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Um Guia de Integração Sensorial para Pais
por Emily Eastman, OTS
E
Teresa A. May‐Benson, ScD, OTR/L, FAOTA
Traduzido por Juliana Lopes de Mello Gentil
Sobre Jean A. Ayres, PhD, OTR, FAOTA, Fundadora da Teoria de Integração Sensorial
Jean A. Ayres, terapeuta ocupacional, desenvolveu o sistema de
referência da terapia de integração sensorial. Dr. Ayres nasceu em 1920,
em Visalia, Califórnia. Enquanto crescia, ela batalhou todos os dias contra
sensações que interrompiam e impactavam sua habilidade de aprender
como seus colegas. Devido à sua dificuldade durante a infância, Ayres
estava determinada a estudar as razões pelas quais crianças como ela
tinham tamanha dificuldade com atividades da vida diária. Ela obteve
mestrado em terapia ocupacional e doutorado em psicologia educacional
pela Universidade do Sul da Califórnia. Dr. Ayres mais tarde completou
seu trabalho de pós‐doutorado no Instituto de Pesquisa Cerebral na
UCLA, onde ela começou a desenvolver sua Teoria de Integração
Sensorial. Através do seu trabalho, Dr. Ayres descobriu que crianças com
disfunção em integração sensorial tinham uma disordem neural que afetava a habilidade de
interpretar e processar informações sensoriais, como toque e movimento. A partir dessa descoberta,
ela desenvolveu ferramentas de avaliação, como os Testes de Integração Sensorial do Sul da
Califórnia (SCSIT) e mais tarde os Testes de Praxis e Integração Sensorial (SIPT), que ajudaram
terapeutas ocupacionais a identificar essa disordem em crianças. Ela criou equipamentos e técnicas
de tratamento, que agora servem como fundamento para intervenção em integração sensorial. Essa
nova abordagem de intervenção mudaria a forma como terapeutas ocupacionais tratariam crianças
com desafios sensoriais e motores. Dr. Ayres acreditava que a terapia deveria enfatizar o poder das
sensações, ser direcionada pela criança e baseada no brincar para fazer as mudanças neurais
necessárias para melhorar a habilidade de funcionamento da criança nas atividades de vida diária.
Durante as últimas décadas, o trabalho de Ayres tem sido a base para um melhor entendimento da
relação entre processamento sensorial, desenvolvimento motor e comportamento nas crianças. Sua
teoria e terminologia são usadas por muitos profissionais, embora elas
permaneçam enraizadas na terapia ocupacional.
.
Foto A Jean Ayres © Jane Koomar. Usada com permissão
Guia para Integração Sensorial
© 2012 Spiral Foundation at OTA‐Watertown
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Impresso nos Estados Unidos da América
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2 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Este manual foi desenvolvido para promover uma visão global sobre a
disfunção, avaliação e intervenção em integração sensorial.
Imagine que você é um adulto Imagine que vocês são os pais de
que se tornou socialmente O que é Integração uma criança que luta para comer
isolado porque o mais ínfimo e dormir, e parece irritada na
toque lhe parece ameaçador, e sensorial? maior parte do dia. Você espera
o aroma e sons de restaurantes, que seja só uma fase, mas dia
shoppings e cinemas são Todos os dias nós após dia ainda é um desafio.
intoleráveis. experenciamos e interpretamos
informações sensoriais vindas do nosso ambiente. Essas informações vem através dos
sentidos: visão, audição, tato, paladar, e olfato, assim como sensações de equilíbrio e
movimento (vestibular), e articulações e músculos (propriocepção). Nosso equilíbrio e
movimentos permitem que conheçamos onde nós estamos no espaço e onde nossa
cabeça está em relação à gravidade, enquanto nossos músculos e articulações nos
permitem conhecer sobre quanta força usamos e onde nossas extremidades estão em
relação ao nosso corpo. Todos esses sentidos nos fornecem informações sobre nosso
corpo e o ambiente ao nosso redor. O processo pelo qual o cérebro organiza e interpreta
essas informações vindas dos nossas sentidos é chamado Integração sensorial.
Transtorno de Praxis envolve problemas com planejamento motor, coordenação bilateral,
e realização de ações motoras complicadas envolvendo tempo e movimento no espaço.
