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ESSENCIAIS

Lembra-te sempre disto:


Tens somente o que és.
O que fazes de ti
É aquilo que possuis.

Corpo em que moras hoje


Sofre a lei do desgaste.
A posse que reténs
Passará a outras mãos.

Recorda: A evolução
Tudo alcança e renova.
Em derradeira instância,
Importará só Deus.
Jesus no Lar
LIÇÃO 44 – A LIÇÃO DO ESSENCIAL
Discorriam os discípulos, entre si, quanto às coisas essenciais ao bem-estar, quando o Senhor,
assumindo a direção dos pensamentos em dissonância, acrescentou:
Discordância, falta de harmonia
— É indispensável que a criatura entenda a própria felicidade para que se não transforme, ao perde-la,
em triste fantasma da lamentação. Longe das verdades mais simples da Natureza, mergulha-se o homem na onda
pesada de fantasiosos artifícios, exterminando o tempo e a vida, através de inquietações desnecessárias.

E como quem recordava incidente adequado ao assunto, interrompeu-se por alguns instantes e retomou
a palavra, comentando:
Antiga embarcação de guerra
— Ilustre dama romana, em companhia dum filhinho de cinco anos, dirigia-se da cidade dos Césares
para Esmirna, em luxuosa galera de sua pátria. Ao penetrar na embarcação, fizera-se acompanhar de dois
escravos, carregados de volumosa bagagem de joias diferentes: colares e camafeus, braceletes e redes de ouro,
adornados com pedrarias, revelavam-lhe a predileção pelos enfeites raros. Todo o pessoal de serviço inclinou-se,
com respeito, ao vê-la passar, tão elevada era a expressão do tesouro que trazia para bordo. Tão logo se fez o
barco ao mar alto, a distinta senhora converteu-se no centro das atenções gerais. Nas festas de cordialidade era o
objetivo de todos os interesses
– Neil pelos adornos brilhantes com que se apresentava. A excursão prosseguia tranquila,
Armstrong
quando, em certa manhã ensolarada, apareceu o imprevisto. O choque em traiçoeiro recife abre extensa brecha na
galera e as águas a invadem.
Longas horas de luta surgem com a expectativa de refazimento; entretanto, um abalo mais forte leva o
navio a posição irremediável e alguns botes descidos são colocados à disposição dos viajantes para os trabalhos
de salvamento possível. A ilustre patrícia é chamada à pressa. O comandante calcula a chegada a porto próximo
em dois dias de viagem arriscada, na hipótese de ventos favoráveis. A jovem matrona abraça o filhinho,
esperançosa e aflita. Dentro em pouco ela atinge o pequeno barco de socorro, sustentando a criança e pequeno
pacote em que os companheiros julgaram trouxesse as joias mais valiosas. Todavia, apresentando o conteúdo aos
poucos irmãos de infortúnio que seguiriam junto dela, exclamou:
— Meu filho é o que possuo de mais precioso e aqui tenho o que considero de mais útil.
O insignificante volume continha dois pães e dez figos maduros, com os quais se alimentou a reduzida
comunidade de náufragos, durante as horas aflitivas que os separavam da terra firme.
O Mestre repousou, por alguns segundos, e acrescentou:
— A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias, porque, um dia sempre chega em
que o homem é constrangido a separar-se dos bens exteriores mais queridos ao coração. Os loucos se apegam a
terras e moinhos, moedas e honras, vinhos e prazeres, como se nunca devessem acertar contas com a morte. O
espírito prudente, porém, não desconhece que todos os patrimônios do mundo devem ser usados para nosso
enriquecimento na – virtude e que as bênçãos mais simples da Natureza são as bases de nossa tranquilidade
Neil Armstrong
essencial. Procuremos, pois, o Reino de Deus e sua justiça, tomando à Terra o estritamente necessário à
manutenção da vida física e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas.
• O que é essencial para o nosso bem-
Para Reflexão... estar enquanto experimentamos as
realidades da vida?

• Quais são os valores essenciais para a


felicidade?

• O que nos angustia? O motivo é


essencial para a vida futura ou é
transitório?
Causas anteriores das Aflições
Evangelho Segundo Espiritismo (...)

Cap V – Bem-aventurados os aflitos 10. Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, até que
não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada
nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há
pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se
hajam expurgado.
Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão
expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os
fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam
as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente.

Motivos de resignação
12. Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão
consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a
resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio
da cura.
Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-
vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o
pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram contrair;
suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de
sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus
a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a
tranquilidade no porvir.
Evangelho Segundo Espiritismo A Felicidade não é deste mundo
Cap V – Bem-aventurados os aflitos 20. (...) Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos
anime e que cada um de vós se despoje do homem velho. Deveis todos
consagrar-vos à propagação desse Espiritismo que já deu começo à vossa
própria regeneração. Corre-vos o dever de fazer que os vossos irmãos
participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito
queridos filhos! Que nesta reunião solene todos os vossos corações
aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações
porvindouras um mundo no qual já não seja vã a palavra felicidade. –
François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot. (Paris, 1863.)

Os tormentos voluntários
23. Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que
também incessantemente lhe foge, porque felicidade sem mescla não se
encontra na Terra. Entretanto, malgrado as vicissitudes que formam o
cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar de
relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às
mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos materiais em vez de a procurar nos
gozos da alma, que são um prelibar dos gozos celestes, imperecíveis; em
vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se
mostra ávido de tudo o que o agitará e turbará, e, coisa singular! o
homem, como que de intento, cria para si tormentos que está nas suas
mãos evitar. (...)
Evangelho Segundo Espiritismo
Cap V – Bem-aventurados os aflitos

Proveito dos sofrimentos para outrem

31. Os que aceitam resignados os sofrimentos, por submissão à vontade


de Deus e tendo em vista a felicidade futura, não trabalham somente em
seu próprio benefício? Poderão tornar seus sofrimentos proveitosos a
outrem?
Podem esses sofrimentos ser de proveito para outrem, material e
moralmente: materialmente se, pelo trabalho, pelas privações e pelos
sacrifícios que tais criaturas se imponham, contribuem para o bem-estar
material de seus semelhantes; moralmente, pelo exemplo que elas
oferecem de sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da
fé espírita pode induzir os desgraçados à resignação e salvá-los do
desespero e de suas consequências funestas para o futuro. – São Luís.
(Paris, 1860.)

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