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Revista Brasileira

de Atenção Domiciliar
Revista Brasileira
de Atenção Domiciliar
Publicação periódica do Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência
Domiciliar, realizado pelo NADI – Núcleo de Assistência Domiciliar
Interdisciplinar – do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo
Ano IV - Número IV - 2018
ISSN 2446-841X

Holambra (SP)
2018
CIAD NADI

CIAD – Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar


NADI – Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Instituto Central do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar nº 255
4º andar – Bl. 5 – São Paulo (SP) – CEP 05403-000

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Ficha Catalográfica

Revista Brasileira de Atenção Domiciliar. Congresso Brasileiro Interdisciplinar de


Assistência Domiciliar. Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar – NADI.
Holambra: Editora Setembro, SP, n. IV (2018) -

Ano IV n. IV 2018
Anual
ISSN 2446-841X

1. Atenção domiciliar – Periódicos. I. Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar


- NADI. Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar.
CDD - 610

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Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Publicação periódica do Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar, realizado pelo
NADI – Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar – do Instituto Central do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Ano IV - Número IV - 2018
ISSN 2446-841X

Editor-Chefe
Wilson Jacob Filho

Conselho Editorial
Angélica Massako.Yamaguchi – NADI/ICHCFMUSP
Fábio Campos Leonel – NADI/ICHCFMUSP
Fernanda de Souza Lopes – NADI/ICHCFMUSP
Ivone Bianchini de Oliveira – NADI/ICHCFMUSP
Keila T. Higa Taniguchi – NADI/ICHCFMUSP
Letícia Andrade – NADI/ICHCFMUSP

Colaboradores
Alfredo Almeida Pina de Oliveira – UNG e ACMG/HSFMUSP
Aliciana Basílio Ramos de Oliveira – NADI/ICHCFMUSP
André Minchillo – Grupo Ideal Care
Claudia Fernandes Laham – NADI/ICHCFMUSP
Ivanete Macedo de Carvalho – NADI/ICHCFMUSP
Ligia Stungis Spedanieri – NADI/ICHCFMUSP
Maria Aquimara Zambone – NADI/ICHCFMUSP
Maria Carolina Gonçalves Dias – Nutrição/HCFMUSP
Sibele Silva dos Santos – NADI/ICHCFMUSP
Solange Brícola – Universidade Mackenzie e NADI/ICHCFMUSP
Silvia Maria de Macedo Barbosa – ICR/HCFMUSP

Política editorial
O conteúdo dos resumos é de estrita responsabilidade dos autores.
O conteúdo dos artigos publicados não reflete necessariamente a opinião do Conselho Editorial.
Editorial

Apresentar a 4ª edição da Revista Brasileira de Atenção Domiciliar é uma tarefa tão prazerosa quanto
desafiante.
A assistência domiciliar brasileira há anos vem construindo sua trajetória ante as dificuldades e os limites
impostos, mas também mediante os inúmeros desafios e perspectivas.
Perspectivas diante do envelhecimento populacional brasileiro galopante (envelhecimento aqui se refere
àquele com comorbidades incapacitantes); do aumento da expectativa de vida de pacientes com doenças ge-
néticas e neurológicas limitadoras; e do avanço dos programas de assistência domiciliar nos diferentes espaços
brasileiros.
Já os desafios são inúmeros: como traçar estratégias de intervenção adequadas e condizentes com o
domicílio tão ou mais eficientes do que as realizadas em ambiente intra-hospitalar? Como criar indicadores de
assistência e eficiência em serviços de AD levando-se em consideração as intervenções multidisciplinares e os
limites impostos por uma realidade não controlada?
As inúmeras perspectivas e os imensos desafios, para nós editores desta Revista, são tão importantes
quanto os trabalhos que buscam traçar o perfil sociodemográfico de pacientes em atendimento, as intervenções
especiais e específicas apresentadas sob a forma de estudo de caso ou a “experiência do serviço”, assim como
a real dependência dos núcleos de assistência domiciliar da rede de saúde como um todo.
Esses e outros temas estão nesta Revista sob a forma de resumos, tratando-se dos trabalhos apresentados
oralmente ou em forma de pôster no CIAD 2017, materializando, assim, o caráter coletivo da assistência e a
produção intelectual da área.

Prof. Dra. Letícia Andrade


Sumário

APRESENTAÇÃO PARA 17O CONGRESSO BRASILEIRO INTERDISCIPLINAR DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR


(09 E 10 DE NOVEMBRO DE 2018)
Arquitetura do cuidado: a arte do possível na atenção domiciliar.............................................................................................................. 15

ARTIGOS
Atenção domiciliar: oferta, demanda e necessidades................................................................................................................................... 19
O perfil dos pacientes em atendimento domiciliar avaliados pela fisioterapia em uma equipe interdisciplinar
do NADI/ICHCFMUSP................................................................................................................................................................................. 29
Relação do Serviço de Atenção Domiciliar com a oferta de leitos de terapia intensiva......................................................................... 33

RESUMOS
Atenção domiciliar: oferta, demanda e necessidades................................................................................................................................... 39
Gerenciamento das intercorrências clínicas em assistência domiciliar no âmbito do SUS-EMAD Tide Setúbal.............................. 39
Transição para a atenção domiciliar de pacientes pediátricos em ventilação mecânica.......................................................................... 40
A segurança do paciente na atenção domiciliar: experiência de um serviço estadual............................................................................. 40
Atuação da equipe multidisciplinar: paciente com crises convulsivas sem resposta terapêutica........................................................... 41
Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes desospitalizados em 2016 por Programa de Assistência Domiciliar em Vitória/ES..... 41
Cuidados multiprofissionais em domicílio para uma criança portadora de mielite transversa: relato de experiência........................ 42
A articulação intersetorial saúde e educação para uma criança com mielite transversa.......................................................................... 42
Incidência de crianças com uso de via aérea artificial do tipo traqueostomia e equipamentos para suporte ventilatório................. 43
O desafio do home care na desospitalização de pacientes com internação prolongada: o acolhimento da equipe multidisciplinar..... 43
O sucesso da desospitalização em relação ao paciente com hospitalização prolongada........................................................................ 44
Oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP) em pediatria: uma análise do perfil clínico-epidemiológico e da redução de
custos para o programa após monitoramento dos pacientes...................................................................................................................... 44
A utilização do geoprocessamento para otimização de visitas domiciliares............................................................................................. 45
Transcender as separações: fortalecer a rede para otimizar o cuidado...................................................................................................... 45
Assistência odontológica em internação domiciliar: SAD-Hospital Deoclécio Marques/RN.............................................................. 46
Assistência odontológica: estudo de caso de atendimento a idoso no Serviço de Atenção Domiciliar.............................................................. 46
A importância da atuação multidisciplinar entre Serviço Social, Fonoaudiologia e Nutrição no Serviço de Atenção
Domiciliar: relato de caso................................................................................................................................................................................. 47
Curso de cuidador de idoso no Serviço de Atenção Domiciliar do município de Parnamirim/RN: capacitando o cuidador......... 47
O impacto do curso de cuidador no conhecimento em capacitar o cuidador formal e informal no domicílio................................. 48
Estratégia para garantir a higiene das mãos na assistência domiciliar........................................................................................................ 48
A importância da dimensão socioeducativa do Serviço Social na disseminação dos direitos previdenciários na
assistência domiciliar......................................................................................................................................................................................... 49
A importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem em domicílio com a equipe multidisciplinar................................ 49
Estabelecimento de protocolo para inserção de cateter enteral em pacientes assistidos no domicílio pela EMAD Tide Setúbal............... 50
Cuidado domiciliar à haitiana com resistência a realizar aleitamento materno........................................................................................ 50
Fatores determinantes para o autocuidado em indivíduos com diabetes.................................................................................................. 51
A visita domiciliar como ferramenta para o cuidado qualificado............................................................................................................... 51
Avaliação da capacidade funcional em paciente assistido por assistência domiciliar multiprofissional com hipertensão
pulmonar por meio do teste de caminhada de 6 minutos pós-protocolo de reabilitação cardiopulmonar: relato de experiência......... 52
Atendimento domiciliar multiprofissional ao idoso no Programa Melhor em Casa: relato de caso..................................................... 52
Aplicação do processo de Enfermagem na taxonomia NANDA-NIC-NOC em estudo de caso com uma mulher obesa
em domicílio....................................................................................................................................................................................................... 53
Perfil epidemiológico dos pacientes com incontinência urinária atendidos por uma unidade de assistência domiciliar................... 53
A permanência hospitalar do paciente sob atenção domiciliar como um indicador de qualidade dos serviços multiprofissionais...... 54
Avaliação do protocolo de cuidados e prevenção de úlcera por pressão baseada na avaliação de pacientes em um serviço
de home care pediátrico.................................................................................................................................................................................... 54
Vivência de uma enfermeira no processo de implantação em um home care pediátrico....................................................................... 55
Análise da funcionalidade de idosos longevos no cuidado domiciliar....................................................................................................... 55
Evolução de dieta, por via oral, em uma criança com diagnóstico de paralisia cerebral em atenção domiciliar................................ 56
Síndrome de Proteus: relato de caso............................................................................................................................................................... 56
Um lugar para a palavra em um Serviço de Atenção Domiciliar pediátrico............................................................................................. 57
O uso de hipodermóclise para hidratação no atendimento domiciliar...................................................................................................... 57
Integração da rede de atenção à saúde na desospitalização de uma criança com BIPAP....................................................................... 58
Elaboração de um guia de administração de medicamentos via sonda nasoenteral (SNE) e gastrostomia (GTT) para
orientação da equipe e treinamento dos cuidadores de pacientes em cuidados paliativos na assistência domiciliar do INCA....... 58
Relato assistencial de pacientes com câncer avançado de tireoide em assistência domiciliar: possibilidades para promoção
da qualidade de vida........................................................................................................................................................................................... 59
Um relato de experiência a respeito da integração da assistência domiciliar para pacientes em cuidados paliativos
oncológicos no que tange à atuação farmacêutica........................................................................................................................................ 59
Saúde suplementar e domicílio como espaço de cuidados ao idoso: controle de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus........... 60
Trajetória de um recém-nascido (RN) prematuro broncodisplásico em internação domiciliar (ID).................................................... 60
Evolução de paciente jovem com sequela pós-parada cardiorrespiratória (PCR) em assistência domiciliar....................................... 61
Impacto positivo da intervenção fisioterapêutica na redução das internações recidivantes por pneumonia aspirativa em
paciente crítico acamado: relato de caso......................................................................................................................................................... 61
Resiliência familiar como instrumento de enfrentamento da paliatividade.............................................................................................. 62
Atuação do fisioterapeuta na assistência domiciliar no âmbito da saúde pública e privada: relato de experiência............................ 62
Estudo de caso: o benefício do atendimento fisioterapêutico na assistência domiciliar em paciente com cuidado paliativo:
doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)................................................................................................................................................................ 63
Síndrome Cornélia de Lange: estudo de caso................................................................................................................................................ 63
Programa Viver e Viver Bem........................................................................................................................................................................... 64
O tempo de atendimento de curativo domiciliar em um pé diabético para sua total evolução em uma paciente com
fatores de risco................................................................................................................................................................................................... 64
Implantação do Programa Cuidar do núcleo de cuidados paliativos na atenção domiciliar de uma cooperativa médico de trabalho........ 65
Displasia tanatofórica: estudo de caso............................................................................................................................................................ 65
Implantação de barreiras na dispensação de medicamentos em Serviço de Atenção Domiciliar......................................................... 66
Hipodermóclise: uma alternativa para evitar hospitalização de pacientes idosos desidratados............................................................. 66
A atuação de uma equipe multiprofissional no Programa Unimed Lar Sobral/CE: relato de experiência......................................... 67
Benefícios da implantação do fluxo próprio de triagem nos atendimentos de intercorrência da atenção domiciliar........................ 67
Avaliação nutricional de idosos portadores de lesão por pressão na atenção domiciliar........................................................................ 68

Atuação da equipe multidisciplinar à vítima de traumatismo raquimedular: domicílio como espaço de reabilitação....................... 68
O perfil epidemiológico dos pacientes em internação domiciliar na Região de Saúde Centro-Norte do Distrito Federal............... 69
Assistência ao paciente oncológico em domicílio: percepções dos profissionais da Estratégia Saúde da Família............................. 69
O cuidado domiciliar do paciente em fase terminal: percepções dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família.......................... 70
A importância do atendimento domiciliar multiprofissional em pacientes de zona rural: cuidando do paciente e de quem cuida...... 70
Evolução da categoria severa à moderada em uma paciente com hipertensão pulmonar dependente de oxigenioterapia
domiciliar após proposta e intervenção fisioterapêutica de reabilitação no Programa Melhor em Casa de Praia Grande............... 71
Programa acompanhante de idosos: perfil dos idosos e de atendimentos - SMS/PMSP/2017........................................................... 71
Escuta ativa: identificando fragilidades sociais, uma vivência que antecede a volta ao domicílio......................................................... 72
O cuidar da pessoa em situação de vulnerabilidade social e com lesão grave na pele: uma assistência multiprofissional integrada............ 72
Segurança do paciente e cuidadores: construindo parcerias no ambiente domiciliar.............................................................................. 73
Atenção domiciliar: os desafios do cuidado ampliado a partir de uma experiência na formação......................................................... 73
A importância da equipe multidisciplinar diante do paciente pediátrico de alta complexidade em home care.................................. 74
Atenção domiciliar: o significado do acolhimento e da assistência fisioterapêutica ampliada em uma experiência da formação......... 74
Mais Saúde na Comunidade: a educação popular em saúde na atenção domiciliar numa experiência de extensão universitária.......... 75
Assistência domiciliar, desospitalização como principal fator de redução do custo assistencial........................................................... 75
Encontro de cuidadores em um serviço de assistência domiciliar: impactos nos cuidados sob a ótica familiar................................ 76
Assistência hospitalar e domiciliar interdisciplinar ao paciente com tétano grave................................................................................... 76
A grande decisão................................................................................................................................................................................................ 77
Resgatando vidas................................................................................................................................................................................................ 77
A importância da atuação do Serviço Social na equipe multidisciplinar................................................................................................... 78
O assistente social como rede de apoio da equipe multiprofissional a famílias de pacientes em cuidados paliativos....................... 78
A importância do cuidador e a sua interface em relação à equipe multidisciplinar na atenção domiciliar.......................................... 79
Tecnologia aplicada à segurança do paciente em uma empresa de atenção domiciliar acreditada........................................................ 79
Análise da efetividade de um serviço de atenção domiciliar....................................................................................................................... 80
Gestão de intercorrências para segurança do paciente e institucional....................................................................................................... 80
A implantação da comissão de controle de infecção domiciliar na segurança do paciente.................................................................... 81
A implementação da hipodermóclise em pacientes sob cuidados paliativos no Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso......... 81
A importância do odontólogo na prevenção e redução de danos no Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (PADI) - SMS/RJ ..... 82
A importância do Ambulatório Multiprofissional de Assistência aos Cuidadores (AMAC) na atenção domiciliar:
um estudo de caso.............................................................................................................................................................................................. 82
Odontologia domiciliar como extensão da odontologia hospitalar na prevenção de infecções e redução de reinternações
no PADI - SMS/RJ............................................................................................................................................................................................ 83
A atuação do Serviço Social no Ambulatório Multiprofissional de Assistência aos Cuidadores (AMAC).......................................... 83
Reflexão acerca do atendimento domiciliar realizado por enfermeiros do PADI no tratamento de úlceras venosas....................... 84
Conferências familiares como instrumento de comunicação em cuidados paliativos............................................................................ 84
Desospitalização: o impacto da assistência domiciliar nos indicadores intra-hospitalares..................................................................... 85
Termo de consentimento/compromisso: como pactuar e documentar o cuidado compartilhado fortalecendo a
assistência no domicílio..................................................................................................................................................................................... 85
Capacitação em atenção domiciliar UNA-SUS/UFSC: uma análise dos cursos a partir da realidade de trabalho vivenciada
no cotidiano do aluno........................................................................................................................................................................................ 86
O cotidiano de trabalho no SAD como estratégia da trilha de aprendizagem do Curso de Especialização em
Atenção Domiciliar UNA-SUS/UFSC........................................................................................................................................................... 86
Cuidados paliativos domiciliar na Coreia de Huntington............................................................................................................................ 87
Avaliação da visita domiciliar realizada pela Estratégia Saúde da Família a pacientes em pós-operatório, Ilópolis/RS.................... 87
Os trabalhadores e os territórios dos SAD: um levantamento das intervenções propostas na especialização multiprofissional
da UNA-SUS/UFSC.......................................................................................................................................................................................... 88
Comunicação e seu impacto na estruturação do cuidado domiciliar......................................................................................................... 88
A formação-intervenção como estratégia de aprimoramento da gestão em atenção domiciliar........................................................... 89
A formação-intervenção na AD como estratégia de qualificação da gestão do cuidado e dos serviços............................................. 89
Contenção física no cuidado domiciliar e a transposição da prática hospitalar para o âmbito domiciliar........................................... 90
Relato de caso de esclerose lateral amiotrófica - paciente no local certo.................................................................................................. 90
O impacto da patologia de base na sobrevida dos pacientes em atendimento domiciliar...................................................................... 91
Experiência de reabilitação domiciliar na síndrome de Guillain-Barré: relato de caso........................................................................... 91
Avaliação do estresse do cuidador em idosos com problemas neurológicos gastrostomizados em atenção domiciliar................... 92
Sofrimento moral no trabalho em atenção domiciliar.................................................................................................................................. 92
Ventilação mecânica remota no SAD-HCUFU............................................................................................................................................ 93
Melhor em Casa na rede de cuidados paliativos da UFPeL: integração em diferentes pontos de atenção.......................................... 93
Cuidados paliativos na atenção domiciliar: desafios e possibilidades........................................................................................................ 94
Salutogênese no ambulatório de saúde mental: uma alternativa para a saúde integral do idoso no domicílio................................... 94
Um novo olhar para domicílio: o Serviço de Atenção Domiciliar e a instituição para abrigamento de idosos.................................. 95
Encontro de cuidadores: uma potente estratégia de cuidado..................................................................................................................... 95
Atenção domiciliar: uma modalidade assistencial em cuidados paliativos................................................................................................ 96
Perfil dos pacientes do PAD do HGWA admitidos por tentativa de suicídio.......................................................................................... 96
Construção e elaboração de um manual educativo para os cuidadores em assistência domiciliar pediátrica...................................... 97
Óbito domiciliar no programa de cuidado paliativo: construção de conceito e valor............................................................................ 97
O impacto do Serviço de Atenção Domiciliar na oferta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva pediátrica................................. 98
Apresentação para 17o Congresso Brasileiro Interdisciplinar de
Assistência Domiciliar (09 e 10 de novembro de 2018)

Cuidados domiciliares: construções coletivas

Profa. Dra. Letícia Andrade

Dos significados da palavra arquitetura, podemos destacar: arte e técnica de organizar espaços e criar
ambientes para abrigar os diversos tipos de atividade humana, visando também a determinada intenção
plástica.
Para o arquiteto Carlos Alberto Prates, a arquitetura é a arte do possível. Isso quer dizer que o sonho
ou o ideal do próprio profissional ou de seu cliente deve ser estudado, analisado e materializado, isto é, torna-
do possível; concretizado na forma de uma ponte que liga lugares antes inatingíveis, uma igreja que abriga fé
e fiéis, uma escola que gesta o futuro de uma nação, um hospital que, entre dores, fracassos, êxitos e milagres,
cuida de nossa saúde, ou uma casa, um microuniverso, que reúne um pouco de tudo isso.
Para Le Corbusier, a casa é uma máquina de morar. Desse ponto de vista, deve ser funcional o suficien-
te para garantir cuidado e abrigo. Por ser histórica e socialmente determinada, a moradia de cada um de nós
reflete nossas condições econômicas, o lugar social que habitamos e os aspectos culturais que nos formam e
“conformam”.
Se, de acordo com Frank Gehry, “a arquitetura fala de seu tempo e lugar, porém anseia por ser atem-
poral”, o cuidado realizado na residência do paciente e da família também assim deve ser visto. Por um lado,
as intervenções, os procedimentos e os tratamentos estão estreitamente relacionados às potencialidades e aos
limites locais, institucionais e das equipes; por outro lado, a evolução e a adequação quanto às necessidades
do paciente podem ser reconhecidas como ilimitadas.
O CIAD 2018 foi desta forma pensado: a arquitetura do cuidado pretende demonstrar a arte e a técnica
de diferentes realidades e também de diferentes equipes na busca sempre presente pela adequação diante da
demanda, da concretização de ideais e da realização do que antes era somente sonho de intervenção ou ideal
de prática.
A fim de concretizarmos nosso ideal, arquitetamos para o congresso que ora se apresenta uma estrutu-
ra extremamente inovadora: as necessárias palestras serão sempre complementadas com oficinas pelas quais
se pretende, na prática, demonstrar como se faz in loco, isto é, como no domicílio implanto minha interven-
ção. Várias e diferentes experiências de êxito serão apresentadas, de forma que cada profissional possa apren-
der e replicar o modelo na sua instituição, no seu estado e, especificamente, em seu paciente. A proposta é
de modo efetivo congregar experiências e demonstrar as diferentes arquiteturas criadas pelos profissionais
no intuito de bem atender paciente, família e comunidade.
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 15
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Assim, a atenção domiciliar é reconhecida como uma arquitetura condicionada ao sonho realizável de
uma instituição, de uma política, de uma população. Sendo ou devendo ser estreitamente relacionada aos
aspectos sociais e culturais que a condicionam, a atenção domiciliar oferece inúmeras possibilidades de su-
peração de limites e de inovação na apresentação de propostas em relação ao reconhecimento do domicílio
como espaço possível e adequado de cuidados.
Como nos diz Niemeyer: “se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o
concreto buscar o infinito”.

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Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
ARTIGOS
Atenção domiciliar: oferta, demanda e necessidades

Autores: Silva YC, Barcelos BJ, Neta FCCG, Silva KL.


Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais.

Resumo: Introdução: A Atenção Domiciliar (AD) surgiu em resposta às demandas e às necessidades da população
brasileira. Em 2011, o governo federal lançou o Programa Melhor em Casa, com a finalidade de ampliar a oferta dessa
modalidade. Entretanto, questiona-se se o potencial dos novos serviços encontra-se centrado nas necessidades dos usu-
ários. Objetivo: Analisar a relação entre oferta, demanda e necessidades nos Serviços de Atenção Domiciliar em Minas
Gerais. Metodologia: Trata-se de pesquisa descritivo-exploratória de abordagem quanti-qualitativa, realizada a partir do
mapeamento dos serviços e da análise da demanda por AD, da identificação e análise da oferta dos serviços existentes
e da análise das necessidades. A análise dos dados foi sustentada na hermenêutica dialética. Resultados: O mapeamento
realizado obteve uma amostra de 1.286 pacientes internados em 22 hospitais do Estado. Foram considerados elegíveis à
AD 1.009 (79,4%) e apenas 605 apresentaram condições administrativas, ou seja, cuidador ou domicílio com acesso e se-
gurança. A análise da oferta sinalizou que Minas Gerais era o quarto Estado brasileiro em relação ao número de serviços,
mas apresentava distribuição desigual. Identificou-se baixa oferta da AD, bem como vazios assistenciais dessa modalida-
de de atenção. O cuidador assumia atividades próprias do apoio à vida diária, porém foram evidenciados esgotamento,
sobrecarga e angústia dos cuidadores. Para os usuários, o atendimento no domicílio foi apresentado como melhor pelo
conforto do lar, vínculo com a família e com a equipe, além da superação de barreiras de acesso a outros pontos da rede.
Conclusão: A AD é capaz de favorecer o aprendizado e a confiança para as ações assumidas, mas deixa evidente a impor-
tância de se repensarem os critérios para inclusão e do programa para os usuários.
Palavras-chave: Serviços de assistência domiciliar; modelos organizacionais; políticas públicas de saúde.

Introdução

Esta pesquisa é parte do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino e Prá-
tica de Enfermagem (NUPEPE), da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, e tem
como objeto os Serviços de Atenção Domiciliar (SAD).
A Atenção Domiciliar (AD) surgiu em resposta às demandas e necessidades da população brasileira, de-
corrente do envelhecimento populacional, da transição epidemiológica e da crise do modelo de atenção à saúde.
O seu registro data-se na década de 1960 e se expandiu com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o
que exigiu uma regulamentação da oferta segundo sua demanda1. Em 2011, o governo federal lançou a Política
Nacional de Atenção Domiciliar, na qual instituiu o Programa Melhor em Casa, por meio da Portaria nº 2.029,
de 24 de agosto de 2011. Ao longo dos anos, essa política sofreu modificações com a finalidade de ampliar a
oferta dessa modalidade. Atualmente, a AD é regida pela Portaria nº 825 de 2016, a qual deixa claro que o SAD
tem caráter complementar aos cuidados realizados na atenção básica e em serviços de urgência e substitutivo
ou complementar à internação hospitalar2. Os SAD são compostos por Equipes Multiprofissionais de Atenção
Domiciliar (EMAD) e por Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP)2.
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 19
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O serviço tem potencial para qualificação do cuidado, pois possui dispositivos organizacionais e assistenciais
que preconizam uma produção integral, centrado no usuário, em suas necessidades, com intervenções nos dife-
rentes locais da Rede de Atenção à Saúde3,4. A AD é definida por “ações de promoção à saúde, prevenção e trata-
mento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às
Redes de Atenção à Saúde”5. Para tal, o serviço visa desospitalizar usuários estáveis clinicamente, que apresentam
dificuldade ou impossibilidade de deslocamento para atendimentos e que necessitam de cuidados específicos6.
Parte da premissa de que a definição política e a indução financeira da Política Nacional de Atenção
Domiciliar têm contribuído para ampliar a oferta dos SAD. Contudo, questiona-se se esses serviços têm sido
capazes de incorporar as necessidades dos grupos populacionais elegíveis para o cuidado no domicílio.

Objetivo

Analisar a relação entre oferta, demanda e necessidades nos SAD em Minas Gerais.

Metodologia

Os resultados apresentados neste artigo fazem parte de uma pesquisa multicêntrica, intitulada “Atenção
domiciliar em saúde: efeitos e movimentos na oferta e demanda do Sistema Único de Saúde”, que contou com
a participação de pesquisadores das seguintes universidades brasileiras: Universidade Federal de Minas Gerais,
Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Estadual de
Montes Claros, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Universidade Federal do Triângulo Mineiro.
Trata-se de pesquisa descritivo-exploratória de abordagem quanti-qualitativa, ancorada no referencial
teórico-metodológico da dialética. O percurso metodológico do estudo foi organizado em três fases:
• Fase 1: mapeamento e análise da demanda em hospitais públicos e filantrópicos:
- esse processo ocorreu por meio do levantamento de dados sobre os SAD existentes no Estado de Minas
Gerais por meio da investigação no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);
- posteriormente, foi estabelecido o levantamento das demandas por AD nos hospitais públicos e fi-
lantrópicos localizados no Estado de Minas Gerais, os quais foram selecionados por três critérios: ter
recebido recursos do SUS no Estado de Minas Gerais, no ano de 2012; apresentar os maiores número de
internações; e ter uma distribuição regional no Estado de Minas Gerais. Os dados foram coletados em 23
hospitais de diferentes regiões de Minas Gerais e obtidos por meio de entrevistas, seguindo-se um roteiro.
Os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
• Fase 2: análise da oferta, que consistiu na identificação e na análise das características organizacionais e
logísticas dos serviços existentes no Estado de Minas Gerais:
- buscou-se a identificação e a análise das características organizacionais e logísticas dos serviços existen-
tes no Estado de Minas Gerais. Para tanto, foram identificados 30 municípios com SAD implantados no
Estado de Minas Gerais por meio do CNES. Destes, 19 municípios aceitaram participar do estudo. De-
finiu-se a entrevista como instrumento de coleta de dados, seguindo-se um roteiro semiestruturado com
gestores municipais e/ou coordenadores do SAD. As informações coletadas envolveram vinculação ins-
titucional e na rede dos SAD; número, composição e perfil de equipes habilitadas; modalidade de atenção
prestada; perfil dos usuários atendidos; protocolos utilizados pelo serviço; fluxos de encaminhamentos e
relação com os outros serviços da rede.
20 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
• Fase 3: análise das necessidades, que consistiu na realização de entrevistas com os profissionais e usuá-
rios da AD:
- realização de entrevistas com os profissionais e usuários ou cuidadores da AD dos SAD selecionados
na fase anterior (Fase 2), para ter conhecimento dos serviços, das condições de vida desses usuários ou
cuidadores, da potencialidade de constituição de vínculo com a equipe de cuidado e da autonomia dos
usuários dos serviços de AD na escolha do modo de “levar a vida”.

A análise dos dados foi sustentada na hermenêutica dialética, a qual permitiu o estabelecimento da rela-
ção entre oferta, demanda e necessidades de saúde.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética, sob Parecer nº 129.725. O trabalho de campo foi desenvol-
vido obedecendo à Resolução nº 466/2012, que trata de pesquisas envolvendo seres humanos. As entrevistas
foram precedidas da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
As entrevistas foram realizadas e transcritas na íntegra e, posteriormente, submetidas à leitura exaustiva
para identificação de temas, seguindo a orientação de Bardin para análise de conteúdo.

Resultados e discussão

Oferta dos serviços e insumos na AD

A análise da oferta tem como objetivo verificar se o programa tem potencial para atender ao perfil popula-
cional, mediante compreender a relação da ampliação e distribuição da oferta do SAD no Estado de Minas Gerais.
Decorre da necessidade de regulamentação do funcionamento e da proposição de políticas públicas que
regulem a oferta do SAD6. O Ministério da Saúde incorporou a AD como uma redefinição estratégica para o
âmbito do SUS e estabeleceu o Programa Melhor em Casa nos municípios brasileiros como uma modalidade
de atenção substitutiva ao modelo de atenção à saúde no país2.
Do ponto de vista normativo, a assistência domiciliar teve início com a publicação da “Portaria nº 2.416,
em 1998, que estabelece requisitos para credenciamento de hospitais e critérios para realização de internação
domiciliar no SUS”7. Posteriormente, diversos projetos com variados enfoques foram estabelecidos no âmbito
do domicílio, dos quais se destacam a Lei nº 10.424, estabelecida em 2002, que adicionava o capítulo e artigo na
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que passou a regulamentar a assistência domiciliar no SUS, e a Resolu-
ção da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC ANVISA) nº 11, que estabeleceu
o funcionamento dos serviços que prestam AD7-9. Em 2006, por meio da Portaria nº 2.529, ficou instituída a
internação domiciliar para pessoas estáveis para serem mantidas em casa10.
As Portarias de 2011 e de 2013 foram fortes propulsoras para o aumento de adesão dos municípios ao
programa de AD. Essa adesão se deve, por partes, ao incentivo financeiro e à possibilidade de habilitação de
serviços de municípios de menores portes, de 20 a 40 mil habitantes. Atualmente, o programa é regido pela
Portaria GM/MS nº 825, de 25 de abril de 20162.
Essa estratégia propicia uma melhor distribuição espacial dos serviços no Estado de Minas Gerais, des-
vinculando-se, assim, da concentração do SAD na região central.
Entretanto, existe ainda um baixo número de municípios que aderiram ao SAD, mesmo diante dos in-
centivos estabelecidos. O levantamento realizado em Minas Gerais, em 2016, constatou que 26 municípios
ofertavam SAD no Estado, representando apenas 3,05%. As cidades com SAD possuíam uma proporção de
uma equipe de AD para cada 129.436 pessoas.
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 21
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
No Estado, há 675 (79%) municípios de pequeno porte I, entretanto não há equipes do SAD implantadas
neles. No outro extremo, 23 cidades de grande porte concentram 43,41% da população do Estado e apresentam
44,8% dos municípios com cobertura do SAD (Quadro 1).
O potencial máximo de equipes no Estado de Minas Gerais são de 488, entretanto possui apenas 56 equi-
pes, apresentando um déficit de 432 equipes de AD. O maior déficit encontra-se nas regiões noroeste e oeste de
Minas e nas mesorregiões do Norte de Minas, Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce (Quadro 1).
Esse déficit na oferta de serviços de AD mediante a demanda é identificado no cenário nacional e inter-
nacional11. Diante dessa, realidade fica evidente a necessidade de outras estratégias para adesão ao programa
de AD, tendo como objetivo a integralização dos serviços em uma rede de cuidados, a fim de potencializar
a integralidade e a resolutividade do cuidado associado à redução do custo. Para tal, faz-se necessário maior
investimento financeiro, considerando o contexto demográfico e epidemiológico atual e futuro da população
brasileira, bem como o aumento da população economicamente ativa, reduzindo, assim, a oferta de cuidadores
informais11. Uma estratégia que pode ser adotada para adesão dos SAD nos municípios de menor porte seria os
consórcios intermunicipais de saúde (CIS)12.

Quadro 1. Municípios por regionais que possuem serviço de atenção domiciliar.


Regionais Metropolitana Municípios N° de habitantes Ano de implementação Nº de equipes
Sarzedo 25.814 2013 2
Nova Lima 80.998 2003 2
Ibirité 158.954 2013 2
Belo Horizonte 2.375.151 2002 13
Contagem 603.442 2011 6
Vespasiano 104.527 2012 2
Lagoa Santa 52.520 2013 2
Pará de Minas 84.215 2011 2
Betim 378.089 2009 5
Norte de Minas Francisco Sá 24.912 2013 2
Jaíba 33.587 2014 2
Montes Claros 361.915 2014 5
Taiobeiras 30.917 2014 2
Noroeste de Minas - - - -
Triângulo Mineiro Monte Carmelo 361.915 2013 1
Uberaba 295.988 2011 1
Uberlândia 604.013 1996 10
Oeste de Minas Ribeirão das 296.317 2013 1
Neves
Central Mineira Bom Despacho 45.624 2014 2
Vale do Mucuri - - - -
Jequitinhonha Itaobim 21.001 2014 2
Jequitinhonha 24.131 2014 2
Vale do Rio Doce Caratinga 85.239 2014 2
Sul de Minas Poços de Caldas 152.435 2009 2
São Lourenço 41.657 2006 2
Varginha 123.081 2000 -
Campo das Vertentes Barbacena 126.284 2013 2

22 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar


Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Além da quantidade de oferta do SAD, é importante analisar as premissas do serviço. Segundo os pontos
normativos e literários, verificou-se que a AD foi instituída com os seguintes princípios: integração com os pon-
tos da rede de atenção, vinculação da AD à estratégia das redes de atenção à saúde, desospitalização de usuários
aptos à continuidade dos cuidados no domicílio e atendimento da populações com riscos específicos6,13.
Esta pesquisa macro possibilitou o desenvolvimento de um artigo que discorre sobre a oferta de dispositi-
vos e insumos para os usuários14. Nas entrevistas realizadas com os gestores do SAD, verificou-se que o serviço
ofertava, por vezes, dispositivos e insumos de suporte à saúde, como fraldas, cilindro de oxigênio, dietas pré-con-
feccionadas para sondas gástricas e entéricas, coberturas para curativos, além da disponibilidade de veículos para
transportar a equipe do SAD, evidenciado também na publicação: “[...] oferece tudo que o paciente precisa, fralda,
dieta, curativo” (GM3); “[...] um carro plotado bonitinho, carro completo, airbag, ar-condicionado” (GM3); [...]
dispensação de coberturas para que um especialista em coberturas indique quais comprar” (GM7).
Apesar de os recursos materiais, pelo ponto de vista da gestão, serem por vezes suficientes para o bom de-
sempenho do serviço, eles são analisados como escassos, de difícil obtenção pela análise da coordenação e dos
usuários, ou seja, verifica-se um discurso desconexo entre os que ocupam cargos estratégicos e táticos. Dessa
forma, precisam de uma logística e de um olhar abrangente e sistêmico para essa oferta, para que verdadeira-
mente exista o provimento de recursos para a operacionalização do serviço14: “Alta para pacientes que não têm
condições financeiras de continuar um tratamento em casa acaba ficando dependente dos materiais do progra-
ma, complicando a alta” (CM16); “O programa não fornece fraldas para o paciente, somente um relatório para
que este consiga fraldas mais baratas” (CM17); “Não tem carro, não tem gasolina” (CM18).
Outros estudos também realçam a dificuldade de oferta de insumos e medicamentos, decorrente de en-
traves de articulação entre os SAD e a Rede Assistencial de Saúde, como um dificultador para oferta do SAD,
gerando, por vezes, a descontinuidade da assistência à saúde3,15.

Demanda por SAD em Minas Gerais

A coleta de dados foi realizada com 1.286 pacientes internados em clínica médica de 17 hospitais de 9 mu-
nicípios de Minas Gerais. Desse total, 15 foram desconsiderados pela ausência de informações nas atividades de
vida diária (AVD) e nos critérios de inexigibilidade, não sendo possível calcular a elegibilidade deles para a AD.
Dos 1.271 entrevistados restantes, 657 (51,7%) eram do sexo masculino, e 614, do sexo feminino; a idade média
era de 53,9 anos; a maioria (1.121, ou 88,2%) não possuía plano de saúde; e a média de internação era de 13,8 dias.
Para a incorporação de um paciente em regime hospitalar ou não no SAD, são necessários alguns critérios
que abrangem a elegibilidade, a inclusão, a exclusão e a alta, com base na Portaria MS nº 963/2013, que define
o perfil do paciente a ser atendido13.
Foram considerados pacientes que possuíam pelo menos uma das seguintes condições: terapia medica-
mentosa subcutânea*, intramuscular* e endovenosa*; quimioterapia antineoplásica oral e subcutânea; procedi-
mentos invasivos, como sonda vesical permanente, sonda vesical intermitente, traqueostomia sem aspiração e
com aspiração, aspiração de vias aéreas superiores e diálise domiciliar/DPA; suporte ventilatório intermitente,
contínuo e CPAP, BIPAP; lesões de pele, mucosas ou fístulas, que demandavam tratamentos (curativos) mé-
dios*, grandes* e complexos*, dependência de reabilitação, fisioterapia/fonoaudiologia, outra*; terapia nutri-
cional por sonda nasoentérica (SNE)*, por jejunostomia ou ileostomia e nutrição parenteral total*.

