas
como ―Leis, Salmos e Profetas‖ que eram as três divisões da Bíblia em sua época.
O Testemunho do Espírito Santo dentro do Crente
O Fiel Cumprimento das Profecias da Bíblia.
Por exemplo:
Sobre Ciro o Persa – Is 44:28; 45:1
Profecias Messiânicas – Gn. 49:10, Is. 7:14; 53; Dn. 9:24-26; Mq. 5:2; Zc. 9:9; Sl. 22.
Profecias sobre Israel – Lv. 26:14, 32,33; Dt. 4:25-27; 28:15, 64; Is. 66:8: Jr. 23:3, 30:3;
Ez.11:17; 36; 37; Is. 60:9, 61:6.
Os quatro últimos impérios mundiais – Dn. Capítulos: 2 e 7.
O que Deus disse sucederá – Jr. 1:12 - Glória a Deus.
A Influência da Bíblia nas Pessoas e Nações.
Ao olharmos para a história da humanidade, com seus êxitos e fracassos, e se formos
sinceros, reconheceremos o papel fundamental da Bíblia em cada época, quer na
formação do caráter, quer no cuidado com a saúde, tanto física como espiritual, das

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pessoas que se deixaram influenciar por ela. Nenhum outro livro tem poder de influenciar
e transformar beneficamente não só os indivíduos, mas nações inteiras, conduzindo-os a
Deus.

A Bíblia é Sempre Atual e Inesgotável.


Nenhum outro livro subsistiu a tantas tentativas de destruição. Há mais de dois mil anos,
o ódio do homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, incansável e assassino.
Mas nada, nem ninguém poderá afetar a Bíblia. Ela é o livro mais antigo do mundo e ao
mesmo tempo o mais moderno. A Bíblia é mais atual que o jornal que sairá nas bancas
amanhã. Durante um período de mais de 20 séculos o homem vem tentando em vão,
melhorar a Bíblia, e toda a tentativa tem se mostrado frustrada.
O segredo para tal insucesso está na origem da Bíblia. Sua origem é divina e não humana,
pois, se fosse o contrário ela já estaria desatualizada. A Bíblia jamais se tornará um livro
antigo, apesar de estar cheia de antiguidades. Outro fator que faz da Bíblia um livro
fantástico é a diversidade de sua mensagem, pois, a mesma satisfaz à criança, ao jovem e
ao velho. Pode-se lê-la vezes sem conta, sem nunca perder o interesse e sem nunca
sondar suas profundezas.

A Superioridade da Bíblia em Relação aos demais Livros quanto ao Seu Conteúdo.


Comparando-se a Bíblia com os ensinos do Alcorão, Livro dos Mórmons, os Clássicos de
Confúcio, os escritos de Sócrates, Marco Aurélio dentre outros escritos pagãos, o ensino
da Bíblia sobrepuja o desses escritos em todos os pontos imagináveis. A Bíblia contém
mais verdade do que todos eles juntos, e acima de tudo, a Bíblia contém só a verdade.

A Bíblia é Imparcial.
A imparcialidade da Bíblia está intimamente ligada a sua origem. Se ela fosse originada
no homem, ela não poria a descoberto as faltas e falhas dele. Outra questão digna de nota
é que, os homens jamais produziriam um livro como a Bíblia, que dá toda a glória a
Deus, ao mesmo tempo em que mostra a fraqueza do homem (Jó 27; Sl. 50:21, 22; 51:5;
1° Co. 1:19-25; Jó. 17:1; 14).

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CAPITULO 7- TEORIAS DA INSPIRAÇÃO


Podemos ter revelação sem inspiração (Ap. 10:3, 4), e podemos ter inspiração sem
revelação, como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos e
descobriram pela pesquisa (1ª Jo. 1:1 -4; Lc. 1:1-4). Aqui nós temos a forma e o resultado
da inspiração.

Falsas Teorias:
1-Teoria da Inspiração Dinâmica
A base desta teoria consiste em afirmar que:
―Deus forneceu a capacidade necessária para a confiável transmissão da verdade que os
escritores das Escrituras receberam ordem de comunicar. Isto os tornou infalíveis em
questões de fé e prática, mas não nas coisas que não são de natureza imediatamente
religiosa, isto é, a inspiração atinge apenas os ensinamentos e preceitos doutrinários, as
verdades desconhecidas dos autores humanos. Esta teoria tem muitas falhas: Elas não
explicam como os escritores bíblicos poderiam mesclar seus conhecimentos sobrenaturais
ao registrarem uma sentença, e serem rebaixados a um nível inferior ao relatarem um fato
de modo natural. Ela não fornece a psicologia daquele estado de espírito que deveria
envolver os escritores bíblicos ao se pronunciarem infalivelmente sobre matérias de
doutrina, enquanto se desviam a respeito dos fatos mais simples da história.

2- Teoria do Ditado ou Mecânica:


Esta teoria afirma que:
―Os escritores bíblicos foram meros instrumentos (amanuenses), não seres cujas
personalidades foram preservadas. Se Deus tivesse ditado as Escrituras, o seu estilo seria
uniforme. Teria a dicção e o vocabulário do divino Autor, livre das idiossincrasias dos
homens (Rm. 9:1-3; 2ª Pe. 3:15, 16). Na verdade o autor humano recebeu plena liberdade
de ação para a sua autoria, escrevendo com seus próprios sentimentos, estilo e
vocabulário, mas garantiu a exatidão da mensagem suprema com tanta perfeição como se
ela tivesse sido ditada por Deus. Não há nenhuma insinuação de que Deus tenha ditado
qualquer mensagem a um homem além daquela que Moisés transcreveu no monte santo,

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pois Deus usa e não anula as suas vontades. Esta teoria, portanto, enfatiza sobremaneira a
autoria divina a ponto de excluir a autoria humana‖.

3- Teoria da Inspiração Natural ou Intuição:


A teoria da Inspiração Natural ou Intuição tem como tese a seguinte afirmação: ―a
inspiração é simplesmente um discernimento superior das verdades moral e religiosa por
parte do homem natural. Assim como tem havido artistas, músicos e poetas excepcionais,
que produziram obras de arte que nunca foram superadas, também em relação às
Escrituras houve homens excepcionais, com visão espiritual que, por causa de seus dons
naturais, foram capazes de escrever as Escrituras. Esta é a noção mais baixa de
inspiração, pois enfatiza a autoria humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria
foi defendida pelos pelagianos e unitarianos‖.

4- Teoria da Inspiração Mística ou Iluminação:


Esta teoria afirma que: ―inspiração é simplesmente uma intensificação e elevação das
percepções religiosas do crente. Cada crente tem sua iluminação até certo ponto, mas
alguns têm mais do que outros. Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em
qualquer tempo, através da energia divina especial, poderia escrever as Escrituras‖.
Schleiermacher foi quem disseminou esta teoria. Para ele inspiração é ―um
despertamento e excitamento da consciência religiosa, diferente em grau e não em
espécie da inspiração piedosa ou sentimentos intuitivos dos homens santos‖. Lutero
defendia esta teoria.

5- Inspiração dos Conceitos e não das Palavras:


Esta teoria pressupõe: ―pensamentos à parte das palavras, através da qual Deus teria
transmitido idéias, mas deixou o autor humano livre para expressá-las em sua própria
linguagem. Mas idéias não são transferíveis por nenhum outro modo além das palavras.
Esta teoria ignora a importância das palavras em qualquer mensagem. Muitas passagens
bíblicas dependem de uma das palavras usadas para a sua força e valor. O estudo
exegético das Escrituras nas línguas originais é um estudo de palavras, para que o
conceito possa ser alcançado através das palavras, e não para que palavras sem

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importância representem um conceito. A Bíblia sempre enfatiza suas palavras e não um


simples conceito (I° Co. 2:13: Jo 6:63; 17:8; Ex. 20:1; G1. 3:16)‖.

6- Graus de Inspiração:
E por últimos os que defendem a teoria de que há graus de Inspiração, afirmam que: ―há
inspiração em três graus. Sugestão, direção, elevação, superintendência, orientação e
revelação direta, são palavras usadas para classificar estes graus. Esta teoria alega que
algumas partes da Bíblia são mais inspiradas do que outras. Embora ela reconheça as
ditas autorias, dá margem à especulação fantasiosa‖.
A Verdadeira Doutrina da Inspiração

7- Inspiração Verbal Plenária:


A teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada Teoria da Inspiração Plenária ou
Verbal. Ela ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; que os
escritores não funcionaram como máquinas inconscientes, que houve cooperação
contínua entre eles e o Espírito Santo que os capacitava. Afirma que homens santos
escreveram a Bíblia com palavras dos seus vocabulários, porém sob uma influencia tão
poderosa do Espírito Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de Deus. Ela é o
poder inexplicado do Espírito Santo agindo sobre os escritores das Sagradas Escrituras,
para orientá-los (conduzi-los) na transcrição do registro bíblico, quer seja através de
observações pessoais, fontes orais ou verbais, ou através de revelação divina direta,
preservando-os de erros e omissões, abrangendo as palavras em gênero, número, tempo,
modo e voz, preservando, desse modo, a inerrância das Escrituras, e dando a ela
autoridade divina. Jesus Cristo reconheceu a inspiração verbal plenária quando declarou
que nem um til (a menor letra do alfabeto hebraico) seria omitido da lei (Mt. 5:18 e Lc.
16:17).
A única coisa da qual sabemos é, que quando aceitamos a Jesus como Salvador,
aceitamos também a Palavra Escrita como a revelação de Deus. Aceitam-se a Ele,
aceitamos também a sua Palavra. A inspiração plenária cessou ao ser escrito o último
livro do Novo Testamento. Depois disto, nem os mesmos escritores, nem qualquer outro
servo de Deus pode ser chamado inspirado no mesmo sentido.

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CAPITULO 8 – AUTENTICIDADE DA BÍBLIA


Autoridade, Credibilidade, Infalibilidade, Genuinidade, Animação e Preservação da
Bíblia.
Autoridade da Bíblia
A autoridade da bíblia está intimamente ligada à capacidade de influenciar, o prestígio e
acima de tudo sua credibilidade. Isto confere a Bíblia um poder sobrenatural. Esta
autoridade está vinculada a sua inspiração, canonicidade e credibilidade, sem as quais a
autoridade da Bíblia não se estabeleceria. Sendo assim, por ser inspirado, determinado
trecho bíblico possui autoridade; por ser canônico determinado livro bíblico possui
autoridade, e por ter credibilidade, determinadas informações bíblicas possuem
autoridade, sejam históricas, geográficas ou científicas.
Deus é o Autor da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está
registrado na Bíblia procedeu da boca de Deus: o que Satanás disse para Eva foi
registrado por inspiração, mas não é a verdade (Gn. 3:4, 5); o conselho que Pedro deu a
Cristo (Mt. 16:22); as acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó 22:5-11), etc.
Nenhuma dessas declarações representam o pensamento de Deus ou procedem dEle
(procedem apenas por inspiração), e por isso não têm autoridade. Outra forma de um
texto perder sua autoridade é quando o retiramos de seu contexto, e lhe atribuímos um
significado totalmente diferente daquele que tem quando inserido no contexto. As
palavras continuam sendo inspiradas, porém o novo significado não tem autoridade.

Credibilidade/Veracidade
A credibilidade de um livro está em relatar veridicamente os assuntos como aconteceram
ou como eles são: e na concordância de seu texto atual com o escrito original. Assim
sendo, credibilidade inclui tanto as idéias de veracidade de registro como a pureza do
texto. Está relacionada tanto ao conteúdo do livro (original), como com a pureza do texto
atual (cópia ou tradução).

Credibilidade do A.T.
A credibilidade do A.T. é estabelecida por vários fatores:

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Autenticado por Jesus Cristo: A forma como Cristo recebeu o A.T. é a principal prova de
sua autenticidade. Cristo o recebeu como relato verídico. Ele ratificou grande número de
ensinamentos do A.T., como, por exemplo:
A criação do universo por Deus (Mc. 3:19), a criação do homem (Mt. 19:4, 5), a
existência de Satanás (Jo. 8:44), o dilúvio (Lc. 17:26, 27), a destruição de Sodoma e
Gomorra (Lc. 17:28-30) a revelação de Deus a Moisés na sarça (Mc. 12:26), a dádiva do
maná (Jo. 6-32), a experiência de Jonas dentro do grande peixe (Mt. 12:39, 40).
Como Jesus era Deus manifesto em carne, Ele conhecia os fatos, e não podia se
acomodar a idéias errôneas, e, ao mesmo tempo ser honesto. Seu testemunho deve,
portanto, ser aceito como verdadeiro ou Ele deve ser rejeitado como Mestre religioso.

Prova Histórica, Arqueológica e de Integridade:

a- Histórica: A exatidão das descrições Bíblicas como as temos, são endossadas pelas
provas fornecidas pela história. Sabe-se que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria,
mas o rei da Assíria, que sabemos ter sido Sargom II, carregou o povo para a Assíria (2°
Rs. 17:3-6). A história mostra que ele reinou de 722-705 a.C. Ele é mencionado pelo
nome apenas uma vez na Bíblia (Is. 20:1).

b- Arqueológica: Assim como as provas históricas são de suma importância para provar
a credibilidade do Antigo Testamento, as provas arqueológicas não são menos
importante.
―Através da arqueologia, a batalha dos reis registrada em Gn. 14, não pode mais ser posta
em dúvida, já que as inscrições no Vale do Eufrates mostram indiscutivelmente que os
quatro reis mencionados na Bíblia como tendo participado desta expedição não são, como
era dito displicentemente, ‗invenções etnológicas‘, mas sim personagens históricos reais.
Anrafel é identificado como o Hamurábi cujo maravilhoso código de leis foi tão
recentemente descoberto por De Morgan em Susa‖. (Geo. F. Wright, O Testemunho dos
Monumentos a Verdade das Escrituras).
―As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e Raquel ao darem suas servas aos seus
maridos‖ (Jack Finegan, Ligth from the Ancient Past - Luz de um Passado Antigo).

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―Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de 1.000 anos antes
de Abraão‖ (James Orr, The Problem of the Old Testament - O Problema do Velho
Testamento).
―A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, como escravo, e ter
sido liberto‖ (Melvin G. Kyle, The Deciding Voice ofthe Monuments - A Voz Decisória
dos Monumentos).
―A data bíblica para o êxodo foi confirmada recentemente pelas pesquisas de John
Garstang. Ele dá a data como 1447 a.C.‖ ―Jonh Garstang (Os Fundamentos da História
Bíblica: Josué e Juízes)‖.
Poderíamos citar muitas outras provas da veracidade dos relatos das Escrituras, mas
cremos que os acima citados são suficientes para despertar aos desavisados e descrentes.
Quanto àquelas que não temos ainda confirmação, cremos que tela-e-mos a qualquer
momento.

c- Prova da Integridade das Escrituras.


