Você está na página 1de 18

 

    
 
 
 
 
 
 
 
Um Guia de Integração Sensorial para Pais 
 

por Emily Eastman, OTS  

Teresa A. May‐Benson, ScD, OTR/L, FAOTA   
Traduzido por Juliana Lopes de Mello Gentil 
 
 
 
 

Sobre Jean A. Ayres, PhD, OTR, FAOTA, Fundadora da Teoria de Integração Sensorial 
Jean  A.  Ayres,  terapeuta  ocupacional,  desenvolveu  o  sistema  de 
referência da terapia de integração sensorial. Dr. Ayres nasceu em 1920, 
em Visalia, Califórnia. Enquanto crescia, ela batalhou todos os dias contra 
sensações  que  interrompiam  e  impactavam  sua  habilidade  de  aprender 
como  seus  colegas.  Devido  à  sua  dificuldade  durante  a  infância,  Ayres 
estava  determinada  a  estudar  as  razões  pelas  quais  crianças  como  ela 
tinham  tamanha  dificuldade  com  atividades  da  vida  diária.  Ela  obteve 
mestrado em terapia ocupacional e doutorado em psicologia educacional 
pela  Universidade  do  Sul  da  Califórnia.  Dr.  Ayres  mais  tarde  completou 
seu  trabalho  de  pós‐doutorado  no  Instituto  de  Pesquisa  Cerebral  na 
UCLA,  onde  ela  começou  a  desenvolver  sua  Teoria  de  Integração 
Sensorial. Através do seu trabalho, Dr. Ayres descobriu que crianças com 
disfunção  em  integração  sensorial  tinham  uma  disordem  neural  que  afetava  a  habilidade  de 
interpretar e processar informações sensoriais, como toque e movimento. A partir dessa descoberta, 
ela  desenvolveu  ferramentas  de  avaliação,  como  os  Testes  de  Integração  Sensorial  do  Sul  da 
Califórnia  (SCSIT)  e  mais  tarde  os  Testes  de  Praxis  e  Integração  Sensorial  (SIPT),  que  ajudaram 
terapeutas ocupacionais a identificar essa disordem em crianças. Ela criou equipamentos e técnicas 
de tratamento, que agora servem como fundamento para intervenção em integração sensorial. Essa 
nova abordagem de intervenção mudaria a forma como terapeutas ocupacionais tratariam crianças 
com desafios sensoriais e motores. Dr. Ayres acreditava que a terapia deveria enfatizar o poder das 
sensações,  ser  direcionada  pela  criança  e  baseada  no  brincar  para  fazer  as  mudanças  neurais 
necessárias para melhorar a habilidade de funcionamento da criança nas atividades de vida diária. 
Durante as últimas décadas, o trabalho de Ayres tem sido a base para um melhor entendimento da 
relação entre processamento sensorial, desenvolvimento motor e comportamento nas crianças. Sua 
teoria  e  terminologia  são  usadas  por  muitos  profissionais,  embora  elas 
permaneçam enraizadas na terapia ocupacional.  

Foto A Jean Ayres © Jane Koomar.  Usada com permissão 
Guia para Integração Sensorial 
© 2012 Spiral Foundation at OTA‐Watertown 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida em nenhuma forma ou 
por  nenhum  meio,  eletrônico  ou  mecânico,  incluindo  fotocópias,  gravação  ou  qualquer  armazenamento  de  informação  e 
sistema  de  recuperação,  sem  a  permissão  escrita  do  possessor  dos  direitos  legais,  leia‐se  Spiral  Foundation  em  OTA‐
Watertown. 
 
Todos os clipart e fotografias utilizados nesta publicação são obras de arte livres de direitos autorais, obtidas a partir de uma 
cópia legalmente licenciada do Microsoft Office Word 2010 para ser utilizado por uma organização sem fins lucrativos. 
 
Agradecimentos:  Partes  desta  publicação  foram  publicadas  originalmente  no  site  da  Spiral  Foundation: 
www.thespiralfoundation.org e foram adaptados a partir de material escrito para o site por Anne Trecker, MS, OTR / L.  
 
Impresso nos Estados Unidos da América 
Publicado pela 
Spiral  Foundation  em  OTA‐Watertown,    74  Bridge  St.    Newton,  MA  02458    617‐969‐4410      www.thespiralfoundation.org

2 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Este manual foi desenvolvido para promover uma visão global sobre a 
disfunção, avaliação e intervenção em integração sensorial. 

Imagine que você é um adulto    Imagine que vocês são os pais de 
que se tornou socialmente  O que é Integração  uma criança que luta para comer 
isolado porque o mais ínfimo  e dormir, e parece irritada na 
toque lhe parece ameaçador, e  sensorial?   maior parte do dia. Você espera 
o aroma e sons de restaurantes,  que seja só uma fase, mas dia 
shoppings e cinemas são  Todos  os  dias  nós  após dia ainda é um desafio. 
intoleráveis. experenciamos e interpretamos 
informações  sensoriais  vindas  do  nosso  ambiente.  Essas  informações  vem  através  dos 
sentidos:  visão,  audição,  tato,  paladar,  e  olfato,  assim  como  sensações  de  equilíbrio  e 
movimento  (vestibular),  e  articulações  e  músculos  (propriocepção).  Nosso  equilíbrio  e 
movimentos  permitem  que  conheçamos  onde  nós  estamos  no  espaço  e  onde  nossa 
cabeça  está  em  relação  à  gravidade,  enquanto  nossos  músculos  e  articulações  nos 
permitem  conhecer  sobre  quanta  força  usamos  e  onde  nossas  extremidades  estão  em 
relação  ao  nosso  corpo.  Todos  esses  sentidos  nos  fornecem  informações  sobre  nosso 
corpo e o ambiente ao nosso redor. O processo pelo qual o cérebro organiza e interpreta 
essas informações vindas dos nossas sentidos é chamado  Integração sensorial.     