Problemas em Praxis resultam em dificuldade em realizar tarefas motoras do dia a dia
como vestir‐se, usar utensílios, jogar, ou organizar trabalho de casa.
4 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Um Guia para Problemas de
Integração sensorial
Quando o processo de integração sensorial não funciona efetivamente e eficientemente a criança pode
encontrar um número de dificuldades funcionais. A seguir está uma tabela que identifica possíveis
problemas sensoriais encontrados, e sinais resultantes ou comportamentos exibidos pela criança com
TPS. Tipicamente, a criança com problemas de integração sensorial mostrará um ou mais desses sinais ou
comportamentos.
Problemas Sensoriais Sinais e comportamentos que a criança pode exibir
Hiper‐sensível a toques, movimentos, Distraída
visões ou sons. Retraída quando tocada
Evita certas texturas, roupas e alimentos
Reage com medo de certos movimentos comuns, como brincar
no parquinho
Sensível a barulhos altos
Pode agir agressivamente quando recebe um estímulo
sensorial inexperado.
Pouco reativo a estimulação sensorial Procura intensas experiências sensoriais, tais como girar, cair,
bater em objetos
Pode parecer alheio à dor ou a posição do corpo
Pode variar entre escassez e excesso de responsividade
Nível de atividade incomumente alto ou Constantemente em movimento, ou lento para iniciar algo e
baixo cansa facilmente
Problemas de coordenação Pode ter pouco equilíbrio
Pode ter dificuldade com esportes e habilidades com bola
Pode ter imensa dificuldade em aprender novas tarefas que
exijam coordenação motora
Parece estranho, rígido ou atrapalhado
Atrasos em conquistas acadêmicas ou Pode ter problemas em áreas acadêmicas, além ou aquém da
atividades da vida diária inteligência normal.
Problemas em escrever, usar a tesoura, amarrar os cadarços,
abotoar roupas e fechar zípers.
Pouca organização do comportamento Pode ser impulsivo
Distraído
Pouco planejamento e aproximação de tarefas
Não antecipa os resultados das ações
Pode ter dificuldade em se ajustar à uma nova situação ou
seguir comandos
Pode ficar frustrado, agressivo ou retraído quando falha.
Pobre auto‐conceito Pode parecer preguiçoso, entediado, desmotivado.
Pode evitar tarefas e parecer problemático ou teimoso.
5 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Eu acho que meu filho pode ter TPS… E agora?
O Processo de Avaliação
Preferivelmente, seu filho deve ser avaliado e tratado por um terapeuta ocupacional certificado em
integração sensorial, que tenha experiência tanto em avaliação quanto no tratamento das dificuldades
em integração sensorial. Muitos pais perguntam, “o que deveria ir na avaliação do meu filho?”. Isso vai
variar dependendo do cenário, plano de saúde, e outros fatores. Entretanto, uma abordagem abrangente
baseada em estímulos sensoriais e terapia de integração terá muitos aspectos e habilidades importantes
que deverão ser acessadas detalhadamente. A lista de avaliação localizada no apêndice pode ser usada
como um guia para determinar se a sua criança recebeu um
avaliação abrangente baseada integração sensorial.
Perfis Sensoriais ou A primeira informação que um terapeuta ocupacional irá reunir
históricos sensoriais são são as informações básicas de seu filho. Isso inclui histórico
médico, educacional e de desenvolvimento, assim como
ótimas ferramentas,
serviços de terapia que seu filho já tenha recebido. Um perfil de
entretanto, eles não
ocupação do seu filho pode ser desenvolvido, o que ajudará a
devem ser as únicas pintar a situação atual dele como um todo. O perfil de ocupação
ferramentas de avaliação inclui atividades que a criança atualmente busca ou gosta de
usadas para determinar fazer, histórico social e identificação de quais habilidades e
TPS. atividades seu filho precisa ou quer ser capaz de fazer,mas
atualmente não pode. Observar as informações sobre a
performance do seu filho em uma variedade de cenários como
na escola, na clínica e em casa é conveniente.
Para uma avaliação abrangente, um conjunto de avaliações formais e estruturadas deve ser completado.
