Conhecendo Deus Através da Palavra

DISCIPULADO 1
 Parabéns!
Você Fez a Melhor Escolha da Sua Vida!

“Utilize a câmera do seu celular para ler o

QR-code, temos uma surpresa para você!”

2 DISCIPULADO
Conhecendo Deus Através da Palavra

DISCIPULADO 3
Copyright © 2022 de Ministério Mais de Cristo.
Todos os direitos reservados.

Pastor Presidente
Pr. Junior da Costa Batista

Autores
Pr. Antonio Siqueira
Pr. Flávio Kalnin

Projeto Gráfico e Capa

Edson Ribeiro

“A Salvação é de graça,
Rua Professor Egídio Ferreira, 200 mas o discipulado custa
Capoeiras, Florianópolis/SC tudo o que temos”..
Billy Grahan

4
 Conhecendo Deus Através da Palavra

SUMÁRIO

Apresentação .......................................................................................07
Conhecendo Deus Através da Palavra .............................................08
Lição 01 - Deus é Amor .....................................................................11
Lição 02 - O Homem é Pecador ........................................................15
Lição 03 - Jesus é Salvador ................................................................19
Lição 04 - Crendo em Jesus ...............................................................23
Lição 05 - Recebendo Nova Vida......................................................27
Lição 06 - Desenvolvendo a Nova Vida...........................................31
Lição 07 - Vencendo a Tentação .......................................................35
Lição 08 - Seguindo a Jesus ...............................................................39
Lição 09 - Enchendo-se do Espírito Santo .......................................43
Lição 10 - Crendo na Promessas de Deus .......................................47
Lição 11 - O Batismo Cristão............................................................51
Lição 12 - A Ceia do Senhor .............................................................55
Lição 13 - Esperando Jesus ................................................................60
Conclusão ............................................................................................65

DISCIPULADO 5
 “Salvação sem discipulado
é “graça barata”
Dietrich Bonhoeffer

6 DISCIPULADO

APRESENTAÇÃO
“A lei do SENHOR é perfeita, e refri-
gera a alma... os preceitos do Senhor
são retos e alegram o coração... mais
desejáveis são do que o ouro, sim, do
que muito ouro fino; e mais doces do
que o mel e o licor dos favos. Tam-
bém por eles é advertido o teu servo e
em os guardar há grande recompen-
sa” - (Salmos 19.7-11)
Este manual tem a finalidade
apresentar, de forma simples e práti-
ca, os procedimentos para se conhe-
cer o Plano da Salvação elaborado
por Deus, através de Jesus Cristo, e
os primeiros passos na caminhada
de fé. Procuramos ser sucintos nos
comentários para que o estudante
crie o hábito de ler exaustivamente
a Palavra de Deus, permitindo que o
Espírito Santo o esclareça nestes pri-
meiros passos da caminhada cristã.
Não é escopo deste material
tratar exaustivamente das grandiosas
doutrinas bíblicas. Para isto reco-
mendamos os materiais de homens
reconhecidamente usados por Deus
para este fim.
Seja bem-vindo ao estudo
Bíblico Conhecendo a Deus Através
da Palavra.
Conhecendo Deus Através da Palavra
Para você aprender me-
lhor, neste estudo, preste
atenção nas seguintes di-
cas:
• São 13 lições que serão estudadas,
uma por semana.
• As lições estão todas baseadas na
Bíblia Sagrada. A exemplo dos be-
reanos verifique se tudo que é dito e
ensinado está plenamente conforme
a Palavra de Deus. (Atos 17.11)
• O evangelho de João tem leitura
obrigatória para este discipulado.
• Entre uma reunião e outra, você
deve estudar a lição seguinte respon-
dendo às questões uma a uma.
• Invista em você mesmo. Reserve
um momento para fazer isso. Peça ao
Senhor Jesus que ilumine sua mente
e coração. Tenha um propósito e nele
persevere até o fim.
“Abre tu os meus olhos, para
que veja as maravilhas da tua
lei” (Salmos 119.18)
• Esteja na reunião conhecendo pre-
viamente a lição a ser estudada.
• Participe da reunião. Faça pergun-
tas pertinentes.
DISCIPULADO 7
• Não monopolize a reunião. Abra
espaço para os demais também parti-
ciparem. Entenda que, muitas vezes,
permanecer calado é sinônimo de sa-
bedoria. (Provérbios 17.28)
• Escute com atenção e evite as po-
lêmicas que produzem mais calor
do que luz. Considere o conselho de
Paulo: “Ao servo do Senhor não con-
vém contender, mas sim, ser manso
para com todos”. (2 Timóteo 2.24)
• Desenvolva o hábito de ler a Bíblia
diariamente. Não a leia como um li-
CONHECENDO DEUS ATRAVÉS DA PALAVRA
“A palavra de Cristo habite em
vós abundantemente, em toda a
sabedoria”. (Colossenses 3.16)
Esta ordem de Paulo aos de
Colossos se reveste de vital impor-
tância. Ela coloca a Palavra de Deus
não como um visitante esporádico,
mas como um habitante definitivo.
Paulo não diz “a Palavra de Deus vos
visite”, mas sim “a Palavra de Deus
em vós habite”.
“...As sagradas Escrituras... podem
fazer-te sábio para a salvação... Toda
a Escritura é divinamente inspirada,
e proveitosa para ensinar, para re-
darguir, para corrigir, para instruir
em justiça; Para que o homem de
Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra”.
(2 Timóteo 3.15-17)
8 DISCIPULADO
vro qualquer, mas com temor e tre-
mor. Obedeça a exortação dada por
Paulo a Timóteo: “Persiste em Ler...”
(1 Timóteo 4.13)
• Estude com diligência, mas en-
tenda que o foco aqui não é o mero
ensino ou estudo. O que buscamos
é um profundo e real conhecimento
de Deus através destas lições. Nova-
mente cabe aqui as palavras de Paulo
a Timóteo: “Medita estas coisas; ocu-
pa-te nelas, para que o teu aprovei-
tamento seja manifesto a todos”.
(1 Timóteo 4.15)
O estudo das Escrituras não
visa encher a mente de informações.
Seu objetivo é tornar alguém sábio,
e mais do que isto tornar sábio para
salvação.
As Escrituras não são úteis
apenas para o início da caminhada
cristã, mas sim para todo o percurso
até a glorificação final. As Escritu-
ras tornarão o salvo alguém perfeito
(maduro, idôneo) e perfeitamente
preparado para toda boa obra. Ou
seja, a revelação de Deus nas Escri-
turas é capaz de salvar e aperfeiçoar
alguém.
A família, a profissão, o mi-
nistério, a vida espiritual, enfim,
tudo faz parte das boas obras e dos
serviços prestados a Deus. Só estare-
mos perfeitamente habilitados para
realizá-las mediante o estudo das Es-
crituras.

“Tu, porém, permanece
naquilo que aprendestes... as
sagradas Escrituras...”
(2 Timóteo 3.14,15)
Desde a época apostólica os
verdadeiros crentes em Jesus experi-
mentam os tempos trabalhosos que
caracterizam os últimos dias (2 Ti-
móteo 3.1). Ao encorajar seu jovem
discípulo a enfrentar estes tempos,
Paulo contrasta os homens do mun-
do e Timóteo com um enfático “Tu,
porém”. Ou seja, tu é diferente Ti-
móteo, tu tens o verdadeiro conheci-
mento de Deus através das sagradas
letras. Então meu filho, seja diferente
e permaneça na verdade das Escritu-
ras.
Informação Importante!
... os de Beréia foram mais excelentes...
pois receberam a palavra com avidez
examinando as escrituras diariamente
para ver se as coisas eram de fato assim
(Atos 17.11)
Os cristãos da igreja em Beréia tinham
por hábito examinar cuidadosa e diaria-
mente as escrituras. Era isto que os fazia
crentes mais excelentes que os demais.
Vemos que uma igreja, ou alguém, é
tanto mais excelente que outra, quan-
to mais interesse tem pela Palavra de
Deus.
Na realidade o crescimento da igreja
sempre se deu pelo crescimento da Pa-
lavra. Em Atos 6.7 somos informados
que a Palavra de Deus se espalhava;
um pouco mais adiante (Atos 12.24) a
Palavra se espalhava e se multiplicava;
Conhecendo Deus Através da Palavra
e finalmente (Atos 19.20) a Palavra se es-
palhava e prevalecia.
Eis o segredo das igrejas poderosas do
primeiro século: ensinavam e espalha-
vam a Palavra de Deus.
“Errais não conhecendo as
Escrituras...” (Mateus 22.29)
Jesus coloca o estudo siste-
mático e diário das escrituras como
algo essencial e não opcional. Por
isso repreende os judeus com estas
palavras. Errais, ou seja, será um
prejuízo incalculável para você des-
conhecer as verdades da Palavra de
Deus. Como consequência, o desco-
nhecimento das Escrituras impede
alguém de experimentar o poder de
Deus.
A ideia de uma vida exu-
berante para o estudante obediente
da Bíblia é fornecida pelo Salmos
119.165: “muita paz tem os que
amam a tua Lei, e não há nada que
os faça tropeçar”.
Que a Palavra do Senhor seja
nosso prazer diário como exortou o
salmista do primeiro salmo: “Feliz o
homem que tem prazer na Lei do Se-
nhor;” E que ela nos alimente como
pão nosso de cada dia conforme de-
clarou Jesus: “Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus”. (Mateus 4.4).
DISCIPULADO 9

“Examinais as Escrituras,
porque vós pensais ter nelas a
vida eterna, e são elas que de
mim testificam; mas não quereis
vir a mim para terdes vida”
(João 5.39,40)
Jesus repreende os judeus de
sua época porque pensavam ser sufi-
ciente o simples estudo das Escritu-
ras. Eles não se importavam com o
conhecimento real e transformador
do próprio Deus. Conheciam as Es-
crituras, mas desconheciam o Deus
de quem ela falava.
Portanto, se o conhecimento das
Escrituras não produz um maior
conhecimento de Deus, há algo pro-
fundamente errado.
Mas, se a promessa afirma
“Conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará” (João 8.32), porque
os judeus a quem Jesus se dirige não
eram libertos?
Primeiramente, a exemplo
de Pilatos também devemos per-
guntar: “O que é a verdade?” (João
18.38).
Eis a resposta de Jesus: “Eu sou a
verdade”. (João 14.6). Diante desta
declaração se percebe que a verdade
não é uma abstração filosófica, não
consiste em mero conhecimento teó-
rico, a verdade é uma pessoa. Assim,
conhecer a verdade torna-se sinôni-
mo de conhecer alguém, e não algo.
10 DISCIPULADO
Em segundo lugar é preciso
reconhecer que a única fonte para o
conhecimento de Cristo é a sua pala-
vra e o apóstolo João escreve: “a tua
palavra é a verdade”. (João 17.17); e
chama Jesus de “a Palavra de Deus”
(Apocalipse 19.13).
Então, a Palavra, a Verdade e
Jesus referem-se a mesma pessoa.
Assim, conhecer a Palavra
significa conhecer a Jesus, e o conhe-
cimento que liberta, não é o mero co-
nhecimento da Bíblia, mas o conhe-
cimento de Jesus através da Bíblia.
Não se pode aceitar passivamente
um estudo bíblico que não redunde
em verdadeiro e real conhecimento
de Cristo. Cristo é centro da Bíblia,
desde o Gênesis até o Apocalipse.
Quando conversou com os discípu-
los a caminho de Emaús, tudo o que
Jesus fez foi lhes abrir os olhos para
que vissem o que sobre Ele estava
contido nas Escrituras do Antigo
Testamento (Lucas 24.27).
Portanto, diante dos textos
supracitados, a sua decisão em co-
nhecer mais de Deus através de sua
Palavra, é algo maravilhoso. Tal ati-
tude já obra de Deus em sua vida
dando-lhe sede e fome por justiça.
Tenha certeza de uma coisa: o Se-
nhor Jesus quer que você aprenda
dEle se tornando a cada dia mais
parecido com Ele e vivendo sempre
para a glória dEle.