* Se o paciente possuía quatro ou mais dependências no grau de AVD, que mede a dependência de ajuda para banhar-se, vestir-se,
alimentar-se, ir ao banheiro, transferir-se ou ter incontinência.
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 23
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Além dessas condições clínicas, para ser elegível era necessário ter a presença de um cuidador que se res-
ponsabilizasse pelos cuidados e possuir um domicílio de fácil acesso e com estrutura para receber os devidos
cuidados de acordo com a demanda, que eram considerados aspectos administrativos.
Foi considerável inelegível o paciente que, mesmo elegível à AD, possuía pelo menos uma das seguintes
condições: quimioterapia antineoplásica intramuscular, intravenosa, intratecal; ventilação mecânica intermitente
e contínua.
Considerou-se sem condição de inclusão na AD o paciente que não possuía cuidador ou cujo domicílio
não tinha elevador e escada que permitisse subir maca, que não possuía telefone no local ou que tinha frequente
falta de água e energia elétrica.
Diante desses critérios, identificou-se que, dos 1.271 pacientes incluídos na amostra final, 1.009 (79,4%)
foram considerados elegíveis para AD. Destes, 404 (31,4%) não possuíam condição de ser incluídos no progra-
ma devido à ausência de cuidador ou por questões estruturais ligadas à residência (não ter elevador ou escada
que permitisse subir maca, não possuir telefone no local ou frequente falta de água ou luz).
Esse achado demonstra que o crescimento da AD encontra desafios e obstáculos de campo social muito
maior do que outras ferramentas de atenção à saúde, uma vez que a interferência do modus vivendi das famílias
impacta na elegibilidade para a AD, fazendo com que elegíveis clinicamente se tornem inelegíveis socialmente.
No estudo publicado por Paiva et al., verificou-se que, dos pacientes elegíveis à AD, 83,4% possuíam
cuidador, 83,3% tinham condições de acesso e 81,9% apresentavam condições de segurança16. Portanto, mes-
mo elegíveis, 17% dos pacientes não possuíam condições de inclusão na AD. Os critérios de inclusão estão
relacionados aos aspectos administrativos que contemplam a infraestrutura física adequada do domicílio para
a realização do atendimento do SAD. Cada equipe dos SAD deve ter uma flexibilidade de análise dos aspectos
administrativos, considerando a singularidade de cada domicílio, seguindo os protocolos e documentos norte-
adores e podendo sempre adequar a sua realidade de atendimento16.
A presença de um cuidador como critério de elegibilidade é o ponto mais complexo e importante nos
critérios de análise. O cuidador é definido na Portaria nº 825, de 25 de abril de 2016, que redefine a AD no
âmbito do SUS, como sendo aquele “com ou sem vínculo familiar com o usuário, apto(s) para auxiliá-lo em
suas necessidades e atividades da vida cotidiana e que, dependendo da condição funcional e clínica do usuário,
deverá(ão) estar presente(s) no atendimento domiciliar”2. A necessidade da presença do cuidador na AD tam-
bém está relacionada à necessidade de avaliação da equipe que presta atendimento ao usuário durante todo seu
tempo na AD, sendo, portanto, o cuidador responsável pelas demandas e necessidades do usuário e tendo a
equipe também um papel de auxiliar e capacitar o cuidador quanto às necessidades de cada usuário16.
Dos pacientes elegíveis, a maioria (32%) possuía dependência nas seis AVD, 29,1% não possuíam depen-
dência nenhuma, 15,4%, dependência em cinco, 10,5%, em quatro, 4,7%, em uma, 4,3%, em três, e 4%, em
duas AVD.
Martin, Oliveira e Duarte afirmam que o cuidador tem responsabilidade desde tarefas simples até ativi-
dades mais complexas, sendo essa problemática uma das grandes responsáveis pelos pedidos de inclusão em
SAD17.
Foram encontradas:
• maior taxa de elegibilidade em pacientes internados no último ano (81,6%) do que nos que não foram
internados (77,4%);
• maior taxa de elegibilidade em pacientes com origem em UPA (82%) e menor com origem no domicílio
(75%);
• maior média de idade em elegíveis (56,5 anos) do que em não elegíveis (51,4 anos).
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Além disso, foram comparadas as taxas de elegibilidade segundo os critérios que definem condição de
inclusão na AD. Em todos os critérios, as taxas foram menores em pacientes que possuíam as condições
de exclusão da AD. Entretanto, apenas no critério de existência de cuidador se observou significância
estatística, a qual descreveu 81,6% de elegibilidade em pacientes que possuíam cuidador contra 69,8%
naqueles que não possuíam.

Kerber, Kirchhof e Cezar-Vaz afirmam que, mesmo compreendendo a importância da AD como acesso
àqueles pacientes mais dependentes de cuidado, atualmente os trabalhadores não têm condições de estender esse
trabalho a todos18. Assim, salientam a importância de critérios estabelecidos para inclusão de novos pacientes no
programa como forma de atender ao princípio da equidade, oferecendo maior atenção aos mais necessitados.

Necessidade dos usuários/cuidadores no SAD

Para análise das necessidades de saúde, organizacionais e de logística dos SAD, realizaram-se entrevis-
tas semiestruturadas com os profissionais e usuários/cuidadores da AD. Esse momento procurou analisar os
relatos que sinalizassem para o acesso aos serviços, para o estilo de vida desses usuários ou cuidadores, para o
vínculo com a equipe de cuidado e para a autonomia dos usuários dos serviços de AD.
Tendo como base a portaria que rege o SAD, é preconizado considerar as necessidades de cada popula-
ção, suas individualidades e exclusividades de forma integral13. Entretanto, questiona-se se os serviços de AD
efetivamente implementados possuem potencial de incorporar as necessidades dos usuários e cuidadores, con-
siderando outros arranjos de gestão e de cuidado.
Diante dessa ponderação e indagação, verificou-se, nos relatos dos profissionais, que uma das maneiras
de atender às necessidades dos usuários se iniciava no processo de admissão. Esse processo tem o intuito de
considerar as delimitações estabelecidas normativamente para os serviços de AD, levando-se em consideração
as peculiaridades de cada paciente avaliado, passando-se a uma etapa de planejamento, representada pelo plano
de cuidados, auxiliando, assim, na escolha do serviço adequado a ser oferecido a cada usuário16. Para atender às
necessidades, apontou-se pelas equipes a oferta do serviço diariamente, garantindo o funcionamento até nos
finais de semana em escala de plantão: “[...] qualquer intercorrência os pacientes entram em contato com os
técnicos, [...] os serviços funcionam inclusive sábado e domingo. Os técnicos” (M19 P1).
Ainda para atender às necessidades dos usuários e de seus familiares, ponderou-se como fundamental
a mudança da atuação dos profissionais, que deve ser voltada para a gestão do cuidado. Isso é estabelecido
quando se rompe com a divisão técnica do trabalho, que, por vezes, é a propiciadora de sua fragmentação e de
suas responsabilidades19; e também quando se colocam as regras normativas como pilares, e não como única
forma de trabalho, ou seja, quando são considerados os arranjos organizacionais da família, ao levar em conta a
realidade e a necessidade de cada usuário. Diante da análise dos relatos, foi possível verificar que os cuidadores
são atores fundamentais para a configuração dos serviços de AD. Entretanto, são, em sua maioria, informais,
ou seja, filhos, esposas, vizinhos, entre outros, e, por vezes, não possuem uma formação ou um conhecimento
específico para a execução da função de cuidador. Sendo assim, é necessário o auxílio da equipe nesse processo
de obtenção de conhecimento para o atendimento dos usuários, atuando na orientação com base nas necessi-
dades de cada um. Essa é uma diretriz que é enfatizada pelo programa de AD, que determina o confronto das
situações específicas de cada domicílio, ao considerar o universo cultural e social de cada um e realizar práticas
inovadoras por meio do fortalecimento de estratégias, valorização do trabalho em equipe e, assim, redução da
fragmentação da assistência2,4,20.
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 25
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Verificou-se que o atendimento do SAD, na perspectiva dos usuários, é apresentado como melhor por
estar mais próximo da família, pelo conforto do lar, por estar se sentindo mais amparado, pelo maior víncu-
lo que se tem com a equipe e pelo acesso aos demais pontos da rede de atenção, o que envolve o serviço de
diagnóstico e de consulta. Essas informações são enfatizadas em alguns estudos que trazem a autonomia do
paciente, o conforto do lar, a proximidade da família e a relação com os profissionais da equipe21,22: “Hem? Em
casa, bem melhor, uai. É mais confortável, uai” (M3U2); “Não. Graças a Deus, tá tudo bem. Pessoal são muito
bons, são muito competente, todos eles... tanto faz os médicos, as enfermeiras, todos me trataram muito bem”
(M3U2); “Melhor do que ficar lá, né, naquele frio, tremendo, né. Vendo a hora de pegar uma bactéria também,
né, que a gente fica lá, né” (M3C1); “Com certeza, sim foi, foi muito bem, não tenho nada a reclamar não. Eu
particularmente adorei o trabalho deles, e acho que isso foi uma coisa ótima que eles criaram, porque muitos
não têm essas condições de ter esse privilégio de ficar em casa devido às infecções que têm nos hospitais. Então
eles tão de parabéns” (M10U2).
Um empecilho identificado para atender à necessidade dos usuários refere-se ao acesso aos equipamen-
tos, respiradores, ventiladores, camas, concentradores, que, por vezes, demoram e são insuficientes. Isso se
torna uma barreira para a manutenção ou admissão do paciente no SAD. Outra barreira evidenciada foi a falta
de insumos, como materiais e medicamentos, que, por vezes, é amenizada com a criação pela equipe de novas
estratégias que atendam às necessidades na busca de suprir essas lacunas: “Tem alguns critérios, se for depen-
dente de O2 e ele for começar a usar agora e não tiver em casa o equipamento, tem que primeiro conseguir na
Secretaria de Saúde, tem bomba de infusão que não pode quem está em uso. [...]” (M10P1); “Porque era melhor
a gente levar uma medicação emprestada do que gerar aquela internação ocupando um leito. [...] Se a gente ficar
se detendo num material melhor, em uma melhor condição, a gente nunca vai fazer nada, principalmente na
casa, né” (M1P1).

Conclusão

Pode-se concluir que existe um déficit dos SAD no Estado de Minas Gerais; contudo, evidencia-se a
expansão da oferta desse serviço. Esse aumento vem ao encontro das propostas e diretrizes estabelecidas pelo
Programa Melhor em Casa.
Para os critérios de elegibilidade, aponta-se o déficit de cuidadores em relação à demanda crescente de
pacientes com perfil para serem admitidos na AD. Dessa forma, é vital que haja estratégias governamentais para
amparar os cuidadores informais. Fica evidente a importância de se repensarem os critérios de inclusão, pois,
atualmente, as variáveis possibilitam a compreensão de quais perfis de pacientes poderiam ou não ser incluídos
nos serviços.
A AD é capaz de favorecer o aprendizado das ações assumidas. Além disso, o programa é importante
para os usuários no que se refere ao trânsito pelos outros pontos da rede de atenção à saúde. Entretanto, há
escassez de recursos e limitação de estrutura física e material, o que influencia no atendimento às demandas e
às necessidades dos usuários.

Referências

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28 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar


Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O perfil dos pacientes em atendimento domiciliar avaliados pela fisioterapia em uma
equipe interdisciplinar do NADI/ICHCFMUSP

Autores: Abreu DPH, Oliveira TVW.


Instituição: Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do ICHCFMUSP.

Resumo: Introdução: Das possibilidades de atuação da fisioterapia, a intervenção na assistência domici-


liar (AD) vai além do cuidado ao paciente em sua reabilitação, estendendo-se a orientações aos familiares. Ob-
jetivo: Relatar a experiência de duas fisioterapeutas, das quais uma é residente em cuidados paliativos, e a outra,
aprimoranda em geriatria, sobre o perfil funcional dos pacientes atendidos por uma equipe de AD. Descrição da
experiência: Trata-se de um relato descrito por duas fisioterapeutas que atuaram em conjunto durante os cinco
dias da semana, em todos os períodos de visita interdisciplinar de um serviço de AD do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre os meses de junho e agosto de 2017. Foi observado
que, dos 110 pacientes atendidos nesse período, 71 foram avaliados e/ou atendidos pela fisioterapia (52 mulhe-
res e 19 homens). Apenas 7 necessitaram de suplementação e/ou suporte de oxigênio. Notou-se ainda que 29
eram totalmente dependentes para atividades básicas de vida diária (ABVD), 38, parcialmente dependentes, e
somente 4, independentes. Além disso, 24 eram acamados, 19 eram cadeirantes e 28 deambulavam, dos quais
12 faziam uso de algum dispositivo auxiliar de marcha (DAM). Conclusão: Mesmo com recursos escassos em
transportes para atendimentos individuais restritos e poucos profissionais aptos a realizar atividades, como for-
talecimento muscular, controle de dor, orientações de transferências e adequações de DAM, foi possível avaliar
e acompanhar o ganho funcional ou a evolução da doença de 63,6% dos pacientes atendidos pela equipe. Esse
resultado positivo só se deu por causa do reconhecimento da importância da intervenção fisioterapêutica full-
-time pela equipe envolvida, demonstrando o quão relevante é o papel desses profissionais na vida do paciente.
Palavras-chave: Fisioterapia; assistência domiciliar; interdisciplinar.

Introdução

A população brasileira transita de um perfil demográfico e epidemiológico em que a expectativa de vida


cresce concomitantemente ao surgimento, cada vez mais frequente, de doenças crônico-degenerativas e incapa-
citantes que exigem mais atenção do Sistema Único de Saúde (SUS)1.
A Atenção Domiciliar (AD) foi criada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2011 com o Programa
Melhor em Casa, cuja proposta é a desospitalização, que proporciona a continuidade do cuidado àqueles que
apresentam restrições físicas e ambientais de acessar o serviço de saúde. Além disso, esse programa possibilita
à equipe de saúde multidisciplinar um relacionamento mais próximo, humanizado e de caráter educativo ao
paciente, familiares e cuidadores, com o objetivo de levar o máximo de autonomia para o paciente no cuidado
fora do hospital2.
A fisioterapia tem o objetivo de desenvolver, manter e restituir o máximo movimento e capacidade
funcional de um indivíduo ao longo da vida. Das possibilidades de sua atuação, a intervenção na AD parte do
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 29
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
princípio de que o movimento e a função estão comprometidos por causa de envelhecimento, lesão, doença e
fatores ambientais3. O trabalho do fisioterapeuta vai além do cuidado ao paciente e transita entre a reabilitação
do indivíduo e se estende às orientações e ao acolhimento aos familiares4.
O reconhecimento, a inclusão e a valorização da fisioterapia nas políticas públicas de saúde, sobretudo
nos setores e serviços de menor complexidade, ainda são incipientes para suprir a demanda da população, o
que justifica a busca deste trabalho de expor a real necessidade e as possibilidades de atuação desse profissional,
especialmente na AD. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi descrever o perfil funcional dos pacientes como
uma experiência de duas fisioterapeutas que atuaram em período integral em uma equipe de AD do SUS.

Metodologia

Foi realizado um trabalho descritivo e retrospectivo entre o período de junho a agosto de 2017, por meio
da coleta de dados via prontuário. Durante esses três meses, a atuação da fisioterapia esteve presente em todos
os períodos e as células do Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Hospital de Clínicas da Facul-
dade de Medicina da Universidade de São Paulo (NADI-HCFMUSP). Os dados coletados eram referentes aos
atendimentos de fisioterapia de cada usuário do programa. Todas as informações divulgadas foram autorizadas
pelo NADI-HCFMUSP com o intuito de enriquecimento acadêmico e prático.

Resultados e discussão

Constatou-se que, nesse período, 110 pacientes foram atendidos pelo serviço de AD, dos quais 71
foram avaliados e/ou atendidos pela fisioterapia. Houve predominância de pacientes do sexo feminino, aci-
ma de 60 anos. Esse mesmo tipo de perfil de paciente também encontrado por Pereira e Gessinger5 e por
Alencar et al.6 (Gráfico 1). Esse número de atendimentos fisioterapêuticos só foi possível devido à presença
de pelo menos um fisioterapeuta nos períodos da manhã e da tarde, o que se trata de um caso inédito dentro
do NADI-HCFMUSP e que afetou positivamente os pacientes e a atuação da equipe interdisciplinar, desde
o prognóstico de funcionalidade dos usuários até as visitas emergenciais, nas quais a mão de obra do fisiote-
rapeuta era indispensável (por exemplo, em casos de desconforto respiratório de pacientes acamados).
Observou-se uma importante dependência dos usuários em relação aos seus cuidadores para realização
das atividades básicas de vida diária (ABVD), seja de maneira parcial, seja total. Isso afeta o desempenho das
atividades cotidianas e, consequentemente, a qualidade de vida do indivíduo6. Apesar disso, a maior parte dos
pacientes possuía a capacidade de deambular, mesmo que em uso de dispositivos auxiliares de marcha (DAM),
por exemplo, bengalas e andadores, assim como os achados de Pereira e Gessinger5, em que a maior parte dos
pacientes apresentou algum tipo de dificuldade de acessar o serviço de saúde (físico e/ou ambiental).
Foi verificado também que a maioria desses pacientes não necessitava de suporte ventilatório e que, dos
7 pacientes que o utilizavam, apenas 2 faziam uso de ventilação mecânica não invasiva por período integral.
A maior parte deles fazia uso de suplementação de oxigênio via cateter nasal. Apesar de que não foram não
encontrados dados relevantes na literatura, sugere-se que esse fato esteja relacionado à capacidade de a maioria
dos pacientes em suporte ventilatório ainda conseguir frequentar um atendimento ambulatorial por possuir
capacidade funcional para tal.
No presente estudo, pôde-se constatar a importância da participação do fisioterapeuta na equipe inter-
disciplinar de atendimento domiciliar, uma vez que os pacientes estudados possuíam importante dificuldade
de locomoção, o que, muitas vezes, impossibilitava, inclusive, suas ABVD. A presença do fisioterapeuta auxi-
30 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
liou na promoção, manutenção e/ou reabilitação da funcionalidade nesses pacientes, permitindo uma melhor
qualidade de vida. Ainda assim, o número de profissionais que atuam em AD ainda é insuficiente para suprir a
demanda de pacientes.

Gráfico 1. Perfil de pacientes assistidos pela fisioterapia.

Fonte: elaborado pelos autores.

Conclusão

Mesmo com recursos escassos em transportes para atendimentos individuais restritos e com poucos
profissionais aptos a realizar atividades, como fortalecimento muscular, controle de dor, orientações de trans-
ferências e adequações de DAM, foi possível avaliar e acompanhar o ganho funcional ou a evolução da doença
de 63,6% dos pacientes atendidos pela equipe. Esse resultado positivo só se deu por causa do reconhecimento
da importância da intervenção fisioterapêutica full-time pela equipe envolvida, demonstrando o quão relevante
é o papel desses profissionais na vida do paciente.

Referências

1. Lima-Costa MF, Veras R. Saúde pública e envelhecimento. Caderno Saúde Pública. 2003;19:700-1. Disponí-
vel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000300001
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de
Atenção Domiciliar. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 2 v.
3. World Confederation for Physical Therapy. Policy statement: Description of physical therapy [on-line]. 2007
Disponível em: http://www.wcpt.org/policy/ps-descriptionPT
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 31
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
4. Felício DNL, Franco ALV, Torquato MEA, Abdon APV. Atuação do fisioterapeuta noatendimento domi-
ciliar de pacientes neurológicos: a efetividade sob a visão do cuidador. RBPS 2005;18(2):64-9. Disponível em:
http://periodicos.unifor.br/RBPS/article/view/907
5. Pereira BM, Gessinger CF. Visão da equipe multidisciplinar sobre a atuação da fisioterapia em um programa
deatendimento domiciliar público. O Mundo da Saúde 2014;38(2):210-8. Disponível em: https://www.saoca-
milo-sp.br/pdf/mundo_saude/155562/A10.pdf
6. Alencar MCB, Henemann L, Rothenbuler R. A capacidade funcional de pacientes, e a fisioterapia em um
programa de assistência domiciliar. Fisioter. Mov 2008 jan/mar;21(1):11-20. Disponível em: https://periodicos.
pucpr.br/index.php/fisio/article/view/18985/18355

32 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar


Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Relação do Serviço de Atenção Domiciliar com a oferta de leitos de terapia intensiva

Autores: Borges Júnior LH, Borges EL, Ferreira HM, Oliveira VP, Moreira GF, Hattori WT,
Azevedo VMGO, Santos ER.
Instituição: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.

Resumo: Introdução: Os avanços na ciência e na tecnologia têm qualificado o cuidado, mas mudado a
rotina dos hospitais públicos. Observa-se um aumento de internações por doenças crônicas, por vezes pela de-
pendência da ventilação mecânica invasiva (VMI). Essas hospitalizações possuem um alto e evitável custo para
o sistema de saúde e podem ser substituídas por internações domiciliares. Objetivo: Correlacionar a desospita-
lização do SAD em casos de VMI na oferta de leitos de terapia intensiva. Metodologia: estudo observacional
analítico, retrospectivo, dos usuários em VMI admitidos no SAD de Uberlândia, de julho de 2007 a dezembro
de 2017. Os dados foram coletados pelos pesquisadores a fim de levantar o perfil epidemiológico, o tempo de
internação domiciliar e o desfecho (alta ou óbito). Para análise estatística, foi utilizada a estatística descritiva.
Resultados: Foram assistidos 95 usuários, dos quais 29 (30,5%) permaneceram ativos, 55 (58%) foram a óbito
e 11 (11,5%) receberam alta. Somando o número de dias que permaneceram em casa, totalizaram 49.896 dias,
dividindo por 10 dias, que é um período médio de uma internação em UTI, seriam possíveis 4.989 novas inter-
nações, pois, se eles fossem mantidos internados pelo mesmo período, o leito estaria ocupado e impossibilitaria
novas internações naquele leito. Dessa forma, uma UTI precisaria funcionar 13,8 anos para gerar esse número
de internações. Portanto, para cada leito liberado em VMI pelo SAD, são liberadas 52 novas internações, ou
seja, a relação é 1:52. Conclusão: A desospitalização de usuários dependentes de VMI pelo SAD contribui para
promover novos acessos de usuários em leitos de UTI devido à rotatividade.
Palavras-chave: Atenção domiciliar; desospitalização; ventilação mecânica domiciliar.

Introdução

A transição epidemiológica e demográfica, a crescente demanda da urgência e da emergência e os pro-


blemas sociais que o Brasil tem passando nos últimos anos, associados aos avanços na ciência e na tecnologia
ao longo do tempo, têm qualificado o cuidado, mas mudado a rotina dos hospitais públicos1. Observa-se uma
redução importante nas internações por doenças infecciosas e, ao mesmo tempo, um aumento do número de
internações por doenças crônicas, más-formações e doenças raras, gerando internações em unidades de terapia
intensiva, com alta taxa de permanência, com custo elevado e, às vezes, pouco resolutivas2.
Muitas dessas internações hospitalares longas, principalmente as de Unidade de Terapia Intensiva (UTI),
são decorrentes da dependência da ventilação mecânica invasiva (VMI) por tempo prolongado, mesmo após a
estabilidade clínica, fazendo com que o usuário permaneça em internação hospitalar, reduzindo a disponibilidade
de leito3. A VMI é realizada por meio do ventilador mecânico, um equipamento que realiza a respiração artificial,
indicada para pessoas com insuficiência respiratória crônica4. Como alguns usuários passam a depender de forma
contínua por não conseguir respirar espontaneamente, para muitos deles o hospital passa a ser o local de moradia,
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 33
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
devido à dependência dessa tecnologia como suporte à vida, pois muitos serviços desconhecem como oferecer
esse tratamento em casa. Quando isso acontece, o leito fica ocupado, impedindo a sua rotatividade e reduzindo o
acesso a outros usuários que podem depender dele para salvar a vida. Esse fato contribui para reduzir a disponibi-
lidade de leitos de UTI, gerando um importante problema no sistema público de saúde brasileiro5.
Essas hospitalizações prolongadas possuem um alto e evitável custo para o sistema de saúde5 e podem ser
substituídas por internações domiciliares, por meio dos Serviços de Atenção Domiciliar (SAD), que têm como
um dos objetivos a otimização de leitos hospitalares; dessa forma, colabora para uma distribuição mais eficiente
do recurso público para enfrentar a alta demanda por acesso aos serviços de saúde, atingindo maiores níveis de
cobertura e evitando sofrimento para as famílias6,7.
Para minimizar os impactos negativos da longa permanência, é preciso implementar o processo de desos-
pitalização sistematizada nas equipes que assistem o usuário durante a internação e que irão recebê-lo em casa
para dar continuidade ao tratamento. Essa transição do cuidado é indispensável para o sucesso do tratamento
a domicílio5. A desospitalização de usuários em VMI tem como objetivo fornecer todo o apoio de materiais,
medicamentos e equipamentos, para que o tratamento tenha continuidade em casa, sob supervisão das equipes
multiprofissionais de atenção domiciliar e de apoio, com suporte da atenção básica, especializada e hospitalar6.
A intensidade de suporte deve ser de acordo com o quadro clínico e social, e também conforme o curso da do-
ença no domicílio. Dessa forma, o período de atendimento fora do ambiente hospitalar deve respeitar uma ava-
liação individualizada e baseada nas condições gerais. Em casa, reduz-se o risco de infecção hospitalar, o usuário
fica mais próximo de sua família e de seus vínculos, além de contribuir para melhorar a disponibilidade de leitos
de UTI, além de ser uma das formas de humanizar a recuperação e o cuidado dos usuários e familiares8.

Objetivo

Correlacionar a desospitalização do SAD em casos de ventilação mecânica invasiva na oferta de leitos de


terapia intensiva.

Metodologia

Trata-se um estudo observacional analítico, retrospectivo, com coleta de dados em prontuário, aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia. Foram incluídos todos os usuários
em ventilação mecânica invasiva domiciliar (VMID) admitidos no SAD do Hospital de Clínicas de Uberlândia
(HCU), no período de julho de 2007 a dezembro de 2017, e excluídos prontuários de usuários não encontrados,
com dados incompletos ou insuficientes para análise.
O SAD analisado era vinculado ao HCU, cujo total de leitos era de 520, dos quais 30 de UTI adulta, 8
de UTI pediátrica e 15 de UTI neonatal, além de possuir mais de 50 mil m2 de área construída. Era o maior
prestador de serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais e o terceiro no ranking dos maiores
hospitais universitários da rede de ensino do Ministério da Educação (MEC); ainda, era referência em média e
alta complexidade para 86 municípios da macro e das microrregiões do Triângulo Norte9.
Esse mesmo SAD possuía duas Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD), composta
por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, com capacidade instalada para acompa-
nhar 120 usuários, e uma Equipe Multiprofissional de Apoio (EMAP), com assistente social, psicólogo e nutri-
cionista. Tinha como área de abrangência para atendimento toda a área urbana do município.
O serviço funcionava todos os dias da semana, das 7h às 22h; a partir das admissões, as equipes elaboravam
o Projeto Terapêutico Singular (PTS), que estabelecia as metas biopsicossociais a curto, médio e longo prazo a se-
34 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
rem atingidas e a frequência de visitas dos profissionais que variava de acordo com a necessidade e a complexidade
de cada caso. As visitas domiciliares ocorriam, no mínimo, uma vez por semana, podendo ser até mais de uma vez
ao dia. O ventilador e os materiais hospitalares para prestar os cuidados e as medicações endovenosas, quando
necessários, eram disponibilizados pelo SAD; as medicações de uso contínuo, por via oral, eram dispensadas pela
farmácia do município, quando padronizadas, ou adquiridas pela família, quando não padronizadas.
Os dados foram coletados pelos pesquisadores por meio dos registros de informações das equipes mul-
tiprofissionais nos prontuários, a fim de levantar o perfil epidemiológico, o tempo de internação domiciliar e o
desfecho (alta ou óbito). Para análise estatística, foi utilizada a estatística descritiva.

Resultados

Desde o ano de 2007, quando o serviço desospitalizou o primeiro caso de VMI, foram assistidos 95 usuários
(não foi excluído nenhum prontuário na análise). Do total de avaliados, 37 eram pediátricos e 58 eram adultos em
VMI. No final do levantamento dos dados, 29 (30,5%) permaneceram ativos, 55 (58%) foram a óbito e 11 (11,5%)
receberam alta, ou seja, saíram da VMI e foram para a VMNI (ventilação mecânica não invasiva) ou não necessi-
taram mais de suporte ventilatório. Somando o número de dias que permaneceram em casa, acompanhados pelo
SAD, desde o momento da alta hospitalar até o desfecho de cada caso (alta, óbito ou permanência no serviço),
totalizaram 49.896 dias. A desospitalização desses usuários permitiu a liberação dos leitos para novas internações.
Se utilizar o período total que os usuários permaneceram em casa e dividir por 10 dias, que é um período médio
de uma internação em UTI, seriam possíveis 4.989 novas internações, pois, se eles fossem mantidos internados
pelo mesmo período, o leito estaria ocupado e impossibilitaria novas internações naquele leito. Para mensurar
esse impacto, uma UTI com 10 leitos possui capacidade instalada de 30 internações/mês, pois, se cada usuário
permanece em média por 10 dias, 10 leitos, em um mês, internaria 30 usuários em média. Dessa forma, uma
UTI precisaria funcionar 13,8 anos, 24 horas por dia e 7 dias por semana para gerar esse número de internações.
Portanto, a desospitalização de 95 usuários em VMI permitiria 4.989 novas internação; fazendo essa cor-
relação, para cada leito liberado em VMI pelo SAD, são liberadas 52 novas internações, ou seja, a relação é 1:52.

Discussão

A desospitalização de usuários em VMI é uma opção que tem se mostrado extremamente vantajosa no
universo da saúde. No Brasil, esse conceito está se disseminando nos serviços. Sua principal vantagem é ofe-
recer cuidado em um ambiente mais adequado à sua condição clínica, e mais cômodo, evitando complicações
e infecções hospitalares5. Essa ação viabiliza aos hospitais foco no atendimento dos casos agudos, cirúrgicos e
de alta complexidade. Com isso, os usuários dependentes de VMI permanecem internados no período em que
necessitam de cuidado profissional e da tecnologia que o hospital oferece, assim como as facilidades e os recur-
sos oferecidos por suas estruturas. A partir do momento em que os usuários estabilizam sua condição clínica,
a continuidade do cuidado é garantida e transferida para sua residência, com um monitoramento de uma rede
de apoio mais preparada e adequada, o que garante o complemento do tratamento de usuários nesse perfil,
legitimando a atenção domiciliar como um novo modelo tecnoassistencial de cuidado10.
À medida que esses resultados identificarem a ineficiência da gestão de leitos no sistema de saúde, resultan-
do nos problemas vivenciados no atual cenário da saúde nacional, essas análises poderão auxiliar na seleção das
intervenções mais efetivas por menor custo e agregar elementos para alterações e aprimoramento das políticas de
saúde, aumentando a eficiência e a efetividade da atenção domiciliar e a qualidade do cuidado em saúde prestado11.
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 35
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Somando todos os aspectos que já foram descritos até aqui, existe a necessidade do desenvolvimento de
ações que permitam com que as desospitalizações em VMI continuem acontecendo de forma cada vez mais segu-
ra e concreta para o hospital desenvolver o seu papel dentro da rede de atenção à saúde de forma eficiente. Esses
resultados também foram semelhantes a outro estudo realizado no Brasil12. Essa maior disponibilidade de leitos
possibilita que o hospital garanta um melhor acesso à comunidade, que é um dos princípios do SUS.

Conclusão

A desospitalização de usuários dependentes de VMID pelo SAD contribui para promover novos acessos
de usuários a leitos de UTI devido à rotatividade.

Referências

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estratégia da saúde da família. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2012.
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gicas. Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Departamento de Atenção Hospitalar e
de Urgência. Coordenação Geral de Atenção Domiciliar. Nota Técnica: Atenção Domiciliar Neonatal e Pediá-
trica no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2016.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de
Atenção Domiciliar. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. 2 v.
4. Troster EJ. Assistência ventilatória domiciliar em crianças. Jornal de Pediatria 2001;77(2):64-5. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v77n2/v77n2a02.pdf
5. Panorama. Publicação da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados. 2015 maio/jun.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 825 de 25 de abril de 2016: Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS) e atualiza as equipes habilitadas. Brasília: Ministério da Saúde; 2016.
7. Brasil. Ministério da Saúde. RDC nº 11, de 26 de janeiro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de
Funcionamento de Serviços que prestam Atenção Domiciliar. Brasil: Ministério da Saúde; 2006.
8. Oliveira Neto AV, Dias MB. Atenção Domiciliar no Sistema Único de Saúde (SUS): o que representou o Pro-
grama Melhor em Casa?. Divulg. Saúde Debate 2014 out(51):58-71. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.
org/cvsp/resource/pt/lil-771499?lang=pt
9. Hospital de Clínicas de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: http://www.
hc.ufu.br/pagina/institucional.
10. Silva KL, Sena RR, Seixas CT, Feuerwerker LCM, Merhy EE.. Atenção domiciliar como mudança do mo-
delo tecnoassistencial. R. Saúde Pública, Rev Saúde Pública 2010;44(1):166-76. Disponível em: http://www.
scielo.br/pdf/rsp/v44n1/18.pdf
11. Brasil. Ministério da Saúde. Glossário Temático: Economia da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.
(Série A. Normas e Manuais Técnicos).
12. Hanashiro M, Franco AOC, Ferraro AA, Troster EJ. Alternativas de tratamento para pacientes pediátricos
em ventilação mecânica crônica. Jornal de Pediatria 2011; 87(2):145-9. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/jped/v87n2/v87n2a10.pdf
36 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
RESUMOS
Atenção domiciliar: oferta, demanda e necessidades
Autores: Silva YC, Barcelos BJ, Silva KL, Neta FCCG.
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais.

Introdução: A Atenção Domiciliar (AD) surgiu em resposta às demandas e às necessidades da população


brasileira. Em 2011, o governo federal lançou o Programa Melhor em Casa com a finalidade de ampliar a oferta
dessa modalidade. Entretanto, questiona-se se o potencial dos novos serviços encontra-se centrado nas necessi-
dades dos usuários. Objetivo: Analisar a relação entre oferta, demanda e necessidades nos Serviços de Atenção
Domiciliar em Minas Gerais. Metodologia: Trata-se de pesquisa descritivo-exploratória de abordagem quanti-
-qualitativa, realizada a partir do mapeamento dos serviços e da análise da demanda por AD, da identificação
e análise da oferta dos serviços existentes e da análise das necessidades. A análise dos dados foi sustentada na
hermenêutica dialética. Resultados: O mapeamento realizado obteve uma amostra de 1.286 pacientes interna-
dos em 22 hospitais do Estado. Foram considerados elegíveis à AD 1.009 (79,4%) e apenas 605 apresentaram
condições administrativas, ou seja, cuidador ou domicílio com acesso e segurança. A análise da oferta sinalizou
que Minas Gerais era o quarto Estado brasileiro em relação ao número de serviços, mas apresentava distribui-
ção desigual. Identificou-se baixa oferta da AD, bem como vazios assistenciais dessa modalidade de atenção.
O cuidador assumia atividades próprias do apoio à vida diária, porém foram evidenciados esgotamento, sobre-
carga e angústia dos cuidadores. Para os usuários, o atendimento em domicílio foi apresentado como melhor
pelo conforto do lar, vínculo com a família e com a equipe, além da superação de barreiras de acesso a outros
pontos da rede. Conclusão: A AD é capaz de favorecer o aprendizado e a confiança para as ações assumidas,
mas deixa evidente a necessidade de se repensarem os critérios para inclusão e do programa para os usuários.

Palavra-chave: Serviços de assistência domiciliar; modelos organizacionais; políticas públicas de saúde.


E-mail: yaracardososilva@gmail.com

Gerenciamento das intercorrências clínicas em assistência domiciliar no âmbito do


SUS-EMAD Tide Setúbal
Autor: França DSO.
Instituição: Hospital Municipal Tide Setúbal.

Introdução: O protocolo de intercorrências da EMAD Tide Setúbal foi criado com o objetivo de auxiliar a
equipe multidisciplinar a gerenciar as intercorrências clínicas assistidas no domicílio, propiciando mais segurança,
eficiência e otimização do tempo de resposta. O instrumento propõe a classificação das intercorrências por meio
dos discriminadores que determinam a prioridade da situação em baixa não urgente (BNU), baixa urgente (BU) e
alta (A). Cada uma dessas situações conta com um tempo de resposta preconizado em “dentro da rotina”, “até o
final do dia” e “imediato/poucas horas”, respectivamente. Foi proposto um marcador de qualidade, o IRI (índice
de resposta às intercorrências), que fornece a porcentagem das intercorrências respondidas em conformidade.
Metodologia: Levantamento dos dados colhidos com utilização do protocolo no período de março a setembro de
2017. Resultados: Utilizaram o instrumento: auxiliar administrativo (34%), enfermeiro (49%), fisioterapeuta (14%)
e psicóloga (3%). Inicialmente, as não conformidades chegaram a 70%, diminuindo para 20% no último mês. O
erro que impactou no tempo de resposta da equipe foi a classificação incorreta da intercorrência (10%). Outros
erros, como falha no preenchimento ou utilização de protocolos alternativos, não modificaram essa resposta. Uma
análise dos dados evidenciou que o braço destinado aos pacientes em cuidados paliativos não obteve utilidade
prática e, em alguns casos, determinou um atraso no tempo de resposta da equipe devido ao seu caráter subjetivo.
Foram documentadas 81 intercorrências clínicas, das quais 53% BNU, 17% BU e 25% A, além de 5% sem clas-
sificação. Dessas 81, 90% foram atendidas dentro do tempo de resposta proposto no instrumento. Conclusão: O
protocolo foi eficaz no gerenciamento das intercorrências, com uma IRI = 90%. Uma utilidade incidental foi o
auxílio no monitoramento dessas intercorrências devido à maior acessibilidade às informações.

Palavras-chave: Protocolo; intercorrência clínica, assistência domiciliar.


E-mail: dsofranca@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 39
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Transição para a atenção domiciliar de pacientes pediátricos em ventilação mecânica
Autores: Hanashiro M, Nagafuti HSS, Troster EJ.
Instituição: Hospital Auxiliar de Suzano do Hospital das Clínicas da FMUSP.

O número crescente de crianças e adolescentes com insuficiência respiratória crônica que sobrevivem graças
à utilização de equipamentos de ventilação mecânica tem aumentado as internações prolongadas em UTIs pediá-
tricas ou neonatais, acarretando uma precarização da qualidade de vida do paciente, além de reduzir a capacidade
de internação nesses serviços, com elevado custo financeiro. No Hospital Auxiliar de Suzano (HAS) do Hospital
das Clínicas da FMUSP, foi instituída uma enfermaria para pacientes com essa necessidade, em sua maioria trans-
feridos das três UTIs do Instituto da Criança (uma pediátrica e duas neonatais). Pacientes com quadro clínico es-
tável, condição socioeconômica adequada e colaboração do serviço de saúde do SUS nos locais de moradia foram
incluídos no Programa de Ventilação Mecânica Domiciliar (PROVEMD), atividade iniciada em 2004. Desde o
início, foram transferidos para a atenção domiciliar 13 pacientes, em 7 diferentes municípios da Grande São Paulo.
O HAS ofereceu suporte para informações clínicas e eventuais reinternações. A transferência para domicílio pos-
sibilitou, indiretamente, uma média de 219 novas internações por ano nas 3 UTIs de origem, entre 2004 e 2010. A
maior dificuldade inicial foi encontrar equipes locais preparadas com profissionais qualificados e estrutura logística
adequada para atender a esses pacientes. Entre 2011 e 2016, houve um hiato devido a problemas com judicializa-
ções. No entanto, em 2017, houve uma retomada da atividade graças à atuação do Programa Melhor em Casa, que
provê profissionais qualificados, com estrutura de atendimento adequada às necessidades do paciente. O tempo e
o trabalho necessários para a organização da alta foram consideravelmente reduzidos, com alto grau de segurança.

Palavras-chave: Ventilação; domicílio; crianças.


E-mail: miltonhanashiro@uol.com.br

A segurança do paciente na atenção domiciliar: experiência de um serviço estadual


Autores: Fagundes MS, Sousa RM.
Instituição: Serviço de Atenção Domiciliar do Estado do Rio Grande do Norte.