O teste de Praxis e Integração Sensorial (SIPT) é a avaliação adequada para crianças entre 5‐8 anos. Essa
avaliação deve ser administrada e interpretada por um terapeuta certificado. Ela acessa diferentes
aspectos da integração sensorial incluindo discriminação tátil e de movimento (vestibular), habilidades
visuo‐perceptuais e habilidades de praxis, como planejamento motor e coordenação bilateral. Outras
avaliações podem ser usadas com diferentes grupos etários ou crianças com outros diagnósticos, como
autismo. Um questionário desenvolvido pela clínica/escola/terapeuta por quem você foi indicado ou um
questionário padronizado, como o Perfil Sensorial, são tipicamente oferecidos aos cuidadores para
fornecer informações sobre o impacto do processamento sensorial nas funções do seu filho. Esse
questionário irá acessar como seu filho reage a sensações, a movimentos, e seu comportamento durante
um dia normal. Informações recolhidas através dessas avaliações irão fornecer ao terapeuta o perfil do
processamento sensorial do seu filho, suas habilidades de praxis, e o efeito que a integração sensorial
está tendo na vida dele. Essas informações irão permitir que o terapeuta use das mais efetivas técnicas de
intervenção, e irá fornecer aos cuidadores dicas e estratégias que poderão ser usadas em casa.
6 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Intervenção: O que acontece numa intervenção
Escola vs. integração de Terapia ocupacional baseada em estímulos
sensorial na clínica
sensoriais?
Dependendo dos serviços que a
Uma intervenção terapêutica ocupacional baseada em estímulos
criança recebe, ela pode ver o sensoriais (às vezes chamada TO‐IS) é baseada na necessidade única de
terapeuta ocupacional em uma cada criança. Pode endereçar dificuldades com auto‐regulação,
clínica ou na escola. processamento sensorial, consciência corporal, planejamento motor ou
Intervenção terapêutica desenvolvimento de habilidades motoras grossas e finas. Terapeutas irão
ocupacional baseada em desenvolver objetivos individualizados com os pais e a criança a fim de
Integração sensorial pode endereçar as necessidades das crianças nessas áreas. Através das sessões,
seu terapeuta tipicamente irá estruturar sessões de tratamento usando
parecer bem diferente na
ideias e pistas que seu filho fornece para fazer as atividades significativas
escola e na clínica. Na escola, a para ele. O uso de um tema imaginativo na brincadeira frequentemente
intervenção base irá enfatizar facilita a vontade da criança de participar nas atividades desejadas. O
tipicamente o desenvolvimento terapeuta irá adaptar a atividade para fornecer o desafio “na medida
de habilidades que irão ajudar certa”, que assegura que ele não será tão difícil que a criança não queira
o máximo possível as funções participar, nem tão facil que a criança rapidamente perca o interesse.
Apesar de a terapia às vezes parecer uma brincadeira casual, as atividades
da criança na área educacional,
são designadas a promover o processamento sensorial da criança e o
em conjunto com um Plano de
desenvolvimento de habilidades, e ambos o terapeuta e a criança estão
Educação Individualizado (PEI). trabalhando bastante.
No ambiente da clínica, a
intervenção irá focar em ajudar Todas as atividades que seu filho desempenha durante a terapia tem um
a criança a desenvolver propósito. As atividades podem ser aquelas que promovam o
habilidades motoras e desenvolvimento de sistemas sensoriais, como brincar em meios
sensorias, por exemplo achando objetos num balde de feijões ou um
sensoriais necessárias para as
balanço especial. Algumas atividades promoverão o desenvolvimento de
funções de casa e da força e controle postural, como escalar ou pular, balançar em um grande
comunidade. A intervenção travesseiro de ar, ou pular num trampolim. Outras atividades irão enfatizar
baseada na escola pode coordenação motora, planejamento e habilidades motoras que envolvam
envolver consulta com os tempo e movimento pelo espaço, como completar um percurso com
professores, adaptação do obstáculos, atravessar labirintos em um patinete, ou jogar pufes em um
ambiente da sala de aula, e alvo. Sessões iniciais de terapia irão frequentemente enfatizar o
processamento de integração sensorial e o desenvolvimento de
fornecimento de estratégias
habilidades fundamentais como postura, atenção ou auto‐regulação, com
baseadas em estímulos as atividades baseadas nas necessidades sensoriais ocorrendo de alguma
sensoriais. Em ambos os forma mais tarde no processo de terapia. Habilidades sociais podem ser
quadros, terapeutas podem endereçadas através de brincaderias cooperativas com crianças da mesma
sugerir o uso de uma dieta idade, que podem estar trabalhando um a um com o terapeuta ao mesmo
sensorial para ajudar a criança tempo. A frequência e duração da terapia irá depender da criança, do
cliente, do plano de saúde, e das necessidades individuais da criança. Mas
a organizar suas habilidades
é comum que a criança precise de 50 a 80 horas no total de sessões. Em
durante o dia.
