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XL Encontro Nacional de Estudantes de

Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão da


Informação – ENEBD 2017

Desafios dos bibliotecários, documentalistas, cientistas e


gestores da informação para a inclusão das minorias sociais no
contexto da sociedade.

PRÁTICA INFORMACIONAL DOS USUÁRIOS DO TWITTER

GT 4 - LIVRE
Artigo completo para comunicação oral

SOBRENOME, Nome1
SOBRENOME, Nome2

RESUMO
Apresenta um estudo das práticas informacionais dos usuários do Twitter com o objetivo de
estudar o Twitter como fonte de informação no desenvolvimento da prática informacional.
Para isso, utiliza a noção de Prática Informacional (Carlos Alberto Ávila Araújo e Reijo
Savolainen). Indica um questionário para coleta de dados usada nos procedimentos
metodológicos de uma pesquisa de natureza exploratória de abordagem qualitativa.
Demonstra como resultados que o contexto em que um indivíduo está inserido pode afetar a
interação no processo e nas experiências da construção coletiva da informação.
Palavras-chave: Prática informacional. Estudo de usuários. Twitter.

TWITTER USERS INFORMATION PRACTICE

ABSTRACT

It presents a study of informational practices of Twitter users in order to study Twitter as an


information source in the development of informational practice. For this, it uses the notion of
1
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Desafios dos bibliotecários, documentalistas, cientistas e


gestores da informação para a inclusão das minorias sociais no
contexto da sociedade.

Informational Practice (Carlos Alberto Araujo Avila and Reijo Savolainen). Indicates a
questionnaire to collect data used in the methodological procedures of an exploratory research
of qualitative approach. It demonstrates as results that the context in which an individual is
inserted can affect the interaction in the process and in the experiences of the collective
construction of the information.
Keywords: Information practice. Users studies. Twitter.

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação mudou a forma que


o ser humano interage no contexto da produção e uso da informação, o que pode ser visto com
as mudanças que aconteceram ao longo dos anos nos processos e atividades, tais como o
processamento automático da informação em grande velocidade, o registro e armazenamento
de dados a baixo custo, o acesso à informação a distância e principalmente a avaliação e
monitoramento de uso da informação (SANTOS, 2001).
Dentre as mudanças que ocorreram nos últimos anos destacam-se aquelas relacionadas
às redes sociais eletrônicas, que, grosso modo, são meios de ampla produção de informação e
consequentemente de disseminação da mesma. Um exemplo de rede social eletrônica bastante
popular é o Twitter que possui um grande fluxo de produção e veiculação de informações.
No campo de estudos da informação indica-se que as pesquisas que procuram
investigar como os indivíduos em contextos específicos interagem com a informação pelo que
muitos autores chamam de prática informacional, conforme indicado por Savolainen (2007) e
Araújo (2012).
Assim sendo, pensando no contexto das redes sociais eletrônicas o presente trabalho
tem como objetivo o estudo do Twitter como fonte de informação no desenvolvimento da
prática informacional. Considera-se que a importância deste estudo está no desenvolvimento
de uma pesquisa que pretende contemplar uma esfera pública eletrônica/ digital e, com isso,

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demonstra uma perspectiva diferente da comumente observada na perspectiva dos estudos em


Biblioteconomia. Prova disso foi o resultado da busca realizada com o termo Twitter na Base
de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) que
retornou 52 artigos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção, serão apresentados os principais conceitos teóricos utilizados para


fundamentar a construção deste trabalho: Fontes de Informação e Prática Informacional.