A atenção domiciliar (AD) constitui-se como modalidade de atenção à saúde caracterizada por um conjunto de
ações de promoção à saúde, de prevenção, de tratamento e paliação de doenças e de reabilitação de indivíduos, pres-
tadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados. O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) tem como
objetivo: a redução da demanda por atendimento hospitalar do período de permanência internado; a desinstitucio-
nalização; a humanização da atenção à saúde com a ampliação da autonomia; a otimização dos recursos financeiros
e estruturais da RAS. O domicílio é um lócus privilegiado de se “fazer saúde”, existindo a necessidade de se traçarem
estratégias diferenciadas para garantir a segurança do paciente também nesse ponto da RAS. Entre as ações desenvol-
vidas que promovem a segurança do paciente estão os critérios de elegibilidade, que consideram aspectos operacio-
nais e normativos primordiais para a viabilidade e segurança do cuidado nessa modalidade de cuidado. A comunicação
efetiva e o fácil acesso à informação são elementos de grande relevância na promoção da segurança, especialmente
quando abrange relação entre profissionais, usuários e familiares. Assim, utilizamos: o TCLE; a cartilha de orientação
ao usuário e cuidador; informações médicas sobre diagnóstico e prognóstico; registros em prontuário (duplo) por
toda equipe; e estratégias para envolvimento do paciente e cuidador no processo. Para a garantia da continuidade do
cuidado, tão importante quanto uma cuidadosa avaliação para a admissão do usuário, é a avaliação do momento opor-
tuno de alta do SAD. Dessa forma, utilizamos o plano terapêutico com previsão de alta, além do transporte sanitário
realizado em tempo oportuno. Com relação às práticas de segurança da equipe e dos cuidadores, destacam-se o uso
de precauções básicas, a higienização das mãos, a prevenção de infecções, a prevenção de lesões por pressão e os cui-
dados na administração de medicamentos. Para o cuidado com a ambiência adequada e a prevenção de quedas, isso
ocorre por meio de orientações e do uso de tecnologias assistivas de baixo custo, que são confeccionadas e ensinadas
nas oficinas promovidas para os cuidadores, além de cursos de capacitação para toda a equipe. Por fim, estamos tam-
bém iniciando o processo de notificação de eventos adversos com supervisão da coordenação estadual.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; segurança do paciente; serviço estadual.


E-mail: marilia-fagundes@hotmail.com
40 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Atuação da equipe multidisciplinar: paciente com crises convulsivas sem resposta
terapêutica
Autor: Abreu LC.
Instituição: Axx Care Soluções em Saúde Domiciliar.

Introdução: Paciente D.B., 20 anos, portadora de microcefalia, autismo e epilepsia, evoluiu com crises con-
vulsivas recorrentes, sinalizadas frequentemente pela mãe e principal cuidadora, mesmo em uso de fenitoína em
dose plena associada a outros anticonvulsivantes. Metodologia: Para avaliação da aderência ao tratamento utiliza-
do, avaliamos a paciente D.B. e mais dois pacientes por meio de dosagens séricas antes e após o uso do anticon-
vulsivante de duas marcas distintas, com intervalo de quatro semanas. Resultados: Todos os pacientes avaliados
apresentavam crises convulsivas supostamente de difícil controle. O nível sérico da droga estava abaixo da faixa
terapêutica esperada, o que nos sugeriu que a medicação atualmente utilizada pelos pacientes, possivelmente, esti-
vessem sendo fabricada em dose inferior à dose descrita em sua bula farmacêutica. Conclusão: As famílias foram
orientadas e abordadas pela equipe médica e de enfermagem; o medicamento dessa determinada marca teve sua
aquisição suspensa pela empresa; e o fornecimento para as residências foi interrompido. O farmacêutico efetuou
contato com o laboratório produtor do medicamento para notificar o ocorrido e, posteriormente, sendo necessá-
rio, irá efetuar a notificação à ANVISA, pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, que tem por finalidade promover
a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e
serviços submetidos à vigilância sanitária. Com esse modelo de atuação, evidenciamos que os saberes da equipe
multidisciplinar se completam em prol do paciente em atendimento domiciliar como um todo.

Palavras-chave: Domicílio; equipe multidisciplinar; convulsão.


E-mail: luilacastroenf@hotmail.com

Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes desospitalizados em 2016 por Programa


de Assistência Domiciliar em Vitória/ES
Autor: Barroca VAM.
Instituição: Programa de Assistência Domiciliar de Vitória/ES.

Introdução: Com o envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas, a demanda por lei-
tos hospitalares se torna cada vez mais frequente, principalmente para a população idosa. O Serviço de Atenção
Domiciliar surge como proposta para continuidade dos cuidados em domicílio, contribuindo para otimização
de leitos hospitalares. Objetivo: Descrever e apresentar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes que
foram desospitalizados por um Programa de Assistência Domiciliar em Vitória/ES, no período de janeiro a
dezembro de 2016. Método: Levantamento de dados das desospitalizações realizadas no período de janeiro a
dezembro de 2016, utilizando-se planilha de Excel, com registros dos dados realizados para o acompanhamento
delas. Resultados: Foram realizadas 49 desospitalizações que geraram novas inclusões no Programa de Assistên-
cia Domiciliar. Predominou o sexo masculino (71,4%), com prevalência da faixa etária de 60 a 79 anos (57,1%),
seguida da faixa acima de 80 anos (30,6%). As doenças neurológicas representaram 55,5% dos diagnósticos.
Quanto à necessidade de cuidados em domicílio, 24,5% dos pacientes apresentaram necessidade de algum su-
porte respiratório após a alta, dos quais 22,5% por meio de traqueostomia. Houve necessidade de utilização de
dieta por via alternativa em 42,9% dos pacientes desospitalizados, enquanto 12,2% dos pacientes apresentaram
necessidade de cuidados com feridas. Conclusão: Por meio dos dados levantados, observamos que os pacientes
desospitalizados no período de janeiro a dezembro de 2016 incluídos no Programa de Assistência Domiciliar
em Vitória/ES foram representados, em sua maioria, por pacientes idosos, com necessidade de cuidados contí-
nuos, sendo o Serviço de Atenção Domiciliar importante ferramenta para o acompanhamento do paciente com
perfil de alta dependência de cuidados após a alta hospitalar.

Palavras-chave: Desospitalização; perfil; domiciliar.


E-mail: viviane.margotto@hotmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 41
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Cuidados multiprofissionais em domicílio para uma criança portadora de mielite
transversa: relato de experiência
Autores: Losso E, Carvalhal TT, Galvão MC, Castro CR, Brambilla VM.
Instituição: Fundação Estatal Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (FEAES).

Introdução: A desospitalização infantil cresce no Brasil, sobretudo devido aos avanços tecnológicos que
permitiram maior sobrevida e também à formatação e expansão de serviços de atenção domiciliar do SUS.
Objetivo: Relatar a experiência exitosa de desospitalização de uma criança portadora de mielite transversa em
ventilação invasiva. Metodologia: Este relato baseou-se em anotações dos atendimentos domiciliares multi-
profissionais prestados a uma criança de 8 anos, portadora de mielite transversa em ventilação invasiva. Resul-
tados: A desospitalização da criança ocorreu em 18 de maio de 2017 e não necessitou de reinternação nos 3
meses subsequentes. A criança é lúcida, colaborativa, hemiparética à esquerda, traqueostomizada, em uso de
oxigenioterapia e suporte ventilatório controlado à pressão de forma esporádica. O serviço acolhedor manteve
os parâmetros ventilatórios, titulação de oxigênio e realizou orientações de cuidado, sendo possível a manu-
tenção da criança no seu lar em segurança. A mãe da criança, como cuidadora principal, foi instrumentalizada
por diferentes profissionais, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogo e nutricionista. Houve
acionamento da rede de assistência à saúde, sendo a equipe da unidade de saúde corresponsabilizada pelo cui-
dado. Conclusão: O atendimento domiciliar, com caráter temporário e instrumentalizador, mostrou-se eficaz,
sobretudo pela dedicação da cuidadora e pelo envolvimento de vários atores da rede de atenção à saúde, de-
monstrando a importância da intersetorialidade.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; Sistema Único de Saúde; saúde da criança.


E-mail: losso.elenize629@gmail.com

A articulação intersetorial saúde e educação para uma criança com mielite transversa
Autores: Losso E, Cechinel C, Carvalhal TFT, Santos ATS, Pedro RA.
Instituição: Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde em Curitiba.

Introdução: A articulação intersetorial entre saúde e rede escolar constitui-se em um eixo estratégico
para a construção de ações de promoção à saúde voltadas para infância e juventude. Objetivo: Relatar a
experiência de retorno aos estudos em ambiente domiciliar de criança após longo internamento hospitalar.
Metodologia: Foram coletadas informações com a mãe, a paciente e a professora da rede municipal de en-
sino sobre o processo de articulação com a rede educacional. Resultados: A criança é portadora de mielite
transversa, apresenta-se lúcida, com estabilidade clínica e estrutura familiar adequada, o que permite que seu
potencial estudantil seja trabalhado a partir de iniciativas de programas municipais. Nessa interface, é impor-
tante que a criança apresente estabilidade clínica e que tenha acompanhamento multidisciplinar. A professora
utiliza-se de vários métodos pedagógicos, fazendo uso de metodologias ativas. As aulas ocorrem no período
diurno, nas quais são utilizados os materiais disponíveis na rede, tais como livros, cadernos e desenhos. Em
razão da limitação da criança, algumas aulas ocorrem no próprio leito, haja vista a criança estar acoplada a um
ventilador e em oxigenioterapia. Conclusão: Os escolares em situação de doença ainda ficam distantes dos
seus direitos de saúde e educação; no entanto, percebe-se que a sociedade está despertando para tal realidade,
procurando atender aos apelos das crianças e de seus familiares e partindo em busca de possíveis adequações
a essas situações.

Palavras-chave: Serviços de assistência domiciliar; escolaridade; colaboração intersetorial.


E-mail: losso.elenize629@gmail.com
42 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Incidência de crianças com uso de via aérea artificial do tipo traqueostomia e
equipamentos para suporte ventilatório
Autores: Losso E, Urakawa JMT, Silva R, Ozawa C.
Instituição: Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde em Curitiba (FEAES).

Introdução: Crianças traqueostomizadas são frequentes no internamento domiciliar, principalmente


quando dependentes de suporte ventilatório e necessitadas de aspirações de vias aéreas. Objetivo: Relatar a
incidência de crianças desospitalizadas que fazem uso de via aérea artificial e de equipamentos para suporte
ventilatório. Metodologia: Coleta de dados de prontuários físicos, eletrônicos e de planilhas de atendimentos
fisioterapêuticos de crianças atendidas em um serviço de atendimento domiciliar na cidade de Curitiba. Do
período de 2015-2017, foram incluídas 45 crianças, de ambos os sexos, de 7 a 17 anos, com predominância de
patologias neurológicas e respiratórias e funcionalmente dependentes. Resultados: De 45 crianças, 26 fizeram
uso de via aérea artificial do tipo traqueostomia com cânula plástica (57,7%) e 13 utilizaram equipamentos
do tipo BIPAP em modo contínuo (28,8%). Dessas 13, 12 necessitaram de oxigenioterapia simultaneamente
(92,30%) e 1 apresentou uso quando necessário. Uma criança utilizou equipamento CPAP e 2 utilizaram
ventiladores invasivos (7,69%). Conclusão: A incidência de crianças em uso de via aérea artificial e de suporte
ventilatório será ascendente, inclusive para humanização da saúde e remanejamento de leitos hospitalares. As
equipes de atendimento domiciliar necessitam de educação continuada para melhor conduzir a instrumenta-
lização e a manutenção dessas vias aéreas e desses suportes ventilatórios.

Palavras-chave: Home care services; respiração artificial; criança.


E-mail: losso.elenize629@gmail.com

O desafio do home care na desospitalização de pacientes com internação prolongada:


o acolhimento da equipe multidisciplinar
Autor: Ferreira QRR.
Instituição: Axx Care Soluções em Saúde Domiciliar.

Introdução: No estudo sobre hospitalização prolongada, constatou-se que os aspectos mais frequen-
temente abordados são de extrema importância para que ocorra a minimização da ansiedade, do medo e
da angústia, tanto dos pacientes quanto dos familiares e dos profissionais de saúde. O paciente fica com
restrição do convívio social, ausências escolares frequentes, aumento da angústia e tensão familiares, in-
clusive com a necessidade de se adaptar aos novos ambientes, confiar em pessoas até então desconhecidas,
receber injeções e outros tipos de medicação, situações que não faziam parte da vida do paciente e que
caracterizam uma hospitalização. Essas implicações da hospitalização descritas são compartilhadas por
outros autores, os quais relatam os prejuízos trazidos por uma hospitalização prolongada e a necessidade
e a possibilidade de se desenvolverem trabalhos que promovam a humanização na internação domiciliar,
adaptando o paciente ao convívio familiar. Desospitalizar é uma necessidade. Objetivo: Destacar o perfil
dos pacientes assistidos pelo home care diante da hospitalização prolongada e do sucesso da desospita-
lização. Conclusão: O acolhimento, o comprometimento e a participação da equipe multidisciplinar do
home care resultam no sucesso na desospitalização, trazendo para família e para o paciente a segurança
da continuidade do tratamento.

Palavras-chave: Internação prolongada; desospitalização; acolhimento.


E-mail: queci34@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 43
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O sucesso da desospitalização em relação ao paciente com hospitalização prolongada
Autor: Ferreira QRR.
Instituição: Axx Care Soluções em Saúde Domiciliar.

Este estudo de caso evidencia a desospitalização de paciente portadora de síndrome de Down diagnosticada
no nascimento com cardiopatia, apresentando sinais de descompensação ventilatória, com necessidade de hospi-
talização desde o nascimento e indicação de correção de forma eletiva. Durante o procedimento, paciente evoluiu
com PCR grave como sequela hipóxia cerebral. A síndrome de Down é causada pela presença de três cromosso-
mos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança.
As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células, em
vez de 46, como a maior parte da população. Durante a hospitalização prolongada, paciente evoluiu com quadro
de neuropatia grave, sendo necessária a gastrostomia. A proposta da continuidade no tratamento foi solicitada à
operadora de saúde com avaliação de todas as necessidades da paciente, reunião com a família, avaliação do domi-
cílio para implantação dos equipamentos necessários e abordagem do serviço social para o acolhimento da família.
A admissão foi realizada com sucesso, com acompanhamento clínico e psicossocial da família até a adaptação da
internação domiciliar. Conclusão: A relevância do estudo exposto se dá devido à importância do acolhimento da
equipe multidisciplinar na hospitalização prolongada. A desospitalização pode ser realizada de forma segura, com
comprometimento e participação da família, equipe multidisciplinar e operadora de saúde.

Palavras-chave: Internação prolongada; desospitalização; acolhimento.


E-mail: queci34@gmail.com

Oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP) em pediatria: uma análise do perfil clínico-


-epidemiológico e da redução de custos para o programa após monitoramento dos pacientes
Autores: França LCR, Pereira AS.
Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin.

Introdução: A ODP é uma modalidade terapêutica que vem crescendo na Pediatria, na qual pacientes utilizam
fontes de oxigênio (FO2) (concentrador mais cilindros de oxigênio) em domicílio. É considerada uma terapêutica
de alto custo, porém a internação hospitalar é mais onerosa quando comparada a outros recursos terapêuticos. Ob-
jetivo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes admitidos na ODP. Identificar a contribuição do
monitoramento assistencial domiciliar (MAD) dos pacientes em oxigenoterapia, contribuindo para a redução dos
custos com as fontes. Metodologia: Estudo descritivo retrospectivo, com base em levantamento de dados colhidos
de 31 prontuários de pacientes em ODP em seguimento no período de 2015 a março de 2017 em um hospital de
referência pediátrica. Resultados: 64,5% eram do sexo masculino, procedentes de Fortaleza/CE (83,9%), com média
de idade de início na ODP de 3,6 anos (mediana = 2,25), com 42% da casuística iniciando o uso de O2 na faixa etária
entre 0-2 anos (lactentes). A média do fluxo de O2 prescrito para uso domiciliar foi 2,09 L/min (mediana = 2,0). As
FO2 mais prescritas inicialmente foram: concentrador mais os cilindros, com 48,4%, e apenas cilindros (1m3 e 4m3),
com 22,6%. Os principais diagnósticos foram: neurodeficiências (35,5%), displasia broncopulmonar (25,8%), bron-
quiolite obliterante (12,9%) e fibrose cística (9,7%). Ao final do estudo, 64,5% permaneceram e 35,7% saíram da
ODP, dos quais 60% por meio de prescrição médica e 40% por conta própria. Evoluíram a óbito 9,7%. No ano de
2015 a 2016, a redução do custo médio relacionado às FO2 domiciliar arcado pela instituição foi de 26,03%; no ano
de 2016 a 2017, de 27,33%; e no ano de 2015 a 2017, de 46,25%. Conclusões: Essa casuística mostrou que o perfil
clínico dos pacientes em ODP caracteriza-se predominantemente pela faixa etária de lactentes, com fluxo inicial de
O2 prescrito em 2 L/min, com predominância nas neurodeficiências, com 40% dos pacientes saindo dessa modali-
dade terapêutica por conta própria, ou seja, o desmame do O2 aconteceu sem acompanhamento dos profissionais
de saúde. O monitoramento assistencial domiciliar com foco nos pacientes em ODP apresentou-se como uma
ferramenta vantajosa de maneira significativa em relação à redução do ônus com as fontes de O2 para a instituição.

Palavras-chave: Oxigenoterapia; pacientes domiciliares; pediatria; redução de custos.


E-mail: lcrfrancab@hotmail.com
44 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A utilização do geoprocessamento para otimização de visitas domiciliares
Autores: Leite CLF, Oliveira CNA.
Instituição: Serviço de Atendimento Domiciliar em Saúde do município de Embu das Artes/SP.

Introdução: O município de Embu das Artes está localizado no Estado de São Paulo, com área de 70.398
km² e população estimada, em 2016, de 264.448 habitantes, segundo dados do IBGE. A região tem como carac-
terísticas a diversidade na ocupação do espaço, sua topografia acidentada, uma extensa área rural a oeste, a leste e
ao norte do município, e outra área ao sul e a noroeste, na qual se concentra a maior densidade populacional, com
áreas de vulnerabilidade socioeconômica. A principal dificuldade logística do Serviço de Atendimento Domiciliar
em Saúde (SADS) de Embu das Artes é a estimativa do tempo de deslocamento e a programação das visitas no
território. Logo, houve a necessidade de desenvolver uma ferramenta que disponibilizasse a representação geo-
gráfica do local de residência dos pacientes, atendidos pelas EMADS, criando rotas que permitissem o cálculo da
distância e o tempo de deslocamento, e então, a partir desses dados, estimar quantas visitas domiciliares poderiam
ser realizadas por período com maior eficiência. Objetivo: Desenvolver uma ferramenta para subsidiar a reorgani-
zação da logística das visitas domiciliares com maior eficiência do tempo a partir de dados de geoprocessamento.
Metodologia: Utilizou-se o Google Maps e o Google Earth, serviços gratuitos de geoprocessamento, disponibili-
zados na internet, que possibilitam a representação espacial do território. Por meio dessas ferramentas, identifica-
ram-se as áreas cobertas pelas EMADS e o endereço dos pacientes atendidos pelo SADS, foram traçadas rotas de
deslocamento e reorganizadas as agendas diárias de visitas domiciliares das equipes multiprofissionais. Conclusão:
Espera-se que, a partir do uso dessa ferramenta de geoprocessamento, tenha-se uma análise espacial mais eficiente,
tornando-se um diferencial na capacidade organizativa do serviço. Será utilizado o indicador de média de visita por
equipe para avaliar o resultado dessa ferramenta, a qual se encontra em fase de implantação.

Palavras-chave: Geoprocessamento; visita domiciliar; serviço de atendimento domiciliar em saúde.


E-mail: carlalimafreitas@gmail.com

Transcender as separações: fortalecer a rede para otimizar o cuidado


Autores: Alves RCFM, Medeiros CM, Andrade DS.
Instituição: Secretaria de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte.

Introdução: Como fruto de um processo reflexivo, a equipe do Serviço de Atenção Domiciliar do Hos-
pital José Pedro Bezerra (SAD/HJPB) constatou a existência de “vazios” na prestação de serviços de saúde
na Zona Norte de Natal/RN, os quais, para serem minimizados, requeriam interação de diversas instâncias.
Objetivo: Descrever a experiência do II Seminário do SAD/HJPB, proposto para interagir com os serviços de
saúde, articulando a rede em prol do melhor atendimento e cuidado aos usuários do Serviço Único de Saúde
(SUS). Descrição da experiência: O evento ocorreu dia 30/03/2017, no auditório do HJPB, com a participação
de gestores e representantes de instituições que integram a Rede de Atenção à Saúde da Zona Norte de Natal,
sob coordenação da equipe do SAD/HJPB. Primeiramente, foram apresentadas a trajetória e a estruturação da
Rede de Atenção à Saúde (RAS) no Rio Grande do Norte, caracterizando situacionalmente as redes temáticas e
as linhas de cuidado. Em seguida, foram debatidos os encaminhamentos do I Seminário (ocorrido em maio de
2015), avaliando entraves ainda presentes, avanços obtidos e novas fragilidades que suscitaram a realização do II
Seminário. Então, divididos em três grupos temáticos (regulação de consultas e exames; resíduos sólidos decor-
rentes de troca de curativos; sondas vesical e de alimentação), os participantes foram convidados a propor solu-
ções, articuladas dentro da rede de saúde, de modo a melhorar o fluxo e a continuidade do cuidado. Finalmente,
as produções de cada eixo foram debatidas e pactuadas com o grande grupo. Conclusão: Aprofundamento das
discussões sobre a solução de continuidade da rede, interação entre serviços, integralidade, comprometimento
da gestão e profissionais e capacitação continuada são fundamentais para transformar a realidade atual.

Palavras-chave: Redes de atenção; descontinuidade do cuidado; atenção domiciliar.


E-mail: ritafasanaro@yahoo.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 45
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Assistência odontológica em internação domiciliar: SAD-Hospital Deoclécio
Marques/RN
Autores: Alves RCFM, Mesquita CSFO.
Instituição: Secretaria de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte.

Introdução: A internação domiciliar é uma modalidade de atenção à saúde substitutiva ou complementar


às já existentes e constitui o conjunto de ações prestadas por equipe multidisciplinar a pacientes com quadro
clínico complexo, contribuindo para a desospitalização ou servindo como alternativa à internação hospita-
lar. Objetivo: Relatar a assistência odontológica no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) à paciente do sexo
feminino, de 79 anos de idade, sequelada de acidente vascular cerebral (AVC), com demência de Alzheimer,
limitada ao leito, fazendo uso de sonda nasogástrica, com saúde bucal comprometida pela presença de biofilme
dentário e crostas no palato duro, na língua e nas mucosas. Metodologia: Foram instituídas medidas de higiene
oral com gaze embebida em solução de gluconato de clorexidina 0,12%, escovação dentária, uso do fio dental,
lubrificação intraoral com gel em solução aquosa e lubrificação labial com Bepantol Derma. Resultados: Após
quatro dias do início da intervenção odontológica, com a continuidade da higienização pela cuidadora, a pa-
ciente apresentou melhora significativa da condição bucal, evidenciando menor acúmulo do biofilme dentário
e menor grau de inflamação gengival. Conclusão: Diante do resultado obtido, constata-se que manobras de hi-
giene bucal são primordiais, pois evitam complicações de afecções sistêmicas, das quais se destaca a pneumonia,
considerada um problema de saúde pública de grande incidência, morbidade e mortalidade. Comprova-se, as-
sim, a importância e a necessidade da atuação do cirurgião-dentista como integrante da equipe multidisciplinar,
contribuindo para a promoção de saúde e melhora da qualidade de vida de pacientes sob internação domiciliar.

Palavras-chave: Internação domiciliar; assistência odontológica; biofilme.


E-mail: ritafasanaro@yahoo.com.br

Assistência odontológica: estudo de caso de atendimento a idoso no Serviço de


Atenção Domiciliar
Autores: Alves RCFM, Medeiros CM, Aguiar MCA.
Instituição: Secretaria de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte.

Introdução: A atenção odontológica domiciliar (AOD) inclui ações de educação em saúde, prevenção
e assistência, realizadas no domicílio em pacientes com restrições na mobilidade ou na funcionalidade. No
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), tal modalidade consolidou-se a partir do Programa Melhor em
Casa, que instituiu o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). Objetivo: Relatar um caso de AOD em paciente
acompanhado pelo SAD após internação hospitalar por 12 dias para tratamento de pneumonia e desidratação.
Metodologia: O atendimento foi realizado em paciente do sexo masculino, 86 anos de idade, em uso de sonda
nasoentérica, apresentando condição de higiene bucal precária, com acúmulo excessivo de biofilme dentário e
lingual, além de crostas em palato duro, língua e orofaringe, apesar do relato da cuidadora de escovação diária.
Para manejo da situação, foram realizados orientações e treinamento para a cuidadora, além de prescrição de lu-
brificação labial com Bepantol Derma três vezes ao dia, higienização dos tecidos moles bucais com gaze embe-
bida em clorexidina aquosa 0,2% duas vezes ao dia e higienização dentária com fio dental e escova impregnada
em mistura de bicarbonato de sódio com clorexidina aquosa 0,2%. Tal protocolo foi realizado diariamente pela
cuidadora durante 10 dias. Resultado: Ao final desse período, a equipe constatou boa adesão ao tratamento e
seu consequente sucesso. Conclusão: Com base no estudo do caso e na vivência relatada, pode-se concluir que
o acesso à informação e os cuidados em saúde são um passo primordial à prevenção de agravos, o que reduz
custos e proporciona qualidade de vida e saúde, uma vez que saúde bucal é indissociável desse contexto.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; assistência odontológica; estudo de caso.


E-mail: ritafasanaro@yahoo.com.br
46 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A importância da atuação multidisciplinar entre Serviço Social, Fonoaudiologia e
Nutrição no Serviço de Atenção Domiciliar: relato de caso
Autores: Andrade PCCB, Souza APA, Martins LM.
Instituição: Secretaria de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte.

Introdução: A disfagia orofaríngea e a afasia são alterações comumente encontradas nas vítimas de aci-
dente vascular cerebral (AVC), causando grande impacto na vida do paciente e seus familiares. A dificuldade na
deglutição pode acarretar uma série de complicações, sendo de fundamental importância que o fonoaudiólogo
e o nutricionista atuem em sintonia, adequando a dieta à consistência alimentar e preservando o estado nutri-
cional do paciente. A atuação do assistente social em conjunto com a equipe multidisciplinar resulta em ações
efetivas com o objetivo de atender com qualidade às necessidades específicas do paciente e cuidador (família).
Objetivo: Destacar a importância do trabalho multidisciplinar por meio de um relato de caso. Metodologia:
Paciente do sexo masculino, 69 anos, vítima de AVC hemorrágico e isquêmico, com hemiplegia, disfagia, afasia,
fazendo uso de sonda nasoentérica e vesical. A intervenção do assistente social se deu por um acolhimento
humanizado, com escuta social qualificada e utilização de instrumentais adequados para a compreensão da reali-
dade socioeconômica, política e cultural do paciente. Foram realizadas orientações fonoaudiológicas, exercícios
de linguagem e motricidade orofacial, bem como orientações nutricionais com dieta adaptada ao quadro clínico
do paciente. Resultados: O paciente apresentou evolução satisfatória, passando para dieta via oral exclusiva após
15 dias de intervenção, conseguindo se comunicar, embora com limitações, retomando certa autonomia que
proporcionou um fortalecimento familiar. Conclusão: A atuação multidisciplinar é de extrema importância para
que sejam alcançados os objetivos propostos na atenção domiciliar. Cada profissional, na especificidade de sua
área, colabora para a promoção da saúde e qualidade de vida do paciente assistido.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; AVC; Serviço Social; Fonoaudiologia, Nutrição.


E-mail: polly_christine@yahoo.com.br

Curso de cuidador de idoso no Serviço de Atenção Domiciliar do município de


Parnamirim/RN: capacitando o cuidador
Autor: Andrade PCCB.
Instituição: Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte.

Introdução: Com o aumento da expectativa de vida, a população idosa vem envelhecendo cada vez mais tar-
de, sendo o núcleo familiar e o domicílio considerados o melhor contexto para o envelhecimento de um indivíduo.
O cuidador tem papel fundamental no processo de acompanhamento do paciente, por ser a pessoa capacitada a
auxiliar o idoso, o qual apresenta limitações nas realizações das atividades e tarefas do cotidiano, e a fazer o elo en-
tre o idoso, a família e os serviços de saúde ou da comunidade. Objetivo: Capacitar o cuidador do paciente assistido
pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do município de Parnamirim/RN a dar continuidade aos cuidados e
às orientações realizadas pela equipe multidisciplinar, contribuindo, consequentemente, para a melhora na quali-
dade do atendimento. Metodologia: O curso ocorre duas vezes por ano, com 35 vagas em cada e carga horária de
20 horas, distribuídas em 5 dias. Uma equipe composta por assistente social, dentistas, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médicos, nutricionista, psicólogo e terapeuta ocupacional ministra pa-
lestras, com conteúdo e linguagem apropriada aos alunos. Conclusão: Em nosso país, a principal forma de suporte
dado idoso é informal, ou seja, pelos próprios familiares. Com base nos dados do curso de cuidador, realizado pela
equipe do SAD de Parnamirim/RN, no período de 3 a 10 de maio de 2017, observou-se, na avaliação realizada
pelos alunos, ao final do curso, uma satisfação com a organização e com as palestras ministradas, sendo referido, na
maioria delas, a preferência por aulas com conteúdos práticos, vídeos e oficinas. Contudo, o curso é considerado
uma ferramenta de suma importância para o cuidado compartilhado entre equipe e cuidador.

Palavras-chave: Cuidador; envelhecimento; idoso; atenção domiciliar.


E-mail: polly_christine@yahoo.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 47
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O impacto do curso de cuidador no conhecimento em capacitar o cuidador formal e
informal no domicílio
Autores: Barbosa LPC, Carvalho ACA, Carvalho NP.
Instituição: Unimed Uberaba.

Introdução: O cuidador é uma pessoa da família ou da comunidade, com ou sem remuneração, que
presta cuidados a pessoas de qualquer idade que estejam necessitando devido às limitações físicas ou mentais.
Porém, nem sempre os cuidadores são capacitados para prestação de cuidados, o que pode agravar a situação
de saúde da pessoa cuidada. O curso de capacitação para cuidadores da Unimed Uberaba tem como públi-
co-alvo os cuidadores domiciliares leigos, ou seja, sem formação técnica e/ou científica na área da saúde.
São realizados encontros semanais, com 1 hora de duração em cada encontro. Cada ciclo do curso contém
24 módulos que abordam desde avaliação em domicílio e higiene do cliente a cuidados com a traqueostomia.
As aulas são ministradas pela equipe multiprofissional da cooperativa. Objetivo: Mensurar o conhecimento
adquirido em cada aula do curso de cuidador ministrado pela Unimed Uberaba. Metodologia: O estudo
baseou-se em levantamento, realizado pelo Serviço de Fisioterapia, de dados colhidos nos pré-testes e pós-
-testes aplicados em cada aula do curso de cuidador. Resultados: A média de participantes em cada encontro
do curso de cuidador foi de 26 pessoas; a média das respostas dos pré-testes respondidos antes do início
das aulas foi de 3,84 pontos e a média das respostas dos pós-testes respondidos ao final das aulas foi de 5,04
pontos. Conclusão: O resultado apresentado sugere que o curso de cuidador agrega conhecimentos e habili-
dades a cuidadores formais e informais, o que provavelmente impacta, de forma positiva, no cuidado com a
pessoa que está com limitações físicas e/ou mentais.

Palavras-chave: Domicílio; cuidador; curso; capacitação.


E-mail: luana.cunha@unimeduberaba.com.br

Estratégia para garantir a higiene das mãos na assistência domiciliar


Autores: Fonseca PG, Guerra CM, Santos RP.
Instituição: Pronep Home Care - Medicina Domiciliar.

A assistência domiciliar atende a pacientes com quadros clínicos cada vez mais complexos, permi-
tindo que aqueles com dispositivos invasivos vivam confortavelmente em suas casas recebendo cuidados
multidisciplinares. Apesar dessa complexidade, ainda há resistência das operadoras de saúde em custear os
insumos necessários para garantir a higienização das mãos. Considerando que a higiene das mãos tem papel
indispensável na redução do risco de infecções, o Serviço de Controle de Infecção Domiciliar (SCID) de
uma empresa privada de assistência domiciliar em São Paulo avaliou a estrutura disponível nas residências
de pacientes em internação domiciliar para higienização das mãos nos cinco momentos definidos pela OMS.
O SCID desenvolveu um instrumento de coleta para avaliar a disponibilização de itens básicos para a higie-
nização das mãos. Enfermeiros visitadores da empresa foram orientados pelo SCID para o preenchimento
desse instrumento. Foram avaliadas 169 residências: 93% delas apresentavam pias em localização adequada
e em boas condições de uso segundo os enfermeiros visitadores; 84% delas disponibilizavam sabão líquido
para uso dos colaboradores e cuidadores; 14% disponibilizavam sabão em barra e em 2% não havia sabão
para higiene das mãos. Referente aos insumos para secar as mãos, 72% das casas tinham toalha de pano, 25%
apresentavam papel toalha e em 3% não havia nenhum material para realizar a secagem das mãos. Diante
dessa avaliação e para garantir a segurança dos pacientes e colaboradores, o SCID orientou o fornecimento
de almotolias de álcool gel 70% para todas as residências de pacientes em internação domiciliar.

Palavras-chave: Higiene das mãos; controle de infecção domiciliar; assistência domiciliar.


E-mail: paula.fonseca@pronep.com.br
48 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A importância da dimensão socioeducativa do Serviço Social na disseminação dos
direitos previdenciários na assistência domiciliar
Autores: Silva CCB, Lima GMS, Simões SO.
Instituição: Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução: O Curso do Cuidador Informal faz parte da assistência integral prestada pelo NADI há 21
anos. Tem por finalidade promover orientação referente aos cuidados realizados no domicílio e melhorar a
qualidade da atenção ao paciente e cuidador, reforçando o vínculo entre a equipe de saúde e a família. Objeti-
vo: Conhecer os determinantes socioeconômicos que perpassam a realidade dos cuidadores familiares, a fim
de subsidiar as ações socioeducativas a serem desenvolvidas pelo Serviço Social com as famílias. Metodologia:
O estudo quantitativo baseou-se em dados colhidos no “XL Curso para Cuidadores do NADI”, realizado em
30/09/2017, por meio da aplicação de questionários com 15 perguntas, que foram respondidas por 10 cuida-
dores familiares. Resultados: 90% dos cuidadores eram do sexo feminino; 60% tinham idade entre 56 a 65 anos,
60% eram filhos; 30% eram casados, 30%, viúvos, 30%, solteiros, e 10%, divorciados; 50% possuíam ensino
superior completo; 40% eram aposentados: 40% exerciam trabalho remunerado e contribuíam para a previ-
dência social e 20% não contribuíam. Conclusão: Considerando a faixa etária dos cuidadores, com perspectivas
maiores de necessitar de benefícios previdenciários como principal fonte para manutenção e levando em conta
que 40% ainda contribuíam e 20% deveriam filiar-se ao sistema, o Serviço Social reforça, por meio de orien-
tações socioeducativas, a importância da necessidade de manter a contribuição previdenciária como exigência
imprescindível para a elegibilidade em benefícios previdenciários futuros.

Palavras-chave: Cuidador; previdência social; assistência domiciliar; Serviço Social.


E-mail: caroline.borges@fm.usp.br

A importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem em domicílio com a


equipe multidisciplinar
Autor: Davilla MSD.
Instituição: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado Profissional) da UFES.

Introdução: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia de trabalho que


organiza, planeja e avalia o cuidado prestado ao paciente. A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) nº 267 discorre sobre a prestação de serviços de saúde ao cliente, à família e aos grupos sociais em
domicílio e traz as características específicas do processo de trabalho da saúde da família, ao realizar o cuidado em
saúde da população adstrita. O enfermeiro como coordenador da equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF)
deve fomentar o envolvimento da equipe com o paciente domiciliado, resgatando a subjetividade para estabelecer
uma relação empática. Objetivo: Destacar a SAE em domicílio com a equipe de ESF. Metodologia: O estudo
metodológico sobre a aplicação da SAE no paciente R.S., 67 anos, cadeirante, com mobilidade prejudicada devido
a traumatismo provocado por projétil de arma de fogo (PAF) em coluna cervical há cerca de 20 anos, causando
paraplegia. A discussão do caso foi trazida pela assistente social em reunião semanal de equipe. O paciente apre-
sentava escara em região trocantéria bilateral. Realizou-se a aplicação da SAE com a implementação da troca da
cobertura do ferimento trocantérico para curativo com hidrocoloide, para melhora considerável do quadro, com
única sessão de derribamento mecânico. Resultados: Após implementação, avaliação de Enfermagem e mudança
da cobertura do curativo local, houve melhora importante do quadro. Conclusão: A SAE é uma das ferramentas
importantes para alcançar a qualidade da assistência, melhorar a comunicação entre a equipe, priorizar as necessi-
dades de cada paciente e ainda desenvolver ações baseadas em conhecimento técnico-cientifico.

Palavras-chave: Domicílio; Estratégia Saúde da Família; sistematização da assistência de Enfermagem;


terapêutica.
E-mail: msdutra@oi.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 49
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Estabelecimento de protocolo para inserção de cateter enteral em pacientes assistidos
no domicílio pela EMAD Tide Setúbal
Autores: Candido POA, França DSO.
Instituição: Hospital Municipal Tide Setúbal.

Introdução: A inserção da SNE (cateter nasoenteral) é comumente realizada no âmbito da AD. O método
utilizado é a passagem às cegas, na beira do leito domiciliar, seguida da checagem do posicionamento. A obri-
gatoriedade do controle radiológico após o procedimento, considerado padrão ouro, é motivo para dúvidas e
discussões. Poucos serviços, como o NHS na Inglaterra, utilizam parâmetros clínicos como primeira linha para
confirmação do posicionamento do dispositivo. A indisponibilidade do exame radiológico em domicílio e as
dificuldades de remoção para os pacientes das EMADs transformam a obrigatoriedade desse exame em um fa-
tor estressante para familiares/pacientes e determina aumento dos custos. Estabelecer critérios que justifiquem
a necessidade de remoção do paciente do seu domicílio para a inserção da SNE é essencial para racionalizar
a utilização de recursos. Objetivo: Construir um instrumento auxiliador na tomada de decisão com relação à
realização da inserção da SNE no ambiente domiciliar e um método para confirmação do posicionamento do
dispositivo. Metodologia: Revisão de literatura e levantamento de dados coletados na AD do Hospital Munici-
pal Tide Setúbal, no período de janeiro de 2010 a julho de 2017. Resultados: Foram realizadas 193 inserções de
SNE pelos profissionais da EMAD no ambiente domiciliar, sem realização do controle radiológico. Não foram
registradas complicações imediatas decorrentes da inserção do cateter. Conclusão: Com base nos critérios uti-
lizados pelo serviço, bem como na revisão da literatura, construímos um fluxograma norteador para a tomada
de decisão da inserção de SNE no âmbito domiciliar, estabelecendo critérios para eleição dos pacientes e para
controle clínico de posicionamento do dispositivo.

Palavras-chave: Cateter enteral; SNE; assistência domiciliar.


E-mail: dsofranca@gmail.com

Cuidado domiciliar à haitiana com resistência a realizar aleitamento materno


Autores: Teston EF, Francisqueti VF, Costa MAR, Vieira TMM, Benedetti GMS.
Instituição: Universidade Estadual do Paraná.

Introdução: O aleitamento materno é fundamental para o crescimento e desenvolvimento do bebê por


dispor de quantidades nutricionais e energéticas indispensáveis para essa fase. Objetivo: Descrever a assistência
domiciliar prestada a uma puérpera haitiana que resistia a executar o aleitamento materno. Metodologia: Estudo
de caso de um atendimento domiciliar, efetuado durante estágio integrado do curso de Enfermagem em uma
Unidade Básica de Saúde, no mês de junho de 2017, em um município da região noroeste do Estado do Paraná.
Resultados: Durante o atendimento domiciliar realizado, observou-se resistência da puérpera a oferecer o aleita-
mento materno. Desse modo, no momento da visita, foram ressaltadas as vantagens da amamentação exclusiva.
Entretanto, foi relatado pela puérpera e acompanhante que, em seu país de origem, não eram acostumados a
praticar o aleitamento materno, pois a alimentação inicial era por meio de mingau ou leite artificial. Diante da
barreira cultural encontrada, foi proposto um acordo à família de forma a respeitar sua identidade cultural e
aliar o aleitamento materno. Após orientações, acolhimento e escuta ativa, a puérpera e seu parceiro aceitaram
conciliar as práticas. Prosseguiu-se com a demonstração da pega correta e foram destacados os benefícios dessa
prática para o fortalecimento do vínculo. Conclusão: As diferenças culturais podem funcionar como empeci-
lho para algumas práticas em saúde. Entretanto, o estabelecimento de um processo de comunicação efetivo e
que respeite essas diferenças constitui oportunidade de qualificar as práticas de assistência à saúde. Reitera-se a
importância do reconhecimento pelos profissionais das diferenças culturais e que, no planejamento de ações,
considere essas especificidades.