alguns casos a terapia pode ocorrer de duas a três vezes por semana, o
que pode diminuir o número de meses de tratamento.
7 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Como as famílias podem acolher atividades de Integração
Sensorial em casa?
Há muitas atividades e estratégias que podem ser feitas em casa para ajudar seu filho a
funcionar no seu melhor. Através da intervenção e consulta com um terapeuta, dicas
específicas para o seu filho podem ser sugeridas. Este quadro fornece uma referência
rápida de atividades para diferentes necessidades sensoriais que podem ser feitas em
casa. Lembre‐se, porém, que cada criança é única e pode responder de forma diferente a
estas sugestões.
Atividades e estratégias para tentar em casa
Atividades para acalmar e Conseguindo respostas de Atividades motoras e
organizar crianças com pouca posturais
discriminação ou pouco
responsivas a estímulos
Chupar um pedaço de doce ou Alimentos crocantes: pé de Caminhada Animal: andar
sugar pudim por um canudo moleque, biscoitos, bolachas, pela casa ou por um labirinto
cenoura, amendoim imitando diferentes animais
Soprar bolhas de sabão Quicar em uma bola Sentando em uma bola
terapêutica
imitando “cheirar as flores e Pular no colchão Corrida de tapete: ter a
soprar as velas” (respiração criança sentada num lençol e
profunda) puxá‐la pela casa
Colocar as mãos nos ombros ou Encontrar pequenos objetos Brincar de Carrinho de mão
cabeça da criança com uma num balde de feijões
pressão firme e segura
Sanduíche de almofadas: Empurrando ou movendo caixas Labirinto ou parquinho:
Usando almofadas para fornecer pesadas, potes, panelas encorajar a subir e pular
pressão profunda para criança
Empurrando a parede Flexões em cadeira ou muro Andar ou engatinhar numa
superfície instável, como uma
pilha de travesseiros
Embalar, balançar ou criar um Escalar ou pendurar em barras Rolar morro abaixo e subir de
pequeno espaço tranquilo para volta
a criança ir
8 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Como saber se a intervenção por Integração sensorial funciona?
Uma grande quantidade de pesquisas dedicadas ao desenvolvimento da teoria de integração sensorial,
sua intervenção e a validação do diagnóstico de transtorno de processamento sensorial ocorreu na última
década. Integração sensorial continua a ser uma das áreas práticas mais pesquisadas na profissão da
terapia ocupacional.
Uma revisão sistemática abrangente de evidências sobre a efetividade da intervenção usando a
aproximação sensorio‐integrativa com crianças foi completada por May‐Benson e Koomar em 2010. Seus
achados indicam que a terapia de integração sensorial pode acarretar em resultados de sucesso nas áreas
de planejamento motor, habilidades de leitura, capacidades do brincar e alcance de objetivos individuais
das crianças. Uma série de cinco revisões sistemáticas foram completadas ao mesmo tempo, incluindo um
exame de evidência neurofisiológica para apoiarTO‐IS (Schaaf & Lane, 2010), a relação entre problemas
no processamento sensorial e habilidades funcionais (Koenig, 2010), evidência para subtipos de déficits de
integração sensorial (Davies, 2010), e eficácia de outras abordagens em problemas sensoriais não
baseadas em TO‐IS (Polatajko & Catin, 2010). Essa literatura apoia a teoria de integração sensorial e sua
intervenção.