2.1 FONTE DE INFORMAÇÃO

No que se refere às fontes de informação, estas se compõem por um conjunto de


materiais documentais que segundo Cunha (2001, p. viii) abarcam “[...] manuscritos e
publicações impressas, além de objetos, como amostras minerais, obras de arte ou peças
museológicas [...]”. Em síntese, pode-se definir fontes de informação como documentos que
certifiquem as várias formas de conhecimento onde estes possam ser arrolados à um grupo
bibliográfico (CUNHA, 2001).
As fontes são divididas em três categorias: primárias, secundárias e terciárias. De
acordo com Pinheiro (2006, p.2) fontes ou recursos de informação primários “[...]
correspondem à “literatura primária” e são aqueles que se apresentam e são disseminados
exatamente na forma com que são produzidos por seus autores. Como exemplos devem ser
destacados os periódicos científicos, os anais de conferência, as monografias e os relatórios
técnicos”.
A autora ainda exemplifica como fontes secundárias as “[...] bibliografias, os
dicionários e enciclopédias, os manuais, as publicações ou periódicos de indexação e resumos,
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artigos de revisão, catálogos etc.”, ou seja, fontes de informação que auxiliem a recuperação
das fontes primárias.
Já as fontes terciárias que são justamente as mais difíceis de serem definidas, por sua
proximidade com o conceito das fontes secundárias. São aquelas que permitem a recuperação
de fontes primárias e secundárias, como por exemplo bibliografias de bibliografias, catálogos
coletivos e bibliotecas.
As fontes de informação midiáticas englobam um conceito relativamente novo. Ainda
que no campo de estudos da Ciência da Informação haja predominância de pesquisas focadas
em fontes de informação tradicionais, como as exemplificadas anteriormente, o uso de fontes
midiáticas aumentou consideravelmente com a presença da internet na vida de quase metade
dos brasileiros no últimos anos e, nesse contexto, o Twitter destaca-se como um espaço que
compõe o grupo de midias sociais nas quais o jovem brasileiro gasta cerca de seis horas do
seu dia (CERIGATTO; CASARIN, 2017).

2.2 PRÁTICA INFORMACIONAL

A noção de prática informacional remete, no campo estudos da informação, aos três


paradigmas fundamentais para sua gênese: o físico, o cognitivo e o social (ARAÚJO, 2012).
Os paradigmas não são excludentes, mas podem ser observados de forma a nortear as
perspectivas dos estudos informacionais. No primeiro paradigma pode-se observar um dos
primeiros conceitos de informação que coloca está como um objeto do ponto de vista físico
independente dos demais atores e contextos. O segundo paradigma parte para uma questão
cognitiva que se preocupa com o pensamento humano e a distinção entre o conhecimento do
usuário e o que está registrado nos documentos, ou seja, trata-se da interpretação da
informação pelo usuário. O terceiro paradigma impulsionado pela limitação dos paradigmas
anteriores, e destacado como um dos focos deste artigo, está no âmbito social que coloca o
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usuário da informação como parte essencial para a chamada construção social da informação
em determinado contexto.
Visto isso, ainda com base no estudo de Araújo (2012), é preciso discorrer sobre os
estudos de usuários da informação e suas origens. Os primeiros estudos dessa temática datam
de 1930 na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, com a finalidade de se identificar
os hábitos de leitura dos usuários da biblioteca. Não tardou para que estes estudos fossem
destinados para a avaliação das fontes de informação disponíveis na biblioteca. Os estudos de
usuário da informação podem ser divididos em três blocos temporais, o primeiro entre 1948 e
1965, com a participação de engenheiros e cientista; de 1965 a 1970, com tecnólogos e
educadores; e o último de 1970 em diante com cientistas sociais e administradores. Embora as
três fases tenham ocorrido em diferentes recortes de tempo e participação de usuários, a
metodologia aplicada para às três foi na seguinte forma:

[...] uso de questionário para coleta de dados e métodos estatísticos para a


tabulação de resultados, buscando correlacionar dados de perfil com aspectos
do comportamento informacional (fontes de informação utilizadas, tipos de
necessidade de informação, tipos de informação, entre outros) (ARAÚJO,
2012, p. 147).

Outro aspecto importante que marca o desenvolvimento dos estudos de usuários da


informação são aqueles voltados para o comportamento informacional. No estudo de Araújo
(2012) diversos autores concordam com o modelo de comportamento informacional que pode
ser definido como:

[...] um usuário, diante da ausência de determinado conhecimento, para


prosseguir com sua linha de ação (lacuna informacional [...]), se vê
compelido a buscar informação em alguma fonte o sistema (ARAÚJO, 2012,
p. 147).