Podemos dividir em cinco as provas da Integridade das Escrituras, como se segue:
Integridade Topográfica e Geográfica; Integridade Etnológica ou Racial; Integridade
Cronológica; Integridade Histórica; Integridade Canônica.
Integridade Topográfica e Geográfica:
As descobertas arqueológicas provam que os Povos, línguas, lugares e os eventos
mencionados nas Escrituras são encontrados justamente onde as Escrituras os localizam,
no local exato e sob as circunstâncias geográficas exatas descritas na Bíblia.
Integridade Etnológica ou Racial:
Todas as afirmações bíblicas sobre raças têm sido demonstradas como corretas com os
fatos etnológicos revelados pela arqueologia.

Integridade Cronológica:
A identificação bíblica de povos, lugares e acontecimentos com o período de sua
ocorrência é corroborada pela cronologia Síria e pelos fatos revelados pela arqueologia.

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Integridade Histórica:
O registro dos nomes e títulos das leis está em harmonia perfeita com os registros
seculares, conforme demonstrado por descobertas arqueológicas.

Integridade Canônica:
A aceitação pela igreja em toda a era cristã dos livros incluídos nas Escrituras que hoje
possuímos representa o endosso de sua integridade.

Credibilidade do N.T.
A credibilidade do N.T. é estabelecida por quatro fatos:
Competência de seus escritores; Honestidade de seus escritores; Harmonia dos escritos;
Concordância com a História e Arqueologia.

Competência de seus Escritores:


Eram possuidores das qualificações necessárias para dar testemunho e ensinar as
verdades divinas, isto, através do poder do Espírito Santo. Escreveram não somente
guiados pela memória, apresentações de testemunho oral e escrito e discernimento
espiritual, mas como escritores qualificados pelo Espírito Santo.

Honestidade de seus Escritores:


―O tom moral de seus escritos, sua preocupação com a verdade, e a circunstância de seus
registros indicam que não eram enganadores intencionais, mais sim homens honestos‖.O
testemunho destes homens colocou em risco seus interesses materiais, posição social,
além é claro de suas próprias vidas. Porque razões inventariam uma estória que condena a
hipocrisia e é contrária a suas crenças herdadas, pagando com suas próprias vidas? A
única resposta possível a esta pergunta é que eles eram pessoas comprometidas com a
moral e a honestidade de seus escritos, pois, uma testemunha falsa jamais agiria assim em
defesa de seus ensinamentos.

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Harmonia dos Escritos:


Uma prova da harmonia do Novo Testamento são os Evangelhos sinóticos, eles não se
contradizem, mas suplementam um ao Outro. Os detalhes a mais do Evangelho de João
encaixam nos primeiros em um todo harmonioso. Dez das epístolas de Paulo encontram
seus antecedentes históricos no 1ivro de Atos. De maneira que, os vinte e sete livros do
N.T. apresentam um quadro harmonioso de Jesus Cristo e Sua obra.
Concordância com a História e Arqueologia

a- Histórica: ―Há muitas referências à história contemporânea do N. T. tais como:


recenseamento quando Quirino era Governador da Síria (Lc. 2:2), os atos de Herodes o
Grande (Mt. 2:16-18), de Herodes Antipas (Mt. 14:1-12), de Agripa 1 (At. 12:1), de
Gálio (At. 18:12-17), de Agripa II (At. 25.13-26-32) etc; mas até agora ninguém
conseguiu mostrar que o relato Bíblico é contradito por um único fato derivado de outras
fontes dignas de confiança‖.

b- Arqueológica: Quanto às descobertas arqueológicas, as mesmas confirmam a


veracidade do N.T. ―Quirino (Lc. 2:2) foi Governador da Síria duas vezes (16-12 e 6-4
a.C.), sendo que Lucas se refere ao segundo período. Lisânias, o Tetrarca é mencionado
em uma inscrição no local de Abilene na época a que Lucas se refere. Uma inscrição em
Listra registra a dedicação da estátua Zeus (Júpiter) e Hermes (Mercúrio), o que mostra
que esses deuses eram colocados no mesmo nível, no culto local, conforme
descrito em At. 14:12. Uma inscrição de Pafos faz referência ao Procônsul Paulo,
identificado como Sérgio Paulo (At. 13:7)‖.

Infalibilidade/Inerrância das Escrituras


Por infalibilidade entendemos que a verdade é transmitida em palavras que, entendidas
no sentido em que foram empregadas, ou seja, no sentido que realmente se destinavam a
ter, não expressam erro algum. A garantia da inerrância da Bíblia é a sua inspiração.
Inerrância não significa necessariamente que os escritores eram semideuses, que não
tinham faltas em suas vidas, mas que os mesmos foram preservados de erros nos seus
ensinos. É perfeitamente aceitável que eles pudessem ter concepções errôneas acerca de

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muitas coisas, mas não as ensinaram, por exemplo: quanto a terra, as estrelas, as leis
naturais, a geografia, a vida política e social etc.
A infalibilidade não nega a flexibilidade da linguagem enquanto veículo de comunicação.
É muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa desta
flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no sentido das palavras.
Deus é a fonte de onde emanou a Bíblia. Sendo assim, Ele jamais nos daria um livro de
instrução religiosa repleto de erros.
É difícil pensar que um Deus Santo adicionaria o seu nome a algo que não fosse a
expressão exata da verdade

Autenticidade/Genuinidade das Escrituras


Dizemos que um livro é genuíno ou autêntico quando ele é escrito pela pessoa ou pessoas
cujo nome ele leva, ou, se anônimo, pela pessoa ou pessoas a quem a tradição antiga o
atribui, ou, se não for atribuído a algum autor ou autores específicos, à época que a
tradição lhe atribui.
―As Homilias de Clementinas são atribuídas a Clemente de Roma, mas a crítica é
praticamente unânime em afirmar que não foram escritas por Clemente. A Revelação de
Paulo é inscrita ao ―Santo Apóstolo Paulo‖, mas sabemos que é espúria ou forjada. O
Evangelho de Tomé diz ter sido de autoria do Apóstolo Tomé, mas não é genuína. O
Credo Apostólico não é genuíno porque não foi composto pelos apóstolos. As Viagens de
Gulliver é genuíno, tendo sido escrito por Dean Swift, embora seus relatos sejam
fictícios. Atos de Paulo não é genuíno, pois foi escrito por um sacerdote contemporâneo
de Tertuliano. Desse modo a autenticidade relaciona-se ao autor e a época do livro, e
todos os livros da Bíblia possuem autenticidade comprovada pela tradição histórica e pela
arqueologia (Gl. 6:11; Cl. 4:18)‖.

a- Genuinidade dos Livros do A.T.


As descobertas arqueológicas, a tradição judaica, o Novo Testamento e acima de tudo o
testemunho do próprio Jesus são provas contundentes da genuinidade dos livros do A.T.

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b- Genuinidade dos Livros do N.T.


A história, a arqueologia, a tradição oral, o testemunho dos pais da igreja, e sua harmonia
com os escritos do Antigo Testamento, provam a genuinidade dos escritos do N.T.

Cânon e Canonicidade
Canonicidade é a regra pela qual cada livro deve ser provado antes de ser admitido como
uma parte das Escrituras Sagradas. Quando falamos de canonicidade das Escrituras, nos
referimos aos ―padrões‖ determinados e fixos, nos quais os livros incluídos são
considerados partes integrantes de uma revelação completa e divina, a qual, portanto, é
autorizada e obrigatória em relação a fé e a prática.
O Cânon Sagrado é o nome dado aqueles livros, genuínos, autênticos e inspirados que
tomados juntos formam as Escrituras Sagradas.

Significado do nome:
A palavra kanon vem do grego, e deriva da palavra em hebraico kaneh cujo significado é
junco ou vara de medir (Ap. 21:15); daí tomou o sentido de norma, padrão ou regra (Gl.
6:16; Fp 3:16), significando uma decisão autorizada de um concílio da Igreja.
Seu significado em relação às Escrituras, são aqueles livros que foram medidos, e foram
declarados satisfatórios e aprovados como sendo inspirados por Deus, sendo admitido
como uma parte das Escrituras Sagradas.

Provas da canonicidade:
Quatro provas eram aplicadas para provar se um livro era canônico ou não, são elas:
Autoria Divina; Autoria Humana; Genuinidade e Veracidade.
a- Autoria Divina:
Sua fonte de inspiração veio de Deus? Veio do homem ou de Deus através do Espírito
Santo?

b- Autoria Humana:
Seu escritor era um profeta ou um arauto de Deus? Foi editado ou endossado por um
porta-voz de Deus?

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c- Genuinidade:
É autêntico? Há prova histórica quanto à autoria, origem e data? Ou se o escritor não
pode ser nomeado positivamente, pode-o mostrar que contém o mesmo assunto, como
continha quando foi escrito?

d- Veracidade.
É verídico? Registra fatos reais?
A Necessidade do Cânon das Escrituras.
O cânon das Escrituras é necessário para que o povo tenha uma revelação completa de
Deus, para que hoje tivéssemos a Palavra de Deus escrita, para que os manuscritos
possam ser preservados da destruição e corrupção e para que possamos saber quais livros
são realmente inspirados.

A Formação do Cânon do Antigo Testamento.


A forma do cânon do Antigo Testamento deu-se num espaço de cerca de 1046 anos. Teve
início com Moisés por volta do ano 1451 a.C. (Nm. 33:2, Jo. 5:46-47). Outros escritores
seqüenciaram a escrita da Bíblia: Josué em 1445 a.C. escreveu uma obra e a colocou
perante o Senhor (Js. 24:26); Samuel (1095 a.C.) escreveu colocando seus escritos
perante o Senhor (1º Sm. 10:25), isto é, na arca do concerto com os demais livros
sagrados (Ex. 25; 21; Hb. 9:4); Isaías (770 a.C.) fala do Livro do Senhor (Is. 34:16) e
―Palavras do livro‖ (Is. 29:18); Em 726 a.C. os salmos já eram cantados (2º Cr. 29:30);
Jeremias, chamado para o ministério em 626 a.C. registrou a revelação divina num livro
que foi queimado em 607 a.C. Deus o mandou preparar um novo rolo, o que foi feito (Jr.
36:1, 2, 28, 32; 45:1). No tempo do rei Josias (621 a.C.) Hilquias achou o ―Livro da Lei‖
(2º Rs. 22:8-10); Daniel (553 a.C.) refere-se aos livros (Dn 9:2); Zacarias declara que os
profetas que o antecederam falaram da parte do Espírito Santo (Zc. 7:12); Neemias (445
a.C.) achou os livros das genealogias dos judeus que haviam voltado do exílio (Ne. 7:5).
Certamente havia outros livros; Nos dias de Ester, o Livro estava sendo escrito (Et. 9:32);
Esdras, foi hábil escriba e leu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na
Palestina, de regresso do cativeiro babilônico (Ne. 8:1-5). Sob a presidência de Esdras, a

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Grande Sinagoga selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando desta maneira


o cânon das Escrituras do Antigo Testamento; Encontramos profeta citando profeta
donde se infere haver mensagem escrita, por exemplo, Mq. 4:1-3 com Is. 2:2-4. N. Filo,
escritor de Alexandria (30 a.C. a 50 d.C.) possuía todo o cânon do Antigo Testamento.
Em seus escritos ele cita quase todo o Antigo Testamento. O Josefo, o historiador judeu
(37-100 d.C.), da mesma época de Paulo, fala em seus escritos a respeito dos livros
aceitos como divinos, relatando que desde os dias de Artaxerxes ninguém se aventurou a
acrescentar tirar ou alterar uma única sílaba; Os escritores do Novo Testamento
reconhecem como canônicos os livros do Antigo Testamento, pois este é citado cerca de
300 vezes direta ou indiretamente. O Novo Testamento refere-se ao Antigo Testamento
como sendo oráculos divinos (Rm. 3:2; Hb 5:12; 2ª Tm. 3:16); Em 90 d.C. em Jâmnia,
perto da moderna Jafa, na Palestina, os rabinos num concílio sob a presidência de
Johanan Ben Kazai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento, ratificando
aquilo que já era aceito por todos os judeus através dos séculos.
Existem outros livros mencionados na Bíblia, que se julga que estejam desaparecidos, são
eles: Livro das Guerras do Senhor (Nm. 21:14), Livro dos Justos (Is. 10:13 com 2º Sm.
1:18); Livro da história de Salomão (lº Rs. 11:4); história do rei Davi (1º Cr. 27:24);
Crônicas de Samuel, Natã e Gade (lº Cr. 29:29); Livros, profecias de Natã, Aías e Ido (2º
Cr. 9:29e 2 Crônicas 13:22); Livro de Semaías e registro das genealogias (2º Cr. 12:15,
ver também 13:22, 26:22, 33:19).

A formação do Cânon do Novo Testamento:


A formação do cânon do N. T. levou apenas 100 anos, e parece ter sido formado sozinho.
Nenhum concílio discutiu este assunto, e não houve interferência da autoridade da igreja
na sua constituição. O fato da não interferência é notável, pois é uma forte evidência da
sua genuinidade. Não dependeram de qualquer autoridade adventícia, mas sim de seu
próprio peso, que foi mais que suficiente para colocar por terra todos os seus opositores.
Pedro chama as cartas de Paulo de ―Escrituras‖ 2ª Pe. 3:15, 16. Em1º Tm. 5:18 Paulo cita
Mt. 10:10 e Lc. 10:7 (ver também 1º Co 9:14). Paulo chama os evangelhos de Escritura.
Os livros do Novo Testamento só foram reconhecidos e aceitos como canônicos no III
Concílio de Cartago, no ano 397 d.C. Há muitas evidências históricas da veracidade dos

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livros do Novo Testamento. Os manuscritos e referências a eles chegam a centenas


oriundos do primeiro século, conservados em museus.
Como o A.T., o N.T., também faz referência a outros livros que não constam de seu
cânon. Com base nas passagens seguintes, inferimos que haja outros livros: 1º Co. 5:9;
Cl. 4:16; At. 20:35.

