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Os Pensadoi6s
CfP-Braail. Caialo^açâonj-PiiNicaçio
Q n un Srasileirn do Livrti. SP
CDD-I93>
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•142.3
HiJ07IK -160
C R ÍT IC A DA R A Z Ã O P U R A
itHradução
i. Da distinção orttrc üonhccimonio puro e empírico ........ . 23
\{, Possaímos ccrtos conhecimeruos a priori c mesmo o entendi
mento comum jitmais está de&provido deles - 24
IJI A Hlosofia precisa dc umuciância.qLic JetcrmEnt: a [>ossibiSid^íJe,
os princípios c o ãmbUo dt Lodüs os conhecimentos a. priori 25
IV, Da âisiinçâo cmrc juízos analíticos e sintéticos .................. 27
V. Fm TDdas as ciências teóricas da razàü estão contidos, como
princípios, juízos sintéticos a priori .......... .............................. 28
V L Problema geral dtf razão pura . , , .........................30
VII. idúia c divisão de uma ciência v^pcrial sob ü nome de uma
Çriticn da Ríuião Pura .......... .. , * ........ , ........... 32
I. D O U T R IN A T R A N S C E N D E N T A L O Ú S E L E M E N T O S . ... .. 37
Divisão Segunda
Introdução
I. Da ilusão transcendental .................................. ........................... 177
II. Da razão pura como sede da ilusão transcendental .............. ....... 179
A. Da raiào em geral .............................................. ........... ....... 179
li. Do uso lógico da razão .............. ........................................... 18 1
C. Do uso puro da razão 1R2
V ID A E O B R A
C u iís u lto r ía : M a r i l e n b d e S ih iz h C l i a i n
ouquíssimo* filósofos tiveram uma vída tão despida dos elemen
P tos que geralmente sc encontram na* biugjafias das grandes per
sonalidades quanto Immanuel Kant_ Nascido numa pequena cidade
da Prússia, Kònig5bcrf5f no dia 22 de abril dc 17Z4P Kant era filho de
um artesão humilde, que trabalhava com artigos de couro. Estudou
ntj ColíRio Krideririanym e na Universidade de Konifisbefg: rtfsta úiti*
rra tornou-sc professor catedrático, depois de alguns anos como pre
ceptor de filhtra dc famílias ricas. Kant não casou nem teve filhos. Fa
leceu a 12 de fevereiro de 1B04, sem jamais ter saído da crdade em
que nasceu. Era um fiomem extremamente metódico, de pequena es
tatura n físico frágsf,
Outrírt actmtccimenlos relatados sobre sua vida (a impresso cau
sada pela leitura das obra* de David Humc 0711-17Tb), a admifdçk)
intontida pelo pensamento de Kou&seau {1712-1775), a timidez ao
proferir a primeira aula) süo todos episódios com um único denomina
dor comum: um cérebro que passou a vida investigando a universo
espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos, neccs-
sáriOí e univ<*rs;tí$,
Ponto de convergência do fwnsamento ri losófico anterior, a obra
dc Kam {.onstitui, ao mesmo ttrmpu, fonte da qual brota a maior parte
das reflexões dos séculos XIX e XX.
O universo espmtual, submetido por Kant ao crivo da análise crí
tica, compunha-se dí* elementos variados e contraditórios; apesar des-
w dificuldade, esses elemento* podom $<?r sintetizados cm torno dc
duas grandes questões, a pártir das quais st? desdobram Inúmeras ou
tras.
A primei™ dessas questões diz re&peito ao conhecimento, suas
possibilidades, seus limites, suas esferas de aplicaçáo. Com relação a
esses problemas, a filosofia do sòctilo XVJll defrontava-se com duas
ciências que se apresentavam como conjuntos de conhçcimentos cer
tos e indiscutíveis: a matemática e a ífsíca. A matemática ttvera gran
de desenvolvimento a partíf do Renascimento > — sobretudo devido à
criação da geometria analítica por Descartes (1596-1650) e do calcu
lo infinitesimal por Newton (1642-1727) e Leibmi (184^171 fa) — ,
constituindo-se no proprio modelo do conhecimento científico, gra
VIII KAíST
Categorias do entendimento
As antinomia* da razão
O imperaiivo categórico
Cronologia
Bibliografia
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CRITICA
DA RAZÃO PURA
DE
IMMANUEL KANT
V alerio Ruhdcn
Em 8 de setembro de I97&,
i BAC O D E V E R U L A M IO . fnstauratio magna. Praefatîo
De nahis ipsis silemus: De re auiem, quae ugitur, petimus: ut homines earn
rtQfi Q p in in rte m , $ed O p u s Ç S.Í? c Q g ife itt; a ç p w çer'tü h a b é ù n ir rtQri S v ç t a ç riOS
alien lu s, aui PíactiL sed uliiitaiis el amphtudims human ae fundaments m&tiri.
Deirtde ut sain commodts aequi... in commune cv/tsu faut... i'i îpst i/t partem re
nient. Prceterea ut bem sperear, neque histauratioiter» nosimm ut ijuiddam hxfi-
nilum et ultra mortaleßngaaii et animo canCipiant; quum révéra stl infinîtî erflj-
rfsßttis et rerminus legitimus?
/Excelentíssimo Senhor,
Trazer a sua c o n L rib u iç à o ao crcsclmcmo da$. ciências significa ixabalhar
no próprto irttertísse de Vossa Excelência; pois ambas as coisas acham-sc estreita*
mente ligadas, não somente peias eminentes funções de um protelor* mas também
pela relação muito mais ín tim a dc um amante c dc um tonhcetdor esclarecido.
Por ií&o, sirvo-me também do único meio tle certa modo em meu poder ppra
demonstrar a minha gratidão pcl» benévola confiança com que Vossa-Excelência
me honra, como se eu pudesse contribuir com algo para esse propósito,
/ A mesma benigna atençãt) com que Vossa Hxcclcncia honrou n primeira
edição desta obra. dcdico a$ora tambán cs ta sugunda ecom ela ao mesmo [tm-
po tudo o mais que se refere à minha missão literária, e sou com o mais profun
do respeilo
de V üüsu Excelência
o m ais humilde c obediente servidor
tmmanucl Kant.
/ Prefácio à Segunda Edição
ralmente que ser muito mais difícil encetar o caminho seguro da ciência, pt>slo
que precisa ocupar-;>c não somente de si mesma, mas Lambem de objetos. Por
isso» Lambem como propedêutica a Lógica constitui apertas uma espécie de veslí
bulo das ciências: quando se fala de conhecimentos, pressupõe-se uma Lógica
para julgá-los. mas se tem que procurar adquirir os mesmos nas próprias e objctl
vameme assim chamadas ciências.
Na medida cm que deve haver razão nas ciências, algo tem que ser conheci
do neías a pripru e o conhecimento da razáo pode ser referido dc dois modos
'4U seu objeto*, ou meramente para / determinar este e seu conceito (que precisa
ser djido alhures) ou também para forné b real, O primeiro é cúrfheçimmto teóri
co, o segundo, conhecimenio prático da razâo. Nao importa quào grande ou
pequeno sejii o seu conLeúdo. a parte puta de ambos, m u seja. aquela em que
a razão determina o seu objeto de modo completamente a priori. lem que ser
exposta antes sozinha, «m com da mesclar o que provém dc outras fontes; pois
constitui: péssima economia gastar cegamente todos os ganho» sem poder distin
guir depois quando cia emperra, qual parte dos rendimentos pode arcar com
ú despesa e dc qual pane se deve cortá-la.
Matemática e Física são os dois conhecimentos teóricos da razâo que devem
determinar os seus ob/etux a priori. a primeira de modo inteiramente puro. a
segunda dc modo pelo menos cm parti: puro. mas tomando ainda como medida
outras fontes dc conhecimento que nào as da razão.
Desde os tempos mais rcmoios alcançados: pela história da razâo humana,
já com o admirável povo grego, a Matemática encetou o caminho seguro de
uma ciência. Só nào sc deve pensar que lhe lenha sido tào fácil como á Lógica,
na qual a ra/ão só se ocupa consigo mesma, encontrar esse caminho imperial
ou. / mais ainda, iraçá-lo para si mesma. Creio antes que tenha permanecido
por tongo tempo (sobretudo enirc os egípcio a) no simples tatear, c que essa trans
formação se deve atribuir a uma revolução realizada pelo lampejo feliz de um
único homem, numa tentativa a partir da qual não se podia mais errar a trilha
a seguir, e assim o caminho seguro dc uma ciência eslava encetado e traçado
para iodos os tempos e distâncias infinitas. A história desta revolução na maneira
de pensar, aliás muito mais importante do que a deseoberta do caminho do famo
so Cabo ida Boa Esperança), bem como a da Feliz pessoa que a levou a efeito,
nao chegou até nós. Nào obstante, a lenda transmitida a nó* |>or Diógenes Laèr-
cio — que nomeia o suposto inventor dos. elementos mínimos das demonstrações
geométricas, os quais nào precisam de qualquer prova segundo o juízo comum
— prova que a lembrança da transformação produzida peio primeiro passo no
descobrimento deste novo caminho tenha parecido extremamente importante aos
matemáticos e se lenha tornado por isso mesmo inesquecível. O primeiro a de
monstrar o triângulo equilátera {tenha-se chamado Tales ou tenha tido outro no
me qualquer) leve um lampejo, pois achou qw. f nào devia rastrear o que via
na figura ou o simples conceito da mesma para através disso aprender suas pro
priedades, mas que devia produzir (por con^ruçào) o que segundo conceiLus ele
mesmo introduziu pensando e se rçpresctupu a priori e que, para saber dc modo
seguro algo a priori, nao precisava acrescentar nada â coisa a nào ser 0 que
C R IT IC A D A R A Z Ã O P U R A u
resultasse necessariamente daquilo que c^c mesmo havia posto nela conforme
u seu conceito. .
A CièncEa da Natureza desenvolveu-se multo mais lentamente até encontrar
u laTgo caminho da cíencia, pois fax apenas um século e tudo que a proposta
do engenhoso Bacon de Verulamo em parle ensejou esta descoberta e cm parte
a ativou, uim vez que já se andava em seu encalço, c que igualmente so pode
ser explicada por uma súbita revolução precedente na maneira de pensar. Nào
pretendo considerar aqui scnSo a Ciência da Natureza, na medida em que está
fundada em princípios empíricos.
Quando Ga l: teu deixou sua,s esferas rular sobre B üupcrfície oblíqua çora
um peso por ele mesmo escolhido* t>u quundo Torricelli deíx«;u □ ar carregar
um peso de antemão pensado corno igual o de uma coluna de água conhecida
por cie, ou quando ainda mais tarde Staíü transformou metais cm cal c esta
de novo / em racial retirandn-lhes ou restituindo-lhes algo:* íjssv foi uma revela- sin
çây para todos os pesquisadores da rtaiureza. Deram se conta que a. razão $6
compreende o que ela mesma produi se&undo seu projeto, tjue ela leria que ir
à frente com princípios dos $eus jutxos segundo Ids constantes c obrigar a nature
za a rcspvnder às suas perguntas, mas fiem se deixar conduzir jx>r ela ciimo
se estivesse presa a um laço; do contrário, observações feitas ao acaso, .sem um
plano previamente projetado, não se imerconectariam numa lei necessária, coisa
que a ra*ão toduvia proeuru s necessita. À raráo tem mxa ir à natureza tendo
numa das màos os princípios unicamente segundo os quais fenômenos eoncor
dantes entre s! podem valer como leis, e na outfü o experimento que ela imaginou
segundo os seus princípios, claro quo para !.cr ínsiruidn pela natureza, nüo porém
na qualidade de um aluno que se deixa dkar ludo o que o prníe&àpr quer* mas
sim na dc um jufo nomeado que obriga as testemunhais a responder às perguntas
que liies propõe. L ussim até mesmo i\ Física deve a tão vantajosa revolução
na sua maneira dc pensar apenas à tdéia de / procurar na natureza (nào the *iv
imputar]. segundo o que a própriu razão cata ca nela, aquilo que precisa aprender
da mesura e sobre o que nada poderia wiber por si própria, Airavcs di.^o,. a
Ciência da Nnmrc/;i fo! pel:t primeira ver. pouu caminho »çguto dc uma ciên
cia, já 4ucr por muitos séculos nada mais havia sido que um simples tatüar.
A Mèiafísica, um conhecimento ospcculuiivu da rasslo inteirameiue isolado
que através de simples conceitos (nào como a Matemática, aplicando os meamos,
a intuição), se eleva compluiamentc acima du çnsinamento da experiência rva qual
portanto a razão deve ser aluna de si me.sm;», nào teve nLc: attira um destino
tão favorável que lhe permilisüe encetar o caminho seguro de uma ciência, nào
obstante ser müis antign do que Lodas a& demais e dc que sobreviveria mesmo
que ajs dentais fossem tragadas peln abismo de uma barbárie que a tudo extermi
nasse. Pois a razão emperra continuamente na Metafísica, mesmo quando quer
dar-se conta a priori (como se arroga) daquelas lei* confirmadas pela experiência
maiü comum, tsfela $c precisa reLomar o caminho inúmeras vezes porque se des
cobre que não leva íiondc se quer t. no tocante à unanimidade das / afirmações xv
5 N S íi sí£t> a q u i e x a titm e m ? Ü fiu dn h i^ ü r ia d o m é iu d o euperimental, c u jn c p m m írJic is n ilo s ã o *0411«-
bk:mCOÍlhCCidOis,
KANT
<Jos seus partidários, ela st encontra dc Lal modo distante disso que constitui
ames um campo de batalha mui propriamente destinado a exercitar suas forças
no combate simuíado, campo onde ainda combatente algum conseguiu conquíâ-
taf para aí o menor lugar c fundar urns pu.vàc duradoura sobre esta vitória. Seu
procedimento constituiu até hoje. sem dúvidü alguma, um mero taiear c, o queé
pior, entre meros conceítòs-
A que se deve o fato dc nào se ler podido aqui encontrar ainda 0 caminho
íseguru da ccência? É porventura impossível? Pois dc onde a n íu u re z u incuJiuu
cm nossa razão a aspiraçãu incansável dc rastreá lo como um dc seus interesses
mais importantes? Mais ainda* quào pouco motivo temos para eoflfiar em nossa
razão qunndo nao só nus abandona num dos aspectos mais importantes da nossa
ãnsia de saber, mas ainda nos entretém com simulações e por fim nos ludibria!
Ou ernâo só terá sido errado até agora? Em que indícios podemos nos apoiar
para esperarmos ser. numa renovada tentativa, mais felizes d.ü que outros o foram
até agora?
Eu deferia acliar que Os exemplos da Matemática e da Ciência da Nalun;*a,
nvi as quais kc tornaram / o que agora sao por uma revolução levada a efeito de
uma só véi, scri&m «ufictcniciticiilc notáveis para lazer medicar .sobre 03 cícmcn^
los essenciais da transformação na maneira de pensar que lhes foi tào vantajosa
Cv na medida cm que o permite sua analogia com 0 Metafísica como conhecimen
tos da razão, para imitá-las nissa no menos como tentativa. Até agora se supôí!
que lodo 0 noft>io conhçcimunto linhu que se regulai1 pçlos objetos; porém todas
as tentativas de mediante conceitos estabelecer «ligo a priori sobre os mesmos,
através; do que ampJiana o nosso cunhedmcntv, fracassaram sob esta pressuposi
ção. Por ís.so tente-se ver uma ve/ se rtâo progredimos melhor nas tarefa^ da
Metafísica admitindo que oü übjetos lem que se regular pelo nosso conhecimento,
o que çoncorda melhor com a requerida possibilidade de um eonhficimcmo a
priori dos objetos que deve estabelecer itíg.o sobfe os mesmos antes de nos serem
dados. O mesmo aconteceu com os primeiros pensamentos de Copérnica t|ue,
depois da,s coisas não quererem Andar muito bem eom a explicação dos movi
mentos celestes admitindo-se que lodo o exército dc astros giravft em torno do
espectador, (eniou ver se nào seria melhor que o espectador se movesse cm torno
x vji dos a^ros, dcix-sindo csu» em pai. Na Metâfí&ica pode st cntac / tentar algo
similar no que di?. respeito ã intuição dos objetos, Se a intuição tivesse que sc
regular pcJa natureza dos objetos, não vejo como se poderia saber algo a priori
a respeita da ultima; se porém o objeto (como objeto dns ^entídos) se regela
pela «aturcia dc nwssa faculdade de intuição. posso então representar-me muito
bem am# possibilidade. Como não posso deter-mc nesias inluiçoes caso devam
tornar-se conhecimentos, mas preciso referi-las como represemações a algo corno
objeto ç determinar este através daquelas, posso entâo ou aocitar que osconecaos
através dos quais realizo esta determinação também se regulam pelo objeto* e
entâü me encontro de novo no mesmo embaraço quanto ao modo como posso
*aber algo a priori a respeilü. ou então supor que os objeto^ ou, o que 6 u mesmo,
a experiência unicamente na qual são conhecidos (como objetos dadosK se regula
por esses conceiios. Neste Ullímo Caso. vislumbro imediatamente uma saída, mais
fácil porque a própria experiência. é um modo de conhecimento que requer enten
dimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes dc me
serem dados objetos e que é expressa em conceitos a priori. pelos quais, portanto
todoü os objclos da eitpericncia / Lem necess-ariámente que üe regular e com des xvm
concordar. Çom respeito aos objetos, na medida cm que apenas pensados pela
razâo, e isto necessariamente, sem porém (pelo rneno^ do modo como a razão
OS pensa) poderem de maneira alguma ser dados na experiência, as tentativas
de pensá-los (pois tem que ser possivel pcnsã-los) constituirão mais tarde uma
esplcnduiy pedra-de toque daquilo que tomamos como u métodu transformado
da mançira de peusiir, a saber, que dax coisas conhecemos a priori só o que
nós mesmos colocamos nelas-3
Efcia tentativa alcança o èxito desejado e promete à Metafísica < ,>caminho
ücguro de uma ciência na sua primeira parte* na qual se ocupa com .conceitos
a priori / cujos objetos correspondentes podem ser dados adequadamente na cx xix
pericncia. Após esta mudança na maneira de pensar. pode-se com efeito exptíear
muito bem a p-us^bilidade dc um conhecimento a priori e, mais ainda, dotar
de provas satisfatórias as leis que subjazem a priori ã nutureza enquanto conjunto
dos objetos da experiência,. coisas impossivds secundo a maneira de proceder
adotada até agora. Entretanto, na primeira partç da Metafísica esta dedução t)a
nossa faculdade de conhecer a priori conduz a um estranho retiulutdo aparente
mente muito prcjudkiíil a« inteiro fim da mes-rna e do qual se ocupa sua secunda
parte, a saber, que com esta faculdade jamais podemos ultrapassar oü limites
da experiência possível, o que c juslümerttc o interesse ússcncial desta ciência,
Mas aqui j reside precisamcrtle o experimento de uma contraprova da verdade xx
do nusulutdo daquela primeira apreciarão do conhecimento ít priori da nu$$a ra
zão, ou seja. que e!c só se rcfyre a fenômenos-, deixando ao contrário a coisa
em si mesma de lado como reül para $u mas não conhecida por niw. Pois o
que nos ímpdc necessariamente a ultrapassar o& limites da expencncia c dc todos
os fenômenos c o ineomfícionadu; nas coisas, cm si mesmas, a razão exige 0
últímo necesiaria.meme com todo o direito para todo o condicionado, c median
tc tal a eompleiutlc da s£nv das coiuliçoc-^ Admitindo que o nosso conhecimento
dc experiência st regute pelos objetos como coisas em si mesm;i$, ver sç á que
o incondicionado dc maneira alguma pode ser pensado sem contradição: udmitin
do*SC em contrapartida que a nossa representado tíoisüs como RO,s >ào dadas,
se regule não por cslüs como coisas em si mesma*, mas anies que esies objetos*
• lisur mciücfu copiado üo mv<»iíJíiiLtof tia jjiilurcza ecm&isw. portano. no « e iiin ií: prrvçur-jir o-. ífcinrmos
da W2MI pura naquilu qus potlt «■/ corrfirnviíln AU nfulado par wn ttperim nuç. Orn, não c possível faicr
nenhum cxpcrimcntii ^um <■* objiswi; da r^iàu pura (cumrt na Cíckuíji cIji Kaiurer.fi) piLra ímIm iua.s propôs»
í< ihrr< iquando ulirupuaMur Tcduj u i imslics, <Jtt SKpífiériiia possível: ponsnlo. ÍS£D WÍ wrá
ftwitvcl coro conetirax c prfrictpius itcciio;- por n6s ü priori rta modiílri ím que forem di^uvioR. dc lul
m otiu ^ u c o s mcviricK oCãúCuü po^aani ser cúteitleradoti' (IcmJc doks aspcciOS diverw«., p o r u m lado < o tn o
libretos dps scrúdus f a à o enifridun-ail ti çnira a wperièncii. p o r n u m i tn d a pofêit* como. objmos apenas MS
pensadus, quer cííwr, conto objeta éa im I í>úttJüda q«e aspira dtuur-sç qcima (Ioü IgmHtrüda «xperiÉnda.
Ora. í f un sç-crwisiJcrnr a £ cuíã»!s ctcidc iu|iidc duplo pujiin dc vi na ocorfer A Çí-incoíd^Lociu com o priucípit*
da riízio pura c sc dCiílc um m» punto dc vísia surgir uni iflivitàvel OonFlitn íla r.ufiio consi^ menrnti,
BC&IC CÜSC3a cxpcrimtnio dleúaüc pela jiKie/»d*t|uçJa disddçáü.
14 KANT
tempo investigado na sua rdâçãu universal com rodo o uso puro da razâo. Para
tanto a Metafísica Lam bem possuí uma r a ra felicidade da quaL n ã o pode partici
p a r nenhuma outra, ciência da razão q.ue tenha a ver com objetos (pois a Lógica
só se ocupa com a forma do pensamento em geral), a saber, que urna vez conduzi
da por esta Crítica ao caminho seguro de u m a c iê n c ia poderá ubrsinger completa
mente todo o campo dos conhecimentos a e!a perienceni.es / e* por conseguinte, xxw
cuncluir sua obra. podendo tegá !a á posteridade como um patrimônio utilúávc!
jamais a ser aumentado, p o is ela se ocupa somcnie com princípios c com as
limitações do seu uso determinadas por aqueles mesmos princípios. Como cién
cia fundamental, por conseguinte, também está obrigada a essa compkiudc. e
ddu deve pt>der ser dito: nil acSum repuians, si quid supefessel agendum.0
Mas quu tesouro é este. pcrgtinlar-sc-á, que pretendemos legar à posteridade
com semelhante Metafísica purificada pela Crítica t* conduzkh pnr esse meio
a um estado duradouro? Com um lance superficial de olhos sobre esla obra.
acred itar-çe-á perceber que sua utilidade seja somente n eg ativa, ou seja, de jamais
ousarmos tkvar-nos com a razão especulativa acima dos. limites da experiência,
e esta é, na verdade^ &üa primdra utilidade* Hía f« tornará porém imediatamente
positiva nos dermos conta que os principíos, com os quais a ra/.âo especulativa
sc aventura além das seu? limites, dc fatn têm como inevitável resultado, se o
observarmos mais dc perlo, nâa uma a m p lia ç ã o , max uma re striçã o do uso da
nossa ríuãü na medida em que realmente ameaçam estender sobre todas as coisas
os limites da sensibilidade à qu:il pertencem propriamente, / ameaçando assim xxv
anular o uso puru (prãlícoí da razão. Por isso. uma Crítica que limita a rajtSa
cspecuUtiiva nesut medidar negativa; nu medida cm que ao mesmo tempo elimi
na com isso um ohstnculn que Umila ou até ameaça aniquilar o uso prático,
de fato possui utilidade positiva muito imporiame tào logo «o esteja convenctdo
dc que existe um uso práiico absolutamente necessário da ritzão pura (o moral)
no qual esta se estende inevitavelmente acima dos limitei, da sensibilidade, tmbo-
ra neste seu uso não ncCeisilc nenhuma ajuda d-i nr?,5« especulativa, precisa assti'
gurar-sc contra a sua reação para não cair tm contradição consigo mesma. Con
testar a utilidade positiva desse serviço prestado pela Critica equivaleria a dizer
que a policia não possui nenhuma utilidade positiva por ser su;i principal ocupü
íào fechar a poria à violência que os cidadãos possam icmtr uns dos outros,
para que cada um possa tratar tranqüila c seguramente dos seus afazeres. Na
parte analítica da Crítica prova-se que espaço e tefflpo são apenas formos da
intuirão sensível, porianto somenie condições da cxi&ttínda das coisas c.rmn Fe
nômenos, que além disso não possuímti.s nenhum concetto d« entendimento e por-
Lanto nenhum elemento para o conhecimento das coisas senão na medida em
que / a esses conceitos possa scr dada uma intuiçào correspondente que por con- jíx v i
seguinte não podemos conhecer nenhum objeto como coisa em »í mesma, mas
somente na medida em que for objeto da intuição sensível* isto é» como fenôme
no; disto segue, é bem verdade, a limitação dc todo o possível conhecimento
especulativo da razão aos meros objetos da experiência. Todam , note &c bem*
üorá sempre preciso ressalvar que. üc não podemos conhecer esses. mesmos obje^
tos como coisas em sí mesmas, temos pelo menos que poder peftsú-bs,1 Do
\xvji cumràrio seguir-se-ia a proposição absurda de haver / fenômeno sem que houves
se algo aparecendo.® Suponhamos agora que absolutamente se tivesse feito a
distinção, tornada necessária pela nossa Critica» entre as coisas como ubjcLos
da expcríèndu e precisamente as mesmas como coisas em si mesmas: neste caso*
0 princípio de causalidadu ç, por conseguinte* O mecanismo natural na determina
ção dessa causalidade ieria que valer cabalmente para todas as coisas cm gera!
enquanto causas eficientes* Com respeito a um mesmo ente. por exemplo, a alma
humana, «u não penderia portanto di?er que sua vontade é livre c que está ao
mesmo Ltmpo submetido à necessidade natural-, isio é. não é livre, sem cair numa
evidente contradição: parque cm ambas as proposições usei a palavra alma exa
iamente nu mesma significação, ou seja. como coisa em geral (como coisa cm
si moima), o sem critica anterior nem sequer podia usá-la diferentemente. Se a
Critica, porem, nào errou ensinando a tomar o objeto numa dupla significação.
a saber, como fenômeno ou como coisa em fíi meirna: se a dedução doa seus
conceitos do entendimento è certa* sc por con&cjíuinU: o principio de causalidade
«6 incide sobre coisas tomadas no primeiro semido. ou s«ja. na medida cm que
objetos d?i exptriênda, c se as mcsmais coisas tomadas contudo na segunda signi
ficação íiâíi sc lhe acham submetidas, entâo exatamente n nnwma vontade será
sxviii pensada no / fenómeno <nus ações visiveisí como necessariamente conforme i
lei natural e nessa medida nào livre, e por outro lado âinda assim, enquanto
penuflceme a uma coisa em si mesma. p<?n$ada como rtao submetida à lei natural
1 portanto como livre, sem qut nisso ocorra uma contradição. Conquanto nào
posüa cnnhecer a minha rilma» considerada sob este último aspecto, mediante
razão í!flpücu1utiv:i alguma (mcEtiw ainda pela observação empírica} e por consc'
guinie tampouco a liberdade como propriedade dc um -cnit; ao qual atribuo efeitos
no mundo ricmTival, pois icrta que conhecer um tal ente como determinado em
sua existência e todavia como não determinado no tempo (o que é impossivef.
não podendo eu pór intuição alguma sob n meu conceito), posso contudo penxar
íi liberdade, isu> é, s,ua representação não conicm pelo menos nenhuma contrâdà-
çào cm si desde que ocorra a nossa distinção crítica entre ambos os mudos de
representação (o sensível e o snuMeciuall C a dai proveniente li naiiaçâo dos concci
tos puros do entendimento « portanto utmhém dos princípios decorrentes dos
mcsmüü. Admitamos agora que a Moral pressuponha ncccssonamente a liberda
de (nt> scnddo mai^ rigorow] como propriedade dn nossa vontade nn medida
cm qut? aduz a priori princípios práticos orí&inários sitos em nossa razão como
da Híosofia é, pois* afastar de uma vez por iodas ioda a influência nociva dessa
dialética obstruindo a fonte dos erros.
Apesar dessa importante mudança no campo da ciência e da perda que a
razão especulativa teve que sofrer nas posses que alé agora se arrogou, tudo
xxxsc o que diz respeito ao / interesse geral dos homens e ao proveito que o inundo
tirou das teorias da razão pura permanece no mcsittü estado VQiiLajoso dc omrçi-
ra. e a perda atinge só o mnnopólio das escolas, mas dc modo algum o íwferes.TC
dos homens. Pergunto ao mais inflexível dogmático SC a prava da perriuraçào
da nossa alma depois da morte pela simplicidade da substância, se a prova da
liberdade da vontade contra o mecanismo universal por meio das distinçõe.s sutis
embora importantes cnLre necessidade prática subjetiva c objetiva* ou se a prova
da existência dfi Deus pelo conceito de um citte realíssimo (da contingência do
mutá^ct c da necessidade de um primeiro moter). depois de terem saído das esco
la» chegaram a alcançar o púhJjco e conseguiram exercer a itiinima influencia
sobre suu c o n v i c ç ã o ? jSsn não aconiecéii. e também jamais se pode esperar
que aconteça em virtude da inaptidão do entendimento humano comum para
especulação tão sutil; mais ainda, se no referente ao primeiro ponto a notável
disposição da natureza dc cada homem jamais poder ser satisfeita pelo temporal
(como insuficiente às dispostçòes da sua inteira determinação) icve que provocar
totalmente sozinha a esperança numa vida futura, se com relação ao segundo
XNXiir a mera / aprescrtinçâo clara dos deveres cm oposição a iodas as pretensões das
inclinações leve sozinha que fazer nascer a consciência da liberdade, e se final
mente no referente ao terceira & ordem. belexa c providência magníficas, visíveis
por toda a parte na natureza, tiveram por s\ sós que suscii&r a (c num sábio
c grande Autor do mundo, convicção esta que se propaga cmrc o público nu
medida cm que repousa sobre fundamentos racionais* então essa posse não ape*
nas permanece íiu&kk mas anies ganha ainda em presiígirt pelo faio das csco!u$
serem doravante- instruídas a não hc arrogarem, num ponto que diz respeito ao
interesse humuno geral, nenhuma compreensão mais alta c difundida do que
»quota que a grande massa (para ntfü digna de respeito) pode também facilmente
alcançar, e jíís limitarem, por o*n$egutnie, no cultivo des-se» argumentos acasüivciis
a iodos e suficientes ao propôs ilo moral, A mudança aiingc, ponanto. apenas
a* arrogantes pretensões das escola* que gosuiriam de se considerar aqui (como
com direito em muitos outros pontosj os únicos conhecedores ç guardiães de
tais verdades, das quais comunicam ao público apenas o uso, conservando porém
a chave d eliis apenas para t»i íquod m ecum ncscit, so I uü vult scirc videri)*10 Não
xxkiv obstanie, tambvm se cuidou dc um / reclamo mais justo do filosofo especulativo.
FJe permanece sempre o depositário exclusivo de uma ciência útil ao publico
sem que tütc o saiba, a saber, de Critica da rarào, pote esta jamai& poderá Lornar
se popular c nâo icm sequer necessidade dè sê-lo. Com efeito, assim como &s
argumentos finalmente tecidos não querem entrar na cabcça do povo como ver
dades úteiò, assim Lampouco lhe Chegam a aflorar na mente as objeçoes e#aia-
110 O que não iabí corni&o, prcvcruie pacecer sabct soziaho. ÍN, dtn T.)
CRÍTTCA DA RAZAO PURA
mente tão suiís cnntra os mesmos Em contrapartida, como a escola e cada hu-
fflcm que se eleva à especulação caem inevitavelmente em ambos, a Crítica se
v e obrigada a p r e v e n i r de uma v e z por t o d a s , acravé-s de meticulosas investiga
ções dos direitos da razào especulativa. o escândalo que cedo ou tarde tem que
ser provocado mesmo no povo pelas disputas em que o» metafísicos <e como
Lais por fim também os clérigos) sc enredam inevitavelmente eíjti crítica, acaban
do mesmo depois por falsificar as suas doutrinas. So mediante essa crítica
podem ser cofiados pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo* a increduli
dade dos Üvres-pensadores. <5fanatismo e a superstição, que podem lo mar-se
prejudiciais em geral, e por llm também o idealismo e o rejicisma. que são mais
perigosos para as escolas u dificilmente passam ao público. Se aos governos / xx.w
apraz. iXlupar-se dos auuimoti dos erudito f., ctuào seria muis íwkquido ã sua sdUí»
solicitude pítra com as eiòndas c mesmo para com os homens íavorecer a liberda
de de uma tal crítica, unicamente pela qual as elaborações da razão podem *cr
conduzidas a pisar firmes, em vez dc apoiar o despotismo ridículo das escolas,
que alardeiam perigo público quando sc de^iroi ks suas Idas de aranha, das quais
o público nunca tomnu cnnhccimentn c cuja perda também nuo pode. poriamo,
jamais senlir.
A Crkica não se op5e ao procedimento dogmático da raíào rto acu conhí&i-
menut puro como ciência tpois esta tem que sef 'Jcmpre dogmática, isio c. pmvan
do rigorosamente si jxmir de princtpioK seguro* a priori), mas sim ao itvgrrlulis-
mo, is-U> ò. a pretensão de progredir ãpenas com um conhecimento puftt a partir
d« conedius (9 fjk>nõ(íco) seeundu princípios hã ictnpo usados pela razão, sçm
se indagar contudo dc que modo e com que dirciio chegou n eles. Dogmatismo
é. portanto* u proccdimcnto dogmãiict> da razfso pura sem uma critica precwknte
da sua própria capacidade.*1 Iís-sspl oporção da Crítica ao dogmatismo não deve
por í s m > defender a Ciiusa da superficialidade verbosa, sob o pretenso nome da
popu / Uiridiidi:, ou mesmo si do ceticismo, que liquida sumariamente toda a x\xvi
Metafísica; ti. Crítica ê amos a inMiiuiçãu provisória necessária para promover
uma Metafísica fundamental como ciência que precisa ser desenvolvida de modíi
netícsítilfiamcnte dogmático <rsi&iemáiico vegundo a mnts rigorosa exigência» por
tanto escolástica (não popular); pois üSíva cxigènda à Metafísica e indispensável,
já que sc compromete a rcaliwir stia obra de modo inierramentea priori. portanto
para a plena «uísfação da rav-ãc especulativa. Na execu^uo do plano prescrito
pela Crítica, isto é>no futuro sistema da Metafísica. temas pois que seguir algum
dia o método rigoroso do famoso VVolff, t> maior de uxUv» o& filósofas dogmáticos,
tsic deu pela primeira vez o exemplo (e com este exemplo criou o esplruo de
meticulosidade na Alemanha q«c aié agora ainda não se cxLiriguiu) Como se deve
rOETlítr 0 caminho seguro dc uma ciência estabelendo princípios conforme leis.
determinando claramente conceitos* buscando rigor nas demonstrações, evitando
saltos temerários nas conclusões, Justamente por isso cie entaria precipuameme
apto k coíocitr a Metafísica neswc caminho caso lhe tivesse ocorrido preparar
11 r.in alcisiâü; Vcrmugen. FrNjuantn desiBrianda algum â funçàu lng.Í€o Lran«finriciK.aJ dç çaratc t à d u l.
CfÂduüímu^i vempre por jaculáad^ Ncstfi fiaso. pfin-m, O contejcto ju-seifica verter po t capucuiatfe. <N. dús
!•>
20 KANT
xxxvnantes ü campo mediante Crítica do órgão, ou seja. da própria razão pura: / defi
ciência devida não lanto a ele, mas antes à maneira dogmaLica de pensar de
sua época, sobre o que os fitõsofos tanto do seu lempo quanto dc todos lempos
passadas nada tèm a se censurar reciprocamente. Aqueles que rejeitam o seu
modo de ensinar e ao mesmo tempo o procedimento da Crítica da razão pura
nãa ptxlem ter em mente outra coisa senão romper as cadeias da ciência c trans
formar o Lrabalho cm jogo. a ceneza cm opinião c a. Filosofia em filodoxia.
Ao que diz rçapeitQ o esta segunda ediçc]ot como é justo não quis deixar
passar a oportunidade para remediar, na medida, do possível, as dificuldades e
a obscuridade das quais podem Ler sç originado muitas mtéfprçtações Falsas cm
que. talvez não sem minha culpa, homens perspicazes inetdiram ao julgarem esie
livro, Não encontrei nada para mudar nas próprias proposições e nos seus argu
mentos, bem como na lorma e na completude do plano; o que se deve atribuir
em paric ao longo exame a que submeti lutio issi> antes de apre^ntar o livro
ao público, em parte n conformação da própria coisa. a iuber. à natureza de
uma ra7,ào purü especulativa que comém uma verdadeira estrutura articulada
xxxviii onde tudo é órgào. ou seja, onde tudo existe para cada parte c cada parte / pâra
Iodas as oulras, portanto onde a menor fragilidade, seja um defçUo (erro) ou
dcficicnciiw Lerá que trair inevitavelmente no uso. Este sistema afirmar se-ã
na sua imutnbiUdadç, como o espero, também no fuLuro. A tal confiança me
autoriza nào uma presunção, mas apenas a cvidcncia que a experimentação da
igualdade do resultado produz, seja partindo desde os mínimos elemumos até
□ tudo da razão pura ou seja retornando desde o lodo (pais tambem este c por
si dado no prático por meio do propósito tinal da ra?âo pura) até cada parte,
enquanto que a tentativa dc modificar n mínime? detalhe ocasiona togo conlradi
ções nuo só do sistema, mas também da razão humana geral, Já na exposição
resta ainda muito u fazer e, nus« sentido, nçsiH edição tentei melhorias para
remediar seja o mal-emcndido na tistéiica, sobretudo o contido nc conceito de
tempo, seja a obscuridade na dedução dos concehns do entendimento, soja a
suposta falta de uma evidencia ^ufíciciUc nas provas dós princípios do entendi
mento puro, seja finalmente a Tutsa interpretação dos paralogismos antcp-cssui*
á psicologia raciona]. A? minhas modificações no modo de exposição es-tendem-
KXXiJs ire até aqui (a saber, ■sómente até o Hm cto primeiro capítulo da dialética transcem /
Ki defuatjl e não mais adiante^ pois / mc faltou tempo e porque, com referência
13 O únic-o ttsriscirro p[\fM Mnn.r!ú: üinj i|uc cli poderia m fnc^nar. roas afXínaí, quimio modo de prjivar,
oonskíac numn novü rofmaçàn dti itlvaifxm& piiçuliigiçr* s riuma prova rÍKum «i (jt meu ver camhvrn n úníen
pos&iwdj tia rçalidíldí objetiva <1,1 nituiçiin es terna, Pnr miis iimcente quç 0 jdeolts.iiiii' pt.35.sa
< * r C f in ? ik (k ra d á ev;i q u e N in ^ e auw r i n s e m e n d a i s d a M e t a f í s i c a [t> q u < d e faCú n ã u c ) , p e r f n a n c c * c o n t u d i ;1
um et&ândàki d-n Fàlosofiu c liü mzwj humana ficrat icr que aJm iür a t-aístínein dâi Ç6íüu.h Jcira dú ii&s
tdns (juais rccibírnoà tocEci o nisiierán! dos coillietircicnros; n¥»mo p&ra O nasse. senddit interna) com fwse
apenus na f é C, u u ( j c o r r n a adjsttcm c o J o c a r C ís fl c s i S E ir t í i a c m i u v i d a . n ã o lh e p n d w C ò n l m p ^ r n e n h i i m s
pr<kV4» s a i i t T a t i x k P elo fato dc o i lermos «la prova cunlerem^ da terctíra à séAta linha» alguma «tMCuridwfc,
peço que essi pcrlixU síjí« mudado cranc stguc- "Fite pcrmurirnte íTeíri /Jirtií-, pi^êmi 3W itnta SnimçÜÜ
SftT m i m . Ç a / f1 f / a t a , la tim w fu n d a m e n to s d e u r m in a iu e s d n rr\ m h ü t x u l M c i u e n c o n t r á v e is em m im jü t í
r c p m e / t ía ç ò ir * c o m a if f ís alg *> p ç r m i t r e n i e i f i v U n l i r d e ia s . C ftm r e f e r ê n c ia «0 q tta í p o i : n ver
d e t e r m in a d a <1 m u d a n ç a d a s n te s .m o x e p o r t a t l t ú a m i n h a e x i s t ê n c i a n o i e n t p a * m q u e d s t s m u d a m " Presuini
ao restante, não mc deparei ram renhum mal enicndido por parte dc examinadu-
res competentes s ímpar / dais; sem que eu necessite menct^ná-los com o louvor XI J
devido, / estes cricontrarão por si próprios, nos lugares respectivos, a considera SI l)
çüo que tomei pur suns udvcrlêncías. Para o leitor, porém. essa correção iraplica
numa pequena perdu que ilãc se podia eviiar «jetn tornar ú lívro demasiado vo lj
ïïîüso. a saber, que diversas coisas na rcwJidade não pertencentes essencialmçtUe
à compfcLude do lodo, mas de que muito leitor nâo gostaria de prescindir na
medida cm que podem ser úteis dirsde um oul.ro ponto de vista. precisaram s^r
$upresf>as ou apresentadas abreviadamente para darem lugar ã min lia exposição
agora mais compreensível. como tí.spcro: esta nova exposição nâo muda no fundo
absolutamente nada no tocante às proposiçütis c mesmo ítow seus argumentos,
mas no tocante ao méLudn da exposição às vedeis se afasta. a tal ponto da prece
dente que não uru possível ÍnLçrealá-la na mesma- bsxíi pequena perda, que por
outro lado cada um pode reparar à sua vontade pela compararão com a primeira
edição, será preponderante mente compensada, como espern, pela maior com
preensibil idade. Cm diversos escritos publicados (seja por ocasiãu da recensão
dc muitos litros, seja em tratados especiais), pertrebi, com grata sati-sfação. que
o espírito de meiieulosjdade nâo se extinguiu na Alemanha, mas foi somente
sufocado por ajgum tempo pelo modismo dc uma liber } dade dc pensamento V I III
VïtmeiitË dííjsC-ii «inira t»i;j prnwa; wn imvdinTainMt« íwnciem q Remiti ilnquiU» quis cxi*lc cm m-luv^to
c. Ou minha Mptesrnkiçan ric CPÍ&ai cuíe-ma«;; aiiteeqüsnicmcnrc,. ficti ^rn inf jinrtíi iiicrnu « lin al^o foris
(k mim que lhe enrniïputHia ju rk v T-tulavk. / f^r «fwrMrwrfa /«ftTrua stu cjn\clfntç du mmkti w iifm cia Sl
mr lemjtst (ciiOMrttLitTilumonie i&tnbcm du »uu dciv-i rmnabiUcJudc nd-cL e isso C alRü mai< i|uc ser rncr*mvfilt:
coHüctenle tift minltn rcprcteiitu^ãp hãh utaume M*t 0 tncsiM.1 qnc st ériwxténcia rmjrfricnàn minha cxtefèn-
c/o, a qual m>c tlctcitnrn.ivçl referindo-se it sJgo i|uc, jipaJ«» it minha iniuUfiíia- èf o u mtnt. K»sa awü-tfiúi
cib dc minha c^tstcrvci-i no rempli cüeb. iw im ip , Hlrniieamwii«' iipniJ.i à cofliieiÀ*ncia ilt uma reldçi» eruti
Algo fora íEç mtm. c C put ennwsiuttuc cxperiêncúi i* «vão fi^úe., ncnLiOu c núu imiLp,ifi3(nt: Ji-qulla «|uc ífloiici n
injjfpifrtVuJmeiJic o r*içm o cttm o meu >cmiJo inUfflu. fKin n »c<UKk> externn c já cffl. sl «fcrrie ia d«
ínluivão « real futa cie mim. e çup rcahdadí, á díferençn da íícçíVj. rçfhxiwi sn»son(ç snhre « fniu
dc Mir mscp;iraviílinenw à pm jiiiii «xpçriêrtciiv «merra enquanto a cnmtn^u Je syti pOMÜbjliduiic,
u que è ü CSSrO aqui. St na rcprcïcnuiçÂi* /•n sn«, q*iC ucompanha t»Jo> m«us Ju4&ckí c aïvi<s dn mttndi-
mémo, m puJïxnc msdinnic tniuiçtlf) inti f^tun!au tnesrni» ftiîlpn ItiS-nr uniu ilcicniurm^iio Ja mmlmtmiict
cij) À çw sç ifa eia u t t r lf c T u c ! mesma,, cnt’iy n eAW iktorminAuiw n.io pcncftcíj-ta rpces-s.iriítitiinit .1 com.
tfiíflcU d« uma rclt>siu W rni at|f« lura dc mim. Na vcrdaitc. W|ccnveiêndn irielíctijal i precedente
mati d intius<;ií,i internu, unic?nwnii na qüftl miiihii pode scr <ktCfrtiíni*da, c MtnHÍ^cl c fwesi» &
curtitíção dc (empo: m û dúlfirmiD^úo porém, p^lnnHo a |->nipr>a cupvwncifl micrun, ilcpcnJc dc nlyc» per
miíncnsc mie n i.i rk1*r ctni-seçaínif em rnïnt» m u Muritnic cm al|«t r^j-« / «Jc mim e com if ijuç ifflhy
Qui me iXiaKidcrnr om retavãu. A refiJi«í*lc du remido nMSJW) tssü, Ill^wta ncCTSsaniamínlB à
Jo scmWu intcrrio. parj 3 pcwsibiUdaüc dc iirn* expensneist em ^cr«l: im o c. srai ià<i jusia c ^uranwnw
cjur^icnic <Je ijuc liú üliimis Tora de mm qve w rcfçi\:m n meu iiiniidti quonio um cunscicnw dc eu
iJKMTlú tJCiiKT CíTenn:nAJi> no Wah u íjuí: intuiçucs. ilu^iij, eurrcipwnduiii rualmcnte oh(rlu^ fora dc
mim. pcrtracenich rHVtnnró m> arnndtf ao qwil díreni se; airifeuiildü Moelas iniut^iiCS ? nào à
iinaj_;inaÇfK'. itiü tiímqw mctJetiJiJt; cm cudu «ISO piiftitutar ^un^iFine; ns^rss sí^urnlo ai ^u.ií-, c.*pcri3iicis
ín i íjwsral {íHcümo 11 imunift) è distiniu da «njieirniçiui, b n iMü scillprc tubjjt/ a propn^iiú dequç hn rc.-ilokLvi
te cxperiêitena citicfna. Pfldc-si,- Jltrtija 4crcíi«mar a tü-kc>a .rffrnínlc- ohníjrvjiifãf; n repf^cni^iu de .iljÿi
permanent? na <xií(êricia nõn è iittrticn à nprrsrfrtaçún pemuamníc- pi.ií% íhij pmtc .wr. 001110icnJún %
ikhhiiks reprcicnciçúoi e mesmo as da nuiièfin, aimio puAw^ciru. c mutivcl ulcuíhm\c rBfcr«n4u ualgü ç>crmq
ncilK, í|uc fwnuntd Isir. que «r un»» cqií.™ c>lvinu c dí-Mima de iLMtas Pitmh:LK rspiesenraçòcs c cuja
cxísiüneíu i ncce^riamcnic inít\t»J,i nu jirtrrmtnQçm «lu minha própi ia tíAkiciici a4perfazfinikt com cia
um:) única experiência que «em ocorreria irueriümflerrtL* «■nH îo foüst (cm pare] ao mesmu ictijíu i/Kkcna.
Aflui li COflU' í rampouctí rrwlhor cKplícáviíi 4Éi<intu en> (arai purtHinnjSi itlgu pcrwüiCTK no i«anpo. cuja
sirrulClncLdiirtfl n m u iá v d p ro d u z ^ von^circi m u du rn u ,
22 KANT
Nó que sc segue, portanto, por con hecim en tos a prkjri entenderemos não
os que ocorrem independente desta ou daquela experiência, / mas abs& futam ente
ir.dcpcndanic de toda a expcricncia. Opòcm se-tties os conhecimentos empíricos
ou aqueles que sào possiveis apertas a posteriori, isto é„ por experiência. Dos
conhçcinicntos a priuri denominam se puros aqueles aos quais nada de empírico
está mesclado- Assim, por exemplo, à proposição: cada mudança tern sua cau&a,
c uma proposição a prioFU só que não pura, pois mudança ê um conceito que
só pode ser tirado da experiência.
O que importa aqui é um Lraço pelo quãl possamos distinguir de modo siigu
ro um conhceimenin puro dc um empírico. Ma verdade, a experiência nos ensina
que algo c constituído deste ou daquele modo. mas nât> que não possa ser diferen
lc. Em primeira lugar, purtanlo. se sc encontra uma proposição pensada ao mes
mo Luupo com sua necessidade, então ela é um juizu â priori: se além disso
não è derivada senão dc uma válida por sua ve* como uma proposição ntícessâ*
ria. entoo cfa é absolutamente a priori. Km segundo lugur, a experiência jamaí*
dá aos scüs juízos universalidade verdadeira ou rigorosa, mas somenie suporta
c Cumparalèvu (ptir induçòi»>,dc maneira que temos propriamente que dizer: lámo
quanto pcrce / bemos ate ag.ora. dão se eneonlra uvnhumii ex.ceçào desta ou da.
quclfl regra, Pom nin. uc um juko é pensado com universalidade rigorosa, isto
6, dc modo a não lhe ser permitida nenhuma exceça» como possível, entau níio
é derivado da experiência, mas vale abolutamente a priori. Logo, a univmaüda
de cmpirica c somente uma elevação arbitrária dn validade, da que vulc para
a maioria dos caso* aiê a-que vulc para ukIos. como ptir exempla mi proposição:
todos «>* corpos «lo pesados. Ao comrârio* unde n umvcrsulídadc rigorosa ê es-
í.cnciul a um juízo, iiuiica uma fonte peculiar de conhecimento do mesmo, a wi
bcr. uma faculdade de conhecimento íi priori, Necessidade c universalidade rigo-
riisa s3i», poriMiito. .segura* caracierísueas deí um conhecimento a priori c lamfocm
perieneem inseparavelmente uma à outra, M íí. ctuno jio u so düsscs critcricvs ê
às ve£<s>mais fácil mostrar a limtuiçíío empírica dos juí/.Oh do que sua eontingên-
ciü, ou às vezes mais convincente fa?.cr ver a universalidade ilimitada que lhe
atribuímos do que sua nece^idade, ê aconselhável s e rv ira separadamente de
inibes os criiçrwfi.tiuc saneada um por si infaliveis.
Ora, é fácil moso-ar q ue no eonhecimento humano realmenre há semelhantes
juízos necessários e universais no sentido mais rigoroso, por conseguinte puros
u priuru Casu se queira um çxeroplo das ciências. hasta olhar iodas a* propmi
ções da Matemática; caso se quelru um d« uso mai.s comum / do eniendimenro»
poderá servtr a proposição de que ioda mudança tem que ter uma L-uusa. Nèsu
úliima, o próprio conceito de umiL causa contém tão manifesumerue o concetio
dc uma necessidade da conexão com um efbila e o dc uma universalidade rigoro
sa da regra que sc j>crderia eompIcLanitíine ral conceito de cau&a caso sc quisesse
dcrivá-lo, como fiume o fes, de uma freqüento associação daquilo que acontece
CRÍTICA DA RAZÃO PURA 25
com aquilo que o amecede. e do hábito daí dccorrentç (par conseguinte, de uma
necessidade merameniç subjetiva) de conectar representações« Também sc pudç-
ria demonstrar a imprescindibilidadc de princtpíos puros a priorí para 0 possibili
dade da experiência sem precisar de semelhantes exemplos para provar sua reali
dade em nosso conhecimento, portanto de modo a priort. Pois de onde queria
a própria experiência tirar sua certeza se Iodas as regras, secundo as quais progri
de, fossem sempre empíricas e portanto contingentes? Por isso, dificilmente se
pode deixar semelhantes regras valerem como primeiros pnncipsos. S6 que aqui
podemos nos conicniar de haver expu&to como um fato 0 uso puro de noasa
faculdade t£e conhecimento junto com suas características. Não apenas nus juí-
íos.„ mas também ruis conceitos revela sc unm origem a priori de alguns, deles.
Em vosso conceito de experiência de uni corpo, renunciai aos poucos a tudo
o que nck é empírico: à cor, á dureza ou à maleabilidade, ao peso e mesmo
à impenetrabilidade, mesmo assim resta o espaço que dc (agora completamente
desaparecido) ocupou c oqual / não podeis suprimir Da mesma maneira, quan
do suprimirdes do vosso conceito empírico de um objeto corpõrèQ ou incorpóreo
todas as propriedades en&incdas pela experiência, não puderçis tirar-lhe aquela
pela qual o pensais como sUbstâncíu ou como aderem e a uma substância (nào
obstante cs.sc conceito comer maior determinação do que a tie um objeto em
geral). Convencidos pela necessidade com que esse concçito se vos impõe, tureis
portanto que confessar que ele tem a sua sede em vossa faculdade de conhecimen
to u prkm.
experiência, com conhecimentos que se possua sem saber dc onde e sobre o credi*
Lo de princípios de origem desconhecida nào se erija imediatamente ura edifício
sem csiar antes assegurado dos. .seus fundamentos medi ame cuidadosas investiga
ções» que antes portanto se tenha há tempo levaiuado a pergunta dc como o
entendimento pt>dc thegar a todos esses conhecimentos a priori e Qüe âmbito,
validade e valor poüsam ter. De fato, nada é cambem mais natural se sob a pala
vra naturai sc entender aquilo que é racional c admissível que deva acontecer:
/ mas se $ob essa palavra ae entende aquilo que coslurfleiramente acontece, então
nada é novamente mais natural e concebível que essa investigação teve por muito
Lcmpo que fieur nãw empreendida. Com efeito. uma parte desses conhecimentos,
com« os» matemáticos, c há muito tempo de confiança e favorece assim a expecta
tiva para outros conhecimentos, embora estes poswm ser de natureza hçiti
diversa. Além dissot quando sc está ncímu da esfera da experiência,,
xçguro de nâo ptidcr ser refutado pela experiência. O estímulo para sy ampliar
seus conhecimentos é tào grande que só se pode ser delido em seu progres-sO
por uma clara contrndiç&ft ém seu caminho. Esta pode ser contudo evitada se
as fieçòes forem forjadas, cautelosamente. Sem que por is-so deixem de scr ficções.
A Matemática dá-nos um esplêndido exemplo de quão longe conseguimos chegar
em nosüo conhecimento a priori independente da experiência, Na verdade, a M a
temática t>e ocupa com objetos e conhecimentos apenas na mcdtda em que w
deixam ítprcscrttar na intuição. Mas casa circunstância í facilmente descurada
porque morno lüt intuição pude ser dada. a priori e. portanto, dificifracnie sc
distingue de um simples eunceilo puro. Conquistado por tal prova do poder da
razão, o impulso de ampliação nàfl vè mais limites. Enquanto no livre vôo fende
a ar do qual sente a rcsistcnciíi, a Icvc pomba poderia representar *.e ser ainda
tilais bem-sucedida no espaço sem nr. / Do mcümu modo. Plaiàu abandonou
o mundo sensível porque este esiahdecu limiles tão estreitos ao entendimento,
tí sobre as asa* das idéias aventurou se além do primeiro no tspttço vazio do
entendimento puro. Não observou que por meio de «eus esforços nào ganhava
nenhum terreno, pois. tmu possuía nenhum ponte cm que, Cumo uma espécic dc
base. pudesse apoiar se e empregar suns Torças pura faxer o emcndlmcntu uütr
do lugar. Níi espeeutaçao é, contudo, um destino habitua! i!a razlo humana eorv
duir o quanto antes seu edifício e apenas depois investigar sc também süu funda
mento está bem assentado. Procurar-se-So etuâo pretextos de toda espécic para
nos coAaolar da sua MjiUkt uu mei>mu para preferivelmcmc recusar tal exame
titrdiu e perigoso* O que porém durante ü consrmçSo nos libera do todu a apreen
são e suspeita e lisonjeia com aparente meticulosidade c 0 seguinte. A ceupaçào
da ra/fio consiste, em grande c udvez rta maior pane, em Jeamembramenmir de
conceitos quejã temos deobjelos. Jsso nos propicia umn porção de conheeimen-
tos 4ue. embora nau passem d<_* esclarecimentos ou ctuciilaçòçx daquilo que já
foi pens-adu (embora de modo confuso) em nossos conceitos, s3o pelo menos
quanto á fornia lidos na. menina corta que conhecimentos novos., nào obstaruc
não ampliarem, mas só analisarem os conceitos que possuímos quanto à sua
míkiéria ou conteúdo. / Ora, já que esse procedimento dá um efetivo conhecimen
to a priorí que toma um incremento seguro e útil, sem dar-se cnmà a razSo cftusc
gLie sob esse pretexto fazer afirmações de espécie bem diversa acrescentando a
CRÍTICA DA RAZÃO PURA 27
conceiuxs dados outros completamente estranhos. e isso a priori, sem que st saiba
como cheguu a isso e sem deixar que uma semelhante pergunta sequer lhe aflore
s nvmte Por esse motivo, quere» Ioiio de inicio Lríiiar da distinção enirc esses
dois tipos de conhecimento.
ura conceito dado, a esta necessidade já inere do s conceitos, Mas a questão não
c o que itevemus petisar acrescido ao conceito dado, mas o que efetivamente
pensamos nele* embora de modo apenas obscuro, e com isso se mostra que na
verdade o predicado adere àqueles Conceitos de maneira necessária, mas não co
mo pensado no próprio conceiLo, mas sim mediante uma intuição que ^ precisa
acrescentar ao conoaita.
2, A Ciência da Natureza (physiea) contém em si juízos sintéticos a priori
como princípios. A título de cxempfo. quero mencionar apenas algumas proposi
ções mis como -dseguinte: em iodas as mudanças do mundo corpóreo permanece
imutável a quantidade da matéria ou em ioda a comunicação de movimento ação
e reação tèm q ue ser sempre iguais entre si. Em ambas é dar a não apenas a ne
cessidade. por conseguiule a sua urinem a priorí. mas também o Tato de s-erem
i.M proposições / sintéticas. Po;.s no conceito dc matéria penso não a pennancnciit,
mas somente sua presença no espaço pelo preenchimento do mesmo. Porianto.
vou efetivamente alem du conceito dii matéria para pensar acrescido a priori ao
mesmo algo que não p«nsara neiu. A proposição não ê portanto analíliea. mas
sintética c não obstante pensada a priori* e assim nas restantes proposições da
parte pura da Ciência d a Natureza.
3. Mesmo que se a encare como uma ciência até agora apenas tentada não
obstante indispensável devEdó ü natureza da razâo humana, fía Metafísica devem
exiar co/tfidos ív/rfiecimenfos sfnféticôs a priori, u dc maneira alguma lhe cabe
apenas desmembrar conceitos que nus fazemos a priorí de coisas u por meio
disso clucidn-los analiticamente, m&s queremos umpliar o nosüo conhecimento
a prío/ii para, tanto, precisamos servir-nos daqueles princípios que ao conceito
dado acrescentam algo não contido nele c quç por meio de juizos sintético* a
priorí venhamos quiçá a ir Ião tonge que a prúpria cxpcriència nau pode nos
seguir até tal ponto. Isso oeorre. por exemplo, na proposição: o mundo deve
ter um primeiro começo, bem como em outras ocasiões ainda* ç destarte pelo
menos segundo o séujirn a Metafísica consiste cm puras proposições sintéticas
a priori.
Lre todos os filósofos mais se aproximou dcuxe prubtcma sem contudo sequer
de longe pensá-lo determinado o auficiente c cm sua universalidade, mas se deten
do apenas na proposição sintética da conexão do efeito com suas causas (princi
pium cauüaütaiis), crçu / çi>tabcle^cr que tal proposição a priori fosse irti-cirarncnLe
impossível: segundo suas conclusões, tudo o que denominamí>s Mctafisícã de
sembocaria ern mera ilusão de uma pretensa compreensão racional daquilo que
de faio foi símplesmenié tomado emprestado da experiência c que pelo hábito
se revestiu da aparência de necessidade. Sc tivesse tido adiante dos seus olhos
o nosso problema rta sua universalidade, jamais teria incidido em scmcHiSTUt
afirmação destruidora de Ioda filosofia pura* uma vcv que teria etnào compreen
dido que i>egundo seu argumento também não posderia haver uma matemática
pura, pois esta certamente contêm proposições sintéticas a priori, e neste caso
o .seu bom senso talve? o teria preservado de semelhante afirmação.
A solução do mencionado problema implica ao mesmo lempo a poâ^ilidíJi
de do tisn puro da razão Fundar c levar a cabo todas a.x ciências que contêm
um conhecimento teórico a priori de objetas, isto é, responder às perguntas:
Como ê possível o matemática pura?
C u m v è flo s s b e ia ciê n c ia p u ra da n a w re z a ?
Ora. visio quccüsas ciências são realmente dadas, parece pertinente pergun
tar como sâo possíveis, pois que têm que ser possíveis é provadci pela sua realida
de.13 No que tange à M e ta fís ic o , / o seu mittro progresso ate aqui e o faio
de nào se poder dizer, cum respeito a nenhum dos sistemas ale hoje cxposioà*
que realmente exista tio tiuí concerne ao seu ftm essencial. dão a cada um nm Vs
para duvidar dí sua possibilidade.
Nao obstante, essa espécie de conhecimento lambém pode ser considerada
dada em certo seniido, e embora não como ciência, a Metafísica c eoniudo real
como disposição natural (metàphyslcn natural is)* Cnm ePeUo* sem ser movida
pela mera vatdadc da erudição, mas impelida pela sua própria necessidadt. a
rnzão humana progride irresísitvclmurie ate perguntas que não podem ser respon
didas por nenhum use da razào na experiência nem por princípios dnl tomados
emprestado^ e assim alguma metafísica ^emprt existiu t continuará u existir real
mente em todas os homens, tao logo a raxâo sc estenda neles alc a cspceulaçao.
Com rtspcito ü essa metafísica cabe agora a pergunta: f como é possível a metafí
sica como disposição natural? Ou seja, como surgem da natureza da razão humu
na universal as perguntas, que a razão pura levanta para si mewmu e que è im peli
dn a respoitdcr, tão bem quarsto pode, por sua própria necessidade?
Já que em iodas as teniativas Feitas até agora para responder a es&as pergun
tas naturais, por exemplo se o mundo tem um começo ou se ê desde toda a
eiérnidade„ etc. encontram-se sempre inevitáveis contradições* rmo íc pode então
contentar-se com a mera disposição natural para a mel afísica, isto é, com íi pró
li Atp.üTi1: aindp juvíímm duvid&i1díslu liiúma cdLka riS^riva i<círneia pura da nuiurL-v^ Tj^bvLt, baura
vti dí dívcrwii propuiiçõcn que octmciii nti cumeçíi' da FKíca propfínrTHriLU: üiiu (trnpiriçiij — COfTIO ü
da pfirmanéfl^ia da mwmB rçu&ntidad«: dc (rtíNvria, a du inertéa. a da igualdade ik a^ài> c reação, Cl£. —
para Ingn 5e convencer de que perfazem uma phuicem puism tou raciimal} que, comt) eiéneta es-ptcial.
bem m íretc ser erigida. sapanicl^n-iírHe em ípíia a sup c*ttn&ão. sfja fista vasta aa csitein.
32 KANT
pria faculdade pura da razão, da qual sempre resulta alguma metafísica (seja
qual for), mas com tal disposição leni que ser possível alcançar uma certeza
quanto ao saber ou não-saber dos objetos, íseo c, ou decidir sobre os objçtos
de suas perguntas ou sobre a capacidade ou a incapacidade da razão julgar algo
a respeita deles, portanto ou ampliar com confiança a nossa razão pura ou im-
por-Hic limites determinados e seguros. Esta última pergunta, decorrente do pro
blema geral acima. serÊa eom direito <t seguinte: como é possível a Metafísica
comu ciência?
Portanto, a critica da ra^ao conduz pt.tr fsm necessariamente à cíència: o
uso dogmático da razao sem crítica conduz., ao contrário, a afirmações infunda
das / às quais se pode contrapor nutras igualmente aparentes, por conseguinte
ao ceíiehmoL
Bsta ciêticia tampouco pode ser de uma vastidão dcsencorajaníe. pois tem
que lidai nàu com objetos da razão, cuja multiplicidade è infinita* mas somente
com a própria ra7,ão. isto c, com problemas que surgem inteiramente do seu seio
c nâo lhe sao propoüUíS pela nal ureia das coisas, as quaiü são diferentes dela,
mas pela sua própria nntureza. Em tal ta,to. quando a razão aprendeu acanhccer
completamente a sua própria faculdade rto toe ame aos objetos que podem lhe
ocorrer na experiência, tem que \e tornar fácil determinar completa o segurumen
ur ü âmbito e ús limites do seu temado uso acima de iodos os limites da experiòn
cia,
Portanto, Lodas as tentativas feitas ati agora para realizar dogmaticamente
uma metafísica podem e têm que sar sneiradas como nào ocorrida^ Com efeito,
o que numa ou noutra há de analítico, isco é, um simples desmembramento dos
conceitos que residem $ príori cm nossa rcuào. nào chega a constituir Ainda o
fim* ma$ npenas uma promoção com vistas ã verdadeira Metafísica, Uio c, a
ampliar sinteticamente o seu conhecimento a priori; iíil desmembramento é im
prçstávd para u último por apenas mostrar õ que está comido em tais conceitos
não porém comií chegamos a priori a tais contritos paríi que segundo tal também
possamos determinar o seu uso válido com reüpeiio ao* ot> í jeios dc todo o
conhecimento cm geral, O abandono de todas essas pretensões também requer
pouca abnegação, uma vea quç íts inegáveis c Lambém inevitáveis contradições
da raz3o consiga mesma no procedimento dogmático privaram há tempo toda
metafísica precedente d» $ua reputação- Stirâ necessária maior firmeza para que
a dificuldade interior e a resistência exterior não nos dissuada de finalmente pro
mover, por abordagem compleiümeme oposta à até agora adotada, o crescimento
prospero e frutífero de uma cicncia indtspçmável à razão humana, da qual st
pode cortar cada ramo despontado, mas nao exterminar as raízes.
Dc tudo isso resulta a idéia de uma ciência especial que pode denominar-se
Crítica da razão pura. Pois a razão é a faculdade que fornece os princípios do
conhecimento a priori. Por isso a razào pura é nqueta que eumém os princípios
C R ÍT IC A DA RAZÃO P U R A
para conhecer algo abüolmameme a priori. IJm órganon da razão pura seria um
conjunto daqueles princípio* segundo os quais todos os / conhecimentos puros
a priori podem ser adquiridos c efetivamente realizados. A aplicação detalhada
dc um lal úrgantm pmporcionaria um sistema da razàu pura. Mas já que isso
6 pudir muit« e que ainda é incerto sc tambem aqui c cm que casos chega a
ser possível uma am plidão do nosso conhecimento, podemos encarar uma cícn-
da da simplei avaüaçào da razão pura, das suas. fontes e seus linutes, cunw
a propedêutica ao sistema dá razão pura. LJma lal ciência teria que se denominar
não unu doutrina, mas somente Critica da razão pura, e sua utilidade seria real
mente apenas negativa com respeito â especulação, servmdo não para a amplia
ção* mas apenas para a purificação da nossa razão e para mantê-la Itvre de erros,
o que já sígnifícaria um ganho notável. Denomino immcçnãçrtttil lodo conheci
mento que em geral se ocupa não fanto com objetos, mas com o nnsso mrdn
de conhecer objclos Há medida em que este deve ser possível a priori. Um sistema
dc lais conceitos denominar se ia jíhsqfta transcendental. Para um início essa
filosofia í aitukl demasiada. Com efeilo, uma vez que lal ciência teria que conter
completamente lanto o conhecimento analítico quanto o sintético a priori, no to
cante ao nosso propósito cia e dc um âmbito demasiado vasto, já que síS nos
c permitido impulsionar a análise na medida em que 6 imprescindivelmente neces
sária para compreender os princípios da síntese a priori cm Ioda a sua extensão*
/ :i única cotsa que no,s interessa. Com essa invcstipaçâo ocupamo-nus ajgura,
Não podemoK denominá-la propriamente douLrina, mas somenie crítica transecn
dental.-pois tem como pmpósiio nào a ampliação dos próprios conhecimentos,
mau apenas sua m iíícação, devuidcj forncccr ü pedra dc toque que decide sobre
o valor ou desvalor de todos os conhecimentos a priori. Nlri medida do possível,
por conseguinte, uma ta) crítica é uma preparação para um órpanon c, kc este
não (íver êxito, pelo menos para um Canon dos conhecimentos a priori. se^undu
o qual talvez possa algum dia ser apresentado tanío analítica quanto sintética
mciUcü sistvmu cumplelü tia filosofia da ra/ão pura. Consista estequer na amplia
tão quer na mera limitação de ^u conhecimento. Pois que isso sçp possível,
c inclusive que um tal sistema nâo possa ser de grande âmbito para Cjue se tenha
esperanças de levã lo completamente a lormo pode sc julgar antecipadamente peio
Tato do ubjcLtt não consistir aqui na naiurexa da.s coisas, que c inesgotável. rníu
no entendimento, que julga sobre u natureza das coisas. <5 $$tc tambem, por sua
vez, só no tocante ao seu conhedmçnlo a priori. Uma vez que não precisamos
procurá-la fora de nós. esEa provirão do entendimento não nos pc*dc permanecer
ocuIiil e e, segundo todas conjeturas, suficientemente pequena para ser completa
mente abarcada, julgada conforme a seu valor au desvalor e submetida a uma
avalíaçàu correta / Menos ainda deve se esperar aqui uma critica dos Jívtos e
sistemas da razão pura, m;ts sim a <ia própria faculdade pura da razão. Somente
sobre a baàe desta crítica sc possui uma pedra üe iaque secura psira tfvaliítr o
cnnteúdo ílleisóficti de obras antigas c novas aeste ramo; caso contrário, o histo
riógrafo e juiz mcompeientc julga afirmações infundadas de outros mediante suai
próprias, que sào igualmente infundadas.
A fllt-ssofiíi transcendental £ a ideia dc um a ■cíGrteiii paru u q u al ã C rÍLica
3<l kant
que talvez brotem tle uma raiz comum, mas desconhecida & nòs-, a saber, sensibi
lidade e ertiertdimeniu; ps la primeira são-nos dados objetos, mag pely segundo
sào pensados* 0r?._ na mesdida em que a sensibilidade contivercprtsvntaçòcH
a priori, as quais perfazem a condição mb ! a qual nos sâa dadns objetos, pcricn-
ecria â filosofia Inm&ccn dental. A doutrina transcendental Uoi sentidos teria que
[neriertcer à primuíra parte da ciência dos eierrteníos, poís fis yniEiiinen-
Le sííb as quais são dados objcLas ao conhe^imciitu humano precedem aquelas
sob .is quais os rnc&inos í*ào pensudus;..
DOUTRINA TRANSCENDENTAL
DOS ELEMENTOS
/ P R IM E IR A P A R T E
DA D O U T R IN A T R A N S C E N D E N T A L
DO S EL E M E N T O S
E S T É T IC A T R A N S C E N D E N T A L
! *
Seja qual for o modo c sejam quais forem os meios pdos quais um conheci
mento possa referir-se a objetos, a intuição ê o modo como se refere imediata
mente aos mesmos e ao qual lende como um meio todo o pensamento* Contudo,
esia intuição só acontece na medida cm que o ubjetü nos Ibr dado; a nós homens,
pelo menos, isto só é por sua vez possível pülo faio do objeto afetar a mente
dc ecrta maneira. A capacidade (receptividade) dc obter repr^eninçõcs mediunte
o modo como somos afetados por objetos denomina-se sensibilidade. Portanto.,
pela sensibilidade nos sâo dados objetos e apenas ela nos fornece intuições; pelo
entendimento. ao invés, os objetas são pensadas u dele se originam conceitos.
Nu entanto* por meio de emas características, seja. diretamente (directe) ou por
rodeios {indifecteh todo o pensamemo tem por fem que *e referir a iníutçõcs,
cm nós portanto a sensibilidade« pois dc outro modo nenhum objeto nos pode
ser dado,
/ O efeito dc um objeto sobre a cupueidudc dc representação, nu medida
em que somos afetados peki mesmo, ò sensação. Aquela in tu ito qüc s-e rercre
ao objeto mediante sensação denomina-w: empírica. O objeto indeterminado de
uma irtluiçào empírica dcntimma-sejftwõw/io.
Dertomino maiéria do fenómeno aquilo que nelç curre^ponde â sensato;
denomino, ao Ír\vçt.tfQrmit do fenómeno aquito que Tít?. com quu v múltiplo do
fònòmcrto possa ser ordenado em cerías relações. Já que aquilo unicamente no
qual as scnsaçOcs podem se ordenar c ser postas em ecrut forma não pode, por
sua vez, ser sensação, então a matéria de todo ícnômeno nos é dada somente
a posteriori, lendo poçém a sua forma que estar LOda â disposição a priori na
mente c poder ser por isso considerada separadamente dc toda sensação.
Denomino puras (em sentido transcendental) todas as reprewcntaçõe:; cm que
nào for encontrado nada pertencente ú sensaçào. Conseqüentemente, a forma
pura de Iiuuiçòcs sensíveis cm geral, na Cfual iodo o múkiplu dos fenomenos
ó inLuído era cenas rdações, será encomrada a prigri na mente, Fssa forma pura
da sensibilidade também se denomina ela mesma intuição / pitra. Assim, quando
separo da representação de um corpo aquilo que o entendimento pensa a respeito,
tal como sub.stânciaT força* divisibilidy.de. eic,. bexn como aquilo que pertence
à sensação, lal como impenetrabilidade» dureza, cor, etc,* para mim ainda resia.
alga üessa intuição empírica, a saber, extensão e figura. Ambas pertencem n ín-
40 KANT
tuição pura, que mesmo sem um objeto reat dos sentidos ou da sensação ocorre
a priori na mente como uma simples Forma da sensibilidade
Denomina estética transcendental uma ciência de tódos os princípios da
sensibilidade a priori.’ * Tem, portanto, que haver uma tal ciência que / perfaça
a primeira parte da doutrina transcendental dos elementos, cm oposição à que
contem os princípios do pensamento puro e denominada lógica transcendental.
Na Estética Transcendental. por conseguinte, isolaremos cm primeiro lugar
a sensibilidade separando ludo o que 0 entendimento pensa nela mediante seus
conceitos, a ílm de que nSo reste senão a intuição empírica. Em segundo lugar,
deslu última ainda separaremos tudo ü que pertence à sensação, a ftm de que
nada muis reste senão a irLiuiç£u pura c a mera forma dos íenõmcnoü, a única
coisa que a sensibilidade pode fornecer a priori No decurso <£esi;i invcMigaçào.
ver-se-á que como principiou do conhecimento a priori há duas formas puras
dn intuição sensível, a saber^ espaço e tempo, com o oxame das quais nt>s ocupa
remos agora.
DO ESPAÇO
1* <"K ülcmÂes K-iWf <wc úniijus a aforn uw»r<nn u pjduvca estirlea parj» desigiwr o que o.\ utilrus denOJniriúm
crítica d« fcuslü Kssa í3enomiíi^í7io funda-w mima falsa cypíinmjn, turc-cbíJa pçicjçxtclcftli: pensado»1unalí
tiou Büutaftuften, <tç subrm-rer a aviLlinçéíj trítíc-u do bob a princípios. rAiiOftiift e de efcvar as regTíis da
mesma dência- E iic «sfçrço 4. culrcUMu, Vttò, pots. iftis regias ou CírténoM -São. tom respeito às suas prínei-
pajs fontes, meramente çíMpiricas e porcanio jamais potfcm « n ii cíijtu» Vi a & pfiort dcttíniio^das petas
qiuis teria cjur *c reituLtcr 0 nona? juísw do gostçn este iliirnu uuiuvtiiué, muito outio^ a fwüra de io^uc
da torreçào das rwimifiras. / Em vista disso, acnn^lha se 4ça*r por sua ycí dc laiio csia dcnanunaçiui.
rcscrwíMHk» a à doutrina çfiw seja verdutfriftt citJSciis {cfcsic miala aproiimar-tlOvemos da lingiiaRím ií do
teniiib* üoí antíÈ11*. pura os tjuuiis a dlivtiitü do coivhtóEmcciLü cm K£tl üOTjròt era bamrue fama
sãK ou partilhar iaJ dcnofíiinJição ccrni a ftbtMjfia ífipcculatiwa c tortiar a estética on cai itntida Uíuibccndcn
l&U< ka «m «igrufjcado psi;vJógict).
C R ÍT IC A DA RAZÃO PURA 41
das coisas» tais porém que dissessem respeito às coisas em mesmo que não
fossem intuídas? Ou são determinações ou relaçòcs inerentes apenas à forma
da intuição e. por conseguinte, à / natureza subjetiva da nossa mente, *çm a
qual tais predicados não podem ser atribuídõs.a coüsa alguma? Para nos insiryir-
moji sobre istux queremos em p rim e iro lugar capor o conecito de espaço. Por
exposição (expvaiíio) entendo a representarão clara (ainda que nào detalhada)
daquilo que pertence a um conceito; essa exposição c. porém, metafísica quando
contém aquilo que apresenta o conceito enquanto dado a priori.
1) O espaço não é um conceito empírico abstraído de experiências externas.
Poig a representação de espaço já tem que esi&r subjacente para curtus sensações
se referirem a sigo tara de mim (isto c. a algo num lugíir do espaço diverso
daqude em que me encontro), e igualmente para eu poder representá-Utá como
fora de mim e uma ao lado da oulra e por conseguinte nào simplesmente como
diferentes, mas como bituadas em lugares diferentes. Logo, si representação do
espaço não pode ser tomada emprestada, mediante a experiência, das relações
do fenómeno externo, mas esta própna experiência externa é primeiramente
possível só medianle referida representação.
2) O cnpaço é uma representação a priori ncces&ária que subjuz; a todas
as íntuiçüts externas. Jamais ê possível fay.er se uma representação de que não
hà espaço algurrt, çmbora se possa muito bem pensar que uuo se encontre objeto
algum / nele. fcte é. ponanto, considerado a condição da possibTidade dos fenô
menos e não uma determinaçaü dependente destes: c uma representação a priori
que subjaz. necessariamente aos; fenómenos externo*.
3} O espaço nào é um conceilo discursivo ou. como se diz. um conceito
universal dc relações das coisas em geral, mas sim uma intuição pura. Em primei
ro Iugüf\ só sc pode representar um espaço um*, e quando se fala dc muitos espn
ços entende-se com iííso apenas panes dc um e mesmo espaço úrtico, F.skhs píiriis
nau podem tampouco preceder o espaço uno, que tudo compreende, como se
fossem suas parles componentes tu partir das quais seri4 posai vel sua cúmposi
ção), mas só ser pensadas nele. 0 espaço ò essencialmente uno; o múltiplo jicIt:.
por conseguinte também o conceito universal de espaço« em geral* repousa ape
nas sobre limitações. Disso se£uC’Ke que, no locante ac espaço» uma inmiçào
a priori (não empírica) subjaz a todos os Concciios do mesmo. Assim todos os
princípios geométricos, por exemplo que num triângulo a soma dc dois lados
é maior do que o terceiro lado, jamais sào derivados dos conceitos universais
linha e triângulo* mau sim da imuição, e isso a priori com certexa apoditica.
4 )0 espaço c representado como uma magnitude infinita dada. Ora, é verda
de que se precisa pensar cada con / ccíío corno uma representação contida num
número infinito de diversa.s representações possíveis (como sua cíiracierísrica co
mum}, portaeito contendo sob si tais representações; mas nenhum Conceito como
tal pode scr pensado como se contivesse em si um número infinito de representa
çíie?i- Nàt> obstante, o espaço c pensado desse modo (pois todas as parles do
espado são bimiJliãricas ao infiniEo), A representação originária ào espaço é. por
tanto, miuição a priori c não conceito.
42 KANT
por exemplo uma rosa, vale em sentido empírico por uma coisa em si mesma,
que com respeito â cor pode apareccr a cada olho de um modo diverso. Frente
a isso. o conceito transcendental dos fenômenos no espaço é uma advertencia
crítica de que em geral nada intuído no espaço é uma coisa em r i c de que o
espaço tampouco é uma forma das coisas que lhes è própria quiçá em sí mesmas,
mas sim que os objetos t‘m si dc modo alftum noa sio conhecidos e que os por
nós denominados objetos externos não passam dc meras representações da nossa
sensibilidade, cuja forma é o espaço e cujo verdadeiro corrclatum contudo, isto
é, ã coisa em &i mesma, não e nem pode ser comhecida com a mesma e pela
qual também jamais se pergunta na experiência.