Palavras-chave: Domicílio; amamentação; puérpera.


E-mail: ferrazteston@gmail.com
50 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Fatores determinantes para o autocuidado em indivíduos com diabetes
Autores: Teston EF, Ribeiro BMSS, Marcon SS.
Instituição: Universidade Estadual do Paraná.

Introdução: Diante da elevada incidência e prevalência do diabetes mellitus e o impacto que essa
condição crônica representa na qualidade de vida, é mister reconhecer o papel central que o indivíduo
desempenha na gestão de sua doença e os fatores que influenciam na realização de ações de autocuida-
do. Objetivo: Conhecer os fatores determinantes para realização de ações de autocuidado na perspectiva
de indivíduos com diabetes. Metodologia: Estudo qualitativo realizado com 18 pessoas com diabetes.
Os dados foram coletados nos meses de junho e julho de 2014 por meio de entrevista no domicílio. As
entrevistas foram analisadas segundo o referencial metodológico da análise de conteúdo. Resultados: Os
indivíduos com diabetes destacaram fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciavam na realização
do autocuidado. Alguns indivíduos reconheceram e adotavam as ações necessárias para o controle da
doença. Outros, embora soubessem e reconhecessem a importância dessas ações, não as cumpriam ou,
quando cumpriam, não eram persistentes, pois eram influenciados pela falta de acompanhamento pelos
profissionais do serviço de saúde e pela existência de conflitos familiares no domicílio que dificultavam o
cuidado. Conclusão: Vislumbra-se a necessidade de maior planejamento pela equipe de saúde com relação
a estratégias de acompanhamento aos indivíduos com diabetes, por meio de ações educativas e realização
de visita domiciliar. Além disso, destaca-se a importância de as ações serem desenvolvidas em conjunto
com os familiares, a fim de identificar fatores que influenciam negativamente a realização do autocuidado
no domicílio, por exemplo, dificuldades nas relações familiares.

Palavras-chave: Autocuidado; domicílio; diabetes; família; profissionais de saúde.


E-mail: ferrazteston@gmail.com

A visita domiciliar como ferramenta para o cuidado qualificado


Autores: Teston EF, Ribeiro BMSS, Costa MAR.
Instituição: Universidade Estadual do Paraná.

Introdução: A visita domiciliar aproxima profissionais de pacientes e familiares, possibilitando a re-


alização de um cuidado que extrapola os aspectos biológicos da doença ao articular diferentes saberes e
práticas. Desse modo, torna pacientes e cuidadores mais independentes, reconhecendo-os como sujeitos
ativos em todo o processo de cuidado. Objetivo: Descrever experiência docente após supervisão de estágio
supervisionado quanto ao reconhecimento do acadêmico da importância da visita domiciliar. Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência após supervisão do estágio supervisionado dos alunos do 4º ano de
Enfermagem de uma Universidade Estadual do Paraná no ano de 2016, em uma Unidade Básica de Saúde.
O relato foi feito de modo contextualizado, com objetividade e aporte teórico. Resultados: Da totalidade
de alunos do 4º ano, 79% reconheciam a importância da visita domiciliar para qualificar o cuidado e 67%
reconheciam que nem toda ida do profissional de saúde ao domicílio podia ser considerada visita domiciliar.
Após aula expositiva dialogada sobre os fundamentos da visita domiciliar, observou-se que a maioria dos
acadêmicos sentiu-se mais segura e preparada para a realização. As dificuldades vivenciadas pelos acadêmicos
durante a visita domiciliar devido à falta de planejamento foram discutidas em grande grupo com intuito de
estruturar ações para contorná-las. Conclusão: A visita domiciliar constitui uma ferramenta indispensável
para qualificar o cuidado, uma vez que prepara o indivíduo e a família, a partir do reconhecimento de suas
especificidades, para o autocuidado. Nesse sentido, faz-se mister a valorização dessa estratégia pelo docente
e o preparo adequado dos acadêmicos para a realização.

Palavras-chave: Visita domiciliar; Enfermagem; cuidado.


E-mail: ferrazteston@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 51
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Avaliação da capacidade funcional em paciente assistido por assistência domiciliar
multiprofissional com hipertensão pulmonar por meio do teste de caminhada de 6
minutos pós-protocolo de reabilitação cardiopulmonar: relato de experiência
Autores: Soares TT, Souza RB, Oliveira RRB, Pinheiro E, Melo TVC, Manjon K.
Instituição: Serviço de Atendimento Domiciliar da Praia Grande/SP (SAD-PMEBPG).

Introdução: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é um grupo de doenças vasculares que produz disfun-
ção ventricular direita, insuficiência cardíaca e morte. Os sintomas observados são: deficiência respiratória, can-
saço, fadiga, dispneia e frequência cardíaca acelerada. A HAP é a principal complicação cardiovascular da doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Ao longo do tempo, os sintomas ocorrem com atividade mais leve ou até
em repouso. Além de medidas gerais, oxigenioterapia e reabilitação cardiopulmonar são indicações no tratamento.
Objetivo: Avaliar capacidade funcional (CF) por meio do teste de caminhada de 6 minutos (TC6) do paciente sub-
metido a um programa de reabilitação pulmonar e quantificar a melhora da CF pelo TC6 em reposta ao programa.
Metodologia: Estudo de caso realizado por profissional fisioterapeuta do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD)
do Programa Melhor em Casa no município da Estância Balneária, de Praia Grande, entre março e setembro de
2017, com atendimentos semanais ao paciente J.P.A., 81 anos, ex-tabagista, com diagnóstico HAP e DPOC. Foi
aplicado TC6 com avaliação quantitativa da CF, avaliando pressão arterial (PA), saturação periférica de oxigênio
(SpO2) e frequência cardíaca (FC) no momento inicial e durante o teste. Resultado: Houve um aumento de 108
metros no pós-TC6 em relação ao pré. Conclusão: A capacidade funcional do paciente submetido ao programa de
reabilitação cardiopulmonar aumentou.

Palavras-chave: Fisioterapia; treino cardiopulmonar; teste de caminhada de 6 minutos.


E-mail: torres.soarest@gmail.com

Atendimento domiciliar multiprofissional ao idoso no Programa Melhor em Casa:


relato de caso
Autores: Xavier AA, Okaji SS, Rodrigues MS, Minussi ER, Mota EBF.
Instituição: Programa Melhor em Casa da Prefeitura Municipal de Jacareí.

Introdução: As dificuldades impostas pelo envelhecimento e pelas múltiplas comorbidades contribuem para
o isolamento social, imobilidade e complicações clínicas, especialmente quando acompanhadas de perda cognitiva,
o que exige uma abordagem diferenciada que proporcione atendimento individualizado dentro do contexto fami-
liar e de suas potencialidades. Objetivo: Relatar o caso da paciente atendida por equipe multiprofissional do Progra-
ma Melhor em Casa. Métodos: Paciente I.M., 95 anos, sexo feminino, portadora de demência, tumor abdominal e
hipertensão arterial sistêmica. Encontrava-se restrita ao leito há um mês e fazendo uso de sonda nasoenteral há 15
dias por recusa alimentar após episódio de pneumonia, pouco comunicativa, com úlceras por pressão (nove), sob
os cuidados de sua filha. Classificação nutricional inicial de baixo peso. Medida da independência funcional (MIF):
22 (13 motora, 6 comunicação e 3 cognição social). Apresentava disfagia e ausência de prótese dentária por recusa.
Na avaliação cognitiva inicial, apresentou comprometimento cognitivo grave, compatível à doença de Alzheimer,
evidenciando prejuízo das funções executivas, atenção, memória, linguagem, compreensão, raciocínio e orientação
visuo-têmporo-espacial. Foram realizados atendimentos de fonoaudiologia, enfermagem, médicos, fisioterápicos,
nutricionais e psicoterápicos em um período de 125 dias. Resultados e discussão: Após o atendimento, houve
melhora significativa da independência. Obteve-se aumento de pontos na MIF (73 total, dos quais 44 motora, 24
comunicação e 5 cognição social), deambulando com ajuda mínima e participando nas atividades de autocuidado.
Houve cicatrização das úlceras por pressão e deglutição funcional com oferta de dieta supervisionada. Conclusão:
A atuação multiprofissional domiciliar, com os cuidados dos familiares, contribuiu para a reabilitação da idosa
assistida, já que, dentro de seus limites, a paciente alcançou potencialidades e qualidade de vida.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; equipe multiprofissional; idoso; independência funcional.


E-mail: alineax@gmail.com
52 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Aplicação do processo de Enfermagem na taxonomia NANDA-NIC-NOC em estudo
de caso com uma mulher obesa em domicílio
Autor: Davilla MSD.
Instituição: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado Profissional) da UFES.

Introdução: Pesquisa aponta que, entre os adultos de 20 anos ou mais de idade, 49% estão com sobre-
peso e 14,8% estão obesos, com predomínio do sexo feminino. Atualmente, cerca de 500 milhões de adultos e
40-50 milhões de crianças estão obesos. Objetivo: Aplicar o processo de Enfermagem, com base na taxonomia
NANDA-NIC-NOC, sobre estudo de caso com mulher obesa domiciliada. Metodologia: Estudo de caso que
utilizou instrumento de coleta de dados e diagnósticos de Enfermagem (da North American Nursing Diagnosis
Association International), intervenções de enfermagem (Nursing Interventions Classification), resultados de
enfermagem (Nursing Outcomes Classification), para realizar o processo de Enfermagem. O estudo foi realizado
no mês de julho de 2017, em um município do Estado do Espírito Santo, durante visita domiciliar de uma equipe
de Estratégia Saúde da Família local. Resultados: Três diagnósticos (DE) prioritários foram: 1) conforto preju-
dicado, 2) obesidade e 3) estilo de vida sedentário. Os resultados: Sono interrompido, monitoramento do peso
corporal, determinação dos objetivos de perda de peso alcançáveis, comprometimento com a rotina de exercícios
recomendados, consumo da qualidade de calorias diária apropriada para a necessidade metabólica, efeitos adver-
sos do sobrepeso e quando obter ajuda de um profissional de saúde. Algumas intervenções no DE 1: Monitorar
o padrão de sono do paciente e observar as circunstâncias físicas e ou psicológicas que interrompem o sono. No
DE 2: Orientar o paciente sobre necessidades nutricionais. No DE 3: Urgência interna que leva o indivíduo a
ações positivas e assistência na automodificação. Conclusão: Durante a aplicabilidade do PE, destacou-se a impor-
tância do uso taxonomia NANDA-NIC-NOC na prestação dos cuidados de Enfermagem a essa cliente.

Palavras-chave: Processo de Enfermagem; obesidade; cuidados domiciliares; Estratégia Saúde da Família.


E-mail: msdutra@oi.com.br

Perfil epidemiológico dos pacientes com incontinência urinária atendidos por uma
unidade de assistência domiciliar
Autores: Figueiredo LMT, Diniz EM, Paula MAB, Morita ABPS.
Instituição: Prefeitura Municipal de São Paulo.

Introdução: Define-se incontinência urinária (IU) como a perda involuntária de urina, associada a causas
multifatoriais. Considera-se uma síndrome geriátrica, com prevalência e impacto negativo nessa população, reper-
cutindo na qualidade de vida e sendo considerada importante questão social. O envelhecimento levou ao ressur-
gimento da assistência domiciliar como alternativa no tratamento a esses pacientes, garantindo a continuidade dos
cuidados. Objetivo: Identificar o perfil socioepidemiológico dos pacientes com IU atendidos em unidade de assis-
tência domiciliar (UAD) no município de São Paulo. Metodologia: Estudo documental, retrospectivo, exploratório
quantitativo. A coleta de dados aconteceu entre março e abril de 2017 em uma UAD no município de São Paulo
por meio da análise dos prontuários. Os dados foram tabulados para criação de gráficos e tabelas com o software
Excel 2010. Foram incluídos os pacientes com IU atendidos pelo serviço, excluídos os que não apresentaram IU.
Resultados: Dos 93 pacientes atendidos, 76 apresentam IU. Predomínio de pacientes do sexo feminino (66%). A
maioria (95%) apresentava grau de dependência AD2, dos quais 89% tinham um familiar como cuidador princi-
pal. A maior parte era de pacientes idosos (87%), dos quais 59% octogenários. Todos os pacientes faziam uso de
fraldas, dos quais três realizavam o cateterismo intermitente. As incontinências foram classificadas predominante-
mente como “outras incontinências urinárias” (64%), e as principais patologias foram: o acidente vascular cerebral
não especificado (46%) e a demência na doença de Alzheimer (20%). Conclusões: Predomínio de pacientes do
sexo feminino, idosos, totalmente dependentes, acometidos por doenças neurodegenerativas, sendo cuidados por
familiares. Todos os pacientes recebiam fraldas. Esses dados permitirão melhor abordagem desses pacientes.

Palavras-chave: Incontinência urinária; perfil de saúde; assistência domiciliar.


E-mail: liliantorres26@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 53
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A permanência hospitalar do paciente sob atenção domiciliar como um indicador de
qualidade dos serviços multiprofissionais
Autores: Simão RFM, Siqueira KAS, Terra MSOR.
Instituição: Homebaby - Home care pediátrico.

Introdução: A atenção domiciliar é uma modalidade de assistência à saúde com atribuições específicas ao
atendimento às necessidades do paciente, de alta, média ou baixa complexidade. Os pacientes contemplados
nessa modalidade assistencial geralmente possuem patologias crônicas e distúrbios degenerativos que, por si
sós, predispõem a agravamentos com necessidade de internação hospitalar. A qualidade do cuidado multiprofis-
sional prestado a esses pacientes está diretamente relacionada à redução desses agravos e à identificação precoce
de sinais e sintomas de piora clínica. Objetivo: Analisar a taxa de permanência hospitalar dos pacientes de home
care por motivos de urgências clínicas ocorridas no domicílio, em que a intervenção domiciliar tem fatores
limitantes de suporte em comparação a uma unidade hospitalar. Metodologia: A pesquisa foi realizada com
dados de um home care exclusivamente pediátrico, analisando os 113 pacientes atendidos no período de janeiro
a agosto de 2017. O estudo é em caráter retrospectivo, descritivo e exploratório, de análise quali-quantitativa.
Resultados: Demonstraram uma taxa de permanência hospitalar desses pacientes de 1% referente ao período.
Das causas de internação informadas por urgências clínicas, as quatro maiores incidências foram: insuficiência
respiratória com 25%, infecção respiratória com 14%, infecção urinária com 6% e crise convulsiva de difícil
controle com 5%. Conclusão: O serviço de assistência domiciliar prestado possui capacidade para reduzir os
possíveis agravos dos pacientes assistidos, assim como identificar precocemente os possíveis riscos. O resultado
de uma permanência sob internação hospitalar foi menor que 10%, mesmo que o estudo não tenha levado em
conta os processos clínicos cabíveis ao âmbito hospitalar ou eventuais retardos administrativos de reinternação
no serviço de atenção domiciliar que pudessem interferir negativamente nesse indicador.

Palavras-chave: Permanência hospitalar; atenção domiciliar pediátrica.


E-mail: homecare@prontobaby.com.br

Avaliação do protocolo de cuidados e prevenção de úlcera por pressão baseada na


avaliação de pacientes em um serviço de home care pediátrico
Autores: Simão RFM, Terra MSOR, Siqueira KAS.
Instituição: Homebaby - Home care pediátrico.

Introdução: O uso de métodos preventivos para evitar o aparecimento de úlcera por pressão em pacientes
em atenção domiciliar tem se apresentado como um fator de sucesso no tratamento. Objetivos: Avaliar o indi-
cador de úlcera de pressão, as causas envolvidas no aparecimento das lesões, a classificação dos pacientes em
atenção domiciliar, segundo a Escala de Braden, e das respectivas lesões. Avaliamos os resultados da aplicação do
protocolo de cuidados e prevenção de úlceras dos pacientes internados sob home care e respectivas necessidades
de ajustes. Metodologia: O estudo caracteriza-se como uma pesquisa quali-quantitativa do tipo retrospectiva,
descritiva e exploratória, no período de janeiro a julho de 2017, em um home care pediátrico que realiza atenção
domiciliar em 112 pacientes. Resultados: A classificação dos pacientes no escore de Braden foi de 66 pacientes
com médio risco, 20 com risco moderado, 23 com alto risco e nenhum paciente com altíssimo risco para desen-
volvimento de úlcera por pressão. Tivemos duas lesões em pacientes distintos, ambas classificadas como grau II:
uma em pacientes com alto risco para desenvolvimento de úlcera por pressão no escore de Braden e a outra em
médio risco. Foram avaliadas quatro variáveis que poderiam ter contribuído para o aparecimento dessas lesões, e
entre as quais esteve presente a utilização de dispositivos de ventilação mecânica não invasiva (VNI). Conclusão:
Foi proposta a inclusão de medidas preventivas de acordo com o protocolo e a capacitação dos profissionais
quanto ao uso de máscaras e cateteres que compõem a terapia de VNI na assistência domiciliar.

Palavras-chave: Úlcera por pressão; escala de Braden; home care pediátrico.


E-mail: homecare@prontobaby.com.br
54 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Vivência de uma enfermeira no processo de implantação em um home care pediátrico
Autores: Simão RFM, Siqueira KAS.
Instituição: Homebaby - Home care pediátrico.

Introdução: Home care é um serviço prestado em domicílio ao paciente que já superou a fase aguda
da doença, mas que ainda necessita de recursos terapêuticos. Esse serviço é realizado por uma equipe mul-
tiprofissional a partir do diagnóstico da realidade que esse paciente se encontra inserido. Trata-se de uma
atividade que envolve não apenas os diferentes profissionais de saúde, mas também o paciente, a família e
as operadoras de saúde. Envolve um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção de infecções e in-
ternações, tratamento de doenças e reabilitação, desenvolvidas em domicílio, com a garantia da continuidade
do cuidado, devendo estar integrado às redes de atenção à saúde. Objetivo: Descrever a vivência de uma
enfermeira no processo de implantação de novo paciente a um home care pediátrico. Metodologia: Trata-se
de um relato de caso com base em uma vivência de um home care pediátrico privado. Resultados: O processo
de implantação inicia-se a partir da aprovação da operadora de saúde, após o paciente ter sido avaliado no
hospital ou domicílio, gerando o envio de uma avaliação sobre as necessidades e o custo do serviço. A equipe
multiprofissional é notificada sobre a implantação e as providências a serem executadas de acordo com a
complexidade do paciente. Conclusão: Apesar da complexidade do processo de implantação, ao envolver a
equipe multiprofissional, torna-se possível executar essa etapa de forma segura.

Palavras-chave: Implantação; home care pediátrico; atenção domiciliar.


E-mail: homecare@prontobaby.com.br

Análise da funcionalidade de idosos longevos no cuidado domiciliar


Autores: Wieler PLC, Losso E, Carvalhal TFT, Cechinel C, Kunkel ME.
Instituição: Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (FEAES).

Introdução: A capacidade funcional é de extrema importância para a avaliação do idoso, incluindo


idosos longevos. A Medida de Independência Funcional (MIF) vem sendo um instrumento multiprofissional
utilizado para quantificação da funcionalidade do idoso para atividades cotidianas em domicílio. Objetivo:
Analisar a capacidade funcional dos idosos longevos atendidos em domicílio por fisioterapeutas do Pro-
grama Melhor em Casa de Curitiba. Método: O instrumento foi aplicado na primeira e última avaliação
fisioterapêutica, com idosos acima de 80 anos, e tem como parâmetros: autocuidado, controle de esfíncter,
mobilidade, locomoção, comunicação e cognição social. Trata-se de um estudo de caráter retrospectivo, reali-
zado no período de janeiro de 2015 a agosto de 2017, em uma população de 640 idosos longevos, com idade
entre 80 e 102 anos. Acrescentaram-se aos dados, idade e gênero, e subdividiram-se as avaliações de acordo
com a faixa de funcionalidade. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 86 anos, com 65,15% do
gênero feminino e 34,85% do masculino. A MIF inicial para essa população compreendeu 41,37, enquan-
to a MIF final, 45,44. Observou-se também com valores estatísticos maior índice de melhoras dadas após
instrumentalizações e orientações. Os resultados sugerem que, quando utilizado um instrumento validado e
confiável, como a MIF, a reprodutibilidade das medidas encontradas é grande. Diagnosticar precocemente
os riscos para a incapacidade traz a possibilidade de planejar intervenções, visando à autonomia e à redução
da dependência do idoso. Conclusão: A MIF é um método eficaz na avaliação de funcionalidade de pacientes
longevos, caracterizando, de forma adequada, as suas reais necessidades e garantindo uma observação ade-
quada da melhora.

Palavras-chave: Serviços de saúde para idosos; assistência domiciliar; idoso.


E-mail: paola.luma@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 55
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Evolução de dieta, por via oral, em uma criança com diagnóstico de paralisia cerebral
em atenção domiciliar
Autores: Santoro AIA, Sampaio MAF.
Instituição: Homebaby - Home care pediátrico.

Introdução: Este estudo discute a importância da fonoaudióloga para a evolução da dieta por via
oral do paciente P.S.B., sexo masculino, 5 anos e 8 meses, traqueostomizado, gastrostomizado, com diag-
nóstico de paralisia cerebral, desenvolvimento cognitivo dentro da idade cronológica, interagindo com o
terapeuta. Foi iniciada estimulação sensório-motor oral para posterior introdução gradual da dieta por via
oral, inicialmente com estímulo gustativo e térmico. Foram observadas boa aceitação e múltiplas degluti-
ções, necessitando de manobras facilitadoras da deglutição. Objetivo: Demonstrar a importância do traba-
lho da fonoaudiologia na atenção domiciliar. Metodologia: Estudo de caso com abordagem qualitativa de
natureza intrínseca. Resultado: Melhora da função muscular peri e intraoral dos órgãos fonoarticulatórios,
impactando diretamente no controle da deglutição. Conclusão: Após nove meses com atendimentos fono-
audiológicas, três vezes por semana, observou-se melhora na aceitação nas consistências pastosa, semilí-
quida e líquida no volume de 200 mL, em seis etapas. No momento, paciente encontra-se bem adaptado às
consistências e ao volume ofertado com deglutições múltiplas completas sem resíduos alimentares, após
aspiração traqueal.

Palavras-chave: Paralisia cerebral; deglutição; atenção domiciliar.


E-mail: medicohomecare@prontobaby.com.br

Síndrome de Proteus: relato de caso


Autores: Santoro AIA, Duarte FRMH.
Instituição: Homebaby - Home care pediátrico.

Introdução: A síndrome de Proteus é uma rara síndrome hamartomatosa, congênita, de origem genéti-
ca. Possui como característica malformações causadas por um crescimento excessivo e multifocal dos tecidos,
derivados dos três folhetos germinativos, que determinam gigantismo parcial dos membros, nevos pigmen-
tados, tumores subcutâneos, macrocefalia e visceromegalias, porém com desenvolvimento mental normal.
Paciente A.J.M.S.C.S., de 1 ano e 2 meses, sexo feminino, encaminhada ao Hospital Casa de Saúde São José
quando do nascimento em 07/07/2016, apresentava hemangioma em membro inferior esquerdo, linfangio-
ma em região cervical bilateral e desconforto respiratório, evoluindo com traqueostomia e gastrostomia, com
diagnóstico inicial de Síndrome Klippel-Trenaunay. Iniciou em internação em home care pediátrico pelo Ho-
mebaby em 29/08/2016, com atendimento pela equipe multidisciplinar e técnico de enfermagem 24 horas. A
menor realiza acompanhamento a cada dois meses no Hospital A. C. Camargo, em São Paulo, para aplicação
local de Ck4 nos linfangiomas da face (região cervical e língua) e avaliações com médicos clínicos, cirurgiões
e serviço de odontologia. Na avaliação realizada pela equipe de São Paulo em 10/03/17, ficou definido o
diagnóstico por síndrome de Proteus, após exame com Doppler. Objetivo: Descrever a evolução clínica de
um paciente com síndrome de Proteus em acompanhamento domiciliar pela equipe multidisciplinar pediá-
trica do Homebaby. Metodologia: Estudo baseado na vivência em um home care pediátrico de um paciente
com síndrome de Proteus. Resultado: A paciente vem demonstrando excelente evolução clínica em razão do
atendimento pela equipe multidisciplinar, com objetivos alcançados na deglutição com o acompanhamento
fonoaudiológico e no desenvolvimento neuromotor pela fisioterapia. Conclusão: Neste estudo, verificamos
a importância da equipe multidisciplinar pediátrica para garantir um resultado satisfatório na evolução clínica
e no desenvolvimento da paciente, portadora da síndrome de Proteus.

Palavras-chave: Síndrome de Proteus; home care pediátrico; equipe multidisciplinar.


E-mail: medicohomecare@prontobaby.com.br
56 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Um lugar para a palavra em um Serviço de Atenção Domiciliar pediátrico
Autores: Santoro AIA, Fernandes TC.
Instituição: Homebaby - Home care pediátrico.

Introdução: A atuação do psicólogo na equipe multiprofissional da assistência domiciliar pediátrica con-


siste na abertura e na legitimação de um espaço privilegiado para a escuta dos aspectos afetivos, inconscientes e
singulares envolvidos na parceria entre a equipe de saúde e a família no cuidado de crianças/adolescentes e suas
respectivas famílias com necessidades especiais e dependentes de tecnologia. A atuação parte da premissa da in-
dissociabilidade entre as questões desse binômio paciente-família envolvendo todo o grupo familiar. O acompa-
nhamento das famílias ocorre a partir de visitas domiciliares mensais. O ajuste dos atendimentos varia de acordo
com as necessidades e as particularidades de cada grupo familiar. Objetivo: Relatar a experiência da inserção da
Psicologia em um Serviço de Atenção Domiciliar pediátrica. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência
do trabalho com as famílias. Resultados: Além das fantasias, das inseguranças e do sofrimento relacionados ao
processo de adoecimento, foi observado que o Serviço de Atenção Domiciliar traz novos desafios e necessida-
des de reorganização da família, tanto no plano objetivo quanto subjetivo. A construção de um espaço de escuta
pode favorecer o processo de elaboração, incidindo positivamente nos cuidados oferecidos e na qualidade de vida
familiar. Conclusão: A revisão bibliográfica apontou para a carência de estudos na interface entre a Psicologia e a
prática do home care pediátrico. Consideramos que o trabalho pode contribuir para discussões dos desafios e das
potencialidades dos cuidados em saúde de crianças/adolescentes com necessidades especiais ou dependentes de
tecnologia que extrapolem os muros das instituições hospitalares, principalmente no que concerne à construção
de um lugar para a escuta qualificada e a emergência dos aspectos subjetivos nesse cenário.

Palavras-chave: Psicologia; home care pediátrico; atenção domiciliar.


E-mail: medicohomecare@prontobaby.com.br

O uso de hipodermóclise para hidratação no atendimento domiciliar


Autores: Tres B, Yamanouchi CN, II Batista LSA.
Instituição: Hospital Erasto Gaertner.

O caso trata de um paciente de 57 anos, sexo masculino, solteiro. Em janeiro de 2014, foi diagnosticado
com carcinoma epidermoide em esôfago distal. Evoluiu com disfagia e optou por realizar gastrostomia, porém
sem sucesso devido à carcinomatose. Foi submetido à quimioterapia e à radioterapia concomitantes. Em de-
zembro de 2016, foi internado com quadro de disfagia e solicitado avaliação do Setor de Cuidados Paliativos
em razão do quadro clínico e da progressão da doença. Ao exame físico, o paciente encontrava-se lúcido, afô-
nico, pele com turgor e elasticidade diminuída, baixo débito urinário e constipação há quatro dias, em uso de
laxativos e hidratação endovenosa. Expressou desejo de ir para casa, onde mantém convívio familiar amistoso,
contando com auxílio da sobrinha como cuidadora principal. Considerando a evolução clínica do paciente, a
ingestão insuficiente de líquidos por via oral e a desidratação classificada como grau leve, optou-se pelo uso da
hipodermóclise em domicílio, onde manteve acompanhamento semanalmente pela equipe do hospital. A pun-
ção subcutânea foi realizada pela enfermeira na região torácica por apresentar adequada drenagem linfática que
maximizaria a absorção. O paciente recebeu hidratação com soro fisiológico 0,9% e medicações sintomáticas
relacionadas à dor e à constipação. A hipodermóclise foi utilizada por 14 dias, com rodízio de locais para mini-
mizar o dano ao tecido subjacente, com tempo de permanência do cateter por 7 dias, conforme recomendação
da instituição. Houve a orientação dos sinais de alerta com o sítio de inserção, aparecimento de inflamação,
irritação ou outro desconforto para a cuidadora principal, a qual ficava sob responsabilidade de realizar a infu-
são contínua de 1.000 ml de SF 0,9% em 24 horas por ação gravitacional. Paciente mantém acompanhamento
domiciliar no serviço.

Palavras-chave: Domicílio; hipodermóclise; cuidados domiciliares.


E-mail: bru.tres3@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 57
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Integração da rede de atenção à saúde na desospitalização de uma criança com BIPAP
Autores: Wieler PLC, Torres DPM, Faggion SA, Galvao DA, Vieira SRA.
Instituição: Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (FEAES).

Introdução: O Programa Melhor em Casa de Curitiba acolhe um número crescente de casos de crianças
com necessidade de suporte ventilatório. Para que esse processo ocorra com sucesso, faz-se necessário que a rede
de atenção à saúde esteja interligada. Descrição da experiência: N.C.K., 3 anos, a termo. Desde o nascimento, apre-
sentou infecções respiratórias recorrentes, atraso do desenvolvimento psicomotor e baixo peso. Monitorada pela
UBS e CRAID, necessitou de atendimentos em UPA, centros especializados e hospitais. Seu último internamento
teve duração de nove meses, culminando em limitação total da funcionalidade e necessidade de suporte ventilatório
(BIPAP). Para a alta hospitalar, foram realizadas reuniões entre as equipes da UTI, Melhor em Casa, UBS e SAMU,
para definição do plano de cuidado e fluxos de atendimento. O hospital de referência comprometeu-se em manter
“portas abertas” para intercorrências clínicas; o Melhor em Casa, em realizar os atendimentos domiciliares interca-
ladamente com a UBS; esta, por sua vez, em fornecer os insumos necessários; e o SAMU, em realizar as remoções.
Resultados: N.C.K. está em internamento domiciliar com o Melhor em Casa há quatro meses, recebendo semanal-
mente o apoio de médico, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeira, farmacêutico e fonoaudiólogo. Apresentou três
intercorrências, nas quais a UBS e o Melhor em Casa foram acionados, evitando reinternamento hospitalar. A equipe
do Melhor em Casa realiza sistematicamente visitas domiciliares e contatos telefônicos com a família e demais pon-
tos de atenção. Conclusão: O atendimento domiciliar integrado à rede proporcionou estabilização do quadro clínico,
instrumentalização dos cuidadores, promovendo conforto, segurança e reintegração familiar, além de diminuir a
necessidade de reinternações, permitindo, portanto, a otimização dos leitos hospitalares e dos recursos institucionais.

Palavras-chave: Assistência à saúde; saúde pública; serviços de assistência domiciliar; ventilação; saúde
da criança.
E-mail: paola.luma@gmail.com

Elaboração de um guia de administração de medicamentos via sonda nasoenteral


(SNE) e gastrostomia (GTT) para orientação da equipe e treinamento dos cuidadores
de pacientes em cuidados paliativos na assistência domiciliar do INCA
Autores: Sales BR, Paula NPAD, Medeiros TKC, Barbosa MF, Souza MFR.
Instituição: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva.

Introdução: A assistência domiciliar destina-se ao atendimento de pacientes em cuidados paliativos onco-


lógicos e pretende minimizar/eliminar sintomas inerentes ao câncer avançado. Em alguns casos, a ingestão oral é
impossibilitada ou não recomendada, sendo estabelecido o uso de SNE ou GTT para a alimentação e os medica-
mentos. O arsenal terapêutico necessário para o controle dos sintomas muitas vezes não está disponível em formas
farmacêuticas líquidas. A tarefa de administração de medicamentos sólidos orais por SNE/GTT é complexa e
envolve conhecimento da técnica, das características dos fármacos e das incompatibilidades com nutrientes. Obje-
tivo: Elaborar um guia de administração de medicamentos via SNE/GTT para disseminação dessas informações
entre a equipe e os cuidadores de pacientes do serviço. Método: Realizar levantamento dos medicamentos sólidos
orais padronizados e avaliar quanto à viabilidade de administração por SNE/GTT. Nos casos de impossibilidade,
o motivo foi descrito, então outras formas farmacêuticas foram sugeridas para auxiliar na farmacoterapia. A ava-
liação foi feita por meio da revisão de literaturas relacionadas, pesquisa em bulas e informações dos fabricantes.
Resultados: Foram identificados 95 medicamentos sólidos orais padronizados, dos quais 20 não podiam ser ad-
ministrados por via SNE e 23 por GTT, tendo como justificativa: revestimento contra a acidez, liberação contro-
lada, local de absorção, possibilidade de obstrução da sonda, entre outros. Conclusão: Com a finalização do guia,
caminhamos para a divulgação entre a equipe multidisciplinar e cuidadores, com vistas a padronizar condutas na
unidade, promovendo, assim, o uso adequado dos medicamentos e contribuindo para a segurança.

Palavras-chave: Educação; cuidado paliativo; medicamentos.


E-mail: birisa.biancasales@gmail.com
58 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Relato assistencial de pacientes com câncer avançado de tireoide em assistência
domiciliar: possibilidades para promoção da qualidade de vida
Autores: Sales BR, Silva VG, Guimarães NPA, Souza MFR, Souza FN.
Instituição: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva.

O Serviço da Assistência Domiciliar (AD) do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva
(INCA) destina-se a pacientes com câncer em cuidados paliativos com capacidade funcional reduzida e com so-
brevida geral de 45 dias. A partir disso, ocorreu a descrição de casos particulares do serviço que tiveram melhor
prognóstico para que fosse desenvolvido um planejamento de controle de sintomas de médio a longo prazo. O
carcinoma de tireoide inclui vários subtipos de neoplasias, cujos mais comuns são: os papilíferos (apresentam maior
incidência, uma evolução favorável, em que o fator prognóstico mais significativo é a presença ou não de metás-
tase a distância, sendo mais comum pulmonar e óssea) e os foliculares (maior prevalência em adultos e idosos,
com frequente invasão vascular e metástase a distância), ambos com maior incidência em mulheres. Dos pacientes
acompanhados na AD, temos: 4 pacientes (1 masculino e 3 femininos), dos quais 2 casos foliculares e 2 papilíferos.
Em relação ao tempo de matrícula no INCA, de 3 a 12 anos, com tempo de inserção no cuidado paliativo de 18
a 48 meses e encaminhamento para AD de 18 a 31 meses, com faixa etária de 60 a 84 anos. Todos esses pacientes
apresentaram metástase óssea. Seu planejamento terapêutico envolveu: controle de dor, prevenção de fraturas, fisio-
terapia, radioterapia antiálgica, reposição de hormônio tireoidiano, uso de bifosfonatos, como aplicação endovenosa
do ácido zoledrônico no domicílio (mensal ou trimestral). Tal abordagem propicia a manutenção da capacidade
funcional, bom controle de sintomas e melhor qualidade de vida para o acompanhamento domiciliar prolongado.

Palavras-chave: Cuidado paliativo; câncer de tireoide; assistência domiciliar.


E-mail: birisa.biancasales@gmail.com

Um relato de experiência a respeito da integração da assistência domiciliar para


pacientes em cuidados paliativos oncológicos no que tange à atuação farmacêutica
Autores: Sales BR, Silva VG, Souza MFR, Barbosa MF, Alvarez MMR.
Instituição: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva.

Localizado no Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), a assistência domici-
liar (AD) atende, exclusivamente, a pacientes com diagnóstico de câncer avançado que apresentam dificuldade
de locomoção para o atendimento ambulatorial. Com atuação da equipe multidisciplinar, as consultas são reali-
zadas no domicílio, e a solicitação de materiais, insumos e medicamento é organizada pela equipe, mediante atri-
buição de cada categoria profissional, de forma eletrônica. Nesse contexto, a assistência farmacêutica organiza
a provisão de medicamentos e materiais médicos hospitalares (MMH) de forma segura e eficaz, envolvendo
atividades logísticas e de monitoramento clínico, por meio de uma equipe composta por um farmacêutico e
dois técnicos em farmácia. O fornecimento destes se dá em intervalos regulares e em quantidades suficientes
até o próximo envio. A equipe de farmácia disponibiliza maletas com MMH e medicamentos em especialidades
e quantidades previamente definidas, a fim de garantir a pronta execução de procedimentos e/ou a introdução
de medicamentos, caso necessário. O farmacêutico não realiza visitas periódicas, contudo estabelece contato
telefônico frequente com pacientes/cuidadores. No primeiro contato, atenta-se para a compreensão da farma-
coterapia, a adesão e os sintomas não controlados, e os possíveis problemas relacionados a medicamentos são
investigados. A partir dessas informações, dúvidas são esclarecidas e receitas em formato especial podem ser
elaboradas para pacientes/cuidadores com dificuldade de entendimento, visando melhorar a adesão. A equipe
em diálogo constante planeja e acompanha esse fluxo, fator que facilita a integração das condutas terapêuticas
propostas, agregando, assim, um cuidado ampliado aos pacientes, seus familiares e/ou contexto social.

Palavras-chave: Cuidados paliativos oncológicos; equipe multiprofissional; assistência farmacêutica.


E-mail: birisa.biancasales@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 59
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Saúde suplementar e domicílio como espaço de cuidados ao idoso: controle de
hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus
Autores: Lima CAS, Batista LKO, Caldas RS, Ferreira EFC, Queiroz ITP.
Instituição: Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (CAMED).

Introdução: O idoso tem particularidades bem conhecidas: mais fragilidades, mais doenças crônicas e
mais custos. As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são as principais causas de mortalidade e da in-
capacidade em todo o mundo. Nesse cenário, a operadora oferta, em Fortaleza, Recife e Salvador, o Programa
Amigo da Família, que consiste no gerenciamento domiciliar de beneficiários com grau de dependência total
ou parcial, portadores de DCNT. Objetivo: Analisar os indicadores que determinam o controle de hipertensão
arterial sistêmica e diabetes mellitus no período de janeiro a dezembro de 2016. Metodologia: Os clientes geren-
ciados receberam visitas domiciliares de médico e de enfermeira, de acordo com seu grau de risco clínico. Por
mês, foram acompanhados em média 70 hipertensos e 35 diabéticos, por meio de aferição da pressão arterial
sistêmica, hemoglicoteste e controle rigoroso das medicações prescritas. Para medir a eficácia do gerenciamen-
to, foram utilizados dois indicadores: taxa de hipertensão controlada de 80% ao mês e taxa de diabetes contro-
lada de 75% ao mês. Resultados: No período citado, tivemos uma média da taxa de hipertensão controlada de
91,9% e uma média da taxa de diabetes controlada de 89,8%. Conclusões: As taxas alcançadas demonstraram a
eficácia e a efetividade do gerenciamento no controle de diabetes e hipertensão arterial sistêmica. Uma vez que
o controle dessas doenças ajuda a prevenir complicações decorrentes delas, acreditamos que o programa pode
ser uma alternativa para a redução dos custos e a melhoria da qualidade de vida.