Para  a  maioria  das  crianças,  integração  sensorial  é  desenvolvida  através  de 


experiências típicas na infância. Através dessas experiências sensoriais, crianças adquirem 
a habilidade de interpreter, ajustar e responder apropriadamente às sensações recebidas. 
Por  exemplo,  crianças  ganham  conhecimento  de  seus  corpos  no  espaço  através  de 
atividades  de  movimento,  como  correr,  balançar,  rolar.  Esse  conhecimento  permite  que 
elas  naveguem  de  forma  segura  no  mundo,  como  por  exemplo  ser  capaz  de  atravessar 
uma  rua  movimentada  em  tempo.  Entretanto,  para  algumas  crianças,  a  habilidade  de 
integrar  as  informações  sensoriais  do  dia  a  dia  não  se  devenvolve 
tão bem  quanto deveria. Isso  pode resultar em  Imagine  que  você  é  um 
Imagine que você é 
uma menina de 10  dificuldades  nas  atividades  de  vida  diária  como  brilhante  garotinho  de 
jardim  de  infância,  cujos 
anos que é amigável e  brincar, vestir, comer e auto‐regulação. Quando  ouvidos  se  enchem  de 
tem uma imaginação  isso  ocorre,  a  criança  tem  uma  disfunção  em  dor  quando  o  alarme  de 
maravilhosa, mas não é 
capaz de chutar uma 
integração  sensorial.  Esse  problema  é  referido  incêndio  apita.  Enquanto 
bola de futebol,  frequentemente  como  Transtorno  de  as  outras  crianças  fazem 
fila para sair da sala, tudo 
aprender os passos da  Integração  ou  Processamento  Sensorial  (TPS).  o  que  você  pode  fazer  é 
aula de dança, ou 
se esconder com as mãos 
andar de bicicleta.
3 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
sobre as orelhas.
  
 
Transtorno de Processamento Sensorial 
Transtorno  de  Processamento  Sensorial  (TPS),  é  referido  algumas  vezes  como 
disordem/disfunção na integração sensorial ou disfunção no processamento sensorial. Não 
é  frequentemente  reconhecido  como  uma  condição  que  pode  ser  vista  tanto  em 
indivíduos  tipicamente  funcionais,  como  naqueles  com  autismo,  deficit  de  atenção, 
transtornos  de  aprendizagem,  e  outras  condições  neurológicas.  Os  indivíduos  não  são 
capazes  de  processar  efetivamente  informações  vindas  de  seus  sentidos  (tato,  audição, 
visão,  paladar,  olfato,  e  movimento),  resultando  potencialmente  em  sensibilidades 
sensoriais,  atrasos  nas  habilidades  motoras  e  problemas  com  auto‐regulação,  atenção  e 
comportamento.  Transtorno  de  Processamento  Sensorial  consiste  em  diversos  tipos  de 
disfunções  sensoriais  e/ou  motoras.  Uma criança  com  TPS  pode  demonstrar  um  ou  mais 
dos seguintes tipos de problemas: 

Disfunção  na  modulação  sensorial  é  caracterizada  por  uma  hiper‐sensibilidade  à 


informações sensoriais que tipicamente não incomodam outras pessoas. Problemas nessa 
área podem resultar em dificuldades com auto‐regulação e reação de luta‐e‐fuga. Crianças 
podem ser sensíveis a roupas, serem muito seletivos ao comer, reagir fortemente a sons, 
ou sentir medo de atividades que exijam movimento. 

 Disfunção  na  discriminação  sensorial  é  a  dificuldade  em  processar  e  interpretar 


importantes  qualidades  da  informação  sensorial.  Por  exemplo,    informações  quanto  a 
discriminação  de  movimento  determinam  se  alguém  está  de  cabeça  para  baixo  ou 
posicionado  corretamente.  Discriminação  de  informações  sensoriais  permite  que  alguém 
performe  habilidades  motoras,  e  problemas  com  discriminação  sensorial  normalmente 
resultam  em  dificuldades  com  postura  ou  atividades  que  involvam  habilidades  motoras, 
como esportes, coordenação, ou habilidades com bola. 

Transtorno de Praxis envolve problemas com planejamento motor, coordenação bilateral, 
e  realização  de  ações  motoras  complicadas  envolvendo  tempo  e  movimento  no  espaço. 
Problemas  em  Praxis  resultam  em  dificuldade  em  realizar  tarefas  motoras  do  dia  a  dia 
como vestir‐se, usar utensílios, jogar, ou organizar trabalho de casa. 
 

4 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
 

Um Guia para Problemas de 
Integração sensorial 
 

Quando o processo de integração sensorial não funciona efetivamente e eficientemente a criança pode 
encontrar  um  número  de  dificuldades  funcionais.  A  seguir  está  uma  tabela  que  identifica  possíveis 
problemas  sensoriais  encontrados,  e  sinais  resultantes  ou  comportamentos  exibidos  pela  criança  com 
TPS. Tipicamente, a criança com problemas de integração sensorial mostrará um ou mais desses sinais ou 
comportamentos.    

        Problemas Sensoriais  Sinais e comportamentos que a criança pode exibir
Hiper‐sensível a toques, movimentos,   Distraída 
visões ou sons.        Retraída quando tocada 
   Evita certas texturas, roupas e alimentos 
   Reage com medo de certos movimentos comuns, como brincar 
  no parquinho 
 Sensível a barulhos altos 
 Pode agir agressivamente quando recebe um estímulo 
sensorial inexperado. 
Pouco reativo a estimulação sensorial    Procura intensas experiências sensoriais, tais como girar, cair,  
bater em objetos 
 Pode parecer alheio à dor ou a posição do corpo 
 Pode variar entre escassez e excesso de responsividade 
Nível de atividade incomumente alto ou   Constantemente em movimento, ou lento para iniciar algo e 
baixo   cansa facilmente 
Problemas de coordenação    Pode ter pouco equilíbrio 
 Pode ter dificuldade com esportes e habilidades com bola 
 Pode ter imensa dificuldade em aprender novas tarefas que 
exijam coordenação motora 
 Parece estranho, rígido ou atrapalhado 
Atrasos em conquistas acadêmicas ou   Pode ter problemas em áreas acadêmicas, além ou aquém da 
atividades da vida diária   inteligência normal. 
 Problemas em escrever, usar a tesoura, amarrar os cadarços, 
abotoar roupas e fechar zípers. 

Pouca organização do comportamento    Pode ser impulsivo 
 Distraído 
 Pouco planejamento e aproximação de tarefas 
 Não antecipa os resultados das ações 
 Pode ter dificuldade em se ajustar à uma nova situação ou 
seguir comandos 
 Pode ficar frustrado, agressivo ou retraído quando falha. 
Pobre auto‐conceito    Pode parecer preguiçoso, entediado, desmotivado. 
 Pode evitar tarefas e parecer problemático ou teimoso. 
     

