Você está na página 1de 16

Sabrina Martins Barroso

BARALHO DAS
Emoções
Representação e
psicoeducação para
adultos e idosos
O BARALHO É COMPOSTO POR:

� 20 cartas com ilustrações das cinco emoções universais


(alegria, nojo, medo, raiva e tristeza) em pessoas adultas e
idosas de ambos os sexos.

� 12 cartas com ilustrações de intensidades variadas das


emoções universais (desamparo/desespero, ódio e
tranquilidade) em pessoas adultas e idosas de ambos os sexos.

� 48 cartas representando 11 emoções sociais clinicamente


relevantes (amor, ansiedade, confusão, culpa, decepção/
frustração, desconfiança, desprezo [ironia/deboche], orgulho
próprio, preocupação, surpresa e vergonha) e cansaço, em
pessoas adultas e idosas de ambos os sexos.

� 20 cartões para psicoeducação, com descrição de emoções,


objetivos, sinais expressivos e relatos de falas e pensamentos
frequentes.

Total: 100 cartas


Sabrina Martins Barroso

BARALHO DAS
Emoções
Representação e
psicoeducação para
adultos e idosos

2022
© Sinopsys Editora e Sistemas Eireli, 2022.

Supervisão editorial: Paola Araújo de Oliveira


Capa e projeto gráfico: Marcos Malacarne
Editoração: Marcos Malacarne
Ilustrações: Gabriel Dutra

B277 Barroso, Sabrina Martins.


Baralho das emoções: representação e psicoeducação para
adultos e idosos / Sabrina Martins Barroso; ilustrações de Gabriel
Dutra. — Novo Hamburgo: Sinopsys Editora, 2022.
100 cartas ; em caixa de 18 x 25 cm + 1 manual (52 p.)

ISBN 978-65-5571-100-4

1. Linguagem e emoções. I. Dutra, Gabriel. II. Título.

CDD 370.153

Catalogação na publicação: Vanessa Levati Biff — CRB 10/2454

Todos os direitos reservados à


Sinopsys Editora
(51) 3600-6699
atendimento@sinopsyseditora.com.br
www.sinopsyseditora.com.br
AUTORA

Sabrina Martins Barroso


Psicóloga. Especialista em Desenvolvimento Humano pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), em Avaliação Psicológica pelo Conselho
Regional de Psicologia (CRP 04) e em Terapia Cognitivo-comportamental
pela Faculdade Metropolitana. Mestre em Psicologia pela UFMG. Doutora
em Saúde Pública pela UFMG. Professora do departamento de Psicologia
da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Autora/organizadora de
diversos artigos, capítulos e livros sobre avaliação psicológica, saúde
mental, psicologia geral, intervenção em abordagem cognitivo-
-comportamental e pesquisa em psicologia. Autora do jogo Memorex,
material terapêutico para intervenção cognitiva, do Jogo da resiliência,
voltado para o desenvolvimento da resiliência e capacidade de resolução
de problemas, dos cards clínicos Intimidade e sexualidade na maturidade:
100 perguntas para a clínica com idosos e dos baralhos clínicos Baralho de
vivências e reações a violência/bullying na escola e Baralho das emoções:
representação e psicoeducação para crianças e adolescentes.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Ariadne Christie Silva Ribeiro, Artur Garcia Baptistuta e


Flávia Mansur Passarelli pelas sugestões, testes e discussões ao longo do
processo de criação deste baralho. Sou grata a Deise Coelho por me
apresentar ao Gabriel Dutra, e ao Gabriel pela sensibilidade com os
desenhos e por persistir, mesmo enfrentando todo o retrabalho (sua arte
é linda!).
PREFÁCIO