Provas do Cânon do Novo Testamento:


A Canonização de um livro da Bíblia não significa que a nação judaica ou a igreja tenha
dado a esse livro a sua autoridade canônica; antes significa que sua autoridade, já tendo
sido estabelecida em outras bases suficientes, foi conseqüentemente reconhecida como
pertencente ao cânon e assim declarado pela nação judaica e pela igreja cristã. Pelo
menos por cinco provas um livro tinha que passar parar constar no cânon do Novo
Testamento: Apostolicidade; Universalidade; Conteúdo; Inspiração e Leitura em Público

a- Apostolicidade:
Foi o livro escrito por um dos apóstolos ou, senão, tinha o autor do livro um
relacionamento tal com um apóstolo de modo a elevar seu livro ao nível dos livros
apostólicos? (imprimatur apostólico).

b- Universalidade:
Se a autenticidade apostólica era difícil de demonstrar, o critério de uso e circulação do
livro na comunidade cristã universal era considerado para sua aferição canônica. A
pergunta era: era o livro recebido universalmente na igreja? O livro deveria ser aceito
universalmente pela igreja para dela receber o seu imprimatur. Este teste foi o que mais
ajudou a eliminar os livros apócrifos e pseudoepigráficos.

c- Conteúdo do Livro:
Era o conteúdo de um determinado livro de tal natureza espiritual que lhe fosse conferido
o direito a esta categoria? O livro deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer ficção
que nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável.

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d- Leitura em Público:
O livro possui características para ser lido em público? Nenhum livro seria admitido para
leitura pública na igreja se não possuísse características próprias. Muitos livros eram bons
e agradáveis para leitura particular, mas não podiam ser lidos e comentados
publicamente, como se fazia com a lei e os profetas na sinagoga. É a esta leitura que
Paulo exorta Timóteo a praticar (1ª Tm. 4:13).

e- Inspiração:
Mostrava o livro evidência de ter sido divinamente inspirado? Este era o teste final. Tudo
tinha que cair diante dele. O livro deveria possuir evidências de inspiração.
Sobre a questão da canonicidade dos livros do N.T., é digno de nota que, já no final do
segundo século, todos os livros, com exceção de sete (Hebreus, 2ª e 3ª João, 2ª Pedro,
Judas, Tiago e Apocalipse) os chamados ―antilegomena eram reconhecidos como
apostólicos, e no final do quarto século, todos os vinte sete livros de nosso cânon atual
haviam sido reconhecidos por todas as igrejas do ocidente, e no oriente a partir do ano
500 d.C., apesar de ainda hoje haver indivíduos ou grupos menores que tem questionado
o direito de alguns livros estarem incluídos no cânon do Novo Testamento.

Preservação
Com base na Aliança de Deus, de que a sua Palavra permanecerá para sempre, temos a
garantia da permanência da Palavra Escrita (Sl. 119:89, 152; Mt. 24:35; 1ª Pe. 1:23; Jo.
10:35). Jesus disse que: ―Os céus e a terra passarão(Hb. 12:26, 27; 2ª Pe. 3:10),mas a
Palavra de Deus permanecerá(Mt. 24:35; Hb. 12:28; Is. 40:8; 2ª Pe. 1:19)‖.
A preservação das Escrituras, como o cuidado divino para a sua criação e formação do
cânon, não foi acidental, nem incidental, mas sim o cumprimento de uma promessa
divina. A Bíblia é eterna, ela permanece porque nenhuma Palavra que Jeová tenha dito
pode ser removida ou abalada; nem uma vírgula ou um ponto do testemunho divino pode
passar até que seja cumprido. ―Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto
especial de infindável perseguição, a maravilha da sua sobrevivência se transforma em
milagre... Por dois mil anos, o ódio do homem pela Bíblia tem sido persistentes,
determinados, incansáveis e assassinos. Todo esforço possível tem sido frito para corroer

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em fé na inspiração e autoridade da Bíblia, e inúmeras operações têm sido levadas a


efeito para fazê-las desaparecer‖.
Foi predito que a Bíblia permanecerá para sempre, e se ela permanece até hoje é porque o
próprio Deus tem se empenhado em preservá-la. O compromisso de Deus em preservar
sua Palavra se refere somente a sua Palavra inspirada, ou seja, aquilo que deve ser
considerado como revelação de Deus (1º Cr. 29:29; 2º Cr. 9:29; 12:15; l3: 22; 20:34; 2º
Cr. 24:27; 26:22; 33:19). A Bíblia é eterna pelos seus próprios méritos. Nenhuma vírgula
ou um ponto do testemunho divino pode passar até que seja cumprido. Aleluia!

Dispensações e Alianças
O que é uma Dispensação? Como medida de tempo, uma dispensação é um período que
se identifica pelo seu relacionamento a algum propósito particular de Deus, um propósito
a ser realizado dentro desse período. As primeiras dispensações, tão remotas do presente,
não estão muito claramente definidas como as últimas dispensações. Por causa disto, os
expositores da Bíblia nem sempre concordam quanto aos aspectos preciosos dos períodos
mais remotos. Portanto, uma Dispensação é um período de tempo no qual o homem é
testado na sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus. O propósito
de cada dispensação, portanto, é colocar o homem sob uma específica regra de conduta,
mas tal mordomia não é uma condição de salvação. Em cada uma das dispensações
passadas, o homem não regenerado fracassou, ( Mas Deus não se agradou da maior
parte deles, por isso foram prostrados no deserto. 1 Coríntios 10:5) e ele tem
fracassado nesta presente dispensação e fracassará no futuro. Mas a salvação tem sido e
continuará sendo dispensada pela graça de Deus mediante a fé. Algumas das divisões
dispensacionais, descritas pelo homem, mas que não contraria a bíblia veremos a seguir
as três dispensações descritas na bíblia que são: dispensação da plenitude dos
tempos Efésios 1:10; dispensação da graça de Deus Efésios 3:2 e dispensação do mistério
Efésios 3:9. Mas agora apresentaremos aquelas dispensações que todo estudante deve
conhecer– sete - óbvias são as seguintes:
a) Inocência (Gn 1.28).
b) Consciência ou Responsabilidade Moral (Gn 3.7).

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c) Governo Humano (Gn 815).


d) Promessa (Gn 12.1).
e) Lei (Êx 19.1).
f) Igreja (Atos 2.1).
g) Reino (Ap 20.4).
Uma aliança é um pronunciamento soberano de Deus através do qual Ele estabelece um
relacionamento de responsabilidade:
a) Entre Ele mesmo e um indivíduo (por exemplo, com Adão na Aliança Edênica,
Gn 2.16 e segs.).
b) Entre Ele mesmo e a humanidade em geral (por exemplo, na promessa da
Aliança Noética de nunca mais destruir toda a carne com um dilúvio, Gn. 9.9 e segs.).
c) Entre Ele mesmo e uma nação (por exemplo, com Israel na Aliança Mosaica,
Êx 19.3 e segs.).
d) Entre Ele mesmo e uma família humana específica (por exemplo, com a casa
de Davi na promessa de uma linhagem real perpetuada na Aliança Davídica, 2Sm 7.16 e
segs.).
São oito as principais alianças de significado especial que explicam o resultado dos
propósitos de Deus para com o homem. São:
a) Edênica (Gn 2.16).
b) Adâmica (Gn 3.15)
c) Noética (Gn 9.16)
d) Abraâmica (Gn 12.2)
e) Mosaica (Êx 19.5)
f) Palestiniana (Dt 30.3)
g) Davídica (2Sm 7.16)
h) Nova Aliança (Hb 8.8)

Resumo das Oito Alianças


a) A Aliança Edênica (Gn 2.16) condiciona a vida do homem na inocência.
b) A Aliança Adâmica (Gn 3.15) condiciona a vida do homem caído e dá a
promessa de um Redentor.

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c) A Aliança Noética (Gn 9.16) estabelece o princípio do governo humano.


d) A Aliança Abraâmica (Gn 12.2) inaugura a nação de Israel e confirma, com
acréscimos específicos, a promessa adâmica da redenção.
e) A Aliança Mosaica (Êx 19.5) condena todos os homens, "pois todos pecaram"
(Rm 3.23; 5.12).
f) A Aliança Palestiniana (Dt 30.3) garante a restauração final e a conversão de
Israel.
g) A Aliança Davídica (2Sm 7.16) estabelece a perpetuidade da família davídica
(cumprida em Cristo, Mt 1.1; Lc 1.31-33; Rm 1.3), e do reino davídico sobre Israel e
sobre toda a terra, a ser cumprida em e por Cristo (2Sm 7.8-17; Zc 12.8; Lc 1.31-33; At
15.14-17; 1Co 15.24).
h) E a Nova Aliança (Hb 8.8) repousa sobre o sacrifício de Cristo e garante
bênção eterna, sob a Aliança Abraâmica (Gl 3.13-29), de todo aquele que crê. É
absolutamente incondicional e, considerando que nenhuma responsabilidade é por ela
consignada ao homem, ela é final e irreversível.

CAPITULO 9- OS LIVROS APÓCRIFOS


O Termo “apócrifos”
Na realidade, os sentidos da palavra ‗apocrypha‘ refletem o problema que se manifesta
nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha
significava ―oculto‖ ou ―difícil de entender‖. Posteriormente, tomou o sentido de
―esotérico‖ ou algo que só os iniciados podem entender; não os de fora. Na época de
Irineu e de Jerônimo (séculos III e IV), o termo apocrypha veio aser aplicado aos livros
não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente
como ―pseudepígrafos. Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar
os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário.
Natureza e Número dos Apócrifos do Antigo Testamento
O significado figurado é regra ou critérios que comprovam a autenticidade e inspiração
dos livros bíblicos; lista dos Escritos Sagrados; sinônimo de Escrituras como regra de fé e
ação investida de autoridade divina.

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Outros significados: credo formulado (a doutrina da Igreja em Geral); regras eclesiásticas


(lista ou série de procedimentos).
Canônico– Aquilo que está de acordo com o cânon.
Pseudepígrafho – Literalmente significa ―escritos falsos‖. Os apócrifos não são
necessariamente escritos falsos, mas sim não canônicos, embora também contenham
ensinos errados ou hereges.
Diferenças básicas entre as bíblias Hebraica, Protestante e Católica

1. Bíblia Hebraica
a) Contém somente os 39 livros do Antigo Testamento.
b) Rejeita os 27 livros do N. T. como inspirados, assim como rejeitou a Cristo.
c) Não aceita os livros apócrifos incluídos na Vulgata (versão Católico-Romana).

2. Bíblia Protestante
a) Aceita os 39 livros do A.T. e também os 27 do N.T.
b) Rejeita os livros apócrifos incluídos na Vulgata, considerados não canônicos.

3. Bíblia Católica
a) Contém os 39 livros do A.T. e os 27 do N.T.
b) Inclui na versão Vulgata os livros apócrifos, ou não canônicos, que são:3º Esdras,
Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e
dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos em Daniel. A seguir a lista
dos livros apócrifos que se encontravam na Septuaginta:
3º Esdras (O livro canônico Esdras aparece como 1Esdras; Neemias aparece como
2Esdras); Tobias; Judite; Adições a Ester (10:4 a 16:22); Sabedoria de Salomão;
Eclesiástico; Baruque (contém a Carta de Jeremias); Acréscimos a Daniel (Oração de
Azarias; Canto das Três Jovens; Susana; Bel e o Dragão); Oração de Manassés, II Cr
33:11-13; 1Macabeus; 2Macabeus.

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Como os apócrifos foram aprovados


A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546, como meio de combater a
Reforma Protestante. Nessa época os protestantes combatiam violentamente as doutrinas
romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas
viam nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram, para eles aprovando-os como
canônicos.
O biblista católico John L. Mackenzie em seu ―Dicionário Bíblico‖, sob o verbete
cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias ―controvérsias notadamente
candentes‖ sobre a aprovação dos apócrifos.
Mas o cardeal Pallavacini, em sua “História Eclesiástica”, declara mais nitidamente
que, em pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrado
às barbas e batinas uns dos outros. Foi nesse ambiente “ESPIRITUAL” que os
apócrifos foram aprovados. A primeira edição da Bíblia católico-romana com os
apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII.
Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o
Antigo e Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de
valor literário histórico. Isto continuou até 1629. A famosa versão inglesa King James
(Versão do Rei Tiago) de 1611 ainda os trouxe. Porém, após 1629, as igrejas reformadas
excluíram totalmente os apócrifos das suas edições da Bíblia, e ―induziram a Sociedade
Bíblica Britânica e Estrangeira, sob pressão do puritanismo escocês, a declarar que não
editaria Bíblias que tivessem os apócrifos, e de não colaborar com outras sociedades que
incluíssem esses livros em suas edições.‖ Melhor assim, tendo em vista, evitar confusão
entre o povo simples, que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um
apócrifo e também pelo fato do que aconteceu com a Vulgata! ―Melhor editá-los
separadamente‖.

Razões porque os protestantes rejeitam os Apócrifos


Há várias razões porque os protestantes rejeitam os Apócrifos. Eis algumas delas:
1. Porque com o livro de Malaquias o Cânon bíblico havia sido encerrado.
Depois de aproximadamente 435 a.C. não houve mais acréscimos ao cânon do Antigo
Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos, tais como os

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livros dos Macabeus, mas eles não foram considerados dignos de inclusão na coleção das
palavras de Deus que vinham dos anos anteriores.
Quando nos voltamos para a literatura judaica, fora do Antigo Testamento, percebemos
que a crença de que haviam cessado as palavras divinamente autorizadas da parte de
Deus é atestada de modo claro em várias vertentes da literatura extra bíblica.

• 1º Macabeus (cerca de 100 a.C.): O autor escreve sobre o altar: ―Demoliram-no, pois, e
depuseram as pedras sobre o monte da Morada conveniente, à espera de que viesse algum
profeta e se pronunciasse a respeito‖ (1Mac. 4.45-46).
Aparentemente, eles não conheciam ninguém que poderia falar com a autoridade de Deus
como os profetas do Antigo Testamento haviam feito. A lembrança de um profeta
credenciado no meio do povo pertencia ao passado distante, pois o autor podia falar de
um grande sofrimento ―qual não tinha havido desde o dia em que não mais aparecera um
profeta no meio deles‖ (1Mac. 9.27; 14.41).

• Josefo explicou: ―Desde Artaxerxes até os nossos dias foi escrita uma história
completa, mas não foi julgada digna de crédito igual ao dos registros mais antigos,
devido à falta de sucessão exata dos profetas‖ (Contra Apião 1:41). Essa declaração do
maior historiador judeu do primeiro século cristão mostra que os escritos que agora
fazem parte dos ―apócrifos‖, mas que ele (e muitos dos seus contemporâneos) não os
consideravam ―digno de créditos igual‖ ao das obras agora conhecidas por nós como
Escrituras do Antigo Testamento. Segundo o ponto de vista de Josefo, nenhuma ―palavra
de Deus‖ foi acrescentada às Escrituras após cerca de 435 a.C.

• A literatura rabínica reflete convicção semelhante em sua frequente declaração de que


o Espírito Santo (em sua função de inspirador de profecias) havia se afastado de Israel:
―Após a morte dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo
afastou-se de Israel, mas eles ainda se beneficiavam do bath qôl‖ (Talmude Babilônico,
Yomah 9b repetido em Sota 48b, Sanhedrín 11 a, e Midrash Rabbah sobre o Cântico dos
Cânticos, 8.9.3).

