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TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico Estatutário dos Servidores Públicos da
Administração Direta, Autárquica e Fundacional do Município de Farroupilha.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo
público.
Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria,
remunerado pelos cofres públicos, ao qual corresponde um conjunto de atribuições e
responsabilidades cometidas a servidor público.
Art. 6º É vedado cometer ao servidor atribuições diversas das de seu cargo, ressalvadas as
hipóteses legalmente previstas.
Parágrafo Único - O servidor poderá ser designado para compor comissões permanentes
ou especiais que versem sobre matéria inerente à Administração.
TÍTULO II
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
Seção I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
I - nacionalidade brasileira;
§ 2º A nacionalidade brasileira não será exigida nos casos de provimento de cargos por
estrangeiros, nos termos da lei.
Art. 9ºO provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de
cada Poder.
I - nomeação;
II - reintegração;
III - recondução;
IV - readaptação;
V - reversão;
VI - aproveitamento;
VII - promoção.
Seção II
DO CONCURSO PÚBLICO
Art. 12 O prazo de validade do concurso será de até dois anos, prorrogável, uma vez, por
igual período.
Seção III
DA NOMEAÇÃO
Art. 14 O servidor ocupante de cargo em comissão poderá ser nomeado para ter exercício,
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente
ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da
interinidade.
Seção IV
DA POSSE E DO EXERCÍCIO
§ 1º A posse dar-se-á no prazo de até quinze dias contados da data de publicação do ato
de provimento, podendo, a pedido, ser prorrogado por igual período.
§ 3º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo
previsto no § 1º deste artigo.
Art. 17 A autoridade a quem couber dar posse verificará, previamente, sob pena de
responsabilidade, se foram satisfeitas as condições legais para o provimento.
Art. 18 Exercício é o efetivo desempenho pelo servidor das atribuições do cargo público ou da
função de confiança.
§ 2º Será exonerado o servidor empossado que não entrar em exercício no prazo previsto
no parágrafo anterior ou tornado sem efeito o ato de sua designação para função de
confiança.
Art. 19
§ 3º O servidor que esteve afastado com ônus para o Município deverá, a partir do
retorno, permanecer em exercício no serviço publico municipal, no mínimo, por período igual
ao do afastamento, sob pena de ressarcimento dos valores gastos pelo Município.
Art. 23 Nenhum servidor poderá permanecer fora do Município por mais de dois anos em
objeto de estudos e por mais de quatro anos em missão especial, nem se ausentar novamente
senão depois de decorridos quatro anos de efetivo exercício, contados da data do regresso.
Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica no caso do exercício em postos
de confiança, desde que sem ônus para o Município.
Seção V
DA LOTAÇÃO
Art. 24 Lotação é a distribuição dos servidores nas repartições em que devam ter exercício.
Seção VI
DA ESTABILIDADE
Art. 25 São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.
I - inassiduidade;
II - indisciplina;
III - insubordinação;
IV - ineficiência;
VI - má conduta.
Seção VII
DA REINTEGRAÇÃO
Seção VIII
DA RECONDUÇÃO
Seção IX
DA READAPTAÇÃO
Seção X
DA REVERSÃO
Art. 30Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando, por
junta médica oficial, forem declarados insubsistentes os motivos determinantes da
aposentadoria.
Art. 31 Não poderá reverter o servidor que já contar com setenta anos de idade.
Seção XI
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
Seção XII
DA PROMOÇÃO
CAPÍTULO II
DA VACÂNCIA
I - exoneração;
II - demissão;
III - aposentadoria;
IV - promoção;
V - falecimento;
VI - readaptação;
§ 1º A abertura de vaga ocorrerá na data da publicação da lei que criar o cargo ou do ato
que formalizar qualquer das hipóteses previstas neste artigo.
I - a pedido do servidor;
II - ex officio, quando:
Parágrafo Único - A destituição será aplicada como penalidade, nos casos previstos
nesta Lei.
TÍTULO III
DA REMOÇÃO, DA REDISTRIBUIÇÃO E DA SUBSTITUIÇÃO
CAPÍTULO I
DA REMOÇÃO
CAPÍTULO II
DA REDISTRIBUIÇÃO
I - interesse da Administração;
II - equivalência de vencimentos;
declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 33 e
34.