LIÇÃO 01
DEUS É AMOR
“Deus é amor...” (1 João 4.8)
Amor não é apenas o que
Deus possui, mas o que Ele é. Em
sua natureza Deus é essencialmente
amor. Por isso todo verdadeiro amor
seja para com Deus ou para com os
homens tem sua origem em Deus.
Então, quem ama é verdadeiramente
nascido de Deus. Por ser essencial-
mente amor, tudo o que Deus faz é
permeado por amor. Mesmo a justi-
ça, os juízos e a ira de Deus, se mani-
festam em amor.
Segundo as Escrituras o pla-
no de salvação já estava em anda-
mento antes da fundação do mundo
(Efésios. 1.4, 1 Pedro. 1.20, Apoca-
lipse 13.8), portanto, Deus nos amou
antes de o mundo ser mundo.
É fato que a criação visa a glória de
Deus: “A todos os que são chamados
pelo meu nome e os que criei para a
minha glória, os formei, e também
os fiz”. (Isaías 43.7). Ele não precisa
de nada e nenhuma das suas criações
são motivadas por qualquer necessi-
dade que Ele possa ter.
É fato que a mesma criação
foi motivada pelo amor de Deus. An-
tes de qualquer coisa ser criada Deus
já tinha um plano de salvação, “Nos
elegeu nele antes da fundação do
mundo”. (Efésios 1.4).
Conhecendo Deus Através da Palavra
Então, ao criar o mundo Deus já
amou o homem a ponto de planejar
salvá-lo. Assim, quando cria o ho-
mem Deus o faz não apenas para sua
glória, mas pelo seu amor.
A queda humana faz Deus se
mover em amor, e o plano de salva-
ção começa a desenrolar-se. Não foi
um plano contingencial para salvar
um projeto que deu errado. Mas um
plano baseado no amor infinito de
Deus que planejou a salvação antes
mesmo da criação.
“Porque Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna”. (João 3.16)
Deus amou o homem “de tal
maneira” antes do princípio do mun-
do. Deus nos amou antes do tempo
existir. Em um tempo onde nem se-
quer o princípio do pó do mundo
tinha sido criado (Provérbios 8.26),
antes que qualquer átomo existisse,
Deus nos amou.
DISCIPULADO 11
 O amor de Deus se evidencia
sobremaneira quando Ele oferece seu
Filho em resgate de muitos antes da
fundação do mundo.
Diante do que Deus fez nos tempos
eternos cabe a nós agora, no presen-
te, receber por fé tal dádiva. Ao crer
na salvação que amor de Deus nos
trouxe receberemos vida eterna, ou
seja, a vida do próprio Deus.
Indubitavelmente Deus nos
amou, nos ama e nos amará por todo
o sempre. Seu amor nos reconciliou
com Ele e nos levará para estarmos
com Ele para sempre.
Este plano causado pelo
amor de Deus tem como objetivo fi-
nal glorificar a Deus por toda a eter-
nidade. Lembrando que a salvação
não visa em primeiro plano a felici-
dade humana, mas sim a glória de
Deus: “Para louvor e glória da sua
graça, Ele nos fez agradáveis a si no
Amado”. (Efésios 1.6); com objetivo
de sermos para louvor da sua glória.
REVISÃO DO CONTEÚDO
1 - O que trouxe Jesus ao mundo? (João 3.16)
12 DISCIPULADO
(Efésios 1.12).
Mas, ao buscar a glória de
Deus encontraremos a nossa felici-
dade eterna.
Deus nos ama, e isto é fato
indubitável. Mas Deus também tem
planos para com a vida de seus filhos.
Isto também é um fato inegável: “Eu
bem sei os planos que tenho para
convosco, diz o Senhor. Planos de paz
e não para causar dano, planos para
a vós esperança e um futuro”. (Jere-
mias 29.11)
Ainda, de acordo com Pro-
vérbios 16.4; “o Senhor faz tudo com
um propósito”. Logo, devemos des-
cansar em seu amor e em seu mara-
vilhoso plano para com a nossa vida.
Que esta verdade nos liberte e nos
faça viver: “Há muito que o Senhor
me apareceu, dizendo: ... com amor
eterno te amei, por isso com terno
amor te atraí”. (Jeremias 31.3)
 Conhecendo Deus Através da Palavra

2 - O que Jesus veio fazer neste mundo? (João. 3.16, 10.10)

3 - Razão que levou João a escrever o seu evangelho? (João. 20.31)

4 - Qual grandioso amor humano é sobrepujado pelo amor de Deus?

(Isaías 49.15)

5 – Quem pode nos separar do amor de Deus? (Romanos 8.35-39)

6 – Qual razão levou Jesus a morte? (Efésios 5.2)

DISCIPULADO 13
 7 – Qual é a evidência do amor de Deus para conosco? (1 João 4.9,10)

8 – O que o amor de Deus fez por nós? (1 João 3.1)

9 - Qual a diferença entre os vários termos aplicados a Jesus no primeiro

capítulo de João: “Verbo (1.1), Cristo (1.41), Filho de Deus (1.34), Cor-
deiro de Deus (1.36), Jesus (1.36), Rei de Israel (1.49), Filho do Homem
(1.51)

10 – Liste três textos bíblicos do Novo Testamento e três do Antigo Tes-

tamento que falam do amor e dos planos de Deus para com seus filhos.

Que o ensino sobre o amor de Deus nos liberte e nos faça exultar de alegria e adoração. O
mundo pode ter nos desprezado, nossos parentes e amigos podem nunca nos ter amado. Tal-
vez sejamos apenas um João ninguém a peregrinar pela vida. Não obstante podemos estufar
o peito e gritar: Deus me amou, me ama e sempre me amará. Deus me ama de tal maneira
que enviou seu filho para pagar minha dívida. Deus me ama tão ricamente que me deu sua
própria vida. Deus me ama de maneira tão inexplicável que me adotou como filho e me fez
seu herdeiro.
Portanto, vede quão grande amor nos tem concedido o Pai....

14 DISCIPULADO

LIÇÃO 02
O HOMEM É PECADOR
“Verdadeiramente não há homem justo sobre a terra,
que faça o bem, e nunca peque“. Eclesiastes 7.20
Por que a maioria das pes-
soas não experimenta o amor e o
plano de Deus? Isto acontece porque
o homem é pecador e está separado
de Deus “...os vossos pecados fazem
separação entre vós e o vosso Deus”
Isaías 59.9). Há algo de errado, de
muito errado com a natureza huma-
na. Os atos pecaminosos como assas-
sinatos, roubos, mentiras e similares,
apenas revelam a verdadeira natu-
reza de um coração cheio de cobiça,
ira, ciúme, orgulho e alienação de
Deus. E isto, não é problema de al-
guns homens, mas de todos. “Todos
pecaram...”. (Romanos 3.23); “Não
há homem que não peque...”. (1 Reis
8.46); “Se dissermos que não temos
pecado, enganamo-nos a nós mes-
mos...”. (1 João 1.8).
Devido ao pecado a Bíblia
descreve o homem como morto es-
piritualmente e separado de Deus:
“O salário do pecado é a morte”.
(Romanos 6.23). Estando morto, o
homem não pode experimentar o
plano de Deus para a sua existência.
Um morto não possui nenhuma in-
teração com o mundo físico, de ma-
neira análoga os mortos espirituais
não demonstram qualquer interesse
Conhecendo Deus Através da Palavra
por Deus, pelo seu amor e pelos seus
planos.
Ao tornar-se pecador o homem se
tornou um imundo moral. Isto o im-
pede de ter comunhão com um Deus
puro e santo. Como tal o homem pas-
sou a produzir atos com motivações
imundas, pois como acertadamente
disse Jó (14.4): “Quem do imundo ti-
rará o puro? Ninguém”.
“O pecado faz o homem viver
de maneira diametralmente
oposta ao plano de Deus. Por
isso o vocábulo “pecado” significa, em
sua definição mais simples, errar o
alvo”.
O pecado é um assunto im-
popular e os cristãos são criticados
por aferrarem-se na denúncia do
mesmo. Contudo, o cristão está ape-
nas sendo realista quando age assim.
Muitos dos pecados listados na Bí-
blia deixaram de ser denunciados em
nossos dias. Outros destes pecados
mudaram de nome para não serem
tão ofensivos a mente moderna. Mui-
tos pecados não mais são chamados
de pecados, mas um fatal eufemismo
os tornou “desvio de comportamen-
to”. O resultado disto é o pecado ser
DISCIPULADO 15
visto não como algo absolutamente
perigoso, mas sim com superficiali-
dade e indiferença.
Se olharmos para a deca-
dente sociedade humana percebe-se
a malignidade do pecado. Fica claro
que o pecado não é apenas um con-
ceito teórico bíblico, mas algo experi-
mentado e vivenciado no mundo. O
pecado e a natureza pecaminosa do
homem estão estampados na socie-
dade e só não vê isto quem já morreu.
A catapora não consiste apenas das
manchas, estas apenas evidenciam
que há algo errado com o corpo. De
maneira análoga às malignas atitudes
humanas evidenciam que haver algo
errado com a natureza humana. Ela
está contaminada com o pecado.
Portanto, embora as socie-
dades de todas as eras viram o peca-
do como inofensivo, a Bíblia sempre
o descreveu como extremamente
maligno. O pecado causa a morte e
separa o homem de Deus. O pecador
perde a liberdade e torna-se um es-
cravo. Por fim o pecador é condena-
do a separação eterna de Deus.
REVISÃO DO CONTEÚDO
1 - Como a bíblia descreve a condição do homem que não crê em Jesus?
(João 3:36, 12:46).
16 DISCIPULADO
Não deve olvidar da respon-
sabilidade pessoal diante do pecado.
Há uma tendência humana de co-
locar a culpa dos próprios erros em
outros ou em alguma causa externa.
A culpa sempre é de um amigo desle-
al, de um pai ausente, dos ancestrais,
da situação econômica, e similares.
Mas embora estas escusas podem
nos livrar ou inocentar diante dos
homens, serão fúteis diante de Deus.
Paulo nos ensina sobre a responsa-
bilidade pessoal em Romanos 14.12:
“Cada um de nós dará conta de si
mesmo a Deus”. E quando a nação de
Israel tentou culpar os ancestrais por
suas desgraças Deus os repreendeu e
declarou: “A culpa é individual, cada
um morrerá pelo seu pecado (Eze-
quiel 18.20) e eu vos julgarei, cada
um conforme os seus caminhos”.
(Ezequiel 18.30).
Diante de nossos pecados só
há uma atitude que Deus reconhece
como válida: “Arrependei-vos, pois,
e convertei-vos, para que sejam apa-
gados os vossos pecados, e venham
assim os tempos do refrigério pela
presença do Senhor”. (Atos 3.19)
 Conhecendo Deus Através da Palavra

2 - Qual é o efeito do pecado sobre o pecador? (João 8.34).

3 – Por qual razão as pessoas não obtêm a vida que Jesus veio propor-
cionar? (João 5.40).

4 - Por que muitas pessoas escolhem permanecer nas trevas ao invés de

virem para luz de Deus? (João 3:19-20).

5 - Por que Jesus foi tão odiado? (João 7:7).

6 - Como Jesus e Deus se relacionam no julgamento contra o pecado?

(João 5:22,27).

DISCIPULADO 17
 7 - Qual a atitude correta diante do pecado? (Provérbios 28.3, 1 João 1.9)

8 – Explique os textos de 1 João 3.6,8; 5.18.

9 – Comente o ensino de Romanos 6.12, 14.

10 – Qual a preocupação do autor aos hebreus em Hebreus 3.13?