As emoções ocupam lugar de destaque em nossa comunicação e relações


sociais. Quando temos problemas para expressá-las ou reconhecê-las, ou
estamos desregulados emocionalmente, pode haver grande impacto
negativo em nossa qualidade de vida. Por esse motivo, as emoções são
temas frequentes em psicoterapia e há várias intervenções focadas em
identificar, psicoeducar, aceitar e expressar emoções.
Para auxiliar nesses objetivos, o profissional precisa conhecer o papel
social das emoções e auxiliar os clientes a identificar sua forma de trabalhá-
-las. Um dos pontos que dificultava tal envolvimento na prática clínica era
a ausência de material terapêutico focado em adultos e idosos. Esses
clientes têm padrões e expressões emocionais distintos das crianças e
adolescentes, o que faz os materiais desenvolvidos para o público infanto-
juvenil não favorecem sua identificação, sendo percebidos como caricatos,
distantes ou simplistas. Esse foi o motivador para a criação do Baralho
das emoções: representação e psicoeducação para adultos e idosos —
disponibilizar um material terapêutico para trabalhar emoções com o
público adulto e idoso.
Este baralho é composto por cartas com ilustrações representando
emoções universais e sociais, bem como o cansaço — mesmo não sendo
uma emoção, ele foi incluído por relacionar-se com queixas frequentes
dos clientes, com a desesperança e com quadros depressivos —, e cartões
de psicoeducação com explicações sobre elas, sua função social, pistas
expressivas que podem ser usadas para identificá-las e pensamentos ou
falas frequentemente ouvidos em psicoterapia quando tais emoções são
8 Sabrina Martins Barroso

relatadas. As imagens ilustram homens e mulheres, com versões de


pessoas adultas e idosas, negras e brancas, que foram testadas em apli-
cações clínicas individuais e grupos focais. Além disso, são apresentadas
sugestões para uso individual e coletivo do recurso, casos clínicos e anexos,
que podem ser usados durante as sessões ou como tarefas terapêuticas.

Sabrina Martins Barroso


SUMÁRIO

Entendendo as emoções ....................................................................... 11

Composição do baralho ........................................................................ 15

Como utilizar o baralho das emoções ............................................... 29

Referências ............................................................................................. 41

Anexos ..................................................................................................... 43
ENTENDENDO AS EMOÇÕES

A definição das emoções envolve três aspectos: as alterações fisiológicas


desencadeadas no corpo (liberação de dopamina, adrenalina, ocitocina,
serotonina, noradrenalina, gama-aminobutírico, glutamato, endorfinas,
acetilcolina, entre outras), as expressões faciais e corporais que indicamos
e percebemos como pistas para as emoções e as interpretações subjetivas
que criamos sobre o que as gerou – como as emoções que percebemos se
encaixam em nossa história de vida e que opções de comportamento pode-
mos usar (Esperidião-Antonio et al., 2008; Miguel, 2015).
As pesquisas mostram cinco emoções que são expressas e reconheci-
das de forma semelhante por pessoas de diferentes culturas, e mesmo por
outros primatas e, por tais características, receberam o nome de emoções
universais, primárias, puras, fundamentais ou básicas. Segundo Ekman
(2016), essas emoções universais são a alegria, o medo, a tristeza, a raiva
e o nojo. Em seu estudo, Ekman (2016) observou que essas emoções
foram reconhecidas corretamente entre 76 e 91% das vezes por pessoas
de diferentes países e idades. Ainda assim, tais emoções variam em in-
tensidade, quando se manifestam e pelas singularidades pessoais e
aprendizado social.
As demais emoções são chamadas de sociais, mistas, secundárias ou
aprendidas (Caramaschi & Joaquim, 2021). Isso significa que são uma mis-
tura ou sequenciamento rápido de duas ou mais emoções universais, e seu
nome (emoções sociais) deriva do fato de serem mais influenciadas por in-
terpretações cognitivas e aprendizado social do que as emoções universais.
12 Sabrina Martins Barroso