/ S EÇ Ã O S E G U N D A DA E S T É T IC A T R A N S C E N D E N T A L
DO T E M P O
ít) O lympo nào t algo que subsísic por si mesmo ou que adere às coisas
como determinação objetiva, e que por conseguinte restaria ao se abstrair dc
todas as tíúndjções subjciivíiy da imuiçào das mc&ma&; pois nu primeiro caso,
o tempo seria algo real mesmo sem objeio real No que concerne ao segundo
caso, porém, enquanto uma determinação ou ordem ydurente próprias coisas
e tempo não poderia preceder os objetos como sua condição^ nem ser conhecido
c intuído a piiori por proposições sintéticas* Ao contrário, isso pode muito bem
ocorrer se o tempo nada mais for senào a c o n d ição subjetiva sob a qual podem
ocorrer cm nós codài as intuiçòes. Pois então essa forma da intuição interna
pode ser repreaenuda antes dos objetos, por cortscguirne a pnori.
b) Ü tempo nada mais é sen ao a Forma do sentido interno, isto c, do intuir
nós mesmos c nosso estado interno, Com eleito, o tempo não pode ser uma deter
minação de fenômenos externos; nào pertence nem / a uma figura ou posição,
etc., determinando ao contrário a relação das représemaçõeü em nosso est&do
interno, E justamente porque £ssa intuição interna nào dá figura alguma, pro cu
ramos também substituir essa carência por analogias e representamos a suces
são temporal por lima Unha avançndíi ao Infinito, na qual a múltiplo perfaz uma
KANT
série de uma única dimensão, e das propriedades dessa linha inferimos todas
as propriedade?; do tempo, excetuando apenas a de que as partes da linha sio
simultâneas e as partes tio tempo sempre sucessivas- fsso aclara também que
a representação do próprio tempo è intuição, poàs todas as suas relações podem
ser expressas numa intuição externa.
c) O tempo é a condição formai a priori de todo.s as fenômenos cm geral,
bnquanto Forma pura de ioda intuição externa, como condição a priori o espaço
está limitado «penas a fenômenos externos. Frente a isto. visto que todas as repre
sentações, tenham come objmu uoinas externas ou não, em si me&mas, como
determinações da mente, pertencem ao estado interno, ao passo que este estado
interno sübsutrtc-se â condição formal dc intuição interna e portanto a o lempo,
então o tempo é uma condição a príori de todo fcaómeno cm gera!* e na verdade
a condição tmediat?. dos fenómenos internos, (das nossas almas) e por isso mesmo
também mediatamente a dos fenômenos externos. / Se pou& dizer a priori: todos
os fenômenos externos sio determinados a pf iori no espaço c segundo as relações
do espado, a partir do principio do sentido interno posso então dizer universal
mente: iodos os fenômenos em gc:ral, isto c. iodos ys objetos dos seritidOs. sáo
no tempo < Sestàü necessariamente em relações dc tempo.
Sc abstrairmos du nosso modo dc intuirmos internamente a nós mesmos
c Ue mediante lal intuição abarcarmos iodas as imuiçôcs externas na capacidade
de representação, tomando assim os objetos Como possam ser em si mesmos*
entíru o tempo não é nada. Possui validade objetiva apenas no tocante aoü fenõ
menoA. puís estcò já são coisas que assumimos como objetos dôa nossas sentidos;
mas deixa de ser objetivo quando ac abstrai da sensibilidade da nossa intuição,
portanto daquele rrnxlu de representação que nos é peculiar, e se fala áe coisas
cm geraL Logo. o tempo c simplesmente uma condição suhjctiv« da nossa <humu
na) intuição {que ê sempre sensível, isto é, nu medida em que somos afetados
por objetos), c em si. fora do sujeit». não £« nada. N io obstante, no i^uc tange
a todus os fenômenos e poruuiio também a iodas as coisas que podem nos ocor
rer na experiência, o tempo c necessariamente objetivo. Não podemos dixer: to
das as ctfibiis s-ão m> icmpo, pois nu conceito coisas / em geral ac abstrai dc
toda espécie dc intuição das mesmas, a tjual é contudo a verdadeira condição
sob a quaJ o tempo pertence â representação dos Abjetos, Ora. se a condição
for acrescentada ao conceito e se di.sser: Lodas as coisas COmo fenômenos (objetos
da intuição sensivel) sào no tempo, então o princípio pos.sui sua boa correção
objetiva e universalidade a priori,
Noss&si afirmações ensinam, portanto, a realidade empírica do tempo, isio
é, validade objetiva com respeito a iodos os objetos que possam sçr dado* aos
nossos sentidos. E uma vcí que nossa intuição é sempre «nsivel. na experiência
jamais pode nos ser dado um objeto que não estiver submetido à condição do
(empo. Contrariamente, contestamos ao tempo todos reclamos de realidade abso
luta, como se, também wem tomar em consideração a forma de nossa intuição
sensível, tosse absolutamente inerente às coisas cúmo condição ou propriedade.
Taiü propriedade* concernentes às cois&s Cm si jamais podem nos ser dadas pelos
sciuidos. Nisso consÉste, portanto, a idealidade transcendental do icmpo, segundo
a qual o mesmo c absolutamente nada sc se abstrai das condíçòes SUbjelivas
da mtuição sensível* não podendo ser incluído nem como subsistindo nem como
incrindo aos objcios em si mesmos (sem a sua relação com a nossa inuiição).
ifssa idealidade, todavia, bem / como a do eipaçu, não deve ser comparada às
sub repções da sensação, porque entâo se pressupõe do próprio fenômeno ao qual
inerem esses predicados uma realidade objetiva que no caso do tempo nau se
verifica absolutamente, a não ser na medida em que eía è meramente empírica,
isto é, encara o próprio objeto apenas COíllü fenômeno. Sobre esse ponto convém
rever a observação acima ná primeira st;çào.
§ 7. Esclarecim ento
Contra esta teoria que concçdc ao tempo realidade empirica. mas lhe contesLa
a absoluta e transcendental, ouvi de homens perspicazes uma objeção tào unâni
me que disso concluo deva aprcscfUar-se naíuratmente a cada leilür não fam iliari
zado com estas considerações. Soa assim: m udança são reuis (isto c provado
por variarem itosâas próprias representações, mesmo que se quisesse negar todos
os fenômenos externos junlo com suas mudanças)* Ora. mudanças só são possí
veis no tempo, conseqüentemente o tempo ç algo real. \ resposta nào contém
nenhuma dificuldade- Aceito lodo o argumçma CEaro que o limpo é algo real,
a saber, a forma real da imuiçáo interna. Possui, portanto, realidade subjetiva
com vistas à experiência inierna, isto c. tenho efetivamente ít rc / presentgçâo
do tempo c das minhas dcíefmtrtaçíi-es nele. Logo, precisa ser encarado nao como
objeto, mas como 0 modo de me representar a mim mesmo como objeto. Mas
se cu mesmo ou um omro snte pudesse intuir-me sem essa condição da sensibiti*
dade. neste caso as musmas determinações que agora noi? representamos como
mudanças dariam um conhecimento em que de modo algum ocorreria a represen
tação do tempo, por conseguinie lambem não a dc mudança. À realidade empíri
ca do lempo permanece, portanto, 3 condição dc todas as nossas experiências*
Segundo o refcrjdo acima, apenas a realidade absoluta não lhe pode ser concedi
da. O tempo nada mais c que ít forma da nossa intuição inierna1* . Se a condição
particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece tamhcm o concei
to do tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeilo que
o$ iniui.
A causa, entretanto, pela ^ua] cs-sa objeção é levantada com tanta unanimi
dade e precisamente pelos que não sabem objetar nada de plausível contra a
doutrina da / idealidade do espaço, é a seguinte. Nào esperavam podejr demons
trar apodilicamente a realidade absoluta do espaço porque se lhes contrapõe o
idealismo, segundo o qual a realidade de objetos externos não c suscetível de
nenhuma prova rigorosa: ao contrário, a realidade do objeto dos nossos senúdws
internos (de mim mesmo e do nieu estado) é imediatamente c5àfa pela consciên
cia, ÁQuelcs poderiam constituir uma pura ilusão* mas este é, segundo a sua
T* Em verdade, pos«» diicr; minhíiy tcprcscritações sucedem-se «ram; âs ftutrns, mas. tato significa apenas
£|ue somos cânscicntcs delas como numa sucesçàci iie wmpo, ino ê, secunde» a forma do sentidti interna.
f> lonpçi nào c. Jior iisu, aifcjo cm n raíimo, n-ejTi umit dctírmiíiÈçán objeiivamçnie intíSitW ia ctvisn!.
KAN T
opinião* algo inegável mente reaL Não levaram em coma. todavia, que ambas
as espécies de objetos, sem que se necessite contestar sua realidade como repre
sentações» pertencem somente ao fenômeno. Este possui sempre dois aspectos:
um em que o objeto é considerado em si mesmo (desconsiderando o modo de
intuí lo, rnes cuja natureza permanece justamente por isso sempre problemática),
o outro cm que se vê a forma da intuição desse mesmo objeto. Taí forttia precisa
ser procurada não no objeto em si mesmo» mas no .sujeito ao qual aquele aparece*
não obstante diga efetiva e necessariamente respeito ao fenômeno des.se ohjeto.
Tempo e espaço soo, portanto, duas fontes de conhecimento das quais se
pode rirar a priori diferentes conhecimentos sintéticos; sobretudo a Matemática
pura fornece um esplendido exomplo disso no qtn> conccrne aos conhecimentos
do espaço c das suas relações. • Tomados conjuntamente, tempo e espaço são
formas puras dc toda imuivão sensível, e desse modo tornam possíveis: proposi
ções sintética^ a priori. Mas essas fontes de conhecimento a priori determinam
os próprios limite:» pdo lato dc serem simplesmente condições da sensibilidade,
isto è. pelo fato de se referirem a objetos só na medida cm que sào considerados
fenômenos» mas sem apresentarem coisas em si mesmas* O campo da sua valida
de é constituído unicamente pelos fenômenos» c quando se sai dele não se verifica
maií nenhum uso ohjetivo dm mesmos. Essa realidade do ebpaço e do tempo
deixa, de resto, intata 4 segurança dt> conhecimento cte experiência: com efeito,
estíimos s«guros dele quer essas formas sejam necessariamente inercnies às coisas
cm si mcsflUÀ. quer apenas à nossa intuição desta* coisas. Ao contrário, aqueles
que ídirmíim a realidade absoluta do espnço e do Lcmpo„ seja que a aceitem como
subsistente ou apenas como inerente* lem quç se achar em conflito com os princi
pio da própria experiência. Com efeiio* no caso de «e decidirem por uma real ida
de subsistente (nesta facção íncluemsc eomumenie os investigadores matemáti
cos da natureza), precisam admitir dois nãoentes eternos infinitos subsistentes
por si (espaço e lempo) que existem (mesmo sem serem algo real) somente para
abarcar em si lodn o real. Se tnmafem o segundo partido (ao qual pertencem
alguns teóricos metafísicos da natureza}, e&paço e lempo lhes valendo como rda-
çíSes (coexistentes ou sucessiva*) dm fenômeno* abstraídas da experiência / e
não obstante representadas confusamente naquela abstraçao, üesic caso precisam
contestar a validade ou pelo menos a certcía apodítica dai douLrina< matemáii-
eas a priori concernentes a coisas reais (por exemplo no espaço) na medida cm
que esta oerie/.a de modo algum ocorre a posteriori. Segundo esu opinião, cs
conceitos a priori de espaço e aempo sào meras criaturas do poder de imaginação,
cuja fonte tem que ser procurada efeltvamente na experiência: das relações abs-
Lraíúas da experiência, a imaginação produziu algo que na verdade contêm o
geral das mesmas, mas que não pode ocorrer sem as restrições que a natureza
conectou com tais rclaç&es. Os primeiros postem a grande vantagem dc libera
rem o campo dos fenômenos para as asserções matemáticas. Pôr meio dessas
m esm as condições, ao contrário, confundem-se muito quando o entendimento
quer ultrapassar este campo, Os segundos posisuem, com relação aos últimos,
a vamuijem das representações dc espaço e tempo não atravessarem seu caminho
quando querem julgar sobre ubjetos não como fenômenos, mas unicamente na
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 49
quu deveria atribuir ao fenômeno.16 / blu não ocorre, porém, segundo o nosso
princípio da idealidade de iodas as nossas inimçòes sensíveis; muito antes» se
àquelas fornias de representarão se aíribui realidade objeíiva, nào se pode evilaT
que através d isso tudo seja tranf-fQrmado em sim p les ilu são . Com efeito, se se
considera o espaço e ü tempo propriedades que segundo a sua possibilidade te
riam que ser encontradas cm coi&as cm si c sç reflete em que dispuraics se incorri
então na medida em que duas coisas infinitas — que não têm que ser substancias
nçm algo realmente inerente às substâncias, mas cnrUüdo algo existen / te e inclu
sive a condição necessária da existência dc todas as coisas - restam mesmo
suprimindo todaa as coisas existentes: em tal caso não se pode levar a mal
o bfirn Berk eley por ter degradado os corpos u uma simples ilusão; até mesmo
ü nossa própria existência, que desse modo seria tornada dependente da realidade
de um não ente subsistente por si. w iuo o lempo, Leria com tal que se transformar
em pura ilusão: um absurdo du que até agora ninguém ainda deixou se inculpar.
TV. Na Leologia natural, onde se pensa um objeto que nao só para nós nâo
pode ser um objeto da intuirão, mas nem sequer paru si próprio pode ser de
modo algum um objeio da intuição scnxivcL -leva-se cuidadosamente cm conta
eliminar as wndiçõeü do tempo e do espaço dç toda sua intuição (pois todo
o süu conhecimento Mm que ser dm a espécie c nào pensamentv. que .sempre
manifesta limites). Mas com que direito se pode fazer i$io kc ames se ós fez
ambos formas dttü coisas em &i mesmas. c cm verdade tais que, como condições
da existência das coisa» a priori. restam mesmo quando as próprias coisas tive
retrt sido supressão. Efetivamente, como Condições de toda a existência em geral
também o teriam que ücr da existência de Deu*. Se daquelas Formas não se quiser
fazer formas objetivas / de ioda& as coisas, nada mais resta senao torná-las for
mas subjetivas do nosso modo de intuição tanto externo quanto interno, o qual
sc chama »cctãível por não ser (jrijthxárto, ou seja. um modo pelo qual c dada
a própria existência do objeio da intuição (e que, o quanto sabemos, só pode
ser atribuída ao eme originário), nm depende da cxislência do objeto, por conse*
guinie só é possível pelo lato da própria capacidade de representação do sujeito
ser ifetada por íftl objeto.
Tampouco é necessário que limnemo& o modu de intuição no e&pâ^o c no
Lempo à sensihilidadc do homem, e è dc se supor que lodo ente pensante finito
tem nissíj que concordar necessariamente eom o he*mcm (sç bem que nada postá
mos decidir a respeito): nào obstante essa validade universal, nem por isso cessa
de ser sensibilidade, justamente por ser derivada (ir>tiiitiisderivaiivus}c nâoorigs*
1 * Os príxJicadoi dçi fcnôrTKCUt podtiti ser sirihuídos a«* própria objet# <rm rclaçio Ao nosso sciukJd. por
eiccmpLo / ã rosíi ft cor vtm w tka nu o nJí>r A jlu iSo . «nrreuwio, jam aii pode ser auibuKlü COltlO prcdicali.)
ao objeto, juilunv-ntc porque atribut aa objem par si o que tonecm c u cak ftpârias cm relaçãc aos, aemidus
uu cm jçcraJ aú *ujciia, {K>r exenplu oü Jo is Anéis que inieiaim ciuc sc fliribuiam ü Satürnn. O íenãmtína
ó aqui Ilo que (ic moún Slçum poclt cncnm rar « tua objeio cm st mesrrwv, m ai sem ptí na sua rdaçÀC» CCm
d suje Kc*, sendo inseparivrt cj-a fepresenGKàO do printriro. D étfe tncwlo. m: firtfKjfAcios «io e tio icmpp
são COm justiça üHbuidüx ans flbjeim dns w niidos i a i e nismo rtü>> há naihuiria ilusão, A a conrrãriy.
sc atribuo á rósu. sl o vcrm clliv, a S a iiiin c os anéis au a lôdo^ os ohjeios extetno^ em si a csiensão.
k tii alcnLtir para uiiku licicim inaua. rclttÇãit dtstcs ijb jçju i eom o sujeito c sem Uimiaf o meu juízo a tssé>»
c riã o prim ciranienic ^urgt ü. ilu sàa
nária (imuítus oríginariusK nât> sendo portanto iniuiçào mtcEecuiaL Pela razão
aduzida há pouco, csÊa última parece atribuível unicamente ao eníe originário
e jamais a um entt dependente tanto no que concerne h sua cxisLÊncia cumo
à sua intuição (que determina a sua cjusiência com referência a objetos dados);
não obstante, a última observação a no^sa teoria estética tetn que scr considerada
apenas como ducidftção. e nao como argumento.
Aqui temos uma das parles requeridas para a solução do problema gerai
da filosofia transcendental; como sâü possíveis proposições sintéticas a priori?
— a saber, intuiçoes puras a priori* espaço e teirtpo, nos quaLs. se no juízo a
priori quisermos sair do conceito dado» encontramos aquilo que pode ser desco
berto a priori não no conceito, mas na inuiíção quO lhe corresponde, e ser ligado
sinteticamente àquele. Por u-sla razilo» c&am juícos jamais. alcançam aÈésm de obje
tos dos sentidos, c sô podem valer parô objetos de uma exper tenda po^íve].
/SEG U N D A PA R TE
D A D O U T R IN A T R A N S C E N D E N T A L
DO S E L E M E N T O S
L Ó G IC A t r a n s c e n d e n t a l
I n tro d uçào
L Da fágicu em gern!
Nosso conhecimento surge ctç duas fontes principais da mente, cuja primeira
é receber as representações (a receptividade das impressões) e a segunda a facul
dade de conhecer um objeto por estas representações (espontaneidade dos concei
tüà); pela primeira um objeto fios c dad<?, pela segunda é pensado em rcfaçâo
com essa representação (como simples determinação da mente). Iniuiçào e con
ceitos constituem, pois, os elementos de todo o nosso conhecimento* de tal modo
qvc nem conceitos sem uma InLUiçâc de certa maneira correspondente a cies nem
intuição sem conceitos podem fornecer um conhecimento. Ambos são puros ou
empíricos. Empíricos se contêm sensação (que &upoe & presença real do ubjeto);
puros, porém, sc à representação nâo se mescla nenhuma sensação. A última
pude ser denominada matéria do conhecimento sensivcl. Portanto, a intuição /
pura conLcm unteamenie a forma sob a quaJ algo è intuído, e o conceito puro
unicamente a forma do pensamento dc um objeto cm geral. Somente intuiçòíí
ou conceitos puros são possíveis a priori, úuuiçòes ou conceitos empíricos só
y posteriori-
Denominamos sentibittdade a retteptívidude dc nossa mente receber repre
sentações na medida cm que é afetada dc algum modo; em contrapartida, deno
minamos entendimento ou esponianetàade do conhecimento a faculdade do pró
prio entendimento produxir reprase mações. A nossa nuLurexa c constituída dc
um modo uil que u tmuiçiíu não pòdc ser senào sensível, isto é, contcm somente
0 modo como somos afetados por objetos. Frente a isto, o eruendimenw è a
faculdade de pensar o objeto da intuição scrwívcl. Nenhuma dessas propriedades
deve ser preferida à outra. Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e
sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios,
intuiçôes sem conceitos são cegas. Poitunio, tanto é necessário tornar os concei
tos sertsiveis (isto é, acrescentar fhes o objeto ua ialuiçào) quanto tornar as suas
Eniuiçõcs compreensíveis {isto c. pô-Jas sob conceito^ Estas duas faculdades oo
capacidades também não podem trocar as suas funções* O entendimento nada
pode intuir e os sentidos nada pensar. O eotihe / cimento só pode surgir da
sua reunião. Por isso, não sc deve confundir a contribuição de ambos, mas há
boas raiòes para separar c distinguir cuidadosamente um do outro. Conseqüente
mente, distinguimos s, ciência das regras da sensibilidade em geral, isto é, a Estc-
ticíi, da ciência das regras do entendimento em geraU isto è, a Lógica.
58 KANT
A Lógica, por sua vez. pode ser cncuada num duplo propósito* corao lógica
do uso geral ou como lógica do uso particular dü entendimento. A primeira con
tém as regras absolutamente necessária* do pensamento, sem as quais nao ocorre
uso atgum do entendimento, e diz portanto respeito ao último sem levar em conta
si diversidade dos objetos aos quais possa estar dirigido. A lógica do uso particu
lar do entendimento contém as regras para pensar corretamente uma cçrui espé
cie de objetos. Aquela pode denominar-se lógica elementar, esta, porém, órganon
de tal ou qual ciência. Nas escolas, esta úlümu c o mais das veies* adiantada
como propedêutica das ciências, embora segumlo o caminho da razão humana
constitua o último estádiu, primeiramente alcançado por cüta quando a ciência
já t,e encontra há tempo acabada e nno carece senãu do último retoque para
sua retificação e perfeição. Com efeito» jà se tleve conhecer os objetos num grau
relativamente elevado caso / se queira fornecer a& regras sobre como se pode
constituir uma ciência dçles.
A lógica geral é* por sua vez. pura ou aplicada. Na primeira, abstraímos
de todas as condições empíricas sob as quais se exerce o nosso entendimento,
por exemplo da influência dos sentidos* do joçn da iniagínação, das leia da me
mória. do poder do hábito, da inclinação, ctç„ por conseguinte íambem das fontes
dos preconceitos e. dc um modo p„eral, de todas as citu-sas das quais nos surgem
certos conhecimentos ou às quais estes possam ser imputados, visto que chis
concernem apenas ao entendimento sob certas circunstanciai Ue sua aplicação
ti que, para conhecer estias, kc requer experiência. Uma lógica gerai, mas pura.
icm portanto Cjue lidar só com princípios a priori c £ um cânone du enlendfmetuo
e da razão, mas apenas com vistas ao formal do seu uso, seja qual for o seu
conteúdo (empírico ou iransccdental). Uma lógica %vra) denomina-se, ao mves.
aplicada quando está dirigida às regras do uso do entendimento sob ai' condições
empíricas subjetivas que a Psicologia nos ensina. Pos-suu portanto, princípios
empíricos, embora seja geriií na medida cm que se refere ao uso do entendimento
sem distinção de objetos» Km vista dis&o* também não é nem mn eânonc do enten
dimento em geral nem um órganon dc ciên / cias particulares, mas simplesmente
um eatártíco do entendimento comum.
Na lógica geral, portanto, a parte que deve perfazer a doutrina pura da
r;i7.ão prccisa sor <ttparuda completamente daquela que perfaz a lógica aplicada
(embora aindu sempre geral), Somente a primeira é propriamente ciência, nâo
obstante breve e árida como o requer a apresentação escolástica de uma doutrina
elementar do eniendimenitv Nem», os lógico* têm sempre que içr presente duas
regras;
1) Como lógica geral, abstrai dc todo o conteúdo do conhecimenlo do enten
dimento* bem como da diversidade dos seus objetos, não se ocupando senão çorri
a simplcç forma do pensamento.
2) Como lógica pura. não possui nenhum princípio empírico, por conseguin
te não lira nada luomo às vezes se estava persuadido) da Psicologia* a qual
portanto nâo possui nenhuma influência sobre o cânone do entendimento. É uma
doutrina demonstrada, t tudo nela precisa ser certo de modo inteiramente a prio
ri.
O que denomino lógica aplicada (contra a significação comum desta pala
vra. segundo á qual deve conter certos exercícios para os, quais a lógica pura
fornece a regra) é uma representação do entendimento e das regras do seu neces
sário uso in concreto, a saber, sob as condições acidentais do sujeito / que pos
sam impedir ou favorecer este uso c que são dadas Ladas sô empiricamenLe. Ela
trata da atençao. dos aeus cmpecíjhos e wnseqüencial da origem do urro, do
estado dc dúvida, de escrúpulo, dc convicção, etc. A lógica geral c pura sc rela
ciona com ela assim como a moral pura, que contém simplemcnte as leis morais
necessária* dc uma vontade livre cm geral, se relaciona com a doutrinada virtude
propriamente dita. que pondero esias leis w b os obstáculos doíi sentimentos, in
clinações e paixões aos quais os homens estio mais ou menos submetidos« jamais
podendo fomeçer uma ciência verdadeira c demonstrada por necessitar, lanto
quanto a lógica aplicada, princípios empíricos e psicológicos.
3 sua matéria, deve-se dizer: por ser contraditório cm si mesmo, não sc pude
pedir nenhum critério geral da verdade do conhecimento da matéria.
Np que concerne ao conhecimento da simples forma (deixando dc tado todo
o conteúdo), é igualmente claro que uma lógica, na medida em que expõe as
regras universais <' / necessárias do entendimento, precisa juntamente em tais
regras apresentar critérios da verdade, Com efeito* o que os contradiz é Falso
porque Cm taí caso o entendimento se contrapõe às suas regras universais do
pensar« por conseguinte a si mesmo, Esses critérios, porém, referem-sc apenas
à forma da verdade, isto é, do pensamento cm geral» c são nesta medida inteira
mente correios, mas insuficientes. Pois embora um conhecimento possa ser intei
ramente conforme à forma lógica, isto é. não se contradiga a si mesmo, pode
ainda estar sempre em contradição com o objciix Logo, o critério meramente
lógico da verdade, a saber, a concordância de um conhecimento com as teh um
versais e formais do entendimento c da razão, k cm verdade a condiuo sine qtia
non, por conseguinte a condição negativa de ioda verdade: a Lógica nâo pode
ár mais alem nem descobrir, através de pedra dç loque alguma, o crro> que nao
concerne à forma, mas ao conteúdo.
Ora, a lógica gerai resolve em seus elementos a completa atividade formal
do entendimento c da razão c os apresenta como principio« dc toda avaliação
lógica do nosso conhecimento. Esta parte da Lógica pode por isso dcnomni.tr &
Analítica, e pela mesma raftâu constitui pdo menos uma pedra dc toque negativ®.
da vcrda.de na medida em que se precisa antes de tudo examinar e avaliar, com
base nessas regras, todo o conhecimento quanto á sua forma antes de invesiigá-lo
quinto ao SCU conteúdo para. estabelecer / se contem uenu verdade positiva refe*
rente ao objeto. Ma& já que a simples forma do conheci mento, por mais que
concorde com as íeis lógicaü, é dc longe insuficiente para perfaver por isso uma
verdâdc material (objetiva?, ninguém pode apenas çoni a Lógicft ousar julgar 50 *
bre objetos c afirmar algo sem ter colhido antes, fora da Lógica, uma fundada
informação sobre ok objetos para tentar em seguida simplesmente a sua utiliza
ção c conexão num todo coerente segundo leis lógicas, ou melhor atnda. apenas
para examiná los secundo essas. leis. NSo obatante, na posse de uma arte tào
enganosa, que consiste em dar a todos os nossos conhecimentos a forma do en
tendimento mesmo que no tocante ao seu conteúdo se csieja ainda muito vastio
c pobre, reside algo tao tentador que aquela ló&ica geral, quí c apenas um cânone
para avaliação, foi utilizada como uma espécie de órganon para a produção efeti
va pelo menos da aparência de afirmações objetivas; por conseguinte ibi de fato
rnaJ utilizada, Ora. a lógica geral, como pretenso órganun, denomina íc Dialéti
ca,
Embora &cja diferente a significação em que os antigos usaram esta denomi
nação dc uma ciência Ou arte, do seu uso real pode se depreender seguram eme
que não constituía envre eles / scnào uma lógica da ilusân, Era uma arte sofistica
para dar aíes de verdade à sua ignorância e ainda às suas construções ilusórias
intencionais, a qual imitava o méiodo da meticulosidade que a Lógica ím geral
prescreve e utilizava a sua tópica para embelezar todo prettxio vazio. Ora, pode-
f»2 KANT
A N A L ÍT IC A T R A N S C E N D E N T A L
A N A L ÍT IC A DOS C O N C EIT O S
C a p í t u l o P r im e iro o \ A n a l í t i c a dos C o n c u it o s
nexão* porem, fornece uma regra peUí qual sc poderá determinar a prLori o lugar
<fc cada conceito puro do eniendimenio e a compLetudc de Lodos cm conjunto;
do contrário, tudo t$<,o dependeria do Capricho ou do acaso.
SF.ÇÃQ P R IM E IR A DO FiO C O N D U T O R T R A N S C E N D E N T A L
PA R A A D ES C O B ER T A D E TO D O S 05
C O N C EIT O S PU R O S DO F.N TEN D IM EN TO
DO USO L Ó G IC O EM G E R A L DO EN T E N D IM E N T O
1r No exemplai- corrigido de própfio punho por K.am [Nachtrãgi1XTíXVÍ), fcnòmcno^' apmecem :-.ukd-
tuidas por "ÈniuiçMs” . CF.nota à pág. 109-da cdiçiia de Raymund Schmtdt, [N. dcwT.)
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 69
/ SEÇ A O S E G U N D A D O F IO C O N D U T O R P A R A A D ES C O B ER T A
Dfc TO D O S OS C O N C EIT O S PU R O S DO E N T EN D IM EN T O
1.
Quirtfidade da$ ju rros
Uiu versais
Particulares
Stngulares
2. 3.
Quattdüdv Relação
AH rmati vos Categóricos
Negativos Hipotètfços
Infinitos Disjuntivos
4*
Modalidade
Problemáticos
Assenóricos
Apodíticos
/ Visto que e&ia divisão purc« desviar se *m alguns pontos, embora nàt> essen
ciais. da técnica habitual dos lógicos* não scrâo inúteis as .seguintes advertências
corura & rnal-entendido que se pos^a lemer.
L Os lógicos» dizem com m ã o que no u&n dos juízos em silogismos, o j
juizos singulares podem ser tratados ral como os univer&ais. Com efeito, jim a
70 KANT
mente pelo fato de absolutamente possuírem exLensào o seu predicado não pode
ser referido apenas a uma parte daquilo que e^tã comido no conceito do sujeito
e ser. no entanto, excluído do resto, Portanto. o predicado vale sem exceção para
aquele conceito, como se èhic fosse um conceito universal que tivesse uma exten
são de cujo inleim significado o predicado valeise. Ao contrário, se comparamos
simplesmente como conhecimento, segundo a quantidade um juízo singular com
um universal, o conhecimento do primeiro se relaciona com c>do segundo como
a unidade com a infinidade e é, portanto, em si mesmo essencialmente difercnic
do conhecimento do seg.undo. Portanto, se avalio um juízo singular (iudicium
singulare) não apenas segundo a sua vülidadç interna, mas também, eumoconhe
cimento ern geral, segundo íi quantidade que tal juízo possui etrti comparação
com outros conhecimentos. então certamente se distingue de juízos universais
(iudicui com muniaJ e mcrccc um lugar espceiul numii tábua complela dos mo
mentos. etn pensamento em g,eral (embora nào O mereça., seguramente, na lógica
limitada apertas ao f uso dos juízos oure si).
2. Do mesmo modo, numa lógica transcendental juízos infinitos precisam
scr distinguidos úMjufzoa afirmai ivos. se bem que na lógica geral sejam incluídos
com justiça entre os segundos e não constituam um membro parlieular da divi
são. Com efeito, a lógica gernl ahstrai de iodo o conteúdo do predicado (mesmo
se este fbr negativü) e só cuida se o predicado é atribuído ou üpüstó ao sujeito.
Mas o lógica transcendental considera o juízo também segundo o valor ou con
usudo desta afirmação lógica mediante um predicado meramenie negativo. e exa
mina que ganhas prupureiunu no Loeaiue acj eonheeimenu» loial. Se cu iiveisc
dito da nlma que ela nào e mortal, por meio de um juízo negativo teria pelo
menus evitado um erro, Oro, com a proposição: a alma é mio mortítl. segundo
u Forma lógJca realmente afirmei ylgo na medidít cm que pcmtic a alma na exten
são ilimitada dos entes que nãn morrem, Visto, porem, quí o monal contém
uma parte de Lod;i extensão de entes possíveis e o não mortal a ouira. asàím
ã minha proposição não diz senão qu«? ft atma e uma dentre o número m-flnito
Ue coisus que sobram quando etimino inteiramente o mortal. 1.1cssc modo, porém,
a esfera infinitn de todo o possível é Ilimitada sé n:i in&Jida cm que o mortal
è separado / e a alma colocada na extensão restante do seu espaço. Apesar de
tal exctüsão. este espaço permanece ainda infinito, podendo ainda outras panes
dele serem subtraídas sem que o eoneeilo dç alma cresça minimamente com isso
e seja determinado afirmativamente. Esses jiiuos, purtantü, infinitos no que tange
à extensão lógica, são em reatidade meramente limirruívos; no tocante ao conteú
do do conhccimento em gerak e nesia medida não devem ser omitidos da tábua
transcendental de todos os momentos do pensamento jios juizes, pois a função
excrcida pilo entendimento a esse propósito talvez possa ser importante no cam
po do seu conhccimcnto puro a ptiori.
3. Todas as rdíiçòes do pensamento nos juc^us são aj do predicado com
O sujeito, b) da ra*So com a conseqüência, c) do conhecimento dividido e dos
membros reunidos da divisão entre si. Na primeira espécie de juízos sao conside
rados somente dois conceitos, na segunda dois juízos, na lerceiríi mais juízos
cm relação recíprocâ- A proposição hipotética: se existe Lima justiça perfeití çn-
tào quem persiste no mal é punido, contém propriamente a relação dc duas pro
posições: exisie uma justiça perfeita, c quem persiste no mal é punido- Permanece
aqui indeciso se ambas csaa.% proposições uãu em si verdadeiras. Somente a con
seqüência é pensada por esse juizo. Por fim. o juíza disjuntiva / contém uma w
relação de duas ou mais proposições entre si, mas uma relação não de derivação
e sim de oposição lógica na medida em que a esfera de uma exclui a da o atra
cs nào obstante. uma relaçào ao mesmo tempo de comunidade na medida em
que aquelas proposições cm cortjurua preenche a esfera do conhecimento efetivo,
por conseguinte uma relação entre as partes da esfera de um conhecimento. Já
que a esfera de cada pítrie é complementar â esfera da outra quanto ao conjunto
da conhecimento dividido. Por exemplo, o mundo cxiüe ou por um cego acaso,
ou por necessidade interna ou por uma causa -externa. Cada uma dessas proposi
ções ocupa uma pane da tisFcra do conhecimento possível sobre a existência de
um mundo em geral, e todas juntas ocupam a esfera inteira. Tirar o conhvdmento
de uma dessas esferas significa pó-ic> numa das restantes: ao contrário, pó-lo
numa esfera signifien lirá to das restantes. No juíto disjuntivo há. portanto. um»
ccrta comunidade de conhecimentos que consiste no fato de se excluírem mutua-
menie c. nâo obstãnt^ determinarem no iodo o conhecimento verdadeiro na me
dida em que. tomados cm conjunto, perfazem todn r* conteúdo de um únícy w
nhceimcntc dado. EsEa é a única ubservaçâo que considero necessária aqui devi
do ao que se segue,
4. A modalidade dos juízos c uma função hem particular dos mesmos que
possui o caráter distintivo dc / nada contribuir para o conteúdo do juízo (pois mo
além díi quantidade, qualicl.-idc c relaçào, nada mais há que constitua o conteúdo
de um jutüo}, mas de dizer respeito apenas ao valor dn cópula coin referência
ao pcnsomcniç: çm geral. Jfuínos prohfemáiictts *ão aqueles em que se admite
0 afirmar ou o negar como meramente pnxsiwi (arbitrário), juí*«* vssvriórícojs
aqueles cm que ,se o considera reaf (verdadeiro) fi juízos apoditicoit aqueles em
que se o encara como necassáriaJ8 Desse modo* ambos os juízos» cujâ relação
consumi o juiau hipoiéuey (anteccdcns ct consequens) c cuja açào recíproca
(membros da divisão) constitui o ju íío disjuntivo, sno todos somente problemati
cos. No exemplo acima« a proposição: existe uma justiça perfeita, não é diia
asscrtoricamenrc, mas só pensada como um juízo qualquer do qual é possível
que seja aceito por aíguern. sendo asstrtórica apenas a conseqüência. Por isso»
Laís juíxos podem uunbèm ser rnanifeslítmçntc falsos e nao obstante, tomados
problcm atiçam ente. serem condições do conhecimento da verdade. Assim, o ju í
zo: (> mundo existe por cego acasõ„ ê no juíxo disjuntivo, de significação mera
mente problemática, a saber, que alguém possa aceitar esta proposição por um
/ in&ianie, e serve entretanto {u l como a indicação do caminho falso dentre o mi
“ Como sc o pensamento ftvMí. no pritMíim casu, umJi füiiçja üu müülttWieniQ, flG seüund&dí tupaeidarip
d* ju lg ar. no terceiro üu razão. Urna observação q jc ha:ncme encorurafá li SCU totilarecimencO' no q.ut* sc
72 KANT
número de todos aqueles que se podem iomar) para encontrar a proposição ver
dadeira. A proposiçíto prublcmãticíi é. porianLü, aquela que só expressa possibili
díidc lógica (que não é objetivai* islo é. uma livre escolha de deixar valer uma
tal proposição, uma acolhida mcrameiue arbitrária da mesma no entendimento.
A proposição assertórica diü da realidade lègica ou verdade, tal como por exem
plo num silogismo hipotético o amecedens ocorre na premissa maior como pro
blemático a na premissa rrtenor como asseruSrieo. c indica que y proposição já
esiã ligada ao entendimento segando suas leis. A proposição apodíiica pensa
a proposição assertórica. como determinada por essas leis do próprio entendimen
to. e portanto como afirmando a priorú e desse mudo exprime necessidade lógica.
Ora, já que aqui tudo se incorpora gradualmeme ao entendimento dc lal modo
que primeiro se julga algo probiemaiicamense. a seguir se o aceita asscrtorica-
mente como verdadeiro e por fim. como ligada inseparavelmente ao entendimen
to, isto é, i>afirma como necessário c apodítico. eniào essas Ires funções da mo
daüdad4> podem Lurribém .ser denominador cuiros mmos momentos do pensamen
to em geral.
i SEÇ Ã O T E R C E IR A DO FIO C O N D U T O R PA R A A D ES C O B ER I A
D E TO DO S O S C O N C EIT O S PU R O S DO EN T EN D IM EN T O
I,
Da quantidade
Unidade
Pluralidade
Tol alidade
2. 3.
Da qualidade Da relação
Realidade Inerência c subsistência
Ncgaçâo (substanlía et accidens)
Limiíaçào Causalidade ü dependência
(causa c efeito)
Comunidade íaçáfl reciproca
enLrc agetiic c paciente)
4.
Da modalidade
Possibilidade — impossibilidade
Existência - nâo-^er
Neccwiidiirfe — contingência
§ 11
Ora. semelhante conexão é pensada num indo cie coisas nrtde uma- enquanto
efeito, cião c subordirrada a outra. enquanto causa da sua exigência. mas mo mes
mo Lempo e reciprocamente c coordenada às outras coisas como causa no tocante
à sua determinaçào {por exemplo, num corpo cujas partes se atraem e se repelem
mutuamente). Esta eypéçie de conexa« c completamente diversa, da que se encon
tra na simples relação entre causa e efcilu {entre razão e conseqüência), na qual
a. conseqüência nào determina rcciprocamenLC a razãú c por isso não forma cum
esta (como 0 criador do mundo com o mundo} um todo. Quando se representa
a esfera cie um conceito dividido ■o procedimento observado pelo entendimento
ê o mesmo de quando perua uma coisa tomo divisível: e não obstante se ligam <l,'
ruma esfera, assim na Coisa o entendimento se representa as partes de tal minJo
que a existência delas (enquanto substâncias) convenha a cada uma com exdusáo
das restantes, c todavia cumo lig;i(Jas num todo.
5 12
SEÇ À O P R IM E IR A
pírica, não pasrando a última. no loeame aos conceitos puros a priori. dc vãs
tentativas com aa quais só pode se ocupar aquele que nào concebeu a natureza
ínteirarrtçme peeuEiar dessem; conhecimentos.
Se bem que o único modo admitido de urrui possível dedução do cunheci
mento puru a priori seja o transcendental, disso não resulta ainda que da seja
ião inevitavelmente necessária. Mediante uma dedução transcendental, persegui
mos ocima até suas fonies os conceitos de espaço e de lempo. explicando e deter
minando a priori &ua validade objetiva. / rvão obstante, a Geometria percorre
o seu seguro camintio mediante meros conhecimentos a priori sem precisar pedir
á f-ilosofia um atesEado concernente à descendência pura e legítima do seu eon
ecito funduineuLuI dc e^pa^u. No cmanio* nesta ciência o uso ilu conceito relere*
se apenas :io mundo scnsivel externo, do qual o espaço é a Forma pura dc sua
intuirão c no qual portaruo todn conhecimento geométrico possui evidencia ime-
diaia por se fundar sobre intuição a priori, sendo os objetos dados a priori (secun
do a tbrirta) na intuirão pelo próprio conhecimento. Ao contrário, com os concei
tos puros da eiitentfiinefiitr começa a inevitável necessidade de procurar a dedu-
çiio transcendental não somente deles próprios, mas também do eapaç«». Com
eleito, vi^io que lais conceitos puros faiam de objetós nào mediante predicados
da imuiçik» e da sensibilidade* mas do pensamento puro a priori. referem se uni
versalmente a objeios ívüm quaisquer condições da sensibilidade. Além disso, vis^
to que não se fundam sobre a experièntíia. não podem também iiprcscrilar na
intuição n priori nenhum objcio sobre o qual fundar a sua síntese ames de tuda
st experiência: eonseqíienieniciue, não apenas despertam suspeita devido ii valida
de objetiva e timites do süu uso, mas ainda tornam ambíguo aquele conceito
tte espaço pelo fato dc se inclinarem a usá-lo acima J das condições d:i intuição
sonsivcl. o que acima tornou necessária uma dedut^o transcendental também
a seu respeito, Desse modo. ames dc ter dado um único passo no campo da
ra^ão pura o Leitor tem ljuí ser convencido da necessidade ineontorriávclde tal
dcduvào transcendental: piús do contrário procede cegamente e, após ter errado
diversamente em torno, precisa retornar novamente :i ignorância da qual partiu.
Mas ele também precisa tomprçtrndír duramente e com, antecedência a inevitável
dificuldade para nào se queixar de obscuridade onde a própria coisa se encontra
profundamente uculta, nem deve se cansar muitft ccitíi cia rcmoção dos empeci
lho*. Com efeito, inua-sc ou de desitir completamente de iodas as pretensões
ii conhecimentos da razao pura como o campo mais ambicionado, a saber* o
de ultrapassar Oh limites de toda experiência possível, ou de levar esn investiga
ção critica ao seu acabamento,
Coin leve esforço, eunseguimos acima Lornar compreensível como oü eort-
ceiios de espado c tempo* enquanto conhecimentos n priori. teni nào obstante
que se referir necessariamente y objetos e tornaram possível, independente dc
roda a experiência, um ei>nhecimemu ymtélíco dos mesmos. Com efeno. já que
unicamente mediame tais; formas puras da sensibilidade um objeto pode nos apa
recer. bto c, ser um objeto da intuição empírica, então espaço e tempo são intni
çòe.s puras que coiuém a priori a con / dição da possibilidade íios objetos como
fenômenos. e a sua .síntese nos mcsmo.s possui validade objetiva.
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A
míruo alterar sc isi completamente caso se quisesse manejá-los apenas como pro
dutos empíricos.
São possíveis apenas dois erasos em que representação sintética e seus obje
tos podem coincidir, relerir sc necessariamente um ao outra ecomo que sc encon
trar tiu quando só o objeta torna possível a representação ou quando só esta
toma / possível aquele. Nü primeiro caso. a relaçao k apenas empírica e a repre
sentação jamais c possível a priori, E isto é u caso com Icnômenos no tocante
no que neles pertence n sensação. No segundo caso, se bem que a representação
cm si mesma (pois não se Lrata aqu: da sua causalidade mediante a voniade)
não produza o seu objeto seguido c existência, nâo obstante a reprcserttaçao
e a priorí determinante no tocante ao objeto qu:indo apenas por ela c possível
conhecer algo como um objeto. Ilã, porém, duas condições unicamente sob as
quüis 0 conhecimento de urn objeto 6 possível: primeiro intuição, pda qual é
dado o objeto, mas *ó como fenômeno: segundo Conceito, pelo qual é pensado
um objeto correspondente u essa intuição. Do que sc disse acima. nt> entanto,
resulta claro que a primeira condição, unicamente sob u qual podem ser intuídos
ubjeios. dc faio subjaz aos objcíos* segundo a forma, a priori na mentí >Todos
os fenómenos concordam, portanto, necessariamente com esta condição formal
da sensibilidade, pois somente medianie esta aparecem, isto ê. podem ser intuídos
c duetos empiricameniè. Ora. perjiunta-.se sc conceitos a priorí nâo são Lambéin
antecedentes como condições unicamente soh as quais algo, embora não intuído,
é toduvia pensado como objeto ern geral: com efeilo. então lodo conhecimcnto
/ empírico dos objetos ê necessariamentc; conforme tuh conceitos porque, sem
a sua pressuposição. nada 0 possível como abjeto da trxpe.riêitcia, Ora. além da
intuição dos sentidos peia qual algo £ dado ioda a experiência ainda contêm
um ciMCCilõ dc um objeto que é dado na ímuição ou aparece; logo. conceitos
dc objetos cm jieral subjazem a todo conheeimento de experiência como condi
çõc^ a priorí, Por íüso, a validndc otojçiívíi das c a t a r ia s cnqunruo conceito*
a priori repousa sobre o fato de que a experiência tsegundo a forma do pensamen
to) é possível unicamente por seu intermédio. Cí>m efeito, então as categorias
sc referem necessariamente e a priori a ohjetos da experiência, porque &o rnedian
lc elas pode chegar a ser pensado uni objeto qualquer da experiência.
A dedução transcendental de todos os conceitos o priori possui, portamo*
um princípio uo qual icm que *e dirigir toda a investigação, a saber, que eles
precisam ser conhecidos como condições a priorí da possibilidade da experiência
(seja da iiuuiçào, que é encontrada nela, seja do pensamento). Conceitos que
fornecem o fundamento objetivo da possibilidade da experiência sào necessários
justamrnEe por isso. M as o desenvolvimento da experiência na qual são Cftcontra
doa nao é sua dedução (mas sim ilustração) porque nela os conceitos seriam
apenas casuais, Sem esta / referência originária à experiência possível* na qual
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A
J1 A. pan>r cUsie- pkMitu icm iníciô a iw v i hm-kíh*. da u^uiul» «ii^ iio . í-j. l^duçais TitM wvnflcm :d dí».
CaTfjJftrias (Ní. díisT )
SBÇ Ã O S EG U N D A DA D ED U Ç Ã O DOS C O N C FíT O S PU R O S
DO F.NTE.NDI M EN TO
D ED U Ç Ã O T R A N S C E N D E N T A L DOS C O N C EIT O S P U R O S
DO E N T E N D IM E N T O
* * A unidade im&lítiCi« (ia cnn-u-içnciu irn.-cc a ioííu-í os CúfltttUüii sMímun* como u u v por cxemplu. quancbi
perviO <í wrwfiho írrri gerai. TCprtfsçfiííii W i atmvcs dis^> uma propriedade cnvuntm iio (cim n car-n^nMic.at
cm alfiurn lugar mmkjuer t*u fllie pude csfaT ligada u juiltxs íçnw w nuiçcjisí; portanto. sõ em vitiudc tit
Liniü previam<nic BCflüâfh irnirtade sim eiicit poi>ívcJ posso rcp tir^ niiir me a unidade anuliiiçu. Urfifl ícprç
■jemação <|uí dtfvc <ct pen ad a <a«no comum ,i tliversa1, nuirus ç c n ç iís d i com» pcrtuncsBlC A fç^r^çn^a^tres
laã.ç f cm« (íoMLtom. dela, álntiii ulfiií (ín v n o r Logo, ptedua mtt previamente pensada em uhiüíkIc sdniOLi
Cíl W in yucíari. representações CcmSora ípcrias pussívets) anií^ que pessoa ptnsflf nela a uaklnilt- analítica
da L fin jciífK ia . t|uc a iikrnu «m C*i1íéf>tiis ccinimynis. H aK*,im i unidaüc -siméicA da apprtu-pçao í o f oniii
maiS atlO iCt qual 5é ttm que prtnder ii*tt> u u » do intendiincnio, mesmo a Liifiica ic>u;iiu c, dçpois dela.
3 filfl^nfia [ran ^ ernifrital; c m fatuldadf c o pniprlo Ciilendiinciiiu.
36 KANT
Jamais pude sarisfazer rric com a explicação t|uc os lógicos dno a respeito
du um juízo em geral; <j jui/o í\ como dizem, a representação de uma relação
entre dois conceitos. Embora dctue equívoco da lógica icnliam resultado muitas
ui consequências importunas, não quero querelar / aqui com eles sobre o curáicr
defeituoso da explicação. a Mibcr. que u[cinde quando muil» aosjuuws cai£g{h't
ca$r mas. nào aos hipotético?; e dkjnm íviv (que como mis contêm uma rclaçàt>
nào dc conceitos e sim de juíww).*4 Observo apenas que aqui não fica determi
nado cm qtte consiste cal rchç&h
Toda vi au se em cada jufeú investigo mais exatamente a. referência de eonhe-
cimentas dados e. enquanto pertencentes ao crttertdimenu), us distingo da relaçào
segundo leis da imaginação reprodutiva (que possui somente validade subjotiva).
vejo que um juízo nâo é ^enão o modo dc Jevar conhecimentos dados á untdade
14? objetiva da apercepçào. N'os juízos, a partícula relacionai c ! visa distinguir a
untüudu objetiva de representa^tics dadas da unidade subjetiva. Com efeito, tal
A iiMili.su elemu ina daí qm in» liguxaf í.ilogi:>tiC3i Ú it respeito somente aos »iJop.iíiTK)Ã carcRiSruíük, hniLxj
ru não passe dc um huhlcrltifej« pnrn. m ídiaiUc üCvJlüm fnto de cnncttt$Ü£v imediutas (c^nsi^œ niiac iinme
di&tîicj suh as premissftS dü um âil&fustno puru. ohicr a ;ijvarènui:i tk um nú íüira mauvr <kv modoíi Jc w incluii
do que où du primeira figura. n«ú i£rja lo jra iú upcn:is airavrs diaso nenhuma sü to parLicular m. náo IIVCSSÊ
prtfw f.uid* elevur o í ra icg w iu js j uma auujndJJdí txdkKiva cumo aqtidcs aí>í. tfuais lêm que se*
rercrivcî» ludos« s íftm ai.1;. o qvc poeçin. U<‘ aCcirdn cnm o §•’J , i falso.
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 85*
/ ^ 2L Ohwrvuçãv
Jm A tdiçàn tJji Avadcmi 14 íuhsiilui cMi cím^hí de paj-ã^ralb, $ miç Kqm ronecc, pçja (te llúlTWtti Kl
fN.d*.T.|
3 A ilcmonSUaçãíK íCfiúUMi na repTLV&çnrwln lirtutfiJí' ela iW brffiú pela qunt um uhjciij £ dado. T-àt «initlajúc
im ptieji jwinpfC una sím esf ih i tnúlripk» par» uma iiu iiiç io e já íonicm a re[ciím na rte.«« líltirtlu
it unidadcít« .iperccpça«.!.
KANT
consciência empírica de um múltiplo dado de uma só intuição está sob uma auto
consciência pura a priori do mesmo mudo como uma intuição empírica, esiá sub
uma intuição sensiwl pura, que ocorre igualmente a priííri. — Na proposição
acima dçg-sc, portanto. início a uma dedução dos conceitos puros du entcndimen-
to rta quai. já que as categorias surgem só no entendimento independente da
sensibilidade, preciso ainda abstrair do modo como o múltiplo è dado a uma
intuição empírica, para mc ater st>menle à unidade quü y entendimento acrescenta
â iatuiçàu mediante a categoria, No que segue 26). a partir da maneira como
ds a intuição cmpíricu é dada na sensibilidade mostrar-sc-á / que a sua unidade
não é .scnào a que a categoria, segundo o anterior (§ 20), pruvereve ao múltiplo
de uma intuição dada cm geral, e que peta explicação da validade a priori dás
categorias nu tocante a, lodo» os objetos dos ny«os sentidos c pchi primeira vez
inteiramente alcançado o propósito da dedução-
Na prova acima, só não pude abstrair cie uma parte a saber, dc que o múlti
pto da imuiçuo tem que ser dado aindu antís e independente da uintese do eiuciv
dEtnenlu;. dc que modo. porém. fic;i aqui indeterminado. Com efeito, se eu qui$ü&
kC pensar um enLendimento que iuLuíssc cie mesmo (como por exemplo um entcil
dimento divino, que não se represemíK?ie objetos dados, mas mediante cuja repre
scntaçüo tK> próprios objetos Icsívcm ao mcstno tempo dados ou produzido*). cn
ião as categorias não leriam significação dguina no tocamc a um tal
conhecimento, Sao apenas regras para um entendimento cuja inteira faculdade
consisti.' nu pensar, isto é. na açào de conduzir fi unidade da apercepção a síntefcc
do múltiplo que lhe foi dado alliures rui intuição; portanto num entendimento
que por si nâo cunltece absolutamente nada. mus apenas tiga c ordena a matéria
do conhecimento. ;i intuição, que lhe precisa ser dada pelo objeto. Nenhum lun
daíimntu pode mv fornecido $cja para a peculiaridade do nmso entendimento
uf. reali/.ar íi priwri a unidade da apercepção apenas mediante: as categorias e / picci-
samutuc iuruvés dessa e&pccic ê desse número delus. seja porque icmo* justamen
te «.Mis e nãu uuirus funções para julgar ou porque icinpo e espaço üão a* únicas
formas de nossa intuição possível.
u i
çào, isto ê„ a esta unidade transcendental pensada nas categorias, a síntese figura
da, precisa.. cm disiinçào ã ligarão meramcílte inteleciual. denominar-st síntese
transcendental da capacidade da Imaginação. Capacidade da fmogftMtÇão è a fa
culdade de representar um objeto também sem a sua presença na intuição. Ora.
visto qua toda a nossa intuição c sensível. devido ã condição subjetiva unicamcn
Le sob a qual pode dar uma intuição correspondente aos conceitos do entendimen
to. a capacidade da unugina^ãu periertce ã sensibiiidadi*. Einirct;into. na medida
em que a sua sínieseé um exercício de. espontaneidade que c determinante e não.
comyu scruido. / meramente determinável, que por conseguinte pode determinar
k priorí sentido segundo a sua forma c de acordo com a unidade da apereepçao.
em tal caso a Capacidade da imaginação é nesta medida uma faculdade de deter
minar a priorí a sensibilidade. e a sua striLOse das intuiçóes. tonfonuc óá can to
rias. tem que ser a síntese transcendental da capacidade da imaginação: isto é
um efeito do entendimento sobre a sensibilidade e a primeira apJieaçàodo me*nt«j
(ao mcjino tempo o fundamento dc todas as demais) a objetos da intuição possí
vel a nós. bnquanio figurada, tal sinte^c disiingue^ da tmclcctuak sem qualquer
capacidade da imaginação e apenas pelo entendimento. Na m edida cm que a
capacidade cia imaginação a espontaneidade* ás vwes também a dènomtno capa
cidade produtiva da imaginarão, distinguindo a desse modçi da. reprodutiva,, cuja
sintçse está subordinada simplesmente: u leis empirtua^. ou seja. as da assoctaçao.
c que portanto em nada contribui para u explicação da possibilidade do conheci
mento a prioru em vista disrwi não perienccndo á filosofia transcendental, mas
à Psicologia.
* * *
Hstc é agora ia lugttr para tornar compreensível o paradoxo que deve ter
dado na vista de qualquer um durume a exposição Ju Jurma do *emido mierno
(§6): a iuber, de que imxlo este nos representa à eonsciàncíri somente como nos
aparecemos. não com« somos cm nós mesmo*. / pois no* imuimos apenas como
somos internamente qfefados, e isto parece contraditório na medida cm que teria
mos que no* comportar como pasüivos d jante dc nós mesmo«!; por isso. nos sis-te
mas dc Psicologia coseuma-sc de preferencia luacr o wititài imernv passar por
idêntico h faculdaiic dc apçrcepçao tque nós distinguimos cuidadosamente).
O que determina o sentido interno é o entendimento et Sun faculdade origina
ria dc ligar o múltiplo da intuição, isto é„ dc submeti- la a uma apcrcep-çào (Como
aquilo srthre o qu;il se fundu u sua própria possibilidade). Ora. ja que em nós
homens o eniendimenu> nào c uma faculdade dc intuiçôcs e, embora estas íuxscm
dadas na sensibilidade nâo poderia acolhê-las fitmint dc ui como que para ligar
o múltiplo da sua própria intuição, eniào íi situesc do entendimento considerado
isoUdameme não c senão a unidade da ação da qual como iul e conscicmc lam
bem sem sensibilidade e medíumc a qu^il dc própria é capaz de determinar imer
numenie a ítcnsibilidade onm visws au múltiplo, tjuc lhe pode scr dado SCgtiPdO
a forma dc ^ua intuição. Sob o nome de síntese transcendental da çapactdudv
Q4 KANT
Jí O m.wimtjrmy tk um fjbjiio n * «ipAÇo nãu pcrLcrcc a urna cicucia. pura. ctinsÉq&cnsonenie liiiíb c n i
nâo á Gcucnctria. C om efeiiu. i^uc: urc;t coisa « j a móvel nãa pode w r c w itv c íd o u p n o n . nvas sjjm tnw
pela cuperiência. Todavia. como de.ujivàú dc um espaça o movimemo c um aif. puro da síntese sucessiva
do múlupitt na iniuiçÃO íX lifr ta 4m gerat rnediriatt a capacidade da imafl,Lnç]ção produtiva, pcnc-notudo
nàui ioiUÉitit; il fiUiim eiriii, mas uic mesmo i i ran set ndtniaJ.
nação da duração do tempo ou íambèm de suas posições para todas as percep
ções internas sempre daquilo que as coisas exLemas nos apresentam como mutá
vel. Por isso. temo* que ordenar as determinações do scniído interno, como lenô-
menos no tempo, exatamente da mesma maneira como ordenamos no espaço
as determinações dos sentidos externos; por conseguinte se dos últimos Concede
mos que por ele? conhecemos objetos somente ná medLda em que somos afetados
externamente, também temos que conceder, quanio ao serttido interno, que me
diante o mesmo sõ intuímos a nós mesmos tal como somos afetados internamente
por nós mesmos, isto c. no que concerne à intuição mterna conhecemos nos
so próprio sujeito someme cotno Tenômcno, mas não segundo o que é em si mes
mo.”
/§ 25
iU vejo iím tu « ptm a W C W Jm r t.uru» dificuldade nv fuw dn w H d a trttçfnj met afcl*do poi nõi
meimuv Todo a» de utvnçàn pode iso*. f*ri){w um/ dtènnpto «disso, Km ial ato -oentendimenui clcitrmrna
sempre. de acordo « ligaçà* que eiç pen-Mi, «•«nrido miemn pjirn a irviijiçio interna que corresponde
■o múltiplo na iíntese dû entendimento O ffuàniíi a mente c cficniimenic afriaria por imo, «da «m podern
pcroeltcr em *1 rncsmp.
” O çu ppflfo expressa n nlo de dcüermmju mïnhn cíisicn cia. Aij-úvíw dis«*, portanto, d fciiMtiflci« jú
è dada. mas mcdijintc uni fliild« nit* c rfuUí ft maneira peb i]«nP *1evo ífcitnninii U, tato é. píw cm JliLm
o múltiplo pcricnccntc a da. Parti tiimct Tcqucrüc auuviniuiçici k qual ^ubjazA umu formé datía a priivn.
isio é, o tempo, ^ue ê sensível e peneuce 4recçjMividJKls dú deícrmínãvçl. Ora, se nãn «<>flho síM ji / um*
ouira auií) iniuíçíií> tjuc de o deiermínfurt? em mim. de cuja Mjwnlancidaíte soa «ptnui conscitntc, ames
do srn d« tfeii-rmintir dn mr^mO mndri l-oito <i irmpí* d i ti díief minivpf, intâo nlopos^g J^tírm jnar miaillã
eilítênCLâ tomo um ente ccponiãnen, mas aptiuis me representn a çi.pomanB!dadt de mejj pensar. it.\n í,
do dcu fi^ iriiir, pcrni^nccertdo miisha í x i i l t n o a sempre tlei^ rm in ^ I Apenas scnstvc)m«3te, j.\[c c. enrno
a cïlSWCCta dc um fenãniíFlO. Tal csportiaficidacfc Tuau torfavia. tanm quç me denomine iniflrgêncfa.
KANT
ou v.io faio dc mi; pensar necessito uma intuição do niúlliplú éirt mim pela
qual determine.» r:il pensarnemo- Portanto, existo como inteligência consciente me
\z» rarticnic ón sua J acuidade de ligar; mas tom / respeito 30 múlLipU« que precisa
ligar. u l inteligência está subordinada a Lima condiçào limitadora denominada
sentido interno. condição de tornar aquela ligação inuiível somente segundo rela
çoes de lampa as C|,uaís se cnconirom complctnmçjitc fora dos conceitos próprios
do entendimento* Por isso. tal inteligência só pode conhecer se a si m esm a como.
com respeito a uiita ínluição (que nào podí ser intelectual nem scr dada pelo
próprio entendimento). meramente sc aparece e nao como w conliectria se sua
ttmtiçâo f:>s;>c intdcctual.
11 fturirewmafjci outi« abj-tiu (tunw rcal^ncntr :>c it'i)ucr na GcürticLna). o CipEt^ii cunicílTi mítis dn que
,n ükinpkü fi-n-fliA da rntuifàvi, a aj.btir, 4 ctrmpreensã» ilii ilajy múltiplo ií^unJn a forma <jn iíDülbilidatlf
nana fepí^wntiiiíüu tàtuiúva, dc modii iiuc n da imuiçãa dg iorn^ntí o múltipla, mu* a miuiçSo
formal -aunidade dn reprísentaçía. Na ■.■slciica, enumerei essa uiiWíhJl-rreraniçhu- wrno pvrLcnccnic â «nsi-
Ifii biliJíuti- f paiii itpçnat obstfrvar que pwc^dc lotln íi -Çunççiio, rkiir ubilumc píCisupor^ha uma iiulcsc i[uc
n3n pcnmcr ays ^ninJi.^v. müi medi^nti; n qual uilíl.>s. oa uuri^iios. d« c (çíilpo liírnam-sc pnmcjrit-
mencc po^.ifeíi. Com efrim. visio tjue mixJiíink- uil áíniísc (na ítioliüa cm qiie o cnKrKfimeritn dclcrrunn
a scníJbilidmJc') a chpaçíj <ju Q ICillfH» sãu pela primtiirn vpt dadnx comn inniicõ«. enriu a unidrv*: Jl>sLli
intuiçân 3priori peneriCt »« espaçoe ao tcmpo.í nài>ao concL-imdn linrííHlimcnio24).
CRÍTICA DA R A Z Ã O PD RA 97
Categorias são çorteeilos que prescrevem leis n priori aos fenômenos, por
conseguinte i natureza como conjunto de iodos Os Fcnnmcno* íraiiura materiali
ter spcctata): visto que uiís categorias niío são derivadas da natureza c não se
regulam por cia como seu modelo (pois então seriam meramente empíricas), per
gunta sc âjjora como se pode compreender qut a natureza lenha que se reguEar
por elas, isto é, currto podem determinar a prtori a ligação do múltiplo da natur«-
?_a sem a tirar desta, Aqui sc encontra a soíuçan deste enigma.
13 Dcsm m aneira fic a p roveta qyç # jinicae ria apreensão. que ê em pinei, lem ncceíüar«am ene que çstw
conforme: a sirue** da aptrccpçüo, que c inicEficiuai f está contida inítirunterte a prioíi na catçgoria. Ú
uwa única e mejuna csponianeídacle que introduz. l i » H o rK>rtic dc capacidade da im aginação e aqui
de -entendimento., n lijJip in no múJtipJo da. Intuição.
KANT
/ O ra, o modo como as leia dos fenómenos da natureza têm que concordar
com o entendimento e sua forma a príori. isto é. com sua faculdade de lig ar
o múltiplo cm geral, não é mais estranho do que o modo como Os próprios fenô
menos têm que concordar com a foím a da intuição sensível a priorL C om cFcitfi,
nem as leis existem nos fenômenos mas só relativamente no sujeito ao qual os
(enòmenoà inerem na medida cm que poàsuí entendimento, nem os fenômenos
existem em sL mas sò rei an vãmente aquele mesmo eme na medida em que possui
sentidos. Coisas em sí mesmas leriam sua conformidade a leis de modo neccssá
rio, m cjm o independente de um entendimento que as conhecesse. Fenômenos,
todavia, são somente representações de coisas que existem nàu conhecidas segun
do o que pussam scr cm si nic&mas* Com o simples representações não estào
sob ncnhurtiíi léi de conexão como aquela que a Faculdade ronectuntc prescreve.
O ra. aquilo tjue conecla s> múltiplo da intuição sensível é a capacidade da ímagí
nação, que depende do entendimento quanto à unidade de sua síntese intelectual
e da sensibilidade quanto ã multiplicidade da apreensão- Entrcianui. já que toda
percepção pasuvcl depende da síntese da apreensão e que esta mesma simese
em pírica depende da transcendental, por Conseguinte das categorias, então iodas
as percepções posüívcis, portanto também tudo o que possa sempre alcançar a
consciência empíric:t. isto é, / iodos os fenômenos da natureza, segundo ã sua
ligação estão soh ns CíUegorias. das quais depende a natureza (considerada ape
nas como naturc/.a cm gera!) como fundamento originário da conformidade da
nnturcaa a leis (com e natura formaliLer spectatüj. Tuüavta. ubem das leis sobre
as quais sc funda uma naturestí em g erai enqupnto conformidade a leis dos fenô
mertos no espa^’ e no tempo, nem mesmo a faculdade pura do entendimento
basca para. mediante .simples emegorias* prescrever a priori leia aos fenómenos
Por concernirem a fenômenos determinados empiricamente, leis particulares não
podem scr dtrivüdas inteiram ente da* cíuegorias, nào obstante « te jílm todas em
conjunto sob as mesmas. Para conhecer tais leis. ê preciso acrescentar experiên
c ia ’, mas siomenie Aquelas leis a priari instruem sobre a experiência cm £eral
e .sobre o i]uc possa scr conhecido como objeto da mesma*
* J Phtji riãii nos oponhJJiVios apressadamente iá C<1tricqüênetas inqiusim n.i < ■prej udi-ejais deasa prepim
çüc. qucítí apenas nxortlar ijite no pansamemM a<. caie-utirias nãji iã o lim itadas pclns co n d içà« de flossa
imui^ãí] fensivti. mas po&íu&m um canijw Ltimiiadn, iiSmcntc u çunhcrimenm d-iíiuilu i+uc pensamos. a
determinação do objeto, rçqitcr N a tarcnciu tlcsia, o pcnAjjncjíto do objeto pode dc ref.W ter w m prt
njnda suas trn isiq ü ín cia1, verdadeiris c úleis parti í* wsíi às tasãr> dú aiycilü. Ma.t> visto «jue não « tn d ir i j o
wm pfc a Jctcnninação do objeto, portanto ao conhecim inir.. m ai ininJ^m ã da sujeito e dt sua voníndcs
Isl uso nàu pode ainda ^ r o cp oilií aqui.
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 99
+ * *
A N A L ÍT IC A DO S P R IN C ÍP IO S
Introdução
*• A «irèncta 4a capicW rtdr dcjuS&ar 4 ftquu pruprluiisnie se Jcnum inaí-suiltácia, e çumcR U-ma tal dcbíli
d â Jc riiio há rtm tdio ilgum . Um * tn K ^ a atam » ou )irn h «]a, nãu çarerue nJc nada ü não s tí lk um gfSm
devjdo tk crMcndimcrHü c «ios seus çOflCCÍKís, poflC pclc COSBIQ m ihio bem dcdar-ic 4eie^ ntc o ponto da
eruçJiç3u. Ma.s coiiwi e«r Lal caso tste tlcfciiu acompanha também o / outro íseçunda Pctri), não é raro
cncarursr liíintens muito eruditos lju«- rw USO ila sua ciência. dcJKJüfi freqüentemente q moüira tal ik ícito
ittCurriüívet
/ andadur da capacidade de julgar, o qual jamais pode ser dispensado por aquele i ?j
ao qual falte talento natural para lat capacidade.
Ora? sc bem que a lógica gerai não possa dar nenhuma prvscriçào à capari
dade de julgar, as coisas andam bem diferentes quanta à transcendenlül, a ponto
dc ale parecer que esta última possui a incumbência especifica du corrigir e ga
rantir, mediante regras determinadas* a capacidade de julgâr no uso do entendi
mento puro. De fato, para proporcionar ao entendimento uma amptiuçào nu cam
po dos conhecimentos puros a priorj, portanto como doutrina, a Filosofia parece
simplesmente desnecessária ou anics» mal aplicada, pois se çanhou pouco ou sim-
p/csmenle ncnlmm terreno com todas as tentativas precedentes. Mas como criti-
c ü , para prevenir os passos em falso da capacidade de julgar (lapsus iudicii) no
/ C A P ÍT U L O P R ÍM IilR O D A D O U T R IN A T R A N S C E N D E N T A L DA i*.
C A P A C ID A D E D F JU L G A R (O U A N A L ÍT IC A DOS P R IN C ÍP IO S )
puros a priori, além cia funçào / do entendimento na categoria ainda precisam j?'p
conter a priori condiçoet formais tia sensibilidade (nomeadamente dû sentido
intento) que contém a. condição universal unicamenti: sob a qual a categoria pode
ser aplicada a um objeto qualquer. Queremos denominar esta condição formal
e pura da sensibilidade, à qual o conceito do entendimento está restringido em
seu uso, o esquema desse conceito do entendimento, e o procedimento dc entendi
mento com estes esquemas, nquemaiismo do entendimento puro.
O esquema é em si mesmo sempre só um produto da capacidade de imagina
ção, Todavia, na medida cm que a síntese desta não tem por objetivo urra intui
vào singular, mas só a unidade na determinação da sensibilidade, o esquema
distingue-se da imagem. Assim, sc ponho cinco pomo*. um após o oulru..........
isio c ama imagem dc número cinço, Au ïijntrârïo* w apenas penso um número
cm gvnd, que pode ser cinco nu cem. ertao este pensamento é maïs a representa
ção dc um método dc representar uma quantidade {por exempta mit) numa ima
geTTU conforme um ccrlo conceito do que essa própria imagem que eu. no último
caso. dificilmente poderia abranger com a vista e comparar com o conceito. Ora*
denomino tal representação de um procedimento universal da capacidade dc ima-
ginavâo» o de proporcionar a um / conceito sua imagem, *>esquema deste concei- ixu
to.
De Talo, 3 nossos conctitos sensíveis puros nao -subja/,em imu^eni, dos obje
tos, mas esquemas Nenhuma imafccm dc um triângulo cm geral seria jamais
adequada ao seu conceito, Com efeito« não alcançaria y uritversaJidadc do concet
to. a qual fau com que este valha para todos os triângulos, retângulos. isôüceleü,
etc., mas Stí rcsLrin£Íria sempre mÒ à uma parte desta estera. O esquema do iriãn
gülo não pode existir em nenhum ouim luçur a nào scr no pensamento* e significa
unia regra dc síntese da capacidade dc imaginação com vEstai :i figuras puras
no espaço. Muiio m*mo$ ainda um objeto da experiência ou a imagem dele chego
íi alcançar o conceito empírico, mas este sempre se refere imediatamente ao cs
quemci da capacidade de im&ginatfto tomo umii regra da determinação de nossa
intuição* conforme um certo conceito universal. O conceito dc cào significa uma
r*gra segundu a quat minha capacidade de imaginaçao pode imçar universalmen
te a figura de um animal quadrúpede, sem Ficar resiringída a uma única figura
particular que ;í. experiência me oferece ou também a quctlqucr imagem possível
que possi» represenrar in eonercw. No louante aos fenómenos e à sua mera forma,
este esquerrtaüsmo de nosso entendimento é uma afie oeutui nas profundezas
da alma humana Cujo verdadeiro / manejo dificilmente »rrchaiaremoî, alftum dia no
a naturexa, de modo a poder apresenta la sem véu. Podemos dizef apenas o se
guínte; a imagem Ò um pmdtuo da faculdade empírica da capacidade produtiva
de imaginação; o efufuemit dos conceitos sensíveis (como figuras no espaço) é
um produco e como que um monograma da capuddade pura a priori de imagina'
ção pelo qual c segundo o qua! as imagens lornam se primeiramente possíveis,
mas as quats têm sempre que ser conectadas ao conceito somente mediante «
esquema ao qual designam, e em hi mui sâo plenamenic congruentes com 0 con
ceito. Ao contrário, o esquema. iltr um conceito puro do líntendimemo c algo
KANT
que nào pode ser Içvado a nenhuma imagem, mas ê somente a síntese purü con
forme uma regra da unidade, segundo conccitos em geral que expressa a catego
ria e c um produto transtxndcnlal da capacidade de ímagjnaçâo que concerne
à determinação do sentido interno em gera!, segundo condições de sua forma
(ü tempo), com visias a todas representações rui medida em que estas deveriam
inicreonectar sc a priori num conceúo conforme a unidade da aperccpçào.
Sem nus determos numa árida c monótona decomposição do que ü requerido
para os esquemas transcendentais em geral de conceitos puros do cniendimcnto
preferimos apresenta los segundo a ordem das categorias c em conexão com cias,
/ A imagem pura de iodas as quantidades (quantorum) antv o sentido externo
é 0 espaço: mas de iodos os objetos dos sentidos em geral. v.* lumpo. O ir-Hjiama
puro da quantidade <qu«imi*íUis) como conceito do entendimento ê üóntudo o
númeru, q\ie £■uma riipresentaçào que enfci*;i a sucessiva adição de um a um
(homogêneos)* Portanto. o número nuo é senão a unidade da síntese do múltiplo
de uma intuição homogênea cm geral, mediante o fato de que produzo o próprio
tempo na apreensão da intuição.
No eonectio puro do entendimento m realidade c aqui to que corresponde
a urrui sensação cm geral: t\ portanto, aquilo tujo conceito mdicu cm si mesmo
um ser (no tempo), A negação c aquilo cujo tortcdlo representa um nâo ser
(nu Lentpo). Logo, n contraposição de ;imbos oeorre mi distinção do mesmo tem
po enquanto prcendiído ou va/io. Jit que o Lempo ti somente a forma da imuiçiio.
por conseguinte dos objetos «nqpnnío fenômeno«, emãy uquik> que neles corres
ponde « scnsaçào ê a matéria transcendental dc rodos os objetos enquanio coisas
em si (it coiüalidadc, realidade). Ora, toda sensação possui um grau ou quantida
de pcía qual pode prcendier mais ou menos o mesmo icmpo, isto é, o semido
inierno nu locaruc á mcãmu representação dc um objeto, até que termine &m
nada í- 0 = negatio). Ror isso* o que torna toda. rculJdadc rcprescntável como
um quantum c uma ruluçâo e imcrconcJtão ou nntes / uma passagem da realidade
à negnçao; e o esquema do uma realidade, enquanio quamidade de algo na medi
da em que preenche o tenipo. c justamente esta produção contínua e uniforme
dc rcítlidadc n<J tempo n» medida eni que no tçmpo jmj dcsce i!:i sçn.saçiio. yuc
possui um ccrto grau, até o seu desaparecimento, ou cm que se sol>c gradualifleme
da negação até a quamidade da sensação.
O esquema da substância ú a permanência do reat no tempo, isU: C, a repre
sentação do real como um Suhstrato da determinação empírica temporal cm ftc-
raJ, subaLruto portanto que permanece na medida em que tudo o mais miicta
(Nâo é o tempo que passa, mas nçEe passa a existência d« mutável. Ao tempo,
portanto* que è dc mesmo imutável e permaneme, corresponde no fenômeno n
imutável na existência, isto ê. a substância, c somenic nesta a sucessão e simuita-
neidallc dos fenômenos podem ser determinados segundo o tumpoO
O esquema da causa e da causalidade de uma çoisít em geral è o real ao
qual, Se c posto a bei prazer, segue sempre algo diverso. Consiste, portanto, na
sucessão do múltiplo na medida em que eslá sujeito a uma regra.
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 107
C A P ÍT U L O S tG U N O O D A D O U T R IN A T R A N S C E N D E N T A L D A
C A P A C ID A D E D L JU L G A R ÍO U A N A L ÍT IC A DO S P R IN C ÍP IO S )
DO P R IN C ÍP IO S U P R E M O D E TO D O S OS JU ÍZ O S A N A L ÍT IC O S
Seja qual for o conujúdo do noaso conhecimento e tomo este possa referir-se
ao objeLo. apenas negativa. de iodos os nessos jufcos em geraU constitui loduvin
a condição universal. se bem que nao sç eontradigitm a si mesmos, enso contrário
iai.s juízos (mesmo sem considernçàft díi objeto) em &i mesmos nào sãt> nada.
Mas mesmo que / no nosso juizo não haja contradição alguma, pode não obstan
te li&ar conceito« de um modo diverso do ira^ido consigo pelo objeto, ou também
sem tios ser dado uni fundamento a priori ou a posteriori que autorize um tal
Juízo* c assim, mesmo tivre de ioda a contradição interna, um jjuíjio pode ser
fal&u ou infundado.
Ora, a proposição: a nenhuma coisa convêm um predicadn quü a contradi
ga« chama-se principio de contradição, e é um critério universal, sc bem que
merumeme negativo, de toda a verdade; por isso pertence apenas à Lógiúa, pois
vale para conhecimentos simplesmente como conhecimentos em geral desconsi
derando seu conteúdo, e diz que a contradição os destrói e suprime inteiramente,
Da mesma proposição entretanto também se pode fazer um uso positivo,
ILO KANT
Iülo L não apenas para banir a falsidade c o erro (na medida em que pousa
sobre contradição), mas lambera para conhecer a verdade, Com efeitn» s? o juízo
ê analítico, seja negativo ou afirmativo, segunda o princípio dc contradição a
sua verdade tem que poder ser sempre conhecida suficientemertie. Com efeilo,
o oposto daquilo que já se encontra ç é pensado como conceito no Conhecimento
de um objeto é sempre corretamente negado, enquanto que o conceito mesmo
precisa ser necessariamente afirmado dele / porque o contrário de ta) conceito
contradiria o objeto.
Por isso. também temos que deixar o princípio de contradição valer como
o princípio universal e inteiramente suficiente de iodo o confiecimemo analítico.
ma?, a sua autoridade c utilidade nfio vao além do um critério suficiente da verda
de. Com efeito, o fato de que nenhum conhecimento pode se lhe opor sem aniqui
lar se a si mesmo* faz desía proposição a conditio sinc qua non da verdade <3e
nosso conhecimento^ mas náo o seu fundamento determinante. Ora. vtao que
propriamente só lemos a ver com a parte sintética do hokjo conhecimento. tere
mos sempre cuidada cm jamais transgredir este principio inviolável; no que con
cerne à verdade de Lal espécie de conhecimento, contudo, jamais podemos esperar
dele algum esclarecimento.
Mas há uma fórmula deste principio renomsído. se bçm que despojado de
mdo o contcúdn d mcrumcntc formal-, a qual contém urna síntese introduzida
nele por descuido e de modo completamente desnecessário. Soa assim: é impossí
vel que algo seja c não seja-.simullançamento Além dü faio dc aqui ter sido
ajuntada supérflua mente n ccrtcza íipodirica {mediante a palavra impossível) quç
deve poder .ser compreendida por si a partir du princípio, este é afetado pela
condição do tempo, como que dioaido: / uma coisa = A f^ue £ algc: = & não
pode ser, ao mesmo tçmpo. non B; mas pode muito bem scr ambas as coisas
(tanto B como non UI sucéisivamenjA;, Por exemplo, um homem jovem não pode
scr ao mesmo lempo velho« mas o mesmo pode muito bem ser num icmpc jovem
<; noutro não jovem, isio 0-, velho. Ora. enquanto principio meramente lógico,
o princípio de contradição não iam dc modo atgum que limitar suas. declarações
tt rclrii;õc.s de tçmpo. e por isso tal fórmula contraria completamente a sua imen-
V’ào, O equívoco provém simplesmente do fato de que primeiramente se Kepnra
o predicado dc uma coisa do conceito da mesma e depois se conecta com este
predicado seu oposto, o que jarraiy fornece uma contradição com o sujeito, mas
somente com o seu predicado que foi ligado sinteticamente ao sujeito, e isto só
quando o primeiro ç o segundo predicados sao postos ?a<>mesmo tempo. Sc digo;
um homem, que c inculto* não é culto, devo acrescentar a condição; ao mesmo
tempo, pois quem é inculto num Lempo püde muiui bem ;*cr culto num outro.
Se digo, porém: nenhum homem incufto é culto, então a proposição c analítica
porque a característica (dçi incultura)1doravante constitui o conceito do sujeúos
v então a proposição negativa fica imediatamente clara a partir do principio de
contradição sem se precisar aeresecniar a condição; ao mesmo tempo. Tal é tam
bém a causa por que acima mudei a fórmula / du princípio, de modo a que
ai&im fosso expressu claramente a ruiiureza de uma proposição analítica.
S EÇ A Ü S E G U N D A DO S IS T E M A DO S P R IN C ÍP IO S
DO EN T E N D IM E N T O PU R O
DO P R IN C ÍP IO S U P R E M O D È TO D O S OS JU ÍZ O S S IN T É T IC O S
por mais treno que seja que são representados inteiramente a priori na mente,
mesmo o espaço e o tempo nao teriam validade i>bjcuva nem sentido c significa
ção w o seu uso rtícess-ário nüt> fosse mostrado nos obieto& da experiência: a
representação deles é ames um simples esquema que se reíere sempre à capacida
de reproduLiva dc imaeinação. a qual s u s c it a os objetos da e x p c f iü n c ia c sem
a qual nâo teriam nenhuma significação. e assim ocorre com iodos os conceitos
sem disttnção.