18 DISCIPULADO

LIÇÃO 03
JESUS É SALVADOR
“E em nenhum outro há salvação, porque também
debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, pelo qual devamos ser salvos”. (Atos 4.12)
Deus ama o homem e tem
planos para com ele. Mas o pecado
causa separação entre Deus e o ho-
mem. Agora conheceremos Jesus, a
solução de Deus para o pecado do
homem. Por meio de Cristo pode-
mos conhecer o amor e o plano de
Deus para a vida humana.
Nos dias atuais, em uma so-
ciedade que vê tudo de um ponto de
vista relativista, todos tem uma ideia
sobre Deus. Dizem que Deus é amor
e desde que você seja sincero Ele não
te condenará ao inverno. O que co-
mumente se ouve é que Jesus foi um
grande líder, um grande mestre de
moral assim como tantos outros que
já existiram. Mas recusam-se a acei-
tá-Lo como o único caminho a Deus.
Pois em uma sociedade laica todas as
religiões devem levar a Deus.
O problema com este ponto
de vista é que ele desconsidera os en-
sinos bíblicos. É a Bíblia que declara
Jesus como o único caminho para
Deus e nas palavras do próprio Je-
sus: “Eu sou o caminho, e a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai, senão
por mim”. (João 14.6). A linguagem
Conhecendo Deus Através da Palavra
exclusiva “o caminho” e “ninguém”
deixam bem claro que Jesus é a única
solução para o pecado humano.
Nas palavras de Paulo: “...há um só
Deus, e um só Mediador entre Deus e
os homens, Jesus Cristo homem”.
(1 Timóteo 2.5).
E Pedro reitera a mesma ver-
dade: “E em nenhum outro há salva-
ção, porque também debaixo do céu
nenhum outro nome há, dado entre
os homens, pelo qual devamos ser
salvos”. (Atos 4.12)
Portanto, Jesus não pode
ser um grande homem e um grande
mestre de moral ensinando ser o úni-
co caminho para Deus, se existissem
outros. O problema com as religiões
é que elas são mutuamente excluden-
tes, ou seja, o que uma ensina a ou-
tra revoga. Não se pode ser cristão e
muçulmano ao mesmo tempo. Não é
possível seguir o judaísmo e o cristia-
nismo simultaneamente. Para o cris-
tianismo estar certo, todas as demais
devem estar erradas.
Jamais Deus enviaria seu Fi-
lho para sofrer e morrer pela huma-
DISCIPULADO 19
nidade, caso houvesse outro cami-
nho. Qual pai mataria seu filho para
pagar a dívida de outros, se existis-
sem outras formas de pagamento?
“Porque os judeus pedem sinal, e os
gregos buscam sabedoria; Mas nós
pregamos a Cristo crucificado, que é
escândalo para os judeus, e loucura
para os gregos. Mas para os que são
chamados, tanto judeus como gre-
gos, lhes pregamos a Cristo, poder de
Deus, e sabedoria de Deus”.
(1 Coríntios 1.22).
Quem proferiu a sentença
sobre a desobediência humana foi
Deus. Foi da boca de Deus que Adão
ouviu: “No dia que comerdes desta
árvore morrerás”. (Gênesis 2.17). A
partir do momento que o homem
desobedece a Deus ele adquiriu uma
dívida para a qual a morte seria a
única forma de pagamento.
Somente o credor pode defi-
nir a maneira como uma dívida pode
ser quitada. Se alguém deve a um
banco qualquer, de nada adianta ten-
tar pagar com serviço, com um car-
ro ou com um imóvel se o banco já
definiu que só receberá em dinheiro.
O credor, e nunca o devedor, é quem
define como aceitará o pagamento de
uma dívida.
O pecado ofende a Deus. Ao
pecar o homem peca contra Deus.
Então, somente Deus pode definir a
maneira como a dívida humana ge-
rada pelo pecado pode ser paga. Não
adianta o homem tentar pagá-la com
boas obras, com religiosidade, com
20 DISCIPULADO
sacrifícios, com filosofias e simila-
res. Deus deixou claro que somente
a morte pode pagar a dívida.
Deus também deixou cla-
ro que não aceitaria a morte de um
qualquer, mas somente a morte de
alguém que Ele mesmo providencia-
ria. Por todo o Antigo Testamento as
profecias qualificavam e especifica-
vam o Justo que Deus enviaria para
pagar a dívida humana. Por isso para
os discípulos a caminho de Emaús,
Jesus “começando por Moisés, e por
todos os profetas, explicava-lhes o
que dele se achava em todas as Escri-
turas”. (Lucas 24.27).
Ao ver Jesus passar, João Ba-
tista grita: “Eis o cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo”. (João
1.29) e a voz do próprio Pai vai au-
tenticar a mesma verdade: “Este é o
meu Filho amado em quem tenho
prazer”. (Marcos 1.11)
“Foi isso que eu lhes falei
enquanto ainda estava com
vocês: Era necessário que se
cumprisse tudo o que a meu respeito
estava escrito na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos”.
Então lhes abriu o entendimento,
para que pudessem compreender as
Escrituras. E lhes disse: Está escri-
to que o Cristo haveria de sofrer e
ressuscitar dos mortos no terceiro
dia, e que em seu nome seria prega-
do o arrependimento para perdão de
pecados a todas as nações, começan-
do por Jerusalém. Vocês são testemu-
nhas destas coisas”. (Lucas 24.44-48)
 Conhecendo Deus Através da Palavra

REVISÃO DO CONTEÚDO

1- Por que Jesus veio até nós? (Lucas 19:10)

2- O que Jesus afirmou sobre Si? (João 14:6)

3- De onde Jesus disse que veio? Para onde Ele foi? (João 16:28).

4- Qual a atitude de Jesus para com o Pai? (João 8:29).

5- Por que Jesus é o único caminho para Deus? (1 Pedro 3.15)

6- O que João Batista anunciou como a missão de Jesus?

(João 1.29).

DISCIPULADO 21
 Para entender completamente este anúncio, é importante lembrar que o povo judeu, a quem
João estava falando, era familiarizado com o sistema sacrifical do Velho Testamento, onde
ovelhas e outros animais eram sacrificados pelo pecado. Quando alguém pecava, um animal
sem mancha era sacrificado como substituto inocente para compensar o pecado. Esse siste-
ma apontava para o tempo quando Jesus iria, de uma vez para sempre, pelo Seu sacrifício,
“tirar o pecado do mundo”. Para melhorar sua compreensão a respeito, será imprescindível
a leitura de Hebreus 10:1-25.

7 - O que o homem que condenou Jesus à morte declarou sobre a Sua

culpa? (João 18:38).

8- O que Jesus disse sobre a Sua morte? (João 10:11-18).

9- Que tipo de morte Jesus teria que enfrentar? (João 12:32-34).

10- Qual a consequência para a pessoa que não olha com fé para Jesus?
(João 8:24).

11 – Leia o livro de Hebreus para um melhor entendimento sobre a

exclusividade de Cristo.

Você acabou de aprender que Jesus Cristo é a única solução de Deus, para o pecado do ho-
mem. Tudo isso porque Deus o ama e tem um plano maravilhoso para a sua vida. Aproveite
todos os momentos desses estudos para tirar suas dúvidas. Seja persistente na frequência às
reuniões. Tenha entusiasmo, peça a Deus para ajudá-lo.

22 DISCIPULADO

LIÇÃO 04
CRENDO EM JESUS
“Eu sou a porta; se alguém entrar por
Mim salvar-se-á...”. (João 10.9)
Vimos que Jesus Cristo é a
única solução de Deus para o peca-
do do homem. Hoje veremos que o
homem precisa receber a Cristo para
obter a vida que Ele veio providen-
ciar: “Vinde a mim, todos os que es-
tais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei... e encontrareis descanso
para as vossas almas”.
(Mateus 11.28).
“Mas, o que significa aceitar
ou receber a Jesus? O que diz
a Bíblia a respeito?”
Vejamos o que Paulo ensi-
na aos romanos: “Se com a tua boca
confessares ao Senhor Jesus, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, serás salvo. Visto
que com o coração se crê para a justi-
ça, e com a boca se faz confissão para
a salvação”. (Romanos 10.9)
A fé vem do íntimo e a boca
apenas declara o que ocorreu no co-
ração. É preciso cuidar com a fé sim-
plista que coloca grande ênfase no
que a boca diz sem se importar com
o que ocorreu no coração.
Conhecendo Deus Através da Palavra
Receber Jesus não é apenas
uma questão de aquiescência inte-
lectual, não se resume a uma mera
declaração em alto e bom som. Algu-
mas outras coisas estão implícitas e
precisam ser lembradas.
Ao receber Jesus o pecador
reconhece em seu coração, no mais
íntimo de seu ser, que ele é pecador
e vive afastado de Deus. Também
entende que Jesus é o único salva-
dor capaz de lhe trazer perdão e uma
nova vida. Por fim a fé que procede
do coração faz o pecador se entregar
a verdade que acabou de conhecer. A
partir deste instante a nova vida rece-
bida começa a crescer e o pecador é
continuamente transformado.
Paulo quando escreve aos
colossenses exorta: “assim como re-
cebestes o Senhor Jesus Cristo, as-
sim também andai nele, arraigados
e edificados nele, e confirmados na
fé, assim como fostes ensinados, nela
abundando em ação de graças”.
(2.6). Portanto, receber a Cristo deve
levar-nos obrigatoriamente a viver
nEle, tendo em Cristo nossas raízes
e fundamentos. Isto contraria a cren-
ça fácil que define “aceitar a Cristo”
como mera declaração verbal.
DISCIPULADO 23
 João declara: “a todos quan-
tos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus”. (1.16). E
com isto deixa claro que ao receber
Jesus nos tornamos filhos de Deus
e isto deve mudar completamente a
vida de quem o recebe. Nada de me-
ras declarações verbais. A fé podero-
sa crê com o coração e então declara
com a boca a vida que lhe foi implan-
tada no mais íntimo do ser.
Na realidade falamos em
amar a Deus, enquanto na realida-
de foi Ele quem nos amou primeiro
(1 João 4.19); falamos em escolher a
Cristo, mas foi Ele quem nos esco-
lheu primeiro (João 15.16); falamos
que fomos a Cristo, mas na realidade
foi Cristo que veio a nós (João 6.44).
Estes versos cancelam qualquer
mérito que alguém possa ostentar
alegando que foi a Cristo, aceitou a
Cristo, procurou a Cristo e recebeu a
Cristo...
Todos nós fomos alcança-
dos pela graça salvadora e tudo o
que fizemos foi receber por fé o que
Deus nos deu em Cristo. Nisto não
há mérito, assim como não há mérito
na mão estendida do mendigo para
receber a dádiva concedida.

REVISÃO DO CONTEÚDO

1 - Qual foi o grande milagre que convenceu os discípulos, que era ver-
dadeira a afirmação de Jesus sobre Si e Sua morte? (João 20:1-9, 19-29).

2 - Não é suficiente conhecer os fatos sobre Jesus. É preciso pôr em prá-

tica. A que é comparado àquele que ouve e pratica os ensinos de Jesus?
(Mateus 7:24).

24 DISCIPULADO
 Conhecendo Deus Através da Palavra

3 - O que é a vida eterna? (João 17:3).

4 - O que deve acontecer para recebermos a vida eterna? (João 3:6-7).

5 - Qual é o resultado de confiar naquele que venceu a morte?

(João 11:25-27).

6 – O que ocorre quando nos tornamos ovelhas do Bom Pastor?

(João 10:27-30).

7 - O que Jesus pediu para os que nEle cressem? (João 17:15-17, 21).

DISCIPULADO 25
 8- Qual o resultado daqueles que ouvem e guardam as palavras de Je-
sus? (Mateus 13:23).

9- O que devemos fazer, se desejarmos que a vida de Jesus se expresse

através de nós? (João 15:1-8).

10-Como os outros percebem que somos discípulo de Jesus?

(João 13:34,35).

Na língua grega em que o Novo Testamento foi escrito, as palavras usadas para fé e confiança,
são as mesmas. Crer em Cristo é o mesmo que depositar confiança ou fé nEle.

De acordo com João 1:12, receber a Cristo é o mesmo que depositar confiança nEle. Como é
que você espera alcançar o perdão de Deus? E a vida eterna?
Você acha Jesus digno de confiança? Estaria disposto a confiar sua vida a Cristo, que com a
Sua morte na cruz, pagou a culpa de seus pecados?
Você gostaria de chamá-lo “Senhor meu e Deus meu” (João 20:28)?
Se deseja depositar sua confiança nEle, ore dizendo: “Senhor Jesus, obrigado por me amar e
vir ao mundo para morrer por mim. Eu te recebo agora em meu coração e em minha vida,
como meu Senhor e Salvador. Obrigado por perdoar os meus pecados e me dar vida eterna.
Desejo seguir-Te e servir-Te de todo o meu coração. Amém”.

“Eis que estou à porta (porta do seu coração) e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a
porta, entrarei em sua casa...”. (Apocalipse 3.2).