Palavras-chave: Domicílio; diabetes mellitus; hipertensão arterial sistêmica.


E-mail: clarissabreu@yahoo.com.br

Trajetória de um recém-nascido (RN) prematuro broncodisplásico em internação


domiciliar (ID)
Autores: Dorneles MSV, Giacian DF.
Instituição: Vidalar - Assistência Domiciliar em Saúde.

Conceituamos o RN prematuro como aquele que nasce com menos de 37 semanas de gestação. Prema-
turos apresentam problemas durante o período neonatal, como risco nutricional devido à escassez de reserva
energética e imaturidade do metabolismo, patologias que levam ao retardo do crescimento e do desenvolvi-
mento fisiológico-neurológico, posto que as reservas de nutrientes são depositadas durante o último trimestre
da gestação. Broncodisplasia, ou displasia pulmonar, é uma doença pulmonar típica do prematuro, secundária a
múltiplos fatores, principalmente aos efeitos nocivos da oxigenação e da ventilação sobre o pulmão imaturo, e
se caracteriza por uma interrupção do desenvolvimento pulmonar, associado a um processo inflamatório obs-
trutivo crônico que leva à dependência prolongada da oxigenoterapia e/ou ventilação mecânica. O tratamento
da displasia envolve questões alimentares, oxigenoterapia, medicamentos e prevenção de infecções. Paciente
F.S.Q. nasceu de 28 semanas, 6 meses na admissão, sexo masculino, admitido em ID no dia 02/05/2016, bron-
codisplásico devido à prematuridade. Ativo, reativo, SNG com medicação e dieta exclusiva. Oxigênio em cateter
nasal com 0,5 L/min. Acompanhado pela fisioterapeuta, fonoaudióloga e nutricionista, com enfermagem 24
horas. Evoluiu em 14 meses com duas internações por pneumonia. Em 60 dias, seguiu com desmame parcial
do oxigênio e, após 6 meses de ID, desmame total. Em 30 dias, iniciou dieta VO e VSNG intercalada, sendo
desmamado da sonda após 5 meses. Iniciou com fisioterapia duas vezes ao dia com boa evolução na parte respi-
ratória e motora, migrando para uma vez ao dia após 6 meses. A nutricionista trabalhou aporte nutricional para
ganho de peso, o que é importante nessa patologia. Após 14 meses, segue em ID com enfermagem 12 horas dia
e fisioterapia quatro vezes por semana. Dieta VO exclusiva sem suporte de oxigênio.

Palavras-chave: Recém-nascido; broncodisplasia; evolução.


E-mail: msvado@gmail.com
60 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Evolução de paciente jovem com sequela pós-parada cardiorrespiratória (PCR) em
assistência domiciliar
Autores: Dorneles MSV, Giacian DF.
Instituição: Vidalar - Assistência Domiciliar em Saúde.

Paciente G.T.N., 19 anos, admitido no dia 09/09/16 para internação domiciliar com PAD: técnico de
enfermagem 12 horas por dia mais enfermeiro semanal. Foi iniciado atendimento de fonoaudióloga três vezes
por semana e fisioterapia diária no dia 23/09/16. Paciente vítima de PCR súbita devido ao uso de medicamen-
tos para emagrecer, sendo admitido com sequelas neurológicas. Coma vigil, não contactuante com examinador,
TQT, eupneico, respirando ar ambiente. Presença de gastrostomia com botton para uso de dieta e medicação.
No mês de novembro, evoluiu para fonoaudiólogo cinco vezes por semana, visando intensificar a evolução
positiva do quadro. Em três meses de atendimento, foi verificado boa evolução do tônus muscular, com início
de deambulação com auxílio. Migrou para fisioterapia diária. Foi decanulado em janeiro de 2017 com suces-
so, quando a cicatrização do orifício evoluiu rapidamente para oclusão total. Em março de 2017, iniciou com
deambulação sem auxílio. Iniciou com dieta VO em abril de 2017 após exames e avaliação da fonoaudióloga.
Manteve parte do tratamento e acompanhamento com equipe multiprofissional, contactuante com examina-
dor, porém com movimentos desordenados e com melhora significativa do quadro neurológico e de resposta
motora. Em junho, foi retirado o botton e fechada a gastrostomia, quando também evoluiu com desmame da
enfermagem de segunda a sexta. No início de setembro, teve alta do home care, deambulando sem auxílio, dieta
via oral com boa aceitação, permanecendo apenas com a disartria.

Palavras-chave: Parada cardiorrespiratória; evolução; domicílio; jovem.


E-mail: msvado@gmail.com

Impacto positivo da intervenção fisioterapêutica na redução das internações


recidivantes por pneumonia aspirativa em paciente crítico acamado: relato de caso
Autores: Oliveira RRB, Martinez EE, Soares TT, Silva EDM.
Instituição: Serviço de Atendimento Domiciliar da Prefeitura Municipal da Estância Balneária de Praia
Grande/SP (SAD/PMEBPG).

Introdução: Pacientes críticos com imobilismo de longa permanência tendem a desenvolver comorbida-
des, como a pneumonia aspirativa, a qual tem posição negativa aos cuidados e objetivos de melhor funcionali-
dade, qualidade de vida e diminuição de recidiva internação hospitalar. Objetivo: Capacitar cuidadores por meio
de explanações verbais e cinestésicas às técnicas básicas, intervir com atuação fisioterapêutica semanal progra-
mada do SAD e com aplicação supervisionada dos familiares “in loco”, sanando possíveis dúvidas e lhes ofer-
tando material necessário. Metodologia: O estudo qualitativo baseou-se em relato verbal da mãe do paciente
E.S.A., 39 anos, com hipótese diagnóstica: CID 10 T 38.3 (intoxicação por insulina e drogas hipoglicemiantes).
Ela assinou o TCLE, e foram comparadas informações pregressas e atuais sobre a descompensação clínica do
paciente, seguida de remoção/internação na UPA com diagnóstico de pneumonia aspirativa. Resultados: Com
admissão ao programa em 15/07/2015, e avaliando 14 meses retroativos a essa data e outros 14 meses poste-
riores, houve redução da internação por descompensação clínica em 75%. Conclusão: Houve a capacitação dos
familiares dos pacientes com recidivas internações devido à aspiração de secreção em VAS, ensinando técnicas
básicas de avaliação de estado geral, oximetria, mecânica respiratória e ruídos adventícios, bem como práticas
de manobras de higiene brônquica e aspiração de secreções pulmonares de forma asséptica e conforme neces-
sidade, priorizando a otimização da aspiração orofaríngea aos sinais de apontamento acumulativo e evitando a
predisposição da aspiração e/ou do gotejamento de secreções infectadas.

Palavras-chave: Aspiração domiciliar; capacitação de cuidadores; pneumonia aspirativa; fisioterapia.


E-mail: renanrbo@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 61
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Resiliência familiar como instrumento de enfrentamento da paliatividade
Autores: Wieler PLC, Torres DPM, Faggion AS, Santos PP, Vieira SRA.
Instituição: Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (FEAES).

Introdução: A resiliência é definida como a capacidade do indivíduo de se adaptar e superar as adversi-


dades da vida; apoia o cuidador no enfrentamento da paliatividade e na manutenção de sua estabilidade mental
e física em prol da continuidade do cuidado; está relacionada a fatores culturais, sociais e estrutura familiar.
Descrição do caso: C.M.S., 88 anos, mora com uma filha, um genro e uma neta há 15 anos. Foi diagnosticada
com Alzheimer há sete anos e apresentou piora progressiva da funcionalidade. Há quatro meses, acometida
por um AVE extenso, encontrava-se totalmente dependente para as ABVDs (MIF 18). Após discussão do caso
com a equipe de assistência, os familiares optaram por cuidados paliativos e reorganizaram sua dinâmica para
dar suporte às novas necessidades de cuidado. Desde então, a paciente está em internamento domiciliar com
foco no conforto. Suas principais cuidadoras são a filha e a neta, que se revezam diariamente e vêm sendo ins-
trumentalizadas pela equipe do Programa Melhor em Casa. As cuidadoras apresentam grau alto de resiliência,
demonstram proatividade e excelência no cuidado e proporcionam todos os quesitos necessários para manuten-
ção da vida com dignidade. Compreendem a finitude da vida e optam por manter C.M.S. no domicílio, cercada
pelos familiares e amigos. Conclusão: A resiliência é uma característica decisiva na qualidade do cuidado e na
manutenção da saúde física e mental do paciente e de seus familiares, especialmente em situações de grande
estresse, como no caso de pacientes em paliatividade. Cabe à equipe do Programa Melhor em Casa continuar
o acompanhamento clínico da paciente e o apoio aos familiares, servindo como ferramenta de suporte e ma-
nutenção da resiliência familiar.

Palavras-chave: Saúde pública; serviços de assistência domiciliar; resiliência; cuidador; demência.


E-mail: paola.luma@gmail.com

Atuação do fisioterapeuta na assistência domiciliar no âmbito da saúde pública e


privada: relato de experiência
Autores: Aguiar CMS, Ferreira RC, Barreto RM, Montalverne RRA.
Instituição: Unimed Lar Sobral.

Introdução: Atenção domiciliar à saúde constitui a modalidade geral da atenção à saúde prestada no
domicílio, sendo uma categoria que engloba e representa o atendimento, a visita e as internações domicilia-
res. As iniciativas de atenção domiciliares vinculadas a hospitais quase sempre se orientam para a desospita-
lização, diminuição de custo, prevenção de riscos e humanização da assistência. Objetivo: Descrever atuação
do fisioterapeuta no Programa Melhor em Casa e no Programa Unimed Lar em Sobral/CE. Metodologia:
Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, do tipo relato de experiência, com base na vivência enquanto
fisioterapeuta dos referidos programas. O relato baseia-se nas vivências e experiências da pesquisadora e
refere-se ao período de 2015 a 2017 no município de Sobral. Discussão: O fisioterapeuta é um profissional
indispensável ao programa de atenção domiciliar. Geralmente, todos os pacientes adscritos no programa
necessitam da fisioterapia devido à condição em que vivem, acamados e traqueostomizados, gerando, assim,
uma demanda imensa. É possível perceber também muitas dificuldades, angústias, conflitos que enfrentamos
na nossa rotina, pois nos deparamos, muitas vezes, com situações constrangedoras, com dificuldade de re-
lacionamentos com os cuidadores que às vezes não atendem às nossas orientações, mesmo elas sendo, sem
dúvida, essenciais para a melhora do quadro clínico do usuário. Conclusão: Diante de tais situações, é muito
gratificante observar o quanto nosso trabalho é essencial para manutenção e qualidade de vida dos pacientes,
apesar de todas as limitações que ainda enfrentamos, como tempo, alta demanda, dificuldade de transporte
e situações conflitantes.

Palavras-chave: Domicílio; cuidador; perfil; humanização.


E-mail: claudianasolon@hotmail.com
62 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Estudo de caso: o benefício do atendimento fisioterapêutico na assistência domiciliar
em paciente com cuidado paliativo: doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)
Autores: Pimentel LTS, Britto FM, Menezes TF.
Instituição: Vidalar - Assistência Domiciliar em Saúde.

É uma desordem cerebral caracterizada por perda de memória, tremores, alterações na marcha, rigidez,
epilepsia e paralisia cerebral. Em 1996, pesquisadores reconheceram um novo tipo de DCJ e foi chamada de
nova variante da DCJ, e seu surgimento é atribuído à ingestão de carne de animais contaminados com a doença
da Vaca Louca. Tratamento: Não existe tratamento, e aproximadamente 90% das pessoas acometidas evoluem
para óbito em um ano. Para o controle das complicações, usam-se drogas antivirais e corticoides. Objetivo:
Destacar o benefício da assistência fisioterapêutica na assistência domiciliar em paciente com cuidado paliativo.
Paciente M.C.L.O., sexo feminino, 67 anos, deu início ao tratamento pelo home care em março de 2016. Na ad-
missão, fazia uso de O2 contínuo e, em três meses de assistência fisioterapêutica, conseguiu-se o desmame total
do oxigênio. Foi internada após o período citado, voltou ao domicílio traqueostomizada e com Trilogy. Com um
mês de reabilitação domiciliar, a VM foi retirada de modo definitivo. Atualmente, encontra-se pouco responsi-
va, estado vigil, com arreflexia, traqueostomizada, respiração espontânea ar ambiente, SPO2 96%, eupneica. Ao
exame físico, a ADM está diminuída globalmente, possui leve rigidez articular em MMSS e MMII e apresenta
ambas as mãos em leve padrão extensor. Técnicas fisioterapêuticas utilizadas: mobilização global, alongamento
global, dissociação de cintura, exercícios metabólicos, exercícios passivos de MMSS/MMII, posicionamento
funcional, manobras de higiene brônquica, manobra de reexpansão pulmonar e aspiração quando necessário.
Conclusão: O presente estudo demonstra que a internação domiciliar associada à assistência fisioterapêutica
pode aumentar a sobrevida do paciente e, assim, proporcionar uma melhor qualidade de vida a ele.

Palavras-chave: Doença de Creutzfeldt-Jakob; domicílio; assistência fisioterapêutica.


E-mail: laurapimentel@vidalar.med.br

Síndrome Cornélia de Lange: estudo de caso


Autores: Duarte FRMH, Santoro AIA.
Instituição: Homebaby - Home care pediátrico.

Introdução: Em 1933, a pediatra holandesa Cornélia de Lange descreveu o relato de duas pacientes com
uma síndrome caracterizada por dismorfias faciais, retardo de crescimento intrauterino e pós-natal, deficiência
mental e malformações de membros superiores, conferindo a denominação Síndrome de Cornélia de Lange
(SCL). D.M.G., 43 anos, sexo feminino, em internação domiciliar ao nascimento com APGAR baixo, sendo
realizado reanimação. Ao exame físico, apresentava características fenotípicas da síndrome. Aos 8 meses, ini-
ciou acompanhamento no IFF, no qual foi realizado o exame de cariótipo com resultado normal. A paciente
evoluiu com atraso no desenvolvimento neuromotor, mas deambulava e frequentava a escola. Aos 6 anos teve
o primeiro episódio convulsivo. Em 1981, aos 8 anos de idade, o diagnóstico de SCL foi confirmado. Aos 19
anos, apresentou hemiparesia com TC de crânio normal. Aos 26 anos, internou com quadro de pneumonia
extensa, evoluindo para traqueostomia e gastrostomia, quando iniciou com serviço de internação domiciliar.
Aos 32 anos, permaneceu em internação hospitalar por três meses com quadro de pneumonia e sepses. Foi
avaliada pela ortopedia, sendo diagnosticada osteoporose avançada. Atualmente, está acamada, em home care
com enfermagem 24 horas, com TQT e GTT, em ar ambiente e em uso de BIPAP noturno. Convém ressaltar
atividade comportamental satisfatória interagindo com o meio. Objetivo: Evolução clínica de uma paciente com
Síndrome de Cornélia de Lange em internação home care pediátrico. Metodologia: Experiência clínica com
uma paciente portadora de SCL em internação domiciliar no período de 2001 a 2017. Resultados: Comprova-
ção clínica das características da síndrome com seus níveis de mutação genética. Conclusão: Considerando os
aspectos da síndrome, faz-se necessário descrevê-la não somente para divulgar as condutas terapêuticas adota-
das e seus resultados, mas também para incentivar posturas crítico-reflexivas e inovadoras.

Palavras-chave: Síndrome Cornélia de Lange; home care; diagnóstico.


E-mail: flaviaholandaduarte@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 63
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Programa Viver e Viver Bem
Autores: Santos SNSA, Vieira GG, Carlos MEL, Macedo AM.
Instituição: Cafaz Saúde.

Introdução: O Programa Viver e Viver Bem tem por finalidade a triagem e o acompanhamento dos
idosos por meio de uma equipe interdisciplinar, a qual orienta os beneficiários sobre bem-estar, lazer e doen-
ças prevalentes. Tem como intuito possibilitar o envelhecimento ativo, reduzir idas em emergências, manejar
quadros agudos, identificar antecipadamente a demanda do usuário. Objetivo: Identificar e monitorar o perfil
dos beneficiários acima de 70 anos e designar uma linha de cuidado adequada. Metodologia: O estudo quan-
titativo baseou-se na utilização de 217 beneficiários para os indicadores: 1- utilização do serviço de urgência/
emergência; 2- risco de apneia (Questionário de Berlim); 3- escala de depressão geriátrica abreviada (EDG);
4- grau de dependência (Índice de Katz). Os dados coletados têm como referência os códigos de consulta
de emergência e aplicação dos questionários e escalas, nos meses de janeiro a junho de 2017. Resultados:
Redução de 53% no número de usuários que procuraram o serviço de urgência/emergência, redução de 59%
no número de idas a urgência/emergência, redução de 61% do custo na utilização dos serviços de urgência/
emergência, em comparação com o mesmo período de 2016; 14% apresentaram risco para apneia do sono,
22%, com perfil indicativo para depressão, e 1%, com depressão grave (diagnóstico). Em relação ao grau de
dependência, 92% são independentes, 5% têm dependência moderada, 3% são muito dependentes. Conclu-
são: Os resultados sugerem a importância do monitoramento do idoso com foco no estímulo à qualidade
de vida e ao autocuidado, reduzindo, assim, a utilização dos serviços de urgência/emergência. Ao identificar
o risco de apneia do sono, estimulam-se hábitos saudáveis e acompanhamento médico adequado. Houve
avaliação de equipe de Psicologia e Psiquiatria aos indicados com perfil depressivo e visita domiciliar para
beneficiários com dependência moderada.

Palavras-chave: Monitoramento; idoso; avaliação.


E-mail: alexsandramota@yahoo.com.br

O tempo de atendimento de curativo domiciliar em um pé diabético para sua total


evolução em uma paciente com fatores de risco
Autores: Dorneles MSV, Giacian DF.
Instituição: Vidalar - Assistência Domiciliar em Saúde.

Introdução: Pé diabético é a situação de infecção, ulceração e/ou a destruição de tecidos profundos


dos pés, associados com anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica nos mem-
bros inferiores (OMS). O tempo de realização de curativo em um paciente com diagnóstico de pé diabético
varia de acordo com a aderência do paciente ao tratamento e suas comorbidades. O estudo realizado foi
baseado em dados coletados no prontuário eletrônico da Vidalar, no período de 11 de janeiro a 31 de julho
de 2017. Paciente N.S., 47 anos, realizando curativo estéril diário, sendo limpa com soro fisiológico e gaze
estéril, secada e aplicada uma fina camada de alginato de cálcio e sódio, gel hidratante. A paciente apresentou
dificuldades em aderir às orientações feitas pelo enfermeiro, pois faz uso de tabaco e de bebidas alcoólicas
diariamente. Ainda não utilizava muletas para se locomover, fazendo a fricção da ferida e levando a sujidades.
No entanto, observou-se uma cicatrização bastante eficiente para a patologia apresentada. As dificuldades
nas aderências às orientações, teoricamente, retardam o tempo no processo na cicatrização da ferida. Apesar
de a cicatrização em pacientes com DM ser lenta, a paciente em questão mostrou que sua cicatrização está
boa, visto que sua glicose está descontrolada.

Palavras-chave: Pé diabético; curativo; enfermeiro.


E-mail: msvado@gmail.com
64 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Implantação do Programa Cuidar do núcleo de cuidados paliativos na atenção
domiciliar de uma cooperativa médico de trabalho
Autor: Souza JAF.
Instituição: Cooperativa de Trabalho Médico Unimed de São José Do Rio Preto.

Introdução: A OMS estabelece princípios que sugerem afirmar a vida e considerar a morte como um processo
natural, procedimentos que não acelerem nem adiem a morte, sistemas de suporte que possibilitem ao paciente viver
tão ativamente quanto possível e à família enfrentar a doença e o luto. Tudo isso por meio de uma abordagem multi-
profissional, tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença. Buscar
uma alternativa digna e resolutiva tem sido a preocupação que fez com que o Programa Cuidar se unisse nessa jorna-
da. Objetivo: Este estudo tem por finalidade apresentar o Programa Cuidar do núcleo de cuidados paliativos em uma
unidade de atenção domiciliar de uma cooperativa médica. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos
dados foram obtidos por meio de entrevistas. O presente estudo descreve as características de estrutura e o processo
de trabalho em cuidados paliativos de uma cooperativa médica. Resultados: Foi implantado em abril 2017 em uma
unidade de atenção domiciliar. Hoje, conta com uma equipe multiprofissional composta pela área médica, enfermei-
ra, nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga, terapeuta ocupacional, farmacêuticos e assistentes sociais. A captação para
inclusão do cliente é realizada por enfermeiras e/ou encaminhamentos do médico assistente. Possui como critério de
inclusão: ter indicação médica; ser paciente portador de afecções crônicas sem possibilidades terapêuticas curativas,
como neoplasias avançadas fora de possibilidade terapêutica, doenças neurológicas crônico-degenerativas, senilidade
extrema, doença cardíaca ou pulmonar grave sem indicação de terapia intensiva; residir na região de São José do Rio
Preto; possuir cuidador apto a dar continuidade aos cuidados; e comprometer-se em aderir totalmente ao tratamento
proposto. Conclusão: Este trabalho destacou os conceitos sobre a atuação da equipe nos cuidados paliativos domi-
ciliares. De acordo com a literatura consultada, os cuidados paliativos tendem a aproximar o enfermo de seus entes
queridos, proporcionando uma morte digna. O atendimento domiciliar, além de atender às necessidades do enfermo,
é capaz de assegurar um atendimento de qualidade ao paciente e esclarecimentos à sua família.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; cuidados paliativos; doenças crônicas.


E-mail: jsouza@unimedriopreto.com.br

Displasia tanatofórica: estudo de caso


Autores: Silva TF, Oliveira AC, Ferreira HM, Santos EAM, Prado IMM.
Instituição: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.

A displasia tanatofórica, ou nanismo tanatofórico, é considerada a forma de condrodisplasia letal mais fre-
quente. Características comuns são macrocefalia, dismorfias faciais, tórax estreito com costelas curtas, micromelia
com dobras de pele redundante nos membros, braquidactilia e hipotonia. I.J.M.M., sexo feminino, 10 meses de
idade. Ao nascimento, foram necessários reanimação cardiopulmonar e suporte ventilatório invasivo com parâme-
tros altos, encaminhada, logo em seguida, à UTI neonatal. Aos 2 meses de idade, foi transferida para enfermaria de
pediatria, onde foi realizada a traqueostomia. Permaneceu internada e, após várias considerações, aos 6 meses de
idade foi admitida no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD/UFU) em ventilação mecânica invasiva. O processo
de desospitalização ocorreu com a participação efetiva das equipes da enfermaria de pediatria, da equipe do SAD/
UFU e da família, visto a gravidade do caso. Houve dificuldades para adaptação ao ventilador mecânico domi-
ciliar devido ao baixo peso e ao tórax restritivo, mas os esforços da equipe superaram as dificuldades. A equipe
multiprofissional realizou intensas visitas domiciliares para que a mãe e a família ficassem seguros. No domicílio,
já foram realizadas duas trocas da cânula de traqueostomia e dois reposicionamentos de sonda nasoenteral sem
intercorrências. A criança permanece no domicílio em bom estado geral e bem adaptada à ventilação mecânica.
A desospitalização trouxe satisfação para a mãe ao retornar para o lar com sua filha, otimizou a ocupação do leito
hospitalar de alta complexidade, além de proporcionar conforto e qualidade de vida para a criança.

Palavras-chave: Displasia tanatofórica; desospitalização; ventilação mecânica invasiva.


E-mail: thaisferreiraenf@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 65
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Implantação de barreiras na dispensação de medicamentos em Serviço de Atenção
Domiciliar
Autores: Azevedo SC, Rodrigues LM, Teixeira APR, Castro CNE, Lopes SSS.
Instituição: Captamed Cuidados Continuados Ltda.

Introdução: As mudanças no perfil demográfico e epidemiológico da população levaram diversos países,


inclusive o Brasil, a considerar a Atenção Domiciliar como estratégia para a reorganização dos serviços de atenção
à saúde. Com essas novas alternativas de atenção à saúde, vem a necessidade de promover práticas seguras no uso
de medicamentos, pois os eventos adversos relacionados a medicamentos são atualmente muito frequentes e com
grande impacto assistencial, social e econômico. Caracterização do trabalho: Com foco na segurança do paciente, a
Captamed Cuidados Continuados Ltda. instituiu algumas barreiras a fim de impedir erros de separação e dispensa-
ção de medicamentos: dupla identificação do paciente, unitarização, armazenamento segregado para medicamen-
tos potencialmente perigosos, identificação dos medicamentos de controle especial e potencialmente perigosos e
desses itens nas prescrições médicas com etiquetas coloridas, dispensação por código de barras, entrega semanal
de medicamentos e termo de adesão com orientações para a família. Impacto da atividade: A implantação das
barreiras de segurança foi eficaz, pois houve envolvimento dos familiares/responsáveis quanto ao recebimento
e armazenamento correto dos medicamentos no domicílio. Uma barreira de impacto foi o armazenamento dos
medicamentos controlados e potencialmente perigosos devidamente identificados. O processo de dispensação
também se mostrou bastante eficaz, em que todo medicamento só é dispensado quando realizada a leitura do
código de barras, garantindo a dispensação correta quanto à rastreabilidade e o melhor controle do estoque da far-
mácia. Considerações finais: A definição e a implantação das barreiras foram fundamentais para evitar a ocorrência
de erros de dispensação e administração de medicamentos, possibilitando a padronização desses dois processos
críticos, garantindo rastreabilidade e, acima de tudo, segurança do paciente.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; barreiras; erros de dispensação.


E-mail: cristiane.castro@captamed.com.br

Hipodermóclise: uma alternativa para evitar hospitalização de pacientes idosos


desidratados
Autores: Palmieri NNB, Siqueira LS, Lopes SSS, Castro CNE, Barbosa SV.
Instituição: Captamed Cuidados Continuados Ltda.

Observa-se que grande parte dos pacientes atendidos por Serviços de Atenção Domiciliar apresenta redução
da ingesta oral, dificuldade de acesso venoso e emagrecimento, com consequente distrofia muscular, o que dificulta
algumas intervenções farmacológicas. Uma alternativa para esse perfil de paciente é a administração de medica-
mentos pela técnica de hipodermóclise. A hipodermóclise é uma terapia subcutânea que abrange não só reposição
hidroeletrolítica, mas também antimicrobianos, analgésicos, entre outros. Objetivos: Realizar uma apuração dos pa-
cientes de uma empresa de atendimento domiciliar que receberam soroterapia por hipodermóclise e/ou soroterapia
por hipodermóclise associada à medicação, de janeiro a abril de 2017. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo
e quantitativo das intervenções específicas por hipodermóclise realizadas no período. Resultados: Neste período, fo-
ram atendidos 2.935 pacientes, divididos nos serviços de cuidados paliativos, pediatria, assistência domiciliar, inter-
venção específica, internação domiciliar, tratamento de lesões de pele e gerenciamento de casos. Foram realizados
148 atendimentos relacionados à soroterapia por hipodermóclise e/ou soroterapia por hipodermóclise associada
à medicação, não sendo essa medicação necessariamente feita pela via subcutânea. Desse total, 32 atendimentos
ocorreram em janeiro, 44, em fevereiro, 44, em março, e 28, em abril. Em relação à modalidade de atendimento,
146 hipodermóclises foram realizadas em pacientes acompanhados pelo programa de gerenciamento de casos, 1,
em paciente do cuidados paliativos, e 1, em paciente do programa de intervenção específica. Notou-se uma taxa
de 95,2% de melhora clínica desses pacientes. Conclusão: Observa-se que a hidratação por hipodermóclise é uma
estratégia efetiva e segura, podendo ser utilizada sempre que houver impossibilidade da via oral e venosa.

Palavras-chave: Hipodermóclise; atenção domiciliar; cuidado paliativo.


E-mail: cristiane.castro@captamed.com.br
66 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A atuação de uma equipe multiprofissional no Programa Unimed Lar Sobral/CE:
relato de experiência
Autores: Aguiar CMS, Ferreira RC, Barreto RM, Mont’alverne RRA.
Instituição: Unimed Lar Sobral.

Introdução: Enfrentar a atenção domiciliar como nova dinâmica de trabalho tem como finalidade contri-
buir para o planejamento de estratégias que operem em serviços de saúde pública e privada, estabelecendo relação
acolhedora entre profissional de saúde e usuário, marcada por compromisso e responsabilização pela saúde deste.
A assistência domiciliar é um atendimento multiprofissional ao indivíduo e à família que acontece em cenários e
contextos peculiares, com diferentes desafios. Objetivo: Descrever atuação de uma equipe multiprofissional no
programa Unimed Lar em Sobral/CE. Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, do tipo relato
de experiência, baseado na vivência enquanto equipe multiprofissional do referido programa. O relato baseia-se nas
vivências e experiências da pesquisadora e refere-se ao período de 2016 a 2017. Discussão: O atendimento domici-
liar na rede privada é regido pela Resolução RDC nº 11, criada pela Anvisa em 2006, porém ainda não é um serviço
garantido por todas as operadoras privadas de saúde. A Unimed de Sobral implantou o serviço com o objetivo de
reduzir despesas e racionalizar leitos hospitalares, além de oferecer um serviço humanizado. O serviço foi iniciado
em 2000 de forma terceirizada, com uma equipe reduzida; apenas em 2011 o serviço foi ampliado e vem ganhando
bastante espaço. Hoje, é composto por uma equipe multiprofissional, com elaboração de cronogramas mensais e
planos de cuidados para cada paciente, porém com o consenso integral da equipe multiprofissional visando melho-
rar a qualidade de vida do paciente. Conclusão: A implementação da atenção domiciliar como estratégia inovadora
requer reflexão sobre concepções de saúde e de vida que sustentam a organização das práticas em domicílio.

Palavras-chave: Domicílio; cuidador; perfil; humanização.


E-mail: claudianasolon@hotmail.com

Benefícios da implantação do fluxo próprio de triagem nos atendimentos de


intercorrência da atenção domiciliar
Autores: Vieira K, Teixeira APR, Timo EMN, Castro CNE, Lopes SSS.
Instituição: Captamed Cuidados Continuados Ltda.

Introdução: O perfil dos pacientes atendidos pela Captamed Cuidados Continuados Ltda., na grande maio-
ria, são de idosos portadores de doenças crônico-degenerativas, atendidos nas modalidades de internação domici-
liar, assistência domiciliar, gerenciamentos de casos, intervenção específica e cuidados paliativos. Com o objetivo
de evitar hospitalizações desnecessárias, a Captamed oferece assistência 24 horas com unidade de atendimento
móvel e equipe médica e de enfermagem. Objetivo: Acompanhar a implantação do fluxo de classificação de risco
no plantão 24 horas, avaliando os benefícios nos atendimentos de intercorrências e relacionando-os com a taxa de
hospitalização. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório da análise das taxas de hospitalização
pré e pós-implantação do protocolo de classificação de risco do serviço de plantão 24 horas. Resultados: Obser-
vou-se que, de julho de 2016 a março de 2017, houve um aumento mensal de atendimentos de intercorrências.
Das taxas de intercorrência maiores, destacam-se os programas de internação domiciliar e pediatria. Os pacientes
do gerenciamentos de casos possuem a taxa semelhante à taxa global, uma vez que representam mais de 80% de
todos os pacientes atendidos. Após a implantação do fluxo de triagem em setembro de 2016, percebeu-se um
aumento considerável de visitas de plantão. Em dezembro de 2016, houve uma redução da taxa global de hospi-
talização dos pacientes, tendo alcançado a menor taxa em fevereiro de 2017, no valor de 4,7%. Conclusão: Após
a implementação do fluxo de classificação de risco da Captamed, observamos que aconteceram ganhos técnicos,
assistenciais e redução da taxa de hospitalização, que os profissionais de enfermagem demonstram segurança em
relação às condutas e que os fatores de subjetividade envolvidos foram excluídos com a adoção da ferramenta.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; intercorrências; plantão.


E-mail: cristiane.castro@captamed.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 67
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Avaliação nutricional de idosos portadores de lesão por pressão na atenção domiciliar
Autores: Oliveira KDL, Haack A, Fortes RC, Carvalho VV.
Instituição: Escola Superior de Ciências da Saúde.

Introdução: A idade avançada e as deficiências nutricionais são alguns fatores de risco para o desenvolvi-
mento de lesões por pressão (LPP). Objetivo: Avaliar o estado nutricional de idosos portadores de LPP assistidos
por um serviço de atendimento domiciliar. Metodologia: Estudo transversal analítico realizado por meio de visita
domiciliar com a equipe multidisciplinar dos NRAD Norte e Sul de Brasília entre os meses de agosto de 2015
a junho de 2016. Para avaliação antropométrica, foram aferidos o peso corporal, a estatura, a circunferência do
braço e da panturrilha e a altura do joelho. Foi utilizada a miniavaliação nutricional como ferramenta de avaliação
nutricional. Resultados: Amostra formada por 11 idosos, dos quais 54,5% (n = 6) eram mulheres, e 45,5% (n =
5), homens. A média de idade foi de 79,18 + 14,04 anos. Não houve diferença significativa em relação à idade e
à presença de LPP (p = 0,45). Após a avaliação do estado nutricional, foram classificados 54,5% (n = 6) idosos
desnutridos, 27,3% (n = 3) com risco de desnutrição e 18,2% (n = 2) com o estado nutricional normal. Não houve
associação entre a presença de LPP e a desnutrição (p = 0,190). O estudo teve como viés o pequeno tamanho da
amostra. Conclusão: Mais da metade dos idosos com LPP estava desnutrida. A avaliação nutricional realizada pre-
cocemente constitui uma ferramenta fundamental na identificação de idosos desnutridos ou em risco nutricional,
permitindo a instituição da terapia nutricional adequada. Nesse contexto, é importante o papel do nutricionista,
profissional capacitado para realizar intervenções que podem evitar a deterioração da saúde e futuras complica-
ções, assim como melhorar o estado nutricional e a qualidade de vida do idoso.

Palavras-chave: Idoso; lesão por pressão; estado nutricional.


E-mail: dravanessavc@gmail.com

Atuação da equipe multidisciplinar à vítima de traumatismo raquimedular: domicílio


como espaço de reabilitação
Autores: Okaji SS, Mota EBF, Minussi ER, Rossi JOB, Rodrigues MS.
Instituição: Programa Melhor em Casa da Prefeitura Municipal de Jacareí/SP.

Introdução: Inúmeros são os pacientes que necessitam de reabilitação biopsicossocial e que não são aten-
didos nos serviços ambulatoriais devido a múltiplos fatores, como barreira física domiciliar, restrição ao leito e,
como fator decisivo, presença de múltiplas lesões por pressão (LPP) adquiridas durante internação hospitalar.
Objetivo: Relatar o caso de um jovem, A.V.S.J., 26 anos, com paraplegia e repercussão em membros superiores,
ocasionado por traumatismo raquimedular, com severas limitações em sua independência funcional, atendido
pelo Programa Melhor em Casa de Jacareí/SP, e ponderar a importância do atendimento multiprofissional na
assistência domiciliar. Metodologia: Análise do prontuário do paciente desde sua admissão em 08/05/2017 no
referido programa até a presente data, totalizando 152 atendimentos em 142 dias. Resultados: O paciente, que
sofreu um grande impacto físico, emocional e social após o acidente, conseguiu, com as intervenções terapêu-
ticas, conscientizar-se de sua responsabilidade no enfrentamento da vivência, desenvolvendo uma postura mais
ativa diante do tratamento. Ao aderir às orientações dadas, a evolução foi significativa na resolução da dor, me-
lhora da motricidade, cicatrização das LPP, melhora do apetite e ganho de peso. Ele conseguiu reestruturar sua
autoimagem e autoestima, sendo capaz de visualizar novas possibilidades e estabelecer novos projetos pessoais,
considerando suas limitações, mas, sobretudo, seus potenciais residuais. Conclusão: O cuidado multidisciplinar
objetivando o ganho de autonomia do paciente torna o domicílio um espaço de reabilitação para aqueles que
não apresentam critérios de admissão nos serviços de reabilitação ambulatorial. É nesse ambiente, ao envolver
a família nos cuidados, que os laços familiares, que, ocasionalmente, são perdidos na rotina, estreitam-se, ele-
vando a qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; equipe multiprofissional, trauma raquimedular.


E-mail: ssok_2012@hotmail.com
68 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O perfil epidemiológico dos pacientes em internação domiciliar na Região de Saúde
Centro-Norte do Distrito Federal
Autor: Carvalho VV.
Instituição: Gerência de Serviços de Atenção Domiciliar da Região Centro-Norte do Distrito Federal.

Introdução: A Gerência de Serviços de Atenção Domiciliar da Região Centro-Norte do Distrito Federal


(GSAD) possui uma EMAD e uma EMAP credenciadas, composta por 19 pessoas efetivas no serviço, além
de residentes de algumas especialidades. Presta assistência domiciliar a pacientes, cuja maioria é de idosos e em
cuidados paliativos, com doenças crônicas e acamados, possibilitando uma assistência à saúde mais humanizada
e com menos riscos de agravos. Objetivo: Conhecer o perfil de pacientes em internação domiciliar que estejam
em acompanhamento no Programa de Internação Domiciliar (PID) dessa região. Metodologia: Busca de dados
nos prontuários físicos dos pacientes ativos no PID dessa região, utilizando-se de uma tabela estruturada. Resul-
tados: Verificou-se um total de 94 pacientes, dos quais 34% eram do sexo masculino, e 66%, do sexo feminino;
3% tinham de 0-19 anos de idade, 3%, de 20-39 anos, 11%, de 40-59 anos, 42%, de 60-79 anos, e 41%, com
80 anos ou mais; em relação às patologias 51,06% eram do sistema nervoso, 2,12%, na categoria endócrinas,
nutricionais e metabólicas, 4,25%, neoplasias e tumores, 1,06%, anomalias cromossômicas, 9,57%, osteomus-
cular e tecido conjuntivo, 27,65%, aparelho respiratório, e 4,25%, aparelho circulatório. Entre os portadores de
patologias relacionadas ao sistema nervoso, 72,91% eram do sexo feminino. Conclusão: Os resultados encon-
trados correspondem aos esperados em relação à prevalência de doenças crônicas, tendo as demências, que são
patologias do sistema nervoso, como as mais prevalentes. As doenças do sistema respiratório estão em segundo
lugar nas mais prevalentes. Conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes da região ajuda no planejamento de
ações para prevenção de agravamentos, bem como na construção de políticas de saúde pública na região.

Palavras-chave: Epidemiologia; internação; domiciliar.


E-mail: dravanessavc@gmail.com

Assistência ao paciente oncológico em domicílio: percepções dos profissionais da


Estratégia Saúde da Família
Autores: Benedetti GMS, Cubas CA, Warmling Z, Teston EF, Costa MAR.
Instituição: Universidade Estadual do Paraná, campus Paranavaí.

