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Aços Estruturais Utilizados no Brasil

Para utilização na construção civil, atualmente, os aços assim denominados (aços estruturais) são os que
possuem propriedades mecânicas adequadas para utilização em componentes das estruturas (ditas
resistentes) que suportam cargas.

Aços-Carbono (Média Resistência Mecânica)

Aços-Carbono são aços considerados de média resistência mecânica que, segundo a NBR 6215, tenham
elementos de liga em teores residuais máximos admissíveis lá prescritos. Podem ser divididos em três
classes:

 baixo carbono: C<=0,30%

 médio carbono: 0,30%<C<0,50%

 alto carbono: C >= 0,50%

O aumento do teor de carbono produz redução da ductibilidade, o que acarreta problemas na soldagem.
No entanto, os aços-carbono considerados na classificação de baixo carbono podem ser soldados sem
precauções especiais, sendo assim os mais adequados à construção civil:

CLASSE
LIMITE DE
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS APLICAÇÕES
RESISTÊNCIA (fu)

Pontes, edifícios, navios,


Boa tenacidade, caldeiras, estruturas
Baixo
<440 MPa conformabilidade e mecânicas, etc.
Carbono
soldabilidade.

Médias Estruturas parafusadas de


Médio conformabilidades navios e vagões, tubos,
de 440 a 590 MPa
Carbono e estruturas mecânicas,
soldabilidade. implementos agrícolas, etc.
Más conformabilidade
Peças mecânicas, implementos
Alto e soldabilidade,
>590 a 780 MPa agrícolas, trilhos e rodas
Carbono alta resistência ao
ferroviárias.
desgaste.

As normas de classificação de aço NBR 7007 e dimensionamento NBR 8800 prevêem diversos tipos de
aço, dos quais destacamos os principais laminados em utilização no mercado da construção civil:

TIPO DE AÇO fy(MPa) fu(MPA) NORMA / UTLIZAÇÃO


MR-250 Reconhecido pela ABNT NBR 7007 / NBR
8800 e especificado pela
(Média American Society for Testing and Materials
Resistência) (ASTM) é o mais utilizado para perfis
250 400 soldados e laminados, com espessuras
maiores que 4,57mm;
ou

ASTM A-36
AR-290
Especificado pela ABNT NBR 7007 e NBR
290 415
8800
(Alta Resistência)
AR-345
Especificado pela ABNT NBR 7007 e NBR
345 450
880
(Alta Resistência)
AR-COR-345 A ou
B
Especificado pela ABNT NBR 7007 e NBR
345 485
8800
(Alta Resist. À
Corrosão)
ASTM A572 Grau
50
Especificado pela ASTM, equivale ao NBR
345 450
7007 AR-345
(Equivalente ao
AR-345)

Para verificação das propriedades mecânicas dos aços estruturais reconhecidos pela ABNT,
recomenda-se a leitura dos anexos da NBR 8800.

Aços de Baixa Liga (Média e Alta Resistência Mecânica – Resistentes à


Corrosão Atmosférica e ao Fogo)

A adição, em pequenas proporções, de elementos de liga como o cobre, cromo, fósforo e silício, criou o
grupo de aços patináveis ou aclimatáveis, com excelente resistência à corrosão atmosférica aliada à
resistência mecânica adequada.
No aço-carbono a água atravessa a camada de ferrugem pelos poros e fissuras, atingindo o metal. No
aço-patinável, fino filme de ferrugem (pátina), no qual sais insolúveis de sulfato bloqueiam poros e
fissuras, protegendo o metal. Esta barreira ou pátina protetora só é desenvolvida quando a superfície
metálica for submetida a ciclos alternados de molhamento (chuva, nevoeiro, umidade) e secagem (sol,
vento) e leva de 18 meses a 3 anos, porém, após um ano, o material já apresenta uma coloração
homogênea marron-clara.

Segundo a NBR 6215, são aços com teor de carbono inferior ou igual a 0,25%, com teor total de
elementos de liga inferior a 2,0% e com limite de escoamento (fy) igual ou superior a 300 MPa. Tais aços
de alta resistência proporcionam uma redução na espessura das peças em comparação com o aço-
carbono, acarretando em menor consumo e melhor aproveitamento de material. Porém, devido à maior
complexidade de sua fabricação, apresentam custo elevado, recomendando-se uma análise econômica
antes de sua utilização.

O uso de aços patináveis sem revestimento é recomendado para ambientes (industriais não muito
agressivos, rurais, urbanos, e marítimos a mais de 600m da orla marítima) em que possam formar
inteiramente a camada de óxido protetor (pátina).

Devem ser revestidos com pintura apropriada em locais em que as condições climáticas ou de utilização
não permitam o desenvolvimento completo da pátina protetora (atmosfera industrial agressiva, marinha
se-vera ou moderada – até600 m da orla marítima - regiões submersas ou sujeitas a respingos e locais
que não ocorram ciclos alternados de molhamento e secagem).

Os revestimentos em aços patináveis apresentam excelente aderência, com um desempenho bem


superior ao mesmo revestimento aplicado a aços-carbono.

Os aços resistentes ao fogo são basicamente resultado de modificações de aços resistentes à corrosão
atmosférica. São adicionados os elementos níquel, titânio, nióbio, vanádio e molibdênio em proporções
obedientes em sua soma a um limite que garanta o equilíbrio das propriedades mecânicas.

Aços Não Estruturais – Utilizados em Estruturas

Comumente são encontrados aços no mercado brasileiro, laminados de chapas planas sob a
norma norte americana SAE. Sua aplicação é indicada à indústria mecânica, sendo porém, por
disponibilidade das siderúrgicas nacionais, largamente comercializado principalmente na forma de chapas
e tarugos. Como chapas, é comum encontrar perfis leves de chapas dobradas na designação SAE 1010
e/ou SAE 1020. Sua especificação merece cuidado, pois diferentemente dos aços estruturais onde a
designação é feita à partir da resistência da liga, os aços da norma SAE são elaborados obedecendo
características químicas, não garantindo assim, suas características quanto à resistência mecânica.

Características mecânicas do SAE 1010 / 1020:


 Tensão de escoamento para cálculo aproximada: fy = 183 MPa

 Tensão de ruptura para cálculo aproximada: fu = 300 Mpa

Principais Propriedades Físicas dos Aços Estruturais

 Massa específica:  = 77 kN/m³

 Módulo de elasticidade: E = 205.000 MPa

 = 12 x 10 / C
-6 o
 Coeficiente de dilatação térmica:

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