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2 TREVISOL, Maria H. Sociologia Rural. in Sociologia Rural e Urbana. Indaial, Uniasselvi, 2013
2 TREVISOL, Maria H. Sociologia Rural. in Sociologia Rural e Urbana. Indaial, Uniasselvi, 2013
Urbana
Prof.a Maria Helena Trevisol
2013
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Maria Helena Trevisol
307.720981
202 p. : il
ISBN 978-85-7830-807-0
Impresso por:
UNIDADE 1
TÓPICO 2
SOCIOLOGIA RURAL
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Neste segundo tópico da Unidade 1, traremos para
discussão aspectos, que favorecem o conhecimento e a descoberta da sociologia
rural, sua origem, seu conteúdo, objetivo e a sociologia rural na atualidade.
Sabemos que ela surgiu em um momento de mudança, caracterizado pelas
transformações ocorridas no campo. Seu objeto de estudo é o próprio meio rural.
Bom trabalho!
Graziano da Silva (1999) descreve: daí não se entende, nem é essa a intenção
que a sociologia rural seja uma especialização criada pelo simples fato de o homem
viver numa área de características ecológicas ou geográficas distintas da cidade.
Não há dúvida que a vida no campo e a prática milenar da agricultura marcaram,
até época bem próxima, as populações rurais com certas características específicas.
Sabemos, no entanto, que esses traços, como todos os caracteres adquiridos, não
seriam suficientes para autorizar um ramo tão importante da ciência social, pois
não se conseguiu até hoje provar que se transmitam hereditariamente. Acontece
que, além dessa constância de fenômenos e processos sociais na vida rural,
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UNIDADE 1 | SOCIOLOGIA RURAL E URBANA
através dos tempos, dela resultam como da atividade agrícola, certas situações
especiais cujo estudo constitui o objeto próprio da sociologia rural. São elas,
por exemplo, o tipo de povoamento, a natureza dos títulos de propriedade e do
sistema de demarcação da terra, os sistemas agrícolas e toda a série de traços
sociais e culturais ligados à propriedade da gleba e ao trabalho agrícola e aos
quais se atribui o adjetivo agrário.
Graziano da Silva (1999) nos diz ainda que: geralmente os autores dividem
o conteúdo da sociologia rural em três grandes campos:
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Esse ramo vem sendo cultivado com grande interesse nos países em
desenvolvimento, e pode-se afirmar que o Brasil é um pioneiro.
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• Por um lado, uma relação específica dos habitantes do campo com a natureza,
com a qual o homem lida diretamente, sobretudo por meio de seu trabalho
e do seu habitat. Trata-se, sem dúvida, das representações do espaço natural
e do espaço construído, visto que a “natureza rural”, precisamente porque é
rural, isto é, “objeto de múltiplas atividades e usos humanos, é a menos natural
possível”. (MATHIEU; JOLLIVET, 1989, p. 15).
• Por outro lado, relações sociais, também diferenciadas, que Mendras (1978)
definiu como “relações de interconhecimento”, resultantes da dimensão e da
complexidade restritas das “coletividades” rurais. Destas relações resultam
práticas e representações particulares a respeito do espaço, do tempo, do
trabalho, da família etc.
Rémy (1993), o “rural” não se constitui como uma essência, imutável, que
poderia ser encontrada em cada sociedade. Ao contrário, esta é uma categoria
histórica, que se transforma. Cabe, portanto, ao pesquisador, “compreender as
formas deste rural nas diversas sociedades passadas e presentes”.
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Após termos claro qual é a profissão do sociólogo rural, vamos ler a seguir
uma definição de Mendras (1978), para deixar mais claro o conceito.
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4 A HETEROGENEIDADE ESPACIAL
Evidentemente, a transformação do meio rural, longe de ser um processo
homogeneizado, resulta em uma profunda diferenciação dos espaços rurais,
tanto no que se refere aos espaços urbanos, quanto internamente, constituindo
uma rede de relações que se desenham entre situações urbanas e situações rurais,
ambas bastante heterogêneas.
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Outro tema cada vez mais recorrente na sociologia rural diz respeito ao
conceito de território, originalmente ligado à geografia. Tal conceito apresenta
uma variedade de dimensões, as quais Haesbaert (2006) sintetiza em três:
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NOTA
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Existem trabalhadores rurais que não possuem terras, mas que realizam
plantios e desenvolvem a pecuária em propriedades de terceiros. Esse tipo de
empréstimo pode acontecer de duas formas: parceria e arrendamento. A parceria
se realiza quando o dono da terra cede um “pedaço de chão” ao trabalhador rural,
além de disponibilizar os elementos principais para o plantio, como sementes,
adubos etc. O pagamento se dá por meio de dinheiro ou parte da produção.
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NOTA
Queremos lembrar que esses trabalhadores não possuem 13° salário, férias, entre
outros direitos preestabelecidos na Legislação Trabalhista Brasileira.
LEITURA COMPLEMENTAR
Sempre o mesmo autor nos diz: os trabalhos dos sociólogos rurais têm
resultado, recentemente, em quatro tipos de contribuições:
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TÓPICO 2 | SOCIOLOGIA RURAL
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RESUMO DO TÓPICO 2
• De acordo com Smith, T. Lynn (1963, p. 9):
[...] A sociologia rural é uma ciência ou um campo científico ligado
à sociologia geral. Isto porque pretendem aplicar ao estudo de seus
problemas os mesmos métodos, comuns a todas as ciências. E, mais
ainda, aquelas técnicas de pesquisa específica da sociologia que visam
ao estudo sistematizado das relações entre os homens, pelo fato de
viverem em coletividades ou grupos, e as mudanças que daí decorre
no seu comportamento. A sociologia rural é, portanto, um campo de
estudo da sociologia geral, por isso também chamada sociologia da
vida rural. Na definição de um de seus mais autorizados mestres é o
gênero sistematizado de conhecimentos que resultam da aplicação do
método científico ao estudo da sociedade rural, de sua organização e
estrutura e de seus processos.
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• A socióloga Maria de Nazareth Baudel Wanderley (2000 descreve: Cada país
“reconhece” o seu meio rural e o delimita em função de determinados critérios.
• Na Itália, não existem critérios para diferenciar o meio urbano do meio rural,
mas são qualificados de rurais os municípios de menos de 10.000 habitantes.
Os municípios são classificados segundo 13 critérios.
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• Na Inglaterra, o espaço rural é o espaço residual do urbano, que dá lugar a
uma classificação muito fina a partir da utilização dos solos.
• Henri Mendras (1978) afirma: os trabalhos dos sociólogos rurais têm resultado,
recentemente, em quatro tipos de contribuições:
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