Introdução: Os pacientes oncológicos apresentam variadas e complexas necessidades de cuidado. São exi-
gências que surgem durante toda a trajetória da doença, inclusive quando, após longas jornadas de tratamento,
retornam aos seus domicílios. Envolvidos no cuidado em âmbito comunitário e domiciliar, estão os profissionais
da Estratégia Saúde da Família (ESF), aos quais cabe assistir o doente e família em suas demandas de saúde e
doença. Objetivo: Compreender como os profissionais da ESF percebem o cuidado domiciliar que oferecem ao
paciente oncológico. Metodologia: Pesquisa qualitativa, realizada com os profissionais da ESF de um município
do noroeste do Estado do Paraná. Das 24 equipes existentes, foram incluídas as três que possuíam o maior nú-
mero de pacientes oncológicos cadastrados, totalizando 24 participantes que atenderam aos critérios de inclusão.
A coleta dos dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, no período de julho a agosto de 2017. Os
discursos foram gravados, transcritos integralmente e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo de
Bardin. Resultados: Identificou-se que alguns profissionais se limitavam ao modelo biomédico de cuidado; con-
tudo, havia aqueles que lançavam mão de um olhar humanizado, ocupando-se também do sofrimento mental e
das interações familiares durante esse processo de adoecimento. Ademais, experienciavam variados sentimentos,
desde satisfação em poder ajudar de alguma forma até a sensação de impotência que resultava, por vezes, da falta
de preparo para cuidar no contexto do câncer. Conclusão: Urge a necessidade de capacitação desses profissionais
a fim de que desenvolvam habilidades técnicas e emocionais para lidarem com esse público em domicílio, quali-
ficando o cuidado e tornando-o satisfatório para quem cuida e para quem é cuidado.

Palavras-chave: Neoplasias; cuidados domiciliares de saúde; profissional de saúde; Estratégia Saúde da Família.
E-mail: enfermeiragabi@hotmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 69
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O cuidado domiciliar do paciente em fase terminal: percepções dos enfermeiros da
Estratégia Saúde da Família
Autores: Benedetti GMS, Watanabe NC, Costa MAR, Wakiuchi J.
Instituição: Universidade Estadual do Paraná, campus Paranavaí/Universidade Estadual de Maringá.

Introdução: Ter uma doença grave e progressiva pode levar o indivíduo a vislumbrar a própria morte. Esse
cenário pode se dar tanto no ambiente hospitalar quanto domiciliar, quando uma demanda de cuidados variados
e complexos precisa ser realizado por profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF). Para o enfermeiro,
lidar com a morte acarreta significativo desgaste emocional, o que produz sentimentos difíceis de administrar,
especialmente quando, em sua formação, não foi preparado para pensar esse contexto de maneira crítico-refle-
xiva e se vê muito próximo do cotidiano do doente, como ocorre no âmbito domiciliar. Objetivo: Compreender
como o enfermeiro da APS percebe o cuidado ofertado no domicílio ao paciente em fase terminal. Metodologia:
Pesquisa qualitativa, realizada com enfermeiros da ESF de um município do noroeste do Estado do Paraná que
possui 24 equipes. Dos 24 enfermeiros, 17 atenderam aos critérios de inclusão e aceitaram participar do estudo.
A coleta dos dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, no período de julho a agosto de 2017. Os
discursos foram gravados, transcritos integralmente e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo de
Bardin. Resultados: Identificou-se que os enfermeiros da ESF compartilham de momentos de desespero e so-
frimento dos doentes, mas são percebidas situações em que eles se sentem motivados a continuar lutando, bem
como períodos de aceitação, nos quais a morte representa o fim da dor. Conclusão: É fundamental que o enfer-
meiro da ESF, ao vivenciar o processo de morte, priorize a promoção da qualidade de vida

Palavras-chave: Doente terminal; cuidados domiciliares de saúde; enfermeiro; atenção primária à saúde.
E-mail: enfermeiragabi@hotmail.com

A importância do atendimento domiciliar multiprofissional em pacientes de zona


rural: cuidando do paciente e de quem cuida
Autores: Ricci CCS, Alonso ACR.
Instituição: Serviço de Atenção Domiciliar de São José do Rio Preto.

Introdução: A atenção domiciliar é indicada para pessoas com estabilidade clínica que necessitam de aten-
ção à saúde em situação de restrição ao leito de maneira temporária, definitiva ou em grau de vulnerabilidade,
visando à reabilitação e à prevenção de agravos. O cuidador também pode contar com o suporte das equipes de
saúde, as quais, por sua vez, devem atender às suas demandas de saúde. O pé diabético é uma doença multifa-
torial que necessita de adesão ao tratamento para assumir a responsabilidade de seu cuidado. Relato: Realizado
atendimento em zona rural do paciente J.F.S., pós-internação prolongada, evoluiu com múltiplas lesões por
pressão e imobilismo. Identificado no domicílio que cuidadora G.F.S.Q. apresentava lesão em pé diabético com
tratamento irregular devido à dificuldade de acesso à unidade de saúde; então, iniciou-se atendimento com equi-
pe multiprofissional para orientações nutricionais, assim como controle de glicemia, introdução e orientação
do uso de insulina, anti-hipertensivos e tratamento de anemia. Ambos receberam acompanhamento semanal.
Na lesão da cuidadora, foram usados papaína gel 10% e 3% e hidrogel com PHMB com malha de acetato de
celulose impregnada com petrolato, apresentando epitelização em quatro meses. Nas lesões do paciente, foram
usados papaína gel 10% e 3%, hidrogel com alginato e ácidos graxos essenciais, apresentando reabilitação em
oito meses, com independência para as atividades de vida diária, e recebendo alta do serviço domiciliar. Con-
clusão: É necessária uma visão ampla do serviço de atenção domiciliar, com abrangência do ambiente familiar
e cuidado também ao cuidador, o que leva à maior resolutividade, principalmente em locais de difícil acesso ao
serviço de saúde.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; cuidador; pé diabético.


E-mail: carinacsilvaricci@gmail.com
70 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Evolução da categoria severa à moderada em uma paciente com hipertensão
pulmonar dependente de oxigenioterapia domiciliar após proposta e intervenção
fisioterapêutica de reabilitação no Programa Melhor em Casa de Praia Grande
Autor: Oliveira RRB.
Instituição: Prefeitura Municipal da Estância Balneária de Praia Grande.

Introdução: No SAD, encontramos diversas patologias debilitantes aos usuários do SUS. Das crônicas de-
generativas com acometimento global, a hipertensão pulmonar é uma enfermidade que limita a funcionalidade
e a qualidade de vida do indivíduo no âmbito cardiorrespiratório. J.C.M., 77 anos, com hipertensão pulmonar
e DPOC. Objetivo: Propor tratamento fisioterapêutico e planilhas de exercícios cardiorrespiratórios semanais
doutrinados pelo fisioterapeuta e supervisionados pela cuidadora responsável e exposto à equipe quando solici-
tado, ajustado e regido pela equipe. Resultados: A paciente teve em exame de espirometria e ocorreu a mudança
de estágio “grave/acentuado” para “moderado” no quesito “obstrução ventilatória”. Conclusão: O resultado
apresentado sugere que a intervenção da proposta fisioterapêutica de exercícios respiratórios em conjunto às
orientações da equipe multidisciplinar gerou uma melhora significativa na qualidade de vida e funcionalidade
da paciente.

Palavras-chave: Hipertensão pulmonar; paciente crítico; reabilitação cardiorrespiratória; fisioterapia.


E-mail: renanrbo@gmail.com

Programa acompanhante de idosos: perfil dos idosos e de atendimentos -


SMS/PMSP/2017
Autores: Marcucci RMB, Paschoal SMP, Lima LJC, Orlando APL, Manesco S, Rayel AF, Pardal CC, Dib
KM, Moreira EA, Silva EDC, Rollim MG.
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

O Programa Acompanhante de Idosos (PAI) foi implantado pela Secretaria Municipal de Saúde de
São Paulo em 2008, uma iniciativa pioneira de atendimento domiciliar às pessoas idosas com grau elevado
de fragilidade, vulnerabilidade e negligenciados. Atualmente, são 39 equipes, com assistente social, médico,
enfermeiro, auxiliares de enfermagem e acompanhantes, atendendo às necessidades de cuidados de idosos
encaminhados pela Unidade Básica de Saúde, após realização de avaliação multidimensional (AMPI-AB).
Cada idoso é submetido à avaliação da complexidade situacional, gerando um plano de cuidados individual
que determina frequência e tipo de atendimento. Objetivo: Relatar o perfil dos idosos e do atendimento do
PAI. Metodologia: Coleta dos dados por meio do monitoramento mensal. Resultados: O plano de cuidado
consta de atendimentos em domicílio (atividades de vida diária – ABVD, AIVD e AAVD, companhia, higie-
ne, física e de lazer, espiritualidade e saúde) e atendimentos externos (AVD, física e de lazer, espiritualidade,
saúde e organização social/documental). Dados de atendimento (agosto/2017): 4.578 idosos, dos quais 25%
eram homens, e 75%, mulheres; 17% possuíam de 60-69 anos, 31%, de 70-79 anos, 36%, de 80-89 anos, e
16%, 90 anos ou mais. Complexidade situacional: 41% de baixa complexidade, 51% média e 8% alta. Plano
de cuidados: 4% planos complexos, 39% intermediários e 57% simples. Realizados 45.188 atendimentos:
80% de atendimentos domiciliares e 20% externos, além de 114.816 procedimentos (maioria por acompa-
nhantes). Conclusão: O PAI promove assistência integral por meio do atendimento domiciliar com planos de
cuidados individuais, quebrando o isolamento ou a exclusão social, evitando ou adiando a institucionalização
e melhorando a qualidade de vida dos idosos.

Palavras-chave: Idoso; acompanhante; domicílio; avaliação multidimensional.


E-mail: marcuccirosa@ig.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 71
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Escuta ativa: identificando fragilidades sociais, uma vivência que antecede a
volta ao domicílio
Autores: Sousa AM, Lima LDQ, Tavares SMC, Queiroz TV, Braz MBM, Sales MFP.
Instituição: Hospital São José de Doenças Infecciosas.

O tema apresentado segue as orientações e diretrizes da Política Nacional de Humanização/Portaria GM/


MS nº 569, de 1º de junho de 2000, conforme Portaria nº 399, de 27 de fevereiro de 2006, que objetiva colaborar na
qualificação para além do processo saúde-doença, em que a humanização, o acolhimento e a escuta ativa norteiam
o trabalho quando o olhar do profissional é sensibilizado para a identificação dos determinantes culturais, sociais e
econômicos dos pacientes no campo de trabalho do Hospital São José de Doenças Infecciosas e, posteriormente,
encaminhados ao SAD. Justificativa: Dor, sofrimento e morte são sentimentos que, de imediato, remetem à interna-
ção hospitalar. A intervenção profissional pretende minimizar esses efeitos com um olhar atento e escuta qualificada
às pessoas em atendimento hospitalar pela equipe multiprofissional, buscando identificar os efeitos e apreender os
determinantes da questão social expressa para além do processo saúde-doença. Na internação, o paciente tem seu
cotidiano suspenso e, em parceria com o profissional, identifica novos caminhos para o enfrentamento das questões
geradoras de conflitos, podendo, assim, evitar ansiedades e equívocos na condução do tratamento, além de melhorar
sua qualidade de vida. Metodologia: Utilizar as tecnologias leves de abordagem individualizada, nas quais a escuta
qualificada pretende ser fator de intermediação das demandas. Realizar rodas de conversa com a equipe multipro-
fissional de atendimento domiciliar para identificar novas condutas que darão seguimento à linha de cuidado no
domicílio. Conclusão: Qualificar o processo interventivo significa que o paciente em processo de transferência ao
domicílio, por meio do olhar atento para as subjetividades, terá assegurado à família/ao cuidador o diferencial, o
entendimento do ser como único, complexo e sujeito de direitos. Dessa forma, o usuário/cuidador sairá fortalecido,
ouvido, acolhido, seguro e compreendido o que o ajudará na adesão e na apropriação do tratamento.

Palavras-chave: Vivência; domicílio; humanização; família.


E-mail: manoel_hsj@yahoo.com.br

O cuidar da pessoa em situação de vulnerabilidade social e com lesão grave na pele:


uma assistência multiprofissional integrada
Autores: Sousa AM, Prado SLP, Honorato SMA, Rodrigues SRS, Bráz MBM, Tavares SMC.
Instituição: Hospital São José em Doenças Infecciosas.

Este estudo teve como objetivo descrever a assistência interdisciplinar prestada ao paciente com leishma-
niose tegumentar e infecção secundária associada, em condição de vulnerabilidade social, desde a internação até o
acolhimento institucional. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, exploratória, descritiva do tipo relato de expe-
riência, realizada no Hospital São José, que é referência em doenças infecciosas no Estado do Ceará, no período
de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017, por ocasião do internamento hospitalar, dando continuidade ao aten-
dimento domiciliar (SAD) até a conclusão do processo de cicatrização, concluído em julho de 2017. Teve como
sujeito um indivíduo do sexo masculino, 44 anos, divorciado, natural de Itaitinga, residente em Fortaleza, morador
de rua no bairro Conjunto Ceará, ex-estilista e ex-usuário de drogas. Para a coleta de dados, foi utilizado o levan-
tamento dos seguintes instrumentais: prontuário do internamento hospitalar do Serviço de Assistência Domiciliar
(SAD) e do Censo da Estomaterapia. Os dados foram analisados a partir da observação das fotos e do processo
interpessoal profissional e cliente, bem como dos registros utilizados em todo o desenvolvimento do processo do
cuidado. Os resultados obtidos permitiram perceber que a assistência multiprofissional integrada à pessoa com
grande vulnerabilidade e com lesão grave na pele contribui satisfatoriamente para o processo de recuperação. Du-
rante o processo interventivo, percebeu-se uma mudança qualitativa no processo de socialização, bem como no
que se refere à subjetividade do indivíduo, sendo perceptível o resgate da autoestima, da dignidade, da cidadania,
da qualidade de vida e da oportunidade de se reconhecer como sujeito de direitos.

Palavras-chave: Multiprofissional; integração; assistência; lesão de pele.


E-mail: manoel_hsj@yahoo.com.br
72 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Segurança do paciente e cuidadores: construindo parcerias no ambiente domiciliar
Autores: Sousa AM, Tavares SMC, Lima LDQ, Queiroz TV, Bráz MBM, Sales MFP.
Instituição: Hospital São José de Doenças Infecciosas.

As questões relacionadas à segurança do paciente têm contribuído para o fortalecimento dos pilares do
cuidado, tanto do ambiente hospitalar quanto do domiciliar em pacientes acompanhados pelo Hospital São José
(HSJ). Os processos de trabalho têm buscado novos caminhos visando à qualificação do cuidado. A comunica-
ção em equipe tem sido essencial para transformar a prática assistencial, ao prevenir e evitar eventos adversos
(erro no cuidado) e lesões originadas ainda durante no internamento. Propomos instrumentalizar os cuidadores
domiciliares, sensibilizando e evidenciando medidas preventivas de segurança do paciente, além de propagar a
cultura do cuidado, tornando-os coparticipantes e responsáveis para uma prática do cuidado seguro. Objetivo:
Buscar parcerias para a prática segura, construindo com famílias/cuidadores o caminho para prevenção dos
eventos adversos. Metodologia: A proposta de trabalho utiliza dois momentos diferenciados e complementares:
1º momento: trabalhar os profissionais da equipe visitadora por meio da educação permanente, seguindo as
orientações de segurança do paciente e os protocolos preconizados pelo MS, além de realizar rodas de conversa
com a equipe quinzenalmente; 2º momento: capacitar os cuidadores domiciliares do SAD-HSJ, utilizando a
mesma linha de cuidado, contribuindo para a qualidade do cuidado com as famílias. A meta é, a médio e lon-
go prazo, instrumentalizar o cuidador/família, reforçando protocolos importantes, como: higiene das mãos,
identificação do paciente, administração das medicações, prevenção de quedas e úlceras de pressão. Conclusão:
Pretende-se incentivar e divulgar práticas seguras do cuidado, sensibilizar os cuidadores/família e qualificá-los
na atenção à saúde. Compartilhar responsabilidades, por meio das ações cotidianas, evitará eventos adversos e
construirá parcerias para o processo de cura/cuidado do paciente.

Palavras-chave: Segurança; parcerias; cuidadores; cuidado seguro.


E-mail: manoel_hsj@yahoo.com.br

Atenção domiciliar: os desafios do cuidado ampliado a partir de uma experiência na


formação
Autores: Leite NKF, Lacerda DAL, Matias FL, Silva NF.
Instituição: Universidade Federal da Paraíba.

Introdução: O atendimento fisioterapêutico domiciliar aproxima-se do campo da promoção da saúde e


da nova lógica de organização dos modelos assistenciais, com a gradual substituição da ênfase curativa/reabili-
tadora para uma lógica promocional/preventiva. Objetivo: O trabalho relata a experiência na atenção domiciliar
desenvolvida na formação a partir do Estágio em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Paraíba, em João
Pessoa, no bairro da Ilha do Bispo, considerando o olhar do estudante e os desafios dessa vivência. Relato
assistencial: A oportunidade de conhecer o cenário da saúde coletiva, diferente de todos os outros campos de
atuação por onde já passamos (ambientes de alta e média complexidade), proporcionou uma construção de
práticas e de saberes enriquecedora. Adentrar o espaço familiar favorece uma aproximação com a realidade do
usuário, que é complexa e dinâmica, possibilitando a identificação das necessidades e potencialidades deste,
por meio da compreensão do modo de vida, da percepção do ambiente ao redor e das relações familiares, para
então conseguir promover uma atenção integral, mediante ações que buscam a prevenção de agravos, a manu-
tenção e a recuperação do sujeito em todas as suas dimensões (biopsicossocial, política e cultural). Porém, o
cuidado domiciliar exige a necessidade de adequar os processos terapêuticos à dinâmica do ambiente, de forma
criativa e adaptada à dimensão do território comunitário. Conclusão: A atenção fisioterapêutica domiciliar é
de extrema importância para o usuário e o estudante na experiência da sua formação, pois permite ampliar o
cuidado integral pleno e humanizado.

Palavras-chave: Fisioterapia; domicílio; humanização da assistência.


E-mail: nolunar@hotmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 73
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A importância da equipe multidisciplinar diante do paciente pediátrico de alta
complexidade em home care
Autor: Abreu LC.
Instituição: Axx Care Soluções em Saúde Domiciliar.

Este estudo de caso evidencia o desafio da permanência em home care de paciente pediátrico de alta com-
plexidade, sexo masculino, portador da forma mais severa de amiotrofia espinhal, com insuficiência respiratória
crônica e em ventilação mecânica domiciliar e dieta por gastrostomia tipo botton. A síndrome de Werdnig-Hof-
fman é uma doença genética autossômica recessiva que afeta o corno anterior do corpo dos neurônios motores
da medula espinal e dos núcleos motores de alguns nervos cranianos, a forma mais severa da amiotrofia espinal.
Grande parte dos portadores dessa patologia não completa um ano de idade sem suporte. O fenômeno mais co-
mum são tremores e a posição plantar. Durante o desenvolvimento, o paciente não apresenta a habilidade de sen-
tar sem apoio e não possui controle da coluna cervical; além disso, a tosse e o choro são fracos, podendo perder a
habilidade de deglutição e desenvolvendo problemas digestórios. A proposta da continuidade do atendimento do-
miciliar se faz necessária devido à complexidade apresentada pelo paciente, por isso a atuação da equipe multidisci-
plinar é indispensável para a permanência, a qualidade de vida do paciente e da família no domicílio, atendendo às
necessidades dele como um todo para que não ocorra uma hospitalização desnecessária. Conclusão: A relevância
do estudo exposto se dá em razão da importância da equipe multidisciplinar diante do paciente pediátrico de alta
complexidade em home care. O tratamento em domicílio pode ser realizado de forma segura com o apoio de toda
equipe, com acolhimento da família, para que sua permanência em domicílio seja eficaz.

Palavras-chave: Síndrome de Werdnig-Hoffman; equipe multidisciplinar; internação domiciliar.


E-mail: luilacastroenf@hotmail.com

Atenção domiciliar: o significado do acolhimento e da assistência fisioterapêutica


ampliada em uma experiência da formação
Autores: Matias FL, Leite NKF, Silva NF, Lacerda DAL.
Instituição: Universidade Federal da Paraíba.

A graduação em Fisioterapia na Universidade Federal da Paraíba incrementa sua formação com o estágio
em Saúde Coletiva na Atenção Básica de Saúde. Este se desenvolve, principalmente, por meio de intervenções
domiciliares, as quais desafiam os estudantes a enfrentar uma nova realidade. O presente trabalho apresenta
um relato de experiência durante a assistência a uma usuária acometida por uma doença reumática. A síntese
do seu quadro clínico destacava, sobretudo, dores nas articulações dos membros superiores (mãos) e inferiores
(tornozelos e pés), com déficit funcional na deambulação, limitando suas atividades da vida diária e suas rela-
ções sociais (“sair de casa”). Apresentava ainda sinais de um quadro depressivo, com baixa autoestima e “crises
de choro”. Segundo ela, após buscar diversos tratamentos, as respostas obtidas frequentemente eram que “a
situação era aquela mesmo e que não se tinha muito a fazer” (sic.). Evidenciou-se a subjetividade do contexto
do processo saúde-doença e toda sua dimensão. Durante a experiência, o acolhimento e a escuta apresentaram-
-se como estratégias significativas na assistência fisioterapêutica, exigindo dos cuidadores habilidades técnicas,
comunicativas e relacionais, visando compreender o sujeito em toda sua extensão humana, em que se emergem
valores, como amor, respeito, solidariedade, carinho. Nesse sentido, a qualidade funcional e de vida da pessoa
adoecida vai além do seu estado mórbido biológico, no qual cada processo terapêutico tem significados distin-
tos para o cuidador e o cuidando. Diante disso, podemos elucidar a importância da visão ampliada do cuidado
fisioterapêutico e destacamos a (res)significação da formação orientada pelo cuidado integral em saúde para
todos os envolvidos.

Palavras-chave: Fisioterapia; humanização da assistência; acolhimento.


E-mail: francilenelira13@gmail.com
74 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Mais Saúde na Comunidade: a educação popular em saúde na atenção domiciliar
numa experiência de extensão universitária
Autores: Silva NF, Leite NKF, Matias FL, Lacerda DAL.
Instituição: Universidade Federal da Paraíba.

O Programa Mais Saúde na Comunidade é uma experiência interdisciplinar, interinstitucional e intersetorial


de extensão universitária da Universidade Federal da Paraíba. Atua com estudantes e professores de diversos cursos
da área da saúde e áreas correlatas (Fisioterapia, Medicina, Enfermagem, Psicologia, Serviço Social, Comunicação,
Sociologia etc.). Essa ação ocorre no território da Atenção Básica de Saúde na periferia de João Pessoa/PB, nas comu-
nidades Grotão e Santa Clara. Este trabalho apresenta um relato assistencial que tem como fio condutor a Educação
Popular em Saúde (EPS). Dialogicidade, problematização, amorosidade, troca de saberes, construção compartilhada
de processos de cuidado, participação popular, gestão participativa e emancipatória dos sujeitos são alguns dos prin-
cípios da EPS que orientam essas práticas, com foco no cuidado integral em saúde. Uma das ações de destaque dessa
experiência é a atenção domiciliar interdisciplinar por meio das tutorias domiciliares. Estas são visitas de intervenção
realizadas por duplas ou trios de estudantes sob a supervisão de um professor, nas quais famílias adscritas e referen-
ciadas pela unidade de saúde do território são acolhidas e acompanhadas pelo grupo. Após uma roda de conversa
com a família, são identificadas necessidades de saúde a partir das raízes sociais, econômicas, políticas, culturais e his-
tórico-críticas do ambiente e seu entorno. Ao final do encontro, uma anamnese ampliada orienta as ações necessárias
para a superação das situações diagnosticadas, que serão sistematicamente acompanhadas pelo grupo em visitas se-
manais na busca da resolutividade dos problemas emergidos no espaço domiciliar. Essas práticas têm ressignificado,
de forma crítica, a formação de futuros cuidadores da saúde humana e socioambiental.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; educação popular em saúde; extensão universitária.


E-mail: natasha_felipe@hotmail.com

Assistência domiciliar, desospitalização como principal fator de redução do custo


assistencial
Autores: Almeida GFF, Jacinto W.
Instituição: Unimed Franca.

O Serviço de Atenção Domiciliar da Unimed Franca conta com equipe multidisciplinar, a qual faz visitas
regulares, e com equipe de desospitalização. A médica gestora visita pacientes com mais de 5 dias de internação
com objetivo de desospitalizar pacientes, seja para continuidade no tratamento em domicílio, seja para continui-
dade da antibioticoterapia em domicílio. A enfermeira participa da reunião da enfermaria para captação de pa-
cientes que possam ser desospitalizados, reduzindo, assim, custos da operadora, impactando no custo assistencial.
No ano de 2016, tivemos um aumento importante no número de antibioticoterapia em casa, visitas domiciliares,
desospitalização, resultado esse que se manteve nos 6 meses de 2017. Resultados: Em 2016, o Serviço de Atendi-
mento Domiciliar da Unimed Franca economizou 8.720 diárias hospitalares (32,5% a mais que no ano anterior).
Evitaram-se R$ 9.546.646,52 de gastos hospitalares (isto é, 69,7% a mais que em 2015), além de arrecadar R$
173.059,15 (aumento de 290,2% em relação ao ano anterior) de receitas de intercâmbios e particulares. Para a ope-
racionalização do serviço, o custo foi R$ 1.276.736,35, ou seja, apesar de 31% superior a 2015, o crescimento foi
paralelamente menor se comparado ao retorno dos gastos evitados. Em suma, considerando todos esses valores,
no ano de 2016 o resultado do Serviço de Atendimento Domiciliar da Unimed Franca gerou uma economia pro-
porcional de R$ 8.442,969,32, isto é, 79,9% maior que no ano de 2015. Assim, para cada R$ 1,00 gasto, voltaram
R$ 7,47 em economia. Conclusão: Com o trabalho de assistência domiciliar e desospitalização, foram reduzidas a
média de permanência do paciente em clínica médica e a taxa de reinternação e de sinistralidade. Conclui-se que a
assistência domiciliar e a desospitalização são importantes redutores de sinistralidade e que são serviços que valem
o investimento, principalmente para as operadoras manterem-se sustentáveis.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; desospitalização; redução de custos.


E-mail: gisferreira@uol.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 75
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Encontro de cuidadores em um serviço de assistência domiciliar: impactos nos
cuidados sob a ótica familiar
Autores: Almeida PLM, Almeida GFF, Jacinto W.
Instituição: Unimed Franca.

Introdução: O Encontro de Cuidadores foi criado em novembro de 2016 com intuito de reforçar as
orientações às famílias de pacientes da assistência domiciliar e uma efetiva comunicação entre família e equi-
pe, além de estreitar as relações familiares cotidianas no processo do cuidado. Objetivo: Identificar a relação
familiar entre cuidador e paciente, mensurar o nível de satisfação relacionado à compreensão das orientações
transmitidas pela equipe durante o evento e analisar a aplicabilidade dessas informações na rotina diária dos
cuidados realizados pelo cuidador. Método: Levantamento realizado por meio do Formulário de Avaliação, no
qual 85 usuários participaram nos meses de novembro de 2016 e janeiro de 2017. Resultados: Em relação à
identificação familiar do paciente: 43,5% são filhas e 12,9% são filhos, mantendo o mesmo percentual para rela-
ção de outro parentesco. Cuidadores formais totalizaram 11,8%. Os demais participantes foram representados
por irmãs, com 7,05%; cônjuge/companheiro, com 5,09%; cônjuge/companheira, com 3,5%; e representante
legal, com 1,2%. Quanto ao nível de satisfação, observou-se que 83,5% consideraram como ótima a clareza
na comunicação e 16,5% avaliaram como boa. A respeito do atendimento às expectativas: 76,5% dos usuários
consideraram como ótima e 21,2% avaliaram como boa. Apontamos que 1,2% avaliou como regular. Sobre a
utilidade das informações transmitidas pela equipe no evento, constatou-se que 70,6% avaliaram como ótima
e 25,9% avaliaram como boa. Conclusão: O constante aprimoramento dos profissionais na comunicação efi-
ciente com as famílias permite a escuta apurada diante das dúvidas, serve como ponto de apoio da família com
a equipe e minimiza a ansiedade que permeia a rotina dos cuidados por vezes considerada exaustiva, principal-
mente quando realizada e atribuída a um único cuidador/familiar.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; ciclo palestras aos cuidadores; impacto nos cuidados.
E-mail: gisferreira@uol.com.br

Assistência hospitalar e domiciliar interdisciplinar ao paciente com tétano grave


Autores: Tavares SMC, Sousa AM, Prado SLP, Gomes HN, Gomes TCP, Queiroz TV.
Instituição: Hospital São José de Doenças Infecciosas.

Este estudo teve como objetivo descrever a assistência interdisciplinar prestada a paciente com tétano
grave e a evolução de suas complicações. A pesquisa se configura nos parâmetros do trabalho acadêmico de-
nominado estudo clínico. O estudo foi realizado no Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) do Hospital
São José, que é referência em doenças infecciosas no Estado do Ceará, no período de maio a agosto de 2017.
O presente estudo teve como sujeito um indivíduo do sexo masculino, 76 anos, casado, com histórico há duas
semanas de um acidente com perfurocortante. Foi identificada a porta de entrada no pé direito com lesão por
objeto pontiagudo (prego). A lesão inicial evoluiu para mialgia, rigidez muscular progressiva, disfagia, trismo
com piora progressiva, além de úlcera em região sacra sem estagiamento. O paciente veio de outra unidade hos-
pitalar já apresentando lesão sacral por pressão, a qual agravou-se devido à imobilidade necessária para reduzir
o estímulo a novas contraturas musculares. Para a coleta de dados, foi utilizado o levantamento de registros nos
prontuários da internação hospitalar e do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), além do Censo da Esto-
materapia. Os dados foram analisados a partir das observações diárias iniciadas no internamento e, em seguida,
durante as visitas em sua residência, do processo interpessoal profissional e cliente, dos registros fotográficos e
medidas seriadas, utilizado o desenvolvimento da assistência. Os resultados positivos decorrentes da conduta de
cada profissional garantiram a sua recuperação ao convívio familiar. O papel da família no processo do cuidado
mostrou-se fundamental para a excelência do plano terapêutico. Ao instrumentalizarmos o cuidador/a família,
possibilitou-se corresponsabilizá-los pela qualidade da prática assistencial.

Palavras-chave: Serviço de Atendimento Domiciliar; tétano; interdisciplinar.


E-mail: tavaresilvia@yahoo.com.br
76 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A grande decisão
Autores: Tavares SMC, Lima LDQ, Braz MBM, Salles MFP, Queiroz FMG, Sousa AM.
Instituição: Hospital São José de Doenças Infecciosas.

G.S.P., 36 anos, com retrovirose desde 2004 (diagnosticada durante gestação), apresentando falhas na adesão
e ausência às consultas. A doença exacerbou-se em maio de 2016, causando internação hospitalar, seguida de admis-
são no SAD/HSJ, apresentando importantes sequelas (redução da acuidade visual, disfasia, desequilíbrio estático/
dinâmico e sequelas neuromusculares) relacionadas ao diagnóstico de neurotoxoplasmose e infecção por citome-
galovírus. No início do acompanhamento domiciliar, percebeu-se seu companheiro bastante cuidadoso, presente,
atuante e cooperativo. No entanto, viu-se que essa não era a realidade. Na ausência da equipe, ele tratava-a com
desprezo e indiferença. Apesar das dificuldades impostas pela doença, resolveu terminar a relação, reiniciando sua
vida e abrindo mão do conforto material. Seu filho (11 anos) passou a ser seus olhos e seu cuidador, dando-lhe a
medicação e guiando-a nas tarefas domésticas. A renda vinha da pensão paterna, complementada com lavagem de
roupas (com ajuda do filho) e ajuda de vizinhos. O auxílio-doença foi pleiteado, mas negado em primeira instância.
A criança foi matriculada na escola e, antes de sair, deixava tudo acessível à mãe. O forte vínculo que os unia resistiu
à desistência e à ideia de entregá-lo aos cuidados do pai. Não houve êxito no resgate de vínculos com a família (mãe
e irmã). Chegou-se ao limite da legalidade, tornando-se difícil presenciar o AMOR do filho que sacrificava seu tem-
po de criança. Era clara a inversão de papéis. A equipe refez seu PTI, e obteve-se vaga em casa abrigo (ideia resistida
inicialmente); então, transferiu-se a paciente após conversa com o pai e estabelecimento de acordos. Providenciou-
-se contato com previdência e consultas especializadas. Acordou-se com a irmã o acompanhamento nas consultas e
cirurgias. Assim, avançou-se no processo terapêutico da paciente e redesenhou-se um novo caminho. Os olhos do
filho passaram a enxergar seu mundo de criança, e a mãe, a reinventar seus passos sob novo olhar.

Palavras-chave: Adesão; ressignificação; Serviço de Atendimento Domiciliar.


E-mail: tavaresilvia@yahoo.com.br

Resgatando vidas
Autores: Tavares SMC, Lima LDQ, Queiroz FMG, Braz MBM, Gomes TCP, Queiroz TV.
Instituição: Hospital São José de Doenças Infecciosas.

O Programa Domiciliar do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) desenvolve atividades desde
2000, assistindo a pessoas com necessidades de cuidados especiais no tratamento de doenças infecciosas. Tem como
objetivo traçar plano terapêutico visando à adesão e à redução das reinternações dos pacientes no HSJ. Metodologia:
Pesquisa exploratória e análise de prontuário, descritiva, do tipo relato de caso. Relato: E.R.M., 29 anos, casada, uma
filha, foi diagnosticada com retrovirose em agosto de 2011 no pré-natal, apresentando falhas na adesão ao tratamen-
to. Passou por seis internações, das quais teve duas altas, administrativas (a pedido). Apresentava sequela motora no
dimídio D decorrente de neurotoxoplasmose, quadro repetitivo de esofagite, úlcera gástrica crônica e, por último,
disfagia. Apresentava limitações para atividades essenciais de autocuidado, necessitando da ajuda para locomover-se.
Ao receber alta hospitalar, E.R.M. deparou-se com uma nova condição de vida, dificuldade para alimentar-se, andar,
falar e até para necessidades fisiológicas devido à úlcera perianal. Apresentava perda importante de massa muscu-
lar, mantendo baixo peso (21 kg). A equipe multiprofissional traçou seguinte PTI: dieta hipercalórica, redução da
rigidez muscular e fortalecimento muscular, cicatrização da úlcera perianal (conforme protocolo da estomoterapia)
e acompanhamento do pleito para obtenção do benefício assistencial no INSS. Após tratamento da monilíase eso-
fágica e melhora da disfagia, obteve o ganho de peso esperado e de massa muscular e hoje possui independência
para a maioria das atividades diárias. Deambula com moderado apoio e sem dor durante as atividades funcionais.
Houve êxito na cicatrização da úlcera perianal com o uso de antibióticos, AGE, limpeza e cuidados com higiene
diária. A admissão no SAD contribuiu para controle da adesão e supervisão das medicações, evitando reinternações
e surgimento de outras patologias. No momento, observam-se ganhos importantes, destacando-se a consciência da
paciente e família sobre a necessidade da adesão, resgate de valores, vínculos e afetividade.

Palavras-chave: Resgate; adesão; independência.


E-mail: tavaresilvia@yahoo.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 77
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A importância da atuação do Serviço Social na equipe multidisciplinar
Autor: Gouveia MSM.
Instituição: Axx Care Soluções em Saúde Domiciliar.

A conjuntura atual requer que os serviços de atenção à saúde atuem na perspectiva de assegurar as-
sistência de forma efetiva. Tal concessão faz da atenção domiciliar uma alternativa viável para melhoria da
saúde e da qualidade de vida, além de oferecer resultados favoráveis clínica e financeiramente. O trabalho
do assistente social transita entre o desafio de prestar uma assistência de qualidade, com vistas à promoção
da saúde, dialogando com toda equipe de forma interdisciplinar, buscando refletir se esse modelo de aten-
ção é capaz de responder às atuais demandas da população assistida. A vivência no atendimento domiciliar,
por meio do referencial teórico-metodológico, e as ferramentas de trabalho do assistente social, tal como
a visita domiciliar, são elementos determinantes para aproximação e acolhimento familiar, minimizando as
questões provocadas por uma desospitalização. Endossamos também a importância de as famílias receberem
acompanhamento profissional. Analisamos as intervenções da equipe assistente, realizadas in loco, visando
solucionar questões sociais e psicossociais enfrentadas pelas famílias, que afetam diretamente o tratamento
proposto para o paciente. Salientamos a visita domiciliar como instrumento indispensável para a atuação do
assistente social. Relevante é inter-relacionar o núcleo familiar, exaltando a figura de indivíduos capazes de
se responsabilizarem com a equipe multidisciplinar pela qualidade e melhora de vida do paciente e do meio
em que vivem. Essa aproximação é um elemento facilitador para a identificação dos problemas, permitindo
ações paralelas a uma gestão segura e eficaz.

Palavras-chave: Serviço Social; atenção domiciliar; família; equipe multidisciplinar.


E-mail: maiaramaya@id.uff.br

O assistente social como rede de apoio da equipe multiprofissional a famílias de


pacientes em cuidados paliativos
Autor: Gouveia MSM.
Instituição: Axx Care Soluções em Saúde Domiciliar.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “cuidados paliativos consistem na assistência promo-
vida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares,
diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação preco-
ce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Nos
pacientes em cuidados paliativos, a assistência domiciliar não se restringe somente aos atendimentos à saúde. A
vigilância da saúde é mantida no espaço do contexto de vida social do paciente e sua família. Nesse momento
de vulnerabilidade, por meio de uma escuta ativa e facilitadora, o assistente social visa resgatar e empoderar o
indivíduo não somente como um sujeito construtor da sua história, mas também autônomo e capaz de superar
o sofrimento físico e emocional daquele momento, promovendo e assegurando qualidade de vida. Com um
atendimento cada vez mais humanitário, inserindo a família no atendimento, possibilitamos com dignidade
o processo até a morte, por meio de uma escuta atenta, empatia e sensibilidade. A relação entre a família e a
equipe multidisciplinar, muitas vezes, necessita de um mediador para que ambas reconheçam seu papel e auxi-
liem o paciente em suas vontades e escolhas, excluindo os pensamentos que direcionam ao julgamento dessas
escolhas, garantindo cuidados efetivos. Devemos ter uma percepção por um todo do cotidiano familiar e as
capacidades clínica do paciente, a fim de identificar a melhor situação que podemos intervir, seja para cura, seja
para alívio. Compreendemos o processo de morrer em cuidados paliativos como natural e, ao mesmo tempo,
desafiador, quebrando paradigmas preexistentes.

Palavras-chave: Cuidados paliativos; família; equipe multidisciplinar.


E-mail: maiaramaya@id.uff.br
78 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A importância do cuidador e a sua interface em relação à equipe multidisciplinar na
atenção domiciliar
Autor: Gouveia MSM.
Instituição: Axx Care Soluções em Saúde Domiciliar.

De acordo com RDC nº 11, de 26 de janeiro de 2006, que dispõe sobre o funcionamento do atendimento
domiciliar, o cuidador deve ser a pessoa com ou sem vínculo familiar capacitado para auxiliar o paciente em
suas necessidades e atividades da vida diária. A importância do cuidador ultrapassa o simples acompanhamento
das atividades diárias dos indivíduos, independentemente de serem saudáveis, enfermos e/ou acamados, em
situações de risco ou fragilidade na qual necessite de atenção ou cuidado diário. No entanto, não é o que ob-
servamos na maioria dos domicílios, visto que o cuidado é delegado a uma pessoa que não possui condições
físicas e emocionais para exercer tal papel, além de possuir diversas outras atividades dentro e fora do domicílio.
A não identificação de uma pessoa capaz de gerir os cuidados ao paciente dificulta o tratamento proposto e as
abordagens da equipe multidisciplinar. É necessária, frequentemente, a ampliação de estratégias de qualificações
e oficinas direcionadas a essas pessoas que, formal ou informalmente, são responsáveis por pacientes. A me-
lhora clínica e psicossocial do paciente está diretamente ligada à interação da família e, sobretudo, ao cuidador.
Por meio da identificação do cuidador, é possível estabelecer e definir as responsabilidades de cada sujeito. O
cuidador é extremamente importante na evolução do tratamento, é o elo entre toda equipe multidisciplinar que
assiste ao paciente, visto os profissionais atenderem em horários e dias distintos, além de assegurarem o bem-
-estar físico, emocional e as necessidades básicas, especialmente tempo ao paciente.