CAPÍTULO III
DA SUBSTITUIÇÃO
TÍTULO IV
DO REGIME DE TRABALHO
CAPÍTULO I
DO HORÁRIO DE TRABALHO
integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da
Administração.
CAPÍTULO II
DO SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
§ 1º O serviço extraordinário, salvo na hipótese do art. 44, será remunerado por hora de
trabalho que exceda o período normal com acréscimo de cinqüenta por cento em relação à
hora normal.
CAPÍTULO III
DO REPOUSO SEMANAL
Art. 49 Nos serviços ininterruptos poderá ser exigido o trabalho aos domingos e nos dias
feriados, observados o disposto nos arts. 44 e 47.
TÍTULO V
DOS DIREITOS E VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO, DA REMUNERAÇÃO E DO SUBSÍDIO
Art. 56 Salvo por imposição legal ou ordem judicial, nenhum desconto incidirá sobre a
remuneração, subsídio ou provento.
§ 1º O valor de cada parcela não poderá exceder a vinte por cento da remuneração ou
provento.
§ 2º A reposição será feita em uma única parcela quando constatado em até trinta dias o
pagamento indevido.
Art. 60 O servidor em débito com o Erário, que for demitido, exonerado, ou que tiver sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá que quitar o débito de uma só vez, podendo o
valor ser deduzido do saldo de sua remuneração ou provento.
Parágrafo Único - A não quitação do débito implicará na sua inscrição em dívida ativa.
CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS
I - indenizações;
II - gratificações;
III - adicionais.
Art. 62As vantagens não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de
quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores.
Seção I
DAS INDENIZAÇÕES
I - ajuda de custo;
II - diárias;
III - transporte;
IV - vale-refeição.
Subseção I
DA AJUDA DE CUSTO
Parágrafo Único - A ajuda de custo será de até quatro vezes o valor do vencimento do
servidor, tendo em vista os aspectos relacionados com a distância percorrida, o número de
pessoas que acompanharão o servidor e a duração da ausência, conforme estabelecido em
regulamento.
Subseção II
DAS DIÁRIAS
Art. 65 O servidor que se deslocar do Município em caráter eventual ou transitório para outro
ponto do território nacional ou para o exterior, no desempenho de suas atribuições, em missão
ou em estudo de interesse da Administração, fará jus, além do transporte, a diárias destinadas
a indenizar as despesas de estada e alimentação.
Art. 66 Os valores das diárias de servidor e o transporte são extensíveis aos membros de
conselhos municipais e às demais pessoas que, mesmo sem vínculo com a Administração
Pública Municipal, se deslocarem do Município em missão de interesse da Administração,
mediante prévia autorização da autoridade competente.
Art. 67
Art. 67 Aquele que receber diária e não se afastar do Município, por qualquer motivo, fica
obrigado a restituí-la integralmente, no prazo de cinco dias.
Subseção III
DO TRANSPORTE
Subseção IV
DO VALE-REFEIÇÃO
Seção II
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
II - gratificação natalina;
VI - adicional noturno.
Subseção I
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA - FG
Art. 72 O exercício da função de confiança gera o direito a uma gratificação - FG, cujo valor
será percebido cumulativamente com o vencimento do cargo de provimento efetivo.
Art. 73 O valor da gratificação continuará sendo percebido pelo servidor ausente em virtude
de férias, luto, casamento, licença para tratamento de saúde, licença à gestante ou
paternidade, serviços obrigatórios por lei ou atribuições decorrentes de seu cargo ou função.
Art. 74 Servidor de outra entidade pública, posto à disposição do Município, poderá exercer
função de confiança, sem prejuízo de seus vencimentos.
Subseção II
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
Art. 76A gratificação natalina será paga até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano,
podendo parte do seu valor ser adiantado, a critério da Administração.
Subseção III
DO PRÊMIO POR ASSIDUIDADE
Art. 77 A cada cinco anos de efetivo exercício, o servidor detentor de cargo de provimento
efetivo fará jus a um prêmio por assiduidade, no valor correspondente a um mês de sua
remuneração.
§ 2º A pedido do servidor, o valor do prêmio será substituído por dois meses de licença
com remuneração integral.