Dessa forma, a informação não é mais entendida do ponto de vista do documento

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acessado pelos usuários, mas sim a falta do conhecimento pela necessidade de informação
expressa pelo usuário, a lacuna cognitiva identificada por este e a forma como que pretende
buscar suprir essa ausência (ARAÚJO, 2012). Portanto, a lacuna é variável fundamental para
que se obtenha um parâmetro quanto ao comportamento informacional.
Duas importantes vertentes observadas no artigo de Araújo (2012) surgiram no campo
do comportamento informacional são elas o “modelo geral de estudo da informação” de Choo
(2003) e o modelo geral de “comportamento informacional” sugerido por Godbold (2006). O
primeiro pontuava um modelo geral de como o indivíduo identifica a ausência da informação,
como faz para encontrá-la e como usá-la depois que a encontra, além de considerar o
ambiente de processamento informacional e o ambiente social. O segundo preocupa-se com a
chamada multidirecionalidade de estratégias para buscar e usar a informação expressas pelos
próprios usuários.
Partindo da premissa social da busca, relação e uso da informação discorridos até aqui,
insere-se ao texto a discussão a respeito da interação. No artigo de Araújo (2012) pode-se
observar três pontos que convergem para essa nova vertente interacionista, o estudo de
usuários, o comportamento informacional e o paradigma social da Ciência da Informação. A
interação nesse âmbito estabelece que o usuário funciona como um ator não determinado pelo
contexto, mas também não dissociado deste. O usuário enquanto ser social:

não significa nem que ele seja totalmente determinado pelo coletivo, nem
isolado deste: ele é ao mesmo tempo construtor desse coletivo [...] e também
construído por ele. E, por fim, acessar e usar informação tanto uma ação
cognitiva quanto, também, uma ação emocional, cultural, contextual [...]
(ARAÚJO, 2012, p. 150).

A interação usuário-informação no paradigma social pode ser vista como uma forma
de prática informacional em redes sociais. Para Marteleto (1995 apud PINTO; ARAÚJO,
2012) o estudo das práticas informacionais “considera os significados atribuídos pelos sujeitos

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durante as ações de buscar, usar e disseminar a informação nos ‘espaços construídos e


concretos de realização’ de tais práticas.” Com isso, pode-se afirmar que as redes sociais se
enquadram no conceito de “espaço construído”, apresentado pela autora, ou seja, as redes
sociais são neste caso, os ambientes a quais os indivíduos pertencem e influenciam em seu
relacionamento com a informação. É importante apenas ressaltar que esse elemento não é o
fator determinante para o desenvolvimento do processo como um todo, o conhecimento
adquirido previamente, a vivência, e outras questões que o indivíduo traz em si, influenciam a
maneira que o mesmo se relaciona com a informação.

2.3 TWITTER

Fundado em 2006, o Twitter é uma rede social no formato microblogging, nele os


usuários podem compartilhar informações, desde que o conteúdo de cada postagem não
ultrapasse 140 caracteres. O site se destacou entre os usuários de redes sociais por seu formato
diferente do usual, a possibilidade de se conectar com perfis ligados aos interesses dos
usuários e a objetividade com que os assuntos são tratados. Com a criação das hashtags, o
Twitter inovou na maneira que usuários de redes sociais poderiam recuperar informações
armazenadas na rede.
Dentro do contexto das redes sociais, o Twitter ganhou visibilidade por permitir uma
comunicação simplificada entre seus usuários, sem a necessidade de aceite mútuo para
estabelecer uma comunicação, como acontece em outras redes sociais. Com isso, tornou-se
ferramenta indispensável para empresas que pretendem otimizar o relacionamento com seus
clientes, prestando suporte pela plataforma.
O Twitter também pode ser citado ao falar da organização de movimentos online que
geram impactos fora da rede. As hashtags, como foi dito anteriormente, permitem que os
usuários recuperem a informação de maneira simplificada, e criem grupos de usuários que
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comentam sobre determinado assunto utilizando a ferramenta.