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• A Comunidade de Qumran (seita judaica que nos legou os Manuscritos do Mar


Morto) também esperava um profeta cujas palavras teriam autoridade para substituir
qualquer regulamento existente e outras declarações semelhantes são encontradas em
outros trechos da literatura judaica antiga (veja 2Baruc 85.3, Oração de Azarias 15).
Assim, escritos posteriores a cerca de 435 a.C. em geral não eram aceitos pelo povo
judeu como obras dotadas de autoridade igual a do restante das Escrituras.

• O Novo Testamento: não temos nenhum registro de alguma controvérsia entre Jesus e
os judeus sobre a extensão do cânon. Ao que parece, Jesus e seus discípulos de um lado,
e os lideres judeus ou o povo judeu de outro, estavam plenamente de acordo em que
acréscimos ao cânon do Antigo Testamentotinham cessado após os dias de Esdras,
Neemias, Ester, Ageu, Zacarias e Malaquias. Esse fato é confirmado pelas citações do
Antigo Testamento feitas por Jesus e pelos autores do Novo Testamento.
A ausência completa de referência à outra literatura como palavra autorizada por Deus e
as referências muito freqüentes a centenas de passagens no Antigo Testamento, como
dotadas de autoridade divina, confirmam com grande força o hiato de que os autores do
Novo Testamento concordavam em que o cânon estabelecido do Antigo Testamento,
nada mais nada menos, devia ser aceito como a verdadeira palavra de Deus.

2. Porque a inclusão dos apócrifos foi acidental.


Esta tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta ou Versão dos Setenta (por
terem sido 70, em número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de
Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na Palestina, e devido às tendências
helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e,
finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao texto grego, como

Apêndice do Velho Testamento.


Todos estes livros, com exceção de Judite, Eclesiástico, Baruque e 1Macabeus estavam
escritos em grego, e a maioria deles foi escrita muitíssimos anos depois do profeta
Malaquias, o último dos profetas da dispensação antiga, escrever o livro que leva o seu
nome.

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O que se pode concluir daí é que:


Pessoas não afeiçoadas ao judaísmo ou mesmo desinteressadas em distinguir livros
canônicos dos não canônicos tinham por igual valor todos os livros, fossem eles
originalmente recebidos como sagrados pelos judeus ou não.

3. Temos testemunhas contra os apócrifos.


Traremos agora o depoimento de várias personagens históricas que depõe contra a lista
canônica ―Alexandrina‖, como consta na Septuaginta, na Vulgata e em todas as versões
das Bíblias católicas existentes. Pelo peso de autoridade que representam esses vultos,
são provas mais do que suficientes e esmagadoras contra a inclusão dos Apócrifos no
cânon bíblico. Vejamos:
Josefo: A referência mais antiga ao cânon hebraico é do historiador judeu Josefo (37-95
a.C.). Em Contra Apion ele escreve: ―Não temos dezenas de milhares de livros, em
desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois, contendo o registro de toda a história, os
quais, conforme se crê, com justiça, são divinos‖. Depois de referir-se aos cinco livros de
Moisés, aos treze livros dos profetas, e aos demais escritos (os quais ―incluem hinos a
Deus e conselhos pelos quais os homens podem pautar suas vidas‖), ele continua
afirmando: ―Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo tem sido
registrado, mas não tem sido considerado digno de tanto crédito quanto aquilo que
precedeu a esta época, visto que a sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que
depositamos em nossos próprios escritos é percebida através de nossa conduta; pois,
apesar de ter-se passado tanto tempo, ninguém jamais ousou acrescentar coisa alguma a
eles, nem tirar deles coisa alguma, nem alterar neles qualquer coisa que seja‖.
Josefo é suficientemente claro.
Orígenes: No terceiro século d.C., Orígenes (que morreu em 254) deixou um catálogo de
vinte e dois livros do Antigo Testamento que foi preservado na História Eclesiástica de
Eusébio, VI: 25. Inclui a mesma lista do cânone de vinte e dois livros de Josefo (e do
Texto Massorético) inclusive Ester, mas nenhum dos apócrifos é declarado canônico, e se
diz explicitamente que os livros de Macabeus estão ―fora desses [livros canônicos]‖.

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Tertuliano: Aproximadamente contemporâneo de Orígenes era Tertuliano. (160-250) o


primeiro dos País Latinos cujas obras ainda existem. Declara que os livros canônicos são
vinte e quatro.

Hilário: Hilário de Poitiers (305-366) os menciona como sendo vinte e dois.


Atanásio: De modo semelhante, em 367 d.C, o grande líder da igreja, Atanásio, bispo de
Alexandria, escreveu sua Carta Pascal e listou todos os livros do nosso atual cânon do
Novo Testamento e do Antigo Testamento, exceto Ester. Mencionou também alguns
livros dos apócrifos, tais como a Sabedoria de Salomão, a Sabedoria de Sirac, Judite e
Tobias, e disse que esses ―não são na realidade incluídos no cânon, mas indicados pelos
Pais para serem lidos por aqueles que recentemente se uniram a nós e que desejam
instrução na palavra de bondade‖.

Jerônimo: (340-420) propugnou, no Prologus Galeatus. A citação pertinente de Prologus


Galeatus é a seguinte: ―Este prólogo, como vanguarda (principium) com capacete das
Escrituras, pode ser aplicado a todos os Livros que traduzimos do Hebraico para o Latim,
de tal maneira que possamos saber que tudo quanto é separado destes deve ser colocado
entre os Apócrifos. Portanto, a sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de
Jesus, filho de Siraque, e Judite e Tobias e o Pastor (supõe-se que seja o Pastor de
Hermas), não fazem parte do cânon. Descobri o Primeiro Livro de Macabeus em
Hebraico; o Segundo foi escrito em Grego, conforme testifica sua própria linguagem‖.
Jerônimo, no seu prefácio aos Livros de Salomão, menciona ter descoberto Eclesiástico
em Hebraico, mas declara em sua convicção que a Sabedoria de Salomão teria sido
originalmente composta em Grego e não em Hebraico, por demonstrar uma eloquência
tipicamente helenística.

Melito: A mais antiga lista cristã dos livros do Antigo Testamento que existe hoje é a de
Melito, bispo de Sardes, que escreveu em cerca de 170 d.C. ―Quando cheguei ao Oriente
e encontrei-me no lugar em que essas coisas foram proclamadas e feitas, e conheci com
precisão os livros do Antigo Testamento, avaliei os fatos e os enviei a ti. São estes os
seus nomes: cinco livros de Moisés, Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio;

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Josué, filho de Num; Juízes; Rute; quatro livros dos Reis; os dois livros de Crônicas; os
Salmos de Davi; os Provérbios de Salomão e sua Sabedoria; Eclesiastes; o Cântico dos
Cânticos; Jó, os profetas Isaías e Jeremias; os Doze num único livro; Daniel; Ezequiel;
Esdras‖.
É digno de nota que Melito não menciona aqui nenhum livro dos apócrifos, mas inclui
todos os nossos atuais livros do Antigo Testamento, exceto Ester. Mas as autoridades
católicas passam por cima de todos esses testemunhos para manter, em sua teimosia, os
Apócrifos!

4- Porque os apócrifos contêm várias heresias


Uma das grandes razões, talvez a principal delas, porque nós evangélicos rejeitamos os
Apócrifos, é devido à grande quantidade de heresias que tais livros apresentam. Fora isso,
existem também lendas absurdas e fictícias e graves erros históricos e geográficos, o que
fazem os Apócrifos serem desqualificados como palavra de Deus. A seguir daremos um
resumo de cada livro e logo a seguir mostraremos seus graves erros.
TOBIAS (200 a.C.) – É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de
Tobias) e alguns milagres preparados pelo anjo Rafael. Apresenta:
• justificação pelas obras – 4:7-11; 12:8;
• mediação dos Santos -12:12;
• superstições – 6:5,7-9,19;
• um anjo engana Tobias e o ensina a mentir 5:16 a 19.
JUDITE (150 a.C.) - E a história de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade
enganando um general inimigo e decapitando-o. Grande heresia é a própria história onde
os fins justificam os meios.
BARUQUE (100 a.D.) – Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do
profeta Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. Porém,
é de data muito posterior, quando da segunda destruição de Jerusalém, no pós-Cristo.
Traz, entre outras coisas, a intercessão pelos mortos em 3:4.
ECLESIÁSTICO (180 a.C.) – É muito semelhante ao livro de Provérbios, não fossem as
tantas heresias:
• justificação pelas obras – 3:33,34;

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• trato cruel aos escravos – 33:26 e 30; 42:1 e 5;


• incentiva o ódio aos Samaritanos – 50:27 e 28.
SABEDORIA DE SALOMÃO (40 a.D.) – Livro escrito com finalidade exclusiva de
lutar contra a incredulidade e idolatria do epicurismo (filosofia grega na era Cristã).
Apresenta:
• o corpo como prisão da alma – 9:15;
• doutrina estranha sobre a origem e o destino da alma 8:19 e 20;
• salvação pela sabedoria – 9:19.
1MACABEUS (100 a.C.) – Descreve a história de três irmãos da família ―Macabeus‖,
que no chamado período interbíblico (400 a.C. 3 a.D) lutam contra inimigos dos judeus
visando a preservação do seu povo e terra.
2MACABEUS (100 a.C.) – Não é a continuação do 1Macabeus, mas um relato paralelo,
cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeus. Apresenta:
• a oração pelos mortos – 12:44 – 46;
• culto e missa pelos mortos -12:43;
• o próprio autor não se julga inspirado -15:38-40; 2:25-27;
• intercessão pelos Santos – 7:28 e 15:14.

ADIÇÕES A DANIEL:
Capítulo 13 ―A História de Suzana‖ – segundo esta lenda Daniel salva Suzana num
julgamento fictício baseado em falsos testemunhos.
Capítulo 14 – Bel e o Dragão – Contém histórias sobre a necessidade da idolatria.
Capítulo 3:24-90 – o cântico dos três jovens na fornalha.

Lendas, erros e heresias


1. Histórias fictícias, lendárias e absurdas:
Tobias 6.1-4 – ―Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto
ao rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o
devorar. A sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele
lançou-se a mim. E o anjo disse disse-lhe: Pega-lhe pelas guelras, e puxa-o para ti. Tendo
assim feito, puxou-o para terra, e o começou a palpitar a seus pés‖.

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2. Erros Históricos e Geográficos:


Os Apócrifos solapam a doutrina da inerrância das Escrituras, porque esses livros
incluem erros históricos e de outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados
parte das Escrituras, isso identifica erros na Palavra de Deus. Esses livros contêm erros
históricos, geográficos e cronológicos, além de doutrinas obviamente heréticas; eles até
aconselham atos imorais (Judite 9.10,13). Os erros dos Apócrifos são frequentemente
apontados em obras de autoridade reconhecida.
Por exemplo: O erudito bíblico D.L. René Paehe comenta: ―Exceto no caso de
determinada informação histórica interessante (especialmente em 1Macabeus) e alguns
belos pensamentos morais (por exemplo Sabedoria de Salomão), Tobias contém certos
erros históricos e geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de
Salmaneser (1.15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomada por Nabucodonosor e
por Assuero (14.15) em vez de Nabopolassar e por Ciaxares. Judite não pode ser
histórico, porque contém erros evidentes. Em 2Macabeus há também numerosas
desordens e discrepâncias em assuntos cronológicos, históricos e numéricos, os quais
refletem ignorância ou confusão‖.

3. Ensinam Artes Mágicas ou de Feitiçaria como método de exorcismo


a) Tobias 6.5-9 – ―Então disse o anjo: Tira as entranhas a esse peixe, e guarda, porque
estas coisas te serão úteis. Feito isto, assou Tobias parte de sua carne, e levaram-na
consigo para o caminho; salgaram o resto, para que lhes bastassem até chegassem a
Ragés, cidade dos Medos. Então Tobias perguntou ao anjo e disse-lhe: Irmão Azarias,
suplico-lhe que me digas de que remédio servirão estas partes do peixe, que tu me
mandaste guardar: E o anjo, respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu
coração sobre brasas acesas , o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do
homem como da mulher, de sorte que não tornam mais a chegar a eles. E o fel é bom para
untar os olhos que têm algumas névoas, e sararão‖.
b) Este ensino que o coração de um peixe tem o poder para expulsar toda espécie de
demônios contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio.
c) Deus jamais iria mandar um anjo seu, ensinar a como usar os métodos da macumba e
da bruxaria para expulsar demônios.

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d) Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria e bruxaria, e de
fato ele não tem interesse nenhum em expelir demônios (Mt. 12.26).
e) Um dos sinais apostólicos era a expulsão de demônios, e a únicas coisas que tiveram
de usar foi o nome de Jesus (Mc. 16.17; At. 16.18).

4. Ensinam que Esmolas e Boas Obras limpam os pecados e salvam a alma.


a) Tobias 12.8, 9 – ―É boa a oração acompanhada do jejum, dar esmola vale mais do que
juntar tesouros de ouro; porque a esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os
pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna‖.
b) Eclesiástico 3.33 – ―A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados‖.
c) Este é o primeiro ensino de Satanás, o mais terrível, e se encontrar basicamente em
todas as seitas heréticas.
d) A salvação pelas obras destrói todo o valor da obra vicária de Cristo em favor do
pecador. Se caridade e boas obras limpam nossos pecados, nós não precisamos do sangue
de Cristo.
Porém, a Bíblia não deixa dúvidas quanto o valor exclusivo do Seu sangue como um
único meio de remissão e perdão de pecados:
• Hb. 9.11,12,22 – ―Mas Cristo… por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no
santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção …sem derramamento de sangue não há
remissão‖.
• 1Pe. 1.18,19 – ―sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que
fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos
pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o
sangue de Cristo‖.
e) Contradiz Bíblia toda. Ela declara que somente pela graça de Deus e o sangue de
Cristo o homem pode alcançar justificação e completa redenção:
• Romanos 3.20, 24 e 29 – ―Ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei, sendo
justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. A
quem Deus propôs no seu sangue... Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé,
independentemente das obras da lei‖.

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5. Ensinam o Perdão dos pecados através das orações


a) Eclesiástico 3.4 – ―O que ama a Deus implorará o perdão dos seus pecados, e se
absterá de tornar a cair neles, e será ouvido na sua oração de todos os dias‖.
b) O perdão dos pecados não está baseado na oração que se faz pedindo o perdão, não é
fé na oração, e sim fé naquele que perdoa o pecado, a oração por si só, é uma boa obra
que a ninguém pode salvar. Somente a oração de confissão e arrependimento baseadas na
fé e no sacrifício vicário de Cristo traz o perdão (Pv. 28.13; IJo. 1.9; IJo. 2.1,2).