II - licença por prazo superior a quinze dias, consecutivos ou não, por motivo de doença
em pessoa da família;
Subseção IV
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
Art. 80 O adicional por tempo de serviço é devido à razão de um vírgula um por cento, por
ano de serviço público prestado ao Município em cargo de provimento efetivo, incidente sobre
o vencimento do cargo de provimento efetivo.
§ 4º O servidor estável nos termos do art. 19 do ADCT também faz jus ao adicional, por
ano de serviço público prestado ao Município, incidente sobre o seu vencimento.
Subseção V
DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE E PENOSIDADE
Subseção VI
DO ADICIONAL NOTURNO
Art. 82 O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre vinte e duas horas de um
dia e cinco horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de vinte por cento.
CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS
Art. 83A cada período de doze meses de exercício, o servidor fará jus a trinta dias de férias,
sem prejuízo da remuneração.
§ 2º As férias poderão ser gozadas em até duas etapas, desde que assim requeridas pelo
servidor, e no interesse da Administração, sendo que uma delas não poderá ser inferior a dez
dias.
§ 3º As férias serão concedidas nos doze meses subseqüentes à data em que o servidor
tiver adquirido o direito.
§ 4º Concedidas após o prazo de que trata o parágrafo anterior, as férias serão pagas
com remuneração em dobro.
§ 2º O pagamento da remuneração das férias será efetuado até dois dias antes do início
do início do respectivo período.
II - no curso do período aquisitivo tiver gozado licenças para tratamento de saúde, por
acidente em serviço ou por motivo de doença em pessoa da família, por mais de seis meses,
embora descontínuos, e licença para tratar de interesses particulares por qualquer prazo.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos I e II deste artigo, iniciar-se-á o decurso do novo período
aquisitivo quando o servidor retornar ao trabalho.
CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS
Seção I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção II
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
Seção III
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR
Art. 88 Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, sem
remuneração, nos termos da legislação federal.
Art. 89Concluído o serviço militar, o servidor terá até trinta dias, sem remuneração, para
reassumir o exercício do cargo.
Seção IV
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA
Art. 90 O servidor que concorrer a cargo público eletivo será licenciado na forma e pelo
período previsto na legislação eleitoral.
Seção V
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
Art. 91 Poderá ser concedida ao servidor ocupante de cargo efetivo e estável licença para
tratar de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração,
prorrogável uma única vez por mais um período de até três anos.
§ 2º Não se concederá nova licença antes de decorridos dois anos do término da anterior
ou de sua prorrogação.
Seção VI
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA
Seção VII
DA LICENÇA ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA
Art. 93 A partir de trinta dias da data de ingresso do pedido de aposentadoria, o servidor será
considerado em licença especial, com remuneração integral, podendo afastar-se do exercício
de suas atividades, salvo se antes desse prazo não for cientificado do indeferimento do
pedido.
CAPÍTULO V
DOS AFASTAMENTOS
Seção I
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE
Art. 94O servidor detentor de cargo de provimento efetivo poderá ser cedido, com ou sem
remuneração, para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
Seção II
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO
CAPÍTULO VI
DAS CONCESSÕES
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, sogro ou sogra,
filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
§ 2º A cada período de doze meses sem nenhuma licença ou afastamento, ainda que
remunerado, ressalvadas as situações previstas nos incisos I, II, III, VI e VII do art. 98, o
servidor fará jus a cinco dias consecutivos de descanso, sem qualquer prejuízo à
remuneração, a serem usufruídos nos doze meses seguintes.
CAPÍTULO VII
DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 97 A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos,
considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
Art. 98 Além das ausências ao serviço previstas no art. 96, são considerados como de efetivo
exercício, ressalvadas as hipóteses legalmente previstas, os afastamentos em virtude de:
I - férias;
IX - licença:
V - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se
refere o art. 98, IX, "b";
CAPÍTULO VIII
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 101 É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de
direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder, independentemente do pagamento de taxas.
Art. 102 Da decisão que indeferir, no todo ou em parte, o requerimento, caberá, uma única
vez:
Art. 103
Art. 103 Da decisão que negar provimento ao recurso de que trata o inciso II do artigo
anterior, caberá, uma única vez:
Art. 104 Tanto o pedido de reconsideração quanto o recurso poderão ser recebidos com
efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.
II - em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
Art. 108 A Administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de
ilegalidade.