5 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Eu acho que meu filho pode ter TPS… E agora?  
O Processo de Avaliação 
Preferivelmente,  seu  filho  deve  ser  avaliado  e  tratado  por  um  terapeuta  ocupacional  certificado  em 
integração  sensorial,  que  tenha  experiência  tanto  em  avaliação  quanto  no  tratamento  das  dificuldades 
em integração sensorial. Muitos pais perguntam, “o que deveria ir na avaliação do meu filho?”. Isso vai 
variar dependendo do cenário,  plano de saúde, e outros fatores. Entretanto, uma abordagem abrangente 
baseada em estímulos sensoriais e terapia de integração terá muitos aspectos e habilidades importantes 
que deverão ser acessadas detalhadamente. A lista de avaliação localizada no apêndice pode ser usada 
como  um  guia  para  determinar  se  a  sua  criança  recebeu  um 
avaliação abrangente baseada integração sensorial. 

Perfis Sensoriais ou  A primeira informação que um terapeuta ocupacional irá reunir 
históricos sensoriais são  são  as  informações  básicas  de  seu  filho.  Isso  inclui  histórico 
médico,  educacional  e  de  desenvolvimento,  assim  como 
ótimas ferramentas, 
serviços de terapia que seu filho já tenha recebido. Um perfil de 
entretanto, eles não 
ocupação  do  seu  filho  pode  ser  desenvolvido,  o  que  ajudará  a 
devem ser as únicas   pintar a situação atual dele como um todo. O perfil de ocupação 
ferramentas de avaliação  inclui  atividades  que  a  criança  atualmente  busca  ou  gosta  de 
usadas para determinar  fazer,  histórico  social  e  identificação  de  quais  habilidades  e 
TPS. atividades  seu  filho  precisa  ou  quer  ser  capaz  de  fazer,mas 
atualmente  não  pode.  Observar  as  informações  sobre  a 
performance do seu filho em uma variedade de cenários como 
na escola, na clínica e em casa é conveniente. 

Para uma avaliação abrangente, um  conjunto de avaliações formais e estruturadas deve ser completado. 
O teste de Praxis e Integração Sensorial (SIPT) é a avaliação adequada para crianças entre 5‐8 anos. Essa 
avaliação  deve  ser  administrada  e  interpretada  por  um  terapeuta  certificado.  Ela  acessa  diferentes 
aspectos  da  integração  sensorial  incluindo  discriminação  tátil  e  de  movimento  (vestibular),  habilidades 
visuo‐perceptuais  e  habilidades  de  praxis,  como  planejamento  motor  e  coordenação  bilateral.    Outras 
avaliações  podem  ser  usadas  com  diferentes  grupos  etários  ou  crianças  com  outros  diagnósticos,  como 
autismo. Um questionário desenvolvido pela clínica/escola/terapeuta por quem você foi indicado ou  um 
questionário  padronizado,  como  o  Perfil  Sensorial,  são  tipicamente  oferecidos  aos  cuidadores  para 
fornecer  informações  sobre  o  impacto  do  processamento  sensorial  nas  funções  do  seu  filho.  Esse 
questionário irá acessar como seu filho reage a sensações, a movimentos, e seu comportamento durante 
um dia normal. Informações recolhidas através dessas avaliações irão fornecer ao terapeuta o perfil do 
processamento  sensorial  do  seu  filho,  suas  habilidades  de  praxis,  e  o  efeito  que  a  integração  sensorial 
está tendo na vida dele. Essas informações irão permitir que o terapeuta use das mais efetivas técnicas de 
intervenção, e irá fornecer aos cuidadores dicas e estratégias que poderão ser usadas em casa. 

6 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Intervenção:  O que acontece numa intervenção 
Escola vs. integração  de  Terapia  ocupacional  baseada  em  estímulos 
sensorial na clínica 
sensoriais? 
Dependendo dos serviços que a 
Uma  intervenção  terapêutica  ocupacional  baseada  em  estímulos 
criança recebe, ela pode ver o  sensoriais  (às  vezes  chamada  TO‐IS)  é  baseada  na  necessidade  única  de 
terapeuta ocupacional em uma  cada  criança.  Pode  endereçar  dificuldades  com  auto‐regulação, 
clínica ou na escola.  processamento  sensorial,  consciência  corporal,  planejamento  motor  ou 
Intervenção terapêutica  desenvolvimento de habilidades motoras grossas e finas. Terapeutas irão 
ocupacional baseada em  desenvolver  objetivos  individualizados  com  os  pais  e  a  criança  a  fim  de 
Integração sensorial pode  endereçar as necessidades das crianças nessas áreas. Através das sessões, 
seu  terapeuta  tipicamente  irá  estruturar  sessões  de  tratamento  usando 
parecer bem diferente na 
ideias e pistas que seu filho fornece para fazer as atividades significativas 
escola e na clínica. Na escola, a  para ele. O uso de um tema imaginativo na brincadeira frequentemente 
intervenção base irá enfatizar  facilita  a  vontade  da  criança  de  participar  nas  atividades  desejadas.  O 
tipicamente o desenvolvimento  terapeuta  irá  adaptar  a  atividade  para  fornecer  o  desafio  “na  medida 
de habilidades que irão ajudar  certa”, que assegura que ele não será tão difícil que a criança não queira 
o máximo possível as funções  participar,  nem  tão  facil  que  a  criança  rapidamente  perca  o  interesse. 
Apesar de a terapia às vezes parecer uma brincadeira casual, as atividades 
da criança na área educacional, 
são  designadas  a  promover  o  processamento  sensorial  da  criança  e  o 
em conjunto com um Plano de 
desenvolvimento  de  habilidades,  e  ambos  o  terapeuta  e  a  criança  estão 
Educação Individualizado (PEI).  trabalhando bastante.  
No ambiente da clínica, a   
intervenção irá focar em ajudar  Todas as atividades que seu filho desempenha durante a terapia tem um 
a criança a desenvolver  propósito.    As  atividades  podem  ser  aquelas  que  promovam  o 
habilidades motoras e  desenvolvimento  de  sistemas  sensoriais,  como  brincar  em  meios 
sensorias,  por  exemplo  achando  objetos  num  balde  de  feijões  ou  um 
sensoriais necessárias para as 
balanço especial.  Algumas atividades promoverão o desenvolvimento de 
funções de casa e da  força e controle postural, como escalar ou pular, balançar em um grande 
comunidade. A intervenção  travesseiro de ar, ou pular num trampolim. Outras atividades irão enfatizar 
baseada na escola pode  coordenação motora, planejamento e habilidades motoras que envolvam 
envolver consulta com os  tempo  e  movimento  pelo  espaço,  como  completar  um  percurso  com 
professores, adaptação do  obstáculos,  atravessar  labirintos  em  um  patinete,  ou  jogar  pufes  em  um 
ambiente da sala de aula, e  alvo.  Sessões  iniciais  de  terapia  irão  frequentemente  enfatizar  o 
processamento  de  integração  sensorial  e  o  desenvolvimento  de 
fornecimento de estratégias 
habilidades fundamentais como postura, atenção ou auto‐regulação, com 
baseadas em estímulos  as atividades baseadas nas necessidades sensoriais ocorrendo de alguma 
sensoriais. Em ambos os  forma  mais  tarde  no  processo  de  terapia.  Habilidades  sociais  podem  ser 
quadros, terapeutas podem  endereçadas através de brincaderias cooperativas com crianças da mesma 
sugerir o uso de uma dieta  idade, que podem estar trabalhando um a um com o terapeuta ao mesmo 
sensorial para ajudar a criança  tempo.  A  frequência  e  duração  da  terapia  irá  depender  da  criança,  do 
cliente, do plano de saúde, e das necessidades individuais da criança. Mas 
a organizar suas habilidades 
é comum que a criança precise de 50 a 80 horas no total de sessões. Em 
durante o dia. 
alguns  casos  a  terapia  pode  ocorrer  de  duas  a  três  vezes  por  semana,  o 
que pode diminuir o número de meses de tratamento. 
7 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
 