A possibilidade da experiência c, porta nco, r» que dá realidade objetiva a
todos os nossos conhecimentos a priori. O t&, e experiência re c u sa na unidade
sinlettca dos fenômenos, isto é. numa síntese segundo conceitos do objeto düá
fenômenos cm geral, sem a qual â experiência nem Chegaria a ser conhecimento,
mas uma rapsódia de percepções q;uu nm se conformariam a nenhum cçmtexto
íicjiundo regras de um;i consciência (possível) universalmente conectada, e por-
imh tanto tampouco i% unidade iranscendemal c necessária da apercepção. / Logo,
à experiência subjazem princípios da sua forma a priori a saber, regras universais
da unidade na síntese dos fenómenos cuja realidade objetiva, como condiçòes
necessárias, pude ser sempre moalruda na experiência, antes mesmo, na pussibili*
elade desta. Sem esta referência, porém, as proposições sintéticas a priori são
inteiramente impossíveis por não possuírem nenlmm terceiro termo, u saber, um
objeto cm que a unidade sioEelicã dos seus cúnCeíuis possa evidenciar uma rcali-
dade objetiva.
Con.-vcqücntemcntc. se bem que acerca do espado em geral ou das figuras
que a capacidade produtiva dc imagínaçào traça nele conheçamos a priori tantas
coisas em juízos sintéticos-, de modo a nao precisarmos para isso realmente dc
nenhuma experiência. tal conhecimento não seria abso Lutamente rsada» a não ser
ocupação com uma simples quimera, se o espaço não pudesse ser considerado
como condição dox fenômenos que perfazem a matéria para a experiência yxryr
na: por isso, aqueles JUÍZOS ^intélicos puros se referem, embora apenas mediata
mente, a uma experiência possívd ou ames à sua própria possibilidade, e unica
mente sobro tal fondam a validade objelivu da sua sínteac.
Portanto, vis lo que enquanto simesc empírica a experiência ê na sua possibi
lidade a única espécie dc conhecimento que dá realidade a toda & Outra síntese.
1'ji como conhecimento a priori esta entào só posiui verdade (con / cordãncia com
o objeto: pelo fato dc nada nuLÍs conter senão o necessário ã unidade sintética
da experiência em geral.
Portanto, o princípio supremo de todos í>ájuízus sintéticos ê que todoohjeio
está *ob as condições necessárias da unidade sintética do múltiplo tia tmuição
numa experiência possível.
Deste modo, juízos *intétíeos a priori são possíveis se referirmos as condi
ções formais da imuiçào a priori, a sinie^e dn capacidade dc imagínaçàu c a
unidade necessária de tal slmcac numa apercepção tTanscendentaJ a um po&sívdl
conhecimento em geral de experiência e disãérmos: as condições da passihiiidúdc
da experiência em £eral sao ao mesmo tempo condições da possibilidade do$
abjeios dá experiência e possuem, por isso, validade objetiva num ju íio sintético
a prinrL
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A H3
SEÇ Ã O T E R C E IR A DO S IS T E M A DO S P R IN C ÍP IO S
DO E N T E N D IM E N T O PUR lÜ
i.
Axiomas
da
intui ç 3o
2. 3.
Antecipações Analogias
da da
percepção experiência
4.
Pusiuiados
dü
pensamento cmpíríco
cm g.aral
Escolhi com cuidado ess-as denominações para nao deixar passar desperce
bidas as diferenças com respeito à evidência e ã aplicação de tais princípios..
Mas logo se tornará d yjo que no concernente LariLu u evi / dèneia quanto à
determinação a priori dos fenômenos segundo as categorias da quantidade e da
qualidade [se se prestar atenção apenas à forma destas), os seus princípios distin
guem*^ consideravelmente da* duas restantes na medida cm que os primeiros
sâo capazes dc uma certeza intuitiva, mas estes de uma certeza meramente dis
cursiva, embora ambo* .sejam capazes de uma plena ccriçzu. Por isso, denomina
rei aquclc.s princípios maícmáríc^s, estes dinâmicos.36 Todavia, norar-se*á bera
que aqut / nào tenho ame os olhos os princípios da Matemática num caso. iam*
poueo quanto os príneípíos da dinâmica geral (Física) no outro, mas apenas os
princípios do entendimento puro em relação com o sentido interno (sem distinção
das representações cjatlai, nele] mediante os quais efelivamente aqueles adquirem
3t Toda a iigaçàa (coniuthClíu) c ou çam pasiçâti (compositic) nu conexão (rtexuH A primeira i a sínic-se
do múlisplo cu jos cJcmcnio« não pcrteíictin neccssúriamrnte um an outro; por íKcrripln, ím ífcsis. iriã-neulos
Clç UCül quadfadu tdivadido Pííü diuaonaJ fláfl pertencem pw ti rvícesLssircamtntc um ío iiulro, O mearnu íicj-htc
com 4 “jíniesí Ha homogãxeo «*m tudo a que pos«4 sw tcmsEdcf^dv m etcm alicam aiic (sinl&se esla que |X>.r
üuu w i potte Siír dividida n a cii* agregação QíJxi coalizão. íefírirtd o se » prim eira a quamidades. CASmaivas
a a segund a o i|M!intidüdcH t i t i « S í m i l , Õ H cçund « lip u d e IL^ açãs (n e x u s) c a i.íni(eriu tio m ú ftíjilo n a A ícd id u
em que tíiüll eiemífHO pifieiKc necessariamente ürtt cw>av'm . jisssrru por eaemfiltf. 0 meidenü: cm reloçilo
com qiialijuír substância ou a Câeí&a cm reJaçio cora o üFeito. scnbúíâ réptcsenisdos com* futivrvgcncos.
ü^O contudo rcprnsemíidos mnv\ Ijgadívs a pnon. Réln Tni« de nüo scr wbiirátí.., dintnc esin liga^au dc
diná-mica, porque coplçciuç à existência dií m últipla fc / pude por sua V6Z SfcT divádjda ír ltr í
a ligiçào/TsiVu -dos fenóm m os em rt s te a nn-f^/íaca na faculdade a priori dc cunhecimcriml.
todos a sua possibilidade. Portanto. denomirto-os eonsiderando mais a sua
aplicação do que y seu conteúdo, e passo agora a examiná-los. na mesma ordem
em que sào representados na tábua.
2. Axiomas da intuição
Prova
retas nào encerram nenhum espaço, etc. Estes sio os axiomas que propriamente
só dizem respeito a quantidades (quanta) enquanto tais.
M a s no que diz respeito ã q u an tid ad e (q u an titas), isto é, à resposta dada
à q u cslâo : quão grande c a lg o ?, não existe nenhum ax io m a em sentido p róp rio,
não obstam e diversas dessas proposições serem sintéticas e im ediatam ente certas
{irtd em onstrab U ia). C o m efeito, que quantidades iguais acrescid as a ig uais ou
subLraídas de tguaís dão q u an tidad es iguais, eis pro p osiçõ es a n a lític a s n a m edida
cm que sou im ediatam ente consciente d a identidade entre um a / e o u tra p rod ução
de q u an tid ad e; axiom as, porem , devem ser proposíçoes. sintéticas a priori. Fren te
a isto. é claro que as proposições evidcrtles da re lação entre núm eros sào sintéti
ca s. m as nãu u n iversais co m o ns d a G eo m etn EL e precisam ente po r ãsso lam bem
nào podem ser c h am ad as axiom as, m as sim fó rm u las nu m éricas. Q u e 7 + 5
seja - 12 nãt> ê um a p ro p o sição a n a lític a , C o m efeito, nào penso o núm ero
12 na represe ruaçitu dc 7 nem na dtí 5. riem ainda na composição de ambos
{aqui não üe trata do fato de que cu devesse pensar este número sia adição de
ambos, pais na proposição artaliliea trata-se apenas da questão se realmente pen
so o predicado na representação do sujeilo^ Hmbora Sintética. tnl proposição
é somente singular. Na medida em que aquÊ se enfoca apenas » síntese do homo
gêneo (das unidades), esta pode ocorrer dc uma única maneira, embora o uso
de tats númuros seja posturiormeme universal. Sc dígo que é possivet traçar um
triângulo wm três linhas das quáis duas tomadas em conjunto sào maiores que
a terceira* então Lenho aqui a mera função da cupaddade produtiva de Imagina*
ção, que pode traçar linhas maiores e menores bem como lazé las se encontrarem
segundo vários ângulos a jjwsto. Ao contrário, o número 7 só é possível dc um
único modo. c assim também o número 12 . que c produzido airavés da siniesc
do primeiro com o 5. Propasiçòcs tais têm que ser çhamadáí; não axiomas /
{senao haveria um número infinito delas), mas fórmulas numéricas.
Este princípio iranwjcndtínial da matemática dos fenômenos fornece uma
grande: ampliação ,m noiso conhecimento a priori, C’om eteitcu se tríita do único
principio que torna a matemática pura apLicivel cm mjs inteira precisão a objetos
da cxp-cricncia, é>que sem tal princípio não ficaria por si mesmo claro, ames
dando oxo a várias contradições. Fenómenos não são coisas cm si mesmas. A
intuiçào empírica só é p*mivcl através do intuição pura (do espaço c do tempo);
portanto, o que a Geometria d ií desta também Vitlc mcont-cstavelmeme para
aquela, e precisü se eliminar as escapatórias* como .se os objetos dos sentidos
nào necessitasscm se conformar às regras da wrKirnçSo no espaçc» (por exempla,
à regra da divisibilidade infmiía das linhas ou du& ângulos). Dcslc modo, efetiva
mente. nega*se validade objetiva ao espaço c, com ele, át> mesmo tempo a toda
a Matemática* não m aii se sahendo por que e até Que ponto pousa ser aplicada
aos fenômenos, A síntese dos espaços e dos Lcmpos. como a forma essencial
de ttxlü a iniuiçàü. è o que toma ao mesmo tempo possível a apreensão do fenô
menu, por conseguinte toda experiência externa e lambém todo o conhecimento
do& objeiflK da mesma, c o que a. Matemática no uso puro prova acerca daquela
síntese tamhêm vale necessariamente para o conhecimento dos objetos da expe
C R ÍT fC A DA R A Z À O PUR.A
fiênda. Todas as obj^çòes cul contrário são somente chicanas de uma razão fal
samente ins / tmída., que erroneam ente pensa depreender os objetos dos sentidos
da condiçãú formal de nossa sen.íihilidadc e. embora se trate de simples fenôme
nos, os representa como objetos cm si mesmos dados ao entendimento.
caso. certamente nào se poderia conhecer absolutamente nada de lais objetos,
nem a priorí nem portanto mediante conceitos puros do espaço., e a própria eiên
cia que determina tais conceitos, a saber, a Geometria, seria impossível.
2. Antecipações da percepção
0 seu princípio ê: E m ( o d o .s u s f c n ü m e n « i.
o real, que é um objeto da sensação, p o s s u í quantidade
i n t e n s i v a , isto c um grau.
Prova
priamcnte aquilo que dc modo algum pode ser antecipado. Frente a isto, no que
concerne tanto â fig u ra quanto à quantidade. as deserminações punis no espaço
c no tempo poderiam ser chamadas antecipações dos fenômenos, pois represen
tam a priori o que sempre pode ser dado a posteriori na experiencia. Mas posto
que sé encontrasse algo que em ioda sensação padesae tuzr conhecida a priorí
como .sensaçào cm £cral (sem que fosse dada uma sensação particular), então
mereceria ser ehamndo aniecipaçào em sentido eminente, pois parece estranho
antecipar a experiência. naquilo que diz respeito exatamente à stia matéria e que
só pode ser tirado dela. Aqui se passa reaEmentc assim.
À apreensão pela simples sensação preenche só um instante (i\ saber. S£
não considero a sucessão de muitas sensações). F.nquanto algo no fenôm eno cuja
apreensão nào é uma síntese sucessiva que progride das parles â representação
total, n sensaçao nào tem portanto quantidade extensiva alguma: a falta da sensa
çào no mesmo instante representaria a este como vazio* por conseguinte = D.
Ora, o que na intuição empírica corresponde à sensação c realidade (realitas
phaenõmenon), o que corresponde à falta dei a, ncg.-içãó - 0, Ora toda sen / sa
çâo é capaz de uma, diminuição, dc modo a poder decrescer e aos potieus desapa
recer. Conseqüentemente,, entre realidade no fenómeno c negação é possívd uma
interconexão continua de muitas sensações, intermediárins possíveis. ít diferença
enirt] íiH mesmas sendo sempre menor do que a diferença entre n sensação dada
e o zero. ou a negação total. lsU> é; o real no fenómeno tem sempre urnn quantida
de que. entretanto, nào é encontrada na apreensão na medida em que esta ocorre
mediante a simples sensação num msuinlo e não através da síntese sucessiva
dc muitas sensações, e portanto nào procede das partes ao tudo: por conscguinie.
o real tem uma quantidade, mas não eaiensiva.
Ora, denomino quaniãtatic intensiva aqucUt t|iiuiulcfade quu sõ ê apreendida
Como unidade e na qual a pluralidade só pode ‘•er representada mediante aproxi;
mação à negação = 0, Portanto, toda realidade no fenomenu tem quantidade
intensiva, isto é, um grau. Caso se consídorc esta realidade causa (seja da sensa
ção yu dc outra realidade na risnòmenio, por e*cmplo de uma mudança), então
o grau da realidade enquanto causa é denominado um momento, por exemplo
o momento do peso, e isto porque o grau designa apona-. ít quantidade cuja
apreensão naü é sucessiva, mas instantânea. At{ui lueo isLo -apenas de paisagem,
pois por enquanto ainda nào estou às voEtas eom ít causalidade.
/ Dc acordo com isso, ioda sensação, por conseguinte também ioda realida
de no fenômeno por pequena que scjnu pt>ssui um grau. isto é. ama quantidade
intensiva que sempre ainda pode ser diminuida. e entre realidade e negação existe
uma interçonçsfào contínua de realidades possíveis e de menores percepções pos
sívejs, Toda cor. por exemplí* a vermelha, iem um grau nue. pur pequeno que
seja. nào é jamais o menor, ocorrendo 0 mesmo em geral com 0 calor, com
o momenui do peso. etc.
A propriedade das quantidades segundo a Qual ncntmma pare c nelas a
menor possível {nenhuma pane c simples) chama-se coiuinuidade da;» quantida
des. lispaçu e tempo sàti quanta continua porque não pode ser dada nenhuma
parte dos mesmos sem a encerrar entre limites (pontos e instantes), por conse
guinte só de modo tal que esta parle seja por sua ve* um espaço ou um tempo.
Portanto, o e*pavo eonsisle $ó em espaços, e o tempõ em tempos. Pontos e InsUm
tes são apenas limites, ísio é, simples po&içòísquc rcsiringem o espaço£ ú tempo;
posiçoes,. pufémT pressupõem sempre aquelas intuiçoes que elas devem limitar
Ou determinar. Espaço £ tempo nao podem vur compostos nem iie simples posi-
çòes nem de elementos que pudessem ser dados anteriormente sio espaço ou ao
tempo. Semelhantes quantidades podem também ser denominadas fluidas, pois
na sua produção a síntese (da capacidade produtiva de imaginação) e uma pro
gressão rlO tempo cuja eon f tinuidade costuma sor designada paniculármeme
pehs exprexsào do (luír (transcorrer).37
l*or conseguinte, todos os fenômenos em geral .são quantidades continuas,
íanio segundo u. sua intuição, enquanto quantidades extensivas* quanto segundo
a simples percepção {sensação c. portanto, realidade), enquanto quantidades in~
teiisivas. 5« a síntese Ui> múltiplo dp fenômeno é interrompida, então se tem um
agregado de muitos fenómenos c nau propriamente um fenômeno com um quan-
lüm. que não é produzido pela simples continuação da síntese produtiva de uma
cerui espécie, mas pda repetição de uma síntese sempre mrncada. Se chamo 13
tálcres um quantum de dinheiro, 0 estou denominando corretamente na medida
cm que cnm íssu entendo o valor de um marco de prata fina; esta è obviamente
uma quantidade continua na qual nenhuma parte c a menor* mas cada uma pode*
ria constituir uma mocdíi que por sua vez conteria àempre matéria para partes
ainda menores. Mas sc sob aquela denominação entendo 13 táleres redondos
como outras tantas moedas íseja qual for t>$eu teor de pr^ua}, cntàu u designarão
dc um quantum de ui leres é imprópria, e lenlio antes que chamá los um agregado,
isto c, um número de moedas. Ora* visto que a lodu número tem que subjazer
uma unidade, enião í>fenómeno como unidade c um quantum, e como tal sempre
um continuo.
Ora. admitindo que todos os fenômenos, considerados tanto extensiva quan-
io ituensiviimcnie, sejam quantidades continuas, cntlo / a proposição: toda a
mudança (passagem dc um a coisn dc um estado para outro) c também eooLrnua.
poderia ser prftvuda aqui facilmente e com evidência matemaüca se a causalidade
de uma mudança em geral nào se situas,se compteramcnie fora dos limites dc
uma filoscrfia transcendental e pressupusesse príneípios empirioüs. Com efeito,
que seja possível uma causa capa/, de mudar o c&iado das coisas, isuo c. dc duter-
miná ias para o contrario de um cerlo estadu dadtí* a imo o entendimento a priori
não nos dá acesso algurtu nào só porque nao úümprecnde u sua possibilidade
(pois em diversos conheci mentos a pnori carecemos de ial compreensão), mas
tamhúm porque a muLybilidade só ineide sobre ccrtas determinações das fenòme
nos que unicamente a experiência pode ensinar, não obstante o faio dc que a
sua c au sa .se encontre nu imutável. Mys por não possuirmos diarne de nós nada
de que nos possamos servir, senão conteitos fundamentais puros de toda a expe
riência passível, sob na quais dc modo algum pode haver algo empírico sem ferir
4' AS expressões alemãs tuwresprjnílCíilCS a estes, lemn« s{k> co^iau^í /to-üv-r irtrjliawni. (N. dos. r.i
KANT
** Mellin {M ãrgM ulten untl Kegtstifr ztt A"o n n Krttik ttvr reúwn Venm nft, bulUchau, 1I'M ) *nvjJiiTi:a esk
ividenit dcslijçe de Kani substituindo ~ a priuri" por “ a posiecsorT. ( N, do^T.l
122 KANT
em toda u qualidade (o real dos fenômenos) não podemos conhecer 3 príori senãn
a quantidade intensiva dos fenômenos, a saber, o fato de possuírem um grau;
iodo o mais é deixado â experiência,
3. Anahgtas da experiência
Prova
A. Primeira analogia
Prova
Creio que erra iodos cs tempos na-a somente o filósofo, mas- mesmo o enten
dimento comum pressupôs esta permanêneia como um substrato de toda a varia-
çã« doí> fenômenos e também sempre y admitirá como indubitável, apcua« com
a diferença de que o filósofo se exprime mais determinadamente a respeito ao
dizer que em todas as mudança^ no mundu a substância permanece e apenas
os acidentes variam* Todavia, não encontro cm pane alguma nem uma simples
tentaLÍva de prova desLa proposição tâo sintética: antes, só raramente se encontra,
como lhe seria contudo devido, no vértice das leis da natureza, que são puras
e subsistem inteiramente n priori. Dc Fato. é tautológica a proposição de que
a substância è permanente. Com efeito, esta pcrmanencia è a única raiao pela
qual aplicamos ao fenômeno íi caiegorta da yubütárída, e tcr-sc-ia que provar
que em todos os Fenômeno* há algó permanente no qual o mutável não passa
ds determinação da sua caístência. Todavia, visto que semelhante prova jamais
/ poderá ser levada a cabo dogmatícamçntç* isto ê, a partir de conceitos, pelo
Fato de dizer respeito a uma proposição sintética a priori. e de jamais se ter
pen.sado que semelhantcí; proposições sào validas só com referência ã cxpcncdcia
possível, por conseguinte lambem sò podem ser provadas por uma dedução da
possibilidade da última: então não é de espantar que tal proposição estivesse
subjacente a toda á experiência (porque no conhecimento empírico se sente a
sua ncctttòidtKfc). ina& jamaíà foi provada.
Perguntou se a um filósofo: quanto pesa a fumaça? Respondeu: subtrai da
lenha queimada o peso da cinza quu restou c terás o peso da fumaça. Foritmto»
pj-essupõs incontestável que mesmo no fogo a matéria (substância) não se destrói,
mas comente a sua Forma sofre uma aStera^íkx Do mesmo modo a proposição;
do nada não surge nada, foi somente umti rsutra concluso a partir do princípio
da permanência. ou ame^ da existência contínua du sujeito propriamente dito
nos fenómenos. Com efeito, ue aquilo que no fenômeno é denominado substancia
deve scr o verdadeiro substrato dc toda a determinação de tempo, então toda
a existência, tanto no tempn passado como no faturo, tçcn qm; poder ser determi
nada única e exclusivamente na substância- Por isso, só podemos dar a um fenô
meno o nome dc substância parque prchisupomos a .mfcü existência cm lodo o
tempo, o que de resto nem ê bem expresso pela palavra / permanência nn medida
em que esta db. mais respeito ao tempo fuiuro. Nào obsuLme. a necessidade inter
na de permanecer está indissoluvelmente ligada à necessidade de ler sempre sido^
e a cKpressào pode portamo Ficar, Gi^ní dc nihilo nihiL. in nihilum nil posse
revertLJU foram duas preposições que os antigos jamais separaram» e que hoje
por mal-entendido às vezes sãa scponca.1. porque sc ctc que digam respeito a
coisas em si mesmas e que a primeira possa ser corurária ao mundo depondür
de uma causa suprema (até mesmo segundo a substância do mundo); preocupa
ção essa que c desnecessária na medida em que aqui sc Fala só dc fenômenos
no campo dü experiência cuja unidade jamais ieria possível se quiséssemos fazer
Surgir coisas nova.£ (segundo a substância). F.m ial caso, efetivümente, seria iu-
B. Segunda analogia
P ro v a
q conceito quL* Lraz cynsi&o uma necessidade da unidade üimética pude scr apenas
um conceito puro do entendimento que nào j;i7 na percepção, e é aqui o conceito
da relação de causa e efeito, pel:> qual a primeira determina n segundo no tempo
tomo aquilo que succde e iiào c o m » alga que pudesse preceder meramente na
imaginação {ou nâo pudesse ser percebido simplesmente de modo algum). Por
tanto, só enquanto subordinamos a sucessão dos fenômenos e portanto toda a
mudança â lei da causalidade, é possível a espericncia, isto é. o conhecimento
empírico dos fenômenos: por issú. enquanió ohjetos da experiência estes só são
possíveis segundo precisamente aquela lei.
A apreensão do múltiplo do fenômeno é i^mpre sucessiva. As representa
çites das partes sucedem umas ás outras. A questão se também se sucedem no
objeto, concerne a um segundo pomo da refkxão nio contido no primeiro. Ora.
p<»de-.gc chamar objcío Ludo e mtsmc toda representação n;i medida cm que se
é consctenie dela; só que fí que esse termo / deve significar nos fenómenos, não 2Jí
na medida cm que estes {como representações) são objetos* mas apenas designam
um objeto, é du se investigar mais profundamente. Na medida cm que os fcnôrnc
nos só como representações são ao mesmo tempo ohjetos da consciência, nio
sc diMÍnguem de mudo al^um dü apreensão, isto ê. tly acolílimcnio na sintese
da capacidade de imaginação, devendo se portíinto dizer: o múltiplo dos fenôme
nus é sempre produzido 5uces>ivamemc na mente. Se os fenômenos Tossem coisas
cm si mcKima. a partir da sucessão da^. rcprcsciuüçòcs netilium homem poderia
julgar como õ múltiplo e^tá ligado no objeto. Com efeito, temos a ver somente
com nossa* representuçÕo$; sabei Coulo possam scr as coisas em si mesmas (sem
consideração das representações pelas quais no* afeiam). está completamente fo
ra da nossa esfera de conlwrimcniO' Qra. embora sem ser coisas cm si mesnm
os fenômenos sejam nào obsiamc o único que pode ser dado ao nosso conheci
memo, devo indicar que ligação no tempo deva scr atribuída a& múltiplo nos
Fenâmimos, já que a representação do múltipla na apreensão c sempre sucessiva.
Assim, por exemplo, a apreensàn do múltiplo no fenômeno de umn casa que
está diante de mim é sucessiva. Ora, a questão é m í o múltiplo desta mesma
casa c também cm si sucessiva o CjuC certamente ninguém concedera. Pur outro
lado, ião togo etevo rneus ccinecttos / dc um abjeto ã signitlcaçào transcendental. :,w,
a cusa não é absolutamente uma Coisa em si mesma, mas só um fenómeno* ísio
és uma representação cujo objeto transcendental 6 desconhecido, Que emendo,
portanto, com & pergunta: como pode o múltiplo scr lidado no próprio fenômeno
(que não é nada cm si mesmo}’.1 Aquilo que se encontra na apreensão guüvssiva
é aqui considerado representação: mas o fenômeno que me é dado, embora nao
seja scnâo um conjunto dessas representações, é considerado o objeto da repre
seniaçào w m o quaÊ deve concordar meu conceito, ^tte extraio das representa
ções da apreensão. Já Que a concordância do conhecimento com o objeto é a
verdade, vé-se logo que aqu] só pode ser perguntando pelas condições formais
díi verdade empírie;i c que o fertóitieno, em contraposição às representações da
apreensão. só púde ser representado como objeto distinin das mesmas se está
sob uma regra que o distingue dc qualquer outra apreensão e torna necessário
130 KANT
qual sucede segundo uma regra, isto è, necessariamente, de modo que enquanto
condicionado o evento remete seguramtme a uma condiçSfi tjualquer. esta contu
do determinando o acontecimento.
Supondoue que um evento náo seja precedido por nada a que deva seguir
segundo uma regra, então toda a sutçssão da percepção è determinada meramçn-
rc nâ apreensão, isto é. apenas subjetivãmente; com isso, porém, não sc determi
naria dc mudo aÊ&um objetivamente qual leria propriamente que ser o precedente
e qual o conseqüente nas percepções. Dessa maneira, teríamos somente um jogo
dc representações que não se referiria simplesmente a objeto algum, isto é, segun
do a relação dc tempo nenhum fenômeno hc distinguiria mediante nossa percep
ção de lodo outro fenômeno, Com ctcaio, a sucessão no apreender c sempre indi
ferente. ü portanto nada há no fenómeno tjue o determine de modo a assim tomar
objetivamente neç&ssíria uma J tçrta sucessão. Portanto, nào direi que no fenó
meno dois estados sucedem um ao outro, mas que uma apreensão sucede a outra,
o que ú algo meramente subjetivo e nâo determina objeto al^um. nào podendo
portanto valer como conheci mento de qualquer objeto (nem mesmo no íenôme
no).
Portanto, se experimentamos que algo acontece* pressupumos sempre i\ue
prcccdc alguma coisa qualquer ú quâl aquilo segue segundo uma regra» Com
efeito, sem isso eu nào diria do objeto que ele sucede* pois a simples sucçssâo
em minha apréensào, se nâo é determinada mediante uma regra com referência
n um antecedente, não justifica sucessào alguma no objeto. Portanto, £ sempre
considerando uma regra, segundo a qual os fenómenos são determinados pcki
estaüo anterior em sua slíccãSííü , islo è. dn modo como acometíem, que torru>
objetiva a minha kínte&c subjeti va (da apreensão), c é unicamente sob esta pressu
posição que ò possviveJ a experiência de algo que acontece,
Na verdade, isso paryçe contradizer iodas as obuervaçoe^ que sempre se
fizeram sobre o andamento df> uso de nosso emendímemo, segundo as quais só
mwlíamc a percepção e compararão de muitoi eventos que sucedem cm eoncor
dãneia com fenômenos precedentes fumos primeiramente eui / ados a descobrir
uru» regra eonforroe à qual certos eventos sucedem sempre a curtos fenômenos,
c assim primeiro induzidos a nos formar o conceito de causa. Sofcrç ta] base
este conceito seria merumente empírico, e a rej^ra fornecida por ele, dc que tudo
o que acontece tem urna causa, seria l3o contingente como a própria eKperíèndfU
a universalidade e necessidade desce cuncciio seriam então somenie fictícia.1 *£
não possuiriam nenhuma verdadeira validade universal por nào estarem fundadas
a prior», mas apenas na indução. Aqui se passa O mesmo que çom outras repre-
ücniações puras a priori (por exemplo espaço e tempo), qut: podemos extrair da
experiência como conceitos claros &Ó porque os pusemos na mesma e portanto
a constituímos primeiramente mediante Laís conceitos. Ciaro que a clareza lógica
desLa representação de uma regra determinante, enquanto conceito de causa, da
série dos eventos su e possível se tivermos ídto usn dela n:i experiência; por
outro lado, uma consideração dela como condição da unidade sintética dos fenó
menos no tempo, foi O fundamento da experiência mesma c portanto a prcccdcu
a priori.
132 KANT
Se esta origem ú encarada como deito dc urna cau^a estranha. então se chama
criarão. Ema não pode ser admitida entre o*> fenômenos como um eveoto na
medida em que a sua simples possibilidade já suprimiria a unidade da expcríèn-
cia. sc bem que, se ottio todas as coisas não como fenômenos mas como coisas
em si c cnrno objetos } do simples entendimento então mesmo sendo substâncias
cias j>odem ser consideradas como dcpertòenLes- quanto à sua existência, de uma
causa estranha. Um tal ponto dc vista, acaerctaria às palavras, no entanto, uma
significação completamente diferente e nào se adaptaria aos fenómenos enquanLo
objetos possíveis da experiência.
Ora. nât> possuímoso mínimo conceito a prion de Como cm geral algn possa
ser mudado.de como seja possível mie a um estado num instante de tempo pox>a
sucudcr um catado contrário noutro instante, Para tanto é requerido o conheci
mento dc forças reais que só podem scr dadas empincamentç, por exemplo das
forças motrizes ou. o que c indiferente.. dc ccrtos fenômenos sucessivos (enquanto
movimentos) que tais Forças indicam. Mas a forma dc toda mudança, a condição
sob a qual unicamente pode ocorrer como surgir de um outro estado (seja qual
for o seu conteúdo, isto é. o estado que é tnudadü)* por conseguinte a sucessão
dos próprias estados to acontecido), pode não obstante ser ponderado a priori
segundo a lei da causnt idade e as condições do tempo/ 0
/ Quando uma substância pasxa dc um estudo A a outro B. o rnsiante de
lempo do segundo estado é diferente do instante de tempo do primeiro e o scjjuc.
Do mesmo modo. enquanto realidade (no fenômeno) o segundo estado c diferente
do primeiro no quaJ não exibia lal realidade, assim como B £ üifurente dü v.ero:
isto é, se o estado R difere do estado A somente pela quantidade, ew 3U>a mudan
ça é um surdir de B A, eois-a que nuo era no estado anterior e com respeito
;i ele ii * 0 .
Pergunta-se. portanto, como uma coisa passa dc um estado = A a um ouiro
— B* F.nirí dois instantes h á sempre um lempn, ç entre doi?> csiadt>& sempre uma
difortóiiçíi, tjue possui uma quamidade f.pois todas as partés dos fenômenos sao
sempre de novo qurtmidodes), Poriam«, toda passagem dc um instante (1 outro
aeuniccc r.um tempo contido crtirj dots iflstanics, dos quais o primeiro determina
o estado do quaf a coisa procede c o segundo o estado ao qual chega. Ambos
são, purtanio. Iimiies dü lempo dc uma mudança, por conseguinte do estado in
termediário emrc dois estados, c enquanto tais coperteneem â mudança intcÍTa,
Ora, toda mudança tem uma cousa que prova a sua causalidade durante iodo
tempo em que ocorre. Portanto. esta cansa nííó protíuz a sua mudunça de repuuc
(dc uma ve/, ou num instante), mas / num tempo c de modo tal que, assim como
o lempu cresce du insíante inicial a aié sua conclusão em 13. também u quantidade
da realidade (B-A) é produzida atra vás de todos os graus menores comido* emrc
o primeiro e o último. Por isso, ioda mudança só c poisível através de uma
açao continua da causalidade, que enquamo é homogênea se ehama u m nioincn-
Otiservu bc bem <quc nài.>falií da inutiança dc «nas rclaçõc*. em £Cf<tl, ma,s <fc mudança do esiado.
PiV Jssu. quando um cof|Xf w merve unifrurierncn Fí, náir rnuda absolutam ente o s«ni « iímJ * ídc movim ento);
mmJs ci, co n iu Ju . i|imndu o seu m ovim ínio aum enta w diminui.
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 137
ta. A mudança não í constituída dc momenius, mas produzida através deles co-
rrto -u seu eleito.
Ora. essa é a lei da continuidade dc todas as mudança.^ cujo fundamento é
o seguinie: nem o tempo nem tampouco t3 rcnòmeno no Lempo consiste dc partes
que sejam as menores possíveis, e não obstsinic cm sua mudaria o eitado da
coisa passa por todas esms partes enquanto elementos a um segundo estado-
Nao há nenhumii diferença do real no fenômeno, a^im como nenhuma diferença
na quantidade du^ Lempos. que seja ti menor possível. Desse modo, 0 novo csUdo
da realidade emerge a partir do primeiro, cm que nàu era. através de todos os
graus infinitos dela, cujas diferenças entre si sào iodas menores do Mue a diferen
ça ciilrc zero c A.
Naç> nos Locu aqui saber qual a utilidade dc*sa proposição na pesquisa da
natureza. Mas saber como é possível inlcíramenLc a priori uma tal proposição
que parece ampliar a tal ponto o nosso conhecimento da natureza, rçqucr um
exame demasiado dc nossa parle, não obstante ü aparência a prove real c Correia
c que. / porlanlü. a genltr sc passa crer dfspsnsado da responder a pergunta de iíí
como foi possível utl proposição. Com efeito, há tão inúim:ra.s pretensões infun
dadas de ampliar o nosso conhecimento através da razão pura que se prccÍNü
absumir, uomo princípio universaE. ser pur isso inteiramente desconfiado e nào
crer ou aceitar nada semelhante, mesmo com base na mais clara prova dopmáli-
ca. siem documentos que possam fornecer uma dedução meticulosa.
Toüo o crescimento do conhecimento empírico c cada crescimento da per
cep^So não c scnâo uma ítmpliaçiio da determinação dü .sentido interno* blo c.
um;i progressão no tempo- sejam quais forem os objcu>s, fenômenos ou iniuiçoes
puras. Esta progrcssüo no icnijio determina tudo e nào é em si mesma deiernima-
da por mais nada; ísu» é, as suas parte.s sao díidas só no tempo e atravé.s dc
&ua síntese, porCm náo ames do lempo* Hm virtude disso, toda passagem na por
cepçào a ;ilgo que sucede no lempo tí uma determinação do lempo mediante
a produção desta percepção: e visto que o tempo í syrnpre e cm iodas as suai
partes uma quantidade, aquda passagem é a produção de uma percepção como
quantidade através dc todos os graus, nenhum doa quais 0 menor, debde iero
aié o seu grau determinado. Orn. disso resutta clnni a possibilidade de conhecer
ii priori, segundo a sua forma, uma lei das mudanças. Só anteci / pamos nossa :sn
própria percepção, cuja condição formal tem cenamenteque poder sor conhecida
a priori por residir em nós. antes de todo o fenômeno dado.
Coiir,tít|íicrut;mcnii:, assim com ou lempo contem a condição sensível a priori
da possibilidade de uma progressão contínua daquilo que existe aquilo que
Negue, mediante a unidade da apercepçào o entendimento é a condiçàt) a priori
da possibilidade de uma determinação contínua de iodas as posições dos fenóme
nq$ neste tempo, atravêü da série dc causas e efeitos, cuja* primaras acarretam
inevitavelmente a existência dos segundos e deise: modo lornam váüdo para lodo
o tempo ( universalmente), por conseguinte objetivamente* o conhecimento em
pírico das relações dc tempo.
(38 KANT
C* Terceira analogia
Principio d a s i m u l t a n e i d a d e segundo a l ei
da a ç ã í ) r e c i p r o c a ou comunidade
■Yfl medida em que podem ser percebidas no espaço como simultâneas, io
das as substâncias eslão em constante ação reciproca,
Prova
* * *
Estas sào, portamo* as três analogias dit experiência. Nao sâo k£ji5o princi
pios da determinação da existência dos fenômenos no tempo segundo todos os
trés modos das mesmas, a rdaçáo com o próprio tempe como uma quantidade
(a quantidade da existência isto e, a duração), a rdaçào no tempo coma uma
serie (uma após a ouira). fínalmcme também nela como uma suma dc usdu a
existência {simuhaneamcntcH lista unidade da determinação temporal c inteira-
menití dinâmica, isto c. o tempo não ê considerado aquilo no quut a experiência
determinaria imediatamente a cada existência sua posição, o que é impossível
porque o tempo absoluto ^ào ç um objeto da percepção com oquíil os fenómenos
poderiam ser reunidos: mas a reyra do emendimeruo* unicamente através daquiil
a existência dos fenômenos pode receber unidade sintética secundo relações de
tempo, determina a cada um deles seu lugar no tempKj, por conseguinte a priori,
sendo válida para todo é qualquer tempo
/ Por natureza (no sentido empírico) entwidcmos a interconevão dos fcnòmc
nosquamo à sua existência, segundo rtgras necessárias» isto é, segundo leis. Por
tanto, ha certas íeis* e isto a priori, que tornam primeiro pnísívef uma naiurcea;
as empíricas só podem acontecer e ser cncontradas por meio da cxperiência. c
isto cm conseqüência daquelas Jeis originárias segundei as quais a própria expe
rtêneia é primeiramente possível, Nossas analogias apresentam, propeía-
mente a imtdade da natureza sm interconexao com todo* os fenômenos sob cerujs
exponentes, os quais nada mais expressam senão a rdíição do tempo (na medida
cm que abarca em si toda a existência) com a unidade da apercçpçâoTa qual
só pode ocorrer na síntese segundo referas. Bm conjunto di/.entí todoa as fenôme
nos estiío numa natureza e devem estar nda porqusí sem esta unidade a priori
nao seria possível unidade alguma de experüjnçia. por conseguinte tampouco uma
determinação dos objetos na mesma,
Mas Sübre t>modo dc provar do qual nos uiilUamos nestas leis transcendcn-
tais da namrcza e sobre a peculiaridade da mesma, é necessário fazer uma obser
vação qye deve ser ao mesmo tempo muito irnporlànie como prescrição para
cada outra [entattva de provar a priori proposições intelectuais e ao mesmo Lcm
po sintéticas- Se Uvésscmos desejado provar eslas atialogias dogmaticamente, isto
és a partir de conceitos* a saber, que tudo o que existe só é / encontrado lio
permanente, que lodo o yveniu pressupõe no çsi&cLq precedente algo ;io qual suce
dc cm virtude de uma regra,, enfim que no múltiplo que é simultâneo os estados
cm relação uns com os outros sào stmultâri.eos segundo uma regra (estao cm
comunidade), cnsào todo o esforço teria sido completamente em vão. Com efeito,
de um objete e de sua evlstência é absolutamente Impossível ir à existência de
um ouLro ou à sua maneira de existir mediante simples conceitos destas coisas,
qualquer que seja a maneira dc de&mcmbrá-los. O que nos rtsiou entào? A possi
bilidade tia experiência como um conhecimento no qual todos os objetos têm
finalmente que ppder nos ser dados caso sua representação deva ter realidade
objeLiva parn nós. Ora* nesta Urrceira analogia, cuja Forma cssenciül consiste na
unidade sintética da apcrctfpção de iodos os fenómenos, encontramos condições
a prtori da determinação temporal umvtfrsaJ c necessária dc Loda a uxistènçta
tio fenômeno sem a qual mesmo a determinação temporal empírica seria impossí
vel, c encontramos regras da unidade sintólica a príori mediante íls quais pude
mos anlocipar a experiência. Na carência deste método e na ilusão de querer
provar do&maltcamente proposições sintéticas recomendadas, pelo uso empírico
do entendimento como seus princlpius* aconteceu que foi tentada uma prova do
princípio da razão suficiente com muita frequência mu« sempre / em vão. Nas m
duas analogias restanici nmgucm pen&ou, mesmo que sc as mnhâ utilizado tacita
mente/ 1 porque faltava o fio condutor das categorín^j o único cap ai dc descobrir
c tornar notâda cada lacuna do entendimento, tanto nos conceitos quanui nos
princípios.
Elucidação
qualquer coisa qtte deve ser constituída de maneira tai que, quando posta, outra
coisa a sucede sempre e inevitavelmente. e entâo isto pode certamente ser pensa
do sem contradirão; mas com nuo pode ser julgado se tal propriedade (como
causalidade) è encontrada numa coisa possível qualquer. Finalmente, posso re
presentar-rnc diferentes coisas / (subsLãncias! constituídas dc tal modo que o esta
da de uma acarreta umií conseqüência tw estado da yuira e isto reciproca mcnlc:
rnas que semelhante relação possa <;er íUríbuída & coisa*, quaisquer nào pode
scr absoluUmcnLe depreendido destes amceiios, os quais contêm uma síntese
meramente arbitrária. Portanto, é só no Falo dukecs conceitos expressarem ais rela
ções das ptírcupçocâ em toda expe-néncia que se conhece a sup realidade objetiva,
isto é, $usi verdade transcendeníal. c ím o claro que independente da experiência,
mas não independente dc toda referencia à forma de uma experiência em geral
c a unidade sintética unic:imentc na qual os objetos podem ser conhecidos empiri
camente.
Mas se quiséssemos form.-ir conceitos inteiramente novos dc substâncias,
de forçai, dfc ações recíprocas com a matéria que a percepção nos Fornece, sem
retirar da própria cxptrrçncia o exemplo dê sua conexão, cairia mob em puras
quimeras, que não apresentam sirr.nl nlg.um d e sua possibilidade, pois nàí> to m a
mos aí como mestra a experiência netn retiramos dela estes conceitos* Semelhan
tes conceitos imaginários nào podem adquirir o caráter d« Suíi possibilidade co
mo as categorias. a priori como çondiçòes das qunts depende toda » experiência,
mas apenas a posteriori como dados pela própria experiência,« / sua possibilida
de lum que scr cunhecida a pimeriori e empiricamente nu entao nfto pode sequer
scr conhecida. Uma substancia que estivesse pemuineniemenie presente no espa
çe mús sem precnchc-lo leomo aquele meio-icrmc «ntre matéria ecnie imclcccual
que al&un.s quiseram introduzir^ nu uma capacidade fundamental particular de
nossa mente inittir dc antemao o futuro (e nào apenas inferi-lo), ou finnlmente
uma faculdade da meuma eMar em comunidade de penlimemos com outros lw
mctfs (tão distantes quanto possam esttir). estes .são conceitos cuja possíhilidade
è inteiramente som fundamento porqtiç não pode ser fundada na experiéncíti nem
em suas tei.s conhecidas, e sem ela há uma ligação arbíirária de pensamentos
que, apesar dc nào comer nenhuma contradição, não pode reivindicar realidade
objciivu nem lampouco* por eonscRuinU'. a possibilidade de um objeto tal como
o queremos pensar aqui* No que lanjie à realidade« pode-se dijer que é impossível
conceber uma u l realidade ín conereio ^em recorrer à ajuda du experiência, pois
só pode referir-se i .sens^ão enquanto matéria de experiência c não à formo
da relação eom a qual poderíamos aempre jopar com fíççíieü.
Mns deixo dc lado mJu aquilo cuja possibilidade sò pode üer tomada da
realidade na experiência e pondero apenas a possibilidade das coisas tnedianie
conceitos a priori. dos quais continuo a / aHrmar que não podem ocorrer a panir
de tais conceitos por si sós. mas sempre só como eondiçòes formais c objetivas
de uma expericnda em geral
Parece, é verdade, que a possibilidade dc um triângulo pode ser conhecida
a partir de seu conccito em s\ mesmo (que é Certamente independente da expcríên
144 kant
cia), pois é certo que podemos dar-lhe inteiramente & priori um objeto, iisLo è,
Constryí-3í>. Mas. como íslo é apenas a forma do objeto, ele permaneceria sempre
apenas um produto da imaginação e a possibilidade do objeta dcsle prodvito fica
ria duvidosa porque exigiria outra coisa, a saber, que caia figura fosse pensada
apenas sob condições sobre as quais repousam Iodos os objetos da experiêncÊ».
üra„ ò somente porque o e&paço é uma condição formai a priori das experiências
exteriores que a síntese figurativa, pela qual construímos um triângulo na imagi
nação, é inteiramente idénliea àquela quu exercemos na apreensão de um fenôme
no para Fazermos disso um conceito dc cxperícncta. que nos é possível cnneclíir
com este concctto a rçpreseniação da possibilidade de uma tal coisa. E assim
a possibilidade dc quantidades oolíim as e mesmo dc quantidades wn geral, pois
que os conceitos disco sio lodoü sintéticos, jamais e clara a partir dos próprios
conceitos. mas primeiro □ partir ddes enquanto ! cortdiçòes formais cia deter
minação dos objetos na experiência em geraf; e onde mais sc poderia pretender
procurar objetos que correspondessem aos conceitos &cnão na experiência, unica-
menLe pela. qual nos são dados os objetos? Sem recorrer anteriormente à própria
experiência, podemos todavia conhecer e caracterizar a possibilidade das eoisas
simplesmente com referência às condiçõesi formais sob as quais qualquer coisa
cm geral c determinada como objeto na experienem, por conseguinte inteiramente
a priori, mas sempre apenas com referencia â mesma e dentm de seus [imites.
O postulado para conhecer a realidade das. coí.sü* exige pcrcepçãa. por con
seguinte scnsaçào da qual se é consciente, e isto não imediatamente do próprio
objeto cuja existência deve scr conhecida, mus sim â intcrconexio do mesmo
com qualquer percepção reaJ secundo as analogias da cxpcricncia, us quais ex*
pòem toda st conexão real numa experiência em geral.
No simpicn conceito de uma coisa não pode scr encontrada nenhum carátcr
de sua cxisiôrda. Com efeito, mesmo que este conceito seja totalmente compEeto
dc maneira que nao faftc nem o mínimo para pensar uma coisa com todas as
suas determinações imerna.s, <t exi&tcnci:* nada tem a ver com tudo isso, mas
apenas com a pergunta: se tal coisa nos é dada de maneira que a pereepçuo
da mcwna po^ft em todo eas» preceder o / conceito, Com efeito, o fato do con
ceito preceder a percepção significa sua simples possibilidade; porém a percepção
que fornece a matéria para o conceito c o único caráter da realidade. Mas tam
bém antes da percepção da coisa, por conseqüência comparaftvanttrtte a priorú
se pode conhecer w existência da mesma quando pelo menos se mterconçeta com
algumas percepções ãegncufci os princípios da cnncxao empírica das mesmas (as
analogias). Pois só então a ext&tência da coisa se interconécta com no&sas perccp-
Cõev; numa experiência possível e pudemos, seguindo o (lo condutor daquelas
analogias, chegar de nossa percepção real ã coisa na série de percepções possi*
veis. F. assim gue peta percepção da limalha ferro ratado, conhecemos a exis-
icncia dc uma matéria magnética que pervade todos o s corpos, embora uma per
cepção mediata desia matéria nos seja impossível pela constituição de nossos
órgãos. Com efeito, segundo as leis da sensibilidade e segundo o contexto de
nossas percepções, numa experiência também tropeçaríamos na IrHuiçào imedia-
La empírica da mesma se nossos Ssntidos fossem mais sutis, trtas &ua grosseria
não diz respeito ã forma da experiência possível em geral.PortanLó* aonde alcança
a perccpção e o q u e dda depende segundo leis empíricas, até lã chega também
nosso conhecimento da existência das coisas. Se nâo começarmos da experi£ncia
ou se / nào procedermos segundo leis da interconexâo empírica dos fenómenos,
nos vangloriamos em vão de querer adivinhar ou procurar a existência de qual
quer Coisa. Mas o idealismo faz uma poderosa objeçào a estas regras para provar
mediatamente a existência e é naturalmente atjui que se taz necessária a refutação
do mesmo,
* * m
R E F U T A Ç Ã O D O ID E A L IS M O
Teorema
Prova
manente não pode ser itlgo um mim, poia precisamente minha extíiíçncia no tempo
pode set pe]a primeira vez determinada por este permanente-42 Portanto, a per
ccpçâo desie pemiánçntc: so é possível pur uma coisa fora de mim e rtào pela
mera representação dc uma coisa fora dc mim Por conseqüência, 3 determinação
de minha existência no tempu sO é possívç] por meio da existência de coi^s
: 7r- reais que / percebo íbru de mim. Ora. a consciência no tempo está necessariamen
te ligada à consciência da possibilidade desta determinação tem poral. lo^o Líim
bém está neces^ariEimente ligada à existência das coisas tora de mim comu* condi
ção da determinação temporal, isto é, a consciência de minha própria existência
è simultaneamente uma consciência imediata da existência dc outras coisas fora
de mim.
Observação L Na prova precedente. notar-se-á que o jogo do idealismo vol
tou-se contra ele mesmo com muita ratão. Fste aclmitia que a única experiência
imediata é a interna e a paritr dela apenas inferimos coisa* externas, mus isto
só dc mandril incerta como em todos os casos cm que a partir dc efeitos dados
sc infere cauüa^ detarmlnadast pois cm nós mesmos pede residir a causa das
representações que atribuímos, talvez erroneamente, às coisas externas. Só que
257 aqui é provado que a experiência externa é propriamente imediata/ 3 que só /
por seu intermédio é possível nâo a consciência de nossa própria existência, mas
a determinação da mesma no tempo, isto é. expericncia interna» Seguramente
a representação cu sour qwc expreüsa a consciência que pode acompanhar rotlo
0 pensamento» é o quc contém imediatamente em si a exisicneia dc um sujeito,
mas ainda nenhum Cütíhccimentu do mesniu. poriamti também nâo aigtim empíri
co. isto ê. experiência; com efeito, além do pensamento dc algo existente, para
isto é necessária intuição e aqui interna nq tocante à qual. isto é. ao tempo,
Lem quc sor determinado o sujeito, para o que sfio perfeitamente exigidos objetos
externos de tal maneira que. por conseqüência, a própria experiência interna sõ
é possSve! mediatamente e por meio da externa.
Observação 2. Com isto concorda inteiramente todu 0 uso experimental; de
nossa faculdade de conhecrmcfiLu em dcterminaçào do tempo. Não &ô pela faio
de podermos perceber toda a determinação de tempo apenus pela mudança nas
relações externai; {0 movimento) eom referência ao permanente no espaço (por
-78 exemplo, o movimento do soí com / visiaü aos objetos da Lcrra) nuo temos mesmo
nada de permanente que pudéssemos pôr como intuição soh 0 conceito de uma
substância a nâo ser vimplesmeme a matéria e mesmo esta permanência nâo é
tirada da experiência externa, mas esta permanência e pri*stMapf»s.ta a priori eomo
* + *
Mencionei esia pergunta apenas paru nào dcíxar nenhuma lacuna naquilo
que* segundo a opinião / comum, pertence aos concekox do entertdimemo, Na
verdade, porém, a possibilidade absoluta [válida em todos os sentido*;) não é
um simples conceito do entendimento c niio pode de modo algum ser dc uso
empírico, mais pertence unicamente ã razão que ultrapassa iodo o uso empírico
possível do emendimemo. Assim, lemos que no* contentar aqui com uma obser
vmçjo meramente critica, deixando a coisa na obscuridade até um procedimento
fmuro satisfatório.
Como quero concluir agora e*te quarto número e com ele ao m^smo tempo
o sôaema de iodos o,s princípios do entendimento puro. preeisn indicar a ra/,;io
pela qual denominei os princípios dá modalidade justamente posLulados. Nào
quero tomar esta expressão no sentido que íhe deram alguns autores filosoficns
modernos coiiiru o sentido dos matemáticos aos quais pertence na verdade, a
150 KANT
saber, que po.siular deve significar tanto quanto- fazer uma proposição passar
par imediatamente cena sem jusuficação nem prova; pois se devemos- conceder
que proposições sintéticas, por evidentes que sejam. poss.am wm dcduçào c sob
as vistos de sua própria exigência comportar uma adesão absoluta. toda a critica
do entendimento usUria perdida e, como nào hâ falta dc pretensões auda/xs às
quais não se nega nem a fé comum (que nào ê- porém* carta dc / fiança), nosso
entendimento estará abertu a todas as opiniões sem poder recusar seu assentimen
to ás sentenças que, embora ilegilimas, exigjrào ser admitidas exatamente com
o mesmo tom dc confiança que os axiomas reais. Portanto* quando uma determi
nação a priori é acrescentada sinteticamente ao conceito de uma coisa, é irremis
sivelmentc necessário juntar a uma tal proposição sertão uma prova, pelo menos
uma dedução da legitimidade de sua afirmação.
Os princípios da modalidade nào são objetivamente sintéticos porque os
predicados de possibHidadc. realidade e necessidade não aumentnm nem um pou
co o conceito do qual aâv dito-s pelo fato de ainda acrescentarem algo ii represen
tação do objeto. M 3 S como siio não obstante sempre sintéticos, o sào apenas
subjetivamente. isto e, ao conceito de ttma coisa (real} da qual do contrário nada
dtzem, juntam a capacidade dc conhecimento onde tem a sua origem u seu tLigar,
de modo que se apenas cMá em cnnexào com as condições formais da cxpencncia
no entendimento. 5»cu objete» *c clmma posteivet; se está cm ínierconexâo com
a percepção (sensação como matéria dos serir idos) e determinado pela moma
mediante o entendimento, cmào o objeto c real; sc é determinado pela inicrconc*
xno das percepções segundo conceito*, cntàu o / objeto .sc chama necessário,
Portanto. os priíieipio* da modalidade nào difcem de um conceito outra coisa
senão a ação da faculdade de conhecimemo pda qual í produ/ido, Ora. na Mate
mática um postulado significa uma proposição práiicsi que contém apenas, a sín
tese pela qual primeiro nos damos um objelo e produzimos seu conceito, por
exemplo, a partir de um ponto numa superfície descrever um círculo com uma
tinhtt dada, c tal prdpo&içâo nào pode «w provada porque o procedimento que
exige é juntamente aquele pelo qual píodu/.jmus primeiro o cnnccilo iíe uma tal
Hgura. De tieordo Com isto. podemos pulular com os m^mos direitos os prinel
pios da modalidade, pois não aumentam** seu coneeiio das coisas em geraU
mas indicam apenas a maneira como é ligado à capacidade de conheeimcnio,
/ N O TA G E R A L A C E R C A DO S IS T E M A D O S P R IN C ÍP IO S
É algo digno de nota o Tato de não podermos perceber nenhuma coisu segun
do â simples categ.oria, ma* de precisarmos te r sempre em mãos uma intuição
para pôr em evidencia a realidade objetiva do üonedm puro do entendimento.
Tome-se por exempto as categorias- da relaçào. A partir de simples conceíion
O nàíi íef Jn ouucrch podo l«i:ilracnic penwJn. ma• •o-, uncigtis nviJn >ilguiii iritcri/umtícv-u jjiwsíbr
lül.iJc n ^u:i eniiringC-ciLÍu- Por ii uliçniáouiii çmre a scr eo nikí uCt ite umcMíuJu ite «mil Cihmj, çfKl >IUC
«Onsiwc ítxia :i mujwnfn. nüu prufw fltwdulwntfin- n uántinfKncía rtcsw eSUdi> como 4«e H farcir írfrfi
tíajt Op Ltu UDMiriiriW- Por vKCJnplí»» * fcpou.so de um cwfn qau- ui» rinvimcnTíi nAci pri>vp niriilq a
uinun^ticia do mi>vitticnlo pelo Iam cio i’er*>tiu) r-iT <t c^nifdriu do miwinmuLj. Com çIch^ vMc uHiirü
C i u é c ü t v t r í i [w > H io f i í j n i a t ‘ o M i r o ^ i p c n a - , l o j j i i r u m o r i i L : t h b o i c j I i i l t , T > a r« p r o v a r y t o n E i i l g c n c m d ii r íiin iu ir ll
ln d» c<>rpti, icr-sí la une provar que no infam e [WpualuiHi. ao inVi;^ dc estar cm moviininLo. íissc possível
q«* «• corpo cmívoímc m tãfí ern FÿpotiM>, k não que <1 estívesw postivfarrm ntf: üe«e úliimii ca ms. «fçiivnnisn
ic. .tiüLiüs <j>ci!ri[niíioh fuxicai rmjuivsimn fx*ni C(«rsti■itir.
152 KANT
/ cnquanlu tal. só é poSàíveÊ mediante uraa causai o nàn ser de um ia3 evento
ê, portanto, por sí possível, Assim st recoithccc a conLangcnria pelo faeo dc que
algo só pode existir como efeito dc uma cauta: sc em consequência disso uma
coisa é admitida cumo contingente. então dizer que possui uma causa é uma
proposição anaSÍLícii.
Mills digno dc noiíi ainda ê o Tato de que, para compreender a possibilidade
das coisas segundo as categorias e portanto evidenciar ei realidade objetiva des
tas. necessitamos não simplesmente intuições. mas inclusive sempre intuiçòes ex
ternai Se. por exemplo, tomamos as- concçtios puros da relação, descobrimos
o seguinte: em primeiro lugar, para fornecer na intuição algo permanente que
corresponda ao conceito de substancia (e para demonstrar através disso a realida
de objetiva deste conceilol necessitamos uma imuiçã» no e&paço (da. malcrial
porque unicamente o espaço é permanente, ao passo que o iempt>Tportanto ludo
o quü está no sentido interno, flui cormantçmçnte. Em segundo lugar, para apre-
sentnr a mudança como intuição corrcspondcntc ao conceito dc- cauxaHdade ic-
mus que tomar por exemplo o movimento como mudança no éspaço, jué mesmo
unicamente assim podemos tornar intuivd para nós as mudanças cuja possibili
dade nenhum eniendimemo puro pode compreender. Mudança tí iiga^ào, na exis*
téneia dc uma só c mesma coisa, dc determinações opostas contraditoriamente
entre si. Or«i, o modo como e possível que dc um / estada dado dt: uma coisa
si^a^e o estado contrario do mesma não só nenhuma rsaâo pode tornar com
preensívcl par.i si mesma sem exemplos, mas nem sequer tornar inteligível sem
intuição* Hhtíi intuição c a do movimento de ym ponio no espaço euja existência
em diversos lugares {enquanto sucessão dc determinações contrapostas) uníca
mente nos torna primeiro imuível a mudança. C<?m efeilo, pura fa£tirí.dcpoÍs com
■que mesmo mudanças internas se nos tornem pensáveis, temoss que tornar con-
cehívcf figuraditmenic ó tempo como forma do sentido tmerno mediante uma
linha, e a mudança interna modianic o ti*aç;ir desta linha (movimento), por conse
guinie a existência sucessiva. de nóâ mesmos ean diversos estados mcduinte a in
lüiçüo extérna. O verdadeiro fundumento disto ê que ioda mudança, mesmo para
\er percebida meramente enquanto tal, pressupõe algo permaneme rm imuiçào,
errtbora no sentido iniernn nào seja. ejieumr«dit ubsoluíumenié ncm.liuma imuiçáo
permanente. — hinalmenw* segundo a sua possibilidade í» caicgoria da comuiii
iitíUc tiãu pode absolutamente ser compreendida pela simples raxáo, e portanto
a realidade objetiva desse conceito não pode ser conhecida sem intuiçàú, e, aliás,
externa no espaço, Pois como se pode pensar a possibilidade de que. se existem
mais substância*, da existência de umá possa derivar algo (tomo efeito) para
a existência de tiuLra c vice versa, c que portanto pelo Tato de haver algo oíi
primeira também nas / outras tem quç haver algo que não pode ser entendido
unicamente a partir da existcncia destas? Pois is tu- é requerido para a comuniiití-
de e não c absolutamente compreensi\'d em meio a coisas que se isolam euda
uma inteiramente mediante sua subsistência. Por isso L e íb n ls .'^ atribuir uma
comunidade às substâncias da mundo, tal como unicamente o entendimento as
pensa, precisou da mediação de uma divindade, pois a partir apenas da sua exis-
téncia ciai lhe parecem, com direito, incompreensíveis Todavia, podemos muito
bem nos tornar úoncebwcl a possibilidade dii comunidade (tla^i substâncias como
fenômenos) se â representamos a nós mesmos no espaço, portanto na intuição
externa. Com efeito, a priori u espaço contém já em si relações formais eternas
como condições da possibilidade dag relações reais (de açao e reação, portanto
da comunidade). ■ — Do mesmo modo, podí ser facilmente demonstrado que a
possibilidade das coisas como quantidades, e pórtanío a realidade objetiva da
categoria da quantidade, lambem só pode ser cxpu&ta na intuição externa, e só
mediante cia i^uajmente ptxle ser aplicada ao sentido interno* No entanto. para
não ser prolixo devo deixar os exemplos», correspondentes para a refkxào do lei
tor.
Esta inteira observação e dc grande importância nao só para confirmar nos
sa precedente refutação do idealismo, mas muitd mais ainda, caso se tritc do
autacnnhecimento a parür da simples consciência ínicma / c da dcienriinação
dc nossa naturciá sem a ajuda de intuições sensíveis externa^ paru nos indicar
os limites da possibilidade dc um tal conhecimento.
A última eonefusão desta inteira seçào portanto, a seguinte: todos os
prtcicípioR do enUrndcmcmo puro nât> sâo senão princípios a priori da possibilida
de da experiência* c unicamente a esta se referem também toda» as proposições
sintéticas a priori. Até me&mo a sua possibilidade sc funda totalmente sobre esta
rcfcrênctii.
SEÇÀO T E R C E IR A DA DQUTR1 NA T R A N SC E N D EN T A L
DA CAPAC1DADF. D E JU L G A R
(OU A N A L ÍT IC A DOS PR IN C ÍPIO S)
** Mumn P4ibvTJi. uxJíis mhç* tMnKWÍiLibp nào podem «ir (tocumtnladns, ç Jtfü-m nãn poden' eleirmnsiror
a sua pos!iitiili«.l«Jc rcaf ■* « clsmijini^a unha ji miuiVÒO sensjvel (o única i^ue pa«*UÍrT>f>:i), c eem IÍSU SÒ
nos resta ftiiíiia 3 possibilidade lógica, isto ê, que o toneeito / (pcntamcniu) c pgfíwvel. mas nâo t üisio
que « í faia. mas.$im spo conceito « «afere q utn atajtui t w pcrlonlu ipgnifíca alguma cima,.
KANT
ção e que além disso - como uma limitação dc conceitos dados — Eiguc-sc
a outros conhecimentos- cuja realidade objetiva, porem, não possa de modo al
gum ser conhecida. O conceito dc um amimew u . isto è. de uma coisa que nào
deve absolutamente ser pensada como objeto dos scntido.s, mas ct>mo coisa em
si mesma (unicamente por um entendimento puro). rtão c de modo afguin contra
ditório, pots nao se pode afirmar que a sensibilidade $eja o único modo possível
de iniüíçüo. Tal conceito é. além disso, necessário para não estender a inmiçàrt
sensível até as Guisas em si mesmas c, portanto, para restringir a validez objetiva
do conhecimento sensível (pois as demais coisas, que a intuição sensível nào
alcança. são denominadas noumena, para com isso indicar que àqttcle» conheci
mentos n i n p o d e jn estender a su a r ç g iã u u tudo o 4LEC o entendimento pensa).
Em conclusão. porém, nao se pode ahsolutamertLc entrever a possibilidade dc
tais noumctiíi, c 0 âmbito alem t£a esfera dos fenômenos e (para nôs} vazio, isto
é, nós possuímos um entendimenio t|ut- se estende problctnairatmente para além
daquela eslera* mus não pussuimos nenhuma intuição, untes, nem ^jqjer o con
ceito de uma possível intuição, pela qual nos sejam dados objetos fora do campo
da sensibilidade e o entendimento pos«:i ser u t iliz a d o assenorianteixte para além
desta. Portunto, « conceito dc um noumenoft é simplesmente um rnneeiso limite
íii / para restringir a pretensão da sensibilidade* sendo portanto dc uso meramente
negativo. Tal concciio nào é. entretanto, inventado arbitrariamente mas &c co
necta com a restrição da sensibilidade, sem contudo puder colocar aipo pnsiíjvo
forsi do âmbito da mesmu.
£>w significação positiva, poriüuUi. a divisão dos objetevs. em ph^énomcnn
è noumtína. é do mimdó em mundo dos remidos c mundo do entendimento, não
pode absolutamente scr admitida, se bem que uma divisão dos conceitos em con
ceitos sensiveis c conceitos inEdecuiaiá povsyíi sc-".o. Com respeito aos conceitos
intelectuais, efetivamente, não nc pode determinar nenhum objeto e, portanto,
tampouco fu?è'U>s pavsur p*>r objetivamente válidos Se sC prescinde dos sentidos,
si2 como SC podí querer tornar compreensível que as nossas categorias / (cjue seriam
os únicos conceitos a permanecer para os noumena) tenham ainda de algum mo
do uma significação, jü que para u sua rcUiçào com um cbjtíTo qualQuer deve
ser dado ainda algo mais, tio ijuo a simples unidade do pensumento, a saber uma
intuição possível, à qual aquelas possam ser aplicadas? Não ntatante. o eonccito
de noumenon. tomado cm sentido meramente problemático, permanece não sü'
mente admiss-ívcL mas mesmo inevitável enquaruo conceito que poc limites à
senfiihilidade. Deste modo, porem, nào c ele um pcculiar objeia intefiirfveí para
o iiuhso entendimento: mas um uruendimento que o poss.ui.sse como tal seria mes
mo 11m problema, ou seju. um poder dc conhecer — não discufsivamcnte median
te categorias. mas intuitivamente cm ama intuirão nào sensível — o seu objeto,
do cuja possibilidade, contudo, não poderíamos tbrmar-nos a mínima representa
çào. Ora. 0 nosso emendimento obtém deste modo unia ampliação negativa, isto
c, ele não è limitado pela sensibilidade, mas, untes, a limita, enquanto denomina
noumena as coisas cm si mesmas (nau consideradas como fenómenos). Mas ele
põe imediatamente limites a si mesmo, que lhe impedem dc conhecer os noumena
medi Ame quuíquer categoria c, por conseguinte, dc pen^á las sob u simples nome
de um algo desconhecido.
Nos escritos dos modernos, encontro. todavia, um uso totalmente diferente
das expressões rrtundus sensibilis e mandus inidigibilis/ 3 que se afasta completa
mente do sentido dos antigos. Nisso não se encontra seguramente nenhuma <JiH-
cuSdadc. mas também nada mais do que uma. vazia verbosidade. Segundo tat
usn. aprouve a. alguns denominar o conjunta dos fenômenos, enquaruo 6 intuído,
mundo dos sentidos, enquanto, porém, a sua ttjncxâu é pensada segundo leis
universais do entendimento, i mundo do entendimento. A astronomia teórica. .»i<
que expõe u simples observação do céu estrelado, tornaria represe ntãvcl o primei
ro desses mundos; a astronomia contemplaLiva (explicada segundo o sistema do
mundú de Copcrnico íw simplesmente segundo as leis de gravitação de Newion).
ao contrário, tornaria a-prescniável o segundo deles. a saber, um muíldo inteligí
vel. Mas uma ml deturpação de palavras ti um mero subterfúgio sofístico para
esquivar-se dc uma questão incômoda, desvalorizando-lhe o sentido para u sua
própria comodidade. Entendimento c razão podem com cerieza ser usados com
respeito aos fenómenos; pergunla-se, todavia, se eles possuem ainda algum uso,
quando o objeto não é fenômeno (c sim noumenon). e neste stntido elç é tomado,
quando é pensado em si mesmo como meramente inteligível, iftü é„ como dado
unicamente ao entendimento e de modü alçum aos sentidos. Trata-se. portanto,
dfl questão, üc além daquete uso empírico do entendimento (mesmo ita representa
çâo newtoniana da estrutura do mundo) seja ainda possível um uso transcenden
tal. que se refira ao nournenon como um objeto. A esta questão respondemos
negativamente.
Sc. pois, diremos: o$ mentidos representam-nos os objetos como aparccém.
o entendimento» porém, como são* a úlilma expressão deve ser tomada não em
■senlido transcendental, nvis Kirtlplcsmcirtc empírico, a saber, como cies. enquanto
objetos da experiência tem que ser í representados na eoní.sâo universal dos fenô >14
menos* e não como possam ser fora da relação com a experiência possível c,
conseqüentemente. com os sentidos em geral. Ic^o. enquanto objetos do entendi
mento puro. Isio* com efeito, nos permanecerá sempre desconhecido, peto menos
como um conhecimento que se submete categorias habituíiis. permans
ce até dcgeonhccido sc um tal cortheeimcnio irartscctidental (excepcional) é em
geral possível. Samems figadós enieHdiiwnto e sensibiiidaJv podem determinar*
objetos em nós. Se os separamos, possuímos iruutções sem conceitos ou conceitos
sem inttiiçôcís cm ambos os casos „ porém, representações que não iKjticm rcfcrir-
nc o nenhum objeto determinado. Sc após todos estes esclarecimentos alguém
ainda hesitar em renunciar ao uso meramente transcendental das categorias, cnião
taça com elas uma tentativa em qualquer afirmação símética. Com efeito, umu
proposição analítica não fiuc o entendimento progredir, e. já que ele está ocupado
« ' tim « * disssji expressão. não SC içm qi^ç USJU ii «Je. um mundo lnUt8CH.8i. Cim a fieralmente s* tvmijTna
TajtHír na liu&uu *fcmã. pus só os nuitHamentax sãn inwlrautos ou sensiveu. O que m jnvé* pode ser
apenas ura alijê/n | G^gcnsíandl de uri oi# de outro mmfo dc iniuí^ào. porLiinui ps Ofcijciai [O b ftktcl, lem
q ue Sü d e n o m in a r Im ^ÍRTadci à 4-üWEH d ü vikm) in lc llg jve l ou lo n síw d .
KANT
/ A P K N IlíC K
A reflíKÜo (reftexio} nÃo tem nada a ver tom os objetos mesmos, para ubier
diretamente conceitos deles, mas é o Ostado da mente em que1 noü dispomos ini
cialmente 3 descobrir as condições subjetivas sob as quais podemos ehegsr a
conceitos, £ a consciência da relação de representações dadas às nossas diversas
fontes dg conheci mento, mediante a qual unicamente pode ser determinada eorre
tamente a sua relação entre si. Ames de todo o posterior tratamenm das nossas
representações, a primeira pcr^unla c a seguinte: a que poder de conhecimento
pertencem todas cia* cm conjunto * Aquilo, ante 0 qual da* são conectadas uu
comparadas, é 0 enicndimento ou são os sentido.«;? Vários juízos ião admitkloi
pelo hàbjLo ou ligados por inclinação; vjsto, porém, que esses. ju í«is n;lo sào
precedidos por nenhuma reflexão oy pelo menos nao seguem criticamente a ela,
devem ser considerados como tendo ohtido a sua origem no entendimento. Nem
iodos os juízos necesaiiom uma investigação, 'sttj é. uma atençàú sobre Ofi tunda-
c r ít ic a d a r a z ã o p u r a HV3
mentos tia verdade, pois s£ sao imüdial^mi.*nte / certos — por exemplo, entre an
dais pomo* pode haver somente uma linha reta — nào pode ser indicada a seu
respeito nenhuma característica mais, imediata da verdade além da que eles mes
mos expressam. Entretanto, todui os juízm. antes, todas as comparações necessi
Iam uma reflexão. isto c. uma distinção da capacidade de conhecimento â qual
pertençam os concciLos díidos. 0 alo pcLo qual aproximo a comparação das rc
present ações em geral com a capacidade de conhecimento, cm que aquele é insti
(uído. e pelo qual distingo se tais representações. são comparadas entre si como
pertencentes ao enLendimcnto puro ou a iruuição sensível, denomino-o refle.tão
íraascendemaL A relação. porém, na qual os conceitos podem copcriencer-.se em
um estado da mente é a da ideniidadi' c diversidade, da concordância e oposição,
do hífcoto e axlvrno, u fina [menu- do detcnninàw{ o da ítetcrminaçâft (matéria c
tbrma). A correta determinação dc**a relação depende de saber em que capacida
de dc conliccimenLo — na sensibilidade ou no entendimento — os conceitos
pertencem subjetivamente un.s aos ouiros, Com deitu. a diferença entre cnicndi
mento tí sensibilidade constitui uma grande diferença no modo como se deva
pena ar tais concciio^
Antes dc todo.* os juízos objetivos, comparamos os conceitos para chegar
á iiktttidade (de muitas representações sob um conceito) com vista aos juízos
Uftivr.rxais* uu à divetsidutie de Lais represemaçòe;> p;H éi a produto / de juízo* mk
pariicuíaws; a convurdãnçw, da qttul podem formar-sc juízos aiuimii ivos. e ã
oposiçâti. da qual podem Cormnr se juí/os negativos, etc, ^or esta riuão deveria
mos, como parece. denominar coJieinius cumpurativos (cottccptus comparationis)
oi, conceitos indicados. Todavia, visto ifue, quando se trata não da forma lógica,
mas do conteúdo dus conceitos — isto é. se as coibis mesmas sãô idènlieítò
ou diversas. concordantes ou opostas, etc, . a;. coisas podem ter uma dupla
relação com a nossa capacidade de conhecimento, a saber, com a Mnsibílidade
e o entendimento. E visto que„ por outro lado. o modo como devem pertencer
umas ás outras depende desta posição, assim a reflexão transcendental isto
é. a relação das representaçòcs dadas corno um ou outro modo de conhecimento
poderá unicameme determinar a relação reciproca de tais representações Sc
as coisas, além disso, são idênticas ou diversas, concordantes ou opostas etc.,
nào poderá ser estabelecíd« imediatattienie a partir dos conceito» mesmos, me
diame simples comparação (comparatiol. mas antes de tudo pela distinção do
modo de conhecimento ao qual pertencem c mediante uma reflexão (.refkxio)
iranKiírtníbntal Portant«, kc poderia cm ve^dudi;. di/ier quu a njlexãtt hlgiçii seja
uma simples comparação, pots nela SC abstrai totalmente da capacidade de co
nheci mento h qual pertencem as representações dadas Bitus, cm virtude da sua
sede na mente, devem ser tratadas / como homogéneas. A reflexão iranscettdental i\<>
(que sc refere ao* objeto* mesmos) comém. ertrmanUk o fundamento da possibíli-
d:idc da comparação objetiva das represe mações entre si, sendo mui lo diversa
da anterior, porque a capacidade de conhecimento, à quaE as representações per
tencem, não é preeísamenie a mesma. ksra reflexão transcendental é um dever.
dO qual mnnuém pode dtcipeníiar w £0 quiser julgar a priorí robre as coisas. Que
164 KANT
remos agora tratar dela e extrairemos disso nao pouca lux para a determinação
da verdadeira tarefa do entendimento.
1. fdenlidade e diversidade. Se um objeta nos é apresentado diversas vezes,
cada vez, porem, com as mesmas determinações internas (qualiias et quaruitas).
cmão ele — se vale como objeto do entendimento puro - c sempre ç precisa
mente o me.smo, e nào muitas coisas, mas uma única só (numérica identitas);
se ele« porém, é fenòmerio, entào nuc se trata absolmamcnLe de comparação de
conceitos, mas, seja quão idêntico possa tudo ser com vista a esses conceitos,
é a diversidade de íu£ares desle fenômeno urrt Fundamento suficiente da divertida
de numérica ào próprio objetn (dos sentidos). Assim, com respeito a duas gotas
d’água. pode se absirair inteiramente de Ltxla a suo diversidade interna (da qüali
datlc e quantidade) c Hasta que sejam axi m^smo tempo intuídas cm lugares diver
sos. para as considerar numericamente / diversas, Lcihniz tomou os fenômenos
pnr coisa* em s.i mesmas, por cofisefcuintc, por intcliigiNlia. isto è, objetos do
entendimento puro (embora as designasse por fenómenos, por causa da confusão
das suas representações), e assim o seu princípio da indiscemibilidadc (princi-
piurn itientitatis. indescernibilium) rtão podín ccriàmcnlt; scr contestado. Visto,
porém, que os fenômenos sâo objetos da «ícnsibilidada e quo o entendimento não
pode ter com respeito a eles um uso puro, mas simplesmente empírico, assim
a pluralidade e diversidade numérica fcâo já indicadas pelo capaçc mesmo, cn
quanto condição dos fenómeno* externos. Com efeito, uma parte do espaço, se
bem que em verdade possa &er imeirumeme semelhante c iguâf a umaoittry paric*
c todavia fora dela justamente por t a uma parte difereme dá primeira, à qual
c acrescentada para constituir um espaço maiwr, dyvcrtclo isto valer com respeiio
n tudo o que 6 simultâneo nos vários pontos do «»paço, seja quào semelhante
e igual possa sér sob outro aspecto.
2. Concordância e oposição. Se a realidade é rcpresertuwia somente pelo
entendimento puro (realttas riõumenon). nm se pode penm nenhuma oposição
entre a* realidades, isto é, uma relaçào em que cada uma das realidades conjuntas
em um sujciJo suprima o efeito da ou ira, e tenha-se 3 — 3 = 0 . Ao contrãrit».
o real no fenômeno (realitas phaenomennn) pode certamente conter oposições
c, reunida no mesmo sujeito, pode / uma realidade anular toial ou parcialmente
o efeito da outra, como duas forças motoras sobre a mesma linha reta, enquanto
puxam ou impelem um ponto cm direção conirãria. ou tamh«'m como um prazer
contrabalança a dor.
3. frtfçrnn c externo. Num objeto du entendimento puro è interno somente
o que nau possui absoluLamente nenhuma relação (segundo u existência) com
qualquer coisa diversa dclc, Ao eomrúriü, as determinações Emcmas de uma
substância phaenomenort no espaço nào <tao senão relações, e cia írie^ma à um
complexo de simples relações. Conhecemos a sub.sutncÊsi no câpaço somenlc me
diante torças que nLuam nd^ quer atraindo ouiras para ele (atração), quer impe
dindo as dc penetrar neje (repuJsão e impenetrabilidade): não conhecemos outras
propriedades constituintes du cüirxíio de subsiinm- que aparece no espaço e
denominamos maLéria. Como objeto do entendimento puro, ioda subsiãcia deve.
ao conirário. possuir determinações internas e forças, que sc refiram à realidade
interna, Entretanto. que acidentes interno* posso pensar em mim. além dos; que
o meu sentido interno me oferece, a saber, o que é pstt&amemo ou o que é análogo
a cie? Por isso Leibniz, pelo faio de represemar-se todas as substâncias i como 121
naumena, tez dc todas cias — mesmo dus elementos da matéria, depois de ter-
lhes tirado em pensamento tudo o que pudesse significar rclaçào externa, por
conseguinte também a composição — sujeitos simples dotados de capacidade
representativa, em uma palavra, mónadas.
4. Matéria e form a, Traia-se de dois conceitos postos a fundamento dc ioda
a outra reflexão, seja quâcj inseparavelmente: conjimgidos estejam oum todo n
USO do entendimento. O primeiro significa o determinável cm geral, o segundo
a suy. determinação (ambos em sentido transcendental, já qtté se abstrai dc tod3
a diferença do que é díido c do modo como é determinaduK Os lógicos denomina
ram antigamente matéria o universal e Forma a diferença específica. Em iodo
juízo, podem sc denominar maieriu lógica (para 0 juíiáü) os conceitos d,idos. 1;
fnrm,i dó juízo a relação dos conceitos (mediante a cópula), Ém todo eme. os
»cus etamemos (esscniialiaj ctinstityem a maténa; e o modo como esses elementos
sào conectados em uma coisa constitui a forma essencial. Cum respeito âs coisas
Cm geraL considerou se aindn a realidade ilimitada c^mo k matéria de ioda a
possibilidade* e a limitação de tal realidade (negação} como a sua forma pela
qual uma Coisa distingue-se de outras segundo conceitos transcendentais. O efi
icndímcnto, na verdade, exige antes de tudu que al^o seja dado (pelo menos / ííí
em conceitos), para poder determina lo de cena maneira. Nn conceito do emendt
mentü puro, em conseqüência, a matéria precede a forma: cm vista disso admitiu
l^tbniz primeiro coisas (mònadas), e internamente uma capacidade représentai!
va das coisas, para a seguir lundar <ohre iÿso a relaçào externa delas c a comuni
dade doî> ícus estados (a saber, das represem ações), Por isso espaço e tempo
eram possíveis* aquele somente mediante u relação das substâncias., este mediante
a conexãú das determinações delas entre sc como fundamentos c conseqüências.