TÍTULO VI
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES
Parágrafo Único - A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
assegurando-se ao representando ampla defesa.
CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau;
XI - aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro, sem licença prévia nos
termos da lei;
XVI - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou
função e com o horário de trabalho.
Parágrafo Único - É licito ao servidor criticar atos do Poder Público do ponto de vista
doutrinário ou da organização do serviço, respondendo na forma da lei, porém, se de sua
conduta resultar dano ou delito.
CAPÍTULO III
DA ACUMULAÇÃO
CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 112 O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de
suas atribuições.
Art. 113A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
Art. 116 As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes
entre si.
CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
§ 2º Não poderá ser aplicada mais de uma penalidade disciplinar pela mesma infração.
II - abandono de cargo;
IV - improbidade administrativa;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria
ou de outrem;
XI - corrupção;
Art. 122 Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas, a autoridade a que se refere o art. 130 notificará o servidor, por intermédio de sua
chefia imediata, para apresentar opção, no prazo improrrogável de dez dias, contados da data
da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento para a apuração e regularização
do caso.
Art. 123 Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado,
na atividade, falta punível com a demissão.
Art. 124 A demissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 121, implica a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
Art. 125 Não poderá retornar ao serviço público municipal o servidor que for demitido em
razão do disposto no art. 121, incisos I, IV, VIII, X e XI.
Art. 126 Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais
de trinta dias consecutivos.
Art. 127 Considera-se inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por
sessenta dias, intercalados, durante o período de doze meses.
III - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de
cargo ou função de confiança.
TÍTULO VII
DO PROCESSO DISCIPLINAR EM GERAL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 130 A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ampla defesa ao acusado.
CAPÍTULO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 133 Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da
remuneração.
Parágrafo Único - O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
CAPÍTULO III
DA SINDICÂNCIA
Art. 134 A sindicância será conduzida por servidor ou comissão de até três servidores,
designados pela autoridade competente.
Parágrafo Único - O prazo para conclusão da sindicância não excederá trinta dias,
contados da publicação do ato de sua instauração, podendo ser prorrogado por igual período,
mediante autorização da respectiva autoridade.
Art. 136A autoridade, de posse do relatório, acompanhado dos elementos que instruíram o
processo, decidirá, no prazo de dez dias:
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Art. 137 O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão designada pela
autoridade competente, composta por três servidores estáveis, detentores de cargo de
provimento efetivo de nível igual ou superior ao do indiciado, sendo, no mínimo, um com
formação jurídica.
Art. 138 O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não excederá
sessenta dias, contados da data de publicação do ato de sua instauração, podendo ser
prorrogado por igual período, quando as circunstâncias o exigirem, mediante autorização da
respectiva autoridade.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos,
ficando seus membros dispensados dos serviços normais da repartição, até a entrega do
relatório final.
Art. 141 A citação do indiciado deverá ser feita pessoalmente, mediante contra-recibo, ou por
via postal, em carta registrada, juntando-se ao processo o comprovante do registro e o aviso
de recebimento, sempre com, no mínimo, cinco dias de antecedência em relação à audiência
de interrogatório e conterá dia, hora e local e qualificação do indiciado e a falta que lhe é
imputada.
§ 1º Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato ser certificado, com
assinatura de, no mínimo, duas testemunhas.
§ 2º Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital,
publicado na imprensa oficial do Município, com prazo de mínimo quinze dias.
Art. 142 O indiciado poderá constituir advogado para fazer a sua defesa.
Art. 143 Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não comparecer à
audiência de interrogatório.
Art. 145Após o interrogatório será concedido ao indiciado o prazo de três dias para oferecer
alegações escritas, requerer provas e arrolar testemunhas, até o máximo de cinco.
Art. 146 Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à
autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual
participe pelo menos um médico psiquiatra.
Art. 148 As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo
presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do intimado, ser anexada aos
autos.
Art. 149 O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à
testemunha trazê-lo por escrito.
Art. 150 Concluída a inquirição das testemunhas, poderá a comissão reinterrogar o indiciado,
se julgar útil ao esclarecimento dos fatos.
Art. 151 Ultimada a instrução, o indiciado será intimado por mandado expedido pelo
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de dez dias, assegurando-
lhe vistas do processo na repartição.
Parágrafo Único - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias.