26 DISCIPULADO

LIÇÃO 05
RECEBENDO NOVA VIDA
“E esta é a promessa que ele nos fez:
a vida eterna”. (1 João 2.25)
Embora as pessoas possam
tratar de maneira superficial o peca-
do, a Bíblia define o pecador como
alguém morto. Desta forma fica claro
a seriedade com que se deve encarar
uma vida sem Deus.
O castigo para desobediên-
cia humana era a morte conforme
Gênesis 2.17: “Mas da árvore do co-
nhecimento do bem e do mal, dela
não comerás; porque no dia em que
dela comeres, certamente morrerás”.
Contudo a morte física não
estava em um primeiro plano, pois
após seu ato de desobediência Eva e
Adão continuaram vivos fisicamente.
Naquele exato momento morreram
espiritualmente. Isto pode ser visto
na amizade rompida com Deus. A
comunhão com Deus não mais po-
deria ser mantida e passaram a olhar
para Deus com medo. O pecado os
matou e os separou da vida de Deus.
Assim, fica claro que viver não sig-
nifica apenas “não estar morto fisica-
mente”. A maior tragédia da vida não
é a morte física, mas sim a morte es-
piritual onde homem vivos existem
alienados de Deus e rumo a morte
eterna.
Conhecendo Deus Através da Palavra
Quando olhamos para Jesus
e cremos n’Ele como a solução do
próprio Deus para a sua salvação, em
nós opera-se o milagre do novo nas-
cimento. Pelo agir do Espírito Santo,
o espírito que estava morto revive e
surge uma nova criatura que desfruta
paz e comunhão com Deus.
“Estando nós ainda mortos em
nossas ofensas, nos vivificou
juntamente com Cristo - pela
graça sois salvos”. (Efésios 2.5)
A missão de Jesus é definida
por Ele mesmo da seguinte forma:
“Eu vim para que tenham vida e a te-
nham em abundância”. (João 10.10).
A palavra traduzida por vida indica a
vida de Deus. Crendo em Jesus nas-
cemos de novo e recebemos da vida
de Deus, e isto implica e partilhar de
sua natureza.
Quando se muda a natureza
de algo, tudo se muda completamen-
te. Por isso um salvo passa a se in-
teressar pelas coisas que interessam
a Deus, passa a ver as coisas como
Deus vê, seus desejos são os de Deus,
pois agora ele partilha da vida do
DISCIPULADO 27
próprio Deus.
Então, as expressões vida
eterna ou vida abundante apontam
para a qualidade da vida e não ape-
nas para a vida sem fim. Quando a
Bíblia nos promete vida eterna (1
João 2.25) não deseja apenas dizer
que viveremos para sempre. A ênfase
é que viveremos como a mesma qua-
lidade de vida que Deus possui.
Como acontece com todas
as bênçãos do evangelho, a vida que
recebemos não está dissociada de
Cristo: “Deus nos deu a vida eterna;
e esta vida está em seu Filho”. (1 João
5.11). E novamente João declara:
“...a vida eterna é esta: que te conhe-
çam, a ti só, por único Deus verda-
deiro, e a Jesus Cristo, a quem en-
viaste”. (João 17.3). Assim, só tem a
vida quem tem a Cristo. Desfrutar da
vida eterna implica em estar cheio da
presença de Cristo. Conhecer a vida
é sinônimo para conhecer a Cristo.
Por isso Jesus condenou os
religiosos de seu tempo dizendo:
“Não quereis vir a mim para terdes
vida”. (João 5.40). Eles queriam o
conhecimento de Cristo, mas rejei-
tavam o próprio Cristo. Pensavam
ser possível ter a vida divorciados de
Cristo.
Aleluia, pois em Cristo te-
mos não apenas perdão, mas também
vida e vida plena, a vida de Deus.

REVISÃO DO CONTEÚDO

1 - Como podemos definir uma nova criação? (2 Coríntios 5:17).

2 - O que caracteriza a existência sem a vida de Deus? (Gálatas 5.19-21).

28 DISCIPULADO
 Conhecendo Deus Através da Palavra

3 – Descreve a vida com Deus? (Gálatas 5.22).

4 - Se recebemos a vida de Deus, o que somos dEle agora? (1 João 3.1).

5 - Todas são filhos de Deus? Como torna-se filho de Deus? (João 1.12-
13).

6 - Como deve ser a vida de alguém que tem a vida eterna? (Romanos
6.22).

7 - Como descrever a existência antes e depois de crer em Jesus?

(Efésios 2:1).

DISCIPULADO 29
 8 - Ler e explicar as verdades contidas no segundo capítulo de Efésios.

9 - Para que Deus enviou Seu Filho ao mundo? (João 3:16).

10 – Se temos a vida somos filhos de Deus, e se somos filhos somos... ?

(Tito 3.7, Romanos 8.17).

30 DISCIPULADO

LIÇÃO 06
DESENVOLVENDO A NOVA VIDA
“Estou convicto de que aquele que em vós começou a boa obra a
aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”. (Filipenses 1.6)
Sua persistência nestes estu-
dos revela um coração sincero que
busca a Deus. O Senhor, sem dúvida,
o abençoará abundantemente: “Bus-
car-me-eis, e me achareis, quando
me buscardes com todo o vosso cora-
ção”. (Jeremias 29.13).
Ter um encontro com Cristo
e recebê-lo como Salvador e Senhor
da vida, são coisas que ocorrem em
apenas um momento, numa fração
de segundo. Conhecê-lo, no entanto,
é uma questão de convivência com
Ele. A convivência se mantém atra-
vés do estudo da Bíblia, da oração e
da comunhão da igreja. Que a vida
recebida na conversão cresça e que a
comunhão com Cristo aumente.
Uma das verdades mais sim-
ples e verificáveis sobre a vida é que
a vida cresce e se desenvolve. Há algo
de errado com uma vida que não se
estagnada. Não se pode ser criança
por toda a vida. Tampouco alguém
será um eterno adolescente. A vida
deve seguir seu curso natural desde
a meninice até a maturidade adulta.
A mesma verdade se aplica para
a vida cristã. O autor aos hebreus
(5.12) demonstra grande preocupa-
ção com os crentes que não apresen-
Conhecendo Deus Através da Palavra
tam crescimento: “Porque, devendo
já ser mestres pelo tempo, ainda ne-
cessitais de que se vos torne a ensinar
quais sejam os primeiros rudimentos
das palavras de Deus; e vos haveis fei-
to tais que necessitais de leite, e não de
sólido mantimento”.
Paulo deixa claro que o plano
de Deus é o “...aperfeiçoamen-
to dos santos... até que todos
cheguem... ao conhecimento do Filho
de Deus, a homem perfeito, à medida
da estatura completa de Cristo”.
(Efésios 4.12).
Portanto, após o novo nasci-
mento, obrigatoriamente deve ocor-
rer um novo crescimento. Após a
passagem pela porta estreita há um
caminho estreito para ser palmilha-
do. A experiência cristã não é ape-
nas uma experiência de conversão e
novo nascimento, mas de uma nova
vida que cresce e se desenvolve até
ser dia perfeito (Provérbios 4.18).
Este crescimento que segue
ao nascimento é chamado na Bíblia
de santificação e é o período no qual
Deus imprime em nós a imagem de
DISCIPULADO 31
seu Filho Jesus. Somos transforma-
dos, lapidados, aperfeiçoados e lim-
pos a medida que a nova vida recebi-
da no dia da conversão se desenvolve
em nós.
Nos dias atuais, onde tudo
deve ser instantâneo ou comprado
por um aplicativo e entregue rapida-
mente, as pessoas não estão dispostas
a investirem tempo em seu desenvol-
vimento espiritual. A maioria deseja
encontrar a maturidade em algum li-
vro de 12 passos ou em algum treina-
mento de alguns meses. Mas isto não
se aplica a vida cristã, pois a produ-
ção de um santo demanda o tempo
de uma vida inteira.
Conforme disse Paulo aos
Romanos (2.6): “Deus recompensará
cada um segundo as suas obras, ou
seja, a vida eterna aos que, com per-
severança em fazer bem, procuram
glória, honra e incorrupção”. O ob-
jetivo final de quem recebeu a nova
vida é desenvolvê-la com perseve-
rança buscando a cada dia um maior
grau de glória, honra e incorrupção.
Aos Filipenses (2.12) a mesma verda-
de é reiterada: “Desenvolvam a vossa
salvação com temor e tremor”.
O mesmo Deus que nos re-
generou pelo Espírito Santo, também
nos fará crescer rumo a perfeição
conforme declarou Paulo (Filipenses
1.6): “Aquele que em vós começou a
boa obra a aperfeiçoará até o dia de
Jesus Cristo; e Pedro corroborou”.
(1 Pedro 5.10): “O Deus de toda a
graça, que em Cristo Jesus vos cha-
32 DISCIPULADO
mou à sua eterna glória... ele mesmo
vos aperfeiçoará, confirmará, fortifi-
cará e fortalecerá”.
O crente não pode se satis-
fazer com uma experiência de con-
versão, por mais impactante que te-
nha sido. Ele deve caminhar rumo a
perfeição, em busca do pleno conhe-
cimento de Cristo Jesus (Filipenses
3.7-14).
“Então conheçamos o Senhor;
e prossigamos rem conhecê-lo.
Tão certo como nasce o sol,
ele aparecerá; virá para nós como as
chuvas de inverno, como as chuvas
de primavera que regam a terra”.
(Oseias 6.3.)
“Mas todos nós, com rosto
descoberto, refletindo como
um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em
glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor”.
(2 Coríntios 3.18).
A medida que caminhamos
na fé, o Espírito Santo nos torna a
cada dia mais parecidos com Cristo,
fazendo-nos refletir em graus cada
vez maiores a glória de Sua santida-
de.
Em suma, não basta nascer é preciso
demonstrar a cada dia o crescimento
que caracteriza uma vida saudável.
 Conhecendo Deus Através da Palavra

REVISÃO DO CONTEÚDO

1 - Qual o projeto de Deus para com os salvos? (Romanos 8.29).

2 - Qual o dever de uma nova vida em Cristo? (Lucas 18.1).

3 - Comentar sobre a obediência que deve caracterizar a nova vida? (1

João 2.3-5).

4 - Após receber a nova vida o que devemos diligentemente buscar para

que não sejamos deficientes na fé? (2 Pedro 1.3-8)

5 – Estude a oração que Paulo faz pelos efésios. Não satisfeito com uma
simples conversão, o que Paulo pede para eles? (Efésios 3.14-21).

DISCIPULADO 33
 6 – O que deve acontecer com o salvo a medida que a nova vida cresce?
(Romanos 6.14, 1 João 3.9)

7 – Qual o alimento é necessário para que a nova vida cresça de maneira

saudável? (Mateus 4.4).

8 – Qual a causa do crescimento deficiente dos leitores aos hebreus?

(Hebreus 5.12).

9 – Uma característica da vida que caminha para a maturidade.

Comente João 15.8; 15.16 e Marcos 16.15.

10 – Comente os textos? (Romanos 6.22; 12.1-2, Hebreus. 12.14).