6. Ensinam a Oração Pelos Mortos


a) 2Macabeus 12:43-46 – ―e tendo feito uma coleta, mandou 12 mil dracmas de prata a
Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos mortos, sentindo bem
e religiosamente a ressurreição (porque, se ele não esperasse que os que tinham sido
mortos, haviam um dia de ressuscitar, teria por uma coisa supérflua e vã orar pelos
defuntos); e porque ele considerava que aos que tinham falecido na piedade estava
reservada uma grandíssima misericórdia. É, pois, um santo e salutar pensamento orar
pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados‖. É neste texto falso, de um livro
não canônico, que contradiz toda a Bíblia, que a Igreja Católica Romana baseia sua falta
e herege doutrina do purgatório.
b) Este é novamente um ensino satânico para desviar o homem da redenção exclusiva
pelo sangue de Cristo, e não por orações que livram as almas do fogo de um lugar
inventado pela mente doentia e apóstata dos teólogos católicos romanos.
c) Após a morte o destino de todos os homens é selado, uns para perdição eterna e outros
para a Salvação eterna – não existe meio de mudar o destinos de alguém após a sua
morte. Veja Mt. 7:13,13; Lc. 16.26.

7. Ensinam a Existência de um Lugar Chamado PURGATÓRIO


a) Este é o ensino herético e satânico inventado pela Igreja Católica Romana, de que o
homem, mesmo morrendo perdido, pode ter uma segunda chance de Salvação: Sabedoria
3.1-4 ―As almas dos justos estão na mão de Deus, e não os tocará o tormento da morte.
Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada
como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz

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(no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de
imortalidade‖.
b) A Igreja Católica baseia a doutrina do purgatório na ultima parte deste texto, onde diz:
―E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de
imortalidade‖. Eles ensinam que o tormento, em que o justo está, é o purgatório que o
purifica para entrar na imortalidade. Isto é uma deturpação do próprio texto do livro
apócrifo. De modo que a igreja Católica é capaz de qualquer desonestidade textual, para
manter suas heresias, até porque, ganha muito dinheiro com as indulgências e missas
rezadas pelos mortos.
c) Leia atentamente os seguinte textos das Escrituras, que mostram a impossibilidade do
purgatório: IJo. 1.7; Hb. 9.22; Lc. 23.40-43; 16.19-31; ICo. 15.55-58; ITs. 4.12-17; Ap.
14.13; Ec. 12.7; Fp. 1.23; SI. 49.7-8; 2Tm. 2.11-13; At. 10.43.

8. Nos Livros Apócrifos Os Anjos Mentem


a) Tobias 5.15-19 – ―E o anjo disse-lhe: Eu o conduzirei e to reconduzirei. Tobias
respondeu: Peço-te que me digas de que família e de tribo és tu? O anjo Rafael disse-lhe:
Procuras saber a família do mercenário, ou o mesmo mercenário que vá com teu filho?
Mas para que te não ponhas em cuidados, eu sou Azarias, filho do grande Ananias. E
Tobias respondeu-lhe: Tu és de uma ilustre família. Mas peço-te que te não ofendas por
eu desejar conhecer a tua geração.
b) Um anjo de Deus não poderia mentir sobre a sua identidade, sem violar a própria lei
santa de Deus. Todos os anjos de Deus foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a
sua identidade. Veja Lc. 1.19.

9. Mulher que Jejuava Todos os Dias de Sua Vida


a) Judite 8:5,6 – ―e no andar superior de sua casa tinha feito para si um quarto retirado,
no qual se conservava recolhida com as suas criadas, e, trazendo um cilício sobre os seus
rins, jejuava todos os dias de sua vida, exceto nos sábados, e nas neomênias, e nas festas
da casa de Israel‖. Este texto legendário tem sido usado pelos católicos romanos
relacionado com a canonização dos ―santos‖ de idolatria. Em nenhuma parte da Bíblia

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jejuar todos os dias da vida é sinal de santidade. Cristo jejuou 40 dias e 40 noites e depois
não jejuou mais.
b) O livro de Judite é claramente uma produção humana, uma lenda inspirada pelo Diabo,
para escravizar os homens aos ensinos da igreja Católica Romana.

10. Ensinam Atitudes Anticristãs, como Vingança, Crueldade e Egoísmo


a) Vingança – Judite 9:2. Contraria Rm. 12.17-19.
b) Crueldade e Egoísmo – Eclesiástico 12:6. Contraria Pv. 25.21,22; Mt. 6.44-48; Jo 6.5 e
Rm. 12.20.
c) A igreja Católica tenta defender a IMACULADA CONCEIÇÃO baseando em uma
deturpação dos apócrifos (Sabedoria 8.9,20) que contradiz SI. 51.5; Lc. 1.30-35; Rm.
3.23.
Diante de tudo isso, perguntamos: Merecem confiança os livros Apócrifos? A resposta
obvia é NÃO. (informações do site CACP- Centro Apologético Cristão de Pesquisas).

CAPITULO 10- TRADUÇÕES DA BÍBLIA


Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento às palavras do Senhor Jesus após
ressuscitar: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Ora,
o mundo está dividido em nações, tribos e povos, cada qual com suas línguas. Hoje,
quando vemos as Escrituras traduzidas em centenas de línguas, sabemos que Aquele que
comissionou os discípulos para tão grande obra, proveria também os meios para a sua
realização.
a. Versões semíticas.
1) O Pentateuco Samaritano.
2) Os Targuns.
b. Versões gregas
1) A Septuaginta.
1ª O texto hebraico
2ª O texto grego traduzido do hebraico
3ª A versão de Áquila
4ª A versão de Símaco

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5ª A Septuaginta
6ª A versão de Teodocião
c. Versões siríacas.
1) A Peshita.
2) A versão Filoxênia.
d. Versões latinas.
1) A Antiga Versão Latina.
2) A ítala.
3) A Revisão de Jerônimo
4) A Vulgata.

e. Outras versões orientais. Entre estas podemos mencionar:


1) As versões egípcias ou cópticas. São 3 as de primeira ordem. Foram feitas até o ano
500 d.C.
2) A Etíope, feita em 330, abrangendo ambos os Testamentos, com base na LXX.
3) A Gótica, feita em 350, de ambos os Testamentos também, com base na LXX.
4) A Armênia, feita no Século V. Base: os LXX.
5) A Georgina, feita no Século V. Preparada por meio de cópias da versão Armênia.
6) A Eslavônica, feita no Século IX. Base: os LXX. É ainda hoje usada pelos eslavos
orientais e meridionais. Ambos os Testamentos. Foi preparada por dois irmãos
missionários tessalonicenses à Bulgária e Morávia: Cirilo e Metódio.
Além destas versões orientais, há ainda as versões árabes, mas, de pouca importância
para a crítica textual.

f. Versões européias.
Das versões européias, vamos destacar apenas três, devido à sua importância, que são:
1) Versões inglesas
As quatro principais versões recentes inglesas são:
a) A Versão Autorizada ou Versão do Rei Tiago
b) A Versão Revisada.
c) A Versão Revisada Americana (American Standard Version).

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d) A Versão Padrão Revisada (Revised Standard Version).


2) Versão alemã.
3) Versões em português.
Agora vejamos as traduções completas.

a) A Versão de Almeida.
João Ferreira d'Almeida foi ministro do Evangelho da Igreja Reformada Holandesa, em
Batávia, então capital da ilha de Java, na Oceania. (Batávia é agora a moderna Djakarta,
capital da Indonésia) Java era então domínio holandês, conquistada aos portugueses.
Almeida traduziu primeiro o Novo Testamento, terminando-o em 1670; em 1681 foi ele
impresso em Amsterdam, Holanda, isto é, 100 anos antes da primeira edição católica da
Bíblia - a de Figueiredo, 1781! Almeida traduziu o Antigo Testamento até Ezequiel
48.21, quando então faleceu em 1691. Missionários seus amigos completaram a tradução,
especialmente Jacob OpdenAkker. Almeida fez sua tradução do grego e hebraico, línguas
que estudou após abraçar o Evangelho. Utilizou também as versões holandesa (de 1637)
e a espanhola (de Valera, 1602). Seu Antigo Testamento foi publicado em 1753, em
Amsterdam. A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começou a publicar o texto de
Almeida em 1809, publicando a Bíblia completa pela primeira vez, em 1819. O texto de
Almeida não era muito bom por ele ter deixado Portugal muito cedo e não ter cultura
profunda.
O texto de Almeida foi revisado em 1894 e 1925. Em 1951, a Imprensa Bíblica Brasileira
(organização batista independente) publicou a "Edição Revista e Corrigida",
abreviadamente ARC.
Uma comissão de especialistas brasileiros trabalhando de 1945 a 1955 apresentou a
"Edição Revista e Atualizada" de Almeida (ARA). É uma obra magnífica com linguagem
qualificada e de melhor tradução. O NT foi publicado em 1951 e o AT em 1958. A
publicação é da Sociedade Bíblica do Brasil. A comissão revisora compôs-se de 30
elementos dos mais abalizados de várias denominações. Foram membros, figuras como
Sinésio Lira, A.C. Gonçalves, Crabtree, R.G. Bratcher, W. C. Taylor. Foi usado o texto
grego de Nestle para o NT, e o hebraico de Letteris, para o AT. Fez-se o melhor possível.
Há uma comissão permanente de revisão acompanhando os progressos da crítica textual.

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Alguns dados pessoais de Almeida. Nasceu em Torre de Tavares, em Portugal, em1628.


Emigrou para a Holanda, e daí seguiu para Java, achando-se aí em 1641. Converteu- se
na Igreja Reformada Holandesa em 1642 por meio de um folheto que tratava sobre a
―Diferença da Cristandade entre a Igreja Reformada e a Igreja Romana". Casou-se em
1651 com a filha de um pastor. Foi ordenado ao santo ministério em 16 de outubro de
1656. Aprendeu grego e hebraico e começou a traduzir o Novo Testamento, tendo como
base o "Textus Receptus" dos irmãos Elzevirs, segunda edição de 1633. Faleceu em 6 de
agosto de 1691. A Igreja Católica, através do tribunal da Inquisição, queimou-o em
estátua, em Gôa, antiga possessão portuguesa na índia. A Igreja Romana, nem mesmo
agora, no chamado Ecumenismo, se desculpou de tais coisas...
b) A Versão de Figueiredo.
c) A Tradução Brasileira.
d) A Versão de Rhoden.
e) A Versão de Matos Soares.
Alguns outros informes sobre a Bíblia em português.
• A Bíblia foi impressa a primeira vez no Brasil, em 1944, pela Imprensa Bíblica
Brasileira.
• Entre as Bíblias mais populares do mundo está a em português. As outras são: a
Vulgata, a de Lutero, e a Versão Autorizada (inglesa).
• Há no Brasil três entidades evangélicas publicadoras e distribuidoras de Bíblias. A
primeira é a Imprensa Bíblica Brasileira fundada em 1940. A segunda é a Sociedade
Bíblica do Brasil fundada em 10-06-1948, resultante da fusão das agências da SBA e
SBBE que funcionavam no Brasil. A terceira é a Sociedade Bíblica Trinitariana, com
sede em São Paulo.
• A primeira agência distribuidora de Bíblias no Brasil foi a da SBBE, em 1856; a
segunda foi a da SBA, em 1876, ambas na cidade do Rio de Janeiro. Antes disso, vinham
Bíblias para o Brasil através de comandantes de navios, que as entregavam a casas
comerciais para revenda. A mais antiga Sociedade Bíblica do mundo é a SBBE fundada
em 1804; a segunda é a SBA, fundada em 1816.
• Na distribuição de Bíblias em todo o mundo, o Brasil ocupa o segundo lugar!
Algumas peculiaridades das traduções:

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1) As palavras em itálico. Não constam do original. Foram introduzidas na tradução para


completar o sentido do texto. Em português, a única versão protestante com itálicos é a
ARC.

2) O uso da margem. Muitas Bíblias tem na sua margem em determinados trechos, a


tradução literal do hebraico ou do grego. Às vezes, tem uma tradução diferente quando o
caso é duvidoso. São muito úteis essas notas marginais.

3) Datas impressas no texto. Muitas Bíblias antigas, em português, bem como noutras
línguas, trazem datas impressas no texto. São datas da chamada "Cronologia Aceita"
elaborada pelo arcebispo Ussher (anglicano) e inseridas pela primeira vez no texto
bíblico em 1701. Depois de Ussher, surgiram outras cronologias como a de Calmet,
Hales, etc. As investigações modernas e descobertas arqueológicas têm alterado em
muitos pontos a cronologia tradicional. A cronologia é terreno movediço, especialmente
quanto aos primeiros milênios da História.

4) O sumário dos capítulos. São preparados pelos editores, e nada tem com a inspiração e
o texto original. As exceções são algumas frases introdutórias de certos salmos, como o
4, 5, 6, 7, 8, 9, 22, 32, 45, 46, 53, 56, 69, 75, etc. Tais sumários nem sempre
correspondem aos capítulos aos quais se referem. Há casos até negativos, como a
parábola dos "Dez Talentos", quando não são dez; a "Parábola do Rico e Lázaro", quando
não se trata de parábola, e assim por diante.

5) A divisão do texto bíblico em capítulos e versículos. Não vem do original. A primeira


Bíblia que trouxe essa divisão foi a Vulgata, em 1555. Em muitos casos, a divisão tanto
em capítulos como em versículos, quebra o sentido, biparte o texto e altera toda a linha
do pensamento. Exemplo de capítulos: Isaías 53, que devia começar em 52.13; João
capítulo 8, devia começar em 7.53; 2 Rs 7 devia começar em 2 Rs 6.24; o capítulo 3 de
Colossenses devia terminar 4.1; o capítulo 10 de Mateus devia começar em 9.35; Atos 5
devia começarem 4.36, etc.

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Com a divisão em versículos, acontece a mesma coisa, por exemplo: Efésio 1.5 deveria
começar com as duas últimas palavras de 1.4; 1 Coríntios 2.9,10 deveria ser um só
versículo; o mesmo deveria ocorrer com João 5.39,40. Na Epístola aos Romanos, bem
como em Efésios, há diversos casos desses. Também a divisão em versículos não é a
mesma em todas as versões; por exemplo Daniel 3.24-30 da Almeida Revista e Corrigida
(ARC), corresponde a 3.91-97 em Matos Soares; Lucas 20.30 na ARC, corresponde a
Lucas 20.30,31 na "Tradução Brasileira". Marcos 9.49 deve ficar ligado ao versículo 48,
e não como está na ARA, tendo a epígrafe entre os dois versículos.