Art. 152O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar
onde poderá ser encontrado.
Art. 153
Art. 153 Após o decurso do prazo, apresentada ou não a defesa, a comissão apreciará todos
os elementos do processo e apresentará relatório, no qual constará em relação a cada
indiciado, separadamente, as irregularidades de que foi acusado, as provas que instruíram o
processo e as razões de defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou punição do
indiciado, e indicando a pena cabível e seu fundamento legal.
Art. 154 O processo, incluído o relatório da comissão, será remetido à autoridade que
determinou a sua instauração, dentro de dez dias, contados do término do prazo para
apresentação da defesa.
Art. 155 Recebidos os autos, a autoridade decidirá, no prazo de dez dias, acolhendo ou não
as conclusões da comissão, fundamentando sua decisão se concluir diferentemente do
proposto.
Art. 156 Da decisão final, são admitidos os recursos previstos nesta Lei.
Art. 157 As irregularidades processuais que não constituam vícios substanciais insanáveis,
suscetíveis de influírem na apuração da verdade ou na decisão do processo, não lhe
determinarão a nulidade.
Art. 158O servidor que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar só poderá
ser exonerado a pedido do cargo, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do
processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
CAPÍTULO V
DA REVISÃO DO PROCESSO
Art. 159 O processo administrativo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido
ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
Art. 160 O Processo de revisão será conduzido por comissão designada segundo os moldes
das comissões de processo administrativo e correrá em apenso aos autos do processo
originário.
Art. 162 Julgada procedente a revisão, será tornada insubsistente ou atenuada a penalidade
imposta, restabelecendo-se os direitos decorrentes dessa decisão.
TÍTULO VIII
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 163 O Município manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.
Art. 164 O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o
servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às
seguintes finalidades:
I - quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
II - quanto ao dependente:
CAPÍTULO II
DOS BENEFÍCIOS
Seção I
DA APOSENTADORIA
Art. 167 Para fins de aposentadoria por invalidez permanente, consideram-se doenças
graves, contagiosas ou incuráveis: tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna,
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, estados avançados do mal de Paget (osteite deformante), síndrome da
imunodeficiência adquirida - AIDS, escoliose dextro-convexa, doença pulmonar obstrutiva
crônica, e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.
Art. 168
Art. 168 A aposentadoria compulsória será automática e declarada por ato, com vigência a
partir da data em que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo.
Art. 169 A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde,
salvo quando laudo de junta médica concluir desde logo pela incapacidade definitiva para o
serviço público.
Parágrafo Único - Será aposentado o servidor que, após vinte e quatro meses de licença
para tratamento de saúde, for considerado inválido para o serviço, mediante laudo de junta
médica.
Art. 170 O provento não será inferior ao valor do salário mínimo nacionalmente fixado.
Art. 172 Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, no mês de dezembro, em
valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido, se for o caso.
Seção II
DO AUXÍLIO-NATALIDADE
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de cinqüenta por cento, por
nascituro.
Seção III
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
Quando o pai e mãe forem servidores públicos municipais, assistirá a cada um,
Art. 175
separadamente, o direito a percepção do salário-família com relação aos dependentes.
Seção IV
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
Art. 178Para licença até trinta dias, a perícia será feita por médico do serviço oficial do órgão
ou entidade do Município e, se por prazo superior, por junta médica oficial.
§ 1º Nas licenças até quinze dias também será aceito atestado firmado por médico
particular.
§ 4º O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de trinta dias de licença
para tratamento de saúde, consecutivos ou não, para a concessão de nova licença,
independentemente do prazo de sua duração, será submetido a inspeção por junta médica
oficial.
Art. 179 O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da
doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença
profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. 167 desta Lei.
Art. 180 Será punido disciplinarmente com suspensão de quinze dias, o servidor que se
recusar ao exame médico.
Art. 181 O servidor licenciado para tratamento de saúde não poderá dedicar-se a qualquer
outra atividade remunerada, sob pena de ter cassada a licença.
Seção V
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA LICENÇA-PATERNIDADE
Art. 182 Será concedida, mediante laudo médico, licença à servidora gestante por cento e
vinte dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º A licença terá início entre o primeiro dia do nono mês de gestação e a data do parto,
salvo antecipação por prescrição médica.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a trinta dias de
repouso remunerado.