34 DISCIPULADO

LIÇÃO 07
VENCENDO A TENTAÇÃO
“Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque,
quando for aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Se-
nhor tem prometido aos que o amam”. (Tiago 1.12)
Ainda que a pessoa esteja
salva por Cristo, ela está sujeita às
tentações. Aliás, é após a conversão
que as tentações se tornam eviden-
tes. O fato é que agora, após aceitar
a Jesus, a pessoa está envolvida numa
batalha espiritual. Embora esteja do
lado vencedor o cristão ainda tem lu-
tas a travar e será provado em sua fé.
Na realidade a tentação é uma evi-
dência de novo nascimento. O
não regenerado vive no pecado
sem qualquer tipo resistência, sua
consciência não se importa com o
erro.
“Bem-aventurado o homem
que suporta a provação;
porque, quando for aprovado,
receberá a coroa da vida, a qual o Se-
nhor tem prometido aos que o amam.
Ninguém, sendo tentado, diga: De
Deus sou tentado; porque Deus não
pode ser tentado pelo mal, e a nin-
guém tenta. Mas cada um é tentado,
quando atraído e engodado pela
sua própria concupiscência. Depois,
havendo a concupiscência concebido,
dá à luz o pecado; e o pecado, sendo
consumado, gera a morte”.
(Tiago 1.12-15)
Conhecendo Deus Através da Palavra
Tiago faz uma importante distinção
entre provação e tentação:
• A provação é externa, vem de fora,
e precisa ser vencida com perseve-
rança. A força que mantém a perse-
verança é o amor. O texto poderia
dizer: Deus dará àqueles que perse-
veram ou àqueles que creem. Mas
providencialmente diz: àqueles que o
amam. Interessante também obser-
var a sequência dos eventos: a coroa
da vida vem depois da perseverança,
assim como a glória veio depois da
cruz.
• A tentação é interna e causada pela
natureza humana caída que ainda
coexiste no salvo. Em meio aos testes
da vida alguém pode argumentar que
Deus o está induzindo ao erro. Isto
não é verdade. O pecado é incapaz de
seduzir a Deus e por isso jamais será
usado por Deus para seduzir seus fi-
lhos.
Portanto, quando erramos
e sucumbimos em meio aos reveses
da vida devemos buscar a causa em
nós mesmos, em nossos desejos ine-
rentes. Pois, a busca pela satisfação
de tais desejos produz o pecado, que
DISCIPULADO 35
praticado leva a morte e ao afasta- luta a travar contra o pecado. Caso a
mento de Deus. perfeição impecável fosse promessa
do evangelho para esta vida, então a
A provação e a tentação não são em santificação seria dispensável.
si mesmas pecado. O comportamento
diante da provação ou tentação é que O homem não regenerado
pode gerar o pecado e levar a morte. não apresenta nenhuma luta dentro
A falta de perseverança e a busca por
de si, não tem prazer na Lei do Se-
satisfação própria podem nos trazer
nhor e não deseja se libertar definiti-
prejuízos irreparáveis.
vamente do cativeiro que vive como
pecador.
O ensino de Paulo aos ro-
manos também deve ser cuidadosa-
O homem não é neutro e o
mente considerado (7.14-25): “Por-
pecado não vem de fora. O pecado
que bem sabemos que... eu sou carnal,
habita no homem, e mesmo o ho-
vendido sob o pecado. Porque o que
mem regenerado não consegue se li-
faço não o aprovo; pois o que quero
vrar definitivamente dele. O homem
isso não faço, mas o que aborreço isso
nasce pecador e para o pecado se re-
faço. E, se faço o que não quero, con-
velar nele é só uma questão de tem-
sinto com a lei, que é boa... Porque
po.
eu sei que em mim, isto é, na minha
carne, não habita bem algum; e com
O querer está comigo, mas
efeito o querer está em mim, mas não
o poder para fazer não está. Quem
consigo realizar o bem. Porque não
nunca lutou contra a língua preci-
faço o bem que quero, mas o mal que
pitada, o julgamento precoce, o res-
não quero esse faço. Ora, se eu faço o
sentimento, a cobiça, o desânimo, o
que não quero, já o não faço eu, mas
orgulho, a indiferença, e assim a lista
o pecado que habita em mim. Acho
segue.
então esta lei em mim, que, quando
quero fazer o bem, o mal está comi-
Interessante observar que
go. Porque, segundo o homem inte-
Paulo não fala de um poder espo-
rior, tenho prazer na lei de Deus; Mas
rádico tentando levá-lo, em alguns
vejo nos meus membros outra lei, que
momentos, a agir contrariamente a
batalha contra a lei do meu entendi-
Lei de Deus. O apóstolo fala de um
mento, e me prende debaixo da lei do
poder contínuo, ou seja, de uma lei,
pecado que está nos meus membros.
diferente da Lei de Deus, que atua
Miserável homem que eu sou! Quem
sempre em seus membros.
me livrará do corpo desta morte? Dou
graças a Deus por Jesus Cristo nosso
Miserável homem que sou,
Senhor...”
pois tenho em mim algo contrário
ao meu Deus e disto não consigo me
O texto supra deixa claro que
livrar. Eis a pergunta de desespero:
o homem regenerado ainda tem uma

36 DISCIPULADO
 Conhecendo Deus Através da Palavra

“Quem me livrará?”. Então vem a isto, e Paulo não tinha vergonha de

resposta: “dou graças a Deus por Je-
sus Cristo nosso Senhor”. Vemos aqui
uma explosão de súbita alegria.
O crente oscila entre a reali-
dade de estar em Cristo e ainda ter
a natureza de Adão; pertence a Cris-
to, mas ainda está no mundo; é livre,
mas ainda está preso a natureza adâ-
mica. Nossa experiência autentica
reconhecer tal verdade.
Alguém já definiu com mui-
ta precisão que a salvação é um pro-
cesso: fomos salvos da penalidade
do pecado pela justificação; estamos
sendo salvos do poder do pecado
pela santificação; e seremos salvos
da presença do pecado pela glorifi-
cação.

REVISÃO DO CONTEÚDO

1 - Diferencie tentação (Tiago 1.13-15) e provação (Hebreus 12.11).

2 - Explique a razão pela qual um salvo pode ser induzido ao erro:

(Romanos 7)

3 - Tentação é pecado? (Hebreus 4:15)

4 - Como devemos olhar para a provação? (Tiago 1:2-4)

DISCIPULADO 37
 5 - Explique o texto de 1 João 2.15-17 e faça uma relação com a desobe-
diência de Eva escrita em Gênesis 3.6

6 - Como podemos vencer as tentações e sermos vitoriosos apesar de

nossa natureza carnal ainda existir? (Romanos 8.1-14)

7 - Qual o ensino de Jesus para vencermos as tentações? (Mateus 26.41)

8 - O que Paulo ensinou aos crentes de Galácia sobre tentações?

(Gálatas 5:16-26)

9 - Qual deve ser a atitude de alguém que sucumbiu diante da tentação?

(Provérbios 28:13, 1 João 2.1-2)

10 – Comentar o texto de 1 João 1.9

38 DISCIPULADO

11 – Estude os textos sobre a tentação de Jesus e faça um resumo do
que aprendeu (Mateus 4.1-11 e Lucas 4.1-13). Algumas perguntas para
orientação:
• Jesus podia ser tentado?
• Esta foi a única vez que o diabo Lhe tentou?
LIÇÃO 08
SEGUINDO A JESUS
“E Jesus... disse-lhe: Segue-me. E ele... o seguiu”.
(Mateus 9.9)
No contexto bíblico, o discí-
pulo de Jesus não é alguém que me-
ramente aprendeu os ensinos dEle. O
discipulado cristão demanda comu-
nhão com o Mestre.
Quando Jesus chama seus
discípulos Ele simplesmente diz: “Se-
gue-me...”(Mateus 9.9, João 1.43).
Mais adiante, este ato de seguir a Je-
sus, implica em estar com Ele, tendo
com Ele comunhão para aprender
dEle e não sobre Ele.
Isto também se percebe em
Marcos 3.14: “Nomeou doze para
que estivessem com ele e os mandas-
se a pregar”. Aqui o serviço sucede
à comunhão. Então, um discípulo de
Cristo é alguém chamado para seguir
a Jesus com o objetivo de estar sem-
pre perto de dEle e aprendendo sem-
pre com Ele.
Conhecendo Deus Através da Palavra
• Como Ele enfrentou a tentação?
• Qual o objetivo de satanás com a tentação?
“Não há discipulado cristão
sem comunhão e sem conhe-
cimento de Cristo”.
Outra faceta do discípulo
cristão foi revelada pelo próprio Cris-
to quando disse: “Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo... e
siga-me” (Lucas 9.23). Um discípulo
de Jesus não pode viver para si mes-
mo, mas sim para a glória de Deus.
Um discípulo de Cristo tem que ma-
tar suas ideias, seus sentimentos, sua
vontade e aprender a viver como seu
Mestre viveu: fazendo a vontade do
Pai.
Jesus nunca passou a ideia
de que o discipulado seria tarefa fácil.
Ele nunca suavizou seu discurso para
conquistar um discípulo. As palavras
DISCIPULADO 39
de Lucas 14.25 são extremamente
duras para os ouvidos ’sensíveis” dos
dias atuais: “... ia com ele uma grande
multidão; e, voltando-se, disse-lhe: Se
alguém vier a mim, e não aborrecer a
seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e ir-
mãos, e irmãs, e ainda também a sua
própria vida, não pode ser meu discí-
pulo. E qualquer que não levar a sua
cruz, e não vier após mim, não pode
ser meu discípulo... qualquer de vós,
que não renuncia a tudo quanto tem,
não pode ser meu discípulo”.
Então, para seguir a Jesus é
preciso deixar de seguir a mim mes-
mo. O chamado cristão para o dis-
cipulado não é um chamado para
aprender, mas um chamado para
morrer. Morrer para si mesmo e vi-
ver para Cristo. Cujo glorioso final é:
“Não mais vivo eu, mas Cristo vive
em mim...” (Gálatas 2.20)
O discípulo, devido a sua
REVISÃO DO CONTEÚDO
1 – Comente o ensino de Jesus sobre discipulado em Lucas 14.25-33.
2 - Qual a diferença entre um mero seguidor (multidões) e os discípulos
de Jesus (Mateus 13, Marcos 4.34)
40 DISCIPULADO
proximidade com Cristo, assimila o
caráter de seu Mestre tornando-se a
cada dia mais parecido com Ele. Esta
convivência faz as pessoas declara-
rem conforme Atos 4.13: “...mara-
vilharam-se e reconheceram que eles
haviam estado com Jesus”. Assim o
discípulo não é alguém que apenas
tem informações sobre Jesus, mas al-
guém que é semelhante a Ele.
Diante do exposto supra,
para cumprir a ordem de Jesus “Ide,
fazei discípulos de todas as nações”,
deve-se levar as pessoas ao conheci-
mento de Cristo. A comunhão com
Cristo os levará a morte de si mes-
mas, e só assim poderão ser chama-
dos discípulos de Cristo.
Isto não é feito meramente
em uma sala de aula, pois um discí-
pulo não é alguém que meramente
ensinamos, mas alguém com quem
convivemos e a Cristo levamos.
 Conhecendo Deus Através da Palavra

3 – Qual a diferença de conhecimento sobre Jesus que existia entre as

multidões e os discípulos? (Mateus 16.13-23)

4 – Por causa da revelação especial que possui de seu Mestre o que é exi-
gido de um discípulo? (Mateus 16.24-28)

5 – Comente a ordem de Jesus em Mateus 28.19.

6 - Como Jesus encarou as escusas dos “candidatos” ao discipulado? O

que Jesus estava ensinando ao responder de forma tão contundente
(Mateus 8.19-22, Lucas 9.57-62)

7 – Cite duas características de um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo.

(João 8;31;13;35)

DISCIPULADO 41
 8 – Medite nos capítulos 14-17 de João, pois se constituem no último
ensino de Jesus aos seus discípulos.

9 – Que tipo de tratamento um discípulo de Jesus deve esperar do mundo

a medida que cumpre a grande comissão? (Mateus 10)

10 - Você tem testemunhado pessoalmente a alguém sobre Jesus? Você

tem levado pessoas a seguirem a Jesus?

Pecado, ignorância, comodismo, timidez, podem nos impedir de levar outros a Jesus. Se
você não tem dado frutos, por que não confessar isto e pedir a Cristo para guiá-lo a alguém
que precisa d’Ele?
Fruto é o transbordar da vida. Significa que a vida de Cristo está fluindo e passando através
de nós. Transmita a vida que você recebeu a outros que estão na morte e que desconhecem a
Deus, por conseguinte, nunca aprenderam sobre a liberdade que há em JESUS, nosso Senhor
e Salvador.