Assim teria que ser, de fato. sc o untúndimento puro pudesse referir-se imediatii
meme a objeto* e espaço e ternpo,fossem determinações, das coisas em üt mes
mas. Sc, porém, süo somente iniuiçòe* sensíveis* nas quais determinamos «('»dos
os objetos meramente como fenômenos* íntão a forma da intuição {enquanto
disposição subjetiva da sensibilrdade) precede uxJa a marérin (as. scnçaçõcsX por
consegui me, espaço c tempo precedem todos txs Fenómenos e todos os dados d:i
experiência e* antes, tornam esta pela pfimeira vez possível. O filósofo inielecLua
lista não podia admitir que a forma devesse preceder as próprm coisas e determí
nar n sua possibilidade; tal censura, era totalmente justa, ao admitir Que íntuímos
üs coisas (sc bem que com representação confusa). Todavia, visto que a intuição
sensível é uma condição subjetiva totalmente peculiar f que $e encontra a priori su
a fundamento de toda a percepção, e cuja forma é originária* assim a formo
e dada por si só, e a maiériu (ou as coisas mesmas que aparecemj encontra se
tão longe dc constituir 0 lundnmento (como se deveria julgur segundo simples
conceitos), que a sua pt>ssibilid;idf!, antes, pressupõe intuição formal (espuço
e tempo) como dadss,
166 KANT
nào possuímos nenhum conceito), Com efeito, a oposição real rcaliza-se em ioda
a pane onde A — B = 0, i&to é, onde uma realidade se ligue com outra cm
um sujeito e elimine uma o efeito da outra; isto põe incessantemente ante os
olhos todos os obstáculos e rcotçòes na natureza, que, todavia, por baseatCm-se
sobre as forças, têm que denominar-se njaiitaLes phacnomena. A mecânica geral
pode ate indicur. em uma regra a priori, a condição empírica dessa oposição,
enquanto se refere à contraposição das direções: condição dc que o conceito
Lranscendemal de reaíidade não sabe absolutamente nada. Sc bem que o senhor
von Lcibniz não anunciasse essa proposição precisamente com a mesma pompa
de um novo princípio, serviu-se deia para afirmações nova? < ? os seus seguidores
introduziram na expressamente no ;>eu sistema Idbnizútno-wollTiano. Segundo es
se princípio, todos os males —■por exemplo — nào sâo senão efeitos dos limites
das criaturas, isto <5* negações. porque estas são a única oposição da realidade
(no ssmplcs conceito dc uma ccnsa em gerat c também efetivamente assim. rtao
porém nü conceito das coisas como Fenômeno), Do mesmo modo como os parti
dários dc Leibniz consideram nao apenas possível, mas também natural, reunir
.íii) em um único ente / toda a realidade* sem se preocupar com alguma oposição,
porqutí não conhecem outra além da dc contradição ípela qual o próprio conceito
dc uma coísa é supressu)* nào, porem, a da anulação rccíproca, jã quç um funda
mento real suprime o efeito de outro, c para o que encontramos somente na sensi
bilidade as condições para nos representarmos uma tal oposição.
fc'tn terreiro fugar. a Monadologia cie Lcibniz não possui simplesmente ne
nhum outfü fundamento a não ser o fato que este filósofo representou a diferença
do interno c do exierno m^ramenu* na reüaçâo iwm o entendimento. A.s subsiãn
cias em gerai tem que icr algo ittterno. que scj.i livre dc todas as rtftaçÒcs externas,
conseqüentemente também da composição. O simples c, portanto, o fundamento
do interno das coisa* em w mesmas. Por outro lado, o interno do Stíu estado
nao p*kJc consistir em lugar, fiiiura, cunULto ou movimento (estas determinações
são todas relações externas), e nào podemos por isso atribuir ás substância* ne
nhum ouiro estado interno a nao ser aquele pelo qual nós próprios determinamos
iniernamentç o nosso senudt», a saber, o tatütfo das representações. Assim tive
ram o seu acabamento as mõnadas, que devem constituir *i matéria prima do
inteiro universo e cuja força ativa consiste somenie tm representações pelas quais
operam propriamente só em si mesmas.
Justamente cm virtude disso também o seu prineipíum da possível cimiuuí*
ui datin das sub&lânçim entre si / tinha que ser uma hurmnnift preestabelecida a
nao um influxo tísico. Viüto. pois, quü tudo ê somente internu, isio ê, está ocupa
do com suas representações, o estado das representações de uma substância nào
podia absolutamente ligar -íe ativamente com o csiadu das representações de ou
ira, mas uma tcrceira. causa qualquer que influísse sohrç Lodas cm conjunto, linha
que fáscer corresponder enire si os seus estados, na verdade, nào airavés de uma
assistência ocasional e aplicada especialmente a cada caso singular (sistema as-
sistcnísae) mas mediante a unidade cia idéia de uma causa válida para rodas as
substâncias. Em tal causa todas as substâncias cm conjunto têm que obter —■
icgundo leis universais ■ — a sua existência s pcrmanêitciíi. por conseguinte. tairv-
bém a sua correspondência reciproca.
Em quarto lugar, a célebre doutrina dc Lcibniz sobre ü íempti e o espaço.
na qual intelectualizou essas formas da sensibilidade, surgiu unicamente da mes
ma ilusão da reflexão transccndental. Quando quero rcpreseniar me. através do
simples entendimento, reíaçyc» externas da?> coisas, isto sô pode acontecer me
diante um conceito de seu efeito recíproco; e se devo conâctar um estado dc
uma cuisa com outro estado da mesma coisa, isto só pode acontecer segundo
a ordem de fundamentos e conseqüências. Assim, portanto, pensou Lcibinz o
espaço coma uma certa ordem na comunidade das substâncias e o tempo como
a sucesiiào dinâmica dt>s seus estados- No entanto, a pecularidade / c independem- .«?
cia das coisas que espaço e tempo parecem ter em sJ foram atribuídas por üábniz.
à confusão destes conceitos, que laria com que o mesmo, que é uma simpfes
forma dc reJaçòe* dinâmicas, fosse tomado por uma intuição por si subsistente
c precedente ã.s próprias coisas. Logo. espaço e tempo eram a forma inteligível
cia conuwào das coisas (Substâncias e seus estados) em si mesmas. As coisas,
porém, eram substâncias ineligíveis (substantlae noumerta). Não obstante» t|üis
ele co n sid e ra reis conceitos como fenômenos.porque não admitiu nenhum mo
do dc intuição próprio da sensibilidade, mas procurou toda a representação dos
objeto^, mesmo a empírica, no entendimento, não deixando aos sentidos senão
a desprezível tareia de confundir e deformar as representações do mesmo.
Mas» sc nós, por meio do entendimenio puro. pudéssemos lambém dizer algo
bintético wbre tw cofsus vttf si mesmas {o qoe, entretanto, é impossível), isto
não poderia de modo algum rt?fcrir-se aos fenômenos, que nuo representam coisas
cm si mesmas. Ncsté úllimíJ cawo. portanto. lerei sempre que campurar os meus
conceitos na reflexão transcendental somente sob as condições <ií* sensibilidade,
e assim espuço e tempo nào serãu repreisentaçoes das coUas em sL mas dos ícnó
menos: o que as coisas em si possam s<*r, não o sei, nem necessito / sabê-lo. wj
porque umn coisa jamais pode apurcççr rtw de ouro niudo a nào ser no fcnòme
no.
l>o mesmo modo prui^do com respeita aos derruais conceitos dc reflexão.
A maiüria ê ,subsi;ttuia phacnomenon. 0 quv lhe pertence internamente, procu
w o em todsu a* parles do espaço que ela ocupa e cm todos os efeitos que ela
«Jícrce c que certamente «V podem ser sempre Icnômenos dos sentidas externo*.
Portanto, não possuo nada de abolutamente inrerno, mas só comparativamente
interno, que por sua vez consiste dc relações externas, Ames, o que é ahsolurn
mente interno à matéria segundo o etuendimeruo puro, c utmbcftv um& simples
cxLravugánCia. Com efeilo, a matéria não c em pane alguma um objeto do enren
dimento puro. ao pusso que o ohjeço iransccndcnlul que pode ser o fundamento
dcsic fenômeno por nós denominado matéria, é um simples afgo que jamais com
preenderínmos o que seja. mesmo que alguém pudesse no-lo dizer. Dc fn*o, nào
podemos compreender senão o que uma coisa correspondente às nossas palavras
ira/ consigo na intuiçuo. Se ás qucuas: nào entrevemos ab&Qlttiaffl&iic o intento
lias Cftisax devem significar que nào concebemos pelo entendimento puro o que
170 KANT
as coisas que nos aparecem possam ser em ki m^mas, então sào elas totalmente
injustas c irracionais, pois querem que se possa conhecer e. portanto, intuir eoiiâs
sem os sentidos, conseqüentemente que possuamos uma faculdade de conheci
j .:4 metico totalmente distinta tia humana. ; rtáo simplesmente segundo o grau. ma«
até segundo a intuição í a «âturc/.a: loto quç devamos aer não homens, rriji
entes dos quais riao podemos dizer se são sequer possíveis e muito menos como
são constituídos. A observaçàu e decomposição dos fenômenos peneira nu iruer
no da natureza c nâo se pode saber até que ponto checará esta penetração com
u passar tio icmpo. Mesmo que nos Tosse desvelada ioda a nmureza. não podería
mos jamais dar uma resposta para aqueles problema^ Lran acendem aia nuc uli.ra-
passam a natureza, visto nâo nus ser uma só vez conccalidi» observar a nossti
própria mente com um a mtutçào U ivcrsii da do nosso sentido iinernu. Neste, e íl■
contra se, com efeilo. o segredo da origem de nossa sensibilidade. A sua rcluçík)
com um objao e a natureza do fundamento transcendental dcsla unidade eneon
iru se sem dúvida por ikimds ocultas pura que nós -- que até a mVs próprios
conhecemos somente mediante o yénlidri interno, por conseguinie. como fenóme
no pudüi.scnuis usar para is.so um instrumento de investigação tao madaptado
para duscohrir algo que nao fenômenos, cuja musa nào sensivel. no cJiiynui,
gostaríamos de investigar,
O que iürna extremamente ulil esta crítica das conclusões a partir das sim
ples açòes da refíéxào é o lato de ela demonstrar claramente n nulidade de todas
as conclusões sobre objetos comptiradus entre si unicamente no entendimento
.U! e de ati mesmo tempo confirmar o que / principalmente de&taeamos: que. con
quanto 0 ,s fenãmenos não sejam compreendidos entre oü objetos do entendimento
purn como coita» 4m si mesmas, eles todavia suo os únicos nos quais o nosso
conhecimento pode itfr realidade ohjctiva, a síibcr, onde uma intuição corrc^pon-
dc aos conceitos.
Quando refletimos apemis togieamiíme cimente comparamos enirç si os
nossos conceitos no etuendímeiuo, para ver se dajs conecitm eoiilòm F'recísainen
te a mesma coisa, sc se eontradi/cm ou não, se algo £ comido internamento no
conceito ou IIie ê aereseido, e qual dc ambo* c dado, quaL porém, deve v#k*r
apenas como um iyiaHLo Ue pcrtsaroH conceitos dcidos. Mas. se apücoesies concei
tos a um objeto em geral (em sentido transcendental) sem determinar ulteriormen
te sc é um objeto da intuição sensível ou intelectual, mostram-se imediatamente
hminçck'^ (para nfto ulLrapasjtar eftte conceito) que transtornam U»do o uso
pírico de tais cuneeitos c justamente deste modo províim que ;t representação
de um objeto como coita em si mesma não é simplesmente insuficiente, mas,
sem uma determinação sensível da representação c independentemente de condi
ção empírica, c em si rncsniu contraditória. Provam, portanto, ou que se lem
de abstrair <na L^gicul d í lodo o objeto, ou sc se admite um se tciTJ dc
pensá-lo sob as condições da intuição sensível. Provam, conseqüentemente, que
■??*. ó int.elig.ivol requereria uma intuirão touilmenie peculiar f que rtào posiuímos,
ná Jalia da qual ele não è nada para «os e, por outro lado. nem os fcnômçnoíi
podem ser ohjetos em st mesmos. Com efeito, se pertsu simplesmente cobris em
C R ÍT IC A P A R A Z Ã O P U R A 171
geral, então a diversidade das relnçòes cXlirnas certamaue nau pode constituir
uma diversidade das- coisas mesmas, mas pressupõe estas- e. se o conceito de
uma coisa não é de mudti algum internamente diferente do conceiio de ouinu
então ponho uma única e mesma coisa cm relayoes Jívlts^s Além disso. pelo
acréscimo de uma simples afirmação (realidade) a ouir;i n positivo ê. ames. au
mertrado, nuo sendo dele nada tirado ou suprimido; por isso o real nas coisas
em £eral não pude ser comradiiório eio.
* * *
Se ;£ qutiíCSMj r t t w t ír a^üí uo -ubivnU|jiiJ uim m n J c i}Uc yicío mtin as a s rsultlai?-« nn«iBin‘tui não
um a *» « m u . « i 5 *» **« iões» wirvcuJi» t|uc çiLar uni iic U f rtralidâilt p u ia c indej>cisikiitc
.\í"i { l i s s^ntwlos i |>.ira qi-c üc COittprçcnLkViC sc d a em ficral r ^ r c a c n u al^ii i>u ubwilutartiçnte nad*. M as
iwriiium cxiwnpla ptxJe « r tureiítcUi dií quiil^uflr outrís lujjjir ^cíiíV <!ji í x jx i LL-ncM. qu ç [íe»écj a.piçsc[n;4 ülg.0
roais J u que pftaQTKHnciu. M assim , sss;i proposição ^ r ú f i c a a p c n ii íftc « «rwiCítUí quu CoFirèna neríih.
arifms>çóeii. n ii) cnnitm M d » á* rn-a m iv», da ^ua! jrim ais duviiir-mos.
CRlTíCA DA RAZÃO PURA 173
sob esses coneeilos c na xuu intuiçdf ti:tdu externo ^ nc não tcnbu pinr fund a memo
algo pura c simplesmente interno. Com efelux Cluando tivermos abstraído du? to
das ;i.s condições, da intuição ' não nos restarão eeruiFncnLe no simples conceito
mai» du- t|ue o interno cm cx-rul e a relação entre a.-. suas partus, pela qual uni ca
mcnic o exierrio ó pussivel. Todavia, esta necessidade que se funda meramente
•íobre ;i abstraçàc. nno su cneonr.ra entre «fisas — que são dadas nu intuição
Com deterrUEraçoo; Laís que exprimam simples rdaçoc* sem possuírem utyo inter
no como fundamtsnlu — pelo Talo dc nau sltciíi ccm's.ns um ss mesmas. mas unica
mente ícnomenos. I udo o nu*? conhe^-emos na matéria reduz. se u merai> relações
(u que citam Limos detenrmnavres internas dei as ií interno apenas comparativa
mente) emre el:is há. todaxia. rela^õer. independentes e permanentes ptíEas. quais
nos é dado um objeto dcierminado. 0 fàLO de ca. .se ntatruio de.ss.js rduçoes.
não p o lu ir ulteriormente abMslummcme nada para pensar não suprime o concei
to de urna coisa como fenómeno. nem u dc um objeu» in abhtr;icivja mas suprime
seguramente ioda a possibilidade de um objeto tal que ueja determinável segundo
simples conceitos, isto è. de um noumaion. Certamente surpreende ouvir nuc
uma coisa deva eoivsustif completamente cm relações, tnaá uma ml eoisa é iam
bem simple» fenômeno c mio pode absolutamente ser pcrisáda mediante c a l o
rias pura.*;: cia mesma consi&ie na simples rdaçâo de algo em geral corn os senti
dos. D« mmsino modo - sc se tomeea por simples concejtos - não so pt*Je
pensar as relações das coisas m abstracto <Je ncnliuma outrii maneira / a não
ser que trnia coixa seja a causa dc dciermímiçües na mura: tal Cl. eom cteky.
o an;sso conceito im ckeuiui U;^ próprias rduvõesí Iodüvia. visto i|UC neste caso
almraimos dc toda a iflLuiçào. elimín^üü um mode? completo pelo ipia! as ele
memos do múltiplo podem dcwrminar redproeamtíiui: u acu Luftar. u sabçr. a
forma tin sensibilidade (o chpaço), cjue recede a causal idade empírien.
Sc por nhjgtüs simplesmente inteligíveis emendemos uquclas çoisus v|ue são
pensadas mediame caiegorías puras sun todo o esquema da sensibilidade, entao
tá is objeteis sào impossíveis. Com efeito, a condição dc uso objetivo dc tudo*
os nossos conceitos intelectual e •amplesmâme o modo da uosça mtuiyíio sensí»
vd pda qua3 cs objeto^ nos siin dados. e. se ahsLr;iím.o,s dessa i i l l u n á o po.v
suem tais conceitos absoluhi mente nenliuma relação com qualquer objeto. Antes,
sc m* quisesse admitir aind.il um mi>do dí rrimjt;ão divâr^n desta no4h.;i, iiitai^ãu
sensível, as nossas- lun^ües paríi pensar não lertam então ahsoluiamenic nenhum
si^mTicado com respeito n tal in tu ito . Se por objetos imciiuíveix entendemos
somente objetos de uma ímurçSo nao scnsivcL com rctaçào íiok tjuais asv noss:^
catüportãS cenamentc não <w> válidas, a do$ quais, ponamo* jamais poderemos
ter abiolutymaite nenhum conhccimcnio (nem intiiiçâo nem ctnieeito). ciu’su os
noumena. neste sentido meramente negativo, icm que ser sem dúvida -admitido;-..
Tais rtoumetia. com Clôito, não significam iÆnüo que o nosío modo de intuição
nào se refere a todas as coisas, mas simplesmente a objetos. dos nossos sentidos,
con sell tien remenu?, que a sua valide/, objetiva é limiuida, e, logo. i^ue resta um
lit^ar tanto para oulia espécie t|un!quer dc imuíçào qujinto par:i coiças en^uumo
objetos dela. Em tal caso, porém, o conceito dc noumenon ê pr^>blcmáttco. isto
KANT
c. a representação de uma Coisa com respeito à qual não podemos dixer nem
que seja possível nem que seja. impossível, enquanto nào conhecemos nenhuma
ouira espécie dc intuição a não ser a nossa intuição sensível e nenhuma espécie
de conceitos senão as categoria*, não sendo, conludo, nenhuma deias apropriada
para um objeto supra-senstvcL Por isso nào podemos esLender positivamente o
campo dos ohjcioü de nosso pensamento para alem das condições de nossa sensi
bilidade e iiclmtT.ii* ainda, fora dos fenômenos, objetos do pensamento puro. fsLo
é. noumeniL pois estes ghjèLos não podem oferecer nenhuma significação positi
va. Com efeito. precisa se confessar relativamente às categorias, que elas por
si sò nào bastnm para o conhecimento das coisas em si mesmas e, sem cs dadüs
du sensibilidade, seriam meras lormas subjetivas da unidade do entendimento,
mas Htm objeto. O pensamento. em verdade, não é cm si nenhum produto dos
sentidos e como tal tampouco ê limitado por des. mas nem por isso possui ime
diatamenu; — sem a adesão da sensibilidade — um uso próprio c puro. pois
do contrario rtão tem nenhum objetoi O rcoumenoiv, por outra lado. nao pode
ser chamado um taJ objtílo* pois de sijmTica juntamente o conceito proWamáticn
>jj dc um objeto de uma intuição totalmente diversu / dn nossa c de ui» entendimen-
Lu totalmente diverso do nosso que c. por conse&uinte. e|tí mesmo um problema.
Logo* o conceito de noumenon não é o conçeiio de um ohjetn, rruis coiiititüi
o problema — inevitavelmente vinculado com a limitação dc nossa sensibilidade
— >e piídç htivcr objetos totalmente independentes da intuição sensível. Ksta
questão pode ser respondida sõ indctcnmnadamemc, tt saberr visto que a iniuiçào
sensível não se refere a todas as coisas indistintamente, resta um lujjar para obje
tos ulteriores ç diversos. dc modo que estes ruui podem ser pura e simplesmente
rifados. mas. nn ftiJls. dc um conceito determintidn (jú que nenhuma uciiuyoria
ê ítpui para isw), tampuueo podem sur a firmados como nhjcms do nosso entendi*
mcnco.
O entendimento, portanto, limiu» à sensibilidade, *em com isso ampliar o
seu próprio campo, e, advertindo a a não pretender refcrir-se a coisas çm si mes
mas. mas unicamente a fenômenos;, pens-a um objeto cm ,si mijünit). mas somente
como objcLo transcendem^!. que é a causa do fenómeno (por conseguinte. nao
sendo ele mesmo fenômeno), e nàw pode ser pensada nem como magnílude, nem
como realidade. nem como substância etc. (porque estes conceitos requerem sem
pre formas sensíveis nas quais determinam um objeto). Portanto, ignoramos com
plcuimente se esse objeto transcendental cneomra se em nós ou lambúm fora de
3-ií nós: ne é suprimido / simultaneamente eom o sensibilidade ou se* eliminando
a sensibilidade* ele ainda permaneceria* Se quisermos denominar noumenon iaJ
objeto peLo falo de *ua representarão nào ser s^nsíveL somos livres para fazé-io.
Todavia, visto que nào podemos aplicar a ele nenhum dos conceitos do nosso
entendimento, essa representação permanece vasiu pj±ra nós e nào serve pura
nada a não ser para traçar os limíLCs do nosso conhecimento sensível e deixar
vaiio um espaço que nào podemos preencher nem pela experiência possível nem
pela entendimento puro.
A crítica deste entendimento puro nào Lhe permite. pois., procurar um novo
campo de objetos fora daqueles que podem apresentar-se a ele como fenômenos
e divagar cm mundos inteligíveis nem requer no cunceiLo destes. O erro que
trai ítquí da maneira mais manifesta e sem dúvsda. desculpa. embora não possa
ser justificado, encontra-se nn faio que contrariamente á desttnação d^i entendi
mento se faça dele um uso transcendental. e que os objeLos. isto é. as intuições
possíveis, têm que orientar-se por conceitos, não porém os conceitos por imuiçoes
possíveis (sobre as quais unicamente repousa a sua validez objetiva). À causa
disso é por sua vez o faio que a apercepção — e com ela o pensamento —
preceda toda a possível ordém deíermiruada das representações. Porranlo, pensa
mos uma coisa em eeral e deiermínamo-la por um lado sensivelmente..distinguin
doT / entretanto, desse modo de intuir o objeto, o objeto geral representado in
abstracto; ura, ai resta uma maneira de determiná-lo simplesmente pelo pensa
mento, a qual, na verdade, é uma simples, forma lógica i>em conteúdo. mas, coniu
do, parece a nós ser uma maneira pela qual c objeto existe em si mesmo (noume
non), sem considerar a intuição, que é limitada aos nossos sentidos.
* * *
esic - <jc alguma coisíí segue- se por *>í) teria por í rso quí ser disposta da seguime
mundra:
Nada
como
I.
Conceito vazio wm ohjeto
cns rationís
2. 3.
Ohjeto vazio dc um crwccito frtluiçüo razia sem ohjeto
nihil prívativurn ctis ima^inariiiiri
4.
Ohjeto Vffcio sem conceito
nihil ncgsUivum
Vê-se. que « ente dc razão In/1T> distingue st; do nâo cnic ín," 4) pelo Paio
que o primeiro nâo píide *cr contudo enlrc as possibilidade*. porque é simples
I(C^ão (cooqitunm nào c^nirudiiôria), crtquaniu u segundo se opnc à possibilida
.IHM de» umu vez que o cimtfdu» anula inclusive a si próprio. Ambos* / porém, sào
conceilus Víi/irts, Au cuntrário. ti niiiil priva (ivum (rurf 2l e o cns imagimirium
(n * 3) sào dados vuzios para i^mccilos. Sc :» lua não ilvessc sido dudu aos stnii-
dij^. nao w poderia laniluim ruprcücnliir-stí ítcrtiiumn ireva. c s* entes cuensos
nâo Ibssçm pcrctíbidos rmo fn\dcria rcprcscmur nctilium espaço. Sem um real,
lanu» a ncÈavüo qwmto a simples íbrrrm da truuiçào ftuo são objetos,
D IV IS Ã O SK G U N D A DA L Ô G IC A T R A N S C E N D E N T A L
D IA L É T IC A T R A N S C E N D E N T A L
INTROWJÇ ÃO
I. Da iíusao transcendemal
** Kâcil contrapõe aqui o* ternir->>> hwtiri/iun) c i o iKnEidft tlc fcJicimcnu. úSzfitin. no KCiuktu de a p a r e i a
ilusória. Ambas uv pa-lavj-aí. £iHjj.inam-se 4o verto sciurintXn que significa brilhar cm sentido piáprj* * pane
cer<ni sciiúdonguraiJu. (N. 4i>s r.}
*v a MírtsibãJnJade, posta sob o crucnifsnicnto caruu o çibjetu tio qual tstt aplica a vua l^ri^io. éa íbnlc
tiC COilhétfimcrtOí rcaís. Mär u rntsiimn, cta míieüdii. cm ijue «níluí r,obrc a própna d^Áu do entendimento
e « determina 3 jblgar. ê o fundamento ío triu
175 KANT
A . Da razão cm gvrat
nào é algo impossível, é pelo menos uma pretensão muito paradoxal, Stya como
for (pois sobre isso ternos y investigação ainda pela frente), deduz i peto menos
daí, que o conhecimento a partir de princípios (em si mesmos) ê algo completa
mente diverso do simples conhecimento intelectual. Ljue na verdade pode. soh
a fonmíi de um princípio, preceder lambem oulro.s -conheci me mos* mas em si
mesmo (enquaníO é sirttcticoï não se funda :sobre o simples pensamento, rtem
contém cm ti ura universal segundo conceitos.
Sc o enlendimento e uma faculdadc da unidade dos JaiomenoH mediunte
regras, í a razâo é a faculdade da unidade das regras do entendimento snh princí- jsij
pios. Portanto. cia jamais sc refere imediatamente à experiência ou a qualquer
objeto. mas ao entendimento, para dar aos seus múltipfos conhecimento* unidade
a priori mcdiíuittí conceitos. a qual pode denominar ws untdude da razão c 6 de
nalure/.a completamente diferente da que pode ser produzida peEo entendimento.
Este é o conceito geral da faculdadc da razão, na medida em que pôde ser
tomacki cnncehîucl an lo a falta completa dc exemplos (que *ó deverão ser dados
nuque se segue).
!l1 Na quarta í^i^ây Jy. Críiícu ( l l ^ H o termo "tXHlc" [kann.) c s.ubstii4MÍo por ” 6“ »úu. mabtíniiijimcjitc.
poi _ vcm a sor" (wirti).(N dos T.)
KANT
sc, antes, um geral, não <r*i&íL- nenhuma propusiçfio racional de lal espccie objeti
vamente válida mar. uma prtíscnçào mcramunie lógfeu de aproximar no ele
var-se a cordiçòc sempre maih aJtax à completude destas e deste modo trazer
üí> nosso conhccímerUo a mais alta unidade da ra/âu possível a nus: se digo
cu — esta ncueisidaüc da razão foi por equivoco / considerada um princípio
Lransccndcrttal iin ra^a».» pura, principio este que apressadamente poilula uma
lal cumplciudc ilimitada da serie das condições ru>$ objetos mesmos: que mal en
tendido* e ilusões pudem muda mütiiLJar se nos silogismos. cuja premissa rnsiior
íbí lomílda dí* ra/ao pura (premissa i^uc c talvez mais uinu peúçãg do que um
postulado), t que nc elevam da experiência ale suas condições: estti sscra nossa
tarefa na dialética transucndeiual, u ^ual quvrcimn> ;i£OPd desenvolver u partit
dc suas funtes que se encontram prolundamenie ocultai na razãu. Dividi-la-emos
cm duas panes, devendo a primeira tratar dos, conceitos transcvnrív/uvx dn rpzào
purü. c ;í segunda íios srlogixntnx tríEusccndcntes c dialéticos da razão pura*
L IV R O P R IM C IR O D A D IA L É T IC A T R A N S C E N D B N T A L
DOS C O N C EIT O S D A R A Z Â O P U R A
DAS ID ÉIA S EM G E R A L
, J Ele certamente «rendíu u seu stuwiio lambem «as ccialiedmauas cspceulaiwas, «mquantu foss«r
dadns só de modo purn ç a fímíh í, c cswiiJeti -a iTiosmu ã MurorniHicHr Be bem t$n£ esla possua í>miu objcKV
pomcwç t na cxpwtínci!) possível, Nirau não püSho sepui lo Ji£|lii, Ktrnpwueu r,i iM n ía p mística ck^ns
idéi-us. iHi nas «ti^ercss ptbs qgaui p»>r a^im d im 4S hipoMUKiiivik. ap«sjir dà elevada tinguAgCmi üc qw
se servia najssç campo prcsiar sc rrmilo bem a uma inwrpretaijia m#ii modcr-tuJa c adequada â nüuréra
das emisas.
KANT
SEÇ À Ü S E G U N D A D O L IV R O P R IM E IR O DA
D IA L Ê tIC A T k A N SC K N D H N T A L
DAÇ ID tiA Ü T R A N S C E N D E N T A IS
00 mcstnci modo podemos «sperür que a forma dos silogismos. sc for aplicada
à unidade siEiiéltca das iniuiçoes segundo a norma das categoria.*;, conterá a priori
a origem de ccrcos coticcfccs que podemos denominar conceitos puros da raífio
ou idéias lranscendt\)/«ía eque dcLcrmmarào se&undu princípio^ O u.*so do çnicn
dimento na totalida.dc: dá experiência.
A função da r&zio nas suas inferências consiste na universalidade do conhe
cimento por conceitos, e o próprio silogismo e um juí/o, que c determinado a
pnon na extensão total de sua condição. A proposição — Caio é imonal -
podena também ser extraída por mim da experiência símpJcsrncnte mediante o
entendimento. Todavia* procuro um conceito que contem a condição sob a qual
é dado o prcdicsido (asserção cm geral) deMc juízo (iMo é. aqui o conceito de
homem): e depois de ler syfcKumtiio o predicado .sob essa condição, tomada cm
toda a sva extensão (todos os homcu.s são monai-s). determino ü seguir n conheci
mento de meu ohjeto (O io ê mortal).
Por isso rtcs conclusão de um silogismo resiringimos- utn predicado a. um
j>» certo objeto. / depois de o lermos pensado na premissa maior cm Ioda a sua
extensão sub uma certa condição. Hsia magnitude iniotr.i Ja excen.sâo cm relação
com umn ml condição denornirtu se universalidade (unívcrsaJitasí- A esta corres
ponde na síntese das intuiçôcs íi rotafidade*1 (universiias) das cotidiçâçs. Portan
to- o conteiio transcendental da razão não è nenão o dia lotulidadv dos condiçòvs
para um condicionado dado, Ora. visio que unicamente o hwwxdicwnado torna
pusavd a localidade d ai condições e que inversamente a totalidade das condiçòcs
1 sempre mcondicionuda. um conceito puro t* cm üeral da razãn pode scr explica
do mediante o conceito dc incnndicionudo enquanto comem um fundamento da
síntese do condicionado.
Ora. tantas quantas. säe n* cspéeics dc relu^uo que o entendimento se repre-
scrua mydiüntc ax serão tam bom os conceitos puros da razíto. Porian
tü. dtíver-ie-íi procurar cm primeiro iugur um iriamdiçioriado da síntese caiegóri-
Cu cm um sujeito, em Segundo lugar um in condicionado da síntese hipotética
dos membros de uma série, cm tcrcciro lugar um in condicionado da síntese dis
juniivc da* panes cm um xwvmu.
Tantas são dg fato as cspócics de silogismos, cada um dos quais progride
rfiediame prti-silogiKmos. par» o áneondiejonado: um para o sujei lo que não ê
i»o mais ele mesmo predicado; o ouiro para a pressuposi^ao/quí; não pressupõe ne
nhuma outra coisa; o terceiro pura um agregado de membros da divisão, par«
os quais não se requer nada ulitírior para completar a divisão de um eunceko.
Portanto, os conceitos racionais purün da mialtdade na síntese das condições
são neeessário-s pelo menos- como problemas para lazer progredir a unidade do
coniiccimeniu *c possível aié o incondicíonade» ò wào fundados na naturciu da
razáo humana. emU ira de resto tais conceitos tninscendemais possam carecer
de um uso adequado ir concreto e, por conseguintc. nno poâ&uem nenhuma outra
ULÍlidadc que a de ccindu’/ir o cmendimento cm direção à qu«d o seu llso enquanto
pois este esta restringido ii condições, aquele, porém. vale sem restrição.
Ora, o concci.o transcendental da razâo sempre se refere apenas à totalidade
absoluta na síntese das condições e jamais lermina senão no absoÍLtiâmente ín-
coadieionado — isto é„ incondicton«do ejrn toda relação. Com efeito, a razão
purâ deixa tudo ao encargo do entendimento. que / se refere imedia la meme aos
objetos da intuiçuo ou, antes, ã sua sÊmcse na capacidade de imaginação. A razão
reserva para si somente a totalidade absoluta no uso dos conceitos do entendi
mento e prtjcura conduzir a unidade sintética* que é pensada na eatc&oria, aiè
ii absolutamente: ineondicionado. Por isso se pode denominar esta de Urtidade
da razão com respeita íwk fenômenos, assim como aquela que é expressa pela
categoria. de unidadv dr> enlendítttenfo. Deste modo, portanto, a razâo relaciona
sc somente com o mo do entendimento, e na verdade não çnquanto este contém
•o fundamento da experiência possive] (pois a totalidade absoluta das condições
rião c nenhum conceito utilfcâver cm iima experiência,, já que nenhuma experiên
eia é tnoondicionada). mas somente para prescrever a tal uso uma díreçào rumo
n, uma ccrts» unidade da qual o entendimento nâo possui nenhum conceito e que
tende a recolher todas us açues do entendimento, com respeito a cada objeto,
cm um todo ühsoiuío , O uso objetivo dos conceitos puros da ra/.ao c. em visia
disso* sempre transcendente, enquanio dos conceitos puros do entendimento tem
que ser. secundo u sua natureza. sempre imaneniet na medida em que se limita
simplesmente à experiência possível
Por ideia entendo um conceito necessária da rttfão ao qual não pode ser
dado nos sentidos nenhum ohjeío congruente. Portanto. os nossos conceitos ra
cionais puros ora considerados sao idéias transcendentais. / Fies são conceitos
da razâo para* pois consideram todo o conhecimento empírico como determinado
por um i absoluta íoUiiicIadedas condições. jNSo são inventados arbitrariamente,
mas propostos peia naiure?a da razão mesma, relacionando-se por isso necessa
riamente ao uso tola] do entendimento. São, por fim. transccndcntcs e ultrapas
sam os limites de toiia a expcricuciy, na t|ual, con^eqüemernenre. nâo poderá
jamais ipresuiiiar se um objeto vfue seja adequado à Jdéui transcendental. Quando
*c nomvía uma idéia, diz sc com respeito ao objeio (ertquanu» ohjeío do entendi
mento puro) muitíssimo, ma* com rçspcito ao sujeito fisui é„ com resp«ito :'i sua
rüüliüíide sob fl condição empírica) pouquíssimo, porque cín, como conceito de
um maxiimim, não poderá jamais ser dads congruentemente in concreto. Ora.
visto que no uso merameme especulativo da razao este último constitui propria
mente o inteiro objetivo e que a aproximação a um conceito, que na prática,
porém, nàú será jamais alcançado, equivale 3 falhar totalmente, enrào com res
peito u um tal conceito *e d ii: eJe ê somewe uma Edêiit. Desie modo poder-se-ia
dizer: a loralídade absoluta dos fenômenos é snmente uma idéia; com efeito, víslo
que jamais podemos projetar na imagem uma Lal totalidade. permanece da um
problema sem solução. Ao contrário, víslo que no um> prático cio entendimento
tem-se a ver unicnmentc com uma prática segundo regras, / pode a idéia da raifào
prática sei sempre realmente dada in concreto, se bem que apenas pare ia! mente:
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A
SlSTfcM A D A S ID É IA S T R A N S C E N D E N T A IS
Não nos ocupamos aqui com uma dialética lógica, que abstrai de iodo o
oornsiido do conhecimento e descobre unicamente a falsa aparência tia forma
dos silogismos, thíls com uma dialética transcendental, que deve comer inteira
mente a priori a origem dc ccrios conhecimentos a partir da razào pura. c de
certos conceitoi Inferidos, cujo abjeto não pode cie modo algum ser dado empiri
camcntc e que, portanto, se encontram totalmente tora da faculdade do entendi
mento puro. Dy. reiaçao naiural que o uso transcende mal do nosso cunhccimento
taiuo em silogismo quanto cm juízíjs tem que ler com o uso lógico, concluímos
que haverã somente lr£s modos dc inferências díalcticas que se rtífacionarrr com
as três espécies de inferências pelas quais a raxàn pt.Kjc chegar a conhecimentos
a partir dc princípios e que a tarefa da razão consiste sempre cm ascender da
síntese condicionada, ã qual o entendimento permanece wmpre lidado, à irtCondi-
cionada.que ele jamais pode alcançar.
Ora, o universal dc toda a relaçãu que as nossas representações podem ter*
consiste 1} na rcIííçâo com / o sujeito, 2) na rdnçào com os objetos, c. na verdade,
ou como renòmcnos ou como objcLus do pensamento em gera), Se se liga esta
subdivisão com u precedente, então a relação das representações dc qjjc podemos
formar um conceito ou uma idéia é de tre* espécies* I. ti. relação com o sujeito,
2. com o múltiplo do objeto no fenómeno* 3- com iodas as coisas em geral.
Ora, todos os conceitos puros em geral tem a ver com a unidade sint&ica
das represcnlaçcj&s ç os conceitos da razào pura (idéias transcendentais). por su?
vüz. com a unidade sirmhiea incondicionadu Ut toda* as condições em gcrnl.
Con$eqücn(cnienic, todas as Ideias Lransccndeninís podem reduzir-se a ctas-
ses> cuja primtira uorttém u unidadv absoiula (in-ccnidÈcíonada) do sujeita pensan
te, a segunda, a unidade obsofuta da série dus eruidiçõcs dofi>nômenor a ícw ira,
a unidade absoluta tiat tufidlçâo dc todos- ou objetos da pensanttwto em geral.
O sujeiici pensante é o objeto da Paticchgiii; o conjunto de iodos os fenóme
nos (o mundo), o objeto da Cosmniõgict: c a coisa, que contém a condição supre
ma da possibilidade de tudo o que pode uar pcn&ado |í> eme de todos 05 entes),
o objeto Ua Teolygta, Portanto, a razão pufíi fornece a idéia para uma doutrina
iransccnúental da alma (psychülogia ratlnnalis}. para uma ciência transcendental
/ do mundo (cosmologia rationalis). finalmente também para um conhecimento
transcciidcruaí dc L>eus (LhcoJo^iii iransccndentatift). Mcimio o simples projeto
de uma ou outra des.sas cíôndas não provém absolutamente d« entendimento,
ainda que ele estivesse ligado ao uso lógico supremo da razão Isto é, a iodos
os silogismos imagináveis, com o fim de proceder de um objeto de i:iJ uso (fenó
menos) a todos o_\ outros, ;iiê os membros mais remotos da sinicse empírica —
m aic uniçamcnit um produto puroç auténLico ou prohlcmada razão pura.
196 KANT
Quais moíli dos conceitos puros da razão estão compreendidas sob esses
três iílutos de uxlas as idéias transcendentais serã exposto inteiramente no próxí
mo capitulo. Tais modi ceguem o fio condutor dah categorias. Com efeito, a
razâu pura jornais se refere imediatamente a tjbjetos. mas aos conceitos inlelee
tuais do* mesmos. D y mesmo modo só na aberdagern completa esclarecer-se a
como a razão — unicamente mediante o uso sintctico da mesma função da qual
se serve para o silogismo categórico — tenhü que chegar necessária mente ao
conceito da unidade absoluta do sujeito pensante; como procedimento lógico
nos silogismos hipotéticos tenha quí implicar idéias do absolutamente íncondi-
cionado em uma série dc condições dadas: finalmente, como a simples forma
do silogismo / disjuntivo tenha que Implicar o conceito racionai supremo dc um
ente de todos os entes; u rn pensamento que à primeira vista parccc ser cxircmamvTi
lc parado* al.
Deatas idcEds transcendentais nâo è possível propriamente nenhuma dedu
ção objetiva como a que pudemos fornecer com respeito is categorias. p^i*» das
de Fato nno possuem nenhuma rd ação com qualquer objero que pudesse ser-lhes
dado congruentemente e iwo justamente por serem somente idéias. Mas* pudemos
emprwndcr uma derivação**1 üubjetiva de tais idéias a partir da natureita da no5
sa razSo e esta foi lambem realizuda no presenu: eapituJo.
Vè-sé facilmente que si razão pura não possui nenhum ouim objetivo a não
ser o dít totalidade absoluta da síntese do lado dw condições (icjít de inerência,
dc dependendo, ou de concorrência), e que com a absoluta cotnplcludc üu fado
do condicionado da não consegue nada. Com efcito. a ru/ãu nccessha uiüc^
rnenre a primeira totalidade pnra pressupor a stírãe total tia* condições c deste
modo forneeê Ui a prtori ao entendimento.
!te. porém, existe alguma condição duúa inteiramente (e incosldicionftlineiv
tc), cmào nào SC precisa mnis dc um conceitú da razão para prosseguir a terie^
vm poi& 0 entendimento fü? por si iodo passo para baínev, / da condição ao votidicin
nado. Deste modo as ideias ir^nsccndcnuiis servem somente para ascend&r, na
série das condiçõcs, &ú o inconidiciünado, k w c. até os princípios. Todavia, com
respeito 30 desem 10 condicionado, há um uso Uijjico basiame e*tenso que nossa
ra*âü faz das leis do entendimento* mas nenhum iisn transcendental; e* sc nos
formamos umu idéia da absoluta totalidade de uma tnl síntese (do progressus),
por exemplo, da série total dc todas as (nuilauças futuras do mundo, trata-se
então de um rnie de pen.samenio <ení r:Uíonis). que é pan^ado «õ arbitrariamente
e não pressuposto necessariamente pela ra^ão. Com efeito, para 3 possibilidade
do condicionado é. na verdade, presstiposra a totalidade dc suas condições, mas
nào de suas sucessões. Cúni>cqi2enturneMe. um tal conceito nàí» ê nenhuma idéia
transcendental, Com a qual unicamente nou ocupamos aqui.
Por fim. lambérn nqs damas conta dc que entre as próprias idéias transcen-
deníais transparçue uma cena eonexào e unidade ede que a razão pura. mediante
** Mclfin fl794) t íi fcjJiçau Acadcfflia sufesiiiuem aqui 0 termo cirifiniL} ■*AnkitungM (direção) por
" A.bletíung‘r tílín vaçia), mudificaçãtf lambéTn aduiamas. tN. dos T.J
C R ÍT IC A DA R A Z Ã O P U R A 197
A Maafí&Ic» irn por fim prt>pru> 4a ího mveailgaçfc1 apenas u » itlclas: liberdade e tmttrtalMmit,
Je rrtPÜk» que d segundo egiicolo Jigado jmj primeira <icvc conduzir AO [çruíim <omo conclusiui rfcç-çcsíiiria.
Tníq a^Uliú COtn y que CSU ciência se Hcupu í.l**m tliswv,. Sirvo lhe SimpLtsmenie çomtf melo paru alcnnçor
essas iticias. c a sua rcafedaric. Meçe^irn fts, r.ia ^#ra o>5 fms üa Citivnia Natural, m»b pura ultrapassar
a flfttureza. O cMvnhecimeflu» <law rr.eEmr.:, (Vna a TW ogfa, ji M ttraf c pe.Ia li&íÇao dC amtkns s RifíigifíO,
por «jnnegulfli«. ^ fmn supremos da nossa citraêrvciã. iependerem rntrarMiLLe da faculdade especulativa
díi ruzão c dc nsulj mais. Numa represe nmçào síMcmàlit-'* daquelas ideias, a referida OMiem emwís, ^ruíuanro
a mau ccmvtnitr.re: rtlító na elutmrftção que rtecGSK.aríamüBiii p/íci*» prsecUè In, a urdem anítiiricu.
que inverte & .miífiüf, será bíbíü Adcqu&ta ao f|.m ik realizar dompletamínte o noasü grande prajetfi na
mçtíiiJa cm que dítquilci que n expericHiri;! íofflece-rios irriLrdiatajn^sli: a doutrina de aJmu. progredimos ã
drjurrlnu do m unf!& a dfrSLn ao conlaíCLiJi-íiiUJ lic D&àü.
L IV R O S E G U N D O DA D IA L É T IC A T R A N S C E N D E N T A L
D A S IN F E R Ê N C IA S D IA L É T IC A S D A R A Z Ã O P U R A
Pode-se diz«* que o abjeto dc urna simples idtíta transcendental seja algo
dc que não se possut nenhum conceito, conquanto ela tertha sido produzida na
razão dc modo totalmente necessário segundo as suas leis originárias- Com efei
to. dc um objeto que deva ser adequado à exigência da razão, lambem c impossí
vel qualquer conceito intelectual, isto é, um conceito que possa ser mostrado
c tornado imuívei em uma experiência possível Entretanto, expressar nos íamos
melhor e com menor perigo dc mal-entendido se / disséssemos que não podemos
Ler nenhum conhecimento do objeto que correspondi; a uma ideia, embora possa
mos ter um cynccito problemático a seu respeito.
Ora, pelo menos a realidade transccndentül (subjetiva} dos conceitos puros
da razão repousa sobre o faio dc que somos [evados a tais ideias mediante um
silogismo necessário. liá , porianio, silogismos que não contêm nenhuma premis
sa empírica c mediante os quais, a partir de algo que conhecemos, inferimos
algo diverso, do qual não possuímos, todavia, nenhum conceito e ao qual. não
obüEanie, por uma inevitável ilusão* fornecemos reaiidade objetiva. Tais inlerên
cias devem, com respeim ao seu resultado, ser denominadas antes softsntas que
silogismos: se bem que, em virtude de sua origem, possam vroxer ó último nome.
pois nàíi foram Envtíntados nem surgiram pur ueaso, mas se uriginaram da naturc
/a da razão. Trata-se de sofisticações, nào dos homens, mas da prôpru» razâo
pura. das quais nem o mais s-ábio enire eles poderá libcnar-se. Poderá lafvez.
em verdade apóü muito esforço, evitar o erro, nias janmis desvencilhar sc inteira
mente da ilusão, que incéssimte mente o importuna e escarnece.
Há. portanto, somente Três espécies desses silogismo* dialéticos, ou seja,
tantas quanta* são as ideiam nas quais terminam as suas conclusòcs. No silogismo
da primeira ciasse, concluo do conccitu / transcendental do sujeito, o qual não
contém nada de múltiplo,à absolula unidade desse mesmo sujeito, do qual não
pos.suo dtíste modo absolutamente nenhum conceito. Chamarei a esia inferência
dialética de paralogismo transcendental. A stguttda classe de inferências sofísti
cas funda-se sobrq o conceito iriinjíCindentaJ da totalidade absoluta da serie tía*
condições paFa um fenómeno dado em jçcral c do fato que de um ladoposeuo
sempre um conceito em si mesmo contraditório du unidade sintética incondido-
nada da wrie. concluo a legitimidade da unidade contraposta, da qual. não obs
tante, não possuo nenhum conceito. Chamarei ao estado da razão nessas ínferèn
cias dialéticas cie aniinotnia da raaào pura. Finalmente concluo, dc acordo com
KANT
1.
A alma e Jthhsímcia
Z, 3.
Segundo a sua qualidade. Segando os tempos diversos em que çls
aimpies existe, numericamente idêntica* isto é,
uiiníaile (nào pluralidade)
4.
Em relação com tíbjeios possíveis noeipsiço&*
h* O lu fo r, que dcvúki á sua «bMr&çsn uam .«nociua.t nüo adivinhara. f,t«.-!lmersw o sentido psicológica
dessas £*pfeíMws fttm piH que n úkimo atribui-o Js. aJrná perrençc i «ucgQiiu da extiténcui, } no que +D.1
w ^truc v tri todo isto fitkicntcaaeRiv-eselareculn t juailicadcs De resto, em virtude d u
i|ui:. Au invcN cqt.jvak-nW3 íitcmit. *iu íruTodasiUu? Cúmra ugosmdo bom cxftfô. tenho que me Ucâctil-
par, mr.ig wrií Vüíis i ex« ieçãn quanwv àobra infira, pela IV;« dc ler prcfcrwo sdcrifirar aígú Jj elegância
da linjiuagí m s, difiç^itaU •»uw pela rmínifiia mcofnpreettsüo
202 KANT
das observaçòes sobre o jogo dos nossos pensamentos c às leis ntiLuraia da perso
nalidade pensante que sç podem extrair daí: então Mjr&iria uma psicologia empírl
ca. que. it-ria uma espécie defisiologia do semido interno, c poderia servir lalvc/
para explicar os fenômenos dó mesmo, jornais, porém, para descobrir proprieda
des que de modo ülgum pericnccm à experiência possível (como it do sim
plcsl. / nem para ensinar apoduícamente algo concernente à natureza do eme «ft
pensante em gcraJ; não seria, portanto, nenhuma psicologia racionai
Ora. visto que a proposição, eu penso (tomada problematicanitinLel, contém
a forniÜ dc iodo juízo do entendimento em geral c acompanha Iodas as categorias
como seu veículo, então é claro que as inferências a pari ir de tal proposição
podem conter um uso meramenie iransccndcntal do entendimento: tal uso cxclui
toda mistura de experiência, e a re-speito do seu progresso, já nào podemos —
depois du que mostramos acím«. formar nos dc antemão nenhum conceito
favorável* ‘Queremos por issn seguir lal usr; — mediania todos os predícamiinLu:»
da doutrina pura da alma — com um olho critico. No entanto,87 por amor à
brevidade, faremos avançar o exame dc tais predicamentos em uma intereonexào
ininterrupta.
A seguinte observação geral podic, anies dc mais nada, aguçar a nossa aicri-
çàfi .sobre essa espêde de inferência, Mediante o fato do nimples pensar não co
nheço qualquer objeto, ma* sómenLc posw» conhccé lo enquanto determino uma
intuição d&tía com vista it unidade da consciência, na qual consiste todo o pensa
mento* Portanto- conhcço a min* mesmo, nao pelo faio dú que sou conscicnie
dc mim como pensante, mas n«i medida um que sou consciente da iniuiçno dc
mtm mcanK?. enquanto determinada coou ruspeito a função do pcfisamenLo. Por
isso todo* Os modi dtt auuwonsdénda do pensamento / mio são cm si ainda míj
conceitos intelectuais. dc objetos (categorias)* «nas simples funções lõfticas que
não dâo £i conhecer ao pvnsamcnto — por consegui nu», tampouco a mim mesmo
enquanto objeto absolutamente nenhum objeto. O objeto consiste não na
consciência do sujeito (Selbstí deierminant?, ruas comente uu ccnsciéndu do su
jeito dvtvrminâvç/, isto ê. da minha intuição interna (enquanto o .seu múltipb
pode ser lig.ado conformemenu; à condição universal da unidade dia «pcrcepção
no pensamento}.
I) Hm todos oí, juíaos sou scniprc v sujcuo (Subfíki) cteiermirtume da rela
ção que constitui o juízo. Que, emretantü. eu, que penso. sempre tenha que valer
no pensamento como sujviio e como algo que não pode ser considerado simples
mente como predicado inerente ao pensamento, c uma proposição apoduica c
mtísmo idêntica: mas ela não significa que eu. enquanto objeto, seja um cure
subsíst&tie para mim mesmo, ou uma subíit&ndu. A úJlima afirmação vai muito
longe v por isso tambom requer dado* que nao se encontram d* modo utgum
na pensamento e que latvez. ( üc considero simplesmente o sujeito pensante como
tal) sejam em número maior do que se possa jamais encontrar nde.
af TiKkui que sesegue até a fimdc capitulo &oÍJrtos Pafalftfçismos da Razão h is cormiiui uaw modif^a
çãft substaacial inrrrwjuaidaoai^unducdiçrjii. (N.tk}$T,l
204 KANT
a príori. porque eia. em pnmciro lugar, ultrapassa. o conceito posto a seu funda
nrtenio, acrescentando ao pensamento em geral o modo da existência e, em segun
do lugar acrcseefUít àquele concerto um predicado (da simplicidade), qu^ nüo
pode absolutamente ser dado em nenhuma experiência. Portanto, as proposiçdes
sjntciiças & prtori não são realizáveis e admissíveis somente, comu afirmamos,
em relüvàu com objetos da experiência possível — e na verdade como princípios
da possibilidade da experiência mesma — ma* podem também referir-se ll coisas
em geral e em si mesmas. Uma tal conseqüência poria rim a esta inteira Crttica
c imporia conteniarmo-nos com a maneira antiga de pensar* O perigo, no entan
io, nào ó Líi-c»grande, sí st: aborda a questão mais dc perto.
O procedimento da psicologia racional é dominado por um paralogismo
apresentado peUs seguinte silogisrno:
O que não pode ser pensada de outro modo a não ser como sujeite não
existe também de outro modo a não ser efi-mn sujeito e é. portanto, substância^
/ Otü, um ente pensante, considerado meramente <'omo tal, não pode ser ai
pensado de outro modo a não ser como sujeito.
Logo, um cnie pensante existe também someult* como tal, iafo ér como subs
tância.
Na premissa maior, fela-sc de um enle que pode ser pensado em jiera.1. sob
lodo aspecto, cottscqücnte mente* lambem segundo o modo eoiíiü pude st;r dado
na intuição. Mas na premissa menor fala-se de um tal ente somcnic enquanto
cie considera a si mesmo como sujeito unicamente em rclaçàocom o pensamento
e a unidade da consciência, não. porém, ao mesmo tempo cm relação com a
intuição, pela qual e dadü COrtioõbjeto no pensamento. Logo. a conclusão é dedu
zida per sophiismíi figurae díctíonis. isto é, mediante uma inferência sofística.61w
/ Que esta resolução do célebre argumento cm um paralogismo seja n:
totalmente justa ver*$e-á claramente quando se revisar a observação geral sobre
a rcprcscmaçàa sistçritâtica dos princípios e h seção sobre os noumena. Nes
ta provou-se C|uc o conceito de uma cojsa que pode existir para si riiosma como
sujeito c não como simples predicado nâõ envolve ainda nenhuma realidade objc
tiva; isto é; que não se pode *»hçr *c a ud concdio pode ser atribuído qualquer
objeto já que nào se vislumbra a poçsibiEidade de um tal modo dz existir: por
conseguinte.que ele nào proporciona nenhum conhecimento. Logo. se tal concci
to sob o nome dc substância deve indicar um objeto que podo ser dado; se cie
deve tornar-se um conhecimcruoi eiuão à sua lm e deve ser poívta uma intuição
permanente cnmo condição indispensável da realidade objetiva dc um conceito,
*■ F;m itcribas as prtinikMi» o pensamemu c lonmUü njm^ MÇfiífitftiípig lowlnertic diícrcrue: na pre^íjs^u
muior jjcgjntlçi o iiNujti corrwj sc FCffií£ 4 um objetü cm Ècml {por conseguinte, «gurvd-ú o modci aeimc
pm&a scr dado na intuíÇ&o); H.i premissa menor, trwEnvja.. aptci**, Scáurido o mailo cuitui s u b ^ ií com refe
rcncia À autáconsçiénçia, caso cm qut piirrami'» não c pensado nHwtuiamefUç ^bjvlu ol^jm. mas aputi.i;,
rejKrejrçcicJidsí a rtfcrçn-iiíi n Si cama swjein> (tnquumo forma do |íjcn.sarncnta}. Na primeira pm^osiÇÃO fila-sc
dc coisas que nür> podtm sçr pcriSftdai senãn como sujciioí,; ruj sífiufwtft, fKJrèm, não dç coisas, m u dii
/ piniam cnSn (an sc nbMratr de todos 05 Dbjcicji), ni> qnnl o CU strve «m pre como ajeitei da cv>ri*cièflCiii. 4JJ
Par isso, na uoctcJusâfi n»o pode segliir-sc: eu uso posso êx^tir de nenhum outro m.-vdo wnão como &u|et(o;
mis someíiteí ftò pcnjüLmenl-Q tis minha 5 \ijsiíncia cu só pas-so Lulbar-mt coriso sujei 10 do juizu, o que
s iiiviii proposição idêntica qm; n io manif 6 ^Ul iibsolutajncjjtc imda sobre o mtHjotfa niiuh4 e^itCIliilL
206 KANT
R E F U T A Ç Ã O D A PK O V A DR M E N D E LSSO H N S O B R E A
P E R M A N Ê N C IA D A A L M A
•* A clare/a nío í, ««nu u i lõgitüi (Jiíciii. 3 wnscjcíicia dc uma rtpriscmaçán; com eíejla. mesmo em
minlUü reprtïcnta^rie* obscuras ttm q,ut se encontrar um cciio grau dc cctn^eiêflcwt. nue poríin, tiio b&stn
para a rccorda$ão, pQíS SCm consciência alguma nin bshaMfeeWímVH nenhuma tJirercai;a aa lig.armas repre
Mint açoes ) obscura«.. O qut podemos tojjsr pe-lai notas de virjvs *uikcíIos (cumn os tlc direttu c dc ci|unjade,
e os dei músico, ^uaruJo ati improvisar (Oéa HtnwIlíintHirncnic muita* notas). Ao coniràrin, clafít c um»
rcprt5i;n’.4^àu L-ujtt consciência ê suficiente para u conacíénr.ia du sua dÿercnça dç Ouïras rcprcw jitaçí^j.
lini Vírüadc:. SC & CDnsaèneia fosse KuOcienK para ji <jisiinção nia* nlo para a ^araciéneia da iUfcscnça,
çnião a reprcftãntaçfo lít ia ainda i|ue ser Asniirnictadu otacnra. Logo, ha inJiní(* 4iiemc m u b s graus de
consciência ati n c*linvão.
a faculdade de ser consciente / de si e com todas as demais faculdades. — Por
lamo, a permanência da alma como simptes objeto do seniítió interno permanece
indemonstrada c mesmo ind^unonsirávcl conquanto a sua pcrmancneia na vida,
onde o ente pensame (como homem) é simultaneamente para si um objeto dos
sentidos externos — se ja por sí clara. Mas o psicólogo racional nào se dá por
isto como achado e procura demonstrar a partir de simples conceitos a perma
nêncía absoluta da alma além da vida.150
/ S e ora constderamios as nossas precedentes proposições cm íntercu- üb
nexãu sintética do modo pelo qua! elas. enquanto validas para todos os emes
pensamos, também tem que ser consjdcradas comu um sistema na psicologia
racionate e se desde a categoria de rclaçào — com a proposição: todos os en
tes / pensantes sào como lalü substâncias - percorramos retroativamente toda ui
a série das categorias ate que o círculo se fechc, crucontrumos por fim a CxisLência
d tí Laiiv entes, da q u a l eles nesse sistema nào kú sào conscientes indcpcndenlemcn
1é das coisas externas, mas pudem também determiná-la (com rcspeiio a perma
nência, / que pertence necessariamente ao caráter da substancia) a partir dc si *\#
mesmos Disto $egue-üC. porém * que o idealismo — pelo rrtenos o problemático
^ Aquele» 411c, para encairtiatiaítm uma possibilidadu w w j. cíwm ler im a jn 1? rofidente quiitnlo sc
íacJain do fatu üe não se porfer aportUr nenhuma enntiadi.çjh> noj pres&tip^iu» ktuno ludcn iq u cki
que crêem «entrever a fKiiSibiUrtadAiíí do pernatm;ntu m cvn« apó* o término dcsle. euihnra lenhtiri um
etsrfiplo dtle JiptítiBi naM fnEuiçècs cmpiriiiu* dn vida / humaiiaL mctlisnlc auirSU! fK>âSÍ1>iIwiadQK nem um
pouco (Tutk tnjwidas, podem ser levados .1 jítimnlc emhfiraC4>. Tal é n c.isn d* posMhiliílaJp iJe u
ma fiuhstJinctíl cítt vári.h suKlancitri. c mvcrsíimrnlc da conftumcid fcoalÍ£Ai>t de vjin:i> Mihiuinciah •*('■•
nnma smpteü, Com cfcita se hem que <1 ttívkiMIidnUe prcueuponha um compo^u* ncin por iwtí r«|U«i
absolutn c nccess.nrinmemtí um Composto de Milwtüftcias, mjts stmplcstnemc dc grau* (das Otvcr\a'i raculdo
dss) tk nttift c mfiwTta wtucãrteiii. Otn. do mcsffiu rri.iJt) gycm? sc puita ptillsar reJuitidwi ã metud« iodas
a í forças c faculdAiley du alma. mOmo Jt da comtjêneja, de rnrmrt que «mpre rossas« fljndu uma r.ub*'Ân
CIJI, wsslm ínmttcm « potie StfTl coturàdição rcprcscfilíir vc csia p.-irte esttiiU:i coma ciwiwfwd*. nto*. ftho
114* alinii, c nim foro dela; e V|j«i (fUfl luil<» ci qnc nclti c sempre reul t con^quenlcaiuni« (Jw g i u>r
Krjiu. por coAü£^MÍni«aa tua cxmcncia incçtrn. foi t« Ju jlJo à in^taOí >cm ^itu ídice nl(;o. pinl:-$ç rcpresíílfhí
•ííf i|L4t' íniàtí xurflsrii fcwa ckh umu ^ubsujeicitt punicnljsr Cum cfeiti,!. n plur.tlidq^« qw# Td divtdklu j.V
fAistiii iimc;«. náfi coaiodó cuniu plurnlidAilç das rrubilifwmí, inxv Jc io<Ja ’4 rs.llidade cnJTin qii.tnlum djl
cuisvifKH nâla, e u unidntlc 4a Mli>wãftC:iU cra sú um mtjids dc txhilir miic unicamcnce n»e<lUnw csin divisãn
Foi Ululifurmatlo numa nJurnljdiiüc dc ,• cub^lèTiCiU. Ass.im inmhém várias ^bsísuiictaü jjimplB» poderiam <11
■
por sua vez confluir num« «é tfm qu« n.icla sc perdesse, a nào scr a pluralidade du siibftiüncm , na medida
íür t|Uí uma wntivvríirf cúnjurHnmçmc cm ti a fifiiu dc rcaHdJWit de todAS sx precídcnEcs; c calvci as MjtniiUin
cia» Mmplcs qu; (k>» fijfnctcm o fenômeno <3c uma única maccriu {ccrraiíic^íc não rrwsJianlc uma influcntw
rci;4proc4i Etiecüiicti ou química. 1rtis medantr um» inflmwcta dtw;õnhceKta a nó», 4a qunt aquela w ria
Hnmcnu O fenômeno), pLKtessem mcdifl.rttí anàk»g^ divi^ãc Jfnsm íço nias nlíRiu úon pAivkcomo ^uiinticUiHii:»
/n^ni-uaL«, fVM<jgiir almas dç cnsiiça nu medida em que aquela* por sua w » cortipJclwi^m ■ ^un pçrda
mediante «oaláiÀú wnn uma n ovi maitriit üa mesma cipéck. Esiuu loruie ck conícdcr o min imo vátor
ou a míAiiim v«hdadc a ^uimc(.\^ iit U>S cspccií, tsuribérn us acvma n*r«rid<yf princípios d» Analítica incuti-
r-nm »uricknKmcnic i|t*c ftíio ac Ts^a renhum uulry usa tlss, caienoriaí, fcortiô do dc ■subsiãncifl) a nio ser
O uw empirten. Todivia. kc a pantr da simples; faculdade dc penxar e. sim quciJ^uer tcuuição permflneflic.
peEn qMill um ubjcin seriu dado, 0 racion ais» i &uricicnccmcjiu: ousado pãxa (ormar um ente pür » subsistcu
te Kirnpbüincmic porque a uilidiiítr da íLjwccpçàií ruO ptriiuiiscnco riãu lhe permite nenhuma explicação n
panir àt> t-^mpoíto. v)ujtndú au inves ,■ piwetJírLa melhor curfessandoque náo sabe euplfcsir a jHísybtlkíàde 4 lí
de Uirlsi ruturez-a pünsarne, por qut o m arerialisla. embora iaiWpduco po$au aduzir experiência ern favar
tíftü suas possibilidades, não dute- U* mtarLíadn 4 «Jictica niidáciJi dt servu « tio nbu prlnç-jpiú pura 0
uso opc)?.to, c-onserveunde íi unidade íuimal du pfirneiro?
208 KANT
w * *
•1 O ' eu peeiscr*". ccunu já sc dissç, é umtL prapoiiçãtf efnpinca e cuniern cm si i prcroâ^iUi "cu exista."
Todavia não pomo tíkZCí: luuío o que peíisa eiíitfc; com eftnio, ntae caso a piopriedadc de r>ertwir Lwnaru
um conhecimento que não obstante concerne ao interesse supremo da hrumanidu
ha de, dissolve se — ao menos no que sc deve à filosofia especulativa/— em uma
esperança ilusória. Todavia, o rt£or da crítica ao demonstrar simultaneamenie
a impossibilidade de estabelecer dogmatícamcmc além dos 1imites. experiência
algo a respeito de um objeto desta, presia à razão, com respeito a esse seu imeres
seT o serviço não irrelevante de pôda cm segurança contra todas as possíveis
afirmações do contrário. Jsio pode acumuccr somente se se demonstra apoditica
mente a própria proposição ou, não se conseguindo cal, sc w procura as fonte?,
desta incapacidade. as quais nu cusu de encontrarem-SC nos limites necessários
da nossa razão deverão submeter Lodo opositor preeisamente à mesma lei dc
renúncia a todai as pretensões de afirmação dogmática.
Com isso. todavia* nào sc perde nysia no que concerni; ao direito. antes,
à necessidade da aceitação de uma vida futura segundo principios do uso prático
da razão ligados ao seu ubo especulativo. Com efeito, a demonstração meramente
especulativa jamais pôde aliás, excrççr qualquer inlluúncia sobre: a ra/.ãu huma
na comum, Fssa dcmonsl raçao CRlá posta de mtxlo tal sobre a ponta de um cabe
3o. que as próprias escolas podem mantC- a aí somente pelo tempo cm que 3
deixam girar incessantemente snbrc si mesma como um ptâo; c atw próprios
olhos deles. portanto, elo nào fornecc nenhum rundamenUj ttslávcl sobre o qua]
algo possa ser construído. As demonçtraçòes que são úteis para ü mundo mnn
jíí tem / todo o scti indiminuiu valor c. mediante a supressão daquehs pretensões
dogmfiiicnr; lucram, finics. cm elarezu e convicção natural. icnquaníu si 1Liam u
raxào tia suíi Csfcru peculiar* a saher* na ordem dos fins. que v ao mesmo tempo
uma ordem da natureza. Em tal caso. a ra/âo como faculdade cm si mesma
pratica sem wr limitada àn condições da ordím natural está ao mesmo tempo
autorizada a estender u ordüm dos ílns. e com íííi a noas a própriit líKisitínda.
alem dos limites da experiência c da vida. Segundo a urtulugia com a natureza
doü seres vivos neste mundo, com respeilo aos quais a riisão tem que ncccssaria
roenk: admitir como principioquc nenhum òrgao, nenhum poder, nenhum impulso,
portanto, nada do que pode enconirar-sc neles c supérfluo ou desproporciona
C O N C LU SÃ O D A SO LU Ç Ã O D O P A R A L O G IS M O P S IC O LÓ G íC O
dos sentidos externo-s. visto que ao primeiro ê inerente apenas o tempo como
condição Formal da sua intuição, e ao segundo também o espaço. Todavia, se
se considera que as duas espécies. de objetos clisringuemse aqui enirç si não inter-
nümente. mas somente cnquaiuo um aparece f externamente a& outro, e que,
por conseguinte, o que como coisa em si mesma subjaz ao fenómeno da matéria
talvez nao seja tão heterogêneo. entào aquela dificuldade desaparece e não resta
senão e$ia, de como geral c possível uma comunidade dc substâncias.. A solu-
çfio desta dificuldade encontra se tolalmenie fora do campo da Psicologia e —
como o leitor, apôs o que fot dito na Analítica sobre capacidades fundamentais
e faculdades, julgará facilmente — encontra se também sem dúvida alguma fora
do campo de todo o conhecimento humano.
N O TA G E R A L A C E R C A D A P A S SA G EM D A P S IC O L O G IA
R A C IO N A L À COSM O LÓGÍCA
C a p ít u l o S eeg u n d o
SEÇ Ã O F K IM E IR A D A A N T IN O M IA DA R A Z À O P U R A
SlSTfcM A D A S ID É IA S C O SM Ü LÓ G 1C A S
Para podermos ora cnumtjrftr estas idéias com precisão sirueminteu. u scyun
do um princípio temos cm primeiro lugar que observar que unicamente do emen
dimento pr.dem surgir Conceitos puro* e transcendcru&is c que a ríiião própria-
menie tiSo produz coneciio aljsunn. mas quando muito liberta o çnticetin do <*rftvf-
dimonm dâs inevitáveis limitações dc uma espericueia possivej. procurando, por
tanto, cstcndc-Lo aliim dos limites do empírico é, não ohstanic. cm conexão com
o mesmo. / Isto ocorre pelo faio dc que 4 razão exige uma totalidade absoluta ans
para um condicionado dado do ladt» das condiçõcs (às quais, enquanto unidade
sintética* o entendi mento submcie todos m lenn-menus). Deste medo cia loma
as categorias idéias transcendentais com t>fim dc dar uma completude absoluta
à sinEcse empírica airavês do seu progresso até o in condicionado (que não é ja
mais encontrado na experiência, mas somente na idéia)- A razão ejdge s&sa com-
pletudc com base no principio: yc* o condicionado ê dado, então lambem à dada
a soma toiaf das cottdiçõ&s c. por conseguinte, o absaíutameníe incondiciottddú,
medtame 0 qual unicamente cra possível aquele condicionado. Em primeiro lu
gar. portanto, as idéias transcendentais não são propriamente senàb categorias
ampliadas ate o incondlcicrtado, podendo ser dispostas cm uma tábua que é orde
nada de acordo com m títulos das categorias. Em zógUudo lugar, porém, nem
todas as categorias prestam-se para isso. ma& somenre aquelas em que a siruese
constitui uma série, e„ na verdade, uma série das condições subordinadas umas
às ouiras com vista a um condicionado e não coordenadas. A totalidade absoluta
216 KANT
é requerida peia razão somente enquanto concerne à série ascendente das con<Ji
çoes para urti condicionado dado e não, por conseguinte. quando se trata da
linha descendente ílas conseqüências, como tampouco do agregado dc condições
4j7 coordenadas para essas conseqüências. De fato com respeito &0 / condicionado
díído. as condições já são pres&upostas e devem ser consideradas como dadas
também com ele. eriquanio no progresso para as conseqüências (ou no descer
da condição dada para o condicionado), na medida cm que as conseqüências
não torna in possíveis as suai condições, mas antes as pressupõem, pode-se SCr
indiferente üe a s-érie; cessa ou não. nau sendo em geral o problema da sua totali
dade absolutamente nenhuma pressuposição da. razào.
DestL- modo pensa se necessariamcnic um tempo imeiramente decorrido até
o momento dada também comej dado (se bem que nào determinável por nós).
Todavia, no que conccrnc ao tempo Tuturo. já que dc nau é a condição para
s-sj chcgur ao presçrttc* para concebe lo ê Loialmente indiferente 0 modo tomo
o consideramos - se o fazemos cessar em um certo ponto ou se o deixamos
transcorrer até o infinito. Seja a série rrt. p . a, em qué i\ é dado como condiciona
do com respeito a m, mas ao mesmo Lcmpo como conUiçâo de o : seja a série
ascendente do condicionado n para m (l, A. i cic.), e igualmente descendente da
cundiçào n para o condicionado o {p. q. r etc.); em tal caso tenho que pressupor
a primeira série para considerar n corno dado, e nt segundo a razão (a totalidade
das -condições), é possível somente mediante açuda série, enquamn a sua põssjbi-
lidade não se funda sobre a série seguinte: o, p, g“, r¥ a qual por ÍSso não / pode
ser considerada como dadíl. mas somente coma dabilis.
Quero chamar dc siniesc regressiva à síntese de uma série do lado das condi
ções* que, portfinto, procede da condição mais prÔKÍrna ao fenómeno dadu at£
as condições mais remotas e de síntese progressiva aquela que do lado do condi
cionadü procede da conseqüência mais próxima até as mais remotas. A primeira
procede irt anteccdentin, a secunda in consequentia. As idéias coMmdógicay ocu
pam sc, pof conseguinte, com a totalidade da síntese regressiva e procedem in
:imccedf»nth c nào in: con-sequemia. Sc ocorre o úhimo caso, trata-se de um pro
blema arbitrário c não de um prnbtema necessário da razão pura. pois para a
perfeita inteligibilidade do que ç dado no fenômeno necessiLamos dc fundamen
tos. não porém de conseqüências.
Para estabclccer ora a labua das idéias segundo a tábua dâs Categorias
(Ornamos cm primeiro lugar os dois quanta originários do Lodu a nossa ijuuíçâo,
espaço c tempo. O tempo ê em si mesmo uma série {ç a con-dição formal de
todas as series), e por ísüo nele devem distinguir se a priori, com respeito a um
presente dado. os aniccârinniin coma condiçtScs (o pnssado) dos coiv^equentiu (do
futuro). Loh,o, a idéia transcendental da loi alidade absoluta da serie das condi-
0*
< ções para um condicionado / dado refere-se somente a todo o tempo passado.
O inteiro tempo decorrido, enquanto condição du instante dado. é pensado neces
sariamente segundo a idéia da ray.ão como dado. Contudo, no espaço tomado
em si mesmo não há nenhuma diferença entre progresso t regresso, porque^ na
medida em ljuc bua* partc.s íiíLií iodas cm conjunto simulianeas, ele constitui
CRITICA DA RAZÃO PURA 217
um agregado, mas nenhuma série. Com respeito ao tempo passado, posso consi
derar o instante presente: somente como condicionado e jamais como condição
tiçJe, porque este instante siir^e pda primeira ve?, somente mediante. o lémpo
decorrido (ou, antes, mediante o decorrer do tempo precedente). Todavia, visto
■que as partes do espaço não são suhordinarias umas às outras, mas coordenadas
entre sã. uma parte não é a condição da possibilidade da outra c não constitui
em si meima uma scric como o tempo. Não obstante. a sínte&e das múltiplas
partes no espaço pela qual o apreendo é sucessiva, portanto, acontece no témpo
e contêm uma *érie, E. visto que nessa série dos espaço* agregados Ipor exemplo,
de pós em uma vara) os espaço* acrescidos um a üm pelo pensamento, a partir
dc utn espaço dado. nâw sempre a condiçàa do limite dos espaços precedentes,
assim a mêrtsuração de um espaço deve scr também considerada como síntese
de urtta iéric de condições para um condicionado dado, com a diferença apenas
dc que a parte da* condições nào se disLinguc em si mesma da parttí segundo
a qual è dtüpoüio o condicionado, por conseguinte, que no espaço regresw / e •MQ
progresso purcccm s<r idênticos Todavia, visto que uma píirte dc» espaço nào
ê dada pela outra, somente limitada por cia. temo* que considerar iodo cspii
ço limitado como condicionado, enquanto cie pressupõe um outro empaco como
a condição do seu limite c assim por diante. Ci?m respeito à lim iução. portanto.
h progresso no espaço c tamhcm um regressus c a idéia transcendental díi iomIí
d ade absoluta da smic*c tta série das condições cunccrnc lambèm »0 espaço,
podendo eu pefftimlar tanto pela totalidade uhsolmn d» fenômeno no espaço co
mo do fenômeno no tempo dccornduk Detcrmm:tr*se á. contudo. se a lal quesiào
c também possível uma resposta.
F-ni segundo lugar, a realidade ru» espacu. isio é a m atéria, é um condiciona
do cujas ctjculiçòys internas são a> &uas parus ç as partes da* partes as condições,
remotas, dc modo que aqui ocorre uma símese regressiva cuja totalidade absoluta
é requerida pela razão. Tal sínte«,* nao pode ocorrer nenào mediante uma divisão
compiccít peto qual a realidade da matéria desaparece no nada ou no que nâü
é inaiü matéria. a saber, no simples. Por conseguinte. aqui há também uma serie
de condições e um progresso pnrfl o incondiciunado.
/ F.m içrctííro lugar, no que concerne às categorias da relação real enire 441
os fenômcií&fc, a categoria da substância ccnt os seus acidentes não se adapta
a uma ideia Lransccndeniak isto e, a razão nno possui com respeito a ela nenhum
fondamcnit) para proceder regres vivamente às eondiçoes. Com efeito, os aciden
tes; {enquanto sào inerentes a uma mesma substância) são coordenados entre si
e nâo consiiiuem uma série. Flus cornudo, não ftão subordinados a substância^
mas constituem o modo dc existir da substância mesma. O que *«1propósito ainda
poderia parecer uma idéia da razão transcendental seria o conceito do substan
cial. No entanto. vtsto que este não significa outra coisa que o conceito dc objeto
em geral, que subsiste enquanto nele repensa meramente o sujeito transcendental
independentemente de todo o predicado* e que aqui. porém, se tram somcmc do
incondieionado na série dos fenômenos, fica claro que 0 substancial nào pode
consituiir nenhum elo na série. O mesmo vale com respeúo a substâncias numa
2)8 KAN T
tu
A coinpletude ab&oluut
tia coniposlçtíd
do total dado de todüü os fenómenos
2, 3.
A completudc nbsoluta A complctudc absoluta
da dh'faSa do nascimento
de uni Etílal dado nc fenómeno de um fenômeno em geral
4.
A complctude nh soluta
tia dependência du uxisiência
do mutável no feno meno
Em primeiro lu^ar, deve se observur a propósito que a ideia da totalidade
ab^oJuta nào diz respeito senHo k exposição íicufenõfticitoa, e não, pois, ao con
ecito do entendimento cnm visw y um todo de coisas cm geral Os fenómenos,
portanto. suo considerados aqui como ditdos e a razão exige a eumplctude abso-
Juta das condições dc sua possibilidade, na medida em que estas constituem uma
séríe, por conseguinte, umu stniesc absolutamente (isto é, sob todo o aspecto)
completa, mediante a quaJ o fenômeno poss.ii ser exposto segundo leis do entendi
mento.
Em segundo lugar, o que a r:i2ão procura nesta síntese seriai e regressiva
14* das condições é propriamente só o f Iiuiondtcionado: âip;o como a compietudc
absoluta na série da.s premissas* que conjuntamente nao pressupõe mais nenhuma
outra. Ora, tal ittcondiciaitado está sempre contido no totalidade absoluta da
série, quando se representa e$ia totalidade rta imaginação. No entanto, essa sínte
w? absolutamente acabada ò por su;i vez gomente uma idêia, pois nâo se pode
saber pdü menos fireviamÈnte se ela é lambem po^sívei nos Fenomcnas. Se se
representa tudo mediante simples conecitos puros do entendimento, independeu
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A
temente das condiçocs da intuição scnsivcl, entào sc pCKfc verdade LramerHC dizer
que p&ra um condicionado dado c dada também u série total das condiçòcs. su
bordinadas um « às outrai,; aquele* de fato, é dado somente mediante estas. Toda
via. nos fenômenos se cnconira umsi purtícubr limiiaçuo do modo pelo qual as
condições são dadas. ísiu ê. das üào dadas mediante a síntese sucessiva do múlii
pio da intuição, que no regresso deve ser completa. Se esta cumplctude é empiri
camente possível. é ainda um problema. Nâo ofoslanic. a ideia dessa completude
encontra se na razüo, independentemente da possibilidade ou impossibilidade dc
conectar adequadamente a ela conceitos cmpíncos, Portanto, visu? que na total i
d ade absoluta da sínicse regressiva do múltiplo rio fenômeno (conlirm emente
à instrução tias categorias, que a representam como uma série de c o n d iç õ e s paro
um condicionado dado) i» incrtndicionado está necessariamente contido, i mesmo
que não fique estabelecido se c ctimo essa loudidade possa ser realizada, a ra/án
proCcde aqui u partir di» idéia dc totalidade, conquanto tenha propriamente como
objetivo final t>iisconiísaoiiúdo, quer da série Cí>mpleta quer de uma parte dela»
Ora. taf incondicíoníidu pode ser penstido dc doiü modos: Ou como consis
tindo simplesmente mi. sërîé total. nn qual. pois, todos os elementos* sem exceção
seriam condicionados e somente o lodo dela seria absolutamente ineondidonfldo.
Hm tal caso o regresso chama-se infinito- Ou cotrto consistindo somente uma
parte da série à qual os elementos resrantes fossem subordinados, nào estando
porém, es.sa parte mesma submetida a nenhuma uuira c o n d iç ã o .N o primeiro
caso a série é sem limites “ a parie priori” (sem início), isto e. infinita c* embora
sejn totalmente dada. o regresso nela não é jamais acabado, podendo apenas
potencial mçnlo ser chamado infinito* Np secundo / caso fiã um termo pnmeir®
da serie» que com respeito ao lempo decorrido denomina-se início do mundo;
com respeito ao espaço, fimrfe Uo mundw e<ím respeito aü panes dc um total
dado dentro dos seus limites, o simples; com respeito ús caudas,auto atividade
absoluta (liberdade); com respeito â exjíièiiu» dc coisas mutáveis, necessidade
absoluta da natureza,
Nós possuímos duas expressões: mundo c uttturvzn, que às vcv.cs eoincidem.
A primeira significa o total malemáueu dc iodo* o.s tenõmefios e a Loulidadc
da üua síntese taiUO no .jtrunde como no pequeno, isto é, nu pruy.re.sso de lal
síntese quer mediante composiçãu quer mediante divisão. O mesmo mundo é.
porém, denominado natureza53 enquanto c considerado como um unal dinâmico
e quando se lem em mira já não a agregação no espaço ou no tempo para comtt
SEÇ Ã O SE-GUNDA DA A N T IN O M IA DA R A Z Ã O PU R A
A N T ET ÉT IC A DA R A Z Ã O PU R A
investigar w o óbjeto dde não consiste porventura numa simples ilusào.. da qual
cada uni corre inuiilmcmc atfás c com respeito á^ual não poderia ganhar nada,
mesmo que não sc olcrcces«^ absolutamente nenhuma resistência pode s,cr
denomtnado método célico. F.íc distingue-se totalmente do ççiicismo, isto é, de
um principio dc uma ignorância iwniea c cientifica que ntitia os fundamentos
de lodo o corih&cimento para. se possível, nao deixar em parti: alguma uma con
fiança no conhecimento c uma ceriexj* dele,
O método cético eFetivamente tender à cmcr.a, porque procura dCüCobrir c
ponto do equivoco num tal confluo, por ambas as. partes honestamente entendido
4S2 e Ltudígeiucmcnic / conduzido, para — como sábios legisladores í> Fazem —
do embaraço do* juizes no pruccsso trazer para si um ensinamento com respeite
ao que é defeituoso. & não determinado precisamente nas suas Ictü, A antinomia
que str re v e la na aplicação das leis é face ao nuiso UmiLado saber n melhor crité
rio da nomotética. para que a razio, que na especulação nb&tmta nBo sc dá facil
mente conta dos seus pawtxs, falsos* desse modo se concentre nos momentos
da determinação dos seus princípios.