Art. 183 Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá
direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em
dois períodos de meia hora.
Art. 184A servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança com até um ano de idade,
serão concedidos cento e vinte dias de licença remunerada.
Parágrafo Único - No caso de adoção ou guarda judicial de criança com idade entre um e
quatro anos, o período de licença será de sessenta dias, e se com idade entre quatro e oito
anos, trinta dias.
Seção VI
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO
Art. 186 Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço.
Art. 187 Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
Art. 188 O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá
ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.
Parágrafo Único - O tratamento de que trata este artigo, recomendado por junta médica
oficial, constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e
recursos adequados em instituição pública.
Art. 189 A prova do acidente será feita no prazo de dois dias, prorrogável quando as
circunstâncias o exigirem.
Seção VII
DA PENSÃO POR MORTE
Art. 190A pensão por morte consistirá em importância mensal conferida ao conjunto dos
dependentes do servidor falecido, aposentado ou não, observada a precedência estabelecida
no art. 193.
§ 1º Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos seguintes
casos:
Art. 191 A pensão por morte será devida aos dependentes a contar:
I - da data do óbito;
Parágrafo Único - A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-
somente as prestações exigíveis a mais de cinco anos.
Art. 192O valor mensal da pensão por morte não será inferior ao valor do salário mínimo
nacionalmente fixado.
Art. 193 São beneficiários da pensão por morte, na condição de dependentes do servidor:
II - os pais; ou,
§ 3º Equiparam-se aos filhos, nas condições do inciso I, o enteado, o menor sob guarda
judicial e o tutelado, mediante declaração escrita do segurado e apresentação dos respectivos
documentos comprobatórios.
Art. 194 A pensão será rateada entre todos os dependentes em partes iguais e não será
protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente.
I - o seu falecimento;
Parágrafo Único - Nos casos previstos neste artigo, haverá reversão da cota da pensão
aos demais pensionistas da mesma classe.
Art. 196 Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime doloso de que
tenha resultado a morte do servidor.
Seção VIII
DO AUXÍLIO-FUNERAL
§ 2º O auxílio será pago no prazo de dez dias, por meio de procedimento sumaríssimo,
observado o disposto no § 2º do art. 36.
Art. 198 Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, as despesas
de transporte do corpo correrão à conta de recursos do Município.
Seção IX
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
Art. 199 À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização
da remuneração, desde que absolvido.
Seção X
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Art. 200 A assistência à saúde do servidor ativo ou inativo e de sua família compreende
assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica, farmacêutica e social, e será
prestada diretamente pelo Município ou mediante convênios ou contratos celebrados com
operadoras de planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
regulamento.
TÍTULO IX
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO
Art. 202Poderão ser realizadas contratações de pessoal por tempo determinado para atender
necessidade temporária de excepcional interesse público.
Art. 203 O recrutamento do pessoal a ser contratado será feito mediante processo seletivo
simplificado sujeito a ampla divulgação, prescindindo de concurso público.
Art. 205 As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei
serão apuradas mediante sindicância, concluída no prazo de trinta dias e assegurada ampla
defesa.
Parágrafo Único - A extinção do contrato, nos casos do inciso II, será comunicada com a
antecedência mínima de trinta dias.
TÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 207 O Dia do Servidor Público será comemorado em vinte e oito de outubro.
Art. 208 Poderão ser concedidos, no âmbito dos Poderes Executivo e Legislativo, os
seguintes incentivos funcionais:
Art. 209. Os prazos previstos nesta lei, salvo expressa disposição em contrário, serão
contados em dias corridos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.
§ 2º O prazo vencido em dia em que não haja expediente fica prorrogado para o primeiro
dia útil seguinte.
Art. 210Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor não
poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional,
Art. 211Considera-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que
vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.
Art. 212Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento,
como próprios de seu cargo ou função gratificada, não decorre nenhum direito ao servidor.
§ 1º Para fins de concessão de direitos e vantagens, todo o período que estava sendo
contado na forma da legislação anterior é aproveitável nesta Lei, ressalvado o disposto no art.
96, § 2º, cujo período tem início a partir da vigência desta Lei.
Art. 215 Esta Lei entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao de sua publicação.
ARIELSON ARSEGO
Secretário Municipal de Administração e Governo