CAPITULO 11-A VIDA E COSTUMES DOS POVOS BÍBLICOS


.A vida com seus usos, leis e costumes, diferem de povo para povo, isso modernamente.
Imagine-se como não estão distantes os costumes antigos orientais tão citados na Bíblia !
Tais fatos, quando não compreendidos hoje, são tidos como aberrações. A Bíblia cita
inúmeras leis, preceitos, coisas e costumes do modo de viver oriental, que se o estudante
da Bíblia desconhecer suas causas, razões, e modo de ser, não compreenderá muita coisa
da revelação divina, já que tais estão estretecidos no coro do relato bíblico. Quem quer
que se ocupe da leitura e estudo do Santo livro, estará sempre se deparando com essa
dificuldade.

Veremos a seguir alguns casos:


1) O juramento com a mão sob a coxa:
Significa então submissão, obediência irrestrita. Por isso Deus tocou a coxa de Jacó ! (Gn
32:24-32). Realmente, dali para a frente Jacó tornou-se um homem de Deus. Até seu
nome foi mudado !

2) Rasgar as vestes:
Era demonstração de luto, lamento, tristeza. Há 28 casos na Bíblia. Os sacerdotes não
podiam fazer isso (Lv 10:6), mas, o de Mt 26:65 o fez sem razão. Esse ato de rasgar as
vestes obedecia a uma série de regras.
3) O cavalgar sobre jumentas brancas:

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(Jz 5:10). Era então costume exclusivo dos reis, juízes e fidalgos. Isso explica a passagem
em apreço.

4) Semeadura de sal: (Jz 9:45):


Tal ato significa desolação perpétua sobre o local. Castigo perene.

5) Por a aba da capa sobre alguém:


(Rt 3:9). Significa proteção. Aqui tratava-se da lei do levirato, conforme Dt 25:5-10,
portanto nenhuma indecência havia aqui, como muitos o querem.

6) Um odre na fumaça:
Odres são vasilhas feitas de peles para o transporte de líquidos. Eram postas sobre a
fumaça para ficarem endurecidas pelo calor e fumaça. Isso também fazia aumentar a
espessura de couro através do encolhimento. Nos Salmos fala do estado de alma de Davi.

7) Maria desposada com José:


(Mt 1:18). Na linguagem do Antigo Testamento, o termo significa noivos, conforme
vemos em Dt 20:7; 22:23,24. Naqueles tempos, em Israel, o noivado era ato seríssimo. E
de fato o é. Os noivos tinham responsabilidade como se fossem casados ! Em suma: Em
Israel, o noivado era o primeiro ato do casamento. Nessa ocasião o noivo entregava à
noiva o contrato de casamento, ou uma moeda inscrita: ―consagrada a mim‖.

8) Um casamento oriental:
(Mt 25:1-13). As núpcias duravam 7 ou mais dias. A união definitiva do casal somente
tinha lugar no último dia. Nesse dia o noivo dirigia-se à casa da noiva, à noite, e a
conduzia para sua casa. Às vezes o ato ocorria também de dia. A lua-de-mel durava um
ano ! (Dt 24:5).

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9) O vinho oferecido a Jesus na cruz:


(Mt 27:48). Tal praxe era usada então para tornar as vítimas insensíveis antes da morte.
Jesus recusou. Sofreu a morte em estado de plena consciência. Mesmo por que ele
mesmo disse que não beberia mais do fruto da vide até beber o novo no reino de Deus.

10) O teto (eirado) da casa, aberto com tanta facilidade:


(Lc 5:19). As casas da Palestina não tinham telhado, e sim eirado. Isto é, uma espécie de
lage, feita de vigas de madeira, recobertas de pedra e barro. Recebia tratamento especial a
fim de recolher águas pluviais, dada a carência de água potável na citada região. Num
teto assim era fácil preparar uma abertura.

11) A ordem de Jesus: ―A ninguém saudeis pelo caminho‖


(Lc 10:4). Não se tratava de indelicadeza. O tempo que restava era pouco, muito pouco, e
as saudações orientais tomavam muito tempo, não somente devido a troca de expressões
formais, mas também devido as poses que o corpo assumia. Se os enviados por Jesus
fossem cumprimentar o povo segundo a maneira usual, ai do tempo !

12) O caminho de um Sábado:


(At 1:12). Isto é o caminho permitido no dia de Sábado. Era a distância que ia da
extremidade do arraial das tribos, ao tabernáculo, quando deserto; distância de 2.000
metros cúbitos, equivalente a 1.200 metros (Js 3:4).

13) Brasas sobre a cabeça do inimigo:


(Rm 12:20; Pv 25:21,22). O fato refere-se às leis levíticas de Lv16:12, quando o sumo-
sacerdote fazia expiação pelo povo, incluindo o incensário cheio de brasas. A expiação
satisfazia a justiça de Deus, promovendo a reconciliação do homem com Ele.

Os poucos casos aqui citados servem para dar uma idéia do valor que há na compreensão
da vida, leis, usos e costumes antigos orientais, conforme vemos na Bíblia. Há inúmeros
casos. Citamos aqui apenas alguns como exemplo. Eles estão na revelação divina,
elucidando muitos de seus aspectos.

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CAPITULO 12 – História resumida de Israel


HISTÓRIA E CULTURA
A existência de Israel como povo remonta, provavelmente, ao último período do séc. XI
a.C. Era o tempo do nascimento da monarquia e da unificação das diversas tribos, que
viviam separadas entre si até que, sob o governo do rei Davi, constituiu-se o Estado
nacional, com Jerusalém por capital.
Até chegar a esse momento, a formação do povo havia sido lenta e difícil, mesclada
freqüentemente com a história das mais antigas civilizações que floresceram no Egito, às
margens do Nilo e na Mesopotâmia, nas terras regadas pelo Tigre e o Eufrates. As fontes
extrabíblicas da história de Israel naquela época são muito limitadas, carentes da base
documental necessária para se estabelecerem com precisão as origens do povo hebreu.
Nesse aspecto, o livro de Gênesis proporciona alguns dados de valor inestimável, pois o
estudo dos relatos patriarcais permite descobrir alguns aspectos fundamentais da origem
do povo israelita.

A Época dos Patriarcas


Os personagens do Antigo Testamento, habitualmente denominadas ―patriarcas‖, eram
chefes de grupos familiares seminômades que iam de um lugar a outro em busca de
comida e água para os seus rebanhos. Não havendo chegado ainda à fase cultural do
sedentarismo e dos trabalhos agrícolas, os seus assentamentos eram, em geral, eventuais:
duravam o tempo em que os seus gados demoravam para consumir os pastos.
Gênesis oferece uma visão particular do começo da história de Israel, que é mais
propriamente a história de uma família. Procedentes da cidade mesopotâmica de Ur dos
caldeus, situada junto ao Eufrates, Abraão e a sua esposa chegaram ao país de Canaã.
Deus havia prometido a Abraão que faria dele uma grande nação (Gn 12.1-3; cf. 15.1-21;
17.1-4); e, conforme essa promessa, nasceu o seu filho Isaque, que, por sua vez, foi o pai
de Jacó. Durante a sua longa viagem, primeiro na direção norte e depois na direção sul,
Abraão deteve-se em diversos lugares mencionados na Bíblia: Harã, Siquém, Ai e Betel
(Gn 11.31—12.9); atravessou a região desértica do Neguebe e chegou até o Egito, de
onde, mais tarde, regressou para, finalmente, estabelecer-se em um lugar conhecido como
―os carvalhais de Manre‖, junto a Hebrom (Gn 13.1-3,18).

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Ao morrer Abraão (Gn 25.7-11; cf. 23.2,17-20), Isaque converte-se no protagonista do


relato bíblico, que o apresenta como habitante de Gerar e Berseba (Gn 26.6,23), lugares
do Neguebe (Gn 24.62), na região meridional da Palestina. Isaque, herdeiro das
promessas de Deus a Abraão, aparece no meio de um quadro descritivo da vida
seminômade do segundo milênio a.C.: busca de campos de pastoreio, assentamentos
provisórios, ocasionais trabalhos agrícolas nos limites de povoados fronteiriços e
discussões por causa dos poços de água onde se dava de beber ao gado (Gn 26).
Depois de Isaque, a atenção do relato concentra-se nos conflitos pessoais surgidos entre
Jacó e o seu irmão Esaú, que são como que uma visão antecipada dos graves problemas
que, posteriormente, haveriam de acontecer entre os israelitas, descendentes de Jacó, e os
edomitas, descendentes de Esaú. A história de Jacó é mais longa e complicada que as
anteriores. Consta de uma série de relatos entrelaçados: a fuga do patriarca para a região
mesopotâmica de Padã-Arã; a inteligência e a riqueza de Jacó; o regresso a Canaã; o
episódio de Peniel, onde Deus mudou o nome de Jacó para Israel (Gn 32.28); a revelação
de Deus e a renovação das suas promessas (Gn 35.1-15); a história de José e a morte de
Jacó no Egito (Gn 37.1—50.14).

A Saída do Egito
A situação política e social das tribos israelitas, do Egito e dos países do Oriente Médio,
no período que vai da morte de José à época de Moisés, sofreu mudanças consideráveis.
O Egito viveu um tempo de prosperidade depois de expulsar do país os
invasoreshicsos. Este povo oriundo da Mesopotâmia, depois de passar por Canaã, havia
se apropriado, no início do séc. XVIII a.C., da fértil região egípcia do delta do Nilo. Os
hicsos dominaram no Egito cerca de um século e meio, e, provavelmente, foi nesse tempo
que Jacó se instalou ali com toda a sua família. Esta poderia ser a explicação da acolhida
favorável que foi dispensada ao patriarca, e de que alguns dos seus descendentes, como
aconteceu com José (Gn 41.37-43), chegaram a ocupar postos importantes no governo do
país.
A situação mudou quando os hicsos foram finalmente expulsos do Egito. Os estrangeiros
residentes, entre os quais encontravam-se os israelitas, foram submetidos a uma dura
opressão. Essa mudança na situação política está registrada em Êx 1.8, que diz que subiu

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ao trono do Egito um novo rei ―que não conhecera a José.‖ Durante o mandato daquele
faraó, os israelitas foram obrigados a trabalhar em condições subumanas na edificação
das cidades egípcias de Pitom e Ramessés (Êx 1.11). Porém, em tais circunstâncias, teve
lugar um acontecimento que haveria de permanecer gravado, para sempre, nos anais de
Israel: Deus levantou um homem, Moisés, para constituí-lo libertador do seu povo.
Moisés, apesar de hebreu por nascimento, recebeu uma educação esmerada na própria
corte do faraó. Certo dia, Moisés viu-se obrigado a fugir para o deserto, e aliJeová (nome
explicado em Êx 3.14 como ―EU SOU O QUE SOU‖) revelou-se a ele e lhe deu a missão
de libertar os israelitas da escravidão a que estavam submetidos no Egito (Êx 3.1—4.17).
Regressou Moisés ao Egito e, depois de vencer com palavras e ações maravilhosas a
resistência do faraó, conseguiu que a multidão dos israelitas se colocasse em marcha em
direção ao deserto do Sinai.
Esse capítulo da história de Israel, a libertação do jugo egípcio, marcou indelevelmente a
vida e a religião do povo. A data precisa desse acontecimento não pode ser determinada.
Têm-se sugerido duas possibilidades: até meados do séc. XV e até meados do séc. XIII.
(Neste último caso seria durante o reinado de Ramsés II ou do seu filho Meneptá.).
Durante os anos de permanência no deserto do Sinai, enquanto os israelitas dirigiam-se
para Canaã, produziu-se um acontecimento de importância capital: Deus instituiu a sua
Aliança com o seu povo escolhido (Êx 19). Essa Aliança significou o estabelecimento de
um relacionamento singular entre Jeová e Israel, com estipulações fundamentais que
ficaram fixadas na lei mosaica, cuja síntese é o Decálogo (Êx 20.1-17).

A Conquista de Canaã e o Período dos Juízes


Depois da morte de Moisés (Dt 34), a direção do povo foi colocada nas mãos de Josué, a
quem coube guiá-lo ao país de Canaã, a Terra Prometida. A entrada naqueles territórios
iniciou-se com a passagem do Jordão, fato de grande significação histórica, porque com
ela inaugurava-se um período decisivo para a constituição da futura nação israelita (Js
1—3).
Conquistar e assentar-se em Canaã não se tornou empresa fácil. Foi um longo e duro
processo (cf. Jz 1), às vezes, de avanço pacífico, mas, às vezes, de inflamados choques
com os hostis povos cananeus (cf. Jz 4—5), formados por populações diferentes entre si,

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ainda que todas pertencentes ao comum tronco semítico; muitas delas terminaram
absorvidas por Israel (cf. Js 9).
Naquele tempo da chegada e conquista de Canaã, os grandes impérios do Egito e da
Mesopotâmia já haviam iniciado a sua decadência. Destes eram vassalos os pequenos
Estados cananeus, de economia agrícola e cuja administração política limitava-se,
geralmente, a uma cidade de relativa importância nos limites das suas terras. Em relação
à religião, caracterizava-se sobretudo pelos ritos em honra a Baal, Aserá e Astarote, e a
deuses secundários, geralmente divindades da fecundidade.
A etapa conhecida como ―período dos juízes de Israel‖ sucedeu à morte de Josué (Js
24.29-32). Desenvolveu-se entre os anos 1200 e 1050 a.C., e a sua característica mais
evidente foi, talvez, a distribuição dos israelitas em grupos tribais, mais ou menos
independentes e sem um governo central que lhes desse um mínimo sentido de
organização política. Naquelas circunstâncias surgiram alguns personagens que
assumiram a direção de Israel e que, ocasionalmente, atuaram como estrategistas e o
guiaram nas suas ações de guerra (ver, p. ex., em Jz 5, o Cântico de Débora, que celebra
o triunfo de grupos israelitas aliados contra as forças cananéias).
Entre todos os povos vizinhos, foram, provavelmente, os filisteus que representaram para
Israel a mais grave ameaça. Procedentes de Creta e de outras ilhas do Mediterrâneo
oriental, os filisteus, conhecidos também como ―os povos do mar‖, que primeiramente
haviam intentado sem êxito penetrar no Egito, apoderaram-se depois (por volta de 1175
a.C.) das planícies costeiras da Palestina meridional. Ali estabeleceram-se e constituíram
a ―Pentápolis‖, o grupo das cinco cidades filistéias: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e
Ecrom (1Sm 6.17), cujo poder reforçou-se com a sua aliança e também com o monopólio
da manufatura do ferro, utilizado tanto nos seus trabalhos agrícolas quanto nas suas ações
militares (1Sm 13.19-22).