Esse método cccico. porém, c essencialmente peculiar srwnenic da filosofia
transcendental, podendo talvez ser dispensado cm lodo outro campo dc invesliga
çõfiS, mçnos neste. Na Maiemáticn o seu uso sertn absurdo. uma vez q w nela
nenhuma proposição falsa pude ocuJiar-sc e tornar-se invisível, na medida cm
que as demonstrações devem sempre ter continuidade no longo do fio da intuição
pura e. na verdade, mediante uma síntese «empre evidente. Ma Fikwufiu experi
mental uma dúvida suspensiva certamente pode her útil; todavta é impossível
qualquer mal-entendido que não possa scr íacilm en« removido; c os últimos
meios para ilecidir a disputa. quer sejam errcon irados cedo ou tarde, tòm que
tsi enfim situar se nn experiência. A Moral pode fornecer todos os seus / princípios,
juntamente com as sua# conseqüências práticas. tanibem in concreto ou pelo me
nos em experiências pussívcí$, e deste modo cvHar o equívoco da abstração. Ao
contrário, as asserções tran^rendentais. que preiendcm chíígar n conheeimemos
que sc estendam além do campo dc todas as cxperièncras possíveis, não se cncon
iram no caso que a sua sinlcsc abstrata pude&c scr dada em qualquer intuição
a prjwi. nem sà« constituídas de modo que o equívoco pudesse ser descoberto
íUr&vés de qualquer experiência, A razão transcendental, portanto, nào admite
outra pedra ác eomparaçüo afora a tentativa de conciliação das suas asserções
entre s>Í mesmas e, por conseguinte, primeiramente da dí.sputn livre e desimpedida
despis asserções entre si. Kstn tentativa queremos agora fazer64
6* A s JjrrtinôíMias .weedem % urnai ys uutras. wgundn uma ejíaüm das ictóiag iranicendcni^ts acima uiluíf-
das..
/ A N T IN O M IA / DA R A Z Ã O P U R A
P R IM E IR O C O N FL IT O D A S ID É IA S T R A N S C E N D E N T A IS
Tese A rtlítese
P rova Prova
Com efeito* admita se que c^uatuo Com efeito, suponha-se que ele
ao tempo o mundo n£o Lcnhg nenhum tenha um início. Visto que o inído c
iriiciü. Ncsíc caso. até cada instante uma existência à i|ual precede uni tem
dado deeorrcu uma atemidude c, por po no quoi a coisa nSo é. deve ler pre
conseguinte, transcorreu unta séfic in cedido um tempo em que o mundo não
finita de estados sucessivos das coisas era. ou sejtu um tempo vazio. Or.i.
no mundo, Ora, a infiniiude dc uma sé num tempo vazio ó impossível 0 -surgi
rie consiste precisamente no lato dc cia mento dc tiualquér coisa. porque ne
jamais poder ser acabudu mediante nlmma. pane dc um tal (empo possui
uma síntese sucessiva, 1,030 , uma cm sí, preferenciai munie u ouïra, uma
transcorrida sèrie eó.smiea infinita é condivão disumiva da existência anics
impossível e um inicio do mundo c, que a do nào-ser (quer se aiimua que
pois, uma condição necessária da sua tal condição surja por si ittcsma ou
existência. Este era o primeiro ponte airavés dc uma outra causa}. Logo, mj
a scr demonsiradu. mundo diversas séries dc coisas podem
Com respeito ao scgunJa, >;upo- reatmente ter início* mas o mundu
nha-sc por outro lado 0 contrário. Em mesmo não podí ter nenhum inicio» c
tal caso 0 mundo será um taul infinito é por issu infinito com respeito ao tem
dado dc cotsas existindo simultanea po pasmado.
mente. Ora. rwSs de modo algum pode No (311Ç cnncerntf ao -:cg.undo .púfi
mos pensar ü magnitude dc uni Quan ta. admita-se ameí. dc tudo o contrá
tum que não seja dado d tn tro de certos. rio. a saber, i^uc o mundo «.eja finito
224 KANT
l À Tese U .À Antítese
1«)
> somente / a sua relaçãy çom uma uni no ou vazio)®a pode bem. portanto, ser
dade qualquer, com respeito n qual cie limitado pur fenômenos; fenômenos. / 4-c.i
é maior do que rodo o número. Ora, contudo, não podem ser limitados por
depois que se tome a unidade como um espaço vazio fora deles. O mesmo
maior ou menor» o inFmilo resultará vale também com respeito ao tumpo.
maior ou mejiur. A Énfinttudc, todavia, Ora, mesmo que sc conceda tude isso.
pelo fato de consistir simplesmente na c. todavia, incontestável que, sc sc ad
relaçãv com essa unidade dada. per mire um limite do mundo, quer quanto
manecerá sempre a mesma, conquanto ao lempo, quer quanto ao espaço, se
deste moúo certamente a magnitude Lenha de admitir estes dois não-íínles:
absoluta do iodo não chegue a ser co o espaço vazio fora do mundo e o tem
nhecida. do que tampouco não sc iratíi vazio ames do mundo.
aqui. Com efeito, quanto à escapatóriu
O verdadeiro (transcendental) pela qual sc procura evitar a conse
conceito da infinitude e que a síntese qüência, segundo a qual dizemos que,
sucessiva da unidade na mensu ração se o mundo possui timiles (no espaço
de um quantum nao pode ja m a is ser e n u tempoX o vazio infinito terá que
acabada.68 Disto segue i com toda a determinar a existência das coisas
segurança que nào pode ler transcorri ruuís quanto â sua magnUude; ela no
do uma aemiiíade de estados reais e fundo consiste somente no iatodé pan-
sucessivos uns aos outros- ate um ins sar Sê, ao invés de um mundo dos sen
tante dado <o presente): logo, segue se tidos* um mundo inteligível, não se sa
que o mundo não lem que ter um iní bc qual; ao invés de um primeiro início
cio. (uma existência proredida por um icm-
Cum respeito à segunda parte da po do náo-scr), em &cral uma existen
lese, na verdade, íi dificuldade relativa cia que não pre&xuflõe twthuma outra
a uma Série infinita e. nào obstante, condição /»o mundo; e ao invés da ux
transcorrida desaparece. pois o múlti tensão barreiras do universo, e d«?lc
plo de um mundo infinito L qumito à modo desembaraçando se do tempo e
exiensãü, dado simuilantam&th'. To do espaço. Aqui, todavia, sc trata mí-
davia. já que pura pensui* u loudidade tueme do mundus ptiaenomenon e da
de um tal conjunto nào podemos re sua magnitude, no qual dc modo al
correr a lámic-cs que constituam por há gum sc pode abstrair das referidas
só essa totalidade na imuiçào, temos condições da sensibilidade sem supri
que presLar coma do nosso conceito, mir a essência dc lal mundo. Se o xnun
qiií! cm tal wuüo nào pode ir do Lodo do sçnsivel ê limitado, situa-se neces
ao conjumo determinado das partes, sariamente no vazio infinito. Sc se qui*
mas icm que demonstrar a possibilidade ser üliminar a priori este último e, por
de um iodo mediante o súueac sucessi
va das partes. Ora. visto c^tie ial sinicse Nuta sc fucilmeme que com isifl quer diicèn
q trsfraçü vnziv. na medida em tpie limitado |‘c
Leria de mjnstituir uma sèric 4ue ja- iwrwiiux / c portanto o Èsp^ço dentro do mitnda, 463
pcki menos nàu coniradiz os principitó Iransc^n-
E s k Quantum cuurérc assim uma cuaillidádL' (de denlnís., e p&tk poii scr en*ctd«ki Com íc^pcilcs n
uiiiüadcs dadã.s) maior que tedo u nàntero, c q«c estes (sem que com isto a possibilidade ícjji
éo cnncéilú matemático do infinito. ímc*ir*Lumçiiu: afirmatliij.
CRITTCA da razão pura 22T
/ SEQ U N D O C O N F L IT O / D A S ID É IA S T R A N S C E N D E N T A IS
D A A N T IN O M IA D A R A Z Ã O P U R A
7^ A nrílese
Prova Prova
Com detto, ítdmiti vós tjiu*; as Suponde que uma coisa compusta
substâncias cumponas nâo constas (como su bsLancia) consic de partes,
sem de parto simples. Eni tal caso, simples. Visto que- toda a relação ex
quando toda a composição fosse supri terna. por conseguinte, também toda a
mida com o pensamento. nao rcsiuria composição de subüiàndas somente é
nenhuma parte compost» e — visto possível no espaço, assim dc uinias
nào haver parte? simples — também partes quantas constituem o composto
nenhuma parlí simples. Pur conse lumbem tem que constar o espaço que
guinte, não restaria absolutamente na tal composto ocupa. üra. o espaço nao
da, e nenhuma substância seria daífa. consta dc panes simples, mas àt espa-
Por isso. ou 6 impossível suprimir com Vos. Logo* ioda parte do compoàLo tem
o pensamenro toda a composição ou que ocupíir um espaço. As panes ab
após a sua supressão deve restar algo solutam ente primeiras dc lckIo y. com
que exista sem nenhuma composição* posto. entretanto, sao simples. Logo, o
isto c, o simples. Nq primeiro çaso* simples ocupa um espado. Üra, visio
contudo, o composto nao constaria que todo o real que ocupa um espaço
por sua vez de substâncias {porque compreende cm üi uma multiplicidade
KANT
/ N O TA À S EG U N D A A N T IN O M IA
I, À Tcítc b Antítese
Icçulac) e. porLa.fiLo. pres&upòe concei Or&n nóí ternos um tiirtCtilrt ílü torpM
tos empíricos. é preferível denominar somente como fenômenos; enquarttu
n tese dc princípio disilplíço t3ü mpna- tais, cornudo, pressupõem neeessaria
dolagiü. mente o espaço como a condição da
possibilidade dc todo o fenômeno ex
terno. Á escapatória e pois inútil, eo-
mo. aliás, jã foi sufi cicrttc mente inter-
Ltpiüda. üuiniíi na Estética Tríuistxn ■
dental. Se f-nsssm coisas, em ú mesmas,
a demotiistraçài> dos motiadisLas seda
yáltda.
/ A stíjiunda asserção dialética
possui a pccutiaridade de [vr çi_>iilr*t &Í
uma asserção dogmática, que cnlre to
das as asserções pseudo racionais t a
única qu.c se empenha em provar pal
pavelmente num objeto cia experiência
a realidade tio que airibuímu*. adma
marfim ente às Edéias [rartscendéniáis, a
saber, a simplicidade absoluta da subs
tância* au seja. que abjeto do semido
irtlcrrio — . f> cu que ní pensa — seja
umii subsum ia absolutamente sim
ph;*. Sym me gçupur agora com
questão fpois ela fot examinada mata
pormenorizadamente acima), observo
comente seguinte; Se aipo é pensado
mura mane comti objeio, aem acres-
cuniar qualquer determinação smtütica
de sua intuição (como tífetivameme
acomecc anediarut- u rtiprcHcmíiçikf Lt>
talmcntc nua: ati), omita certamente
cm tcil representação nada dt m fliipto
c nenhuma çúmpnjíição po<icin wr per-
ccbidas, V festa* além tíb^u, que os pre
dicados pclijis quais pünsu! esse ofojcuí
são s im p le s in tu lç o e s d a se ru id o in ic r
no, nelts entâo nãt> pode ocorrer nadst
que prove um múltiplo extemo ao ou
Lro e, por çnnseguime, unia composi-
çàn rreu], Somente a autoconsciência é.
pOtíi. constituída de modo tal qae pelo
fato de o sujeito que pensa ser simulta
neamente seu próprio objeto não poiic
232 KANT
/ T E R C E IR O C O N F L IT O / D A S ID É IA S T R A N S C E N D E N T A IS
D A A N T IN O M IA D A R A Z Ã O P U R A
Tese A ntticse
/ N O T A À T FR C E1 R A A N T IN O M IA 477
/ Q U A R T O C O N F L IT O / D A S ID É IA S T R A N S C tlS D E N T A lS
D A A N T IN O M IA D A R A Z Ã O P U R A
Prava Prova
iüt. / ser considerado como condição jus- ve* uxlai condicionadas). A causa dis
tíimunLu na rn^ma üignjfí^açãu- um so tí a seguinte: o primeiro argumento
que a relação do condicionado tt sua considera somente a taíaiidade absolu
condição foi tomada na série, que deve tu da série das condiçòcm, cada uma
ria conduíír 3 esta. ullima condição das qyais determirta â nuLrá no tempo,
mediante um progresso cúnlinuo. Ora. e deste modo obtém um inoandiciuna-
ye essa ííÍííçüü è sensível e peruinct a.u du y nttéssario. O segundo argumento,
uso empírico possível do entendimen ao contrário. Lama em consideração st
to, cmãu a [Xnut^ão nu causa suprema cvniingéncíu de ludt: 0 f)ue é deiermi*
pode tu n v lu ir o fçyreg&O Sfjmenli: oè nado /}£ ytVii’ tempí/fal (porque cada
gundíj leis da i^ensíbllidade, por conse sscado é precedido pnr um tempo, no
guinte, somente enquanlo Lal regresso quat a própria condição por süa vez
pertence ü série temporal, e o eme su tem que ser determinada como condi
premo tem que slt considerado o cionadaj c deste modo fuçam supressos
membro âupremo da serie do mundo. compIcLamente J lodo o tncondiciona 4sij
Não- ntatunte, alguns tomaram a do e unja a necessidade absoluta. £n-
übcrdadt: do FíLscr um sul lo (jwíTtiiSttííEí ifetanto* ein ambos os casos o modo
e(ç «Aio 7éwxh Dlts tniidárlça^ no de inferência è perfekíimentc conforme
crkundtf coiidui m; à iiotiLin^cíidit cm- ã própria ra^ão humana comum, à
píriú:!,, iíto ^ u dependência do mundo 4u:lI FreqüciiíLümcnct: ocorre eaif titi
dc caudas timpirieamuik: determinan conlltLo cortsigo mesma ao considerar
tes e obLeve-Sü uma sêri-c üiC>ãndeilLe dt: u acu übjeto dcwJe dois pontai dc visLu
condições empíritíãü, tique de resLo e n diferentes. O senhor d e M a ira n consi
UHulmcnic corrtíto* Tuduvía. visio que derou -i dUpLiLâ crilrc dois cclcbrcs as
aqui nào se p^dia encontrar nenhum trónomos, que t-urgiu da Lima dificjl
primero início e iicailiurn membro su düdt semelhante sobrt íí escolha do
pnjmrt, abandonou m: bru^çumctUc o purHfi de viyi;i, w m y ym tçnüm vnu su
conceiio empírico de utmringéneia c ftCÊunttírnínEa digno de noiíi para escrü
tomou sc a uEiiLíjjoríü puru. HáUi tíJSlão ver urn ímtado cspecí&l y reapciLu. Um
firiifHjrcjtinavjt uma scriu murumem^ dcssesi asfrônumos argumtintava as
inteligível, cuja cumpfciutlc fundiiva-sc sim: u hm jíiríi em sortia tia seu i*Lw
nobre a yKisLÍnvía de uma cíuisíI abso porque clu voltu iJonstanLctiienLc y
luEamcntc necessária que. não esmndo mesmü ÊadD para a terra. \i o outro ar
maU ítmda a nunhumu condição sensi gumentava; ã hta nãü ífjru vm mrtio do
veL ILVfíiti-se i.imbém da. condição seu eixo. porque ela volta consianle-
temporal para cia própna dar inicio a mcniÈ o mesmo 3ado para & iErra. Am-
sua íuus-iiiidíiík. Tal procedimento, batt tí}i infcrcnciíis ifam t;urrçtas, dc
porém, ê rocalmenLe ilegítima, como &e acordo com o ponm de vista qufi cada
pode c-onduir do seguinte, um adoiou para observar o m ovim m p
Corning ente no sentido puro da da lita.
c;uciguTÍj é aquilo cujo ljjxísIo contra
ditóno c possível. Oni, ü partir da con
240 KANT
/ S EÇ Ã O T E R C h IKA DA ANTIN O M JA D A R A Z Ã O P U R A
0 0 íN T ER ESSE D A R A Z Ã O P U R A N E S T E SEU C O N F L IT O
Temos agora dianic de nós u imerro jojío dialético das idéias cosmolóiíicíts.
Elas não permitem absolutamente que um qualquer experiência possivel lhe?» seja
dado um objeto tongrjcme anies. nào permitem tjuc a razão ns pense dc- acordo
com lei;> universais da experiência. Essas ide ias, apesar disso, não sào inventadas
□rhitrarJiiiticntc. No progresso continuo d;i síntese empírica, a razão ê conduzidn
necessariamente n cias quando quer libertar de Lodn a condição e compreender
em nua to tuiidade incnndteiomida aquilo que segundo regras da experiência sem
pre pude ser delcrminado stb cofldidonadamente. hsias afirmações sofisticas süo
outras tiimusj tentativa* de resolver qualrw problemas naturais C inevitáveis da
rnzão. O seu número é precisameme este. n.ào podendo ser mator uiu menor, por
que nào há mais séries dc pressuposiçõc:* sínuilieas que limitem a priori a síntese
empírica.
As brilhantes pretensões da razão. que estende o seu domínio acima da io-
di» o* limites da experiência. foram representadas por nós somome através dê
sccas tõrnrmJas que contêm simplesmente o fund:tmenio / das sim legítimas rei
vindicações e foram despid&s dc Lodo o •jcu elemento empírico — como convém
íi uma filosofia transcendental sc bem que somente cm ligação uom ele a&
afirmaçòís da raíâi» podem rdu/ir cm todu o s«u esplendor. Todavia, nesta opli
c;tçuo e pr^resüivn ampliarão do uso da razào. enquanto é paril* do campo da
experiência a eleva «e progrvssivamcnlc aié cskjs stihSímes L«Jcúts»% a Filosofia rc
vela uma dignidade, que. se pudesse manter as suas prêkmsões. superaria de lonpc
0 valor ífe toda outra eíínciu humana. A Filosofia, com cfdio, promeie Tornecir
o fundamento para un nossas maiores expectativa* c es.pcranças com vista aos
fins últimos, mis qunis tocEos »5 esforços da razão finalmente lêm que sc reunir,
Se 0 mundo tem um Inicio c um limite qualquer na sua exten.sào no espumo;
se itlyures c inlvex 110 nuni eu pensante há uma unidade indivisível e indestrutível
ou se há someme o diviçivel e passíig.iiroi sc sou livre cm minhas açòes ou, como
outros Cílttíü. guiado pelo fio da natureza c do destino: finalmente, se há uma
causa suprema do mundo ou se um raisas da naLurcaíl í a Sua ordem constituem
o objeto últÉmo cm que tenhamos de deter nossas considerações: todas es^as aso
questões, para cuja solução u matemático de boa vontade daria em iroca a sua
ciência, Esií\. wm efeito, não poderá proporcionar nenhuma sansfaçáo com res
peito ao fim mais alto e m.nis ambicionado / dn humanidade, Visto que a Mate
242 KAN T
no campo dc genuínas experiências possíveis, cujas leis pode perseguir e por melo
das quais pode estender infinitamente o seu conhecimento seguro c claro. Aqui
ele pode e deve apresentar o objeto — (ante em si mesmo como em suas rd ações
— na intuição, ou senão em conceitos cuja imagem pos-sa ser aprescrtUula clara
e distintamente em semelhantes imuiçõest dadas. Não se truta somente do Tato
de que o entendimento não tenha necessidade de abandonar csin cadeia da ordem
natural parít / prender se a idéias cujos objetos não conhece, porque enquanto
antes do pensamento não podem jamais ser dados; mas não lhe é uma sò vez
permitido abandonar a sua tarefa c sub o pretexto de que Foi levado a termo
elevar-se ao domínio da razão idealizante e a conceitos transcendentes, onde não
mais precise observar e investigar conformememe às leis da natureza, mas so
mente pensar e inventar, seguro de que não pode ser refutado mediante fatos
da naturc/a, precisamente porque não tsíá tigado ao seu testemunho, mas pode
descuidar se deles ou ate áubordiná los a uma autoridade -superior, ou seja* da
ra/.ào pura.
Por isiO o empirismo jamais permitirá que qualquer époc» da natureza seja
admitida como absolutamente primeira cm que qualquer limite da sua perspectiva
no âmbito da natureza seja considerado como o extremo, ou que dos objetos
da natureza — que ele pode analisar pula observação e pela Matemática e deter
minar sinteticamente na intuição (o extenso) — passe àqueks que nem o sentido,
nem a capacidade de imaginação podem jamais representar in concreto (o sim
plcgí. O empirísto tampouco concederá que na natureza .seja posta cumo Tunda
mento uma faculdade de atuar independentemente de leis da natureza {liberdade),
e que deste modo a tareia do cniendimeruo seja reduzida a perseguir sob o fin
condutor de regr;»* necessárias o surgimento dos fenômenos; nem / finalmente
euncederâ que por qualquer motivo se procure a causa fora da natureza (cníe
originário), pola nno conhecemos nada muis que esta cnquulllO unicamente eld
no.si oferece objetos e pode instruir nos acerca, das suas leis,
Na verdade, se com sua antítese o filósnío empírico não pimiui nenhum
outro objetivo dõ que suprimir a curiosidade mdisçrtsu c *>Jitrcvimcruo dn ru/â»
que dcseoolieec a sua verdadeira determinação e que sc íiaha de cMihecimenio
ê de ftaher onde propriamente conhecimento c saber cessam* c que quer fuíer
passar por uma promoção du imeresse espeeutuiivo n que é considerado válido
com visia ao interesse prático para romper o Ho das investigações físicas onde
for conveniente à «ata comodidade e. com uma pretensão de ampliaçào do etmke
cimento, ligá lo a ideias transcendentais* pélas uuais propriamente sô se conhece
que tiõtí se sabe nada; <*e, di&o* o empi ri sta m satisf^e^c com isso, entào o
seu princípio ysriu uma máxima da moderação em pretensões, da modéstia em
asserções, e ao mesmo tempo da CJUcnsào máxima possível tlu nosso entendimen
to mediante o mestre propriamente pr&pmui a nó&, a saber, a experiência. Cnm
urei to. em tal caso não nos seriam tirados os pressupostos intelectuais e m fé
no que concerne ao nosso imeres^ prático: apenas não st poderia deixá-los apa
recer sob o titulo t; a pompa tfe ciência e de compreensão / racional* poiso verda
deiro a prúprlu saber especulativo nào pode encontrar ern parte alguma um outro
C R ÍT IC A DA RA ZÃ O PU R A 245
S E t à O Q U A K T A DA A N T IN O M IA DA R A Z à O P U R A
DOS P R O B L E M A S T R A N S C E N D E N T A IS B A R A Z Ã O P U R A
N A M E D ID A EM Q U E T Ê M DE
A R S O L IJT A M F N T E P O D E R S E R S O LU C IO N A D O S
para a noswa ide ia uni objeto do qua! pousamos confessar qtie nos é desconhecido
mas nem por isso impossível.74 Somente aü / idéias cosmioLógiciLS possuem a
peculiaridade de poderem pressupor como dados o seu objeto c n síntese empírica
requerida para o seu conceito. A questào que decorre delas concerne somente
ao progresso dessa síntese na medida em que ete deve contcr uma totalidade
absoluta, a qual por fim não é mais nada empírico enquanto não pode ser dada
em nenhuma exp-ericncia. Ora. visto que aqui sc trata mcramenLC dé uma coisa
como objeto de uma cstperiénda possível e nüo como uma coisa cm sí mesma,
astsim a resposta ã questão cosmolòfiica transcendente não pode encontrar-sc em
nenhum outro lugar atêm da ideia, pois nâa se refere a nenhum objeto em si
mesmo; e com respeito á experiência possível não se pergunta pelo que pode
scr dado in concreu» çm qualquer expcríõncia. mas pelo que se encontra na idéia.,
da tjual a síntese empirica dcv;i meramente aproximar sc. Lu^o* a questão tem
que poder scr resolvida unicamente desde a idéia. Com efeito. a idéia ê uma
simples criação da razão. a qual, porumio. não pode repelir a responsabilidade
c atribuí-la ao objeto desconhecido.
/ Níícj í tàu extraordinário como inicialmente parecc 0 falu tle qut? uma
ciência possa exigir e esperar someti te <íoluÇÕeü certea com respeito a todas as
questòcs pertencentes ao seu domínio (questiones domcsticac). cm hora de mo
mento ainda nãrt Itínham «do Encontradas. Alem da filosofia transzendental, há
uinda duaü ciências puras da ra/ào. possuindo uma delas conteúdo meramente
especulativo e outra conteúdo prático; tttatcrnáiica pura c mvruípura. Por acaso
ouviu<sc já alftuma ve/ yue devido por assim dizer a utnu ignorünci« nccch.sáriu
das condições,, Es/ se pa^ar por inseguro qual 0 coni precisão em números raeuv
nais oii irracionais a relaçHo do diâmetro com a círculo? Vimo que ial rcla^ttO
nüo pode ser dada congruentemente pelos números racionai*, c que pelos irracio
nais ainda não foi encontrada, emno se julga que pelo menos a impossibilidade
de t;il soluço possa *er conhecida com segurança, e Lambeu forneceu uma pro
vu « respeito. Nuis prlncípiu* universais dos coslumcK nadü pode scr inseguro*
porque as proposições ou sào lolaJ e absolutamente nulas e viu ias de sentido
ou tem que derivar simplesmente dos conceitos da nossa ra/ãu- No conhecimento
da rtalureza, ao contrário, há uma infinidade de &uposiçoc* com relação ás quais
jamats pode esperar-se uma certeza, porque os fenómenos da nuiure/.a san obje
ins dado* a nós indcpendefUeniinLC dos. nossoü concdim; por isso a chave para
a yuu solução nào fie encontra em nós e no nosso pensamento, mas fora dc nós,
e prtdüLmenic por isso em muitos casos nào ptxle ser encontrada. / nüo podendo,
por conseguinte, esperar sç um esclarecimento seguro ú »eu respeito. Naomc refiro
Nu voríliJu, não se potU <Jnr uma rwpusia d questão sobre quäl ä iiílu rw a de um ubjcio iranüCencicniBl.
iüto é, tf-uf misu eh' íf/u itiai >c pode bem dizer q jc a [irapria qwstèo nada è pdf> fftlú ik nài> lhe « r
objeuv illiíum Çç?m isso, todas as tjuc&tòes üit üuiitrins Irwícsnck-rilut iu uJmn mmhcm ckhWi peccbcr
ç crciivamcnlc recehcm uma itspoíts. Prtis Cônçeíiwsn AP sujeim inusecnjcntal üv- tudou m rcnnmen^
Intemos» o quul não i ele mesrnti lenurtiL-rí» c ponnmo nicj c ündo uirno objeto, e C4m respeito 'itü quil
neojtuma. das ooicE^rini (pav^ a-s qujúb pn>pciâiiivnic c po^tA n / quosiáo) cticunlra condições d í sua apJiç^'
Rstc c puií ü caso -tini t|uc vale » íxpressão comum de que a itt^ncia de resfmsta c lamhcm uma
içsp oüli, a sah íf, ite que é imaltníillé nula e vawa um » Ciucsian ^-itnr a n aiuic/n iljicjbitlf algo cjn< n i *
pode ser pensada rráJianie nenhum preíficado d^tírinmnHa fK»r «cr pnstfi ir^qJrai^ni« r._.r u Oa tsftra dos
objeio« t|ue nfij [Wlem ser H^ijus.
C R ÍT IC A DA R AZÃO PU RA 24?
Não podemos fugir du obrigação de uma solução pelo menos crítica para
as qucstòcs da ra/ão apresentadas lévanlando lamentos sobre os limites esLreitoíi
da nossa razão e confessando. com a aparência dc um humilíssimo conhecimento
de nós mesmos* que esteja acima da nossa razào estabelecer sc o mundo existe
desde a eternidade ali sc tem um inicio; se o espaço cósmico è repleto de entes,
ate o infinita ou sc está encerrado dentro de ccrtos limites; se no mundo algo
é simples ou se tudo tem que ser divididrt a té o ínfíníioí se l>á uma gcruçüo v
produçãu y pyrtfr dy liberdade ou se tudo está ligado ã cadeia da ordem naturah
lln:ilmente, se há algum eriLc totalmente incondicionado e necessário em sí ou.
se tudo é condicionado quanro ã sua exi^tcncia c, por conseguinte. externamente
dependente e contingente cm si. Com deito, todas essas questócs di/cm respeito
-íi um objeto que nào pnde ser dado em nenhum nutrn lugar a não s^r cm nosso
pensameniu, a saber, a totalidade absolutamente incondicionada da síntese dos
Fenómenos. Se ,1 partir dos nossos conceitos nao podemos dizer c cstabclcccr
rtaüa seguro / a respeito, nem pnr is^o no^ é permitida atribuir a culprt si cois;i
que st ixíullíi d nós, Com cíeilu, semelhiinu coisa (por nãó se eneorurar cm lugar
nenhum fora da nossa idéia) nno pode absolutamente scr dada. mai lemos que
procurar ü causa tkt inccrtcza na nassa própria idéia, a qual i um problema
que nno permite nenhuma solução é com rclúçâo à qual obstinadamente admiti
mos que lhe corresponda um objeto real. L)ma clara exposição da dialética que
encontra no nosso próprio conceito levar-nos ia depressa á plena certeza relati
vãmente ao quú devemos julgar sobre uma tal questão.
k vossa desculpa de incerteza com respeito a esses problemas pode->c con
trapor primeiramente n seguinte qucstào. â qual tendes que responder peto menos
claramente; Donde vos provêm an ideias cuja ütíluçào Vús enreda aqui em Utl
dificuldade? Trata se porventura de fenômenos dc cuja cxplicaçau eureceia c com
"«s|xm:o aos quais, cm conseqüência dessas idéias, precisais procurar somente
os princípios ou :i regra da sua exposição'? Admiti que; a ruitureza esLcja comple-
tuniciue descoberta diariii- dc vós e que ;i vossos sentidos c à ci>n&ciénciA nào
Ficuu oeuho nada de tudo o que Ibi aprcscnuidu à vusüu intuiçâu; cm tal caso.
todavia, nào podereus conhecer in concreto mediante; nenhuma experiência o obje-
rti das vossas ideias (pois alem dessa intuição completa requere r-sç-ào ainda uma
fttMcKe acabada / c a consciência diL sua totalidade absoluta, u que de modo
al^um é possível mediante qualquer conhecimento empírico)- Logo. a vossa ques
tão de okhJo algum pode ser necessária à explicação de qualquer fenômeno que.
se apresente e nem pois ser como que imposta pelo próprio objeto. Com erciux
<->objeto não vos pode jamais aparecer, porque ele não pode ser dado mediante
nenhuma experienein possível. Permaneceis sempre com todas- üs pcrcepçòe.s
possíveis prisioneiros sob cíuuiiçnes, quer no tempo ou no espaço, e nao alcan
vais nenhum inçondídonado para estabelecer se c;sse incondicionado deve ser
poslo num inicio ah.wluit> da síniese ou num;i totalidade absoluta da serie acm
KA N T
inícao algum. O todo. porém* na Mia significação empírica é sempre apenas com
parativo. O todo absoluto da magnitude (o universo), da divisão. da derivação,
da condição da existência cm geral, juntamente com todas as questões deve reali
zar se mediante unia síntese finila ou ume síntese progredindo até o infinito, não
Lem nada a ver com quaiquer experiência possível. Vós. pur exemplo, não pode
ríeis esclarecer minimamente, ou mesmo apenas dc outro modo OS fenómenos
de um corpo se admitísseis que e]e conste de partes simples ou sempre sem cxcc
■çãü de partes compostas. Com efeito, jamais pode aparecer-voà um fenômeno
simples e tampouco uma condição infinita. Os fenômenos requerem uma explica
s jí çâo somente na medida em que as coiidiçôcs deia / são dadaà na percepcão;
mas tudo o qut; alguma vez possa ser dado a essa* condições quando e tomado
conjuntamente nmn ioda absoluta não75 ê ck próprio uma percepção. Porcin,
é propriamente desse todo que $c requer uma cxplicaçào nos problemas Lranscen-
dentais da ratão,
P o rtan to , a solução des&js problem as ja m a is pode apreseruar^se na experiên
cia . A ssim não podeis dizer que rysultu incerto que c o isa deve ser atrib u íd a aqui
ao objeto. Po is o vosso objeto encontra se apenas no vosso cérebro e nÜo pode
s^r dado fora dctc. E m virtud e disso, deveis cu id ar aomente de ser coerentes con*
vo sco mesmos, evitand o a ím fib o b g ia que tran sfo rm a a vossa ideia num a preten
sa representação Ue um objeto dado em piricam ente e, portanto, eoenoscívcl iam
bém segundo lefe da experiência. L o g o , a so lu ção dog m ática, ac não é incerta,
é pelo menos im possível. A solu ção c ritic a , contudo, que pode ser iriLciramcntc
eeríii, nüo consideru absolutam ente a quentão segundo ti potito dc vista da o b jeti
vid ad e m as segundo o fundam ento do conhecim ento, sobre o quul a questão e.stá
baseada-
su / S E Ç Ã O Q U IN T A D A A N T IN O M IA DA RAZÃO PURA
R E P R E S E N T A Ç Ã O C É T IC A DAS Q U kSTÕ K S C O SM O LÔ G í C A S
A T R A V É S D E T O D A S AS Q U A T R O ID É IA S T R A N S C E N D E N T A IS
Na tradução dtsta paf^a^em, seüujtuiím Mdlin e a. sdiçan da Academia de BerSim. feutistiniin*? "«[ve'“
= uma, que não faz senlido ní» tCKIúu púr “ lieinc" = nenhuma. íN , dfrs T.)
do motivo para examinar criticamente a nossa questão t: ver se cia nào repousa
sobre uma pressuposição infundada. o li se não joga rnm uma idéia que trai me
lhor a sua falsidade na aplicação e mediante as suas consequências do que na
representação isolada- Esla c a grande utilidade / de que í possuidor o modo
cético no tratar as questòes que a razão pura pee à razão pura: mediante ele
c com pouco Cüfurço pydcmos desembaraçar-nos dc um grande deserto dogmáti
co ü substitui-lo por uma sóbria crítica, que. como um verdadeiro ctilartico. climi
nará felizmente a iíusão presunçosa juntamente com o que a acompanha, a poli-
maiia.
St, pots, com respeito a uma idéia cosmulúgica eu pudesse entrever anteci
padam ente que qualquer parte do incondieítmado da sintesc regressiva dos fenô
menos que ela abraçasse, ela. contudo, seria para todo conceito do entendimento
ou grande demais ou pequena demais, então eu compreenderia que ela — tende
a ver somente com um objeto da experiência, o qual deve ser adequado a um
possível conceito do entedimento — terá que ser totalmente va7Ía e $em significa
çâo, porque o objeto, seja dc que modo eu queira acomodá-lo à idéia, não se
adíipia à mesma. E este é reaEmcntc o caso de todos os conceitos cósmicos, os
ijuais por isso envolvem também a razão, enquanto se liga aos mesmos, em uma
inevitável antinomia.
Com efeito, admiti em primeiro higar que o mundo não tenha um início:
em Lal caso ele è grande demais para *; vosso conceito; pois este, que consisle
num regresso sucessivo, nào pode jamais alcançar a inteira eternidade decorrida.
Suponde que ele tenha um Início, então cie. por sua vez, é pequeno demais para
o conceito do voaso entendimento no necessário regresso / cmpífico. Poiü, já
que o início pressupõe «sempre ainda um tempo que antecede, cie não ê ainda
ifictmdidonado c n lei do uso empírico do cnccndimemo tmpOC‘Vüíi de perguittar
adiante por uma cortdiçào temporal mais alta; o mundo, portanto, ê manifesta
mcnLc pequeno demais para é$sa lei,
O mesmo ocorrc com respeito â dupla resposta à questão sobre a magnitude
do mundo segundo o espaço. Com efeito, se o mundo é infinita e ilimitado, então
c grande demais para todo o possível conceito empírieo. Sc eíe éfinito c limitado*
cmào perguntareis airtda com direito: que determina Osses limites? 0 espaço va
à o não 6 correlato das coisas subsistentes por si, nem pode $cr uma condição
nü qual possais ficar parados* muilo menos ainda pode scr uina eondiçâo ernpíri
cit que constituísse uma pane de uma experiência possível. (Com efeito, quem
pisJe ter uma experiência do absolutamente vazio?) lodavia» para a totalidade
absoluta da síntese empírica requerer se á sempre que o inoondicionado seja um
conceito de experiência, Logo. um mundú (imitado è pequeno demais para o vos-
%o conceito.
Hm segundo lugar, se todo fenômeno no espaço (matéria} consta de um mi-
nierv infmtio de partes, cmào o regresso da divisão é grande demais para o vosso
conceito; e, se a divisão do espaço deve cessar em algum membro qualquer dela
(na simples), então ele é p&jueno demais píirs a idéia do incondicinnado. Tal
membro, / com cfçito„ deixa ainda sempre aberto um regresso a maii partes conti
das nele.
252 KANT
Em terceira lugar, admiti que em tudo o que acnntecc no mundo nào haja
natlu que não seja uma conscqíicncia SrôStmdu leis da nuiureza; então a causallda
de da cíiusa sempre é por sua ve/, algo que acorttecc c que toma necessário o
vosso regresso em direção a uma cau^a ainda mais alta c. por conseguinte, o
prolongamento indefinida du série dc condiçòci a pane prinri. A simples nature
za efjdertte. portanto, c grande demais para todo o vosso conceito na ^intuse
dos eventos do mundo.
Se escolheis aqui c acolá eventos produzidos espontaneamente, por conse
guinte. urna geração a parLir da fiberdude. em tal caso o porquê vos persegue
■segundo unnu inevitável ki da natureza w cunsiringc vos 3 ultrapassar este ponto
secundo lima l-tsi causal da experiência. Encontrais então que semelhante total ida
de da conexão é pequena demais para o vosso nectfsbário conceito empírico.
E th quarto lugar, sc admitis um ente absolutamente mcvssárÍQ <qucr seja
ele o mundo OJ algo no mundo ou a causa do mundo}, ponde o enlào num tempo
inlmíuiiTtenic distante de itxlo instante dado. pois du contrário clc dependeria
de uma outra existência mais antiga. Hm tal ca*o. entretanto. esta existência c
inacessível uo vosso coneeilu empírico, t grande demais para que possais alcan
ça-ta mediante qualquer regresso continuado.
/ Se. todavia, ^ u n d ii d voswi opinino UkEo n que pertence ao mundo (quer
Mnifl condicionado ou como condição) é cmvingentc. eiitào toda evi&tcncio diida
a vós ê pequena demah para o vosso ucnccitò. Ela. efetivamente,, vos eonsLrinB«:
a procurar ainda sempre lima outra existência dn qual dependa.
Fm todos e^fiÈs casos dissemos que u tdêui do mundo é ou granUc ütimms
ou atnda pequena dcmnis para o regresso empírico, por cor* seguinte. para lodo
o conceito possível do entendimento, l*or que não nos expressamos inversamente
e dissemos que no primeiro cawi o ennc.eiui empírico è sempre pequeno demais,
no secundo, porém. i*ra,nde demais para :i ideia e que, por eonseguiruc, a Culpa
é arnhulda íu> regresso empírico, ao inves dc acuttir u iUéiu «nmmlóçtca dc por
excesso ou por falia desviar-se do seu Hm. ,1 saber, da experiência possível1 ? A
razão diito foi a segutnie: a eHpüriãnciü possiveí é a isnica cyje pode dar realidade
aoN nossos conceitos; sem ela todo conceito é wmente unia idéia prtvadu dc
verdade c dc relação com tim objeto. Por isso o conceito empírico possível c n
a única medida segundi» a qual a idéia tinha t|ue ser julciida: r*c é uma «úmpies
idc.él £ um ente de pensamento, ou se encontra o seu ahjoto mundo. Com
efeito, que uma coisa seja grande demais ou pequena demuis com respeito a alp.u-
ma ouira coisa, diz-se somenie do que e admitido em vista desu última» t íi
ela tem que scr endereçado. Aos passatempos da antiga / escola dialética penen
cia também esta questão: se uma esfera rtào pa^sa através de um buraco dever-
SC á di?er què a esfera ê demasiado grande, ou que o buraco é demasiado peque
rto'! Neste caso c indiferente como queiruis expressar-vos, pois não sabeis qual
de ambas as coisas ciciste em vkta da outra. Ao conLrário, não direis; o homem
c dcmasiaüií longo para o kcu traje, e sim: o traje è demasiado curto para o
homem.
Pu riam o * pelo m enos tom os conduzidos à fundada suspeita de que i s ideias
C R ÍT IC A DA RAZÃO PU RA 253
cos mo Lógicas e com elas a todas as asserções sofisticas postas em conflito entre
si talvez subjaza uni conceito vaiio e simplesmente imaginário do modo como
nos; c dado o objeto das ideias. E esta suspeita já pode guiar-nos ao rastro certo
para descobrir a ihisào que nos desencaminhou por ião longo tempo.
S EÇ Ã O S E X T A D A A N T IN O M IA DA R A Z Â O PU KLA
O ID E A L IS M O T R A N S C E N D E N T A L C O M O C H A V E P A R A A
SO LU Ç Ã O D A D IA L É T IC A C O SM O LÓ G lC A
f0 Tam bím 0 ctiajnei is veze> dc ktkalismn form al para disttnguj-lo do mmend. isto c, dc comum, que
iluvida d» Ciisaoicia das própíias COISAS. éilrnures uu ,1 ntga. Km «rrtis casiw, jw-eM JvcnnselliftveJ uClEíüút
preferentemente £5!a expftiSio áo que a acimji. a fim de evitar qualquer fa lu ír terf relação.
254 KANT
D E C IS Ã O C R ÍT IC A DO C O N F L IT O C O SM O LÓ G IC O
DA R A Z Ã O C O N S IG O M E S M A
uma síntese empírrea (no ü^paço e no temp-o), e somente nesta ele* são dados.
De modo ahsum segue-se disto que. se o condicionado é dado (no Fenómeno),
também a síntese. que perla?, a sua condição empírica, seja pressuposta e dada
juntamente com tal: pelo contrário. esta ocorre, -antes dc mais nada. no rcg.resM>
c nunca sem o mesmo. Num caso tal. no entanto, se pode dizer que um regresso
às condivoes. isto c, uma iíntoe empírica continuada. suja prescrito ou imposto
sob este aspecto. e que não possam faltar cufidiçócs u serem dadas mediante
este rçgresso-
Disto w torna claro que a premida major do sílo&ismo cosmoló^ico toma
o condicionado no significado transcendental de unia categoria pura. ao passo
que: a premissa rnenor t>loma nt> significado empírico dc um conceito da entendi
mirniu n|i:i(.'uJi> ti mirro* llríiiímu-niiii^ uouscqücnicmenle* detecta se aqui aquela
/ falácia dialética que se denomina sophisma ligurae dicliunis. Não sc trata. po
rém. de um engano elaborado artificialmente, híüs sim de uma ilusào eumpleui
mente: natural da rnzfio comurn. Corrt eleito. através desta ilusa«» nó*» pressupomos
(na premissa maior), caso algo seja dado cuidu condiciurmdo. as cnfldivOc* c
n Min série, como que não examintídus, já que isto não ò «utru coisa quii a exigên
cia lógica dc nccrlar premissas completai para uma conclusão dad.i: neste càso
nao ê possível encuntrar uma uidaiãvüo temporal nu conexão do amdicionsido
com :l condição, pois nmho<í síui prc^uposU^hi tm sil como sinuilfatteumcntr
dado», Alem disso, é ião natural (na premise menor) encarar fenómenos corno
coisas em si e. exatamente da mesma forma, Ctimo objetos dado* ao mero enten
di mento quanto ocorreu coin a premida maior. visto que abstraí de loda^ a*
condições da imuiçâo, exclusivamente sob as quais objetos podem scf dadus»
Tínhamos, no entanto, deixado passar despercebida aqui uma diferença diária
dc noia entre os amocilos. A sítutsc do condicionado corn a sua condido c
toda ;i série das últimas (na premis-sa maior) n;V) porutva consigo nada quanto
a uma limiraçâo pelo tempo, h&m cntno nenhum êonccifo dc sucesso. Fronte
a ísho, a síntese empírica u u serie de condições no fenómeno (que é Subsumida
à premissa menor) sào necessaririmcnte sucessivas e dadas urna após .1 ouLra
somente no tempo; por cunseguinte, neste cavi cu não poderia pressupor / a
toiaiiáafie absoluta da síntese e da série me-díante ta! representada 130 bem quan
to nu premissa maior, porque la todos os membros dn série são dados em *i
(sem condi<,5:0 temporal), sendo possíveis na mcruir, no cnumlo, unicamente por
intermédio de um rc^rc-sso sucessivo que só c dado através^ do falo de que renl
mente seja levado a cabo.
Após a demonstração de um tal erro, u do arpumeriLo comumenu: subjaeciiLe
(às afirmações cosmolópicas). am has as partes conflitantes podem com direito
;»er rejeitadas enquanto fundam a Mia e.xi^êiteia üobre um motivo nào fundante.
Através disto, porém. á sua discórdia nào eaiit Lerminada 1 1 0 sentido de que k>u
vessem sido corivtínddasque nmbns, ou until das duas, não tivessem raiãn quan
to àquilo que ela afirma fna cnneJusão) caso não soubesse, ern seguida, uigi-lo
üübrt; um fundamenEo com Ton;a ilemonsiraava.. Nã<* íihstance. nada parece rnaiü
claro que tias duas alternativas — da\ quais urtíà afirma que u mundo possui
258 K A NT
* * »
Zenãv de Etéia, um dialético sutil. já foi muito çrúicado por Plaiào como
urn solista maíévolo devido ao fato de que, para mostrar u sua arte. procurava
dcmuimrur qualquer proposição por incio de argumentos aparentes para, fogo
ii seguir, derrubá-la por intermédio de outrtjs igualmente Tories. Z-enâo Alirmavã
que Deus (prova Véf mente nada mais que o mundo píira ete) nâo é nem finito
nem infinito, nem cm movimento nem em repouso, nem semelhante nem desseme
Ihanie i\ qualquer outra cuhix, Aqueles que o juigavam quanto á iülo. parecia
que cie pretendera negar cuOTlpktamenie duas proposiçòes mutuamente eoruradi
tôt ias. o que é abw do. Só qui; eu nào crek? que isto possu ser lhe imputado
cuin justiça. L ogo a stij^uir iluminarei mais de perto a primtira destas propust
çõca, No que tange úá restantes, sc sob a palavra Deus ulú compreincáeu o univer
so. entâo eertamente dû teria que dixor que este nem está persistentemente preicn-
w em üeu lugar (em repouso) nem modifica o mesmo (se move), pois todos os
lugares estâo unicamente no universo e este mesmo. portanto. não está &W ne
nhum (ü&ar. Se 0 universo compreendi em si tudo o que cxvülc, cmüo lambem
lïéÿta medida ele i»3o è nem ácmclhanrc nem dissemelhante jí qualquer nutra coi
sa, jã que fora dele nào existe twnhuma outra coiw / com a qual pudesse ser
comparado. Quando dois juízos mutuamente contrapostos pressupõem uma con
dição inadmissível, cntàu ambos ficam suprimido;», não ob&tantc o seu conflito
(qtte não é, cornuda uma contradição própria), pois fica suprimido a condição
cxduswaniotuc sob a quitl deveria valer cada uma destas proposições.
Sc alguém diüsesse que todo o corpo ou chciru bem ou não cheira bem,
então ocorre uma terceira alternativa, ou seja que de de modo algum cheira
(emite odores), e deste modo amba^ as proposições conflitantes podem ser falsas.
Dizendo que cie ou è ïtromàiieo ou não é aromático (vcl suaveolcns vcl non
suaveolens), então ambos os juízos se Contrapõem um ao outro por contradição
e somente o pnmeiro é falso» pois o scuoponlo contraditório, ou sçja. que alguns
corpos não sãu aromáticos, lambem compreende cm si o.k corpos que não chei
ram íie mofio aigvnt. Na oposição anterior (per disparata). a condição contingente
do conceito de Cúrpo (o cheirt») ainda permaneceu junto ao jui?c conflitante e
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A
nào Foi, poisTü-uprida por csic’, por isio este último não era o oposto contraditório
do primeiro*
Dtzendo. coiiturme IüL que segundo o espaço o mundo ou c infimío ou
não é irtfirtiio (non e.st infmitus}. então, se a primeira proposição é falsa, a sua
oporia contraditória. a de que o mundo não 0 infinito. tem que ser verdadeira.
Com isto eu somenlc suprimiria um mundo infinito sem por um outro, ou seja,
o finito. / Se se dissesse, porém, que o mundo é ou infinito ou imito (não-ín finito), 532
eníâo ambas poderiam ser fiilsa». Com efeito, então üu encaro o niurtdo enquínitu
determinado, em mcírtin, segundo a sua magnitude, na medida cm que na opo
sição não só suprimo a infinitude e com ela, talvez, ioda a sua existência diütirtta,
mas também acrescento uma deiermiinaçàu áo mundo enquanto uma coisa reíil
em .si mesma: isto pode igual mente ser ta Iso caso o mundo de modo a/gum seja
dado como uma coiau em j/, portanto também nâo segundo a sua magnitude,
quer como infinito quer ainda como finito. Que me seja permitido dünomirtar
as contraposiçoci deste Lipo de wpusiçãv dialciica, ao passo que as de contradi
ção se chamam de oposição analítica. Logo, dois juízos contrapostos dialética-
meme um ac outro podem ser ambos falsos devido ao lato de que um não só
contradiz. o outro. míts imnbem di/ al^o mais do que u exigido para a contradi
ção.
Me se cnearü esias duas proposições, n de que o mundo t infinito segundo
□ ftiagniliKk* C a. de que o rmmdo ü firiiln seguido ji »ua inu^nilu^c, uurrto muLua
tnetite contrapostas por eoniradição, cniãn se admite que o mundo (a série total
dos fenômenos) seja uma eoísa CíH si mesma. Pois ele permaneci, mtsfflo que
eu queira suprimir 0 regresso inímitú ou finito n.i ^crie de seus Fenómenos. Se
rejeito, entretanto, este pressuposto ou esia aparência transcendental, negando
nue se íríiií de uma coisa cm si mesma, critnu o conflito contraditório enire am
bat; as afirmações. su transforma / num meramente di:dético, e já que o mundo sjj
de modo algum cxiü*e em si (independentemente da série re^rosivu dc minhas
representações), não existe ele nem como um todo infinito um xi nem eumo um
iodo/ffl(7í» an si. IX* modo ulgum c t:le uiiconirâvd ctnrisi algo em st mesmo,
mas sim tíio-cimente no regresso empírico da «irie de fcnõmeiuw,. Devido ü ihu,
se esta série é sempre condicionada, emito cia jamais é totalmente dada e <3 mun
do não é, pois, um todo inccMidieionado« logo também nào existe como ia], quer
tom magnitude infinita quer fiinm.
Q que aqui s í disse a respeito da primeira idéia cosmo Lógica, qual seja a
dn totalidade absoluta da magnitude no fenômeno, também vale para todas as
demais. A sêiie de condições sõ pode ser encontrada na própria síntese regresst-
va, mas nao no fenômeno em si e Como uma coisa prúpriu dada ames de todo
t>regresso, iJ:>r isso também terei que dizer: a quantidade de parto* num fenóme
no dLtdo nuo é em si nem finita nem infiniLa* já que o fenômeno não é nada
lixistenle em si mesmo e q»c as, partts são primeiramente dadas ati'uvcs do c
no regress« da si'fltese decomponenie, regresso este que jamais é dado a um modo
absolutamente total, q u e r como finito quer cumo infinito* O mesmo vale para
a série das causas superpostanienLe ordenadas oe qué procede da existência con-
dieiouada até a ineondiciijitujjiicciie necessária: / esta série jamais pode ser encâ- íjj
260 KAN T
rada, ím si eem sua totalidade. nem como finita num como infinita, pui;* enquan
to série íic representações subordinadas cia consiste unicamente no regresso dinâ
mico. nãu podendo, porem, dç mixio al&unri existir em si mesma antes desle re
gresso. C enquanto série dc coisas subsistentes por si.
Km decorrência disio. a antinomia da r&zào pura cm sua* idéias aismológi-
cas se desvancsce pelo fato de que st mostra ser da meramente dialética e um
conflito devido a uma ilusão, conflito que se origina da aplicação da ideia dc
total idade absoluta, que st> vale como urna çondíçào das coisas em si mesmas,
a fenômenosque so existem na representação c. íio casu du perfazerem uma série«
no regresso sucessivo, mas de nenhum ouiro modo. inversamente, porem, desta
antinomia tambem se pode tirar um proveito verdadeiro, daro que rião dogmáti
co. mas critico c doilLrirtâl: qual seja. demonstrar indiretamente através disto
a idcdidacJe transcendental dos fenômenos caso alp-ucm não estivesse sãiísrdtn
com íi demonstração direta na estéiica transcendental. A demonstração consisti
ria no seguinte dilema. Se o mundo c um lodo existente em si. enião e!e é o
finito ou inílníio. Ora. tanto o primeiro como o .segundo sào falsos (conforme
as demonstrações. acima arroladas, da aruiiesc. de um lado, c da tese. do outro).
I^ofco / também é faíso que o mundo (o conjunto de todos os íenõmenosl seja
um todo existente em si. Disio decorre, entacj. que os fcnóirttfiüs em gcrul nào
sào nada. afofa a* nossas representações, o que ha pouco pretendíamos cxprc.ssnr
com a idealidade transcendental dos mesmos.
F.sta observação é importante. Vê st daí que as prova* anteriores da antino
mia quádrupla não eram ilusões, mas sim fuadamemudas. caso se pressupusesse
t|ue os fenómenos ou um mundo dos sentidos, que os incorpora totalmente, fos
sem coisas em si mesmas. O conflito das proposições disto inferidas rçvela, no
entanto, que no pre.ssuposto há uma falsidade, e mediante tal fato fim, condu?
â descoberta da verdadeira rvmurv/.A das eotsas como ohjetos dos semido;;. A
Dialóiicu Trunscendcmai de forma alguma favorece o ceticismo, mas sim o méio
do cético, o qual pode aponm ta eomo um exemplo Je sua grande utilidade, caso
sc permita que os* arguiu cmib da ra/no se ponham Irente a frente em sua máxtrna
liberdade: estes argumentos, mesmo nào se revelando, por ftm, como aquilo que
sc procurava, sempre rornceerâo aJjío úlil e que servirá para a eorreçào de nossos
juizos.
/S K Ç Ã O O IT A V A D A A N T IN O M IA l)A R A Z Â O P U R A
J ã que m ediiinte o p rincípio cotfno lú gtco dü. «nulidade iiüiw c dado, num
mundo do& sentidos, enquanto urna coisa em íi mesma, nenhum máximo da série
de condiçuc*, mas sim que este pode mcramenit ser imptmo no regresso desla
mesma série, rt regrido p rin cíp io da mzào pura preserva, não obstam*;* cm seu
significado desta forma eorriaidtx a sua validez; claro que a mamem não como
Ç R ÍT íC A D A R A Z Â O P U R A 361
um axioma segundo o qual pensa a toLal idade no ohjcto enquanto real, mas
sim como um problema para o entendimento-, logo para o sujeito, a Hm de reali
ía t L- -continuar* Jt; acordo com a compkiude na ideia, o regresso na série das
condições para um condicionado dado. Com efeito, na sensibilidade, isto c. no
espaçu c nt> tempo* toda a condição que podemos atingir na exposição de dados
fenômenos por &ua vez. condicionada: isto ocorre porque estes fenômenos nao
são objetos em st mesmos nos quais, em todos os casos., se pudesse encontrar
o absoliuamcnte in con dicion al mas sim meramente representações empíricas
que sempre tem que enconlrar na ímuição aquela condição que OS determina
segundo o espaço ou o tempo. Logo o princípio da razão é. propriamente, só
uma regra que prescreve, na série de condiçòes dos fenômenos I dados, um re j?7
gresso íio qual jamais é permitido sc deter num absolutamente In^ondídonado,
Ele nàoê, pois. um principium da possibilidade da experiência e do conhecimento
empírico dos objetos dos sentidos, portanto, nenhum princípio do entendimento,
pois toda a e^pcriòncia eslá confinada a seus próprios limite»; (conforme a intui
ção dada); também nao se traia dc um princfpiw constitutivo da razão que nos
permite ampliar o conceito dé mundo dos sentidos para além de toda a expenen
cia possível, mas sim dc um principio du continuação e ampliação rmtior possí
veis da expenència c segundo o qual nenhum limite cmpírico düvü valer como
o absukuto. É. pota um principio da razão que, etitfuawo r*gra> postula o que
devemos fazer no regresso* mcts que não antecipa o que tw objeto ç dado em
si, antes de todo o regresso. Devido a islo o intitulo um principio regvtativo
da razàu, já que, ao contrário, o princípio da totalidade uhsoliita da serie dc
condições enquanto dado cm si mesmo no objeto (nos fenómenos), seria um
princípio eosmológíco con&ucuiivo. Pretendi indicar a nulidadff deste último mji
lamcmc mediante esta distinção; também tencionei evitar que se atribua realidade
Objetiva ,1 mnjt idéiít que serve uniciímente como regra, atribuição que de outro
modo acontece snevitavelmenie (airavês de uma sub-repçáo transcendental)
A fim de determinar propriamente o sentido desta regra dn razao pura icmos
que observar primeiramente que / ela não pode nos direr o que o ubjeto ê, mas sik
sim com ti sv dt'\'c rxccuictr ,* regressa emp/rica paru atingir o conceito complcu?
do objeto. Pois* caso ocorresse a primeira alternativa, esta re^ra seria um princi
pium constitutivo, coisa que jamais c passívqS z pari ir da rs&úo pura. De modo
algum, pois. pode se ter o propósito de com isto di/.cr que a sério das condições
para um condicionado dado seja em si ou finita ou infinita; com efeito, mediante
tal aascrçào uma simples ideia tia toiiUidade absulma. a qual é unicamente produ
zida nesta mesma idéia, pensaria um objtro que não pode scr dndo cm nenhuma
experiência, na medida em emàn seria conferida uma reaiidade objetiva, inde
pendente da siniese empírica, a uma serie de fenômenos, Somente à síntese regrçs
siva na serie de condições, pois. s idéia da razão prescreverá uma regra; segundo
esta última, a síntese procederá do condicionado» mediaiue iodas «s condições
Subordinadas uma à outra, ao incondicionado. mesmo que este jamais « ja ulcnn
çadn. Pais o ahsütuutmente incondieionado dc rrtodn aigurn è encontrado na ex
periència.
Com vistas a tal objetivo, deve se determinar com exatidão, em primeiro
2Ö2 KANT
lugar, a síntese dc unia ^érit na medida em que esta nunca é complyta. Com
este propósito empregam-sc comumente duas expressões que devem distinguir
algo quanto a tsra questão. sem que se saiba bem indicar a razào desta distinção.
Os matcmâtieus IVlam simplesmente de um piogressus in inllniftrm. Üs investiga
is dores de conceitos / (filósofo^} preLendem. ao invés disto, manter unicamente
a validez da expressão prugressus ín índefinitum. Sem me deter nem no exame
dos escrúpulos que recomendaram uma laJ diitinção nem tio emprego útiJ ou
infrutífero da mesma, procurarei determinar acuradamente estus conceitos em
rclaçào ao meu propósito.
Pode-se Com direito afirmar de uma linha reta que d a pude ser prolongada
ao infinito: ncirte tusti. a distinção de um infinito e de um progresso indetermina
velmtnle longo {progressos in ind^finitum) constituiria uma su li leia vazia. Com
efeito, quando se diz. a alguém paru tragar uma líciha, seria certamente mais cor
reto completar tal ordem com uin in definieuni do que com um in mfinitum,
visto que o primeiro nada mais, siynifica do que proJongú la tunto quanto sequei
ra, ao pasw-j que o segundo indica que jamais se deve parar dc proloiijjá-Ju (justa-
mçntc o que aqui não c Ecncionudo); pois. quando ác laia unicamente do poder,
a primeira expressão é EOiaJmeniG correta, jà que a linha é sempre faeuvel de
ser prolongada ao infinito. Li a mesma euisa lambém ocorre em todos os casos
em que se traiu somente dt-i progressus. íseo e. cLo íiv:»içuí da condirão ao condi
eiunadu; na série de fenômenos. este progresso possível murdia ac infintto. A
partir de um par dc: genitores c possível progredir ssm fim rta linha descendente
3<hí de geração, bem como íambém conceber que esta linlia realmcrue J progride as
no mundo, Com efciiu. nc&te caso & ra;do nunca requer um:i totalidade abso
luta da série porque eUi nuo pressupõe uma tal totalidade como condição e como
dada (datum), roas sim unicamente como algo condicionado que só é dávcl (dabi
le) e Cjue é ndicíortudo sem fim.
Acontece algo totalmente diverso com a .segui tue tareia; alé que ponto se
esLcndc o regresso que ciscercdc. numa série, do condicionado dado às suai condi
çôest SC posso di/cr que se irata de um regresso ao itifiniw ou st'i de um regresso
qut &e estende de modu itidimrnniiiuvehmvvç fango (in indcfimtuin)* ff logo
se. a partir dos seres humanos que w a vivem* poxío ascender ao infinito na serie
dos seus ancestrais; Ou se pode unicamente scr dito quô, por mais que tenhamos
regredido, jamais *e encontra um fundamento empírico pára considerar a série
[imitada de alj.'rum modo. dc forma que se justifique c ao mesmo tempo se esteja
obrigado a procurar, além disto, os progenitores de cada ancestral, apesar de
que certamente nem se justifique nem se esteja obrigado a pressupõ-los.
Km decorrência disto, afirmo que. se o todo foi dado na intuição empíríca,
cnlão o regrusso na 'série da* slleis condi^oes Lnuírnas se estende ao infinilu; se,
no entanto, só foi dado um membro du série a partir do qual o regresso deve
primeiramente progredir para a totalidade ahsoluta. então só ocorre um regresso
ui de unia cxtenüão indeterminadu / (in indefínUum). Desta maneira. íem que ue
dizer que a divísào de uma matéria (de um corpo) dada em seus limites próprios
se estende ao infinito, Com efeito., esta matéria é dada como um todo: eonseqüen
C R ÍT íC A DA R A Z Ã O P U R A 263
temenie, é dada n:i intuiçào empírica com todas as suas partes po&sívds. Ora„
já que a condição deste lodo é a sua parte e a condição des(n pnrte a par£e
da parte ctc.. c já que neste regresso da decomposição jam ah ê encontrado um
membro (indivisível) inoondíeionado desta série dc condições, entâo não sô é
irripo55ÍvcÍ descobrir um fundamento empírico pura cessar a divisão, mas tam
bém os membros restantes da divisão a continuar sào d cs mesmos empiricamente
dados antes desta continuação da divisão, ou seja. a divisão se e&tende ao indrtitn.
Frente a isto. a serie dc ancestrais dc um homem dado nâo c dada. cm sua totali
dade absoluta, em nenhuma, experiência possível; o regresso, no entanto, vai de
cada membro desta geração a tim mais elevado, de forma que não pode scr en
contrado um limítc empírico que apresente um membro como absolutamente in
condicionado. Mas já que também os membros que poderiam fornecer a condi
ção psara tanto não estão eomfcdOs, já anLts dg rc^rcsbus, na iiUuiçào empírica
do todo. este regressus não se estende ao infinito (na divisão do dado), mas ?>irn
a uma extensão indetermináveis procurando membros adicionai* aos dados* os
quais, por sua vez. sempre $ão só condicionadamcntc dados.
/ Em nenhum dos dois casos. tanto no regressus in infinitum quanto no
in indefiniium. a série dc condiçòcs c vista cumo duda infinitamente no ubjelo.
Não se trata dc coisas que são em si mesmas, mas *im unicamente dc fenômenos
que, enquanto condições um do outro, só são dados no próprio regresso. A per
gunta nào se refere mais, pois, x quão grande esta serie de condições ú em si
mesma, se finita ou infinita, pois ela nada é cm si mesma, mas sim a como deve
mos levar a cabo o regresso empírico e até onde devemos prosseguir çom o mes
mo. K aqui existe uma diferença considerável no que toca à regfa deste progresso.
Sc o todo Tor dado empiricamente, então c possívei regredir ao injhiíio na série
dfis suas condições internas: em conirupartidíu kc aqueta nut.» foi dado. devendo.
poi&. ser primeiramente dado «través de um regresso empírico, então só posso
dixer que e possível ao infinito progredir y eondiç&cs aind*i mais dcvada$ do
sérlti. No primeiro uaso. pude a llrn w que «m p ri exibem mais membros, c empi
ricamente dados, do que atinjo mediante o represso (dn decompo.MçiuO; no secun
do, entretanto, que no regresso posso ainda seguir sempre mais. Eonge. já que
nenhum membro é cmpiricamcnte dado como Jib*ulu Lamente incondtcíonãdo, o
que admite. pms. um membro ainda mais elevado como pos&ivel e. portanto*
a perquirição pelo mesmo como necessária. No primeiro caso era necessário en
contrar mais membros da serie, mas aqui c sempre necessário pergunfar pelos,
mesmos, já que nenhuma / experiência é absolutamente limitada. Com efeito,
ou nao tendes umu percepção a limitar absolutamente o voãso regresso empírico,
e então nao deveis considerar o vosso regresso como completo, ou cntào tendes
uma Lal percepção a limitar a vossa série, e neste caso esta percepção não pode
ser uma parte da série que perconesles tpurque aquilo que iiniiia tem que ser
diverso daquilo qup. ê \tmitado mcdmnte trl), e em vosso regresso tereis» pais.
que prosseguir lambem a esta condição, c assim por diante.
Por intermédio de sua aplicaçào, estas observaçòcs serão post&s em sua
luz adequada na seção seguinte.
KANT
mente. A razão disto é que uma ui1 experiência Leria que conter uma limiLàção
üoü fenómenos pelo nada ou pelo vazio, e que o regresso continuado poderia
iopar com esta limitação por intermédio dc uma percepção. o que é impossível,
Ora. esta proposição, Cujo conteúdo consiste no mesmo que dizer que no
rc-^rcsso empírico .sempre atinjo unicamente uma condição / que deve ela mesma 54*
ser encarada, por sua v c e . como empiricamente condicionada, contém a regra
in ter minis de que. por mais que eu Lenha com isto avançado na série ascendente,
sempre terei que indagai* por um membro muís çícvado da sério, quer este sc
mi; tome conhcddo através da experiência quer não.
Ora, pura a solução &à primeira mreía cosmológica nada mais c necessário
Ho que ainda descobrir se. no regresso à magnitude meondicionudu do tudo ct>&
molôjdco (segundo o tempo e o espaço), tísta ascensão nunca limitada pode ser
ch;imada de um regresso ao i/ifirtitv ou só dc uni regresso in dei ermtnarejnat! í r
continuado (in inddlniutm).
A mera rcproaitaçào pera] da série de iodos os estados passados do mundo,
tanto quanto íi dfts coisas que coexistem no espaço cósmico, propriamente nada
mais é ílo i£Ut um regresso empirien possível que pertso para mim. emhora de
um modej ü.Írida indeterminado. t; exdutvivamemc através do qual poik surdir
o conceito de uma tal scric dc coruliçcWs para a percepção dada.'' Ora. sempre
lenho o iodo / cósmico wjmcnie nn eonwiLo. mas de rriíDclo alpum (cnmo um <
.jt
todo) na intuição, l.ngu nào possas inferir .1 magnitude do regresso a partir da
magnitude do lodo eóismico c determinar aquela cie acordo com esta úllima: pilo
contrário, primeiro tenho que me formar urci conceito da magnitude do mundo
mediante a magnitude do regresso empírico* Desie útrimo. no entanLo. o másimo
que posso saber é que de uido membro dado da série de condições sempre tenho
que progredir empiricamente para um membro ainda mais elevado (mais dístan
tey. Através disto, pois* a magnitude do todo dos fenômenos dc modo algum
esut absolutamente determinada; portanto também nao nc pode di/cr que este
regrenso segue ao iníínito. Hsic úl limo procedimeruu anteciparia os membros que
o rcgre&so ainda nâo atingiu e os representaria tão numerosos qut* seria impossi
vd ci qualquer slníese atingidos: conscqücnicmcnti:, determinar se fa (ainda quv
só negativamente) a magnitude do mundo antes do regresso» o que à impossível.
Pois de intxlo algum o mundo mc é ctado Segundo a ,sua totalidade) por meio
de uma intuição, porlantn. wmbém 9 Fwa magnitude não o é antes do regresso.
Em decorrência disto, nada podemos diz.er da magnitude em si do mundo, tam
não que nele ocorra um regressus in inflrmum; ao contrário, m temos que
procurar 0 conccuo de sua magnitude segundo a regra que nele determina o re
empírico. E?ica regra nada mab dii, no ciuanLo, que. por mais que tema
mos progredido na çcrie das condições empíricas, em parte alguma devemos ad
' ' fco* •■««« còMmua uimK-m rtâo peide pcmAnm &cj iiciii muiur nem menorque nrcf.rcsso ompiriui possivçl
urií,;imeii[t 5ühí5 d q u jl rcjw uw lj hcw cuiilu-ísu, F. jã q iif esíc pxKje rtar nm infimU’ fJcicnTunadn iim pou^i
k|u^nio lijmd«fflTnLiadafifn:n[c finuu lalft^uciuncmc: linwuJrtl, se^ue^e <tKini com elar«a quí nau pcidemcv,
admilrr a míi(jnitudt dü rrmnrln nfm íw n n fíniirv m-rn n m n infinlu. vivui Lfvç i->rtfj^rini imLiiínn«« o <|unl
aquela i rqnrc?>cntadn) nãLs oermiic ntcnhtimü dus. Mja.t; nlicrn.nivnc
266 KANT
rnitir um limite absoluto, / mas sim que devemos subordinar tudo o Fenômeno,
enquanto condicionado, â um outro, enquamo a sua condição, c que Jogo temos
que progredir, além di&to* cm direção a esta última; este ê o regressus in indcfim-
turru o qual p-otíe ser distinguido com suficiente clareza do regresso in infinitum
devido ao fato dc não determinar qualquer magnitude ao objeto.
Em consçqüênçiíi disto* não posso dticr que o mundo é infinito segundo
o tempo passado ou segundo o espaço. Com efeito, um tal conceito dc magnitude,
enquanto ode uma infmitude dada. é empiricamente, portanto, lamhçm com res
peito ao mundo enquanto um objeto tios sentidos, absolutamenie impossível.
Também rtu-u direi que o regresso desde uma percepção dadít até tudo aquiio
C|u,e Ifmita esta última numa série, tanto no espaço como no íempo prciêriEo.
segue ao inf[ti!íf>, pois isto pressuporia a magnitude infinita do mando« também
não afirmarei que ele cfim io, pois u limite absoluto é. du mesma forma, empirica
mente impossível. Consequentemente, nada poderei dizer do objeto da experiên
cia cm sua Lotai idade (o mundo dos sentidos); ao contrário. m poderei afirmar
algo da regra segundo a qud a experiência, cm adequação ao seu objeto» deve
ser levada a cabo c continuada.
Assim, a primeira resposta à pergunta cosrnulógica que sc refere a magnitu
de dn mundo é negativa: 0 mundo não posSut nem um primeiro início segundo
o tvmpo nem um timiie extremo segundo o espaço
Com efeito, no caw oposico mundo seria limitado» de um lado, pelo tempo
a-i* vaijo c. dc ouinj, / pelo espaço vazio. Ora. já que, enquanto fenômeno, o murido
nào pode possuir cm si mesmo nenhum destes limites, pote um fenômeno não
é uma Coisa Cm si mesma, entao deveria ser possível uma pcrccpçü»! da limitação
por pnrie de um temp» ou de um espaço absolutamente vazios., percepção me
diante a qual estes limites do mundo seriam dados numa experiência pnssivíL
Mas uma tal experiência, enquanto completamente destituída de conteúdo, é im
possível Logo um limite absoluto do mundo c empiricamente et pnrianto. ianv
bêm absolutamente impossível/8
Com efeito, disto &cgue-se simultaneamente a resposta afirmativa? n regres
so na sêrkr dou fenômenos cósmicos, enquanto uma determinação da majíntuidc
do mundo, se estende in indefinitum. Isio equivale a dizer que o mundo dos senti
dos nuo possui uma magnitude absuluta. mas sim que o regresso empírico íexclu-
úvamente mediante o qual ela pode wr dada do lado de suas eundiçòes) cem
a sua regra, qual seja, a de sempre progredir de cadn um dos membros da série,
enquanto condicionado, para um ainda mais remoto {seja através da própria ex-
550 períência* ou do fio condutor da história, ihi / da cadela dt>s efeitos c dc suas
cau$a<0 e dc em paric atguma se furtar à ampliaçãodoemprepo empírico possível
*“ Observa r-sè-ú t|ue aqui a prova foi jtprcsenlutin efe um «itxlo compUiameme diverso da.prova Jcí£iti ática
amuada nu artíto« da pnmeira anuiKiuwa. L i pçrmkimus j|üí ü ntundo fo i ttiUHk» valesse, Mfcuntlci
o modb comum t dugLmniictf de ríftftMrnUujÈij, ciinwt unia írnsn dacU «m it mesma. anici tic ioritl o rí^rcíSD
< Síg undei a sua un&twtadt, também llie negámos, tle um fflüíkl geral. Aualqwr loea1Í7açã£i drtef mimada
jq«í espaço tf Iiu tempo. Cüfio nao inifinunenre âmbo*. Em vrrcwde disto, MHnbdm u conclusão foi
diverwt queâqui. a sabor, inferiu sc a •nr.ntdjile real do manto sensível.
C R ÍT IC A DA RAZÃO PURA 267
de modo algum ê permitido dizer que ele consisie Ue infinitas parles. Com efeito»
embora, todas às panes esrejam contidas na intuição do todo, ainda assim não
esth. nela contida toda a divisão» a qual consiste unicamente na decomposição
progressiva ou no próprio regresso que primeiramente torna real a série. Ora.
por ser infinito este regresso, iodos os membros (partes) que este atinge estão
contidos com» agregados no todo dado; tal não ocorre* no entanto, com ioda
a série da divisão, a qual £ sucessivamente infinita e jamais iodo, nâo podendo,
conseqüentemente, fazer as vezes nem de uma quantidade infinita nem de uma
reunião da mesma num lodo.
Dc início, esta advertência gerai pode muito facilmente ser aplicada ao espa
ço. Todo o espaço intuído em seu* limites ç um todo tal ijue. em toda a decompo
sição. as suas partes sempre sào. por sua ver. espaços; cm dccurrcncia disiot
rodo o espaço limitado c divisível áo in finto.
/ Disto também se segur. de um modo totalmente natural, a segunda ètplica-
çào; a sobre um fenômeno externo (corpoi encerrado em súus limtiçs. A divisibili
dade daquele funda-se sobre a divisibilidade do expa^u. oquál constitui a fiossihi
lidade dn corpo enquanto um iodo extenso. Este é, pois. divisível ao infinito»
sem ainda consistir, devidu a isto, em infinitamente muitas partes.
Certamente parece que. já que um corpo tem que &er representado como
uma Mib&lãncia no espaço, este mesmo corpü. no que xc refere à lei du dívisibili
dade do espaço, diferira do iticsmo. Com efeito, em todos os casos pode-se imirtn
bem udmílir que A decomposição jamais possa, remover ioda a composição, na
medida em que então até iodo o espaço, que úc oulro modft nada tem de Mibsís-
teme. eeswria dc ser (o quç £■impossível). Por outro lado, que nada devesse restar
ca*o toda a composição da matéria fosse suprimida cm pensamento, pare« nat>
scr compatível com o conceito dc uma subiumeia que deveria propriamente ser
o sujeito dc íüda a composição e teria ^ue permanecer cm seus elementos mesmo
que fosse suprímidu o concxiio dos mesmos no espaço, conexüo medianic nqual
perfazem um corpo. £ claro que com aquilo que se chama dc substância no
fcnóm&w nào ocorre o mesmo que bem se pensaria, mediante conceito puros
do entendimento. de uma coisa em si incarna. Aquela primeira não ê um sujeito
absoluto, mas sim uma imagem permanente da / sensibüidiide c nada mais que
uma intuição na qual. ejn ioda parte, nada dc ineondicionado c encontrado.
Ora. mesmo que csch regra do progresso ao infinito na subdivisão cj um
fenômeno, enquanto um mero prtíenchimenif> do espaço, ocorra sem sombra de
dúvidas, não pt>da ela vater casu também pretendamos estendera à quantidade
de partes jã distinguidas de certo modo no lodt» dadu a ponto dc perfazerem
um quantum discrctum. A àuposição de tfue em qualquer todo articulado (or£aní
/adoj cada pane éTpor sua vez, articuJada. e que, desLc modo, mediante & decorri*
posição das partem ao infinito, são encontrado* sempre novos arranjos(KunstdiJc)
numa palavra, a suposição de que o todo ç articulado ao infindo de modo algum
e pensávei. mesmo que fosfce possível articular as partes da matéria em sua de
composição ao infinito, Com efeitü, a mfínitude da díui&ão de um fenômeno dado
no espado se funda exclusivamente 110 fato dc que. mediante esui infinitude, só
C RIT IC A DA R A Z Ã O P U R A 269
meramente segundo a sua magniuide: e então ü dificuldade que não poderia ser
suprimida por qualquer acnrdcv mas Çrim exclusivamente puEü seccionamento Cã-
bal do aó, consisua em que a razão tornava, a série ou muito longa ou muito
carta para u untcmíimcnti>. de Íyrmí» que este nunca podia igualar-se à ideia ade
quada.
Entretanto. nãü reparamos aqui numa diferença essencial reinanle entre
aqueles objetos, isiu é, conceitos do entendi tnenco. que a razão aspira elevar a
idéias; a saber que- segundo a nossa tabela supra da* categorias, duas das mes
mas significam uma síntese matemática dos fenômenos, ao passo que as duas
restantes significam uma síntese dinâmica d«>.% fenômenos- Até aqui isto tíimbém
podia muito bem ocorrer, enquanto que, <Ja mesma forma que na representação
universal de todas as ideia«; tmn^cvndçniaís sempre permanecemos tãosomenEe
adstritos a eondiçòes no feirornena, rambem na^ ditas ideias matemático-trans
cendentais nào tínhamos qualquer outro objeto do que 0 no fenómeno. Agora,
no entanto, que passamos a considerar os conceitos dinâmicos do entendimento,
na medida cm que devem ajustar-se à idéia da razão* aquela distinção torna-se
importante e nos descortina uma perspectiva totalmente nova com referência ao
litígio em que a razão esta emaranhada Eüie último foi anteriormente rejeitado
por estar assentado sobre pressupOslas que eram fateOS tfe amhos os lad^s; mas
elesde que na antinomia dinâmica / talvez ocorra um pressuposto que possa sub
sistir compativelmente com a pretensão ria razão. c desde que juiz complementa
a escasse?. de razão dos argumentos que anibas as panes aduziram Falsamente
Como fumiíindo o próprio ponto de visía. a disputa p-nde sor assim Icvnclíi a um
cntnptfimisza que satisfaça nmbos os contendores. coisa impossfvcl de fa/Cr-se
com respeito ao conflito no antinomia matemática.
As &éries das comJíyGcs fvão ccriamciHc todas homogêneas, na mectída cm
que se ve. simplesmente quaniu a sua exim&ão, se elas *ãi> adequadas a ideia
ou &c e.sta é muito ^ramic ou muito pequena para aquelas, Mas o conceito do
entendimento que sutya& a estas idéias eontem uu simpiesmuiie uma vntese da
ttomogênen (oqual é pjreíftsupoüto cm qualquer magnitude, tanio na composição
qunnto na divisão du 1110 iiil) ou lambím do heterogêneo, o i|ual pode peio me
nos ser admitido na síntese dinâmica, tomo na conjunção causa! quanto na con*
junção do necessário com o contingcmc.
Oisto provém o Tato de que, na conexão matemática das sênes de fenôme
nos. nenhuma outra condição que nào uma sensível. isto e, uma que c ela rnesma
parte da série, pode scr introduzida. Em contrapartida . a série dinâmica de eoiv
diçôcs .sensíveis ainda assim admite uma condição heterogênea que nào c pane
da üérie, mas que. enquanto puramente Mieligívpl, está fora da mesma; / medianie
tal a razão se satisfaz e o meondieionado é amepoMn aos fenômenos, sem com
ÍSSü confundir a série dos último*;, enquanto sempre ecintl!donado&1 nem a rom
per e assim violar os princípios «Ju entendimento.
Mediante o faio cte que as idéias dinâmicus admitem uma condição dos
fenómenos que esteja fora da série dos mesmos, isto é* uma condiçào que nào
é ela mesma um fenômeno, ocorre algo que £ de todo dtverio dn resultado da
CRÍTTCA DA RAZÃO PURA 271
Com respetLo ao que acontece, s.ô se pode conceber dois tipos de causalida
de: ou segundo a natureza ou a partir dn liberdade, O primeiro tipo corisisie
na conexão, no mundo sensível, de um estado com nm estado amerior du qual
aquele decorre segundo uma regra. Ora. já que a causa/idade dos lenrttnenofc
repousa sobre condíçòes temporais, e já que o estado aruerior. caso ele sempre
tivesse existido, também não teria produzido um efeito que primeiramente Nurge
no tempo, segue se que a euu^l idade da cauta daquilo que acontece ou surge
também surgiu, necessitando ela mekniü. sugundo o princípio do cnicndimeiuot
por Miu vez*de uma causa.