Em 2015, por exemplo, quando o casamento gay foi legalizado nos Estados Unidos da
América, a hashtag “#lovewins” foi o assunto mais comentado do dia, sendo utilizada por
ativistas, celebridades, autoridades, e todos os tipos de usuários da rede, além de reacender o
debate sobre os direitos iguais entre membros da comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) ao redor do mundo. A hashtag fez tanto
sucesso que foi utilizada nas outras redes sociais, em campanhas publicitárias, etc. Esse é
apenas um pequeno exemplo do impacto que uma tendência nascida no Twitter pode causar.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de uma pesquisa do tipo aplicada onde se visa obter conhecimento da prática
informacional de um determinado grupo de usuário no Twitter. A pesquisa aplicada, para Gil
(2010), consiste na aplicação do problema de pesquisa para se extrair conhecimento do objeto
proposto sendo possível, também, estabelecer uma familiaridade com o objeto investigado e o
contexto. A pesquisa é de natureza exploratória que tem por finalidade:

[...] proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo


mais explícito ou a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser
bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos
relativos ao fato ou fenômeno estudado (GIL, 2010, p. 27).

Para isso, parte-se de uma abordagem é qualitativa, uma vez que foi utilizado um
questionário aplicado à amostra construída pelo critério de acessibilidade (no sentido de ser
acessível).
O universo da pesquisa é composto por um número de 861 perfis de usuários presentes
na rede dos discentes e, assim sendo, para selecionar a amostra tomou-se como base na
frequência de interações entre os autores e os perfis que o seguem e as atualizações periódicas

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na timeline do Twitter. Com isso, foi possível chegar à uma amostra de 30 perfis, sendo 15
perfis da rede de cada autor, para a aplicação do questionário.
A coleta dos dados da pesquisa teve como objetivo realizar uma pesquisa por meio da
aplicação de um formulário; analisar os dados obtidos no formulário para gerar os resultados;
observar os resultados estruturados a fim de formular considerações acerca do objeto a partir
de um questionário composto por 10 perguntas com questões abertas e fechadas. Para isso foi
utilizada a plataforma online SurveyMonkey para o compartilhamento do questionário
(Quadro 1).

Quadro 1: Questionário

QUESTÕES

1 Quantos anos você tem?

2 Há quanto tempo você possui conta no Twitter?

3 Que tipo de perfis você costuma seguir?

4 Que tipo de conteúdo você costuma compartilhar?

5 Você já ficou sabendo de alguma notícia em primeira mão, através do Twitter?

6 Você já ficou sabendo de algum boato através do Twitter?

7 Você costuma verificar a veracidade das notícias que circulam pelo Twitter?

8 Você costuma utilizar a busca do Twitter?

9 Você costuma utilizar algum dos recursos do Twitter (moments, hashtags,


explorar, trending topics) para se manter atualizado?

10 Você considera o Twitter uma fonte confiável de informação?


Fonte: Os autores (2017).

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Em seguida formulou-se um texto base para apresentação do questionário e o contexto


do mesmo para ser enviado à amostra por meio do recurso de mensagem direta do Twitter.
Para análise dos dados, o SurveyMonkey gerou automaticamente 10 gráficos com os
dados das 10 questões. Os gráficos permitiram aos autores examinar detalhadamente os
índices obtidos, tornando-se possível a observação deste para em seguida serem realizadas as
comparações das porcentagens a fim de redigir os resultados das análises em seção posterior.
As perguntas fechadas com apenas duas alternativas (sim ou não) e com dados de idade e
tempo de uso do Twitter, foram mais facilmente analisadas. As perguntas abertas, as que
continham mais de uma alternativa ou respostas descritas pelos usuários da amostra, tiveram
suas respostas estruturadas no próprio SurveyMonkey, por ordem de resposta, e transformadas
em resultados pela recorrência das respostas para categorizar um grupo majoritário de
preferências e assim poder evidenciar as respostas mais específicas.
A análise dos dados foi desenvolvida mediante a interpretação dos mesmo. A
interpretação ocorreu por meio dos percentuais alcançados a fim de se estabelecer relações
entre os maiores e menores índices observados nos gráficos, assim sendo possível construir
inferências, com base na experiência dos discentes, à cada uma das respostas do questionário
supracitado.