O Início da Monarquia de Israel


A figura política dos ―juízes‖, apta para resolver assuntos de caráter tribal, mostrou-se
ineficaz ante os problemas que, mais tarde, haveriam de ameaçar a sobrevivência do
conjunto de Israel no mundo palestino. Assim, pouco a pouco, veio a implantação da

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monarquia e, com ela, uma forma de governo unificado, dotado da autoridade necessária
para manter uma administração nacional estável.
Ainda que a monarquia tenha enfrentado, no início, fortes resistências internas (1Sm 8),
paulatinamente chegou a impor-se e consolidar-se. Samuel, o último dos juízes de Israel,
foi sucedido por Saul, que em 1040 a.C. iniciou o período da monarquia, que se
prolongou até 586 a.C., quando, durante o reinado de Zedequias, os babilônios sitiaram e
destruíram Jerusalém, tendo Nabucodonosor à frente. Saul, que começou a reinar depois
de ter obtido uma vitória militar (1Sm 11) e de ter triunfado em outras ocasiões, todavia,
nunca conseguiu acabar com os filisteus, e foi lutando contra eles no monte Gilboa que
morreram os seus três filhos e ele próprio (1Sm 31.1-6).
Saul foi sucedido por Davi, proclamado rei pelos homens de Judá na cidade de Hebrom
(2Sm 2.4-5). O seu reinado iniciou-se, pois, na região meridional da Palestina, mas
depois estendeu-se em direção ao norte. Reconhecido como rei por todas as tribos
israelitas, conseguiu unificá-las sob o seu governo. Durante o tempo em que Davi viveu,
produziram-se acontecimentos de grande importância: a anexação à nova entidade
nacional de algumas cidades cananéias antes independentes, a submissão de povos
vizinhos e a conquista de Jerusalém, convertida desde então na capital do reino e centro
religioso por excelência.
Próximo já da sua morte, Davi designou por sucessor o seu filho Salomão, sob cujo
governo alcançou o reino as mais altas cotas de esplendor. Salomão soube estabelecer
importantes relacionamentos políticos e comerciais, geradores de grandes benefícios para
Israel. As riquezas acumuladas sob o seu governo permitiram realizar em Jerusalém
construções de enorme envergadura, como o Templo e o palácio real. O prestígio de
Salomão fez-se proverbial, e a fama da sua prudência e sabedoria nunca tiveram paralelo
na história dos reis de Israel (1Rs 5—10).

A Ruptura da Unidade Nacional


A despeito de todas as circunstâncias favoráveis que rodearam o reinado de Salomão, foi
precisamente aí que a unidade do reino começou a fender-se. Por um e outro lado do país,
surgiam vozes de protesto pelos abusos de autoridade, pelos maus tratos infligidos à
classe trabalhadora e pelo agravamento dos tributos destinados a cobrir os gastos que

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originavam as grandes construções. Tudo isso, fomentando atitudes de descontentamento


e rebeldia, foi causa do ressurgimento de antigas rivalidades entre as tribos do Norte e do
Sul.
Os problemas chegaram ao extremo quando, morto Salomão, ocupou o trono o seu filho
Roboão (1Rs 12.1-24). Sem a sensatez do seu pai, Roboão provocou, com imprudentes
atitudes pessoais, a ruptura do reino: de um lado, a tribo de Judá, que seguiu fiel a
Roboão e manteve a capital em Jerusalém; de outro, as tribos do Norte, que proclamaram
rei a Jeroboão, antigo funcionário da corte de Salomão. Desde esse momento, a divisão
da nação em reino do Norte e reino do Sul se fez inevitável.
Judá, sempre governada por um membro da dinastia davídica, subsistiu por mais de
trezentos anos, ainda que a sua independência nacional tivesse sofrido importantes
oscilações desde que, no final do séc. VIII a.C., a Assíria a submeteu a uma dura
vassalagem. Aquele antigo império dominou a Palestina até que medos e caldeus, já
próximo do séc. VI a.C., apagaram-na do panorama da história (Na 1—3). Então, em
Judá, onde reinava Josias, renasceram as esperanças de recuperar a perdida
independência; mas, depois da batalha de Megido (609 a.C.), com a derrota de Judá e a
morte de Josias (2Cr 35.20-24), o reino entrou em uma rápida decadência, que terminou
com a destruição de Jerusalém em 586 a.C. O Templo e toda a capital foram arrasados,
um número grande dos seus habitantes foi levado ao exílio, e a dinastia davídica chegou
ao seu fim (2Rs 25.1-21). Ao que parece, a perda da independência de Judá supôs a sua
incorporação à província babilônica de Samaria; mas, além disso, o país havia ficado
arruinado, primeiro pela devastação que causaram os invasores e em seguida pelos saques
a que o submeteram os seus povos vizinhos, Edom (Ob 11), Amom e outros (Ez 25.1-4).
O reino do Norte, Israel, nunca chegou a gozar uma situação politicamente estável. A sua
capital mudou de lugar em diversas ocasiões, antes de ficar finalmente instalada na
cidade de Samaria (1Rs 16.24), e várias tentativas para constituir dinastias duradouras
terminaram em fracasso, freqüentemente de modo violento (Os 8.4). A aniquilação do
reino do Norte sob a dominação assíria ocorreu gradualmente: primeiro foi a imposição
de um grande tributo (2Rs 15.19-20); em seguida, a conquista de algumas povoações e a
conseqüente redução das fronteiras do reino e, por último, a destruição de Samaria, o

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exílio de uma parte da população e a instalação de um governo estrangeiro no país


conquistado.

O Exílio
Os babilônios permitiram que os exilados do reino de Judá formassem famílias,
construíssem casas, cultivassem pomares (Jr 29.5-7) e chegassem a consultar os seus
próprios chefes e anciãos (Ez 20.1-44); e, igualmente, permitiram-lhes viver em
comunidade, em um lugar chamado Tel-Abibe, às margens do rio Quebar (Ez 3.15).
Assim, pouco a pouco, foram-se habituando à sua situação de exilados na Babilônia.
Em semelhantes circunstâncias, a participação comum nas práticas da religião foi,
provavelmente, o vínculo mais forte de união entre os membros da comunidade exilada; e
a instituição da sinagoga teve um papel relevante como ponto de encontro para a oração,
a leitura e o ensinamento da Lei, o canto dos Salmos e o comentário dos escritos dos
profetas.
Desta maneira, com o exílio, a Babilônia converteu-se num centro de atividade religiosa,
onde um grupo de sacerdotes entregou-se com empenho à tarefa de reunir e preservar os
textos sagrados que constituíam o patrimônio espiritual de Israel. Entre os componentes
desse grupo se contava Ezequiel, que, na sua dupla condição de sacerdote e profeta (Ez
1.1-3; 2.1-5), exerceu uma influência singular.
Dadas as condições de tolerância e até de bem-estar em que viviam os exilados na
Babilônia, não é de estranhar que muitos deles renunciassem, no seu tempo, regressar ao
seu país. Outros, pelo contrário, mantendo vivo o ressentimento contra a nação que os
havia arrancado da sua pátria e que era causa dos males que lhes haviam sobrevindo,
suspiravam pelo momento do regresso ao seu longínquo país (Sl 137; Is 47.1-3).

Retorno e Restauração
A esperança de uma rápida libertação cresceu entre os exilados quando Ciro, rei de
Anshan, empreendeu a sua carreira de conquistador e fundador de um novo império.
Elevado já ao trono da Pérsia (559-530 a.C.), as suas qualidades de estrategista e de
político permitiram-lhe superar rapidamente três etapas decisivas: primeiro, a fundação
do reino medo-persa, com a sua capital Ecbatana (553 a.C.); segundo, a conquista de

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quase toda a Ásia Menor, culminada com a vitória sobre o rei de Lídia (546 a.C.);
terceiro, a entrada triunfal na Babilônia (539 a.C.). Desse modo, ficou configurado o
império persa, que, durante mais de dois séculos, dominou o panorama político do
Oriente Médio.
Ciro praticou uma política de bom relacionamento com os povos submetidos. Permitiu
que cada um conservasse os seus usos, costumes e tradições e que praticasse a sua
própria religião, atitude que redundou em benefício aos judeus residentes na Babilônia,
os quais, por decreto real, ficaram com a liberdade de regressar à Palestina.
O livro de Esdras contém duas versões do referido decreto (Ed 1.2-4 e 6.3-12), no qual se
ampararam os exilados que quiseram voltar à pátria. E é importante assinalar que o
imperador persa não somente permitiu aquele regresso, mas também devolveu aos judeus
os ricos utensílios do culto que Nabucodonosor lhes havia arrebatado e levado à
Babilônia. Para maior abundância, Ciro ordenou também uma contribuição de caráter
oficial para apoiar economicamente a reconstrução do templo de Jerusalém.
O retorno dos exilados realizou-se de forma paulatina, por grupos, o primeiro dos quais
chegou a Jerusalém sob a liderança de Sesbazar (Ed 1.11). Tempos depois iniciaram-se as
obras de reconstrução do Templo, que se prolongaram até 515 a.C. Para dirigir o trabalho
e animar os operários contribuíram o governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué,
apoiados pelos profetas Ageu e Zacarias (Ed 5.1).
O passar do tempo deu lugar a muitos problemas de índole muito diversa. As duras
dificuldades econômicas às quais tiveram que fazer frente, as divisões no seio da
comunidade e, muito particularmente, as atitudes hostis dos samaritanos foram causa da
degradação da convivência entre os repatriados em Jerusalém e em todo Judá.
Ao conhecer os problemas que afligiam o seu povo, um judeu chamado Neemias,
residente na cidade de Susã, copeiro do rei persa Artaxerxes (Ne 2.1), solicitou que, com
o título de governador de Judá, tivesse a permissão de ajudar o seu povo (445 a.C.).
Neemias revelou-se um grande reformador, que atuou com capacidade e eficácia. A sua
presença na Palestina foi decisiva, não somente para que se reconstruíssem os muros de
Jerusalém, mas também para que a vida da comunidade judaica experimentasse uma
mudança profunda e positiva (cf. Ne 8—10).

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Artaxerxes investiu, também de poderes extraordinários, ao sacerdote e escriba Esdras, a


fim de que este, dotado de plena autoridade, se ocupasse de todas as necessidades do
Templo e do culto em Jerusalém e cuidasse de colocar sob a lei de Deus tanto os judeus
recém-repatriados como os que nunca haviam saído da Palestina (Ed 7.12-26). Entre eles,
promoveu Esdras uma mudança religiosa e moral tão profunda, que, a partir de então,
Israel converteu-se no ―povo do Livro‖. A sua figura ocupa nas tradições judaicas um
lugar comparável ao de Moisés. Com relação às referências a Artaxerxes no livro
de Esdras (7.7) e no de Neemias (2.1), se correspondem a um só personagem ou a dois,
os historiadores não têm chegado a uma conclusão definitiva.

O Período Helenístico
O domínio persa no Oriente Médio chegou ao seu fim quando o exército de Dario III
sucumbiu em Isso (333 a.C.) ante as forças de Alexandre Magno (356-323 a.C.). Ali
começou a hegemonia do helenismo, que se manteve até 63 a.C. e que entre os seus
sucessos contou com o estabelecimento de importantes vínculos entre Oriente e Ocidente.
Mas as rivalidades surgidas entre os sucessores de Alexandre (os Diádocos) impediram o
estabelecimento de uma unidade política eficaz nos territórios que ele havia conquistado.
De tais divisões originou-se, com referência à Palestina, a que fora dominada primeiro
pelos ptolomeus (ou lágidas) do Egito e depois pelos selêucidas da Síria, duas das
dinastias fundadas pelos generais sucessores de Alexandre.
Durante a época helenística estendeu-se consideravelmente o uso do grego, e muitos
judeus residentes na ―diáspora‖ (ou ―dispersão‖) habituaram-se a utilizá-lo como língua
própria. Chegou um momento em que se fez necessário traduzir a Bíblia Hebraica para
atender às necessidades religiosas das colônias judaicas de fala grega. Essa tradução,
chamada de Septuaginta ou Versão dos Setenta, foi feita aproximadamente entre os anos
250 e 150 a.C.
Durante o reinado do selêucida Antíoco IV Epífanes (175-163 a.C.), produziu-se na
Palestina um intento de helenização do povo judeu, que causou entre os seus membros
uma grave dissensão. Muitos adotaram abertamente costumes próprios da cultura grega,
divergentes das práticas judaicas tradicionais, enquanto que outros se agarraram com

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tenaz fanatismo à lei mosaica. A tensão entre eles foi crescendo até desembocar na
rebelião dos macabeus.
Essa rebelião desencadeou-se quando um ancião sacerdote chamado Matatias e os seus
cinco filhos organizaram a luta contra o exército sírio. Depois da morte de Matatias,
Judas, o seu terceiro filho, ficou à frente da resistência e, chefiando os seus, reconquistou
o templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos sírios, e o purificou e o dedicou.
A Hannuká ou Festa da Dedicação (Jo 10.22) comemora esse fato. Convertido em herói
nacional, Judas foi o primeiro a receber o sobrenome de ―macabeu‖ (provavelmente
―martelo‖), que depois foi dado também aos seus irmãos.
Depois da morte de Simão, o último dos macabeus, a sucessão recaiu sobre o seu filho
João Hircano I (134-104 a.C.), com quem teve início a dinastia hasmonéia. Ainda viveu a
Judéia alguns dias de esplendor, mas, em geral, durante o governo dos hasmoneus, a
estabilidade política deteriorou-se progressivamente. Mais tarde, entrou em jogo
o Império Romano, e, no ano 63 a.C., o general Pompeu conquistou Jerusalém e a
anexou, com toda a Palestina, à que já era oficialmente província da Síria. A partir desse
momento, a própria vida religiosa judaica ficou hipotecada, dirigida aparentemente pelo
sumo sacerdote em exercício, mas submetida, em última instância, à autoridade imperial.

Israel atual
HOJE o mundo acompanha com apreensão os acontecimentos no Oriente Médio.
Ataques de mísseis, confrontos de milícias armadas e atentados a bomba são comuns.
Acrescente a essa mistura explosiva a possibilidade bem real de serem usadas armas
nucleares. Não é de admirar que pessoas em toda parte estejam preocupadas.
O mundo também acompanhou ansiosamente o que aconteceu no Oriente Médio em
maio de 1948. Naquela época, 62 anos atrás, o mandato britânico de ocupação do que
então era chamado de Palestina estava terminando, e a guerra era iminente. No ano
anterior, as Nações Unidas haviam autorizado a criação de um Estado judeu independente
numa parte dos territórios ocupados. As nações árabes ao redor tinham jurado impedir
isso a todo custo. ―A linha de partilha proposta não será nada mais que uma linha de fogo
e sangue‖, alertou a Liga Árabe.