42 DISCIPULADO

LIÇÃO 09
ENCHENDO-SE DO ESPÍRITO SANTO
“Enchei-vos do Espírito...”. (Efésios 5.18)
O Espírito Santo tem sido
a pessoa negligenciada da Trinda-
de. Os ensinos sobre Ele têm sido
ignorados e sua pessoa simplesmen-
te ligada a coisas inanimadas como
energia, fogo, barulho, poder e si-
milares. Olvidamos do fato de que
o Espírito Santo é uma pessoa e foi
enviado para suprir a falta de outra
pessoa, Jesus Cristo. Portanto, se ha-
via comunhão de Jesus com seus dis-
cípulos, também deve haver entre o
Espírito Santo e os filhos de Deus. O
desconhecimento, ou entendimento
parcial desta verdade será de grande
prejuízo para a vida cristã.
A marca indelével dos últi-
mos dias seria o derramamento do
Espírito Santo (Joel 2.29). Por isso
Ele é o espírito da promessa pois
tanto o Antigo Testamento como o
próprio Jesus asseguraram sua vinda.
A promessa não fala de medida, mas
sim de algo sendo derramado. Então
por que conhecemos tão pouco do
Espírito Santo?
O Espírito Santo habita em
nós, pois todos aqueles que perten-
cem a Deus se tornaram habitação
do Espírito Santo. Contudo, a Bíblia
nos exorta a sermos muito mais do
Conhecendo Deus Através da Palavra
que apenas casa de Deus. Ela nos
convoca a conhecer, a ter comunhão
e a desfrutar da presença de Deus en-
chendo-nos do Espírito Santo.
É ensino claro das Escritura
que recebemos o Espírito Santo
quando cremos. Não há nem um
filho de Deus que não O receba,
pois se alguém não tem o Espírito de
Cristo esse tal não é dEle (Romanos
8.9). Contudo, há uma diferença en-
tre receber o Espírito na regeneração
e estar cheio do Espírito durante a ca-
minhada cristã. Se a experiência com
o Espírito Santo se resumisse a rece-
bê-lo no dia que nascemos de novo,
não faria sentido Paulo nos exortar a
encher-se do Espírito (Efésios 5.18).
Jesus falou da mesma reali-
dade ao exortar seus discípulos para
que “peçam... batam... e busquem
pelo Espírito Santo, pois o Pai conce-
derá o Espírito àqueles que demons-
trarem diligencia na busca por Ele “.
(Lucas 11.13).
“Por que Jesus nos ensinaria
a pedir e buscar tão diligen-
temente algo que já recebe-
mos plenamente no dia da
conversão?”
DISCIPULADO 43
 Portanto, há muito mais
para se receber e conhecer do Espí-
rito Santo, do que aquilo que experi-
mentamos no dia da conversão.
• O Espírito Santo quem nos ensina
as verdades do evangelho:
“... o Espírito Santo, que o Pai
enviará em meu nome, lhes
ensinará todas as coisas e lhes
fará lembrar tudo o que eu
lhes disse...” (João 14.26)
“... quando o Espírito da ver-
dade vier, ele os guiará a toda
a verdade...” (João 16.13)
“O Espírito testemunha ao
nosso espírito que somos filhos
de Deus...” (Romanos 8.14)
• O Espírito Santo nos revela Jesus:
“... ninguém pode dizer: “Jesus
é Senhor”, a não ser pelo Espí-
rito Santo... “ (1 Coríntios 12.3)
“... o Espírito Santo... Ele me
glorificará...” (João 16.14)
• O novo nascimento é operado pelo
Espírito Santo:
“... Ele nos salvou pelo lavar
regenerador e renovador do Es-
pírito Santo, que ele derramou
sobre nós generosamente...”
(Tito 3.5)
44 DISCIPULADO
• A santificação é operada pelo Es-
pírito:
“... purificando as vossas almas
pelo Espírito na obediência a
verdade...” (1 Pedro 1.22)
• A adoração só é possível pelo Es-
pírito:
“... nós adoramos pelo Espírito
de Deus...” (Filipenses 3.3)
• A oração é pelo Espírito:
“... o Espírito ajuda as nossas
fraquezas; porque não sabe-
mos o que havemos de pedir
como convém, mas o mesmo Espí-
rito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis. E aquele que examina
os corações sabe qual é a intenção
do Espírito; e é ele que segundo Deus
intercede pelos santos... “
(Romanos 8.26)
Paulo disse “Vós sois o Tem-
plo de Deus e o Espírito de Deus
habita em vós (1 Coríntios 3.16)” e
Pedro reiterou “sobre nós repousa o
Espírito da glória de Deus”. (1Pedro
4.14)”. Então, que tenhamos comu-
nhão com o Espírito Santo, que Ele
nos encha a vida e nos transforme a
imagem de Cristo Jesus.
 Conhecendo Deus Através da Palavra

REVISÃO DO CONTEÚDO

1 – Por que os últimos dias seriam os dias do derramamento do Espíri-

to? (Joel 2.28,29).

2 – De acordo com João 1.33 o que faria Jesus?

3 – Quando o Espírito Santo foi dado? (Atos 2).

4 – Por que os discípulos receberam a ordem de aguardar em Jerusalém

até que recebessem o Espírito Santo? (Atos 1.4-8).

5 – Quando recebemos o Espírito Santo? (Romanos 8.9).

6 – O que significa ter o Espírito como penhor? (2 Coríntios. 5.5, Efé-

sios 1.14).

DISCIPULADO 45
 7 – O que significa ter o Espírito como selo? (2 Coríntios 1.22, Efésios
1.13, 4.30).

8 – Qual ordem nos é dada em Efésios 5.18?

9 – Descreva 10 funções do Espírito Santo?

10 – O que acontece com os que creem em Jesus? (João 7.37-39)

11 – Leia João 14 e explique as palavras de Jesus sobre o Espírito Santo?

46 DISCIPULADO
 Conhecendo Deus Através da Palavra

LIÇÃO 10
CRENDO NAS PROMESSAS DE DEUS

“... Deus nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas,

para que por elas fiqueis participantes da natureza divina,
havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência
há no mundo ”. (2 Pedro 1.4)

Promessa é palavra penho- se cumpriram; nenhuma delas fa-

rada. Significa o compromisso de al-
guém para realizar ou não determi-
nada coisa. Há na Bíblia grandiosas
promessas de Deus para o homem, e
principalmente para o homem salvo.
Algumas são condicionadas a certos
atos de obediência, outras são incon-
dicionais. Temos que nos apropriar
de todas elas pela fé, se queremos re-
ceber as bênçãos nelas incluídas.
Desde o Gênesis Deus se re-
vela como alguém cujo hábito é fazer
promessas. À medida que os anos e
séculos passam o homem percebe
que Deus inexoravelmente cumpre
cada uma de suas promessas. O ho-
mem percebe em Deus um ser con-
fiável, fiel e que jamais deixará de
cumprir com algo que prometeu, seja
para o bem ou para o mal.
Como declarou Josué ao fim
de sua vida, depois de 110 anos se-
guindo ao Senhor (Josué 23.14): “Vo-
cês sabem, lá no fundo do coração
e da alma, que nenhuma das boas
promessas que o Senhor, o seu Deus,
lhes fez deixou de cumprir-se. Todas
lhou”.
A mesma verdade é exarada
por Etã, o salmista (Salmos 89.34):
“Não violarei a minha aliança nem
modificarei as promessas dos meus
lábios”.
Logo após a queda do ho-
mem Deus promete alguém da se-
mente da mulher para esmagar a ca-
beça de satanás (Gênesis 3.15). Mais
adiante, em Gênesis 12, Deus faz
uma promessa a Abraão de tornar
seus descendentes uma grande na-
ção e abençoar o mundo através de
um de seus filhos. Seguindo no relato
bíblico Deus promete a Davi um des-
cendente e um reino eternos (2 Sa-
muel 7.4-17). Os salmistas cantaram
as promessas de Deus e os profetas
não deixaram que o povo se esquecer
delas.
Chegam os dias do Novo
Testamento, onde a maioria das pro-
messas do Antigo Pacto se cumprem
e novas promessas são feitas por um
Deus que jamais deixou cair um til

DISCIPULADO 47
de sua Palavra.
Que possamos agir como
o velho Abraão diante da promessa
que recebeu de Deus de que teria um
filho: “... apesar de ser um velho sem
vitalidade... Mesmo assim não du-
vidou nem foi incrédulo em relação
à promessa de Deus, mas foi fortale-
cido em sua fé e deu glória a Deus,
estando plenamente convencido de
que ele era poderoso para cumprir o
que havia prometido”.
(Romanos 4.19-21)
Que a exemplo dos santos
homens que nos antecederam na ca-
minhada cristã possamos entender
que “...é necessário paciência, para
que, depois de haver feito a vontade
de Deus, possamos alcançar a pro-
messa”. (Hebreus 10.36)
Vale ressaltar que as promes-
sas não são alcançadas meramente
pelo esforço, persistência, habilidade,
espiritualidade ou qualquer outra
ação humana. Cristo é a garantia
do cumprimento das promessas,
conforme claramente registrado em
(2 Coríntios 1.20): “... quantas forem
as promessas feitas por Deus, tantas
têm em Cristo o “sim”. Por isso, por
meio dele, o “Amém” é pronunciado
por nós para a glória de Deus”.
Vejamos algumas promessas de
Deus para seus filhos:
“Eu vou lhes preparar lugar,
voltarei e os levarei para
48 DISCIPULADO
mim, para que vocês estejam onde eu
estiver”. (João 14.3)
“... tudo quanto pedirdes
a meu Pai, em meu nome,
ele vo-lo há de dar... pedi, e
recebereis, para que o vosso
gozo se cumpra”. (João 16.23-24)
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos
dará outro Consolador, para
que fique convosco para sem-
pre; O Espírito de verdade, que
o mundo não pode receber, porque
não o vê nem o conhece; mas vós o
conheceis, porque habita convosco, e
estará em vós”.
(João 14.16,17)
“Deixo-vos a paz, a minha paz
vos dou...”. (João 14.27)
“... que tenham a minha ale-
gria completa em si mesmos”.
(João 17.13)
“Não peço que os tires do
mundo, mas que os livres do
mal”. (João 17.15)
“Mas nós, segundo a sua pro-
messa, aguardamos novos céus
e nova terra, em que habita a
justiça”. (2 Pedro 3.13)
“E esta é a promessa que ele
nos fez: a vida eterna”.
(1 João 2.25)
 Conhecendo Deus Através da Palavra

REVISÃO DO CONTEÚDO

1 - Jesus fez três maravilhosas promessas a todos os que ouvem a Sua

Palavra e creem em Deus, que O enviou. Quais são elas? (João 5.24).

2 - Qual é a promessa de Jesus aos que O servem? (João 12.26).

3 - Quais as três coisas que Jesus prometeu em João 10.28?

4 – O que foi prometido em Mateus 28.20?

5 – O que nos foi prometido através da ação do Espírito Santo?

(João 13.14)

DISCIPULADO 49
 6 – Qual é a promessa que Paulo faz referência em Romanos 1.1-4?

7 – Comente a promessa de Ezequiel 36.26?

8 – Descreva a promessa de João 5.28-29?

9 – Como devemos entender a promessa de Tiago 5.15?

10 - Escolha um versículo da Bíblia que contém uma promessa que pre-

cisa se cumprir em sua vida. Em oração peça com temor e tremor para
que Deus cumpra sua Palavra:

50 DISCIPULADO
 Conhecendo Deus Através da Palavra

LIÇÃO 11
O BATISMO CRISTÃO

“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome

de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o
dom do Espírito”. (Atos 2.38)

Para se entender o batismo rá pelo fogo do Espírito Santo.

é preciso mencionar os rituais de la-
vagem do Antigo Testamento. Estes
rituais eram todos voltados para a
purificação cerimonial e constituí-
am-se símbolos da purificação real
que o Novo Testamento traria. Os
batismos também faziam parte de
rituais pagãos com o mesmo sentido
de purificação. Os judeus também
batizavam os prosélitos do judaísmo
visando purificá-los das impurezas
gentílicas.
Mas quando se olha para o
batismo cristão claramente se vê que
a realidade para a qual ele aponta é
completamente única sem qualquer
similar no paganismo ou no judaís-
mo.
Quando João aparece bati-
zando no deserto da Judéia não es-
tava fazendo nada inovador, pois as
pessoas conheciam aquele ritual e
sabiam de seu significado. Mas João
define seu batismo não como de
purificação, mas sim de arrependi-
mento. E alguém poderia perguntar
como fica a purificação? A resposta
seria: Ela será feita por alguém que
vem depois de mim Ele vos purifica-
Arrependimento não significa aban-
dono de pecado, mas sim mudança
de mente que leva ao abandono do
pecado. Ao arrepender-se o homem
percebe a malignidade do pecado e
clama por libertação.
O arrependimento não é
um ensino de João, mas um ensino
de toda a Bíblia desde o Gênesis. No
Antigo Testamento envolvia mudan-
ça de ação, e é traduzido por con-
verter-se (Deuteronômio 30.2). No
Novo Testamento o termo implica
em uma mudança de mente e cora-
ção.
Jesus, ao iniciar seu minis-
tério, continua a pregar o
arrependimento “Depois de
João ... veio Jesus ... pregan-
do o evangelho do reino de
Deus, e dizendo: ... Arrepen-
dei-vos, e crede no evange-
lho”. (Marcos 1.14,15).
Os discípulos são orientados
por Jesus a pregarem o arrependi-
mento (Marcos 6.12): “... e pregavam
que se arrependessem”.
DISCIPULADO 51
 Pedro também pregava o ar-
rependimento (Atos 2.38): “E disse-
-lhes Pedro: Arrependei-vos...”
E Paulo continua pregando
a mesma mensagem (Atos 17.30):
“Deus... anuncia agora a todos os
homens, e em todo o lugar, que se ar-
rependam”.
Portanto, para haja batismo
é preciso, impreterivelmente, que te-
nha havido arrependimento.
O batismo cristão também
sempre está ligado a fé. É preciso crer
antes de ser batizado. Não apenas
uma aquiescência intelectual, mas
uma fé verdadeira de alguém que en-
tendeu o evangelho, entregou a vida
a Cristo e demonstra desejo indes-
trutível de segui-Lo. A estes é reser-
vado o privilégio do batismo.
Marcos 16.16 expressa esta
verdade: “Quem crer e for batizado
será salvo; mas quem não crer será
condenado”. E Atos 2.41: “... foram
batizados os que de bom grado rece-
beram (creram) a sua palavra.” E At.
8.12: “... quando Filipe lhes pregou
as boas novas do Reino de Deus e do
nome de Jesus Cristo, creram nele, e
foram batizados”.
O clássico relato de Feli-
pe e o eunuco também ensina que
a fé precede o batismo: ... o eunu-
co disse: “.... Que me impede de ser
batizado? Disse Filipe: Você pode,
se crê de todo o coração. O eunuco
respondeu: Creio que Jesus Cristo é
52 DISCIPULADO
o Filho de Deus... Então Filipe e o
eunuco desceram à água, e Filipe o
batizou”.
O batismo simboliza em pri-
meiro lugar a lavagem e purificação
dos pecados, isto, claramente obser-
va-se nos textos a seguir. Obviamen-
te, não há nenhum poder nas águas
do batismo, mas elas representam o
poderoso lavar regenerador do Espí-
rito Santo no coração humano.
“... segundo a sua misericórdia,
nos salvou pela lavagem da
regeneração e da renovação do
Espírito Santo”.
(Tito 3.5)
“Levanta-te, e batiza-te, e lava
os teus pecados, invocando o
nome do Senhor”. (Atos 22.16)
O batismo, em segundo lu-
gar, aponta para a identificação do
crente com a morte e ressurreição
de Jesus Cristo. E nos textos a seguir
Paulo faz esta correlação.
“... todos quantos fomos bati-
zados em Jesus Cristo fomos
batizados na sua morte. De
sorte que fomos sepultados com
ele pelo batismo na morte; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre
os mortos, pela glória do Pai, assim
andemos nós também em novidade
de vida. Porque, se fomos plantados
juntamente com ele na semelhança
da sua morte, também o seremos na
da sua ressurreição”.(Romanos 6.3-5)
 Conhecendo Deus Através da Palavra