Palavras-chave: Cuidador; família; equipe multidisciplinar; atenção domiciliar.


E-mail: maiaramaya@id.uff.br

Tecnologia aplicada à segurança do paciente em uma empresa de atenção domiciliar


acreditada
Autores: Martins PA, Arakaki NA.
Instituição: KZT Serviços Médicos de Atenção Domiciliar Ltda.

A KZT teve início no ano de 2007 com atendimento de internação domiciliar de alta complexidade. Em
2013, informatizou seus processos e, em 2016, foi a primeira empresa de atenção domiciliar do Centro-Oeste
a ser acreditada. O presente relato visa apresentar a experiência da KZT na implementação do Sistema de
Gestão de Atenção Domiciliar (Syscare) para assegurar à aplicação das seis metas internacionais de segurança
ao paciente, promovendo barreiras de segurança. Por meio dessa ferramenta, garantir: a identificação correta
(meta 1), com ajuste do sistema e gerenciamento de documentos, assegurando a obrigatoriamente de nome
completo e data de nascimento do paciente; comunicação efetiva (meta 2) na utilização da central de urgên-
cia do sistema, enviando o registro das intercorrências para equipe multiprofissional, para resposta rápida e
evidenciada; uso seguro de medicamentos (meta 3), por meio de conferência dos nove certos por transcrição,
para garantir administração segura com dupla checagem antes da dispensação; procedimento seguro (meta
4), com solicitação de insumos para execução de técnica específica mediante envio de requisição; prevenção
de infecção (meta 5), com apoio de relatórios e indicadores assistenciais; prevenção de queda e lesão por
pressão (Meta 6), por avaliação e aplicação de escores confeccionados no sistema. Contudo, pode-se concluir
que a tecnologia, aliada à gestão e assistência domiciliar, promove barreiras que garantem a segurança do
paciente, contribuindo para a melhoria contínua dos processos e no gerenciamento de riscos, os quais são
essenciais para o processo de Certificação ONA.

Palavras-chave: Segurança do paciente; tecnologia; atenção domiciliar; acreditação; gestão.


E-mail: patricia@kzt.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 79
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Análise da efetividade de um serviço de atenção domiciliar
Autores: Borges Júnior LH, Mendonça MF, Hattori WT, Azevedo VMG, Resende ES.
Instituição: Serviço de Atenção Domiciliar Uberlândia/MG.

A atenção domiciliar tem se mostrado uma importante ferramenta para qualificação da assistência, por-
tanto é importante mensurar sua efetividade para garantir sustentabilidade política e assistencial. Essas avalia-
ções são importantes instrumentos nos processos de decisão para incorporação de novas tecnologias e aloca-
ção de recursos em saúde pelos gestores públicos responsáveis. Objetivo: Avaliar a efetividade do Serviço de
Atenção Domiciliar (SAD/SMS) de Uberlândia/MG. Métodos: Estudo retrospectivo observacional analítico
aprovado pelo CEP/UFU, Parecer nº 1.688.241/2016. Foram avaliados prontuários de usuários, entre agosto
de 2014 a setembro de 2016, para coleta de dados do perfil epidemiológico, origem da solicitação, complexida-
de, desfecho (alta e óbito) e número de AIH (internações hospitalares) realizadas pelo hospital de referência.
Resultados: Foram avaliados 2.008 prontuários; 46,8% eram do sexo masculino, e 53,2%, feminino; 69,2%
tinham idade maior que 60 anos; 55,5% eram dependentes totais de cuidados. A média mensal da atenção pré-
-hospitalar foi de 78,4 ± 7,3%, e pós hospitalar, de 21,6 ± 7,3%. A média mensal de AD1 foi de 46,2 ± 14,2%,
AD2, de 51,7 ± 13,7%, e AD3, de 2,1 ± 1,6%. Quanto ao desfecho, a taxa de alta foi de 15,8 ± 0,03%; a taxa
de mortalidade, de 5,0 ± 0,01%; a taxa de alta em relação ao número total de atendidos, de 62,2%; de óbito, de
18,5%; e o total de óbito no domicílio, de 53,2%. A AIH aumentou 38% em 2014 e 17% em 2015. Conclusão:
O SAD foi efetivo por ter uma maior admissão na atenção pré-hospitalar, contribuiu para aumentar o acesso à
internação hospitalar, teve boa rotatividade de usuários, mesmo com uma prevalência maior de idosos depen-
dentes, e obteve alta taxa de óbito no domicílio.

Palavras-chave: Efetividade; atenção domiciliar; Serviço de Atenção Domiciliar.


E-mail: laerteh@yahoo.com.br

Gestão de intercorrências para segurança do paciente e institucional


Autores: Ribeiro RCM, Arakaki NA, Martins PA, Tamazato EY.
Instituição: KZT Serviços Médicos de Atenção Domiciliar Ltda.

A KZT, criada em 2007, tem por finalidade, por meio de uma equipe interdisciplinar, prestar assistência
aos pacientes de alta complexidade no âmbito domiciliar. Atendendo a todas as faixas etárias, possuem critério
de elegibilidade aqueles pacientes que pontuam nas avalições NEAD/ABEMID e/ou mediante análise caso a
caso. Objetivo: Destacar a importância do gerenciamento de intercorrências, tendo como principal finalidade
a identificação precoce do risco de deterioração aguda do paciente. Metodologia: O presente relato baseou-se
em levantamento de dados, de janeiro de 2015 a setembro de 2017, dos registros de intercorrências e da análise
crítica dos indicadores correspondentes. Com o processo de Certificação ONA, a Comissão de Segurança e
Qualidade (1) reformulou o protocolo de atendimento de agravos, implementando a escala de MEWS IQG, (2)
capacitou e paramentou a equipe de resposta rápida, (3) institui os indicadores de monitorização e (4) analisou
os casos de não conformidades, bem como realizou revisões de prontuários e óbitos para detecção das ações
de melhoria contínua. Com isso, mesmo com o crescimento do número de atendimentos (55,1%) e a mudança
do perfil institucional (elevação dos casos paliativos), o aumento das intercorrências (28%), comparado à taxa
de óbito, teve um declínio de 1,8% para 0,4%; o tempo de resposta teve uma diminuição de 34 para 23 minutos;
a taxa de reinternação hospitalar teve uma redução em 27%; houve uma atenuação de 49,4% dos custos; e a
satisfação do cliente teve uma melhora de 4,2 para 9,9 pontos. Conclusão: Os resultados apresentados sugerem
inúmeros benefícios com a gestão de intercorrência, principalmente para a segurança do paciente e para a sus-
tentabilidade da instituição.

Palavras-chave: Intercorrência; gestão; segurança do paciente; indicadores.


E-mail: rebeca@kzt.com.br
80 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A implantação da comissão de controle de infecção domiciliar na segurança do paciente
Autores: Ribeiro RCM, Arakaki NA, Martins PA, Tamazato EY.
Instituição: KZT Serviços Médicos de Atenção Domiciliar Ltda.

Fundada em 2007, a KZT tornou-se referência em atendimento domiciliar de alta complexidade no MS.
Atuando com uma equipe multiprofissional, tornou-se o primeiro home care do Centro-Oeste com Certificação
ONA 1 – Segurança do Paciente. Objetiva destacar a importância da prevenção e do controle de infecção domi-
ciliar, tendo como principal finalidade a identificação precoce de riscos e o tratamento adequado, conforme perfil
microbiológico, de sensibilidade e de resistência bacteriana das hemoculturas. Com o processo de Certificação
ONA, surgiu a necessidade de implantar a Comissão de Controle de Infecção Domiciliar, que redefiniu as diretri-
zes de controle de prevenção e controle de infecção, ratificou o programa anual de ações, definiu os indicadores de
monitorização, intensificou a análise crítica dos casos de infecção e da dispensação de antibiótico, emitiu parecer e
informativos e fortaleceu as informações para as equipes, pacientes e familiares. Diante disso, as diretrizes de ações
executáveis de controle de infecção domiciliar foram fundamentadas nas (1) auditorias residências, realizando in-
tervenções e orientações in loco, (2) na supervisão das antibioticoterapias, com suporte das farmacêuticas clínicas,
visando à redução da resistência bacteriana e ao tratamento eficaz, (3) nas medidas preventivas, com a aplicação
dos bundles e na elaboração do plano assistencial, (4) nas notificações de infecção, para análise do ocorrido pela
comissão e identificação das oportunidades de melhorias, e (5) por meio do isolamento de contato, das rotinas de
limpeza concorrente/terminal e do controle da qualidade da água das residências. Pode-se concluir que essa gestão
e essas ações práticas proporcionaram o uso racional de antibióticos, a redução das taxas de infecção e óbito, a
melhor qualificação da equipe e o cumprimento das metas internacionais de segurança do paciente.

Palavras-chave: Infecção; segurança do paciente; comissão.


E-mail: rebeca@kzt.com.br

A implementação da hipodermóclise em pacientes sob cuidados paliativos no


Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso
Autores: Lira LA, Bastos LA, Coelho LP, Uchino MS, Gonçalves VF.
Instituição: PADI - Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso/RJ.

Novas alternativas tecnológicas na área da saúde e no desenvolvimento da terapêutica oncológica e dos


cuidados paliativos têm sido adotadas, como técnicas e opções de administração de fluidos. A hipodermóclise é
uma delas, porém ainda é uma técnica pouco discutida e utilizada que consiste na administração de fluidos no es-
paço subcutâneo, de forma contínua ou intermitente. A utilização dessa via foi implementada pela primeira vez na
atenção domiciliar na cidade do Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 2017, em uma paciente idosa com demência
vascular por múltiplos AVC, síndrome de fragilidade e que apresentava delirium com ITU por E. Coli. Objetivo:
Hidratar, realizar antibioticoterapia prescrita; diminuir a dor e o desconforto característicos dos processos infec-
ciosos; elaborar um procedimento operacional padrão (POP), um termo de consentimento e um e-book contendo
a técnica correta de punção e as medicações administráveis pela via subcutânea; identificar estudos publicados
sobre a temática. Método: Este trabalho consistiu em um relato de experiência do autor e revisão integrativa da
literatura, realizada no portal da Biblioteca Virtual de Saúde. Resultado: Elaborados um POP, um e-book e o termo
de consentimento pela dra. Lívia Pereira Coelho, em conjunto com a Enfermagem, procedimento devidamente
apresentado aos familiares, e com os termos assinados, foram analisados dez artigos, com predomínio de revisões
de literatura. Conclusão: Todas as infusões foram concluídas sem dificuldades ou desconforto para a paciente. Por
meio da avaliação dos parâmetros clínicos, concluiu-se que houve uma melhora dos sintomas clínicos da paciente
por intermédio da cura do processo infeccioso. A hipodermóclise é a via de administração de fluidos de escolha
para hidratação em pacientes sob cuidados paliativos, por ser mais segura e oferecer mais conforto e autonomia.

Palavras-chave: Hipodermóclise; desidratação; cuidados paliativos.


E-mail: lucilo_lucena@hotmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 81
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A importância do odontólogo na prevenção e redução de danos no Programa de
Atenção Domiciliar ao Idoso (PADI) - SMS/RJ
Autores: Osório RF, Cotrim LBG, Neiva JCR, Lopes LC.
Instituição: PADI/RJ.

O Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (PADI) da Prefeitura do Rio de Janeiro assiste, prioritaria-
mente, a pacientes com doenças que necessitem cuidados contínuos em domicílio. A atuação do odontólogo
na equipe multidisciplinar está regulamentada pela Portaria nº 963/93 do Ministério da Saúde, que o insere na
composição mínima das equipes multiprofissionais de apoio (EMAP). O presente trabalho objetiva apresentar a
importância da presença do odontólogo na prevenção e redução de danos no PADI-SMS/RJ. Pacientes do PADI
apresentam necessidades de cuidados especiais em domicílio, e o odontólogo, ao atuar interdisciplinarmente,
estabelece o plano terapêutico singular (PTS), com finalidade de: realizar prevenção, diagnóstico, intervenção ou
manutenção dos cuidados paliativos; identificar as doenças bucais; realizar limpeza e proteção das feridas orais;
prevenir acidentes, como a deglutição de dentes com mobilidade e traumas decorrentes de mordidas na mucosa
oral; eliminar processos inflamatórios e infecciosos; e capacitar cuidadores e familiares sobre a importância e a
maneira adequada de realizar a higiene oral do paciente. Conclusão: A presença do odontólogo no atendimento
domiciliar irá facilitar a melhora na comunicação e participação de todas as áreas de cuidado em saúde bucal,
por meio de protocolos clínicos de encaminhamento quando necessário e fornecimento de materiais e insumos
para os cuidados no domicílio. Assim, torna-se fundamental a presença do odontólogo no processo de enfren-
tamento das enfermidades e na dinâmica de cuidados, em busca de proporcionar maior conforto ao paciente e,
consequentemente, uma melhor qualidade de vida. A qualidade de vida do paciente deve ser a principal meta dos
profissionais envolvidos e só é conseguida quando se dá importância a todos os fatores ligados à saúde.

Palavras-chave: Odontologia; promoção de saúde; atendimento domiciliar.


E-mail: rfosorio@hotmail.com

A importância do Ambulatório Multiprofissional de Assistência aos Cuidadores


(AMAC) na atenção domiciliar: um estudo de caso
Autores: Oliveira ABR, Nascimento LJ, Daniel DS.
Instituição: Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (NADI) do Hospital das Clínicas da Facul-
dade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

Relato de Caso: A sra. L.O.S., de 99 anos, mãe de duas filhas, diagnosticada com doença de Alzheimer, é as-
sistida pelo NADI desde junho 2016. Reside com sua filha, principal cuidadora, sra. A.S.O., 76 anos, solteira e apo-
sentada. No domicílio ao lado da paciente, reside sua outra filha, sra. E.S.B., 78 anos, viúva e aposentada, que auxilia
esporadicamente nos cuidados. Após alguns meses de acompanhamento, a equipe do NADI observou a existência
de conflitos entre as duas irmãs, situação ocasionada pela centralidade dos cuidados exercidos pela sra. A.S.O., que
demonstrava dificuldades em aceitar o suporte e apoio da irmã, identificando como ideal somente os seus cuida-
dos. No decorrer dos atendimentos e diálogos realizados entre a sra. A.S.O., constatou-se que ela vivenciava uma
sobrecarga de cuidados devido ao acúmulo de tarefas e responsabilidades exercidas no cuidar, ao distanciamento da
vida social, à sobrecarga física e à dificuldade em aceitar o prognóstico do adoecimento. Diante disso, foi sugerido
a ela que participasse do AMAC, visando ao apoio psicossocial e à abordagem de temáticas que proporcionassem
o conhecimento sobre o cuidar e a divisão das tarefas de gerenciamento e manutenção dos cuidados. Resultado:
Após a participação nos 12 encontros do AMAC, às terças-feiras, no Instituto Central do HCFMUSP, a cuidadora
sra. A.S.O. relatou que, por meio do grupo, suas relações sociais e o convívio com sua irmã melhoraram, assim
como obteve conhecimento sobre as diversas questões que envolvem o processo de cuidar e aprendeu a manter o
equilíbrio emocional nas situações inerentes ao adoecimento de sua mãe.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; ambulatório multiprofissional; cuidador.


E-mail: ticia_jn@hotmail.com
82 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Odontologia domiciliar como extensão da odontologia hospitalar na prevenção de
infecções e redução de reinternações no PADI - SMS/RJ
Autores: Osório RF, Cotrim LBG, Neiva JCR, Lopes LC.
Instituição: PADI/RJ.

O Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (PADI) assiste, prioritariamente, a pacientes com doenças que
necessitem cuidados contínuos em domicílio pós-alta hospitalar e com dificuldades em deambular, o que impossibili-
ta a continuidade do seu tratamento em âmbito ambulatorial. Pacientes acamados desospitalizados que necessitam de
cuidados em domicílio estão mais propensos a infecções oportunistas, o que demonstra a importância do odontólogo
incorporado à equipe hospitalar e de atenção domiciliar. Processos infecciosos da boca podem atingir as vias respi-
ratórias, o tubo digestivo, o sistema nervoso central e os olhos. Estudos científicos relatam a correlação de doenças
infecciosas bucais com diversas doenças sistêmicas, ocasionadas, principalmente, por problemas gengivais, periodon-
tais, próteses mal higienizadas e cáries. Tais doenças possuem chances de progredir e levar a diversos problemas sis-
têmicos, por exemplo, abscesso cerebral, acidente vascular cerebral, endocardite infeciosa, miocardite, infarto agudo
do miocárdio, abscesso pulmonar, pneumonia de aspiração. O papel do odontólogo na equipe multidisciplinar é pre-
venir doenças que possam se agravar e levar a complicações sistêmicas, muitas vezes irreversíveis. Quando a doença
já se encontra instalada, o odontólogo deve escolher a melhor terapêutica a ser adotada para reverter ou minimizar
o quadro, em conjunto com as orientações de toda a equipe de saúde do programa. Deve também fazer o acompa-
nhamento e dar as instruções adequadas visando à manutenção da saúde bucal. Conclusão: A atuação do odontólogo
na equipe multidisciplinar se faz necessária no cuidado da saúde bucal dos pacientes com necessidades especiais,
evitando infecções locais e sistêmicas, colaborando para a prevenção e redução dos riscos e danos relacionados aos
processos de infecção e reinternação, por meio de protocolos específicos associados às barreiras de biossegurança.

Palavras-chave: Odontologia domiciliar; processos infecciosos na boca; atenção domiciliar.


E-mail: rfosorio@hotmail.com

A atuação do Serviço Social no Ambulatório Multiprofissional de Assistência aos


Cuidadores (AMAC)
Autores: Daniel DS, Nascimento LJ, Oliveira ABR.
Instituição: Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (NADI) do Hospital das Clínicas da Facul-
dade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

O AMAC, criado no ano de 2014 pela equipe do NADI em parceria com o ambulatório de Geriatria do
HCFMUSP, oferece atendimento em grupo aos cuidadores familiares de idosos, objetivando o autocuidado, a troca
de experiência entre os participantes, o apoio psicossocial, o acesso à informação e a abordagem multidisciplinar. O
Serviço Social intervém a partir das demandas sociais apresentadas, desenvolvendo atividades, como: resgate da iden-
tidade do cuidador; reflexão para o gerenciamento do seu autocuidado; orientações sobre direitos assistenciais, pre-
videnciários e de saúde; e a identificação do suporte familiar, social e da rede de apoio. Objetivo: Descrever a atuação
do assistente social no AMAC e apresentar indicadores dos seus atendimentos. Metodologia: Análise das avaliações
sociais realizadas pelo Serviço Social a partir do ano de 2014 até setembro de 2017. Resultados: Foram avaliados 48
cuidadores com principais queixas de estresse e sobrecarga. Destes, 31,2% exerciam atividade de cuidador há mais de
5 anos; 77,1% não possuíam lazer e vida social; 31,2% não faziam acompanhamento em saúde; 12,5% não dividiam
os cuidados do paciente com outra pessoa; 43,8% dependiam do benefício/renda do paciente; 47,9% deixaram de
trabalhar para exercer a função de cuidador; e 27,1% não tinham representação legal do paciente e foram orientados.
Conclusão: O Serviço Social tem contribuído para a compreensão da realidade de forma mais aprofundada, trazendo
subsídios para a análise dos fatores influenciadores da qualidade de vida dos cuidadores – e, consequentemente, a dos
pacientes – no que se refere às situações sociais que interferem no processo saúde-doença. Conclui-se que o Serviço
Social tem importante participação no referido serviço, pois as demandas sociais apontadas serviram de temáticas
para a criação de estratégias eficientes na abordagem da sobrecarga e do estresse do cuidador.

Palavras-chave: Serviço Social; ambulatório multiprofissional; cuidador.


E-mail: ticia_jn@hotmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 83
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Reflexão acerca do atendimento domiciliar realizado por enfermeiros do PADI no
tratamento de úlceras venosas
Autores: Lira LA, Bastos LA, Coelho LP, Uchino MS, Gonçalves VF.
Instituição: PADI - Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso/RJ.

As úlceras crônicas, atualmente denominadas feridas complexas, são consideradas um problema de saúde
pública. A presença dessas lesões ocasiona uma série de dificuldades a ser enfrentadas por seus portadores, e tais
alterações envolvem os âmbitos físico, social e psicológico. Os enfermeiros do PADI da cidade do Rio de Janeiro
oferecem assistência domiciliar, cuidando desses pacientes com doenças crônicas. Os principais benefícios são
a aceleração da recuperação, a cicatrização, a redução do tempo médio de internação, a liberação dos leitos para
outros pacientes, a independência funcional, o baixo custo no tratamento das lesões, a melhora na capacidade
de se cuidar e de ser cuidado no ambiente domiciliar. Objetivo: Analisar os artigos publicados por enfermeiros
brasileiros em periódicos indexados sobre os cuidados de Enfermagem à pessoa com úlcera venosa e refletir
sobre o atendimento domiciliar realizado por enfermeiros do PADI. Método: Trata-se de um relato assistencial
do autor e uma revisão bibliográfica, considerando artigos publicados em periódicos acerca do tema. Resultado:
Espera-se contribuir para uma melhor compreensão do padrão de qualidade de vida de pacientes portadores
de úlceras venosas, facilitando o planejamento de intervenções de Enfermagem adequadas a esses indivíduos.
Durante a pesquisa, verificou-se a atenção das pesquisas quanto à avaliação da qualidade de vida das pessoas
com úlcera venosa, porém os estudos referentes a essa temática ainda são escassos. Conclusão: O enfermeiro é
o profissional com conhecimento, treinamento e habilidade para o cuidado de qualquer tipo de feridas agudas e
crônicas. Faz-se necessária, portanto, a sistematização do cuidado com esses pacientes, pois constituir a avaliação
da ferida um fator determinante para a terapêutica adequada traçada para cada paciente.

Palavras-chave: Úlcera venosa; úlcera varicosa; enfermagem; feridas.


E-mail: lucilo_lucena@hotmail.com

Conferências familiares como instrumento de comunicação em cuidados paliativos


Autores: Costa MC, Nery SA, Hoepfner Junior H.
Instituição: Unimed Joinville.

Introdução: Com uma abordagem integral e contínua, os cuidados paliativos consideram a família como
parte fundamental do cuidado. Desde o início do atendimento pela equipe interdisciplinar, é importante conhe-
cer os laços familiares do paciente, considerar o impacto emocional e a sobrecarga em cada membro diante da
doença crônica ou da possibilidade de morte, bem como trabalhar os fundamentos dos cuidados paliativos para
que falhas de comunicação sejam minimizadas. Objetivo: Ampliar o entendimento sobre a abordagem paliativa
para familiares e pacientes em mudança de foco terapêutico e realizar a inserção no protocolo de cuidados palia-
tivos do Serviço de Atenção Domiciliar, utilizando as conferências familiares como um método de intervenção
e melhoria da comunicação. Resultados: Conforme disponibilidade dos envolvidos, as conferências são realiza-
das nos domicílios. São identificados e trabalhados aspectos, como: cuidador principal, dificuldades da família
nos processos decisórios, conhecimento sobre a doença, recursos de enfrentamento, nível de preparação para a
perda visando à prevenção de luto complicado, além de explorar decisões terapêuticas. Percebeu-se que, a partir
das conferências, os familiares estabeleceram maior vínculo com a equipe, tendo mais liberdade para tirar dúvi-
das e falar das dificuldades no manejo com o paciente. Houve também um entendimento melhor dos familiares
acerca dos conceitos e objetivos dos cuidados paliativos. Constatou-se um aumento do número de pacientes
inseridos no protocolo do serviço, o qual, no ano de 2016, iniciou em janeiro com 3 pacientes, passando em
outubro de 2017 para 55. Conclusão: A utilização das conferências familiares promove maior vínculo com os
envolvidos no cuidado de pacientes em cuidados paliativos, pautado no comprometimento e na comunicação
aberta, promovendo maior conforto e segurança no cuidado prestado pela equipe de atenção domiciliar.

Palavras-chave: Conferências familiares; cuidados paliativos; comunicação.


E-mail: marciaccosta@hotmail.com
84 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Desospitalização: o impacto da assistência domiciliar nos indicadores intra-hospitalares
Autores: Rossi PRG, Mansano AP, Souza FBGL, Siqueira JM, Guaré SO.
Instituição: Hospital Municipal Vereador José Storopolli.

Introdução: O Programa Melhor em Casa teve seu início (como equipe completa e iniciando foco nos
processos de desospitalização) em nosso serviço no ano de 2012. Nesse período, o índice de rotatividade dos
leitos hospitalares era de 3,9, com uma média de permanência de 5,9 dias. Observavam-se ainda taxas de morta-
lidade hospitalar de 7,9% e de mortalidade institucional de 5,3%, com um número médio mensal de 906 saídas
hospitalares. As mudanças e as estratégias desenvolvidas pelo Serviço de Assistência Domiciliar em conjunto
com a diretoria do hospital ao longo de cinco anos de atuação levaram a uma significativa mudança nesse ce-
nário, tanto do ponto de vista numérico quanto no modelo institucional atual. A desospitalização, nesse caso
particular, não se deu em uma ou duas clínicas específicas, mas em pacientes de todos os setores. Objetivo:
Destacar o impacto positivo do Serviço de Assistência Domiciliar com foco na desospitalização precoce nos
números operacionais do intra-hospitalar, sinalizando, preditivamente, o poder estratégico do SAD para as
dificuldades hospitalares, especialmente em serviços públicos. Metodologia: O estudo quantitativo baseou-se
em levantamento de dados de produção institucional referentes ao período imediato à implantação do SAD
(2012) e após cinco anos de seu funcionamento (2017). Resultados: Em 2017, os indicadores observados apre-
sentam os seguintes resultados: índice de rotatividade de leitos hospitalares de 4,8; média de permanência de
4,4; taxa de mortalidade hospitalar de 5,2%; taxa de mortalidade institucional de 2,5%; número médio de saídas
mensais igual a 1.175. Conclusão: O resultado apresentado sugere que a implantação do SAD, associado a uma
estratégia de trabalho voltada para a otimização das altas e dos usos dos leitos hospitalares, pode, sim, impactar
significativamente nos resultados de produção hospitalar, resultando na redução de superlotação e na melhor
assistência aos usuários.

Palavras-chave: Domiciliar; desospitalização; superlotação; indicadores.


E-mail: drapaularossi@gmail.com

Termo de consentimento/compromisso: como pactuar e documentar o cuidado


compartilhado fortalecendo a assistência no domicílio
Autores: Rossi PRG, Cabral RSN, Oliveira Junior IA, Mansano AP, Souza FBGL.
Instituição: Hospital Municipal Vereador José Storopolli.

O uso de documentação impressa na construção do prontuário do paciente é uma medida que traz res-
paldo e garantia de informação para paciente, familiar e equipe. Em nosso serviço, a construção do documento
primordial da inclusão do paciente na assistência, o termo de consentimento/compromisso, foi pautada na ne-
cessidade de esclarecer ampla e detalhadamente o pactuado no compartilhamento desse cuidado proposto. Ob-
jetivo: Esclarecer e pactuar, de maneira clara e assertiva, e o mais abrangente possível, os pontos relacionados
a direitos, deveres, responsabilidades e apoios em relação ao modelo assistencial que se iniciará. Metodologia:
Foram levantados portarias e legislação vigentes a respeito do uso e da aplicação do termo de consentimento/
compromisso, além de ampla discussão com toda a equipe assistencial e, aqui o diferencial do trabalho, com
a colaboração do usuário. Resultados: A amplitude do termo, associado à leitura compartilhada com a equipe
na ocasião da inclusão, resultou em maior compreensão da construção conjunta do cuidado e em redução das
situações de crise. Conclusão: O resultado apresentado sugere que a utilização do termo fortalece a construção
do compartilhamento do cuidado no domicílio, trazendo tranquilidade, segurança e clareza tanto para paciente
e cuidador/familiar quanto para a equipe.

Palavras-chave: Domicílio; cuidado; consentimento.


E-mail: drapaularossi@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 85
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Capacitação em atenção domiciliar UNA-SUS/UFSC: uma análise dos cursos a partir
da realidade de trabalho vivenciada no cotidiano do aluno
Autores: Eich M, Faust S, Vieira G, Menezes É, Verdi M, Hellmann F.
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina.

A expansão e a consolidação da atenção domiciliar (AD) enquanto elemento importante para o aumento
da qualidade de atenção à saúde requerem formação e capacitação de profissionais qualificados. Com o compro-
misso de aprimorar o conhecimento dos profissionais de saúde, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
com o Programa Multicêntrico de Qualificação em Atenção Domiciliar, assumiu a responsabilidade de contribuir
com ações de abrangência nacional em educação permanente – direcionadas a todas as categorias profissionais
e gestores de saúde –, tornando-se uma parceira para a consolidação do Programa Melhor em Casa, ao capacitar
3.617 profissionais no período de 2013 a 2017 com uma metodologia articulada ao processo de ensino-aprendi-
zagem e à realidade de trabalho vivenciada pelo aluno. Objetivo: Analisar, por meio da opinião dos alunos, como
os cursos se articulavam com a prática cotidiana. Metodologia: Pesquisa exploratório-descritiva de abordagem
qualitativa com coleta de dados realizada por meio de questionário disponibilizado ao aluno em cada módulo dos
cursos, com a participação de 850 respondentes. Resultados: Verificou-se a compreensão de conceitos importan-
tes para a prática profissional, estimulando interesse e motivação para a reflexão de aspectos do cotidiano da assis-
tência, como a necessidade de as equipes de AD desenvolverem competências para identificar os casos clínicos de
inclusão na AD e os que devem ser referenciados aos pontos da rede de atenção. Conclusão: Os cursos oferecidos
são potencialidades educacionais para implantar e difundir a AD no país. As atividades pedagógicas propostas
geram reflexões coletivas capazes de aperfeiçoar o processo de trabalho em saúde nessa modalidade assistencial.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; educação a distância; educação continuada; capacitação profissional.


E-mail: meliseeich@hotmail.com

O cotidiano de trabalho no SAD como estratégia da trilha de aprendizagem do Curso


de Especialização em Atenção Domiciliar UNA-SUS/UFSC
Autores: Eich M, Faust S, Verdi M, Schmidt K.
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina.

O processo de construção e desenvolvimento do Curso de Especialização em Atenção Domiciliar bus-


cou a formação de especialistas em AD com competência técnica e protagonismo para intervir no seu processo
de trabalho, exercitando a reflexão sobre problemas vivenciados no cotidiano e a tomada de decisões com
postura ética. Orientada pela pedagogia dos desafios, a trilha de aprendizagem contemplou atividades sequen-
ciais e articuladas que buscaram desafiar o estudante a refletir sobre intervenções para uma situação-problema
identificada a partir da prática profissional. O eixo de condução didática em cada módulo ancorou-se em uma
história/metáfora, a qual balizou os conteúdos teóricos e as atividades de aprendizagem que guiaram as refle-
xões e as discussões dos estudantes. Objetivo: Analisar os efeitos da articulação do material didático-pedagó-
gico do curso com a prática profissional em atenção domiciliar. Metodologia: Pesquisa exploratório-descritiva
de abordagem qualitativa com coleta de dados realizada por meio de atividades e questionário respondido por
242 estudantes, médicos e enfermeiros participantes do curso. Resultados: Para as questões abordadas sobre os
diversos elementos que compuseram o material didático pedagógico, observou-se que 93% dos especializandos
reportaram opinião positiva quanto ao material disponibilizado no curso. Em relação aos módulos que tiveram
maior aplicabilidade no trabalho diário do especializando, constatou-se que os módulos mais citados foram os
de situações clínicas comuns na atenção domiciliar em idosos e os módulos de abordagem familiar na atenção
domiciliar e implantação e gerenciamento do SAD. Considerações: A pedagogia dos desafios contribuiu para o
protagonismo dos estudantes no seu processo de aprendizagem, de modo articulado ao seu cotidiano de traba-
lho, bem como propiciou o compartilhamento de experiências no campo da AD no SUS.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; educação a distância; especialização; atenção à saúde.


E-mail: meliseeich@hotmail.com
86 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Cuidados paliativos domiciliar na Coreia de Huntington
Autor: Ribeiro KN.
Instituição: Hospital Municipal Vereador José Storopolli.

O cuidado paliativo domiciliar é um serviço disponível pelas equipes multiprofissionais de assistência


domiciliar para dar apoio e minimizar o sofrimento de pacientes e familiares. A Coreia de Huntington é uma
doença neurológica degenerativa de causa genética autossômica dominante. Seus sintomas estão relacionados
aos movimentos motores involuntários e às alterações cognitivas. Sua progressão é incapacitante, provocando
dificuldade de marcha, dificuldade de deglutição, desnutrição e demência. Objetivo: Este trabalho aborda os
cuidados paliativos domiciliar iniciados em março de 2014 com dois irmãos portadores de Coreia de Huntin-
gton avançada. São pacientes procedentes de uma família cujo pai era portador da patologia, e todos os des-
cendentes faleceram precocemente com complicações derivadas da doença, e os outros familiares ainda vivos
apresentavam os sintomas em estágio inicial. Os pacientes foram incluídos no programa mediante a progressão
da doença. Os familiares foram instruídos sobre a terminalidade, discutiu-se aconselhamento genético e foram
instituídas medidas de suporte para diminuir o sofrimento no final de vida, como dor, falta de ar, depressão,
ansiedade, fadiga, agitação psicomotora, constipação, urgência urinária e infecções oportunistas. O tratamento
é focado em amenizar os sintomas, além de prevenção e tratamento de lesões cutâneas, desnutrição, bronco-
aspiração e quedas, sempre respeitando os desejos do paciente e da família, as condições financeiras e a indis-
ponibilidade de locomoção. Conclusão: A sobrevida da Coreia de Huntington é de 10 a 20 anos após o início
dos sintomas. As medidas aplicadas pelo programa, como cirurgia eletiva de gastrostomia, implementação de
suporte nutricional adequado, realização de coletas de exames e tratamento com medicações injetáveis no do-
micílio, minimizam as complicações da doença com impacto importante na qualidade de vida.

Palavras-chave: Cuidados paliativos; Coreia de Huntington; terminalidade; final de vida.


E-mail: kerenribeiro@gmail.com

Avaliação da visita domiciliar realizada pela Estratégia Saúde da Família a pacientes


em pós-operatório, Ilópolis/RS
Autores: Baldissera B, Tamayo JMG.
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina.

A visita domiciliar pode ser definida como um instrumento de intervenção fundamental utilizado nas
equipes de saúde como meio de inserção e de conhecimento da realidade de vida da população, favorecendo o
estabelecimento de vínculos com esta e a compreensão de aspectos importantes da dinâmica das relações fami-
liares. Pode ser entendida como uma ramificação da complexa rede de serviços ofertados pela Estratégia Saúde
da Família, que visa atuações que priorizam as orientações para o autocuidado, a manutenção e a promoção da
saúde, o monitoramento dos agravos, as situações específicas, temporárias ou não, bem como o acompanha-
mento das demais situações que acometem o indivíduo no domicílio. Objetivo: Identificar se as equipes de saúde
estão conseguindo atender à demanda de visitas domiciliares para pacientes em pós-operatório. Metodologia:
Trata-se de um estudo qualitativo que abordou as percepções de duas equipes de saúde da família, instituídas
no mesmo setor físico, porém com delimitações de área e população diferentes. Incluíram-se todos os profis-
sionais da equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), de uma unidade de pequeno porte, que realiza visitas
domiciliares na área de abrangência. Excluíram-se todos os profissionais da unidade de saúde que não prestavam
atendimento domiciliar às famílias. Resultados: Não foi possível dar cobertura de atenção domiciliar a todos os
egressos de cirurgias por causa das dificuldades que as equipes enfrentavam para realizar as visitas domiciliares,
como a questão de infraestrutura na perspectiva dos recursos necessários para a locomoção, as distâncias terri-
toriais e a falta de tempo para realizar as visitas. A equipe não tinha conhecimento da presença de pós-operados;
na maioria das vezes, isso ocorria depois das 24 ou 72 horas, ou seja, havia falta de comunicação.

Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família; visita domiciliar; pós-operatório.


E-mail: jmpapito@yahoo.es
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 87
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Os trabalhadores e os territórios dos SAD: um levantamento das intervenções
propostas na especialização multiprofissional da UNA-SUS/UFSC
Autores: Verdi M, Eich M, Faust SB, Abreu C, Silvestre L.
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina.

Introdução: No Brasil, a institucionalização da atenção domiciliar no SUS ocorreu a partir de 2011


com a implantação do Programa Melhor em Casa. Entre os esforços em qualificar a assistência domiciliar, a
formação profissional tem se destacado com a estratégia da especialização dos trabalhadores enfermeiros e
médicos para o cuidado e a gestão do cuidado domiciliar. A estratégia de formação profissional desenvolvida
pela UNA-SUS/UFSC ancorou-se na formação-intervenção, tendo como pilares a educação no trabalho,
a intervenção na realidade e o trabalho interdisciplinar em rede. Assim, os planos de intervenção (PI) tor-
naram-se, simultaneamente, instrumentos pedagógicos e de intervenção na realidade das equipes do SAD.
Objetivo: Descrever os feitos e efeitos dos PI propostos no âmbito da formação profissional em atenção
domiciliar para a transformação e qualificação do cuidado e da gestão do cuidado domiciliar no SUS. Meto-
dologia: Estudo documental, realizado a partir da análise de 240 PI desenvolvidos como estratégia pedagó-
gica no Curso de Especialização em Atenção Domiciliar da UNA-SUS/UFSC. Os PI foram desenvolvidos
individualmente e tiveram como referência o território e o processo de trabalho das equipes SAD. Os 240
PI foram analisados e categorizados considerando as temáticas abordadas e os focos de intervenção de cada
plano. Resultados: No processo de análise dos dados dos PI, foi possível identificar o perfil dos trabalhadores
que participaram dessa formação profissional, bem como as principais características da intervenção desen-
volvida, culminando em duas categorias: 1) sobre os trabalhadores da atenção domiciliar: perfil e territórios
de ação; 2) sobre temáticas e problemáticas: intervenções na atenção domiciliar.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; cuidado domiciliar; formação-intervenção; plano de intervenção; território.


E-mail: marverdi@hotmail.com

Comunicação e seu impacto na estruturação do cuidado domiciliar


Autores: Nascimento FF, Mansano AP.
Instituição: Hospital Municipal Vereador José Storopolli.

Minha atuação como membro de uma equipe do Programa Melhor em Casa no município de São
Paulo me traz a reflexão de que muitas das fragilidades apresentadas na estruturação do cuidado no domi-
cílio são desencadeadas pela comunicação ineficiente entre os profissionais de saúde e os pacientes, entre
os familiares e os pacientes, entre os profissionais da equipe multiprofissional e entre os profissionais de
saúde da rede de atenção à saúde (RAS). Diante do exposto, o objetivo do trabalho é relatar, por meio de
estudo de caso, a fragmentação do cuidado determinada pela comunicação ineficiente. O usuário M.A.
foi admitido no Programa Melhor em Casa com objetivo de tratamento de lesão e reabilitação domiciliar.
Na avaliação da equipe multiprofissional, foi definido o motivo do plano terapêutico, a programação de
visita e o plano de ações dos profissionais por categoria. As ações da equipe multiprofissional têm como
principais abordagens: tratamento da lesão, controle da dor (analgesia), reabilitação domiciliar, suporte
assistencial para a paciente/família e compartilhamento do cuidado com a atenção terciária. Porém, no
acompanhamento do usuário, percebo que a ineficiência da comunicação, determinada pela falta de ar-
ticulação dos profissionais envolvidos no cuidado, impacta na qualidade da assistência, gerando medo e
insatisfação no usuário e cuidador.