/Km contrapartida* entendrc por liberdade, cm suu sentido cosmològieo, a jm
faculdade de iniciar espontaneamente um estado* e cuja causalidade, potsi, nno
esiá por sua vça-, como o requer a lei da natureza. sob uma outra causa que
a determine quanto ao tempo. Ncíuç dignificado, a liberdade ê uniu idéia cranscen
dentai pura, que, em primeiro lugar, não contêm nada emprestado da experiência
e cujo objeto, em tjegtmdo lugar, lanibêm n£i> pode ser dado determinadamente
cm nenhuma experiência: pois é uma lei geral da própria possibitidade de toda
n experieneiaque tudo o que ocorre tem que possuir uma causa, porumio também
a Causalidade da eausa, Ha njesma ocorrida ou surgida necessita, por sua vez,
de uma causa. Através disco, com d cito. iodo 0 campo da experiência, por mais
que se estenda, é trunslorsnado num conjunto de mera natureza. Mas já que dcMH
mdmeira [ião ê possível obter uma lotai.cade ahsaluin das condições na re fação
causat, a razào cria para si inesrna a idéia de uma espontaneidade que pode,
por si mesma, iniciar um:i açâo *em que seja necessário antepor-lhe uma ouira
>* Com efeiw. etfltt f& tó tn tn ia s o cn^frulimento não aximitu: nenhuma cfMdiçio tjin? wja cjiipírf^amunn:
iltCòridicionads. M is m foísç JV>Sjivc] cancebtf uma oondrção iiHcligívçt, paruniu qiiC não perlcnccs.sc oonio
um membro n sêric dos fcriõmenn^, p^ra urti tundick^julo (nü fenúrneno] sem oura is[t> romper nú mínimo
a jícric uc uorMikçòc^ umpiricas, ecuiw* ,** puUcria admitir uma lal condição corro empiriíiânjinit incnrtdtcío
nada, Íle forma que com isio de trindo aljüim s* ínierroinpe-RSí A íiintinuiditíc d* regressa i-mpíriço.
272 KA N T
cau sa que:, por sua vez, a determ ine p ara a a ç ã o secundo a lei d a conexão causal.
É sobremaneira digno dé nota que o conceito prático dc liberdade sc funda
nesta idéia transcendental mesma c que esta última cuimiiui naquela o mo
mento próprio das dificuldades que desde sempre envolveram a questão sobre
a íuíl posstbí (idade. A. / Uberdade no semido pratico í a independência do arbÍLria
frente a coerção pelos impulsos da sensibilidade. Com efeito, um arbítrio c sensí
vel na medida em que è afetado patologicamente (por motivação dn sL-nsíhilida-
l3c); denomina-se anima! (arbhrium bruLuní) quando ele pode *er patologicamente
necessitado, Apesar de consistir num arbitrium sensitiviim. o arbítrio humano
não e um arbíuiurn bruium. suas sim liberum, pois ao homem ê inerente um
poder para determinar-se espontaneamente, independentemente da coerção por
impulsos sensíveis.
Vê-se fncümcnií que. caso toda n c;t usa'idade no mu tido i!;>\ sentidos fosse
meramente natureza, todo o cvcnin seria determinado. secundo leis necessárias,
por um ouiro nu tempo; conseqüentemente, jú que os Icnô menos. rtií medida em
que determinam o arbitrio. tçriíim que tornar necessfirin toda a açào do arbítrio
como o sçu re^uhado ruuural. a supressão dy tiberdade transcendental nniquiia
ria. eoncomitamcmeou\ ioda a liberdade prática, Com efeito, ustu última pressu
põe que, inesmo que nào tenha cicorrido algo. ítererfti ocorrer, lo&o que a sua
üíiusa no fenômeno não era Uio determinante a piínto de que não houvesse cm
nosso arbítrio uma cau^ilidnde capa/ de produzir, independciucmenit! daquelas
causa* naturais e nicsmo contra o se:tt puder e inHuencix alyo determinado rta
ordem temporal de acordo com leis empíricü^. podendo cia, portamo* iniciar jtt-
(dramettti par ai memiu uma série de evenlos.
f Aqui ocorre, pois. a mesmi uuíml que coüIUtna cm jerat acontecer no
conflito dc uma razão que se avcniura pyra além dos Eimiie>, dc umu experiênaa
possívd: a tarefa não è proprl:imenw fiKhhígicct, mas mmi transcendental. Rm
dcuorréncui disuu mesmo que a qucsEàodn possibilidade da, liberdade diga respei
to a Psicologia, dela tem que se ocupar, juntamente com a sua »oluçâo. umca
mentv a filosofia transecndentaL jâ que esLa qiitístãn repousa sobre argumentos
dialéticos lào-KOirujiHc da razão puru. Mus ames de pôr esta última cm condições
dc lomeccr uma fei.poi.lii satisfatória para esií problema. coisa que ela nno pode
recusar, tenho que procurar determinar mais de pcrio. medíantií uma observação,
o seu procedimento ncsui tarefa.
Se os fenômenos fossem coisas cm si mesmas* e, portanto, o espaço e o
Luinpo fornias da existenda das coisas cm sí mesmns. entao fls condições e o
condiçíonadn sempre pertenceriam* como membros, â uma c á mesma série; £
a partir d Esto emergiria, também no caso presente, a antinomia que é comum
a Unias as ideiu* irünücendcnLais, qual seja. a de que esta série teria inevitável
mente que rcsukar f>u muito grande t>u muiLo pequena para o entendimento. En-
tretaiao. os conceitos dinâmicos da razão com os quais lidamos nesta e na se
guinLe ütóçào poisuem a seguinte pcculiüriJudc: já que eles não se ocupam de
C R ÍT IC A DA RAZÃO PURA 275
Denomino inteligível aquilo que num objeto dos sentidos nno é propriamen
te fenômeno, ConseqüenLememe, se aquilo que nu mundo dns sCALidü^ tem líue
scr encarada como fenômeno também possui, em si memo, um poder que não
é objeto da intuição sensível, mas que mediante esta, não obstante, pode ser a
Cãuüá de fenômenos, enlão a causalidade deste ente pode ser considerada sob
dois aspectos: no caso dc cia sc referir a uma coisa cm si mesma, será inteligível
segundo â sua açâo„ ao passo que sc sc referir a um Fenômeno no mundo dos
sentidos Será ^ensh-ct secundo os seu& çfeitos. Por con^guinte, formar■ftüs-wmos
tanto um conceito empírico quanto um conceito intelectual da causalidade da
Üacutóaü« de um tal sujetto, sendo que ambos ocorreriam juntamente num o no
inesmy efeito. Uma tal maneira dupla de pensar a faculdadc de um objeto dos
sentidos não contradiz a qualquer dos conceitos que Lemos que nos formar com
respeito a fenômenos e a uína experiência possivet. O w efeito, já que a estes,
pelo fato de em si nao serem coisas, deve subjazer um objeto transcendental
que os determine como meras representações, nada impode que a este objeiu
si-? transcendental, / afora u propriedade mediante a quul ele aparece, também airi
buamos uma causalidade que não ó um fenômeno, não obstanie o seu tfeiio ainda
assim se encontrar no fenômeno. No enramo. cada umn das causas eficientes
teria que possuir um caráter, isto é, uma ici de sua causaltüadtf, sem a qual de
modo algum ela « ria uma cau&a. F ncsie enso teríamos, num sujeito do mundo
das. sentidos, prinieirumcnte um caráter empírico mediante o quaf as suas irçfks,
enquanto fenómenos, se intereonectariam completamente com outros fenômenos
segundo leis oonst untes da natureza e pnderiitm ser deduzidas destes fenómenos
enquanto eles são as suas condições constituindo, pois. em conjunção com os
mesfiioi, membros de uma unica série da ordem naturaU Em segundo lugar, ter-
sc-ía que lhe conceder aindíl um caráter im tlg iw i mediante o qual aquele sujeito
seria a causa daquelas açôcs enquamo fcnõmertos; ele mesmo, no entanto, não
se subordinaria a quaisquer condições da sensibilidade c ^ao seria, pois, um Temi
meno. Ao primeiro também sc poderia, chamar o caráter cJc uma cal coisa no
fenômeno, ao segundo, o caráter da coisa em si mesma.
F.sre suje tio agente nào se submeteria, segundo o seu caráter inteligível, a
quaisquer condições temporais, pois o lempo ê tào someme a condição dos lenõ-
meno?., mas não das coisas em si mesmas Nele nem surgiria nem cessaria qu^l
soa quer uçuu; cm conseqüência. / ele também não estaria sujeito à lei de ioda a
determinação temporal e de Todo u mutável, qual seja. a de que tudo o que ocorre
encontra as suas causas nos fenómenos (do estado precedente), Numa patavm.
na medida cm que é intelectual, a causalidade deste sujeito a^ente de modo atyum
se situaria na série das condições empíricas que tornam necessários os eventos
no mundo d^s sentidos. É verdade que jamais sc poderia conhecer imediatamente
este caráter inteligível, puis nada podemos perceber a náo ser na medida ém
que aparèce; entretanto, ele teria que ser pensado cm adequaçao ao earáier em
pírico. da mesma Forma como. de um modo geral, u-mos que ídear um objeto
C RÍT IC A DA RAZÃO PU RA 275
ma, afastar-se dá mesma nem tampouco deJa eximir qualquer fenômeno. Permitir
ít j isto implicaria pô-la fora de toda a experiência possivcl c,através disto,/distin
gui-la de todos os objetos de uma experiência possível, tornando-a um mero ente
de pensamento e uma quimera.
Apesar de que aqui pareça haver simplesmente uma cadeia fie causas que
dc modo algum admite uma totalidade absüiuta no r e g r e i às suas condições,
de maneíra alguma somos delidos por esta incerteza, com efeito, cia já foi supri
mkia na avaliação geral da antinomia da razão, na qual esta ultima cai quando,
na série dos fenômenos, procede cm direção ao incondicionado. Se pretendermos
ceder 3 ilusão do realismo transcendental. etuão não restam nem a natureza nem
a liberdade. Trata-se aquí unicamente da seguinte questão: caso se reconheça
uma pura necessidade naturai em toda a sé rie dc todos os eventos, é p-otòívd enca
rar exatamente está série como um mero efeito natural sob um aspecto c como
efeito da liberdade sob uuiru uspccEo. uu se dá uma contradição direta cnLre
estes dois tipo&de causalidade? '
Dentre as causas no fenômeno, é certo que nada pode existir que possibilite,
absoluta e espontaneamente, o inicio de uma scric. Na medida em que produz
um evento, toda a ação, enquamo fenômeno, também é propriamente um evento
ou acontecimento que pressupõe um üuLro estado no qual se encontra 3 sua cau
sa. desta forma, ludo o que ocorre é somente uma continuação da série. sendo
5T2 impossível, nesta última, qualquer inicio que ocorra por si mesmo. J Logo todas
as açoc.s das causiis naturab lambem são. por sua vei, eTcilt?s na aucessào tempo
ral» os quats da mesma forma pressupõem suas causas na séríe temporal. Uma
açào originária>mediante a qual ocorra algo que antes não existia, nào pode
ser esperada da conexão causal dos ícn amenos.
Todavia, caso os efeitos sejam fenómenos e a causa daqueles também con
sista num fenômeno, c também necessário que a causalidade de sua causa tenha
que ser exclusivamente empírica? Mesmo que para todo o efeito no fenômeno
se exija titrm conexão com u sua causa segundo as leis da causalidade empírica,
não é atues possivd que ainda assim esta mesma causalidade empírica possa
ser um efeito de uma causalidade não empírica, mas sim ãntdigívd« sem com
isto interromper no mínimo a sua iniereonexao eoin as causas naturais? No que
dii respeito aos fenõmenoíi, esta causalidade inteligível seria uma ação originaria
de uma causa que. nesta medidii. pois., nào seria um fenômeno, mas sim inteligível
segundo este poder, embora de resto ela tenha que ser totalmente incluída, como
um membro da cadeia natural, no mundo dos sentidos. _
Necessitamos do principio da causalidade dos fenômenos entre si a fim de
podermos procurar, bem como indicar, condições naturais, tâtoé. causas no fenó
meno. de eventos naturais. Caso isto seja concedido e não debilitado por qualquer
jtj exceção, então 0 entendimento, que em ieu emprego empírico / nào só nada mais
vê do que a naturtT-.a cm todos os acontecimentos mas também está autorizado
para tal, vê satisfeitas todas as suas exigências^ c as explicações físicas progridem
sem obstáculo cm sua senda. Ora, isto não o prejudica no mínimo, posto que
de resío também seja tão só fictivamenie elaborada a suposição de que dentre
as causas naturais também exisiem algumas que possuem um poder que é unica
C R IT IC A DA RAZÃO PU RA 277
mente itudigívcl enquanto a determinação lU> mesmo para a ação jamais repousa
sobre condições empíricas, mas siin sobíi exclusivos luTidamemos do entendi-
meruü: também temos que pressupur qut a ação destas causas no fenómeno está
em conformidade tum todas as leis ü^ causalidade empírica» Com efeito, desta
forma o sujeito agente. enquanto causa phacnomenon, estaria eneadeudo com
a naLurcza numa inseparável dependêucía de todas as suas a«;E>es. c somente o
phaenomenon de^ti: sujeito (com toda. a sua causalidade no fenômeno) conteria
certas condições que Leriam que ser encaradas como puramente inteligíveis, caso
pretendêssemos nos alçar do objeto empírica ao IransccndenraU Pois se seguimos
a regra natural tão-*omçnte naquilo que pode. dentre os. Fenômenos, ser a causa,
então podemos nos despreocupar quanto a que tipo de fundamento destes fenô
menos e de s.ua imerconexào é pensado no sujeito iranscendcniul, o qual nos.
é empiricamente desconhecido. Este fundamento inteligível de modo algum se re
fere ãs questões empírica*., çtímxrnc unicamente ao pensamento no entendi*
memo puru-L / apesar de que os efeitos deste pensamento e desta ação do entendi ?T4
mento puro sejam encontrado* nos fenômenos, esu;!i úllimos têm que nàn menos
ser fompfeiamente cxplicâveis. segundo leis naturais, a pnrtir de *tia e&u&ü no
fenòanerm Lstn deve sCr fciLo enquanio \nt Loina o ^eu. caráter estritamente umpírt
eo comu o fundamento suprvmo dn explieaçfio. deixando totalmente de lado. co
mo desconhecido, o caráter imelifjvcl que é a catisn transcendem;«: do eurárer
empírico, a não ser na medida em que aquele c indicada unicamente por este
enquaruo constitui o seu sinal sensível. Seja nos permitido aplicar \slo à experien
cia. 0 ser humano c um dos fenômenos do mundo dos sentidos, e nesta meefida
tmnlwm umu das causas naturais cuja causalidade leni que estar sob leis empiri
CUs. Como Unias as ou iras COlsaü naturais, ele. enquanto u L lambem tem, eonsC'
qíientemcnie. que pos\uir um caráter empírico. Notamos este último airavé* dns.
forçai c do poder que ele externa em seus efeiuis. Nu naLurc/.a inanimada ou
merarnenic anima!. não encontramos qualquer fundamento para pensar uma fa
euldade como condicionada de um outro modo que não o meramente sensível.
Exclusivamente o homem, quede outra maneira eunhuet: todo a naturey.íi somente
através dos sentido:., se uonhece a si mesmo também mediante um:i pura »percep
ção. e ím.0 cm ações e determinações internas que ele dc modo íilgum pode contar
como impressões dos sentidos; para si mesmo, ele certamenie é. dc uma parte,
fenômeno, mas de outra, ou *eja, no que se refere a ceruts faculdades, um objeto
puramente inieliêivet porque a sua ação i de modo algum pode ser computEidu 573
na rceeptlvidade da sensibilidade. Denominamos estas faculdades dcentendiinen
to e raaào. Em particular a última se distingue. de uma forma bem própria e
especial, de UXlas as forças empiricamente condicionadas já que ela pondera
os a<;u.s objetos somente segundo idéias, determinando, a partir disto» o intendi
mento a então fazer uso empírico dc seus cnnceitos também puros.,
Dos imperativos que impomos, em ludo ü que tange ã> tiuestoçs praticas,
como regras às forças que as executam, segue-se claramente ou que esta razão
possui uma causalidade ou que, pç]o menos* a representamos para nós como
possuindo tal causalidade, O dever cAprcsisi um lipo de necessidade e dc conexão
com fundam entos que não ocorra alh ures com toda a natureza.. Desta o entendi
27a KANT
mento só pode conhecer o que éSlá aí, ou o que foi. ou o que será. É impossível
que, na natureza, algo deva ser de oulro modo do que de faio é em iodas
relações temporais: o dever não tem qualquer s-ignificada quanda se icm diaiUc
dos oíhos unicamente o cursa da naLureza. O que deve acontecer na natureza,
e tampouco que propriedades deve possuir um círculo, são perguntas que tlc mo
da algum podemos lazer; só é lícito, ao contrário, indagar sobre o ^uc ocorre
na natureza ou que propriedades o circulo possui.
Ora, este tíevtrr exprime uma ação possível cujo fundamento nada mais é
do que um simples corscclto, ao passo que o fundamento de uma simples ação
576 tialurat tem / sempre que ser um fenómeno. É claro qúc a ação tem que ser
possível sob condições naturais« caso o dever esteja orientado para cias; mas
estas condições naturais não concernem u determinação do próprio arbítrio, mas
sim unicamente ao efeito e ã conseqüência do mesmo fenómeno. Por maior que
seja o número dos fundamentos naturais e dos impulsos que me incitem ao que
rer. rtâo podem eles produzir o dever, mns sím unicamente um querer que, longe
de ser necessário, é sempre condicionado; o dever expresso pela conirapòe
a este querer uma medida e uma meta, mais ainda, uma proibição e uma autori
dade, Que se trate de um objeto da mera sensibilidade (a agradável) ou tanibcm
du razão pura (o bem), u razão nem cede àquele rundamento que é empiricamente
dado, nem segue a ordem das coisas tal quaf estas se apresentam no fenômeno:
pelo contrário, com toda a espontaneidade ela se constrói uma ordem própria
segundo idéias, à qual adaptn as condtçoes empíricas c se&undo a trual declara
necessárias ali* as ações Qüe ainda não ocorreram * que calvc* nem venlium a
ocorrer. Aposar disto, a razão pressupõe poder ter uma causalidade com relnçào
a iodas estas ações;; com efeito, de nenhum outro modo nenhum efeito iva expe
riência poderia ser Cipcradü de suas idéias,
Agora permita-se que aqui nos detenhamos e admitamos pelo menos comti
possível que a razio / realmente possua uma causalidade eom referência aos
fenómenos. Neste caso, por mais qu« tumbem seja ra/,ão* ela atnda assim tem
tjüe exibir um earáler empirico* pois toda a causa pressupõe uma regra de acordo
eom a qual certos fenômenos hc seguem como efeitos: além disto, toda regra
exige umü uniformidade de efeitos que funda o conceito dc causa (uiquanlo uma
faculdade). Na medida em qye tem que ser aclarado a partir de meros fenómenos-
este conceito de causa pode ser chamado dc caráter empírico; este caráter c per
manente enquanto qué os seus efeitos aparecem sob formas mutáveis segundo
u diversidade das condições acompanhantes e em parte limitadoras.
Desta maneira, pois, o arbítrio de todo homem possui um caráter empírico
que nada mais é do que uma cena causalidade de sua razão na medida em que
indica, em seus efeitos no fenômeno, uma regra segundo a qual è possível coligir,
següfltto o seu modo e OS seus graus, os fundamentos e as ações da rar.ào e
julgar os princípio* subjetivos de seu arbíiim Visto que esie mesmo caráter em
pírico lem que ser inferido a partir dos fenómenos enquanto seus efeciose a partir
da regra que a experiência indica como a eles se referindo, todas as açòfií do
homem no fenômeno esi|o determinadas, seacindú a ordem da natureza, por »eu
CfUTlCA DA RAZÃO F U R A
l-.m umíeqüênciii, a ffliiralidJHte própria das a^oeií (mtrilo e Culpai. mesmo a de nniso próprio comporia
menfCk, fWrnia.TKCC-rkíls lútulmçnlc Oirulia. A 5 ilOïSâs rcspnrtsuhilídadcs xú podem sei referidiu; ao Citi'àler
crapirien. Mas quamo diao sí ckvc. impiklãr ao efciio puro da libciiiüdc, quanto a simples naturtia C quaniü
ao dtfcitn de temperamcnio dú qual não si? ê cufpadfl. ûu ã naturetí felin. (meriio fonunae) do mnin«.
ei-ü aljju que ninguém pode pcrscruur c. canscqiienlcmentc. isinhçm nàn juiljfnr fric h im ) ccmi tótla a justiça.
2SÜ KAN T
Lus. Pois a condição que se encontra na razâo não ê sçnstvei. e logo da mesma
nào começa. Em decorrcncia disto^ ocorrç ettlàfl aquilo por cuja falta demos
em todas as séries empíricas: que a condição de uma serie succssiva dc eventos
p o d eria çla mesma ser empiricamente incondicionada. Com efeito, aqui a condi
ção está fora da série dos fenômenos (no intdigíveJ), não cüUndo, portanto^ sub
metida a nenhuma condição sensível e a nenhuma determinação temporal por
causas precedentes.
Numa outra relação, nâo obstante, exatamente a mesma causa íamhém per
tence à série dos fenômenos. O próprio ser humano é um fenómeno. O seu arbí
trio possui um caráter empírico que constitui a eausu (empírica) de todas a;» suas
ações. Nenhuma das condições que determinam o homem de acordo com este
caráter deixa dc estar contida na série dos eventos naturais e de obedecer à lei
de mesma; secundo ^tu lei, não é encontrada nenhuma causalidade empín^a
mente incondicionada daqui) o que ocorre no tempo. Devido a isto. nenhuma ação
dada pode começar de um modo absolutamente espontâneo <pois ela so pode
íBi ser pcrcebtda / como um renomem»*, Da ruzào não sc pode dizer* no entanto*
tfue àquele estado no qual ela determina o arbÍLrio preceda um outro no qual
sc determina este mesmo cütado. Com efeito, já que a razão nüo c propriamente
um fenômeno não está submetida a quaisquer condições da sensibilidade, rtela
não ocorre, mesmo no concernente à mia causalidade, umu succsüüo temporal;
logo não sc pode thc aplicar a lei dinâmica da natureza que determina, segundo
repras, a sucessão temporal,
\ razào c* pois. a condição pormaneníc dc iodas as ações de arbítrio sob
as» quais se manifesta o homem. Antes mesmo que ocorra, cada unia ddes está
predeterminada no caráter empírico do ser humano. Tendo em vista o caráter
inceligivcl, do qual o empírico é só o esquema sensível, rtão vale qualquer antes
ou depois; sem Jev;tr em coma relação lemporat na qual esta 00 m outros fenó-
menoí». Côda ação conote no efeito imediato do caráter inteligível da ra/,ào pura»
a qual, portanto, age de um modo livre sem estar dinamicamente determinada,
na cadeia das cuusíis nat-umis. por fundamemo* extenua c internos, porém prece
dentes segundo 0 lempo. Esta saja liberdade nüo pode ■ser encarada, dc um modo
exclusivamente negativo, como uma independência frente a condições empíricas
(pois mediante tal a faculdade da razào cessaria de s-er uma causa dos fcnõme-
5H2 nos)* mas ela / também pude ser indicada positivamente por uma faculdade de
iniciar espontaneamente uma aéric uk eventos. Deste modo. nada começa na pret-
pna razão, mas ela. enquanto condição incondicionada cie toda a ação de arbí
trio. não ndmiie quaisquer eondiçòes precedentes sefcundo u nempo como instun
cia superior; pois t>seu efeito começa na série dos fenômenos, mas jamais pode
consiiwir um Início absolutamente primeiro na mesma.
A fim de explanar o principio regulativo da r&zão mcdàarue um exemplo
retirado dc seu emprego empírico c nào dc confirmá-lo (pois demonstrações deste
género sãü imprestáveis pârn afirmações transcendentais), tome-se uma ação de
arbítrio, por exemplo, uma mentira maidosa mediante a Qual um homem trouxe
uma certa conlusâo ã sociedade. Seja cxaminàdtu em primuru lugar, tjuanto ás
C R JT ÍC A P A R A Z Ã O P U R A 2SI
motivações a parlir das quais emergiu e, -em seguida, julga-se como ela pode
stT imputada ac agente juntamente cum as suas conseqüências. Com c primeiro
propósito, remotua se a seu caráter empírico às üuíis. fontes. ss quais serão detec
tadas numa educação defeituosa, em más companhias, em paríe também na. ma
lignidade de uma índule insensível à vergonha; ern parte estas fontes também
sào alribuídas à leviandade e ã irreflexão, sem contudo negligenciar 35 causas
ocasionais que a tal ato deram azo. Em ludo isto procede-se, de um modo geral,
da mesma forma qutí na investigação da série dc causas que determinam um
efeito natural dado. Apesar dc se / crer que a ação esteja determinada mediante
lal. nem por kto admoesta-sc menos o ajente* nem por sua indoie uifoliz nem
pelas circunstâncias qnc sobre eie uvFluíram. e mimo menoü devido ao modí? co
mo anteriormente conduziu a sua vida; pois pressupõe-se que é possível põr tcrtaJ-
mente de lado & natureza dc sua conduta anterior, bem como encarar, dc um
lado. & sériç dworrida de condições tomo nào ocorrida c. de outro, este ato como
totalmente incondicionado. considerando o eslade aiHcrior, como se o agente
com isto iniciasse, de lodo espontaneamente, uma série dc conseqüências. Esta
admoestação sc funda sobre uma lei da razào por meio da qual se encara esta
última como uma causa que, sem levar em con ty todas as condições empíricas
mencionadas, poderia e deveria determinar diversamente o comportamento do
hornenv E se vê a causalidade da razào nào wm ú simplesmente concorrendo
para aquela cnnduia. mas sim em si mesmu como ccmipleid, apegar dc que as
motivações sensíveis anteü se Lhe oponham do que a favoreçam. A acão c atribuí
da ao caráter Inteligível do homem, e agora, no momento cm que mente, ele
é totalmente Culpado: portantiu desconsiderando todas ai? condtçoes empíricas
do ato. a razão era integralmente livre* c a mentira ê dc todo imputável ;i sua
oniis.são.
Tem se cm mente neste juízo de atribuição, i é fácil notá-lo, que a razào
de modo algum é afetada por toda aquela sensibilidade, que cia nüo muda (mes
mo que sc alterem as seus fenômenos. ou seja, / o modo pelo qual cia se manifesta
em seus efeitos) e que nela nào ocorre um estado anterior que determine o subse*
qüuntç; por conseguinte, a razão cte modo algum pencfttc * série das condições
sensíveis que tornam os Icnòmcnos necessários* segundo leis; da natureza, A ra/ào
está presente C é sempre a mesma em todas as nçoes do homem em todas as
circunstâncias temporais, mas cia mesma nào é no tempo nem atinge um novo
estado no qual antes nào estava; com referencia a este novo estado* cia é c/e/ermi-
nartie* ma& ndo determinável. Conseqüentemente, nào se pode indagar por que
a razão nâo se deter minou deoturo modo, mas ^im unicamente por que. medianie
a sua causalidade, ela não determinou diversamente os fenomenos. A isto* no
entanto, qualquer resposta é impossível. Com efeito, um outro caráter inteligível
teria dado um outro caráter empírico; c quando dizemos que, sem levar em conta
iodo o modo anterior de conduzir a sua vida. o agente poderia não ter mentido?
Entao isto só dignifica que a açàu sc encontra imediatamente sob o poder da
ra^ào., e que esta ultima, em sua causalidade, nào está submetida a quaisquer
condiçOes do fenômeno e do curso temporal. Mas a diferença de tempo, embora
capital no que wnge às relaçòcs recíprocas dos feuômenoi entte su já que em
2H2 KANT
si mesmos os fenômenos não são nem coisas nem causas, não pod« fa?cr qual
quer diferença para a relação que se estabelece entre & uçãí> e a razào-
/ C v n respeito à sua causalidade,. no julgamento de ações livres só pode
mos chegar ale a causa inteligível, mas não ir além da mesma; podemos conhecer
que ela é livre, isto é, determinada independentemente da sensibilidade, ç que
deste modo ela pode ser a condido dos Tenômertos que não é condicionada pelos
semidos dos fenómenos. Mas porque o caráter inteligível resulta, nas circunstân
cias existentes, exatamente nestes fenômenos e neste caráter empírico c uma ques
tão que ultrapassa, iâo de longe a faculdade de nossa razão para responder, e
aiè [cmIo o direito de ela sequer perguntar, como sc se indagasííc pòr que o objeto
transcende« lal dc nossa intuição scnsivel exiema sò dá uma intuição m vspaça
e não qualquer outro tipo dc intuição. Scí a tarefa.que tínhamos a autver de modo
algum nos obriga a tanio. Tratava-se unicamente de saber se a liberdade confli-
tua. numu e na mesma Mção. c^m a nece&»idudc natural; respondemos suficiente
mente tal questão ao mostrarmos que* já que na primeira é passível uma relaçào
a um género de condições totalmcmc diverso do que na última. ;i lei desta não
aleta a anterior, ú que, portanto. ambas podem ocorrer independentemente uma
da outra c sem intcrlerênci3 ü recíprocas.
• * *
finalmente ucorrer cum as cuisas contingentes. mas não com meras rrprpsentn
de coisas cuja própria contingência só é fenómeno, c pode cxclusivamente
conduzir àqueJe regresso que determina os fenômenos, isto c. que é empírico.
Por ouiro Lado, pensar um fundamento irucíigivel do,^ fenómenos, islo Ê. do mun
do dos sentidos. e pensá lo como liberlo da contingência dok fenômenos, não
c contrário nem a um regresso empírico irrestrito na série dos fenômenos nem
â íonlingênca / universal do* mesmos. Isto. no enianio. também ê a única coisa
que tínhamm a fazer para suprimir a aparente antinomia, c só pnderiít ser leiLa
desta maneira. Cum deito, sc a rcspcctiva cundiçâo para iodo o condicionado
(segundo a e x is tid a ) é sensível, exatamente devido a isto pertencente à série,
criião ela mt^ma ê. por sua vez. condicionada ícomo o revela a anüicsc da quarta
íuUÍnomial. Ou teria, pois, que permanecer um conflito com a raz-ãq, a qual exige
o incondicionado, ou esle úítimo Ecria que ser posto Tora da série, rto inteligível,
cuja necessidade nem cxigç nem admite qualquer condição empírica; e em decor
réncí?! ele c incondiciunadameEUt: necessário no que tan^e aos fenômenos-
O uüo empírico da razao (no que concerne às condições da existência no
mundo do\ isenudos) nào c alctado pela admissão de um unte puramente inteligí
vel; ao comrário. segundo o princípio df» contingência universal, ele passa dc
condições cmpiríea& a condiçCm mais elevadas que, da mesma lürma. sempre
são empíricas. Quando re trata dti uso puro da razão (tendo cm vista fins), esic
princípio reuilaiiva tampouco CKClUi A aceitação dtí uma càusíi inteligível que
não esteja na série. Poiü entuo aquela causa inteligível dignifica unicamente o
fundamento, pnrí nós puramente transcendental c desconhecido,da possibilidade
da serie sensível em gerítlí a sua existência, independente dc iodas as condiçues
sensíveis c incondicionadnmcntc ncycssárin / no que rcspciui àa momaí, dc modo
algum sc opõe á contingência ilimitada dos fcnõmcnosS, e por isso também níio
»<) regresso riu série dítb condições empíricas, o^uul riâo cevsa em pomo al^urtv
N OTA F IN A L A TO D A A A N T IN O M IA D A R A Z À Q PU K A
S tÇ Ã O P K IM b IR A
DO ID E A L EM G E R A L
uonceito íei. concreto do entendimcnLo. As idéias, pyrem. estào ainda mais afasta
das du realidade objetiva do que as categ orias, pois nàu sc pode encontrar nu
nhum renômeno em que as idéias se ileufim representar in conereto_ Elas contêm
uma certa / completude que nenhum conhecimento empírico possível chega a.
alcançar e a razào visa nelas somente uma unidade sistemática. à qual procura
aproximar a unidade empírica possivçl sem jamais a alcançar inteiramente.
Entretanto, mais afastado ainda da realidade objetiva do que a idéia parece
eâtar aqgilo que denomino o id ea i e pelo qual entendo a ideia não simplesmctuc
in concreto mais ín indivíduo, isto é. como uma eoisn singular, determinável nu
mesmo determinada unieamente mediante a idéia.
Nu sua inteira perfeição a humanidade contém não comente a extensão de
todas as propriedades essenciai.s pertencentes ã natureza hurnuiiu (que constituem
o nosso conceito dessa naturraaj até a congruência completa com os seus fins,
0 que formaria a nossa idéia da humanidade perfeita, mas contem além disso
tudo o que fora desse conceito pertence à determinarão completa du idéia. De
fato, de todo:» os predicados. contrapostos um sorrtünte pode adaptar-se ã ideia
do homem perfeito. O que para nós c um ideal ura pura Ptaião uma idéia Uo
vn im d im e tu o tdvttto, um objeto singular na intuição pura desse entendimento,
o mais, perfeito dc toda espécie dc cnLes possíveis c o fundamento originário de
iodas as cópias dí> fenômeno.
/ Mas .sem no* ele varmo* um Lo tcmOh dc confessar que a razão humana
contém não apenas idéias mas Umbcm ideais que, na verdade, não possuem um:>
íorça criadora como as platônicas e, contudo, uma força prática (como princípios
rctuukilivosh subjazendo ã possibilidade da pârfcição de certas uçâcs. Os concei
tos morais não sáto conceito* totalmente puros da razão. porque a seu fundamen
to encontra-se algo empSrico (pruzer ou dor). Todavia, com respeito ao princípio
pelo qual a razão põe barreiras ;i li herdade, que em si c alegai (portanto, se
ac con&idcru simplesmente a süü forma}, tais conceltnü podem b&m scrvtr como
exemplos de conceitos puros da ray.ao. A virtude e com cia n sabedoria humana
no sua inteira piírexa são idéias. O .sábio, porem (o estóico L é um ideal, krn
ê. um homem quá exlsLe merjimente nu pensamento. masque c Enceirameme cort
firuente com a idéia da sabedoria. Do mesmo modo como a idéia fornece a regra,
o id^al serve em tal caso dc urtfu{*tipo para a determinação compliE.it da còpia;
t nós não possuímos outra mtídidaorienladuradaí» nossas ações ^enaoo comp&r-
mmenio desse homem divino em nós. com o qual nos comparamos, nos julgamos
e pelo qual nos tumamos melhores, se bem que ninguém jamais possa alcançá-lo,
Conquanto nâú possa Conceder realidade objetiva (existência) a esses ideais,
nem por isso eles devem ser considerados quimeras, pois fornecem uma medida
indispensável à razão, que prema do conceito daquilo que / é totalmente perfeito
na sua espécie para avaJiar c medir com base nele o grau e os defeitos daquilo
que é imperfeito, Querer, todavia, realizar o ideal num exemplo, isio ê, no fenô
meno - cmtii ou meno$ comu o sábio num romance — é impraticável e alem
disso possui algo absurdo e pouco edificante, enquanto barreiras naturais que
KANT
Todo conceito é indeterminudo cem respeito ao que não está contido nele
e está subordinado aí» princípio da delerminahWdode, ou seja. que de cada dois
predicados oposioi contraditoriamente entre si somence um pode ser lhe atribuí
do. Fsie princípio repousa sobre o princípio de cumradiçâü e por isso é um
princípio meramente 1Ó£íco, que abstrai de lod» o conteúdo do conhecimento
para ter presente somente a forma lógica do mesmo.
Toda coisa quanto à sua possibilidade cstá> porém, subordinada ainda ao
princípio da detenmnaçào compiela. con formemente eio qual dc todos os prcdica-
«oo dos passíveis das / coisas, enquunto são comparados com os seus opostos., um
deles tem de convir-lhc. Tal predicado nào rcpuusa merameniç sobre o princípiu
de contradição, pois ele considera, além da relação de dois predicados conflimn-
les ertire st, ainda cada coisa cm rda^ão com a inteira possibilidade como b
conjunto de todos os predicados das co im em geral l\ enquanto pre^upòe tal
possibilidade tomo condido a priori, representa c&da coisa cama derivando a
sua própria possibilidade do seu grau de participação naquela inteira possíbilida-
C R ÍT IC A DA RAZÃO PU RA 289
•1 M cJiam c este principio, ponamo, cnd;i coisa è reítrid» a um corrchtum comum, a saber, à pusiibitkdadi
com pjcii ^líu, ac f i“sCCc è, a mstcnXL de ilhÍus üi prftdícadm pmsívei.s) liiHiL- t;nctXiCiíín,ia nu idein de innn
única línisa, provaria uma afinidade d í lodo o pnswivel rnodiantt ik iiitfntitbdc do fundumarníi dn -sua deiirtri
nação completa. A díterminabUidcde dc todo conmto está subordinada à unm vsattdajf (tmiverjialitas)
■rio píinuipn) <ia cKílu^ãy de ura. rtvsio termo entre dois predicados opostos, mas a ■clclerminaçàu di; una
«>tsa à totalidade (univçnitas) ou ao conjurtLú de todus as predicadas i>osiiveií..
290 KANT
BJ As ob^ervaçuc*. c 04. cál<fuk\a das àí.irõniímfw «n^na/aiTi noa muitu coisa admirável, mas í>mais impor
tarns c que descobriram t>abismo il», nüaaa ignorância. o que sera esssw coihícimentps a ruzïo humana
jamais term podido st icprc^m ar comû tão g,runde; a refkvàú snòrc ewui ignurãncia lem qim; produzir
uma grande rnutianv-a nadctúrmrnaçjio tk\s objítivos último* da us<i üa ho:ssji raiàu-
C R ÍT JC A da razão pura 291
porem, rtào significa a relação objetiva de um objeto real com ouras coíüííã e
àirn da idçia com conceitos, deixando-nos em completa ignorância acerca da exis
tência dc um ente de íào excepcional preeminência.
V'iüto qge além dftoo nào se pode dix.er que um ente originário consLe de
muitos ontes J^rivados, enquantu cada uiti dclcs o pressupòc e iià y podc> poih.
CnntfituMíX a35im C\ ideai do ente Onganirio tem que ser também pensado como
simples.
KANT
Portanto, para falar com precisão, a derivação desse ente originário ■ÜCimda
â ulterior possibilidade não pode lampouco ser considerada uma limitação de
sua realidade suprema e. por assim di/.er. uma divisão dela. Em tal caAü. com
efeito, o ente originário seria considerado um simples agregado dc entes deriva
dos. o que pelo que foi dim anteriormente é impossível. conquanto inicialmente
no primeiro e rudimentar esbuço tenhamus repre:>çntado assim a quesLão. Antes,
a realidade suprema subjazeria s possibiJidade de todas as coisas como um fun
damento c nào como um conjunto. I; a multiplicidade das coisas- nào repousaria
sobre a limitação do próprio ente originário, «Tias da sua completa conseqüência,
ã qual pertenceria tambem a nossa ínLeira senvibilidade. juntamente com toda
a realidade do fenómeno, que nào pude penencer como ingrediente â idéia do
ente supremo.
f.W) / Se Dra.. hiposLasiando a nossa idéia. continuamos a seguifca. então podere
mos determinar o ente originário — mediante o simples conceito da realidade
suprema — comó um uníco simples* totalmente suficiente, eterno etc.: em uma
palavra» poderemos deccrmmá lo em sua çompletude incondicionada mediante
todos us predicamentos. O conceito de um tal ente e o de Deus, pensado em
scniido transcendental, e dejflc modo — como também mencionei acima *— o
ideal da razão pura é o objeto de uma teologia transcendental.
Tal üia da idéia transcendental, no entanto, ultrapassar ia jã os limites da
sua determinação c legitimidade. Com efeito,, a ra/.ào pós tuí idéia somente a
fundamento da determinação completa dns emita* em geral, cumo o cohccUo
de totla n realidade* sem pretender que toda esta realidade seja dada objetivamen
ic e con&iiiuu ela mesma uma coisa. Esui última é uma üimplcs ficçàp mediante
a quat nós rceoihemos e realí/.amos o múltiplo da nossa idéia cm um ideal como
um ente particular. Nilo temos puro isso nenhum direito, nem sequer o dc admitir
a poi.sibiiidndc de uma l;i| hipótese. Assim inmhem todas as consequências que
decorrem dc um tal ideal nào concernem de modo algum ã deicrminaçao comple
ta das coisas em gerat. para cuji> fim a idéia unicamente era necessária, e não
possuem a mínima influencia !>oljre ela.
/ Nào foitâtu descrever.u procedimento da nossa razão c a sua dialética;
& preciso procurar descobrir também as fonies dos r.a para poder explicar essa
ilusão menma como um fenômeno do entendimento, pois o ideal do qual falamos
funda-se Sübre uma idéia natural e rãtí meramente arbitrária. Por isso pergunto;
como cliuga a a considerar toda s, pos&íbilidadc das coisas como derivada
de uma única possihilidadc que a fundamenta, a saber, da possibilidade da reali
dade suprema, c a pressupor depois esta camo contida cm um cKpeçjal cnie origi
nário?
A resposta ofcrcce-se espontaneamente a partir do desenvolvimento da
Analítica Transcendental, A possibilidade dos objetos dos sentidos ê u m a relaçao
dos mesmoü com o nossu pensamento. iu> qual aJguma coisa (a saber, a fnrma.
émpirica) pode ser pensada a priori: aquilo, porém, que constitui a matéria —
a realidade no fenómeno (o que corresponde â sensação) — tem que scr dado,
porque do contrário nào poderia dc modo algum ser pensado e, por conseguinte,
a üua possibilidade nao poderia ser representada. Ora, um objeto dos sentidos
C R ÍT IC A DA RA ZÃ O PURA 293
S E Ç Ã O TR R C F.IR À D O C A P ÍT U L O T k R C E JR Q
DOS A R G U M E N T O S DA R A Z À O E S P E C U L A T IV A P A R A ÏN F E R JR
A E X IS T Ê N C IA D E UM HNTfc SUPRfcM O
"J Fsce kícmJ íüii ente m:iij rt-al <!e ilhIoí. cpnfluanm uma üimpl^s ropresçnlaçiifi, ç primtt'arttcnic reniizado*
islu c, tQinudv objcia. d seg.uLr kipdsiaaitHÍiï c finalmtmt. igicdiiiruc um (ítii^reí^vj niiiurul du r;L;rÎLt>rumo
au ptirfeuujuiurnenLu -áa MdnJaJtf. atf pt-VSOftÿtíúdü. CHFTKf ü MptírtlTlúS «fît bWV£. Guírt crdífl, ü irtiidiitte
rcg.plaitvs Cil íMptriitlcia Itão ícjiaiif.íj sòtrc ts:; p-rúpritis ScnaTncnoii E.sí) da KÉniihilHitide). mai uit>r£ a arte-
ião du sej müLlàpb pelo aniPiufimtrrtio Irumo apercEjKân); por cíMSfta^ijiiníe, ? unidi^dn fftíllklaíc wjprínm
e a ciimpkta díKrmínabiIwiarii ^poft&ãhi clâ 1-odaíí as Cuites pariée r^iiiltr num entendimenHo niaprcmci,
].'i\
d;"i i"Jl'il"» .V
+^ .1 ^~ rij.
294 KANT
CK.is.ttncia; trti Lod-u cj cujííj. nã.o possui cm si í>únic:o sinal caraaeriivíieü du exis
tência incondicionada. do qual a razão dispõe para mediante üm conceito a priori
conhecer um ente qualquer como ineondicionadQ.
Entre iodos Os COrteeitüà ifc- CluSíIs pOüsívejs, ü liOrtOeUij üu: Lim l:hLi: dutadu
da realidade suprema adaptar-se-ia maximamente so conceito de uno ente tncon
dicionadamentc necessário; e àe ele Lampouco satisfaz inteiramente a este ccrncei
to, não possuímos ewtfa escolha- mas tios vemos obrigados a ater-n,e>s a ele. por
que não podemos lançar ao vento a existência de um criL^ necessário; nuas, w a
admitirmos, ccmlüdo, rtãó podemos efkMnlrar nn campo inteiro dg, possibilidade
algo que pudesse reivindicar mais funda mentalmente uma cal prerrogativa à exis
tência.
Tal ê. pois, o caminho naluraL da razão humana. Primeiramente ela se eon
vence ttj existência de um ente necessário qualquer* NeüLc clu rcconhtx:e uma
cjiisliêneía incond:cionadii, A seguir proeura o conraitu do que á independente
de toda condição, e encontra o / naquilo que è a condição suficiente de loda^ fiss
45 óütras cotias, tsts? é, contém todg a realidade. Mas o lodo sení barreiras é
unidade absoluta e comporta o conceito dc um ente único* a saber, do ente stipre
mo; e asiim a razãu Conclui que ú ente supremp enquanto fundamento originário
dc todas. as etiisas existe de modo absolutamente necessário.
Não üe pode coniesiar a esse conceím uma certa fundamental! Jade. guando
se trata dc rtifàluçocSt ü saber* quando se admite á existência dc quuíqucr tftttc
necessário e se está de aünrdo que se tem de tomnr a proprto partido, onde quer
que se pretenda põ-ki. Ivm tal caso, com efeito, nào st; pode cscolhcr de mudo
nlflis Conveniente k.íu, untes,. riãu se ponsui nenhum.fi çkcoIIih, mas. sç é constrang/í
do a dar o próprio voto à unidade afcsnÊufa da realidade completa enquanto fume
originária da pos&ibilidade- P&rém, se nada nos impele a Lomur uma resoluçíio
e preferimos deixar toda esta questão cm RtiRpcnwi até que sejamos coagidos
ao assemimemo pelo inteiro peso dos. argumentos i&iu L ac w ira la mira mente
da avaliação do quarnio sabemos sobre usac prt>b3ema e do que somente nos van
gloriumos de iaber, então u conelu&âo iitíima esiá lonpe efe aparecer-nos iw>h um»
dimensão tao vantajosa c iem necessidade de uma cena benyvolènéia paia substi
tuir a deficiência da &it& reivindicação de le^Uim idade.
Com efeito, *e considerarmos bom tudo o que Lemos aqui diunie dc nós,
a aaber, cm primeiru lugar, que a pariír de quíilquer / eítiaiência dada (mesmo «ii>
qut; fosse simplesmeniti tia minha própria) realiza-se uEim corrdu snfCrcnda da
exiíténciai dc um ente Incondieionadamente necessário; em «efundo lug:m que
LCntio de considerar com o absolutamente tncondscionado um ente que possui toda
a realÈdadc e per conseguinte cambém iodai üü t;ondií;õe.s; conseqüentemente,
que deste modo è encontrado o concetro da coisa que convem à necessidade
ab&oluta; então não se pode absoJülamente concluir daí que o conceito de um
ente limitado — que nao possui a realidade suprema contradiga, por isso
neccssidadc ahíoEnta, Pois. conquanto no seu conceito eu não encontre omeondi
eiürtado,, que imporia a totalidade das condições, disso ítbsoÊtitamente nâo pode
resultar que q sua esistêncid tcnba de &cr por isso incondiciürtádü. l>o mesmo
296 KANT
modo em um silogíánio hipotético não posso dizer: onde não há uma certa condi
ção (a saber, aqui a completude seg.undo conceitos), tampouco há o condiciona
da. Atues, estaremos livres para considerar todos os restames emes limitados
igualmente como incondicionalmente nccessários, Conquanto nào possamos infe
rir a sua necessidade a partir do conceito univcrstii que temos deles. Deste modo*
porém, o referido argumento não nos teria proporcionado o mínimo conceito
das propriedades de um snte necessário nem contribuído absolutamente para na
da.
Apesar disso, tal argumento mantém uma. certa relevância c uma reputação
(jue não lhe pode ser imediatamente tirad a por causa dessa insuficiência / objeti
va. Suponde, com efeito, que na idéia da razào haja obrigações toUlmenlc corre
tas. mas carentes de tod a a realidade na &ua aplicação a nos mesmos, istO c,
earenics de motivação quando nào se pressupíc um ente supremo que possa dar
eficácia c força às leis práticas; então leremos uma obrigação de seguir os concei
tos que. conquanto não possam ser objetivamente suficicrucA. todavia segundo
o crkério da nossa razfio são preponderantes, não conhecendo nós em confronto
com ctes- nada melhor e mais convincente O dever tj-u escolher abalaria 0 caráter
inconciuso da especulação mediante um acréscimo prático; antci. a raz.ào não
encontraria nela, que é o jut/. mais indulgente, nenhuma justificação sc, persegui
da por motivos urgentes e apesar do conhecimento defeituoso, não tivesse seguido
essas razões do ,\«u juizo. ajima das quais peio menos nâo conhecemos nenhum
melhor.
Este argumento, crnhofâ realmente transcendental enquanto repousa sobre
a insuficiência interna do contingente ê. todavia, tão simplório e natural que
se adapta ao mais comum senso humano, bastando que soja uinu só vez conduzi
do ü ele. Nós vemos coisas transformarem sc, surgirem c perecerem: por isso
elas. ou pelo menos o seu estado, têm dc ler uma causa. A mesma questão repete
se Côm respeito a ioda coisa que alguma ves possa scr dada / na experiência.
Ora. para onde mais acertadamente devemos transladar a causaltdade superior
serão para lá onde a causalidade suprema também se encomra, iito c. para ai|U£*
k ente que contém oriftirarúimcntâ Cm si o que c suficiente para o efeito ptmível
e c«jo concciui muito f&cilmeníc emerge do únicu traço de uma perfeição que
tudo abrange. Tomamos, pois. a cau&a suprema por absolutamente necessária,
porque consideramos absolutamente necessário ascender até ela c não encontra
mos nenhuma razão pími ainda ultrapassá-la, Por isso cm todos os povos vemos
O seu rtiEiis cego potiicísmo ser perpassado pnr algumas centelhas dé monfttcísmõ,
ao qual conduziu não a reflexão e profunda especulação, mas um caminho natu
ral — tornado passo a passo compreensível — do entendimento comum»
sentidos conhecido através deliu dai ascendendo segundo leis da causalidade até
a causa suprema fora do mundo; ou pòem empiricamente como fundamento so
mente urna experiência indeterminada, isto ê, uma existência quaJqucr; ou. ftnal-
meníe, abstraem de toda a experiência e de modo totalmente a priori inferem
de simples conceitns a existência de uma causa suprema. / A primeira prova si»
é a fisico-ieoiágica, a segunda c a casmüiógica, e a terceira é a otiiaJágíc<t. Não
há nem pode haver um número maior de provas.
Provarei que a raíàu Lrabatlia eun vào tanto numa direçao (acmpirica) coma
em outra (a transccndental), c que cia ínulitmcmc abre as suas asas para mediante
a simples força da especulação ultrapassar o mundo dos sentidos. A ordem em
que esses modos dc prova tem dc ser apresentados para exame, será exalamcntc
a inversa daquela adotada pela razão que se amplia pasça a passio é Umbérrt
daquela em que os colocamos inicialmente. Com dciLu. cunquanto experiência
de- azô ít ta], evidenciar-sc-a que ainda assim é simplesmente o ccnceiio rranxúÉn-
deniai que dirige a razão ricssn sua aspiração, e que nessâK tentativas todas deIU
mila o objetivo que cia se propôs. Portanto, começarei pelo exame da prova
transcendental, e depois verei com o que o acréscimo do empírico pode contribuir
para aumentar sua força demonstrativa,
/ S E Ç Ã O Q U A R T A DO C A P ÍT U L O T E R C E IR O m
D A IM P O S S rS tL ÍD A D E D E U M A P R O V A O N T O L Ó G íC A
DA E X IS T Ê N C IA D E D E U S
Do qtte ficou dilo utè aqui. vc-se facilmente que o conccilo de um eme abso
lutamcntc necessário é um conceito da ra/ão pura. isto é. uma simples ideia cuja
realidade objetiva nem de lon^e estã ainda provada pelo fau> da razão ncccssitar
dela, Tsl idéia, aliás, famecü só uma indicação subre uma certa compktudc,
ms bem que tnalcançãvel. e serve propriamente mais para limitar 0 entendimento
que para estendê-lo a novos objetes. Ora, aqui se cnoóniru o estranho e absurdo
dc que parece urgente c correio inferir uma existência absolutamente necessária
qualquer a partir dc uma existência dada cm geral, c que nâo obstante temos
contra nós todas as condiçòcs do eniertdimcnio p?ra nos formarmos «m conceito
dc tal ncccssidadc.
Em iodos os tempos falou se do eme absolutamente necessária, c nao $e
teve o mesmo empenho em compreender se c como Lima coisa dessa espécie pode
sequer ser pensada quanto cm provar a &ua exí&iência, Ora. cm verdade uma
explicação terminológica desse conceito é muito fácil, a saber, refere-se a algo
cujo nio-sír é impossível* Mas nem por isso nos lurnarnos mais / prudentes <^i
com respeito às condições, que tomam impossível considerar o não-ser de uma
coisa como simplesmente impensável e que são propriamente o que se quer saber,
ou seja, se mediante esse conceito pensamos dc algum modo alguma coisa ou
298 KAN T
nào. Com efeito, mediante a palavra incoruhciomdo lançar fora todas as condi-
çòes que o entendimento sempre necessita para considerar algo necessário nem
dc tonge rnc torna compreensível sc mediante o conceito de um incondicionada
mente necessário ainda penso alguma edsa* on se talvez não penso absolutamen
\v nada.
Mai$ ainda, acrcditou-se explicar esse ccmcdto, arriscado ao simples acaso
c finalmente tornado imeiramente familiar, mediante uma porção de exemplos,
dc mudo que ioda a informação ulterior sobre a âua compreens ibilidade pareceu
totalmente supérflua. Toda a proposição da Geometria* por exemplo, que um
triângulo tem três ângulos é absolutamente necessária; c assim sc falou de um
abjeto que sc oncontra lulalmeme fora da esfera dri nosso entendimento, como
se sc compreendesse perfeitamente o que se quer dizer com o seu conceito,
Todos os pretensos exemplos foram sem exceção tirados só dc juízos.
e nào dc colias e dc sua cxistèneia. A necessidade íncondicion.ida dos juíí.os,
porém, nâo ê uma necessidade absoluta das coisas. Com efeito, a necessidade
absoluta dojuíro é apenas uma necessidade condicionada da coisa, ou / do predi
cado no juizo. A proposição anterior nàodisse que três àngutos são absolutamen
te necessários, mas què. sob a condição dc existir (ser dado) um triângulo, tam
bém cKíütcn necessariamente iiès ângulos (nehí). No entanio, essa necessidade
tógica demonstrou tao grande poder de ilusno qué em decorrência, ao üc formai
um conceito a priori dc uma coisa posto c.1e tal modo que segundo a opinião
corrente compreendia cm seu âmbito também a existência, acrcditou ue poder
seguramente inferir disso que. visío :i existência scr rmecjjgaríamcnu: inerente at>
objeto desse conceito. Isto é* sob a eondiçuo de eu por tal e m a como dady (cjsís
tcnie)r também sua existência é posta necessariamente (segundo a regra da identi
dadç), e que esse ente £ por isso ele mesmo absolutamente necessário porque
a sua existência é pensada jumo com ujií soncdtü admitido a frfil-prazer e íob
& condição de que eu ponha o seu objeto- Sc num juízo idemieo suprimo o predi
cado e conservo o sujeito. &urgc uma contradição,, e por isso digo: aquele é neces-
sariamcnie athbuido a este. Mas se junto çom o predicado suprimo o sujeito»
nào surge contradirão ulg.uma, pois não iiá mais nada que possa scr contradito.
Contraditório ê pòr um triângulo e nào obstante suprimir ou seus três ângulos;
mas não constitui comradição alguma suprimir o tnsingulo junto com os sèiis
três ângulos. Rvatamente assim ocorre com o correeiro de um ente absolutamente
/ necessário. Se suprimis a sua existência, suprimis a própri* coisa com todos
os *eus predicados. Donde deve então derivar a contradição? Externameniç nào
há o que possa ser contradito, pois a coisa nao deve scr externamente necessária;
c internamente Lambêm nào, pois pela supressão da própria coisa suprimiste.?
ao mesmo tempo iodo o interno. Deus è onipotente: eis um juí?.o necessário.
A onipotência não pode ser supressa se pondes uma divindade, isto é. um ente
infinita, com cujo concciio aquele é idêntico. Se. porém, dizeis que Deus mio
é, então nâo sào dados nem a onipotência nem qualquer outro dos seus predica
dos, pois tü-dos. sào supressos junto com o sujeito, rtesse pensamento nào sc mos
trando nem a mínima contradição.
C R ÍT IC A DA R A Z Ã O P U R A 299
n* O crtnoeiro ê sfitrtprr possível « niut se tuiurimli/- Ejia c a not-u IÚjíícq da e put cia o
seu objeto di&hnguc-ac Ji> itihil nc^stiivuin Ma-, nau Ucixa menej. dc wii um cuncciro v-azm se ião for
JJAnkulanmwili: lietmmsirada íl rcatktade nhjctiua da. iiiilcse jtd:i ijikiI o cenceim £ produzida. M iu eorrii>
« í rriuatruu adiim. isiu repousa scrnptc subíc |3iincipii»s iJa «rxperièneist posiivd. c não sohrc o pnmcjpi«
da SulÁfiíT (<i prificÉpin dc ermtrutliiçftoj Rsla c uma aJvtrtP-nein. jwç*. n w í! íi Ju -. «jncciiot.
ÍLúgica) não sc Lnfíra lugn n [¥>ssífcilidínlc ua* frisai. Ireall
300 KA N T
Ora. se pcn^o um ente como a realidade suprema (sem defeito). erttào permanece
ainda sempre a questão SC ôle existe ou não. Com efeito, se bem que no meu
conceito do possível eomcúdo real de uma coisa em geral não falie nada. entre
lanto na relação com o estado toial do meu pensamento falta algo, ou seja. que
o conhccimentu daquele objeto também seja possível a posteriori* E aqui se rnani
festa também a causa da dificuldade atual Se se tratasse út um objeto dos senti
dos. tu não cunfundirja a existência da coisa com o seu simples conceito. Com
efeito, através do conceito o objeto e pensado como adequado somente às condi
ções universais de uma experiência empírica p-ossível: através da existência, po
rém. c pensado oamo contido no contexto da experiência / total; mas se o concei
to do objeto não c nem um pouco aumentado pela conexão com n conteúdo
da experiência total, mediante este o nosso pensamento nao ob&Lante obtém uma
percepção possível a mais. Ao contrário, se quisermos pensar a existência unica
mente atravéy da categoria pura, então nàu constitui milagre algum o fato dc
nâo podermos indicar nenhuma noia que a distinga da simples possibilidade.
Nosso cunceúo de um objeto pode pois conter o que c o quanto quEser,
mas para conferir lhe a existência precisamos de qualquer maneira sair dele. Com
os objetos dos sentidos* isto acontece mediante a intereonexão enm qualquer uma
das minhas percepções segundo leis empíricas. Mas para conhecer a existência
do« objetos do pensamemo puro. nâo hú rrtdo algum, pois teria que ser conhecida
lütalmenLc a priori, ao passo que nossa consciência de toda a existência (quer
imediatamente através dc percepção ou através dc inferências que conectam aipo
à percepção) purtenee total c inteiramente â unidade da experiência: é claro que
uniu existência fora dcsic campo nâo pt>de absolutamente ser declarada impossí
vel, rn-ns c uma prcssupo*içâo que nào podemos justificar mediante Coisa alguma
O coriccito dc um ente supremo é uma idéia útil sob muitOi ponto* de vista.
Mas pelo faio de ser simplesmente ideia, é por si só toUdmentc incapaz de am
pliar o nosaü conhecimento com respeito ao que / existe. Não consegue sequer «r>
Instruir tios Licxrc# du possibilidade de yina pluratidade de coisa*. Claro que rtao
se pode negar a um tal conceito o caráter analítico da possibilidade* que consiste
no fato dc simples posiçoôs (realidades) nau gerarem contradição alguma. Toda
via, a conexão de todas as propriedades reais numa coisa eonsliLui uma símess
sobre cuja possibilidade não podemos julgar a pfíori, pois as realidades não no*
sào especificamente dadas; e mesmo qye isto acontecesse, dc modo algum sc
verificaria aí um juízo, porque a nota da possibilidade de conhecimentos sinléti-
císis mm nemprx- que ser procurada sô na cxpenêEKici' á qual. porém. não pode
pcricnccr o ohjeto de uma idéia. Em virtude disso, o renomado Leibniz nem dc
long«: teve o êxiio dc que se vangloriou* ou seja. de pretender conhecer a priori
a possibilidade de um ente tão sublime.
Todu í) esforço e trabalho empregados no ião célehre argumento ontológico
(cartesiano) com respeito ã existência de Deus a partir de conceitos foram porutn
lo perdidos» e um homem tomar-se ia mais rico de conhecimentos com base em
D A IM P O S S IB IL ID A D E D E U M A PR O V A C O S M O L Ó G IC A
DA E X IS T Ê N C IA D E DEUS
14 F31A eoncliuuo r d ím *iia d * LjisrvhccKla jiiin i nctcasiiar exjui-la aqui pormenorizadamente. Ruseia-se
nu le» iiutural díf ««uiuM atte sufKKStaiiiçriEC irartNCcndental. de que i« iiv o conljnp.íritê tem que rrr 4 wia
causa qu.-, íjuiunJu tuiiun^tnic^ injnbi.na tcni quí pUàSUií [KV KUã iie í uma causa, aié que a sirie da* ea.11 sjk
suhviidmailss umas ái utiLras lertninc fru^anicm ç num* tim » Htwluianiwili: ncoessâría, fiCm a qual Ft
íé ric não posüuiflíi compleiudc alguma.
C R ÍT IC A DA RA ZÃ O PU R A 303
Lo. a prova começa propriamente com a experiência, por eonsegumic. nào proce
de totalmente a priori ou ontolo^icanrerue- e visto que o objeto de toda a espe-
ricncia possível dcnomina-ÇiC mundo, a prova è denominada cosmológica. Já que
também abstrai dc todas as propriedades particulares dos objetos da experiência
pelas quaiw este mundo pode se distinguir de iodo mundo possível, é então já
cm sua denominarão distinta da prova físico-teológica, que requer como argu
mentos observações sobre a natureza parUcular deste iiusso mundo dos sentidas.
Ora. a prova infcrí; ulteriormente que o ente necessário só pode ser determi
nado de um único modo. bto é. através de um nó de todos os predicados eonira-
poslos possíveis; conseqüentemente, tem que ser determinado ttimpleLameftte pe
lo seu cünccito. Oriu so ê possível um único conceito d# umacwsaque a determ
ntí a priori ç comptetamunte. a .saber, o dc ens realissimum. Lago. o conceito
do ente reaEÚ&ima c o / único pelo qual utn ente necessário pode ser pensadu. «w
isto 6. existe netessariameniç urn ente supremo*
Neste argumento co.snioi6gicojuiHunn .se tantos princípios rutionalizames
que a razào especulativa parece ler nele empregado ioda u sua arte diaEêiica
pura levar a efeito a maior i]usào iranüecndcmat possível. Queremos* todavia,
deixar o seu exame de lado por algum tempo, upenas para tornar manifcsUf uma
astúcia com st qual propòe um argumenio antigo soh as vestes de um novo e
recorre ao consenso de dois lesiemunha*. a saber, de um tcsicmiinho puro tia
raüão ç de ouiro confirmado empirie;) mente. vtsto que apenas o primeiro muda
sua vestimenta c sua vuic paro ücr tortludu pelo segundo. Para ítíiwmTar a sua
baçe de modtí verdadeiramente sefturo* a prova cm questão funda-sc no5>rc a expe
ricncía e assim a^ume ares de diverso da prova ontológica, que deposita a sua
inteira confiança em meros conceito.? puros a priori. A prova oosmológica, entre-
tamo. scrve*íé dessa expertenein para dar um único pysso. ou seja. até a existèn
cia dc um ente necessário cm geral. O argumento cnipírico não pode ensinur
que propriedade* este ente possui. Em virtude disso, u razào despede-se inteira
mente dclc e perquire. por detrás dc meros conceitos, que propriedades icm que
possuir um eme / absoluuimcntc nccvssúrio «m gorai, isto é. qual dentre as a vi- aí*
sas possivms contém as condieòes requeridas írequcsittií para uma necessidade
absoluta. Ora. :i ríií.ào a c cneuntrar csscs requisitos unicamente no conceito de
um eme realíssimo, ç conclui cntào; ta! ente é o eme absolutamçmu nccessãria
É claro, lodavia, que com isso se pressupõe que o conceito de um ente dotado
di> realidade suprema satisfaçu imeirumcnic u conceito da necessidade absoluta
na «MhtJncta, isto è, que daquele se possa inferir çsie. fcsia c uma proposição
que foi deftsndida pelo prgunieniu ontuüógico, que, portanto, e assumida e posta
como fundamento peta pmva cnsmolóyiea, ü que, aliás, se quisera evitar, Com
efeito* a ruxeividade absoluta é uma extstènçia a partir de s-imples conceitos.
Portanto, ae digo que o conceito do eus rcalissimum ê o único próprio e adequado
ã existência necessária, entítu tenho que conceder também que esta pude ser infe
rida dele. Portanto, c prupriumente só a prova ontológicn a partir de puros con
ceitos que contém ioda a força demonstrativa na assim chamada prova cosmoló-
gtea. e a pretensa experiência é totalmente inútil, e taJvc?. podendo nos conduzir
ao conceiro da necessidade absoluu, mas d* uxaimenic inútil para. demonsirar
KANT
a mesma em alguma coisa determinada. Com efeito, tào logo tenhamos tal objeti
vo-, temos que abandonar Éogo Ioda a experiência c procurar, dcntfe conceitos
p.iift puros, qual deles oontôm as / eondiçoes da possibilidade de um ente absoluta
mente necessário, Mas sc desta maneira é compreendida só a possibilidade de
um tal ente. entao lambém está demonstrada a sua existência. De Tato. issoequi'
vale a dizer que dentre todo o possível há um único que tra£ consigo uma ncces&i*
dade absoluta, isuj c, q«« tal eme existe de modo absolutamente necessário.
Todas as inferências sofísticas descobrem se da maneira mais fácil quando
postas escolastieamenie ante os olhos. Segue-se aqui uma ejtposição desse tipo.
Sc Á correta a proposição de que todo o ente absolutamente nece&sário é
ay mesmo Lcrnpo o ente re a l isstmo (c i^u constitui o nervus pro bandi da prova
cosmológica). como todos os juizos afirmativos ela tem então que permitir a
conversão pelo menos per acculcns; logo. alguns dcmrc os entes rculísssimos são
ao mesmo lümpo absolutamente ntícessirios, Na verdade, porém, um ens rcalissi-
muni não se distingue de um outro cm nenhuma de suas partem e o que vale
para afguas entes contidos soh esses conceitos lambem vale para todos. Por con
seguinte* poderei também (nesie caso) simplesmente converter a proposição, isto
ê. lodo ente mats real dentre todos é um ente rtecessáriõ. Ora, visto que estia
proposição é determinada a priori meramente a partir de seus conceitos* o sim
ples conceito do ente mais real precisa implicar também a necessidade absoluta
do mesmo. Precisamente isto foi afirmado peia prova ontológica e não unis ser
MT reconhecido / pela coimiolòfiica. conquanto esia f>pusessi. embora ocultamente,
à hase das &ua$ inferências.
Deste modo, com efeito, o segundo caminho seguido pela rasào especulativa
para provar a existência dy ínie supremo é nàü só ião enganoso quanto 0 primei*
ttO, mas além disso ainda possui de censurável o fato de comcicr uma ignoratio
dcnchi na medida cm que. prometendo Rmar-nos por um novo caminho, após
uma breve volta nos reconduz ao caminho antigo que abandonáramos por sua
causa.
Eu disse pouco airás que nesse argumento cosmoJógieo ocultava se todo
um ninho de presunções dialéticas que a crítica transcendemal podia facilmente
descobrir c destruir Quero agora só mencioná-las. deixando ao habt! leitor a
tarefa de continuar rastreando e suprimir os princípio*, enganosos.
Entre esses efetivamente se encontram, por ewmpJo: 1) o princípio transcen
dental de inferir do contingente a uma causa« que possui significação apenas
no mundo sensivet e fora do dual não tem sentido algum- Com cfciio, o simples
conceito íntdcesual dc catulngentc nào pode de mudo algum prflduíir uma pro*
posição sintética, como o faz o conceito de causnlídâdc, nào possuindo o princí
pio desta última absolutamente nenhuma significação e nenhum sinal caracterís
tico do seu uso, n não ser no mundo dos Mentidos; aqui, porém, deveria prestar-se
ms precisamente para ultrapassar o murtdo dos sentidos, 3) O / principio8" de, a
M uita* forçns dn natureza que externam s.ua existência mfídiwmc curtos efei
ioí: pcrmanucem nos inescrutáveis, pois nào p ie m o s icyui las. sul'tdcniemiinte
longe peia obseitação, O objeto Iransccnduntul subjacente aos fenímientps, e com
ele o fundamento pelo quu! u nossa sensibilidade possui esta condição suprema
ra? ao invés de / outras, são e pernumeccm para nós inescrutáveis, conquanto a Coííll
mesma seju de resto dada, mas apenas nào compreendida. Um ideal da razão
pura nao pode, cntreianio. eharrmr se inf.xrruíftveí. pois nào pode apresentar ulte
riormeme nenhum atestado da smi reulidudc senào a. necessidade da razão de,
mediante esse ideal, rcaJizar plennmcntc a sua unidade sintética. Visto, pois, que
não foi jam ais dado sequer eomo objeto pertsáveJ. tampouco c inescrutável como
U l; como simples idéia, tem antes que encnnirar a sua sede c soluvào na natureza
da razüo. e. portanto, deve poder ser mvcsügaüo. Com efeito, a rayãn consisie
precisam ente no fato de poderm os prestar contas dc todos os nossos conceitos,
opiniòcs e asserções, qucf a partir de fundamentos objetivos quer, quando são
sim ptes ilusüo. :i p artir dc fundam entos subjen vos.
D ESC O BERTA E E X P L IC A Ç Ã O DA ILU SÀ O D IA LÉT IC A
EM TODAS AS PRO VAS TR A N SC EN D EN T A IS
DA EXISTfcNCIA D E UM EN TE N ECESSÁRIO
na medida em que seguig uma tal idéia, ou seja, um fundamento supremo imagi-
643 nárió; o outro, por sua vez, vos adverEe a não tomar ! determinação alauma
concernente à cxisiência das coisas como um tal Fundamento supremo, üít» è,
como absolutamente necessária, mus a manter o caminho iA:mpre aberto para
uma ulterior derivação e por isso ei tratar tal determinação sempre como condi
cionada. Todavia, se temos quií considerar tudo o que percebemos níis coisas
como condicionadamente necessário, então nenhuma Caba (que possa ser dada
empiricamente) pode ser tomada como absolutamente necessária.
Dísso ütgiic se, porém, que tendes que admitir o absolutamente necessário
Jo t a do mundo. Com efeito este deve servir apenas como um princípio da máxi
ma unidade possível dos fenômenos c como o seu fundamento supremo; no mun
do jamais o atingireis, pois a sugunda regra rçrdena vos a sempre encarar iodas
as causai empíricas da unidade como derivadas.
Os filósofos dçi antiguidade encaram toda a forma dít naiureza como contin
gente, mas segundo o juízo da ra?ão comum consideram n matéria conui origina
ria e necessária. Se não livesseiti cunsiderado a matéria como subsirato do& fenò
menos. mafi como vrn si mesma segundo a sua existência, untâo a ideia da neces
sidade absoluta teria imediatamente desaparecido. De faio* não há nada que de
modo íibüoluto vincule a raí.5o a eSaa existência, mas a raiâü pode sempre e
sem contradição suprimir tat existência pelo pensumento. Mia, tamhém a nece^si
dade abírduia residia unlcameme no pensamento. / Portanto» um eejto principio
rcgulativo tinha que suhjar.Gr a csuu persuasão. Na verdade, também a extensão
e a impenetrabilidade (que constituem juntas o conceito de mméria) formam o
principio empírico supremo da unidade dos fenômenos c na medida cm que este
é empiricamente incondicioriado posüucm cm si uma propriedade de princípio
rcgulativo. Entretanto, viàto que toda determinação constitutiva da realidade dn
maicria. por conseguinte, tambim íi impenetrabilidade, c um efeito fuma ação)
que tem que possuir tt sua causa e que em virtude disso é sempre derivada, assim
a matéria <te modo algum sc presta para a idéia de um cme necessário cnquuntu
princípio de toda a unidade dorivadq. Com «feito* e:idn uma dus propriedades
rcaLs da matéria, enquamo derivada, é apenas condicioíiadartientc necessária c
portanto pode ser em ú suprimida. Em uil caso, poremh a existência lotai da
matéria seria supressa; e se isto não acontecesse, teríamos alcançado cmpirica
mente o fundamento supremo da, unidade, o que é proibido pdt> segundo princi
pio re^ulativo. Disso resulta que a matéria, e em geral tudo o que peri&nce ao
mundo, não se adapin à ideia de um eníe neces&drio e originário como simples
princípio da máxima unidade empírica. ma& que aquele tem que ser posto fora
do mundo, já que sempre podemos sem maiores preoeupaçoes derivar o&fenòme
nos do mundo e a sua exisiênda de outros fenômenos çomo ac nào houvesse
nenhum ente necessário, e não obstante podemos aspirar incessantemente ukun
647 çar a completude da derivação í como sc fosse pressuposta como um fundamento
supremo.
De acordo com essas considerações, o ideal do ente supremo não b mais
que um princípio regufativo da razão para considerar toda a ligação no rttundo
MV
taC como se surgisse da causa necessária mais sufi ciente dc Lndas. a íim de na
expífcação dos fenômenos fundar sobrti cia a fegra dc uma unidade Msiemátíca
e necessária segundo leis universais, e. portanto, não é uma afirmaçào de uma
cxísténeia necessária cm si. Tudavia. ê ao mesmo tempo inevitável reprcsentar-se.
mediante uma sub-repção transcendentaE esse princípio íormal como constitutivo
e pensar hipostaticamente essa unidade. Com efeíio. pelo fato de tornar origina-
riamenLC possíveis todas as figuras que são unicamente diversas limitações suas.
embora seja somente uaíi princípio da *cnHÍbilidadc o espaço è. nào obstante,
precisamente por isso considerado um algo absolutamente necessário subsistente
par si t! um objeto diido a priori e em si mesmo- Do mesmo modo. visto que
a unidade sistemática da natureza de maneira alguma pode ser proposta com o
princípio de uso empírico da nossa razão, a rrjo scr na medida em que thc ponha
mos como fundamento a idéia dc um ente realissimo como cau»a suprema, hcoa-
icee de modo loíalmenie natural que csxa ideia ê mediante tal representada como
um objeto real, e pelo faio de ser a causa suprema este è por sua vez represcniado
como necessário, por conseguinte, que um princípio regula tivo / è transformado MÍ<
num princípio consíúurivo. Esta substituição revela-sc pelo Tato de, se esse ente
suprema que com respeito ao mundo era absolutamente (incondicionadamcnie)
necessário agora considero como coisa por \u tal necessidade não scr capai: tte
conctnio algum. c. portanto, tem que ter sido encontrada em minha razàu apenas
como condi^ào formal du pensamento, nao, porém, Como condição material c
hipnstáuca da existência*
S E Ç Ã O S K X T A D O C A P ÍT U L O T E R C E I R O
f,54 com certeza. tio tocante aquilo /' ate onde alcança a nossa observação, a partir
da uniUa.dc da referência recíproca das partes do mundo enquanto membros dc
um edifício construído com anc, c além deste campo inferida só com probabilida
de segundo todos os princípios da analogia.
Sem pretender aqui chicanear a razão naturat sobre a sua inferência, que
a partir da analogia de alguns produtos naturais com a arie humana - - ao violen
lar a natureza e a constranger a não proceder segundo os seus frns. mas a se
ajustar aos nossos (em virtude da semelhança dc certos produtos naturais com
casas* navios, relógios) — conclui que à natureia aubja?. uma La3causalidade,
a saber, entendimento e vontade, quando a razão deriva a. possibilidade tmerna
da natureza livremente operanve (a qual torn.ii pela primeira vcví possível toda
a arie e talvez mesmo a própria razão) dc uma outra arte ainda, qui; c. todavia,
sobre humana. Embora este modo de »iTerír não possa talvez resistir à critica
transcendental mais severa, temos que confessor que. sc quisermos uma ve/, indi
car uma causa, não poderemos proceder de modo mais seguro do que cm analo
gia com tais produtos conformes a um fim. que são os únicos dos quais conhece
mos inteiramente as causas e ys efeitos. A ra^iiu nào poderia juüliflcar se perante
si própria ac da causalidade que da Conhece quisesse passar a obscuras e inde-
monnráveis razões t-xplicativas que nao conhccc,
Dc acordo com essa inferência, a finalidade e a harmonia de tantas ohros
-,ü n:ttjrais teriam simplesmente que provar a coniin / gcncia <!a forma, mas não
a da matéria, isto é. da substancia no mundo. Para provar «sto* de Puto. requerer
se ia ainda puder provar que as coisas do mundo seriam em si mesmas meapaíces
dc uma ial ordem e de um tal acordo secundo leis naturais sc mesmo xeguflitn
a sua substância não fossem o produto de uma sabedoria suprema, Para este
fim requerer se iam, contudo, argumenu»* totalmente diversos daqueles baseados
nu analogia tom a arie liumaiiq. Portanto, a prova poderia no máximo evidenciar
um arquiteto no mwufo que seria sempre bastante limitado pela plasmabilídade
da matéria prtr elo elaborada, mas nào um criador do mundo a cuja idéia tudú
está subordinado. Isto não é nem de tonge suficiente para o grande objetivo que
se tem di;inte das olhos, ct saber* de provar a existência do um eme originário
louilmente suficiente. Se quinássemos provnr a contingônda da própria matéria,
teríamos que nus refugiar num ar&unicniu transccndentaL o que, porém, teve pre
cisamente que ser evitado aqui,
A inferência parte, pois, da ordem e finalidnde tão completamente observá
veis no mundo, como uma organi/.ução imeirameiUs: contingente, aíc a existência
de uma causa propnmrmada às mesmas. Todavia, o conceito dessa causa tem
que nos dar a coohcccr algo totalmente determinado íi respeito dela. não podendo
por isso ser outro senào o conceito de um eme que. como um ente totalmente
<ijt. suficiente, possua todo o poder, toda a sabedoria, etc.. numa palavra / luda a
perfeição. Com üfciío, os predicados de puder e excelência grandíssimos, admirá
veis e incomensuráveis, não fornecem absolutamente concdto determinado al
gum e propriamente nào dizem o que seja a coisa em st mesmn, mas são aperm
representações de relação sobre a magnitude do objeto que o observador {do
C R ÍT IC A DA RAZÀO PU R A 3J3
seu objcLO, sem. todavia, quererem confessar que chegaram a esse conhecimento
ou pressuposto por um atalho diverso daquele da cxperiêncãa.
Deste modo. portanto, à prova física teológica suhjaz a cosmológica. a esta
porem a prova ontológica da exísLcncia de um ente originário uno como ente
supremo. F. visco que fora desse« tres caminhos maís nenhum está aberto à razào
c&peciilativa, assim a prova omològica a partir dc meros conceitos puros da ra
zào è a única possível, sò pode considerar-se possível qualquer prova de uma
proposição que sc eleva a tal ponio acima de toda o uso empírico do entendimen
to.
tö'j / S EÇ Ã O S É T IM A DO C A P ÍT U L O T ER C FT R O
C R ÍT IC A D E TO D A A T E O L O G IA A P A R T IR DE PRIN C ÍPTO S
E S P E C U L A T IV O S DA R A Z Ã O
“ '•Não moral ta tló iy «. píias esta címitíT" leis m w aií que pr^vupòctn a cmsicnciu dt um gúVciimnur uiprc-
mo do mundn, go passo que a teologia ijw a í ú um* conrkfâo m Ijíc a c*istênçia tíc um raie supremo,
coíu ivfão que sefundo íobr-c leis morai!.
316 KANT
A P Ê N D IC E À D IA L É T IC A T R A N S C E N D E N T A L
da mesma. Chamo a este de usu apodíucu da raxào. Ou. num segundo caso.
o universal ê admitido só problematicamcnte c é uma simples idéia, o purlictilar
é emào certo, mas a universalidade da regra para esta conseqüência e ainda um
problema; deste modo, sâo experimentados na regra diversos casos particulares
que sào lodo?; certos para ver se decorrem d.ela e neste u w , quando sc tem
a impressão de que todos! os, casos particulares indicáveis resultam dela. inferir.- r. 75
a qual todo mundo pressupõe que tal unidade da razão concorde com 3 própria
natureza* e que a razão em tal caso não esmole, ma* ordene, embora &em poder
determinar os limites dessa unidade.
Se entre os fenômenos que se nos oferecem houvesse uma tào grande diversi
dade não quanro à força (pois com respeito a cata podem ser semelhantes entre
si), mas quamo ao cwnieúdu, isto é. à multiplicidade de entes existentes, que nem
o mais agudo entendimento humano pudesse mediante comparação de um com
o outro encontrar a menor semelhança (um caso que bem pode ser pensado h
então não haveria absolutamente a Ecí Jógica dos gêneros nem haveria / sequer
urri conceito de gênero ou qualquer conceito universal, nem mesmo um entendi
mento que unicamente Lem a ver QOm esses conceitos. Logo, sc deve ser aplicado
à natureza (pela qual entendo aqui só os objetos que nos .são dados), o princípio
lógico dos géneros pressupõe uni princípio transcendental:. De acordo com um
tal princípio, o muliíplo de uma experiência possível pressupõe necessariamente
a homogeneidade (embora não posamos determinar a priori o seu grau), pois
sem esta não seria possível conceito empírico algum, por conseguinte, nenhuma
experiência.