Como as famílias podem acolher atividades de Integração 
Sensorial em casa? 
Há muitas atividades e estratégias que podem ser feitas em casa para ajudar seu filho a 
funcionar  no  seu  melhor.  Através  da  intervenção  e  consulta  com  um  terapeuta,  dicas 
específicas  para  o  seu  filho  podem  ser  sugeridas.  Este  quadro  fornece  uma  referência 
rápida  de  atividades  para  diferentes  necessidades  sensoriais  que  podem  ser  feitas  em 
casa. Lembre‐se, porém, que cada criança é única e pode responder de forma diferente a 
estas sugestões. 

Atividades e estratégias para tentar em casa 
 
Atividades para acalmar e  Conseguindo respostas de  Atividades motoras e 
organizar  crianças com pouca  posturais
discriminação ou pouco 
responsivas a estímulos   
Chupar um pedaço de doce ou  Alimentos crocantes: pé de  Caminhada Animal: andar 
sugar pudim por um canudo  moleque, biscoitos, bolachas,  pela casa ou por um labirinto 
cenoura, amendoim   imitando diferentes animais  
Soprar bolhas de sabão  Quicar em uma bola  Sentando em uma bola 
terapêutica 
imitando “cheirar as flores e  Pular no colchão  Corrida de tapete: ter a 
soprar as velas” (respiração  criança sentada num lençol e 
profunda)  puxá‐la pela casa  
Colocar as mãos nos ombros ou  Encontrar pequenos objetos  Brincar de Carrinho de mão 
cabeça da criança com uma  num balde de feijões 
pressão firme e segura 
Sanduíche de almofadas:  Empurrando ou movendo caixas  Labirinto ou parquinho: 
Usando almofadas para fornecer  pesadas, potes, panelas  encorajar a subir e pular 
pressão profunda para criança 
Empurrando a parede   Flexões em cadeira ou muro   Andar ou engatinhar numa 
superfície instável, como uma 
pilha de travesseiros 
Embalar, balançar ou criar um  Escalar ou pendurar em barras  Rolar morro abaixo e subir de 
pequeno espaço tranquilo para  volta 
a criança ir 

8 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Como saber se a intervenção por Integração sensorial funciona? 
Uma  grande  quantidade  de  pesquisas  dedicadas  ao  desenvolvimento  da  teoria  de  integração  sensorial, 
sua intervenção e a validação do diagnóstico de transtorno de processamento sensorial ocorreu na última 
década.    Integração  sensorial  continua  a  ser  uma  das  áreas  práticas  mais  pesquisadas  na  profissão  da 
terapia ocupacional. 

Uma  revisão  sistemática  abrangente  de  evidências  sobre  a  efetividade  da  intervenção  usando  a 
aproximação sensorio‐integrativa com crianças foi completada por May‐Benson e Koomar em 2010. Seus 
achados indicam que a terapia de integração sensorial pode acarretar em resultados de sucesso nas áreas 
de planejamento motor, habilidades de leitura, capacidades do brincar e alcance de objetivos individuais 
das crianças. Uma série de cinco revisões sistemáticas foram completadas ao mesmo tempo, incluindo um 
exame de evidência neurofisiológica para apoiarTO‐IS (Schaaf & Lane, 2010), a relação entre problemas 
no processamento sensorial e habilidades funcionais (Koenig, 2010), evidência para subtipos de déficits de 
integração  sensorial  (Davies,  2010),  e  eficácia  de  outras  abordagens  em  problemas  sensoriais  não 
baseadas em TO‐IS (Polatajko & Catin, 2010). Essa literatura apoia a teoria de integração sensorial e sua 
intervenção. 

Além  disso,  vários  estudos  tem  examinado  a  relação  entre  o  processamento  sensorial  das  crianças  e  a 
performance  de  seus  pais.  Cohn,  May‐Benson,  e  Teasdale  (2011)  descobriram  que  os  problemas  de 
processamento  sensorial  da  criança  estão  relacionados  ao  senso  de  competência  dos  pais.    Estudos 
realizados  previamente  por  Cohn  (2001)  enfatizaram  as  percepções  dos  pais  quanto  aos  benefícios  da 
terapia ocupacional e da intervenção em integração sensorial para as crianças. Ademais, à obtenção de 
participação  social  e  habilidades  motoras,  os  pais  valorizaram  a  educação  recebida  pelo  terapeuta 
ocupacional quanto ao comportamento de seus filhos, o que os ajudou a mudar sua relação e expectativa 
quanto as crianças.  

Pesquisas  relacionadas  a  integração  sensorial  estão  continuamente  acontecendo  e  é  recomendado  que 


indivíduos  interessados  em  obter  mais  informações  vejam  a  lista  de  referências  na  parte  de  trás  deste 
guia e vejam os sites a seguir para informações atuais. 

Sites  
 
 The Spiral Foundation:  www.thespiralfoundation.org/index.html 
 Fundação de Transtorno de Processamento Sensorial: www.spdnetwork.org  
 Rede Global de IS: http://www.siglobalnetwork.org 

9 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Perguntas Frequentes 
Quais são as causas dos problemas de Integração sensoriais? 

A  investigação  sugere  que  pode  haver  uma  grande  variedade  de  fatores  que  contribuem  para  os 
problemas  de  Integração  sensorial.  Esses  fatores  incluem  genética,  prematuridade,  trauma  no 
nascimento,  exposição  pré‐natal  ao  estresse  e  álcool,  e  problemas  precoces  de  saúde  como  icterícia, 
entre outros fatores. 