Além disso, vários estudos tem examinado a relação entre o processamento sensorial das crianças e a
performance de seus pais. Cohn, May‐Benson, e Teasdale (2011) descobriram que os problemas de
processamento sensorial da criança estão relacionados ao senso de competência dos pais. Estudos
realizados previamente por Cohn (2001) enfatizaram as percepções dos pais quanto aos benefícios da
terapia ocupacional e da intervenção em integração sensorial para as crianças. Ademais, à obtenção de
participação social e habilidades motoras, os pais valorizaram a educação recebida pelo terapeuta
ocupacional quanto ao comportamento de seus filhos, o que os ajudou a mudar sua relação e expectativa
quanto as crianças.
Sites
The Spiral Foundation: www.thespiralfoundation.org/index.html
Fundação de Transtorno de Processamento Sensorial: www.spdnetwork.org
Rede Global de IS: http://www.siglobalnetwork.org
9 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Perguntas Frequentes
Quais são as causas dos problemas de Integração sensoriais?
A investigação sugere que pode haver uma grande variedade de fatores que contribuem para os
problemas de Integração sensorial. Esses fatores incluem genética, prematuridade, trauma no
nascimento, exposição pré‐natal ao estresse e álcool, e problemas precoces de saúde como icterícia,
entre outros fatores.
Transtorno de processamento sensorial pode ser curado?
Quando terapia ocupacional é fornecida usando uma estrutura de Integração sensorial, estes problemas
podem ser minimizados. O sistema nervoso pode ser alterado, a capacidade de processar a sensação
pode ser melhorada e pode ocorrer um melhor desempenho em atividades de vida diária e habilidades.
Os problemas de processamento sensoriais irão embora quando o meu filho crescer?
Não, sem tratamento esses problemas não desaparecem com o tempo. Problemas de Integração sensorial
persistem na idade adulta. No entanto, podem aparecer com menos intensidade ao longo do tempo,
devido à grande flexibilidade que grande parte dos adultos tem em controlar as suas atividades diárias em
comparação com as crianças. Os adultos podem aprender estratégias e ferramentas para ajudá‐los a
manejar seus problemas de IS. Mas eles também podem receber Intervenção direta em Integração
sensorial. Nunca é tarde demais para Intervenção TO‐IS.
Como TPS está relacionada com TDAH, DDA, transtorno Não‐Verbal de Aprendizado (TNVA), autismo,
ou dificuldades de aprendizagem (DA)? Se uma criança tem um outro diagnóstico, ela ainda irá se
beneficiar de Intervenção em IS?
Dificuldades em Integração sensorial podem ocorrer isoladamente ou em conjunto com muitos outros
diagnósticos. As crianças com outros diagnósticos provavelmente irão receber uma variedade de serviços
(fonoaudiologia, ABA, aulas particulares etc.). Elas também podem tomar medicamentos. Intervenção em
Integração sensorial é apropriado para as crianças que, além de outras dificuldades, têm problemas com
processamento sensorial que afetam seu desempenho diário e funcional.
Quais são as semelhanças e diferenças entre o TDAH, DDA e TPS? Déficits de atenção podem ser
curados com Intervenção em IS?
As dificuldades com o nível de despertamento, atenção, e movimento excessivo podem estar presentes
em cada transtorno, e Intervenção em Integração sensorial pode ajudar a reduzir esses problemas. Alguns
comportamentos normalmente atribuídos a DDA ou TDAH podem realmente indicar TPS. Por exemplo,
uma criança que é sensível ao toque ou ruído pode ser facilmente distraída; ou pouca estabilidade
postural ou pouco processamento de estímulo vestibular do ouvido interno podem resultar em constante
movimento quando sentado.
10 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Todas as crianças com autismo têm dificuldades em Integração sensorial?
Embora as estimativas variem, cerca de 90% ou mais das crianças com autismo experienciam alguns
problemas de Integração sensorial, e Intervenção em IS pode ajudar a atenuar sintomas de autismo
relacionados a problemas sensoriais.
TPS está relacionada com transtorno de ansiedade?
Observações sugerem que os indivíduos com TPS podem ser mais propensos a ansiedade devido aos
efeitos dessa condição na vida quotidiana. Um estudo realizado pela Spiral Foundation mostra relações
significativas entre ansiedade e processamento sensorial em adultos.