As emoções sociais também têm maior variabilidade de manifestações


expressivas e seu reconhecimento é mais difícil por pessoas de diferentes
culturas (Ekman, 2011).
É frequente dividir as emoções entre “positivas” e “negativas”, mas é
importante não associar tais palavras a um juízo de valor como se as emo-
ções negativas devessem ser evitadas. Todas as emoções são importantes e
ocupam um papel evolutivo e social. As emoções positivas (alegria) indi-
cam pistas sociais sobre nossos interesses e tornam a convivência conosco
mais agradável. As emoções negativas (raiva, medo, tristeza e nojo) auxi-
liam a focar nossa atenção, sinalizam riscos e a possibilidade de que pre-
cisemos de ajuda e preservam ou ampliam a quantidade de energia que
temos disponível para agir ou fugir (Ekman, 2011).
Assim, é relevante expressar e reconhecer todas as emoções e, para
isso, contamos com pistas que coletamos das situações e das expressões
faciais. Por seu papel evolutivo, nossa atenção foca naturalmente em
rostos sempre que precisamos interpretar uma situação social e tendemos
a “vê-los” mesmo em objetos e contextos naturais (por exemplo, em
nuvens). Além disso, o rosto humano é muito expressivo, podendo ser
inteiramente usado como pista emocional ou mostrar uma pista apenas
em uma de suas partes (somente na boca ou nos olhos e sobrancelhas).
As pistas parciais ocorrem, em especial, quando se tenta conter uma
emoção intencionalmente. Nesse caso, uma boa dica para os profissionais
que precisam identificar emoções é focar na região dos olhos e sobran-
celhas, pois tais regiões são mais difíceis de controlar voluntariamente
do que a parte inferior do rosto (Ekman, 2011).
Contudo, nossa capacidade para expressar emoções é variável. Ekman
e Frieser (1975) propuseram uma classificação da capacidade expressiva,
dividindo as pessoas nas categorias apresentadas a seguir.
� Contidas: pessoas pouco expressivas, que mostram menos pistas
faciais, sendo mais expressivas apenas em emoções mais intensas ou
quando estão sozinhas.
� Reveladoras: manifestam muitas pistas externas das emoções que
estão experimentando (no rosto, por meio de gestos e do tom de voz),
tornando mais fácil identificar como se sentem.
Baralho das emoções: representação e psicoeducação para adultos e idosos 13

� Inconscientes: manifestam pistas externas das emoções, mas não


de maneira intencional ou consciente.
� Inexpressivas: têm dificuldade para manifestar pistas externas das
emoções que experimentam, mas acreditam mostrá-las claramente.
� Trocadoras: manifestam pistas externas de emoções diferentes
daquelas que acham que estão demonstrando.
� Congeladas: têm algumas expressões fixas no rosto por manifesta-
rem algumas emoções muito frequentemente (por exemplo, vinco na
testa, marca de sorriso), por isso qualquer emoção que expressam
mostram algumas características dessas marcas fixas.
� Sempre prontas: mostram e trocam rapidamente suas pistas
emocionais externas, com baixo autocontrole sobre as expressões.
� Transbordantes de afeto: tendem a mostrar uma emoção domi-
nante, que interfere com a manifestação das demais (por exemplo,
tristeza quase constante, que aparece mesmo quando a pessoa está
alegre, reduzindo a intensidade da expressão de alegria). Esse pa-
drão frequentemente se associa a quadros psicopatológicos.
Nossa capacidade sensorial, estimulação e aprendizagem social (ob-
servação e imitação de modelos), experiências individuais e intervenções
específicas tornam um desses padrões predominante, mas em geral man-
temos a capacidade para os demais (Caramaschi & Joaquim, 2021; Knapp
& Hall, 1999).
Outro fator que pode interferir na capacidade para reconhecer e ex-
pressar emoções é a existência de algumas condições clínicas, como a ale-
xitimia (Carneiro & Yoshida, 2009), transtornos do desenvolvimento ou
neuropsiquiátricos e esquizofrenia. Na alexitimia, há dificuldade em per-
ceber as próprias emoções e diferenciá-las de sensações corporais, bem
como dificuldades para compreender seu significado social, fazendo o
comportamento da pessoa parecer “robotizado” (Carneiro & Yoshida,
2009; Silva, 2016). Nos transtornos do espectro autista, há déficits persis-
tentes na comunicação e interação social e, em certos transtornos neuro-
psiquiátricos e na esquizofrenia, pode haver embotamento afetivo, o que
dificulta a expressão das emoções e as interações sociais (American
Psychiatric Association [APA], 2014).
14 Sabrina Martins Barroso

Como mantemos a capacidade de aprender ao longo da vida, inter-


venções podem ser pensadas para auxiliar aqueles que desejam desen-
volver a autoconsciência sobre suas emoções, mesmo diante de quadros
de adoecimento. Independentemente se as dificuldades emocionais
são frutos da história de vida ou de condições clínicas, intervenções podem
ser muito úteis. As principais intervenções nesse sentido focam em de-
senvolver o autoconhecimento, a capacidade para decodificar pistas emo-
cionais em outras pessoas e em ajudar a modular as emoções que sentimos,
atenuando, intensificando, suprimindo ou substituindo uma emoção por
outra (Costa & Joaquim, 2021) e, para isso, fazem uso da psicoeducação,
simulação guiada e treinamento.

Você também pode gostar