4 RESULTADOS DA PESQUISA

Após o período de uma semana disponível na rede, entre os dias 17 à 24 de maio do


ano corrente, o questionário permitiu analisar cada uma das questões, sendo possível chegar
aos resultados descritos a seguir.
Como resultado da primeira questão revelou-se que cerca de 86,67% dos usuários
entrevistados possui entre 18 e 24 anos, 10% apenas tem idade entre 25 e 31 anos e em um
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índice menor ainda 3,33% tem mais de 31 anos. Isso confere um número predominante de
jovens adultos logados à rede. Na segunda questão referente ao tempo de cadastro na rede,
63,33% do total da amostra possuem conta no Twitter há mais de seis anos, 23,33% possuem
conta no Twitter entre três e seis anos, 6,67% entre um e dois anos e menos de um ano
respectivamente O que indica a popularidade da rede ainda nos seus primeiros anos.
A respeito do conteúdo de interesse dos usuários, na terceira questão, observou-se uma
porcentagem bastante equilibrada nos temas propostos. A busca por conteúdo humorístico
soma 96,67% das opiniões coletadas, em seguida está o interesse por perfis de notícias, que
representa 80% das respostas dos usuários que participaram do questionário, informações
relacionadas à cultura e política ocupam a terceira posição neste quesito, ambas representando
63,33%, em quarto lugar está a preferência por outros conteúdos, dos quais se destaca a
procura por perfis ligados a música e esportes. Moda e gastronomia também tem seu espaço
no interesse dos usuários, representando 16,67% e 6,67% das preferências respectivamente.
O conteúdo compartilhado pelos usuários, na questão de número quatro, engloba
assuntos variados, geralmente são similares aos perfis que os usuários seguem. Mas como em
todas as redes sociais percebe-se uma grande tendência ao compartilhamento de informações
e opiniões pessoais.
Uma curiosidade percebida foi que 100% da amostra respondeu ter tomado
conhecimento de uma notícia em primeira mão por meio do Twitter, isso na quinta questão.
Fato que pode ser explicado pelo Twitter ter sua timeline atualizada em tempo real a medidas
que os conteúdos são postados e pela ausência de algoritmos que filtrem esses conteúdos. Em
concordância, indagados na questão seis, 96,67% da amostra, que corresponde a 29 usuários,
soube de algum boato no Twitter. Por ter características de informação em tempo real,
conteúdos são rapidamente vinculados e disseminados na rede, seja pela forma de
comentários, interações ou retweet (RT). No entanto apenas 10% dos usuários confiam nas
notícias em primeira mão do Twitter enquanto 90% tende a procurar em outras fontes a
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veracidade do que é vinculado e reproduzido, conforme percebido na questão sete. Esse