Intervenção em Integração sensorial pode ajudar a criança a aprender a falar e ler?
Sim, se as questões de linguagem ou de leitura estiverem enraizadas em problemas de processamento
sensorial. Muitas crianças com problemas de fala e linguagem têm dificuldade com o funcionamento do
cerebelo. O cerebelo é o centro do cérebro onde estímulos vestibulares (movimento), oculares (visual), e
proprioceptivos (posição do corpo) são organizados. Fisioterapia e terapia ocupacional com um enfoque
em Integração sensorial podem abordar estas questões, resultando na melhoria das competências
linguísticas e habilidades de leitura da criança. Além disso, as habilidades abordadas através desta terapia,
como a regulação do nível de estimulação, controle postural, e planejamento motor, são habilidades
fundamentais que são necessárias para apoiar qualquer tipo de aprendizado.
Quais tipos de brinquedos eu devo comprar para meu filho?
Brinquedos que promovam a imaginação assim como brinquedos que lhe permitam a oportunidade de se
mover e pular são ótimos. Estes incluem balanços, escorregadores, bicicletas, trampolins, etc. Alguns
brinquedos que você talvez veja na clínica de terapia ocupacional ou durante a terapia de integração
sensorial também funcionariam bem para sua criança. Itens específicos na clínica incluem travesseiros,
túneis, almofadas e redes. Pergunte ao seu terapeuta qual pode funcionar melhor para seu filho ou peça
que eles sugiram alguns itens domésticos comuns que possam ser transformados em ideias divertidas.
Veja também o site da Spiral Foundation para sugestões anuais de presentes.
O que devo dizer para meu filho?
Manter a linguagem simples é o modo mais efetivo de se comunicar com a criança. Ter certeza de dizer
que eles são amados e apreciados é importante no processo terapêutico. Explique para ela que todo
mundo é feito de forma diferente e que algumas vezes as pessoas precisam de diferentes coisas para
fazer seus corpos se sentirem bem para que eles possam ser capazes de brincar e aprender na escola.
A escola do meu filho pensa que ele tem TDAH, mas meu terapeuta ocupacional pensa que é um
problema sensorial. Como eu reconcilio esse debate?
Se você tiver um relatório de avaliação que expõe as questões sensoriais do seu filho, é importante
compartilhá-lo com a escola. Também pode ser de grande ajuda que o professor de seu filho preencha a
checklist de integração sensorial para professores, destacando problemas relacionados a perfomance
escolar. A discussão pode ser mais fácil depois de o professor ter feito suas próprias observações. Clínicas
especializadas em IS frequentemente dão palestras e informações que a equipe da escola pode assistir.
11 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Onde eu posso encontrar mais a respeito de integração sensorial?
Livros em Integração sensorial
Living Sensationally: Understating Your Senses: Winnie Dunn
Love, Jean: Inspiration for Families Living with Dysfunction of Sensory integration: A, Jean Ayres,
Zoe Mailloux
Making Sense of Sensory integration (CD e Booklet): Conversation with Jane Koomar, PhD, OTR/L,
FAOTA e Stacey Szklut, MS ,OTR/L, moderated by Sharon Cermak, Ed.D., OTR/L, FAOTA
SenseAbilities ‐ Understanding Sensory integration: Maryann Colby Trott, Marci K. Laurel, e Susan
L. Windeck
Sensorial Defensiveness in children aged 2‐12: An assessment guide for parents e other
caretakers: Patricia Wilbarger
Sensory integration and the Child: 25th Anniversary Edition: A. Jean Ayres
Sensory integration: Answers for Parents: Gina Geppert Coleman, Zoe Mailloux e Susanne Smith
Roley
Sensational Kids: Hope and help for children with Sensory Processing Disorder: Lucy Jane Miller
e Doris Fuller
The Everything Parent's Guide To Sensory integration Disorder: Get the Right Diagnosis,
Understand Treatments, And Advocate for Your Child: Terri Mauro, Sharon A. Cermak
The Highly Sensitive Child: Helping Our Children Thrive When the World Overwhelms Them:
Elaine Aron
The Mislabeled Child: How Understanding your child’s Unique Learning Style Can Open the
Doors to Success, Brock Eide & Fernette Eide.