Transtorno de processamento sensorial pode ser curado? 

Quando terapia ocupacional é fornecida usando uma estrutura de Integração sensorial, estes problemas 
podem  ser  minimizados.  O  sistema  nervoso  pode  ser  alterado,  a  capacidade  de  processar  a  sensação 
pode ser melhorada e pode ocorrer um melhor desempenho em atividades de vida diária e habilidades. 

Os problemas de processamento sensoriais irão embora quando o meu filho crescer? 

Não, sem tratamento esses problemas não desaparecem com o tempo. Problemas de Integração sensorial 
persistem  na  idade  adulta.  No  entanto,  podem  aparecer  com  menos  intensidade  ao  longo  do  tempo, 
devido à grande flexibilidade que grande parte dos adultos tem em controlar as suas atividades diárias em 
comparação  com  as  crianças.  Os  adultos  podem  aprender  estratégias  e  ferramentas  para  ajudá‐los  a 
manejar  seus  problemas  de  IS.  Mas  eles  também  podem  receber  Intervenção    direta  em  Integração 
sensorial. Nunca é tarde demais para Intervenção TO‐IS. 

Como TPS está relacionada com TDAH, DDA, transtorno Não‐Verbal de Aprendizado (TNVA), autismo, 
ou  dificuldades  de  aprendizagem  (DA)?  Se  uma  criança  tem  um  outro  diagnóstico,  ela  ainda  irá  se 
beneficiar de Intervenção em IS? 

 Dificuldades  em  Integração  sensorial  podem  ocorrer  isoladamente  ou  em  conjunto  com  muitos  outros 
diagnósticos. As crianças com outros diagnósticos provavelmente irão receber uma variedade de serviços 
(fonoaudiologia, ABA, aulas particulares etc.). Elas também podem tomar medicamentos. Intervenção em 
Integração sensorial é apropriado para as crianças que, além de outras dificuldades, têm problemas com 
processamento sensorial que afetam seu desempenho diário e funcional. 

Quais  são  as  semelhanças  e  diferenças  entre  o  TDAH,  DDA  e  TPS?  Déficits  de  atenção  podem  ser 
curados com Intervenção em IS? 

As dificuldades com o nível de despertamento, atenção, e movimento excessivo podem estar presentes 
em cada transtorno, e Intervenção em Integração sensorial pode ajudar a reduzir esses problemas. Alguns 
comportamentos  normalmente  atribuídos  a  DDA  ou  TDAH  podem  realmente  indicar  TPS.  Por  exemplo, 
uma  criança  que  é  sensível  ao  toque  ou  ruído  pode  ser  facilmente  distraída;  ou  pouca  estabilidade 
postural ou pouco processamento de estímulo vestibular do ouvido interno podem resultar em constante 
movimento quando sentado. 

 
10 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Todas as crianças com autismo têm dificuldades em Integração sensorial? 

Embora  as  estimativas  variem,  cerca  de  90%  ou  mais  das  crianças  com  autismo  experienciam  alguns 
problemas  de  Integração  sensorial,  e  Intervenção  em  IS  pode  ajudar  a  atenuar  sintomas  de  autismo 
relacionados a problemas sensoriais. 

 TPS está relacionada com transtorno de ansiedade? 

Observações  sugerem  que  os  indivíduos  com  TPS  podem  ser  mais  propensos  a  ansiedade  devido  aos 
efeitos  dessa  condição na  vida  quotidiana.  Um  estudo  realizado  pela Spiral  Foundation  mostra  relações 
significativas entre ansiedade e processamento sensorial em adultos. 

Intervenção em Integração sensorial pode ajudar a criança a aprender a falar e ler?  
Sim,  se  as  questões  de  linguagem  ou  de  leitura  estiverem  enraizadas  em  problemas  de  processamento 
sensorial. Muitas crianças com problemas de fala e linguagem têm dificuldade com o funcionamento do 
cerebelo. O cerebelo é o centro do cérebro onde estímulos vestibulares (movimento), oculares (visual), e 
proprioceptivos (posição do corpo) são organizados. Fisioterapia e terapia ocupacional com um enfoque 
em  Integração  sensorial  podem  abordar  estas  questões,  resultando  na  melhoria  das  competências 
linguísticas e habilidades de leitura da criança. Além disso, as habilidades abordadas através desta terapia, 
como  a  regulação  do  nível  de  estimulação,  controle  postural,  e  planejamento  motor,  são  habilidades 
fundamentais que são necessárias para apoiar qualquer tipo de aprendizado.  
 
Quais tipos de brinquedos eu devo comprar para meu filho? 
Brinquedos que promovam a imaginação assim como brinquedos que lhe permitam a oportunidade de se 
mover  e  pular  são  ótimos.  Estes  incluem  balanços,  escorregadores,  bicicletas,  trampolins,  etc.  Alguns 
brinquedos  que  você  talvez  veja  na  clínica  de  terapia  ocupacional  ou  durante  a  terapia  de  integração 
sensorial  também  funcionariam  bem  para  sua  criança.  Itens  específicos  na  clínica  incluem  travesseiros, 
túneis, almofadas e redes. Pergunte ao seu terapeuta qual pode funcionar melhor para seu filho ou peça 
que  eles  sugiram  alguns  itens  domésticos  comuns  que  possam  ser  transformados  em  ideias  divertidas. 
Veja também o site da Spiral Foundation para sugestões anuais de presentes. 
 
O que devo dizer para meu filho?   
Manter a linguagem simples é o modo mais efetivo de se comunicar com a criança. Ter certeza de dizer 
que  eles  são  amados  e  apreciados  é  importante  no  processo  terapêutico.  Explique  para  ela  que  todo 
mundo  é  feito  de  forma  diferente  e  que  algumas  vezes  as  pessoas  precisam  de  diferentes  coisas  para 
fazer seus corpos se sentirem bem para que eles possam ser capazes de brincar e aprender na escola.  
     
A  escola  do  meu  filho  pensa  que  ele  tem  TDAH,  mas  meu  terapeuta  ocupacional    pensa  que  é  um 
problema sensorial. Como eu reconcilio esse debate?                     
                               
Se você tiver um relatório de avaliação que expõe as questões sensoriais do seu filho, é importante
compartilhá-lo com a escola. Também pode ser de grande ajuda que o professor de seu filho preencha a
checklist de integração sensorial para professores, destacando problemas relacionados a perfomance
escolar. A discussão pode ser mais fácil depois de o professor ter feito suas próprias observações. Clínicas
especializadas em IS frequentemente dão palestras e informações que a equipe da escola pode assistir.
 