“Sepultados com ele no batis- de ou como um ritual vazio.

mo, nele também ressuscitastes
pela fé no poder de Deus, que
o ressuscitou dentre os mor-
tos”. (Colossenses 2.12)
Assim como os sacrifícios
do Anttigo Testamento foram or-
denados, mas não tinham qualquer
poder para purificar os pecados
“Porque é impossível que o sangue
dos touros e dos bodes tire os peca-
dos”. (Hebreus 10.4); o batismo cris-
tão também, embora ordenado, não
tem nenhum poder para regenerar o
pecador. Contudo, o batismo jamais
deve ser visto como mera formalida-
O batismo é um reconhe-
cimento público daquilo que secre-
tamente ocorreu no coração. Ao se
batizar o crente reconhece o perdão
que recebeu e a nova vida que lhe foi
dada. Ele agora é uma nova criação
sem qualquer dívida diante de Deus.
Em Gálatas 3.27 Paulo disse: “... os
que em Cristo foram batizados, de
Cristo se revestiram”.
“Em suma, é preciso crer no
evangelho, arrepender-se e
nascer de novo para só então
apresentar-se como candida-
to ao batismo”.

REVISÃO DO CONTEÚDO

1 - Que ordenança se acha intimamente ligada à fé no evangelho?

(Marcos 16.15-16).

2 - Realidades que devem anteceder no batismo:

Atos 2.38.

1 João 1.9; Apocalipse 1.5.

Romanos 6.3-5

Gálatas 3.27

DISCIPULADO 53
 3 – O que significa ser batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo? (Mateus 28.19).

4 – O que fez o carcereiro e sua família após crer em Jesus? (Atos 16.33)

5- Qual o interesse do eunuco após crer em Jesus Cristo? (Atos 8.36).

6 - Como devemos andar após o batismo? (Romanos 6.4).

7 – Descreva o batismo cristão: sua obrigatoriedade, os pré-requisitos,

seu significado?

8 – Descreva o ensino de 1 Pedro 3.21.

9 – No que o batismo cristão é diferente do batismo de João?

10 – Quando um crente em Jesus deve se batizar? (Atos 18.8)

54 DISCIPULADO

LIÇÃO 12
A CEIA DO SENHOR
“... fazei isto em memória de mim.... Porque todas as ve-
zes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais
a morte do Senhor, até que venha”. (1 Coríntios 11.24-26)
O esquecimento, caracte-
rística intrínseca da mente humana,
não pode tornar aquilo que Deus fez
por nós apenas vagas lembranças. A
medicina tem atestado que o ato de
esquecer certos eventos é benéfico e
necessário para manutenção da vida.
Mas o esquecimento não apenas lan-
ça uma densa neblina sobre fatos co-
tidianos, mas grandes fatos são igual-
mente olvidados.
Ciente disto, Jesus instituiu
a Sua Ceia para lembrarmos perio-
dicamente de seu sacrifício na cruz.
A lembrança manteria acessa a gra-
tidão por tudo quanto Ele sofreu a
nosso favor.
“Tomando o pão, deu graças,
partiu-o e o deu aos discípulos,
dizendo: Isto é o meu corpo
dado em favor de vocês; façam isto
em memória de mim. Da mesma
forma, depois da ceia, tomou o cálice,
dizendo: Este cálice é a nova aliança
no meu sangue, derramado em favor
de vocês”. (Lucas 22.19-20)
Conhecendo Deus Através da Palavra
“O Senhor Jesus, na noite em
que foi traído, tomou o pão e,
tendo dado graças, partiu-o e
disse: Isto é o meu corpo, que é dado
em favor de vocês; façam isto em
memória de mim.
Da mesma forma, depois da ceia ele
tomou o cálice e disse: Este cálice é a
nova aliança no meu sangue; façam
isto, sempre que o beberem, em me-
mória de mim.
Porque, sempre que comerem deste
pão e beberem deste cálice, vocês
anunciam a morte do Senhor até que
ele venha”. (1 Coríntios 11.23-26)
Deve ser ressaltado que as
palavras bíblicas para “memória” ou
“lembrança” não indicam apenas um
olhar para fatos passados. A ideia
por trás destas palavras é transpor-
tar para o presente o que ocorreu no
passado. Implica em experimentar
aqui e agora os efeitos dos atos pas-
sados que estão sendo relembrados.
Quando Jesus institui a Ceia
cristã, Ele e seus discípulos estão ce-
lebrando a Páscoa judaica. Esta cele-
bração apontava para saída do povo
de Israel do Egito. Naquela longín-
DISCIPULADO 55
qua noite, após matarem um cordei-
ro, cujo sangue aspergido nas portas
e janelas livrou da morte os primogê-
nitos, as famílias se assentaram para
jantar.
A pergunta feita por Isaque
atravessa todo o Antigo Testamen-
to: “... onde está o cordeiro”. (Gêne-
sis 22.7). Mas um cordeiro apareceu
para salvar Isaque. Outros cordei-
ros apareceram para livrar os pri-
mogênitos na Páscoa. E por séculos
inúmeros cordeiros foram usados
para cobrir os pecados da nação. A
pergunta persistia: Onde está o ver-
dadeiro cordeiro? Até o dia em que
João Batista aparece apontando para
Jesus e gritando: “Eis o cordeiro de
Deus”. (João 1.29).
Agora, chegou a hora do
Cordeiro ser imolado em prol do ho-
mem pecador. Chegou a hora da Pás-
coa simbólica dos judeus ser substi-
tuída pela verdadeira Páscoa cristã:
“Desejei ansiosamente comer esta
Páscoa com vocês antes de sofrer.
Pois eu lhes digo: Não comerei dela
novamente até que se cumpra no
Reino de Deus”. (Lucas 22.15,16).
E Paulo diz (1 Coríntios 5.7): “Pois
Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado
por nós”.
Jesus, então, redefini os ele-
mentos da Páscoa judaica. A aliança
para a qual ela apontava é chamada
de “Antigo Testamento”, já que Ele
se refere a sua morte como o início
de um “Novo Testamento” (Hebreus
8.13). A ceia cristã, doravante, pas-
56 DISCIPULADO
sa a celebrar um novo Contrato, um
novo Pacto ou um novo Testamen-
to, firmado em melhores promessas
(Hebreus 8.6)
“O pão passa a significar o
corpo de Cristo que seria
moído em prol do homem
pecador”.
“O vinho passa a representar
o sangue de Cristo, sua vida,
que seria derramada para
salvação do homem”.
Nas páginas da Bíblia tomar
uma refeição com alguém era sinôni-
mo de amizade duradoura. Portanto,
a ceia cristã aponta para a reconci-
liação entre Deus e o crente piedoso.
Ao participar da ceia o crente declara
em alto e bom som: Eu e Deus somos
amigos.
A ceia cristã também é profé-
tica. Cada vez que participamos dos
elementos declaramos com certeza
que um dia, definitivamente, senta-
remos a mesa com Jesus na eternida-
de e juntos celebraremos a salvação
que Ele nos deu: “Não beberei deste
fruto da videira até aquele dia em
que beberei o vinho novo com vo-
cês no Reino de meu Pai” (Mateus
26.29); e João complementa: “Feli-
zes os convidados para o banquete
do casamento do Cordeiro”.
(Apocalipse 19.9).

A ceia nos faz olha para o
passado (a morte de Cristo e a salva-
ção que ela nos deu); para o presente
(anunciando e desfrutando da salva-
ção); e para o futuro (anunciando a
volta de Jesus).
Diante dos textos que por
ora analisamos é fácil concluir que a
ceia cristã é uma celebração destina-
da aos filhos do reino de Deus. Como
a ceia celebra a salvação, apenas os
salvos devem se envolver com ela.
“Todo aquele que comer o pão
ou beber o cálice do Senhor
indignamente será culpado de
pecar contra o corpo e o sangue do
Senhor. Examine-se o homem a si
mesmo, e então coma do pão e beba
do cálice. Pois quem come e bebe
sem discernir o corpo do Senhor,
come e bebe para sua própria conde-
nação.
Por isso há entre vocês muitos fracos
e doentes, e vários já morreram”.
(1 Coríntios 11.27-30).
Se Paulo proibiu a partici-
pação de maneira indigna é porque
há uma forma digna de participar da
ceia do Senhor. A maneira recomen-
dada diante de tão solene refeição é
uma postura de autoexame. A con-
duta irrefletida não será tolerada. A
autoanálise permite entender que os
elementos representam a salvação
em Cristo. Também nos leva a en-
tender que tal refeição é destinada
aos salvos que não vivem delibera-
damente em pecado. E por fim, in-
Conhecendo Deus Através da Palavra
trospecção nos faz ver o juízo sobre
aqueles que não atentam para tão
grandiosa salvação (Hebreus 2.3).
Examine-se a si mesmo, ou
seja, olhe para sua vida é veja se ela
espelha a salvação oferecida pelo
Cordeiro de Deus: “Examinem-se
para ver se vocês estão na fé; pro-
vem-se a si mesmos. Não percebem
que Cristo Jesus está em vocês? A
não ser que tenham sido reprova-
dos!” (2 Coríntios 13.5)
“Se insistirmos em não olharmos cri-
teriosamente para nossa vida antes de
participarmos da ceia. Se tratarmos a
ceia do Senhor com desprezo e indi-
ferença. Então o próprio Senhor nos
julgará. E seu juízo pode incluir des-
de uma repreensão leve até a própria
morte”.
O autoexame não é reco-
mendado para nos excluir da ceia,
mas para através dele reconhecer
nossos pecados e clamar por mi-
sericórdia antes de participarmos
da ceia: “Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para per-
doar os nossos pecados e nos pu-
rificar de toda injustiça.... Meus
filhinhos, escrevo-lhes estas coi-
sas para que vocês não pequem.
Se, porém, alguém pecar, temos
um intercessor junto ao Pai, Jesus
Cristo, o Justo”. (1 João 1.9; 2.1).
DISCIPULADO 57
 REVISÃO DO CONTEÚDO

1 – Qual celebração do Antigo Testamento foi substituída pela Ceia?

(Lucas 22.15-20).

2 - Qual o significado dos elementos da ceia? (Mateus 26.26-28).

3 – O que aconteceu com Jesus após a celebração da ceia?

4 – Por que Jesus morreu na Páscoa?

5 - Todas às vezes que celebramos a Ceia do Senhor, o que anunciamos?

(1 Coríntios 11.26).

58 DISCIPULADO
 Conhecendo Deus Através da Palavra

6 - Qual a condição para que alguém possa participar da Ceia do Se-

nhor?

7 – Como um salvo deve participar da ceia do Senhor?

(1 Coríntios 11.28)

8 – Quais as duas ordenanças ou sacramentos cristãos?

9 – Explique o discurso de Jesus em João 6.48-56.

10 – Cite a principal diferença entre a Antiga e a Nova Aliança

(Hebreus 8.6-13).