The Misunderstood Child, Fourth Edition: Understanding and Coping with Your Child's Learning
Disabilities: Larry B. Silver M.D.
The Out‐of‐Sync Child: Recognizing e Coping with Sensory Processing Disorder: Carol Stock
Kranowitz
The Out‐of‐Sync Child Has Fun, Revised Edition: Activities for Kids with Sensory Processing
Disorder: Carol Stock Kranowitz
12 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
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14 | P i d a d e S p i r a l F o u n d a t i o n
Apêndice
“Como eu sei” checklist
__ 1. Dificuldade em focar sua atenção; ou foca demais e é incapaz de mudar para uma
próxima tarefa.
__ 2. Baixo tônus muscular; tende a deitar nos braços ou afundar‐se na cadeira.
__ 3. Precisa de mais prática do que outras crianças para aprender novas habilidades.
__ 4. Inverte letras como b e d; não consegue espaçar as letras nas linhas.
__ 5. Quebra lápis frequentemente ou escreve com muita pressão.
__ 6. Não gosta de pular, balançar ou ter os pés fora do chão.
__ 7. Não gosta de escrever à mão, cansa facilmente durante escritas em sala de aula.
__ 8. Tem dificuldade em prestar atenção ou seguir instruções.
__ 9. Muito ativo e incapaz de diminuir o ritmo.
__ 10. Pouca auto‐estima, falta de confiança.
__ 11. Não gosta de nadar, tomar banho, abraçar, e/ou cortar o cabelo.
__ 12. Reage exageradamente a toques, sabores, sons, e aromas.
__ 13. Evita educação física ou atividades que envolvam esportes.
__ 14. Acha difícil fazer amizade com crianças da mesma idade, preferindo brincar com
adultos e crianças mais novas.
__ 15. Tem dificuldade em seguir diversas instruções para cumprir uma tarefa motora.
*Se a criança apresenta três ou mais dos problemas nesta lista, intervenção com terapia ocupacional pode auxiliar
Veja o site da Spiral Foundation , www.thespiralfoundation.org, para um “Como Posso Saber” com diferentes faixas
etárias. Outros idiomas também estão disponíveis.
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Uma avaliação compreensiva em Integração sensorial‐ Checklist
Informações e habilidades sendo avaliadas Avaliação Idade Presente na
avaliação
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Glossário dos termos
Resposta adaptativa é uma resposta propositada e objetivamente direcionada à uma informação
sensorial ou demanda de uma tarefa.
Apraxia é a dificuldade em planejar movimentos motores. Normalmente, em um adulto, isso se refere a
um déficit de coordenação motora adquirido. Fonoaudiólogos que trabalham com crianças podem referir
a isso como apraxia de fala.
Transtorno de desenvolvimento de coordenação (TDC) é um diagnóstico presente no DSM‐IV que se
refere a um transtorno na coordenação motora. Esse termo é frequentemente utilizado em pesquisas
referentes a problemas de coordenação motora em crianças e é especialmente usada por médicos. É mais
comumente usado na Grã‐Betanha e Europa. TDC é caracterizado por um problema na coordenação
motora que resulta em dificuldades funcionais. Atualmente, esse diagnóstico não pode ser dado em
conjunto com o diagnóstico de autismo. Dentro do quadro de integração sensorial, TDC é visto como um
termo amplo, que inclui transtorno da práxis de planejamento motor, coordenação bilateral e ações
projetadas sequenciadas.
Insegurança Gravitacional é um medo intenso ou ansiedade que ocorre quando há uma mudança na
posição da cabeça do indivíduo ou quando este se movimenta pelo ambiente.
Hiper‐responsividade é uma emoção fortemente negativa ou comportamento associado com um hiper‐
sensibilidade a um estímulo sensorial. A criança pode reagir defensivamente, se retrair, ou ficar
sobrecarregada.
Hipo‐responsividade é a falta de sensibilidade a um estímulo sensorial. A criança pode ansiar por
sensações intensas.
Planejamento Motor é a habilidade de criar um plano para ações motoras, desenvolver os passos para
completar o plano, e então executar o plano.