 

11 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Onde eu posso encontrar mais a respeito de integração sensorial? 
Livros em Integração sensorial 
 Living Sensationally: Understating Your Senses: Winnie Dunn   
 Love, Jean: Inspiration for Families Living with Dysfunction of Sensory integration: A, Jean Ayres, 
Zoe Mailloux             
 Making Sense of Sensory integration (CD e Booklet): Conversation with Jane Koomar, PhD, OTR/L, 
FAOTA e Stacey Szklut, MS ,OTR/L, moderated by Sharon Cermak, Ed.D., OTR/L, FAOTA 
 SenseAbilities ‐ Understanding Sensory integration: Maryann Colby Trott, Marci K. Laurel, e Susan 
L. Windeck 
 Sensorial Defensiveness in children aged 2‐12: An assessment guide for parents e other 
caretakers: Patricia Wilbarger   
 Sensory integration and the Child:  25th Anniversary Edition: A. Jean Ayres 
 Sensory integration: Answers for Parents: Gina Geppert Coleman, Zoe Mailloux e Susanne Smith 
Roley 
 Sensational Kids:  Hope and help for children with Sensory Processing Disorder: Lucy Jane Miller 
e Doris Fuller 
 The Everything Parent's Guide To Sensory integration Disorder: Get the Right Diagnosis, 
Understand Treatments, And Advocate for Your Child: Terri Mauro, Sharon A. Cermak  
 The Highly Sensitive Child: Helping Our Children Thrive When the World Overwhelms Them:  
Elaine Aron                                                                                                                                                                           
 The Mislabeled Child:  How Understanding your child’s Unique Learning Style Can Open the 
Doors to Success, Brock Eide & Fernette Eide. 
 The Misunderstood Child, Fourth Edition: Understanding and Coping with Your Child's Learning 
Disabilities: Larry B. Silver M.D.  
 The Out‐of‐Sync Child: Recognizing e Coping with Sensory Processing Disorder: Carol Stock 
Kranowitz 
 The Out‐of‐Sync Child Has Fun, Revised Edition: Activities for Kids with Sensory Processing 
Disorder: Carol Stock Kranowitz 
 

 
12 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Referências 
 Bar‐Shalita, T., Vatine, J., & Parush, S. (2008). Sensory modulation disorder: A risk factor for 
participation in daily life activities. Developmental Medicine & Child Neurology, 50, 932–937. 
 
 Ben‐Sasson, A., Carter, A., & Briggs‐Gowan, M. (2009). Sensory over‐responsivity in elementary school: 
prevalence and social‐emotional correlates. Journal of Abnormal Child Psychology, 37, 705–716. 
 
 Ben‐Sasson, A., Cermak, S., Orsmond, G., Carter, A., Kadlec, M., & Dunn, W. (2007). Extreme sensory 
modulation behaviors in toddlers with autism. American Journal of Occupational Therapy, 61, 584–
592. doi:10.5014/ajot.61.5.584 . 
 
 Carter, A., Ben‐Sasson, A., & Briggs‐Gowan, M. (2011). Sensory over‐responsivity, psychopathology, 
and family impairment in school‐aged children. Journal of the American Academy of Child & 
Adolescent Psychiatry, 50, 1210–1219. 
 
 Case‐Smith, J., & Arbesman, M. (2008). Evidence‐based review of interventions for autism used in or 
of relevance to occupational therapy. American Journal of Occupational Therapy, 62, 416–429. 
doi:10.5014/ajot.62.4.416. 
 
 Cohn, E. (2001). Parent perspectives of occupational therapy using a sensory integration approach. 
American Journal of Occupational Therapy, 55, 285–294. doi:10.5014/ajot.55.3.285. 
 
 Cohn, E., May‐Benson, T., & Teasdale, A. (2011). The relationship between behaviors associated with 
sensory processing and parental sense of competence. OTJR: Occupation, Participation and Health, 31, 
172–181. 
 
 Cohn, E., Miller, L., & Tickle‐Degnen, L. (2000). Parental hopes for therapy outcomes: Children with 
sensory modulation disorders. American Journal of Occupational Therapy, 54, 36–43. 
doi:10.5014/ajot.54.1.36. 
 
 Cosbey, J., Johnston, S., & Dunn, M. (2010). Sensory processing disorders and social participation. 
American Journal of Occupational Therapy, 64, 462–473. doi:10.5014/ajot.2010.09076. 
 
 Davies, P., & Tucker, R. (2010). Evidence review to investigate the support for subtypes of children 
with difficulty processing and integrating sensory information. American Journal of Occupational 
Therapy, 64, 391–402. doi:10.5014/ajot.2010.09070. 
 
 Keuler, M., Schmidt, N., Van Hulle, C., Lemery‐Chalfant, K., & Goldsmith, H. (2011). Sensory over‐
responsivity: Prenatal risk factors and temperamental contributions. Journal of Developmental & 
Behavioral Pediatrics, 32, 533–541. doi:10.1097/DBP.0b013e3182245c05. 
 
 Kinnealey, M., Koenig, K., & Smith, S. (2011). Relationships between sensory modulation and social 
supports and health‐related quality of life. American Journal of Occupational Therapy, 65, 320–327. 
doi:10.5014/ajot.2011.001370. 
 
13 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
 Koenig, K. P., & Rudney, S. G. (2010). Performance challenges for children and adolescents with 
difficulty processing and integrating sensory information: A systematic review. American Journal of 
Occupational Therapy, 64, 430– 442.  
 
 Koenig, K., & Rudney, S. (2010). Performance challenges for children and adolescents with difficulty 
processing and integrating sensory information. American Journal of Occupational Therapy, 64, 430–
442. doi:10.5014/ajot.2010.09073. 
 
 Lane, S. & Schaaf, R. (2010). Examining the neuroscience evidence for sensory‐driven neuroplasticity: 
Implications for sensory‐based occupational therapy for children and adolescents. American Journal of 
Occupational Therapy, 64, 375–390. doi:10.5014/ajot.2010.09069. 
 
 May‐Benson, T., & Koomar, J. (2010). Systematic review of the research evidence examining the 
effectiveness of interventions using a sensory integrative approach for children. American Journal of 
Occupational Therapy, 64, 403–414. doi:10.5014/ajot.2010.09071. 
 