Ao princípio lógico dos gêneros que postula a identidade contrapõe-se um
outro, a saber, o das espécies, que roquer multiplicidade e diversidade das coisas
sem levar em conta sua concordância sob o mesmo gênero, e que prescreve ao
entendimento não prestar atenção menor a um do que a outro, Este princípio
(da perspicácia ou da faculdade de distinguir) limita muito n leviandade do pri
meiro (do espírito), c a razão manifesta aqui um duplo interesse conflttãnie um
com o outro. ou seja, por um lado o interesse da «jusosão (da universalidade)
com respeito cos gêneros* por outro ü dc conteúdo (da determinidade) com vUta
à multiplicidade das espécies, pote no primeiro ca&o o entendimento pensa muitas
coisas .sob os seus conceitos, mas no segundo ainda mais coisa* nos
A mesma duplicidade se exlcrna / no modo de pensar muito diferente dos pesqui
sadores da natureza, alguns dos quais (que são sobretudo especulativos), por as
sim dizer, adversos s‘i heterogeneidade, tendem sempre ã unidade da espécie; os
outros (que .são sobretudo cérebros empíricos) procuram inccssantâtacnic dividir
a naturexa a um tal grau de multiplicidade que quase se tem que abandonar
a esperança de julgar os seus fenômenos segundo princípios universais.
A este último modo de pensar subjuz também evidentemente um princípio
ló&ico, que tem por objetivo a compleíudc sistemática de todos os conhecimentos
quando eti, partindu do gênero, desço ao múltiplo que posss estar contido sob
o mesmo e desce modo procuro dar ao sistema extensão, como no primeiro caso
simplicidade quando me devo ao género. Com efeito, nem a partir da esfera
do conceito que designa um gênero, nem a partir da esfera do espaço que p*xlc
reeeber uma matéria, é possível depreender até onde pode ir a divisão dà mesma.
Par isso, todo o gênero nsquer diversas espécies, a espécie por sua vez requer
diversas subespécies; e visto que nenhuma destqs se realiza sem que por sua
vez tivessç uma oucra esfera (extensão como conceptus ccwnmunis), assim em
tnda sua ampliação a ra-tuo exi^c que nenhuma espécie seja cm si mesma encara.
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 325
da como a íntima. Com efeito, já que a espécie è sempre um conceito que contém
só aquilo que é comum a coisas diferentes o conccilo nào pode ser determinado
completamente e nem, pois. / referir-se antes de tudo a. um indivíduo, conseqíicn- asa
temente tem sempre que conicr soh >i outros eonccilQí. i^ín é. subespécies. F^tíi
lei da cspedfieação poderia ser expressa do ^guinte modo; emium varieiaies
non temerc esse minue/idas.8“
Todavia sc vê facilmente que também esta [d lógica não leria sentido e
aplicação sc nào subjaz.csstí uma (ei transcendental da especificação. Tal lei em
verdade nàú requer uma injiniiude real com respeito às divcrsidadcs das coifas
que poMiam tornar-st objetos nossos: para tamo. efetivamente, nãu dá lugar o
princípio tógieo que afirma unicamente a ináutêrminidade da esfera lógica com
respeito à divisão possível; nào obstante Lal lei, impõe ao entendimento íi tarefa
dc procurar subespécies sab cada espécie que nas apar-ecc c diversidades menores
para cada diversidade. Com efeito, si não houvesse conceitos inferiores, não ha
veria tampouco superiores* Ora, o entendimento conhece tudo só mediante eon
teiLús; logo, na medida do alcance da divisão jamais conhece medianura simples
intuição, mas sempre rciiçradamente mediante conceitos inferiores. Na sua deter
minação completa ípossivel somenur pçfo entendi mcnioK o conhecimento dos fe
nômenos cjtige utno especificação incessantemente progressiva dos hcu1; conceitos
e uma progressão rumo a diversidades sempre ainda rçmancüccnte$, das quais
se abstraiu no conceito dc espécie e mais ainda no de gênero.
/ T a l lei d ci espccificação tampouco pode icr tirada da experiência. pois
esta não pode! fornecer perspectivas ião vasta*. A especificação empírica dçiòm
sc logo nu distinção do múltiplo, caso pela jã precedeuic lei transcendental da
especificação enquanto principio da razâo nào tenha sido guinda u procurar es&a
distinção c u supô-la sempre de novo. mesmo que não se revtfte aos sentidos,
Para descobrir que as terra* absorventes suo de diferentes espécies (terras calcá
rias e muriiUicas), precisou se dc uma regra precedente da ra^ào que impusesse
ao entendimento a tarefa de procurar a diversidade ao mesmo tempo em que
pressupusesse n naiureya tão rica que levasse a supô la. Pois nós poswjímos en
tendimento apenaj* sob a pressuposição da diversidade na natureza, como sob
n condição de que os objetos da masma possuam cm si homogeneidade, pois
precisamente a mulliplicidadc daquilo que pmJe ser reunido .sob um conceito per
faz o uso desse eoricdio e a ocupação do entendimento.
PorraiUu, a râzão prepara o campo do enicndiiruMito. em primeiro lugar
mediante um principio da fairnojtvneidatfe de múltiplo sob gêneros superiores,
em segundo lugar mediante um princípio da variedade do homogéneo sot> espé-
cíca inferiores; e para completar a unidade sistemática, em terceiro lug^r» acres
ccmn ainda uniu lei da afinidade dc iodos os conceitos. que ordena uma p a ra
gem continua de cada / espécie a toda outra mediante um crescimento gradual «8'i
da diversidade. Podemos denominá-los princípios da homôSfineidade. da espeeijt-
Cúção e da continuidade das. formas. O última princípio surge da reunião dos.
dois primeiros depois que se completou a ínterconcxão sistemática na idéia, tanto
** As vuríedadM <)<Kent-esr nã* dsvfeiiT ser dipiínuídjit icrTKTariftnKrtlc. (N. ilus T.)
m KANT
Lomasse um caminho exatamente opüsLo au da natureza. Logo. essa lei tem ^ue
repousar sobre fundamentos puros transcendentais. e nào sobre fundamentos ern-
piricos. Pots senão, rto último caso, viria dcpoii dos sistemas, mas foi própria
mente ela que prtxíuíiu o cará ter sisiemálico do conhecimento da natureza. Atrás
dessas leis nào se encontram eventualmente ocultos propósitos de realizar um
tesie com as mesmas como se fossem simples tetitativas, conquanto certamente
gssa / íntercortexào. quando se v e rifica , fornece Lim poderu so argum ento para
considerar fundada aquela unidade pensada hipoteticamente. c sob este ponto
de visia Lais leis lambem possuem poríanLo a sua utilidade, mas se vc ctarametUc
que julgam ;i parcimônia da.1 , cauüas- fundamentais, a rrujÍLsplieSdiidc doa efeitos
e daí procedente a afinidade dos membros da natureza como em si mesmas racio
nais e conformes à natureza, e yuc estes princípios recomendam sc pois diretamen
te e não apenas come» uma ajuda ao método.
/ Se mudarmoí. a ordem dos principsos ora referidos p:irn dkp Êos confor
me 0 «.w da experiência. então os princípio* da uuidáUv sistemática situar se iam
do seguinte modo: multiplicidade, afinidade a unidade; mas enquanto idéias, cada
um deles seria Loxmido no mais alio grau da sua compleiu.de. A ra/iio pressupõe
os conhecimentos do eniciHÍtmciUn. inicialmente aplicados à experiência, e segun
do idéias procura sua unidade que vai muito mats longe do que a experiência
pode alcançar- Sem prejuízo da sua diversidade. a afinidade do múltiplo «tofo um
princípio da unidmde concerne nao simplesmente Ãs coisas. mas bem mais uinda
às simptes propriedades e forças das coisas. Èm conseqüência disso, se por e*cnv
pio o curso dos planeias nos c dado com» circular por uma cxpericncia (ainda
riào inteirítmente cnrriftidaj 1; noK encontramos diversidade*. então as. <?upotno<í
naquilo que através dc todos os influiiu:. graus intermediários pode alterar segun
do uma lei constante, o movimento eircular pnra um movimento dele divergente,
isio c, os movimentos dos planeias, que nào sào cirs^Lili^s, aproximam-se mais
ou mfmis *Jas propriedades destes e eacm assim nu movimento elíptico. Os come
las manifesiarn uma diversidade ainda mator em sua* Irajetórias. já que (até onde
alcança a nossa observação | não regressam uma vez. soquer ao movimento eircu
lar: nôs todavia conjeiurumos que se trate da um movimento parabólico afim
ao elíptico, e se o longo eixo deste último Idr muito extenso, em todas as nossas
/ abservaçcks nào se poderá distinguir enire ambos. Assina Com bahe naqueles
328 KANT
mente completo, puis foram eliminadas toáas. as condições restritivas que forne-
ccm uma mukiplicidade indeEcrminada. Logo, a idéia da razão é nm analogon
de um esquema de sensibilidade, mas com a diferença de que â aplicação dos
conceitos do entendifíitínüo ao esquema da razãü não è do mesmo modo um co
nhecimenío do próprio objeto (coma no casa da aplicação das categorias aos
seus esquema;» sensíveis;}, mas sò uma regra ou um princípio da unidade sistemá
tica de todo t>uso do entendimento* Ora, visto que lüdo princípio que estabelece
a prfori a unidade completa do uso do entendimento também vale. se bem que
só indiretamente, para o objeto da experiência, assim os princípios da razão pura
possuem também realidade objetiva com vistas a este último, só que não para
determinar algo a este respeito, mas para indicar o prneedi menio segundo o qual
o usu empírico e determinado / do entendimento com respetto á cxpcricncia pude
tornar-se completamente concorde consie-o mesmo mcdiaruc o Tato de. lantn
quanto possível. ser tmerconeciadcr com d princípio da unidade completa c deri
vado do mesmo.
Todos os princípios subjetivos inferidos rtào da constituição do objeto* mas
do interesse da raiàu por uma Certa perfeição possível do conhecimento desse
objeto, são por mim chamados máximas da razão. Deste motk). há máximas
da raaà« c% spccul;uivai> que repousam unicamente sobre o seu inlercsse especulali
vo, embora em verdade possam parecer princípios objetivos.
Quando principios meramente regulativos forem considerados constitutivos,
entào enquanto princípios objetivos poderão conflítuar enire si; mas se forem
considerados simplesmente máximas, cmâo já não Jui um verdadeiro conflito,
mas yimplcstnentc um interesse diverso da rrtjcào, o qual causa uma scpaiaçuo
no modo de pensar. De fato. a raxão possui um único interesse, e o conflito
das suas mnximas ê só uma diferença c {imiiiiçào recíproca do> métodos para
sattsfoiccf esse ínterissse.
Deste modo. n ew racional r/mlor pode prevalewr o interesse pela m ulliplin
daüe (segundo o princípio da especificação). ik> ouim porem 0 interesse piífa
unidade (scg.undo o princípio da agregação). Cnda um dos. f dois cré ttrar o seu
juizo da compreensão do objeto. e Fundão contudo unicamente sobre a maior
ou menor afeição 3 um dos dois princípio«: estes não repousam sobre fundamtrn-
tos ohjetivos, mas apenas sobre o ínteresseda razão, t por isso poderiam chamar
se antes máximas do que princípios. Quando vejo pessoas inteligentes em conflito
entre si por causa dá característica cios homens, dos animais úu das planta*,
até mesmo dos corpos do reino mineral — na medida em cjue alguns admitem»
por exemplo, earacurcs nacionais particulares fundados sobre a. descendência,
ou também distinções precisas c hereditárias entre famílias. raça*. eic,t enqtirmt»
outros, ao contrário, fundam a *t«n atenção *abrc o fato de que a natureza por
toda a parte di&pòã as coisas identicamente e que tnda a distinção repousa somen-
lc sobre contingências externas — . emão devo tomar em consideração só 3 cons
tituição do objeto a ftm de compreender que para ambas as partes cie jaz oculio
profundamente demais para que possam falar u partir da compreensão d.n naturt
za do ohjeio. Nãõ se trata de outra coisa senão do duplo interesse da razão
m KANT
em que uma parte toma a peito um interesse. ou aparenta fazc-luTc outra parte
outro; por conseguinte. não se traia senão da ilwersida.de das máximas da multi
plicidade da natureza ou da unidade da natureza, que podem muito bem concor
dar entre si. mas enquanto forem tomadas por conhecimentos objetivos, propor
cionam nau $6 conflito, mas também dificuldades que por longo tempo retardam
a verdade, até que seja encontrado um meio quii / faça concordar interesses con
fiilatues e satisfazer a razão a esse respeito.
O menino se passa com 3 afirmação ou a negação daquela famosa lei intro
duzida por Letbnlz c admiravelmente sustentada por Bonnet. â d a escafa continua
das criaiuras. Esta lei nào c mais que uma aplicação do principio da afinidade
fundado vibre u interesse da razão. Com efeito, a observação e o eonheci mento
da constituição dsi natureza nao poderíant absolutamente fornecer tal lei como
uma afirmação objeliva. Os dc^rauR dessa escola. Iei! como pívdtírn ser mostrados
pdu experiência* sSs distamos dumais cnlrc si. e as nossas supostas pequenas
diferenças, comumenlc são abismos trio largas nq naturc/.a que de nu^do algum
se deve cortar com tais observnçõcs para conheeer os propósitos <ia naiure/y
(sobretudo em Face dc uma tãi> grande muliipliudüde de coisas, onde sempre
será fácil encontrar cenas semelhanças e aproximiiçòes). Gm contrapartida, o
método dv procurar a ordem iva natureza secundo um tal principio c a máxima
de considenVln fundada nimui natureza tfm lícra]* embora fique indeterminado
urtdc e alé que ponto, constituem nâo obstante um legitimo t cfccdentc princípio
reguLuivo du razào. Um princípio como csie vai lyduviu longe demais para que
a observação ou a experiência ptKO se lhe equiparar: e « m dtfternjinmr qunlqucr
coisa, só iriiçu pura a ra^ão o cítininlio uirno à unidade sistemática.
te possível, mesmo 5upondo que divirja bastante da deduçào que se pode em
preender cum as categorias. EsLa é a realização plena da rareFa crítica da razão
pufeu e é elíi. que queremos agora empreender.
Há uma grande diferença entre se algo c dado à. minha razão como um
abjeto pura e simplesmente ou se só como um objeto na idéia. No primeiro caso*
os meus conceitos dirigem-se ã determinação do objeto; no segundo, trata se ape
nas de um esquema ao qual não c conferido objeto algum, nem sequer hipotetica
mente. Tal esquema serve somente para representar os outros objetos mediante
a referência a essa idéia., por conseguinte, indiretamente, segundo a sua unidade
sistemática. Assim, digo que o conceito de uma inteligência suprema é uma sim
ples ideia, isto c, quC a sua realidade objetiva não deve consistir no faio dele
precisamente se referir a um objcío (pois com esta significação não poderíamos
justificar a sua validade objetiva)* mas que é só um esquema ordenada segundo
as condições òa máxtma unidade da ra^ào e relativo ao conceito de uma coisa
em geral. servindo somente para manter a máxima umdade sistemática no uso
cmpíríeo da tiosua razão na modiòa em que o objeto díi experiência c pur assim
dizer derivado do objeto fictício dessa tdèla enquanto seu fundamento ou sua
causa. Em tal caso. diz-se por exemplo, que as coisas do mundu têm que ser
/ Ct»niidiírada>; como se obtivessem a sua existência de uma inteligência suprema. r.'W
Deste modo, a Idéia é propriamente s6 um conceito heurísEico e rtâo um conceito
ostensivo, c indica não como um objeto é constituído, mas como sob a sua dirc-
■çãti nós devemos procurar a constituição e a cortexào dos õbjetos da experiência
cm geral. Ora, se for possível que, embora as três espécies de ideias iranscenden
tais (psicológica, cosmo lógica e feolégica) nào sejam dtrctnmçnte referidas a ne
nhum objeto a cias correspondente e a nenhuma determinação do mesmo, sob
a pressuposição dç um tal abjeto uã ideia possam coniudo condu?tr todas» as
regras do nsc empírico da ra?.ào ã unidade sitfemálica í ampliar permanéntcmen
te o eonhedmecuo da experiência, mas sem jamais ser contrárias ã mesma, entàú
proceder segundo tais idéiíts constituirá uma máxirmi ncecssAria da razão. E csia
è a deduçào transcendental de todas a$ idéias da razào especulativa não enquanto
princípios. cnnsftfuftvo,f da nmpliíiçno do nosso conhcçimcruo a um número de
objetas maior do que a experiência pode fornecer, mas enquanto princípios rt>gv-
ioíivos da unidade sisiemtuiciL dü múltiplo do conhecimcruu cmpírico cm gerai,
que deste modo é mais consolidado e retificado do que aconteceria.. sem tais
idéias, mediante o simples uso dos princípios do entendimento.
/ Quero tornar mais claro este ponto, Em primeiro lugari seguindo as referi 71X1
das idéias como princípios, prclfínítamn«? conectar (na Psicologia) todot os fenô
menos. ações e receptividade da nossa mente com o fia condutor da experiência
interna como w fo^se uma substância simpies existindo pcnrnaneníemfinte (pelo
rrvenoa na vidaj com a sua identidade pessoal, í.o passo que variam coniinuitmen'
te os seus estados, aos quais os do corpo pertencem só como condições externas.
Em segundo lugar (na Cosmologia), temos que perseguir as condições tanio dos
fcnutrrôrtoá internos quanto dos fenómenos externos da naiurcza numa investiga
ção jamais tcrminável como se uil serie fosse em si infinita e carente dy um
332 KANT
cio primeiro ou supremo, apesar de nào negarmos que com isso os seus funda
mentos primeiros Tora dos fenômenos sejam meramente inteligíveis: nào obstante,
jamais devemos inseri ias no contexto das explicações da natureza. poisde modo
algum os conhecemos. Finalmente. e em terceiro lugar, temos que considerar
(com respeito à Teologia* tudo o que possa pertencer ao coniexto da experiência
possível como se esta constituísse uma unidade absoluta, mas compleiamcmc
dependente e sempre ainda condicionada ao mundo sensíveE, c não obstante ao
mesmu tempo como se o conjunto de todos os fenômenos {o próprio mundo sensí
vel >lívcíssc Fora do seu âmbito um único fundamento supremo e totalmente sufi
ciente. a saber, uma razào por assim dizer autónoma, originária u criadora com
referência ã quál / dirigimos o u&o empírico da nossa razão, na máxima amptia-
çâo daquele ust\ como se os próprios objetos surgissem daquele arquétipo dc
toda íazào. Isto significa que nào derivamos c>s fenómenos internos da alma a
partir dc uma substância simples e pensante, mas uns dos outroA segundo :i idéia
dc um ente simples: c que nào derivamos a ordem <Jo mundo e a sua unidlade
sistemática a panir de uma inteligência suprema, rttíis que da idéiá dc urna causa
sumamente sábia extraímos a regra segundo a qual a razào possa ser uiilíy.ada
da melhor maneira possivcl. purn o seu próprio apaziguamento na conexão enlre
causas e efeitos nu mundo.
Ora, não há o mínimo obstáculo que nos impeça admitir essas idéias tam
bém como objetivas e hipastáticas, com exeeçào unicamente da cosmológica,
na qual a r:i^ao. do querer rçaliiá tu. cneutttra umia anunomia que as idéias psíco
lógicas c teológicas ahsoiutameruc não contêm. De fato, não Ivá nelas nenhuma
contradição. Como poderia então alguém contestar nos a sua realidade objetiva
se, para negá-la, sabe tào pouco sobre a auü possibilidade quanto nós para afir*
má-ta? Todavia, para admitir alguma coisa não basta ainda que nüü haja um
obstáculo positivo cm conirúrio; t nãu nos c permitido inirtxluzir como objetos
reaLs e determinados, enics dc pensamento que ultrapassam todos os no&soa con-
ceuus, conquanto nào contradigam nenhum, com ba.se no simples crédiio der uma
raitáo especulativa que aspira ver ptenumenu concluída a sua tarefa. / Logo,
tais cnicri nào dtvcm icr itdmhtílos em si mesmns, mas n sua realidade deve
valer &ó como e. dc um esquemu du princípio rcgulaiivo da uriídadc sistemática
de iodo o conhcctmento da natureza: por conseguinte, devem servir de fundamen
to apenas como emes análogo* a coisa.«) renis. mas nào como cafcns reais cm
si mesmas. Do objeto da idéia suprimimos ai contdiçõcs que limitam ü conceito
do nosso ecuendimenti), mas que tombem nos possibilitam ier um conccito deter
minado dc qualquer coisa, E agora pensamos um algo do qual não possuímos
absolutamente conceito algum sobre o que seja cm si mesmp, mas do qual contu
do pensamos uma rd ação com o conjunto dos fenômenos análoga àquela que
Os fenómenos possuem entre si.
Dc acordo com isso. quando admitimos iais emes ideats, não ampliamos
propriamente o nosso conhecimemo além dos objetos da cxperiértcia possívei,
mas só a unidade empírica desta mediante y unidade sistemática; c o esquema
para ela nas c fornecido pela idéia que por isso valo nãa como principio con&iitu
C R ÍT IC A DA R A Z Ã O PU R A 333
Levo. mas re£iilati\o. Pois com o falo de pofirtas um íilgoTou um ente real. como
correspondente à idéia, nâo fica dito que quiséssemos ampliar a nosso conheci
mento das coisas com conceitos transcendentes. Com efeito, um tal eme e posto
como fundamento só na idéia e nào cm si mesmo, por conseguinte, só para cx
pressar a unidade / sistemática que deve servir de norma para o uso empírico
da ra2ào, sem contudo decidir algo sobre qual seja o fundamento dessa unidade
ou sobre a propriedade intrínseca de um tal entt: sobre o quaE. cotno sua causa,
essa unidade repouse.
Assim, o conceito transcendental e o único conceito determinado de Deus
que a ra7ão meramente espteulativa nos oferece, è deístico no sentido mais exato.
Isto é, a razão jamais apresenta a vaEidade objetiva de um tal conecito. mas
so a itiéia de algo sobre o qual toda a realidade empírica funda a íiua unidade
suprema e necessária* c o qua] não pode ser pensado por nós senâo em analogia
com uma substância real que segundo leis da ra iio seja a causa de todas as
coisas. Nós, ao invés, por toda a parte preferimos tentar pensar es.se algo como
um objeto particular, nc lugar de, satisfeitos com a simples idéia do principio
regailaiivõ da razão, pormos a plena realização de todas as condSçócs do pensa
mento de lado como transcendentes ao entendimento humano. Uma tal preten
são, íúdavia. não pode suhsistir junta com o propósito de uma unidade sisiernáu.
ca perfeita em nosso canhccimemij. â qual pelo menos a razao não poe nenhum
limite.
Ora* cm vista disso ocorre que, quando admito um eme divino, na verdade
não possuo d menor conceito nem da possibilidade intrínseca da sua mais alia
perfeição nem da nucessidndt da sua existência; í mas em compensação posso
em tal caso resolver iodas as demais ctueslões concernentes ao contingente e con
seguir o perfeito upuziguamemo da rasâo com respeito u investigação da máxima
unidade em seu usn empírico, enihora nào possa consegui lo com respeito a esse
próprio pressuposto. Este fato prova que é o interesse üüpeculíituo da razão*
e nao o seu conhecimento, que a autoris-a a sair dc um ponto que jaz tfst? acima
da sua esfera para daí contemplar os seus objetos num lodo completo.
Ora, num c mesm» pressuposto mosiru w aqui umu ttíícrcnça no modo dc
pensar que é bastante surii e n5f> obstíinte dc grande importância na filosofia
transcendental. Posso tçr fundamento suficicntc para admitir algo relativamente
(suposkia relativa) sem ser por isso autorizado & admiti lo Absolutamente (supo
sitio absoluta), Essa disimçãü ê correia quando se trata simplesmente de um
princípio regulativo; em tal easo, na verdade, conhecemos em si mesma a necessi
dade deste principio, mas náo a foníc desta nfnewriadf1. Fsrt vísm disso, admiti
mos um fundamento supremo simplesmente com o propósito de pensar tanto
mais determinadamente a universalidade do princípio como por exemplo quando
penso como existente um ente que corresponde a uma simples idéia, e precisa
mente a um:i transcendental. Com efeito, cm tal caso jamais poderei admiLÍr em
si mestria a cmtenciu dessa coisa, pois nenhum conceito pelo qual posso pensar
determinadamente / qualquer objeto atinge isio, sendo as condições da validade
objetiva dois meus eoncíitos excluídas pela própria idéia. Os conceitos de reaíida-
334 KANT
um a idéia a partir do qua) unicamente se pode difundir aquela unidade tão essen-
7ic cíêl! à razàc c tão saiuíar ao entendimento. Numa palavra, / tal coisa transcen
dental é simplesmente o esquema daquele principio regai ativo pek> qual a razão,
na medida d&s suas Forças, estende a unidade ststetnãlica sobre toda a eKpertén
cia.
O primeiro objeto de nina la.1 ideia sou eu mesmo considerado simplesmente
como natureia. pensante (aims.). Se quero investigar as propriedades com que
um ente pensante existe em sí, tctiho que interrogar a experiência, e nao posso
aplicar a ease objeto nenhuma denm: todas as categorias senão na medida em
que tí seu esquema seja dad-o na iiuuiçio sensível. Deate modo* contudo, jamais
alcanço a unidade sistemática de todos os fenómertos do sentido interno. P o r t a n
to, ao invés, do concciu» de experieneia (daquily que a alma realmente è) que
nào pode levar-nos adiante, a razão toma o conceito da unidade empírica de
todo o pensameniy c, pelo lato de pensar esta unidade de modo incondíeionado
e originário, faz do seu conceito um eonceko racional (idéia) de uma sutalància
simples. que eswjaem si mesma, fora de ama tal unidade «mpírica, cm comumdív
de corn outras eoísii.s reals; em oulras palavras, fat dele um conceito dC uma
inteligência simples e subsistente por si. Com isso. a razào não tem em visLa
senão princípius da unidade sistemática na explicação dos fenômenos dn alma.
ou seja, considerar todas as determinações como existindo num sujeito uno, na
medida do possível Eod^s as tbrças comó derivadas de uma força fundamental
7i i una, toda a variação como pertencente aos estados / dc um e mesmo ente perma
nencc, e representar todos os fenornpnox no espaço como totalmente distintos
das açòes do pensar. Aquela simplicidade da substância. ctcP, deferia ser só o
esquema para esse principio regulaüvo, e nâo é pressuposta como o fundamento
real das propriedades da alma, E&las, com efeito, podem repousar também sobre
fundíimcntcs totalmente diverse que de modo algum conhecemos* Do mesmo
rnodo. não poderíamos propriamente conhecer am si mesma a alma mediante
esses predicados adotados, mesmo que quiséssemos fazê-los valer absolutamente
com respeito a ela, na medida em que perfazem uma .simple* idéia, quede modo
algAun pode ser representada in eonercio. Ora* uma tal Idéia psicológica só pode
produzir vantagem, contando apenas que se evite fazc-la valer por algo mais
que uma simple* idéia, isto è, que se a façn valer apenas rclativamente ao uso
sistemático da razâc» com vistas aos fenômenos da nossa alma. Com efeito, na
explicação daquilo que pertence meramente ao senfido interna não se imiscui
qualquer let empírica de lenômcnos corpóreos, os quais sào de naiure/a totalmen
te diveisn; nela nào é admitida qualquer hipmesc leviana sobre a geração, destrui
ção e paliginc&e das almaj. etc,; logo, a consideração desse objeto do sentido
interno é disposta dc modo xotalmente puroe sem mescla de propriedades hetero
gêneas, além de dirigír a investigação da raròc no sentid« du na Tticdida do possi-
71? vcl levar os fundamentos explicativos nesse sujeito até um principio único. / Isto
tudo é produzido do melhor modo, até mesmo do únieo modo possível, por um
tal esquema mmo se fttese um ente reaL Tampouco a idéia psicológica pode
significar outra coisa a não ser o esquema de um conceiro rcgulativo. Pois basta-
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 337
11 A vgnuRCfl] produzida por umji forma esférica da lerra è bastante conhecida. Todavia, poucos «bem
que t uflicaironie o seu actliUm cnto conw> ttm Eíftrcid t que imped*; as prambçrVieiiis do atntmenrt. eu
mesmn etc miHllfcihss menores que se elevarsim iaIve^ por terremoto, ili deslocarem cormnua t consulcraJ
velmcníc ti -eixo <U terra cm pouCú tempo, A protubcrifLeis da urra no tquãdúf. ludavia, forma um monié
tão poderoso que a ímpeio de qualquer autra montenhíi jainais poderá íleslocar pãr£epliu«lnfv*nle a khsü
posição tum rQspciio ao eixo. E não obstante se eiptíCA sem hesitação esta sabiít disposição a panir d«
equilíbrio da massa a,citcriíjrmeruc fluida dai ccrra.
sistemática atravéa da idéia da causalidade, conforme a um fim. tia suprema cau
sa do mundo, e como se esia enquanto inteligência suprema* fosse a causa de
iodas as coisas segundo a mais sábia intenção.
/ Todavia, se prescindirmos dessa restrição da idéia ao uso meramenteespe- tit
culativo. a razào caí em erros de diversas espécies* Em tal caso. abandona o
terreno da experiência que não obstante lem que conter os marcos d& sua passa
gem. e pOT sobre ele tenta alcançar o incomprwnsivel e o insondável. A tal aliura
a razão é necessari<tcnte colhida por vertigen*, pois desde essa perspectiva vé-se
totalmente isolada dc todo o uso concordante com a experiência.
Do fato de se usar a idéia de um eme supremo nào apenas regutativamenie
mas (o que é corurário à natureza de uma idéia) também constitutivamente. o
primeiro derdto a surgir c o d a razào indolente (ignavaraúol.*0 Pode-sc chamar
assim todo o princípio que faça com que alguém encare a sua mvesscigação da
natureza* &ej3 onde for, como / absolutamente concluída, e que a razão se entre 7sa
gue pois ao descanso, como se tivesse executado inteírameme o seu ofício. Por
isso. quando usada como um princípio constitutivo para efcplicar os fenômenos
da nossa alma c a scg.uir também para ampliar 0 nosso conhecimento deste sujei
to para além dc toda u experiência (o seu estado depois da morte), a própria
idéia psicológica torna cm verdade bastante cômoda para a ra/âo, mas cm
tal caso é pervertido c destruído todo 0 uso naturgl da razão segundo a gu.it
das experiências Deste modo. o espiritualista dogmático explica a unidade da
pessoa, que subsiste inalterada utravé* de toda a variação do*, catados, mediante
a umdadc; da substância pensante que de crê perceber imediatamente no eu: ou
explica o interesse por coisan. que deverão acontecer pda primeira ve?_ após a
nossa morte, a partir da consciência da natureza imaterial do nosso sujeito pen
sante, etc. Furta se a todo a investigação natural da causa desses nossos fenòme
nos internos a pariír de fundamentos explicativos físico» na medida cm que, por
iissim di/xr, através da decisão autoritária dc uma razão transcendente, para fins
da sua comodidade deixa dc lado as fornes imanentes do conliecimcnto da expe
riencia. mas isto com perda de todo o conhccimcmo. Estas conseqüências preju
diciais dào mais claramente na vista ainda no dogmatismo da nossa idéia dc
uma inteligência suprema e no sistema teológico da natureza (físico* / teologia) tw
falsamente fundado sobre a mesma. De faio. neste caso. todos o$ fins que se
moitram nu natureza, e frequentemente lyitos tais só por nóü mesmos, servem
para tornar bem cómoda a nossa invçsiiga^ào das causas, a saber, ao invés de
as procurar nas íeis universais do mecanismo da matéria, recorremos dirciameniç
ao decreto imperscrutável da sabedoria suprema c consideramos enrâó conclui*
dos os esforços da rayào ao prescindirmos do seu uso. Este nào encontra, contu
do, um &uta icnào o ibrnectdo a nó* pela ordem da n&iuraza t pela série das
Assim ü í ftnugos diaiciwus irtutuJavain «m paralogismo que stjava da se&uintí maneira: se o teu déstino
Ji/ que deve* ser cura4r dCHJ doeoçii. emão isto actinlfcerâ Cjuir rew rrai a um mêchert. <yjer nào. Cjotro
diZ ijue ctfcr modo de raciucínw posiui o « u wnnc Jn Faio dç que. quaruJc è sCfcuwjo, nào resia n rãzyo
fthsrtluiiiTrtíntc >tenhum a«« na vidn: |»r i-isti Jcspfcrwi peio rticamu norne o argumento sod^ttcú ila cAíão
pura.
340 KANT
mudanças segundo as suas leis Internas e universais* Este dcfciLo pode ser evita
do. se nâo só considerarmos algumas partes da natureza dèsde £t perspectiva
dos fins, cumopor exemplo a distribuição da [erra firme, a sua estrutura, e a
constituição e súuaçàt> das montanhas* ou mesmo só a organização nos reinos
vegetal e animal, mas se lambem tornarmos lolaímente universal esta unidade
sistemática da natureza com referência à idéia de uma inteligência suprema. Pois
então pomos como fundamento da natureza uma finalidade segudo leis universais
das quais nenhuma esínutura particular da natureza é excluída, mas apenas dis
tinguida de modo maior ou menor pür nós. Assim possuímos um principio regu
lativo da unidade sistemática de uma conexão teleolõgicaque não devemos deter
minar antecipadamente. mas só na expectativa da / mesma, seguir a conexão
físico-mccànica segundo leis universais. Com efetlo, unicamente deste modo o
princípio da unidade conforme um fim pode sempre ampliar o uso da ra?.ão eoin
respeito à experiência, sem causar-lhe prejuízo em nenhum caso,
O segundo defeito, que surge da interpretação errônea do referido princípio
da unidade distemdtica, é o da raíâo às avessas (.perversa raiío, vütépov rpórepoi'
rationis). Como princípio regulativo, a idéia da unidade sistemática deveria apt^
nas servir para procuraria] unidade na ligação das coisas segundo leis universais
da naiurisza; conseqüentemente. quanto mais ligações puderem ser encontradas
por vía empírica, tanto mais nos creremos próximos da eompletude do uso de
lal ideia, conquanto esta certamente jamais seja alcançada. AO invés disso inver-
ic*sc o modo de proceder, e desde o início coloca-se hipostaticamcme como fufl
damcnlo a realidade de um princípio da unidade conforme um fim, determina se
nntrepomornearnente o conceito dc uma tal intcligèrieki suprema pürquc em si
é inteiramente insondável, e :i saguir Sí impÕc fins à natureza dc modo violento
e diiaturiul ao invés de procura-los, cíjitio seria justo, via invcsLayação física.
Deste modo, nao só a LsdogKi. que deveria servir simplesmente para compEctar
a unidade da natureza .segundo Leis universais, antes atua para destruir tal unida
de» / mas a própria razão ainda se priva do seu fim, ou seja, de a partir da
natureza e segunda tais leis provar a existência de uma tal causa suprema inteli
gente. Com deito, se íi finalidade suprema não pode str pressuposta a priorí
na nature?.a. isto é. como pertencente à sua essência, então como se pode estar
instruído para procurá-la c para aproximar-ss. seguindo a gradualmente, da pcf-
leição suprema dc um criador enquanto perfeição absolutamente necessária c.
por conscgumte, cofcnoscível a pnori? O princípio regulativo exige que a unidade
sistemática seja pressuposta como wustade da natureza de um modo absoluto,
por consegninrí:, íNimn w r^sultai*-" da c* senei a das uoic&ã- Esta uni Jade, aliáa,
não ê conhecida só empiricamente, mas pressuposta a priori. se bem que de um
modo ainda indeterminado. Todavia, se antes ponho como fundamento um ente
supremo ordenador, então a unidade da natureza é na verdade supressa, Dc fato,,
tí touümcnie estranha e conEingcme. c tampouco pode ser conhecida a, panir de
leis universais Em virtude dis&o. na prova surge um círculo vicioso, já i^ue se
pressupõe aquitoque propriamente devia ter sido provado.
Tomar o princípio regulativo da unidade sistemática da natureza por um
princípio constitutivo. C presstipor hipostaücamcnte como causa aquilo que só
íta idéia subjaz o uso coerente da razão, / significa confundir a razão. A invcsii
gação da natureza percorrt o seu curso unicamente ao longo da cadeia das cau
;>£ls naturais, segundo leis universais das mesma*;; claro que procede assim, segun
do a idéia de um criador, mas não para derivar dele a finalidade que persegue
por toda a parte, c sim para conhecer a sua existência a partir de tal finalidade
procurada na csscncia das coisas da natureza e, sempre que possível, também
ria essência de todas as coisas em geral, por conseguinic, para conbcccr tal exis
tcncia como absolutamente nece&sãria. Quer esta última tentativa tenha êxito ou
não, a idéia permaneec sempre correta c do mesmo modo também o seu uso,
desde que tenha sido restringido às condições de um prtnctpio meramente regula
L tv y .
Uma completa unidade conforme um fim é perfeição (absolutamente consi
derada). Já que não encontramos esta perfeição na essência das coisas que perfa
ZÉíTTi o objcio total da experiência. isto ê, de todo o nosso conhecimeuto objetiva
mente válido, e que, por conseguinte, encontramos nas leis universais e necessá
rias da natureza, como pudemos entâo querer dela iaferir a idéia dc uma perfei
ção suprema e absolutamente necessária de um ente originário que seja a fonte
dc toda a causalidade? A máxima unidade sistemática, e, por conseguinte, iam
bêm a unidade conforme um fim, c ü cscola e mesmo 0 ruridarnento da possibili
dade do iisíJ máximo ds razão humana. A idéia de tal unidade liga-se pois indis
soluvelmente á esrcftcia / da nossa razão. E precisamente a mesma ídêia è portan-
(o legisladora para nós. sendo com isso muito natural admitir uma razão legisla
dora íintelíecius areheiypmO que lhe Corresponda, e da qual possa ser derivada
toda a unidade sistemática da natureza enquanto objeto da nossa razão,
Ao tratarmos da antinomia da razào pura, dissemos que rodas as questões
levantadas pela razão pura têm que poder ser inteiramente respondidas, £ que
a desculpa das barreiras do nosso conhecimento, que em muitas questots da na
turc^u é tanto inevitável quanm justa, não pôde ser permitida no presente caso.
Com efeito, aqui não se trata da natureza das çsoisas, mas üó dc que:siòcs p^siau
pela natureza da raxào c unicamente acerca da sua constituição interna. Agora
podemos oonfirmur esta i primeira vtsia ousada asservào com respeito aos dois
problemas pelos quais n ra?âo pura tem o máximo interesse, e deste modo levar
a nossa consideração sobre a dialêlica da razào pura ao seu pleno acabamento.
Portanto, à perguma (com vistas a uma teologia transcendental)5', e/n prj-
metro ÍUgar. se há al£í> distinto / do mundo que contenha o fundamento da ordem
cósmica c da sua intcrconexâo segundo leis universais, deve-se responder: sem
duvida. Com deito, sendo o mundn uma soma.de fenômenos, tem que existir
alfcum fundamento iransceridemaJ, isto é. pensável simplesmente pelo entcndl-
menu» puro. Mas quando íl pergunta c, etn segundo lugar. se a suh.sràneia de
81 A^uito que eu j j i djsw- ontcriernuiMe sobre a iáti-n p^ietilígica c a aun. d c ít ln ú ç Ã t j prupria enqu&ntQ
pmcipio / d<i usü meiiíinfnie íçguiniwo tfa razão, jj-jfwnsa mc da prolixidade de discutir ainda cípcciaimiii-
li í ilusão íraniLcnjc^CjiÊ. segundo a c|tLâJ u^ucilu unidade íjà-iernáusa Je iihda a muEiipli cidade da s£n<kki
iniçrno c rcprtientâdà hipoitatJcarriMHí. 0 JHfiWetlimrnin t aqui muito semelham* ao observado pela Crítica
ccm rççperw ao ideal línlõfiiea
342 KANT
ura Lal ente da máxima realidade c necessária, clc.. então respOfldo: esta questão
não possui absolutamente significação alguma. Pois todas as categorias^ pelas
quais tento formar um conceito de um tal objeto. não possuem outro uso a não
ser o cmplrico, ^ não possuem pois mentido algum quando nau apüicad&s a objetos
da experiência possível, isto t, ao mundo dos sentidos. Fora deste campo são
simplesmente títulos para coneçUos que podem ser admitidos, mas mediante os
quais nada pode ser compreendido. Enfim, quando a pergunta é, rm terceiro lu
gar, se não podemos compreender tal ente dístinio do mundo pelo menos através
dc uma analogia com os objetos da experiência, então a resposta é: cenamente
125 o podemos, mas apenas como objeto na / idéia & nào na realidade* a saber* so
mente na medida cm que é um substrato desconhecido da unidade.ordem e finali
dade sistemáticas da disposição do mundo, que a razào lem que adutar como
princípio regulativo da sua investigação da natureza. Mais aindy, setn qualquer
temor dc censura podemos permitir nessa idéia CerLos antropomorfismo que pro
movam o referido princípio regulativo. Com efeito, se traia sempre c apenas dc
uma idéia dc modo algum referida diretamente a um ente distinto do mundo,
mas só ao principio rcgulativo da unidade sistemática do mundo, e isto contudo
»mente através dc um esquema de tal unidade, a saber, de uma inteligência
supre mu que cria o mundo segundo planos sábios. Com isso não se procurou
pensar o que seja cm si mesmo <ísse nào fundamemu92 da unidade do mundo,
mas como aquele ou ames a sua idéia deve ser por nòs, utilizado relativamente
ao uso sistemático da ra?âo no tocante às coisas do mundo.
Todavia, podemos tieste modo (perguntar-se-;i adiante) admitir um criador
do mundo, sábio c onipotente? Sem dúvida algum a; e não só isto* mas nós temos
que pressupor um tal criador. Km lal caso* porém, estendemos o nosso conheci
mento acima do campo da experiência possível? De modo algum . Com efeito,
m só pressupusemos um algo / sem contudo possuir qualquer conceito sobre o que
seja em si mesmo (um nhjeio meramente transcendental}. Por outro lado, com
referencia à ordem sisicnuUtça c finalista do universo, 3 qual lem que ser pressu
posta por nòs ao estudarmos n natureza, pensamos aquele ente desconhecido
y nós, somente segunda ii unatogia com uma inteligência {um conceito empírico);
isto é, com respeito aos fins e u perfeição, que se fundam sobre taJ ente. dotamo-lo
precisamente com aqueEas propriedades que. dc acordo com as condições da nos
sa razão, podem conter o fundamento dc uma tal unidade sistemática. Logo,
esta idéia e totalmente fundada quanto ao uso da nossa razào com respeito ao
mundo. Todavia, sc quiséssemos conferir lhe uma validade absolutamente objeti
va, entao esqueceríamos que se traia unicamente de um ente na idéia pensado
por nós e que. na medida em que iniciássemos por Ltm fundamento absolutamente
indeiürminável pela consideração do mundo, ver-nos íamos incapacitados parn
aplicar adequadamente essa princípio ao uso empírico da razào.
No entanto (perguntar se-à ulteriormente), na consideração racional do
mundo posso deste modo fazer uso do conceito e da pressuposição de um ente
11? A «hção A traj.ia, Sú invçj dc L'U n ^ r n n íi'\ o lírmu " t ir g m m i” - furklíimciiio originária. (N. tk»s T,)
supremo1} £im. foi propriamente para lamo que es&a ideia da razão tambòrn f<jí
posta como fundamento. Todavia, tenho o direito de cQEisiderítr intencionais tor
tos ordenamentos que se parcccm com fins ito / derivá-los, da vontade divina,
se bem que mediante certas disposiçòc?: particulares posta* para tal no murttio?
Sim. Lambem isio podeis lazer, mas com a condição dc que vos seja indiferente
alguém dizer que a sabedoria divina ordenou tudo de^te modo para os seus fins
supremos, ou dizer que u idéia da sabedoria suprema é um demento rcgulativa
na investigação da natureza e um princípio da unidade sisícmálica e finalista
da mesma segundo leia gerais da natureza, mesmo que nâo nos demos conta
de LaI unidade. Isto é, onde a perceberdes, tem que vos scr inteiramente indiferen
te dizer t|ue Deu.s quis isto sabiamente assim ou que a. natureza ordenou isto
sabiamente assim. Com efeito* a máxima unidade sistemática c finalista que. co
ma princípio regulativo, a vossa ra^ãu exigia pôr como fundamento de toda a
investigação da natureza, foi exatamente o que vos autorb^m a pôr como íurida-
mento a ídeía dc uma inMigcncia suprema como um esquema do princípio regu-
Jalivo; e na mesma proporção em que. segundo esse princípio encontrais finalida
de no muntlo, pOüsuireiç uma confirmação da Iepi ti midade da vossa idéia. Entre
tanto, visto que o referido principio não lem senão o propósito de procurar a
unidade necessária e maior possivel da natureza, asaim devemos agradecer esta
unidade, tu medida em que n alcançamos, ã idéia de um ente supremo. Mas
nio podemos deixar dc lado as leis universais da natureza unicamente (com vistam
â qual a ideia foi poüiu como fundamento) sem cair cm contradição eom nos
mesmos / a fim de considerar cssvü finalidade da naLurcza como eontingenic e
hiperfisíca quanto a sua origem, poi* não estávamos autorizados a admitir acima
da natureza ucncruc com as, referidas propriedades, mas sõa pôr COrtlO fundamçmo
a idéta dc um tal eme para, segundo a analogia com uma determinação Causal
dos fenômenos. eonsidcrá-lns como conectados. &iíiTemHlieamentcemre si.
Justamente por taso também estamos autori/.ados a pensar na idéia a causa
do mundo. não só secundo um antropomorfismo mais íiitil Uem o qcial absoluta
mente nadu poderia ser pensado a respeito de urn iat eme), a saber, como um
ente que possua entendimento, que &inta prazer c desprazer l- que atêm di^o
possua correspondentes dtrscjo e vontade, ctt., mas Liimhém dc aíribuir ao mesmo
ente uma perfeição infinita que portanto transcende dc longe aquela à qual possa
mos ser autorizados medianlü o eanhácimento empírico da ordem do mundo.
Com efeito, a lei rcgulaiivada unidade sistemática quer que estudemos a nature
za como se fosse encontrada por toda a parte, até o infinito* unto unidade siste
mática c finalista na máxima multiplicidade possívcJ. De fato. por menos que
observemos» nu alcancemos essa pcrfciçào do mundo, pertence não obstante ã
Legislação da nossa razão procurá-la e supô-la por toda a parte, e tem que nos
■ser .sempre vamajoüo e jamais prejudicial regular a consideração da, natureza
/ por tal principio, Sob essa representação subjacente da ideia de um criador
supremo, fica tainhêrn claro que ponho como fundamento não a existência e o
conhecimento de um tal ente. mas somente a sua ideia, c que pois rtão derivo
propriamente nada dc um tal ente. mas simplesmente da idéia do mesmo, isto
é, da natureza, das coisas do mundo segundo urna tal idéia. Parece lamtérn que
foi uma certa consciência, embora não desenvolvida, dn uso correto de&e nosso
cynceilo de razão que deu ensejo à linguagem discreta c justa dos filósolbs de
iodos os tempos, já que faiam da sabedoria c previdência da natureza* e da sabe
doria divina mm expressões sinônimas, tia medida em que se trata siniple&mente
da razao especulativa preferindo antes a primeira expressão, pois impede a pre
tensão de uma afirmação maior do que aquela a que estamos autorizados c ao
mesmo tempo remete a razão a seu campo verdadeiro c próprio, a natureza.
Deste modo a razão pura que de início pareceu prometer-nos nada menos
que uma ampliação dos conhecimentos acima de todos os limites da experiência,
se a compreendemos bem não contêm senào principies rcgulaiivos que na verda
de ordenam uma unidade mator do que o uso empírico do entendimento pode
alcançar, mas que, precisamente pdo fato de extrapolarem a tal ponto a meta
a que converge / tal uso* através da unidade sistemática levam ao mais ahu grau
a concordância de um tal uso consigo mesmo. Todavia, sc compreendemos mal
tais princípios tomando-os por constitutivos de conhecimentos transcendentes,
entãn mediante uma aparência na verdade brilhante, porém enganosa, produzem
persuasão c pretenso conhecimento, mas com isso lambem eternas contradições
e desavenças.
* * «.
Deste modo, iodo cj conhecimento humano inicia com iniuições, parte delas
para conceitos e termina com ideias. Se bem que com respeito & todos os ires
elementos possua fontes a pripri dç conhedmento que a primeira vista parecem
desprezar os limites de ioda u, csípcriênda. contudo unia crítica plenamente reali
zada convencc^nos de que nn uso especulativo toda a razào jamais pode. com
esses elementos, ultrapassar o campu da experiência possível, c que o verdadeiro
destino desta faculdade suprema dc conheci mento c o de servir-sc de todos os
métodos e principiou da razão somente para perseguir a natureza ate o seu imo
tcgunJo todos o prineípk>& po&i»ívd^ da unidade, dentre os quais a dos fins t
o mais importante, mas jamais para sobrevoar os seus limttes. fora dos quais
nada há paru nós a n5o ser c&paçu vazio- Na verdade, a investigação crítica
rii de iodas as proposiçòes que possam ampliar v nosso / conhecimento para aÊçm
de ioda experiência real convenceu^ o$ suficientemente, na Analítica Transcen
dentai, do fato de jamais poderem nos dirigir para algo mais duque uma expçriçn*
cia possível, ti. se não desconfiássemos mesmo de todas as mais claras doulri
nas abstraias e universais sc perspectiva* tentadoras e ilusórias não nos seduzis
sem a repelir a coação de tais doutrinas então teríamos podido çcriumcnrc dis-
pen^ítr-tios do cansativo interrogatório de todas as testemunhas dialéticas que
uma razão rramcedenic faz comparecer çm bcncfício das suas pretensões. Com
efeito, desde o Lnicití sabíamos Já que com inteira eerteía que toda a pretensão
da razão é talvez bem Intencionada* mas cem que resultar vã porque concerne
a um Conhecimento que nenhum homem pode jamais alcançar. S'o entanto, não
CRÍTICA DA RAZÃO PURA 345
DOUTRINA TRANSCENDENTAL
DO MÉTODO
/ Se ertcaro e Lunjumo dc iodo o conhecimcnto da raiàu pura ç e&pccuJ ativa ns
como um edifício para o qual temos pelo menos a idíria em nós* entào posso
afirmar que na Doutrina Tran*>eemJental dos Elementos avaltamos os materiais
e determinamos para que tipo de edifício, bem como dc que altura e solidei suo
suficientes. Na verdade vimos que. apesar de lermos em meme uma torre que de
vesse se elevar até o ecu, o suprimento de materiais só permiLia a construção dc
uma moradia mal e mal espaçosa e alta o suficiente para que abarquemos os nos
sos nctrócios no plano da nxperií-nctal mas aquela empreitada Urmcrárta que pre
tendíamos ccrtíi que fracassar em virtude da cscasscz de material, e isto j>eni cors
lar ainda com as ixjntusocs de linguagem que teriam que dividir meviiavelmente
os trabalhadores quanLo ati plano e espalhá-los pur t.odo o mundu a fim dc que
egdft um erigisse uma construção diversa de acordo eom o seu projsio. Agora es
tamos ás voltas não tanto com os materiais. mas antes com o plano; e mesmo
que estejamos advertidos para não arriscarmos a sua concretização segundo um
projeto cego e qualquer que possa talvez ultrapassar toda nossa capacidade
(Vermüuenh mas que por outro lado rrão podemos nos abster dc construir uma
moradia firme, devemos encerai1 a effiçãfr de um edifício de acordo com o supri
mento <tuc nos é dado t que seja, ao mesmo tempo, conforme âs nossas necessi
dades.
Compreendo por Doutrina Transcendental do Métoito. puis. a determinação
ítas condições formeib dt; um / sistema completo da rum i pura^ Tendo em visia ratv
tal propíSsito, teremos que nos haver com uma díaciplàta, um cânon, uma arquite
tônica e finalmente uma hisiúria da razão pura. No tocanto a um propósito trans
cendental, teremos que realizar aquilo que, sob o nome de uma iógieu prática,
as escotas procuraram, mas realizaram insatisfatoríamenTC, com respeito ao u*n
do entendimento em geud; pois jã que a lógiça £cral não se limita nem a qualquer
tipo especial do conhecimento do entendimento fpor evemplo nào ao puro) nem
a certus objetos, nada maii pude fazer, a nâo «;er que recona a conhecimentos
oriundos de outras ciências, do que apresentar os títulos doa método* possíveis
e dc termos técnicos utilizados no tocante à sislematr/açao em todas as espécies
de ciências, c que familiarizam previamente o aprendiz com nomes cujü significa
do e uso deverá aprendir tão-somente m.-us tarde.
C a p í t u l o P r im f .ir ó r>,\ D o p t r in .n T r a n s c e n d i n t a l d o M í to p o
Os juízos que são negativos nàú sô quanto à sua meta forma lógica, mas
também quanto ao seu conteúdo, não desfrutam Je muita consideração por parte
da nnsia humana dc saber. Chega-se a cncarâ-los como inimigos invejosos dc
nosso impulso / que aspira a uma ampliação incessante do conhecimento: [orna^
sc necessária quase uma apologia para que sejam tão-somente tolerados, e mais
ainda para lhes conquistar o Tavor e alta estima.
Logicamente, é bem po&sívd expressar de um modo negativo todas as pro
posições qui se queira: mas com respeito ao cnrtieudo do nosso conhecimento
em gorai, se é ampliado ou limitado por um juízo, quando negativo este último
tem como atribuição peculiar simplesmente prevenir coutra 0 erro. É por isu%
também, que as proposições negativas que nus devem prevenir contra um conhe
cimento falso lá onde jamais é possível um erro* ape^ur dc bom verdadeiras são
vadias, isto c. inadequadas ao yeu fim. e por isso mesmo Frcqíientcmentç ridículas;
tal ocorre com a proposiçà« daquele escolástico que dizia que. sem possuir um
exercito, teria sido impossível a Alexandre conquistar quaisquar territórios
Entretanto, quando sào assaz estreitos os limites de nosso conhecimento
possível, grandes os estímulos para julgar, muito ■enganadoras as aparências que
se nus apresentam c consideráveis Os prejuízos que resultam do erro. o caráter
negativo dos ensinamentos. que serve unicamente para nos resguardar conira o.s
erros, é ainda muÉs importante do que muito ensinamento positivo mediame o
qual poder se ia uercsceruar algo ao nosso conhecimento* Denomina-se disciplina
à compulsão medianie a qual se limita, e finalmenLC se extirpa, aquela propensão
constunic a divergir dc Cerias regras* Dislin^uc-sc da Cuilura, íi qual deve fornecer
unicamente uma hükiïidade sem com isto suprírmr uma outra já cxistcnie. A
disciplina, pois, ftportfirit uma contribuição / noiaiiva*4 ao pr^so q11« a culium
e a doutrina contribuirão positivamente para a 1'orniuçHu clí um taknto que já
traz consigo um impulso n £Kiern!ir-s<;T
Qualquer um há dc reconhecer lucilmemc que Umto o temperamento quanto
os talentos* que de bom grado se permitem un» movimento livre e setn barreiras
(cnquynio imaginação c senso de humor), sob muiio» aspectos necessitam uma
disciplina Por outro tudo, pode paieccr estranho que tambem a razão, à qual
compete propriamente prescrever a sua disciplina a todos os demais esforços*
tenha nccesüKlade de uma tal disciplina; c de (ato, até agoríi. se esquivou a umn
tal humilhação em virtude de que. tendo em m ta o caráter Süteno e 0 dcctiro
impor dc sua conduta, jamais úl^ucm pôde nem dc leve suspeitar que ela incorria
S E Ç A O P U IM E JR A DO C A P ÍT U L O P R IM U IR O
A D IS C IP L IN A D A R A Z Ã O P U R A NO USO D O G M Á T IC O
a Maurrnáttea fornece o exemplo mais brilhanic de uma razào pura bem su
cedida que se estende espentaneqmente sem r auxílio da cxpcriênüu Os exem
plos são contagiou, princípaliTKnic quando se refere â nmroa faculdade que.
lisonjeada, espera ter em outros casos a mesma sorte com a qual foi brindada
num dos mesmos. Devido a kiev. a fâzào pura tem a esperança / de poder esten-
352 KANT
der-sç eitl seu uso transccndentai de um modo igualmente feliz c radical ao Que
conseguiu cm *cu uso matemãLico. especialmente desde o momento em que. no
primeiro caso. empregue um método idêntico ao que. rto úllimn caso, lhe foi
de tão ôbvja utilidade. importa-nos muito saber, portanto. sc o método para atin
gir uma certeza ApodÍLica. e que na última ciência acima mencionada denomina
se matemãiico, c idêmico àquele com o qual se procura exatamente a mesma
certe/.a na hitosofía, o que neste campo Leria que ser chamado de dogmático.
O conhecimento filosófico é o cvn.hcçimctuo raciotiaí a partir de conceitos:
ü tronhecimémo matemático é n conhecimento a partir da construção de concei
tos. Construir urn conceito significa apresentar a priori & intuição que lhe corres
ponde. Para a consiru-çao de um conceito xcquer-sc. pois. uma intuição não em
pírica; conscqueutemcnte enquanto intuição esta última c um objeto singular.
mas enquanto consiruçào dc um c«ncüiiu (uma representação universal) nem por
Isto deve deixar de expressaf. na rcprçsentaçào, uma validade universal para Io
das as IiUuiçòo po&sivdï que sc siihsurtiêm no mesmo conceito. Desvie modo.
construo uiti triângulo ao representar o objeto correspondente a CMC conceito
ou mediante u pura imaginação na intuição pura. ou dc acordo com a mesma
também sobre o papel nn intuição empírica, ú cm amhoK í*i ca.sos de um modo
touümente a pnnri, sem me valer de um modelo retirado dc qualquer experiência.
A Hgura singular que desenhei / c empirtea. servindo tamhém para expressar
o concdio sem vir em prejuízo dc sua univcrsaíklade. Pais nc&ta inluiçào emprri
ca atentamos unicamente para a ação construtora rio conceito, ao qual sÜu indife
rentes vária» determinaç«}« que jsc referem. por exemplo, â mngrmudc dos lados
é <joS ângulos; abttrai-sc. pommo. destas diferenças que tiào alteram o conceito
de triângulo.
Assim, o conheciincnio filosófico considera o particular somente r><» univer
sal, ao passo que o conhecimento matemático considera ç>universal no particular
c até mesmo no singular, c nao obstante a priori e mediante a razão. Isto ocorre
de forma tal que, assim tomo este singular está determinado por ecria» condições
universais dc construção, usüim também o objet o do conceito, ao qual fcsic singu
lar corresponde somente como o wu osquvma, tem que w:r penado como univer
salmente determinado.
listes dois tipos de conhecimenlo rucioiinl dHcrendrm^se üs.sencinlmente
quumo a liste aspectn forrmil. e não quanto à sua maicria ou objetos. Aqueles
que penavam puder diitiriguír a Filosofia da Matemática ao afirmarem que n
primeira poisui como objeio tão-somente a tjualUIuUc c a segunda unicamente
u tomaram o ei'ciuv eornu «tendo n eauwa. A forma do coriheeimeruo
matemático é a causa que c constrange a se limitar c.uJusivamínte ás quantida
des. Com efeito* só o conucito de quantidades i passível do ser utvrvstruido, hio
è, apresenífido a priori na intuição; as qualidades. / no entanto, n.ãn podem ser
apresentadas em nenhuma outra intuição que não a empíriça. Em decorrência
disto, gm conhecimento racional das qualidades xô c possivd através <k; concei
tos. Deste mndo, ninguém pode obter uinu irUuiçáo correspondente ao conceito
da realidade senão a partir da evperiêncla. £jamais í possiveí que dela nos apode
remos a priori a partir dc nós mesmos ames de possuirmos uma consciência
CRÍTICA DA RAZÃO PURA 251
1,4 Traduiimiís cau passagem baseados no texto ongtnal <Jft Etíiçãode 1787. A Edição da Academia, scgoiin
do Erdmann,, modifica a passagem da seguinte rmncira: "ínúmcra.s) uiin camo a adiçàís, sjiblraçio. «ura;**»
de fíuzes., etc." Não é demais r«cordac qjc durunts .i vida ds KJtnl hwu-vc cinco tdíiftii;-. ilji Crítica e todas
cliL*; TnjirLtiveram a primem IY>rn.i.-t, jmr nóa oüütuii^ crtiKotct Questionável. {N . iJur. 'I'. >
354 KANT
as Por meio do tttitgftiio dc cauM*. saio 4 Gelív Amante d o cnuecito e.mpír>i.\i dc urri eventú {Cm tj^c ílIçuth»
ciiiiít AcontewJ. mas nitu cm dii^wjj i intmçào çu« represem^ in cnncícu) o cnncciiu tle çaiiía. e sim
cm direçãn às tiondíçO« LccEtpuroiki> cm g^wl yuc pu4cri.yjTl Sí r CP.CiMÍ radas na tupcrêncis enftfcirrrie o com-
ceiiú dc cimsu.. Prccído pots iimpLe-^mcnic sc^iífulo cnnceíios, c nào po^so proceder pdn cúnslnição Jt?&
p o r q u e o C ü i ie e i iL » c u m n r e p .r a { l a S s r t r è w ; d a p c r c c - p v « - 1».. r j u a f i & a jí 3 u m c u í ; u < u p u r ^ u e n ã n p o d e m
portanto M f dada'; n pnori
CRÍTICA DA RAZÃO PURA 357
"* Miniiciosiáatie sigr-trica cl&rt;?.» c suficiência de noiau; ítmiias n preciíác^ dc ethxH? quí niU> h^ra outrai
■noisjs s4<m dAi pertcnccnteí ao conccKo cSetiiihjdo; wigtnána, porém, qui essa deiÊrmmaçüo dc Jiniiies
nào foi derivada dc sJguma outru coisa c não precisa «ioda de utna píüva. o nuc ineapaeiíann a preunsji
explicijàú dt estar a lesta de iodos os. j mios s * W um objeto-.
CRÍTICA DA RAZÃO PURA 359
é dado. pode conter muitas representa^5 obscuras das quais nào nos damos
conta em nossa análise, apesar de sempre as utilizarmos na aplicação deste con
ceito, cmào a minueiosiduüe da anãtiüi; de nuu conceito é sempre duvidoso; m e
diante uma / grande variedade de exemplos apropriados, só podemos tomar
vável. mas jamais apodUicamenie cerlo esla mtnuctosidadií. Ao invús de defint
çào. eu preferiria empregar o termo exposição: pois além de ainda continuar
sendo cautelosa, esta exprcsslo permite que o crútóo lhe cunecda um ceno grau
de validade «m abrir tnào de iuas dúvidas quanto â minucíosidade da anáJise.
Já que nem os conceitos dados empiricamente nem us dados a prían sâí> passíveis
dc definição. sõ st: pode tentar realizar esta operação mental nos conceitos restan
tes. quais stíjam aquetes que sãt> arbitrariamente penados, Neste caso. stímpfc
é possível definir o meu conceito, pois tôtiho que saber o que eu quis pensar
com u díts> conceito,, já que eu mesmo o tbrmcí deliberadamente sem que me
tivesse sido dado nem pela natureza do cnlcudimcmo nem pela experiência: o
que não posso dizer c que pur seu intermédio uu tenha d« tinido um verdadeiro
objeto. Com efeiio, sc o curwcito, por exemplo o de um relógio de navio. repousa
sobre cnndiçcHSs empíricas, eniào nem o objeto nem a $uy possibilidade tnc sào
dados mediante este conceito arbitrária; ü pártir desce último, nem mesmo sei
se chega a possuir um objeto, e a minha cxplitaçào pode ser melhor denominada
uma declaração (de meu projeto) do que uma definição de um objcLo. Logo* nSU)
rcsiam quaisquer outros conceitos aptos a serem definidos do que aqueles que
contêm uma síntese arbitrária que possa ser construída u priorí; cortMiqiiunterriün
te» só a Matemática possui definições. Com eleito, r> objeto pensado por esta
ciência (ambüm « por ela apresentado a privri na intuição. e este objeto não
pode seguramente conter / nem mais nem menos dt» que u conccito. |X»is foi
mediíinuí a vxplieavao que o conceito do objeio ít>i originar ia mente dado. isto
c, dado sem derivar a explicação de qualquer outra coisa, Para as expressões
exposição, expftcaçSu, declaroçâa c dçfmçao, a lingua alemã nào possui ouira
palavra scnào "ErkJãrung''; em dccuriêticiadisto. já temos que nhrandar um pou
co a rtoisa exigência de rigor, a qunl hok levou a recusar âscxplieaçõo filosóficas
o líuily honorífico de defiihçuu. Prciendsmos limitar a presçnie observação ao
seguinte: as definições filosóficas sào unicamcmc exposições de conceitosdados,
ao passo que as definições matemáticas são construções de conceitos originaria
mente forjados pdo entendimento: enquanto ai primeiras só sãü obtidas analiti
camente através de um trabalha de desmembramento (cuja completudc niio ê
apoditicameiue eeria), as últimas são constituídas wmelicatneme. Log.o. os defini
çòes matemáticas forjam o próprio conceito, «io passo que as filosóficas somente
o explicam, Dísia decorre ü se&uinte:
a) Na Filosofia nào sc deve imitar a Matemática no que üinge a iniciar
com as definições, a não ser i{Lie assim se proceda a tímU) du mera tentaiiva.
Com efeito, já que as defmiçòes são análises de conceitos dados, estes último*
as precedem ainda que de modo tão-somcrue eunfuso: além disto* y exposição
incompleta preccde a completa de tal forma qiies a partir de algumas notas obú
das mediante uma análise ainda incompleta, podemos inferir muitas coisas antes
36Ö KANT
qual seja o dá experiência, aíínul o únicn campo de $.eu uso possível. Apesar
dc necessitar ser provado, denomina-se o principio c não teorema devido ao Jato
possuir a propriedade peculiar de tornar primeiramente possível o seu funda
memo demonstrativo, a saber, a experiência, e de ter sempre que ser pressupostu
ng mç&ma.
Sc também a líLulo de comeiído o uâü especulativo da razão pura não possui
Quaisquer dogmas. entÜo todo u método dogmático c por si inadequada. quer
seja tornado de empréstimo à Matemática quer seja de lavra própria. Com efeito,
só oculta eis defeitos c os erros e burla a filosofia, cujo propósito específico con
siste em pôr todos os passos da ra?.ão ã luz mais clara possível. Não obstante
isto. o método pode sempre ser sistemático. Pois a nossa razão / (subjetivamente I t«m
e ela mesma um sistema; em seu uso puro. no entanto- mediante simples concei-
.Ujs. d;i só consistc num stüiema de investigação segundo princípios da unidade,
e para a qual exclusivamente a experiência pode fornecer o matertal. Nada pude
aqui ser dito a respeito do método peculiar à filosoim transcendental, já que
só estamos envoltos numa críiicii às cireuttstãneíaç <Ja* nossas faculdades; de
um modo ícral se podemos construir, e atê que altursis podemos elevar o cdifkio.
levando em conta o material de que dispomos (os. cortccilos puros a priori)*
SRÇ À O S E G U N D A DO C A P ÍT U L O P W IM niR O
achar, com justiça, que o seu objeto se situa na terreno ííhk ideias puras, toial-
iTienLt: fora dos limites da Ciência Naturat.
Que y* deve então faier. principalmente eendo cm vista ti perigy que a parlir
üístü parece ameaçai os melhores interesses <ie todos os homens? Nada rnais
natural, nadu mais permitido do ijue a dcdsâú que tereis que tomar jitjr causa
disto. Deixar estas pessoas agir: se demonstram talento, ss exibem novas c pro
fundas investigações numa palavra, mc mostram razão, c esta última que sempre
sairá lucrando, Sc lançardes mâo de outrob meios que não os de uma razào íncoa-
gidíL se gritardes sobre alta traição, se conclamardes o vulgo, que nada entende
de elaborações tão iutís, a por assim üizer apagar o incêndio, então vos exporeis
ao fisco. Com efeito, aqui não se Irau absolutamente de aaber o que ê vaiUajóso
OM dcsvant«juso para os melhores imere&scs dçi comum dóH mortais, mas sim
unicamente saber até que ponto a razão pode ir em sua especulação capa? de
abstrair } de iodos os interessei se é possível requer contar com e^tu especulação
ou sec melhor que a abandonemos cm prol do prálico. Portantn. ao invés de
vos imiscuírdcs com u uspada na mào desde o aisentu seguro da crítica, contem
plai ames calmamente esia contenda cstafartie para o* combulcnccs c divertida
para vós, e no caso de um descnlacü que cena mente nào scrà sangrento. cia
terá que resultar benéfica para o& vossos conhecimento:*. Pois é muito ineon*
grueiitc esp-erar um esclarecimento da razão e ainda assim lhe prcsurove*r com
antecedência por qual lado tem necessariamente que optar. Alèm disto, a ru/.ão
já é por itt iào bem coarctada e mantida deniro dos limitas pda própria razào.
que nàô tendes absolutamente necessidade de convocar a jiuarda com o intuito
de antepor uma resistência civil Aquela parte cuja prepotência inquiviantc vos
parece perigosa* Nesta dialética 11H0 há uma vitoria sobre íi qual pudésseis ter
motivo de preocupação.
A razào Lítmbém necessita, e muito, dc um tal confluo* e teria sido de&ejãvel
que houvesse sc desenrolado já bem aiilcs e com uma irrestrita permissão pública.
Com efeitn, ião mais. uedo tur-sc-ia estabelecido uma crítica madura com cujo
apaiecimenio todas «tas disputas cessariam esnoniíuteamcnie na medida cm que
os tu.3tirertdoies aprendu^m a, reconhecer a cc^u^ira c os. preconceiios t]üé os
desuniram.
Md uma cerca Insinceridade na natureza humana quê. ao fim. e ao cabo,
tem que conter uma disposição para fins borb, como aliás tudo o que provém
/ da Natureza: a .íâbcr, uma inclinação a dissimular o$ seus verdadeiros traço*
dc caráter e a oütenUr certos iraçoü assumidos de caráter que se julgam bom
c afamados. lista inclinação tanto de sc ocultar quanto também dc assumir uma
aparência vantajosa cym certeza levou OS seres humanos nào só a se civiUsarcm,
mas cm ccna medida também a se moralizarem paut-so a passo; isto ocorreu por
que ninguém era capaz de penetrar a maquiagem de honestidade, honorabilidade
e modéstia, cada um cnconiranrfo pois uma escola de auto-aperfeiçoarnento no*
exemplos supostamente autêntica de bondado que via cm tofn*i dc ±\. Ma* esta
disposição de nos fazermos tndhurcs do que siimo& c de esternnrmm tragos dc
caráter que não potòuímoi teve uma função lao-somenic pruvisôria, por assim
KANT
dizer, com o fito de retirar o homem de sua rudeza c de primeiro ücíxá-lü aceitar
peio mcn.os as mtuieims do bem que ele conhece: mas depois,, quartdu os princí
piüs genuíno* jã estiio desenvolvidos c incorporados ao modo de pensar, aquela
falsidade tem que ser vigorosamente combatida palmo a palmo, pevis du contrário
corrornpg o eoração c nào permite que os bons traços de caráter medrem em
meiD ás ervas da minha beía aparência.
Cavsa.-mc pesar detectar exatamente a mesma invinccrídade. Jissimulaçào
e hipocrisia até nas manifestações dc pensameruo especulaüvm neste último, ao
lado de nio auferirem vanlagem aígumu. os humens st deparam com um número
bem menor dc ob^táculuh I que o» impedem de confessar, como convém, franca
e after1.amentt: os seus pen,sarnentos. Com efeilu, que pode ser mais prejudicial
aos nossos conhecimentos do que comunicarmos ate os nossos meros pensamen
tos ião falsamente uns uos outro*. ouukarmos as dúvidas que sentimos ame as
mossas próprias afirmações ou conferirmos arcs dc evidóncía aos argumentos que
nào satisfazem nem 11 nós mesmos? Enquanio tão-somente a. vaidade pessoal
instiga estas inirigas secrcias; lo que ê epmumentc o c&so tom o& jufcos especula
tivos. us quais nào possuem um interesse «.pecwsl c nào são facilmente capuzes
dc fornecer uma ccricta apodmcaK iü vaidade dos outros resiste ás mcwmas com
a crwserttimttfro púbhco. c as cotsaç ac* yncíiminham finalmente no mesmo desCi
no que llie* st‘ría dado, embora bem mais cedo. pelo mais puro caráter c pela
franqueza, Mas quando o povo ««mum c de opitiiào que aqueles, que sào dados
a sofismarem sutiimentc a nada mais se dedicam do que fazer com que vacilem
Os fundamentos do bem estar públiçy. purccc nào só prudente, mas também per*
miiido e quem sabe elogiâvcl. anies vir em socorro da boa causa mediante sofis
mai do que concedei aos pretensos oponemes dn mesma sequer a vantagem dc
nos levarem ú diminuição Uc nosso tom dc vp/ até atingirmos a moderação de
uma convicção meramente prática, e de rtos compelirem a confessarmos a missa
faltn dc certòza apodítica e espcculaLtva. Com o propósito de \t manter um*
boa causa, deveria eu pensar no entamo, nào se pode aliar nada pior no imitido
do que a perfídia, a dis$imulação è a fraude. Que na pesagem dos argumemos
/ racionais du uma pura especulado ludo tcnlta que se dar lionc^taiticmc é o
mínimo yue sc pode exigir. Mas se pud&^cmus contar seguramente mesmo com
este puucü. o conflito da raiiio eypeculíuiva cm torno das importantes questões
sobre Deus. a imortalidade da Alma e u liberdade ou estaria há muito decidido
ou seria em seguida levado a um desfecho. Assim. freqiifirnemente a pureza do
caráter estü numa razão inversa à benignidade da própria causa, e esia üliima
possui udvez mais adversários honestos « honrados do que tlefensorcs que pos
iam assim ser denominados.
Pressuponho, pois. ter leitores que nào querem ver uma eau*a jusia *er de
fendida de mudo injusto* Com re&peito a cies pode-se nomar como decidido que:,
rujgundo dü nossos princípios da critica, nào tem que haver propriamerwc uma
polemica da raíào pura quando se atenta nào para aquilo que acontece, mas
sim para aquilo que com justiça devem aconiccer, Cum efciio, etimo podem
duas pessoas porfiar a respeíio de uma cuisa cujo rcalidadu nenhuma daü duíts
C R ÍT IC A DA RAZÃO PU K A 369
nu ccrtos ataques atrevida dirigidos contra aquelas opiniões que já têm du seu
lado a aprovação da maior e melhor pane do povo. pois isto significa conferir-
Ihcs uma importância í que dc modo algum deveriam possuir. Quando ouço que
uma mente incomum demonstrou que a liberdade da vontade humana, a esperan
ça por uma vida futura c Deus nâo existem, estou ávido píira ler o m;u livro, pnis
espero que o seu talento seja capaz de me fazer progredir em meus conhcetrtícn-
toü. Já dc antemão Lenho certeza de que não fui bem-sucedido na resolução de
nenhuma destas questões não porque acredito já estar de po&se de provas irrefutá
veis destíts import^ntCi proposições mas sim porque a critica transcendental,
que me revdou todos os recursos de «ossíi razàu pura, me convenceu integral
mente de que do mesmo modo que a razão e totalmente inepta paru cheyar 2
asserções afirmativa*; neste campo tampouco e menos ainda é capa?, de saber
0 suficiente para poder concluir negaLi vamente a respeito destas perguntas. Com
efeito, de onde o preLenso livre pensador pretende tirar o conhecimento de que,
por exemplo. não extsLe um ente supremo? lista proposição situa-se fora do cam
po dc uma experiência possível, e portanto também fora dos limites, de lodo o
conliecinicrilo humano, hu de modo algum kria aquele qué detende dogmatica
mente a boa causa contra este inimigo, pois já sei previamente que atauará os
argumentos aparentas do outro unicamente com o intuito de introduzir cs seus
próprios; além disto. uma aparência cotidiana Jlao fornece tanto material para
novas observaçoes qunnio uma que eause estranheza e .seja engenhosamente ela
borada. Frente a isto, ü oponente da religião, que também c dogmático / a^seu
modo, dariíi à minha crítica uma ocupação que ela deseja e um ensejo para vária*
correções de seus principias, sem que com isto haja sequer mínimo purígo para
estes últimos.
Mas nao deve pelo menos a juventude, a qual cíui confiada ao ensino aeade
mico, ser posta cm guarda contra tais escritos c mantida afastada du conhccimen
to prematuro dc proposições tão perigosas utê o dia em que amadureça a sua
capacidade de julgar, ou ;inies só radique firmememe cm sua mente a doutrina
que nela se pretende fundar, a fim de que esteja apta a resistir vígormamanie
a todas as tentativas de persuadi la do contrário, venham de onde vierem?
Se se tivesse que manter u proccdimemo dogmático nos assuntos relcrentes
à fii/no pura bem como ifespctthnr o adversário de um modo propriamente pole
mieo. ou seja. aceitando o combate e se munindo de argumentos que sustentas
sem a* afirmações oposias. entào nada seria mais recomendável ti curio prazo,
mas ao mesmo tempo nada maus váo e infrutífero Lendo em vista um fo/tgo lypso
ih’ tempo, do que tutelar por algum tempo a razão da juventude e assim resguar
da h pela menoí; temp&ruriumtntt; contra a pcrvcibãu. fotaí» quando maí.K tâidc
a curiosidade ou a moda da época Ehe abre as. portas a semelhante* cscritos,
resistirá uinda aquela convicção juvenil? Aquele que nada mais ira?, consigo do
que armas dogmáticas para resistir aos ataques de seu adversário, e que nào
sabe desenvolver aquela dialética que ye oculta ern seu próprio seio nfio menos
/ que no do oponente, ve sofismas que possuem a vantagem da novidade aporem-
se a sofismas que não maas a po\sutm. e que antes suscitam a suspeita de que
C R ÍT IC A DA R A ZÃ O PU R A 371
se term inar t> conflito da razào consigo mesma, c urna tentativa totalmente inútil
e que de modo algum pode servir para proporcionai um repouso para a razão;
na melhor das hipóteses, trata sc de um meiu capaz de tiespenã-la de seu doce
sonho dogmático e dc levã-Ja a examinar mais detidamente o seu próprio estado.
Por uutro lado. já que esui maneira eética de nns desembaraçarmos de uma abor
recedora querela da razào parece Cumo que o cam in ho mais ccrio para se cliegar
a urna paz permanente na Filosolia, ou pelo menos a estrada real que costuma
ser irilhada por aqueles que pensam puder assumir uma respeitabilidade filosóií-
ea at> desprezarem e zombarem de todaj; as inveaLi^çòcí; de.iUt natureza, julgo
nece>sárií> apresentar este modo de pensar na sua luz própria.
/ S O B R F A IM P O S S IB IL ID A D E Dfc U M A P A Z IG U A M E N T O C É T IC O
DA R A Z Ã O P U R A FM D ES A C O R D O C O N S IG O M E SM A
de uma pequena. parte sua. por exemplo da magnitude de uiti grau; c embora
cu seja ignorante quanto aos objcKis que esta Miperfície possu coincr. não o sou
curn respeito nem ã extcnsàn num à mngníiude c aos limites desta superfície.
O conjunto de todo,1 » os objetos possivtíi.s para o nosso conhecimento nos
parece ser uma superficie plana 411c po.ssui o seu horiítintc aparente: 3 saber,
aquilo que compreendo ioda íi sua extensão e que foi por nós denominado o
conceito raciona t da totalidade meondidunada. È impossível atingir cmpirica
mente este último, e todas as tentativas de determina lo a priori sc^undn um
eerlu princípio furam em vào. N5o nhslante. / todas as perguntas de nossa razào
ptira R-c voltam para « que está fora desie horiionte ou. cm todOs os casos. para
o que se situa em sua linha siemarcatôna.
O famoMi Davîd Hume fui uni demis geógrafos da razâo humana que juJgoti
ter dadn suficientemente conta de toda* aquelas questòcs ao remcié-las para fora
do liurifiunti; da ra/.iiu humana, c» quül não pôde todavia dcisrminar. Detcve-sc
prccipuamcnle no princípio de causalidade, e a seu respeito observou assaz corrc-
taincnte que a sua verdude (c nem mesmo a validade objetiva do conceiio de
ntn:i ciuisa efïeienu cm gera!) nào repousa subre qualquer vjxâtï. isio û. conhec*
mciiio a priori: em ducorrèneia disto. toda a autoridade dcsia Ici nùo c de modo
algum constituída por mjü necessidade. nias sim por sua simples utilidade geral
no deeurso da experiência e eonseqü ente mente pur unia nccessidade Subjetiva
dui ürt£ináda c que ele chuma dé cnsiume. A partir dû incupacidude que a hos-su
ra/ào puijÿui de uaaroste princípio para ;t!ém de toda a experiência. Hume inferiu
3 nulidade dû tndits as pretensões dn fuicào um geraí que visam ultrapassar 0
empírico.
Um procedimento desie ûpo. submeter os f:uos da nr/ùo :i 1.1m exame e con•
forme o uaso il repreensão, pode ser intitulado censura da ra/.ào. I*. indubitável
que cïiu cctisur.i tondtu inevFlüvcîmcnic 3 dûvidtii, canina todo o uw transoeu
dental dç prrncipitis. / Sô que este? 6 uuieunicme o segunde; passo. o puai csin
longe de eoinplciitr a utreFa. O primeiro passo em a&sumos da ra/.ão puni, c
que Caractcri/ii a infância dc$tü üllima. e dnÿpmJh’ü. O iüpundo p.iîa«. hh pw«uep
mcu^kMuidu, é céfhut. lesiemunhHndo a cautcîa de umii capuddudc de julgar já
cscaldada pela cxpcricncia. Mas agora ainda se l’a? necessário um tereeiri* passo.