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Era sexta-feira, 14 de maio de 1948, 4 horas da tarde. As últimas horas do mandato


britânico estavam se esgotando. No Museu de Tel-Aviv, 350 pessoas que haviam sido
convidadas secretamente estavam presentes para ouvir um anúncio muito aguardado: a
declaração oficial de que a atual nação de Israel se tornaria um Estado independente. A
segurança havia sido reforçada para evitar que os vários inimigos do recém-formado
Estado interferissem no evento.
David Ben-Gurion, líder do Conselho Nacional de Israel, leu a Declaração do
Estabelecimento do Estado de Israel. Ela dizia, em parte: ―Nós, membros do Conselho
do Povo, representantes da Comunidade Judaica de Eretz-Israel [Palestina] . . . por
virtude de nossos direitos naturais e históricos e pela força da resolução da Assembléia
Geral das Nações Unidas, aqui declaramos o estabelecimento do Estado judeu em Eretz-
Israel, a ser conhecido como Estado de Israel.‖
Cumprimento da profecia de Isaias 66:8
Acreditamos que a formação do atual Estado de Israel cumpriu uma profecia bíblica. Por
exemplo, no livro Jerusalém Countdown (Contagem Regressiva para Jerusalém), o
clérigo John Hagee diz: ―Essa ocasião momentosa foi registrada pelo profeta Isaías,
quando disse: ‗Uma nação nascerá num só dia.‘ (Veja Isaías 66:8.) . . . Foi o momento
mais significativo da história profética do século 20. Constituiu uma evidência clara a
todos os homens de que o Deus de Israel ainda existe.‖
Essa declaração está correta? Isaías 66:8 predisse mesmo o estabelecimento do atual
Estado de Israel? Será que o dia 14 de maio de 1948 foi ―o momento mais significativo
da história profética do século 20‖? Se o atual Estado de Israel ainda é a nação escolhida
de Deus, e se ele o está usando para cumprir profecias bíblicas, isso com certeza é de
interesse para estudantes da Bíblia em toda parte.
A profecia de Isaías diz: ―Quem é que já ouviu uma coisa destas? Quem é que já viu
coisas como estas? Porventura será uma terra dada à luz com dores de parto num só dia?
Ou nascerá uma nação de uma só vez? Pois Sião teve dores de parto bem como deu à luz
seus filhos.‖ (Isaías 66:8) Esse versículo prediz claramente o nascimento repentino de
uma nação inteira, como que num só dia. Mas quem causaria esse nascimento? O
versículo seguinte dá uma idéia: ―‗Quanto a mim, acaso causaria o irrompimento e não
faria que se desse à luz?‘ diz Jeová. ‗Ou causo eu o parto e realmente faço haver um

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fechamento?‘ disse o teu Deus.‖ Jeová Deus deixa claro que seria Ele quem causaria o
nascimento dramático da nação.
O governo do Israel atual é uma democracia secular que oficialmente não afirma confiar
no Deus da Bíblia. Será que os israelenses em 1948 deram o crédito a Jeová Deus pela
formação do Estado de Israel? Não, eles não fizeram isso. Nem o nome de Deus nem
sequer a palavra ―Deus‖ foram mencionados no texto original da declaração. O
livro Great Moments in Jewish History (Grandes Momentos da História Judaica) diz
sobre o texto final: ―Mesmo à 1 hora da tarde, quando o Conselho Nacional se reuniu,
seus membros não conseguiam entrar num acordo sobre que palavras usar na declaração
do estabelecimento do Estado. . . . Judeus conservadores queriam que fosse feita uma
referência ao ‗Deus de Israel‘. Os secularistas não concordaram. Ben-Gurion cedeu e
decidiu que seria usada a palavra ‗Rocha‘ em vez de ‗Deus‘.‖
Até hoje, o atual Estado de Israel baseia sua reivindicação de Estado numa resolução da
ONU e no que chama de direitos naturais e históricos do povo judeu. Seria razoável
esperar que o Deus da Bíblia realizasse o maior milagre profético do século 20 a favor de
um povo que se recusa a dar-lhe o crédito por isso?
Israel ainda é a nação escolhida de Deus? Sim, devido os israelitas terem se afastado de
Deus, o próprio Deus determinou um tempo para tratar com essa nação conforme o
escrito no profeta Daniel Capitulo 9:24 ― Setenta semanas estão determinadas sobre o
teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos
pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a
profecia, e para ungir o Santíssimo”.
No ano 33 da era cristã (EC) a nação de Israel perdeu o direito de afirmar ser a nação
escolhida por Deus para proclamar a salvação a toda humanidade quando rejeitou o Filho
de Jeová, o Messias. O próprio Messias expressou isso da seguinte forma: ―Jerusalém,
Jerusalém, matadora dos profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados . . . Eis que a
vossa casa vos fica abandonada.‖ (Mateus 23:37, 38) Essa declaração de Jesus se
cumpriu em 70 EC quando as legiões romanas destruíram Jerusalém e seu templo, e
puseram fim ao sacerdócio. Mas o que aconteceria com o propósito de Deus de ter uma
―propriedade especial dentre todos os outros povos, . . . um reino de sacerdotes e uma
nação santa‖? — Êxodo 19:5, 6.

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O apóstolo Pedro, ele mesmo um judeu natural, respondeu a essa pergunta numa carta
escrita aos cristãos — tanto gentios como judeus. Ele escreveu: ―Vós sois ‗raça escolhida,
sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial‘, . . . porque vós, outrora,
não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; vós éreis aqueles a quem não se mostrara
misericórdia, mas agora sois os a quem se mostrou misericórdia.‖ — 1 Pedro 2:7-10.
Assim, os cristãos escolhidos por Deus pertencem a uma nação espiritual, e sua condição
de membros dessa nação não é determinada por nascimento ou por localização
geográfica. O apóstolo Paulo falou desse assunto da seguinte maneira: ―Nem a
circuncisão é alguma coisa nem a incircuncisão, mas sim uma nova criação. E todos os
que andarem ordeiramente segundo esta regra de conduta, sobre estes haja paz e
misericórdia, sim, sobre o Israel de Deus.‖ — Gálatas 6:15, 16.
Ao passo que a atual nação de Israel oferece cidadania a qualquer judeu natural ou
converso, a cidadania no que a Bíblia chama de ―Israel de Deus‖ só é dada aos que são
‗obedientes e aspergidos com o sangue de Jesus Cristo, quer nasce de novo da água e do
espírito‘. (1 Pedro 1:1, 2) Referindo-se a esses membros do Israel de Deus, ou judeus
espirituais, Paulo escreveu: ―Não é judeu aquele que o é por fora, nem é circuncisão
aquela que a é por fora, na carne. Mas judeu é aquele que o é no íntimo, e a sua
circuncisão é a do coração, por espírito, e não por um código escrito. O louvor desse não
vem de homens, mas de Deus.‖ — Romanos 2:28, 29.
Esse texto nos ajuda a entender um comentário polêmico feito por Paulo. Em sua carta
aos romanos, ele comparou os judeus naturais descrentes a ramos de uma oliveira
simbólica que haviam sido cortados para que se pudesse enxertar nela ―ramos‖ gentios
‗bravos‘, ou seja, não cultivados. (Romanos 11:17-21) Na conclusão dessa ilustração,
Paulo disse: ―A obtusão das sensibilidades aconteceu em parte a Israel, até que tenha
entrado o pleno número de pessoas das nações, e desta maneira é que todo o Israel será
salvo.‖ (Romanos 11:25, 26) Será que Paulo estava predizendo que em algum momento
os judeus se converteriam em massa ao cristianismo? Pode-se ver claramente que essa
conversão não aconteceu.
Com a expressão ―todo o Israel‖, Paulo se referia a todo o Israel espiritual — cristãos que
aceitam a Jesus como Senhor e Salvador. Ele estava dizendo que o fato de os judeus
naturais não terem aceitado o Messias não impediria o cumprimento do propósito de

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Deus de ter uma ‗oliveira‘ espiritual cheia de ramos produtivos. Isso está em harmonia
com a ilustração de Jesus em que ele se compara a uma videira com ramos improdutivos
que seriam cortados. Jesus disse: ―Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o lavrador.
Todo ramo em mim que não dá fruto, ele tira, e todo o que dá fruto, ele limpa, para que
dê mais fruto.‖ — João 15:1, 2.
Todo cristão, salvo em Jesus Cristo se torna cidadão da Jerusalém celestial.

CAPITULO13 – DIVISÃO DA BIBLIA EM CAPITULOS E VERSICULOS


A Bíblia Sagrada foi dividida em capítulos no século XIII (entre 1234 e 1242), pelo
teólogo Stephen Langhton, então Bispo de Canterbury, na Inglaterra, e professor da
Universidade de Paris, na França.
Quando a Bíblia foi dividida em versículos e por quem?
A divisão do Antigo Testamento em versículos foi estabelecida por estudiosos
judeus das Escrituras Sagradas, chamados de massoretas. Com hábitos monásticos e
ascéticos, os massoretas dedicavam suas vidas à recitação e cópia das Escrituras, bem
como à formulação da gramática hebraica e técnicas didáticas de ensino do texto bíblico.
Foram eles que, entre os séculos IX e X, primeiro dividiram o texto hebraico (do Antigo
Testamento) em versículos. Influenciado pelo trabalho dos massoretas no Antigo
Testamento, um impressor francês chamado Robert d´Etiénne, dividiu o Novo
Testamento em versículos no ano de 1551. D´Etiénne morava então em Gênova, na Itália.
A 1ª Bíblia completa publicada com a divisão de capítulos e versículos surgiu em meados
do século XVI, as Bíblias eram publicadas somente com os capítulos. Foi assim, por
exemplo, com a Bíblia que Lutero traduziu para o Alemão, por volta de 1530. A primeira
Bíblia a ser publicada incluindo integralmente a divisão de capítulos e versículos foi a
Bíblia de Genebra, lançada em 1560, na Suíça. Os primeiros editores da Bíblia de
Genebra optaram pelos capítulos e versículos vendo nisto grande utilidade para a
memorização, localização e comparação de passagens bíblicas. Em Português, a primeira
edição do Novo Testamento de João Ferreira de Almeida (1681) foi publicada com a
divisão de capítulos e versículos.

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O nome ―Bíblia‖ é uma palavra que não aparece na Bíblia. Ela vem do termo grego
biblos, por causa da cidade fenícia de Biblos, um importante centro produtor de rolos de
papiro usados para fazer livros. Com o tempo, a palavra biblos passou a significar
―livro‖. Bíblia é a forma plural (―livros‖). A Bíblia, na verdade, é uma coleção de livros.
Ela também é conhecida simplesmente como ―o Livro‖, ―o Livro dos Livros‖, ―o Livro
Sagrado‖.
Sendo a Bíblia o "livro de Deus", nos livros de Ester e Cântico dos Cânticos nome
―DEUS‖ não aprece. Esse fato levou muitos judeus e cristãos a argumentarem que Ester e
Cântico dos Cânticos não faziam parte da Bíblia. Outros argumentaram que Deus está
presente também nesses livros. Eles viram o Cântico dos Cânticos como um símbolo
poético do amor de Deus pelo seu povo. E, em Ester, eles viram Deus agindo nos
bastidores, criando uma série de impressionantes ―coincidências‖ que livraram os judeus
de um holocausto na Pérsia.

CAPITULO 14 – O DIA DA BIBLIA


O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no
livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse
em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do
Advento - celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o
segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da Bíblia
passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos
primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus.
Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito
restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta
situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia,
se popularizando.
Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do
Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do
Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras
manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.

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Hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo


que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao
trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim. As
comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de
cristãos em todo o País.
Hoje, as celebrações se intensificaram e diversificaram. Realização de cultos, carreatas,
shows, maratonas de leitura bíblica, exposições bíblicas, construção de monumentos à
Bíblia e distribuição maciça de Escrituras são algumas das formas que os cristãos
encontraram de agradecer a Deus por esse alimento para a vida.

Considerações finais
O significado da Bíblia deve-se a sua importância. Ela fala a todas as gerações e esta
verdade só é possível pelo fato de ela ser a Palavra de Deus, eterna e imutável.
A bíblia é um livro singular em todos os aspectos. É o único livro do mundo que sempre
é lido na presença de Seu Autor. É o Livro dos livros. A revelação maior. O guia do
cristão. É a Palavra de Deus, viva e eficaz. Portanto, sigamos o conselho de Deus para
Josué: ―Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que
tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás
prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.‖ (Js 1:8).
Os demais livros são lidos e admirados, mas a bíblia é um livro amado por bilhões de
pessoas, das mais diversas culturas d mundo, e durante a maior arte da historia da
humanidade. Ela tem transformado vidas, cidades, reis, pessoas comuns, crianças,
adultos, nações reinos e famílias. Reis, como Davi, amaram-na. Reis como Josias,
acharam-na. Profetas como Samuel, escreveram-na. Poetas como Salomão, recitaram
versos. Doutores como Lucas, organizaram-na. Amigos como Teófilo, encomendaram-
na. Apóstolos como Paulo, viajaram com longos pergaminhos desse livro.
Devemos amar a bíblia por que ela é a bussola do naufrago. Devemos amar a bíblia
porque ela é a bigorna onde o ferreiro molda a sua arte de metal. Devemos mar a bíblia,
porque ela é o balsamo que cura as feridas do homem à míngua e à beira da morte.
Devemos amar a bíblia, por que ela indica o Criador e inspira o culto ao seu nome.
Devemos amar a bíblia, por que ela e a fonte onde a sede de nossa alma eterna encontra a

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Água Viva. Devemos amar a bíblia, por que ela é alimento doce ao nosso paladar e
amargo no ventre, por que deve ser compartida e não guardada egoisticamente. Devemos
amar a bíblia por que ela é chave que abre as portas das revelações celestes. Devemos
amar a bíblia por que ela tem um tempo de ação, a Graça de Jesus Cristo, pois dias virão
em que os homens hão de procurá-la os quatro cantos da Terra, e não a encontrarão. Ele
será arrebatada de dentro do coração de cada servo de Jesus Cristo.

Bibliografia
Geisler, Norman & Nix, Wilhiam. Introdução bíblica; como a Bíblia chegou até nós. São
Paulo: Vida, 1997.
Miller, Stephen M. & Huber, Robert V. A Bíblia e sua história; o surgimento e o impacto
da Bíblia. Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Gilberto, Antonio. A Bíblia através dos séculos; A história e formação do Livro dos
livros. Rio de Janeiro: CPAD, 1992.
A Bíblia; o livro, a história, a mensagem. Rio de Janeiro: CPAD, 1982.
Thiessen, Henry Clarence. Palestras Introdutórias à Teologia Sistemática. São Paulo:
Batista Regular, 2014.
Strong, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática, 2 vols. São Paulo: Hagnos, 2003.
Grudem, Wayne. Teologia Sistemática; Atual e Exaustiva. São Paulo: Vida Nova, 1999.
Oliveira, Raimundo de. As Grandes Doutrinas da Bíblia. Rio de janeiro: CPAD, 2013.
Sites consultados:
http://www.cacp.org.br/
http://www.sbb.org.br/

Santo André
2023

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