Práxis ou planejamento motor é a habilidade de planejar e sequenciar os passos de uma ação motora. É
dependente de uma efetiva discriminação sensorial. Crianças com problemas de práxis tem dificuldade
em executar tarefas motoras, desenvolver habilidades organizacionais e interagir com objetos de uma
forma imaginativa e lúdica. Problemas nessa área são normalmente conhecidos como apraxia.
Propriocepção é a informação sensorial gerada pelas articulações e músculos de uma pessoa. Isso diz ao
indivíduo onde seu corpo está em relação ao espaço. É importante para regulação de força, controle
postural e consciência corporal. É também um importante estímulo sensorial para promover auto‐
regulação. Propriocepção trabalha em conjunto com ambos os sistemas tátil e vestibular.
Discriminação Sensorial nos permite aprender sobre qualidades específicas da informação sensorial,
como tamanho, forma e textura, direção de um ruído, posição corporal e movimento no espaço.
Dificuldades em discriminação sensorial quase sempre resultam em dificuldades motoras, como falta de
coordenação ou atraso no desenvolvimento motor.
Avaliação em Integração Sensorial é uma avaliação especializada da terapia ocupacional que é conduzida
por uma teoria de referência em integração sensorial. O processo de avaliação acessa como a pessoa
processa (discrimina e modula) informações sensoriais; como esse processamento afeta os mecanismos
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fundamentais, como as habilidades visio‐posturais, habilidades visio‐perceptuais, habilidades de mão e
escrita, assim como coordenação motora grossa e fina; e como o processamento sensorial e habilidades
de práxis impactam o funcionamento da vida diária.
Déficit Sensorial integrativo é um termo que se refere aos problemas que um indivíduo possui com uma
ou mais áreas do processamento sensorial ou planejamento motor e coordenação.
Disfunção Sensorial integrativa é um termo que se refere ao déficit nas habilidades do indivíduo de
integrar e interpretar sensações vindas do ambiente. Disfunção sensorial integrativa é uma inabilidade de
processar eficientemente uma informação sensorial.
Teste de Integração Sensorial e Praxis (SIPT) é uma avaliação padronizada, desenvolvida pela Dr. Jean A.
Ayres para avaliar as capacidades e habilidades de integração sensorial das crianças. O terapeuta deve ser
treinado e certificado para realizar o SIPT numa criança.
Teoria de Integração Sensorial refere‐se às construções teóricas neuro‐baseadas que discutem como o
cérebro processa sensações e impactos nas respostas motoras, comportamentais, emocionais, e
respostas de atenção.
Intervenção em Integração Sensorial é uma intervenção específica baseada no modelo da teoria de
integração sensorial onde o fornecimento de uma melhor informação sensorial, nesse contexto de
própósito e atividades significativas, é visto como uma forma de melhorar o desenvolvimento do
funcionamento do sistema nervoso do indivíduo. A intervenção de Ayres® em Integração sensorial é a
única intervenção que é criança/pessoa direcionada e acontece de uma forma divertida, lúdica e num
ambiente acolhedor.
Modulação Sensorial é a habilidade de pegar uma informação sensorial, decidir o que é relevante, e
realizar uma resposta comportamental apropriada. Dificuldades nessa área podem resultar em esquiva ou
medo de sensações normais ou respostas fora dos padrões de um comportamento de busca sensorial
comum. Problemas em modulação sensorial podem causar impacto no desenvolvimento comportamental
e emocional.
Defensividade tátil é uma reação extremamente negativa ao toque (mesmo que de leve) ao corpo do
indivíduo.
Discriminação tátil é a habilidade de diferenciar ou identificar diferenças em sensações táteis e de toque.
É também a habilidade de diferenciar características de um objeto através do toque, como tamanho,
forma, e temperatura.
Estímulos sensório‐vestibulares refrem‐se ao senso de movimento do indivíduo. Essa é uma informação
sensorial do ouvido interno, que é responsável pelo equilíbro. Ele detecta e processa informação em
todos os planos de movimento. Além do equilíbrio, o sistema vestibular controla a postura e as respostas
protetivas do indivíduo, e trabalha em conjunto com o sitema visual para permitir uma movimentação
efetiva pelo espaço. Tem também uma forte influência nas emoções e auto‐regulação.
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