0 qual só pode «ir daJo por uma capacidàdc amadurecidîi c adulta de jul&itr
que lunUu cm máximas Hrmcs e île Comprovada universalidade: irata se de
submetar a urna úvaliaçao nao us Iatos da ra/àc. mas sim a propri» ra^ào sejun
do UHla $ua faculdade c aptidao p,^râ eonhccirripnios pu rus a priori. consntui
nâo a ctinnura. ma^ stni a críiicu da razão, mediante n qual são provados a partir
de principio1;, e não .simplesmente presumidos iiaiï somente as barreiras, mas
sim os limites determinados da razão, n^o n ignorârtcia rcfcrçntc a uni ou
outro ponto, mus sim a ignorância reterenie u todûs a\ questões possíveis de unta
ceru espétic^ nesie modo, para è à razào hum;ma o cciieisjiao é um local de des-
ennso no qual podu refletir sobre a <un pertjiírinuçàiO dogmáiiea e fa?er um esboço
üa região cm que se encontra, a fim de no futuro poder eleger corn maior segiiMn
Va o seu t.ijiiinho; de modo alyum çe traia de uma residência declinada a uma
estadia permanentes. Com efeito* ama Ml residência só pode ser encontrada onde
há plena certeza* seja quanto ao conhecimento dos próprios, objetos. seja qtianto
7>m í aos limites dentro dos / quais 5e encerra rodo o nosso conhecimento de objetos.
A nossa ração não é um plano que se estende indetcnritnúvdmente. cujíis
barreiras são conhecidas só assim de um modo geral; lera antes que sér compara'
da a uma Csíera cujü raio pode ser estabelecido a partir da curvatura do arco
de sua superficie (da natureza das proposições simêtícas a priori), modo pelo
qual também ê pussived indicar com cerLcza o $uu volume c a sua ddimttaçào.
Fora desta esfera {o campo da experiência! nào há nada que possa ser objeto
para a imào. c mesmn as perguntas sobre tais auposiüi objetos referem-se unica-
monte a princípios subjetivos de uma determinação completa daquelas relações
que podem se apresentar ^ob os con^eitob do entendimento e dentro desta esfera.
listamos realmente de posse dc conhecimentos sintéticto a priori. tal qual
o evidenciam oa princípios do enttnüimento que antecipam a experiência- Sc ai
guém não consegue absolutamente compreender a possibilidade destes princípios,
emào pode de inicin duvidar que nos sejam inerentes realmente a priori; mas
nào pode apresentar üsLs» eorno uma impossibilidade de se atingí lo$ mediante
ai simples forçai do entendimento, nem declarar nulos todos o,s passos que a
rüxão dá guiada pefos mesmos- Só pnde dizer que. Cí»so compreendêssemos a
sua origem e a sua autenticidade, poderíamos. dcierrmnar a excen&ào c os limitei:
?'íi ide nossa ra^ào: mas ames que isto aconteça, i unias as iifirmamões desta última
üào arriscíida.s às cegus. t: dcsic modo seria perfeitamente fundada uma dúvida
compléta quanto a toda a filosofia dogmática que segue o j,cu caminho sem uma
crítica da pr6pri;i razão; só que por causa di>t;> nâo se poderia negar ictalmemc
a razão o direito a unrj tal progresso, desde que preparado e assegurado mediante
uma melhor fundamentação* Com efeito. todos oa conceitos e íué todas as per
gumas que a raxuo pura nos apresenta situam-se não na expcriêncía* mas sim
tão somente na razão. e em virtude disto túm que poder ser resolvidos e concebi
do» se&undo a sua validade ou a sufí nulid.'idc. Também não temo« o direito
dc rejeitar, alegando xi no^sa inenpaeidade, estas tarefas como se a .su:» solução
estivesse realmente na muurcfcn das coisas, o recusar levar a cabo a sua investiga
ção ulterior; pois por ser a única responsável pela geração destas mesmas idéias,
a ru/ao esná nu obrigação de prestar comas quanto à s-uu validade ou à sua
Ílu*do dialética.
Toda a polêmica cética eslá propriamente voliada sò contra o dogmático
c icm üorrto único objetivo desconcertá-lo e conduzi-lo ao iLLUoconhecimeuto,
pois o dogmático trilha sulencmeme o seu cariiinlio sem desconfiar de seus princi
pes objetivos originários, ou seja. sem crítica. Em si esta polêmica não tenu se
quer it mínima importância com. respeito ao que jsahcmos e, em contrapartida,
ru ao que não podemos sat>er. Iodas as LentaLiva* dORmátieais fracassadas f da ra
zão sào fatos* e é sempre tki! submetè'los’ h censura. Isto, contudo, nada pode
decidir sohre as expectativas que levam a razão a espçrar e íi reivindicar um
resutuuio melhor de seus futuros esforços: a mera censura, pois, jamais pode
levar a cabo o conflito cm Lomo dos direitos da razão humana,
Já que Hume é„ talvez, o mais hrilhanie demre todos os céticos c sem dúvida
o mais importante com referenda à influência que o procedimento cético pode
exercer sobre o despertar de um exame minucioso da razão* vale a pena elarifi-
carrnunos. na medida em que c conveniente parn o nosso propósito, (» çurso
de suas inferências e os erros dc um homem lâo penetrante c digno de apreço,
erros dc uni percurso qtie certamente: romeçou seguindo &x peludas da verdade.
Hume tinha talvez presente, embora nunca o lenha desenvolvido integral
mente, que cm jujV.y* dc eerla espccic ultrapassamos 0 nosso conceito do objclo.
Denominei sintético.* os juízos desia espécie. Como passo mediante a experiência
ir além do conceito que até então possuía, eis algo que não está submetido a
qualquer dificuldade. A própria experiência ê uma síntese de perccpçòes tal que:
o conceito que possuo através dc uma percepção è aumentado peia adiçào de
outras percepções. Sy que acreditamos ser possível ultrapassar Urnibém a priori
o nosso conccilo, e / deste modo ampliar o nosso conhecimento.. Tentemos, isto
ou mediante o cntendlmeruu puro com respeito ao ijue pode peio menos ser um
nhjpta da experiência, ou até mediante a razão pura com respeito a tais proprie
dades das coisas, ou também da existência de tais objetos, que jamais pjMJL-m
ocorrer na experiêneiíu O nósso célica não distinguiu estes dois tipos de juízos,
coisa que deveria ter Feilo. e conr.ider«m diretamente impossível esta ampliação
doà conceitos a partir dc si mesmüs e por assim dizer a geração espomânen de
nosso entendimento (inclusive da rniào) **mi ler sidv> fecundado pela experiência.
Por conseguinte. tachou todos os supostos princípios a prtori do entendimento
e da raitão como imaginários, considerando-os nada mais dó ijuc um costume
que se origina na experiência e nas suas UHst encarava os, portanto. unicamente
como regras empíricas. isto é, contingente cm si ás quais imputamos uma supos
ta ncecüsidadc c universalidade. Mas m Fim de ler uma base para afirmar estü
üüCranha proposição, rcportou-sc ao principio universafmeme recon-hecidu da rc
lação entre a caufca c o efeito. Pois já que nenhuma faculdade do entendimento
pode conduzir-nos do conceito de uma coisa ã existência de uma outra coisa
que mediante tal resulta universal e necessariamente dada, acreditou píxler con
duir disto que sem n experiência niida temfts que possa umpliur y nt>sso curKeiio
c autorizar-nos a propor uni uit juízo que amplia a prÍ4íri a kí mesmo. Que a
luz solar,, ao iluminá lüs, / derreie a ccra ao mesmo tempo que solidifica u arjiila.
ds 0 Quí entendimento alRum pode adivinhar, e muilo menos inferir dc acordo
com uma lei, a partir dc conceitos que já tínhamos previamente destas coisas:
SÓ Et experiência pode nos ensinar uma tal lei, Rui contrapartida. vimos riu Lógica
Transecndemal que, embora jamais possamos ultrapassar imedUncmentv o con
teúdo do conceito que nos c dado, podemos cuuiluxcr luialmctuc a prtori a lei
da conexão com outras coisas, claro que em relação a uma terceira coisa, a
saber, a experiênciaposshd, logo de um modo ainda assim a priori. Logo. quan
do a cera anteriormenie s.ólida derrete, posso saber a pfiõrí que tem que ter prece
dido algo (por exemplo, o calor do sol) ao L|ua| sçguiu estederrcnmento seguir
do uma lei constante, embora me seja impossívd conhecer a priori c áei^rniitmda-
menic. nem a causa a partir do efeito nem o efüito n partir do eitusu sem ítpdar
376 k a n t
çòca nuc nàu pixli: ju^tificíir / c cuja aparência lambém niiu ptxltí desenvolver
a partir de princípios, então as suspeitas recaem sobre iodas as suas afirmaçC^s*
por muía cunvinccmes que pí>ssítm *er.
Deste modo, o célico é o mestre que disciplina o raeionalirador ^ u n d o
uma saudável crítica do entendimento c da própria razão. Quundo chega u esLC
ponlu, nsão precisa temer qualquer ataque. pois pah,s3 a distinguir a sua posse
daquilo que se sÍLua totalmente fora da mesma: nada reivindicando deAie último
setor. também nào se envolverá em contendas por sua causa. Para ati quesloes
da razão, o procedimento célico não é em si mesmo satrsfatnrio; serve. coniudo.
como um cxcrcício prdirmnar para despertar a prudènua da rav.ão e mdicyr-lhe
Os meios rigorosos que lhe podem assegurar as suas legitimas possessòes.
A D IS C IP L IN A DA R A Z Ã O P U R A COM RfiSPfcH ü AS H IP Ó T E SE S
I?i que a crítien dç nossa rai no finulmcnie nus Icz. ?v£iht:r 411c de falo nada
podemos saber em seu uso puro û especulativo. nào deveria nos ahrir um campo
tão mais vnsto para hipóteses? I*. já que não podemos allrmar. rtào nos ê pelo
menos permitido conjeturar e opiruir?
/ Quando a capacidade dc imaginação deve nào devanear, mas sim conjetu
far sob a rigtifoMi Mípcrvisão da ruzilo. emão Lurn que sempre pavuxislir :it&o
que ê dc todo çerto c nào 0 resiiUado dc uma invenção ou de uma *iinpte>. cjpí
niui>. e tal è, a pvssibiíidudtt do próprio objeto. Nu que concerne à realidade
deste objem. ê eniào perfeitamente permitido refugiar se na opimiào: ma* paru
nào ser infundada, esta optnião lem que ser conectada com aquilo que é de faio
dado e eonNequeniemenie certo enqunmu fundamento explicativo. Neste caso
cli.nna-st* hipàwxe.
Jã que não podemos formar-nos a priori sequer n mínimo cuncciio a respeito
da possibilidade da cuncxão dinâmica 1: jã que u categoria do entendimento puro
nân possui qualquer serventia para excuguur uma La! couexàu. mas si nu uniea
mente paru eompreendê-ia quando encontrada 11*1 Experiência, de acordo com
estiis categorias nào podemos idew originariamente üm único objeio sequer dota
do de uma nalureza nova e nào indicável empiricamente, Por conseguinte. mtu
podemos tomá-lo como fundamento para uma hipótese admissível: com efeito,
isto ^r£rtin<;aria prever a ra?ão dc ujuimerus vazias ao jnvçí. de fornecer-lhe con
ceitos de coisas Deste modo, nào é permitido cxenyitar quaisquer mtvas. cnpací-
íiades originárias» por exemplo um cmendimemo capa/ dc intuir os seus ohjctoü
sem n concurso dos scnctdos, ou uma i'orça de atraçào,u «m qualquer conisuu,
•" A lidição da Academia incorpora » subsiiiuiçío, prúpúda jw Hrdmarm em swts. ftdições da CnVfo,
de “ forças. Je &traçïc.r (Aruietmniíçlírsr!] por "força de uxtensiïfl^ (Aijulchnun^ti nfi). i N. dí>sT 3
373 KANT
nem quaisquer novas espécies de subslãneins. por exemplo uma que esüvesse
preseme nu espaçu prescindindo tSü impenetrabilidade: não t* admitido invcntnr.
conse^uentementc. qualquer comunidade dus suhstãiictaü diversa / de todas aque
las que a experiência fortteee. nom uma presença outra que ruu> a no c^pa^u
nem oma durnçàu diversa da que há m.» tempo. Numa palavra: a nos«i ra7.áo
só c possível usar as condições do uma cxpcricncia possível como condt^òo da
possibilidade du^i coisa v. dc muKi alpum. Lodavja, pode por a„ssim dizer criar
semelhantes coneeiaos paru si mesma indépendant destas condiçues. fcmlwra
não umiradítôrios. estes conceitos ainda assim seriam «m nbjctu.
Como dissemo*. oh uunceiu» da ra/ào sãi.i meras idéias não possuindo em
vcrditde objeto algum nuni:i experiírneÚL muniquer: nem pur isto. coniüUu. desig-
nain (tbjcius imaginários e :u* mesmo lempo supostos com o possiveiv Os coneei
los d:i rizâo só são pensados pToblcmudeairicme a fim de que iuncícmos* en
referencia n des (cnquíinio freçòcs heurísticas). os princípios recreativos do List»
sistemático do entendimento no campn dit ex |>criertei;j. Sc desistirmos deste pro
póitUi. .são simples enlcs da ra/ío çyja possibilidade nào é dumormrãvel. e 4ue
em conKuqíicncia disto lambem nào podem ser lomadus.. através dc urna hipótese,
como fundamento parn CNpfiçsr fenômenos reais, f perfeitamente licilo pensar
;i alma tomo simples a fim Jl' lumnr. sç!g.umlo esm ítiéht umu uni Jade Compléta
e neecssnrin dc todus as iapiicUlude.s da mente. embora níio kc possa compreendê-
las in concreto, comei o principio secundo o qual jul^amo* os ItíJiõniüPos inii-cno^
d4L flhna. Ma?, ttíftor que it iilma à umu -*nb?rtânci:t simples Cum eortevilo tr^nscai
um demo! seria umíi prnposiçào 4111; nào só é índernonsi nível / (assim como o são
várias lii|H)lL"st‘\ físicas*. mas Ifltnbèm arriscada dc modo louilmeme arbitrário
c às ee^as: isto decorre du Tatu do simples nào poder dc inodn iilgum ocorrer
num;t cxpericneí;i. c se nqui entendermos por sabscâneiii u objeto permanente
tia mtuivà‘1 sensível. nào dà abxuluinmcmo purn compreender a possibilidade Ue
ucri JietuuiwH) simples. \ ra/.iio ndo povsui uuivtri/.ação alguma para suptir. como
«piriiau. emus piuamcntü intclijJ:ivcis 011 propriedades piiramcmc inteligíveis dc
CõiMis do mundo sensível. emboriL {por não >e ia eortceilu al^urn dc miíi possihili
dadü «u impossibilidade) também não possam scr doçmaticaneniu4 nc^adt»s com
hflse num ^upmli' melhor dkeernimeitto.
Para explicar fenômenos dados nào s« pode adu/ir oucr;is coisas c funda
Tnenios explicativos sc nào aqudes que Ibram conectados a estes f<;nómcno.s dit
dos segundo Ici* já conhecidas das fenômenos. Uma fiipôiese rramcertdrnrait na
qual urna simples idéia da rnzào fosse usada parn n espliençao das co't*»a^ dü
natureza. nfii> ütria. por conseguinte, uma explicação na m ^ida cm que aquilo
qtie nào &c compreende suficienremenie u panír dc principio* empíricos conhed
dos seria explieado através de algo do qua} nada se compreende. O principio
dc tima tal Hipótese rambèm só serviria propriamenie para ^aIisfaül;r íi razão,
e não para promover 0 uso do entendimento cúm rcspdtn aos objeioü. A ordem
t a eorforintclade a fins que impcíuin nu nímircia tèm ptir sua ve?, que ser explica
soi das a partir de fundamentos naturais e seeundo kis nalurai.s. e / aqui mexmo
as mais faniasUcas hipÓEescs. desde que físicas* sào mais lülcrávcis do que uma
hipótese hiperríska, isto é, o apelar para um criador divino que se pressupõe
com esta finalidade dc explicação. Com efçilo. seria um princípio da ríttào indo
lente (ignava ratio) deixar de líido todas as causas, cuja realidade objeliva pode
ser conhecida no curso dq cxperiíncia, ptily menos secundo a sua possibilidade,
a Hm de descansar numa sim pks idéia, aíiás muito cómoda para a razão. Mas
a totalidade absoluta dos fundamentos explicativos na série das causa* não pode
cont,tilmr-se num obstáculo com respeite aos objetos d<j>mundo, puis ia qi £ estes
nada mai.s sâo do que fenômenos* defes jamais se pcxle espersir :dgo completo
na síntese dü sóric de condições.
De modo algum ê permitido nem o apelo a hipóteses transcendentais do
usg especulativo da raiSo nem 11 liberdade de recorrer a fundamentos hiperlísieos
de explicação com o fito dc suprir a falta dos físicos, em parte porque este procedi
mento de modo al^um faz. avançar a ra7ão, interrompendo antes todo o progresso
de seu uso. e cm parle porque esla licença acaba por privá Ja de lexios o*; fruios
rcsullantes tio cultivo de seu terreno próprio, a saber. 3 experiência, Com efeito,
quando aqui e ali a explicação da natureza su torna difícil, lemos sempre n mà»
um fundamento transcendente dc explicação que nos d tspensa. daquela investiga-
çâo. / t i nossa pesquisa conclui não com 3i compreensão, mus sim com a total
incompreensibilidade dc um princípio que já foi previamente ideado de modo
a conter por necessidade o conceito do absolutamente primeiro.
O segundo requisito para a admissibilidade <le urna hipótese é a sua sufkién
cia para determinar a príori a panir dela as conseqüencias que ■»ão dadas. Se
para esta Imaiidude somos constrangidos a invocar hipóteses auxiliares. L-ntào
provocam suspeitas dc serem meras fímçôc*. pois cada uma dd&s requer ern si
a mesma justificativa que o pensamento subjueisme necessitava. e cm consequín
cia nenhuma delas pode dar um icxteirmnho dijinn de confiança. Caso se pressu
ponha uma causa infinitamente perfeita. n!k>faliam fiindamcmoH explicativos pa
ra toda a conformidade a fins. ordem e grandeza que siio encontrados no mundo:
mas quanto às anomaliun u males patentes neste último pelo menos segundo os
nossos conceitos siío necessáriav novas hipóteses para salvar aquela primeira das
t>hj«ç5c« cntaimudas poi esio?> males e anomuliiis. Se íi aiitiv suficiência simplev
dü alma humana. a qual foi tomada como fundamento dti seus fenômenos, é
euntestada pelas dificuldades deiidas àqueles dos seus fenômenos que *e as\ümc
Ihnm a mudímçxte *)c umn matéria <£mj crescimento c íi dccadènuu). então tiüniüS
que pedir ajuda 3 hipóteses que, embora nào dcsuiuTitas de vcrossimitíun
ça, nâo possuem wwas credenciais senão aquelas í fornecidas pela opiniào aceita xm
como hipótese fundamental, opinião segundo cujo enunciado terão que aluar
Se os exemplos aqui citados de afirmações da razào (a unidade incorpórea
da alma e n existência dc um ente supremo} devem valer nào como hipóteses,
mas sim como dogmas provados a priorú cmào nS» c deles que falamos aqui.
Nes^e enso* no entamu. devemos cuidar para que a prova lenha a etnoaa apodíti
ca de uma demonstração. Com efeito, pretender tornar meramente prmwvei a
realidade dc mia ideias c um inicnui lào absurdo quanio pensar cm demonstrar
tão somente como provúveí üjtui proposição da Geometria. Apartada de ioda
KA N T
a experiência., a razão pode ou conhecer tudo tào somente a priort e como neces
sário ou nada pode conhecer; conseqüentemente, o seu juizo jamais <1 opinião,
mas sim ou abstinência de toda o Juíza ou certeza apodítica. A,s opiniões c os
juiV-os prováveis a respeito do que pertence às coisas só podem ocorrer como
fundamentos explicativos daquilo que é realmente dado ou como conseqüências,
segundo leis empíricas, daquilo que é Subjacente enquanto real: portanto, só po
dem apresentar-se na série dos objetos da experiência. Fora deste campo, opinar
equivale a brincar com pensamentos, a não ser que tivéssemos mo-somente h
opinião dc poder talvez chegar à verdade seguindo uma vereda insegura para
julgar.
um / M ai embora nas micstões meramente especulativas da ra/ão purq não
ocorram quaisquer hipóteses para servirem dc fundamento a proposições. ainda
assim são perfeitamente admissiveiS para defendê-las, na verdade nfio para o u$t>
dogmático, mas para o polêmico. Por defesa entendo não a multiplicação dos
argumentos da nossa afirmação, mas sim o ato dc fazer malograrem os conheci*
mentos ilusórios medi ame os quais o oponente pretende invalidar a nossa asser
ção, Por outro lado» todas as proposições sintéticas derivadas da razão pura pos
suem a sejiuinte peculiaridade: quando aquele que afirmu a realidade de certas
idéias jamsiN saho o suficiente parti dar certeza a esta sua proposição. i> seu
adversário pode -saber ião pouco quanto ele pjra afirmar o oposto. Lista iguakta«
de dc destino du razão pura nfn> frmmscc a nenhum dos dois: no conhecimento
especulativo, (ornando-se assim o eampo de batalha adequadt) para rixas intermi
náveis, Nu seqüência mostrar-se-» que, eoffl respeito ao uxtt prátiçQt a ra?-UO pos
sui o direito de admitir algo que de modo alttum estaria auiorixada a pressupor
sem argumentos suficierticft no campo du pura cspcculaçãv; pois todas as pressu
posições deste tipo maculam a perfeição da especulação, ao passo que o interesse
prático ubso luta mente nao sc preocupa com a mesma, No uso prático, pnnnnm,
;i razão tem posses cuja legitimidade não the ê permitido provar c a qual de
M,r falo também f' não csiariu em condições de provar. Logo« a ônus d i prova rceai
sobrt o opoftente. Mas jà que a respeito do objeto posto em dúvida este último
■sabe tào pouco parti evidenciar ü sua inexistência quamo ts primeiro para afirmar
a sua realidade, patenteia-se aqui um;i vantagem cm lavor daquele que afirma
uigo como um pressuposto praticamente necessário Imclier est eonditio pos«dcn-
iis).99 Fica a seu critério utilizarem prol de sua bou causa, como que em legítima
defesa, ematnente os mesmos meios que o adversário emprega para combatera,
a saber„ hipóteses: estas últimas tiào devem fth^olmnmentc wrvir para reforçar
a prova d;i própria boa causa, mus sim para mostrar que o oponente emende
muito pouco ü respeiLO do objeto do conflito para que powsa ufanar-se de uma
vantagem «obre nós no toeanie ao conhecimento especulativo.
Nu campo da razào pura, portaniy, as hipóteses só sào permitidas como
armas dc guerra e para defender um direito, mas nào para Itie servirem de funda
menu). Aqui sempre temos que procurar o npivience em nós mesmos, pois a ra/.ào
nem cessa com a morte; que est a. vida nada mais c que uut simples fenômenex
isto é, unta representação sensível de uma vida espiritual para, e que todo €
mundo sensível não passa.de um simples quadrn que paira diante de nosso atual
modo de conhecimento, destituído cm si, como um sonho, de qualquer realidade
objetiva; que se devêsiemos intuir tanto as misas quanto a nós meamos fai como
são. ver nos íamos cm meio a um muitdo dc naturezas espirituais* e neste caso
a nossa única verdadeira comunidade com o mesmo nào comúçou com o nasci
mento nem cessou com a morte eurpura] (consistindo ambos em pums fenôme
nos); e assim por diante.
Embora nada saibamos, nçm 0 declaremos com seriedade, a respeito de Ucdo
o quv prctcMamos hipoteticamente contra « ataque. c que nâo chegue a .se tratar
nem de uma idéia da raxfio* mas sim unicamente de um conceito excogífMto
com objetivos dc defesa, prueedemos aqui de um modo perfeitamente racinnaK
Fayemos isto enquanto ao oponente., que acredita iqr csgoUido todas as possibili
dades ao fyzur com que a feita dc suas condições empíricas passe falsamente
comu rnnp prova da total impossibilidade daquilo que aereditamo.s. mostramos
que mediante simples leis da experiência eis; pode abarcar cm si mc^ma a total Ida
de do campy dus coisas possíveis tampouco quanto nns podemos, fora da expe
riçncia. adquirir fundadamente algo para a nos&a rajfúo. Aquefe que dirige tais
Hov meios hipotéticas contnt / as pretensões de um oponente arrogantemente negíidor
nfio daví ser considerado como alguém que pretende fa/êdas passar por suns
verdadeiras opiniões: abandona a& tão logo tenha dado toma dits prcsunçòes
doemáiieas da adversário. Com efeito. por mai.s modesta e moderada que possa
pa-cccr uma conduta unicamente negativa c de recusa díanLc das nfirmiiçOes
alheias, pretender validar csuis c*bjeçòes como provas em lavor do lado oposíc
torna se uma reivindicação nau menos orgulhosa e presunçosa dü que seria caso
houvesse tomado ò partido dí>s que afirmam e íidouido n$ suas afirmações.
Vê-sc disio, pois. que no uso especulativo da ráStão as hipóteses nào pos
suem uma validade como opiníoe$ em si mesmas, m&s tào-somente cm relayiu
às pretensões transcendentes da pane oposta. C^rn eleito, estender os princípio*
i!a exp^riéneiu possível ã possibilidade das coisas cru ytral ê tão transwndCFUC
quanto afirmar ã reaLidads objetiva daqueks conceitos que não podem enc<mtrar
os seus objetos senão fora dos limites dc toda a experiência possiveL O que a
razao pura julga asscrtoíicamenit; tem que ser (como tudo o que a razào conhccc)
necessário, ou entào não é nada. Por conseguinte. a ra?àn purn de fato nào con
têm opinião alguma. As referidas hipóteses c:onsistem unicamente um juízos pro
blcmâticos que pelo menos nào podem ser refutados, embora também nada çonsi
Hiu ga prová los; / nâo são pois. M,& opiniões privadas, mas apesar distn nào podem
ser dispensadas çomo recursos contra escrúpulos, passíveis dc ocorrer. sendo ne
cessarias inclusive para a nossa tranqüilidade interna. Neçta sur quatidade temos
que conserva-las, bem comu impedir cuidadosamente que aflorem enm uma suiio-
,0ir Hanenítein ( I Kí SJ «uNtilui - no qn-e í sL-guido pcl^i Ediçàc da Academia — “ k tin t" pfií "'rime'4,
d-íL-íand,- cdlSo i.i ;radução a^iru; ‘"Sã;}, puts, paras Ofilniis« pnvadú:;", ( ÏS\ düí T.i
C R ÍT IC A DA RA ZÃ O PU R A
SEÇ Ã O Q U A R T A DO C A P IT U L O P R IM E IR O
A D IS C IP L IN A D A R A Z Ã O P U R A COM R E S P E IT O ÀS S U A S P R O V A S
<caso sqja possível >. Conseqüentemente. por mnis verossímil que lambém possa
parecer ú suposta prova da natureza simples de nossa sLihMímeta pcnsnme a par
tir tfa unidade da apercepção. delronFa-se inevitavelmente com a seguinte dificul
dade: já que a simplicidade absoluta nàii ê um conceito que possa ser imediata
mente rderido a uma percepção. mas que tem que ser tãy-bomente inferidactimo
uma idéia. iuio se p^níc absoluíamente compreender como ;i mciü consciência
que esiã ou pelo menos pode estar coniida etn tudo o pensamento, embora seja
nesta medida uma rtpreseruu^ào simples, deva tiHmJLi/.rr-mc i eonseiüncia e ítft
conhccimcnict de uma cui^ji tta quai tào-somente u pensamento pode eslar eunti-
do. Cíim deiiu. quando me represento ^ força dc um corpt» cm movimento, nesla
medula ole é uma unidadç absoluta para mim e a representação que deJe possuo
é stitipies; por uodstíjnujnic, também po.Vi« expressar tsia representação pelo mo
vimentv dc um ponto, pwi o volume do corpo riiio entra. em consideração aqui.
podendo-, sefli se diminuir n lorya. ser peimdo i.io pequeno quanto ,mí *4 uuàr:i.
vak di^un» / até mesmo como Mtuado num ponlo. Di-Stn. no entanto. nã<) conclui
rei que» easo rtaii;t mars mu scj:i «.lado du que a íV»r«ço- muloru dc utu ourpti. esie
último possa ser incisado comii uma substância simples | tào somgnlcj porque
a sua rçprcfWiuação. abstraindo dc lodo o seu volume. c simples, Hescubro um
pynilogismn nesta argumenuiçíio ps lo fnUí do simples na übstfação wr eompleta
menu: diverso do simples tui objeto» e dc; "cu'\ quu no primeiro sentido não com
prcciute tv>í si multiplicidade alguma, poder ser um e<mcdu> altamente complexo,
a sabor. coJiler e designar uiuitiis coisas sob cj seu romlo. quando «ugnificu a
própria alma. Só qu< paira premem irmos Chlt- puralujiismo (pois sem umti ml
suposição prévia de modo al^um se '•us^cilaria dc;,cn provui ê ataoluianicntc
necessário ter ;t mào um critério sempre viytínie da possibilidade ik tai* pmpofti
ções sintéiicas que devem prjjvar mais do que u experiência pode dar. hste erité
rio consiste cirt dirigir a prova no predicado requerido »riu dircumenic. mas sim
ia^ somciuc medianic um principio da possibilidade de estendermos A priori o<s
nussos coneciuvs d:tdos a ideias, e dc rvivVi/.am-io.s çst;^ iilünraí>. He usarmos fecm
pre dcsia eaumla. w antcb de anuirmos 11 pruva uonsullarmos snhiiirtiéiite
pwra saber cinnu v com que íwidaincilUi se pode esperar uma tal cimpJiaçiio atra
viii da ra/iiii pura. e de imde preieiidemt^ nesjc taso retirar esiex eonhccimcnii:«
/ í^ue iw> podem -str iti:ni desenvolviJu:í u parijr dc amcçiuis nem jiiileeipTukJS
com rdvreiKia a uma experiência possiveí, pinlemo^ poupar nos inuhoü esforços
pe^ftdti!» e ainda a^sim infrijLÍÍeroh da rticiJidLi em que ou não exigicnus da ru/So
xtlyo quí* 3 olhos vinio« ulirapn^n u n u » faculdade 011 a *jubine[cmi>s li disciplina
da fibsimOneiy qmmdo nàu quiser üe bom grado se limitar nus sua* veleidades de
ve estender ávida c impuUivJimcme na especuEavào.
A primeira re^rst é, porumto, a Ni^uinle: nno icniar provai Lianseendentaisi
sem untes ler rtilciido. c su justificado quanto a isti>, acerca da origem dos prineí
piõs si»Pro quais se pensa crjgi-lus. e com que direito se pode deles esperai
sermos bem sucedido;» cm nossws irtferéneias. Casn irate de princípios do en-
tenJm5eniu (o da causalidade, por c\cinplo), prtx:ur;jr-sc; â dchahlc ^hej»Hr ás
idciiis d’4 razão Tuim por ít*u intermédio, pois utii* prtneípiua valem ajHr‘Uiis píira
C R ÍT IC A DA RAZÃO PU RA
Ctítioí do trUe mais real e dc» cntc ncccsüário. í1ik> podendo ser cncoturada alhures.
Cum esta advertência. a critica (ias allrrn ações da r,?/ãn torna slc hasLante
redu/ida. Onde a razão conduz o.s seus ncsòcíos através dc meros conceitos
so resia a possibilidade de uma única. prova. *c ê que alguma é possível. Em
dccurrència disiç, quando se vê o dogmálícn entrar cm cena cum dra provas,
pode-se crer com segurança que n;lc> possui nenhuma. Com efcliu, se livesse unut
que (como tem que ocorrer nos assuntos da razào pura) provasse apodictcamente,
para que necessitaria dai restanLe.s? O seu único propósito c o dc dirigir, tal
como aquete advogado parlamentar, uru argumento para cad a interlocutor: pre
tende com sstu aproveitar-jn: da dehitidude dos jiii/cn que. sem dclcrcm mais
demoradamente. escolhem a primeira coisa que thes cai í>ob íís uthOi-, decidindo
de acordo com n mesma sò para se verem rapidamente livres d;» questão.
A icrectra rep.ru peculiar da ru ià u pura. toando se submete a uma disciplina
rcfcremc ãs provas iranscendcniids. ô a sctuiinre: as suas demonstrações tem que
hlt nunca apttgvgicax, mas sim sempre ■rjsreiMfrui’. Hrn Loda espécie de conheci
mcnlü. a prova direta ou ostensiva é aquela que combina ao momo tempo íl
convicção da verdade cóm o conhecimento tlc suas fontes: a apagó&icD. ao con
trano, pude produzir a certeza. mas não n eumpreensibi lidado da verdade no
locanic a sua imerciinexào com oa fundnm^rups dc sua possibilidade. / Consc
qícntcmcnic. íis provas upagógicas constituem untes um auxílio de emergência
do q w um procedimento capai dc Miiisfazer todos os prupósilos da ra/ào. Quart
lü á cvidcncía que proporcionam, possuem nfio obstante uma vamagem frente
uh pMvu* Jiro ius; nu represu iia^ao a contradirão senipn: Ir. 1/ consigo urna ckirtf
/a niíiior do que ;i melhor cnnexáo. c dejfte modo se npronimu mais tio caráter
intuitivo dc uena dem onstrado.
A causa propriamente do uso dc pmvuh npugógicus em divcrMiS Ciências
c provavelmente a sc^uinie: quaildo aj» ra/,ôcs das quais ?a deve derivar um cerni
conhecimento sào demasiado numéricas ou esüiu muilo profundamente ocultas,
tenui ve ver se è possível nk.in^ar este conheci mento jn/avi* das consequências.
Ofa. o modus ponetis dc sc mferir a verdade de um conhecimento a pnrtir da
verdade dc »na« ctin.seqiiciicias só seria pcfmíikU> «os casos em quC todas as
suas possíveis conseqüências Ibsscm verdadeiras: poinentão é possível uma única
ra/.ân par?j que i^to suja a*sim. e portanuj lambem c a verdadeira. No emanio.
este procedimento é impraticável, pois eomprcendej iodas as conseqüências
possíveis de qualquer pruposivào aceiia e aJeo que ultrapassa as nossas lorça*;.
Nào obstante, utiliza sc L-sx<y modo de inferir, se f-M^n que cura uma ccria íudul^én
eiu. qiiand<» ±>c trat^ de provar aljio unitaineiUtr c«nio hipótese. Neste caso. a
mforènctít e eoncctliib por analogia; quando lanias cònscquêjicias quanias
as por nós examinadâs concordam com uma razão ncciia, t^idas üemais cnn^e
qiicncias possiveis hão de concardar com a mesma. f. por isto que. por este /
camaiho. jamais será poüüivel iranujtbrmur uma hipótese numa verdade demons
trada. O irkídui lüllens dos siloe;Í3i[nuj( que concluem dus conseqíienebs às suas
ra^i>es prova dc um niudd nâo só eompletamentc rigoroso, mas lambèm e.xírema
mente fiiciJ. Com eíeitu. se se pt<de tirar uma única consequência falsa dc uma
C R ÍT IC A D A R A Z Ã O P U R A 587
proposição, então íaLa üJlinia é falsa. Ao in víi Uc percorrer, numa prova, oatcrisi-
va, ioda, a síric tta razoes que podt: conduzir n verdatte de ueti conhecimento
mediante a compreensão completa de sua possibilidade, basta dcscobrir mm úni-
conseqütn^iü dciiire aquelas que fluem do oposto deste conhecimento
para evidenciar que eüic opúsio Lambém é fulso. c portanto verdíideico 0 conheci
mento ljüí; linhamús que provar.
O modo apajjugi.ee. dc provar, nu émiiííciiía sõ e admissível i~ijís ciências em
que é impossível que aquilo que ê subjclivo cm nossas representações sílbsiitüa
etigwwsaftwtui: aquilo quu é uhj^iivu, uu üeja. o coaihecimeiUü daquilo que è no
objeto. Mas onde predomina esta subsliluição. Lcm que ocorrer freqüentemente
que ou 0 oposto de uma cena proposição coniradíz tão somente as cumliçocs
subjetivas do pensittflüiHúi m&i, não ao objeto, ou que ambas as proposíçoesi sís
cõnLradfztím uma ã ouUa cum base numa condição subjcüvti fâlsamefitcr cnnside
rada ■ubjeiiva: pelo Fato da uondiçào ser falua nesie último cano. ambas as propo
siçoes podem ser falsas, sem que Síjíi possível concluir án falsidade dc uma para
a vurdade da outra.
/ Na Maiem átiea £sta sub^repçâo é impossivet; e nesta ciência, porta tuo, jí:g
que íis p rovia üpagògicas p o lu e m o seu lugar própríc). Pelu fnln de ludo fundar
se inmtçüeit em píricas na C icncia Natural, c aqui na m a b r paric üus ví-í«
possível evitar jquela sub repção medi anu; muita* ubservaçõc* comparada:*; cate
tipo de prova no entanto ü quase sempre irrck van lc ticsic douuruu. As icm auvas
;r^r‘5.i:ciWiínLaÍ> da, ruzão pur&. lodíiviii. s;I<j iodas futta* duntro do médium pró
prio da ilusão dinlíl3C£, rtu soja. do Subjülivo. qui: cm p r e m i a s só oferede
uu itte sv impõe curruíobjutívu à ru^fiD- N o que sv rdere ã* proposições sintéticas
nâo pode ;ihsolutumente ger permitido aqui jystifujyr suí* afirmações íUMvcs
da refutação do oposLu. Com eleiiu. ou cs Lu refutução nada rtni ts é do qu i j
simples reprcscntaçao do confia lo da opinião opo&Lü corri ;ls condi çoes vubjcüvas
de comprcensiibiliditde através d« nossíi razão. em nada contribuindo p;ira a rojei-
çào da própriiL coisa — aswm como. por exemplo, a neetrssidadc íncondíeiíHiradiL
na c5iisictn:ia dc um en(c nâo pode [shsniuumientc sor contprcendida por nós,
o q ijl: to n i fu/im sü opõe nubj^livafntfíit* a ioda prova espteuhjiivji de um tiite
supremo e rtece&sário. mas também s=e opòe sem ra/âo ã possibilidade dc um
tul ente originítrui em si mesmo Lou então ambílí as partis, rímto íi q w aFlrnu
quimU> u que ncgü. lomain como fundamento um conceito inifnissrvel do ubjclü
ao. í.crern kidibri;idos pL'|g. ilusão transcendonui], ./ N cslc cíiso vtik :i seguinte p?i
r^nra; tton ^iuis nuU« íu h l p ra c d ic a u ;,ín uu .seja* ultuu cj yuc sc ynuncia itUrma*
li vãmente quamo o que sc eiiuncioti negíii.i:Vi.LEne-iHC ú^crLit do nbjctu é iriciirrctii«
c nao üü p^nJe uhcgíir apatosicam t;ntt, meüianie a refutação do oposto, ao conlie-
cimentü da verdade. Deste moda. quando se pressupõe, por cNempío. qutr o mun
do üCnsiv^l è díido em si mesmo ^cgundü a sua íoiaEidiade. è falso qye lenha
que i^r ou jn finito mt llniío í; limitado quanto ao espaço, c \m> pnrquc a ehbas
as íitiernativíis. são Ijilsâ^. Cnitt eilti ií"i, Ibnõiiicno-s (CnquísriLo mertíü reprcbjnla
ções) que fossem não obstante dados em si mesmos (enquanto objetos) seriam
algo inipo.y>ível; a infinEuide üuatc tudu imaginário cmamemc seria íncondicio-
naJii. rna-s contradiria (já que tios fcnõmcnoa tudo é eorididonado) a determina
ção inccmdicionada da magnitude, a qual é porem pressuposta iw conceito-
O mudo apagògico de provar também c propriamente 3 ilusão que sempre
entreteve os admiradores da mêtíeLiEosâdade dob nossas pensadores dogmáticos.
Ele ê coinu que o campeão que pretende provar a honra e o direito incontestável
da partido que adotou oferecendo-se para brigur com Lodü aquele que queira
pôr cm d Dvida esta honrü e este direito: apesar disto. tais lanfarrices nào rcwl
Vem nada quumo à coisa, mas lão-somerue quanlo ã resp-ectivu força adver
sários, c 1-Sto aínda usuim só no que d ii rcspciio aos agressores. Na medida cm
ui: que vêem que cada um / c ora vcnccdur ora derrotado, os expeetadores tomam
ir>içi frçqücntemente conto um motivo pmn* ceticamente. purem cm dúvida o pró*
priu objcio da disputa. Não hã. todavia, razão para canto, o basta bradar lhes:
non defensortbus islis tempus cget.,ü:' Cada combatente tem que consolidar o
seu ponctf de vIsLa diresíimcntc, isLo C. através. du uma prova IcgEiimu Condu/Jda
mediante uma dedução transcendental dos argumentos. a fim dc que se veja o
que a.s suas pré tensões. racionais podem alcear a seu favpr. Com efeito, caro
o seu oponcruc se bastln sobre ranõ« sybjctiv:is, ccíWauenU; é fáei.1 refutá lo.
Isto. no entanto, nào constitui uma vantagem pura o dogmático, pois eomumente
este também adere a> causas subjetiva* do juízo, podendo iki mesma forma sur
acuado por seu adversário. Míis se ambas as panes procederem apcníis dirern
mcntií, iiritSo ou perccb-erào eüpojHnncaniünçç: a dificuldade e íitê a impossibilida
de dc descobrirem o título que Legitima ns s.uas íisscrçocs, podendo cifina! repor
«ur se unicanicnic à pream^ào cum« instfinció dcciüória. ou a crítica descubrirú
facitmcmc a ilusão dogniaLica. cortsuangendu a ra;caw pura a abrir inüu de ümüíi
prcicnsõcs demituiado elevadas no uso especulativo e a se retrair para dc.itro
dos limite;» dc seu território prõprio.a saber, o dos princípios práticos.
/C a í '11 11 <>S j í .L NIM i lí.v l> n t KIM \ T k AM.NÍ I.NUI N I AI DC» M t|O L> í)
C Iiumilhante para a ru/ào humana que nydy, constgíi em seu uso puro*
t; 14uc ate ncoütôíte ainda dc uma disciplina para reprimir os *.etis excessos e ^uar
dá I« fuiitra as ilusões que disto resultam. Só que. por outro lado* 3 ra?,àu ê
enaltecida c reßohrn a iua uiu<iconfiança pelo fato dc que ela mesma pode c
íçm tyje excreer Cila disciplina sem admitir uma outra instãncin censora que
lhe seja superior^ altirn diwto, 0.5 limites que foi construntilda a impor ao jícu u.so
ciptícul-ativn rcitringem, ao mesmo tempo, as pretensões üofísttcas de todo opo-
ucriLe. podendo porwntü assegurar contra quíu.squer ataques tudí> t> que ainda
t113' Nàn faltu Ismpi'i pari ííit-.s Je tensores. <M. dn*. i>
C R ÍT IC A DA RAZÃO PURA 3B4
SüÇÃO lJ R IM H K A DO C ÂN O N DA K A Z à O P U R A
A raz;So é impelida por uni pendor cjç sua natureza a ultrapassar o uso
da cxpciiiirioia e a sc aventurar, num uso puro c mediante simplc. idéias, ati
ns limiics extrunios dti todo o conlieesmenLO. bem cromo ã rtfio encorurar pa/.
antes de atingir a amjpleiude de seu círculo nurri uulo sísLcmáiico e iiuío suhüis
tente. Esie empcnlio lunda se eío sumcEitc Mbrc o seu interesse cspceulaiivo nu
anicí; única c excIusivamcntc sohre o seu interesse prático'1
Quero agora pôr de la(3o o sucesso que u razão pura obtém em « u í proposi
590 KA N T
iC! Todo«, í » tunceiüiü práiicoi icm a ver com objetos dü jy a ílú ou do desagrado, isio é. tfu p m e r <
do desprazer. par CúitMgutnte,, pdo mciiüi índirçamenie eam <>bjeTOS dú nosso Mrniimenia. Entrc^rtío. v.isto
l|ll£ csle não é iirns capacidade de rcp'ív*ri<3CÉt-' dâs cnims, m ai as fiva J 31 inteira capj^iJajür* cogmciva.
lassim todos os íIõh ífU íb dos noisús juizos, pa mcdtda cm que kc referem ao prazer ou 4u d « p ra iíf <
p<lrLanto á filnsíiriji prácici nS«i pírtçncHm ao corijmiiü cíji fllc>$ofia Lrutiacífldci.iiil, ijue tem n vee apenas
ci>m conbccimcntoí purcjs a prion.
KANT
rum), c tudu o que hc intertionccta cum este uliimu. .seja como Funtlamenio ou
seja eornci conseqüência, é denominada prático. A liberdade prática pode ser pro
vada por expcrrcncia, Com efeito, o arhúriu humano não c determinado só por
aquilrk que estimula, isto c, afeta imediatamente os nossos sen lidos. puis temoi»
o poder ÍVcrmy^tnj de daminar as impresseves que incidem sobre a noasa facul-
dilide sensível dc desejar mediante representações daquilo que. mesmo dc um mo
do mnís remoto, c útil ou prejudicial. Estas reflexões acerca daquilo que no tocan
te a todo u novso estado é dcsejavul, ou seja. bom e útil. repousam nohre a ra/à<x
Em conseQüêncií± disto, esta ultima também fomcce leis que são imperuuvi>&,
isto é. teis objetivai» da liberdade, e que dizem o que deve acontecer, embora
lalve? jamais acunieça: nisu> di^Lmgucnivse das leis naturais, as quais só Lratam
dutfuifo que acnnteoí. e é por isto que também são cognominadas leis práticas.
/ iVfab se mesmo naquelas ações mediante a.v quais prescreve Icís a razào
não é por sua ve/ determinada por outras influênciur». d .se isto que, Com respeito
aos impulsas sensíveis, se chama fibçrdade não consiste, no que se refere a causas
eficiente?. iirnis elevadas e m:us remotas, por mju vcz em natureza, não nos interes
sa mo campo prático. Aqui perquirimos a razáo inicialmente eum vistasá prescri
ção do comportamento e aquela quescao c de caráter meramente especulativa,
podendo ser posta de lado na medida em que o nosso propósito sí dirige para
o fazer ou o deixar de fa^cr. Conhecemos, pois. a liberdade prática pela experiên
cia como sendo uma das causas naturais, a saber, uma causalidade tia r;i?,ào
na deierminação da vonuide*. enquanto isto, a liberdade iransa-ndetUal esi&c uma
independência tkbUi filüMna razão (com referência à suíi causalidade ao comoçur
uma .série dc fenômenos) frui te u iodas as>ca tina» determinantes do mundo sensí
vel. parecendo nesta medida contrária y iei da naturwa e portanto ã csperiencia
possível, c pcrmancccndu pois um prublema. Só que cate problema nâo pertence
á r.i/ào em seu uso prático. Portanto num earton da razão prática üó «mios que
nus haver com duas perguntas que locum u interesse prátiçn da ra*ào pura ç
com respeiio ;i* quaia lem que ser pusüivel uni cânon do uso desia mesma ruzà®.
a saher; rjxisEe um l>ous? Eviste uma vida futura? A questão em torno da tibtrrdn
dc rrmisiícndenuil concerne unjcaJiKnLtí ao saber Cspcculalivo, e podemos pn-la
dti lado como .' totalmente indiferente quando cütamo* às vnlias com o prático;
além disto, explanações suficientes a Sfiu respeito podem ser cncnmradas na Anii
nomia da Razão Pura.
SHÇÃO S E G U N D A DO C Ã N O N DA Rr\ZÀO P U R A
DO 1D K A L DO BEM S U P R E M O COM O UM F U N D A M E N T O
D E T E R M IN A N T E DO F IM Ú L T IM O D A R A Z Ã O P U R A
de saber se os princípios da razão pura* Os- quais prescrevem a prior! a lei, iam
bém conectam necessariamente esta espürarfcça com tal lei.
Por conseguinte, digo ^uc assim tumo os principius murais são necessário;,
segundo a ra^âo esm seu uso prático, assim também é necessário supor, segundo
a rastão eni seu uso teórico, que Eudos têm motivos para esperar a ícliddadt:
na mesma medida cm que dcLa se Lornuram dignos com o seu comportamento,
e Que portantu o sistema da moral idade está indbÉOluvelmeíue lidado, se bem
que só na idéia da razão pura. ao da felicidade
Ora, num mundo ínldigivel. isto é. morai, em cujò conceito abstraímos de
Lüdos os empecilhos à moralidade (mdInações), pode se também pensar como
ncccssário um tal sistema tlc uma felicidade pruporcional ligada à moraltdade,
pois a própria liberdade, em partü movida e em parLe restringida por ]fiis morais,
serta a causa da feíicidüdc universal: conduzidos pür luia principiou os próprios
entes racionais seriam os autores de seu próprio bem esLar duradouro ao mesmo
lornpt» em qge seriam os &ulures do bem-cs Ur dos ouiros. Mas esle sisiema da
moralidade que se recompensa a si mesma ê &ô / uma idéia euja realização repou
sa sobre a Condição de que cada um l>ç& o que deve* ou seja, que todas as
açtkí. dos times racionais uCurtiim como st; ie originassem du uma vunuidc supre
ma compreendendo cm si. ou sob si. lodo ta- arbítrio privado. Mas desde que
a obrigatoriedade da lei mor ui permanece válida para cada uso particular da
liberdade embora outros nào st comportem em epntVmidaçiç com cata Içi, neiíi
a partir da nalureza das coíkuk do mundo nem a partir da causalidade das, pró
prias açoes c da sua relação com a mo ml idade é determinado como ay conse
qüências destas ações rei:icu>nam se com & feUcidade, A mencionada conexào
necessária entre a esperança de ser feliz e a incessante aspiriição de tornar-se
digno da felie idade não pode wr conhecida pclii ra^au caso kc Lome unicamente
a naturcKíL como fundamento; uma tal conexão sô pode ser esperada se uma
razão suprema, que comanda segundo leis moTaiü. 6 posta ao mesmo tempo como
fundamenlíi-cníjuímtü causa da natureza.
A idéia de uma u i imcli&cncia cm que a vunfade moralmente mais perfeita
c, ligíidív à bem íivcníurartçn suprema, u caus;i d« todu a fclieidade no mundo
na medida em que esta úiLimaeMà mima rdaçào precisa com a moralidade teomo
o merecimento dc ser feliz), 6 por mim intilulada o ideai úü hem supremo. Porian
to. é SÓ no ideal do bem Suprefnú nriginárin que a razão pura pode encomrar
o fundamento da conexão praijeameme necessária dc ambos / os elementos do
bem supremo derivado, a Sfiber, de um mundo inleLig.íveL isto ê, m orai Já que
somosi necessar Lamente eonsL rangidos pel:i raz:iü a nos representarmos como per
teneentes a um tal mundo, embora os sentidos nada muis rios apresentem do
que um mundo de fcnòmengs, remos que admiiir aquele mundo moral como uma
conseqüência de nosso comportamento no mundo sensível g„jâ qu.ç eale último
nao nos exibe uma tal cpnexào entre a rrturnl idade e a felieidítde, çtmití um mun
do futura para ru>s< Portanto. Deus e uma vida fulura são duas pressuposições
inseparãvcÊâ, iegundo principbs da razão pura» da obrigatortedade que exata
mente a mesma razão nos impõe.
A moralidade em si m^ma perfaz um sistema; ial nao ocorre com a felicida-
KANT
um lértfi que íc í representado como originado / de uma idéia caso deva estar m
con&oftãntia Com aqueíe uso da razão sem 0 quaí nós meamos nos cunsideraría
mos indignos da razão, a saber, o uso mora!, o qual repousa inteÍTaflleiUí sobre
a idéia do bem supremo- Desta maneira. toda a investigação da natureza tende
a essumir a forma de um sistema de fins, e em sua extensão mibrima lor03-5e
físíco-tftologia, Mas na medida em que esta última teve início na ordem moral
enquanto uma unidade fundada na eüsèricia da Liberdade ír não instíTuida casual
meflte por mandamentos externai reparta p çonformídíide u fina da nalur^a
a fundamentos que cêm que estar inseparavelmente conectados a prion com ít
possibilidade interna das coisas, conduzindo assim a uma lenhgia iratiscetidejj
/ai; ÉElrt úkínin tortia t>iiieal da suprema perEciçükli unloEtigicã COrtIO Uffl pfirtCipio
d A unidade sistemàticaque conecta iodas ascoUassegundn iej& universais nece^
sáría^ da natureza, pois todas possuem a sua origem na necessidade absoluta
de um en te nrig.m ilriõ un-ri.
Que uso podemos fazer de nuüüo entendimeruo, mesmo com respeitõ à expe
riência, se não nos propomos íltis? Qü fins supremos, por ssu lurno, são os da
moralidade. tr só a ra/.jio pura pode dá-lo.s ao nosso conhecimento. Ora. providos
destes Fins c ssguindo o seu fio condutor, onde a natureza nào depositou ela
«a; mesma uma unidade (inaJtslica / não podemos usar final i^iicamcntc, com respei
to aü conhecimento. o conhed mento d;j própria natLire/a: pniü sem esta unidade
não possuiríamos nem a própria rítzào, j i que nào terí;imo.i uina t^eolíi para
a mesma, nem uma Cultura oriunda de objetos, uk quais fornecem o material
para tais ccncdlos. Aquela unidade finalísüca, contudo, é necessária o fundada
na própria essònda da íirbúrío u con soquem< 2menti tatnbém o tem que ,wr e^a
segunda, a tjUàl coruém a condição da aplicação in concreto da primeira. Déüia
forma, a ampJiaçào transcendental de nosüo conhecimento racional ücná nào a
causa, mas sim unicamente o efeCío da conformidade prática a fins que u râzâo
pura noa impue.
£m conseqüência disto, pode mo ri notar na história da razão humana que,
antes de se ter suticicnLcmentc purificado c determinado os conceitos morais c
<lc sc KV eomprecn<Jkto, scgyiide uis «mççitps c y punLr <Jc prínçípií?s riícií^ú
rios, 3 unidade sistcmáúca dos Í~lns, o conhecimento da natureza, c num grau
noiiWel até ine.àim> a cultura da rü^ãu em várias o uiras ciências em paris sé
pode produzir conceitos toscos. c vagos acerca da divindade, em parte re s to u ,
cm geral, uma espantosa indiferença para esta questão. Uma maior elaboração
das ídêias morais, tornada necessária pela lei moral mrempmente pura de nossa
religião, aguçou a atenção da razão sobre este objeto devido ao imeresüe que
íut feirada a Ler no mesmt>; sem que nem conhecimentos ampliados da naiurç^a
nem eognições (r^rtfteendemais corretas e lidedi&nas (as quais faltaram em todas
m i as épocas) çoiitribuíssem para tatua, estas idéias morais constituíram um con-
üdlo do ente divino que hojç consideramos o correto, nào porque a rasào uspe^u
Iativa nos convence acerca de sua correçan, maa íim porque Kartnoni?íi pfiHeica
mente :om os princípios morais da ra^ào. E deste modo é enfim sempre a razàü
por», se bem que só cm sen uso priUio.*, que possui o mémo de coneciar cíím
o nosso interessí supremo um conhectmsntD que a simples espectilaçào só pode
C R ÍT IC A DA R A Z Ã O PU R A 399
presumir* mas nào fazer valer: as sim o Lransíorma não num dogma demonstrado,
mis sim num pressuposto íibsolutamçmc nçemsário para os seus fins muâs essên-
ciais.
Mas quando a raiàu p riika atingiu esae ponto eÈevadov a saber, o cunuL-iu)
de um linLc originária uno enquanto ü bem supremo, de modo aigum deve presu
mir Lijr-sjC erguido acima de todas as eondiçiks empíricas de sua aplicação e
de ter-sc alçado au conhecimento imediato di_* rmvus objetos de modo a poder*
pari indo deste conceito dele derivar a.s próprias leis morais, Com efeito* foi pre
risamente a neeess idade prática i/rfertta de^Las ulLímas que nos conduziu a pres
suposição de uma causa auto-sulteiciHc ulí dc um sábio Regente do mundo &
fim de dar cfdLo ãqui;lits kis; ürn decorrência diiLu. nào podemos criará-las U
seguir comu con ti lí^ertE^s^ derivados da mera vontade deste kcgcnEü. empecia Iman
te par sc tratar dc uma vontade da qual / de modo algum teríamos um concebo sjí
*e iiãtn o lirófcsemos formado conforme aquelas leis. Na medida cm que a r&tão
prática íem o dirtíitfj dtí nos guiar. n.ào considersremus as açoes cnirnj obrigató
rias polo fato de serem mandamentos de Deus; ao contrario, encaradas-Emos
como mandíimciung divinos por csiarmos internamente obrigados a cumpri Làs.
Estudaremos a liberdade de acordo com a unidade íínalisticp segundo prmCtpios.
da ra/.ãü> k iiercdi taremos estar cm cá nforniidade com a vontade divina sorneme
nn medida cm que considerarmos satítadu ;i tei moral quií n razào rtíH ensina
a partir da própria naiure^ das a;otís; ertremos. atám disto. servir & esta vontadü
divina üxclu&ivaniciut: tinquamo promovermos, em nós e nus wuLras u melhor
qu^ hâ no mundo. A teologia moral ò portanto só de leso imanente. a sahür,
para cumprir moa u nuas-u missíu» aqui m> inundo. Isw deve ucorrcr adaptando-
1105 íto sk udos os Hn*, e riao abandonando, de nsodo fanático e ^ucm
sabe aíé sacrílego, o lio condutor que uma razão moralmente Icgislamc indica
para unia vida boa a fim dc então li£á-Lo imediam mente á idôiadoente supremo.
Ncseü caso. teríamos um uso transcendente :í ;l teolufciíi moral que. exatamente
da mesma forma o u-w; transcende nu: dm pura especulação, perverteria e
frugcrarSia os fins líkimes da razão.
/ S F Ç Ã O T R R C F J R A D O C Ã N O N D A ft A Z Â O PU R A kia
DO O P IN A R , DO S A B E R E 0 0 C R E R
Jamais posso me aventurar u opinar sem pelo menos saber algo mediante
o qual o juí7-0 tão-someme problemático em si adquire uma conexão com a ver
dade, conexão que, embora não completa* £ mais do que uma ficção arbitrária.
Além disto, a lei de uma títl eonexào tem que ser certa. Com ^fciui. se com
respeito a e^La lei nada mais possuo de que uma optniio* então tudo não passa
de um jogo da imaginação sem a mínima referrneia a verdade. De modo algum
é permitido opinar em juízos derivados da razão para. Cnm efeito, a partir do
momento cm que tais juízos não são escorados por fundamentos da experiência,
/ devendo antes ser conhecido a prtori tudo aquilo que é necessário, o princípio
da conexão exige universalidade c necessidade, portanto certeza completa; caso
funtrârio, nao se pode encontrar guia alguma que H05 leve ã. verdade. E;m dccor
rcncia disio. é absurdo opinar na Matemática pura: temos que saber ou entào
nos abster de Lodo o juízo. Exatamente o mesmo ocorre com os principio* da
moralidade: não podcnvoK irriscar uma ação fundndo* na mera upiniào de que
algo é permitido* mas temusque subi-lo.
No uso transcendental da razão, em contrapartida* falur de opmiâoc sem
dúvida muíus pouco. mas falar do saber também ê demais, Num senttdo pura
mente especulativo* portanto, de modo uígum podemos julgar aqui. pois os furtüa-
menlos Subjetivo* para se considerar algo verdadeiro, tais como os que pwJcm
produ/ir u l'c, não merecem qualquer aprovação em questões especulativas, já
que nao se mantém índepcndeoLe de todo o üukÍI ío empírico nem podem ser to
municados na mesma medida a uma outra pessoa.
Em geral, contudo, ê somente com referência ã prática que o con$iderar*al-
go-verdadetro* teoricaineme inMillcienit:. pode ser ehtamndo de le. Ksto propósito
prático c ou o da habliuiutitr ou o du mora (idade, a primeira refere se a Uns
quaisquer e contingentes, a segunda, no eiitaru». a fins íJbsalutumentc ncevssá
rioi).
Uma vez propo^Lo um fim. as condiçõcs para aiiiigi-lo sao hipoieLicamentí
necessárias. Quando não corshiço quaisquer outras condiçou* s*»h as quâih, weja
possível aün^ir o fim, / esta necessidade c subjetivamente, se bem que tão só
comparativamente, suficiente; por outro lado, é sufteiente de um mudo nbsoluio
ü para qualquer pessoa quando sei com ecrieza que ninguém pode conhecer ou-
iras condições que conduzam ao Hm proposto. A minha pressuposição e o Consi
derar verdadeiras eerta.s condições:. constituem. no primeiro caso, uma fé mera
meme conLingeme, mas no segundo caso uma fé necessária* O médico tem que
1'azer alguma coisa por um doente em perigp, mas nao conhece a doença. Observa
os fenómenos e julga, por não saber nada melhor, tratar-se dc típica, Mesma
em ücu próprio ju íz o , a sua fé é unicamente contingente: um outro talvez serta
capaz de chegar a uma conclusão melhor, Uma semelhante fé contingente, mas
que constitui o fundamento do uso reaJ de meios para certas ações, é por mim
dertom inada f é pragnmiica-
A aposta c a pedra hiibíLual dc toque para se tesuir sé o que al&iiêm asseara
é uma simples persuasão ou peio menos uma convicção subjetiva, isto L uma
fé firme. Freqüentemente alguém anuncia as suas proposições com uma obstina
402 KANT
fundamentoä subjetivos. ío senti memo moral), não devo dizer que ê moralmente
certo que e*i&te um Deus. eec.. mas. sim que eu esiou mornlmeme wrto. etc- Isto
significa que a fê num E.'Jcu^ e num uuiry munüu eatá tãu crurcLecida com o
meu sentimento moral que. tanto quanto corro o perigo tk° perder a primeiFít.
exarameme f.mm me preocupo cm que algum i1ia me seja arrancado o iegundo-
O único ponto duvidoso encontrâvel aqui è que esta fé raciona] sc funda
sobre a pressuposição do sentimento moral. Se prescindirmos disto e tomarmos
alguém totalmente indiferente diante das leis morais. emío a per&unta que a ra
zão propòe torna-se simplesmente uma tarda para a espceulaçao: neste caso,
pode ainda se apoiar em fortes argumento?, proferiií-ntüs da analogia m&s não
argumentos frente nos quaÊ^ devesse emergtr o mais acirrado ceticismo.1u*
ksk Quiintu a estas / questões contudo* nenhum ser humano livrtí dií todo o
intcrçss^ Com cfcilo. embora possa estar aparladó do moral devido a uma carên
cia de boÊi* «£ntimcmt>s, tamhÓTn neyte uinda reslu, o suficiente para fazer
com que fema uma existência divina e uni fuiuroL Pois paru Isinto nudíi mais
se requer scnân pelo menos lhe seja impossível pretextar qualquer certeza de
que não sc; pode encontrar twm um tal ente Htim uma tal vidtL futura,; já t|Ue
seü\igc que is,io seja provacJo mediante s. Simples rasâo. é pOrCanto apodíticain-en
lç, clis teria que UNpi^r a impossibilidade dc ambas a;> eoisu.v tarefa que segura
mente ser humana racional nl^um seria capaz dcs assumir. Uto constituiria uma
fé negativo que produziria ccrUimcnte não a moralidade c os bons strnúmentos*
mau ainda ajiaim a tftíu analojjflrt podí-riá, a ssibdr., dciür energicamente o
üHtrüVíiSnrtUSnlo <i0$ mäus SCnl imantas,
Mas iito t tudo, dir sc á. que a ra/.ào pura ia n q u e realizar quando ítescor
im:i ntivjia ptrspuerivaK para nlcm dos lim iie s da experiência? Nada mais do que
í*‘ j dois artigos dkí fé\! Tanto assim até o emendimento / comum teria podido realizar
sem necessitar aconselhar sc com os filósofos!
Não pretendo" aqui gabar r» mÉrico que a l: iloíolln ohieve no interesse da
rijv.ào humana mucLuinie &>& lahn.wrn>sos esfarço:; de $uu eróicH, ölnd« que turnbvm
*e devesse çon <â<lerá.-la, an fim c ao cabo. meramente negativo: a respciio disto
tratar se-á ainda um pouüo na i-úíàu subseqüente. Mas pedis emào que um ironlié-
cimcnio concernente a todos os homens deve ultrapassar o entendimeruo comum,
bom como vos ser umcumcnie revelado por filósofoR? Exatamente isto que ru
preendtíisi é ü melhor confiem ação dü eorrôçãu das afirmações feitas ntc aqui,
víülo que descobre; aquilo que inicialmente: nau se podia prever, a saber: naquilo
qutr $c r^fere a todos os hnmcnfi eem distinção, nào se pode acusar a nãiureia
de liitver distribuído cotn píirti:1
!.Itda.de íjs üuusdünât y com respeito yos tlns e^en-
ciats da niituríüa liumana a mais alia l-ilos-ollä náo podia ir mais longe do que
é pussíví! nom u guia qut; a nalurc/a conccdeu taimbém ao tnais comum dos.
enLentlim entnM ,
1Q^ A Fn&nte hjm^nii tom-i um iritcrcAKC nuutraL pela [Mi'jraliiAdii {^rtrrtíi Crcín que arninir-t;™ iii-rL's=.ariaincritL-
c(?m todo çnte racíorvial^ wnquatito tal inierc^e nãí> Mjja iriiüvi^y e pr^tteiHUínit príposHítraniÉ, Ü2 tíiralc*
CCL5 £ aiimcniím e^sç imtrey.L% ctin*it[icrard^. ji nßiiü muito docil. t mesma irttiis âlLíE^aiJa. juíta ruunir
cont a IncLTCSHC pràLicú laRitem a tspííulaiivn. Mas kh nàc cuwiais de ancei ftirinar pelrt menos nm^crjidn
m ín ií bnns, e>itggircis jíifHílis íl faw r ílelíS hoiflíns iinctíraincnr e i f e n d !
C R IT IC A D A R A Z Ã O P U R A
Pof tirita arquitetônica entendi: a arte dos sistemas. Devido ao fato do que
n unidade sistemática é aquilo que primeiramerue toma o conhecimento comum
uma déncia, isto á, faz um sistema a partir de um mero agregado de taiscorvheci
mentos, a arquitetônica constitui a doutrina do elemento científico tm nosso co
nhecimento em geral. pertencendo portanto necessariamente à doutrina do meto
dü.
Sob o governo da ra/ào^ de modo algum é admissível que os nossos conheci
mentos perfaçam uma rapsódia; ao comrário. têm que constituir um sistema uni
camcnte no qual ó possível sustentar c promover ui fins essenciais ctu razão.
Por um sistema, no íntanto. corrtprccruío a unidade «los conhecimentos múltiplos
sob uma idéia, Esta última é o conceito racional da íbrma de um todo na medida
em que tanto a extensão do múltiplo quanto as posições que as partes ocupam
umas em relação às outras são determinadas a priori por tal couccílo. O tonceito
científico da ra/âo conléíru pois, o fim e a forma daquele tudo que ê congruente
com o tal fim. A unidade do fim ao qual referem iodas ns parles» c que na
idélíi deste fim também se relacionam umas às outras, fa^ com que se possa
dar pela falta de cada umíi / das partes mediante o conhecimento das demais.
e que não ocorra uma adição ao acaso ou uma magnitude indeterminada dc com-
plcUtde que nat> possua os seus limites determinados a priori. O todo e portanto
articulado (cirticuIntio) é não amontoado (coacervatio), podendo, é verdade, cres
cer interruimeruc <per intus suscepiionem). mas não externamente (per appo-diio
nem). ial como acontece com um corpo animal cujo crcsdrncnio uno leva a adi
çào de um membro. mas anies. sem alterar a proporção torna cada um dele*
mais forte e mais efietente para a sua finalidade.
Para a sua realização, a idéia requer um esquenta, ou seja. uma multiplicida
de c uma ordem emendais das panev amlis determinadas ü priori a partir do
princípio definido por seu fim. O esquema, que ntio é projetado segtmdo uma
idéía. iülü c. a parxír do fim capital da razão, mas sim empiricamente segunde
propósitos que se apresentam de um modo eoiuinjiciue {cujo numero não se pode
saber antedpadamcmcK fornece uma unidade (écnica: aquele esquema, no entan
to, que se origina unicamente em conseqüência de uma idéia <onde a razgo impoe
íi priori os fins. sem espera los empirirnmcnie) fundu uma unidade arquírctànica.
Isto que nós cognominamos dêrtcia — cujo esquema tem de um lado que conter
conforme à ideia, ou seja a priori, o coruorno (monograma) e a divisão do todo
em partem e. de outro lado. que disLirtguir, com segurança e segundo princípios,
este rodo de todos os demais não pode originar se de um modo técnico devido
à semelhança do múltiplo ou ao uso contingente da conhedrnento in concreto
para qualquer tipo de fins externos arbitrários, mas .sim de um modo / arquiteto h«
nico devido à afinidade Idas partcs| e à sua derivação a partir de um único fim
supremo e interno que primeiramente torna possível o Lt>do
Ninguém tema estabelecer uma eiciida sem que lhe subjaza uma idéia. Sõ
406 KAN T
que na elaboração dc uma tal ciência, o esquema, c até mesmo o definição que
da Sogo dc início aecrca de sua ciência, corresponde muito raramente á sua ideia;
pol-; esta últimii se encontra na razão como uni germe no qual todas as partes
estão o c u lta ainda muito pouco desenvolvidas e mal reconhecíveis a umaobser-
vâ^ãu microscópica. Em virtude disto, è mister explicar e determinar as ciências
não segundn a descrição que os seus autore* rorrtíecm das mesmas, mas sim se
gundo a idéia que encontramos fundada na própria razão a partÈT da unidade
nntural das panes que o autor reuniu; deve-se proceder assim porque iodai, as
ciências são concebidas a panir do ponto de vista de um certo interesse univerüal.
Nos te caso. com efeito, achar-sc-ã que o autor e freqüentemente ainda os seus
maís póstcíON Múguidorcs erraram em tomo de uma ideia que não conseguiram
tornar claru paru si mesmos; em decorrência disto não puderam determinar o
conteúdo específico. a articulação (unidade üistemática) c as limilcs da ciência.
É um infortúnio que só apôs termos seguido por muito lempo as indicações
dc uma idéia oculta ern nys ao coletarmos rap&ydieamcnLc, como malcnal dc
construção, miittos conliecimcmos relativos a ésta mesma idéia, e só após termos
íw por um longo tempo / reunido tecnicamente oa mesmos. se nos tornou primeira
mente possível vislumbrar a ideia cm meio a uma luí mais clara e esboçar ar<4ui
lelortiearnente um iodo segundo os finada t&jâ o . Qual vermes, os sistemas pare
cem Ler sido formados., inicialmente de forrnu mutilada c com o lempo completa
mente. por uma jteneratio uequivoea í« partir da simples confluência de conceitos
coletados. Apesar dislo, todos possuiam, corno um germe originário, o seu esque
ma na razão, a quáH simplesmente sc desenvolve. Conseqüentemente, não só cada
sisiema esiâ por ?»i articulado segundo uma idéia, mas também todos estào por
Mja vez unidos finalisiicamente entre como membros dc um todo. num sistema
do conhecimento humano: ímo :tdmctír. pois, umu urquitciômca dú todo i> saber
humano que nos tempos dc hoje. cm que ou já se coligiu maiertal suficiente ou
c possível obic-lo dâs. ruínris dc velhos edifícios desmoronados, não só seria py&sí
vcU mas também não se revelaria ião difícil asteim, Contem ar-nos-emou nqui em
completar a nosia tarefa, a saber, simplesmente escoriar a arquiteuwicü de iodo
o conhecimento proveniente do razão pura; limimr-novcmos a começar partindo
do ponto em que a raiu. comum dc toda a noxua capacidade dc conhecimento
*0 bifurca cm dois troncos, Jqk quais um é a razão. Aqui, no entanto« entendo
por razão a inteira faculdade superior de conhecimenio, e poriamo contraponho
o racional ao empírico.
Se abstraio de U>do o conteúdo do conheeim^nií* cmwitlerMdo ítb-jcdvnmente.
então subjetivamente iodo o conhecimento / c oll histórico ou racional. O conhC'
cimento hisiórieo consisie em cognitio cx datis. u rucionnl tvn eygmtio ex princi-
piis, De onde quçrque um eonhccimcruo seja originariamente dado. naquele que
o possui ele será hisióríeu quando este indivíduo conhecr sc lamo e na medida
em que lhe foi dado de fora, seja mediante uma experiência imediata ou uma
narração, mcdianie uma instrução (dé conhecimentos gerais)- Em conseqüên
cia disto, aquete que propriamente aprendeu um wistema de filosofia, o woljftanú,
por exemplo, nada mais possui do que um conhecimento histórico completo da
C R IT IC A DA RA ZA O PURA 407
filosofia wo imana* mesmo que tenha presente na me me e po&sa contar fios dedos
todos os princípios. explicaçò-es e provas junto com a divisào de todo o sistema;
de só satse e julga tanto quanto lhe foi dado. ConLestai lhe uma definição e já
rtâo s.abe de onde deve tirar outra. Formou-se secundo uma razào alheüa. mas
3 TacuIdade imitativa não ê a faculdade produtiva, cm seja. o conhecimento não
se !hc originou a partir da ra^âo; embora, é verdade, sc trate objcüv&mencc de
um conhecimento racional subjciivameníe não passa dc um conhecimento históri
co, Compreendeu e guardou bem. \sio ê. aprendeu bem, constituindo-se numa
cópia de gessa dc um &cr humuno vivo* Os conhccimcmos racionais que o são
ôbjeliivamente (ou sêja Que só podem inicialmente sê originar da própria raiào
dos homens) podem portar Lambem subjetivamente c&te nome só quando prove
niente* dc fontes imiversais / da ra/.5o, nu seja, dc princípios, fdnlc da* quais KfiS
Lambem pode emergir a critica e alé mesmo o repstdio daquilo que se aprende u^
Ora, iodo o conhecimento racional é ou :i panir de conceitos ou a pamr
da construção dos conceitos: o primeiro se Intílula Jllosófico. n segundo. matemá
tico, Ho primeiro capítulo jú tratei da distinção interna dc ambos. Conseqüente
mente. urtl eonlicciffiemo pode sir ohjciivamcnLtí filosófico íl ainda assim Mihjfü-
viimenfr histórico, ml como ocorre com a maioria dos dlsdpitLü* c com k)do.s
aqueles que nao veem adiante dc sua própria escola,, permanecendo neófitos
por toda. a vida. É ustranlio. iixlavía. que i>con linimento malemáiicu* do modo
to ui õ foi aprertdido* lambem pMs.sa vulur ^ubjc-tiviimente como um cunhedm^mo
racional. ncsEc caso não ocorrendo uma distinção iul quíil :i cjljl: uniioniramog.
no conheçimcino filosófico. A causa disto ti ^ut: sx l’onie& dc ctmhccimcnio ãs.
quais. o mcjítrí ppcW ^xck siva^ento recorrer mio se súuam sen ao noa princípios
essenciais c auièmicos da rs/Ãa. sendo porianlo impojixivd para o educando i:m-
to adquiri Usfc de qualquer outra fome quatui> comesi rVt»ís: i^to Jicomectv por sícu
turno, porque AC\ui < >u<o da ra/íso lem lugar sn in concreta —>sc hem Qucaintla
ussim a priori, ou stijii. na intuição pura. qual 6* cxauimcnu devido a isto. infalt-
vcÈ -, cxcluindo toda :i ílu$iUi e tíJdo 0 m o, Domrc todas ãs ciências racionais
(a priorH. pormim só é possível aprender Matemática, mus jamais FilnsoHa (a
não ser historiemniime): no que lange á rnzao. o máximo su pode é üprendur
a.fi{osafar.
A F ih m jla c, pois. o sistema dc todo o conhccímcmo filosofem, É ncctssá- Hffi
rio tomã-ia objetivíirrteiue caso sc compreenda por Filosofia o arquétipo para
sc juigar todas as leniattvas dt; nionofar; tste arquéiipo dtivti servir para julgar
U>dü â nioíofiii subj^civu. vdiíTcio c fre-4Íi.sntí3men[t: liVo Jivcrsinca.du c (.ao
mutavcl. Deste modo. a filosofia e uma simpEc?, ideiy dè umn dencin possíveS
que não é düda em pane alguma; seguindo diversos caminhos, procuramos aviii-
Tihar-nos desia idéia até descobrirmos a única ^enda^ ba^ianic obsuruída pela sen
sibilidade, e conseguirmos no arqyíLipo igualar, tanLo quanio seja dado a seres
humanos, a cópia ace emào defeÊLUosa. A li emEio nüo k pos^ívíl aprender Ljual
quer filosofia: pois onde Lüua se enconirn. qiíem a possui e íepimdrt ljuísís cn.rac-
Eerísiicas se pode reconhecê-la? Só é possívd íipreiukT a filosofar, ou stja, oerti-
tar o talento da razão, fimjndo-a ác|juir os seus princípios universais eni certas
40« KANT
ia * Cwiceitn eósmicu üijuiLfiíiu WfUI um Cúnieito concernente ai> tjiie interesfsa nccoss^riitmenic a qualquar
um. Pot ksi>, diíEerfilinrt ^ nbjírivn d»* uma ciênria segundo irvnwifvs ts£ft{jà$u-cirs quEmdci t C^HÍücriUa
K(’>uma h^M!ii.t;ule mtr«.- j>Lwr?i6 pata etnoí. fnií, ^ibúrirlus.
C R ÍT IC A DA R A Z Ã G P U R A
101 Kãa se penvc t|uç com CTli CXpíiisão entendo o que cttmuificntc üe denomina physJcu KcnerülL, ç que
è mais matemática do qut Filosofia dji naiurtza. C ti* cftiir., q mctufíska da n&iuíczí). iiparUrií tinaJmcnic
díi M atem iuca; c sc mmbem csü tonge de iimptiítr Oí ftossoi tunhctjmcntos tanto como St Maiemàtaca.
é coniuJü mutio iiupcrtánic cum respeito à crítica dt> etJtihccuTKnio iniebctuaJ e puio cm gerat a aplicar
a naiujíia- Na falia dc unii mciafísict da nstuiíia, ns próprios müiímaucos. aderindo a íertos concíimí
CftrtlLrtÉ q u í d c Fflío sãfi « ftn iu d a m ^ ia tísie o a, jra p tr ç ü iv tiv ítr tw n tf c i r r c g j ^ ^ n ii F í^ j(;a Jiifw ic íic s q u e
sc deifajtcrn anlc IIIDil ^rílíCB lititíi pritcuipj«^,
í[lc HIIl [stn prejudique nem UFEI pirmqijihJlO u UM*
da MA(emitÍca OCSlí Campofquee abâotuLaniçou: ãníispcn53VCl).
412 KANT
OU desdenhosa que também / a atiíLidp daqueles que tamhém Mähern julgar &
uma ciência não segundo a sua natureza, mas sim unicamente a partir dos seus
efeÍEüK comingcntcK. peidemos csínr seguros que sempre retornaremos à MeLafísj-
ca como se se traLa^se de uma amada ram a qua] no* desaviéramos; isto é assim
porque a razão, devido íxo Fato de estarem em jogo aqui fins essenciais, tem qué
labutar intiMsavelmcnLc ou para atingir u.m eonhecimenfo profundo dos mesmos
o li para desmentir os conhecimentos jã existentes que a eles se referem.
Por conseguinte, a Metafísica tanta da natureza quanto dos costumes c prin
cipalmente a critica diz uma razão qutr sc aventura a andar sobre os seus próprios
pés* crítica que prcccJe u lilulo Uc exercício preliminar (propedouticam^mej,
consLituem propriamente sozinhas aquilo que ruim .sentido atitênLiCo podemús
denominar FÈioKafla. Esta última rdere ludo ã siLbüdnrta. se hem que scgmndu
a frenda da ciência; esta e a única via qui!. umu vgü aberta. jamais e obstruída,
não dando azo a qus alguém se pcrca, A Maiemática. a Ciência Na Lurai e mesmo
ó nosso conhecimenLcj empírico acerca do homem possuem um aluo vulor eorriü
meios para sü atingir Hn-s da humanidade que na maior parte das ve/« sho con
lin^entes. mas. nu fím c ao cabo também para se alcantur fins n rosários e essan
Club, Por outro lado, çstas cióncias só podem cheçar a estès ultimei iUravés
da mediação de um cunhmmcnki racional a partir dc puros conceitos, conheci
mento que* ücnòmirtc sc çi ícunõ qui^r. prupi iamente nada niai* ü do que u
VI cl íillsieti.
F.xatnmente por kio & Meuifísica também çnnsmtui ri perfcàçAo de toda tt
cultura da razão human a; ir-iM « de uma di^iplina indi^peiiiáveL / rrte^tmi 411e
M2 ponha dc Indo o seu influxo, enquamo eiéndiu nobre certos llns determinadas.
Cum efeitu* cia uomidera a rttzàcT segundo aqueles dos seu eEemenios c mas imas
supremas quu tóm que ser tomadas comei o fundamento t:mm da possibilidade
dc algumas cièndas quanto iio itxu dü todas. Que a Meiüfistca. enquanto simples
cspcculaçao, ,sírva mais p;ira manter afastados oh erros do que para ampliar o
nosso conhecimento, eis ;il&o que não vcni cm detrimento dc seu valo ri confere
lhe antes dijuiidadc c autoridade airavcs daquele cargo de censura qui: a* segura
ü oixkm c :l Ivifmortis gafais, è rtiü »nósmo o büm Ls$|rir iki comurtidiidsr ciéntirica,
impedindo que t>s Iahoi cs eora;i?M?i c fruifíeitis desta últinut ?ie do fim
capital, a felicidade de UmJ os.
Csus u tulo só e^tá aqui para designar um lugar que ainda re&ia no sistema
s que leni que ser preenchido futuramente. A partir de um ponto de vista pura
mente transcendental, ou seja. a [w iird a namrcxu da razão pura. conicntar-me-ci
Cm lançar uma rápida olhada sobre a Lolalidade dos Lrabalho^ prcccdcntcs neste
setor: embora isto apresente edifícios aos meus olhos, só me faz vê-lodern ruínas.
KANT
1Ba O qut: sei me bzm ; níkt mç preocupo em scr o ^ut fúrato ^rtcsiíao ç os Soioris aOitpfj, (|M_ deis
IV!