 May‐Benson, T., Koomar, J., & Teasdale, A. (2009). Incidence of pre‐, peri‐, and post‐natal birth and 
developmental problems of children with sensory processing disorder and children with autism 
spectrum disorder. Frontiers in Integrative Neuroscience, 3:31. doi: 10.3389/neuro.07.031.2009. 
 
 May‐Benson. T.A., & Koomar, J. A. (2010). Systematic review of the research evidence examining the 
effectiveness of interventions using a sensory integrative approach for children. American Journal of 
Occupational Therapy, 64, 403‐414.  
 
 Polatajko, H., & Cantin, N. (2010). Exploring the effectiveness of occupational therapy interventions, 
other than the sensory integration approach, with children and adolescents experiencing difficulty 
processing and integrating sensory information. American Journal of Occupational Therapy, 64, 415–
429. doi:10.5014/ajot.2010.09072. 
 
 Reynolds, S., & Lane, S. (2008). Diagnostic validity of sensory over‐responsivity: A review of the 
literature and case reports. Journal of Autism and Developmental Disorders, 38, 516–529. 
 
 Royeen, C., & Luebben, A. (2009). Sensory integration: A compendium of leading scholarship). 
Bethesda, MD: AOTA Press. 
 
 Turner, K., Cohn, E., & Koomar, J. (2012). Mothering when mothers and children both have sensory 
processing challenges. In Press. British Journal of Occupational Therapy.  
 

14 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Apêndice 

 
 
“Como eu sei”  checklist 
__ 1. Dificuldade em focar sua atenção; ou foca demais e é incapaz de mudar para uma 
próxima tarefa. 
__   2. Baixo tônus muscular; tende a deitar nos braços ou afundar‐se na cadeira. 
__   3. Precisa de mais prática do que outras crianças para aprender novas habilidades. 
__   4. Inverte letras como b e d; não consegue espaçar as letras nas linhas. 
__   5. Quebra lápis frequentemente ou escreve com muita pressão. 
__   6. Não gosta de pular, balançar ou ter os pés fora do chão. 
__   7. Não gosta de escrever à mão, cansa facilmente durante escritas em sala de aula. 
__   8. Tem dificuldade em prestar atenção ou seguir instruções. 
__   9. Muito ativo e incapaz de diminuir o ritmo. 
__  10. Pouca auto‐estima, falta de confiança. 
__  11. Não gosta de nadar, tomar banho, abraçar, e/ou cortar o cabelo. 
__  12. Reage exageradamente a toques, sabores, sons, e aromas. 
__  13. Evita educação física ou atividades que envolvam esportes. 
__  14. Acha difícil fazer amizade com crianças da mesma idade, preferindo brincar com 
adultos e crianças mais novas. 
__  15. Tem dificuldade em seguir diversas instruções para cumprir uma tarefa motora. 
 
*Se a criança apresenta três ou mais dos problemas nesta lista, intervenção com terapia ocupacional pode auxiliar 
Veja o site da Spiral Foundation , www.thespiralfoundation.org, para um “Como Posso Saber” com diferentes faixas 
etárias.  Outros idiomas também estão disponíveis. 

15 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Uma avaliação compreensiva em Integração sensorial‐ Checklist 
Informações e habilidades sendo avaliadas Avaliação Idade  Presente na 
avaliação  

Informações básicas: histórico médico, educacional,  Perfil de ocupação, ingestões,  Todas as   


de desenvolvimento e terapêutico.  histórico de desenvolvimento  idades 
clínico 
Informação atual: quais atividades a criança  Perfil de ocupação, ingestões,  Todas as   
procura ou gosta, quais a criança precisa e quer  histórico de desenvolvimento  idades 
fazer, áreas de força e de dificuldade  clínico  

Avaliações desestruturadas: observação clínica no  Perfil de ocupação, ingestões,  Todas as   


consultório, na escola, em casa ou por relatório dos  histórico de desenvolvimento  idades 
pais.  clínico, 
Ayres‐observação clínica e 
avaliação em 
Modulação / Discriminação 
Sensorial 
Avaliações estruturadas: uso de uma medida de  SIPT, Avaliação Miller para  4‐8   
referência padronizada para interpretar os efeitos  Pre‐escolares (MAP), BOT‐2, 
da integração sensorial e praxis na performance  ABC do Movimento 
 
Modulação Sensorial: sensibilidades sensoriais,  Perfil Sensorial, Teste clínico  3‐10   
busca sensorial e auto‐regulação  sensorial, Medida de 
Processamento Sensorial 
Discriminação Sensorial: Visual, tátil, vestibular‐ SIPT, MAP 4‐8   
proprioceptivo 
Controle Postural: controle ocular, oral e motor  COMPS, Ayres‐observação  5‐15   
bilateral  clínica  
Coordenação Motora: habilidades motoras grossas Peabody, BOT‐2  Birth‐5   
Coordenação motora fina: escrita de mão, corte,  BOT‐2, Peabody, e avaliações  Birth‐5   
manipulação de coisas com a mão  de escrita manual  
Praxis: imitação, planejamento, tempo certo/ação  SIPT, Teste de Praxis ideal 4‐8   
cronometrada, construção, planejamento de 
espaço, e sequenciamento de ações 
Habilidade de percepção visual: integração visual e  Integração Visuo‐Motora,  2‐18   
habilidades visuo‐espaciais   Teste de habilidade de 
percepção visual (TVPS‐3), 
Teste de livre percepção 
visuo‐motora (MVPT‐3) 
AVDs: vestir, comer, banho, auto‐cuidado, brincar Observação, ingestões,  Todas as   
    histórico de desenvolvimento  idades 
clínico 
Habilidades Organizacionais: gerenciamento de  Observação, ingestões,  Todas as   
materiais, cronogramas, transições, e expectativas  histórico de desenvolvimento  idades  
sociais.  clínico 
*Nota: Existem muitas avaliações padronizadas disponíveis, esses são alguns testes comumente usados, mas não abrangentes 

16 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
Glossário dos termos 
Resposta  adaptativa  é  uma  resposta  propositada  e  objetivamente  direcionada  à  uma  informação 
sensorial ou demanda de uma tarefa.  

Apraxia é a dificuldade em planejar movimentos motores. Normalmente, em um adulto, isso se refere a 
um déficit de coordenação motora adquirido. Fonoaudiólogos que trabalham com crianças podem referir 
a isso como apraxia de fala.  