Palavras-chave: Comunicação; cuidado; domicílio.


E-mail: anamansano@yahoo.com.br
88 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
A formação-intervenção como estratégia de aprimoramento da gestão em
atenção domiciliar
Autores: Verdi M, Reibnitz K, Baibich ME, Silvestre L.
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina.

Introdução: O fortalecimento da atenção domiciliar (AD) depende de ações que qualifiquem tanto as
práticas de atenção quanto de gestão dessa modalidade do cuidado. A formação tem sido uma das principais
estratégias para aprimorar a gestão em AD. O presente trabalho discute as estratégias formativas desenvol-
vidas no Curso de Aperfeiçoamento em AD implementado pela UNA-SUS. Objetivo: Apresentar e discutir
as estratégias formativas adotadas no curso voltadas ao aprimoramento da gestão em AD. Metodologia: Ao
longo do curso, optou-se pela adoção do plano de intervenção (PI) como ferramenta pedagógica que pudes-
se oportunizar o exercício de organização de um processo de interferência nas práticas de gestão do serviço
e do cuidado. Os estudantes foram incentivados a analisar os desafios locais da gestão em AD e construir
uma proposta que buscasse respostas a esses desafios. Após definir o foco da intervenção, esta foi detalhada
em uma matriz de planejamento, buscando dar objetividade e operacionalidade ao PI. Resultados: Funda-
mentando-se na perspectiva democrática da cogestão e da gestão participativa, os estudantes construíram PIs
que problematizaram tanto os modos de gestão adotados nesses serviços quanto as dificuldades associadas à
gestão do cuidado. Conclusões: A adoção de estratégias pedagógicas focadas na transformação dos serviços,
como rodas de conversa e o PI, fomentou a análise crítica da realidade da gestão na AD. Oportunizaram
também a produção de conhecimento sobre os desafios que a AD ainda precisa percorrer para fortalecer-se
como modalidade estratégica para a qualificação do cuidado no SUS.

Palavras-chave: Formação-intervenção; gestão; gestão participativa; cogestão.


E-mail: marverdi@hotmail.com

A formação-intervenção na AD como estratégia de qualificação da gestão do cuidado


e dos serviços
Autores: Baibich ME, Verdi M, Charneski ER, Helmann F.
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina.

Para a expansão e a efetivação da atenção domiciliar como política prioritária do SUS, é necessário
incrementar a formação e a capacitação dos profissionais. Dialogando com a educação permanente e a for-
mação-intervenção, o Curso de Aperfeiçoamento em Atenção Domiciliar ofertado pela UFSC/UNA-SUS
focou suas atividades no saber fazer e na indissociabilidade entre a formação e a qualificação das práticas
de gestão e de atenção à saúde no âmbito da AD. O objetivo deste trabalho é discutir as propostas de inter-
venção para a implantação e o gerenciamento do SAD e para a qualificação das práticas voltadas à gestão
do cuidado propostas como trabalho de conclusão do curso. Foi realizado um levantamento nos planos de
intervenção (PIs) desenvolvidos e registrados no sistema informatizado da plataforma moodle da UFSC. A
análise de dados deu-se por meio da categorização das temáticas e dos focos dos PIs de 488 alunos de todo
o país, todos profissionais ou gestores da AD ou atenção básica e com nível superior. Verificou-se que os
PIs se estruturaram em torno de três temas de gestão: serviço, cuidado e processo de trabalho. Os temas
refletem os desafios da gestão em AD, priorizando os seguintes focos de intervenção: implantação do SAD;
qualificação de novos serviços; organização de fluxos de serviço e estruturação do trabalho em rede; elabo-
ração de protocolos para qualificação da gestão do cuidado e formação para os cuidadores. Concluiu-se que
o processo de elaboração dos PIs para intervir nas práticas de gestão e atenção contribuiu para a estratégia
de qualificação da gestão do cuidado.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; gestão na atenção domiciliar; formação-intervenção; plano de intervenção.


E-mail: estherbaibich@hotmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 89
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Contenção física no cuidado domiciliar e a transposição da prática hospitalar para o
âmbito domiciliar
Autores: Gabriel CS, Santana RF, Souza LMS, Delvalle R.
Instituição: Universidade Federal Fluminense.

Objetivos: Identificar, na literatura, publicações que abordassem o uso de contenção física na aten-
ção domiciliar e sua transposição para o âmbito familiar. Métodos: Revisão sistemática da literatura reali-
zada nas bases de dados MEDLINE, LILACS, CINAHL e SCOPUS, conforme a metodologia Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) no período de 2006 a 2016. Resul-
tados: As prevalências de contenção física variaram entre 20 a 40%. Justifica-se a alta variação às distintas
metodologias e legislações vigentes. As grades laterais foram a contenção mais comum, e as razões mais
citadas para conter foram segurança do paciente e pedido dos familiares. Identificou-se que 16,7% dos
profissionais afirmavam ter aconselhado aos cuidadores o uso de restrições e que 93% destes não soube-
ram identificar alternativas para essa prática. Conclusão: São sugeridas orientações de cuidado domiciliar
centradas na família com adaptações responsáveis e aprofundamento e disseminação de alternativas à
contenção física no âmbito domiciliar.

Palavras-chave: Restrição física; idoso; atendimento domiciliar; enfermagem geriátrica.


E-mail: cristianedasilvagabriel@gmail.com

Relato de caso de esclerose lateral amiotrófica - paciente no local certo


Autores: Mello CD, Rodrigues RPC, Rodrigues R, Pires MGLS, Fonseca FL.
Instituição: Grupo Geriatrics.

C.L.A., 56 anos, portador de doença neurológica degenerativa com diagnóstico de esclerose lateral
amiotrófica, foi admitido em 21/02/2009 em atenção domiciliar na modalidade de internação domiciliar
(ID) com técnico de enfermagem por 24 horas, segundo critério do NEAD (Núcleo Nacional de Empresa
da Assistência Domiciliar) para a pontuação de 33 pontos. Objetivo: Descrever a trajetória de internação do-
miciliar de um paciente adulto com doença crônica e progressiva, de alta complexidade de cuidado, por meio
do conforto e da interação familiar no ambiente domiciliar. Metodologia: Relato de caso obtido por meio
de informações adquiridas em prontuário. Resultados: Na implantação, restrição ao leito, abertura ocular es-
pontânea, sem interação com o examinador; eupneico em ar ambiente via traqueostomia, com ventilação não
invasiva (CPAP para reexpansão pulmonar e oxigenioterapia intermitente); alimentação via enteral pela gas-
trostomia com dieta artesanal in bolus; eliminações vesico-intestinais em fralda e lesão por pressão estágio II
em região sacra. Considerando a data para a escrita do presente resumo, paciente no momento não interage,
mantém-se traqueostomizado com uso de CPAP intermitente e alimentação com dieta enteral artesanal via
gastrostomia. Com impacto relevante, paciente teve cicatrização da lesão por pressão sacra (D180) e nunca
necessitou de reospitalização, sendo todas as intercorrências tratadas no ambiente domiciliar. Recebe até o
momento visita da equipe transprofissional. Conclusão: Por meio de uma equipe transprofissional alinhada
à proposta de assistência humanizada, é possível atingir um resultado de excelência que contempla: hospita-
lizações indesejáveis e segurança no tratamento no domicílio com garantia de qualidade de vida dentro das
limitações impostas pela condição de doença. No momento, paciente encontra-se no domicílio há 2.920 dias
sem reospitalização.

Palavras-chave: Esclerose lateral amiotrófica; atenção domiciliar; VNI; reospitalização.


E-mail: rafaela.rodrigues@geriatrics.com.br
90 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O impacto da patologia de base na sobrevida dos pacientes em atendimento
domiciliar
Autores: Badino FC, Pazin A, Lima C, Garcia LSS, Takemoto MBM.
Instituição: SADIN - Serviço de Atendimento Domiciliar de Indaiatuba.

O SADIN, atuando no município de Indaiatuba em 2014, atende a pacientes das mais diversas pato-
logias crônicas degenerativas. De acordo com a necessidade de cada paciente, é elaborado um cronograma
multidisciplinar individualizado para cada paciente, fato que promove a qualidade de vida em ambiente
domiciliar, além de reduzir as reinternações. O objetivo do serviço é a reabilitação dos pacientes, a possível
alta para o atendimento ambulatorial da rede SUS e a reinserção social deles, mas um número considerável
desses pacientes evolui à óbito, fato muito relacionado à condição clínica do paciente. Objetivo: Ressaltar a
diferença de sobrevida de acordo com a patologia de base dos pacientes atendidos no serviço desde 2014.
Metodologia: O estudo quantitativo teve como base dados coletados no RAAS (Registro de Ações Ambula-
toriais de Saúde) do próprio serviço, analisando as variáveis altas e óbitos. Resultados: De um total de 334 pa-
cientes, 247 (74%) pacientes possuíam doenças neurocardiopulmonares e 87 (26%) pacientes apresentavam
neoplasia. Em um total de 172 (51% dos pacientes) óbitos no período, 61 pacientes (35%) eram oncológicos
e 111 (65%) apresentavam doenças neurocardiopulmonares. Entre os 87 pacientes oncológicos, 69 (79%)
vieram à óbito; já entre os 247 pacientes com doenças cardiopulmonares, 111 (44%) foram à óbito. Entre as
altas, nenhum paciente oncológico obteve alta do serviço; dos demais pacientes, o índice de alta foi de 37%
(92 pacientes) Conclusão: A patologia de base apresentou-se diretamente relacionada ao índice de óbito e à
alta dos pacientes atendidos pelo serviço, sendo significativa essa relação entre os pacientes oncológicos e os
pacientes com patologias neurocardiopulmonares.

Palavras-chave: Domicílio; sobrevida; patologia de base.


E-mail: oncoindaiatuba@gmail.com

Experiência de reabilitação domiciliar na síndrome de Guillain-Barré: relato de caso


Autores: Garcia FSM, Marchello PR, Takemoto MBM, Maschietto MBM, Badino FC.
Instituição: SADIN - Serviço de Atendimento Domiciliar de Indaiatuba.

A síndrome de Guillain-Barré é uma doença do sistema nervoso adquirida sem causa exata, no entanto
está relacionada com infeções bacterianas e virais, como a influenza, pneumonia, HIV, e mais recentemente
foi ligada também ao vírus da Zika. É provocada por uma reação autoimune, ou seja, o paciente começa a
produzir anticorpos que atacam os seus próprios nervos. A síndrome se manifesta sob a forma de inflamação
aguda desses nervos, impedindo que eles transmitam bem seus sinais do cérebro para os músculos, levando
a formigamentos, fraqueza, dificuldade de andar ou paralisia dos membros e dos músculos da respiração. A
doença evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e
regride devagar, podendo levar meses até o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns ca-
sos, a doença pode tornar-se crônica ou recidivar, afetando pessoas de qualquer idade, especialmente os adul-
tos mais velhos. Relato de caso: Paciente R.M.J., 66 anos, sexo feminino, casada, residente em área urbana,
com prática de atividades físicas regulares, portadora de DM e HAS. Após 38 dias de internação hospitalar,
foi realizada inclusão no programa de atenção domiciliar, obteve acompanhamento por 70 dias e um total de
22 visitas com os profissionais de EMAD (equipe multiprofissional de atenção domiciliar) e EMAP (equipe
multiprofissional de apoio). Conclusão: A intervenção imediata do atendimento evitou a progressão rápida
da doença, garantindo o sucesso de uma reabilitação parcial, na qual a paciente evoluiu com alta domiciliar
para seguimento ambulatorial em atenção básica, oferecendo suporte com recursos adequados e estimulando
sua independência total para o retorno às suas atividades diárias.

Palavras-chave: Domicílio; experiências; apoio; empatia.


E-mail: oncoindaiatuba@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 91
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Avaliação do estresse do cuidador em idosos com problemas neurológicos
gastrostomizados em atenção domiciliar
Autores: Lima DFS, Rodrigues RPC, Pires MGLS, Rodrigues R, Fonseca FL.
Instituição: Grupo Geriatrics.

Cuidadores são essenciais para a prestação de cuidados ao idoso, para os conflitos de papéis e para a in-
terferência na sua vida e no bem-estar. Objetivo: Identificar o nível de sobrecarga do cuidador de pacientes gas-
trostomizados em atenção domiciliar (AD). Metodologia: Estudo de corte transversal com aplicação do QASCI
a cuidadores de 56 admitidos em AD de novembro/2010 a agosto/2016, com diagnósticos neurológicos e
gastrostomia e que estavam em AD na análise dos dados (agosto/2016). Foram obtidas as informações do cui-
dador (gênero, idade e parentesco) e do paciente (gênero, idade e diagnóstico clínico). Quanto à sobrecarga, foi
definido que: 0 (ausência de sobrecarga) e >1 (sobrecarga), com 1-25 leve, 25-50 moderada, 50-75 grave e >75
extremamente grave. As variáveis clínicas: diagnóstico de admissão, NEAD e hospitalização. Resultados: Idosos
avaliados: prevalência de mulheres com 57,1% (32); média de idade de 82,5+8,0 anos (60-97 anos), com 67,9%
(38) possuindo ≥80 anos; homens mais novos em média 9,1 anos; a doença neurodegenerativa foi frequente
em 41,1% (23) dos idosos, seguida de doença isquêmica em 35,5% (20) e de outras condições neurológicas em
23,2% (13); entre os gêneros, homens idosos apresentaram mais doença isquêmica (65%), enquanto, para as
mulheres, a doença neurodegenerativa foi prevalente (69,6%); 83,9% (47) eram hipertensos, e 28,6% (16), dia-
béticos; 55,4% (31) foram admitidos com lesão por pressão, e 48,2% (27) tinham traqueostomia; o valor médio
da pontuação do QASCI foi de 93,7+16,1 pontos, classificando a população geral com sobrecarga extrema-
mente grave. Conclusão: Cuidar de uma pessoa com dependência pode comprometer o bem estar do cuidador,
por isso deve-se trabalhar em conjunto com a família para garantir a segurança do paciente e do cuidado.

Palavras-chave: Estresse do cuidador; idoso; diagnóstico neurológico; gastrostomia.


E-mail: rafaela.rodrigues@geriatrics.com.br

Sofrimento moral no trabalho em atenção domiciliar


Autores: Baibich ME, Verdi M.
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina.

A reestruturação produtiva no trabalho em saúde decorreu de modificações na produção de cuidado, re-


fletindo na assistência individual e coletiva, provocando novos processos de subjetivação dos profissionais que
impactaram no modo de produzir esse cuidado. Nesse contexto, a AD apresenta mais um desafio, pois o cuidado
é realizado em um ambiente (o domicílio) não legitimado socialmente enquanto campo de práticas da saúde, como
hospitais e outras instituições de saúde, nos quais a equipe técnica se sente familiarizada e protegida pelas normas
das instituições. Nosso objetivo foi realizar uma revisão bibliográfica entre artigos brasileiros para identificar como
esse novo modelo pode afetar o trabalhador em saúde na AD. Este vivencia cotidianamente problemas éticos,
decorrentes das relações e condições precárias de trabalho e dos modos de sua organização, situação que possibi-
lita surgir o sério problema do sofrimento moral no trabalho (SMT). Encontrou-se que o SMT ocorre quando o
trabalhador sabe o correto a ser feito, mas, devido a barreiras institucionais ou conflitos interpessoais, acaba reali-
zando ações que julga moralmente incorretas. As principais causas são a falta de condições adequadas de trabalho,
de recursos materiais e pessoais, falta de competência da equipe, obstinação terapêutica, negligência e descaso,
desrespeito aos direitos e à autonomia dos pacientes. Há uma violação da integridade moral que, ao romper-se,
desenvolve sentimentos dolorosos de impotência, culpa, medo, ansiedade, frustração, raiva e mágoa, que podem
levar ao adoecimento e até ao abandono da profissão. Concluiu-se que a impregnação do sentido ético no trabalho
em saúde representa a possibilidade para o trabalhador da AD se desenvolver dentro de um contexto favorável à
sua realização e à construção de relacionamentos saudáveis por meio de políticas efetivas e positivas.

Palavras-chave: Saúde mental do trabalhador; sofrimento moral no trabalho em atenção domiciliar; tra-
balho em saúde.
E-mail: estherbaibich@hotmail.com
92 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Ventilação mecânica remota no SAD-HCUFU
Autores: Souza JF, Almeida AECG.
Instituição: Serviço de Atenção Domiciliar do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Uberlândia (SAD-HCUFU).

A ventilação mecânica domiciliar é o tratamento de suporte ventilatório para pacientes com insuficiên-
cia respiratória em que há um ventilador mecânico na casa do paciente. O Serviço de Atenção Domiciliar do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (SAD-HCUFU) atende a pacientes em ventilação
mecânica não invasiva. Cada paciente é monitorado remotamente por meio do sistema de leitura de cartão SD
ou por meio da tecnologia sem fio, em que todas as informações de diagnóstico, prescrição e terapia do paciente
são enviadas para um sistema de gestão baseado em nuvem, o qual recebe automaticamente os dados da terapia
de todos os pacientes, garantindo que nenhum dado seja perdido. O sistema de monitoramento de pacientes
remoto é capaz de detectar vários eventos clínicos (por exemplo, frequência respiratória, volume corrente,
eventos de desconexão do tubo e eventos de apneia do sono), além de fornecer dados sobre a quantidade de
horas de terapia realizada que nos permite ver a adesão ao tratamento, monitorar os resultados e, quando ne-
cessário, alterar remotamente as configurações sem ter que sair da mesa de trabalho. Isso faz com que o acesso
aos dados da terapia do paciente seja fácil e rápido, para que a equipe possa intervir imediatamente em caso de
dificuldade de adesão e piora no quadro geral.

Palavras-chave: Assistência domiciliar; ventilação não invasiva; cuidado domiciliar.


E-mail: jacqueline_fonte@hotmail.com

Melhor em Casa na rede de cuidados paliativos da UFPeL: integração em diferentes


pontos de atenção
Autores: Fripp JC, Maas T, Arrieira I, Pellegrini V, Lins R, Ludtke M, Sanghi S, Santos MIX.
Instituição: Universidade Federal de Pelotas.

Os Programas PIDI e Melhor em Casa, implantados no Hospital Escola da UFPel em 2012, atendem a
pacientes com necessidade de cuidados paliativos que demandam cuidado integral para alívio de sofrimento
físico, psicossocial e espiritual. Objetivo: Integrar o cenário da atenção domiciliar, PIDI e Melhor em Casa
com outros serviços, a fim de oportunizar mais qualidade de vida para indivíduos acometidos por doenças
graves ameaçadoras da vida. Metodologia: Foram coletadas, de sistemas censitários de Pelotas, do SIM/MS
e do sistema próprio do município, informações, como diagnósticos, internações, local de óbitos e pontos de
atenção à saúde. Foram identificados os principais motivos de internação hospitalar e domiciliar, com destaque
para doenças oncológicas, demências e doenças neurológicas em geral, sequelas de trauma, situações de ordem
psicossociais e demandas de suporte de curativos, controle de dor, oxigenioterapia, reabilitação sondas e die-
tas, entre outras condições que caracterizam complexidades clínicas. Resultados: Devido às necessidades, foi
planejada a implantação de equipe consultora de cuidados paliativos hospitalar, favorecendo desospitalização
precoce. Na sequência, foi criado o ambulatório de cuidados paliativos no qual pacientes mais complexos da
atenção domiciliar são referenciados. No mesmo local está a unidade cuidativa que oferece atividades que visam
melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares. Periodicamente, as equipes territoriais do Melhor em
Casa e da atenção primária se encontram para melhorar os vínculos profissionais e facilitar referenciamento
responsável. Conclusão: Cuidados paliativos em rede, com a atenção domiciliar funcionando como elo e facili-
tador de fluxos, têm oportunizado mais qualidade de vida aos usuários que precisam de cuidados continuados
para prevenção e controle de sintomas

Palavras-chave: Cuidados paliativos; rede de atenção; atenção domiciliar.


E-mail: julietafripp@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 93
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Cuidados paliativos na atenção domiciliar: desafios e possibilidades
Autores: Franco ME, Abreu DPH.
Instituição: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução: A assistência domiciliar (AD) traz uma gama de possibilidades de atuação para equipe inter-
disciplinar; uma delas é o acompanhamento de pacientes em cuidados paliativos (CP) até o final de sua vida.
Um dos princípios dos CP, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é oferecer um sistema de apoio
para auxiliar a família a lidar com a doença do paciente em seu próprio ambiente, visto que a família também
é compreendida como unidade de tratamento. Objetivo: Relatar a experiência de residentes multiprofissionais
sobre os desafios e as possibilidades de atuação na assistência domiciliar de pacientes em CP. Descrição da ex-
periência: Trata-se de um relato descrito por uma enfermeira e uma fisioterapeuta que atuaram em um serviço
de AD do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no primeiro semestre
de 2017. Os principais desafios observados foram a formação de vínculo da equipe com o paciente e familiares,
a eleição do cuidador principal e seu desgaste, a prevenção e o controle de sintomas fora do âmbito hospitalar,
a definição de diretivas antecipadas de vontade, a disponibilidade de materiais e medicamentos, os limites pro-
fissionais, a referência e contrarreferência, além de questões estruturais de políticas públicas. Foram vivenciadas
as possibilidades de discussão e tomadas de decisão compartilhadas entre a família e equipe, realização de pro-
cedimentos técnicos, aprendizado com o outro (profissionais, familiares e pacientes) e orientação de cuidado do
paciente e da família. Conclusão: Quando há um trabalho interdisciplinar comprometido com foco no paciente
e família, os limites muitas vezes se transformam em desafios que podem ser superados, o que leva à adaptação
da equipe a terrenos áridos e à construção de novas possibilidades para atendimento naquele domicílio.

Palavras-chave: Cuidados paliativos; assistência domiciliar; interdisciplinar; residência multiprofissional.


E-mail: marinete.franco@hotmail.com

Salutogênese no ambulatório de saúde mental: uma alternativa para a saúde integral


do idoso no domicílio
Autores: Bandeira ACS, Moreira IIS, Santos SNSA, Macedo AM.
Instituição: Cafaz - Caixa de Assistência dos Servidores Fazendários Estaduais.

A ideia de favorecer a saúde existe desde os tempos de Hipócrates, considerado “O Pai da Medicina”.
Nos dias atuais, essa ideia é reforçada pela Salutogênese, teoria que defende a noção de saúde em vários níveis:
corporal, anímico, social e espiritual. O Projeto Ambulatório de Saúde Mental surgiu em 2015 como uma “pro-
posta salutogenética”, na qual, por meio das abordagens em psicoterapia, homeopatia, acupuntura, meditação,
psiquiatria e grupos de resiliência, coloca-se o paciente enquanto agente nos seus processos de reaquisição de
saúde e, acima de tudo, favorece a conexão do indivíduo com o núcleo saudável do ser, acessando recursos in-
ternos de autocura e, assim, promovendo saúde. Esse projeto emerge como alternativa para pacientes acima de
60 anos que se utilizavam de benzodiazepínicos em excesso, posteriormente ampliado para promoção e preven-
ção da saúde; dessa forma, esse modelo supera aspectos limitadores biomédicos e compreende a integralidade
do sujeito, potencializando sua autonomia em sua vivência. Nesse viés, coloca-se em relevo o atendimento em
domicílio a pacientes com comprometimento nas atividades de vida diária (AVD) para atendimentos de caráter
semanal, favorecendo a perspectiva de uma saúde integral para idoso, uma saúde não atenuada pelos limitantes
físicos e fomentadora da autonomia do sujeito. Resultados: 7% dos pacientes atendidos pelo Ambulatório de
Saúde Mental receberam atendimentos domiciliares; desse grupo, 40% apresentaram redução na utilização de
fármacos, utilizando-se de terapias holísticas como recurso terapêutico; 95% apontaram melhoria na qualidade
de sono; 60% indicaram redução dos níveis de ansiedade; 30% passaram a lidar melhor com sentimentos vin-
culados ao luto; 98% tiveram uma melhor qualidade de vida após a participação no projeto.

Palavras-chave: Salutogênese; idoso; domicílio; saúde mental.


E-mail: suzianearruda1@gmail.com
94 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Um novo olhar para domicílio: o Serviço de Atenção Domiciliar e a instituição para
abrigamento de idosos
Autor: Carvalho VV.
Instituição: Gerência de Serviços de Atenção Domiciliar da Região de Saúde Centro-Norte do Distrito Federal.

Introdução: O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) é responsável pelo acompanhamento de pacientes


domiciliados. Entende-se como domicílio “um local estruturalmente separado e independente que se destina a
servir de habitação a uma ou mais pessoas, ou que esteja sendo utilizado como tal”, podendo ser particular ou
coletivo. Assim, torna-se necessário que os SADs busquem conhecer e acompanhar pacientes que sejam domi-
ciliados em alguns domicílios coletivos. Objetivos: Conhecer, acompanhar e cuidar dos moradores de domicílios
coletivos e aproximar a comunidade dos idosos abrigados. Metodologia: O SAD fez uma triagem de pacientes
classificados em AD2 e AD3 domiciliados na instituição filantrópica para abrigamento de idosos. Foi realizada
uma visita, e o SAD detectou três moradores com critérios para serem acompanhados pelo serviço. Na ocasião,
também conheceu todos os moradores da instituição e suas patologias e fez um encaminhamento à UBS respon-
sável pela área da instituição. Além disso, como forma de aproximar a comunidade dos idosos abrigados, o SAD
passou a realizar eventos de capacitação de cuidadores e sociais na instituição, tendo como participantes também
os cuidadores e alguns pacientes de domicílios particulares acompanhados pelo SAD. Resultados: Construção de
laços mais profundos com os outros idosos abrigados na instituição. A parceria entre o SAD e a instituição de
abrigamento permite que os idosos moradores de lá se sintam acolhidos e amparados em suas queixas de saú-
de. Conclusão: As equipes de atenção domiciliar devem prestar assistência às pessoas domiciliadas em sua área
territorial delimitada e cabe ao SAD conhecer os domicílios coletivos que possuem moradores necessitando de
cuidados de saúde e que estão dentro dos critérios de admissão para a elegibilidade ao Programa Melhor em Casa.

Palavras-chave: Instituição; domiciliar; coletivo.


E-mail: dravanessavc@gmail.com

Encontro de cuidadores: uma potente estratégia de cuidado


Autores: Lima RMF, Oliveira IB.
Instituição: Hospital Geral Doutor Waldemar Alcântara.

Introdução: O SAD do HGWA atua desde 2003 na cidade de Fortaleza. O serviço desospitaliza pacientes crô-
nicos em condições de alta hospitalar, dando-lhes suporte técnico quando desse retorno. A equipe multidisciplinar
atende às demandas dos pacientes e dos cuidadores. Nesse contexto, foi observado que, em muitos casos, o cuidador
torna-se adoecido física e emocionalmente, necessitando de acompanhamento. Diante dessa realidade, foram cons-
tituídos os Encontros de Cuidadores, que são reuniões mensais planejadas para cuidar daquele que cuida. Objetivos:
Proporcionar um lugar de escuta e acolhimento do sofrimento psíquico, alívio da sobrecarga, compartilhamento de
experiências entre os cuidadores e um espaço para disseminar a educação em saúde. Metodologia: São realizados
encontros mensais com temas do interesse dos cuidadores. O encontro é dividido em dois momentos. O primeiro
é conduzido pela psicóloga e pela terapeuta ocupacional. É feito o acolhimento do cuidador e a escuta de suas de-
mandas. Realiza-se o treino intitulado “Cinco minutos do cuidador”, no qual há uma reflexão sobre a necessidade de
dedicar pelo menos 5 minutos de seu dia para perceber-se e para cuidar-se. Durante o segundo momento, são desen-
volvidos temas de educação em saúde, que consistem em orientações sobre cuidados com o paciente e autocuidado
explanado por profissionais da equipe do SAD. Resultados: Os cuidadores relataram, nas visitas domiciliares, que
a participação nos encontros os ajudou a aliviar o estresse e as angústias. Também verbalizaram a importância de
ouvir outros cuidadores, pois alguns se sentiam desamparados em seus sofrimentos e puderam compartilhar das
mesmas dores. Conclusão: O encontro de cuidadores tem desafiado a equipe multidisciplinar a repensar o cuidado
em domicílio, atentando também para o cuidador. É perceptível que, à medida que a condição emocional dos cuida-
dores evolui, esta influencia diretamente a melhora dos cuidados com o paciente, por isso a relevância em promover
espaços de acolhimento, proporcionando qualidade de vida em meio às diversas condições referidas.

Palavras-chave: Acolhimento; cuidador; assistência domiciliar.


E-mail: renatamflima@yahoo.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 95
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Atenção domiciliar: uma modalidade assistencial em cuidados paliativos
Autores: Mansano AP, Silva VCG, Rossi P, Silva FOCS.
Instituição: Hospital Municipal Vereador Jose Storopolli.

A qualidade do cuidado no fim da vida depende de uma equipe interdisciplinar com habilidades interpessoais,
técnicas e respeito pelo indivíduo. Muitos profissionais têm dificuldades em lidar com a morte e relatam sentimento
ansioso e despreparo para estar com pacientes que estão morrendo. Em nossa equipe multiprofissional, o sentimen-
to não é diferente, porém nos deparamos frequentemente com pacientes em terminalidade e finitude no domicílio.
Discutimos o tema com o objetivo de melhorar a estruturação do cuidado no fim da vida. Por meio de relato de
caso, apresentamos as ações definidas no projeto terapêutico para fortalecimento da assistência domiciliar como
opção na estruturação do cuidado paliativo. M.A.R.R. foi admitida no Programa Melhor em Casa com diagnóstico
de tumor de pâncreas com o objetivo de cuidados paliativos. O período de acompanhamento foi de 07/2016 a
09/2016. Na avaliação da equipe multiprofissional, foram definidos o motivo do plano terapêutico, a programação
de visita e o plano de ações dos profissionais por categoria. As ações da equipe multiprofissional tinham como prin-
cipais abordagens: reconhecimento dos sinais de emergência, controle da dor (analgesia) e suporte assistencial para
a paciente/família. O fortalecimento do vínculo com a família por meio de diálogo contínuo foi fator determinante
para humanizar o cuidado àquele que enfrenta à morte. Em 10/09/2016, a paciente evoluiu à óbito no domicílio
e, após uma semana, a família nos procurou para mostrar um áudio gravado pela própria paciente no dia da sua
morte: “pessoal, aí, muito obrigada por tudo, fiquem com Deus”. Com base na estruturação do cuidado domiciliar
da paciente, foi possível compreender que o domicílio é uma opção para o atendimento de terminalidade e finitude,
pois, muitas vezes, as famílias e os doentes têm o desejo dos cuidados paliativos serem dispensados no domicílio.

Palavras-chave: Domiciliar; cuidados paliativos.


E-mail: anamansano@yahoo.com.br

Perfil dos pacientes do PAD do HGWA admitidos por tentativa de suicídio


Autor: Lima RMF.
Instituição: Hospital Geral Doutor Waldemar Alcântara.

Introdução: O suicídio é um grave problema de saúde pública. Estima-se que há cerca de 1 milhão de
suicídios por ano. Segundo a OMS, o número de tentativas é de 20 vezes maior. O controle e a prevenção, em-
bora difíceis, são possíveis de serem realizados. Os principais fatores de risco são: tentativa prévia de suicídio e
transtorno mental. Para cada suicídio, há em torno de seis pessoas diretamente afetadas. O PAD, programa per-
tencente ao SAD do HGWA em Fortaleza, atende a pacientes desospitalizados crônicos na linha de cuidados
da posvenção (termo utilizado para atenção prestada aos sobreviventes da tentativa de suicídio e a familiares
enlutados pela perda por suicídio). Metodologia: Levantamento de dados do prontuário eletrônico dos pacien-
tes no mês de outubro de 2017 e escuta psicológica no domicílio. Objetivo: Traçar o perfil dos pacientes sobre-
viventes da tentativa de suicídio que foram encaminhados para atendimento domiciliar. Resultados: Dos 129
pacientes do programa, 7 são sequelados de tentativa de suicídio (cerca de 5%) com idades entre 21 e 38 anos,
dos quais 6 são do sexo feminino. Os métodos utilizados foram: 6 por intoxicação exógena e 1 por arma branca
(faca). Os pacientes são bastante comprometidos, tiveram perdas motora e cognitiva; 4 estão em coma vigil,
2 cognitivamente bastante prejudicados e apenas 1 mantém a função cognitiva preservada, porém apresenta
prejuízos importantes no campo motor e linguístico. Na intervenção psicológica com os familiares e paciente,
identificaram-se histórico de tentativa de suicídio prévia, indícios de transtornos mentais e falha na adesão te-
rapêutica. Conclusão: A clínica com os sobreviventes do suicídio (na díade paciente-família) revela significativo
sofrimento psíquico perpassado por sentimento de culpa e questionamentos sem respostas, ressaltando, assim,
a importância do trabalho de posvenção com esses sujeitos.

Palavras-chave: Atenção domiciliar; tentativa de suicídio; posvenção.


E-mail: renatamflima@yahoo.com.br
96 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
Construção e elaboração de um manual educativo para os cuidadores em assistência
domiciliar pediátrica
Autores: França LCR, Pereira AS.
Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin.

Introdução: A assistência domiciliar consolidou-se como uma estratégia mundial, garantindo a humanização
do atendimento, a minimização dos gastos hospitalares, a otimização dos leitos, prevenindo os agravos decorren-
tes das hospitalizações. Porém, para que o programa atinja seus objetivos, é necessário o comprometimento de
toda a sociedade e, em especial, do cuidador, que é a pessoa que presta os cuidados diretamente, de maneira contí-
nua e regular. Objetivo: Descrever a experiência no processo de construção e elaboração de um manual educativo
destinado aos cuidadores do Programa de Assistência Domiciliar Pediátrico. Metodologia: Estudo descritivo, do
tipo relato de experiência. A partir das experiências adquiridas ao longo de 17 anos de existência do programa e
por uma profunda investigação literária dos conceitos, dos conteúdos e das orientações pertinentes aos cuidados
fornecidos à criança em assistência domiciliar, foi elaborado um manual educativo, chamado de “Manual do Cui-
dador”, de forma criativa e dinâmica, com linguagem popular, servindo como guia de orientações para casos de
dúvidas e auxiliando nas tomadas de decisões do cotidiano dos cuidadores. Resultados: O manual educativo de
27 páginas foi dividido em 15 domínios de interesse, ilustrados por figuras e seus respectivos textos explicativos,
que são eles: cuidados diários com o paciente; benefício de prestação continuada (BPC); orientações para o uso
do oxigênio domiciliar; cuidados com o oxigênio domiciliar; dieta enteral; higienização dos frascos; sonda de gas-
trostomia; cuidados com a gastrostomia; cuidados com a sonda oro ou nasogástrica; cuidados com a sonda naso-
enteral; cuidados com a traqueostomia; cuidados com a aspiração das vias aéreas; cateterismo vesical intermitente;
materiais disponibilizados pelo PAD e endereços importantes. Conclusões: A experiência demonstrou que o uso
desse manual facilitou a prática nos cuidados às crianças em assistência domiciliar, tendo em vista que se constituiu
em uma tecnologia leve ilustrada capaz de responder às principais dúvidas que permeiam o cotidiano, contribuin-
do para o desenvolvimento de habilidades e favorecimento da autonomia desses cuidadores.

Palavras-chave: Manual; assistência domiciliar; pediatria.


E-mail: lcrfrancab@hotmail.com

Óbito domiciliar no programa de cuidado paliativo: construção de conceito e valor


Autores: Pires MLGS, Rodrigues RPC, Rodrigues R, Fonseca FL.
Instituição: Grupo Geriatrics.

Introdução: Cuidados paliativos (CP) e de fim de vida têm o objetivo de controlar sintomas até a morte. Ob-
jetivo: Evidenciar o modelo de hospice para a aderência ao programa, garantindo a taxa de óbito domiciliar (OD) >
80% do total atendido. Metodologia: Análise da totalidade de óbitos, de agosto de 2014 a agosto de 2017, associada
ao protocolo de avaliação e de admissão dessa população. Após uma solicitação médica, a equipe faz a avaliação tra-
çando o perfil clínico, funcional, cognitivo e paliativo pelas escalas de Zubrod e Karnosfk, identificando um perfil de
paliação e definindo o programa, a saber: PS0 e KPS 100%/KPS 90% (programa case); PS1 e KPS 80%/KPS 70%
(programa CP leve); PS2 e KPS 60%/KPS 50% (programa CP intermediário); PS3 e KPS40%/KPS30% (programa
CP intenso); e PS4 e KPS20%/KPS 10% (SID 24h e SID 12h). Na admissão: Explicação do conceito e dos objetivos
do plano terapêutico individualizado com visita médica e uso da psicologia, com posterior alinhamento com a equipe
multidisciplinar (EM). Após o óbito: Documentação (atestado no domicílio) e visita pós-morte na primeira semana.
Resultados: O total de óbitos foi de 94 (78 em domicílio e 16 no hospital); dos OD, 54 estavam no programa de CP
e 39 estavam em programa de internação domiciliar. Conclusão: O OD é desfecho esperado para os pacientes que
fazem parte de programa de CP e de atenção domiciliar. Acredita-se que o fortalecimento do conceito de hospice
com familiares e médicos assistentes sem formação de paliação seja a ação fundamental para a sua consolidação. A
ação da EM, com a psicologia atuando antes do atendimento domiciliar, agrega a confiança necessária.

Palavras-chave: Hospice; cuidado paliativo; atenção domiciliar; óbito.


Email: rafaela.rodrigues@geriatrics.com.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar 97
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018
O impacto do Serviço de Atenção Domiciliar na oferta de leitos de Unidade de
Terapia Intensiva pediátrica
Autores: Borges EF, Ferreira HM, Borges Júnior LH, Azevedo VMGO, Hattori WT.
Instituição: Serviço de Atenção Domiciliar do Hospital de Clínicas de Uberlândia.

Introdução: A disponibilidade reduzida de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas
constitui um importante problema no sistema público de saúde brasileiro. O Serviço de Atenção Domiciliar
(SAD) tem como um dos objetivos a otimização de leitos hospitalares, contribuindo, dessa forma, para uma
distribuição mais eficiente do recurso público para enfrentar a alta demanda por acesso aos serviços de saúde,
atingindo maiores níveis de cobertura. Objetivo: Avaliar o impacto do SAD na oferta de leitos hospitalares de
UTI pediátrica. Metodologia: Trata-se um estudo observacional analítico, retrospectivo, com coleta de dados em
prontuário. Foram avaliados todos os usuários pediátricos em ventilação mecânica invasiva domiciliar (VMID),
admitidos no SAD do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HCU), no período de 31/07/2007 a 31/08/2017.
Projeto de pesquisa aprovado pelo CEP da Universidade Federal de Uberlândia. Resultados: Nesse período,
foram assistidos 35 usuários pediátricos em VMID, dos quais 19 permaneceram ativos, 13 vieram a óbito e 3
receberam alta. O número de dias que eles permaneceram em casa totalizou 29.942 dias, o que permitiu 2.994
novas internações, considerando um tempo médio de permanência em UTI de 10 dias. Para mensurar esse
impacto, uma UTI pediátrica com 10 leitos possui capacidade instalada de 30 internações por mês. Seriam ne-
cessários 8,31 anos de funcionamento de uma UTI para gerar esse número de internações. Conclusão: O SAD,
com a desospitalização de crianças dependentes de VMID, contribui de maneira positiva para a promoção do
acesso aos leitos de UTI, devido à sua rotatividade, por novos usuários.

Palavras-chave: Ventilação mecânica invasiva domiciliar; atenção domiciliar; desospitalização.


Email: laerteh@yahoo.com.br

98 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar


Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano IV - Número IV - 2018

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