DISCIPULADO 59
 LIÇÃO 13
ESPERANDO JESUS

“E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto Ele subia,

eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de
branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que
estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi
recebido em cima no céu, há de vir assim como para o
céu o vistes ir”. (Atos 1.10)

Jesus prometeu retornar ao É fácil denunciar a

mundo e parece que o nosso coração
está tão à vontade no mundo que não
mais desejamos o retorno imediato
de Cristo. Para muitos, a vida ficou
tão interessante neste lado do sol que
não desejam ardentemente o retorno
de Cristo. Aqui temos família, aqui
enriquecemos, o mundo nos respei-
ta, temos tantos planos e projetos
neste mundo que o retorno de Cristo
não é mais tão desejado.
É interessante observar
que a sociedade dos últimos dias
será como aquela dos dias de
Noé, casavam, bebiam, comiam e
negociavam, ou seja, fascinados pelas
coisas do mundo não perceberam o
julgamento iminente.
Os dias de Ló também são
citados como exemplos dos dias que
antecederão o advento de Cristo. E
de maneira similar comiam, bebiam,
casavam e negociavam. Também não
perceberam o juízo que os aguarda-
va.
imoralidade, ou o pecado em
seus mais visíveis modos, mas a
fascinação pelo mundo faz muitos
serem levados pelo juízo eterno.
Suponhamos que o governo
decretasse o fechamento da empre-
sa onde trabalhamos. Do que vale-
ria nosso esforço para trilhar uma
carreira de sucesso nesta empresa
se dentro de alguns meses ela deixa-
ria de existir. Será que colocaríamos
nossas reservas para o futuro em um
banco que seria fechado dentro de
alguns meses? Esta é a verdade que
precisamos entender sobre o mun-
do: ele está condenado, seu veredicto
já foi pronunciado, seu julgamento
e destruição são certos. Assim, não
adianta depositar no mundo nossas
esperanças para o futuro.
Por isso, “não ameis o mun-
do... pois o mundo passa..., mas
aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre”.
(1 João 2.15-17)

60 DISCIPULADO

Quando entendemos isto
experimentaremos o que significa
viver como peregrinos e forastei-
ros. O problema é que cada vez nos
sentimos mais à vontade no mundo,
como se aqui fosse nossa pátria.
“Olhai por vós mesmos, não
aconteça que os vossos corações
se preocupem apenas com o co-
mer, beber e as demais solicitudes da
vida, e venha sobre vós de improviso
aquele dia”. (Lucas 21.34)
A doutrina do retorno visí-
vel e corpóreo de Cristo ao mundo
é uma das mais sólidas doutrinas
bíblicas. Não apenas do Novo Testa-
mento, mas igualmente reiterada no
Antigo.
O Salmista cantou: Digam
entre as nações: “O Senhor reina!
Por isso firme está o mundo, e não se
abalará, e ele julgará os povos com
justiça. Regozijem-se os céus e exul-
te a terra! Ressoe o mar e tudo o que
nele existe! Regozijem-se os campos
e tudo o que neles há! Cantem de
alegria todas as árvores da floresta,
cantem diante do Senhor, porque ele
vem, vem julgar a terra; julgará o
mundo com justiça e os povos, com
a sua fidelidade!” (Salmos 96.12)
Jesus prometeu seu re-
torno: “...Voltarei e os levarei
para mim...” (João 14.3). E tam-
bém: “Não vos deixarei órfãos,
voltarei para vós” (João 14.18)
Conhecendo Deus Através da Palavra
Os anjos anunciaram a mes-
ma verdade por ocasião da ascen-
são: “Este mesmo Jesus, que dentre
vocês foi elevado ao céu, voltará da
mesma forma como o viram subir...”
(Atos 1.11).
Paulo também falou sobre o
tema: “... dada a ordem... o próprio
Senhor descerá do céu...” (1 Tessalo-
nicenses 4.16)
O autor aos hebreus também cor-
roborou com esta doutrina: “Cris-
to foi oferecido em sacrifício uma
única vez, para tirar os pecados
de muitos; e aparecerá segun-
da vez, não para tirar o pecado,
mas para trazer salvação aos que
o aguardam...” (Hebreus 9.28)
Tiago escreveu: “... a vinda
do Senhor está próxima...” (Tiago
5.8)
Pedro alertou: “... O dia do Senhor,
porém, virá como ladrão...” (2 Pedro
3.10)
No Apocalipse Jesus procla-
ma: “Venho em breve”. E João repli-
ca: “Vem Senhor Jesus”. (Apocalipse
22.20).
O retorno de Cristo possui
duas grandiosas implicações. Veja-
mos: “Quando o Filho do homem
vier em sua glória, com todos os
anjos, assentar-se-á em seu trono
na glória celestial. Todas as nações
serão reunidas diante dele, e ele
separará umas das outras como o
pastor separa as ovelhas dos bodes.
E colocará as ovelhas à sua di-
DISCIPULADO 61
reita e os bodes à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem
à sua direita: Venham, benditos de
meu Pai! Recebam como herança o
Reino que lhes foi preparado desde
a criação do mundo...
Então ele dirá aos que estiverem à
sua esquerda: Malditos, apartem-se
de mim para o fogo eterno, prepara-
do para o diabo e os seus anjos...
E estes irão para o castigo eterno,
mas os justos para a vida eterna”.
(Mateus 25.31-46)
“O Filho do homem virá na
glória de seu Pai, com os seus
anjos, e então recompensará a
cada um de acordo com o que tenha
feito”. (Mateus 16.27)
• Primeiramente, para os salvos será
um dia de alegria, quando nossa sal-
vação será concretizada, e enfim es-
taremos para sempre com o Senhor.
A promessa deste dia nos enche o co-
ração de consolo em meio os desafios
da vida. E Paulo escreve: “... conso-
lai-vos uns aos outros com estas pa-
lavras”. (1 Tessalonicenses 4.18)
• Em segundo lugar, será dia de des-
graça para os perdidos. O retorno de
Jesus trará o tão temível juízo sobre
todos os pecadores. Os que rejeita-
ram a salvação em Cristo serão defi-
nitivamente separados de Deus para
sempre.
62 DISCIPULADO
Em Mateus 24.3, depois que
Jesus prevê a destruição de Jerusa-
lém, os discípulos lhe perguntam: “...
quando serão estas coisas, e que si-
nal haverá da tua vinda e do fim do
mundo? Eles desejavam uma data,
mas Jesus alerta-os sobre o absoluto
sigilo que envolve o seu retorno: da-
quele dia e hora ninguém sabe, nem
os anjos do céu, mas unicamente
meu Pai”. (24.36).
Ao invés de data, Jesus for-
necem alguns sinais que antecederão
seu retorno: o templo de Jerusalém
seria destruído; surgimento de falsos
cristos; conflitos entre nações; fome;
peste; terremotos em vários lugares;
coisas espantosas e grandes sinais do
céu; perseguições implacáveis contra
os cristãos; falsos profetas, cujo pro-
pósito é enganar o povo; apostasia; e
o evangelho alcançaria o mundo.
Após listar os sinais Ele pede
perseverança e fidelidade durante
a espera. Jesus deixa evidente que a
preocupação não deve repousar no
quando, mas em como eu estarei
no dia do Senhor: “...vigiem, por-
que vocês não sabem em que dia
virá o seu Senhor... vocês precisam
estar preparados, porque o Filho
do homem virá numa hora em que
vocês menos esperam... Feliz o ser-
vo a quem seu senhor encontrar
vivendo com sensatez e fidelidade”.
Por fim, o retorno de Jesus
trará bênçãos definitivas há muito
aguardadas pelos filhos de Deus:

“... o próprio Deus estará com eles
e será o seu Deus. Ele enxugará dos
seus olhos toda lágrima. Não haverá
mais morte, nem tristeza, nem cho-
ro, nem dor, pois a antiga ordem já
passou (Apocalipse 21.3,4).
“Amados, agora somos fi-
lhos de Deus, e ainda não se
manifestou o que havemos de
ser, mas sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a
ele, pois o veremos como ele é”.
(1 João 3.2)
“Venham, benditos de meu
Pai! Recebam como herança o
Reino que lhes foi preparado
desde a criação do mundo...”.
(Mateus 25.34)
“... num momento, num abrir
e fechar de olhos, ao som da
última trombeta. Pois a trom-
beta soará, os mortos ressuscitarão
incorruptíveis e nós seremos trans-
formados”. (1 Coríntios 15.52)
REVISÃO DO CONTEÚDO
1 – Discorra sobre 1 Coríntios 15.50-58. De acordo com Paulo, que
bênção nos trará o retorno de Cristo?
Conhecendo Deus Através da Palavra
“... a própria natureza criada
será libertada da escravidão da
decadência em que se encontra
para a gloriosa liberdade dos filhos
de Deus”.
(Romanos 8.21)
“O diabo, que as enganava, foi
lançado no lago de fogo que
arde com enxofre, onde já ha-
viam sido lançados a besta e o falso
profeta. Eles serão atormentados dia
e noite, para todo o sempre”.
(Apocalipse 20.10)
O retorno de Cristo mani-
festará os filhos de Deus em natu-
reza gloriosa, impecável e imortal.
Outorgará a eles o Reino prometido
e do qual são herdeiros. Destruirá
o pecado, a morte e o diabo. Nosso
mundo será novos céus e nova terra.
E Deus habitará com o homem.
Isto posto, ora vem Senhor Jesus!
DISCIPULADO 63
 2 – Encontre três textos do Antigo Testamento que falam do retorno de
Cristo?

3 – Cite, com textos bíblicos, três eventos produzidos pelo retorno de

Cristo?

4 – De que maneira devemos esperar o dia do Senhor?

(Lucas 21.34-36, 1 Tessalonicenses 5.4-11)

5 – Explique o ensino de Paulo aos Filipenses (3.20,21)?

6 – Qual razão levou Paulo a escrever estas palavras de consolo?

(1 Tessalonicenses 4.13-18)

7 – Qual manifestação é esperada antes do retorno de Cristo? (2 Tessalo-

nicenses 2)

8 – De acordo com o sermão de Pedro em Atos 3.20,21, quais coisas

serão restauradas com o retorno de Cristo?

64 DISCIPULADO
 Conhecendo Deus Através da Palavra

9 – Estude a explique a visão e a interpretação do sonho de Nabucodo-

nosor. Do que tratam os versos 44,45? (Daniel 2.26-47)

10 – Como devemos entender “o dia aceitável do Senhor e o dia da vin-

gança de nosso Deus? (Isaías 61.1,2; Lucas 4.17-20)

CONCLUSÃO

Conforme declara o salmis- da será nossa meditação diária: “Oh!

ta: “Tu ordenaste os teus preceitos,
para que diligentemente os observás-
semos” (119.4). Ao final deste trei-
namento agradecemos a Deus pela
vossa diligência no estudo e prática
da Palavra de Deus.
Que tudo que foi aprendido
encontre guarida em nossos cora-
ções. A Palavra de Deus só fará aqui-
lo para o qual foi enviada se penetrar
no mais profundo de nosso ser ge-
rando vida e libertando-nos do peca-
do: “Escondi a tua Palavra no meu
coração, para eu não pecar contra ti
“. (Salmos 119.11)
Que estas semanas tenham
sido usadas pelo Espírito Santo para
produzir em nosso coração amor
pela Palavra de Deus. Se ela for ama-
Quanto amo a tua Lei! Ela é a minha
meditação diariamente”.
(Salmos 119.97).
A Palavra de Deus é a revela-
ção do próprio Deus. Então é natural
que seres finitos como nós fiquemos
sem entender muitas coisas. Neste
caso faça como o salmista e clame
por inteligência: “Sou teu servo, dá-
-me inteligência, para entender a tua
Palavra”. (Salmos 119.125)
Caso você não tenha tempo
como as pessoas dos dias modernos.
Entenda que você está mais ocupado
do que Deus gostaria que estivesse.
Não é desejo de Deus que você se
encha de atividades a ponto destas
lhe roubarem do Senhor. Então faça
como o salmista: “Fico acordado nas

DISCIPULADO 65
vigílias da noite, para meditar nas
tuas promessas”. (Salmos 119.148).

Finalmente, que Palavra de

Deus tenha sido aprendida para ser
experimentada. Cabe aqui a repri-
menda de Isaías 29.13: “Este povo se
aproxima de mim, e com a sua boca
e com os seus lábios me honra, mas
tem afastado para longe de mim o
seu coração, e o seu temor para co-
migo consiste em mandamentos de
homens aprendidos de cor”.

Portanto, que a Palavra não

seja tratada como ensino humano
e tampouco, seja meramente deco-
rada. Mas que a Verdade aprendida
possa encontrar solo fértil em nosso
coração e crescendo e frutificando
abundantemente.

66 DISCIPULADO
Conhecendo Deus Através da Palavra

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