Transtorno  de  desenvolvimento  de  coordenação  (TDC)  é  um  diagnóstico  presente  no  DSM‐IV  que  se 
refere  a  um  transtorno  na  coordenação  motora.  Esse  termo  é  frequentemente  utilizado  em  pesquisas 
referentes a problemas de coordenação motora em crianças e é especialmente usada por médicos. É mais 
comumente  usado  na  Grã‐Betanha  e  Europa.  TDC  é  caracterizado  por  um  problema  na  coordenação 
motora  que  resulta  em  dificuldades  funcionais.  Atualmente,  esse  diagnóstico  não  pode  ser  dado  em 
conjunto com o diagnóstico de autismo. Dentro do quadro de integração sensorial, TDC é visto como um 
termo  amplo,  que  inclui  transtorno  da  práxis  de  planejamento  motor,  coordenação  bilateral  e  ações 
projetadas sequenciadas.  

Insegurança  Gravitacional  é  um  medo  intenso  ou  ansiedade  que  ocorre  quando  há  uma  mudança  na 
posição da cabeça do indivíduo ou quando este se movimenta pelo ambiente.  

Hiper‐responsividade é uma emoção fortemente negativa ou comportamento associado com um hiper‐
sensibilidade  a  um  estímulo  sensorial.  A  criança  pode  reagir  defensivamente,  se  retrair,  ou  ficar 
sobrecarregada.  

Hipo‐responsividade  é  a  falta  de  sensibilidade  a  um  estímulo  sensorial.  A  criança  pode  ansiar  por 
sensações intensas.  

Planejamento Motor é a habilidade de criar um plano para ações motoras, desenvolver os passos para 
completar o plano, e então executar o plano. 

Práxis ou planejamento motor é a habilidade de planejar e sequenciar os passos de uma ação motora. É 
dependente  de  uma  efetiva  discriminação  sensorial.  Crianças  com  problemas  de  práxis  tem  dificuldade 
em  executar  tarefas  motoras,  desenvolver  habilidades  organizacionais  e  interagir  com  objetos  de  uma 
forma imaginativa e lúdica. Problemas nessa área são normalmente conhecidos como apraxia. 

Propriocepção é a informação sensorial gerada pelas articulações e músculos de uma pessoa. Isso diz ao 
indivíduo  onde  seu  corpo  está  em  relação  ao  espaço.  É  importante  para  regulação  de  força,  controle 
postural  e  consciência  corporal.  É  também  um  importante  estímulo  sensorial  para  promover  auto‐
regulação. Propriocepção trabalha em conjunto com ambos os sistemas tátil e vestibular. 

Discriminação  Sensorial  nos  permite  aprender  sobre  qualidades  específicas  da  informação  sensorial, 
como  tamanho,  forma  e  textura,  direção  de  um  ruído,  posição  corporal  e  movimento  no  espaço. 
Dificuldades em discriminação sensorial quase sempre resultam em dificuldades motoras, como falta de 
coordenação ou atraso no desenvolvimento motor. 

Avaliação em Integração Sensorial é uma avaliação especializada da terapia ocupacional que é conduzida 
por  uma  teoria  de  referência  em  integração  sensorial.  O  processo  de  avaliação  acessa  como  a  pessoa 
processa (discrimina e modula) informações sensoriais; como esse processamento afeta os mecanismos 

17 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n
fundamentais,  como  as  habilidades  visio‐posturais,  habilidades  visio‐perceptuais,  habilidades  de  mão  e 
escrita, assim como coordenação motora grossa e fina; e como o processamento sensorial e habilidades 
de práxis impactam o funcionamento da vida diária. 

Déficit Sensorial integrativo é um termo que se refere aos problemas que um indivíduo possui com uma 
ou mais áreas do processamento sensorial ou planejamento motor e coordenação. 

Disfunção  Sensorial  integrativa  é  um  termo  que  se  refere  ao  déficit  nas  habilidades  do  indivíduo  de 
integrar e interpretar sensações vindas do ambiente. Disfunção sensorial integrativa é uma inabilidade de 
processar eficientemente uma informação sensorial. 

Teste de Integração Sensorial e Praxis (SIPT) é uma avaliação padronizada, desenvolvida pela Dr. Jean A. 
Ayres para avaliar as capacidades e habilidades de integração sensorial das crianças. O terapeuta deve ser 
treinado e certificado para realizar o SIPT numa criança. 

Teoria  de  Integração  Sensorial  refere‐se  às  construções  teóricas  neuro‐baseadas  que  discutem  como  o 
cérebro  processa  sensações  e  impactos  nas  respostas  motoras,  comportamentais,  emocionais,  e 
respostas de atenção. 

Intervenção  em  Integração  Sensorial  é  uma  intervenção  específica  baseada  no  modelo  da  teoria  de 
integração  sensorial  onde  o  fornecimento  de  uma  melhor  informação  sensorial,  nesse  contexto  de 
própósito  e  atividades  significativas,  é  visto  como  uma  forma  de  melhorar  o  desenvolvimento  do 
funcionamento  do  sistema  nervoso  do  indivíduo.  A  intervenção  de  Ayres®  em  Integração  sensorial  é  a 
única  intervenção  que  é  criança/pessoa  direcionada  e  acontece  de  uma  forma  divertida,  lúdica  e  num 
ambiente acolhedor. 

Modulação  Sensorial  é  a  habilidade  de  pegar  uma  informação  sensorial,  decidir  o  que  é  relevante,  e 
realizar uma resposta comportamental apropriada. Dificuldades nessa área podem resultar em esquiva ou 
medo  de  sensações  normais  ou  respostas  fora  dos  padrões  de  um  comportamento  de  busca  sensorial 
comum. Problemas em modulação sensorial podem causar impacto no desenvolvimento comportamental 
e emocional. 

Defensividade  tátil  é  uma  reação  extremamente  negativa  ao  toque  (mesmo  que  de  leve)  ao  corpo  do 
indivíduo.  

Discriminação tátil é a habilidade de diferenciar ou identificar diferenças em sensações táteis e de toque. 
É  também  a  habilidade  de  diferenciar  características  de  um  objeto  através  do  toque,  como  tamanho, 
forma, e temperatura. 

Estímulos sensório‐vestibulares refrem‐se ao senso de movimento do indivíduo. Essa é uma informação 
sensorial  do  ouvido  interno,  que  é  responsável  pelo  equilíbro.  Ele  detecta  e  processa  informação  em 
todos os planos de movimento. Além do equilíbrio, o sistema vestibular controla a postura e as respostas 
protetivas  do  indivíduo,  e  trabalha  em  conjunto  com  o  sitema  visual  para  permitir  uma  movimentação 
efetiva pelo espaço. Tem também uma forte influência nas emoções e auto‐regulação. 

18 | P i d a d e                                                     S p i r a l   F o u n d a t i o n

Você também pode gostar