comportamento pode ser explicado por causa da natureza aberta do Twitter que permite que
conteúdo sejam postados sem verificação.
Na oitava questão, 83,33% dos usuários costumam utilizar a ferramenta de busca do
Twitter. Perguntados para qual finalidade do uso dessa ferramenta, observou-se resultados
variados nas respostas e outros mais recorrentes. Figuram entre os mais recorrentes a busca
por notícias, perfis de outros usuários, quais assuntos estão em destaque bem como o que
estam comentando a respeito desses assuntos pelo emprego de hashtag. Dos mais específicos
estão: a busca da opinião de pessoas sobre determinados produtos, notícias locais sobre
trânsito, imagens de animes, busca pelo perfil de personalidades (famosos), o uso da hashtag
de programas de televisão para acompanhar os comentários sobre, examinar a origem dos
assuntos dos trending topics e identificar os perfis fontes das notícias em destaques nos
trending topics. Percebeu-se nas respostas que a motivação pela qual o usuário realiza sua
busca é especificamente pelo conteúdo de interesse.
Sobre os recursos disponíveis no Twitter, na questão de número nove 63,33% dos
usuários dizem fazer uso contra 36,67% que não fazem. Perguntados sobre quais costumam
usar se obteve como preferência as hashtags, seguidas pelos trending topics, depois pelo
moments e por último o explorar. Para 70% da amostra, na última pergunta do questionário o
Twitter é sim considerado uma fonte de informação confiável.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo permitiu examinar os usuários do Twitter de forma mais próxima tornando-


se possível observar seu grau de interação nas práticas de busca realizadas a fim de encontrar
conteúdos (informação) de seu interesse.
Notou-se que um dos grandes atributos identificados é que para o grande volume de
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conteúdo disponível, o Twitter dispõe de mais de um (quatro) recurso para o usuário, além de
revelar como este conhece e utiliza-os ou conhece e opta pelo outro. Isso evidencia uma maior
autonomia na prática informacional exercida pelos usuários que possuem mais de uma
maneira de encontrar aquilo que deseja de forma eficiente. Uma curiosidade está no que
aponta o estudo quanto a confiança da rede, a maioria diz confiar no Twitter no entanto
procura em outras fontes a confirmação das notícias postadas nele.
A pesquisa atingiu os resultados que esperava, pois obteve-se um parâmetro inicial de
como os usuários do Twitter o utilizam (busca por notícias), quais as ferramentas mais
utilizadas (hashtags, trending topics e moments), os conteúdos informacionais mais populares
(humor, notícias, cultura e política), os mais compartilhados (informações e opiniões
pessoais) e a faixa etária predominante (entre 18 e 24 anos de idade), embora outros
conteúdos possam ser abordados em questionários futuros, uma vez que a intenção desta se
destinava em apresentar um objeto empírico diferenciado, pois conclui-se que o Twitter é um
espaço de informação reconhecido e utilizado na prática pelos usuários.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, C. A. A. Paradigma social nos estudos de usuário da informação: abordagem


interacionista. Informação & Sociedade :Est., João Pessoa, v. 22, n. 1, p. 145-159, jan./ abr.
2012.

CERIGATTO, Mariana Pícaro; CASARIN, Helen de Castro Silva. As mídias como fonte de
informação: aspectos para uma avaliação crítica. Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação, São Paulo, v. 13, n. ?, p.155-176, jan./jul. 2017.

CHOO, Chun Wei. A organização do conhecimento: como as organizações usam a


informação para criar conhecimento, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo:
SENAC, 2003.

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Briquet de Lemos, 2001.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GODBOLD, Natalya. Beyond information seeking: towards a general model of information


behaviour. Information Research, v. 11, n. 4, jul. 2006. Disponível em: . Acesso em: 28 mai.
2017.

MARTELETO, R.M. Cultura informacional: construindo o objeto informação pelo emprego


dos conceitos de imaginário, instituição e campo social. Ciência da Informação, v.24, n.1,
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[Editorial]. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia, local, v. 1,
n. 1, p. 1-5, 2006.

PINTO, F. V. M.; ARAÚJO, C. A. A. Contribuição ao campo de usuários da informação: em


busca dos paradoxos das práticas informacionais. TransInformação, Campinas, v. 24, n. 3, p.
219-226, set./dez. 2012.

SANTOS, E. M. Aprisionamento tecnológico: novos desafios da gestão das estratégias


organizacionais na era da informação. Caderno de pesquisas em administração, São Paulo,
v. 8, n. 1, p. 61-7, jan./mar. 2001.
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“Umbrella Concepts” of Information‐Seeking Studies. The Library Quarterly, Chicago, v.
77, n. 2, p.109-132, 2 abr. 2007.

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